BRASÍLIA, DF, EDIÇÃO 32, DEZEMBRO DE 2014
CORAGEM PARA
EMPREENDER ANTES DOS 30
TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 ::
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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 ::
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EDITORIAL
Aprendendo com os jovens
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rretor de Imóveis competente e especialista em Direito eguimos com mudanças na linha editorial da u em Avaliação Imobiliária. revista. Esse mês, procuramos trazer um maior número de matérias direcionadas ao setor em-
mercado imobiliário denossa Brasília, dos quedemais cresce no País, e a presarial da Capital.um A reportagem capa reúne histórias de sete jovens empreenprofissional que se estabelece nessa área de atuação, a especificação se dedores da cidade que, com os próprios recurdiferencial na carreira do Corretor Imobiliário. sos, arriscaram e abriram um negócio.
Brasília é uma cidade jovem, erguida do nada. As pessoas que chegavam para ajudar a construir a Técnico em Transações Imobiliárias – TTI, o Centro de Ensino Tecnológico nova capital eram as primeiras e únicas a oferecerem os TEB oferece estes doiscom Cursos Especialização produtos e serviços o qual de trabalhavam. A concor- Técnica de Nível Médio: rência era pouca para o número de consumidores. Logo, o e Avaliação Imobiliária cujo pré-requisito é o Curso de TTI. os negócios se estabilizaram e a geração seguinte a essa herdou o empreendimento de seus pais. liário compreende jurídicaspara dosa mais diversos ramos do Direito, A geração dosnoções jovens entrevistados capa vive em um momento diferente. A cidade já está bem estrucomercialização e/ou exploração de bens que a lei reputa como• Diretor imóveis. Executivo: Alex Dias turada, com comércio e setor de serviço, que são os prin• Editora-Chefe: Carol Dias cipais motores da economia. No caso deles, a vontade Diretora obiliáriadeconsiste área extrema uma •vez queFinanceira: definirAna Paula Santana inovar foi onuma motor para quede investissem emimportância, construir Elsânia Estácio, Gustavo Lúcio, uma empresa. A vontade de mudar o mundo é o prinbem requer boa percepção do mercado, dos métodos •eRedação: dosOda critérios paula Fernandes, cipal motivo pelo qual eles tem obtido êxito em seus Carolyna Paiva e Taise Borges negócios. siderando a Norma Brasileira para Avaliação de Imóveis Urbanos e Rurais • Diagramação; Alisson Carvalho Esses jovens, diferente daqueles que chegaram na Ca• Imagens: Alisson Carvalho, Wagner Augusto, pital, surgiram na cena empreendedora tendo que dispuMarcos Paulo, Raphael Farias, Magnun tar espaço com muitos outros, já tradicionais da cidade. Alexandre e Jonathan Felix Por isso, tiveram que inovar. Cada um deles apresenta Gestão de Pessoas: Caio Dias um diferencial daquilo que já conhecemos. Os produtos e serviços são pensados especialmente para cada cliente. Redação (61) 3964-0626 Por fazerem um trabalho único. Todos eles acreditam Comercial (61) 8144-9935 9905-1677 em um bom relacionamento com a concorrência. Para Distribuição Gratuita eles, a capacitação e a coragem de um jovem empreenemails: alexdias@tendenciasenegocios.com.br dedor faz com que ele tenha imaginação para desenvoljornalismo@tendenciasenegocios.com.br ver um trabalho diferente. O concorrente, na verdade, é comercial@tendenciasenegocios.com.br um colega de trabalho com quem eles aprendem para WWW.TENDENCIASENEGOCIOS.COM.BR melhorar a cada dia o trabalho. Carol Dias - editora chefe
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Sumário
70 Capa - 27
Destaque
Sete jovens contam a história de como começaram a empreender. Cada uma deles, todos com menos de trinta anos, gera um negócio em diferentes área dos setores de comércio e serviço em Brasília.
O salão Opera, em Águas Claras, encontrou uma maneira diferente de prestigiar os funcionários. Em um dia de comemoração, quem trabalha no instituto de beleza, neste dia, virou cliente e recebeu tratamento vip dos colegas.
Seminário da Elo - 52 Ensino à Distância - 54 A Elo Consultoria organiza seminários para otimizar o trabalho de profissionais de todas as áreas. Desta vez, ela promoveu um curso para que empresários da área de gestão aprendessem a reduzir prazos licitatórios e aprimorar processos.
Ensino à distância permite que jovens e adultos se qualifiquem para o mercado de trabalho. O Centro de Ensino Tecnológico de Brasília é um pioneiro dessa modalidade de ensino, que hoje é uma tendência mundial, na cidade.
Comportamento - 46 13º em crise - 40 Jovens mudam de emprego e, até mesmo, de carreira, e acumulam, no currículo, mais experência em empresas diferente do que seus pais.
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Apesar de 2014 ter sido um ano promissor por causa do Mundial, o faturamento não correspondeu às expectativas e prejudicou o planejamento das empresas.
Preparo Físico - página 76
10 Entrevista com Renato Santana, vice-governador eleito do DF
Mercado Imobiliário - 68
editorias
“O Ministério Público notificou o Creci para orientarmos corretores e imobiliárias a não comercializarem ou alugarem terrenos e casas em Arniqueira. A multa para quem for pego é de R$ 10 mil”, Hermes Alcântra, presidente do Creci-DF. Daniel Cardoso
Dicas Empresariais
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Cartas 14 Prazeres 18 Consciência Empresarial
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Café com Cooperação
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Fugindo da Rotina
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Dicas Empresariais
Alex Dias
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No final de Novembro, a presidente Dilma Roussef divulgou os três nomes mais esperados pelo mercado nacional e internacional. A nova equipe econômica - formada pelo Joaquim Levy, no Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, no Ministério do Planejamento e Alexandre Tombini, na Presidência do Banco Central - foi bem avaliada pelos principais
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Ainda em análise a PDAD, é importante destacar o alto nível de escolaridade dos moradores do centro da capital. A grande maioria das pessoas, representados por 42,6%, possui ensino superior completo. Essa evolução evidencia um mercado regional cada vez mais qualificado e competitivo em âmbito nacional. Fonte: Codeplan DF
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veículos econômicos mundiais. Em seu portal, a revista The Economist concluiu que, com a indicação destes nomes, a líder do Brasil reconheceu seus caminhos econômicos equivocados durante seu primeiro mandato. O mercado espera cortes públicos e maior controle fiscal para os próximos quatro anos de governo. Fonte: The Economist
A Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) divulgou, no início deste mês, o último volume da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) 2014, referente ao Plano Piloto. Os números comprovam: as necessidades dos moradores são quase completamente atendidas na própria Região Administrativa (RA). Dos estudantes residentes no centro de Brasília, 96,9% não se deslocam para outra região; em relação ao trabalho, apenas 10,83% dos moradores são empregados em outro local e 93,7% da população do Plano busca atendimento hospitalar na região. Fonte: Codeplan DF
5 A Câmara Legislativa do Distrito Federal, em acordo com o projeto de lei nº 2.049/2014, aprovou criação do Fundo Especial da Dívida Ativa (Fedat), de autoria do executivo. Este projeto garante ao Governo do Distrito Federal a possibilidade da venda de 20% de sua dívida ativa, estimada hoje em R$ 16 bilhões. O intuito do projeto é sanar as contas públicas defasadas do atual governo ainda em 2014, o GDF pretende gastar inicialmente R$ 2 bilhões dos R$ 3,2 bilhões disponíveis pelo Fedat. A equipe de transição do governo de Rollemberg sinalizou sua posição contrária à lei e propôs mudanças significativas na estrutura do projeto, mas não obteve êxito. Fonte: Câmara Legislativa do DF
A expectativa de vida média do brasileiro aumentou para 74,9 anos, um acréscimo de 3 meses e 25 dias em relação ao ano de 2012. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em dezembro, comprovam que políticas de melhor distribuição de renda e o acesso ao emprego foram fatores essenciais para o crescimento da esperança de vida da população do país. Consequentemente, as organizações que oferecem serviços e produtos voltados ao público mais velho podem comemorar, tomando sempre os devidos cuidados, pois são clientes mais exigente e que demandam mais atenção. Fonte: IBGE TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 ::
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Entrevista
Geração Brasília Renato Santana se orgulha em ser o primeiro vice-governador nascido no DF | Carol Dias
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Fotos: Wagner Augusto/Magnum Alexandre
ste ano, os brasiliense elegeram dois conterrâneos para governarem o Distrito Federal. Rodrigo Rollemberg chegou à capital com menos de um ano, e sempre viveu aqui, o vice, Renato Santana, nasceu em Brazlândia, onde morou até o começo da vida adulta, quando mudou-se para Ceilândia. O voto pela “Geração Brasília”, segundo Renato, foi uma prova do desejo, que existia nos cidadãos da cidade, por mudança. De acordo com o vice, os eleitores não vão se decepcionar. Ele afirma que a coligação, formada pelos partidos PSB, PDT ect preza pelo trabalho. Valor que Renato carrega desde a infância, quando, junto aos pais, vendia roupas e alimentos na feira para complementar a renda da casa e ajudar a sustentar os quatro irmãos. Além da dedicação no trabalho, Renato Santana diz que a população vai poder contar com a experiência do vice-governador nas ruas. Já que, desde de que foi aprovado no concurso para analista de políticas públicas, ele está na ponta das administrações, lidando com os problemas do dia a dia dos cidadãos. Segundo Santana, este foi um dos principais motivos para o Partido Social Democrata, o qual é secretário geral e um dos fundadores, tê-lo convidado para entrar na disputa ao lado de Rollemberg. Em entrevista para o Tendências e Negócios, Renato garante que será um soldado leal ao futuro governador do DF. Como surgiu o seu nome para a vice-governadoria? No primeiro momento, o PSD foi construir as diretrizes do partido, que dariam um norte para as eleições de 2014. Umas das bandeiras foi a discussão da região do Entorno. O presidente do partido, Rogério Rosso, tem a tese, defendida por ele há oito anos, de que nós devemos debater a possibilidade de seis municípios fazerem parte do DF, Águas Linda, Novo Gama, Cidade Ocidental, Val Paraíso, Planaltina de Goiás e Santo Antônio do Descoberto. Simultaneamente, o PSB, com o Rodrigo Rollemberg, vinha há dois anos fazendo um programa de governo. Nós decidimos, então, ouvir os candidatos que planejavam concorrer à disputa majoritária. Durante uma plenária, com os possíveis governadores, nós apresentamos nossas diretrizes que acabaram coincidindo com as propostas de Rollemberg, que, assim como nós, desejava construir ideias a cima de qualquer arranjo político. Depois disso, a escolha pelo meu nome se deu devido à decisão de que era chegada a hora de que assumisse um representante nascido e criado em Brasília, com experiência no serviço público. Qual é o papel do vice-governador? Eu acho que a função atribuída ao vicegovernador não deve ser figurativa. As demandas que chegam ao governo são variadas, e é humanamente impossível construir um
governo de sucesso sozinho. Eu digo ao governador Rodrigo Rollemberg que serei um soldado leal. O PSD se colocou nessa coligação, na condição de construir uma Brasília a cada dia melhor e que gere as respostas para as expectativas da população. Como vice-governador, não servirei como um soldado de quartel, administrativo e burocrata. Para mim, o campo é o gabinete ideal. O GDF tem uma estrutura de administradores e secretários, mas a possibilidade de ter o governador e o vice se solidarizando no dia a dia potencializa a força do trabalho.
Renato Santana conversa com o diretor do Grupo TEN em café da manhã na gravação do programa de televisão
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Entrevista Como as experiências do seu passado ajudarão nessa nova etapa? Fui administrador da Ceilândia, onde também desempenhei as funções de diretor administrativo e de cultura e chefe de gabinete. Além disso, também assumi a Secretária de Governo, em 2010, no governo de Rogério Rosso. Nos vinte anos de carreira como servidor, eu estive muito na ponta das Administrações Regionais, que considero uma cena menor do que é uma secretaria. No dia a dia deste ambiente,
absorvem-se experiências na resolução de problemas práticos. O governador eleito vai escalar o time e definir as posições. Quando aceitei o convite para a candidatura a vice-governador, me coloquei a disposição para contribuir com a minha experiência no campo e entender as determinações do momento. A vivência nas administrações me permitiram conhecer um pouco de tudo do mundo real. O administrador não tem muito tempo para se debruçar sobre os problemas, ele tem que
tomar decisões rápidas. Obviamente, tudo dentro de uma cena em que esteja coberto pela legislação. Logo, ter vivido esse cotidiano me permite ter um entendimento maior das necessidades dos cidadãos. Vocês realizaram uma campanha limpa e barata. A escolha do eleitor refletiu as insatisfações expostas nas manifestações de 2013? Na verdade foi um movimento natural. O eleitor percebeu todas as mazelas que ele sofreu nos últimos anos por creditar o seu voto em pessoas que não representam à altura o sentimento e a expectativa depositados nelas. Os movimentos de protesto vão surgindo naturalmente, é uma visão muito direta. Essa eleição provou que o eleitor quer conversar com o candidato, cobrando, exigindo transparência, pedindo que o candidato assuma compromissos. O distanciamento entre o político e a população gerou o desconforto. O governador Rollemberg deu um exeplo de como se faz campanha. Ele foi para as ruas, conversou com as pessoas, estabeleceu uma forma de estar mais perto dos cidadãos, que foram as rodas de conversa. Nesses debates, o candidato pode, ao invés de subir num trio elétrico e só falar, ouvir e responder aos questionamentos e aos anseios dos moradores de cada região. Por que a escolha de um governo de transição formado por técnicos? Foi estabelecido pelo governador
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Rodrigo Rollemberg dar um tratamento puramente técnico para a busca e recepção de cenários que vem sendo feita pelos profissionais. A construção de corpo de governo é diferente. O governador elegerá os representantes de maneira sabia quando for o momento, mas isso se dará a partir da coleta e do tratamento dessas informações. O diferencial, que tem gerado uma publicidade grande, é que os grupos de trabalho convidam a população a um auditório para participar e enxergar qual é o cenário que nós temos encontrado nos diversos segmentos. Nós temos o dever de mostrar essa radiografia para a população e dizer que nós recebemos o governo dessa forma. A partir de janeiro o dever e a responsabilidade de fazer passa a ser nossa.
privada. As palavras que regem, tanto um quanto o outro, é força do trabalho, tem que produzir. Em contrapartida, o servidor público do GDF tem que estar motivado. Isso pode ser atingido não só por meio da remuneração, mas também graças a boas condições de trabalho e de tecnologia. O governo tem um quadro de servidores de carreira altamente qualificado, umas das propostas do nosso governo é de utilizar essa mão de obra na ponta, próxima ao cidadão.
Como você espera que esteja o governo a partir de janeiro? O objetivo com os grupos técnicos é de chegar o mais próximo da situação real de como se encontra governo. É o que a equipe de transição tem buscado dos gestores do atual governo. No entanto, a verdadeira situação só nos será apresentada, de fato, no momento de trabalhar. O que não entendo é como uma empresa privada anda bem e o governo não consegue avançar. Nós temos que devolver em qualidade de vida os impostos pagos pela população.
Hoje nós temos um fluxo grande de pessoas que saem de suas cidades em busca de melhores condições. Como fazer a Saúde, por exemplo, ficar no local de moradia dessa pessoas? A Saúde é um problema crônico que vem se arrastando todos esses anos. Se o morador não recebe atenção desde o início, no postinho de saúde próximo à sua residência, o que podia ser um problema simples torna-se complexo. E por isso, ele deve buscar grandes hospitais para ser tratado. Logo, quando se pensa em construir um hospital para atender a uma região, é preciso calcular um fluxo que vai muito além do local. Por exemplo, construindo-se o hospital em Samambaia, deve-se levar em consideração
Quais são os principais valores que se espera dos servidores do DF? O servidor público não deve ser diferente de um empregado da iniciativa
“Nós temos que devolver em qualidade de vida os impostos pagos pela população”
também a população do Recanto das Emas, de Riacho Fundo e da Ceilândia, além de cidades do Entorno, como Santo Antônio do Descoberto e Águas Lindas. Pensando nisso, o primeiro ato do Rodrigo Rollemberg foi junto com Marconni Perillo, governador eleito em Goiás, pensar na integração dos governos para dar maior atenção aos moradores do entorno de Brasília. Gerar condições para um morador de Águas Lindas e tratar o seu problema perto de sua casa, evita a busca de atendimento na área da Saúde em Brasília. Todos esses componentes são causas que levam a Saúde no DF a ter uma sensação de inoperância. Uma das proposta mais polêmicas foi a eleição direta para os administradores Regionais. Como está esse projeto? Esse foi um dos temas mais debatidos da campanha. Eu servi às administrações regionais durante 20 anos, chegando a ser administrador de Ceilândia. Esse é o setor do governo que está mais próximo da população. É natural que fosse um pedido dos moradores das cidades escolher o administrador, e que este, por sua vez, habite também naquela região. Entretanto, nós não temos ainda os mecanismos que orientem essa formatação de eleição direta. Enquanto se constrói o mecanismo para nos próximos anos haver a votação, o governador indicará o administrador regional, obviamente, ouvindo algumas entidade representativas da cidade.
