PROGRAmmA março e abril 2016

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PROGRAmmA MARÇO 2016

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PRIMEIROS SINTOMAS Pinocchio ● teatro ter 01 ↣ 21h30 qua 02 ↣ 21h30 qui 03 ↣ 21h30 sex 04 ↣ 21h30 sáb 05 ↣ 21h30 MÁRCIA LANÇA E NUNO LUCAS Por esse mundo fora ● crianças e jovens ter 01 ↣ 10h qua 02 ↣ 10h qui 03 ↣ 10h sex 04 ↣ 10h sáb 05 ↣ 16h30 dom 06 ↣ 11h e 16h30 GABRIELA MOITA The Century of the Self de Adam Curtis ★ Palácio Pombal ● debate e pensamento ter 08 ↣ 18h30 DOMINIQUE PAUWELS, NORMAND CHAURETTE, DENIS MARLEAU & STÉPHANIE JASMIN L’Autre Hiver ● teatro/música sex 11 ↣ 21h30 sáb 12 ↣ 21h30 FILIPA SANTOS Práticas de Transição Interior. Permacultura de Dentro para Fora ★ Palácio Pombal ● workshop sáb 12 ↣ 10h às 18h30

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ABR

CATHERINE LARRÈRE Para uma Ecologia Política ● debate e pensamento ter 15 ↣ 18h30 ANABELA ALMEIDA E SARA DUARTE: Single Story, uma conferência em forma teatral ● crianças e jovens qua 16 ↣ (escolas) qui 17 ↣ (escolas) sex 18 ↣ (escolas) sáb 19 ↣ 16h30 dom 20 ↣ 16h30 the vacuum cleaner Mental ★ Palácio Pombal ● performance qui 17 ↣ 21h30 sex 18 ↣ 21h30 sáb 19 ↣ 18h30 e 21h30 dom 20 ↣ 18h30 FILHO DA MÃE Mergulho ● música sex 18 ↣ 22h ANNELIEKE VAN DER SLUIJS E LUISA MAGNANO O “Interior” da Transição: Capacitar para Modos de Vida Sustentáveis ★ Palácio Pombal ● debate e pensamento sex 18 ↣ 18h30

MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL


EQUIPA diretor artístico Mark Deputter diretora executiva Andreia Cunha programador música Pedro Santos programadora crianças e jovens Susana Menezes assistentes de programação Laura Lopes e Liliana Coutinho adjunta gestão Glória Silva diretora de produção Mafalda Santos

segurança Securitas António Simões, António Oliveira, Mário Fernandes, Filipe Tomé, António Ferreira e Valter Julião PROGRAmmA proprietário EGEAC, E.M. diretor Mark Deputter editora Catarina Medina retroversões Patrícia Azevedo da Silva

adjunta direção de produção Rafaela Gonçalves

morada Avenida da Liberdade, 192 1250-147 Lisboa

produtoras executivas Catarina Ferreira e Maria Ana Freitas

sede de redação Rua Bulhão Pato, 1B 1700-081 Lisboa

diretora de comunicação Catarina Medina

periodicidade bimestral

gabinete de comunicação Susana Pomba

tiragem 10 mil exemplares

imagem e design gráfico barbara says…

O PROGRAmmA foi escrito ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 Foi impresso em papel reciclado de produção nacional

diretora de cena Rita Monteiro adjunta direção de cena Bárbara Falcão Fernandes camareira Rita Talina diretor técnico Zé Rui adjunta direção técnica Anaísa Guerreiro técnicos de audiovisual Félix Magalhães, João Van Zelst e Miguel Mendes técnicos de iluminação/palco Luís Balola, Nuno Samora, Paulo Lopes e Manuel Martins bilheteira/receção Ana Cristina Alves, Diana Bento, Rosa Ramos frente de sala Luridima Isabel Clímaco (chefe de equipa), Afonso Matos, Ana Paula Santos, Francisco Tavares e Rita Resende limpeza Astrolimpa Hermínia Santos, Celeste Jesus, Maria Figueiredo, Maria Edmar, Matilde Reis, Simona Aconstantinesei, Lucinda Oliveira e Engrácia Rodrigues

créditos das imagens capa e verso da capa Zebra: Maureen Didde. 16/3/2008. (CC BY 2.0) Cianotipias de algas: Anna Atkins. 1843. (PD) Espaço: NASA Earth Observatory 31/10/2015. (PD) índice e p. 20 e 21 Zebra: Martin Pettitt. 17/8/2008. (CC BY 2.0) p. 14 e 15 Espaço: Apollo Program. (PD) Multidão: Espen Sundve (CC BY-SA 2.0) Elefantes: Benh Lieu Song. 1/2/2012. (CC BY SA 2.0) p. 16 e 17 Espaço: Apollo Program. (PD) Mármores: António Silveira Gomes p. 18 e 19 Espaço: Apollo Program. (PD) Tempestade: Lucas Marcomini. 2014-09-03.(CC BY-NC 2.0) p. 24 e 25 Vista aérea: NASA Earth Observatory. 31/10/2015. (PD) verso da contra-capa Multidão: byronv2 (CC BY-NC 2.0)


ÍNDICE TEATRO

Æ PRIMEIROS SINTOMAS: Pinocchio Æ DOMINIQUE PAUWELS, NORMAND CHAURETTE, DENIS MARLEAU & STÉPHANIE JASMIN: L’Autre Hiver

CRIANÇAS & JOVENS

Æ MÁRCIA LANÇA E NUNO LUCAS: Por esse mundo fora Æ ANABELA ALMEIDA E SARA DUARTE Single Story, uma conferência em forma teatral Æ ANTÓNIO MV, JOSÉ CAPELA E RUTE CARLOS O Dia do Rédimeide Æ VICTOR HUGO PONTES: Vice­‑Versa

MÚSICA

Æ FILHO DA MÃE: Mergulho Æ JOSEPHINE FOSTER: No More Lamps in the Morning Æ ANDRÉ GONÇALVES: Música Eterna

DEBATE E PENSAMENTO

Æ GABRIELA MOITA: The Century of the Self Æ CATHERINE LARRÈRE: Para uma Ecologia Política Æ ANNELIEKE VAN DER SLUIJS E LUISA MAGNANO O “Interior” da Transição: Capacitar para Modos de Vida Sustentáveis Æ MERCADO DE SABERES Æ FILIPE ALVES, SOFIA SANTOS E TONY GREENHAM Economia, Ética e Relações Sociais Æ DAVID ABRAM Entre o Corpo e a Terra que Respira: Linguagem Selvagem e Ecologia da Experiência Sensível

OFICINAS, WORKSHOPS E MASTERCLASSES

Æ FILIPA SANTOS: Práticas de Transição Interior. Permacultura de Dentro para Fora Æ SACHA KAGAN: Espaços Urbanos de Possibilidade Æ ANDRÉ VIZINHO E SARA SERRÃO: Cidades em Transição Æ DAVID ABRAM Entre o Animal Humano e a Terra Animada: Perceção, Linguagem e Ecologia da Experiência

PERFORMANCE

Æ the vacuum cleaner: Mental Æ SARAH VANHEE: Oblivion

DANÇA

Æ VERA MANTERO: O Limpo e o Sujo Æ JÉRÔME BEL: Gala

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TEATRO ★ coprodução mm ● estreia sábado 27 fevereiro a sábado 5 março ↣ 21h30 (exceto segunda dia 29) domingo ↣ 18h30

PRIMEIROS SINTOMAS Pinocchio a partir de Carlo Collodi Mais do que um livro para crianças, Pinocchio, de Carlo Collodi é, essencialmente, um livro para todos, belo e terrível. São incontáveis as adaptações, os ensaios e os estudos dedicados ao texto desta história, cuja matriz tem suscitado variadíssimas interpretações de significado e, arriscaríamos, explorações filosóficas. A história de um tronco, depois feito boneco, que é manipulado no desejo de se cumprir enquanto pessoa, ressoa como uma alegoria clássica da condição humana e configura também um ritual de passagem do estado de criança ao estado adulto. Como num terror noturno, a odisseia de Pinocchio passa­ ‑se num ambiente surrealista, impreciso, moral e amoral, feito de cenários e marionetas, onde os adultos se representam por meio de formas animais, grotescas, informes e infantis. Com esta peça, a companhia Primeiros Sintomas dá continuidade ao trabalho que tem desenvolvido na adaptação para cena de obras literárias. Fá­‑lo com um texto que, segundo Italo Calvino, devia ser memorizado palavra a palavra como se fosse um poema em verso. sala principal com bancada 6€ a 12€ ● duração: 60 min classificação etária: a classificar pela CCE

With Pinocchio, by Carlo Collodi, theatre company Primeiros Sintomas continues its series of adaptations of literary works to the stage. The story of a log, sculpted into a puppet, driven by the desire of fulfilling itself as a person, is a classical allegory of the human condition and is shown as a rite of passage from childhood to adulthood.

