TCC NOTA 10 ARQ | PARQUE URBANO NOVA VIDA | LUAN DA SILVA

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proposta de anteprojeto de parque urbano no setor sul do açude nova vida da cidade de pombal-pb

LUAN DA SILVA SANTOS
P A R Q U E U R B A N O NOVA VIDA P A R Q U E U R B A N O NOVA VIDA P A R Q U E U R B A NOVA VID

Centro Universitário santa maria curso de bacharelado em arquitetura e urbanismo

LUAN DA SILVA SANTOS

proposta de anteprojeto de parque urbano no setor sul do açude nova vida da cidade de pombal-pb

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Santa Maria (UNISM), como requisito parcial para obtenção do título de Arquiteto e Urbanista.

Orientador: Professor Me. Rafael de Carvalho

Costa Abrantes

cajazeiras - pb I 2022

LUAN DA SILVA SANTOS

proposta de anteprojeto de parque urbano no setor sul do açude nova vida da cidade de pombal-pb

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Santa Maria (UNISM), como requisito parcial para obtenção do título de Arquiteto e Urbanista.

Orientador: Professor Me. Rafael de Carvalho Costa Abrantes

APROVADO EM ________DE___________________DE 2022

BANCA EXAMINADORA

PROF. ME. RAFAEL DE CARVALHO COSTA ABRANTES centro universitário santa maria – uniFSM

ORIENTADOR

PROF. ME. FILIPE VALENTIM AFONSO centro universitário santa maria – uniFSM

AVALIADOR INTERNO 01

PROFA. MA. MARJORIE MARIA ABREU GOMES DE FARIAS centro universitário santa maria – uniFSM

AVALIADOR INTERNO 02

Dedico este trabalho aos meus pais, Neuma e Assis. Por estarem sempre ao meu lado e apoiarem meus sonhos. Sou grato a Deus por ter vocês em minha vida.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, o autor da vida. Sem Ele eu não teria suportado o percurso e chegado até aqui. Segundo, agradeço a mim mesmo por nunca desistir, por sempre acreditar que sou capaz e por respeitar o meu processo.

Quero agradecer a minha base, que nunca me deixaram desistir, que sempre acreditaram em mim, e que não mediram esforços pra que isto se torna-se real. Sou grato a vocês: Assis, Neuma, Ruan e Luana, agradeço a deus por tê-los em minha vida. Toda história não é escrita sozinha, e a minha não é diferente. Quero agradecer aqui a algumas pessoas que Deus colocou em minha jornada pra que tudo fosse suportável e edificante. Agradeço a todos os professores que passaram por mim, saibam que cada ensinamento foi de suma importância pra lapidar a pessoa que sou. Agradeço a minha prima Mariana Santos por ser mão de Deus quando precisei lá no início do curso, seu gesto jamais será esquecido. Agradeço a Pollyana Zallim, que se tornou mais que uma professora e orientadora de estágio. Nunca esquecerei do primeiro estágio contigo, onde aprendi não somente técnicas profissionais, mas também ensinamentos pra vida.

Quero agradecer também aos meus colegas de turma pelo companheirismo durante essa jornada. Em especial, agradeço a Débora Dias que foi luz nessa caminhada, obrigado por sempre está comigo, me apoiando e transformando as dificuldades em memes. Agradeço também aos meus amigos do busão, que estiveram comigo durante esses 5 anos compartilhando as alegrias e dificuldades, em especial agradeço a: Paula, Mônica, Marcos, Yanna, Kathariny, Juliana, Eduarda, João Vitor, Wellida e Thiago, nossas gargalhadas e brincadeiras deixaram o percurso mais leve. Agradeço também aos amigos de vida, por sempre escultarem minhas lamentações, desespero, por sempre entenderem minhas renuncias e a falta de estar nos rolês, gratidão por vocês sempre estarem comigo: Luana, Diego, Lucas, Carla, Beatriz e Nathalia.