“A vivência nas administrações me permitiram conhecer um pouco de tudo do mundo real.” TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 ::
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Cartas & e-mails A temática da revista é interessante e as matérias são de excelente qualidade. Gostei bastante da matéria sobre as empresas juniores, um movimento em que a universidade se aproxima do mercado e o estudante tem experiências essenciais para a formação. Parabéns revista Tendências e Negócios. Fernando Soares, Sudoeste. Parabéns a equipe da revista. As novas colunas ‘Prazeres Capitais’ e ‘Fugindo da Rotina’ foram ótimos lançamentos e espero que continuem com boas matérias nas próximas edições. Um destaque especial para as notícias de capacitação e de tecnologia: excelente conteúdo não só para grandes empresários. Parabéns aos editores e redatores. Luciana Pereira - Asa Norte
Pessoal, achei a coluna Prazeres Capitais muito interessante! Como sugestão, indico a Sweet Cake do Lago Sul, o espaço deles é muito charmoso e acredito que se encaixaria bem nessa coluna. Continuem inovando e melhorando a cada edição. Ana Paula Cortês – Asa Sul Achei a edição 30, de outubro, muito carregada politicamente. Gostaria de ver mais reportagens relacionadas ao setor produtivo e com enfoque menor na política. Acompanho a revista desde as primeiras edições e gostaria de elogiar o crescimento que vocês tiveram. Acredito que vocês estão no caminho certo. Pedro Mattos – Taguatinga
Essa foi a primeira vez que tive contato com a revista Tendências e Negócios. Confesso que me surpreendi com a qualidade e diversidade das pautas escolhidas, ainda mais sendo uma revista exclusivamente regional. Continuarei acompanhado o trabalho de vocês. Diego Gontijo - Sobradinho
Em uma matéria vocês mostraram como o Partido Verde planejou a divulgação para as campanhas eleitorais desse ano. Enquanto muitos partidos continuaram usando plaquetas e panfletos, poluindo a cidade, o PV preferiu direcionar sua campanha e usar totens interativos em locais estratégicos para cativar os eleitores. Adorei a ideia, continuem divulgando essas boas práticas. Luciana Ferreira – Asa Norte
Não conhecia o trabalho da Comunidade Quilombola. Gostei de saber que eles estão representando um pouco da cultura brasileira no exterior. É importante que manifestações de grupos diferentes brasileiros participem cada vez mais de feiras com pessoas do mundo todo. Anderson Peres - Taguatinga
Eu achei importante o reconhecimento da revista Tendências e Negócios pelo o Dia da Consciência Negra. O racismo ainda é uma prática horrível recorrente em nosso país. Os meios de comunicação tem o dever de incentivar o seu fim e denunciar abusos. Jota Neto - Sobradinho
Mande sua carta ou email para nossa redação. Seus comentários, críticas e sugestões serão lidas por nossa equipe e publicadas na próxima edição. Endereço: SCS Quadra 3 Ed. Planalto OK, 2º andar, Asa Sul Brasília, DF Email: contato@grupoten.com.br
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ARTIGO
FINANÇAS PÚBLICAS NA ÁREA METROPOLITANA DE BRASÍLIA *Júlio Miragaya
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o ano de 2012 as Receitas Públicas Totais na Área Metropolitana de Brasília (AMB) registraram um total de R$ 27,307 bilhões, crescimento nominal de 14,51% sobre a receita de 2011 (R$ 23,847 bilhões) ou crescimento real de 4,27%. É flagrante o desequilíbrio existente na distribuição do total das receitas realizadas, onde o montante do DF atingiu R$ 25,651 bilhões em 2012 e a Periferia Metropolitana registrou R$ 1,656 bilhão. As Receitas Totais no DF, que tiveram incremento nominal de 13,47% e real de 3,33% entre 2011 e 2012, assinalavam participação de 94,80% na receita do total da AMB em 2011, tendo esta participação caído ligeiramente para 93,94% em 2012. Já a Periferia Metropolitana de Brasília (PMB), que cresceu nominalmente expressivos 34,00% entre 2011 e 2012, teve sua participação aumentada de 5,20% em 2011 para 6,06% em 2012%. Essa disparidade na distribuição das receitas na AMB evidencia, além de exacerbada concentração de recursos no DF, um cenário gravemente destoante do propósito fiscal federativo, tornando premente a reversão desse quadro com medidas concretas de fortalecimento socioeconômico, que resultem em efetiva redução das desigualdades e maior participação dos municípios no bolo da arrecadação. Observa-se que, excepcionalmente, as receitas do DF contêm um componente a mais em relação as demais localidades da AMB. Trata-se do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), aqui incluído a título de complementaridade, posto que o mesmo não se insere no balanço orçamentário do GDF por se tratar de transferência direta da União às instituições locais a que se destina. Sabe-se outrossim, que a partir de 2015 o FCDF passará a integrar paulatinamente as receitas correntes do Orçamento do DF. A vultosa discrepância observada entre o montante das receitas diretamente arrecadadas e das transferidas para o DF e para a PMB aponta para a premente necessidade e evidentes possibilidades de intervenção do poder público tanto no sentido de fortalecer as arrecadações locais por meio de ações adequadas às características de cada entidade, quanto na direção de aumentar as participações da União, do Estado de Goiás e do Distrito Federal no robustecimento das transferências correntes,
diminuindo tal disparidade. O Orçamento Público, pela ótica da Receita, visa atender as demandas básicas da população, compreendendo o fornecimento de bens e serviços públicos essenciais. A extrema escassez de receita, contudo, leva ao não atendimento dessas demandas e, no caso da Área Metropolitana de Brasília, a busca de atendimento no núcleo da metrópole, o Distrito Federal. Dentro desse quadro, parece urgente um diálogo mais frequente e eficaz entre os gestores públicos para viabilizar soluções de curto, médio prazo e de longo prazos, em face da precariedade da qualidade de vida da maioria da população dos municípios da PMB, visto que suas populações vêm aumentando de forma acelerada desde a transferência da Capital da República para o Planalto Central. A Periferia Metropolitana de Brasília ocupa posição de destaque no ranking do g-100, agrupamento de municípios elencados pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP) que classifica os 100 municípios brasileiros com população elevada (acima de 80 mil habitantes) e receita per capita diminuta, com a presença de cinco municípios: Águas Lindas de Goiás, Valparaíso de Goiás, Formosa, Novo Gama e Planaltina Para tanto, faz-se imprescindível a mobilização dos representantes dos entes regionais envolvidos na problemática ressaltada. Uma medida capital é a promoção do desenvolvimento econômico na PMB, ampliando de forma substantiva as atividades produtivas na região, condição para a ampliação da Receita Tributária. Outra medida possível é a criação de um fundo específico para robustecer os magros orçamentos das municipalidades da periferia de Brasília ou, como já aventado, a aprovação de Projeto de Lei tramitando no Congresso Nacional, datado de 2011, o qual destina 10% dos recursos do FCDF para os municípios da PMB na proporção de 1% ao ano até completar 10 anos. São medidas concretas para mitigar uma das maiores distribuições mais assimétricas e injustas existentes em nosso país em termos de distribuição de recursos orçamentários.
• Júlio Miragaya – Presidente da Codeplan e VicePresidente do Conselho Federal de Economia
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ARTIGO
O NOVO GOVERNO E A TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
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desejo social, de forma transversal, passa por viver em uma sociedade que integre a felicidade e qualidade de vida plena. Sem dúvida, temos como um consenso que para alcançar este desejo precisamos de um Estado que desenvolva e proporcione políticas públicas modernas, inovadoras e principalmente exequíveis, com padrões de eficiência, eficácia e efetividade, com visões de longo prazo e de alto impacto na transformação social. Independentemente da classe social ou das condições de vida de cada membro da sociedade, essas políticas públicas deverão harmonizar e integrar em processos sistêmicos, áreas importantíssimas e caras à sociedade, como Saúde, Segurança, Educação, Mobilidade, Trabalho e Renda; buscando diminuir as diferenças sociais dentro de uma cidade, equilibrando a chamada “Tensão Social” que pode desestabilizar a relação felicidade e qualidade de vida. Acompanhando o raciocínio do desejo de felicidade e qualidade de vida, temos que identificar em que situação estamos e desta forma podemos identificar os problemas, achar suas causas e propor as soluções. Sendo assim, proponho um índice reconhecido e inquestionável pelos estudiosos, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para nossa análise inicial. No final de novembro de 2014, foi divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o IDH, que é o índice utilizado pela Organizações das Nações Unidas (ONU) para identificar e classificar os países de acordo com o seu grau de desenvolvimento humano. O índice é responsável por identificá-los como desenvolvidos, em desenvolvimento e subdesenvolvidos. Para isso, a avaliação considera três indicadores, a Longevidade (expectativa de vida), Educação (tempo de escolaridade e analfabetismo) e Renda (PIB per capita). Como o índice observa os países, foi realizado no Brasil um estudo de regiões metropolitanas para identificarmos onde estão as maiores diferenças de desenvolvimento humano. Assim, a sociedade e, principalmente, os governos poderão agir com as políticas públicas mais orientadas ao resultado e portanto transformar a realidade das regiões mais críticas. O estudo do IDH nas regiões demonstrou que o Distrito Federal superou Curitiba e é hoje o segundo lugar em desenvolvimento humano no Brasil, perdendo apenas para São Paulo. O resultado também traz a informação importante de que temos no Distrito Federal diferenças sociais abissais em um território tão pequeno. Nossa classificação foi “puxada”
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• Alexandre Gouveia para cima pela pressão dos altos índices de regiões como Asa Norte e Sudoeste que obtiveram 0,957 de um limite de 1, classificado como “Muito Alto”; enquanto regiões como Sobradinho II, Vila Estrutural, São Sebastião, entre outras obtiveram um índice de apenas 0,616. Dos indicadores que compõem o IDH, o de renda é o mais impactante, já que a sua melhora é capaz de proporcionar uma evelução considerável na qualidade de vida das pessoas. A menor renda per capita do Distrito Federal está na Estrutural e é de apenas R$ 326,91, enquanto no Lago Sul é de R$ 7.713,00; desta forma temos que ter no Distrito Federal políticas para o desenvolvimento de renda. Os nossos melhores índices de desenvolvimento já são equivalentes aos melhores do mundo, classificados como “Muito Alto”. Portanto, torna-se evidente queponto focal a ser trabalhado de ser a melhora dos indicadores dos menos favorecidos. Só assim ganharemos todos. Desenvolver a renda no Distrito Federal não irá acontecer com a matriz econômica baseada ainda no serviço público. Precisamos mudar a fonte econômica para o eixo do investimento privado, do empreendedorismo. Desta forma, teremos maior oferta de empregos com melhor média de salários, presença de empresas em todas as regiões e, consequentemente, demanda de melhora na infraestrutura e nos serviços públicos, impactando diretamente os indicadores que nos levarão a um salto na qualidade de vida. O novo Governo do Distrito Federal deverá lançar um conjunto de ações de incentivo ao empreendedorismo, de fomento e de investimentos para o desenvolvimento de todo o setor produtivo do Distrito Federal. Este segmento, quando altamente apoiado, desenvolve-se com competência e resulta em um aumento de arrecadação de receita própria para o Distrito Federal, que poderá ter mais recursos para investimento nas políticas públicas estruturantes. O incentivo ao setor privado também colabora com o bom resultado dos indicadores de desenvolvimento humano. Além de influenciar na renda com a oferta de salários melhores, a educação com a necessidade de formação de mão-de-obra e a expectativa de vida com a pressão sobre melhores condições de infraestrutura social. Aguardemos os primeiros movimentos do novo Governo. O nosso dever é apoiar e criticar, apresentando ideias que sirvam para o desenvolvimento e construam novos caminhos. • Alexandre Gouveia - Cientista Político alexandre@adgouveia.com.br
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Prazeres Capitais Carol Dias Fotos: da redação
Obras de vidro Quadros, esculturas e até mesmo vestuário, compostos por vidro viram obras-primas nas mãos de Adney Jayme, da Planalto Vidros. Há vinte anos, o empresário descobriu o que fazer com as sobras da matéria-prima com que trabalha ao visitar uma exposição de arte com vidro em São Paulo. “Quando vi aquela criação artística, pensei: eu tenho tudo o que ele tem”, só faltava uma coisa, o forno de fusing (fusão). Adney logo comprou a ferramenta, e, desde então, o dono da vidraçaria brinca de ser artista. Este ano, a Planalto Vidros foi mais longe e montou um trabalho realizado em conjunto com artistas renomados da cidade. Iria Martins foi quem organizou tudo. “Nós convidamos artistas que não trabalham com vidro, especificamente. Receberam a incumbência a partir do tema “Transparências: terra, fogo, água e ar” e compuseram as obras”, explica a curadora. Para ela, “o grande resultado foi a troca de experiência de todos que participaram do projeto”. Adney conta que o processo com os artista foi acompanhado pela equipe que maneja o vidro. “Por eles não terem o conhecimento que nós temos”, explica. Todas as ideias foram exploradas da melhor forma possível. O empresário conta ter apenas sugerido como melhor usar o material. Ele não ficou só no conselho, Adney também criou três obras. E contou com o apoio de Iria. “Eu disse não saber se estava pronto. Ela me convenceu com o argumento de que o artista sempre está pronto, mas em constante transformação.” O empresário teve sucesso com as criações. Segundo ele, o segredo foi levar o trabalho como uma brincadeira. “Com o mesmo sabor da criança que está sempre descobrindo. Mexer com vidro é isso, a cada dia se tem uma surpresa e se percebe diferentes maneiras de criar com o material”. A matéria-prima oferece efeitos, cores e texturas, o que enriquece ainda mais o trabalho do artista.
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Arte para todos Com apenas quatro meses, a galeria de arte digital Urban Arts já faz o maior sucesso. A ideia, que surgiu em São Paulo, chegou à Brasília com os sócios da Bloco Arquitetura, Daniel Mangabeira, Henrique Coutinho e Matheus Seco oito anos após a abertura da matriz. De acordo com Daniel, o trabalho tem encantado quem ainda não conhece: “Tem muita gente vindo nos conhecer. Temos ótima receptividade até mesmo das pessoas que entram por acaso na loja. Estamos muito contentes com o resultado”.
A missão da galeria é aproximar pessoas e arte por meio da exposição de produtos diferentes e de preços acessíveis. O cliente pode escolher o tamanho e o material da reprodução, além da moldura. Cerca de 700 artistas estão cadastrados na Urban Arts que, além de apresentar pintores, designers e ilustradores do mundo todo, dá a oportunidade para que novos talentos promovam seus trabalhos. Profissionais da área podem se cadastrar no site e, após uma avaliação curadora, têm a oportunidade de divulgar seu trabalho no meio digital.
Arte urbana A 8 TO Galeria, na QI 5 do Lago Sul, foi inaugurada há apenas quatro meses. O espaço, no entanto, já recebeu grandes nomes da arte brasiliense, como Haruo Mikami e Élder Rocha. No mês de novembro, a artista plástica Juliana Borgê, junto do grafiteiro paraibano Gen Duarte, expôs suas obras na mostra “Abre-te grafite” que permanecerá na galeria nos próximos dois meses. A habilidade manual de Juliana se iniciou com a costura. Quando pequena, ela também desenhava, até descobrir o grafite. Em meio ao caos da cidade, a artista dá seu toque de delicadeza. Ela desenvolve trabalhos em diferentes suportes. Para Juliana, tudo que a rodeia serve de inspiração. Na galeria, os visitantes podem, além de admirar, também comprar o trabalho da grafiteira. TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 ::
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Prazeres Capitais
Vinil A Marti Discos é um espaço legal para viajar no tempo. A loja de vinil recebe pessoas de todas as idades, desde o colecionador nostálgico ao jovem que curte a moda retrô. Felipe Romero explica que, no início, comercializava em feiras, eventualmente. A partir daí, ele passou para a venda pela internet. “O site serviu para testarmos se havia público. Depois, a loja física acabou se impondo”. De acordo com ele, a casa ficou pequena para guardar todo o acervo. Os discos mais procurados são os de música brasileira. Para Felipe, isso se explica pelo fato de existirem muitas relíquias do estilo musical que nunca saíram em CD. Além disso, tem muita gente que busca novidades de artistas que lançam em vinil, como, por exemplo, o último álbum do Pink Floyd. Os preços são os mais variados e dependem da raridade do disco. Quanto menos cópias feitas, mais caro ele é. Outro fator que aumenta o custo do produto são as listas divulgadas por críticos ou famosos. Felipe separou algumas das novidades que chegaram na Marti.
Clássico em HQ Uma das mais importantes obras da literatura brasileira, “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, ganha uma versão diferente para este Natal. O livro escrito em 1956 pelo médico, diplomata e escritor foi lançado pela editora Globo em formato de história em quadrinhos. A adaptação tem roteiro do ilustrador, artista plástico e diretor de cinema Eloar Guazzeli, o que garante à obra um ritmo cinematográfico. Apesar da edição das 600 páginas do livro original, cada frase contida no Graphic Novel – a “novela gráfica” – foi retirada da obra de Guimarães. As ilustrações são de Rodrigo Rosa. Experiente na transposição de clássicos da nossa literatura para os quadrinhos, ele foi o criador da versão em HQ da mais famosa obra de Euclides da Cunha, “Os Sertões”. Apenas sete mil exemplares foram lançados nas Livrarias Cultura de todo Brasil. Amantes da literatura brasileira e das histórias em quadrinhos, além de colecionadores, terão apenas essa oportunidade para comprar a edição de luxo, pois não haverá reedição. A obra se preocupa não só com a reprodução fiel à original, como também com a apre-
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sentação do livro, que foi costurado manualmente e vem embalado em uma capa vermelha, na qual a designer gráfica Fernanda Ficher cria um jogo visual que dialoga com o romance.
Criolo- Convoque seu Buda
Pink Floyd- Endless River
Tom Jobim- Terra Brasilis
Foo Fighters- Sonic Highway Default
Pharaohs- Awakening
De Brasília para o mundo O artista da cidade Gabriel Grossi tem encantado o mundo com sua harmônica. Após fazer uma turnê de dois meses pela Europa, o músico vai participar, no mês de janeiro, do principal fórum relacionado ao mercado das artes e do espetáculo, organizado pela APAP – The Association of Performing Arts Presenters, em Nova York. Gabriel tem levado a boa música brasileira a países como Suécia, Holanda, Espanha, Áustria. Formado por composições autorais, os shows internacionais são baseados principalmente no último CD do artista, Urbano. Este trabalho é inspirado na ponte aérea, entre o Rio de Janeiro e São Paulo, em que o músico vive desde que se mudou para a capital carioca. O artista passou a absorver e apreciar os ruídos urbanos e toda a música que canta em meio ao caos das grandes metrópoles. Baseado nessa experiência, em conjunto com seu parceiro Gulilherme Ribeiro, Gabriel Grossi compôs a concepção do álbum Urbano.
