pág . 04
pág . 08
pág . 24
Criança, movimento e desenvolvimento
Descobrindo os sons do aprendizado
A importância da alimentação saudável na infância
EDUCACAO QUE REVISTA DIGITAL DA IENH edição 01 | 2016
Brincar é coisa séria, sabia? pág . 14
////
EDITORIAL A educação inspira o nosso dia a dia, o nosso modo de viver e a nossa forma de ver o mundo. A educação inspira conhecimento, descobertas, sonhos e desafios. Educação e inspiração se complementam. Nesta perspectiva, a IENH busca inspirar através da educação. Com a construção, produção e socialização do saber promove a educação de qualidade, inspirando seus alunos e atuando em prol da sociedade. Ao lançar a Revista Digital Educação que Inspira, o objetivo da IENH é proporcionar a inspiração às pessoas, cumprindo o seu papel na disseminação do conhecimento. Para iniciar, nada melhor do que falar daqueles que também estão começando, dando os primeiros passos, aprendendo a viver. A primeira edição da Revista Educação que Inspira aborda temas relativos às crianças e o desenvolvimento infantil. Brincar, explorar e viver... a descoberta do que é necessário para aprender e crescer. Aproveite as leituras e inspire-se conosco!
DIRECAO E EeXPEDIENTE Direção Geral: Seno Leonhardt Vice-direção da Educação Básica: Déborah Kuntze Cassel Coordenação - Unidade Pindorama: Karina Isabel da Silva Spessato Coordenção - Unidade Oswaldo Cruz: Célia Maria dos Reis Corrêa Coordenação - Unidade Fundação Evangélica: Déborah Kuntze Cassel Realização: Assessoria de Comunicação e Marketing IENH
SUMARIO
04
08
Criança, movimento e desenvolvimento
Descobrindo os sons do aprendizado
14
24
Brincar é coisa séria, sabia?
A importância da alimentação saudável na infância
04
05
Crianรงa,
Movimento
e
Desenvolvimento
06
Prof. Esp. Gustavo Paraboni Cerveira
P
ensar na infância pode nos remeter a imagem de uma criança
se movimentando, deslocando-se no espaço, enfim, brincan-
do com seu corpo. Corpo que está em constante desenvolvi-
mento, apto a adquirir novas habilidades e construir novos conhecimentos diariamente. Ao refletirmos sobre o desenvolvimento de um ser humano, neste caso, especificamente, de uma criança, é imprescindível partirmos da ideia de um ser que se movimenta e se relaciona com o meio em que vive. De acordo com Le Boulch (1987), o desenvolvimento de uma criança é o resultado da interação de seu corpo com os objetos de seu meio, as pessoas com quem convive e com o mundo onde estabelece ligações afetivas e emocionais. O corpo, portanto, é sua maneira de ser. É através do seu corpo que a criança descobre tudo que está ao seu redor. Por meio do movimento a criança explora o mundo exterior e, através dessas experiências concretas, que são estabelecidos os conceitos básicos para o desenvolvimento intelectual. Como já descrevia o grande educador Jean Piaget “ninguém pode saber o que significa juntar ou separar, sem nunca ter, com suas próprias mãos, juntado ou separado nada antes”. Para que a criança construa conhecimentos, ela precisa que estes perpassem seu corpo para chegarem ao âmbito das ideias.
