THAÏS Ópera em três atos Música de Jules Massenet Libreto de Louis Gallet a partir do romance homônimo de Anatole France
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Datas de apresentação Elenco
08 Sinopse
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A encenação de Thaïs Stefano Poda
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Thaïs Irineu Franco Perpetuo
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O Universo Espiritual e Literário de Thaïs Maurício Marsola
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O Resgate de Thaïs Arthur Dapieve
44 Libreto
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Biografias dos artistas
106 Fichas Técnicas
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Histórico de apresentações
Gravações de referência
Amigos do TMSP
Temporada 2015
Montagem do Teatro Regio de Turim
JULHO quinta 23, às 20h sábado 25, às 20h domingo 26, às 18h terça 28, às 20h quinta 30, às 20h
AGOSTO sábado 1, às 20h domingo 2, às 18h
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THAÏS JULES MASSENET
Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo Coro Lírico Municipal de São Paulo Balé da Cidade de São Paulo Alain Guingal Direção musical e regência Gabriel Rhein-Schirato Regente assistente 1 Stefano Poda Direção cênica, cenografia, figurinos, iluminação e coreografia Paolo Giani Cei Assistente de direção cênica Bruno Greco Facio Regente do Coro Lírico Iracity Cardoso Direção Artística do Balé da Cidade Thaïs
Ermonela Jaho 23 26 30 2 Sara Rossi Daldoss 25 28 1
Athanaël
Lado Ataneli 23 26 28 30 2 André Heyboer 25 1
Nicias
Jean-François Borras 23 26 30 2 Luc Robert 25 28 1 Palémon
Károly Szemerédy 23 26 28 30 2 Saulo Javan 25 1
Crobyle
Carla Cottini
Myrtale
Malena Dayen
Albine
Ana Lucia Benedetti
La Charmeuse
Lina Mendes
Um servo
Eduardo Trindade
Montagem da 贸pera Tha茂s no Teatro Regio de Turim, em 2008.
9 Sinopse
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[Indicações cênicas do libreto original.]
Ato I 40’
Primeiro quadro Em suas cabanas, à margem do rio Nilo, os cenobitas
oram e aguardam o regresso de Athanaël, monge que se retirou para o deserto. Ao retornar, ele afirma estar perturbado pela atriz e cortesã Thaïs, que arrasta a cidade de Alexandria para o pecado, e jura convertê-la – contra as advertências do velho Palémon, que o aconselha a se resguardar do contato com pessoas mundanas. (40’)
Segundo quadro Em busca de Thaïs, Athanaël visita em Alexandria
seu antigo colega de estudos, o filósofo Nicias, que adquiriu os favores da cortesã. Embora cético quanto à viabilidade da conversão de Thaïs, Nicias faz suas escravas Crobyle e Myrtale vestirem Athanaël, e o apresenta à cortesã em um banquete em sua casa. Thaïs escarnece da fé do religioso e louva o amor, enquanto Athanaël jura visitá-la e convertê-la.
Intervalo 20’
Ato II 50’
Primeiro quadro Em sua casa, Thaïs pensa no medo da morte, e
recebe a visita de Athanaël. O monge lhe promete vida eterna em caso de conversão: a cortesã deve abandonar o mundo e se encerrar no convento de Albine. Athanaël aguarda do lado de fora da residência, enquanto Thaïs medita sobre o que lhe foi dito.
Segundo quadro Convertida, Thaïs vai ao encontro de Athanaël.
Para que ela purgue seus pecados, o religioso faz com que a cortesã se desfaça de seus bens, queimando-os. Thaïs tenta salvar uma estátua de Eros, mas Athanaël é inflexível: tudo deve ser aniquilado. Nicias entra com seus amigos, continuando as celebrações da noite, fazendo entrar uma bailarina, a Sedutora, cuja dança é acompanhada pelo canto das escravas. Depois do balé, Athanaël anuncia a conversão de Thaïs. Furiosa, a multidão deseja linchar o monge, mas é contida por Nicias, que distrai a turba ao lhe lançar moedas de ouro. Thaïs e Athanaël fogem.
