Jornalista Tatiana Soledade integra a equipe do "Aqui Agora" como assistente de chefia de reportagem

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JORNAL DOS JORNALISTAS

Órgão mensal do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo

MARÇO/2008 - número 305

A TV Digital no foco dos repórteres cinematográcos páginas 8 e 9

Opinião: previdência privada dos jornalistas páginas 14 e 15

Lei de imprensa volta ao debate página 10

ÍNDICE Editorial Ação Sindical Moagem Imagem

2 7 11 a 13 16

Ilustração: Céllus

Nivaldo Silva

Filiado à FENAJ e à CUT

Mulheres jornalistas consolidam maioria na categoria páginas 3 a 6


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Editorial MARÇO/2008

UNIDADE

Filiado à

O paradoxo da profissão de jornalista

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o Brasil – país do futebol – diz a lenda que todo mundo é técnico. Hoje, todo brasileiro também é jornalista. Alguns, inclusive, exercem as duas profissões ao mesmo tempo nos programas esportivos. Esta situação foi facilitada pelo “jornalista precário”, figura criada pela liminar que suspende a necessidade de diploma para o exercício profissional. Mas é inegável que já havia, por parte das empresas de comunicação, um forte lobby para desregulamentar a profissão. Na verdade, foi esta tese, muito divulgada pela Folha de S. Paulo, que deu embasamento ao pedido de liminar acatado pela juíza federal Carla Rister, em 2001. Outro round mais recente desta luta foi a tentativa de enquadrar os jornalistas de rádio e TV como radialistas. Foi a mobilização dos Sindicatos e da FENAJ que obrigou o deputado federal Beto Mansur (PP/SP) a abrir diálogo com os jornalistas para rediscutir o seu projeto. Agora, com a suspensão pelo STF de vários artigos da Lei de Imprensa, produto da ditadura militar, algumas vozes se levantam para pedir não criação de uma nova lei democrática de imprensa, mas sim à sua extinção completa. Só que vivemos em um mundo que avança no sentido de criar mecanismos reguladores para que a sociedade, cada vez mais complexa, possa conviver em harmonia. Este movimento pode ser visto a partir de exemplos como tribunais, normas e acordos internacionais que as nações celebram em campos que vão desde o comércio até regras sanitárias e ecológicas. No Brasil, a criação de leis para defender crianças e adolescentes, idosos, quilombolas, populações indígenas são partes desta tendência. Mas as empresas de comunicação querem que o setor ande na contramão. Na visão empresarial, o jornalismo deve ser uma atividade desregulamentada, chegando até ao absurdo da existência de jornais sem jornalistas. Como o jornalismo é visto como uma terra de ninguém, várias empresas resolveram determinar até o comportamento dos profissionais e passaram a editar seus códigos de conduta. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em agosto de 2007, resolveu “dar tratamento explícito à situação dos jornalistas da mídia especializada que, no exercício de suas atividades, formulem comentários sobre investimentos em valores mobiliários”. Mais recentemente, a Editora Abril editou, distribuiu e fez todos os jornalistas assinarem o termo de recebimento do Código de Conduta dos Funcionários. Na página 15, ficamos sabendo que a Abril “garante o direito do funcionário de participar de eventos e movimentos políticos, sociais e culturais, desde que tal atitude não prejudique sua atividade profissional”. Fica estabelecido, portanto, que a participação em grupos políticos e sociais não é mais um direito de cidadania, mas uma concessão do patronato. Tudo isso seria ridículo se por trás não estivesse a soberba do poder econômico e a ignorância sobre o Código de Ética da categoria, este sim o instrumento normativo da conduta dos jornalistas. O paradoxo desta situação é que, apesar de tudo, o jornalismo continua a ser uma das carreiras mais procuradas pelos jovens que ingressam nas faculdades. Isso prova a vitalidade da profissão e que é possível criar um movimento para recuperar a independência do jornalista. O Sindicato está empenhado nesta cruzada, mas é preciso conquistar mais aliados junto à sociedade civil para, definitivamente, superar todos os entraves e construir um jornalismo que cumpra suas funções sociais. Um registro necessário - A coluna Vaivém do Mercado, nossa conhecida Moagem, completa 17 anos. Poucos jornalistas podem se vangloriar de manter uma coluna por tanto tempo em um único jornal, principalmente em uma publicação de entidade sindical. Ao longo deste período, Eduardo Ribeiro anotou as alegrias e também as preocupações de muitos colegas em um dos espaços mais lidos do Unidade. Portanto, feliz aniversário e muitos anos de vida ao Moagem. Diretoria do Sindicato

Órgão Oficial do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo E-mail: unidade@sjsp.org.br Rua Rego Freitas 530, sobreloja CEP 01220-010 - São Paulo - SP Tel: (11) 3217-6299 - Fax: (11) 3256-7191 site: www.jornalistasp.org.br

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou do Sindicato

EXPEDIENTE Editora: Solange do Espírito Santo (MTb 12.609/SP) Reportagem: Evelize Pacheco (MTb 31.122/SP) e Sandra Motta (MTb 17.565/SP) Diagramação: Rubens M. Ferrari (MTb 27.183/SP) Depto. Comercial: Fone (11) 3217-6299 Colaborador: Eduardo Ribeiro (Moagem) Impressão: Neo Graf Indústria Gráfica e Editora Ltda – Fone (11) 3333-2474 Tiragem: 7.500 exemplares

DIRETORIA EXECUTIVA Presidente - José Augusto de Oliveira Camargo (Guto); Secretária Geral - Lourdes Augusto (Lourdeca); Secretário de Finanças - Moacir Assunção; Secretário do Interior - Kepler Fidalgo Polamarçuk; Secretário de Cultura e Comunicação - Rubens Chiri; Secretário de Relações Sind. e Sociais - Eurenides Pereira (Eureni); Secretária Jurídica e de Assistência - Evany Conceição Francheschi Sessa; Secretário de Ação e Formação Sindical - Clélia Cardim (Telé); Secretário de Sindicalização - José Donizeti Costa. CONSELHO DE DIRETORES Franklin Larrubia Valverde; Frederico Barbosa Ghedini (licenciado); Jaime Aparecido da Silva; Joel Scala; José Roberto Antonio; Manoel Bezerra Júnior; Mara Cristina Ribeiro; Rudinaldo Gonçalves e Terlânia M. T. Bruno DIRETORES REGIONAIS Bauru - Alcimir Antonio do Carmo Campinas - Márcia Regina Quintanilha Piracicaba - Martim Vieira Ferreira Ribeirão Preto - Brás Aparecido Peripato Santos - Nilson Regalado Monteiro da Silva S. José do Rio Preto - Marcelo Dias Sorocaba - João J. Oliveira Negrão Vale do Paraíba, Litoral Norte e Mantiqueira - André Freire COM. REG. E FISC. EXERC. PROF. (CORFEP) Titulares: Anderson Fazoli, Fábio César Venturini e Mário Iório Lopes Suplentes: Benedito Egydio dos Santos Neto e Wladimir Miranda CONSELHO FISCAL Titulares: Alexandre Hernandez Mota (licenciado), Hugo Henrique Cilo e Raul Antônio Varassin Suplentes: José Aparecido dos Santos e Nataniel Honorato DIRETORIAS DE BASE Bauru: Angelo Sottovia Aranha, Jorge Alberto da C. Arruda, Juliano Maurício de Carvalho, Luis Victorelli, Luiz Augusto Teixeira Ribeiro, Rita de Cássia Cornélio e Sandra Mara Faria Firmino. Campinas: Agildo Nogueira Júnior, Hugo Arnaldo Gallo Mantellato, Lílian Mary Parise, Maria Ap. dos Passos Ramos, Renata Maria Sanches, Suely Torres de Andrade e Vera Lúcia Longuini. Piracicaba: Adriana Nanias de Aro Passari, Fabrice Desmonts da Silva, Marisa Wildner Benachio, Noedi Monteiro, Poliana Salla Ribeiro, Ubirajara de Toledo, Vanderlei Antonio Zampaulo. Ribeirão Preto: Elisangela Vigil do Espírito Santo, Antonio Claret Gouveia, Antonio Expedito de Figueiredo Filho, David Batista Radesca, Jacinta Inocência Sad, Luiz Henrique Jovenato Porto e Ronaldo Augusto Maguetas. Santos: Carlos Alberto Ratton Ferreira, Francisco Ribeiro do Nascimento, Joaquim Ordonhez Fernandes Souza, José Rodrigues, Luigi Bongiovanni e Mário Jorge de Oliveira. Sorocaba: Adriane Mendes, Carla de Campos, Janaina Simões Caldeira, José Antonio Silveira Rosa e Patrícia Moraes Ribeiro. São José do Rio Preto: Augusto Fiorin, Carlos Eduardo de Souza, Daniele Gonçalves Jammal, Dulcimara Cirino, Júlio Cezar Garcia e Nelson Gonçalves. Vale do Paraíba, Litoral Norte e Mantiqueira: Rita de Cássia Dell‘Aquila, Avelino Israel de Souza Neto, Edvaldo Antonio de Almeida, Fernanda Soares Andrade, Neusa Maria de Melo e Suely Ap. Rezende Guinsburg. Comissão de Ética: Denise Santana Fon, José Roberto Melo, Daniel de Castro, Alcides Rocha, Flávio Tiné e Roland Marinho Sierra (suplente), Fernando Jorge, Lúcio França e Kenarik Boujikian Felippe e Juarez Pedro de Castro. Conselho Editorial: Jaqueline Lemos, Nilton Fukuda, Luiz Carlos Ramos, Laurindo (Lalo) Leal Filho, Carlos Mello, Assis Ângelo, Renato Yakabe, Francisco Pedroso Netto e Adunias Bispo da Luz. DIRETORIAS REGIONAIS: Bauru: R. Primeiro de Agosto, 4-47, Sala 604 E. Telefax: (14) 3222.4194 Campinas: R. Dr. Quirino, 1319, 9º andar. Tel.: (19) 3231.1638 Oeste Paulista: R. Pedro de Oliveira Costa, 64, Bosque, Presidente Prudente. Tel.: (18) 3901-1633 Piracicaba: Pça. José Bonifácio, 799 - Sl. 22 Ribeirão Preto: R. Dr. Américo Brasiliense, 405, sl. 404. Tel.: (16) 610.3740 Santos: R. Martim Afonso, 101 - 6º andar. Tels: (13)3219.2546/3219.4359 S. J. do Rio Preto: R. Saldanha Marinho, 4.237 - B. Bom Jesus. Tel: (17) 3211.9621 Sorocaba: (15) 9706.8744 Vale do Paraíba, Litoral Norte e Mantiqueira: R.Conselheiro Rodrigues Alves, 203, Casa 2, Centro, S.José dos Campos. Tel.: (12) 39412686


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Mulheres jornalistas venceram e dominaram a arte de informar Ilustração: Céllus

