agronegócios ano 1 | edição 3 | julho/agosto 2012
Duda Biagi As conquistas de Eduardo Biagi à frente da ABCZ
Leilão Campeã da Cabanha: novo recorde de produção e valorização da raça Girolando
Copa Ouro Terceira São José Copa Ouro Audi Polo 2012 encerra em grande estilo
ExpoZebu Do Brasil para o mundo: raças zebuínas atraem cada vez mais investidores de outros países
Parceiros e Colaboradores Mauricio Silveira Coelho é veterinário e um dos sócios do Grupo Cabo Verde, em Passos/MG. Criador e produtor nato, é gestor da Fazenda Santa Luzia, uma das principais referências na produção de leite a pasto e criação de Girolando. Está entre os 20 maiores produtores de leite do Brasil, conforme ranking TOP 100 do site Milkpoint. Mauricio é também vice-presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando.
Mário Fernando dos Santos o Marinho, é representante comercial da ABS-Pecplan de Uberaba/MG. Iniciou a sua vida profissional como vendedor na Coop. Agrop. de São João da Boa Vista/SP. Apaixonado pelo universo da pecuária, é profissional experiente que conhece as necessidades de cada produtor e rebanho. “Penso que a cada dose de sêmen geneticamente melhorada que vendo, estou contribuindo para um mundo melhor, sem miséria”.
Gustavo Ribeiro Garcia é natural de Franca/SP, mas reside em Campinas/SP. É bacharel em Direito, criador de cavalos e jogador de polo. É campeão brasileiro e vice-campeão mundial de polo. Em 2011 foi campeão da Copa Ouro.
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ESPECIAL Pecuária Leiteira sob o olhar de Tatiane Tetzner
CAFEICULTURA Tradição, produtividade e sustentabilidade
ASSESSORIA Consultoria Agroeconômica
CAPA Novos Desafios: produzir e preservar para o futuro
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ESPORTE Copa Ouro reúne os melhores do Polo
AGRICULTURA DE PRECISÃO Gestão Especializada
EVENTO ExpoZebu 2012 Bate recorde
EVENTO Concurso Leiteiro Qualidade do leite é avaliada
Joaquim José da Costa Noronha o Kinkão, é um dos mais tradicionais criadores de Gir Leiteiro do Brasil. A seleção genética da Fazenda Terra Vermelha é nacionalmente reconhecida, com animais da raça liderando o ranking da categoria há anos, entre eles o lendário C.A Sansão. Kinkão é apaixonado pela raça e representante da terceira geração da família, que se dedica a criação e seleção genética do Gir Leiteiro há 80 anos, a mais antiga do Brasil. Em comemoração a essa data realizará em agosto um leilão dos seus melhores animais.
Ronaldo Bonifácio da Silva o Bony, criador de Nelore , é um dos grandes conhecedores da raça. É natural de Uberaba/MG, mas está radicado em Passos/MG há muitos anos. Hoje assessora criadores da raça Nelore em todo o país.
Homero Duarte Júnior é agropecuarista e concentra suas atividades em Alfenas e Carmo do Rio Claro/MG. Tem como foco do seu trabalho a eficiência na produção, com uso de tecnologia de ponta na agricultura de precisão. É produtor de milho, feijão e soja, pioneiro no Estado de Minas Gerais a utilizar o plantio com espaçamento de 50 cm para o milho, aumentando significadamente a população de plantas. Criador de animais da raça Girolando e Gerente Geral de Negócios da Pimenta Agro Sul, concessionária da conceituada marca Case IH.
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PECUÁRIA DE ELITE RM Nelore conquista seu espaço
PECUÁRIA DE ELITE Kubera e a prosperidade do Gir Leiteiro
EVENTO Campeã da Cabanha faz história no Girolando
EVENTO Girolando: opção da Fazenda Água Limpa
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ARTIGO A saúde dos cascos
AGRICULTURA FAMILIAR Cafés especiais: estudos e dedicação
EVENTO Feicorte 2012
DEPOIMENTOS Agilidade na colheita
Quem lê a Terra Boa agronegócios
EXPEDIENTE Terra Boa Agronegócios é uma publicação bimestral da Editora Doce Mar ano 1 | edição 3 | julho/agosto 2012 Direção executiva Bolivar Filho terraboaminas@hotmail.com Conselho editorial Adriana Dias, Bolivar Filho, Denise Bueno Edição Bolivar Filho Denise Bueno denisebueno@multimarketing.ppg.br Projeto gráfico Edição de imagens e DTP Multimarketing Comunicação Cleiton Hipólito / Dalton Filho cleiton@multimarketing.ppg.br daltonfilho@multimarketing.ppg.br Jornalista Responsável / Redação Denise Bueno – DRT/MG 6173 denisebueno@multimarketing.ppg.br Adriana Dias adriodias@hotmail.com Graciela Nasr graametista@hotmail.com
Duda Biagi, presidente da ABCZ, conhece a nova revista do agronegócio, em seu escritório, na Usina da Pedra, em Serrana/SP
O médico José Orlando Pereira, o Tuta, e o produtor Zinho Calixto Mattar, lendo a Terra Boa, no Rancho Alegre, durante o 6º Team Penning de Passos/MG
Bonoel Bezerra, Gerente da Concessionária Viscaya Toyota, em Ribeirão Preto/SP, recebendo o primeiro exemplar da Terra Boa Agronegócios
“Sou advogado e trabalho com direito agrário. Estive em Belo Horizonte/MG, na cidade administrativa, para falar com o Coronel-Chefe da Polícia Militar, acerca de uma reintegração de posse na cidade de Novo Cruzeiro/MG. Lá tive a oportunidade de receber um exemplar da Revista TERRA BOA. Meus parabéns! Ficou muito bacana! O pessoal do escritório (Fábio de Oliveira Luchesi – Advocacia de Terras) também teceu sinceros elogios. Quero saber informações sobre a publicação. É para assinantes? Qual a periodicidade? Deixo meus cumprimentos” Dermival Franceschi Neto, São Paulo/SP
Revisão Ruller Rodrigues rullerrodrigues@hotmail.com Estagiária Marcela Muzetti marcelamuzetti@hotmail.com Fotos Reginaldo Faria reginaldofaria@r7.com Impressão 3 Pinti Editora e Gráfica Tiragem 10 mil exemplares Revista Terra Boa Agronegócios Av. Com. Francisco Avelino Maia, 3866 Passos/MG - 37902-138 - Fone: (35) 3522-6252 www.facebook.com/terraboa.agro terraboaminas@hotmail.com Envie a sua história ou curiosidade relacionada ao campo para a Terra Boa Agronegócios!
“Moro em Cajuru e recebi o primeiro exemplar da revista Terra Boa Agronegócios. Quero parabenizá-los pela excelente revista. Gostei muito dos temas e a maneira como foram abordados. Quero saber como faço para receber a revista. Ficarei contente em receber e poder compartilhar esse veículo de comunicação e aprendizado” João Iunes Elias Neto, Cajuru/SP
Ao leitor
Conquistas É com muita honra que vivenciamos os melhores momentos da pecuária nacional, por isso nos empenhamos em transmitir ao nosso leitor o máximo de informações sobre a boa fase do setor. Os resultados da 78ª ExpoZebu (Exposição Internacional das Raças Zebuínas) e da 18ª Feicorte (Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne) demonstram esse bom momento com a quebra de recordes em leilões e em número de visitantes. Esses números refletem a característica do Brasil como o grande melhorador da genética bovina para a produção de carne e de leite. Conquistas que atraem cada vez mais criadores brasileiros e estrangeiros ávidos pelo que há de melhor no mercado agropecuário. Parte desse universo está registrada na editoria Cobertura de Eventos e nas entrevistas com o presidente da ABCZ, Eduardo Biagi, e com Tatiane Tetzner, que além de Gerente do Produto Leite na CRV Lagoa, é uma das mais respeitadas juradas de animais do Brasil. Em Uberaba/MG, conhecida internacionalmente como a Capital do ZEBU, tivemos o privilégio de entrevistar um novo investidor da raça Nelore, que vem conquistando seu espaço entre grandes criadores, Reinaldo Caravellas, da RM Nelore. O trabalho sério dos criadores brasileiros pode ser confirmado, também, na quebra de recordes da raça Girolando, durante leilão na Fazenda Córrego Branco, em Capetinga/MG. A raça mostrou o porquê do seu crescimento ao expor as conquistas da Campeã da Cabanha, recorde mundial em produção e valorização da raça. Um marco na história do Girolando. A equipe da Terra Boa Agronegócios se esmerou nas matérias especiais desta edição como na da cafeicultura, em Piumhi; na da pecuária de elite em Uberaba e na dos cafés especiais, em Ibiraci. Esse celeiro de informações você conhecerá nas próximas páginas. Forte abraço! Boa leitura, Bolivar Filho Você sabia que a Terra Boa também pode ser acessada na internet para leitura virtual? É no endereço abaixo:
http://issuu.com/terraboa Tenha uma boa leitura!
agroneg贸cios
Anuncie na Terra Boa e tenha uma boa colheita 35 3522-6252 | 9213-6432 | terraboaminas@hotmail.com www.facebook.com/terraboa.agro
Especial
Pecuária A primeira mulher a julgar o Gir Leiteiro na EXPOZEBU aposta muito na especialização e conquistou o seu espaço entre os criadores e
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selecionadores, além
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de abrir portas para que outras mulheres ingressassem nessa atividade
leiteira
sob o olhar de Tatiane Tetzner Fotos: Allan Françozo / Arquivo Pessoal
Tatiane Almeida Drummond Tetzner é uma das juradas de animais mais reconhecidas no Brasil. Além dessa função é Gerente do Produto Leite na CRV Lagoa há dois anos. Apaixonada pelo que faz, por bovinos, equinos e por animais de estimação, Tatiane trouxe essa paixão de casa: é filha, neta, bisneta e trineta de produtores rurais. Na formação acadêmica optou por medicina veterinária. Formou-se pela Universidade Federal de Uberlândia, e a pós-graduação cursou na UNESP. Mestrado e doutorado, também, marcam a sua trajetória acadêmica. Essa mineira de Ituiutaba/ MG estudou muito antes de romper as barreiras e ser uma das juradas da EXPOZEBU, função que exerceu nos anos de 2007, 2009 e 2011. É jurada efetiva da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), credenciada pela ABCGIL, associação de classe do Gir Leiteiro, ACNB, da Raça Nelore e Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. Conheça um pouco da trajetória de Tatiane Tetzner.
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TB-Como foi a sua trajetória profissional até chegar a ser jurada na ExpoZebu? TT: Fiz o curso de formação de jurados quando estava no início da graduação e comecei a atuar como jurada auxiliar em diversas exposições pelo Brasil afora. No último ano da faculdade auxiliei as exposições mais importantes de cada raça e participei dos julgamentos da maioria das raças zebuínas. Sempre gostei muito da pecuária leiteira e coincidiu que essas raças começaram a crescer bastante naquele período, e cada vez mais ganhar espaço na pecuária de elite. Em 2007 fui convidada para julgar a ExpoZebu, sendo que há mais de 15 anos nenhuma mulher julgava durante o evento, e da raça Gir Leiteiro, fui a primeira a atuar. Em 2005 ouvi de alguns técnicos que deveria ficar mais tempo como jurada auxiliar, no entanto, acredito que se os homens tem esse espaço, as mulheres, com um pouquinho mais de perfeccionismo e dedicação também o podem ocupá-lo. Deu certo. Hoje temos outras profissionais atuando como juradas, e fico feliz por ter participado ativamente desse processo.
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TB: Quando você começou a julgar animais, foi a pioneira de um mercado que era dominado pelos homens, como foi a sua recepção? TT: Sempre tive uma preocupação muito grande com a discrição, ética e com o profundo conhecimento da parte técnica. Nós, mulheres, temos que nos diferenciar nesse mercado competitivo do agronegócio através do dinamismo, dedicação e conhecimento. Por isso continuei estudando após
a graduação e segui pelo mestrado, especialização e doutorado, para conseguir superar os obstáculos e ter ainda mais espaço no mercado de trabalho. TB- Como profissional da área, mestre e doutora em reprodução animal, você viajou por vários países e conheceu a realidade das raças zebuínas e de outras raças pelo mundo. Com essa experiência, o que você destaca na evolução genética do rebanho brasileiro? TT- Nos últimos anos tive a oportunidade de conhecer de perto realidades pecuárias semelhantes e diferentes das do Brasil, nessas andanças aprendi muito sobre diversidade, e que cada local é propício á criação de animais que se adaptam a essas condições edafo-climáticas (temperatura, umidade, solo, pluviosidade, etc). As raças zebuínas “made in Brazil”, ou seja, raças de origem indiana que foram aprimoradas no Brasil através de seleção artificial e programas de melhoramento genético, atu-
Sempre tive uma preocupação muito grande com a discrição, ética e com o profundo conhecimento da parte técnica
almente contribuem de forma expressiva com a pecuária dos países tropicais. Estive por inúmeras vezes na Colômbia, duas vezes no Equador, México, Guatemala, República Dominicana e Honduras, e o trabalho do Brasil é reconhecido pelos criadores estrangeiros que buscam nossa genética. Por exemplo, a contribuição do Gir Leiteiro é grandiosa nos países que necessitam de animais produtivos e funcionais, resistentes a endo e ectoparasitas, adaptados às elevadas temperaturas e que propiciam um sistema de produção de leite a pasto, com rentabilidade e longevidade produtiva. Hoje, o Gir Leiteiro é a raça zebuína que mais exporta sêmen e embriões. E quando abordamos a evolução do Gir Leiteiro, o Girolando também vem junto, uma raça sintética expressiva em nosso país, e que cada vez mais cresce em comercialização de sêmen e embriões no mercado nacional e internacional. O que destaco de maior impacto na evolução genética do rebanho brasileiro, tanto no corte quanto no leite, é a busca contínua pela evolução genética de animais adaptados e funcionais, produtivos em sistema de produção a pasto, o boi de cupim que é do capim, ou seja, o boi de corte, e a vaca leiteira que produzem a pasto, e que transformam eficientemente a pastagem em carne e leite para nosso país e para o mundo. TB: E qual é a importância da raça Girolando para a exportação? TT: É crescente a busca por genética de sêmen e embriões. Muitos criadores que não querem passar nem pelo Holandês nem pelo Gir Leiteiro, buscam o resultado
final do cruzamento do europeu com o zebu, ou seja, buscam pela raça sintética Girolando. É impressionante o crescimento de comercialização de sêmen de touros da Raça Girolando, desde o começo do Teste de Progênie, em 1997, até o ano passado, tem-se um crescimento acumulado da ordem de mais de 1800%. E quando falamos em produção de leite, o Girolando contribui com mais de 86% do leite produzido no Brasil. Vários criatórios expressivos em produção, entre os quais estão os maiores produtores de leite do país, utilizam exclusivamente a genética Girolando, pela versatilidade das frações raciais, produtividade, fertilidade e durabilidade.
Nos últimos anos tive a oportunidade de conhecer de perto realidades pecuárias no Brasil e em alguns países do mundo
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Meu trabalho envolve a TB: Muitos criadores de outros países visitaram a ExpoZebu 2012. O que eles mais buscam? TT: Além da genética zebuína “made in Brazil”, que é diferenciada e única no mundo, pois o Brasil soube trabalhar muito bem a seleção do Zebu, os visitantes estrangeiros também vêm em busca do conhecimento. Os estrangeiros vêm buscar a genética de um bovino já pronto, que atende em produtividade, funcionalidade e adaptação às condições tropicais. Além da genética, os visitantes estrangeiros buscam também por capacitação técnica, ou seja, a difusão de tecnologia aplicada, como por exemplo, as biotecnologias da reprodução animal.
