TCC NOTA 10 ARQ | Anteprojeto de uma Fábrica de Cosméticos Naturais | KAROLAINE SOARES PEREIRA

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SS O O CC

KAROLAINE SOARES PEREIRA

S AIIS R RA U U T T A A N .. N



CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA - UNIPÊ UBTECH- ARQUITEURA E URBANISMO

KAROLAINE SOARES PEREIRA

NATUR: Sustentabilidade aplicada ao Anteprojeto de uma Fábrica de Cosméticos Naturais no Distrito Industrial-JP Trabalho final de graduação, apresentado ao Centro Universitário de João Pessoa- Unipê, como parte das exigências para obtenção do título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientadora: Prof.ª Kelly Christine Silva de Lima, Me.

Jo ão Pessoa | 2020


P436n

Pereira, Karolaine Soares Natur: Sustentabilidade aplicada ao Anteprojeto de uma Fábrica de Cosméticos Naturais no Distrito Industrial-JP. João Pessoa /Karolaine Soares Pereira. - João Pessoa, 2020. 93f. Orientador (a): Profª kelly Christine Silva de Lima. Monografia (Curso de Arquitetura e Urbanismo) – Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ. 1. Fábrica. 2. Cosméticos Naturais. 3. Sustentabilidade. 4. Eficiência Energética I. Título.

UNIPÊ / BC

CDU – 725.1:62



AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por todo amparo, por todos os caminhos percorridos, por todos aprendizados e por todas as pessoas que passaram, permitindo a construção de quem sou e que me fizeram chegar até aqui. Aos meus familiares, de forma especial os meus pais, Manoel Anizio e Maria Daluz Soares, que nunca mediram esforços para ajudar na formação profissional e que de forma singular, sempre se fizeram presentes orando, apoiando e acreditando nas minhas decisões. Agradeço, imensamente a minha irmã, Kaline Soares, por toda cumplicidade e companheirismo. Agradeço as minhas tias Mônica Soares e Maria Soares, que sempre oraram e vibravam com todas as minhas conquistas. Aos meus primos e amigos, os quais tive o privilégio de conviver e dividir momentos incríveis, tornando os dias mais leves nessa etapa da vida. Aos meus amigos da faculdade Camilla Mello, Gabriel Leodegário e Lucas Almeida, agradeço por toda troca de conhecimento adquirido ao longo do curso, por todos os momentos de desespero e alegrias. Como também todos aqueles que se fizeram presentes ao longo do curso e aos que seguiram novos caminhos.


Agradeço também a Dirceu Smaniotto, por sempre me encorajar, me apoiar e por ser compreensivo nos momentos de privação e solícito nos desafios deste trabalho. Agradeço ao arquiteto Renato Queiroga, com quem tive oportunidade de estagiar, por todo conhecimento transmitido e por toda confiança depositada no meu trabalho, me ensinando a ser uma boa arquiteta e um ser humano melhor. Aos que colaboraram com o direcionamento deste trabalho, em especial a minha orientadora Kelly Christine, que transmitiu contribuições inestimáveis para minha capacitação profissional e para este trabalho, incentivando sempre a busca pela excelência. A todos os professores, funcionários e aos membros desta banca, Camila Sales e Edson Muniz, pela disponibilidade e pelas relevantes contribuições. Por fim, agradeço a AGV, sobretudo a Vitor e Gabi, por toda assessoria prestada e por conseguir acalmar nos momentos de desespero, permitindo o direcionamento mais leve do presente trabalho. Essa conquista não seria possível sem todos vocês. Muito obrigada!


RESUMO Com o passar do tempo, a preocupação com a insustentabilidade estabelecida pelo processo de industrialização gerou grandes oportunidades para novos mercados “verdes”, de modo que hoje, têm-se cada vez mais indústrias voltadas para conceitos de sustentabilidade e eficiência energética. Nesse contexto, as indústrias de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC) reconheceram uma nova vertente para seu segmento, os cosméticos naturais, sendo baseados nos princípios de sustentabilidade: Ambiental; Econômico e Social. Com base nesse ponto de vista e analisando a falta de indústrias que promovem esses princípios, o presente trabalho propõe o Anteprojeto de um Fábrica de cosméticos naturais no Bairro das Indústrias em João Pessoa (PB), apropriando-se dos estudos sobre os avanços da sustentabilidade e eficiência energética com aplicabilidade às indústrias, atrelados também ao referencial projetual, consultas em normativas e legislações pertinentes. Por fim, acredita-se na ideia de um edifício baseado nas três esferas da sustentabilidade, agregando, sobretudo, nas relações espaciais que acontecem no espaço urbano. Palavras-chaves: 1. Fábrica. 2. Cosméticos Naturais. 3. Sustentabilidade. 4. Eficiência Energética.