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s números não mentem. Elas denitivamente conquistaram seu lugar no jornalismo. Sem se intimidar com o ambiente predominantemente masculino nos meios de comunicação, realidade até meados da década de 1980, as mulheres mostraram que, com determinação, são tão capazes como os homens de dominar a desafiadora arte de informar. Viraram o jogo e são maioria na categoria. De acordo com levantamento elaborado pela assessoria econômica do Sindicato dos Jornalistas, com base nos números da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério do Trabalho, em 2006 o mercado paulista do jornalismo empregava 11.771 jornalistas. Deste total, 52,09% das vagas eram de mulheres. Elas ocupam 6.131 das funções jornalísticas, contra 5.640 ocupadas pelos homens. Em 1995, a proporção era praticamente inversa: de um total de 5.746 jornalistas contratados, 57,38% eram homens e 42,62% mulheres. Os números apresentados pela

RAIS dizem respeito apenas aos trabalhadores registrados pela CLT. Portanto, não estão computadas aí as estatísticas dos free lancers, dos que prestam serviço como pessoas jurídicas, dos que atuam no serviço público ou ainda dos que são jornalistas, mas estão registrados em outras funções. Isto, no entanto, não muda a realidade, de acordo com a assessoria econômica do Sindicato: as mulheres são efetivamente maioria. Barreiras vencidas Para chegar a esta realidade, as

jornalistas foram vencendo preconceitos e barreiras. Hoje, elas ocupam as mais diversas funções em todos os segmentos do jornalismo e podem ser vistas nas mais diferentes coberturas: esporte; polícia; política; economia; cotidiano etc. Para homenagear as jornalistas no mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, Unidade traz, nas páginas seguintes, pers de três mulheres que, cada uma a seu tempo e em áreas distintas do jornalismo, se orgulham da prossão que escolheram: Edy Lima, 81 anos, que começou a carreira em 1946 e fala dos desaos vencidos para se rmar na carreira; Vera Fiordoliva, a inquieta repórter de rádio que, após 30 anos de coberturas diárias, resolveu dividir a sua experiência com as futuras gerações e hoje é professora na Cásper Líbero; e a jovem Fernanda Silveira, 25 anos, que não titubeia em armar que o jornalismo é o seu caminho. E, como não poderia ser de outra forma, duas colegas são as responsáveis pelas páginas seguintes: a reportagem e o texto são de Maria Ester Costa e as fotos de Gisela Gutarra.

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Oito décadas vividas com jovialidade e sabedoria P

ara aqueles jornalistas que têm medo de envelhecer, uma boa notícia: quem “ralou” muito editando jornais; escrevendo livros; peças de teatro; novelas; tem grande chance de chegar à casa dos 80 anos com lucidez e delicadeza, trabalhando com prazer. Para isso, no entanto, é preciso ter sonhado muito, a ponto de, em sua juventude, escrever para pedir emprego, a um dos maiores intelectuais do País, alguém assim como Monteiro Lobato; de driblar a linha editorial do caderno feminino para passar mensagens feministas; e ter a ousadia de escrever para as crianças, a ponto de inventar uma “vaca voadora”. A receita está dada. Com tudo isso e uma boa dose de sorte, é possível chegar aos 81 anos com a mesma jovialidade, alegria e inteligência de Edy Lima. Sindicalizada desde 1957, ela é uma das mais antigas liadas do Sindicato dos Jornalistas; segundo ela, por culpa dos patrões: “Só não me sindicalizei antes porque eles não me registravam. Mas eu já trabalhava como jornalista desde 1946”, recorda contrariada. Edy Lima nasceu em Bagé, no Rio Grande do Sul, e começou a trabalhar aos 20 anos na redação da Revista do Globo. Quando escreveu seu primeiro conto, enviou-o para Monteiro Lobato, dizendo da vontade que tinha de vir trabalhar em São Paulo. Lobato respondeu que ela viesse, que lhe apresentaria aos futuros patrões e deu até endereços de pensões onde ela poderia car na cidade.

Umas sete ou oito jornalistas Ela veio e o escritor cumpriu o que havia prometido. O primeiro trabalho de

Edy Lima começou a carreira em 1946...

Edy foi no Jornal de Paulista. Eram todas São Paulo. Depois mais velhas; eu era a foi para os Diários menina da mesa”. A s s o c i a d o s, o n d e E mesmo em uma f icou por quase 20 editoria que costuanos como editora do mava tratar a mulher suplemento feminino de for ma extremados jornais Diário de mente conservadora, São Paulo e Diário Edy encontrou meios ... e já publicou da Noite. “Era pratide tentar mudar essa mais de 50 livros camente uma revista mentalidade. “Resisdentro do jornal. Motia a colocar tolices. déstia à parte, minhas notícias saíam O suplemento era mais aberto, procufervendo. E o que não dava tempo de rava abordar os assuntos de uma forma entrar no suplemento feminino, saía no que abrissem um pouco a cabeça das Diário da Noite”, conta. mulheres. Por exemplo, A jornalista lembra combatia o consumismo q ue a s c ond iç õ e s de quando falava de econot r aba l ho e r a m mu it o mia doméstica; falava diferentes das de hoje. de saúde, mesmo que “Ainda não havia diapor vezes pregasse no gramador na imprensa. deserto. Discretamente A gente tinha de acomtambém omitia coisas panhar todo o processo que não contribuíssem”, da montagem em chumconfidencia. bo. Meu contato com o pessoal da oficina era Mais de 50 livros ótimo. Tive meus dois Depois do Diário de filhos durante esse períSão Paulo, a jornalista odo e fui sempre muito t r abal hou na rev ist a respeitada”, ressalta. Realidade, da Editora Edy não tem muita Abril, onde fazia crítica certeza, mas acha que de teatro. Foi integrante era a única mulher da redação e conta do Teatro de Arena, onde escreveu a que, quando entrou no Diário de São peça A farsa da esposa perfeita, e foi Paulo, recebeu um telefonema com um assessora de imprensa dos estúdios de convite para participar de um almoço cinema Vera Cruz. No final dos anos mensal de mulheres jornalistas: “Eram 1970, escreveu para a TV Tupi a novela umas sete ou oito, entre elas Helena Sil- Como salvar seu casamento. Em 1972, veira, da Folha; Carmem Almeida, do lançou o livro infantil A vaca voadora, Estadão; Odete de Freitas, do Correio que fez parte da infância de muita gente

e é muito lido até hoje.

Passando a experiência adiante Segundo ela, a pro ssão de jornalista é muito mais reconhecida do que quando começou a trabalhar. Edy se diz totalmente favorável ao curso superior de Jornalismo: “Acho muito bom que se faça faculdade de jornalismo. Hoje vivemos em outro mundo, muito diferente do que eu vivi. Ficou mais difícil de trabalhar, por um lado, mas, por outro, a prossão é mais regularizada, o jornalista tem mais garantias”. Ao longo de sua carreira, já publicou mais de 50 livros. Para quem quiser beber da fonte de tanta experiência e sabedoria, Edy Lima é generosa em transmitir o muito que aprendeu e ainda brinca: “É o que eu digo para o meu neto (que faz faculdade de cinema e mora com ela): para onde é que eu vou levar toda essa experiência? Eu quero mais é passá-la adiante”. Sobre a situação da mulher atualmente, ela demonstra preocupação. “Mudou muito, mas ainda não chegamos lá. Sem pensarmos no que existe de maus-tratos, estupros, há a discriminação que se dá nas entrelinhas, na valorização da dependência da mulher que ainda é muito forte”, avalia. E quando perguntamos sobre valores que foram se perdendo com o tempo, ela responde com a modernidade de pensamento que construiu para si durante toda da vida: “Não tenho nostalgia. Acho que existiam valores que foi muito bom que tenham se perdido”. Quem não quer chegar aos 80 anos com uma cabeça dessa?


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que mais uma jornalista pode fazer depois de receber o prêmio Vladimir Herzog em cinco edições, participar das maiores coberturas jornalísticas da história recente do Brasil, ter a oportunidade de entrevistar personalidades como Vinicius de Moraes, Tom Jobim, Cartola e Chico Buarque? Depois ter no arquivo pessoal e na memória a entrevista de Fernando Henrique Cardoso, no começo de sua carreira política, humilde como nunca, ao lado das atrizes Regina Duarte e Bruna Lombardi, panetando no centro da cidade? Ou de ser cumprimentada com deferência até hoje pelo presidente Lula, depois das coberturas que fez das greves dos metalúrgicos do ABC? Diante desse bom dilema, Vera Lúcia Fiordoliva, a Verinha, 31 anos de radiojornalismo, encontrou a resposta no desao de transmitir sua experiência a estudantes de jornalismo e há três anos é professora de Radiojornalismo e Projetos Experimentais da Faculdade Cásper Líbero, onde busca acima de tudo incutir em seus alunos a idéia de que o bom jornalista é aquele que está presente onde o fato acontece, não distorce os depoimentos, tem ética e respeito pela prossão. Descendente de italianos, como o próprio sobrenome denuncia, Verinha nasceu na cidade de São Manuel, interior de São Paulo, e se tornou jornalista quase por acaso. “Nunca havia me passado pela cabeça me tornar jornalista. Meu sonho era ser engenheira agrônoma. Depois comecei vários cursos na UNIP (Universidade Paulista). Como não me entendia com as aulas de latim do curso de Letras, perguntei na secretaria em qual curso poderia utilizar as matérias que já cursara e me disseram que era no jornalismo”, recorda.

crianças abandonadas, mendigos na Praça da Sé, entre outras, renderam-lhe cinco prêmios Herzog, um Líbero Badaró e um segundo lugar no prêmio Reis de Espanha. Vera também acabou se aproximando do presidente Lula por conta das coberturas do movimento sindical em São Bernardo. “Varava noites no Sindicato dos Metalúrgicos. Fui na posse em Brasília e quei muito emocionada”, relembra.

Encanto e esperança com a prossão

Vera Fiordoliva deixou a reportagem...

Depois de 31 anos de rádio, às vésperas de se aposentar, Vera recebeu convite para lecionar radiojornalismo na Faculdade Cásper Libero, segundo ela uma decisão dicílima. “Fiquei quase dois meses sem dormir. Temia pelo fato de não ser acadêmica, de contar somente com a minha experiência. Quase morri de ansiedade. Mas, depois de quatro anos, me sinto muito à vontade lecionando”, diz. Muito além da técnica que possa transmitir, Vera considera fundamental ensinar aos alunos a importância da ética na prossão: “Com os recursos que se tem hoje é possível se fazer o que quiser com um depoimento, com uma gravação. É preciso ter ética para fazer a coisa certa, para registrar o que foi dito, passar a verdade do que está reportando”. Acostumada a um ritmo forte de trabalho, Verinha não se contentou somente em lecionar e hoje é responsável pelas contas da prefeitura paulistana e do governo do Estado de São Paulo na Boxnet Serviços de Informações/Auditoria de Imagem, sobre o qual fala com entusiasmo. Acredita que a prossão de jornalista está longe de acabar, que as novas tecnologias não inviabilizarão no futuro veículos tradicionais como o rádio e o jornal impresso, e é radicalmente contra qualquer preconceito que possa haver contra o trabalho em consultoria de comunicação e assessoria de imprensa, ensinando a seus alunos que há um mercado enorme para se trabalhar fora do glamour das redações. E com o frescor de quem começou ainda outro dia, não tem dúvidas sobre o que signicou sua trajetória prossional: “Tenho paixão por tudo o que eu z nos meus 31 anos de reportagem e hoje vejo a prossão com muito encanto e esperança”.

