Ano I - № 4 – R$ 25 - € 12
www.revistabudo.com.br
SCIENTIFIC HAPKIDO SYSTEM objetividade e eficiência
Cubatão e Santos recebem núcleo do projeto
“JUDÔ EDUCANDO PARA A VIDA”
LINDAS FORTES E CADA VEZ MAIS
Aurélio Miguel Premia
MELHORES DO JUDÔ PAULISTA
COMPETITIVAS
SUPER PÔSTER COM LEANDRO GUILHEIRO E DANIEL HERNANDES
O judô oportunizando crescimento dentro e fora dos tatamis
EDITORIAL
Um Judô Feminino de Ouro Mais uma vez estamos fazendo o balanço dos três últimos meses, e além das sensacionais entrevistas e reportagens, nesta edição registramos os principais fatos do judô nacional e mundial, no primeiro semestre de 2011. Muita coisa positiva aconteceu e certamente esta temporada ficará marcada como uma das mais positivas em nível competitivo. Os judocas que defendem o Brasil estão subindo no ranking da FIJ, e aumenta a possibilidade de termos uma grande equipe em Londres. Isso evidencia o esforço dos professores, clubes e federações estaduais em fazer um judô cada vez mais técnico e competitivo. Na Copa do Mundo por equipes, mesmo não estando com força máxima, o Brasil subiu mais um degrau no pódio, e terminou na segunda colocação geral. Fomos vice-campeões, enquanto em 2010 terminamos na terceira posição, atrás de Coreia e Japão. O segundo lugar inédito no Grand Slam realizado no Rio de Janeiro foi a maior conquista do judô verde-amarelo desta temporada e isso mostra que estamos cada vez mais presentes na elite do judô mundial.
Entretanto, o mais emblemático tem sido a presença crescente das judocas brasileiras nos pódios. Nossas meninas estão conquistando maior espaço e obtendo resultados verdadeiramente expressivos. Das onze medalhas conquistadas no Grand Slam, seis foram do feminino. As atletas ganharam dois ouros, duas pratas e dois bronzes, ou seja, uma de prata mais que o masculino. Devemos esse segundo lugar inédito no Grand Slam do Rio de Janeiro às nossas judocas, que acreditaram e foram buscar este resultado surpreendente. Na Copa do Mundo que se realizou em São Paulo, as meninas igualaram-se ao masculino com dois ouros. Com uma de prata, elas não acompanharam o masculino, que levou três. Já no bronze, enquanto os meninos faturaram três, elas conquistaram seis. O judô feminino mostra renovação, qualidade e maturidade. Isso reflete a seriedade do trabalho feito nos dojôs de todo o País. Agora é manter os pés fincados nos tatamis, jogar e correr para o abraço, focando Londres sem esquecer o maior de todos os fundamentos no esporte de alto rendimento: a base. O Editor
Editor Paulo Roberto Pinto de Souza paulobudo@gmail.com Diretora Executiva Daniela Lemos daniela.lemos@terra.com.br Conselho Editorial Mauzler Paulinetti Luiz Fernandes Araújo Júnior Direção de Arte Artur Mendes de Oliveira Colunistas Anderson Dias de Lima Paulo Duarte Vera Lucia Sugai Daniel Dell´aquila Georgton Pacheco Paulo Pinto Colaboradores Angélica Mayumi Murata Carlos AMC Cunha Mário Manzatti Revisão Nilton Tuna Matheus Fotografia Marcelo Kura Paco Lozano Marcelo Lopes Paulo Fischer Nilton Fukuda Miguel Schincariol Josmir Ferreira Luzia R. Koga Fabio Menotti Departamento Comercial Daniela Mendes de Souza Daniela.craque@terra.com.br Impressão e Acabamento Gráfica Kaygangue – Palmas (PR)
Mayra Aguiar comemorando o ouro no Grand Slam/RJ 2011
4
é uma publicação trimestral da GLOBAL SOCCER EDITORA. Administração, publicidade e correspondência Rua Henrique Júlio Berger, 855 – 102 Caçador (SC) - CEP 49500-000 - Fone 49 3563-7333 Distribuição Dirigida – Tiragem desta edição 10.000 exemplares Opiniões e conceitos emitidos em matérias assinadas não são de responsabilidade do editor. Direitos Reservados © 2011 - Global Soccer Editora Impressa no Brasil - Printed in Brazil revistabudo@gmail.com – www.revistabudo.com.br
GRAND SLAM
Fonte: UOL Esporte Fotos: Paco Lozano (ESP) - Daniel Zappe/FOTOCOM.NET Wallace Teixeira/FOTOCOM.NET
Brasil
Conquista segundo lugar inédito no Grand Slam Rio de Janeiro (RJ) - Pela primeira vez na história, o Brasil terminou em segundo em uma das quatro principais competições do judô mundial. A seleção brasileira somou onze medalhas no Grand Slam do Rio, seis delas conquistadas pelas mulheres, que pela primeira vez subiram no lugar mais alto do pódio, com Érika Menezes e Mayra Aguiar. O Brasil ficou atrás apenas do Japão, que continua imbatível. “O Japão é um país à parte na história do judô”, justifica Ney Wilson, coordenador técnico internacional da CBJ. “A gente briga com quatro países: Coreia do Sul, Holanda, França e Rússia. A gente está se firmando cada vez mais na segunda posição.” No masculino, foram dois bron-
6
7
zes com Tiago Camilo e Hugo Pessanha (ambos nos 90kg), uma prata com Daniel Hernandes (acima de 100kg) e dois ouros, com Leandro Guilheiro (81kg) e, o mais surpreendente de todos, João Gabriel Schlittler (acima de 100kg). O judoca do Rio entrou na equipe dois dias antes da competição, no lugar do lesionado Leandro Gonçalves, e faturou o ouro ao derrotar Daniel Hernandes numa inédita final brasileira. No feminino, só no sábado foram três medalhas, duas de prata com Sarah Menezes (48kg) e Rafaela Silva (57kg). O ouro veio com Érika Miranda (52kg), que três anos depois de ser cortada da seleção olímpica de Pequim por causa de uma lesão no joelho deu a volta por cima no Rio. Após a conquista inédita, a minastenista afirmou que sabia que chegaria sua vez. “Sabia que a minha hora chegaria”, desabafou. “O esporte ensina a ter paciência e hoje estou vivendo o melhor momento da minha vida”. No domingo, o Brasil ganhou mais dois bronzes no feminino, como Maria Portela (70kg) e Rochele Nunes (acima de 78kg). Na derrota nas semifinais, Rochele se lesionou ao ser derrubada pela gigante turca Gulsah Kocaturk e pode ter rompido o ligamento cruzado anterior do joelho direito. A atleta será submetida a exames nesta segunda-feira. Na categoria até 78kg, Mayra Aguiar venceu a americana Kayla Harrison, campeã mundial, com quem vem desenvolvendo uma dura rivalidade. Já com a medalha na mão, a judoca sogipana destacou que sua meta é o ouro olímpico. “Minha meta é a medalha olímpica”, comentou a judoca de Porto
8
Alegre. “Esse foi o melhor resultado da minha vida, mas é só mais um tijolinho no meu verdadeiro objetivo”. A boa fase do judô feminino é resultado de um trabalho que vem desde 2005, quando o trabalho com as meninas passou a ser encarado pela CBJ como uma modalidade à parte do masculino. “Hoje a gente tem investimentos iguais aos do masculino, aliados a uma metodologia de trabalho específica para o feminino”, comentou a técnica da seleção feminina, Rosicléia Santos. “Quando era atleta, sentia na pele a comparação com os homens, mas hoje fico feliz por termos conquistado o nosso espaço.” O coordenador técnico da CBJ também celebrou a boa fase das meninas, mas deixou claro que o Brasil ainda tem muito trabalho pela frente até se consolidar como uma estrela de primeira grandeza no judô mundial. “Agora também é página virada”, decretou Ney Wilson. “Na semana que vem já temos a Copa do Mundo de São Paulo. Não dá para pensar em comemoração. Na segunda, todos esses atletas estão pesando às sete da manhã. Já na parte da tarde estarão treinando. Eles treinam até quarta com os estrangeiros e quinta-feira embarcam para São Paulo”, completou.
Guilheiro mais perto de 2012 Aqui eu somei 300 pontos no ranking olímpico. Isso me dá muita tranquilidade e uma vantagem enorme sobre os meus adversários. Posso escolher melhor as competições e me preparar com mais calma para Londres. Se eu estava perto das Olimpíadas, agora estou muito mais. Mas para
9
não dar uma de cavalo paraguaio preciso tomar cuidado. João Gabriel Schlitter enfrentou um velho conhecido na disputa do ouro: a final foi contra o também brasileiro Daniel Hernandes. Eles travam uma luta dura na decisão da categoria acima de 100kg e Schlitter levou a melhor devido a uma punição dada a Hernandes. Nas semifinais, Schlittler estava na frente na luta com o gigante polonês Janusz Wojnarowicz, mas viu o adversário conseguir o empate e levar a decisão para o golden score. Com mais iniciativa, Schlittler dominou o combate e teve confirmada a vitória quando o polonês desistiu por culpa de uma lesão. Na categoria até 90kg, os dois brasileiros falharam na tentativa de fazer uma final verde e amarela. Na primeira semifinal, Pessanha perdeu para o japonês Ono, número 2 do mundo, e ficou com o bronze, desperdiçando a oportunidade de defender o ouro obtido em 2010. Já Tiago Camilo chegou muito perto da vitória. Ele já havia pontuado e estava em ampla vantagem diante do cubano Asley González. No entanto, a dois segundos do final, González encaixou sua única entrada em toda a luta e conseguiu o ippon, deixando o brasileiro inconformado com a medalha de bronze.
As meninas no caminho certo Em seu blog o campeão olímpico Rogério Sampaio comentou o excelente desempenho das brasileiras, no Rio
10
de Janeiro. “O judô feminino brasileiro não é mais uma surpresa. Pelos resultados obtidos em competições recentes, podemos afirmar que temos uma geração vencedora com capacidade para ir ainda mais longe e consolidar uma tradição em pódios olímpicos como temos no masculino”. Lembrando de Pequim, Rogério faz sua projeção para Londres. “As meninas estão no caminho certo. A primeira medalha em Olimpíada foi conquistada em Pequim-2008 e nosso potencial para Londres-2012 é enorme. Justiça seja feita, os bons resultados não começaram agora. Grandes nomes da geração passada, como Danielle Zangrando e Ednanci Silva, deram início a essa trajetória brilhante das meninas”. Rogério destacou a força e a renovação do judô feminino verde e amarelo. “Foi muito gratificante assistir, ao vivo, o desempenho do nosso judô feminino. É nesta classe que vemos enorme renovação, hoje. Tenho certeza que essa nova geração de judocas dará muita alegria a todos nós”, destacou o campeão olímpico.
11
QUADRO DE MEDALHAS País
Ouro
Prata
Bronze
1º - Japão
8
0
2
2º - Brasil
4
3
4
3º - Rússia
1
2
2
4º - Romênia
1
0
1
5º - Itália
0
2
0
6º - França
0
1
A Federação Paulista de Judô lançou um mega projeto que irá oportunizar a ida de atletas a partir do Sub-13, ao Canadá para disputar o
Kebec Open de Judô 2011. A viagem para Montreal acontecerá entre os dias 5 e 15 de outubro, e além da competição será oportunizado treinamento de campo com atletas de vários países. Não perca esta oportunidade única de conhecer o Canadá e treinar judô com a Federação Paulista, através do programa Contribuição Premiada. Organize seu grupo e participe, pois de acordo com o desempenho de seu grupo você poderá ser oportunizado com esta premiação única. Além de levar 60 atletas ao Canadá com todas as despesas pagas, o “Contribuição Premiada” fará premiações incríveis. Confira!
PREMIAÇÃO 1º Prêmio – Um Fiat Novo Uno Vivace 1.0 Flex 2011/2012 Zero Km 2º Prêmio - Uma moto Honda Bis 125 Modelo KS 2011 Zero Km 3º Prêmio – Uma TV LCD 40 Polegadas 4º Prêmio - Notebook 5º Prêmio – Computador de Mesa
Não esqueça de providenciar seu passaporte com antecedência e boa viajem!
*Maiores informações junto a sua Delegacia Regional ou através do site da FPJ
INTERVIEW Por André de Rossi
Por Paulo Pinto Fotos Marcelo Kura
O Mago dos
Tatamis Nascido em 4 de agosto de 1948, no Rio de Janeiro, Paulo Duarte tem uma história bastante interessante. Predestinado, veio a este mundo para ensinar a arte do judô, sob as condições mais adversas. Simples, centrado e intuitivo, nesta entrevista o kodansha que mudou o eixo do judô paulista mostra os principais fatos de sua longa jornada nos tatamis
14
De que forma chegou aos tatamis? Foi aos 10 anos. Cheguei aos tatamis por acaso. Ninguém na minha família conhecia o judô. Mas, um dia, meu pai disse durante o almoço que me levaria a uma academia de judô para acompanhar o filho de um amigo. Quando lá cheguei, sofri um impacto enorme porque vi dois professores segurando as extremidades de uma faixa estendida a mais ou menos um metro do solo, enquanto alguns garotos corriam e mergulhavam de cabeça por cima da faixa. Fiquei apavorado, porque tinha certeza de que, se fosse fazer aquilo, me quebraria. Mas, o professor me explicou que não faria aquilo de início. Fiquei rolando no solo durante muito tempo, até que um dia pude saltar junto com os demais companheiros. Quem foi seu professor? Professor Júlio Adnet. Quando percebeu que o judô faria parte de sua vida? Acho que todos nós nascemos com uma missão, e a minha foi fazer judô. Tive oportunidade de estudar e tenho outra formação, mas o judô sempre foi minha grande paixão. Identifiquei-me desde cedo com as coisas do judô e fiz dele a minha profissão. Até que idade treinou com o professor Adnet? Até completar 18 anos. Mas posso incluir aí o professor Takeshi Miúra, porque foi ele que me ensinou a técnica ashi-guruma, que se tornou o meu tokui waza. Minha carreira foi muito curta porque uma contusão (calcificação óssea na tíbia da perna esquerda) me afastou dos tatamis. Durante um treinamento sofri uma pancada na altura da tíbia que resultou em uma cirurgia feita no Hospital de Base de Brasília, em dezembro de 1967. Anestesiado da cintura para baixo percebi que, durante a cirurgia, faltou um instrumento para dar prosseguimento à operação. O centro cirúrgico foi aberto e alguém foi buscar esse instrumento em outra sala. Provavelmente, esse instrumento não devia estar esterilizado ou a abertura do centro cirúrgico propiciou a entrada da bactéria que me contaminou. A verdade é que fui vítima de uma contaminação hospitalar! Contraí uma gangrena gasosa. A velocidade com que ela se expande no organismo é absurda! Ela começou no pé, pela manhã, e às 6 horas da tarde já havia ultrapassado o joelho. Os médicos não sabiam do que se tratava. Era um caso inédito! Felizmente, um cardiologista fez uma infiltração em minha virilha e descobriu que eu estava com gangrena gasosa. A amputação foi inevitá-
vel! Se demorasse mais um pouco, pegaria o ventre e, com certeza, eu não estaria aqui para contar essa história. Como reagiu a esta fatalidade? Por incrível que pareça, isso não me afetou. Na hora chorei muito porque fui pego de surpresa. Lembro que acordei com uma enfermeira segurando minha mão e senti uma sensação leve e perguntei a ela o que havia acontecido comigo. Ela começou a chorar e saiu da sala. Veio outra enfermeira e a cena se repetiu. Aí veio o médico que me operou e disse: “Tive de amputar sua perna para salvar a sua vida”. Foi um impacto enorme, e entrei em desespero. Chorei muito, mas logo me controlei e disse ao médico: “Se foi para salvar minha vida, você fez o que tinha de fazer”. A partir daí, toquei minha vida e nunca tive maiores problemas de ordem física ou psicológica. De que forma continuou no judô? Esse foi o grande desafio. Não tenho conhecimento, até hoje, de alguém que, nas minhas condições, ensine o judô. A demonstração das técnicas é uma exigência do ensino. Mas, eu não tinha mais como fazer isso. Era preciso quebrar esse paradigma! Acho que consegui. Tornei-me um professor, como tantos. Consegui escrever o meu nome na história. Meus alunos conquistaram os títulos mais importantes do planeta e todos possuem uma técnica muito refinada. Não conheço nenhum professor de judô que não tenha uma das pernas. Já vi judocas cegos e sem braço, mas sem perna não conheço nenhum. Isso foi o mais difícil! Tive de reinventar uma situação, mas, como diz o ditado, “quando Deus fecha uma porta, abre duas”. E eu acho que para mim Ele abriu umas dez, e não tive nenhum problema com isso. Aos 18 anos você reinventou o judô ou a vida? Acho que as duas coisas. Tive uma formação religiosa (estudei em colégio de padres) e quando isso aconteceu senti que, de alguma forma, estava preparado para receber o que recebi. Não me deixei abater em momento algum, e procurei continuar minha trajetória da forma mais digna possível. Passei a ver as coisas sob outros prismas. Embora fosse muito novo, percebi que, para continuar no judô, precisava desenvolver uma didática que me permitisse ser sucinto e eficiente. Acho que consegui. Assim aconteceu sua saída da academia do professor Adnet? Sim, porque a partir do que havia aconte-
cido comigo, não poderia mais ser atleta e ninguém acreditava que eu pudesse superar essa barreira. Como eu já era instrutor e tinha bastante experiência, resolvi tentar a vida em Santos. Quanto tempo demorou para se recuperar fisicamente? Fiquei hospitalizado durante três meses. Quando uma amputação ocorre por infecção por bactéria, não pode ser suturada porque, se restar algum resíduo da bactéria, o mal pode voltar a proliferar. O corte, permanecendo aberto, permite que o oxigênio existente no ar se encarregue de eliminar qualquer resíduo que possa existir. A cicatrização se dá lentamente. Por isso fiquei tanto tempo hospitalizado. O único problema que tive foi na saída do hospital. Naquela época, as coisas em Brasília ainda eram muito difíceis e a perna mecânica que me deram não permitia uma boa locomoção. Quando cheguei a São Paulo, soube de uma clínica ortopédica que era muito conceituada. Fiz uma nova perna e isso me permitiu uma locomoção mais fácil. Como ocorreu sua ida para São Paulo? Soube que o Santos F. C. estava precisando de um professor de judô. Enviei o meu currículo e fui chamado para me apresentar. Quando lá cheguei e ouvi a proposta, não aceitei porque o que me ofereceram era irrisório, e eu não teria condições de me manter. Saí de lá e parei num café para tomar algo e descansar. Aí apareceu um garotinho que estava com um judogi nas costas e ficou olhando para mim e, se aproximando, falou: “Você é o Paulo?” Sim, respondi. De onde você me conhece? Ele disse: “Olha você aqui”, e abriu a Gazeta Esportiva, na qual minha história estava sendo contada na primeira página. Convidou-me para ir até sua academia, e aquilo foi uma coisa fantástica. O português dono do bar, vendo a minha dificuldade de locomoção, prontificou-se a me levar, e já foi fechando as portas do bar. Chegando lá o garoto entrou na frente correndo, fazendo o maior escarcéu. Os diretores vieram me receber na porta e eu fiquei sem graça. Conversando comigo, me apresentaram o professor de judô. Só que ele não era professor de judô! Nós nos conhecíamos de Brasília. Quando ele me viu ficou roxo, mas mantive a calma e a tranquilidade. Fingi que não o conhecia. Ele era professor de educação física no Colégio La Salle (local para onde o professor Adnet havia transferido a sua academia, saída do Colégio Rosário). Ele simplesmente chegou a Santos, colocou uma faixa preta na cintura, e foi dar
15
O maior troféu que tenho na vida é que nunca perdi um aluno para outra academia aulas de judô. Os diretores me convidaram para um café e durante a conversa disseram que não estavam satisfeitos com o professor e que logo o demitiriam. Insistiram e perguntaram se havia possibilidade de eu ficar. Expliquei-lhes que tudo aquilo havia sido uma tremenda coincidência, e que teria de retornar a Brasília, mas que estaria à disposição para uma negociação caso a demissão se consumasse. Depois de alguns dias recebi um telegrama pedindo a minha vinda imediata para assumir o posto. O nome do clube: Sociedade União Antioquina, onde fiquei de 1968 a 1972. Como foi sua passagem pelo clube? Dentre os alunos, um me chamou a atenção. Um garoto magrinho, canhoto. Havia um ditado na cidade, que muito me intrigou: “O judô não sobe a serra”. Pensei comigo: vai subir! Logicamente, nenhum santista havia ganhado o Campeonato Paulista. O magricelo foi lá e ganhou! No ano seguinte, ganhou de novo. Seu nome: Márcio Simões Loureiro, primeiro santista campeão paulista de judô. Meu trabalho começou a aparecer. Então, em 27 de fevereiro de 1972, fundei a Associação de Judô Paulo Duarte. No mês seguinte, por recomendação médica, matricularam-se os irmãos Rogério e Ricardo Sampaio. O Rogério tinha 4 anos e o Ricardo 7. A partir daí a escola se desenvolveu, e minha vida tomou outro rumo. Você tem filhos? Tenho duas filhas e uma neta, que são as maiores riquezas que possuo na vida. Nathallie, a mais velha; Michéle a mais nova, e Maria Eduarda, a netinha que vive jogando o vovô de ippon! Soubemos que quando fundou a academia sofreu retaliações. Isso procede? Para ser professor no Estado de São Paulo, é preciso ser possuidor do 3º dan. Eu era 2º dan, chegado de uma “federação sem muita expressão”, segundo os dirigentes da Federação Paulista de Judô. E, portanto, deveria ser criteriosamente avaliado para que tivessem certeza da minha competência, embora soubessem que grandes nomes do judô nacional estavam radicados em Brasília, como os professores Michiio Ninomya, Lhofei Shiozawa, Takeshi Miúra e Koki Tani. A soberba com que se apresentaram logo foi deixada de lado, quando me viram dando aula. Eles fizeram a transmissão do que sabiam a você? Certamente. Tive a honra de segurar no judogi de todos eles. Todos colaboraram eficazmente com o meu aprendizado. Cada um me nutriu com o que de melhor possuía. Com o Miúra tive uma grande identificação, pois ele era especialista naquela que seria a minha técnica preferida: o ashi-guruma. Quando chegou a Brasília, fiquei fascinado por seu judô, que era muito técnico, e o admirei muito por ser uma pessoa diferenciada. É um homem com muita sensibilidade. Pinta, cozinha e faz um judô extremamente eficiente. É um ser humano da melhor qualidade e um amigo fantástico. Você é brasiliense? Sou carioca, mas cheguei a Brasília no dia 21 de abril de 1960, dia de sua fundação. Meu pai foi convidado pelo presidente Juscelino para ser o primeiro chefe dos Correios na nova capital federal. Sou carioca de nascimento, mas candango de coração. Voltando a 1972, como ficou o caso da pressão? Na verdade, eles não acreditavam na minha capacidade téc-
16
nica. Veladamente questionavam minha capacidade pelo fato de não ter uma perna. Aí veio uma comissão até Santos, chefiada pelo presidente da FPJ, Sérgio Adib Bahi, com mais cinco ou seis pessoas. Segundo eu soube, eles vieram com a ideia de fechar minha academia. Mas se surpreenderam com o que viram.
centro de treinamento. Hoje, coordeno um projeto idealizado por ele que dá assistência a 400 crianças. Quando faço palestras, digo sempre que tenho todos os defeitos do mundo, mas que sempre procuro conquistar as pessoas por meio de um bom relacionamento interpessoal. Acho que esse é o ponto alto da coisa.
Sadao Müllero, que é um grande amigo, certa vez me disse uma verdade: que eu tinha muita sorte porque as pérolas caíam sempre em minhas mãos. Reconheço isso! As pérolas realmente caem em minhas mãos. Mas não sei o porquê de elas caírem em minhas mãos. Esta pergunta só Deus pode responder!
O que aconteceu de fato? Eles ligaram avisando que viriam, e aí deixei meus alunos de plantão. Preparei o Ricardo Sampaio e mais um aluno para fazer kata. Aquilo era algo inédito, porque eram dois garotinhos ainda faixa verde, fazendo kata igual ao Uchida e ao Luiz. Era kata de gente grande! Eles chegaram nada simpáticos e disseram que em São Paulo as “coisas eram diferentes” e que eu teria de ter mais preparo para poder trabalhar aqui. Respondi que realmente estava vindo de uma federação pequena, mas que tinha muita qualidade devido aos professores que lá estavam e citei como exemplo o professor Ninomya, um 7º dan que havia migrado de São Paulo para Taguatinga em 1958. Aliás, foi com ele que aprendemos kata! Citei Miúra, Shiozawa e Koki Tani. Pedi licença para dar uma aula e sugeri que escolhessem os fundamentos básicos das técnicas que deveria apresentar. Posteriormente, meus alunos fizeram uma apresentação de nage no kata completo. Para encurtar o assunto, quando meus faixas verdes acabaram a demonstração, eles aplaudiram de pé. Ficaram emocionados e disseram que nunca tinham visto duas crianças fazendo kata com tamanha perfeição. Depois disseram que eu estava aprovado com louvor, fomos almoçar e acabaram-se as divergências.
Isso se aplica aos ensinamentos e ao preparo de um campeão? O trabalho tem de ser contínuo. Não pode haver quebras nesse caminho. Todo atleta necessita de anos de convivência com seu professor para absorver os principais ensinamentos. Todos os bons atletas trazem a marca de sua escola no seu desenvolvimento. Quando ele se apresenta, podemos identificar, com certa facilidade, a que escola ele pertence. Se o professor não tiver bom relacionamento com o aluno e com sua família, certamente irá interromper este ciclo. Ele não vai chegar aonde poderia e, consequentemente, o professor também não. Para muitos, a colheita não acontece em razão da quebra desse relacionamento.
Você quer dizer que não é responsável pelos resultados de todos os seus alunos? Tenho uma pequena parcela de responsabilidade nisso. E minha parcela consiste em fazer com que descobrissem e gostassem verdadeiramente do judô. Tenho alguma habilidade para ensinar, mas não muita.
E porque eles vieram até Santos? Primeiro, porque meu sucesso nas competições incomodou e acho que queriam saber quem de fato eu era. Também pelo fato de o Márcio Simões Loureiro ter sido o primeiro santista a ser campeão paulista. Outra coisa importante foi que, naquela época, só havia judô em clubes. Todo mundo dizia que academia particular não dava certo, e fui o único que abriu uma academia particular e teve sucesso. O maior troféu que tenho na vida é que sempre consegui manter meus alunos ao meu lado. Mantive-os comigo durante toda a carreira esportiva deles. O Rogério começou comigo aos 4 anos e foi campeão olímpico aos 24. Quando fundou a sua associação, todos os meus alunos foram treinar com ele porque eu me havia transferido para a cidade de Santa Isabel para construir um
Qual é a sua graduação, hoje? Sou 6º dan desde 1990, mas não me apego a isso. Até o 5º dan me inscrevi para lutar com uma perna só. Na época eu tinha só 40 anos e treinava chão direitinho! Esperava não cair de ippon, para dar prosseguimento no solo. Aliás, no dia em que fiz exame para 5º dan, meus alunos Rogério, Marietto, Luiz Roberto e Daud prestaram para 1º dan. Enquanto eu estava sendo examinado numa área, eles estavam sendo examinados em outra. Foi emocionante ser aprovado juntamente com eles! Um judoca que está no shiai consegue processar as informações do técnico? É uma tentativa! Procuramos ajudá-lo a ter uma leitura de luta para resolver a situação-problema que está sendo apresentada. Vários fatores contribuem para que isso se processe ou não. Há momentos em que é necessário, apenas, acalmá-lo. Em outros momentos podemos exigir mais atitude durante a luta. Portanto, técnicos, atenção! Cuidado para não atrapalhar! É verdade que o Ricardo era mais técnico que o Rogério? São dois estilos diferentes. Os dois sempre foram muito bons. Ricardo, Rogério, Daniele e outros, ao que atribui sua capacidade de formar campeões? Na realidade isso não existe. O professor
Então o Rogério foi campeão olímpico por obra do acaso? Não, porque trabalhamos para alcançar esse objetivo. O Rogério tinha 14 anos quando virou para mim e disse que queria treinar para ser campeão olímpico. Respondi que ele teria de ter em mente que, para atingir esse objetivo, teria de ter uma vida exclusiva para o judô. Acabariam as festinhas, as viagens de férias e teria de treinar de segunda a sábado. Concluí sugerindo que fosse para casa e pensasse direitinho. Ele era muito jovem. No dia seguinte, reafirmou que era aquilo mesmo que queria, e respondi que íamos começar naquele mesmo dia. Levei-o de carro ao pé do morro da Nova Cintra. Ele subiu e desceu correndo até chegar do outro lado e fizemos um pacto fantástico. Não sei como conseguimos fazer aquilo, pois foi tudo na base da vontade. Nunca fui professor de educação física, não entendo nada de preparação física, mas mandei ele fazer aquilo que eu fazia quando me preparava. Desenvolvi uma barra no jardim da casa dele e ali ele fazia o uchi-komi e os exercícios físicos. Fazia mil uchi-komis por dia de osoto-gari, seu golpe preferido. Às vezes estava chovendo muito e, usando capa, fazíamos o treinamento embaixo de chuva. Quem passava na rua certamente nos chamaria de doidos! Para ter uma ideia do sacrifício que fizemos, eu não fui ao batizado da minha filha só porque não caiu num domingo. Aliás, nem na formatura de minha mulher eu fui. Treinávamos no Natal, finados, ano novo, Páscoa e tudo quanto era dia santo. Em oito anos, não quebramos nosso pacto um dia sequer. Quando acabou e ele ganhou a medalha de ouro olímpica, nos cumprimentamos e dissemos “estamos quites”. Não lhe devo nada e nem você a mim. Cumprimos, rigorosamente, tudo aquilo que havíamos projetado.
17
Você tem um pedacinho daquela medalha? Com certeza. Além do sensei Adnet, quem mais lhe transmitiu conhecimento? Todo conhecimento é resultado de pesquisa, e quem quer aprofundar seu conhecimento precisa ter várias fontes. Entendo que os professores com os quais me relacionei são aqueles que o mundo do judô pode considerar fonte fidedigna e de altíssima qualidade. Entre estes cito o professor George Kastriget Mehdi, uma pessoa com um conhecimento espetacular e que me ensinou muita coisa. Para termos uma ideia ele, é considerado irmão de Isao Okano, o maior judoca do mundo nas décadas de 60 e 70. O carinho dele por mim é tão grande que ele me presenteou com o agasalho que Okano usou quando ganhou a Olimpíada de Tóquio. Guardo-o a sete chaves! Você foi aluno dele? Depois que mudei para Santos, fiquei mais próximo do Rio de Janeiro. Quando tive necessidade de aprofundar meus conhecimentos, fui procurá-lo. Ele foi de uma importância enorme em minha carreira e participou ativamente de todo o meu processo de evolução. Ele era bom em quê? Ele é bom em tudo! Tem muita cultura e se expressa muito bem. Possui uma didática excelente, e sabe transmitir como poucos sua técnica, que é refinadíssima. Conviveu com os melhores atletas do mundo, na época. É um grande estilista! E além dele? Takeshi Miura, Lhofei Shiozawa, com quem tive uma honra enorme de conviver, e o mestre Michiyo Ninomya. Esses foram a minha base.
18
Como foi parar em Bastos? Naquela época, o Ricardo Sampaio era meu atleta mais técnico e tinha certeza de que seria campeão paulista naquele ano. Estava muito bem. Jogando todo mundo. Mas, na final, caiu diante de um judoca de Bastos. E, naquele dia, Bastos ganhou todas as categorias. Fiquei impressionado com aquela japonesada careca arrebentando no campeonato, e perguntei quem era o professor de Bastos e subi à arquibancada para conhecer o professor Umakakeba. Apresentei-me, e o parabenizei pelos resultados e perguntei qual era o segredo? Ele respondeu que o segredo era treino. Argumentei que também treinava meus alunos e ele perguntou quantas vezes nós treinávamos por semana. Duas horas e três vezes por semana, respondi, e ele disse que treinava três horas e todos os dias. Ainda perguntou quantas flexões de braço fazíamos, e respondi que em torno de dez ou 15. Calmamente, ele disse que faziam de 1.000 a 1.500 e, se não acreditasse, que fosse até lá para ver. Perguntei quando poderia ir e ele respondeu: “Quando você desejar”. Disse-lhe que iria na semana seguinte. Arregimentei 20 alunos, pegamos um trem na estação da Luz e viajamos até Iacri, uma estação perto de Bastos. Minha mulher estava grávida, e viajamos 12 horas de trem. O professor foi receber-nos com os alunos dele. Ali mesmo, de roupa normal, os alunos dele se abaixaram e fizeram 300 flexões de braço só para nos receber. A academia era uma estação de trem desativada que eles transformaram em dojô. Deixamos a garotada no dojô e fomos para o sítio, onde fomos recebidos por sua esposa, uma senhora muito simpática. Quando fomos treinar, ele começou a dar ginástica e minha turma começou a passar mal. Expliquei-lhe que tínhamos viajado 12 horas de trem, e pedi para dispensar a ginástica e irmos diretamente para o treino, e ele respondeu que não havia problema e dis-
parou: “Todo mundo para o chão!”. Quando me dei conta, vi que todos os meus alunos estavam por baixo, apanhamos muito. Resumindo, passamos uma semana em Bastos e, quando chegamos a Santos no domingo, disse que na segunda não faríamos treino porque teríamos uma reunião. Estava, durante toda a viagem, pensando em como resolver essa situação. Minha garotada desembarcou com o rosto todo arranhado. Os pais ficaram apavorados quando nos viram! Na reunião mostrei o que havia acontecido conosco, e disse que ou fazíamos a mesma coisa ou seríamos saco de pancada dessa turma a vida inteira. E decretei: a partir de hoje, todo mundo de cabeça raspada (inclusive eu). Vamos começar fazer as flexões e treinar todos os dias durante três horas. Metade da academia foi embora. Quando cheguei em casa e contei para minha mulher o que havia feito, ela argumentou que não estávamos em Bastos e que aquilo não daria certo. Insisti que não recuaria e que conseguiríamos nos equiparar aos atletas de Bastos. Por muitos anos mantivemos um intercâmbio com o judô de Bastos. Todo mês de julho, íamos a Bastos. Todo mês de janeiro, eles vinham a Santos. Com o tempo, a coisa começou a reverter-se. O treinamento com o professor Umakakeba foi importante? Foi muito importante, e ele entra no grupo de professores que participaram de minha formação e evolução técnica no judô. Porque fez faculdade de teologia e não de educação física? O professor Jigoro kano era um filósofo, tinha princípios religiosos muito fortes e, dentro de sua doutrina, inseriu muita coisa teológica. Toda a sua doutrina foi embasada em princípios teológicos. Para desenvolver a educação física, temos várias pessoas com muito mais possibilidades do que eu. Para a teologia, não temos tantas em disponibilidade. Tudo na vida é composto por ciclos e o judô também foi formado por gerações, mas quais foram as três principais escolas de judô do Brasil? Penso que falar em principais é um tanto perigoso porque, na certa, cometeríamos algumas injustiças. Mas, se citarmos os professores Kihara, Ninomya e Sobey Tani como os grandes precursores do judô nacional, prestaremos uma homenagem a esses grandes mestres, enquanto reconhecemos a importância de suas escolas. E na fase mais recente? Hoje a coisa esta muito diversificada, mui-
tas escolas surgiram, mas as dos professores Shinohara, Hirakawa e Umakakeba, figuram entre as principais. Destaque três judocas do passado. Vamos por gerações. Lá no começo, tivemos Kawakami e Hikari Kurachi. Depois, George Mehdi, Chiaki Ishii e Lhofei Shiozawa. Em seguida a geração dos medalhistas olímpicos mais recentes: Aurélio, Carmona e Rogério. Qual foi o judoca mais técnico do Brasil? Lhofei Shiozawa. Qual atleta desbravou verdadeiramente o judô no Brasil? Aurélio Miguel. Foi ele o primeiro atleta brasileiro a participar do chamado “circuito europeu’. Ele pegou o kimono e, por conta própria, participou daquelas competições e mostrou a importância do intercâmbio e da troca de informações. A partir daí é que o Brasil passou a ser convidado para participar. Além do atleta fantástico que foi, devemos a ele muito do crescimento da competitividade atingida pelo judô brasileiro. Qual é a maior promessa ou o maior judoca da atualidade? Tenho muito cuidado em analisar essas situações, porque a minha visão crítica assim o exige. Não me deixo entusiasmar pela conquista de medalhas, embora no esporte competitivo isso deva ser levado em consideração. Gostaria que houvesse maior preocupação com a base técnica do judô brasileiro. A competitividade tem aumentado muito, em detrimento da qualidade técnica. Muitos atletas, com um potencial enorme, deixam de subir ao pódio porque ainda cometem erros gritantes nos fundamentos. Muitas promessas estão surgindo, mas fiquemos atentos para que não sejam, apenas, promessas. Levando em consideração a sua posição no ranking mundial, a regularidade nas competições e o seu desempenho físico, técnico e mental, penso ser o Leandro Guilheiro o atleta que reúne as melhores condições, hoje. Sob esse ponto de vista, você acha que o feminino conquistou seu espaço? Observe que as meninas não se tocam muito na pegada. O objetivo delas não é segurar no kimono e, sim, evitar que a adversária faça a pegada. Elas não deixam pegar. Nós bloqueamos para segurar e jogar, enquanto elas bloqueiam por bloquear. Esta é uma característica das mulheres ocidentais porque elas são muito guerreiras,
elas brigam. As orientais têm o estilo do judô masculino. O judô feminino brasileiro chegou ao nível internacional porque grande parte do mundo atua como ele. Temos a Sarah, Ketleyn, Mayra, a Erica, entre outras. O grande problema da mulher ainda é a sua parte motora, porque fisicamente as mulheres nunca praticaram nada. Não por culpa delas! É que a educação física nas escolas nunca foi levada a sério. Os meninos têm a bola, skate, um muro para saltar e a bicicleta para correr. Já as meninas não tiveram nada disso. Elas estão saindo do apartamento diretamente para o dojô, e por isso a coordenação motora delas ainda é muito ruim. Elas se estão superando, mas ainda pagam um alto preço por isso. Sem uma boa coordenação motora não pode haver crescimento técnico. Na medida em que nossas meninas tiverem um acompanhamento melhor nessa área, o nosso judô feminino vai igualar-se ao masculino. O que é necessário para ser um bom professor de judô? Em primeiro lugar, estar comprometido com a causa do judô. Estar aberto a novas informações e pesquisar muito sobre tudo que acontece no mundo do judô. Ter curso de formação em algumas áreas ajuda, em muito, o desempenho no dojô. O professor deve ser um “cuidado” para aqueles que necessitam de sua orientação ou ajuda. Qual foi sua maior alegria no judô? O título olímpico é uma coisa indescritível. Toda vez que falo isso, o Rogério fica sem graça. Mas receber um garoto inexperiente – no qual dá banho, troca a roupa, ensina-lhe os fundamentos – e depois vê-lo tornar-se um campeão olímpico é uma coisa indescritível! E pessoalmente, qual foi sua maior alegria? Tive muitas coisas importantes, mas emblemático mesmo foi a conquista da faixa preta. Este é o sonho de todo atleta. Depois veio a de kodansha, mas não teve o mesmo gosto. O nascimento de um filho é uma coisa fantástica, o casamento é outra coisa superemblemática na vida de um homem. Passei em segundo lugar num concurso público aos 55 anos de idade. Terminei uma faculdade aos 62 anos. A nova equipe do SESI está saindo-se muito bem nas competições. Estou muito feliz! Parece que o judô é como o oxigênio para você.
Como é ficar de fora vendo meninos e meninas fazendo aquilo que mais gosta de fazer na vida? A aceitação e o poder de adaptação dão a qualquer ser humano as condições necessárias para uma vida plena. O trabalho desenvolvido em prol da comunidade é muito mais gratificante do que aquele que é dirigido para si próprio. O que mais oxigena a minha vida é saber que, além de não permitir o meu afastamento, Deus me nutriu de tudo que necessito para bem desempenhar a minha missão. Além da atividade como técnico e professor, está finalizando a produção de mais um livro. Qual é o tema central da obra? Estamos escrevendo uma metodologia que, na realidade, pode ser considerada um compêndio. Muitos dos nossos grandes mestres já não se encontram entre nós. Portanto, aqueles que tiveram a sorte de receber, diretamente, seus conhecimentos têm a incumbência de sistematizar esses ensinamentos para que a geração presente e as futuras possam deles se utilizar. Muitas variações técnicas têm surgido e vão continuar a surgir, mas todas deverão estar consubstanciadas no kihon. A proposta deste livro é fundamentar a execução das principais técnicas (kihon) ensinadas pelos grandes mestres para que todos tenham acesso a um judô de qualidade. Qual é a sua expectativa sobre este livro? É que a comunidade judoísta o acolha como mais uma fonte de pesquisa.
Por Assessoria de Imprensa/CBJ Fotos Paco Lozano, Paulo Fischer e Revista Budô
Brasil
Termina Copa do Mundo de São Paulo em Primeiro Lugar São Paulo (SP) - O Brasil encerrou sua participação na Copa do Mundo de São Paulo com 17 medalhas, sendo quatro de ouro, quatro de prata e nove de bronze. Com o resultado, o Brasil terminou a competição em primeiro lugar no quadro geral de medalhas, seguido pela Bélgica, com três ouros e um bronze, e Mongólia, com dois ouros, uma prata e um bronze. Realizada nos dias 25 e 26 de junho, no Ginásio do Ibirapuera, a Copa do Mundo de São Paulo faz parte do Circuito Mun-
20
dial da Federação Internacional de Judô e conta pontos para o ranking olímpico e para os Jogos de Londres 2012. Em Copas do Mundo, a medalha de ouro conta 100 pontos, enquanto a prata vale 60 e o bronze, 40. No domingo, o Brasil conquistou oito medalhas. Rafael Silva (+100 kg) fez uma final brasileira com Daniel Hernandes, acabou levando a melhor e vencendo o confronto por ippon. Hugo Pessanha (90 kg) foi superado na decisão pelo cubano Asley Montero por wazari e ficou com a prata. Os bronzes foram conquistados por Nacif Elias (81 kg), Maria Portela (70 kg), Natália Bordignon (70 kg) e Maria Suellen (+78 kg). No sábado, a seleção subiu no pódio com Erika Miranda (52 kg/ouro), Rafaela Silva (57 kg/ouro), Luiz Revite (66 kg/ouro), Breno Alves (60 kg/prata), Eleudis Valentim (52 kg/prata), Leandro Cunha (66 kg/bronze), Taciana Lima (48 kg/bronze), Ketleyn Quadros (57 kg/bronze) e Mariana Silva (63 kg/bronze). “Encerramos com chave de ouro esta turnê de competições pelo Brasil. Foram no total 26 medalhas conquistadas no Grand
Dois ícones dos tatamis se destacaram na Copa do Mundo, Sergio Pessoa como técnico da Seleção Canadense e Rogério Sampaio como comentarista da Rede Record
21
Slam do Rio de Janeiro e na Copa do Mundo de São Paulo, o que mostra a capacidade do Brasil. Ficamos satisfeitos por ver, principalmente, alguns judocas que não vinham conquistado bons resultados brilharem diante da torcida brasileira”, disse o coordenador técnico internacional da Confederação Brasileira de Judô, Ney Wilson. Após ficar de fora do pódio no Grand Slam do Rio de Janeiro, Rafael Silva garantiu a medalha de ouro para o Brasil no segundo dia da Copa do Mundo. Após a conquista, ressaltou o alto nível em que se encontra atualmente a categoria peso-pesado no Brasil. “Esta disputa acirrada entre tantos atletas ajuda muito no crescimento da categoria. Pelo que vimos em outros pesos, quando dois ou mais atletas estão próximos no ranking mundial, o nível fica elevado e quem ganha com isto é o judô brasileiro”, afirmou Rafael Silva. Pelo ranking da Federação Internacional de Judô, estabelecido na temporada de 2009-2010 (de maio a abril), os pontos adquiridos em competições naquele ano perdem 75% do valor até o fechamento da lista Olímpica em 30 de abril de 2012. Os pontos de 2010-2011 valerão 50% do total e, a partir de maio de 2011 até abril de 2012, os pontos serão 100% computados. Daí a importância do Grand Slam do Rio de Janeiro e da Copa do Mundo de São Paulo nesta conta. Valem pontos no ranking os campeonatos mundiais, másters (Top 16), Grand Slam, Grand Prix e Copa do Mundo.
22
Classificação Geral Masculino - 60 kg 1. Ludwig Paischer - AUT 2. Breno Alves - BRA 3. Boldbaatar Gambat - MGL 3. Ilgar Mushkiyev - AZE 5. Yunlong He - CHN 5. Felipe Kitadai - BRA 7. Nabor Castillo - MEX 7. Frazer Will - CAN - 66 kg 1. Luiz Revite - BRA 2. Dan Gheorghe Fasie - ROU 3. Leandro Cunha - BRA 3. Pawel Zagrodnik - POL 5. Miyaragchaa Sanjaasuren - MGL 5. Ricardo Valderrama - VEN 7. Charles Chibana - BRA 7. Tarian Karimov - AZE - 73 kg 1. Nyam-Ochir Sainjargal - MGL 2. Tsagaanbaatar Hashbaatar - MGL
5. Rodrigo Luna - BRA
1. Rafaela Silva - BRA
5. Parviz Sobirov - TJK
2. Kifayat Gasimova - AZE
7. Lyes Bouyakoub - ALG
3. Andreea Chitu - ROU
7. Nikola Milosevic - SRB
3. Ketleyn Quadros - BRA
- 100 kg
5. Fatima Zahra Ait Ali - MAR
1. Elco Van Der Geest - BEL
5. Guirong Zhu - CHN
2. Oreydi Despaigne, CUB
7. Belen Achurra Le Blanc - CHI
3. Luciano Correa - BRA
7. Melissa Rodriguez - ARG
3. Elmar Gasimov - AZE
- 63 kg
5. Daniel Brata, ROU
1. Munkhuzaya Tsedevsuren - MGL
5. Elkhan Mammadov - AZE
2. Alice Schlesinger - ISR
7. Adil Fikri - MAR
3. Mariana Silva - BRA
7. Sergio Garcia - MEX
3. Ramila Yusubova - AZE
+ 100 kg
5. Hilde Drexler - AUT
1. Rafael Silva - BRA
5. Yarden Gerbi - ISR
2. Daniel Hernandes - BRA
7. Katherine Campos - BRA
3. Oscar Bryason - CUB
7. Rizlen Zouak - MAR
3. Andrey Volkov - RUS
- 70 kg
5. Barna Bor - HUN
1. Yuri Alvear - COL
5. Mohammad Rodaki - IRI
2. Kelita Zupancic - CAN
7. Marius Paskevicius - LTU
3. Natalia Bordignon - BRA
7. Vladut Simionescu - ROU
3. Maria Portela - BRA
Feminino
3. Tomasz Adamiec - POL
5. Nadia Merli - BRA
3. Michael Eldred, USA
- 48 kg
5. Antonia Moreira - ANG
5. Marcelo Contini - BRA
1. Charline Van Snick - BEL
7. Veronica Mendoza - ESA
5. Costel Danculea - ROU
2. Alina Alexandra Dumitru - ROU
7. Andrea Menegazzo - GUA
7. Bruno Mendonca - BRA
3. Sumeyye Akkus - TUR
- 78 kg
7. Peter Scharinger - AUT
3. Taciana Lima - BRA
1. Zhehui Zhang - CHN
- 81 kg
5. Ana Hormigo - POR
2. Yahima Ramirez - POR
1. Joachim Bottieau - BEL
5. Roni Schwartz - ISR
3. Amy Cotton - CAN
2. Safouane Attaf - MAR
7. Luz Alvarez - COL
3. Marylise Levesque - CAN
3. Vitaliy Dudchyk - UKR
7. Edna Carrillo - MEX
5. Mirla Nolberto Labriel - GUA
3. Nacif Elias - BRA
- 52 kg
5. Keivi Pinto - VEN
5. Laszlo Csoknyai - HUN
1. Erika Miranda - BRA
7. Audrey Nancy Koumba Adjani - GAB
5. Elkhan Rajabli, AZE
2. Eleudis Valemtim - BRA
7. Rosangela Moraes - BRA
7. Diogo Lima - POR
3. Soraya Haddad - ALG
+ 78 kg
7. Aleksej Nefedov - SRB
3. Ilse Heylen - BEL
1. Song Yu - CHN
- 90 kg
5. Marie Muller - LUX
2. Huanyuan Liu - CHN
1. Asley Gonzalez Montero - CUB
5. Aynur Samat - TUR
3. Maria Suelen Altheman - BRA
2. Hugo Pessanha - BRA
7. Andressa Fernandes - BRA
3. Rania El Kilali - MAR
3. Isao Cardenas - MEX
7. Cancan He - CHN
5. Jasmin Kuelbs - GER
3. Valentyn Grekov - UKR
- 57 kg
5. Vanessa Zambotti - MEX 7. Claudirene Cezar - BRA 7. Monica Sagna - SEN
23
SESI, Palmeiras, Pinheiros e São João TC
Ficam com mais Medalhas no Paulista Sub-17 e Sub-20 Por Paulo Pinto Fotos Marcelo Lopes/Judo ao Vivo
ª 1
Campeonato Paulista
Sub-17 e Sub-20
Delegacia da Capital
Delegado Regional Wilson Della Santa
São José do Riuo Preto Ribeirão Preto Araçatuba
Botucatu Presidente Prudente Bauru Marília
Campinas São José dos Campos Sorocaba
Vale do Ribeirão
DADOS DA COMPETIÇÃO Data: 30 de abril de 2011 Local: Ginásio do Sport Club Corinthians Paulista Cidade: São Paulo - SP Delegacia: 1ª Delegacia Regional - Capital Delegado Regional: Wilson Della Santa Associações Participantes: 148 Atletas Participantes: 516 Árbitros que atuaram: 38 Total de áreas: 8 áreas
26
e São
Grand
Paulo
São Paulo (SP) - A Federação Paulista de Judô realizou no dia 30 de abril o Campeonato Paulista das categorias sub-17 e sub20. A competição teve a supervisão da 1ª Delegacia da Capital, e mais uma vez o delegado regional Wilson Della Santa mostrou excelente trabalho. Realizada no ginásio de esportes do Sport Club Corinthians Paulista, a competição teve a participação de 148 associações vindas de todo o Estado, e as 15 delegacias regionais foram representadas nas duas categorias. Ao todo, 516 judocas disputaram medalhas, o que proporcionou lutas eletrizantes.
