Destaques desta edição Taekwondo Paulista
A convite da FESPT, o espanhol Ireno Fargas, treinador mais laureado do taekwondo mundial, realiza seminário em São Paulo. Ano III - Nº 12 - R$ 30,00 - € 20,00 – www.revistabudo.com.br
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Judô paulista
Hiroyasu Inoki
A ALMA DO KARATÊ TRADICIONAL
Credenciamento Técnico desta temporada estabelece novos conceitos no ensino e na pratica do judô.
KFSP
COMEMORA JUBILEU DE PRATA
Gata dos Tatamis A gaúcha Manuela Spessatto, faixa preta 3º dan, que integra a seleção brasileira de karatêdô tradicional que disputará o mundial deste ano no Cairo, é a gata dos tatamis desta edição.
Proposta inédita aponta NOVAS POSSIBILIDADES PARA O DESPORTO
FPK
COMEMORA 40 ANOS COM GESTÃO INOVADORA
Nova gestão redimensiona taekwondo paulista
Copa São Paulo ultrapassa fronteiras Informação a serviço do esporte www.revistabudo.com.br
EDITORIAL Editor e diretor Paulo Roberto Pinto de Souza paulobudo@gmail.com
UM NOVO DÔ,
Diretora Executiva Daniela Lemos daniela.lemos@terra.com.br
E UM IMPORTANTE CAMINHO Iniciamos a temporada 2014, que em função das mais variadas conjecturas nos apresenta um mundo de possibilidades nas áreas estrutural, esportiva e política. Em nível de projeto editorial nesta edição finalmente atingimos nossa meta inicial, que era ver grande parte das modalidades de luta na revista Budô, após três anos de muito trabalho. Estamos muito próximos, agora, de atingir a proposta editorial que, acima de tudo, visa a tornar a Budô a principal mídia impressa do segmento dos esportes de luta e combate do Brasil. A partir desta edição nossos leitores poderão desfrutar informações, entrevistas e coberturas dos principais eventos do judô, karatê, taekwondo, kung fu e até mesmo do recém-criado war fighting. No segmento específico do karatê traremos entrevistas e a cobertura dos principais eventos e fatos de três grandes vertentes desta modalidade: CBKT, FPK e FKP. Esperamos em breve disponibilizar material sobre a JKA do Brasil. Com isso estaremos registrando a história e cobrindo os principais eventos das mais importantes entidades desta momentosa modalidade marcial japonesa. No campo político, este ano teremos eleições que definirão os nossos representantes na Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados, Executivos estaduais, Senado e Presidência da República. Nesse sentido estaremos trabalhando de forma contundente para apontar e apoiar os políticos que trabalham verdadeiramente em prol do esporte e fomentam, de alguma forma, a prática esportiva no contexto social do Brasil. Da mesma forma que a arte marcial tem seus princípios, fundamentos e valores, no contexto político precisamos de representantes que sejam dignos de nosso voto. Políticos que sejam honestos, tenham ficha limpa e acima de tudo sejam realmente comprometidos com o desporto. A classe esportiva parece ter acordado de sua profunda letargia política, e começou a eleger representantes em várias câmaras municipais do nosso imenso País. Hoje ve-
mos alguns vereadores, nos milhares municípios brasileiros, representando e lutando pelos interesses da classe esportiva. Temos o registro de nove vereadores com origem esportiva em três Estados do Brasil. Em São Paulo – maior colégio eleitoral do Brasil – temos na cidade de Jaú o karateca Tito Coló; em Santos, o judoca Sadao Nakai, que é presidente da mesa diretora; em Mogi das Cruzes, dois vereadores que saíram dos tatamis: Caio Cunha, do jiu-jitsu, e Marcos Paulo Furlan, presidente da Federação Paulista de Karatê Kyokushin Oyama; em São José dos Campos, o delegado regional do judô paulista, Cláudio Calasans Camargo. Já em São Vicente temos um dos mais expressivos representantes do segmento esportivo na política: o vereador Roberto Rocha, faixa preta 4º dan de karatê, que cumpre seu oitavo mandato e é um dos maiores incentivadores do esporte na região. Na capital temos o campeão olímpico de judô Aurélio Miguel, um parlamentar que tem proporcionado enormes conquistas para a classe esportiva. No Rio Grande do Sul temos o bicampeão mundial de judô João Derli, eleito para seu primeiro mandato em Porto Alegre. No Mato Grosso do Sul temos João Batista da Rocha, que é vice-presidente da CBJ e tem possibilitado grandes avanços a toda classe esportiva sul-mato-grossense. Lentamente os desportistas do nosso País compreenderam a importância de conquistarmos espaço no cenário político, e cabe a nós eleitores separar o joio do trigo, para elegermos representantes que viabilizem as emendas parlamentares que propiciem o crescimento e o avanço de que o desporto carece. Em nossa próxima edição mapearemos os políticos esportistas que desenvolvem projetos na área ou estão comprometidos com nosso crescimento. Contamos com a consciência de cada um de vocês, para elegermos os candidatos que verdadeiramente estejam ao nosso lado, seja no shiai-jo ou nas arenas esportivas.
O Editor
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Conselho Editorial Mauzler Paulinetti Luiz Fernandes Araújo Júnior Rui Marçal José Jantália Flávio Bang Ana Cristina Consoli Redator N. T. Mateus – Mtb 10.864 Repórter Luiz Aquino - Mtb 27.813 Direção de Arte Artur Mendes de Oliveira Assistente de Produção Geisa Guedes Colunistas Anderson Dias de Lima Fernando Malheiros Filho Matheus Luiz Consultores Técnicos Luís Alberto dos Santos – Judô Nelson Santi – Karatê-Dô Guilherme Carollo – Projetos Socioeducativos Pesquisa Celso de Almeida Leite Colaboradores Mário Manzatti – FPJ Valter França – CBJ João Cruz – CBKT Hannah Aires - FSRKT Revisão Nilton Tuna Fotografia Marcelo Kura - Capa Paco Lozano - Europa Paulo Luíz Fischer - São Paulo Marcelo Lopes – São Paulo Cristiane Ishizava – São Paulo Marcos Roberto – Rio de Janeiro Paulo Pinto - Brasil Departamento Comercial Daniela Mendes de Souza Daniela.lemos@terra.com.br Jurídico Débora de Souza Assinatura www.revistabudo.com.br/assine Impressão e Acabamento Gráfica Kaygangue – Palmas (PR) A Revista Budô é uma publicação trimestral da Global Sports Editora. Administração, publicidade e correspondência: Rua Henrique Júlio Berger, 855 – 102 Caçador (SC) - 89500-000 - Fone 49 3563-7333 Distribuição Dirigida Tiragem desta edição 10.000 exemplares Opiniões e conceitos emitidos em matérias assinadas não são de responsabilidade do editor. Direitos Reservados © 2013 - Global Sports Editora Impressa no Brasil - Printed in Brazil www.revistabudo.com.br
SUMÁRIO MATÉRIAS E ENTREVISTAS 42 Hajime! O início do karatê brasileiro! 46 Paulo Wanderley sofre revés internacional 52 O judô é a minha grande paixão! 58 Arbitrar, é uma arte! 74 Motim une e redimensiona Karatê-dô Tradicional 78 Gerson Bortolose Junior - O Rei da Budokan 88 Judô de primeiro mundo 100 Proposta inédita aponta novas possibilidades para o esporte paulista 124 Federação Paulista de Karatê Inova e cria comissão de pais 126 Mesmo com mudança, FPKF deve manter crescimento 158 Sensei Antônio Gomes - uma referência no judô nortista 166 Dentou ou fora dos tatamis, o bom combate continua!
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MATEUS SUGIZAKI: UM GUERREIRO NO ESPORTE E NA VIDA
COMPETIÇÕES E EVENTOS 10 Reunião dos delegados regionais da o pontapé inicial na temporada 32 Seminário Técnico de Arbitragem 38 Copa São Paulo Aspirante Consolida-se no calendário paulista 60 Assembleia da Federação Paulista de Kung Fu aponta nova era nas artes marciais 62 Presença recorde marca Shotyugeiko de Bastos 2014 80 Botucatu sedia 1ª etapa dos Jogos Escolares de São Paulo 92 Seletiva regional de kung fu Etapa Limeira 114 Goshin-dô 2014 Tem recorde de inscritos 128 Limeira sedia Campeonato Paulista de karatê 146 XXI Torneio Estímulo da Bosch ratifica sua tradição no judô paulista 148 Copa São Paulo surpreende mais uma vez 167 I° Torneio da Associação Kyoei de Judô reuni autoridades em Suzano 168 Torneio homenageia colaborador mais antigo do judô de São Paulo
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IRENO FARGAS MINISTRA CURSO EM SÃO PAULO
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CREDENCIAMENTO TÉCNICO 2014 CRIA NOVOS CONCEITOS NA PRATICA E O ENSINO DO JUDÔ
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HIROYASU INOKI - A ALMA DO KARATÊ TRADICIONAL MUNDIAL
SEÇÕES FIXAS 04 Editorial & Expediente 24 Gata dos tatamis - Minha vida acontece nos Tatamis! 50 Ensaio - Centro de gravidade 64 Psicologia Esportiva - A Repetição leva a perfeição? 98 Crônica – Energia Espiritual (Ki) 134 Conceito - Zen do Karatê-Dô 160 Treinamento Esportivo – Tríceps de Campeão
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KARATÊ PAULISTA COMEMORA RENOVAÇÃO
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WAR FIGHTING CRIA NOVO CONCEITO DE COMPETIÇÃO
AQUATRO
KARATÊ PAULISTA COMEMORA RENOVAÇÃO POR N. T. MATEUS
| FOTO BUDÔ PRESS
Ao completar 40 anos, a Federação Paulista de Karatê entra numa nova era de crescimento e valorização da modalidade, graças a uma administração segura e voltada para a capacitação dos professores e maior valorização dos atletas. Os 40 anos da federação Paulista de Karatê merecem ser brindados e festejados. E seu presidente, José Carlos Gomes de Oliveira, o Zeca, está entusiasmado com o crescimento da entidade, que vive uma fase de quase renascimento. “Estamos até pensando em reunir o pessoal mais antigo num jantar ou algo desse tipo”, diz. Comemorações à parte, Zeca se concentra na possibilidade de levar de 900 a 1.050 atletas para a fase zonal do campeonato brasileiro que será novamente realizada em São Paulo, após um intervalo de quatro ou cinco anos. O certame reunirá equipes de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul em todas as categorias, do infantil ao sênior. Além disso, a federação está mandando dois técnicos, Diego Spigolon e Ricardo Aguiar, e um diretor de arbitragem, Airton Grilo, para assistirem ao campeonato europeu, agora em maio. “Precisamos de informações novas para trilhar nosso próprio caminho aqui no Estado, tanto na parte técnica quanto na arbitragem, que são fundamentais para nosso processo”, justifica Zeca. O presidente destaca o trabalho de sua equipe, que tem o professor Ricardo D’elia como vice-presidente; Nelson Higa, Carlos Sutia e Ailton Grilo, na direção de arbitragem; Edson Nakama e Valmir Zuza, na diretoria técnica, além de Pedro Oshiro, que fazia parte da diretoria anterior, e Ennio Vezzuli, que voltou para montar um departamento de instrução e prática, e é o instrutor chefe da FPK. “O karatê precisa desta conduta e linha de trabalho, e o Ennio faz isso muito bem”, diz Zeca. “Muitas pessoas estão voltando à federação em função dele, porque ele tem um vasto conhecimento e é respeitado por todos nós.”
Mudanças graduais Embora fizesse parte da diretoria, antes de se tornar presidente, Zeca sempre achou que faltava alguma coisa à entidade, mas limitava sua atuação por uma questão de hierarquia. “Eram tantas coisas que precisavam ser feitas. Coisas básicas, como um site que funcio-
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José Carlos de Oliveira
nasse, pois hoje o público jovem está muito antenado na internet e cobrava esse tipo de proximidade com a federação. A parte administrativa também melhorou, e muitas pessoas me ajudaram, como o próprio Mauzler Paulinetti, que me abriu as portas em alguns lugares.” O presidente faz questão de dizer que a federação paulista é de todos, e não dele ou de uma ou duas pessoas. Mas o vice, Ricardo D’elia, não tem dúvida de que a atual retomada de crescimento da federação, que hoje tem mais de 340 filiados, se deve ao trabalho e a dedicação, do Zeca. “Primeiro ele deu respaldo técnico e administrativo para o sensei Oshiro”, lembra D’elia. “Ele começou a trabalhar na questão técnica, visando à melhoria do nível do karatê e fortalecendo a condição do atleta e do professor. Consequentemente, as associações começaram a criar possibilidades de ter mais ganho e de se equilibrar financeiramente. Desde que o Zeca conseguiu fortalecer a atividade esportiva e da arte marcial, ele fez com que a federação ficasse mais forte também.” Para D’elia, o karatê voltará a ser uma
atividade física e esportiva muito valorizada dentro de cinco ou seis anos. Ele afirma que, depois do processo de sucateamento da FPK e CBK, não se falou mais sobre karatê, que perdeu seu brilho como esporte e como arte marcial, perdeu sua essência. “O Zeca começou a ver o aluno, o karateca, como o consumidor final e, para melhorar o treinamento deles, preocupou-se com a formação dos professores. Tudo isso por meio do esporte, e a reboque vem a questão da arte marcial”, completa D’elia.
Força na base Ennio Vezzuli lembra que a proposta de criar um curso para formar professores surgiu ainda na administração de Pedro Oshiro. “Naquela época o Zeca ainda não era presidente. Marcamos uma reunião oficial na federação, à qual estava presente também o Valmir Zuza, e apresentei uma proposta para formar professores dentro do karate-dô mesmo, e não somente dentro do karatê esportivo para competição. Hoje já estamos no terceiro curso.
Formamos 15 professores no primeiro curso (entraram 25) e do segundo participam 13 (começou com 28).” Ele explica que há muita desistência porque o curso é muito rigoroso e demorado, mas destaca a participação de professores de todos os estilos e até de outras federações. “Temos pessoas da wado-ryu, goju-ryu, shitoryu, tradicional e JKA. Para nós não existe restrição de estilo, o karatê é um só.” E conclui: “O Zeca está aberto a esse tipo de coisa, e também é muito prático. Ele pensa no karatê, na essência, e não apenas na FPK, embora a federação obviamente tenha suas formalidades e precise arrecadar para manter-se atuando em prol do karatê. Ele se sente bem tanto do lado do atleta quanto do lado da gestão, porque um administrador que não praticou o karatê ou não tenha sido atleta dificilmente teria essa sensibilidade e buscaria conciliar diferentes interesses em torno do mesmo objetivo”. Vezzuli foi técnico do atual presidente da FPK nas seleções paulista e brasileira, quando ele ganhou o vice-campeonato mundial. Nos últimos tempos, sempre que se encontravam, um tema era constante nas conversas: que o karatê estava se perdendo na sua essência e se dividindo muito, concentrando-se na competição. “Existem três ou quatro gerações de professores que não conhecem o karate-dô, eles são formados essencialmente para competir”, explica Vezzuli. “Competição também é karatê, mas é só uma parte dele. O karateca, durante um certo período da vida, dedica-se a isso, mas o karatê, ao nosso ver, é uma prática para a vida toda, voltada para a formação do ser e não apenas do campeão.”
Um pouco de história O grande articulador da Federação Paulista de Karatê foi o professor Taketo Okuda, no começo da década de 1970. Quem conta a história é o atual vice-presidente da entidade, Ricardo D’elia. “As cinco associações responsáveis pela fundação da entidade foram as escolas dos professores Matsumi, de Rio Preto, Tomeji Ito, Michizo Buyo, Taketo Okuda e eu.” O processo transcorreu durante 1972 e 1973 e a fundação foi oficializada em maio de 1974. Até então, o karatê era filiado ao pugilismo, assim como aikidô, luta livre, jiu-jitsu e judô. Na época, em plena ditadura militar, era preciso até obter autorização do Conselho Nacional de Segurança para se fazer qualquer tipo de associação. “O AI 5 estava em vigor”, lembra D’elia, “mas conseguimos fortalecer o grupo com a vinda do general Henrique Palmeiro D’Ávila (que seria o primeiro presidente da entidade), um militar da reserva que fundamentou a documentação de forma que fosse aprovada no Conselho Nacional do Desporto (CND).” Paradoxalmente, daquele primeiro grupo participava um político karateca que chegou a ser preso por ocasião do golpe militar, Oswaldo
Ricardo D’elia
Justo, que depois da redemocratização foi eleito prefeito de Santos. Para D’elia, o karatê só realizou esta proeza, de juntar pessoas da subversão e da repressão, por mérito do professor Okuda, que era do karatê shotokan e o mestre mais radical do Brasil, mas que teve a visão da necessidade de instituir a federação e conseguiu agregar pessoas tão diferentes em torno de um ideal. Os karatecas proeminentes na época eram Antônio Gomes (falecido), Ennio Vezzuli, Yasuyuki Sasaki, D’elia e o Morio Seki, um karateca faixa preta que estava sempre junto ao grupo, mas é pouco lembrado. “Fui eu que datilografei o primeiro estatuto da federação”, conta D’elia. “Eu e o Ênio fomos registrá-lo no Diário Oficial, que era na Mooca. Teve também este lado de arroz com feijão do trabalho, que fizemos pelo professor Okuda, pois todos éramos alunos dele.”
Tempos difíceis É impossível falar da história da Federação Paulista de Karatê sem mencionar a fase de turbulência. E uma personalidade a ela associada é o ex-presidente Edgar Ferraz. “Lamentavelmente, fui eu que o coloquei lá”, lembra D’elia, que também foi vice-presidente da federação e técnico da seleção paulista. “Na época (1982/83), queriam que eu fosse o presidente da federação, mas meu negócio sempre foi a área técnica. Houve uma época em que era técnico e competia, eram funções colidentes. Aí eu sugeri o Ênio Vezzuli
nome do Edgar e fiz toda a campanha dele. Ele entrou e se tornou um político profissional do karatê.” E tem mais. “Quando ele foi para a Confederação Brasileira de Karatê (CBK), eu também o apoiei, um erro mais grave ainda”, prossegue D’elia. “Arrependo-me muito de tudo isso, porque ele não foi honesto com o karatê. Era uma pessoa que ia até contra os atletas para se fortalecer politicamente. Ele derrubou o karatê e promoveu o maior retrocesso de nossa modalidade. Sinto-me culpado e aproveito esta oportunidade para assumir esta responsabilidade, dizer que errei e me desculpar com toda a comunidade do karatê brasileiro.”
REUNIÃO DOS DELEGADOS REGIONAIS DÁ PONTAPÉ INICIAL NA TEMPORADA POR PAULO
PINTO
| FOTO BUDÔ PRESS
Além de ser o marco inicial de toda temporada do judô paulista, a reunião dos delegados regionais define o calendário e as principais ações da modalidade no Estado. Neste ano, porém, os dirigentes também discutiram a viabilidade de o judô bandeirante apoiar a eventual pré-candidatura de Chico do Judô a uma vaga na Assembleia Legislativa. Carismático, querido pela maioria dos filiados, Chico recebeu apoio incondicional dos delegados e diretores da FPJ, comprovando a condição de ser um dos maiores líderes que o judô conheceu desde que, em 1924, Tatsuo Okoshi, 7º dan, desembarcou no Brasil.
Diretores, delegados e tesoureiros das 16 delegacias regionais do judô paulista
A diretoria da Federação Paulista de Judô (FPJ) realizou no dia 18 de janeiro a reunião anual dos delegados regionais nas dependências do Pampas Palace Hotel, em São Bernardo do Campo. Estiveram presentes os 16 delegados regionais do Estado de São Paulo e as maiores autoridades do judô bandeirante, entre as quais Alessandro Puglia, presidente da FPJ; José Jantália, vice-presidente; Francisco de Carvalho Filho, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô; Dante Kanayama, diretor de arbitragem; Joji Kimura, diretor técnico; Valdir Melero e Adib Bittar, coordenado-
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res financeiros; Mauzler Paulinetti, assessor parlamentar do vereador Aurélio Miguel; Júlio Yokoyama, auditor do TJT; Inácio Hirayama, contador da FPJ; e Antônio Carlos Mesquita, membro do TJD. Os delegados foram acompanhados de seus tesoureiros, e entre eles estavam Cláudio Calasans e Jarbas Dias Pereira, da 2ª delegacia – Vale do Paraíba; Argeu de Oliveira e Lúcia Helena, da 3º delegacia – Centro Sul; Raul Senra, da 4ª delegacia – Alta Paulista; Wilmar Shiraga e Tarcio Tezin, da 5ª delegacia – Noroeste; Osmar Feltrim e Antônio Aielo, da 6ª delegacia – Araraquarense; Nelson Koh e Alceu
Aoki, da 7ª delegacia – Sudoeste; Anderson Dias e Sidnei Paris, da 8ª delegacia – Oeste; Mário Chibana, diretor técnico da capital; Júlio Jacopi e Júlio Cézar Filho, da 9ª delegacia – ABC; Joji Kimura, da 10ª delegacia – Central; Rogério Sampaio e Osvaldo Uno, da 11ª delegacia – Litoral; Cléber do Carmo, da 12ª delegacia – Mogiana; André Gustavo e Nilton Godoy, da 13ª delegacia – Alta Sorocabana; Akira Hanawa e Elaine Mizuno, da 14ª delegacia – Vale do Ribeira; Celso de Almeida e Admir Nora, da 15ª delegacia – Grande Campinas; Takeshi Yoki e Roberto Gomes, da 16ª delegacia – Itapeva.
Francisco de Carvalho, vice-presidente da CBJ fala aos dirigentes de todo o Estado
Raul Senra Bisneto, delegado da Alta Paulista
José Jantália
Mauzler Paulinetti
Dirigentes prestam apoio incondicional
O campeão olímpico e delegado regional do litoral, Rogério Sampaio
Além de marcar o início da temporada 2014, discutindo temas como o calendário estadual e aspectos técnicos da arbitragem, a reunião resultou em apoio incondicional oferecido pelos delegados regionais à eventual pré-candidatura de Chico do Judô a uma vaga na Assembleia Legislativa. Vários dirigentes manifestaram com grande ênfase e entusiasmo apoio total à proposta, que foi apresentada por Mauzler Paulinetti e um grupo de dirigentes de outras modalidades esportivas. Em nome de vários dirigentes Mauzler Paulinetti falou sobre a importância de o esporte ter representação na Assembleia Legislativa. “Hoje o processo eleitoral é feito de forma fragmentada. Todos os segmentos da sociedade verdadeiramente organizados conquistaram seu espaço nesta casa e chegou o momento de o esporte ter representação no Legislativo. Precisamos de alguém lutando por nossos interesses e que possibilite maior investimento para o esporte como um todo. Acima de tudo, carecemos de uma
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Chico do Judô
Valdir Melero
Luís Alberto dos Santos
Jarbas Dias Ferreira
Cláudio Calasans Camargo
liderança que aglutine toda a classe esportiva em torno desta proposta. Tenho certeza de que o Chico do Judô possui capacidade e competência para vencer estes desafios.” Outro discurso emocionante foi proferido por Raul Senra Bisneto, delegado da Alta Paulista, que reiterou sua admiração e confiança no ex-presidente da entidade. “Sou um dos dirigentes mais antigos do nosso Estado. Nesse período pude acompanhar os passos, ações e conquistas do Chico. Sei muito bem como era o judô antes de sua gestão, e para encurtar reafirmo que ele jamais deixou de cumprir qualquer compromisso assumido e nunca se esqueceu daqueles que caminham ao seu lado. Estou com o Chico em toda e qualquer ação ou desafio que ele assumir, e sei que todos vocês estarão conosco nesta nova empreitada”, afirmou o dirigente. O campeão olímpico Rogério Sampaio, que é também delegado da 11ª delegacia regional, destacou o comprometimento de Chico do Judô para com o judô e com a causa do esporte. “Atualmente sou o delegado do Litoral, mas já ocupei este cargo em outras oportunidades e com isso pude viver muito próximo do Chico. Sou testemunha de sua dedicação
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Dante Kanayama
José Jantália
Valdir Melero cumprimenta Mauzler Paulinetti após pronunciamento
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Ou lado de Jantália e Chico, Alessandro Puglia agradece aos delegados pelo apoio e a confiança creditados
Antônio Carlos Mesquita
Júlio Yokoyama
Chico do Judô agradece a Raul Senra, após pronunciamento
Celso de Almeida Leite
Chico do Judô, José Jantália e Alessandro Puglia
Jovenildo Lopes e Ronaldo Melo
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e comprometimento com a causa do judô. Em todos os anos que milito no esporte conheci muitas pessoas que se empenharam por nossa modalidade, mas o Chico é a pessoa que mais se dedicou a esse trabalho. Tenho certeza de que, se for leito, ele apoiará o desporto paulista. Este é um momento muito importante para ele, para a FPJ, para o desporto paulista, e por tudo que vivi ao lado dele não poderia deixar de me comprometer com esta proposta que, na verdade, defende a causa do desporto.” O último pronunciamento foi feito por José Jantália, vice-presidente da FPJ, que fez uma explanação brilhante e realista. Lembrando os preceitos filosóficos e os ensinamentos deixados pelo professor Jigoro Kano, Jantália falou sobre a importância da militância política numa campanha. O dirigente lembrou outro filósofo falecido em 1956: Bertold Brecht, dramaturgo, poeta e encenador alemão opositor ferrenho do nazismo, que acabou exilado. No exílio escreveu um texto intitulado O analfabeto político. “O pior analfabeto é o analfabético político. Ele não gosta de política, então ele lê e ouve sobre política, mas não entende absolutamente nada sobre ela. Sua ignorância política é tão grande que se orgulha dela. Não sabe o imbecil que de sua ignorância política nascem a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos, que é o político corrupto. Por isso quero lembrar que estamos tendo a oportunidade de levar para a Assembleia Legislativa um representante do esporte que, acima de tudo, é uma pessoa íntegra, honesta e comprometida com a causa do desporto. Precisamos acreditar na possibilidade de mudar muitas coisas no judô e no desporto paulista, e temos a obrigação de trabalhar de forma organizada por este objetivo.”
Chico do Judô e Mauzler Paulinetti
Geisa Guedes
Roberto Ramalho
Mário Manzati
André Duarte
Flávio Ribeiro
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Rogério Sampaio e Chico do Judô
Cláudio Calasans e Chico do judô
Chico do Judô e Mário Chibana
Raul Senra e Chico do Judô
Chico do Judô e Osmar Aparecido Feltrim
Chico do Judô e Wilmar Shiraga
Joji Kimura e Chico do Judô
Chico do Judô e Argeu Maurício de Oliveira
Anderson Dias de Lima e Chico do Judô
Anderson Dias de Lima e Chico do Judô
José Jantália e Chico do Judô
Chico do Judô e Cleber do Carmo
Chico do Judô e Akira Hanawa
André Gustavo e Chico do Judô
Júlio Jacopi e Chico do Judô
Mateus Sugizaki
Um guerreiro no esporte e na vida
Mais de 60 anos, mas com espírito de garoto. Quem conheceu o professor kodansha Mateus Sugizaki o respeitava por sua sabedoria, mas, principalmente pela integridade dentro e fora dos tatamis.
Nascido em Arandu (SP) em 29 de julho de 1946, casado há 40 anos com Clara Tizuko Sugizaki, pai de quatro filhos (Cristina, Mário Mateus, Alexandre Ryuzo e Daniele) e avô de quatro netos (João Alexandre, Bárbara, Cynthia e Júlia Tizuko), sensei Mateus desafiava, desde 2010, talvez um de seus adversários mais difíceis. Mas ele não estava nos tatamis e, quatro anos depois, não houve como prosseguir. O diagnóstico de um tipo de câncer no sangue foi uma surpresa. Os meses pareciam anos à medida que a doença se avançava. Enquanto isso, a vitalidade e alegria costumeiras iam dando lugar ao abatimento. Mas, agarrado aos ensinamentos de perseverança que o judô lhe ensinara e, principalmente no amor e apoio dos familiares e amigos, Mateus aplicou um verdadeiro ippon no invisível inimigo, mantendo-se em pé no tatami da vida como um verdadeiro samurai, um guerreiro. E quando a luta contra a doença parecia ter sido vencida, nosso campeão mundial sofreu um revés e, na noite de 10 de abril, o querido sensei Mateus faleceu. Mateus Sugizaki tornou-se o primeiro brasileiro campeão mundial universitário de judô, em 1968. Era professor da Associação de Judô Mata Sugizaki, formado em educação física e bacharel em ciências biomédicas.
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Foi técnico da Federação Paulista de Judô (FPJ) durante oito anos, técnico da seleção chilena de judô em 1977, técnico da seleção brasileira de judô de 1980 a 1985, além de vice-presidente da FPJ. Atualmente era coordenador do Conselho de Ética da FPJ. Ministrou cursos técnicos para professores de judô, pelo Programa de Solidariedade Olímpica Internacional, em países como Chile, Argentina, Panamá e República Dominicana. Além disso, foi professor da Unesp de Botucatu, vice-diretor da Faculdade de Ciências de Bauru e assessor da reitoria.
Um professor por excelência e um judoca na acepção da palavra Francisco de Carvalho, vice-presidente da CBJ falou sobre o atleta, amigo, dirigente e senpai, Mateus Sugizaki. “Ainda jovem, o professor Mateus conseguiu conquistar o ouro no campeonato mundial universitário realizado em 1968, e até então o Brasil não possuía nenhum título mundial. Foi ele que abriu o caminho para o nosso judô de competição. Na área do alto rendimento, seu nome sempre será lembrado como o
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primeiro campeão mundial de judô do Brasil. Como dirigente esportivo foi delegado regional, vice-presidente da FPJ, técnico da seleção brasileira na Olimpíada de Moscou, substituindo o também querido amigo Ikuo Onodera. Mas em paralelo sempre esteve dedicado ao ensino universitário, sem nunca ter deixado o judô.” Chico destacou alguns dos diferenciais do campeão mundial. “Mateus foi uma pessoa extremamente importante no judô de São Paulo, até porque a maioria dos atletas fortes não tinha o conhecimento que ele possuía. Era um homem eclético, com excelente formação e um conhecimento que na época era um diferencial enorme. Hoje os atletas estão mais nivelados e procuram estudar. Além da cultura e do conhecimento adquirido, ele falava muito bem e era extremamente articulado. Conseguia definir e passar a mensagem do judô para as pessoas mais cultas, e ao mesmo tempo ter humildade suficiente para transmitir a mesma mensagem às pessoas mais simples. Na FPJ foi sempre uma pessoa de extrema importância para o grupo, seguindo os passos do pai, o introdutor do judô na região de Avaré e Botucatu. Aliás, sua família escreveu a história do judô na 3ª DRJ – Centro Sul, por três gerações. Em minha gestão ele ocupou lugar de destaque na área técnica. Foi muito mais que um vice-presidente, era o grande diferencial nesta área e foi extremamente importante nesse contexto”. O dirigente enfatizou o comprometimento do colega botucatuense. “Houve um período em que tivemos uma divisão politica, mas isso durou muito pouco tempo. A paixão dele pelo judô era maior do que o fato politico que ocorreu; ele superou tudo isso e continuou nos ajudando, fazendo parte da gestão e, mesmo debilitado pela doença, conseguiu criar o Código de Ética do judô paulista, que é a cara e a essência dele. Tenho orgulho de ter convívio com ele e ter aprendido muito com ele, que também foi meu senpai. Sempre deu exemplos de kodansha e jamais subjugou alguém por conta de sua alta graduação. Era uma pessoa que tinha argumentos e conhecimentos de sobra, e a cor da faixa nunca influenciou sua conduta. O Mateus Sugizaki foi um profundo conhecedor do judô e conseguiu demonstrar isso até por conta da forma de viver a vida. Era um professor por excelência e um judoca na acepção da palavra”.
Judoca diferenciado Para Paulo Pinto, editor da revista Budô o judô paulista perdeu uma grande referência na área da gestão. “Tive a honra de conviver por muitos anos com o professor Sugizaki, que sempre admirei pela retidão, coerência e comprometimento com os princípios filosóficos do judô. Por toda a minha longa caminhada pelo desporto conheci grandes campeões, porém o professor Mateus se
Os amigos Francisco e Matheus
Sensei Matheus quando na primeira apresentação do código de ética do judô paulista
Sensei Matheus com a esposa e companheira Clara Sugizaki
diferenciava pelo conhecimento e o preparo adquirido na relevante atividade acadêmica. Não perdemos apenas um grande amigo e um judoca notável, perdemos uma das maiores referências na gestão do judô paulista.”
Gratidão José Jantália, vice-presidente da Federação Paulista de Judô externou sua gratidão pelo legado deixado pelo colega kodansha. “Quero registrar minha gratidão por tudo que o nosso querido amigo Mateus Sugizaki fez e construiu pelo judô de São Paulo e do Brasil. Sua contribuição ao processo de desenvolvimento da modalidade foi de fundamental importância. A trajetória do professor Mateus dentro e fora dos tatamis encerra um dos capítulos mais importantes da história do judô do alto rendimento, e deixa exemplos de coragem, altruísmo e dedicação”.
Mensagem Em entrevista concedida ao jornal Acontece, de Botucatu, em 7 de janeiro de 2011, o professor kodansha 8º dan deixou a mensagem transcrita abaixo.
“Devemos ter na mente três verbos: sonhar, ousar, acreditar. Sonhar acordado é uma das principais características do ser humano. Sonhar acordado é refletir sobre aquilo que se deseja na vida, é projetar o futuro, é estabelecer objetivos de vida. Ousar é uma característica pessoal de ter coragem para enfrentar desafios que conduzam aos objetivos de vida. Ter coragem é diferente de ter valentia. Enquanto valentia é fuga, é irresponsabilidade; ser ousado significa não ter receio de enfrentar os obstáculos que são impostos nos desafios. Acreditar quer dizer confiar em si próprio para realizar os sonhos, ser determinado e perseverante na edificação dos sonhos. Mais do que
tudo, agir, correr atrás da realização do sonho. Obter resultados é outra história que depende muito da gente contar com as pessoas que estão ao nosso lado, de ter o amparo do Todo Poderoso e, sobretudo, precisa que a gente dê todas as chances para isso acontecer: ter humildade, ter respeito e submeter-se arduamente na busca do objetivo. Posso dizer que todas as ações de minha vida, no estudo, no esporte, na profissão, na sociedade e família, as conquistas e sucessos tiveram a sustentação desses três verbos. Se não consegui os resultados esperados em cada ação, posso afirmar que, no mínimo, aprendi um pouco mais para tornar minha vida melhor.”
Dômo arigatô gozai mashita, sensei Sugizaki!
FEDERAÇÃO PAULISTA DE KARATÊ Fundada em 13 de setembro de 1974 Rua dos Estudantes, 74 – 4º andar – Sala 45 Liberdade – São Paulo (SP) Fones 11 3887-6493 e 3887-9880 - www.fpk.org.br – karatefpk@uol.com.br
PARTE DAS ASSOCIAÇÕES FILIADAS À FPK 2014 Associação Kii Kuu Kai Ivon da Rocha Dede Associação Sol Nascente Felipe Ferreira dos Santos Associação Butoku-Kai José Francisco Monteiro
Associação Zebu Kan Joaquim Rodrigues de Lima Associação Wado-Ryu Koji Takamatsu Associação Moema Stanislau Paolucci
Ênio Vezzuri - Instrutor Chefe da FPK
Associação Hatha Ronaldo Fraga A. Pinto Associação Kyohan Milton Asada Associação Dias Paulo Eduardo Dias Associação Resistência Paulo Roberto Bartolo Filho Associação Nakayama Cristiano Ribeiro de Paula Associação Equilíbrio Carlos Tsutiya Associação Seido Kan Edson Nakama e Luci Nakama Clube Recreativo Comercial Mateus de Melo Alves Associação Nishikawa Divino Carlos dos Santos Prefeitura Mun. de Caraguatatuba Ângelo Augusto dos S. Oliveira Associação Muniz Juvenal Muniz de Siqueira Clube Esperia Wladimir Romic Associação Shureikan Yukie Nakashima Associação Kiyomizu Dojo Ricardo Pincelli Associação Liberdade Sérgio Hisaoka Associação Shokukan Santana Paulo Isamu Yamaguti Associação Gomes Eliane Moraes Gomes Associação Toubu Kan Hilder Correia da Silva Associação Ken In Kan Pedro Hidekasu Oshiro Associação Arakaki Douglas M. de Araújo Sociedade Esportiva Palmeiras Jair Pedro de Almeida Clube Atlético Juventus Ismael Vieira de Melo Ctcam Gotoku Marcio Marques de Oliveira Associação Zenbu Kan Takashi Shigeeda Associação Kaizen Giuliano Alves Associação Oliveira Carlos Donizete de Oliveira Associação Kenko Hélio Gomes de Souza Associação Seishokan Luciana Passarini Prefeitura Mun. de Indaiatuba Assis de Melo dos Santos Clube São João Anderson Luis Bogniotti Associação Tanden Fernando Luiz Vicenzi Kime Dojô Marcos Miranda Associação Kuei Shin Ailton Bichara Grilo Country Club Valinhos Edson José Cremasco Associação Campineira Tadashi Takahashi Ito Associação Kensho Evilásio Teles de Novaes Associação Socorrense Nivaldo Aparecido Bertelli Associação Mizuho Linda Watanabe Associação Subaru Paulo Romeu da Silva
Escola de Cadetes de Campinas Gilson Firmino Gomes Prefeitura Mun. de Louveira Roberto dos Santos Alves Associação Bonsai Jyuku Valmir Zuza da Silva Associação Dracenense Sergio Della Bandeira Uirapuru Country Club Alex Sandro Mantovanelli Associação Sport Way Otávio José Spigolon Clube Campineiro de Regatas de Natação João Batista Correia Associação Bujin Do Kan Antônio Carlos Gabriche Associação Quissi Moacir Quissi Associação Mojimiriana José Gilmar Janini Academia DJP Djalma Pedro Academia AJK Davi Rodrigues Poit Associação Mikassa Antônio Carlos Pereira Associação Hisatugo Fabio Hisatugo Associação Dynamic Sport Fabio Mizugai Associação Gomes Barbosa Rafael Perondi Gomes Clube Pirassununga Helmiro Verissimo Associação Silva José Roberto da Silva Instituto Ricardo Aguiar Ricardo Miguel Aguiar Associação Shidokan João Aparecido de Souza Filho Academia Santos Mário José dos Santos Sociedade Recreativa de Ribeirão Preto Ricardo Miguel Aguiar Shu Academia Antônio Roberto Bendilatti Associação Pares Luiz Claudio Bós Pares Associação Yoshimura Jorge Yoshimura Associação Unidos Luís Antônio A. dos Santos Sayão Futebol Clube Anderson Miranda da Silva Clube Internacional de Regatas Osmar Teixeira Vieira Associação Maximus Jorge L. Santos de Jesus Associação Impacto Silvio Ricardo Rodrigues Associação Wado-Kai Michizo Buyo Associação Santamarense José Cesário do Prado Okinawa Shorin-Ryu Jyureikan do Brasil Flavio V. de Souza Associação Primavera de Esportes Alessandro Tosim Galpão Atlético José Messias A. Pereira Clube MESC Paulo Roberto F. Rocco Higa Dojô Nelson M. Higa Yamato Dojô Gledson de P. Ferreira
Associação Castro Valdeci Ramos de Castro Associação Nunes Antenor Nunes Associação Aranha Fabio Porto Aranha Associação Ishii Oscar K. Higashi Prefeitura da Est. Hidr. de Poá Douglas N. R. Santos Gladiators Fighter Rodrigo Inácio C. Mota CELT Catanduva Alain Patrick G. de Paula Instituto Ken Yu Karatê-do Sergio Reinaldo Longo Associação Maracaí Ébiton Oliveira Rocha Associação Vale do Sol José M. Brandão Associação Tomodachi Roberto dos Santos Alves Associação Shinshukan Carlos da Anunciação de Jesus Associação de Karatê Kamae Cristiano César de Melo Academia Gaviões Leonildo Aguiar Associação Ken Zen Kan Davison José Tosadori Associação Portuguesa de Desportos João Paulo J. Ornelas Associação Olímpia José Roberto Pereira de Jesus Associação Divino Grioles Evandro José Segura Y. Grioles Academia CGE José Antônio da Silva Clube Semanal De Cultura Artística Fernando Luiz Vicenzi Associação Daitan Fábio Capusso Prado Academia Living Dhaniel Natumi Tênis Clube São José dos Campos José Ibrahim Dias Associação Dinâmica Augusto José Andrade Associação Jauense Tito Coló Neto Dojô Wado-Kai Mario Panucci Academia de Karatê Águia Azul Edino Rodrigues Associação Okinawa Shorin-Ryu Massahiro Shinzato Associação Mizudo José Vieira dos Santos Projeto Atleta Cidadão Christian C. Oliveira Sociedade Hípica de Campinas Rafael S. Lehmann Ornaghi Shito Ryu Karatê-Do Alexandre Ornaghi Associação Kyodo Kai Ernesto T. Nisibara Associação Meikyo Aparecido Rubens Associação Washi Kan Antônio Carlos Schiavon Prefeitura Mun. de Taboão da Serra Manoel Lopes Associação Shu Bu Kai Roberto Yokomizo Prefeitura Mun. de Laranjal Paulista Ademir de Jesus A. Lima Spacefit Academia de Ginástica Rogério Passos da Silva
AA Oswaldo Cruz/Medicina USP Jurandir Ferreira de Andrade Associação Nindo Kan Ivaldo José da Silva Clube Literário e Recr. Sertanezino Firmo Leão Ulian Colégio Bandeirantes Odair Benedito Dias Grupo Kuroshio Thiago Bernardino Rufato Associação MC Kan Manoel Carlos F. da Silva Associação II de Junho Luiz Artur do Amaral Clube Fonte São Paulo Francisco Basseto Júnior Associação Artes Marciais Otokojuku Takeo Kikutake Associação Shitsuke Alcimar Rodrigues de Souza Associação Ramos Jorgenilto Ramos Costa Associação Kombate Itapira Geraldo A. de Carvalho Prefeitura Mun. de Hortolândia Iranildo Cavalcanti da Silva Butoku JD Motorama Isaias Barbosa da Silva Associação Washi-Ki-O Edison Zuin Associação Tatsujin Hernani Flor da Rocha Associação Seikan Marcio Papi Associação Itapetininga José Carlos Floriano Associação Desportiva Rigesa Edson José Cremasco Associação Desportiva Corpore Durval Dornellas Júnior ADPM/SP - Academia Falcão Azul Rogerio da S. Gonçales Prefeitura Municipal de Saltinho Ramon M. de Oliveira Centro do Professorado Paulista Adriano Wada Associação Kami Ronaldo de O. Rodrigues Prefeitura Mun. de Lençóis Paulista Raphael C. P. Blanco Ass. Cult e Assist. Nipo Bras. Jabaquara Nelson K. Abe Associação de Karatê Superação Miguel A. B. D de Melo Uke - União de Karatê-Do Esportivo Ricardo M. Marchi Colégio Recanto Educacional Simone Cirillo Associação Guarukai David Aparecido P. Querino Instituto Hitsuji José Alves Carneiro Meninos Futebol Clube Marcio G.C. da S. Sbrana Associação Epiphany Jorge Henrique da Silva Depto. de Esp. Cult. e Lazer de Aguaí Marcos Messias Ferreira Prefeitura Mun. de Jumirim Alziro Cesarino Karatê Vinhedo Jefferson Pereira da Cruz Associação Gaeta Orlando Domenico Gaeta Depto. Esp. Tur. Laz. de Américo Brasiliense Dirceu Brás Pano Associação Garras de Águia Antônio Carlos Andrade
Clube Atlético Lindoia João Carlos da Silva Associação Alves Dojô Valdemar Vieira Alves Associação Praia Grande Allan Jozala de Souza T.K. Karatê Renata Cristina Trevisan Colégio Nossa Senhora dos Remédios Márcio Felix Clube Aquático Aclimação Oswaldo de Barros Jr Associação UP Ito Céu Aberto José Oliveira Sobrinho Ass. Funcionários Púb. Mun. Piracicaba Gilson Everaldo Felipe Associação Shibumi José Luiz V. de Andrade Associação Cobras Akai Ivan da Silva Prefeitura Mun. de Amparo Carlos Antonelli Associação Jomadan de Artes Marciais Osvaldo Jeronimo AKASC - Associação de Karatê São Carlos Carlos Reinaldo de Mattos Prefeitura Mun. de Conchas Mateus de Melo Alves CAMPS – Circ. de Amigo do Menor Pat. de Santos Melquises de C. Lopes Esporte Clube Santa Cruz Danilo da Silva Instituto Tenryu Ka de Artes Marciais Sérgio Antônio do Nascimento Associação LPK Leandro A. Piedade Projeto Karatê Para Todos Luciano Moreira Associação Suzanense Falcões do Karatê Ana Lúcia M. da Silveira Associação Dojô Junior de Karatê José Orlando Oliveira Associação S R Karatê Alonso Neto Alonso José dos Santos Neto SESI-SP Carlos Magno Duarte Baptista Academia e Escola de Natação Acqua Center Anselmo R. do Carmo Associação Arte e Vida Flávio Antônio Leite Associação Camilo de Karatê José Henrique Melo Dojô Bertioga de Karatê Ticiano Lacerda Lima Ken In Kan Cubatão Allan Vicente Mizukan Karatê José Raimundo do N. Silva Okinawa Shorin-Ryu Shobu Kan do Brasil Mario Nakati Associação Promessas do Futuro Rubens Góes Costa Associação Okinawa Kenjin do Brasil Mario Nakati Clã de Artes Marciais Beatriz Ferraz Academia de Karatê Brandão José Mandamento S. Brandão Associação Okinawa Patriarca Flávio Vicente de Souza Makoto Dojô Edmilson Monteiro Lima AKAJI Jovens do Amanhã Marco Gomes da Silva Associação Alvares Machado Paulo José V. Martins Associação Barcello Sandro Barcello
Clube Bonfim Ricardo Goldkorn Círculo Militar de Campinas Edvaldo Cavalcante CME Ouro Verde Cloudoardo Zanon Associação Fight Work José Carlos Gomes de Oliveira Associação Furtado e Serrati Gabrielle Furtado Prefeitura Mun. de Santana de Parnaíba André L. G. Campos
Diretoria Presidente José Carlos Gomes de Oliveira 1º Vice-Presidente Pedro Hidekasu Oshiro 2º Vice-Presidente José Ricardo Ortiz D’elia Presidente de Honra Mestre Juichi Sagara (In memoriam) Kodansha -Kai Koji Takamatsu - Assessor: Sergio Takamatsu Michizo Buyo - Assessor: Oscar Higashi Tomeji Ito (in memoriam) Yoshihide Shinzato (in memoriam) Assessor Geral do Kodansha-kai Edson Nakama Diretor Administrativo Oscar Kazuo Higashi Diretor de Graduação Sergio Toshioki Hisaoka Diretor Financeira Ivon da Rocha Dede Conselho Fiscal Emerson Ludovico - Antônio Mendes Carlos Eduardo Dauricio Diretor de Arbitragem Nelson Mitsuo Higa Diretor Técnico Edson Fujinori Nakama Diretor Jurídico Thiago Pedrino Simão Diretor Médica Gabriel David Hushi Diretor de Eventos Paulo Romeu da Silva Diretor de Comunicação, Planejamento e Marketing Alziro Cesarino Departamento de Gestão Estratégica e Relações Institucionais Odair Dias Departamento de Instrução e Prática (DIP) Responsável e instrutor-chefe Ennio Vezzuli Departamento de Projetos Sociais Sérgio Hiroshi Takamatsu Departamento Escolar Ernesto Taro Nishibara Departamento de Karatê Adaptado Sergio Reinaldo Longo Departamento de Informática Paulo Cesar Spigolon
GATA DOS TATAMIS
MINHA VIDA ACONTECE
NOS TATAMIS! POR PAULO
PINTO
| FOTO BUDÔ PRESS
Aos 27 anos, Manuela Spessatto se diferencia não apenas bela beleza, mas pelo conteúdo que acumulou como praticante do karatê-dô. Faixa preta 3º a professora passo-fundense divide sua vida entre a universidade, o ensino e o treinamento, já que faz parte da seleção brasileira de Karatê Tradicional, e em outubro vai ao Cairo, em busca de mais uma medalha para o Brasil. Como chegou aos tatamis? Por influência da família. Aos 4 anos ia com a minha mãe buscar meu pai no dojô, e sempre chegávamos na hora do alongamento, e eu acabava fazendo o restante da aula ao lado de meu pai. A partir dai meus pais perguntaram se eu queria fazer karatê, e há 23 anos pratico essa arte marcial que me completa. Quando e com quem começou a praticar karatê-dô? Comecei a praticar em 1990 com o sensei Alfredo Aires, que também era professor do meu pai Derli Spessatto. Hoje tento ensinar karatê da mesma forma como fui ensinada, com muita paciência e didática. Onde e com quem treina atualmente? Desde os 9 anos treino com meu pai, pois nessa época o professor Alfredo passou a dar aula em Porto Alegre, e meu pai assumiu as aulas em Passo Fundo. Quando percebeu que seria uma atleta? Minha vida de atleta começou muito cedo, lembro que aos 7 anos já participava de campeonatos internos e regionais, onde conquistei medalhas de prata ou bronze. Mas a medalha de ouro só foi alcançada aos 9 anos, na participação da Copa Mercosul de Karatê. Foi uma vitória dolorida e gratificante, pois lembro detalhes do ippon-kumitê na final, de meu adversário e a entrega de medalhas. Foi nesse campeonato que percebi os sentimen-
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tos por trás de uma medalha, pois a vitória só acontece com muito treino. É preciso muita disciplina para ser campeã, e muito mais esforço para manter-se no topo. O que mais a atrai no karatê-dô? É a sua complexidade, pois é uma arte marcial que educa em cada aula e competição. Ensina os valores intensificados pela filosofia do karate-dô que são: caráter, responsabilidade e humildade. Segundo Chalita (2004, p. 20) é a partir do caráter que temos resposta positiva ou negativa da sociedade. Outro valor humano ensinado pelo karate-dô é a responsabilidade, uma característica que em todas as profissões é requisitada. Freire (1996, p. 65) afirma que conforme a responsabilidade aumenta, mais será a autonomia do profissional. E por último, mas não menos importante está a humildade, este valor é comentado pelo autor Freire (1996, p.67), que afirma que todos podemos aprender, e principalmente no processo ensino-aprendizagem com professor e aluno. Quais técnicos foram responsáveis por seu crescimento técnico? Faço vários cursos anualmente para estar sempre atualizada buscando o aperfeiçoamento e explicações. Treinei com os senseis Alfredo Aires, Derli Spessatto, Juarez da Silva, Kazuo Nagamine, Ugo Arrigoni, Tasuke Watanabe, Yoshizo Machida, Yasuyuki Sasaki, Yasutaka Tanaka,
Inoki e Mitsuo Inoue. Com qual deles você aprendeu mais? Aprendi muito com todos eles, falo então no mínimo dois, meu treinador sensei Derli Spessatto que é encarregado pelo treino diário e meu técnico Alfredo Aires que lapida minha técnica, que consegue ter a visão mais crítica do karatê real em conjunto com todos os princípios fundamentais de kata e kumite. Além do conhecimento técnico o que o karatê-dô lhe ofereceu de mais importante? O mais importante foi ter conquistado uma profissão, tenho orgulho de ser professora de karate-dô, assim posso ensinar aos meus alunos os valores que aprendi na filosofia dessa arte marcial. Sendo professora, consigo educar, este é um termo de amplo significado consiste em formar indivíduos preparados para defrontar-se com as mais diversas situações do dia-a-dia, é estimular a criatividade, é aprimorar o senso crítico, as faculdades intelectuais, físicas e morais, como também transmitir conhecimentos e cultura. Como vê o momento do karatê-dô feminino brasileiro? Em alta e numa curva ascendente. nas academias o número de karatecas tem aumentado devido à violência na sociedade, fazendo com que as mulheres busquem uma defesa pessoal para se sentirem mais seguras e pela própria saúde, falando de karatê esportivo,
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as brasileiras estão conquistando medalhas em todos os campeonatos internacionais, os resultados estão cada mais expressivos. Quando aconteceu sua primeira convocação para a seleção brasileira? Sou filiada à JKA-RS e pela FSRKT. Pela seleção brasileira da JKA fui convocada em 2002 para o I Campeonato Sul-Americano JKA, realizado no Chile, onde fui campeã em kata. Pela CBKT fui convocada para a seleção em 2009 para o Pan-Americano realizado no Brasil. Qual é sua rotina de treinamento? Faço uma periodização relacionando os principais campeonatos da temporada. Sendo assim até um mês antes dos campeonatos meus treinos são duas vezes por dia, de treinamento específico de segunda à sexta. No sábado treino uma hora e meia. Faço treinamento físico duas vezes por semana. Perto da competição há uma diminuição do tempo de treino, porém aumenta a especificidade. As medalhas conquistadas em mundiais fomentam o crescimento do karatê feminino no Brasil? Com certeza. Quando voltamos de algum campeonato, a mídia ajuda a aumentar a procura pelo karatê. Cada vez que conquistamos um pódio, ganhamos espaço na mídia e esse reconhecimento faz com que conquistemos mais alunos. Este ano teremos mundial no Egito, de alguma forma isso está te motivando a treinar mais? Venho treinando, desde 2006, todos os dias para melhorar o meu karatê, e assim conseguir melhores resultados nas competições. Não tenho treinado mais por causa do mundial, mas com certeza tenho mais motivação. Isso me faz ter mais disciplina e rigor nos treinos. Qual é a sua avaliação da equipe brasileira que foi a Polônia? A equipe brasileira está cada vez melhor, pois nesse evento em particular, conseguimos nos encontrar duas semanas antes do campeonato, podendo treinar e permitindo ao shihan Watanabe lapidar aqueles que chegaram bem treinados para o mundial. E da que irá este ano para o Cairo? A equipe na verdade terá a mesma base, com algumas inclusões. A equipe estará forte e preparada, conseguindo colocações tão boas ou até melhores que no último mundial. Qual foi a sua maior conquista no karatê-dô? Foi no ano passado, no Paraguai, onde conquistei o título de pentacampeã sul-americano de kata, única atleta a ter onze títulos sul-americanos na JKA. Qual medalha foi mais importante ou mais emblemática, pra você? Sabe quando você vai para um campeonato
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e recebe uma medalha de participação? Pois é, no campeonato Mundial da JKA de 2006, na Austrália, recebi uma dessas medalhas. Por ter recebido a mesma do shihan Masahiko Tanaka, já valeria um preço inestimado, mas também porque essa medalha fez com que eu reavaliasse meu karatê. Consegui perceber que estava muito distante do exemplo de um bom karatê. É justamente esta que considero a medalha mais importante. Como classifica seu estilo de lutar? Você usa mais a técnica ou a força? Sou estrategista, gosto de usar mais go-no-sen, que representa a defesa e contra ataque em dois tempos. Porém meus principais pontos foram em cima da estratégia de sen, que seria a antecipação. Tenho uma musculatura voltada para a explosão muscular, e uso mais a velocidade atrelada à técnica. Em sua análise, onde se faz o melhor karatê-dô no Brasil, hoje? No Rio Grande do Sul. Pois conseguimos fazer um elo entre o karate-dô real com o karatê competição, o que na verdade para nós é um karate-dô apenas. Aqui, não treinamos com o livro de regras na mão, treinamos para melhorar o karatê em si, e não por uma posição no ranking, esse é o nosso diferencial. Se pudesse escolher, onde gostaria de treinar por um determinado período? Gostaria de treinar no Japão, sem data limite para voltar, sei que eles são os melhores do
mundo. Os mestres mais renomados são japoneses, o berço do karate-dô é esse País. Qual é a importância do karatê-dô em sua vida? Imensa, o karate é minha profissão, e grandes conquistas da minha vida são relacionadas a essa arte marcial. Para chegar onde estou, lutei contra os preconceitos e muitas dificuldades, claro que não foi fácil, mas foi certeiro. Faço o que gosto, e ensino com amor. Qual é sua melhor parceira nos tatamis? Tenho vários parceiras de treino. No dia a dia meu colega e irmão Augusto Spessatto, é com quem mais treino. Temos cronogramas iguais de treino, treinamos todos os dias, e nos ajudamos muito. Também treino com meus colegas da academia Renshukan. Uma companheira que tem, motivado, e feito com que eu me superasse nos tatamis é a Hannah Aires, que nós duas conseguimos elevar nosso rendimento e cada uma tenta superar a outra isso surge uma rivalidade boa, ambas crescem. Qual é a frase do Sensei Funakoshi que você se identifica mais? “O objetivo fundamental da arte do karatê não consiste na vitória ou na derrota, mas no aperfeiçoamento do caráter de seus praticantes.” De que forma o karatê-dô pode colaborar no desenvolvimento social do nosso país? Diretamente na educação e no futuro da
Manuela com Alfredo Aires seu técnico
sociedade, que são as crianças. Somente passando o lema do karate-dô, fazer com que a criança saiba e execute esse lema, os valores sociais seriam mais atuantes. Qual é seu projeto de vida? O que sonha para o futuro? Incrementar karate-dô na educação física das escolas, justamente para melhores desempe-
nhos escolares, pois o karatê treina muito a concentração, agilidade de raciocínio e disciplina. Seria um meio de beneficiar os alunos tanto física quanto mentalmente. Meu sonho é ser campeã Mundial de karatê e com isso ter fama para conseguir fazer um projeto na minha cidade, Passo Fundo, que as crianças freqüentem no turno inverso a aula, tendo lanche, transporte e todo material necessário.
Qual é a sua atividade fora dos tatamis? Na verdade minha vida gira em torno deles. Sou professora de karatê em quatro locais: na Universidade de Passo Fundo, onde existe um projeto social chamado Atleta do Futuro; no Colégio Marista Conceição; no Colégio Instituto Educacional Metodista; e em minha academia a Renshukan. Sou estudante de Educação Física Bacharel, para complementar minha formação em licenciatura.
RAIO X
Manuela Tatiane Flores Spessatto Local e data de nascimento: Passo Fundo, 17 de dezembro de 1986 Formação escolar: formada em Educação Física pela UPF Graduação no karatê-dô: 3º dan Tokui waza: Gyaku zuki Karatêgi preferido: Tokaido Peso: 58 kg Altura: 1,61 Sensei: Derli Spessatto Técnicos: Alfredo Aires Preparador físico: Silvia Flores Nutricionista: Marcia Paiva Ídolo nos tatamis: Meu pai, Derli Spessatto Ídolo fora dos tatamis: Minha mãe, Nazaré Flores Spessatto Maior karateca de todos os tempos: Shihan Watanabe Associação: Academia Renshukan Meta fora dos tatamis: Agregar o karatê na educação física escolar Principais conquistas: Vice-campeã pan-americana em kumitê individual, em 2013; vice-campeã pan-americana kogo individual, em 2013; bronze no kata individual, no pan-americano 2013; pentacampeã sul-americana em kata individual, JKA; tricampeã brasileira em kata individual; tetracampeã sul-americana em kata equipe; bicampeã brasileira em kumitê equipe; bicampeã brasileira em kata equipe; 17 vezes campeão estadual.
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Ireno Fargas
ministra curso em São Paulo Por
PAULO PINTO
| Foto ARQUIVO FESPT
Ratificando o comprometimento da diretoria com o desenvolvimento técnico da modalidade, a Federação de Taekwondo do Estado de São Paulo realizou em março seminário internacional ministrado por Ireno Fargas, um dos maiores técnicos no cenário mundial da atualidade. O curso foi oferecido gratuitamente a todos os faixas pretas, instrutores e mestres paulistas e 120 deles conheceram o programa de treinamento de taekwondo de alto rendimento criado pelo conceituado técnico espanhol.
