TCC NOTA 10 ARQ | (IM)POSSIBILIDADES DE DISTANCIAMENTO SOCIAL EM JOÃO PESSOA | LUCAS MACEDO

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(IM)POSSIBILIDADES DE DISTANCIAMENTO SOCIAL EM JOÃO PESSOA: o caso da Rua Duque de Caxias

JOÃO LUCAS FERNANDES DE MACEDO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA - UNIPÊ, 2021



CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA – UNIPÊ PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO – PROAC CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

JOÃO LUCAS FERNANDES DE MACEDO

(IM)POSSIBILIDADES DE DISTANCIAMENTO SOCIAL EM JOÃO PESSOA: O CASO DAS CALÇADAS DA RUA DUQUE DE CAXIAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ, como pré-requisito para a obtenção do Título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Linha de pesquisa: Processos urbanos contemporâneos Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Costa do Nascimento

JOÃO PESSOA I 2021


M141i Macedo, João Lucas Fernandes de. (Im)possibilidades de distanciamento social em João Pessoa: o caso da Rua Duque de Caxias /João Lucas Fernandes de Macedo. - João Pessoa, 2021. 90f. Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Costa do Nascimento. Monografia (Curso de Arquitetura e Urbanismo) – Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ. 1. Aglomeração de pessoas. 2. Análise urbana. 3. Calçadas. 4. Distanciamento social. 5. Padrões comportamentais. I. Título. UNIPÊ / BC

CDU - 72(813.3)


JOÃO LUCAS FERNANDES DE MACEDO (IM)POSSIBILIDADES DE DISTANCIAMENTO SOCIAL EM JOÃO PESSOA: O CASO DAS CALÇADAS DA RUA DUQUE DE CAXIAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ, como pré-requisito para a obtenção do Título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Linha de pesquisa: Processos urbanos contemporâneos Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Costa do Nascimento

João Pessoa, _____ de _________________ de ________.

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. Dr. Rodrigo Costa do Nascimento Professor orientador Prof. Me. Rui Vanderlei Rocha Júnior Avaliador interno Prof. Me. Fernando Coutinho Van Woensel Avaliador externo JOÃO PESSOA I 2021



Por todas as histórias interrompidas pela cruel doença causada pelo novo coronavírus.


agradecimentos Agradeço, primeiramente, aos meus pais, Eduardo Macedo e Socorro Macedo, por serem minha base, por toda a dedicação, todas as renúncias e todos os sacrifícios que fizeram para que eu me tornasse quem eu sou, por me moldarem, me educarem, e pelos momentos inesquecíveis. Obrigado por acreditarem e nunca terem desistido de mim, por serem a minha maior inspiração. Às minhas avós, Glorinha Macedo e Maria Nédis, por me ensinarem o real significado das palavras amor, união e família. Obrigado por todo o incentivo, todas as orações e todo o carinho, por sempre torcerem por mim, e por me ajudarem a chegar até aqui. Ao meu irmão Eudes Macedo, pela certeza de que mesmo nos momentos difíceis, eu sempre terei você ao meu lado. Obrigado por sempre se fazer presente e pelo seu eterno companheirismo. A todos os meus familiares das famílias Fernandes e Macedo, por todo o apoio e afeto, e por todo o amor que a mim dedicaram. Em especial, às minhas tias Adriana Fernandes, Tânia Fernandes, Ida Alencar, Linda Nery, Nádia Maria, Tânia Pazinatto e Andressa Brasileiro, e tios Paulino Júnior, Pedro Neto e Alex Sandro, por sempre me guiarem no melhor caminho. Às minhas primas-irmãs Isadora Fernandes e Marcela Fernandes, por compartilharem comigo tantos sonhos e metas para o futuro, pelo companheirismo mesmo a quilômetros de distância e pelas inúmeras risadas que sempre damos juntos.