Experiência transmitida para futuros jornalistas

Ambiente masculino não intimidou Vera Fiordoliva acredita ter tido muita sorte no começo de sua carreira. Sua primeira oportunidade foi um estágio na Rádio Jovem Pan. “Convivi com ‘feras’ como Narciso Kalili, Marco Antonio Gomes, José Pinheiro, Osmar Santos e Chico de Assis. Naquela época, a Jovem Pan era um espaço de grande efervescência criativa. Fui aprender a prossão com jornalistas de primeira qualidade”, enfatiza.

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... para dar aulas de radiojornalismo

Nessa época, o rádio era ambiente predominantemente masculino, mas Verinha diz que uma possível discriminação praticamente lhe passou despercebida. “Nunca me intimidei ou deixei de fazer qualquer tipo de matéria, mesmo que fosse numa situação perigosa. E me recusava a car de fora de alguma cobertura pelo fato de ser mulher”, arma a jornalista. Já com

relação às diferenças na remuneração, sua avaliação é bem diferente: “Acabava por saber de jornalistas com a mesma competência e experiência que eu que ganhavam mais por serem homens”. Sua sensibilidade com problemas sociais e empenho nas reportagens em temas como a fome na capital mais rica do País, invasões de terra em área urbana,


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Certeza de que o jornalismo é seu caminho Q

uem por acaso pensar que vida de jornalista em começo de carreira é mais folgada, com menos responsabilidade, que procure conversar com Fernanda Silveira. Teria grandes chances de ouvir respostas do tipo: “Agora não dá, semana que vem também estarei numa feira de turismo. Vou viajar a trabalho no nal de semana. Pode ser na outra segunda?”. De muito trabalho e falta de disponibilidade de tempo é feita a vida da matogrossense do sul, que deixou sua cidade para enfrentar a dura concorrência e os desaos de viver e trabalhar em São Paulo. De bem com a vida, aos 25 anos é uma típica representante da nova geração de jornalistas. Ocupadíssima, sempre sorridente e comedida em suas palavras, Fernanda não fala sobre os jornalistas que a teriam inuenciado, mas se declara admiradora de Gay Talese; de Mário Sérgio Conti; Cassiano Elek Machado e Eliane Cantanhêde. É estudiosa e dedicada, gosta do que faz e ainda espera realizar muito na prossão. Fernanda nasceu em Campo Grande, cursou Jornalismo e fez pósgraduação em Imagem e Som na UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Decidiu se tornar jornalista porque adorava ler jornais e livros, era curiosa e sonhadora. “Eu me encantei com a versatilidade do jornalismo. Os relatos das ruas, os contatos com personagens e fontes, a descoberta contínua, as viagens, entre outros fatores, fazem do jornalismo uma experiência única a cada dia”, declara.

Determinação é imprescindível E apesar de ainda tão jovem, Fernanda tem um currículo e tanto. Em Campo Grande, trabalhou no jornal Diário do Pantanal, na TV Morena, afiliada da TV Globo, no jornal O Estado, no jornal

eletrônico Midiamax e na assessoria de imprensa da Fundect - Fundação de Ciência e Tecnologia do Governo do Estado. Mas ela não acha que a sorte que teve para entrar quase imediatamente no mercado de trabalho seja muito comum entre os muitos jornalistas que estão ingressando na prossão: “Consegui um trabalho muito legal e em muito pouco tempo. A realidade, porém, costuma ser diferente para a maioria dos prossionais. Quando se está começando, é difícil preencher pers de vagas que exigem maior tempo de experiência. Acredito que muita determinação, investimento na própria formação e uma boa dose de sorte sejam imprescindíveis”. Irrequieta, Fernanda Silveira ansiava por mudanças prossionais e pessoais. Seu sonho era trabalhar em outra cidade. Em junho de 2006, veio passar as férias em São Paulo e, além de se deleitar com a vida cultural da cidade, aproveitou para enviar currículos. Segundo ela, teve muita sorte: “Fiz uma entrevista de emprego e comecei a trabalhar ainda enquanto estava em férias do meu outro trabalho. Voltei para Campo Grande num nal de semana e já trouxe a mudança”. Hoje, a jovem jornalista trabalha na AFT Comunicação, agência especializada no segmento de turismo e é responsável pela assessoria de imprensa do escritório ocial do Ministério do Turismo da República Dominicana no Brasil.

Embora jovem, Fernanda já acumulou experiência profissional...

da família e dos amigos, mas creio que seja uma experiência pessoal muito rica”. Apesar da pouca idade, Fernanda considera que ainda exista discriminação da mulher no mercado de trabalho, principalmente na que se refere a distorções nos salários e promoções na carreira. “A ascensão a cargos de chea e a equiparação de salários, ainda que pareçam clichês, são pontos falhos no mercado de trabalho, é preciso mudar valores culturais e sociais que inuenciam a atual situação”, avalia. Mas, ela não parece nem um pouco decepcionada com o camin ho que

escol heu, fala com seg u rança so bre a profissão e considera digno o jornalismo praticado atualmente no Brasil. “Há veículos conceituados, profissionais competentes e sérios e, sobretudo, empenhados em investigar e levar informação de qualidade aos leitores e espectadores”, ressalta. E demonstra esperança no futuro: “Os sonhos mudam com o passar do tempo, porque novas possibilidades são descobertas. Minha expectativa com relação à profissão é a de buscar sempre novos desafios, continuar a estudar, aprender, conhecer, viajar”.

Sonhos mudam com o tempo A mudança para São Paulo, segundo ela, tem sido uma experiência agradabilíssima, de amadurecimento pessoal e crescimento prossional: “São Paulo apresenta oportunidades de trabalho e estudo que não são encontradas em outros lugares. Esse é um fator positivo. Evidente que há diculdades, como a distância

... e hoje faz assessoria de imprensa para a República Dominicana no Brasil


Ação Sindical MARÇO/2008

UNIDADE

Suspensa autorização para registro de prossionais de imagem O Sindicato dos Jornalistas suspendeu, desde o último dia 22, o processo de autorização para a obtenção de registro profissional (MTb) de jornalistas de imagem (repórteres-fotográficos, repórteres-cinematográcos, ilustradores e diagramadores). A decisão foi tomada a partir de solicitação da Comissão de Registro e Fiscalização do Exercício Prossional (Corfep) da entidade, que resolveu propor novos métodos de avaliação e rever a documentação que antes era pedida aos requerentes de registro para estas funções. Os novos procedimentos para autorizar os registros serão submetidos ao

12º Congresso Estadual dos Jornalistas, que acontece nos dias 30, 31 de maio e 1º de junho, em São José do Rio Preto. A partir da decisão do Congresso, o Sindicato retomará o encaminhamento dos processos. A medida não é inédita no País. O Sindicato dos Jornalistas do Paraná também suspendeu o processo de autorização para emissão do MTb para estes prossionais em outubro do ano passado, para reavaliar os procedimentos. Cabe lembrar que a autorização para o registro de prossionais com diploma em jornalismo continua sendo encaminhada pelo Sindicato.

Acordos de compensação de horas Assembléia com a presença de 25 jornalistas aprovou no último dia 6 a renovação do acordo coletivo de controle de jornada de trabalho e compensação de horas na Rede Internacional de Televisão (RIT), em São Paulo. A principal cláusula do acordo refere-se à compensação de horas-extras, estabelecendo que as não compensadas com folgas até o limite de três meses terão de ser pagas em dinheiro. O acordo garante ainda que o jornalista que trabalhar no m de semana terá direito a folgar nos dois ns de semana subseqüentes. Interior O Sindicato está negociando acordos coletivos de controle de jornada e compensação de horas para os jornalistas das redações do Jornal da Cidade, de

Bauru, e Folha da Região, de Araçatuba. No caso da Folha da Região, o acordo deverá ser implantado pela primeira vez. O controle de jornada e a compensação de horas são fundamentais naquela redação, já que há previsão de ampliação nos dias de circulação do jornal. Já em Bauru, no Jornal da Cidade, trata-se de renovação de acordo. O primeiro acordo foi estabelecido em 2007 e, por sugestão dos jornalistas, a renovação deverá incluir novas cláusulas, para garantir o mesmo benefício aos colegas do setor de diagramação e do jornal on line. A maioria dos novos termos do acordo já está em vigor desde 1º de fevereiro. Porém, a formalização deve se dar mesmo em março, com data retroativa.

Sindicato em negociação com a Tribuna Representantes da diretoria estadual e da Regional Santos do Sindicato estiveram reunidos, no último dia 29, com a diretoria do jornal A Tribuna para cobrar o atendimento de reivindicações dos jornalistas. Entre elas, estão o reajuste do valor do vale-refeição e a reivindicação de substituição do convênio com creche pelo pagamento do auxílio-creche. A direção do jornal comprometeuse a dar resposta em breve ao pedido

dos colegas. Dias antes, a partir de pressão do Sindicato, readmitiu o repórter-fotográco Edison Baraçal, que estava licenciado depois de sofrer um acidente de trabalho. O prossional vai passar por perícia médica, que determinará se ele já pode retornar ao trabalho ou se continuará em licença. De qualquer forma, a sua estabilidade está garantida, já que ele se encontra em período de pré-aposentadoria.

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Diário do Grande ABC continua sem controle de jornada Os jornalistas do Diário do Grande ABC, em Santo André, estão há sete meses sem acordo de controle de jornada e, se depender da diretoria do jornal, a renovação vai se perder no tempo. O comando do jornal quer excluir deste acordo desde os cargos de chea, como diretor de redação e editor, até os de repórter especial, condição que o Sindicato dos Jornalistas não admite, por considerar prejudicial aos colegas da casa. O posicionamento do Sindicato foi encaminhado por carta à direção do jornal no início de março, com o objetivo de reabrir o diálogo sobre este acordo e também para tratar de outras irregularidades. O Departamento de RH

respondeu e comprometeu-se a marcar reunião com o Sindicato. Apesar de a diretoria da empresa negar a informação ao Sindicato, outras práticas irregulares continuam no Diário, como a contratação de frilas xos, que recebem salários abaixo do piso previsto em convenção coletiva; funcionários cumprindo funções jornalísticas, mas registrados em outras; e a violação sistemática da correspondência encaminhada aos jornalistas, como o material de divulgação enviado pelas assessorias de comunicação, que são retidos pela diretoria e depois são sorteados em eventos comemorativos entre os funcionários.

Ameaça de greve garante salários no Jornal da Cidade A diretoria do Jornal da Cidade, de Jundiaí, pagou no último dia 28 os salários atrasados dos jornalistas, após o anúncio do estado de greve feito na semana anterior. Ainda há pendências, como os salários atrasados dos editores, que deverão ser parcelados até abril, além do pagamento da PLR e das férias. No acordo aprovado em assembléia dos jornalistas, a empresa se comprometeu também a pagar os salários todo

5º dia útil, conforme determina a convenção coletiva da categoria e, a partir de maio, pagar o adiantamento salarial no dia 20 de cada mês. Outro ponto do acordo foi atendido: a formação da comissão de jornalistas que participará da administração da empresa. No entanto, para garantir que todas as pendências sejam regularizadas no prazo combinado, os colegas do Jornal da Cidade decidiram manter o estado de greve.