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TB: O que o Brasil enfrenta em decorrência das barreiras sanitárias? TT: Na verdade, muitas vezes, não são barreiras sanitárias, e sim barreiras comerciais impostas pelos países dos blocos de dominação mundial. Mesmo o Brasil atualmente ocupando o posto de 6ª maior economia do mundo, infelizmente, enfrentamos uma hegemonia dos países desenvolvidos que criam normativas e impõem aos
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países em desenvolvimento uma série de restrições, e essas barreiras limitam as exportações. O importante é que cada vez mais o Brasil tenha protocolos sanitários de governo a governo, de país a país, para que efetivamente possam ocorrer as exportações de sêmen e embriões de um material genético necessário para a evolução pecuária de tantos países tropicais, tanto na América do Sul, África, Ásia e Oceania, pois todos os continentes, exceto Europa, possuem países na zona intertropical do planeta, ou seja, situados entre trópico de câncer e trópico de capricórnio.
contratação de touros, a pré-reserva de bezerros, touros jovens, e a busca pelas melhores matrizes para acasalamentos dirigidos
TB: Como é o seu trabalho atual na CRV Lagoa? TT: Eu assumi a gerência de produtos leite zebu em 2010. Meu trabalho envolve a contratação de touros, a pré-reserva de bezerros, touros jovens, e a busca pelas melhores matrizes para acasalamentos dirigidos para resultar em um futuro reprodutor de Central, desde a etapa em que o bezerro dessa seleção possa participar de uma prova de pré-seleção quando touro jovem, e se aprovado entrar para o teste de progênie e ser contratado pela CRV LAGOA.
Além do contato direto com os parceiros de genética, participo ativamente dos treinamentos da equipe de campo CRV LAGOA. É muito importante, também, toda a parte de atualização técnica e mercadológica. Para isso, visitei alguns países como Holanda, onde está a matriz do grupo CRV, e esse ano estive na Irlanda durante o Congresso Internacional de Sistemas de Produção a Pasto, com exemplos in loco no sul da Irlanda, e também apresentações dos sistemas de produção da Nova Zelândia. A CRV Lagoa se destaca no segmento de genética bovina e trabalha de forma a atender seu cliente com o máximo de transparência e sempre o auxiliando a atingir seus objetivos. A equipe CRV LAGOA tem paixão pelo que faz, e me sinto muito feliz e realizada em participar desse time.
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Fotos: Arquivo Pessoal
Cafeicultura
Tradição,
produtividade e sustentabilidade
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Três gerações, pai, filho e neto, investem na cafeicultura e são exemplo de como se pode produzir café com ações sustentáveis e respeito ao meio ambiente, sem deixar de investir na qualidade do produto
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Fone: (37) 3371-1259 www.fazendadamatinha.com.br
Entre as fases da pós-colheita, a etapa de secagem é considerada de grande importância para a preservação
tempo à cafeicultura. Na década de 90 mais um membro da família ingressou na atividade, o neto, César Augusto. Hoje, aos 31, César Augusto é o administrador da Matinha Agronegócios, empresa da família, que administra em parceria com o pai. A história da família e a sua dedicação ao agronegócio vem de longa data. O Sr. Laurentino viajava quilô-
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da qualidade do café
A família Batista, de Piumhi/MG, tem três gerações de cafeicultores. Tudo começou com o Sr. Laurentino Batista Lopes que na década de 60 substituiu a lavoura de abacaxi pela de café. Seu filho César Francisco Batista optou pela medicina e se formou na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), mas desde que retornou a Piumhi, em 1977, dedica parte do seu
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A Fazenda é certificada pelo Programa Estruturador do Governo de Minas - Certifica Minas -, que contribui para a superação das barreiras zoofitossanitárias existentes, graças ao trabalho de monitoramento da produção agropecuária e à certificação da qualidade dos produtos mineiros. Já o selo UTZ, programa de certificação mundial para a produção e o fornecimento de café responsável, assegura a qualidade social e ambiental na produção do café em toda a cadeia de café. Essas certificações garantem que o café é produzido de acordo com critérios nacionais e internacionais de qualidade e que possui práticas de responsabilidade social e ambiental e atraem compradores de várias partes do mundo. Em decorrência dessa conquista, parte da produção é comercializada diretamente pelos cafeicultores para outros países, com rastreabilidade do produto colhido.
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metros e mais quilômetros em comitiva transportando animais. Acompanhou a evolução do agronegócio brasileiro e a sua transformação no último século. Não se abatia e tinha projetos para continuar investindo em café, quando faleceu aos 101 anos, em 2011. “Ele foi o nosso baluarte”, grande incentivador, exemplo de tenacidade, de vida, enfatiza César Francisco. Nesse período enfrentaram grandes desafios como a geada de 1975 que dizimou as lavouras, mas não se abateram. Em 1977 ampliaram a área de plantio. Os 50 mil pés de café iniciais se transformaram em 4,5 milhões de pés. Junto com esse crescimento, a Fazenda Matinha assumiu outros compromissos sociais e ambientais. Hoje a colheita é 90% mecanizada, as nascentes são preservadas e a propriedade tem selo de certificação UTZ Certified, o que garante bons resultados no preço final da saca. A produtividade média é de 35 a 40 s/c por hectare, mas a meta é chegar a 50. A família sempre apostou na qualidade e produtividade. As primeiras variedades cultivadas foram do café Mundo Novo, depois vieram o Catuaí Amarelo e o Catucaí, entre outras variedades já implantadas. Nos anos 70, com a variedade Mundo Novo, o Sr. Laurentino foi premiado pelo extinto IBC (Instituto Brasileiro do Café) por produtividade. Essa mesma busca é mantida pelo filho e neto que têm como missão produzir e comercializar grãos com
Laurentino Batista Lopes ladeado pela família: filhos, netos, nora, durante um de seus aniversários
alta qualidade, agregando valor ao produto, com responsabilidade social e ambiental. Segundo César, a dobradinha medicina e café dá certo, mas reconhece que atua na fazenda em apenas 10% de seu tempo. O restante do seu tempo é dedicado à pediatria, em parceria com a filha e o genro, também pediatras, Dra. Melissa Batista e Dr. Rodrigo Ferreira. “A responsabilidade maior é do César Augusto. É ele que está à frente dos negócios”, disse. Ainda segundo César, a Fazenda hoje está muito bacana, bem organizada, com seus projetos sociais e ambientais, o que é uma conquista para a empresa, bem como para os trabalhadores, comunidades vizinhas e consumidores, garantindo a
empresa sustentabilidade econômica, social e ambiental. Além do café, que é o carro-chefe da propriedade, pai e filho ainda trabalham com grãos, milho e feijão, pecuária de leite e de corte, em outras propriedades.
A Fazenda hoje está muito bacana, bem organizada, com seus projetos sociais e ambientais,
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empresa, bem como para os trabalhadores, comunidades vizinhas e consumidores
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Assessoria Agropecuária | julho/agosto 2012
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Consultoria Agroeconômica informação a serviço do produtor O porto-alegrense Carlos Cogo é um dos mais conceituados consultores em agronegócios do Mercosul. Economista e Veterinário, formado pela PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica) e UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), tem especialização em Desenvolvimento Rural e Agroindustrial pela UNISINOS. Em 1991, criou a Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, com sede em Porto Alegre/RS, após sete anos em atividades gerenciais no Ministério da Agricultura. Lugar onde acumulou experiência na Supervisão de Pesquisas e Aná-
lises Econômicas, gerenciando movimentação e avaliação de safras, abastecimento doméstico de produtos agrícolas, monitoramento de importações e exportações, movimentação de estoques de grãos, armazenagem, elaboração de custos de produção e formulação de política agrícola. Nos últimos 21 anos atuou em 6 países como palestrante, conferencista e no treinamento de agricultores, instituições, agroindústrias, corretoras, agentes financeiros, traders, entre outras empresas e instituições do agribusiness. A convite da Triângulo Agro, empresa sediada em Passos/MG, ministrou palestra aos produtores passenses no dia 31 de maio, na qual fa-
lou sobre as perpectivas do mercado em 2012/2013 para as culturas do milho, soja, café, suínos e boi. Segundo Carlos Cogo, produzir sem estar informado das tendências mundiais de consumo é um grande risco, uma vez que o consumo de grãos e os estoques mundiais balizam o valor das commodities brasileiras. “Para entender de mercado hoje é preciso entender de clima e mercado internacional”, afirmou. A soja e o milho, por exemplo, apesar do crescimento do consumo de grãos no mundo; não conseguirá preços tão elevados em 2013, como ocorreu em 2011 e 2012. O aumento da produtividade e da área de plantio pressionarão
“Para entender de mercado hoje é preciso entender de clima e mercado internacional” Carlos Cogo apresentando análises do mercado de grãos e de carne para os produtores passenses
os preços, mesmo com a baixa dos estoques mundiais, com a previsão da grande produção nos Estados Unidos, o que deve interferir nos preços do mercado nacional. Já o café, com o aumento do consumo e a baixa dos estoques mundiais, deve garantir uma melhor rentabilidade para os cafeicultores nas próximas safras. O mercado de carnes aponta condições para o aumento das exportações de carne bovina, nos próximos anos. Para o produtor garantir a sua lucratividade há uma série de análises e informações que favorecem a compra de insumos,
bem como as tendências de consumo e os melhores períodos para a negociação da safra. A Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica mantém um site na internet em: www.carloscogo.com.br onde disponibiliza análises diárias, tendências de longo prazo, notícias e preços, Assessoramento direto do Consultor Carlos Cogo, Relatórios Especiais de Consultoria, Tendências dos Mercados e Acesso ao maior Banco de Dados do Agronegócio brasileiro e mundial. Atualmente, Carlos Cogo é informante sistemático dos principais e mais influentes jornais, agências
de notícias, revistas setoriais e mídia, como Valor Econômico, Reuters, Dow Jones, O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, DCI, A Granja, Canal Rural, USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) entre outros. Entre os seus mais de 400 clientes estão Nestlé, Pão de Açúcar, John Deere, Massey Ferguson, Valtra, Rabobank De Lage Landen, Banco Itaú, Bayer, Basf, Syngenta, Dupont, Iharabras, Arysta, Masterfoods e outros gigantes dos segmentos de máquinas agrícolas, defensivos, sementes, alimentos e agroindústrias.
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Capa
Novos
desafios: produzir e preservar para o futuro
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Fotos: RĂşbio Marra
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Eduardo Biagi, mais conhecido como “Duda Biagi”, é descendente de uma família que se dedicou a produção e industrialização da cana-de-açúcar. Formou-se em agronomia e a primeira experiência na pecuária foi como criador de Nelore. Atuou em várias instituições ligadas ao agronegócio e hoje é presidente da maior associação classista da pecuária mundial, a ABCZ (Associação Brasileira de
Duda Biagi
Criadores de Zebu). O ribeirão-pretano que divide as suas atividades como empresário do setor sucroalcooleiro e pecuarista é casado com Solange, Duda tem dois filhos: Marco e Victor
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A busca pelo No início da década de 70, quando começou a criar Nelore, os 25 km que separam a usina de açúcar e a fazenda eram considerados uma grande distância. De lá até os dias atuais muita coisa mudou e Duda Biagi tem contribuído, e muito, para a valorização das raças zebuínas no Brasil e no mundo. Assim que começou a criar Nelore, registrou os animais no Livro Aberto, que era o que existia naquele período. O seu primeiro registro contabilizou 230 cabeças. A partir daí tomou gosto pela raça e se tornou um grande criador. É titular da Carpa Serrana, um dos grandes criatórios de Nelore da atualidade. Sem deixar a administração da usina, associa a vida de empresário com a de pecuarista. Duda recebeu a equipe da revista Terra Boa em seu escritório, na Usina da Pedra, no município de Serrana. Com os bons resultados da ExpoZebu 2012, naquela tarde do início de junho, ele se prepa-
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Imagem: www.geneticaaditiva.com.br
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rava para participar do Rio +20 pela ABCZ. Evolução e administração
A busca pelo melhoramento genético e a dedicação à raça marcam o seu trabalho como pecuarista. Desde que comprou os primeiros animais faz uso da inseminação artificial e participa de leilões e exposições. O Leilão Anual Carpa, promovido por Duda, tem mais de 30 edições. Para ampliar as atividades, em 1985, comprou uma propriedade no Mato Grosso. Nesse mesmo período começou a se dedicar à administração, também, de instituições e associações ligadas às raças zebuínas. Foi presidente da Nelore Nacional por três anos. Entre suas ações estão a criação do ranking dos animais na ExpoZebu e a fixação da Expoinel em Uberaba. Na presidência da ABCZ responde pelo mandato de 2010/2013, no qual pretende contribuir para
melhoramento genético e a dedicação à raça marcam o seu trabalho como pecuarista. Desde que comprou os primeiros animais optou pela inseminação artificial
o aumento da produção de leite e carne, além de buscar a valorização da raça zebuína no mundo. O presidente
O melhoramento genético e as necessárias mudanças no manejo dos animais, nos últimos 40 anos, reflete nas ações que são desenvolvidas pela ABCZ. Entre os novos desafios da Associação está a melhoria da produtividade, o que depende diretamente do aprimoramento genético, da qualidade do manejo e da formação dos profissionais e criadores. Para isso, a ABCZ lançou em parceria com a FAZU (Faculdades Associadas de Uberaba) e o Canal Rural o Agrocurso. Segundo Duda com a profissionalização do setor, os criadores enfrentarão problemas na gestão das fazendas, por isso é importante formar os profissionais que já atuam nas propriedades. Os desafios da Associação são grandes com o número de registro de animais aumentando a cada ano. A meta da ABCZ é a de estar cada vez mais próxima do criador.
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Para isso, tem desenvolvido uma série de ações nos seus escritórios espalhados por todo Brasil. Essas ações também se estendem a conscientização quanto à preservação ambiental. “As ações socioambientais da ABCZ nada mais são do que uma obrigação da Associação de informar a população. Vamos conviver por muito tempo com esse discurso, por isso é importante promover o debate durante as exposições”. Esse trabalho a ABCZ tem feito de diversas maneiras como no manejo do lixo gerado durante as exposições, a conscientização de produtores e tratadores, além de projetos direcionados às crianças e jovens. Duda destaca a importância da participação da ABCZ na Rio +20. “Precisamos mostrar ao mundo que a pecuária não é um bicho de sete cabeças, que também faz a sua parte no processo de modernização e de preservação ambiental. Temos a preocupação em produzir e preservar para o futuro. A pecuária em muitas de suas ações já contribui para a preservação do meio ambiente, como por exemplo, através da recuperação de pastos, entre outras”.