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interpretação: António Mortágua (Geppetto), Carolina Salles (Pinocchio), Ivo Marçal (Palito), Ana Brandão, Eduardo Breda, Inês Pereira, João Pedro Dantas, Miguel Sopas e Salomé Marques (coro) encenação, tradução e adaptação: Bruno Bravo

música e sonoplastia: Sérgio Delgado cenário e figurinos: Stéphane Alberto desenho de luz: Alexandre Costa apoio ao movimento: Luca Aprea construção de cenário: David Paredes execução de figurinos: Beatriz Rodrigues

produção: Paula Fernandes (Primeiros Sintomas) residência artística: O Espaço do Tempo coprodução: Maria Matos Teatro Municipal ilustração: Pedro Lourenço


CRIANÇAS E JOVENS ★ +6 anos encomenda mm ● estreia 1 a 6 março

MÁRCIA LANÇA E NUNO LUCAS Por esse mundo fora Márcia e Nuno são exploradores preparados para ir à descoberta. Estão sempre disponíveis para uma próxima aventura, atentos ao inesperado e abertos ao desconhecido. Ao virar da esquina deparam­‑se com um lugar cheio de caixas. Intrigados, questionam­ ‑se. O que fazem ali todas aquelas caixas? O que contém cada uma delas? Cada vez que abrem uma caixa cria­‑se um mundo de possibilidades. Mas… por vezes a curiosidade mete­‑os em apuros! É preciso resolver esses obstáculos para poder continuar. Certamente já te aconteceu estares tão curioso para descobrir um segredo que te atreves a ultrapassar um limite. Quantas histórias já viveste em que movido pela curiosidade abriste portas, cofres, armários e te deparaste com uma realidade inesperada? Cada caixa uma surpresa, cada surpresa uma emoção, cada emoção uma ação, cada ação uma imagem, cada imagem uma história. Um perpétuo movimento de descoberta e de questionamento. Até onde nos levará a nossa curiosidade? dança/performance semana: 10h / sábado: 16h30 / domingo: 11h e 16h30 sala de ensaios ● criança: 3€ / adulto: 7€ duração: 45 min classificação etária: a classificar pela CCE

Being so curious to find about a secret that you dare to cross the line — surely it has happened to you. How many stories have you lived in which, moved by curiosity, you have opened doors, vaults, closets and came across an unexpected reality? How far will our curiosity take us? criação e performance: Márcia Lança e Nuno Lucas
 coprodução: Maria Matos Teatro Municipal e VAGAR ilustração: Rita Carmo

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TEATRO/MÚSICA ★ 11 e 12 março sexta e sábado ↣ 21h30

DOMINIQUE PAUWELS, NORMAND CHAURETTE, DENIS MARLEAU & STÉPHANIE JASMIN L’Autre Hiver


A nova ópera de Dominique Pauwels nasce da relação tumultuosa entre dois poetas lendários: Arthur Rimbaud e Paul Verlaine. Dois viajantes aparecem na ponte de um navio que vagueia pelas águas geladas do norte. Incarnarão eles realmente Rimbaud e Verlaine? L’Autre Hiver [O Outro Inverno] convida­‑nos a uma travessia poética e lúdica, evocando os jogos de poder e de desejo de duas personagens tão terríveis como míticas, levando o espectador numa viagem fantasmagórica entre o mundo real e o universo poético de Rimbaud e Verlaine. Na encenação surpreendente de Denis Marleau e Stéphanie Jasmin, personagens projetadas em vídeo ­— um grupo coral de crianças e um coro feminino ­— acompanham os poetas, representados por duas cantoras. Uma orquestra de seis músicos navega entre as vozes gravadas e os cantos em direto da música movimentada de Dominique Pauwels. sala principal ● 7,5€ a 15€ ● duração: 95 min classificação etária: a classificar pela CCE

Inspired by the turbulent relationship between French poets Arthur Rimbaud and Paul Verlaine, L’Autre Hiver is an opera for two female singers, a children’s choir and a female choir, taking the audience on a ghostly journey between the real world and the poetic universe of the two writers.

música e instalação sonora: Dominique Pauwels libreto: Normand Chaurette encenação, cenografia e vídeo: Denis Marleau e Stéphanie Jasmin interpretação: Lieselot de Wilde (Arthur Rimbaud), Marion Tassou (Paul Verlaine), Patrycja Gabrel (soprano), Coro Gulbenkian e Choeur des enfants de la monnaie assistente de encenação: Thierry Mousset figurinos: Greta Goiris e Judith Stokart desenho de luz: Éric Soyer direção musical: Filip Rathé produção: Fundação Calouste Gulbenkian, LOD muziektheater, Mons 2015

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Capitale Européenne de la Culture, Le Manège Mons, UBU Compagnie de Création em coprodução com Enoa, Les Théâtres de la Ville de Luxembourg, deSingel International Kunstcampus, Maison de la Culture d’Amiens, Théâtre français du Centre National des Arts, Festival TransAmériques, La Rose des Vents, Lille Metrópole Villeneuve d’Ascq, Musiques Nouvelles crédito fotográfico: Kurt van der Elst

Coapresentação


CRIANÇAS E JOVENS ★ +12 anos coprodução mm ● estreia 19 e 20 março

ANABELA ALMEIDA E SARA DUARTE Single Story uma conferência em forma teatral O que acontece se ouvirmos uma história, sempre a mesma, sobre uma pessoa, um povo, um lugar? E se a ouvirmos outra e outra e outra vez? Sempre a mesma. Essa história passa a ser a única história que se conhece, tornando­‑se numa história definitiva. A escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie numa conferência TED Talk chama a atenção para as histórias únicas que negligenciam todas as outras narrativas que constituem um lugar ou uma pessoa. Esta narrativa única torna a experiência superficial, transforma a realidade em estereótipos e reforça as relações de poder existentes em determinada sociedade. Pretendemos na nossa comunicação repor o equilíbrio das histórias, contando histórias. Na descoberta das muitas narrativas, afastamo­‑nos do “perigo da história única”, já que um relacionamento justo e digno com os outros e com os seus lugares só é possível, quando possuímos o conhecimento das múltiplas narrativas que os constituem. teatro/performance ● duração: 45 min classificação etária: a classificar pela CCE FAMÍLIAS 19 e 20 março ↣ sábado e domingo: 16h30 criança: 3€ / adulto: 7€ ● sala de ensaios ESCOLAS 16, 17 e 18 março (duas sessões por dia/ sob marcação) ● este projeto desloca­‑se às escolas no concelho de Lisboa mediante marcação bilheteira@teatromariamatos.pt 218 438 801 ● preço: 60€ lotação máxima: 30 pessoas ● pagamento integral na bilheteira do Teatro Maria Matos para confirmação da reserva

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encenação, texto e interpretação: Anabela Almeida e Sara Duarte crédito fotográfico: montagem a partir de fotografia de António MV


MÚSICA ★ 18 março sexta ↣ 22h

FILHO DA MÃE Mergulho Foi no Mosteiro de Rendufe, em Amares, Minho, que Filho da Mãe gravou o seu terceiro álbum, Mergulho, no final de 2015. É uma obra em sublime queda livre numa história e geografia muito particulares e especiais, absorvendo o local e as pessoas que o ajudaram a erguer o cenário perfeito para uma criação sem tempo. Nas suas palavras, a sua nova música tornou­‑se permeável à pedra, terra e gente que o abraçou durante os dias em que, com João Brandão como produtor, se desenhou esta aventura, há muito esperada, de Filho da Mãe. Com Cabeça, em 2013, esta reclusão em jeito de residência artística já tinha sido necessária — nessa altura entre o Gerês e Montemor­‑o­‑Novo — para que as ideias que circulam livremente no seu corpo ganhem a inspiração certa e formem uma obra íntegra. Agora, num cenário eclesiástico, Mergulho assume a inspiração solene para a converter numa celebração pagã feita de respeito cerimonioso. Mas há também momentos de saudável dúvida tormentosa, como janelas que se abrem com o vento no meio de uma tempestade e que nos apagam a luz intermitente das velas — e serão esses momentos que, ao contrário de Amares, trarão para o palco do Teatro Maria Matos outras luzes e iluminuras, transformando o concerto numa ocasião tão única quanto Mergulho o é para a música de Filho da Mãe. sala principal 6€ a 12€ ● M/6

In his own words, Mergulho [Dive] was made in free fall, permeable to the stone, dirt and the people from the town of Amares, in the province of Minho, Portugal. Inside its small church, Filho da Mãe received the necessary inspiration to finalize his third album, made of eery solemnity and unexpected hauntings.