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São Paulo (SP) - A Federação de Taekwondo do Estado de São Paulo (FESPT) realizou de 7 a 9 de março seminário internacional com o mestre Ireno Fargas, o curso mais esperado pelos instrutores paulistas. O técnico espanhol, 8º dan, é campeão mundial e europeu, participou de três mundiais como atleta e em mais de 13 como técnico. Trabalhou com 17 medalhistas olímpicos, atuando nas seleções da Espanha, França e México. Hoje, Ireno Fargas reside no México, onde coordena o centro de alto rendimento em La Loma, mesmo local em que a delegação brasileira de taekwondo se preparou para os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara e para o Campeonato Mundial de 2013. Ireno chegou ao aeroporto internacional de Guarulhos no dia 6 de março, e de lá foi para Barão Geraldo (distrito de Campinas), onde ficou hospedado, já que o curso seria ministrado nas dependências da Universidade de Campinas (Unicamp), que fica no mesmo distrito. Já na chegada mestre Ireno foi muito receptivo e demonstrou toda a alegria por voltar ao Brasil para ministrar cursos e ajudar no desenvolvimento do taekwondo brasileiro. “Volto ao Brasil para fazer aquilo de que mais gosto: trabalhar pelo desenvolvimento de nossa modalidade.” O curso foi uma iniciativa de José de Souza Júnior, presidente da FESPT, que não tem medido esforços para elevar cada vez mais o nível técnico do taekwondo paulista. Ireno Fargas
Os mestres José de Souza Junior e Flávio Bang
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O dirigente explicou que todos os faixas pretas que estavam em dia com suas obrigações junto à entidade puderam participar gratuitamente do curso. “Assim como todos os cursos e seminários que a FESPT promove, o curso internacional do técnico Ireno Fargas foi oferecido gratuitamente aos instrutores e mestres de São Paulo. Esta é mais uma iniciativa inovadora da FESPT, e um exemplo para o taekwondo brasileiro. Entendemos que nossa obrigação é reverter os ganhos da entidade para o desenvolvimento de nossa modalidade. O principal papel da FESPT é promover o crescimento do taekwondo e fomentar sua evolução.” No primeiro dia foi apresentado o sistema de treinamento desenvolvido por Ireno Fargas, um trabalho que vem sendo realizado há mais de quatro anos, fruto de toda sua vivência nas competições internacionais, além das pesquisas realizadas com modalidades semelhantes ao taekwondo. A primeira parte da palestra foi aberta com uma apresentação de vídeos, na qual o técnico espanhol relatou detalhadamente como chegou à conclusão desse trabalho. Na parte final deste primeiro dia os instrutores e faixas pretas paulistas puderam fazer perguntas a Ireno. Na manhã de sábado foi dado início à parte prática do curso, com demonstração de movimentos que podem ser trabalhados para melhorar as possibilidades de força e explosão, que são divididas em saltos, coordenação, pliometria (forma de exercício que busca a máxima utilização dos músculos em movimentos rápidos e de explosão) especifica do taekwondo. O trabalho foi dividido em quatro partes, dois períodos no sábado e dois no domingo, que somaram 16 horas de treinamento intensivo. Os instrutores que estavam machucados ou sem treinar preferiram ficar de fora, mas não deixaram de aproveitar a oportunidade para filmar e anotar todos os exercícios passados nos dois dias de treinamento. Como exemplo para todos, vimos José de Souza Júnior, o presidente da FESPT, treinando e suando o dobok com os demais instrutores. No fim do domingo todos estavam claramente muito cansados, mas ao mesmo tempo satisfeitos pela qualidade do curso oferecido pela FESPT aos seus filiados. No final da manhã de domingo Júnior agradeceu a presença de todos que deixaram suas cidades para aprender um pouco mais com o técnico espanhol e prestigiar a iniciativa da FESPT. “Esse é o primeiro grande curso que trouxemos para o nosso Estado. Sei que os professo-
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res e mestres paulistas não estão acostumados a iniciativas como esta, e fiquei até surpreso com a receptividade dos nossos filiados. Estamos realizando um trabalho de reconstrução do taekwondo paulista, e sabemos da responsabilidade que assumimos quando aceitamos este desafio. O momento é de nos unirmos em torno da proposta de recolocar o taekwondo de São Paulo no topo do ranking da modalidade. Estou certo de que, com a ajuda e a participação de todos, certamente venceremos este grande desafio.” Para finalizar o dirigente paulista entregou mais kits para as academias filiadas, cumprindo seu compromisso de apoiar não somente o alto rendimento, mas também a base, oferecendo nesta etapa do plano equipamentos para os nossos associados.
Revolucionando o taekwondo de São Paulo A Federação de Taekwondo do Estado de São Paulo (FESPT) é a entidade oficial ligada ao sistema brasileiro do esporte, e mesmo sendo filiada à Confederação Brasileira de Taekwondo, ao Comitê Olímpico Brasileiro e Ministério dos Esportes, não recebe apoio governamental. Todos os eventos, ações e cursos promovidos pela entidade são realizados com recursos próprios. E o dirigente paulista explicou as dificuldades vividas neste contexto. “Por fazermos a gestão de uma modalidade olímpica, somos obrigados a oferecer tudo que modalidades como o judô e vôlei oferecem às suas equipes. Nossos atletas viajam de avião, muitas vezes ficam em hotéis cinco estrelas, pagamos as inscrições nos certames nacionais, fornecemos uniformes, e tudo é pago com recursos próprios. Paradoxalmente, vemos entidades que estão fora do sistema olímpico receberem recursos municipais e do governo do Estado de São Paulo. Entidades que cobram tudo de seus atletas e não oferecem contrapartida no alto rendimento.”
Ireno Fargas e José de Souza Junior
Apoiadores e parceiros do evento
• Bad Boy • Primesports • Unicamp • bang.com.br • Taekwondo Unicamp (Professores Fábio Sunica e Gustavo Henrique) • OTC Carlos Costa (Mestre Carlos Costa e equipe) • Coordenadores da Faculdade de Educação Física (FEF) da Unicamp, professores: João Paulo Borin (coordenador de graduação) José Júlio Gavião de Almeida Emerson Teodorico Lopes Paulo Ferreira de Araújo (diretor da FEF) Odilon Roble (coordenador de extensão) Mário Maggi (responsável pelo ginásio da FEF)
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MOGI DAS CRUZES SEDIA SEMINÁRIO ESTADUAL DE ARBITRAGEM DA FPJ POR PAULO
A diretoria de arbitragem da Federação Paulista de Judô (FPJ) realizou, no dia 15 de fevereiro, o seminário estadual de arbitragem desta temporada, no auditório do Centro Municipal de Formação Pedagógica (CEMFORPE), em Mogi das Cruzes (SP). O seminário de arbitragem realiza-se no início de cada temporada e tem como principal objetivo apresentar as mudanças das regras que anualmente são promovidas pela Federação Internacional de Judô (FIJ), atualizando assim os árbitros de São Paulo. Esta edição teve a participação de 168 árbitros detentores de classificação estadual, nacional e internacional, e mais uma vez o palestrante foi o professor kodansha Dante Kanayama, 8º dan, diretor de arbitragem da FPJ e árbitro internacional FIJ A. Na apresentação do trabalho sensei Kanayama contou com a importante ajuda do professor Edson Minakawa, membro do conselho estadual de arbitragem e detentor da mesma classificação na arbitragem internacional. A mesa de honra foi composta por Francisco de Carvalho Filho, vice-presidente da CBJ; Joji Kimura, diretor técnico da FPJ; Dante Kanayama, diretor de arbitragem da FPJ; Romildo Campelo, secretário do Meio Ambiente de Mogi das Cruzes; Marcos Paulo Furlan, vereador de Mogi das Cruzes e presidente da Federação Paulista de Karatê Kyokushin Oyama; Yoshiyuki
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PINTO
| FOTO REVISTA BUDÔ
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Shimotsu, kodansha de Mogi das Cruzes; Odair Borges, membro da comissão de graduação da CBJ; Emílio Moreira, ex-presidente da Federação Maranhense de Judô. Participaram também membros do conselho estadual de arbitragem: Edison Minakawa, Marilaine Ferranti, Takeshi Yokoti, Antônio Honorato, João David de Andrade, Cláudio Murayama, Paulo Rogério Padovan, Luís Alberto dos Santos, Eduardo Kanayama, Mário Luiz Miranda e Takeshi Niitsuma. Com o auxílio de um vídeo produzido pela FIJ e a ajuda dos membros da comissão de arbitragem do Estado de São Paulo, foram apresentadas e discutidas todas as mudanças promovidas pela Federação Internacional de Judô para esta temporada. A diretoria técnica da FPJ ofereceu a todos os participantes sua nova cartilha com as regras de arbitragem e um folheto produzido pela Confederação Brasileira de Judô com a proposta das regras para o ciclo 2014/2016. Em paralelo ao seminário estadual de arbitragem houve o seminário de padronização para oficias de mesa 2014, que contou com a participação dos coordenadores de oficiais de mesa das 16 delegacias. O seminário para oficiais de mesa foi conduzido pelos professores Marcos Uchida, diretor de oficiais de mesa da FPJ, e Fernando Ikeda e Márcio Mariano, coordenadores de oficiais de mesa da capital.
Destaques na abertura do evento Entre as presenças destacadas do seminário de arbitragem estava o judoca Syuji Maki, 3º dan, que é secretário do Meio Ambiente da cidade de Toyama (Japão), que veio ao Brasil para desenvolver ações na área do meio ambiente, junto ao governo municipal de Mogi das Cruzes.
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Outro destaque no auditório do teatro CEMFORPE foi o professor kodansha Emílio Moreira, ex-presidente da Federação Maranhense de Judô, que, buscando atualização e maior capacitação, é presença constante nos principais eventos realizados pela FPJ.
Mudanças deverão gerar muita polêmica Dante Kanayama avaliou todas mudanças feitas pela FIJ como altamente positivas, no sentido de imprimirem maior dinâmica aos combates e destacou a que deverá criar maior polêmica. “A Federação Internacional de Judô tem adotado mudanças regularmente e a meu ver eles estão fazendo a coisa certa. A cada ano o judô fica mais bonito e dinâmico, e mais uma vez teremos um longo período de adaptação às mudanças. Em minha análise a mudança mais polêmica é a da punição nas saídas de área.” Na visão do diretor de arbitragem da FPJ, a FIJ acertou novamente. “Todas as alterações foram para premiar o judô mais técnico. Como sempre, haverá um período de adaptação tanto para atletas como para árbitros, técnicos e professores. Após o período de adaptação certamente veremos um judô ainda mais dinâmico. O departamento de arbitragem da FIJ tem feito tudo àquilo que os amantes do judô tradicional buscavam e ansiavam.”
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Árbitros participantes
Gilson de Vito
Adriano Alves Coelho
Gilson Tavares de Souza
Ailton Jose Pereira Calado
Gisele Adriana P. dos Santos
Alcides Camargo
Hamilton Silva
Alessandro Santiago dos Santos
Harley Amaral
Alex Kendy Yamashita
Henrique Fernandes da Costa
Allan de Souza Silva
Hissato Yamamoto
Andaluza Ap. Ricardo Calvo
Hugo Almeida Pinto
Andre de Camargo
Idson de Souza Lima
Andre Luiz Gomes de Moraes
Jadenir Rosa da Silva
Angélica Balsamao Lanzellotti
Jair Nunes de Siqueira
Antonio Carlos Lanzelotti
Jefferson Queiroz Celestino
Antonio Carlos Bustamante
Jessica Pereira Motta
Antonio de Souza Neto
Jiro Aoyama
Antonio Honorato de Jesus
João David de Andrade
Antonio Jose dos Santos
João Luiz Mendes Garcia
Antonio Ruas Junior
João Manoel Costa da Rocha
Aparecido Figueiredo
Jorge Souza Lima
Belmiro Boaventura
Jose Antonio Marques
Carlos Alberto Previato
José Carlos Araújo Palmeira
Carlos Augusto dos Santos
Jose Carlos dos Santos
Carlos Correa de Godoy
Jose Divan Ramos
Carlos Roberto Omezo
Jose Emiliano Santos Moreira
Celestino Seiti Shira
Kendi Yamamoto
Celso Ferreira Procópio
Laryssa Thavyda M. Silva
Celso Toshiaki Kano
Leandro Alves Pereira
Claudia Sclaffani
Leandro Said da Costa
Claudio Henrique S. Tateama
Leandro Tomé Correa
Claudio T. Murayama
Leonardo Arashiro
Cleber Clemente de Lima
Leonardo Luís Vendrame
Cleber do Carmo
Leonardo Yamada
Creito Kokei Nakamura
Leônidas Ismael Machado
Daniel Hideki Kan
Luciana Sayaka Takayama
Daniel Kaihara G. Pereira
Luiz Lima da Silva
Denison Soldani Santos
Marcelo A. Correa da Silva
Diego Michelim
Marcio Andre Filho
Diego Orcioli da Silva
Marcio Luciano Mandalho
Djalma Terto Sales
Marcio Toshio Suzuqui
Douglas Montel de Mello
Marcos de Paiva Mercadante
Douglas Wilson Duarte
Marcos Fernandes
Edilson Jose da Silva
Marcos Reginaldo de Souza
Edna Pioker de Lima
Marcus Michelini
Edson Silva Barbosa
Maria Cristina A. Antunes
Eduardo Kitadai
Mariana Santiago Possari
Eduardo Maestá
Marilaine Ferranti Antonialli
Eduardo Melato Neto
Mario Koji Chibana
Edvaldo Nunes Valentim
Mario Lima Santos
Eloy Pereira da Costa
Mario Luiz Miranda
Elton Rogerio C. da Silva
Matheus de Cillo Arantes
Everson Freitas Campante
Mauricio Andre Cataneo
Fabricio Gandra Fidelis
Mauricio Ferreira M. Machado
Fernanda Maccari Moreira
Michael Reyne Mendes
Fernando da Cruz
Michel Santos Aguiar
Fernando Ferreira de Souza
Moises Augusto Rodrigues
Flavio Henrique Chapela
Murani Gomes
Francisco Carlos Alves
Nelson Eishin Ueti
Gabriela Fernandes Costa
Nelson Pedroso
George Erwin A. Oliveira Gilberto Ferreira de Oliveira Gilberto Simão Leite
Classificação dos Árbitros do Estado de São Paulo 2014 INTERNACIONAIS FIJ A 1.Carlos Catalano C. - Póstumo 2. Dante Kanayama 3. Edison Koshi Minakawa 4. Luís Catalano Calleja 5. Marilaine Ferranti 6. Shigueru Yamasaki 7. Shigueto Yamasaki 8. Luís Tambucci - Póstumo INTERNACIONAIS FIJ B 1. Luís Alberto dos Santos 2.Takeshi Yokoti 3. Tsutomu Niitsuma 4. Takeshi Nitsuma 5. Mario Luiz Miranda 6. Nelson Pedroso INTERNACIONAIS FIJ C 1. Antonio Honorato de Jesus 2. Antonio Ruas Jr 3. Cláudio Toshiyuki Murayama 4. Clóvis Vieira de Moraes 5. Edu Kanayama 6. Eduardo Kitadai 7.Eduardo Melato Neto 8. João David de Andrade 9. Kendi Yamamoto 10. Leandro Alves Pereira 11. Lucio Dias Moreira 12. Marcus Michelini 13. Miriam Zimann Minakawa 14. Paulo Rogério Padovan 15. Wilson Della Santa ASPIRANTES FIJ 1. Alcides Camargo 2. Amadeu Antonio L. Esteves 3. Andaluza Aparecida Calvo 4. Antonio Carlos Lanzellotti 5. Antonio Carlos Bustamante 6. Antonio José dos Santos 7. Belmiro Boaventura da Silva 8. Celestino Seiti Shira 9. Celso Ferreira Franco 10. Denison Soldani Santos 11. Edna Pioker de Lima 12. Elton Rogério C. Silva 13. Francisco Carlos Alves 14. George Y. Ossako 15. Gilson Tavares de Souza 16. Hideshico Aoki 17. Hissato Yamamoto 18. João Manoel Costa da Rocha 19. Jorge Sawaki 20. José Carlos Araújo Palmeira 21. Kanefumi Ura 22. Leandro Said Costa 23. Leonardo Arashiro 24. Luís Antonio de Moraes 25. Marcos Fernandes 26. Mario Chibana
27. Maurilio Cesário
13. Julio Takashi Kawaguchi
28. Murani Gomes Piffer
14. Lairton Cesar C. Mansur
29. Roberto Forte Katchborian
15. Leandro Tomé Correia
30. Roberto Tokozima
16. Luís Fernando Soares Tontoli
31. Tomio Takayama de Godoy
17. Marcos Precioso
32. Walmir Barbosa da Silva
18. Marcos Reginaldo de Souza
33. Paulo Ferraz Alvim Mulfarth
19. Nelson Eishi Ueti
34. Pedro Dezanetti Filho
20. Raony Cassab Castro Cesar
35. Pedro Jovita Diniz
21. Ricardo Forte Katchborian
36. Pedro Ribeiro da Cruz
22. Ricardo Moreira Régis
37. Rioiti Uchida
23. Rosilene Dourado
38. Roberto Moysés Dutkiewcz
24. Shinjiro Toyomura
39. Rodolfo Mathias
25. Sidney Paris
40. Sergio Matos Nascimento
26. Silvio Tsutomu Yassuda
41. Ulisses de Godoy
27. Vinicius de Almeida Grassi
42. Vagner Valentim Pereira
28. Wagner Tadashi Uchida
43. Vinicius Rodrigues Jershow
29. Wilson de Souza Barbosa
44. Zeniya Morimassa
Nacionais C
Nacionais A
1. Alberto Bonetti
Adriano Alves Coelho
2. Alexandre Toledo da Silva
Angélica Balsamão Lanzellotti
3. Aníbal da Costa Torres Júnior
1. Antoku Tomiyama
4. Antonio Cesar Fuscaldo
2. Creito Kokei Nakamura
5. Bento Emanoel Aleixo
3. Eder Romão
6. Caio Kanayama
4. Edilson José da Silva
7. Carlos Alberto Previato
5. Fernando da Cruz
8. Carlos Correia de Godoy
6. Flávio Barsotti Ono
9. Carlos Quintino dos Santos
7. Gilberto Simão Leite
10. Carlos Henrique Rovina
8. Harley Barbosa do Amaral
11. Douglas Montel
9. Idson de Souza Lima
12. Edison Pires Duarte
10. João Luís Mendes Garcia
13. Élcio Wakamatsu
11. Leonardo Yamada
14. Flávio Henrique Chapela
12. Leônidas Ismael Machado
15. Gilberto Ferreira de Oliveira
13. Marcos de Paiva Mercadante
16. Gisele Ap. Pereira dos Santos
14. Osmar Aparecido Feltrin
17. Gustavo Rocha Zamian
15. Pedro Jovita Diniz Júnior
18. Hercílio Aparecido Benedicto
16. Rafael Rossi
19. Hugo Almeida Pinto
17. Ricardo Moreira Régis
20. Ivan Carlos Petraglia
18. Rubens Pereira
21. Jair Nunes Siqueira
19. Sandro Salles Camargo
22. José Antonio Marques
20. Sergio Luís Bin
23. José Divan Ramos
21. Setsuo Takahashi
24. Juliana Tiaki O. Maestá
22. Sidney Paris
25. Julio Takashi Kawaguchi
23. Silvio Roberto Firmino
26. Leandro Carlos Lima
24. Waldir Milholi Furlaneto
27. Leonardo Luís Vendrame
25. Wilmar Terumi Shiraga
28. Luís Carlos Eugenio Brígida
26. Zaqueu do Nascimento
29. Luís Fernandes de Sousa
Nacionais B
30. Luís Inacio Lonchiati
1. Ailton José Pereira Calado
31. Marcio Luís Mandalho
2. Alessandro Santiago
32. Mauricio André Cataneo
3. Alexandre Faustino
33. Mercival Daminelli
4. Claudio Calasans Camargo
34. Pedro Luís Fernandes
5. Claudio Konno
35. Priscila Teodoro Leite
6. Cleber do Carmo
36. Ricardo Eiji Ozaki
7. Daniela Mie M.Tanaka
37. Ronaldo Ribeiro de Moraes
8. Diego Orcioli da Silva
38. Sérgio Santos Yamada
9. Élcio José Barroso Carreira
39. Thiago Agostinho Leal
10. Eloy Pereira Costa
40. Vicente Paulo Cardozo
11. Jiro Aoyama
41. Wiliam Suda
12. José Anastácio Camarotto
42. Yugo Fukushima
COPA SÃO PAULO ASPIRANTE CONSOLIDA-SE NO CALENDÁRIO PAULISTA POR PAULO
PINTO
| FOTO BUDO PRESS
Em sua segunda edição e com disputas nas categorias sub 9, sub 15, sub 18 e adulto, a Copa São Paulo Aspirante firmou-se definitivamente como o certame que oferece melhor oportunidade à base do judô paulista. Louveira (SP) – A diretoria técnica da Federação Paulista de Judô (FPJ) promoveu a segunda edição da Copa São Paulo Aspirante, torneio criado em 2013 com o objetivo de proporcionar maior possibilidade de preparo e condicionamento técnico aos judocas da base e que estão em fase de formação. A competição realizou-se no dia 29 de março, no ginásio de esportes do Centro Educacional Integrado de Louveira (CEIL), e teve a participação de aproximadamente 900 atletas
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da divisão aspirante do Estado de São Paulo, ou seja, judocas federados até a faixa verde. As disputas foram realizadas em dez áreas de luta, e 68 árbitros atuaram na competição. A cerimônia de abertura teve a participação de autoridade políticas e esportivas, entre as quais Nicolau Finamore Júnior, prefeito de Louveira; Reinaldo Betti, secretário de Esporte, Lazer e Juventude de Louveira; Francisco de Carvalho Filho, vice-presidente da CBJ; Alessandro Puglia, presidente da FPJ; Joji Kimura,
diretor técnico da FPJ; os delegados regionais Cleber do Carmo, 12ª DRJ; Celso de Almeida Leite, 15ªDRJ; Osmar Aparecido Feltrim, 6ª DRJ; Wilmar Shiraga, 5ª DRJ; Anderson Lima, 8ª DRJ; Joji Kimura; 10ª DRJ; e os professores kodanshas Rubens Pereira, Solange de Almeida Pessoa, Alcides Camargo, Antônio Honorato de Jesus, Belmiro Boaventura da Silva; Milton Trajano, Nelson Onmura, Takeshi Nitsuma e o renomado sensei Teruo Nakamura, de Tupã.
Completaram a mesa de honra Josafá Vieira da Silva, Luís Carlos Gonçalves, Daniel Dell’Aquila, Sidnei Paris e o professor Masatoshi Shiroma, anfitrião da competição. A coordenadora dos árbitros foi a experiente professora Marilaine Ferrante. O mestre de cerimônias foi José Jantália, vice-presidente da FPJ, e a locução foi brilhantemente executada pelo professor Fernando Catalano. No decorrer da competição houve sorteio de bonés, agasalhos e kimonos oferecidos pela MKS Adidas, fornecedora oficial de material esportivo da FPJ. Na abertura dos trabalhos a equipe de treinamento de kata do Centro de Aperfeiçoamento Técnico da FPJ (CAT), comandada pelo professor Luís Alberto dos Santos, realizou apresentação de nage-no-kata sincronizado. No fim da apresentação os judocas coordenados pelo professor Vinícius Erchov foram muito aplaudidos pela excelente exibição. Nos tatamis notamos o grande intercâmbio técnico promovido pelos judocas das 185 associações inscritas na competição. Vimos uma nova geração buscando seu espaço no cenário competitivo estadual, o que vai ao encontro dos propósitos estabelecidos quando da criação desta competição. Além do título e medalhas em disputa, o campeão da cada classe e categoria de peso classificou-se para a fase final do Campeonato Paulista Aspirante.
Números expressivos Reinaldo Betti, secretário de Esporte, Lazer e Juventude de Louveira, destacou a magnitude do torneio. “Nossa secretaria participa constantemente da realização de competições esportivas, mas esta nos surpreendeu pelo tamanho e pela organização. A equipe da FPJ está realmente preparada para eventos de grande magnitude. Recebemos em Louveira cerca de 1.000 representantes de clubes e escolas vindos de 200 municípios, aproximadamente. São números expressivos que comprovam a pujança do judô paulista, e nos sentimos honrados por fazer parte de um trabalho tão grandioso.”
Reinaldo Betti, secretário de Esporte, Lazer e Juventude de Louveira; Nicolau Finamore Júnior, prefeito de Louveira; e Francisco de Carvalho Filho, vice-presidente da CBJ;
Em seu depoimento Francisco de Carvalho, vice-presidente da CBJ, mais uma vez lembrou aos pais que estavam presentes a importância de preparar os filhos para a vida. “Hoje vemos muitos pais terceirizando a educação dos filhos, e quero lembrar que a obrigação de educar cabe a nós, pais. Aos professores escolares cabe a formação escolar. Aos professores de judô, karatê e demais modalidades esportivas cabe a transmissão da técnica e dos princípios filosóficos de cada modalidade. Mas a educação e o preparo para a vida têm de ser feitos em casa. Parabenizo todos vocês por dedicarem seus fins de semana a acompanhar seus filhos nas competições. Além de mostrar um caminho sadio, vocês estão fortalecendo a união de toda a família.”
Avaliação positiva Alessandro Puglia explicou a razão da mudança na data do certame e enfatizou o crescimento da competição. “Com relação ao número de judocas inscritos nesta edição, obtivemos um crescimento de 15%, o que nos permite afirmar que 1.000 judocas aproximadamente participaram da competição. Acho que os professores compreenderam a necessidade de transferir esta disputa para o início da temporada, já que com isso agregamos maior preparo aos atletas da base, que terão uma série de compromissos no decorrer da temporada. A antecipação atende aos propósitos desta competição e agrega maior preparo e condicionamento à pré-temporada destes judocas.”
Reinaldo Betti, secretário de Esporte, Lazer e Juventude de Louveira; Nicolau Finamore Júnior, prefeito de Louveira; Francisco de Carvalho Filho, vice-presidente da CBJ; Alessandro Puglia, presidente da FPJ; e José Jantália, vice-presidente da FPJ
Chico do Judô
Os professores kodanshas Nelson Onmura, Milton Trajano e Rubens Pereira
Anderson Dias, Francisco de Carvalho e Sidinei Paris
Reinaldo Betti e Masatoshi Shiroma
Chico do Judô, Josafá Vieira da Silva e Luís Carlos Gonçalves
Walmir Shiraga, Osmar Aparecido Feltrim e Alcides Camargo
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Classificação final das equipe que pontuaram 1º Academia de Judô Morada do Sol 2º SESI - SP 3º Mogi das Cruzes Judô 4º Academia de Judô Pissarra 5º Assoc. Cult e Esp. Irmãos Ribas 6º Judô na Faixa Team 7º DERLA / Aguai 8º Associação Jita Kyoei Judô 9º Assoc. Limeirense de Judô 10º ADPM - Reg. São José dos Campos 11º Pirituba Futebol Clube 12º Assoc. Dib de Esp. Cult. Est. SP 13º Associação Colossus de Judô 14º São Paulo Futebol Clube 15º Sec. de Esportes de Franco da Rocha 16º Grêmio Recreativa Serv. Mun. Cubatão 17º Clube Atlético Bandeirantes 18º Clube Concordia 19º Associação Cult. Esp. Rec. de Tupã 20º Associação Marcos Mercadante Judô 21º Associação Amigos do Judô de Itapira 22º SEMEL de Valinhos 23º Associação Registrense de Judô 24º Seduc - Praia Grande 25º Secr. Mun. Esp. e Lazer Francisco 26º Assoc. Desportiva Indaiatubana 27º SEMEL Lins/Morimoto 28º Academia Mura 29º Associação Hortolandense de Judô 30º Secretaria de Esportes Lazer de Salto 31º Associação de Judô Mongaguá 32º Secr. Mun. Esp. Lazer Juv. Penápolis 33º SESI-SP 34º Associação Pro Alcance Judô 35º Associação P. Budô de Artes Marciais 36º APAJUSVO – A. Pais Amigos de Judô 37º Assoc. Real União de Judô e Karatê 38º Associação C. Okinawa do Ipiranga 39º Associação de Judô Budokan Peruíbe 40º Clube Rodoviário de Judô 41º Associação Pessoa de Judô 42º Associação de Judô Vila Sonia 43º SESI - SP 44º Judô Pires 45º Camp SBC 46º Clube Paineiras do Morumby 47º Associação de Judô Yassuda 48º Associação 9 de Julho 49º Associação Kiai Kam 50º Clube Atlético Taboão da Serra 51º Associação Mirai de Judô 52º ADUC - A. Desp. União da Comarca 53º Associação Esportiva Guarujá 54º Liga de Judô do Litoral 55º A. D. Ateneu Mansor 56º AADSB - Projeto Judô Olímpico 57º Associação de Judô Fernandes 58º Clube Internacional de Regatas 59º Vila Souza Atlético Clube 60º Associação Cult. Esp. de Tucuruvi 61º Associação de Judô Hinodê 62º Circulo Militar de São Paulo 63º Academia de Judô Adriana Bento 64º Itapira Atlético Clube 65º Assoc. de Judô Hombu Budokan 66º Assoc. de Judô Alto da Lapa 67º I. D. Cul. I. Paulista Shoshichi 68º Sport Club Corinthians Paulista 69º Clube Esportivo da Penha 70º ADREARMAS A.D.R. Artes Marciais 71º Judô Makoto 72º SEMEL Amparo 73º Associação Judô Nery 74º Club Athletico Paulistano 75º Assoc. Judô Trajano Center A. Marciais 76º Associação de Judô e Karatê Jalense 77º Dojô Centro de Treinamento de Luas 78º Academia Chiao de Judô 79º SESI - SP 80º Associação de Judô Kyoei 81º Associação de Judô Mito 82º Judô Clube Mogi das Cruzes 83º Associação de Judô Fagundes 84º Associação de Judô Messias
HAJIME!
O início do karatê brasileiro! POR ARQUIVO
FERJKT |
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ARQUIVO FERJKT
Um dos principais berços do karatê do Brasil, o Estado do Rio de Janeiro teve sua era de ouro nos anos 1970, mas hoje volta a viver um grande momento e prepara-se para realizar o principal evento do calendário esportivo da CBKT, o Campeonato Brasileiro de Karatê-dô Tradicional das classes júnior e adulto. No mundial da JKA realizado em 1977 a seleção brasileira fez um duelo épico com a seleção do Japão. Na época o Brasil tinha um campeão mundial absoluto de kumitê individual, Luiz Tasuke Watanabe, que conquistou o ouro em 1972, em Paris, e também um vice-campeão mundial de kata e kumitê individual, Ugo Arrigoni, que faturou as duas medalhas de prata no mundial de 1976, no Cairo, além de outros grandes nomes, detentores de vários títulos pan-americanos. Infelizmente, por falta de sorte, o Brasil pegou de cara a equipe do Japão, que era favoritíssima ao título. Temos certeza de que, se o Brasil e o Japão estivessem em chaves separadas, se enfrentariam apenas na grande final porque, para vencer a equipe do Brasil daquele ano, só mesmo o Japão. O selecionado brasileiro foi a Tóquio com o que tinha de melhor: Ronaldo Carlos (RJ), Ricardo D’Elia (SP), Antônio Fernando Pinto (MG), Ugo Arrigoni Neto (RJ), Dorival Caribé (BA) e Luís Tasuke Watanabe (RS). A comissão técnica era formada por Victor Hugo Blanco Bittencourt, preparador físico, e ninguém menos do que Tadashi Takeuchi, técnico. O selecionado do Japão era formado por nomes que figuram até hoje entre os maiores campeões da JKA: Tabata, Mori, Masahiko Tanaka e Yahara. Foi por meio desses grandes atletas que já na década de 1970 o Brasil passou a ser reconhecido como potência mundial do karatê.
FERJKT mantém a tradição de grandes conquistas A história da Federação do Estado do Rio de Janeiro de Karatê-dô Tradicional (FERJKT) começou em 1987, quando foi organizado o primeiro campeonato estadual da modalidade. A primeira geração de grandes campeões reuniu atletas como Berimbau, Paulo Uchôa, Felipe Martins, Daigo, Vinício Antony, Marcus Vinícius, Eduardo Santos, Marcos Piolla, RoO sensei Eduardo Santos com o shihan Yasutaka Tanaka
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Parte da seleção carioca no brasileiro realizado em Porto Alegre em 2013
berto Pestana, José Lourenço, José Carlos, Andrea Jacobson, Simone Caldas, Wanda e Sandra Steiger, Oswaldo Gonçalves, Samuel Miranda e Ana Carolina, entre muitos outros. O saudoso Victor Hugo Blanco Bittencourt, atleta de renome, foi o primeiro presidente da entidade e um dirigente que, com sua dedicação e persistência, ajudou a construir o karatê-dô tradicional no Estado do Rio de Janeiro. Mas foi a partir de 1994, quando a FERJKT passou a ser comandada por Eduardo Santos, atleta e grande campeão das seleções fluminense e brasileira, que a entidade experimentou um período de crescimento, e o dirigente lembra os amigos que o apoiaram naquele momento. “Só conseguimos imprimir um ritmo de crescimento do karatê em nosso Estado devido à ajuda inestimável de pessoas que acreditam e trabalham em prol do kara-
tê: os professores Yasutaka Tanaka, Hiroyasu Inoki, Ugo Arrigoni, Flávio Costa, Ronaldo Carlos, Paulo Góes, Emerson Rios, Eduardo Azeredo, Rivelino, Guti, Cadena, Vinício Antony, Felipe Martins e muitos outros. Começamos fazendo um forte trabalho na base, investindo nos novos talentos que surgiam. Custeamos viagens, organizamos um calendário de competições e cursos que atendiam às necessidades de todas as faixas etárias, e fomos muito além das atribuições e obrigações de uma federação.” Desde 1990 a FERJKT cede atletas para a seleção brasileira, sendo que a participação dos karatecas fluminenses em competições sul-americanas, pan-americanas e nos sete mundiais realizados pela International Traditional Karate Federation (TKF) sempre foi bastante expressiva. “A grande quantidade de títulos e medalhas conquistados por nossos atletas
reflete a qualidade técnica dos professores filiados à FERJKT”, disse o dirigente carioca. Hoje diversos projetos sociais incentivados são desenvolvidos no Estado do Rio de Janeiro, beneficiando centenas de crianças e adolescentes carentes e em situação de risco, com destaque especial aos projetos desenvolvidos pelo sensei Ugo Arrigoni Neto. Com o trabalho da federação fluminense sendo reconhecido nacionalmente, a partir de 2011 a Confederação Brasileira de Karatê-dô Tradicional (CBKT) voltou a realizar o campeonato brasileiro Sul-Sudeste no Rio de Janeiro. Naquela ocasião o Clube Monte Líbano foi palco da que foi considerada uma das mais bem organizadas competições de todos os tempos, dando exemplo de pontualidade e respeito ao público, aos mestres e atletas presentes. Em 2012 a FERJKT firmou parceria com a JKA do Brasil, quando foi criado um diretório
Seleção Carioca no campeonato brasileiro de karate realizado em 1977 no Ibirapuera em São Paulo
Foto de 1975 quando o shihan Nakyama veio ao Brasil Sensei Ugo Arrigoni ministrando aula em projetos sociais
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Seleção brasileira em Paris quando Sensei Watanabe foi campeão mundial em 1972
Diversos projetos sociais são incentivados principalmente pelo sensei Ugo Arrigoni
desta entidade dentro da FERKT. Esta parceria permitiu que a Cidade Maravilhosa sediasse o campeonato brasileiro da JKA, o que não acontecia desde a década de 1970. O evento foi coroado de sucesso e a 12ª edição do campeonato brasileiro da JKA foi exemplo de organização. De quebra, a vila olímpica que abrigou a competição coincidentemente leva o nome do professor Manuel José Gomes Tubino, decano mestre da Educação Física no Brasil e um dos primeiros alunos do mestre Tanaka. Manuel Tubino foi o principal articulador na fundação da CBKT, quando era presidente do então Conselho Nacional de Desportes do Brasil (CND). Nada mais justo que um equipamento público que leva o nome de um dos mais ilustres karatecas brasileiros sediasse um certame da Nihon Karate Kyokai, evento que comemorou os 50 anos da Associação Kobukan, o berço do karatê do Rio de Janeiro. A cobertura jornalística do jubileu de ouro da Kobukan foi a maior da história da JKA do Brasil, e contou com a cobertura de três canais de TV e alguns dos mais importantes sites esportivos do País. No mesmo ano, pela primeira vez desde 1987, ano de fundação da CBKT, o Rio de Janeiro ficou entre os cinco Estados que filiaram maior número de atletas na entidade nacional. A FERJKT jamais teve tantos filiados como em 2012 e 2013, dois anos de conquistas impor-
tantes no contexto técnico, quando os fluminenses colocaram dois atletas entre os quatro melhores no ranking nacional: Jayme Sandall e Roberto Mendes. Além disso, contou com vários atletas na seleção brasileira que venceu todas as categorias disputadas no campeonato pan-americano da ITKF realizado em Formosa, na Argentina. Ainda em 2013, foi realizado, dentro da sede do BOPE, o 23º Campeonato Estadual de Karate-dô Tradicional. Com mais de 70 atletas e 13 associações, a competição foi um sucesso, e contou com a presença de diversas autoridades. A nova geração de atletas fluminenses tem como técnico um dos maiores nomes do karatê brasileiro de todos os tempos, o sensei Flávio Costa, técnico da seleção do Rio há mais de dez anos. Para Eduardo Santos, presidente da FERJKT, o experiente técnico quer reescrever seu nome na história também como treinador. “O professor Flávio foi um dos melhores karatecas do nosso Estado. Por meio de um trabalho inovador, ele busca repetir o grande sucesso de sua geração dos anos 1970 e 80, quando a elite do karatê brasileiro estava no Rio. Sob seu comando a nova geração ganhou muitas medalhas nos últimos anos, e constantemente coloca a FERJKT nos pódios das competições nacionais.” Coroando um trabalho consistente de
Seleção Carioca de 1988
quase 20 anos, este ano o Campeonato Brasileiro de Karatê-dô Tradicional das classes júnior e adulto será realizado pela primeira vez na Cidade Maravilhosa, e o dirigente falou sobre esta importante conquista. “Estamos num crescente no que diz respeito a atingirmos a excelência na organização de eventos esportivos. A realização do campeonato brasileiro em nosso Estado será um marco de nossa gestão e tenho certeza de que faremos um torneio grandioso. Vamos realizar a competição no Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (CEFAN), da Marinha brasileira, subordinado ao Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, um dos mais modernos equipamentos esportivos do Rio de Janeiro. Desde já damos as boas-vindas a todos os participantes e afirmo que, assim como o Cristo Redentor, toda a comunidade do karatê tradicional fluminense está de braços abertos esperando a elite de nossa modalidade no Rio de Janeiro.”
POLÍTICA INTERNACIONAL
PAULO WANDERLEY
SOFRE REVÉS INTERNACIONAL POR PAULO
PINTO
| FOTO ARQUIVO FJC
A história se repete e mais uma vez vemos o judô refém da ambição e vaidade de um dirigente que planta a segregação, visando a colher a perpetuação no poder. Acostumado, porém, à passividade e ao conformismo dos dirigentes tupiniquins, Paulo Wanderley foi surpreendido pela reação dos líderes sul-americanos que, após experimentarem extremo abandono administrativo, se organizaram e agiram em defesa dos interesses de seus países, pondo fim ao período de ilegalidade, autoritarismo e abuso de poder na Confederação Sul-Americana de Judô.
Os dirigentes que tiveram a ousadia e a coragem de por fim a tirania que assolava o judô sul-americano
Atendendo às normas estatutárias vigentes na Confederação Sul-Americana de Judô (CSAJ) e à autoconvocação assinada por sete federações nacionais em 17 de janeiro em Miami (USA), realizou-se em 22 de fevereiro em Santiago (Chile) a assembleia extraordinária para eleger a nova diretoria. Assinam o documento as entidades do Chile, Argentina, Venezuela, Bolívia, Peru, Uruguai e Paraguai. O pleito realizou-se na sede do Comitê Olímpico Chileno, quando foi eleita por aclamação a chapa única constituída pelos seguintes dirigentes: Oscar Cassinerio (Argentina), presidente; Francisco Birnstill (Paraguai), vice-presidente; Aquiles Gómez Guzmán (Chile), tesoureiro; e Juan José Paz (Bolívia), secretário geral.
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Após tomar posse como dirigente continental, Oscar Cassinerio agradeceu a confiança depositada pelos dirigentes dos países-membros. “Inicialmente quero agradecer a todos que nos apoiaram e depositaram confiança em nossa proposta de reconstrução do judô sul-americano. Estamos dando os primeiros passos no sentido de reescrever a história do judô em nosso continente e em cada um dos países que compõem nossa unidade continental.” Na sequência o novo mandatário sul-americano indicou o nome do novo representante da entidade junto à Federação Interacional de Judô (FIJ). “Devido à total falta de interesse e comprometimento de Paulo Wanderely Teixeira
pelos assuntos do judô sul-americano, sugiro que a partir de agora nosso representante junto à FIJ seja Ignacio Aloise, que exerce o segundo mandato como membro do conselho diretivo daquela entidade, atuando como diretor de esportes.” A moção foi aceita por unanimidade. Foram apresentados também os nomes dos eventuais diretores setoriais, que serão definidos oportunamente pela diretoria executiva da CSAJ. Ficou acertado que o brasileiro Robnelson Ferreira permaneceria à frente do comitê organizador dos Jogos Sul-Americanos que aconteceram no Chile. Cassinerio enumerou os motivos que forçaram a realização da assembleia extraor-
dinária. “Havia uma série de irregularidades administrativas. Vícios e erros até na formação da diretoria, que não era composta por presidentes de federações dos países-membros, o que é uma exigência estatutária. O brasileiro Luiz Romariz chegou à presidência por imposição do presidente da CPJ; o diretor esportivo era outro brasileiro, Robnelson Pereira; o tesoureiro era o colombiano Hernando Ária, que também não é presidente; o diretor de arbitragem era Roberto Ibañes, irmão do presidente da confederação do Equador. Nem vice-presidente a entidade possuía. Antes de realizarmos esta assembleia houve dezenas de pedidos de mudança, e estes pedidos partiram de presidentes dos países-membros, pessoas que têm uma visão totalmente diferente da que existia sobre os destinos do judô de nosso continente.” O presidente eleito ainda expôs uma série de violações estatutárias. “Temos a particularidade de poder mostrar ao mundo aquilo que não se deve fazer, mas eles fazem e defendem estes absurdos. E por que fazem isso? Porque estão manipulando uma estrutura de
poder dentro da área sul-americana, e isso é inadmissível. Como homem eu não aceito, e como presidente da confederação Argentina também não, ainda que isso me custe todos os cargos que ocupo. Minha voz eles não vão calar. Vou afirmar isso aqui, nos congressos internacionais e da confederação pan-america-
absurdo. Isso é uma violação estatutária, assim como a ausência total dos dirigentes nos eventos promovidos pela entidade. Nos Jogos Bolivarianos nenhum dirigente estava presente e, como eles precisavam arrecadar os dividendos da competição, colocaram como tesoureiro o diretor esportivo que abdicou do
“Somos a entidade mais desorganizada da FIJ. A África está em nossa frente. Nossa falência esportiva faz com que os esportistas sul-americanos paguem uma conta que não é deles. Não há cursos, treinamento ou atualização nas áreas técnica e de arbitragem. Implantaram o caos em nossa modalidade.” na, até que tudo seja corrigido de uma vez por todas. Elegem um dirigente numa assembleia, e aí vem o comitê diretor e o tiram do cargo, sem ter poder algum para impor tamanho
cargo para o qual foi eleito para cuidar da arrecadação. Mas quem cuidou da competição? Eu jamais vi o Luiz Romariz num evento, mas admito que sua ausência seria admissível. Mas como podemos pensar uma competição sem a presença dos diretores de arbitragem e esportivos? Quem toca a competição?” Indignado com o desrespeito com que todos os países-membros são tratados, Cassinerio rebateu os argumentos dos ex-dirigentes da CSAJ. “Esta gente abusou de manipular tudo da forma que lhes convinha, não respeitando nada e manipulando tudo da forma que sempre lhes interessou. Temos a metade mais um, e vamos ver se dessa vez eles vão manipular os fatos e conseguem anular esta assembleia. Todas as vezes que tentamos convocar uma assembleia extraordinária Paulo Wanderley disse não, mas ele nunca cumpre o que promete ou assume. Nunca acontece nada, e o judô do nosso continente está acabando. Não temos clínicas de arbitragem, não temos congressos técnicos e nenhuma política que fomente verdadeiramente o judô. Não existe absolutamente nada, a não ser cargos que são distribuídos àqueles que atendem a seus interesses. Silenciosamente, a cada dia o
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judô morre um pouco mais. Os países-membros exigem mudanças, mas Paulo Wanderley não é sensível aos problemas do judô do nosso continente.” Cassinerio reiterou o clima de desconfiança e insatisfação. “O presidente da Confederação Pan-Americana de Judô, que também é o presidente da Confederação Brasileira de Judô, nunca concordou com a realização desta assembleia, que vem sendo exigida há anos. Recentemente alegou que a Colômbia não nos apoia, mas em nenhum momento os colombianos nos comunicaram que abandonaram o grupo. Mesmo assim, sem o voto da Colômbia, ainda temos sete dos dez votos de nosso continente. Esta assembleia é soberana sim, e levaremos isso adiante nem que tenhamos de passar por tribunais em todas as instâncias. Hoje estamos dando um basta ao nepotismo e ao descaso destes dirigentes para com o judô da América do Sul.” Juan José Paz, presidente da Bolívia, mostrou seus pontos de vista. “Meu colega argentino expôs a verdade sobre as arbitrariedades cometidas no judô do nosso continente, mas particularmente e como presidente da federação boliviana, lembro que o nosso estatuto garante igualdade entre todos os países-membros, e a Bolívia foi vítima de uma agressão sem precedentes. Denunciamos e provamos por meio de documentos que no dia 11 de janeiro de 2013, na assembleia realizada na Costa Rica, fui eleito por unanimidade para o cargo de diretor esportivo. Alguns dias depois recebi uma carta assinada por Rigoberto Sanz, confirmando o cargo para o qual havia sido eleito. Surpreendentemente, quando cheguei a Buenos Aires para executar o trabalho para o cargo que havia sido eleito, fui informado verbalmente por Carlos Medina, secretário geral da CSAJ, que o cargo já não era meu. Eles decidiram colocar no lugar uma pessoa de nacionalidade brasileira. Não tiveram a hombridade e a dignidade de me avisar com antecedência. Pedi que me dessem esta informação por escrito, mas até hoje não recebi absolutamente nada. Trataram-me com total falta de respeito e consideração. Pergunto: se isso tivesse acontecido a um brasileiro ou a um equatoriano, eles estariam calados? Mas temos de lembrar que a Bolívia é igual às demais federações e também tem direito a voto.” O presidente boliviano concluiu relatando o desastre administrativo da entidade. “Vivemos um caos jamais vivido antes. Não existe gestão. Como é possível que uma entidade com dez países filiados não tenha um calendário de eventos esportivos? Como é possível que até hoje não haja projetos de curto ou longo prazo? Mesmo estando no século 21, não existe nenhuma forma de comunicação. Enviei diversas cartas e e-mails para a diretoria da entidade, para a CPJ e para a CBJ, mas nunca obtive respostas. Lembro que, para não discriminar ninguém, enviamos convite a Paulo Wanderley Teixeira e falamos diretamente com ele, que confirmou presença nesta assembleia. Mas, como sempre, não cumpriu o que assumiu. Ele
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agradeceu o convite e deixou claro que não estava de acordo com os procedimentos desta assembleia, mas afirmou que estaria presente. Pergunto-me se para o dirigente brasileiro este congresso não é importante. Até mesmo como países-membros da Confederação Pan-Americana de Judô, será que não merecemos ser escutados pelo presidente da CPJ? Estamos vivendo um momento histórico. Nesta mesa estão os presidentes de vários países, que decidiram realizar uma assembleia legal, na qual exigimos que os interesses políticos, esportivos e administrativos do judô sul-americano sejam respeitados.” Francisco Birnstill, presidente da Federação Paraguaia de Judô, reiterou a triste realidade do judô continental. “Tenho certeza de que tudo já foi dito pelos colegas que me antecederam aqui. Todos relataram o caos que vivemos nos últimos anos. Agradeço a todos os presidentes que tiveram a coragem e a hombridade de enfrentar essa gente que se crê acima da lei e dos fatos. Convidamos os representantes dos dez países-membros e fizemos tudo que a lei exige para que esta assembleia fosse realizada dentro da legalidade. Esta reunião certamente terá um caráter histórico, e tenho certeza de que vamos bater duro nas pessoas que se acham donas do judô pan-americano e sul-americano. Estamos fazendo o certo e, quem sabe até, aquilo que já deveríamos ter feito antes, quando começou este quadro de retrocesso e autoritarismo na América do Sul.”
Anfitrião expõe as vísceras da miséria administrativa O depoimento mais enfático e contundente foi o de Aquiles Gómez Guzmán, presidente da Federação de Judô do Chile, que expôs os detalhes de uma administração fundamentada na mentira e no autoritarismo. “Todos nós somos praticantes de judô, uma modalidade fundamentada num código moral que prega valores e princípios como a amizade, coragem, sinceridade, honra, modéstia, respeito e autocontrole. Mas lamentavelmente nada disso foi respeitado pelas pessoas que estiveram à frente da CSAJ. Não se respeita a palavra e nem o que é escrito, e como consequência o judô sul-americano está agonizando. A confederação sul-americana não gera e nem produz judô. Somos a entidade mais desorganizada
da FIJ. A África está em nossa frente. Nossa falência esportiva faz com que os esportistas sul-americanos paguem uma conta que não é deles. Não há cursos, treinamento ou atualização nas áreas técnica e de arbitragem. Implantaram o caos em nossa modalidade.” O dirigente chileno destacou um dos piores defeitos dos ex-dirigentes sul-americanos: a falta de ética. “Lamentavelmente, as pessoas que estavam no comando da entidade não são dotadas do menor senso de ética e, com isso, não respeitam praticantes, professores, dirigentes e presidentes das federações. Não respondem aos e-mails, e não existe nenhum tipo de condução política. A falência político-administrativa é total e os membros da diretoria não são presidentes das federações filiadas, como prevê o estatuto. Não existe memória nem ressarcimento dos gastos. Não respeitam os acordos firmados. Não existe personalidade jurídica ou conta corrente de pessoa jurídica. Não existe um ranking de atletas. Não recebemos os pagamentos que nos são devidos. Não existe livro de ata. Não respeitam os membros eleitos democraticamente e nomeiam unilateralmente os diretores de forma que dois ou três países controlem o caos gerado pela incompetência administrativa daqueles que tentam subjugar-nos em favor dos interesses pessoais. Tudo é ilegal, o que coloca o judô da América do Sul na ilegalidade.” Aquiles Gómez finalizou apontando caminhos, que se forem adotados, elevarão o judô sul-americano aos patamares que atingiu na era da extinta União Pan-Americana de Judô. “Na verdade, nossos países não poderão desenvolver-se esportivamente se não houver um marco jurídico e desportivo, embasado numa estrutura competitiva que se equipare ao que é feito na Europa ou na Ásia. Não podemos mais pensar o judô de forma isolada. O Brasil não vai crescer tecnicamente sem a nossa participação. Só cresceremos se estivermos juntos. Somos inalienavelmente interdependentes daquilo que nossos vizinhos conquistem tecnicamente e administrativamente. Não somos inimigos, e sim vizinhos que podem e devem ajudar-se mutuamente.”
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ENSAIO
CENTRO DE GRAVIDADE POR FERNANDO
O centro de gravidade é um conceito físico que tem por fundamento a força responsável pela amálgama do universo. Todo o equilíbrio cósmico, das galáxias e dos sistemas solares está calcado na força gravitacional, embora seja necessário reconhecer que outras forças também atuam, mas que para este ensaio não têm relevância. Fosse possível “desligar” a força gravitacional, passaríamos imediatamente a flutuar sem nenhum ponto de apoio. Em pouco tempo, os músculos ficariam flácidos até perderem a função e os ossos, porosos até se desmancharem. Entretanto, mesmo que a gravidade pudesse ser “desligada”, deste terrível mal não padeceríamos. É a força gravitacional que também mantém a atmosfera em torno do planeta. Em segundos estaríamos mortos por asfixia. Esses breves comentários servem para ilustrar a relevância da força gravitacional para a vida de qualquer ser humano, com especial relevância para o budoka que faz do movimento o seu caminho (Do). Sem a força gravitacional, os movimentos como os conhecemos não existiriam, tampouco a espécie humana ou até outras formas de vida. Todo o movimento humano, no ambiente gravitacional, tem origem num ponto de apoio que normalmente encontramos no solo. Ocasionalmente poderemos apoiar-nos em obstáculos laterais, mas será do chão que partirão as forças físicas que gerarão a movimentação humana. Com menor relevância também nos servirmos do ar, o mesmo que é mantido ao alcance nossos narizes pela força gravitacional. A consciência desse fenômeno — para alguns mera obviedade e por muitos despercebida — em muito transcende sua percepção fenomenológica. É preciso compreendê-lo para otimizar a interação e assim alcançar melhores resultados. Desde Arquimedes, e isso no século II AC, o conceito do centro de gravidade ou baricentro é fundamental à compreensão do movimento dos corpos, representado pelo ponto em que se concentra a força gravitacional. A posição do centro de gravidade em relação a seu corpo determinará o equilíbrio e, a partir dele, o movimento que aquele corpo poderá
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MALHEIROS FILHO
| FOTO BUDÔ PRESS
desenvolver, tratando-se quer de um corpo inanimado, quer de um corpo vivo. Os orientais, já há séculos, especulavam acerca da posição do centro de gravidade no corpo humano, provavelmente situado no baixo ventre, localização confirmada pela ciência moderna. Com efeito, o conceito do Tanden (Hara), o ponto imaginário que se situa quatro dedos abaixo do umbigo, estava correto. Ali o ponto nevrálgico dos movimentos humanos. Ali o equilíbrio e o desequilíbrio necessários ao movimento eficaz. Normalmente dispomos deste conceito introjetado instintivamente. Fosse diferente não poderíamos executar as tarefas mais prosaicas, como movimentar os braços e a cabeça ou caminhar. A própria natureza nos dotou dessa função, tal como qualquer ser vivo que necessite movimentar-se. Contudo, o sistema ganha muita complexidade no momento em que desejamos desenvolver movimentos mais refinados, para os quais não fomos dotados de capacidade instintiva. Inquestionavelmente, o primeiro conceito a ser dominado é o centro de gravidade. Toda a movimentação do corpo humano está condicionada a sua posição em relação aos demais membros ou porções. Rapidamente o praticante vai descobrindo que a eficiência do movimento está relacionada à conexão entre no chão, o centro de gravidade e o produto final do gesto. Mais do que tudo, o refinamento da prática, na velha equação segundo a qual se deve perseguir o resultado máximo com o mínimo de energia, exige a aguda percepção do posicionamento do centro de gravidade, e não só porque o melhor resultado, o mais eficiente, depende da equação energética, mas também porque para o budô o outro, o oponente, é elemento integrante da equação. E o outro dispõe de razão, emoção e sua própria compreensão do movimento. Nenhuma utilidade haverá de se retirar do movimento potente, mesma na melhor de suas expressões individualmente admitidas, sem cirúrgica precisão, mesmo que para isso a potência cinética tenha de ser reduzida. O movimento isoladamente potente, com frequência, se volta contra quem o produziu. A precisão sempre haverá de estar
acima de tudo, daí o foco ou o kime. É virtualmente impossível pensar em foco sem o exato domínio do centro de gravidade. E isso porque mesmo as pequenas oscilações no centro de gravidade produzem graves perturbações na execução final de cada movimento. Essa compreensão não pode jamais escapar àqueles que se dedicam ao budô. Observando e estudando compreenderão que a sintonia com o equilíbrio cósmico, assim considerado pelas leis da física, está no domínio da posição do centro de gravidade, principal preocupação do praticante na execução de cada movimento, para disciplinar o corpo e a mente no respeito àquilo que é imutável. A prática continuada, a execução contínua e repetida dos movimentos, serve primordialmente à sintonia destes com centro de gravidade, cuja atuação tem efeito purificador, no paradoxal encontro do equilíbrio dentro do desequilíbrio que representa qualquer movimento corporal. Somente assim o budoka se encontra apto aos desafios externos, seja na sua representação física direta, do oponente a ser vencido, seja na metáfora maior, muitíssimo mais relevante, do encontro do ser humano com a última das verdades. E não haverá de ser verdadeiro o movimento que, apesar do imenso esforço, não produz sequer uma parte do efeito que dele se espera. Estaremos no caminho da verdade quando a surpresa nos apanhar, quando o mínimo esforço despertar um estupendo resultado. Nada disso será possível sem a compreensão aguda e profunda do conceito do centro de gravidade, que sempre deverá ser explorado para muito além de sua mera representação física, pois nele está guardado o mistério, o segredo, a chave para a compreensão do universo.
Fernando Malheiros Filho é
Professor de karatê-dô, historiador e advogado, especialista em direito da família e sucessões.