Agradeço ao meu orientador, Rafael Abrantes que me auxiliou e me ajudou a concluir esse trabalho. Agradeço a banca examinadora Filipe Valentim e Marjorie Abreu pela disponibilidade e pelas relevantes contribuições.

Por fim, agradeço a cada pessoa que passou por mim e de alguma forma contribuíram para que esse sonho tornasse real. Obrigado Deus por não desistir de mim e por me manter em pé até o fim.

RESUMO

O parque urbano é um espaço verde presente nas cidades de forma a garantir o bem estar da população, motivando as atividades ao ar livre e interação com a natureza. Diante disso, o espaço de acesso livre ao público tem uma grande importância, e nos últimos anos houve grandes alterações em suas utilizações, estampando a dificuldade de estabelecer critérios e regras urbanísticas que facilitem a implantação de projetos que se adaptem às novas demandas (LIMA; AMORIM, 2006). Sendo assim, o presente trabalho visa elaborar um anteprojeto de um parque urbano para o setor sul do açude nova vida. A área de intervenção está localizada na cidade de Pombal, no interior da paraíba, especificamente no bairro nova vida. Onde foram percebidos o assoreamento das margens do açude, residências muito próximas ao açude ocasionando perigo aos moradores em épocas de enchentes, degradação da mata ciliar, criação irregular de animais e plantações e dentre outros. Estes fatores apontam a necessidade de revitalização da área para levar melhorias e melhor qualidade de vida para a população. Assim, Através de revisão bibliográfica, analise de mapeamento da área, estudo de correlato e visitas in loco foi possível elaborar o conceito e partido do projeto, como também o programa de necessidades e proposta projetual. Afim de valorizar a área de estudo levando em consideração a realidade local e o contexto urbano.

Palavras chaves: Parque Urbano; Espaço Público; revitalização urbana; cidade;

ABSTRACT

The urban park is a green space present in cities in order to ensure the well-being of the population, motivating outdoor activities and interaction with nature. Therefore, the space of free public access has a great importance, and in recent years there have been major changes in their uses, stamping the difficulty of establishing criteria and urban rules that facilitate the implementation of projects that adapt to new demands (LIMA; AMORIM, 2006). Thus, the present work aims to elaborate a preliminary design of an urban park for the southern sector of the nova vida weir. The intervention area is located in the city of Pombal, in the interior of Paraiba, specifically in the district of Nova Vida. There we noticed the silting up of the weir margins, residences very close to the weir causing danger to residents in times of flooding, degradation of the riparian forest, irregular breeding of animals and plantations, among others. These factors point to the need to revitalize the area to bring improvements and better quality of life for the population. Thus, through literature review, mapping analysis of the area, correlate study and site visits it was possible to develop the concept and party of the project, as well as the program of needs and project proposal. In order to enhance the study area taking into consideration the local reality and the urban context.

Keywords: Urban Park; Public Space; urban revitalization; city.

LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Diagrama de Análise do Project for Public Space .................. 23 Figura 2: Diagrama de Análise do Project for Public Space .................... 29 Figura 3: Fluxograma Metodológico .......................................................... 30 Figura 4: Fluxograma Metodológico .......................................................... 34 Figura 5: Esquema de localização e acesso .............................................. 35 Figura 6 - Esquema de fluxo e acesso ....................................................... 36 Figura 7 Diagrama Ilustrativo do Hillside Eco Park .................................. 37 Figura 8 Playground do Hillside Eco Park ................................................ 37 Figura 9 Jardim de Arquimédes Hillside Eco Park .................................... 38 Figura 10 Jardim de Arquimédes Hillside Eco Park .................................. 38 Figura 11 Paraíso da Montanha-Floresta Hillside Eco Park .................... 38 Figura 12 Hillside ecopark........................................................................... 39 Figura 13 Quandro Resumo Correlato ...................................................... 39 Figura 14 Localização Brasil / Paraíba /Pombal ....................................... 42 Figura 15 Localização da Area de Estudo.................................................. 43 Figura 16 Mapa de Localização da Área de Estudo ................................. 43 Figura 17 Plantação de Capim no Açude Nova Vida ................................ 44 Figura 18 Criação de animais as Margens do Açude Nova Vida ........... 44 Figura 19 Lançamento de Efluentes domésticos no Açude Nova Vida . 45 Figura 20 Descarte Irregular de Resíduos Sólido nas Margens do Açude Nova Vida..................................................................................................45 Figura 21 Mapa de Uso e Ocupação .......................................................... 48 Figura 22 Comércio Próximo ao Açude Nova Vida .................................. 49 Figura 23 Rua Residencial ........................................................................... 49 Figura 24 Mapa de Cheios e Vazios ........................................................... 50 Figura 25 Rua Residencial ........................................................................... 51 Figura 26 Rua Residencial ........................................................................... 51 Figura 27 Mapa de Pavimentação.............................................................. 52 Figura 28 Mapa de Hierarquia Viária ......................................................... 53 Figura 29 Via com Pavimentação em paralelepípedo ............................. 54 Figura 30 Via sem Pavimentação ............................................................... 54 Figura 31 Via com Pavimentação Asfáltica ............................................... 54 Figura 32 Mapa de Atributos Ambientais ................................................. 55 Figura 33 Mapa de Iluminação Natural ..................................................... 60 Figura 34 Mapa de Ventilação Natural ...................................................... 61 Figura 35 Programa de Necessidades ....................................................... 61 Figura 36 Fluxograma .................................................................................. 62 Figura 37 Conceito ....................................................................................... 66 Figura 38 Partido .......................................................................................... 66 Figura 39 Proposta de Diretrizes ............................................................... 67 Figura 40 Diretrizes Setor Leste ................................................................. 67 Figura 41 Diretrizes Setor Norte ................................................................ 68 Figura 42 Diretrizes Setor Sul ..................................................................... 68 Figura 43 Mapa de Realocação de Moradias Irregulares........................ 69 Figura 44 Estudo de Zoneamento.............................................................. 70 Figura 45 Mapa de Implantação ................................................................ 70 Figura 46 Perspectiva 3D Quiosques e Playground ................................. 71 Figura 47 Mapa Trecho 1 ............................................................................ 72 Figura 48 Perspectiva 3D Quadras esportivas ......................................... 73 Figura 49 Perspectiva 3D Academia Terceira Idade ................................ 74 Figura 50 Mapa Trecho 2 ............................................................................ 75 Figura 51 Perspectiva 3D Jardim Sensoria.................................................76

LISTA DE SIGLAS

Figura 52 Mapa Trecho 3 ............................................................................ ...77

Figura 53 Perspectiva Horta e Horto Comunitário .................................. ...78

Figura 54 Mapa Trecho 4 ............................................................................ ...79

Figura 55 Esquema Fluxos e Acessos............................................................80

Figura 56 Perspectiva 3D Acessibilidade.......................................................81

Figura 57 Tabela de Vegetações................................................................. ...82

Figura 58 Materiais e Revestimentos ........................................................ ...83

Figura 59 Perspectiva Explodida Mobiliário ............................................. ...84

Figura 60 Perspectiva 3D Mobiliário .......................................................... ...84

Figura 61 Planta Baixa Quiosques ............................................................. ...85

Figura 62 Corte Quiosque ........................................................................... ...85

Figura 63 Planta Baixa Apoio Policia..............................................................85

Figura 64 Corte Apoio Policial.........................................................................85

Figura 65 Playground Infantil.........................................................................86

Figura 66 Quiosques........................................................................................87

Figura 67 Mini Campinho................................................................................88

Figura 68 Quadra de vôlei...............................................................................89

Figura 69 Academia da Terceira Idade..........................................................90

Figura 70 Academia da Terceira Idade..........................................................91

Figura 71 Jardim Sensorial..............................................................................92

Figura 72 Jardim Sensorial..............................................................................93

Figura 73 Horta Comunitária..........................................................................94

Figura 74 Horto Comunitário..........................................................................95