Edital de Convocação das Eleições da ARFOC-SP Gestão 2008/2010 A Comissão Eleitoral, constituída pela Assembléia Geral Ordinária de 28.01.2008, convoca os associados para o pleito eleitoral de renovação da Diretoria e Conselho Fiscal da Associação dos Repórteres Fotográcos e Cinematográcos de São Paulo - ARFOC-SP, Gestão 2008/2010. Nos termos dos Artigos 33 a 38 do Estatuto Social da ARFOC-SP, os associados que desejaram concorrer nestas eleições, poderão inscrever suas chapas de 10 de março até o dia 07 de abril de 2008, das 9 às 13 horas e das 14h30 às 18 horas. Os requerimentos de registro de chapas serão protocolados na sede da ARFOC-SP (rua Rego Freitas, 530 – sobreloja – São Paulo/SP). O pleito acontecerá em 05 de Maio de 2008. Os locais, horários de votação e a composição das chapas serão divulgados em Edital em 10 de abril de 2008. São Paulo, 18 de fevereiro de 2008. José Luiz Cordeiro Lopes Presidente COMISSÃO ELEITORAL


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MARÇO/2 Fotos: Nivaldo Silva

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Prossão

Câmeras analógicas ainda são usadas pelos profissionais de imagem na cobertura diária do noticiário...

ssim como os repórteres fotográcos, os colegas que trabalham com as imagens nas grandes emissoras de televisão estão vivendo uma evolução – ou revolução – com a adoção das câmeras de vídeo digitais. Boa parte das emissoras e das produtoras independentes que estão no mercado investiu alguns milhares de reais para a aquisição destes equipamentos, que agregam mais recursos do que as câmeras analógicas. Isto não quer dizer que as analógicas estão fora do páreo. O processo de captação, edição e transmissão digital ainda não foi adotado por todas as emissoras em praças fora de São Paulo, exigindo um mix de câmeras. Um exemplo das gerações tecnológicas que convivem lado a lado pôde ser conferido durante os treinos do São Paulo Futebol Clube, realizado em meados de fevereiro. Pelo menos sete emissoras grandes, além das equipes que trabalham para internet, estavam gravando imagens dos jogadores com as câmeras tradicionais. Os prossionais vivem um processo semelhante: transitam entre a prática dos equipamentos tradicionais e a assimilação dos novos recursos apresentados em inúmeros menus. Mas a essência da função do repórter e da equipe

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A TV Digital no olhar dos repórteres-cinematográco continua a mesma desde o início da TV: garantir a imagem que vai segurar a matéria no telejornal do dia. A agilidade para cumprir esta tarefa é apontada pelos repórteres-cinematográcos como a principal vantagem da câmera digital em relação ao equipamento analógico. Alguns profissionais entrevistados pelo jornal Unidade afirmaram que as câmeras digitais não trouxeram grandes mudanças no modo de trabalho das equipes na rua.

...mas já convivem com os equipamentos digitais nas emissoras de TV. Aprendizado está se dando na prática

Mais cuidado com a luz e inúmeros recursos Para João Luiz Veiga, free lancer que já passou por emissoras abertas de São Paulo e Brasília, como o SBT e a Globo, as câmeras digitais “não vieram para atrapalhar, mas para melhorar a imagem”. De modo geral, estes equipamentos têm alguns diferenciais em relação aos analógicos, como a captação da imagem: enquanto o padrão da primeira atinge 1.080 linhas, a analógica chega a 480, sem falar nos recursos de edição que podem ser feitos no próprio equipamento. Veiga arma que, de modo geral, as câmeras usadas prossionalmente caram mais leves, mas o operador deve carregar outros itens de apoio – microfones, iluminação, transmissores de links, que são usados

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Prossão UNIDADE

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A nova tecnologia não

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chanceladas pela grife Ana Paula Padrão. “Podemos fazer alguns ajustes, como ‘embaçar’ o rosto de um entrevistado para não ser reconhecido”, explica Ivan Flávio, repórter-cinematográco da casa. “As novas câmeras têm mais recursos, como o monitor LCD, que se aproxima das imagens reais captadas, grava quadro a quadro e divide os takes automaticamente. Então, dá para vericar o que foi feito enquanto a câmera continua a gravar outras imagens”, conta. Ainda na avaliação de Ivan, um treinamento mais aprofundado sobre os recursos ajudaria na operação. “Costumamos falar que é a migração de um Fusca para uma Ferrari”, brinca.

carro de reportagem da EPTV durante uma pauta em Barretos. Os repórteres-cinematográcos de São Paulo são categóricos nestes casos. Eles continuam saindo para as matérias com as equipes completas: assistente, repórter e motorista. Quanto à edição das imagens, a tarefa ainda ca por conta dos editores nas redações. No SBT, para citar um dos casos, as imagens digitais são descarregadas na rede interna da emissora e o arquivo ca acessível para qualquer editor nalizar o material. “As equipes não fazem pré-edição. Não dá para fazer na correria”, explica Ivan. Em outra emissora concorrente, a edição também é feita na própria redação. “Gravamos em disco e o arquivo é aberto na ilha de edição. Não fazemos pré-edição e a Conhecimento adquirido na prática equipe de lmagem não carrega notebook para transmisCarlos Mendes, que já atuou na equipe da Ana Paula são de imagens”, arma um de seus repórteres-cinemae agora volta para o SBT na produção – ele trabalha tográcos. “Quem usa o notebook é o repórter que vai como câmera nos programas da casa como o do Gugu, fazer a matéria, que usa o equipamento para vericar a entre outros –, garante que o conhecimento se dá, pauta e mandar o roteiro da matéria pra redação”. principalmente, na prática. “O aprendizado se dá no Mas assim como ocorreu na fotograa, os recursos dia-a-dia mesmo”, constata. apresentados pelas câmeras digitais levarão à fusão De acordo com a chea de imagens do SBT, a quali- de funções. Na avaliação de Veiga, a tendência pode cação técnica dos prossionais está sendo moldada pelo ser percebida quando os repórteres que aparecem no próprio mercado. Como a utilização do equipamento vídeo também se interessam pelo funcionamento do digital já está difundida entre as principais emissoras equipamento. “Isso acontece com os mais novos, que de TV aberta e nas produtoras, os repórteres-cinemato- destrincham e saem fazendo”, argumenta. O fenômeno pode ser notado com os correspondentes das próprias emismudou a rotina dos profissionais responsáveis pelas soras, que vão ao Exterior imagens do telejornalismo com um kit compacto de camcorder. “Eles fazem tudo, editam e enviam o EVELIZE PACHECO material”, resume JL.

na realização das matérias na rua. “O peso continua o mesmo”, garante. Antonio Mendes, o Ceará, que está no telejornalismo da Rede Record há 15 anos e trabalha há mais de três décadas como prossional de imagem, reforça que a tecnologia digital trouxe qualidade para o produto nal e facilitou o cotidiano dos prossionais. Outras vantagens apontadas por ele são os recursos que a câmera digital oferece, como a conferência na hora das imagens captadas. “Não precisa voltar a ta para conferir a gravação”, ressalta. “O menu avançado permite correções de luz e cor no ato. Podemos mudar na hora para melhorar a imagem quem estiver na frente da câmera”. As imagens externas da Record, que trabalha há pelo menos cinco anos com as câmeras digitais, são gravadas em discos, que são levados às ilhas de edição. Ceará arma também que não houve nenhuma alteração na rotina de trabalho com os novos equipamentos. “A gente alterna o equipamento, porque há praças onde não existem ilhas (de edição) para trabalhar as imagens digitais”, explica. Por apresentar mais comandos de ajustes quanto à formatação e captação de imagens, as câmeras usadas pelos repórteres-cinematográcos nas matérias jornalísticas exigem mais estudo. “Há uma modicação na qualicação dos prossionais”, reconhece Veiga. “Os

equipamentos têm recursos de produção que solicitam um conhecimento mais especíco”, completa. Estas câmeras, por exemplo, são mais sensíveis à luz, o que exige do operador um traquejo mais apurado para regular o equipamento e não dar “estouros” na captação da imagem. “A HDCam é tão sensível que se o prossional mexer um pouco no foco, já dá para perceber no rosto do entrevistado ou do repórter”, explica. Além de entender como funciona a iluminação, o operador deve compreender como corrigir eventuais falhas num menu (painel de comandos) com ajustes programáveis. Segundo os repórteres-cinematográcos ouvidos pelo jornal Unidade, existe um treinamento que é dado pelas emissoras assim que as câmeras são adquiridas. Estas aulas mostram o funcionamento padrão e são ministradas pelos fabricantes. Depois, o aperfeiçoamento das técnicas acontece na troca de informação e na boa e velha prática de colocar a mão na massa. No SBT, as câmeras são programadas pelos engenheiros para permitir aos prossionais que usem um certo número de recursos quanto à iluminação e aos efeitos visuais. As câmeras foram adquiridas há dois anos, quando Silvio Santos reformulou a estrutura de jornalismo da emissora. Os equipamentos faziam parte do pacote de inovação no setor, com as matérias

grácos são contratados pelo conhecimento prévio. Frila há dois anos numa grande emissora de São Paulo, o repórter cinematográfico que preferiu se identicar apenas como MC revela que nesta emissora foram realizados cursos sobre iluminação para auxiliar no trabalho cotidiano. “Lá trabalhamos a iluminação para não atrapalhar a imagem”, informa. Outro repórter-cinematográco que prefere car no anonimato e que trabalha na Rede TV! explica que a emissora usa as câmeras digitais em praticamente todo o material produzido na casa, seja jornalismo ou em programas de entretenimento. Mas segundo ele, não há um treinamento especíco para a utilização dos equipamentos. Ou seja, os prossionais aprendem na raça mesmo. Equipes mantidas até agora O acúmulo de funções, sentido intensamente pelos repórteres-fotográcos com a somatória registro e edição de imagens permitidas pelas máquinas digitais, aparentemente ainda não atingiu as equipes de TV, pelo menos na Capital. Nas retransmissoras do Interior, muitas vezes as funções já estão acumuladas, com repórteres assumindo o papel de motorista – basta lembrar o caso de Bruno Kaufmann, morto em um acidente de trânsito, em 2004, ao conduzir um

Mercado para frilas nas produtoras Essa agilidade e mobilidade também abrem portas aqui no Brasil, com a atuação das produtoras independentes, que criam e vendem material jornalístico para as grandes emissoras e para o mercado de TV por assinatura ou UHF. Muitos repórteres-cinematográcos investem em seus próprios equipamentos para prestar serviços como frilas nestas produtoras. No entanto, neste segmento há uma prática de rebaixamento da remuneração pelos trabalhos, em função da grande oferta de mão-de-obra, principalmente de estagiários, que substituem os prossionais mais experientes. O presidente da Associação dos Repórteres Fotográcos e Cinematográcos de São Paulo (Arfoc-SP) e diretor de Comunicação do Sindicato dos Jornalistas, Rubens Chiri, lembra que há uma tabela de referência para free lancers, inclusive para reportagem cinematográca – com ou sem uso de equipamento próprio –, que serve de base para a realização de trabalhos eventuais. “Quem pode garantir o respeito a esta tabela é o próprio prossional. O que as entidades podem fazer é dar orientação aos prossionais e assistência jurídica em caso de conito com as empresas contratantes”, informa Chiri.