O mundo
O trabalho desenvolvido no Brasil, que hoje é o maior criador de Zebu no mundo, atrai cada vez mais os olhares dos criadores de outros países. O número desses visitantes na ExpoZebu é crescente a cada ano. Duda justifica esse resultado como resposta ao trabalho da Associação que tem um departamento internacional para divulgar a raça e oferece toda a infraestrutura durante a exposição através do Salão Internacional. Ele acredita que esse interesse será cada vez maior em decorrência dos índices de aumento da população e do consumo de carne no mundo. “O Brasil tem hoje a melhor genética, mas ainda enfrentamos problemas para exportar como as barreiras sanitárias e a febre aftosa”. Sobre o poten-
cial do criador brasileiro ele afirma que aquele que não usar melhoramento genético está derrotado. “Em 1970 registramos a primeira pesagem do gado na ExpoZebu. Hoje, 40 anos depois, dobramos o peso do bezerro que saltou de 250 kg para 500 kg, resultado do melhoramento genético aliado ao desenvolvimento nutricional e um bom manejo, se não utilizar essa ferramenta o produtor está fuzilado”, concluiu o presidente. Em 1970 registramos a primeira pesagem do gado na ExpoZebu. Hoje, 40 anos depois, dobramos o peso do bezerro que saltou de 250 kg para 500 kg, resultado do melhoramento genético aliado ao desenvolvimento nutricional e um
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RM Nelore conquista seu espaço
Não há o que discutir: o ano de 2007 entrou para a história do carioca Reinaldo José Caravellas como um divisor de águas. O engenheiro por formação, especialista em estradas, ingressou no universo da pecuária. Hoje é criador da raça Nelore. Em cinco anos na atividade como pecuarista já conquistou o seu espaço, pela qualidade dos animais da RM Nelore Agropecuária, situada no município mineiro de Uberaba/MG
Para entender como Reinaldo José Caravellas chegou até o reino do Nelore é preciso entender primeiro a sua história. A família deste carioca de Valença/RJ tinha uma empresa de terraplenagem e Reinaldo era especialista em engenharia de estradas. Com o passar do tempo adquiriram uma empreiteira na qual Caravellas era o responsável por toda a produção. “Trabalhava demais. Para ser sincero tirei férias apenas duas vezes na vida. Meu pai me ensinou várias preciosidades, entre elas que comer e trabalhar é um vício. E é mesmo!”. Reinaldo, que administrava a empresa da família com o irmão, seguiu o conselho de um amigo que sugeriu a compra de uma fazenda, um negócio que poderia ser rentável e seguro. Começou a nova atividade criando avestruz. Dedicado aos números e planilhas, aos poucos sentiu as dificuldades da nova atividade e procurou um veterinário com experiência, que pudesse ajudá-lo. Foi nessa fase que encontrou Fernando Oliveira, a quem ele chama de ‘meu filho número 7’, hoje administrador geral da RM Nelore, em Uberaba. “Ele chegou na maior simplicidade e com muita vontade de trabalhar. Fernando começou a trabalhar comigo dia 15
Primeiros investimentos de outubro de 2007. Depositei toda a confiança neste rapaz. Ele estudou tudo sobre avestruz, mas via que sua paixão era o gado. Os olhos dele brilhavam quando se falava de gado, especialmente na raça Nelore. Não deu outra. Parei de criar avestruz, que estava me dando uma dor de cabeça danada e arrisquei no mundo do Nelore por influência do Fernando, que vive e transpira o Nelore noite e dia. Hoje penso assim: por que acordei tão tarde”! Reinaldo começou comprando duas bezerras, depois mais cinco fêmeas. Começou a investir em genética de ponta, até que arrendou uma fazenda em Uberaba e o negócio se expandiu.
Para ser um nelorista, Reinaldo investiu em animais já formados, com genética comprovada, de grandes criatórios como Porto Seguro, Ouro Fino, entre outros. “Aparecia uma oportunidade, eu comprava. O negócio foi prosperando, minha mulher, a Márcia Daltro Caravellas, entrou como sócia e fomos crescendo. Se tem uma pessoa que foi importante pra mim, além do Fernando, é o amigo Luiz Humberto, da Fazenda Baroneza, que é sócio comigo em alguns animais”. O investimento em doadoras foi bem planejado e a RM continua buscando os melhores animais disponíveis no mercado, para dar sequência ao melhoramento genético da raça. Os investimentos são sequenciais. Em 2011 adquiriram várias recordistas de preço como Miragem FIV da Palma, considerada a melhor filha da Essência com Helíaco da Java e Servia 9 da J. Galera, produtora de campeões, mãe da Kalista TE Mafra-1° prêmio Emapa, em 2012 e Dacing Cruz Alta, doadora provada. Atualmente Servia 9 é a terceira melhor matriz do ranking ACNB (Associação dos Criadores de Nelore do Brasil) 2011/2012. Entre as suas doadoras estão animais recordistas e genéticas dos melhores criatórios de Nelore do País. Como participante de exposições, a RM Nelore classificou-se em 4°lugar no ranking dos novos expositores na Expozebu 2012. O criador também valoriza a tecnologia de ponta usada no Brasil. “Estamos
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“Uberaba é um ambiente salutar para o Nelore, que é um negócio lucrativo e gostoso de acompanhar. Já fiz grandes amizades nesse meio” Fernando Oliveira com Reinaldo Caravellas: parceria de sucesso e confiança mútua
fazendo cinco clones de animais. A tecnologia está aí a serviço do homem, temos que investir”, acredita ele. Atualmente Reinaldo e a esposa têm cerca de 700 animais e aproximadamente 300 prenhezes. O criador de Nelore se diz realizado pelas conquistas obtidas durante essa pequena trajetória na pecuária, mas sabe que ainda há muito a ser conquistado. “Nossa vinda para Uberaba, a compra de excelentes animais, a idoneidade e a confiança que eu e Fernando temos um com o ou-
tro, tudo isso é importante. Não adianta ter só o dinheiro, você precisa saber investir e procurar as pessoas certas para esse investimento. Sou realmente realizado com tudo que aconteceu e vem acontecendo na minha vida. Minha intenção era aliar uma atividade rentável com algo prazeroso. Realizamos hoje boas vendas e os negócios têm andado mais rápido do que o esperado. Deveria ter começado mais cedo!”, confidencia o produtor.
O negócio está indo bem, tanto que, em breve, Reinaldo Caravellas estará vivendo definitivamente em Uberaba, realizando mais uma grande virada em sua vida. “Estou ainda no Rio de Janeiro, mas quero vir para Uberaba até setembro deste ano. Uberaba é um ambiente salutar para o Nelore, que é um negócio lucrativo e gostoso de acompanhar. Já fiz grandes amizades nesse meio. E além de tudo, nunca imaginei que pudesse gostar tanto de ser roceiro. Isso sim é que é vida!”
Algumas doadoras do plantel Nelore RM
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Servia 9 Atualmente o animal é a terceira matriz do ranking ACNB 2011-2012
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Dacin g
Elegance 8
Miragem FIV da Palma
Ryatna
Suave EssĂŞncia
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Pecuรกria de Elite | julho/agosto 2012
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A Prosperidade do Gir Leiteiro
sob a guarda de Kubera
Em sucessivos eventos, a Fazenda Terras de Kubera oferta o produto de seu trabalho. Proporciona aos companheiros, bons animais, modernidade, funcionalidade, beleza e boa genética. Os compromissos são os mesmos desde sempre: seleção e o aprimoramento zootécnico do Gir Leiteiro, instrumentos imprescindíveis à evolução da pecuária leiteira tropical
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Há mais de 25 anos, a Fazenda Terras de Kubera, tem contato com a raça Gir Leiteiro. Em seu estado de origem, o Amazonas, desenvolveu um núcleo próprio. Eram animais provenientes da Epamig e tinham bom desempenho na região. Em 1998, estimulado pelo parceiro José Joaquim Lemos, profundo conhecedor de raças leiteiras, a fazenda deu início ao processo seletivo em Uberaba/MG. A escolha do nome não foi por acaso, pois a propriedade buscava por animais férteis, com desempenho produtivo comprovado e tipo funcional moderno. “Procurávamos progresso ou prosperidade como reza o deus Kubera. No início foi muito difícil. Os selecionadores, muito envolvidos com o trabalho, não abriam mão de seus melhores exemplares. A raça, ainda tímida, não tinha uma oferta regular de produtos. A aquisição de material genético foi lenta, entretanto criteriosa”, explica o admi-
nistrador da fazenda João Bonifácio de Almeida Neto. No decorrer do processo, a Kubera teve a oportunidade de conhecer criadores idealistas e perseverantes que tiveram participação decisiva na composição do seu rebanho em Uberaba. O objetivo era o de adquirir grandes mães e a Kubera conseguiu a maioria delas. A fazenda implementou um forte processo de multiplicação e seleção a partir de descendentes das grandes mães do Brasil e de recordistas de produção leiteira, adquiridas através de prenhezes não sexadas, pouco comum na época. Entre as grandes mães destacam-se Nefrita, matriz de qualidade inquestionável, Pampa, Nordestina, Urgência, Ovação, Carola, Indaiá e Órbita. Após essa fase, a Kubera iniciou processo de multiplicação intensiva através de um programa de acasalamentos que priorizava o ganho genético para a produção leiteira e o manejo nutricional equilibrado. “Chegamos a produzir 1.500 litros de leite exclusivamente de Gir”, relata Neto.
Hoje a Fazenda Terras de Kubera tem em seu rebanho animais descendentes dos melhores plantéis nacionais como a Fazenda Calciolândia, Mutum, Terra Vermelha, Brasília, Estância Silvânia, FB e continua aferindo, selecionando e adquirindo grandes animais. Segundo Neto, a Fazenda prepara as doadoras para grandes lactações agregando maior valor aos futuros descendentes. A Kubera é também uma grande produtora de touros, com mais de 16 animais na Central. Em destaque Barbante Te Kubera, filho da Nata e recordista mundial de produção; Estanho Te Kubera, filho da Grande Nefrita, Astro filho da Órbita, pai da Grande Campeã Nacional Gatinha da Mutum. Touros provados em destaque: Cásper Te Kubera, Eliel Te Kubera, ambos em 1º lugar no Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro / sumário da EMBRAPA/2011/2012. Entre os touros jovens da Kubera estão Midas FIV Kubera, Panambi FIV Kubera, em teste e coleta na Central. Ainda segundo Neto, a fazenda conta com aproximadamente 450 cabeças de Gir Leiteiro. “Os animais des-
Procurávamos progresso ou prosperidade como reza o deus Kubera. No início foi muito difícil. Os selecionadores, muito envolvidos com o trabalho, não abriam mão de seus melhores exemplares. A aquisição de material genético foi lenta, entretanto criteriosa
cendentes da Terra de Kubera têm obtido bons resultados no Brasil inteiro. A doadora Bela foi campeã do Torneio Leiteiro da Megaleite pela Fazenda Santa Bárbara do Xinguara e Esmeralda Campeã matriz modelo Nacional pela Genética APAN. “Aonde os animais chegam são bem vistos e apreciados, não só pela beleza, mas por serem equilibrados, bem caracterizados, com úberes funcionais, produtivos e acima de tudo férteis. A excelência na qualidade dos nossos animais é um dos nossos diferenciais”, disse Neto. Entre as fêmeas destacam-se “Ameixa”, irmã materna do touro Estanho Te Kubera, campeã no Torneio Leiteiro de Brasília; Balsa Te Kubera, recordista de preço, filha da Rocar Juju com Bem Feitor. Atualmente destacam-se as
matrizes com grande potencial como Jordânia FIV Kubera, filha do C.A Sansão, com mais de 9.000 kg em sua primeira lactação; Haurir FIV Kubera que abriu a sua segunda lactação com 45 kg de leite/dia. Os investimentos da Fazenda Terras de Kubera não param. A Fazenda continua arrematando o que há de melhor em leilões de elite. Por meio das compras destas doadoras, impulsionam e multiplicam seu plantel, através das FIVs. Os melhores animais da Kubera são vendidos em seus leilões, que somam dois ao longo do ano, realizados no mês de maio. São leiloadas bezerras e doadoras. O último leilão da fazenda aconteceu durante a Expozebu (Exposição Internacional de Gado Zebu).
Saiba mais sobre
o Kubera
Na mitologia hindu, Kubera é o senhor da riqueza e guardião da direção norte. É o rei dos Yaksas – os espíritos da natureza que guardam os tesouros. É o deus associado a todos os tesouros da terra: montanhas, animais, minerais, joias que se encontram no subsolo e riquezas em geral. É o deus da prosperidade, também conhecido como Dhanapati.