Figura 75 Deck de contemplação...................................................................96

Figura 76 Deck de Contemplação..................................................................97

IBGE Instituto Brasileiro De Geografia E Estatística

IFRN Instituto Federal Do Rio Grande Do Norte

PPS Project For Public Space

PB Paraiba

CPRM Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais

Sumário METODOLOGIA 26 3 2 REFERENCIAL TEÓRICO 20 2.1 ESPAÇO PÚBLICO 3.1. ETAPAS METODOLÓGICAS 2.2 PARQUE URBANO: CONCEITO E HISTÓRICO 3.2. FLUXOGRAMA METODOLÓGICO 2.3. REVITALIZAÇÃO DE PARQUES URBANOS 22 28 23 30 24 1 INTRODUÇÃO 16 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO 40 5 5.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA EM ESTUDO 42 43 44 5.2 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA GEOGRÁFICA 5.3 CARACTERÍSTICAS DO TERRENO 4.5 QUADRO RESUMO DO PROJETO CORRELATO ANÁLISE DE PROJETO CORRELATO 32 4 4.1 CARACTERIZAÇÃO E APRESENTAÇÃO HILLSIDE ECO PARK 4.2 ACESSOS E CONEXÕES 4.4 ATRATIVO E IMAGEM 4.3 USOS E LUGARES 34 34 39 39 37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONSIDERAÇÕES FINAIS ANEXO 01 100 98 106 + LEITURA URBANA 46 6 6.1 USO E OCUPAÇÃO 6.3 PAVIMENTAÇÃO DE VIAS 6.2 CHEIOS E VAZIOS 6.4 HIERARQUIA VIÁRIA 6.5 ATRIBUTOS AMBIENTAIS 48 52 50 53 55 CONDICIONANTES LEGAIS 56 7 ESTUDOS E CONDICIONANTES CLIMÁTICAS 58 8 8.1 ILUMINAÇÃO NATURAL 8.2 VENTILAÇÃO NATURAL 8.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES 8.4 FLUXOGRAMA 60 61 61 62 O PROJETO 64 9 9.1 CONCEITO E PARTIDO 9.3 REALOCAÇÃO DE MORADIAS IRREGULARES 9.2 MACROZONEAMENTO 9.4 ZONEAMENTO PARQUE NOVA VIDA 9.7.2 ACESSIBILIDADE 9.2.2 DIRETRIZES SETOR LESTE 9.6 CONFIGURAÇÃO ESPACIAL 9.8.1 PROJETO PAISAGÍSTICO 9.9.1 MOBILIÁRIOS 9.2.3 DIRETRIZES SETOR NORTE 9.7 FLUXOS E ACESSIBILIDADES 9.8.2 MATERIAIS E REVESTIMENTOS 9.9.2 CONSTRUÇÕES 9.2.4 DIRETRIZES SETOR SUL 9.7.1 FLUXOS 9.9 MOBILIÁRIOS E CONSTRUÇÕES 9.10 ESPACIALIDADE 9.2.1 PROPOSTAS DE DIRETRIZES 9.5 IMPLANTAÇÃO NO LOTE 9.8 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS 66 69 66 70 81 66 70 82 67 71 82 84 68 80 83 84 68 80 84 86

INTRODUÇÃO

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INTRODUÇÃO

O parque urbano é um espaço verde presente nas cidades de forma a garantir o bem estar da população, motivando as atividades ao ar livre e interação com a natureza. Bosque urbano é um espaço público de múltiplas funções dentro da zona urbana ou periurbana, tendo predominância de atributos naturais e cobertura vegetal, destinado para a proteção e uso sustentável de serviços ecossistêmicos, socialização, lazer e cultura da população (BRASIL, 2020). Os parques urbanos podem ser definidos como a tipologia mais recente de espaço público, que se configuraram ao longo do tempo de acordo com os interesses e as estruturas políticas e sociais das sociedades relacionadas (ALBUQUERQUE, 2020).