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guitarra clássica: Rui Carvalho guitarras: João Brandão, Cláudia Guerreiro e João Nogueira crédito fotográfico: Renato Cruz Santos


DEBATE E PENSAMENTO, WORKSHOPS, PERFORMANCE, DANÇA E CRIANÇAS E JOVENS 8 março a 25 abril

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Em 1989, num ensaio intitulado Les Trois Écologies [As Três Ecologias], o filósofo francês Félix Guattari escreveu sobre a interligação entre três dimensões ecológicas: a pessoal, a social e a ambiental. A transição que já começou e que urge continuar a fazer em direção à sustentabilidade ecológica e social implica o reconhecimento da ligação íntima e da ação recíproca que estes três campos de experiência exercem uns sobre os outros. O ciclo As 3 Ecologias, parte desta interligação e reúne projetos artísticos, debates, workshops e encontros, focando­‑se no modo como as nossas ações quotidianas podem dar forma e influenciar a sociedade em direção a um maior equilíbrio entre o comportamento humano e o ecossistema natural. Começámos por olhar para esta interligação a partir da esfera ecológica mais pequena: a pessoa. O programa abre com a forma como, no século XX, com a ajuda de técnicas psicanalíticas, se gerou um indivíduo cujos comportamentos são o pilar da economia de consumo. Iremos ao encontro desta reflexão na conversa em torno do documentário The Century of the Self — Happiness Machines, de Adam Curtis. A performance do britânico the vacuum cleaner revelará um sujeito em confronto com essa forma de subjetivação e tanto o workshop Práticas de Transição Interior — Permacultura de Dentro para Fora, como o encontro O “Interior” da Transição: Capacitar para Modos de Vida Sustentáveis apontarão já para outras práticas e modos de ser e de agir em sociedade, tratando o ser ecológico nas suas dimensões individual, comunitária e global.

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A interligação olhada a partir da esfera ecológica social é abordada em diferentes dimensões, e já claramente num contexto de práticas de transição para o equilíbrio ecológico. A sua dimensão política, será tratada na conferência Para uma Ecologia Política, numa vertente mais prática sobre como construir uma comunidade sustentável, no workshop Cidades em Transição. A dimensão estética chega­‑nos com a nova peça de Vera Mantero, e um workshop destinado à comunidade artística, Espaços Urbanos de Possibilidade, orientado por Sacha Kagan. A dimensão económica não pode deixar de estar presente, em particular, o papel da economia de proximidade e a necessidade de reforçar a ligação entre ética e sistema financeiro, na conferência Economia, Ética e Relações Sociais. A vertente mais prática da gestão da vida em comunidade surge num mercado onde se trocam práticas e saberes com o público que, mais do que ouvinte, é convidado a interpelar e a partilhar as questões que traz sobre como agir, no dia­‑a­‑dia, de forma mais sustentável. A fechar o ciclo, o filósofo e ecologista norte­ ‑americano David Abram irá abordar a esfera ambiental em sentido lato, a da natureza humana, em relação íntima e solidária com a natureza selvagem, na conferência Entre o Corpo e a Terra que Respira: Linguagem Selvagem e Ecologia da Experiência Sensível e no workshop Entre o Animal Humano e a Terra Animada: Perceção, Linguagem e Ecologia da Experiência. curadoria: Liliana Coutinho, Mark Deputter e Vera Mantero


DEBATE E PENSAMENTO, WORKSHOPS, PERFORMANCE, DANÇA E CRIANÇAS E JOVENS 8 março a 25 abril

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GABRIELA MOITA The Century of the Self de Adam Curtis ★ Palácio Pombal ● debate e pensamento ter 08 ↣ 18h30 FILIPA SANTOS Práticas de Transição Interior. Permacultura de Dentro para Fora ★ Palácio Pombal workshop sáb 12 ↣ 10h às 18h30 CATHERINE LARRÈRE Para uma Ecologia Política ● debate e pensamento ter 15 ↣ 18h30 the vacuum cleaner Mental ★ Palácio Pombal ● performance qui 17 ↣ 21h30 sex 18 ↣ 21h30 sáb 19 ↣ 18h30 e 21h30 dom 20 ↣ 18h30 ANNELIEKE VAN DER SLUIJS E LUISA MAGNANO O “Interior” da Transição: Capacitar para Modos de Vida Sustentáveis ★ Palácio Pombal ● debate e pensamento sex 18 ↣ 18h30

Apresentação no âmbito da rede Imagine 2020 com o apoio do Programa Europa Criativa da União Europeia

Apoio

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VERA MANTERO O Limpo e o Sujo ● dança sex 01 ↣ 21h30 sáb 02 ↣ 21h30 dom 03 ↣ 18h30 SACHA KAGAN: Espaços Urbanos de Possibilidade ★ Palácio Pombal ● workshop sáb 02 ↣ 10h às 20h ter 05 ↣ 18h30 às 21h SARAH VANHEE Oblivion ● performance qui 07 e sex 08 ↣ 21h30 ANDRÉ VIZINHO E SARA SERRÃO Cidades em Transição ★ Palácio Pombal ● workshop sáb 09 e dom 10 ↣ 10h às 18h30 MERCADO DE SABERES ★ Palácio Pombal ● debate e pensamento sáb 09 ↣ 14h30 às 18h30 FILIPE ALVES, SOFIA SANTOS E TONY GREENHAM: Economia, Ética e Relações Sociais ● debate e pensamento qua 13 ↣ 18h30

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ANTÓNIO MV, JOSÉ CAPELA E RUTE CARLOS O Dia do Rédimeide ● famílias dom 17 ↣ 11h às 18h DAVID ABRAM Entre o Corpo e a Terra que Respira: Linguagem Selvagem e Ecologia da Experiência Sensível ● debate e pensamento qua 20 ↣ 18h30 Encontro com David Abram ★ Palácio Pombal ● debate e pensamento qui 21 ↣ 18h30 às 20h DAVID ABRAM Entre o Animal Humano e a Terra Animada: Perceção, Linguagem e Ecologia da Experiência ★ Biovilla (Serra da Arrábida) ● workshop sáb 23 a seg 25


DEBATE E PENSAMENTO ★ 8 março terça ↣ 18h30

GABRIELA MOITA The Century of the Self de Adam Curtis

O filme The Century of the Self (2002) documenta em quatro episódios como o mundo empresarial e político utilizou técnicas do foro da psicologia para moldar o cidadão político, que emergiu dos movimentos sociais do início do século XX, no indivíduo consumidor da sociedade capitalista da era pós­‑guerra. Recorrendo às teorias psicanalíticas de Sigmund Freud, agências especializadas de marketing e publicidade desenvolveram uma panóplia de técnicas para envolver emocionalmente os cidadãos, preenchendo os desejos mais íntimos e respondendo às pulsões mais fortes da natureza humana. Este processo social contribuiu largamente para o aparecimento da pessoa enquanto “indivíduo”, sobre o qual assenta grande parte do edifício da sociedade de consumo. A partir do visionamento do primeiro episódio desta série, intitulado Máquinas de Felicidade, a psicóloga Gabriela Moita estará connosco para comentar e conversar sobre este processo simultaneamente subjetivo, político e social. Palácio Pombal filme e conversa ● entrada livre (sujeita à lotação reduzida da sala) mediante levantamento de bilhete no local, uma hora antes do início da sessão duração: 2h

Talk with the psychologist Gabriela Moita, based on the screening of the movie The Century of the Self — Happiness Machines. The discussion will centre itself in the way the corporate and political world used the Freudian theory of desire and human drive to create the individual of consumerist society.

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WORKSHOP ★ 12 março sábado ↣ 10h às 18h30

FILIPA SANTOS Práticas de Transição Interior. Permacultura de Dentro para Fora Este workshop proporciona a exploração do ser ecológico nas suas dimensões individual, comunitária e global: “Faremos uma viagem a um território interior onde abordaremos a gestão holística da vida seguindo os princípios da permacultura para a construção de uma comunidade partilhada, traçando um caminho de conexão que celebra a nossa relação com a natureza. A permacultura como sistema prático e ético que permite planear, implementar e melhorar a ação de pessoas e comunidades que trabalham para um futuro sustentável, será abordada na sua dimensão de arte de cuidar das pessoas — de cada um de nós, e de nós em conjunto com os outros”. Filipa Santos é educadora na área da Transição Interior, membro da SIRCle — Inovação Social para Comunidades Resilientes e responsável pela área de aprendizagem do projeto Biovilla. Palácio Pombal workshop dirigido ao público em geral preço único: 14€ ● reservas até 9 março pagamento obrigatório nas 48h após a reserva máximo 25 participantes bilheteira@teatromariamatos.pt / 218 438 801

This seminar explores the ecological being in their individual, communal and global dimensions, resorting to the principles of permaculture for the construction of a shared community working for a sustainable future. Permaculture will be approached as an art of caring for people — for each one of us, and for us among others.