Parte de nosso plantel
Astro TE Kubera
Barbante TE Kubera
Baritona TE Kubera
Colmeia TE Kubera
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C.A. Escopeta TE
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Phavira
Taina
Jordania FIV Kubera
Justa FIV Kubera
Sistema de Acasalamento garante melhoria no rebanho Você já deve ter ouvido falar de muitos sistemas informatizados que prometem melhorar a produção do rebanho leiteiro. Com tantas promessas, ficou até desconfiado. Afinal, a moeda do produtor é o leite. Por isso mesmo, dá um certo receio confiar as escolhas genéticas a um computador, porque a gente só vai saber o resultado com certeza, se acertou ou não, mais de dois anos depois. Entretanto, é mais fácil tomar a decisão de utilizar um Sistema de Manejo Genético, se ele já estiver no mercado há mais de 40 anos em diversos países - e no Brasil há mais de 30 anos. Fica melhor ainda se não tiver custo para o criador que já utiliza inseminação artificial. Esse é o caso do GMS, sistema pioneiro criado pela ABS, modelo de sucesso em todo mundo
Esse serviço técnico utiliza ferramentas avançadas de manejo genético para maximizar a lucratividade do produtor, ao mesmo tempo em que melhora a uniformidade do rebanho e a diversidade genética. Um técnico da empresa vai à fazenda do cliente, avalia as vacas do rebanho e insere os dados em planilhas específicas do GMS, que são analisadas através de uma base de dados com mais de 400 mil touros, indicando os melhores acasalamentos de acordo com a necessidade individual de cada fêmea. Entre os principais benefícios do GMS, podemos citar a melhor proteção de consanguinidade - que ao longo da vida do animal reduz a lucratividade pela queda na produção e tempo de vida produtiva menor. Esse é o único programa que analisa Produção e Tipo, de Pai e Mãe, ao fazer a recomendação de acasalamento. Oferece 30 combinações diferentes de opções de Conformação e Produção, dando ao produtor maior flexibilidade para criar o tipo de vaca que ele deseja ordenhar. Os avaliadores GMS são técnicos altamente treinados como consultores genéticos, que passam por programas especiais de
treinamento e atualização, sempre em sintonia com as tendências do mercado. São eles que registram as informações nas propriedades e inserem os dados no sistema, possibilitando as análises que serão apresentadas para o criador decidir quais acasalamentos quer realizar. Em cada rebanho avaliam-se 15 Características Lineares de Tipo, com foco em construir uma vaca completa e equilibrada, não simplesmente visando “consertar” uma característica de cada vez. Está disponível também a opção de acasalamento rápido por “Genomate”, que são recomendações baseadas apenas na informação de Pedigree e produção própria. Pode ser usada como um pré-acasalamento para novilhas ou vacas, quando se busca maior eficiência em custo-benefício x tempo. O GMS usa informação de pai e avô materno e bisavô materno para proteger contra mais de 15 doenças geneticamente transmissíveis. Faz recomendações individuais e exclusivas com sêmen sexado para produzir mais fêmeas, sendo possível acasalar apenas um determinado grupo do rebanho ou ter recomendações mistas de sexado
e convencional. Disponibiliza um verdadeiro “Raio-X” do rebanho demonstrando a evolução genética em Tipo, Produção, Avaliação Linear e Consanguinidade. Solicite a visita de um técnico e tenha hoje mesmo o rebanho do futuro na sua propriedade. Dentro da sua porteira está a resposta para produzirmos mais alimentos, preservando a natureza e lucrando mais. Conte conosco! Um abraço! Mais informações no site da ABS Pecplan: www.abspecplan.com.br/gms
Mário Fernando dos Santos o “ Marinho”, representante ABS Pecplan na região de Uberaba/MG marinho@focoagronegocio.com.br
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A pacata cidade de Capetinga, no sul de Minas Gerais, agora é uma
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Evento
referência mundial da pecuária leiteira. É de lá que surgiram dois
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recordes mundiais da raça Girolando, oriundos da
Fazenda Córrego Branco, “O Rio do Leite”
Campe茫
da Cabanha
faz hist贸ria no Girolando por Gustavo Ribeiro
NO REC VO O MUN RDE DIAL
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No sábado, dia 2 de junho, Paulo Ricardo Maximiano, sua família e toda a equipe da fazenda receberam convidados, criadores e investidores de todo o Brasil para a realização do 3º Leilão Leite por Excelência. O evento teve início às 14 hs, com transmissão ao vivo pelo canal Terra Viva, consultoria de Miller Cresta, e assessoria de Davi Oliveira (Boi), Celso Menezes (BMB) e Agnaldo Lelis. A leiloeira responsável pelos arremates foi a Embral Leilões. Foram comercializados 128 animais de alto valor genético, em 24 parcelas. O faturamento total do leilão foi de R$1.067.280,00, com média de R$8.338,13 por animal. O destaque da tarde ensolarada de sábado foi a venda da recordista mundial de produção de leite em uma única lactação. Campeã da Cabanha – que, há uma semana, quebrara o recorde de produção em 365 dias, com 24.811 kg de leite - teve 50% de suas cotas comercializadas por impressionantes R$306.000,00. O investidor foi Winston Drummond, da Fazenda Quilombo, em Capinópolis/MG. Segundo Winston, ele saiu de Capinópolis, no sábado pela manhã, já sabendo que a Campeã da Cabanha seria ofertada. Com isso, o criador viajou determinado a se tornar sócio de Paulo Ricardo Maximiano e colocar mais uma recordista mundial em seu plantel. “O sentimento de adquirir a doadora Giro-
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Paulo Ricardo Maximiano e família nos momentos que antecederam o grande Leilão da Fazenda Córrego Branco
lando recordista mundial de produção de leite e valorização é a de um sonho realizado. Agora, além de um grande animal, que vai abrilhantar o plantel da Fazenda Quilombo, tenho mais um excelente parceiro”, comenta Winston, claramente satisfeito com o negócio. Quem esteve presente no leilão pôde contemplar um momento mágico da história do Girolando. O leiloeiro Eduardo Vaz, o Dudu, desceu do palanque e se juntou aos pisteiros e à plateia em uma disputa emocionante, entre investidores que estavam no recinto e lances vindos do canal de TV. Ao final, muita festa, aplausos e Dudu avisava: “Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três... vendida, por 30 parcelas de R$10.200,00! A batida do martelo foi
Dona Irene Cortezane Maximiano, mãe de Paulo Ricardo, bate o martelo e confirma a venda da Campeã da Cabanha
feita por Dudu e “simbolicamente” por Dona Irene Cortezane Maximiano, mãe de Paulo Ricardo, confirmando o novo recorde mundial. O leiloeiro e locutor esportivo da TV Record, Dudu, fez uma comparação a respeito da ocasião histórica que havia acabado de narrar. “É um momento mágico. É como marcar um gol na final da Copa do Mundo e seu time ser campeão. Um momento muito especial para o Girolando e para o Paulo, que faz um trabalho fantástico aqui na Fazenda Córrego Branco. Nasceram aqui a mãe e a avó da recordista. A Campeã da Cabanha é a terceira geração de um trabalho contínuo e eficiente de melhoramento genético. Esse recorde é um marco difícil de ser superado, pois não é todo dia que se produz uma vaca com praticamente 25 mil quilos de leite”, avalia Dudu, poucos minutos após a batida do martelo mais importante da raça Girolando. Paulo Ricardo Maximiano, que há uma semana havia quebrado o recorde de produção, e agora é o dono também do recorde de valorização, sente-se realizado. “É um sentimento muito gostoso de vitória, de coroamento de um trabalho de 15 anos selecionando genética voltada para o leite. Conseguimos produzir o animal mais produtivo do mundo e, consequentemente, mais valorizado da raça Girolando. Isso nos dá uma satisfação muito grande, aliada ao desejo e ao prazer de continuar. Uma genética genuinamente Córrego Branco – “O Rio do Leite”. Além do presente de ter
batido o recorde mundial, ganhamos um sócio muito bom, uma pessoa que vem para somar. Debutamos em grande estilo”, confessa Paulo, com a alegria e o sentimento de realização estampados no rosto. Em um momento de tamanha importância, créditos a quem participou intensamente para que esses dois recordes fossem batidos. “Agradecimento especial ao Miller Cresta, que foi quem fez a dieta e acompanhou toda a lactação dessa vaca, e que, além de ter um olho clínico diferenciado, nos dá um suporte comercial fundamental. Agradeço a todos os funcionários, em especial ao Ivan, que foi quem trabalhou por um ano, dia após dia, incansavelmente, para que a Campeã fosse recordista”, conclui o gestor da Fazenda expoente na raça Girolando.
Campeã da Cabanha: recorde é recorde! A Campeã da Cabanha, doadora ½ sangue de pura genética Córrego Branco se superou. A maior aposta do “Rio do Leite” respondeu em grande estilo a todo o suporte e todo o investimento que Paulo Ricardo e toda sua equipe depositaram nela. Em uma semana, quebrou dois recordes mundiais. Um marco, um fato inédito na raça Girolando. Uma doadora de muito leite, fertilidade, caracterização leiteira, um úbere fantástico aliado ao vigor. Esse animal diferenciado e único é cotado hoje a R$612.000,00, superando o antigo recorde de valorização, que pertencia à Opinante Eshof Santa Luzia (R$345.600,00).
Winston Drummond, da Fazenda Quilombo, o sócio de Paulo Ricardo na Campeã da Cabanha
A Campeã da Cabanha não para por aí, logo após a quebra do recorde de produção, foram viabilizadas seis contratações de material genético da nova recordista pelas principais centrais de inseminação artificial do mundo, além de vários convites de importantes leilões, para oferta de suas prenhezes.
Os frutos de um bom negócio O investidor Winston Drummond já colhe os frutos do grande negócio que realizou. Durante o leilão foi ofertada, pela primeira vez, uma prenhez da Campeã da Cabanha. O lote da prenhez da Campeã da Cabanha x Casper TE de Kubera despertou grande expectativa entre os participantes, que demostraram muito interesse em ter essa genética comprovada no seu plantel. Ao final da disputa, quem levou a grande promessa foi o criador Maurício Silveira Coelho, um dos proprietários da Fazenda Santa Luzia, do Grupo Cabo Verde, de Passos/MG. De acordo com Maurício, “nós estamos sempre em busca do melhor do Girolando, é um animal que vem para somar e melhorar a genética do plantel da Santa Luzia.”, revela um dos maiores criadores de Girolando do Brasil.
“Além do presente de ter batido o recorde mundial, ganhamos um sócio muito bom, uma pessoa que vem para somar. Debutamos em grande estilo”
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Pecuária de Elite
Girolando | julho/agosto 2012
Opção da Fazenda Água Limpa
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É na fazenda que pertenceu aos seus pais, em Piumhi/MG, que Otacílio Gonçalves Tomé, o Tatá Tomé, desenvolve projeto para formação de um rebanho mais produtivo, usando touro Holandês em vacas Gir Leiteiro
O trabalho é de base para a criação do Girolando. O agrônomo, José Eustáquio Tomé, o Taquinho, seu irmão, é o responsável pela administração e gestão dos projetos ligados ao agronegócio. A Fazenda Água Limpa, onde é desenvolvido esse projeto, fica em uma região privilegiada, a 10 km de Piumhi/MG. A pecuária leiteira faz parte da historia da fazenda e é uma tradição da família. Há 40 anos, quando entrou na atividade, Tatá Tomé investiu na pecuária de leite e de corte. Nesse período, trabalhou em outros segmentos, como a política. Hoje, é empresário do setor de pavimentação e trânsito, mas não deixou de lado o amor pela pecuária. Admiradores da raça Girolando, por ser tipicamente nacional, os irmãos iniciaram esse trabalho ao adquirirem 300 matrizes Gir Leiteiro buscando animais de qualidade em vários criatórios de Minas Gerais. Em três anos, já contabilizam 200 novilhas nascidas na Fazenda Água Limpa.
Taquinho e Tatá Tomé na Fazenda Água Limpa
No início, o cruzamento era feito pela monta natural. Hoje, eles optaram pela inseminação artificial, para dar mais agilidade ao processo. “Reservamos parte dos animais, para reposição de matrizes”, diz Tatá. O objetivo é a comercialização de novilhas com foco em clientes que visam melhorar o rebanho e aumentar o índice da produção. Os machos são direcionados a recria e a engorda.
Taquinho destaca que a opção pelo Girolando comercial é decorrente de alguns fatores, entre eles a rusticidade dos animais, a produtividade leiteira das fêmeas e o bom ganho de peso nos machos. Conforme dados da Associação dos Criadores de Girolando, a raça é uma das que mais cresce no país. “Esse mercado é promissor”, ressaltou. A meta da fazenda Água Limpa é fazer o trabalho de base. Touro Holan-
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dês em matrizes Gir Leiteiro, o que resulta em animais ½ sangue. Com esse resultado, segundo o criador, é possível ter animais de maior produtividade leiteira e rusticidade, ganhando tempo no trabalho de seleção genética da raça, para aqueles que continuarão os cruzamentos em busca da melhor genética e, consequentemente, de melhores índices de produção. Segundo Taquinho, este projeto permite que o gado tenha um preço mais acessível e boa qualidade, o que refletirá no custo-benefício da produção de leite. Para os que estão entrando na atividade, essa é uma boa oportunidade, pois antecipa o processo de formação do rebanho. “Se continuarmos
cruzando essa novilha ½ sangue com o touro Holandês PO, chegaremos ao ¾ Holandês, um animal que produz mais leite, tem rusticidade satisfatória e custo bem mais em conta”, ressalta Tatá Tomé. A expectativa de Tatá é melhorar a produção leiteira do criador, simplificando o manejo dos animais para que seja possível produzir leite com custo mais baixo. Tatá aposta na aceitação da raça Girolando, pois tem acompanhado o crescimento dela no Brasil e nos países do Mercosul, bem como nos leilões em
que participa. Sobre o crescimento da atividade na Fazenda Água Limpa, é enfático ao afirmar que onde o trabalho é bem-feito, o sucesso aparece. Para o criador, o Girolando tem inúmeras vantagens, pois além da melhor produção de leite a pasto, é rústico e os bezerros têm excelente ganho de peso, podendo sob a sua análise se comparar com as raças zebuínas. “Acreditem na raça, essa é nossa”! conclui o produtor. As atividades da Fazenda não se concentram na pecuária. Os irmãos ainda produzem café e confinam aproximadamente 1200 bois por ano.
“Se continuarmos cruzando essa novilha ½ sangue com o touro Holandês PO, chegaremos ao ¾ Holandês, um animal que produz mais leite, tem rusticidade satisfatória e custo bem mais
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Esporte
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Fotos: Daniela Venturini
Prata Audi Polo vence 3ª edição da São José Copa Ouro Audi Polo e conquista o bicampeonato
reúne os melhores do Polo
Copa Ouro
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interior de São Paulo
São José, em Indaiatuba,
sede do Clube de Polo
no dia 2 de junho, na
Audi Polo 2012, realizada
na São José Copa Ouro
e ficou em primeiro lugar
Itanhangá Nescafé Duo
11 a 10 a adversária
Prata Audi venceu por
jogador do Santos – a
inicial foi dada por Ganso,
eletrizante – cuja tacada
Em uma partida
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Organizada por José Eduardo Kalil, com um investimento de R$ 1,5 milhão, a terceira edição da São José Copa Ouro Audi Polo, que reuniu 10 equipes, é o mais importante torneio do esporte no Brasil e o único do país a ter a chancela do World Polo Tour (conselho responsável pelo ranking mundial da categoria). Organizada em vários países, a Copa Ouro tem como proposta homenagear jogadores e representa uma sólida plataforma de negócios para as empresas parceiras. A terceira edição da São José Copa Ouro Audi Polo foi encerrada com uma grande festa para 2 mil convidados, que desfrutaram do serviço impecável do Charlô e do som de Pierre Sarkozy, filho do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy e conhecido nas pistas como DJ Mosey. O lançamento do Audi Q3 no Brasil, primeiro SUV compacto da marca, foi também uma das atrações do evento que ainda teve a parceria das marcas Cartier, Stella Artois, Veuve Clicquot.
Na abertura da Copa uma partida infantil e uma feminina, marcaram o início da competição. Entre as equipes que disputaram o campeonato estavam Prata Audi, Julius Baer Maragata, São José Polo Audi, Villa Real, Carapuça-BVA, Agudo Stella Artois, Itanhangá Pine, Itanhangá Nescafé Duo.
O organizador da Copa Ouro, José Eduardo Kalil, e Ganso, Jogador do Santos, que participou da
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abertura dos jogos
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As duas equipes que disputaram a final são formadas por atletas de peso, que competiram em condições de igualdade. No time Prata, Pedrinho Zacharias, Gonçalo Matarazzo, Dudu e Renato Junqueira. Do lado do Itanhangá, estavam Rodrigo Pinheiro, Fernando Pelosini, Xande e Fabinho Junqueira. Os momentos finais da partida foram marcados por belos gols e cobranças de falta. A diferença do Prata caiu para dois tentos no final do quarto tempo, para um ao término do quinto, e o empate aconteceu: Fabinho marcou o gol 30 jardas da rodada, restando 3:15 minutos para o encerramento. Pedrinho Zacharias já estava com sete gols na decisão, mas o último foi o mais importante. Prata teve uma trinta jardas a vinte e quatro segundos do fim. Quando Pedrinho cobrou e marcou, os segundos restantes não foram suficientes para que Itanhangá pudesse reagir. 11 a 10, título para Prata, que conquistou a Copa e o bicampeonato. Na edição de 2012, Renato Junqueira foi eleito o melhor jogador do torneio, enquanto Pedrinho Zacharias recebeu o prêmio de maior goleador. O melhor animal foi a égua Jurema, de Fabinho Junqueira.
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São José Copa Ouro Audi Polo 2012
Evento
Foto: Alvaro Maya
Leilão Santo Angelo totaliza 4,1 milhões de reais Filhos de Gold Medal Jess foram os destaques de preços
O grande destaque foi a licitação de
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coberturas de Good Reason SA
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O leilão promovido pelo Haras Santo Angelo e realizado na noite de sábado, 19 de maio, no tattersall do Jockey Club de Sorocaba/SP, teve momentos de emoção com homenagens prestadas por vários criadores à família de Gianni Franco Samaja, grande criador da raça Quarto de Milha. O evento teve como convidados especiais a Estância 3M e o Haras São Matheus. No pregão, além dos produtos das segundas gerações de Gold Medal Jess e de Appeals King Special, o grande destaque foi a licitação de coberturas de Good Reason SA. Esse cavalo é considerado o
nº 1 pela AQHA nos EUA, com ganhos de U$ 1,447 milhão. Nos lotes ofertados pelo Haras Santo Angelo, três produtos de Gold Medal Jess foram os destaques de preços. Entre os machos, o primeiro foi Jirau Gold, tendo como mãe a reprodutora Can Can Bryan (Blazen Bryan), foi arrematado pelo plantel cearense do Haras Primavera por R$ 256 mil. O outro foi o castanho Jitter Gold (mãe: Atacama Bryan, por Blazen Bryan), adquirido pelo Haras Prata, de Bauru /SP, por R$ 160 mil. Entre as fêmeas, Jasmin Gold, filha de Gather The Roses (Mr Eye Opener), foi adquirida por Genecias Mateus Noronha,
titular do Haras G, do estado do Ceará, pelo valor de R$ 147,2 mil. O mesmo plantel cearense arrematou por R$ 144 mil, uma das raras filhas de Corona For Me colocada à venda, a alazã Justina For Me SA (mãe: Can Can Bryan, por Blazen Bryan). Segundo números divulgados pela MBA Leilões, a receita total foi de R$ 4.261.800,00. No resultado final foram comercializados 49 animais da geração 2010 pela média de R$ 69.873, 47 totalizando R$ 3.423.800,00. Os R$ 838 mil restantes foram referentes à venda de 73 coberturas de Good Reason e 18 de Appeals King Special.