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Prazeres Capitais
Bia Koffes Casa Bia Koffes começou produzindo porta guardanapos para dar de presente. Hoje, ela tem um ateliê onde, além de confeccionar diferentes apetrechos para composição de uma mesa, ela expõe opções de decoração para diversas ocasiões. O espaço, na QL 2 do Lago Sul, foi inaugurado em outubro com o nome de Bia Koffes Casa e comporta o trabalho que era feito em casa há mais de um ano, que cresceu e superou os limites residenciais. Bia conta que o segmento com o qual trabalha já tem nome, Mesa Posta. “Tudo o que produzo e vendo no ateliê vai à mesa”, explica. Além de fornecer objetos para compor o café da manhã, almoço e jantar, ela trabalha com consultoria e organização de eventos. “Muita gente possui o básico para montar uma bela mesa, mas não tem jeito ou tempo para fazê-lo”, é quando Bia entra em ação. A proposta da empresária é de montar uma mesa gastando pouco. “Não vendo somente objetos caros de marcas luxuosas. Também tenho produtos alternativos, com os quais é possível montar uma mesa tão chique quanto”, acrescenta.
Petite Mémoire
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Trabalhando ao lado da mãe, no ateliê Bia Koffes Casa, Fabiana Koffes e a sócia, Elisa Castelo Branco, se destacam em um ramo pouco explorado na capital: presentes para recém-nascidos. A vontade de abrir um negócio já era antiga. A ideia surgiu no batizado da filha de Elisa, Isabella, quando a maioria dos convidados presentearam a criança com roupas e medalhas. “No fim da festa, a mãe estava lotada de vestidos. Depois disso, pensamos em um lugar onde fosse possível encontrar opções diferentes para celebrar a mesma ocasião”, lembra Fabiana. Bolsa térmica em forma de bichinho, porta certidões de nascimento e batismo, caixinha para o primeiro dente, naninha, chupetas personalizadas, guirlanda de ursinho, kit higiene – as possibilidades são muitas. O que elas têm em comum? O bom gosto. “Estamos sempre frequentando as melhores feiras e descobrindo produtos novos, a maioria deles, importada”, conta Fabiana. As sócias inovam também ao oferecer o serviço de produção de lembrancinhas para batizados, chás de bebê e casamentos. :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014
Doces personalizados Um bolo de aniversário fez a vida da advogada Raquel Ramos mudar de vez. Depois de preparar uma receita e dar de presente a uma amiga, ela conta que nunca mais ficou um só dia sem fazer uma de suas delícias. “Eu trabalhava no Banco Central e fazia doces por prazer. Desde que provaram o bolo que ofereci à minha amiga, as encomendas não pararam”, revela a dona da confeitaria Tous Le Bon, na 213 sul, que comemora oito anos de sucesso. Desde a inauguração da loja, Raquel prepara doces e bolos personalizados. As ideias surgem de sua cabeça. No Natal, não é diferente. Panetones e chocolates se transformam em Papai Noel e árvores natalinas. Ela garante que a escolha dos diversos formatos e sabores são baseados no gosto dos clientes. A preparação, no entanto, tem influência dos cursos que a confeiteira realizou na França, como o Cordon Bleu.
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Hora das compras de Natal Lojas enfeitadas, exposição de presentes em vitrines e clima natalino no comércio aguçam o desejo do consumidor | Elsânia Estácio
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ezembro é um mês muito esperado pelos brasilienses: mês das tradicionais compras natalinas e do recebimento do 13º salário. Conforme dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), cerca de 82% dos brasileiros pretendem gastar o 13º em compras – presentes para a família e amigos, artigos para decoração, ingredientes para a ceia de Natal. Parte dos trabalhadores também costuma utilizar o dinheiro para saldar dívidas. As vendas do final de ano aquecem a economia. Mas, com a chegada do Natal, quem prepara a ceia precisa ficar atento aos preços. De acordo com pesquisa divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), chester e aves estão 12% mais caros este ano. A pesquisa também aponta que outros itens da ceia tiveram aumento, como as frutas cristalizadas, castanha, nozes e panetones, que sofreram reajustes entre 4% a 10%, de acordo com a marca do produto.
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Segundo a dona de casa Nilza Silva, o preço da ceia de Natal realmente teve um aumento significativo este ano. Mas ela não desanimou. Depois de várias comparações, em lugares diferentes, conseguiu fazer as compras. “Todo final de ano, os produtos da ceia de Natal sobem de valor, mas sempre consigo comprar pela metade do preço porque pesquiso bastante”, explica. A secretária Tayna Costa Cotrim também tem o costume de pesquisar em vários mercados e comparar preços para economizar na hora de comprar. “Encontrei vários produtos pela metade do preço durante minha pesquisa. Farei minha ceia de Natal com tudo que tenho direito e sem gastar muito”, comemora. De acordo com dados do Instituto Fecomércio do Distrito Federal (Fecomércio - DF) divulgados pela Associação de Supermercados de Brasília (Asbras), o setor de supermercados e hipermercados estão otimistas com o Natal deste ano e esperam um crescimento de aproximadamente 14,3% nas vendas de produtos.
Café com Cooperação
Novo tradutor virtual possibilita que pessoas com deficiência naveguem pela rede com mais eficácia | O Grupo Instituto Centro de Tecnologia de Software (ICTS) desenvolve soluções tecnológicas inovadoras de acessibilidade para o segmento bancário. A empresa está no mercado há dez anos e trabalha com uma linha de serviços e produtos tecnológicos inovadores, desenvolvidos com o apoio de parceiros. Essas inovações viabilizam novas formas de comunicação entre empresas e soluções de acessibilidade que dão autonomia a deficientes visuais, auditivos, analfabetos funcionais, idosos, disléxicos e pessoas com deficiências intelectuais como a Síndrome de Down. De acordo com o diretor presidente do Grupo ICTS, Renato Prestes, diante da falta de recursos de acessibilidade, principalmente para atender deficientes auditivos e visuais, o instituto desenvolveu o Rybená Web, que possui dois softwares: o Player Rybená e o Rybená Voz. O primeiro aplicativo converte qualquer página da internet em HTML e qualquer texto escrito em português para libras, a Língua Brasileira de Sinais. Já o Rybená Voz permite que pessoas com baixa visão, surdas e analfabetas funcionais façam a leitura de textos veiculados na internet através da voz humana sintetizada. No Player Rybená, o usuário tem controle sobre a velocidade da sinalização e pode interrompê-la ou encerrá-la a qualquer momento. Para utilizar a ferramenta, basta selecionar o texto que se quer traduzir, clicar no selo do programa localizado no topo ou no final da página e escolher uma opção de acesso: Libras ou voz. Após esse procedimento que leva cerca de 10 segundos, é preciso aguardar que a personagem Rybelinha transcreva o texto selecionado. Conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, mais de 45,6 milhões de brasileiros declararam ter algum tipo de deficiência, o que equivale a cerca de 24% da população do país. Além disso, 62 milhões de pessoas possuem algum tipo de necessida-
Elsânia Estácio
de física ou sensorial, como os analfabetos funcionais, os disléxicos e os idosos. Segundo Renato Preste, o aplicativo tem um banco de dados com mais de seis mil gestos que representam, aproximadamente, 450 mil palavras. Os dados são atualizados constantemente, sempre com acompanhamento de linguistas e associações especializadas em Libras para proporcionar ao usuário uma navegação rápida e eficiente. Para Preste, todas as empresas deveriam dar atenção ao tema da acessibilidade. “Não é porque a pessoa porta alguma deficiência que ela tem que se sentir excluída. Foi pensando nessa necessidade que criamos o Software Rybená Web e proporcionamos aos usuários a verdadeira inclusão digital através da tecnologia”, explica o presidente do ICTS. Clézio da Cruz Alves, diretor da Federação Brasiliense Desportiva dos Surdos, é deficiente auditivo e usuário do aplicativo desenvolvido pelo Grupo ICTS. Segundo ele, o aplicativo facilitará a comunicação entre pessoas surdas e cegas. “Nós, surdos, só podemos nos desenvolver naquilo que está ao alcance da nossa visão. Temos essa barreira na comunicação. A ideia do ICTS de criar textos acessíveis em Libras facilita nosso dia a dia e prova que a acessibilidade na internet é possível”, comemora Alves. O Sicoob Executivo é parceiro do Grupo ICTS e já utiliza o aplicativo Rybená Web no site da cooperativa para atender o público com deficiência visual e auditiva. Segundo o presidente do Siccob, Luiz Lesse, com o aplicativo é possível, além de colaborar com o desenvolvimento social, agregar valor à prestação de serviço aos associados da instituição. “Estamos contribuindo para o desenvolvimento da sociedade por meio da utilização desse aplicativo com tecnologia 100% nacional”, destaca Lesse. TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 ::
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Empresários atingem o sucesso antes dos 30 | Carol Dias
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Brasília é conhecida por ser uma cidade onde boa parte da mão de obra se volta para o setor público. Seus jovens buscam estabilidade financeira em concorridos concursos. Contudo, a Capital Federal tem se revelado também como sendo um dos principais polos empreendedores do Brasil. De acordo com Ary Ferreira, gerente de capacitação empresarial do Sebrae – DF, aqui é a região do país onde o maior número de jovens se arriscam na abertura de um negócio. A revista Tendências e Negócios entrevistou sete empresários
que não recuaram devido ao pouco tempo de experiência e hoje celebram o sucesso de seus empreendimentos. Tarso Frota, Pedro Magno, Márcio Mikami, Fernanda Mujica, Alessandra Kavendish, Lucas Lopes e Wilson Demetrius criaram seus negócios, antes do 30 anos, seguindo caminhos diferentes. No entanto, todos compartilham de mesma vontade de crescer e mudar o mundo em que vivem. Acompanhe nas próximas páginas a história de como esses jovens driblaram obstáculos e investiram no sonho de empreender.
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Tarso Frota, 25 anos
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uvir Tarso Frota, um dos donos da Mr. Brownie, falar da história da empresa é como ler um roteiro cinematográfico. Três colegas, recém-formados na Universidade de Brasília, que se uniram para comprar parte de uma empresa praticamente falida. E, além de alavancarem as vendas, entram em um outro negócio e fundam uma distribuidora. Essa seria a sinopse do filme, mas a história de como eles realizaram esse feito é longa, apesar da pouca idade dos sócios. Tarso diz não ter sido casual a escolha do primeiro negócio. “Esses brownies fizeram parte da minha infância. Quando soubemos que eles podiam fechar as portas e surgiu a oportunidade, nós decidimos entrar na negociação”, que não foi nada fácil. Os donos, Alexandre e José Lacombe, receberam propostas de grupos já conhecidos no ramo. Hoje, os jovens compreendem o motivo pelo qual foram escolhidos. A justificativa dada por Alexandre foi a de que “as outras propostas apresentavam um bom volume de dinheiro. Ia entrar meio milhão que escoaria pelas mesmas torneiras das quais já estava saindo o meu investimento”. A vontade do grupo em empreender surgiu durante a faculdade de Administração, quando todos faziam parte da empresa júnior do curso da Universidade de Brasília, a AD&M Consultoria Empresarial. Para concretizar o sonho de ter uma empresa, “cada um deu seu jeito, eu peguei empréstimo no banco, um vendeu o carro e o outro usou as economias”. De acordo com Tarso, a situação na Mr. Brownie era desesperadora. Pagar os fornecedores e começar a quitar a dívida da fábrica no banco foram as primeiras medidas realizadas por eles. Tarso contou com a compreensão dos sócios, Guilherme de Sordi e Rodrigo Melo, no começo da empreitada, em outubro de 2011. Ele foi selecionado para estudar na Bélgica. Três meses após sua volta, em julho de 2012, os jovens estavam prontos para dar início a uma nova aventura e assumiram 50% da participação no bistrô Cantucci. “Mudamos o propósito do restaurante, que, atualmente, é: boa gastronomia a um preço justo”, explica Tarso. Com três anos de parceria, o jovem comemora o sucesso do grupo. “Deu muito certo. O restaurante teve crescimento de 400%. Com a Mr. Brownie superamos as dificuldade e, hoje, temos 800 pontos de distribuição”. As realizações vão além. O grupo fundou uma distribuidora, a Pulso, que entrega não só os brownies como outros produtos do segmento e planeja abrir, em breve, uma loja customizada da marca, com doces de todos os tipos: cheesecake, sorvete, chocolate quente, nhá browine.
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Principais valores da empresa • Sair da comodidade e assumir riscos • Brilho nos olhos e vontade de trabalhar • Enxergar os obstáculos como oportunidades • Entender outros mercados como parceiros e não adversários
Fotos: Alisson Carvalho
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Acho que o jovem tem muita energia, disposição e uma grande capacidade de correr riscos. Se tudo der errado, eu tenho apenas 25 anos. A disposição para arriscar muda ao longo dos anos, e isso proporciona criações diferentes e inovações, o que traz mais retorno, naturalmente. E o principal pra mim, de ser um jovem empreendedor, é compreender que, hoje, não estamos passando por uma era de muitas mudanças, nós vivemos em uma mudança de era. Com a revolução digital e das redes sociais, uma das principais capacidades que necessitamos, nesse momento, é a de aprender como funciona esse novo mercado em transformação.”
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Principais valores da empresa
• Criar sua própria sorte • Investir no profissionalismo e na capacidade técnica • Construir cenários e metas ousadas • Crescer e aprender com as crises
Pedro Magno, 30 anos
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esde a adolescência, Pedro Magno queria ser dono da própria empresa. A vontade em ter acesso a oportunidades melhores do que as oferecidas em casa foi o principal combustível para que ele desenvolvesse o espírito empreendedor. “Sempre acreditei que inventar a oportunidade era mais rápido do que esperar que ela aparecesse. Sabia que tinha condições para criar meu próprio negócio” , afirma. E assim o fez! Com 17 anos, Pedro abriu seu primeiro empreendimento, em Vassouras (RJ), onde nasceu e morou até os 19, quando se mudou para Brasília. Ele conta que, nessa época, as lojas de lan house ainda não existiam na cidade e pouquíssimos eram os que possuíam computador em casa. A oportunidade estava criada. Pedro viu na universidade uma possibilidade de ganhar dinheiro e montou um pequeno negócio, no qual digitava os trabalhos dos alunos. Até hoje, o empreendedor enxerga uma ocasião e aposta nela. Foi assim que Pedro fundou a fábrica de salgados Divina Boca, que cresce a cada dia. Ele e outros dois sócios assumiram um restaurante e lanchonete no
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hospital Santa Marta. Pedro identificou, então, a venda de salgados como o principal lucro do estabelecimento e decidiu abrir uma produção caseira para suprir as necessidades da loja. A ideia inicial era de servir apenas o restaurante. Pedro, no entanto, percebeu que poderia encarar a estrutura e profissionalizar o negócio e não teve problemas com a demanda. Para isso, alugou um galpão vazio e, do zero, construiu parede por parede até montar a fábrica. “Fui atrás de uma consultoria especializada em engenharia alimentar que me ajudou com o projeto. Eles me entregaram um layout pronto e esses foram meus passos iniciais”. Quando abriu em março deste ano, a empresa contava com uma produção de mil salgados por dia. O rendimento saltou para 3 mil e, atualmente, a carteira de clientes lista 300 estabelecimentos. O crescimento rápido não foi por acaso, Pedro se capacitou em gestão empresarial. Após concluir a graduação em economia, ele frequenta a segunda especialização na área. Entretanto, conta que o maior ensinamento, resposável pelo sucesso de hoje, foi ter lidado com a quebra do primeiro negócio do qual foi dono em Brasília.
À frente de uma loja de concerto mecânico para carros, Pedro teve sua primeira decepção no mundo dos negócios. Contudo, não desanimou. “Muito pelo contrário.
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Foi muito importante. Passar por um momento de dificuldade, de crise seja ela qual for, é muito diferente quando se sabe quais caminhos podem levar à falência”, explica.
Hoje, não só o Brasil, mas o cenário mundial, as mudanças que ocorrem no comportamento das pessoas, principalmente no do consumidor, são muito rápidas, dinâmicas, fora do controle da sociedade. Então, acho que a cabeça jovem é mais preparada para aceitar e se adaptar a essas transformações. A mudança de comportamento não é só veloz, é brusca. Sem contar que o jovem está no processo de aprendizado e interessado no conhecimento dos outros. Compartilhar nossas vivências é menos importante do que assimilar as informações dos outros. Assim, você cria oportunidade para o cliente desenvolver o conhecimento que possui. Isso agrega valores e o crescimento é muito maior.”
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Márcio Mikami, 30 anos
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om apenas 30 anos, Márcio Mikami é fundador da loja de produtos naturais Shizen. Ao lado do primo Sérgio, expandiu a empresa. Hoje, os sócios administram quatro unidades em Brasília, além da central de compras. A parceria surgiu ano passado, quando os parentes fizeram a fusão dos negócios, e a marca escolhida por Márcio prevaleceu. Em 2013, a empresa também deu um salto no mercado nacional e inaugurou a franquia em São Paulo. Márcio sabia, desde criança, que seria empreendedor, a exemplo dos pais. Ele só não sabia o tipo de empresa que gostaria de abrir. Apesar da graduação em Engenharia Mecatrônica, Márcio seguiu um caminho completamente diverso. Após um estágio na Embaixada do Japão, recebeu propostas de montadoras automobilísticas para trabalhar no país. No entanto, o engenheiro revela que esse não era seu desejo. “Com meus pais, aprendi que, através de empresas, você consegue
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gerar empregos e ajudar na economia da cidade. Era isso o que eu queria.” Aos 23 anos, o sócio da Shizen pegou capital emprestado com o pai para investir na loja. “Ele me ajudou no começo, depois devolvi todo o dinheiro. Funcionou como um banco”, lembra. A ideia do empreendimento surgiu a partir da farmácia que a família possuía ao lado de onde, mais tarde, Márcio abriu sua loja. “Existe uma lei que proíbe a venda de alimentos naturais nesses estabelecimentos. Como a busca era muito grande, decidi encarar o desafio”, conta. O sucesso foi tão grande que ele teve de aumentar o espaço e contratar mais funcionários. Três anos após a abertura, Márcio fez outro investimento, agora com o próprio capital. Ele comprou a marca da fornecedora de pães sem glúten, Cellis. “Trabalhamos com as empresas de forma paralela, completamente separada. Posso dizer que cada uma delas anda com as próprias pernas”, comemora. Os primos trabalham ainda com uma terceira marca, a Vitazen, de pães e salgados naturais.
