Como melhorar a adesão ao tratamento

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1. Como melhorar a ades達o ao tratamento


1.Como melhorar a Adesão ao tratamento KOH, 48 anos, feminino, do lar. A Sra. Keiko tem diabetes desde os 36 anos. Ficou grávida aos 30 e aos 32 anos. Os filhos nasceram com 4530 e 4560 gramas, após gestações nas quais não fez pré-natal e ganhou muito peso. Após a gravidez um exame de rotina mostrou glicemia de 146 mg/ dL, porém não fez nenhuma forma de tratamento por alguns anos. Após vários episódios de descompensação do diabetes, já em uso de hipoglicemiantes, precisou usar insulina, o que fazia por curto espaço de tempo. Em relação aos medicamentos orais, esquece frequentemente de tomá-los. Faz “um pouco de dieta” e não faz exercícios. Seus antecedentes familiares são: pai teve infarto com 70 anos, mãe sadia. Avó tinha diabetes e retinopatia grave. Altura = 152 cm; Peso = 53 kg; IMC =23 kg/m2 E PA= 132/75 mm Hg. Exame clínico sem anormalidades. Mantém glicemias entre 293 e 320 mg/dL com a seguinte prescrição: Glibenclamida 15 mg/dia e Metformina 1500 mg/dia. Seu perfil lipídico e função renal são normais. Foi acrescentada Insulinoterapia noturna, inicialmente 6 unidades com aumento de doses a cada 3 dias, de acordo com a glicemia capilar. Após um mês de tratamento, com a dose de insulina NPH 36 unidades ao deitar, além dos medicamentos orais que se esquece de usar em 30 a 40% das vezes, suas glicemias de jejum estavam entre 144 e 195 mg/dL.

DISCUSSÃO

O enfoque tradicional rotularia esta paciente como não aderente ao tratamento,

levando a uma postura da equipe de saúde de insistência por melhores resultados, enfatizando a correção das falhas da paciente. No entanto, ao submetê-la a uma abordagem motivacional, quando o profissional de saúde buscou ouvir suas dificuldades, passaram a serem considerados os seguintes fatores:


O diagnóstico de diabetes, feito há 12 anos, foi como se “um prédio caísse na sua cabeça”. Ela sempre precisou ser muito forte, era arrimo de família e ao enviuvar muito jovem, aos 35 anos, precisou criar sozinha os dois filhos, sua prioridade. Não havia para ela espaço para fraquejar, e não suportava a ideia de ter uma doença limitante e para o resto da vida. Sendo incapaz de identificar as barreiras para enfrentar mudanças, a escolha de opções que a beneficiassem, como alimentos saudáveis, era muito difícil. Além do que, não conseguia compreender o porquê de ter diabetes ou a causa dos resultados das glicemias serem tão variáveis. Frequentemente pensava com medo de que seu futuro fosse semelhante ao de sua avó. O entrevistador, proporcionando um ambiente de compreensão e segurança facilitou o entendimento de KOH acerca de suas condutas não saudáveis, dos fatores pessoais e do ambiente que interferiam nas necessidades de mudança e em que poderia mudar. Ela percebeu que em vez de ter restrições alimentares, a opção por alimentação saudável e equilibrada traria benefícios para toda a família. Ao compreender a importância do uso adequado dos medicamentos, em um primeiro momento comprou uma caixa organizadora de medicamentos, com o que os seus esquecimentos diminuíram. Em um segundo momento, sentiu-se confiante para dividir suas dificuldades com os filhos, que se ofereceram para telefonar ou mandar mensagens pelo celular lembrando os horários dos remédios. O entendimento das variações da glicemia em função dos medicamentos, alimentação e atividade física fez com que desse mais atenção aos resultados da automonitorização. A alimentação de toda a família melhorou. Após algumas semanas, o esquema de mensagens deixou de ser necessário, e o uso dos remédios tornou-se automático. A necessidade de insulina diminuiu, uma vez que o uso dos comprimidos foi feito adequadamente assim como a dieta; KOH inclusive passou a fazer caminhadas e aumentou a atividade física durante o seu dia a dia. Seis meses após a primeira avaliação, mantinha controle glicêmico adequado, com HbA1C de 5,9%, sem mudança no peso, apenas com a atividade física e o uso dos medicamentos.

Compartilhar com um profissional de saúde as suas necessidades e dificuldades,

foi para KOH mais importante do que qualquer prescrição ou procedimento feito até então


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