Informe
4ª Sinagro Para o campo crescer Unir todos os elos da cadeia do agronegócio num espaço apropriado para estimular as atividades rurais e fazer o campo crescer e com ele, claro, o pequeno produtor ganhar mercado. Este é o principal objetivo da 4ª Sinagro (Feira de Agronegócios do Sindicato dos Produtores Rurais de Passos), programada para o período de 7 a 10 de agosto,
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no Parque de
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Exposições Adolfo Coelho Lemos, em Passos
Lideranças e produtores no lançamento oficial da 4ª Sinagro
A terceira edição da feira foi um sucesso de público e de negócios. De acordo com o presidente do SinRural, Leonardo Medeiros desde o início da 3ª Sinagro o sucesso já estava garantido, pois foi aberta dois dias antes pelo Secretário de Estado de Agricultura Pecuária e Abastecimento, Elmiro Alves Nascimento e contou ainda com a participação do deputado federal Odair Cunha. “Com relação aos negócios a 3ª Sinagro ultrapassou os R$ 40 milhões, sendo que a expectativa dos organizadores era de R$15 milhões. Teve empresa que vendeu 33 tratores, outras 3 carros, 6 motos e a perspectiva de negócios futuros foi muito boa”, informaram Arnaldo Maia e Anselmo Figueiredo, ambos da organização da Sinagro.
Para a 4ª Sinagro a expectativa é ampliar as negociações, mas o foco principal é atingir o pequeno e médio produtor com apresentação de novo produtos, insumos e tecnologias para o campo. A 4ª Sinagro teve seu lançamento oficial no dia 14 de junho no Parque de Exposições Adolfo Coelho Lemos . O evento foi realizado no Espaço Tropeiro do parque, onde o presidente da entidade, Leonardo Medeiros, recebeu cerca de 200 convidados. A comissão organizadora da feira apresentou a estratégia para estimular a participação do público, o planejamento de comercialização e reserva de espaços, a campanha de publicitária e o plano de mídia da Sinagro. No discurso de abertura, Leonardo Medeiros lembrou do papel da agropecuária na economia brasileira e de sua
relação com outros setores produtivos e de comercialização. “Eu peço que as empresas se organizem, façam promoções e preços diferenciados para obter bons negócios e contribuir com o crescimento do campo”, disse. Representantes das instituições parceiras do SinRural na realização da 4ª Sinagro, autoridades e lideranças de classe e política prestigiaram o lançamento oficial da feira, dentre eles o prefeito de Jacuí, João Arantes, a presidente da Câmara de Vereadores de Passos, Cenira de Fátima Gomes Macedo, a Tia Cenira, o coordenador técnico da Emater-MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais), José Rogério Lara, a secretária-executiva da Ameg (Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Grande), Nídia Carvalho, o presidente da Crediacip, José Eustáquio do Nascimento, o Taquinho, e os gerentes Nilton César (Banco do Brasil) e Márcio Lemos (Caixa Econômica Federal). Na abertura, Leonardo Medeiros fez um resumo do que cada parceiro irá contribuir com a Sinagro, como Emater, a Ameg e a Afavale (Associação dos Agricultores Familiares do Vale do Rio Grande), que vão mobilizar produtores rurais nos municípios das áreas em que atuam, e o Banco do Brasil e a Caixa, com a facilitação do acesso dos produtores rurais a linhas de crédito e financiamento. “O Banco do Brasil continua parceiro da feira, que vem se firmando como um evento regional e marcando presença no calendário nacional”, disse Nilton César. O coordenador técnico da Emater no estado, José Rogério Lara, reafirmou a parceria com o SinRural e agradeceu a Medeiros por convidar novamente a ins-
tituição, que está presente em 92% dos municípios mineiros. “A Sinagro é um grande momento para o produtor rural”, afirmou. Os coordenadores comerciais da Sinagro, Arnaldo Maia e Anselmo Figueiredo, falaram da estrutura que será disponibilizada para as empresas e para o público durante os quatro dias do evento. Segundo Anselmo, empresas de outros setores de atividade econômica, além do rural, poderão participar da feira, que terá espaço disponível para todo interessado em divulgar seus produtos e serviços para o homem do campo. Arnaldo Maia observou que a 4ª Sinagro, como as anteriores, é um espaço para se ganhar dinheiro, tanto os produtores rurais, do pequeno ao grande, quanto as empresas que irão participar do evento. A feira será realizada em agosto e será precedida de uma ampla campanha de divulgação, através da mídia (jornais, rádio, TV, sites de notícia, outdoors) e de outros meios que irão ajudar a promover o evento. Uma prévia da programação para os quatro dias foi apresentada aos convidados, como palestras, seminários e mini-cursos, cujos horários e datas ainda vão ser divulgados. O secretário da Fazenda da Prefeitura de Passos, Edson Toledo, representou o prefeito José Hernani Silveira no evento, e Nídia Carvalho, o presidente da Ameg, Nelson Lara, que cumpria uma agenda de compromissos em Belo Horizonte. Também participaram do coquetel o gerente regional da Emater em Passos, Edson Gazeta, o coordenador regional e o chefe do escritório local do IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária), respectivamente, Paulo Costa Junqueira e Nourival Severiano Silva Jú-
nior, os secretários municipais de Passos Rosa Beraldo (Educação) e Samir Hadad (Indústria e Comércio), que representou também o titular da Agricultura, Antônio Chaves. Também foram representados no coquetel de lançamento oficial da 4ª Sinagro o Isepem (Instituto Social, Educacional e de Pesquisa de Minas Gerais), Davi Oliveira, a Acip (Associação Comercial e Industrial de Passos), através de sua presidente Marisa Salgado Lauria, e a Apicon (Associação Passense das Indústrias de Confecções), Laerte Francisco Rodrigues Júnior).
Pavilhão Verde trará novidades Os organizadores da Sinagro já conseguiram articular com seis grandes empresas para apresentarem seus produtos e trabalhos durante a 4ª Sinagro dentro do Pavilhão Verde, área montada pelo Isepem. “No Pavilhão Verde serão apresentados empresas e produtos da linha verde. Já foram firmadas seis parcerias e estamos buscando outras novidades”, afirma Davi. O Grupo Máris Célis trará para o Pavilhão Verde a parceria que fechou com a USP (Universidade de São Paulo) campus de Piracicaba-SP onde funciona a Esalq (Escola Superior de Agricultura ‘‘Luiz de Queiroz’’). “Estamos negociando uma palestra com professores presenciais e online durante a feira dentro dos cursos que fechamos que são dois cursos de MBA e três oficinas (cursos de qualificação) na área agrícola”, explica Máris Célis Lemos. Os produtores rurais e visitantes da feira terão descontos especiais para as oficinas de Defesa Fitossanitária; Recomendação de Calagem, Gessagem e Adubação de Culturas e Mercados de Derivativos Financeiros e Agropecuários. As outras parcerias são com a Homeopassos que trará a experiência da Farmácia Viva; o Orquidário Flor do Lago, de Patos de Minas; a Estação de Piscicultura de Furnas; a Fazenda de Peixe em parceria com a empresa Tanrede, de Passos e a Afavale que apresentará seminário sobre agricultura sustentável e sua comercialização.
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Agricultura de Precis達o | julho/agosto 2012
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Gest達o especializada em busca da melhor produtividade
Procurando cada vez mais os melhores resultados, a Triângulo Agro, empresa sediada em Passos/MG, que tem como missão a gestão especializada e eficiente do agronegócio, trouxe para a sua equipe mais um profissional especializado. Gustavo Zanetti Pollo é engenheiro agrônomo formado pela UNESP/Jaboticabal (Universidade Estadual de São Paulo) e mestrando em agricultura de precisão
Com a chegada de Pollo à equipe, a Triângulo Agro firma parceria com a UNESP para a implantação das tecnologias desenvolvidas na Universidade e busca aperfeiçoar ainda mais os resultados em produtividade e qualidade para o produtor rural. “Associar-se à fonte de pesquisas que é a Universidade e aplicá-las no campo é um ganho imensurável”, diz Gustavo que está contente com a receptividade do trabalho pelos produtores rurais. Pollo explica que a aplicação da agricultura de precisão adotada pela Triângulo é um trabalho pioneiro na região. “Muito se falou em agricultura de precisão, mas a nossa proposta é diferente da que o produtor conhece até hoje. Nós não vamos simplesmente entregar um mapa de solo para o produtor, vamos assessorá-lo em todo o processo, desde a recuperação correta do solo, a escolha das melhores variedades de sementes, o plantio e a adubação até a colheita”, esclarece. Ainda segundo Gustavo, as pesquisas demonstram que não é possível colher bons resultados fazendo um pacote e preparando a terra como se ela fosse homogênea. Cada área tem uma necessidade, uma carência. “Com a nossa proposta em agricultura de precisão, o produtor passa a ter uma gestão mais técnica e, consequentemente, melhores resultados. A avaliação do nosso trabalho será feita com o resultado da produtividade por área”, ressalta Gustavo. Através desse novo procedimento é feita uma análise das áreas da propriedade de acordo com o tipo de solo, região e área a ser plantada. “Definimos através de uma análise de solo detalhada, qual a real necessidade do solo. Assim, o produtor investe o que é necessário por área, colhe os resultados na produtivida-
de da lavoura e, consequentemente, tem mais lucros em decorrência desse processo”. Para realizar uma análise detalhada e eficiente do solo, a equipe da Triângulo usa um novo equipamento, o amostrador, para a coleta das amostras. O relevo e o tipo de solo determinarão a quantidade de amostras que serão retiradas e avaliadas para definir área de plantio e recuperação do solo. Segundo Gustavo com esse equipamento é possível ter além da agilidade mais precisão e uniformidade das amostras de solo e, em decorrência, uma melhor avaliação do solo. O importante segundo o agrônomo é o planejamento das ações. “Não adianta o produtor utilizar boas sementes e bons adubos se há falhas no processo de preparação do solo. Esse novo procedimento da agricultura de precisão veio para sanar essa deficiência do processo. O produtor usava análises com baixa representatividade da área, coletava poucas amostras e considerava todo o terreno homogêneo, o que não dava suporte para a utilização de todas as novas tecnologias já conhecidas pelos produtores”, esclarece. O produtor terá acesso a uma análise detalhada dos possíveis problemas nutricionais ou físicos do solo e com o manejo correto, poderá equilibrar melhor todos os atributos da produtividade e utilizar todo avanço tecnológico e o melhoramento vegetal que as empresas oferecem em busca de melhores índices de produtividade e qualidade. Gustavo ainda ressalta que este novo procedimento está de acordo com a realidade do produtor e é aplicável. Os pesquisadores da UNESP avaliam também o aperfeiçoamento das técnicas e outras maneiras de difusão das novas tecnologias para o produtor rural.
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Tecnologia de ponta para o produtor brasileiro A Dow AgroSciences é uma das mais importantes empresas mundiais de ciência e tecnologia para o agronegócio. Suas áreas de atuação incluem a proteção às lavouras, com o controle de pragas, vegetação e doenças, e fornecimento de híbridos. A empresa opera no Brasil com sede em São Paulo, e tem aproximadamente 800 colaboradores.
Atua na área de sementes e biotecnologia, oferecendo ao mercado os melhores híbridos de milho, sorgo, girassol, além de variedades de soja. Destaca-se no mercado de milho e sorgo especiais no Brasil, através de uma gama de híbridos ideais para cada região, além dos híbridos de braquiária que contribuem para maior rentabilidade e produtividade dos pastos.
Desenvolvendo os melhores produtos, a empresa cresce lado a lado com o agronegócio brasileiro, propondo soluções para os problemas do campo e fazendo com que a mais alta tecnologia esteja disponível a todos. Utiliza métodos inovadores com sustentabilidade, agregando valor para seus clientes. Leva em consideração todas as necessidades do agronegócio, tendo em vista a evolução do setor no Brasil.
O investimento da Dow AgroSciences em pesquisa e desenvolvimento de novas soluções é constante. Exemplo disso está nos defensivos agrícolas, com tecnologia inovadora, que aumenta a eficiência e a produtividade da agricultura. Sua completa linha de agroquímicos atende às várias necessidades do produtor rural em diversas culturas, incluindo soja, milho, cana-de-açúcar, arroz e pastagens, com linhas de herbicidas, pesticidas e fungicidas.
O objetivo da Triângulo Agro é gerir lavouras, utilizando toda a estrutura de maquinário, mão de obra e ferramental já existentes nas fazendas. Busca de forma eficiente transmitir aos produtores rurais o conhecimento do cultivo do campo, adotando alta tecnologia e gestão personalizada, resultando em lucros diferenciados. Triângulo Agro Rod. MG 050, 1001 - Serra das Brisas - Passos/MG - 35 3522-1104 www.trianguloagro.com.br - contato.triangulo@hotmail.com
A Triângulo Agro é distribuidora autorizada Dow AgroSciences na região do Sul de Minas. Possui assistência técnica especializada através de sete Engenheiros Agrônomos.
Portfólio de Produtos Linha Pastagem
Evento
Expozebu 2012
bate recorde
atraindo compradores de vários países
A 78ª ExpoZebu, a maior mostra de zebuínos do mundo, foi realizada entre os dias 28 de abril e 10 de maio, no Parque Fernando Costa, em Uberaba/MG. A exposição atraiu criadores de vários países e registrou um público de 235.771 pessoas. Durante os 13 dias do evento foram movimentados aproximadamente R$ 120 milhões entre a comercialização de animais e produtos
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Fotos: Allan Françozo / Rúbio Marra / Arquivo ABCZ
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A pista do Parque Fernando Costa recebeu 2.836 animais das raças Brahman, Gir Leiteiro, Guzerá, Indubrasil, Nelore, Nelore Mocho, Sindi e Tabapuã na maior exposição de gado zebuíno do mundo. O resultado do julgamento, registrado no ranking das raças, direcionará o trabalho dos criadores de todo País. Além do julgamento dos animais, os leilões foram grandes atrações na ExpoZebu. Os da raça Nelore, Noite dos Campeões e Elo da Raça, registraram recordes de venda com os animais Rani FIV da Java, vendida em 50% por R$1.220.000,00, e o clone da raça, Essência TE Guadalupe TN2, com 50% da posse vendida por R$740.000,00.