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DEBATE E PENSAMENTO ★ 15 março terça ↣ 18h30

CATHERINE LARRÈRE Para uma Ecologia Política A transição para uma sociedade sustentável nas suas várias dimensões ecológicas — pessoais, sociais e ambientais, implica a existência de práticas micropolíticas de ação local que têm em atenção a relação entre a pessoa e os seus ambientes socioculturais e naturais. Essas práticas têm desafiado estruturas sociais e valores culturais baseados na exploração de recursos e no crescimento ilimitado. De que forma podem as políticas públicas de larga escala promover esta ação local, facilitando os processos de mudança para uma sociedade sustentável e participada? Para abordar esta questão convidámos Catherine Larrère, presidente da Fondation de l’Écologie Politique, em Paris. conferência em francês com tradução simultânea em português ● palco da sala principal ● entrada livre (sujeita à lotação da sala) mediante levantamento de bilhete no próprio dia a partir das 15h ● duração: 90 min live streaming acessível em teatromariamatos.pt

In what way can large scale public policies promote local action, facilitating processes of change for a sustainable and engaged society? To approach this question we have invited Catherine Larrère, chairperson of the Fondation de l’Écologie Politique, in Paris.

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DEBATE E PENSAMENTO ★ 18 março sexta ↣ 18h30

ANNELIEKE VAN DER SLUIJS E LUISA MAGNANO O “Interior” da Transição: Capacitar para Modos de Vida Sustentáveis As iniciativas de cidadania em Portugal estão a nascer como cogumelos numa floresta húmida. Muitas pessoas procuram experimentar alternativas aos sistemas de democracia, educação e trabalho que criámos no passado recente. Tal como o micélio dos cogumelos, as mudanças visíveis são alimentadas pela criação de estruturas invisíveis cujo desenho é feito pelas nossas crenças, pelas formas de nos ligarmos ao mundo e de o percebermos. Como apoiar a mudança da nossa visão do mundo, tendo como pontos de partida a criação de fortes laços sociais e a abundância que surge quando partilhamos recursos? Como lidar individualmente e em grupo com as emoções que surgem quando somos confrontados com crises? Como encontramos o nosso papel na sociedade, trabalhando com inspiração e satisfação em vez de nos esgotarmos com o peso dos problemas? Annelieke van der Sluijs, da rede Transição Portugal e do projeto Um Ano em Transição, e Luisa Magnano, da Associação Mais Cidadania, dinamizam um encontro no qual serão abordadas estas questões, e onde irão partilhar as suas experiências concretas de cidadania ativa. Palácio Pombal conferência ● entrada livre (sujeita à lotação reduzida da sala) mediante levantamento de bilhete no local, uma hora antes do início da sessão ● duração: 90 min

Annelieke van der Sluijs, from the group Transição Portugal [Transitioning Portugal] and Luisa Magnano, from Associação Mais Cidadania [More Citizenship Association], facilitate a meeting whose focus will be the sharing of concrete active citizenship experiences aiming at providing individuals and communities with sustainable ways of life.

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WORKSHOP ★ 2 e 5 abril sábado ↣ 10h às 20h terça ↣ 18h30 às 21h

SACHA KAGAN Espaços Urbanos de Possibilidade Como é que podemos sentir e chegar a espaços de possibilidade criados por agentes urbanos — na sua procura de formas sustentáveis para viver em conjunto —, e reconhecer as suas qualidades estéticas? Este workshop, dirigido pelo professor e investigador francês Sacha Kagan, propõe uma aproximação empírica à vida urbana, enraizada numa investigação transdisciplinar baseada na prática da caminhada e da etnografia sensorial, fazendo convergir a arte, a fenomenologia e as ciências sociais. Após uma introdução à teoria e à metodologia de trabalho, pequenas equipas irão realizar “caminhadas­‑com­‑vídeo”, que as levarão junto de pessoas que desenvolvem iniciativas locais, para partilhar o fazer do lugar através de linhas sensoriais e paisagísticas; de seguida, as equipas irão fazer travessias pela cidade, atentas ao contexto e às atmosferas urbanas em mutação. Uma seleção de vídeos será apresentada, e interpretada em conjunto, no dia 5 de abril. Desta maneira serão partilhados os conhecimentos e experiências gerados no primeiro dia, explorando o seu potencial e relevância. Palácio Pombal workshop em inglês dirigido a artistas, agentes culturais e estudantes de arte entrada livre sujeita a seleção prévia máximo 15 participantes ● inscrição obrigatória com envio de CV (1 página) para lilianacoutinho@egeac.pt até 20 março ● os participantes selecionados recebem textos de apoio antes do início do workshop e devem trazer câmara de vídeo (telemóvel ou outra)

How can we feel and reach spaces of possibility created by urban agents in their search for sustainable ways of living together? This workshop proposes an empirical approach to urban life, rooted in a transdisciplinary research based on the practice of walking and the convergence of art, phenomenology and social sciences.

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WORKSHOP ★ 9 e 10 abril sábado e domingo ↣ 10h às 18h30

ANDRÉ VIZINHO E SARA SERRÃO Cidades em Transição Workshop que capacita e empodera os participantes a promover na sua cidade, bairro ou comunidade, a criação e implementação de uma visão local de transição para a sustentabilidade e felicidade. O que faz as pessoas mudarem de comportamentos? Que ferramentas e métodos podemos usar para trabalhar ao nível local? Como criar em grupo uma visão positiva para o meu bairro? Como promover a economia local de forma ética e sustentável? Que exemplos de sucesso existem? Estas são algumas das perguntas que terão resposta, num curso que é vivencial, com muitos métodos diferentes e muita participação ativa. André Vizinho e Sara Serrão, ambos certificados pela Transition Network, são os dois experientes formadores deste curso. Palácio Pombal workshop dirigido ao público em geral máximo 25 participantes (mínimo 11) ● preço único: 20€ reservas até 6 abril pagamento obrigatório nas 48h após a reserva bilheteira@teatromariamatos.pt / 218 438 801

The workshop Cidades em Transição [Cities in Transition] enables and empowers participants to promote in their city, neighbourhood or community the creation and implementation of a local transitioning vision towards sustainability and happiness. It is run by André Vizinho and Sara Serrão, experienced instructors certified by the Transition Network.

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DEBATE E PENSAMENTO ★ 9 abril sábado ↣ 14h30 às 18h30

mercado de saberes Um velho provérbio chinês diz que se uma pessoa trocar uma coisa com outra pessoa, cada um fica na mesma com um objeto. No entanto, se trocarmos uma ideia pela ideia de outro, cada um fica com duas ideias. Neste mercado, a abundância gerada não será só de ideias, mas também de práticas concretas que procuram responder à seguinte questão: que gestos podemos integrar na nossa vida na cidade que sejam capazes de contribuir para uma cultura de maior sustentabilidade ecológica e social? O Mercado de Saberes reúne pessoas e grupos que têm vindo a desenvolver ações concretas em áreas do consumo energético, alimentação, produção de proximidade, mobilidade, educação, criação de grupos de transição em contexto urbano e economia alternativa. Este encontro será estruturado de forma a reunir pequenos grupos de pessoas à volta de mesas e de práticas, para que se possa perguntar e conversar sobre “como se faz” e “porque é que se faz”. Palácio Pombal (Jardim) entrada livre

A market whose aim is to promote the sharing of ideas and behaviours that might contribute to a culture with a bigger ecological and social sustainability. A meeting with people and groups that have been developing actions and projects in areas such as energy consumption, food, the production of proximity, mobility, education, the creation of transition groups in urban context and alternative economy.

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DEBATE E PENSAMENTO ★ 13 abril quarta ↣ 18h30

FILIPE ALVES, SOFIA SANTOS E TONY GREENHAM Economia, Ética e Relações Sociais Será possível pensar na economia não como uma máquina que cria riqueza e escassez, mas como uma ferramenta valiosa na construção de uma sociedade? Será possível implementar práticas económicas que promovam a construção de uma comunidade ética e ecologicamente sustentável? Tony Greenham, diretor financeiro da RSA (Royal Society for the encouragement of Arts, Manufactures and Commerce, Londres), autor dos livros Where Does Money Come From? e People Powered Prosperity tratará o dinheiro como um sistema de relações sociais baseado na confiança. Filipe Alves, cofundador das cooperativas Coopérnico e Biovilla, falará da perspetiva histórica e do estado destas práticas em contexto português, e Sofia Santos, autora de A Banca tem Coração?, irá centrar-se na banca que tem como objetivo principal a maximização do bem-estar social e ambiental. conferência em português e inglês sala principal com bancada ● entrada livre (sujeita à lotação da sala) mediante levantamento de bilhete no próprio dia a partir das 15h ● duração: 2h live streaming acessível em teatromariamatos.pt

Is it possible to think of economics not as a machine that generates wealth and scarcity, but as a valuable tool in the construction of society? Is it possible to implement economical practices that promote the construction of an ethically and ecologically sustainable community? To prompt this discussion we have invited three economists: Tony Greenham, Filipe Alves and Sofia Santos.

