Concertos Sinfônicos - Junho-Julho de 2014

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THEATRO MUNICIPAL DE Sテグ PAULO TEMPORADA 2014

CONCERTOS JUNHO E JULHO



Concertos Junho e Julho


Cinco são os concertos durante junho e julho, meses em que o Brasil estará hospedando a Copa do Mundo de Futebol, com a presença de muitos turistas que, certamente, além dos jogos poderão desfrutar de entretenimentos culturais de grande qualidade. Em cada um destes concertos apresentaremos no mínimo uma grande obra sinfônica do século 19, período do romantismo e do pós–romantismo expressionista. Foi exatamente neste século que a escrita orquestral ganhou contornos modernos, explorou uma extensa gama de possibilidades sonoras até então desconhecidas e preparou o caminho para as sonoridades dos séculos 20 e 21. Alguns dos compositores que mais inovaram e revolucionaram as técnicas de orquestração estão representados nos programas que serão executados pela Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e pela Orquestra Experimental John Neschling

de Repertório: Rachmaninov, Strauss e Mahler foram pilares

Diretor Artístico

do desenvolvimento da instrumentação moderna (Richard

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Strauss é o autor de um dos mais importantes tratados de orquestração do século 19). Destes, nosso público poderá ouvir as Danças Sinfônicas, última composição orquestral de Sergei Rachmaninov, que exige da orquestra uma técnica virtuosística ímpar; Assim Falou Zaratustra, um dos poemas sinfônicos centrais na obra do gênio alemão, cujo tema foi usado no filme 2001 – Uma Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick; e a Terceira Sinfonia de Gustav Mahler, talvez a mais longa sinfonia do repertório romântico expressionista, obra monumental da qual também participam uma contralto solista, o coro feminino e um coro infantil. Além dessas grandes criações sinfônicas, teremos ainda a oportunidade de apreciar a Abertura 1812 de Tchaikovsky com a Orquestra Experimental de Repertório sob a regência do maestro Carlos Moreno, seu regente titular, em um concerto que tem ainda duas obras brasileiras dos repertórios moderno e contemporâneo, além do Concerto para Violino e Orquestra de Sibelius (outro orquestrador de peso), tendo como solista o brilhante violinista Daniel Guedes. Dentre nossos regentes convidados estará Claudio Cruz, que nos brindará com uma plêiade de obras de Antônio Carlos Gomes, nosso maior compositor lírico, também filho d'arte do século 19. Cantores brasileiros, todos participantes de nossas temporadas líricas, abrilhantarão o espetáculo especialíssimo em que homenagearemos o gênio campineiro de Il Guarany. Alexander Sladkovskiy debutará em nosso país frente à nossa orquestra; e o violoncelista italiano Mario Brunello e a pianista Valentina Lisitsa nos oferecerão interpretações certamente notáveis dos concertos de Dvorák para violoncelo e de Rachmaninov para piano. Será um mês de grande gozo artístico para todos nós, músicos e ouvintes. Desejo a todos que se divirtam.




Antônio Carlos Gomes

Gustav Mahler

(1836-1896)

(1860-1911)

Alexander Borodin (1833-1887)

Antonín Dvorák

Sergei Rachmaninov

(1841-1904)

(1873-1943)


Richard Strauss

Silvia de Lucca

(1864-1949)

(1960-)

Jean Sibelius (1865-1957)

CĂŠsar Guerra-Peixe

Piotr Ilitch Tchaikovsky

(1914-1993)

(1840-1893)


Orquestra Sinfテエnica Municipal de Sテ」o Paulo Claudio Cruz Regente Taテュs Bandeira Soprano Marcello Vannucci Tenor Saulo Javan Baixo

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Quinta (26/06) Sexta (27/06) às 20h

Antônio Carlos Gomes Il Guarany Abertura Duetto Finale Ato I: Sento una forza indomita Ária di Pery: Vanto io pur superba cuna Duettino Cacico e Cecy: Giovinetta, nello sguardo Lo Schiavo Alvorada. Prelúdio do IV Ato Romanza di Ilara: Oh, come splendido e bello Romanza di Americo: Quando nascesti tu Fosca Abertura Ária de Delia: Ad ogni mover lontan di fronda Salvator Rosa Abertura Ária del Duca: Di sposo...di padre Maria Tudor Abertura

Programa sujeito a alterações.


Notas de programa Antonio Ribeiro

Antônio Carlos Gomes

Muito antes de Antonio Carlos Gomes começar a compor, as

(1836-1896)

óperas já contavam histórias sobre amores atribulados e emoldurados pelas ações de deuses e heróis, por lugares imaginários e longínquos e pela inexorabilidade do destino. Quando Carlos Gomes surgiu no cenário italiano da segunda metade do ottocento, o mundo real – ou o idealizado – não o seduziu e, por isso, ele buscou como mote de suas óperas justamente o inusitado e o exótico. Mas ele não estava só nessas escolhas, evidentemente. Apenas deu vazão ao gosto da época e fez ressoar a sua origem e trajeto pessoal nos enredos das obras, afinal, era um homem a viver, compor e se fazer ouvir em meio à chamada civilização, vindo do quase mítico Brasil, terra de florestas, feras e índios. Ao olharmos atentamente os títulos das óperas de Gomes apresentadas hoje, desvela–se a questão: baseado no romance

Antonio Ribeiro é compositor e professor da Escola Municipal de Música de São Paulo.

homônimo de José de Alencar, o libreto de Il Guarany foi desenvolvido por Antonio Scalvini e Carlo D’Ormeville e trata do amor entre a branca Cecília, a Ceci, e o indígena Peri, residen-

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tes num universo que para os europeus da época seria quase tão distante quanto os mundos extraterrestres para nós. A estreia deu–se com extraordinário sucesso no Teatro alla Scala em 1870, com repercussão por toda a Itália e no Brasil, demarcando o início de uma trajetória europeia conturbada, eivada por êxitos e dissabores. A Abertura de Il Guarany, também chamada Protofonia, é seguramente uma das páginas mais conhecidas de toda a música clássica brasileira. Curiosamente, só foi composta depois da estreia da ópera, por ocasião de uma apresentação para a abertura da Exposição Industrial de Milão, em 1871. Ainda da ópera Il Guarany, no famoso dueto Sento una forza indomita, instado por Cecília, Peri expõe seu amor dizendo que sente uma atração irresistível e indefinível por ela. Já na ária Vanto io pur superba cuna, Peri conta sua nobre linhagem e seus feitos gloriosos, todos agora sem valor diante de sua paixão por Ceci. O dueto Giovinetta, nello sguardo ocorre no momento em que o Cacique dos Aimorés, fascinado pela beleza de Cecília, declara o seu amor e lhe oferta o trono de sua tribo. Imbuído pela abolição dos escravos no Brasil em 1888, Gomes, ainda na Europa, encanta–se com um livro de Alfredo Taunay e faz dele o tema para Lo Schiavo, convertido em libreto por Rodolfo Paravicini. O enredo traz um triângulo amoroso entre os índios Tamoios Ilara e Iberê e o filho do Conde Rodrigo, Américo, tendo como pano de fundo a cidade do Rio de Janeiro de 1567. Ao final, num ato de suprema coragem e extremo altruísmo, perseguido por sua própria gente, Iberê se sacrifica para que Ilara e Américo possam viver juntos. Uma das principais árias da ópera tem destaque neste programa. Quando nascesti tu trata do momento em que Américo decide pedir ao pai a mão de Ilara em casamento. Após o sucesso inconteste de Il Guarany, Gomes dedicou– se a Fosca (1873), sua quarta ópera. Àquela altura, o compositor se sentia pronto para alçar voos maiores e, de fato, conseguiu em Fosca sua melhor, mais ousada e mais bem acabada obra.


Para tanto, Gomes pôde contar com Antonio Ghislanzoni, célebre libretista que escrevia para Verdi e Ponchielli, e que assegurou um enredo eficiente sobre o qual o brasileiro pudesse trabalhar: um libreto baseado em Le Feste delle Marie: Storia Veneta del Secolo X, do marquês Luigi Capranica, sobre um ataque de corsários a Veneza no ano de 944, e o amor não correspondido de uma mulher pirata – Fosca – pelo capitão veneziano Paolo, feito refém por seus companheiros piratas a fim de exigir um vultoso resgate. Após uma série de desventuras, e ao perceber que Paolo não deixará sua amada Delia, Fosca cai em desespero e tira a própria vida. A Abertura da ópera encerra algumas das mais belas páginas de Gomes, seja pelo colorido orquestral, seja pela capacidade de articular motivos díspares num todo com sentido único e coerente. A bela ária Ad ogni mover lontan di fronda é cantada no Ato III por Delia que, deixada sozinha pelos piratas numa lúgubre caverna e assustada, tenta imaginar o paradeiro de Paolo. A respeito do sucesso de Salvator Rosa (1874), sua quinta ópera, Carlos Gomes escreveu numa carta a seu amigo Alfredo Taunay: ‘É sempre assim, o que nada me custou, causa todo esse barulho ao passo que a Fosca, um trabalho sério, consciencioso e cheio de valor, foi recebida friamente’ O aparente pouco caso com que Gomes trata Salvator Rosa deriva, em parte, do fato de tê–la composto praticamente de um fôlego só. Levou pouco mais de seis meses. À época, disse que tal rapidez se deveu à angústia gerada pelo relativo fracasso de Fosca, estimulando–o a dar uma resposta aos críticos e ao público que o haviam detratado. Mais uma vez seu amigo Ghislanzoni realizou o libreto, desta vez baseado em Masaniello (1851), novela do escritor francês Charles Jean–Baptiste Jacquot (1812– 1880), e que, por sua vez, havia se pautado pelas vidas do pintor e poeta italiano Salvator Rosa e de Masaniello, este último um comerciante de peixes napolitano que virou líder de uma revolta popular em Nápoles, em julho de 1647, contra a opressão do governo espanhol (que, naquele tempo, controlava a região).

