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olho vivo - 25 anos
25 anos de história imp Alexandre de Paulo
O Jornal Olho Vivo completou 25 anos dia 31 de janeiro. Sempre alvo de críticas e elogios porque imprime a verdadeira face de mocinhos e vilões – que ora são mocinhos, ora vilões – é sobretudo espelho para a população de Guarulhos, que se lê nas entrelinhas e se vê nas imagens que identificam protagonistas de uma história.
Marisa Pulsone
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á 25 anos nasceu o Jornal Olho Vivo. É um jovem contador de histórias alegres e tristes, descobridor de talentos nas artes e no esporte, relator de tragédias e de fatos polêmicos da política, da saúde, da educação, da cidade, enfim. Transformador social. Os acontecimentos locais têm maior espaço, mas esse moço ousa transpor fronteiras e trazer para o leitor assuntos nacionais e internacionais que refletem no comportamento dos moradores do segundo maior município da Grande São Paulo. Valdir Carleto, 52 anos, diretor do Jornal Olho Vivo, esteve à frente do jornal Comunicação, do Conselho Comunitário do Parque Cecap, de 1979 a 1980. O Comunicação tinha uma coluna chamada Olho Vivo, que apontava erros até mesmo da população e fiscalizava os políticos. Descontente com a filiação da diretoria do Conselho ao PDS (Partido Democrático Social), Carleto, que já estava sendo encorajado por comerciantes da cidade a abrir o próprio jornal, encerrou sua participação no Comunicação em dezembro de 1980. No dia 31 de janeiro de 1981 nasceu o Olho Vivo, na época voltado apenas para a comunidade do Parque Cecap.
Com tiragem de 30 mil exemplares, Jornal Olho Vivo é um dos principais clientes da FolhaGráfica
OS PRIMEIROS O primeiro número saiu com 8 páginas, em preto e branco, no formato tablóide, com tiragem de 5 mil exemplares. A primeira manchete foi sobre a inauguração do Centro Comunitário e de dois novos condomínios, com a presença do então ministro do Interior Mário
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redacao@revistaguarulhos.com.br
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DESAFIOS No ínicio, a periodicidade do Jornal Olho Vivo era mensal. Somente depois de três anos, passou a ser quinzenal, e quatro anos depois, semanal. Em pouco tempo chegou a ser bissemanal e trissemanal, com edições às terças, quintas e sábados, como hoje. “Com o crescimento do jornal a estrutura dele fica mais cara e é sempre um desafio mantê-lo em circulação. Por isso, no início dos anos 90, tivemos de fazer um recuo estratégico, voltando a periodicidade para uma edição por semana. Se um dia chegarmos à conclusão de que Guarulhos quer o Olho Vivo diário e estivermos estruturados para isso, não teremos receio de dar esse passo decisivo”, diz Carleto.
As caras novas do jornal que tem fama de ser oposição Pioneiro na cidade no uso de diversas tecnologias, o layout do jornal passou por várias atualizações em todas as suas etapas como Olho Vivo - O Jornal do Parque Cecap, Repórter da Cidade Olho Vivo, Olho Vivo Repórter da Cidade até a nomenclatura atual, Jornal Olho Vivo. O Jornal Olho Vivo mantém o formato tablóide, como a maioria dos jornais europeus. “Os standards serão tablóide no futuro”, prevê o diretor. Passou a ser colorido somente em 1999. E a tiragem hoje é de 30 mil exemplares. “Temos orgulho de ser um dos principais clientes da FolhaGráfica, gráfica da Folha de S. Paulo”, comenta Carleto. A “cara” do jornal foi desenhada por profissionais talentosos, como o Lee e, depois, Alfredo Ângelo Zottino, o Zott. O jornal surgiu de um ideal de ser porta-voz da comunidade e teve como primeira preocupação a informação e, apesar dos recursos na época serem rudimentares, sempre procurou inovar na apresentação visual. “Com o passar do tempo, o jornal cresceu, assim como cresceu o respeito do leitor, cada vez mais exigente. A partir do diagramador Renato Ranazzi, os recursos da editoração eletrônica passaram a ser utilizados, estimulando à leitura e contribuindo para inteligibilidade da informação. A atualização tecnológica constante demanda alto investimento e temos profissionais de ponta na área de editoração”, observa Valdir Carleto. FENÔMENO Mas como explicar a fama de jornal de ‘esquerda’ nesses 25 anos de mudanças de governos no município? Carleto explica que o jornal sempre foi porta-voz da população, que, em geral, critica os governos. Muitas vezes quem dá origem às notícias é a oposição, durante muito tempo exercida pela esquerda na cidade, como o atual prefeito, Elói Pietá. “Depois que o PT assumiu o poder, virou vidraça. É natural. Quem solicita a presença da Imprensa são os eleitores insatisfeitos. Mesmo que sejam minoria, a Imprensa tem de dar voz a eles. O jornal nunca mudou de lado, pois está sempre ao lado do povo, do cidadão, do contribuinte, do consumidor”, afirma. Aparício Reis