À Cleide Santos, por ter sido uma segunda mãe. Guardo, para sempre na memória, todos os nossos momentos incríveis da minha infância. Ao meu melhor amigo Thales Ferreira, por sempre despertar e incentivar o melhor de mim, por tudo que você me ensinou e por ser um exemplo de altruísmo, de resiliência e de profissionalismo. Obrigado por sempre fazer seu máximo para tornar meu dia mais feliz. À minha grande amiga Izabel Neri, por ter sido uma mentora durante a minha graduação. Pelos conselhos, pelo apoio, por se dispor para contribuir no meu crescimento pessoal e profissional, e por sempre me fazer sentir amado e acolhido. Às minhas amigas de infância Ábella Guedes, Rivena Freire, Juliane Madruga, Giulia Araújo, Manuelli Monteiro, Thaís D’Oliveira, Camila Montenegro, Beatriz Medeiros, Rafaela Moraes e Rayssa Britto, por estarem presentes durante os últimos quinze anos e acompanharem, de perto, toda minha evolução. Obrigado por todas as palavras de conforto e por sempre torcerem pelo meu melhor. Aos meus amigos e futuros colegas de profissão Vitória Andrade, Emily Lima, Maria Eduarda Ribeiro, Raphaela Guedes, Ana Gabriela Mendes, Bianca Araújo, Lucas Diniz e Cristina Vieira, por superarem, ao meu lado, esses cinco anos tão desafiadores – mas, ao mesmo tempo, tão prazerosos. Obrigado pela companhia nas madrugadas e pelos resultados tão gratificantes dos trabalhos que confeccionamos


juntos ao longo do curso; por todos os momentos que jamais esquecerei e levarei na memória ao longo da vida. Às minhas colegas de trabalho Isadora Alves, Luiza Simões e Isadora Cruz, por tornarem meus dias bem mais leves e me ajudarem a esquecer os estresses da vida diária. Obrigado pelos abraços e pela amizade tão linda que construímos em tão pouco tempo. Ao meu orientador Prof. Dr. Rodrigo Nascimento por todo o suporte, paciência e dedicação na elaboração da minha pesquisa. Obrigado por todo o conhecimento enriquecedor, desde os primeiros períodos do curso até a fase final. Agradeço, também, aos membros da banca pela disponibilidade e pelas valiosas contribuições, Prof. Me. Rui Rocha e Prof. Me. Fernando Van Woensel. A todos os meus queridos professores que influenciaram positivamente a minha formação acadêmica, em especial a Saulo Leal, Priscila Lima e Flávia Dantas, por despertarem em mim uma profunda paixão pelos processos urbanos e por me provocarem o desejo de seguir o caminho da docência. A vocês, todo meu respeito e admiração. Aos arquitetos com quem tive o prazer de estagiar, em especial Amanda Cruz e Glendo D’Oliveira, pela oportunidade, pela compreensão, e pelos inúmeros ensinamentos essenciais para a minha vida profissional. Por fim, agradeço a todos os demais amigos e colegas que cruzaram a minha vida ao longo desses cinco anos de formação,

obrigado por serem peças importantes da minha história. E à Deus, o verdadeiro responsável por tudo isso, foste Tu quem me ensinastes que ainda se vier noites traiçoeiras, eu não estarei sozinho; e que o mundo pode até me fazer chorar, mas Tu me queres sorrindo.



“Acima de tudo, nunca perca a vontade de caminhar. Todos os dias, eu caminho até alcançar um estado de bem-estar e me afasto de qualquer doença. Caminho em direção aos meus melhores pensamentos e não conheço pensamento algum que, por mais difícil que pareça, não possa ser afastado ao caminhar. ” (Søren Kierkgaard)


RESUMO O cenário pandêmico em decorrência do novo coronavírus trouxe mudanças mundiais que não deixaram de incluir o Brasil. As cidades tiveram que reduzir seus entrelaces de vitalidade urbana para garantir que a saúde da população fosse preservada. A Rua Duque de Caxias, no bairro do Centro, se configura como um ótimo protótipo de corredor urbano que aglomera milhares de pessoenses diariamente. O objetivo deste estudo é avaliar os impactos do distanciamento social, durante o período de pandemia, entre transeuntes nas calçadas da Rua Duque de Caxias. O estudo foi realizado de janeiro a novembro de 2021. O início do percurso metodológico se deu por meio de visitas de campo, onde foi realizada uma leitura urbana abordando a metodologia de Vicente Del Rio (1990). Na segunda etapa, seguindo os métodos de Lynch (2011), foi elaborado um questionário buscando uma melhor percepção ambiental do espaço estudado. Na terceira etapa, foram mensuradas as larguras das calçadas em quatro trechos diferentes. Segundo as classificações de Harvey e Whong (2020), os pontos que medirem abaixo de 1,8 metros serão considerados insuficientes. A análise segue investigando, através da metodologia de Gehl (2013) adaptada à realidade atual, como os usuários circulam na rua, e identificando os padrões comportamentais dos pedestres nesses quatro trechos. Após o cruzamento dos resultados, foi possível propor um mapeamento ilustrando o diagnóstico final quanto à possibilidade ou não de se manter o distanciamento social, e elencar diretrizes em futuras intervenções. A partir disso, intencionou-se problematizar a reflexão sobre como os espaços