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Salvator Rosa é o protagonista do melodrama e a história se inicia com a visita de Masaniello ao ateliê de seu amigo, com o objetivo de lhe contar sobre os planos duma rebelião. Ato contínuo, o povo napolitano, levado pelas palavras de Masaniello, vence as forças do infame Duque D'Arcos e passa a controlar a cidade. Em meio à situação, Salvator e Isabella, filha do duque, vêem–se apaixonados e, após uma série de desventuras, a tragédia acaba por atingi-los. Masaniello, envenenado, enlouquece e é assassinado; e Isabella, para provar seu amor por Salvator e evitar que seu pai o mate, num ato derradeiro, toma um punhal e se suicida na frente dos dois, atônitos. Agonizante, Isabella exorta seu amado a seguir pintando rumo à glória a que estava destinado. A Abertura de Salvator é uma das mais executadas de Gomes e tem figurado com bastante frequência no repertório das orquestras. Ademais, a ária Di sposo, di padre constitui um dos trechos mais conhecidos da ópera e tem seu lugar no Ato II, cena I, momento em que o pai de Isabella, o infame Duque de Arcos, proclama que a ele competem os assuntos de estado e a ela fazer–se bonita e arrumada para regozijo de seu futuro marido. Maria Tudor (1879) viu–se desde o início em meio a atribulações, a começar por seu libreto, cuja origem foi tão tortuosa quanto a própria história por ele abordada. A já aflita e infeliz vida da Rainha Maria, filha de Henrique VIII, havia sido usada muito livremente por Victor Hugo para escrever um drama que, por sua vez, serviu de argumento para um libreto iniciado por Emilio Praga e, após sua morte, finalizado por Zanardini e Fontana. E foi justamente sobre este texto retalhado e de confecção descontínua que Carlos Gomes compôs sua ópera. Infelizmente, por ocasião da estreia, Maria Tudor foi um fracasso, colaborando, inclusive, para o retorno de Gomes ao Brasil. Não pôde mais suportar as dívidas e o ataque dos produtores e editores, além de ver o seu próprio casamento desmoronar. Porém, apesar das qualidades da obra, esta ópera é raramente visita os palcos atualmente, salvo a sua Abertura.


Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo Coro Lírico Municipal Coral da Gente John Neschling Regente Lidia Schäffer Mezzo–Soprano Bruno Greco Facio Regente do Coro Lírico Silmara Drezza Regente do Coral da Gente


Domingo (06/07) às 17h Segunda (07/07) às 20h

Gustav Mahler Sinfonia N. 3 Erste Abthelung I. Kräftig. Entschieden Zweite Abthelung II. Tempo di Menuetto: Grazioso III. Comodo. Scherzando. Ohne Hast IV. Sehr langsam. Misterioso (attacca) V. Lustig im Tempo und keck im Ausdruck (attacca)VI. Langsam. Ruhevoll. Empfunden

Programa sujeito a alterações.


Gustav Mahler Sinfonia N. 3 Tradução: Irineu Franco Perpetuo

Quarto movimento De Assim falou Zaratustra, de Friedrich Nietzsche Oh homem! Preste atenção!

O Mensch! Gib Acht!

O que diz a meia-noite profunda?

Was spricht die tiefe Mitternacht?

'Eu dormi, eu dormi —

‘Ich schlief, ich schlief—,

acordei de um sonho profundo: —

aus tiefem Traum bin ich erwacht:—

O mundo é profundo,

Die Welt ist tief,

e mais profundo do que o dia achava

und tiefer als der Tag gedacht.

Profunda é a dor —,

Tief ist ihr Weh—,

O prazer – mais profundo ainda que que a

Lust—tiefer noch als Herzeleid.

mágoa,

Weh spricht: Vergeh!

A dor diz: vai-te!

Doch all' Lust will Ewigkeit—,

Porém, todo prazer deseja a eternidade—,

—will tiefe, tiefe Ewigkeit!’

—deseja a profunda, profunda eternidade'

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Quinto movimento Do Ciclo de Canções Des Knaben Wunderhorn Três anjos cantavam uma doce canção,

Es sungen drei Engel einen süßen Gesang,

Com alegria, ela soava feliz no céu,

mit Freuden es selig in dem Himmel klang.

Eles também se regozijavam, contentes

Sie jauchzten fröhlich auch dabei:

Porque Pedro não tinha pecados!

daß Petrus sei von Sünden frei!

E quando o Senhor Jesus se sentou à mesa,

Und als der Herr Jesus zu Tische saß,

ceando com seus doze jovens,

mit seinen zwölf Jüngern das Abendmahl aß,

o Senhor Jesus disse: 'Por que você está

da sprach der Herr Jesus: ‘Was stehst du denn

parado aí?

hier?

Quando olho para você, se põe a chorar!'

Wenn ich dich anseh', so weinest du mir!’

'Não deveria eu chorar, meu bom Deus?

‘Und sollt' ich nicht weinen, du gütiger Gott?

Infingi os dez mandamentos!

Ich hab' übertreten die zehn Gebot!

Eu vago e choro com amargura!

Ich gehe und weine ja bitterlich!

Ah, venha e tenha piedade de mim!'

Ach komm und erbarme dich über mich!’

'Se você infringiu os dez mandamentos,

‘Hast du denn übertreten die zehen Gebot,

fique de joelhos e ore a Deus!

so fall auf die Knie und bete zu Gott!

Ame apenas Deus em todos os tempos!

Liebe nur Gott in all Zeit!

E assim você ganhará a alegria celestial'.

So wirst du erlangen die himmlische Freud'.’

A alegria celestial é uma cidade feliz,

Die himmlische Freud' ist eine selige Stadt,

a alegria celestial, que não tem mais fim!

die himmlische Freud', die kein Ende mehr hat!

A alegria celestial foi concedida por Jesus

Die himmlische Freude war Petro bereit't,

a Pedro e a todos, para nossa felicidade.

durch Jesum und allen zur Seligkeit.


Notas de programa Leonardo Martinelli

Gustav Mahler

Gênero estrutural de tudo aquilo que modernamente se

(1860–1911)

entende por universo musical clássico, a origem da sinfonia remete à primeira metade do século 18, período no qual o próprio agrupamento instrumental conhecido como orquestra passou gradualmente a ganhar a forma como o conhecemos hoje em dia. Se por um lado coube a compositores como Haydn e Mozart consolidarem a sinfonia enquanto um modelo musical, pelo outro coube a Beethoven transcender esse modelo, ainda que ele não tenha aberto mão de muitos de seus elementos–chave, tal como a divisão da obra em quatro partes (ou movimentos) contrastantes entre si. Ao longo do século 19, no período normalmente designado como Romantismo, vários compositores continuaram a se dedicar ao gênero (tais como Schubert, Schumann

Leonardo Martinelli é

e Brahms). Ao mesmo tempo, outros viam nele certo esgota-

compositor, professor e diretor

mento de seu modelo, e por isso levaram ao palco da orques-

de formação da Fundação

tra todo um novo mundo literário – tal como Berlioz em sua

Theatro Municipal de São Paulo

Sinfonia Fantástica, ou Liszt em sua Sinfonia Fausto – que na

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prática pouco dialogava com as origens formais da sinfonia. Coube ao compositor Gustav Mahler retomar o processo de transcendência e desenvolvimento da sinfonia iniciado por Beethoven. Nascido na pequena cidade de Kaliste (hoje República Tcheca, mas à época parte do Império Austro–Húngaro), Mahler consolidou sua atividade profissional como um dos mais requisitados regentes de ópera de seu tempo. Entretanto, como compositor, centrou sua obra na composição de canções com acompanhamento orquestral e, claro, num monumental ciclo de nove sinfonias. Sua Sinfonia N. 3 foi elaborada entre os anos 1893 e 1896, período no qual dirigiu a Ópera Real de Budapeste, na Hungria, e a Ópera Estatal de Hamburgo, ao norte da Alemanha. Nesse mesmo período, valendo–se de seus contatos no meio orquestral, Mahler conseguiu com que suas primeiras sinfonias fossem estreadas. Naquele momento de vida, suas atividades como regente não lhe davam tempo suficiente para dedicar–se à composição durante as temporadas líricas que comandava e, por isso, o músico passou a esperar as férias de verão para se dedicar à suas atividades criativas. Foi justamente com sua terceira sinfonia que Mahler deu início à sua atividade como Sommerkomponist (ou compositor de veraneio). Em dias amenos à beira do lago Attersee, na Áustria, o músico trancafiava–se por horas a fio numa pequena cabana que ele havia mandado construir especialmente para este fim, reunindo esboços feitos durante o ano e dando forma à partitura final da obra. A obra encaixa–se no que se convencionou chamar de Sinfonias Wunderhorn. Como dissemos, além de sinfonias, Mahler foi um prolífico compositor de canções orquestrais, trabalho este fruto de uma fascinação pessoal com o cancioneiro popular local, cujo conjunto é conhecido como Des Knaben Wunderhorn (ou em tradução livre A trompa mágica do menino). Justamente, suas quatro primeiras sinfo-


nias são caracterizadas pela presença marcante de temas e melodias provenientes destas canções. Por exemplo, o tema musical principal do terceiro movimento da Terceira Sinfonia é o mesmo utilizado na canção Ablösung im Sommer, extraída do Wunderhorn. Na Sinfonia, Mahler manteve a tendência de ampliação formal que já ele mesmo havia delineado em suas duas obras anteriores, algo que também constatamos nas sinfonias de Beethoven. Entretanto, ao final do processo, acabou por compor uma das maiores sinfonias da história. Aqui o compositor transcende o modelo padrão da sinfonia ao escrever seis movimentos, e não quatro como o normalmente feito. O primeiro deles, Kräftig. Entschieden (ou ’Forte. Decidido‘) é concebido quase como sinfonia à parte, e frequentemente sua interpretação ultrapassa os 30 minutos de duração. Ao longo do processo de criação da sinfonia, Mahler fez saber a amigos e pessoas próximas que tinha uma espécie de roteiro poético para esta obra, e que isso o havia orientado em sua composição. Esse roteiro jamais veio oficialmente a público, mas por meio das cartas que trocou no período é possível sabermos hoje o significado oculto de cada um de seus movimentos: 1 – Pan (ou fauno, divindade da natureza) acorda, o verão chega 2 – O que me dizem as flores do campo 3 – O que me dizem os animais da floresta 4 – O que me dizem os homens 5 – O que me dizem os anjos 6 – O que me diz o amor Tal como realizado na sinfonia anterior, (conhecida como ’Ressurreição‘), nesta obra Mahler também lança mão da voz humana ao efetivo orquestral. No quarto movimento, um

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lindo solo de mezzo–soprano entoa versos de Nachtwandlerlied (ou Canção do viajante noturno), extraídos de Assim falou Zaratustra, umas das mais importantes obras do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, e que no mesmo momento inspirava Richard Strauss a compor seu famoso poema sinfônico. Já no quinto movimento cabe a um coral infantil cantar, Três anjos cantam uma doce canção (Es sungen drei Engel einen süßen Gesang), versos do extraídos do Des Knaben Wunderhorn. Originalmente a sinfonia previa ainda um sétimo movimento, no qual diversos elementos apresentados no quinto movimento seriam retrabalhados. No entanto, ele foi realocado para encerrar sua Sinfonia N. 4, o que reforça ainda mais a organicidade que une as quatro primeiras sinfonias de Mahler. Podermos entender e ouvir essas quatro sinfonias como um grande conjunto. No entanto, é clara a singularidade conceitual e técnica que caracteriza a Sinfonia N. 3, na qual podemos vislumbrar muito do intenso universo dramático e musical que Mahler viria a desenvolver ao longo de sua carreira.