Francisco de Carvalho Filho e Antonio dos Santos Gomes
27
No sub-17 masculino, o time do SESI–SP ficou em primeiro lugar com dois ouros, duas pratas e dois bronzes, enquanto no feminino o Palmeiras/ Mogi ficou na frente com os dois ouros obtidos. No sub-20 masculino, o Esporte Clube Pinheiros abriu enorme vantagem sobre as demais equipes, com quatro ouros e dois bronzes. Já no feminino o São João Tênis Clube ficou em primeiro, com os dois ouros conquistados no superligeiro e no meio-médio. A grata surpresa do certame foi o equilíbrio na distribuição de medalhas. Com exceção do sub-20 masculino, em que o Esporte Clube Pinheiros abriu larga vantagem, nas demais categorias e classes a distribuição de medalhas foi bem homogênea.
28
Sub-17 Feminino Super Ligeiro 1 Tawany Gianelo da Silva
Seduc - Praia Grande
2 Franciele Aparecida F. Costa
Tênis Clube S José Campos
3 Bruna Tomomi Chibana
Sport Club Corinthians Paulista
3 Maria Eduarda Pereira Gomes
Associação Desp. Centro Olímpico
Ligeiro 1 Isabela Farah
Esporte Clube Pinheiros
2 Amélia Rosa Da Silva
Semclatur de Lins
3 Julia M. Chibana
Sport Club Corinthians Paulista
3 Bruna Caroline dos S. Gonçalves
SESI - SP
Meio Leve 1 Raquel Ap. Laurindo
Palmeiras/Mogi
2 Michely Y. de Amorim Abe
Associação Esportiva Guarujá
3 Rafaela Ruiz N. de Morais
Associação Desp. Centro Olímpico
3 Nathalia Carnio
Seduc - Praia Grande
Leve 1 Rayane Ferraz de Souza
Associação Desportiva Santo Andre
2 Carolina dos Santos S.Batista
SESI -SP
3 Nayara Jhessyca Leandro
SESI - SP
3 Anne Karoline Alves de Macedo
São João Tênis Clube
Meio Médio 1 Tamires Brandão da Silveira
Sec. Juv. Esp Lazer Pindamonhangaba
2 Amanda Caroline Valério
A.D.C Santana Pedreira
3 Gabriela Souza Bittencourt
Associação de Judô Rogério Sampaio
3 Raiza Silva Ferreti
Associação de Judô Oeste Paulista
Médio 1 Munique Rivas Hadzic
SESI -SP
2 Paula Medrado Freitas Santos
Rio Preto Automóvel Clube
3 Paola Roberta Colodiano
Associação de Judô Aleixo - M. F.
3 Thainy Daiane C. Sebastião
Associação Amaro De Judô
Meio Pesado 1 Aine Dalete F. Schmidt
Palmeiras/Mogi
2 Alana Martins Maldonado
Associação Cult. Esp. Rec. Tupã
3 Nayara Herrera Sarracine
Seduc - Praia Grande
3 Yrani M. Castellano A.Pinto
Colégio Dom Macário Schimitt
Pesado 1 Loraine Cristina Dias da Silva
Rio Preto Automóvel Clube
2 Julia Cristina Bueno Araujo
SESI - SP
3 Bruna F. Marcondes Moura
São Paulo Futebol Clube
3 Kelly Karine Diniz
Judô Clube Itararé
Masculino Super Ligeiro 1 Gabriel Moreira Alves
Palmeiras/Mogi
2 Eduardo Moreira Damião
Associação Sekai de Judô
3 Gustavo Barroso Perota
Associação Bushido Pais e Amigos
3 Andre dos Santos B. Moraes
Palmeiras/Mogi
Ligeiro 1 Bruno Loverdos
Clube Paineiras do Morumbi
2 Paulo Tadao Ijichi Tanaka
Associação de Judô Vila Sonia
3 Lucas Siqueira C. Turt
Tênis Clube S Jose Campos
3 Vitor Oliveira Torrente
Palmeiras/Mogi
29
Meio Leve 1 Davi Kalede Carvalho L Loureiro
SESI - SP
2 Hiago Del Rosso Pirolo
SESI -SP
3 Michel B. Santos
Adpm - Reg. S. J. C.
3 Juliano Costa Carvalho
Fúlvio Myata Fitness & Sports
Leve 1 Anderson Ferreira da Silva
Associação Desportiva São Caetano
2 Lucas Gongora Ribeiro
Palmeiras/Mogi
3 Luis Augusto da S.Nogueira Fil
Semclatur de Lins
3 Breno Alessi dos Reis Almeida
Assoc. de Judô Hinode
Meio Médio 1 Jose Victor Romeu Basile
Associação de Judô Rogério Sampaio
2 Gabriel Penha Queiroz Pinto
Ateneu Barão De Mauá
3 Diego Moreira S. Guevara
Associação Marcos Mercadante De Judô
3 Leonardo Amaral Maiek
Unimes-Univ. Metrop. Santos
Médio 1 Victor Luiz da Silva Correia
SESI -SP
2 Gustavo dos Santos Silva
Seduc - Praia Grande
3 Iuri Priolo Rocha
SESI - SP
3 Gabriel Novaes da Silva
Palmeiras/Mogi
Meio Pesado 1 Mateus Calcini Liberato
Sec. Mun. Esp. Ribeirão Preto
2 Thiago Henrique Silva Chiodi
Semclatur De Lins
3 Pedro Henrique Nomura Silva
Associação Guairense de Judô
3 Kaio Gomes Nogueira
A D Ateneu Mansor
Pesado 1 Victor Luis da Silva
Associação Fun. Robert Bosch Brasil
2 Hugo Moura Praxedes
SESI - SP
3 Rafael Nunes Paulini
SESI - SP
3 Tiago Bastos Gabriel
Ateneu Barão de Mauá
Sub-20 Feminino Super Ligeiro 1 Agueda Cristina De Arruda Silva
São João Tênis Clube
2 Luana Barbosa Mendes
Tênis Clube S Jose Campos
3 Isabela Farah
Esporte Clube Pinheiros
3 Juliane Barbosa do Carmo
Associação Spessoto de Judô E
Ligeiro 1 Isamara Pereira da Silva
Associação Guairense de Judô
2 Jessica Neves Miranda Osório
Esporte Clube Pinheiros
3 Amanda Nathalia O. Miashita
Associação Desportiva São Caetano
3 Nathalia Carnio
Seduc - Praia Grande
Meio Leve 1 Thais Borges dos Santos
Sec. Juv. Esp Lazer Pindamonhangaba
2 Nathalia Evelyn Sibula Costa
Associação Desportiva Santo Andre
3 Livia Emi Yamashita
Associação de Judô Vila Sonia
3 Bruna Alves Cardoso
Suzano Judô Clube
Leve 1 Flavia Rodrigues da Cruz
Ateneu Barão de Mauá
2 Gilmara Cristina Prudêncio
Seduc - Praia Grande
3 Ellen Cristina Rodrigues
Associação Itapetininga Kodokan
3 Patrícia Tiemi Taminato
Associação Desportiva São Caetano
Meio Médio 1 Beatriz Nery Soranz
São João Tênis Clube
2 Tharrere Aparecida Reis Silva
Judô Makoto
3 Laisa de Souza Oliveira
AssociaçãoKiai Kam
3 Heloisa da Silva Machado
Colégio Dom Macário Schimitt
Médio 1 Adriana Leite de Souza
Associação de Judô Rogério Sampaio
2 Beatriz Santos De Oliveira
Associação de Judô Rogério Sampaio
3 Tainã Carolina Nery
Associação Desportiva São Caetano
3 Anne Caroline Barbosa
Associação Kiai Kam
Meio Pesado 1 Talita Liborio Morais
Tênis Clube São José dos Campos
2 Rubiana Lopes Cury
Esporte Clube Pinheiros
3 Ana Carolina Ramos Marçal
Associação de Judô Cho Do Kan Itanhaem
3 Julia Dezem Von Ah
Companhia Athletica Campinas
Pesado 1 Kawanne Toledo Martins
Esporte Clube Pinheiros
2 Gabriela Mattioli de Siqueira
Seduc - Praia Grande
3 Juliete dos Santos da Silva
Secr Mun Esp. de Caraguatatuba
3 Patricia Aparecida Dias
Fundesport - Araraquara
Masculino Super Ligeiro 1 Mike Massahiro Chibana
Esporte Clube Pinheiros
2 Luiz Claudio de Lima Junior
Tênis Clube S Jose Campos
3 Hernan Daniel Birbrier
Associação Esportiva Piracicaba
3 Rafael Batista da Silva
Ateneu Barão de Mauá
Ligeiro 1 Allan Eiji Kuwabara
Esporte Clube Pinheiros
2 Vagner Felix Soares
SESI -SP
3 Raphael Minoru Miaque
Tênis Clube S Jose Campos
3 Danilo Borges Ferrante
Rio Preto Automóvel Clube
Meio Leve 1 Renan da Silva Pereira
Rio Preto Automóvel Clube
2 Ricardo Luiz Silva Santo Jr.
Unimes-Univ.Metrop.Santos
3 Lucas V. B. D. V. S. Esperidião
Sport Club Corinthians Paulista
3 Matheus De Andrade
Associação Guairense de Judô
Leve 1 Caio Henrique Alves P. Brigida
São João Tênis Clube
2 Anderon Primo de Souza
SESI - SP
3 Yuri Gomes Takabatake
Esporte Clube Pinheiros
3 Jose Carlos Moraes Jr
Associação Desportiva São Caetano
Meio Médio 1 João Paulo De Araujo
Fundesport - Araraquara
2 Ricardo Vinicius R. Maldonado
Grêmio Recreativo Barueri
3 Ricardo de Abreu Serrão
Esporte Clube Pinheiros
3 Murilo Trevizan
Associação Esportiva Piracicaba
Médio 1 Henrique Augusto M. da Silva
Esporte Clube Pinheiros
2 Caio Perondi de Melo
Associação de Judô Rogério Sampaio
3 Eduardo Lopes Gonçalves
Associação Desportiva São Caetano
3 Dario Augusto F de Alves
Associação Desportiva São Caetano
Meio Pesado 1 Raphael Ribeiro Z. Warzee
Esporte Clube Pinheiros
2 Pedro Henrique Soares Froner
Fundesport - Araraquara
3 Mateus Paula e Silva Almeida
Sec. Juv. Esp Lazer Pindamonhangaba
3 Pedro Medeiros Delgado
SESI - SP
Pesado 1 Enricke Kanematsu Martins
Sec. Mun. Esp. Ribeirão Preto
2 Diego De Moraes Alonso
Primeiro de Maio F. C.
3 Luis Antonio Nunes Da Silva
Sec. Juv. Esp Lazer Pindamonhangaba
3 Wanderson Luis Ferreira
SESI SP
Por Paulo Pinto Fotos: Miguel Noronha/Randori, Paco Lozano, Studio Fotoclique, Daniel Zappe/FOTOCOM.NET, Zas Estúdio, Gustavo Sapienza, Studio Landini, Ronaldo Inácio, Francisco Andrade, Wallace Teixeira/FOTOCOM.NET, Marcelo Kura, Paulo Pinto, Everton Monteiro, Marcelo Lopes
32
Lindas, Fortes
E Cada Vez Mais Competitivas
Discriminadas até o início dos anos setenta, elas não eram vistas com bons olhos em modalidades esportivas como futebol, judô e basquete. Porém aos poucos as mulheres souberam driblar a barreira que havia e hoje estão brilhando nas mais diversas modalidades esportivas
No judô graças à determinação de judocas como Solange Pessoa, Soraia André, Monica Angelucci, Mirian Bezerra, Carla Lívia Duarte e Tânia Ishii, que abriram caminho para as novas gerações, as mulheres passaram a ter maior espaço nos tatamis a partir dos anos oitenta. Nesta década começaram a surgir feras como Carla Prado, Andrea Berti, Marli Midori, Vânia Ishii, Daniele Zangrando, Fabiane Okuda, Tânia Ferreira, Cristina Sebastian, Denise Buongermino e Ednanci Fernandes da Silva, entre outras. Foi um árduo e solitário caminho até chegarmos ao que é hoje, a categoria feminina. Dissemos solitário, porque nunca foi feito um trabalho específico e direcionado exclusivamente para o judô feminino. Um exemplo disso é a seleção brasileira, que tem inúmeros técnicos para o masculino, enquanto que no feminino vemos apenas Rosicléia Campos que de forma solitária e absoluta se perpetua no cargo na seleção sênior. No masculino vemos no banco uma verdadeira horda de técnicos, e para não falarem que estamos exagerando citamos os técnicos do masculino que atuaram no Grand Slan e na Copa do Mundo 2011: Amadeu Moura, Luiz Shinohara, o multifuncional Ney Wilson, Douglas Vieira, Henrique Guimarães, Mario Sabino e Fúlvio Miyata.
Mas não é de hoje que as mulheres recebem tratamento diferenciado pela CBJ. Sempre foi assim, e nunca foi feito investimento algum na categoria. Porém mesmo com o crescimento desordenado elas se superaram e chegaram lá.
Guerreiras e determinadas Com tudo nossas judocas estão fazendo valer a força, a coragem e a determinação que só elas possuem, colocando o Brasil no topo da modalidade. Ainda hoje vemos erros de fundamentos gritantes em nossas principais judocas, mas isso é fruto da falta de investimento na categoria. Essa lacuna deixou esta seqüela técnica, mas elas se viram e se desdobram para trazer os resultados que cada vez são mais expressivos. Se falta maior preparo técnico, sobra talento, garra e determinação. Elas estão sobrando e a edição deste ano do Grand Slan realizado no Rio de Janeiro deixou isso bem claro. Das onze medalhas conquistadas, seis foram do feminino que somou uma de prata a mais que o masculino, garantindo ao Brasil a segunda colocação inédita em grand slams.
Em recente entrevista Paulo Duarte revelou algo preciso sobre o judô feminino: elas não disputam apenas a luta, disputam a pegada. O experiente professor destacou ainda que elas são muito mais guerreiras, valentes e corajosas que os homens, e ele está certíssimo. Porém existe aquele algo mais no judô feminino. Aquele fator que ultrapassa conceitos técnicos e competitivos, que é a beleza da mulher. E este é o ponto central dessa matéria. O judô feminino tem maior apelo e conteúdo midiático, em função da beleza e das sutilezas que vemos nas lutas entre mulheres. Falta agora transformarmos esse algo mais em apoio, investimento técnico e patrocínio justamente para o judô feminino brasileiro. Não saberíamos precisar de que forma isso poderia ser feito, mas a ideia de um centro de treinamento para o feminino ou, ao menos, um trabalho constante visando maior e melhor preparo de nossas judocas, já seria um bom começo. A seguir mostraremos algumas feras dos tatamis e nos desculpamos pelo reduzido número de meninas nesta matéria, pois existe uma infinidade de judocas que fazem o judô brasileiro ser o que é hoje, e mereceriam estar aqui.
33
Natália Guerra Bordignon
Letícia Naomi Vendrame Sakiyama
Nascida em 17 de dezembro de 1990 em Porto Alegre - RS Clube atual: Sociedade de Ginástica Porto Alegre - Sogipa Tokui Waza: Harai-goshi - Faixa Preta Categoria: - 70kg - Federação Gaúcha de Judô
Nascida em 25 de agosto, em Londrina - PR Clube atual: Associação Esportiva Juventus – Cascavel PR Tokui Waza: Morote-seoi-nage - Graduação: Faixa Marrom Categoria: Sub-17 - 57kg - Federação Paranaense de Judô
Katherine Stephanie Campos de Moraes Nascida em 19 de outubro de 1988, em Recife - PE Clube atual: Clube de Regatas Flamengo Tokui Waza: Uchi-mata Faixa preta – 1º Dan Federação de Judo do Estado do Rio de Janeiro
34
Erica de Souza Miranda Nascida em 04 de junho de 1987 em Brasília - DF Clube atual: Minas Tênis Clube Tokui Waza: Koshi-guruma Faixa Preta Sho-dan Federação Mineira de Judô
Úrsula M. Sandi Nascida em 24 de abril de 1995, em Campinas - SP Clube atual: Associação de Funcionários da Robert Bosch do Brasil Tokui Waza: Uchi-mata Graduação: Faixa Marrom Federação Paulista de Judô - 15° Delegacia
Mayra Aguiar da Silva Nascida em 3 de agosto de 1991, em Porto Alegre - RS Clube atual: Sociedade de Ginástica Porto Alegre Sogipa Tokui Waza: Uchi-mata Graduação: Faixa Preta Ni-dan Categoria: Meio-pesado 78kg
Hemily Almeida
Nascida em 15 de março de 1990, em São Francisco do Sul - SC Clube atual: Clube Náutico Cruzeiro do Sul Tokui Waza: Uchi-mata Graduação: Faixa Roxa - 2º Kyu Federação Catarinense de Judô
Fernanda A. M. de Souza Nascida em 25 de julho de 1994, em Chapecó - SC Clube atual: APAJ - Chapecó SC Tokui Waza: Morote-seoi-nage Graduação: Faixa Marrom Federação Catarinense de Judô
35
Maria Suelen Altheman
Nascida em 12 de agosto de 1988, em Amparo- SP Clube Atual: A. J. Rogério Sampaio Golpe Preferido: Osoto-gari Categoria: + 78kg Faixa Preta 1º Dan Federação Paulista de Judô
Bruna Luísa Gonçales Amanda Cavalcanti
Nascida em 28 de outubro de 1987 no Recife/PE Clube atual: Associação Esportiva Piracicaba Tokui Waza: Ippon-seoi-nage Faixa Preta - 1º Dan Federação de Judô da Paraíba
Nikelli Rossi
Nascida em 29 de maio de 1993, em Chapecó - SC Clube atual: APAJ - Chapecó Tokui Waza: Seoi-nage Faixa Marrom Federação Catarinense de Judô
36
Nascida em 18 de abril de 1988 em Londrina - PR Clube Atual: Okano Judô - Em transferência para Americana/SP Tokui Waza: Harai-goshi Faixa Preta Sho-dan Federação Paulista de Judô
Mariana Barros
Nascida em 17 de agosto de 1985 em Recife - PE Clube Atual: Esporte Clube Pinheiros Tokui Waza: Seoi-nage - Faixa Preta 1º Dan Categoria: Leve - 57kg - Federação Paulista de Judô
Taciana Rezende de Lima
Nascida em 17 de dezembro de 1983, em Olinda - PE Clube atual: Sociedade de Ginástica Porto Alegre - Sogipa Tokui Waza: Ouchi-gari Faixa Preta Ni-dan Categoria: Ligeiro – 48kg Federação Gaúcha de Judô
Maria Portela
Nascida em 14 de janeiro de 1988, em Júlio de Castilhos – RS Clube Atual: Soc.de Ginástica Porto Alegre - Sogipa Tokui Waza: Seoi-nage Faixa Preta 1º Dan Federação Gaúcha de Judô Categoria: - 70Kg
Luana Munize Pinheiro
Data e local de nascimento:18.11.1992 João Pessoa Clube atual: Shintai-dô Golpe Preferido: Ippon-seoi-nage Faixa Preta 1º Dan Federação Paraibana de Judô
Nádia Merli
Nascida em 07 de agosto de 1992, em São José do Rio Pardo - SP Clube atual: Associação Esportiva Piracicaba Tokui Waza: Uchi-mata Faixa Marrom Federação Paulista de Judô Categoria: - 70Kg
Nathalia Brigida
Nascida em 28 de fevereiro de 1993 em Atibaia - SP Clube atual: Minas Tênis Clube Tokui Waza: Uchi-mata Faixa Preta – Sho-dan Federação Mineira de Judô
Nathália Mercadante
Nascida em 10 de março de 1995 em Araras – SP Tokui Waza: Seoi-nage Clube atual: Mercadante C. E. Faixa Marrom Categoria: Ligeiro - 44kg Federação Paulista de Judô
Tarreré Reis Silva Clube atual: A. J. Makoto Tokui Waza: Uchi-mata Faixa Marrom Federação Paulista de Judô
Géssica Puton
Nascida em 13 de junho de 1991 em Florianópolis - SC Clube Atual: Palmeiras Tokui Waza: O-goshi Faixa Marrom Federação Paulista de Judô
Fernanda Pimentel Araújo Nascida em 9 de junho de 1991 em Inhumas – GO Clube atual: Judô Center Pedro’s Boston/USA Tokui Waza: Uchi-mata Faixa Marrom Categoria: Sênior -63kg Federação Goiana de Judô
Márcia Cristina da Silva
Nascida em 08 de junho de 1995 em São José do Rio Pardo - SP Clube atual: Associação de Judô Ricardo Santos – Toledo/PR Tukiu Waza: Eri-ippon-seoi nague Faixa Marrom - Juvenil – 63Kg Federação Paranaense de Judô
Mariana Silva
Nascida em 22 de fevereiro de 1990 em Santos - SP Clube Atual: A. J.Rogério Sampaio Tokui Waza: Osoto-gari Categoria: Meio-médio -63 kg Faixa Preta Sho-dan Federação Paulista de Judô
Danielli Yuri Barbosa Nascida em 23 de janeiro1990 em São Paulo - SP Clube Atual: A. D. São Caetano Categoria: -63 kg Faixa Preta Federação Paulista de Judô
Camila Satie Zyman Minakawa
Nascida em 3 de julho de 1990 em São Paulo – SP Clube atual: A Hebraica Tokui Waza: Morote-seoi-nage Faixa Preta – Sho-dan Categoria: Meio-médio – 63kg Federação Paulista de Judô
Ketleyn Lima Quadros
40
Nascida em 01 de outubro de 1987, em Brasília - DF Clube atual: Minas Tênis Clube Tokui Waza: Sode-tsuri-komi-goshi Faixa Preta – Sho-dan Categoria: - 57 kg Federação Mineira de Judô
DOJÔS DO BRASIL
Por Paulo Pinto Fotos Revista Budô
O dojô mais
Charmoso do Brasil
Turma de judô adulto com o professor Sumio tendo ao fundo o quadro de Jigoro Kano com as inscrições em japonês dos princípios que norteiam o judô
Um pedaço do Japão no Alto de Pinheiros. Provavelmente seja esta a melhor definição para a Academia Kito. Uma pedra preciosa encravada na Zona Oeste da capital paulista, que contradiz tudo que se fala e se pensa hoje sobre as escolas de judô. Um local com uma proposta zen, onde tudo foi desenvolvido em harmonia, visando propiciar maior bem-estar aos judocas que buscam equilíbrio e autoconhecimento. Vera Sugai e Sumiu Tsujimoto reescreveram conceitos, mostram que nem tudo está perdido e que existe, sim, espaço para se recriarem escolas fundamentadas em qualidade de vida e no budô moderno. Em 1984, o professor Sumio Tsujimoto inaugurou uma academia de natação no bairro da Lapa, em São Paulo, na qual havia outras atividades e, entre elas, o judô, com o nome de Associação Tsujimoto de Judô. No ano seguinte, em março de 1985, filiou-se à Federação Paulista de Judô. Nascido em 1958 em São Paulo, Sumio Tsujimoto é formado em Educação Física e Pedagogia, e a educação sempre foi sua paixão, muito embora a competição tenha tido um lugar relevante em sua vida, participando de eventos oficiais na categoria sênior até os 43 anos de idade. Em meados de 1996, Sumio, juntamente com outros professores, Vera Sugai, Douglas Vieira, Floriano de Almeida e Marcos Dagnino, formaram um grupo
42
batizado de Projeto Unijudo. Este grupo tinha como objetivo estudar uma forma de padronizar as aulas de judô, principalmente para crianças, como a promoção de faixas, e fomentar a discussão sobre as competições infantis e o ensino de algumas técnicas prejudiciais ao processo de desenvolvimento, além de inserir noções de filosofia e ética do judô. Devido aos compromissos pessoais de cada um, o grupo dissolveu-se pouco tempo depois. Entretanto, o projeto continuou, contando apenas com dois integrantes, Sumio e Vera. Sumio explica de que forma o projeto continuou. “Dando continuidade ao projeto, iniciamos as atividades de divulgação dessas ideias e, nesse período, participamos a convite do professor Mateus Sugi-
zaki das atividades da Federação Paulista de Judô, tanto na parte técnica quanto nos cursos de História e Filosofia. Em função desses cursos, sentimos a necessidade de conhecer melhor a história do judô, e daí nasceu o livro O Caminho do Guerreiro, de Vera Sugai. O livro nos levou também a dar uma série de palestras pelo interior de São Paulo e em outros estados. E tendo em vista os novos caminhos que a associação vinha tomando, achamos por bem mudar o nome da Associação Tsujimoto para Associação Unijudo, retomando oficialmente o antigo projeto.” “Este período foi um marco, pois a academia inicial foi vendida aos sócios, visto que meu grande anseio era ter uma academia na qual os praticantes pudessem viver as artes marciais em sua ple-
nitude, coisa difícil numa academia com várias modalidades de tão diversos conceitos. Assim nasceu a Academia Kito”, prossegue Sumio. Além do judô, a Kito integra modalidades como o aikidô, karatê, tai-chi-chuan e yoga. O nome Kito foi escolhido por vários motivos: é o sobrenome da mãe do Sumio, é o nome de uma das escolas de jiu jitsu que Jigoro Kano frequentou, significa cair e levantar e, por último, é uma planta que dá flores violetas como cacho de uvas, conhecida aqui no Brasil como glicínia, que está plantada na porta da academia. A academia foi idealizada por Vera e Sumio, e pensada cuidadosamente para que inspirasse uma atmosfera zen, calma
e acolhedora, em que os frequentadores pudessem viver momentos de intensa dedicação às artes que escolheram praticar. A cultura oriental é plena de simbolismos e toda a decoração da academia segue esse padrão: quadros com temas zen pintados a nanquim (sumiê), sala de chá e também um aquário com carpas, simbolizando tenacidade e superação. O tatami foi construído de forma a eliminar, dentro do possível, os impactos que causam o desconforto das quedas. Os banheiros seguem a linha decorativa da academia, sendo tudo pensado de modo a satisfazer uma clientela que hoje é muito mais exigente quando a questão é a qualidade do serviço oferecido. Para Vera e Sumio, é preciso levar em conta
A recepção Entrada do Dojô
43
todos os aspectos que envolvem esse mesmo público-alvo. Sumio destaca que há hoje uma crise na educação. “Evidentemente, pensamos muito no grande desafio de abrir uma academia neste padrão, quando as academias de pequeno porte passam por dificuldades, a ponto de fecharem as portas. Atualmente, as artes marciais estão sendo absorvidas pelas grandes academias de fitness, tornando-se modalidades de segundo plano e relegadas a espaços inadequados, acanhados e impróprios para a sua prática. Por outro lado, acreditamos que existe forte demanda, por parte da população, de práticas mais formativas para os seus filhos, num momento de enorme crise na educação. Então, oferecer esse serviço com competência, seriedade e dedicação àquilo em que se acredita, e levando-se em consideração que o conteúdo do judô responde plenamente a esses anseios, achamos que o momento seria mais do que oportuno. A associação de judô existe há quase 30 anos e a academia Kito, por volta de dez anos. Nossos alunos são, na sua maioria, moradores do bairro. No entanto, temos alunos que vêm de outras regiões, nas quais já não contam com as antigas academias de artes marciais, mais especificamente de judô.” Vera conta que a Kito possui alunos de longa data. “Temos alunos que começaram quando crianças, e hoje já estão casados e colocaram seus filhos no judô. Mas os alunos de 30 anos atrás são bem diferentes dos de hoje. O perfil do aluno atual requer uma dedicação maior, pois são menos comprometidos; os valores estão transformando-se, e já não é mais possível estabelecer uma ordem disciplinar como antes. Contudo, conseguimos manter a qualidade do nosso ensino e treinamento, tendo como base um budô moderno, auxiliados por um quadro de professores de excelente nível.” “Nem seria preciso dizer que o investimento não foi muito baixo; por outro lado, é possível ter em conta todos esses cuidados e com um tanto de capricho com os detalhes e amor, fazer algo mais simples”, diz Sumio. “O essencial é deixar para trás o padrão caseiro das antigas academias, simplesmente porque a concorrência com as grandes academias é muito pesada, não admitindo mais pouco profissionalismo.” Sumio finaliza falando sobre o enorme prazer em trabalhar com o judô. “Para
44
Uma das turmas de judô infantil com o professor Paulo
Sala onde os pais esperam as crianças e onde as reuniões e festinhas ocorrem.
Sumio Tsujimoto, Paulo Tsujimoto com Vera Sugai, professores responsáveis pela academia
nós dois, sempre foi um grande prazer trabalhar com o judô; então, tudo o que fazemos não nos parece trabalho, ainda que possamos ter passado momentos extremamente difíceis. A Kito não é somente uma academia de onde tiramos o nosso sustento: ela representa um lugar mais doce e mais ameno, atraindo pessoas de todas as faixas etárias para fazer o que adoram. Nós as acolhemos com alegria e com uma única intenção de ser feliz ainda que por poucos momentos. É a Kito que, com todo esse acolhimento alegre, nos permite fazer algo dificílimo hoje: plantar uma sementinha da mudança, para libertar-nos de um padrão já bem desgastado de uma vida estressante e sem prazer, nos perdendo na busca errante, desenfreada e desumana do ter.” A Academia Kito fica no bairro do Alto de Pinheiros, na Rua Cerro Corá, 2.187. Funciona de segunda a sábado, das 9 às 22 horas. Fone para contato: (11) 3021-7420.
45
PROJETOS INCENTIVADOS
Fonte CBJ - Por Paulo Pinto Fotos Revista Budô e Francisco Andrade
Troféu Brasil Sogipa faturou o ouro no feminino e Pinheiros, no masculino
Brasília (DF) – O Distrito Federal sediou o Troféu Brasil de Judô, a maior e mais importante competição individual de clubes de judô do país. A disputa ocorreu entre os dias 6 e 8 de maio, e 420 atletas vindos de 62 clubes participaram da 10ª edição do certame. A competição reuniu a elite do judô verde-amarelo e foi realizada no ginásio do Cruzeiro. As equipes da Sociedade de Ginástica Porto Alegre - Sogipa, Esporte Clube Pinheiros e Minas Tênis Clube mais uma vez se destacaram nos pódios. No feminino, a grande vitoriosa foi a Sogipa, que, com quatro medalhas de ouro e uma de bronze, conquistou o tetracampeonato da competição. Na segunda colocação ficou o Belo Dente/Minas, que também conquistou quatro medalhas de ouro, mas perdeu a liderança para os gaúchos pela diferença de um bronze. Yuri Barbosa do São Caetano lutou muito e ficou com o bronze no -63kg
Mayara Aguiar ficou com o ouro no -78kg
46 46
Carlos Henrique Martins, Francisco de Carvalho, Luis AraĂşjo e Joseph Guilherme
Ketleyn Quadros ficou com o ouro no -57kg
47 47
No masculino, o Esporte Clube Pinheiros ficou em primeiro lugar com seis medalhas de ouro, uma de prata e duas de bronze. Já os judocas minastenistas garantiram a segunda colocação com um ouro, três pratas, três bronzes e três quintos lugares. Definitivamente, o mapa do judô brasileiro está mudando e mostra grande equilíbrio. Os mineiros avançam rumo ao topo da modalidade mostrando uma equipe forte, focada e homogênea. Os sogipanos dividem com minastenistas a liderança no feminino e mostram grande trabalho na base do masculino. Já o Clube Pinheiros mantém com certa tranquilidade a hegemonia no masculino e esboça uma reação no feminino, mas o certo é esperar para ver como ficará este quadro nos próximos anos. Outro dado importante da décima edição do Troféu Brasil foi a participação de 62 clubes e associações. Esta realidade
48
Adriano Santos e Marcos Seixas fizeram uma final duríssima no -73kg
mostra que, graças ao investimento que clubes e associações fazem na modalidade, nosso judô está crescendo.
Excelentes lutas A competição transcorreu dentro do esperado e, fora dos tatamis, a equipe da CBJ mais uma vez fez um grande trabalho. Nos tatamis 420 atletas realizaram bons combates e mostraram excelente performance. Entre as lutas mais emocionantes do masculino destacamos a final do 66 kg, entre Alex Silva, do Belo Dente/Minas, e Charles Chibana, do Pinheiros. O mineiro levou a melhor, mas ambos mostraram muita garra, técnica e determinação. Outra grande final foi a do 73 kg, entre Adriano Santos, do Pinheiros, e Marcos Seixas, do Minas Tênis Clube. Uma final disputadíssima e vibrante, em que os dois esbanjaram categoria. Nacif Elias e Felipe Costa também fizeram bonito na disputa dos 81 kg, mas a maior surpresa foi a vitória de Eduardo Bettoni, do Pinheiros, sobre Hugo Pessanha, do Belo Dente/Minas. Uma luta vibrante, em que o paulista surpreendeu e escreveu definitivamente seu nome entre os principais judocas da categoria médio, na atualidade. No feminino destacamos a vitória da minastenista Ketleyn Quadros sobre Daniele Luci, do Flamengo, no 57 kg. Mesmo perdendo, a judoca carioca mostrou muita técnica e disposição. Outra final emocionante foi a dos 63 kg, na qual a paulista Mariana Barbosa, com muita determinação, mostrou técnica refinada e chegou a estar vencendo por wazari; mas a sogipana Dione Barbosa mostrou oportunismo e deu a volta por cima, vencendo por ippon com uma chave de braço. Após dois anos longe das competições por conta de uma cirurgia no joelho, Natália Bordignon (70 kg) foi fundamental para o tetracampeonato da Sogipa. Com a vitória sobre Juliana Tonasse, do Flamengo, a gaúcha pôde voltar a sentir uma sensação que já estava quase esquecida. “Fazia muito tempo que não subia nos tatamis e não sentia responsabilidade de vencer. Parei minha preparação para o Grand Slam do Rio de Janeiro para lutar o Troféu Brasil e fiquei satisfeita em ficar com esta pressão de ter de vencer para dar o título ao meu clube”, contou Natália.
As feras Sidnei Silva e Adriano Ricardo dos Santos
49
Clubes Participantes
Associação Grefa – PE
Judô Comunitário Instituto Reação – RJ
Guaru Educação Social e Desporto – SP
Rogério Cruz – CE
Associação Desportiva Alfredo Contatto – SP
Associação Higashi – RN
Tênis Clube São José dos Campos – SP
F. R. Bosch – SP
Associação Hirakawa de Judô – SP
Santa Cruz – BA
Associação Kodokan – GO
Judô Comunitário do Rio de Janeiro – RJ
Associação Desportiva São Bernardo – SP
Associação Natal de Judô – RN
Associação de Judô Nery – SP
Associação Desportiva São Caetano – SP
Associação Desportiva Itapema – SC
Judô Zairo – CE
São João Tênis Clube – SP
Arrais – DF
Judô Kiai – RS
SEJEL – Pindamonhangaba – SP
Bom Jesus Nintai – PR
Associação Kiai Kan de Judô – SP
Senclatur Lins – SP
Academia Brava Sport Club – GO
Minas Tênis Clube – MG
SKD – SC
Budokan – RJ
Academia Miura – DF
Soc. de Ginástica Porto-alegrense SOGIPA – RS
A.D. Centro Olímpico – SP
Nagashima – RN
Associação Suzano Judô Clube – SP
Clube de Regatas Flamengo – RJ
Nikkei Sport Center – GO
Targino – PE
Cagin – AM
Organização Social Atitude de Inhumas – GO
Universidade Castelo Branco – RJ
CBJ – RJ
Oratório Seishin – AP
Yamarashi – SP
Clube Concórdia – SP
PAAJ – SC
Zamboneti - SC
Corpo e Arte – DF
Associação Bushido Pai Amigos do Judô – SP
Espaço Marques Guines – DF
Peixoto – DF
Estação Sudoeste – DF
Judô Clube Piauiense – PI
Associação Fort Judô - AM
Esporte Clube Pinheiros – SP
Grêmio Náutico União – RS
Associação Esportiva Piracicaba – SP
Grêmio Recreativo Barueri – SP
Associação de Judô Rogério Sampaio – SP
Associação Germano de Judô – SP
Rio Preto Automóvel Clube – SP
Girassol – DF
Ribeirão Pires Futebol Clube – SP
Classificação por Clubes Feminino 1º - SOGIPA (RS) - 4 OUROS - 1 BRONZE 2º - MINAS TÊNIS CLUBE (MG) - 4 OUROS 3º - ESPORTE CLUBE PINHEIROS (SP) - 4 PRATAS - 5 BRONZES
Masculino 1º - ESPORTE CLUBE PINHEIROS (SP) 6 OUROS - 1 PRATA - 2 BRONZES 2º - MINAS TÊNIS CLUBE (MG) 1 OURO - 3 PRATAS - 3 BRONZES 3º - SOGIPA - 1 OURO
Lairton Mansor e Eduardo Leonardo
50
Classificação Geral do Troféu Brasil 2011 Feminino
3º. Yuri Barbosa Danielli - São Caetano
1º. Adriano Santos - Pinheiros
44 kg
3º. Bárbara Timo - U.C.Branco
2º. Marcos Seixas - M.T.C
1º. Laís Lessa - M.T.C
5º. Karina Oliveira - U.C.Branco
3º. Luz Carlos - Cbj
2º. Isabela Farah - Pinheiros
5º. Amanda Costa - C.Olímpico
3º. Vitor Ferraz - U.C.Branco
3º. Paula Nunes - Bom Jesus
70 kg
5º. Raphael Silva - Pinheiros
48 kg
1º. Natália Bordignon - Sogipa
5º. Binoto Filho Rogério - Reação
1º. Nathália Brígida - M.T.C
2º. Juliana Tonasse - C.R.Flamengo
81 kg
2º. Catierê Moya - Pinheiros
3º. Fernanda Peinado - Pinheiros
1º. Felipe Costa - Pinheiros
3º. Gabriella Chibana - Pinheiros
3º. Anne Carmo - Kiai Kan
2º. Nacif Júnior - M.T.C
3º. Taciana Lima - Sogipa
5º. Thayna Seixas - Fort Judô
3º. Gabriel Galli - Pinheiros
5º. Águeda Silva - São João T.C
5º. Aline Oliveira - R.P.A.C
3º. Mauro Moura - M.T.C
5º. Brenda Gonçalves - Reação
78 kg
5º. Kristian Weiller - C. R. Flamengo
52 kg
1º. Mayra Aguiar - Sogipa
5º. Vicente Roberto - C.R.Flamengo
1º. Erika Miranda - M.T.C
2º. Márcia Costa - S.J.Campos
90 kg
2º. Eleudis Valentim - Pinheiros
3º. Pâmela Ventura - Kiai Kan
1º. Eduardo Bettoni - Pinheiros
3º. Janiely Bila - C.R.Flamengo
3º. Gislaine Araújo - Peixoto
2º. Hugo Pessanha - M.T.C
3º. Maria Krauss - Paaj
5º. Renata Silva - R.P.A.C
3º. Eduardo Leonardo - R.P.A.C
5º. Ana Paula Souza - E.Sudoeste
5º. Rubiana Cury - Pinheiros
3º. Vinicius Nunes - Pinheiros
5º. Livia Oliveira - C.R.Flamengo
+78 kg
5º. Vitor Braga - Miura
57 kg
1º. Rochele Nunes - Sogipa
5º. Jiuliano Leon - C.R.Flamengo
1º. Ketleyn Quadros - M.T.C
2º. Rafaela Nitz - C.R.Flamengo
100 kg
2º. Daniele Luci - C.R.Flamengo
3º. Aline Barbosa - Pinheiros
1º. Renan Nunes - Sogipa
3º. Flávia Gomes - Pinheiros
3º. Mayara Oishi - Bom Jesus
2º. Matheus da Silva - Sejelp
3º. Fabiana Oliveira - Pinheiros
5º. Eliana Severino - Concórdia
3º. Jonas Inocêncio - Piracicaba
5º. Camila Barreto Kiai
Masculino
3º. Willian Hoffmann - A.Contatto
5º. Tamara Santos - S.J.Campos
55 kg
5º. Horácio Antunes M.T.C
63 kg
1º. Mike Chibana - Pinheiros
5º. Takashi Júnior - O. S. Atitude
1º. Dione Barbosa - Sogipa
2º. Rafael Macedo - Semclatur
+100 kg
2º. Mariana Barros - Pinheiros
3º. Cayman Toniolli - Adi
1º. Rafael Silva - Pinheiros
3º. Sérgio Nascimento - E.M.Guines
2º. Ewerton Pereira Ribeiro - G.R. Barueri
5º. Gustavo Quadros - G.N.União
3º. Gabriel Santos - M.T.C
5º. Rafael Araújo - M.T.C
3º. Francinaldo Segundo - Piauiense
60 kg
5º. Ruan Isquierdo - C. R.Flamengo
1º. Breno Alves - Pinheiros
5º. Ricardo Marques - E. M.Guines
2º. Raphael Miaque - S.J.Campos 3º. Daniel Moraes - M.T.C 3º. Eric Takabatake - São Bernardo 5º. Diego Ribeiro - M.T.C 5º. Alan Silva - A.Contatto 66 kg 1º. Alex Silva - M.T.C 2º. Charles Chibana - Pinheiros 3º. Ricardo Ayres - C.R.Flamengo 3º. Paulo Santos - U.C.Branco 5º. Daniel Santos - Pinheiros 5º. Adriano Araújo - Reação 73 kg
Mariana Barros do Pinheiros fez a final contra a Dione Barbosa da Sogipa no -63kg
51
Dirigente Destaque
Por Paulo Pinto Fotos Revista Budô
Uma
Mente Brilhante a Serviço do Judô Gaúcho
Fomos a Santa Cruz do Sul/RS entrevistar Carlos Eurico da Luz Pereira, faixa preta 5º dan, médico pneumologista e professor universitário, que desde 2008 é presidente da Federação Gaúcha de Judô. Nascido em 29 de março de 1972, em São Gabriel/RS, Carlos Eurico mostrou extrema inteligência, competência e habilidade na gestão do antes sucateado judô gaúcho. Dotado de um poder de realização ímpar, o dirigente sulista conta como tirou o Estado de sua pior crise administrativa, para em menos de quatro anos colocá-lo no segundo lugar no ranking das federações. Confira! Como começou no judô? Por recomendação médica. Eu era asmático e o médico disse que precisava praticar esporte; como tinha uns primos que lutavam judô e por conta da saúde, acabei matriculando-me. Você competiu? Fui finalista em campeonatos estaduais e campeão invicto do interior durante muitos anos. Cheguei a disputar algumas edições do sul-brasileiro. Aos 16 anos, quando cheguei à idade competitiva, passei no vestibular de medicina e acabei priorizando os estudos. Já veterano e dono do meu nariz é que tive a oportunidade de voltar a competir e dedicar-me mais ao esporte. Acabei participando de campeonatos másteres, nos quais fui duas vezes vice-campeão brasileiro, campeão sul-americano e pan-americano. De que forma chegou à presidência da FGJ? Assumi a federação em janeiro de 2008, mas na verdade o movimento para chegarmos à presidência começou em 2006, quando o Aurélio Miguel nos visitou. Ele veio por ocasião
52
das eleições na CBJ para conversar com os professores do Estado para apoiarmos o Chico. O administrador da FGJ apoiava Paulo Wanderley, mas conversando conosco o Aurélio acabou plantando a semente da mudança. Ele frisou que precisávamos mudar o quadro, e que deveríamos ter à frente da entidade pessoas que não vivessem do judô. Na época, havia um clima estranho, em que a maioria dos professores era influenciada pelo antigo administrador. O campeão olímpico disse a mim e a um colega médico e judoca que tínhamos que tomar o poder para moralizar o judô no Estado, que a cada ano estava pior e desnivelado ao resto do país. Foi assim que começamos a acreditar na possibilidade de reverter o quadro, e os colegas acabaram convencendo-nos a assumir essa briga, contra a vontade de nossas esposas. Seu colega continua no processo? Não, meu colega dr. Juarez de Oliveira Weinmann saiu na metade do ano passado. Ele foi extremamente importante por ter sido um grande parceiro na época da eleição. É uma pessoa com muitos contatos, que se relacio-
na com personalidades importantes. Seu pai é um dos juristas mais conceituados do Rio Grande do Sul e nos auxiliou muito na época da eleição. Foi um batalhador e o grande mentor da reforma administrativa da FGJ. Depois que assumimos, tornou-se tesoureiro e organizou desde a secretaria até a administração. Ainda hoje seguimos a linha administrativa traçada por ele. Mas o que o motivou verdadeiramente a meter-se no processo político do judô? A motivação maior foi a solicitação dos colegas e do Aurélio. Eu era um dos poucos elos que restavam entre a capital e o interior. A vida toda fui atleta e, depois, delegado do interior, e acabei estabelecendo a comunicação entre os professores. Pelo fato de sempre ter tido bom relacionamento com todos eles, acharam que eu era uma força capaz de auxiliar no processo de mudança. Mas a motivação maior foi acreditar que o judô do gaúcho podia ser diferente e que era fundamental sabermos para onde estava indo o dinheiro que estávamos tirando das crianças e do nosso bolso para ser aplicado na FGJ.
De que forma conseguiram tirar uma pessoa que estava havia tantos anos no poder? Na verdade vivíamos um momento de extremo descontentamento, em que até as pessoas que apoiaram o antigo presidente estavam insatisfeitas. Como nós não vivíamos do judô, e os professores, atletas e todos que militam nos tatamis exigiam mudanças, a situação pendeu naturalmente para o nosso lado. Mas achamos que o fundamental mesmo foi a má administração, que foi deixando rastro. As brechas políticas eram muito grandes, e foi justamente a isso que nos apegamos. Como aconteceu a eleição? A rigor, ela foi decidida um dia antes de acontecer, quando o antigo administrador retirou a sua candidatura por saber que ia perder a eleição. Mas juridicamente tínhamos tudo na mão. A forma mais transparente de explicar isso é que conseguimos efetivar essa conquista com um trabalho político bem feito e uma assessoria jurídica muito boa. Soubemos que, quando o Matias saiu, deixou vários processos contra ele e a FGJ. Isso procede? A FGJ possui dívidas em torno de R$ 4,5 milhões, referentes a tributos federais e estaduais. As cifras maiores são relativas a processos de bingos, e as demais referem-se a ações trabalhistas e outras. Nestes três anos e meio conseguimos trazer todos os processos que estavam espalhados entre diferentes advogados para a nossa assessoria jurídica, e hoje todos eles estão sendo tratados da mesma forma. Estamos alinhavando alguns acordos jurídicos, nos quais todos os processos serão equacionados de forma conjunta. Graças a isso a FGJ não foi dissolvida e não sofreu intervenção. Essa era uma de nossas maiores preocupações. Temíamos sofrer uma intervenção do Ministério Publico, mas era um ano olímpico e tínhamos três atletas gaúchos que iam disputar a Olimpíada. Achamos que isso seria um golpe muito grande para o esporte do Estado. Mesmo correndo riscos pessoais, preferimos ir para a eleição, assumir a bronca e tentar resolver os problemas gerados pela administração anterior. Não seria mais fácil começar uma entidade do zero? Não, porque primamos sempre pela transparência. Quando se cria outra entidade, gera-se um sentimento ruim e, na verdade, uma entidade com mesmo fim e endereço é ilegal. Preferimos brigar pela legalidade. Até porque o antigo administrador já tinha aberto uma segunda entidade, para ter conta em banco, e ela também estava totalmente comprometida.