públicos atuais definem as experiências enquanto pedestres. Na Rua Duque de Caxias, foi evidenciado que em certos trechos onde ocorre picos de aglomeração e/ou as dimensões das larguras das calçadas não são favoráveis, a prática se torna impossível. Contudo, por meio de políticas públicas, é possível requalificar o espaço urbano de modo que se obedeça às novas práticas de distanciamento social. Por fim, afirma-se que o estudo realizado pode servir de modelo para nortear a análise urbana em outros segmentos de áreas de transição de pedestres. Palavras-chave: Aglomeração de pessoas; Análise urbana; Calçadas; Distanciamento social; Padrões comportamentais.


ABSTRACT The pandemic scenario as a result of the new coronavirus brought global changes that did not fail to include Brazil. Cities had to reduce their urban vitality entanglements to ensure that the health of the population was preserved. Duque de Caxias Street, in the Centro district, is a great prototype of an urban corridor that gathers thousands of people daily. The objective of this study is to evaluate the impacts of social distancing, during the pandemic period, among passersby on the sidewalks of Duque de Caxias Street. The study was conducted from January to November 2021. The beginning of the methodological path took place through field visits, where an urban reading was carried out, approaching the methodology of Vicente Del Rio (1990). In the second stage, following Lynch’s (2011) methods, a questionnaire was designed seeking a better environmental perception of the studied space. In the third stage, sidewalk widths were measured in four different stretches. According to the classifications of Harvey and Whong (2020), points measuring below 1.8 meters will be considered insufficient. The analysis continues by investigating, through Gehl’s (2013) methodology, adapted to the current reality, how users circulate on the street and identifying the behavioral patterns of pedestrians in these four stretches. After crossing the results, it was possible to propose a mapping illustrating the final diagnosis regarding the possibility or not of maintaining social distance, and listing guidelines for future interventions Based on this, the intention was to problematize the reflection on how current public spaces define experiences as pedestrians. At Duque de Caxias Street, it was shown that in

certain stretches where there are peaks of agglomeration and/or the dimensions of the widths of the sidewalks are not favorable, the practice becomes impossible. However, through public policies, it is possible to requalify the urban space so that it obeys the new practices of social distancing. Lastly, it is also stated that the study carried out can serve as a model to guide the urban analysis in other segments of pedestrian transition areas. Keywords: Agglomeration of people; Urban analysis; Sidewalks; Social distancing; Behavioral patterns.


LISTA DE DIAGRAMAS Diagrama 01: Índices de redução na mobilidade em decorrência da pandemia do COVID-19 no Brasil em julho de 2020. .............. 23 Diagrama 02: Etapas metodológicas..................................................... 30 Diagrama 03: Representação dos pontos avaliados durante a etapa 3 do estudo.......................................................................................... 31 Diagrama 04: Efeitos positivos quanto à prática do distanciamento social. ............................................................................... 38 Diagrama 05: Mudanças de hábitos durante a pandemia quanto a mobilidade urbana. ................................................................................. 42 Diagrama 06: Localização da Rua Duque de Caxias....................... 45 Diagrama 07: Localização dos pontos fotografados. ...................... 56 Diagrama 08: Identificação dos trechos para análise ................... 63 Diagrama 09: Padrões de uso e apropriação social no trecho 01........................................................................................................... 69 Diagrama 10: Padrões de uso e apropriação social no trecho 02. ......................................................................................................... 71 Diagrama 11: Padrões de uso e apropriação social no trecho 03. ......................................................................................................... 73 Diagrama 12: Padrões de uso e apropriação social no trecho 04. ......................................................................................................... 75 Diagrama 13: Principais atividades encontradas nos quatro trechos. ...................................................................................... 76 Diagrama 14: Comparação entre os fluxos dos quatro trechos. ...................................................................................... 77 Diagrama 15: Avaliação final da possibilidade de se manter o distanciamento social na Rua Duque de Caxias. ............................. 79