Os primeiros jardins urbanos na Europa foram idealizados em meados do século XVIII pelas elites econômicas da época, com o intuito de criar ambientes saudáveis visto que as cidades começaram seu processo de industrialização acarretando em espaços insalubres (RAMOS, 2020). Em decorrência desse crescimento urbano e o novo ritmo acelerado da cidade industrial que negligenciava o descanso e o lazer, o parque urbano vem para propor espaços amenizadores que proporcionam melhor qualidade de vida para a população (MELO, 2013). Ao contrário da Europa, o parque urbano brasileiro não surgiu da urgência social de atender às necessidades dos centros urbanos da metrópole do século XIX, mas de buscar uma semelhança com os centros europeus (MACEDO; SAKATA, 2010).

Diante disso, o espaço de acesso livre ao público tem uma grande importância, e nos últimos anos houve grandes alterações em suas utilizações, estampando a dificuldade de estabelecer critérios e regras urbanísticas que facilitem a implantação de projetos que se adaptem às novas demandas (LIMA; AMORIM, 2006). Os parques urbanos ajudam a combater a poluição favorecendo a biodiversidade nos grandes centros, facilitando e controlando a

temperatura e umidade (IBERDROLA, 2022). Todavia, as cidades que não dispõem de parques urbanos têm grandes chances de apresentarem problemas urbanos comumente vistos, como ilhas de calor, poluição, inversão térmica e má qualidade de vida (MATIAS, 2022).

Nesse sentido, este trabalho toma como centro de interesse o município de Pombal-PB, que está localizado no interior da Paraíba com aproximadamente 32.110 habitantes (IBGE, 2010), e que possui uma relação controversa com o urbanismo. Visto que, é uma cidade carente de espaços públicos adequados, fato agravado a cada dia com o seu crescimento urbano. Desse modo, apesar da cidade possuir algumas praças, que consistem em espaços abertos com bancos e iluminação apenas, essas não possuem quase nenhum atrativo para a população, ressaltando, assim, que a cidade deixa de atender às demandas da população por espaços públicos qualificados.

Contudo, a prefeitura da cidade de Pombal, no art. 265 do código de urbanismo da cidade, de 21 de junho de 1985 diz que “A prefeitura colaborará com o Estado e a União para evitar a devastação das florestas e estimular a plantação de árvores, inclusive procurando evitar as queimadas” (POMBAL-PB, 1985). Entretanto, a realidade é que o regimento não é posto em prática, e as iniciativas de reurbanização da cidade são quase nulas, gerando assim, espaços subutilizados, ociosos e com sensações de insegurança.

Destaca-se ainda que a cidade possui uma Secretária de Desenvolvimento Urbano, mas esse debate sobre meio ambiente, tratamentos de corpos d’águas e revitalização de áreas degradadas não ocupa um lugar de destaque nas discussões. Com isso, geramse problemáticas na cidade como é o caso do açude Nova Vida, objeto de estudo deste trabalho onde será criado a proposta do parque urbano, que se encontra em desuso e degradado, suas margens são usadas como local de plantio e criação de animais.

18 CAPITULO 1

A falta de cuidado com a sangria e o entorno do açude, acaba gerando transtornos para a vizinhança em épocas de grandes chuvas. Isso fica evidente na reportagem da rádio local que ressalta que a inundação de muitas residências se deu devido ao entupimento da sangria do açude, que é ocasionado pelo lixo jogado por moradores e por comerciantes próximos. Além disso, o capim que é plantado em toda a extensão do reservatório acaba entupindo a sangria e consequentemente impedindo a passagem da água. (WANDERLEY, 2020)

Portanto, a proposta do presente trabalho é desenvolver um anteprojeto de parque urbano no espaço sul do Açude Nova Vida da cidade de Pombal-PB, em busca de ofertar à cidade um espaço público de qualidade, além de fomentar a vitalidade urbana. Tendo como objetivos específicos a elaboração de um anteprojeto paisagístico qualificado para parque urbano, através da escolha de vegetações que melhor se adequem ao clima semiárido nordestino.