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Geral MARÇO/2008

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Lei de Imprensa volta ao debate

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plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no último dia 27 de fevereiro, por maioria de votos, apoiar a medida cautelar (liminar) concedida pelo ministro Carlos Ayres Britto, que suspende a vigência de uma série de artigos da Lei de Imprensa (Lei 5.250, de 1967). Foi estabelecido ainda que, no prazo de seis meses, o STF votará em denitivo o mérito da argüição de Preceito Fundamental (ADPF) nº 130, apresentada pelo deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), argumentando que a Lei de Imprensa fere dispositivos da Constituição. A decisão do Supremo, entre outras medidas, exclui a aplicação dos artigos 20, 21 e 22 da Lei de Imprensa, que tratam dos crimes de injúria, calúnia e difamação contra jornalistas no exer-

cício da prossão ou contra empresa de comunicação. O presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, José Augusto Camargo, avalia como positiva a decisão tomada pelo STF. No entanto, ressalta que é necessária uma regulação diferente, que venha ao encontro do regime democrático no País. Guto lembra que a luta pelo m da Lei de Imprensa, instituída em 1967 pelo regime militar como um cala-boca aos jornalistas e aos meios de comunicação, é bandeira que as entidades da categoria e da sociedade civil empunham desde aquela época. Na avaliação da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), a ação teve o mérito de recolocar o debate sobre a legislação dos jornalistas na agenda nacional, mas se mostrou equivocada ao

propor a extinção da totalidade da Lei de Imprensa. Para o diretor da FENAJ, José Carlos Torves, o impacto das medidas na atualidade é pequeno. “A maioria dos processos contra os jornalistas e veículos nos últimos tempos é baseada no Código Penal ou no Código Civil”, diz. Mas Torves acha que a pura e simples extinção da atual lei colocaria os processos contra os jornalistas no rol de crimes comuns. “Acreditamos que não podemos entrar nesse patamar”, destaca. A FENAJ defende a aprovação do Projeto de Lei nº 3.232/92, que estabelece uma nova Lei de Imprensa, e está com tramitação paralisada no Senado Federal desde 1997. Para a entidade, a proposta atende à conjuntura atual das relações dos veículos de comunicação e jornalistas com a sociedade. A mesma

posição é defendida por Guto Camargo. “Não se trata apenas de extinguir a lei em vigor. É preciso criar um novo marco regulatório que respalde os jornalistas em sua função de informar a sociedade”, arma, ressaltando ainda que este tema deve ser conduzido pelos parlamentares, e não pelo poder judiciário. Referendado pelos jornalistas no 32º Congresso Nacional da categoria, realizado em Ouro Preto, em 2006, o PL 3.232/92 é considerado o mais democratizante quanto aos delitos de imprensa. Ele contempla avanços como a agilização do Direito de Resposta, a pluralidade de versões em matéria controversa, o direito do jornalista não assinar uma matéria que tenha sofrido modicações no processo de edição e a responsabilização dos veículos de comunicação em casos de infrações.

Como uma das atividades que marcarão o Dia do Jornalista (7 de abril) e o aniversário do Sindicato dos Jornalistas Prossionais no Estado de São Paulo (15 de abril), será realizado em abril e maio o 1º Seminário sobre a Lei Rouanet, com o objetivo de proporcionar aos jornalistas, produtores culturais e interessados a possibilidade de formatar seus próprios projetos. A iniciativa é do Sindicato, em parceria com a Uniban Brasil e a Canal Projetos e Produções. As aulas, gratuitas, serão ministradas aos sábados, das 9h às 13h, nos dias 5, 12 e 26 de abril e 10 e 17 de maio. Para obter a inscrição é necessária a apresentação de uma proposta de projeto a ser formatado durante o Seminário. As propostas serão analisadas por uma comissão especial criada para esta nalidade. A inscrição deverá ser feita por meio de formulário disponível no site do Sindicato (www.jornalistasp.org.br). O Seminário será ministrado por Fábio Cesnik, autor dos livros Globalização da Cultura e Guia de Incentivo à Cultura;

José Mauricio Fittipaldi, professor assistente da PUC e especialista em leis de incentivo à cultura; Melissa Mendonça, advogada, especialista na área; João Scortecci, escritor e editor, co-autor do Guia do Prossional do Livro; Maria Esther Mendes Perfetti, bibliotecônoma e especialista em gerência de serviços de informação e co-autora do Guia do Prossional do Livro; e Paulo Pélico, dramaturgo, produtor de teatro e cinema. Além das aulas, o Seminário terá ocinas para formatação de projetos e apresentação de cases. Os projetos apresentados durante o Seminário serão acompanhados por uma Comissão integrada pelo Sindicato dos Jornalistas e Uniban Brasil, no processo de encaminhamento para obtenção dos recursos da isenção scal (Lei Rouanet e outras). Esse processo estará disponível em blog criado especialmente para essa nalidade. O Seminário será realizado no auditório da unidade Vila Mariana da Uniban, Rua Afonso Celso, 235 – São Paulo/SP. Mais informações com o Departamento de Formação do Sindicato, pelo telefone (11) 3217-6299.

José Augusto Cíndio

Sindicato promove Seminário sobre Lei Rouanet

101 anos – O jornalista Eduardo Sucupira Filho completou 101 anos no último dia 20 de fevereiro. Para homenagear a longevidade e brindar a lucidez deste repórter que começou na carreira em 1936, a Associação dos Jornalistas Aposentados e o Sindicato reuniram no auditório Vladimir Herzog várias gerações de profissionais, numa festa completa de aniversário. Sucupira Filho recebeu uma placa

das entidades (foto) e retribuiu relembrando momentos marcantes de sua carreira, como a primeira reportagem, feita para o jornal O Diário, de Santos. Durante sua longa trajetória, o jornalista participou ativamente da campanha internacional pela paz, promovida após a 2ª Guerra Mundial por entidades de esquerda, e do movimento nacionalista “O Petróleo é Nosso”, que resultou na criação da Petrobrás.

12º Congresso Estadual dos Jornalistas 200 anos da Imprensa no Brasil (1808 – 2008)

Da pena à era digital

30, 31 de maio e 1º de junho de 2008 São José do Rio Preto

Inscrições abertas Informações: congresso.estadual@sjsp.org.br (11) 3217-6298


Moagem MARÇO/2008

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Por Eduardo Ribeiro

O VAIVÉM DO MERCADO

O Moagem deste mês comemora 17 anos de vida e as comemorações, como sempre, são feitas com muita informação, como poderá ser conferido nestas próximas três páginas do jornal. Entre os destaques, o lançamento de Época São Paulo, o retorno do Aqui Agora ao SBT e a reestruturação da Folha Universal, jornal semanal da Igreja Universal. Boa leitura! z A editora Marta Barbosa foi conr-

REVISTA zChega ao mercado em maio Época São Paulo, com periodicidade mensal. Será dirigida por Alexandre Maron, que tocava a Monet (customizada da Net). Integram a equipe Ailin Aleixo (ex-Quem), no roteiro; Carla Gullo (ex-customizadas) nas reportagens; Luciana Obniski (ex-Quem), no site; e Marcelo Furquim, no design. z Dirigida por Mário Marinho e Sílvio Natacci, chegou às bancas a revista semanal de futebol, Show de Bola, da Editora Online. Estão na equipe os repórteres Alberto Chammas, Camilla Godatti, Custódio Dias, Felipe Piccoli, Noelli Ruas Picado, Ricardo César Datrino e Thiago Almeida. O telefone da editora é 11-3393-7700. zApós nove meses como redator-chefe de Bravo, João Gabriel de Lima foi promovido a diretor de Redação. zJosé Augusto Duarte Bezerra passou a editor-chefe da revista Globo Rural, na vaga de Paulo Soares, que se mudou com a família para a Inglaterra. Tostão, como os amigos o chamam, era repórter especial da revista, mas também atuava na edição. zSérgio Lírio é agora redator-chefe da Carta Capital. Ainda por lá, a sub Cynara Menezes foi transferida para Brasília e no lugar dela entrou Luiz Cintra (ex-Folha de S.Paulo e Foco). zTiago Maranhão deixou o iG e começou na Internacional de Exame. Entrou na vaga de Gustavo Poloni, que foi para Época Negócios. z Maurício Barros deixou Placar e foi para Vip. No lugar dele, entrou Jonas Oliveira, vindo de Quatro Rodas.

mada como nova redatora-chefe da Prazeres da Mesa. z Eduardo Hiroshi (ex-Agora SP) começou como repórter da Car and Driver Brasil, da Editora Escala. z Ana Carolina Soares, que assessorou até o nal de janeiro a cantora Wanessa Camargo, é a nova repórter especial de IstoÉ Gente. Outra novidade por lá é a chegada de Marina Monzillo, na editoria de Diversão e Arte, no lugar de Mariane Morisawa, que saiu. z Em IstoÉ, registro para a chegada de Débora Crivelaro, como editora de Comportamento. z Eduardo Arraia está de volta à Planeta, como editor. z Fabian Chacur (fabianchacur@uol. com.br) deixou a NBO Editora. z Tatiana Bautzer, que vinha atuando como repórter especial desde que regressou, em 2006, dos EUA, é a nova editora da ValorInveste. z Flávia Yuri e Fábio Barros começaram como editores-assistentes na ComputerWorld. z Elaine Cotta começou como editora de Economia e Negócios da Revista da Semana, da Abril, no lugar de Dárcio Oliveira, que foi para Época Negócios.

JORNAL A editora do Jornal do Carro, Lúciaz Camargo Nunes, passou a editora-executiva do Jornal da Tarde. Para a vaga dela no JC subiu o editor-assistente Tião Oliveira e, para o dele, Rafaela Borges, que era repórter. Deixou o