Orquestra Sinf么nica Municipal de S茫o Paulo Alexander Sladkovskiy Regente Mario Brunello Violoncelo


Sábado (19/07) às 20h

Alexander Borodin Abertura Príncipe Igor

Domingo (20/07) às 11h

Antonín Dvorák Concerto para Violoncelo em Si Menor, Op. 104, B.191 Allegro Adagio ma non troppo Finale: Allegro moderato Sergei Rachmaninov Danças Sinfônicas, Op. 45 Non allegro Andante con moto (Tempo di valse) Lento assai – Allegro vivace

Programa sujeito a alterações.


Notas de programa Irineu Franco Perpetuo

Alexander Borodin

Na Rússia de meados do século XIX, um círculo de cinco

(1833–1887)

compositores decidiu seguir os passos de Mikhail Glinka (1804–1857) – que eles reverenciavam como um ‘pai fundador’, equivalente musical do que Púchkin representava para a literatura – e criar uma escola de música russa com caráter distintamente nacional. O crítico Vladímir Stássov (1824– 1906) batizou–os de Mogútchaia Kutchka (Grupo Poderoso), denominação que, no Ocidente, costuma ser traduzida como Os Cinco, ou Grupo dos Cinco. Como esses músicos se reuniram antes da criação do Conservatório de São Petersburgo, em 1862, sua formação trazia as marcas do autodidatismo. Se o grupo tinha um líder, ele era o matemático Mili Balákirev (1837–1910); seus outros membros eram o oficial do exército César Cui (1835–1918), o

Irineu Franco Perpetuo é

funcionário público Modest Mussorgsky (1839–1881), o ma-

jornalista e tradutor, ministra

rujo Nikolai Rimsky-Korsakov (1844–1908) e o químico Ale-

cursos na Casa do Saber e colabora com a Revista Concerto.

xander Borodin (1833–1887). Filho ilegítimo de um príncipe e uma criada, Borodin foi

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registrado no nome de um dos servos de seu pai, mas acabou tendo uma criação esmerada. Música e ciência foram suas paixões mais ardentes de adolescência. Na química orgânica, costuma–se atribuir a ele (em conjunto com Charles Adolphe–Wurz) a descoberta da reação aldólica – uma das ferramentas mais poderosas da síntese orgânica para a construção de ligações carbono–carbono. Pode–se dizer, sem exagero, que Borodin era um cientista que compunha nas horas vagas. Contudo, mesmo dividindo o tempo entre tubos de ensaio e partituras, esse autor bissexto legou à posteridade obras que até hoje estão no repertório, mesmo fora da Rússia, como o poema sinfônico Nas Estepes da Ásia Central, a Sinfonia N. 2 e a monumental ópera Príncipe Igor (cujas Danças Polovetsianas ganharam vida autônoma nas salas de concertos). Com libreto do próprio compositor, a partir de um argumento de Stássov baseado no poema épico anônimo Conto da Campanha de Igor, do século XII, a ópera narra uma fracassada incursão militar do Príncipe Igor, de Nóvgorod–Séversk, contra os polovetsianos, povo nômade turcomano. Deixada inacabada por Borodin, a partitura foi finalizada por Rimsky-Korsakov e Glazunov, cuja fenomenal memória musical revelou–se crucial na tarefa de colocar de pé trechos fundamentais da obra, como a abertura, estruturada a partir de temas que se fazem ouvir ao longo de toda a ópera.

Em 1891, aos 50 anos de idade, o compositor tcheco Antonín

Antonín Dvorák

Dvorák podia–se considerar satisfeito: vinha recebendo re-

(1841–1904)

conhecimento internacional, com seguidas turnês na Inglaterra, viagens à Rússia e a condecoração com a Cruz de Ferro, em Viena. Além disso, em janeiro daquele ano, acabara de ser contratado como professor de composição e orquestração do Conservatório de Praga. O melhor ainda estava por vir: em junho do mesmo ano,


a norte–americana Jeanette Thurber, rica patrona das artes, convidou–o para assumir o posto de diretor artístico e professor de composição do Conservatório Nacional de Música da América, em Nova York. O salário, de US$ 15 mil, era irrecusável: equivalia a 25 vezes a remuneração que Dvorák recebia em Praga. Assim, o músico aceitou e, nos três anos de permanência nos EUA (1892–5), criou alguma de suas obras mais célebres, como a Sinfonia N. 9 – Do Novo Mundo, o Quarteto de Cordas N. 12 – Americano e o Concerto para violoncelo. Derradeiro e mais célebre dentre os concertos de Dvorák, ele mantém o melodismo inato e a sentimentalidade romântica do compositor – sem conter, contudo, os ’americanismos‘ de suas outras obras escritas nos EUA. Enquanto estava redigindo o segundo movimento da obra, ele recebeu a notícia de que sua cunhada, Josefina Kaunitzová, estava doente. Como tributo a ela – um amor platônico da juventude –, Dvorák incluiu na peça uma das melodias favoritas de Josefina, Kez duch muj sám (Leave me alone), a primeira de suas Quatro Canções, Op. 82. Depois do falecimento da cunhada, em maio de 1895, o compositor inseriu a citação também no final da obra – conferindo ao concerto um caráter confessional. A literatura concertante para violoncelo não era muito vasta até então; o próprio compositor fizera, em 1865, um concerto para o instrumento que ficou esquecido, sendo resgatado apenas no século XX. Para a nova obra, mais ambiciosa, Dvorák consultou–se com o solista Hanus Wihan várias vezes a respeito da escrita para o instrumento e, ao final, acabou produzindo uma obra fundamental do repertório, não apenas devido às demandas para o violoncelo, mas também às suas qualidades musicais intrínsecas. Diz–se que o alemão Johannes Brahms (1833–1897), com o qual Dvorák nutria uma relação de amizade e mútua admiração, e que compôs um Concerto

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Duplo para Violino e Violoncelo, teria afirmado, ao conhecer a obra: ‘como é que eu não sabia que era possível escrever um concerto desses para violoncelo? Se eu soubesse, teria escrito um há muito tempo’.

A reputação do russo Sergei Rachmaninov como compositor

Sergei Rachmaninov

repousa sobre um número relativamente pequeno de obras.

(1873–1943)

A que ouviremos hoje é apenas o Opus 45, e constitui sua derradeira composição. A razão principal para tal escassez foi o degredo auto– imposto do músico, que deixou sua terra natal logo após a Revolução de 1917 para nunca mais voltar, radicando–se nos EUA. ‘Ao sair da Rússia, deixei para trás a vontade de compor’, afirmou, em entrevista ao Monthly Musical Record, em 1934. ‘Ao perder meu país, também me perdi de mim mesmo. Nesse exílio, longe de minhas raízes e minhas tradições, não encontro mais o desejo de me exprimir’. Rachmaninov se exprimia, sim, ao instrumento: nessa época, priorizou as atividades de pianista, consolidando–se como um dos maiores artistas do teclado do século 20, deixando gravações que até hoje são vistas como paradigma de excelência. Concebidas originalmente como Danças Fantásticas (cujos movimentos dever–se–iam chamar Meio–Dia, Crepúsculo e Meia–Noite), as Danças Sinfônicas foram escritas em 1940, em Orchard Point, a bucólica propriedade rural do compositor em Long Island, perto de Nova York, e estreadas pela Orquestra de Filadélfia, regida por Eugene Ormandy, no ano seguinte. Trazendo o lirismo, nostalgia, expressividade e apelo sentimental que marcam o estilo pessoal do autor, as Danças Sinfônicas são não apenas a última partitura de Rachmaninov, como uma suma poética, uma síntese de sua produção e procedimentos criativos.


Uma orquestração luxuriante e refinada, incluindo o protagonismo do saxofone solo na primeira dança, é utilizada para urdir uma sofisticada teia de citações, incluindo, no primeiro movimento, a ópera O Galo de Ouro, de Rimsky-Korsakov (sua maior influência como instrumentador) e sua Sinfonia N. 1 (cuja estreia, na juventude, foi um fracasso traumático), para concluir com um embate entre vida e morte: na terceira dança, Rachmaninov coloca uma de suas obsessões musicais, o Dies Irae (canto gregoriano evocador do Juízo Final que aparece em várias de suas outras obras, como A Ilha dos Mortos, Sinfonia N. 2 e Rapsódia sobre um tema de Paganini), em contraste com o cântico Bendito seja o Senhor, das Vésperas, de sua autoria. O final, triunfante, deixa claro quem venceu: para dirimir eventuais dúvidas, na última página do manuscrito, Rachmaninov ainda escreveu ‘Graças a Deus’.

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Orquestra Sinfテエnica Municipal de Sテ」o Paulo John Neschling Regente Valentina Lisitsa Piano

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Sábado (26/07) às 20h

Sergei Rachmaninov Concerto N. 3 em Ré Menor, Op. 30 Allegro ma non tanto Intermezzo: Adagio Finale: Alla breve Richard Strauss Assim Falou Zaratustra, Op. 30 Einleitung (Introdução) Von den Hinterweltlern (Dos Antigos Homens) Von der großen Sehnsucht (Da Grande Espera) Von den Freuden und Leidenschaften (Das Alegrias e Paixões) Das Grablied (A Canção Túmulo) Von der Wissenschaft (Da Ciência) Der Genesende (A Convalescença) Das Tanzlied (A Dança–Canção) Nachtwandlerlied (Canção do Sonâmbulo)

Programa sujeito a alterações.