Edição nº 2207, de 31 de janeiro de 2006
Edição nº 1, de 31 de janeiro de 1981 Foto: Alexandre de Paulo
Andreazza e do governador biônico Paulo Salim Maluf entre outras autoridades do Estado e do município, como o prefeito Néfi Tales. A equipe para produzir o jornal restringia-se a Valdir Carleto e Elisabetta Gallo, com a ajuda de três colaboradores. O primeiro diagramador do jornal foi Lee Von Gal, criador do mascote que compunha a logomarca do “Olho Vivo- O Jornal do Parque Cecap”. Endereço da Redação: o apartamento de Carleto, no Condomínio Rio Grande do Sul. Equipamentos: uma máquina de escrever Olivetti, manual, usada – comprada em 10 parcelas – e uma câmera fotográfica amadora, Olympus Trip. A distribuição do Olho Vivo era gratuita e feita porta-a-porta por meninos do bairro e o próprio casal fundador. Hoje, uma equipe de mais de 10 pessoas faz distribuição em displays e pontos estratégicos nos principais corredores comerciais da cidade. Os moradores tinham suas cartas publicadas na coluna “Hora e vez do leitor”, a atual Tribuna Livre. No primeiro editorial, Carleto assumia a responsabilidade com a comunidade do Cecap de lutar com ela “contra as filas, os preços altos, os buracos das ruas, o abuso do comerciante, o descaso das autoridades”. Ainda hoje é assim, com a diferença de buscar atender toda a metrópole.
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equipe também cresceu com o jornal
No Cecap: “Hoje é dia de Olho Vivo” Quando o jornal Olho Vivo não chega ao Parque Cecap, os moradores ficam frustrados. É o que conta Luiz Gouveia, 54 anos, que morou no Condomínio São Paulo, o primeiro entregue, em 1972. Depois passou a residir no Rio Grande Sul. Foi presidente do ConseAlexandre de Paulo / ADP
lho Comunitário do Parque Cecap, na década de 80. Ele acompanhou a criação do jornal Olho Vivo. “Os moradores esperam o jornal. ‘Hoje é dia de Olho Vivo’, dizem. Se ocorre uma falha na entrega, o pessoal reclama, liga para o jornal cobrando”, afirma. Gouveia reforça a importância da coluna Olho Vivo, do jornal Comunicação, na proposta do Jornal Olho Vivo. “A coluna trazia denúncias, tanto contra a Prefeitura, contra motoristas e atitudes do público em geral”. Com o lançamento do Olho Vivo, a comunidade ganhou mais espaço, divulgação de mais assuntos e um representante dos “cecapianos” junto à Administração Pública. Conseguimos limpeza de ruas, Gouveia: “O jornal contribuiu para o engrandecimento do Parque Cecap”
calçamento, enfim, o crescimento e engrandecimento do Cecap por meio do Olho Vivo”, conta o analista de Sistemas e professor da rede pública do Estado. CIÚME Ele lembra quando os condomínios passaram a ser cercados: “Acabava-se instituindo um clima saudável de disputa na construção da cerca mais bonita e com menor custo”. E admite: “Há um pouco de ciúme dos moradores do Cecap, porque o Olho Vivo expandiu sua abrangência e o espaço ficou reduzido para as questões do bairro. Mas posso afirmar que todos temos orgulho pelo jornal ter nascido aqui e atualmente servir a toda a população guarulhense. O mais importante é que o Olho Vivo continua sério, traz reportagens esclarecedoras, destaca o que deve com enfoque para questões de utilidade pública, um trabalho que merece os parabéns para toda a equipe”, diz.
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O Grupo Olho Vivo tem quase 50 funcionários formais nas áreas de redação, editoração eletrônica, comercial, distribuição e setores financeiro e administrativo. São duas empresas: a Repórter da Cidade, sediada na avenida Antonio Iervolino, 238, vila Moreira, responsável pelo Jornal
Olho Vivo e pelo portal www.olhao.com.br; e a Carleto Empresa Jornalística, dirigida por Fábio Carleto, na rua Minas Gerais, 27, vila Moreira, que edita a Guarulhos Revista há três anos e o jornal Olho Vivo Vitrine, há dois anos e meio. “Nossa equipe cresceu ao longo do tempo, de
acordo com as necessidades do grupo. Reunimos vários dos melhores profissionais do mercado, para oferecer produtos de qualidade aos nossos leitores”, avalia Valdir Carleto.
