A Iconicidade na LIBRAS Antes de entrarmos no assunto da Iconicidade, temos que entender como acontece a definição de um determinado signo (palavra
ou sinal). Cada grupo social em um determinado
território escolhe um aspecto do referente e decide pelo uso de uma determinada palavra ou sinal. Significa que TODO SIGNO É ARBITRÁRIO, independente da motivação para sua criação. Arbitrariedade = Livre escolha Se todo signo é arbitrário, como ele é introduzido no léxico de uma língua? Isso acontece por causa de outro movimento que é a convencionalidade. Ao passo em que os signos (palavras ou sinais) vão sendo utilizados por uma comunidade linguística, e essa comunidade os aceita no seu dia-a-dia, vamos entendendo que ela faz parte do vocabulário desta língua. É por esse motivo que um dicionário deve estar em constante revisão, alguns signos caem em desuso, outros não são incorporados ao léxico da língua porque tiveram uma passagem relâmpago na língua.
A motivação dos signos nas línguas de sinais Existem sinais que são estritamente de caráter convencional, ou seja, são aqueles que a comunidade linguística, a sociedade estabeleceu a partir de algum momento, a partir da necessidade de referir-se a um objeto ou conceito, e outros que são de caráter natural, partem da representação natural de um referente, como acontece com iconicidade que veremos no próximo item. Na linguística estudamos a iconicidade de alguns signos (palavras/sinais) das línguas. Sabemos que nas línguas orais a iconicidade aparece em pequena quantidade e que nas línguas de sinais ela aparece com bastante frequência. Exemplos de signos icônicos do português: au-au (tem sua motivação no som emitido do cachorro), miau/miar (verbo) (tem sua motivação na “voz” do gato), clique/clicar (tem sua motivação no som quando você aperta o botão do mouse)... Quase sempre se referindo a um determinado som, influenciada pela modalidade de língua oral-auditiva.
Exemplos de signos icônicos na Libras: na língua de sinais temos um a infinidade de signos icônicos influenciados pela modalidade de língua espaço-visual ou gestual visual. Para ser icônico, um pode apresentar parte do referente, não sendo necessário detalhar o referente, ou também pode ter como motivação movimentos que lembram a ação executada que descrevem o sinal. Como nos exemplos a seguir:
(1)
(2)
(1) CASA – motivação no formato do telhado das edificações residenciais (2) AFASTAR – motivação no movimento da ação do verbo Um mesmo objeto pode ser motivado pela iconicidade e ser representado por signos diferentes em línguas de sinais de países ou comunidades linguísticas diferentes. Como no exemplo abaixo:
Os dois sinais são icônicos, mas são diferentes!!!
Isso acontece porque a escolha da do aspecto objeto a ser representado depende de cada grupo social, e esta escolha é arbitraria e passa a ser convencionalizada a partir do seu uso na língua.
INFORMAÇÃO Você sabe que outro fator também determina a produção dos signos? É o principio da economia linguística, que tem por base uma síntese na produção das palavras e dos sinais com a tendência ao menor esforço e menor tempo como itens necessários à comunicação.
Exercitando Agora transcreva abaixo 10 outros sinais icônicos que você já conheça:
Conversando em Libras Leia os textos abaixo e explique em língua de sinais o que você entendeu.
