Experiência de Implantação do Projeto Telessaúde Brasil na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) Carvalho, L. W. 1; Santos, S. F. 1; Souza, D.C.N 1; ; Pereira, A.C 1; Santos, A. F.1 1
Núcleo de Telessaúde, Universidade Federal de Minas Gerais - Belo Horizonte
RESUMO INTRODUÇÃO: O SUS na sua criação tem como princípios a integralidade e a equidade. O Telessaúde se coloca como uma ferramenta importante nestes princípios, contribuindo para a fixação de profissionais em regiões remotas e promovendo o encontro com especialistas, aumentando a resolubilidade da Atenção Básica e organizando as filas para consultas especializadas. Em 2007 é criado o Programa Nacional de Telessaúde visando desenvolver ações de apoio à assistência à saúde e educação permanente. Em 2011, o projeto passa a chamar Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes instituindo o componente de informatização da Atenção Básica e pela Portaria n° 2815, o Núcleo Intermunicipal de Belo Horizonte habilita-se a implantar o Projeto de Telessaúde, com um total de 284 equipes de saúde da família distribuídas em 14 municípios. OBJETIVO: Descrever e analisar a implantação do Programa Telessaúde Brasil Redes nos municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). METODOLOGIA: Para apoiar a implantação do Telessaúde nos municípios da RMBH, o Núcleo de Telessaúde (NUTEL) da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, criou uma dinâmica de acompanhamento das atividades. Considerando a necessidade de manter um espaço de discussões para integração dos municípios, que assumem papel de gestores com supervisão e apoio do NUTEL, foram realizadas reuniões mensais com os gestores, sensibilização e capacitação dos coordenadores e profissionais da Atenção Básica, cadastramento na plataforma do Telessaúde, monitoramento via e-mail e telefonemas, envio das teleconsultorias realizadas, discussão de propostas para melhoria dos resultados, orientação aos gestores quanto a compra de equipamentos e internet e ao cadastramento no SCNES e no SISTelessaúde. RESULTADOS: O panorama eleitoral de 2012 atrasou o processo de implantação do projeto Telessaúde na RMBH, porém em 2013 retoma-se esse processo. Após análise de planilhas, 10 municípios se mostraram aptos a serem capacitados, porém 2 ainda não tiveram seus profissionais capacitados por dificuldades políticas, e 3 estão em processo de compra de equipamentos e/ou conexão de internet. Foram treinados e cadastrados 160 profissionais e até o momento foram realizadas 112 teleconsultorias por 6 dos 8 municípios capacitados. Percebeu-se que alguns profissionais se mostraram interessados, mas preocupados com a conectividade insuficiente da internet e com a real possibilidade da aplicabilidade da ferramenta no seu processo de trabalho. Alguns municípios encontram dificuldade de implantação de conectividade devido à topografia da região onde estão inseridos. Todos os municípios estão cadastrados no SCNES, mas o SISTelessaúde tem demonstrado problemas técnicos que impedem seu preenchimento. CONCLUSÃO: O Programa Telessaúde possibilita melhorar a eficácia da saúde pública, já que contribui para a
formação dos profissionais e melhora a prestação de serviços. No entanto, há uma grande resistência cultural no uso das tecnologias de informação, assim como barreiras geográficas que dificultam a ampliação do projeto. Existe também a não adesão dos gestores e profissionais ao programa. O modelo de implantação que define como apoiadores o NUTEL e como gestor do projeto o próprio município apresenta, pela novidade na gestão de telessaúde pelos municípios, uma dificuldade no cumprimento do prazo de execução das metas estabelecidas, que precisam ser revisadas.
Luciana Wildhagen de Carvalho (Carvalho, L. W.): luciana.wildhagen@gmail.com Simone Ferreira Santos (Santos, S. F.): monefsbr@yahoo.com.br Daniele Cardoso Nunes Souza (Souza, D.C.N): dcnsouza@yahoo.com.br Aline Costa Pereira (Pereira, A.C.): alinecosta_enf@yahoo.com.br Alaneir de Fátima dos Santos (Santos, A.F): laines@uol.com.br