Diabetes e alimentacao

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19. Diabetes e alimentação: Plano alimentar para a perda de peso em portador de diabetes


19. Diabetes e alimentação: Plano alimentar para a perda de peso em portador de diabetes MCJ, 50 anos, masculino, encanador. O Sr. Mário é diabético há 5 anos, em uso de metformina, glibenclamida, enalapril e sinvastatina, tem bom controle de todos os parâmetros, com exceção do peso. Refere que alguns dias da semana faz uma dieta pobre em carboidratos; recentemente, leu em uma revista sobre a dieta baseada no índice glicêmico dos alimentos e tentou seguir este tipo de dieta. Apesar disto, não está conseguindo perder peso e controlar as glicemias. Ele tem 1,70m de altura e pesa 85 kg (IMC 29 Kg/m2).

DISCUSSÃO O plano alimentar para diabéticos deve ser individualizado e fornecer um valor calórico total compatível com a obtenção e/ou a manutenção de peso corporal desejável. Em indivíduos com excesso de peso, a moderada perda de peso pode auxiliar na redução da resistência à insulina e glicemia em curto prazo. Alterações no estilo de vida, incluindo atividade física regular, redução do consumo de energia na dieta, educação e contato regular com profissionais de saúde podem produzir, em longo prazo, redução de peso na ordem de 5 a 7% do peso inicial. Portanto, alteração do estilo de vida é suporte de ordem primária para perda de peso e manutenção do peso ideal. O plano alimentar deve ser inserido no contexto de uma alimentação saudável, capaz de oferecer todos os nutrientes, tais como carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas e minerais e que se adapte às necessidades metabólicas, nutricionais e estilo de vida do diabético. Uma dieta hipocalórica deve ser utilizada para pacientes com excesso de peso. Reduções de 500kcal a 1.000kcal do gasto energético total diário previsto ou da anamnese alimentar, com o objetivo de promover perdas ponderais de 0,5kg a 1kg/semana podem ser utilizadas. Entretanto, não são recomendáveis valores inferiores a 1.200 calorias/dia.


A dieta deve ser fracionada, de preferência manter os mesmo horários e quantidades de carboidratos por refeição, devido ao uso da glibenclamida. Para isso o paciente precisa saber os grupos alimentares que precisam compor as refeições (carboidratos, lipídeos e proteínas) e a substituição de um alimento por outro do mesmo grupo alimentar. Os carboidratos devem totalizar 50% a 60% da ingestão energética diária. Dietas hipoglicídicas (<130g de carboidratos/dia) não são recomendadas no tratamento da obesidade e sobrepeso, pois seus efeitos não são conhecidos em longo prazo. Dietas restritas produzem em curto prazo redução de peso, porém a manutenção de peso é similar às dietas pobres em gorduras e o impacto no risco cardiovascular é incerto. Em relação ao efeito do índice glicêmico dos alimentos no controle glicêmico, sabe-se que a quantidade de carboidratos na refeição é mais importante que a fonte ou tipo de carboidrato. Embora dietas com baixo índice glicêmico possam reduzir a glicemia pós-prandial e o perfil lipídico, a capacidade dos indivíduos para manter essas dietas em longo prazo não está bem estabelecida. Apesar de ausência de evidências suficientes para recomendar o uso de alimentos de baixo índice glicêmico como estratégia primária no plano alimentar, pequeno benefício adicional ao controle glicêmico é reconhecido ao ser utilizado em conjunto com as estratégias primárias


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