Uma questão com a qual os empresários tem muita dificuldade de lidar é a do relacionamento com pessoas. Antigamente, uma empresa trabalhava com, no máximo, três gerações. Hoje, trabalhamos com muitas diferentes. Dizem que, a cada dois anos, surge uma nova geração. Então, o empresário deve lidar com pessoas e culturas diferentes. Aprendi a trabalhar motivando cada geração de diversas formas. O jovem empreendedor preza mais o carisma, e não a punição, a confiança, e não a briga. A busca por uma equipe qualificada e que tenha um bom relacionamento pessoal é outro diferencial. Contudo, o principal ponto é o de compreender a necessidade de cada geração e saber motivar os funcionários.”
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Principais valores da empresa • Entender cada parte do negócio e seu funcionamento como um todo • Determinação e disciplina com o trabalho • Trabalhar com motivação e não com punição • Vontade de mudar a sociedade
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Principais valores da empresa • Forte relacionamento com o cliente • Criatividade e inovação • Benchmarking – entender as melhores práticas do mercado • Ter um propósito para construção do negócio
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O jovem tem a mentalidade de que ele precisa ser diferente para se destacar de quem está há muito tempo no mercado. Por isso, trabalhamos, na Avocado, com marcas que tenham uma finalidade, que apresentem uma proposta de valor diferente para os clientes, para que a comunicação delas não seja igual a todas as outras. As pessoas mais novas estão mais preocupadas em fazer uma coisa melhor pelo outro, em desenvolver criações para o mundo. Ter muito mais do que um posicionamento, ter um propósito de marca, de empresa, de negócio em si”, Alessandra Cavendish
Fernanda Mujica, 25 e Alessandra Cavendish, 24
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m conceito novo na elaboração de marcas empresariais surgiu em Brasília quando as publicitárias Alessandra Cavendish e Fernanda Mujica se uniram para formar a Avocado Design. As jovens já tinham trabalhado juntas na empresa júnior da UnB, a Doisnovemeia Publicidade. A experiência contou para que, depois de formadas, elas inaugurassem o empreendimento. “Na época, ainda não éramos graduadas e já tínhamos grandes responsabilidades. O conhecimento adquirido na empresa da universidade foi um incentivo para abrirmos nosso próprio negócio”, afirma Alessandra, que foi da área de Planejamento de Marketing e ocupou o cargo de presidente. O passo seguinte das publicitárias foi a especialização fora do país. Alessandra foi para os Estados Unidos, onde aprofundou seus conhecimentos em Planejamento Estratégico de Comunicação. Segundo ela, nesse momento, não cogitava ser dona de um negócio. “Nunca pensei em ter a minha empresa. Aconteceu. Minha sócia voltou de viagem com a ideia e me convidou para participar.” Fernanda desenvolveu a concepção da Avocado durante a pós-graduação em Business em Design,
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que realizou na Espanha. “Nesse curso, aprendemos a ser empreendedores na área da criatividade. O projeto final era a criação de uma empresa.” Assim, surgiu o empreendimento. Fernanda conta que, apesar da pequena estrutura onde trabalhavam, “o primeiro cliente já foi grande”. O renomado buffet da cidade, Sweet Cake, buscou os serviços das jovens para criar a identidade do clube de vinho para internet, o Gourmet Butler. Com o sucesso da realização, outros contratos foram fechados. O crescimento do negócio fez como que as jovens publicitárias buscassem ter mais atitude de empresa, sem perder o charme. As jovens inauguraram o espaço em uma comercial da Asa Norte, sob uma loja de discos de vinil. “Trabalhamos com criação, design e comunicação em geral. Não somos uma agência de publicidade. Nossa intenção é a de ser uma empresa informal”, explica Alessandra. A sala foi ambientada para que esse sentimento atinja quem chega. Televisão, quadro de giz, poltronas confortáveis, tudo para que o cliente se sinta à vontade. “Quando atendemos alguém, passamos horas com essa pessoa para entendermos exatamente o que ela quer. Esse é nosso diferencial. Por isso, ela tem que estar confortável aqui”, diz Fernanda.
O jovem tem um olhar muito mais de startup, que é um tipo de gestão introduzida em nossa geração. O importante é testar e ver se funciona. O lema da Perestroika revela esse sentimento: ‘fazer em vez de dizer’. Então, a gente obviamente planeja, mas de uma forma muito mais simplificada para a pessoa já poder ensaiar o negócio. Talvez, o jovem empreendedor tenha mais coragem, além de ser capaz de pensar em uma forma mais econômica de se testar. Outra qualidade, eu acredito que seja a paciência com o cliente. No sentido de se deixar exposto, nós somos novas, por isso queremos aprender o que ele tem para nos ensinar”. Fernanda Mujica
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Principais valores da empresa • Boa relação com a concorrência • Planejamento e visão estratégica • Meritocracia - reconhecimento do trabalho • Dar voz a cada integrante da equipe
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Lucas Lopes, 28 Lucas Lopes frequentou, durante dois anos, o curso de Economia da Universidade de Brasília, até partir para o Canadá e seguir sua vocação na área de tecnologia. Lá, ele teve a oportunidade de trabalhar em dois lugares, sendo que um deles prestava serviços s e m e lhantes aos da Look’n Feel, empresa da qual é sócio, ao lado de João Pedro Costa. A viagem abriu a cabeça do jovem, que, ao voltar para o Brasil, em 2009, tinha convicção do desejo de abrir um negócio. A agência começou em 2012 prestando serviços de marketing digital e só contava com dois funcionários,
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os donos. “Nosso primeiro cliente nos contratou para desenvolver o site deles. Foi um trabalho muito positivo, além de 100% lucrativo, pois, na época, não precisamos fazer nenhum investimento inicial”. O escritório era a casa de cada um, e as reuniões, realizadas em restaurantes e cafés. O empreendimento cresceu. A equipe, agora, é formada por 22 profissionais que, além de desenvolverem projetos voltados para a área de tecnologia, oferecem, aos clientes, uma proposta de comunicação mais integrada. Lucas explica o sucesso da empresa de apenas três anos: “Um dos valores difundidos entre quem trabalha conosco é ‘sonhar grande’. Tivemos uma ascensão bem rápida e acho que ela se deu muito por causa disso”. O interesse pelo webdesign surgiu quando Lucas tinha apenas 15 anos. A veia empreendedora chegou ao mesmo tempo. Ele conta que, juntos de um amigo, desenvolvia sites para conhecidos. No entanto, foi a partir do intercâmbio e das conversas com o sócio que surgiu a possibilidade real de abrir uma empresa. “Mesmo morando no Canadá, eu tinha muito contato com o João. Assim que voltei, a gente começou a amadurecer a ideia de empreender. Em 2011, no tempo livre do trabalho nos reuníamos para esboçar do plano de negócio, como ia funcionar, pensar na estratégia”.
É fundamental que o empreendedor perceba que essa geração mais jovem, pensa diferente. Ela não está só preocupada com o dinheiro. Então, temos que saber moldar o funcionamento da empresa para permitir ao estagiário estar na ponta do procedimento. No final, é um negócio muito melhor para a empresa também. Assim, não tenho só uma ou duas pessoas decidindo, eu tenho um grupo de gente boa pensando junto e tomando decisões que vão fazer com que a empresa vá para frente.” TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 ::
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CAPA Principais valores da empresa • Trabalhar com grandes desafios • Procurar demanda e não esperá-la chegar • Comunicação constante com a equipe • Lidar com pessoas de perfis e idades diferentes
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Wilson Demetrius Contoyannis, 30
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pouca idade não impediu Wilson Demetrius de atender grandes clientes como a Rede Globo, a Telefônica Brasil ou a Fecomércio. Pelo contrário. Desde o início da carreira como consultor, ele enfrentou desafios e os superou. Se hoje é dono da empresa que presta consultoria em gestão de pessoas WDC, Wilson começou como estagiário no projeto liderado por uma professora de psicologia do Centro Educacional Universitário de Brasília (UniCEUB). Eles eram contratados pela Comissária Aéreo de Brasília (CAB). O destino de Wilson mudou graças a um convite que sua chefe recebeu para trabalhar na Vale do Rio Doce. Ela se mudou para o Pará e indicou o jovem para terminar sozinho o trabalho de consultoria. “Se não fosse esse acontecimento, eu provavelmente seguiria carreira em uma grande empresa e não teria aberto meu próprio negócio”, revela. Apesar da grande responsabilidade, aos 23 anos, Wilson correspondeu às expectativas depositadas nele pelo cliente que, como retribuição, indicou dois co-
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nhecidos para trabalharem com Demetrius. A partir daí, o consultor começou a receber clientes fora de Brasília, em cidades como Formosa, Luziânia, Cristalina. O número de atendimentos aumentou muito. Wilson explica que “além do trabalho dentro da empresa, existe um expediente complementar, onde se analisam os dados coletados para entregar uma solução”. Por isso, ele teve que contratar profissionais para ajudá-lo, mas sempre na condição de profissionais autônomos, já que Demetrius não imaginava, nesse momento, abrir uma consultoria. A empresa começou a tomar forma quando um cliente disse que precisaria de um consultor fulltime. “Pensei: não tenho ninguém para colocar ali dentro. Foi quando decidi legalizar o negócio construir um time próprio”. Com a equipe montada, Wilson pôde pensar em uma meta para o empreendimento: “Fazer o que a gente faz hoje só que mais, maior e melhor”. Para ele, o diferencial da WDC está na forma como os clientes são tratados. “Trabalhamos com muita customização. Não repetimos truques, não é possível fazer um treinamento de vendas igual para casos diferentes.”
Conseguimos ter uma interface, porque nossa geração conversa mais com a próxima do que a anterior à nossa conversou conosco. Uma das coisas muito trabalhada em nossa consultoria é o choque de idade dentro da empresa. Você tem, por exemplo, o chefe do RH, com 65 anos, trabalhando com uma analista júnio de 22 e ela tem mais conhecimento, por ter mais informações das ferramentas de trabalho que temos hoje. A transição entre os dois mundos da qual falo é que conseguimos lidar tanto com pessoas totalmente tecnológicas, quanto com as analógicas.Porque nós vimos um pouco dos dois.”
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Copa e Eleições dificultaram o pagamento do
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s brasileiros estavam ansiosos por 2014. Ao sediar o maior evento de futebol do mundo, todos os olhos estavam voltados para o nosso país e, consequentemente, para Brasília. A expectativa pelo Mundial, festivais, feriados e Eleição era grande. Em relação à economia, sem dúvida, os setores do comércio e da indústria eram os mais esperançosos, pois seriam afetados positivamente pela rotatividade de caixa. No entanto, isso não aconteceu. Os feriados e, principalmente, a Copa do Mundo fizeram com que muitas empresas investissem internamente em funcionários, produtos exclusivos e divulgação. Entretanto, embora o consumo tenha sido acima do tradi-
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Ano promissor para todos os setores não correspondeu às expectativas e prejudicou o planejamento das empresas | Carolyna Paiva
cional no primeiro semestre, os números não atingiram o esperado. Para piorar, no segundo semestre, o choque foi ainda maior. Com as eleições, juros altos e inflação, o brasiliense aparentemente optou por não gastar, fato que se intensificou após a crise política no segundo turno das Eleições 2014. O resultado não poderia ser outro: dificuldade para honrar a folha do décimo terceiro salário, obrigatória pela Lei 4.090, de 1962. A gratificação de Natal, como também é conhecida, determina o pagamento da primeira parcela entre o dia 1º de fevereiro até o dia 30 de novembro. Enquanto a segunda ocorre até o dia 20 de dezembro, com desconto referente ao INSS e ao Imposto de Renda. Para o final deste ano, o grande desafio é cumprir o essa norma e manter as outras contas em dia.
A crise de 2014
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Mas se a empresa já sabe que, anualmente, deve pagar o décimo terceiro, como a situação chegou a esse ponto? Normalmente, cada instituição utiliza-se de uma conta de provisão. De acordo com o dicionário, provisão significa estocar, acumular e fazer reserva, e essa é a lógica seguida pelo empresário que, todo mês, deve guardar determinada quantia, a fim de que, ao final do ano, haja dinheiro em caixa para honrar o décimo terceiro. Por exemplo: se a folha de pagamento anual é de R$50 mil, dividido pelos 12 meses, obtém-se um valor aproximado de R$ 4,2 mil. Esse montante é o correspondente àquele que deve ser armazenado todo mês. Ao final do ano, portanto, tem-se o saldo necessário. Contudo, fazer essa reserva não foi possível em 2014. Juros altos, subida do Dólar, Copa do Mundo e indefinição política obrigaram a maior parte desse dinheiro a ser utilizada para pagar contas ordinárias, ou seja, despesas de outros setores. Mesmo em alerta, nada foi feito, porque esperava-se, ao final de ano, uma aceleração do comércio e aquecimento das vendas, sendo possível “recuperar” o dinheiro. O que ninguém imaginava era que, com todos esses problemas, dezembro se apresentasse como mais um mês fraco, apesar do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal esperar um retorno de aproximadamente R$ 6 bilhões para as lojas. Salatiel Paranhos, contador da empresa de contabilidade AC&L, trabalha diretamente com o setor de comércio e indústria e revela que há uma queda de 10% a 15% no número de vendas. “A expectativa para 2014 foi muito grande, mas, depois da Copa, houve uma tendência diferenciada no mercado.
SALÁRIO
FALTA DE CRÉDITO E JUROS ALTOS REDUZEM O NÚMERO DE CLIENTES
DIFICULDADE DE PAGAMENTO
MERCADO DESAQUECIDO TAXA DE RISCO ALTA LEVA À POUCA LIBERAÇÃO DE CRÉDITO BANCÁRIO
Aconteceram muitos gastos durante o primeiro semestre e o consumo caiu bastante no segundo”. Para ele, o reflexo na economia já é perceptível e há um ciclo: sem o décimo terceiro, o comércio não anda, logo, os prejuízos retornam para as empresas. “Com a empolgação do Mundial, todos imaginaram que venderiam mais. No entanto, as despesas foram maiores e as receitas continuaram as mesmas, comprometendo completamente o décimo terceiro”.
Solução “Nós gostaríamos que vocês nos ajudassem sobre o que fazer. Que as autoridades e o mercado passassem para a gente uma solução. Paramos de vender, não por falta de produtos, mas porque os clientes sumiram”, assume Xislene de Oliveira, gerente da Ótica Pádova Occhiali. Localizada no Conjunto Nacional, a loja apresentou uma queda de 40% no segundo semestre, mesmo o shopping recebendo mais de mil pessoas todos os dias. Segundo a gerente, apesar de ter como prioridade os funcionários e estarem prevenidos em relação ao décimo terceiro, o estabelecimento teme o reflexo que a queda representará na loja como um todo. Para resolver o problema, os empresários encontraram duas alternativas: socorrer aos bancos ou driblar
gastos e impostos. A primeira saída maior probabilidade de as emprenão tem sido tão simples ou rentá- sas não honrarem os pagamentosvel. Crescimento da taxa de risco e aumentarem a inadimplência. (análise sobre empresa para averi“Entendemos que os investiguar a viabilidade de empréstimo), mentos inesperados, a tentativa juros e restrição de crédito são por expansão e mudanças no fluxo empecilhos encontrados ao buscar de caixa fazem com que empresas o banco. Em contra patida, fugir recorram aos bancos para compledas responsabilidades acarreta, mentar as folhas de pagamento”, no futuro, pagamento com juros e revela Lesse. Ciente dessas necorreção monetária, além de multtas. cessidades, o mercado financeiro, Luiz Lesse, presidente do Sistema criou algumas linhas de crédito de Cooperativas de Crédito do Bra- especiais para associados de acorsil, Sicoob Executivo, explica a si- do com cada instituição. Mesmo tuação: “A conjuntura atual é mui- assim, a recomendação para os to atípica. Com a troca de governo empresários é que sejam reduno Distrito Federal e o aumento da zidos os custos, a fim de evitar o taxa SELIC , o destino da econo- pagamento dos juros, bem como mia está incerto e isso faz com que traçar metas para o ano que vem os bancos diminuam a concessão de acordo com o resultado econôde crédito”, explica. O receio é que mico obtido ao final do segundo TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS 32 dezembro de 2014 :: haja menos consumo, portanto, semestre deEd. 2014.
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Compras na internet movimentam o mercado do Distrito Federal | Carol Dias
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panorama econômico do Brasil não é nada bom. Em Brasília, a maioria dos comerciantes prevê redução nas vendas de dezembro em relação ao ano anterior. A queda da expectativa, de acordo com Adelmir Santana, presidente da Fecomércio-DF, é atribuída aos sinais de “enfraquecimento que a economia brasileira apresenta desde 2013 e mais intensamente nos últimos meses”. Segundo ele, neste ano, as famílias estão mais preocupadas com o seu orçamento familiar. Por sorte, o desanimo não é geral. Alguns otimistas acreditam em uma expansão de 4%, que representa 2% a mais do esperado em todo o Brasil. No entanto, a grande expectativa é em relação às vendas online que crescem a cada dia. De acordo com a E-bit, empresa especializada em informações do comércio eletrônico, as compras de bens de consumo pela Internet em sites brasileiros devem crescer 22% em todo o Brasil se comparadas ao ano passado. O valor representa uma cifra de R$ 5,2 bilhões e não para por aí. “O crescimento de 20% vai acompanhar o setor nos próximos três anos”, estima o diretor executivo da E-bit, Pedro Guasti. Se depender da servidora da Câmara dos Deputados, Luisa Abreu, a expectativa realmente pode se concretizar. Luiza faz compras pela internet durante o ano todo. No Natal, apesar do receio, a prática permanece. “Normalmente, eu viajo nessa época. Então, prefiro comprar as lembrancinhas no lugar onde estou”, explica. Mesmo assim, ela é uma das pessoas que contribui para a estatística da E-bit. Dois dos oito presentes que dará, este ano, foram adquiridos online. Ela garante que o principal motivo para não escolher esse tipo de comércio é o medo do atraso
na entrega. “Os produtos que compro sempre chegam na data certa, mas nesse caso tenho receio. Se diversificassem a forma de distribuição, que não só o correio, ficaria mais confiante”. Já a jornalista Raphaela Polito confia 100% no comércio virtual. Ela fez todas as suas compras de fim de ano dessa forma. “Para mim, o fator mais importante é a comodidade.” Segundo Guasti, “as compras virtuais trazem muitas vantagens aos consumidores. Principalmente em um período em que as ruas estão lotadas e há grande dificuldade de aproximação a centros de compras, além da correria de última hora”. Ele ressalta também o acesso a mais informação para a pesquisa de preço e qualidade do produto como um fator que enobrece a venda por internet. Contudo, o diretor da E-bit concorda com Luiza em relação às entregas. “A logística é um fator importante para o sucesso e fracasso de uma operação de e-commerce.” E acrescenta que, atualmente, “podemos dizer que entregar no prazo é o quesito que o consumidor mais valoriza em uma loja, seguido de qualidade de atendimento”. Por isso, ele afirma que o ideal é fazer as compras com antecedência, a fim de encontrar produtos mais diversificados e garantir a entrega em dia. Nessa lógica, em 2010, o Brasil aderiu ao Black Friday, dia de desconto nas lojas instituído nos Estados Unidos. O sucesso foi tão grande que lojas físicas de todo o país seguiram a tendência nos anos seguintes. Em 2014, com quase um mês de antecedência ao Natal, o comércio virtual reduziu o preço de seus produtos em até 70%. De acordo com a E-bit, o faturamento com a ação, representou crescimento de 51% em comparação ao a 2013 e ficou próximo de R$ 1,2 bilhão.