LISTA DE FIGURAS Figura 01: Incentivo à prática do distanciamento social.............. 24 Figuras 02, 03, 04 e 05: Aglomeração na Rua Duque de Caxias. .......................................................................................... 46 Figuras 06 e 07: A Rua Duque de Caxias na década de 1930. ............................................................................................. 47 Figura 08: Praça Vidal de Negreiros na década de 1930. .............. 48 Figura 09: Paraíba Palace Hotel na década de 1930. ...................... 48 Figura 10: Praça João Pessoa na década de 1930. ............................ 48 Figura 11: Faculdade de Direito da Paraíba na década de 1930. ............................................................................................. 48 Figura 12: Ponto 01 – Praça João Pessoa............................................. 56 Figura 13: Ponto 02 – Calçadão. ............................................................. 57 Figura 14: Ponto 03 – Paraíba Palace Shopping. ............................ 57 Figura 15: Ponto 04 – Praça Vidal de Negreiros............................... 56 Figura 16: Ponto 05 – Igreja da Misericórdia. ................................... 57 Figura 17: Ponto 06 – Praça Vidal de Negreiros............................... 57 Figura 18: Dimensões do calçadão no início e fim do trecho 01. ................................................................................................... 64 Figura 19: Dimensões do calçadão no início e fim do trecho 02. ........................................................................................... 64 Figura 20: Dimensões das calçadas no início e fim do trecho 03. ........................................................................................... 65 Figura 21: Dimensões das calçadas no início e fim do trecho 04. ........................................................................................... 66 Figura 22: Sinalização no passeio orientando a prática do distanciamento social. ............................................................................... 67 Figura 23: Desrespeito das normativas de distanciamento. ....... 67

Figura 24: Má conservação das calçadas. ............................................ 67 Figura 25: Preferência dos transeuntes pela proximidade a árvores. ............................................................................................................. 68 Figura 26: Estabelecimentos sem funcionamento no trecho 01. ................................................................................................... 68 Figura 27: Agência bancária no trecho 01........................................... 68 Figura 28: Praça de alimentação customizada do trecho 01. ...... 69 Figura 29: Comércio informal no trecho 01. ...................................... 69 Figura 30: Feira livre no trecho 02. ....................................................... 70 Figura 31: Espaço amplo desvalorizado da Praça Vidal de Negreiros no trecho 02. .............................................................................. 70 Figura 32: Jogos de tabuleiro no trecho 02. ....................................... 70 Figura 33: Culto ao ar livre no trecho 02............................................. 71 Figura 34: Calçada do Shopping Terceirão no trecho 03. ............ 72 Figura 35: Calçadas dos estabelecimentos comerciais no trecho 03. ................................................................................................... 72 Figura 36: Veículos empurrando os pedestres contra as fachadas no trecho 03................................................................................. 72 Figura 37: Praça Barão do Rio Branco praticamente vazia no trecho 03. ......................................................................................................... 73 Figura 38: Calçada vazia no trecho 04. ................................................ 74 Figura 39: Calçadas danificadas no trecho 04. ................................. 74 Figura 40: Obstáculos nas calçadas do trecho 04............................ 74 Figura 41: Lavagem de carro no trecho 04. ......................................... 75


LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01: Cumulativo de óbitos por COVID-19 no Brasil até novembro de 2021. .......................................................................................23 Gráfico 02: Cumulativo de casos novos diários confirmados na Paraíba até novembro de 2021. ...............................................................25 Gráfico 03: Cumulativo de casos e mortes por COVID-19 no Brasil até março de 2020. .......................................................................................37 Gráfico 04: Cumulativo de casos por COVID-19 em João Pessoa até abril de 2020............................................................................................38 Gráfico 05: Impacto sofrido pelas empresas devido à COVID-19 no Brasil na primeira quinzena de julho de 2020. ..........................39 Gráfico 06: Empresas com atividades encerradas devido à COVID-19 no Brasil na primeira quinzena de julho de 2020. ...........................................................................................40 Gráfico 07: Aumento da produtividade nas empresas com a modalidade home office no Brasil.........................................................41 Gráfico 08: Relação entre o uso dos espaços públicos durante a pandemia ao redor do mundo. ..........................................42 Gráfico 09: Perfil dos entrevistados quanto ao gênero. ................59 Gráfico 10: Perfil dos entrevistados quanto a idade. .....................59 Gráfico 11: Relação entre os transeuntes que trabalham ou não da Duque de Caxias. ..........................................................................................60 Gráfico 12: Principais objetivos dos transeuntes quando visitam a rua. ..................................................................................................60 Gráfico 13: Frequência que os transeuntes visitam a Rua Duque de Caxias. .................................................................................61 Gráfico 14: Relação entre os transeuntes que ainda buscam ou não o distanciamento social. ...................................................................61