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INTERVIEW
O JUDÔ É A MINHA GRANDE PAIXÃO! POR PAULO
PINTO |
FOTO
BUDÕ PRESS
Um dos delegados regionais mais articulados de São Paulo, o carioca Raul de Melo Senra Bisneto, nasceu em 23 de março de 1958, no bairro de Humaitá, aos pés do Cristo Redentor. Formado em economia pela Universidade Gama Filho e em administração de empresas pela Universidade de Marília, é empresário do agronegócio e vive em Tupã. Há quase 20 anos o kodansha 6º dan dirige os destinos do judô da Alta Paulista, zelando pela manutenção da tradição e do judô técnico, reverenciando o legado deixado pelos professores que dedicaram suas vidas ao judô do nosso País. Como chegou ao judô? Desde criança gostei de esporte, e aos 6 anos fui treinar na academia do professor Almir Ribeiro, na Tijuca, no Rio de Janeiro, mas meu tio José Maciel Senra era bicampeão mundial de basquete e chegou a integrar a seleção olímpica de 1964. Minha família era voltada ao basquete, houve pressão e tive de me afastar. Treinei basquete até os 18 anos, defendendo o Tijuca Tênis Clube, o mesmo que meu tio defendeu durante sua vitoriosa carreira, e cheguei até a ser convocado para a seleção carioca em 1975. Infelizmente meu tio faleceu aos 40 anos, em 1976, e como ele era uma grande referência sua morte me chateou demais e acabei afastando-me do basquete. Posteriormente entrei na Universidade Gama Filho, na qual cursei economia, e fui convidado a participar do time de basquete, só que não queria mais nada com o esse esporte, e não aceitei. Como sempre gostei das modalidades de luta, meu cunhado, que lutava boxe na Lapa, na academia do professor Santa Rosa, me convidou e
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comecei a treinar. Integrei a equipe da Gama Filho e participei da forja de campeões em São Paulo. Numa determinada luta eu perdi para um atleta do professor Carolo, que dava aula na Pirelli, e quase fiquei cego. Lembro que, quando entrei no ônibus para o Rio de Janeiro, todos olhavam tão assustados que parecia que eu tinha perdido a cabeça. Perdi a luta por pontos e também levei vários pontos no rosto. Fui convidado a me profissionalizar e até me chamavam para treinar boxe nos Estados Unidos, mas minha família não concordou. Afastei-me, comecei a trabalhar, fui morar no Espírito Santo e depois voltei para o Rio, mas, em função das atividades de meu avô no agronegócio, acabei vindo para Tupã, onde comecei a interessar-me pela prática do judô por intermédio do professor Tosugue Sugui. Isso foi em 1981, quando eu já tinha 23 anos, e um dia ele me convidou para ir à granja do sensei Umakakeba, em Bastos. Houve uma grande empatia e conversamos muitas horas sobre negócios. Lamentavelmente o professor Sugui veio a falecer
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Os senseis Uichiro Umakakeba e Goro Kosaihira participaram da cerimôni ad eoutorga do 6º dan do amigo e aluno Raul Senra
num acidente de carro e com isso o judô de Tupã ficou completamente perdido. Decidi transferir-me para Bastos, onde tive a grande sorte de conhecer outra pessoa ímpar, o Washington Toshihiro Donomai, que considero um irmão devido a tudo o que vivenciamos juntos. Treinávamos praticamente o dia inteiro e passei a viver o judô e sentir verdadeiramente o que era o esporte. Aquilo entrou no meu sangue de uma forma tão incrível que química nenhuma vai me salvar dessa doença. Hoje tenho plena consciência de que quero morrer de overdose de judô. Qual foi a sua trajetória no judô? Comecei muito tarde e só me destaquei mesmo na categoria máster. No sênior eu disputei competições de alto nível, mas, por mais que treinasse feito louco, eu não atingia o nível que meus adversários tinham, era uma coisa fora do comum. Eu era peso médio, uma faixa de peso terrível. Depois subi para o meio-pesado, em que tinha de encarar feras do nível de Aurélio Miguel e Douglas Vieira. Só que jamais esmoreci e procurei manter-me em forma e competindo, mas infelizmente sofri um acidente e fraturei o joelho. Fiz seis cirurgias e depois disso meu ritmo declinou muito, mas nunca dei o braço a torcer e procurei sempre seguir o que o professor Umakakeba falava: “Se você está com o joelho machucado, treine chão”, e eu fiz isso. Dessa forma consegui crescer e conquistar títulos que para mim foram importantíssimos. Na época tinha 39 anos, e mesmo com toda a deficiência atingi uma condição física fenomenal, e fui campeão brasileiro. Aquilo me emocionou muito porque não tinha conseguido ser campeão quando era jovem. Mas pelo menos ali eu senti o significado de ser campeão brasileiro, de conseguir fazer nove lutas jogando as nove, e fazendo ippon na final. Aliás, fiz o ippon mais rápido do campeonato, jogando de seoi na final do pesado. Todo mundo aplaudiu. Até o professor Goro Kosaihira, outro sensei que me ajudou muito e a quem eu quero agrade-
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Raul Senra recebendo o 6º dan do professor Umakakeba, em evento realizado em São José do Rio Preto em 4 de junho de 2012
cer, levantou para bater palmas e isso para mim foi demais. Depois disso me destaquei bastante nas competições e ganhei várias vezes o campeonato paulista. No mundial máster realizado no Rio de Janeiro, conquistei o bronze após ter perdido a primeira luta para um mongol com uma ajudinha da arbitragem, mas consegui avançar na repescagem e cheguei ao bronze. Qual é seu tokui-waza? Minha escola foi uma das mais completas e eu dominava uma série de golpes, entre os quais o sasae-tsuri-komi-ashi, harai-goshi, o-soto-gari e tsuri-komi-goshi. Sempre busquei variar e quem me passou esta sequência foi o professor Umakakeba. Ele dizia que tínhamos de ter sempre a caixa de ferramentas na mão, com elas prontas para serem utilizadas. Nesse contexto eu agradeço muito por tudo que ele me transmitiu. Convivi com ele quase 29 anos, e fizemos bodas de prata, coisa que ainda não fiz com a minha mulher. Infelizmente tivemos uma desavença boba, mas continuo gostando dele e o respeito muito. Como chegou à delegacia regional? Houve um período em que delegacia estava vaga porque o Roberto Shigematsu, o então delegado regional, vendeu tudo e foi morar no Japão. O professor Umakakeba sugeriu que eu poderia ser o delegado, e meu nome foi levado ao professor Francisco de Carvalho; depois de alguns dias fui empossado em Araçatuba. Isso foi em 10 de junho de 1986. Nesse período houve crescimento na região? Isso é uma coisa engraçada, porque o judô de nossa região, a Alta Paulista, foi formado eminentemente por japoneses. Querendo ou não, a colônia japonesa teve uma influencia monstruosa na qualificação técnica de todos que passaram pelo judô. Houve épocas em que havia equipes fortíssimas em Tupã, Marília, Bastos, Dracena etc. Tive a felicidade de poder treinar com atletas do nível do
Chicão Camilo. O Tiago Camilo cresceu aqui com a gente, dentro da minha casa e junto com meus filhos. Foi criada uma geração de excelentes professores, mas paradoxalmente quase todos se mudaram e hoje o número de escolas é menor. Mas Bastos ainda é um dos centros mais importantes do judô brasileiro. Podemos dizer que nesta época a elite do interior estava na Alta Paulista? Acredito que sim. Assim como houve um período de hegemonia do pessoal da Noroeste, quando o professor Mori, de Araçatuba, e a turma de São José do Rio Preto dominavam toda a região. A rivalidade era sadia e fomentava o surgimento de novos atletas. Digo sempre que meu medo hoje é acontecer um apagão, porque estamos vendo se abrirem lacunas enormes de gerações. Da base à elite existe um caminho longo e, se não houver um trabalho consistente, os atletas se perdem no caminho. Não sei se é porque os tempos mudaram; os jovens têm uma ampla gama de entretenimento e não querem ficar treinando quatro horas diárias em cima de um tatami. Quantas cidades abrange sua região? São 11 cidades: Garça, Marília, Tupã, Pompeia, Bastos, Junqueirópolis, Adamantina, Lucélia, Dracena, Osvaldo Cruz e Rinópolis. Quais associações e professore compõem sua delegacia? Associação Cultural e Esportiva Nikkey, de Marília, Goro Kosaihira; Associação de Judô Kassada, de Marília, Marcos Yoshiteru Kassada; Associação Cultural e Esportiva de Pompeia, Kanefumi Ura; Associação Cultural, Esportiva e Recreativa de Tupã, Teruo Nakamura; Associação de Judô de Bastos, Uichiro Umakakeba; Associação de Judô de Rinópolis, Takayoshi Arakawa e Roberto Taniguti; Clube Esportivo Ju-Kendô, de Osvaldo Cruz, Francisco de Andrade Júnior; Associação de Judô de Adamantina, Lauro Teshima; Asso-
com os países vizinhos? Tudo isso é reflexo das políticas desenvolvidas pela cúpula da CBJ, que vê São Paulo como inimigo mortal do resto do País. Esta política que segrega os Estados é copiada pelos clubes, e é o judô brasileiro que perde com isso.
ciação Junqueiropolense de Judô, Aparecido Figueiredo; Associação Dracenense de Esporte e Cultura, Eduardo Hideo Tomiyoshi; Judô Juno, Itamar José da Silva Lançoni; Colégio Alta Paulista, Eduardo Domingues Marandola e Guilherme Meira Trocoli. Na reunião de sua delegacia vimos a grande presença da colônia japonesa. Eles são maioria aqui? Felizmente são. Mas a tendência é isso acabar, o que causa preocupação. A quantidade de informações técnicas e filosóficas que vem do Japão por meio deles é enorme. Nós praticamente não temos acesso e nem o elo que eles mantêm com o Japão. Isso é um tesouro que veio para nossa região com esses imigrantes. O Goro Kosaihira foi atleta da seleção olímpica japonesa e veio para Marília com toda esta bagagem técnica. O professor Umakakeba veio do Japão com 10 anos, mas treinou exaustivamente aqui e foi aprimorar seu judô em São Paulo com o professor Ishii. Ele é seguidor do sensei Okano, campeão mundial e olímpico japonês. Até hoje mantém o mesmo treinamento, e aquela agonia de andar fazendo o jacaré e o pato. Ele mantém a rotina de mil flexões, que, quando eu fazia, quase morria, achava que ia enfartar. França e Rússia não tiveram imigração japonesa e mesmo assim têm um judô muito forte. Você não acha que o Brasil terá de reinventar sua escola? O judô francês é tremendamente profissional, tem grande influência do Japão e ninguém pode negar este fato. O judô russo ajudou muito na qualificação do judô francês, e hoje eles mantêm um intercâmbio intenso com todos os países do Leste Europeu, que trazem um judô novo, forte e pragmático. Mas, infelizmente, no Brasil temos essa política medíocre, em que ninguém ajuda ninguém. Todo mundo quer ver apenas seu lado, enquanto o professor de judô está preocupado em sobreviver. Infelizmente esta realidade vai aumentar cada vez mais a diferença entre a França e o Brasil. Qual é o intercâmbio que fazemos
Em sua análise, seremos menos competitivos daqui por diante? Se o legado deixado pela colônia japonesa no século passado resistir à segregação perpetrada por essa gente pequena e medíocre, nós ainda poderemos crescer. Caso contrário, infelizmente, vamos cair sistematicamente. Veja como a cada geração nosso judô fica mais frágil e inconsistente. Em nossa delegacia eu brigo e não cobro nada dos professores para fazerem os cursos que a FPJ oferece, mas não posso pegar cada um deles pela gola do judogi e obrigá-lo a ir aos cursos. Quais foram os pioneiros do judô de sua região? Os professores Massaro Yanaguimori, Tosugue Sugui, Kioshi Gomi, Kanefumi Ura, Hajime Kobari, Sigueioshi Mori, Takao Fukuda, Goro Kosaihira, Yoshio Tomita e Uishiro Umakakeba. Outra lenda do passado de nossa região foi o mestre Wasai, que na década de 1940 formou grandes alunos, como Yokichi Kimura, 9º dan, de Mogi das Cruzes, que por muitos anos foi seu aluno em Bastos. Quais deles fizeram história? Acho que todos contribuíram bastante para formação da imensa base que solidificou o judô da Alta Paulista. Querendo ou não, se você for levantar a história do que foi construído e conquistado aqui, verá que ela é bem elitizada. Há décadas nossa região produz um judô forte e de resultado. Como assim, elitizada? Pelo fato de termos produzido vários atletas que fizeram parte da seleção brasileira durante muitos anos. O judô desenvolvido por nossos antepassados está em evidência permanentemente. Judocas como Sérgio Sano, Mário Tsutsui, Tiago Camilo, Washington Donomai, Omar Miquiniotti, Francisco Camilo, Rodrigo Strabeli, Norton Yamane, Eduardo Marandola, Guilherme Trocoli, Maximiliano Trombini, Dusão, Milton César Maximiano, Pedro Guedes, Bruno César Rocha, Ricardo Nascimento, Adriano Yamamoto, Hélio Yoshinori Donomai, Márcio Sassaki, Tony Tanaka, Harry de Oliveira, Fábio Matsuzaki e Alexandre Lee. Judocas que, além da bagagem adquirida na base,
conseguiram agregar ensinamento adquirido por meio de um grande intercâmbio nacional e internacional. Com isso, acabaram criando estilo próprio, difundindo diversas técnicas e um judô de alto nível. Qual é a realidade atual do judô da 4ª delegacia? É no mínimo preocupante. Quando cheguei aqui havia um treinamento fortíssimo na Associação de Judô Bastos, mas isso foi antes da saída dos decasséguis, que migraram para o Japão. Tínhamos um grupo enorme e fortíssimo de atletas de alto nível. Todos eram equiparados, tanto na técnica quanto na vontade de competir, e eram influenciados pelo sensei Umakakeba. Além disso, noto que a juventude hoje não quer mais ralar e suar. Querendo ou não, o judô é repetição e sofrimento. Falo isso porque vivi isso. Na hora de treinar, ou você traz aquilo para dentro de você, esquece o sofrimento e procura determinação para crescer, ou você desiste. Hoje não encontramos facilmente homens dotados da garra e do brio necessários para chegar ao alto rendimento. Paradoxalmente, vemos mais mulheres predispostas e conquistar este espaço. Mas este fenômeno não é exclusivo da Alta Paulista. Isso é o reflexo dos valores totalmente invertidos da sociedade contemporânea. Pudemos perceber a grande liderança exercida por você. Sua delegacia forma um grupo coeso? Acredito que sim. Segundo o professor Goro Kosaihira, eu não guardo segredo, pelo fato de falar alto e ser muito extrovertido. Mas busco fazer uma gestão participativa e com a opinião de todos. Não decido nada sozinho. Sempre apresento as possibilidades e a maioria vence. Nesse sentido acho que conquistei a amizade e a confiança da maioria, principalmente dos mais antigos, que são mais tradicionalistas, fechados e introspectivos. Gostaríamos de entender como pequenas cidades comportam projetos tão ambiciosos como os dojôs dos senseis Ura e Umakakeba. Pompeia é uma cidade abençoada porque teve um ícone que veio do Japão: Sunji Nishimura, o fundador da Jato, empresa voltada para indústria do agronegócio que cresceu de forma impressionante no sentido de mostrar o lado prático, criativo e fácil do trabalho na agricultura. Independentemente disso houve o grande trabalho desenvolvido pelo professor Kanefumi Ura, que é tremendamente dedicado à prática do judô. Ele conseguiu agregar apoio do pessoal da indústria e do município, que também ajuda muito. Oscar Yassuda, o atual prefeito de Pompeia, é uma pessoa maravilhosa e colabora muito com o judô. Já o dojô de Bastos é fruto do sonho e da capacidade do professor Umakakeba em criar aquele centro de treinamento. Ele
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correu atrás da iniciativa privada, e na época vários empresários ajudaram. Mas graças a Deus ele conseguiu esta bênção que foi a construção do centro de excelência, que é o maior do Brasil e da América Latina.
gestor e entre algumas de suas inúmeras qualidades destaco a coerência, a simplicidade e o comprometimento. Ele é um dirigente que está à frente de seu tempo.
das. Nosso masculino já há algum tempo não mantém o retrospecto. Infelizmente neste último mundial esse grupo naufragou, e pergunto: qual foi o motivo? Temos de questionar essa queda, ver o que está acontecendo e avaliar o trabalho que vem sendo feito. Estas seletivas e o sistema classificatório têm de ser reavaliados. No futebol, quando um time perde ou vai mal, toda a comissão técnica cai. Faz tempo que a nossa comissão técnica deveria ter caído. Comissão técnica, aliás, que se mantém há mais de 12 anos.
Temos hoje dois tipos de judô, o formal e o informal. Em sua opinião, qual dos dois é maior? Não sei dizer. Por diversas vezes pedi e fiz até exigências mais pesadas para que esses professores atuem dentro da legalidade, oferecendo um judô mais técnico e refinado. Em minha opinião só existe um judô, o formal. Quem não segue o caminho da legalidade não se atualiza, não oferece qualidade e fica à margem do processo.
Como vê a indicação do Puglia para assumir a FPJ? Responderei por meio de uma parábola: um descendente de espanhóis e outro de italianos resolveram matar um boi. O italiano disse que mataria, enquanto o espanhol segurou a cabeça do bicho para o italiano dar a marretada. O italiano tentou uma, duas, e na terceira o espanhol olhou para ele e disse: “Se você me acertar mais uma vez, vou soltar o boi”. Estamos apreensivos e pagando para ver.
Falando nisso, como vê a questão da hierarquia federativa? Como já falei anteriormente, buscamos fazer um trabalho democrático, porém em conformidade com aquilo que é pré-estabelecido pela FPJ. Da mesma forma que faço com nossos filiados, converso muito com os que estão acima de mim. Trabalhamos em equipe, com coerência, bom senso e critérios, para que o judô cresça.
Vemos vícios e equívocos na questão da graduação acima de 6º dan. Como avalia esta questão? O padrão da graduação para kodanshas – acima de 6º dan – é estipulado pela CBJ, mas não sei quais são os critérios adotados para avaliar quais professores são ou não merecedores. Sei apenas quem são os membros que formam a chamada comissão de graduação da CBJ. Um deles é o professor
Você é um empresário bem sucedido e sua paixão é o judô. Mas você também dá aulas de judô? Depois que saí de Bastos, em 2011, fui convidado pela diretoria do Colégio Alta Paulista para colocar o judô como matéria extracurricular. Para isso convidei dois atletas de renome nacional: Eduardo Marandola, que atuou pelo Minas Tênis Clube, e o Guilherme Trocoli. Ambos têm muito conhecimento nas áreas técnica e competitiva. Buscamos fazer um trabalho de formação da base, porque hoje trabalhamos a faixa de 6 a 11 anos. Dou aulas na escola e faço um trabalho quase voluntário, porque não preciso receber nada do judô. Meu objetivo é doar e transmitir tudo que aprendi na modalidade.
“Noto que a juventude de hoje não quer mais ralar e suar. Querendo ou não, o judô é repetição e sofrimento. Falo isso porque vivi isso. Na hora de treinar, ou você traz aquilo para dentro de você, esquece o sofrimento e procura determinação para crescer, ou você desiste.”
Como avalia a gestão do Francisco de Carvalho à frente da FPJ? Para mim o Chico é um grande mestre. Ele possui um tremendo jogo de cintura e é uma pessoa que respeito e admiro demais. Aprendi muito com ele. Quando fui indicado delegado, recebi muitas críticas dentro da minha regional em função de meu temperamento e por ter pavio curto. Afirmaram que não permaneceria mais de seis meses no cargo, e sei que consegui vencer espelhando-me no trabalho feito pelo Chico. No início achei que não iria conseguir porque, às vezes, engolimos o rinoceronte atravessado e, independentemente disso, não é porque arranhou a goela que no dia seguinte não estarei conseguindo falar. Toquei o barco para frente, só que nisso já se passaram 19 anos e continuo admirando e até mesmo cultuando o Chico. Não sou puxa-saco, e digo tudo isso porque ele é diferenciado. Ele é um tremendo
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Alguns dirigentes afirmam que o judô está em franca expansão. Você comunga deste pensamento? Como disse antes, nossa grande preocupação é com a base, pois é ela que promove a renovação. Hoje ela está escassa, o trabalho é fraco e medíocre. Equivocadamente, todos os recursos são destinados para a CBJ, que por sua vez não faz nenhum investimento na base. A CBJ é uma entidade milionária, porém o judô da base se arrasta e vive no século passado. O desestímulo faz com que os professores novos desistam, enquanto os velhos senseis mantêm o judô vivo, gastando o que ganham em outras atividades. Não
Odair Borges, um estupendo atleta, um dos grandes conhecedores da teoria e da técnica do judô, só que ele adora procurar pelo em ovo, complicando o que muitas vezes é simples. Outro notável membro deste sofisticado grupo criado pela diretoria da CBJ é o professor Okano, de Londrina, um judoca teórico que dispensa maiores comentários. Entretanto, o ponto alto da cúpula da graduação nacional é o renomado professor Ichikawa, que, fundamentado em toda a soberba que lhe é peculiar, se autointitula pai de Jigoro Kano. A verdade é que só recebe graduação quem interessa a eles. Acho que deveriam baixar a bola, e em vez de usar a graduação para fazer política, deveriam trabalhar de verdade no sentido de investigar e respeitar a trajetória e o trabalho daqueles que lutam verdadeiramente – e não de forma teórica –, pelo desenvolvimento de nossa modalidade.
temos material humano de qualidade e não existe a devida renovação. Enfeitam a coisa, mas a realidade é alarmante.
Como avalia o momento do judô brasileiro? Recentemente o judô feminino brasileiro teve um desenvolvimento muito grande. Antes nossas atletas eram meras desconhecidas da mídia esportiva, mas hoje são bem respeita-
Qual é o maior dirigente que conheceu? Francisco de Carvalho Filho
Como avalia o momento do judô paulista? São Paulo sempre foi o carro-chefe nas áreas administrativa, operacional e técnica. Sempre se mostrou superior aos demais Estados, só que hoje perdemos parte desta hegemonia. Não sei por qual motivo hoje despontam Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, que têm feito trabalhos pontuais, porém muito bons. Os professores Floriano de Almeida, em Minas, e Geraldo Bernardes, no Rio, são bons exemplos disso. Não posso falar nada do Norte e Nordeste porque desconheço o que é feito por lá. Qual foi o judoca mais técnico que conheceu? Washington Toshihiro Donomai
Qual foi o maior professor que conheceu? Uichiro Umakakeba
Qual foi o momento mais marcante nos tatamis? O campeonato brasileiro máster realizado em 1998. Foi uma competição fortíssima, e mesmo assim conquistei o ouro, vencendo as nove lutas por ippon. E de sua vida pessoal? O nascimento de meu trio de meninos. O que poderia ser feito para alavancar ainda mais nossa modalidade? Em nível de São Paulo, elegermos o professor Francisco de Carvalho Filho para Assembleia Legislativa. Nos demais Estados teríamos de democratizar os recursos aportados pela CBJ. A gestão do judô comprometeu seu relacionamento familiar? A Maria Adélia e eu somos casados há muitos anos, e ela sempre soube de minha paixão escancarada pelo judô. Meus filhos Raul de Melo Senra Trineto, João Antônio Simão Stefano e Luca Turra de Oliveira Senra, que também é judoca, sempre souberam de meu envolvimento passional com o judô. Quanto ao relacionamento, sempre é afetado porque as mulheres acabam perdendo para o judô, e aí a coisa complica mesmo. Os 20 anos à frente da delegacia valeram a pena? Valeu cada dia. Fico me autoanalisando e perguntando se ainda sou capaz de estar à frente dela, porque, querendo ou não, estou mexendo com o futuro, com a base, e esta é uma responsabilidade enorme. Preocupo-me também com a qualificação dos professores que fazem parte de minha delegacia e com os que atingem idade avançada, com aquela
vontade louca de parar. Isso vai criar e deixar um abismo imenso na formação da base de nossa delegacia e do judô brasileiro. Mas, respondendo a sua pergunta, afirmo que valeu e vale muito a pena porque amo o que eu faço. Amo o judô! Quando o mestre Jigoro Kano inventou essa modalidade, ele inventou uma droga violentíssima, que quando entra em nossas veias não sai nunca mais.
Conhecendo a história No fim da década de 1930 e início da de 1940, com a substituição dos trabalhadores dos cafezais, predominantemente italianos, por japoneses houve praticamente uma revolução de costumes, pois estávamos substituindo o macarrão pelo sushi. Foi um período muito difícil, devido ao resultado tremendamente negativo da grande quebra de 1929 para a cultura do café. Para piorar, o início da 2ª Guerra Mundial transformou italianos e japoneses em potenciais inimigos e, de certa maneira, os isolou de qualquer convívio social. Raul Senra vasculhou a história para chegar aos poucos vestígios que mapearam o início do judô na região. “Encontrei alguns registros da existência de judô na Alta Paulista no início da década de 1940, porém essa prática, além de proibida, ficou restrita somente aos imigrantes que vieram para Marília, Tupã, Rinópolis, Lucélia e Dracena. A presença de gaijins (brasileiros) era rara, e a prática da modalidade – bem como das demais artes marciais, como kendô, karatê e sumô – foi proibida com o avançar do conflito.” Com o final da guerra, e com uma normalização da situação da colônia japonesa, feita a passo de tartaruga, a prática do judô em seu dia a dia na região teve início nova-
mente. Chegaram alguns professores com alto conhecimento técnico, como Massaro Yanaguimori, que atuou por algum tempo em Lucélia e depois mudou para Tupã. O curioso é que nesse período chegou a haver cinco professores de alto nível em Lucélia. Além de Yanaguimori, estiveram os professores Kioshi Gomi, Sigueioshi Mori (pai do saudoso professor Mori, de Araçatuba), Yoshio Tomita e Takao Fukuda (precursor do judô da Noroeste junto com o sensei Sigueioshi Mori). Para o delegado da Alta Paulista, foi a partir desse momento que a região se firmou no cenário da modalidade. “Daí por diante começou a haver maior divulgação e prática da modalidade na região. Podemos citar a família do professor Yakihiro Watanabe, presidente da FPJ e radicado na cidade de Osvaldo Cruz. Em Dracena tivemos o professor Tomiyoshi; em Bastos e Tupã, Tosuke Sugui; e em Marília, Hajime Kobari. Outros tiveram rápida passagem pela região, como os professores Kimura (Mogi das cruzes) e Chiaki Ishii (que veio trabalhar na escola agrícola em Presidente Prudente). Todos contribuíram muito para a qualificação do judô na Alta Paulista.” Senra finalizou destacando os últimos imigrantes que vieram ajudar no crescimento do judô de sua delegacia. “Ainda hoje temos atuando alguns professores que remontam ao judô das décadas de 1950 e 60, como Uichiro Umakakeba, em Bastos, e Goro Kosaihira, em Marília, ambos vindos do Japão. O professor Umakakeba chegou aqui aos 10 anos de idade, quando veio conhecer e praticar o judô dentro da colônia japonesa em Bastos; já o professor Kosaihira chegou no início da década de 1980, era judoca profissional e, quando deixou o Japão, fazia parte da seleção principal daquele país.”
Associações que participaram na reunião realizada no dojô do sensei Kanefumi Ura, em Pompéia.
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PONTO DE VISTA
Arbitrar, uma arte! Por EMÍLIO
Participei do seminário de arbitragem realizado pela Federação Paulista de Judô (FPJ) em Mogi das Cruzes, cidade que no início do século passado recebeu um número elevado de imigrantes japoneses e transformou-se num dos principais berços do judô paulista. E afirmo que esta participação foi extremamente proveitosa. Ministrado pelos árbitros FIJ A Edson Minakawa e Dante Kanayama, o evento nos proporcionou reflexões significativas sobre as mudanças nas regras que vêm sendo determinadas e postas em prática pela entidade máter do judô mundial. Como afirmei em artigo anterior veiculado nesta publicação, os atuais responsáveis pela arbitragem da Federação Internacional de Judô (FIJ) são dirigentes extremamente puristas quanto ao verdadeiro judô, criado pelo mestre Jigoro Kano. Logo após as primeiras mudanças, que tiveram cunho experimental, os efeitos positivos foram observados em milhares de lutas oficiais. O objetivo da diretoria de arbitragem da FIJ era corrigir as distorções que pouco a pouco transformaram o judô em outra modalidade de luta. Na verdade, as mudanças reencaminharam o judô para a sua verdadeira essência, o que de imediato deu mais dinâmica aos combates. Tais mudanças se fundamentaram numa máxima do sensei Kano: “Vou morrer, mas a essência do judô deve permanecer”. Sendo assim, as regras privilegiam sobremaneira o shobu-ippon (quando a vitória é estabelecida por ippon). Tudo que de alguma forma se opuser a isso terá de ser contido, já que nos combates deverão prevalecer a beleza e a plástica das técnicas, despertando no público o interesse de assistir aos eventos judoísticos. Cabe agora às entidades responsáveis
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MOREIRA
| Foto budô press
pela disciplina, organização e divulgação do judô a responsabilidade de pôr em prática as determinações contidas nas regras. Para isso é necessário mudar os conceitos políticos e administrativos na formação dos novos árbitros. Assim atingiremos o sucesso pretendido com as mudanças deflagradas pela FIJ. Na parte prática, a coordenação da arbitragem não deverá limitar-se a mudar questões técnicas apenas, mas sim fiscalizar com rigor a postura pedagógica dos árbitros na condução dos combates. E o que é na verdade a postura pedagógica dos árbitros? É de entendimento comum que todo árbitro é, acima de tudo, professor de judô e deve conhecer de maneira satisfa-
tória todos os aspectos técnicos da arte que ensina. Durante os combates deverá ensinar judô interpretando e aplicando as regras. Dessa forma, os objetivos da FIJ serão atingidos, e estaremos fazendo o verdadeiro judô de Jigoro Kano. Dos árbitros devem ser cobrados a atualização permanente da conduta como pedagogos e o aperfeiçoamento técnico satisfatório. E os exames para ascensão na arbitragem devem ser rigorosos. Não é mais possível continuar impedindo que senseis experientes e com muitos anos no ensino do judô, bem como árbitros de primeira linha, sejam tolhidos de arbitrar em função da idade. Isso é um absurdo! Hoje a ciência não mais avalia os seres humanos por sua idade cronológica, e sim pela aptidão física. A medicina encontrou soluções para permitir aos idosos uma qualidade de vida excelente. Que sejam exigidos dos candidatos exames de aptidão física e neurológicos rigorosos, Se este critério persistir, sugiro então que pessoas com idade avançada também não possam ser dirigentes esportivos. Deve haver equidade de direitos e uma lógica que acima de tudo não discrimine alguns e proteja outros.
Professor Emílio Moreira é
Kodansha 6º dan - Árbitro FIJ C Pedagogo Professor especialista em fisiologia do exercício e do aparelho locomotor
Filiada a International Traditional Karate Federation – ITKF
Confederação Brasileira de Karatê-Dô Tradicional Filiada a International Traditional Karate Federation – ITKF Representante oficial do karatê tradicional no Brasil
Karatê-Dô Tradicional: Filosofia - Arte Marcial - Educação Presidente de Honra: Yasutaka Tanaka Presidente: Gilberto Gaertner Vice-presidente: Sérgio Bastos 2º Vice-presidente: Robert Burnett Diretor secretário: João Cruz Erbano Filho Diretor administrativo e financeiro: Rui Marçal Diretor de arbitragem: Hiroyasu Inoki Diretor técnico: Sérgio Bastos Diretor de graduações: Ugo Arrigoni Neto Diretor de eventos: Alfredo Aires Diretor jurídico: Antônio Sérgio Palu Filho Diretor médico: Admar Moraes de Souza Diretor de projetos sócioeducativos: Guilherme Carollo Coordenador de seleções: Nelson Santi Consultores Técnicos: Tasuke Watanabe, Yochizo Machida e José Humberto de Souza
Shihan- Kai
Yasutaka Tanaka, Hiroyasu Inoki, Tasuke Watanabe, Takuo Arai, Ugo Arrigoni Neto, Gilberto Gaertner, Sérgio Bastos e Eckner Cardoso Sobrinho Av. Comendador Franco, 2885 – Curitiba (PR) – CEP 81520-000 – Fone 55 41 3027-7007 / 41 9681-7246 – www.cbkt.org.br - cbkt@cbkt.org Federações Estaduais Alagoas – Maceió Bahia – Salvador Álvaro Gonzaga Menezes fkbt@fkbt.com.br
Espírito Santo – Vitória Carlos José de Oliveira Matos Carlos.karate@yahoo.com.br
Mato Grosso – Cuiabá Vladimir Leonardo Zanca fktmt.nova@gmail.com
Paraná – Curitba Antônio Carlos Walger presidente@karateparana.com.br
Rondônia – Porto Velho Fábio Marconso de Holanda Sales marconsosales@hotmail.com
Goiás – Goiania
Pará – Belém Takeriko Machida takerikomachida@yahoo.com.br
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São Paulo – São Paulo Tatsuhiko Sasaki fpktradicional@yahoo.com.br
Santa Catarina – Blumenau Ademar Rulenski ademrul@ibest.com.br
Rio Grande do Norte – Natal
Pernanbuco – Jaboatão dos Guararapes Ary Spencer Chaves de Holanda fpkt@ig.com.br
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Maranhão – São Luiz Marcio Jorge Bastos Costa marciokaratetradicional@hotmail.com
Distrito Federal - Brasília Jackson Pereira da Silva academiaurumakan@hotmail.com
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Rio Grande do Sul – Porto Alegre Paulo Cesar Rodrigues Martins fsrkt@fsrkt.com.br
ASSEMBLEIA DA FEDERAÇÃO PAULISTA DE KUNG FU APONTA NOVA ERA NAS ARTES MARCIAIS POR PAULO
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REVISTA BUDÔ
Em evento marcado pelo ineditismo, a Federação Paulista de Kung Fu (FPKF) realizou a assembleia geral ordinária desta temporada, no dia 16 de março, na cidade de Limeira. O encontro reuniu membros da diretoria da FPKF e representantes de numerosas associações filiadas à entidade e contou com a presença inédita de dirigentes da Federação Paulista de Judô (FPJ). Entre os participantes estavam os professores Jairo Figueiredo, presidente da FPKF; Valdir Melero, tesoureiro da FPJ; Paulo Roberto Di Nizo, diretor científico da FPKF; Gerardo Siciliano, segundo tesoureiro da FPJ; Mariella Ferrari, diretora financeira da FPKF; Élcio Rodrigues, diretor de wushu moderno; Francisco de Carvalho, presidente de honra da FPJ e vice-presidente da Con- Paulo Di Nizzo, Chico do Judô e Jairo Figueiredo Francisco de Carvalho foi a Limeifederação Brasileira de Judô; Richard ra retribuir a visita feita pela diretoria Leutz, secretário geral da FPKF; Robson Silva, diretor sandá da FKF; William Car- da FPKF, e destacou a importância da regari, diretor de wushu tradicional da união em torno da proposta de cresciFPKF; Edgar Karasawa, diretor de estilos mento. “Estive um longo período à frente internos da FPKF; Adriano Pitoli, diretor da FPJ, e é lógico que nem tudo foi um sandá da FPKF; e Ana Cristina Consoli, mar de rosas, mas conseguimos nortear as coisas buscando a união de todos diretora de marketing da FPKF.
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e priorizando o crescimento de nossa modalidade. No judô não existem dissidências. Nossos adversários em processos eletivos compõem a diretoria da entidade. A gestão do judô é pautada na transparência e no crescimento saudável. Recentemente promovemos uma transição tranquila, na qual o grupo se
Mesa gestora
manteve firme e com os mesmos propósitos. Desejo que a FPKF mantenha o foco no trabalho realizado brilhantemente pelo professor Jairo, e que todos desfrutem um crescimento ainda maior.” Um dos depoimentos mais emblemáticos foi o do professor Élcio, que enfatizou a vivência com o dirigente da CBJ. “Meu primeiro contato com Francisco de Carvalho aconteceu há muito tempo, e foi num evento realizado em Mauá. Naquela época não existia nenhuma pretensão política, mas ele nos recebeu muito bem em sua cidade. Ele era presidente da FPJ, e fomos tratados com deferência como praticantes de uma modalidade coirmã, tendo uma atenção que jamais havíamos recebido de outro dirigente esportivo. O professor Chico presidiu a FPJ por 20 anos, período em que o judô paulista experimentou o maior crescimento, e sua ficha é limpa. Fiquei muito contente quando soube de sua aproximação com a nossa diretoria, e como dirigente da FPKF afirmo que é um prazer imenso recebê-lo em nossa comunidade e vê-lo nos eventos de nossa entidade. Agradeço a oportunidade de conviver e aprender com um dos maiores nomes na área da gestão esportiva do Estado de São Paulo. Como praticante e como professor, afirmo que devolveremos a mesma atenção e deferência que sempre nos dedicou, e estaremos ao seu lado nesta nova empreitada.”
Após apresentar e aprovar o balanço financeiro e administrativo da temporada passada, Jairo Figueiredo agradeceu a presença de todos e, em especial, ao colega judoca. “Agradeço o apoio e a participação de todos que aqui estão. Encerramos o balanço da temporada passada, por meio do qual pudemos constatar o crescimento de nossa modalidade. Crescimento este que ocorreu graças ao trabalho e o comprometimento de todos os nossos filiados. Faço um agradecimento especial aos nossos
colegas judocas que aqui estão. Tenho certeza de que este é um fato inédito no segmento das artes marciais, e espero que ele represente o início de uma nova era, na qual todos nós possamos caminhar de mãos dadas, rumo ao crescimento e ao desenvolvimento.” Também participaram da assembleia os professores Sandro Faganello, da Associação Chiu Jin, de Limeira; Steffany Barreto, da Associação Bienhoo, de Americana; César Alves da Silva, da Associação Piracicabana, de Piracicaba; Júlio Mafra, da Associação Wu Dang, de Limeira; Enrique Ortega, da Central de Wushu, de Campinas; Sílvia Bianchi, da Tat Wong Kung Fu Academy, de São Paulo; Rodrigo Seixas, da Tat Wong Kung Fu Academy, de Campinas; Paulo Veneri, da Shaolin Mogi Guaçu, de Mogi Guaçu; Francisco Crizante, da Associação Mao Chuen, de Barueri; Getúlio Nardini, do Grêmio Recreativo Barueri, de Barueri; Fabiano Silveira dos Santos, da Escola Bak Pai de Kung Fu Wushu, de São Paulo; Luís Fernando Guidetti, do Focus Combat Center, de Rio Claro; e Ronaldo Mello, assessor de Francisco de Carvalho Filho.
Silvia Bianchi da Tati Wong Kung-Fu Academy
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Presença recorde marca Shotyugeiko de Bastos 2014 Por PAULO
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Número expressivo de participantes levou a equipe técnica a estudar a viabilidade de realizar eventos mais amplos e qualificados nas próximas temporadas.
Professores participantes do shotyugeiko 2014
Bastos (SP) - Para os que ainda não sabem, o termo shotyugeiko significa treinamento intenso de verão, no qual mente, corpo e espírito são desafiados em três turnos diários. Para os antigos kodanshas, essa forma de treino era um meio de purificar o judô daqueles que participavam das atividades. E na Associação de Judô Bastos, que é dirigida pelo professor kodansha Uichiro Umakakeba, este espírito é mantido até hoje, por meio do treinamento que é feito das 5h30 às 7h30, das 9h00 às 11h00, e das 15h00 às 18h00. Além de aprender muito, todos os participantes costumam ir à exaustão. Durante os intervalos os judocas são divididos em grupos para realizar tarefas básicas como limpeza do tatami, da cozinha e dos banheiros.
Números cada vez mais expressivos Segundo André Takami Morio, tesoureiro e técnico externo do Centro de Excelência de Bastos, o shotyugeiko vem recebendo um número cada vez maior de atletas. “Estamos mantendo um crescimento no número de participantes, o que levou nossa equipe técnica e a diretoria a avaliarem a possibilidade de realizar eventos mais amplos e qualifi-
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cados, no sentido de diversificar a oferta de cursos específicos que atendam às necessidades dos judocas de todo o País.” Os shotyugeiko e kangeiko de Bastos são realizados desde 1975, ou seja, são quase 40 anos de tradição e história na formação e no aperfeiçoamento técnico de atletas e professores. O shotyugeiko 2014 contou com a participação de 170 atletas vindos de 34 cidades de oito Estados e de 14 professores: Sebastião Alexandre Cunha, São Carlos (SP); Fábio Barbosa Lins, Macapá (AP); Heleno Matsubara, Maringá (PR); Cleberson Rodrigues Gonçalves de Oliveira, Campo Verde (MT); Felipe Guimarães, Pindamonhangaba (SP); Arthur Brasilino da Silva Neto, Nobres (MT); Celso Galdino de Araújo, Palmas (TO); Adriane Alves da Silva, Macapá (AP); Fábio Nogueira de Lima, Sorriso (MT); Glaucieri Aparecida Fonseca, Jaguapitã (PR); Ray Nunes da Silva, Primavera do Leste (MT); Lucas Francisco de Oliveira, Bastos (SP); Denis Pereira Oliveira, Nova Mutum (MT) e Fablini Henrique da Silva, Bastos (SP), além do anfitrião Uichiro Umakakeba.
Verdadeira forja de campeões Algumas entidades se autointitulam “forja de campeões”, mas a Associação de Judô Bastos é verdadeiramente uma das maiores forjas de campeões do judô brasileiro contemporâneo. Entre os judocas formados em Bastos vemos medalhistas olímpicos, técnicos renomados e grandes professores, entre os quais Tiago Camilo, Mário Tsutsui, Sebastião
Uichiro Umakakeba com Ello Any dos Santos (70k - sub 21) e Ronie Warley Gomes (73k - sub18), alunos da Associação de Judô Bastos e integrantes da equipe do Centro de Excelência de Bastos, que após a seletiva realizada em dezembro, em Vitória (ES), ficaram em primeiro lugar no ranking nacional.
Os kodanshas Chico e Umakakeba
Alexandre Cunha, Maximiliano Trombini, Washington Toshihiro Donomai, Luís Francisco Camilo, Omar Miquiniotti, Alexandre Lee, Pedro Guedes, Bruno César Rocha; Milton César Maximiano, Raul de Mello Senra Bisneto, Norton Yamane e Adriano Yamamoto.
Presença ilustre Entre os visitantes desta edição do treinamento de verão esteve Francisco de Carvalho Filho, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), que foi a Bastos para participar da abertura oficial do shotyugeiko 2014, em cerimônia realizada no dia 20 de janeiro. Bastante emocionado com a surpresa feita pelo amigo dirigente, sensei Umakakeba discorreu sobre a antiga amizade que une os renomados kodanshas paulistas. “Conheço professor Chico há mais de 20 anos, e nossa amizade não para de crescer. Guardo profundo respeito e admiração por ele, e isso se deve à postura e ao comprometimento que tem comigo e todos os professores. Ele não é apenas um judoca. Pela humildade, sinceridade e o compromisso que tem com o judô, ele é um exemplo vivo de como deve ser um judoca. Ele não avisou que viria, para não nos preocupar ou dar trabalho, pois ele é assim mesmo: não gosta de formalismos. Ele veio nos visitar, deixar sua mensagem e nos encher de orgulho, com a sua presença.” Em seu pronunciamento o dirigente paulista destacou a força e a tradição do judô da Alta Paulista. “Toda vez que venho à região da Alta Paulista eu volto às minhas origens, pois fui criado em meio a um grande reduto da colônia japonesa, na cidade de Mauá. Aqui nós ainda sentimos a grande presença da tradição japonesa e do judô que vivenciamos na infância e na adolescência. Temos aqui expoentes da Parte dos integrantes do shotyugeiko 2014
modalidade; nomes como Umakakeba, Kosaihira, Ura e Senra. Professores que fazem a transmissão do judô tradicional e do verdadeiro judô. Estamos muito felizes por testemunhar o crescimento da quantidade de atletas e Estados participantes deste encontro. O número expressivo de inscritos ratifica a qualidade do ensino que é feito pelo professor Umakakeba.”
Próximo evento André Morio finalizou falando sobre o planejamento dos futuros eventos. “Nos próximos meses divulgaremos com maior antecedência a data de nosso kangeiko, que será realizado na segunda quinzena de julho. Com isso as escolas e associações de todo o Brasil que quiserem participar do nosso treinamento de inverno poderão planejar e programar-se com bastante tempo e tranquilidade.”
Os professore Umakakeba e Chico com a equipe amapaense
Estrutura gigantesca O ginásio Edison Motoharu Yoshikawa foi inaugurado em 1990, e é a sede da Associação de Judô de Bastos. O maior centro de treinamento de judô da América Latina ocupa 20 mil metros quadrados, com 3 mil metros quadrados de construção. As instalações incluem sala de musculação, sala de pesagem, alojamentos, refeitório para 150 pessoas, cantina, cozinha, vestiários, almoxarifado, secretaria, sala de reuniões e um campo de futebol na área externa. Bastos é referência no calendário de competições oficiais. Dois de seus principais eventos são os treinamento de verão (janeiro) e de inverno (julho), além do Torneio da Festa do Ovo (julho). Todos os anos centenas de judocas de todo o Brasil buscam aprimoramento técnico na cidade.
Parte do time mato-grossense que esteve em Bastos
Equipe tocantinense que tem a frente o professor Celso Galdino de Araújo, natural de São Paulo que migrou para Palmas, onde é coordenador da equipe de judô do SESC TO
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PSICOLOGIA ESPORTIVA
A REPETIÇÃO LEVA À PERFEIÇÃO? POR PETERSON
ANTUNES DE CAMPOS |
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A maior parte dos professores e técnicos sabe da importância do treinamento dos fundamentos do judô, porém poucos mostram preocupação com a forma de treinar. O sucesso está definitivamente atrelado à forma de treinar e não à quantidade de treinamento. Observando a concepção de Pirsing – “a escalada da montanha deve ser mais importante do que chegar ao cume” –, vejo uma relação muito grande dessa afirmação com todos os esportes e, em especial, com o judô. Quando falo sobre a escalada de um atleta, refiro-me aos pilares dos fundamentos, ou seja, os fundamentos básicos da preparação física, os fundamentos básicos da preparação técnica e os fundamentos básicos da preparação psicológica. Alguns pontos fundamentais e básicos para esta escalada são: alimentação, hidratação, respiração e aclimatação, mas há muitos outros. Muitos judocas têm demonstrado extrema habilidade na fase inicial, mas não conseguem superar as dificuldades numa fase um pouco mais avançada. E por que isso acontece? Esta pergunta pode ser respondida de várias formas, mas a resposta mais coerente é que muito provavelmente faltou treinamento dos fundamentos básicos. O atleta atingiu um nível muito bom numa primeira etapa, mas a escalada não foi devidamente planejada e observada. Os fundamentos que dão base ao atleta não foram bem trabalhados ou foram negligenciados, o que comprometeu seu desenvolvimento quando estava aproximando-se do cume ou ali pretendia permanecer. Na prática do judô, uma das formas de aprendizagem é obtida por meio do uchi-komi-renshu, que é o treinamento de técnicas utilizando a repetição contínua do gesto. O aprendizado da técnica não é simplesmente repetir incansavelmente o gesto, mas sim repetir o gesto buscando atingir o equilíbrio entre o corpo e a mente no momento da execução da técnica. Segundo Michael Jordan, o maior jogador de basquete do mundo, existe um jeito certo e outro errado de fazer as coisas. “Pode-se praticar arremessos durante oito horas por dia, mas, se a técnica estiver errada, tudo o que se conseguirá é torna-se muito bom em arremessar a bola do jeito errado.” Isso vale, e muito, na prática do judô.
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Gosto também de lembrar Luvesey, autor do livro O Rei da Distância, no qual cita uma frase de Paavo Nurmi: “A mente é tudo: músculos, pedaços de borracha. Tudo o que sou, sou por causa de minha mente”. Considerado o maior corredor de todos os tempos, Paavo Nurmi, também conhecido como o “finlandês voador”, tornou o seu recém-independente país conhecido mundialmente ao conquistar nove medalhas olímpicas de ouro e três de prata, na década de 1920. Paavo era um atleta à frente do seu tempo, e treinava com uma dedicação nunca antes vista. “O
sucesso no esporte vem quase todo da devoção. O atleta deve fazer da devoção sua especialidade”, afirmou o campeão. Ele foi um dos primeiros atletas do mundo a ter um método sistemático de treinamento e nunca corria sem segurar o relógio em sua mão (na época ainda não se usavam relógios de pulso). O tengu-geijutsu-ron é um tratado sobre a arte da esgrima que fornece um vislumbre dos fundamentos espirituais dessa arte, e poderíamos muito facilmente projetá-lo para o judô e para o nosso foco da importância do treinamento dos fundamentos. “A perfeição na arte das espadas consiste em dois componentes: a segurança técnica e o entendimento espiritual. Ambos devem formar uma unidade, e são alienavelmente interdependentes.” Com esse princípio podemos verificar que o atleta não deve preparar-se apenas fisicamente, mas, sim, conhecer-se internamente. Este conhecimento interno do atleta é essencial, pois quando dele for exigido superar uma dificuldade durante um combate, e tendo um pilar de sustentação dos fundamentos e da parte psicológica, poderá controlar a ansiedade, o estresse, a falta de concentração e outros fatores que poderiam afetar sua performance. Depois de todas estas citações, posso dizer que não é a repetição que nos leva à perfeição, mas que a repetição perfeita nos leva à perfeição.
Prof. dr. Peterson Antunes de Campos é
(UNAERP), psicólogo esportivo e técnico de judô. graduado em educação física pela Universidade de Ribeirão Preto (SP) mestre em psicologia pela United States International University - USIU - San Diego (USA) doutorado em liderança e comportamento humano USIU - San Diego (USA)
FEDERAÇÃO DE KARATE PAULISTA Gestão Roberto Fuscaldo Rua Delegado Pinto de Toledo, 2448 Pq. Industrial - São José do Rio Preto/SP - CEP 15010-080 Fone: (17) 3353-2248 - Fax: (17) 3353-2249 www.fpk.com.br
RELAÇÃO DE FAIXAS PRETAS Adauto Guarnieri Adavilson Souza Pereira Adilson da Silva Adriana Moltine Máximo Aguinaldo dos Santos Alceu Rodrigues Rechi Alessandro de Toledo Baptistella Alex Sandro Cheiddi Alexandre Aparecido Albino Aloisio Sposito Alziro Ângelo Paschoalino Ana Luiza Oliveira Nascimento André Luiz Roseto Antonio Carlos Bortolin Antonio de Jesus Corrêa Antonio Falqui Filho Antonio Ferreira L. Filho Antonio Marcos Felici Aparecido Sidnei Martin Aroldo Pereira Soares Bruna Regina Bueno de Lima Bruno Pascoal Baggio Andreolli Caio Augusto Conceição Queiroz Caio Vinicius Caetano Velho Carlos Eduardo Ruiz Castro Carlos Roberto de Sousa Celio Eduardo Ruy Celio Francisco da Mota Claudinei Francisco Brito Claudir Rocha Ribeiro Danilo Franco de Azevedo Deivid Rodrigo Moreno Douglas Alvelino dos Santos Edson Luis Ghiraldelli Edson Rogerio Petroni Eduardo Miguel Barbosa Emerson Dionisio Ribeiro Erick Oliveira da Silva
Evandro Manoel de Silva Fabia Suaide Fabiano da Silva Teixeira Fabiano Pereira da Silva Fabiano Vieira Nascimento Fabio Rogerio Destro Paschoal Felipe Alexandre Canassa Felipe Henrique Simão Costa Fernando de Vasconcelos Gilvan Nogueira Slaghanoufi Gustavo Camargo Gonçalves Humberto Brito Cabalero Jailton Santos de Jesus João Carlos Alves da Costa João Paulo Alair de Souza João Pedro Caracini João Roberto Valverde João Vitor Simão Costa Joares Tavora Ferreira da Silva José Benedito de Oliveira José Luis dos Santos Jozimar Barbosa dos Santos Lazaro Antonio do Prado Leandro Alves Carvalho Lidiana Paula Adorni Pires de Morais Luan Constantino Luan Justino dos Santos Luan Rodrigues Nunes Lucelia Cabrera Petroni Luis Fernando Togni Barros Luiz Roveda Luiz Willian Storino Marcelo da Silva Candelo Marcelo Schutze Marcio Fuscaldo Marcio Fuscaldo Jr. Marco Antonio Perpétuo de Souza Marcos Roberto Alves
Marcos Roberto de Souza Marilia Struzziatto Ferreira Florindo Matheus Sperandio Maurício Inamônico Miguel Antonio Gonçalves Nunes Miguel Carlos de Guimarães Peres Monique Fuscaldo Natan Tozzoni Osmildo Campos Pereira Osvaldo Fernando Martins Paulo Cesar Oliveira Paulo Sergio de Souza Pedro Henrique Shiroma Buri Pollyanna Tavares do Prado Jacinto Rafael Fernandes Alves Renan Aparecido Gandini Ricardo Canizza Ricardo Cesar Manolio Roberto Fuscaldo Robson Alexandre Chimineli Rogerio Adam Coffani Rogério Ribeiro Domingues Corrêa Romildo Olier Rodrigues Rubens Dalto Sergio Biase Sergio Carlos Galindo de Oliveira Silvio Fábio Corrêa da Silva Thiago Dalbem Martins Tiago Henrique Simão Costa Valdecir Ramos de castro Valdir Aparecido Rice Valdir de Siqueira Grilo Victor Homsi Vinicius Adorni Pires de Morais Vinicius Franco Borges de Godoy Willian Alves Ferreira Wilson José Ferraz
CREDENCIAMENTO TÉCNICO 2014
CRIA NOVOS CONCEITOS PARA A PRÁTICA E O ENSINO DO JUDÔ POR PAULO
PINTO
| FOTO CRIS ISHIZAWA E PAULO FISCHER
Realizado em São Caetano e em Bauru, o Credenciamento Técnico 2014 recebeu aproximadamente 1.100 técnicos vindos de todo o Estado de São Paulo e estabeleceu uma visão muito mais ampla e abrangente sobre as áreas pedagógica e de gestão esportiva.
A Federação Paulista de Judô (FPJ) abriu oficialmente o calendário técnico desta temporada promovendo, no dia 23 de fevereiro, a primeira etapa do Credenciamento Técnico. A fase da capital realizou-se no teatro Paulo Machado de Carvalho, em São Caetano do Sul. Esta edição do evento que atualiza, capacita e credencia todos os técnicos que atuam nas competições realizadas no Estado de São Paulo foi balizada numa visão moderna de administração desportiva, que enfatizou aspectos técnicos, médicos e de marketing na gestão e no ensino do judô. Os técnicos e professores que estiveram no encontro certamente saíram com uma visão mais apurada no que diz respeito ao treinamento do alto rendimento. Este ano o evento realizou-se em duas sedes apenas, São Caetano do Sul e Bauru, mas, ao contrário do que ocorreu em 2013, o credenciamento do interior foi muito mais intenso e interativo do que o realizado na capital. O encontro de São Caetano do Sul reuniu mais de 850 técnicos, incluindo os maiores nomes desse setor no judô paulista. A mesa de honra foi composta por autoridades esportivas, entre as quais Clóvis Volpi, secretário adjunto de Esporte, Lazer e Juventude do
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Wagner Castropio falando aos mais de 200 professores que estiveram em Bauru
Estado de São Paulo; Francisco de Carvalho, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ); e Alessandro Puglia, presidente da FPJ. A segunda etapa do Credenciamento Técnico 2014 realizou-se no dia 15 de março,
nas dependências do SESI Horto Florestal, em Bauru, onde estiveram vários professores kodanshas, oito delegados regionais, autoridades esportivas e políticas. Mais de 230 técnicos se credenciaram para atuar nos eventos da FPJ desta temporada.
Entre as autoridades esportivas e políticas presentes no encontro do interior destacamos Michele Obeid, delegada regional de Esportes da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo; Adilson Barroso, presidente nacional do Partido Ecológico Nacional (PEN); José de Souza Júnior, presidente da FESPT; e Clóvis Cavenaghi Pereira, diretor de esportes do SESI – Bauru. Adilson Barroso Oliveira, presidente nacional do PEN, foi apresentado aos participantes e ficou impressionado com a qualidade técnica do trabalho dos palestrantes. “Fui praticante de karatê, mas na minha época não havia a informação e o trabalho científico que vimos aqui. Todas as palestras apresentaram excelente conteúdo, o que revela a preocupação da diretoria da FPJ na capacitação dos técnicos e professores.” Adilson Barroso falou sobre a liderança do esportista mauaense e colega de partido Chico do Judô. “Tive a oportunidade de ouvir vários professores que ratificaram a necessidade de as artes marciais serem representadas no Legislativo, e vejo no Chico esta liderança, justamente por seu comprometimento e conhecimento desse importante segmento esportivo.” Francisco de Carvalho falou sobre a importância da qualificação dos técnicos paulistas. “Uma das maiores preocupações dos dirigentes da FPJ tem sido a capacitação dos técnicos e treinadores de nosso Estado, e este evento confirma este pensamento. Neste ano foram convidados profissionais das áreas médica, técnica e de marketing esportivo. Sabemos que foram mostrados apenas conceitos atualizados de cada área específica abordada pelos palestrantes. Mas nossa proposta é justamente mostrar aos professores a importância de estarmos todos nos atualizando e utilizando novas ferramentas no trabalho que realizamos no dia a dia. Temos certeza de que a atualização constante dos nossos professores proporciona resultados cada vez mais expressivos nas competições, além de possibilitar melhor qualidade do trabalho e, consequentemente, de vida para todos.”
Adilson Barroso, presidente nacional do PEN e Francisco de Carvalho Filho
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Seis palestrantes participaram do CT 2014 Fabiano Redondo, especialista em marketing esportivo e consultor de marketing da FPJ, falou sobre a importância dos projetos de marketing na gestão esportiva em todos os níveis. Wagner Castropil, médico ortopedista e ex-atleta olímpico, mostrou as consequências da prática do judô por longo prazo, mencionou as principais lesões e sequelas e disse como evitá-las. Ney Wilson, gestor técnico de alto rendimento da CBJ, expôs o planejamento da seleção brasileira para os Jogos Olímpicos Rio 2016 e o trabalho que já está sendo desenvolvido visando a otimizar resultados para essa competição. Dante Kanayama, diretor de arbitragem da FPJ, e o professore Edison Minakawa fizeram uma detalhada explanação das mudanças nas regras de arbitragem promovidas recentemente pela Federação Internacional de Judô. Além de falar sobre ética esportiva, o professor Mateus Sugizaki, coordenador da comissão de ética da FPJ, discorreu sobre a postura dos técnicos nas competições.
Wagner Castropio
Mateus Sugizaki
Fabiano Redondo
Edson Minakawa
Ney Wilson
Dante Kanayama
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Palestrantes e dirigentes avaliam positivamente o evento Para Wagner Castropil, o evento foi extremamente positivo no sentido de oferecer novos enfoques aos professores. “Vimos uma presença expressiva de técnicos e a nata do judô do nosso Estado participou e prestigiou o credenciamento. Fiquei bastante animado com a questão de obtermos maior representatividade política por meio da eventual pré-candidatura do Chico. Ouvi atentamente tudo que foi dito nesse sentido, e fiquei muito contente com esta possibilidade. É isso que o judô e as modalidades de luta precisam de verdade: maior união e representatividade política que mostre a pujança que possuímos e nos possibilite maior crescimento.” Castropil finalizou falando sobre a aplicabilidade do conteúdo das palestras no dia a dia dos participantes. “Esta é uma prática comum em minha área, a medicina. Tenho certeza de que o conteúdo apresentado por mim vai contribuir no momento em que o professor enfrentar uma situação médica ou de uma potencial lesão no tatami, e esse é objetivo desta iniciativa. Sem contar que esta aproximação é importantíssima, pois de certa forma nos colocamos à disposição dos professores para colaborar no trabalho de todos eles, seja no sentido emergencial seja no preventivo.” Após sua palestra, Fabiano Redondo, especialista em marketing esportivo, fez sua avaliação do encontro. “Confesso que fiquei impressionado com a organização do evento em todos os sentidos, principalmente no tocante à quantidade de participantes. Trabalho com várias modalidades e esta foi uma das poucas vezes que vi uma entidade promover mobilização tão grande. Toda a equipe da FPJ está de parabéns.” Redondo ressaltou a qualidade técnica dos palestrantes. “Conhecimento nunca é demais, e acho que todas as palestras tiveram sua importância, mas destaco as do dr. Castropil e do professor Ney, pela atualização e relevância dos temas apresentados. Tenho certeza absoluta de que este evento atende plenamente à sua proposta e, em minha análise, até superou as expectativas. Acredito que os participantes saíram renovados para mais uma temporada vitoriosa para o judô paulista.” Inicialmente o professor Ney Wilson, gestor técnico de alto rendimento da CBJ, falou sobre o gigantismo do judô de São Paulo. “Sinto orgulho e uma responsabilidade enorme em estar diante de uma plateia como esta, e falando para quase 1.000 técnicos de judô. Um número como este é algo impensável em qualquer país, e provavelmente teríamos de reunir os professores de todos os Estado do Brasil para obter um quórum desta dimensão. Estamos diante da raiz do judô brasileiro, daqueles que produzem e fornecem atletas para a seleção brasileira, e sinto-me honrado em poder mostrar a eles as possibilidades que todos têm de crescimento.” O dirigente finalizou destacando a importância da união em torno do crescimento. “Eventos como este comprovam a pujança do judô de Professores Kodanshas em São Caetano do Sul
Clóvis Volpi
Alessandro Puglia
Wagner Castropio em Bauru
Jose Jantália
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Professores Kodanshas em São Caetano do Sul
São Paulo, e espero ter contribuído de alguma forma para o trabalho dos professores de São Paulo. Ações como esta proporcionam ganho a todos: a FPJ cresce, os professores crescem e com isso os atletas de São Paulo obtêm maior suporte técnico. Sem dúvida alguma, a CBJ e o judô do Brasil também tiram proveito, seja no exemplo de gestão seja nas questões técnicas. Esta parceria soma valor e promove resultados, e esta é a política que adotamos na CBJ, uma política em que o esforço conjunto e mútuo proporciona resultados para todos.” Na análise de Alessandro Puglia, o Credenciamento Técnico 2014 mostrou a marca de sua gestão. “Apresentamos o que de melhor havia no mercado. Juntamos profissionais de larga experiência, como os professores Castropil, Ney, Kanayama, Sugizaki e Redondo, e o resultado foi bastante expressivo. Este credenciamento é um marco da minha gestão e um novo caminho para a Federação Paulista de Judô.” Para Francisco de Carvalho, tudo transcorreu dentro do esperado. “O encontro de hoje obedeceu ao mesmo padrão daquilo que realizamos nos anos anteriores e tudo ocorreu dentro do que havíamos programado. Na questão de participantes não houve surpresa, enquanto as palestras apresentadas surpreenderam positivamente pela qualidade e abrangência. No quesito de organização pecamos um pouco devido ao volume de participantes. Numa análise geral, penso que realizamos um bom evento, e espero que os professores tenham gostado.”
Participantes avaliam o credenciamento desta temporada O professor André Gustavo Gonçalves, 4º dan, é de Presidente Prudente e delegado regional da 13ª DRJ, mas foi a Bauru para credenciar-se e atuar na área técnica. “Participei de todas as edições do credenciamento técnico realizadas até hoje. As palestras desse ano foram muito boas e elucidativas quanto ao trabalho sobre lesões e a importância de se utilizar o judô na terceira idade como atividade física. A palestra
Professores Francisco Hirakawa, Damineli e Paulo Duarte
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de marketing foi muito importante, já que o palestrante destacou a necessidade de usarmos as mídias disponíveis e trabalhar na busca de parceiros que fomentem o desenvolvimento de nossa modalidade. Gostei muito do trabalho apresentado pelo professor Mateus Sugizaki, que destacou aspectos filosóficos do judô. Em minha análise, este evento é de fundamental importância para todos os técnicos e para o desenvolvimento de nossa modalidade.” Já o professor kodansha Jorge Siqueira, 6º dan, que tem 64 anos (50 de judô) e é de Pederneiras, avaliou muito bem o trabalho apresentado este ano. “Participei de todas as edições do Credenciamento Técnico e acho que a diretoria da FPJ foi extremamente feliz quando criou este evento. Para nós é um grande orgulho estar aqui aprendendo. Tudo isso é de suma importância para todos nós. Com respeito a esta edição, eu gostei de tudo, mas o professor Wagner deu um show. Explicou detalhadamente os processos que geralmente causam as lesões mais recorrentes em nossa modalidade, e eu só lamento não termos podido aprender muito mais com ele. Este credenciamento foi espetacular.” Para o sensei Odovvaldo de Mello, 4º dan, de Paraguaçu Paulista, a realização des-
te evento é de fundamental importância para o desenvolvimento da modalidade. “Este congresso técnico nos dá a satisfação de uma melhora muito importante. Traz novidades e descobertas científicas relacionadas à nossa modalidade. O professor Castropil nos presenteou com uma palestra importantíssima no tocante às lesões mais comuns em nossa pratica esportiva e, não somente nós do interior, mas os professores do judô como um todo, somos carentes de pesquisas que melhorem a qualidade do nosso trabalho e dos nossos atletas. A FPJ acertou quando criou este curso que, a meu ver, é imprescindível para todos nós.” Beatriz Santos de Oliveira, atleta da equipe do SESI-Bauru assistiu ao credenciamento e gostou muito do trabalho apresentado pelo dr. Wagner Castropil. “Eu ainda sou atleta e estou aqui auxiliando nos trabalhos, mas pude assistir sim a todas as palestras e fiquei surpresa pela qualidade da informação apresentada. É claro que gostei mais da palestra do Wagner, pois aprendi muita coisa. Ele deu dicas importantíssimas para evitarmos determinados tipos de lesão.” Outra professora kodansha e técnica que foi a Bauru aprender mais sobre judô foi a professora Solange Pessoa, que elogiou o trabalho
Os professores Figueroa, Nelson, Sadao e José Paulo
Chico do Judô Alessandro entrega homenagem a Ney Wilson
Adilson Barroso e Francisco de Carvalho
Parte da equipe de apoio do Sesi-Bauru
Chico entrega homenagem a Clovis Volpi
apresentada pelos palestrantes. “Participei de todas as edições do credenciamento técnico e acho que a transmissão deste conhecimento é de suma importância. Este ano tivemos um aporte técnico maior e tanto a palestra de marketing quanto a médica foram de enorme valia. Tudo foi muito bom e pudemos aprender muita coisa nova.” Sensei Kanefumi Ura, de Pompeia, deu nota 10 para este edição do Credenciamento Técnico. “Participo de todos e percebo uma evolução gradativa a cada ano. Acho que os diretores da FPJ aos poucos vão vendo o que de melhor podem oferecer-nos, e este ano gostei de tudo. Os senseis Sugizaki e Kanayama fizeram grandes apresentações em suas áreas específicas, da mesma forma que o dr. Wagner identificou os problemas mais comuns em nossa modalidade e nos mostrou o caminho das pedras para evitá-los. Foi tudo muito bom e proveitoso.” Cátia Valéria dos Santos, coordenadora de esportes do SESI-Bauru, avaliou o evento positivamente. “O judô é uma de nossas principais atividades e contamos com quatro professores judocas em nossa unidade, que cuidam indiretamente de mais de 1.600 crianças. Pude assistir a todas as palestras e fiquei muito impressionada com o trabalho apresentado aos quase 250 professores e técnicos que aqui estiveram. Minha origem é basquete, e parabenizo a FPJ por investir na capacitação dos professores e técnicos filiados à entidade.” Takeshi Yokoshi, de Itapeva, é delegado regional da 16ª DRJ, mas foi a Bauru em busca de seu credenciamento. “Foi excelente e pudemos aprender muito. A palestra do Fabiano sobre marketing foi importantíssima, assim como a do dr. Wagner Castropil, que só vem contribuir muito para todos nós técnicos. Como delegado fiz uma recomendação para que todas as 21 associações filiadas participassem do credenciamento, e para nossa surpresa mais de 30 professores de nossa região participaram do credenciamento este ano.” Outra personalidade presente no Credenciamento Técnico foi a árbitra FIJ A Marilaine Ferrante, que gostou muito das palestras apresentadas. “Foi muito bom e com uma variedade de temas muito grande. Acho que os palestrantes foram muito felizes nos trabalhos apresentados e todos os temas tiveram extrema importância.” O professor Léo Eduardo Mansur, de São José do Rio Preto, destacou a qualidade e o planejamento do evento. “A FPJ tem-se organizado cada vez mais e apresentado trabalhos sempre mais consistentes nos credenciamentos. As questões abordadas pelo Wagner Castropil e no planejamento de marketing foram muito importantes e positivas. O trabalho da FPJ oferece cada vez mais qualidade para nós, técnicos, e consequentemente para os nossos atletas. Este é um evento não apenas válido, como de suma importância para técnicos e professores. Só de minha associação, o Ateneu Mansur, estamos em sete professores, que vieram aqui não apenas pela obtenção de nosso credenciamento, mas pela qualidade dos palestrantes.” Clóvis Aparecido Cavenaghi Pereira, diretor
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do SESI-Bauru e judoca shodan, o evento teve alta qualidade. “O nível dos palestrantes esteve altíssimo, e as informações e a atualização foram dignas de um evento da FPJ. Não esperava que o conteúdo fosse tão bom. Todas as palestras me motivaram de forma expressiva, mas a da arbitragem me chamou mais a atenção. Quando se vive o mundo do judô, no qual estou já há 40 anos, a questão da arbitragem é de fundamental importância.” Clóvis Cavenaghi fez um balanço da gestão desenvolvida pelo professor Chico. “Como gestor, vejo a FPJ num caminho extremamente importante, que é de transparência, valorização e atualização de sua equipe técnica. Vejo isso de forma enriquecedora e de extrema importância. Quero finalizar parabenizando o Chico pela forma harmoniosa como está fazendo a transição do comando da entidade. Eu sempre o admirei muito, e hoje o respeito ainda mais. Credito ao Chico a consistência do trabalho que desenvolvemos aqui em nossa entidade.”
