APRESENTAÇÃO DE MODELO DE ATENDIMENTO AO TRAUMA DE FACE COM VIDEOCONFERÊNCIA VIA SMARTPHONE. Alexandre Siqueira Franco Fonseca Vivian Onoe Hatakeyama Arthur Vicentini da Costa Luiz Guilherme Flosi Stocchero Prof. Dr. Dov Charles Goldemberg Prof. Dr. Marcus Castro Ferreira Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Introdução: As dimensões continentais do Brasil e a má distribuição de sua rede hospitalar fazem com que muitos pacientes que vivem em regiões mais remotas do país não tenham acesso ao atendimento inicial adequado ao trauma de face. O autor apresenta um modelo de atendimento por telemedicina que pode ser uma opção ao atendimento especializado presencial. Objetivos: O objetivo deste trabalho é apresentar um modelo de atendimento ao trauma de face por especialistas à distância, através de videoconferência com smartphone. Métodos: Imediatamente após o atendimento de rotina do serviço de emergência de Cirurgia Plástica, 50 pacientes com trauma de face (n=50) foram atendidos por uma equipe de telemedicina que era composta por um médico generalista atendendo à beira do leito em conjunto com um cirurgião plástico à distância através de videoconferência com um smartphone. Após cada atendimento a equipe respondia a um questionário com informações sobre o atendimento e sobre a conduta. Resultados: Em todos os 50 atendimentos por videoconferência foi possível obter informações da historia clínica do paciente e dados do acidente. Em todos os casos foi possível realizar o exame físico da face do paciente e determinar se havia necessidade ou não da realização de exames de imagem complementares (Tomografia Computadorizada de Face). Os achados radiológicos puderam ser analisados à distância pelo especialista, dando substrato para a decisão da conduta a ser tomada. Os dados das condutas dadas pela equipe de telemedicina foram comparados com as condutas
efetivamente tomadas pela equipe de plantão, revelando concordância de 94% nas condutas (47 casos). Discussão: O atendimento especializado necessário para pacientes vítimas de trauma de face poderá ter seu alcance ampliado para qualquer unidade de emergência do país que tenham um médico com smartphone e internet 3G disponível para realizar uma videoconferência. O trabalho mostrou que é viável se realizar uma avaliação com um sistema simples e acessível de telemedicina, por um especialista que se encontra muitas vezes a muitos quilômetros de distância do paciente. A alta concordância nas respostas dadas para a conduta dos casos pela equipe de telemedicina com as respostas dadas pela equipe presencial (94%) permite dizer que este é um modelo com grande potencial de uso na triagem de pacientes com trauma de face, para determinar quais pacientes devem ser encaminhados para um centro de referência especializado. Novos estudos de análise de concordância com o atendimento presencial vêm sendo realizados para validar a acurácia na avaliação através do modelo apresentado. Conclusão: O estudo concluiu que o modelo de atendimento ao trauma de face à distância por videoconferência via smartphone é factível, encontrando altos índices de concordância quando comparados ao atendimento padrão ouro presencial, podendo uma opção ao atendimento para a triagem de pacientes vítimas de trauma de face em áreas remotas que não têm à disposição o atendimento especializado presencial.