Jornal do Carro o repórter Fabrício Migues, em direção à AutoEsporte, na vaga de Ulisses Cavalcante, que assumiu o caderno Máquina, do Agora São Paulo. z Celso Fonseca (ex-Estadão e portal Terra) assumiu a Chea de Redação da Folha Universal, recebendo a missão de reestruturá-la. A Folha Universal é semanal, tem uma tiragem de 2,3 milhões e é distribuída nos templos da Igreja Universal. Com ele, chegaram para a equipe os subeditores Felipe Gil Santos e Lygia Rebello; os repórteres Daniel Santini, Juliana Vilas, Andréia Miramontes, Guilherme Bryan e Marília Melhado; e o diretor de Arte Wágner Silva. z A produção editorial dos cadernos de automóveis dos três jornais da Infoglobo (O Globo e Extra, no Rio, e Diário de S.Paulo) passou a ser feita no Rio por um núcleo liderado por Jason Vogel. Com a mudança, Ricardo Couto, que editava o caderno Automóveis do Diário, agora cuida das matérias de caráter local, serviços e testes, junto com o repórter Fernando Pedroso. A sub Glenda Pereira foi para a editoria de Brasil/Mundo (na vaga de Júlio Barros, que viajou para Dublin, Irlanda, para temporada de estudos), e a repórter Laurimar Coelho seguiu para a Economia. Deixaram o jornal Marcelo Bartholomei (Barthô) e Fernando Irribarra. zAdriana Küchler é a nova correspondente-bolsista da Folha de S.Paulo em Buenos Aires, em substituição a Rodrigo Rötzsch, que está de volta a São Paulo. Para a vaga que ela ocupava na Revista da Folha, entrou Maeli Prado, repórter do caderno Dinheiro. Ainda por lá, registro

para a chegada de Luis Kawaguti, como repórter de Cotidiano/Polícia. zAinda na Folha, já estão encaminhados os últimos integrantes do programa de treinamento coordenado por Ana Estela de Sousa Pinto: atuam como repórteres Talita Bedinelli, na Agência; Ricardo Sangiovanni e Karin Blikstad, em Cotidiano; Ricardo Viel, em Esporte; Marina Gazzoni, em Dinheiro; e Felipe Modenese, em Cotidiano da Folha Online. Pablo Solano está frilando para os Suplementos e Paulo Henrique Rodrigues atua na Ilustrada. zRenata Gallo, do caderno TV & Lazer, deixou o Grupo Estado para se dedicar a projetos pessoais. Diego Zanchetta começou no jornal, no caderno Metrópole, no lugar de Alexssander Soares, que se transferiu para a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde. z Augusto Nunes é o titular da coluna Resumo da Ópera publicada às 2ªs. feiras na Gazeta Mercantil e que estreou em fevereiro. Ainda por lá, registro para a chegada de Edilson Coelho como editor de Administração e Serviços, no lugar da Tânia Nogueira, que foi para o Valor Econômico. zÉrica Polo está de volta ao DCI, agora na editoria de Agronegócios. Foi contratada para o lugar de Luciana Villar, que está agora no Canal Rural. z Marcos Sérgio Silva, editor-assistente do Agora, deixou o jornal para ser editor do site Última Instância. Giovanna Ballogh é a nova pauteira de Cidades do jornal. zRita Cirne despediu-se do DCI, onde era editora dos sites DCI On Line e Panorama Brasil e também da página de Opinião.

Se você mudou de trabalho, vai lançar um livro, abrir um bar, realizar qualquer atividade que seja do interesse dos coleguinhas, não deixe de nos informar. Anote aí o e-mail: eduribeiro@jornalistasecia.com.br


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Moagem UNIDADE

zFábio Galib, da editoria de Música do Guia do Estadão/Divirta-se do JT, foi para Veja, no núcleo Veja Cidades. No lugar dele ficou o repórter Caio Quero, que já era da equipe e cobria música clássica. Ainda por lá, Pedro França entrou para as seções Balada, Sesc-lândia e núcleo de reportagem de capa.

TELEVISÃO

z Março marca a reestréia do Aqui Agora, telejornal popular que fez história nos anos 1990 e que o SBT reedita sob o comando do mesmo Albino Castro que o dirigiu naquele período. Na equipe, estão o editor-chefe Dacio Nitrini, as editoras Selma Severo Lins, Giovanna Botti e Valentina Menezes, o chefe de Redação Clóvis Santos, o de Pauta, Paulo Roberto Leandro, os repórteres Celso Russomano, João Leite Neto, Magdalena Bonglioli, Luiz Ceará, Sérgio Frias, Herbert de Souza, Luiz Guerreiro e Eric Klein, e a assistente de Chea de Reportagem Tatiana Soledade. O telefone de contato com a Chea de Reportagem é 11-3687-3317. zCarlos Eduardo Lins da Silva estreou no Roda Viva (TV Cultura), ali sucedendo Paulo Markun, que deixou o programa para se dedicar integralmente à Presidência da Fundação Padre Anchieta. Carlos Eduardo (ex-Valor Econômico) vem de quatro anos de atuação como diretor da Patri Políticas Públicas. Ainda na Cultura, Carlos Taquari, editor-chefe do Opinião Nacional, e Sérgio Galvão Cunha, editor do mesmo programa, assumiram novas funções. Taquari passou a editorexecutivo do Jornal da Cultura e Sérgio, a editor da faixa Vida Sustentável, que inclui os programas Balanço Social, Ação Consciente e Planeta Cidade. z Carla Simões, da Bloomberg TV, foi transferida para Brasília, com a missão de cobrir ministérios e Banco Central. z João Alves, editor sênior da BandNews TV, foi para o SBT. Na vaga dele, entrou Mônica José, que era editoraexecutiva do SP Acontece, da Band.

RÁDIO zFilomena Salemme mudou de cargo na Eldorado: de chefe de Redação passou a editora-chefe, no lugar de Sérgio Santos, que deixou a emissora após seis anos de casa. Outra que se despediu foi Neila Carvalho, que foi para a TV Brasil, canal da Rede de TV Pública. zLeandro Andrade (ex-Eldorado, onde

MARÇO/2008 esteve por quase dez anos) começou como repórter da Jovem Pan AM. zNewton Flora prepara-se para voltar ao rádio, pelo sistema digital, com o seu De olho na notícia, que deixou a Trianon em agosto de 2006. Na tevê, o programa é apresentado todas as 5ªs.feiras, das 13h30 às 14h30 na TV-Aberta São Paulo (ex-Canal Comunitário) e também aos sábados, das 22 às 22h30, pelos canais 9 da NET e 72/99 da TVA. O e-mail da produtora dele é nfcomunicacoes@ uol.com.br.

AGÊNCIA zFátima Cardoso deixou o dia-a-dia da Agência Estado e passou a assinar a coluna Negócios Sustentáveis, para a empresa.

INTERNET zÀ frente da revista eletrônica Terra Magazine desde abril de 2006, Bob Fernandes passou a editor-chefe da publicação para toda a América Latina. zIsabelle Moreira Lima despediu-se da coluna Mercado Aberto, da Folha de S.Paulo, e começou como sub de Política do portal G1. zNa Folha Online, Gabriela Quintella, que frilava para o site nos ns de semana, é a nova redatora de homepage, e Thiago Faria, vindo da assessoria da Sabesp, em Itatiba, é o novo repórter de Ciência e Tecnologia. Registro ainda para chegada de Marcel Gugone, como redator da madrugada, e para a saída de Patrícia Dantas, na Ilustrada, que foi para a Irlanda. zEugênio Bucci e Gabriel Priolli passaram em janeiro a colaboradores xos do Observatório da Imprensa (http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br). Bucci tem agora colaborações quinzenais e Priolli escreve todas as semanas. zO portal Veja São Paulo (www. vejasaopaulo.com.br) colocou no ar o Blog da Vejinha e o Blog Paulistânia. No primeiro, quem fala são os jornalistas da revista. No Paulistânia, a equipe do site. Os dois blogs analisam a rotina de São Paulo, e neles seus autores conversam com os leitores, reclamam do que não funciona na cidade, recomendam o que há de bom, comentam notícias de última hora e tratam dos bastidores de suas reportagens. O portal é editado por Viviane Zandonadi. zPaulo Moreira Leite deixou a Comunicação do Governo Serra e começou no Último Segundo (iG), onde também manterá um blog.

INTERIOR

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LITORAL

zJorge Soufen Júnior deixou a sucursal da Folha de S.Paulo em Ribeirão Preto e começou no Agora São Paulo, na editoria de Cotidiano. z Paulo Henrique Ferreira deixou a Accenda, grupo de serviços de marketing e comunicação de Campinas, para ser o novo gerente de Produto do LanceNet e foi substituído por Wagner Zambon Faneco (wagner.faneco@ accenda.com.br), que assume como gerente-executivo. zJorge Machado é o novo repórter cinematográco do programa Gente que é Manchete, da TV Santa Cecília, da Baixada Santista. z O repórter fotográco Fred Casagrande deixou o litoral de São Paulo, onde fotografava para a Prefeitura Municipal de Praia Grande, e foi para a redação do Comércio de Franca.

ASSESSORIA z Valter Brunner assumiu a Diretoria de Assuntos Corporativos para a América Latina da Syngenta, multinacional que atua no mercado de agribusiness. z Roberto Baraldi deixou a Brazil Now e a capital paulista para integrar-se à equipe de imprensa do Grupo Fiat no Brasil, em Minas. Seus novos contatos são: roberto.baraldi@grupoat.com.br e 31-2123-7410 / 2123-7702. z Márcia Magno deixou o Boticário,

em São José dos Pinhais (PR) para assumir a Diretoria de Comunicação e Responsabilidade Social das empresas do Grupo AES no Brasil, em São Paulo. z Antenor Braido aceitou convite da ex-deputada Zulaiê Cobra Ribeiro e será o coordenador de comunicação da campanha dela à Prefeitura de São Paulo pelo PHS. O e-mail dele é antebraido@uol.com.br. z Ana Luiza Silveira, Ana Paula Roldão e Paulo de Alencar começaram na Press à Porter, de Cláudia Reis, nas equipes dos núcleos de saúde, consumo e negócios. z Ana Carolina Podio Pimentel Pinto está agora como coordenadora de Comunicação Institucional da Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado). z Silvio Bressan é o novo diretor da S/A Comunicação. Ali foi para dirigir as contas de Governo e coordenar as campanhas políticas que a agência fará. zAna Luisa Oliveira assumiu a Coordenação Executiva da Rede Inform, onde havia trabalhado no início de carreira. zAna Paula Barboza, promovida, assumiu a recém-criada Diretoria de Assuntos Corporativos da Abbott. zRoque Freitas deixou a Coordenadoria de Comunicação Corporativa da Fundação Padre Anchieta e foi participar do processo de união das estruturas de jornalismo das rádios AM/FM, da tevê e da internet. Com a saída dele, assumiu a Gerência de Comunicação

PESSOAIS zPedro Venceslau, editor da

z José Nello Marques assumiu

revista Imprensa, pode agora também ser lido no blogdovenceslau. blogspot.com. zBruno Marnati, repórter da Agência Estado, também virou blogueiro e escreve sobre política internacional. Pode ser conferido no bmarfinati. blogspot.com. z O professor Carlos Chaparro decidiu incluir vídeo no blog O Xis da Questão. Quem quiser conferir, o endereço é www.oxisdaquestao.com.br. z Cláudio Amaral pôs no ar dois blogs. No primeiro, o Blog do Cláudio Amaral (blogdoclaudioamaral.blogspot.com), está postando todos os seus textos. No outro, Aos Estudantes de Jornalismo (aosestudantesdejornalismo.blogspot.com), relata suas experiências como prossional.

a coordenação do curso de Comunicação Social das Faculdades Integradas Torriccelli, de Guarulhos. Paralelamente, continua com seu trabalho na Rádio USP FM (93,7). z Alda Martinelli, hoje dedicandose exclusivamente à atividade de terapia corporal, vai escrever um livro sobre o tema, focado em yogamassagem ayurvédica. Ela atende no 11-9962-5670. z Nildo Carlos Oliveira está escrevendo o Livro dos Ofícios, contando histórias dos ofícios que desapareceram ou vão desaparecer por conta da industrialização e da globalização, e o livro Medo, este com 30 histórias sobre a manifestação do medo urbano em diversos personagens, em circunstâncias várias.


