25. Aplicação de insulina em pessoa com déficit visual
25. Aplicação de insulina em pessoa com déficit visual AML, 58 anos, feminino. É diabética há 14 anos, e começou a aplicar insulina à noite há menos de 1 ano; ela tem retinopatia proliferativa com várias sessões de laser e diminuição importante da acuidade visual. Refere que, como enxerga pouco, não consegue ter certeza se está aplicando a dose certa de insulina. Como tem medo de passar mal à noite, quando está sozinha em casa, e não tem ninguém para ver se a dose está certa, não aplica a insulina. Com isto, a paciente não aplica insulina 3 a 4 vezes na semana, comprometendo o controle glicêmico visto por hemoglobina glicada de 8,9%.
DISCUSSÃO
Algumas possíveis soluções:
a) A primeira providência é verificar se há algum familiar que possa auxiliar a paciente e que se responsabilize pelo preparo das doses de insulina diariamente. A dose poderia ser preparada durante qualquer hora do dia, de acordo com a conveniência do cuidador. Após o preparo, a seringa com insulina deve ser mantida em lugar fresco e seco, longe do calor e do sol, na posição vertical, com agulha para cima, a fim de evitar a obstrução da agulha pelas partículas em suspensão contidas na insulina NPH. No momento da aplicação, a paciente deverá rolar a seringa entre as palmas das mãos 20 vezes, para homogeneizar a insulina. b) Caso o familiar não tenha condições de realizar diariamente o preparo da insulina, é possível preparar as seringas com a dose de insulina prescrita para vários dias, até 30 dias. Porém devem ser mantidas em geladeira, na posição vertical, com a agulha para cima. Neste caso, o paciente deve retirar a seringa da geladeira de 15 a 30 minutos antes da aplicação. No momento da aplicação, não se esquecer de homogeneizar a insulina, rolando a seringa entre as palmas das mãos 20 vezes.
c) Se a paciente não possuir familiares e/ou cuidador e o Programa de Saúde da Família (PSF) for atuante no domicílio do paciente, a equipe de saúde responsável pela paciente pode assumir a responsabilidade de deixar as seringas de insulina preparadas com antecedência, como descrito nos itens anteriores. Além disso, a equipe de saúde deverá realizar visitas domiciliares regulares para acompanhamento da paciente. d) Em último caso, quando não for possível a ajuda de familiares e/ou cuidador, e há ausência de PSF na região, a paciente poderá procurar a unidade básica de saúde (UBS) mais próxima de sua residência e solicitar à enfermeira da UBS que prepare as seringas com as doses prescritas, conforme descrito nos itens acima. e) Em relação ao risco de hipoglicemia noturna, deixar próximo à cama o glicosímetro e algum alimento que tenha carboidrato simples, para correção da hipoglicemia, caso ocorra