Tudo que o judô gaúcho conquistou nestes últimos anos foi sem patrocínio? Nós não temos CNPJ e nenhuma conta bancária. Não recebemos nenhum patrocínio oficial nos últimos três anos e meio. A entidade nos foi entregue sem absolutamente nenhum real, recebemos apenas a sede, que é do Estado e foi reformada por nós. No ano passado assumi a vice-presidência da Associação das Federações Esportivas do Estado, e hoje estamos trabalhando junto com o governo estadual na recém-criada Secretaria de Esportes, que vai construir a Sede do Esporte Gaúcho para abrigar as federações. Graças a minha intervenção e do secretário, foi ampliado o número de instituições que serão abrigadas no local. Ao todo serão 34 entidades esportivas. Além disso, estamos trabalhando com a assessoria jurídica do Kalil, ex-atleta de handebol, que hoje é o secretário de Esportes e tem-se mostrado uma pessoa verdadeiramente do esporte e com enorme vontade de nos ajudar a resolver a questão das dividas junto ao fisco, que são justamente as maiores. Existe uma vontade política de resolver esse problema, que não afeta apenas o judô gaúcho, mas também outras modalidades. Estamos trabalhando no sentido de conseguir uma anistia que alavancaria estas modalidades no Estado. Quantas entidades estavam filiadas quando assumiu? Tínhamos 29 associações filiadas, das quais apenas 11 estavam devidamente filiadas. As demais não possuíam documentação e com isso não tinham direito a voto. Estavam na federação, mas não decidiam absolutamente nada. Só participavam dos eventos. Hoje temos em torno de 60 entidades devidamente filiadas, todas com documentação em dia e direito a voto. Tínhamos mil e poucos atletas filiados, e hoje são quase 4 mil. Além dessa herança deixada pelo Matias, houve outras pendências administrativas? Na verdade o dano foi irreparável, porque foram anos de atraso, quando não tínhamos eventos nacionais e internacionais acontecendo no Estado. Há sete ou oito anos não realizávamos cursos com técnicos de outros Estados ou países. Estávamos praticamente ilhados
no Rio Grande do Sul, e isso foi gerando enorme descontentamento e afastamento da entidade. Até hoje os professores do judô escolar e da Liga Gaúcha não voltaram para a FGJ. Até hoje não conseguimos reaproximar ou trazer essas pessoas, que são muito importantes, para trabalhar ao nosso lado. Há dez anos o judô gaúcho contava com uma única estrela, o João Derly. Hoje vocês são a segunda força do judô brasileiro. De que forma conseguiu promover essa mudança? Trabalhando em parceria com os principais clubes do Estado. Hoje o judô faz parte da cultura esportiva do Rio Grande do Sul? Temos hoje um reconhecimento muito grande, em função dos resultados que obtivemos
nos últimos anos. É como se o Rio Grande do Sul tivesse recebido uma injeção de ânimo. Parece que todos esperavam um momento para se reaproximar, apoiar, reinvestir. E nós interpretamos isso como uma forma de reconhecimento e apoio de todas as pessoas que estavam dispostas a brigar para fazer o judô gaúcho forte de novo. Com isso tivemos a grata satisfação de ver novos clubes investindo, e hoje somos praticamente mantidos por eles, que acreditaram em nossa proposta. Este trabalho coletivo tem repercutido em resultados, e não só para os grandes clubes da capital, mas também para os do interior. E isso tem feito com que tenhamos um número cada vez maior de atletas fazendo parte da seleção brasileira. Esse processo não acontece apenas no alto rendimento, mas também na base, em que estamos marcando presença muito forte e com vários atletas. Acredito que o judô gaúcho está motivado e buscando crescer, e essa tem sido a nossa principal meta desde que assumimos. Quais são as principais equipes do Estado? Temos uma entidade que investe pesadamente no judô, que é a Sogipa. Fundada em 1867 e sendo o mais tradicional clube do Estado, a Sociedade de Ginástica Porto Alegre – Sogipa criou seu departamento de judô em 1968, e sempre fez um trabalho pioneiro em nosso esporte. Existe uma diferença muito grande entre a Sogipa e as demais associações, devido à grande estrutura clubística que construiu. Temos clubes importantes também e tradicionais no esporte, como o Grêmio Náutico União, que têm excelentes equipes, e vários atletas fazendo parte das equipes de base do Brasil. Em Canoas há três entidades que figuram entre as sete melhores do Estado: a Kiai, uma equipe jovem que tem crescido muito; a CAJU e a Rio Branco. Canoas é hoje um polo do judô de nosso Estado, onde a prefeitura tem investido muito no esporte. Outro clube forte é o Recreio da Juventude de Caxias do Sul. Nossa entidade, a UNISC - Universidade de Santa Cruz, cidade onde resido, também desenvolve um bom trabalho, assim como o Avenida Tênis Clube, de Santa Maria; o Bilhar, de Passo Fundo; e a Phisio, de Bento Gonçalves. Essas equipes têm feito um trabalho exemplar. O judô escolar é forte no Rio Grande do Sul? Temos muitos praticantes no judô escolar, mas antes estes professores e atletas estavam totalmente fora do sistema. Não eram filiados e realizavam seus próprios eventos de forma independente, fora do ambiente federativo. Quando assumimos a FGJ criamos um departamento a cargo da diretoria de judô social, comunitário, escolar e o judô para deficientes, em que praticamos taxas bem mais acessíveis. Nosso objetivo é reaproximar e agregar esses professores ao grupo. Estes
54
atletas não participam de eventos oficiais, e mantém suas competições no judô escolar, que agora recebe o apoio da federação. Cedemos o material necessário e cobramos maior organização e estrutura, como a presença constante de uma equipe médica. Buscamos maior qualidade e, com esse trabalho, acabamos evitando aquilo que acontecia antes, quando um atleta chegava a um clube e o professor dizia que a faixa dele não valia nada. Estamos dando maior reconhecimento e apoio aos professores da rede escolar, e aos poucos eles estão aproximando-se. Este grupo está crescendo e é dessa grande massa de praticantes que iremos tirar talentos. Coincidentemente, o João Derly saiu do judô escolar. Quais são os maiores ícones do judô gaúcho? Com certeza é o João Derly, nosso bicampeão mundial. No feminino é a Mayra Aguiar, recordista de medalhas em mundial júnior. Ela é a atleta gaúcha que mais se destacou em todos os tempos. Outro grande destaque é o Alexandre Garcia, que hoje é professor no Projeto Futuro, em São Paulo. O Kiko é um dos técnicos mais vitoriosos do país. Isso de deve a sua gestão na FGJ? O Kiko é um exemplo de sucesso. O nome dele é Kiko Sogipa, e não Antônio Carlos Pereira. Ele recebeu o clube com uma base técnica muito grande porque o judô lá começou com um professor japonês chamado Sungi Hinata, sucedido por outro professor japonês, o Nao Husige, que atuou por muitos anos. O Kiko teve a oportunidade de ter um grande talento nas mãos, que foi o Derly, e de quebra recebeu grande apoio do clube. Fez o Derly competir muito quando jovem para depois se tornar o talento esportivo que é. Somado a tudo, ele tem enorme capacidade de se relacionar com as pessoas. O sucesso dele e o da Sogipa são uma coisa só, inseparáveis. O apoio que o clube dá ao esporte é surpreendente. Lá temos um grande parceiro, Alexandre Algeri, o vice-presidente de esportes. Junto com o Kiko, forma uma dupla incansável e imbatível, que respira judô 24 horas por dia. Tudo isso faz o Kiko ser um técnico reconhecido nacionalmente e a Sogipa um celeiro de talentos. É a combinação de um obstinado, que é o Kiko, com um clube de muita tradição competitiva e uma herança técnica muito boa, que teve um atleta predestinado, o João Derly. Na verdade, a Sogipa teve outros atletas talentosos antes dele, mas certamente o João recebeu e soube aproveitar toda a herança deixada por esses atletas. Até hoje é o único brasileiro bicampeão mundial e é nosso maior orgulho. Acreditamos que nossa administração tenha colaborado bastante para que a Sogipa fizesse este investimento,
e obtivesse esse sucesso com seus atletas, alcançando níveis internacionais. Acho que a FGJ foi e está sendo boa parceira, assim como eles também foram nossos grandes parceiros. É claro que esses resultados não se devem apenas à FGJ, mas tivemos nossa parcela de contribuição. A evolução do judô gaúcho se deve de alguma forma à CBJ? Recebemos um apoio importante da CBJ ao longo dessa gestão. Ela foi parceira por ter trazido eventos importantes para nosso Estado, e isso foi uma marca muito importante no início de nossa administração. Realizamos três edições do Troféu Brasil, campeonatos pan-americanos e sul-americanos. Certamente a CBJ foi uma parceira importante neste novo momento do judô gaúcho. Vocês recebem apoio financeiro da entidade? Não recebemos nenhum apoio financeiro da CBJ e de nenhuma outra entidade. Nenhum órgão municipal e estadual ajudou a FGJ. Vivemos e pagamos nossas contas única e exclusivamente com o dinheiro das anuidades de clubes e atletas. Possuímos gente extremamente preparada para desenvolver projetos, e certamente o panorama seria distinto, se tivéssemos um CNPJ limpo para trabalhar. Você pretende se reeleger? É bem provável que não. Temos hoje um assessor na presidência, o professor Luiz Maduro, que deverá ser nosso candidato. Provavelmente vou compor a chapa da diretoria, acompanhar e trabalhar para dar continuidade aos nossos projetos, mas acredito na renovação. Esse é um dos motivos pelo qual não me candidato de novo. Este é o quarto ano de um trabalho que realmente exigiu muita dedicação e tempo. É um sofrimento psicológico significativo, que demanda envolvimento pessoal enorme. Minha profissão é ser médico, e resido aqui no interior do Estado. Como a FGJ está em Porto Alegre, tenho de fechar meu consultório e ir para lá até três vezes por semana, ou quantas forem necessárias. O judô gaúcho estava muito mal acostumado, já que tudo tinha de ser resolvido pelo presidente, e o trabalho que fazemos ao longo desse período é buscar cada vez mais que cada um tenha sua importância e seu papel em sua área específica na entidade. Tenho dois filhos pequenos, uma profissão e vida pessoal, e esse lado de minha vida foi muito sacrificado neste período. Mas, como sou um cara de palavra, eu vou até o fim. Como já doei quatro preciosos anos da minha vida à entidade, faço questão absoluta de, daqui em diante, continuar trabalhando no sentido de fazer com que a FGJ atenda exclusivamente aos interesses do judô gaúcho e dos atletas, não mais a interesses pessoais.
“No momento em que mais dirigentes fizerem parte de um novo movimento e grupo que estão surgindo, dos quais acredito fazer parte, mais democrático será o processo. Precisamos de dirigentes capazes e que tenham uma vida profissional independente, que não dependam da gestão esportiva” O que acha dos dirigentes que se perpetuam no poder? Assumi a FGJ com a visão de que não podemos nos perpetuar e que a renovação é uma coisa extremamente importante. Mas rapidamente aprendi que quatro anos é um período muito curto para se mudar uma realidade que já há muito tempo se desenvolve de forma deturpada. É importante que as ideias se perpetuem. O difícil é encontrar pessoas que compartilhem os mesmos ideais, ideias e sonhos. Por isso, hoje acho que apenas uma administração seja pouco tempo para fazer um trabalho que dê bons frutos. Precisaremos ao menos de duas ou três administrações para realizar tudo aquilo que achamos fundamental para o judô gaúcho. Isso passa pela construção de um centro de treinamento de alto rendimento; por termos nossa entidade legalizada juridicamente para dar novo impulso ao judô do Rio Grande, e pela formação de grandes atletas, espelhado no Projeto Futuro de São Paulo. Em sua análise, qual é o tempo ideal para um dirigente se manter no cargo? Acho que em dois mandatos ele consegue deixar a marca de seu trabalho e preparar um substituto à altura. Acho importante dizer que não é preciso mudar a linha de trabalho, pois ela pode e deve ser mantida quando o trabalho está sendo bem feito. Como vê a criação dos centros de treinamento na Bahia e em Minas Gerais? Não sei exatamente como isso está sendo feito, mas acho que um centro de treinamento deve conter em sua essência o desenvolvimento e o crescimento regional. Não acredito num centro de excelência que não respeite as características regionais. Penso que é fundamental mantermos os atletas competindo e representando clubes. Não podemos pensar em atletas representando federações ou a confederação, pois isso desestimularia clubes e entidades. Isso, aliás, seria ilógico. Penso que os centros de treinamento devam ser regionais para abraçar a região e ajudar no desenvolvimento regional. E isso passa por atletas, treinadores e clubes de menor poderio. Percebo que o judô brasileiro é carente de centros de excelência regionais. Já há três anos estamos brigando para que o Rio Grande venha ser sede de um centro de excelência de judô, pelos resultados obtidos e pela posição estratégica dentro do Mercosul. Isso não iria apenas nos beneficiar. Beneficiaria vários países da região. Argentina e Uruguai
poderiam ter aqui maior crescimento técnico, assim como Paraná e Santa Catarina. Todos ganham quando todos crescem. Você acha que a criação dos centros iria esvaziar os clubes? Dificilmente esvaziaria os grandes clubes, devido ao investimento que é feito, mas com certeza os clubes menores teriam enorme prejuízo. Clubes, atletas, árbitros e técnicos deveriam ter direito a voto na CBJ, por meio de um representante de cada segmento? Penso que, quanto mais democrático for o processo eleitoral, mais fortalecidos estaremos. Acho que a participação de um representante de cada segmento é fundamental. Todos serão mais respeitados e terão maior comprometimento com o processo. Não podemos fazer uma eleição sem a participação de um representante dos clubes, que são justamente os que disponibilizam e sustentam nosso desenvolvimento. Abrindo o processo, estaríamos limitando vícios de um colégio que hoje é extremamente viciado e comprometido com interesses de um determinado grupo. Isso seria benéfico para o processo democrático e para nosso desenvolvimento. Como vê o quadro em que um colégio eleitoral composto por 27 presidentes estaduais decide o destino de centenas de clubes e de milhares de judocas? Se pensarmos no processo eleitoral do Brasil como um todo, vamos ver que em nosso país as decisões são sempre tomadas por um pequeno grupo. Acredito que, quanto mais democrático for o processo eletivo e quanto maior for o colégio eleitoral, mais difícil será manipular resultados. No momento em que cada vez mais dirigentes fizerem parte de um novo movimento e grupo que estão surgindo, dos quais acredito fazer parte, mais democrático será o processo. Precisamos de dirigentes capazes e que tenham uma vida profissional independente, que não dependam da gestão esportiva. Se tivermos um grupo, mesmo que seja de 27 pessoas, que tenha o pensamento voltado para o desenvolvimento do nosso esporte, já teremos um processo democrático justo e interessante. No momento em que vemos as pessoas interessadas apenas em seu Estado e no seu problema pessoal, a questão democrática perde bastante. Nesse sentido, quanto maior for o grupo de votantes, maiores serão as chances de a verdade prevalecer. Quando assumimos, tínhamos um grupo de 11 votantes e hoje são
mais de 60. Isso diminui qualquer risco de manipulação política. Acreditamos que o judô como um todo teve um ganho enorme com estas mudanças. Falando nisso, você sabe do que vive Paulo Wanderley Teixeira? Não! Em sua análise, está havendo uma renovação à altura em nossa modalidade? Acredito que hoje o judô brasileiro conquistou excelente imagem no exterior. Somos vistos como uma modalidade organizada que mereceu reconhecimento e apoio da iniciativa privada e do governo federal. Acredito que essa administração da CBJ deu um salto muito grande em termos de desenvolvimento no alto rendimento, e isso evidencia o judô brasileiro como modalidade forte técnica e politicamente, fora do Brasil. Mas acredito que ainda estejamos aquém dos resultados que poderíamos estar obtendo, em vista do investimento que é feito hoje no judô brasileiro. Não termos feito nenhuma final nas três últimas Olimpíadas mostra que algo não está bem. Isso é um problema sério e preocupa muito, pois nos coloca num nível técnico muito abaixo daquilo que propalamos. Temos de equacionar nossos erros e ver o que está acontecendo. Os investimentos no judô têm sido altíssimos nos últimos anos, porém os resultados não têm sido na mesma altura. Você acha que perdemos o foco? Esta administração organizou e fez muito pelo judô brasileiro, mas acho que existem alguns passos nesse caminho que devem ser revistos para que os resultados do Brasil sejam compatíveis com o investimento que é feito. Estamos aquém daquilo que merecemos conquistar tecnicamente e, principalmente, politicamente. Existe alguma renovação no sênior, em que temos vários atletas com nível técnico bom em quase todos os pesos, mas não chega a ser expressiva no masculino. Já no feminino temos atletas excelentes e vemos uma renovação muito mais relevante. A razão disso é que não temos a devida massificação em nível de país. Precisamos massificar e expandir o judô, para depois recolher neste grande grupo os talentos de cada categoria. Falta investimento especifico regionalizado, para que esses talentos tenham oportunidade real de se desenvolver como atletas. Acredito que hoje qualquer atleta surgido em São Paulo tenha oportunidade de ter seu talento esportivo reconhecido, mas nós ainda não temos isso
55
“Acho que não se pode contratar técnicos para a seleção brasileira politicamente, pois o judô, de maneira geral, perde”
nos extremos do Brasil. Temos muita dificuldade em conseguir apoio e investimento, para desenvolver e segurar nossos talentos esportivos no Estado. Com isso, os atletas acabam migrando para os grandes centros e deixam de refletir seu sucesso na base. Lamentavelmente, nossos atletas de ponta ou ficam na Sogipa ou migram para São Paulo. Temos alguns exemplos, como a Maria Portela, que recentemente foi repatriada. É uma gaúcha que teve de buscar espaço em São Paulo. Sentimos que faltam aqui no Sul do Brasil centros específicos para capacitar técnicos e atletas. Precisamos de investimento na base, e penso que caberia à CBJ fazer esse tipo de investimento, pois ela é a maior beneficiada. Acredito que este seja o quadro no resto do País. Teremos alguma novidade no pan-americano de veteranos que se realizará aqui? Na verdade sou um grande entusiasta da classe veteranos, não só por ser um atleta que gosta de competir, mas porque acredito que esta é uma forma de proporcionar aos atletas mais jovens a oportunidade de ver seus professores competindo. Acredito que, para demonstrar alguma coisa, temos de saber fazer; então, o judô veterano tem uma importância muito grande e é por isso que fazemos questão de incentivar esta categoria. Nós praticamente criamos o Campeonato Sul-Americano de Veteranos que este ano será realizado em Montevidéu, e estamos trazendo o Campeonato Pan-Americano de Veteranos que será realizado aqui, em setembro. A novidade será a nossa organização e, principalmente, o reconhecimento da classe. Realizamos alguns sul-americanos, nos quais o ponto alto foi a organização e a excelente premiação. Sem contar o bem-receber característico do gaúcho. Queremos receber muito bem todos os amigos que nos vierem visitar. A novidade é que estamos trabalhando para realizar o melhor pan-americano de veteranos já realizado. Este será o primeiro evento continental desta categoria sob o controle da FIJ, e queremos uma participação expressiva de atletas de todo o continente americano. Não está na hora de o RS promover eventos de maior envergadura?
56
Hoje nós temos vontade política e interesse não só de realizar eventos internacionais, mas também nacionais. Já promovemos vários eventos neste breve período de gestão, mas este ano estamos com um número menor. Certamente teríamos capacidade de estar recebendo grandes competições. O que nos faltava era o interesse político do Estado em investir nesses grandes eventos, uma vez que a CBJ não patrocina os patrocina. Eles são realizados com apoio de diferentes níveis governamentais, e o Rio Grande do Sul não tinha condições para isso. Mas o quadro agora é outro, e esperamos em breve poder realizar eventos com maior frequência. Mas a CBJ estaria disposta a disponibilizar eventos para o Rio Grande? É imprescindível que haja vontade política de descentralização do judô no País. Apesar de hoje existir um judô de melhor qualidade nos quatro cantos do Brasil, ainda nos ressentimos da pouca participação, principalmente na parte técnica da CBJ. Até por sua representatividade técnica, o Rio Grande, assim como Minas Gerais, para não citar outros Estados, não tem participação alguma no ponto de vista técnico da CBJ. Em nossa análise, esta seria também uma forma de equilibrar forças na hora das decisões, com relação às equipes brasileiras. As seletivas no Brasil deveriam ter um sistema mais democratizado. Aliás, essa é a maior crítica que eu e a direção da FGJ fazemos à CBJ. Queremos que todos os Estados tenham mais oportunidade e espaço para participar das diferentes comissões técnicas da CBJ. Está mais do que na hora de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e outros Estados serem contemplados com maior participação no aspecto técnico, uma vez que produzimos resultados para o Brasil. Isso é uma reclamação e solicitação de todo o judô gaúcho. Você vê vícios no sistema adotado pela CBJ? A gente vê que a comissão técnica é composta praticamente pelo eixo Rio/São Paulo. Em várias oportunidades, batemos de frente no sentido de não entender claramente quais
são os critérios seletivos e de escolha dos atletas. Por mais que os lutadores gaúchos tenham participado, por mais que os critérios sejam válidos, para nós fica a impressão de que as coisas não estão sendo feitas com a devida transparência. Acho fantástico que os ex-atletas tenham espaço, mas entendo que deve ser dado espaço a quem forma atletas. Há pessoas que, tecnicamente, têm uma vivência muito grande e poderiam estar dividindo espaços e influindo nas decisões. As comissões técnicas devem ser regionalizadas, e nelas deve haver um representante de cada região: Norte, Sul, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste. Vocês se sentem preteridos? Mesmo sem receber nenhum aporte financeiro ou apoio, o Rio Grande do Sul conquista maior espaço a cada ano, graças ao talento dos nossos atletas e à capacidade dos nossos técnicos. Estes judocas não são formados pela FGJ ou pela CBJ, mas pelos clubes gaúchos. Tivemos 24 classificações em campeonatos internacionais em 2010; 22 atletas participaram de eventos internacionais e trouxemos 27 medalhas, duas a mais do que tínhamos conquistado em 2009 e 11 a mais do que 2008. Mesmo assim, tivemos apenas um único técnico participando de uma comissão técnica da CBJ em 2010, para o campeonato de base. Acho que, diante desses resultados, deveríamos ter mais técnicos gaúchos convocados pela CBJ. Em 2010 conquistamos 132 medalhas em nível nacional, fizemos 20 campeões brasileiros, e tivemos cinco campeões no Troféu Brasil. Inegavelmente o judô gaúcho é uma potência técnica, mesmo sem as condições ideais de investimento. Recebemos algum apoio da CBJ, mas, até pelos resultados obtidos, merecemos mais. Por exemplo, um centro de treinamento e material esportivo compatível com tudo que conquistamos. Pela estrutura que a entidade (CBJ) tem e pelo seu potencial de captação de recursos, isso seria altamente viável. São os nossos atletas que mantêm o judô brasileiro em exposição. São nossos atletas que dão retorno midiático para os patrocinadores da CBJ. O alto rendimento não é feito no Rio de Janeiro, e sim em clubes como a Sogipa, Pinheiros, Minas Tênis, e outros de menor porte. A CBJ tem de investir nos Estados e na base do judô. E nesse sentido o RS é um grande formador de atletas. O que achou das recentes contratações da CBJ para as seleções de base? Não sei quais são os critérios das indicações. O que percebemos, e é inegável, é que São Paulo é o celeiro de grandes atletas do judô brasileiro. Mas acho que a renovação é uma coisa muito importante. Sou jovem e sei quanto um atleta jovem tem vontade e dinamismo para vencer. Entretanto, nem sempre ele tem a bagagem que um técnico mais experiente possui. Acho que é preci-
so casar as coisas, mas a renovação deve sempre existir e não podemos deixar de privilegiar aqueles que realmente têm o dom de ensinar e preparar. O problema no Brasil é que não temos uma escola de técnicos, não formamos técnicos em judô. Nossos técnicos são pessoas que treinam e acabam tornando-se professores de judô. Meu pensamento como gestor e dirigente esportivo é que em breve deveríamos ter aqui uma escola para formar os técnicos que trabalharão especificamente nesse segmento esportivo. Essa é uma de nossas principais metas. Ter mestres que transformem professores em técnicos de judô, com conhecimentos em fisiologia, psicologia do esporte, treinamento esportivo e competição. Temos certeza de que, com isso, iremos crescer ainda mais tecnicamente. O Brasil tem essa carência porque nem sempre um professor que atua como técnico tem conhecimento ou é graduado em educação física. Não basta ter sido um grande atleta no passado. Precisa ter preparo, conhecimento técnico, científico e, principalmente, carisma. Dos recém-contratados, qual deles conquistou medalhas na formação de atletas? Para sentar no banco do shiai-jo de uma seleção brasileira o técnico precisa de muito conteúdo, experiência e vivência. Não pode ser escolhido politicamente, pois o judô, de maneira geral, perde. Está mais do que na hora de o Brasil investir numa escola formadora de técnicos de judô, e aí os centros de treinamento seriam verdadeiramente importantes como núcleos de capacitação e formação de técnicos. Essa é uma herança cultural da era Mamede? Acho que isso ainda é um rescaldo do nosso passado e espero que num futuro próximo tenhamos capacidade de modificar esses pequenos grandes vícios. Você acha que essas indicações são meramente políticas? Sinceramente, não sei. Penso que, de maneira geral, a transparência é fundamental em qualquer administração. Quanto mais transparência existe, menos erros acontecem. Como presidente, no momento em que eu souber quais são os critérios para escolha dos membros das comissões técnicas, menores serão as chances de questionarmos as escolhas. Já os treinadores que pretenderem ser técnicos saberão qual caminho deve ser tomado. Transparência é a palavra-chave de qualquer administração. Os problemas que existem na CBJ são fruto da política do continuísmo? O grande problema da CBJ é a centralização. Como dirigente, sei que é difícil encontrar pessoas no meio esportivo que tenham condição de atuar da maneira como você
“Reitero as palavras do presidente mineiro, por considerar a Federação Mineira uma coirmã da FGJ. Concordo com as reivindicações dele, e acho que são justas. A CBJ realmente poderia proporcionar muito mais. Fazemos um trabalho de formiguinha com a colaboração dos nossos professores e clubes” acredita, que comunguem das suas ideias e dos mesmos ideais. Mas isso faz parte do sistema democrático, e nem tudo pode sair do jeito que eu quero e acho que tem de ser. Às vezes acabamos recebendo críticas por coisas que deixamos que outras pessoas fizessem, mas isso faz parte do processo. E é assim que formamos novos líderes. Não adianta querer estar presente em tudo, ou esperar que tudo seja como eu quero, porque vou acabar sozinho no cargo, me perpetuando, sem conseguir pessoas que trabalhem em equipe. Talvez a grande dificuldade do presidente da CBJ seja encontrar pessoas com as quais possa contar e compartilhar a sua administração. Talvez até porque a CBJ se tenha tornado algo muito grande perto do que já foi, e seus administradores não tenham dado a devida atenção a fatos fundamentais para o judô brasileiro, como a base e o apoio regional. Coisas simples e imprescindíveis, mas que ficaram para trás. Você não acha que, em vez de técnicos, precisamos formar mais professores? Quando falo da escola para técnicos não estou falando apenas em alto rendimento, mas de uma escola técnica para formação de técnicos, na qual vou ter professores de níveis um, dois e três. Teremos professores de formação para base, para rendimento de base e de alto rendimento. É realmente uma escola de judô. São Paulo consegue ter esse desenvolvimento técnico porque teve uma base técnica muito forte da escola japonesa. Todo dojô, por menor que seja, tem professores que possuem conhecimento básico do judô para transmitir e ensinar muito bem. Aqui no Rio Grande, acabamos aprendendo judô por meio da transmissão oral, sem a bagagem cultural e histórica de São Paulo, e nos ressentimos disso. Percebo que nossos professores mais jovens hoje não conseguem ensinar o judô em toda a sua abrangência, e acabamos perdendo tecnicamente. Quando os atletas chegam a um nível em que poderiam estar em outro patamar de desenvolvimento técnico, eles ainda buscam alguma coisa que faltou na sua evolução. Por isso
precisamos de uma escola de formação. Recentemente entrevistamos o presidente mineiro, que se mostrou decepcionado com as políticas praticadas pela CBJ. Você concorda com as reivindicações e acusações feitas por ele? Eu reforço as palavras do presidente mineiro, por considerar a federação mineira uma coirmã da Federação Gaúcha de Judô. A FMJ é uma entidade com uma direção nova, voltada para o desenvolvimento do judô no Estado, sem bandeiras políticas senão a do desenvolvimento do judô mineiro. Concordo com as reivindicações dele, e acho que são justas. A CBJ realmente poderia proporcionar muito mais. Fazemos um trabalho de formiguinha com a participação de professores e clubes, ou seja, está faltando esse montante, esse valor todo descer. Hoje as federações não recebem nenhum incentivo financeiro e o Estado também não investe nas federações, mas veladamente cobram resultados. Do ponto de vista financeiro estamos abandonados. A CBJ deveria democratizar os recursos para investir concretamente na base? Existe uma diferença entre aquilo que a CBJ e nós entendemos como base. Para a CBJ, a base são atletas entre 15 e 17 anos. Para nós, a base é composta por judocas entre 8 e 17 anos. Quem sustenta o esporte em nosso Estado e movimenta o setor não é o sênior e, sim, o mirim, o infantil, o infanto-juvenil, o pré-juvenil e o juvenil. Para nós está bem claro que isso é a base. Em 2010 a CBJ fechou o ano com lucro expressivo. Por que parte desse lucro não vai para a base? O que nós precisamos não é da redistribuição daquilo que já foi captado, e sim que exista dentro da CBJ um departamento de apoio às federações. Um departamento que trabalhe em favor do desenvolvimento abrangente do judô, fazendo projetos específicos em cada Estado e em cada região do País. Assim, não precisaríamos tirar dinheiro da CBJ. Isso depende de termos pessoas trabalhando para os fins específicos de cada federação. Se o Estado não tem CNPJ, como é o nosso caso, a CBJ tem um CNPJ forte, grande apoio político, status e estrutura suficientes. As federações necessitariam um departamento de apoio dentro da CBJ, e isso tem ser feito de forma indiscriminada e sem politicagem. O quadro político está polarizado entre os presidentes da CBJ e da FPJ. Você apoiaria um candidato da geração jovem? Eu apoiaria qualquer pessoa que comungue das mesmas ideias e ideais que o Rio Grande do Sul possui. Apoiaria uma pessoa que tenha uma visão estratégica moderna de
57
descentralização e, principalmente de investimento maciço em todos os Estados. Nós precisamos de novas ideias e de um grupo novo. O judô brasileiro carece de novas lideranças. Como vê o regulamento de outorga de faixas? O manual de outorga de faixas nos foi apresentado em 2008, quando assumi a presidência. Já tínhamos implementado algumas medidas aqui, como as carências, e para nós não houve muita novidade. Mas acredito que este é um documento que ainda não está totalmente pronto e que deveria ter sido mais bem estudado antes de ser lançado. Temos muitas dúvidas ainda sobre o manual do candidato da CBJ, e já entramos em contato várias vezes com a própria comissão da CBJ para esclarecer dúvidas sobre algumas alterações que não ficaram claras. Foi um passo interessante, mas a CBJ não de que assumir maior controle das ações e, sim, a responsabilidade pela formação dos nossos faixas pretas e kodanshas. Isso deve ter caráter técnico e não político. Nas assembleias de prestação de contas da CBJ os presidentes votam às cegas. Você não acha que deveria haver uma auditoria externa nas contas da CBJ? O que eu acho é que os presidentes têm de ser mais organizados. Não adianta chegar numa assembleia e dizer “eu quero ver as contas”. Lembro de ter sugerido na última assembleia da CBJ que fosse divulgado previamente o local onde esses documentos estariam à nossa disposição, para que pudéssemos examinar tudo como deve ser feito. Pois olhar superficialmente um documento ali, na assembleia, não resolve absolutamente nada. Mesmo porque somos presidentes, e não contadores. O certo seria enviar nosso auditor fiscal ou contábil com antecedência para verificar se aquilo que estamos votando e aprovando está correto. Pelo menos é isso que fazemos aqui. Disponibilizamos toda a documentação em nosso escritório contábil durante 30 dias antes das assembleias. Os documentos ficam à disposição daqueles que desejarem fazer a devida averiguação de nossas contas. Tudo cem por cento transparente. Sem contar que tudo fica em nosso site também. Penso que deveria ser este o procedimento da CBJ. Nós, como presidentes, já deveríamos ter amadurecimento suficiente para ir ao Rio de Janeiro e fiscalizar, pois isso não significa desconfiança. Significa zelo e cuidado pela coisa pública. Então falta transparência à CBJ? O que falta à CBJ é maior reconhecimento e respeito às federações estaduais, uma vez que nós somos suas mantenedoras e damos todo o suporte político que ela de-
58
manda. As federações precisam de maior disponibilidade para visualizar todos os documentos. Não pode ser na base da confiança. Acho que o mundo ruma cada vez mais na direção da transparência. As mídias sociais expõem os fatos cada vez com maior rapidez e transparência. É importante também que a diretoria da CBJ amadureça no sentido de disponibilizar a documentação necessária. Esse é um direito e um dever das federações. Temos de verificar todos os procedimentos, não como um movimento contrário à administração, e sim como entidades corresponsáveis pela administração do judô nacional.
“Eu apoiaria qualquer pessoa que comungue das mesmas ideias e ideais que o Rio Grande do Sul defende. Apoiaria uma pessoa que tenha uma visão estratégica moderna de descentralização e principalmente de investimento maciço em todos os Estados. Nós precisamos de novas ideias e de um grupo novo. O judô brasileiro carece de novas lideranças” Os presidentes que apoiam as políticas praticadas pelo presidente da CBJ são de alguma forma corresponsáveis pela ditadura administrativa que o judô vive no Brasil? Se o judô hoje é centralizado, é porque nós aceitamos isso. Houve já algumas vozes para que isso mudasse, mas existe ainda um grande grupo que é responsável por essa centralização. No momento em que todo mundo tiver coragem de colocar o que pensa em pratica, aí as coisas certamente mudarão. Você vê o projeto hajime com bons olhos? A primeira coisa que fiz quando assumi foi criar um banco de dados confiável, e hoje temos esse banco disponível na internet para que todos os nossos professores possam acessar os dados de seus atletas. Estamos trabalhando para que esse banco de dados seja conectado às competições. Trouxemos para cá a tecnologia de São Paulo e adaptamos à nossa realidade. Acredito que o banco de dados integrado é importante até para que as pessoas vejam qual é o potencial do judô brasileiro, ou para que uma grande empresa possa divulgar seus produtos em nosso segmento esportivo. Mas isso pode ter duas linhas, e a gente não sabe exatamente qual é o objetivo fundamental desse projeto.
Como gestores da miséria local, questionamos de que forma isso poderá ser usado politicamente ou economicamente. Se isso gerar qualquer custo adicional para nossos atletas, seremos radicalmente contrários a qualquer ação. A CBJ não necessita e não vai tirar nenhum real a mais dos nossos atletas. Somos totalmente contra qualquer valor a mais que tenhamos de cobrar de atletas ou clubes. Eles já investem muito em nosso Estado, e, se houver alguma tentativa, vamos boicotar. Como vê o fato de o presidente da Confederação Brasileira de Judô ser também presidente da Confederação Pan-Americana e vice-presidente da Federação Internacional de Judô? Há o lado positivo pelo posicionamento político do Brasil. É importante que tenhamos essas cadeiras em diferentes esferas do judô mundial, mas para o judô brasileiro a mesma pessoa estar ocupando todos esses cargos é ruim, porque tira o foco. Não é muito poder nas mãos de um homem só? Certamente. Você não acha isso no mínimo antiético, além de prejudicial ao judô verde-amarelo? Como já disse, tira o foco. Não há como ser bom em tudo. Se estivesse se dedicando exclusivamente a uma entidade, certamente faria um trabalho melhor. O Paulo tem grandes aspirações, e acho que, por tudo que já fez no judô brasileiro, ele deve galgar outros degraus na política esportiva internacional. Mas, politicamente, está na hora de ele abrir espaço para que outras pessoas o substituam aqui no País. Você fala muito em democracia, mas como consegue conviver num regime administrativo absolutamente ditatorial? Toda vez que existe um dirigente atuando de forma independente e contra a vontade coletiva, ele só consegue ter sucesso se as pessoas que lhe dão sustentação política forem omissas. Se existe essa falta de democracia e transparência em alguns momentos, isso se deve ao fato de ainda sermos imaturos democraticamente, e pelo fato de nós brasileiros não sabermos nos posicionar politicamente. Se o brasileiro tivesse a força e a coragem do povo argentino, com certeza teríamos uma situação totalmente diferente, e não só na esfera político-esportiva. Faltam coragem e posicionamento às pessoas que estão no processo. Precisamos defender aquilo que acreditamos ser o certo e o melhor para todos nós. Precisamos também de mais critérios para escolher as pessoas que nos representam. No momento em que eu não escolho adequadamente o dirigente do
“O Paulo Wanderley tem grandes aspirações e acho que, por tudo que já fez, ele deve galgar outros degraus na política esportiva internacional. Mas, politicamente, está na hora de abrir espaço para que outras pessoas o substituam aqui no País” meu Estado, não posso querer uma entidade nacional que responda a todos os meus anseios. O que nos falta é consciência política. Em quais Estados o judô é mais bem administrado? Depende do ponto de vista. Você quer avaliar a capacidade para administrar dívidas ou dinheiro? São Paulo é um Estado muito bem administrado, mas lá sobram recursos. Lá as coisas acontecem porque o judô paulista é muito grande e é o Estado mais rico do Brasil. É o Primeiro Mundo do judô em nosso País. Agora, um exemplo de Estado bem administrado hoje é o Amapá, que mesmo sem grandes recursos tem mostrado um judô diferente, com um grupo ainda pequeno, no qual os professores têm grande vontade de fazer nosso esporte cada vez maior. Fazem uma boa administração e põem amor no que fazem. Tocantins e Minas Gerais, para nós, são outros grandes exemplos. Por tudo que passaram em administrações anteriores e pelo que estão fazendo hoje, podemos colocar Minas no topo das administrações estaduais. Escutamos que o Matias pretende voltar. Isso procede? A gente escuta muita coisa, e não sabemos até onde isso é boato. O que sabemos é que existe o apoio político dele a outro grupo. Mas a participação política direta dele como candidato eu acho muito difícil. Isso seria um ponto muito negativo em qualquer candidatura. O Matias conta com o apoio de Paulo Wanderley? Isso não me preocupa, em absoluto. Eu não dedicaria quatro anos da minha vida a esta entidade se achasse que poderíamos voltar um dia a viver na penumbra. Já houve o apoio e um trabalho político da CBJ para que a antiga administração permanecesse à frente da FGJ, mas isso não vingou. Acredito que a CBJ não se intrometeria em nossa política interna. Seria muito pouco inteligente se o fizesse, principalmente conhecendo a antiga administração e o apoio que desfrutamos em todo o judô gaúcho. Qual é a principal marca de sua administração? Nossa marca principal sempre foi a transparência total. Tivemos um trabalho difícil e árduo nestes três anos e meio, mas orgulho-me do esforço que desenvolvemos à frente da entidade. Mesmo tendo herdado um rombo fiscal enorme da administração anterior, o que nos custou trabalhar sem nenhum recurso ou patrocínio, o Rio Grande uniu-se e abraçou a nossa administração. Independentemente de qualquer erro administrativo que possamos ter cometido, até por inexperiência e por não sermos gestores profissionais, temos o interesse e a visão de acertar para melhorar cada vez mais. E é por isso que gozamos do apoio de todos aqueles quem fazem o judô gaúcho acontecer. Isso nos dá a tranquilidade de saber que todas as pessoas que vislumbraram e participaram desse processo de melhora, daqui por diante, seguirão nesse caminho. Todo mundo tem um sonho, e esse foi o meu. O judô deixou uma marca muito forte em minha pessoa, e muito do que sou eu devo ao esporte. Muito do equilíbrio emocional e da garra para lutar por aquilo que eu quero – e graças a Deus até hoje conquistei – consegui através do judô. Não sou um sujeito que tem um dom natural para alguma coisa, mas tenho o dom da garra. Brigo por aquilo que eu quero até conseguir. E esta foi uma tentativa minha de estar devolvendo ao judô aquilo que ele me proporcionou.
59
Projetos Incentivados
Por Lula Terras Fotos: Ana Borges e E5 Comunicação
Cubatão recebe o primeiro núcleo do projeto
‘Judô - Educando Para a Vida’ Cubatão (SP) - Desenvolvido pela RT Projetos Incentivados, o projeto Judô - Educando Para a Vida, da Associação Rogério Sampaio, lançou no dia 12 de maio o primeiro núcleo de atividades, no Centro Esportivo Armando Cunha, em Cubatão. Compareceram ao lançamento a prefeita Márcia Rosa, o campeão olímpico e idealizador do projeto, Rogério Sampaio, representantes dos patrocinadores e futuros alunos do projeto. Elaborado para atender 400 crianças, o espaço é considerado o maior da Baixada Santista para prática da modalidade e possui equipamentos utilizados nos maiores centros de treinamento do mundo. “Sinto uma inveja enorme de vocês. Eu queria ter tido um início de carreira como o que vocês estão tendo hoje”, brincou Sampaio. Abrindo a série de discursos, a secretária municipal de Esportes e Lazer, Renèe Castro Fernandes, pediu aos jovens participantes do projeto que sejam agentes divulgadores junto a familiares e amigos. Para a prefeita, a cidade ganha um
Roberta e Tárcio Coutinho coma prefeita Márcia Rosa
local de excelência para o esporte e passa a concretizar o sonho de muitos jovens. “As oportunidades estão surgindo para todos, basta sonhar. Faremos o possível para conquistar mais espaços como esse”, afirmou Márcia Rosa. Já o
A Prefeita Márcia Rosa faz entrega de camiseta do projeto
60
supervisor do projeto em Cubatão, sensei Paulo Duarte, considera que o município poderá tornar-se referência no judô. “Transformaremos Cubatão na capital brasileira do judô.” Além dos treinamentos, os alunos terão acompanhamento médico e escolar, e conforme a situação de cada um será feita a graduação. “Os alunos que mostrarem talento para competições serão encaminhados para entidades em que receberão treinamento específico”, afirmou Paulo Duarte, que elogiou o potencial dos jovens cubatenses que já estão integrados. Na sequência, Rogério Sampaio contou sua trajetória depois de encerrar a carreira de lutador, quando idealizou a criação de um espaço em Santos onde pudesse implantar a filosofia do judô e formar atletas de alto nível. “Hoje temos atletas disputando com destaque as principais competições nacionais e até em Jogos Olímpicos tivemos atletas formados em nossa academia, caso de Andressa Fernandes, Daniele Zangrando e Leandro Guilheiro, entre outros.” Sobre o novo projeto, Rogério destacou a presença de patrocinadores fortes, que possibilitam o desenvolvimento do
O Campeão Olímpico Rogério Sampaio faz entrega de judogi a aluno do projeto
Judô – Educando para a Vida, no maior espaço existente para a prática da modalidade em toda a Baixada Santista, com estrutura de primeiro mundo. Rogério lembrou que os tatamis instalados no local são os melhores do mundo, “iguais aos utilizados nos Jogos Olímpicos e campeonatos mundiais de judô”, falou o judoca, que destacou ainda a utilização da Lei de Incentivo ao Esporte na captação de recursos. Para Márcia Rosa um dado que chamou a sua atenção foi o fato de 30% dos alunos praticantes de judô serem mulheres. “Isto tem muito significativo para nós, que lutamos constantemente na conquista e manutenção de espaço”, afirmou a prefeita, que elogiou as empresas patrocinadoras que se tornam mere-
cedoras do benefício do IPTU do Bom Empreendedor, que oferece desconto no tributo municipal para empresas que investem em projetos nas diversas áreas. Advogado da RT Projetos Incentivados, Tárcio Coutinho acredita no potencial da região para formação de novos campeões. “Já podemos considerar a Baixada o grande celeiro de judocas”. E citou exemplos como Leandro Guilheiro, Andressa Fernandes e Bruno Mendonça. Coutinho também enalteceu a participação dos patrocinadores. “O contato do investidor com o resultado dos projetos é fundamental. Nada seria possível sem o apoio das empresas”, disse o especialista. Prestigiaram o evento Silmara Soares, representando a Copebrás; Artaet
Associação de Judô Rogério Sampaio Autoridades presentes
61
Professor Paulo Duarte
62
Martins, da EcoRodovias; Flávio Ladeira Amâncio, da Votorantim Cimentos; Mariana Martins, do Instituto Cultural Usiminas; Luiz Carlos Bezerra, assessor de Relações Institucionais da Usiminas; Benito Santiago Gonzalez e Renèe Castro Fernandes, secretários municipais de Emprego e Desenvolvimento Sustentável e de Esporte e Lazer. No fim da solenidade, alunos receberam camisas e quimonos do projeto das mãos das autoridades, patrocinadores e do campeão olímpico.
Lei de Incentivo ao Esporte - LIE Aprovado pela LIE, o projeto Judô - Educando Para a Vida visa a atender mais de 1.000 jovens, em núcleos nas cidades de Santos, São Vicente e Cubatão. Os interessados em participar do projeto, em Cubatão, poderão entrar em contato com o supervisor Paulo Duarte, pelo telefone (13)3364-3909. Os participantes deverão ter idade mínima de seis
anos e estar, obrigatoriamente, matriculados numa escola, de preferência da rede pública. O projeto Judô - Educando Para a Vida, desenvolvido pela RT Projetos Incentivados e executado pela Associação de Judô Rogério Sampaio, conta com os patrocínios da Telefônica, Copebrás, Votorantim Cimentos, EcoRodovias e Usiminas, e o apoio do Santos Futebol Clube e da Galvão Engenharia, graças a convênio entre o governo federal, por intermédio do Ministério do Esporte, e a AJRS, autorizado pela Lei de Incentivo ao Esporte.
Experiência na LIE Com o currículo de prestígio em São Paulo e escritório em Brasília, Coutinho
e a RT Projetos Incentivados dedicam-se exclusivamente ao segmento há quatro anos. Atualmente, são mais de 40 projetos aprovados no ME, alguns em parceria com atletas, como a ginasta olímpica Jade Barbosa e o vitorioso judoca Aurélio Miguel. Ao longo dos anos, a RT Projetos Incentivados conquistou aprovação de projetos nas leis federal e estadual, e passou a atuar pela nova lei municipal de Santos, o Promifae. A RT Projetos Incentivados atua em todo o território nacional. “Estou muito feliz com o caminho que segui. Vejo que o trabalho sério e correto que prestamos ao longo dos quatro anos no segmento está sendo reconhecido e vem trazendo muitos frutos ao esporte nacional”, revelou Coutinho.
Associação de Judô Rogério Sampaio
63
MÉRITO ESPORTIVO
Por Alex de Cara Fotos: Luiz Doro
Governador Alckmin, Aurélio Miguel, vice-prefeita Alda Marco Antônio e o secretário de Esportes do estado, Jorge Pagura
Governador Geraldo Alckmin
Homenageia Aurélio Miguel São Paulo (SP) – Numa cerimônia que reuniu grandes nomes do esporte e do jornalismo esportivo brasileiro, o campeão olímpico e vereador paulistano Aurélio Miguel participou da reinauguração do Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, no Ibirapuera. Na oportunidade, Aurélio foi homenageado pelo governador Geraldo Alckmin, que lhe concedeu a Medalha de Honra ao Mérito Esportivo do Estado de São Paulo por sua vitoriosa trajetória sobre os tatamis e na defesa do esporte paulista e brasileiro. Eder Jofre, bicampeão mundial de boxe; Wanda dos Santos e Nelson Prudêncio, do atletismo; Hortência, Amauri Passos e Wlamir Marques, do basquete; e Ana Moser, do vôlei, também receberam a láurea. “Fiquei muito honrado em receber esta homenagem das
64
Governador Geraldo Alckmin, Aurélio Miguel e Ana Moser
Governador Geraldo Alckmin, Aurélio Miguel e Ana Moser
Na foto histórica, o bicampeão mundial de boxe Eder Jofre ao lado do campeão olímpico de judô Aurélio Miguel. Dois grandes ícones dos esportes de combate do Brasil.
mãos do governador Alckmin, juntamente com outros atletas que ajudaram a construir a história do esporte do nosso estado e do nosso país”, disse Aurélio. Antes da homenagem, Aurélio Miguel participou da abertura do GP de Atletismo realizada nas novas instalações do conjunto
desportivo. “Fiquei impressionado com a qualidade dos novos espaços esportivos. A pista de atletismo e os ginásios ficaram muito bons. Espero que este local continue a promover a prática esportiva e a revelar novos talentos”, finalizou o medalhista de ouro nas Olimpíadas de Seul/88 e de bronze em Atlanta/96.