Gráfico 15: Opinião sobre a possibilidade ou não de se manter distanciamento social na Rua Duque de Caxias. .............................62 Gráfico 16: Opinião dos transeuntes quanto a relação entre a conservação das calçadas e o distanciamento social na Rua Duque de Caxias. .........................................................................................................62


LISTA DE MAPAS Mapa 01: Localização da Rua Duque de Caxias e seus marcos referenciais. ....................................................................................................26 Mapa 02: Densidade construtiva na Rua Duque de Caxias e suas adjacências......................................................................................................49 Mapa 03: Uso e ocupação do solo na Rua Duque de Caxias e suas adjacências......................................................................................................50 Mapa 04: Gabarito na Rua Duque de Caxias e suas adjacências .............................................................................................................................. 51 Mapa 05: Zoneamento urbano da Rua Duque de Caxias e suas adjacências......................................................................................................52 Mapa 06: Atributos ambientais da Rua Duque de Caxias e suas adjacências......................................................................................................53 Mapa 07: Mobilidade urbana na Rua Duque de Caxias e suas adjacências......................................................................................................54 Mapa 08: Conservação das calçadas na Rua Duque de Caxias e suas adjacências. ..........................................................................................55


LISTA DE SIGLAS CCD COVID-19 OCDE OMS PB PMJP ZCS

Centro de Controle de Doenças e Prevenção Corona Virus Disease 2019 (Doença do Corona Vírus 2019) Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico Organização Mundial da Saúde Paraíba Prefeitura Municipal de João Pessoa Zona de Comércio e Serviço


LISTA DE TABELAS Tabela 01: Revisão bibliográfica............................................................ 29 Tabela 02: Idas a campo para coleta de dados. ................................ 30 Tabela 03: 12 critérios de qualidade com respeito à paisagem do pedestre........................................................................................................... 36 Tabela 04: Problemáticas, potencialidades e diretrizes para o correto distanciamento social na Rua Duque de Caxias. ............ 80


SUMÁRIO

+

INTRODUÇÃO

+

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

01

02

A RUA DUQUE DE CAXIAS: DIAGNÓSTICO E ANÁLISE URBANA

CONTRIBUIÇÕES TEÓRICAS E CONCEITUAIS 1.1 A IMPORTÂNCIA DAS ÁREAS CENTRAIS NA CIDADE

35

1.2 A CIDADE VIVA E O USO SEGURO DAS CALÇADAS

35

1.3 CONTEXTUALIZAÇÃO DA PANDEMIA DO COVID-19 E ORIENTAÇÕES DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS DE SAÚDE 1.4 O IMPACTO DA PANDEMIA EM ÁREAS COMERCIAIS 1.5 O IMPACTO DA PANDEMIA EM ÁREAS DE TRANSIÇÃO DE PEDESTRES

37

39 41

2.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA

45

2.2 IMPORTÂNCIA HISTÓRICA DA RUA DUQUE DE CAXIAS

47

2.3 LEITURA URBANA DO ENTORNO

49

2.4 PAISAGEM DA RUA DUQUE DE CAXIAS

56


03

04

ANÁLISE DOS RESULTADOS 3.1 QUANTO AOS QUESTIONÁRIOS

58

3.2 QUANTO AS DIMENSÕES DAS CALÇADAS

63

3.3 QUANTO A ANÁLISE OBSERVACIONAL

67

+ + +

CONSIDERAÇÕES FINAIS

DIRETRIZES ACERCA DO DISTANCIAMENTO SOCIAL 4.1 AVALIAÇÃO FINAL

79

4.2 DIRETRIZES DE INTERVENÇÕES

80

REFERÊNCIAS

apêndices


INTRODUÇÃO


INTRODUÇÃO Em dezembro de 2019, ocorreu o surgimento dos primeiros casos da COVID-19 em Wuhan, China, onde foi diagnosticado o vírus SarsCoV2, o novo coronavírus, que por ser altamente contagioso, espalhouse rapidamente pelo mundo e levou a Organização Mundial da Saúde (OMS), no início do ano de 2020, a decretar estado de pandemia mundial (WHO, 2020). A COVID-19 é uma doença respiratória que pode causar graves problemas a órgãos vitais do corpo humano, como o pulmão, coração e rins, trazendo sintomas como falta de ar, febre, tosse e perda de paladar e olfato. Diante disso, e devido ao seu alto índice de contaminação, foram adotadas medidas restritivas, como quarentena e toque de recolher, com finalidade de retardar o avanço da doença até o desenvolvimento de uma vacina (LANA et al., 2020).

