TCC NOTA 10 ARQ | CENTRO DE REABILITAÇÃO - REABILITAR | AMÁLIA HELENA MALHEIROS RIBEIRO

Page 1

REA

ILITAR

CENTRO DE REABILITAÇÃO AMÁLIA HELENA MALHEIROS RIBEIRO TCC - ARQUITETURA - 2020 I UNIPE



CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA - UNIPÊ ARQUITETURA E URBANISMO

AMÁLIA HELENA MALHEIROS RIBEIRO

CENTRO ESPECIALIZADO EM REABILITAÇÃO PARA TRATAMENTO DE INFECÇÃO POR ARBOVIROSES EM JOÃO PESSOA/PB Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ, como requisito para obtenção do grau de bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Prof. Orientador: Me. Antônio Cláudio Ximenes Massa

JOÃO PESSOA | 2020


R484c Ribeiro, Amália Helena Malheiros. Centro Especializado em Reabilitação para Tra tamento de Infecção por Arboviroses em João Pessoa/PB / Amália Helena Malheiros Ribeiro. - João Pessoa, 2020. 91f. Orientador (a): Prof . Antônio Cláudio Ximenes Massa. Monografia (Curso de Arquitetura e Urbanismo) – Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ. 1. Arbovirose. 2. Acessibilidade. 3. Ambiente de Saúde. 4. Centro de Reabilitação. 3. Síndrome Congênita do Zika Vírus. I. Título. UNIPÊ / BC

CDU – 724.1:364-5


BANCA EXAMINADORA

Prof. Me. Antônio Cláudio X. Massa (Orientador)

Prof. Me. Rui Vanderlei Rocha Júnior (Examinador Interno)

Raquel Lins (Examinadora Externa)

JOÃO PESSOA I 2020


AGRADECIMENTOS A Deus, por direcionar meus passos, por ser meu guia espiritual e me livrar de todos os males. À Nossa Senhora, Mãe Santíssima, pela proteção e intercessão junto ao Pai em todos os momentos da minha vida. Ao meu orientador, Antônio Cláudio Ximenes Massa, pelos ensinamentos, pelo estímulo constante e pelo exemplo de amor à Arquitetura. Aos membros da banca examinadora, Rui Vanderlei Rocha Júnior e Raquel Lins, pelas contribuições. À todos os professores que tive a honra de ser aluna, cujos ensinamentos auxiliaram para que essa etapa fosse concluída. À minha mãe, Lúcia Malheiros, pelo esforço e dedicação na minha educação e por me apoiar de todas as formas possíveis. Ao meu esposo, Carlos Eduardo, por cuidar com tanto carinho dos nossos filhos, pela paciência, estímulo e apoio incondicional, que me permitiu dedicar mais tempo a graduação.


Aos meus filhos, Giovanna e Lucca, por compreenderem a ausência materna durante os anos da graduação e por serem a razão que impulsiona a minha vida sem me permitir desanimar. À minha amiga, Ana Cláudia Ataíde, arquiteta que me inspirou e me incentivou durante essa trajetória. À querida Cibele Torres, que foi instrumento de Deus para meu ingresso na graduação. Aos colegas da graduação, em especial ao meu grupo de trabalho, pela troca de conhecimentos e experiências, além de tornar mais leve esse período. Aos funcionários da instituição de ensino, pelo empenho e dedicação no auxílio aos graduandos, em especial a Jéssica Teresa Floro de Lima, que se dedicou com afinco a solucionar nossas demandas na coordenação de Arquitetura e Urbanismo.


RESUMO

O presente trabalho aborda o tema da arquitetura hospitalar, voltada para o desenvolvimento de um centro especializado em reabilitação, sua abordagem é direcionada a pessoas que necessitam de tratamento dirigido às consequências provocadas por arbovírus. A arbovirose é o termo empregado para doenças transmitidas por vetores como o mosquito do Aedes Aegypti, que inclui os vírus da dengue, da febre amarela, da Chikungunya e da Zika, esta desenvolve a forma mais grave da doença, a síndrome congênita do Zika vírus, que terá destaque nesse trabalho. Os ambientes de saúde têm demonstrado, mediante planejamento arquitetônico, que os espaços humanizados interferem positivamente no processo terapêutico, e na esfera da reabilitação não é diferente, pois é por meio da intervenção da Arquitetura que se confere ambientes acolhedores, humanizados e livres de barreiras, proporcionando ao paciente um processo de reabilitação que vise consolidar o processo terapêutico de maneira mais agradável. Para isso, esse estudo utiliza métodos que influenciem positivamente na qualidade do tratamento, por meio da relação entre paciente e espaço, pesquisando formas de utilização de espaços flexíveis, no intuito de adaptar os ambientes às novas demandas dos usuários, além de estudar elementos que promovam conforto térmico e lumínico. Palavras-chave: Arbovirose. Acessibilidade. Ambiente de Saúde. Centro de Reabilitação. Síndrome Congênita do Zika Vírus.