07
Além disso, é através do corpo em movimento, que a criança estabelece suas primeiras relações sociais e constitui-se como integrante de um grupo, vivenciando sentimentos de pertencimento, alegria, frustração, raiva, carinho, cuidado, entre outros. Portanto, este corpo em movimento, além de produzir conhecimento, introduz a criança à sociedade, e começa a desenvolver os sentimentos e a como lidar com cada um deles. Sobre este tema também é possível refletir que ao restringir os movimentos de uma criança, não somente estar-se-á restringindo seu desenvolvimento motor, sua capacidade de se movimentar, mas também o desenvolvimento de sua inteligência, seus sentimentos e sua capacidade de conviver em sociedade. Por fim, se faz necessário uma dedicada reflexão sobre o assunto, pois o século XXI tem direcionado o ser humano, em especial, as crianças para a restrição de movimento. A falta de segurança, a falta de “tempo” dos pais, e a enxurrada de opções de aparelhos eletrônicos, facilmente acessados e disponibilizados a elas, tem feito com que se movimentem cada vez menos. Os brinquedos e brincadeiras outrora criados e construídos, agora se apresentam prontos, sem possibilidades de estímulo à criatividade, ao movimento e ao convívio social. Referências: LE BOULCH, J. A. Educação Psicomotora:Psicocinética na Idade Escolar. Tradução: WOLF, Jeni. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987
08
sons Descobrindo os
Do
aprendizado
na Educação Infantil
A importância da musicalização para o desenvolvimento infantil
09
C
om ela, a partir e através dela é possível trabalhar todas as áreas do desenvolvimento infantil. A música está presente na vida dos seres humanos e não é de hoje que faz parte da
educação de crianças e adultos. Ouvir, cantar e dançar são atividades realizadas por quase todas as pessoas. Os bebês, ainda dentro do útero, já são envolvidos com o universo sonoro. Nesta fase, eles convivem com um ambiente de sons provocados pelo corpo, movimentos e pela voz da mãe, constituindo as primeiras experiências sonoras. A partir do nascimento, a criança já tem necessidade de desenvolver o senso de ritmo. Conforme o estudo realizado pelo Grupo de Estudos e Pesquisas "História, Sociedade e Educação no Brasil" da UNICAMP, isso acontece em função dos diversos ritmos que acompanha o bebê desde o início da vida, como as batidas do coração, o relógio, os pingos de chuva e o piscar de olhos. O ser humano responde aos estímulos do meio ambiente de diversas formas, e o movimento é uma delas. A música tem sua contribuição para o desenvolvimento cognitivo e motor despertando a criatividade. De acordo com Michele Andrioli Batista, Professora de Música da IENH, no dia a dia das crianças, a linguagem musical atende a diversos propósitos como suporte para a formação de hábitos, atitudes. Na sala de aula, a importância da musicalização se dá pelas vivências que proporcionam aprendizado. Nas aulas com as crianças menores, de 2 e 3 anos de idade, a articula-
10
Nas aulas com as crianças menores, de 2 e 3 anos de idade, a articulação da fala, a linguagem corporal e os aspectos afetivos são trabalhados. Com os alunos maiores, até os 5 anos, o ritmo e a percepção auditiva ganham destaque. A fase das descobertas permite a criação de sons com o corpo e com todos os objetos disponíveis no ambiente. Os brinquedos viram instrumentos e os instrumentos, por sua vez, viram brinquedos.