O avançar da pandemia acabou por afetar alguns aspectos importantes na vida diária das pessoas e das cidades em que elas estão inseridas. Com a facilidade de contágio do vírus tornou-se necessária uma drástica redução na mobilidade urbana. As cidades que antes nunca paravam tiveram que reduzir seus entrelaces de comércio, turismo, trânsito e, consequentemente, da sua vitalidade urbana, para garantir que a saúde da população fosse preservada (FATMI, 2020). Diagrama 01: Índices de redução na mobilidade em decorrência da pandemia do COVID-19 no Brasil em julho de 2020.

O novo panorama impresso por esse cenário pandêmico trouxe consigo mudanças mundiais e que não deixaram de incluir o Brasil, que teve seu primeiro caso de COVID-19 confirmado em 26 de fevereiro de 2020 (RODRIGUEZ-MORALEZ, 2020). Até o momento, em novembro de 2021, o país apresenta mais de 611 mil vítimas fatais, representando a maior crise sanitária do século (MINISTERIO DA SAÚDE, 2021). Gráfico 01: Cumulativo de óbitos por COVID-19 no Brasil até novembro de 2021.

Fonte: Secretarias Estaduais de Saúde do Brasil – SES-BR. Editado pelo autor, 2021.

Fonte: Google Mobility Report. Editado pelo autor, 2021.

Sentir-se protegido é crucial para que as pessoas abracem a cidade e seus espaços públicos. Em geral, a movimentação e a permanência das próprias pessoas que mantém a cidade mais viva e convidativa. Caminhar com segurança no espaço da cidade é um pré-requisito para criar cidades funcionais (GEHL, 2010). Diante disso, e do contexto pandêmico atual, proporcionar segurança à população para, assim, manter a cidade viva, agora se une aos conceitos de biossegurança, visando prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos que possam comprometer a saúde humana (BRASIL, 2014). INTRODUÇÃO

23


O cenário pandêmico trouxe consigo impactos na forma de vivenciar e experimentar a cidade. No âmbito educacional e pedagógico, nota-se a readequação nas relações acadêmicas/escolares quando escolas e universidades que antes funcionavam presencialmente e geravam diuturnamente pessoas produtivas a sociedade, passaram a se readequar a novos formatos de ensino-aprendizado com quase a totalidade dessas relações acontecendo de forma remota (PETERS et al., 2020). Os lares sempre foram componentes importantes das vidas das pessoas e significativo espaço das interações familiares, para estes a pandemia também não passou despercebida, vista a forte necessidade de ressignificar os espaços do domicilio, em especial aqueles voltados ao lazer, e a interação daqueles que neles habitam (ALTENA et al., 2020).

nova realidade, acredita-se que a maior revolução para cidade no contexto do surgimento do novo coronavírus e da COVID-19 é a necessidade de se implementar espaços capazes de se obedecer uma importante normativa da Organização Mundial da Saúde (OMS): o distanciamento social. Segundo a OMS (2020), para existir segurança mínima de não contágio entre as pessoas, é necessário que essas estejam a uma distância, dita de segurança, de pelo menos 1,5 metros. Dessa forma, questiona-se se parte dos espaços urbanos projetados em tempos pré-pandêmicos estão capacitados para aportar o convívio e a interação de pessoas com o gradativo retorno as atividades de vida diária, o chamado “novo normal”. Figura 01: Incentivo à prática do distanciamento social.