Assim como, a criação de áreas de recreação, desenvolvidas por meio de equipamentos que estimulem o esporte e lazer. Por fim, será proposto uma horta comunitária, onde a própria população poderá planta e cultivar.

REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Espaço Público

2.2 Parque Urbano

2.3 Revitalização de parques urbanos

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2.1 Espaço Público

Uma definição ampla de espaço público compreende como princípio a sua acessibilidade a todos, sendo o lugar onde qualquer indivíduo pode circular livremente, em contraponto ao espaço privado, cujo acesso é controlado e reservado a um público específico (CASTRO, 2022). Somando-se a isso, entende-se espaço público como um local onde as pessoas passam boa parte do seu tempo, é onde se encontram, circulam, onde conversam, local em que a essência da cidade é expressa de forma coletiva (SALGADO, 2000).

Além disso, para o autor supracitado, o espaço público é o lugar onde as grandes alegrias e dores são vividas. Outro pensamento que ratifica esse conceito é do autor Ghel (2013), conforme expõe que ao longo da história, os espaços públicos funcionaram como ponto de encontro para as pessoas em diversos níveis. Eram nesses locais que muitos se encontravam para trocar novidades, fechar negócios, arranjar casamentos, artistas de rua apresentavam seus trabalhos e a cidade permanecia em movimento como ponto de encontro.

O caráter de uma cidade pode ser definido pelas suas ruas e espaços públicos, desde praças e bulevares até mesmo seus jardins comunitários no bairro e playgrounds para crianças. Dessa forma, os espaços públicos emolduram a imagem da cidade (CLOS, 2015) e são responsáveis por moldar os laços comunitários dos bairros, pois são locais de encontros e sua apropriação pode facilitar a mobilização política, estimular ações conjuntas de moradores e ajudar a diminuir a criminalidade (PACHECO, 2017).

Por fim, o espaço público constitui ou deveria constituir uma fonte de forte representação pessoal, cultural e social, tratando-

se de um espaço simbólico onde se opõem e se respondem aos discursos dos agentes políticos, sociais, religiosos, culturais e intelectuais que constituem uma sociedade (NARCISO, 2009).

Conforme os estudos de Ghel (2013), a qualidade de vida nas cidades se reflete na escala dos seus espaços, nas soluções de mobilidade, nas dinâmicas que favorecem a valorização dos ambientes públicos, e permitem a permanência das pessoas nos locais de forma a fomentar a melhoria da qualidade de vida da população. Outro pensamento que vai ao encontro desse conceito é que para ser bem-sucedido um espaço público deve ser de fácil acesso, visível tanto de perto quanto de longe, assim como suas ruas em seu entorno devem ser levadas em consideração, pois é mais atraente e seguro caminhar em uma via cheia de comércio e pessoas, ao invés de um espaço cheio de paredes e lotes vazios (HEEMAN; SANTIAGO, 2015).

Segundo o Project for Public Space (2007) os espaços públicos bem estruturados possuem algumas qualidades fundamentais. Sendo elas:

- Acessibilidade: Todas as pessoas devem conseguir chegar e se locomover no espaço, até mesmo quem possui alguma dificuldade para se locomover.

- Ativo: Quando o lugar oferece ao usuário diversas atividades e maneiras de utilizar o espaço.

- Confortável: Quando o espaço possui mobiliários adequados, uma vista agradável e outros elementos que o tornam atrativo.

- Sociável: Quando o espaço é comunicativo, possibilitando a interação entre os usuários.

22 CAPITULO 02
2 REFERENCIAL TEÓRICO

Em conformidade com os autores supracitados, Oliveira e Mascaró (2007) evidenciam em seu estudo que os espaços públicos de lazer possibilitam diversos benefícios para a qualidade de vida da zona urbana, entre eles a possibilidade de diversas atividades como a prática social, lazer, encontros e manifestações de vida urbana e comunitária. Acrescenta-se ainda a vegetação desses espaços, que favorece psicologicamente o bem-estar do homem, além de influenciar no microclima da região aumentando a umidade do ar e absorvendo os poluentes.