Alessandro homenageia Dr. Castropio
Ponto alto
Murilo Saba entrega judogi ao vencedor do sorteio
Clovis Cavenagui e Chico do Judô
Na opinião da maioria dos participantes, o ponto alto do encontro foi a palestra proferida pelo professor Wagner Castropil, renomado ortopedista e ex-atleta da seleção brasileira que durante mais de uma década competiu e viveu nos bastidores do alto rendimento. Com estudos publicados em vários continentes, Castropil discorreu sobre as principais causas das lesões mais comuns nos tatamis, e mostrou como evitá-las. A palestra proporcionou enorme subsídio aos técnicos paulistas e, certamente, agregou novos conceitos.
Professores Kodanshas Mais uma vez os mais de 50 professores kodanshas formaram um capítulo à parte no Credenciamento Técnico paulista, no qual receberam tratamento diferenciado; ocuparam lugar na mesa de honra e tiveram espaço reservado na plateia do Teatro Paulo Machado de Carvalho. E Francisco de Carvalho mais uma vez se reportou aos professores com toda a deferência que lhe é peculiar. “Sinto-me honrado com a presença dos kodanshas em nossos eventos. Como sempre falo e repito, os professores são a reserva moral do judô. Foram e serão eles que manterão acesa a luz criada por Jigoro Kano. Por isso sempre nos nossos eventos eles ocupam um lugar de destaque.”
Instituto Vita e FPJ firmam parceria
Equipe do Sesi em São Caetano
Chico cumprimenta Junior, presidente do Taekwondo Paulista
Adilson Barroso, José de Souza e Geisa Guedes
Oito delegados marcaram presença em Bauru
Wagner Castropil também falou sobre a parceria que está sendo iniciada entre sua clínica, o Instituto Vita, e a Federação Paulista de Judô. O ex-atleta explicou de que forma este trabalho será desenvolvido. “Isso ainda está numa fase embrionária. Mas o que me motivaria muito a voltar a tra-
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balhar com judô – depois de atuar como atleta e trabalhar oito anos como médico da CBJ – seria fazer um trabalho realmente de vanguarda, visando ao desenvolvimento e à formação do maior número possível de professores com maior conhecimento científico. Ou seja, fazer o conhecimento científico chegar verdadeiramente aos professores e, por meio deles, aos nossos atletas. Seria mais ou menos criar um departamento científico dentro da FPJ, no qual a gente possa não só desenvolver pesquisas, mas fazer com que esta pesquisa seja aplicada no dia a dia de todos os professores do Estado, beneficiando a todos de verdade.” Castropil detalhou de que forma este trabalho pode ser feito. “Isso pode ser feito de várias maneiras, como por meio de cursos para formação de professores como os que já são feitos por outras entidades de administração desportiva, ou cursos de pós-graduação. Poderíamos destacar alguns pesquisadores que já sejam credenciados para transmitir o conhecimento. O importante é levarmos isso para os leigos, para os praticantes.” Perguntamos se a proposta segue algum modelo europeu, e o ortopedista paulistano explicou de que forma surgiu este projeto. “Sim. Existem alguns modelos que vi na Inglaterra, Alemanha e França, que me agradaram bastante. Há até modelos de pós-graduação em prática nesses países, e eu gostaria de adaptá-los à realidade brasileira.”
Números não param de crescer O Credenciamento Técnico é promovido anualmente pela Federação Paulista de Judô e registrou números ainda mais expressivos nesta quinta edição. Uma quantidade superior de palestrantes ofereceu maior atrativo e diversidade de informações aos espectadores. O número de técnicos inscritos também aumentou e comprova o crescimento de associações, escolas e clubes filiados à FPJ. No campo midiático também houve expansão expressiva. A equipe do Judô ao Vivo fez a transmissão multimídia em painéis e telões. Dois sites transmitiram o evento em tempo real, e duas revistas especializadas cobriram o evento. O número de fotógrafos triplicou. Estavam presentes Marcelo Lopes, Cristiane Ishizava, Suelen Dias, Benvenuto Carvalho, Gabriel Galvão, Ellen Morata, Walmir de Souza, Paulo Fisher, Claudinei Domingues, Everton Monteiro e Paulo Pinto. Na área estrutural o salto foi ainda mais surpreendente, com a atuação de 52 profissionais e colaboradores, nos setores de recepção e registro dos técnicos inscritos, áudio, iluminação, montagem de estruturas, atendimento, transporte e logística. Os técnicos inscritos receberam um kit
Professores do Sesi Bauru
Matheus e Clara Sugizaki
contendo vários produtos e publicações: agenda do credenciamento 2014; CD com os melhores ippons de 2013; Dicionário Técnico do Judô; Código de Ética do Judô Paulista; revista Budô; adesivo com a nova logomarca da entidade; revista Spirit of Judo; e a revista do Credenciamento Técnico realizado em 2013. A escolha do Teatro Paulo Machado de Carvalho foi fator determinante para o sucesso desta edição do Credenciamento Técnico do judô paulista. Mas muito deve ser feito ainda no sentido de melhorar o evento, que, embora apresentando enormes avanços, mais uma vez pecou no quesito organizacional. A participação de um número maior de palestrantes num encontro realizado em tempo recorde comprova que a diretoria de eventos da FPJ avança a passos largos no desenvolvimento e na promoção de eventos cada vez mais impactantes em qualidade e conteúdo.
Alessandro e Wagner
Dirigentes recepcionam Michele Obeid, delegada Regional da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude de São Paulo
Edson Minakawa
Paulo Pinto e Raul Senra
Equipe de fotográfos em São Caetano do Sul
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INTERVIEW
MOTIM UNE E REDIMENSIONA KARATÊ-DÔ TRADICIONAL POR PAULO
PINTO
| FOTO BUDÔ PRESS
Após um período de silêncio, Gilberto Gaertner, presidente da Confederação Brasileira de Karatê-dô Tradicional (CBKT), aceitou falar sobre o golpe orquestrado por Włodzimierz Kwiecinski, presidente da Federação de Karatê Tradicional da Polônia que, antes de ser expulso do quadro diretivo da International Traditional Karate Federation, tentou tomar o poder por meios escusos, chamuscando o legado de Hidetaka Nishiyama, o criador da ITKF.
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Chegamos ao fim de mais uma temporada. Como você a avalia? O ano de 2013 foi marcado por situações inusitadas e muita luta nos âmbitos nacional e internacional. Apesar das adversidades, o ano acabou sendo excelente em todos os sentidos. Tivemos numerosas conquistas e grande evolução nos aspectos organizacional, técnico e competitivo. Este ano o karatê-dô tradicional sofreu uma tentativa de golpe, e isso repercutiu no mundo das artes marciais, pois este foi o primeiro racha da International Traditional Karate Federation (ITKF). Certo? Sim, lamentavelmente. Este foi o primeiro racha no tradicional. Esperávamos até que fosse ocorrer antes, pois já assistimos a filmes semelhantes com a JKA e com outras organizações com gestão centralizada e dirigidas por personalidades fortes e lendárias. O problema deste racha não foi a criação de outra organização, mas sim uma tentativa de golpe mesmo, na qual o então vice-presidente quis tomar o poder. Como não conseguiu apoio significativo, tenta agora utilizar, ilegalmente, o mesmo nome da legítima ITKF, com a marca “New ITKF”, com o intuito de criar confusão no âmbito do karatê. É interessante perceber, nesse caso, que o discurso e a ação são significativamente contraditórios, já que a
justificativa para o golpe foi de criar uma organização mais democrática, só que com o principal interessado se outorgando a presidência e tentando tomar posse da entidade já existente com um golpe bem ao estilo clássico das ditaduras. De verdade: qual é a razão disso? Poder, dinheiro, ou insatisfação com a gestão? Além da busca pessoal pelo poder, cremos que nesta situação existem interesses políticos e econômicos envolvidos e que não beneficiarão o karatê-dô tradicional. Um deles tem a ver com a necessidade continuada de injeção de verba para manutenção do centro de treinamento da Polônia, que depende da promoção de eventos internacionais para justificar os investimentos nacionais e internacionais. Com uma organização própria, e sendo presidente dela, fica bem mais fácil cumprir essas exigências. Outra possibilidade é a parceria e/ou financiamento dessa nova organização por outras instituições de karatê, visando a uma pseudorrepresentação do tradicional e facilitando a negociação para a busca de reconhecimento olímpico. Como esta insurreição está sendo administrada em nível mundial? Todos os envolvidos nesse movimento e na nova organização (pessoas e federações) foram expulsos e/ou suspensos da autêntica ITKF. No momento estão sendo iniciados os processos jurídicos ao redor do mundo para impedir a utilização indevida da marca ITKF. Tivemos notícia de que a organização dissidente montou sua sede na Suíça e tentou registrar para si a marca ITKF. Como está este assunto? Mostrando claramente suas intenções escusas, o grupo dissidente abriu, sim, um escritório na Suíça e solicitou o registro da marca ITKF no país. O registro foi negado, pois por critério de anterioridade a autêntica ITKF é a detentora legítima da marca desde 1986. A CBKT teve uma posição muito clara e firme desde o início desta crise. O que pautou este posicionamento? Desde o início o movimento capitaneado por Kwieci�ski foi totalmente antiético. Uma discussão sobre a organização, que poderia ser frutífera e produtiva, foi feita de forma aberta e pautada em ofensas, difamações e acusações infundadas. Carrion, outro integrante deste movimento, da mesma forma antiética tentou cooptar filiados da CBKT a fim de participarem de eventos desautorizados pela autêntica ITKF. Estes procedimentos nos sinalizaram claramente que não poderíamos trabalhar com aquelas pessoas. Portanto, a CBKT sempre deixou claro seu apoio à autêntica ITKF e mantém firmemente este posicionamento. A ITKF
tem muito a melhorar e evoluir e a CBKT vai participar como protagonista deste processo de crescimento. Soubemos que o ex-presidente da CBKT e membros do conselho consultivo da entidade estão apoiando o grupo insurgente da ITKF. Como isso está sendo administrado? Lamentavelmente, os fatos internacionais também tiveram desdobramentos no Brasil e em alguns países da América do Sul. Algumas pessoas se ligaram à nova organização, formal ou informalmente. Uma coisa precisa ficar bem clara: quem optou pela nova instituição obviamente está em conflito frontal com a nossa. As pessoas envolvidas, e que em outro momento já fizeram parte do karatê-dô tradicional brasileiro, estão em processo disciplinar, suspensas, desfiliadas e/ou excluídas de cargos e da própria CBKT. Não existe nada pessoal, são interesses conflitantes. Cabe ressaltar uma questão que facilitou a criação deste pequeno grupo de insurgentes. Após a eleição da nossa diretoria, algumas pessoas do Nordeste não se conformaram com as mudanças na CBKT. A dissidência atual é bem localizada no Rio Grande do Norte e também em Goiás. Quero esclarecer que a CBKT, dentro da legalidade, usará todo o rigor possível para enfrentar esta situação. Concluímos afirmando que, enquanto os outros falam, nós estamos trabalhando e fortalecendo cada vez mais nossa organização. Em novembro houve a 17ª edição do campeonato pan-americano, da qual participaram dez países. Qual foi a repercussão dos insurgentes neste certame? O campeonato pan-americano foi um termômetro muito interessante; sem os dissidentes, o evento foi mais expressivo do que os anteriores. O Uruguai, por exemplo, que estava engessado por ser gerenciado por controle remoto da Europa, teve uma participação bem significativa com um novo grupo diretivo. O pan-americano repetiu o que vimos no brasileirão de 2013, em Porto Alegre; sem os dissidentes o campeonato cresceu. Cabe ressaltar que o Brasil teve uma participação importante na realização do evento. Outro ponto de destaque foi a união entre todos os países participantes, permitindo que o evento transcorresse sem nenhum incidente. O karatê-dô tradicional saiu fragilizado ou fortalecido deste episódio? Esta situação tem pontos positivos e negativos. O ponto negativo foi a divisão do grupo e o positivo foi um repensar sobre a organização e o estreitamento dos laços entre os filiados que ficaram. Outro fato marcante é que as federações nacionais (países) mais representativas permaneceram fiéis à autêntica ITKF, criada pelo
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Sentados estão os senseis Inoki, Tanaka, Machida e Watanabe. Em pé vemos os senseis Bastos, Jorga e Gaertner
mestre Nishiyama, e continuarão dando o suporte necessário para sua continuidade e crescimento. Mas qual foi o resultado prático de todo esse processo? Indubitavelmente, este movimento uniu ainda mais todo o grupo da ITKF e, consequentemente, nos fortaleceu ainda mais. Em nível de mundo e de Brasil, o grupo está mais consistente e focado nos princípios e fundamentos estabelecidos pelo mestre Nishiyama. Os mestres Tanaka, Inoki, Watanabe, Machida, Arai, Ugo, entre outros, também estão alinhados e unidos com a diretoria da CBKT. Qual foi a maior lição que esta tentativa de golpe deixou para os dirigentes mundiais da modalidade? Ficam inúmeras reflexões para todos nós, que estamos envolvidos no processo de gestão das organizações. Entre elas cito a necessidade de um repensar constante sobre os caminhos que o karatê-dô tradicional vai tomando e as prioridades que vai elegendo. Outro ponto importante é o cuidado com os feudos, que ainda se mantêm em vários lugares e impedem a oxigenação e desenvolvimento de várias organizações
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em nível nacional e internacional. Neste sentido, esclarecemos que nos Estados do Rio Grande do Norte e de Goiás os clubes e atletas poderão filiar-se diretamente à CBKT, sem vínculo com as federações locais. Tal decisão está respaldada pelo nos-
“Enquanto os outros falam, nós estamos trabalhando e fortalecendo cada vez mais nossa organização.” so estatuto e visa a evitar que professores, atletas e praticantes sejam prejudicados por eventuais ações de seus dirigentes. No início da próxima temporada teremos eleições na CBKT. Você é pré-candidato? A princípio sou candidato, atendendo à solicitação da grande maioria dos presidentes de federações e dos mestres japoneses e brasileiros. Com respeito à reeleição,
ressalto que nosso primeiro cuidado, após a posse em 2010, foi limitar o mandato do presidente a uma reeleição. Não vivo do karatê. Sou profissional liberal e o karatê é a minha paixão. Não pretendo perpetuar-me no poder, mas não vou permitir que nenhum oportunista implante uma nova ditadura que asfixie, mais uma vez, a nossa organização. Como avalia este seu primeiro mandato? Creio que o mandato da nossa equipe foi bastante positivo, pois conseguimos avançar em muitos aspectos, mas ainda há muito trabalho a ser feito e muito a ser aperfeiçoado. Entre os destaques da nossa gestão cito os seguintes: realização do melhor campeonato mundial da história da ITKF, com transmissão pela SporTV; transparência financeira; contribuímos para que o tradicional voltasse a crescer continuamente nos últimos três anos, revertendo o processo de desaceleração que ocorria com a CBKT; criamos um sistema de gestão informatizado, que recentemente foi adotado pela ITKF; criamos um sistema de organização e gerenciamento de competições, que também foi adotado pela ITKF e usado no campeonato pan-americano, e será utilizado em fevereiro no
campeonato do continente africano, com a participação da nossa equipe técnica, e em outubro no mundial da ITKF; implementamos um sistema de arrecadação compartilhada, no qual as receitas de anuidades são divididas entre a CBKT e as federações; implantamos o ranking nacional; promovemos seis cursos internacionais nos últimos três anos visando ao aperfeiçoamento dos nossos professores e atletas; nos últimos quatro eventos internacionais (dois mundiais e dois pan-americanos) conseguimos patrocinar parcialmente nossas delegações com meios próprios; nos últimos três eventos internacionais (dois pan-americanos e um mundial) participamos com as maiores delegações estrangeiras e obtivemos resultados jamais conquistados anteriormente; e conseguimos pela primeira vez uma forte representação na ITKF, na área de gestão, na comissão técnica, no shihan-kai e no
comitê de diretores, além de inúmeras conquistas e avanços nas áreas técnica e organizacional. Seu primeiro mandato foi fundamentado na reestruturação e modernização da CBKT. Quais as prioridades, hoje? Entre as prioridades para dar continuidade ao crescimento do karatê-dô tradicional brasileiro estão os seguintes aspectos: - Implantação do Curso Nacional de Capacitação de Instrutores em parceria com uma universidade. O curso será oferecido em três formatos: extensão (80 horas), aperfeiçoamento (120 horas) ou especialização (360 horas). O objetivo é capacitar instrutores, técnicos, árbitros e examinadores para qualificar ainda mais o nível dos profissionais que trabalham com o karatê tradicional. - Priorização de investimento nos projetos
socioeducativos, para implantá-los em larga escala no País. - Ampliação do quadro técnico do departamento de seleções, para auxiliar no treinamento e preparação das seleções brasileiras, visando a melhorar ainda mais os resultados em competições internacionais. - Finalização das negociações, já iniciadas, para a construção do centro de treinamento da CBKT. - Concluir a instituição do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). - Criação do campeonato brasileiro de estreantes (até 2º kyu). - Ampliação do campeonato brasileiro de karatecas especiais. - Ampliação do intercâmbio internacional e realização da Copa Nishiyama no Brasil. - Aperfeiçoamento do sistema de gestão e de competições, que agora será extensivo às federações, clubes e academias, visando a melhorar o processo de gerenciamento local. - Implantação do sistema digital de arbitragem. - Fortalecimento, ainda maior, da posição da CBKT em nível internacional. Quais serão as novidades em 2014? A adoção do uso dos kimonos Musashi como marca oficial da CBKT, a divisão do campeonato brasileiro em duas etapas, a disputa do troféu de supercampeão brasileiro masculino e feminino, a entrega do troféu aos primeiros colocados do ranking da CBKT e a implantação do curso nacional de instrutores. Em 2014 teremos campeonato mundial no Cairo. Qual trabalho será feito no sentido de levarmos a melhor equipe para esta competição? Vamos iniciar a preparação da equipe em março, junto com a 12ª edição do Seminário de Goshin, no Espírito Santo. O calendário anual também foi alterado e o campeonato brasileiro adulto foi antecipado para abril, proporcionando mais tempo para a preparação dos atletas e definição das equipes. Qual é a meta para esta edição do mundial? Voltar do Egito com um número de medalhas superior ao que trouxemos da Polônia, onde conquistamos quatro ouros, uma prata; e 19 bronzes. Qual é a mensagem que você deixa para os karatecas de todo o Brasil? Nossa mensagem é de otimismo, de certeza de que estamos no caminho certo e que tomamos as decisões corretas. Conclamamos a comunidade do karatê-dô tradicional a continuar trabalhando junto e com afinco, com o objetivo de construirmos um futuro promissor para as novas gerações de praticantes.
Gilberto Gaertner, presidente da CBKT e membro do comitê diretivo da ITKF
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Oferecimento
INTERVIEW
GERSON BORTOLOSE JÚNIOR
O REI DA BUDOKAN Nascido em 16 de janeiro de 1965 em Rio Claro (SP), Gersinho foi um dos judocas mais vitoriosos e polêmicos do Estado de São Paulo. Rei da Budokan e Mister Ippon foram apenas dois dos vários apelidos que ganhou, por fazer um judô extrovertido e focado permanentemente no ippon. Formado em educação física e ensinando judô em projetos sociais, hoje o faixa preta 5º dan vislumbra a oportunidade de formar uma equipe competitiva e assim voltar aos tatamis e brigar por medalhas.
Como começou no judô? Fui assistir a um campeonato Beneméritos do Judô do Brasil, modalidade em que meu irmão já treinava desde os 11 anos. Gostei muito do que vi e decidi treinar. Na época eu já estava com 18 anos. Vimos fotos suas na seleção, ainda com faixa marrom. Como chegou tão rapidamente na elite? Na verdade eu não estava na seleção brasileira, levaram-me para treinar com a seleção quando eu ainda era faixa verde. O professor Tsutomu Nitsuma convidou-me para treinar com eles porque eu tinha vencido um faixa preta dele que havia sido campeão paulista na semana anterior. Joguei seu aluno de ippon
com 10PORsegundos de luta. que o rapaz PAULO PINTO | FOTOLembro BUDÕ PRESS sentou no tatami e chorou. Com isso Nitsuma me levou para treinar com a seleção brasileira. A partir daí comecei a praticar em São Paulo, e fui subindo de produção. Cheguei à faixa marrom rapidinho, e aí começaram a surgir convites de todos os lados. Por quais escolas passou? Comecei em minha cidade, Rio Claro, com o professor Uadi Mubarak. Depois fui treinar com o professor Antônio Rizardo, de Sorocaba. De lá fui para São Caetano, e meus senseis eram o Bacelar e o Mário Tsutsui. Passei por varias academias, inclusive pela Vila Sônia. Fui um verdadeiro peregrino, e considero-me meio autodidata. Para dizer a verdade, não posso
afirmar que tive um mestre que me pegou pela mão e me ensinou a caminhar nos tatamis. Quando comecei a pegar gosto pela coisa, estava sempre caçando treinos. Eu pensava “esse professor é famoso por causa disso”, e lá ia eu em busca de conhecimento naquela determinada técnica. Aprendi muito com o professor Massao Shinohara. Com Messias Rodarte aprendi muito chão. Outro gigante que me ensinou muita coisa foi o sensei Ikuo Onodera, enquanto o professor Chiaki Ishii me ajudou muito nos treinos da FPJ. Como técnico destaco meu aprendizado com o sensei João Gonçalves. Fiquei muitos anos no Clube Pinheiros, onde o professor João me chamava de pontuador, porque sempre conseguia o ippon. Quais foram as principais equipes que defendeu? São Caetano, Vila Sônia, Esporte Clube Pinheiros, Santo André e São Bernardo. Quais eram as feras de sua categoria? Sempre lutei no pesado e, em minha época, havia vários judocas bons, e os mais fortes eram Zé Mário Tranquilini, Flecha, Tico e Paulão. Era uma categoria bem difícil, mas consegui jogar todos de ippon. Existiu algum judoca que não conseguiu jogar? Sim, o Aurélio Miguel. Sempre treinávamos juntos e no treino eu conseguia jogá-lo, mas nas competições nunca encaixei um golpe. Ele sempre teve o lado psicológico muito bom, e nas lutas parecia que era dez vezes maior. Na hora do vamos ver não tinha conversa. Ele sempre foi fortíssimo e possuía um preparo físico descomunal. Qual era seu tokui-waza? Sempre abusei de meu tamanho e peso, que eram acima da média. Mesmo assim gostava de variar os golpes. Os que eu mais usava
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eram uchi-mata, o-soto-gari e harai-goshi. Minha maior vantagem não era no treino ou no físico, e sim o fato de ser ambidestro; isso me ajudou muito. Diante de tudo isso, por que não marcou maior presença na seleção? Porque não me dedicava, não gostava muito de treinar e era rebelde também. Fui a antítese do bom moço do judô. Coisas da juventude. Qual foi a maior lição que o judô lhe deu? Não sei o que teria sido na vida não fosse o judô. Ele foi o caminho, a luz que me guiou e me trouxe paz interior. Qual professor que lhe transmitiu mais conhecimento técnico? Como já disse, meu primeiro professor foi o sensei Uadi Mubarak, por quem guardo enorme carinho e gratidão. Depois dele estive com muitos professores, mas quem mais me ensinou foi o sensei Massao Shinohara. Em sua análise, qual foi o maior judoca de todos os tempos? Indubitavelmente foi o Arnaldo Menani, nunca vi nada igual. Já o mais técnico foi o Luiz Onmura. Existiram outros gigantes que não poderiam ser esquecidos por mim, judocas como Walter Carmona, Carlos Eduardo Motta, o Tico, Ernesto Bergamo e Tetsuo Fujizaka. Qual foi a melhor equipe de judô que conheceu? Foi a de 1989/90 da Associação Desportiva São Caetano. Nunca vi nada igual, e acredito que, se os judocas que integraram a equipe estivessem em atividade até hoje, venceriam qualquer equipe atual. Você tem atuado como técnico? Sim, e em todos os lugares por onde passei sempre dei uma contribuição significativa. Já dei aula em clubes, escolas particulares, e no momento dou aulas em alguns projetos sociais. Comparando a estrutura que existia na época com a que existe hoje, você vê muita mudança? Tomo por base o que o professor Bacelar,
técnico do São Caetano, disse num encontro recente: “Se tivesse o pessoal da minha época hoje em dia, teria viajado não só pelo mundo, mas também para outro planeta”. Fazendo um comparativo técnico do judô de hoje com o de sua época, o que tem a dizer? O judô que é feito hoje é muito ruim. Em minha época fazíamos judô de verdade, e buscávamos constantemente o ippon. Hoje não existe mais isso, é só força. As mudanças nas regras favoreceram muito, mas percebemos claramente que, conforme vai passando o tempo, a qualidade do judô cai mais. Se esta geração é chamada de Geração Ouro, as gerações do passado devem ser chamadas de Geração Diamante. Qual é o fato que mais o marcou no judô? Foi conquistar o respeito e a admiração de pessoas que eu também admirava. Certa vez estava numa competição e o meu adversário tinha sido operado recentemente da coluna, mas era um adversário ferrenho. A luta começou e logo apliquei um uchi-mata, ele subiu e na hora que em que caiu, já imobilizei. Ele disse: “Minha cabeça Gerson”, e na mesma hora soltei. Aquilo passou, graças a Deus não aconteceu nada, e a luta continuou. Algumas semanas depois estava num jantar e o pai deste atleta levantou e falou queria fazer um agradecimento público ao Gerson, que mostrou o verdadeiro espirito do judô quando estava lutando com seu filho. “Meu filho pediu para ele largar, e ele largou. Não pensou na vitória, pensou em atender meu filho, e a partir desse momento passou a ser meu filho também”. Este professor era o Sebastião Germano e seu filho, o Wilson Germano. Este fato marcou muito, mas sei que nada mais é do que o verdadeiro espirito do judô. Nos matamos no shiai-jo, mas não podemos esquecer que as lutas e as medalhas passam, mas a essência do judô deve permanecer para sempre. Qual foi sua maior tristeza no judô? Não ter representado o Brasil numa Olimpíada. Com todo este histórico, qual foi o motivo de não ter ido para uma Olimpíada? Talvez por meu comportamento rebelde, mas a politica da CBJ também era muito difícil. Se você não dançasse a musica deles, não tinha como ser chamado. Mas tenho plena certeza de que, se tivesse representado nosso País, daria meu sangue. Quem me conheceu sabe que em cima dos tatamis eu podia até morrer, mas não entregava os pontos.
Equipe de São Caetano em 1989, Omar Miquinioti, Arnaldo Gentil Menani, Aurélio Miguel, Wagner Castropio, Alessandro Puglia, Paulo Sérgio Setti e Gerson Bortolose
jogou de ippon, mas mesmo assim ganhei o troféu ippon do campeonato, por ter sido o mais técnico da competição e por chegar à final jogando todos adversários de ippon. Mas aquela derrota eu amarguei por muito tempo. Em que ano pegou a faixa preta? Em 1990. Demorei muito justamente por ser rebelde. Na época o presidente da FPJ era o sensei Watanabe, e certa vez ele afirmou que eu jamais seria um faixa preta. Respondi que estava tudo bem, mas garanti a ele que conquistaria minha faixa preta, e foi o que aconteceu. Como atingiu esta proeza? Devo este reconhecimento ao professor kodansha Miguel Suganuma. Por qual razão era chamado de o rei da Budokan? Porque minha origem foi na Budokan e porque durante muitos anos fui o judoca desta escola que mais pontuou. Mas tive outro apelido que eu gosto mais, que é Mister Ippon. Este apelido surgiu por meu desempenho nos Jogos Regionais, em que em dois dias de competição no individual e no adulto joguei 17 vezes de ippon. Qual sua meta em relação ao judô, hoje? Ter a chance de montar uma equipe. Estou procurando uma escola ou equipe que queira fazer uma parceria e eu possa fazer um trabalho desde a base até o alto rendimento. Minha essência é a competição. Fui competidor, gosto muito de lutar e quero fazer a transmissão de tudo que aprendi com todos os professores que me ensinaram judô.
Falando nisso, qual foi sua pior derrota? Quando perdi uma final do campeonato brasileiro para o Zé Mário, em 1991. Ele me Rubens Pereira e o amigo Gersinho
Gersinho, Arnaldo Menani e Luiz Fernando Bortolose
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BOTUCATU SEDIA PRIMEIRA ETAPA DOS JOGOS ESCOLARES DE SÃO PAULO POR PAULO
A Federação Paulista de Judô deu início aos Jogos Escolares do Estado de São Paulo Etapa III desta temporada, e o pontapé inicial foi dado no dia 30 de março, quando se realizou a primeira parte da competição, no ginásio de esportes do Botucatu Tênis Clube (BTC). Várias autoridades esportivas participaram da cerimônia de abertura, entre as quais Inácio Hirayama, assessor da Federação Paulista de Judô (FPJ); a professora Solange Pessoa; José Eduardo Rodrigues Torres, presidente do BTC; Chico do Judô, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ); e os delegados regionais Argeu Maurício, Takeshi Yokoti e Walmir Shiraga. Em seu depoimento Chico do Judô destacou o gigantismo da competição realizada pelo governo do Estado de São Paulo. “Enquanto dirigentes, nossa preocupação abrange o fomento da modalidade, a inclusão social e a capacitação constante dos nossos professores. Estamos acostumados a promover eventos grandiosos, mas esta competição compreende mais de 20 modalidades esportivas e contempla milhares de praticantes na faixa de 12 a 18 anos. Este é um evento gigantesco, que insere jovens atletas no mundo da competição, premiando os campeões com os programas Bolsa Talento Esportivo e Centro de Excelência Esportiva.”
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PINTO |
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BUDÔ PRESS
O dirigente lembrou aos pais que estavam presentes a importância de encaminhar seus filhos. “Hoje vemos muitos pais terceirizando a educação dos filhos, e quero lembrar que a obrigação de educar cabe a nós, pais. Aos professores escolares cabe a formação escolar. Aos professores de judô, karatê e demais modalidades esportivas cabe a transmissão da técnica e dos princípios filosóficos de cada modalidade. Mas a educação e o preparo para a vida têm de vir de casa. Parabenizo todos vocês por dedicarem seus fins de semana a acompanhar seus filhos nas competições. Além de mostrarem um bom caminho a eles, vocês estão fortalecendo a união de toda a família.” Os Jogos Escolares do Estado de São Paulo são realizados pelo governo de São Paulo por intermédio das secretarias estaduais de Educação, Esporte, Lazer e Juventude (SELJ); de Direitos da Pessoa com Deficiência e de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, com execução da Federação do Desporto Escolar do Estado de São Paulo e demais entidades ligadas paulistas do setor. A modalidade do judô é realizada por meio da parceria entre a Secretaria
de Esportes, Lazer e Juventude de São Paulo e a Federação Paulista de Judô. A competição tem por objetivo promover por meio da prática esportiva a integração e o intercâmbio entre os alunos do ensino fundamental das redes públicas estadual, municipal e particular, além das escolas técnicas esta-
Chico do Judô
Mesa de honra
duais e federais, favorecendo a descoberta de novos talentos esportivos que possam ser indicados para os programas Bolsa Talento Esportivo e Centro de Excelência Esportiva. São disputadas 20 modalidades entre as mais tradicionais, como futsal, judô, vôlei, basquete e atletismo, passando pelo xadrez e pelo tênis de mesa, além das modalidades voltadas aos alunos com deficiência física, intelectual e visual. A disputa abrange os naipes feminino e masculino, e compreende quatro categorias: pré-mirim, até 12 anos; mirim, até 14 anos; infantil, até 17 anos; e juvenil, até 18 anos.
Takeshi Yokoti, Chico do Judô, Wilmar Shiraga e Argeu Maurício
Chico do Judô, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) e José Eduardo Rodrigues Torres, presidente do BTC
Argeu Maurício
Programação Fase Regional 1ª Etapa - 20 de março – Botucatu 2ª Etapa – 06 de abril – Araçatuba 3ª Etapa – 12 de abril – Registro 4ª Etapa – 27 de abril – Fernandópolis 5ª Etapa – 10 de maio – Mauá 6ª Etapa – 18 de maio – Brotas 7ª Etapa – 25 de maio – Tupã
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INTERVIEW
HIROYASU INOKI A ALMA DO KARATÊ TRADICIONAL POR PAULO
PINTO |
FOTO BUDÔ
PRESS
Nascido em Yokohama (Japão) em 18 de setembro de 1940, Hiroyasu Inoki viveu em seu país até completar o ensino médio e em 1956 migrou para o Brasil. Hoje, aos 74 anos e após 62 anos de prática, um de seus principais objetivos é treinar karatê para fortalecer o corpo e o espírito. Segundo ele, somente com o treino regular e constante é que se pode conhecer o verdadeiro karatê-dô. Exercendo funções relevantes nos níveis nacional e internacional, o shihan 9º dan recebeu o conhecimento diretamente do mestre Nishiyama e ficou responsável mundialmente pela evolução e o aprimoramento das técnicas do karatê-dô tradicional. Até hoje ministra aulasdiárias em seu dojô Shoto-kan, em Ipanema, no Rio de Janeiro.
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Parte do shihan-kai da CBKT, onde Tasuke Watanabe, Hiroyasu Inoki, Yasutaka Tanaka e Ugo Arrigoni discutem procedimentos no brasileiro da entidade, realizado em Fortaleza em 2012
Como chegou ao karatê? Comecei no karatê aos 12 anos no Japão, e há 62 anos sigo o caminho do karatê-dô. Com quem iniciou a prática do karatê-dô? Meu primeiro professor, Yatsurashi, foi campeão japonês de boxe e fazia karatê, mas treinei pouco tempo com ele. Quando entrei no ensino médio o judô era obrigatório no colégio, mas fora da escola passei a praticar karatê com outro professor, que também não era shotokan, era shorinji kempo. Além disso, praticava no amplo jardim de casa, onde meu irmão Juichi Sagara treinava karatê shotokan. Quando me formei no ensino médio vim para o Brasil, bem no inicio do karatê no País. O professor mais antigo era o Higashino, depois vieram os professores Uriu, meu irmão Sagara e o professor Tanaka. Naquela época treinávamos numa garagem na Vila Prudente, em São Paulo. Na verdade, o início do karatê no Brasil foi nesse lugar. Logo depois os professores Tanaka e Uriu vieram para o Rio de Janeiro, e em pouco tempo o professor Tanaka me chamou para dar aula em sua escola. Foi assim que comecei a ser professor. De manhã dava aula na academia do professor Uriu e à tarde, na academia do professor Tanaka. Posteriormente passei a dar aula na Escola Naval, na qual fiquei por muitos anos. Depois fui dar aulas no Exército, na brigada de paraquedistas e para os fuzileiros navais. Quando dava aula para os militares, eles faziam kumitê e kata? Eles faziam kata, mas não faziam kumitê. Era mais defesa pessoal e ataque. Era mais voltado para o budô do que para o esporte. Sempre pensei assim, e até hoje minhas aulas são fundamentadas nisso. O senhor é eminentemente um budoka? Sempre busquei o caminho do budô, ou seja, o budokan. O karatê que fazemos nunca será completo, gostaria de poder aproximar-me cada vez mais do verdadeiro budô, mas ainda estamos muito distantes. No Japão, teve contato com grandes mestres, como o sensei Nakayama? Quando vim para o Brasil ainda era adolescente e não tinha tido contato com nenhum grande mestre japonês. Mais tarde retornei ao Japão e foi então que conheci os professores Nakayama, Sakagami, Asai e Nishiyama. Mas meu karatê hoje segue a orientação do sensei Nishiyama, é totalmente fundamentado na escola tradicional, que foi fundada por ele. Quando chegou a São Paulo, já conhecia os professores que estavam aqui? Quando cheguei do Japão não conhecia absolutamente ninguém. Só depois que meu irmão Sagara começou a dar aulas é que fui conhecendo os professores mais velhos. Porque decidiram vir para o Brasil? Isso foi no pós-guerra. Meu cunhado e meu
irmão queriam vir para cá e decidimos vir juntos. Perdi meu pai muito cedo, então vim com meus seis irmãos e com minha mãe, Kumiko Inoki. Éramos dez irmãos, mas vários morreram na guerra. Quais professores formavam o grupo de vocês? O grupo era formado pelos professores Uriu, Sagara, Tanaka, Higashino e eu; mais tarde chegou o Machida. O sensei Nishiyama gozava do mesmo prestígio que o shihan Nakayama? Sim, é claro. O professor Nishiyama foi um dos fundadores da Nihon Karate Kyokai (NKK). Em 27 de maio de 1949, os professores Isao Obata, Masatoshi Nakayama e Hidetaka Nishiyama formaram a NKK, que depois se transformou na Japan Karate Association (JKA), organização que originalmente era voltada à educação, pesquisa, gestão e promoção de eventos. O professor Funakoshi tinha então cerca de 80 anos, e assumiu o cargo de instrutor chefe emérito, enquanto o professor Nakayama foi designado instrutor chefe. Existe uma lenda que conta que a JKA enviou professores para o Brasil. Este fato procede? Não creio, porque fomos nós que convidamos o professor Nakayama para vir ao Brasil. Fui ao Japão como representante do grupo dos professores do Brasil e o convidei. Todos já conheciam o professor Nakayama e eu não. Como meu outro irmão, Antônio Inoki, era famoso no Japão por causa da luta livre, tive fácil acesso a ele, que acabou vindo ao Brasil pela primeira vez em 1975. Depois deste convite a organização enviou algum professor para vir dar aulas no Brasil? Eles nunca mandaram ninguém. Nós convidamos outros professores, como o professor Tetsuhiko Asai, diretor técnico da JKA, que deu aula em vários Estados e regressou a Tóquio. Mas, e o professor Okuda? Pelo que sei, o sensei Taketo Okuda veio a convite de meu irmão. Foi convidado para dar aulas na academia do Sagara, acabou ficando um tempo e depois se radicou definitivamente em São Paulo. Vocês foram os pioneiros no Brasil? Não é bem assim. Antes de nós esteve aqui um professor que depois foi para Inglaterra. Era funcionário de um banco, e seu nome era Harada. Não o conheci pessoalmente, mas soube que sua chegada antecedeu a nossa. Como surgiu o karatê-dô tradicional?
Quando o professor Nishiyama se afastou da Wuko, ele fundou a ITKF. Ele convidou o professor Tanaka, que por sua vez nos convidou. Nos juntamos a ele e estamos aqui até hoje. Vocês seguiram o sensei Nishiyama por afinidade ou pelo karatê diferenciado? No inicio o karatê dele era igual ao das outras linhas da shotokan, mas posteriormente ele mudou bastante, no sentido de usar a força interna e a biomecânica. Não podemos ter o karatê só como esporte, e sim como verdadeiro caminho, como budô. Quando o judô foi reconhecido como esporte olímpico, o professor Jigoro Kano previu que o aspecto budô da modalidade seria afetado. O karatê estava seguindo este mesmo caminho, mas não critico e nem condeno a opção pelo esporte, pois cada um escolhe aquilo que lhe é mais interessante. Felizmente o professor Nishiyama optou por preservar o espírito do budô, e sua intenção era manter este espírito também na competição. Infelizmente, após a sua morte, muitos professores equivocadamente passaram a seguir somente o caminho do esporte. Mas aqui no Brasil isso não prevaleceu, porque temos o professor Tanaka, que mantém a tradição e o budô, e a Confederação Brasileira de Karatê-dô Tradicional (CBKT), que caminha firme nesta mesma direção. Então ele fracassou em seu objetivo? Não, porque ainda temos muitos professores e organizações, como a CBKT e a ITKF original, lutando pela manutenção desta tradição. O desafio é a manutenção da coexistência entre o esporte e a tradição? Sim. Mas ainda existe o budô, que deve estar presente de alguma forma dentro da competição. Qual é sua definição de budô? Minha definição de budô é uma palavra curtinha que em japonês é shinken. Ela significa muito mais que seriedade, não saberia interpretá-la em português, pois exprime várias coisas. Temos de ter shinken permanentemente no dia a dia, no treinamento e em todos os momentos. É importante entender que o budô moderno não tem mais nenhum inimigo externo, só o inimigo interno. Como o senhor reagiu à fundação da ITKF? Na época eu já havia saído da Wuko e meu irmão, Sagara, permaneceu, mas não fiquei
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“Todas as coisas possuem uma essência divina interior e uma maravilhosa função exterior. A essência de uma árvore manifesta-se em suas flores maravilhosas e na sua folhagem abundante. A essência da árvore não poderia ser percebida se não houvesse flores e folhas. Os seres humanos possuem uma essência divina interior que não pode ser vista, mas que se manifesta com as maravilhosas técnicas do budô.” chateado. Nós já estávamos pensando em sair para desenvolver outro tipo de competição. Aí houve o convite do professor Nishiyama, o professor Tanaka nos consultou, e todos que buscavam um caminho mais tradicional aderiram. Qual é a diferença entre o karatê tradicional e os demais? Basicamente é a competição, pois ela afeta diretamente a forma de treinamento. No tradicional, mantém-se o princípio de defesa pessoal (sem divisão por peso) e a busca do ippon-waza (golpe único). Isto implica uma forma de treinamento baseada na biomecânica e na intencionalidade, visando a otimizar a potência dos golpes. O karatê tradicional busca eficiência mesmo, e sentimos maior diferença em nosso corpo, que age como um chicote flexível, usando a força interior e
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a mente. O tradicional também enfatiza os aspectos ético-filosóficos e educativos. Soubemos que o senhor é o professor que mais incorporou a técnica do sensei Nishiyama e o que melhor expressa essa técnica. Isso procede? Acho que exageraram um pouco. É bem menos que isso, mas acho que é porque sou o karateca que mais busca seguir a linha do professor Nishiyama sem questionamentos. Mas estou muito distante do nível que ele atingiu. Qual é a sua definição do professor Nishiyama? Para mim ele foi um verdadeiro samurai. Hoje é muito difícil vermos um samurai. Nem todos os senseis japoneses são samurais, e ele era um samurai de verdade. Aos 3 anos seu pai o colocou no kendô, e mais tarde entrou no
(Heiho Jikansho da escola de Shintô Kajima)
karatê. Seu professor disse que ele poderia fazer qualquer coisa na vida, mas não poderia esquecer o budô, e ele ouviu e assimilou as palavras de seu mestre. Esta história eu escutei dele mesmo, e foi assim que viveu de verdade. Podemos dizer que o senhor é hoje a maior referência técnica da ITKF? Não. Eu apenas me dedico mais que outros. Só isso. Não sou melhor do que ninguém. O que o professor Nishiyama deixou de mais importante? Sua obra no karatê, que une a tradição do início desta arte, os princípios do budô e as ciências do esporte. Vou dar um exemplo: cada homem tem um físico diferente, no
Quando da visita do professor Masatoshi Nakayama ao Brasil em 1975, a partir da esquerda os professores Juichi Sagara, Yasutaka Tanaka, Sadamu Uriu, Hiroyasu Inoki, Masatoshi Nakayama, Hayashi Kawamura e Tasuke Watanabe.
Gilberto Gaertner e Hiroyasu Inoki, em evento da CBKT
meu caso específico tenho uma idade avançada e o corpo pequeno. Como posso afirmar que me sinto muito bem fazendo karatê? Que sinto cada vez maior prazer em treinar, e que com isso surgem cada vez mais dúvidas e desafios? Isso é porque eu faço o karatê do sensei Nishiyama, no qual a prática leva a descobertas cada vez mais profundas e prazerosas. Não treino por obrigação, e sim porque vou aprender mais, e isso é muito gostoso. Viver em harmonia consigo mesmo, e sempre aprendendo. Sob o ponto de vista técnico, quais são os principais fundamentos do karatê da ITKF? É um karatê eficiente, baseado na defesa pessoal. É budô mesmo. Utiliza-se a dinâmica corporal, a força interna baseada no core e nos músculos intrínsecos e a força mental. Se você acertar verdadeiramente um oponente, ele tem de cair. Guardadas as devidas proporções, o princípio é o mesmo dos samurais, que matavam com apenas um golpe (ikken hissatsu). Como foi sua experiência como técnico da seleção brasileira? Foi muito difícil, mas valeu a pena, por causa da ajuda e da orientação que recebi de outros professores. Eu trabalhava em grupo e escutava todos os professores. Mas, na questão de meu relacionamento com os atletas, eu costumava tirar leite de pedra. Era novo e judiava muito deles. Tinha o hábito de treinar junto com o time, e batia muito, mas também apanhava. Atualmente o professor Watanabe, que se dedica à seleção há muito tempo, mantém a coordenação dos trabalhos e conduz o processo muito bem, mas é uma tarefa muito difícil, e não é qualquer um que consegue fazer do jeito que ele faz. Qual é a sua avaliação da gestão do professor Gilberto Gaertner na CBKT? Eu acho que é uma excelente gestão.
Ninguém trabalhou e organizou a entidade da forma como ele está fazendo. O Gilberto teve a capacidade de montar uma equipe eficiente, na qual todos trabalham unidos e têm o mesmo foco: o crescimento mútuo. Aprovo 100%. Soube que, antes de falecer, o sensei Nishiyama o chamou aos Estados Unidos. Qual foi o objetivo? Ele já estava doente. Fiquei com ele por mais de dez dias no mesmo quarto, em Los Angeles. Passou-me todos os princípios e fundamentos do karatê tradicional, e nosso treinamento era feito lá mesmo no quarto dele. Depois que terminava o treino ele me explicava detalhadamente as descobertas que havia feito mais recentemente. Foi uma experiência muito marcante. Na verdade, ele foi um grande cientista e pesquisador. Como nós falávamos a mesma língua (japonês), era mais fácil para ele transmitir aquilo que achava imprescindível. Ele já sabia que ia morrer? Não sei, mas acho que desconfiava. Sei que queria muito passar o máximo de seu conhecimento, para que seu legado tivesse continuidade. Como avalia toda a obra dele? Para mim é tudo. Não posso falar em nível da organização, mas tudo que sabemos e aprendemos na área técnica devemos à pesquisa dele. O fundador do karatê shotokan foi o professor Funakoshi, e os professores Nishiyama, Nakayama e Okazaki foram alunos dele, porém foi o professor Nishiyama que desenvolveu a pesquisa científica em torno do trabalho do sensei Funakoshi. Ele revolucionou o ensino do karatê-dô. O tradicional é uma clara evolução do estilo shotokan. Podemos dizer que o sensei Nishiyama aprimorou o karatê e agregou um cunho científico a ele?
Outra foto do sensei Nakayama feita em 1975, onde aparecem outros ícones do karatê verde e amarelo: senseis Okuda, Gomes, Ênio, Sasaki e D’elia.
Certamente, porque ele foi o karateca mais próximo do sensei Funakoshi, mais até que seu próprio filho. Mas temos sempre de lembrar que existe outro grupo (Shotokai) que não fez parte da Nihon Karate Kyokai, e não tenho a menor ideia do trabalho daqueles professores. Mas posso afirmar seguramente que o Nishiyama foi o maior pesquisador do grupo que se manteve na JKA. Como avalia o momento atual do karatê-dô brasileiro? Acho que está cada vez melhor. Cresce devagar, mas vai muito bem e mantém o foco nos ideais e propósitos que foram idealizados pelo mestre Nishiyama e pelos membros do shihan-kai da CBKT. E no mundo? Tirando raríssimas exceções, a maioria dos professores entendeu muito mal e não assimilou a proposta técnica do professor Nishiyama. Como assim, não assimilaram? Quando vamos receber um ensinamento, temos de ter uma postura neutra, totalmente receptiva e abrangente do treinamento e com base naquilo que nos foi transmitido. A
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Sensei Inoki puxando treino no dojô do shihan Tasuke Watanabe, no interior da reserva de Setiba (ES)
maioria não faz isso, e acaba dando opinião própria. Eu não faço isso. Entro com a mente vazia, sem dar minha opinião, então todas as vezes que estive diante do professor Nishiyama eu assimilei tudo que me ofereceu sem questionamentos, sem filtros ou armaduras. Como viu os desdobramentos do caso Polônia e da ITKF pirata? Para mim tudo isso acontece em função da ambição e dos interesses de pessoas que se desviam do caminho por aspirações políticas e financeiras. Mas acho que o resultado prático foi muito bom em nível aqui e no mundo, porque afastou as pessoas que destoavam do grupo e da proposta verdadeira do tradicional. Hoje nosso grupo ficou muito mais forte, puro e unido. Esta coesão alavancará ainda mais nossa organização, assim como nossas propostas e o karatê criado pelo professor Hidetaka Nishiyama. O senhor é um homem realizado? Acho que sim. Sempre fiz o que gosto de fazer, e nunca achei que é sacrifício fazer o que tem de ser feito. O karatê lhe ofereceu tudo o que ansiava na vida?
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Sim, e se morrer agora morrerei satisfeito. Qual foi o maior karateca que conheceu? Como homem e como técnico, foi o professor Nishiyama. Qual o maior presente que o karatê lhe ofereceu? Tudo que tenho e conquistei foi por meio do karatê. Trabalhei no comércio no início, mas depois foi só o karatê e nunca mais larguei. Estou realizado com o karatê-dô. Qual foi o maior karateca de kumitê que viu competir? O Tasuke Watanabe. Não podemos esquecer que ele não foi apenas um campeão mundial, ele tem um instinto diferente do nosso, um instinto animal. E é diferente em tudo. E no kata? Kata e jiu-kumitê são a mesma coisa. O que fazemos no kata tem de aparecer na luta, só que isso não está acontecendo. Esta é uma de minhas preocupações. Minha principal meta ainda é fazer esta aproximação. O campeão de kata que mais me impressionou foi o professor Hiroshi Shirai, da Itália.
Quais são os pilares do karatê-dô tradicional, hoje? O professor Shirai é quem segura, mas os pilares são os professores Shirai, Tanaka e o Watanabe. Qual é o seu sonho para o karatê? Na competição é aquilo que já falei: treinar kihon e kata, pois é isso que tem de aparecer na competição de luta. Na competição o kata e o kumitê formam uma única coisa. Como é a sua relação com a família? É ótima, claro. Sou casado há muitos anos com Rosa Mioko, e minha filha, Sônia Rie Inoki, me deu dois netos: a Mari, que tem 9 anos, e o Yuji, que tem 6. O senhor está há 62 anos no dô. Valeu a pena, sensei? Valeu sim. Tem sido muito bom. Qual é o legado que deixará para o karatê do Brasil? Não vou deixar muita coisa. Tudo que ficar vem do karatê criado pelo sensei Nishiyama, e é exatamente isso que eu quero e vou deixar.
25 ANOS
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Associação Brasil Wushu Top Team Prof. João Ferreira da Silva Jr. Leme – SP
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Associação Bien-Hoo Shaolin Kung-Fu Prof. José Carlos Barbosa Americana – SP
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Mao Chuen do Brasil Cultural e Artística Marcial Prof. Francisco Crizante Barueri - SP
União Taisan de Kung Fu – A. C. C Prof. Emerson Roque Osasco - SP
Associação Garra de Tigre de Kung Fu Hung Gar Prof. Richard Leutz Bauru – SP Fábrica da Luta - Making Winners Prof. Antonio Carlos Silva Porto Ferreira – SP Academia Kwan Kun Prof. Marco Antonio Cardoso São Paulo - SP
Associação Piracicabana de Kung Fu Wushu Shaolin do Norte Prof. César Alves da Silva Piracicaba – SP Academia Templo Ipame Prof. Elinaldo Marques Pimentel da Silva Mauá - SP Associação Louveirense de Kung Fu Wushu - Shaolin do Norte Prof. Acassios Antonio Macetti Louveira - SP
Tat Wong Kung-Fu Academy Prof. Francisco de Paula São Paulo - SP IKW - Instituto de Kung Fu Wushu Profa. Ana Claudia Fatia Bauru – SP Academia Choy Lay Fut de Kung Fu Prof. Paulo Sérgio Martinelli São Paulo – SP Grêmio Recreativo Barueri Prof. Francisco Crizante Barueri - SP Academia Ching-Wu Wushu Prof. Fabio Luiz de Assis Campinas - SP Shaolin Kung Fu - Itapira Prof. William Lins da Matta Itapira - SP Shaolin Kung Fu - Botucatu Prof. Fabricio Osaku Botucatu - SP Peng Lai Brasil - Santa Cecília Prof. Marcio Augusto Ferreira São Paulo - SP Escola Lung Fu de Artes Marciais Prof. José Luiz Balestrini Junior São José do Rio Preto – SP Tat Wong Kung Fu Academy Prof. Rogério Foschini São Paulo - SP Equilibrius - Centro de Tai Chi Chuan, Acupuntura e Cultura Oriental Prof. Fernando de Lazzari Ribeirão Preto - SP Tat Wong Kung Fu Academy Alecrins Prof. Rodrigo Seixas Alvarenga Campos Campinas - SP Associação Shaolin Internacional Artes Marciais Mestre Daniel Alves de Lucena Santa Isabel – SP Escola Bak-Pai de Kung Fu Wushu Prof. Fabiano Silveira dos Santos São Paulo Academia Sino Brasileira de Kung Fu Prof. Luiz Carlos Santos do Nascimento São Vicente – SP Associação Garra de Tigre De Kung Fu Prof. Adriano Donizetti I. Pitoli Lençóis Paulista – SP
JUDÔ DE PRIMEIRO MUNDO POR PAULO
PINTO
| FOTO REVISTA BUDÔ
Nascido em 1966, o paulistano Paulo Ferraz Alvim Muhlfarth – o Paulo Pi – tem sua carreira fundamentada no ensino do judô. Faixa preta 5º dan, começou tarde no esporte e não conseguiu destacar-se como atleta. Mas isso não diminuiu seu amor pelo judô, que o levou até a ser árbitro aos 22 anos. Agora, conduzindo um projeto eminentemente social que envolve quase 2 mil crianças, atinge a plenitude do seu trabalho. Tendo como base Atibaia (SP), o projeto conduzido por Paulo Pi abrange três cidades, já formou grandes campeões, mas mantém o foco no ser humano. Para isso tem-se valido do apoio de empresas, por meio de leis de incentivo ao esporte, e de administrações públicas. E Paulo garante: não faltam recursos do governo. “Só não faz quem não quer. É só apresentar um bom projeto.” Veja a seguir um pouco da trajetória e do trabalho de Paulo Pi. Quando começou no judô? Comecei por curiosidade, no Grêmio Esportivo Atibaiense, clube que na época representava a academia do Shigueto Yamazaki. Tive aula com os professores Gentil e Carlinhos. Depois troquei de academia e fui treinar com o professor Ademar Takahama. Fiquei por lá até os 14 anos, alcançando a faixa verde. Parei aos 15 anos por falta de incentivo e porque meu professor fechou a academia. Retornei ao judô aos 20 anos, querendo ser um atleta olímpico. Soube que meu professor Ademar tinha voltado a dar aula, e fui ao salão paroquial da igreja Cristo Rei para revê-lo, mas encontrei outro professor, o Calasans, e antigos amigos que já eram faixa preta ou marrom. Voltei a fazer aula, queria ser competidor, mas já estava velho para isso. Mesmo assim fiz algumas participações como atleta, treinei no Projeto Futuro, indo para São Paulo e voltando no mesmo dia. Cheguei à faixa preta com 22 anos, num período bastante curto para quem ainda era faixa verde. Eu sou apaixonado por judô, então, dentro dele qualquer coisa me agrada, até arbitragem. Comecei a arbitrar com 22 anos. Começou a ensinar quando? Quando o Calasans voltou para São José dos Campos, pediu que eu desse aula para a garotada, que gostava muito de mim. Eu ainda era faixa marrom. Saí dois anos depois Paulo Pi
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porque eu queria competir, mas a vida foi me levando para docência. O que você chegou a competir? Disputei bastantes jogos regionais e abertos; meu sonho era chegar num campeonato paulista, cheguei perto de ganhar medalha, mas acho que minha ansiedade era tanta que não emplacava. Mas essa experiência foi boa porque hoje posso passar para nossos atletas a importância de estar tranquilo na hora da competição e de se preparar bem. Na minha época não tive ninguém que pudesse me conduzir. Com 23 anos assumi ser só professor. O que você construiu no judô de Atibaia nestes 27 anos de trabalho? Começamos do nada, tínhamos zero de recursos. Dediquei-me bastante para melhorar meu conhecimento, ia a vários lugares, principalmente ao Projeto Futuro, com o professor Floriano, para pegar informações. Observava muito e depois transmitia tudo que havia absorvido. Naquela época participávamos da 2ª Delegacia Regional e em 2000 passamos a integrar a região da Grande Campinas. Desde então participamos de diversas competições e vim me graduando (fiquei muito tempo no 3º dan) e neste período formamos não só grandes atletas, mas também grandes cidadãos. Há uma lista imensa de pessoas muito bem sucedidas, como o André Menezes Bio, que hoje é o presidente da nossa associação, e o Paulo Alvin, advogado. Depois de uns três anos de trabalho começaram a vir os títulos e as medalhas dos campeonatos paulistas. Só que naquela época era tudo difícil, até que a Natália Brígida conseguiu classificar-se para o campeonato pan-americano na Costa Rica, em 2005. Ela foi minha aluna e hoje defende o Minas Tênis. A partir dali começamos a formar uma grande equipe, com diversos atletas que disputavam finais de campeonatos paulistas e brasileiros. Você pode citar alguns nomes? Entre eles estavam o Vitor Yokio Ando, que tem diversos títulos paulistas; o Lincoln Romaro, que hoje está cursa engenharia na Alemanha; a Natália Brígida, detentora de vários títulos continentais; Ticiana Prioli, campeã paulista sênior ainda no primeiro ano de juvenil, entre outros. Em 2004 iniciamos o Projeto Judô Socioeducativo de Atibaia, ao qual a Agda chegou em 2006 porque o irmão dela já treinava lá. No primeiro ano eu e amigos como o Tiago Valadão – que na época era voluntário, como os outros professores, e hoje é meu braço direito –montamos um núcleo numa escola modelo do bairro Cerejeiras, onde o poder aquisitivo dos moradores é bem reduzido. Mesmo sem nenhuma verba, no primeiro ano já reunimos 150 crianças. No segundo ano convidamos os representantes da admi-
Paulo com seu filho Pietro
Bruno Watanabe mais uma revelação do judô paulista
nistração da cidade para a entrega das 150 faixas, e eles puderam ver o tamanho que estava tomando o judô de Atibaia. Nas academias já tínhamos vários atletas com títulos nacionais e internacionais, mas o trabalho de base social começava a aparecer. No segundo ano procuramos integrar o orçamento participativo, no qual a comunidade vota para obter benefícios que deseja para próprio bairro. Concorríamos com projetos de saúde, asfalto, infraestrutura, e sempre ganhamos. Hoje mantemos 12 núcleos, em 12 bairros diferentes, e atendemos em torno de 1.500 crianças. Trabalhamos nisso com o coração, pois é um projeto de mudança na vida dessas crianças, às quais podemos dar um caminho. Muitas das que saíram do projeto estão hoje nas universidades, conhecendo o mundo, graças à oportunidade que receberam do judô.