65
MEDICINA ESPORTIVA
Por Daniel Fausto Dell´Aquila Fotos Paulo Pinto
Lesões do Ligamento Cruzado Anterior no Judô Quem não conhece alguém que, treinando ou fazendo atividade física, torceu o joelho, ouviu um estalido e depois de alguns minutos apresentou o joelho inchado e não mais conseguiu apoiar a perna no solo? Infelizmente, esta é a história natural dos rompimentos ligamentares ou meniscais no joelho, no qual existem inúmeros ligamentos. Mas o que mais comumente acarreta lesões incapacitantes que acabam afastando por longos períodos é o conhecido LCA (ligamento cruzado anterior). Este ligamento é responsável por segurar em 85% a capacidade de anteriorização da tíbia sobre o fêmur, fazendo, assim, que consigamos mudar de direção sem que ocorra nenhuma falsiada do joelho em relação ao corpo. Portanto, na grande maioria das vezes em que lesionamos o LCA, se tentarmos mudar a direção do corpo durante um exercício – como, por exemplo, fazendo uti-komi ou randori –, é muito provável que soframos um novo entorse, além de corrermos o risco de lesionar outras estruturas, como os meniscos (corno posterior) e a cartilagem, ambas estruturas vitais no bom funcionamento de uma articulação de carga como o joelho. Estas lesões podem gerar, em longo prazo, artrose, que leva à incapacidade para andar e, em fases mais avançadas, a dores até no repouso. Conheço inúmeros atletas de nível internacional do passado que tiveram lesões de LCA, mas, pela falta de informação, não fizeram trata-
mento da forma adequada. Hoje estão na faixa dos 50 anos e apresentam dores consideráveis até durante o repouso. Cabe a nós tentar relatar informações que possam auxiliar todos que desejam prevenir a lesão, aqueles já lesionados, os que tentam postergar o tratamento e, por último, aqueles que já apresentam sequela por tratamento inadequado. Sempre que desejamos iniciar o treinamento de handori, é importante que tenhamos preparado o corpo por meio de atividade física adequada, dando ênfase aos alongamentos e aos exercícios isométricos para os joelhos cadeirinha. No treinamento, deve-se estimular sempre a propriocepção, isto é, o deslocamento rápido e ligeiro dos pés sobre o tatami, evitando, assim, que pequenos entorses se transformem em grandes lesões.
Daniel Fausto Dell’Aquila
Formado na Faculdade de Medicina da USP – 1997 Com especialidade em ombro e joelho Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Ombro Membro da Sociedade Latino Americana de Medicina Esportiva e Joelho Médico da Federação Paulista de judô – FPJ Atleta da Seleção Brasileira de Judô entre 1988 e 1996 Campeão Mundial Máster 2007 Faixa Preta 3º Dan Bronze no Mundial Master 2011
66
Prestar atenção ao tipo de piso, isto é, ao tatami em que estamos treinando, é altamente recomendável, pois no tipo de piso está a razão de muitas lesões. A vinilona utilizada nos caminhões e comumente usada em muitos dojôs exige maior cuidado por parte do atleta, pois em contato com suor provoca episódios de travamento e escorregões, sendo um lugar comum de lesão do LCA. Eu, particularmente, já lesionei o meu joelho nessa circunstância. Após o primeiro entorse e inchaço no joelho, não se deve ficar insistindo. Recomenda-se procurar um profissional habilitado para fazer o diagnóstico e o tratamento corretos, bem como orientações do quê e quando fazer para possibilitar o retorno aos treinos o mais rapidamente possível. É muito importante lembrar que insistir na dor comumente acarreta aumento de lesões. Por último, treino é treino. Se sentir que vai cair, não se deve tentar bloquear a todo custo, isto é, se o golpe estiver encaixado, é melhor soltar o corpo, pois há muita competição pela frente. Um abraço a todos e bons treinos!
Por Alex de Cara Fotos Boletim Osotogari e Revista Budô
MEDALHA CAMPEÃO OLÍMPICO AURÉLIO MIGUEL
Premia Destaques do Judô Paulista de 2010
São Paulo (SP) - Uma bela festa ocorrida na noite de 23 de maio, na Câmara Municipal de São Paulo, premiou os melhores judocas da temporada 2010 do estado, no evento denominado Dia do Judô – Medalha Campeão Olímpico Aurélio Miguel. A já tradicional premiação feita pelo campeão olímpico aos judocas paulistas que se destacam nos tatamis, sem sombra de dúvida é um dos eventos mais esperados da temporada e o de maior glamour. Realizada na Câmara Municipal paulistana, pelo sexto ano consecutivo, a iniciativa, de autoria do campeão olímpico e vereador Aurélio Miguel, reuniu cerca de 300 pessoas entre atletas, técnicos e personalidades do judô paulista e premiou os destaques das classes Pré-juvenil, Juvenil, Júnior e Sênior masculino e feminino, Máster feminino classes 1, 2 e 3, Máster masculino classes 1, 2, 3, 4, 5 e 6, por faixas (marrom, preta absoluto), Kata, Estudantil e Copa São Paulo classes Pré-juvenil, Juvenil, Júnior e Sênior. Além dos campeões estaduais nas diversas categorias de peso e idade, também foram homenageados os medalhistas olímpicos Rogério Sampaio (ouro em Barcelona/92), Walter Carmona (bronze em Los An-
68
geles/84), Henrique Guimarães (bronze em Atlanta/96) e Branco Zanol (atleta olímpico em Atlanta/96), pelo trabalho sócio-esportivo que desenvolvem em comunidades carentes da cidade e do estado. Também foram homenageados os judocas em atividade Leandro Cunha (vice-campeão mundial sênior em 2010), Flávia Gomes (vice-campeã dos Jogos Olímpicos da Juventude/2010), Eleudes Valentim (vice-campeã mundial sub-20/2010) e Agueda Silva (vice-campeã mundial sub20/2010). Grandes mestres como Suhei Okano, Milton Corrêa, Morihiro Shiroma, Takanori Sekine e Rubens Pereira também receberam a honraria pelos serviços prestados ao judô paulista e brasileiro, assim como os empresários Márcio dos Reis Oliveira e Vinicius Bartalotti, importantes apoiadores e patrocinadores de esportes de combate. Apresentado pelo mestre de cerimônia José Jantália, o Dia do Judô foi saudado pelo vice-presidente da Federação Paulista de Judô, Alessandro Panitiz Puglia - que compôs a mesa de autoridades - e pelo presidente da Confederação Brasileira de Judô, Paulo Wanderley Teixeira, que enviou mensagem parabenizando o evento.
Em seu depoimento de abertura, o campeão olímpico falou da importância de estarmos lembrando e homenageando todos que fizeram e fazem o judô brasileiro ser o que é. “Fico muito feliz em poder oferecer esta singela homenagem e celebrar os atletas e seus técnicos que brilharam em 2010, além daqueles que colaboram de alguma forma para o crescimento do esporte, seja ele de alto rendimento seja de inclusão social. Estas pessoas representam hoje, nesta comemoração, toda a comunidade do judô paulista, também merecedora desta mesma distinção pelo trabalho cotidiano que realiza em seus dojôs ou fora dele. Espero em edições futuras ter a honra de prestar esta justa homenagem a todos que trabalham por nossa modalidade”, disse Aurélio Miguel, que voltou a ressaltar a necessidade de o governo municipal regulamentar a Lei Bolsa Atleta municipal, de sua iniciativa. “Continuamos na luta, aqui na Câmara, para que o Executivo regulamente a bolsa atleta. Nós aprovamos a lei aqui, destinamos recursos para este ano no orçamento, da ordem de R$ 10 milhões para diversas modalidades, mas até o momento não foi regulamentada. Vamos continuar lutando”, finalizou.
69
70
71
72
CAMPEONATO PAULISTA POR FAIXAS PRETA 1º DAN MASCULINO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Médio
Emerson da Silva Lima
Assoc. Desportiva Indaiatubana
CAMPEONATO PAULISTA POR FAIXAS PRETA 2º DAN MASCULINO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Leve
Wagner Tadashi Uchida
Academia Fôlego
Meio Médio
Anderson Cássio dos Santos
A.A.D. Mesc São Bernardo
Médio
Jean Gabriel Antunes
Assoc. Desp. Indaiatubana
Meio Pesado
Willian Lima Martins Oliveira
Assoc. Lincoln de Judô
CAMPEONATO PAULISTA POR FAIXAS ROXA FEMININA CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Meio Médio
Munique Rivas Hadzic
Sesi – SP
CAMPEONATO PAULISTA POR FAIXAS VERDE FEMININO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Leve
Karoline Silva de Santana
A. D. Santo André
Ligeiro
Isabela Farah
Judô Kimura
Médio
Caroline Yuri de Souza Akioka
Assoc. Subaru de Karate
Meio Leve
Carolina dos Santos S. Batista
Sesi – SP
Meio Médio
Marina Gabrielle G. Batista
Assoc. Kiai Kam
Pesado
Sibilla M. Jacinto Faccholli
Ipanema Clube
Meio Pesado
Tamires Pereira Guedes
Assoc. Cult. E Esp. Irmãos Ribas
MASCULINO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Ligeiro
Ranielli Boris Gomes
Grêmio Lit. e Rec de Barretos
Meio Leve
Daniel Saldanha de Oliveira
Seduc – Praia Grande
Leve
Lucas de Oliveira Monticelli
Judô Clube Itararé
Meio Médio
Marco Aurelio de Souza
Fundação Esportiva Matonense
Médio
Jânio Correa de Araujo Filho
Suzano Judô Clube
Meio Pesado
Fabiano Francisco Coltro
Grêmio Rec de Serv. Mun D
Pesado
Victor Luis da Silva
Assoc. Func Robert Bosch Brasil
COPA SÃO PAULO PRÉ-JUVENIL FEMININO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Super Ligeiro
Bruna Tomomi Chibana
Sport Clube Corinthians
Ligeiro
Julia M. Chibana
Sport Clube Corinthians
Meio Médio
Adriele Freitas de Sena
Assoc. Guairense de Judô
Meio Pesado
Aine Dalete P. Schmidt
Soc Esportiva Palmeiras
MASCULINO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Ligeiro
Douglas Moreira Ribeiro Junior
Soc Esportiva Palmeiras
Meio Leve
Nykon Roberto F.Carneiro
Soc. Esportiva Palmeiras
Médio
Yuri Gonçalves dos Santos
SESI_SP
Pesado
Rafael Vargas Siriaco
A. Desp. Centro Olímpico
COPA SÃO PAULO JUNIOR FEMININO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Ligeiro
Gabriela Shinobu Chibana
Sport Club Corinthians Paulista
Meio Leve
Thais Borges dos Santos
Assoc. Atl. Ferroviária
Meio Médio
Tharrere Aparecida Reis Siva
Judô Makoto
Médio
Brenda Aguiar dos Santos
Tênis Clube S. José Campos
MASCULINO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Super Ligeiro
Mike Massahiro Chibana
Sport Club Corinthians Paulista
Meio Leve
Renan da Silva Pereira
A.D.Ateneu Mansor
Leve
Andrey Del Rosso Pirolo
SESI – SP
COPA SÃO PAULO JUVENIL FEMININO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Ligeiro
Luana Barbosa de Mendes
Tênis Clube S.José dos Campos
Meio Leve
Nathalia Cássia F. Dias
Clube Atlet. Lindoya Bioleve
Medio
Fernanda Marques dos Santos
Assoc. Cult. Esp. De Tucuruvi
Médio
Brenda Aguiar dos Santos
Tênis Clube S. José Campos
CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Super Ligeiro
Luiz Cláudio de Lima Junior
Tênis Clube São J. dos Campos
MASCULINO
Ligeiro
Jonathan S. dos Santos
São João Tênis Clube
Meio Leve
Lucas Nascimento Bernardo
Clube Internacional de Regatas
Meio Pesado
Paulo Roberto de Araujo Jr
Fundesport – Araraquara
Pesado
Matheus Moreira S.Guevara
Ass. Marcos Mercadante de Judô
COPA SÃO PAULO JUVENIL FEMININO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Leve
Amanda de Faria Dutra
Rio Preto Automóvel Clube
Meio Médio
Ana Paula Faria Ribeiro
Tênis Clube S. José Campos
Pesado
Aline Puglia Barbosa
Esporte Clube Pinheiros
MASCULINO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Ligeiro
Breno Renan Bufolin Alves
Esporte Clube Pinheiros
Meio Leve
Denílson Moraes Lourenço
Esporte Clube Pinheiros
Meio Pesado
Leandro Bocchi de Moraes
Esporte Clube Pinheiros
Pesado
Rafael Carlos da Silva
Esporte Clube Pinheiros
COPA SÃO PAULO SENIOR FEMININO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Leve
Amanda de Faria Dutra
Rio Preto Automóvel Clube
Meio Médio
Ana Paula Faria Ribeiro
Tênis Clube S. José Campos
74
Pesado
Aline Puglia Barbosa
Esporte Clube Pinheiros
MASCULINO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Ligeiro
Breno Renan Bufolin Alves
Esporte Clube Pinheiros
Meio Leve
Denílson Moraes Lourenço
Esporte Clube Pinheiros
Meio Pesado
Leandro Bocchi de Moraes
Esporte Clube Pinheiros
Pesado
Rafael Carlos da Silva
Esporte Clube Pinheiros
CAMPEONATO PAULISTA SUB 17 JUVENIL FEMININO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Ligeiro
Nathalia Mercadante
Assoc. Mercadante de Judô
Leve
Jéssica Massako Kohatsu
Sport Clube Corinthians
Meio Médio
Marina Gabrielle G. Batista
Assoc. kiai Kam
Medio
Munique Rivas Hadzic
Sesi – SP
Pesado
Sibilla M. Jacinto Faccholli
Ipanema Clube
CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Super Ligeiro
Mike Massahiro Chibana
Sport Clube Corinthians
Meio Leve
João Pedro Godoy de Macedo
Fulvio Myata F.
Meio Médio
Lincoln Duarte Araujo Alfenas
Academia Fôlego
Medio
Raphael Ribeiro Z. Warzee
Assoc. J. Rogerio Sampaio
MASCULINO
CAMPEONATO PAULISTA ESTUDANTIL SUB-15 PRE-JUVENIL FEMININO CATEGORIA
NOME
Meio Médio
Adriele Freitas de Sena
ASSOCIAÇAO
E.E. Zezinho Portugal
Médio
Gabriela Bitencourt
Centro Ed.Objetivo do Litoral
Meio Pesado
Aine Dalete F. Schmidt
Sociedade E. Palmeiras
MASCULINO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Ligeiro
Douglas Moreira Ribeiro
Colégio Mello Dante
Meio Leve
Nykson Roberto Carnei
EE Dr. Washington Luis
CAMPEONATO PAULISTA JU NO NO KATA YUDAN MASCULINO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
TORI
Wagner Tadaschi Uchida
Academia Fôlego
UKE
Paulo Roberto Alves Ferreira
Academia Fôlego
YUDAN MISTO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
TORI
Roger Tsuyoshi Uchida
A.E.Piracicaba
UKE
Juliana Tiaki Osako Maesta
A.E.Piracicaba
YUDAN FEMININO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
TORI
Aline Akemi Lara Sukino
A.E.Piracicaba
UKE
Juliana Tiaki Osako Maesta
A.E.Piracicaba
DANGAI MASCULINO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
TORI
Rafael Nunes de Souza
Alta do Lapa
UKE
Eduardo Gaudêncio Adriano
Alta da Lapa
DANGAI FEMININO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
TORI
Maria Emilia Jesus de Cillo
Projeto Budo
UKE
Lais Parolo
Projeto Budo
DANGAI MISTO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
TORI
Gabriel Trevisan de Araujo
Projeto Budo
UKE
Lais Parolo
Projeto Budo
75
CAMPEONATO PAULISTA KATAME NO KATA YUDAN MASCULINO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
TORI
Eduardo Maestá
A.E.Piracicaba
UKE
Roger Tsuyoshi Uchida
A.E.Piracicaba
YUDAN MISTO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
TORI
Aline Akemi Lara Sukino
A.E.Piracicaba
UKE
Roger Tsuyoshi Uchida
A.E.Piracicaba
YUDAN FEMININO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
TORI
Juliana Tiaki Osako Maesta
A.E.Piracicaba
UKE
Aline Akemi Lara Sukino
A.E.Piracicaba
DANGAI MASCULINO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
TORI
Eduardo Gaudêncio Adriano
Alta do Lapa
UKE
Rafael Nunes de Souza
Alta da Lapa
DANGAI FEMININO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
TORI
Lais Parolo
Projeto Budo
UKE
Aline Trevisan Pereira
Projeto Budo
DANGAI MISTO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
TORI
George Erwin de Almeida Oliveira
Projeto Budo
UKE
Aline Trevisan Pereira
Projeto Budo
CAMPEONATO PAULISTA SUB 20 JUNIOR FEMININO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Super Ligeiro
Nathalia Orpinelli Mercadante
Ass. Marcos Mercadante de Judô
Leve
Ticiana Dell Amore Priolli
São João Tênis Clube
Pesado
Sibilla M. Jacinto Faccholli
Ipanema Clube
MASCULINO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Super Ligeiro
Mike Massahiro Chibana
Sport Clube Corinthians Paulista
Meio Leve
João Pedro Godoy de Macedo
Fulvio Myata Fitiness & Sports
Meio Médio
Lincoln Duarte Araujo Alfenas
Academia Fôlego
Medio
Raphael Ribeiro Z. Warzee
Assoc. de Judô Rogerio Sampaio
CAMPEONATO PAULISTA MASTER 1 FEMININO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Meio Médio
Vanessa Cristina Billard
Assoc. Suzano Judô Clube
Pesado
Roseane de Souza
Clube Rodoviário de Judô
MASCULINO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Meio Médio
Stefanio Bonvino Stafuzza
Assoc. Guairense de Judô
Médio
Luis Carlos de Farias
Tênis Clube S. José Campos
Pesado
Gustavo César Marini
Secret. Munic. Esp. Ribeirão Preto
CAMPEONATO PAULISTA MASTER 2 MASCULINO CATEGORIA
NOME
Leve
Fernando H.Borges Hirakawa
ASSOCIAÇAO
Médio Alexandre de Souza Gaspar CAMPEONATO PAULISTA MASTER 3
Assoc. Hirakawa de Judô
Soc. Esportiva Palmeiras
FEMININO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Meio Leve
Edneia Carvalho do S. Teixeira
Acad. de Judô Taboão SBC LT
Meio Médio
Rosangela de Oliveira
Colégio Jean Piaget
Meio Médio
Antonia Gonçalina Giorgiano
Sayão Futebol Clube
MASCULINO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Leve
Rodrigo Guimarães Motta
Assoc. de Judô Alto da Lapa
CAMPEONATO PAULISTA MASTER 4 MASCULINO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Ligeiro
Magdiel Anselmo Granado Santos
Academia Personal
Leve
Luiz Carlos Eugênio Brígida
São João Tênis Clube
Meio Médio
Marco Aurelio Trinca
Assoc. Ippon Kids
Meio Pesado
José Iasbech Morais da Silva
A.J.São Carlos
Pesado
Diogo Lopes
Clube Sem. De Cult. Artística
CAMPEONATO PAULISTA MASTER 5 MASCULINO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Ligeiro
Oscalino Faria de Almeida
ADC Gen. Motors S. José Campos
Meio Leve
Julio Kawakami
Soc. Esportiva Palmeiras
Médio
João Carlos Alves de Souza
Assoc. Moacyr de Judô
CAMPEONATO PAULISTA MASTER 6 MASCULINO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Ligeiro
Sergio Honda
Assoc. Desportiva Indaiatubana
Meio Médio
Irahy Tedesco
Assoc. Borges de Judô
Médio
Jairo Baptista de Arruda
Assoc. Spessoto de Judô E
Meio Pesado
Luiz Roble Santalla
Ass. de Judô Germano
CAMPEONATO PAULISTA NAGUE NO KATA YUDAN MASCULINO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
TORI
Wagner Tadaschi Uchida
Academia Fôlego
UKE
Paulo Roberto Alves Ferreira
Academia Fôlego
YUDAN MISTO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
TORI
Rodrigo Guimarães Motta
Alta da Lapa
UKE
Juliana Tiaki Osako Maesta
A.E.Piracicaba
YUDAN FEMININO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
TORI
Aline Akemi Lara Sukino
A.E.Piracicaba
UKE
Juliana Tiaki Osako Maesta
A.E.Piracicaba
DANGAI MASCULINO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
TORI
Rafael Nunes de Souza
Alta do Lapa
UKE
Eduardo Gaudêncio Adriano
Alta da Lapa
DANGAI FEMININO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
TORI
Maria Emilia Jesus de Cillo
Projeto Budo
UKE
Aline Trevisan de Araujo
Projeto Budo
DANGAI MISTO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
TORI
Maria Emilia Jesus de Cillo
Projeto Budo
UKE
Gabriel Trevisan de Araujo
Projeto Budo
CAMPEONATO PAULISTA SUB 20 JUNIOR FEMININO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Ligeiro
Letícia Ribeiro B. Silva
ADPM – REG. São José Campos
Leve
Anne Karoline Alves de Macedo
São João Tênis Clube
Meio Médio
Gabriela Souza Bitencourt
Ass. De Judô Rogério Sampaio
Meio Pesado
Aine Dalete F. Schmidt
Soc. Esportiva Palmeiras
MASCULINO CATEGORIA
NOME
ASSOCIAÇAO
Ligeiro
Douglas Moreira Ribeiro Junior
Soc. Esportiva Palmeiras
Meio Leve
Rodrigo Yuke Makiyama
Assoc. de Judô Vila Sonia
Meio Médio
Alex Dias dos Anjos
São João Tênis Clube
Meio Pesado
Lincoln Keiiti K. Neves
Fulvio Myata Fitiness & Sports
Pesado
Rafael Vargas Siriaco
A.Desp.Centro Olímpico
Nixon Roberto K.Carneiro Mike Silva Pinheiro
COPA DO MUNDO
Fonte CBJ - Por Paulo Pinto Fotos Anderson Zeg/FOTOCOM.NET e Ricardo Borges/FOTOCOM.NET
Cuba Atropela e o Brasil é Bronze na Copa do Mundo por Equipes
Salvador (BA) – Pela segundo ano consecutivo, a cidade de Salvador sediou a Copa do Mundo por Equipes de Judô, evento que abriu oficialmente a temporada 2011 do Brazil Judo World Tour. Realizada entre os dias 11 e 14 de maio no Ginásio do SESC Aquidabã, a competição teve a participação dos selecionados de sete países: Brasil, Japão, Cuba, Coreia do Sul, Portugal. Tunísia e Argentina.
78
Mais uma vez a cidade Salvador foi palco de um grandioso evento e mostrou sua capacidade em realizar eventos esportivos de grande porte. Com o sucesso obtido nesta edição da Copa do Mundo por Equipes, Marcelo França ratifica o pensamento daqueles que gostariam de vê-lo atuando na CBJ de forma mais abrangente e fundamentado em seus ideais, na defesa dos interesses do judô brasileiro.
Final surpreendente A final foi disputada por dois selecionados fundamentados em escolas totalmente distintas. O Japão, com seu judô clássico e extremamente técnico, enfrentou Cuba, uma seleção que faz um judô fundamentado na força e no preparo físico. Na disputa pelo ouro, o Japão saiu na frente chegando a anotar 2 a 0 no placar, mas a equi-
79
pe asiática parou aí. Os cubanos fizeram valer toda a força que possuem, e, após virar o placar em 3 a 2, comemoraram esta conquista histórica para o judô pan-americano. Os japoneses tiveram de conformar-se com a medalha de prata e aceitar a superioridade caribenha no certame. Ao todo, os cubanos venceram 26 lutas, anotaram 21 ippons e foram a equipe com melhor retrospecto na competição.
Brasil fatura o bronze A seleção brasileira de judô conquistou a medalha de bronze, derrotando a Coreia do Sul de virada, por 3 a 2. As vitórias brasileiras foram de Charles Chibana (66 kg), Hugo Pessanha (90 kg) e Rafael Silva (+90 kg). A briga pela medalha de bronze teve início na categoria até 73 kg, e Marcelo Contini foi superado por Gi Wook Kim por ippon. Na sequência, Felipe Costa (81 kg), perdeu por yuko para Seung-Su Lee. Com 2 a 0 para os coreanos, o Brasil diminuiu a diferença com Hugo Pessanha (90 kg), que bateu Jae Yong Lee por wazari. O peso pesado Rafael Silva igualou a disputa com um ippon em Jin Su Kang. Na última e decisiva luta o meio-leve (66 kg) Charles Chibana mostrou que está pronto para encarar grandes desafios ao vencer Jung Min Lee com um sensacional ippon. Charles esbanjou técnica, preparo físico e determinação. Com este ippon o atleta do Esporte Clube Pinheiros deflagrou uma festa nas arquibancadas, onde mais de 1,5 mil espectadores vibraram com esta grande conquista. Após a luta, Charles explicou que entrou nos tatamis determinado na vitória. “Entrei com o pensamento de ir com tudo para cima do meu adversário e conquistar a medalha de bronze. Quando o Rafael empatou a disputa, tive a certeza de que esta medalha não iria escapar. Estou muito feliz em fazer parte desta equipe”, disse Charles Chibana. Medalhista em todas as competições internacionais, Rafael Silva fez parte do grupo que conquistou a medalha de bronze na primeira edição da competição, e destacou a união da equipe brasileira. “Ficamos um pouco abatidos depois da derrota na semifinal para o Japão, mas conversamos e decidimos que iríamos com tudo para cima dos coreanos. Esta equipe mostrou muita união”, lembrou Rafael.
80
Chibana fez o terror em Salvador
Responsável pela virada histórica, Pessanha dedicou a vitória ao público que apoiou a seleção brasileira nos quatro dias de competição. “Sabíamos da importância dessa conquista e, após a derrota para o Japão na semifinal, focamos o bronze. Conseguimos igualar o feito de 2010 e de quebra premiamos essa torcida maravilhosa, que nos apoiou todos os dias da competição”, disse o judoca minastenista.
Cuba teve melhor retrospecto Cuba conquistou o título da segunda Copa do Mundo por Equipes, e não foi por acaso. Na fase classificatória a equipe caribenha obteve o melhor desempenho, somou mais pontos e ippons. Nas fases semifinal e final, os cubanos apenas ratificaram a condição de melhor equipe da competição.
Após seis rodadas, a equipe de Cuba atingiu a liderança com 15 pontos. O Brasil ocupou a segunda colocação geral, somando 13 pontos, com quatro vitórias e um empate. Já a equipe da Coreia do Sul marcou 10 pontos, enquanto o Japão anotou apenas nove.
Show de ippons cubanos nas semifinais Nas semifinais, a equipe verde-amarela foi superada pelo Japão por 3 a 2. O Brasil começou na frente, com as vitórias de Hugo Pessanha (90 kg) sobre Tatsuhiro Tezuka por ippon e de Rafael Silva (+90 kg) por yuko sobre Masaku Momose. Na terceira luta, os japoneses começaram a virada. Vitórias de Daisuke Asano (66 kg)
em Luiz Revite por yuko, de Shinji Kanaoka (73 kg) sobre Marcelo Contini por wazari e de Kazushi Nishioka (81 kg) também por wazari, porém no golden score, em Felipe Costa. Na outra semifinal, Cuba atropelou a Coreia do Sul por 5 a 0 com cinco ippons. Foi um verdadeiro massacre dos centro-americanos. Vitórias de Ronald Girones (73 kg) sobre Gi Wook Kim, de Osmay Cruz (81 kg) sobre Hui Jung Lee, de Asley Gonzales (90 kg) sobre Seung-Su Lee, de Oscar Braison (+90 kg) sobre Jin Su Kang e Anyelo Goméz (66 kg) sobre Jung Min Lee.
Em 2012 teremos muito mais A Copa do Mundo por Equipes 2011 foi um importante teste para Salvador, que na próxima temporada receberá um dos maiores eventos do calendário do judô internacional: o Campeonato Mundial de Equipes que contará com a participação de 32 países. O Governo da Bahia, por meio da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte e da Bahiatursa, é responsável por trazer este evento para Salvador. “Pela primeira vez a América do Sul será sede de um Mundial por Equipes e estamos muito orgulhosos por isso. Salvador será a capital do judô mundial em 2012”, disse o vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô, Marcelo França. “Com a realização desses torneios, queremos cada vez mais tornar a Bahia um destino esportivo e estimular nossos jovens à prática saudável do esporte”, disse o secretário da Setre, Nilton Vasconcelos, observando, ainda, que ações dessa natureza garantem visibilidade turística ao estado
81
Equipe
Brasileira Leandro Cunha (66 kg) Luz Revite (66 kg) Charles Chibana (66 kg) Bruno Mendonça (73 kg) Marcelo Contini (73 kg) Nacif Elias (81 kg) Felipe Costa (81 kg) Tiago Camilo (90 kg) Hugo Pessanha (90 kg) Rodrigo Luna (90 kg) Bruno Ferreira (90 kg) Rafael Silva (+100 kg) Walter Santos (+100 kg) David Moura (+100 kg).
Resultados das rodadas
82
1ª Rodada CUB 3 x 1 KOR BRA 4 x 0 TUN JPN 5 x 0 POR
3ª Rodada BRA 5 x 0 ARG KOR 3 x 1 POR JPN 5 x 0 TUN
5ª Rodada KOR 4 x 1 ARG CUB 4 x 0 TUN BRA 2 x 1 JPN
2ª Rodada BRA 4 x 1 POR CUB 3 x 1 JPN TUN 4 x 0 ARG
4ª Rodada CUB 4 x 1 POR JPN 4 x 0 ARG KOR 5 x 0 TUN
6ª Rodada POR 4 x 1 TUN BRA 2 x 2 KOR CUB 5 x 0 ARG
Marcelo França entrega premiação ao Secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do Governo da Bahia, Nilton Vasconcelos
Classificação após
Seis Rodadas
Tabela de classificação após seis rodadas 1º Cuba – 15 pts (19 v, 15 ippons) 2º Brasil – 13 pts (17 v, 12 ippons) 3º Coreia do Sul – 10 pts (15 v, 10 ippons) 4º Japão – 9 pts (15 v, 11 ippons) 5º Tunísia – 3 pts (5 v, 5 ippons) 6º Portugal – 3 pts (5 v, 4 ippons) 7º Argentina – 0 pts (1 v, 1 ippon)
83
Profissional de Educação Física
Faça parte da luta pelo desenvolvimento de uma categoria diferenciada! A Educação Física é o denominador comum para toda e qualquer atividade esportiva, seja ela individual ou de natureza coletiva. Seus profissionais lidam com a harmonia e a evolução de movimentos básicos, inerentes ao ser humano, como andar, correr, saltar, arremessar e lançar, respeitando a famosa frase: “Mente sã em corpo são”.
84
Isso foi decisivo para que o governo brasileiro determinasse a categoria dos profissionais de Educação Física como diferenciada. Diante de tal decisão, tomada ao apagar das luzes do milênio passado, houve a possibilidade – e necessidade imperiosa – da união desses trabalhadores em torno de uma entidade representativa na luta por seus direitos. Surgiu, então, o Sinpefesp – Sindicato dos Profissionais de Educação Física de São Paulo e Região, algo possível pelo esforço e visão de valorosos companheiros, especializados em sindicalismo, leis, administração e, acima de tudo, sabedores de que o Brasil carece de uma política nacional esportiva. A importância da categoria no presente será determinante no futuro da Nação. Afinal, em breve serão realizados, em solo pátrio, dois importantes eventos: a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. A mídia vem dando muita ênfase à questão da discutida infraestrutura nacional para abrigar os dois eventos. Os poderes públicos também. Todavia, são raros os espaços que se destinam ao desenvolvimento dos nossos recursos humanos. Ou seja: é muito cimento e pouco talento. Tudo bem. Nós, que militamos no esporte, sabemos que a sua prática, tão necessária para a melhora da qualidade de vida de todo um povo, sempre acaba relegada a um segundo plano, não é mesmo? E assim, de injustiça em injustiça, o desporto brasileiro vai so-
brevivendo à custa de abnegados, fundamentais a toda modalidade. Está mais do que na hora de darmos um basta a esse estado de coisas. E o Sinpefesp é um caminho legalmente constituído. Para fortalecer seus rumos, estamos mantendo permanentes contatos com lideranças de federações, confederações, clubes, entidades não governamentais e governamentais. Da antiga UFEESP – União das Federações Esportivas do Estado de São Paulo, de tão grata lembrança, trouxemos para a executiva do sindicato o companheiro Mauzler Paulinetti, cuja experiência e riqueza de contatos e conhecimentos dispensam comentários. Estamos turbinando o setor administrativo da entidade, bem como seus canais de comunicação. Já fechamos diversos – e vantajosos – acordos coletivos para a categoria. Estamos lutando, sem tréguas, contra a precarização da mão de obra verificada nos mais diversos estabelecimentos de propulsão do esporte. Queremos dotar o Sinpefesp de uma filosofia plena de conscientização de classe, pois só a união permitirá – a todos nós – efetivas condições de cidadania. Precisamos de todas as entidades que defendem os que trabalham o conceito da Educação Física na mesma trincheira. E, para tanto, sua participação é indispensável. Entre no site www.sinpefesp.net Leia seu conteúdo com carinho, especialmente a entrevista sob o título “Se você é profissional de Educação Física, seu lugar é no Sinpefesp”, no qual dúvidas são dirimidas. Saudações esportivas, José Antônio Martins Fernandes Presidente do Sindicato dos Profissionais de Educação Física de São Paulo
ARTES MARCIAIS
Por Paulo Pinto Fotos Marcelo Kura /Arquivo
Scientific Hapkido System objetividade e eficiência no combate Uma das modalidades mais ecléticas e complexas das artes marciais, o Hapkido é uma prática extremamente vigorosa, que normalmente é praticada por forças policiais ou militares como parte do treinamento de autodefesa. E Norberto Serrano Júnior reuniu o que há de melhor nesta modalidade de combate para criar o Scientific Hapkido System. Veja nesta entrevista como surgiu este eficiente sistema de luta Há 44 anos nos tatamis, buscando o melhor no que diz respeito a autodefesa e ataque, Norberto Serrano Júnior criou o Scientific Hapkido System, que tem como base os fundamentos do Hapkido, uma arte marcial coreana completa criada nos anos 30 por Choi Yong Sul. Norberto começa lembrando que pouca gente sabia o que era o Hapkido. “Iniciei no Hapkido em 1983 e no ano de 1993 fundei a Federação de Hapkido do Estado de São Paulo, quando ainda muito pouca gente no Brasil sabia o que era isso. Viabilizamos esse sonho graças à ajuda do amigo Mauzler Paulinetti. Meu mestre Yun Sik Kim foi empossado presidente e fui eleito vice-presidente. Posteriormente, juntamos as federações existentes e fundamos a Confederação Brasileira de Hapkido, e a chapa foi a mesma.” O dirigente lembra os campeonatos realizados. “Promovemos vários campeonatos em nível estadual, nacional e internacional, numa época em que ainda priorizávamos as competições esportivas.”
86
Tudo começou nos anos 40 O fundador do novo sistema de treinamento de defesa pessoal explica a origem do vínculo da família com as modalidades de luta. “Tudo teve início nos anos 40, em Barcelona, quando meu pai Norberto Serrano Perez, que tem hoje 85 anos, estando a serviço da Marinha espanhola, praticava Kali, uma arte marcial filipina, com colegas marinheiros. Treinavam, dentro dos submarinos, técnicas de lutas que envolvem combates com facas, facões e bastões. Anos depois foi minha vez de aprender com ele esta arte marcial de origem filipina. Posteriormente, fui aprimorando meu conhecimento em armas, sendo que sempre tive grande fascínio pelas lutas que utilizam esse tipo de equipamento. A partir de 1991 foram publicados vários artigos meus em revistas especializadas, com matérias de defesa pessoal executadas com bastões, facas e balisons.”
O criador do SHS conta que as Filipinas receberam essa denominação dos espanhóis, em homenagem ao rei Felipe II. “Para conhecimento dos leigos, as Filipinas estiveram sob o domínio da Espanha por mais de 300 anos, conseguindo libertar-se há pouco mais de 100 anos, precisamente em 1898. No período em que as Filipinas estiveram sob domínio espanhol, houve a imposição do espanhol como língua oficial e até mesmo a troca dos nomes nativos por nomes espanhóis. Observamos a forte presença hispânica nas terminologias usadas nas artes de combate filipinas, bem como nas demais manifestações culturais daquele país.” Norberto destaca que a exclusão da competição e o foco no treinamento para forças policiais e militares originaram uma nova filosofia e metodologia de trabalho. “Após quatro décadas nos tatamis, chegou um momento em que tive de direcionar definitivamente nosso trabalho para aquilo que sempre idealizei como caminho e filosofia profissional. Foi quando criei o
87
Scientific Hapkido System, voltado para o treinamento de forças policiais, militares e profissionais da área de segurança. Foi justamente em função dessa postura que optamos por fundar um novo grupo fundamentado no Scientific Hapkido System.
Treinamento focado na defesa pessoal Focado no treinamento de civis que buscam um preparo específico e no treinamento de corporações, Norberto Serrano mostra como é feito esse trabalho. “Hoje formamos e damos treinamento para as Forças Armadas e isso envolve o Exército, Marinha, Força Aérea e grupos especiais. Na área de segurança pública, trabalhamos com as polícias Civil, Militar e Federal e guardas metropolitanas. Treinamos o pessoal de várias empresas de segurança e profissionais da área. Temos professores que dão treinamento em todos os níveis. Para pessoas físicas, empresários, temos instrutores particulares e utilizamos nosso próprio dojang, onde damos aulas individuais e coletivas. Com referência às tropas e corporações, nossos professores fazem o treinamento na base. Realizamos seminários e cursos no País e no exterior, como os das tropas que estão indo para o Haiti a serviço da ONU, e o seminário para os delegafos e promotores de justiça do Estado do Pará.
Criação do Scientific Hapkido System Norberto Serrano explica de que forma enveredou para o lado mais marcial das artes marciais e porque criou o novo estilo. “Sempre admirei e respeitei meu mestre Yun Sik Kim, porém, ao longo dos anos, nossas ideias foram distanciando-se, e achei que havia chegado o momento de fazer um trabalho focado no combate real. Aquilo de esporte e competição já não atendia aos meus propósitos, e nos separamos. Guardo grande carinho, admiração e respeito por ele, mas precisava dar vazão aos meus ideais.” O professor explica que a criação de um novo estilo nada mais é do que a especificidade de um determinado treinamento. “Esse é o caminho natural daqueles que buscam um trabalho específico. Desde os 10 anos estou nos tatamis, e passei por vários momentos das chamadas artes marciais no Brasil e no exterior. Sempre tive minha marca Physical Tiger associada a grandes iniciativas e projetos, além do sucesso obtido com nossa franchise que, em determinado momento, atingiu a marca de 50 academias. Há muitos anos desenvolvi meu próprio estilo,
88
que focava o aspecto bélico e não o desportivo das lutas. Minha bagagem de 44 anos nas mais variadas modalidades me deu embasamento para entender o espectro das artes marciais sob um enfoque diferente daquilo que temos no mercado, e todos os grandes mestres fizeram o mesmo, criando e desenvolvendo seus próprios estilos.” Norberto enumera alguns dos mais populares mestres que fundaram seus estilos. “Nesse contexto, temos exemplos importantíssimos a dar. E o maior deles foi Jigoro Kano, o mestre dos mestres, que nasceu em 1860, foi praticante de jiu-jitsu mas, em 1882, criou o judô Kodokan. Bruce Lee treinou vários estilos de artes marciais, como o Ving Tsun e o Tai Chi, e criou seu estilo, o Jeet Kune Do. Já o mestre Sokaku Takeda criou o Daito Ryu Aikijujitsu, que teve como aluno o mestre Choi Yong Sul, que voltou do Japão para a Coreia, onde criou o Hapkido. O outro grande exemplo é Morihei Ueshiba, fundador do Aikido.” O fundador do Scientific Hapkido System destaca que a essência deve ser preservada. “Os novos estilos sempre existiram, mas a essência deve ser preservada. As transformações visam a evolução de uma determinada modalidade, mas a essência tem de ser mantida. Tudo muda, e isso faz parte do processo evolutivo do homem e de nossa sociedade. Muitas vezes não sabemos se o que estão falando é verdade ou não. Por isso sugiro sempre que as pessoas procurem estudar, analisar e praticar, para depois ter certeza de que aquilo é real. Só assim conseguiremos atingir o verdadeiro conhecimento das artes marciais”, disse Serrano. ‘Não gosto de ser enganado e não acho certo enganar ninguém. Quando ensino, eu faço isso porque tenho prazer de ensinar. Viajei a vários países atrás de conhecimento, mas em todo o mundo temos pessoas que não sabem, pessoas que sabem e, lamentavelmente, as pessoas que pensam que sabem. Nunca falei mal de nenhuma arte marcial ou de seus mestres. Apenas pratiquei todas que pude, para conhecer verdadeiramente cada uma delas e todas desde a faixa branca. O fato preponderante é que todas têm seu valor e importância. Após toda esta grande vivência nos tatamis, decidi dedicar-me exclusivamente ao Scientific Hapkido System porque, acima de qualquer outra coisa, o treinamento paramilitar me fascina.” “Nosso treinamento é voltado para situações extremadas e para a sobrevivência do dia a dia, nas ruas e na guerra. Trabalhamos técnicas reais visando à neutralização, imobilização e/ou finalização do agressor com armas e sem armas.
89
Nossa filosofia é a de que não lutamos para vencer e sim para não sermos vencidos. Reverenciamos a vida, a saúde, a harmonia, o amor, a paz e a felicidade. Meu pensamento é que todos nós, em algum momento em nossas vidas, somos mestres. Um exemplo simples é o quanto ensinamos aos nossos pais desde que nascemos, e tomo isso como exemplo para aprender, a cada dia, um pouco mais e agradeço muito a Deus”, finalizou.
Mestre Paulo Issa Bitar, presidente da federação da Flórida e Norberto Serrano
Uma das turmas de alunos de cadetes da academia do Barro Branco
Comandante do IV° batalhão de infantaria leve, Tenente-coronel Jones Darkenwald Farias, Grão-mestre Norberto Serrano Junior e Sargento Ricardo Luiz Silva
Norberto Serrano, Norberto Serrano Peres e Kim Nascimento Serrano
90
Presidente da federação do Pará Peter Jones Vieira da Silva, Norberto Serrano e o vice-presidente Franklin Jones Vieira da Silva
Leandro Regis Ramos Horta o presidente da federação paulista, Norberto Serrano e o vice-presidente paulista Antonio Aparecido Alves
Currículo dos Mestres Grão-mestre Norberto Serrano Junior • Nascido 15 de julho de 1957 em São Paulo, possui cidadania hispano-brasileira. É casado e desde os 10 anos pratica artes marciais, o que lhe rendeu a faixa preta em sete modalidades de luta. • É faixa preta 6º dan pela World Bum Moo Hapkido Federation – Coreia do Sul. • Em 1993 fundou a Federação de Hapkido do Estado de São Paulo e ocupou a vicepresidência por aclamação. • Em 2001 fundou a Confederação Brasileira de Hapkido, ocupando a vice-presidência. • Em 1993 realizou o primeiro campeonato paulista e brasileiro de Hapkido, e foi o responsável pela realização das edições seguintes até 2003. • Até 2010 foi discípulo e aluno mais graduado do grão-mestre Yun Sik Kim, de quem foi sempre o braço direito e o principal assessor. • No ano de 1991 foi campeão mundial de Hapkido em Seul, Coreia do Sul, e recebeu a medalha de ouro das mãos de Shin Shi Bum, general da Força Aérea sul-coreana. • Em 1993 voltou a Seul, onde conquistou o bicampeonato mundial da categoria Mestres. Nesse ano levou cinco faixas-pretas formados por ele e todos conquistaram medalhas de ouro. • Criou a franchise da Physical Tiger com 50 academias no Brasil e Estados Unidos. • Fundou e foi presidente da Confederação Brasileira de Lutas de Vale-Tudo – Free Style – MMA. • Promoveu 30 eventos de lutas de MMA em todo o Brasil, inclusive o primeiro feminino e a estreia do primeiro octógono do Brasil, quando aconteceu o famoso combate entre Victor Belfort e Vanderlei Silva • Criou o Scientific Hapkido System. • Introdutor do Scientific Hapkido System na Academia de Oficiais da Polícia Militar do Estado de São Paulo – Barro Branco e nas Forças Armadas
Mestre Kim Nascimento Serrano • Nascido em 7 de abril de 1983, começou nos tatamis aos 7 anos. • É natural de São Paulo/SP e possui cidadania hispano-brasileira. • Professor de educação física. • Pós-Graduação em biomecânica e noções técnicas em acupuntura para reabilitação física. • Professor técnico em didática de treinamento da Confederação Brasileira de Hapkido. • Especializado em treinamento funcional para lutas. • Especializado em treinamento de defesa pessoal para deficientes físicos. • Especializado em treinamento especifico de defesa pessoal urbana. • Perito em treinamento para as Forças Armadas, polícias Civil, Militar e Federal, e empresas de segurança privada. • Tricampeão paulista e brasileiro de Hapkido em lutas em pé, hoshinsul com armas, lutas no solo e lutas por equipe.
Federação Scientific Hapkido System do Estado de São Paulo Presidente Mestre Leandro Regis Ramos Horta Vice-presidente Mestre Antonio Aparecido Alves Avenida Mogi Mirim, 326 Jardim Progresso - Mogi Guaçu (SP) Fone (19) 3841-8733 federacaoshsdoestadodesaopaulo@physicaltiger.com.br
Federação Scientific Hapkido System do Estado do Pará Presidente Peter Jones Vieira da Silva Vice-presidente Franklin Jones Vieira da Silva Avenida Barão do Rio Branco, 1155, Nova Olinda - Castanhal (PA) 68.742-015 - Fone (91) 3712-0131 federacaoshsdoestadodopara@physicaltiger.com.br
Federation Of The Estate Of Florida Scientific Hapkido System Mestre Paulo Issa Bitar 6682 Timesquer Ave 105 - Orlando Florida - USA Phone 407-6806169 – E-mail federationshsofstateofflorida@physicaltiger.com.br
91
INTERVIEW Por André de Rossi
Paulo Roberto Pinto Fotos Arquivo
O JUDÔ
Proporcionando Crescimento Dentro e Fora dos Tatamis Aproveitando a oportunidade surgida, Fernanda Pimentel Araújo trocou a tranquila vida em família na cidade de Goiânia para estudar e aperfeiçoar seu judô em Boston. Nascida em 9 de junho de 1991 em Inhumas, nesta entrevista a judoca que hoje é considerada membro da família Pedro, fala da superação das adversidades, de sua rotina de treinamento, da oportunidade de crescimento no judô e de seu preparo para a vida Quando iniciou no esporte? Comecei aos 2 anos e 8 meses de idade, no karatê shotokan (Tradicional). Porque mudou para o judô? Primeiro, porque no karatê eu já tinha conseguido alguns títulos que eu queria e, segundo, porque além do judô ser olímpico, a luta em si envolve aspectos muito mais emocionantes. Quais títulos conquistou no karatê? Bronze no mundial realizado em Tóquio, penta-campeã brasileira e bi-campeã pan-americana. O karatê ajudou de alguma forma no judô? Não. Tive de aprender o judô do zero, mas confesso que fazer karatê foi uma experiência muito boa. Com quem e quando iniciou no judô? Comecei um pouco tarde, pois já tinha 13 anos. Mas tive a sorte de aprender judô com o sensei Lhofei Shiozawa, um dos melhores judocas do Brasil. Muitos dizem, aliás, que foi o mais técnico de todos. Você sabe quem foi Lhofei Shiozawa? Sei um pouco. Sei que veio de São Paulo, onde aprendeu judô no Pico do Jaraguá, e seu professor foi Sobey Tani, uma referência do judô brasileiro. Sensei Tani nasceu 1908, em Fukuoka, e faleceu em 1969. Sua academia figurou muito anos como uma das mais fortes de São Paulo. Formou grandes campeões, entre os quais se destaca Lhofei Shiozawa, uma lenda no judô brasileiro. Foi o primeiro brasileiro a participar de uma Olimpíada, em 1964 no Japão. Hoje, tenho muita saudade e sinto muita falta dele, pois me ensinou muita coisa e foi um segundo pai para mim.
92
Qual é o seu tokui waza? Gosto muito do uchi-mata e do tai-otoshi. E o do seu sensei? Acho que era o osoto-gari. O que o sensei Shiozawa te ensinou, além do judô? Ele me ensinou a ter mais controle emocional, responsabilidade e mais respeito por tudo na vida. O que ele falava sobre postura no shiai-jô? Para ter base, foco, concentração e respeito pelo adversário. Qual era a coisa que ele mais cobrava de você? Postura e dedicação nos treinamentos. Enfatizava o treino diário para a manutenção do foco e do aperfeiçoamento técnico. Quanto tempo treinou com ele? Tive a sorte de treinar com ele durante cinco anos, e aprendi muita coisa. Meu sensei era perfeccionista e lia tudo que aparecia à sua volta. O que mais admirava nele? A postura, o respeito e o conhecimento que possuía, e não só de judô, mas da vida como um todo. Como aconteceu a ida para EUA? Em julho de 2009 fiquei um mês treinan-
Equipe de judocas do prof. Joseph Guilherme de Goiânia
do no dojô do medalhista olímpico Jason Morris (Prata em Barcelona/92) em Albani - New York, depois fui competir em Orlando e Miami nos EUA, no US Open Junior . No campeonato me encontrei com a Carrie Chandler (já a conhecia desde Montreal/Canadá), que é treinadora no Pedro`s Judo Center , e ela acabou me convidando para ir conhecer a escola e o trabalho deles. Posteriormente, o sensei Jimmy me enviou um convite para treinar e estudar lá. Como é o judô lá? Os norte-americanos são muito sérios e profissionais, gosto muito do estilo de
vida deles. Com relação ao treinamento, eles são muito focados nas técnicas de chão. Minha análise é que o judô deles está crescendo, apesar de bem menos praticantes que em outros países como o Brasil. O Jimmy Pedro entende do assunto? Acho que os títulos conquistados por ele respondem sua pergunta. Foi campeão mundial em 1999, em Birmingham/Inglaterra; tem dois bronzes olímpicos, 96/04; é bicampeão dos Jogos Pan-Americanos; bicampeão mundial por equipes 2000/04; é pentacampeão pan-americano de judô e, de quebra, em 1999 foi campeão da Kano Cup, em Tóquio/Japão. E o Jimmy te dá dicas importantes? Sim, ele me ensina tudo que sabe. Tenho muita dificuldade em lutar com canhotos e ele me põe sempre para lutar com canhotos, me dá dicas importantes de golpes, pegada e situações de combate. Tanto ele quanto o pai, professor Big Jim, são dedicados aos alunos que competem pelo dojô. Hoje sou atleta da equipe principal da Team Force. Na América do Norte sua categoria é forte? Treino muito forte. Minha categoria anterior, a -57 kg, não é muito disputada, mas agora subi para a – 63 kg, e nesta categoria o bicho pega mesmo. Mas, no geral, as meninas do – 57kg e do – 63 kg são fortes. Como exemplo cito Hanna Martins, Hanna Camargo e Janine akao.
