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TELEDERMATOLOGIA: A EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO PÚBLICO DE TELESSAÚDE DE MINAS GERAIS Milena Soriano Marcolino 1,2, Tati Guerra Pezzini Assis 1,2, Daniel Moore Freitas Palhares1,2, Lidiane Aparecida Pereira de Sousa1,2, Maria Beatriz Moreira Alkmim 2 1 2

Faculdade de Medicina - Universidade Federal de Minas Gerais

Centro de Telessaúde do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Rede de Teleassistência de Minas Gerais

INTRODUÇÃO A prática de teleconsultorias em dermatologia pode ser denominada teledermatologia. A teledermatologia pode ser muito útil em municípios isolados, com pouco ou nenhum acesso a especialistas. Vários estudos comprovaram a eficácia diagnóstica da teledermatologia quando comparada ao diagnóstico presencial. Em um país com as proporções do Brasil, em que os profissionais de saúde estão concentrados nos grandes centros, esse cenário se torna ainda mais importante. OBJETIVO O presente estudo tem o objetivo de relatar a experiência de um serviço público de telessaúde no campo da teledermatologia. MÉTODOS Todas as teleconsultorias realizadas de 2007 até 31 de agosto de 2012 foram analisadas e classificadas de acordo com o profissional solicitante e o município do qual foi enviada. Os 660 municípios foram divididos em seis categorias, de acordo com suas populações. Além disso, cada uma das teleconsultorias de janeiro a maio de 2010 foi classificada de acordo com o tipo de dúvida, para servir como exemplo do total. RESULTADOS As 8.724 teleconsultorias solicitadas em teledermatologia representam 20% do total das solicitadas no período (n=43.429), tornando dermatologia a especialidade mais solicitada. Em relação ao profissional solicitante, 58% eram enfermeiros, 39% médicos e 3% outros profissionais de saúde. A maioria das teleconsultorias foi enviada de municípios com menos de 5.000 habitantes (39% do total). A análise das teleconsultorias de janeiro a maio de 2010 revelou que a grande maioria das teleconsultorias se referia à assistência de um paciente (93%), em comparação com as dúvidas educacionais (7%). As dúvidas mais frequentes foram sobre tratamento farmacológico (68%), etiologia (60%), orientações gerais (17%), tratamento não farmacológico (14%) e propedêutica (13%). DISCUSSÃO Analisando a experiência da Rede no campo da teledermatologia, fica claro que essa especialidade tem papel de destaque. Isso pode se relacionar a uma deficiência no ensino de dermatologia durante o curso de Medicina, fazendo com que os médicos da Atenção Primária tenham conhecimento deficitário e dificuldade de solucionar os casos. Nesse


sentido, o grande número de teleconsultorias reflete o potencial da telemedicina em ajudar a diagnosticar e tratar os casos mais simples localmente e evitar encaminhamentos desnecessários. CONCLUSÃO A falta de especialistas nos municípios remotos do estado, em combinação com a dificuldade dos médicos da atenção primária em lidar com doenças dermatológicas, pode explicar a grande demanda por teledermatologia. Esse estudo pode auxiliar a desenvolver estratégias para melhorar o ensino da dermatologia nas universidades, a fim de solucionar tal problema, apontando quais áreas precisam de maior atenção. Atualmente, a telessaúde apresenta-se como uma ferramenta eficiente e benéfica para oferecer cuidado especializado em dermatologia a municípios pequenos e isolados, sendo um bom exemplo de uso da tecnologia em favor da melhoria na qualidade do cuidado primário. E-mails de contato: Milena Soriano Marcolino: milenamarc@gmail.com Tati Guerra Pezzini Assis: tatigpassis@gmail.com Daniel Moore Freitas Palhares: danielmoore2@msn.com Lidiane Aparecida Pereira de Sousa: v-tostes@uol.com.br Maria Beatriz Moreira Alkmim: balkmim@yahoo.com.br


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