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Transtornos alimentares e a qualidade da informação em vídeos da internet. Autor: Caio Graco Bruzaca1, Wânnia Ferreira de Sousa2, Ilana Mirian Almeida Felipe3. 1

Formado em Medicina pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) em 2013.1, 2Aluna do Curso de Nutrição da Faculdade Santa Terezinha (CEST), 3Doutoranda de Saúde Pública em Enfermagem pela Universidade de São Paulo(USP), Prof. Tutora da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS). São Luís, Maranhão, Brasil. Objetivos: Analisar a qualidade da informação obtida através de vídeos sobre os distúrbios alimentares em uma plataforma de compartilhamento de vídeos. Metodologia: O presente estudo analisou o site de compartilhamento de vídeos Youtube, material audiovisual relacionado a “anorexia” e “bulimia”. Foram selecionados vídeos de duração menor que 4 minutos, em língua portuguesa, sobre a temática dos transtornos alimentares. Após seleção, os vídeos foram analisados em dois quesitos: a informação exposta e a produção técnica. Na primeira análise, atribuiu-se a cada vídeo uma nota (1-5) que avaliou a quantidade e a qualidade da informação. Também avaliou a participação de profissionais de saúde no vídeo, bem como o usuário que postou o vídeo e o número total de acessos. Na análise da construção audiovisual, foram consideradas a linguagem e a técnica empregada. Resultados: Nesta plataforma, foram encontrados 142.000 vídeos relacionados aos termos utilizados. Foi reduzido para 59.500 vídeos após exclusão dos vídeos com mais de quatro minutos. Nos 360 vídeos mais relevantes exibidos como resultado da busca, apenas 54 vídeos estavam em língua portuguesa. Mais da metade dos vídeos receberam nota inferior a 3 no quesito qualidade e quantidade de informação, sendo que 16 (29,6%) com a nota 3, 13 (24,1%) com a nota 2 e 14 (25,9%) com a menor nota. Apenas dois vídeos receberam a nota máxima. Houve a participação de profissionais de saúde em 7 vídeos (12,9%). Já quanto ao usuário relacionado ao vídeo, 7 foram relacionados a instituições ou profissionais da saúde (12,9%), sendo o usuário comum responsável pelo restante. Destes, escolares e universitários corresponderam à envio de 22 vídeos (46,8%) sendo que apenas um foi enviado por paciente. Quanto ao acesso, 60% dos vídeos possuíam menos de 500 visualizações, sendo que com 27,7% deles apresentavam mais de 2000 acessos. Na analise da construção audiovisual, verificou-se que 31 dos vídeos (57,4%) não apresentavam linguagem clara. A técnica mais explorada foi de montagem de slide de imagens com música com ou sem textos, correspondente a 35 dos vídeos (64,8%) seguido de aula expositiva com 7 vídeos (12,9%). Discussão: A construção de vídeos educativos de qualidade ainda é um desafio quanto à educação em saúde. No Brasil, ainda não há nenhuma diretriz que oriente a construção de um vídeo educativo em saúde. A análise dos vídeos sobre os transtornos alimentares demonstrou que, há mais


conteúdo em língua espanhola e inglesa que em português. Os vídeos contidos em português são de baixa qualidade. Nesse ponto a falta de padronização da informação em saúde na internet contribui diretamente para a baixa qualidade tanto na construção do conteúdo quanto da produção técnica. Um ponto relevante é a baixa quantidade de vídeos dessa plataforma relacionados a instituições médicas o que mostra a carência de informação valida com algum grau de certificação, apesar de haver muitos vídeos confeccionados por estudantes. Conclusão: Portanto, a busca por informação em vídeos sobre algum agravo de saúde deve ser cautelosa, visto que mesmo que haja muitos vídeos disponíveis, não há garantia da qualidade da informação contida no material audiovisual.


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