mmjornal 9

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Diretor – Mark Deputter \ quadrmestral \ distribuição gratuita

Jornal 9

M an ife sto

abril julho 2012 Maria Matos Teatro Municipal


abril

maio 2

22h00

The Magnetic Fields • Love at the Bottom of the Sea

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Mireille & Mathieu • ARM

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Mireille & Mathieu • ARM

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Companhia Caótica • Na Barriga

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Companhia Caótica • Na Barriga

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Companhia Caótica • Na Barriga

21h30

Jean-Pierre Larroche/Les Ateliers du Spectacle Tête de Mort

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11h00

Companhia Caótica • Na Barriga

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10h00

Marina Nabais • Oficina Um corpo que dança

10h00

Marina Nabais • Oficina Um corpo que dança

sexta

21h30

Oscar Bianchi, OrchestrUtopica & Joël Pommerat Thanks to My Eyes

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11h00

quarta

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quarta

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Roll The Dice • In Dust

sábado 10h00

terça

17h30

Francesca Sorgato e Flop Lefebvre Workshop Práticas de criação para o público jovem

18h30

Evan Calder Williams A Recusa da Cidade

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19h00

Noite do Manifesto

10h00

Inês Barahona • A Verdadeira História do Teatro — Pequena coleção de espetáculos camuflados

18h30

Martin Breaugh • A Experiência Plebeia

10h00

Inês Barahona • A Verdadeira História do Teatro — Pequena coleção de espetáculos camuflados

sábado

10h00

Inês Barahona • A Verdadeira História do Teatro — Pequena coleção de espetáculos camuflados

domingo

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10h00

Inês Barahona • A Verdadeira História do Teatro — Pequena coleção de espetáculos camuflados

quinta

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21h30

Miguel Pereira • OP. 49

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Inês Barahona • A Verdadeira História do Teatro — Pequena coleção de espetáculos camuflados

21h30

Miguel Pereira • OP. 49

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Miguel Pereira • OP. 49 Sandro Mezzadra • O direito de fuga Miguel Pereira • OP. 49

Miguel Pereira • O meu nome é Georgeanne

quinta

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sábado

16h30

Marina Nabais • Oficina Um corpo que dança

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11h00

Marina Nabais • Oficina Um corpo que dança

domingo 21h30

21h30

Miguel Pereira • O meu nome é Georgeanne

22h00

Filho da Mãe

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Meg Stuart, Philipp Gehmacher & Vladimir Miller the fault lines uu Museu da Água

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Meg Stuart, Philipp Gehmacher & Vladimir Miller the fault lines uu Museu da Água

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Schwalbe • Schwalbe Cheats

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Schwalbe • Schwalbe Cheats

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21h30

Antoine Defoort & Julien Fournet • Cheval

domingo 11h00 e

16h30

10h00

Marina Nabais • Oficina Viagem ao interior da dança Rui Horta & Rolf Hind • Danza Preparata uu Fundação Calouste Gulbenkian Marina Nabais • Oficina Viagem ao interior da dança

segunda

terça

teatro e música

performance

teatro

conversa

música

crianças e jovens

dança

Oscar Bianchi, OrchestrUtopica & Joël Pommerat Thanks to My Eyes

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quinta

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domingo 19h00

segunda

Inês Barahona • A Verdadeira História do Teatro — Pequena coleção de espetáculos camuflados

domingo

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10h30

Aldara Bizarro • Uma Bailarina no Jardim

21h30

Antoine Defoort & Julien Fournet • Cheval

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Aldara Bizarro • Uma Bailarina no Jardim

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19h00

Dood Paard • Othello (bye bye)

sexta

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19h00

19h00

Dood Paard • Othello (bye bye)

P.A.R.T.S. • New Works #1

quarta 19h00

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22h00

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16h00 às

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Salão Literário

16h00

Patrícia Portela & Christoph De Boeck • Hortus uu Parque Bensaúde Jardim

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Salão Literário

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tg STAN • Nora

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tg STAN • Nora

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tg STAN • Nora

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20h30 20h30

Manifestos ao ouvido Sopa Fresca Tiago Sousa • Coro das Vontades

Patrícia Portela & Christoph De Boeck • Hortus uu Parque Bensaúde Jardim

Salão Literário

16h00

Patrícia Portela & Christoph De Boeck • Hortus uu Parque Bensaúde Jardim Visitas para famílias

19h00

Salão Literário

www.teatromariamatos.pt O

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16h30

Co m pr a

line On

21h30

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Patrícia Portela & Christoph De Boeck • Hortus uu Parque Bensaúde Jardim

18h00

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aoarlivre

Patrícia Portela & Christoph De Boeck • Hortus uu Parque Bensaúde Jardim

Patrícia Portela & Christoph De Boeck • Hortus uu Parque Bensaúde Jardim

21h00

Dia do 16h00 às Manifesto 19h00

Salão Literário

Patrícia Portela & Christoph De Boeck • Hortus uu Parque Bensaúde Jardim

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Visitas para famílias

às

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Visitas para famílias

Bu

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Patrícia Portela & Christoph De Boeck • Hortus uu Parque Bensaúde Jardim

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Josh T. Pearson Last of the Country Gentlemen

Visitas para famílias

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METASONIC opensound Pedro Carneiro & Ricardo Guerreiro / Robert Henke

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P.A.R.T.S. • New Works #3

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Patrícia Portela & Christoph De Boeck • Hortus uu Parque Bensaúde Jardim

19h00

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domingo 16h30

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P.A.R.T.S. • New Works #2

16h00

domingo 16h30

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n li ne


Verde passo a passo O primeiro relatório da Lisboa E-Nova — Agência Municipal de Energia e Ambiente de Lisboa sobre o Teatro Maria Matos não podia ser mais promissor: “Da análise do gráfico conclui-se que foi bem sucedida a ação desenvolvida pelos responsáveis pelo Teatro para reduzir os consumos de eletricidade. Efetivamente, os consumos de dezembro de 2011 foram 23% menores aos de dezembro de 2010, mantendo a tendência de descida já verificada em novembro. Acresce que as temperaturas médias exteriores nestes dois meses foram muito semelhantes às verificadas em 2010.” No e-mail que acompanha o relatório lê-se ainda: “Como algumas medidas só foram implementadas a meio do mês, provavelmente a poupança de janeiro será mais expressiva. Assim, o Teatro Maria Matos está neste momento no podium da poupança do Gestor Remoto e o que é preciso é garantir que este nível de poupanças se mantém. (…) O Teatro Maria Matos, antes destas poupanças, tinha consumos elétricos médios de 328.000 kWh/ano. A legislação nacional estabelece que cada kWh elétrico provoca uma emissão de 0,47 kg/kWh (Portaria n.º 63/2008 de 21 de janeiro, 1.ª Série), pelo que as emissões associadas terão sido de 154 ton/ano e se conseguir manter estes níveis de poupança, em breve estaremos nas 100 ton/ano.” Já temos um novo objetivo a alcançar…

Capa: Fluxus Manifesto (pormenor), George Maciunas, 1963. Série Manifesto de Luciana Fina e Moritz Elbert


São três as Palestras para o dia de amanhã comissariadas pela Unipop. Evan Calder Williams é um teórico norte-americano que atraiu a atenção internacional quando escreveu no seu blogue uma Carta aberta a todos os que condenam os motins discordando com a visão vigente dos motins de Londres como um ato coletivo de mero vandalismo. Nesta palestra, debruça-se sobre a interligação entre a desigualdade e a violência estruturais. Martin Breaugh é professor na Universidade de York, Toronto, onde é conhecido pelas suas aulas e palestras intelectualmente estimulantes na área da Teoria Política. Em Lisboa, fala sobre as teses do seu livro L’Expérience Plébéienne (A Experiência Plebeia). Sociólogo e professor na Universidade de Bolonha, Sandro Mezzadra tem-se debruçado sobre a situação dos migrantes e refugiados. A sua palestra Direito de fuga olha para a mobilidade “proibida” dos migrantes de forma surpreendente. Na instalação/salão literário Hortus, Patrícia Portela & Christoph De Boeck dedicam-se a um tema que nos é caro, o desenvolvimento sustentável: “Uma reflexão sobre o modo de podermos recuperar o equilíbrio utilizando as condições naturais do aqui e agora como o necessário ‘combustível’ para reinterpretarmos e reescrevermos a nossa relação com o planeta.” A Noite do Manifesto é uma visita inédita ao mundo dos manifestos, um evento único que procura “desenterrar” manifestos históricos, sejam eles de natureza política, artística, educacional, religiosa ou filosófica. Ao longo de cinco horas, vários encenadores, músicos e coreógrafos apresentam manifestos da sua escolha, usando formatos da sua preferência. Nos intervalos, o Chef Luís Baena do Restaurante Manifesto apresenta os seus próprios manifestos culinários e serve as degustações condizentes. O Dia do Manifesto encerra a nossa temporada 2011-12, com o programa aoarlivre e a apresentação dos muitos manifestos que nos foram enviados em resposta ao desafio lançado em janeiro: “O que queremos para nós próprios? O que queremos para o nosso prédio, para o nosso bairro? O que queremos dos nossos políticos, artistas, juízes, administradores, cientistas, professores? Quais são as visões do futuro que nos mobilizam?” Os textos originais são disponibilizados integralmente através de uma áudio-instalação que estará disponível ao longo da tarde. À noite, o músico e compositor Tiago Sousa apresenta o “seu” manifesto, livremente inspirado nos manifestos recebidos e nos seus próprios questionamentos, o Coro das Vontades. Na continuação do trabalho do Grupo Manifesto que concebeu o programa sobre o tema Manifesto (Vera Mantero, Miguel Wandschneider, José Viegas Neves, José Neves e Tiago Rodrigues), a Noite do Manifesto foi pensada e organizada em estreita colaboração com Tiago Rodrigues. Desta colaboração nasceu a vontade de escrever o nosso próprio manifesto, moldando algumas das nossas opiniões sobre o estado atual das artes performativas no formato de um manifesto à moda antiga. Um exercício delicioso cujo resultado está publicado no Dossier deste Jornal 9.