Fernanda com seu professor Jimmy Pedro
93
Socorro, Ana Vitória, Fernanda e Júnior
É da academia de vocês aquela campeã mundial que incomoda a Mayra, certo? A Kayla Harrison, do – 78kg. Ela é muito boa. Treino com ela diariamente e sofro muito. Temos também o Travis Stevens, do – 73kg, um judoca que está entre os melhores dos EUA, e também treina conosco. Há quanto tempo está em Boston? E está valendo a pena? Há um ano e cinco meses, e está valendo a pena sim. Hoje tenho mais responsabilidade, evoluí muito no judô e pessoalmente. Nos estudos está sendo mais importante porque lá a escola é muito diferente, e meu inglês melhora a cada dia. Então não houve arrependimento? De forma alguma. E sobre a distância da família e a saudade? Isso é bem complicado porque sempre tivemos uma aproximação muito grande. Somos muito unidos em casa, mas me apego ao fato de estar crescendo pessoalmente. Tive de aprender a me virar sozinha e hoje valorizo muito mais tudo que recebo dos meus pais e de minha irmã. Em Boston tem um restaurante Oliveiras onde sempre encontro muitos brasileiros e tenho muita amizade com o Wilton Rangel, proprietário da casa e grande amigo dos brasileiros que la estão. Fernanda e o empresário e amigo de Boston Wilton Rangel
94
A relação com seus pais ficou melhor? Sim, e muito. Meu pai só peca no sentido de nos superproteger, no resto ele é perfeito. Estando aqui ele não tinha como controlar tudo, e com isso fomos nos adequando e a relação hoje é perfeita. Com minha mãe sempre houve cumplicidade total. Como foi o início? Muito difícil porque só valorizamos verdadeiramente aquilo que possuímos quando perdemos. Mas aos poucos fui adquirindo independência, e passei a aproveitar esta situação que antes foi adversa, e hoje adoro tudo aqui. Percebi e estou aprendendo muito, eles têm uma visão diferente de estudo e temos de nos virar sozinhos. Nem na escola existe molezinha. Ou você estuda e se vira, ou já era. Como avalia sua participação no Troféu Brasil? Foi minha estréia no – 63kg, e acho que ainda estou me adaptando à nova categoria de peso. Mas valeu. Pude fazer algumas lutas, venci todas no qualifying e ajudei minha equipe (judô Inhumas). Quando inicia o college? Em junho. Vou fazer business em duas áreas: Economia e International Business. Lá você é considerada do time ou fazem discriminação? Sou do time e fazemos tudo juntos. Moramos na mesma casa e temos uma vida em comum. Quais são seus projetos para o futuro? Estudar bastante e tornar-me uma grande Fernanda com a equipe Team Force
empresária. Se for a metade do que meu pai é, já ficarei feliz. O principal é conquistar minha independência, estando aqui ou em qualquer outro país. Quais são seus sonhos? Me formar nos EUA e, se possível defender o Brasil nos Jogos Olímpicos. Fale um pouco do projeto social que mantém em Inhumas/GO. A ideia partiu de mim mesma porque nasci em Inhumas e fiquei quase minha vida inteira lá. Vi a necessidade de proporcionar uma alternativa e uma oportunidade às crianças de minha cidade. Sei que o esporte proporciona formação e dá condição de crescimento àqueles que realmente desejam isso. E por meio de nosso projeto podemos fazer isso. Sei que em escolas públicas as crianças não têm a mesma oportunidade que eu tive, e sei que as crianças que se apegarem de verdade ao judô poderão fazer as melhores faculdades do País, pois o esporte realmente proporciona esse crescimento. Minha forma de retribuir tudo o que a vida me deu foi criar este projeto social de judô, que é fundamentado nos ideais do sensei Shiozawa. Para mim ele não foi apenas um dos melhores judocas do mundo, ele foi um homem exemplar e dedico a ele o trabalho que desenvolvemos em nosso projeto social. O projeto atingiu seus objetivos? Com certeza. Temos várias crianças com problemas diversos e hoje são responsáveis, têm outra postura e dão mais valor à vida. Crianças que nunca puderam sair de Inhumas e hoje conhecem parte do Brasil, e já sonham com algo maior. Tudo isso em função do judô. Você acha que ele ainda pode evoluir? Nosso projeto social vai evoluir cada vez mais. Vamos buscar mais apoio e vamos
aumentar nosso poder de ação. Em breve teremos um centro de treinamento de judô em Inhumas e com isso o potencial competitivo da cidade vai aumentar. Quais pessoas foram fundamentais em seu caminho nos tatamis? Primeiramente Deus, sem ele nada existiria. Depois minha família, que é espetacular. Meus pais e a Ana Vitória são maravilhosos e mesmo a distância fazem parte de meu dia a dia. Meus tios e meus avós também estão muito presentes. Existem pessoas fundamentais nesse processo e a Daniele Zangrando é uma delas. Ela é uma pessoa da família e é muito importante para mim. O professor Shiozawa, que me mostrou outro lado da vida, os professores João Henrique, Joseph e Jimmy Pedro, que está dando esta grande oportunidade dentro e fora dos tatamis.
Jimmy Pedro aposta na judoca goiana Como tem sido sua relação com a judoca Fernanda Araújo? A atleta Fernanda Araújo é como minha filha brasileira. É uma garota muito boa e esta sempre em minha casa e fica com minha família. Todo mundo gosta dela e estamos muito orgulhosos de suas conquistas no judô e na escola. Qual é a importância de ter uma judoca brasileira treinando em seu dojô? Nosso programa Team Force sempre acolhe atletas estrangeiros. O foco do nosso programa é o desenvolvimento do indivíduo no judô e na vida. Isso pode Fernanda e seu Sensei Lhofei Shiozawa
Fernanda com algumas crianças do projeto social em Inhumas
ser orientado tanto para o estudo quanto para o trabalho. O foco da Fernanda agora está em sua educação, e por isso ela não pode dedicar-se em tempo integral ao treinamento de judô. Mas quando parar de competir terá uma formação e será bem-sucedida na vida. Além disso, para nós é uma honra saber que uma atleta brasileira tenha escolhido nosso dojô para vir treinar aqui, na América. Qual é a sua avaliação técnica da Fernanda? As técnicas principais da Fernanda são tai-otoshi e uchi-mata. Estamos trabalhando mais a disputa de pegada (kumi-kata), especialmente contra atletas canhotas, que oferecem maiores dificuldades a ela. Suas técnicas estão melhorando e ela está tornando-se uma judoca mais forte. O que ela precisa agora é adquirir mais experiência e dedicar mais tempo ao seu treinamento. Seu calendário escolar é muito apertado e isso tem dificultado seu treinamento diário.
É isso que tem dificultado resultados mais expressivos nas principais competições? O maior problema é que ela não está competindo o necessário para desenvolver plenamente seu potencial. Para vencer em competições de maior nível, é preciso estar competindo constantemente nos principais torneios. Mas o judô dela é excelente, ela tem muita determinação e aposto que alcançará todos os objetivos
Raio X Fernanda Pimentel Araújo Nascida em 09 de junho de 1991 em Inhumas – GO Origem no Judô: Após conquistar os principais títulos no karatê passou a fazer judô Primeiro professor: Lhofei Shiozawa Professor atual: Jimmy Pedro/USA Federada: Federação Goiana de Judô Tokui Waza: Uchi-mata Kimono preferido: Mizuno Altura: 1,63 m Peso: 63 kg Categoria: Sênior Preparadores: João Henrique/BR – USA/Richie Academia : La Fitness Wakefield-MA-USA Médico ortopedista: Dr. Edmundo Medeiros Nutricionista: Paulinne Tosa Patrocinadores: Temper Vidros, Kiko Rancho, Papelaria Tributária, Pró-esporte, AGEL, Governo de Goiás Apoiadores: Familia e amigos Religião: Sou Católica Apostólica Romana Um ídolo: Pessoal/Meu Pai - Judô/Jimmy Pedro Político exemplar: Ronaldo Caiado Dep. Federal-GO Sonho para o Judô: Olimpíadas Sonho pessoal: Universidade de Business aqui nos EUA Uma Paixão: Fazenda e Judô Comida Preferida: Churrasco e Pamonha Cidade para Morar: Wakefield - Boston Grande amizade: Minha mãe Maria do Socorro e minha irmã Ana Vitória Do que tem saudade: Família e amigos Principais títulos: Bronze Brasileiro Juvenil – 2.007 Bronze Brasileiro Sênior – 2.007 Bronze Quebec Open Juvenil – Montreal - Canadá 2.007 Prata Quebec Open Júnior – Montreal - Canadá 2.008 5.º Lugar Brasileiro Junior – 2.008 5.º Lugar Brasileiro Junior – 2.009 Campeã US Open Sub-20 – Miami-USA – 2.010
Por Paulo Pinto Fotos Revista Budô
Campeão Olímpico
Prestigia o judô do Tocantins Palmas (TO) - O campeão olímpico Aurélio Miguel cumpriu extensa agenda na cidade Palmas, onde, além da homenagem recebida, participou de uma série de ações que visam a massificar ainda mais o judô naquele Estado. Convidado por Georgton Pacheco, amigo e presidente da Federação de Judô do Tocantins, Aurélio desembarcou na capital tocantinense no dia 30 de abril, quando agradeceu a homenagem lembrando sua primeira visita ao Estado, em 1996. “Naquele ano tive a felicidade de ser agraciado com meu nome sendo dado ao dojô da Universidade Luterana. Agora, 15 anos depois,acontece esta nova homenagem que me deixa lisonjeado”, disse Aurélio, que salientou o trabalho desenvolvido pelo anfitrião. “Apesar do pouco tempo como dirigente esportivo, sei da seriedade e das boas intenções do Georgton. Toda e qualquer iniciativa que auxilie o crescimento do judô brasileiro terá meu apoio incondicional, em qualquer parte do País, independentemente de questões geográficas ou políticas. Afinal, o judô nacional vive um bom momento e esta fase precisa ser potencializada o máximo possível”, frisou Aurélio.
Magda E Michele
96
Michele e Aurélio são recebidos no aeroporto po judocas do projeto Carrossel
Carlos Cunha, outro ícone dos tatamis, também foi homenageado no Tocantins. Campeão pan-americano e atleta da seleção brasileira na Olimpíada de Moscou, Cunha, que hoje é editor-chefe dos sites Judô Brasil e Judô Paulista, foi a Palmas receber homenagem pelas medalhas conquistadas para o Brasil e pelos serviços prestados ao judô verde-amarelo.
Uma extensa agenda foi preparada para os paulistas, que foram recebidos no aeroporto Brigadeiro Lysias pela Banda da Guarda Metropolitana do Tocantins e um grupo formado por mais de 40 judocas do Projeto Carrossel do SESC-TO. Ao passar pelo portão do desembarque, o campeão olímpico, que estava acompanhado da esposa Michele, foi rece-
Ton Pachêco, Aurélio Miguel e o vice-governo João Oliveira
Aurélio recebendo camiseta do projeto Carrossel
bido pelos pequenos judocas, que formavam um corredor que os levou até Georgton Pacheco e membros da diretoria da FEJET. Do aeroporto Aurélio foi de helicóptero para o Palácio Araguaia, sede do governo tocantinense, onde foi recebido pelo vice-governador João Oliveira e o secretário estadual do Esporte, Olyntho Garcia Neto. No gabinete do governador, Aurélio entregou uma medalha comemorativa a João Oliveira, que retribuiu com um kit informativo do Estado e justificou a ausência do governador Siqueira Campos: “Receba o afetuoso abraço do nosso governador Siqueira Campos. É com grande satisfação que o recebemos em nosso Estado. Sem dúvida sua presença
Ton e Aurélio fazem demonstração para centenas de judocas
Os professores Ton, Cunha, Fred e Miguel
Autoridades presentes
Pastor Ilvo Bender, diretor da Ulbra Palmas a instituição que sediou o evento
97
a judocas ávidos de informação, que buscam conquistar seu próprio espaço nos tatamis. Ali vimos um campeão olímpico que desconhecíamos e com ele aprendemos muito sobre judô, sobre estratégia de luta e sobre a vida.
Imprensa campeã
Olyntho Neto, João Oliveira, Michele, Aurélio e Ton
é um grande estimulo para o esporte tocantinense”, disse. João Oliveira pediu a Aurélio que fosse um porta-voz de Tocantins no sentido de mostrar para os paulistas as oportunidades que o Estado e o governo oferecem. Prontamente, Aurélio aceitou ser um porta-voz do esporte de Tocantins.
Aurélio conta segredos e dá importantes dicas No fim da tarde, houve um concorrido treinamento no Colégio Ulbra, com mais de 100 judocas de todas as idades e graduações. Aurélio contou boa parte da sua história e falou de sua trajetória nos tatamis e fora deles. Aberto a perguntas, Aurélio mostrou detalhadamente suas técnicas preferidas e revelou seu ponto mais forte, o kumi-kata – técnicas de pegada. Famoso e respeitado no mundo todo, Aurélio falou
sobre a importância de uma preparação física e psicológica adequada, destacando o respeito, seriedade, determinação e dedicação ao treinamento. Há muito não víamos um Aurélio tão descontraído e tão à vontade. Comumente, sua agenda apertada não permite tanta tranquilidade para dar uma aula de mais de duas horas com tamanha empolgação. Tivemos o prazer de conviver com um gigante dos tatamis, que se apequenou para mostrar aos jovens judocas do Estado mais novo da federação que todo sonho é tangível. Que tudo é possível quando acreditamos naquilo que buscamos. Os atletas tiveram a oportunidade de ver, tocar, fotografar e até vestir suas duas medalhas olímpicas: o ouro conquistado em Seul, em 1988, e o bronze de Atlanta, em 1996. No dojô da Ulbra, Aurélio Miguel disseminou o espírito do judô, e fez a tão importante transmissão de conhecimento
A mídia deu enorme destaque à visita do campeão olímpico e do campeão pan-americano a Palmas. As principais emissoras do Estado veicularam notícias e cobriram a presença dos judocas paulistas no Tocantins. Entre os veículos que cobriram a volta de Aurélio Miguel ao judô tocantinense, destacamos a equipe de jornalismo esportivo da Rádio CBN Notícias, do Globo Esporte da TV Anhanguera, e do programa Esporte Mais TV da Rede Sat, que deram grande destaque aos campeões.
Campeão olímpico prestigia estadual No domingo, o campeão olímpico participou da Copa Aurélio Miguel de Judô, e destacou a importância de que os atletas consagrados convivam com as crianças e jovens que estão começando em algum esporte. Para ele, a troca de experiência é fundamental e uma forma de incentivo à prática de esportes. “É importante difundir a atividade desportiva no Brasil”, disse Aurélio destacando que o judô está associado à melhoria no desempenho de alunos nas escolas, que oferecem esta modalidade. As crianças que lá estavam para competir aproveitaram a oportunidade para tirar fotos com o grande ídolo. O secretário estadual da Juventude e dos Esportes,
Danilo Argollo, Olyntho Neto, Daniel Iglesias, Aurélio Miguel, João Oliveira, Ton e Fred Guerra
98
Participantes do seminário ministrado por Aurélio Miguel no dojô da UBRA/Palmas
Olyntho Neto, e o da Educação, Danilo de Melo Souza, compareceram à solenidade e destacaram a importância da presença de Aurélio Miguel no Estado, pontuando que ele é um exemplo positivo para as crianças. Após a cerimônia de abertura, o campeão olímpico fez demonstração de seus golpes preferidos, treinou com alunos do Projeto Carrossel do SESC e levou a criançada à loucura com arremessos e projeções ainda bastante potentes.
Destaques Os jovens Ennilara Lisboa Silva, 14 anos, e Mayons Niully Coelho Brito, 14 anos, que são considerados pela Federação de Judô do Tocantins (FEJET) destaques da modalidade no Estado, participaram da competição e confirmaram a expectativa positiva com as lutas. Ennilara foi campeã nas categorias juvenil e júnior, sendo que na última ela competiu com atletas com idade superior à dela, de 17, 18 e 19 anos. A jovem vai disputar o Campeonato Brasileiro de Judô, no dia
14 de maio, em Recife (PE). Já o garoto Mayons foi o vencedor da categoria pré-juvenil da Copa Aurélio Miguel. Segundo o coordenador técnico da FEJET, Celso Galdino de Araújo, 12 associações participaram do campeonato, que reuniu um total de 300 atletas, sendo 192 competidores e 110 que lutaram no festival.
Balanço positivo Para Ton Pacheco, presidente da FEJET, o resumo de todos os eventos realizados em Palmas é altamente positivo. “Ter o Aurélio Miguel mais uma vez aqui, e vê-lo dando aula para nossas crianças como se estivesse dando uma aula para um grupo de atletas olímpicos, foi muito além daquilo que imaginávamos. Ele mostrou detalhes de pegada e movimentação, detalhes de estratégia e dicas de como dirigir uma luta. Usufruir todo este conhecimento foi incrível. Quando eu treinava com ele sentia a dificuldade de tudo que ele revelou para nossos judocas”, disse. Ton lembrou que Aurélio revelou segredos. “Ele foi campeão olímpico porque
Os senseis Celso, Fred, Daniel, Expedito, Papa e Cunha
é muito bom, e eu já sabia disso, só não tinha visto ainda ele revelar e mostrar às crianças todos os segredos de tudo que aprendeu nos tatamis. Fui o uke na palestra, e confesso que me surpreendi. Nunca tinha visto nada tão claro, tão bem detalhado e com tamanha riqueza.” O dirigente nortista emocionou-se com a qualidade da palestra do medalhista olímpico. “Como ele fez história e se tornou uma lenda, muita gente conta sua história. Mas aqui foi ele mesmo que contou, e mostrou como deu cada passo rumo ao ouro olímpico, simplificando e desmitificando fatos e mostrando que é possível chegar lá. Basta querer. Ele não foi campeão mundial júnior, campeão mundial universitário, campeão olímpico, bronze olímpico, e esteve em duas finais de mundiais à toa”, destacou Ton, que encerrou agradecendo a Deus e à sua equipe a oportunidade vivida. “Estou muito feliz por ter conseguido, com a ajuda e a dedicação de toda a nossa equipe extremamente competente, podido proporcionar tudo isso aos nossos judocas. Agradeço a Deus e amigos por termos feito tudo que fizemos”, finalizou o dirigente.
Carlos Cunha, Ton Pachêco e Aurélio Miguel
99
Por Paulo Roberto Pinto Fonte Relatório Carlos Eurico Pereira Fotos Nelson Dell’Aquila
Mundial Máster
Brasil Termina na Quarta Colocação
Frankfurt (ALE) - O 3ª IJF Grand Masters World Judo Championships foi promovido pela Federação Internacional de Judô (IJF) em parceria com a Federação de Judô da Alemanha, e o responsável técnico do evento foi Andrei Bondor, diretor da comissão de veteranos da FIJ. Graças à presença no evento de Carlos Eurico da Luz Pereira, o presidente da Federação Gaucha de Judô, que foi a Frankfurt como competidor e observador, pudemos fazer a cobertura da terceira edição desta importante competição. Contamos também com o apoio institu-
100
cional da Federação Paulista de Judô e da Meltrip Turismo, agencia de viagens que há 11 anos acompanha a delegação verde-amarela nos mundiais másteres. Realizado entre os dias 14 e 19 de junho, em Frankfurt, no Sport und Freizeitzentrum Kalbach, amplo centro esportivo que abriga uma pista de atletismo sintética coberta, as disputas foram travadas em cinco amplas áreas de tatamis, com padrão olímpico e placares eletrônicos. Contudo, a competição perdeu na questão organizacional e, principalmente, na arbitragem. Ao todo, foram inscri-
tos 1.038 atletas, e a FIJ escalou apenas 25 árbitros para a competição. O pior foi que todos pertenciam ao quadro de arbitragem da federação alemã. Isso ratifica a pouca importância que os dirigentes internacionais dão a esta competição e o desrespeito com que tratam os competidores. Para Carlos Eurico, este procedimento foi totalmente equivocado. “Um evento oficial FIJ tem de contar com árbitros de qualidade, no mínimo FIJ C ou B. Não existe razão para um procedimento diferente. O desnível da arbitragem diminui, em muito, a qualidade do evento.”
Oferecimento
Muitos atletas reclamaram que a arbitragem estava demasiadamente tendenciosa e preocupada com quem estava no shiai-jo, não com o que era feito na luta. Esta é uma prática de certa forma usual na FIJ, porém, na Alemanha, parece que a coisa foi bem mais acentuada.
Outro fato bastante comentado foi que o país-sede não ofereceu nenhum tipo de recepção no aeroporto. Houve gente que ficou três horas na fila de credenciamento, mas a desorganização e a falta de seriedade na pesagem bateram recorde de reclamações.
Andréia Ambrósio
Fernanda Gomes
Gleyson Ribeiro Alves
Hamilton Moraes Correia com Carlos Eurico
101
Além da desorganização e da falta de controle no pagamento das inscrições, em nenhum momento foi exigido documento de filiação a alguma entidade vinculada à FIJ. Se qualquer atleta da liga, por exemplo, estivesse lá, teria feito sua inscrição e competido sem nenhum problema. Outro fato muito comentado foi a falta de uma apresentação ou atração artística na abertura do campeonato mundial e, segundo o presidente gaúcho, isso descaracteriza totalmente um evento com a chancela da FIJ. “Estamos acostumados com o padrão FIJ de eventos, nos quais sempre uma grande surpresa é reservada ao público e aos participantes das competições. Mas, lamentavelmente, em Frankfurt nada disso aconteceu”.
Brasil surpreende e fica na quarta colocação
Milton Marques
O Brasil fechou o mundial de veteranos de 2011 na quarta colocação geral, com seis medalhas de ouro, oito de prata e 13 de bronze. A Rússia foi a grande
Jairo Batista
Alexandre Mangueira
Daniel Fausto Dell’Aquila
Oferecimento
Classificação Final
Hamilton Moraes Correia
Iraci Grube
campeã, com 21 ouros, seguida da anfitriã Alemanha, que somou 20 ouros, e da França, com 13 ouros. Entretanto, a Alemanha contou com a participação de 186 atletas, a França teve 157 judocas inscritos e a Rússia, 108. O Brasil contou apenas com 52 judocas e foi bastante prejudicado pela arbitragem. No próximo ano, o mundial será no Brasil, e vamos ver se teremos a ajuda da arbitragem. O importante é que até no máster o Brasil está entre os cinco melhores. Mesmo sendo esta a terceira edição do evento com chancela da FIJ, sem nenhum apoio ou suporte da CBJ, o bando formado por 53 doidos apaixonados pelo judô colocou o Brasil na quarta colocação geral. Legendas como Japão, Cuba, Inglaterra, Espanha, Holanda, Azerbaijão, Itália e Mongólia ficaram para trás. Basta darmos uma olhada no quadro de medalhas para entendermos a importância e a grandeza da conquista desses heróis que foram a Frankfurt e provaram que o Brasil não é só o País do futebol. Colhemos depoimentos de quase todos aqueles que medalharam e subiram ao pódio em Frankfurt. Mas deixamos aqui nossa homenagem a todos aqueles que tiveram a coragem e o desprendimento de cruzar o Atlântico perseguindo uma medalha e um sonho. É dessa forma que o judô sempre foi feito no Brasil, e é por isso que, mesmo sem nenhum apoio da CBJ na base ou no máster, somos uma potência mundial na modalidade.
Gleyson Ribeiro Alves
103
Depoimento de alguns medalhistas Hamilton Moraes Correia – Campeão mundial do M7 -66 kg
Para o bicampeão mundial do Flamengo, o ouro foi a realização de um sonho antigo. “As competições másteres na Europa são sempre muito disputadas, porque lá reside a maioria dos competidores mais fortes. A medalha de ouro no mundial na Europa foi a realização de um sonho antigo. Havia sido campeão no Brasil, em 2007, mas na Europa eu tinha conquistado três bronzes.” A conquista do ouro motiva o carioca na luta por mais medalhas. “O número de participantes aumenta a cada ano, e esta foi a minha sexta participação, e certamente estarei nas futuras edições do mundial.”
Ivan Penna – Prata por equipe no M4 -66 kg
Para o vice-campeão, não basta ter a chancela da FIJ. “A mudança para o controle da FIJ fez com que o nível aumentasse muito, e hoje vemos vários ex-atletas que já participaram e medalharam em Jogos Olímpicos e mundiais. Entretanto, não basta termos a chancela da entidade. Temos de ter o mesmo padrão que existe nas outras competições da entidade. Precisamos de árbitros qualificados e bons controladores de pesagem.” A medalha de prata é o trampolim para o ouro. “Esta conquista mostra que a busca por melhor condição física e técnica não pode parar, e que a busca pela medalha de ouro não tem idade. Não paro até conquistar meu ouro.”
Milton Marques Antunes Silva – Prata no M1 -73 kg
Milton Marques, judoca do Rio Preto Automóvel Clube, falou de sua estreia em mundiais. “Esta foi minha primeira participação em mundiais, e em Frankfurt vi alto nível técnico em minha categoria. Com exceção da pesagem a competição foi bem organizada”. A medalha de prata foi a realização de um sonho antigo. “Esta conquista é a concretização de algo que almejo há muito tempo. Sempre quis participar de um Mundial Máster, e este ano tive a oportunidade de ir graças ao meu pai e ao meu técnico, que me incentivaram. O vice-campeonato foi uma surpresa, pois não pude me preparar como gostaria, sofri duas lesões bem perto do campeonato e estou no meu último ano de M1. Mas deu tudo certo, estava em dia inspirado, os golpes fluíram, na final perdi nos detalhes. Agora é treinar forte pensar no ano que vem.”
Andréia Ambrósio – Campeã mundial do F3 -70 kg
Para a campeã gaúcha, a medalha representa superação. “Minha avaliação do mundial é positiva, pois deu tudo certo para mim. A medalha não tem nada a ver com performance. Ela representa superação e determinação nesta etapa da minha vida. A todo momento luto contra as adversidades, porque trabalho muito e, quando chega a noite, a hora dos treinos, estou muito cansada e a vontade de ir para casa descansar é enorme. Mas aí aquele último gás começa a percorrer minhas veias e acabamos no dojô fazendo aquilo que amamos.” Andréia explicou que seu preparo foi fundamental na conquista do ouro. “O nível técnico em minha categoria foi excelente. O que me ajudou muito foi o gás. Eu estava muito bem preparada fisicamente e ataquei o tempo todo, e isso foi fundamental.” A gaúcha lamentou a falta de estrutura de nossa delegação. “Seria muito interessante e necessário que os másteres tivessem mais apoio da CBJ, ao menos nos trâmites de uma competição com este porte. Muitas pessoas não falavam inglês e, na hora do credenciamento, não tínhamos ninguém para resolver os problemas. Algumas pessoas foram desclassificadas por terem seus judogis fora dos padrões, enquanto outros podiam ir trocar rapidamente. Se houvesse alguém da CBJ brigando por nós, certamente estes absurdos não ocorreriam.”
Gleyson Ribeiro Alves – Hexacampeão mundial máster M2 -60 kg
Para o judoca mineiro, o máster está cada vez mais competitivo. “Os mundiais estão cada vez mais competitivos e é cada vez maior o número de participantes. Esta competição apresentou um bom padrão na organização, só a pesagem deixou a desejar.” O hexacampeão destacou que a medalha foi um presente de Deus. “Além da satisfação pessoal, esta medalha é um presente de Deus por continuar no judô por todos estes anos, enfrentando dificuldades, adversidades e tendo até de abrir mão da família. Pretendo participar de outras edições, pois, além de me motivar, a competição me ajuda a desenvolver os lados psicológico, técnico, tático e físico.”
Rosângela Ribeiro – Bronze no F1 -63 kg
Em sua segunda participação em mundiais, a paraense destacou o número cada vez maior de participantes. “Esta foi minha segunda participação em mundiais, e este é meu segundo bronze. Noto que a cada ano a competição cresce em qualidade e em número de participantes.” Mesmo com dificuldades, a belenense vai atrás de mais medalhas. “Sou de Belém do Pará, e aqui é muito difícil conseguir apoio para viajar. Os quatro atletas que representavam o Pará nesta competição foram por conta própria. Sou professora e atleta do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), mas certamente irei continuar na luta por mais medalhas.”
Iraci Grube – Prata no F4 +78 kg
Vice-campeã já na estreia em mundiais, Iraci Grube afirma que vai atrás do ouro. “Esta foi minha estreia em mundiais e gostei muito de tudo que vivi em Frankfurt. A medalha de prata é muito significativa e me motivou muito. Pretendo seguir lutando para conquistar o ouro.”
Alexandre Mangueira – Bicampeão no M2 +100 kg
O bicampeão mundial de São José dos Campos destacou o alto nível técnico desta edição. “O mundial teve uma qualidade técnica excelente. Todas as categorias contaram com atletas de alto nível. Fiz cinco lutas ignorantes, encarando um alemão, um polonês e um russo, na fase classificatória. Na semifinal enfrentei outro russo, e a final foi contra um alemão – o tempo fechou porque a arbitragem estava muito tendenciosa, mas joguei os árbitros de ippon e fiquei com o ouro.” Mangueira lamentou a falta de respeito com os atletas. “A pesagem foi uma piada, e mal subíamos na balança e estava aprovado. Foi um desrespeito para com os atletas do mundo todo que se mataram perdendo peso. Quando se tem um objetivo, é preciso atropelar as adversidades e foi isso que eu fiz.”
Fernanda Gomes – Bronze no F2 -78 kg
Tarimbada e bastante experiente em competições mundiais másteres, a judoca Fernanda Gomes fala da emoção de viver o clima de um mundial. “Ver um atleta que, no passado, defendeu seu País em mundiais e nas Olimpíadas se dedicando ao máster é fascinante e inspirador. Con-
104
Oferecimento
forme a competição vai se aproximando, olhamos ao nosso redor e observamos aquele espírito de conquista, vendo todos presentes de corpo e alma, querendo dar o seu melhor, é muito emocionante. Participei de alguns campeonatos organizados pela World Máster (WMJA) e sou bicampeã mundial. Já pela FIJ este é o meu segundo campeonato. Fui a Budapeste em 2010 e fui vice-campeã, agora conquistei o bronze.” Pertencente à Associação Desportiva Ateneu Mansor, de São José do Rio Preto, Fernanda destacou o elevado nível desta edição. “Na Europa os atletas do máster dão muito mais valor a esta competição e o nível foi altíssimo, se comparado a 2010. Atletas consagrados mundialmente da França, Rússia e Alemanha estavam dividindo o tatamis com todos nós. Mas a equipe brasileira também possuía atletas consagrados, como Daniel Dell’Aquila, Alexandre Mangueira e Ricardo Almeida, e mesmo com um número bastante reduzido de judocas, fizemos excelente campanha em Frankfurt.
Vlamir Ferreira Dias – Bronze no M2 -66 kg
Desde 2006 o judoca da Associação Desportiva de Judô na Faixa de Sorocaba participa de mundiais, e sempre medalhou. Bronze em Frankfurt, Vlamir deu nota 9 para a organização do evento. “A competição foi muito bem organizada e dou nota 9, pois tivemos a surpresa de uma pesagem no mínimo constrangedora.” O bronze desta edição acalentou o sonho de estar na ativa e buscando a superação. “O evento abrilhantou o sonho de muitos competidores de seguir lutando por um ideal. Pessoalmente, esta medalha representa a realização de um sonho, e a dedico a todos que torcem pelo sucesso do esportista, aos amigos, familiares e alunos. É muito gratificante saber que estamos servindo de exemplo para a geração que está brigando por medalhas para o judô brasileiro e pretendo seguir lutando por elas.”
Maurício Cataneo – Vice-campeão por equipes M3-M4
O vice-campeão mundial destacou que a FIJ deve investir mais na categoria. “Acredito que a FIJ pode e deve investir tempo e recursos para melhorar o nível da organização. Nossa delegação reuniu quase 60 atletas, e caberia maior atenção das federações estaduais e principalmente da CBJ. Conquistamos um resultado importante numa competição de alto nível técnico, e não foi feita a menor divulgação de nossas conquistas”. Maurício lembrou que o máster dá exemplo e ratifica a filosofia de Jigoro Kano. “As medalhas conquistadas em Frankfurt servem de exemplo para os praticantes mais jovens, e mostram que, com esforço e dedicação, é possível treinar forte e obter bons resultados para nosso País. Poder fazer parte de uma equipe vice-campeã ao lado de muitas feras do judô brasileiro é muito emocionante, e ratifica o pensamento de que a filosofia do mestre Jigoro Kano pode e deve ser seguida sempre, independentemente da idade.”
Rodrigo Guimarães Motta – Vice-campeão por equipes M3-M4
Para o experiente atleta do máster, este ano o nível foi altíssimo. “Já havia participado de duas edições do máster, e para mim a organização foi fraca. Em contrapartida, o nível técnico subiu muito. Vimos alguns dos melhores judocas do mundo participando. Destaque especial para as delegações da Rússia, Alemanha e França, que mostraram quantidade e qualidade. O Brasil é sempre o mesmo grupo, atletas duros e grandes amigos, mas podemos ir mais estruturados.” Motta lembrou que a conquista da medalha foi muito gratificante. “O campeonato por equipes é sempre envolvente e empolgante e, por ser no último dia e depois de termos vencido a Alemanha por 4 a 1 e a França também por 4 a1. Caímos diante da duríssima equipe da Rússia por 5 a 0. Mesmo assim, tivemos um orgulho indescritível, pois o Brasil nunca havia obtido sequer uma medalha na competição por equipes da FIJ, no M3-M4.”
Daniel Dell’aquila – Bronze no M3 +100 kg
Um dos mais fortes judocas da seleção brasileira neste mundial Dell”Aquila fez sua análise da competição. “No geral, o nível técnico foi muito bom, e a competição correu bem. Não há mais atletas despreparados, todos queriam representar muito bem seu país e vencer. Se em alguma categoria o nível técnico não foi excelente, o nível de vontade foi altíssimo.” Faltou ritmo, mas Daniel ficou feliz com o bronze. “Já havia participado de uma edição anterior do Mundial Máster, a de 2007 realizado em São Paulo, e inicialmente iria cuidar apenas do suporte e da organização da parte médica aos atletas, pois sou ortopedista. Entretanto, com o decorrer da competição, não aguentei ficar de fora. E, como estava treinando para os Jogos Abertos, resolvi participar no Absoluto M2, e fui campeão. Desta vez não consegui preparar-me, e foi tudo de última hora. Faltou um pouco de ritmo de luta, mas com o desenrolar da competição fui pegando ritmo e acabei vencendo o russo na disputa do bronze. Foi ótimo representar o Brasil e sentir de novo o sabor da conquista.” Segundo Dell’Aquila, os franceses mostraram melhor organização. “A equipe do Japão estava mais bem representada no kata. No shiai vi o Kozo Miyamoto, o ex-campeão mundial júnior que faturou o ouro. Kanju Takahashi, Jun Naito e Kazotaka Oniyanagi também levaram o ouro. Das equipes europeias, o time alemão participou com força máxima e estava bastante organizado, mas a equipe francesa chamou a atenção pelo número de participantes, a união e organização. Os franceses foram a Frankfurt com técnicos, médicos e pessoal de suporte. Mostraram poderio e respeito pelo máster.” Sobre a desorganização, o campeão mundial de 2007 reafirmou as queixas dos colegas. “Realmente houve muita espera e desorganização para fazer a inscrição e pegar os crachás, mesmo para os pré-inscritos que já haviam pago. Houve desorganização na pesagem e na identificação dos atletas. O famoso Shinji Hosokawa, campeão olímpico em Los Angeles/1984 e mundial em Seul/1985, um dos responsáveis pela pesagem, teve dificuldade em ajudar a organização alemã.”
Seleção Brasileira Máster Mauricio Neder Rodrigo Guimarães Motta Fernanda Oliveira Fernanda Rojas Pelegrini Mario Francisco da Silva Nelson Onmura Acácio Lorenção Junior Paula Hauptli Gabriel Karina Brito Carlos Eurico da Luz Pereira Hamilton de Moraes Correia Mauricio Andre Cataneo Jean Gabriel Antunes Iraci Maria da Silva Grube Cesar Augusto da Silva Grube Leo Eduardo Secches Mansor
Sergio Honda Jairo Baptista de Arruda Hisao Fujimoto Vinicius Fernando Cury C. Silva Alexandre Aparecido dos Santos Alexandre Mangueira Roque Cesar Oliveira da Rocha Daniel Fausto Dell’Aquila Nelson Fausto Dell’Aquila Rômulo de Souza Andrade Fernando Hiroyuki B. Hirakawa Fátima Belboni de Camargo Milton Marques Antunes Silva Anderson Cássio dos Santos Mario Roberto de Marchi Silva Rogéria Conzendey da Silva
Vlamir Ferreira Dias Ivan Ferreira Penna (BSB) Jairo Santos de Queiroz Junior Carlos Gaitan Maria Severa Alcântara Andréia Ambrósio Gláucio Bernardes Enivaldo Cordovil Rodrigues Labibe do S H de Menezes Carlos Salto Neto Alam Saraiva Rosangela Maria Soares Ribeiro Jose Augusto Baeta e Silva (Belém) Erica Pires de Mello Paz Lauro Azuma Wesley Mamede Alves Nogueira
Ricardo Campos Rosangela Oliveira Gleyson Ribeiro Alves Maria de Jesus Gama Rioiti Uchida Luis Alberto dos Santos Juliana Tiaki Maesta Aline Akemi Sukino Antonio Roberto Coimbra Leandro Alves Pereira Fabiano Rodrigo de Barros Anderson Luiz Neves da Silva Wagner Uchida Paulo Ferreira Adriana Lebre 105 Ricardo Lebre
Por Alex de Cara Fotos: Luiz Doro
Copa São Paulo 2011
Bate Todos os
Recordes Praia Grande (SP) – A história se repete e mais uma vez o judô paulista inicia a temporada batendo recorde na participação de atletas numa competição. No terceiro ano consecutivo a cidade de Praia Grande sediou o evento, que se realizou nos dias 26 e 27 de março. Segundo Alessandro Puglia, vice-presidente da FPJ, esse foi um grandioso evento. “Mais uma vez a Copa São Paulo nos surpreendeu e neste ano tivemos a participação de 1.772 judocas vindos de todo o estado.” Para João Carlos Ribeiro, anfitrião e responsável pela realização desta quinta edição da Copa São Paulo, o número de inscritos ratifica a mobilização de todos os delegados regionais. “O número surpreendente de judocas inscritos nesta edição mostra a grande mobilização e o empenho dos presidentes das 15 delegacias regionais do estado. Esse esforço resultou na participação de 264 associações”, comemorou o dirigente da Praia Grande. O início de temporada 2011 ocorreu em altíssimo nível, e teve a presença de algumas das maiores legendas do judô paulista, os kodanshas
ª 11
Por Paulo Pinto Fotos Boletim Osotogari, Marcelo Lopes/Judô ao Vivo e Revista Budô
Copa São Paulo
Delegacia Regional do Litoral Delegado João Carlos Ribeiro
São José do Riuo Preto Ribeirão Preto Araçatuba
Botucatu Presidente Prudente Bauru Marília
Campinas São José dos Campos Sorocaba
e São
Grand
Paulo
Vale do Ribeirão
Vª COPA SÃO PAULO DE JUDÔ Local: Ginásio Municipal de Esportes de Praia Grande “Falcão” Cidade: Praia Grande Data: 26 e 27 de Março Classes: Infanto-juvenil, Pré-juvenil, Juvenil, Júnior e Sênior Delegacia: 11ª Delegacia Regional Delegado Regional: João Carlos Ribeiro Manso Júnior Atletas inscritos: 1772 Áreas: 8 áreas de competição Associações participantes: 264 Delegacias inscritas: 15 Delegacias Regionais Número de árbitros: 68 Árbitros Municípios participantes: 138
106
Senseis Massao Shinohara e Shuhei Okano com Francisco de Carvalho
Shuhei Okano faz entrega de faixas a Luis Alberto dos Santos
Deputado Federal Alberto Mourão
Sensei Luiz Tambucci entregou a graduação ao professor Alcides Camargo
Sensei Massao Shinohara entrega a graduação a Antonio Honorato de Jesus
Massao Shinohara, Shuhei Okano e Luís Tambucci. Os nonos dan abrilhantaram o certame, contrapondo toda a movimentação que transcorria nos tatamis, com o carisma e autoridade que possuem. A presença de professores como Paulo Duarte, Uichiro Umakakeba, Luís Alberto dos Santos, Rioti Uchida, Hissato Yamamoto e Dante Kanayama deu à Copa São Paulo o brilho e o glamour que pouquíssimos eventos brasileiros possuem. Foi um desfile gigantesco de talento e técnica, que mostrou para São Paulo os novos nomes que despontam no judô estadual. Além dos grandes professores, a quinta edição da Copa São Paulo de Judô registrou a presença de personalidades do meio esportivo e político, entre as quais os 15 delegados regionais do judô paulista. E entre estes destacamos João Carlos Ribeiro Manso Júnior, delegado da 11ª Delegacia Regional, anfitrião e grande responsável por mais esta grande festa promovida para o judô paulista. Outra importante presença foi a do deputado federal Alberto Mourão, além de Francisco de Carvalho Filho, presidente da FPJ, e Alessandro Puglia, vice-presidente da FPJ.
Nos tatamis o Palmeiras levou a melhor Nos tatamis a briga polarizou-se entre duas grandes equipes da capital, a Sociedade Esportiva Palmeiras e o Esporte Clube Pinheiros, que disputaram ferozmente cada medalha. No confronto direto a Sociedade Esportiva Palmeiras/Mogi levou a melhor e sagrou-se campeã geral da competição, com dez medalhas de ouro, dez de prata e 15 de bronze. Também com dez medalhas de ouro, o Esporte Clube Pinheiros ficou na segunda colocação, seguido por Rio Preto Automóvel Clube em terceiro, Tênis Clube de São José dos Campos em quarto, SEDUC Praia Grande em quinto e ADPM de São José dos Campos em sexto. As lutas nas classes juvenil, júnior e sênior realizaram-se no sábado e foram altamente técnicas. Mostraram disputas acirradas que evidenciaram o excelente preparo dos judocas paulistas, já no início da temporada. No domingo a competição focou o judô de base, em que os judocas das classes sub-11, sub-15 e sub-17 mostraram que também estão preparados para a temporada de competições do calendário de 2011, superando, além dos adversários,
108
o forte calor da Baixada Santista. Os campeões do infanto-juvenil para cima classificaram-se para representar São Paulo, no Campeonato Brasileiro Regional. Já os campeões da classe infantil se classificaram para as finais dos campeonatos paulistas. Francisco de Carvalho destacou que a competição oferece a cada atleta a possibilidade de mostrar sua performance. “A Copa São Paulo abre oficialmente o calendário paulista, e é nela que os judocas mostram como foi feita a pré-temporada. Aqui atletas e técnicos mostram o resultado do trabalho desenvolvido para a temporada.” O dirigente falou sobre a importância dos atletas mais jovens. “Temos de ter a sensibilidade de avaliar criteriosamente o trabalho mostrado no domingo, pois será este grupo que sustentará a hegemonia paulista nos próximos anos. São estes judocas que defenderão São Paulo e o Brasil nos próximos anos.” O dirigente paulista finalizou destacando a importância do trabalho feito pelos professores no dia a dia. “Por serem verdadeiros e transparentes, os jovens sempre acabam expondo o trabalho feito por seus professores, seja no aspecto disciplinar seja no filosófico ou no educacional. O resultado da competição é passageiro, mas a formação que recebem é para a vida toda, e temos de estar atentos para isso.”
Sensei Massao Shinohara comanda apresentação de ju-no-kata sincronizado Na abertura da Copa São Paulo, o sensei Massao Shinohara, comandou a apresentação de ju-no-kata sincronizado, que foi executada por oito duplas e contou com a participação dos campeões mundiais Luís Alberto dos Santos e Rioti Uchida. Foi um belíssimo espetáculo, que emocionou a todos que apreciam o judô de base. Sensei Massao foi o maestro de uma orquestra repleta de judocas com alto conhecimento. Entre eles estavam Dante Kanayama e Hissato Yamamoto, Rioiti Uchida e Luís Alberto dos Santos, Aline Sukino e Juliana Maesta, Kelly Yamamoto e Suzi Yamamoto, Vinícius Erchov e Matheus Arantes, Vagner Uchida e Paulo Ferreira, Roger Uchida e Eduardo Maesta, Elvis Tashiro e Gabriel Nunes.
109
Três professores são promovidos a kodanshas Durante a cerimônia de abertura, três professores receberam sua promoção de faixa. Antônio Honorato de Jesus, Alcides Camargo e Luís Alberto dos Santos finalmente receberam a graduação de kodansha 6º dan. Na cerimônia de entrega de outorga de faixas, os novos kodanshas paulistas receberam a nova graduação das mãos de três kodanshas 9º dan. Sensei Luiz Tambucci entregou a faixa ao professor Alcides Camargo; sensei Massao Shinohara entregou a faixa ao professor Honorato; já o sensei Shuhei Okano entregou a faixa ao professor Luís Alberto. Foi gratificante ver estas três legendas do judô paulista participando do evento, mas o mais bonito foi vê-los participando e homenageando os mais novos kodanshas do estado. Para Francisco de Carvalho, esse é o espírito do judô. “Muita gente nova deixou de vir à Copa São Paulo em função de ter sido realizada aqui na Baixada Santista, porém nossos kodanshas, que estão beirando os 80 anos de idade, se sacrificaram e aqui estão fazendo essa importante outorga de faixa a três grandes nomes do judô de São Paulo. Lá atrás estes kodanshas fizeram muito pelo judô, e hoje continuam trabalhando sem medir esforços. Esse é o exemplo que todos nós devemos seguir”, afirmou o dirigente. Na sequência, o presidente paulista cumprimentou os novos professores kodanshas e nomeou Luís Alberto dos Santos o novo coordenador geral de cursos da Federação Paulista de Judô
Ex-prefeito mostra extrema visão sobre a realidade do esporte Alberto Mourão, ex-prefeito de Praia Grande que em seus dois mandatos trabalhou arduamente no desenvolvimento do esporte do município e hoje é deputado
Solange Pessoa e João Carlos com Francisco de Carvalho
110
federal, destacou a importância de investir efetivamente na base. “Exerci dois mandatos na Praia Grande e sempre frisei que não adianta investir no topo. Nunca fui a favor de contratar atletas para representar a cidade nos Jogos Abertos. Sempre vi na base a importância do esporte como ferramenta de socialização do cidadão. O segredo do sucesso do esporte, enquanto ferramenta de inclusão social, é a base. Priorizei também desenvolver um bom trabalho em 22 modalidades esportivas e não apenas em algumas, e os resultados foram altamente positivos.”
Para o ex-prefeito, o esporte tem de ser acessível para todas as camadas sociais. “Nossa principal meta foi socializar o esporte, não elitizá-lo. Oferecemos a prática esportiva a todas as classes sociais, para assim criarmos um celeiro de atletas em todas modalidades, e deu certo. Em menos de quatro anos saímos da quadragésima colocação para o quinto lugar nos Jogos Abertos. Nossa prioridade era criar um plantel do município, e deu certo”. Alberto Mourão finalizou destacando o investimento feito na infraestrutura. “Esse crescimento nos permitiu investir na infraestrutura; conseguimos construir uma piscina semi-olímpica e uma pista de atletismo com piso importado da Itália, que está entre as duas melhores do país. Construímos um ginásio com piso flutuante, um kartodromo e 7 ginásios poliesportivos. Poucas cidades do Brasil oferecem esses serviços às camadas sociais menos favorecidas. Aqui nós realmente democratizamos o acesso ao esporte para toda a sociedade. Feliz-
111
mente, Praia Grande é hoje um exemplo nacional de inclusão social por meio do esporte”, comemorou Mourão.
