TELE-UTI NEONATAL: SUPORTE ASSISTENCIAL E TELEDUCAÇÃO Silva NLC1, Botelho M.R. 1, Marques AJS1, Santos CD1, Bergmann K.2, Souza C2, Santos AF2, M.C.B. Melo2 1
Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, 2Núcleo de Telessaúde da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais
Objetivos: Descrever a implementação e os resultados preliminares de um serviço de telemonitoramento de UTI neonatal. Métodos: A taxa de mortalidade infantil é preocupante no Brasil. Em Minas Gerais vem apresentando redução, mas com variação em microrregiões (de 23,4 a 8,2 óbitos/1000 nascidos vivos), a maioria ocorre nos primeiros 28 dias de vida. O Projeto “Telemonitoramento de UTIs Neonatais”, parceria da Secretaria de Estado de Saúde e da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, vem desenvolvendo atividades de teleconsultorias, webconferências e estudos de prospecção de novas tecnologias, como forma de prestar suporte assistencial e diagnóstico aos neonatos. Uma Central foi implantada em dezembro de 2012 com plantonistas (12 horas diárias) pediatras e enfermeiros, com experiência em neonatologia e terapia intensiva, dando suporte via teleconsultorias formativas on line. Quando necessário, profissionais de área específica (cirurgia cardiovascular, cirurgia pediátrica, genética, neurologia, entre outros) são contatados para teleconsultoria. Webconferencias são realizadas para capacitação em temas relevantes para a adequada assistência, de acordo com as necessidades percebidas durante a realização das teleconsultorias. As equipes técnicas das instituições envolvidas estão trabalhando em conjunto para incorporação de novas tecnologias. Os aspectos éticos, de segurança e de confidencialidade dos dados são seguidos, de acordo com regulamentações vigentes. A Central tem interagido com a Central de Regulação Assistencial, de forma a apoiar decisões de transferências dos pacientes. Resultados: Até setembro de 2013, oito UTIs foram interligadas, após visita técnica e reuniões administrativas. Foram realizadas: 3868 teleconsultorias, 72 teleconsultorias específicas e nove webconferencias. Pesquisa de satisfação foi realizada. Discussão: O projeto tem sido bem avaliado pelas UTIs e tem contribuído para a qualificação assistencial ao neonato. As webconferências tem abordado temas relevantes, auxiliando na capacitação e atualização dos plantonistas das UTIs. Estudos demonstram que, em UTIs de adultos e de pediatria, os pacientes têm melhor evolução quando são assistidos por médicos qualificados. Alguns pesquisadores estimam que a mortalidade em UTI possa ser reduzida aproximadamente em 10% a 25%. Relatam também melhora da evolução clínica, redução da mortalidade e do tempo de permanência hospitalar e maior adesão às melhores práticas de cuidados intensivos. As teleconsultorias com profissionais de áreas específicas evitam transporte e transferências desnecessárias, cujo custo é alto por se tratar de neonatos com doenças graves. Sistema para adequação do telemonitoramento vem sendo desenvolvido. A equipe desenvolvedora está em processo de implantação de recursos de telemedicina para apoio ao diagnóstico e tratamento dos neonatos, como diagnóstico e tratamento da retinopatia da prematuridade e da hemorragia peri e intraventricular. Conclusão: Tratase de iniciativa pioneira no Brasil. O projeto tem contribuído para melhor adequação do suporte assistencial aos plantonistas médicos e enfermeiros das UTIs neonatais do estado de Minas Gerais, como uma das estratégias de reduzir a mortalidade neonatal. O projeto foi bem avaliado pela pesquisa de satisfação realizada com os coordenadores das UTIs. Neste momento, em que existe perspectiva de aumento dos leitos de cuidados progressivos neonatais e, por outro lado, deficiência de recursos humanos capacitados, o projeto é estratégico e promissor.
Autores: Cristina Duarte Santos - cristina.santos@saude.mg.gov.br Nara Lúcia Carvalho da Silva – carvalho.nara@gmail.com Mauricio Rodrigues Botelho - mauricio.botelho@saude.mg.gov.br Antonio Jorge Souza Marques – ses@saude.mg.gov.br Maria do Carmo Barros de Melo – mcbmelo@gmail.com Claudio de Souza – csouza@medicina.ufmg.br Kaiser Bergmann – kaiser.bergmann@gmail.com Alaneir de Fátima dos Santos – laines@uol.com.br