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Para o criador de Nelore Aloísio de Barros Correia, o Parque Fernando Costa a cada ano fica mais velho e mais bonito, o que retrata a eficiência de seus
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administradores
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Para o criador de Nelore Aloísio de Barros Correia, o Parque Fernando Costa a cada ano fica mais velho e mais bonito, o que retrata a eficiência de seus administradores. Selecionador da raça Nelore há mais de 30 anos, no Estado de Alagoas, ele relata que a ExpoZebu abriu as porteiras da sua marca, a Nelore Barros Correia, que era pouca conhecida no Brasil Central. Ele destaca o trabalho da ABCZ que evolui a cada gestão valorizando mais o animal e o trabalho do criador. Para o também criador de Nelore, Paulo Leonel, o interesse de compradores de outros países pela genética brasileira foi um dos pontos positivos na versão da ExpoZebu de 2012. Ainda segundo ele, cresce o interesse pela pecuária sustentável, para a criação dos animais a pasto. Várias raças tiveram pregões na ExpoZebu. Entre elas a Brahman, cujos valores comercializados totalizaram R$ 2.070.000,00, em três leilões; Gir R$14.834.780,00 em 16 leilões; Guzerá R$1.628.240,00 em dois leilões; Tabapuã R$1.306.800,00 em três leilões; Nelore R$26.842.680,00 em 13 leilões e Sindi R$656.400,00 em um leilão, além de jumentos e muares no valor de R$1.541.820,00, em dois leilões. Para Moisés Campos, administrador da Querência Empreendimentos Rurais e criador de Brahman, a exposição proporcionou grande oportunidade para se divulgar a raça, que tem grande potencial de crescimento no País. Os animais da
raça Brahman se concentram ainda entre os estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná, mas já começam a ser vendidos para outros estados. A docilidade é uma de suas principais características, o que atrai, cada vez mais, criadores pela facilidade no manejo. Segundo Moisés, os leilões da raça realizados durante a feira foram bem-sucedidos. A grande expectativa estava sobre o julgamento dos animais e a conquista do campeonato, o que se concretizou com o touro Mr. Querença que se consagrou Grande Campeão ExpoZebu 2012, sendo Tricampeão Nacional da raça. Um fato raro foi registrado no penúltimo dia da ExpoZebu. No julgamento da raça Sindi, pai e filhos disputaram o Grande Campeonato. O touro Querente da Estiva sagrou-se Grande Campeão e os filhos Buldogue AJCF e Belo AJCF ficaram com os títulos de Reservado Grande Campeão e Terceiro Melhor Grande Campeão, respectivamente. Para o criador da raça, Felipe Miguel Curi este é o grande momento para a raça, que registrou um grande crescimento no último ano. Entre as suas características, as que se destacam são a habilidade materna e habilidade sexual com precocidade. No único leilão realizado durante a exposição à expectativa era grande e os organizadores movimentaram o valor de R$ 656.000,00. Para o expositor de primeira viagem, Osvaldo de Souza Júnior a ExpoZebu foi uma grande realização. Ele ficou
feliz da vida com a conquista do Grande Campeonato de Bezerras Gir Leiteiro pela sua Promessa FIV Souza 1, que já venceu três exposições em 2012. Com a vitória na ExpoZebu, a oferta pela compra do animal chegou a índices não imaginados por Osvaldo. Natural de Itaú de Minas, Osvaldo participou da ExpoZebu com três animais. “Vencer esse campeonato era tudo o que eu precisava”, disse. Promessa é descendente do touro campeão C.A Sansão.
Outras análises “O número de criadores adeptos da IA (Inseminação Artificial) vem crescendo”. Esta é a percepção de Mário Fernando dos Santos, o Marinho, representante
Aloísio de Barros Correia da Nelore Barros Correia destaca o trabalho da ABCZ
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comercial da ABS – Pecplan, de Uberaba/ MG, durante a ExpoZebu. Marinho sentiu isso no resultado positivo dos negócios da empresa no encerramento da ExpoZebu 2012. “Hoje o agronegócio tem um papel importante na economia do país e a genética então, um papel fundamental como propulsora do crescimento da qualidade e da quantidade dessa proteína animal que vai ajudar o planeta a ser mais sustentável. Resumindo é isso: o Brasil é um celeiro de proteínas vegetal e animal que poderá atender a demanda global”, concluiu o representante comercial. A exposição, na avaliação do jornalista Luiz Crosara, apresentador do Programa Zebu para o Mundo, do Canal do Boi, está a cada ano que passa mais completa e diversificada. Sua função de disseminadora de genética foi sempre propalada pelos organizadores ao longo dos anos. “Esse ano falou-se muito no gado de pista. Muita gente tem deixado os animais de pista para investir no gado comercial. Em minha opinião, talvez o melhor fosse um pouco de cada um. Exemplo é a raça Brahman, que é direcionada para o segmento comercial e é muito procurada. A mágica, no meu entender, é a pecuária seletiva juntamente com a pecuária de produção”, comentou Luiz Crosara.
Luiz Crosara, apresentador do programa Zebu para o mundo, no Canal do Boi, em conversa com amigos
Além das pistas ABCZ analisa a ExpoZebu muito além das pistas. Somado ao trabalho dos criadores, que é avaliado através do julgamento dos animais, a Associação premiou os 650 tratadores que trabalharam no evento. Eles ainda participaram de cursos de capacitação e receberam material informativo sobre práticas sustentáveis. Com foco na sustentabilidade foram realizadas reuniões de diversas entidades do setor sobre temas importan-
tes como: conferência da ONU Rio +20, benefícios do consumo de carne para a saúde humana, indústria frigorífica e leiteira, mudanças do Código Florestal, arborização de pastagens, aproveitamento de dejetos, qualidade do leite, ampliação das exportações de produtos pecuários, entre outros. As ações foram além dos debates. As madeiras utilizadas na montagem dos estandes foram encaminhadas para a reciclagem. O óleo de cozinha utilizado nos bares e cozinhas também foi encaminhado para reaproveitamento, através da produção de produtos de limpeza.
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Educação e Cultura
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Juízes em atuação durante a ExpoZebu/2012
Dez mil estudantes e idosos passaram pelo Parque Fernando Costa para participar dos projetos Zebu na Escola e Zebu UAI, para conhecerem as cadeias produtivas da carne, do leite e os projetos de sustentabilidade da pecuária. Na parte cultural, a mostra do Museu do Zebu deste ano trouxe como tema “A Índia de ontem e de hoje”. Os visitantes também conferiram uma mostra fotográfica sobre o selecionador Cláudio Sabino Carvalho, falecido recentemente. Houve ainda o lançamento de mais uma sala do Museu Virtual da ABCZ. A Sala “Adalberto Rodrigues da Cunha” traz informações sobre os ex-presidentes e ex-diretores da ABCZ, com fotos e vídeos. A Sala Virtual pode ser acessada através do site da ABCZ.
Estrangeiros visitam
a Expozebu e destacam qualidade dos animais
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A 78ª Expozebu (Exposição Internacional das Raças Zebuínas), que prometeu e de fato cumpriu ser novamente a grande vitrine da evolução genética da pecuária zebuína brasileira, registrou durante os dias de feira, a comitiva de 380 estrangeiros vindos de 28 países, principalmente da Venezuela, África
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tipo de negócio. São pessoas que traA ExpoZebu reuniu os mebalham duro para alcançar seus objetilhores exemplares zebuínos de nove vos. Tenho observado, a cada ano, que raças e encantou quem veio de fora. as gramíneas evoluíram bastante. OuPor todos os lados era possível identra coisa que me é impressiona são os tificá-los. A maioria andava em gruequipamentos agrícolas utilizados no po, outros andavam com os interpreBrasil. São bem mais evoluídos que os tes contratados pela organização. Eles nossos”. não queriam perder um lance, uma Os Sul-Africanos avaliam a Excena qualquer, e muito menos inforpozebu 2012 como um lugar propício mações sobre as raças de gados expara realizar negócios e saber as novipostos durante a edição de 2012. dades da área. “Os brasileiros são ótiA organização da Exposição ofemos anfitriões, por isso nos sentimos rece ao visitante estrangeiro toda a em casa quando estamos por aqui. estrutura e logística de um Salão InNosso maior sonho é levar para a Áfriternacional. Intérpretes e ampla proca as raças Tabapuã e Guzerá para programação comercial e cultural, através duzirmos carne. O Girolando também dos farm-tours (visitas programadas às seria interessante, mas ainda não pofazendas da região, shoppings de anidemos levar, devido mais e empresas do às barreiras sanitáramo de genética rias”, explicaram os bovina), proporciona africanos. o conhecimento in loco da realidade da pecuária brasileira. Jan Serfontein, Para congoex-ministro da Agrilenses, Brasil cultura da África do está anos-luz Sul e Anton Logà frente genberg, também africano, criadores da raça de gado Os criadores Brahman, vieram ao Pene Barrot e FerBrasil especialmendinand Kubelwa, te para essa feira. ambos da RepúbliOs africanos Jan Serfontein, ex-ministro da agricultura no seu país, e o criador Anton Laggenberg, no Salão Para o ex- ministro ca Democrática do Internacional da ABCZ da Agricultura da África, que frequenCongo, afirmaram que o nível da Expota a Expozebu há 30 anos, estar neszebu de 2012 estava muito alto, com te evento de certa forma é estar anteraças fortes e saudáveis. Ferdinand do Sul, República nado com o que há de mais moderno Democrática do Congo, aposta no cruzamento do Nelore com nesse segmento. “Vim buscar apreno Mateba – raça original do Congo. Bolívia e França. dizado. Sempre que venho a essa feiPara os congolenses a feira foi ra aprendo algo novo e levo para meu uma boa oportunidade de negócios. Além das rodadas de país. O Brasil é referência em agrotecAlém do Nelore, eles levaram para negócio das quais nologia”, diz Jan Serfontein. a República Democrática do Congo, Serfontein deixou o Ministério da 1.000 carneiros para fazerem cruzaparticiparam, os Agricultura de seu país há quatro anos. visitantes encontraram mento com a raça do animal de lá e Por 15 esteve à frente da pasta. Mesmo também 122 cabeças de búfalos da o cenário que comprometido com as exigências do raça Marruá, do Pará. cargo, nunca deixou de ir à Expozebu. “Estar aqui é ter a certeza de redesejavam: tecnologia “A primeira coisa que chama a atenção alizar grandes negócios. A agrotecnoavançada no campo e logia daqui está anos-luz à frente do quando venho a essa feira é a responsabilidade do brasileiro diante deste Congo”, informou Pene Barrot. animais de qualidade
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“Estar aqui é ter a certeza de realizar grandes negócios. A agrotecnologia daqui está anos-luz à frente do Congo”, informou Pene Barrot
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Genética boa e parcerias
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Para os bolivianos, Marco Angulo e Moizan Hikariyonekura, que estiveram pela primeira vez na Expozebu, participar da feira foi uma oportunidade e tanto para prospectar novos negócios na Bolívia. “Frequentando o parque tivemos contato com os melhores produtores do Brasil e os melhores plantéis. A Expozebu é uma escola muito boa!”, garantiu Marco Angulo, fazendeiro na Bolívia. “A genética por aqui é muito avançada. As raças do Brasil são raças potentes e robustas. Nosso principal foco são os animais para corte comercial. Buscamos os mais precoces para o abate. A intenção é cruzar o Nelore com o Brahman”, disseram os bolivianos. O veterinário venezuelano Eduardo Furtado, frequentador da feira há 11 anos, enche os olhos com a genética dos gados expostos e a tecnologia para fazendas. Ele comenta que a Venezuela está em franco desenvolvimento, mas que o Governo ainda não dá o apoio necessário para a realização de negócios no Brasil. “Nós viemos para comprar sêmen e embriões do Brahman e Gir, mas infelizmente não temos o respaldo do nosso país para comercializar mais. Queremos fazer algumas parcerias por aqui”, diz Eduardo. Com bons negócios realizados e as malas prontas para o retorno aos seus países, os estrangeiros já estão ansiosos para a próxima edição da Expozebu. Afinal, não é em qualquer lugar do mundo que se encontra tanta modernização, técnica apurada e avanço genético, frutos do esforço do pecuarista brasileiro.
Pene Banot da República Dominicana do Congo
Bolivianos posam para a foto depois de um dia de muita atividade no Parque Fernando Costa
Leil茫o Sindi ExpoZebu 2012 agroneg贸cios
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Qualidade do leite ĂŠ avaliada no | julho/agosto 2012
Concurso Leiteiro
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O 34º Concurso Leiteiro da ExpoZebu reuniu 119 animais das raças Gir Leiteiro, Guzerá, Indubrasil e Sindi. No campeonato de 2012, produtividade e qualidade foram avaliadas. A ExpoZebu surpreendeu os participantes ao premiar pela primeira vez os melhores índices de gordura, de proteína e os menores índices de contagem de células somáticas (CCS). As amostras foram coletadas na primeira ordenha e passaram por análise da ABCZ. A produtividade dos animais foi premiada através das categorias vaca adulta, vaca jovem e fêmea jovem nas modalidades PO e LA. Foram vencedoras no concurso as fêmeas com o menor índice de CCS, Lilás (Indubrasil), Distinta D (Sindi) Cafua FIV CAL (Gir Leiteiro) e Galia MRM (Guzerá). Os melhores índices de gordura foram conquistados por: Bateria TE Jahan (Gir Leiteiro), Abaiba do Cirne (Guzerá), Diva D (Sindi) Gita da Natureza (Indubrasil). As fême-
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as com maior produção de proteína foram: Emily Milk Center (Gir Leiteiro) Nomeada D (Guzerá), Bela do Cassu (Indubrasil) e Carnaúba D (Sindi). José de Castro, diretor da ABCZ que representou o presidente Duda Biagi no evento, destacou a importância cada vez maior que o zebu leiteiro tem dentro da cadeia produtiva. Enfatizou também que o reconhecimento conquistado pelas raças é reflexo do desempenho das linhagens brasileiras formadoras de planteis em diversos países latino-americanos, asiáticos e africanos. “Hoje o maior volume de animais de alto valor genético exportado pelo Brasil sai do grupo das raças zebuínas leiteiras. O produto nacional mais procurado dentro das centrais de sêmen também se refere aos reprodutores provados. Temos um compromisso com a produção de alimento para a humanidade”, disse o diretor.
Grandes Campeãs Consagraram-se no Concurso Leiteiro da ExpoZebu: Carnaúba e Distinta, ambas da raça Sindi com média de 14,13 kg e 13,57, respectivamente, ambas da UNIUBE. Pela raça Guzerá Gali MRM com média de 41,40 e Esbelta com média de 36,93. As duas fêmeas também integram o time da UNIUBE. Na Indubrasil a dobradinha foi do selecionador Waldir Junqueira de Andrade com Lilás que registrou média de 29,66 como a Grande Campeã e Onca com média de 19,97 como Reservada. No Gir Leiteiro José Mário Miranda Abdo, do município de Alexânia, em Goiás, faturou mais dois importantes títulos: Xuxa FIV JMMA foi a Reservada Grande Campeã com média de 48,72 quilos. A Grande Campeã foi a vaca mocha Shera JMMA que atingiu a média de produção de 53 quilos.
Concurso Leiteiro da ExpoZebu inova e premia também por qualidade do leite
ExpoZebu 2012 agronegócios
Osvaldo de Souza Junior comemora: “Vencer este campeonato era tudo o que eu precisava!”
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Ranking ExpoZebu, o mais esperado do ano O ranking das raças na ExpoZebu é um dos mais esperados do ano. Afinal, não é para menos, a exposição é a maior mostra de zebuínos do mundo e a grande vitrine da evolução genética da pecuária brasileira. Com esse perfil atrai, a cada ano, mais criadores/compradores do mundo todo. Com a grande expectativa de consumo de carne para as próximas décadas, a evolução genética buscada com afinco pelos brasileiros despertará cada vez mais o interesse dos criadores. Em 2012, nove raças foram avaliadas pelos juízes. Confira abaixo o resultado do Grande Campeonato de 2012 da 78ª ExpoZebu.