Manifesto

um mapa de afinidades


© Marcus Palmquist

música

Roll The Dice In Dust Sala Principal quarta 4 abril 22h00 15€ / Com desconto 7,50€

Bem-vindos, novamente, ao futuro. Ao mesmíssimo futuro que um dia antecipámos, repleto de tecnologia decorada com volumosas máquinas, repletas de luzes a piscar e cabos multicoloridos. Malcolm e Peder, os dois cientistas suecos de Roll The Dice, construíram assim a sua música, anacrónica para o nosso tempo mas emocionalmente infalível, feita com o charme vintage dos sintetizadores e o calor eterno do som analógico. Em palco o aparato maquinal transporta-nos para o cenário de uma rampa de lançamento em constante contagem decrescente, enquanto a música nos projeta para além das estrelas. Durante a viagem, esperem zonas escuras de gravidade pesada, alguma turbulência industrial, superconforto krautrock e, nos momentos de imponderabilidade cósmica, poesia sonora sensual entre eletrónica e eletricidade. Os dois álbuns de Roll The Dice imperam incontestados na segunda década do novo milénio, mas é ao vivo que a dimensão épica, sonora e visual, deste projeto nos deixa rendidos. 6

Jornal

EN With two celebrated albums behind them, Swedish band Roll The Dice see themselves as the perfect bridge for us to experience the astonishing hypnosis of Manuel Gottsching’s E2-E4 and the analogic pulse of Oneohtrix Point Never. They rely on the use of vintage keyboards and classic synthesizers for a more authentic feel.

sintetizadores, fender rhodes Malcolm Pardon sintetizadores, computador Peder Mannerfelt


workshop de teatro criadores e estudantes

Francesca Sorgato e Flop Lefebvre

Práticas de criação para o público jovem Sala de Ensaios terça 10 a sábado 14 abril 10h00 às 13h00 e 14h30 às 17h30

Uma parceria Maria Matos Teatro Municipal e A Tarumba/CAMa — Projecto Funicular

75€, máximo 12 participantes | Inscrição obrigatória até 4 abril envio de nota biográfica e carta de motivação, sujeita a seleção: teatromariamatos@egeac.pt | Em francês e inglês

Um workshop dedicado ao teatro que se produz para os mais novos, em torno da luz e do movimento. Convidámos Francesca Sorgato e Flop Lefebvre a partilhar com os participantes neste workshop o seu conhecimento e experiência na criação e cenografia das artes de palco para o público mais jovem. Uma formação para criadores de várias áreas coordenada por dois artistas com um universo muito singular. Francesca Sorgato irá trabalhar sobre o corpo/ movimento e explorar diariamente elementos

como a madeira, o fogo, a terra, o metal ou a água e Flop trabalhará com o grupo a luz e materiais em ressonância com estes elementos.

Francesca Sorgato dirigiu com Isabelle Kassler a Cie. Phenomene Tsé-Tsé, onde produziu diversos espetáculos, entre os quais CouCou. Com a Cie. Lili Désastres criou Gribouille e apresentou em Portugal Cheio de (pequenos) nadas no Festival Fimfa LX11.

EN A workshop dedicated to youth theater. Francesca Sorgato and Flop Lefebvre are invited to share with the participants their knowledge and experience in the creation and scenography of performing arts for young audiences.

Flop Lefebvre pertence ao Groupe Zur, além de trabalhar com outras companhias, como Cie. Skappa ou Cie. Lili Désastres. Desenvolve diversas pesquisas onde é notório como o seu fascínio pela luz, sombra e imagem em movimento o levou a colocar nas instalações que produz a fragilidade do reflexo. Jornal

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Palestras para o d Coorganização Maria Matos Teatro Municipal

e Unipop unipop.webnode.pt

mmcafé terça 10, terça 17, segunda 23 abril 18h30 Entrada livre | Em inglês

terça 10 abril 18h30

terça 17 abril 18h30

Evan Calder Williams Martin Breaugh A Recusa da Cidade A Experiência Plebeia A presente conjuntura tem gerado novas bolsas de pobreza e subdesenvolvimento, traçando novos mapas de desigualdade e violência estruturais. À medida que aumentam os indesejados e as zonas de exclusão, o Estado recua, cedendo lugar aos cordões policiais. Muitos são empurrados não só para o lado de lá da subsistência, mas igualmente para o lado de fora do político, uma vez que as linhas de comunicação e compromisso foram cortadas. É destas margens que irrompem pilhagens e motins, confrontos e ocupações. Estamos para lá do protesto: é necessário bloquear a cidade como centro do desenvolvimento capitalista e reinventar os espaços e os modos de viver coletivamente. A partir de um presente delapidado, diz-nos Evan Calder Williams, urge traçar uma linha que nos leve da recusa ao antagonismo, do antagonismo a novas formas de solidariedade e destas a novos modos de construção coletivos.

O termo “plebe” não é uma categoria social nem é nome de uma afirmação identitária. Designa antes uma experiência: a da passagem do estatuto infrapolítico ao de sujeito político. Num sentido que vai para lá das figuras do trabalhador, do operário ou do proletário e da tentativa de recondução dos sujeitos políticos a atores constituídos objetivamente, a experiência plebeia é o próprio processo que os constitui. No centro desta experiência está a recusa da dominação, assim como o desejo de uma igualdade radical e de liberdade política, entendida como a participação na vida da cidade. Os traços constitutivos da experiência plebeia — segundo Breaugh, comunalismo, agorafilia e uma temporalidade da fratura que deixa rasto — remetem-nos para os tempos da República Romana, mas ecoam numa sequência histórica descontínua de lutas pela liberdade política, da Revolução Francesa e da Comuna de Paris às revoluções do século XX. Hoje, quando coexistem a afirmação da inevitabilidade das opções políticas e a irrupção de motins, ocupações e manifestações de toda a ordem, será tempo de voltarmos a falar da experiência plebeia?

Evan Calder Williams é um teórico norte-americano, editor do blogue Socialism and/or Barbarism (socialismandorbarbarism.blogspot.com). Publicou os livros Combined and Uneven Apocalypse e Roman Letters. É doutorando em Literatura na Universidade da Califórnia, Santa Cruz.

Martin Breaugh é professor de Teoria Política na Universidade de York, em Toronto. É autor, entre outros trabalhos, do livro L’Expérience plébéienne. Une histoire discontinue de la liberté politique.

EN The actual socio-economic context is creating poverty and underdevelopment and multiplying areas of exclusion. Evan Calder Williams presents his vision on the urgent need to curb the city as a centre for capitalist development and to reinvent spaces and formats for collective living.

EN Considering the coexisting affirmation of the inevitability of the political options and the outbreak of all types of demonstrations, Martin Breaugh argues whether it makes sense today to newly debate the plebeian experience.

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Jornal


dia de amanhã

segunda 23 abril 18h30

Sandro Mezzadra O Direito de Fuga Coorganização com o Instituto de História Contemporânea da FCSH-UNL, no âmbito do projeto Além do fracasso e do maquiavelismo. A emigração irregular portuguesa para a França, 1957-1974

Nas últimas décadas, ao mesmo tempo que foram sendo progressivamente removidas todas as barreiras à circulação de bens, serviços e capitais, o controlo das fronteiras foi reforçado de modo a reprimir migrantes e refugiados. O livre movimento do conhecimento e da inteligência humana corre a par da destruição dos corpos que exprimem esse conhecimento e essa inteligência. Reprimida, a mobilidade dos migrantes tem, ainda assim, conseguido traçar movimentos subjetivos de fuga à rigidez da divisão internacional do trabalho, movimentos que constituem mesmo um dos motores fundamentais das transformações profundas que se vêm operando nas sociedades atuais, reconfigurando a democracia e as noções de cidadania e de trabalho. Quase sempre apresentada como uma categoria antipolítica, a fuga tem constituído, de acordo com Sandro Mezzadra, uma via privilegiada de subjetivação, um dos instrumentos básicos de recusa da banalidade e da rotina da vida quotidiana.

Sandro Mezzadra é sociólogo e professor na Universidade de Bolonha e na Universidade de Western Sydney. É autor, entre outros trabalhos, do livro Direito de Fuga — Migrações, Cidadania e Globalização, editado em Portugal pela unipop. EN Introducing escape — i.e. the mobility of migrants — as an anti-political statement, Sandro Mezzadra argues that it has been a privileged route for subjectification, one of the basic instruments of refusal of daily life routine. Jornal

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performance | produção

Noite do Manifesto Palco da Sala Principal sábado 14 abril 19h00 Preço único 15€ com menu de degustações do Chef Luís Baena do Restaurante Manifesto Excecionalmente não se aceitam reservas | lotação limitada Duração 5h com três intervalos (entrada, prato principal e sobremesa)

“É um ideal que espero viver e ver realizado. Mas, se necessário for, é um ideal pelo qual estou disposto a morrer.” Nelson Mandela (1964) Todos conhecemos o Manifesto Futurista, os escritos do Subcomandante Marcos ou a Declaração Universal dos Direitos Humanos; muitos saberão dizer qual o conteúdo geral e o papel político, artístico ou histórico destes manifestos; mas poucos terão tido a ocasião de conhecer os textos originais. Convidamos vários artistas a escolher um manifesto e apresentá-lo ao público. Tudo acontece à volta de uma grande mesa, onde artistas e espectadores acompanhados pelas degustações criadas pelo Chef Luís Baena do Restaurante Manifesto cumprem as palavras de Mia Couto: “A culinária, como a língua, deve ser dinâmica”. EN On this Noite do Manifesto (Manifesto Night), several artists are invited to choose a historical manifesto — political, artistic, educational, religious, etc — and present it to an audience around a big table, where Chef Luís Baena, of the Manifesto Restaurant, will be serving tasters throughout the evening. 10

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teatro | coprodução 6 aos 10 anos

Inês Barahona

A Verdadeira História do Teatro

Pequena coleção de espetáculos camuflados Vários espaços do Teatro terça 17 a domingo 22 abril semana 10h00 sábado e domingo 11h00 e 16h30 Criança 3€ | Adulto 7€ | Duração 45 min E se de repente o teatro passasse a ser uma casa onde moraram pessoas? E se se encontrassem pedaços de recordações dessas pessoas em lugares estranhos do teatro? E se esses vestígios fossem provas claríssimas de que tu (sim, tu) és descendente de alguém que aqui viveu? As paredes têm ouvidos. Os tetos estão baixos. O chão range. Por baixo de uma tábua solta, quatro postais antigos. Junta todos os elementos. Uma investigadora procura familiares perdidos e da sua investigação sairá uma enorme árvore genealógica dos habitantes do teatro. Se não acreditas que tu (sim, tu) és da família de alguém que cá morou, então vem fazer uma visita à casa antiga que já não existe. Nessa visita, o teatro revelar-te-á os verdadeiros segredos de quem aqui viveu. EN What if suddenly you found out that distant relatives of yours have lived in this theatre? A researcher is looking for evidence of these lost relatives, and that search will produce a huge family tree of the theatre’s inhabitants. If you (yes, you) don’t believe that you are a descendant of someone that lived here before, come and visit the old house that no longer exists and the theatre will reveal the true secrets of the old residents.