Intervalo 20’
Ato III 42’
Primeiro quadro Após caminhar longamente pelo deserto, Thaïs e
Athanaël chegam a um oásis. A mulher se queixa dos padecimentos da jornada; Athanaël inicialmente se mostra insensível, mas acaba por se enternecer, e a socorre com água e frutas. Acompanhada de noviças, Albine surge, e Athanaël lhe entrega Thaïs.
Segundo quadro Nas cabanas dos cenobitas, Athanaël confessa a Palémon ser atormentado pelo desejo por Thaïs. O velho lembra o monge de ter lher advertido sobre os perigos do contato com pessoas mundanas, e deseja que Deus o salve. Athanaël tem uma visão com Thaïs a seduzi-lo, e ouve vozes que anunciam a morte de sua amada.
Terceiro quadro No jardim do monastério de Albine, as religiosas oram
pela agonizante Thaïs. Pálido e perturbado, Athanaël vai ver a Thaïs. Ele lhe fala de seu amor e de seu desejo, enquanto ela lhe responde com sua gratidão por ter sido convertida. Enquanto Athanaël renega sua fé, Thaïs a afirma. Por fim, em meio a visões celestiais, Thaïs falece, para desespero do monge.
Stefano Poda é diretor cênico, cenógrafo, iluminador, figurinista e coreógrafo, tendo realizado mais de 100 montagens. Concebeu a atual montagem para o Teatro Regio de Turim, em 2008, e dirigiu a remontagem no Theatro Municipal de São Paulo.
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A ENCENAÇÃO DE THAÏS STEFANO PODA
Com Thaïs, pode-se procurar as Índias e descobrir as Américas. Pode-se partir do Flaubert da Tentação de Santo Antônio, passar por Anatole France mas, através do Bergotte de Em Busca do Tempo Perdido, chegar à iluminação proustiana do Tempo Redescoberto, guiados pela partitura de Massenet que, a partir de Gounod, Wagner, Mussorgski, mostra o caminho de Fauré, Debussy. Thaïs fica, frequentemente, presa na teia de aranha da heroína ‘maldita’, da reencarnação da Mulher Vampiro, tão em moda na segunda metade do século 19, com a sequência de Salambô, Salomé, Hérodiade, Dalila (e ainda Carmen, Manon). Mas, pelo contrário, o fôlego de Thaïs é muito mais vasto, superando “para além do bem e do mal” certo maneirismo do inventário decadente do exotismo sensual e o fácil esquematismo maniqueísta entre ascese e sedução. Reconduzindo a metáfora mística à profunda exigência de conhecimento interior, sua história é uma viagem espiritual, uma viagem de formação, com seu devir através do pequeno e do grande mundo, de um Werdengang1 que é o de todos nós, e que ocorre de modo que o espectador se torne espectador de si mesmo e da própria história. Não que ao final haja uma redenção: evitando o perigo dos símbolos mostrados e de reflexões evidentes demais, tudo pode ser muito relativo. No teatro, sobretudo na ópera, o objetivo não é semelhança exterior, mas verdade. E a verdade artística é diversa daquela da vida. Schiller dizia que a tragédia é a imitação poética de um fato humano e, portanto, tem uma finalidade poética. A verdade da vida se eleva, assim, a um nível superior, e se torna abstrata. Em nossos dias, embora a arte do século 20 se tenha proclamado abstrata, o cinema, por exemplo, código
13 12 A Encenação Stefano Poda
universalmente quotidiano, nos preencheu e condicionou a vista com imagens que são e permanecem descritivas. Assim, o espectador espera encontrar também no palco uma cronologia conclusiva de eventos, talvez uma restituição sentimental, algo de verificável, empobrecendo o fôlego da reflexão que deveria, pelo contrário, levar à descoberta individual. É verdadeiramente estranho como, na pós-modernidade, um século depois de Proust e Joyce, demonstremo-nos tão apegados a leis aristotélicas e amarras cartesianas que representam um ‘hic sunt leones’2 que só pode ser transposto pelo jogo. Absurdamente, o espectador contemporâneo não se perturba com o aparente atentado à lógica comum representado pela ópera, onde não se fala, mas se canta, e cujos tempos dramatúrgicos não coincidem com os musicais. É um código aceito e jamais discutido. Também as ‘adaptações’ se justificam aplicando as convenções