“
Eu costumo pegar tampas, brinquedos e mostrar para eles que os sons
estão presentes em todos os lugares. Para eles, o aprendizado com o corpo
“
e objetos próximos torna o aprendizado da música muito mais significativo. Relata a Professora Michele. Em sala de aula, uma folha de papel dá o tom de uma canção. O papel torna-se uma borboleta, de onde surge “Borboletinha está na cozinha...”. Outras vezes, o papel vira bandeirinha de Festa de São João e origina as músicas juninas como “O Balão vai subindo, vai caindo a garoa...”. O manuseio da massinha de modelar para criação de um caracol dá início às canções sobre os animais. Com o uso de instrumentos também é possível trabalhar sons já presentes na vida das crianças. Através do Pau de Chuva, instrumento percussivo que eles mesmos constroem, é possível ouvir os sons da água. O coaxar dos sapos é identificado pela música criada com o Reco-reco. A imaginação e a ludicidade é que permitem tudo isso. Segundo
11
12
Segundo Michele, é com as brincadeiras que os alunos desenvolvem a linguagem musical:
“
O universo da criança é o brincar. Se não brincarmos cantando, para eles não vai ter significado. Nesse sentido, é importante traba-
“
lhar com algo concreto, que pode ser a coisa mais simples, mas que desperta a curiosidade, a imaginação”
A repetição está sempre em evidência nas aulas. As crianças aprendem as letras das canções, desenvolvendo a oralidade em Português e Inglês repetindo as músicas. “Desenvolvo uma música com a turma e na semana seguinte, os alunos pedem por ela novamente. Se não proponho uma nova canção, eles querem sempre a mesma. Eles gostam da repetição”, conta. Um dos exemplos é a música “Motorista, motorista, olha a pista”. A Professora começa a desenvolver a canção apenas com a letra e depois os sons são inseridos com a repetição. Aprender Inglês torna-se mais fácil com a música. Ao ouvir e repetir, em conjunto com a melodia, as crianças gravam as palavras. Através dos objetos, desenhos e gestos que ilustram a letra da canção, também compreendem o significado das palavras em Inglês. “Os sons estão aí e o que se faz deles?”, Michele declara que esse é outro ponto de partida para o seu trabalho de musicalização. As crianças aprendem a parar para escutar, entender que a música também é composta pelo silêncio. A percepção auditiva oportuniza o desenvolvimento da atenção dos alunos, que aprendem a ouvir. “A aula começa naturalmente. Começo a cantar uma música, eles
13
cantam comigo e vão se organizando nos lugares”, relata a Professora da IENH. Ao entrar nas salas de aula das turmas da Educação Infantil ao Ensino Fundamental da Instituição, algo muito comum de se ouvir quando os Professores querem silêncio é uma mesma sequência de palmas dispostas em um único ritmo. Após algumas batidas entre as mãos do Professor, os alunos começam a se silenciar até não se ouvir nada além da voz de quem está orientando as palmas. A prática foi adotada pelos docentes e constitui-se como uma linguagem sonora construída entre aluno e professor. O reconhecimento do próprio corpo e as relações afetivas também podem ser desenvolvidas através da música na fase infantil. Com as histórias cantadas como “Ana sobe o morro, escorrega pela grama” há exploração do toque entre os colegas, o que permite a interação com o outro. Ana é interpretada pela mão do aluno, que toca o ombro do colega imaginando o morro da história. Aliar música e conhecimento é permitir que as crianças aprendam e se desenvolvam com criatividade. A educação através das artes proporciona a descoberta das linguagens sensitivas e do próprio potencial criativo, tornando a criança mais capaz de criar, inventar e reinventar o mundo que a circunda. E criatividade é essencial em todas as situações. Uma criança criativa raciocina melhor e cria formas de vencer as dificuldades.
14
Brincar
é coisa séria
sabia?
15
16
P
ara que serve uma panela? Pergunte a uma criança que
descobriu o som da batida da colher na panela e montou sua
própria bateria na cozinha. E aquela caixa de papelão jogada
no canto? Ela já virou esconderijo, avião e até o foguete de uma criança. No mundo da criança tudo é possível através da brincadeira. Mas, brincar é coisa séria, sabia? É através do brincar que uma criança descobre o mundo e tudo passa a ter significado. Essa vivência lúdica vai muito além de um passatempo, pois faz parte do desenvolvimento humano e é fundamental para o processo de aprendizagem. Desde muito cedo, antes mesmo de brincar com objetos, o bebê brinca com o seu próprio corpo, com sua mãe e outras pessoas que fazem parte do seu contexto. Antes de poder segurar algo nas mãos, já brinca de abrir e fechar os olhos, fazendo o mundo aparecer e desaparecer, brincadeira que vai se modificando ao longo da vida. Segundo Aline Saile, Psicóloga Educacional da IENH, o bebê, desde suas primeiras experiências lúdicas de explorações e experimentações sensoriais e motoras, vai se organizando internamente, realizando relações e novas aprendizagens. Quando bebês, o que todos querem é experimentar, saber como podem usar. Quantas vezes você já viu uma criança colocando objetos na boca? O papel, um brinquedo, os próprios dedos... tudo é levado na boca. Nesse período, a boca é um centro de prazer para a criança que, por meio dos atos de sugar, morder e mastigar explora o mundo colocando tudo nela. A criança quer descobrir, sentir o gosto, a textura e o cheiro de tudo que está no seu entorno.