RESUMEN

El presente trabajo aborda el tema de la arquitectura hospitalaria, centrado en el desarrollo de un centro especializado de rehabilitación, su enfoque está dirigido a las personas que necesitan un tratamiento dirigido a las consecuencias causadas por el arbovirus. Arbovirosis es el término utilizado para las enfermedades transmitidas por vectores como el mosquito Aedes Aegypti, que incluye los virus del dengue, la fiebre amarilla, el Chikungunya y el Zika, desarrolla la forma más grave de la enfermedad, el síndrome congénito del virus Zika, que se destacará en este trabajo. Los entornos sanitarios han demostrado, a través de la planificación arquitectónica, que los espacios humanizados interfieren positivamente en el proceso terapéutico, y en el ámbito de la rehabilitación no es diferente, porque es a través de la intervención de la Arquitectura que se dan entornos acogedores, humanizados y sin barreras, proporcionando al paciente un proceso de rehabilitación que pretende consolidar el proceso terapéutico de una forma más agradable. Para ello, este estudio utiliza métodos que influyen positivamente en la calidad del tratamiento, a través de la relación entre el paciente y el espacio, investigando formas de utilizar los espacios flexibles para adaptar los ambientes a las nuevas demandas de los usuarios, además de estudiar elementos que promuevan el confort térmico y luminoso. Palabras clave: Arbovirosis. Accesibilidad. Ambiente de salud. Centro de Rehabilitación. Síndrome congénito del virus Zika.



“Acredito que as coisas podem ser feitas de outra maneira e que vale a pena tentar.”

(Zaha Hadid)


LISTA DE FIGURAS Figura 1: Mapa de localização dos CER’s IV existentes na Paraíba ..............................................................................................................33

Figura 14: Localização da FUNAD ................................................... 41

Figura 2: Mapa de localização das mesorregiões paraibanas..... 33

Figura 15: Setorização da FUNAD ................................................... 41

Figura 3: Vila Savoye ......................................................................... 34

Figura 16: Localização do lote ......................................................... 46

Figura 4: Painéis Hospital Sarah Kubitschek - Brasília.................. 34

Figura 17: Diagrama de Localização e Topografia ........................ 47

Figura 5: Painel Hospital Sarah Kubitschek - Salvador ................. 35

Figura 18: Mapa de mobilidade ...................................................... 47

Figura 6: Jardim interno do Hospital Sarah Kubtishek - Salvador 35

Figura 19: Diagrama de Hierarquia e Fluxo Viário ........................ 48

Figura 7: Fachada Sudeste do Centro de Reabilitação BeitHalochem ........................................................................................... 38

Figura 20: Recorte do Mapa de Uso e Ocupação .......................... 48

Figura 8: Localização do Beit-halochem ......................................... 38

Figura 13: Fachada Oeste da FUNAD/PB........................................ 40

Figura 21: Diagrama da trajetória solar e ventilação predominante .............................................................................................................49

Figura 9: Plantas baixas dos pavimentos térreo e superior do Beit Halochem ........................................................................................... 39

Figura 22: Rosa dos ventos .............................................................. 50

Figura 10: Fachada Sul do Hospital Sarah Kubitschek - Fortaleza/ CE ........................................................................................................ 39

Figura 24: Diagrama de uso e ocupação do solo .......................... 51

Figura 11: Localização do Hospital Sarah Kubtschek em Fortaleza/ CE ........................................................................................................ 39

Figura 26: Estudo de setorização volumétrica 2 ........................... 54

Figura 12: Planta de localização do Hosp. Sarah Kubistchek Fortaleza/CE....................................................................................... 40