O Teatro Maria Matos e os artistas convocam profissionais de diversas áreas para sessões de feedback à criação de coproduções para crianças e jovens. Convidados: Dora Batalin, Catarina Requeijo e Giacomo Scalisi Para as escolas A apresentação do espetáculo será precedida de uma sessão de trabalho na sala de aula, a combinar com os professores, aquando da marcação. criação Inês Barahona com Lucília Raimundo, Luís Godinho, Manuela Pedroso, Miguel Fragata e Vera Alvelos uma encomenda Maria Matos Teatro Municipal produção Maria Matos Teatro Municipal no âmbito da rede

cofinanciada por

Jornal

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© Dinis Machado

performance

Miguel Pereira Sala Principal com bancada Preço por espetáculo 12€ / Com desconto 6€ Passe para dois espetáculos 15€ / Com desconto 7,50€

Sempre me deparei ao longo do meu percurso artístico com uma inevitável contradição: o meu tempo de gestação e criação — um tempo ora dilatado ora entrecortado, imprevisível, alimentado por desejos, por impulsos, pela não linearidade e até pela indisciplina — entra em constante colisão com o tempo instituído, um tempo demasiado regulado e repetitivo. Ao longo de três anos dediquei-me a refletir, experimentar e conhecer o mundo do espetáculo amador. E daqueles que nos tempos livres se dedicam à prática artística. Os que por não terem a obrigação de construir um estatuto que os legitime na esfera do trabalho se deixam apenas levar pelo prazer que sentem naquilo que fazem. A dança, o teatro ou o espetáculo sempre foram para mim o pretexto para encontrar esse espaço de liberdade e de prazer, de encontrar esse lugar de “tempo livre” onde seja possível refletir, digerir ou transformar o mundo e a realidade. E é nesse tempo “livre” que me coloco, que o espetáculo, o acontecimento que eu faça, possa acontecer nesse limbo “entre” o acabado e o inacabado, o possível e o impossível, o controlado e o libertador. Os dois espetáculos do díptico aqui apresentado não são um retrato ou uma homenagem, mas o resultado do meu encontro com estas duas pessoas e a sua relação com a experiência artística. 12

Jornal

EN In this diptych, Miguel Pereira approaches the world of amateur theatre and those who dedicate themselves for pure pleasure to artistic creation in their spare time: “it is in that ‘spare’ time that I would like to place myself, putting any dance, performance or event that I create in that limbo between finished and unfinished, possible and impossible, controlled and liberating.”


© Dinis Machado

OP. 49 sexta 20 a segunda 23 abril 21h30

coprodução

Trabalho a partir do encontro com Nicola Carter em Nottingham. Tem 47 anos e trabalha como anotadora numa universidade, transcrevendo o conteúdo de diferentes disciplinas para os alunos com incapacidades físicas e motoras. Nos seus tempos livres, cria as suas próprias performances. A sua forte relação com a dança vem da paixão pelo clubbing nos anos 80 em Manchester. conceção e criação Miguel Pereira assistência de direção artística Dinis Machado colaboração Nicola Carter interpretação Miguel Pereira desenho de luz Miguel Pereira com Dinis Machado sonoplastia Jari Marjamäki coprodução Maria Matos Teatro Municipal e Dance 4 residência artística Dance 4, Cine Teatro São Pedro e Associação Cultural Panorama projeto financiado por Fundação Calouste Gulbenkian apoio Forum Dança produção O Rumo do Fumo agradecimentos Luísa Veloso O Rumo do Fumo é uma estrutura financiada pelo Secretário de Estado da Cultura/DGArtes

O meu nome é Georgeanne sexta 27 e sábado 28 abril 21h30

Espetáculo a partir do encontro com Regina Branco em Minde. Tem 46 anos e é professora de inglês no Secundário onde também dirige aulas de expressão dramática. Faz parte do grupo de teatro amador Boca de Cena em Minde onde trabalhou, entre outras, na peça Um Vestido Para Cinco Mulheres de Alan Ball que a marcou profundamente. direção e conceção Miguel Pereira excertos de textos Alan Ball e de Adília Lopes colaboração artística e assistência de ensaios Dinis Machado colaboração Regina Branco interpretação Dinis Machado e Miguel Pereira sonoplastia Jari Marjamäki colaboração na pesquisa Luísa Veloso coprodução Materiais Diversos/Festival Materiais Diversos produção O Rumo do Fumo apoio Forum Dança O Rumo do Fumo é uma estrutura financiada pelo Secretário de Estado da Cultura/DGArtes Jornal

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oficina de dança | produção 6 aos 10 anos

oficina de dança | produção 3 aos 5 anos

Marina Nabais

Viagem ao interior da dança

Um corpo que dança

Sala de Ensaios domingo 29 e segunda 30 abril

Sala de Ensaios quinta 17 a domingo 20 maio

domingo 11h00 e 16h30 segunda 10h00

semana 10h00 sábado 11h00 e 16h30 domingo 11h00

Duração 2h | Preço 3€

Duração 60 min | Criança 3€ | Adulto 3€ (crianças acompanhadas de adulto)

Viagem ao interior da dança proporciona um primeiro contacto com a História da Dança Ocidental, através de exercícios práticos, de imagens e de pequenos excertos coreográficos de alguns nomes marcantes que contribuíram para o desenvolvimento desta arte. E com esta proposta comemoramos também o Dia Mundial da Dança a 29 de abril.

Em Um corpo que dança, as crianças assumem o papel de pequenos investigadores do movimento, experimentando com o próprio corpo como agir livremente e expressar emoções através do ritmo e do movimento.

EN Viagem ao interior da dança is a new series of introduction to dance workshops for children and young people. There will be a brief introduction to the History of Western Dance through images and small choreographic excerpts from some remarkable examples of this art form, which will lead to the exploration of movement and the discovery that the human body also communicates.

EN Um corpo que dança is a new series of Introduction to Dance workshops for children and young people. This workshop aims to explore the importance of the body as a way to express emotions by means of a free interaction between movement, time and rhythm within space.

Marina Nabais nasceu em Luanda. Estudou na Escola Superior de Dança e na School for New Dance Development em Amesterdão. Em 2003, cria a associação cultural A menina dos meus olhos, onde faz da dança o motor e o elo de ligação entre os seus trabalhos como intérprete, coreógrafa, formadora e diretora artística. 14

Jornal


© DR

teatro|música

Rui Horta & Rolf Hind Danza Preparata

(Montemor-o-Novo/Londres)

Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian domingo 29 abril 19h00 uu

Plateia A 21,50€ / Plateia B 18,50€ / Plateia C 16€ / Balcão 10,50€ | Descontos ver pág. 39 | Duração 70 min

Composta entre 1946 e 1948, Sonatas e Interlúdios para piano preparado é uma das obras mais consensuais de John Cage. A composição teve início pouco depois de Cage se ter interessado pela filosofia indiana e coincidiu com a leitura de livros do historiador Ananda K. Coomaraswamy. É esta música que estimula a coreografia de Rui Horta que, aludindo à técnica de Cage, chama a este espetáculo Danza Preparata. “Cage é incontornável para a história da dança, não apenas pela sua longa colaboração com Merce Cunningham, mas sobretudo pela importância das suas reflexões teóricas e consequentes repercussões na história da criação coreográfica contemporânea. Danza Preparata é, assim, um solo para um ‘corpo preparado’ em diálogo com um piano preparado. As Sonatas e Interlúdios são interpretadas por Rolf Hind, um intérprete magistral das obras para piano preparado de Cage. Faltava um ‘corpo preparado’, que me será emprestado pela experiente e maravilhosa bailarina italiana Silvia Bertoncelli, uma intérprete tecnicamente irrepreensível e artisticamente polifacetada.”

EN Sonatas and Interludes for Prepared Piano is the music that inspired this choreography by Rui Horta who, in reference to Cage’s technique, calls the show Danza Preparata: a solo dance for a “prepared body” in dialogue with a prepared piano. Rolf Hind plays Cage’s work masterfully; the “prepared body” is performed by multifaceted dancer Silvia Bertoncelli. coreografia, luz e cenário Rui Horta piano Rolf Hind bailarina Silvia Bertoncelli música Sonatas e Interlúdios para piano preparado, John Cage produção Casa da Música e O Espaço do Tempo em colaboração com Fundação Calouste Gulbenkian, Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura, Salzburg Bienalle, KunstFestSpiele Herrenhausen, Festival Musica Strasbourg e Festival Romaeuropa apoio Réseau Varèse Jornal

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música

The Magnetic Fields

Love at the Bottom of the Sea Sala Principal quarta 2 maio 22h00 25€ / Com desconto 12,50€ Excecionalmente não se aceitam reservas para este concerto Com carreira luminosa desde o início dos anos 90, não foi senão no final dessa década que Stephin Merritt arranjou assento vitalício no Olimpo da pop quando os seus Magnetic Fields editaram o épico triplo álbum 69 Love Songs. Foi uma prova de longa distância, ambiciosa como poucas, porém definitiva para julgar não só as capacidades de escrita de Merritt, mas também as idiossincrasias que o tornam num autor único e identificável. Depois de uma assumida trilogia de “álbuns-sem-sintetizadores”, em que o último, Realism, foi mesmo arrumado na categoria folk, os Magnetic Fields voltam a ligar a corrente elétrica em 2012 com Love at the Bottom of the Sea, prometendo um concerto em que os habituais arranjos e instrumentação invulgar se unirão à anunciada tecnologia de ponta. Se é verdade que Merritt sempre se entreteve a trocar as voltas às formas dos seus vários projetos, não é de esperar que oiçamos senão canções fulminantes sobre um dos seus (e nossos) grandes temas: o amor. Com menor ou maior dose de ironia, esta é a palavra-chave da noite. 16

Jornal

EN After an excursion into folk music with Realism – the album from 2010 which completed the band’s “no-synth” trilogy –, Stephin Merrit has switched on the machines again to write another collection of brilliant songs sharpened by irony, humour and love. harmónio, melódica, voz Stephin Merritt piano, voz Claudia Gonson violoncelo Sam Davol guitarra John Woo uquelele, voz Shirley Simms digressão Porto, Casa da Música, 1 maio 2012


© Pascal Pérennec

teatro de objetos

Mireille & Mathieu ARM (Gent)

Sala Principal sábado 5 maio 21h30 e domingo 6 maio 18h00 12€ / Com desconto 6€ | Espetáculo sem palavras | Duração 60 min Público geral e famílias com crianças a partir dos 8 anos “Mireille & Mathieu oferecem um momento de pura fantasia trash (…) cheio de gags e poético como o inferno.” Denis Sanglard, Un Fauteuil pour l’Orchestre Dois performers, 400 brinquedos e objetos em 60 minutos de um caos surreal e hilariante. Mireille & Mathieu são muitas vezes conhecidos como “punks das marionetas” e não tentam ser politicamente corretos. Os seus espetáculos revelam a humanidade atual, com todas as suas virtudes e defeitos. No mundo de Mireille & Mathieu, não existe lógica, mas tudo faz sentido. Um caleidoscópio de momentos de humor, onde surgem imagens como um encontro romântico entre a Barbie e o Ken que dá à palavra “paixão” um novo significado; bebés punks que partilham um berço com consequências desastrosas; e até a fabulosa bailarina señorita que engoliu um admirador através da sua saia.