ABSTRACT As time went by, the concern with the unsustainability established by the industrialization process, generated great opportunities for new ‘’green’’ markets, so that today there are more and more industries focused on concepts of sustainability and energy efficiency. In this context, the Personal Hygiene, Perfumery and Cosmetics (HPP) industries recognized a new dimension for their segment, natural cosmetics, based on the principles of sustainability: Environmental; Economic and Social. Based on this point of view and analyzing the lack of industries that promote these principles, the present work proposes the Preliminary Project for the Natural Cosmetics Factory in Bairro das Indústrias in João Pessoa (PB), appropriating studies on the advances in sustainability and energy efficiency with applicability to industries, also linked to the design framework, consultation with relevant regulations and legislation. Finally, we believe in the idea of a building based on the spheres of sustainability, adding, above all, the spatial relationships that take place in the urban space. Keywords: 1. Factory. 2. Natural cosmetic. 3. Sustainability. 4. Energy efficiency.



einfhybvehnrvurnjbjinmdjvmnmvbFYBEH NJNEVJNJDBSNVNjdfnbkMDREKLLBLKRWNQVF “Acredito que as coisas podem HENWHFYWEFHWEFJVNKwmvjn ser feitas de outra maneira, que a (efjehuiehbvhhb)

arquitetura pode mudar a vida das pessoas e que vale a pena tentar. ” (Zaha Hadid)


LISTA DE FIGURAS Figura 01: Importância das indústrias para o Brasil ......................... 19

Figura 02: O poder das indústrias em gerar crescimento na economia do Brasil ................................................................................................ 19 Figura 03: Quem usou a energia no Brasil ........................................ 20 Figura 04: Percursos Metodológicos .................................................. 21

Figura 05: Primeiros exemplares de arquitetura industrial por Albert Kahn ..................................................................................................... 26

Figura 06: Parte interna de uma fábrica realizada por Albert Kahn 27 Figura 07: Os conceitos da indústria 4.0 ............................................ 28 Figura 08: As três esferas da sustentabilidade ................................... 29 Figura 09: Top 10 consumidores de HPPC no mundo ...................... 30

Figura 10: Produtos sustentáveis mais consumidos pelos brasileiros

............................................................................................................... 31 Figura 11: Esquema de arranjo linear ................................................ 31

Figura 12: Área para produção dos cosméticos ................................ 32

Figura 13: Área de envase e embalagem ............................................ 33

Figura 14: Armazenamento da fábrica Natura .................................. 33

Figura 15: Mapa de localização do Distrito Industrial...................... 44

Figura 16: Comunidade Beira Molhada vista da Av. Dr. Walter Belian

............................................................................................................... 44 Figura 17: Comércio na Av. Dr. Walter Belian .................................... 44

Figura 18: Área de intervenção ........................................................... 45 Figura 19: Imagem da Av. Dr. Walter Belian ....................................... 45 Figura 20: Edificações sem uso ........................................................... 45 Figura 21: Fluxos e sentidos das principais ruas ............................... 46 Figura 22: Mapa de Cheios e Vazios ................................................... 46 Figura 23: Mapa de Uso e Ocupação .................................................. 47 Figura 24: Mapa dos aspectos físicos-ambientais ............................ 47

Figura 25: Diagrama de Insolação e Ventilação da AOE ................... 48

Figura 26: Mapa de Zoneamento ....................................................... 48 Figura 27: Mapa de Macrozoneamento ............................................. 48

Figura 28: Esquema das diretrizes projetuais ................................... 54 Figura 29: Croqui do conceito ............................................................ 55 Figura 30: Estudo de fluxograma ........................................................ 56 Figura 31: Circulação dos fluxos ......................................................... 57 Figura 32: Estudo de Zoneamento ..................................................... 58 Figura 33: Zoneamento pavimento térreo......................................... 59 Figura 34: Zoneamento pavimento superior .................................... 60