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Loja virtual Montar uma loja virtual é mais complexo do que parece. Fabio Lanza Veloso e Gabriel Silva, sócios da Flow e-commerce, trabalham há sete anos no ramo e afirmam que alavancar um negócio online exige planejamento especial. Segundo eles, o primeiro passo é a escolha da plataforma de venda. “Existem diferentes tipos de plataforma e-commerce. O preço vai de R$50,00 a R$100 mil. Depende de como o cliente quer apresentar o produto”, explica Fabio. O layout e a estrutura da loja são só uma etapa para vender bem pela internet, as outras, estão ligadas à manutenção e ao marketing feito para atrair possíveis compradores. “As pessoas se enganam quando pensam que é muito mais fácil abrir uma loja virtual, pelo baixo custo inicial. Às vezes, o empresário abre um comércio em um ponto físico interessante e não precisa se preocupar tanto com propaganda”, considera Gabriel. Em contraponto, “a venda online, apesar de ter um investimento menor na abertura, necessita de um atendimento 100% digital e muito rápido, se não o cliente perde o interesse”, enfatiza. Mayara Lima planejou mais de um ano até inaugurar a loja virtual As Sinhazinhas, em maio de 21014. Ela conta que decidiu atuar apenas no mundo digital por acompanhar o crescimento desse mercado e por acreditar nos custos baixos. “Engano meu”, confessa Mayra. “Marketing digital, hoje em dia, é uma fortuna. Tem seis meses que meu principal investimento com o lucro da loja é com publicidade.” Gabriel Silva explica que o planejamento de marketing depende do mercado em que o produto está inserido e, mesmo assim, existem várias formas de atuação. “O trabalho com links patrocinados são para vendas diretas e rápidas”, explica e, nesse caso, a venda pode ser mais efetiva. “Por exemplo, se a pessoa entra no google e digita o nome do produto, ela normalmente está interessada. Caso apresente um preço interessante, a compra é quase certa”, garante. As campanhas em redes sociais são outras ferramentas importantes para os comércios, por não terem um estabelecimento físico para exporem seus produtos. Segundo Gabriel, em alguns casos, essa é a principal fonte de tráfego dessas lojas. “O nível de segmentação que você consegue do mercado no Facebook é muito interessante. Com ele, é possível acompanhar o perfil dos seguidores e concentrar as campanhas em pessoas com potencial de compra”, garante. As mídias de relacionamento também são significativas para a elaboração da marca. Mayra investe na exposição de produtos nas redes sociais, principalmente, no Instagram. Para ela, esse trabalho é fundamental e proporciona reconhecimento. “Eu nunca desembolsei nenhum centavo em campanhas de adesão no Facebook, e mesmo assim, tenho retorno”, revela orgulhosa. Apesar disso, ela reclama da dificuldade em impulsionar pessoas engajadas com as mídias a efetuarem compras. “As redes sociais são ótimas ferramentas de propaganda, mas dificilmente vende-se por ali.”
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Foto: Alisson Carvalho
Mayra Lima comemora o sucesso da loja virtual
Dicas do Pedro Guasti, diretor da E-bit, na hora da compra pela internet • O consumidor deve procurar um equilíbrio entre preço, prazo de entrega e reputação da loja em que vai comprar. • Preferencialmente, compre de lojas que tenham boa referência e reputação. Se necessário, pesquise sobre a empresa na Internet. O consumidor pode estudar a credibilidade da loja no site www.ebit.com.br e entender a qualidade dos serviços oferecidos aos clientes. • Usar cartão de crédito e meios de pagamentos seguros como Bcash e PayPal podem ser outra boa dica, pois, em caso de problema e necessidade, colaboram no cancelamento de uma compra e reembolso de pagamento. • Finalmente, é bom avaliar se a loja disponibiliza informações básicas com CNPJ, endereço físico, telefone de contato, políticas de privacidade e troca e devolução de produtos.
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COMPORTAMENTO
A juventude do quanto
mais conhecimento,
melhor
| Carolyna Paiva
O desejo por experimentar tem mudado o comportamento dos jovens em relação ao mercado de trabalho. Os motivos variam, mas o efeito se mantém: é cada vez menor o número de pessoas que se limitam a um mesmo emprego ou a uma única área de formação. O cenário, composto por trabalhadores entre 20 e 35 anos, demonstra que eles já apresentam uma quantidade de empresas no currículo maior do que seus pais tiveram durante toda a carreira.
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Fotos: Magnum Alexandre
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COMPORTAMENTO
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obra “Desafios à Trajetória Profissional dos Jovens Brasileiros”, publicada este ano pelo Instituto de Pesquisas Aplicadas (IPEA), traz uma coletânea de artigos para compreensão da nova forma de vida dos jovens brasileiros. Apesar de os resultados indicarem que esses profissionais não enfrentam fortes barreiras à entrada no mercado de trabalho formal, sete em cada dez jovens se desligam dos postos de trabalho ao longo de um ano. Esse é o caso de Rafael Gontijo. Exemplo da nova geração, formou-se no final de 2013 em Publicidade e Propaganda e, após passar por empresas do ramo, escolheu deixar o emprego e fazer mestrado em Administração. “Optei por sair para me dedicar a projetos pessoais e profissionais. Vejo que uma área complementa a outra e, só me aprofundando nelas, terei uma visão global do serviço e poderei adquirir maior conhecimento sobre o assunto”, afirma. A mãe de Rafael está há 29 anos no mesmo emprego. Perguntada sobre o porquê de nunca ter buscado outras opções, Ereni justifica que “a segurança, a carga horária e a condição financeira são boas”. Ela compara sua época com a do filho e afirma que, antes, se pensava muito em estabilidade e formação familiar e que, para isso, era preciso se consolidar no trabalho. “Hoje, os jovens não pensam tanto em ter família ou criar raízes em algum lugar. Enquanto não se tem obrigações, não tem filhos e despesas, deve procurar o que é melhor para você”, opina Ereni. Assim como Rafael, Karla de Oliveira, de 33 anos, também optou por abandonar o mercado de trabalho. A finalidade da escolha foi a reunião de esforços para cursar uma segunda graduação. Aos 22 anos, Karla formou-se em Moda. No entanto, a vontade de se adaptar melhor ao mercado e a ansiedade pelo conhecimento de áreas relacionadas a inspirou a cursar Jornalismo. Atualmente, no penúltimo semestre da graduação, ela oferece consultoria para uma empresa de moda e estagia em uma emissora de TV, mas não tem emprego fixo. A jovem atribui essa diferença de comportamento entre gerações à diversidade de escolhas que existem atualmente. “Antes, as pessoas ficavam em um mesmo emprego, mesmo não estando felizes. Hoje, temos liberdade para correr atrás do que realmente queremos e mudar até encontrarmos a felicidade”, explica. Mesmo assim, ela conta que teve de abrir mão do convívio familiar e até da vida amorosa para seguir em frente com seu plano de carreira. “Para mim, a busca profissional não é só dinheiro, é estar feliz e ter prazer em trabalhar”, enfatiza.
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Para explicar a situação, Tiago Mattos, sócio de mais de cinco empresas, entre elas a maior escola de atividades criativas do Brasil, utiliza o conceito de Modernidade Sólida, de Zygmunt Bauman. Segundo a teoria, antigamente, a sociedade era regida pela ideia de durabilidade, ou seja, uma longevidade no trabalho e até mesmo familiar. Com o passar do tempo, essa segurança se desfez, as novas gerações perceberam que somos seres complexos e acabou o mito da falta de convivência entre as áreas. “A rotatividade é natural. O artificial é a constância. As árvores crescem, as nuvens se movem, a terra geologicamente muda. Tudo se transforma. Com o tempo, se criou a ideia de que o ser humano deveria ter uma única atividade e continuar nela. Agora, estamos resgatando nossa condição de transformadores”, explica Tiago. Segundo o empreendedor, a sociedade está se transformando de forma exponencial e, se não houver adaptação dentro dos negócios, o mercado estará fadado ao insucesso. Embora não haja, entre os países, estatísticas comparáveis sobre a rotatividade da mão de obra, os elevados números encontrados entre os jovens brasileiros sugerem que há excesso no rodízio de profissionais em nosso mercado de trabalho, pelo menos para esse grupo. A novidade deixa as empresas incertas sobre como agir e as motivam a diminuir contratações e se tornarem mais seletivas em relação ao tipo de trabalhador que admitem. Porém, há outras soluções. É o que comenta Rita Brum, diretora da empresa Rhaiz, de recursos humanos, e mestre em Psicologia de Cultura Organizacional. De acordo com ela, o que a empresa deve fazer é aproveitar o melhor de cada geração: “É preciso mesclar, ter equipes com idades diferentes para gerar equilíbrio. Os jovens são valiosos porque estão sempre atualizados e em busca de novidades, enquanto os adultos promovem a manutenção da cultura da empresa”. Como gestor, Tiago ressalta que “os empresários da antiga geração falam que somos angustiados, nervosos e impacientes. Na verdade, o jogo mudou e eles querem manter as formas como eram. É menos questão de rebeldia e mais de adaptação.” Portanto, a empresa deve extrair o que o jovem tem de melhor, levando em consideração que pode tê-lo por menos tempo. “Não há prejuízo se a empresa tiver boa gestão interna e de recursos humanos”, ressalta Rita. Dessa forma, é possível conciliar a vontade do jovem de crescer e inovar com a realidade das empresas de prestar serviços e se destacarem no mercado.
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ARTIGO
Motivação para profissionais de comunicação: o que muda com a Geração Y?
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otivação para profissionais de comunicação: o que muda com a Geração Y? Um dos grandes desafios das empresas de diferentes segmentos é retenção dos talentos. No mercado de comunicação, não é diferente, agências, assessorias e departamentos de marketing sofrem bastante com essa tarefa. Aliado a isso, a consolidação da Geração Y, enquanto parcela relevante da força de trabalho atual, torna esse desafio ainda mais complicado, pela diferença de perspectiva que essas pessoas têm em relação ao modus operandis tradicional da maioria das empresas. Como resolver essa equação? A quebra de paradigma fundamental trazida por essa nova geração é seu jeito peculiar de enxergar o trabalho. Termos como carreira, estabilidade financeira, dedicação irrestrita e visão de longo prazo são cada vez mais substituídos por alinhamento com propósito, realização pessoal, autonomia e equilíbrio. Além dessa mudança de valores, o mercado de comunicação tem naturalmente uma cultura de alta rotatividade, empregos que perdem a atratividade rapidamente e escassez de talentos, que faz com que os bons profissionais sejam recrutados a peso de ouro. A chave para lograr êxito nessa complicada missão é entender que as necessidades das pessoas mudaram e isso demanda mudanças significativas nas organizações. A tradicional proposta de valor “dedique 12 horas por dia para o trabalho que em troca te damos muito dinheiro e estabilidade a longo prazo” tem um prazo de validade menor a cada dias. Na minha opinião, os novos profissionais valorizam outras coisas e a tendência é que esse quadro se acentue. Nas próximas linhas, vou destacar algumas práticas implementadas pela nossa empresa por entendermos que elas entregam um alto valor percebido para o jovem profissional. Autonomia e Gestão Horizontal – A Geração Y adora trabalhar em ambientes onde realmente sente a importância de sua opinião e que ela pode mudar os rumos estratégicos da empresa. Gerir dessa forma implica, em certa medida, abrir mão do poder e entender que a inteligência coletiva é superior àquelas individuais. Feedback – Outro traço fundamental dessa geração está na necessidade de receber feedbacks frequentes e imedia-
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• João Pedro Costa
tos sobre os diversos aspectos do trabalho. Sugiro trabalhar com ciclos de feedback individuais gestor - funcionário (pelo menos 2 por ano), com plano de desenvolvimento das lacunas e acompanhamento periódico entre os ciclos. Foco no Aprendizado – Esse é outro ponto super importante. Os novos profissionais têm uma sede enorme de aprender. Portanto, trabalhar em um lugar onde eles se sintam em constante aprendizado e com desafios que se renovem faz toda a diferença. A cultura da punição do erro deve ser substituída pela valorização dos acertos. Errar é bom, pois gera aprendizado e melhora continuamente o modo como as coisas são feitas. Informalidade e Flexibilidade – Um ambiente de trabalho sem aquele excesso de formalismo característico de várias grandes empresas encanta bastante profissionais da Geração Y. Que tal pensar em substituir o terno e gravata pelos muito mais confortáveis jeans e camiseta? Será que os funcionários que não visitam clientes não podem usar bermuda? Tem problema um funcionário que gosta de fazer academia de manhã ou de dormir até mais tarde chegar às 11h para trabalhar, se a produtividade for a mesma dos que chegam às 9h? As respostas das empresas para essas perguntas faz bastante diferença na retenção desses profissionais. Por fim, boa sorte com as mudanças e com a Geração Y.
Duas últimas dicas: 1. Pergunte ao seu funcionário o que ele realmente gosta/quer. Muitas vezes, a resposta para seus problemas está mais acessível do que você imagina. 2. Seja rápido! Essa geração é conhecida por ser ágil, não aceitam ficar muito tempo em uma situação da qual não gostem. Quando as mudanças não acompanham as expectativas, o jovem busca alternativas rapidamente.
• João Pedro Costa - empresário do setor de comunicação, sócio da Agência Look’n Feel
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CAPACITAÇÃO
Fotos: Renata Montenegro
Equipes de excelência afetam positivamente a gestão e reduzem os gastos das organizações O trabalho em conjunto entre lideranças e servidores e a percepção das particularidades dos indivíduos são aspectos essenciais ao bom desempenho do grupo | Gustavo Lúcio
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melhor qualidade dos serviços prestados e a aplicação adequada dos recursos são aprimoramentos buscados na administração pública. Em 2012, por exemplo, o governo gastou em torno de R$ 72,6 bilhões, 13% a mais do que em 2010. Para controlar gastos públicos e licitações e atuar em setores de contratos, são necessárias equipes preparadas técnica, jurídica e economicamente. Para isso, durante três dias, a Elo Consultoria promoveu um curso onde empresários foram ensinados a otimizar recursos, reduzir prazos licitatórios e aprimorar processos. O seminário “Equipes de Excelência em Licitações e Contratos” foi desenvolvido para atender profissionais que atuam na área de gestão. “O curso objetiva aprimorar conhecimentos e procedimentos que otimizem os prazos e a qualidade das contratações dentro da organização, evitando equívocos, retrabalho e perdas de verbas orçamentárias”, explicou a diretora geral da Elo Consultoria, Carmem Camilo.
De acordo com os palestrantes do evento, os servidores da organização devem trabalhar em conjunto, sem nunca se esquecer que cada indivíduo possui características que influenciam o bom desempenho do grupo. A ausência ou ineficiência de algum membro também pode influenciar a equipe de forma negativa e provocar prejuízos irreparáveis à gestão. “As pessoas devem compreender que fazem parte de um sistema. Com as ideias do grupo, conseguimos solucionar problemas antigos e diminuir círculos los viciosos da aprendizagem”, destacou o mestre em Direito Público Jorge Ulisses Jacoby. Para os cursos oferecidos pela Elo, são convidados renomados palestrantes da área do Direito Administrativo. Um deles foi Cláudio Sarian Altounian, que ressaltou a importância da capacitação dos recursos humanos da empresa: “O processo de licitação e contrato envolve vários servidores. O treinamento individual de cada um é tão importante quanto o treinamento em conjunto. Somente assim, chegamos à excelência com bons produtos ao término do processo”. O funcionário público Fernando Nascimento dos Santos participou do evento. Há mais de quatro anos, ele faz parte da alta administração do Governo Federal. Segundo ele, após a participação no seminário, seu trabalho será focado na reestruturação
da unidade de contratos e licitações e redefinição do fluxo dos processos licitatórios – tudo para melhorar o desempenho do setor onde atua. “Agora, a ideia é planejar ações preventivas visando a capacitação das pessoas que participam do fluxo das contratações”, informou. Para Fernando Santos, a redução de riscos será outra prioridade sua. Serão adotadas medidas como integração dos membros da equipe, aperfeiçoamento dos processos organizacionais, aprendizado com erros e metodologias de motivação. “Vamos pensar as licitações com uma visão estratégica, padronizar procedimentos e ampliar os mecanismos de controle a partir de instrumentos que possam ser utilizados em qualquer fase do processo. Essas medidas reduzirão o retrabalho nos processos licitatórios”, explicou Fernando. A Elo Consultoria atua há quase vinte anos em treinamentos de servidores públicos e já preparou a programação de cursos para o ano de 2015. Os próximos seminários podem ser consultados no site da instituição (www.eloconsultoria.com). Todos os cursos passam por constante atualização para acréscimo dos mais recentes desenvolvimentos teóricos e de mudanças promovidas pela promulgação de novas leis e instruções normativas brasileiras.