Anfitrião destacou que o evento requer novo planejamento Para João Carlos Ribeiro, esta edição da Copa São Paulo superou todas as expectativas e agora é preciso novo planejamento. “Esta é a terceira edição consecutiva da competição na Praia Grande. Com o passar dos anos e com a experiência adquirida a equipe acaba fazendo tudo com mais facilidade e desprendimento. Tudo deveria ter sido bem mais fácil, o problema é que a cada ano a Copa São Paulo cresce acima do esperado e as coisas se acabam complicando. No primeiro ano recebemos pouco mais de 1.000 atletas. No ano passado tivemos 1.380 judocas inscritos, já neste ano superamos os 1.700 atletas. Não há ginásio que comporte tamanho crescimento, mas felizmente nossa equipe está bem estruturada e coesa, o que nos permitiu trabalhar dentro do esperado.” O delegado regional lembrou a tradição no modelo de competição de judô. “Muito além do modelo ou formato da competição, está a tradição do judô. Em qualquer modalidade o público, atletas e dirigentes vão a um ginásio e, no máximo em duas horas, tudo está encerrado. No judô não. Recebemos acredito que cerca de 3.500 pessoas, que chegaram aqui no início da manhã e só foram embora no fim da tarde, quando todas as categorias haviam terminado as apresentações. Apenas para termos um parâmetro, além da capacidade do ginásio, foram consumidos três caminhões de água por dia. E não há como remediar a situação, é preciso adequar-se”, ponderou o dirigente do litoral paulista. Para João Carlos, a Copa São Paulo mostra a diversidade e a renovação que existe no judô paulista a cada ano. “Mas, olhando o lado positivo, esta competição é o primeiro grande evento do calendário paulista, e vemos surgir a cada ano uma nova leva de atletas. Da mesma forma que existe um número expressivo de judocas que já se firmou na seleção brasileira, vemos surgir a cada ano grandes talentos, e isso é bom para São Paulo e para o Brasil. Minha análise é que o modelo de gestão
112
da Federação Paulista, somado à participação imprescindível das 15 delegacias regionais, propicia essa renovação anual em todas as categorias.” Segundo o dirigente da Baixada Santista, essa renovação é resultado do excelente trabalho feito na área técnica da FPJ. “Montamos apenas as oito áreas que cabiam no ginásio, e só conseguimos realizar este evento dentro do prazo estipulado devido ao novo formato de disputas criado pela FPJ. Se não tivéssemos adotado este novo formato, certamente só terminaríamos o evento no dia seguinte.”
Novo coordenador de cursos expõe metas e planos Luís Alberto dos Santos, o novo coordenador geral de cursos da FPJ, expôs suas principais metas na entidade. “Basicamente, pretendo remodelar a metodologia usada até então. Já diminuí a carga horária dos cursos de 24 para 16 horas, ou seja, o participante terá de dispor de apenas dois fins de semana para cada curso. Isso implica menos custo para os participantes, já que 16 horas são suficientes para passar todo o conteúdo programático.” O novo empossado quer acompanhar de perto os cursos realizados nas delegacias regionais. “Estou tentando viabilizar junto ao nosso presidente uma remuneração para todos os professores palestrantes, que na verdade são grandes colaboradores e até o presente nada recebem para desenvolver suas palestras. Pretendo também acompanhar de perto os cursos dados nas delegacias regionais.” A padronização dos katas no estado é uma das principais metas do coordenador recém-empossado. “Vamos dar total condição de aprendizado aos candidatos aos exames de graduação. Vamos ensinar e treinar duplas de kata para competir e para fazer apresentações, e é por isso que continuo dando aulas de kata às quartas-feiras no CAT. Mas a nossa principal meta é padronizar os katas e passar aos examinadores um padrão internacional de avaliação, ou seja, formar árbitros para cada kata específico”, explicou Luís Alberto.
113
Classificação das 20 Primeiras Associações
Meio Pesado
1- Palmeiras/Mogi
1º Victoria Pereira Da Silva
2 - Esporte Clube Pinheiros
Pesado
3 - Rio Preto Automóvel Clube
1º Junya de Souza Oliveira
4 - Tênis Clube S Jose Campos
Super Pesado
5 - Seduc - Praia Grande
1º Julia de Paula Andrade
6 - Adpm-Reg. S. J. C.
Sub 1º3º
7 - Fúlvio Myata Fitness & Sports
Super Ligeiro
8 - Assoc. Guairense de Judô
1º Daniele Kaori Kurosawa
Assoc. Registrense de Judô
9 - SESI -SP
2º Mayara de Jesus Martins
Assoc. Bras A Hebraica de SP
10 - Assoc. Moacyr de Judô
3º Giuliana Silva Monteiro
Palmeiras/Mogi
11 - Unimes/Universidade Metropolitana de Santos
3º Giovanna Silva Monteiro
Palmeiras/Mogi
12 - Assoc. Brasileira A Hebraica de SP
Ligeiro
13 - São João Tênis Clube
1º Andressa Freitas dos Anjos
Palmeiras/Mogi
14 - A. D. Santo Andre
2º Yohana Dhara dos Santos
Clube Camp Regatas e Natação
15 - Associação Kiai Kam
3º Talila Santana dos Santos
Academia de Judô Pissarra
16 - Associação Desportiva São Caetano
3º Jackeliny Cristina Monteiro
Palmeiras/Mogi
17 - Fundesport - Araraquara
Meio Leve
18 - Assoc. de Judô Hombu Budokan
1º Larissa Cincinato Pimenta
A.D.E.S Equilibrium
19 - Assoc. de Judô de Bastos
2º Nicolly Alexandra dos Santos
Unimes-Univ.Metrop.Santos
20 - A. A.D. Mesc São Bernardo
3º Luana do Valle L. G. Santos
Assoc. Moacyr de Judô
Classificação Individual Feminino
Sub 1º1º Super Ligeiro 1º Luara Vitoria Cucco Paulo
Assoc. de Judô Hombu Budokan
2º Manuela Pollyana Lima de Jesus
Clube Atlético Tremembé
3º Julia Fernandes da Silva
Assoc. Hirakawa de Judô
3º Liriel De Oliveira Santos
Seduc - Praia Grande
Ligeiro 1º Gabriella Souza L. de Oliveira
Assoc. Moacyr de Judô
2º Luiza Nogueira
Assoc. E.E C. Okinawa do Ipiranga
3º Larissa Morales
Assoc. Judô Nery
3º Julia Souza de Oliveira
A.D.E.S Equilibrium
Meio Leve 1º Gabriele Stefany da C. Locoseli
Assoc. de Judô Yama Arashi
2º Francyne Pedroso Cesar Filadel
Assoc. de Judô Yama Arashi
3º Gabriela Kyomi Shinoda
Assoc. Judô Nery
3º Francielle Manda Watanabe
São João Tênis Clube
Leve 1º Maythe Del Rosso Pirolo
Unimes-Univ.Metrop.Santos
2º Vitoria C. Gonçalves Rosa
Assoc. Cult Esp de Tucuruvi
3º Maria Eduarda P. M. Diniz
Adpm-Reg.S. J. C.
Meio Médio 1º Thalia Topazio da S.Oliveira
Assoc. Branco Zanol de Judô
2º Larissa Makiko Kohatsu
Sport Club Corinthians Paulista
3º Débora Gomes de Toledo
Assoc. Moacyr de Judô
3º Letícia Pretel Alves De Lima
Rio Preto Automóvel Clube
Médio 1º Iara Regina Silva
Palmeiras/Mogi
2º Sarah Vitoria de França Lafuen
Academia de Judô Pissarra
3º Nathalia da Silva Rabello
Clube Atlético Tremembé
3º Rafaella Silva de Souza
Palmeiras/Mogi
São João Tênis Clube
Assoc. Kiai Kam
Assoc. Moacyr de Judô
3º Maria Eduarda Rocha de Oliveira
Assoc. de Judô Yama Arashi
Leve
3º Bruna Bognatori Merli
Assoc. Masters de Judô
3º Agnes Fernandes da Costa Motta
Palmeiras/Mogi
1º Taina Oliveira da Silva
Palmeiras/Mogi
Meio Pesado
2º Elisa Mitsue Chibana
Sport Club Corinthians Paulista
1º Pamella Barbosa Lima
Assoc. de Judô Hombu Budokan
3º Mariana de Lima Mendes
Assoc. de Judô Hombu Budokan
2º Nathalia F. Amaral
3º Luana Raissa dos Santos
ADC General Motors S. Jose C.
Assoc. Marcos Mercadante de Judô
3º Leticia Braga da Rosa
Tênis Clube S Jose Campos
3º Lais Helena Miranda de Souza
Sesi SP
Meio Medio 1º Natalia Suma Itinose
Fulvio Myata Fitiness & Sports
2º Ryanne Couto de Lima
Assoc. Hirakawa de Judô
3º Ingrid Caroline de Godoy
Floresta Atlético Clube
3º Natayana Iguarino Gomes
Assoc.Aliança De Judô E Artes
Medio 1º Franciele Caroline Terenzi
A.D.C Santana Pedreira
2º Gabriela França Alves
Assoc. Spessoto de Judô E
3º Sandy Vieira de Souza
Assoc.. Marcos Mercadante de Judô
3º Fernanda Marangoni
A.D.C Santana Pedreira
Meio Pesado
Pesado 1º Beatriz Rodrigues de Souza
Assoc. de Judô Budokan Peruíbe
2º Ana Flavia G. Rodrigues
Assoc. de Judô Budokan Peruíbe
3º Ellen de Oliveira Furtado
Sesi SP
3º Milena Mayumi K. Kikuchi
Assoc. Registrense de Judô
Sub 1º7 Super Ligeiro 1º Jhennifer S. Ferreira Ernandes
Seduc - Praia Grande
2º Andrielle Aparecida C. da Costa
Tênis Clube S Jose Campos
3º Bruna Tomomi Chibana
Sport Club Corinthians Paulista Tênis Clube S Jose Campos
1º Thainara Ayumi Correia
Assoc. Bras A Hebraica De Sp
3º Franciele Aparecida F. Costa
2º Nathalia P. da Silva
Colégio Eduardo Gomes
Ligeiro
3º Ana Julia de Oliveira Mariano
Judô Clube Mogi Das Cruzes
1º Isabela Farah
Esporte Clube Pinheiros
3º Gabriela Alves A.Costa
Palmeiras/Mogi
2º Julia M. Chibana
Sport Club Corinthians Paulista
Pesado
3º Larissa Amorim Cruz
Clube Rec.de Suzano Judô Teraz
1º Lavinia Ap dos Santos Silva
Clube Rec.De Suzano Judô Teraz
3º Nailla Leticia Victoriano
Assoc. de Judô Rogério Sampaio
2º Giovanna Vitoria Maximo Fontes
Sesi SP
Meio Leve
3º Kamila Dias Gonçalves
Assoc. Cult Esp De Tucuruvi
1º Nathalia Cassia Ferreira Dias
Assoc. Esportiva Piracicaba
3º Mayara Elisa Bertoncini
Secret.Mun.Esp.Lazer Amparo
2º Rafaela Ruiz N. de Morais
A. Desp. Centro Olímpico
Sub 1º5
3º Victoria S. de Souza Castilho
Adpm-Reg.S.J.C.
Super Ligeiro
3º Nathalia Carnio
Seduc - Praia Grande
1º Gabrielle da Silva Anjos
Palmeiras/Mogi
2º Larissa Vitoria M. Teixeira
Unimes-Univ.Metrop.Santos
3º Karen Bianca V. de Souza
Clube Concórdia/Omega Academia
2º Renata Caires da Silva Souza
Seduc - Praia Grande
3º Ana Carolina Repulho
Floresta Atlético Clube
3º Nayara Jhessyca Leandro
Sesi SP
3º Yara Ferreira da Silva
São João Tênis Clube
Ligeiro
Leve Adriele Freitas de Sena
Assoc. Guairense de Judô
1º Janaina Gabriela Souza
Rio Preto Automóvel Clube
Meio Medio
2º Leticia Ribeiro B. Silva
Adpm-Reg.S.J.C.
1º Raiza Silva Ferreti
Assoc. de Judô Oeste Paulista
3º Andressa dos Santos Soares
Assoc. de Judô Budokan Peruíbe
2º Tamires Brandão da Silveira
Secr.da Juv.Esp E Lazer De Pin
3º Francislaine da Silva Pires
Assoc. Branco Zanol de Judô
3º Ello Anny Roberta O. dos Santos
Assoc. de Judô de Bastos
3º Amanda Caroline Valerio
A.D.C Santana Pedreira
Meio Leve 1º Jessica Couto Lima
Assoc. Hirakawa de Judô
Medio
2º Joice Cristina Rocha de Oliveira
Assoc.. de Judô Yama Arashi
1º Paola Roberta Colodiano
Assoc. de Judô Aleixo - M.F.
3º Jessika Caroliny L Martins
Rio Preto Automóvel Clube
2º Larissa Cristina B. Fornaro
3º Thamiris Anacleto Neris Cabral
Seduc - Praia Grande
Clube Concórdia /Omega Academia
3º Karoline Gonzalez Barbeirotti
Assoc. de Judô Rogério Sampaio
3º Jeniffer Dara Crispim
Assoc. Branco Zanol de Judô
Leve 1º Thais Shinohara Arata
Sesi SP
2º Gabriela Silva M.Clemente
Palmeiras/Mogi
3º Laura Takako Kohatsu
Sport Club Corinthians Paulista
3º Sabrina Gabriela de Araujo
Seduc - Praia Grande
Meio Médio 1º Geovana Soares de Lima
Seduc - Praia Grande
2º Sabrina Tavares Rosseto
Assoc. Guairense de Judô
3º Stephanie Domingos do Carmo
Academia de Judô Pissarra
3º Thauana Campos De Aquino
Palmeiras/Mogi
Médio
Meio Pesado 1º Tatiane Mazziero
Assoc.Desp. Alfredo Contatto
2º Yrani M. Castellano A.Pinto
Colégio Dom Macario Schimitt
3º Raissa Raquel Caetano
Sesi SP
3º Joyce Nascimento de Bessa
Assoc. Guairense de Judô
Pesado 1º Loraine Cristina Dias da Silva
Rio Preto Automóvel Clube
2º Pamela Pastorello de Souza
Assoc. Marcos Mercadante de Judô
3º Amabile Goncalves Senas
Assoc. Colossus de Judô
1º Daise Maria Locatelli
Assoc. de Judô de Divinolanda
3º Paola Cristina Cerigatto Sa
Assoc.Bushido Pais E Amigos
2º Joyce Regina dos Santos
Assoc. de Judô Hombu Budokan
Sub 2º0
115
Super Ligeiro
1º Fabiana dos S. de Oliveira
Esporte Clube Pinheiros
1º Luana Barbosa Mendes
Tênis Clube S Jose Campos
2º Shayany Dalbem Pascoalino
Esporte Clube Pinheiros
2º Samantha Cristina Couto
Assoc. Esportiva Guarujá
3º Ana Paula Dantas
Suzano Judô Clube
3º Livia Renata dos Santos Souza
Fundesport - Araraquara
Ligeiro 1º Gabriela Shinobu Chibana
Esporte Clube Pinheiros
Meio Médio
2º Jessica Neves Miranda Osorio
Esporte Clube Pinheiros
1º Ana Paula Faria Ribeiro
Tenis Clube S Jose Campos
3º Victoria Moura Pereira
Assoc. Colossus de Judô
2º Michele M. De Oliveira
Assoc. Esportiva Piracicaba
3º Isamara Pereira da Silva
Assoc. Guairense de Judô
3º Jessica Do Amaral
Assoc. de Judô Maua
3º Keyla Raquel Santos Dias
Assoc.Kiai Kam
Meio Leve 1º Thais Borges dos Santos
Secr. da Juv. Esp E Lazer De Pin
Medio
2º Livia Emi Yamashita
Assoc. de Judô Vila Sonia
1º Andrea Alves Oguma
Sport Club Corinthians Paulista
3º Adriele Freitas de Sena
Assoc. Guairense de Judô
2º Marilia Oliveira da Costa
A D Santo Andre
3º Bruna Alves Cardoso
Suzano Judô Clube
3º Isabelle Chiara M. Vieira
Assoc. Esportiva Piracicaba
3º Tamires de Paula Donetti
A D Santo Andre
Leve 1º Patricia Tiemi Taminato
Assoc. Desportiva São Caetano
Meio Pesado
2º Ellen Cristina Rodrigues
Assoc. Itapetininga Kodokan
1º Marcia Evangelista da Costa
Tênis Clube S Jose Campos
3º Amanda Ferreira Culato
Esporte Clube Pinheiros
2º Samarita Beraldo Santagnello
Rio Preto Automóvel Clube
3º Wedja Pereira dos Santos
Sesi SP
3º Fernanda Gomes Oliveira
A D Ateneu Mansor
3º Keila Cristina Nakatsubo Santo
Guaru Educação Social e Desporto
Meio Médio 1º Jessica B. Santos
Tênis Clube S Jose Campos
Pesado
2º Laisa de Souza Oliveira
Assoc.Kiai Kam
1º Marilia Vieira dos Santos
A D Santo Andre
3º Alessandra Pereira Cardoso
Assoc. de Judô Mata Sugizaki
2º Bruna Lasmar Torquato Puglisi
Assoc. Bras A Hebraica de SP
3º Tharrere Aparecida Reis Silva
Judô Makoto
3º Richele Juliana F. Jordao
Assoc. de Judô Aleixo-M.F.
Medio 1º Anne Caroline Barbosa
Assoc.Kiai Kam
2º Brenda Aguiar dos Santos
Tênis Clube S Jose Campos
3º Leticia Cherri Spilari
Assoc. de Judô Aleixo-M.F.
3º Beatriz Santos de Oliveira
Assoc. de Judô Rogério Sampaio
Meio Pesado 1º Rubiana Lopes Cury
Esporte Clube Pinheiros
2º Julia Dezem Von Ah
Companhia Athletica Campinas
3º Leticia Ribeiro De Jesus
Sejel-Cotia
3º Juliana Moises Rodrigues
Itapira Atlético Clube
Pesado 1º Sibilla M.Jacinto Faccholli
Secr.Mun.Esp.Lazer de Sertaozinho
2º Patricia Aparecida Dias
Fundesport - Araraquara
3º Maria Eduarda Pezolito
Assoc.ociacao Lincoln de Judô
3º Gabriela Mattioli de Siqueira
Seduc - Praia Grande
Senior Super Ligeiro 1º Joyce Caroline Segalla
A.A.D. Mesc São Bernardo
2º Ana Paula dos S.A. Nobre
Assoc. Esportiva Piracicaba
3º Nathali Barbosa Camargo
Assoc. de Judô Aleixo-M.F.
3º Natalia Melo Maciel
Palmeiras/Mogi
Ligeiro 1º Catiere Toledo Moya
Esporte Clube Pinheiros
2º Lorrayna Ferreira Da Costa
Assoc..Desp.Alfredo Contatto
3º Isamara Pereira Da Silva
Assoc. Guairense de Judô
3º Carolina Pereira Martins
Assoc. de Judô Rogério Sampaio
Meio Leve 1º Rosanne Aparecida Gomes Aguiar
Rio Preto Automóvel Clube
2º Carolina Luperi
Guaru Educação Social E Desporto
3º Viviane São Severino Saggioni
Judô Kimura
3º Manoela Gonzalez Takuma
Assoc. Esportiva Guarujá
Leve
3º Cacia Raquel Caserta Coutinho
Suzano Judô Clube
Masculino Sub 1º1º Super Ligeiro 1º Robert Hittler Gonzalez Santos
Assoc. Moacyr de Judô
2º Fabricio Henrique Monteiro
Palmeiras/Mogi
3º João Victor N.Borges Santos 3º Lucas do Lago Ramos
Clube Atlético Tremembé Clube Atlético Tremembé
Ligeiro 1º Luis H. Kumakura Coelho
Floresta Atlético Clube
2º Kauan Bandeira Tome
Clube Rec.de Suzano Judô Teraz
3º Pedro Henrique Pauliqui 3º Vinicius Pesseti Rosa
Assoc. Colossus de Judô São João Tênis Clube
Meio Leve 1º Rony Henrique Fernandes
Adpm-Reg.S.J.C.
2º Matheus Benedito de Oliveira
Itapira Atlético Clube
3º Hudy Messias de Brito Reis 3º Gustavo Brayn Sabara de Souza
Clube Atlético Tremembé Palmeiras/Mogi
Leve 1º Iago Mateus Mendes Domingos
Academia de Judô Pissarra
2º Thiago Alves de Melo
Assoc. Cult Esp de Tucuruvi
3º Marcelo Arantes Prates da Silva 3º Lucas Nascimento Reis
Liga de Judô do Litoral São João Tênis Clube
Meio Medio 1º Marcos Soares dos Santos
Sesi SP
2º Guilherme Cardoso Nobilo
Assoc. de Judô Vila Sonia
3º Thiago Santos Landim 3º Natã Jose de Oliveira
Adpm-Reg. S.J.C. Assoc. Judô Trajano C. A. Marciais
Medio 1º Gabriel Martins Oliveira
Seduc - Praia Grande
2º Otavio Augusto das N.Zaguini
Assoc. de Judô Fernandopolis
3º Isaque Carlos da Silva
Judô Clube Mogi das Cruzes
3º Orlando Bissoli Neto
Palmeiras/Mogi
Meio Pesado 1º Pedro Henrique N.da Silva
Academia de Judô Taboão Sbc Lt
2º Victor Hugo Abrao Boiago
Assoc. de Judô Fernandópolis
3º Diego de Oliveira Francisco
Assoc. Marcos Mercadante de Judô
3º João Victor Marques Rodrigues
Assoc. Judô Nery
Pesado 1º Lucca Milanello B.Quaglia Silv
Judô Clube Mogi das Cruzes
2º Thiago Yukio Murayama Yasue
Palmeiras/Mogi
3º Arthur Pereira Pegorelli
Assoc. de Judô Vila Sonia
Super Pesado 1º Derik George Jacinto Faccholli
Ipanema Clube
2º Gabriel Dezani Arevalo
Vila Souza Atletico Clube
3º Vinicius Carlos B. Pereira
Fúlvio Myata Fitiness & Sports
3º Jhonatan Alcantara Beraldi
Assoc.Desp.Alfredo Contatto
Extra Pesado 1º Caio Matheus Franco Marques
Academia de Judô Taboão Sbc Lt
2º Henrique Costa Merschbacher
Clube Atlético Tremembé
3º Ricardo Yukio Kubo Menezes
Palmeiras/Mogi
3º Jair Valentini Kawahira Rocha
Liga de Judô do Litoral
Sub 1º3º Super Ligeiro
1º Guilherme de Oliveira Ribeiro
Palmeiras/Mogi
2º Diogo Pedrosa da Rocha
Fulvio Myata Fitiness & Sports
3º Kaue Serafim da S Guilherme
Assoc. Cult Nipo Bras Vila Carrão
3º Felipe Dias Geronimo
Assoc. de Judô de Divinolanda
Ligeiro 1º João Pedro Pinto Ferreira
Clube Atlético Tremembé
2º Tauhan Henrique Neves Santos
Rio Preto Automóvel Clube
3º Ramon Siqueira Martino
Assoc. de Judô Hombu Budokan
3º Julio Cesar Vignoli Silva
Assoc. de Judô Budokan Peruíbe
Meio Leve 1º Willian de Sousa E Lima
Palmeiras/Mogi
2º Chrystian Capelas Jesus
Unimes-Univ.Metrop.Santos
3º Gabriel Ap. Dias dos Santos
Assoc. Pessoa de Judô
3º Guilherme Fernandes da Silva
Assoc. Hirakawa de Judô
Leve 1º Renan Tsutsumi
Assoc. Pessoa de Judô
2º Felipe Fernandes Teles
Clube Rec.de Suzano Judô Teraz
3º Matheus Orpinelli Mercadante
Assoc. Marcos Mercadante de Judô
3º Matheus Francelino Barbosa
Assoc. Marcos Mercadante de Judô
Meio Medio 1º Thiago Gomes Vital
Palmeiras/Mogi
2º Jonathan Phellipe C Conceição
Palmeiras/Mogi
3º Michael Vinicius O. Marcelino
Tênis Clube S Jose Campos
3º Matheus V.dos Santos Neres
Assoc. de Judô de Bastos
Medio 1º Jeferson Luiz dos Santos Jr.
Adpm-Reg.S.J.C.
2º Raphael Nunes Carvalho
Palmeiras/Mogi
3º Matheus Daniel da Silva Leite
Tenis Clube S Jose Campos
3º Matheus Delboni de Castro
Assoc. de Judô de Bastos
Meio Pesado 1º Emerson Pereira da Silva
Assoc. de Judô de Bastos
2º Gilberto Bernardo de Souza
Assoc. de Judô Vila Sonia
3º Gabriel Palone da Silva
Academia de Judô Pissarra
3º Heitor Cesar dos Santos
Assoc. Aliança de Judô E Artes
Pesado 1º Igor da Silva Morishigue
Assoc. de Judô de Bastos
2º Yuri Silva Santos
Academia de Judô Pissarra
3º Renan Madalossi Dias
Assoc. Guairense de Judô
2º Michel B. Santos
Adpm-Reg.S. J. C.
3º Leonardo Lara Lopes
Clube Concórdia / Omega Academia
3º Cesar Augusto Lopes
Sesi SP
Sub 1º5
3º Mateus Augusto de Oliveira
Seduc - Praia Grande
Super Ligeiro
Leve
1º Igor Mendes dos Santos
Adpm-Reg.S.J.C.
1º Lincoln Keiiti K. Neves
Fulvio Myata Fitiness & Sports
2º Mike Silva Pinheiro
São João Tênis Clube
2º Lucas Gongora Ribeiro
Palmeiras/Mogi
3º Jonathan Renan Lemos Martins
Rio Preto Automóvel Clube
3º Luiz A. Beretta Filho
Assoc.. Marcos Mercadante de Judô
3º Leonardo de Oliveira Santos
Seduc - Praia Grande
3º Daniel Saldanha de Oliveira
Seduc - Praia Grande
Meio Medio
Ligeiro Assoc. Guairense de Judô
1º Diego Moreira S. Guevara
Assoc. Marcos Mercadante de Judô
2º Bruno Cesar Watanabe
São João Tênis Clube
2º Leonardo Vieira dos Santos
A. Desp. Centro Olímpico
3º Diego Henrique Ribeiro
Adpm-Reg.S.J.C.
3º Rafael Victor Faria de Jesus
Assoc. de Judô Budokan Peruíbe
3º Vitor Silva Souza
São João Tênis Clube
3º Leonardo Amaral Maiek
Unimes-Univ.Metrop.Santos
1º Douglas Ap. Silva de Sena Jr
Medio
Meio Leve 1º Kainan Santos Pires
Assoc. Esportiva Guarujá
1º Gabriel Rusca de Oliveira
A D Santo Andre
2º Marcos Vinicius D.Campos
Clube Atlet Taboão da Serra
2º Gustavo dos Santos Silva
Seduc - Praia Grande
3º Erick Shinji Yamada
Shintai Serv. Ativ. Fisicas
3º Gabriel Novaes da Silva
Palmeiras/Mogi
3º Bruno Cardoso de Alvarenga
Assoc. Guairense de Judô
3º Victor Luiz da Silva Correia
Sesi -SP
Meio Pesado
Leve São João Tênis Clube
1º Mateus Calcini Liberato
Sec.Mun.Esp. Ribeirão Preto
Palmeiras/Mogi
2º Kaio Gomes Nogueira
A D Ateneu Mansor
3º Ronin Lins Rocha
Sport Club Corinthians Paulista
3º Pedro Henrique Nomura Silva
Assoc. Guairense de Judô
3º Lucas do Carmo
Ipanema Clube
3º Paulo Roberto de Araujo Jr.
Fundesport - Araraquara
1º Pedro Paulo Arruda Silva 2º Rafael Bondezan de Freitas
Pesado
Meio Medio 1º Tacio Henrique Braulio Santos
Palmeiras/Mogi
1º Marco Antonio da Silva Jr.
Assoc. Guairense de Judô
2º Bruno Matheus S. Viana
Assoc. Registrense De Judô
2º Flavio Roberto de Oliveira Jr
Unimes-Univ.Metrop.Santos
3º Sandro de Moaes Duarte Filho
Assoc. Esportiva Guarujá
3º Hugo Moura Praxedes
Sesi SP
3º João Paulo Pereira E Silva
São João Tênis Clube
3º Matheus de Moraes
A D Santo Andre
Sub 2º0
Medio 1º Leonardo Fabricio G. Rodrigues
Fúlvio Myata Fitiness & Sports
Super Ligeiro
2º Alecsander M. da S. Nicolai
Palmeiras/Mogi
1º Vitor Hugo Delgado Carvalho
Palmeiras/Mogi
A. Desp. Centro Olímpico
2º Adriano Rodrigues da Cruz
Ateneu Barão de Mauá
Assoc. Judô Nery
3º Leonardo Henrique B. Lopes
Assoc. Bushido Pais E Amigos
3º Rafael Batista da Silva
Ateneu Barão de Mauá
3º Renato Machado Alves E Silva 3º Leonardo Pavani Meio Pesado 1º Luan Matheus Fernandes
Assoc. Cult Nipo Bras Vila Carrão
Ligeiro
2º Henrique Abreu Francini
Assoc. Judô Trajano C. A. Marciais
1º Paulo Vinicius Vieira Amarante
Ateneu Barão de Mauá
3º Bruno Cafarella Rocha
Academia de Judô Pissarra
2º Guilherme Koji Minakawa
Assoc. Bras. A Hebraica de SP
3º Eduardo H da Costa G Cosme
Assoc. Amaro de Judô
3º Nicolas Felipe Almeida Santos
Adpm-Reg.S.J.C.
3º Vagner Felix Soares
Sesi -SP
Pesado 1º Matheus Storti Monteiro Rocha
Rio Preto Automóvel Clube
Meio Leve
2º Nathan William D.Martinez
Sport Club Corinthians Paulista
1º Ricardo Luiz Silva Santo Jr.
Unimes-Univ.Metrop.Santos
3º Luiz Henrique dos Santos
A. Desp. Centro Olimpico
2º Gilberto Dauricio Silva Leite
Esporte Clube Pinheiros
Assoc.Desp.Carlos Fossati
3º Lucas Nascimento Bernardo
Esporte Clube Pinheiros
3º Renan da Silva Pereira
Rio Preto Automóvel Clube
3º Raul de Almeida Batista Soares Sub 1º7
Leve
Super Ligeiro 1º Diego Alexandre Batista Rocha
Sesi -SP
1º Yuri Gomes Takabatake
Esporte Clube Pinheiros
2º Gabriel Moreira Alves
Palmeiras/Mogi
2º Igor Galvão Gomes Antunes
Assoc.Kiai Kam
3º Douglas Moreira Ribeiro Junior
Palmeiras/Mogi
3º Andre Rocha Fernandes
Assoc. Cult Nipo Bras Vila Carrão
3º Italo Marchelli de Assis
São João Tênis Clube
3º Andrey Del Rosso Pirolo
Sesi -SP
Meio Medio
Ligeiro 1º Vitor Oliveira Torrente
Palmeiras/Mogi
1º Andre Papaleo Picazo
Assoc. Bras. A Hebraica de SP
2º Juliano Costa Carvalho
Fúlvio Myata Fitiness & Sports
2º Ricardo Vinicius R.Maldonado
Grêmio Recreativo Barueri
3º Paulo Tadao Ijichi Tanaka
Assoc. de Judô Vila Sonia
3º Leandro dos Santos Ferrante
Assoc. Desportiva São Caetano
Assoc. de Judô Budokan Peruíbe
3º Vinicius Hioyti Oliveira
3º Alan Rafael Azanha da Silva
Medio
Meio Leve 1º Hiago Del Rosso Pirolo
Sesi -SP
1º Gabriel Gouveia De Souza
Esporte Clube Pinheiros
2º Eduardo Lopes Gonçalves
Assoc.oc. Desportiva São Caetano
3º Caio Perondi de Melo
Assoc. de Judô Rogério Sampaio
3º Eduardo Pedro Reinig Neto
Assoc.Kiai Kam
Meio Pesado 1º Pedro Henrique Soares M. Froner
Fundesport - Araraquara
2º Rodrigo de Castro Rossi
A D Santo Andre
3º Stefano Elipechuk
Assoc. Aurélio Miguel De Esportes
3º Lucas Rossi Santana
A.A.D. Mesc São Bernardo
Pesado 1º Matheus Rodrigues de Lima 2º Wanderson Luiz Ferreira
Fundesport - Araraquara Sesi SP
3º Marco Antonio da Silva Jr.
Assoc. Guairense de Judô
3º Caique de Almeida
Assoc. Judô Trajano C. A.Marciais
Senior Super Ligeiro 1º Rodrigo Gonçalves da Silva
Assoc. Judô Nery
2º Danilo Henriques Ferreira
Ribeirão Pires Futebol Clube
3º Luis Gustavo Barbosa
Assoc.Desp. Alfredo Contatto
3º Vinicius Azevedo Marcondes
Assoc.Desportiva Indaiatubana
Ligeiro 1º Eric Gomes Takabatake
A. A. D. Mesc São Bernardo
2º Phelipe André Pelin
Palmeiras/Mogi
3º Murilo Donizetti da Silva
Assoc. Esportiva Piracicaba
3º Alan de Oliveira Silva
Assoc.Desp. Alfredo Contatto
Meio Leve 1º Daniel Silva dos Santos
Esporte Clube Pinheiros
2º Fabio Dechichi Gonçalves
Assoc.Desportiva Indaiatubana
3º Mauro Andre Lacerda Neves
Rio Preto Automóvel Clube
3º Leonel Shizuo Kumagae
Assoc. de Judô Gulo
Leve 1º Adriano Ricardo Dos Santos
Esporte Clube Pinheiros
2º Vinicius Taranto Panini
Esporte Clube Pinheiros
3º Raphael Luiz Moura Stos. Silva
Esporte Clube Pinheiros
3º Tiago Gonçalves Cuissi
Assoc. Esportiva Piracicaba
Meio Medio 1º Bruno Cesar Mariano
Semclatur de Lins
2º Danilo de Almeida Gonçalves
Assoc. de Judô Rogério Sampaio
3º Alessandro Aguiar Colli
Rio Preto Automóvel Clube
3º Lincoln Duarte Araujo Alfenas
Palmeiras/Mogi
Medio 1º Eduardo Betoni da Silva
Esporte Clube Pinheiros
2º Rubens Inocente Filho
Rio Preto Automóvel Clube
3º Elias Maklouf Samed
A. Desp. Centro Olímpico
3º Ricardo Bruno de Jesus
Palmeiras/Mogi
Meio Pesado 1º Juan Felippe I. Bittencourt
Assoc. Desportiva São Caetano
2º Rogério Valeriano dos Santos
Assoc. Desportiva São Caetano
3º Antonio Tenório da Silva
A D Ateneu Mansor
3º Willian Hoffmann
Assoc.Desp.Alfredo Contatto
Sênior Pesado 1º Elton Quadros Fiebig
Rio Preto Automóvel Clube
2º Ewerton Ribeiro Pereira
Grêmio Recreativo Barueri
3º Kleber Tercero Soares
Grêmio Recreativo Barueri
3º Daniel Placido de Souza
Assoc. de Judô Rogério Sampaio
DIRIGENTE EM FOCO
Por Paulo Pinto Fotos Revista Budô
Implantando o judô no
Tocantins Fomos a Palmas/TO acompanhar a realização da Copa Aurélio Miguel de Judô, onde conhecemos Georgton Thomé Bujar Moura Pachêco, professor de judô e fisioterapeuta, que iniciou no judô em 1982 e foi aluno dos professores Lhofei Shiozawa, Cid Yoshida e Paulo Duarte. Nascido em 31 de outubro de 1986 em Goiânia, detentor de vários títulos nacionais e internacionais, por força do destino acabou assumindo a presidência da Federação de Judô do Tocantins, e após um ano e meio à frente da entidade já é apontado como um dos mais importantes dirigentes da nova geração de administradores estaduais. Posicionado e extremamente corajoso, nesta entrevista o faixa preta 5º dan diz como vê o judô atual e o que pretende realizar nesta nova fase de sua vida nos tatamis, confira!
Qual é a importância da Copa Aurélio Miguel para o judô tocantinense? Pensando nas olimpíadas de 2016, esse é o mento de motivar nossos jovens atletas a treinar muito mais. Até 2016 temos cinco anos pela frente, e temos que estimular nossos atletas a se prepararem para este que é o maior evento esportivo do mundo e acontecerá no Brasil. Temos também que mobilizar os políticos no sentido de criarem políticas de incentivo ao desenvolvimento do esporte.
Qual é a importância da volta do campeão olímpico? Uma celebridade olímpica sempre gera mídia espontânea, e como tenho grande amizade com o Aurélio Miguel, ele sempre nos ajuda no sentido de massificarmos o judô no Tocantins. Sempre que pode nos prestigia com a sua presença importantíssima.
Paulo, quando defendia São Caetano e ele Guarulhos. Acabamos criando um laço de amizade que a cada dia é mais forte. Há 14 anos ele veio inaugurar nosso espaço de judô para podermos explorar esta mídia espontânea. Lembro perfeitamente do impacto que sua visita causou no cenário esportivo tocantinense.
Como surgiu esta amizade? Treinei muitos anos com o Aurélio em São
Mas este espaço na mídia não tem a ver com o pouco tempo de fundação do estado? De forma alguma. Geralmente as personalidades do esporte não saem do eixo Rio/São Paulo. No judô especificamente no Rio Grande do Sul temos um bicampeão mundial, tem a Mayra e um clube muito forte, que é o Sogipa. Em Minas Gerais tem o Minas Tênis Clube que é outra potência esportiva em várias modalidades. Lá eles têm o Luciano Correia que é campeão mundial, e uma série de judocas do alto nível. Fora esses três estados o resto do Brasil é resto. Somos 27 estados, onde 24 deles são tratados como resto pela Confederação Brasileira de Judô. Não temos nenhum tipo de apoio ou incentivo. Midiaticamente falando, nem existimos. Somos lembrados apenas a cada quatro anos. Falando em olimpismo como vê o atual time brasileiro? Estamos realizando uma série de ações
120
Georgton Pachêco
em Palmas, fundamentados numa medalha de ouro olímpica conquistada há 23 anos pelo Aurélio Miguel, sem Seul. Não fazemos uma final olímpica há 12 anos, e sabemos que não é nada fácil estar entre os medalhistas de ouro de uma olimpíada. Nosso masculino está forte, porém o dia da disputa olímpica é muito especial na vida de um atleta. É muito arriscado fazer um prognostico de medalhas. Pessoalmente sempre digo que só tem chance quem está lá, e hoje com esse negocio de ranking olímpico, as dificuldades para se chegar lá aumentaram exponencialmente. Vocês têm outro evento programado para o segundo semestre? Estamos muito felizes por trazer mais uma vez o Aurélio Miguel para Tocantins. Ele é uma legenda do esporte brasileiro. Com ele veio outro ícone dos tatamis, Carlos Cunha, campeão Pan-americano. Quem sabe num futuro próximo possamos homenagear outro grande atleta do nosso país que é o Rogério Sampaio. Já trouxemos duas vezes o Paulo Duarte – seu professor, para realizar um shothogueiko. Isso foi em 2004 e 2010. A vinda deste outro campeão olímpico seria um marco importante para nós. Qual é a sua avaliação do momento que o judô nacional vive? Na pratica estou nisso de política há dois anos e nesse período aprendi que tudo que aprendemos e vivemos no judô com relação à educação, respeito, cultura e civismo, não existe quando o judô é visto sob um ponto de vista político. No esporte como um todo e não só no judô, nesse setor impera um clima mais agressivo que na política partidária. Isso de não ter me metido antes na política foi uma grande ilusão que tive durante muitos anos. Com isso prejudiquei a mim e ao meu estado. Mas fiz isso porque Lhofei Shiozawa, meu professor, sempre foi uma pessoa justa e boa. Ele era muito bom tecnicamente, era um dos maiores judocas do Brasil. E de certa forma trazia dentro de si o verdadeiro espírito do judô, e eu achava que só aquilo bastava. Na prática você teve uma formação paulistana? Pois é. Tive a felicidade de aprender judô com um verdadeiro mestre que migrou para Goiânia, onde nasci e me formei para a vida. Depois migrei para São Paulo, a Meca do judô em nosso continente, e lá acabei absorvendo todo aquele clima de judô que só São Paulo proporciona.
“Somos 27 estados e 24 deles são tratados como resto pela Confederação Brasileira de Judô. Não temos nenhum tipo de apoio ou incentivo. Midiaticamente falando, nem existimos. Somos lembrados apenas de quatro em quatro anos”
Lhofei Shiozawa foi um dos judocas mais técnicos do Brasil? Tecnicamente vejo os senseis Ishii, Shiozawa e Medi como os judocas mais técnicos do Brasil. Foram os maiores esportistas que tive o privilegio de conhecer. Nas últimas décadas surgiu uma nova geração muito boa onde temos os maiores destaques que são Aurélio Miguel e Rogério Sampaio. Os campeões olímpicos que deram outra roupagem e outro status, para a modalidade. Tecnicamente os dois são muito bons. O Rogério ganhou quase todas as lutas de ippon naquela olimpíada. Aliás, ele e o Yoshida foram considerados os melhores atletas das olimpíadas de Barcelona. Ele sofreu o pão que o diabo amassou para perder peso e competir. Não tava nem ai. Foi lá e jogou todos de ippon. Nesse sentido o Rogério é um fenômeno metabólico, só ele para agüentar o que agüentou. Só quem perde peso com hora marcada sabe o que é isso. Já o Aurélio sempre foi um gigante nos tatamis e fora deles. Tinha um preparo físico invejável e se sobrepunha aos adversários com muita técnica e força. Ela era um touro, possui a melhor pegada que experimentei e é o maior estrategista que conheci até hoje. A vinda do campeão olímpico pode gerar um impacto nesta geração de judocas? Acho que a maior lição que aprenderam foi a desmistificação do mito para a realidade. Cem por cento destas crianças nunca haviam visto o Aurélio Miguel antes. E quando você trás um ídolo e um mito, numa população simples e carente que fica a quase 2.000 km de São Paulo, é como se trouxéssemos os Rolling Stones, para Palmas. Você alvoroça todo mundo, a imprensa queria cobrir e entrevistar esta legenda do judô. Levamos o Aurélio Miguel de helicóptero do aeroporto
até o palácio do governo, onde fomos recebidos pelo vice-governador e por várias autoridades políticas e civis. Isso reflete positivamente para o nosso esporte. Mas voltando aos nossos judocas, nosso maior propósito foi mostrar a eles que é possível ser o número um. Nosso campeão olímpico mostrou a eles que é possível realizar tudo que sonhamos. Queremos motivá-los para estarem prontos para participar do processo que classificará a equipe olímpica de 2016. O Aurélio pôs judogi, ensinou muita coisa e falou sobre sua trajetória nos tatamis. Foi espetacular e ele provou que podemos realizar tudo que desejamos. E qual é a principal meta hoje? Estamos trabalhando na viabilização de uma emenda orçamentária do deputado Raimundo Moreira, presidente do PSDB na Assembléia, que nos doou R$ 60.000,00. Com isso vamos investir na aquisição de aproximadamente 308 tatamis; compraremos duas balanças digitais e premiação para os eventos. Mesmo sendo a caçulinha do judô brasileiro, a CBJ não disponibiliza nada a vocês? Através da lei de incentivo ao esporte - LIE, este ano a CBJ está repassando benefícios do Ministério dos Esportes. Mas são coisas insignificantes e pontuais. Nada que alivie o quadro terrível que a maioria dos estados vive. Estão dando cinco passagens para os atleta e uma para um técnico acompanhá-los nas fases finais do brasileiro, e isso já nos ajuda muito. Não temos condição de mandar um atleta se quer. Os atletas que vão competir vão na base do “paitrocínio” ou “mãetrocínio”. Quando participamos de algum evento os atletas viajam com minhas milhagens ou nas do pai ou do diretor da escola. Fazemos rifas ou jantares de yakisoba mandar alguns atletas para competir. Quando foi fundada a Federação e quem o antecedeu? O primeiro presidente foi Irisomar Fernandes a quem ajudei fundar a Federação de Judo do Tocantins. Depois de termos iniciado o processo e ter feito com que as coisas caminhassem, o professor Paulo Wanderlei veio aqui e seduziu nosso presidente. Desde o início tínhamos o compromisso de apoiar a candidatura do professor Chico. Esse era o pedido do Sensei Shiozawa, e sempre estive focado nisso. Mas o poder sobe a cabeça das pessoas e você só conhece uma pessoa
121
realmente quando é dado a ela o poder. Coloquei dinheiro para fundar a entidade, legalizei documentos das associações, regularizei as coisas, paguei taxas, e fiz tudo que foi preciso para fundarmos a FEJET em 2003. Ai o Paulo Wanderley veio oficializar a entidade, e quando a coisa começou a andar o presidente nos traiu e resolveu que seria ele que decidiria tudo. Tivemos quatro anos de muita dor de cabeça e decepção, mas posteriormente ele foi transferido para o Espírito Santo. Ele simulou uma eleição que elegeu o professor Giacomini, e como na época tínhamos apenas três associações os dois eram maioria. Naquele momento eu não podia assumir e resolvi não mexer com isso. Mas foi uma ingenuidade enorme de minha parte. Hoje as coisas são diferentes e resolvi que vou lutar como se estivesse usando meu kimono e minha faixa preta, por nosso ideal. Tem muita coisa errada e decidi que vou dar a cara pra bater. Sei que hoje devo ter outra postura, e só tiro meu judogi para por um terno nas solenidades que demandem. Vou administrar a FEJET visando nossos objetivos. e em primeiro lugar está o desenvolvimento do judô no Tocantins. Sonho com um judô popular, que esteja ao alcance de todos. Temos que disponibilizar o judô para todas as camadas da sociedade. Elitizaram nossa modalidade, mas o movimento ao qual pertenço entende que isso está errado. Temos que dar kimonos para quem não pode comprar e temos que isentar aqueles que não podem pagar. Foi por isso que assumi a presidência da entidade. Como o Irisomar conseguiu sair e deixar alguém em seu lugar? Ele fez uma eleição de madrugada, e no dia seguinte só me comunicou que estava indo embora e o Giacomini seria o sucederia. Daí o recém-empossado se aproximou e me propôs um trabalho em conjunto pelo bem comum do judô. Trabalhamos em prol da eleição do prof. Chico, mas faltando nove Aurélio Miguel, Ton e Daniel Iglesias
“Faltando nove dias para a última eleição da CBJ “os três mosqueteiros” Romariz, Josmar e Giacomini, fizeram um acordo financeiro com o Paulo Wanderley e traíram todos os presidentes que lutaram incansavelmente pelas mudanças que o judô brasileiro almejava. Debandaram para o lado da situação e com isso o Giacomini me desmoralizou na cidade, no estado e perante meu Sensei” dias para a última eleição da CBJ “os três mosqueteiros” Romariz, Josmar e Giacomini, fizeram um acordo financeiro com o Paulo Wanderley e traíram os presidentes que lutaram incansavelmente pelas mudanças que o judô brasileiro tanto almeja. Debandaram para o lado da situação e com isso o Giacomini me desmoralizou na cidade, no estado e perante meu Sensei. Para mim aquilo foi o ponto final. Fizemos uma intervenção na FEJET onde há três anos não era feita a prestação de contas, e um juiz determinou seu afastamento provisório. Ele não conseguiu prestar contas no tempo determinado, e com isso o juiz o afastou definitivamente e chamou a eleição. Assumimos e aqui estou há um ano e meio. Você acha que podemos massificar o judô no Brasil? É claro que sim. Mas você só consegue massificar um determinado esporte com atitude e vontade política.
Por que fala em apoiar o prof. Chico com tanta veemência? Meu professor foi traído varias vezes e nunca foi tratado com o devido respeito, e isso se tornou uma coisa pessoal para mim. Já o Chico sempre o reverenciou e o tratou da melhor forma possível. Sempre valorizou sua trajetória e sua obra no judô. O Chico usou o prof. Shiozawa para disseminar a técnica do judô em nosso país, já o Paulo Wanderley o usou como vice em sua chapa para autopromoção. Usou a credibilidade que ele possuía para se eleger. Depois de eleito não deu nem uma banana para o prof. Shiozawa. Uma simples passagem de Goiânia para o Rio de Janeiro era uma dificuldade. Raramente era convidado para os eventos da CBJ e foi relegado a um segundo plano. Sua simpatia pelo Chico se deve ao fato de ter destacado a trajetória de seu professor? Não é só por isso. Em 1992 fui para São Paulo campeão brasileiro sênior. Não fui pra lá para ganhar a vida, fui contratado por uma das equipes mais fortes de São Paulo depois de ter sido campeão brasileiro em Cuiabá, vencendo todas as lutas por ippon. Fui para São Caetano do Sul e fui muito bem recebido pelos professores Mario Tstsui, Bacelar e Também o Professor NOVI. Fiz parte de um dos maiores times de judô do Brasil, e sou agradecido por ter vivenciado o judô em um lugar onde o sistema funciona. Naquela época em São Paulo os atletas de nível já tinham bolsa de estudos, passagens aéreas e quando chegávamos a um campeonato tudo está organizado. Tem infra-estrutura, tatami, arbitragem excelente. Aqui para juntarmos doze árbitros tenho que mandar rosas para os caras virem arbitrar. São Paulo está há anos luz a frente do judô brasileiro. O Brasil geralmente é representado com seleções compostas por 85 % de atletas paulistas. Apoio o Chico porque admiro o trabalho que faz, mesmo sem recursos públicos ou da iniciativa privada. Respeito e gosto do Chico como homem e como gestor esportivo, e afirmo que sou cabo eleitoral dele. Senti a traição dos “três mosqueteiros” Romariz, Josmar e Jacomine, como uma facada em meu peito. Foi uma coisa que fez mudar o rumo do rio que é a minha vida e decidi eu não vou mais mexer só com o judô, por mim e sim por todas as pessoas que poderão um dia se beneficiar de tudo que vivi nos tatamis.