Figura 23: Estudo da insolação nas fachadas do lote. ................. 50 Figura 25: Estudo de setorização volumétrica 1 ........................... 54 Figura 27: Estudo da insolação nas fachadas do edifício. ........... 54 Figura 28: Estudo de locação de ambientes .................................. 55


Figura 29: Implantação do CER para Tratamento de Infecções por Arbovírus............................................................................................ 55

Figura 44: Leiaute consultório de otorrinolaringologia – REABILITAR

Figura 30: Jardim Sensorial .............................................................. 56

Figura 45: Equipamento inserido no entorno ............................... 66

Figura 31: Setorização volumétrica ................................................ 56

Figura 46: Fachada Sudeste ............................................................. 67

Figura 32: Setorização do Pavimento Térreo ................................ 57

Figura 47: Fachada Noroeste........................................................... 68

Figura 33: Setorização do Pavimento superior ............................. 58

Figura 48: Vista na altura do observador da Praça das Artes ..... 69

Figura 34: Estudo da volumetria ..................................................... 59

Figura 49: Vista do deck ................................................................... 70

Figura 35: Malha estrutural ............................................................. 60

Figura 50: Vista na altura do observador do Jardim Sensorial. ... 71

Figura 36: Diagrama de materiais ................................................... 61

Figura 51: Terraço jardim ................................................................. 72

Figura 37: Soluções de conforto aplicadas ao projeto ................. 62

Figura 52: Praça das Artes. .............................................................. 73

Figura 38: Drywall – esquema de encontro com o piso ............... 62 Figura 39: Leiaute consultório indiferenciado -SOMASUS ........... 63

Figura 53: Perspectiva do estacionamento na altura do observador ........................................................................................ 74

Figura 40: Leiaute consultório indiferenciado - REABILITAR........63

Figura 54: Fachada Norte ................................................................. 75

Figura 41: Leiaute consultório oftalmologia -SOMASUS...............63

Figura 55: Recepção do prédio circular .......................................... 76

Figura 42: Leiaute consultório oftalmologia - REABILITAR .......... 64

Figura 56: Área de socialização interna e orientação ao usuário77

Figura 43: Leiaute consultório de otorrinolaringologia – SOMASUS ............................................................................................................. 64

Figura 57: Circulação vertical ........................................................... 78

............................................................................................................. 65


LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Casos confirmados da SCZV na Paraíba....................... 28 Gráfico 2: Casos de infecção por arboviroses da Paraíba ........... 28 Gráfico 3: Casos de Arboviroses por semana epidemiológica .... 29 Gráfico 4: Pessoas com deficiência no Brasil por grau de dificuldade motora................................................................................................ 30 Gráfico 5: Setorização....................................................................... 46

LISTA DE TABELAS Tabela 1: Classificação dos centros especializados em reabilitação ............................................................................................................. 32 Tabela 2: Quadro resumo de análise projetual da Beit- Halochem ............................................................................................................. 39 Tabela 3: Quadro resumo de análise projetual do Hospital Sarah Kubtschek - Fortaleza/CE ................................................................. 40 Tabela 4: Quadro resumo de análise projetual da FUNAD/PB ... 41 Tabela 5: Dimensões mínimas para ambientes de reabilitação auditiva............................................................................................... 44 Tabela 6:Dimensões mínimas para ambientes de reabilitação física .................................................................................................... 44 Tabela 7: Dimensões mínimas para ambientes de reabilitação intelectual .......................................................................................... 44 Tabela 8: Dimensões mínimas para ambientes de reabilitação visual................................................................................................... 44 Tabela 9: Dimensões mínimas para demais ambientes .............. 45 Tabela 10: Pré-dimensionamento de ambientes não obrigatórios pelo Manual de Ambiência .............................................................. 45 Tabela 11: Áreas externas................................................................ 45 Tabela 12: Restrições legais da ZGE ............................................... 49