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DEBATE E PENSAMENTO ★ 20 abril quarta ↣ 18h30

DAVID ABRAM Entre o Corpo e a Terra que Respira: Linguagem Selvagem e Ecologia da Experiência Sensível Enquanto o clima vai em direção à catástrofe, as inumeráveis perdas que varrem a biosfera tornam evidente a necessidade de uma mudança da relação humana com a terra viva. Durante muito tempo, ignorámos a inteligência selvagem dos nossos corpos, retirando as nossas verdades primárias de tecnologias que mantêm o mundo vivo à distância. O ecologista cultural e filósofo norte-americano David Abram subverte essa distância, explorando a natureza fluida e participativa da nossa perceção, e a intimidade entre os nossos sentidos e a terra sensível, examinando o poder da linguagem. Existem modos de falar que podem encorajar a solidariedade entre uma comunidade humana e o terreno mais-do‑que-humano que a envolve? conferência em inglês ● sala principal ● entrada livre (sujeita à lotação da sala) mediante levantamento de bilhete no próprio dia a partir das 15h ● duração: 90 min live streaming acessível em teatromariamatos.pt In his lecture philosopher and ecologist David Abram will explore the fluid, participatory nature of perception, and the intimate reciprocity between our senses and the sensuous earth, examining the power of language. Are there ways of speaking that can encourage the solidarity between a human community and its more­‑than­‑human terrain that enfolds it?

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21 abril quinta ↣ 18h30 às 20h

Encontro com David Abram Palácio Pombal ● em inglês entrada livre sujeita a seleção prévia máximo 10 participantes inscrição obrigatória com envio de carta de motivação para lilianacoutinho@egeac.pt até 14 abril


WORKSHOP ★ 23, 24 e 25 abril sábado a segunda

DAVID ABRAM Entre o Animal Humano e a Terra Animada: Perceção, Linguagem e Ecologia da Experiência Como criar solidariedade entre a humanidade e os outros animais, plantas e forças elementares que compõem esta biosfera? As mudanças climáticas em curso garantem transformações dramáticas num futuro próximo. Como é que tal metamorfose se pode desenrolar de modo benéfico não somente para as elites humanas mas também para o maior espectro possível de espécies, ecossistemas e culturas? Um reconhecimento inicial da primazia do lugar, a consciência da dimensão selvagem, uma nova humildade em relação aos outros seres nascidos na Terra (sejam estes salmões, cedros ou nuvens de tempestade) e um sentido radicalmente transformado do sagrado – tudo isto está a lutar para entrar nas nossas vidas. Neste workshop, vamos experimentar a terra envolvente como uma realidade sensível, exuberante, em estado permanente de improvisação.

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Biovilla (Serra da Arrábida) workshop em inglês dirigido ao público em geral máximo 18 participantes (mínimo 11) ● preço único: 130€ (inclui alojamento e alimentação) inscrições até 21 abril pagamento obrigatório nas 48h após a reserva bilheteira@teatromariamatos.pt / 218 438 801

How to create a vibrant and unshakable solidarity between humankind and other animals, plants and elemental forces that compose this biosphere? In this workshop we will, as full participants, experiment the surrounding earth as a sensuous and exuberant reality, in a permanent state of improvisation.

coorganização: Biovilla — Cooperativa para o Desenvolvimento Sustentável


PERFORMANCE ★ 17 a 20 março quinta e sexta ↣ 21h30 sábado ↣ 18h30 e 21h30 / domingo ↣ 18h30

the vacuum cleaner Mental


No Reino Unido, a polícia chama­‑lhe “extremista doméstico” e o Serviço Nacional de Saúde descreveu­‑o como “altamente perturbado” e diagnosticou­‑lhe esquizofrenia, bipolaridade e, finalmente, um transtorno de personalidade borderline. Nos tribunais foi descrito como “uma ameaça real para o bom funcionamento da lei”. Ele prefere o termo Mental. Depois de 13 anos passados como fora da lei ou em internamento, o artista e ativista britânico the vacuum cleaner apresenta uma performance autobiográfica contada através dos seus registos psiquiátricos, de arquivos de polícia e de interdições jurídicas, obtidas através da lei britânica de proteção de dados. As performances, vídeos e intervenções online de the vacuum cleaner têm como foco temas como a saúde mental, o consumismo e as mudanças climáticas. O seu trabalho tem sido apresentado em espaços públicos e expositivos, em instituições como a Tate Modern, ICA — Institute of Contemporary Arts, Bienal de Liverpool e em canais televisivos como BBC4, Channel 4 e Arte. Palácio Pombal 6€ a 12€ ● lotação reduzida duração: 60 min ● M/16 excecionalmente não se aceitam reservas

the vacuum cleaner is an artist and activist working with intervention based performances, videos and online with a focus on mental health, consumerism, and climate change. With Mental he presents an autobiographical performance told through his psychiatric records, police intelligence files and corporate injunctions collected through the Data Protection Act.

criação e performance: the vacuum cleaner assistência de direção: Kim Noble produção: Hannah Hull responsável pela digressão: Amy Hicks cenografia: Sophie Nathan desenvolvido originalmente com: Tania El Khoury apoio: Arts Council England, Artsadmin e In Between Time crédito fotográfico: Sophie Nathan

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DANÇA ★ 1 a 3 abril sexta e sábado ↣ 21h30 / domingo ↣ 18h30

VERA MANTERO O Limpo e o Sujo “Na realidade a vida não é uma coisa limpa. Reconhecer isso seria meio caminho andado para a tornar menos suja, ou seja, para a possibilidade de nos tornarmos mais felizes” Ana Cristina Leonardo

A coreógrafa Vera Mantero tem aproximado a sua prática coreográfica de processos de transição para uma sociedade sustentável, onde a relação entre a forma como organizamos a nossa vida e a gestão que fazemos dos recursos ecológicos está bem patente. Como exemplo, Mais Pra Menos Que Pra Mais, iniciado por Mantero e organizado em 2014 numa parceria entre o Teatro Maria Matos e a Culturgest, foi um programa de performances, conferências e construção de hortas urbanas, que se centrou na relação entre a cultura, as relações sociais urbanas e a produção alimentar de proximidade. A sua nova criação, O Limpo e o Sujo, centra-se na transição que acontece no interior de cada um de nós para que possamos agir de forma mais justa e construir um mundo mais sustentável. “Manusear materiais do mundo: uma das formas possíveis de descrever aquilo que fazemos na arte. Manusear objetos, imagens, palavras, movimentos, intensidades. Manusear espaços, tempos, afetos, desejos, vibrações. Manusear fantasmas. Sujarmo­‑nos nesse manuseio. Limparmo­‑nos nesse manuseio. Um manuseio que, à medida que é percorrido, se torna ferramenta de equilíbrios vários, de ecologias várias, pessoais e sociais. Uma ferramenta específica para reinventar maneiras de ser! É onde reside a riqueza, a densidade, o sentido.” Vera Mantero

sala principal com bancada ● 6€ a 12€ classificação etária: a classificar pela CCE

With O Limpo e o Sujo [The Clean and the Dirty], Portuguese choreographer Vera Mantero draws from the experience of art, and dance in particular, as a way of handling the materials of the world. To handle objects, images, words, movements, intensities. To handle spaces, times, affections, desires, vibrations and ghosts. To get dirty in that handling. To get clean in that handling.