Tiago Valadão e Paulo Pi
Quem são as destaques nesse projeto? Nesta semana mesmo viaja para a Alemanha a Jéssica Carvalho, no -44 do sub 18. A Agda Cristina, agora no sênior, está afastada devido a uma cirurgia, mas com ela tivemos nosso primeiro título de mundial (duas vezes vice-campeã mundial sub 21, na África do Sul e no Marrocos). Ela é um talento e promete muito, embora tenha começado aos 12 anos, supostamente tarde para o judô. Temos também o Caio Brígida, destaque no sub 21 e o número 1 na categoria até 73 kg, campeão da seletiva. O Bruno Watanabe voltou agora da Alemanha e também é o primeiro da categoria 50 kg, que tem o Mike Pinheiro em segundo no ranking brasileiro. O Bruno ganhou a única medalha de ouro do Brasil em Bremen, no masculino sub 18, no qual fez seis lutas e venceu todas por ippon. Temos vários medalhistas que são professores e não conseguem formar um atleta de ponta. Por que outros conseguem? A primeira coisa que a gente ensina aos nossos atletas é comprometimento, além da importância de crescer e melhorar como seres humanos. Se saímos do zero e hoje temos vários campeões, acredito que é consequência de tudo o que eles fazem. Como técnico e professor, sempre procuro melhorar alguém com base nos meus próprios erros. Procuramos ter muita parceria com nossos atletas porque o judô é difícil, o esforço é grande, e eles precisam estar aqui com muito prazer e satisfação. Então, procuramos motivar sempre nossos atletas. Sou muito detalhista e procuro corrigir o aluno na hora da aula mesmo, e nem todo mundo tem este tempo e esta paciência. Nossa metodologia aqui é individual, e isso se reflete nos resultados. Quando comecei não tive muita informação, mas aprendi, e foi por meio dos meus erros que fiz a metodologia de ensino para meus alunos. Quantos atletas vocês têm no clube? Aqui no clube, por volta de 80. Na acade-
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Murilo Bassi – diretor de Esportes do São João Tênis Clube
mia temos alguns que são dos projetos e foram selecionados pelo talento. Hoje temos recursos municipais, estaduais e federais e conseguimos fazer uma segunda equipe; agora estamos também em Itapira, com três ônibus e 130 atletas competindo. Há vans que passam pelos bairros e recolhem os judocas que treinam no centro de excelência num horário especial. Temos um universo entre 1.500 e 1.600 atletas, fora os que vêm de fora para treinar aqui. Este clube é o número 1 da cidade e você tem pessoas dos projetos aqui. Como funciona isso? Aqui conseguimos fazer inclusão social com o judô. Não há nenhuma diferenciação. Temos alunos que não têm o que comer em casa, outros com conflitos familiares, mas nós conseguimos que eles estudem e se tornem cidadãos. Hoje as pessoas que vestem kimono aqui em Atibaia são respeitadas, e por isso as portas do clube foram abertas. Além do clube, temos parceria com o Colégio Objetivo, com o professor Reginaldo, que é uma pessoa maravilhosa e abriu as portas para nós. Também sou funcionário e dou aulas lá. Temos 16 alunos dentro do colégio com bolsa integral. Este ano colocamos seis na faculdade, para os quais bancamos a metade do custo e a outra parte vem de bolsas. Quais pessoas foram determinantes na sua formação de judoca? Tive uma passagem pequena com o Calasans, mas foi uma pessoa que me estimulou a voltar, e foi responsável por grande parte do que aprendi. O professor Floriano me abriu as portas e teve épocas em que eu ia
para São Paulo e ele me mandava ir para o São Paulo Futebol Clube para treinar judô. Qual seu tokui-waza? Harai-goshi Você não competiu no máster? Sim, tenho vários títulos no máster, mas também não tive a medalha de ouro, então acho que o ouro não me pertencia. O que sonha para o judô agora? Não paro para sonhar; eu trabalho muito todos os dias porque sempre estamos tentando desenvolver projetos para aumentar a formação de alunos e trazer um futuro melhor para esses jovens. O judô é minha vida, então durmo e acordo judô. Já me ausentei muito de minha família em função disso, mas hoje estou mais próximo. Sou casado com a Sandra Ticiano Marmorato, tenho dois filhos e uma enteada. Um é voltado às artes e o Pietro é judoca e esportista. No ano retrasado ele foi campeão brasileiro regional e neste ano, vice na Copa São Paulo. Quem são os parceiros no projeto? Governos estadual, federal e municipal, Kimonos Shihan e a Rota das Bandeiras, uma empresa que apostou na gente por intermédio da lei de incentivo municipal. Além deles, a TE, de Bragança, Fundação Romi e Colégio Objetivo. Temos uma equipe com 15 professores que trabalham aqui, em Bragança Paulista e Santa Bárbara d’Oeste. São mais ou menos 1.600 atletas aqui, 200 em Bragança e 200 em Santa Bárbara, totalizando quase 2 mil alunos. Essas crianças são assistidas por quem? Pelo governo, porque hoje existem várias leis
de incentivo e só não faz quem não quer. O governo do Estado dispõe de recursos imensos; está sobrando dinheiro porque as pessoas não apresentam projetos. O governo federal investe mais nas federações e confederações, o que permite ao atleta viajar para fora do País com tudo pago – é só se dedicar, treinar e buscar o resultado. Sempre fui muito fiel aos meus parceiros, e a Shihan faz parte de nossa trajetória desde o início. Para se ter uma ideia, o Toninho da Shihan fez fiado na nossa primeira compra de tatami. Ele confiou na gente, e fidelidade é mais uma das coisas que está faltando no ser humano. Como vê o trabalho das fpj? Acho que o judô está crescendo vai ser uma das modalidades mais bem sucedidas em questão de Olimpíadas e no geral. Vejo seriedade nos investimentos; algumas pessoas criticam e apontam erros, mas acho que o atleta está sendo beneficiado. Quanto à federação, penso que foi o Chico que deu este início à atual trajetória e que o Alessandro vai prosseguir, talvez dando uma inovada em algumas coisas. Creio que o judô daqui para frente estará disputando com o futebol a preferência do povo, se Deus quiser. Qual foi a maior alegria que o judô lhe deu? Acho que está dando: vivenciar o judô e ter este imenso leque de amizades, este convívio com pessoas que estão seguindo o mesmo caminho. Minha maior alegria é o judô, não sei nem como minha mulher me aguenta. Frase de Jigoro Kano preferida? “Construir o homem e beneficiar o mundo.”
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SELETIVA REGIONAL DE KUNG FU
ETAPA LIMEIRA POR PAULO
Limeira (SP) – A Federação Paulista de Kung Fu (FPKF) realizou nos dias 12 e 13 de abril a seletiva regional Etapa Limeira, evento classificatório para o campeonato paulista de julho, na cidade de Osasco. A competição realizou-se no ginásio de esportes do Nosso Clube, em Limeira, e teve a participação de 38 delegações, num total de 300 atletas competindo em formas
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| FOTO MARCELO LOPES/BUDÔ PRESS
de tradicional e moderno, e também combate sanda. Entre os competidores estavam campeões brasileiros, sul-americanos e pan-americanos, além de atletas que conquistaram resultados expressivos em torneios mundiais. Ninguém mediu esforços na disputa de vagas nos pódios e de classificação para o campeonato paulista.
O evento foi organizado pelo professor Jairo Figueiredo, presidente da FPKF. A próxima etapa está programada para os dias 7 e 8 de junho, em Campinas, e será conduzida pelo professor Paulo Di Nizo, diretor do departamento científico, em parceria com a FPKF. A cerimônia de abertura registrou a presença de autoridades políticas e esportivas,
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entre as quais Sung Tien Lo, representante da Aliança Brasil China e representante do consulado chinês; José Luís Rodrigues, secretário de Esportes de Limeira; Lu Bogo, vereadora de Limeira; grão-mestre Chan kowk Wai; João Batista de Souza, presidente do Nosso Clube de Limeira; Wlamir Milaré, diretor de artes marciais do Nosso Clube; Luis Ângelo Ziani, diretor de esportes do Nosso Clube; Rodrigo Lacerda, representante do secretário de Esportes de Santa Isabel; mestre Daniel Lucena; Jairo Figueiredo, presidente da Federação Paulista de Kung Fu; José Carlos Barbosa, vice-presidente da FPKF; Valdir Cremasco, diretor técnico geral da FPKF; Adriano Pitoli, diretor de sanda; Letícia Musseli, diretora do departamento de tradicional; Edgar Karasawa, diretor do departamento de tradicional; Paulo Di Nizo, diretor do departamento científico; e Richard Leutz, secretário geral.
Mestre Chan kowk Wai é homenageado Em seu depoimento de abertura Jairo Figueiredo agradeceu a presença de todos e fez um agradecimento especial ao grão-mestre Chan kowk Wai, que desde 1960 faz a transmissão do kung fu no Brasil. “O mestre Chan é meu pai marcial, e não tenho palavras para externar minha admiração e o respeito que tenho por ele. Tudo que sei de kung fu eu aprendi com ele, e agradeço por tudo que ofereceu a mim e aos demais alunos.” José Luís Rodrigues, secretário de Esportes de Limeira, destacou a importante contribuição social do kung fu. “Vejo toda a atividade marcial com bons olhos, e em especial o kung fu, que, além do aporte técnico que oferece aos jovens praticantes, prega o respeito, a educação e a disciplina. Os esportes de combate vivem um momento excelente e crescem muito. Vivemos em um mundo socialmente conturbado, e estas modalidades esportivas impõem limites e exigem posicionamento. No que depender de mim vou incentivar todos os projetos marciais em nosso município. O esporte é um instrumento de inserção social importantíssimo, e, além de resgatar jovens que vivem situações de risco, ele beneficia os praticantes, que vêm na prática esportiva uma possibilidade de crescimento e desenvolvimento pessoal.” Mestre Chan kowk Wai destacou o crescimento da modalidade. “Ensino kung fu no Brasil há mais de 54 anos, e nossa modalidade se disseminou por todo o País. No passado obtivemos um crescimento enorme, e hoje estamos evoluindo
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tecnicamente. O Jairo fez uma gestão importantíssima, soube formar uma grande equipe e projetou a modalidade em São Paulo. Nossa preocupação agora é dar continuidade ao trabalho que foi feito nos últimos anos. Ele sempre terá o meu apoio incondicional”. Valdir Cremasco, diretor técnico da FPKF, destacou o alto nível da competição. “A seletiva paulista sempre foi de altíssimo nível técnico e acredito que a cada ano melhora ainda mais, pois os atletas vão adquirindo maior experiência com o passar do tempo. Notamos também o crescimento do número de inscritos e reporto este crescimento à excelente gestão realizada pelo Jairo Figueiredo. Bons eventos sempre acabam atraindo mais participantes.” O diretor técnico da FPKF acredita que a entidade encontrou seu caminho e que a nova diretoria deva seguir o mesmo modelo de gestão. “O Jairo fez um trabalho muito sério, que priorizou a organização e a disciplina e deu uma cara nova para a modalidade. Acredito que a próxima gestão deverá manter a continuidade do modelo implantado por ele. Acreditamos que o kung fu é uma ferramenta importantíssima para reafirmar valores para a sociedade. Valores como respeito, honra e disciplina. Por meio de uma gestão moderna estamos tentando dar o exemplo para nossos atletas.” Paulo Di Nizo, diretor da FPKF, encabeça a chapa que quer dar continuidade ao trabalho desenvolvido pela diretoria atual, e o dirigente falou de sua expectativa sobre o pleito. “Nossa expectativa é bastante positiva. Temos como base o excelente trabalho desenvolvido pelo professor Jairo. Os filiados conhecem nossa linha de trabalho e penso que sairemos vitoriosos. Recentemente tivemos uma experiência terrível, que resultou num enorme retrocesso para a modalidade. Uma aventura
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nesse sentido certamente causaria perdas irreparáveis para a federação, filiados, atletas e o kung fu paulista como um todo.” Lembramos ao dirigente que a modalidade está comemorando seu jubileu de prata, e Di Nizo avaliou o momento da entidade. “Crescemos muito nessa gestão e devemos muito ao Jairo, que teve de parar seus projetos para resgatar a FPKF. Acho que devemos manter a mesma conduta na gestão e reunir todos os professores que são verdadeiramente comprometidos em torno de nossa gestão. Estamos muito bem, mas pretendo manter a modalidade nesta linha de desenvolvimento.”
Chico do Judô é homenageado Durante a cerimônia de abertura Jairo Figueiredo prestou homenagem a um dirigente de outra modalidade esportiva: Chico do Judô, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô, pelo apoio recebido na área da administração. “No início do ano tivemos o prazer de conhecer o professor Chico do Judô, um dos maiores dirigentes do desporto paulista. Quando esteve à frente da Federação Paulista de Judô ele revolucionou a modalidade e a FPJ é hoje modelo de gestão. Ele está disponibilizando muita informação e nos tem ajudando muito no sentido de profissionalizar e alavancar nossa modalidade.”
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GOSHIN-DÔ 2014 TEM RECORDE DE INSCRITOS POR PAULO
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| FOTO REVISTA BUDÔ
Além de abarcar o XII Seminário Sul-Americano e a IX Jornada Científica, esta edição da congregação que é o grande encontro do karatê-dô tradicional brasileiro definiu os destinos dos próximos anos da modalidade, por meio da assembleia geral que elegeu a nova diretoria para o próximo quadriênio. A Confederação Brasileira de Karatê-Dô Tradicional (CBKT) realizou a décima terceira edição do Goshin-Dô, evento que todos os anos abre oficialmente o calendário da entidade, e mais uma vez a praia de Setiba, em Guarapari (ES), foi palco do evento que reuniu a cúpula da entidade e os principais professores do Brasil. Realizado entre os dias 21 a 23 de março, o encontro apresentou diversas atividades, entre as quais o seminário científico com temas como biomecânica e fisiologia aplicadas ao karatê, meditação zen e princípios filosóficos do karatê-dô tradicional. Entre os palestrantes estavam os shihans Yasutaka Tanaka, Hiroyasu Inoki, Tasuke Watanabe, Sérgio Bastos, e Ugo Arrigoni Neto; além dos professores convidados Guaracy Ken Tanaka, fisioterapeuta e acupunturista; Leandro Neves, Educador físico que há 13 anos
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trabalha com pilates; Iko Trindade, educador físico, pós-graduado em ciência do treinamento esportivo e mestrado em saúde pública; Paulo Emílio Parentes de Barros, graduado em engenharia civil e música, com mestrado em música. Aproximadamente 120 professores de 14 Estados participaram dos cursos de kata, kumitê, defesa pessoal e fundamentos técnicos. O evento abrangeu também a reunião de planejamento da comissão técnica da seleção brasileira que já trabalha focada no campeonato mundial que acontecerá este ano na cidade do Cairo, no Egito. Aconteceu também a reunião da comissão científica e a reunião da diretoria da CBKT. Outra grande novidade desta edição do Goshin-dô foi a entrega de prêmios e troféus para os melhores atletas do ranking 2010/2013.
Presidentes e representantes na assembléia geral
Os professores José Humberto e Watanabe Atletas da seleção que foram a Setiba em busca de preparo para o mundial
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Jornada científica Como acontece tradicionalmente, a abertura da jornada científica foi feita pelo shihan Gilberto Gaertner, um dos idealizadores do goshin-dô, que elencou os principais propósitos do encontro. “A tradução de goshin é você, enquanto dô é caminho. Nossa proposta é levar todos vocês para dentro de vocês mesmos, mediante um trabalho de imersão fundamentado no karatê-dô. Na academia vocês aprendem o básico, o fundamental. Nossa proposta aqui é aprofundar um pouco mais esses princípios, por meio da transmissão dos fundamentos técnicos e filosóficos do karatê-dô criados pelo professor Nishiyama. Espero que desfrutem e absorvam ao máximo todo o conhecimento que estamos disponibilizando, e que acima de tudo que aproveitem os momentos que estaremos juntos e desenhando um futuro melhor para todos que escolheram o caminho do karatê.” Leandro Neves falou sobre a força que vem do centro e a importância de uma boa postura. “O trabalho que apresentei aos professores de karatê oferece suportes importantíssimos para o atleta. Alguns deles são: aprender a trabalhar com a força que vem do centro; trabalhar adotando uma postura melhor e com a coluna de forma mais estática e que com isso consiga fazer movimentos de quadril ou ombro, com maior estabilidade, pois futuramente esta instabilidade acabará gerando dor. É muito importante que aprendam a trabalhar esta estabilidade.” O experiente professor de pilates explicou a origem de todos os movimentos. “Outra coisa importante é aprender a usar o centro a partir do pé e como trabalhar esse pé. Como desenvolver a força desse pé para poder ter maior força na coxa, e uma maior fixação de solo, fazendo com que isso gere força maior de coxa, acionando o abdome e potencializando seus golpes. Outro ponto importante é sentir que os braços também começam nesse centro, e que todo movimento começa no abdome passando pelo musculo lateral das costas que é o grande dorsal, para depois chegar ao ponto final de contato. O centro deve servir como prolongador, e sob este ponto de vista o braço não começa no ombro, e sim no centro, na região do abdome. Da mesma forma que os pés que começam lá embaixo, mas passam pelo interior da coxa, o abdome, chegam até o dorsal e por ultimo ao braço. Toda esta pesquisa é fundamenta no estudo do autentico método de pilates, o The Pilates Studio Brasil, que desde 1920 vem aprimorando e mantendo a autenticidade do método. Trabalhar pilates originalmente e manter a sua autenticidade é o nosso grande desafio.” Guaraci Ken Tanaka falou sobre a importância da meditação zen na aplicação dos princípios filosóficos do karatê-dô tradicional. “Sou fisioterapeuta, acupunturista, faço parte de um laboratório de mapeamen-
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Leandro Neves
Guaraci Ken Tanaka
to cerebral e integração motora no instituto de psiquiatria da UFRJ; estudo também os efeitos neurofisiológicos da meditação; e há muitos anos estudo o budismo mahayana. Com embasamento em todo meu aprendizado, conhecimento e vivência oriental, busquei fazer de forma bem simples a ligação entre a meditação zen e os princípios filosóficos do karatê-dô tradicional. O que percebi com as perguntas feitas pelos professores foi que a grande dificuldade de entendimento está relacionada à visão rígida e equivocada ocidental, do que são as coisas? O objetivo e o intuito principal desta palestra era pelo menos abrir a cabeça das pessoas, e eu acho que consegui. A partir dali tentei colocar alguns ensinamentos zen e da essência mesmo do zen, que na verdade é base do karatê. Talvez por isso, pela falta do conhecimento zen, existe a dificuldade do entendimento do dojô kun mesmo porque karateca não estuda esta parte. Karateca treina karatê, luta, kihon e consequentemente o entendimento da grande maioria sobre o dojô kun é bastante limitada.” O professor Iko Trindade falou sobre o entendimento da competição e os riscos da expansão da pratica como estilo de vida. “A CBKT expande sua atuação porque as competições são muito bem montadas e fundamentadas nos métodos competitivos criados pelos japoneses no século passado, sistemas que assessoram plenamente esta abordagem do entendimento da competição. Existem questionamentos como, por exemplo, o do sensei Tanaka que prioriza a luta em si, para depois se preocupar com a competição, mas estes questionamentos fazem parte de outra discussão. Falamos também de aspectos que abordam a pratica do karatê e a expansão da pratica por pessoas que passam a praticá-lo como estilo de vida, e a nossa discussão como diretor científico da CBKT foi no sentido de alertar da necessidade de maiores cuidados com pessoas numa determinada faixa etária, por conta da grande quantidade de pessoas que são acometidas anualmente pela morte súbita, no mundo. A ideia é usar um questionário internacional chamado PARC, que pode identificar previamente uma pessoa que tenha este distúrbio. Os sintomas são vários como os mais tradicionais que são: dor no peito, cefaleia e ou outros sintomas que podem induzir a uma cardiopatia. Por meio do PARC os portadores deste distúrbio podem ser direcionados pela própria escola ou associação para um pronto atendimento, ajudando assim a diminuir o índice de morte súbita na pratica esportiva.” Após fazer com que os mais de 120 professores cantassem o hino do Japão, o professor Paulo Emilio Parente de Barros explicou qual é o propósito da palestra que apresentou em Setiba. “A ideia é trabalhar com música em qualquer ambiente e trabalhar com música em ambientes em que as pessoas aparentemente tenham alguma difi-
culdade em expressar sua musicalidade. As pessoas de modo geral não acreditam que possam trabalhar com musica, e este trabalho traz uma atividade lúdica e de entretenimento, explorando o dom natural que todos nós possuímos. Num determinado evento o shihan Watanabe notou meu comando e se impressionou com isso, pois ele se apega muito a isso de comando e me convidou para participar do goshin.” Para Paulo Emílio a questão de desenvolvermos nossas habilidades é de fundamental importância. “O desafio é fazer com que as pessoas trabalhem com a música. Veja, na época dos samurais eles tinham um treino intenso, mas mesmo assim não treinavam 24 horas dia, e o que eles desenvolveram? O ikebana, o chanoyu (cerimonia do chá) e outras atividades para manter o foco e a música e uma atividade legal para isso, focar a atenção e trabalhar em grupo. Isso é muito importante para o karatê, o importante é desenvolver nossas habilidades sempre estando sempre atentos aos nossos sentidos. Este é apenas mais um exercício para exercemos nossas habilidades e nos mantermos em sintonia com o mundo à nossa volta.”
Iko Trindade
Paulo Emílio
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Meditação Os trabalhos da jornada científica encerram-se na manhã de sábado quando foi realizada a meditação na praia de Setiba, sob a coordenação do professor Gilberto Gaertner, que além de ocupar a presidência da CBKT é psicólogo esportivo, professor de yoga e karatê, e o dirigente explicou quais são os objetivos dessa atividade. “A meditação trabalha basicamente com o aquietamento mental e com a otimização das capacidades atencionais. Desenvolve a habilidade de focalização no momento presente, o que é extremamente importante na prática do karatê. Trabalhamos técnicas de meditação específicas voltadas para esta pratica. A fixação mental é dirigida ao processo respiratório, pois quando se faz um trabalho de meditação há necessidade de uma fixação mental. A mente tem de estar ancorada em algum lugar para se conseguir acalmar os pensamentos. A respiração controlada reduz a frequência cardíaca, equilibrando e modulando o estado emocional.” O dirigente finalizou explicando onde a meditação e o karatê se cruzam neste contexto. “Para a prática do karatê é preciso um nível de atenção muito aprimorada e desenvolvida. Quando se tem uma capacidade atencional maior, a prática de qualquer técnica de karatê fica muito mais refinada, pois se consegue estar inteiro no gesto técnico e sua intencionalidade é diferenciada. A plena atenção, que é uma busca do trabalho meditativo, é obtida quando a pessoa consegue estar totalmente imersa no próprio ato motor que está executando, ou seja, não existe o pensamento e a ação. Existe apenas a ação pura integrada.”
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Treinamento técnico Para os professore que foram a Setiba em busca de maior conhecimento técnico, o ponto alto do Goshin-Dô 2014 foi o treinamento técnico realizado no interior da reserva de Setiba, que é formada por uma densa floresta tropical, onde sob um clima de total descontração realizaram-se vários treinamentos e muita discussão sobre aspectos técnicos e fundamentos do karatê desenvolvido pelo mestre Nishiyama. Com tudo, o ponto alto do evento, segundo a maioria dos participantes entrevistados, foi o intercâmbio, a troca de conhecimento e informações pertinentes ao karatê-dô tradicional. Nos três dias do Goshin-Dô 2013 houve treinamento técnico no interior da reserva natural de Setiba, coordenado pelos shihans cariocas Yasutaka Tanaka, Hiroyasu Inoki e Ugo Arrigoni, que trabalharam exaustivamente, focando a transmissão técnica e filosófica aos participantes.
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O trabalho desenvolvido pelo sensei Tanaka é fundamentado no budô, é essência pura e, em Setiba ele mostrou tudo àquilo que preza no karatê, ou seja, a prática continua do karatê para a vida. Sua explanação pedagógica focou as três coisas que dão vida e unem o karatê: a mente, o corpo e espirito. Com base nisso ele mostrou que o desenvolvimento tem que ser pleno fisicamente, mentalmente e espiritualmente. Livre de qualquer apego religioso, ele mostrou a possibilidade do fortalecimento espiritual e da alma, por meio do pratica do karatê e dos hábitos saudáveis que resultam desta pratica. Mais uma vez o professor Tanaka mostrou todo o conhecimento que adquiriu com sua vivência no karatê-dô. Mesmo com toda a limitação física em virtude do acidente recente na coxa direita, sensei Inoki mostrou que é um homem fora de série e extremamente dedicado ao karatê. Buscando fazer constantemente a transmissão de sua compreensão do karatê, mais uma vez deixou claro que não devemos ter a preocupação de fazer karatê para os outros, ou que esse karatê seja visto e avaliado por outros. Ele prega que o karatê tem de ser visto, avaliado e compreendido pelo próprio praticante. De forma bem clara buscou mais uma vez fazer com que cada praticante entendesse e compreendesse a necessidade da busca do centro do corpo, de enfatizarmos a relação neuroanatômica como as funções parassimpáticas, que são os músculos. E passou isso com maestria proporcionando uma nova compreensão do karatê. Sensei Inoki consegue dirimir todas as diferenças físicas entre altos e baixos; gordos e magros; fortes ou fracos; fazendo você praticar karatê para você mesmo, buscando sempre seu ponto de equilíbrio central, priorizando aquilo que é fundamental em nossa técnica: a base, nos suportando em pé de forma que possamos desempenhar o karatê da melhor forma possível. A busca dele é fazer com o praticante encontre seu ponto de equilíbrio e tenha maior consciência corporal do que está fazendo. Sensei Ugo Arrigoni apresentou o resumo de todo o conhecimento que adquiriu nos 50 anos de vivência e pratica no karatê. Como ex-atleta expoente, e um homem com 60 anos com algumas limitações físicas ou calos gerados pelo oficio, sensei Arrigoni mostrou o kata tekki sandan com perfeição. Realmente foi incrível ver sua apresentação e explicação deste kata. Ugo fez o tekki sandan com extrema habilidade e perfeição. Por mais acadêmico que ele seja, em determinados momentos percebemos que é empírico. Às vezes percebemos que quilo sai de dentro dele, sem ele mesmo perceber. Tradicionalmente o professor Sérgio Bastos, que é diretor técnico da CBKT faz o encerramento do treinamento feito na mata de Setiba, e nesta edição sua palestra seguiu a linha apresentada pelo sensei Inoki, e falou sobre a utilização da força interna na Shihan Tasuke Watanabe
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Os professores Heroyasu Inoke Leandro Neves interagindo na mata de Setiba
aplicação do mae geri. “Fiz o aproveitamento daquilo que foi apresentado a respeito de força interna e apliquei essa técnica no uso do golpe mae geri. Primeiro fiz uma dinâmica mostrando como podemos obter maior apoio e trabalhar melhor este golpe. A seguir fiz um treinamento de defesa pessoal (ataque e defesa), buscando a variação de ângulos uma vez que no dia a dia do dojô, costumamos a lutar de frente para o adversário, mas na realidade quando estamos diante do perigo na rua, não sabemos de onde vem o ataque. Sempre aproveitei o goshin para mostrar de que forma podemos usar o karatê em nosso dia a dia. Procuro dar uma dinâmica diferente agregando e interagindo da forma mais abrangente possível com todos participantes. Além do aprendizado e da atualização, os professores fazem uma espécie de terapia fundamentada na descontração e ao mesmo tempo podem interagir e fazer algo que realmente gostam.”
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Reunião do shihan-kai Durante o XIII Goshin ocorreu a tradicional reunião anual do shihan-kai verde e amarelo, grupo formado por mestres a partir do 7º dan que visa manter toda a orientação contida nos ensinamentos e fundamentos criados pelo mestre Nishiyama. Segundo Gilberto Gaertner são justamente estes ensinamentos e princípios que têm norteado sua gestão e o trabalho desenvolvido por sua equipe, na condução da Confederação Brasileira de Karatê-Dô Tradicional. A reunião contou com a participação dos mestres Yasutaka Tanaka, Hiroyasu Inoki, Tasuke Watanabe, Ugo Arrigoni, Gilberto Gaertner, Sérgio Bastos e Eckner Cardoso Sobrinho. Na avaliação do dirigente máximo do Tradicional, esta foi a melhor reunião realizada pelo grupo de professores shihans. “Já havíamos realizado uma série de reuniões e encontros com os professores mais graduados do Brasil, mas nunca havíamos atingido resultados tão expressivos. Foram tomadas decisões que nos permitirá imprimir maior velocidade ma gestão e condução de nossa entidade.”
Avaliação Para Leandro Neves, diretor do The Pilates Studio - unidade Lamenha Lins, de Curitiba Paraná, sua participação na XIIª edição
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do Goshindô, foi uma experiência marcante. “Participar deste encontro de Karatecas foi muito gratificante e extremamente enriquecedor, pois estive em contato com a nata do Karate do Brasil e pude conversar com boa parte deles. Eram muitos e por isso seria impossível falar com todos em um único fim de semana, entretanto, o contato que tive foi de maneira leve descontraída e muito agregadora. A conversa que mais me chamou atenção e mais me ensinou foi a com o Mestre Ynoki. Tive a honra de passar algum tempo com ele e nestas conversas identifiquei muito do conhecimento e da técnica dele com o que eu conheço e estudo no autentico método pilates. Mais honrado ainda fiquei quando ele me convocou para participar do treinamento da manhã de domingo, no qual não precisaria ensinar karatê - fato que me deu grande alivio -, mas sim explicar de maneira científica, o que ele estava passando na prática. Mestre Ynoki tem um conhecimento fantástico e demonstra com muita energia a essência e o poder de seus golpes. Ele tem uma força interior que só os grandes mestres possuem. Durante uma hora e meia, mais ou menos, ele falou e demonstrou de maneira prática como usar a força interna. Percebi um diferencial nos seus movimentos, em relação a outros praticantes: sua coluna não mexe; e ele mantém a base da coluna fixa e susutentada pelos músculos que compõem o core.” Impressionado com o conhecimento do professor Inoki, Leandro explicou o que mais o atraiu nesta experiência.
“Algumas de suas falas, em especial, chamaram-me muito atenção: a primeira foi a de que “tem que agarrar o chão” e quando ele diz isto pra mim ficou muito claro a importância da base do nosso corpo para o equilíbrio de todo o resto, pois os atletas precisam trabalhar melhor seus pés para poder “agarrar o chão e levar força para tanden”. Através dos pés é que se consegue acionar os músculos internos da coxa e levar esta energia de tração para a região do abdomem. Ainda disse para “rodar o cóccix na direção do umbigo e o umbigo na direção do cóccix acionando assim o tanden e kiai, o golpe sai”. Ou seja: o golpe não pode partir do braço ou da perna, ele tem que vir do centro do abdome e conectado com sua base. Quando ele diz cóccix para umbigo significa que temos que iniciar os movimentos na parte inferior do abdome. Outro ponto que não posso deixar de comentar é quando ele disse, “todos os golpes têm que ser como chicote”, ou seja, o karateca tem que ter um movimento leve, rápido e solto e só na finalização da técnica é que se coloca toda a energia dissipada em um único segundo de explosão. Pois se ele coloca força no punho, no cotovelo e/ou no ombro o golpe sai lento e com muita força nas articulações, provocando perda de energia e podendo gerar futuras lesões. Por último, algo não menos importante que é; “tem que usar as costas para dar o golpe” ou seja, para um tsuki, não basta contrair o braço a partir do ombro. Tem que sentir e fixar o pé no chão com ele centralizado, sem deixar que o pé rode para fora ou para dentro, acionar os músculos internos da coxa, contrair o abdo-
me e usar o músculo grande dorsal para fazer a conexão com este todo, para só então esta força percorrer o braço e chega ao seu objetivo. O professor de pilates finalizou avaliando esta experiência em Setiba. “Fui privilegiado por passar um fim de semana com esta equipe de gigantes do karatê-dôo tradicional do Brasil. Aprendi muito e só tenho a agradecer a todos, especialmente aos mestres Gilberto Gaertner que me convidou, mestre Tanaka, mestre Watanabe e principalmente ao mestre Inoki, com o qual tive a oportunidade de identificar e compreender a proximidade desta arte milenar com o The Pilates Studio , o autentico método Pilates no Brasil,” disse o professor Lendro. Para Alfredo Aires, diretor de eventos da CBKT, o encontro de Setiba mais uma vez oportunizou enorme conhecimento aos professore e praticantes que lá estiveram. “Como havia previsto, o encontro que realizamos este ano foi um marco em nossa organização, já que reuniu a nata do karatê-dô tradicional brasileiro em nível de dirigentes, professores e praticantes, e comprovou que estamos num crescente técnico, político e filosófico.” O dirigente porto-alegrense finalizou expondo sua avaliação do momento atual da ITK. “Realizamos nossa assembleia que elegeu a futura diretoria, e saímos de Guarapari muito mais fortalecidos politicamente. As mudanças ocorridas em 2013 criaram um cenário extremamente favorável, já que em nosso grupo estão apenas as pessoas que caminham
na mesma direção, ou seja, karatecas fiéis aos princípios criados pelos mestres Funakoshi e Nishiyama. Vários Estados estão aderindo ao nosso grupo e a tendência é mantermos a atual curva de crescimento.” Eduardo Santos, presidente da Federação do Estado do Ri de Janeiro de Karatê-Dô Tradicional afirmou que esta edição do Goshin superou todas as expectativas. “Podemos afirmar com toda certeza que esta edição do goshin-dô surpreendeu e superou as expectativas. Diria até que neste ano o evento atingiu maturidade e uma importância enorme no contexto estrutural de nossa modalidade. Vamos trabalhar no sentido de fazer com que em futuras edições o grande encontro do karatê-dô tradicional brasileiro nos proporcione conteúdo similar ao que foi oferecido este ano.” Para Gilberto Gaertner, esta foi a melhor edição do Goshin-dô. “Sem duvida alguma esta foi a melhor edição do Goshin-dô, obtivemos sucesso total. Após 12 anos trabalhando investindo no encontro, este foi o ano que tivemos o maior publico, mas não destaco apenas os números e sim a qualidade dos professores que aqui estiveram. Conseguimos reunir a nata do karatê tradicional brasileiro e os grandes formadores de opinião. Recebemos cerca de 120 pessoas; dez palestrantes sendo três japoneses, dois convidados e cinco instrutores. Os cursos nas áreas técnica, ética filosófica e neocientifica foram excelentes e proporcionaram excelente aprendizado para os professores que aqui estiveram. Mais
de noventa por cento das pessoas que aqui estiveram eram professores, ressaltando que tivemos também muitos atletas da seleção brasileira que fez aqui o primeiro treino visando o campeonato mundial desse ano que acontecerá nos dia 24 e 29 de novembro, na cidade do Cairo, no Egito. O dirigente finalizou destacando que o elevado número de inscritos no goshin 2014, fortalece a instituição pela qualidade dos participantes. “Estou muito feliz ate porque houve a reeleição da nossa diretoria que nos permitira dar sequencia ao trabalho que vínhamos realizando, e pela credibilidade que podemos ter em função da participação altíssima uma vez que tivemos o dobro de participantes do ano passado. Entendo que todos os objetivos foram atingidos na área técnica, filosófica, cientifica e de gestão, que foi de grande relevância. Tivemos uma ponte muito importante entre o trabalho desenvolvido pelos professores Inoki e Leandro, e esta foi a primeira vez que vi isso acontecer no karatê. Essa interação do sensei Inoki ensinando as técnicas e o professor Leandro traduzindo os grupos musculares envolvidos, nos permitiu ver uma similaridade muito grande entre o trabalho desenvolvido no karatê e no pilates. Vale ressaltar que tudo aconteceu numa conversa informal entre os dois profissionais que acabaram percebendo que estavam muito integrados e resolveram dividir a aula o que resultou nesse sucesso, e isso acrescenta muito.
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CRÔNICA
ENERGIA ESPIRITUAL (KI) POR FERNANDO
MALHEIROS FILHO
| FOTO REVISTA BUDÔ
Um fato que se tornou consenso entre todas as religiões e ciências é que tudo no Universo é formado pela mesma substância vibratória, uma energia muito sutil, cuja quantidade mínima, indivisível, é chamada de quantum de ação pelos físicos. Sendo assim, matéria, energia (mecânica, gravitacional, eletromagnética, térmica e vital) e consciência se distinguem apenas pela concentração e taxa de vibração de uma mesma substância universal.
No contexto das artes marciais este conceito deriva de longa tradição cultural chinesa e japonesa. O ideograma corresponde à expressão em japonês ( ) e encerra a ideia do vapor que se desprende no cozimento do arroz. E o arroz, no Japão, representa muito mais do que um alimento complementar, sintetizando o conceito de alimento. Daí a metáfora contida no ideograma sobre os vapores que emergem dos alimentos, todos os vapores e todos os alimentos, também aqueles que nutrem a alma. Em latim spiritus pode significar sopro, algo como emanação, ou o produto imaterial da existência física. Assim se traduz “ki” para a locução “energia espiritual”. Desde a antiguidade percebeu-se que os fenômenos não se esgotam no que pode ser visto, mas também no que pode ser sentido e em tudo mais que pode existir sem ser captado pelos limites estreitos da percepção humana em seus cinco sentidos físicos. A energia espiritual, para além das abordagens esotéricas e religiosas, tem sua dimensão fenomenológica. Para o budoka tem um sentido próprio, na interseção entre o abstrato e o concreto. A ação física, material no plano nos músculos, ossos e articulações, deriva de um tão complexo como incognoscível conjunto de circunstâncias cuja resultante é o gesto, a aplicação aguda e pontual da técnica, que por isso mesmo exala múltiplos significados. Imponderável a miríade de elementos que estão na gênese e na execução do gesto, mas é inquestionável que se trata da expressão acabada do ki, na sua acepção mais pura. A simples elaboração técnica, ainda que possa ser concentrada por modelos teóricos – como de fato é –, não atinge senão a superfície do fenômeno, que exige a repetição exaustiva da ação, por vezes nas fronteiras da completa exaustão, de modo a torná-la tão íntima do praticante quanto se sempre fosse sua desde o nascimento. Esse fluxo energético que leva o budoka à prática, que o conduz pelo “caminho”, e autoriza a execução do ato, temos por “ki”, ou a sín-
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tese das forças humanas, psíquicas e físicas, materiais e imateriais. Imaginemos o praticante que realmente se dedicou, que executou seu treinamento até o limite de suas forças, mas ao ser levado a executar e técnica falta-lhe convicção e sinceridade, a genuína expressão de sua identidade: falta-lhe o ki! Todos sabem que malogrará em qualquer dos sentidos do malogro, desde a derrota pessoal e íntima até o revés frente o possível adversário, sempre lembrando que ser vencido por
“Dominar o ki é ter consciência da fraqueza, a ser enfrentada com o alinhamento de forças físicas e psíquicas em nome de um resultado eticamente elevado.” outrem não significa necessariamente derrota no plano interior. Trata-se de mais do que ossos, músculos e disposição; muito mais. Cogita-se de forças mais profundas e intuitivas, que se reúnem em busca de uma singularidade raramente alcançada. O ki revela-se na capacidade de atrair todos esses fenômenos para um só momento, o alinhamento das forças físicas, da ação muscular, da posição dos ossos e das articulações, mas também da conduta psíquica a que damos o nome de dimensão espiritual. Não há ki sem que os músculos da mente estejam em sintonia, assim como aqueles que equilibram o corpo, pois se trata da expressão mais profunda e íntegra da humanidade. Há no ki a consciência profunda dos limites humanos, bem ao contrário da percepção de que tal energia é usada para expandi-los. O ki é a consciência do todo e do tudo na justa aplica-
ção desse conhecimento à vida e à morte. O Budô é justamente o exercício do ki, o domínio de algo que existe em cada corpo e em cada consciência, em cada cérebro e na sua dimensão abstrata que chamamos de mente, e que pode ser explorado na busca da verdade. O ki é – se fosse possível sintetizá-lo –, a verdade que subjaz em cada um daqueles que desejar conhecê-la. Praticar é produzir energia, torná-la aguda para depois vê-la ser dissipada pelo tempo, assim como se dissipam as existências embretadas entre o nascimento e a morte. A energia é imaterial e inerente à fenomenologia da vida. Todos os que praticam sabem e já vivenciaram: não se trata de uma demonstração exuberante de energia, pois não fomos beneficiados pela evolução com força e armas naturais. Vivemos administrando a escassez. Ainda que possamos buscar a interpretação de fenômenos gigantescos da natureza, como os terremotos e erupções vulcânicas, sabemos ser credores de escassas fontes de energia naturais, não nos restando alternativa senão otimizá-las, reuni-las sobre determinado ponto e fração de tempo, quando se manifesta, na sua melhor performance, a energia espiritual. Dominar o ki é ter consciência da fraqueza, a ser enfrentada com o alinhamento de forças físicas e psíquicas em nome de um resultado eticamente elevado. É para poucos que o destino permite essa exaltação. O caminho é duro, áspero demais para as almas fúteis. Mas aquele que dominar sua energia espiritual saberá de si mesmo e a essência de sua existência neste mundo. Disporá de pernas fortes para trilhar seu “caminho” com a certeza de sua dramática finitude, único remédio para preservar a dignidade.
Fernando Malheiros Filho é
Professor de karatê-dô, historiador e advogado, especialista em direito de família e sucessões.
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Proposta inédita
aponta novas possibilidades para o desporto paulista Por PAULO
PINTO |
Foto
REVISTA BUDÔ
Janeiro marcou o início dos trabalhos nas 16 delegacias regionais do judô paulista. Além de discutir o calendário da temporada e questões relacionadas às áreas técnica e de arbitragem, os dirigentes aproveitaram as reuniões para medir o grau de aceitação dos professores à proposta lançada pelos dirigentes de várias modalidades esportivas, que pleiteiam apresentar oportunamente a pré-candidatura de Chico do Judô à Assembleia Legislativa. Para fazer esta avaliação, os dirigentes cruzaram todo o Estado de São Paulo, visitando delegacias e delegados regionais: 15ª DRJ (Grande Campinas), Celso de Almeida Leite; 10ª DRJ (Central), Joji Kimura; 9ª DRJ (ABC), Júlio Jacopi; 6ª DRJ (Araraquarense), Osmar Aparecido Feltrim; 4ª DRJ (Alta Paulista), Raul de Mello Senra Bisneto; 3ª DRJ (Centro-Sul), Argeu Maurício de Oliveira Neto; 5ª DRJ (Noroeste), Wilmar Shiraga; 13ª DRJ (Alta Sorocabana), André Gustavo; 16ª DRJ (Itapeva), Takeshi Yokoti; 11ª DRJ (Litoral), Rogério Cardoso Sampaio; 14ª DRJ (Vale do Ribeira), Akira Hanawa; 12ª DRJ (Mogiana), Francisco Aguiar Garcia; 8ª DRJ (Oeste), Anderson Dias de Lima; 7ª DRJ (Sudoeste), Nélson Shigueki Koh; 1ª DRJ (Capital), Mário Chibana; e 2ª DRJ (Vale do Paraíba), Cláudio Calasans Camargo. Francisco de Carvalho foi às delegacias regionais para apresentar e discutir a possível pré-candidatura com os professores, técnicos, árbitros e colegas que estiveram ao seu lado no período em que comandou a Federação Paulista de Judô (FPJ). Mais uma vez o ex-dirigente mostrou que é um homem à frente de seu tempo, acenando com novas possibilidades e mostrando a necessidade de mudança de postura e conceitos. “Fui às delegacias regionais para apresentar nossa proposta fundamentada na necessidade de o esporte obter mais representatividade, mas para isso precisamos rever e mudar nossos conceitos. Estas mudanças poderão valorizar e contemplar o trabalho de cada professor paulista. Desde jovem vejo professores e técnicos empenhados em formar bons atletas, mas antes os judocas davam os primeiros e os últimos passos defendendo quase sempre os seus dojôs. Hoje tudo mudou, e nem a glória ou o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido na formação de atletas resta-
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ram. As distâncias e as dificuldades são cada vez maiores e nossos professores demandam maior apoio governamental.” As delegacias visitadas compreendem mais de 325 municípios e totalizam 431 associações filiadas à FPJ, o que demonstra a presença da modalidade em todo o Estado e confirma a necessidade de mais incentivo e apoio do governo aos mais de mil professores paulistas que enfrentam constantes maratonas, seja ensinando judô seja participando de eventos esportivos. Francisco de Carvalho explicou o que busca mostrar aos professores. “Minha ida às delegacias focou a tentativa de conscientizar os nossos professores da necessidade de conquistarmos uma representatividade que valorize e premie verdadeiramente o esforço de cada professor. Os tempos mudaram, o Brasil mudou, mas o esporte ainda é carente de políticas específicas e concretas que resultem em investimento na base. Nossa atividade não pode mais ser vista apenas como fonte de entretenimento. O esporte está intrinsecamente ligado à saúde física e mental, bem como ao desenvolvimento humano e social, já que é hoje uma das maiores ferramentas de inclusão social. Entendo que todos os professores radicados nos 645 municípios paulistas, que sejam federados, possuam o CREF e estejam em dia com suas obrigações, devem ser assistidos pelo Estado. Da mesma forma que temos a obrigação de proporcionar o desenvolvimento e cobrar a regularização de todas as associações que ainda não tiveram esta oportunidade, para que juntos possamos alavancar ainda mais nosso esporte.” Para o dirigente, os anos e a experiência à frente da FPJ também cobram dele uma mudança de postura. “Como judoca eu só pude mudar a forma de ver as coisas pela experi-
ência, pela bagagem que adquiri à frente da FPJ e por minha trajetória na política partidária. Hoje entendo a necessidade de o esporte ter mais representatividade, pois será por meio dela que poderemos buscar recursos que serão revertidos para suprir as necessidades de professores, técnicos, profissionais e atletas do nosso Estado.” Foi com a mesma visão inovadora que Francisco de Carvalho alavancou o judô paulista e proporcionou as mudanças que hoje servem de modelo para entidades esportivas estaduais e nacionais. “Entendo que neste momento posso estar exercendo uma liderança natural, mas esta é uma empreitada que todos nós temos de assumir. Só mudaremos verdadeiramente esta realidade se toda a família do judô abraçar esta causa. Minha experiência na gestão esportiva faz com que eu conheça todas as dificuldades enfrentadas pelos professores, atletas e seus familiares. Sei das necessidades de todos, mas só mudaremos isso se todos acreditarem que é possível reverter este quadro. Acima de tudo, vislumbro uma situação em que os professores e os esportistas em geral sejam verdadeiramente respeitados e valorizados. Se todos se engajarem nesta causa, certamente venceremos este desafio e poderemos experimentar uma nova era no judô, karatê, jiu-jitsu, kung fu, taekwondo e no esporte como um todo.” O fato de maior relevância na turnê pelas delegacias foi o grau de aceitação e o comprometimento dos professores com o eventual lançamento da pré-candidatura de Chico do Judô, bem como a compreensão da necessidade de o esporte e as artes marciais terem um representante na Assembleia Legislativa. A razão do consenso entre os delegados regionais foi a grandeza da gestão de Chico do Judô à frente da FPJ. Os resultados obtidos
por uma administração arrojada, transparente e inovadora criam a expectativa de uma era de grandes avanços e reformas para o desporto do Estado de São Paulo. Neste sentido, vários professores simpatizantes com a eventual pré-candidatura do dirigente paulista proferiram discursos calorosos em favor desta proposta. Entre eles destacaram-se Yoshiyuki Shimotsu, na 10ª delegacia; Raul de Melo Senra e Uichiro Umakakeba, na 4ª delegacia; Osmar Aparecido Feltrim e Roberto Fuscaldo, na 6ª delegacia; Argeu Maurício Oliveira, Clóvis Cavenaghi Pereira, Alexandre Faustino, Jorge Siqueira e Marco Antônio Perota, na 3ª delegacia; Wilmar Shi-
raga e Antônio Carlos Alves de Campos, na 5ª delegacia; André Gustavo, Raul de Melo Senra e Nelson Morimoto, na 13ª delegacia; Rogério Vieira Galvão e Takeshi Yokoti, na 16ª delegacia; Akira Hanawa e Roberto Bicas, na 14ª delegacia; Rogério Cardoso Sampaio, na 11ª delegacia; José de Araújo, o Dadinho, e Francisco Aguiar Garcia, na 12ª delegacia; Umeo Nakashima, Anderson Dias de Lima e Danilo Pietucci, na 8ª delegacia; Nélson Shigueki Koh e João Garcia, na 7ª delegacia; José Paulo da Costa Figueiroa, Edson Puglia, José Jantália, Alexandre Cunha e Henrique Guimarães, na 1ª delegacia; Celso de Almeida Leite, na 15ª delegacia; Michiharu Sogabe e Cláudio Cala-
sans, na 2ª delegacia. No fim das visitas, Francisco de Carvalho entendeu que a possibilidade de uma participação no pleito de 2014 repercutiu muito bem na comunidade judoísta e que todos estão otimistas. “Visitamos as 16 delegacias regionais, e o resultado em todas as sedes foi bastante positivo. Percebemos que a ideia de futuramente lançarmos uma pré-candidatura agradou bastante a toda a comunidade do judô paulista. Notamos também que os professores entendem a necessidade de existir uma proposta específica para o esporte e termos um representante na Assembleia Legislativa, e este foi o fato marcante destas visitas.”
15ª delegacia – Grande Campinas As reuniões nas delegacias regionais começaram no dia 19 de janeiro, e a primeira visita foi à 15ª delegacia – Grande Campinas, onde a comitiva da capital foi muito bem recebida por Celso de Almeida Leite e pelos representantes das 56 associações filiadas. A segunda maior delegacia do Estado recebeu todos com um excelente café da manhã, revelando a gestão diferenciada que é desenvolvida na Grande Campinas. Em nome de grande parte dos professores presentes, o delegado Celso de Almeida aprovou as propostas e ideias apresen-
tadas por Francisco de Carvalho, e comprometeu-se a trabalhar pela concretização destes objetivos. “Entendo que a proposta apresentada oferece novas possibilidades a todos nós desportistas. Seja por meio de uma maior capacitação dos professores seja pela busca de recursos na lei de incentivo ao esporte, precisamos mobilizar-nos e lutar por este objetivo.” Vários professores da 15ª delegacia assumiram o compromisso de trabalhar em favor das propostas apresentadas pelo dirigente paulista, entre eles os professores Mercival Daminelli e Pedro Ribeiro da Cunha.
Os professores da 15ª DRJ - Grande Campinas
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10ª delegacia – Central A segunda visita foi à 10ª delegacia – Central, onde estavam os representantes de todas as associações e clubes filiados. Importante centro do judô bandeirante, até o início dos anos 1960 as cidades de Mogi das Cruzes e Suzano eram importantes berços do judô brasileiro. À frente daquela delegacia está Joji Kimura, membro de uma das famílias mais tradicionais da modalidade na região, cujo patrono e fundador foi seu avô, Yokichi Kimura, 9º dan. Na reunião, grande parte dos professores respondeu às propostas apresentadas por Francisco de Carvalho com enorme entusiasmo. Joji Kimura afirmou que o judô e as artes marciais em geral atingiram maturidade e precisam de maior representatividade e de um choque de gestão para se firmarem de forma abrangente no contexto esportivo brasileiro. Entre os representantes de associações estava o judoca Romildo Campelo, secretário do Meio Ambiente de Mogi das Cruzes, que apoiou a proposta do judô e das artes marciais buscarem mais representatividade. “Sou judoca, atuo na política e fiquei muito feliz por saber desta mobilização que, acima de tudo, procura
melhorar a representação do desporto paulista.” Um dos pronunciamentos mais emblemáticos e significativos feitos em todas as delegacias foi o proferido pelo professor Yoshiyuki Shimotsu. “Todos nós conhecemos a trajetória do Francisco, e sabemos tudo que ele fez e conquistou para o judô paulista. Como professor, não poderia deixar de lembrar que ele sempre valorizou e reverenciou a categoria. Lá trás, ele declarou que nós, professores, somos a reserva moral e o maior patrimônio da FPJ. Foi ele que, em 1996, levou 62 professores para assistirem à Olimpíada de Atlanta. Depois levou mais de 100 professores a Paris, onde assistiram ao campeonato mundial realizado em 1997. Muitos de vocês não viveram ou não conheceram as dificuldades que nós enfrentávamos para realizar um campeonato. Todos tínhamos de levar e carregar os tatamis. Tudo hoje funciona de forma profissional. Peço humildemente que todos se unam em torno das propostas expostas aqui, e que juntos possamos chegar à vitória. Vamos unir-nos para vencer esta luta que representará a possibilidade de maiores conquistas para todos nós.”
Joji Kimura, Romildo Campelo e Yoshi Yuki Shimotsuao lado de Chico do Judô
Os professores da 10ª DRJ - Central
6ª delegacia – Araraquarense A terceira reunião foi realizada na 6ª delegacia – Araraquarense, nas dependências do Automóvel Clube de São José do Rio Preto, onde Osmar Aparecido Feltrim e os representantes das associações discutiram o calendário da temporada. Com um discurso sincero e caloroso, o delegado Mazinho avalizou todas as propostas levadas por Francisco de Carvalho. “Todos sabem de meu comprometimento com os interesses do judô. Todos sabem também de minha amizade e aproximação com o Chico, mas isso acontece porque ele é uma pessoa íntegra, honesta e cumpre tudo que assume. Acho que estamos tendo a oportunidade de mudar muitas coisas em nossas vidas, pois o judô é parte intrínseca da vida de todos nós. Vou trabalhar e colocar toda a minha força nas propostas que nos foram apresentadas, e conto com o apoio de todos vocês”, disse o dirigente.
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Outro depoimento emblemático foi o do professor kodansha Roberto Fuscaldo. “O Chico não tem de provar mais nada a nenhum de nós. É uma pessoa extremamente capacitada, e como dirigente foi o responsável pelo maior crescimento que a nossa modalidade experimentou. Todos sabem que, além de judoca, sou karateca e dirigente esportivo, e o Chico é um exemplo para todos os desportistas do nosso País. As ideias apresentada aqui abrem possibilidades infinitas para todo o segmento esportivo, já que o Estado é, sim, responsável pelo fomento de toda e qualquer atividade. O desporto espera essa contrapartida, torço para que a comunidade esportiva paulista tenha capacidade de ver a importância de nos unirmos em torno desta oportunidade.”
4ª delegacia – Alta Paulista A visita seguinte foi à Associação Cultural de Esportiva de Pompeia, importante dojô do sensei Kanefumi Ura, na cidade de Pompeia, onde os representantes de todas as associações filiadas à 4ª delegacia regional – Alta Paulista estavam presentes. Um dos principais centros do judô bandeirante, a Alta Paulista ostenta uma história rica e bastante interessante. Por lá estiveram e ainda estão grandes nomes da modalidade, como os professores Massaro Yanaguimori, Tosugue Sugui, Kioshi Gomi, Kanefumi Ura, Hajime Kobari, Sigueioshi Mori, Takao Fukuda, Goro Kosaihira, Yoshio Tomita e Uishiro Umakakeba. Além deles, gigantes dos tatamis que formaram grandes campeões e medalhistas olímpicos, entre os quais Sérgio Sano, Mário Tsutsui, Tiago Camilo, Rodrigo Strabeli, Eduardo Marandola, Francisco Camilo, Guilherme Trocoli, Dusão, Washington Donomai, Omar Miquiniotti e Ricardo Nascimento. Outra lenda do passado desta região foi o mestre Wasai, que na década de 1940 teve grandes alunos, como Yokichi Kimura, 9º dan, de Mogi das Cruzes, que por muitos anos foi seu aluno em Bastos. Por meio de um depoimento franco e descontraído, o delegado regional Raul de Melo Senra hipotecou total confiança na proposta do colega Francisco de Carvalho, e cobrou dos professores
o mesmo comprometimento. “Tenho grande satisfação de estar à frente de uma delegacia em que sempre decidimos tudo de forma coesa e escutando a opinião dos professores. Sou representante do Chico em nossa região, e faço isso porque, em questão de honestidade, lisura e comprometimento, ele é o número 1. Mesmo no período em que enfrentou a dura batalha contra a doença, jamais deixou os tatamis e continuou a zelar pelos interesses do judô. Por tudo que construiu e fez por nossa modalidade, penso que chegou o momento de trabalharmos ao lado dele, em busca de uma nova realidade para o judô e o desporto de São Paulo.” Fazendo um discurso bastante emocionado, Uichiro Umakakeba expressou a amizade e a gratidão que tem pelo colega judoca. “Há mais de 20 anos fui falar com o professor Francisco e, na época, ainda não o conhecia. Pedi sua ajuda numa questão referente a uma competição e prontamente fui atendido. De lá para cá, todas as vezes que precisamos de algo, ele nunca deixou de nos atender. Sei quem ele é como pessoa e como gestor. Conheço tudo que fez pelo judô. Tenho certeza de que, se acreditarmos e nos dedicarmos de corpo e alma, certamente atingiremos nosso objetivo e iniciaremos uma nova era no judô e no esporte paulista.”
Os professores da 4ª DRJ - Alta Paulista
Raul Senra
Uishiro Umakakeba
Chico e Kanefumi Ura
Mazinho e Chico
103 Os professores da 6ª DRJ - Araraquarense
Roberto Fuscaldo e Chico do Judô
3ª delegacia – Centro Sul A reunião da 3ª delegacia – Centro Sul realizou-se na Associação Atlética Botucatuense, onde estiveram os representantes das associações filiadas à FPJ. Trata-se de outro importante centro do judô paulista, que tradicionalmente revela grandes atletas e apresenta excelentes equipes competindo desde a base ao alto rendimento. O delegado Argeu Maurício de Oliveira Neto reiterou o apoio da maioria de seus filiados à proposta apresentada por Francisco de Carvalho. “Acho que chegou a hora de deixarmos as nossas diferenças de lado e nos unirmos em torno da proposta apresentada hoje. Este é um projeto que pode verdadeiramente fazer com que todos nós possamos fazer aquilo que hoje é tão difícil de uma forma mais tranquila e harmoniosa. Essa proposta acena possibilidades infinitas, entre as quais maior capacitação dos professores e a busca de recursos por meio de projetos de leis de incentivo ao esporte. Tenho certeza de que o judô de toda a região Centro Sul vai fazer a diferença e venceremos este grande desafio.” O professor kodansha Jorge Siqueira, da Associação Pederneirense de Judô, cobrou espírito de união e de equipe. “Tenho um compromisso pessoal com o professor Chico, e entendo que, assim como ocorre no mundo dos negócios, atingir objetivos como os que aqui estão sendo discutidos demanda um trabalho em equipe, e a Centro Sul é uma grande equipe, da qual todos costumam participar, dividindo as responsabilidades. Podem contar comigo, pois esta vitória significa uma grande guinada na história do judô em nosso Estado.” O professor Alexandre Faustino, da Associação Yama Arashi de Judô, destacou a importância da proximidade com Chico. “Após todos esses anos militando no judô, com todas as dificuldades que nós professores enfrentamos no dia a dia, a proposta de obtermos representatividade é extremamente bem-vinda. Sempre elegemos pessoas que não têm o menor comprometimento com o esporte. Por que não podemos dar um voto de confiança para alguém do nosso meio? Uma pessoa que vivencia os mesmos prin-
cípios que todos nós? Tenho certeza de que, quando precisarmos falar com o Chico ou com sua assessoria, teremos livre acesso. Seja numa competição seja num gabinete, sabemos que seremos ouvidos e atendidos. Podem ficar certos de que nos vamos organizar e mobilizar para atingir este objetivo.” O professor Clóvis Cavenaghi Pereira, diretor de esportes do SESI Bauru, enfatizou o carisma e a liderança exercida por Francisco de Carvalho. “Quando falamos em instituição e em gestão, indiretamente estamos falando de pessoas e, no que diz respeito a pessoas e lideranças, eu faço questão de frisar o carinho e o respeito que todos nós temos por você, Chico. Isso acontece justamente pela forma simples e transparente como você fez sua gestão durante todos esses anos na FPJ. Sua fala foi bastante pontual e realista. Sua predisposição em assumir esta empreitada evidencia sua liderança no cenário esportivo paulista. Se todos nós decidirmos que temos de seguir este objetivo juntos, nós vamos chegar lá. Você tem capacidade, carisma e liderança de sobra para atingir este objetivo. Todos nós estamos com você.” O professor Marco Antônio Perota, da Associação Bushidô, de Bauru, lembrou uma passagem ocorrida na Copa São Paulo de 2011, em Praia Grande. “Nossa equipe dormia na arquibancada do ginásio e o dia ainda nem havia clareado, mas acordei com o barulho de vassoura. Estranhei, pois nem havia luz suficiente para fazer a limpeza. Quando abri os olhos e vi quem estava varrendo, fiquei surpreso e ao mesmo tempo orgulhoso, pois era o Chico, o nosso presidente, que varria o tatami, dando grande exemplo de humildade e comprometimento. Jamais esquecerei aquilo. Em todos esses anos você nunca deixou de trabalhar e pensar na modalidade, seja brigando por recursos junto ao governo seja zelando pela organização das competições. E é por tudo que sabemos de você que vamos abraçar esta causa. Pode ter certeza de que toda a minha família e dos meus alunos estarão ao seu lado nessa batalha. Sei que assim nós iremos vencer e seremos valorizados.”
Os professores da 3ª DRJ - Centro Sul
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9ª delegacia – ABC São Caetano recebeu a reunião da 9ª delegacia – ABC, quando representantes e dirigentes das associações filiadas participaram do encontro no salão de eventos da ADC General Motors. Júlio César Jacopi destacou a importância de o judô e o esporte possuírem uma liderança. “A proposta feita hoje por Francisco de Carvalho preenche uma grande laguna do nosso segmento. Há muitos anos o esporte carece de políticas públicas voltadas verdadeiramente para o desenvolvimento contínuo de nossa atividade. Além do carisma, ele possui grade liderança e tenho certeza de que terá o apoio dos professores de todo o Estado.”
