TCC NOTA 10 ARQ | ESCOLA ADAPTADA PARA CRIANÇAS COM TDAH ATRAVÉS DA NEUROARQUITETURA | VITÓRIA A.

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QUINTAL DO

SABER

VITÓRIA ANDRADE FERREIRA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA - UNIPÊ | 2021



CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA - UNIPÊ PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO – PROAC CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

VITÓRIA ANDRADE FERREIRA

ANTEPROJETO DE ESCOLA ADAPTADA PARA CRIANÇAS COM TDAH ATRAVÉS DOS PRINCÍPIOS DA NEUROARQUITETURA NA CIDADE DE JOÃO PESSOA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro universitário de João Pessoa UNIPE, como requisito parcial para obtenção do título de Arquiteta e Urbanista, Orientador (a): Profa. Ma. Bárbara Karoline Lacerda Arnaud

JOÃO PESSOA I 20 2 1


F383a

Ferreira, Vitória Andrade. Anteprojeto de escola adaptada para crianças com TDAH através dos princípios da neuroarquitetura na cidade de João Pessoa. /Vitória Andrade Ferreira. - João Pessoa, 2021. 85f Orientador (a): Prof . Bárbara Karoline Lacerda Arnaud Monografia (Curso de Arquitetura e Urbanismo) – Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ.

1. Arquitetura Escolar. 2. Neuroarquitetura. 3. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade. I. Título. UNIPÊ / BC

CDU - 725.94(813.3)


VITÓRIA ANDRADE FERREIRA ANTEPROJETO DE ESCOLA ADAPTADA PARA CRIANÇAS COM TDAH ATRAVÉS DOS PRINCÍPIOS DA NEUROARQUITETURA NA CIDADE DE JOÃO PESSOA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário de João Pessoa – UNIPE, como requisito parcial para obtenção do título de Arquiteta e Urbanista

João Pessoa, _____ de _________________ de ________.

BANCA EXAMINADORA

Orientador (Profa. Ma. Bárbara Karoline Lacerda Arnaud) Centro Universitário de João Pessoa - UNIPE

Avaliador Interno (Profa. Ma. Camila Sales Nóbrega de Santana) Centro Universitário de João Pessoa - UNIPE

Marina Mangueira Pires Figueiredo Avaliadora externa



Agradecimentos Agradeço primeiramente a Deus por ter me permitido chegar até aqui e sempre me manteve resistente durante os momentos mais difíceis. Agradeço a toda minha família que sempre me apoiou durante todo o curso, principalmente aos meus pais Ciro e Sheyla que sempre movem o mundo e não medem esforços para tornar essa trajetória possível e sempre confiaram no meu potencial. Ao meu padrasto Junior Martins que sempre me auxiliou nos momentos que mais precisava, aos meus irmãos Kevin, Clara e Mariana, aos meus queridos avós Marinêz e Valdelito que puderam acompanhar todo esse caminho, e ao meu avô Ferreira que sempre acreditou e torceu por mim até o último momento. Agradeço também aos meus colegas de curso, principalmente aos amigos Lucas Macedo, Emily Lima, Maria Eduarda Alves, Bianca Araújo, Ana Gabriela e Raphaela Guedes que dividiram comigo esses 5 anos de curso através de risadas, desesperos, noites em claro e muita força para sempre conseguirmos extrair o melhor de cada um e entregar todos os trabalhos com o melhor resultado possível. Agradeço ao meu namorado Gabriel Bordini que me apoia todos os dias e sempre me ajuda quando mais preciso e torna essa fase final mais leve através do seu companherismo.

A todos os professores que fizeram parte desses 10 períodos, compartilhando seus conhecimentos e experiências que sem dúvidas acrescentaram na minha bagagem acadêmica, principalmente a minha orientadora Bárbara Lacerda que abraçou meu tema e repassou tantos ensinamentos durantes suas orientações que sempre foram descontraídas. A equipe da AGV/Norte Criativo, Vitor e Gaby, que estiveram presentes durante todos esses anos compartilhando seus conhecimentos e acrescentando muito na minha caminhada na arquitetura.


Resumo O presente trabalho discorre sobre a arquitetura escolar direcionada para a elaboração do anteprojeto de uma escola adaptada para crianças com TDAH através dos princípios da neuroarquitetura. Tendo como intuito a realização de um projeto arquitetônico que permita a inclusão das crianças que possuem o transtorno no ambiente escolar, o desenvolvimento do trabalho implica na contribuição de um conceito de arquitetura escolar humanizada de modo que procure reduzir as dificuldades que esses indivíduos têm em se adaptar aos atuais sistemas educacionais, ressignificando o conceito de um ambiente escolar formal e padronizado para um local acolhedor que priorize os alunos e o seu bem-estar. Para melhor compreensão do tema, foi necessário a realização de um embasamento teórico através de pesquisas sobre o TDAH e como o projeto arquitetônico pode ser facilitador nesse processo de inclusão dos alunos no ambiente escolar. Também foi necessária a coleta de dados referente às demandas que o anteprojeto precisou suprir e, por fim, a realização da proposta arquitetônica final.