Figura 35: Diagramas evolutivos da implantação ............................. 61 Figura 36: Acesso dos visitantes ......................................................... 62 Figura 37: Diagramas dos acessos ...................................................... 63 Figura 38: Diagrama da volumetria.................................................... 66 Figura 39: Corte esquemático-ventilação do galpão de produção .. 67

Figura 40: Pré-dimensionamento dos pilares ................................... 68 Figura 41: Estrutura do galpão ........................................................... 69 Figura 42: Estrutura do bloco auxiliar................................................ 70

Figura 43: Paginação do piso .............................................................. 71 Figura 44: Agenciamento da fachada frontal .................................... 71 Figura 45: Diagrama das áreas verdes ................................................ 72

Figura 46: Agenciamento das áreas de convivência da fábrica ....... 73 Figura 47: Pátio Interno ...................................................................... 74 Figura 48: Área reservada para painéis fotovoltaicos ....................... 75 Figura 49: Materiais utilizados no projeto e suas características .... 76

Figura 50: Fachada Leste-acesso bloco auxiliar ................................ 77 Figura 51: Fachada Leste e Sul ............................................................ 78 Figura 52: Fachado Oeste .................................................................... 79 Figura 53: Fachada Sul ........................................................................ 80 Figura 54: Fachada Norte e Leste ....................................................... 81


LISTA DE TABELAS Tabela 01: Quadro de análise de correlatos pelo LPPL/UFPB. ........ 22

Tabela 07: Setor de Serviço- Programa e Pré-dimensionamento .... 41

Tabela 03: Setor Administrativo- Programa e Pré-dimensionamento

Tabela 09: Setor de Infraestrutura Predial- Programa e Pré-

Tabela 04: Setor recebimento- programa e pré-dimensionamento 40

Tabela 10: Recorte da tabela da zona industrial 1 ............................. 49

Tabela 02: Quadro resumo dos correlatos analisados ...................... 36

............................................................................................................... 40 Tabela 05: Setor de Produção- Programa e Pré-dimensionamento 40 Tabela 06: Setor de Expedição- Programa e Pré-dimensionamento 41

Tabela 08: Setor Social- Programa e Pré-dimensionamento ........... 41

dimensionamento ............................................................................... 41 Tabela 11: Portaria do STTRANS Nº 047/2.002 ................................. 49 Tabela 12: Tabela da Norma Regulamentadora 24............................ 50

LISTA DE SIGLAS ABIHPEC- Associação Brasileira da Indústria de Higiene pessoal,

LPPM- Laboratório de Pesquisa Projeto e Memória

ANVISA- Agência Nacional de Vigilância Sanitária

NR- Normas Regulamentadoras

Perfumaria e Cosméticos

AOE- Área Objeto de Estudo

BEN- Balança Energética Nacional

CETESB- Companhia Ambiental do Estado de São Paulo CNI- Confederação Nacional da indústria

CINEP- Companhia de Desenvolvimento da Paraíba CPD- Centro de Processamento de dados EPC- Equipamento de Proteção Coletiva

ECOCERT- Organismo de inspeção e certificação EPI- Equipamento de Proteção Individual IGP- Indústria de médio porte

HPPC- Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

NBR- Norma técnica

PIB- Produto interno bruto

PMJP- Prefeitura Municipal de João Pessoa

PROCEL- Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica PROJETEE- Projetando Edificações Energeticamente Eficientes RDC- Resolução de Diretoria Colegiada

SEPLAN- Secretária de Planejamento de João Pessoa UFPB- Universidade Federal da Paraíba ZEP- Zona de Preservação Natural ZI1- Zona Industrial 1

ZR2- Zona Residencial 2


SUMÁRIO 01. INTRODUÇÃO

02. REVISÃO BIBILOGRÁFICA

03. REFERÊNCIAL PROJETUAL- QUADRO RESUMO DE CORRELATOS 04. O PROJETO

1.1.

OBJETIVOS.................................................................19

1.1.1.

OBJETIVO GERAL ............................................................................. 21

1.1.2.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................ 23

1.2.

METODOLOGIA .........................................................21

1.2.1.

PESQUISA BIBLIOGRÁFICA............................................................. 21

1.2.2.

REFERENCIAL PROJETUAL ............................................................. 22

1.2.3.

PESQUISA DE CAMPO ..................................................................... 22

1.2.4.

AVALIAÇÃO DE NORMATIVAS......................................................... 22

1.2.5.

PROCESSO PROJETUAL ................................................................... 22

2.1.

INDÚSTRIA X CIDADES ............................................26

2.2.