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CER

Centro Especializado de Reabilitação

CF

Constituição Federal

FAV

Fundação Altino Ventura

FUNAD

Fundação Centro Integrado de apoio ao Portador de Deficiência

IBGE

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MS

Ministério da Saúde

OMS

Organização Mundial de Saúde

PCD

Pessoa com Deficiência

RDC

Resolução da Diretoria Colegiada

SES/PB

Secretaria de Saúde do Estado da Paraíba

SINASC

Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos

SCZV

Síndrome Congênita do Zika Vírus

SOMASUS

Sistema de Apoio à Elaboração de Projetos de Investimento em Saúde

SUS

Sistema Único de Saúde

UNICAMP

Universidade Estadual de Campinas

UNICEF

Rede de Inclusão do Fundo das Nações Unidas para a Infância

ZGE

Zona de Grandes Equipamentos


SUMÁRIO INTRODUÇÃO

20

1

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

2

REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. PATOLOGIAS CAUSADAS POR ARBOVIROSES 2.2. VÍTIMAS DA ARBOVIROSE NO ESTADO DA PARAÍBA 2.3. ASPECTOS HISTÓRICOS E DADOS SOBRE A DEFICIÊNCIA 2.4. CENTRO ESPECIALIZADO EM REABILITAÇÃO 2.5. AMBIENTES FLEXÍVEIS E HUMANIZADOS

24

28 28 29 30 31 33


3

REFERENCIAL PROJETUAL

3.1. CENTRO DE REABILITAÇÃO REIT-HALOCHEN

3.2. HOSPITAL SARAH KUBTISCHEK – FORTALEZA/CE

3.3. FUNDAÇÃO CENTRO DE APOIO AO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA

4

ASPECTOS PRÉ-PROJETUAIS

4.1. PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO 4.2. ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL 4.3. ESCOLHA E JUSTIFICATIVA DO LOTE 4.4. CARACTERIZAÇÃO DO LOTE E DIAGNÓSTICO DO ENTORNO 4.5. DIRETRIZES PROJETUAIS 4.6. CONCEITO 4.7 PARTIDO ARQUITETÔNICO

38 38 39 40

44 44 46 46 47 51 51 51

5

PROPOSTA

5.1. EVOLUÇÃO PROJETUAL 5.2. IMPLANTAÇÃO E ACESSIBILIDADE 5.3. SETORIZAÇÃO 5.4. EVOLUÇÃO VOLUMÉTRICA 5.5. ESTRUTURA 5.6. MATERIAIS 5.7. CONDICIONANTES CLIMÁTICAS 5.8. ELEMENTOS FACILITADORES DA FLEXIBILIDADE

54

54 55 56 59 60 61 62 62

5.9. DIMENSIONAMENTO E LEIAUTE DOS AMBIENTES

62

5.10 ESPACIALIDADE

65

CONCLUSÃO

82

APÊNDICE

86

REFERÊNCIAS

83


IN TRO DU ÇÃO



INTRODUÇÃO

Arbovirose

20

Reabilitação

Ambiente de Saúde

O termo arbovirose é aplicado a doenças causadas por transmissão através de insetos como o mosquito do Aedes Aegypti, que abrange patologias como a dengue, a Chikungunya, a Zika e a febre amarela, esta última é considerada uma doença endêmica1 no Brasil e se manifesta atualmente na Região Amazônica, segundo dados do portal do Ministério da Saúde - MS. Ainda de acordo com mesmo portal, o paciente infectado pela dengue pode apresentar, em sua forma mais grave, sequelas neurológicas, enquanto os pacientes de Chikungunya e de Zika apresentam dores intensas musculares e articulares, em geral bilaterais, podendo se tornar crônicas. A forma mais grave da manifestação de infecção pelo vetor é a Síndrome Congênita do Zika Vírus – SCZV, que também está associada à Síndrome de Guillain Barré, doença autoimune, que provoca, além de outras sequelas, redução e perda do tono muscular (Portal Ministério da Saúde). No segundo trimestre de 2015, o surto provocado pelo vírus Zika, transmitido pelo vetor, o mosquito Aedes Aegypti, proliferou-se no Brasil, com maior incidência na região Nordeste. Após a propagação da epidemia, registrou-se um aumento considerável de casos de microcefalia em neonatos. ¹Termo usado para uma doença que é transmitida em apenas uma região do país. ²Este dado foi encontrado na Cartilha do Ministério da Saúde, 2018.