Notas de programa Leandro Oliveira

Sergei Rachmaninov

Sergei Rachmaninov começa a pensar seu Terceiro Concerto

(1873–1943)

quando, em 1909, às vésperas de uma turnê como pianista e regente de orquestra pelos EUA, percebe que apresentar–se mais uma vez com seu segundo concerto seria, se não anticlimático, certamente a oportunidade para comparações não necessariamente favoráveis. O sucesso do seu Concerto N. 2, Op. 18, pode ser avaliado pela recorrência de apresentações públicas desde sua estreia. Já no inverno de 1902, ano seguinte à primeira apresentação pública, o concerto foi executado pelo pianista russo Vasily Sapelnikov em Londres, e em abril por Alexander Siloti em São Petersburgo – ali, sob a regência do maestro Arthur Nikisch; foi reapresentado pela dupla Sapelnikov/Nikisch em Leipzig naquele mesmo ano. Ainda longe de ser o grande intérprete reconhecido do entre guerras, Rachmaninov planejava para si, em 1909, uma carreira de pianista–compositor. A notoriedade do Segundo

Leandro Oliveira é

Concerto, portanto, faz o compositor considerar também a

compositor e musicólogo

apresentação de uma obra inédita. A ideia é amadurecida ao

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longo dos primeiros meses de 1909 e o trabalho é iniciado no dia 20 de maio daquele ano. Após pequenos contratempos quanto à confirmação da agenda da turnê americana – o empresário do compositor vem a morrer em finais do mês –, Rachmaninov termina o Concerto e começa a estudá–lo criteriosa (ou obsessivamente) já durante a viagem, de transatlântico, em um teclado mudo. Nos EUA, começa sua turnê com um recital onde apresenta sua Sonata Op.28 e alguns prelúdios. Na sequência, apresenta–se com a Sinfônica de Boston e o Segundo Concerto em Baltimore, Nova Iorque, Hartford, Boston e Toronto. No final de novembro, faz mais um recital em Nova Iorque, e rege na Filadélfia, sua Segunda Sinfonia. Finalmente, será no dia 28 de novembro, em Nova Iorque, sob a direção de Walter Damrosch, que Rachmaninov trará a público seu Terceiro Concerto. A crítica não seria muito favorável e reverberaria o primeiro temor do artista: ao comentar que o som de Rachmaninov não primava pela beleza e variedade, o crítico conclui, a despeito das palavras favoráveis à peça, com a sugestão de outros profissionais que poderiam defender a obra melhor que o compositor. No dia 16 de janeiro de 1910, Rachmaninov executa novamente o Concerto com a Filarmônica de Nova Iorque sob a regência de Gustav Mahler. Embora guarde em suas memórias um relato emocionante dos ensaios – ‘continuamos a trabalhar o concerto para muito além do tempo de ensaios… sem notar (da parte dos músicos) o menor sinal de cansaço’ – a verdade é que poucas seriam as execuções que o satisfazem. Duas delas ocorreriam somente em 1928, com Furtwängler e a Filarmônica de Berlim. Hoje o Concerto em Ré Menor, Op. 30, de Sergei Rachmaninov é uma das obras mais queridas do público. Sua dificuldade técnica é lendária e cada apresentação uma prova de fogo ao pianista, que precisa lidar com as desafiadoras características da escrita madura do concerto para piano de


finais do século 19: dimensões monumentais em cerca de quarenta minutos, um grande volume de som por parte do solista que deve fazer frente a uma orquestra robusta e sempre ativa, além, claro, do protagonismo inequívoco alcançado com passagens de dificuldades transcendentais. Será apenas no final da década de trinta que o Concerto N.3 começará a tornar–se popular. O feito se dá, a esta altura resta evidente, não pelas mãos do compositor, mas de dois grandes contemporâneos, o russo Vladimir Horowitz e o alemão Walter Gieseking, Em 1939, Rachmaninov decide de uma vez por todas não executar mais a peça em público (ao que parece, após ouvir Gieseking em uma apresentação pública). Com trinta anos de atraso, o compositor concordaria com o crítico nova–iorquino: não estava a altura da peça.

Richard Strauss

Publicado em sua versão completa em 1886, Assim falou

(1864–1949)

Zaratustra marcou toda uma época. Friedrich Nietzsche faz com o livro um misto de exploração filosófica, poesia e reflexão moral. O livro causou impacto em toda Europa, em parte por expressar, através de uma aguda intuição do autor, algumas perplexidades dos tempos modernos. O filósofo Marcelo Consentino comenta que: ‘Assim falou Zaratustra definitivamente não é uma especulação filosófica, mas uma mitologia privada feita à imagem e semelhança da alma atormentada de Nietzsche. O livro foi idealizado enquanto ainda se recuperava do choque causado pela rejeição da insinuante Lou Salomé, a primeira e única mulher à qual jamais se declarou, experiência que o mergulharia em um período de extrema angústia e conflito interior. ‘Sofri com as lembranças humilhantes e atormentadas deste verão como de um delírio’, diz em carta ao amigo Franz Overbeck, ‘ele implica uma tensão entre paixões contrárias que ultrapassa minhas forças... A não ser que eu descubra o truque alquímico de transformar essa imundície em ouro, estou

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perdido’. O truque alquímico que ele descobriu é a simbologia dos ritos dionisíacos gregos… Assim, à medida que se percorre o livro fica claro que ideias como a Vontade de Potência, o Eterno Retorno, o Além–Homem, são todas roupas novas para uma variação religiosa tão velha quanto a humanidade: o culto à Natureza com sua força cega, às potências profundas, à embriaguez do êxtase com sua dissolução no cosmos, à Mãe Terra, ora fecunda ora devoradora.’ Trazendo todo esse rico manancial metafísico em linguagem acessível – embora obscuro em seu sentido, a retórica de Nietzsche é evidentemente inspirada – o texto será quase que imediatamente devorado por artistas e intelectuais. Neste contexto é que Richard Strauss, extremamente perspicaz e incrivelmente inteligente, propõe, já em 1896, um poema sinfônico ‘livremente inspirado em Friedrich Nietzsche'. Naquele ano, Strauss se tornara o regente principal da Orquestra Estatal da Ópera de Munique, o ponto inicial de sua carreira como regente de orquestra. Ao que parece, no entanto, o público de Munique, respeitando o intérprete, detestava o compositor, e os empresários aconselharam prudência ao jovem músico (Strauss tinha aquela altura 32 anos) que decidiu realizar a estreia da obra em Frankfurt. No texto do programa da estreia, o compositor sugere não pretender criar música filosófica ou fazer a descrição da obra de Nietzsche. Seu objetivo, não menos pretensioso, é sugerir a evolução da raça humana a partir de suas origens e através de suas distintas fases de desenvolvimento – religiosa e científica – até o projeto do super–homem. Sobretudo, diz Strauss, o poema sinfônico é ‘uma homenagem ao gênio de Nietzsche'. A homenagem assume grandes dimensões já evidenciadas na introdução – o nascer do sol, que é um pequeno golpe de gênio popularizado pelo filme ‘2001 – Uma Odisseia no Espaço’, de Stanley Kubrick. A esta pequena, porém impressionante seção seguem oito partes cujos títulos são retirados do livro do filósofo.


Orquestra Experimental de Repertテウrio Carlos Moreno Regente Daniel Guedes Violino

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Domingo (27/07) às 11h

Silvia De Lucca Gaudeamus Jean Sibelius Concerto para Violino e Orquestra em Ré Menor, Op. 47 Allegro moderato Adagio di molto Allegro ma non tanto César Guerra–Peixe Dança dos Cabocolinhos, segundo movimento da Suíte Sinfônica N. 2 – Pernambucana Piotr Ilitch Tchaikovsky Abertura 1812, Op. 49

Programa sujeito a alterações.


Notas de programa Irineu Franco Perpetuo

Silvia De Lucca

A compositora paulistana Silvia de Lucca escreveu Gaudeamus

(1960–)

sob encomenda para o Festival de Orquestras Jovens de Sankt Gallen de 2003, realizado na Suíça para celebrar o aniversário de 200 anos do cantão. ‘Com o objetivo de atender a proposta festiva e juvenil da solicitação, tive desde o princípio a convicção de que deveria escrever uma obra viva, dinâmica, alegre, calorosa, bem humorada, porém, com eventuais e curtas referências à reflexão e à emoção interior, já que não raramente estas solitárias e profundas experiências também acompanham a passagem das datas e acontecimentos especiais’, explica a compositora. Ao fazer a encomenda, o regente Hermann Ostendarp, conhecido por seu trabalho à frente da orquestra Il Mosaico, pediu uma obra de caráter festivo, eloquente e grandioso – de onde

Irineu Franco Perpetuo é

o título latino Gaudeamus (Alegremo–nos). Ostendarp também

jornalista e tradutor, ministra

queria uma obra que fosse mais exigente para sopros e percus-

cursos na Casa do Saber e

são do que para as cordas. Assim, a compositora inicia Gaude-

colabora com a Revista Concerto.

amus com um solo de conga; no meio da obra, há como que

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um parêntese para os sopros; e o final é um apoteótico samba. Silvia de Lucca tocou durante cinco anos em orquestra jovem, familiarizando–se, desta forma, com as especificidades técnicas e de repertório desse tipo de formação: ‘Diferentemente do que vem ocorrendo nos processos de minhas criações na última década, optei em não fazer para esta obra qualquer elaboração racional prévia, possibilitando assim a livre expressão de minha intuição e emoção, o que, a meu ver, também faz referência ao viver juvenil’, conta. ‘Bastou decidir que a música começaria norteada pelo modo jônico e finalizaria pelo modo lídio – o que significa o interesse pelo caráter aberto, luminoso, tendente à ascensão; e que algo dançante deveria constantemente pulsar’.

Se, no repertório pianístico, os concertos de Rachmaninov re-

Jean Sibelius

presentam a continuidade, no século XX, da estética român-

(1865–1957)

tica, no violino esse papel é desempenhado pelo concerto de Sibelius. Trata–se não apenas de uma das mais célebres criações de seu autor, mas o mais popular concerto para o instrumento do século passado. Sibelius só foi ter aulas formais de violino aos 15 anos. Tendo começado tarde, adquiriu um bom domínio do instrumento, embora não à altura de suas ambições. Aos 26, foi reprovado em audição de emprego na Filarmônica de Viena e, aos 50, chegou a escrever em seu diário: ‘Sonhei que tinha 12 anos e era um virtuose’. A ideia de escrever um concerto para violino vinha, pelo menos, desde 1899, tomando corpo por volta de 1903. Sua mulher, Aino, descreve o processo de composição a Axel Carpelan: ‘Ele tem uma multidão tão grande de temas na cabeça que fica literalmente zonzo. Mantém–se acordado a noite toda, toca de maneira incrivelmente bela, não consegue se separar das deliciosas melodias – tem tantas ideias que é difícil de acreditar’. A estreia, em 8 de fevereiro de 1904, foi um desastre. Apa-


rentemente, a culpa residiu na insuficiência técnica do solista Viktor Novácek, incapaz de domar as extremas demandas da obra. O compositor sentiu o golpe, e tirou a obra de circulação, submetendo–a a uma revisão que a tornou mais compacta, e algo menos difícil, reestreando, na versão reelaborada, em Berlim, no ano seguinte. Para o Dicionário Grove, nessa partitura Sibelius simultaneamente afirma e transcende a tradição do concerto virtuosístico por meio de uma ‘seriedade completa de propósito e uma densidade 'extra' de pensamento composicional’.

César Guerra–Peixe

Em 2014, celebra–se o centenário de nascimento de um dos

(1914–1993)

líderes do nacionalismo musical no Brasil: César Guerra–Peixe. Natural de Petrópolis–RJ, Guerra–Peixe foi regente, violinista e professor, formando uma plêiade de alunos que vai desde os ‘eruditos’ Guilherme Bauer e Ernani Aguiar aos ‘populares’ Clóvis Pereira, Paulo Moura, Sivuca, Capiba e Baden Powell, dentre muitos outros. Foi ainda um rigoroso pesquisador do folclore brasileiro e reconhecido arranjador de música popular – em ano de Copa, não custa lembrar seu arranjo do jingle Pra Frente, Brasil, de Miguel Gustavo, que embalou o tricampeonato mundial do escrete canarinho, em 1970. Aluno do grande difusor do dodecafonismo no Brasil, Hans Joachim Koellreuter, começou compondo no estilo do mestre, com sucesso: sua Sinfonia n. 1 foi executada pela BBC de Londres, no Reino Unido, em 1946, e o regente germânico Hermann Scherchen, um dos maiores expoentes das vanguardas europeias, convidou–o para ir à Suíça, em 1949. Guerra–Peixe, contudo, preferiu permanecer no Brasil, onde, orientado pelos princípios estéticos de Mário de Andrade, deu à sua música o rumo nacionalista que o orientaria até o final da vida. Depois de recusar o convite de Scherchen, assinou contrato com uma rádio do Recife, onde permaneceu três anos, embebendo–se do folclore local.

