Impacto da implantação da RUTE na Universidade Federal de Rondônia
Autores: José Wilson Serbino Jr.1 Dhélio Batista Pereira1 Alessandro Prudente1 Jane Monteiro1 Júlia Pagung Kippert² Carla Pagung Kippert² Pedro Henrique Tarter Nunes²
1 Professor da Universidade Federal de Rondônia 2 Discente da Universidade Federal de Rondônia
Introdução O aprimoramento das tecnologias de conectividade, como a internet, ampliou de forma inédita a integração e o compartilhamento de conhecimentos, abrangendo diversas áreas. No tocante à saúde, a constante atualização de métodos diagnósticos e terapêuticos, princípios químicos, inovações na área de biologia molecular e desenvolvimento de novas drogas, ganhou grande capacidade de difusão (1). Nesse cenário surge a telemedicina, que representa o uso de tecnologias de telecomunicação e de informação para sustentar serviços, treinamento e informação em saúde para provedores de assistência médica e pacientes (2). Este instrumento propicia a descentralizando da informação e serviços em saúde e a troca de informações entre os grandes centros urbanos e localidades remotas no nosso país. Por fatores diversos, tais como a curta existência, a distância geográfica dos centros de referência, a grande extensão territorial e os baixos índices socioeconômicos e de saúde, o estado de Rondônia apresenta dificuldades na formação, atualização e capacitação de seus profissionais de saúde, em especial seus médicos. A participação em grande escala dos profissionais do estado em congressos ou cursos de atualização é onerosa e muitas vezes impeditiva. Diante do exposto, a Universidade Federal de Rondônia (UNIR) ingressou na Rede Universitária de Telemedicina (RUTE) em seu segundo ciclo de implantação: RUTE 2. O objetivo primordial era de criar o Núcleo de Telemedicina na UNIR,
utilizando-o para ampliar o acesso dos acadêmicos e docentes à informação e conhecimento, potencializando sua formação médica, além de estabelecer parcerias com a comunidade médica local para criação de programas de capacitação e educação médica continuada.
Material e Métodos O projeto de criação do Núcleo de Telemedicina foi concebido em 2007 e levou em consideração a situação da estrutura física e do acesso à universidade. Como
na Unir não há hospital universitário, optou-se por montar o Núcleo de Telemedicina no Campus José Ribeiro Filho. O espaço consiste em uma sala de videoconferência equipada com mobiliário para acomodação de até 40 pessoas e houve adequação acústica, de iluminação e climatização (figura 1). A contrapartida da Universidade se deu pela instalação predial, estrutura de telecomunicações e recursos humanos. Figura 1. Sala de teleconferência do Núcleo de Telemedicina de Rondônia Resultados A inauguração do Núcleo de Telemedicina da UNIR ocorreu em setembro de 2012, com o início das atividades no mesmo ano através do ingresso nos Grupos Especiais de Interesse (SIGs) de Urologia e da Saúde do Trabalhador, coordenados pelo
Urologista
Alessandro
Prudente
e
pela
professora
Jane
Monteiro,
respectivamente. A participação nestes grupos é ainda incipiente e ocorre através de videoconferências previamente agendadas, as quais propiciaram aos estudantes de medicina a oportunidade de conhecer a tecnologia mais avançada para comunicação e integração com centros de referência e habituar-se ao seu uso rotineiro.
Devido à indisponibilidade de um hospital universitário, a localização da sala de teleconferências é no campus da universidade. Assim, impõem-se uma dificuldade de conciliação da atividade hospitalar docente, que se dá nas unidades de saúde estaduais, com as atividades da RUTE. A distribuição geográfica dessas localidades demanda grandes translocações na cidade. Com a construção do hospital universitário essas dificuldades amenizar-se-iam, e a facilidade de acesso impulsionaria a participação da comunidade acadêmica. A infraestrutura física propiciada pela RUTE em Rondônia também auxiliou a implantação do programa TelessaúdeRO, corroborando para a execução das atividades de suporte à atenção primária de saúde no estado e consequente melhoria da qualidade de atenção à população. As atividades previstas para iniciarem no ano de 2013 consistem em teleconsultorias e a implementação do programa Telessaúde Brasil Redes (3). O espaço físico é também utilizado para executar as atividades do Centro de Educação a Distância (EAD).
Conclusão O maior impacto do estabelecimento da RUTE foi, inicialmente, a própria divulgação e conscientização no âmbito da academia da existência de uma ferramenta de difusão de conhecimento tão inovadora. Os docentes progressivamente entram em contato com este instrumento e avaliam a mudança, o potencial de agregação e o seu papel no ensino médico. Isto é consubstanciado pela busca espontânea de informação à respeito do funcionamento dos SIGs por parte dos docentes. Apesar da intensidade ainda tímida das atividades, estas são vistas com simpatia e não encontram resistência para seu crescimento dentro da universidade. O principal obstáculo é a ausência do Hospital Universitário e sua eventual implementação, sustentará a adesão duradoura na RUTE.
Referências Bibliográficas 1. SIGULEM, D. et al. Informática na prática médica. IN: LOPES, A.C. Tratado de Clínica Médica. Vol. I. 2ªed. São Paulo: Roca, 2009. Pág.158- 162. 2. LOPES, P. R. L.; PISA, I. T.; SIGULEM, D. Desafios em telemedicina. Parcerias estratégicas (Brasília), n.20, p. 367- 386, 2005. Disponível em: http://www.academia.edu/3143265/Desafios_em_telemedicina. Acesso em: maio de 2013
3. Telessaúde Núcleo Rondônia. Disponível em: http://www.telessaude.unir.br . Acesso em: maio de 2013