A lealdade dos anunciantes e dos amigos
CLASSIFICADOS Os Classificados são um dos mais eficazes diálogos estabelecidos com a comunidade. Em apenas uma
Aparício Reis
Um dos primeiros anunciantes do Jornal Olho Vivo foi a Optica e Bazar do Parque, antiga loja 2 do Park Center. O proprietário José Marinho da Silva, 57 anos, que tem como sócio o cunhado Leonardo Rossetto, conserva a ótica ao lado de seu atual estabelecimento, a Trópicos Magazine Confecções e Calçados, lojas 15 e 16. “Abri minha loja em 1979. A loja e o jornal cresceram praticamente juntos nesses 25 anos”, observa. Silva recorda com carinho da época em que sua loja coletava em uma caixa as sugestões e reclamações dos moradores para o jornal. “A idéia de Carleto era interessante e, a cada dia, crescia o número de moradores que depositavam suas cartas em uma urna. Estou satisfeito que o jornal continue atento, fiscalizando principalmente a política local”, declara.
José, da Trópicos Magazine, foi anunciante nº 1 do Olho Vivo
edição, o Olho Vivo chegou a publicar 255 anúncios de imóveis, veículos e oportunidades, recorde de março do ano passado. Muitos anunciam há anos somente no Olho Vivo. “A credibilidade do jornal garante o retorno do investimento. Recebo mais de 50 ligações por mês, sendo 30% de negócios fechados”, diz Vladimir Malfacine de Toledo, anunciante há dois anos, proprietário do Hospital do PC, empresa de compra e venda de equipamentos de informática e assistência técnica, na vila Moreira.
Até casamento já foi arranjado pelo jornal. “Em respeito à privacidade, não citarei os nomes, mas uma moça conseguiu um emprego anunciado nos Classificados, terminou casando com o chefe e constituem hoje uma linda família”, lembra Valdir Carleto.
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Porta-voz das reivindicações da cidade que o acionávamos, o Olho Vivo divulgava nossas realizações, como a obra de acesso para as rodovia dos Trabalhadores, custeada com tíquetes de pedágios doados pelos empresários, a iluminação da avenida Santos Dumont, a construção do 8º Distrito Policial e da unidade do Corpo de Bombeiros”, cita. “Carleto é expoente para nós empresários, tem sensibilidade para entender o que é verdade e o que
não é, e dar o tom nas críticas quando são necessárias. Aplaudimos e parabenizamos o Olho Vivo”, diz Lapetina. “Como diretor da Finoplastic gostaria que Carleto re s g a t a s s e a agressividade que todo o jovem tem quando sai da faculdade, mesmo se tiver de criticar as empresas”, finaliza. Aparício Reis
O diretor-adjunto do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) Regional Guarulhos, José Roberto Lapetina, empresário, diretor da Finoplastic Indústria de Embalagem, estabelecida há 30 anos em Cumbica, conta que, no período em que atuou como presidente da Asec – Associação dos Empresários de Cumbica, reconhecia o Olho Vivo como um jornal de oposição. “A oposição é importante para criar o equilíbrio. O jornal foi fundamental para Guarulhos. Sua marca é ainda muito forte”, ressalta. Lapetina lembra com entusiasmo: “Carleto investigava as denúncias e era porta-voz dos empresários da região. Muitas vezes reclamamos de despejo irregular de lixo na região por pessoas que não eram daqui. Pedíamos ao Olho Vivo que acionasse a Prefeitura, a Polícia, e o jornal apurava mesmo os fatos, fotografava, registrava e ajudava a resolver o problema”. “Embora o jornal desse mais espaço para a área comercial da cidade, sempre
Lapetina, diretoradjunto do Ciesp: “Aplaudimos e parabenizamos o Olho Vivo”
Socialmente responsável e ‘iluminada’
Aparício Reis
O Olho Vivo é reconhecido pelo seu comprometimento com as causas sociais. Lenisa Freire Rabello, presidente da Agam (Associação Guarulhende de Amparo ao Menor), entidade instalada no Jardim Rosa de França, que dá atendimento gratuito a 250 meninos e meninas, crianças e adolescentes de famílias de baixa renda e
em exclusão social, destaca a importância do jornal para a sua instituição. “O Olho Vivo sempre deu espaço para as entidades filantrópicas mostrarem seus projetos às empresas e à população. A Agam foi beneficiada muitas vezes em razão de reportagens veiculadas no jornal. Conquistamos parcerias significativas, passamos a receber maior número de ligações de empresas e pessoas interessadas em visitar a instituição. Temos um voluntário na área de Odontologia conosco que soube da existência da Agam pelo jornal. Por coincidência,
Lenisa, presidente da Agam: visibilidade no jornal garante parcerias significativas
um médico cardiologista colocou-se à nossa disposição no mês em que um jovem precisava de atendimento especializado. Sou grata ao jornal em nome da diretoria da Agam e das instituições da cidade”, diz. O jornal foi uma das 35 empresas que receberam o certificado “Empresa Iluminada”, das Casas André Luiz, em novembro de 2005, pelo apoio constante à instituição. Valdir Carleto entende que é dever da Imprensa divulgar o trabalho das entidades assistenciais, porque elas desempenham um papel fundamental. Ele também enfatiza que o serviço de encartes do Olho Vivo é terceirizado à Adevig – Associação de Deficientes Visuais de Guarulhos, parceria que tem sido muito positiva.
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