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Tchaikovsky não botava muita fé naquela que se tornaria uma

Piotr Ilitch Tchaikovsky

de suas obras mais populares. ‘A abertura vai ser bastante ba-

(1840–1893)

rulhenta – mas eu a escrevi sem sentimentos cálidos e amorosos e, consequentemente, ela provavelmente não vai ter mérito artístico’, afirmou, em carta à sua mecenas, Nadiejda von Meck (1831–1894). Com a obra concluída, escreveu ainda a seu editor, Iurguenson: ‘não sei ainda se a minha abertura (1812) é boa ou má, mas é possivelmente (sem falsa modéstia) a última opção’. Estreada na Exposição de Artes e Indústria de Moscou, em 1882, a obra evoca os eventos do conflito que os russos chamam de Guerra Patriótica de 1812, quando os 690 mil soldados a serviço de Napoleão Bonaparte (1769–1821) –o maior exército reunido na Europa até então– fracassaram na tentativa de derrotar a Rússia. Para tanto, Tchaikovsky lança mão de uma instrumentação generosa, incluindo, além dos efetivos orquestrais regulares, uma banda de metais, sinos (substituídos por vezes pelos carrilhões das orquestras) e tiros de canhão (que podem ser trocados por instrumentos de percussão que reproduzam seu ruído). A abertura é uma batalha musical, na qual o compositor faz entrar em cena vários temas conhecidos dos ouvintes de seu tempo: Guarda, Senhor, o Teu Povo (Spassí, Góspodi, Liúdi Tvoiá) é a oração pela vitória na batalha, entoada no início pelos violoncelos e violas. Posteriormente, entre temas folclóricos e até uma citação de sua ópera O Voievoda, Tchaikovsky faz da peça um conflito entre o hino imperial russo Deus Salve o Tsar (Bóje, Tsariá Khraní) e A Marselhesa. Curiosamente, embora fossem os hinos nacionais de seus países na época da composição da abertura, nenhuma dessas melodias desfrutava desse status em 1812 Com música do príncipe Alekséi Lvov (1799–1870), Deus Salve o Tsar foi escrito em 1833, enquanto A Marselhesa, composta em 1792 por Claude Joseph Rouget de Lisle (1760–1836), e oficializada em 1795, foi banida por Napoleão em 1805, para só recuperar a condição de hino nacional em 1879.


John Neschling

Claudio Cruz

Bruno Greco Facio

Saulo Javan Marcello Vannucci

TaĂ­s Bandeira


Silmara Drezza

Carlos Moreno Daniel Guedes Alexander Sladkovskiy

Lidia Sch채ffer Mario Brunello

Valentina Lisitsa


Orquestra

A formação da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo

Sinfônica

remonta a 1921, dez anos após a inauguração do Theatro Mu-

Municipal

nicipal, por meio da Sociedade de Concertos Sinfônicos de

de São Paulo

São Paulo. Em mais de 90 anos de história, a Orquestra tocou sob a regência de maestros como Mstislav Rostropovich, Ernest Bour, Maurice Leroux, Dietfried Bernett, Kurt Masur, Camargo Guarnieri, Armando Belardi, Edoardo de Guarnieri, Eleazar de Carvalho, Isaac Karabtchevsky, Sergio Magnani, além de vários compositores regendo suas obras, como Villa-Lobos, Francisco Mignone e Penderecki. Solistas de renome se apresentaram com o grupo, como Magda Tagliaferro, Guiomar Novaes, Yara Bernette, Salvatore Accardo, Rugiero Ricci, dentre muitos outros. Desde o início de 2013, a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo tem como diretor artístico o maestro John Neschling.

Coro Lírico

O Coro Lírico Municipal de São Paulo foi criado em 1939 por

Municipal

iniciativa do prefeito Prestes Maia, sob a coordenação do

de São Paulo

Maestro Armando Belardi, então diretor artístico do Theatro Municipal. As 16 óperas que marcaram sua temporada de estreia foram preparadas pelo maestro Fidélio Finzi. Em 1947, Sisto Mechetti assumiu o posto de maestro titular e, a partir da oficialização do grupo, em 1951, esteve sob a regência dos maestros Tullio Serafin, Olivero De Fabritis, Eleazar de Carvalho, Armando Belardi, Francisco Mignone, Heitor Villa-Lobos, Roberto Schnorrenberg, Marcello Mechetti e Fábio Mechetti. Entre 1994 e 2013, o Coro Lírico esteve sob o comando de Mário Zaccaro, período no qual recebeu os prêmios de Melhor Conjunto Coral, pela APCA, em 1996, e o prêmio Carlos Gomes, na categoria ópera, em 1997. Desde dezembro de 2013 está sob a direção de Bruno Greco Facio.

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O Coral da Gente é a porta de entrada no Instituto Bacca-

Coral da Gente do

relli para crianças e adolescente, de 4 a 14 anos, da comu-

Instituto Baccarelli

nidade Heliópolis e região. O programa oferece aulas de técnica vocal, postura, respiração, expressão cênica, percepção e teoria musical, compondo uma sólida base para a formação de músicos. Ministradas por professores altamente qualificados, as atividades do Coral da Gente são lúdicas e coletivas, visando aprendizado e formação que contemplem o desenvolvimento de valores para a vida em sociedade. Com um repertório diversificado, os corais do Instituto Baccarelli já realizaram apresentações em importantes espaços culturais de São Paulo, entre os quais se destacam: Sala São Paulo, Teatro Alfa, Teatro Municipal de São Paulo, Obelisco do Ibirapuera, Estádio do Morumbi, Mosteiro de São Bento, Pátio do Colégio e Catedral da Sé.

Com mais de duas décadas de história, a Orquestra Experi-

Orquestra

mental de Repertório (OER) é a orquestra-escola da Funda-

Experimental

ção Theatro Municipal de São Paulo. Com sede na Praça das

de Repertório

Artes, a OER se apresenta no Theatro Municipal e em outros espaços da Cidade de São Paulo, dentro da política de descentralização da Secretaria Municipal de Cultura. Criada em 1990 pelo maestro Jamil Maluf, a partir da Orquestra Jovem Municipal de São Paulo, a orquestra ocupou lugar de destaque nas temporadas sinfônicas e líricas do Theatro Municipal, com programações regulares e ininterruptas ao longo dos anos. Sob direção de Carlos Moreno desde fevereiro de 2014, o grupo apresenta da integral das Sinfonias de Beethoven na Sala do Conservatório, das Sinfonias de Brahms no Theatro Municipal, além de uma série no Auditório Ibirapuera e apresentações no Teatro Paulo Eiró e nos CEUs, com o objetivo de enriquecer ainda mais a formação dos bolsistas e le-


var a OER para além do centro da Cidade. Ligada à diretoria de Formação da Fundação Theatro Municipal, a OER tem papel fundamental no projeto de integração que parte da Escola Municipal de Música, passando pelas orquestras Infanto-Juvenil e Jovem Municipal de São Paulo, e que tem como objetivo preparar músicos de excelência para as grandes orquestras profissionais, como a Sinfônica Municipal de São Paulo.

John Neschling

Diretor Artístico do Theatro Municipal de São Paulo, John

Regente

Neschling voltou ao Brasil após alguns anos em que se dedicou à carreira na Europa, e depois de ter durante 12 anos reestruturado a Osesp, transformando-a num ícone da música sinfônica na América Latina. Durante a longa carreira de regente lírico, Neschling dirigiu musical e artisticamente os Teatros de São Carlos (Lisboa), St. Gallen (Suíça), Bordeaux (França), Massimo de Palermo (Itália), foi residente da Ópera de Viena (Áustria) e se apresentou em muitas das maiores casas de ópera da Europa e dos EUA, em mais de 70 produções diferentes. Dirigiu ainda, nos anos de 1990, os teatros municipais do Rio de Janeiro e de São Paulo. Como regente sinfônico, tem uma longa experiência frente a grandes orquestras dos continentes americano, europeu e asiático. Suas gravações têm sido frequentemente premiadas e o registro de Neschling para a Sinfonia N.1 de Beethoven foi escolhido pela revista inglesa Gramophone como um dos melhores da história. No momento, se prepara para gravar o terceiro volume das obras de Respighi pela gravadora sueca BIS, frente à Filarmônica Real de Liège, Bélgica. Neschling nasceu no Rio de Janeiro em 1947 e sua formação foi brasileira e europeia. Seus principais mestres foram Heitor Alimonda, Esther Scliar e Georg Wassermann no Brasil, Hans Swarowsky em Viena e Leonard Bernstein nos EUA. É membro da Academia Brasileira de Música.

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Paulistano, graduado em composição e regência pelas Fa-

Bruno Greco Facio

culdades de Artes Alcântara Machado, estudou sob a orien-

Regente do Coro Lírico

tação dos mestres Abel Rocha, Isabel Maresca e Naomi

Municipal de São Paulo

Munakata. No ano de 2011, assumiu a regência do Collegium Musicum de São Paulo, tradicional coro da capital, dando continuidade ao trabalho musical do maestro Abel Rocha. Por 11 anos dirigiu o Madrigal Souza Lima, trabalho responsável pela formação musical de jovens cantores e regentes. Durante 2010, foi preparador do coro da Cia. Brasileira de Ópera, projeto pioneiro do maestro John Neschling que percorreu mais de 20 cidades brasileiras com a ópera O Barbeiro de Sevilha, de Gioachino Rossini. A convite do maestro Neschling, tornou-se regente titular do Coral Paulistano em fevereiro de 2013 e, em dezembro do mesmo ano, assumiu a direção do Coro Lírico do Theatro Municipal de São Paulo.