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E SUSTENTABILIDADE

VINCULADAS À INDÚSTRIA......................................................28 2.3.

COSMÉTICOS NATURAIS ..........................................30

2.3.1.

FUNCIONAMENTO DE FÁBRICAS DE COSMÉTICOS .................. 31

3.1.

4.1.

JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DOS CORRELATOS .......37

PROGRAMA DE NECESS IDADES E PRÉ-

DIMENSIONAMENTO ................................................................40


05. ÁREA DE INTERVENÇÃO

5.1.

ESTUDO DA ÁREA – DISTRITO INDUSTRIAL ...............44

5.2.

O TERRENO ....................................................................44

5.3.

O ENTORNO – ASPECTOS FÍSICO-AMBIENTAIS ..........46

5.4.

CONDIÇÕES CLIMÁTICAS .............................................48

5.5.

LEGISLAÇÃO ..................................................................48

5.5.1.

CONDICIONANTES LEGAIS DO TERRENO ........................................ 48

5.5.2.

CONDICIONANTES LEGAIS DE TRÂNSITO ........................................ 49

5.5.3.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA- RDC 48 ............. 49

5.5.4.

NBR 9077/2001- SAÍDAS DE EMERGÊNCIA EM EDIFÍCIOS.............. 50

5.5.5.

NORMA 12- SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E

EQUIPAMENTOS... ........................................................................................... 50 5.5.6.

NORMA REGULAMENTADORA 24- CONDIÇÕES DE HIGIENE

E CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO .................................................... 50

06. O PROJETO MEMORIAL DESCRITIVO 07. O PROJETO ESTUDO DA VOLUMETRIA

6.1.

DIRETRIZES PROJETUAIS ........................................54

6.2.

CONCEITO E PARTIDO ARQUITETÔNICO ...............55

6.3.

FLUXOGRAMA ...........................................................56

6.4.

ZONEAMENTO E SETORIZAÇÃO ..............................58

6.5.

IMPLANTAÇÃO E ACESSOS.......................................61

7.1.

FORMA E VOLUME ....................................................66

7.2.

VENTILAÇÃO E ILUMINAÇÃO ..................................67

7.3

SISTEMA ESTRUTURAL ............................................68

7.4

AGENCIAMENTO E ÁREAS VERDES .........................71

7.5

ESPACIALIDADES ......................................................74

7.5.

PÁTIO INTERNO .......................................................................... 74

7.5.2

ÁREA TÉCNICA PARA ENERGIA FOTOVOLTAICA ....................... 75

7.6

MATERIAIS.................................................................76

7.7

COMPOSIÇÃO DAS FACHADAS.................................77

08. CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS APÊNDICE


INTRODUÇÃO


01


1 INTRODUÇÃO

18

As relações urbanas no que tange o desenvolvimento industrial desde o séc. XIX sofreram fortes influências sociais e culturais, resultando na compreensão do comportamento atual atribuído as cidades e indústrias (PADIN, 2009). O progresso da industrialização resultou em cenários insustentáveis, “[...] trouxe crescimento econômico, juntamente com certa pobreza nas grandes cidades. (ALMEIDA, 2017, p.16) ”, surgindo à necessidade de encontrar a estabilidade entre o crescimento econômico, problemas sociais e impactos ambientais. Assim, as preocupações com os efeitos decorrentes da industrialização, marcaram o ápice de um novo mercado “verde” voltado para a aplicação do desenvolvimento sustentável, em concordância com o meio ambiente, melhores condições de trabalho, economia e uma sociedade cada vez mais consciente e vinculada às questões de sustentabilidade (DALBELO,2012; CÂNDIDO,2012). Nessa perspectiva, diversos setores de produção, em geral, procuram se adaptar aos novos parâmetros sociais e de competitividade que o mercado exige, buscando, muitas vezes, a obtenção de certificados e avaliações do edifício e de seus serviços sob uma perspectiva sustentável. As indústrias de transformação no segmento de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC), são a prova desse novo modo de produção voltado para a sustentabilidade e eficiência energética. As indústrias de HPPC vêm crescendo no mercado em razão da busca constante por uma melhor estética e por ser atrelado ao uso diário (ABIHPEC, 2019). Os cosméticos naturais por sua vez, são considerados uma nova vertente para o segmento, sendo atribuído em sua fabricação preceitos relacionados a sustentabilidade, tais como:

Redução dos impactos ambientais provindos da industrialização- Os principais impactos relacionados aos recursos das indústrias são referentes ao uso demasiado da água, o gasto energético com operações que necessitam de A importância da aquecimento ou a falta de controle dos óleos combustíveis (NOGUEIRA,2019).

para o Brasil

50,6%

das

brasileiras de bens

Embora represente

11% Busca pela redução dos gastos desnecessários com energia-

do investimento empresarial em

do PIB, a

Alto custo com energia nos processos de produção, sendo24,9% responde da arrecadação de por: necessário buscar novos meios para reduzir os custos, como(exceto receitas previdenciárias) por exemplo, pensar em soluções de arquitetura bioclimática e 22,8% uso de recursos de energias renováveis (NOGUEIRA,2019).da arrecadação previdenciária patrona O poder da indústria de transformação de A cada produzido na indústria, são gerados

Nos demais setores, o valor gerado é

Ag

Redução do uso indevido dos ingredientes prejudiciais na economia ao corpo humano- Algumas substâncias que brasileiracompõem os cosméticos mesmo que em pouca quantidade são suspeitas de serem cancerígenas, de provocar irritação ao corpo e ainda, de A indústria de transformação paga os gerar grandes quantidades de substâncias tóxicas para o meio A indústria de transformação emprega

salário médio dos trabalhadores com

C e

Ind. transfo Brasil

é a participação da


s e serviços

NATUR | CAPÍTULO 01

ambiente (NOGUEIRA,2019). Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI, 2020), o setor industrial, apesar de enfrentar uma recessão econômica desde 2014, ainda é encarregado por totalizar 20,9 % do Produto Interno Bruto (PIB) nacional atribuído em março de 2020, sendo 11% responsável pelas indústrias de transformação (figura 01). Figura 01: Importância das indústrias para o Brasil

70,1 %

Esses indicadores expressam a importância das indústrias como elementos estruturantes do espaço urbano e da sociedade, bem como, estratégia nacional de desenvolvimento do cenário econômico, tendo em vista que o progresso do setor desencadeia resultados de maior dinamismo na economia, investimentos, criação de emprego, geração de renda e multiplicação do consumo (figura 02) (DEZEN-KEMPTER, 2011; CNI 2019). Figura 02: O poder das indústrias em gerar crescimento na economia do Brasil

$

das exportações brasileiras de bens e serviços;

72,2 %

Embora represente

20,9%

dos investimentos empresarial em pesquisa e desenvolvimento;

do PIB, a indústria responde por:

33 %

$ $ $

da arrecadação de tributos federais (exceto receitas previdenciárias)

$

31,2 %

da arrecadação previdenciária patronal

50,6 %

das exportações brasileiras de bens e serviços;

é menor:

gricultura

Comércio Serviços

ormação

11%

R$ 2,40 na economia brasileira

A indústria emprega

9,4 milhões de trabalhadores

A cada R$ 1,00 produzido na indústria de transformação , são gerados

$ $ $

al

Embora represente

A cada R$ 1,00 produzido na indústria, são gerados

R$ 2,63 na economia brasileira

A indústria emprega

6,7 milhões de trabalhadores

Fonte: CNI editado pela autora,2020.

67,6 %

dos investimentos empresarial em pesquisa e desenvolvimento;

do PIB, a indústria de transformação responde por:

24,9 %

da arrecadação de tributos federais (exceto receitas previdenciárias)

22,8 %

da arrecadação previdenciária patronal

Fonte: CNI editado pela autora,2020.

1 There are strong spatial and functional linkages between cities and industries[...] Conversely cities rely on industrial activies, whether manufacturing or services, to maintain their economic vitality and competitiveness. These spatial and functional linkages often result in strong environmental quality of cities [...]

Existem fortes ligações espaciais e funcionais entre cidades e indústrias. [...] Por outro lado, as cidades dependem de atividades industriais, sejam elas manufatura ou serviços, para manter sua vitalidade econômica e competitividade. Esses espaciais e ligações funcionais frequentemente também resultam em fortes ligações ambientais, com os desempenhos das indústrias nas cidades que afetam a qualidade ambiental das cidades [...] (XUEMEI e HEINZ, 2011, p.26, tradução do autor)1.