Palavras-chave: Arquitetura Escolar; Neuroarquitetura; Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade.


Abstract The present work discusses the school architecture directed to the elaboration of the project of a school adapted for children with ADHD through the principles of neuroarchitecture. With the aim of carrying out an architectural project that allows the inclusion of children who have the disorder in the school environment, the development of the work implies the contribution of a concept of humanized school architecture in order to seek to reduce the difficulties these individuals have in themselves adapt to current educational systems, redefining the concept of a formal and standardized school environment for a welcoming place that prioritizes students and their well-being. For a better understanding of the theme, it was necessary to carry out a theoretical foundation through research on ADHD and how the architectural project can be a facilitator in this process of inclusion of students in the school environment. It was also necessary to collect data regarding the demands that the draft had to meet and, finally, the completion of the final architectural proposal.

Keywords: School Architecture; Neuroarchitecture; Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder.


“A

inteligência da criança observa amando e não com indiferença - isso é o que faz ver o invisível.”

Maria Montessori



Lista de Figuras Figura 1: Gráfico ........................................................................................18

Figura 28: Carta de incidência solar ..........................................................49

Figura 2: Gráfico ........................................................................................20

Figura 29: Rosa dos ventos.......................................................................49

Figura 3: Gráfico ........................................................................................20

Figura 30: Mapa de macrozoneamento de João Pessoa ..........................49

Figura 4: Objetivos ....................................................................................21

Figura 31: Mapa de zoneamento...............................................................50

Figura 5: Procedimentos metodológicos ...................................................21

Figura 32: Tabela de usos da ZR3 ............................................................50

Figura 6: Linha do tempo...........................................................................26

Figura 33: Conceito ...................................................................................54

Figura 7: Ilustração ....................................................................................28

Figura 34: Diagrama de implantação ........................................................55

Figura 8: Ilustração ....................................................................................28

Figura 35: Diagrama de acessos...............................................................55

Figura 9: Ilustração ....................................................................................29

Figura 36: Diagrama de setorização .........................................................56

Figura 10: Conjunto 01 ..............................................................................31

Figura 37: Diagrama de Fluxos .................................................................57

Figura 11: Conjunto 02 ..............................................................................31

Figura 38: Corredor ...................................................................................57

Figura 12: Cobertura da escola .................................................................36

Figura 39: Diagrama de volumetria ...........................................................58

Figura 13: Refeitório da escola..................................................................36

Figura 40: Pátio interno .............................................................................58

Figura 14: Caverna ....................................................................................37

Figura 41: Fachada norte ..........................................................................58

Figura 15: Refeitório ..................................................................................37

Figura 42: Fachada oeste..........................................................................59

Figura 16: Planta baixa térreo ...................................................................37

Figura 43: Diagrama de modulação estrutural ..........................................60

Figura 17: Vista aérea ...............................................................................38

Figura 44: Clarabóias ................................................................................60

Figura 18: Pátio central .............................................................................38

Figura 45: Materiais ...................................................................................61

Figura 19: Pátio central .............................................................................39

Figura 46: Pergolado .................................................................................62

Figura 20: Circulação interna ....................................................................39

Figura 47: Pergolado e rampa ...................................................................63

Figura 21: Cobertura verde .......................................................................39

Figura 48: Jardim sensorial .......................................................................66

Figura 22: Funcionograma ........................................................................46

Figura 49: Horta.........................................................................................67

Figura 23: Mapa de Localização ...............................................................46

Figura 50: Área permeável ........................................................................68

Figura 24: Mapa de atributos ambientais ..................................................47

Figura 51: Diagrama ..................................................................................69

Figura 25: Mapa de uso e ocupação do solo ............................................47

Figura 52: Bosque .....................................................................................70

Figura 26: Mapa de mobilidade urbana .....................................................48

Figura 53: Pátio interno .............................................................................71

Figura 27: Diagrama de condicionantes climáticas ...................................48

Figura 54: Sala de aula .............................................................................73 Figura 55: Sala de aula 02 ........................................................................74


Lista de Tabelas

Lista de Abreviaturas e Siglas

Tabela 1: Tabela de autores para embasamento teórico.....................................22

