13. Por que a glicemia de jejum pode ser maior que a glicemia ao deitar?
13. Por que a glicemia de jejum pode ser maior que a glicemia ao deitar? BLV, 52 anos, masculino, comerciante, com diabetes há 2 anos, hipertensão e diabetes, vem sendo tratado com metformina e anti-hipertensivos. Sempre que monitora a glicemia capilar em jejum ela está elevada, em geral maior que a glicemia ao deitar: as glicemias ao deitar são em média 130 a 150 mg/dl e no dia seguinte em jejum 145 a 178 mg/dl. O paciente assegura que não houve nenhum erro dietético ou de tomada dos medicamentos. Como isto pode ocorrer?
DISCUSSÃO O que mantém a glicemia de jejum é a quantidade de glicose de produção hepática durante o período noturno inter-prandial. Relembrando como o organismo mantém a glicemia em limites bastante estreitos: quando comemos há a liberação de insulina e diminuição de glucagon com captação de glicose pelos tecidos, especialmente fígado e músculo. Nos intervalos entre as refeições e após jejum a secreção de insulina diminui e aumenta a de glucagon, que libera glicose a partir do glicogênio armazenado no fígado.
No portador de diabetes tipo 2 a deficiência de secreção de insulina associada à
resistência a sua ação é responsável pela produção aumentada de glicose que é um dos defeitos metabólicos responsáveis pela hiperglicemia no diabetes tipo 2. Além disso, alguns pacientes, principalmente os portadores de diabetes tipo1 (mas também os de tipo 2), podem ter mais resistência à insulina pela madrugada, fenômeno de Dawn, piorando o controle glicêmico neste horário. Este fenômeno (glicemia maior em jejum que ao deitar) não é muito raro e pode ser visto como um equivalente ao estágio pré-clínico do diabetes conhecido por glicemia de jejum alterada no qual há aumento de glicemia de jejum e não da glicemia pós-glicose