EN In ARM, Mireille & Mathieu are in a kind of flea market full of discarded toys and objects. But these objects seem to be filled with sweet, poetic, often cruelly comic stories. A truly visual and radical experience with excessive humour revealing present humankind. criação, encenação e interpretação Kathleen Wijnen e Erik Bassier música Helder Deploige técnicos Karel Van Kelst e Joz De Coninck coprodução Het Huis van Alijn Jornal

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© Caroline Bergeron

teatro 2 aos 4 anos

Companhia Caótica Na Barriga Sala de Ensaios quinta 10 a domingo 13 maio semana 10h00 sábado 16h30 domingo 11h00 Criança 3€ | Adulto 7€ | Duração 30 min

Um espetáculo estimulante e terno que levará as crianças numa atribulada viagem ao sítio onde tudo começou. Numa tenda-útero vão ouvir e ver uma representação do que poderá ter acontecido antes do nascimento. Aqui terão a oportunidade de dar uma ajuda a espermatozoides desajeitados e de encetar uma batalha com uma agulha de amniocentese indiscreta. Depois de algumas festinhas e outros abanões, todos irão nascer uma segunda vez e receber um certificado oficial do seu segundo nascimento. EN A stimulating and tender show that will take the audience on a busy journey to the place where everything began. Inside a “womb-tent”, we will picture what may have happened before birth and even try to assist the clumsiest sperm. After some patting and a few shakes, we will all be born a second time… 18

Jornal

conceção, encenação e operação de luz Caroline Bergeron interpretação Catarina Santana banda sonora e música antóniopedro cenografia e objetos Caroline Bergeron forro da tenda Chloé Maxin desenho de luz André Calado agradecimentos André Calado, Miguel Estanislau e Associação Chupo Louco espetáculo criado a partir de uma oficina encomendada pelo Centro Cultural de Belém/Fábrica das Artes no âmbito da rede

cofinanciada por

digressão Guimarães, Centro Cultural Vila Flor, 24 a 27 maio 2012


© Marie-Odile e René Jacquemet

teatro de marionetas

Jean-Pierre Larroche Les Ateliers du Spectacle

Tête de Mort

(Paris)

Sala Principal sábado 12 maio 21h30 12€ / Com desconto 6€ | Em francês com legendagem | Duração 60 min

“Jean-Pierre Larroche, grande nome do teatro de formas animadas, confronta-nos com o desastre da nossa finitude. Tête de Mort é um jogo sério e violento, como o das crianças, onde a Morte tem o papel principal.” Naly Gérard, Mouvement Morrer no teatro é uma coisa difícil! Há poucas mortes de repertório que se deixam ver ao vivo, em cena. As marionetas, pelo contrário, e toda a família de objetos inanimados matam-se uns aos outros com incrível facilidade e renascem instantaneamente. Em Tête de Mort, marionetas de luva dão corpo a uma nova Dança Macabra, como nas pinturas medievais, onde a Morte leva consigo todos e todas, sem distinção de classe social. É uma Morte simpática, que faz piadas e balança a sua foice sem vergonha, espalhando enigmas e misturando-se habilmente entre os vivos. Através de marionetas de luva e pinceladas, aparece e desaparece, causando uma grande confusão atrás da cortina, arrastando na sua dança macabra tudo o que encontra na sua passagem. EN In Tête de Mort, Jean-Pierre Larroche combines glove puppets and drawings to maliciously tell us about death. Death is everywhere, but this one is a charming Death who makes jokes as he shamelessly swings his sickle, spreading riddles and ingeniously blending in with the living.

conceção e encenação Jean-Pierre Larroche e Frédéric Révérend desenho de luz Jean-Yves desenho de som Catherine Pavet operação de som Emile Larroche atores-manipuladores Juliette Belliard, Mickaël Chouquet, Justine Macadoux e Jean-Pierre Larroche administração Sophie Bauer comunicação Charlène Chivard coprodução Festival Mondial des Théâtres de Marionnettes de Charleville-Mézières, Théâtre Massalia, Théâtre de l’Espace — Scène Nationale de Besançon apoios Ministère de la Culture et de la Communication — DRAC d’Ile-de-France Jornal

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© Elisabeth Carecchio

teatro|música

Oscar Bianchi, OrchestrUtopica & Joël Pommerat Thanks to my Eyes Sala Principal sexta 18 e domingo 20 maio 21h30 18€ | Descontos ver pág. 39 | Em inglês com legendagem | Duração 80 min Produção convidada pela Gulbenkian Música Libreto de Joël Pommerat, baseado na peça Grâce à mes yeux

Oscar Bianchi é considerado um dos compositores mais virtuosos da sua geração, enquanto Joël Pommerat goza do estatuto de outsider genial do teatro francês, tendo deixado um grande impacto aquando da sua passagem por Lisboa no último Festival de Almada. A colaboração entre ambos é um acontecimento extraordinário, tanto mais porque Thanks to my Eyes é uma estreia para ambos na ópera. Em Thanks to my Eyes, tudo se centra na relação tempestuosa entre pai e filho — o primeiro é o maior comediante da sua geração, o segundo não quer ceder às exigências do pai para lhe continuar o legado. Forçado a adaptar-se ao modelo paternal, o jovem Aymar procura consolo na companhia de uma mulher estranha e tímida, em noites perigosas e liberatórias passadas longe do ambiente 20

Jornal

Franck Ollu maestro Oscar Bianchi compositor Joël Pommerat encenador Hagen Matzeit contratenor Brian Bannatyne-Scott barítono Anne Rotger atriz Keren Motseri soprano Fflur Wyn soprano Antoine Rigot papel mudo

sufocante da casa familiar. A música deslumbrante de Oscar Bianchi encontra-se com o universo poético de Joël Pommerat para contar uma fábula sobre identidade e conflitualidade geracional. Este espetáculo esteve inicialmente marcado para 19 maio, mas foi antecipado para 18 maio EN Thanks to my Eyes is the fruit of the collaboration between the brilliant Swiss Italian composer Oscar Bianchi and French author and stage director Joël Pommerat. Set in the mountains, they stage a stormy relationship between a father — the biggest comic artist of his time — and his only son, Aymar, who is incapable of meeting his father’s stifling demands to succeed him on the stage.


© Dunya Rodrigues

música

Filho da Mãe Sala Principal quinta 24 maio 22h00 12€ / Com desconto 6€ Editado no verão de 2011, o álbum Palácio juntou composições construídas por ideias acústicas que Rui Carvalho foi trabalhando, sem pressa, ao longo os últimos anos. Esta é a definição mais normativa de uma primeira obra, e embora pareça apenas unir num instante o que uma vida demorou a acumular, é o modo mais transparente de avaliarmos o potencial de uma linguagem própria. E a linguagem de Filho da Mãe está indissociavelmente ligada à sua vida entrincheirada no rock — por exemplo, nos If Lucy Fell, onde ainda reside. É de lá que vêm algumas das regras físicas da relação trepidante que tem com a sua guitarra clássica, percutindo-a como num duelo, sem que a sua delicada lírica — que magistralmente evoca a guitarra portuguesa — lhe falhe uma única vez. Palácio foi sobretudo uma obra a solo, mas que escondeu, nos seus bastidores, amizades e influências insubstituíveis. Para celebrar com pompa e circunstância o início de uma nova etapa, alguma da impressionante força motriz de projetos como PAUS, Linda Martini, If Lucy Fell ou Riding Pânico é convidada por Rui Carvalho para participarem nas novas composições de Filho da Mãe. EN Palácio was one of the great records of 2011, introducing us to Rui Carvalho’s solo work after an intense journey into rock that gave him attitude and muscle to start playing the classic guitar with dazzling conviction. This concert marks the end of that work process and the beginning of a new one, and also brings on stage some of his accomplices.

guitarra clássica Rui Carvalho baixo Cláudia Guerreiro guitarra elétrica, acústica João Nogueira baixo Makoto Yagyu teclados Shela bateria Hélio Morais digressão Guimarães, Centro Cultural Vila Flor, 26 maio 2012 no âmbito da rede

cofinanciada por

Jornal

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© Eva Würdinger

dança

Meg Stuart Philipp Gehmacher & Vladimir Miller

the fault lines

(Bruxelas/Viena/Berlim)

Museu da Água Estação elevatória a vapor dos Barbadinhos (Rua do Alviela, 12 - Santa Engrácia)

sábado 26 e domingo 27 maio 21h30 14€ / Com desconto 7€ | Duração 50 min | Lotação limitada Dois corpos encontram-se deitados no chão num campo de combate delimitado por lâmpadas fosforescentes. Estão frente-a-frente nos cantos do “ringue” como wrestlers, depois iniciam o ataque, entrelaçando-se enquanto tentam derrubar e dominar o outro no chão. Depois de Maybe Forever (Culturgest, 2007), Meg Stuart e Philipp Gehmacher começam a sua segunda colaboração com um confronto muito físico, como se estivessem num combate de luta-livre. Ou estarão a tentar aconchegar e abraçar-se? Os dois coreógrafos, fascinados pela sua mútua vulnerabilidade, criam uma exploração íntima e poética dos limites dos seus corpos. O que começa com uma interação física intensa transforma-se quase impercetivelmente numa fascinante e misteriosa instalação-vídeo do artista visual Vladimir Miller. Um subtil jogo de transferências, deslocações e entrelaçamentos transforma-se num estudo coreográfico detalhado da emergência do toque.

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Jornal

EN The choreographers Meg Stuart and Philipp Gehmacher and the visual artist Vladimir Miller create an intimate and poetical exploration of duality, where bodies seem fascinated by their mutual vulnerability. What starts as an intense physical interaction moves almost unnoticeably into a fascinating and uncanny video installation. criação Philipp Gehmacher, Vladimir Miller e Meg Stuart luz Jan Maertens som Vincent Malstaf figurinos Nina Gundlach assistente de criação Philipp Hochleichter assistente de cenografia Ania Pas produção Damaged Goods, Mumbling Fish coprodução szene salzburg Meg Stuart/ Damaged Goods é apoiada por Autoridades Flamengas e Comissão para a Comunidade Flamenga Philipp Gehmacher/Mumbling Fish é apoiado por Departamento Cultural da Cidade de Viena


© Pepijn Lutgerink

performance

Schwalbe Schwalbe Cheats (Amesterdão)

Sala Principal com bancada segunda 28 e terça 29 maio 21h30 12€ / Com desconto 6€ | Duração 60 min

“Schwalbe Cheats faz estalar o verniz da civilização num espetáculo tão chocante quanto belo.” Robbert van Heuven, Trouw

Em Schwalbe Cheats, oito performers estão envolvidos num jogo físico. Segundo o dicionário, um jogo é “uma atividade competitiva que envolve habilidade, sorte ou resistência por parte de duas ou mais pessoas que jogam de acordo com um conjunto de regras, geralmente para o seu próprio prazer ou para o dos seus espectadores”. É sugerido que a competição e a agilidade sejam compatíveis com o prazer, mas, na realidade, o jogo gere emoções profundas como o medo, a raiva, o fanatismo e a frustração. Neste espetáculo, o colectivo Schwalbe experiencia o lado “animal” do ser humano para colocar questões sobre a civilização, a humanidade e os impulsos instintivos. Até que ponto o jogo substitui as guerras que deixamos de fazer? Até que ponto ainda estamos a ser conduzidos por impulsos e instintos primários de sobrevivência?

