32. ADO e insuficiĂŞncia renal
32. ADO e insuficiência renal VCN, 70 anos, diabético tipo 2 há 8 anos, em uso de hidroclortiazida 25mg, AAS 100mg e glibenclamida 15mg/d.
Durante a consulta referiu que há 1 semana foi levado por familiares ao pronto-socorro por
rebaixamento do nível de consciência, na ocasião a glicemia capilar = 33mg/dL. Trouxe os exames laboratoriais realizados no PSA: Na= 135mEq/L, K= 4,7mEq/L, U = 74mg/dL, Cr= 3,1mg/dL, Hb = 10,5g/dL, Leuco = 6500/mm3, plaquetas = 180.000/mm3. Demais exames sem alterações. Recebeu glicose endovenosa com completa recuperação do nível de consciência, sem déficits neurológicos residuais.
Tenho notado que há cerca de 1 ano os controles glicêmicos têm oscilado bastante,
com episódios recorrentes de hipoglicemia. Desde a mesma época a creatinina sérica tem aumentado, mas não superior a Cr:2,0mg/dL. Peso atual: 68Kg e Alt.: 171cm.
DISCUSSÃO
Se calcularmos a taxa de filtração glomerular (TFG) pela fórmula de Cockcroft-Gault =
(140 – idade) x peso (Kg) ÷ 72 x creat (mg/dL), vamos observar que este paciente tem uma redução importante da TFG, 21 ml/min/1,173m2, correspondendo ao estágio 4 da classificação de Doença Renal Crônica. Classificação da Doença Renal Crônica Estágio
Definição
Taxa de filtração glomerular
A medicação hipoglicemiante usada pelo paciente, glibenclamida, tem excreção principalmente renal, aumento o tempo de circulação na corrente sanguínea e, com isto, aumentando o risco de hipoglicemia.
Neste momento, devemos suspender o anti-hipoglicemiante oral e iniciar a insulinização com doses reduzidas, 0,1 a 0,2UI/Kg/dia, por se tratar de um indivíduo idoso, magro, com prejuízo da função renal e história prévia de hipoglicemia com alteração do nível de consciência. O ajuste das doses de insulina deve ser baseado na monitoração gliêmica