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CAPACITAÇÃO
Jovens e adultos encontram no ensino à distância uma alternativa para voltarem aos estudos Em Brasília, o Ceteb oferece formação em aulas presenciais e pela internet. Profissionais graduados têm mais de 500 opções de áreas nas quais podem se atualizar | Oda Paula Fernandes
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evasão escolar ainda é um dos problemas que refletem no desenvolvimento do país. De 100 alunos matriculados no Ensino Fundamental, apenas 15 concluem o Ensino Médio e desses, somente 20% terminam a faculdade. No Distrito Federal, a situação se repete. Para atender à
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demanda de estudantes que não concluem a formação no tempo regular e de graduados que almejam a formação continuada, foi criado, em 1968, o Centro de Ensino Tecnológico de Brasília, o Ceteb. Na época, a cidade carecia de instituições de ensino que atendessem à demanda provocada pelo crescimento da população da nova capital brasileira. Era preciso oferecer qualificação
tecnológica aos recém-chegados. “O Ceteb começou como uma escola de formação profissional. Precisávamos formar profissionais qualificados para trabalhar na Brasília emergente. Criamos oficinas de mecânica automobilística, eletricidade, mecânica geral”, lembra a pedagoga Rosa Pessina, responsável pela idealização do formato da escola e, hoje, administradora do centro. Inaugurado pelo então presidente do país, o general Costa e Silva, a instituição inovou na forma de ensinar, oferecendo a formação à distância por meio de materiais enviados pelos Correios. Preocupado com os avanços escolares e atento às tendências tecnológicas, o Ceteb investiu, posteriormente, em ferramentas online para viabilizar o estudo dos alunos pela internet. Essa modalidade de ensino inserida no Distrito Federal pelo Ceteb é, hoje, uma tendência mundial. Instituições renomadas como Harvard, nos Estados Unidos, e Cambridge, no Reino Unido, se valem de ferramentas como a internet para disseminar o conhecimento e propiciar aos alunos o acesso ao aprendizado sem barreiras de tempo e espaço. Como pioneiro no ensino à distância no DF, o Ceteb levou o método para fora do Brasil. Rosa Pessina ressalta que a persistência dos profissionais do centro possibilitou o reconhecimento internacional da metodologia. “Sofremos críticas de todas as ordens porque se acreditava que a educação à distância era uma facilitação. Não é nada disso. Levamos nossa forma de ensinar para o Japão, Venezuela e outros países exatamente porque ele funciona”, enfatiza. Assim como em Harvard, os alunos do Ceteb podem realizar videoconferências com os professores para de-
bater sobre as aulas. A orientação dos educadores e o acesso ao material de estudos é feito com login e senha pessoal do aluno, previamente matriculado e cadastrado na instituição. “O Ceteb sempre procurou se antecipar e se ajustar às novas solicitações do mercado. Hoje, é possível estudar no centro mesmo que o aluno more no Acre, por exemplo”, comemora Pessina. Maria Regina de Sousa, de 27 anos, é aluna do Ceteb. Segundo ela, o método de estudar por meio da internet possibilitou a abertura de portas no mercado. “Eu trabalhava como faxineira. Depois de oito anos em Brasília (veio de Fortaleza - CE), resolvi estudar. Ainda não terminei meus estudos, mas já trabalho na recepção de um restaurante. Melhorei meu salário e minha vida estudando em casa, depois do trabalho”, comenta a recepcionista que planeja cursar a faculdade de Odontologia. Passados mais de 40 anos desde a criação, o Ceteb oferece, hoje, cursos de formação básica (ensinos Médio e Fundamental) e educação continuada em diversas áreas. Além de pioneiro em ensino tecnológico não presencial, o Ceteb também é destaque brasileiro em inovação de produtos voltados para educação escolar, recomendados para crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos. A educação à distância também foi adaptada às necessida-
des desses jovens. Profissionais graduados que desejam dar continuidade à formação e ampliar o conhecimento também podem ter acesso aos mais de 500 cursos online e presenciais oferecidos pelo Ceteb. Direito, Administração Pública, Língua Estrangeira, Imobiliária, Petróleo e Gás são algumas das opções de ensino complementar com certificação aprovada pelo Ministério da Educação. A jornalista Nídia Rios, de 30 anos, fez o curso de Revisão de Texto em Língua Portuguesa sem alterar muito a rotina. “Buscava um curso nessa área quando, em uma pesquisa descompromissada pela internet, descobri o curso com uma excelente professora, mestre na área. Além da necessidade de aprimoramento, o preço acessível e a rapidez do curso me motivaram”, revela a jornalista. A diretora pedagógica do Ceteb, Maria de Fátima Gonzaga, explica que a legislação brasileira é o principal entrave para o crescimento da educação à distância. Segundo ela, a Lei Federal 5.622/05 dificulta o acesso à formação escolar pela internet, porque impõe um formato de educação à distância que foge da concepção. “A EAD deve chegar a qualquer lugar e possibilitar que os alunos concluam a formação de forma flexível. A legislação exclui a concepção de flexibilidade”, lamenta a diretora. Ainda para Maria de Fátima, o estudante deve ser responsável pela gestão do seu tempo e conhecimento e só por meio da educação a distância isso é possível, uma vez que a informação está em toda parte. Uma opinião sobre a EAD, no entanto, é unânime entre os especialistas: para fazer cursos à distância, a disciplina do aluno é indispensável.
“A educação à distância possibilita que o aluno gerencie seus estudos e seja protagonista na construção do próprio conhecimento”. Diretora pedagógica do Ceteb, Maria de Fátima Gonzaga
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EMPREENDEDORISMO
Por um mundo empreendedor Semana Global do Empreendedorismo promove ações para capacitar, inspirar e conectar todo o planeta | Carolyna Paiva
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magine 140 países, durante uma semana, unidos pelo mesmo objetivo. Pense no envolvimento do Brasil, ao desenvolver mais de quatro mil atividades com 600 parceiros e aproximadamente dois milhões de participantes. Esses são os dados de 2013 sobre a realização de um dos maiores eventos mundiais: a Semana Global de Empreendedorismo (SGE) . Neste ano, a sétima edição marcou o Distrito Federal, responsável por realizar mais de 100 iniciativas no último mês. Coordenada pela empresa 4Legal, a SGE Brasília precisou de organização e planejamento para sair do papel. Os mais de três meses de preparo resultaram em palestras, debates, workshops, premiações, seminários e outras práticas voltadas para capacitar, inspirar e conectar empreendedo-
Foto da redação
res. O público alvo foi formado por empresários, estudantes e qualquer outra pessoa engajada com o tema. Para a cidade, fez-se um estudo de ambiente e definiram-se programações específicas. Segundo Juliana Guimarães, 30, sócia e diretora de marketing e venda da 4Legal, o trabalho aconteceu com instituições chaves do desenvolvimento, como Proativa Comunicação, CDT UnB, Concentro, Mulheres de Negócios e UniCEUB. “Em Brasília, o foco é outro. Apresentamos oportunidade de empreender dentro de empresas ou do serviço público, mostramos o que acontece no mercado e traçamos alternativas para tornar o Brasil menos burocrático.” Juntamente com a empresa, o Sebrae apoiou a iniciativa e promoveu ações direcionadas para o Distrito Federal. De acordo com Ary Ferreira, 51, gerente de capacitação empresarial do Sebrae – DF, o objetivo é consolidar Brasília como a capital do empreendedorismo, dos negócios e das oportunidades. “Trabalhamos conceitos sobre gestão de risco, proatividade e sintonia com o mercado para obtermos dois cenários: ou você monta seu próprio negócio ou trabalha essas características para ser um ótimo gestor”, declara. No entanto, os brasilienses ainda percebem as carências da cidade e destacam a importâncias de eventos como esse para o desenvolvimento do Distrito Federal. “A relevância da SGE é grande, porque, em Brasília, o empre-
endedorismo é visto como um hobby. A Semana mostra que o DF tem potencial e encoraja as pessoas a saírem da caixa”, comenta Letícia Medeiros. Ela se formou em agosto deste ano em Ciências Políticas e, inquieta com a falta de engajamento na área, desenvolveu, com pessoas de outros estados, uma plataforma de educação política, o Politize. Entre os objetivos principais de 2014, estão fortalecer a SGE, expandir o Movimento, conectar organizações e pessoas que acreditam na causa e contribuir para um Brasil mais empreendedor. Porém, destaca-se a necessidade de terminar o mês de novembro com um calendário fixo de atividades que fomentem práticas empreendedoras durante o resto do ano e, sequentemente, em 2015. Para dar certo, algumas organizações, como a Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF), já deram o primeiro passo. Envolvida com a SGE, a ACDF pretende criar projetos fixos de interesses sociais com foco em exemplos de vida, trazendo aprendizados e experiências. “O impacto ainda é pequeno, porque o DF tem uma cultura engessada. Mas buscamos mostrar que capital pode ser empreendedora. Com nosso trabalho, as pessoas, por mais que não montem seu primeiro negócio, saem com noção de investimento e entendem que o movimento pode mudar vidas”, relata Gustavo Liam Barreto, Gestor Comercial da ACDF. “Fazemos tudo isso para que os obstáculos não sejam maiores que os nossos sonhos”, enfatiza Juliana Guimarães.
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EMPREENDEDORISMO E o resultado já vem em curto prazo. Luciana Negreiros, 22, estudante de Administração na Universidade de Brasília, participou da SGE e para ela, “entrar em contato com empresários que deram seu máximo é uma grande lição. O aprendizado, sem dúvida, servirá de inspiração para minhas escolhas daqui para frente.” Dessa forma, tem-se, cada vez mais perto, um Brasil mais empreendedor. O exemplo na prática Vinícius Miranda veio a Brasília com intuito de promover um workshop, em nome da Eureka, para uma das programações da Semana Global do Empreendedorismo. Quem assiste à condução do jovem com os participantes, de forma eloquente e sinérgica, não imagina que, com apenas 18 anos, ele já é um grande modelo de empreendedorismo. Ao seguir a conduta da instituição, ele cria oportunidades significativas para o desenvolvimento pessoal e profissional do indivíduo. No entanto, uma história antecede esse pensamento. O grande marco da vida de Vinícius veio com a tomada de decisão de mudar-se para São Paulo, deixando de lado a vida em Maringá (PR): família, amigos, o cargo de
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diretor geral de uma organização ligada aos sindicados dos engenheiros, o posto de diretor de gestão de pessoas do Enactus e a participação na Aiesec. Após um processo seletivo de férias na Danone, conduzido pela Eureka, foi convidado a ingressar no grupo. Desde então, tornouse cultivador de relacionamentos, posição de quem promove experiências com participantes. Segundo o jovem, que, no último mês, gerenciou o desafio presencial de trainees da Johnson & Johnson, “o mais difícil foi entender o que era meu foco a médio e longo prazo e deixar as raízes para trás”. Mesmo assim, não foi fácil. Ele alega que ser empreendedor é muito menos glamouroso do que as pessoas acham. “Há responsabilidade e jornada de trabalho. Você não vai ganhar 30 mil nos três primeiros anos e é nisso que a maioria de pessoas quebra a cara”, completa. O maior alerta de Vinícius é sobre o cuidado ao empreender. “Deve-se experimentar, mas não se deixar levar pela onda do empreendedorismo”, revela ao exemplificar que existem muitas pessoas seguindo esse caminho sem terem certeza do verdadeiro desejo. “É preciso encontrar sentido e se conhecer para saber o que é melhor para si, gostar do movimento não é o suficiente”, ressalta.
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ARTIGO
Sucesso e bons negócios em 2015
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hilip Kotler está para o marketing mundial como o Papa Francisco para a comunidade católica. Aliás, ambos transcendem seus próprios eixos. Tanto o Pontífice de Roma quanto Kotler são tão impactantes em suas áreas de especialização que influenciam o pensamento, o conhecimento, as atitudes e as decisões em múltiplas áreas, em todo o planeta. Recentemente, Kotler fez uma turnê pelo Brasil. Ministrou seminários nas principais capitais do país. Em Brasília, deu uma aula compilando suas teorias em “The Best of Philip – Como Criar, Conquistar e Dominar Mercados”. Suas abordagens não são só para “religiosos” ou “iniciados”. São mensagens que se espraiam por todos os setores de uma empresa ou entidade, úteis a todos os níveis hierárquicos. E que devem ser consideradas, especialmente pelos gestores. Em tempo de virada de ano, véspera de um 2015 de perspectivas econômicas desalentadoras e que indicam recessão, os ensinamentos do professor norte-americano são ainda mais preciosos. Num momento de crise, o conhecimento e a informação fazem mais diferença ainda na busca de alternativas para driblar dificuldades, sobreviver, manter e conquistar novos negócios. Ações bem planejadas serão vitais para este momento em que avistamos uma ladeira descendente nos meses vindouros. O coração, a alma e o cérebro das empresas, entidades e profissionais devem estar focados em seus clientes. Sem eles não há negócios. Sem negócios não há faturamento, lucro, dinheiro, existência. De acordo com o mestre Kotler, não estamos em uma economia de escassez de bens, mas de clientes. A pergunta central é: como podemos competir para conquistar e reter clientes? Uma das respostas elencadas no conteúdo ministrado em Brasília vem do Maine, nos Estados Unidos, de uma filial da L.L.Bean, varejista de artigos esportivos: “O cliente é o visitante mais importantes em nossas instalações. Ele não depende de nós – nós dependemos dele. Ele não é um estranho ao nosso negócio – é parte integrante dele. Não estamos lhe fazendo um favor ao servi-lo... É ele que está nos fazendo um favor ao nos dar a oportunidade de atendê-lo”. Kotler tem propriedade no que diz. Professor na Kellogg Schoool of Management na Universidade Northwestern, ele é PhD em economia pelo lendário MIT (Massachussets Institute of Technology), pós-doutor em Matemática em Harvard e em ciências comportamentais pela Universidade de Chicago. Segundo o Financial Times, é o quarto guru de
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• Kátia Cubel negócios do mundo, atrás de Jack Welch, Bill Gates e Peter Drucker. Em 2008, o Wall Street Journal o listou com a sexta pessoa mais influente no mundo dos negócios. Reverenciado pensador, ele segue produzindo livros, teorias, orientações e teses. É considerado “o maior dos especialistas na prática edo marketing” pelo Management Centre Europe. As dicas de Kotler podem acender luzes em vários túneis. O conteúdo que ministrou na aula proferida em Brasília foi dividido em quatro tópicos: Como repensar o marketing em uma era de grandes mudanças; O marketing no setor público; Vencendo pela inovação; e Redesenhando sua estratégia de crescimento: como crescer mais e melhor. A íntegra da abordagem pode ser aproveitada, gota a gota, mesmo num cenário econômico peculiar como o da Capital Federal. Em Brasília, o maior segmento de negócios é a prestação de serviços. Na iniciativa privada há o predomínio de micro, pequenas e médias empresas. O principal propulsor da economia é o setor público. Uma vasta gama de entidades de representação e organizações do terceiro setor também geram riquezas, focadas em públicos segmentados. Para todas as reflexões propostas por Kotler são úteis. Onde está sua empresa hoje? Onde você quer que ela esteja? Por quê? Que medidas você tomaria? Após um ano de alerta, em que Copa do Mundo e Eleições gerais despontam como justificativa para a desaceleração econômica, temos que pensar, planejar e, principalmente, agir para superar em 2015 prognósticos nada estimulantes. Cada um de nós pode ser a exceção a alavancar as estatísticas. Depois do banho Kotler, da satisfação em beber dessa fonte tão cristalina de conhecimento, já tomei uma primeira medida para 2015: reescrever a história da minha empresa. De Natal, nossas instalações irão ganhar um quadro, logo na entrada, de boas vindas, com a seguinte mensagem: “Esta é uma empresa de serviços. Existimos para lhe servir, lhe ser útil. Nosso objetivo é lhe acolher, entender suas necessidades, oferecer soluções e fazer a diferença. Para você, sua empresa ou organização, nossa cidade, nossa sociedade. Sua satisfação é a nossa realização. Obrigada pela presença e pela confiança. Conte conosco. Sempre!”. Bons negócios e muito sucesso em 2015. Kátia Cubel é Jornalista e Consultora de Comunicação. Diretora da Engenho Comunicação. Presidente do Prêmio Engenho de Comunicação – O Dia em que o Jornalista Vira Notícia
Programa Tendências e Negócios Domingo, às 13h30 TV Brasília e NET www.tendenciasenegocios.com.br
Liana Alagemovits
Alex Dias
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GENTE QUE FAZ
A mente dos jogos empresariais Como Monclair Cammarota criou, a partir das próprias vivências, uma metodologia capaz de motivar e capacitar profissionais de grandes organizações | Taise Borges
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s experiências vividas em comunidades israelenses, o trabalho ilegalmente no Egito e as corridas de aventura pelo mundo credenciaram o brasiliense Monclair Cammarota a desenvolver treinamentos para equipes de alta performance. Atualmente, o engenheiro florestal especialista em Coaching dirige a Ekoá Jogos Empresariais, empresa dedicada a preparar gestores e colaboradores e melhorar a liderança, espírito de grupo, engajamento e inovação dentro das organizações. Há aproximadamente seis anos, o empresário trouxe para Brasília um novo método de treinamentos corporativos. A técnica utiliza a mecânica dos games no desenvolvimento de pessoas e equipes. Por meio dos jogos, profissionais são estimulados a colocar seus conhecimentos em prática e se preparar para agir em situações complexas. “Treinar pessoas é um trabalho que faço com muito gosto”, confessa o empreendedor que, há pelo menos 20 anos, descobriu a habilidade e a paixão por ensinar. Se, hoje, a Ekoá é a única, no Distrito Federal, a oferecer treinamentos no formato de games para médias e grandes empresas, foi preciso um diretor com coragem para experimentar novidades. Aos vinte anos de idade, quando cursava engenharia na Universidade de Brasília, o estudante escolheu se aventurar em um intercâmbio pouco convencional: voluntariou-se para trabalhar nos Kibutz, comunidades
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tipicamente israelenses caracterizadas pela propriedade coletiva, compartilhamento da produção e igualdade social. Para se manter em Israel, lavou pratos, foi ajudante de pedreiro, jardineiro. Trabalhou também em um barco que levava turistas para mergulhar. A experiência foi decisiva para que tomasse uma decisão: se tornaria mergulhador profissional. Mudouse para o Egito, para uma vila à beira do Mar Vermelho, onde fez as primeiras aulas de mergulho. A falta de dinheiro, no entanto, obrigou-o a retornar para Israel. Uma passagem em promoção motivou a mudança para a Inglaterra, em que, junto da namorada que o acompanhava desde o início da viagem, bateu recorde na colheita de maçãs em uma plantação no sul do país. “Tínhamos um objetivo: juntar dinheiro para virarmos mergulhadores”, enfatiza Cammarota. Nesse momento, uma mudança de roteiro: em vez de retornar ao Egito, ele e a namorada resolveram conhecer a Tailândia. No país asiático, a tão desejada formação em mergulho foi, finalmente, concluída. “A ideia de virar mergulhador foi o começo da minha história empreendedora. Percorrer todo o caminho me fez perceber que eu era capaz e o que eu precisava era ter coragem”, conclui. O empreendedor retornou ao Brasil cerca de um ano depois de iniciar a viagem. Nesse período, começou uma nova fase em sua vida: a das corridas de aventura. As expedições – pouco populares em nosso país – envolvem várias modalidades geralmente praticadas ao ar livre e em ambientes
Foto: divulgação
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GENTE QUE FAZ repletos de adversidades, como montanhas, desertos e florestas. Cammarota se juntou a alguns colegas de faculdade e, graças às estratégias de divulgação utilizadas, o grupo despertou o interesse de patrocinadores em potencial. “A lógica da nossa equipe era a de uma empresa. Tínhamos que captar recursos e entregar valor aos patrocinadores”, lembra. O empreendimento deu tão certo que a equipe de colegas universitários chegou a figurar entre as cinco melhores do mundo no esporte. Os conceitos aprendidos durante os anos nas corridas de aventura foram fundamentais para o
trabalho que, hoje, desenvolve com os jogos empresarias. “A competição mexe com o brio e as capacidades que as pessoas atribuem a si mesmas. Essa lógica de aplicar o subjetivo à realidade é a que usamos na Ekoá”, explica. Uma corrida de aventura, aliás, foi a primeira atividade lúdica empresarial desenvolvido pela equipe de Cammarota. O empreendedor reuniu o gosto por ensinar, a habilidade em comunicação e os conhecimentos em Coaching e liderou seu primeiro treinamento para um grupo de 300 pessoas.