Os professores da 9ª DRJ - ABC
Chico e o delegado Julio Cesar
5ª delegacia – Noroeste No dia 1º de fevereiro a comitiva paulistana chegou a Guararapes, cidade sede da 5ª delegacia – Noroeste. A reunião realizou-se no salão de eventos da Associação dos Comerciários de Guararapes, e contou com a participação dos representantes das entidades filiadas. Com um discurso bastante descontraído, Wilmar Terumiti Shiraga apoiou a iniciativa do colega mauaense. “Todos nós sabemos como era a FPJ no passado. Só quem conheceu a realidade pode avaliar a obra do Francisco frente à entidade. Ele é uma pessoa honesta, de palavra, comprometido verdadeiramente com o judô e com todas as pessoas que estão à sua volta. Nenhum presidente fez o que ele fez. A proposta de obtermos maior representativida-
de nos traz uma série de possibilidades, e faremos de tudo para vencer este desafio.” Antônio Carlos Alves de Campos, secretário de Esporte e Lazer de Guararapes, fez colocações bastante oportunas sobre as propostas apresentadas. “É um prazer imenso receber as autoridades máximas do judô paulista, pois simpatizo bastante com os princípios que regem esta modalidade. Tenho certeza de que, se toda a família do judô paulista se comprometer e se unir de verdade em torno das propostas apresentadas aqui, certamente vocês atingirão seus objetivos. Temos de disseminar este pensamento, pois dessa forma vocês, professores, terão maior representatividade, colherão excelentes frutos e melhor condição de trabalho.”
Shiraga e Chico
Antonio Carlos Alves
Os professores da 5ª DRJ - Noroeste
Walmir Shiraga
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13ª delegacia – Alta Sorocabana Presidente Prudente sediou a reunião da 13ª delegacia – Alta Sorocabana. O encontro realizou-se no Brasão Palace Hotel, onde estiveram os representantes de todas as associações filiadas desta região. André Gustavo Costa Gonçalves destacou seu aprendizado na caminhada ao lado do amigo Chico. “Desde que iniciei minha jornada à frente da Alta Sorocabana, aprendi muitas coisas sobre gestão, sobre a vida e, principalmente, sobre o judô, com o nosso amigo Chico. Acredito que nessa caminhada que se aproxima todos nós aprenderemos muito mais. Viveremos nova realidade, que permitirá maior capacitação e valorização dos professores, bem como o reconhecimento da importância do nosso trabalho. Ele sempre foi sensível aos problemas da comunidade e tenho certeza de que defenderá a causa do esporte.” O professor Nelson Hideki Morimoto, da Associação de Judô Oeste Paulista, de Presidente Prudente, também ressaltou o fator da proximidade e do vínculo existentes entre Francisco de Carvalho e todos os
professores. “Sabemos das possibilidades, da questão da verba parlamentar e de todas as benesses de que gozam as pessoas que estão no Legislativo. O diferencial desta proposta não reside em números ou projetos, mas no vínculo que o Chico criou conosco e com o judô nos anos em que esteve à frente da entidade. Coloco-me à disposição no sentido de tornar realidade tudo que aqui foi exposto.” Raul Senra, delegado da 4ª delegacia, fez questão de ir até Presidente Prudente para reiterar tudo que havia dito aos professores de sua região. “Quero agradecer ao professor André pelo convite, pois eu não poderia deixar de vir até aqui e reafirmar tudo que falei aos nossos colegas que foram a Pompeia. Este ano completarei 19 anos à frente da 4ª DRJ, e mesmo tendo me dedicado diuturnamente ao judô de forma gratuita e sem obter nenhuma espécie de vantagem pessoal, afirmo que valeu a pena e que faria tudo novamente se preciso fosse. Orgulho-me por ter cerrado fileiras ao lado de Francisco de Carvalho, um dos
maiores dirigentes esportivos do nosso País. Da mesma forma afirmo que estarei ao lado do Chico nessa empreitada, já que representa uma nova era na condução e no futuro do desporto, e em especial do judô, em nosso Estado. Peço a Deus que ilumine cada um de vocês e que juntos possamos desfrutar uma nova realidade.”
Nelson Morimoto
André Costa e Chico do Judô
Os professores da 13ª DRJ - Alta Sorocabana
16ª delegacia – Itapeva reunião da 16ª delegacia regional – Itapeva foi realizada no Auditório Haru Yzumi, na Escola Municipal Dom Sílvio, em Itapeva, e contou com a participação dos representantes das associações filiadas. Fundada há dois anos, a mais nova delegacia do judô paulista tem apresentado crescimento excepcional. O grande trabalho desenvolvido pela equipe comandada pelo sensei Takeshi Yokoti já é exemplo de gestão na modalidade. A abertura dos trabalhos foi feita por Rogério Vieira Galvão, secretário municipal de Juventude, Esportes, Lazer e Eventos Especiais de Itapeva, que destacou a importância do judô naquele município. “Quero parabenizar todos vocês, professores, que fazem o judô acontecer em
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suas cidades. Temos em nossa secretaria 16 modalidades que disputam os Jogos Regionais. Costumo dizer ao Takeshi que a modalidade de vocês é o carro-chefe do alojamento. O judô é disciplina, seriedade e o papa medalhas. O judô prega a disciplina e produz resultados substanciais, sempre. Fico extremamente feliz por recebê-los em nossa cidade, e em nome de José Roberto Comeron, nosso prefeito, dou as boas-vindas a todos. Finalizo desejando total sucesso ao Chico nessa nova empreitada, e esperamos vê-los mais vezes aqui.” Outra presença importante foi a de Clóvis Volpi, secretário adjunto de Esporte, Lazer e Juventude de São Paulo, que falou sobre a importância da parceria da FPJ com o governo do Estado. “A FPJ é
sem dúvida uma das maiores parceiras do governo do Estado, mas quero explicar que o governo disponibiliza recursos também para as associações que fazem o desporto acontecer de verdade. Nossas portas estão abertas para recebê-los e ajudá-los no que estiver ao nosso alcance. Era secretário de Esportes em Mauá, e conheci o Chico quando ele ainda era garoto e competia no juvenil. Passei a ajudá-lo, ele foi crescendo até chegar à presidência da FPJ e à vice-presidência da CBJ. Fui prefeito e deputado federal, e vim aqui para dar o meu testemunho e explicar que o Chico só vai chegar lá se todos vocês entrarem nesta briga com ele. Eu disse briga, mas a palavra certa é guerra. Todos nós sabemos quem é o Chico, e penso que seria desnecessário
explicar o que esta vitória representaria para cada um de vocês e para o esporte. O Chico já consolidou a vida dele, e está assumindo esta empreitada porque sabe que poderá fazer muito mais pelo judô estando lá. Porém, a decisão do esporte ter um representante ou não no Legislativo está nas mãos de vocês.” Takeshi Yokoti encerrou os depoimentos desta delegacia reiterando a confiança que deposita no colega Francisco de Carvalho. “Quando converso com os demais delegados regionais, e falamos sobre o professor Francisco, percebo que ele é sinônimo de confiança, determinação e comprometimento. Fui e estou sendo valorizado por estes que são apenas alguns dos inúmeros predicados que o nosso líder possui. Farei o possível e o impossível para que ele obtenha apoio gigantesco em nosso município e em todos os outros que compõem nossa delegacia. Sei que seremos nós os grandes beneficiados com esta conquista, e para tanto conto com o comprometimento de todos vocês.”
Os professores George Yassunobu Osako e Kazuo Suga com o professor Chico
Os professores da 16ª DRJ - Itapeva
14ª delegacia – Vale do Ribeira A cidade de Registro sediou a reunião da 14ª delegacia regional – Vale do Ribeira, no Hotel Valle Sul, à qual compareceram os representantes das associações filiadas. Akira Hanawa, delegado daquela região, iniciou os trabalhos agradecendo a presença da comitiva que veio da capital, e assumiu o compromisso de trabalhar em prol das propostas colocadas na reunião. Durante o encontro alguns professores levantaram pontos e questões que expõem claramente as inúmeras dificul-
dades que os professores encontram para desenvolver suas atividades. Este quadro reforça a necessidade de políticas voltadas efetivamente para o despor-
Alessandro Puglia, Akira e Chico
to e acentua a urgência de políticos comprometidos e sensíveis às necessidades da classe esportiva.
Akira Hanawa e Francisco de Carvalho
Os professores da 14ª DRJ - Vale do Ribeira
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11ª delegacia – Litoral O SESC Santos foi palco da reunião na 11ª delegacia – Litoral, que reuniu representantes de todas as associações filiadas. Umas das regionais com maior número de equipes disputando medalhas em São Paulo, o litoral possui grandes nomes da área técnica bandeirante. São professores consagrados e outros que estão escrevendo seus nomes na história do judô contemporâneo, entre os quais Paulo Duarte, José Gomes de Medeiros, Marcos de Paiva Mercadante, Galileu Paiva dos Santos, Ivo Vieira Nascimento, Carlos Leonardo Borges da Silva, Andréa Berti, Ubirajara Bezerra,
Danusa Shira Bittencourt, Tharin Polhein, Eloy Pereira Costa, Rodrigo Mattos, André Hadzik, Alexsander José Guedes, Fabiane Mayumi Hukuda, José Francisco Bezerra Júnior e Omar Augusto Miquiniotti Júnior. O delegado Rogério Sampaio mostrou a importância da união em torno da proposta de conquistar representatividade política para esporte. “O Chico é um kodansha que trabalhou a vida toda pelo judô e por seus pares. Estamos recebendo o apoio de várias entidades esportivas, mas o judô tem a obrigação de mostrar ao menos um pequeno reconhecimento por tudo
que o Chico fez pelo judô. Temos hoje mais de 13 mil judocas inscritos, quase 500 associações filiadas e uns 150 mil judocas na informalidade. Não tenho dúvida de que as nossas possibilidades são enormes, e eu vou trabalhar muito para atingirmos este objetivo.” Rogério Sampaio finalizou enaltecendo a gestão do colega. “Chico, seu currículo é impecável e todos sabem de sua idoneidade. Como gestor tenho de aplaudi-lo pela gestão dinâmica, ágil e moderna que nos proporcionou todo este crescimento que a nossa modalidade obteve em sua administração.”
Os professores da 11ª DRJ - Litoral
Chico e Rogério Sampaio
Rogério Sampaio
12ª delegacia – Mogiana A Sociedade Recreativa e de Esportes de Ribeirão Preto (RECRA) sediou a reunião da 8ª delegacia regional – Mogiana, com os dirigentes e tesoureiros de todas as associações filiadas à FPJ. Grandes nomes do judô da Mogiana marcaram presença na reunião, entre os quais José de Araújo, o Tio Zezinho, ex-delegado regional. Outros destaques no evento foram os professores Paulo Rogério Padovan, Raul Senra Bisneto, Francisco Aguiar Garcia, Peterson Antunes de Campos e Ariovaldo de Souza, o professor Dadinho. Francisco Aguiar Garcia, delegado regional, destacou que o judô é uma família e que o sucesso da 12ª DRJ se deve ao apoio e à participação de todos os filiados. “Levamos aproximadamente 25 anos juntos nesta luta pelo desenvolvimento da modalidade
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em nossa região, mas os resultados sempre foram positivos e fizeram com que todo o esforço despendido valesse a pena. Como exemplo, cito que em 2012 tivemos o maior crescimento registrado pela FPJ em todo o Estado de São Paulo.” O dirigente finalizou enfatizando o apoio incondicional às políticas desenvolvidas. “Sempre que houve eleição na FPJ, a 12ª DRJ compareceu em massa e aprovou as políticas apresentadas, acreditando no trabalho do Chico e o apoiando. A proposta que faço aqui é para que agente continue desta forma, confiando no trabalho sério e árduo que sempre foi feito, mas agora por todo o esporte. Lembro que o Chico não precisa disso, que sua vida está totalmente resolvida, mas ele está neste projeto porque ama verdadeiramente o judô. Estou há mais tempo nesta delegacia do que o Chico na
presidência da FPJ, e lembro perfeitamente da realidade antes de ele ter assumido e de tudo que aconteceu quando ele assumiu. Vivemos uma nova era graças à visão e ao comprometimento dele, e é por isso que peço a todos que se envolvam, colaborem e participem, pois se o Chico chegar lá todos nós seremos beneficiados.” O professor Raul de Melo Senra, delegado da 4ª DRJ, pediu a palavra e deu seu testemunho em favor do amigo. “Todos nós conhecemos aquele provérbio que diz: se quer conhecer uma pessoa, dê poder a ela. Demos poder ao Chico, e o judô de São Paulo teve o maior crescimento de sua história. Hoje vivemos o resultado prático de toda uma era sob sua gestão. Temos hoje hegemonia nacional e continental em todas as categorias. Ele esteve à frente da entidade por 20 anos e eu estou à frente da 4ª de-
legacia há 18 anos. Sou testemunha desse desenvolvimento, e é por isso que vim pedir a participação e o apoio de todos vocês ao nosso projeto. Em minha delegacia todos estão apoiando esta iniciativa e, pelo que sei e conheço dos professores desta região, tenho certeza de que também seremos vitoriosos aqui.” Outro depoimento importante foi o do professor Dadinho, que destacou a necessidade de maior conscientização política no segmento esportivo. “Como ex-atleta desde as categorias menores, e acompanhando o
trabalho do Francisco de Carvalho por quase duas décadas, sempre tive no Chico um grande apoiador em todas as minhas ações. Por toda a admiração que tenho por ele e por sua forma sincera de se relacionar com todos, assumo publicamente que vou trabalhar por esta causa. Esse ideal é o ideal do esporte de São Paulo. Vamos conseguir o apoio de todos os representantes das academias de nossa região, de todos os nossos amigos, e juntos mudaremos a realidade de nossa categoria.” O último pronunciamento foi feito por Tio Zezinho, decano dirigente do judô mo-
giano. “Para quem não me conhece, sou o Tio Zezinho, e acredito ser o judoca mais velho desta região. Fui um dos responsáveis pela vinda do judô para a Mogiana. O que vou fazer hoje nunca havia feito em toda a minha vida. Jamais dei minha palavra a nenhum político, dizendo que votaria nele, pois não encontrei nenhum que merecesse uma promessa como esta. Portanto, Chico, prometo não só meu voto, mas também que vou trabalhar muito por este objetivo, pois você sim merece o apoio de todos nós.”
Dadinho
Raul Senra
Os professores da 12ª DRJ - Mogiana
Os professores Zezinho, Chico, Francisco e Cleber
8ª delegacia – Oeste A reunião da 8ª delegacia regional – Oeste, nas dependências da Faculdade de Americana (FAM), reuniu também os dirigentes e tesoureiros das associações e clubes filiados à FPJ. Fundamentado em ampla pesquisa pedagógica, o delegado regional Anderson Lima é um dos professores mais bem preparados de São Paulo e, consequentemente, o encontro foi muito bem elaborado. Anderson Dias destacou a importância da valorização dos professores na formação de uma sociedade mais justa e evoluída. Na sequência, elogiou a decisão de Francisco de Carvalho de acatar a indicação feita por dirigentes esportivos. “Antes de tudo quero parabenizar o Chico por ter aceitado este desafio. Todos nós sabemos dos desdobramentos e dificuldades que uma disputa como esta demanda. É preciso ter muita
coragem e determinação. Gostaria que todos vocês, professores, imaginassem por alguns segundos o que poderá acontecer com o judô, caso este projeto se concretize. Imaginem o salto de qualidade que o judô e as demais modalidades de luta obterão, caso consigamos atingir esta meta. Peço que todos unam forças em torno desta proposta, que visa eminentemente ao maior desenvolvimento do judô.” O dirigente americanense finalizou fazendo um apelo pessoal aos mais de 70 professores presentes. “Na condição de delegado e amigo do Chico, eu sempre digo que existiu um judô antes da era Chico, e o judô contemporâneo, o que contou com sua gestão, durante a qual houve um desenvolvimento gigantesco. Lembro que uma das primeiras ações do Chico foi comprar 1.200 tatamis importados. Na época nenhum país
das Américas possuía aquele tipo de forração. O Brasil – ou melhor, São Paulo – foi o primeiro local em toda a América que utilizou o mesmo tatami usado na Europa e nos eventos da Federação Internacional de Judô (FIJ). Além de dinâmica, sua administração foi pautada na ousadia e na coragem. Ele propiciou mudanças constantes e a organização que estabeleceram a pujança que atingimos. Meu voto e de toda a minha família é dele. Vou expor isso aos meus alunos e peço que todos vocês nos ajudem a enfrentar esse desafio.” O professor kodansha Umeo Nakashima fez o pronunciamento mais realista e contundente de todas as delegacias, e chamou a reponsabilidade para todos os professores. “Sou o professor mais velho desta delegacia regional e lembro que passei por vários processos eleitorais, mas nunca co-
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nheci um político que cumprisse o que prometeu. Pela primeira vez temos a possibilidade real de apoiar uma pessoa do nosso meio e que comunga dos mesmos princípios que nós. Alguém em quem finalmente podemos confiar. Temos o dever moral de apoiar um amigo que fez a administração mais arrojada e frutífera da história de nossa modalidade. Ninguém aqui é ingênuo ao ponto de não saber a importância de termos representatividade política. Cada um de nós tem de ter responsabilidade nesse processo, pois esta vitória será uma vitória de todos nós. Não podemos ser omissos ou irresponsáveis a ponto de perder uma oportunidade única de mudar o destino do judô e de todos nós, professores de judô. Eu não vou apenas trabalhar para o Chico. Serei cabo eleitoral dele, e peço que todos vocês reflitam e não esqueçam que todos nós seremos responsáveis pelo resultado obtido nas urnas.”
Professor Umeo Nakashima
Anderson Lima e Francisco de Carvalho
Anderson Lima
Os professores da 8ª DRJ - Oeste
7ª delegacia – Sudoeste O auditório do Alphaville Tênis Clube, em Barueri, recebeu a reunião da 7ª delegacia regional – Sudoeste, que contou com a presença dos representantes das associações filiadas à FPJ nesta região. Antônio Rizardo destacou a necessidade de haver políticas públicas que protejam os interesses do esporte e fomentem o crescimento de todas as modalidades. “Desde a infância estamos no esporte, e já há alguns anos exercemos a gestão de nossa modalidade. A multiplicidade de problemas que enfrentamos é conjuntural, mas eles têm em
comum o fato de que nunca são enfrentados de frente e resolvidos definitivamente. Este quadro não persiste por falta de interesse público ou má fé. O fato é que, enquanto não forem desenvolvidas públicas que protejam os interesses do esporte e fomentem o crescimento das modalidades, nada vai mudar. Isso só será possível quando o esporte conquistar alguma forma de representatividade. Caso contrário nós estaremos sempre à mercê de favores que nunca atenderão plenamente às nossas necessidades. Temos agora uma oportunidade única para reverter este
Os professores da 7ª DRJ - Sudoeste
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quadro definitivamente, e chegou a hora de sonharmos voos mais altos, porém sabendo que essa mudança depende exclusivamente de cada um de nós.” O professor Rizardo também enumerou problemas estruturais e vícios na administração pública e fez sugestões bastante importantes no sentido de dotar o movimento de uma militância efetiva. “Estou envolvido na política e sabemos das dificuldades decorrentes desta falta de representatividade da qual todos nós falamos o tempo todo. Penso que devemos trabalhar no sentido de
identificar as pessoas comprometidas com a causa do esporte, e depois prepará-las para disseminar a nossa proposta.” Nélson Shigueki Koh, o delegado da Sudoeste, convocou a participação de todos no pleito. “Penso que, quando uma pessoa é apaixonada por algo, ela da tudo de si. Um exemplo disso somos todos nós que estamos aqui hoje, lutando por algo que amamos muito: o judô. Sobre a situação política, entendo que esta é uma questão premente para todos nós, que constantemente dependemos do apoio governamental. Assumo o compromisso de trabalhar diuturnamente por todas as propostas aqui apresentadas pelo professor Chico, e espero de todos os professores de nossa regional o mesmo comprometimento.” Outro último depoimento da 7ª DRJ foi feito pelo professor João Garcia, que agradeceu a oportunidade de participar do movimento que poderá mudar o destino de todas as modalidades de luta. “É com enorme prazer que respondo à sua convocação e assumo o compromisso de trabalhar por este ideal. Acredito que toda pessoa que possui um ideal e chama para si a responsabilidade de representar sua comunidade é merecedora do apoio de todos. Você disse de forma clara que quer representar os interesses do
judô e das artes marciais. Esta decisão é importantíssima porque hoje ninguém mais quer assumir responsabilidades. Nossa sociedade perdeu valores e terceirizou tudo. Ninguém quer ser responsável por nada. As pessoas com comprometimento têm de assumir o papel de pais, educadores, formadores, e vejo em você essa pessoa. Temos um grupo relativamente grande em Barueri,
onde temos compromissos políticos, mas apesar de sermos todos funcionários públicos nós temos a obrigação analisar o que somos como pessoa e o que buscamos. Eu já fiz a minha escolha, e tenho certeza de que todos os nossos colegas do esporte farão a escolha certa e juntos obteremos um grande apoio para atingir esse ideal.”
João Garcia
Chico e Nelson Koh
Alessando Puglia
Antonio Rizardo
2ª delegacia – Vale do Paraíba A reunião da 2ª delegacia regional – Vale do Paraíba realizou-se em São José dos Campos, onde o vereador e delegado regional Cláudio Calasans conseguiu reunir os representantes de todas as associações filiadas e agregadas à FPJ na região. O professor Calasans abriu os trabalhos e, depois de dar boas-vindas a todos, falou sobre as entidades que se filiaram nesta temporada, atestando o bom
momento e o crescimento do judô na sua regional. O palestrante seguinte foi o professor Francisco de Carvalho, que parabenizou Cláudio Calasans pela efetiva atuação no campo político. Na sequência o dirigente lembrou o importante trabalho desenvolvido no passado pelo professor Michiharu Sogabe, na área do kata. Chico contou que o kodansha joseense é um dos poucos judocas remanescente da Academia
Dom Pedro II, escola liderada pelo professor kodansha Yoshio Kihara, precursor do kata no Brasil. E destacou o trabalho dos professores kodanshas Josino, Leandro, Hirakawa, Amadeu, Coimbra e Arnaldo Menani, pela participação decisiva no desenvolvimento do judô em todo o Estado. Na sequência Francisco de Carvalho apresentou o pedido feito pelos dirigentes de várias modalidades esportivas, e o apoio recebido foi surpreendente. Cláudio Calasans destacou as virtudes do colega dirigente e cobrou de todos os professores o devido comprometimento e atitude de todos. “Já há algum tempo buscamos conquistar maior representatividade para o judô e para as artes marciais, por meio de professores faixas pretas eleitos para cargos públicos. Hoje temos vereadores faixas pretas em São Paulo, Jaú, São Vicente, São José do Rio Preto, Mogi das Cruzes, Santos e São José dos Campos, e a tendência é a nossa participação crescer ainda mais, mas precisamos de um representante na Assembleia Legislativa. Alguém que lute verdadeiramente pelos interesses e pelo desenvolvimento de nossa atividade, e o professor Francisco tem este perfil.” O sensei Sogabe fez o último depoimento e ratificou o pensamento do professor Calazans. “Precisamos de um representante na Assembleia, alguém que
Os professores da 2ª DRJ - Vale do Paraíba
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ofereça definitivamente melhor condição de trabalho a todos os professores do segmento esportivo. Hoje vivemos outra realidade e temos de adotar uma postura mais realista e menos irresponsável.
Com a visão apolítica que sempre mantivemos, estamos negligenciando nossos próprios interesses e até mesmo o nosso desenvolvimento.”
Claudio Calasans e Chico do Judô
Sensei Sogabe
1ª delegacia – Capital A reunião da 1ª delegacia regional – Capital foi realizada no Centro de Aperfeiçoamento técnico da FPJ, onde estiveram os representantes de mais 70 associações e clubes filiados. Vários kodanshas marcaram presença no encontro, entre eles Hissato Yamamoto, Kenzo Matsuura, Alcides Camargo, Alessandro Panitz Puglia, Francisco de Carvalho Filho, Sumio Tsujimoto, Sérgio Malhado Baldijão, Gerardo Siciliano, José Paulo Figueiroa, Rubens Pereira e Fernando da Cruz. José Jantália, vice-presidente da FPJ, explicou a necessidade de um posicionamento político mais amplo e enfático. “O exercício político é parte intrínseca de nossas vidas, e se não nos posicionarmos politicamente nunca seremos respeitados. Cito como exemplo o crescimento que as
modalidades de luta experimentaram após a eleição do nosso campeão olímpico Aurélio Miguel, que cumpre hoje seu terceiro mandato. Se usarmos toda a força que possuímos como professores, certamente atingiremos nosso objetivo, e eu particularmente conto com o comprometimento de todos vocês.” Após os depoimentos das autoridades, vários professores manifestaram apoio irrestrito à proposta que pretende colocar um representante do segmento de lutas na Assembleia Legislativa. O primeiro a falar foi o medalhista olímpico Henrique Guimarães. “Este é um momento muito importante para todos nós. O Chico é uma pessoa que toda semana está conosco, nas competições. Temos total acesso a ele, e poderemos cobrar o crescimento que todos buscamos. Sabemos
Os professores da 1ª DRJ - Capital
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de sua idoneidade, e que é um judoca que partiu para a política, agindo sempre pautado na ética e naquilo que é certo. Acompanho o Chico desde minha infância e sei que abriu mão de muita coisa na vida pelo judô. Penso que devemos este apoio a ele. Temos de deixar nossas diferenças de lado e nos unirmos em torno de um projeto que certamente alavancará nossa modalidade. Se tudo der certo, estaremos passando outro bastão para o Chico, que nos representará em outra esfera. Por tudo que vivi ao lado dele, confio que vai continuar trabalhando objetivamente pelo crescimento do judô e das artes marciais como um todo.” O professor José Paulo Figueiroa destacou a necessidade de posicionamento político. “Estamos fazendo um exercício de amadurecimento enorme, pois todos os segmentos da sociedade buscam seu
próprio espaço, enquanto nós do esporte em geral nos negamos a aceitar a realidade. Temos de votar pensando sempre em valorizar nosso voto e nossa comunidade. Nosso grupo é formado por desportistas, e precisamos nos unir para conquistar espaço e respeito. O momento é agora e temos de focar este objetivo, e com isso conquistar mais poder de barganha e maior espaço.” O último pronunciamento foi feito pelo professor Edson Puglia, que corajosamente chamou a responsabilidade para todos os professores do Estado de São Paulo. “Estou no judô desde garoto e meus principais professores foram os senseis Nakano, Zaqueu, Massao Shinohara e Oide. Lembro que desde pequeno ouço os judocas reclamando do espaço que modalidades como vôlei, futsal e futebol gozam na mídia esportiva. Mas sempre me perguntei quando foi que algum professor agiu de forma objetiva para mudar esta realidade. Hoje temos diante de nós uma proposta concreta de mudança, que nos é oferecida por meio de um dos maiores dirigentes que a nossa modalidade conheceu, o professor Francisco de Carvalho. Acho que, se não cerrarmos fileira agora e não lutarmos verdadeiramente em torno dessa proposta, nós vamos perder a grande oportunidade de fazer história e mudar a ordem das coisas no que diz respeito ao espaço e ao reconhecimento de tudo que o judô conquistou pelo desporto olímpico para o Brasil. O momento é este e a responsabilidade de mudar as coisas é totalmente nossa. Mais uma vez o Chico está fazendo a parte dele, empunhando a bandeira do crescimento de nossa modalidade, e espero que todos tenham uma postura digna e responsável.”
Edson Puglia
José Gentália
Henrique Guimarães
José Paulo Figueiroa
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Mesmo com mudança, FPKF deve manter crescimento O início do karatê brasileiro!
Por N. T. MATEUS
| Foto budô press
Depois de colocar a casa em ordem, Jairo Figueiredo quer fazer seu sucessor na presidência da Federação Paulista de Kung Fu para que a modalidade possa crescer ainda mais. Depois de oito anos à frente da Federação Paulista de Kung Fu, Jairo Figueiredo está deixando a entidade fortalecida, recuperada financeiramente e com muitos planos que, espera, possam ser realizados por seu sucessor. Embora pretenda continuar colaborando na realização de eventos e no que mais for preciso, ele agora quer voltar à sua escola, ao convívio com os alunos e ao treinamento com seu grão-mestre. Professor no estilo Shaolin e acupunturista, Jairo reconhece a colaboração da diretoria e dos professores de kung fu do Estado para o êxito que obteve em sua administração. E diz que se espelhou no trabalho de Francisco de Carvalho, presidente da FPJ, para conduzir sua gestão na FPKU. Para a modalidade crescer, agora, ele recomenda parcerias e união das diferentes escolas que caracterizam essa arte marcial. E sonha com a realização de campeonatos sul-americanos e pan-americanos, pois o kung fu ainda não é um esporte olímpico. Como chegou ao kung fu? Em 1978, na cidade de Limeira, conheci uma pessoa que se dizia professor. Com ele aprendi os primeiros passos. Mais tarde, na década de 1980, conheci o grão-mestre Chan kowk Wai, que me aceitou como aluno. Como chegou a professor e qual foi o processo de construção de sua escola? Consegui autorização de meu mestre para ensinar seu estilo em 1985, como instrutor. Comecei num clube da minha cidade. Em 1989 me formei professor e já tinha cerca de 200 alunos. Com muita persistência e trabalho, em 1993 realizei meu maior sonho, ter meu prédio próprio, com 460 metros quadrados de área construída. Hoje é uma das escolas mais promissoras da cidade, ensinando arte marcial como filosofia de vida, principalmente, além dos aspectos competitivos, com mais de uma centena de conquistas durante os 25 anos de competição. Quais os caminhos que o levaram à presi-
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dência? Por que assumiu um desafio tão grande? Liderei uma mudança na FPKF por não mais aceitar ver outras modalidades crescendo e a nossa tão tímida. Em julho de 2006, após trabalhar muito, voluntariamente, para nossa entidade, percebi que nada mudava: eventos mal organizados, nenhuma estrutura, falta de respeito com os atletas. Comecei a questionar, apontando sugestões, mas não havia vontade de mudanças. Então organizei uma chapa. Em novembro de 2006 vencemos e assumi em janeiro de 2007. O que me fez realmente concorrer foi o total descaso. Afinal, eu enviava mais de 40 atletas aos eventos, e não havia horário para início e nem término. Muitos deles eram crianças e os pais, vendo aquela desorganização, chegavam até a tirar seus filhos de minha academia. Tenho certeza de que muitos outros bons professores passaram por isso também. Qual era a situação da entidade quando assumiu? Quando assumi me assustei, pois só havia dívidas e uma total ingerência do que acontecia com nossa modalidade. Chegamos em 2000 a ter quase o triplo de filiados que temos hoje, e mesmo assim não tínhamos nenhum patrimônio a não ser um precário material de escritório. Logo entendi que o grande problema era a má administração, pois a arrecadação seria ótima se tivéssemos um departamento financeiro forte. Quais foram os maiores desafios que enfrentou quando assumiu a entidade? Sem dúvida alguma foi recuperar nosso crédito, pois estávamos sujos com muitos fornecedores, e resgatar a confiança dos grandes professores. Não tínhamos escritório, o computador estava obsoleto e tudo era velho. A única área de competição que usávamos não era nossa, pois tive de negociar com o fornecedor e pagar depois. Quais foram suas principais conquistas nestes oito anos à frente da FPKF?
Digo sempre a todos que, incrivelmente, em apenas dois anos colocamos a casa em ordem. Pagamos as dívidas, adquirimos equipamentos de escritório de qualidade, áreas de competição e ringue profissional, instalamos programas para cadastro e inscrições online. Quero e preciso agradecer aos meus parceiros e amigos das duas gestões, que sempre acreditaram que poderíamos sair do caos. A modalidade vive hoje um momento melhor? Por quê? Hoje sem dúvida alguma vivemos melhores momentos, porém sabemos de nossa fragilidade, e temos de continuar trabalhando duro. Planejar, realizar sempre com projeções sérias e equilíbrio financeiro. Essa foi a receita. Há muitas cidades no Estado que são nossas parceiras em eventos, facilitando a realização. Antigamente isso não ocorria, pois não tínha-
mos qualidade. Nossos eventos melhoram a cada dia, mas sabemos que ainda têm de melhorar, por isso não nos importamos de aprender com quem sabe mais. Por isso pedimos a ajuda do judô, que nos tem ensinado muito. Quais foram os professores que tiveram participação decisiva em sua gestão? Vou citar alguns nomes que foram determinantes, porém no contexto geral foi realmente uma revolução para proporcionar nossas sonhadas mudanças: professores Valdir Cremasco, José Carlos Barbosa, Richard Leutz, Francis Lee, Maria Izilda, Carlos Alberto da Silva, Marcus Vinicius, Robson Luís da Silva, Pablo Stanelli, Paulo Di Nizo Filho, Ana Consoli, Enrique Ortega, William Carregari, Letícia Musselli, Augusto Silva Neto, William Pense, Edgar Karasawa, Rodrigo Carazatto, Élcio Rodrigues e outros.
interesse porque muitos tinham pouco tempo disponível para assumir tal responsabilidade. Foi quando ofereci a oportunidade ao professor Paulo Di Nizo, que só aceitou porque disse a ele que eu não disputaria mais e precisaríamos de um nome de confiança. Fiz esta escolha porque o Paulo já sabe como funciona tudo dentro da FPKF, conhece as dificuldades e todos os processos burocráticos, pois me acompanhou e agora me acompanha ainda mais em tudo que a FPKF realiza. Outros fatores importantes são a competência e a honestidade. Você pretende retirar-se totalmente da gestão esportiva? Realizei mais de 14 campeonatos pela FPKF, entre eles dois estaduais, então jamais conseguiria parar. Quero continuar promovendo, apoiando, e sempre com a maior satisfação. A FPKF faz parte da minha vida.
Além dos membros de sua diretoria, quais professores participaram de forma ativa na reestruturação do kung fu paulista? Posso citar os mestres Nereu Graballos, Kao Chian Tou, Thomaz Chan, Francisco de Paula e Aparecido Lopes de Jesus e os professores Francisco Crizante, Sílvia Bianchi, Paulo Sakanaka e André Azevedo.
O que espera de seu sucessor? Ele assumirá uma entidade saudável financeira e documentalmente, com patrimônio, com parcerias importantes concretizadas, portanto, espero muito mais realizações. É só ter pés no chão, competência, visão e ficar de olho nas oportunidades, pois todo bom gestor observa as constantes mudanças.
Enquanto gestor você é referência em sua modalidade. Por que não fica mais um mandato? Tenho de dizer modestamente que meu trabalho foi único, mas atribuo esse sucesso a todos que acreditaram e me apoiaram. Penso ter deixado meu legado e minha contribuição e quero agora ficar mais em minha escola, com meus alunos, e voltar a treinar com meu grão-mestre semanalmente como fazia antes de assumir essas responsabilidades. Também gostaria de voltar a me dedicar mais à acupuntura, que é minha outra paixão. E ainda acho que novas lideranças são importantíssimas para construção de novas ideias e projetos. Serei sempre um soldado à disposição da FPKF.
Por que vocês se aproximaram da cúpula do judô paulista? Na verdade, agradeço a nossos filiados da cidade de Mauá, professores Elinaldo e Sirlei, que tiveram a coragem de realizar em 2012 uma primeira seletiva paulista naquela belíssima cidade. Trabalhamos muito para realizar um evento à altura, mas as dificuldades foram surgindo e então surgiu Francisco Carvalho e viabilizou algumas coisas que, sem a política, jamais seriam feitas. Realizamos um bom evento e tivemos a honra da presença
dele nos visitando. Em 2012 ele era presidente da FPJ e contou um pouco de como o judô havia crescido em sua gestão. De lá para cá aplicamos algumas coisas dessa experiência que geraram grandes resultados. Qual é a prioridade no kung fu, hoje? Por não sermos ainda um esporte olímpico, nossa grande meta é nos oficializarmos nos Jogos Abertos. Como modalidade oficial na Secretaria do Estado, poderemos expandir diversos projetos em municípios para formação de equipes. Participamos em 2013 como modalidade convidada dos Jogos Abertos em Mogi das Cruzes e foi um tremendo sucesso; já fomos convidados a participar de Bauru 2014. Outra prioridade é fazer parceria em projetos socioeducacionais, de inclusão social, possibilitando que crianças da rede pública de ensino tenham acesso à prática de nossa modalidade de forma gratuita. Este projeto já se encontra em fase final de aprovação e deve sair agora no final de abril. Enfim, acreditamos que somente com parcerias poderemos crescer realmente e ter oportunidade de mostrar nossa arte marcial e toda riqueza cultural. Que mudanças gostaria de ver no kung fu? Gostaria que todas as escolas de arte marcial chinesa (kung fu) seguissem o exemplo do judô e se unissem, deixando as divergências de lado, pois o que realmente interessa é ficarmos mais fortes. E isso eu ouvi do professor Francisco em nosso primeiro diálogo. Sei que será difícil, mas, se o judô fez, poderemos também fazer. O Estado de São Paulo é uma referência na modalidade e a FPKF tem-se fortalecido, porém precisamos nos favorecer da união, pois somente assim poderemos sonhar mais alto, com jogos sul-americanos, pan-americanos e, num futuro mais distante, Olimpíadas.
Quem você está indicando para ocupar o cargo? Durante todo meu mandato tive uma peça-chave que me auxiliou muito, a professora Ana Consoli, formada em educação física, economia e marketing desportivo, e com ela veio também para reforçar o time seu marido, professor Paulo Di Nizo, um empresário de sucesso no ramo de escolas de artes marciais. Sem desmerecer o grande grupo de trabalho da FPKF, Paulo e Ana sempre estiveram nas diversas reuniões que resultaram em grandes conquistas para nossa entidade. Por que fez esta escolha? Para ser sincero, primeiramente fiz propostas a alguns mestres mais velhos, por questão de respeito e hierarquia, pois foi assim que aprendi com meu grão-mestre. Não houve
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GOSHIN-DÔ 2014 TEM RECORDE DE INSCRITOS POR PAULO
PINTO
| FOTO REVISTA BUDÔ
Além de abarcar o XII Seminário Sul-Americano e a IX Jornada Científica, esta edição da congregação que é o grande encontro do karatê-dô tradicional brasileiro definiu os destinos dos próximos anos da modalidade, por meio da assembleia geral que elegeu a nova diretoria para o próximo quadriênio. A Confederação Brasileira de Karatê-Dô Tradicional (CBKT) realizou a décima terceira edição do Goshin-Dô, evento que todos os anos abre oficialmente o calendário da entidade, e mais uma vez a praia de Setiba, em Guarapari (ES), foi palco do evento que reuniu a cúpula da entidade e os principais professores do Brasil. Realizado entre os dias 21 a 23 de março, o encontro apresentou diversas atividades, entre as quais o seminário científico com temas como biomecânica e fisiologia aplicadas ao karatê, meditação zen e princípios filosóficos do karatê-dô tradicional. Entre os palestrantes estavam os shihans Yasutaka Tanaka, Hiroyasu Inoki, Tasuke Watanabe, Sérgio Bastos, e Ugo Arrigoni Neto; além dos professores convidados Guaracy Ken Tanaka, fisioterapeuta e acupunturista; Leandro Neves, Educador físico que há 13 anos
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trabalha com pilates; Iko Trindade, educador físico, pós-graduado em ciência do treinamento esportivo e mestrado em saúde pública; Paulo Emílio Parentes de Barros, graduado em engenharia civil e música, com mestrado em música. Aproximadamente 120 professores de 14 Estados participaram dos cursos de kata, kumitê, defesa pessoal e fundamentos técnicos. O evento abrangeu também a reunião de planejamento da comissão técnica da seleção brasileira que já trabalha focada no campeonato mundial que acontecerá este ano na cidade do Cairo, no Egito. Aconteceu também a reunião da comissão científica e a reunião da diretoria da CBKT. Outra grande novidade desta edição do Goshin-dô foi a entrega de prêmios e troféus para os melhores atletas do ranking 2010/2013.
Presidentes e representantes na assembléia geral
Os professores José Humberto e Watanabe Atletas da seleção que foram a Setiba em busca de preparo para o mundial
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Jornada científica Como acontece tradicionalmente, a abertura da jornada científica foi feita pelo shihan Gilberto Gaertner, um dos idealizadores do goshin-dô, que elencou os principais propósitos do encontro. “A tradução de goshin é você, enquanto dô é caminho. Nossa proposta é levar todos vocês para dentro de vocês mesmos, mediante um trabalho de imersão fundamentado no karatê-dô. Na academia vocês aprendem o básico, o fundamental. Nossa proposta aqui é aprofundar um pouco mais esses princípios, por meio da transmissão dos fundamentos técnicos e filosóficos do karatê-dô criados pelo professor Nishiyama. Espero que desfrutem e absorvam ao máximo todo o conhecimento que estamos disponibilizando, e que acima de tudo que aproveitem os momentos que estaremos juntos e desenhando um futuro melhor para todos que escolheram o caminho do karatê.” Leandro Neves falou sobre a força que vem do centro e a importância de uma boa postura. “O trabalho que apresentei aos professores de karatê oferece suportes importantíssimos para o atleta. Alguns deles são: aprender a trabalhar com a força que vem do centro; trabalhar adotando uma postura melhor e com a coluna de forma mais estática e que com isso consiga fazer movimentos de quadril ou ombro, com maior estabilidade, pois futuramente esta instabilidade acabará gerando dor. É muito importante que aprendam a trabalhar esta estabilidade.” O experiente professor de pilates explicou a origem de todos os movimentos. “Outra coisa importante é aprender a usar o centro a partir do pé e como trabalhar esse pé. Como desenvolver a força desse pé para poder ter maior força na coxa, e uma maior fixação de solo, fazendo com que isso gere força maior de coxa, acionando o abdome e potencializando seus golpes. Outro ponto importante é sentir que os braços também começam nesse centro, e que todo movimento começa no abdome passando pelo musculo lateral das costas que é o grande dorsal, para depois chegar ao ponto final de contato. O centro deve servir como prolongador, e sob este ponto de vista o braço não começa no ombro, e sim no centro, na região do abdome. Da mesma forma que os pés que começam lá embaixo, mas passam pelo interior da coxa, o abdome, chegam até o dorsal e por ultimo ao braço. Toda esta pesquisa é fundamenta no estudo do autentico método de pilates, o The Pilates Studio Brasil, que desde 1920 vem aprimorando e mantendo a autenticidade do método. Trabalhar pilates originalmente e manter a sua autenticidade é o nosso grande desafio.” Guaraci Ken Tanaka falou sobre a importância da meditação zen na aplicação dos princípios filosóficos do karatê-dô tradicional. “Sou fisioterapeuta, acupunturista, faço parte de um laboratório de mapeamen-
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Leandro Neves
Guaraci Ken Tanaka
to cerebral e integração motora no instituto de psiquiatria da UFRJ; estudo também os efeitos neurofisiológicos da meditação; e há muitos anos estudo o budismo mahayana. Com embasamento em todo meu aprendizado, conhecimento e vivência oriental, busquei fazer de forma bem simples a ligação entre a meditação zen e os princípios filosóficos do karatê-dô tradicional. O que percebi com as perguntas feitas pelos professores foi que a grande dificuldade de entendimento está relacionada à visão rígida e equivocada ocidental, do que são as coisas? O objetivo e o intuito principal desta palestra era pelo menos abrir a cabeça das pessoas, e eu acho que consegui. A partir dali tentei colocar alguns ensinamentos zen e da essência mesmo do zen, que na verdade é base do karatê. Talvez por isso, pela falta do conhecimento zen, existe a dificuldade do entendimento do dojô kun mesmo porque karateca não estuda esta parte. Karateca treina karatê, luta, kihon e consequentemente o entendimento da grande maioria sobre o dojô kun é bastante limitada.” O professor Iko Trindade falou sobre o entendimento da competição e os riscos da expansão da pratica como estilo de vida. “A CBKT expande sua atuação porque as competições são muito bem montadas e fundamentadas nos métodos competitivos criados pelos japoneses no século passado, sistemas que assessoram plenamente esta abordagem do entendimento da competição. Existem questionamentos como, por exemplo, o do sensei Tanaka que prioriza a luta em si, para depois se preocupar com a competição, mas estes questionamentos fazem parte de outra discussão. Falamos também de aspectos que abordam a pratica do karatê e a expansão da pratica por pessoas que passam a praticá-lo como estilo de vida, e a nossa discussão como diretor científico da CBKT foi no sentido de alertar da necessidade de maiores cuidados com pessoas numa determinada faixa etária, por conta da grande quantidade de pessoas que são acometidas anualmente pela morte súbita, no mundo. A ideia é usar um questionário internacional chamado PARC, que pode identificar previamente uma pessoa que tenha este distúrbio. Os sintomas são vários como os mais tradicionais que são: dor no peito, cefaleia e ou outros sintomas que podem induzir a uma cardiopatia. Por meio do PARC os portadores deste distúrbio podem ser direcionados pela própria escola ou associação para um pronto atendimento, ajudando assim a diminuir o índice de morte súbita na pratica esportiva.” Após fazer com que os mais de 120 professores cantassem o hino do Japão, o professor Paulo Emilio Parente de Barros explicou qual é o propósito da palestra que apresentou em Setiba. “A ideia é trabalhar com música em qualquer ambiente e trabalhar com música em ambientes em que as pessoas aparentemente tenham alguma difi-
culdade em expressar sua musicalidade. As pessoas de modo geral não acreditam que possam trabalhar com musica, e este trabalho traz uma atividade lúdica e de entretenimento, explorando o dom natural que todos nós possuímos. Num determinado evento o shihan Watanabe notou meu comando e se impressionou com isso, pois ele se apega muito a isso de comando e me convidou para participar do goshin.” Para Paulo Emílio a questão de desenvolvermos nossas habilidades é de fundamental importância. “O desafio é fazer com que as pessoas trabalhem com a música. Veja, na época dos samurais eles tinham um treino intenso, mas mesmo assim não treinavam 24 horas dia, e o que eles desenvolveram? O ikebana, o chanoyu (cerimonia do chá) e outras atividades para manter o foco e a música e uma atividade legal para isso, focar a atenção e trabalhar em grupo. Isso é muito importante para o karatê, o importante é desenvolver nossas habilidades sempre estando sempre atentos aos nossos sentidos. Este é apenas mais um exercício para exercemos nossas habilidades e nos mantermos em sintonia com o mundo à nossa volta.”
Iko Trindade
Paulo Emílio
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Meditação Os trabalhos da jornada científica encerram-se na manhã de sábado quando foi realizada a meditação na praia de Setiba, sob a coordenação do professor Gilberto Gaertner, que além de ocupar a presidência da CBKT é psicólogo esportivo, professor de yoga e karatê, e o dirigente explicou quais são os objetivos dessa atividade. “A meditação trabalha basicamente com o aquietamento mental e com a otimização das capacidades atencionais. Desenvolve a habilidade de focalização no momento presente, o que é extremamente importante na prática do karatê. Trabalhamos técnicas de meditação específicas voltadas para esta pratica. A fixação mental é dirigida ao processo respiratório, pois quando se faz um trabalho de meditação há necessidade de uma fixação mental. A mente tem de estar ancorada em algum lugar para se conseguir acalmar os pensamentos. A respiração controlada reduz a frequência cardíaca, equilibrando e modulando o estado emocional.” O dirigente finalizou explicando onde a meditação e o karatê se cruzam neste contexto. “Para a prática do karatê é preciso um nível de atenção muito aprimorada e desenvolvida. Quando se tem uma capacidade atencional maior, a prática de qualquer técnica de karatê fica muito mais refinada, pois se consegue estar inteiro no gesto técnico e sua intencionalidade é diferenciada. A plena atenção, que é uma busca do trabalho meditativo, é obtida quando a pessoa consegue estar totalmente imersa no próprio ato motor que está executando, ou seja, não existe o pensamento e a ação. Existe apenas a ação pura integrada.”
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Treinamento técnico Para os professore que foram a Setiba em busca de maior conhecimento técnico, o ponto alto do Goshin-Dô 2014 foi o treinamento técnico realizado no interior da reserva de Setiba, que é formada por uma densa floresta tropical, onde sob um clima de total descontração realizaram-se vários treinamentos e muita discussão sobre aspectos técnicos e fundamentos do karatê desenvolvido pelo mestre Nishiyama. Com tudo, o ponto alto do evento, segundo a maioria dos participantes entrevistados, foi o intercâmbio, a troca de conhecimento e informações pertinentes ao karatê-dô tradicional. Nos três dias do Goshin-Dô 2013 houve treinamento técnico no interior da reserva natural de Setiba, coordenado pelos shihans cariocas Yasutaka Tanaka, Hiroyasu Inoki e Ugo Arrigoni, que trabalharam exaustivamente, focando a transmissão técnica e filosófica aos participantes.
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O trabalho desenvolvido pelo sensei Tanaka é fundamentado no budô, é essência pura e, em Setiba ele mostrou tudo àquilo que preza no karatê, ou seja, a prática continua do karatê para a vida. Sua explanação pedagógica focou as três coisas que dão vida e unem o karatê: a mente, o corpo e espirito. Com base nisso ele mostrou que o desenvolvimento tem que ser pleno fisicamente, mentalmente e espiritualmente. Livre de qualquer apego religioso, ele mostrou a possibilidade do fortalecimento espiritual e da alma, por meio do pratica do karatê e dos hábitos saudáveis que resultam desta pratica. Mais uma vez o professor Tanaka mostrou todo o conhecimento que adquiriu com sua vivência no karatê-dô. Mesmo com toda a limitação física em virtude do acidente recente na coxa direita, sensei Inoki mostrou que é um homem fora de série e extremamente dedicado ao karatê. Buscando fazer constantemente a transmissão de sua compreensão do karatê, mais uma vez deixou claro que não devemos ter a preocupação de fazer karatê para os outros, ou que esse karatê seja visto e avaliado por outros. Ele prega que o karatê tem de ser visto, avaliado e compreendido pelo próprio praticante. De forma bem clara buscou mais uma vez fazer com que cada praticante entendesse e compreendesse a necessidade da busca do centro do corpo, de enfatizarmos a relação neuroanatômica como as funções parassimpáticas, que são os músculos. E passou isso com maestria proporcionando uma nova compreensão do karatê. Sensei Inoki consegue dirimir todas as diferenças físicas entre altos e baixos; gordos e magros; fortes ou fracos; fazendo você praticar karatê para você mesmo, buscando sempre seu ponto de equilíbrio central, priorizando aquilo que é fundamental em nossa técnica: a base, nos suportando em pé de forma que possamos desempenhar o karatê da melhor forma possível. A busca dele é fazer com o praticante encontre seu ponto de equilíbrio e tenha maior consciência corporal do que está fazendo. Sensei Ugo Arrigoni apresentou o resumo de todo o conhecimento que adquiriu nos 50 anos de vivência e pratica no karatê. Como ex-atleta expoente, e um homem com 60 anos com algumas limitações físicas ou calos gerados pelo oficio, sensei Arrigoni mostrou o kata tekki sandan com perfeição. Realmente foi incrível ver sua apresentação e explicação deste kata. Ugo fez o tekki sandan com extrema habilidade e perfeição. Por mais acadêmico que ele seja, em determinados momentos percebemos que é empírico. Às vezes percebemos que quilo sai de dentro dele, sem ele mesmo perceber. Tradicionalmente o professor Sérgio Bastos, que é diretor técnico da CBKT faz o encerramento do treinamento feito na mata de Setiba, e nesta edição sua palestra seguiu a linha apresentada pelo sensei Inoki, e falou sobre a utilização da força interna na Shihan Tasuke Watanabe
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Os professores Heroyasu Inoke Leandro Neves interagindo na mata de Setiba
aplicação do mae geri. “Fiz o aproveitamento daquilo que foi apresentado a respeito de força interna e apliquei essa técnica no uso do golpe mae geri. Primeiro fiz uma dinâmica mostrando como podemos obter maior apoio e trabalhar melhor este golpe. A seguir fiz um treinamento de defesa pessoal (ataque e defesa), buscando a variação de ângulos uma vez que no dia a dia do dojô, costumamos a lutar de frente para o adversário, mas na realidade quando estamos diante do perigo na rua, não sabemos de onde vem o ataque. Sempre aproveitei o goshin para mostrar de que forma podemos usar o karatê em nosso dia a dia. Procuro dar uma dinâmica diferente agregando e interagindo da forma mais abrangente possível com todos participantes. Além do aprendizado e da atualização, os professores fazem uma espécie de terapia fundamentada na descontração e ao mesmo tempo podem interagir e fazer algo que realmente gostam.”
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Reunião do shihan-kai Durante o XIII Goshin ocorreu a tradicional reunião anual do shihan-kai verde e amarelo, grupo formado por mestres a partir do 7º dan que visa manter toda a orientação contida nos ensinamentos e fundamentos criados pelo mestre Nishiyama. Segundo Gilberto Gaertner são justamente estes ensinamentos e princípios que têm norteado sua gestão e o trabalho desenvolvido por sua equipe, na condução da Confederação Brasileira de Karatê-Dô Tradicional. A reunião contou com a participação dos mestres Yasutaka Tanaka, Hiroyasu Inoki, Tasuke Watanabe, Ugo Arrigoni, Gilberto Gaertner, Sérgio Bastos e Eckner Cardoso Sobrinho. Na avaliação do dirigente máximo do Tradicional, esta foi a melhor reunião realizada pelo grupo de professores shihans. “Já havíamos realizado uma série de reuniões e encontros com os professores mais graduados do Brasil, mas nunca havíamos atingido resultados tão expressivos. Foram tomadas decisões que nos permitirá imprimir maior velocidade ma gestão e condução de nossa entidade.”
Avaliação Para Leandro Neves, diretor do The Pilates Studio - unidade Lamenha Lins, de Curitiba Paraná, sua participação na XIIª edição
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do Goshindô, foi uma experiência marcante. “Participar deste encontro de Karatecas foi muito gratificante e extremamente enriquecedor, pois estive em contato com a nata do Karate do Brasil e pude conversar com boa parte deles. Eram muitos e por isso seria impossível falar com todos em um único fim de semana, entretanto, o contato que tive foi de maneira leve descontraída e muito agregadora. A conversa que mais me chamou atenção e mais me ensinou foi a com o Mestre Ynoki. Tive a honra de passar algum tempo com ele e nestas conversas identifiquei muito do conhecimento e da técnica dele com o que eu conheço e estudo no autentico método pilates. Mais honrado ainda fiquei quando ele me convocou para participar do treinamento da manhã de domingo, no qual não precisaria ensinar karatê - fato que me deu grande alivio -, mas sim explicar de maneira científica, o que ele estava passando na prática. Mestre Ynoki tem um conhecimento fantástico e demonstra com muita energia a essência e o poder de seus golpes. Ele tem uma força interior que só os grandes mestres possuem. Durante uma hora e meia, mais ou menos, ele falou e demonstrou de maneira prática como usar a força interna. Percebi um diferencial nos seus movimentos, em relação a outros praticantes: sua coluna não mexe; e ele mantém a base da coluna fixa e susutentada pelos músculos que compõem o core.” Impressionado com o conhecimento do professor Inoki, Leandro explicou o que mais o atraiu nesta experiência.
“Algumas de suas falas, em especial, chamaram-me muito atenção: a primeira foi a de que “tem que agarrar o chão” e quando ele diz isto pra mim ficou muito claro a importância da base do nosso corpo para o equilíbrio de todo o resto, pois os atletas precisam trabalhar melhor seus pés para poder “agarrar o chão e levar força para tanden”. Através dos pés é que se consegue acionar os músculos internos da coxa e levar esta energia de tração para a região do abdomem. Ainda disse para “rodar o cóccix na direção do umbigo e o umbigo na direção do cóccix acionando assim o tanden e kiai, o golpe sai”. Ou seja: o golpe não pode partir do braço ou da perna, ele tem que vir do centro do abdome e conectado com sua base. Quando ele diz cóccix para umbigo significa que temos que iniciar os movimentos na parte inferior do abdome. Outro ponto que não posso deixar de comentar é quando ele disse, “todos os golpes têm que ser como chicote”, ou seja, o karateca tem que ter um movimento leve, rápido e solto e só na finalização da técnica é que se coloca toda a energia dissipada em um único segundo de explosão. Pois se ele coloca força no punho, no cotovelo e/ou no ombro o golpe sai lento e com muita força nas articulações, provocando perda de energia e podendo gerar futuras lesões. Por último, algo não menos importante que é; “tem que usar as costas para dar o golpe” ou seja, para um tsuki, não basta contrair o braço a partir do ombro. Tem que sentir e fixar o pé no chão com ele centralizado, sem deixar que o pé rode para fora ou para dentro, acionar os músculos internos da coxa, contrair o abdo-
me e usar o músculo grande dorsal para fazer a conexão com este todo, para só então esta força percorrer o braço e chega ao seu objetivo. O professor de pilates finalizou avaliando esta experiência em Setiba. “Fui privilegiado por passar um fim de semana com esta equipe de gigantes do karatê-dôo tradicional do Brasil. Aprendi muito e só tenho a agradecer a todos, especialmente aos mestres Gilberto Gaertner que me convidou, mestre Tanaka, mestre Watanabe e principalmente ao mestre Inoki, com o qual tive a oportunidade de identificar e compreender a proximidade desta arte milenar com o The Pilates Studio , o autentico método Pilates no Brasil,” disse o professor Lendro. Para Alfredo Aires, diretor de eventos da CBKT, o encontro de Setiba mais uma vez oportunizou enorme conhecimento aos professore e praticantes que lá estiveram. “Como havia previsto, o encontro que realizamos este ano foi um marco em nossa organização, já que reuniu a nata do karatê-dô tradicional brasileiro em nível de dirigentes, professores e praticantes, e comprovou que estamos num crescente técnico, político e filosófico.” O dirigente porto-alegrense finalizou expondo sua avaliação do momento atual da ITK. “Realizamos nossa assembleia que elegeu a futura diretoria, e saímos de Guarapari muito mais fortalecidos politicamente. As mudanças ocorridas em 2013 criaram um cenário extremamente favorável, já que em nosso grupo estão apenas as pessoas que caminham
na mesma direção, ou seja, karatecas fiéis aos princípios criados pelos mestres Funakoshi e Nishiyama. Vários Estados estão aderindo ao nosso grupo e a tendência é mantermos a atual curva de crescimento.” Eduardo Santos, presidente da Federação do Estado do Ri de Janeiro de Karatê-Dô Tradicional afirmou que esta edição do Goshin superou todas as expectativas. “Podemos afirmar com toda certeza que esta edição do goshin-dô surpreendeu e superou as expectativas. Diria até que neste ano o evento atingiu maturidade e uma importância enorme no contexto estrutural de nossa modalidade. Vamos trabalhar no sentido de fazer com que em futuras edições o grande encontro do karatê-dô tradicional brasileiro nos proporcione conteúdo similar ao que foi oferecido este ano.” Para Gilberto Gaertner, esta foi a melhor edição do Goshin-dô. “Sem duvida alguma esta foi a melhor edição do Goshin-dô, obtivemos sucesso total. Após 12 anos trabalhando investindo no encontro, este foi o ano que tivemos o maior publico, mas não destaco apenas os números e sim a qualidade dos professores que aqui estiveram. Conseguimos reunir a nata do karatê tradicional brasileiro e os grandes formadores de opinião. Recebemos cerca de 120 pessoas; dez palestrantes sendo três japoneses, dois convidados e cinco instrutores. Os cursos nas áreas técnica, ética filosófica e neocientifica foram excelentes e proporcionaram excelente aprendizado para os professores que aqui estiveram. Mais
de noventa por cento das pessoas que aqui estiveram eram professores, ressaltando que tivemos também muitos atletas da seleção brasileira que fez aqui o primeiro treino visando o campeonato mundial desse ano que acontecerá nos dia 24 e 29 de novembro, na cidade do Cairo, no Egito. O dirigente finalizou destacando que o elevado número de inscritos no goshin 2014, fortalece a instituição pela qualidade dos participantes. “Estou muito feliz ate porque houve a reeleição da nossa diretoria que nos permitira dar sequencia ao trabalho que vínhamos realizando, e pela credibilidade que podemos ter em função da participação altíssima uma vez que tivemos o dobro de participantes do ano passado. Entendo que todos os objetivos foram atingidos na área técnica, filosófica, cientifica e de gestão, que foi de grande relevância. Tivemos uma ponte muito importante entre o trabalho desenvolvido pelos professores Inoki e Leandro, e esta foi a primeira vez que vi isso acontecer no karatê. Essa interação do sensei Inoki ensinando as técnicas e o professor Leandro traduzindo os grupos musculares envolvidos, nos permitiu ver uma similaridade muito grande entre o trabalho desenvolvido no karatê e no pilates. Vale ressaltar que tudo aconteceu numa conversa informal entre os dois profissionais que acabaram percebendo que estavam muito integrados e resolveram dividir a aula o que resultou nesse sucesso, e isso acrescenta muito.
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Mesmo com mudança, FPKF deve manter crescimento O início do karatê brasileiro!