de sempre e obstinando-se a dar uma explicação narrativa a tudo, sem respeitar o mistério da vida e da arte que talvez consista exatamente na ‘não-compreensão’. A tarefa da encenação – ou seja, dar corpo à música, que não o tem – deveria consistir no descobrir um paralelismo ao efeito espiritual, seguindo assim a razão na qual reside a universalidade da obra de arte. Obviamente, uma coisa é luz, outra é consciência, e a problemática não é de fácil solução: é necessário um longo caminho de pesquisa. Considerando que não pode nem deve existir uma interpretação absoluta de uma obra de arte, com mais razão no caso da ópera (pensada como somatória de gêneros, e não como dissociação egoista de cada um deles), não existem encenações definitivas. A partitura é eterna, enquanto sua representaçao é perecível: tem valor no contexto histórico/social/cultural de breve transitoriedade, no qual e pelo qual é gerada. Como tornar então compreensível no palco a elaboração do pacto entre cultura ativa e cultura estática, entre fé e objetividade? Sobretudo hoje, em uma época agitada por uma revolução digital que faz tudo parecer tão fácil a ponto de tornar-se inútil, e que se tornou tão veloz a ponto de não ter ainda permitido a elaboração de uma estrutura moral capaz de compreendê-la e contê-la; em uma época na qual a clonagem ou uma cirurgia estética fazem tão acessíveis quanto menos resolvidas as grandes temáticas eternas da humanidade… Diz Fernando Pessoa (Alberto Caiero): pensar é não compreender. Assim, se eleva o grito dilacerante de Thaïs em busca de algum tipo de verdade que, nesse tempo confuso, deseja ser novo, decide não se alienar. O símbolo vem oferecido como um tipo de instrumento que, para quem vê e ouve, veja e ouça a história da sua própria alma, na miséria da civilização das palavras e das imagens desperdiçadas, onde Eros se crê livre e Tânato removido.
NOTAS 1 Desenvolvimento, trajetória. 2 ‘Aqui há leões’. Expressão latina que se refere a locais não explorados e perigosos.
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Montagem da 贸pera Tha茂s no Teatro Regio de Turim, em 2008.
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THAÏS IRINEU FRANCO PERPETUO
Irineu Franco Perpetuo é jornalista e tradutor, ministra cursos na Casa do Saber e colabora com a Revista Concerto.
“Sibyl Sanderson! Não é sem uma emoção pungente que recordo essa artista ceifada pela morte impiedosa, em plena beleza, no florescimento glorioso de seu talento”, escreve o compositor Jules Massenet (18421912) em Mes souvenirs (Minhas lembranças), livro autobiográfico que ele publicou pouco antes de falecer, em 1912. “Manon ideal na Opéra-Comique; Thaïs inesquecível na Opéra, esses papéis se identificavam com o temperamento, a alma de elite dessa natureza, uma das mais magnificamente dotadas que conheci”. Fascinado pelo desempenho da cantora californiana no papel-título de sua mais célebre ópera, Manon, Massenet escreveria especialmente para ela duas partituras: Esclarmonde (1888) e Thaïs (1894). Para biógrafos do compositor, seu envolvimento com a soprano transcendia o palco. Rodney Milnes, no verbete sobre Massenet no New Grove Dictionary of Opera, afirma que, no caso de Sanderson, “a evidência externa sugeriria sexo na cabeça em vez de na cama”, já que a cantora “tinha uma mãe dominadora, e seus interesses provavelmente se encaminhavam em outras direções”. Caso esteja certa, a teoria de Milnes talvez ajude a explicar a razão para o compositor ter resolvido dedicar à moça Thaïs, obra fortemente marcada por tensão erótica não resolvida. Décimo-segundo e último filho de um fabricante de lâminas de foice da região de Saint-Étienne que se mudou para Paris quando ele tinha seis anos de idade, Massenet foi instruído ao teclado pela mãe e, nesse instrumento, destacou-se no Conservatório e na vida musical da capital, sustentando-se como professor de piano e timpanista de orquestras de ópera, função em que se familiarizou com a linguagem lírica da época. Massenet teria tocado, aos 16