Gamificação Em Brasília, Monclair Cammarota dirigiu filiais de uma rede de cursos profissionalizantes antes de se dedicar totalmente à Ekoá Jogos Empresariais. Em busca de motivação, integração, maior produtividade e alinhamento dos membros, outras organizações começaram a procurar os treinamentos oferecidos pela empresa que, estimulada por demanda, diversificou as práticas. “Utilizávamos o esporte como referência na corrida de aventura. Ao desenvolver outros treinamentos, utilizamos o teatro, a gastronomia, a música como referências e pensamos jogos focados em competências específicas, como eficiência de processos, gestão de mudança, sinergia da equipe, entre outros”, explica o diretor. Jogos empresariais – nos quais a equipe se especializou – são games de simulação que estimulam os profissionais a trabalhar suas competências e criam uma lógica de aprendizado entre as equipes. São propostos desafios análogos aos encontrados no cotidiano de trabalho, mas em contextos diferentes daqueles aos quais os profissionais estão acostumados. Em seus treinamentos, a Ekoá utiliza a gamificação. A metodologia, conhecida também como gamification, significa empregar a mecânica dos jogos para solução de problemas empresariais práticos e estimular o aprendizado ou mudança de comportamento através de um game. O processo de vendas de uma empresa, por exemplo, pode ser gamificado em busca de melhor eficiência. Uma das práticas desenvolvidas pela instituição e que carrega a metodologia da gamificação foi recentemente utilizado em um processo seletivo e de capacitação com 250 horas. Todo o processo funcionou como um game: foram utilizados avatares e um tabuleiro de 10 m2 e distribuídos pontos para que os participantes avançassem nas fases do jogo. “O dinamismo do processo lúdico gerou enga-
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jamento e foi mais eficiente que a metodologia comum, com palestras e provas”, afirma Cammarota. O método também possibilitou a avaliação mais apurada dos participantes, com indicadores sobre colaborativismo, comunicação, trabalho individual e em equipe, pontualidade, entre outros. A criação de interfaces entre o lúdico e o real gera mais envolvimento dos profissionais de uma organização. Foi o que a Ekoá comprovou. A realidade interna das empresas – a pressão sobre a produtividade, a pontualidade, a qualidade das entregas – atrai menos a atenção do que a lógica do videogame, por exemplo, em que os desafios são interessantes, os contextos épicos instigam os jogadores. “Utilizamos a mecânica dos games para estimular os profissionais a produzirem dentro das empresas onde trabalham”, explica Cammarota. Como empresa que lidera um ramo de negócio novo no país, a Ekoá Jogos Empresariais continua inovando. “Em breve, muita gente boa estará oferecendo o serviço que oferecemos hoje”, prevê o diretor. Nos próximos anos, a empresa deve adaptar, para o virtual, treinamentos que desenvolveu em plataformas concretas. A gamificação de processos também deve ser aprimorada. “Desenvolvemos um jogo para a área comercial em que os profissionais pontuam à medida que alcançam as metas. Por meio do game, é possível visualizar as falhas de gestão do processo, porque os problemas ficam evidentes”, exemplifica Cammarota, o responsável pela inovação da empresa que se destacou ao oferecer jogos para educação de líderes e colaboradores de grandes organizações.
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TECNOLOGIA Fotos: Carolyna Paiva
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Robôs programados por estudantes da Universidade de Brasília são referência na América Latina | Carolyna Paiva
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romover o avanço da sociedade e difundir o conceito da robótica em todo o Distrito Federal. Essa é a missão da Divisão de Robótica Inteligente (Droid), um grupo formado por 22 estudantes da Universidade de Brasília. Entre os projetos realizados, um robô autônomo com função de recolher latinhas em terreno arenoso, outro, conhecido como minidespoluidor de lagos, em sequência, uma máquina de coleta seletiva inteligente e, por fim, um mecanismo de transporte aquático. A Droid é uma equipe de competição, criada em 2009, para colocar em prática o conhecimento adquirido em sala de aula, de modo a inspirar o desenvolvimento sustentável de novas tecnologias. Depois de cinco anos, o grupo já acumula vários títulos, dentre eles, o de bicampeão do Campeonato Latino-Americano de Robótica e o de tricampeão do Torneio Nacional de Robótica, além de representar Brasília, por quatro anos consecutivos, na Semana Nacional de Ciência Tecnologia. Hoje o time é reconhecido pela participação em competições, mas o trabalho vai adiante. No último mês, os membros foram ao
SENAI do Guará, onde falaram a alunos de 6º e 7º anos sobre as atividades desenvolvidas e mostraram o passo a passo dos projetos. A escola, que já realiza atividades de programação para crianças com blocos de lego simples e interativos, teve um novo incentivo para continuar. “Eles ficaram muito empolgados com a nossa história e já despertaram interesse até em entrar para a UnB. Isso nos deixa orgulhosos!”, declarou Philippe Dias, estudante de Engenharia Elétrica e integrante da Droid.
Apesar de desejarem expandir os projetos e promover a divulgação do meio tecnológico em Brasília, o grupo ainda enfrenta dificuldades. No início de 2013, foram procurados por empresas para a comercialização do robô catador de latinha. No entanto, sem nenhum patrocínio ou aparelhagem sofisticada, o tempo de produção seria muito longo, o que tornou inviável transformar o projeto em produto. Nessas condições, a aplicabilidade ao mercado ainda é limitada.
Os robôs A preparação começa pelo menos seis meses antes. Construídas do zero, as máquinas são elaboradas com diferentes materiais e suportes, de acordo as temáticas exigidas nos editais de competições. “Normalmente o foco é pensar em inovações para melhorar processos ainda em desenvolvimento, como no último desafio, em que deveríamos aprimorar a logísti-
encomendar pela internet bombas de aquário. Cada máquina possuía um cérebro central de processamento autônomo e a comunicação entre eles acontecia por bluetooth. “Colocamos um programa sequencial. Quando uma etapa era realizada, acontecia a troca de informações e o outro robô entendia que poderia agir. E assim seguia um ciclo”, explica Uruatã. Foram mais de 1000 testes, entre movimentação da balsa, programação e finalização do projeto. “A inclusão da água foi a maior dificuldade. Por isso, focamos em criar mecanismos muito competentes e até trouxemos uma piscina para testarmos na sede”, comenta o estudante. Apesar de competirem contra equipes com aparelhos mais sofisticados, a escolha sobre a quantidade de barcos, o tipo de material e comando dos robôs garantiu a vitória da Droid. Retorno para o mercado
ca de transporte de equipamentos e materiais em um ambiente aquático”, revela Uruatã Oliveira, aluno do décimo semestre de Engenharia Mecatrônica, em relação ao Campeonato Latino-Americano de Robótica 2014. O grupo venceu a competição e, segundo eles, o diferencial foi a estratégia utilizada. A tarefa consistia em levar matérias de uma plataforma a outra, passando por uma piscina. Para isso, eles optaram por construir dois robôs de terra e um robô de água, feitos de lego, espuma, alumínio e madeira. Os componentes eletrônicos foram os mais difíceis, e eles tiveram até de
Giordano Gois, 25, forma, neste semestre, em Engenharia Mecatrônica pela Universidade de Brasília e é membro desde a fundação da empresa. Em 2012, ingressou como estagiário na Explora Tecnologia, empresa com foco em maximizar performances e simplificar a manutenção de redes de telecomunicações. A experiência prática de trabalhar com robôs foi um diferencial para a contratação, confessa o futuro engenheiro. “Trabalhar com prazos, metas e planejamento para desafios inteligentes, além de desenvolver o trabalho em equipe, são diferenciais adquiridos em decorrência da vivência na Droid”. Atualmente, a equipe busca divulgar seu trabalho e conseguir, aos poucos, aprimorar as máquinas a fim de que se tornem, de fato, comercializadas. “A cultura é diferente no Brasil. Robótica está começando agora e várias equipes enfrentam dificuldades de patrocínio. O problema não está nos profissionais e sim na receptividade do mercado, que prefere empresas com retorno a curto prazo”, comenta Letícia van der Ploeg, estudante do quinto semestre de Engenharia Mecatrônica. Para isso, o apoio de empresas patrocinadoras é o maior salto buscado pela equipe. “Esperamos apoio financeiro ou em materiais para fabricação do robô. Falta suporte de empresas da área e do próprio governo. Na Venezuela, por exemplo, há dois ministérios voltados para o desenvolvimento tecnológico”, ressalta Uruatã. Enquanto isso, os jovens cobram uma mensalidade simbólica de R$ 10 para ratearem os custos e continuarem a representar o DF. TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 ::
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MERCADO IMOBILIÁRIO
MP proíbe comercialização de imóveis em Arniqueira De acordo com o órgão, a região ocupada por condomínios de classe média alta faz parte da Área de Proteção Ambiental que abriga nascentes de importantes rios da cidade | Gustavo Lúcio
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móveis localizados no Setor Habitacional Arniqueira (SHA), em Águas Claras, estão proibidos de serem alugados ou vendidos. A decisão é do Ministério Público Federal. De acordo com a Ação Civil Pública que tramita na 20ª Vara Federal, a região concentra nascentes, marginais de cursos d’água e áreas de vereda, além de fazer parte da Área de Proteção Ambiental (APA) do Planalto Central. Apesar da importância ecológica, a área, atualmente, está ocupada por loteamentos clandestinos. A ação acusa órgãos públicos dos governos federal e do DF e entidades ligadas ao mercado imobiliário de permitirem o loteamento desordenado da região. As primeiras ocupações ocorreram na década de 60. Na época, agricultores habitavam as terras conhecidas como Vereda Grande, Arniqueira e Veredão que, ao todo, somam a extensão de mil hectares. Nos últimos anos, a área rural foi parcelada indevidamente e, no lugar de plantações, surgiram condomínios de classe média alta. O último estudo da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) aponta que Arniqueira possui, hoje, cerca de sete mil habitações e mais de 25 mil habitantes. De acordo com a Administração Regional de Águas Claras, em 2011, o GDF publicou, no Diário Oficial, o Decreto nº
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32.766/11, que determinou a criação de um grupo para combater ocupações irregulares em Arniqueira e, atualmente, a região está em avançado processo de regularização. “O processo que trata da regularização de Arniqueira encontra-se em poder do Grupo de Análise e Aprovação de Parcelamento do Solo (GRUPAR) aguardando por aprovação”, explica o gerente da Gerência Regional de Arniqueira, Joseli Pedro de Souza. A decisão do Ministério Público provocou divergências no mercado imobiliário de Brasília. Segundo o Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 8ª Região (CreciDF), o SHA possui vários terrenos já construídos e habitados, além de infraestrutura pública, mas falta vontade política para regularizar a região. “Há várias casas construídas, os moradores pagam IPTU. Temos luz fornecida pela CEB, telefone, recolhimento de lixo. Ou seja, o setor é estruturado. A decisão do MP é uma grande restrição para os profissionais que negociam nessa área”, destaca o presidente do Creci-DF, Hermes Alcântara. Segundo ele, agentes de fiscalização do GDF e de entidades ligadas ao mercado imobiliário do Distrito Federal estão nas ruas para identificar corretores, imobiliárias e proprietários que insistem em comercializar imóveis do SHA. Quem desrespeitar a decisão será notificado e multado. “O MP
notificou o Creci para orientarmos corretores e imobiliárias a não comercializarem ou alugarem terrenos e casas em Arniqueira. A multa para quem for pego é de R$ 10 mil”, acrescenta. O Ministério Público também notificou o Creci-DF para orientar os profissionais de imobiliárias sobre a proibição de reter documentos originais de clientes. A solução encontrada pelo Conselho foi a cópia dos originais. “A prática acontece quando o cliente precisa das chaves para visitar o imóvel. Agora, as imobiliárias devem copiar
os documentos, além de fazer cadastro com telefones, endereço e contatos de referência”, explicou Alcântara. Nossa reportagem procurou o Ministério Público Federal, a Procuradoria da República no DF e o Tribunal Regional Federal para falar sobre o assunto, mas até o fechamento desta edição não obtivemos respostas dos órgãos. Segundo Hermes Alcântara, qualquer irregularidade nas transações e serviços imobiliários pode ser denunciada no Conselho Regional de Corretores de Imóveis pelo telefone (61) 3321-1010. Foto: Wagner Augusto
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DESTAQUE
Funcionários viram clientes em dia de comemoração Fotos: Wagner Augusto / Magnun Alexandre
Salão de beleza encontra forma diferente de prestigiar equipe e festejar as realizações do ano | Carolyna Paiva
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Em dia de confraternização, colegas de trabalho embelezam umas as outras
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s confraternizações de fim de ano já são práticas consolidadas no ramo empresarial. É comum as instituições buscarem formas de recompensar e reconhecer o trabalho da equipe que a acompanhou durante o ano. No entanto, para se destacar no mercado, é preciso inovar. Por isso, cada vez mais, as empresas criam mecanismos diferentes de comemorar e unir os funcionários. O salão de beleza Ópera Lounge Saloon encontrou uma forma especial de festejar término de 2014. Durante uma terça-feira comercial, o empreendimento, localizado em Águas Claras, estava a todo o vapor: secadores ligados, maquiagem sobre a mesa e esmaltes expostos. Contudo, eram os próprios funcionários que ocupavam as cadeiras dos clientes e revezavam-se para proporcionar a todos um clima de beleza. Não havia preocupação em atender ou organizar o espaço, em conjunto, toda a equipe aproveitou a manhã à sua própria maneira. E a festa não parou por aí. O Ópera atrela lazer e beleza com uma área privada para quem deseja desfrutar um drink, ler uma revista ou um jornal sem ter acesso ao ambiente interno do salão, de forma a manter o charme e personalidade de cada local. Porém, para o dia de confraternização, quem se deliciou com as bebidas especializa-
das foram os empregados. Dessa maneira, Ana Paula Dias e Valéria Prado, sócias do estabelecimento, prestigiaram o corpo de trabalhadores. “Todo mundo sempre faz um jantar ou uma reunião no final do dia, para aproveitar o dia comercial. Mas nós duas pensamos no bem estar do funcionário e abrimos mão de um dia de trabalho para estar com eles”, revela Valéria. Para elas, essa é uma oportunidade de expressar o que o empreendimento representa. “O Ópera é um sonho que eu sempre tive. Um lugar para revigorar os ânimos e trabalhar com a autoestima das pessoas”, expressa Ana Paula e Valéria acrescenta: “O negócio não está acima dos nossos valores, é uma consequência. A ética e nossos princípios vêm antes de tudo. Isso é muito importante hoje em dia”. Após a manhã de beleza, toda a equipe se reuniu na churrascaria Bufallo Bill para um almoço especial. Enquanto aproveitavam o rodízio oferecido pela empresa, a tradicional troca de presentes animou o ambiente. Lidiane Elen, manicure, estava empolgada e não escondeu a felicidade: “A confraternização está o máximo. É muita alegria, amizade e sinceridade. Vesti a camisa do Ópera e amo todos de coração. Vale todo o esforço do dia a dia, porque isso é uma vitória para nós”.
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DESTAQUE
Assim como ela, a maquiadora Janaína Brígida entrou na diversão. “Nós vendemos beleza e alegria e é nesse clima que estamos aqui. É muito prazeroso quando a gente ama o que faz e trabalha com pessoas que têm a mesma energia.” O bom humor foi perceptível em todos que, descontraídos, conversaram e aproveitam a comemoração. Em ambiente de muita festividade, as líderes do estabelecimento são as primeiras a valorizar momentos como esses para unir a equipe. Valéria comenta que “é sempre um momento da gente estreitar laços e mostrar como
é importante termos os mesmos objetivos. É você saber que vai crescer junto com a empresa”. Além disso, “é um momento de paz e de reflexão, mas também para todos se conhecerem e se divertirem”, alega Ana Paula. Depois de um dia especial de beleza e confraternização, o Opera Longue Saloon comemora o primeiro ano de realizações. Desde já, o espaço é um exemplo de empreendimento que se preocupa não só com os clientes, por meio de profissionais preparados e serviços atualizados, mas também com a integração e bem estar de seus funcionários.