Por N. T. MATEUS
| Foto budô press
Depois de colocar a casa em ordem, Jairo Figueiredo quer fazer seu sucessor na presidência da Federação Paulista de Kung Fu para que a modalidade possa crescer ainda mais. Depois de oito anos à frente da Federação Paulista de Kung Fu, Jairo Figueiredo está deixando a entidade fortalecida, recuperada financeiramente e com muitos planos que, espera, possam ser realizados por seu sucessor. Embora pretenda continuar colaborando na realização de eventos e no que mais for preciso, ele agora quer voltar à sua escola, ao convívio com os alunos e ao treinamento com seu grão-mestre. Professor no estilo Shaolin e acupunturista, Jairo reconhece a colaboração da diretoria e dos professores de kung fu do Estado para o êxito que obteve em sua administração. E diz que se espelhou no trabalho de Francisco de Carvalho, presidente da FPJ, para conduzir sua gestão na FPKU. Para a modalidade crescer, agora, ele recomenda parcerias e união das diferentes escolas que caracterizam essa arte marcial. E sonha com a realização de campeonatos sul-americanos e pan-americanos, pois o kung fu ainda não é um esporte olímpico. Como chegou ao kung fu? Em 1978, na cidade de Limeira, conheci uma pessoa que se dizia professor. Com ele aprendi os primeiros passos. Mais tarde, na década de 1980, conheci o grão-mestre Chan kowk Wai, que me aceitou como aluno. Como chegou a professor e qual foi o processo de construção de sua escola? Consegui autorização de meu mestre para ensinar seu estilo em 1985, como instrutor. Comecei num clube da minha cidade. Em 1989 me formei professor e já tinha cerca de 200 alunos. Com muita persistência e trabalho, em 1993 realizei meu maior sonho, ter meu prédio próprio, com 460 metros quadrados de área construída. Hoje é uma das escolas mais promissoras da cidade, ensinando arte marcial como filosofia de vida, principalmente, além dos aspectos competitivos, com mais de uma centena de conquistas durante os 25 anos de competição. Quais os caminhos que o levaram à presi-
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dência? Por que assumiu um desafio tão grande? Liderei uma mudança na FPKF por não mais aceitar ver outras modalidades crescendo e a nossa tão tímida. Em julho de 2006, após trabalhar muito, voluntariamente, para nossa entidade, percebi que nada mudava: eventos mal organizados, nenhuma estrutura, falta de respeito com os atletas. Comecei a questionar, apontando sugestões, mas não havia vontade de mudanças. Então organizei uma chapa. Em novembro de 2006 vencemos e assumi em janeiro de 2007. O que me fez realmente concorrer foi o total descaso. Afinal, eu enviava mais de 40 atletas aos eventos, e não havia horário para início e nem término. Muitos deles eram crianças e os pais, vendo aquela desorganização, chegavam até a tirar seus filhos de minha academia. Tenho certeza de que muitos outros bons professores passaram por isso também. Qual era a situação da entidade quando assumiu? Quando assumi me assustei, pois só havia dívidas e uma total ingerência do que acontecia com nossa modalidade. Chegamos em 2000 a ter quase o triplo de filiados que temos hoje, e mesmo assim não tínhamos nenhum patrimônio a não ser um precário material de escritório. Logo entendi que o grande problema era a má administração, pois a arrecadação seria ótima se tivéssemos um departamento financeiro forte. Quais foram os maiores desafios que enfrentou quando assumiu a entidade? Sem dúvida alguma foi recuperar nosso crédito, pois estávamos sujos com muitos fornecedores, e resgatar a confiança dos grandes professores. Não tínhamos escritório, o computador estava obsoleto e tudo era velho. A única área de competição que usávamos não era nossa, pois tive de negociar com o fornecedor e pagar depois. Quais foram suas principais conquistas nestes oito anos à frente da FPKF?
Digo sempre a todos que, incrivelmente, em apenas dois anos colocamos a casa em ordem. Pagamos as dívidas, adquirimos equipamentos de escritório de qualidade, áreas de competição e ringue profissional, instalamos programas para cadastro e inscrições online. Quero e preciso agradecer aos meus parceiros e amigos das duas gestões, que sempre acreditaram que poderíamos sair do caos. A modalidade vive hoje um momento melhor? Por quê? Hoje sem dúvida alguma vivemos melhores momentos, porém sabemos de nossa fragilidade, e temos de continuar trabalhando duro. Planejar, realizar sempre com projeções sérias e equilíbrio financeiro. Essa foi a receita. Há muitas cidades no Estado que são nossas parceiras em eventos, facilitando a realização. Antigamente isso não ocorria, pois não tínha-
mos qualidade. Nossos eventos melhoram a cada dia, mas sabemos que ainda têm de melhorar, por isso não nos importamos de aprender com quem sabe mais. Por isso pedimos a ajuda do judô, que nos tem ensinado muito. Quais foram os professores que tiveram participação decisiva em sua gestão? Vou citar alguns nomes que foram determinantes, porém no contexto geral foi realmente uma revolução para proporcionar nossas sonhadas mudanças: professores Valdir Cremasco, José Carlos Barbosa, Richard Leutz, Francis Lee, Maria Izilda, Carlos Alberto da Silva, Marcus Vinicius, Robson Luís da Silva, Pablo Stanelli, Paulo Di Nizo Filho, Ana Consoli, Enrique Ortega, William Carregari, Letícia Musselli, Augusto Silva Neto, William Pense, Edgar Karasawa, Rodrigo Carazatto, Élcio Rodrigues e outros.
interesse porque muitos tinham pouco tempo disponível para assumir tal responsabilidade. Foi quando ofereci a oportunidade ao professor Paulo Di Nizo, que só aceitou porque disse a ele que eu não disputaria mais e precisaríamos de um nome de confiança. Fiz esta escolha porque o Paulo já sabe como funciona tudo dentro da FPKF, conhece as dificuldades e todos os processos burocráticos, pois me acompanhou e agora me acompanha ainda mais em tudo que a FPKF realiza. Outros fatores importantes são a competência e a honestidade. Você pretende retirar-se totalmente da gestão esportiva? Realizei mais de 14 campeonatos pela FPKF, entre eles dois estaduais, então jamais conseguiria parar. Quero continuar promovendo, apoiando, e sempre com a maior satisfação. A FPKF faz parte da minha vida.
Além dos membros de sua diretoria, quais professores participaram de forma ativa na reestruturação do kung fu paulista? Posso citar os mestres Nereu Graballos, Kao Chian Tou, Thomaz Chan, Francisco de Paula e Aparecido Lopes de Jesus e os professores Francisco Crizante, Sílvia Bianchi, Paulo Sakanaka e André Azevedo.
O que espera de seu sucessor? Ele assumirá uma entidade saudável financeira e documentalmente, com patrimônio, com parcerias importantes concretizadas, portanto, espero muito mais realizações. É só ter pés no chão, competência, visão e ficar de olho nas oportunidades, pois todo bom gestor observa as constantes mudanças.
Enquanto gestor você é referência em sua modalidade. Por que não fica mais um mandato? Tenho de dizer modestamente que meu trabalho foi único, mas atribuo esse sucesso a todos que acreditaram e me apoiaram. Penso ter deixado meu legado e minha contribuição e quero agora ficar mais em minha escola, com meus alunos, e voltar a treinar com meu grão-mestre semanalmente como fazia antes de assumir essas responsabilidades. Também gostaria de voltar a me dedicar mais à acupuntura, que é minha outra paixão. E ainda acho que novas lideranças são importantíssimas para construção de novas ideias e projetos. Serei sempre um soldado à disposição da FPKF.
Por que vocês se aproximaram da cúpula do judô paulista? Na verdade, agradeço a nossos filiados da cidade de Mauá, professores Elinaldo e Sirlei, que tiveram a coragem de realizar em 2012 uma primeira seletiva paulista naquela belíssima cidade. Trabalhamos muito para realizar um evento à altura, mas as dificuldades foram surgindo e então surgiu Francisco Carvalho e viabilizou algumas coisas que, sem a política, jamais seriam feitas. Realizamos um bom evento e tivemos a honra da presença
dele nos visitando. Em 2012 ele era presidente da FPJ e contou um pouco de como o judô havia crescido em sua gestão. De lá para cá aplicamos algumas coisas dessa experiência que geraram grandes resultados. Qual é a prioridade no kung fu, hoje? Por não sermos ainda um esporte olímpico, nossa grande meta é nos oficializarmos nos Jogos Abertos. Como modalidade oficial na Secretaria do Estado, poderemos expandir diversos projetos em municípios para formação de equipes. Participamos em 2013 como modalidade convidada dos Jogos Abertos em Mogi das Cruzes e foi um tremendo sucesso; já fomos convidados a participar de Bauru 2014. Outra prioridade é fazer parceria em projetos socioeducacionais, de inclusão social, possibilitando que crianças da rede pública de ensino tenham acesso à prática de nossa modalidade de forma gratuita. Este projeto já se encontra em fase final de aprovação e deve sair agora no final de abril. Enfim, acreditamos que somente com parcerias poderemos crescer realmente e ter oportunidade de mostrar nossa arte marcial e toda riqueza cultural. Que mudanças gostaria de ver no kung fu? Gostaria que todas as escolas de arte marcial chinesa (kung fu) seguissem o exemplo do judô e se unissem, deixando as divergências de lado, pois o que realmente interessa é ficarmos mais fortes. E isso eu ouvi do professor Francisco em nosso primeiro diálogo. Sei que será difícil, mas, se o judô fez, poderemos também fazer. O Estado de São Paulo é uma referência na modalidade e a FPKF tem-se fortalecido, porém precisamos nos favorecer da união, pois somente assim poderemos sonhar mais alto, com jogos sul-americanos, pan-americanos e, num futuro mais distante, Olimpíadas.
Quem você está indicando para ocupar o cargo? Durante todo meu mandato tive uma peça-chave que me auxiliou muito, a professora Ana Consoli, formada em educação física, economia e marketing desportivo, e com ela veio também para reforçar o time seu marido, professor Paulo Di Nizo, um empresário de sucesso no ramo de escolas de artes marciais. Sem desmerecer o grande grupo de trabalho da FPKF, Paulo e Ana sempre estiveram nas diversas reuniões que resultaram em grandes conquistas para nossa entidade. Por que fez esta escolha? Para ser sincero, primeiramente fiz propostas a alguns mestres mais velhos, por questão de respeito e hierarquia, pois foi assim que aprendi com meu grão-mestre. Não houve
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LIMEIRA SEDIA
CAMPEONATO PAULISTA DE KARATÊ POR N. T. MATEUS
| FOTO MARCELO LOPES/BUDÔ PRESS
A cidade de Limeira sediou o primeiro certame da Federação de Karatê Paulista, evento classificatório para o campeonato brasileiro que será disputado no segundo semestre, em Porto Alegre.
A Federação de Karatê Paulista (FKP) realizou o Campeonato Paulista de Karatê no dia 12 de abril, nas dependências da Sociedade Esportiva Gran São João, em Limeira (SP). A competição, que abriu o calendário esportivo da entidade nesta temporada, abrangeu disputas nas categorias individual e adulto. Ao todo 425 karatecas participaram do certame classificatório para o Campeonato Brasileiro de Karatê, que será realizado no Rio Grande do Sul, em setembro. Classificaram-se os campeões e vice-campeões das categorias acima de 11 anos e da faixa laranja para cima. Várias autoridades esportivas marcaram presença na cerimônia de abertura do certame, entre as quais Roberto Fuscaldo, presidente da FKP; Márcio Fuscaldo, presidente da Federação Brasileira de Karatê; Edson Rogério Petrônio, diretor técnico da FKP; Josimar Barbosa dos Santos, diretor técnico da FKP; e Alexandre Aparecido Albino, professor da Sociedade Esportiva Gran São João.
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Na avaliação de Roberto Fuscaldo, a quantidade de atletas inscritos na competição aponta o crescimento da modalidade. “O número de karatecas superou as nossas expectativas e mostra a tendência de crescimento. Em nossa análise, isso é um reflexo do trabalho sério e transparente que estamos desenvolvendo na gestão de nossa entidade.” Na avaliação do dirigente, o karatê vive um momento de ascensão. “Percebemos que o karatê de maneira geral vem crescendo sistematicamente, e é uma modalidade esportiva cada vez mais praticada em nosso País. Este é um fenômeno que acontece em todas as entidades de administração do karatê do Brasil, não só na Federação Brasileira de Karatê. Penso que isso se deve à preocupação com a qualidade técnica e principalmente ao cuidado na organização das competições. Estes dois aspectos são prioridade em nossa administração, e tenho certeza de que são estas ações que estão proporcionando este crescimento para o karatê como um todo”. Roberto Fuscaldo falou sobre a principal competição desta temporada. “Este ano teremos o privilégio de realizar o campeonato pan-americano aqui no Brasil e acreditamos que mais uma vez nossa diretoria mostrará a qualidade do trabalho que fazemos nas áreas técnica e de organização de eventos. Faremos
um grande evento no Rio de Janeiro e nossa seleção já está se reunindo em vários Estados, visando ao preparo para esta competição”. O dirigente paulista falou sobre a participação da FKP nos Jogos Abertos e Regionais. “Mantemos parceria com a Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude de São Paulo há vários anos, e mais uma vez seremos responsáveis pela realização da competição de karatê em quatro regiões dos Jogos Regionais do
Estado de São Paulo. Nos Jogos Abertos participaremos na organização da arbitragem.” Roberto Fuscaldo encerrou lembrando a importância da manutenção do budô. “Penso que devemos priorizar a eficiência na competição, sem esquecer nossa essência de budocas. Os fundamentos e ensinamentos contidos no budô muitas vezes passam despercebidos, mas eles devem ser sempre a
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base do karatê.” Outro importante dirigente presente na competição foi Márcio Fuscaldo, o presidente da Federação Brasileira de Karatê, que também fez uma avaliação bastante positiva sobre o momento da modalidade. “Percebo forte crescimento no karatê. O número de adeptos, praticantes ou competidores, cresce sistematicamente em todo Estado de São Paulo, mas com maior ênfase no interior, onde o número de associações filiadas é muito mais expressivo. Outro dado importante é que a maior parte dos nossos medalhistas e campeões vem do interior”. Márcio comemorou a quantidade de eventos esportivos desta temporada. “A grade de torneios deste ano será enorme, e além das competições regionais do nosso calendário teremos os Jogos Regionais, Jogos Abertos, Campeonato Brasileiro, Campeonato Pan-americano e o Campeonato Mundial, na Argentina”. Fazendo uma avaliação sobre a seleção brasileira, Márcio Fuscaldo apontou a hegemonia paulista. “Grande parte dos atletas paulistas acaba se classificando, já que no campeonato brasileiro ficam os três primeiros de cada categoria. Este ano termos grandes desafios, mas a nossa maior expectativa é com o Campeonato Pan-americano, que iremos sediar no Rio de Janeiro.” Edson Rogério Petroni, diretor técnico da FKP, avaliou o momento atual da modalidade. “O karatê está crescendo muito, e felizmente o nível técnico tem acompanhado este crescimento. Esse evento é classificatório para o campeonato brasileiro, o que, além de gerar enorme expectativa, faz com que os atletas
lutem com maior determinação. Outro fator determinante é disputa pela conquista da Bolsa Atleta, esta grande iniciativa do governo federal que permite a permanência de muitos atletas na competição, na qual muitos acabam chegando ao alto rendimento”. Josimar Barbosa dos Santos, outro membro da diretoria da FKP, ressaltou o grande trabalho feito na base. “O esporte como um todo está se desenvolvendo muito em nosso País, e no karatê isso não é diferente. Mas como ex-atleta orgulho-me do excelente trabalho que os nossos professores têm feito na base. Estamos produzindo grande quantidade de atletas de ponta, e isso é fruto da qualidade e da preocupação dos professores paulistas. Lembro que há pouco tempo nós estávamos competindo e que agora, como dirigentes, temos a obrigação de proporcionar aos nossos atletas tudo aquilo que reivindicávamos quando defendíamos nossa escola e nosso Estado. Temos de oferecer preparo técnico e psicológico aos nossos atletas, e proporcionar a melhor estrutura possível.” Em paralelo à competição houve a cerimônia de graduação, onde Alexandre Aparecido Albino, professor da Sociedade Esportiva
Gran São João, recebeu o 5º dan. Emocionado com a tão esperada promoção, o professor limeirense falou: “É muito gratificante estar envolvido com a arte marcial, e atribuo este reconhecimento aos diversos anos de dedicação e trabalho pelo desenvolvimento de nossa modalidade. Além de enaltecer minha trajetória, este reconhecimento nos dá estímulo e força para seguir adiante e continuar o trabalho com as crianças por meio do verdadeiro do karatê-dô. Pratico karatê há 25 anos, e minha formação nos tatamis colaborou substancialmente em minha formação como homem. Espero poder continuar fazendo a transmissão de tudo que aprendi aos meus alunos, trabalhando positivamente e focado na formação de homens e mulheres que valorizem princípios como a lealdade, comprometimento e respeito a todos. Valores que levarão para o resto da vida”.
Homenagem a Chico do Judô A diretoria da FKP prestou importante homenagem a Francisco de Carvalho, o Chico do Judô, um dos principais dirigentes esportivos de São Paulo, que hoje é vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô. “Agradeço a presença da Geisa Guedes, representante do nosso querido amigo Chico do Judô, kodansha 7º dan, que além de ser nosso grande amigo é uma pessoa sensacional e indubitavelmente um dos maiores dirigentes esportivos do Brasil”, disse Fuscaldo. O dirigente falou sobre a amizade surgida nos tatamis. “Não consigo achar palavras para definir este grande gestor esportivo, com quem convivo há mais de 30 anos. Programamos esta homenagem a este gigante dos tatamis, mas devido a compromissos inadiáveis ele não pôde comparecer, mas aproveito a presença de Geisa para agradecer toda a ajuda que tem prestado ao karatê, e reiterar os laços da amizade que sempre nos uniram. Reafirmo que continuaremos juntos, e juntos vamos melhorar ainda mais o desporto de
São Paulo. O Chico do Judô sabe que pode contar com a comunidade do karatê, pois, da mesma forma que ele, nós também estamos comprometidos com a causa do esporte paulista.” Roberto finalizou reiterando o apoio ao colega judoca. “Estamos juntos desde a juventude, competindo e fazendo esporte. Devido a isso posso avaliar com clareza sua importância para o esporte de São Paulo. Sua obra à frente da FPJ é até hoje referência no desporto paulista. Toda a diretoria de nossa entidade fez a opção de apoiá-lo nessa nova etapa de sua vida, pois sabemos que esta será a melhorar opção para o esporte. Em breve realizaremos um encontro com todos os nossos faixas pretas e teremos a presença dele, mostrando o quanto estamos empenhados em apoiá-lo. O Chico é um lutador nato e está acostumado às grandes batalhas. Tenho certeza de que juntos sairemos vitoriosos desse confronto.”
Campeonato Paulista de Karate Kata Feminino
Categoria 08/09 Anos Acima 5º Kyu
Daniela Grifone - Bushidokai/Fundesport
Jonatas dos R. Oliviera - Kenkon
Categoria Até 07 Anos
Ana Laura Toliza - Sem Limites
Flavia Santos - Matsumi/SMEL
Adulto 1º Kyu Acima
Nicole Juliane C. Ferraz - Gran
Maytana Batalha - Teixeira
Categoria Adulto 2º Kyu Acima - 53 Kg
Jaime Ferreira Jr. - Castro
Julia Nunes - Matsumi/SMEL
Maria Clara Oliveira - Mendonça
Marilia Struzziatto - Matsumi/SMEL
Vinicius Adorni P Morais - Kenkon
Paula Martins - Matsumi/SMEL
Categoria 10/11 Anos Até 6º Kyu
Yara Gomes - Matsumi/SMEL
Tadeu de Assis Becuzzi - Barbosa
Categoria 08/09 Anos
Barbara Garcia - Gran
Mariana Duarte - Matsumi/SMEL
Máster Até 2º Kyu / 40/45 Anos Acima
Ana Laura Toliza - Sem Limites
Leticia Dos Santos - Teixeira
Categoria Adulto 2º Kyu Acima - 60 Kg
Antonio Marcos Neves - Gran
Ana Beatriz Silva - Gran
Adrielly Lorena - Teixeira
Thais Luiza Candido - Schutze
Marcos A. Batista - Mendonça
Karen Da Silva Nery - Kenkon
Categoria 10/11 Anos 5º Kyu Acima
Caroline Silva - Matsumi/SMEL
Marcelo Pereira - Matsumi/SMEL
Categoria 10/11 Anos
Rebeca Peixoto - Gran
Michele Rodrigues - Matsumi/SMEL
Máster 2º Kyu Acima / 40/45 Anos Acima
Beatriz Picolo - Zanshinkai
Ingrid Fernanda - Mendonça
Categoria Adulto 2º Kyu Acima + 60 Kg
Mauricio Inamônico - Zanshinkai
Barbara Garcia - Gran
Ana Clara Tibúrcio - Matsumi/SMEL
Bruna Lima - Sport Center
Israel Rubens - Tavora
Renata Batalha - Teixeira
Categoria 12/13 Anos Até 6º Kyu
Nadia G. Gurther - Kenkon
Joao Elizardo Souza - Gran
Categoria 12/13 Anos
Camila Fernanda Santos - Gran
Luciana P. Soares - Bushidokai
Máster Até 2º Kyu / 46 Anos Acima
Tainara Luiz - Kenkon
Gabriela Soglio - Bushidokai
Categoria Master 35 Anos Acima
Abinadabio M. dos Santos - Nova Aliança
Natalia Fonseca - Kenkon
Heloize Santos - Teixeira
Marina Fagundes - Mirassol
José Benedito Silva - Matsumi/SMEL
Suelen Vicente - Távora
Categoria 12/13 Anos 5º Kyu Acima
Adriana Fernandes - Gran
Lucas Souza - Matsumi/SMEL
Categoria 14/15 Anos
Mariana S. Zuliane - Dojokan
Claudia Bastos - Bushidokai/Fundesport
Máster Acima 1º Kyu / 46 Anos Acima
Natalia V. Adorni - Matsumi/SMEL
Laura Santos - Bushidokai
Categoria Equipe Juvenil
Josimar Barbosa - Barbosa
Mikeli Bragadini - Schutze
Thainara Luiz - Kenkon
Associação Schutze
Jose Luís dos Santos - Matsumi/SMEL
Marceli Denise - Schutze
Categoria 14/15 Anos Até 6º Kyu
Associação Matsumi/SMEL
Paulo Renato - Matsumi/SMEL
Categoria 16/17 Anos Até 3º Kyu
Sarah Julia Oliveira - Gran
Associação Palestra
Kata Individual PCD
Elaine M. Ueki Nakano - Barbosa
Natalia Souza Penteado - Gran
Kata Masculino
Guilherme Durante
Maria Luiza Crispin - Gran
Lara Scaglione - Teixeira
Até 08 Anos
Categoria Equipe Juvenil
Vanessa Pedroso - Bushidokai/Fundesport
Categoria 14/15 Anos 5º/3º Kyu
Yago Maia Leite - Teixeira
Associação Kenkon A
Categoria 16/17 Anos 2º Kyu Acima
Eduarda C. Luiz - Bushidokai/Fundesport
Luis Felipe Santos - Teixeira
Associação Dojokan
Carla Adriana da Silva - Távora
Danielle Silva dos Passos - Schutze
Pietro Chinelato - Gran
Associação Barbosa A
Taina Camila Candido - Schutze
Marceli Denise dos Santos - Schutze
09/10 Anos
Kumitê Masculino
Isabela de Oliveira - Amak
Categoria 14/15 Anos 2º Kyu Acima
Matheus Souza Albino - Gran
Até 06 Anos
Categoria Adulto Até 3º Kyu
Natalia Victoria Adorni - Matsumi/SMEL
Felipe A. D. Albuquerque - Kenkon
Leonardo S. Pradela - J. Bonifácio
Alessandra Cristina Cimell - Kenkon
Mikelli Marangoni - Schutze
Renan V. Aragão - Matsumi/SMEL
Joao Vitor S Alves - Gran
Natali Donadeli Gropo - Gran
Andressa Vicentim - José Bonifácio
11/12 Anos
Vitor Domingues - Matsumi/SMEL
Daiane Cristina Oliveira - Gran
Categoria 16/17 Anos Até 6º Kyu
Eduardo M. B. Santana - Schutze
07/08 Anos Até 6º Kyu
Categoria Adulto 2º Kyu Acima
Thayuana Chideroli - Barbosa
Geovani Strachini - Kenkon
Bruno Campos - Gran
Nadia G. Gurther - Kenkon
Rafaela Gonçalves - Matsumi/SMEL
Lucas Bianchi - Amak
Vinicius Gabriel - Mirassol
Bruna Lima - Sport Center/SMELT
Maria Luiza Guimarães - Matsumi/SMEL
13/14 Anos Até 3º Kyu
Miguel O Carvalho - Bushidokai
Thaiz Luiza Candido – Schutze
Categoria 16/17 Anos 5º/3º Kyu
Nathan Picollo - Zanchinkai
07/08 Anos 5º/ 3º Kyu - 1.30 M
Categoria Master / 35 Anos Acima
Maria Luiza Crsipim - Gran
Murilo Rocha C Cunha - Barbosa
Matheus Fagundes - Mirassol
Marina Fagundes - Mirassol
Nadien Meyer Ouro - Gran
Pedro Antonio Alves - Barbosa
Antonio Deidson - Mirassol
Claudia Bastos - Bushidokai/Fundesport
Vanessa Pedroso - Bushidokai/Fundesport
13/14 Anos Acima De 2º Kyu
Matheus Vieira - Teixeira
Adriana Fernandes - Gran
Categoria 16/17 Anos 2º Kyu Acima
Giovani P. Fagundes - Barbosa
07/08 Anos 5º/ 3º Kyu + 1.30 M
Categoria Equipe Juvenil
Carla Adriana da Silva - Távora
Marcelo Luís Jr. - Kenkon
Heitor do Prado - Sem Limites
Associação Kenkon
Taina Camila Candido - Schutze
Gabriel Lucas Batista - Távora
Gabriel Vinicius - Matsumi/SMEL
Associação Schutze
Isabela Oliveira - Amak
15/17 Anos Até 3º Kyu
Ryan Garcia - Matsumi/SMEL
Associação Matsumi/SMEL
Categoria Adulto Até 6º Kyu
Gabriel Hispagnol - Barbosa
09/10 Anos Ate 6º Kyu
Kumitê Feminino
Alessandra Cristina Cimel - Kenkon
Victor Cassio Manteli - Zanchinkai
Leonardo Pitone - Teixeira
Categoria Até 07 Anos
Natalia Donadeli Gropo - Gran
Thiago Vicente - Dojokan
Douglas Borges - Teixeira
Nicole Juliane C. Ferraz - Gran
Daiane Cristina Oliveira - Gran
15/17 Anos Acima De 2º Kyu
Caio Jui Correia - Matsumi/SMEL
Paula Martins - Matsumi/SMEL
Categoria Adulto 5º/3º Kyu - 60 Kg
Maximiliano Andrade - Kenkon
09/10 Anos 5º/ 3º Kyu – 1.40 M
Julia Nunes - Matsumi/SMEL
Natali Donadeli Gropo - Gran
Caio Vinicius Velho - Matsumi/SMEL
Matheus Souza Albino - Gran
Categoria 08/09 Anos Até 6º Kyu
Thais Filadelfo Pires - Schutze
Lincoln Silva - Kenkon
Joao Pedro Oliveira - Matsumi/SMEL
Karen da Silva Nery - Kenkon
Aline Mendonça - Matsumi/SMEL
Adulto Até 4º Kyu
Richard K. Teodoro - Mendonça
Ana Beatriz Silva - Gran
Categoria Adulto 5º/3º Kyu + 60 Kg
Ricardo Santos - Dojokan
09/10 Anos 5º/ 3º Kyu + 1.40 M
Maria Clara - Mirassol
Alessadra Cristina Cimel - Kenkon
Cristiano Chemelatti - Gran
Gabriel Augusto Janoski - Gran
Leonardo Martins - Kenkon
Adulto Ate 6º Kyu
Guilherme Alves - Barbosa
Andre Luis F. Alves - Gran
09/10 Anos 2º Kyu Acima
Cleiton L. Bonfanti - Barbosa
Renan V. Aragão - Matsumi/SMEL
Junior Spada - Schutze
Felipe A C Albuquerque - Kenkon
Adulto 5º/ 3º Kyu – 70 Kg
Felipe Amorim - Matsumi/SMEL
Rafael Snaider - Dojokan
11/12 Anos Até 6º Kyu
Wesley Dutra - Castro
Eliandro Bonini Jr - Kenkon
Vinicius Alan dos Santos - Castro
Isaque Burin Lopes - Teixeira
Adulto 5º/ 3º Kyu - 80 Kg
Vinicius G. Miguel - Teixeira
Johanny T. de Souza - Gran
11/12 Anos Até 5º/3º Kyu - 1.50 M
Isnard Rolisola - Gran
Guilherme B Tarlan - Matsumi/SMEL
Vinicius P. Assis - Matsumi/SMEL
Talisson Correia - Schutze
Adulto 5º/3º Kyu + 80 Kg
Lucas Mota Biachi - Amak
Lucas Strachini Jr - Kenkon
11/12 Anos 5º/3º Kyu + 1,50 M
Herlandson Almeida - Bushidokai/Fundesport
Gabriel Brito - Bushidokai Victor Gasques Faria - Seishin Fabio Pereira Jr. - Gran 11/12 Anos Acima 2º Kyu Gustavo Cornelio - Sem Limites Matheus Arabe - J.Bonifacio Jonathan Willian - Mirassol 13/14 Anos Até 6º Kyu Edy Chideroli Filho - Barbosa Sergio Rodrigues - Bushido/Fundesporte Vitor A. Campos - Sem Limite 13/14 Anos 5/ 3º Kyu – 1.60 M Caique D. Garcia - Amak Nathan M Picolo - Zanchinkai Pedro Antonio Alves - Barbosa 13/14 Anos 5/ 3º Kyu + 1.60 M Roberto Takeshi - Barbosa Gabriel Rodrigues - Gran Willian Dutra - Castro 13/14 Anos Acima 2º Kyu Pedro H Buri - Barbosa Giovani T. Fagundes - Barbosa Luan Constantino - Barbosa 15/17 Anos Até 6º Kyu Fabio Braite - Schutze Flavio De S Moreira - Teixeira Gustavo Milani - Schutze 15/17 Anos 5º/ 3º Kyu – 1.75 M Leonardo Freire Tomaz - Gran Ricardo Martins - Gran Holin Ercolin - Sport Center 15/17 Anos 5/ 3º Kyu + 1.75 M Wilson Roberto Jr - Kenkon Daniel Jose F Silva - Kenkon Anderson A. Vicentin - J. Bonifácio 15/17 Anos Acima 2º Kyu Caio Vinicius Velho - Matsumi/SMEL Arthur Petruceli - Kenkon Pedro P. Pimentel - Gran
Reginaldo Santos - Gran Adulto Acima 2º Kyu – 65 Kg Paulo Antonio da Silva - Matsumi/SMEL Wilson Jose Ferraz - Barbosa Rogerio Watanabe - Castro Adulto Acima 2º Kyu – 75 Kg Renan Gandine - Matsumi/SMEL Luan Justino - Zanchinkai Guilherme Cornelio - Sem Limite Adulto Acima 2º Kyu - 85 Kg Rogerio R. D. Correa - Matsumi/SMEL Tiago Moura - Bushidokai/Fundesport Luis A Spineli - Bushidokai/Fundesport Adulto 2º Kyu Acima + 85 Kg Aguinaldo Santos - Bushidokai/Fundesport Aroldo Pereira Soares - Gran Jailton de Jesus - Bushidô Kai Master Até 2º Kyu / 40/45 Anos Marcos A. B. da Silva - Mendonça Marcio L. Pissolato - J. Bonifácio Antonio Marcos Neves - Gran Máster 1º Kyu Acima / 40/45 Anos Claudinei Brito - Bushidô Kai Israel Rubens - Távora Joao Elizardo Souza - Gran Máster Até 2º Kyu / 46 Anos Acima Abidanabio M Dos Santos - Nova Aliança João Augusto - Beira Mar Rubens Modesto - Beira Mar Máster Acima 1º Kyu / 46 Anos Acima Sidnei Garcia - Castro Sergio Carvalho - Matsumi/SMEL Antonio Leite - Beira Mar Categoria Equipe Juvenil Associação Kenkon Associação Matsumi/SMEL Associação Gran Sao Joao
CONCEITO
ZEN DO KARATÊ-DÔ POR GUARACI
KEN TANAKA
Afinal, o que é mais importante, a história (passado) ou a evolução tecnológica (futuro)? O fato é que se essa resposta não for clara, muitos problemas irão aparecer. Um dos princípios Zen está relacionado aos três venenos da mente: apego, raiva e ignorância. Acreditar que viver no passado é possível tem a ver com o apego a algo que não existe mais, assim como viver no futuro causa agitação mental (raiva) por algo que ainda não existe e ficar preso nessa crença é ignorar possibilidades. Esse assunto é bem vasto e depende de muita compreensão, mas por ora será suficiente para o entendimento sobre o Dô do Karatê sob uma visão ocidental. Uma das grandes dificuldades de se entender esse tipo de contextualização se dá por conta das palavras japonesas terem significados diferentes das palavras ocidentais, portanto uma tradução direta é muito complicada. Os caracteres japoneses (kanji) não têm um significado estático, mas é fruto de uma experiência. Um exemplo que justificaria esse fato é a técnica shodô ou a caligrafia japonesa, onde na época dos samurais cada traço definiria a personalidade de quem escreveu podendo resolver uma guerra sem a batalha em si. Parece muito estranho quando não se tem um olhar analítico capaz de ver o que não existe, mas se levarmos para um confronto como o shiai kumitê, isso acontece o tempo todo. Quantas vezes antes de entrar no dojô você já se sentiu vitorioso ou derrotado? Sem sabedoria, isso pode ser confundido com arrogância ou covardia e essa mentalidade é que diferencia as visões orientais e ocidentais. Outro ponto importante é estar disposto a uma nova forma de perceber o que acontece ao redor. Geshe Kelsang Gyatso já dizia que o mundo que vivemos depende da nossa mente e é ela que devemos mudar, portanto para entender a visão oriental é necessário aceitar que se manter a rigidez da sua visão, será impossível mudar o ponto de vista, assim como entender algo diferente do que acredita ser verdade absoluta. Negar algo que se desconhece limita a capacidade de desenvolvimento em todos os sentidos. Caso esteja disposto a essa mudança de paradigma, responda a pergunta: Por que praticar karatê? Qual o propósito? Pense e reflita muito, antes de responder, pois sua resposta definirá se está no caminho correto (makoto no michi).
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Acredito como deve ser difícil quando se descobre que está no caminho errado, e a frustração é proporcional ao tempo. O equivalente seria fazer o kata com kihon errado e o resultado disso seria um kumitê não produtivo, imagine isso por anos a fio. Pior que isso é passar a forma incorreta para os alunos, o que trará repercussões consideráveis dentro do karatê em geral. Já dizia um grande mestre a seu aluno quando perguntado quantas repetições deveria realizar em cada golpe e sua resposta foi apenas uma com atenção plena (kokoro). Por que será que devemos praticar tanto, repetir muito e raramente conseguir uma conquista (doryoku)? O que falta para conseguir o golpe perfeito (ippon)?
Enso – Símbolo Zen
No Zen, vitória e derrota tem a mesma natureza, portanto a forma de como lidar com ela é que fará diferença, isso em japonês é chamado de jinka (caráter). Como já havia dito, é muito difícil fazer uma tradução direta, pois apesar de estar associado à honra pode ser confundida com orgulho. Tenho certeza de que você não se mataria (seppuku) caso fosse pego fazendo algo que colocasse seu nome em risco. Atualmente, esse tipo de atitude está cada vez menor afinal um dos principais preceitos Zen é o de não matar (imashimuru koto) e isso deve ser entendido de forma mais ampla e não baseado nas palavras ikken hissatsu (matar com um golpe). Tudo vai depender de um verdadeiro entendimento através do bom senso e suas relações.
Um exemplo simples está na palavra manga. O que veio na cabeça? A fruta ou a parte da camisa? O significado vai depender de um contexto e para os japoneses esse contexto é tudo que rege a vida, algo não palpável. No momento que esse entendimento aflora, estaremos praticando o Zen e este percurso é conhecido como Budô, porém é muito difícil descrever como isso funciona, já que a experiência é individual e subjetiva. Outro aspecto importante e que deve ser entendido é o fato da visão ser um dos mais importantes receptores sensoriais, nós acreditamos em tudo que vemos e com isso, podemos cometer ações inadequadas, o que levará a um resultado prejudicial. Shoshin o wazurezu é um termo escrito pelo sensei Gichin Funakoshi significa nunca perder o espírito e a humildade de um iniciante. Sempre mantenha a vontade de aprender e nunca deixe sua graduação/status sobrepor seu caminho (reigi), seja um bom exemplo. Como consequência da visão equivocada da importância e valorização do corpo (força e velocidade), o karatê está cada vez mais relacionado a um treinamento físico violento, esquecendo suas origens. A partir de agora, aquele seu propósito perguntado no início deve estar claro, pois dependendo de seus valores a motivação será somente para a perfeição do corpo e não para o controle mental (keki no yu o imashimuru koto). No Zen, a intenção está relacionada à sabedoria, a prática e à compaixão. Com isso, deverá haver um equilíbrio entre corpo, mente e espírito (shin gi tai). Qualquer dedicação exclusiva para um desses três levará a um desequilíbrio e isso não é praticar Zen dentro do Karatê. A analogia seria treinar apenas kihon e esquecer a prática de kata e kumitê, ou vice versa. Entender esses significados e ser capaz de relacioná-los a outros contextos fortalecerá o conceito, da mesma forma que saber os fundamentos de um kata tornará ele natural e versátil (oyo) e isso só é possível quando o movimento é analisado friamente e sua aplicação é eficiente (bunkai). Atualmente, devido ao desenvolvimento tecnológico, cada vez mais estamos necessitando resultados rápidos e isso ocorre, simplesmente, porque não seguimos no Dô do
Karatê fora do dojô e com isso não percebemos as distrações causadas pela vida social. É muito importante nos mantermos alerta (zanshin) o tempo todo e não apenas dentro do dojô ou em situações de perigo. Essa atenção fora do “treino” é fundamental para o desenvolvimento do caráter e manutenção do caminho, visto que as dificuldades diárias não são previsíveis e não temos nenhum controle sobre elas. Essa atenção plena (ugokizen) o tempo todo deixará de ser teoria para se tornar pura experiência, capacitando à estratégia positiva do que poderá vir acontecer (mikiri), da mesma forma que um jogador de xadrez. Para facilitar nossa vida, Funakoshi sensei criou cinco mandamentos que devem ser praticados dentro do dojô e aplicados no dia a dia, chamado Dojô Kun. Sua aplicação deverá ser incorporada como se fosse único. À medida que se torna automatizada (Mushin) estaremos praticando o Zen e dessa forma estaremos no caminho correto. Esse processo evolutivo é semelhante ao momento que aprendemos a dirigir um carro, onde no início precisamos prestar atenção em todos os movimentos e tudo que nos distrai
poderá ser causa de acidente e quanto mais treinarmos podemos nos preocupar com outras coisas. Assim é no Karatê, quanto maior for a prática, mais simples e naturais serão os movimentos, porém quando ocorrerem distrações também haverá o risco de acidentes. Manter o estado de zanshin é essencial durante a execução do Dojô Kun e à medida que ela vai se tornando natural, a concentração aumentará e será possível criar novas possibilidades (mikiri). Durante o kumitê será importante manter esse estado de alerta, principalmente, por criar uma percepção mais apurada (toukon). A seguir, cada “mandamento” será discriminado, lembrando que eles devem ser entendidos como uma coisa só. Por conta disso é que todos eles iniciam com Hitotsu, cuja tradução é primeiro, porém o sentido deve ser “de sempre”, dando uma ideia de que todos eles devem ser aplicados antes de tudo e a todo o momento. O mais interessante é que cada vez que conseguimos aplicar os fundamentos como sendo tudo de mesma natureza, ou seja, único, estamos aplicando o Zen e este caminho é o Budô.
Hitotsu, jinkaku kansei ni tsutomuru koto “Caráter é manter os outros quatro dojô kuns.” Shihan Yasutaka Tanaka
A grande dificuldade no entendimento deste kun é devido ao significado da palavra caráter (jinka). No Japão tem a ver com honra, que a olhos ocidentais podem ser confundidos com orgulho e vaidade. Porém, a visão oriental sempre será construtiva, mesmo que o resultado inicial seja aparentemente ruim, e que no longo prazo trará benefícios (mikiri). Um exemplo é a formação de um aluno karateca, por mais duro (resultado imediato) que seja seu treinamento inicial, a prática e a determinação lapidarão sua essência, assim como um diamante bruto se transforma numa joia preciosa. Este processo educacional é necessário para a formação do caráter e sua manutenção dependerá da habilidade e sabedoria dessa percepção. É importante entender que nada relacionado ao Zen é algo definido ou estático. O processo de manutenção se faz necessário até que se consiga ter a experiência constantemente. Um aluno que busca seu objetivo de forma aleatória permanecerá num ciclo onde não haverá mudanças significativas. Um exemplo comum seria decidir viajar e cada hora buscar um caminho diferente como se o destino não fosse importante. Muitas vezes, não temos condições ou a capacidade de perceber o que alguém com mais experiência nos mostra, neste caso é fundamental ter jinka, pois haverá confiança suficiente para aceitar algo que ainda não é possível perceber tal importância.
Hitotsu, Makoto no michi o mamoru koto “Manter sua palavra e mostrar transparência.” Shihan Yasutaka Tanaka
Não se iludir com falsos testemunhos e nunca quebrar uma promessa, ou seja, falar uma coisa e não cumprir. Assim sendo, o principal objetivo de um praticante de Karatê é a busca do golpe perfeito (Ippon). Essa perfeição tem um aspecto muito mais amplo se levarmos em consideração o fundamento Zen, que está relacionado à iluminação, ou seja, a perfeição absoluta ou a experiência de que tudo tem a mesma natureza. Por acaso, conseguiria imaginar tudo que está ao seu redor como sendo a mesma coisa? Esse todo é a sabedoria última chamada Zen. À medida que amadurece essa compreensão, isso se torna cada vez mais claro. Um exemplo prático disso é entender que vitória e derrota tem a mesma natureza e que independente do resultado, a sensação é única. Lembre-se, mantenha sempre a busca pela perfeição A leitura é da direita para esquerda, portanto: Dojô Kun
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(Ippon). É impossível explicar uma sensação ou uma experiência, portanto é fundamental se manter no caminho correto ou no seu objetivo e propósito. Como não somos capazes de ter essa clareza, dependemos de um mestre experiente que tenha essa vivência e seguir seus ensinamentos. Agora se cada um tem sua própria experiência, como o grupo terá o mesmo objetivo? Uma possibilidade de resposta será quando o resultado desse grupo for coerente com o seu desejo. O desafio é aplicar isso no dia a dia.
Hitotsu, doryoku no seichin o yashinau koto “Nunca desistir e sempre finalizar o que começou.” Shihan Yasutaka Tanaka
Dedicação e disciplina são fundamentais no processo, mas sem um objetivo claro que motive, será um martírio não produtivo. Esta prática é muito comum nos treinamentos, pois quando estamos cansados e não aguentamos mais, a motivação do professor mostrará que com a persistência será possível aguentar muito mais e essa experiência é necessária para continuar no caminho. Uma forma de ampliar a prática é não deixar para depois o que se pode fazer agora, mesmo que seja inconveniente. Aos poucos, o que era impossível começará a ser possível. Não é assim quando se treina um novo kata? Não desistir de um projeto ou algo que se iniciou também faz parte da prática. Manter esse espírito de finalização fará com que nunca desista e haverá coragem suficiente para enfrentar qualquer desafio. Ficar preso nas conquistas passadas ou sonhar com conquistas futuras, dificultará o processo do esforço, afinal, a ação é no momento presente, portanto, não deixe de fazer porque já fez um dia ou porque fará depois. O fundamento Zen que define esse kun é a disciplina de acreditar no seu mestre mesmo não concordando e assim se manter no caminho da perfeição.
Hitotsu, reigui o omonzuru koto “Os mais velhos sempre tem mais experiência, respeite-os.” Shihan Yasutaka Tanaka
Mais um ponto onde a visão ocidental pode confundir o verdadeiro entendimento deste lema. É muito importante entender que a visão construtiva oriental é sempre de dentro pra fora (jinka), então as sensações e as experiências surgem influenciando a percepção do ambiente e não o contrário como o ocidental acredita. Com isso, a necessidade de criar uma mentalidade basea-
da na sua percepção favorecerá o respeito, inclusive aos que estão abaixo da cadeia hierárquica. Quando se tem o entendimento fica fácil manter essa visão, mesmo quando não concordar com alguém acima da cadeia hierárquica. Afinal, se houver confiança, ela estará acima de suas crenças, pois se subentende que ele está vendo algo que ainda não existe aparentemente. Esse desejo é que faz aguentar o treinamento árduo e doloroso, mesmo quando é considerado inadequado. À medida que resistir ao desconforto e superá-lo, perceberá o quanto valeu a pena e isso fortalecerá o respeito e o entendimento dessa necessidade. O respeito desse lema está relacionado à humildade e confiança.
Hitotsu, Kekki no yu o imashimuru koto “Não lutar sem necessidade, mas se precisar lute até o fim.” Shihan Yasutaka Tanaka
Novamente retorno a pergunta, qual o seu propósito? É necessário entender algumas diferenças culturais, pois o ocidental não tem a habilidade de ver o que realmente o oriental está fazendo por ser independente da experiência e sim da ação por si só. Primeiramente, é necessário observar o que leva a dar o golpe e isso está relacionado ao seu propósito. Apenas observando e analisando essas ações será possível gerar tal entendimento. Se nos basearmos nos princípios Zen fica ainda mais difícil, devido ao preceito de não matar ou simplesmente de prejudicar. Acredito que a única forma de evitar com que isso aconteça é não deixar chegar nesse ponto e isso somente será possível com a sabedoria de prever possibilidades (mikiri). Outro ponto importante é a capacidade de treinar paciência e isso só ocorrerá diante de uma situação oposta a seu caminho. Esse espírito de não agressão é que o manterá no verdadeiro caminho correto, evitando que use artifícios inadequados para benefício próprio, como mentir ou roubar durante uma competição. Particularmente, acredito que isso é a verdadeira definição da palavra karatê (mãos vazias). Como mencionado anteriormente, todos esses lemas devem ser aplicados simultaneamente, como se fossem únicos. Em cada descrição existe uma interelação pelo fato de um complementar o outro. Deste modo, para aplicar o Dojô Kun é necessário conhecer cada um na teoria e aplicar como um todo na prática. A partir do momento que isso se torna possível qualquer outra situação (qualquer mesmo) pode ser associada nesse conjunto e essa manutenção fará com que tudo se torne único e assim será possível vivenciar o verdadeiro ippon. Desta forma, entendendo o
real significado de Zen é possível conhecer o Dô. Apesar do treinamento forte e árduo, a prática em si deve ser leve e sem esforço, onde os movimentos devem fluir como um rio percorre seu caminho, ou seja, de forma natural (oyo) como acontece na natureza. Este fluxo percorre em um sentido apenas, sempre pra frente, na direção do caminho correto e qualquer força que se oponha a esse fluxo deve ser eliminada com apenas um golpe (ikken hissatsu). O equilíbrio é a base do Zen, portanto a força não deve ser excessiva para não lesionar e nem deficiente para não dar oportunidade ao inimigo. Essa perfeição deve ser a razão de tudo isso.
Guaraci Ken Tanaka é
Fisioterapeuta Especializado em Acupuntura, Traumato Ortopedia e Neurociências Pesquisador dos efeitos neurobiológicos da meditação (UFRJ) www.acupunturatanaka.com.br
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cria novo conceito de competição POR FERNANDO
OLLER
| FOTO PAULO FISCHER
Público lota Ginásio Mauro Pinheiro na 2ª edição do War Fighting - Combates de MMA Simultâneos, e empolgaram o público
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O Ginásio de Esportes Mauro Pinheiro recebeu no último sábado (19) a 2ª edição do evento War Fighting, competição que reuniu 30 competidores divididos em 6 equipes com atletas de MMA e paintball. Foi montada uma mega estrutura e o público presente, 2600 pessoas, lotou o ginásio e pode ver de perto um verdadeiro show. O sucesso do evento é tão grande que a expectativa é que ainda em 2014 aconteçam mais três edições com cenários diferenciados, já que este teve como tema o Velho Oeste. As equipes foram formadas por atletas de grandes escolas e academias de artes marciais de São Paulo e atletas do cenário de Paintball. Cada equipe teve competidores de 60, 70, 80, 90 e 100 kg. O evento foi dividido em duas etapas. Na 1ª etapa os atletas se enfrentaram pelas regras originárias do Paintball. O tempo foi de 10 minutos corridos, com um limite de 100 bolas para cada competidor, não podendo os competidores atingidos continuar em atividade. Na 2ª etapa os combates ocorreram simultaneamente em um único “round” de 10 minutos ininterruptos. Esta edição teve pela primeira vez a participação de atletas femininas nas equipes. No combate entre Roberta Marrenta e Daniela Cunha, foi Daniela quem venceu. A expectativa é que para as próximas edições mais mulheres sejam convidadas para participar do evento. O War Fighting foi desenvolvido para inovar e dinamizar o esporte, permitindo que atletas possam competir em primeira instância nas regras dos esportes com equipamentos denominados de “marcadores”, permitindo que os mesmos utilizem-se de estratégias de combate de guerra. Na sua segunda parte os mesmos enfrentam-se da maneira mais tradicional e originária deste mundo, que é a luta corporal, utilizando-se dos seus conhecimentos oriundos das mais diversas modalidades de luta.
Campeões e dirigentes avaliam segunda edição do War Fighting Roberto Godoy, um dos produtores e organizadores da nova modalidade falou sobre os objetivos da competição. “Nossa proposta contém um novo formato de competição. Esta era a ideia do Mauzler quando criou este formato de disputa. Na verdade a luta faz parte de um show que envolve cenário, produção, iluminação, figurinos e coreografia. Os combates acontecem em meio a tudo isso, e o evento acaba agradando o público jovem, adulto e até infantil”. O dirigente falou qual é o ponto alto da competição. “Na verdade apresentamos um espetáculo fundamentado na competição, e neste contexto as disputas de paintball foram o ponto alto do evento.” A segunda edição do War Fighting apresentou um diferencial com a participação de Daniele e Roberta, duas representantes da categoria feminina que estreou muito bem representada por duas grandes lutadoras, mas nos tatamis Daniele da Cunha Lima levou a melhor e conquistou a primeira de ouro War Fighting feminino. E após a premiação a atleta da Fight Point Academia, que defendeu a equipe cowboys, avaliou a experiência inédita. ‘’Este evento traz uma nova proposta e foca também um público diferente daquele que frequenta as competições tradicionais. Aqui você assiste a um
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espetáculo com batalhas, lutas e acima de tudo, muita ação. Penso que só luta acaba cansando o espectador e essa movimentação toda faz com que a atenção do publico redobre nas áreas. Na verdade é uma mistura de luta e espetáculo, num evento extremamente organizado.” Sérgio Ferreira Silva foi outro gigante da equipe cowboys que gostou do formato que possibilita combates fora do octógono. “Sou atleta da Academia Godoy e acho que este formato quebra a rotina de tudo aquilo que estamos acostumados a ver. A competição é muito mais dinâmica, e a ideia de incluir o paintball transformou a competição num espetáculo muito interessante, e nos recoloca bem mais próximos das modalidades tradicionais.” Mauzler Paulinetti explicou porque criou esta nova competição. “Nossa proposta era criar um novo conceito de luta e combate. Algo dinâmico que saísse daquela mesmice que estamos acostumados a ver e fazer. Fomos pioneiros na realização de competições de luta, e já há quase 20 anos realizamos várias edições do Free Style, evento gigantesco nos moldes MMA, que é feito hoje.” O dirigente enfatizou que o War Fighting é um entretenimento para toda a família. “Nossa proposta prioriza o atleta. Não queremos aquilo das modalidades de luta digladiando-se. Vamos promover as modalidades e as artes marciais, mas sem aquilo de enfrentamentos estéreis, pois hoje entendemos que existe espaço para todos. O War
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Fighting veio para agregar qualidade e abrir um novo espaço paro nosso segmento, mas dentro de um novo contexto: do espetáculo, do show e da qualidade. Pensamos um evento para família, e pelo que vimos nas arquibancadas do ginásio Mauro Pinheiro, acho que todos gostaram. Além das competições, outra novidade do evento foram as atrações nos intervalos que animaram o público como: dança, shows de cancan e apresentação de chicotes, tudo no estilo Velho Oeste. O War Fighting é uma realização da AJJPE (Associação de Jiu Jitsu Pró-Esportivo) com apoio da SEME, Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação.
Daniele da Cunha Lima
Sérgio Ferreira Silva
141 Mauzler Paulinetti e Roberto Godoi
RESULTADOS 1º embate Equipe Cowboys - 14 pontos Equipe Apaches - 06 pontos 2º embate Equipe Comanches - 11 pontos Equipe Cherokee - 03 pontos 3º embate Equipe Confederados - 11 pontos Equipe Sherifes - 03 pontos Equipes APACHE Roberta Marrenta (até 60Kg - Muai Thay e Jiu Jitsu - Profissional no MMA) Lindeclecio Bruto (até 70Kg Muai Thay e Boxe - Profissional no MMA) Clayton Iron (até 80Kg - Muai Thay e Jiu Jitsu - Profissional no MMA) Erick Pimenta (até 90Kg - Muai Thay e Jiu Jitsu - Debutante no MMA) Salvador Minuti (até 100Kg - Muai Thay e Jiu Jitsu - Profissional no MMA) COMANCHE Euclides Viana (até 60Kg - JiuJitsu e Muai Thay - Profissional no MMA) Marco Aurélio (até 70Kg - JiuJitsu e Muai Thay - Profissional no MMA) David (até 80Kg - JiuJitsu e Boxe - Debutante no MMA) Thiago Lopes (até 90Kg - JiuJitsu e Muai Thay - Profissional no MMA) Marcelo Cruz (até 100Kg - JiuJitsu e Muai Thay - Profissional no MMA) CHEROKEE Wilson Luiz (até 60Kg - JiuJitsu e Muai Thay - Debutante no MMA) Lucas Moraes (até 70Kg - JiuJitsu e Muai Thay - Profissional no MMA) Renato Gomes (até 80Kg - JiuJitsu e Muai Thay - Profissional no MMA) Aldo Sutão (até 90Kg - JiuJitsu e Muai Thay - Profissional no MMA) Rafael Atílio (até 100Kg - JiuJitsu e Muai Thay - Profissional no MMA) COWBOYS Daniela Cunha (até 60Kg - JiuJitsu e Muai Thay - Profissional no MMA) Clécio Cardoso (até 70Kg - JiuJitsu e Muai Thay - Profissional no MMA) Sérgio Ferreira (até 80Kg - JiuJitsu e Muai Thay - Profissional no MMA) Marcos Teixeira (até 90Kg - JiuJitsu e Muai Thay - Profissional no MMA) Wagner Jacó (até 100Kg - JiuJitsu e Muai Thay - Debutante no MMA) SHERIFF Samuel Silva (até 60Kg - JiuJitsu e Boxe - Profissional no MMA) Wagner Bahiano (até 70Kg - JiuJitsu e Boxe - Profissional no MMA) Paulo Surian (até 80Kg - JiuJitsu e Boxe - Profissional no MMA) José Ricardo (até 90Kg - JiuJitsu e Boxe - Profissional no MMA) Alex Kiko (até 100Kg - JiuJitsu e Boxe - Profissional no MMA) CONFEDERADOS Paulo Ricardo (até 60Kg - JiuJitsu e Muai Thay - Debutante no MMA) José Carlos (até 70Kg - JiuJitsu e Muai Thay - Debutante no MMA) Otávio Henrique (até 80Kg - JiuJitsu e Muai Thay - Profissional no MMA) Alexandre Jesus (até 90Kg - JiuJitsu e Muai Thay - Profissional no MMA) Rogério Pinheiro (até 100Kg - JiuJitsu e Muai Thay - Debutante no MMA)
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Nome da Academia Bang Taekwondo Club Academia AMW Sports • Spah Center Academia Atividade (TKD Bang) Academia Bebedouro TKD Bang Academia Belmiro Giordani Academia Central Team Mauá Academia de Taekwondo Leopardo Academia Frente a Frente Taekwondo Cotia Academia Ipiranga Academia OTC Carlos Costa Academia Studio das Lutas Rio Claro Associação Alto Rendimento TKD Sorocaba Associação Bandeirantes Taekwondo Associação de Taekwondo de São Paulo Associação Desportiva Taekwondo Itu Associação Deuilson Lima Taekwondo Associação Fúria Taekwondo Associação Miyamoto de Taekwondo Associação Rodney Taekwondo Santos • Guarujá Associação Seon de Taekwondo Clube Associação Weleder Lourenço Bang Garça Bang Oriente Bang Paraguaçu Paulista Bang Presidente Prudente Bang Santa Antonieta Bang Vera Cruz Casa do Pequeno Cidadão Unidade 3 Casa do Pequeno Cidadão Unidade 4 Casa do Pequeno Cidadão Unidade Nóbrega Círcolo Italiano São Caetano do Sul Clube Campineiro de Regatas e Natação CTTKD Irmãos Milesi ECN - Juventus Academia Matrix Equipe Hwarang-do Equipe Sander Sport de Taekwondo Fundesport Bang Araraquara I.T.A.M Taekwondo Jackson de Oliveira Instituto AFG Ivanildo Taekwondo Joyce Taekwondo Korak Taekwondo Liga Vale-paraibana de Artes Marciais Marquinhos Taekwondo Team Massa Team NTKD Combate de Taekwondo Prefeitura Municipal de Indaiatuba Prefeitura Municipal de Vargem Grande Paulista Programa Atleta Cidadão Projeto Raça – Prefeitura de Hortolândia Ribeirão TKD Bang Rogério Botelho Taekwondo Santo André TKD Scorpions Taekwondo Team Secretária de Esportes de Ribeirão Pires Serrana Taekwondo Bang Sociedade Esportiva Palmeiras Sport Club Corinthians Paulista Taekwondo Maninho TKD Du Sol Team Vinhedo Taekwondo
Nome da Academia Bang Taekwondo Club Academia AMW Sports • Spah Center Academia Atividade (TKD Bang) Academia Bebedouro TKD Bang Academia Belmiro Giordani Academia Central Team Mauá Academia de Taekwondo Leopardo Academia Frente a Frente Taekwondo Cotia Academia Ipiranga Academia OTC Carlos Costa Academia Studio das Lutas Rio Claro Associação Alto Rendimento TKD Sorocaba Associação Bandeirantes Taekwondo Associação de Taekwondo de São Paulo Associação Desportiva Taekwondo Itu Associação Deuilson Lima Taekwondo Associação Fúria Taekwondo Associação Miyamoto de Taekwondo Associação Rodney Taekwondo Santos • Guarujá Associação Seon de Taekwondo Clube Associação Weleder Lourenço Bang Garça Bang Oriente Bang Paraguaçu Paulista Bang Presidente Prudente Bang Santa Antonieta Bang Vera Cruz Casa do Pequeno Cidadão Unidade 3
Cidade Marília São Paulo – Vila Invernada Marília Bebedouro Santos Mauá Suzano Cotia São Paulo – Ipiranga Campinas Rio Claro Sorocaba Bauru Americana Itú São Vicente Suzano São Paulo – Vila Santana Santos Taboão São Vicente Garça Oriente Paraguaçu Paulista Presidente Prudente Marília Vera Cruz Marília Marília Padre Nóbrega São Caetano do Sul Campinas São Miguel Paulista São Paulo – Pq. da Mooca São Paulo – Brooklin Vargem Grande do Sul Marília Araraquara Praia Grande Santos São Paulo – Jardim Satélite Biritiba Mirim São Carlos São José dos Campos São Paulo – Jd. Paulistano São Paulo – Vila Silva Teles São Vicente Indaiatuba Vargem Grande Paulista São José dos Campos Hortolândia Ribeirão Preto Praia Grande Santo André Itu Ribeirão Pires Serrana São Paulo – Perdizes São Paulo – Tatuapé Mogi das Cruzes Jacareí Vinhedo
Cidade Marília São Paulo – Vila Invernada Marília Bebedouro Santos Mauá Suzano Cotia São Paulo – Ipiranga Campinas Rio Claro Sorocaba Bauru Americana Itú São Vicente Suzano São Paulo – Vila Santana Santos Taboão São Vicente Garça Oriente Paraguaçu Paulista Presidente Prudente Marília Vera Cruz Marília
Telefone (14) 99761-9598 (11) 2028-5778 (14) 98133-2040 (17) 99131-6301 (13) 3011-3326 e 99149-2126 (11) 4519-5594 e 97193-2606 (11) 3433-5231 e 47342-3843 (11) 4242-0357 e 97348-3995 (11) 5062-3675 (19) 3227-2777 (19) 98182-6518 e 3533-3114 (15) 3017-2462 e 99635-3757 (14) 3204-8834 (19) 3601-0563 e 98361-7154 (11) 4013-0587 e 982235058 (13) 3463-6601 e 9961-1671 (11) 4744-4947 e 98599-8320 (11) 99173-2996 (13) 3236-4096 e 7811-1230 (11) 4092-2345 (13) 3464-5590 e 99122-4185 (14) 99761-9598 (14) 99761-0167 (18) 99745-3190 (18) 99745-3190 (14) 99660-9519 (14) 98145-7875 (14) 98223-1206 (14) 98199-6837 (14) 99691-6157 (11) 98445-2056 e 4238-5693 (19) 3794-2700 (11) 2033-0271 (11) 98390-6850 e 4224-2291 (11) 5044-9827 (19) 3641-5029 (14) 3454-4669 e 98119-5245 (16) 3332-3122 e 99183-4712 (13) 3471-4939 e 99783-1845 (13) 3251-2000 (11) 99619-9302 (11) 4791-3842 e 4692-1503 (16) 3419-8666 (12) 98178-9997 e 3901-7336 (11) 3813-5403 e 7771-3019 (11) 2566-4420 e 98139-8275 (13) 3021-7828 (19) 3825-6270 (11) 4158-3360 (12) 3932-8700 e 99161-8088 (19) 99628-9975 (16) 99213-7636 (13) 3472-2647 (11) 98047-9151 (12) 2093-0382 e 95276-4965 (11) 4519-5594 e 97183-2602 (16) 3987-7777 e 99276-3333 (11) 97248-0678 e 3874-6500 (11) 94124-3450 (11) 2312-2980 e 2378-5662 (12) 99721-4155 e 98160-7975 (19) 99123-9107 e 99241-4938
Telefone (14) 99761-9598 (11) 2028-5778 (14) 98133-2040 (17) 99131-6301 (13) 3011-3326 e 99149-2126 (11) 4519-5594 e 97193-2606 (11) 3433-5231 e 47342-3843 (11) 4242-0357 e 97348-3995 (11) 5062-3675 (19) 3227-2777 (19) 98182-6518 e 3533-3114 (15) 3017-2462 e 99635-3757 (14) 3204-8834 (19) 3601-0563 e 98361-7154 (11) 4013-0587 e 982235058 (13) 3463-6601 e 9961-1671 (11) 4744-4947 e 98599-8320 (11) 99173-2996 (13) 3236-4096 e 7811-1230 (11) 4092-2345 (13) 3464-5590 e 99122-4185 (14) 99761-9598 (14) 99761-0167 (18) 99745-3190 (18) 99745-3190 (14) 99660-9519 (14) 98145-7875 (14) 98223-1206
FEDERAÇÃO PAULISTA DE KARATÊ
INOVA E CRIA COMISSÃO DE PAIS POR PAULO
PINTO
| FOTO BUDÔ PRESS
Mostrando sensibilidade e altruísmo, a diretoria da Federação Paulista de Karatê (FPK) criou uma comissão de pais. Além de ser um exercício democrático, esta decisão aponta para uma forma de gestão desportiva moderna e participativa. As modalidades de luta – e em especial o karatê, o judô e o taekwondo – têm em comum a grande participação dos pais, que frequentemente acompanham os filhos, seja no treinamento, seja nos dojôs ou nas competições que invariavelmente demandam estrutura e logística. Entretanto, mesmo empenhados no dia a dia, levando e trazendo os filhos para todos os compromissos, na hora da competição os pais nunca ultrapassam os limites das arquibancadas, e nem poderia ser diferente. Mas o envolvimento e o comprometimento dos pais ultrapassam todo e qualquer limite, já que o principal suporte que os atletas recebem é sempre o da família. Há alguns anos, porém, esta história começou a ser desenhada de forma distinta no karatê paulista, e hoje os pais dos atletas filiados à entidade participam do processo oferecendo e recebendo suporte da FPK, o que facilitou sobremaneira a vida dos familiares e também dos dirigentes. Este trabalho começou em 2010, quando um grupo de pais se reuniu e levou aos dirigentes um pacote de sugestões que, acima de tudo, visavam a dar suporte às equipes paulistas nas competições nacionais. Após dois anos de atividade extraoficial, José Carlos de Oliveira, presidente da FPK, decidiu que havia chegado o momento de formalizar essa prática, criando a comissão de pais da FPK, formada justamente pelo grupo que há dois anos militava na otimização das
ações em torno das seleções do Estado de São Paulo. Os membros indicados para a comissão foram Cristiane Camargo de Oliveira, de Praia Grande; Sandra Siqueira, de Jundiaí; Regina Santos, de Cubatão; Alice Rocha, de Praia Grande; e Ossamu Hojo, de São Carlos. Naquele momento a principal função do grupo era apoiar e dar subsídios a todos os membros das equipes que representam São Paulo em competições nacionais: atletas, árbitros e membros da comissão técnica. Cristiane Camargo explicou que a criação da comissão aconteceu pela iniciativa de Pedro Oshiro, ex-presidente da entidade, que sugeriu que cada pai ou mãe de atleta fizesse suas reivindicações. “Na verdade, tivemos a iniciativa de levar algumas reivindicações à diretoria da FPK porque ela sempre foi muito acessível e sensível às nossas sugestões. Os dirigentes sempre nos escutaram e nos motivaram a participar do processo de forma transparente e democrática.” Ela lembrou que o principal objetivo era organizar e formalizar as reivindicações. “Inicialmente buscávamos levar sugestões de mudança, tomando o cuidado de blindar nossos filhos, pois não sabíamos como os dirigentes reagiriam à nossa iniciativa. Agindo com cautela e respeito, acabamos recebendo um apoio cada vez maior das mães e da diretoria da FPK.” Alice Rocha falou como se deu a criação da comissão de pais. “Na época, José Car-
Cristiane Camargo
Alice Rocha
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los era vice-presidente da FPK e abriu esta porta de diálogo entre nosso grupo e a entidade. Fomos atuando informalmente até o ano passado, quando houve eleição e José Carlos assumiu a presidência. A partir daí a comissão de pais da FPK começou a atuar oficialmente.” Regina Santos explicou quais foram as principais conquistas do grupo. “Houve várias ações que têm agradado muito. Entre elas as mudanças na estrutura dos campeonatos e um maior apoio aos atletas. Mas a mudança mais emblemática refere-se à isenção de taxas para os campeões de cada classe e categoria de peso.” Regina enfatizou que o comprometimento do dirigente da entidade é fator preponderante nas conquistas do grupo. “O José Carlos está sempre aberto a sugestões e isso tem facilitado muito o relacionamento. Quando existe algum problema, os pais se reportam primeiramente a nós e, depois de estudarmos cada caso, levamos ou não a reivindicação adiante.” Por entenderem que somente estando à beira do koto poderão acompanhar todas as questões pertinentes aos atletas, o grupo formado por cinco pais faz questão de manter presença em todas as competições estaduais e nacionais. A relação entre a diretoria da FPK e os membros da comissão de pais caminha tão bem que, no fim da temporada passada, os membros da comissão prestaram homena-
Regina Santos
gem a vários dirigentes, entre os quais Valmir Zuza, diretor técnico; Marina Gusson, psicóloga do projeto piloto; Pedro Hidekasu Oshiro, vice-presidente; e José Carlos Gomes de Oliveira, presidente da FPK. Um ponto mais importante para os membros da comissão de pais da FPK foi o excelente serviço prestado por Júlio Pereira, diretor da agência Método Turismo, que acompanha as delegações das categorias menores. O trabalho desenvolvido pela empresa permite hoje que os pais não tenham mais de acompanhar seus filhos nas competições realizadas fora do Estado.