TDAH

Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade

Tabela 2: Tabela de documentos .........................................................................22

IBGE

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Tabela 3: Tabela de dias e horários das observações em campo .......................23

UFPB

Universidade Federal da Paraíba

Tabela 4: Quadro resumo dos correlatos ............................................................40

UNIPE Centro Universitário de João Pessoa

Tabela 5: Programa de necessidades e pré-dimensionamento: setor pedagógico

ZANP

Zona Adensável Não Prioritária

.............................................................................................................................44

ZR3

Zona Residencial 3

Tabela 6: Programa de necessidades e pré-dimensionamento: setor

DML

Depósito de Material de Limpeza

administrativo ......................................................................................................44 Tabela 7: Programa de necessidades e pré-dimensionamento: setor de vivência .............................................................................................................................44 Tabela 8: Programa de necessidades e pré-dimensionamento: setor de serviços .............................................................................................................................45 Tabela 9: Programa de necessidades e pré-dimensionamento: setor de apoio .45 Tabela 10: Diretrizes Projetuais ...........................................................................54


Sumário

01

INTRODUÇÃO 1.2 JUSTIFICATIVA

19

1.3 OBJETIVOS

21

1.3.1 OBJETIVOS GERAIS

21

1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

21

1.4 METODOLOGIA CIENTÍFICA

21

1.4.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA E DOCUMENTAL

21

1.4.2 PESQUISA DE CAMPO 1.4.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA, SISTEMATIZAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

02

REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 EVOLUÇÃO E CONCEITOS DO TDAH

26

2.2 ARQUITETURA ESCOLAR E A RELAÇÃO PESSOA-AMBIENTE

28

2.3 NEUROARQUITETURA E AS DIRETRIZES DE PROJETO ESCOLAR

30

03

REFERENCIAL PROJETUAL

23

3.1 JARDIM DA INFÂNCIA E CRECHE OB – HIBINOSEKKEI + YOUJI NO SHIRO

36

23

3.2 ESCOLA INFANTIL HOGARES SOACHA – DAVID DELGADO ARQUITETOS

38

3.3 QUADRO RESUMO DE PROJETOS CORRELATOS

40


04

ASPECTOS PRÉ-PROJETUAIS

06

ESPACIALIDADES

4.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES

44

6.1 JARDIM SENSORIAL E HORTA

66

4.2 FUNCIONOGRAMA

45

6.2 GENTILEZA URBANA

68

4.3 LOCALIZAÇÃO

46

6.3 AMBIENTES INTERNOS

72

4.4 CONDICIONANTES LOCAIS

47

4.5 CONDICIONANTES CLIMÁTICAS

48

4.6 CONDICIONANTES LEGAIS

49

05

PROPOSTA ARQUITETÔNICA

5.1 CONCEITO E PARTIDO ARQUITETÔNICO

5.2 DIRETRIZES PROJETUAIS 5.3 IMPLANTAÇÃO E ACESSOS 5.4 SETORIZAÇÃO E FLUXOS 5.5 FORMA E VOLUME 5.6 MODULAÇÃO ESTRUTURAL 5.7 MATERIAIS E ELEMENTOS MARCANTES

54 54 55 55 57 59 61

+

CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS

76 80



Introdução


01. INTRODUÇÃO Segundo a vertente da psicologia ambiental, é evidente que muitos dos comportamentos e traços de personalidade que comportam o ser humano têm influência devido ao meio que o indivíduo está inserido. Segundo Montessori (1987), ao estudar o cérebro e o comportamento, observa-se que os efeitos de um ambiente em adultos podem ser diferentes nos efeitos gerados em outras faixas etárias, como crianças, adolescentes e idosos. Ao longo do desenvolvimento humano, o cérebro passa por intensas transformações, sendo vulnerável aos estímulos do espaço ao seu redor em diferentes períodos da infância e adolescência. De acordo com estudos da médica e pedagoga Maria Montessori, os primeiros anos de vida de um indivíduo são os mais importantes para sua formação, determinantes para a constituição de sua personalidade, autoestima e caráter. Entretanto, ao analisar o comportamento das crianças no ambiente escolar, observa-se uma porcentagem de alunos com condutas diferentes das demais, apresentando características de inquietação, desorganização, impulsividade e dificuldades de se concentrar. O transtorno de déficit de atenção/ hiperatividade, também conhecido como TDAH, é, segundo Dr. Gustavo Teixeira (2011), uma condição comportamental de grande incidência na infância e na adolescência caracterizado por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade. Pode-se definir como um transtorno neurológico de origem genética e os fatores ambientais podem interferir na condição comportamental. Além disso, pesquisas internacionais afirmam que o TDAH está presente em torno de 5 a 10% da população em idade escolar e, em 1993, Mannuzza et al. observaram que portadores de TDAH tinham 2,5 anos de estudo a menos quando parados 18