17
Na escola, o universo do brincar é ampliado. Outras formas de brincadeira são oferecidas. Conforme Aline, a criança passa por diferentes vivências de acordo com a faixa etária. Na fase da exploração, o aluno experimenta e reconhece o espaço escolar. No período dos 3 anos, brinca muito o faz de conta, imaginando e criando histórias nos diversos ambientes que explora como, por exemplo, a casinha. A organização dos grupos por afinidade aparece na fase seguinte, em que há maior interação com os colegas. Os jogos com regras parecem mais atrativos na faixa etária dos 5 anos. Nesse contexto, a brincadeira auxilia tanto na constituição da criança na forma de conhecer as coisas, quanto na interação, colocando-se no lugar do outro, apren-
“
dendo a resolver situações.
A criança não brinca para aprender. O processo do brincar é inerente do
próprio desenvolvimento. Ela brinca pelo prazer de brincar, a aprendizagem é
“
uma consequência. Relata Aline.
As experiências que vivencia pela curiosidade e desejo de aprender constituem o aprendizado da organização dos espaços e do tempo. Todas as experiências que o professor possibilita são de descoberta a partir de algo que as crianças precisam vivenciar. No estudo sobre folhas secas, por exemplo, os alunos vão pegar as folhas na mão, experimentar, sentir... criar hipóteses para chegar às conclusões.
18
A brincadeira livre é um dos momentos mais importantes na aula da Educação Infantil. A atividade proporciona a possibilidade de escolha e a própria iniciativa de chamar colegas para brincarem juntos. A Professora da Educação Infantil da IENH, Jordana Quilião, observa tudo o que acontece durante a brincadeira livre: -“Quais as brincadeiras que o aluno desenvolve? Quais são as vivências que têm fora da escola? Por que realiza tal brincadeira? Consegue dividir os brinquedos? É na brincadeira livre que posso perceber isso, é aonde vemos tudo e planejamos o nosso trabalho”. O brincar também é utilizado pra resolver questões internas, do próprio desenvolvimento ou conflitos. Nesse contexto, é possível perceber as dificuldades que a criança tem, buscando formas para auxiliá-la. Os temas dos projetos de estudos também são levantados através dessa observação.
19
Jordana conta que analisa as brincadeiras que os alunos escolhem, os relatos que fazem entre si e, conforme os gostos apresentados, conversa com a turma na rodinha, apontando os possíveis temas. Para a Professora Jordana, através do brincar, as crianças desenvolvem aspectos sociais, intelectuais e afetivos, aprimorando a criatividade, imaginação, socialização, o que contribui na aprendizagem. Para trabalhar um novo assunto, a Professora sempre inicia com uma brincadeira coletiva, depois os alunos refletem sobre o que fizeram e realizam os registros. A aprendizagem acontece de forma natural como, por exemplo, quando brincam de elefante colorido e aprendem sobre as cores. Jordana detalhe que os jogos matemáticos com a exploração lúdica também permitem aprendizagens: -“Trabalhando com as frutas, os alunos realizam a contagem dos elementos, diferenciando pelo tipo e tamanho”. No aprendizado da segunda língua, o brincar aparece como facilitador, pois é nesse momento que a criança se sente mais segura para o uso da linguagem. Ana Marka Vogt, Professora de Língua Inglesa da IENH, declara que primeiro trabalha o vocabulário com histórias e jogos e depois os alunos utilizam o conhecimento obtido nas brincadeiras. Através do lúdico, a criança aprende, se envolve na aula e se doa mais por ser algo que gosta. As atividades que mais gostam são os jogos de movimento com corpo: -“Eles adoram ir para a quadra, ao ar livre, para correr e brincar. Através do que eles gostam, consigo conciliar o Inglês e tudo se torna mais fácil para eles, tudo é divertido”. Quando a Professora Ana propõe as brincadeiras já define os objetivos que busca alcançar em relação às aprendizagens: -“Eu