EN In Schwalbe Cheats, eight performers are engaged in a (physical) game live on stage. Schwalbe shows the game as a framed reality: a free zone in which different rules apply than those that we know from everyday life, but where nevertheless ‘real’ emotions occur. Emotions such as anger, fanaticism and frustration surge and are subsequently questioned. conceito e interpretação Christina Flick, Melih Gençboyaci, Marie Groothof, Hilde Labadie, Floor van Leeuwen, Kimmy Ligtvoet, Ariadna Rubio Lleó e Daan Simons direção técnica, cenografia e desenho de luz Joost Giesken e Dave Staring edição final Tim Etchells direção de produção Joost Allema dramaturgia Anoek Nuyens fotografia Pepijn Lutgerink produção Productiehuis Rotterdam coprodução Rotterdam Municipal Theatre, OMSK Baltoscandal e NXTSTP com o apoio do Programa Cultura da União Europeia apoios SNS Reaal Fund e Prince Bernhard Cultural Fund apoio à apresentação Embaixada dos Países Baixos Jornal

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© Amicale de Production | Guillaume Schmitt

teatro

Antoine Defoort & Julien Fournet Cheval

(Lille)

Sala Principal com bancada quinta 31 maio e sexta 1 junho 21h30 12€ / Com desconto 6€ | Em inglês com legendagem | Duração 60 min

Um aspirador, duas espreguiçadeiras, vários instrumentos e bolas. Muitas bolas. Bolas de futebol, bolas de ténis, bolas de voleibol e por aí adiante… São estes os principais ingredientes de Cheval. Além disso, este sortido de adereços é usado das mais estranhas formas. As guitarras são usadas como raquetes de ténis, os gravadores são ligados com o nariz, etc. Uma peça que promete ser tão extravagante como &&&&& & &&&, apresentada no alkantara festival 2010. Antoine Defoort introduz-nos num universo espantosamente simples embora totalmente absurdo: “Cheval pareceu-nos ser um bom título em primeiro lugar porque é um bom título, e depois porque nele se encontra o binómio trivial/majestoso de que tanto gostamos. Por outro lado, é extremamente prático poder falar de um espetáculo como de um animal, de poder considerá-lo fogoso, ou penoso, ou subtil, ou caprichoso, ou manso como um cordeirinho.” 24

Jornal

EN A vacuum cleaner, two deck chairs, several instruments and balls. Lots of balls. Footballs, tennis balls… These are the main ingredients of Cheval. Antoine Defoort introduces you to an amazingly simple, yet totally absurd universe: “it occurred to us that Cheval was a good title because it contains that very duality of the trivial and the majestic which we so cherish.”

conceção, realização e interpretação Antoine Defoort e Julien Fournet direção técnica Jean-François Philips som François Breux produção l’Amicale de Production coprodução L’L — Lieu de recherche et d’accompagnement pour la jeune création e Le Vivat — Scène conventionnée danse et théâtre apoios la malterie e DRAC Nord Pas-deCalais


Dia Mundial da Criança

© Duccio Burberi

dança a partir dos 4 anos

Aldara Bizarro

Uma Bailarina no Jardim Jardim do Bairro das Estacas sexta 1 junho 10h30 sábado 2 junho 16h30 Entrada livre | Duração 50 min Neste ano, comemoramos o Dia Mundial da Criança no jardim com todas as crianças da cidade. Saímos fora de portas e transformamos o acolhedor jardim ao lado do teatro num palco para apresentar Uma Bailarina no Jardim. Neste espetáculo uma bailarina proporciona novas leituras sobre o corpo. A partir da pergunta “Qual a parte do corpo de que gostas mais?”, reflete com as crianças sobre o corpo enquanto objeto de saber e de sentir, lançando um convite a todos para dançarem com ela no final e festejarem este dia em conjunto.

EN On International Children’s Day, we convert the welcoming garden next to the theatre into a stage to present Uma Bailarina no Jardim (A Dancer in the Garden). Starting with the question “What part of the body do you like the most?”, a dancer and the children will reflect on the body as an object of knowledge and feeling, inviting everyone to dance and celebrate together in the end.

conceção, direção e coreografia Aldara Bizarro interpretação original Ainhoa Vidal interpretação atual Yola Pinto conceção musical Anthony Wheeldon e Jesse Chandler conceção plástica Teresa Caria manutenção e adaptação final Mathieu Crespin, Patricia Colunas fotografia António Rebolo e Nuno Neves conceção do suporte didático Sara Barriga grafismo e ilustração do suporte didático Margarida Botelho e André da Loba apoio Centro Cultural de Belém parcerias Liga dos Combatentes e Casa Café Mindelo Jangada de Pedra é uma estrutura financiada pelo Secretário de Estado de Cultura/DGArtes e é membro fundador REDE — Associação de Estruturas para a Dança Contemporânea Jornal

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Dood Paard Othello (bye bye)

© Sanne Peper

teatro

(Amesterdão)

Sala Principal com bancada domingo 3 e segunda 4 junho 19h00 12€ / Com desconto 6€ | Em inglês com legendagem | Duração 1h40

“É absolutamente espantoso ver como os atores acertam o cerne de Otelo. Apesar do humor omnipresente, é um espetáculo desconcertante.” NRC Handelsblad A companhia holandesa Dood Paard regressa a Lisboa, após ter apresentado medEia e Answer me no alkantara festival 2010 e The Jew no nosso palco em 2011. Othello, clássico de Shakespeare, incide sobre o ciúme, o amor e o racismo. Baseado numa nova tradução, o texto é simultaneamente contemporâneo e fiel à versão original, resultando num espetáculo arrojado e com múltiplas camadas, onde os temas do ciúme e da xenofobia se tornam evidentemente desconfortáveis. Vestidos com ceroulas e lenços coloridos que os distinguem enquanto personagens, Kuno Bakker e Gillis Biesheuvel encarnam a história do ciumento general mouro manipulado para acreditar que a sua esposa Desdemona o trai. Para tal, são assistidos pelo ator 26

Jornal

holandês-marroquino Chaib Massaoudi. As cenas alternam entre o demonstrativo e o irónico, sempre rematadas com uma dose de humor slapstick. Incorporando tanto uma linguagem comum como a lírica poética de Shakespeare, os atores apresentam-se num pequeno palco de tábuas soltas que tanto lembram um barco como uma caixa de Pandora. EN The Dutch theatre company Dood Paard brings this classic by William Shakespeare dealing with jealousy, love and racism. An intelligent and bold performance filled with double layers in which themes such as jealousy and xenophobia become uncomfortably apparent. espetáculo criado pelos atores Kuno Bakker, Gillis Biesheuvel e Chaib Massaoudi e pelo técnico René Rood texto William Shakespeare tradução Kuno Bakker e Gillis Biesheuvel tradução para inglês Sam Garett tradução para português Joana Frazão


© Bart Grietens

dança

P.A.R.T.S. New Works #1 #2 #3

(Bruxelas)

Sala Principal com bancada Preço único por dia 5€ / Duração 90 min

quarta 6 junho 19h00 New Works #1 quinta 7 junho 19h00 New Works #2

Dezasseis estudantes de nove países terminam o seu curso de quatro anos na escola P.A.R.T.S. fundada e dirigida por Anne Teresa De Keersmaeker e preparam-se para entrar no mundo do trabalho. Nos últimos dois anos do curso, o enfoque é colocado na pesquisa artística e na criação de um trabalho pessoal. Nas obras de fim de curso apresentadas em três programas diferentes, os jovens artistas da P.A.R.T.S. reinventam as inúmeras possibilidades de composição, teatralidade e movimento, de solos a coreografias de grupo. Uma oportunidade de conhecer os coreógrafos de amanhã.

sábado 9 junho 19h00 New Works #3

EN The sixteen graduating students at P.A.R.T.S. take the stage at the Teatro Maria Matos with three different programs of new works, ranging from solo to quintet. The young artists invite the public to join them in the application, questioning and reinvention of the very different possible approaches of composition, theatricality and movement. concepção e interpretação Polina Akhmetzyanova, Eleanor Campbell, Louis Combeaud, José Paulo dos Santos, Camille Durif Bonis, Nestor Garcia Diaz, Pavle Heidler, Védís Kjartansdóttir, Youness Khoukhou, Renan Martins de Oliveira, Radouan Mriziga, Alma Palacios, Mohamed Toukabri, Siet Raeymaekers, Michiel Vandevelde, Cyriaque Villemaux Jornal

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música

METASONIC

opensound

Palco da Sala Principal quarta 20 junho 22h00

Programado por Granular Programa completo em http://granular.pt/metasonic_2012.html

15€ / Com desconto 7,50€ Com o propósito de incentivar e promover a experimentação nas artes sonoras e audiovisuais em Portugal, a associação Granular organiza bianualmente o ciclo METASONIC opensound — em 2012 realiza-se a sua quarta edição, uma vez mais com uma mostra das presentes tendências e práticas nas áreas da eletroacústica e da eletrónica de pesquisa. Um vasto mundo feito de paisagismos sonoros, concretismos, circuitos integrados, traficâncias. EN With the goal of encouraging and promoting experimentation in sound and audiovisual arts in Portugal, the METASONIC Cycle, organized every two years by Granular Cultural Association, will bring to Teatro Maria Matos, in its fourth edition, a quadrophonic concert by renowned electronic musician Robert Henke, of Monolake and Ableton Live fame, and the Portuguese duo Pedro Carneiro & Ricardo Guerreiro, on marimba and computer respectively.

Pedro Carneiro & Ricardo Guerreiro

Robert Henke

Transience é “um zoom gigantesco sobre a marimba”, passando pela sobreamplificação deste instrumento e pelo seu processamento eletrónico. Pedro Carneiro é maestro e diretor da Orquestra de Câmara Portuguesa e um reconhecido intérprete de compositores como Xenakis, Stockhausen, Feldman e Globokar. O trabalho de Ricardo Guerreiro centra-se, sobretudo, no desenvolvimento de processos informáticos de composição musical interativa. É, em Portugal, um precursor no uso do software SuperCollider.

