Avaliação da aceitabilidade e utilização de uma intervenção breve automatizada para usuários abusivos de álcool (projeto multicêntrico internacional coordenado pela OMS) André Luiz Monezi Andrade1, Leonardo Fernandes Martins2, Henrique Pinto Gomide2, Laisa Marcorela Andreoli Sartes2, Telmo Mota Ronzani2, Roseli Boerngen de Lacerda3. Maria Lucia Oliveira de Souza-Formigoni1, 1
Departamento de Psicobiologia. Escola Paulista de Medicina. Universidade Federal de São Paulo. 2 Departamento de Psicologia. Universidade Federal de Juiz de Fora. 3 Departamento de Farmacologia. Universidade Federal do Paraná. Este trabalho foi desenvolvido em parceria com pesquisadores do Trimbos Instituut-Holanda (Jeannet Kramer), Organização Mundial da Saúde (Isidora Vromans, Vladimir Poznyak), México (Marcela Tiburcio Sainz), Bielorússia (Dennis Padruchny) e Índia (Anubha Dhal). Objetivos: Embora o uso abusivo de álcool seja um problema de saúde pública, a procura por tratamento geralmente ocorre tardiamente. Assim, têm sido propostas intervenções breves que englobam a classificação do uso, avaliação de problemas associados e abordagens comportamentais. Dadas as limitações de atendimento presencial (por estigmatização, falta de infraestrutura e acesso) são necessárias novas estratégias para ampliar estas ações, dentre as quais intervenções virtuais. Embora utilizadas em países desenvolvidos com resultados promissores, ainda não existem estudos nesta área específica no Brasil. O objetivo deste trabalho foi avaliar a aceitabilidade e usabilidade de uma ferramenta de intervenção breve para usuários de álcool, fruto de um estudo multicêntrico internacional em parceria com a Organização Mundial da Saúde: www.informalcool.com.br/bebermenos. Método: Foram analisados dados de acesso ao portal entre 8/12/2012 a 07/07/2013 realizados por 3752 usuários, com idade acima de 18 anos, que o procuraram de forma voluntária e preencheram instrumentos de triagem do uso de álcool. Após o resultado do teste, aqueles usuários classificados na faixa de “uso de risco” foram direcionados à próxima fase da intervenção, sendo convidados a prosseguir na sua avaliação do consumo de álcool (diário) e a entrarem no site pelo menos uma vez por semana para realizar as atividades propostas, por um período total de seis semanas. Resultados: Nesta análise preliminar, observamos que a maioria dos usuários eram homens, e apresentaram consumo superior ao das mulheres. Embora 75% dos 3.752 usuários tenham sido considerados bebedores de risco, de acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde, somente 6% (n=224) deles continuaram no programa e 0,5% (n=19) o completaram. Discussão: Entre as hipóteses levantadas para explicar a baixa adesão às ferramentas disponibilizadas, destacam-se o longo período proposto para a intervenção (6 semanas) e um número excessivo de ferramentas e páginas a serem visitadas. Encontra-se em planejamento a inserção de ferramentas de avaliação do portal e um projeto para comparação com outro site desenvolvido com objetivo similar, mas com menor complexidade. Também estão em desenvolvimento novas estratégias de divulgação e a ativação de um fórum de discussão. Conclusão: Embora o programa tenha um bom potencial, a adesão dos usuários à proposta ampliada
foi baixa. São necessários estudos das razões de não continuidade. (Apoio financeiro: AFIP, OMS, CNPq).
André L. M. Andrade- andremonezi@gmail.com Leonardo F. Martins - leomartinsjf@gmail.com Henrique Gomide- henriquepgomide@gmail.com Laisa A. Sartes- laisa.sartes@gmail.com Telmo M. Ronzani- tm.ronzani@gmail.com Roseli Boerngen de Lacerda- boerngen@ufpr.br Maria Lucia O. Souza-Formigoni - mlosformigoni@unifesp.br