ENTRE MIADOS E ONDAS DO MAR Filha de um poderoso magis-
trado californiano, Sybil Sanderson (1865-1903) foi descrita orgulhosamente pelo The New York Times, em 1897, quando de seu casamento com o milionário Antonio Terry (filho de Thomas Terry, o Rei do Açúcar em Cuba) como “uma das maiores beldades da capital francesa, palma conferida pelo voto popular”. Sanderson entrou na vida de Massenet em 1887, quando, aos 22 anos, foi cantar o papel-título de Manon, sob o pseudônimo de Ada Palmer. Casado e com o dobro da idade da moça, o músico teria se encantado não apenas com sua beleza física, mas também com uma voz que, embora os relatos da época não descrevam como particularmente bela ou volumosa, possuía a excepcional extensão de três oitavas. O compositor não apenas ajudou a soprano a preparar o papel, como ainda o modificou por causa dela, incorporando as alterações na partitura de Manon que faria publicar em 1895. Para ela, comporia sua obra mais wagneriana e ambiciosa – Esclarmonde, fábula medieval estreada em 1888. Seguiram-se então a hoje esquecida Le Mage (1891) e a estreia de Werther, concluída antes de Esclarmonde, em 1887, mas que só teve a chance de subir ao palco em Viena, cantada em alemão, em 1892. De regresso da capital austríaca, Masse-
19 18 Thaïs Irineu Franco Perpetuo
anos (1859), na estreia da ópera Fausto, de Charles Gounod (1818-1893), uma influência que se revelaria duradoura – mais tarde, o compositor seria designado como ‘le fille de Gounod’ (o filho de Gounod). Contemporâneo e amigo de Georges Bizet (1838-1875) – ao lado de quem serviu na guarda nacional durante a malfadada guerra franco-prussiana de 1870-71 –, Massenet se consolidaria, após o falecimento precoce do autor de Carmen, como o principal compositor francês de sua geração. Transformou-se em um concorrido professor do Conservatório de Paris (cuja direção recusou-se a assumir por duas vezes), tendo entre seus alunos o compositor carioca Francisco Braga (1868-1945), autor de Jupyra. De suas 34 óperas, apenas duas, hoje, têm lugar garantido no repertório internacional: Manon (1884, baseada no mesmo livro do Abade Prévost que inspiraria Manon Lescaut, de Puccini) e Werther (1892, a partir de Goethe). Quanto à popularidade, Thaïs poderia ser colocada em posição intermediária: se, por um lado, nunca desfrutou da difusão dessas outras duas, por outro jamais saiu totalmente do repertório, recebendo encenações e gravações periódicas. E, como item isolado, a Meditação que faz a transição entre os dois quadros do segundo ato talvez seja a composição instrumental mais célebre de Massenet.
net foi abordado pelo libretista Louis Gallet (1835-1898, que escrevera para o compositor os textos dos oratórios Marie-Magdaleine e Ève, e das óperas Le Roi de Lahore e Le Cid) e pelo editor Henri Heughel (1844-1916) com a sugestão de adaptar Thaïs, romance recentemente publicado (1891) pelo escritor Anatole France (1844-1924). “A sedução foi rápida, completa. No papel de Thaïs, eu via Sanderson. Ela pertencia à Opéra-Comique, então eu faria a obra para esse teatro”, escreve o compositor em suas memórias. Massenet partiu, então, com a família para o litoral, levando “um amigo que não me abandonava de dia nem de noite, um enorme gato angorá cinza, de pelo longo e sedoso”. “Eu trabalhava sentado a uma grande mesa, colocada em frente a uma varanda, contra a qual as vagas do mar, desenvolvendo-se por vezes com impetuosidade, vinham se quebrar, em espuma”, descreve o autor de Manon. “O gato, instalado sobre a mesa, deitado praticamente em cima das minhas folhas, com uma sem-cerimônia que me maravilhava, não podia admitir o barulho tão estranho e ruidoso das ondas, alongando a pata e mostrando as garras, como que para repeli-las!” Concluída, assim, entre miados e marulhos, Thaïs sofreria ainda modificações devido aos caprichos da diva que deveria interpretá-la. Quando o compositor já havia finalizado a partitura, descobriu que Sanderson, nesse