Como existem grupos de risco para o contagio pela COVID-19, a proximidade física com alguns grupos populacionais foi reduzida de forma ainda mais brusca, como é o caso dos idosos. Antes componentes mais que presentes nos espaços familiares, e carregados de tradições matriarcais e patriarcais, passaram a ser colocados em situação prioritária de isolamento para que houvesse uma maior biossegurança e menor chance de que esses fossem infectados pelo novo vírus que fatalmente poderiam os levar a morte (ARMITAGE e NELLUMS, 2020). Um ponto de forte discussão durante o processo de construção das políticas públicas para as cidades durante a pandemia foram as interações entre os setores comerciais. Existiu forte lobby político pela manutenção de alguns setores em detrimento de outros. Surge o conceito de essencialidade e, além disso, observa-se o crescimento de seguimentos como as entregas em sistema de deliveries e o decair das vendas do comércio formal, aqueles que outrora eram realizados nos centros urbanos e shoppings centers (GOOGLE MOBILITY REPORT, 2020). Levando em consideração todos os impactos decorrentes dessa 24

INTRODUÇÃO

Fonte: Editado pelo autor, 2021.

Na cidade de João Pessoa, capital do Estado da Paraíba, os impactos causados pela pandemia nos movimentos e interações urbanas não são diferentes. Após meses de caos sanitário, a unidade federativa possui mais de 450 mil casos diagnosticados e quase 10 mil mortes constatadas (SECRETARIA ESTADUAL DE SAUDE, 2021).


Gráfico 02: Cumulativo de casos novos diários confirmados na Paraíba até novembro de 2021.

Fonte: Secretaria Estadual de Saúde do Brasil – SES-BR. Editado pelo autor, 2021.

Como em toda cidade, em João Pessoa existem corredores urbanos que estão associados a grandes aglomerações, sejam causadas por diversas motivações, tais quais comércio, esporte, cultura ou lazer. A Rua Duque de Caxias, no bairro do Centro, zona Norte da cidade, se configura como um ótimo protótipo de corredor urbano, voltado ao comércio, que aglomera milhares de pessoenses diariamente, o que a faz ser uma das avenidas mais prestigiadas do seguimento no município (CLEMENTE, 2012). A escolha da Rua Duque de Caxias como objeto de estudo se deu não só pela sua importância histórica significativa, mas também por se tratar de uma rua com duas realidades paralelas conectadas: uma permitindo somente o fluxo de pedestres, o calçadão, e outra permitindo o uso de veículos, possibilitando, assim, analisar duas vivências diferentes em uma só rua. Outros fatores importantes foram seu forte caráter comercial e seu fluxo homogêneo, visto que a grande maioria dos transeuntes que frequentam a Rua Duque de Caxias buscam por comércio e serviços essenciais. A importância desse estudo está fortemente associada à visão da cidade num momento pandêmico e as perspectivas para o

espaço urbano estudado no período pós-pandêmico. Analisar esses processos urbanos contemporâneos possibilita a reflexão por futuras intervenções urbanas com ganhos efetivos para a qualidade do ambiente; e pensar a cidade sob a ótica de práticas de sustentabilidade social e ambiental, para que os centros urbanos se tornem cada vez mais espaços inclusivos. O objetivo deste estudo é avaliar os impactos do distanciamento social, segundo as normativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), durante o período de pandemia entre transeuntes nas calçadas da Rua Duque de Caxias, situada no centro da cidade de João Pessoa, no Estado da Paraíba. Mais especificamente, compreender os reflexos da nova realidade imposta pelo distanciamento social sobre o comportamento humano, diagnosticar a problemática urbana do entorno da Rua Duque de Caxias e identificar os padrões de uso e apropriação social encontrados nas calçadas da rua estudada, num contexto pandêmico. O trabalho se divide em quatro capítulos. O primeiro traz conceitos e teorias, com alicerce bibliográfico de informações pertinentes a construção deste estudo, sobre a importância das áreas centrais na cidade; a contextualização da pandemia do COVID-19 e as orientações dos órgãos públicos de saúde; e os impactos que a pandemia trouxe para as áreas comerciais e áreas de transição de pedestres. Entender esses impactos é de fundamental importância para compreender os reflexos do distanciamento social. O segundo capítulo apresenta o diagnóstico de campo com profunda avaliação da caracterização, morfologia e paisagem, e leitura urbana das calçadas da Rua Duque de Caxias e de seu entorno, além de refletir a importância histórica que a via carrega. O terceiro capítulo expõe a análise dos resultados encontrados através dos diferentes dados coletados, complementando informações através de uma triangulação dos métodos. Serão expostos gráficos e mapeamentos baseados no cruzado dos dados obtidos.

INTRODUÇÃO

25


OLÁ

esse é um spoiler do resultado de um dos nossos TCCinhos


Se você gostou e quer saber mais sobre o trabalho e o TCC Nota 10, fala com a gente pelo nosso instagram @tccnota10arquitetura


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