Natural de Berlim, o compositor, artista audiovisual, desenhador de som e programador informático Robert Henke vem desenvolvendo um trabalho no domínio da arte sonora e intermedia que se tem destacado pela forma como explora o detalhe, a interatividade com a imagem e o espaço físico da performance. O seu nome está igualmente associado ao projeto Monolake e ao desenvolvimento do software Ableton Live, que se tornou numa das principais ferramentas da música por computador.

marimba Pedro Carneiro

eletrónica em quadrifonia Robert Henke

Transience

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Jornal

eletrónica Ricardo Guerreiro


música

Josh T. Pearson

Last of the Country Gentlemen Sala Principal sexta 22 junho 22h00 18€ / Com desconto 9€ Nascido musicalmente com os Lift To Experience quando a geografia delimitava-o à sua Texas natal, Josh T. Pearson entrou em profunda errância solitária desde que o grupo terminou as suas funções ao fim de um álbum apenas. Desde então, e durante quase uma década, o norte-americano não fez mais do que se esquivar a algo que se assemelhasse a uma carreira musical. Uma bizarra temporada em Paris tocando (e vivendo) numa crêperie chamada West Country Girl antecedeu a sua atual morada em Berlim onde, após se cruzar com as companhias certas — Dustin O’Halloran foi um dos seus reabilitadores; Warren Ellis o seu doppelgänger —, finalmente começou a tecer as histórias da sua vida num álbum que nasceu carimbado de clássico instantâneo, ficando nas listas dos melhores de 2011. As longas canções de Last of the Country Gentlemen são puras e cruéis transcrições de confessionário, relatando com dolorosa honestidade e desarmante transparência uma entrega a vícios, dúvidas e conflitos. Educado — e abandonado — por um pai pregador, Josh T. Pearson não faz mais do que honrar os seus genes, expiando culpa através de uma guitarra que serpenteia as palavras da sua própria bíblia.

guitarra acústica, voz Josh T. Pearson digressão Famalicão, Casa das Artes, 23 junho 2012

EN Praised as one of the best albums of 2011, Last of the Country Gentlemen startled us for its intimacy, transparency and singularity, while delivering a singer-songwriter of obsessions and carnal revelations, torn by physical and emotional loss. Live, the stage becomes his confessional and the guitar becomes his voice’s bible. Jornal

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© Eva Werdinger

instalação/salão literário | coprodução

Patrícia Portela & Christoph De Boeck

Hortus

Jardim

Parque do Bensaúde (Rua Cidade Cádiz S/N, Estrada da Luz) sábado 23 junho a domingo 1 julho semana 18h00 às 21h00 sáb e dom 16h00 às 21h00

Local a confirmar sáb 23 dom 24 sex 29 sáb 30 junho e dom 1 julho Entrada livre (sujeita à lotação da sala)

Num espaço interior apresentam-se dois futuros possíveis para uma civilização à beira de um fim. Uma leitura a duas vozes e a três tempos acompanhada por uma “orquestra” de 25 plantas que reagem às condições atmosféricas que outras plantas recebem no exterior. Jornal

(crianças a partir dos 6 anos) sábado e domingo 16h30

Entrada livre

Salão Literário

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visitas guiadas para famílias

Entrada livre | 30 min

O visitante é convidado a explorar um jardim onde sons, mensagens e micro-histórias se passeiam como pólen pelo espaço. Mensagens destinadas a olhos e ouvidos humanos são enviadas apenas quando se atingem as condições naturais exatas para a sua transmissão: uma determinada constelação de luz e sombra ou uma intensidade específica de um movimento de uma planta. A narrativa performática de Patrícia Portela enquadra o jardim sonoro e quase invisível de Christoph De Boeck num espaço de contemplação e reflexão sobre como recuperar o equilíbrio entre Homem e Natureza, reescrevendo (n)o tempo real.

sexta 21h30 sáb e dom 19h00

(Lisboa/Bruxelas)

EN Hortus comprises two installations, one in a garden and one indoors. Outside, sounds and messages travel through the garden as pollen floats through air and seeds drop to the grass floor. Inside a room, two guests read two opposite versions of the same possible future accompanied by an orchestra of 25 plants that move and react to the atmospheric conditions outside, in the garden.

conceito, som, eletrónica Christoph De Boeck conceito, texto, imagem Patrícia Portela eletrónica Culture Crew edição de texto Isabel Garcez leitores do salão literário investigadores, arquitetos, ativistas ou poetas produção Prado e deepblue Helena Serra, Pedro Pires e Christoph de Boeck coprodução e parcerias Maria Matos Teatro Municipal, Kaaitheater, Festival Van Vlaanderen, Verbeke Foundation, Festival Escrita na Paisagem, CML – Gabinete do Vereador Ricardo Sá Fernandes/ Departamento de Manutenção de Espaços Verdes, Direção Municipal de Ambiente e Higiene Urbana da CML, ZDB Prado é uma estrutura financiada pelo Secretário de Estado da Cultura/DGArtes em Portugal e pela Embaixada Portuguesa na Bélgica deepblue é uma estrutura financiada pelas Autoridades Flamengas um projeto HOUSE on FIRE financiado com o apoio do Programa Cultura da União Europeia


© Anders Nilsson

teatro | coprodução

tg STAN Nora

(Antuérpia)

de Henrik Ibsen

Inserido no 29.º Festival Internacional de Teatro de Almada

Sala Principal com bancada sexta 6 a segunda 9 julho 21h30 15€ / Com desconto 7,50€ | Em inglês com legendagem

“Nora: Temos de chegar a um acordo final, Torvald. Oito longos anos… nunca trocámos uma única palavra séria sobre coisas sérias.” Nora/A Doll’s House de Henrik Ibsen traça o despertar de Nora Helmer da sua nunca antes questionada vida de conforto doméstico e conjugal. Tendo sido subjugada toda a sua vida tanto pelo seu pai como pelo seu marido, Torvald, Nora finalmente questiona-se sobre o fundamento de tudo em que acredita quando o seu casamento é posto à prova. A Doll’s House é muito mais do que um mero estudo histórico da sociedade do século XIX. Numa perspetiva atual, a peça torna-se numa análise alarmante das relações entre homens e mulheres dos dias de hoje, questionando se a condição da mulher realmente mudou desde 1879. É um conto impressionante sobre a condescendência moralista e a hipocrisia social, e uma subtil crítica ao consumismo e às potenciais armadilhas que poderão existir na vida das famílias da classe média na Europa de 2012.

EN Nora/A Doll’s House traces the awakening of Nora Helmer from her previously unexamined life of domestic, wifely comfort. Seen through 21stcentury eyes, the play becomes a chilling analysis of relations between men and women today, a subtle criticism of the potential pitfalls awaiting well-to-do households in the Europe of 2012. texto Nora/A Doll’s House de Henrik Ibsen criação e interpretação Wine Dierickx, Jolente De Keersmaeker, Tiago Rodrigues e Frank Vercruyssen desenho de luz Thomas Walgrave figurinos An d’Huys produção e técnica tg STAN coprodução Maria Matos Teatro Municipal um projeto HOUSE on FIRE financiado com o apoio do Programa Cultura da União Europeia Jornal

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sábado 14 julho

o t s e f i n a M o

Entrada livre

d a i D

aoarlivre Manifesto ao ouvido Sopa Fresca Tiago Sousa Coro das Vontades

aoarlivre

Programa apoiado pela Junta de Freguesia de Alvalade e Unicer

No dia que dedicamos ao Manifesto, vamos para a rua para celebrar o nosso bairro com os vizinhos e com toda a cidade. O Teatro Mais Pequeno do Mundo apresenta-se em pleno Jardim das Estacas, num improvável palco: uma caravana. Mas é ao som de música de outro tempo, tocada por duas grafonolas de manivela, que a tarde se prolonga com performances, instalações e oficinas.

teatro

Graeme Pulleyn O Teatro Mais Pequeno do Mundo Uma caravana, atores, músicos, bailarinos e contadores de histórias compõem o teatro mais pequeno do mundo. Com “espetáculos-relâmpago” de apenas dez minutos baseados em contos como O Touro Branco, O Pequeno Corcunda e Peer, Pol e Espen, apenas 15 pessoas de cada vez partilham uma experiência única à volta do mais pequeno palco do mundo. criação Graeme Pulleyn interpretação Sónia Barbosa, Ana Bento, Paulo Correia, Romulus Neagu e Graeme Pulleyn no âmbito da rede

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cofinanciada por

Jornal

16h00 às 19h00 16h00 às 20h30 19h00 às 20h30 20h30

EN Let’s go outside and celebrate our neighbourhood together with locals and people from all over the city. The smallest theatre in the world will be out in the garden on an unlikely stage: a caravan. To the sound of music from the old times, played on two handcrank gramophones, the afternoon will unfold with performances, installations, workshops and music acts.

leitura encenada

Catarina Requeijo & Maria João Castelo Quem conta um conto, acrescenta… tanta coisa Uma atriz acrescenta a voz, o corpo e o seu ponto de vista a textos escritos por meninos dos 6 aos 12 anos, enquanto uma artista plástica faz surgir cenários, objetos e adereços pertencentes à obra original. Explorar as fronteiras entre copiar, utilizar como inspiração e criar uma obra original. autoria e interpretação Catarina Requeijo conceção plástica Maria João Castelo criação a partir das obras premiadas no concurso Pequeno Grande © coprodução Fundação Calouste Gulbenkian e AGECOP – Associação para a Gestão da Cópia Privada


sto

anife M o d a i D

Produções com a natureza

Experiências com o Sol

Cataventos, foguetões de ar e até piões mágicos vão ser alguns dos brinquedos que se podem construir nesta oficina com objetos que podemos encontrar nas nossas secretárias.

As plantas possuem mistérios coloridos e essências secretas no seu interior. Nesta oficina, vamos extrair perfumes de plantas aromáticas e fazer sabonetes naturais.

Vamos fazer experiências com o Sol e construir mini fornos solares, caçar as cores do arco íris na palma da mão e, no final, fazer uma corrida de carrinhos solares.

monitores Mundo Científico

monitores Mundo Científico

monitores Mundo Científico

© Ana Bruno

Desafios com o vento

Alerta Cocó!

Pintamos um muro que grita palavras de ordem. Mais tarde, quando alguém passar junto a este muro, ouvirá um coro de vozes.