Texto 1 – Entrevista Surdo lembra obstáculos que enfrentou durante a vida acadêmica “Na escola eu nunca tive interprete e não conhecia nada de Libras”, diz Kleber Nascimento Santos sobre as dificuldades que passou na vida acadêmica por ser surdo. Hoje Kleber é pedagogo e professor de Língua Brasileiras de Sinais. Aos sete anos Kleber teve que se adequar às aulas dadas pelos professores tradicionais da época. Sofri muito porque era 10 disciplinas, cada uma com um professor com um jeito diferente de lecionar, mas todos cobravam para estudar mais. A surdez na adolescência o fez deixar as brincadeiras com os amigos de lado e se aproximar mais dos familiares. Era em casa com a ajuda dos pais e dos irmãos que Kleber contava para rever o conteúdo das aulas. “Quando acabava a aula você acha que ia brincar com os amigos? Que nada eu pedia aos meus pais e meus dois irmãos que me ajudassem, eram horas e horas de estudo”, diz. Após dois vestibulares, sem interpretes, ele ingressou em uma faculdade de pedagogia e passou o primeiro semestre como nas primeiras aulas quando era menino. “No primeiro
dia de aula quando eu coloquei a mão na orelha para demonstrar que era surdo, meu professor fez uma cara como quem dizia, e agora?”, brinca. “No inicio do segundo semestre conheci a Olga, foi alivio”, comenta Kleber se referindo à Olga Maria da Mota, professora de Libras que deixou de ensinar na rede publica para ajudá-lo. “Eu o acompanhei pelos três anos e meio da faculdade, eu meio que me formei novamente com ele”, diz Olga. Kleber lembra que aula de Libras é muito importante e quem fizer poderá ajudar outras pessoas no futuro. “Da mesma forma que eu me esforcei para ler e escrever gostaria que se esforçassem para aprender Libras, assim poderemos nos comunicar melhor” finaliza.
Texto 2 – Gênero: Notícia “Aluno com surdez conclui mestrado na Universidade Federal do ES” Ademar Miller Junior foi a primeira pessoa com surdez a ser mestre pela UFES. Ele se formou em Pedagogia e defendeu tese sobre inclusão. Concluir a graduação em Pedagogia não foi suficiente para o agora mestre Ademar Miller Junior. No dia 9 de julho, ele tornou-se o primeiro aluno com surdez a defender uma tese de mestrado na Universidade Federal do Espírito Santos (UFES). Ele foi aprovado sem ressalvas diante de um publico de mais de 100 pessoas, no auditório do Centro de Educação. Ademar comemorou o feio. “Tenho certeza de que serei um modelo para tantos outros que verão em mim uma possibilidade de entrar no mestrado. No futuro penso em fazer o doutorado, aqui ou nos Estados Unidos”, disse. Durante a pesquisa, Junior teve uma bolsa de estudos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (FAPES) e, em agosto de 2011, interrompeu o mestrado para participar de um intercâmbio de seis meses na Universidade Gallaudet, nos Estados Unidos, a única no mundo cujos programas são desenvolvidos para pessoas com deficiência auditiva.
Prática Teatral Apresente a historia fazendo uso da expressão corporal e facial. Proposta 1: Na escola
Um professor estava escrevendo rápido no quadro branco;
Enquanto dois alunos estavam jogando papel um no outro;
O professor se vira com uma expressão seria;
Os alunos fingem que estão escrevendo e prestando atenção na aula;
O professor pega um papel e começa a dobra-lo apontando para lousa sua explicação;
Os alunos imitam o professor e todos conseguem fazer a dobradura;
O professor sai da sala e os alunos continuam fazendo novas dobraduras.
Proposta 2: No mercado
Uma mulher chega ao supermercado e pega um carrinho;
Conforme sua caminhada percebe que a rodinha esta quebrada, ela trocar por um carrinho melhor;
Ela andando nos corredores do supermercado e pega uma lata de azeite que esta no alto, na ultima prateleira;
Depois lembra que precisa comprar uma lâmpada, mas e preciso fazer o teste para ver se funciona. A primeira lâmpada não ascende, a mulher já nervosa troca e testa a nova lâmpada, desta vez funciona;
A mulher vai para o setor de frutas, pega um saquinho e coloca as laranjas. Depois escolhe a melhor melancia e coloca em seu carrinho;
Pega um cafezinho grátis da moça promoter, e corre para o outro corredor da bolachinha, come e bebe calmamente e se lembra de pegar o leite, compra uma caixa da prateleira mais baixa e rearruma o carrinho;
Vai para a fila imensa do caixa e impaciente reclama da demora. Passa pelo caixa, empacota os produtos e paga. Sai carregando as sacolas, a caixa de leite e a melancia.