19


Nesse sentido, a prefeitura de João Pessoa, através da Secretaria de Planejamento (SEPLAN), aliada à Diretoria da Companhia de Desenvolvimento da Paraíba (CINEP), traçou resoluções para regularização do Distrito Industrial da capital, visando a potencialização das indústrias em João Pessoa e, consequentemente, na Paraíba. Apesar das melhorias de infraestrutura viabilizando a instalação de empreendimentos e a expansão das empresas operantes, as transformações para o desenvolvimento na capital ocorrem de forma pouco expressiva, comprometendo o desenvolvimento. Considerando sua fragilidade e tendo conhecimento da baixa prioridade do governo para subsídios governamentais no que se refere aos maiores custos produzidos por esse grupo, avaliado em cerca de 31,7% da energia elétrica produzida no país (figura 03), reforça-se a necessidade de abordar questões de sustentabilidade, conservação e uso eficiente da energia (BEN,2019). 35

32,7%

31,7%

30 25 20 15

11,2%

10

9,9% 4,9%

5 0

20

Transporte

Indústria

Setor Energético

Residências

Serviços

Figura 03: Quem usou a energia no Brasil Fonte: BEN adaptado pela autora,2019.

4,1%

Agropecuária

Surge, então, a temática de conservação e uso eficiente da energia para suprir a necessidade do consumo industrial a fim de atender a demanda com confiabilidade, eliminar as deficiências que aumentam os custos da produção e comprometem a produtividade do desenvolvimento econômico (CARTILHA-CNI,2014). Conforme Lamberts et al., (1997), eficiência energética na arquitetura está relacionada a capacidade de gerar conforto térmico, visual e acústico para os usuários com baixo consumo de energia, ou seja, um edifício considerado energeticamente eficiente necessita propor as mesmas condições ambientais com menor consumo da energia, consequentemente, menor custo. O desconhecimento de soluções arquitetônicas adequadas para a otimização das condições de conforto (ou diminuição do desconforto) em edificações acaba resultando em ambientes termicamente desfavoráveis. As consequências são, em geral, drásticas: prédios que apresentam um grande consumo de energia para condicionamento de ar no verão ou para calefação no inverno, ou situações em que a simples permanência no ambiente, seja ele local de trabalho ou de moradia, torna-se uma experiência bastante desagradável do ponto de vista do conforto de seus ocupantes (KRÜGER; MORI, 2012, p.90).

Portanto, diante das mudanças socias que impulsionaram o desenvolvimento de novos mercados baseados em critérios de sustentabilidade, as indústrias de cosméticos naturais representam uma forte vertente no segmento, capaz de estimular patamares mais elevados de competitividade e inovação. Assim, compreendendo a falta de indústrias sustentáveis na cidade e, reconhecendo a importância delas como estratégia nacional de desenvolvimento econômico, social e ambiental, percebe-se a pertinência da implantação de uma fábrica de cosméticos naturais em João Pessoa.


NATUR | CAPÍTULO 01

1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo geral Propor o Anteprojeto de uma fábrica de cosméticos naturais no distrito industrial de João Pessoa, a partir dos critérios de sustentabilidade e eficiência energética. 1.1.2 Objetivos específicos • Avaliar o progresso sociocultural da cidade x o desenvolvimento das indústrias; • Conhecer sobre os aspectos funcionais, estruturais e estéticos da Arquitetura Industrial, para, assim, idealizar o melhor funcionamento; • Analisar os conceitos de sustentabilidade e eficiência energética com aplicabilidade para as fábricas e sociedade.

Pesquisa Bibliográfica

Referencial Projetual

01 02

Pesquisa de Campo

03

Procedimentos Metodológicos

04 05

Avaliação de Normativas

Processo Projetual

1.2 METODOLOGIA Para uma melhor organização das ideias e com a finalidade de atingir os resultados esperados, foram realizados cinco procedimentos metodológicos sustentados nas seguintes etapas:

Figura 04: Percursos Metodológicos Fonte: Elaborado pela autora,2020.

1.2.1 Pesquisa bibliográfica Inicialmente, foram realizadas pesquisas bibliográficas exploratórias em artigos, dissertações, livros e sites da internet, que abordavam temas direcionados à aplicabilidade de conceitos como sustentabilidade e eficiência energética na arquitetura e nas indústrias, bem como, o surgimento de novos mercados “verdes” e seus derivados, tendo os cosméticos

21


OLÁ

esse é um spoiler do resultado de um dos nossos TCCinhos


Se você gostou e quer saber mais sobre o trabalho e o TCC Nota 10, fala com a gente pelo nosso instagram @tccnota10arquitetura


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