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INFETO SALVADOR

Soteropolitano e poeta de nascença! Escreve por sina, carma, darma, egoísmo e vingança! Tem como ofício de vida observar, pensar, escrever e não ser importunado. Envereda nas áreas literárias (contos, crônicas, poemas, letrista e roteirista de audiovisual). Possui dois livros de microtextos publicados de forma independente: “Estilhaços dos dias”, 2016, de MICROcontos e “Poética Precoce”, 2019, de MICROpoemas; um CD com a banda Alice no País do LSD, “Som Pungente Para Pessoas Desequilibradas”, de 2010; poemas em áudios e vídeos publicados no YouTube e na RNLP (Rádio Nova Língua Portuguesa); roteiros de esquetes, curtas e longas; participações em antologias/coletâneas; e, mantem publicações, por meio de um blog e da rede social Instagram.

Links nos quais publica fragmentos da sua obra: http://infeto.blogspot.com/ https://www.instagram.com/infeto_ssa/

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A de glu tição do tédio

InFeto

Entornado lentamente como a ração gordurosa Responsável pela feitura cruel do foie gras Sinto-me empanzinado pelo refluxo do viver Aves opacas e mudas atravessam o céu acinzentado Chuvas ácidas derretem minhas falsas alegrias Sinto ares dominicais em plena sexta à noite A cartela de remédio vazia já não me adultera Soco-me e corro em busca de socorro Estremeço com o agouro da coruja Faço um coquetel de acetilmetionina, cloridrato de colina Boldo, betaína, cianocobalamina, Espinheira Santa e Ruibarbo Diluídos num copo “detox” de Coca-Cola zero Mas não há espaço algum dentro de mim Só me resta aguardar o expurgo do tédio Através dos flocos anais cotidianos Espasmos de satisfação, arrotos de confetes Flatos enlatados e fluxos congelados A soma das horas subtraídas multiplicando a indecisão É assim que se aprende a andar na contramão Mantendo a saliva mínima necessária Para conseguir a deglutição do tédio.

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