O professor Ton morreu? Não. Mas antes eu só dava aula de judô, carregava tatamis, montava áreas e fazia tudo que era preciso feliz da vida, até o dia em que enterrei o sensei Shiozawa. Esse foi o dia mais triste de minha vida. Foi muito difícil enterrar o pai, o ídolo e o grande amigo que foi pra mim. É aquele velho ditado: você só da valor depois que perde. Acho que não valorizei suficientemente meu professor. Sempre falava que o amava e que era feliz por tê-lo junto a mim, mas acho que poderia ter feito um pouco mais. Enquanto era vivo fiz o que pude por ele, e pretendo fazer muito mais agora. Tem uma frase do Aurélio Miguel, na área do site Judô Brasil que presta homenagem ao Sensei Shiozawa, onde O Campeão Olímpico fala que o Sensei foi extremamente precioso para o Brasil, e que ele acredita que seus seguidores não deixarão a chama olímpica que Lhofei Shiozawa carregou se apagar. Aquilo me fez sentir uma responsabilidade enorme. Vou tocar minha vida focado nesse objetivo e trabalhando pelo crescimento do judô em meu estado. Você está sugerindo que o presidente da CBJ faz uma gestão ruim? De forma alguma. Acho apenas que o ciclo dele à frente da CBJ acabou. A presidência do Brasil é de no máximo dois mandatos, porque os estatutos da CBJ não seguem isso? Tenho certeza que podemos fazer muito mais do que ele, porque somos comprometidos com o desenvolvimento de nossa modalidade, enquanto ele tem objetivos muito maiores. Existe uma nova geração de dirigentes querendo trabalhar e ele não permite mudanças. Tudo converge nele e nas pessoas mais próximas a ele, que, aliás, são pouquíssimas. Tem mais, não sei por quais razões ou interesses isso acontece, mas hoje na CBJ tudo é mega, tudo é enorme e fora de nosso controle. Como exemplo eu cito uma afirmação do Marcelo França, “vamos construir um centro de treinamento em Salvador com custo inicial estimado em vinte milhões”. Puxa com esse dinheiro você faz vinte pequenos centros de treinamento. O Brasil precisa democratizar e popularizar o judô, não elitizá-lo. Precisamos de infra-estrutura em todos os estados não apenas na Bahia. Acho que é uma desproporção muito grande. Vejo nisso vícios e um desvio de interesses absurdo. O custo do centro de treinamento do Sensei Umakakeba em Bastos, que é um dos melhores do Brasil, foi de
“Quem envia professores e oportuniza desenvolvimento técnico para os stados, a CBJ ou São Paulo? O Chico ajuda todos indiscriminadamente, enquanto o Paulo só ajuda quem o apoia”
U$ 600.000,00. Lá eles têm quatro áreas oficiais permanentes com arquibancada, e embaixo delas têm alojamento com refeitório com uma comida maravilhosa. Tudo feito com amor e dedicação. De lá saíram monstros dos tatamis como Tiago Camilo, Mário Tstsui e Clóvis Matsuda. Quase todo mundo vai treinar em Bastos pela seriedade, a disciplina e o rigor. Se você quer ser bom tem que estar no meio dos bons, e é por isso que eu ando com o Chico, Aurélio e o Rogério. Com eles e outros dirigentes poderei fazer o judô em meu estado e do Brasil, muito mais fortes. Eu já andava com o Sensei Shiozawa, e agora pego carona nas asas desses grandes amigos. Como avalia o trabalho dos professores Paulo Duarte e Umakakeba? O professor Paulo Duarte foi um divisor de águas em minha vida. Em 1986 fui treinar com ele de janeiro a fevereiro, e já em abril fui campeão brasileiro Junior. O treino do Paulo Duarte é muito bom. Ele é outro gigante que nunca foi aproveitado pela CBJ. Formou judocas como Ricardo Sampaio, Rogério Sampaio, Leandro Guilheiro, Daniele Zangrando e Carlos Cunha, mas nunca foi oportunizado com nada. É uma lenda viva que não é valorizada. O Sensei Umakakeba é um judoca diferenciado e um professor fora de série que já formou uma quantidade imensa de judocas com excelente nível técnico, e também nunca foi prestigiado. Na hora de mandar delegações para fora levam um bando de políticos despreparados que nem inglês sabem. Vão a turismo causando um prejuízo imensurável para o futuro de nosso judô. São os professores com visão e capacidade formacional que deveriam estar vendo o que está sendo feito de novo lá fora, e não estes oportunistas de plantão. É vergonhoso. É a política do clientelismo sufocando nosso desenvolvimento técnico. E o pior é que ninguém fala nada. Quando o Mamede fazia as mesmas coisas, todos o criticavam. Hoje são criadas situações infinitamente piores, e só escutamos aplausos.
É o presente repetindo o passado? Não. Hoje é pior e foi exatamente por isso que há dois anos passei a vestir terno e grava. Estou fazendo a minha parte para tentar mudar esse quadro funesto. Nos anos setenta o professor Mamede já dizia que não podíamos eleger um presidente paulista porque eles só pensam neles, e hoje sabemos que o Paulo Wanderley usa do mesmo expediente para se perpetuar no poder. Põe medo nos dirigentes estaduais, mas é fácil ver a realidade. Quem envia professores e oportuniza desenvolvimento técnico para os estados. É a CBJ ou é São Paulo? O Chico ajuda a todos indiscriminadamente, já o Paulo só ajuda quem o apóia. Você não teme ver os paulistas no poder? Mas a CBJ já está repleta de paulistas. São Paulo é outro planeta em termos de judô, e com suas 15 delegacias regionais é maior que o resto do país. Isso propicia uma capacidade enorme na gestão, e o judô brasileiro precisa ser visto sob outro prisma. Precisamos de gente que pense um judô único, não um judô sectarista e de meia dúzia. Na CBJ tudo é feito no sentido de fortalecer as políticas da CBJ. Não se faz uma política visando o desenvolvimento de todos. Sou totalmente contrario a esse pensamento contra paulistas, pois tudo que sabemos de judô partiu sempre de São Paulo. Há mais de cinqüenta anos São Paulo manda professores para os demais estados e foi assim que o judô se disseminou pelo Brasil. Fui beneficiado por tudo que tem de bom em são Paulo, e a FPJ mantém as portas de seu Centro de Treinamento abertas a todos os brasileiros indiscriminadamente. O Chico faz isso, mas com o professor Watanabe era a mesma coisa, porque essa é a tradição deles. No judô universitário isso também ocorre? São Paulo é um estado que divide com os outros tudo que tem de bom. Qual atleta que passou pelo judô universitário não foi ajudado por Luis Carlos Novi? Quem não foi oportunizado por essa legenda do desporto universitário? E mesmo sendo de São Paulo, ele nunca protegeu os atletas paulistas. Já a CBJ sempre preteriu os atletas vindos de estados mais pobres, e isso acontece na gestão atual. Estado pequeno e que não faz diferença na soma dos 14, recebe tratamento distinto. Já que isso é uma questão política agora vou trabalhar em termos políticos para ajudar os
123
outros 13 estados que estão sendo prejudicados e principalmente, meu estado. Quero e vou ver o judô tocantinense andar a passos largos, pois o judô aqui é a modalidade que conquista mais resultados. Se for preciso usarei a influência e o prestígio dos meus amigos e lutarei por nossa causa até a vitória. O Chico é um líder que ajuda a todos independente de quem for. Vejo o Chico abraçando as delegações de outros estados independentemente de estarem em nosso grupo ou não. O Chico faz pelo judô e é por isso que estou brigando para que a coisa seja feita cada vez mais pelo judô, e não por interesses pessoais. Alguns presidentes questionam a forma que as contas da CBJ são aprovadas. Como vê isso? As assembléias da CBJ são uma piada. Eles administram tudo a sete chaves e simplesmente nos obrigam a aprovar as contas deles, sem ao menos nos dar oportunidade de saber nada. Mas além das contas existem vícios muitos piores nas assembléias. O que é o pior em sua visão? Aquele momento é único e juntos deveríamos fazer o planejamento para a temporada, com base nos erros e acertos das temporadas anteriores, tendo tudo mapeado organizadamente. Mas infelizmente nossa assembléia é feita para atender aos
Programa Esporte Mais, RedSat Canal 14: Ademar, Renata E Ton
124
“Fico feliz que Salvador tenha um CT de primeiro mundo, mas e os demais 26 estados? E por que na Bahia? O que a Bahia tem feito pelo desenvolvimento técnico do judô nacional, que justifique esse investimento naquele estado? O que existe por trás dessa negociação? Por que existe este protecionismo descarado? Faça uma viajem ao interior paulista e pergunte a qualquer delegado regional se lá existe protecionismo ou tipo de descriminação?” interesses daqueles que estão manipulando a receita, os recursos e fazendo tudo da forma que lhes convém. Convidam-nos apenas para endossar e assumir a responsabilidade de tudo que fizeram. Nenhum de nós sabe o que acontece na CBJ, mas somos obrigados a validar e avalizar as ações deles. Você pode dar um exemplo do que poderia ser discutido nas assembléias? Não se pensa num trabalho objetivo para o judô de base. Ficam nisso de mandar um monte de atletas ainda em formação para competir no exterior e não sei até onde isso atende realmente aos nossos interesses. Precisamos discutir e planejar a base porque a judô de ponta há muito tempo anda sozinho, e conta com apoio de Ministério do Esporte, do COB e com o trabalho do Paulo a CBJ tem inúmeros patrocinadores
de peso. A entidade deveria investir parte aquilo que recebe na base e isso passa pelo crivo e a participação direta das federações estaduais. É por isso que São Paulo nada de braçada. Lá se trabalha muito a base, e isso faz com que a cada ano a modalidade se renove. Precisamos ter na CBJ pessoas que queiram investir tempo, trabalho e dedicação, na base e não apenas no alto rendimento. Você acha que São Paulo soma tecnicamente para o país? Fazem uma demagogia barata e dividem os estados só para tirar vantagem, mas todos sabem que São Paulo ajuda e muito, todo o Brasil. Quando alguém precisa de ajuda técnica, da presença de um medalhista olímpico, ou de qualquer outra ação que esteja ao alcance do Chico, ele oportuniza. Sempre acaba ajudando a promover ou realizar ações que sejam em prol do desenvolvimento do judô. Na CBJ as portas estão abertas apenas para os que estão alinhados politicamente. Meu antecessor fez um acordo financeiro com Paulo Wanderley, onde ele se beneficiou. Não fizeram uma parceria que envolvesse algo técnico, e sim uma ajuda financeira. O caso do CT de Salvador ilustra muito bem isso. Fico feliz que Salvador tenha um CT de primeiro mundo, mas e os demais 26 estados? E mais, por que na Bahia? O que a Bahia tem feito pelo desenvolvimento técnico do judô nacional, que justifique esse investimento naquele estado? O que existe por trás dessa negociação? Quando meu pai comprava um sapato para um filho, tinha que comprar para os outros. Por que no judô existe este protecionismo descarado? Faça uma viajem ao interior paulista e pergunte a qualquer delegado regional se lá existe protecionismo ou qualquer tipo de descriminação? As atribuições de dirigente esportivo estão afetando sua vida pessoal? É inegável que ser dirigente é extremamente desgastante. Essa é uma atividade que se contrapõe a todos os afazeres de nossa vida, ou seja, à família, ao trabalho, ao lazer e aos amigos. Porém o judô me deu tudo que eu sou no sentido mais amplo da vida. Estou no judô e ele está dentro de mim acredito que numa proporção muito maior. De forma que faço o que faço hoje, por acreditar que o sonho não pode acabar e que tudo que aprendi e vivi com meu Sensei foi e sempre será verdadeiro.
Ton se emociona ao ver a alegria dos judocas do projeto Carrossel diante do ídolo e campeão olímpico Aurélio Miguel
ippon
Por Paulo Pinto Foto Paco Lozano
Professores ou Técnicos? Acompanhamos com certa preocupação a questão dos professores de judô, que são cada vez menos em nosso país. Poderíamos afirmar que esta é uma categoria em extinção. Uma das principais preocupações da FIFA enquanto entidade de administração desportiva é fomentar a expansão do número de técnicos de futebol, futsal e beach soccer, no mundo todo. Enquanto a FIJ faz o caminho contrário se preocupando apenas com o controle político, comercial e financeiro, do judô mundial. Não fomentando absolutamente nada neste sentido. Cabe à FIJ e às federações nacionais promoverem o crescimento de um número cada vez maior de professores, pois isso está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento técnico e à expansão territorial do judô. Como modalidade esportiva e de formação, o judô é ministrado em escolas de ensino fundamental, clubes e associações, mas paradoxalmente vemos cada vez menos professores. Parece que todos optaram por ser técnicos ou dirigentes esportivos. Vemos muitos professores que ministram aulas de judô em escolas de ensino fundamental, mas estes não são professores de judô de verdade, pois não ensinam os princípios do judô. Lembro que meu sensei cobrava higiene, postura, atitude e compromisso para com o judô e principalmente para com a vida. Professores do ensino fundamental não podem exigir nada de seus alunos, pois as escolas não permitem este tipo de relação e cobrança. Professor é aquele que inicia, ensina e forma judocas. Técnicos treinam os praticantes que se destacam, visando o alto rendimento. Professor de judô ensina andar, cair e levantar. Ensina os preceitos e princípios criados por Jigoro Kano. Já um técnico treina atletas que escolheram o judô como profissão. Nossa leitura é que as federações deveriam diferenciar de forma bastante clara os faixas pretas que buscam tornar-se professores. Deveriam treiná-los de forma mais abrangente, e exigir maior preparo e comprometimento.
Vemos cada vez mais crianças sendo usadas para a autopromoção de professores que quando competiram não se destacaram. Sedentos por algo que não conquistaram no passado expõem de forma irresponsável crianças e até os próprios filhos em idade bastante precoce, a padrões de treinamento e cobrança compatíveis à categoria sênior. Felizmente não temos registro de acidentes graves, porém o judô não pode ser transmitido a crianças com 6 anos, da mesma forma que é ensinado para adolescentes e adultos. As prioridades de uma criança são outras. A integridade física e psicológica dos pequenos judocas têm que estar acima de qualquer coisa. Principalmente acima da vaidade destes professores que priorizam holofotes e destaque nos pódios, a qualquer preço. A transmissão dos fundamentos do judô para crianças deve ser feita de forma harmoniosa e natural. Não cabem atropelos ou cobranças. É comum vermos competidores sem jeito ou paciência até, para fazer a pegada. Ficam empurrando ou estapeando as mãos de seus adversários mostrando total despreparo. Se tivessem sido treinados por professores competentes, estes judocas simples-
mente fariam a pegada de forma correta e jogariam de ippon. Além do ensino dos fundamentos técnicos e do princípio do uso eficiente das energias mental e física, um bom professor faz de seu aluno um judoca ético e determinado. Certamente este sensei não ficará gritando feito louco para seus alunos, no shiai-jo. Um judoca preparado sabe muito bem o que fazer durante o shiai. Não adianta o Comitê Olímpico Brasileiro despejar milhões no topo, enquanto a base está cada vez mais comprometida e desprovida de gente capaz. Nossos dois campeões olímpicos foram forjados por excelentes mestres. Os professores Massao Shinohara e Paulo Duarte, souberam lapidar deus diamantes fazendo a transmissão de todo o conhecimento que possuem. Formaram dois campeões olímpicos e dois grandes homens. E é esse o verdadeiro espírito do judô. Quando estas coisas se separam algo deixa de funcionar e a essência se perde. Temos que repensar o judô lembrando que só teremos um judô forte quando voltarmos a enxergar nossos pequenos praticantes como judocas, e não como atletas.
125
Projeto de Inclusão Social e a visão de prefeito desencadeiam momento histórico do judô goiano Entrevistamos Abelardo Vaz, o prefeito da cidade de Inhumas (GO), que apoia o projeto social criado pela judoca Fernanda Araújo em 2006. Após cinco anos de fundação o projeto já possui atletas representando Goiás em competições nacionais. Em função das políticas desenvolvidas em torno deste projeto e do comprometimento do município goiano, no primeiro semestre a ONG Atitude Social de Inhumas montou uma equipe que competiu no qualifying que definiu as equipes participantes do Grand Prix Nacional de Clubes 2011, e Goiás conquistou a vaga inédita para esta competição, fazendo história no judô do Estado de Goiás O que o projeto Lhofei Shiozawa representa para a cidade de Inhumas hoje? Este é um projeto social de grande repercussão e grandes resultados de nossa cidade que atingiu totalmente os objetivos traçados, quando de sua idealização. Nossa proposta era oferecer uma atividade sadia para nossas crianças após o horário escolar. Não pensamos no rendimento, mas felizmente a coisa tomou outras proporções e hoje estamos vendo crianças de Inhumas disputando competições estaduais, nacionais e os resultados estão surgindo. Obtemos resultados extremamente positivos. Penso que superamos e muito todas as expectativas com relação ao alcance deste projeto.
Abelardo Vaz, prefeito de Inhumas, Fernanda Araujo e Luis Araújo
Em breve teremos uma geração de judocas inhumensses representando Goiás? Certamente em breve teremos judocas com muita qualidade representando nosso Estado em competições nacionais em buscas de medalhas. O sucesso do projeto tem feito com que pessoas que nunca tiveram contato com o judô, passassem a conhecê-lo e
percebessem a grande importância do mesmo na formação das crianças. Os resultados positivos fizeram com que muitas pessoas inscrevessem seus filhos no judô, e até adultos agora estão buscando o caminho dos tatamis. Temos muitas crianças participando de um projeto particular que é pago, tamanho é o interesse pela modalidade, que antes era totalmente desconhecida aqui.
126
Como foi ver a equipe do um projeto de sua cidade representar Goiás no Troféu Brasil? Foi de uma importância enorme. Como inhumensse e bairristas como somos, poder vivenciar a formação de uma equipe de nossa cidade representando Goiás, já foi maravilhoso. Ver nossos atletas nos representando numa competição nacional já foi fantástico. Aliado a isso houve a satisfação de ver o resultado positivo de um projeto que nasceu do esforço muito grande de algumas pessoas. Temos o Junior que preside a Associação junto com a filha Fernanda, e são os incentivadores, apoiadores e financiadores deste projeto, fazendo tudo isso de muito bom grado e com muita vontade, e tendo na Prefeitura de Inhumas apenas o apoio logístico. Então quando vemos uma ação social feita de forma voluntária e ainda por cima atingindo resultados expressivos, ficamos verdadeiramente Takashi Júnior o grande destaque da equipe inhumensse, Luis Araújo Junior presidente da ONG e Joseph Guilherme o técnico goiano
muito felizes, pois estamos conseguindo dar retorno aos parceiros que resolveram apoiar nosso projeto. O Junior diz que você é o principal apoiador do projeto e que até já doou uma área para a construção de um centro de excelência de judô, isso é real? Sim. A construção deste centro vai fazer com que Inhumas se torne referência em Goiás, no que diz respeito ao esporte judô e sendo referencia teremos condições de estar trazendo para nossa cidade competições com nível nacional. Tenho certeza que sediando competições desse porte iremos ampliar o atendimento que é feito às crianças do projeto. Certamente poderemos oportunizar o acesso ao judô a um número bem mais expressivo de jovens. Teremos maior facilidade em buscar outros parceiros para se integrar a essa equipe que hoje ainda é muito pequena de colaboradores e apoiadores, do nosso projeto do judô. Isso será a coroação de um projeto que começou pequeno e tímido, mas que em curto espaço de tempo já revelou talentos e nos propiciou resultados extremamente positivos. Vocês já têm ideia do custo do centro de excelência? Temos um custo inicial previsto em R$ 500.000,00. Porém muito além da obra em si, está aquilo que a construção deste centro de excelência representará no processo de socialização e até no desenvolvimento sócio cultural da população de nossa cidade. Temos consciência da abrangência do judô na formação e na socialização de crianças e jovens, e tenho certeza que estamos fazendo o investimento certo, focando o desenvolvimento de nossas crianças. O que o exemplo da atleta Fernanda Araújo agrega nesse processo? O exemplo de que com persistência, perseverança e com o apoio irrestrito da família, todo mundo pode chegar onde almeja. Ela é uma atleta de Inhumas que começou seu treinamento aqui em nossa cidade e hoje nos representa dentro e fora do Brasil. Isso se deve a disciplina e o profissionalismo dela, mas também ao grande apoio familiar. Então o que podemos exaltar na Fernanda é a importância da família no apoio do atleta que busca uma qualidade no esporte. Tenho certeza que com o exemplo dela em breve veremos um atleta inhumensse nos representando numa olimpíada ou em um campeonato mundial.
Equipe que conquistou em Brasília a vaga inédita para o GP Brasil 2011
Como classifica a conquista da vaga inédita paras disputar o GP Brasil? Não tenho como classificar algo tão importante para nós, pelo ineditismo dessa conquista. Será a primeira vez que Goiás participara dessa competição e só tenho a agradecer ao técnico Joseph Guilherme, e aos atletas que defenderam as nossas cores bravamente. Abelardo Vaz e Fernanda Araujo
127
Paulista de Veteranos e Kata
Cada ano mais forte e com mais qualidade
Por Paulo Pinto Fotos Marcelo Lopes/Judô ao Vivo, Everton Monteiro e Revista Budô
Amparo (SP) – Mais uma vez o judô paulista parou para ver professores e atletas do passado mostrando aquilo que mais sabem fazer: lutar judô. A fria manhã de 11 de junho reservou grande expectativa para os judocas que fariam no Brasil seu último treino visando ao mundial, que se realizaria na Alemanha uma semana depois. Assim, judocas de todo o Estado foram a Amparo em busca de mais condicionamento e preparo, para encarar a primeira competição máster realizada pela Federação Internacional de Judô – FIJ. Nas seis áreas montadas estavam feras como Sumio Tsujimoto, Elton Quadros, Xuxu, Lucimar Rocha, Joji Kimura, Marco Aurélio Trinca e Carlos Gaitan. Enquanto alguns visavam ao preparo para a competição internacional, outros queriam apenas tentar matar a saudade do tempo em que competiam e davam seus primeiros passos nos tatamis. Elton Quadros, que hoje luta pela forte equipe do Rio Preto Automóvel Clube,
128
15ª
Campeonato Paulista
Veternaos e Kata
Delegacia Regional - Grande Campinas Delegado Regional Celso de Almeida Leite
São José do Riuo Preto Ribeirão Preto Araçatuba
Botucatu Presidente Prudente Bauru Marília
Campinas São José dos Campos Sorocaba
e São
Grand
Paulo
Vale do Ribeirão
DADOS DA COMPETIÇÃO Campeonato Paulista de Veteranos Data: 11 de junho de 2011 Local: Ginásio de Esportes do Floresta Atlético Clube Cidade: Amparo - SP Delegacia: 15ª Delegacia Regional – Grande Campinas Delegado Regional: Celso de Almeida Leite Total de áreas: 6 áreas Árbitros que atuaram: 42 Associações Participantes: 47 Atletas Participantes: 241 Campeonato Paulista de Kata Duplas participantes: 55
129
continua sendo a mesma muralha intransponível. Forte e dono de excelente técnica, o campeão do pesado no M2 mantém o velho hábito de jogar de ippon e subir no degrau mais alto do pódio. Em Amparo Elton fez três lutas e, com um belíssimo osoto-gari e um rápido tai-otoshi, venceu duas por ippon. Na luta final venceu Ricardo Simões, do Palmeiras, com três shidos. Elton ficou fora do mundial deste ano. “Acabei não indo ao mundial por vários fatores”, explicou o atleta. “Primeiro, em função das alterações de local e datas. Antes seria na Tunísia, depois no Egito, e acabou indo para a Alemanha. Isso já complicou tudo para mim, mas aí houve a mudança de política em São Caetano, que me pegou de surpresa, e achei por bem não participar neste ano. Mas esta é a terceira edição sob a chancela da FIJ e agora está muito forte. Temos a participação de ex-atletas olímpicos e campeões em mundiais. A turma do Brasil vai mais na base da paixão. São os amantes de nossa modalidade, mas as equipes de fora hoje em dia vão como se fosse um mundial sênior. As federações montam equipes de verdade, com treinadores, preparadores físicos e tudo mais. Já aqui não há o menor incentivo nem visibilidade nenhuma. A CBJ não faz absolutamente nada por nossa categoria. Somos relegados ao último plano”, lamentou o campeão paulista. Outro judoca diferenciado que alçou voo nos tatamis de Amparo foi Sumio Tsujimoto. O kodansha 6º dan, que mantém a mesma performance de quando competia no sênior, literalmente atropelou seus adversários. Dá gosto ver a energia e o preparo físico de que o campeão do ligeiro no M5 dispõe nos combates. Em breve depoimento após as lutas, Sumiu explicou com exclusividade a Budô de onde sai tanta energia. “Programei-me para fazer quatro lutas, mas um dos adversários desistiu e acabei fazendo apenas três. Esta foi minha primeira competição da temporada, mas vim com o objetivo de avaliar minha energia. Eu e minha esposa Vera estamos pesquisando e desenvolvendo um método de treinamento que prioriza a questão energética. Apliquei isso nas lutas de hoje, e constatei que é muito bom. Sobrei nos tatamis e acho que meus adversários tiveram dificuldade para me achar no shiai-jo. Fundamentamos meu treinamento na energia e isso pode ser feito e usado por todos”, disse o kodansha campeão.
130
Professor Juarez de judogi azul
Anderson Cássio dos Santos, o popular Xuxu, é um dos judocas do máster com melhor preparo físico. Com isso o representante da academia de Judô Mito tem sobrado nos tatamis. Focado no mundial, Xuxu falou da expectativa para a competição. “Estou participando de todas as competições que se realizaram nesta temporada, e tenho treinado muito para o mundial. Já fiz outras participações, mas por ser o primeiro realizado pela FIJ este é muito emblemático. As feras do Japão e da Europa certamente estarão na Alemanha, mas vou focado no pódio”, disse o campeão paulista meio-médio do M2.
Após o paulista, recordistas em medalhas foram à Alemanha em busca de mais experiência Mesmo com as malas prontas para embarcar para a Alemanha, onde seria realizada a primeira edição do Campeonato Mundial de Judô da categoria máster promovido pela Federação Internacional de Judô (FIJ), as paulistas Juliana Tiaki Osako Maesta e Aline Akemi Lara Sukin foram a Amparo participar e prestigiar a edição de 2011 do Campeonato Paulista de Kata. Além das inúmeras medalhas em campeonatos paulistas,
131
brasileiros e mundiais, as judocas da Associação Esportiva Piracicaba são recordistas em títulos. Só nesta edição do Paulista, Juliana arrebatou sete medalhas, sendo cinco de ouro, uma de prata e uma de bronze, enquanto Aline faturou cinco medalhas, das quais quatro de ouro e uma de bronze. Ambas disputam Katame No Kata, Nage No Kata, Ju No Kata e Kime No Kata, nas classes feminino e misto, e afirmaram que aprenderam tudo que sabem sobre kata com o sensei Rioti Uchida. Após a disputa as recordistas falaram sobre a importância do kata e reivindicaram maior participação de atletas na competição, que cresce a cada ano. “Esta é nossa terceira participação em paulistas e percebemos que a cada ano existe maior participação. Mas gostaríamos de ver mais judocas disputando porque é no kata que estão os fundamentos do judô. Isso certamente proporcionará maior nível técnico para nossa modalidade”, disse Aline. Sobre a expectativa para o mundial, ambas afirmaram que vão à Alemanha em busca de mais experiência. “Já participamos de uma edição do World Master, na qual obtivemos um ouro no Ju No Kata e uma prata no Nage No Kata. Entretanto, o torneio ficou muito mais competitivo, porque teremos a participação do Japão e dos países com tradição no kata. Claro que sonhamos com medalhas, porém nosso foco este ano é adquirir mais experiência” disse Juliana”.
132
Fatalidade entristeceu o judô paulista Um fato trágico entristeceu muito todos que estavam em Amparo, quando o sensei Juarez de Jesus, um dos mais queridos professores do interior de São Paulo, teve um infarto que resultou em seu falecimento. A competição rolava normalmente e caminhava para sua fase final, quando Juarez reclamou de um mal-estar. Imediatamente foi assistido pelos doutores Rodrigo Achilles e Ediwaldo Antônio Fazzolan, membros da equipe médica que atuou na competição, que imediatamente constataram que se tratava de um infarto e, após o procedimento de praxe, o encaminharam para a Santa Casa Anna Cintra, de Amparo, onde ele veio a falecer. Além de médico, Edivaldo Antônio é judoca, amigo e companheiro de treinamento do querido professor de Franco da Rocha. Após retornar da Santa Casa bastante emocionado, Edivaldo falou sobre o amigo que acabara de partir. “O sensei Juarez treinava com frequência e nunca teve problemas de saúde. Fez aqui duas lutas tranquilas e não apresentava sinais de extenuação ou cansaço. Após a segunda luta, ajoelhou, deitou e, quando o atendíamos, notamos que sua respiração e os batimentos cardíacos haviam parado. O ressuscitamos com massagem cardíaca e ele voltou normalmente. Achamos que tudo se estabilizaria, mas imediatamente houve mais duas paradas cardíacas. Repetimos os procedimentos para reanimá-lo e o encaminhamos para o hospital. Durante o trajeto fizemos de tudo para trazê-lo de volta e no hospital demos todo atendimento e medicação necessários, mas infelizmente ele não resistiu”. O médico explicou que o ocorrido foi uma fatalidade. “Sou colega de treinamento do Juarez, pois treino no Judô Mito e em Mairiporã. Como ele era de Franco da Rocha, sempre ia treinar em Mairiporã, onde nos encontrávamos frequentemente. Juarez treinava forte e jogava a molecada. Tinha excelente saúde, e era querido por todos. Certamente deixará muita saudade. Foi uma fatalidade e fizemos tudo que estava ao nosso alcance, mas lamentavelmente perdemos um grande amigo”, explicou Ediwaldo. No hospital, Francisco de Carvalho Filho, presidente da FPJ, falou sobre a perda do professor do interior. “Foi uma fatalidade que ocorre diariamente, mas quando isso ocorre com uma pessoa próxima e querida, como era o professor Juarez, nos choca e comove. A vida é um ciclo e esse ciclo muitas vezes termina de forma abrupta e inesperada, e infelizmente foi o que aconteceu com o sensei Juarez. Mas ele se foi fazendo aquilo que mais gostava. Nos tatamis, entre os amigos e competindo. Lamento profundamente esta perda, mas neste momento qualquer discurso é pouco e o que todos nós temos de fazer é estar junto e dar suporte”, afirmou o dirigente paulista. Alessandro Puglia, vice-presidente da FPJ, lamentou a perda do colega de Franco da Rocha. “Com a morte do professor Juarez de Jesus perdemos um dos nossos grandes professores. Juarez dava aula de judô no Colégio Dom Macário de Franco da Rocha, e foi o responsável pela formação de centenas de judocas do Estado. Infelizmente São Paulo perdeu mais um grande amigo e colaborador”, finalizou Puglia.
133
Classificação Final do Kata JU NO KATA CLASSE: YUDAN MASCULINO
1
TORI
DUPLA
ASSOC.
VINICIUS RODRIGUES JERSCHOW
GUARU
PONTOS UKE
ROBERTO DE NARDI ALBANESE
PROJETO BUDO
495
2
TORI
ROGER TSUYOSHI UCHIDA
A.E.PIRACICABA
UKE
EDUARDO MAESTA
A.E.PIRACICABA
463
3
TORI
LEANDRO ALVES PEREIRA
TENIS CLUBE S.J.CAMPOS
UKE
ANTONIO ROBERTO COIMBRA
TENIS CLUBE S.J.C
420
4
TORI
LEONARDO YAMADA
SUZANO TERAZAKI
UKE
CAIO KANAYAMA
ASSOC. KANAYAMA
387
5
TORI
RICARDO FEOLA LOPES SILVA
PREVIATO
UKE
DANIEL KAIHARA G.PEREIRA
PREVIATO
381
CLASSE: YUDAN MISTO 1
TORI
ROGER TSUYOSHI UCHIDA
A.E.PIRACICABA
UKE
JULIANA TIAKI OSAKO MAESTA
A.E.PIRACICABA
456
2
TORI
RICARDO EIJI OZAKI
KENSHIN
UKE
MARIA CRISTINA ANTUNES
KENSHIN
359
A.E.PIRACICABA
UKE
JULIANA TIAKI OSAKO MAESTA
A.E.PIRACICABA
471
CLASSE: YUDAN FEMININO 1
TORI
ALINE AKEMI LARA SUKINO
CLASSE: DANGAI MASCULINO DUPLA 1
TORI
ELVIS NOBUYOSHI TASHIRO
ASSOC. IBIUNENSE
UKE
GABRIEL PINTO NUNES
IBIUNENSE
455
2
TORI
RAFAEL NUNES DE SOUZA
ALTO DA LAPA
UKE
EDUARDO GAUDENCIO ADRIANO
ALTO DA LAPA
355
CLASSE: DANGAI FEMININO DUPLA 1
TORI
MARIA EMILIA JESUS DE CILLO
PROJETO BUDO
UKE
LAIS PAROLO
PROJETO BUDO
373
2
TORI
FERNANDA J.SAWAYA OLIVEIRA
KANAYAMA
UKE
MARIA CRISTINA RAMADAN
KANAYAMA
373
KATAME NO KATA CLASSE: YUDAN MASCULINO DUPLA
ASSOC.
PONTOS
1
TORI
VINICIUS RODRIGUES JERSCHOW
GUARU
UKE
ROBERTO DE NARDI ALBANESE
PROJETO BUDO
493
2
TORI
EDUARDO MAESTÁ
A.E.PIRACICABA
UKE
ROGER TSUYOSHI UCHIDA
A.E.PIRACICABA
432
3
TORI
LEONARDO LUIS VENDRAME
OKINAWA IPIRANGA
UKE
NELSON EISHIN UETI
SANTA IZABEL
401
CLASSE: YUDAN MISTO 1
TORI
ALINE AKEMI LARA SUKINO
A.E.PIRACICABA
UKE
ROGER TSUYOSHI UCHIDA
A.E.PIRACICABA
420
2
TORI
JULIANA TIAKI OSAKO MAESTA
A.E.PIRACICABA
UKE
EDUARDO MAESTA
A.E.PIRACICABA
412
3
TORI
RICARDO EIJI OZAKI
KENSHIN
UKE
MARIA CRISTINA A. M ANTUNES
KENSHIN
320
A.E.PIRACICABA
UKE
ALINE AKEMI LARA SUKINO
A.E.PIRACICABA
429
CLASSE: YUDAN FEMININO 1
TORI
JULIANA TIAKI OSAKO MAESTA
CLASSE: DANGAI MASCULINO DUPLA 1
TORI
ELVIS NOBUYOSHI TASHIRO
IBIUNENSE
UKE
GABRIEL PINTO NUNES
IBIUNENSE
394
2
TORI
EDUARDO GAUDENCIO ADRIANO
ALTO DA LAPA
UKE
RAFAEL NUNES DE SOUZA
ALTO DA LAPA
308
DUPLA
ASSOC.
KIME NO KATA CLASSE: YUDAN PONTOS
1
TORI
MARCUS MICHELINI
E.C.SIRIO
UKE
DIOGO ROCHA COLELA
E.C.SIRIO
516
2
TORI
ANTONIO ROBERTO COIMBRA
TENIS CLUBE S.J.CAMPOS
UKE
LEANDRO ALVES PEREIRA
TENIS CLUBE S.J.CAMPOS
498
3
TORI
JULIANA TIAKI OSAKO MAESTA
A.E.PIRACICABA
UKE
ALINE AKEMI LARA SUKINO
A.E.PIRACICABA
464
4
TORI
NELSON EISHIN UETI
SANTA IZABEL
UKE
LEONARDO LUIS VENDRAME
OKINAWA IPIRANGA
436
5
TORI
DANIEL KAIHARA G.PEREIRA
PREVIATO
UKE
RICARDO FEOLA LOPES DA SILVA
PREVIATO
394
6
TORI
LEONARDO YAMADA
SUZANO TERAZAKI
UKE
CAIO KANAYAMA
KANAYAMA
383
7
TORI
MARCUS VINICIUS S. FLORA
A.D.SAO CAETANO
UKE
GEORGE ERWIN T. A.DE OLIVEIRA
PROJETO BUDO
344
134
CAMPEONATO PAULISTA DE NAGUE NO KATA 2011 CLASSE: YUDAN MASCULINO DUPLA
ASSOC.
PONTOS
1
TORI
ROGER TSUYOSHI UCHIDA
A.E.PIRACICABA
UKE
EDUARDO MAESTA
A.E.PIRACICABA
943
2
TORI
NELSON EISHIN UETI
SANTA IZABEL
UKE
LEONARDO LUIZ VENDRAME
OKINAWA IPIRANGA
906
3
TORI
VINICIUS RODRIGUES JERSCHOW
GUARU
UKE
ROBERTO DE NARDI ALBANESE
GUARU
878
4
TORI
FABIANO RODRIGO DE BARROS
TENIS CLUBE S.J.C
UKE
ANDERSON LUIZ NEVES DA SILVA
TENIS CLUBE S.J.C
772
5
TORI
MARCUS VINICIUS S.FLORA
A.D.SAO CAETANO
UKE
RENATO FERREIRA
A.D.SAO CAETANO
716
6
TORI
ANDERSON CASSIO DOS SANTOS
MESC SÃO BERNARDO
UKE
GUILHERME LEME LOUREIRO
MESC SÃO BERNARDO
691
7
TORI
MARCOS ALEXANDRE DA SILVA
SMEL - AMPARO
UKE
RAFAEL LUIZ CAZOTO SEGATO
SMEL - AMPARO
672
8
TORI
VITOR DORIA RICARO
COLEGIO JEAN PIAGET
UKE
RODRIGO BREDARIOL ACHILLES
MATA SUGIZAKI
456
CLASSE: YUDAN MISTO 1
TORI
ROGER TSUYOSHI UCHIDA
A.E.PIRACICABA
UKE
JULIANA TIAKI OSAKO MAESTA
A.E.PIRACICABA
914
2
TORI
LAIRTON CESAR SECHES MANSOR
RIO PRETO A.CLUBE
UKE
DAYANA DA SILVA NEVES
RIO PRETO A CLUBE
692
3
TORI
ROSELENE DOURADO
SMEL - AMPARO
UKE
CARLOS HENRIQUE P. DE OLIVEIRA
A.D.SANTANA -PEDREIRA
600
4
TORI
ANDERSON CASSIO DOS SANTOS
MESC SÃO BERNARDO
UKE
MARIA LUCIA G.PONTES CAMPOS
MESC SÃO BERNARDO
595
5
TORI
GUILHERME PAES LEME LOUREIRO
MESC SÃO BERNARDO
UKE
PRISCILA NAPOLITANO VIEIRA
MESC SÃO BERNARDO
573
CLASSE: YUDAN FEMININO 1
TORI
ALINE AKEMI LARA SUKINO
A.E.PIRACICABA
UKE
JULIANA TIAKI OSAKO MAESTA
A.E.PIRACICABA
818
2
TORI
MARIA LUCIA G.PONTES
MESC SÃO BERNARDO
UKE
PRISCILA NAPOLITANO VIEIRA
MESC SÃO BERNARDO
680
3
TORI
ALINE SOARES DE CARVALHO
ASSOC.G.CIVIS RIO CLARO
UKE
ALINE HAMMERSCHMIDT
A.C.B.D.RIO CLARO
650
CLASSE: DANGAI MASCULINO DUPLA 1
TORI
ELVIS NOBUYOSHI TASHIRO
ASSOC. IBIUNENSE
UKE
GABRIEL PINTO NUNES
ASSOC. IBIUNENSE
825
2
TORI
MARCELO PEREIRA DE SOUSA
OKINAWA IPIRANGA
UKE
TALUAN NOGUEIRA
OKINAWA IPIRANGA
734
3
TORI
DANOVAN DIAS MACHADO
KOBUKAN
UKE
MARCIO SALVIATO DOS SANTOS
KOBUKAN
692
4
TORI
CASSIO SERAFIM
ALTO DA LAPA
UKE
ALEXANDRE MEGIORIN ROMA
ALTO DA LAPA
630
5
TORI
ALEXANDRE SANTOS COUTINHO
ASSOC. JUDO MAUA
UKE
DIEGO SILVERIO DA SILVA
ASSO. JUDO MAUA
537
6
TORI
CHARLES RODRIGO CRUZ
FENIX
UKE
ERITON DE O. CARVALHO
FENIX
474
7
TORI
ERITON CHRISTIAN DE O. CARVALHO
FENIX
UKE
ANTONIO FLAVIO M. LOURENCO
CORPO E MENTE
383
CLASSE: DANGAI FEMININO 1
TORI
MARIA EMILIA JESUS DE CILLO
PROJETO BUDO
UKE
LAIS PAROLO
PROJETO BUDO
668
2
TORI
CAMILA ROBERTA FIORIN
C.C.PIRACICABA
UKE
ISIS CONUS ROCHA
C.C.PIRACICABA
599
CLASSE: DANGAI MISTO 1
TORI
ALEXANDRE SANTOS COUTINHO
A.J MAUA
UKE
BRUNA STELLA DE FREITAS SANTOS
A.J.MAUA
582
2
TORI
ALEXANDRE SANTOS COUTINHO
A.J MAUA
UKE
ISIS C. ROCHA
C.C.PIRACICABA
569
135
136
Classificação Final do Shiai Feminino Máster 1 Meio Leve 1º Suzana Nakabayashi Moriya
A. A. Banco do Brasil
Leve 1º Angélika Marques Borsari
Soc. Esportiva Sanjoanense
2º Michelle de Lima Cipollini
Clube Camp Regatas E Natação
Meio-médio 1º Vanessa Cristina Billard
Suzano Judô Clube
2º Claudia Carneiro Matos
Associação de Judô Aleixo - M.F.
3º Ledjane D. Gonçalves
Academia de Judô Taboão SBC
3º Lilian Dias dos Santos
Colégio Dom Macario Schimitt
Meio-pesado 1º Fernanda Rojas Pelegrini
Palmeiras/Mogi
2º Deise Fernandes Ribas
Ass Cult Esp Irmãos Ribas
3º Flavia Mirian Ribeiro
Clube Rodoviário de Judô
3º Patrícia Dutra Balera
Academia de Judô Taboão SBC
Pesado 1º Roseane de Souza
Clube Rodoviário de Judô
Máster 2 Meio-médio 1º Maria Lucia Pontes Campos
A. A. D. Mesc São Bernardo
2º Andrea Moraes da Silva
Itapira Atlético Clube
Meio-pesado 1º Patrícia Rodrigues de Oliveira
Assoc. Sekai de Judô
Pesado 1º Raquel M. dos Santos
Gr. Rec. I. Maxion-Fabriva
Máster 3 Meio-leve 1º Edneia Carvalho do Teixeira
Academia de Judô Taboão SBC
Leve 1º Elza Santos de Lima
Seduc - Praia Grande
Meio-médio 1º Rosangela de Oliveira
Colégio Jean Piaget
2º Antonia Gonçalina Giorgiano
Sayão Futebol Clube
Médio 1º Marisa Mitiko Takahashi
Ribeirão Pires Futebol Clube
2º Maria Cristina Amorim
Ass. de Judô Kenshin
Masculino Máster 1 Ligeiro 1º Ronaldo Dias Ribeiro
Assoc. de Judô Mauá
2º Caio Kanayama
Assoc. de Judô Kanayama
3º João Marques Pereira
Rio Preto Automóvel Clube
3º Dener Aparecido de Andrade
Associação Esportiva Piracicaba
Meio-leve 1º Filipe Yoshio Chagas Terada
Assoc. de Judô Vila Sonia
2º Ronaldo Andrade Rocha
Sport Club Corinthians Paulista
3º Sidney de Lima
Assoc. Desp. Alfredo Contatto
3º Jose Antonio de Andrade
Assoc. Sekai De Judô
Leve 1º Rodrigo da Silva Braiani
Assoc. de Judô Kenshin
2º Milton Trajano da Silva Jr.
Assoc. Judô Trajano C. A. Marciais
3º Rafael Espírito Gonçalves
Assoc. Desp. Carlos Fossati
3º Wellington Centeno Gadelha
Ribeirão Pires Futebol Clube
Meio-médio 1º Ícaro Augusto Villa Menezes
Academia Judô Gambatê
137
2º Danilo Tadeu C. Pietrucci
Assoc. de Judô de Divinolândia
1º Marcos Anton de Paula Rossi
SESI - SP
3º Wellington Cezar Ataíde
Ribeirão Pires Futebol Clube
2º Edson Yukio Assakawa
Assoc. de Judô Vila Sonia
3º Daniel Telles de Menezes
Assoc. de Judô Hinode
3º Renato Gomes Camacho
Academia de Judô Pissarra
3º Sergio Watanabe
São João Tênis Clube
Médio 1º Danilo Simões de Andrade
Assoc. Sekai de Judô Clube Concórdia
1º Affonso Jorge N. de Carvalho
3º Michael Reyne Mendes
Primeiro de Maio F. C.
2º Marcos Roberto de Souza
Assoc. de Judô Riacho Grande
3º Renato Yoshio Kimura Ikegaya
Judô Clube Mogi das Cruzes
3º Amilcar Key Kimura
Assoc. de Judô Vila Sonia
Meio-pesado
Assoc. de Judô Hombu Budokan
Meio-médio
1º Carlos Eduardo Modesto
Dir. Esp. Rec. Mun. de Itupeva
1º Rogério Shinobe
Assoc. de Judô Vila Sonia
2º Hudson Roney F. de Campos
Assoc. Judô Trajano C. A. Marciais
2º Jefferson Brito Delgado
Esp. Clube Osasco/Yanaguimori
3º Alberto Jose Bonetti Netto
Assoc. Bras. A Hebraica de SP
3º Jose Carlos Marques
Assoc. Bushido Pais e Amigos
3º Marcelo Andre Franchini
Assoc. de Judô Hinode
3º Mauricio Ferraz Ferri
Clube Camp. Regatas E Natação
Pesado
Médio
1º José Carlos Tadeu B. Freire
Assoc. de Judô Araçatuba
1º Jurandir de Lira Matos
Assoc. de Judô Mauá
2º Felipe Alexandre de Nóbrega
Assoc. Bushido Pais e Amigos
2º Nilton Graziano Jr
A. D. Bandeirantes Sorocaba
3º Leandro Said da Costa
Suzano Judô Clube
3º Marcos Roberto Pinto Silva
Academia de Judô Pissarra
3º Willian Tadashi Akutagawa
São João Tênis Clube
3º Fernando Mauro Siqueira
Assoc. Fagundes de Judô
Máster 2
Meio-pesado
Ligeiro 1º Rubens da Costa Lino Filho
Assoc.. Hortolandense de Judô
1º Lairton Cesar Secches
Rio Preto Automóvel Clube
2º Antonio Carlos Amaral
Associação de Judô Aleixo - M. F.
2º Rogério Seiji Nishimura
Assoc. União de Judô - Itatiba
3º Ailton Rodrigues Silva Santos
Judô Clube Chácara 3º Irmãos
3º Ricardo Marcilio Mendes
Assoc. de Judô Yama Arashi
3º Marcos Roberto Pizzato
Clube Sem. de Cult. Artística
Meio-leve
Pesado
1º Alessandro Marcos Moreira
Bragança Judô Clube
1º Marcelo Zanetti Denardi
Academia Heisei de Judô
2º Carlos Eduardo Araujo
Assoc. Limeirense de Judô
2º João Carlos Felipe
Secret. Mun.Esp.Lazer Amparo
Leve
3º Elcio Mauricio Affonso
Assoc.de Judô Mito
1º Fabio Dilermando Lenci
Sport Club Corinthians Paulista
3º Roberto Joji Chiba Kimura
Judô Clube Mogi das Cruzes
2º Alessandro S. dos Santos
Grêmio Recreativo Barueri
Máster 4
3º Marco Aurélio Granero
Assoc. de Judô Previato
Ligeiro
3º Adauto Pereira Damiati
Pirituba F C
1º Magdiel A. Granado Santos
Academia Personal
2º Sidnei de Andrade Peres
Clube Rec. de Suzano Judô Teraz
Meio-médio 1º Anderson Cássio dos Santos
A. A. D. Mesc. São Bernardo
Meio-leve
2º Luis Fernando Ferreira Chiarat
Assoc. de Judô Rogério Sampaio
1º Jorge Mizuguti Yamamoto
Judô Clube Mogi das Cruzes
3º Alexandre Bucchino Bradbury
Assoc. de Judô Messias
2º Mitsuo Luiz Tengan
Sport Club Corinthians Paulista
3º Alessandro Fabiano Oliveira
Palmeiras/Mogi
3º Sergio Kazuo Noda
Judô Clube Mogi das Cruzes
Médio
Leve
1º Edson Pitarello Moya
Assoc. de Judô Hinode
1º Paulo Castelanos Souza
Assoc. de Judô Hinode
2º Fabio Eduardo Spinoza
Primeiro de Maio F. C.