Silmara Drezza iniciou os estudos de música aos cinco anos

Silmara Drezza

na Associação de Música Pio X, onde também atuou como

Regente do Coral

regente de 1996 a 2010. Estudou Pedagogia Musical Infantil

da Gente

na École de Musique Martenot, em Paris, e cursou regência coral na Butler University (EUA), com o maestro Henry Leck. Foi aluna de regência do Professor Doutor Jocelei Bohrer (Faculdade de Música Carlos Gomes) e Eduardo Ostergreen (Unicamp). Formou-se em Licenciatura Plena em Música pela Faculdade de Música Carlos Gomes, em São Paulo, e em piano pelo Instituto Gomes Cardim em Campinas. No exterior, participou do Creating Artistry na Butler University, sob orientação do maestro Henry Leck (EUA), do Curso de inverno para regentes de coral infantil, com o maestro Jean Jacques Margueritat (França) e do II Taller Internacional de Regência Coral com Maria Guinand e Alberto Grau (Venezuela). Silmara é regente fundadora do Coral Infanto-juvenil ThyssenKrupp e regente do Instituto Baccarelli desde 2002,


onde também ocupa o cargo de coordenadora pedagógica da área coral desde 2009.

Carlos Eduardo Moreno

Regente titular da Orquestra Experimental de Repertório,

Regente

Carlos Moreno foi regente titular da Orquestra Sinfônica da USP entre 2002 e 2008 e da Orquestra Sinfônica de Santo André de 2009 a 2013. Começou a estudar piano aos seis anos, passou posteriormente ao violino e, em 1978, ingressou no Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis, atuando como solista - menino cantor soprano. Foi spalla da Orquestra Jovem Camerata Abrarte, atuou como violinista na Orquestra Sinfônica Nacional da Universidade Federal Fluminense por dez anos e regeu pela primeira vez uma orquestra aos 15 anos, dirigindo uma composição própria para cordas. Estudou com maestros como Gustav Mayer, Kirk Trevor, David Zinman e Bernard Haitink. Venceu em 1998 o 5ª Concurso Latino-Americano para Regentes promovido pela Osusp, foi laureado em 2003 com o Prêmio Carlos Gomes e, em 2006, com a Osusp, recebeu o XI Prêmio Carlos Gomes na categoria Melhor Orquestra Sinfônica. A trajetória de Carlos Moreno está marcada pela interpretação de importantes ciclos sinfônicos, como os Choros de Camargo Guarnieri, as sinfonias de Beethoven, as sinfonias de Tchaikovsky, além das sinfonias e concertos de Brahms, as Bachianas de Villa-Lobos, as sinfonias de Schumann, Poemas Sinfônicos de Rimsky-Korsakov e, recentemente, as sinfonias de Anton Bruckner. Em 2012, gravou a Sinfonia N. 8 de Anton Bruckner, o primeiro registro da obra na América do Sul, com a Orquestra Sinfônica de Santo André em parceria com a Osesp.

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Claudio Cruz teve seu pai, o luthier João Cruz, como seu

Claudio Cruz

primeiro professor e posteriormente recebeu orientações

Regente

de Erich Lenninger, Maria Vischnia e George Olivier Toni. Foi premiado pela Associação Paulista de Críticos de Artes – APCA e recebeu o Prêmio Carlos Gomes, o Prêmio Bravo e o Grammy Awards, entre outros. Nos últimos anos regeu a Orquestra de Câmara de Osaka, Orquestra de Câmara de Toulouse, Orquestra Sinfônica de Avignon, Northern Sinfonia, Sinfonia Varsovia, New Japan Philharmonic, Hyogo Academy Orchestra, Hiroshima Symphony, Svogtland Philharmonie, Jerusalem Symphony Orchestra entre outras. Atuou como Diretor Artístico e Regente nas montagens das óperas Lo Schiavo e Don Giovanni em Campinas, Rigoletto e La Boheme em Ribeirão Preto. Na temporada 2014 regerá no Brasil: a Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal de São Paulo, Osesp, Orquestra Sinfônica de Curitiba, Ópera, Balet e Concertos Sinfônicos em Ribeirão Preto, no Festival Berlioz, na França, além de concertos em Amsterdam e em Israel. De 1990 a 2012 ocupou o cargo de Spalla da Osesp. Atualmente é o Regente Principal e Diretor Musical da Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo.

Soprano vencedora do Concurso de Canto Maria Callas, do

Taís Bandeira

Festival Aldo Baldin e do Concurso Carlos Gomes, se apre-

Soprano

sentou, em 2013, como Rosália, da opera Jupyra de Francisco Braga no Theatro Municipal de São Paulo, com regência de Victor-Hugo Toro. Nos últimos anos excursionou por São Paulo com a Ópera Curta, projeto da Casa da Ópera e do Governo do Estado de São Paulo interpretando Mimì e Musetta em La Bohème de Puccini, Micaëla em Carmen de Bizet e Violetta em La Traviata de Verdi. Foi protagonista do Brazil Inside Out, da BBC de Londres e cantou em diversas províncias do Japão e nos EUA, neste sob a regência de Plácido Domingo.


Em Coimbra, além de cantar com a Orquestra Clássica do Centro, fez um recital de música brasileira, acompanhada pelo maestro Luís Gustavo Petri, na Biblioteca Joanina, apresentando canção composta por eles especialmente para o evento. É Mestra em Música pela UNESP com pesquisa inédita sobre o cancioneiro de Arnaldo Rebello e teve sua educação vocal conduzida por Benito Maresca, Martha Herr e Laura de Souza. Em 2014, cantou com a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas canções de Carlos Gomes e está em turnê pelo estado de São Paulo como Ciò Ciò San da Madame Butterfly da Casa da Ópera.

Marcello Vannucci

Desde sua estreia em 1995 na ópera Nabucco, Marcello

Tenor

Vannucci alcançou um enorme sucesso, sendo reconhecido pelo público e crítica. Foi aluno do tenor Benito Maresca e atuou como protagonista nas óperas Turandot, Andrea Chénier, Ariadne auf Naxos, La Giocconda, Sansão e Dalila, Aida, Tosca, Rigoletto, La Traviata, Il Trovatore, La Bohème, Cavalleria Rusticana, Madama Butterfly, Carmen, Il Guarany, Condor, Colombo, Simon Boccanegra, Norma, Macbeth, Lucia de Lammermoor e La Fanciulla del West. Entre os prêmios que recebeu ao longo da carreira, estão o do College d'Advocats de Barcelona, Concurso Francisco Viñas, em 1998, Concurso Internacional Maria Callas e o Prêmio Carlos Gomes como melhor cantor lírico, em 2010. Fora do Brasil, cantou na Colômbia, Espanha e Itália. Em 2003, dividiu o palco com a soprano Kiri Te Kanawa na turnê pelo Brasil. Recentemente cantou a Nona Sinfonia de Beethoven com o maestro Lorin Maazel. Foi aluno do tenor Benito Maresca. Apresenta-se regularmente nos principais teatros de ópera brasileiros.

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Reconhecido pela crítica como um dos grandes artistas de

Saulo Javan

ópera do Brasil, tem se apresentado nas principais casas de

Baixo

concerto e ópera do país, como a Sala São Paulo, o Theatro Municipal de São Paulo, Theatro São Pedro, Teatro Tobias Barreto, Teatro Santa Isabel, entre outros. Gravou com a Osesp a Sinfonia Ameríndia de Heitor Villa–Lobos, interpretou Padre José em Magdalena também de Villa–Lobos, Bonzo em O Rouxinol de Stravinsky, Ramphis em Aida de Verdi, Dulcamara em O Elixir do Amor e Don Pasquale, de Donizetti, e Simone em Gianni Schicchi de Puccini. Integrou o elenco da Cia. Brasileira de Ópera e cantou o papel de Bozo na estreia da ópera Dulcinéia e Trancoso de Eli–Eri Moura. Outras performances incluem Salieri, em Mozart & Salieri de Rimsky–Korsakov, O Homem dos Crocodilos de Arrigo Barnabé, O Franco Atirador de Weber, Don Giovanni e As Bodas de Fígaro de Mozart, Alcina de Händel, Escamillo em Carmen de Bizet e Treemonisha de Scott Joplin. Em 2002, venceu o Concurso de Canto Villa–Lobos, em Araçatuba.

Bacharel em Canto pela UNESP, Lidia Schäffer vem se des-

Lidia Schäffer

tacando no repertório de mezzo–soprano dramático e con-

Mezzo–soprano

tralto. Foi premiada no 8º Concurso Carlos Gomes, em 1998, e no Concurso Nacional de Canto Edmar Ferretti, em 2005. Já atuou frente a grandes orquestras, como a Sinfonia Cultura, Osesp, Orquestra Sinfônica de Campinas, Filarmônica de Ribeirão Preto, Sinfônica Municipal de São Paulo, Experimental de Repertório e OSB, entre outras. Foi solista com maestros como John Neschling, Claudio Cruz, Roberto Tibiriçá, Aylton Escobar, Mário Zaccaro, Jamil Maluf e Luiz Fernando Malheiro. No Theatro São Pedro, já atuou como Fidalma em Il Matrimonio Segreto, Ulrica em Un Ballo in Maschera e Mercedes em Carmen. No Theatro Municipal de São Paulo foi a Terceira Dama


em A Flauta Mágica, a Condessa de Coigny em Andrea Chénier, Segunda Criada em Amelia al Ballo, Siegrune em A Valquíria e Primeira Norna em O Crepúsculo dos Deuses de Wagner. Participou da estreia brasileira de Midsummer Night´s Dream de Britten com a OSB como Hipolyta. De seu repertório sinfônico, destacam-se obras Gloria de Vivaldi, Fantasia Coral e Sinfonia N. 9 de Beethoven, Réquiem de Mozart e a Missa de Réquiem de Verdi, dentre outras. Integra o Coro Lírico do Theatro Municipal de São Paulo desde 2002 e atualmente recebe orientação de Isabel Maresca.

Alexander Sladkovskiy

Diretor Artístico da Orquestra Sinfônica Nacional do Tartaris-

Regente

tão, na Rússia, Sladkovskiy venceu diversos prêmios como a Terceira Competição Internacional Prokofiev de Regência de São Petersburgo, a Medalha de Honra do 300° aniversário de São Petersburgo e foi eleito o Regente do Ano na Rússia em 2011 pela revista Musical Review. Alexander Sladkovskiy se apresentou com renomados artistas como Denis Matsuev, Yuri Bashmet, Boris Berezovsky, Barry Douglas, Nikolai Lugansky, Ekaterina Mechetina, Ksenia Bashmet, Viktor Tretyakov, Vadim Repin, Sergei Krylov, Alyona Baeva, Dmitri Sitkovetsky, David Geringas, Alexander Knyazev, Alexander Rudin, Antonio Meneses, Montserrat Caballe, Olga Borodina, Hibla Gerzmava, Lyubov Kazarnovskaya, Albina Shagimuratova, Sumi Jo, Dinara Alieva, Dmitri Hvorostovsky, Vasili Gerello, Placido Domingo, Roberto Alagna, Ildar Abdrazakov, Sergei Nakaryakov, dentre outros. Alexander Sladkovskiy foi regente convidado de várias orquestras, como a Orchestra dell'Accademia Nazionale di Santa Cecilia, Orquestra Sinfônica do Teatro Bolshoi, Sinfônica Svetlanov, Nacional Russa, Filarmônica de São Petersburgo, Sinfônica Tchaikovsky, Filarmônica Nacional da Rússia, Sinfônica Siciliana, Filarmônica de Dresden, dentre outras.