Grande Campeonato de Machos Gir Grande Campeão DRUMANO FIV JOSÉ RITA DA FONSECA FILHO QUILOMBO Reservado Grande Campeão ILATIVO GRANJA C CARLOS DE OLIVEIRA DA COSTA GRANJA DO CARLOS Gir Leiteiro Grande Campeão GALIO TE F. MUTUM LEO MACHADO FERREIRA MUTUM Reservado Grande Campeão APOLLO CAL GABRIEL DONATO DE ANDRADE CALCIOLANDIA Guzerá Grande Campeão ENCANADOR VILLEFORT
VIRGÍLIO VILEFORT MARTINS CURRALINHO Reservado Grande Campeão LANCER DA J.NATAL SILVELY MARIA JANOTA ANTUNES TRES IRMÃOS Indubrasil Grande Campeão BACARA ROBERTO FONTES DE GOES SÃO JOSÉ Reservado Grande Campeão HIMALAIA DA NATUREZA ELIANA BARROS VALE NOVO Nelore Grande Campeão ALARME EDTO EDSON DA SILVA TORRES LÍRIO DO VALE
Reservado Grande Campeão LUX PÓDIUM FIV RIMA AGROPEC. LTDA. GENIPAPO Nelore Mocha Grande Campeão GABARITO FIV DA MAPA APA AGROPECUÁRIA ARFRIO LTDA SANTA HELENA Reservado Grande Campeão NAPOLITANO DA CAR DALILA CLEOPATH C.B.M.TOLEDO SÃO JOSE DA CAR Sindi Grande Campeão QUERENTE DA ESTIVA ADALDIO JOSÉ DELSIN DE CASTILHO REUNIDAS CASTILHO Reservado Grande Campeão BULDOGUE AJCF
ADALDIO JOSE DELSIN DE CASTILHO REUNIDAS CASTILHO Tabapuã Grande Campeão MARCO FIV DE TABAPUÃ FABIO ZUCCHI RODAS - ESPÓLIO ÁGUA MILAGROSA Reservado Grande Campeão EROS FIV DA DORN MARCOS CESAR G. DORNELLAS ESTÂNCIA AGRESTE Brahman Grande Campeão MR QUERENCA 4336 QUERENCA EMP. RURAL AGR. PEC. S/A QUERENCA Reservado Grande Campeão MUZZI ÉBANO RICARDO MUZZI GUIMARÃES CÓRREGO DA AREIA
Grande Campeonato de Fêmeas Gir Grande Campeã FAVORITA DOBI JOSÉ LUIZ JUNQUEIRA BARROS CAFÉ VELHO Reservada Grande Campeã DASLU FIV DO MARCO M MARCO ANTÔNIO PINHO MAIA CHÁCARA SANTA MARIA
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Gir Leiteiro Grande Campeã FILIPINA TE F. MUTUM LEO MACHADO FERREIRA MUTUM
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Reservada Grande Campeã CHANDANI FIV CAL GABRIEL DONATO/FILHOS-CO CALCIOLÂNDIA Guzerá Grande Campeã C. DEMI MOORE FIV
MARCOS AURELIO COELHO SAMPAIO LAGOINHA Reservada Grande Campeã LAIZA DA J.NATAL ANTÔNIO P. SALVO E OUTROS CANOAS Indubrasil Grande Campeã NIRVANA DA NATUREZA JOSE HENRIQUE FUGAZZOLA BARROS NATUREZA Reservada Grande Campeã MANAS DA NATUREZA ELIANA BARROS VALE NOVO Nelore Grande Campeã HARIANA III FIV EXA RIMA AGROPEC. LTDA. GENIPAPO
Reservada Grande Campeã DINASTIA FIV FNT JATOBA AGRIC.PEC.INDUSTRIA S/A BAUNILHA Nelore Mocha Grande Campeã PEDRITA DA FS PEDRO PAULO PEREIRA CUNHA SÃO PEDRO Reservada Grande Campeã TETE DA CAR DALILA CLEOPATH C.B.M.TOLEDO SAO JOSE DA CAR Sindi Grande Campeã BELEZA JNB RONALDO ANDRADE BICHUETTE BOM JESUS DA LAPA Reservada Grande Campeã RAJA DIFERENTE
TATIANA MACHADO R. CUNHA LAGEADO Tabapuã Grande Campeã FRAGATHA FIV ZEIN ANTÔNIO GUERINO ORTENCE CARANDA Reservada Grande Campeã MUFLA FIV DE TABAPUÃ FABIO ZUCCHI RODAS - ESPÓLIO ÁGUA MILAGROSA Brahman Grande Campeã MANDY DA CANAÃ CESAR TOME GARETTI LINCE Reservada Grande Campeã MISS W2R POI 404 WILSON ROBERTO RODRIGUES AGROPECUÁRIA W2R
Galeria dos Grandes Campeões Expozebu 2012 agronegócios
Grande Campeão NELORE - Alarme EDTO - Lirio do Vale
Grande Campeã NELORE - Hariana III FIV EXA - Genipapo
Grande Campeão NELORE MOCHA - Gabarito FIV da Mapa - Santa Elena
Grande Campeã NELORE MOCHA - Pedrita da FS Pedro - São Pedro
Grande Campeão GUZERÁ - Encanador Villefort - Curralinho
Grande Campeã GUZERÁ - C. Demi Moore FIV - Lagoinha
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agronegócios
Grande Campeão BRAHMAN - MR Querenca 4336 - Querenca
Grande Campeã BRAHMAN - Mandy da Canaã- Lince
Grande Campeão TABAPUÃ - Marco FIV de Tabapuã - Água Milagrosa
Grande Campeã TABAPUÃ - Fragatha FIV ZEIN - Carandá
Grande Campeão INDUBRASIL - Bacara - São José
Grande Campeã INDUBRASIL - Nirvana da Natureza - Natureza
Galeria dos Grandes Campeões ExpoZebu 2012
Grande Campeão GIR LEITEIRO - Galio TE F. Mutum - Mutum
Grande Campeã GIR LEITEIRO - Filipina TE F. Mutum - Mutum
Grande Campeão GIR DUPLA APTIDÃO - Drumano FIV - Quillombo
Grande Campeã GIR DUPLA APTIDÃO - Favorita Dobi - Café Velho
Grande Campeão SINDI - Querente da Estiva - Reunidas Castilho
Grande Campeã SINDI - Beleza JNB - Bom Jesus da Lapa
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Commodities
Números do mercado de milho
Nesta edição, vou mostrar com imensa satisfação a evolução do contrato de Milho Futuro da BM&FBovespa. Nós que participamos do mercado estamos contentes com a evolução da liquidez, resultado da mudança dos contratos ocorrida há 2 anos, que não conta mais com a entrega física e sim com a liquidação financeira pelo indicador CEPEA/Esalq, como já expliquei em edições anteriores
| julho/agosto julho/agosto 2012
Nesta safra os números estão falando por si. O aumento expressivo nas vendas antecipadas da safra fomenta o mercado futuro. Segundo dados da BMF, somente no primeiro trimestre de 2012 foram negociados 170 mil contratos de milho, 32,5% mais do que o mesmo período de 2011. Estamos falando de uma safra recorde de milho no Brasil que vai girar em torno de 65 milhões de toneladas; com negociações antecipadas
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nunca vistas. Segundo dados do IMEA do Mato Grosso, os produtores do Estado, até o mês de abril, já haviam negociado 75% da safra; fato inédito para safra de milho. Comparando-se a safra passada é mais que o dobro em igual período. Isso não quer dizer que todos os produtores estão utilizando o contrato na BMF, mas sim uma forma de travar preços futuros. Porém, as empresas que oferecem aos produtores o contrato a termo, com esse aumento de exposição de risco, acabam buscando uma forma de minimizar os perigos, fazendo assim da BMF uma ferramenta de negociação, aumentando a liquidez. No mês de março de 2012, foram negociados cerca de 3,3mil contratos de milho. Média diária de pouco mais de um navio/ dia. Se tomarmos conta do tamanho da nossa safra, ainda somos muito pequenos em termo de mercado futuro, mas o importante é que estamos evoluindo. Só para efeitos comparativos na CBOT (Chicago Board of Trade), onde se
formam os preços mundiais para a commodities, negocia-se em torno de 330 mil contratos diários, ou seja 45 milhões de toneladas, quase duas safras da Argentina. O que favorece o Brasil é que exportamos apenas 15% da nossa safra, ou seja, nosso mercado interno é o maior formador de preço para o milho. Ainda temos muito espaço para crescermos, só depende de nós mesmos. Deixo aqui o meu recado: o produtor está cada vez mais profissional em termos de produção. Ele só precisa aumentar mais ainda a profissionalização na hora de comercializar. Dessa forma ele terá uma diferença significativa, no bolso.
Breno O. S. Maia broker de commodities breno@socopa.com.br
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Fotos: Arquivo Pessoal
Artigo
A saúde dos cascos pode fazer a diferença no sistema de produção
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Quando falamos em problema de casco a primeira coisa que o produtor analisa é quanto isso vai lhe custar. Às vezes, na tentativa de conter os gastos, o produtor acaba deixando para socorrer o animal quando este já apresenta uma grave lesão podal
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Um diagnóstico precoce das causas do problema podal é fundamental para o sucesso do tratamento e das medidas preventivas. Para a tomada de decisão do manejo, deve-se levar em conta a avaliação visual do animal, por um técnico qualificado, o histórico das doenças de casco e o levantamento de dados das instalações da fazenda. Segundo o pesquisador Robinson, na avaliação visual é observado o animal em estação e em movimento, sendo o escore de locomoção uma boa fer-
Nos últimos tempos, os problemas relacionados às patologias dos cascos dos bovinos vieram adquirindo uma importância crescente na bovinocultura e, em muitos casos, sendo um dos principais entraves econômicos ao seu desenvolvimento. As perdas econômicas chamam atenção para grande importância de implantar medidas para intensificar a observação visual, histórico dos animais, levantamento de dados, o conforto animal, e os métodos para prevenção da claudicação.
E
Profissional da Estrela Guia Casqueamento Bovino em atividade
rela Gui st a
ramenta para auxiliar a prevalência, interpretação da severidade e duração dos casos de claudicação. Escore é um índice qualitativo da locomoção que varia de 1 a 5. Sendo o 1 para locomoção normal e 5 grande dificuldade de locomoção. Conhecer o animal e seu histórico é saber identificar as afecções podais que o acometeram, os membros afetados; a intensidade da lesão; a gravidade da doença; a estação do ano de maior ocorrência; a quantidade de vezes tratadas, entre outros fatores. O levantamento de dados e as condições ambientais da fazenda serão também observados para sequência de um bom manejo preventivo. O piso influi muito na integridade física do casco. Pisos abrasivos e úmidos apresentam uma taxa de desgaste de 83% maior. Em condições de higiene precárias e alta lotação, a incidência de doenças infectocontagiosas são maiores. Toda discussão que envolve o tema sobre conforto animal e a dinâmica de locomoção está focada na compreensão de como diferentes ambientes interferem no período de estação, repouso, na intensidade e grau da lesão podal. As pesquisas de Endres Espejo, realizadas em 2007, demonstram que em instalações tipo free-stall, uma vaca permanece cerca de 4,5 h/dia se alimentando; 0,5 h/dia bebendo água;2 h/dia na baia e 2 h/dia socializando com as demais vacas. Portanto, das 24 horas {24 – (4,5 + 0,5 +2+2)}, restam 15 h para ordenha e o descanso. A ordenha não deverá ultrapassar 3 h/dia, restando 12 h para o descanso, que seria o ideal. Conclui-se que o tempo em que o animal permanece fora da baia aumenta significativamente a prevalência de claudicação. Avaliando a redução do tempo de descanso em 3 h/dia é possível identificar prejuízos sobre a saúde do casco sendo o tipo de piso um fator determinante. Ficar atento as variáveis que predispõem a ocorrências de lesões podais é importante, mas é necessário ainda instituir um manejo preventivo. O pedilúvio e o casqueamento preventivo são alternativas que garantem a manutenção da saúde dos cascos. Sendo essas duas medidas necessárias na rotina da fazenda.
Casqueamento Bovino (35) 9869-0860 (14) 9665-5014 casqueamentobovino@hotmail.com
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por Heloisa Aguieiras
Agricultura Familiar | julho/agosto 2012
Hugo, Elisa e Umberto na lavoura da Fazenda Portal da Serra
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Chegar à produção de cafés especiais é difícil, requer muito conhecimento, dedicação integral e bastante trabalho. Um desafio que a Família Wolff Oliveira (o pai Umberto, a mãe Elisa, os irmãos Henrique, Hugo, Marcelo e Jorge) não teve medo de encarar, mesmo com a mudança radical do modo de vida que o projeto passou a lhes impor. Apesar das dificuldades, o sonho e a vontade de obter excelentes cafés com um manejo totalmente diferenciado era muito maior. Foi assim que nasceu a Wolff Café. Nas duas propriedades da família, a Portal da Serra e a Guanabara, localizadas no município de Ibiraci/MG, são cultivados 80 mil pés de cafés. Os Wolff, mesmo vivendo no Rio de Janeiro, pesquisaram e estudaram tudo sobre cafeicultura, buscaram orientação de grandes especialistas e se sentiram prontos para colocar a mão na terra. A família trabalha com as variedades mais cultivadas no Brasil, que são Catuaí
Vermelho e Mundo Novo. Este ano, há planos de aumentar as lavouras em 14 mil pés, metade deles da variedade Paraíso e a outra metade de Catiguá MG-1, projetadas para talhões arborizados.
cimento, que é algo que não se consegue da noite para o dia. Depois houve a oportunidade e eu e Elisa acreditamos”. Das lavouras atuais, a família deve colher nesta safra 1200 sacas. “Nossas lavou-
A família estuda desenvolver uma linha de xícaras e caixas personalizadas para presente, além de novidades para fazer café, como o coador de seda. Acesse o site da Wolff: www.wolffcafe.com.br Segundo Umberto, seu pai, todos os filhos são encantados pelo café, mas foi Hugo quem teve a disciplina e fez o “salto” para concretizar o empreendimento. “Acredito que eles consolidaram o conhe-
ras já estavam formadas e, como entramos nesta atividade recentemente, não há como avaliar produtividade em um contexto completo” relata Hugo. Ele conta que os cuidados são grandes
para aprimorá-las: “fazemos análise de solo e temos o acompanhamento do engenheiro agrônomo da Emater de Cássia; um profissional com mais de 30 anos de experiência que nos orienta a tomarmos as melhores decisões”. Para eles, o trabalho envolve também paciência em esperar a resposta natural da planta. “Fazemos o necessário em aplicações de calcário, gesso e adubo, forma mais barata e eficiente de evitar problemas. Não jogamos hormônios e respeitamos a lavoura. Não adianta correr contra o tempo dela”, ensina Hugo. O produtor ressalta que já começaram a colher bons resultados, mas precisarão de mais dois anos para as lavouras atingirem os índices esperados por eles.
O café Hugo Wolff fala do café com propriedade e sabe o que diz quando o assunto é qualidade da bebida. Sua busca incessante pelo melhor café tem feito com que ele pesquise cada vez mais e faça cursos diversos, inclusive de degustação. “Nós estamos em uma posição geográfica privilegiada para fazer cafés diferenciados. Mas temos sempre que ter cuidado, principalmente no pós-colheita. Chegamos a cobrir o café com cobertor, quando há umidade abaixo de 30%, procedimento que ajuda no combate à fermentação”. Os lotes são espalhados em finas camadas nos primeiros dias, revolvendo-os mais de 18 vezes ao dia com uma moto com mexedor. “Não misturamos cafés colhidos de dias diferentes em função da umidade”, explica Hugo.