2.2 Parque Urbano: Conceito e Histórico

Historicamente, os parques podem ser definidos como espaços públicos difundidos no século XIX, a partir das experiências inglesas, francesas e norte-americanas, levando em consideração suas situações geográficas e históricas específicas (SCOCUGLIA, 2009). Além disso, parque é definido como um espaço público urbano, sendo considerado uma área verde livre de edificações que englobam várias funções como ecológica e de lazer. Esse espaço contribui positivamente com a qualidade de vida urbana em consequência da sua grande proporção e predominância de vegetação (VIEIRA; GIELFE, 2017).

CAPITULO 02 23
Figura 01 Diagrama de Análise do Project for Public Space. Fonte: PPS, 2020. Disponível em:
https://www.pps.org/article/grplacefeat Acesso em: 16 abr. 2022

Parque urbano é uma área geograficamente delimitada, inserida em área urbanizada, com predominância de cobertura vegetal, instituída pelo poder público sob regime especial de administração, destinada ao uso público para estabelecimento de relações humanas de diversão, recreação, lazer, esporte, convivência comunitária, educação e cultura, no qual são aplicadas garantias adequadas de gestão e proteção (OLIVEIRA; BITAR, 2009).

Para Macedo e Sakata (2010), o parque urbano é todo espaço público destinado a recreação de massa, seja qual for o seu tipo, tendo estrutura morfológica autossuficiente. De acordo com o artigo 8, seção 1 da resolução Conama de nº 369/2006:

Considera-se área verde de domínio público, para efeito desta Resolução, o espaço de domínio público que desempenhe função ecológica, paisagística e recreativa, propiciando a melhoria da qualidade estética, funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e espaços livres de impermeabilização (BRASIL, 2006).

Outro pensamento que expõe o conceito de parque urbano é dos autores Neckel, Brandli e Prietto (2013), que define o parque urbano como um espaço delimitado dentro dos limites da cidade, contendo alguma vegetação e sendo destinado para uso público e recreativo envolvendo a comunidade com atividades educativas e culturais.

O surgimento dos parques urbanos ocorreu na formação das cidades no fim do século XVIII, atingindo o seu apogeu na Europa e nos Estados Unidos entre as décadas de 50 e 60. Esses novos espaços respondiam às novas demandas sociais como atividades de recreação e lazer, que era fruto da intensificação da expansão urbana e do ritmo acelerado do capitalismo industrial (SCOCUGLIA,

2009). Sendo assim, as cidades industriais foram ganhando formas e características diferentes nos diversos lugares do mundo, mas todas elas tinham a mesma realidade fria e atroz em comum. Com a grande densidade na ocupação do terreno urbano se fez necessária a presença de espaços livres e pátios (ALBUQUERQUE, 2020).

O parque urbano brasileiro é criado através da necessidade da elite em obter um cenário parecido com o urbanismo estrangeiro e não para atender as necessidades dos grandes centros da época (MACEDO; SAKATA, 2010). Seguindo esse raciocínio, é no século XIX que o Brasil passa por um momento de estruturação como nação tendo a necessidade de se organizar logo após a chegada da família real. Com isso, algumas cidades começaram a se modernizar e se adaptar às novas demandas e funções administrativas (FERREIRA, 2005). Terra (2004), acredita que, a implantação de áreas verdes no Brasil surge no final do século XVIII no Rio de Janeiro e, durante o século XIX, em prol de diversas urbes que debatiam a higienização e preocupação com a paisagem e arborização das cidades.

Assim, as cidades brasileiras começam a priorizar os espaços urbanos para recreação, estimulando o passeio e o lazer. Foi no século XX que as atividades paisagísticas no país se fortaleceram e tiveram uma grande expansão e demanda, sob as transformações sociais e urbanas chegando no século XXI como um país essencialmente urbano, mas carente de planejamento adequado em diversos setores causando, assim, uma grande demanda por espaços públicos para atividades ao ar livre e recreação (TOLEDO; SANTOS, 2012).