20
alcanço o objetivo com a brincadeira, eles aprendem, mas nem percebem isso, pois é tudo muito natural para eles. Só depois, quando conversamos sobre o que fizemos, os alunos se dão conta dos aprendizados”. A brincadeira livre também aparece como um momento importante nas aulas de Inglês. Ana conta que observa a turma e percebe que os alunos começam a utilizar palavras em Inglês nas conversas entre colegas. “Quando trabalhamos as formas geométricas, eles brincam com os blocos de montar e pedem as peças aos colegas em Inglês, ouço palavras como “triangle” (triângulo). Brincando com os animais de brinquedo para montar o zoológico, as crianças interagem com expressões como “onde está o Lion?”. O mais incrível é que eles não percebem que estão falando em Inglês. A brincadeira realmente motiva o aluno e facilita o aprendizado da segunda língua”, relata. As brincadeiras culturais de países que utilizam a Língua Inglesa, como a Inglaterra e os Estados Unidos, também aparecem nas aulas da Educação Infantil. Atividades simples como pular corda, dança na cadeira e telefone sem fio possibilitam a exploração do vocabulário com músicas e fala. Segundo Cristiane Ely Lemke, Professora de Língua Inglesa da IENH, o jogo da memória ambulante, em que os alunos recebem cartas e precisam conversar em Inglês para encontrar o par, proporcionam a oralidade e interação da turma. Para Cristiane, as crianças conseguem se apropriar do vocabulário em Inglês com mais facilidade através das atividades lúdicas: -“As crianças
21
22
aprendem brincando. Temos que fazer uso disso e explorar esse aspecto para conseguir nossos objetivos com a língua. Não adianta querermos ensinar de outra maneira que não seja através de uma forma prazerosa, que tenha significado para o aluno”. Fora da sala de aula, a Professora Cristiane também é mãe bilíngue. Desde que seus filhos nasceram, ela educa as crianças em Inglês. A Lara e o Cauê falam Português e Inglês, mas a comunicação da família em casa ocorre apenas em Inglês. Cristiane relata que, durante as gestações, os seus filhos já ouviam histórias e músicas que cantava em Inglês. “Hoje, na comunicação com os amigos, a Lara e o Cauê utilizam o Português. É algo bem automático para eles, pois conseguem utilizar os dois idiomas para se comunicarem. Para nós, como família, foi uma escolha, uma experiência de vida que, até agora, deu certo”, comenta Cristiane. Na escola ou em casa, em Português ou em outro idioma, brincar é coisa séria sim. Sendo uma atividade natural das crianças, responsável pelo desenvolvimento delas, é algo que merece a atenção dos adultos. Conforme a Psicóloga Aline, “a criança que brinca está bem e este é um indicador de desenvolvimento tranquilo”.
23
Brincando em casa... Para agradar as crianças, nem sempre é preciso oferecer muitos brinquedos. As brincadeiras com objetos não estruturados como lençol, caixas de papelão e sucata incentivam que explorem e criem. O desenho é uma forma de brincar, em que as crianças trabalham a representação do próprio corpo. A arte e a criatividade possibilitam as aprendizagens de forma simples. As brincadeiras antigas, que fizeram parte da infância dos pais também são uma boa opção e transferem aprendizado. Divirta-se com os filhos brincando de esconde-esconde, pega-pega...
24
A importância da
alimentação saudável
na infância
25
A
alimentação saudável é importante em todas as fases da
vida. Desde a alimentação da mãe, durante a gestação, o
cuidado com os tipos de alimentos consumidos é essencial
para o bom desenvolvimento do feto. As escolhas alimentares nos primeiros anos de vida podem ser determinantes em todo o decorrer dela. Em entrevista à Revista Educação que Inspira, a Nutricionista Ingrid Maria Averbeck revelou aspectos importantes da alimentação saudável na infância.