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direção artística: Vera Mantero interpretação e cocriação: Elizabete Francisca, Volmir Cordeiro e Vera Mantero criação musical: João Bento espaço cénico e figurinos: João Ferro Martins desenho de luz: Eduardo Abdala estagiária de produção: Rita Benito Monteiro produção: O Rumo do Fumo (estrutura financiada pelo Ministério da Cultura e Direcção­‑Geral das Artes) coprodução: Maria Matos Teatro Municipal, Teatro Municipal do Porto. Rivoli. Campo Alegre, LE CND e un centre d’art pour la danse residência artística: Materiais Diversos apoios: Instituto de Emprego e Formação Profissional, IP Estágios Emprego, Câmara Municipal de Lisboa — ­ Direção Municipal de Cultura e EGEAC crédito fotográfico: Agnieszka Wojtun e Vera Mantero

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PERFORMANCE ★ 7 e 8 abril quinta e sexta ↣ 21h30

SARAH VANHEE Oblivion A autora Sarah Vanhee colecionou todo o “lixo” real e virtual que produziu durante um ano inteiro e apresenta­‑o numa performance. Imagine um lugar onde reencontra tudo o que descartou, fez delete ou deitou fora. Objetos, pensamentos, relações que já tinha deixado para trás, estão outra vez de volta. São coisas que lhe pertencem, e por isso têm que ser cuidadas. Vira­‑os do avesso, reavalia­‑os, volta a investir­‑lhes sentido, tudo tem o seu valor. Quando é que o nosso lixo deixa de ser o nosso lixo? Pense num mundo invertido, por exemplo, naquela cena do filme O Fantasma da Liberdade de Luis Buñuel, na qual os hóspedes e os convidados defecam em conjunto em torno da mesa de jantar e comem sozinhos na casa de banho. Oblivion é uma lenta celebração de coisas que se revelam. sala principal com bancada 6€ a 12€ ● duração: 2h30 classificação etária: a classificar pela CCE

Oblivion is a performance with everything Sarah Vanhee would have thrown away during one year working and living. It is a slow celebration of things unhidden; a place to re­‑value and to reconnect with everything that was discarded, deleted or thrown away. Everything is worth something.

conceito e performance: Sarah Vanhee som: Alma Söderberg e Hendrik Willekens assistência: Mette Edvardsen & Berno Odo Polzer voz: Jakob Ampe assistente de produção: Linda Sepp coprodução: CAMPO, HAU, Göteborgs Dans e Teater

Festival, Noorderzon e Kunstenfestivaldesarts no contexto do NXTSTP com o apoio do Programa Cultura da União Europeia produção executiva: CAMPO apoio: Autoridades Flamengas agradecimentos: Manyone, De Pianofabriek e Kaaitheater crédito fotográfico: Phile Deprez

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FAMÍLIAS ★ 17 abril domingo ↣ 11h às 18h

ANTÓNIO MV, JOSÉ CAPELA E RUTE CARLOS O Dia do Rédimeide Neste dia o Teatro Maria Matos é todo das crianças. A partir da articulação entre as três ecologias: pessoal, social e ambiental, desafiámos a Escola Artística António Arroio e três artistas, António MV, José Capela e Rute Carlos, a intervir nos espaços do teatro, reinventando o edifício e as suas funções através de um projeto de instalações onde se podem desenvolver diferentes relações de interatividade, criando uma relação mais justa com a natureza. Todos podem participar deixando assim de ser apenas tradicionais espectadores e passando a ser “experimentadores ativos” e, claro, também “brincadores”. Há 3 ecologias. E há REutilizar, REciclar, REduzir. RE, RE, RE. E nós também somos 3: o António, o Capela e a Rute. Bate tudo certo. Para falar de tudo isto, vamos dar outros usos, não habituais, aos espaços do teatro. REinventar utilizações. Vamos instalar mecanismos para que a ecologia se torne uma diversão. Vamos usar o edifício como um readymade (que também começa por RE e se lê “rédimeide”). Sabes o que é um readymade? António MV, José Capela, Rute Carlos

Motivados pelos desafios ecológicos do mundo contemporâneo, juntaram­‑se a nós os alunos do 12.º G da especialização em Realização Plástica do Espetáculo da Escola Artística António Arroio. Durante dois meses trabalharam na criação de um ambiente cenográfico para um espaço específico do teatro, onde as crianças são estimuladas a convocar as suas capacidades físicas e criativas para explorar diferentes ideias de sustentabilidade ambiental. A coordenação do projeto ficou a cargo dos professores Carla Rosa, Isabel Moniz, João Gonçalves e Hélder Castro. Escola Artística António Arroio

vários espaços do Teatro Maria Matos preço único: 3€ (entrada sujeita à lotação)

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Drawn from the articulation between the three ecologies — personal, social and environmental — we challenged the António Arroio art school and three artists, António MV, José Capela and Rute Carlos, to intervene in the theatre’s spaces, reinventing the building and its functions, through a project of installations in which different interactivity relations can be developed, and where everybody can participate and enjoy each piece.


IMAGINE 2020 Arte e Mudanças Climáticas Desde setembro de 2015, que o Teatro Maria Matos integra a rede europeia IMAGINE 2020, cuja missão é apoiar, produzir e apresentar trabalhos artísticos que exploram as causas e os efeitos das mudanças climáticas, com o objetivo de aumentar a consciência acerca desta questão. A rede IMAGINE 2020 procura assim contribuir para que ocorra uma mudança, tanto no setor cultural como na sociedade em geral, em direção a comportamentos que promovam a sustentabilidade ecológica. IMAGINE 2020 é apoiada pelo programa Europa Criativa e é composta por onze parceiros europeus: Kaaitheater (Bruxelas), Artsadmin (Londres), Bunker Productions (Ljubljana), London International Festival of Theatre — ­ LIFT (Londres); Coalition for art and sustainable development — COAL (Paris), New Theatre Institute of Latvia (Riga), Domino (Zagreb), Rotterdamse Schouwburg (Roterdão), Kampnagel (Hamburgo), Transforma (Torres Vedras) e Teatro Maria Matos (Lisboa). Since September 2015, Teatro Maria Matos integrates the European network IMAGINE 2020, whose mission is to support, produce and present artworks exploring the causes and effects of climate change, with the purpose of raising awareness on this issue. The network IMAGINE 2020 therefore aims to contribute to a change both in the cultural sector and in society in general, towards behaviours that promote ecological sustainability.

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TEATRO VERDE A integração na rede IMAGINE 2020 reforça o trabalho que o Teatro Maria Matos tem vindo a desenvolver no contexto da transição para a sustentabilidade ecológica desde 2011. Refiramos, por exemplo, a conferência internacional Dois Graus — Arte, Alterações Climáticas e Desenvolvimento Sustentável (2011), o ciclo de conferências sobre Transição (2013) e Mais Pra Menos Que Pra Mais (2014), um projeto iniciado por Vera Mantero e realizado em parceria com a Culturgest. Também em 2011, o Teatro Maria Matos iniciou o programa Teatro Verde, um plano de implementação de práticas sustentáveis no quotidiano do Teatro, incluindo a reciclagem, a limitação drástica dos plásticos, a poupança de água, a redução do consumo energético e a preferência pelos fornecimentos locais ou nacionais. In 2011, Teatro Maria Matos started the Teatro Verde [Green Theatre] programme, an implementation of sustainable practices in the theatre’s daily life, including recycling, the drastic limitation of plastics, water savings, the reduction of energy consumption and the preference for local or national products.

A rede Imagine 2020 com o apoio do Programa Europa Criativa da União Europeia

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MÚSICA ★ 12 abril terça ↣ 22h

JOSEPHINE FOSTER No More Lamps in the Morning

guitarra clássica: Josephine Foster • guitarra portuguesa: Victor Herrero violoncelo: Gyða Valtýsdóttir • crédito fotográfico: Trafal


Mais que um novo disco, No More Lamps in the Morning é um ponto de balanço da carreira de Josephine Foster, onde algumas das suas canções são retrabalhadas com novos arranjos que simplificam formas e aperfeiçoam resultados. Há material revisto de álbuns como I’m a Dreamer, de 2013, ou This Coming Gladness, de 2008, mas também do seu icónico e importante duo Born Heller, com que se apresentou em 2004, na editora Locust, na companhia de Jason Ajemian. Desde então, Josephine Foster foi seguindo uma espécie de estrela cadente que lhe foi indicando um percurso inesperado mas sempre coerente com a sua curiosidade musical: pela inevitável folk e blues primitivos norte­‑americanos, pelas Lieder germânicas do século XIX, passando pelas Canciones Populares de Federico García Lorca, ou falando com as palavras de Rudyard Kipling ou James Joyce. E também por Portugal, através da vibrante e melancólica guitarra portuguesa, com que o seu marido Victor Herrero a acompanha, sozinho ou com a sua banda, desde há uns anos. Josephine Foster traz um mundo com ela, sem tempo, e esta noite celebramos a sua universalidade. sala principal com bancada 7€ a 14€ ● M/6

Above all, No More Lamps in the Morning, is the perfect moment to receive Josephine Foster for the first time on our stage: her new record is made of memories retold with new ideas, new sounds, new feelings and, even, new words from ancient days, proving once again that the North American singer has long ago stopped living in a single space and a single time.