2.3 Revitalização de Parques Urbanos

Quando se fala em intervenção urbana, revitalização é um termo bastante expressado, pois se refere a uma série de etapas adotadas com a intenção de criar nova vitalidade e eficiência em alguma

24 CAPITULO 02

área, visando à melhoria do espaço e seu entorno (SILVA, 2017). Além disso, pode-se entender revitalização como uma recuperação de áreas urbanas que estão abandonadas, subutilizadas ou que vêm sendo degradadas ao longo do tempo (FRAGMAQ, 2016).

As carências por renovação e revitalização se destacaram na Europa, a partir dos anos 80 do século XX com o envelhecimento das grandes áreas de construção do pós-guerra, com declínio das velhas áreas industriais e portuárias, além do alto crescimento de degradação dos centros históricos de várias cidades europeias (MATOS, 2007). No decorrer do tempo, a desatualização de várias áreas da cidade, seja central ou periférica, chamaram a atenção pela necessidade de uma renovação em suas funções. Deste modo, a revitalização de alguns dos equipamentos e bens urbanos trazem valorização em termos imobiliários, culturais e sociais (MOURA et al., 2006).

Logo, a importância da recuperação dos espaços urbanos não significa apenas a manutenção na estrutura existente, mas, sim, a possibilidade de resgatar a característica de um determinado local, de reaver a qualidade do ambiente e das interações antes nele realizadas, ressignificando seus usos e atividades gerando um novo valor urbano (SILVA, 2017). Segundo Vaz (1995), a revitalização em centros urbanos não deve ser caracterizada somente por critérios funcionais, mas também políticos, sociais e ambientais. Esses critérios garantem às intervenções uma nova vitalidade não só na economia, mas também no caráter social. O autor já citado elenca alguns desses critérios, sendo eles:

Humanização dos espaços coletivos produzidos; valorização dos marcos simbólicos e históricos existentes; incremento dos usos de lazer; preocupação com aspectos ecológicos; [...] e participação da comunidade na concepção e implantação (VAZ, 1995)

Tais características são de suma importância para projetos de revitalização, pois o foco de qualquer proposta deve ir além da estética ou funcionalidade, deve ter integração cultural e de entretenimento, renovando, assim, as estruturas físicas e funcionais da área de estudo.

A palavra que norteia a revitalização é integração, pois ela visa integrar dimensões de intervenção; integrar funções urbanas; integrar parceiros e recursos. Nesse contexto, o termo assenta na implementação de um processo de planeamento estratégico, capaz de reconhecer, manter e introduzir valores de forma cumulativa e sinergética (MOURA et al., 2006). Assim, o autor já citado anteriormente deixa evidente que a revitalização urbana direciona a melhoria da qualidade do ambiente urbano, atuando nas condições socioeconómicas ou no quadro de vida de um determinado território. Tudo isso baseando-se numa visão global, e atuando de forma integrada e concertando um grande número de domínios e dimensões de intervenção.

Fica notório que os parques que apresentam condições ambientais adequadas são determinantes para o desenvolvimento de atividades físicas e o lazer. Ou seja, podem contribuir na redução da prevalência de sedentarismo e auxiliar na promoção da saúde e bem estar (SZEREMETA; ZANNIN, 2013). Assim, percebe-se uma importância na revitalização dos parques urbanos, pois em muitos casos eles são reconhecidos como uma das melhores contribuições para a qualidade física e estética dos bairros. Até quem não utiliza os parques sabe da sua eficiência no contexto urbano, afirmando que recebem benefícios provenientes deles. Além disso, a confirmação de valor dos parques está ligada aos valores dos imóveis com a proximidade com espaços verdes, pois até o setor imobiliário tem voltado sua atenção para eles (ALBUQUERQUE, 2006).

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OLÁ esse é um spoiler do resultado de um dos nossos TCCinhos

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@tccnota10arquitetura

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