a jovens normais e da mesma faixa etária. Figura 1: Gráfico

5% a 10%

5% a 10% das crianças em idade escolar possuem TDAH Fonte: Autoral

O transtorno do déficit de atenção e hiperatividade repercute na vida da criança e do adolescente, apresentando prejuízos nas relações acadêmicas, interpessoais e sociais. Sintomas de tristeza, falta de motivação e de interesse nos estudos podem favorecer o abandono escolar de muitos jovens portadores de TDAH, além de facilitar o desencadeamento de comportamentos depressivos ou agressivos durante a adolescência. As repercussões do mau desempenho escolar na vida do aluno com TDAH, como necessidade de turmas especiais de apoio, sofrimento pessoal e familiar, bem como a influência na vida adulta, justificam o investimento no diagnóstico e manejo precoces do problema (KLEIN e MANNUZZA, 1991).


Segundo o psicólogo americano Abraham Maslow, a “necessidade de pertencer” se refere à urgência que o ser humano tem em pertencer a um grupo social. Na neuroarquitetura, essa teoria foi difundida e adaptada para “teoria do pertencimento”, levando em consideração a necessidade humana em se sentir parte de um espaço físico. Por isso, ao projetar, é necessário investir em memória, estimulando o visual, o olfato e a audição para que os usuários daquele ambiente se sintam mais pertencentes.

1.2 JUSTIFICATIVA

Estudos epidemológicos abordados pelos psicólogos George DuPaul e Gary Stoner indicam que aproximadamente 3% a 7% das crianças norte-americanas podem ser TDAs, estimando-se que em cada sala de aula exista pelo menos um aluno com o transtorno. Apesar do grande percentual de alunos com o transtorno nos ambientes escolares, essas crianças não conseguem se adaptar bem às instituições de ensino com código disciplinar muito rígido, resultando em um baixo aproveitamento acadêmico e frustrações por não conseguir acompanhar os progressos do restante da turma devido aos três principais sintomas básicos do TDAH: desatenção, impulsividade e hiperatividade física e mental.

INTRODUÇÃO REFERENCIAL TEÓRICO REFERENCIAL PROJETUAL ASPEC. PRÉ-PROJETUAIS PROPOSTA ARQUITET.

Podemos dizer que nós adquirimos os conhecimentos através da nossa inteligência, enquanto que a criança os absorve com a sua vida psíquica.[...] A criança, ao contrário, sofre uma transformação: as impressões não só penetram na sua mente, como a formam. Encamam-se nela. A criança cria a própria “carne mental”, usando as coisas que se encontram no seu ambiente. Denominamos o seu tipo de mente de Mente Absorvente.’ (MONTESSORI, 1949, p.36)

ESPACIALID.

De acordo com Dr. Fred Gage (neurocientista sênior do Salk Institute e ex-presidente da Sociedade de Neurociências), a neuroarquitetura se refere às diferentes substâncias produzidas pelo cérebro dos usuários durante sua presença em determinado ambiente. Essas substâncias são capazes de alterar diretamente o humor e o comportamento dos usuários em qualquer espaço tanto a curto quanto em longo prazo. Dessa forma, ao se projetar espaços visando os princípios na neuroarquitetura, é necessário saber que cada usuário recebe e decodifica os estímulos do ambiente de forma única, e que determinados aspectos devem ser considerados.

O presente trabalho visa à elaboração de um anteprojeto de uma escola adaptada para crianças portadoras de TDAH propondo os conhecimentos da neuroarquitetura, permitindo a inclusão desses alunos em um meio favorável às suas características. Dessa forma, a criança que estiver em um ambiente adequado a ela desde seu nascimento, produzirá substâncias cerebrais mais positivas.

REFERÊNCIAS CONSID. FINAIS

Diante disso, nota-se que os ambientes onde as crianças são criadas e se desenvolvem têm grande importância também na criação do senso de identidade, visto que é durante a infância que se forma um banco de memórias básico que influenciará no comportamento ao longo da vida. (SILVA, 2014). A arquitetura então possui papel fundamental no desenvolvimento humano, principalmente em ambientes enriquecidos sensorialmente que podem ajudar a criar memórias mais fortes e que estimulem os sentidos, mas ao mesmo tempo que passem para as crianças a sensação de segurança e estimule não apenas o cérebro, mas também o corpo e o movimento.