O Alerta Cocó! apresenta manifestos das crianças do Jardim de Infância da EB 101 e convida todas as crianças a manifestarem-se também.

monitoras Isabel Minhós Martins e Carolina Cordeiro — Planeta Tangerina

coordenação Ana Bruno e Elisabete Xavier Gomes

Há mais de 50 anos este lugar foi palco de um Manifesto, quando nele vieram habitar casas irreverentes num diálogo inovador com os seus vizinhos. Observando criativamente as fachadas destes prédios de construção modernista, tentaremos perceber o que nos diriam se hoje se pudessem manifestar novamente. monitora Susana Bicho

© Maria Begasse

Os muros também gritam (e muito alto)

Dar voz ao bairro

Ver com as mãos Porque em Latim “manifesto” significa “pegar com as mãos”, nesta oficina vamos mudar, pintar e dar significado às mãos que se tornarão únicas entre todas as outras que se manifestam. monitoras Madalena Matoso e Ana Pêgo — Planeta Tangerina

Brincadeiras caseiras Como fazer plástico natural, plasticina caseira e pega monstros? Estes são os desafios desta oficina. Os ingredientes podem encontrar-se nas nossas cozinhas, mas o segredo está na mistura das quantidades exatas de cada um. monitores Mundo Científico

Bolas gigantes de sabão No jardim, um corredor de bolas gigantes de sabão dá as boas-vindas aos visitantes. coordenação Hugo Nóbrega

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sto

anife M o d a i D

Na Rua

16h15 e 18h15

Um esconderijo impõe-se no centro do jardim. Nele guardam-se segredos que só poderemos conhecer se nos aventurarmos no seu interior. Segredos que nos levam a um mundo com o qual raramente contatamos. intervenientes Catarina Félix cenografia Jorge Moreira e Miguel Moreira objeto construído por Leonel e Bicho direção Miguel Moreira produção Teatro Útero

Mais céu

Pão da Pimpinela

O ponto de partida é um balão colorido ao qual tem de atribuir um bico, asas, patas, tudo o que um pássaro mais ou menos louco deve ter! Depois é largá-lo no céu para que, ancorado por um cordel, se junte ao resto do grupo e dê o corpo ao manifesto!

Pães que todas e todos amassamos, dedadas na massa, saboreando a gosto no final. Sopas onde se molha o pão fumegante. Entretanto, trincamse biscoitos coloridos. O Pão da Pimpinela, com ingredientes que respeitam a terra, vai ser repartido por todos, com todas as risadas que se devem polvilhar na massa.

monitoras Leonor Pêgo e Yara Kono — Planeta Tangerina

monitora Mara Pimpinela

Radio 78 Um pouco por todo o jardim, o Radio 78 vai servir-se do potencial de grafonolas mecânicas e velhos discos de 78 rotações para trazer até hoje a memória do jazz, do mambo sul-americano, do vaudeville e das canções francesas. de Joroen Diepenmaat

Manifestos ao ouvido

Sopa Fresca

19h00 às 20h30

16h00 às 20h30

Ao longo de um mês pedimos as vossas vontades em forma de manifesto para o projeto Coro das Vontades de Tiago Sousa e recebemos mais de cinquenta vozes. É tempo de ouvir cada uma delas, na íntegra, em discurso direto através de auscultadores que serão disponibilizados durante a tarde.

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Entre o aoarlivre e o Coro das Vontades organizamos uma vez mais uma merenda para o bairro. O menu será composto por diversos pães e biscoitos que amassámos durante toda a tarde na oficina Pão da Pimpinela e por sopas frescas. A rua será a nossa mesa e o bairro a nossa casa.


© Vera Marmelo

música

sto

anife M o d a i D

Tiago Sousa Coro das Vontades Sala Principal 20h30 Entrada livre (sujeita à lotação da sala) mediante levantamento prévio do bilhete a partir das 15h00 no dia do concerto

Em 2005, os artistas finlandeses Tellervo Kalleinen e Oliver Kochta-Kalleinen organizaram o primeiro Complaints Choir (Coro de Queixas), que depressa se disseminou em versão open source por todo o mundo. No âmbito do Dia do Manifesto, o Teatro Maria Matos convidou o músico Tiago Sousa para, a partir deste conceito, criar um projeto com base nos manifestos recolhidos junto do público. Distanciando-se da queixa e centrando-se na vontade, o Coro das Vontades responde a uma necessidade de refletir sobre a relação entre a arte e a política. Através da participação direta do público, procura-se negar que existe uma fronteira entre a criação artística e o seu contexto social e histórico e que é na troca de ideias entre artista e público que a obra concretiza o seu potencial de transformação social. Depois do aclamado disco de 2011, Walden Pond’s Monk — inspirado pelo espírito revolucionário da obra de H. D. Thoreau —, Tiago Sousa volta a absorver ressonâncias externas para este concerto único, traduzindo ao piano as preocupações e desejos que poderiam ser de qualquer um de nós.

EN In the context of our Manifesto theme, we redeem the idea of a Complaints Choir and transform it: we won’t be singing complaints but wishes instead. The Manifestos that have been collected from the public for about a month will be the base for Tiago Sousa’s concert, a reflection about the relationship between art and politics.

criação Tiago Sousa e Joana Rosa a partir dos manifestos recolhidos uma encomenda Maria Matos Teatro Municipal produção Maria Matos Teatro Municipal

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Dossier um manifesto

! M

(texto 1)

A H

INCENDIÁRIO DE BORDO

W

M U P !

Primeiro dia de viagem

Terceiro dia de viagem

PUM! Morreu a cultura. PUM! Morreu o ministério da cultura. Nunca mais as palavras ministério e cultura poderão ser escritas nem ditas na mesma frase. Ordenamos uma distância de pelo menos um parágrafo. Ordenamos uma providência cautelar, um anátema, um Berufsverbot. Para que nunca mais haja ninguém que tenha vontade de acoplar os dois. Construímos uma firewall, uma grande muralha, separamos as águas como Moisés no Mar Vermelho. Para que nunca mais exista a possibilidade de sequer pensar as duas coisas ao mesmo tempo. Instauramos um apartheid radical, desencadeamos uma perseguição sem tréguas. Para que nunca mais haja a mínima dúvida sobre a existência de uma política cultural em São Bento. Ou na Ajuda. Da Ajuda não virá ajuda.

M U P

WHAM! PUM! Somos os Prometeus que queimam as obras completas de Ésquilo para roubar o fogo aos deuses. WHAM! PUM! Somos os filhos pirómanos que matam os pais, mas com a consciência, a premeditação e o sorriso que faltaram a Édipo. WHAM! PUM! Somos os imoladores dos arqueológicos artistas braindead que insistem em manter-se ligados aos ventiladores. Precisamos de espaço. Mais luz, mais ar, mais lebensraum. Honramos os vossos restos mortais, estudamos os vossos fósseis, mas ateamos a fogueira que vos queima. E as labaredas consomem os vossos relatórios de contas, os vossos cenários milionários, os vossos prémios de carreira e os vossos obsequiosos delfins que se preparam para receber a herança. E quando já não sobra nenhum de vós vivo, matamos ideias.

RATATATATATATATA Segundo dia de viagem

PUM! Morreu a cultura. PUM! Morreu a política. PUM! Morreu a democracia. PUM PUM PUM!!! Morreram de vez. Nunca mais a política e a cultura e a democracia. Foram cortadas, amputadas, mutiladas e esquartejadas com orçamentos afiados. Esvaíram-se de mãos dadas e foram enterradas juntas. O cortejo fúnebre chama-se Capital Europeia e os cadáveres descem à terra no berço da Nação. Lançamos o fogo de artifício in memoriam. Fazemos a festa, mas não apanhamos as canas e assim começa o incêndio. Usamos o fogo de artifício para queimar os inventores do fogo de artifício. WHAM! Incendiamos Lisboa 1994. WHAM! Incendiamos Lisboa 1998. WHAM! Incendiamos Porto 2001. WHAM! Incendiamos Coimbra 2003. WHAM! Incendiamos Faro 2005. WHAM! Incendiamos Évora 2006, mas já eram só cinzas antes do incêndio. WHAM! Incendiamos Guimarães 2012. E a fogueira alastra. Queimamos os salários dos gestores, os carros com condutor, as instalações com vista para o rio. Queimamos os gabinetes, os iPhones e os iPads. Queimamos os almoços de trabalho e os jantares de convívio. Queimamos as receções e as conferências de imprensa. E o fogo dará calor e o fogo produzirá luz. E durante anos dançaremos e cantaremos à volta da fogueira. Dançaremos e mataremos.

S!

UM

S!

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HA

M

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!Z

ÁS

!

Quarto dia de viagem

ZÁS! Defenestramos o País de Poetas pelas ruínas da janela do Convento de Cristo. ZÁS! Trituramos as ossadas do Dantas e do Almada até que sejam indistintas e pareçam pó de talco de fabrico nacional. ZÁS! Tão sentidos da miséria e estreiteza da casa paterna como o era Fernão Mendes Pinto, queimamos Os Lusíadas e a Mensagem na lareira onde aquecemos as mãos antes de emigrar para um outro Portugal. ZÁS! Batizamos um hamster de Saudade e encerramo-lo num labirinto sem saída. ZÁS! Desafinamos as guitarras com tal violência que a UNESCO exigirá a extinção compulsiva do fado lançando bombas sobre a Mouraria. PUM! PUM! PUM! RATATATATATATATA RATATATATATATATA RATATATATATATATA Mas nada muda. Ninguém morre. Sem cultura, sem política, sem democracia, ainda vivem. Nunca ninguém morre, nunca nada desaparece. Este país de mortos-vivos é tão húmido de corrupção e mediocridade que não há incêndio que lhe pegue.

Quinto dia de viagem PUM! WHAM! ZÁS! Morremos nós. Morremos devagar. Sem cultura, sem política, sem democracia. Morremos órfãos. PUM! Morremos nós, mas morremos a bater com uma pedra na outra. Pode ser que faça faísca. ZÁS!


(texto 2)

! M

!

PEÇA EM INÚMEROS ATOS Um qualquer gabinete, num qualquer palácio, num qualquer país soalheiro com uma linha costeira de fino recorte. No centro, uma secretária moderna e imponente com muitas e belas gavetas. De lado, no fundo do palco, uma escrivaninha antiga de madeira escura importada das ex-colónias. Atrás, um armário com incrustados em madrepérola. Duas portas, uma de entrada, outra de saída.

Entra Manuel Maria Carrilho. Está visivelmente contente. Manda entrar dois trabalhadores que carregam uma secretária moderna e imponente com muitas e belas gavetas. Sob as suas instruções, a secretária é colocada no centro do palco. Manuel Maria Carrilho senta-se à secretária e começa a escrever freneticamente. Entra Ana Marin.

!

Sai Pedro Roseta. Sai Paulo Cunha e Silva. Entra Jorge Vaz de Carvalho. Sai Maria João Bustorf. Entra Isabel Pires de Lima. Sai Jorge Vaz de Carvalho. Ao longo deste turbilhão de entradas e saídas, apenas se apercebe que todos os papéis e documentos em cima das duas mesas foram parar ao lixo.

Senta-se à escrivaninha, tira um dossier da gaveta e começa a estudar.

Orlando Farinha abre a porta de entrada.

Sai Manuel Maria Carrilho.

Tira o papel que estava colado na porta e leva-o à escrivaninha.

