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Telemedicina em Catástrofes. É possivel ? Felipe Maia de Toledo Piza, Milton Steinman, Ana Christina Vellozo Caluza, Carlos Alberto Cordeiro de Abreu Filho, Renata Albaladejo Morbeck, Sergio Baldisserotto, Eliezer Silva Hospital Israelita Albert Einstein São Paulo - Brasil INTRODUÇÃO / OBJETIVOS: O incêndio em Santa Maria, Rio Grande do Sul, ocasionado por um show pirotécnico em uma boate, onde havia mais de 1000 pessoas, resultou em uma catástrofe de grandes proporções, devido ao confinamento dos envolvidos, sendo considerada a segunda maior tragédia em número de vítimas por incêndio no Brasil. Neste artigo relatamos a experiência de um modelo de aplicação de Telemedicina para resposta a desastres, realizado pelo Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). MÉTODOS: No Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), foi instalado uma Plataforma Móvel de Telemedicina – Transportable Exam Station GlobalMed Inc. que viabilizou vídeo conferências, nas quais se discutiam os diversos cenários envolvidos na catástrofe. Esta ferramenta propiciou a comunicação das diferentes equipes de saúde dos principais hospitais que receberam vítimas do incêndio como HUSM e o Hospital de Caridade a fim de discutir casos e estratégias com especialistas e autoridades de diversos locais do mundo, como Brasil (HIAE), Estados Unidos, Japão, Iraque e Israel. RESULTADOS: Aproximadamente 620 pessoas necessitaram de atendimento médico, vítimas de queimaduras, intoxicação por monóxido de carbono, cianeto e trauma. Do total de vítimas, 242 foram a óbito. Cerca de 15 teleconferências foram realizadas no período de duas semanas após a catástrofe. Situações clínicas complexas foram abordadas como: conduta na intoxicação por gases, estratégias de ventilação mecânica, broncoscopia higiênica, traqueostomia precoce, cuidado das lesões provocadas por queimaduras, transplante de pele e impacto psíquico do stress pós-traumático na comunidade, além de estratégias logísticas para o cenário e organização do envio de suprimentos e profissionais para o local. DISCUSSÃO: O HIAE situado a 1247 quilômetros de Santa Maria conseguiu organizar uma ajuda humanitária e missão de socorro em apenas algumas horas após o acidente, utilizando o avanço tecnológico portátil para a área médica como a Telemedicina. Essa nova ferramenta permitiu maior controle situacional, a medida que facilitou as comunicações e acesso as melhores experiências e autoridades no assunto. CONCLUSÃO: Os resultados apontam o importante papel da Telemedicina nos casos de catástrofes, que vão do acesso à especialistas remotos, conhecimento dos cenários de uma situação de desastre e no comando de crise de todo caos inerente à situação. Esforços devem ser dirigidos para se incluir essa ferramenta em catástrofes, com ênfase durante as primeiras etapas da atuação.


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