Os microlotes Hugo diz que esse trabalho com quantidades mínimas tem sido a grande conquista do investimento de toda a família. “O que a gente conclui com os microlotes é que eles conseguem ser a representação exata da qualidade do microclima, do solo e do trabalho que se faz no pós-colheita. Nosso microlote é o estado da arte de nossa produção, com esmero muito maior do que quando se trabalha
com grandes quantidades. O pós-colheita é muito trabalhoso. Se secamos o café em 15 dias no terreiro suspenso vamos obter uma certa acidez no café; se secamos em cobertura asfáltica em sete dias, será outra. Se for no secador mecânico, a bebida sairá de outra forma. Em um método mais artesanal, como o terreiro suspenso, consegue-se trabalhar várias propriedades para compensar a bebida final, obtendo uma qualidade superior”. O país começa a despertar para o café de qualidade e os clientes estão em diversas partes como São Paulo, Florianópolis, Belo Horizonte. “Armazenamos o café na cooperativa, mas a venda dos microlotes é feita diretamente por nós ao cliente. Provamos o café na fazenda para garantirmos a qualidade e o expedimos”, diz Hugo. E a busca pela qualidade é que direciona todo o trabalho na hora de separar os cafés. Segundo Hugo, para isso é preciso estudar cada talhão de café, torrando, moendo, classificando e degustando. “Somos pequenos produtores de cafés especiais. Fazemos os lotes por talhão, o que dá qualidade e complexidade diferenciadas. O brasileiro está tendo melhor qualidade de vida e se conscientizando de que a sustentabilidade está associada à qualidade, pagando um pouco mais por isso. Fato que se reflete no produtor. É uma cadeia. Os clientes são os financiadores da preservação ambiental”, conclui.
Outro diferencial em busca da excelência em cafés é o trabalho desenvolvendo microlotes. Atualmente, eles perfazem de 10% a 20% da produção total, o que produz cerca de 40 sacas de cafés de altíssima qualidade, diz Hugo
Estudo, pesquisa e dedicação
garantem a produção de cafés especiais
Evento A 18ª Feicorte, Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne, maior evento indoor da cadeia pecuária de corte do mundo, foi realizada dos dias 11 a 15 de junho, em São Paulo. O evento, que se destaca como principal vitrine do | julho/agosto 2012
setor, reuniu 250 empresas
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expositoras que representam todos os elos da cadeia produtiva da carne
Passaram pela Feicorte 2012 30 mil pessoas, entre pecuaristas, profissionais, estudantes e demais interessados. Destaca-se a participação de grandes empresas, centrais de inseminação artificial e os mais consagrados criatórios e selecionadores brasileiros de 22 raças (Brahman, Canchim, Marchigiana, Charolês, Limousin, Simental, Simbrasil, Nelore e Nelore Mocho, Angus, Caracu, Senepol, Wagyu, Guzerá, Brangus, Hereford, Braford e Sindi, ovinos Dorper e cavalos Mangalarga). O público presente também teve a sua disposição uma programação variada: 120 eventos paralelos, entre reuniões, seminários, workshops, conferências, palestras e cursos, além de julgamentos e leilões de várias raças bovinas, com oferta de genética de ponta. Uma das grandes novidades de 2012 foi o crescimento do número de leilões em relação ao ano passado. Foram realizados 14 leilões e ofertados animais de genética apurada, provenientes de rebanhos top de várias raças, com aptidão para produção de carne ou para disputar pista. Segundo Carla Tuccilio, gerente de Agronegócio do Agrocentro, “o mercado está aquecido e a expectativa é de bons negócios com animais de alta qualidade”.
Feicorte 2012 foco na tecnologia e sustentabilidade
Na programação, o julgamento dos animais é o momento mais esperado para conhecer os campeões que passarão a ter o selo de qualidade dos criatórios vencedores. Animais das mais diversas raças são julgados, Nelore, Nelore Mocho, Marchigiana, Wagyu, Limousin, Hereford, Braford, Simental, Simbrasil, Angus, Sindi, Brangus, Caracu, Brahman, Canchim, Charolês, Guzerá e ovinos da raça Dorper. Em continuidade ao projeto Pecuária Sustentável – Sim é Possível, a Feicorte e a NFT Alliance apresentaram, pelo segundo ano consecutivo, o Espaço Carne, que tem como proposta demonstrar os trabalhos realizados pelas empresas, pecuaristas e todos os envolvidos na cadeia produtiva. Foram homenageados os 40 confinamentos mais eficientes do País e os 10 que mais se destacaram em sustentabilidade e bem-estar animal durante o processo produtivo, em 2011.
“o mercado está aquecido e a expectativa é de bons negócios com animais de alta qualidade”
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Depoimentos
Colher com eficiência
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Case IH Coffee Express 200
A assinatura da Case IH é reconhecida em todo mundo, resultado dos seus 160 anos de história no mercado de máquinas e implementos agrícolas. Através de uma rede mundial de mais de 4.900 concessionárias e distribuidores, a Case IH oferece uma linha completa de equipamentos e dá suporte a seus clientes com peças, serviços e produtos. Referência mundial em alta tecnologia e na mecanização agrícola, a Case IH oferece soluções avançadas desde o plantio até a colheita. No Brasil, a empresa possui três fábricas e uma extensa rede de concessionários com serviços, peças e assistência avançada para assegurar a confiabilidade de sua marca, a eficiência de seus equipamentos e a melhor produtividade do agronegócio. Nas cidades mineiras de Alfenas e Passos/MG, a Pimenta Agro Sul, concessionária autorizada Case IH, atende toda a região Sudeste com um excelente pós-venda. Foi por meio dela que o produtor Cristovã Farchi, 52, adquiriu a sua Case IH Coffee Express 200. Farchi é cafeicultor e proprietário da Fazenda Água Raza, em São Tomás de Aquino/ MG, município localizado na microrregião de São Sebastião do Paraíso. A opção de Farchi se deu pela agilidade na colheita, pois falta mão de obra para atender toda a demanda da cafeicultura.
O maquinário oferece uma série de vantagens para o cafeicultor, que pode optar por uma colheita seletiva. A Coffee 200 é a única do mercado que tem sistema de agressão preciso, no qual a regulagem é feita de forma eletrohidráulica o que não deixa ocorrer alteração durante a colheita, protegendo também a lavoura. Além disso, a Coffee Express auxilia no controle fitossanitário, pois no momento da colheita são removidas as
folhas não sadias. “É uma máquina que não agride o café, apropriada para colheita seletiva,” disse o produtor afirmando ainda que a máquina não faz a compactação do solo, pesa 4.800 kg e tem baixo custo. ”É uma máquina compacta, simples, fácil de operar e de mobilidade grande, capaz de girar em espaço pequeno”, destaca. O produtor está realizado com o equipamento, que tem oferecido um grande suporte na sua colheita.
Agilidade na colheita Case IH 2566
O produtor Altair José Capato, 58, é proprietário da Fazenda Santa Terezinha, em Passos/MG. Possui uma área para o plantio de milho de 600 hectares e outra para o plantio de feijão e girassol de 150. Para atender a sua produção, Capato investiu em tecnologia e adquiriu um novo maquinário em dezembro de 2011, a Case IH Axial-Flow 2566. Os equipamentos da Case IH incluem uma linha completa de tratores, colheitadeiras, colhedoras especiais para algodão, açúcar, café, milho, além de plantadeiras, pulverizadores entre outros equipamentos. A Axial-Flow 2566 possui maior capacidade de debulha o que ocasiona menor perda de grãos e reflete na qualidade deles, trazendo melhores resultados para o agronegócio. “Agilidade. É assim que se define essa máquina, que colhe mais rápido- cerca de 3000
sacos de milho por dia- e libera a área mais cedo para novos plantios”, aponta o produtor. Além do milho, a colheitadeira pode ser operada nas lavouras de feijão, soja, trigo, sorgo, girassol e arroz, proporcionando maior vantagem na relação custo-beneficio. Para Capato, a máquina atende toda a sua demanda de plantio,
ou seja, opera nas lavouras de milho, feijão e girassol. “É uma máquina com menor índice de perda e a única que tem rendimento de maior produção devido ao seu sistema Axial, além de ser a única do mercado que colhe feijão. O pós-venda da Case IH é também muito eficiente, o que nos tranquiliza”, finaliza o produtor.
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O bom resultado do Leilão Anual Girolando RBC
Fotos: Allan Françozo
Evento | julho/agosto 2012
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O 10º Leilão Anual Girolando RBC, realizado no dia 6 de maio, no Parque de Exposições de Cássia/MG, reuniu compradores da região e de outros estados que acompanharam pela TV. A promoção e organização é do criador Roberto Melo Carvalho, proprietário da Fazenda Retiro da Barra (RBC), onde a seleção criteriosa e a seriedade nas informações precisas e completas sobre cada animal constituem princípios da empresa. A genética de qualidade da Fazenda RBC foi ofertada em lotes de vacas e novilhas em início de lactação, bezerras, prenhezes e produtos de FIV de grandes matrizes RBC, reprodutores registrados com fertilidade e genética garantida. O resultado não poderia ser outro: liquidez de 95% dos exemplares ofertados. O destaque do leilão foi uma prenhez sexada de fêmea da Grande Campeã Nacional 5/8 da Megaleite 2011, RBC Bigorna x Vilão TE Alegre. “Ficamos bastante contentes com o percentual de vendas e sabemos que os compradores estão levando um produto excelente. Tivemos parte dos compradores da região e outra parte clientes via canal. Da região, o maior comprador que compareceu ao evento é da cidade de São Sebastião do Paraíso e pela televisão o maior cliente é do Espírito Santo. Estes adquiriram nossas melhores ofertas”, explica Roberto. Ainda segundo Roberto, o seu propósito é transmitir segurança para os compradores de exemplares Girolando RBC, matrizes ou reprodutores, aumentando o número de clientes satisfeitos.
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Evento
Ma Shou Tao
Pecuária 2012
reúne produtores e parceiros www.mashoutaopecuaria.com.br
Cada vez mais técnico e despertando o interesse de produtores rurais, o 5º Encontro Ma Shou Tao Pecuária revelou que a pecuária leiteira brasileira está engajada no desenvolvimento
| julho/agosto 2012
sustentável
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Normalmente, o encontro conta, também, com grande número de estudantes, vindos de todo o país, mas, devido ao calendário de provas, muitas faculdades não puderam participar este ano, garantindo a participação apenas para a próxima edição do encontro. Segundo o diretor Executivo do Grupo Boa Fé Ma Shou Tao, Jônadan Ma, o aumento da participação de produtores é reflexo do entendimento da classe quanto à necessidade de melhoria da gestão na propriedade para garantir competitividade e aumento da lucratividade. “O produtor de leite sabe que a tendência do mercado há muito tempo é direcionada ao pagamento pela qualidade do produto
oferecido e só quem estiver aberto a investir nesse conhecimento será competitivo”, ressalta Jônadan. As empresas participantes da exposição tecnológica deram seu aval ao evento. Para o gerente Comercial da GEA Farm Technologies, Leandro Placciti, esse direcionamento ao público específico de produtores aumenta o interesse dos expositores em participar do evento. “Somos parceiros do grupo há 10 anos e estamos representados em todo o Brasil, por isso, esse maior interesse do produtor em ficar bem informado sobre as novas tecnologias e estar disposto a investir nelas abre mais espaço para que possamos mostrar a ele a qualidade de nosso
Mais de 1800 pessoas, grande maioria de produtores, estiveram no evento, que foi realizado nos dias 13 e 14 de junho, na Fazenda Boa Fé, em Conquista/MG
produto”, explica. O assistente Técnico da Pfizer Saúde Animal, Paulo Dutra, que representa a empresa em Minas, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia, defende o direcionamento do encontro para produtores. “Claro que a participação de estudantes, empresários e público em geral é imprescindível. Afinal, são todos formadores de opinião. Mas, fiquei satisfeito com a participação maciça de produtores de leite, porque eles são os investidores diretos e precisam desse contato específico com a tecnologia para saber que ela não está tão distante deles quanto pensam”, ressalta. Segundo o produtor rural João Márcio Rezende, que mora no Rio de Janeiro, mas tem propriedade em Minas Gerais, o evento foi muito proveitoso. “Foi a primeira vez que participamos e ficamos impressionados com estrutura e com a qualidade das palestras. Ano que vem voltaremos”, afirma. Olavo de Carvalho Júnior, produtor de Araxá/MG, participou pela segunda vez do encontro e garante que volta na próxima edição. “A dinâmica é inteligente, pois as palestras simultâneas são objetivas e nos colocam temas importantes. Não são aquelas palestras chatas que demoram uma eternidade e pouco nos esclarecem. Na mesa redonda, à tarde, pudemos tirar dúvidas. Foi gratificante pra mim”, diz. Os produtores ainda puderam participar das clínicas tecnológicas, espaços onde os inscritos rapidamente puderam esclarecer dúvidas mais precisas sobre a propriedade, relacionadas aos temas das palestras.
O encontro ainda contou com a realização do primeiro shopping do Grupo Boa Fé, que disponibilizou aos participantes animais e genética de alta qualidade. Tudo com grande facilidade de pagamento, dividido em 1 + 11 parcelas, sem juros, dando ao cliente a chance de ver e analisar os animais de perto.
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Fotos: Allan Françozo
Evento
O Team Penning do Rancho Alegre
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O 6º Team Penning de Passos/MG, realizado no Rancho Alegre, nos dias 5 e 6 de maio, reuniu competidores de Minas Gerais e São Paulo. A premiação de R$ 13 mil foi disputada por praticantes do esporte em Passos, Cajuru, Mococa, Patrocínio Paulista, Franca, Batatais e Ribeirão Preto. As crianças também participaram do evento pela categoria infantil. Cerca de 500 pessoas passaram pelo Rancho Alegre nos dias da competição. Foram registradas pelos organizadores 237 passadas durante a prova, número que surpreendeu os participantes. Classificou-se em primeiro lugar o trio formado por Caio Ferrão, Rogério Maitá e Paulo Maranhão. Em segundo lugar garantiram a vitória Luciano Queiroz, Lúcio Queiroz, Guto Tranquilini. No terceiro lugar foram classificados Vinicius Lelis, Lúcio Queiroz e Gabriela.
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Evento
Expocafé 2012
Volume de negócios chega a R$200 milhões Fonte: EPAMIG
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A 15ª edição da maior feira nacional do agronegócio café – EXPOCAFÉ- encerrada no dia 22 de junho, na Fazenda Experimental da EPAMIG de Três Pontas/MG movimentou cerca de R$ 200 milhões em negócios gerados e prospectados
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A pesquisa de satisfação realizada com os expositores apontou que 85% têm a intenção de participar da edição 2013. Destes, 25% manifestaram interesse em aumentar a área de exposição. “Para o próximo ano já temos uma nova área mapeada de 2.000 m2”, informa Mairon Mesquista, coordenador-geral da Expocafé. “A maioria dos expositores demonstrou satisfação com a feira, apesar dos transtornos causados pelas chuvas”, disse. Segundo Mairon, dez novas empresas procuraram o setor de comercialização da feira com interesse em participar da EXPOCAFÉ 2013. O cafeicultor José Maria da Silva, que tem propriedade em Nepomuceno, visitou pela primeira vez a EXPOCAFÉ para conhecer as novidades para o setor. O produtor disse que a máquina que ele mais admirou foi uma colhedeira de café de grande porte. “Vi muitas novidades na feira, mas essa colhedeira é o sonho de todo cafeicultor”. Já o representante comercial Sérgio Drumond, que participou da feira em busca de bons contatos comerciais, disse que vende máquinas de corte que atendem também a cafeicultura e que fez diversos contatos.
Além de novidades em máquinas, equipamentos e implementos para cafeicultura, a EXPOCAFÉ 2012 trouxe também a discussão sobre cenário da cafeicultura nacional e sobre as oportunidades para o mercado externo. Os temas foram discutidos durante palestras realizadas pela Central Exportaminas “O mercado externo ao alcance do produtor mineiro” e pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e Agência
Brasileira de Promoção, Exportação e Investimentos (Apex), durante o Seminário “Exportar é Inovar”. Na ocasião foi assinado o Convênio do Projeto Brazilian Specialty and Sustainable Coffees, entre a BSCA e Apex, que tem por objetivo reforçar a imagem de qualidade dos cafés brasileiros em todo o mundo e evidenciar a produção com responsabilidade ambiental e social realizada no Brasil.
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