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MÚSICA ★ 21 abril quinta ↣ 22h

ANDRÉ GONÇALVES Música Eterna Oculto das listas dos melhores discos do ano de 2015, Música Eterna trouxe, no entanto, alguma da mais deslumbrante música que ouvimos no ano passado. Melhor: ainda continuamos e vamos continuar a escutá­‑la para sempre. A música do novo “álbum” de André Gonçalves está fechada dentro de uma aplicação para iOS que funciona apenas em iPhone/iPad/iPod, e recorre a uma partitura que joga com múltiplos blocos sonoros que vão desfilando com o tempo, encaixando miraculosamente sem nunca nos deixar desamparados pelo aparente jogo de sorte. Em retrospetiva, este parecia ser um caminho necessário para a produção sonora de André Gonçalves, cada vez mais aplicado na construção de sintetizadores modulares — através da sua prestigiada marca ADDAC system — e na incorporação da manipulação e do acaso nas suas composições eletrónicas. É desse mundo de possibilidades que nasce e se propaga Música Eterna, tecendo um manto de contemplação deslumbrante, olhando para a dimensão das estrelas e desafiando­‑nos a ultrapassar os limites. No palco da nossa sala, André Gonçalves construirá uma cápsula do tempo onde nos convidará a embarcar numa viagem para tocarmos nesse infinito sem tirarmos os pés da terra. palco da sala principal 6€ a 12€ ● M/6

Contrary to his growing role in Portuguese electronic music, André Gonçalves has had a discreet path as a soloist, not releasing any album since 2005. Música Eterna [Eternal Music] came out last year as an app for iPhone/iPad/iPod, leaving it to play... forever. Tonight, in a concert turned ceremony, we will try to touch infinity.

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sintetizador modular: André Gonçalves • crédito fotográfico: Vera Marmelo


CRIANÇAS E JOVENS ★ +3 anos 28 a 30 abril ↣ quinta a sábado encomenda mm ● reposição

VICTOR HUGO PONTES Vice­‑Versa Quanto tempo falta para ser grande? Se ficar com um dedo preso debaixo do pé durante cinco minutos isso é muito tempo? O que acontece se os ponteiros do relógio pararem? E se começarem a andar ao contrário? Uma história sem pés nem cabeça... Ou com dois braços, vários dedos, joelhos, pernas e um nariz… Vice­‑versa parte da ideia que na infância se acredita em tudo, e o tempo existe de forma diferente: há um universo de fantasia em que todas as hipóteses são viáveis, em que é possível imaginar um mundo ao contrário e acreditar nele. Acredita­‑se então que é possível ter quatro pernas para correr muito depressa; que se pode ser gigante, ter quatro braços e vinte dedos; que do outro lado do espelho está outra pessoa igual a nós e que nos imita; que as nossas sombras são às vezes mais rápidas e às vezes mais lentas do que nós. Quem estará atrás da sombra? Onde se esconde? As crianças dormem e sonham que os ursos de peluche andam sozinhos e as embalam durante a noite. dança ● semana: 10h / sábado: 11h e 16h30 criança: 3€ / adulto: 7€ sala de ensaios ● duração: 30 min classificação etária: a classificar pela CCE

How long does it take to grow up? If you stand on your finger for five minutes is that a long time? What happens when the hands of a clock stop? A story in which you can’t make sense of head or tail, or if you prefer, a story with two arms, many fingers, knees, legs and a nose, in a process that accompanies the development of the concept of time during infancy. The starting point is the very special conception that children have of time and growing up.

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direção, coreografia e cenografia: Victor Hugo Pontes música original: Rui Lima e Sérgio Martins direção técnica e desenho de luz: Wilma Moutinho figurinos: Osvaldo Martins apoio dramatúrgico: Madalena Alfaia

interpretação: Ana Paula Rodrigues e Ana Sofia Rodrigues adereços: Sandra Neves construção de cenografia: Alexandra Barbosa, Carlos Lima e Sandra Neves confeção de figurinos: Emília Pontes e Domingos de Freitas Pereira

montagem vídeo: Eva Ângelo produção: Nome Próprio produção executiva: Joana Ventura coprodução: Maria Matos Teatro Municipal, Teatro Viriato, Centro Cultural Vila Flor, FCD/Teatro do Campo Alegre e NEC crédito fotográfico: Susana Neves


DANÇA ★ 27 a 29 abril quarta a sexta ↣ 21h30

JÉRÔME BEL Gala “Uma homenagem à dança e à diferença” Les Inrockuptibles

Aproximar­‑se de uma forma diferente à dança. Perguntar como é que a arte nos pode conduzir a um terreno comum. Um artista maior da cena contemporânea, Jérôme Bel está de volta com uma proposta que emergiu durante um seminário com amadores no bairro de Seine­‑Saint­‑Denis, nos subúrbios de Paris. A gala, uma forma de arte que é simultaneamente festiva e coletiva, reúne profissionais da dança com amadores de origens diversas. As diferentes cenas desta gala não nos incitam ao julgamento, mas revelam como a bagagem cultural de cada pessoa ilumina a sua dança. O inventário desta “dança sem qualidade” não mostra somente a multiplicidade dos modelos estéticos que vão surgindo, mas revela também o desejo comum da alegria, da perfeição, da transfiguração e da partilha política. As Noites Maria&Luiz são um espaço de programação internacional, feita em conjunto pelos teatros municipais Maria Matos e São Luiz.

sala principal ● 9€ a 18€ ● duração: 75 min ● M/6

A major artist of the contemporary dance scene, Jérôme Bel is returning with a proposal which came to the fore during a workshop with amateurs in Seine­‑Saint­‑Denis. The gala, an art form that is both festive and collective, brings together dance professionals and amateurs of diverse backgrounds.

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MARIA&LUIZ conceção: Jérôme Bel assistentes: Maxime Kurvers, Sheila Atala e Chiara Gallerani intérpretes e criadores: a designar adereços: dos intérpretes coprodução: Dance Umbrella, 72­‑13 — The Theatreworks, KunstenFestivaldesArts, Tanzquartier Wien, Nanterre­ ‑Amandiers, Festival d’Automne à Paris, Theater Chur e TanzPlan Ost — TAK Theater Liechtenstein, Fondazione La Biennale di Venezia, Théâtre de la Ville, Hebbel am Ufer — HAU, BIT Teatergarasjen, La Commune — Centre Dramatique National d’Aubervilliers, Tanzhaus NRW apoio: Centro Nacional da Dança e Ménagerie de Verre, no âmbito do Studiolab (espaços de ensaio) produção: R. B. Jérôme Bel (estrutura apoiada pela Direção Regional dos Assuntos Culturais de Île­‑de­‑France, Ministério da Cultura e da Comunicação Francês, Instituto Francês, Ministério dos Negócios Estrangeiros de França — digressões internacionais) conselheira artística e desenvolvimento: Rebecca Lee produção: Sandro Grando técnica: Gilles Gentner crédito fotográfico: Véronique Ellena

Uma coprodução House on Fire com o apoio do Programa Cultura da União Europeia


TEATRO ★ 6 a 8 maio sexta e sábado ↣ 21h / domingo ↣ 17h30

ROMEO CASTELLUCCI Sobre o Conceito do Rosto do Filho de Deus (Sul Concetto di Volto nel Figlio di Dio) Este espetáculo marca o regresso a Lisboa de Romeo Castellucci, após dez anos de ausência. O encenador italiano coloca-nos perante o rosto de Jesus Cristo tal como reproduzido na obra Salvatore Mundi (1465), do pintor Antonello Da Messina. Na altura da estreia, em 2011, Castellucci explicava que “esta peça é, ao mesmo tempo, a experiência de uma profunda humilhação: a do pai que não se consegue controlar e, assim, decompõe a sua dignidade; e a experiência de uma profunda manifestação de amor: a do filho que ao se entregar, se apresenta como uma luz divina”. Caberá ao espectador “responder ao enigma perante o qual é colocado”, concluía Castellucci, interessado em compreender “o abandono da divindade [no momento em que] integra plenamente a sua dimensão humana”. As Noites Maria&Luiz são um espaço de programação internacional, feita em conjunto pelos teatros municipais Maria Matos e São Luiz.