Dirigente exalta a importância desta parceria José Carlos de Oliveira falou sobre as atribuições da comissão de pais da FPK. “A principal função do grupo é colaborar nas atividades da seleção paulista de karatê dentro e fora do Estado, além de participar ativamente nas decisões dos pacotes de viagem, ajudando escolher as melhores opções para os atletas. Mas eles sempre acabam fazendo sugestões que oportunamente são avaliadas por nossa diretoria.” O dirigente destacou a importância de uma participação maior dos pais. “Achávamos que faltava mais envolvimento dos pais dos atletas nas ações e eventos da FPK, já que grande parte deles sempre marca presença nas competições, nos treinamentos e viagens. Participavam indiretamente das atividades, mas não tinham um conhecimento maior do processo que cada ação demanda. Daí surgiu a ideia de uma aproximação maior, e acabamos criando este departamento. Hoje todos nós colhemos frutos positivos dessa parceria.” Para o presidente da FPK, a atuação da comissão é de fundamental importância. “Penso que toda unanimidade é no mínimo perigosa. A criação da comissão de pais, acima de tudo, é um exercício democrático e aponta para uma forma de gestão desportiva mais participativa. Felizmente os resultados superaram as expectativas, o que nos permite pensar um futuro ainda melhor.”
Cristiane Camargo entrega homenagem a José Carlos
Cristiane Camargo entrega homenagem a Pedro Oshiro
Cristiane Camargo, Alice Rocha e Regina Santos
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21º TORNEIO ESTÍMULO DA BOSCH RATIFICA SUA TRADIÇÃO NO JUDÔ PAULISTA POR PAULO
Campinas (SP) - No dia 18 de março a Associação de Funcionários da Robert Bosch – Campinas realizou o Torneio Estímulo 2014, uma das competições mais tradicionais do calendário paulista. O certame, que neste ano completou sua 21ª edição, foi brilhantemente organizado pelo professor Mauro Cazetto e contou com o apoio de Celso de Almeida Leite, competentíssimo delegado da 15ª DRJ – Grande Campinas. Além dos mais de 700 atletas inscritos, a competição registrou a presença dos professores kodanshas Stanley Virgílio, Gerardo Siciliano, Valdir Melero, Odair Borges, Antônio Ruas Júnior, Mercival Daminelli e Francisco de Carvalho. Outra presença marcante foi a de Adalberto Manoel, presidente da Associação dos Funcionários da Robert Bosch – Campinas. Ao todo 86 árbitros atuaram na competição que, em função de ser realizada num antigo armazém da empresa, de dimensões reduzidas, transcorreu em dois dias. Adalberto Manuel explicou por que a empresa já mantém este evento por mais de duas décadas. “A associação foca o lazer e o bem-estar dos funcionários da empresa. Sabemos que eles enfrentam uma rotina diária imensa e buscamos oferecer alguma forma de lazer e descontração a todos. Antes ha-
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BUDÔ PRESS
via apenas o futebol, mas depois percebemos que nem todos participavam desta atividade e por isso criamos os departamentos de judô, vôlei e basquete, com sucesso enorme. E por que nós temos todo este carinho com o judô? Porque entendemos que, em função da disciplina e de todo o conteúdo filosófico, este é o único esporte que oferece outro tipo de formação para a sociedade.” Mauro Cazetto, professor de judô da empresa e responsável pela realização do evento, falou sobre a proposta da competição. “Sou professor e o coordenador de judô da empresa. Comecei no judô aqui em 1972, como aluno, e em 1988 voltei como professor. Sou 3º dan e já realizamos este torneio há 21anos. A competição ocorre de forma ininterrupta e sua proposta é servir de preparo para a pré-temporada dos atletas, sendo o único torneio aberto com repescagem.” Francisco de Carvalho, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), compareceu à abertura da competição e em seu pronunciamento destacou a tradição e a importância do torneio no calendário da Federação Paulista de Judô (FPJ). “Quero parabenizar o Adalberto Manuel e o Mauro Cazetto por realizarem um evento importantíssimo na abertura do calendário esportivo de cada temporada. Parabenizo também o Celso de Almeida Leite, nosso delegado desta região,
pelo esforço despendido na condução do judô desta região, e a quem cabem ainda os cumprimentos pelo sucesso desta competição. Faço uma homenagem especial ao professor kodansha Stanley Virgílio, por sua obra no campo da literatura esportiva, tendo lançado várias publicações voltadas ao judô. Além de produzir grandes atletas, a 15ª delegacia possui professores que engrandecem nosso esporte com o trabalho que desenvolvem.” Um marco do evento foi a homenagem prestada pela revista Spirit of Judo ao professor kodansha Mercival Daminelli, pelos relevantes serviços prestados ao desenvolvimento do judô paulista nos 50 anos atuando nos tatamis. Bastante emocionado, Daminelli falou sobre a premiação recebida. “Atuamos no judô por mais de meio século, mas fazemos este trabalho porque gostamos do judô e sabemos que por meio dele podemos me-
lhorar o mundo em que vivemos. Não esperava este reconhecimento, mas fico muito feliz pela lembrança e parabenizo nossos colegas por esta grande iniciativa.”
Classificação final 1º – São João Tênis Clube (APAJA) – Atibaia 2º – Associação Marcos Mercadante – Araras 3º – Associação Amigos do Judô de Itapira – Itapira 4º – Clube Concórdia/Ômega Academia – Campinas 5º – A.D.C. Santana – Pedreira 6º – Círculo Militar de São Paulo 7º – Itapira Atlético Clube – Itapira 8º – Associação Trajano Center – Vinhedo 9º – Associação Nissi de Judô – Paulínia 10º – Ponte Preta – Campinas
Os professores kodanshas Stanley Virgílio, Mercival Daminelli e Odair Borges
Mauro Cazetto e Chico do Judô
8 O professor kodansha Antônio Ruas Júnior, uma das maiores referências do judô da Grande Campinas e o amigo Chico do Judô
Mercival Daminelli, Chico do Judô, Masatoshi Shiroma e Ademir Nora
Chico do Judô e o professor Pedro Ribeiro
Paulo Pi e o amigo Chico do Judô
Chico do Judô e Alexandre De Carvalho
Chico do Judô e Adriano Yamamoto
Celso de Almeida Leite, o competente delegado da 15ªDRJ , com os professores kodanshas Valdir Melero, Odair Borges, Mercival Daminelli, Francisco de Carvalho Filho, Stanley Virgílio e Gerardo Siciliano
Bastante emocionado o sensei Mercival Daminelli recebe a homenagem feita pela revista Spirit of Judo
Chico do Judô e Acácio Rodrigo
Chico do Judô e Rodolfo Lavouro
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COPA SÃO PAULO SURPREENDE MAIS UMA VEZ POR PAULO
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| FOTO CRISTIANE ISHIZAVA
Maior competição pan-americana aberta de clubes abrangeu novas disputas e abriu o calendário de eventos da Federação Paulista de Judô.
Adilson Barroso, presidente do PEN
Francisco de Carvalho, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô
José Alexandre Pena, secretário de Esporte e Lazer de São Bernardo
São Paulo (SP) - Com mais 3 mil atletas inscritos e mais de 17 Estados participando da disputa, a Federação Paulista de Judô (FPJ) manteve a extensa grade de competições, que foram realizadas nas seguintes classes: nage-no-kata, ju-no-kata, katame-no-kata, kime-no-kata, kodokan-goshin-jitsu, shiai no máster feminino e masculino, sub 11, sub 13, sub 15, sub 18, sub 21 e sênior. Esta edição da competição foi realizada em apenas 12 áreas, mas apresentou grande evolução na questão organizacional. Avanços que ratificam a pujança do Estado e reafirmam a Copa São Paulo como o maior certame pan-americano interclubes da modalidade. Foram três dias de competição no ginásio poliesportivo Adib Moysés Dib, em São Bernardo do Campo, e a disputa por medalhas teve início na sexta-feira, 21 de março, com nage-no-kata, katame-no-kata, ju-no-kata, kime-no-kata e kodokan goshin jitsu. O coordenador de cursos da FPJ, Luís Alberto dos Santos, destacou a importância da permanência destas disputas na Copa São Paulo. “A manutenção do kata na competição é de suma importância, principalmente por incluir cinco modalidades de disputa; isso só é realizado em São Paulo. No geral vimos duplas muito bem preparadas e professores que treinam semanalmente ou quase diariamente, o que tem elevado o nível do kata paulista.” Mais uma vez Luís Alberto lamentou a falta de interesse de alguns professores em divulgar e ensinar o kata. “O interesse parte de quem conhece. Quem não conhece acaba de alguma forma boicotando, até inconscientemente, por falta de conhecimento. Mas o kata nada
Toshinobu Tsuboi cônsul do Japão no Brasil e Francisco de Carvalho
Clóvis Volpi, secretário adjunto de Esporte, Lazer e Juventude de São Paulo
Adilson Barroso, Francisco de Carvalho e João Carlos Favaro, presidente do diretório do PEN de Maúa
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mais é do que o fundamento do judô, e quem não o pratica não pode conhecer os fundamentos de nossa modalidade.” Na sequência do kata, começaram as disputas do shiai máster, que este ano teve participação recorde de atletas. No segundo dia de competição ocorreram as disputas nas classes sub 11, sub 13 e sênior, depois da cerimônia de abertura, na qual, além da distribuição de muitos prêmios ao público, houve grande presença de autoridades esportivas e políticas que assistiram à brilhante apresentação de taikô kiendaiko, que mais uma vez emocionou a plateia. Entre as autoridades encontravam-se Francisco de Carvalho, vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô; Toshinobu Tsuboi, cônsul do Japão no Brasil; Geraldo Bernardes, professor kodansha ex-técnico da seleção brasileira de judô; os atletas olímpicos Carlos Honorato, Henrique Guimarães e Frederico Flexa; Adilson Barroso, presidente nacional do PEN; Luis Iwashita, presidente da Federação de Judô do Paraná; Clóvis Volpi, secretário adjunto de Esporte, Lazer e Juventude de São Paulo; José Alexandre Pena Devesa, secretário de Esporte e Lazer de São Bernardo; João Carlos Favaro, presidente do diretório do PEN de Mauá; Jairo Figueiredo, presidente da Federação Paulista de Kung Fu; Nelson Gil, assistente técnico da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude; Emílio Moreira, representante da federação do Maranhão; Maria Salete Cassemiro, da coordenadoria de Esporte e Lazer do Governo de São Paulo; José Luiz Ferrarezi, do governo de São Bernardo do Campo; Alessandro Puglia, presidente da FPJ; dezenas de kodanshas e vários delegados regionais. No terceiro dia de competição foi a vez dos atletas do sub 15, sub 18 e sub 21, que realizaram disputadas acirradas, proporcionando belos ippons e empolgando o grande público presente. Antes, porém, houve uma apresentação de ju-no-kata sincronizado, com seis duplas de judocas que prestaram uma homenagem ao professor Massao Shinohara, que devido a problemas de saúde não pôde comparecer. A apresentação foi efetuada pelos seguintes toris e ukes: Dante Kanayama e Rioiti Uchida; Masahiro Yanaguimori e Jiro Aoyama; Belmiro Boaventura e Vinicius Erchov; Eduardo Kitadai e Nelson Koh; Leonardo Yamada e Caio Kanayama; Marcus Michelini e Roberto Carlos. Quando os atletas das classes sub 15, sub 18 e sub 21 estavam perfilado foi apresentado um vídeo produzido pela equipe do Judô ao Vivo, com a retrospectiva das competições realizadas em 2103, com os melhores 150 ippons da temporada. Toda a competição foi projetada em telão e foi transmitida ao vivo pela internet. Francisco de Carvalho Filho, o Chico do Judô, comemorou o sucesso de mais uma edição da Copa São Paulo. “Tivemos um número aproximado de 3 mil judocas inscritos. Mas acho que não podemos ter muitos atletas
Mauzler Paulinette
Nelson Gil
Os professores kodanshas Francisco de Carvalho e Geraldo Bernardes
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José Luiz Ferrarezi
Luiz Iwashita, Francisco de Carvalho ,Yoshiyuki Shimotsu e Michiraro Sogabe
mais, para não tornarmos o evento inviável ou termos de aumentar os dias de disputa. Elevar o número de áreas é impossível porque administrar 12 áreas simultaneamente exige enorme complexidade. Realizamos o evento em três dias e em minha análise a organização está dentro daquilo que havia sido planejado.” Feliz com o sucesso do evento, Alessandro Puglia fez um agradecimento a todos que participaram, competindo ou acompanhando as lutas, bem como a toda a equipe técnica que atuou na competição. “Comprometimento, somado ao respeito e ao trabalho, resulta em sucesso.”
Francisco de Carvalho, Jairo Figueiredo e Adilson Barroso
José Jantália e Toshinobu Tsuboi cônsul do Japão no Brasil
Francisco de Carvalho e Maria Salete Cassemiro
Toshinobu Tsuboi, Paulo Di Nizzo e Jairo Figueiredo
Alessandro Puglia entrega homenagem a Toshinobu Tsuboi
Os professores kodanshas Francisco Arroio e Chico do Judô
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Esporte Clube Pinheiros é campeão da Copa São Paulo 2014 Ao todo 161 equipes inscreveram-se no certame, mas apenas 61 clubes pontuaram, e na contagem geral o Pinheiros foi o grande campeão, somando 75 pontos com 12 medalhas de ouro, quatro de prata e três de bronze. A vice-campeã foi a equipe do Instituto Reação, do Rio de Janeiro, que somou 50 pontos com cinco ouros, cinco pratas e dez bronzes. O terceiro colocado foi o SESI-SP que somou 49 pontos com seis ouros, cinco pratas e quatro bronzes. O fator primordial da Copa São Paulo é o intercâmbio técnico que ela oferece a milhares de atletas da base, e neste ano vimos também em São Bernardo os maiores representantes do judô brasileiro, como as equipes do Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Goiás, importantes centros judô verde e amarelo. Emílio Moreira, presidente da comissão de graduação da Federação Maranhense de Judô, ressaltou o orgulho dos maranhenses de poderem participar da Copa São Paulo. “É o maior evento da América Latina, e o Maranhão estar presente é de suma importância no sentido organizacional e técnico.”
Técnicos e dirigentes avaliam a competição Para o professor Carlos Camilo, da Sogipa (RS), a Copa São Paulo oferece grade intercâmbio técnico. “Viemos com 20 atletas e esta é uma competição que serve para avaliar os atletas para as competições de grande porte, já que a Copa São Paulo é uma competição muito forte. Além de serem testados eles fazem um grande intercambio com atletas experientes e de diversas procedências”. Para Altino de Campos de Goiás, a Copa São Paulo é um grande termômetro. “Trouxemos 11 atletas e entendemos que este campeonato é um grande laboratório que serve como termômetro para avaliarmos o nível do judô no Brasil. Dou nota 10 para este evento. No campo técnico ele agrega muita experiência, pelo fato dos atletas poderem lutar com vários atletas bons. Este é um evento que já faz parte do calendário de nossa escola”. O sensei Fred Guerra do SESI - Tocantins, percorreu um longo percurso para chegar a São Bernardo do Campo, com 6 atletas, e além de ter dito que valeu a pena, Fred prometeu voltar em todas as edições. “A copa São Paulo foi colocada definitivamente em nosso calendário, pois aqui encontramos atletas que estão chegando e os que já estão no circuito nacional do judô. Esta troca oportuniza um intercâmbio gigantesco. Além de ser um campeonato extremamente
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motivacional ele serve como preparação para outras competições. Geograficamente estamos mais isolados o que dificulta o acesso a atletas que buscam ascensão e aqui temos a oportunidade de pegar no kimono, sentir o treinamento desses atletas, trocar golpes com eles. Podemos aprender um pouco mais para seguir adiante”. O professor kodansha Geraldo Bernardes do Instituto Reação, do Rio de Janeiro foi ao ABC paulista com 66 atletas, e gostou muito do que viu. “É uma competição muito bem organizada pelo número de participantes inscritos. É uma quantidade muito elevada de atletas e isso abrilhanta qualquer agremiação que participe do certame. É isso que alavanca verdadeiramente o judô no Brasil e o nosso crescimento técnico. Agrega aprendizado, conhecimento e experiência, pois vemos vários atletas de seleção daqui de São Paulo e de outros Estados. Essa troca de escolas e estilos ajuda muito tecnicamente. Essa troca é importantíssima para elevar o rendimento dos jovens atletas”. Geraldo Bernardes finalizou avaliando o amigo Chico do Judô. “Ele sempre foi um grande gestor esportivo. É um dirigente empreendedor e incentivador do judô. À frente da FPJ imprimiu grande desenvolvimento do judô em nível estadual e nacional. Espero que politicamente possa fazer o mesmo pelo esporte, pois capacidade ele tem de sobra. O Estado de São Paulo sempre contribuiu com atletas para a seleção, e agora sem o Chico, espero que isso continue num crescente e que possamos fortalecer ainda mais a seleção com os atletas que aqui despontam”. Sensei Paulo Duarte uma das maiores referências técnicas do Brasil avaliou a competição e o momento do judô paulista. “Sou professor do SESI – SP e viemos com uma equipe composta por 30 judocas. Acho que a competição deveria ser mais restrita, e menos extensa. No campo técnico ela agrega bastante porque interagimos com atletas de todo país e isso promove um intercâmbio técnico enorme. Sobre a tão falada eventual pré-candidatura do Chico do Judô, eu penso que todo segmento precisa ter representatividade e o Chico tem capacidade de sobra para representar nosso segmento. Se atingirmos este objetivo certamente teremos grande avanço em nossa modalidade.” O carioca Frederico Flexa é professor do Botafogo de Futebol e Regatas. Ele foi a São Bernardo com 30 atletas e avaliou muito bem o certame. “Esta é uma competição excelente e muito bem organizada. A quantidade de atletas é excepcional e faz com que os atletas interajam com outros no sentido de trocar experiência e conhecimento, o que aumenta a possibilidade de crescimento enquanto esportistas”. Uishiro Umakakeba, um dos maiores formadores de atletas em São Paulo afirmou que a Copa São Paulo está muito forte. “Inscrevemos 32 atletas e como sempre acontece o nível está muito forte. Isso é muito bom
Murilo Saba e Fernando Catalano
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porque permite que os atletas possam medir seu conhecimento técnico e façam o ajuste do que deve ser feito no treinamento diário. São atletas de vários lugares e varias escolas, e professores com muita experiência a até eu estou aprendendo muito”, brincou o sensei de Bastos. O árbitro e professor kodansha Pedro Jovita Diniz da Associação Gulô, de São Bernardo, afirmou que no âmbito da arbitragem a Copa São Paulo é um espetáculo. “Este é o maior campeonato na América Latina e sempre acontece no início da temporada, quando estamos tratando de nos adaptar às mudanças nas regras promovidas anualmente, pela FIJ. Nesse sentido esta competição é um verdadeiro espetáculo, pois conseguimos por todas as alterações em prática”. Reinaldo Arantes é da Liga de Judô do Litoral também classificou o evento como um grande termômetro. “A cada ano a cada ano a disputa fica muito mais forte. Na verdade a Copa São Paulo se tornou um evento de nível nacional, onde vemos excelentes atletas de vários Estados. Um fato relevante é estarmos no inicio da temporada, e isso transforma este evento num grande termômetro para nossos atletas”. Para Dante Kanayama, diretor de arbitragem da FPJ esta é uma competição fantástica. “A Copa São Paulo é fantástica pela quantidade e a qualidade dos participantes. Vejo um grande nivelamento dos atletas de São Paulo como os que vêm de outros Estados”. Daniel Iglesias de Carvalho, do Tocantins, avaliou a competição positivamente. “Percebemos que a cada ano o campeonato está mais organizado e recebe maior número de atletas. Sua estrutura reflete a conformação do judô paulista. No contexto técnico possibilita grande troca de experiência, já que o número de bons atletas é bem elevado. A competição mostra como os judocas devem agir desde a pesagem até a hora da luta, e acaba oferecendo muita bagagem para quem visa seguir nos tatamis”. Para Clovis Volpi este é um evento extremamente importante. “A Copa São Paulo apresenta números altamente significativos. Só o fato de conseguirmos juntar três mil competidores num determinado evento, já é um sucesso. Entendo que esse processo é primordial para o desenvolvimento técnico dos atletas que podem mostrar o que sabem, e conseguem aprender muito mais. Vemos que a cada edição a competição vem se aprimorando e esta é uma conquista gigantesca para a modalidade e seus praticantes”. O renomado professor carioca Francisco Arroio fez parte da equipe do Instituto Reação, e destacou o intercâmbio técnico do certame. “Vejo que a cada ano a estrutura da Copa São Paulo melhora. A oportunidade de juntar atletas de vários Estados oportuniza grande intercâmbio. Estou no judô há mais de 40 anos e sentimos falta de competições que possibilitem esta troca. Quanto maior for a troca, maior será o crescimento. Esta maturidade é importantíssima na evolução dos atletas. Por envolver judocas de
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todas as idades a Copa São Paulo ajuda muito na formação dos menores, já que é no sub 11 e sub 15, que o judoca define se será atleta, ou não. É onde tudo se define, e paradoxalmente não vemos competições abertas para esta faixa etária, e este quadro aumenta ainda mais a importância desta competição.” Para Francisco de Carvalho uma das maiores conquistas da Copa foi a inclusão da classe veteranos. “Nesta edição vimos uma participação maior de atletas másteres, o que nos deu enorme alegria. Vejo no máster uma nova oportunidade e muitas vezes, a primeira oportunidade para aqueles que não tiveram chance de competir quando eram mais jovens, e acho isso importantíssimo. Muitas modalidades esportivas têm esta classe, que permite a realização de sonhos muitas vezes, antigos. A disputa pela medalha motiva e eu entendo que toda motivação é extremamente positiva em nosso crescimento pessoal. Grande parte destes judocas são professores, e ver esse pessoal com cabelos brancos jogando de ippon é muito gratificante. Temos muitos projetos para a classe veteranos, e o principal deles é prepara adequadamente e levar grandes equipes para os campeonatos mundiais, pois a FIJ permite inscrição de todos os atletas que queiram competir. Se conseguir atingir a meta que todos nós buscamos, certamente faremos muito mais pelo judô máster e pelos professores de São Paulo”.
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Classificação Copa São Paulo 1º Esporte Clube Pinheiros 2º Instituto Reação 3º Sesi - SP 4º Mogi das Cruzes Judô 5º Rio Preto Automóvel Clube 6º São João Tênis Clube/Apaja 7º Assoc. de Judô Rogerio Sampaio 8º Soc. Esportiva Palmeiras 9º Sesi - SP 10º Clube Judopan 11º Judô Clube Mogi das Cruzes 12º Sec. Esp. Lazer de São Jose dos Campos 13º Assoc. Moacyr de Judô 14º ADPM-Reg. S. J. C. 15º Assoc. Marcos Mercadante de Judô 16º A. D. São Caetano/Proj. Viver Bem 17º Assoc. de Judô Vila Sonia 18º SEDUC - Praia Grande 19º Judô na Faixa Team 20º Sociedade de Morgenau 21º Assoc. Bras. A Hebraica de SP 22º Assoc. de Judô Alto da Lapa 23º Assoc. de Judô Kyoei de Suzano 24º Assoc. de Judô Budokan Peruíbe 25º Clube Paineiras do Morumby 26º Assoc. Esportiva Guarujá 27º Assoc. Judô Nery 28º Academia Calasans Camargo 29º Assoc. Kiai Kam 30º Academia de Judô Pissarra 31º Clube Concordia 32º Assoc. de Judô de Mauá 33º ADREARMAS 34º Botafogo Futebol Clube 35º Secret. Mun. Esp. Lazer Amparo 36º Assoc. Desp. e Cult. Fabrica de Ca 37º Judô Lemanczuk Jr 38º Assoc. Bushido Pais e Amigos 39º Academia de Judô Taboão SBC Lt 40º Esp. Clube Osasco/Yanaguimori 41º Assoc. Cia Atlética de Judô 42º A. D. Santo André 43º Assoc. Shiroma Judô Def. Pessoal 44º Bodytech 45º Assoc. de Judô de Divinolândia 46º Ateneu Barão de Mauá 47º Judô Clube Ren-Sei-Kan 48º I. D. Cul. I. Paulista Shoshichi 49º Clube Atlético Tremembé 50º Assoc. de Judô Kenshin 51º Pirituba F C 52º Assoc. Amigos Judô de Itapira 53º Sport Club Corinthians Paulista 54º Unimes- Univ. Metrop. Santos 55º Assoc. Cult. Esp. de Tucuruvi 56º Assoc. de Judô Messias 57º A. Desp. Centro Olímpico 58º Assoc. de Judô Hinode 59º Menkyo - Núcleo de Atividades 60º Assoc. de Judô Aleixo-M. F. 61º Clube Atlet. Taboão da Serra 62º Clube Internacional de Regatas 63º Assoc. Colossus de Judô 64º C. R. Flamengo 65º Academia Espaço Marques 66º Brasil Vale Ouro 67º Assoc. Registrense de Judô 68º Assoc. Judô Musc. Tigre S. Carlos 69º Grêmio Recreativo Barueri 70º Assoc. Judô Cho Do Kan Itanhaém 71º Grêmio Náutico União 72º Assoc. de Judô Hombu Budokan 73º Assoc. Yamazaki de Judô de S. J. 74º Academia Heisei de Judô 75º Ribeirão Pires F. C /A. D. R. P 76º SEMEL Lins/Morimoto 77º Assoc. Dib. de Esp. Cult. Est. SP 78º C A Bandeirantes 79º Assoc. Judô Kimura 80º Assoc. Amparense de Judô 81º Aº Jº Shoorikan Niitsuma&Andrade
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82º Assoc. de Judô Araçatuba 83º Primeiro de Maio F. C. 84º Praia Judô Clube 85º Paraná 86º Bom Jesus 87º A 88º Assoc. Guairense de Judô 89º Dojo Centro de Treinamento 90º Circulo Militar de São Paulo 91º Clube Atlético Juventus 92º Sec. Mun. Esp. Ribeirão Preto 93º Assoc. Judô Trajano Center 94º Sec. de Esportes Franco da Rocha 95º Assoc. de Judô Umino 96º Academia Edinho Company 97º Clube Rodoviário de Judô 98º Floresta Atlético Clube 99º Judô Clube Cachoeiro 100º A. D. Guerra/SESI 101 º Sec. de Esportes e Lazer de Sa 102º Instituto Sensei Divino Budoka 103º Assoc. Matsumi de Judô e Karatê 104º Assoc. de Judô de Bastos 105º Assoc. Catanduvense de Esp. 106º Assoc. de Judô Fernandes 107º Clube Atlético Aramaçan 108º Judô Mazzili 109º Assoc. Waza de Lutas 110º LBV Legião de Boa Vontade 111º Sociedade Harmonia de Tênis 112º Academia Chiao de Judô 113º Clube Comercial de Lorena 114º Projeto Pequeno Davi 115º Assoc. de Judô Kanayama 116º Assoc. de Judô Mongaguá 117º A D Ateneu Mansor 118º A. A. D. S. B/Proj. Judô Olímpico 119º Vila Souza Atlético Clube 120º São Paulo Futebol Clube 121º A. D. C. Santana Pedreira 122º Itapira Atlético Clube 123º SESC de Palmas Tocantins 124º Academia Dojo Harai Goshi 125º Acre Clube 126º Assoc. Borges de Judô 127º Assoc. de Judô Branco Zanol 128º Secr. Mun. Esp. e Lazer Francisco 129º Dir. De Esp. e Recr. Mun. de Itupe 130º Judô Arashiro 131º SEJEL-Cotia 132º Assoc. dos Serv. Públicos Mun. Ca 133º Academia Equilíbrio 134º Assoc. Amaro de Judô 135º Assoc. Desp. Carlos Fossati 136º Colégio Jean Piaget 137º Assoc. Judô Caieiras 138º Assoc. Proj. Budô de Artes Marciais 139º Assoc. Desportiva Indaiatubana 140º Assoc. Itapetininga Kodokan 141º A. de P. A. Sesi Votorantim-Apaju 142º Clube Atlético Bioleve 143º Assoc. Hortolandense de Judô 144º Sayão Futebol Clube 145º Assoc. de Judô 9 de Julho 146º Assoc. Mercival de Judô 147º Assoc. Batataense de Judô 148º Judô Clube Nippon 149º Assoc. Judôcas de Itajai 150º Prefeitura Municipal de S. Jose 151º Kiai-Assoc. Canoense de Judô 152º C.T. de Judô Emilio Moreira 153º Fluminense Futebol Clube 154º Assoc. de Judô e Karatê Ja 155º Assoc. Atl. Banco do Brasil 156º Assoc. de Pais e Mestres Eº Eº Vi 157º Assoc. Cult Nipo. Bras. Vila Carrão 158º Assoc. de Judô Vila Santa Isabel 159º Assoc. de Judô Mito 160º Clube Esportivo da Penha 161º Clube Rec. de Suzano Judô Terazaki
Uishiro Umakakeba
Sensei Paulo Duarte
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Pará presta
homenagem a ícones do esporte Por Paulo
Pinto
| Foto ARQUIVO FJC
Antônio dos Santos Gomes, Lyoto Machida e Augusto Rodrigues tiveram seu trabalho reconhecido por tradicionais instituições de Belém. Ex-presidente da Federação Paraense de Judô (FPAJU), e há mais de 45 anos atuando nos tatamis, Antônio dos Santos Gomes, kodansha 6º dan, é reconhecido cada vez mais como um ícone dos tatamis no Pará e uma das maiores referências da modalidade na Região Norte do Brasil. Por todos os serviços prestados ao desporto, ao judô e ao Pará Clube, uma de suas grandes paixões, Antônio Gomes é sempre lembrado. Entre as numerosas homenagens recebidas nos últimos anos, destacamos a que foi prestada pela Marinha do Brasil, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados ao Centro de Instrução Almirante Brás Aguiar (CIABA). O CIABA é uma organização destinada ao preparo profissional do pessoal da Marinha Mercante, tendo sua existência assegurada por recursos do orçamento da Marinha do Brasil e do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Profissional Marítimo. Um gigantesco navio-escola, atracado na margem do Rio Pará, tem capacidade para atender a 400 alunos internos e cerca de 900 externos, por meio de vários cursos, sendo considerado um dos melhores estabelecimentos do gênero no mundo. A homenagem ao grande judoca foi realizada no salão nobre do 4º Comando Naval em Belém, onde Antônio Gomes foi agraciado por Ademir Sobrinho, vice-almirante comandante do 4º Distrito Naval.
Cia. Athletica presta homenagem ao kodansha paraense Com homenagens emocionantes a duas personalidades paraenses que marcaram o mundo das artes marciais e da dança, a Cia. Athletica Belém inaugurou seu complexo que abriga as novas salas de artes marciais e dança. São 800 metros quadrados que incluem ainda espaço para realização de eventos, loja de artigos esportivos e sala de estudo para os professores.
Dr. Miro e Antonio Gomes
Amélia Caiado, Rosa Gomes, Antonio Gomes, Ademir Sobrinho e esposa.
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Miro Gomes, diretor da Cia. Athletica Belém, explicou que parte dos espaços foi especialmente concebida para abrigar as aulas de artes marciais: judô, jiu-jitsu, muay-thay, capoeira e artes marciais mistas (MMA). Outra parte destina-se à dança clássica, ballet, jazz, dança moderna, dança de salão e sapateado. “Estávamos com um problema de espaço para a prática destas duas modalidades, e como ambas cresceram muito na academia, vimos a necessidade de ampliação. Agora poderemos aumentar a oferta de vagas para as duas modalidades, pois a novas salas seguem conceitos internacionais.
O vice-almirante Ademir Sobrinho entrega honraria a Antonio Gomes
A sala de judô, uma homenagem a Antônio dos Santos Gomes, foi projetada segundo os padrões da Federação Internacional de Judô (FIJ). Utiliza tatami olímpico antialérgico, climatização, paredes forradas com material que reduz o impacto e iluminação fotossensorial, tudo de acordo com o conceito japonês da prática do judô. Emanuel Mendes, professor de artes marciais da academia, disse que os alunos terão, a partir de agora, um espaço privilegiado para a prática das atividades. “A sala de artes marciais é um espaço de 16 x 14 m, perfeita para receber alunos tanto adultos quanto infantis”, detalhou o professor. A sala de dança, que homenageia o bailarino Augusto Rodrigues, também tem padrão internacional, com piso flutuante, que minimiza o impacto, espelhos, cortinas, barras para prática de exercícios, sonorização padrão e aparelhos para gravação de imagens e TV, permitindo assistir aos ensaios gravados com objetivo de corrigir, nos mínimos detalhes, os movimentos dos bailarinos. “Temos 150 alunos na faixa de 3 a 18 anos. As inovações da sala vão proporcionar maior conforto e melhor desempenho técnico aos nossos alunos”, ressaltou Marcos Vilhena, gerente de Esportes e de Lutas.
dignas de tamanha distinção, e Lyoto Machida não faz por menos. Personalidade desportiva de fama mundial, ex-campeão dos pesos médios do mais popular torneio de lutas da atualidade (MMA), Lyoto conquistou esse título no UFC 98, quando nocauteou Rashad Evans, que era o detentor do cinturão. Segundo o kodansha Antônio Gomes, ex-presidente do Pará Clube, grande benemérito e membro da assembleia geral que concedeu a honraria, Lyoto faz jus ao título não só por ser um dos maiores lutadores do MMA, mas principalmente por ser um “cavalheiro” das artes marciais. “Seus princípios do Budô (código de ética marcial) são seguidos à risca, ele respeita os mais fracos, baixa a cabeça nas suas derrotas, pois sabe que é nas perdas que se consegue o maior aprendizado. E quando
é vencedor, cumprimenta seu oponente, por ter-lhe dado a honra de uma vitória, não se envaidece, pois sabe também que o perdedor de hoje poderá vencê-lo amanhã. Tudo isto faz dele um exemplo digno de ser seguido por todos os sócios paraclubinos.”
Yoshizo Machida no Pará Clube Devido a compromissos de sua agenda, e uma rotina intensa de treinamentos nos Estados Unidos, país em que reside, Lyoto, não pôde comparecer ao Pará Clube. Entretanto, para representá-lo, veio seu pai, o grande shihan 8º dan Yoshizo Machida, cuja presença enriqueceu ainda mais a noite de gala.
Homenageados A denominação da nova sala de judô da Cia. Athletica é uma homenagem ao kodansha 6º dan Antônio dos Santos Gomes. Carinhosamente conhecido no meio das artes marciais como Louro, Antônio Gomes é um paraense com trajetória de vida que se confunde com a história do judô. Antônio ficou muito emocionado com a homenagem, depois de ter formado centenas de judocas no Pará. “Ser judoca não é ostentar uma faixa preta, mas sim ser ético, simples, solidário, reto e principalmente ser um bom exemplo, não somente para si e sua família, mas para seus alunos e a comunidade.” A sala de danças leva o nome do bailarino Augusto Rodrigues, um dos maiores nomes do ballet clássico paraense. Ele iniciou sua carreira no extinto Teatro Estudantil de Guerra. “Minhas primeiras apresentações foram para angariar fundos destinados aos pracinhas da 2ª Guerra Mundial”, revelou Augusto. Especialista em ballet clássico, ele também foi um exímio bailarino de dança popular e dança moderna. Entre as centenas de bailarinos formados pelo talento do professor Augusto Rodrigues está Jaime Amaral, que desenvolveu carreira internacional.
Take, Shinzo, Yoshizo Machida e Lyoto
Antonio Gomes, Yoshizo Machida, Evaristo Rezende, Otavio e Ribamar Vieira.
Ribamar Vieira, Yoshizo Machida e Antonio Gomes.
Pará Clube Homenageia Lyoto Machida Em um uma noite de gala, no dia, 27 de novembro de 2013, o Pará Clube, centenário clube da sociedade paraense, homenageou Lyoto Machida, concedendo-lhe o título de sócio honorário, uma das mais altas comendas que o clube pode conceder. Somente grandes personalidades são Diretoria do Pará Clube
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TREINAMENTO ESPORTIVO
Tríceps de
CAMPEÃO POR MATHEUS
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LUIS |
FOTOS REVISTA
BUDÔ
Nesta edição mostramos exercícios para fortalecimento e hipertrofia do tríceps, um dos mais importantes grupos musculares quando o assunto é atacar, defender ou projetar o adversário num combate. O tríceps é um músculo que se destaca quanto ao seu tamanho e força, determinantes na movimentação dos braços. Revela-se como um dos mais importantes grupos musculares para a prática de modalidades como judô, jiu-jitsu, karatê-dô, muay thai e boxe, já que é com ele que travamos ou impedimos o movimento de aproximação do oponente, que golpeamos e nos defendemos de socos e chutes. É o tríceps que faz a extensão do cotovelo, garantindo a manutenção da distância adequada do adversário, bem como a aproximação. Como o próprio nome diz (tríceps bra-
quial), este músculo é subdividido em três partes: cabeça longa, cabeça lateral e cabeça medial. Todas estão localizadas na parte posterior do braço, com suas inserções na escápula e úmero, tendo sua origem no cotovelo. Sendo também um músculo que apresenta fibras não somente em uma direção, o tríceps tem capacidade de força e potência muito alta, exercendo total influência nos combates, seja defendendo, seja atacando ou projetando o adversário. Existem vários exercícios para este grupo muscular e o treino pode ser feito de maneira mui-
to intensa sem se tornar monótono. Uma das principais vantagens deste grupo muscular é o uso do sinergismo para o treino de diversas modalidades de luta, presente nas variações de treino, alcançando ótima performance, desde que feitas corretamente e com disciplina.
EXERCÍCIOS PARA FORTALECIMENTO E HIPERTROFIA Tríceps pulley na polia alta O executante deve permanecer em pé, com os cotovelos estendidos. Flexionar os cotovelos e voltar a estendê-los. Músculos atuantes: tríceps braquial e ancôneo. A variação nesse exercício pode ser feita utilizando a pegada supinada (palmas das mãos para cima) ou a corda.
Tríceps francês O executante ficará em pé ou sentado, com os cotovelos estendidos. Flexionar os cotovelos e estendê-los novamente. Músculos atuantes: tríceps braquial e ancôneo.
Matheus Luiz é Especialista em fisiologia do exercício e prescrição do exercício Universidade Gama Filho 2010 Especializando em biomecânica, cinesiologia e treinamento físico Universidade Gama Filho Graduado em Educação Física na UNC 2008 e-mail: matheustrainer@hotmail.com Cref: 011620-G/SC
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Nossos agradecimentos a Cleber Martins e Academia Impacto de Caçador (SC)
Tríceps testa Deitado, o executante deverá estender os cotovelos para realizar a flexão deles até que a barra se aproxime da testa. Voltar a estender os cotovelos. Músculos atuantes: tríceps braquial e ancôneo. Para maior ênfase no tríceps, fazer uma flexão horizontal de ombros, deixando os braços mais para trás, de forma que uma articulação não fique sobreposta a outra, fazendo com que o músculo segure todo o movimento, estimulando-o mais, fazendo a barra descer até a metade da cabeça.
EXEMPLO DE TREINO PARA O TRÍCEPS Sendo um músculo que possui fibras em mais de uma direção, tanto brancas (rápidas) quanto vermelhas (lentas), um treino que levará à exaustão dessa musculatura é a série em pirâmide, sem intervalo até a exaustão, aumentando a carga e baixando as repetições. Executar três séries com 20, 15 e dez repetições, tendo um intervalo mínimo, e repetir a série sucessivamente mais uma ou duas vezes, dependendo do grau de condicionamento do atleta. Treinar
dois ou três exercícios por sessão. Isso ajudará a aumentar a força de resistência da musculatura, que é muito desejada nos combates, e aumentará o nível de força. Além disso, proporcionará alto gasto energético subcutâneo, ajudando na utilização de gordura como fonte energética, principalmente no repouso. Isso leva o atleta a uma performance melhor, por ter aumento na massa magra e melhor condicionamento aeróbio pela extensão da série.
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NUTRIÇÃO DESPORTIVA
BEBIDA ALCOÓLICA e seu efeito no treinamento POR RAQUEL
Para conquistar um corpo bonito é necessário que haja uma alimentação balanceada que supra todas as demandas energéticas do nosso organismo, aliada à prática de exercício físico. Parece simples, entretanto, o mais difícil costuma ser conciliar alimentação saudável com a vida social, e o mais frequente é a burlada na dieta no fim de semana. Sair com os amigos para beber num barzinho é rotina de muitos. O que não se sabe, ou melhor, não se tem consciência, é que o álcool é um grande vilão para nosso organismo e atrapalha em muito a busca para um corpo e vida saudáveis. Uma curiosidade: o consumo mode-
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REISM PERSONAL EM NUTRIÇÃO ESPORTIVA
rado (dosagem recomendada), segundo alguns estudos, é de três copos de 200 ml de cerveja para homens e dois copos de 200 ml para mulheres; doses elevadas podem causar prejuízo na performance de uma forma geral e por um considerável período de tempo. De acordo com estudos, existem malefícios causados pelo consumo de bebidas alcoólicas antes, durante ou após a prática esportiva. Entre esses efeitos adversos, podemos citar: O álcool estimula a diurese, portanto, ao invés de reidratar o indivíduo (necessário durante a prática de atividade física), proporciona desidratação potencializada
somada ao exercício, o que pode provocar fraqueza, tontura e diversos danos; É absorvido rapidamente pelo organismo e influencia o metabolismo negativamente, dificultando seu funcionamento natural e a capacidade de restabelecer a glicemia (presença de açúcar no sangue); Diminui a massa magra, por elevar o nível de hormônio cortisol (hormônio do catabolismo), diminui os níveis de testosterona (hormônio também responsável pelo aumento de massa magra) e causa deficiência de vitaminas B1, B2, B6, B12 e C, de extrema importância para aqueles que procuram aumento de massa muscular; O valor calórico da cerveja (altamente
calórica, 7 kcal por grama) não é aproveitado pelo organismo na forma de glicose, não fornecendo combustível para as células do corpo; Alteração do metabolismo dos lipídios, favorecendo o acúmulo da gordura na região visceral. Atenção: aquela “barriga de chope”, que é a principal queixa dos adeptos do “levantamento de copo” nos fins de semana, é decorrente exatamente do alto valor calórico do chope e afins e da influência do álcool no metabolismo do carboidrato e lipídio. E mais: o consumo conjunto de energético reduz o efeito do álcool, uma vez que o estimulante diminui o efeito depressor do álcool sobre o sistema nervoso, assim como reduz a percepção da embriaguez. Normalmente, as pessoas acabam por ingerir maior quantidade de álcool apenas por não saberem os riscos e aparentemente não transparecerem estar bêbadas. Uma superdosagem desta substância aumenta a frequência cardiorrespiratória e pode provocar irritação estomacal e intestinal. O que a princípio é euforia e excitação pode transformar-se em tontura e desmaio. O álcool é depressor do SNC (sistema nervoso central) e afeta primeiramente os centros superiores (o que re-
percute na fala, pensamento, cognição e juízo crítico) e posteriormente deprime os centros inferiores (afetando a respiração, os reflexos e, em casos de intoxicação aguda, podendo levar até à morte). Mesmo alimentado, o organismo alcoolizado não consegue absorver com eficiência os componentes dos alimentos — principalmente as vitaminas B1, B6, B3 e o ácido fólico. Isso faz com que a pessoa tenha falta de apetite, e essa deficiência alimentar provoca reações danosas, causadas também pela queda acentuada de potássio, magnésio, cálcio, zinco e fósforo. Estudos recentes comprovam que o álcool diminui os níveis de testosterona do corpo, conforme podemos ler no que o dr. João Pinheiro (CRMSP 74.184 - Fisiologia Hormonal e Esportiva/Nutrição Esportiva) aponta: “Teses e estudos recentes comprovam que o álcool é hiperestrogênico, ou seja, nas mulheres, faz seu fígado produzir muito hormônio feminino (estradiol/ estrona), e nos homens esse efeito silencioso é refletido na inibição dos receptores da testosterona no tecido muscular e hipotálamo. Neste último, os danos são ainda mais graves. As pessoas malham e a fibra somente fica inchada, a força não vem, a fadiga e a agressividade au-
mentam, libido e ereção diminuem cada vez mais.” O processo para depurar (limpar) o sangue é demorado e é função do fígado. Quando o consumo é rotineiro e elevado, as células do fígado começam a acumular gordura, podendo ocorrer inflamação e destruição das células, resultando em uma hepatite alcoólica, que pode desencadear a cirrose hepática. Esta, se não tratada no início, pode levar à morte. Nosso fígado, como principal metabolizador do álcool, pode ser ajudado e protegido com uma boa hidratação e alimentação rica em elementos que ajudam a desintoxicar o organismo, como brócolis, repolho, couve-flor, couve-de-bruxelas, couve verde, agrião, rúcula e acelga, não esquecendo os antioxidantes e carboidratos presentes nas frutas e verduras em geral. Um adendo: evite a associação de bebidas alcoólicas com alimentos gordurosos porque é mais trabalho para o fígado! Portanto, evite ao máximo o consumo de bebidas alcoólicas, mesmo durante as saídas. Afeta muito a dieta e o metabolismo, além de reduzir o efeito de grande parte de produto ou medicamento que a pessoa esteja utilizando.
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INTERVIEW
DENTRO OU FORA DOS TATAMIS, O BOM COMBATE CONTINUA! POR PAULO
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BUDÔ PRESS
Nascido em 20 de julho de 1968, em São Paulo, Rogério Zeferino deu os primeiros passos nos tatamis aos 11 anos, por indicação médica. Hoje, após ter sido diagnosticado portador de mielodisplasia na medula óssea, e aos 45 anos, Rogério se apega de novo ao judô para seguir em pé e lutando pela vida. Como chegou aos tatamis? Em 1979 os médicos me indicaram a prática esportiva para combater um grave problema respiratório, e optei pelo judô. Quem foi seu sensei? O professor Dante Kanayama, da Associação Kanayama de Judô. Você chegou a competir? Sim, mas obtive melhores resultados na categoria máster. Qual é a importância do judô em sua vida, hoje? Eu vivo do judô e sobrevivo graças a ele. Dou aula em escolinhas da prefeitura de Taboão da Serra, e o judô é meu porto seguro. Quando iniciou a caminhada na categoria máster? Em 2004, no paulista realizado em Valinhos. Meu sonho era disputar uma competição internacional. Como descobriu que estava doen- Rógerio Zeferino te? Comecei a sentir muita fraqueza. Procurei o excesso de ferritina, e fui acometido também posto de saúde e o diagnóstico inicial foi ane- pelo diabetes. Mais me sinto melhor e continuo em tratamento. Nos próximos dias ficarei intermia profunda. nado para fazer um tratamento mais delicado. Mas qual foi o diagnóstico definitivo? Depois de exames mais aprimorados, o diag- Qual foi a colaboração do judô em seu nóstico foi mielodisplasia na medula óssea, ou processo de recuperação? No judô aprendemos a ter mais determinação, seja, leucemia. força de vontade, e adquirimos aquele espírito de guerreiro. Aprendemos a cair e a levantar, A doença e o tratamento impediram o uso mas num momento como este a gente busca do judogi? Sim. No estágio inicial do tratamento fiquei algo mais, e é justamente na mensagem e na muito debilitado, mas aos poucos fui-me filosofia deixada pelo professor Kano que enadaptando, e pude voltar a treinar leve. Hoje contro mais força para seguir adiante. posso dar aulas e fazer qualquer atividade que Quais foram ou são as pessoas que mais o não demande grande esforço físico. ajudaram durante a luta contra a enfermidade? Qual é o quadro hoje? Hoje meu quadro é estável, mas todo trata- Em primeiro lugar a minha família. Em segunmento acaba agredindo nosso organismo, e do, o Nelson Onmura, um amigão de verdade, como passei a tomar bolsas de sangue regu- que sempre está presente. Ele é um homem larmente, meu fígado também foi atacado com honesto, com grande caráter e, acima de tudo,
é extremamente humilde. Qual é a sua expectativa hoje com relação à vida, à saúde, o treinamento e a competição? A melhor possível. Hoje sou assistido por uma equipe de especialistas no meu problema. Eles me dão muita confiança e esperança. Sobre treinamento, eu treino leve; sobre competição, me aposentei no brasileiro de 2013. Qual é a mensagem que gostaria de deixar para nossos leitores? É engraçado como todas as pessoas que passam por problemas de saúde graves passam a ver a vida sob outro ponto de vista. Gostaria de sugerir a todos que criem objetivos e busquem motivação. Que tenham metas para serem alcançadas sempre, mesmo que sejam pequenas, pois vão ajudar a subir mais um degrau na escada que leva ao sucesso. E qual a mensagem para os amigos e conhecidos? Aos amigos e familiares que estiveram presentes em algum momento de minha caminhada, ou àqueles que por meio do esporte e do convívio social dividiram e ainda dividem comigo momentos importantes de minha vida, desejo que sejam muito felizes. Hoje, aos 45 anos, os desafios são aqueles que não exigem o mesmo vigor físico de antes, mas certamente cobram grande dose de serenidade e resiliência. Independentemente da dor, das dificuldades, e estando dentro ou fora dos tatamis, o bom combate continua!
Rógerio Zeferino e o amigo Nelson Onmura
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I° Torneio da Associação Kyoei de Judô
Reuni autoridades em Suzano Por PAULO
O dia 6 de abril marcou o início de uma nova história no judô de Suzano, já que a realização da primeira edição do Torneio da Associação Kyoei de Judô, o mais novo dojô de Suzano, cidade que já foi um dos principais berços do judô verde e amarelo, inclui mais um evento no calendário do judô de São Paulo. A competição aconteceu no Ginásio Paulo Portela, que reuniu mais de 100 crianças que foram prestigiar o professor Leonardo Yamada, presidente da Associação Kyoei de Judô, que no ano passado realizou o antigo sonho de criar seu próprio dojô. A cerimônia de abertura contou com a participação de autoridades esportivas e políticas, entre elas os kodanshas David Ramos Trinca, Yoshiyuki Shimotsu e Antonio Honorato de Jesus; Francisco de Carvalho, vice-presidente da CBJ; Dante Kanayama, diretor de arbitragem da FPJ; Alessandro Puglia, presidente da FPJ; Marco Aurélio Trinca, campeão mundial máster; Estevão Galvão, deputado estadual; os vereadores Cláudio Anzai e Marcos Antônio dos Santos, o Maizena; e o professor Leonardo Yamada, anfitrião do evento. Na cerimônia de abertura os kodanshas David Ramos Trinca e Yoshiyuki Shimotsu foram homenageados pela obra de ambos no judô de São Paulo, e pelos relevantes serviços prestados ao judô do Brasil. Em seu depoimento bastante emocionado o professor David Trinca falou sobre a homenagem recebida. “É um enorme prazer estar aqui diante dos amigos e filhos. Formamos verdadeiramente esta grande família que o judô nos presenteou, da qual tenho enorme honra em poder desfrutar. Agraço a homenagem que me foi prestada e desejo sucesso à Associação Kyoei de Judô.” Sensei Shimotsu também foi homenageado e destacou a importância da fundação de novas escolas. “Agradeço a homenagem a
PINTO
| Foto MARCELO LOPES Atletas suzanenses na abertura do torneio
mim prestada, e quero parabenizar o sensei Yamada, pela fundação de mais uma escola de judô neste município. Vemos aqui as maiores autoridades da modalidade e de políticos renomados, e estas presenças comprovam a importância do judô no contexto social.” Em seu discurso de abertura Francisco de Carvalho parabenizou os homenageados e o professor Yamada, por sua iniciativa. “Temos a honra de participar da cerimônia de abertura do I° Torneio da Associação Kyoei de Judô, entidade recentemente fundada pelo professor Yamada, a que desejo enorme sucesso à frente desta nova empreitada. Congratulo-me também som este sensei pela homenagem feita aos professores David e Shimotsu, dois ícones do judô paulista, aos quais dedico grande admiração grande respeito.”
Os professores kodanshas Yoshiyuki Shimotsu, David Ramos Trinca, Dante Kanayama e Francisco de Carvalho
Ao lado de amigos e dos filhos Marco Aurélio e Marcelo, o professor David Ramos Trinca exibe a placa recebida
O professor e Leonardo Yamada presta homenagem a Alessandro Puglia O campeão mundial Marco Aurélio faz entrega da homenagem ao pai David Trinca
Deputado Estadual Estevão Galvão
Vereador Marcos Antonio dos Santos, o Maizena
Vereador Claudio Anzai
Sensei recebendo homenagem
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Torneio homenageia colaborador mais antigo
do judô de São Paulo Por PAULO
São José dos Campos (SP) - No dia de 6 de abril aconteceu a 18ª edição do tradicional Torneio Jarbas Dias Ferreira de Judô, evento que homenageia o professor Jarbas Ferreira, o benemérito colaborador voluntário da 2ª delegacia regional, que há mais de 30 anos presta inestimáveis serviços ao judô joseense e da 2ª delegacia regional – Vale do Paraíba. A competição que abriu oficialmente o calendário esportivo da 2ª DRJ, e realizou-se no Ginásio de Esportes do Tênis Clube de São José dos Campos. Ao todo 950 atletas vindos de 26 clubes e associações da região, participaram da competição. A cerimônia de abertura contou com a participação de autoridades esportivas e políticas, entre estas, Itamar Cópio, vice-prefeito de São José dos Campos; Francisco de Carvalho, vice-presidente da CBJ; Alessandro Puglia, presidente da FPJ; Michiharu Sogabe, kodansha 8° dan, coordenador de judô da Secretaria Municipal de Esportes; e Cláudio Calasans Camargo, delegado regional, vereador joseense e anfitrião do evento. Todas as agremiações e atletas campeões do Circuito Regional Kimonos Shihan de Judô da temporada passada, foram premiados na abertura da competição. A grande campeã de 2013 foi a ADPM, Ass. Desp. da Polícia Militar de São José dos Campos, enquanto a vice-campeã foi a equipe Calasans Camargo de Judô. O evento foi aberto com o festival para iniciantes e contou com a participação de todos os judocas das escolinhas municipais de judô e projetos sociais da região. Entre estes
Dirigentes possam ao lado dos finalistas da competição
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| Foto MARCELO LOPES
atletas do Lions Augustin Soliva; do projeto da Polícia Militar; e da ACASEN. A título de incentivo todos os judocas foram premiados com medalhas. Na disputa do Torneio Jarbas Dias Ferreira, a ADPM foi Campeã Geral, enquanto a vice-campeã foi a Secretaria Municipal de Esportes de São José dos Campos, a mais nova filiada da Federação Paulista de Judô que fez sua estreia no circuito paulista conquistando o vice-campeonato geral do certame. Após a premiação o professor Calasans elencou as qualidades do homenageado. “Sou Chico do Judô, Jarbas Dias e Calasans Camargo delegado regional desde 1991, portanto há 23 anos. Quando iniciei fazemos tudo de forma unida e sem divero professor Jarbas já atuava na diretoria da gências. Sou grato ao nosso delegado pela regional como secretário e tesoureiro. Ele é deferência, e a todos que somam esforços muito ativo e com seus 92 anos de idade es- pelo crescimento do judô de nossa região.” Francisco de Carvalho, falou sobre a banja lucidez e competência. Desde o início foi meu conselheiro e mentor na delegacia, grande contribuição que o homenageado presta ao judô paulista, há mais de 30 anos. pois sua experiência de vida é enorme.” Após ser homenageado por 18 anos se- “A história do professor Jarbas Ferreira se guidos, Jarbas Ferreira falou sobre a emo- confunde com a história do judô do Estado ção de mais uma comemoração. “Fico muito de São Paulo. Há mais de 30 anos acompasatisfeito e feliz por ter as crianças tão perto nho seu trabalho nesta delegacia e sem dude um trabalho que não é só meu, mais de vida alguma ele é um exemplo de dedicação toda a equipe da segunda delegacia. Aqui e perseverança para todos nós.”
Chico faz entrega da premiação