Sete meses supervisionando ecocardiogramas a longa distância: o que aprendemos? Autores: 1. Lúcia Roberta Didier Nunes Moser: Círculo do Coração de Pernambuco, Recife (PE) 2. Tereza Cristina Pinheiro Diogenes: Círculo do Coração de Pernambuco, Recife (PE) 3. Rosana Severi: Círculo do Coração de Pernambuco, Recife (PE) 4. Vanessa Oliveira Pacífico de Souza: Círculo do Coração de Pernambuco, Recife (PE) 5. Alyne Ranaci Florêncio de Oliveira: Círculo do Coração de Pernambuco, Recife (PE) 6. Thiago Ribeiro Tavares: Círculo do Coração de Pernambuco, Recife (PE) 7. Felipe Alves Mourato: Círculo do Coração de Pernambuco, Recife (PE) 8. Sandra da Silva Mattos: Círculo do Coração de Pernambuco, Recife (PE) Objetivo: Descrever a experiência de cardiologistas pediátricos orientando ecocardiogramas realizados por neonatologistas num centro de referência no nordeste brasileiro. Metodologia: Foi realizado treinamento de 12 neonatologistas de três maternidades da Paraíba com curso teórico e prático sobre noções de ultrassom, anatomia cardíaca, hemodinâmica e cortes ecocardiográficos necessários para uma triagem ecocardiográfica de patologias cardíacas que coloquem em risco a vida do neonato após alta hospitalar precoce e à monitorização da resposta às terapias clínicas de fechamento do canal arterial. Os neonatos que participaram do programa foram triados através de um protocolo definido pela equipe de neonatologia e de cardiopediatria. Os neonatos com mais de 34 semanas que se encontravam no alojamento conjunto ou unidades intermediárias em uma das 12 maternidades da Paraíba participantes seriam avaliados clinicamente e através da oximetria. Aqueles com alterações clínicas ou oximétricas seriam submetidos à triagem ecocardiográfica em uma das três maternidades de referência. Os ecocardiogramas realizados eram gravados em forma de clips de aproximadamente 10 a 15 segundos e enviados, junto com os dados clínicos, através da internet para um serviço de cardiologia pediátrica. Neste, um grupo de cardiologistas pediátricos avaliariam as imagens com os dados clínicos e retornariam respostas com a avaliação das imagens e orientação de conduta.
As respostas dos cardiopediatras deveriam se limitar a definir como não conclusivo, indicando a necessidade de repetir o exame (com supervisão em tempo real); triagem normal, indicando possibilidade de alta hospitalar e triagem alterada, indicando avaliação por um cardiopediatra. Resultados: Foram avaliados 1856 videoclips de 217 pacientes entre janeiro e julho de 2012. A maioria dos exames foi discutida online. O número de exames realizados e patologias diagnosticadas aumentaram de nove e seis em janeiro para 53 e 43 em julho, respectivamente. No primeiro trimestre, o número de exames repetidos chegou a 60% e no último esteve em torno de 25%. Dois centros e três neonatologistas se destacaram realizando 84% dos exames. No total foram identificadas 149 alterações, sendo 10,7% cardiopatias complexas, 22,8% de shunt E-D, 2,7% obstrutivas cianogênicas e 4,0% e acianogênicas. Outras alterações perfizeram 52,3% da amostra.
Discussão: No Brasil, há um déficit de profissionais especializados em cardiologia pediátrica, o que dificulta o acesso ao diagnóstico e agrava o prognóstico das cardiopatias congênitas. Poucos profissionais são capacitados para realização de ecocardiograma em neonatos. Logo, a realização de uma triagem é necessária para diminuir à demanda por tais profissionais. Com o estabelecimento de um modelo de triagem que inclui o ecocardiograma realizado por neonatologistas e a avaliação das imagens obtidas por cardiopediatras, aumenta-se a eficácia na detecção das cardiopatias congênitas. Com a associação da telemedicina a esse modelo, eliminam-se as distâncias geográficas, já que a maioria dos cardiopediatras está localizada nas capitais. Conclusão: O estabelecimento de um método de triagem que vise inicialmente o exame clínico e oximetria de pulso arterial e, posteriormente, inclua o neonatologista na obtenção de imagens ecocardiográficas básicas aumenta a eficácia na detecção das cardiopatias congênitas. A utilização da telemedicina permite que cardiopediatras analisem essas imagens, eliminando barreiras geográficas importantes. Contato: 1. Lúcia Roberta Didier Nunes Moser: luciardnmoser@gmail.com 2. Tereza Cristina Pinheiro Diogenes: tereza.diogenes@hotmail.com 3. Rosana Severi: rseveri@gmail.com
4. 5. 6. 7. 8.
Vanessa Oliveira PacĂfico de Souza: vanpacifico@hotmail.com Alyne Ranaci FlorĂŞncio de Oliveira: alyneranaci@gmail.com Thiago Ribeiro Tavares: thicow@gmail.com Felipe Alves Mourato: felipe.a.mourato@gmail.com Sandra da Silva Mattos: ssmattos@gmail.com