São Luiz Teatro Municipal 5€ a 22€ ● duração: 60 min classificação etária: a classificar pela CCE

Sul Concetto di Volto nel Figlio di Dio (2010) [On the Concept of the Face, Regarding the Son of God] signals Italian director Romeo Castellucci’s return to Lisbon. It is a piece that is constructed from a reproduction of painter Antonello da Messina’s work Salvatore Mundi (1495), which puts us before the face of Jesus Christ. Castellucci’s work presents three independent sequences wishing to materialize “the abandonment of divinity [in the moment when] it fully integrates its human dimension”. conceção e encenação: Romeo Castellucci música: Scott Gibbons com: Gianni Plazzi, Sergio Scarlatella em colaboração com Dario Boldrini, Vito Matera e Silvano Voltolina assistente encenação: Giacomo Strada objetos: Istvan Zimmermann

e Giovanna Amoroso preparação das crianças: Silvano Voltolina som: Matteo Braglia, Marco Canali luz: Fabio Berselli e Luciano Trebbi adereços: Vito Matera gestão: Gilda Biasini, Benedetta Briglia,

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Cosetta Nicolini e Valentina Bertolino administração: Michela Medri, Elisa Bruno e Simona Barducci consultor económico: Massimiliano Coli crédito fotográfico: Klaus Lefebvre


MARIA&LUIZ


a seg uir .. . MÚSICA ★ 10 maio terça ↣ 22h

TIM HECKER Há mais de 10 anos que Tim Hecker fabrica obras­‑primas — nenhum adepto da eletrónica ambiental contemporânea pode contestar o estatuto de Radio Amor, An Imaginary Country, Ravedeath ou Virgins —, mas em 2016, este canadiano promete transpor o seu pico, deixando­‑nos muitíssimo ansiosos pela sua estreia na sempre importante 4AD e pelo anúncio dos seus concertos em colaboração visual com o coletivo de Berlim MFO — se viram A U R O R A de Ben Frost em dezembro, compreenderão o nosso entusiasmo. Estão, pois, reunidas as condições para finalmente recebermos na nossa sala Tim Hecker em futuro estado de graça. sala principal ● 7,5€ a 15€ ● M/6


Coproduções em digressão em março e abril 2016 Æ

FORCED ENTERTAINMENT: The Notebook Estreia maio 2014 Reino Unido, Coventry, Warwick Arts Centre ↣ 8 março 2016

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TIAGO RODRIGUES / TEATRO NACIONAL D.MARIA II: By Heart Estreia novembro 2013 Espanha, Madrid, Festival de Otoño a Primavera ↣ 17 a 20 março 2016

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MARLENE MONTEIRO FREITAS COM ANDREAS MERK: Jaguar Estreia outubro 2015 França, Pau, Espaces Pluriels ↣ 15 março 2016 Suíça, Lausanne, Arsenic ↣ 19 e 20 março 2016 França, Paris, Les Spectacles Vivants, Centre Pompidou ↣ 24 a 26 março 2016 França, Toulouse, CDC ↣ 29 a 31 março 2016 França, Montpellier, Théâtre de la Vignette ↣ 4 e 5 abril 2016 Suécia, Estocolmo, MDT ↣ 19 e 20 abril 2016 Suécia, Malmö, Dansstationen ↣ 22 e 23 abril 2016

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MARLENE MONTEIRO FREITAS: de marfim e carne — as estátuas também sofrem Estreia maio 2014 França, Strasbourg, Théatre Pôle Sud – Festival Extradanse ↣ 26 abril 2016

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MARLENE Estreia França, ↣ 7 e 8

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TÂNIA CARVALHO: A Tecedura do Caos Estreia fevereiro 2015 França, Foix, L’Estive, Scène Nationale de Foix ↣ 25 março 2016 França, Toulouse, CDC ↣ 31 março e 1 abril 2016 França, Brive, Les Treize Arches, Scène conventionnée de Brive ↣ 3 abril 2016

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ANA BORRALHO E JOÃO GALANTE: Atlas Estreia outubro 2011 França, Poitiers, Tap — Festival à Corps ↣ 31 março e 1 abril 2016

MONTEIRO FREITAS: Paraíso — Coleção Privada setembro 2012 Montpellier, Humain Trop Humain abril 2016


BILHETEIRA terça a domingo das 15h às 20h em dias de espetáculo das 15h até 30 minutos após o início do mesmo 218 438 801 · bilheteira@teatromariamatos.pt bilheteira online: www.teatromariamatos.pt outros locais de venda: ABEP / CTT / Fnac / São Luiz Teatro Municipal / Worten

mm café

terça a sexta 18h às 02h sábado e domingo 15h às 02h

DESCONTOS* PREÇO ÚNICO 5€ menores de 30 anos (apenas válido para espetáculos mencionados) DESCONTO 50% portadores do cartão Maria & Luiz, estudantes, maiores de 65 anos, pessoas com deficiência e acompanhante, desempregados, profissionais do espetáculo, funcionários da CML e empresas municipais (extensível a acompanhante) DESCONTO 30% grupos de dez ou mais pessoas (com reserva e levantamento antecipado) GRUPOS ESCOLARES Mais informação na bilheteira CARTÃO MARIA & LUIZ cartão que garante acesso a desconto de 50% em todos os espetáculos assinalados do Teatro Maria Matos e do Teatro São Luiz para maiores de 30 e menores de 65 anos durante 12 meses. Preço 10€. www.mariaeluiz.pt · mariaeluiz@egeac.pt Condições: Válido durante 12 meses a partir do momento da compra. Desconto mediante apresentação do cartão, apenas válido na bilheteira física e online do Teatro Maria Matos e do Teatro São Luiz. Não acumulável com outros descontos e não extensível a espetáculos de preço único, passes e outros selecionados. A utilização do cartão é pessoal e intransmissível. *descontos não acumuláveis


RESERVAS

levantamento prévio obrigatório até 30 minutos antes do espetáculo.

PROGRAMAÇÃO CRIANÇAS & JOVENS FAMÍLIAS ESPETÁCULOS 7€ preço adultos 3€ preço crianças / adolescentes RESERVAS levantamento prévio obrigatório nas 48h após a reserva não se aceitam reservas nas 48h antes do espetáculo ESCOLAS ESPETÁCULOS 3€ preço único para aluno em contexto escolar professor acompanhante não paga RESERVAS pagamento parcial obrigatório nas 48h após a reserva

COMO CHEGAR?

Teatro Maria Matos Avenida Frei Miguel Contreiras, 52 / 1700-213 Lisboa comboio: Roma — Areeiro · metro: Roma autocarros: 727, 735 e 767 bicicletas: Ciclovia e parque de bicicletas junto ao Teatro Maria Matos Palácio Pombal Rua do Século, 79–81 / 1200-433 Lisboa RECEBER INFORMAÇÃO DO TEATRO MARIA MATOS Para receber o nosso programma em casa ou informação por email, por favor escreva-nos para: comunicacao@teatromariamatos.pt Teatro Maria Matos faz parte das seguintes redes de programação

House on Fire e Create to Connect são redes financiadas pelo Programa Cultura da União Europeia

Teatro Maria Matos nas redes sociais

Imagine 2020 é uma rede apoiada pelo programa Europa Criativa da União Europeia

Parceiros

Apoio à divulgação


PROGRAmmA ABRIL 2016

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VERA MANTERO O Limpo e o Sujo ● dança sex 01 ↣ 21h30 sáb 02 ↣ 21h30 dom 03 ↣ 18h30 SACHA KAGAN: Espaços Urbanos de Possibilidade ★ Palácio Pombal ● workshop sáb 02 ↣ 10h00 às 20h ter 05 ↣ 18h30 às 21h SARAH VANHEE: Oblivion ● performance qui 07 ↣ 21h30 sex 08 ↣ 21h30 ANDRÉ VIZINHO E SARA SERRÃO Cidades em Transição ★ Palácio Pombal ● workshop sáb 09 ↣ 10h às 18h30 dom 10 ↣ 10h às 18h30 MERCADO DE SABERES ★ Palácio Pombal ● debate e pensamento sáb 09 ↣ 14h30 às 18h30 JOSEPHINE FOSTER: No More Lamps in the Morning ● música ter 12 ↣ 22h FILIPE ALVES, SOFIA SANTOS E TONY GREENHAM: Economia, Ética e Relações Sociais ● debate e pensamento qua 13 ↣ 18h30 ANTÓNIO MV, JOSÉ CAPELA E RUTE CARLOS: O Dia do Rédimeide ● crianças e jovens dom 17 ↣ 11h às 18h

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DAVID ABRAM: Entre o Corpo e a Terra que Respira: Linguagem Selvagem e Ecologia da Experiência Sensível ● debate e pensamento qua 20 ↣ 18h30 Encontro com David Abram ★ Palácio Pombal ● debate e pensamento qui 21 ↣ 18h30 às 20h DAVID ABRAM: Entre o Animal Humano e a Terra Animada: Perceção, Linguagem e Ecologia da Experiência ★ Biovilla (Serra da Arrábida) ● workshop sáb 23 a seg 25 ANDRÉ GONÇALVES: Música Eterna ● música qui 21 ↣ 22h JÉRÔME BEL: Gala ● dança qua 27 ↣ 21h30 qui 28 ↣ 21h30 sex 29 ↣ 21h30 VICTOR HUGO PONTES Vice-Versa ● crianças e jovens qui 28 ↣ 10h sex 29 ↣ 10h sáb 30 ↣ 11h e 16h30


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