Qual é a importância da alimentação no desenvolvimento da criança? Desde os primeiros anos de vida da criança é importante que ela tenha uma alimentação saudável. Neste sentido, a alimentação precisa ser variada, saborosa e rica em nutrientes de qualidade adequados ao crescimento, desenvolvimento e práticas de atividades físicas. É essencial que consuma alimentos dos diferentes grupos da pirâmide alimentar para ter um bom desenvolvimento físico e mental, assim como prevenir doenças relacionadas com a alimentação, conhecidas como doenças crônicas não transmissíveis, tais como a obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares.
26
O que é essencial para uma alimentação saudável na fase infantil? Limitar o consumo de alimentos gordurosos, ricos em sal e açúcar, dispensar os produtos industrializados e ultraprocessados. Nesta fase, é fundamental o envolvimento da família para que façam certas combinações com a criança, mostrando que estes alimentos não devem ser prioridade na alimentação. Qual é a relação entre o desempenho na escola e a alimentação? Uma má alimentação não afeta somente a saúde física da criança. Estudos mostram que as crianças que tomam café da manhã, por exemplo, conseguem assimilar melhor o conteúdo aprendido em sala de aula e também são mais ativos e participativos. É importante que a criança não pule e não substitua as refeições por lanches.
O que não pode faltar na lancheira das crianças? Um líquido: suco, chás, água de coco preferencialmente sem adição de açúcar. Uma fruta: maçã, banana, pêra, morango, bergamota, caqui – sempre observar as frutas da época. Um tipo de carboidrato: pães (integral, forma), bolachas sem recheio, bolos caseiros. Um tipo de proteína: queijo, iogurte, ovo cozido, requeijão.
27
Quais dicas você dá aos pais que buscam tornar a alimentação dos filhos mais saudável? Sempre que possível preparar o alimento em casa e envolver a criança no preparo, evitar lanches e tele entregas. Não oferecer guloseimas entre uma refeição e outra. Evitar alimentos com alto teor de gordura, sal e açúcar. Ter hábito de beber água e não somente sucos e refrigerantes. Quanto mais variedades de alimentos forem oferecidas para a criança, mais ela irá ampliar o seu paladar. Hábitos saudáveis também são importantes, sempre que possível fazer as refeições em família, sentados à mesa e não em frente à televisão, pois, somente assim, aprenderão a valorizar estes momentos e o próprio alimento. Os pais são exemplos para as crianças, portanto, também devem cuidar da alimentação. Como os pais podem incentivar a alimentação saudável? A família tem papel muito importante no aprendizado social da criança, estilo de vida, bem como no comportamento alimentar. Os pais são responsáveis pelas escolhas e pelos padrões alimentares por meio do tipo de alimentos adquiridos, pela sua qualidade e preparo. Então, cabe a eles fazer a escolha de alimentos saudáveis como frutas, verduras, legumes e alimentos naturais. Evitar os alimentos com baixo valor nutritivo. Restringir o acesso de produtos industrializados e ultraprocessados como, por exemplo, os refrigerantes, balas e salgadinhos.
28
29
Aprenda a fazer
comidas divertidas A montagem de pratos divertidos, utilizando a imaginação e a brincadeira como forma de incentivar a alimentação saudável é uma alternativa utilizada por algumas famílias. A nutricionista Ingrid considera que “toda a iniciativa é válida”.
Confira sugestões: Salada Decorada - Utilize folhas de alface e agrião simulando grama, ovos de codorna para sustentar os cogumelos e tomates cortados como cobertura. As manchas brancas podem ser de cream cheese, maionese ou requeijão. Corte cenouras no formato de borboleta.
Melancia no palito Corte no formato desejado, espete os palitos e
leve ao freezer por algumas horas, até atingir a consistência desejada.