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Em 1986, Mario Brunello foi o primeiro italiano a vencer a

Mario Brunello

Competição Tchaikovsky em Moscou, vitória que lançou sua

Violoncelo

carreira internacional. Apresentou-se com orquestras como London Philharmonic, Royal Philharmonic, Filarmônica de Munique, Philadelphia Orchestra, Mahler Chamber Orchestra, London Symphony, Orchestre Philharmonique de Radio–France, Filarmonica della Scala, Accademia di Santa Cecilia, DSO Berlin, dentre outras; e colaborou com regentes como Valery Gergiev, Yuri Temirkanov, Antonio Pappano, Manfred Honeck, Riccardo Chailly, Riccardo Muti, Vladimir Jurowski, Ton Koopman, Daniele Gatti, John Axelrod, Myung–Whun Chung, Seiji Ozawa e Claudio Abbado. Brunello foi convidado diversas vezes por Abbado a se apresentar, tanto como solista como regente, com a orquestra do Festival Lucerne e com a Mozart Orchestra. Habituado a cumprir as duas funções, criou em 1994 a Orchestra d’Archi Italiana, com a qual faz turnês regulares tanto pela Itália quanto em outros países. A música de câmara também tem um papel importante na vida artística de Brunello, que já colaborou com Gidon Kremer, Martha Argerich, Frank Peter Zimmermann, Isabelle Faust, Yuri Bashmet, Maurizio Pollini, Valery Afanassiev e Andrea Lucchesini e com o Hugo Wolf Quartett.

Nascida na Ucrânia, Valentina Lisitsa estudou na Escola de

Valentina Lisitsa

Música Lysenko e no Conservatório de Kiev. Em 1992, emi-

Piano

grou para os EUA e desde sua estreia no Avery Fischer Hall no Mostly Mozart Festival recebe ótimas críticas.Valentina se mostra confortável num repertório que vai de Bach e Mozart a Shostakovich e Bernstein, porém admite ter uma especial afinidade com a música de Rachmaninov e Beethoven. Tendo já gravado todos os concertos de Rachmaninov com a London Symphony Orchestra, incluindo o N. 5 (um arranjo da Sinfonia N. 2) que tocou em 2010, em sua estréia holan-


desa com a Filarmônica de Roterdã. Em Agosto de 2011 fez sua estreia com esta obra no Brasil com a Orquestra Sinfônica Brasileira, sob a regência de Lorin Maazel. Já se apresentou com importantes orquestras como Colorado Symphony, Chicago Symphony, Seattle Symphony, San Francisco Symphony, Pittsburgh Symphony, WDR Colônia, Filarmônica de Helsinki, Filarmônica de Seul; em grandes teatros, como Teatro Colón de Buenos Aires, o Royal Albert Hall de Londres, e colaborou com regentes como Manfred Honeck, Yannick Nézet-Séguin, e Jukka-Pekka Saraste, dentre outros. Seu canal no YouTube, criado em 2007, é um grande sucesso, com mais de cem mil assinantes e 62 milhões de visualizações. Além disso, Valentina completou recentemente a gravação completa dos concertos de Rachmaninov e Rhapsody on a Theme of Paganini com a London Symphony Orchestra, sob condução de Michael Francis.

Daniel Guedes

O carioca Daniel estudou no Conservatório Brasileiro de Mú-

Violino

sica do Rio de Janeiro. Em 1991, ganhou bolsa de estudos da Capes para estudar em Londres, onde foi aluno de Detlef Hahn na Guildhall School of Music durante um ano. Em seguida, concluiu a graduação e o mestrado na Manhattan School of Music de Nova York, na classe de Pinchas Zukerman e Patinka Kopec no Pinchas Zukerman Performance Program, com bolsas da Vitae e da Capes. Estudou música de câmera com Sylvia Rosenberg, Isidore Cohen e Arnold Steinhardt. Foi vencedor dos concursos Jovens Concertistas Brasileiros em 1991, Bergen Philharmonic Competition em 1998 e Waldo Mayo Memorial Award em 2000, que lhe valeu um concerto no Carnegie Hall de Nova York tocando o Concerto N. 1 de Max Bruch. Atua como recitalista e solista desde os 10 anos de idade com orquestras brasileiras e de outros países, como EUA, Canadá, Inglaterra, Noruega, Itália e América do Sul.

THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO_TEMPORADA 2014_PG 56


Além de solista, é regente e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e é frequentemente convidado a lecionar em festivais de música, como o de Campos de Jordão e Juiz de Fora.


Orquestra Sinfônica

Diego Vieira****

Flautas

Roney Stella*

Municipal de São Paulo

Matheus M. Baião****

Cássia Carrascoza*

Hugo Ksenhuk

Rodolfo G. da Silva****

Marcelo Barboza*

Luiz Cruz

Diretor Artístico

Wallace B. do Santos****

Andréa Vilella

Marim Meira

John Neschling

Violas

Cristina Poles

Eduardo Machado**

Alexandre De León*

Renan Dias Mendes

Tuba

Silvio Catto*

Oboés

Gian Marco de Aquino*

Pablo De León (spalla)

Abrahão Saraiva

Alexandre Ficarelli*

Harpa

Martin Tuksa (spalla)

Tânia de Araújo Campos

Rodrigo Nagamori*

Jennifer Campbell*

Fabian Figueiredo

Adriana Schincariol

Marcos Mincov

Paola Baron*

Maria Fernanda Krug

Bruno de Luna

Victor Astorga**

Piano

Adriano Mello

Cindy Folly Farias

Clarinetes

Cecília Moita*

Fábio Brucoli

Eduardo Cordeiro

Luís Afonso Montanha*

Percussão

Fábio Chamma

Eric Schafer Licciardi

Otinilo Pacheco*

Marcelo Camargo*

Fernando Travassos

Jessica Wyatt

Diogo Maia Santos

César Simão

Francisco Ayres Krug

Pedro Visockas

Domingos Elias

Magno Bissoli

Heitor Fujinami

Roberta Marcinkowski

Marta Vidigal

Sérgio Coutinho

John Spindler

Tiago Vieira

Thiago Naguel**

Thiago Lamattina

José Fernandes Neto

Violoncelos

Fagotes

Rosângela R. Silva****

Liliana Chiriac

Mauro Brucoli*

Fábio Cury*

Tímpanos

Mizael da Silva Júnior

Raïff Dantas Barreto*

Matthew Taylor*

Danilo Valle*

Paulo Calligopoulos

Mariana Amaral

Marcelo Toni

Márcia Fernandes*

Rafael Bion Loro

Alberto Kanji

Marcos Fokim

Gerente da Orquestra

Primeiros-violinos

Sílvio Balaz

Charles Brooks

Osvanilson Castro

Paschoal Roma

Victor Bigai

Cristina Manescu

Trompas

Assistente

Segundos-violinos

Joel de Souza

André Ficarelli*

Manuela Cirigliano

Andréa Campos*

Maria Eduarda Canabarro

Luiz Garcia*

Inspetor

Laércio Diniz*

Moisés F. dos Santos

Eric Gomes da Silva

Carlos Nunes

Nadilson Gama

Sandro Francischetti

Rogério Martinez

Montadores

Otávio Nicolai

Teresa Catto

Vagner Rebouças

Alexandre Greganyck

André Luccas

Contrabaixos

Douglas Costa**

Paulo Broda Rafael de Sá

Djavan Caetano

Sanderson Cortez Paz***

Rafael Fróes**

Edgar Montes Leite

Taís Gomes***

Thiago Ariel**

Evelyn Carmo

Adriano Costa Chaves

Trompetes

Helena Piccazio Ornellas

Miguel Dombrowski

Fernando Guimarães*

Oxana Dragos

Ricardo Busatto

Marcos Motta*

Ricardo Bem-Haja

Vinicius Frate

Breno Fleury

* Chefe de naipe

Sara Szilagyi

Walter Müller

Eduardo Madeira

** Músico convidado

Ugo Kageyama

Gustavo Quintino****

Albert Santos**

***Chefe de naipe interino

Wellington R. Guimarães

Julio Cesar M. N. Silva****

Trombones

****Bolsista da OER

THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO_TEMPORADA 2014_PG 58


Orquestra

Gabriel S. de Oliveira

Júlio Nogueira

Luciano Melo (Monitor)

Experimental

Henry Setton

Leopoldo Carvalho

Dan Yuri Huamán Diaz

de Repertório

Karin Higa

Marcos Magni

Mauro Stahl Júnior

Natália Brito

Flautas

Roger Brito

Regente Titular

Ramon Silva

Marcos Kiehl (Monitor)

Trombones

Carlos Moreno

Ricardo Galdino

Aline Viana

João Paulo Moreira

Regente Assistente

Wagner Filho

Danilo Crispim

(Monitor)

Raphael Brasilio

Violas

Felipe Mancz

Arthur Da Silva Rita

Estela Ortiz (Monitora)

Oboés

Igor Bueno Da Silva

Primeiros Violinos

Bruno Rocha

Rodolfo Hatakeyama

Lucas Henrique De Faria

Cláudio Micheletti (Spalla)

Gabriel Iscuissati

(Monitor)

Maurício Lundgren

Ana Rebouças Guimarães

Guilherme C. Bonfim

Gabriel P. Marcaccini

Tuba

Caik Rodrigues

Joel Alves

Gutierre Machado

Sérgio Teixeira (Monitor)

Diego Adinolfi Vieira

Johnny Roger Lo

Rafael Felipe

Percussão

Gabriela Fogo

Mauro Koiti Shimada

Clarinetes

Richard Fraser (Monitor)

Jessé Xavier Reis

Rodrigo Ramos

Alexandre F. Travassos

Bruno Rogério Oliveira

Jonas Alves de Souza

Thiago Neres

(Monitor)

Mónica Navas

Lucas Oliveira da Silva

Vúpulos Antônio Vaplam

Danilo Oliveira

Rosângela Rhafaelle

Matheus Baião

Violoncelos

Evandro Alves

Zacarias Maia

Ramon R. de Andrade

Júlio Cerezo Ortiz

Felipe Reis

Renan Gonçalves

(Monitor)

Fagotes

Coordenadora Artística

Rodolfo Guilherme da Silva

Agton dos Santos

José Eduardo Flores

Angela De Santi

Thais Morais

Douglas Pereira

(Monitor)

Assistente Artístico

Wallace Bispo

Elton Araújo

Bruno Gualberto

Daniel Martins

Willian Gizzi

Jonatas Pereira

Matheus Parizon Amaral

Segundos Violinos

Luiz Sena

Sandra Ribeiro

Inspetores

Paulo Galvão (Monitor)

Patrícia Rezende Vanuci

Nara Flores

Raquel Rosa

Alexandre Britto

Rafael de Caboclo

Trompas

Renato Lotierzo

Ananda Fukuda

Rodrigo Prado

Weslei Lima (Monitor)

Arquivistas

Caio Paiva dos Santos

Ygor Ghensev

Álvaro Braga

Bruno Lacerda

Danilo Alves

Contrabaixos

Edson R. Nascimento

Maria Cláudia Ribeiro

Douglas Araújo

Alexandr Iurcik (Monitor)

Gerson Pierotti

Montadores

Evaldo Alves

Daniel Camargo

Rubens do N. Silva

Márcio Cavalcante Bessa

Fernanda Garcia

Gustavo Quintino

Wesley Medeiros

Wellington Nunes Pinheiro

Gabriel Redivo Chiari

Haran Magalhães

Trompetes


Coro Lírico do

Erika Mendes Belmonte

Rúben de Oliveira

Coral da Gente do

Theatro Municipal

Heloísa Junqueira

Rubens Medina

Instituto Baccarelli

Keila de Moraes

Sérgio Sagica

Regente Titular

Juliana Valadares

Valter Felipe

Regente

Bruno Greco Facio

Maria Luisa Figueiredo

Valter Estefano Mesquita

Silmara Drezza

Regente Assistente

Mônica Martins

Barítonos

Preparadora Vocal

Sérgio Wernec

Contraltos

Alessandro Gismano

Claudia Cruz

Pianistas

Celeste do Carmo

Ary Lima Jr.