Essa relação culminou na percepção de um conjunto de comprometimentos no desenvolvimento neuromotor, caracterizando a Síndrome Congênita do Zika Vírus (SCZV), marcada por sintomas associados à infecção pelo arbovírus, sendo mais frequente a microcefalia. Apesar da associação contumaz entre a SCZV e a microcefalia, esta não é a única manifestação da síndrome, podendo apresentar, conforme Pedi (2018), “alterações oculares, desproporção craniofacial e algumas deformidades articulares e de membros, mesmo que na ausência da microcefalia”. Este fato levou o MS, em 2015, a decretar emergência na saúde pública nacional, em conformidade à Portaria nº 1.913/2005, considerando os altos índices de casos confirmados (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018). Neste período, o índice paraibano2, seguia em quarto lugar no ranking nacional, alcançando, sobretudo, famílias com baixo poder aquisitivo, tendo em vista as condições de urbanização e crescimento não planejado nas regiões das cidades onde essas famílias residem, existindo mais locais favoráveis à proliferação de doenças transmitidas pelo vetor (ALBUQUERQUE et al.,2018). Nesse contexto, percebe-se a importância de assegurar um cenário de desenvolvimento contínuo às crianças com a SCZV e de orientação e acolhimento às famílias, além de prestar assistência ao público com sequelas causadas pela infecção por arbovírus. Tudo isso respaldado pelo trabalho de equipes multidisciplinares, com o propósito de que se forneça um ambiente estimulador para o progresso da abordagem terapêutica aplicada, que promova a qualidade de vida também aos cuidadores dos portadores da referida síndrome, visto que, muitas vezes, estes se reconhecem como vítimas da epidemia, pois comumente abdicam da vida profissional devido à necessidade de se dedicar em tempo integral às necessidades dos filhos, tendo em vista a rotina extenuante imposta pelo tratamento contínuo dos pacientes.


INTRODUÇÃO

Neste cenário, corrobora-se a imperiosa necessidade de um espaço flexível para a continuidade do tratamento até a vida adulta daqueles que contraíram a referida síndrome, mormente vislumbrando as desconhecidas necessidades futuras para assegurar bem-estar no espaço ofertado. O conceito de flexibilidade abrange distintas interpretações em diversos campos de atuação, e, na área da Arquitetura, pode-se considerar como estratégias de potencialização espacial, compreendendo o edifício como algo capaz de crescer e se reconfigurar ao longo do tempo, podendo os ambientes, que compõem o edifício, serem organizados e arranjados de diferentes maneiras, de acordo com a necessidade de uso (BRAGA, 2016). Na cidade de João Pessoa/PB, o espaço ofertado como recurso terapêutico de reabilitação, CER IV, restringe-se à Fundação Centro Integrado de apoio ao Portador de Deficiência – FUNAD, que recebe pacientes com múltiplas deficiências. Diante de tal circunstância e por abordar um tratamento específico, ininterrupto e que, em geral, perdurará por toda vida do paciente, constata-se a carência de ambientes de saúde que possuam a capacidade de acolher exclusivamente usuários infectados por arboviroses, considerando os pacientes da capital paraibana e os provenientes dos municípios circunvizinhos. Com esta finalidade, será necessário esclarecer o que é a doença, como se manifesta e quais as formas de humanizar e flexibilizar os espaços oferecidos para reabilitação, levando em consideração a legislação vigente e a NBR 9050 - acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos - de modo que a proposta seja capaz de oferecer um espaço que promova bem estar ao paciente e aos cuidadores, além de observar o disposto no Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015).

Isto posto, este trabalho tem como objetivo principal propor um anteprojeto de um centro especializado em reabilitação para tratamento de infecção por arbovirose na cidade de João Pessoa/PB, visando garantir o tratamento e acompanhamento em todas as fases da vida do paciente acometido pela patologia, proporcionando-lhe bem-estar e qualidade nos ambientes de serviço de saúde ofertados ao usuário. À vista disso, seguem os objetivos específicos que serão considerados para desenvolvimento deste estudo: utilização de métodos que influenciem positivamente na qualidade do tratamento, através da relação entre usuário e espaço, pesquisa sobre formas de utilização de espaços flexíveis, no intuito de adaptar os ambientes as novas demandas dos usuários e estudo dos elementos que promovam conforto térmico e lumínico.

21


OLÁ

esse é um spoiler do resultado de um dos nossos TCCinhos


Se você gostou e quer saber mais sobre o trabalho e o TCC Nota 10, fala com a gente pelo nosso instagram @tccnota10arquitetura


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.