Moagem MARÇO/2008 Corporativa da FPA Denise Pragana.

z Marcel Dellabarba (ex-Edelman) começou na assessoria de imprensa da Delphi Automotive, no lugar de João Veloso, que foi para a assessoria da Fiat. zFernando Busian (ex-Defesa Civil da Prefeitura de São Paulo) deixou o Agora São Paulo e começou na SP4, coordenando as contas de Abrace, Abel e Andeade & Canellas Consultoria. z Começaram na RP1 Aline Tieppo, Carolina Botelho, Luiza Franco e Viviane Genonadio. z Roberta Corbioli deixou a Gerência de Comunicação Corporativa da Gol e da Varig, que coordenava desde agosto de 2006. z João Fábio Caminoto, que regressou recentemente de Londres, despediu-se da Agência Estado e começou como diretor na Andreoli/MS&L. z Regina Rebello assumiu a recémcriada Gerência de Comunicação e Assessoria de Imprensa da Parmalat. z Daniel Marinho deixou a Imagem Corporativa e começou na Comunicação Corporativa do Carrefour. zGuilherme Testa está agora na imprensa institucional da Volkswagen, na equipe de Ieda Passos.

TELEGRÁFICAS z Luís Nassif abriu suas baterias contra

a Veja e começou a publicar no nal de janeiro, em seu blog, no iG, uma série de artigos em que acusa a cúpula editorial da revista de usar suas páginas para defender interesses de determinados grupos empresariais (entre eles, Daniel Dantas). Por conta disso, está sendo processado pelo diretor de Redação, Eurípedes Alcântara, o redator-chefe, Mario Sabino, e o titular da coluna Radar, Lauro Jardim, além da própria Editora Abril. Ao entrar na briga, Nassif postou: “Não será um desao fácil. Estaremos enfrentando

UNIDADE o esquema mais barra-pesada que apareceu na imprensa brasileira nas últimas décadas. E montado em cima de um tanque de guerra: uma publicação com mais de um milhão de exemplares”. z Já está no mercado o anuário Análise Saúde, da Análise Editorial, com os mais admirados da Medicina. O trabalho foi coordenado pelo editor Alexandre Secco e pela editora-assistente Ana Paula Marques. z O Diário do Povo, de Campinas, estreou novo projeto gráco e editorial, de autoria do estúdio espanhol Cases y Associats, de Barcelona, que, no Brasil, já fez trabalhos para Lance, Estadão e Correio Popular, também da RAC, entre outros. Os jornais Gazeta de Ribeirão e Gazeta de Piracicaba, que integram a rede e têm o mesmo projeto gráco do Diário do Povo, também vão passar por reformulação. z O Jornal de Limeira conta com um blog alimentado pela redação (www.jornaldelimeira.blogspot.com) para o debate de idéias e troca de informações. O espaço está aberto para os leitores enviarem opiniões e sugestões de reportagens. z Outro que aposta na interatividade é a Tribuna Impressa, de Araraquara, que implantou em seu site (www.tribunaimpressa.com.br) um sistema pelo qual os internautas podem enviar denúncias, vídeos, fotos e sugerir notícias. z Já chegou às bancas a bimestral Fotografe: Técnica&Prática, lhote da Fotografe Melhor, ambas da editora Europa. Dirigida por Sérgio Branco, as publicações têm ainda na equipe os repórteres Érico Elias e Lívia Capelli. z Também está nas bancas a edição inaugural da Car Magazine Brasil, do Grupo Metromidia, de César Foffá. A direção é de Heymar Lopes Nunes, com o apoio de Carlos Guimarães e Jairo Morelli.

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REGISTRO

LIVROS

zVítima de um infarto, faleceu, em

z Mouzar Benedito e José Luiz No-

4 de março, o jornalista Mário Leme Galvão, aos 64 anos. Ele era diretor de Comunicação da Prefeitura de São José dos Campos. Antes, havia sido assessor de comunicação da Embraer, Infraero, Inpe e Vasp. zFaleceu, aos 58 anos, em Santos, vítima de infarto, Onofre Miranda. Proprietário do jornal Sinal Livre, em Guarulhos, ele também apresentava o Panorama Esportivo nas rádios Alternativa FM e Cumbica AM, além de colaborar com o RBN Notícias, da Rádio Boa Nova. zTambém em Santos, faleceu Hélio Schiavon, editor do caderno Jornal Motor de A Tribuna, aos 66 anos, vítima de acidente vascular cerebral. zFaleceu no dia 26 de janeiro, vítima de encefalite, depois de permanecer um mês em coma, Augusto Peixoto, 42 anos, que integrava a equipe da WN&P Comunicação. No início da carreira, trabalhou como repórter da TV Globo de Salvador, sua cidade natal, e depois na sucursal da emissora em Campinas, até se transferir para São Paulo. Na capital paulista, foi assessor de comunicação da TV Cultura por sete anos. Também trabalhou na Companhia da Informação e ultimamente atendeu na WN&P a conta do Hospital Sírio-Libanês. z Marco Aurélio Guimarães, o Jangada, que morou e atuou em São Paulo nos anos 1970, na revista Placar, morreu, aos 75 anos, de falência múltipla dos órgãos, no Rio de Janeiro, sua terra natal. Ele era coordenador de Redação no Jornal do Commercio, onde estava desde 1988. zFaleceu, em Araçatuba, Líbero Bezerra de Lima, o Belô, aos 75 anos, vítima de problemas coronários. Belô foi assessor de imprensa da Prefeitura de Araçatuba entre 1989 e 1992 e de 1997 a 2000.

gueira Ohi, a impagável dupla de texto e ilustração, acabam de lançar Roendo o Osso (Publisher), com o personagem canino lançado em 1992 no jornal Brasil Agora e que, depois, ocupou espaço em outras publicações. z A revista Imprensa lançou Vintenário – Duas décadas de Imprensa em revista, com as principais passagens das suas 237 edições, publicadas desde 1987. A organização da obra, é do diretor editorial da revista, Rodrigo Manzano, com ilustrações de Leo Martins. zUma coletânea de artigos escritos por Celso Pinto em mais de 20 anos foram reunidas no livro Os desaos do crescimento – Dos militares a Lula. Celso lançou e dirigiu o Valor Econômico até 2002, quando teve uma parada cardiorrespiratória, que o impediu de continuar trabalhando. z Também foi lançado o livro Jacarta, Indonésia, de Josué Maranhão. Na obra, ele relata a sua experiência de viver em um local tão diferente do Brasil. Atualmente, Maranhão vive em Boston (EUA) e é colaborador do site Última Instância. Mais informações no www.alamedaeditorial.com.br/jacarta-indonesia. z Luís Joly e Paulo Franco, dois dos autores do best-seller Chaves: Foi sem querer querendo?, lançam a 2ª edição de Os Adoráveis Trapalhões (Matrix), que conta a história do grupo humorístico liderado por Renato Aragão. z João Marcos Rainho lançou, pela Summus Editorial, Jornalismo freelance – Empreendedorismo na comunicação, que mostra as peculiaridades e os obstáculos que aguardam o prossional que se aventura em uma carreira independente.


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Geral UNIDADE

A adesão dos jornalistas de São Paulo ao plano de previdência privada FenajPrev está sendo debatida na categoria. Aqui, Unidade publica opiniões a favor e contra o plano. A data da assembléia que deliberará sobre a adesão ao plano será divulgada pelo Sindicato em breve.

Cursos de formação O Departamento de Formação do Sindicato dos Jornalistas está com inscrições abertas para cursos e ocinas. Informações completas podem ser obtidas pelos telefones (11) 3217-6299 e 3217-6296, e-mail cursos@sjsp.org.br ou pelo site www.jornalistasp.org.br. Ocina de Press Release Período: 29 de março e 05 de abril, das 9h00 às 13h00 Docente: Marli dos Santos Local: UNICID – Universidade Cidade de São Paulo (rua Cesário Galeno, 448/475 - Metrô Carrão) Introdução à Assessoria de Imprensa – Módulo Básico Período: 08 de abril a 13 de maio, às terças e quintas, das 19h30 às 22h30 Docente: Walmir de Medeiros Lima Local: Ação Educativa (Rua General Jardim, 660 – Vila Buarque - Metrô Santa Cecília) Redação Jornalística Período: 12 de abril a 07 de junho, aos sábados, das 9h00 às 14h00 Docente: Cibele Buoro Local: UNICID – Universidade Cidade de São Paulo (rua Cesário Galeno, 448/475 - Metrô Carrão) Política, Cultura e Comunicação Período: 12 de abril a 17 de maio, aos sábados, das 9h00 às 14h00 Docente: Marcos Horácio Gomes Dias Local: Ação Educativa (Rua General Jardim, 660 – Vila Buarque - Metrô Santa Cecília)

MARÇO/2008

FenajPrev: vamos com isso, que o tempo está passando! FRED GHEDINI * ou a favor de um plano de previdência complementar para os jornalistas brasileiros porque a previdência pública não garante um ganho decente na aposentadoria. Entre as opções que nos restam, ou seja, servir-se da aposentadoria dos bancos e seguradoras ou contratar uma administradora para um plano especíco, eu prero esta última, pelo simples e bom motivo de que ela rende mais para os participantes. É uma questão de bom senso. O argumento mais usado pelos que são contra é que essa é uma forma de se arrefecer a luta por uma aposentadoria pública melhor. Só que eu não acho que as piores condições de sobrevivência dos jornalistas mais velhos possam contribuir em absoluto para termos uma aposentadoria pública melhor. Depois, argumenta-se que a opção de plano de aposentadoria de contribuição denida “é a pior de todas”. Ora, mas é a única possível para uma situação como a nossa, em que os próprios participantes têm que arcar com a totalidade dos depósitos (o plano prevê a participação das empresas nos casos dos jornalistas empregados, mas isso é uma outra estória). Finalmente, sempre que se volta a esse debate, agita-se diante dos jornalistas o espantalho do Plano de Saúde do Sindicato (PSS). Nesse, caso, escondese que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Está se comparando alhos com bugalhos. No caso do PSS, o Sindicato transformou-se em operadora de saúde e arcou com os riscos de administrar a saúde, o que acabou se mostrando algo inviável. Apanhamos bastante e aprendemos a lição. Já com o FenajPrev, a relação é de cada participante com a administradora. Os sindicatos e a FENAJ não têm qualquer possibilidade de ingerência e também não respondem em qualquer nível por essa administração, que é totalmente prossionalizada. Os sindicatos participantes podem in-

S

dicar representantes no Conselho Gestor do FenajPrev. A nalidade é aumentar a scalização e, portanto, a transparência a respeito de como o dinheiro dos participantes é investido. Não há como interferir diretamente nos investimentos ou obter benefícios para a entidade sindical ou para pessoas determinadas. A gestão do fundo é técnica e a distribuição dos benefícios segue o que estabelece os contratos. Além disso, o fundo criado não tem vínculo com os demais fundos administrados pela Petros.

Previdência), que também declinou. Fizemos vários contatos com entidades e instituições do mercado especíco de administradores de fundos de aposentadoria complementar. Sempre obtivemos boas referências da Petros. Acompanhamos atentamente as matérias divulgadas na imprensa com denúncias sobre os fundos de pensão. Nunca se provou nada que envolvesse diretamente a Petros enquanto administradora de fundos. Após tudo isso, entendemos que era possível seguir adiante.