meio-tempo, trocara de teatro em Paris: da Opéra-Comique, passara à Opéra Garnier. A mudança de endereço acarretaria também alterações estilísticas: espetáculos no Palais Garnier exigiam um balé, que o compositor criou em seguida. Apesar da popularidade de Sanderson (que chegou a expor seu busto na estreia, em 16 de março de 1894, ocorrência cujo caráter alegadamente acidental é colocado em dúvida pelos pesquisadores) e do compositor, Thaïs não chegou a fazer sucesso na primeira temporada. “A imprensa! Má! Tema imoral! Acabou!” foram as palavras com que, de acordo com Massenet, os diretores da Opéra Garnier o receberam. Em 1897, o compositor revisou a obra, acrescentando o episódio do oásis (primeira cena do terceiro ato), suprimindo o balé original e o interlúdio do segundo ato (Sinfonia dos Amores de Afrodite) e fornecendo um novo bailado para a conclusão do segundo ato. No novo formato, a ópera subiu à cena em 1898, mas novamente sem estourar. Ao que parece, a virada decisiva para a fortuna de Thaïs aconteceu quando a protagonista foi encarnada por Lina Cavalieri, em Milão, em 1903. A diva repetiu o êxito italiano na Opéra de Paris quatro anos mais tarde, garantindo a permanência do título no repertório do Palais Garnier até 1956, com cerca de 700 performances. Começou, então, a carreira internacional da ópera:
O NOBEL SEDUZIDO “O filho de um livreiro pobre não pode receber nenhum brilho a mais com o anúncio de que o Prêmio Nobel de Literatura de 1921 foi concedido a ele”, escreveu o New York Times, ao noticiar que Anatole France fora agraciado com a mais ambicionada de todas as honrarias literárias. Prosseguia o jornal norte-americano: “sua fama já é tão grande em todos os países em que o melhor da literatura é apreciado que não precisa do selo formal de um prêmio”. Nascido François (de onde veio o apelido France) Anatole Thibault, Anatole France foi um escritor prolífico, cujo estilo, moldado em Voltaire, Fénélon e Renan, caracterizava-se pela ironia e pelo ceticismo. Engajou-se em causas públicas, especialmente o Caso Dreyfus, que dividiu a França entre acusadores e defensores (dentre estes últimos, France e Émile Zola) do oficial de artilharia de origem judaica Alfred Dreyfus, injustamente acusado de traição e espionagem para a Alemanha. Tido como o modelo adotado por Proust para o personagem Bergotte (Em Busca do Tempo Perdido), simpatizava com o socialismo. Visitou o Brasil em 1909, o que só fez aumentar sua popularidade por aqui: “sei dizer que era um feitiço, uma coqueluche, uma deliciosa peste o anatolismo”, afirmaria o poeta, crítico, folclorista e ensaísta Augusto Meyer (1902-1970). Educado em um colégio de padres, o Collège Stanislas, France nutria sentimentos anticlericais. No capítulo que dedica ao escritor em Rumo À Estação Finlândia, Edmund Wilson afirma que France “odiava os padres também por julgar que a educação católica tinha por objetivo reprimir os instintos naturais, que era hostil à beleza e à sensualidade” – temática que ele abordaria em Thaïs. A fonte original da obra, aparentemente, foi Pafnutius ou a Conversão da Meretriz Taís, peça escrita em latim, no século X, pela religiosa germânica Hrotsvitha de Gandersheim (935-1002), tratando da relação entre Santa Taís, uma cortesã de Alexandria, e Paphnucio, o Ascético, monge responsável por sua conversão. Em Anatole France, assim como na ópera, há um embate entre o desejo carnal e as aspirações celestiais: Paphnucio (em francês, Paphnuce) converte Taís ao cristianismo, porém sucumbe à sua própria luxúria. Ao adaptar o livro para o palco, Gallet deixa de lado os longos diálogos filosóficos e o relato sobre o passado dos protagonistas. Modifica, ainda, o nome do religioso. Com a habitual ironia, France narra: “confessou-me Gallet seu embaraço
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só em São Paulo, foram oito produções entre 1918 e 1951, destacando a presença, no papel-título, nas temporadas de 1919, 1923 e 1925, da célebre Ninon Vallin (1886-1961).