2º Luiz Carlos Eugenio Brigida
São João Tênis Clube
3º Marciel Martins de Souza
Assoc. de Judô Vila Sônia
3º Carlos Roberto Peres
Clube Rec. Suzano Judô Teraz
3º Marcelo Antonio Correia
Judô Makoto
3º Emilio Nishiyama
Assoc. Judô Trajano C. A. Marciais
Meio-pesado
Meio-médio
1º Wilson Carvalho Caldeira
Rio Preto Automóvel Clube
1º Franco Valério Ribeiro Gatto
Assoc. de Judô Messias
2º Gilberto Pereira dos Santos
Esp. Cl Osasco/Yanaguimori
2º Lucimar Rocha
Palmeiras/Mogi
3º Uatilan Ferreira dos Santos
Sind. Ser. Pub. Mun. São Sebastião
3º Fernando Haenni Infante
Bragança Judô Clube
3º Adamo da Silva Passos
Assoc. de Judô Budokan Peruíbe
3º Paulo de Tarso Anfra
Clube Sem. de Cult. Artística
Pesado
Médio
1º Elton Quadros Fiebig
Rio Preto Automóvel Clube
1º Marco Aurélio Trinca
Palmeiras/Mogi
2º Ricardo Aguiar Simões
Palmeiras/Mogi
2º João Carlos Amaral
Esp. Clube Osasco/Yanaguimori
3º Kleber Aparecido Tome
Assoc. de Judô Vila Sonia
3º Cássio Aparecido de Góis
Associação Takayama De Judô
3º Sandro Roberto Brancalião
Rio Preto Automóvel Clube
3º Sergio Aparecido Coltre
Sec. Mun. Esp. Lazer Amparo
Máster 3
Meio-pesado
Ligeiro
138
Leve
2º Jose Augusto Barbosa
1º Jose Iasbech Moraes da Silva
Palmeiras/Mogi
1º Ivan Mariano de Viveiros
Clube de Campo de Piracicaba
2º Pedro Rodrigues da Silva
Academia Tomiyama de Araraquara
2º João Donizete de Oliveira
Soc. Esportiva Sanjoanense
3º Wilson Roberto Alves
Assoc. de Judô Messias
Meio-leve
3º Sergio de Oliveira Fernandes
Sec. Mun. Esp. Lazer Amparo
Pesado 1º Marco Antonio G. Pereira
Judô Clube Mogi das Cruzes
2º Beni Waiswol
Assoc. Bras. A Hebraica de SP
3º Aiydano Carneiro
Assoc. Fagundes de Judô
3º Diogo Lopes
Clube Sem. Cult. Artística
Máster 5 Ligeiro 1º Sumio Tsujimoto
Esporte Clube Pinheiros
2º Luiz Carlos Moreira
Secr. Mun. Esp. Lazer Juv. de Pe
3º Marcos Yuji Abe
Assoc. de Judô Morimasa
3º Oscalino Faria De Almeida
ADC General Motors S. José C.
Meio-leve 1º Elcio Benedito de Assis
Gr. Rec. I. Maxion-Fabriva
2º Julio Kawakami
Palmeiras/Mogi
3º Roberto Braz do Amaral
Aduc - Assoc. Desp. União da Coma
Leve 1º Paulo da Silva Ferreira
Palmeiras/Mogi
Meio-médio 1º João Jose da Silva Velloza
Esp. Clube Osasco/Yanaguimori
2º Antonio Marcos Naldi
Bragança Judô Clube
3º Carlos Alberto de O. Ardito
Academia Calasans Camargo
3º Celso Yassuo Takeda
Ribeirão Pires Futebol Clube
Médio 1º Reinaldo Seiko Tuha
Associação Judô Nery
2º Ronaldo Magno Ribeiro Morais
Assoc. Func. Robert Bosch Brasil
3º Cezar Taglieri Serafim
Assoc. de Judô Messias
3º Edmilson Gianoni
Assoc. de Judô Mauá
Meio-pesado 1º Roberto Robles Santalla
Assoc. Desp. Carlos Fossati
2º Erasmo Luiz Firmino
Assoc. Judô Musc. Tigre S. Carlos
3º João Carlos Alves de Souza
Assoc. Moacyr de Judô
Pesado 1º Samuel Lopes Bastos
Assoc. de Judô Budokan Peruíbe
Máster 6 Ligeiro 1º Sergio Honda
Assoc. Desportiva Indaiatubana
2º Juarez de Jesus
Colégio Dom Macário Schimith
3º Clarindo Rodrigues Novais
Assoc. Dib. Esp.Cult. Est. S. P.
Leve 1º Dario Pimentel Junior
Assoc. dos Amigos Cohab Bandeira
2º Jose Raimundo da Silva
A. J. Shoorikan Niitsuma & Andrade
3º Jose Maria Escaleira
Assoc. de Judô Morimasa
Meio-médio 1º Carlos Hugo R. Gaitan
Assoc. de Judô Messias
2º Euzébio Nascimento da Silva
Judô Torrico
3º Irahy Tedesco
Assoc. Borges de Judô
Médio 1º Jairo Baptista de Arruda
Associação Spessoto de Judô E
2º José Eduardo Cleto Gonzaga
A. D. Bandeirantes Sorocaba
3º Giorgio Ernesto Buoro
Assoc. Moacyr de Judô
3º Antonio Conceição Vasques
Assoc. de Judô Yama Arashi
Meio-pesado 1º Luiz Robles Santalla
Assoc. Borges de Judô
2º Luis de Araujo Pereira
Assoc. de Judô Messias
3º Teófilo Coimbra Rojas
Assoc. Judô Trajano C. A. Marciais
Pesado 1º Jose Vicente Mendes
Assoc. Desp. Carlos Fossati
2º Jorge Fernandes Ribas
Ass. Cult. Esportiva Irmãos Ribas
139
ASPECTOS PEDAGÓGICOS DO JUDÔ
Por Marco Leite Foto Everton Monteiro
A Criança e as Modalidades de Luta As lutas são manifestações encontradas desde os primórdios da humanidade. Evidentemente, com o passar do tempo, técnicas de ataque e defesa foram desenvolvidas e transformadas; transmitidas por gerações, compõem o que chamamos de cultura corporal, juntamente com as danças, os jogos etc. Segundo Franchini (2001, p.176), “nas modalidades de luta, o esporte encontra sua origem primitiva, uma vez que se conserva a forma milenar de derrotar o adversário fisicamente, em contato direto”. No Oriente, as lutas foram fortemente influenciadas pelas correntes filosóficas e religiosas: são as chamadas artes marciais. A criança, por sua vez, tem um fascínio natural pelo movimento, pela ação exercida nas lutas, ao tempo em que vive situações cotidianas de relações interindividuais. De acordo com Olivier (2000, p.11), “desde o primeiro ano de escolarização as brigas e as discussões surgem muito cedo entre as crianças”. Apropriar-se de objetos ou de lugares, impor sua vontade, irritar-se com o colega; são muitas as possibilidades de conflitos entre os pequeninos, que muitas das vezes recorrem ao artifício da violência física em defesa de seus propósitos. Regulamentar a violência inerente às relações sociais das crianças,
140
ao invés de negá-la, é proposta inteligente do educador que trabalha a arte marcial com responsabilidade. O contato de oposição física mediado por regras, por códigos de conduta, visando a regulamentar as ações, disciplinam a criança, levando-a a reconhecer limites de conduta nas relações com o outro. Assim, a criança aprenderá a opor-se dentro de um ambiente saudável, coordenado por um professor capacitado para intervir de maneira construtiva no universo de ação proposto pela arte marcial. Há uma gama de enfoques da motricidade ofertados às crianças numa boa aula de arte marcial específica para sua idade: correr, saltar, arrastar-se, puxar, empurrar, reter; são muitas as possibi-
lidades de expressar-se fisicamente, dentro, claro, de um ambiente educativo. Toda essa ação, aliada aos componentes filosóficos que norteiam a prática das artes marciais, certamente contribuirá para a formação de uma criança equilibrada. Na aula, o professor deverá manter a alegria da criança no confronto lúdico que o contato corporal da luta permite, ao mesmo tempo que deverá ensiná-la a dominar suas frustrações, seus ímpetos excessivos de alegria e sua vontade natural de vencer, compreendendo que a resistência do outro deve ser respeitada e entendida como natural. Assim, lutar será um encontro prazeroso! Árbitro FIJ
Prof. Marco Leite é - CBJ 46981 - 4º Dan Cref. 354P/MA
Referências bibliográficas: FRANCHINI,Emerson.Judô:desempenho competitivo.São Paulo:Manole,2001 OLIVIER, Jean Cloude. Das brigas aos jogos com regras:enfrentando a indisciplina na escola.Porto Alegre:Artmed, 2000.
Projetos Incentivados
Por Lula Terras Fotos: Ana Borges e E5 Comunicação
Projeto Judô – Educando para a Vida
Chega a São Vicente São Vicente (SP) - Idealizado pelo campeão olímpico de judô Rogério Sampaio e desenvolvido pela RT Projetos Incentivados, a iniciativa beneficiará 300 jovens no núcleo da cidade. Com a presença do campeão olímpico de judô (1988) Aurélio Miguel, o segundo núcleo do projeto Judô - Educando para Vida foi inaugurado em São Vicente no dia 3 de junho no Centro Cultural e Desportivo das Artes Marciais. O projeto, idealizado por Rogério Sampaio (ouro olímpico em Barcelona, 1992) e desenvolvido pela RT Projetos Incentivados, é beneficiado pela Lei de Incentivo ao Esporte (LIE) e atenderá 300 jovens da cidade. “O esporte é um dos principais pilares da formação do cidadão e esse é o objetivo fundamental do projeto. Claro que, com muito treinamento e maior número de praticantes, a probabilidade de surgirem campeões aumenta”, ressaltou Miguel, que também é padrinho do projeto.
O campeão olímpico entrega camiseta a Roberto Rocha
142
Prefeito Tércio Garcia, Rogério Sampaio e o vereador Roberto Rocha
Os campeões olímpicos Rogério Sampaio e Aurélio Miguel
A cerimônia teve a entrega dos quimonos e demonstração de treinamento. Autoridades locais, como a secretária da Educação, Tânia Simões, o vereador Roberto Rocha e o prefeito da cidade, Tércio Garcia, comandaram a solenidade ao lado de Sampaio. “Como não poderia ser diferente, estou muito contente”, revelou o mentor do projeto. O advogado da empresa responsável pela formatação do projeto na LIE, Tárcio Coutinho, enalteceu a qualidade da realização. “Essa nova empreitada do Rogério (Sampaio) é excepcional pelo número de pessoas que serão contempladas direta ou indiretamente. Tudo isso é consequência do bem-sucedido projeto Judô em Ação, também da Associação de Judô Rogério Sampaio em parceria com a RT Projetos Incentivados”, disse. Com núcleos em três cidades da Baixada Santista, 1.000 crianças e jovens serão atendidos gratuitamente. Em Santos, os treinos para os 300 inscritos
serão realizados no Ginásio Antônio Guenaga, o Rebouças, e também na recém-inaugurada Arena Santos. Além dos 300 jovens de São Vicente, mais 400 alunos de Cubatão já treinam no primeiro núcleo do projeto, lançado no dia 12 de maio, no Centro Esportivo Armando Cunha.
Tânia Simões a secretária da educação
Associação de Judô Rogério Sampaio
143
Vereador Roberto Rocha faz entrega de kimonos
Todos os centros contarão com equipamentos de última geração e professores altamente qualificados, como o caso do medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Sidney, em 2000, Carlos Honorato. O Projeto Judô - Educando Para a Vida é desenvolvido pela Associação de Judô Rogério Sampaio (AJRS) com os patrocínios da Telefônica, Copebrás, Votorantim Cimentos, EcoRodovias e Usiminas, e o apoio do Santos Futebol Clube e da Galvão Engenharia, graças ao convênio entre o governo federal, por intermédio do Ministério do Esporte, e a AJRS, autorizado pela Lei de Incentivo ao Esporte.
Rogério entregando camiseta a Tânia Simões
dedicam-se exclusivamente a esse segmento há quatro anos. Atualmente, são mais de 40 projetos aprovados no ME, alguns em parceria com atletas como a ginasta olímpica Jade Barbosa e vitorioso judoca Aurélio Miguel. Ao longo dos anos, a RT Projetos Incentivados conquistou aprovação de projetos nas leis federal e estadual e
Experiência na LIE Com o currículo de prestígio no Estado de São Paulo e escritório em Brasília, Coutinho e a RT Projetos Incentivados
144
Professores do projeto
passou a atuar pela nova lei municipal de Santos, o Promifae. A RT Projetos Incentivados atua em todo o território nacional. “Estou muito feliz com o caminho que segui. Vejo que o trabalho sério e correto que prestamos ao longo dos quatro anos no segmento está sendo reconhecido e vem trazendo muitos frutos ao esporte nacional”, revelou Coutinho.
Rogério entrega homenagem e camiseta a Tércio Garcia
Associação de Judô Rogério Sampaio
145
Por Paulo Pinto Fotos Revista Budô
Show de ippons no Paulista Máster da FPJMS
São Paulo (SP) - A Federação Paulista de Judô Máster e Supermáster realizou a terceira edição do Campeonato Paulista Máster. A competição que aconteceu no dia 22 de maio, nas dependências do Clube Atlético Juventus já figura entre os principais certames do Máster paulista, mas para o dirigente Rubens Pereira, em breve o evento deverá reunir grandes nomes da categoria veteranos. “Estamos trabalhando algumas parcerias visando atrair maior número de competidores em nossas próximas competições. Sabemos que o potencial do Máster é enorme, e vamos trabalhar duro visando este objetivo”, disse Rubão. Em depoimento realizado na abertura do certame, José Amaury Russo, diretor de esportes olímpicos do Juventus destacou a identificação do clube, com o judô. “Todos os anos o Clube Atlético Juventus é o palco de competições de judô, em suas mais diversas categorias e classes. Desejamos uma boa competição a todos, e que voltem mais vezes ao nosso clube”, disse o dirigente.
146
Cristian CesĂĄrio faz juramento
JosĂŠ Amaury Russo
Rubens Pereira
147
A competição que reuniu mais de 168 atletas das classes, M1, M2, M3, M4 e M5, vindos de 35 associações, contou também com a participação de 457 crianças no festival infantil de judô.
Veteranos se prepararam o para Mundial Máster Vários atletas que foram a Frankfurt disputar o Campeonato Mundial Máster participaram deste evento visando maior preparo e condicionamento para a disputa internacional. Entre estes destacamos Nelson Onmura, Cristian Cesário, Eduardo Baradel, José Carlos Alves, Carlos Gaitan e Anderson Santos, o Xuxu. Onmura que se prepara desde o início da temporada destacou que a competição foi importantíssima em seu preparo. “Venho me preparando desde o início do ano e esta competição foi muito importante para o Mundial. Fiz três lutas e venci duas por ippon e uma por desclassificação. Na última luta eu estava inteiro enquanto meu adversário estava muito cansado. Isso ratifica que meu preparo está excelente”. Cristian Cesário afirmou que vai a Alemanha em busca do ouro, e que desde março treina forte para atingir seu objetivo. “Estou participando de todas as competições do calendário nacional e estadual. Há duas semanas disputei o Troféu Brasil realizado em Brasília – DF, e na próxima semana disputo de outra competição no sênior. Aqui lutei no M1 no peso ligeiro, no leve, no open e por equipe. Pretendo chegar muito bem no Mundial e se Deus quiser vou medalhar”. Xuxu que fará sua quinta participação em mundiais quer disputar a final do meio-médio do M2. “Vou para minha sex-
148
Alguns dos judocas que foram ao Mundial Máster
A Associação Franco da Rocha foi a campeã geral
ta experiência em mundiais e minha meta é disputar a final. Sei que minha categoria é muito forte, mas estou me preparando para isso”. Xuxu coleciona três ouros no shiai e outra dourada em kata. Eduardo Baradel, João Carlos Alves e Carlos Gaitan, outros destaques do Veteranos, estrearão em Mundiais e além de adquirir maior experiência, vão a Frankfurt em busca de medalhas. Para Rubens Pereira o momento do Máster é excelente, mas falta ainda incentivo e boa vontade da CBJ. “Mais uma vez nossos heróis então rumando para um evento mundial, e vão com a cara e a coragem. Enquanto as delegações de outros países vão com equipes completas, ou seja, com preparadores físicos, médicos, técnicos e chefes de delegação, nossos atletas vão apenas com a ajuda de Deus. Tentamos adequar a data deste evento ao embarque para o Mundial, e esperamos ter ajudado no preparo de muitos judocas que representarão o Brasil em Frankfurt”, finalizou.
149
Masculino
2º Marcos Roberto Pinto Silva
1º Cristian Cesário
2º Cristiana C. Cruz
M1
3º Marcos Moreu Reis
2º Anderson Cássio dos Santos
Pesado
Leve
Médio
3º Alessandro Fabiano
1º Neusa A. Oliveira Santos
1º Cristian Cesário
1º Vagner Valentim
3º Bruno Stracieri
M2
2º Alexandre Freitas
2º Clovis Costa Oliveira
3º Ricardo Oliveira
3º Jose Nilton
M1
Meio-médio
Meio-pesado
Leve
1º Bruno Stracieri
1º Mario Roberto de Marchi
1º Maria Lucia G. Pontes
2º Reinaldo Viana
2º Paulo Eduardo Leme
2º Lilian Dias Dos Santos
3º Wendrel Afonso Sato
Pesado
3º Kátia Santos
3º Milton Soares Carollo
1º Marcos Jose Barros
Médio
Médio
2º Gilberto Tadeu De Freitas
1º Lucimar Silva
1º Roberto Roschi Orsi
M4
2º Patrícia Batera
2º Ricardo de Almeida
Ligeiro
3º Vivian Correa
3º Carlos Alberto Bezerra
1º Mitsuo Luiz
3º Ledjane Gonçalves
3º Marcos Roberto Gonçalves
2º Mario Barbosa
Meio-pesado
Meio-pesado
Leve
1º Ana Lucia C. Alvim
1º Fabio Kimura
1º Roberto Amaral
2º Arnaldo Calazans
2º Mauricio Jesus
Classificação Geral
3º Fernando Fernandes
Meio-médio
1 - Franco da Rocha 43
3º Eduardo de Brito
1º Franco Valério
2 - Associação de judô Mito 36
Pesado
2º Ademar Dias
3 - Sociedade Esportiva Palmeiras 29
1º Daniel Camargo
Médio
4 - Associação de Judô Moacyr 23
2º Evandro Silvério Beraldo
1º Edivaldo Fazzolari
M2
2º Helio Rong
Ligeiro
3º Marcelo Ribeiro
1º Marco Antonio
Meio-pesado
2º Marcio Dissandre Bispo
1º Marcos Magri
Leve
2º Benedito Bezerra
11- Fagundes = 7
1º Dalmo Cesar
Pesado
12- Hinode = 7
2º Rodrigo Pereira do Nascimento
1º Hugo Almeida
3º Marco Antonio Alcântara
2º Aidano Carneiro
3º Hoolyver Assolant Ferreira
M5
Meio-médio
Ligeiro
1º Anderson Cássio dos Santos
1º Julio Kawakami
2º Alessandro Fabiano
2º Juarez de Jesus
3º Pedro Rogério Fagundes
Leve
3º Alexandre Bucchino
1º Paulo Silva Ferreira
Médio
Meio-médio
1º Alexandre De Souza Gaspar
1º Nelson Onmura
2º Andre Dias Valim
2º Lucimar Rocha
Meio-pesado
3º Célio Vilas Boas
1º Tharin Polhein
3º Carlos Hugo Gaitan
2º Ademilson Lindolfo
Médio
3º Eduardo Baradel
1º João Carlos Alves
Pesado
2º Claudio Pereira
1º Ricardo Aguiar Simões
3º Giorgio Ernesto
2º Saulo Teixeira da Silva
3º Rui Amado
M3
Equipe Masculino
Ligeiro
1º Associação de Judô Mito
1º Damião Da Silva
2º Associação de Judô Moacyr
2º Paulo Silva Jr
3º Judô Kimura
Meio-médio
3º Judô Franco da Rocha
1º Rogério Duarte Reis
Absoluto Masculino
150
Feminino
5 - Judô Kimura 21 6 - Judô Taboão 17 7 - Judô Pissarra 16 8 - Guaru 10 9 - Colossus 8 10 - Acra 8
Médio 1º Isabel Regina Bondezan De Freitas M3 Ligeiro 1º Edneia Carvalho Teixeira Pesado 1º Adriana Arruda Absoluto Feminino 1º Neusa Aline 2º Lilian Dias 3º Adriana Arruda 3º Vivian Paula
151
Por André de Rossi
Mercadante: ótimos resultados e vaga no Mundial
Luiz Beretta, Diego Guevara, Nathália Mercadante e Pâmella Souza
O ano de 2011 está sendo especial para atletas da Associação Marcos Mercadante de Judô. Março ficou marcado pela disputa de quatro campeonatos, sendo três internacionais. Na Alemanha (Bad Blankenburg), a judoca ararense Nathália Mercadante, 16 anos, representou o Brasil pela seleção brasileira sub 17, no “Torneio Internacional de Thuringia”, válido pela primeira fase do Circuito Europeu. Participaram do evento 286 atletas femininos de 17 países. Em sua categoria ligeiro -44kg, participaram 32 atletas e após 6 lutas, Nathália conquistou o honroso 5º lugar para o Brasil. Ainda na Alemanha, Nathália foi prata, participando juntamente com os demais atletas da seleção brasileira sub 17, do “Desafio Internacional de Judô”, sendo que a equipe brasileira ficou em segundo lugar. Na mesma semana, Nathália viajou a Portugal (Coimbra), onde participou da “Taça da Europa de Juniores Portugal 2011”, dessa vez pela classe sub 20. A competição contou com a presença de aproximadamente 300 atletas de 16 países. Nathália fez quatro lutas e conquistou bronze para o Brasil. “Estou muito feliz por ter conquistado esta medalha na
Luiz Beretta, Diego Guevara, Nathália Mercadante e Pâmella Souza
classe sub 20, pois ela tem um sabor especial. Toda minha determinação e dedicação dentro e fora dos tatames valeram a pena, principalmente pelos resultados que vem acontecendo diante das competições de nível mundial. O importante é sempre estar entre as melhores”, finaliza Nathália. Ainda em março, aconteceu a “Copa São Paulo 2011”, realizada pela Federação Paulista de Judô, que mobilizou as quinze delegacias regionais do Estado, com a participação de 92 entidades e 1800 judocas. A Associação Mercadante conquistou nove medalhas na competição, sendo um ouro, duas pratas e seis bronzes. O destaque da equipe foi o judoca Diego Guevara, que se sagrou campeão e garantiu vaga para o Paulista e para o Brasileiro Regional. Em abril, o judoca Diego Guevara, 15 anos, sub 17, meio médio, conquistou a medalha de ouro no “Campeonato Brasileiro Regional de Judô”, que compõe a região 5 da CBJ (São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Também em abril, pela 2ª fase do Circuito Europeu, a judoca Nathália Mercadante competiu na Rússia pela seleção brasilei-
ra sub 20. Já pela seleção brasileira sub 17, os judocas Luiz Beretta e Pâmella Souza representaram o Brasil na República Tcheca. Os três não conseguiram classificação. No mês de maio, os judocas fizeram uma excelente participação ainda pela segunda fase do Circuito Europeu de Judô. Lutando na Romênia, pela seleção sub 17, Pâmella Souza e Luiz Beretta subiram no pódio após conquistarem a medalha de bronze para o Brasil. Já pela seleção Sub 20, Nathália Mercadante ficou em 5º lugar na Itália. Ainda em maio, os judocas ararenses Nathália, Pâmella e Luiz, conquistaram medalha de ouro no “Campeonato Brasileiro de Judô - Sub 17”, realizado em Recife/PE, pela Confederação Brasileira de Judô. No mês de junho, Nathália e Pâmella participaram no Rio de Janeiro da seletiva nacional para formar a seleção brasileira sub 17 que participará do Pan-Americano 2011 e, ambas sagraram-se campeãs. Após a seletiva, as duas ararenses titulares da seleção brasileira sub 17, continuaram no Rio de Janeiro em treinamento no Maracanãzinho, juntamente com a seleção brasileira principal que participou do Grand Slam Brasil 2011. No dia 05 de julho, Nathália Mercadante foi convocada pela Confederação Brasileira de Judô a participar do Campeonato Mundial sub 17, que será realizado no período de 10 a 14 de agosto em Kiev, na Ucrânia. “A vaga no Mundial é o nosso primeiro sonho que se realiza, através de muito trabalho, amor e dedicação, mas não para por aí, queremos também buscar vaga nos Jogos Olímpicos. Nossa preparação está sendo intensa para representar bem o Brasil no Mundial e no Pan”, finaliza o professor Marcos Mercadante.
Professores Marcos Mercadante e Bruno Pasqualoto com os atletas que Luiz Beretta e Pâmela Souza após recebeparticiparam da Copa São Paulo 2011 rem medalha de bronze pela 2º fase do Circuito Europeu de Judô
Luiz Beretta, Diego Guevara, Nathália Mercadante e Pâmella Souza
São José do Rio Preto faz História na Realização dos Paulistas Sub-15 e Sub-23
Judoca kodansha, vereador, dirigente de uma das equipes mais fortes do interior paulista e mantenedor de um grande projeto social: essas são apenas algumas das atribuições do professor Farath, um faixa preta que construiu sua vida sedimentada no judô. E toda esta vivência nos tatamis e na gestão esportiva resultou na realização de um dos eventos mais bem organizados do calendário paulista da temporada
Por Paulo Pinto Fotos Marcelo Lopes/Judô ao Vivo e Revista Budô
ª 6
Campeonato Paulista
Sub-15 e Sub-23
Delegacia Regional - Araraquarense Delegado Regional Osmar Aparecido Feltrin - Mazinho
São José do Riuo Preto Ribeirão Preto Araçatuba
Botucatu Presidente Prudente Bauru Marília
Campinas São José dos Campos Sorocaba
e São
Grand
Paulo
Vale do Ribeirão
DADOS DA COMPETIÇÃO Data: 4 de junho de 2011 Local: Ginásio Municipal de Esportes Antonio Natalone Cidade: São José do Rio Preto - SP Delegacia: 6ª Delegacia Regional - Araraquarense Delegado Regional: Osmar Aparecido Feltrin - Mazinho Associações Participantes: 122 Atletas Participantes: 674 Árbitros que atuaram: 48 Total de áreas: 8 áreas
154
A cidade de São José do Rio Preto sediou do Campeonato Paulista de Judô das classes sub-15 e sub-23. Realizado pelo professor Farath em conjunto com a 6ª Delegacia Regional e a Federação Paulista de Judô, o evento foi um marco no calendário esportivo paulista devido à qualidade e ao significado histórico que atingiu. Realizada no dia 4 de junho, a competição teve a participação de 674 atletas e 122 associações. Além da atuação de toda a equipe do vereador 6º dan e dos professores da 6ª Delegacia Regional, a disputa teve o apoio da Prefeitura de São José do Rio Preto e da Secretaria de Esportes.
155
Ao todo 48 árbitros atuaram nas oito áreas montadas no Ginásio Municipal de Esportes Antônio Natalone, palco de grandes lutas. O professor Farath não mediu esforços para realizar uma das mais belas festas do judô bandeirante e fez história ao lembrar e homenagear judocas que deram os primeiros passos da modalidade em sua região e no interior do Estado. Segundo o vereador rio-pretense, eventos esportivos desse porte fazem jus à pujança e à liderança que o judô paulista possui. “Apenas São Paulo tem capacidade para mobilizar tanta gente e tantos recursos na realização de um evento estadual de judô. Todos que aqui estiveram para competir, trabalhar ou ajudar viajaram centenas de quilômetros. Estamos no extremo do Estado e distante dos grandes centros. Mas isso é o espelho do judô paulista, e foi assim que construímos o caminho que nos levou ao lugar mais alto do pódio no Brasil e em todo o continente americano. Nosso esforço e dedicação são frutos do orgulho que temos por fazer um judô cada dia mais forte e democrático”, comemorou o professor Farath. Osmar Aparecido Feltrin, delegado regional responsável pelo evento, destacou a importância de homenagear aqueles que plantaram a semente. “Além da disputa por medalhas e a classificação para o Campeonato Brasileiro das categorias sub-15 e sub-23, presenciamos a belíssima homenagem feita aos professores que construíram a história do judô no Estado e no Brasil. Grandes judocas do passado foram lembrados e homenageados, entre eles Carlos Eduardo da Motta, o Tico, que cedeu seu nome para a competição. Penso que devemos reverenciar nossos antecessores, e seguir o exemplo deixado por eles”, disse Mazinho. Autoridades políticas e desportivas estiveram presentes e entre eles destacamos Valdomiro Lopes, prefeito de São José do Rio Preto; José Carlos Marinho, secretário municipal de Esporte e Lazer; Eduardo Piacenti, vereador de Rio Pre-
Os senseis Paulo Duarte e Umakakeba
Orpheu e Edson Puglia dirigentes do Verdão
Tico cumprimenta Paulo DUarte
Neimar Pinheiro, Paulo Pinto e Gil Carvalho
156
to; Francisco de Carvalho, presidente da Federação Paulista de Judô; professor Farath, o vereador 6º dan; e Eládio Silva, presidente do Automóvel Clube de Rio Preto. Em seu pronunciamento, Valdomiro Lopes, prefeito de São José do Rio Preto, destacou o papel decisivo do esporte na formação de uma sociedade mais justa. “Quero destacar que quando criança fui judoca, e guardo até hoje os ensinamentos de meu sensei. Sei a importância de conhecer e praticar a filosofia do judô. Sinto-me honrado por estar participando de um evento de tamanha grandeza. Nossa administração sabe a importância da prática esportiva e apoia ações contínuas neste segmento em todos os níveis. Despendemos grande esforço para promover o desenvolvimento técnico e estrutural de todas as modalidades esportivas indiscriminadamente, desde o esporte lúdico ao alto rendimento. O esporte proporciona e colabora no processo de formação de uma sociedade mais justa.” O prefeito rio-pretense falou da importância das ações conjuntas visando maiores resultados. “Nossa administração entende que as secretarias de Saúde, Esporte, Educação e Cultura devem desenvolver ações integradas visando a oferecer sempre melhor qualidade de vida a nossa população. De certa forma, todas estas pastas têm muito em comum e é isso que buscamos por meio desta política integrada”, finalizou Lopes. Francisco de Carvalho Filho, presidente da FPJ falou da necessidade de desenvolver parcerias em todos os níveis. “Estamos realizando em Rio Preto um grande evento, e preparando equipes que representarão São Paulo em duas competições nacionais. Nada disso seria possível sem as parcerias que desenvolvemos em todas as esferas. Cada vez mais temos a presença da iniciativa privada e do poder público em nossos eventos, e este é o caminho. O esporte socializa, engrandece e dignifica nossos jovens, e a participação dos diversos segmentos da sociedade em nosso dia a dia é imprescindível”, disse o dirigente.
Graduação emociona novo kodansha paulista O ponto alto da abertura foi a graduação de 6º dan concedida aos professores Raul de Mello Senra Bisneto e Antônio
157
César Fuscaldo. Dois kodanshas que, além de toda a evolução e do crescimento pessoal obtidos nos tatamis, trabalharam incansavelmente no sentido de disseminar a filosofia do mestre Jigoro Kano. Raul Senra, que além de professor de judô e empresário do agronegócio é delegado da 4ª Delegacia Regional Alta Paulista, ficou visivelmente emocionado com a graduação recebida. Para o novo kodansha paulista a razão de toda emoção é a amplitude do significado desta graduação. “Primeiro, foi uma longa espera e estou muito feliz, pois a sensação que fica é de que esperei a vida toda por isso. Entretanto, ser kodanha representa muita responsabilidade e comprometimento com todos aqueles que vivem o judô: praticantes, professores e admiradores de nossa modalidade.” Senra lembrou que o comprometimento agora é muito maior. “Acho que esta graduação também é um prêmio por tudo que fizemos pelo judô de São Paulo e da nossa região, porém o comprometimento com a filosofia do judô agora é muito maior”, finalizou o delegado paulista.
Valdormiro Lopes, Francisco de Carvalho, Tico, Farath e Puglia
Lins é destaque no sub-23 A equipe de judô Semclatur de Lins fez bonito no sub-23. Mesmo com apenas oito atletas disputando o sub-15 e o sub-23, a equipe linense marcou presença e figurou entre as equipes que subiram no pódio. O técnico da delegação de Lins foi o renomado professor Neimar Pinheiro, que levou a Rio Preto três judocas do pré-juvenil e cinco do sub-23. Destes, três medalharam e inseriram a equipe linense no rol das principais equipes paulistas da atualidade. São eles: Bruno César Mariano, o meio-médio que brilhantemente conquistou o ouro em uma categoria que contou com 25 judocas, e entre estes estavam atletas das principais equipes paulistas. Outros destaques foram Amélia Rosa Souza, a peso-ligeiro que conquistou o bronze, e Dahran Luiz Muraro, o meio-pesado que levou outro bronze para Lins. O ligeiro Bruno Muraichi é outro judoca extremamente técnico, e na disputa do bronze foi derrotado pelo experiente Phelipe Pelin. Mostrando excelente técnica e um estilo bastante agressivo, Bruno ficou em 5º lugar numa categoria que contou com 32 atletas.
158
Sensei Umakakeba entrega faixa coral a Raul
Mazinho entrega a faixa de kodansha a Antonio Fuscaldo
Família Fuscaldo comparecem à cerimônia
O time linense teve o acompanhamento do preparador físico João Rufino, e na avaliação do técnico Neimar Pinheiro a equipe mostrou grande evolução. “Estamos adquirindo mais experiência e mostrando evolução. Reputo este crescimento ao trabalho desenvolvido com o apoio da Secretaria Municipal de Esportes e da Prefeitura de Lins. Nosso secretário de Esportes, Akio Matsuda, e o prefeito Casadei têm apoiado as grandes iniciativas esportivas de nosso município, e felizmente o judô faz parte desse processo. Tenho certeza de que em breve estaremos marcando maior presença nos pódios do judô Paulista”, ensejou Pinheiro.
Prefeito Valdomiro Lopes
Professor Farath e Tico
Francisco de Carvalho Filho
Vereador Eduardo Piacenti e Anderson Dias
Rogério Sampaio conquista quatro medalhas no sub-23 Quatro atletas do Projeto Judô em Ação, desenvolvido pela Associação de Judô Rogério Sampaio, subiram ao pódio do Paulista sub-23. Daniel Plácido de Sousa (+100 kg), Carolina Pereira Martins (- 48 kg) e Beatriz Santos de Oliveira (- 70 kg) sagraram-se vice-campeões, enquanto Danilo de Almeida Gonçalves (- 81 kg) ficou com a medalha de bronze.
Palmeirenses conquistam maior número de medalhas
Professor Farath, Puglia e Fuscaldo
A Sociedade Esportiva Palmeiras conquistou dez medalhas nas finais do Paulista sub-15 e sub-23. Com três ouros, uma prata e seis bronzes, o Palmeiras/Mogi foi superado na classificação geral pelo Esporte Clube Pinheiros, que somou apenas seis medalhas, porém cinco de ouro. Com o ouro conquistado, os atletas Tácio Santos, Gabriela Clemente e Natália Maciel estão classificados para o campeonato brasileiro de suas categorias. Edson Puglia, diretor de judô do Verdão, disse que mais uma vez a Federação Paulista promoveu uma grande competição. “A FPJ realizou uma competição de altíssimo nível e muito bem formatada. Nossa equipe conquistou um excelente resultado e nossos atletas se empenharam muito. O resultados surgiu naturalmente, e repetimos o feito do ano passado, ficando na segunda colocação geral”, comemorou o dirigente alviverde.
159
Pinheiros mantém a hegemonia e a liderança O Esporte Clube Pinheiros mantém a tradição de liderança nos tatamis paulistas. Mais uma vez o clube da Zona Oeste da capital arrebatou o maior número de medalhas de ouro numa competição, mantendo a escrita. Ao todo foram seis medalhas, sendo cinco de ouro e uma de prata, que foi conquistada por Victor Andreas Karabourniotis, da categoria leve do sub-23. As de ouro também foram conquistadas no sub23, com Catiere Moya no ligeiro, Fabiana de Oliveira no leve, Charles Chibana no meio-médio, Vinicius Panini no leve e Eduardo Betoni da Silva no médio.
SESI fixa-se cada vez mais entre os grandes O time do SESI firmou-se definitivamente entre as principais forças do judô paulista. Até há pouco tempo, era um pódio aqui e outro ali. Hoje os sesianos avançam rapidamente rumo às primeiras colocações de forma determinada. Vários fatores refletem este resultado surpreendente, mas a principal razão desse desempenho tem nome: Paulo Duarte, um dos maiores senseis do judô contemporâneo. Aguerrido e determinado na formação de campeões, a cada ano o professor santista lança nos tatamis vários atletas com excelente preparo técnico. Em Rio Preto, o time do Serviço Social da Indústria arrebatou cinco medalhas: um ouro, uma prata e três bronzes. No sub-15, Laís Helena Miranda
de Souza faturou o ouro no meio-pesado, enquanto Ellen de Oliveira Furtado ficou com a de prata do pesado e Felipe Derosa Cintra levou o bronze do meio-leve. No sub-23, Júlia Cristina Bueno Araújo ficou com o bronze do pesado e Pedro Medeiros Delgado faturou o bronze no meio-pesado.
Classificação Geral Feminino Sub-15 Logo FPJ Super Ligeiro 1º Bruna da Silva
Associação Cult. Esp. do Tucuruvi
2º Karen Bianca V. de Souza
Clube Concórdia - Omega Academia
3º Gabrielle da Silva Anjos
Palmeiras/Mogi
3º Larissa Vitoria M. Teixeira
Unimes – Uni. Metropolitana de Santos
Ligeiro 1º Letícia Ribeiro B. Silva
Adpm - Reg. São José dos Campos
2º Catarina de Oliveira Machado
Sociedade Harmonia de Tênis
3º Janaina Gabriela Souza
Rio Preto Automóvel Clube
3º Andressa dos Santos Soares
Associação de Judô Budokan Peruíbe
Meio-leve 1º Thamiris A. Neris Cabral
Seduc - Praia Grande
2º Bruna Helena Moreira
Associação Máster de Judô
3º Jessica Couto Lima
Associação Hirakawa de Judô
3º Karina Thamiris P. da Silva
Rio Preto Automóvel Clube
Leve 1º Gabriela Silva M.Clemente
Palmeiras/Mogi
2º Vitoria Aparecida Hemmel
Associação de Judô Budokan Peruíbe
3º Jessika Caroliny L Martins
Rio Preto Automóvel Clube
3º Sabrina Gabriela Araujo
Seduc - Praia Grande
Meio-médio 1º Sabrina Tavares Rosseto
Associação Guairense de Judô
2º Geovana Soares de Lima
Seduc - Praia Grande
3º Stephanie Domingos do Carmo
Academia de Judô Pissarras
3º Yasmim Siqueira Fernandes
Associação Judô Nery
Médio 1º Daise Maria Locatelli
Associação de Judô de Divinolândia
2º Bruna Bognatori Merli
Associação Máster de Judô
3º Joyce Regina dos Santos
Associação de Judô Hombu Budokan
3º Gabriela Fernandes da Costa
Palmeiras/Mogi
Meio-pesado 1º Lais Helena Miranda de Souza
SESI - SP
2º Thalia Cristina da Silva
Associação Brasileira A Hebraica de SP
3º Nathalia F. Amaral
Associ. Marcos Mercadante De Judô
3º Giovanna Rodrigues Batista
Unimes – Uni. Metropolitana de Santos
Pesado 1º Beatriz Rodrigues de Souza
Associação de Judô Budokan Peruíbe
2º Ellen de Oliveira Furtado
SESI - SP
3º Giovana Oliveira Mendes
Associação Desportiva Carlos Fossati
3º Kamila Gomes Nogueira
A D Ateneu Mansor
Feminino Sub-23 Logo FPJ Super Ligeiro 1º Natalia Melo Maciel
Palmeiras/Mogi
2º Marcela Lamarca Dela Plata
A. Desp. Centro Olímpico
3º Nathali Barbosa Camargo
Associação de Judô Aleixo - M. F.
3º Amélia Rosa da Silva Souza
Semclatur de Lins
Ligeiro 1º Catiere Toledo Moya
Esporte Clube Pinheiros
2º Carolina Pereira Martins
Associação de Judô Rogério Sampaio
3º Lorrayna Ferreira da Costa
Assoc. Desp. Alfredo Contatto
3º Michely Y. de Amorim Abe
Associação Esportiva Guarujá
Médio
Meio-leve 1º Isabelle Regina de Lima
Tênis Clube S Jose Campos
1º Thiago Fernandes Miranda
Esp. C. Osasco/Yanaguimori
2º Thais Borges dos Santos
S. J. Esporte e Lazer Pindamonhangaba
2º Sandro de Moraes Duarte Filho
Associação Esportiva Guarujá
3º Rayane Ferraz de Souza
Associação Desportiva Santo Andre
3º Sergio Junior S. Eugenio
Associação de Judô Belarmino
3º Bruna Alves Cardoso
Suzano Judô Clube
3º Leonardo Pavani
Associação de Judô Nery
Meio-pesado
Leve 1º Fabiana dos S. de Oliveira
Esporte Clube Pinheiros
1º Luan Matheus Fernandes
2º Gilmara Cristina Prudêncio
Seduc - Praia Grande
2º Eduardo Bruno S dos Santos
Associação de Judô Belarmino
3º Tamara dos Santos
Tênis Clube S Jose Campos
3º Denis Barbosa da Silva
Associação Aurélio Miguel de Esportes
3º Amanda de Faria Dutra
Associação Guairense de Judô
3º Henrique Abreu Francini
Associ. de Judô Trajano C. A. Marciais
Pesado
Meio-médio 1º Camila Satie Zyman Minakawa
Associação Brasileira A Hebraica de SP
1º Raul de Almeida Batista Soares
Associação Desportiva Carlos Fossati
2º Laisa de Souza Oliveira
Associação Kiai Kam
2º Luiz Henrique dos Santos
A. Desp. Centro Olímpico
3º Michele M. de Oliveira
Associação Esportiva Piracicaba
3º Pedro Claudio T. Itinose
Fúlvio Myata Fitness & Sports
3º Tharrere Aparecida Reis Silva
Judô Makoto
3º Matheus Storti Monteiro Rocha
Rio Preto Automóvel Clube
1º Isabelle Chiara M. Vieira
Associação Esportiva Piracicaba
Super Ligeiro
2º Beatriz Santos de Oliveira
Associação de Judô Rogério Sampaio
1º Paulo Sérgio Zakimi
Associação Desportiva São Caetano
3º Jessica Sisa Martins Carvalho
Associação de Judô Mata Sugizaki
2º Eduardo Moreira Damião
Associação Sekai de Judô
3º Letícia Cherri Spilari
Associação de Judô Aleixo - M. F.
3º Guilherme Vinicius Marques
Palestra Esporte Clube
3º Jader Cássio da Silva
Associação Branco Zanol de Judô
Masculino Sub-23 Logo FPJ
Médio
Meio-pesado 1º Talita Liborio Morais
Tênis Clube S Jose Campos
2º Pâmela Vitorio Ventura
Associação Kiai Kam
3º Samarita Beraldo Santagnello
Rio Preto Automóvel Clube
3º Steffani Marques Lupetti
Associação Esportiva Piracicaba
Pesado 1º Marilia Vieira dos Santos
Associação Desportiva Santo Andre
2º Gabriela Mattioli de Siqueira
Seduc - Praia Grande
3º Gabriella Lopes S. Souza
S. J. Esporte e Lazer Pindamonhangaba
3º Julia Cristina Bueno Araujo
SESI – SP
Masculino Sub-15 Logo FPJ Super Ligeiro
Ligeiro 1º Eric Gomes Takabatake
A. A. D. Mesc São Bernardo
2º Hernan Daniel Birbrier
Associação Esportiva Piracicaba
3º Nicolas Felipe Almeida Santos
Adpm - Reg. São José dos Campos
3º Phelipe André Pelin
Palmeiras/Mogi
Meio-leve 1º Charles Koshiro Chibana
Esporte Clube Pinheiros
2º Alexandre Tadashi Uchida
Associação de Judô Ichikawa
3º Saulo de Oliveira Silva
Associação Esportiva Piracicaba
3º Leandro Gonçalves Silva
Suzano Judô Clube
Leve
1º Mike Silva Pinheiro
São João Tênis Clube
1º Vinicius Taranto Panini
Esporte Clube Pinheiros
2º João Victor dos Santos Silva
Adpm - Reg. São José dos Campos
2º Victor Andreas Karabourniotis
Esporte Clube Pinheiros
3º David Gonçalves da Silva
Associação Brasileira A Hebraica de SP
3º Luiz Fernando Araujo Duarte
Clube Atlético Taboão da Serra
3º Jonathan Renan Lemos Martins
Rio Preto Automóvel Clube
3º Mateus Santos Almeida
Associação Desportiva São Caetano
Ligeiro
Meio-médio
1º Bruno Cesar Watanabe
São João Tênis Clube
1º Bruno Cesar Mariano
Semclatur de Lins
2º Douglas Ap. Silva de Sena Jr
Associação Guairense de Judô
2º Caio Ricardo L. Paolillo
Guaru Educação Social e Desporto
3º Diego Henrique Ribeiro
Adpm - Reg. São José dos Campos
3º Lincoln Duarte Araujo Alfenas
Palmeiras/Mogi
3º Alexsander Pereira Dias
Rio Preto Automóvel Clube
3º Danilo de Almeida Gonçalves
Associação de Judô Rogério Sampaio
Meio-leve
Médio
1º Kainan Santos Pires
Associação Esportiva Guarujá
1º Eduardo Betoni da Silva
Esporte Clube Pinheiros
2º Haniel Gabriel O. Simas
São João Tênis Clube
2º Elias Maklouf Samed
A. Desp. Centro Olímpico
3º Felipe Derosa Cintra
SESI - SP
3º Caio Ferreira Diniz de Moura
A. A. D. Mesc São Bernardo
3º Kayode Manu da Silva Alves
A. D. C Santana Pedreira
3º Ricardo Bruno de Jesus
Palmeiras/Mogi
Leve
Meio-pesado
1º Ronin Lins Rocha
Sport Club Corinthians Paulista
1º Jonas Facho Inocêncio
Associação Esportiva Piracicaba
2º Caio Andreoli Fornari
Palmeiras/Mogi
2º Hafner Martar Pires Duarte
A. D. Bandeirantes Sorocaba
3º Aurélio Pereira dos Santos Filho
Tênis Clube S Jose Campos
3º Pedro Medeiros Delgado
SESI - SP
3º Rafael Bondezan de Freitas
Palmeiras/Mogi
3º Dahran Luiz Muraro
Semclatur de Lins
Meio-médio
162
Associ. Cultural Nipo Bras. Vila Carrão
Pesado
1º Tacio Henrique Bráulio Santos
Palmeiras/Mogi
1º Eduardo Paulino Gonçalves
Associação Guairense de Judô
2º Caio Henrique dos Santos
Associação J. M. Tigre de São Carlos
2º Daniel Plácido de Souza
Associação de Judô Rogério Sampaio
3º Bruno Matheus S. Viana
Associação Registrense de Judô
3º Willian Hoffmann
Associação Desportiva Alfredo Contatto
3º Pedro Paulo Arruda Silva
São João Tênis Clube
3º Caíque de Almeida
Associ. de Judô Trajano C. A. Marciais
Por Paulo Pinto Fotos Arquivo
Escola Liceu Albert Sabin Faz do Judô uma Importante Ferramenta Educacional
Cerca de 80 judocas da equipe do Colégio Liceu Albert Sabin – Educação Infantil e Ensino Fundamental, acompanhados pelo técnico Rogério Quintela e pelo professor Sílvio Caporal, coordenador do Departamento de Esportes da escola, participaram do 9º Festival de Judô A Hebraica, no dia 10 de abril, em São Paulo. A equipe do liceu foi a única representante de Ribeirão Preto num dos mais tradicionais eventos do judô do Estado de São Paulo. O festival reuniu mais de 1.800 atletas dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná, e contou com a presença do campeão mundial de judô Luciano Correa, que foi prestigiar a competição. Os judocas tiveram a orientação da psicóloga esportiva da equipe de judô SME Ribeirão Preto/Barão de Mauá, Cheila Casagrande, antes e depois de cada luta. Para o técnico Rogério Quintela, esta foi uma experiência única. “A participação da equipe do Liceu Albet Sabin no festival de judô foi sensacional. Agradeço a contribiução dos pais e de todos os profissionais envolvidos nesta ação. Quanto às crianças, acredito que lutar no maior festival de judô da América Latina tenha sido fundamental no sentido de perceberem a dimensão do esporte que praticam e aprenderem com naturalidade a importância de ganhar e perder, dentro e fora dos tatamis”, disse Quintela. Saída da delegação
“Acreditamos que atividades desta natureza sejam fundamentais para despertarmos valores como organização, responsabilidade e espírito de coletividade”, comentou o professor Sílvio Caporal. A Escola Liceu Albert Sabin conta hoje com mais de 120 judocas a partir dos 4 anos de idade.
Prof. Quintela e Prof. Silvio e a Equipe de apoio Carla, Cheila e Henrique
concentração dos judocas
163