19


Figura 2: Gráfico

3% a 7%

3% a 7% das crianças norte-americanas são TDAH

Fonte: Autoral Figura 3: Gráfico

TDAH

Pelo menos um aluno em cada sala de aula é TDAH

Fonte: Autoral 20

É importante ressaltar que as crianças com TDAH não apresentam impossibilidade de aprendizagem, mas sim dificuldades em se adaptar a um sistema educacional, visto que essas crianças apresentam inteligência e capacidade de aprendizado igual à de uma criança normal, apenas é preciso lhes dar oportunidades para se desenvolver e observar suas deficiências. Quando em um ambiente adequado, o ser humano produzirá substâncias cerebrais mais positivas. Maria Montessori (1987) afirma que crianças em ambientes que estimule positivamente seus cérebros ganham alguns aspectos: aprendem mais rápido e sentem-se mais motivadas e concentradas. Ana Beatriz Barbosa (2009) aponta que, além do tratamento médico e/ou psicológico, é fundamental que a criança com TDA se sinta em um ambiente adequado e receptivo aberto às diferenças e às variações no ritmo de aprendizagem. Estima-se que o impacto positivo na produtividade do ensino e aprendizado ganhe um incremento de até 15% quando os espaços são melhores projetados. Segundo Ulrich (1991; 2001), os efeitos positivos dos ambientes terapêuticos auxiliam na recuperação e cura dos pacientes, também chamados de “ambientes de cura”. Esses efeitos fazem parte da psiconeuroimunologia aplicada à arquitetura dos ambientes de saúde. Sendo assim, a elaboração de projetos com base nas técnicas desenvolvidas através dos estudos da neuroarquitetura se faz necessária ao projetar uma escola voltada para crianças com TDAH, visando o bem estar e impactando de forma positiva no tratamento do transtorno. Projetar pensando na neuroarquitetura atrai diversos pontos positivos. Além de ser uma arquitetura associada à neurociência que coloca a saúde física e mental do usuário


Fonte: Autoral

1.4 METODOLOGIA CIENTÍFICA

1.3.1 OBJETIVOS GERAIS

Propor um anteprojeto de uma escola adaptada para crianças e adolescentes portadoras do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade em João Pessoa, utilizando as técnicas e conceitos da Neuroarquitetura. 1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Analisar o perfil de crianças e adolescentes com o TDAH para a realização de um projeto adaptado para suas necessidades; • Realizar estudos da influência da arquitetura escolar como facilitadora no processo de inclusão e melhoria do indivíduo através da neuroarquitetura; • Introduzir ao espaço escolar áreas verdes e de convivência através da gentileza urbana.

Pesquisa bibliográfica e documental

Visita técnica

Desenvolvimento do anteprojeto

Fonte: Autoral

1.4.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA E DOCUMENTAL

O método de pesquisa adotado para a fundamentação do trabalho foi a bibliográfica e documental, buscando um embasamento teórico sobre o tema através de leitura de textos institucionais e artigos científicos. Dessa forma, foi feito uma revisão bibliográfica a respeito do conceito de Neuroarquitetura e como aplicá-la em um anteprojeto de escola para crianças com TDAH. Os principais autores são Silva (2014), Teixeira (2017), Montessori (1987), Kowaltowski (2011) e Abrahão (2019). Além disso, também é necessário uma pesquisa documental no acervo do IBGE, da Prefeitura Municipal de João Pessoa, dos Códigos de Urbanismo e

ESPACIALID.

1.3 OBJETIVOS

PROPOSTA ARQUITET.

ASPEC. PRÉ-PROJETUAIS

Figura 5: Procedimentos Metodológicos

REFERENCIAL PROJETUAL

REFERENCIAL TEÓRICO

Figura 4: Objetivos

REFERÊNCIAS CONSID. FINAIS

Portanto, é importante ressaltar que um ambiente escolar que tem papel fundamental na construção do indivíduo, além da importância de contratar profissionais capacitados para lidar com crianças portadoras do TDAH, necessita de uma edificação com projeto apropriado de técnicas e estudos da neuroarquitetura, já que a arquitetura tem papel fundamental no comportamento. Esses fatores determinarão o futuro dessas crianças, dando a elas a oportunidade de ter uma vida menos caótica e mais compreensível.

INTRODUÇÃO

em primeiro lugar, a elaboração de uma arquitetura escolar para crianças diagnosticadas com TDAH irá trazer também a inclusão, dando o suporte necessário, e a visibilidade.

21


OLÁ

esse é um spoiler do resultado de um dos nossos TCCinhos


Se você gostou e quer saber mais sobre o trabalho e o TCC Nota 10, fala com a gente pelo nosso instagram @tccnota10arquitetura


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