Processo transparente

Questão cada vez mais crucial

É importante que os jornalistas de São Paulo tenham conhecimento sobre como se deu o processo de criação do FenajPrev. Desde maio de 2003, logo no início da minha segunda gestão como presidente do Sindicato, a diretoria da entidade tem tratado do tema Aposentadoria Complementar. Mas, o processo de implantação do FenajPrev começou efetivamente em março de 2004, na reunião do Conselho de Representantes da Federação ocorrida nos dias 27 e 28, no Rio de Janeiro. Por proposta nossa, de São Paulo, o Conselho aprovou a realização de um seminário e nos encarregou de sua organização. Como presidente do Sindicato, trabalhei pessoalmente com muito a nco para a criação do FenajPrev, sempre com a inestimável ajuda de Nelson Sato, exassessor econômico do Sindicato. Para a realização do seminário, que ocorreu em 23 de abril de 2004, foram convidados os principais bancos, seguradoras e instituições administradoras de planos de aposentadoria complementar, além dos jornalistas interessados em participar. Apesar das correspondências e da insistência, apenas a Petros e Funcef (dos funcionários da Caixa Econômica Federal) responderam e participaram. Depois, ainda, nos reunimos com a administradora ligada ao Banco do Brasil (BB

Hoje, o FenajPrev está em fase nal de aprovação no Conselho de Administração da Petros, para ir posteriormente ao crivo dos órgãos federais responsáveis pela área. Participam, nessa fase, os sindicatos de jornalistas do município do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Maranhão, Rondônia, Tocantins, Goiás e Espírito Santo. Infelizmente o de São Paulo, que mais trabalhou pela existência do FenajPrev, não está entre os primeiros instituidores. Isso porque na assembléia para aprovação da proposta, ocorrida em 14 de julho de 2005, os colegas de oposição compareceram com o intuito de impedir a realização do plano. A quem isso benecia? Pode trazer benefício político imediato a alguns, mas não aos jornalistas em geral. Acho importante que o debate seja feito – por isso sempre demos a máxima divulgação a tudo o que zemos –, mas não vejo argumentos consistentes que possam dizer aos jornalistas de São Paulo que não devemos instituir um plano de aposentadoria complementar. E acho que estamos perdendo tempo em uma questão que vai se tornando cada vez mais crucial na vida de cada um de nós.

* Fred Ghedini é jornalista e foi presidente do Sindicato entre 2000 e 2006.


Geral UNIDADE

MARÇO/2008

Razões para rejeitar o plano FenajPrev PEDRO ESTEVAM POMAR, JOÃO MONTENEGRO E ROGÉRIO MAMÃO GOUVEIA *

O

s jornalistas de São Paulo voltarão a discutir, provavelmente neste mês de março, a proposta, apresentada pela diretoria do Sindicato, de adesão ao plano FenajPrev-Petros de previdência privada. O assunto foi abordado na edição anterior do Unidade (“Previdência privada entra na pauta da categoria”, p. 3). Em junho de 2005, uma assembléia geral da entidade decidiu rejeitar a adesão a esse mesmo plano. Assim, é preciso deixar claro que o retorno dessa pauta deve-se a uma solicitação da FENAJ ao nosso Sindicato. A nova votação ocorreria na assembléia orçamentária realizada em dezembro de 2007, mas foi adiada por um sensato acordo entre diretoria e oposição, permitindo a realização do necessário debate prévio na categoria. Somos contrários ao FenajPrev, ontem como hoje. Acreditamos que sindicatos não devem envolver-se na constituição de planos fechados de previdência. Consideramos também que o Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobrás, não é um parceiro conável. Sabemos que os valores de aposentadorias e pensões hoje pagos pela Previdência Pública, em especial aos trabalhadores do setor privado, são insatisfatórios, quando não vexatórios, porque muito inferiores aos salários recebidos na ativa. Entendemos que é direito do trabalhador (jornalista, no nosso caso) procurar garantir uma renda complementar para reforçar a aposentadoria. Contudo, não é papel do Sindicato oferecer essa alternativa. Aos sindicatos de trabalhadores, e particularmente à Central Única dos Trabalhadores (CUT), cabe lutar para tornar digno o serviço oferecido pelo Estado, no caso a Previdência Pública e Universal. Como legítimos representantes de categorias, devem pressionar sem tréguas o governo para que reveja o teto atual (R$ 2.800 ʊ valor, porém, que ninguém consegue receber!) e passe a pagar aposentadorias

e pensões que sejam condizentes com os salários dos trabalhadores na ativa, além de eliminar o famigerado “fator previdenciário”, redutor aplicado no cálculo dos benefícios. O INSS precisa scalizar as empresas. O Res, perdão aos sonegadores, tem que acabar.

Pior modalidade Ora, neste sentido a proposta de adesão ao FenajPrev é equivocada. A direção da FENAJ dobra-se a uma ilusória “solução” vendida por agentes privados interessados em lucros, no caso o Fundo Petros, e os jornalistas, enquanto categoria formadora de opinião, deixam de jogar qualquer papel relevante na transformação da Previdência Pública. Por outro lado, pesam contra o Petros denúncias graves, inclusive de interferência indevida de administradores federais, no presente governo e nos anteriores. Os funcionários da Petrobrás foram obrigados pelo Petros a migrar em massa do plano de benefício denido, em que o contribuinte sabe quanto receberá, para um plano de contribuição denida, aquele em que ele sabe quanto precisará pagar a cada mês, mas não tem a menor idéia de quanto receberá. Esta questão é crucial: conforme o artigo 47 do Regulamento original, distribuído pela direção do Sindicato em 2005, o FenajPrev será “um plano de benefícios estruturado na modalidade de contribuição denida”. A matéria do Unidade conrma: “O FenajPrev é um plano de contribuição denida”. A contribuição denida é a pior modalidade de fundo de pensões. Tudo é calculado a partir do saldo da conta pessoal. Mas não há qualquer garantia de que este saldo seja igual, por exemplo, às contribuições feitas pelo participante do plano somadas a um rendimento de 6% ao ano, como o que a poupança garante. No Chile e na Argentina, a contribuição denida jogou os aposentados na miséria.

Parcerias indesejáveis A FENAJ convidou 12 fundos privados para o seminário que realizou sobre o tema em 2004. Somente dois compareceram, o que é intrigante. Ademais, não houve empenho em ouvir-se especialistas, pesquisadores acadêmicos e sindicatos do setor da Previdência que sustentam posição crítica relativamente aos planos privados. Como agravante, permite-se que empresas ingressem no plano, como dispõe o artigo 29 do Regulamento atual: “Parágrafo único - O Plano FenajPrev poderá receber também: (...) II - contribuições do Empregador, em favor de seus empregados inscritos como participantes, mediante instrumento contratual especíco (...)”. Parcerias com patrões ameaçam a independência das entidades sindicais. Por exemplo: qual a chance de o nosso Sindicato impetrar uma ação judicial trabalhista contra empresas que contribuam nanceiramente com este plano? Finalmente, o convênio de adesão ao plano exige, na cláusula quarta, item 1.4, que o Sindicato mantenha “estrutura permanente de atendimento aos interessados, participantes e assistidos”. O Unidade informou que serão designados funcionários para cuidar do FenajPrev. A amarga experiência do extinto Plano de Saúde (PSS) nos fez perceber que um envolvimento institucional desse tipo acaba por desviar o Sindicato de sua principal nalidade ʊ liderar a luta por nossos salários e condições de trabalho. Chamamos os colegas a evitar esse prejuízo político e organizativo ao Sindicato, comparecendo à assembléia na data indicada e votando contra a adesão ao FenajPrev/Petros. * Pedro Pomar é editor da Revista Adusp. João Montenegro é chefe de reportagem da TV Globo. Rogério Mamão é assessor do Ipen.

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NOVOS CONVÊNIOS PARA ASSOCIADOS

São Paulo ECA – Escola de Comunicação e Artes/USP Pós- Graduação lato sensu (Especialização) em Mídia, Cultura e Informação. O curso será oferecido pelo núcleo CELACC (Centro de Estudos Latino Americanos sobre Cultura e Comunicação), em parceria com o Sindicato dos Jornalistas, através de uma bolsa de 50%. As vagas são limitadas. Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443 – Bloco 8, Cidade Universitária Informações pelo telefone (11) 3091-4327, e-mail: alunoscelacc@gmail.com ou site http://www.eca.usp. br/nucleos/celacc/. São José dos Campos Colégio Francisco Rosas Travessa Joaquim Freire, 27 - Centro Tel. (12) 3942-7811 Desconto de 14% para Educação Infantil e Fundamental Site: www. colegiofranciscorosas. com. br Psicóloga Michelle Pini Cação Ribeiro Rua Major Francisco de Paula Elias, 427 - Vila Adyana Tel. (12) 3431-3920 Desconto de 50% Salão de Beleza Unissex Luciana Vieira Soares Rua Dolzani Ricardo, 772 Centro Tel. (12) 3027-6639 Desconto de 10% Terapêutica Farmácia de Manipulação Av. Nove de Julho, 273 - Vila Adyana Tel. (12) 3946-6926 Desconto de 10% para pagamentos à vista


Imagem

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MARÇO/2008

HUMOR recheado de detalhes A

s charges e ilustrações de Ricardo Soares são marcadas pelo realismo. A gura humana tem destaque com volume e cores, em traços detalhados. Autodidata convicto, Ricardo segue a linha dos ilustradores que retratam o momento com leveza e bom-humor. Ele destaca como mestres o norte-americano Norman Rockwell, o brasileiríssimo Paulo Caruso e o argentino Benício, dentre outros desenhistas que capturam o momento e criam ícones de uma época. Nascido em São Caetano, no ABC paulista, Ricardo realizou trabalhos para jornais como a Folha de S. Paulo, Diário de S.Paulo, Gazeta Mercantil - neste jornal seu trabalho está na coluna Notas e Nomes e para agências publicitárias. “Trabalhei também para a revista da Federação

dos Empregados do Comércio de São Paulo, fazendo as capas”, destaca. “O ilustrador é uma raça em extinção na imprensa. Parece que os editores esqueceram da importância da ilustração nos jornais e revistas”, dispara. Atualmente ele ilustra cartilhas para ONGs, como uma série que está fazendo sobre as ações do BNDES, além de fazer charges e caricaturas para publicações empresariais. “Também faço performances em feiras e eventos, retratando os convidados”, explica. São áreas alternativas às páginas da grande imprensa, que não aproveita mais os recursos humorísticos da ilustração. “Falta respeito pelo prossional nos jornais e revistas de notícias”, sentencia. Ricardo colaborou também com

ilustrações para o livro É mentira, Chico?, idealizado por Ziraldo – referente aos personagens criados pelo humorista Chico Anysio. Em 2000, participou do movimento Humor pela Cidadania, que promoveu a exposição Corrupto, bota fora!, reunindo Paulo Caruso, a dupla Gepp e Maia, Jal e outros ilustradores, sobre a responsabilidade dos eleitores ao escolherem políticos que surrupiam o dinheiro público. As técnicas usadas por Ricardo são tradicionais: traços a lápis ou caneta, coloridos à mão. Numa era informatizada, ele usa o computador como meio de comunicação para encaminhar os desenhos encomendados e trocar e-mails.

“A base ainda é o papel”, conta. Para conhecer o portfólio de Ricardo - e trocar idéias - basta acessar o site www. studioricardosoares.com.br. (Evelize Pacheco)


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