Fotos: Wagner Augusto / Magnun Alexandre
Foto: Vivi Manzur e Luiz Finotti
Foto: Vivi Manzur e Luiz Finotti
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Fotos: Wagner Augusto / Magnun Alexandre
As sócias do salão, Valéria Prado e Ana Paula Dias
Ópera Lounge Café Fundado da inquietação de Valéria Prado, o Ópera Lounge Café, surgiu da vontade de recomeçar. Após fechar outro salão de beleza, a empresária uniu forças e ergueu um novo ambiente apaixonante como o estilo musical que leva o nome do espaço. Após mais de seis meses, o empreendimento conta com uma cartela de serviços ampla e diferenciada, além de oferecer um lounge bar exclusivo.
Serviço: Endereço: Av.Castanheiras, rua 24 norte, Res.Cidade de Barcelona loja 01. ÁGUAS CLARAS - BRASÍLIA – DF Horário de funcionamento: 8h às 18h Telefone: (61) 3042-6611 | (61) 96672022 | (61) 8632-0079 | (61) 9525-3535 | (61) 8346-2441
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DESTAQUE
O luxo de se comer bem ao seu alcance
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Churrascaria Bufallo Bio é reconhecida pela praticidade, menu variado e atendimento excelente | da redação
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rabalhar, praticar exercícios ou estudar tornou prioridade na rotina do brasiliense. E, com a correria do dia a dia, encontrar um momento para desfrutar, com calma, uma refeição tornou-se raridade. Por isso, quando há uma oportunidade, queremos o melhor. O sonho de qualquer consumidor é encontrar um lugar especial, com conforto, qualidade de atendimento e cardápio diferenciado, além de não precisar se preocupar com estacionamento, bem estar dos filhos e segurança. Em Brasília, felizmente, existe esse espaço. Com foco no atendimento especializado, a churrascaria Buffalo Bio, localizada na Estrada Parque Taguatinga-Guará (EPTG), tem como maior objetivo fazer o cliente sair completamente satisfeito. Parece impossível, mas o desafio está cada vez mais perto de ser atingido. Por meio de treinamentos mensais com os funcionários, prática de coaching gerencial e a presença de clientes ocultos, o serviço é avaliado com intuito potencializar cada etapa do processo. O procedimento é gerido, há uma ano, pela empresa Novo marketing, uma consultoria focada em estratégias de atendimento, com unidades próprias em Goiânia, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Ademilso Bordim, gerente, está há 16 anos no estabelecimento e afirma que “no início, o grande obstáculo era que os garçons se apresentassem. Com o tempo, conseguimos reverter isso”. Atualmente, o trabalho com metas de vendas promove novas melhorias. Por meio de um sistema de controle, é possível saber quem conseguiu atingir o maior resultado e há uma gratificação ao funcionário. Isso gera um ciclo de motivação em toda a empresa que busca sempre otimizar a produtividade. Essa prática possibilitou até aumentar o salário da equipe e diversificar as formas de gratificação. Assim também é linha de pensamento entre os funcionários. “Eles falam muito da união. Se cada um
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trabalhar por si, não vamos crescer”, comenta o garçom Daniel Manfro. A preocupação com os empregados reflete no engajamento da equipe, como é o caso de Daniel que está há seis anos no estabelecimento e revela se sentir em casa. “Todos são muito acolhedores e sempre que precisei, recebi ajuda”, afirma. E o maior beneficiado é o consumidor. Nem as filas de espera incomodam o público que, segundo o gerente, dificilmente faz reclamações. Mas não é por menos. Ao chegar no ambiente, o cliente já se sente envolvido. O hall de entrada oferece a estrutura para quem ainda não conseguiu lugar, e, enquanto aguarda, é possível aproveitar petiscos ou outros produtos do cardápio. Não é só a gastronomia que encanta. Todo o recinto foi planejando pelo arquiteto Mauro Bernardes, especialista em decorar churrascarias e, por isso, cada espaço oferece a melhor sensação em relação ao fluxo de pessoas, comodidade e iluminação. Além disso, as crianças também foram contempladas. Um playground gratuito com brinquedoteca está à disposição da garotada e uma monitora acompanha as brincadeiras. “O importante é chegar e saber que vai ter o conforto e cuidado de todas as idades”, afirma Ademilso. A atenção especializada reflete-se nos diferentes públicos que frequentam o local. Se uma pessoa é vegetariana ou fez redução de estômago, por exemplo, é possível fazer um preço especial. “A gente deve entender cada situação. Por isso, dependendo do caso, nem cobramos”, explica. No entanto, são as mais de 30 variedades diferenciadas de carne, o sushi bar com variedades de peixe e o buffet o foco de atenção. Para complementar a diversidade, sobremesas e drinks preparados na hora fazem a diferença. Até mesmo o estacionamento, com mais de 200 vagas, e o serviço gratuito de manobrista são bem selecionados e proporcionam as tão sonhadas segurança e comodidade a todos que frequentam o espaço.
Foto: Vivi Manzur e Luiz Finotti
Foto: Wagner Augusto
Foto: Wagner Augusto
Foto: Wagner Augusto
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PREPARO FÍSICO
Exercícios à sua maneira
Assessorias esportivas são novas opções para se exercitar de forma personalizada | Carolyna Paiva
Praticar atividade física pelo simples prazer de treinar não tem sido suficiente para os brasilienses. O clima impessoal de academias e a busca por melhores resultados faz crescer, cada vez mais, a procura por alternativas que garantam melhor qualidade de vida aliada à evolução no desempenho e na segurança do exercício. Essa carência inspirou um movimento no Distrito Federal: a criação de assessorias esportivas, empresas com foco no atendimento individualizado, de acordo com a ambição e capacidade física de cada pessoa. A tendência começou em São Paulo, onde é possível encontrar empreendimentos com mais de 25 anos. Em Brasília, o processo está engatinhando. Espelhada na metrópole, a capital começou a desenvolver essa atividade nos anos 2000. O crescimento aconteceu proporcionalmente ao aparecimento de grupos de corrida e, hoje, o DF comporta mais de dez empresas, apesar de o número ainda ser incerto, em decorrência da maturidade do mercado. Cristina Calengaro, Presidente do Conselho Regional de Educação Física do Distrito Federal, órgão responsável por registrar e acompanhar o trabalho das assessorias esportivas, explica que o atendimento personalizado existe há muito tempo.. Entretanto, com o crescimento da demanda, surgiu a necessidade de criarem empresas especializadas e com foco na peculiaridade de cada aluno. “É um mercado em crescimento e ainda incerto, formado por profissionais mais experientes, já que eles precisam conhecer bem as modalidades e também ter conhecimento de gestão”, declara. Apesar de ter a corrida como carro chefe, as organizações também atendem a ciclistas, nadadores e pessoas que desejam ser mais sau-
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dáveis, mas não se sentem bem com o estilo das academias. O objetivo é treinar a partir do perfil individualizado, mas cada empresa segue uma linha própria. “Há algumas que trabalham em performance, visando alto rendimento. Outras seguem a metodologias do coletivo. Há até aquelas com exercícios funcionais voltados para fortalecimento muscular. No entanto, o foco é o indivíduo”, explica Cláudio José, sócio e professor da empresa Ápice, criada em 2007. A diversidade e oferta de outras possibilidades em locais abertos é um chamativo para o treinamento. “Hoje Brasília tem uma quantidade muito grande de pessoas que se exercitam nas ruas ou nos parques. E ainda há pessoas que não sabem da existência de profissionais que desenvolvem trabalho nesse sentido. Não basta correr, é preciso de alguém para orientar em como, quando e com que frequência”, comenta Cláudio José. E acrescenta: “Ainda tem o fato secundário de desenvolver um novo leque de amigos durante as atividades”. De fato, esse é um grande motivador. Gabriela Rios, 26, corre há quatro anos com acompanhamento da Get Running e confessa que, se não fosse a união entre eles, provavelmente, ela já teria desistido. “São mais de 200 pessoas e, mesmo assim, é muito familiar. Você tem uma atenção especial e ninguém se sente sozinho. Em conjunto, as dificuldades parecem menores.” Além da proximidade, as assessorias formam grupos que se unem para viajar e competir. “Formamos turmas e criamos uma proximidade”, revela Eva Pinho, 36, que ingressou em 2011 na Ápice. “Você entra no grupo e tem muita troca. Já viajamos juntos várias vezes e é muito bom ter alguém da assessoria para alinhar as necessidades”, relata Eva.
Foto: da redação
E esse clima permanece até mesmo entre os donos das assessorias. Bruno Ryker Moraes, 32, educador físico e sócio da empresa Aptidão explica que “não há competição por clientes de outra assessoria, porque sabemos que ele já está fixo e bem atendido. Dificilmente acontece uma troca de assessoria”.
A empresa, fundada em 2010, surgiu da demanda em orientar mais atenciosamente detalhe do acompanhamento. Atualmente, a instituição conta com doze profissionais, incluindo estagiários, educadores físicos, nutricionistas, massoterapeutas e até médicos especializados, como cardiologistas.
Hora de começar A maioria dos alunos inicia por indicação ou porque vê o grupo treinando e se interessa em participar. “O relacionamento começa de forma pequena. E a partir disso aumenta-se essa rede de contato”, comenta Bruno Ryer. O primeiro passo é a avaliação física, apresentação de histórico, teste de força e exames cardíacos. Então começa o treinamento. “Em nenhum momento daremos uma planilha geral para eles seguirem. De acordo com a realidade, a gente consegue prescrever”, ressalta Bruno.
Os treinamentos das assessorias costumam ocorrer no Parque da Cidade, com horários flexíveis durante toda a semana, variando de acordo com o estilo de cada empresa. “Tiramos dúvidas em relação a ritmo e intensidade. E, quando há necessidade mais especifica, acompanhamos o aluno no treino, sempre buscando desenvolvê-lo”, esclarece Cláudio. Não é necessário equipamentos sofisticados ou longa disposição de tempo para começar, o que torna a prática ainda mais atrativa.
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FUGINDO DAROTINA
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Fugindo da rotina
Buenos Aires A
Compras, passeios, teatro, shows e o agito da capital argentina | Oda Paula Fernandes
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Argentina é um dos principais destinos escolhidos pelos brasileiros que decidem viajar para fora do país, não só pela proximidade, mas pela diversidade de entretenimentos encontrados especialmente em Buenos Aires, a capital. A diversidade arquitetônica bem conservada garante o charme europeu da cidade, apelidada de “Paris da América do Sul”. Ao passear por Buenos Aires, o turista é instigado a descobrir os elegantes bairros da cidade e reparar nos detalhes das avenidas, prédios e praças que contam a história do povo patriota por excelência. A imponência das ruas largas e jardins bem cuidados enchem os olhos dos turistas. Cada canto da cidade é cenário perfeito para fotos, afinal, é prudente guardar em imagens a memória da agitação moderna da vida portenha em convivência harmônica com a rica cultura do passado. Não importa a época do ano: o clássico e o moderno se misturam para criar um clima agradável que acolhe turistas de todas as idades. A conservação dos prédios antigos contrasta com os modernos arranha-céus próximos a Puerto Madero, região revitalizada onde é possível encontrar restaurantes requintados. Shoppings, outlets, ruas comerciais, restaurantes, bares,
Fotos: Oda Paula Fernandes
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FUGINDO DAROTINA
shows de tango, museus, teatros, galerias de arte, antiquários e até um cemitério – localizado no bairro Recoleta, onde estão os restos mortais de Eva Perón, túmulo mais visitado – fazem parte dos roteiros turísticos. O bairro Recoleta, aliás, é mais tradicional de Buenos Aires. Tem segurança, sofisticação e os mais modernos hotéis. Assim como os outros bairros da grande cidade dos hermanos, nos remete ao mágico ato de caminhar e descobrir. Os entalhes das paredes dos palacetes, as grades que delimitam os jardins que se espalham pela cidade e colorem as lentes das câmeras. Em todos os lugares, há
detalhes a serem descobertos. Para melhor conhecer a megalópole, vale gastar a sola dos sapatos. Assim, é possível reparar nos hábitos dos argentinos, apreciar os detalhes da arquitetura urbana, relaxar nas encantadoras praças, observar os traços das largas ruas e jardins, sentir o cheiro da cidade e observar a gente apressada. Reservar alguns dias de férias ou algumas horas na viagem a negócios para conhecer pontos turísticos da cidade, como a Casa Rosada ou o Museu de Belas Artes, revigora qualquer pessoa. Os moradores locais são educados e, de um modo geral,
adoram os brasileiros. A rivalidade conhecida no futebol passa longe. Está perdido? Não tenha medo ou vergonha de abordar um argentino e pedir ajuda. Apesar da pressa no andar, eles são amigáveis e prestativos caso alguma informação seja solicitada. Logo, você estará onde deseja. Para chegar mais rápido onde precisa, use um ônibus – alguns, confortáveis; outros, não. Também há táxis disponíveis. Mas fique atento aos espertalhões: existem táxis não oficiais circulando e uma corrida que custa cem pesos pode sair por trezentos. Como toda grande cidade, Buenos Aires também requer cuidados para segurança. É recomendável estar atento aos locais por onde se anda, apesar de a polícia e a guar-
da nacional estarem presentes nas ruas. Nada diferente de outras grandes cidades, seja qual for o idioma. A propósito, o idioma pode ser um entrave na comunicação. Nem todos os estabelecimentos estão preparados para uma conversa em português. E não adianta entoar um sotaque castelhano – idioma que eles declaram fazer uso – e confiar na semelhança de algumas palavras com a nossa língua. A comunicação se dá pausadamente – técnica que diminui os desentendimentos, mas que não elimina a possibilidade de algumas palavras não serem compreendidas. Há hermanos que não entendem uma única palavra em português. A moeda local é o peso argentino, de valor bem inferior
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ao real. Vários locais aceitam nossa moeda, que é convertida em pesos no ato do pagamento. Também são aceitos dólares. O câmbio é feito por operadoras oficiais e por inúmeros cambistas. Eles se jogam em cima dos turistas, ali mesmo, no meio da Calle Florida, local de intenso comércio e onde encontramos as famosas Galerias Pacífico – o teto desenhado é uma obra de arte para apreciação. O agito de Buenos Aires pode ser experimentado na Niceto Club, que fica no bairro Palermo Soho, onde são apresentados shows de rock e pop. Para os amantes de requintados bares, o Milion, no bairro Recoleta, é atração no melhor estilo europeu. O La Brigada, em San Telmo, serve o melhor bife de chorizo – o nosso contrafilé – da cidade, que pode ser cortado até mesmo com uma colher, de tão macia a carne. Outra referência gastronômica é o Almagro Bar, sinônimo de requinte. Em passeio pela cidade, não se pode deixar de provar
o lanche Maria Callas, oferecido pelo Las Violetas, de atmosfera genuinamente francesa. Uma experiência única é almoçar no Postavecchia, dentro das Galerias Pacífico, e ser atendido pessoalmente pelo dono do restaurante, Jorge Palacios. O ambiente remete os visitantes ao Caminito – rua museu do Bairro La Boca – ao exibir inúmeras peças e histórias sobre a origem do estabelecimento. O Abuela Goye serve sorvetes maravilhosos e produtos originários da Patagônia. Claudio Gomez, filho dos fundadores suíços, já expandiu a franquia inclusive para o Brasil. O melhor de tudo – e que engloba, a um só tempo, boa comida e diversão – é o Hard Rock Café de Buenos Aires, localizado no BA designers. Os combos de hambúrgueres, de tão grandes, são comidos com talheres. O gerente Rafael Ureta, que está à frente da casa de entretenimento há 17 anos, é o mais brasileiro dos argentinos que lá trabalham, o
que torna o ambiente ainda mais simpático. Como se diz por lá, o tango é um pensamento triste que se pode dançar. O estilo teve origem na polca européia, na havaneira cubana, no candombe uruguaio e na milonga espanhola. Transformou-se em uma expressão artística argentina imperdível aos turistas. O que não faltam são casas de shows que oferecem a atração. Todavia, mais interessante é frequentar o bairro Almagro, pouco convencional entre os turistas, onde se difunde o verdadeiro tango argentino. Se mesmo com todas essas atrações, alguém deseja voltar para casa, experimente um passeio com a Buquebus, próxima à estação Retiro, antes de deixar a capital.
A embarcação oferece transporte para o Uruguai. Cruza-se o rio da Prata, que deságua no oceano Atlântico, com um catamarã recém-inaugurado, batizado de Francisco em homenagem ao papa argentino. A atenção aos detalhes são grandes: os calçados dos passageiros são envolvidos com uma espécie de sapatilha plástica de uso obrigatório fornecida por máquinas localizadas no ponto de embarque. Dentro do catamarã, com excelentes acomodações e vista, são oferecidos apetitosos lanches e ainda é possível fazer compra na área comercial – isenta de impostos e com ótimos preços. A chegada ao Uruguai já uma atração. Mas esta é outra história.
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Receita do Chef Típica do natal, a Paleta de Cordeiro é um prato fino e conhecido por agradar os mais diversos paladares. Em decorrência da facilidade de encontrar os ingredientes, essa é uma opção para confraternizações ou jantares de negócios. Confira como preparar a receita de Valdeone, renomado chefe de cozinha do restaurante La Tambuille. Ingredientes: Paleta de Cordeiro Cenoura Cebola Branca Alho Poró Salsão Tempero a gosto (Sal, caldo de carne, pimenta…) Modo de prepraro 1. Marinar a paleta com todos os ingredientes. 2. Deixa assar durante 3 a 4 horas no forno confinado a 180ºC. 3. Retirar a paleta e desossar. Acompanhamento: Talharim ao aroma de manteiga trufada Cozinhar 2 minutos o talharim na água (20L) temperada com sal (200 mL) e óleo (100 mL). Acrescenta manteiga trufada (70 g) em uma frigideira e mistura com a massa, no fogo a temperatura 100ºC. Servir a paleta com o talharim. Foto Wagner Augusto
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