Entra Manuel Maria Carrilho. Parece nervoso, anda de um lado para o outro. Sai, batendo com a porta. Ana Marin encolhe os ombros e sai. Entra José Sasportes. Tira todos os papéis da secretária e mete-os no lixo. Entra Fernando Luís Sampaio. Tira os óculos, limpa-os e senta-se à escrivaninha. Parece esperar instruções, mas José Sasportes não diz nada e sai. Entra Augusto Santos Silva. Olha à sua volta e sai. Fernando Luís Sampaio segue-o. Entra Pedro Roseta acompanhado por Lucília da Silva Preto. Sai Lucília da Silva Preto. Paulo Carretas sai do armário.

Procura uma caneta, senta-se e começa a riscar. X Volta para a porta e cola o papel. Diz: DG XX IPAErtes.

Depois do frenesim, volta finalmente alguma calma e concentração. Isabel e Orlando parecem ter tempo para trabalhar mas, de súbito e sem razão aparente, Isabel Pires de Lima levanta-se e sai. Entre José António Pinto Ribeiro, que manda Orlando Farinha embora e faz entrar Jorge Barreto Xavier. José Pinto Ribeiro tira uma pequena placa do bolso do casaco e coloca-a na secretária. Na placa, lê-se: “fazer mais com menos”. Lá fora começa uma tempestade. Sai José António Pinto Ribeiro e entra Gabriela Canavilhas, de galochas. Tira as galochas e troca-as por sapatos de salto alto. Jorge Barreto Xavier corre para a porta.

Parece querer sentar-se à escrivaninha, mas muda de ideias e sai.

Gabriela Canavilhas pega numa das galochas e atira-a ao Jorge Barreto Xavier, mas atinge apenas a porta que se fecha atrás dele. Entra João Aidos.

Mário Abreu abre a porta de entrada.

Lá fora, a tempestade intensifica-se.

Tira o papel que estava colado na porta e leva-o à escrivaninha.

Gabriela Canavilhas pega nas galochas e sai. João Aidos segue-a.

Procura uma caneta, senta-se e começa a riscar.

Entram dois trabalhadores.

X X Volta para a porta e cola o papel. Diz: I PA E.

Levam a secretária, a escrivaninha, o armário e todos os dossiers e papéis.

Mário Abreu sai pela porta de entrada. Entra Paulo Cunha e Silva. Senta-se à escrivaninha, de costas voltadas para a secretária onde está sentado Pedro Roseta. Ambos parecem estar a trabalhar quando, de repente, Maria João Bustorf entra.

Entra Francisco José Viegas. Entra Samuel Rego. Olham à sua volta. O palco está vazio. Sentam-se no chão.

FIM Jornal

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(texto 3)

ODE À PRIVATIZAÇÃO

Exigimos a privatização do teatro e da dança! Para que deixem de ser dependentes E para que nunca sejam independentes Para que sejam sobretudo competentes Para que tenham alma de máquinas eficientes Mesmo que se tornem inconscientes E inócuos em todas as frentes Vendemos a Sofia Dias e o Vítor Roriz aos americanos Para que protagonizem um reality show Vendemos definitivamente a mala voadora aos ingleses Para que voe pontualmente para longe daqui Vendemos o Teatro da Cornucópia aos tuaregues Para que tenha que fazer digressão constantemente Vendemos o Rui Horta aos alemães (outra vez) Para que tenha ordem no espaço e no tempo Vendemos o Cão Solteiro aos indianos Para que lhe arranjem um casamento Vendemos o Mundo Perfeito aos iraquianos Para que vejam a perfeição do mundo Vendemos a Companhia Instável à Noruega Para que se estabilize de uma vez por todas Exigimos a internacionalização compulsiva dos artistas!

Nunca nada será como dantes Todos os artistas serão emigrantes Em vez de austeros serão impantes Apoios e prémios serão bastantes E terão notícias reconfortantes De plateias portuguesas enfim ruminantes Vendemos a Cláudia Dias aos sauditas Para que faça visitas guiadas de hijab Vendemos os Artistas Unidos aos austríacos Para que tenham grandes espaços para todas as peças Vendemos o Teatro Meridional às Ilhas Fiji Para que estejam no meridiano mais longínquo de Portugal Vendemos o Tiago Guedes aos islandeses Para que continue a descentralizar Vendemos a Ana Borralho & João Galante aos marroquinos Para que façam performances no cume do Atlas Vendemos o Teatro da Barraca aos brasileiros Para que finalmente tenha progresso Vendemos o Paulo Ribeiro aos romanos Para que se vingue do Viriato Vendemo-los a todos A estes e aos que lamentamos não ter nomeado Novos e velhos, alternativos e convencionais Que também vendemos, trespassamos, alugamos Se alguém os quiser, são vossos, levem-nos Please, s’il vous plait, bitte, alsjeblieft Aceitamos permutas, mas não nos mandem artistas Não precisamos Agora estamos a tratar do défice Qualquer moedinha, ajuda Não fazemos reembolsos

Mark Deputter & Tiago Rodrigues 38

Jornal


Teatro Maria Matos Bilheteira todos os dias das 15h00 às 20h00 em dias de espetáculo, até 30 minutos após o início do mesmo 218 438 801 | bilheteira.teatromariamatos@egeac.pt bilheteira online: www.teatromariamatos.pt Outros locais de venda ABEP | Agência de bilhetes Alvalade | CTT | Fnac | São Luiz Teatro Municipal

Descontos* desconto 50% menores de 30 anos, estudantes, maiores de 65 anos, pessoas com deficiência e acompanhante, desempregados, profissionais do espetáculo, funcionários da CML e empresas municipais (extensível a acompanhante) desconto 30% grupos com dez ou mais pessoas (com reserva e levantamento antecipado) Assinatura X/X0 abril a julho desconto de 20% na compra de 2 bilhetes inteiros, 30% na compra de 3 bilhetes inteiros, 40% na compra de 4 bilhetes inteiros, 50% na compra de 5 bilhetes inteiros ou mais para diferentes espetáculos deste quadrimestre no Maria Matos Teatro Municipal e no São Luiz Teatro Municipal. Não acumulável com outros descontos. Não extensível aos espetáculos Thanks to my Eyes e Danza Preparata e a bilhetes de preço único. Apenas disponível nas bilheteiras centrais de ambos os Teatros. Assinatura não aplicável a todos os espectáculos do Teatro São Luiz, ver condições em www.teatrosaoluiz.pt e www.teatromariamatos.pt

descontos aplicáveis aos espetáculos do ciclo teatro|música 50% <30 anos e >65 anos | 30% Grupos de 10 ou mais pessoas (com reserva e levantamento antecipado) e profissionais do espetáculo *descontos não acumuláveis

Real Pelágio Enquanto o meu cabelo crescia estreia: fevereiro 2011 Covilhã, Festival Y #10, 21 e 22 maio 2012

Catarina Requeijo Amarelo estreia: março 2011 Vila Viçosa, Cine Teatro Florbela Espanca, 13 junho 2012

Joana Providência, Gémeo Luís & Eugénio Roda catabrisa estreia: fevereiro 2012 Guarda, Teatro Municipal da Guarda, 19 maio 2012

Programa para crianças e jovens espetáculos 7€ preço único para adultos 3€ preço único para menores de 13 anos reservas para escolas Rafaela Gonçalves 218 438 800 | rafaelagoncalves@egeac.pt

Reservas Levantamento prévio obrigatório até 2 dias antes do espetáculo. Excecionalmente não se aceitam reservas para a Noite do Manifesto e para o concerto de The Magnetic Fields.

Classificação Os concertos, os espetáculos de dança e os espetáculos para crianças e jovens têm classificação “maiores de 3 anos”. Os restantes espetáculos incluídos neste programa têm classificação a definir, exceto quando mencionado

Como chegar Maria Matos Teatro Municipal Avenida Frei Miguel Contreiras, 52 1700-213 Lisboa

Coproduções em digressão abril a julho 2012

comboio Roma-Areeiro metro Roma autocarros 7, 35, 727, 737, 767

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Truta Histórias do Bosque de Viena estreia: março 2012 Guimarães, Centro Cultural Vila Flor, 5 abril 2012 Faro, Teatro Municipal de Faro, 14 abril 2012 Viseu, Teatro Viriato, 16 junho 2012

Patrícia Portela & Christoph De Boeck Hortus estreia: junho 2012 Bélgica, Kortrijk, Festival van Vlaanderen, 28 abril a 5 maio 2012 Bélgica, Bruxelas, Ice Burning Festival no Kaaitheater, 2 a 10 junho 2012 Évora, Festival Escrita na Paisagem, 7 a 13 julho 2012 Reino Unido, Londres, Festival Lift, julho 2012


a r u t a n si

As

l i r ab

o h l u j a

Escolha até 5 espetáculos diferentes do Teatro Maria Matos e do Teatro São Luiz e receba descontos* até 50%. *Não acumulável com outros descontos. Não extensível aos espetáculos Thanks to my Eyes e Danza Preparata e a bilhetes de preço único. Apenas disponível nas bilheteiras centrais de ambos os Teatros. Assinatura não aplicável a todos os espetáculos do Teatro São Luiz, ver condições em www.teatrosaoluiz.pt e www.teatromariamatos.pt

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mm jornal proprietário EGEAC, EEM diretor Mark Deputter editora Catarina Medina design e fotografia da capa Luciana Fina e Moritz Elbert morada Calçada Marquês de Tancos, 2, 1100-340 Lisboa sede de redação Rua Bulhão Pato, 1B, 1700-081 Lisboa tiragem 37 950 exemplares periodicidade quadrimestral tipografia Lisgráfica Este jornal foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico Impresso em papel reciclado de produção nacional

diretor artístico Mark Deputter programador música Pedro Santos programadora crianças e jovens Susana Menezes assistente de programação Laura Lopes gestora Andreia Cunha adjunta de gestão Glória Silva diretor de produção Joaquim René adjunta direção de produção Mafalda Santos produtora executiva Ana Gomes produtora crianças e jovens Rafaela Gonçalves diretora de comunicação Catarina Medina gabinete de comunicação Rita Tomás imagem e design gráfico Luciana Fina e Moritz Elbert diretora de cena Rita Monteiro adjunta direção de cena Sílvia Lé camareira Rita Talina diretor técnico Zé Rui adjunto direção técnica Luís Duarte técnicos de audiovisual Félix Magalhães, Miguel Mendes e Rui Monteiro técnicos de iluminação/palco Catarina Ferreira, Luís Balola, Manuel Martins e Paulo Lopes bilheteira/recepção Diana Bento, Rosa Ramos e Vasco Correia frente de sala Complet’arte – Isabel Clímaco (chefe de equipa), Sérgio Torres, Ana Paula Santos, Fernanda Abreu, Cristina Almeida, Diogo Fonseca, Palmira Silva e Joaquim Torres

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