Cantores

Marcos Aragoni

Claudia Arcos

Daniel Lee

Beatriz de Souza Sobrinho

Marizilda Hein Ribeiro

Clarice Rodrigues

Davi Marcondes

Bethânia Silva Gomes

Sopranos

Elaine Martorano

Diógenes Gomes

Camilla Dual Portela

Adriana Magalhães

Lidia Schäffer

Eduardo Paniza

Daniel Alves da Rocha

Berenice Barreira

Magda Painno

Jang Ho Joo

Edwiges R. A. da Silva

Claudia Neves

Mara Dalva de Alvarenga

Luis Orefice

Ellen G. Rodrigues Sousa

Elaine Moraes

Margarete Loureiro

Marcio Martins

Gabriela C. Nogueira Lira

Elayne Caser

Maria José da Silveira

Miguel Csuzlinovics

Giselle C. de Sousa Brito

Elisabeth Ratzersdorf

Vera Ritter

Roberto Fabel

Henzo Limeira Cavalcante

Graziela Sanchez

Tenores

Sandro Bodilon

Juliana A. P. do Nascimento

Huang Shu Chen

Alex Flores de Souza

Baixos

Kaique Almeida Santos

Ivete Montoro

Antonio Carlos Britto

Claudio Guimarães

Laís Simões da Silva

Jacy Guarany

Dimas do Carmo

Fernando Gazoni

Letícia Alves Neres

Juliana Starling

Eduardo Pinho

Jessé Vieira

Luciana Beatriz N. Lira

Marcia Costa

Eduardo de Góes

José Nissan

Luiza Fernanda Rodrigues

Angélica Feital

Eduardo Trindade

Josué Silva

Maria A.de Oliveira Alves

Maria Antonieta Soares

Fernando de Castro

Leonardo Amadeo Pace

Maria E. P. Dual de Souza

Milena Tarasiuk

Gilmar Ayres

Marcos Carvalho

Mariana Eliz S. Merzbahcer

Monique Corado

Joaquim Rollemberg

Orlando Marcos

Rafaela Batista dos Santos

Marivone P. Caetano

José Silveira

Rafael Thomas

Raissa Neves de Sousa

Marta Mauler

Luciano Goés

Sérgio Righini

Ricardo dos Santos Albano

Nadja Sousa

Luiz Antonio Doné

Assistente

Robert Correia Borges

Rita de Cassia Polistchuk

Marcello Vannucci

Cristina Cavalcante

Samuel G. de Oliveira e Silva

Rosana Barakat

Márcio Lucas Valle

Inspetora

Sophia G.de Oliveira e Silva

Sandra Félix

Miguel Geraldi

Eugenia Sansone

Mezzo-Sopranos

Paulo Chamié Queiroz

Montador

Elisa Nemeth

Renato Tenreiro

Alfredo Barreto de Souza

THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO_TEMPORADA 2014_PG 60


Prefeitura do Município

Diretoria Geral

Cênica Residente

Diretoria de Produção

de São Paulo

Assessora

Julianna Santos

Produção Executiva

Maria Carolina G. de Freitas

Segunda Assistente

Anna Patrícia Araújo

Prefeito

Secretárias

de Direção Cênica

Nathália Costa

Fernando Haddad

Ana Paula S. Monteiro

Ana Vanessa

Rosa Casalli

Secretário Municipal

Marcia de Medeiros Silva

Assistente de Direção

Produtores

de Cultura

Monica Propato

Cênica e Casting

Aelson Lima

Juca Ferreira

Cerimonial

Sérgio Spina

Pedro Guida

Egberto Cunha

Figurinista Residente

Miguel Teles

Fundação Theatro

Bilheteria

Veridiana Piovezan

Assistente de Produção

Municipal de São Paulo

Nelson F. de Oliveira

Produção de Figurinos

Arthur Costa

Fernanda Câmara

Direção Geral José Luiz Herencia

Diretoria Artística

Arquivo Artístico

Palco

Diretora de Gestão

Assessoria de

Coordenadora

Chefe da Cenotécnica

Ana Flávia Cabral S. Leite

Direção Artística

Maria Elisa P. Pasqualini

Aníbal Marques (Pelé)

Diretor de Formação

Stefania Gamba

Assistente

Técnicos de Palco

Leonardo Martinelli

Luís Gustavo Petri

Ana Raquel Alonso

Rodrigo Nascimento

Clarisse De Conti

Arquivistas

Thiago Panfieti

Instituto Brasileiro

Secretária

Ariel Oliveira

Antonio Carlos da Silva

de Gestão Cultural

Eni Tenório dos Santos

Guilherme Prioli

Antonio Oliveira Almeida

Presidente do Conselho

Coordenação de

Karen Feldman

Alex Sandro N. Pinheiro

Cláudio Jorge Willer

Programação Artística

Leandro José Silva

Aristide da Costa Neto

Diretor Executivo

João Malatian

Leandro Ligocki

Cláudio Nunes Pinheiro

William Nacked

Diretor Técnico

Copista

Cristiano T. dos Santos

Diretora Técnica

Juan Guillermo Nova

Ana Cláudia Oliveira

Edival Dias

Isabela Galvez

Assistente de

Diretor Financeiro

Direção Técnica

Ação Educativa

Julio de Oliveira

Neil Amereno

Giuseppe Cangemi

Aureli Alves de Alcântara

Lourival F. Conceição

Diretor Artístico

Diretor de Palco Cênico

John Neschling

Ronaldo Zero

Centro de Documentação

Marcelo Luiz Frosino

Diretora de Produção

Assistente de Direção

Chefe de seção

Paulo Miguel Filho

Cristiane Santos

de Palco Cênico

Mauricio Stocco

Assistentes

Direitos Autorais

Sabrina Mirabelli

Equipe

Elisabeth de Pieri

Olivieri Advogados

Caroline Vieira

Lumena A. de M. Day

Ivone Ducci

Associados

Assistente de Direção

Ermelindo T. Sobrinho

Manuel Lucas Souza

Contrarregragem


Carlos Bessa

Emília Reily

Contabilidade

Contrarregras

Acervo de Figurinos

Alberto Carmona

Bruno Farias

Marcela de Lucca M. Dutra

Cristiane Maria Silva

Eneas Leite

Assistente

Diego Silva

Luca Leme Nunes

Ivani Rodrigues Umberto

Luciana Cadastra

Peter Silva

Acervo de Cenário

Marcio Aurélio O. Cameirão

Sandra Satomi Yamamoto

e Aderecista

Meire Lauri

Chefe de Som

Aloísio Sales

Sérgio Luis Ferreira

Expediente

Compras e Contratos

Operadores de Som

José Carlos Souza

George Augusto Rodrigues

Guilherme Ramos

José Lourenço

Jessica Elias Secco

Daniel Botelho

Paulo Henrique Souza

Marina Aparecida Augusto

Chefe de Iluminação

Diretoria de Gestão

Infraestrutura

Valéria Lovato

Lais Gabriele Weber

Marly da Silva dos Santos

Iluminadores

Carolina Paes Simão

Antonio Teixera Lima

Alexandre Bafe

Cristina Gonçalves Nunes

Cleide da Silva

Igor Augusto F. de Oliveira

João Paulo Alves Souza

Eva Ribeiro

Luciano Paes

Juçara A. de Oliveira

Israel Pereira de Sá

Fernando Azambuja

Juliana do Amaral Torres

Luiz Antonio de Mattos

Ubiratan Nunes

Oziene O. dos Santos

Maria Apª da C. Lima

Camareiras

Paula Melissa Nhan

Pedro Bento Nascimento

Alzira Campiolo

Vera Lucia Manso

Therezinha P. da Silva

Kelly Cristina da Silva

Isabel Rodrigues Martins

Almoxarifado

Lindinalva M. Celestino

Assistência Administrativa

Nelsa A.Feitosa da Silva

Maria Auxiliadora

Alexandro R. Bertoncini

Bens Patrimoniais

Maria Gabriel Martins

Seção de Pessoal

José Pires Vargas

Marlene Collé

Cleide Chapadense da Mota

Nina de Mello

José Luiz P. Nocito

Informática

Regiane Bierrenbach

Solange F. França Reis

Ricardo Martins da Silva

Tonia Grecco

Tarcísio Bueno Costa

Renato Duarte Estagiários

Central de Produção

Parcerias

Victor Hugo A. Lemos

"Chico Giacchieri"

Suzel Maria P. Godinho

Yudji A. Otta

Coordenação de Costura

THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO_TEMPORADA 2014_PG 62


Arquitetura

Agradecimentos

Lilian Jaha

Escarlate

Estagiários

Hotel Marabá

Marina Castilho Vitória R. R. Dos Santos

Seção Técnica de Manutenção Edisangelo R. da Rocha Eli de Oliveira Narciso Martins Leme Estagiário Vinícius Leal

Comunicação Editor e Coordenador Marcos Fecchio Editor assistente Gabriel Navarro Colasso Mídias Eletrônicas Desirée Furoni Assessoras de Imprensa Amanda Sena Daniela Oliveira

Design Gráfico Kiko Farkas/ Máquina Estúdio Designer Assistente Ana Lobo André Kavakama Atendimento Michele Alves Impressão Formags Gráfica e Editora LTDA


MUNICIPAL. O PALCO DE SÃO PAULO

realização

Organização Social de Cultura do Município de São Paulo


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