em conservar o nome de Paphnuce para meu herói, pela dificuldade de encontrar boas rimas para ‘uce’. Só achou puce (pulga) e prepuce (prepúcio). Por isso, mudou o nome de Paphnuce para Athanaël, que rima com ciel (céu), autel (altar), irréel (irreal), miel (mel), palavras de bom tom social”. Rimas, contudo, não são a principal característica do libreto de Thaïs. Em artigo publicado no Le Ménéstrel no ano da estreia da ópera, Gallet explica que Massenet lhe pediu um texto “bastante livre, bastante flexível, bem maleável”. Assim, ele optou por um libreto com “rigores da arte poética”, buscando “a sonoridade e a harmonia das palavras”, observando “o número e o ritmo”, esforçando-se por “conter a ideia em limites métricos”, mas liberando-se “da obrigação absoluta da rima”. Alguns chamariam isso de poema em prosa. Gallet, porém, rejeita a definição, preferindo falar em ‘poème mélique’ (poema mélico) – expressão que ele toma emprestada à poesia grega. “De vez em quando, contudo, uma rima soa, inesperada, como para surpreender e divertir o ouvido, sem modificar a disposição da construção musical”. Ao demandar um texto flexível, Massenet desejava se libertar das amarras das formas estróficas, para deixar fluir sua inspiração melódica, especialmente feliz em longas frases em 9/8 e 12/8 – uma marca estilística que se tornou conhecida como ‘phrase Massenétique’ (frase de Massenet). Tal melodismo é embalado pela linguagem harmônica e orquestral característica, assim como o jogo de reminiscências motívicas, de uma geração que havia estudado Wagner, mas filtrado as influências do compositor alemão a ponto de transformá-las em um idioma próprio e autoral. Assim, apesar de suas resistências iniciais ao libreto, Anatole France acabou se curvando ao poder de sedução da música de Massenet, dirigindo ao compositor uma carta humilde e carinhosa. “Querido mestre, Você elevou minha pobre Thaïs ao primeiro escalão das heroínas líricas. Você é minha mais doce glória. Estou encantado. Assieds-toi près de nous [trecho do segundo quadro do primeiro ato], a ária a Eros, o duo final, tudo é de uma beleza sedutora e grande. Sou feliz e orgulhoso por ter fornecido o tema a partir do qual você desenvolveu as frases mais inspiradas. Aperto a sua mão com alegria. Anatole France”
Montagem da 贸pera Tha茂s no Teatro Regio de Turim, em 2008.
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O UNIVERSO ESPIRITUAL E LITERÁRIO DE THAÏS ENTRE O FIN DE SIÈCLE EUROPEU E A ANTIGA ALEXANDRIA MAURÍCIO MARSOLA Maurício Marsola é professor de Filosofia Antiga da Universidade Federal de São Paulo.
Uma confluência de tradições acerca da imagem do eremita tentado no deserto recebem elaborações literárias em diversos momentos da segunda metade do século 19. Tais são os casos do conto Padre Sérgio, de Tolstói, do poema romanceado A tentação de Santo Antão, de Flaubert, e da obra Thaïs, de Anatole France, publicado originalmente em 1890, que inspira a ópera de Massenet. Suas fontes de inspiração literária mais remotas são as narrativas sobre a vida e os ditos dos Padres do Deserto e de filósofos das escolas helenísticas tardias, sobretudo da escola cética, que narravam diversos eventos pitorescos ocorridos na vida dos filósofos. Do ponto de vista histórico, a partir do século 2 de nossa era, um grande número de cristãos foge dos ambientes urbanos, nos quais não mais encontravam condições para viver com fidelidade ao ideal evangélico dos primeiros tempos, e busca a vida monástica nos desertos da Palestina, da Síria e do Egito, quando passa a se constituir uma literatura especifica desse gênero de vida, mas que se apresentam apenas como pano de fundo das obras referidas. Esses monges viviam como eremitas, ocupando túmulos vazios, grutas abandonadas ou como cenobitas, isto é, em comunidades que eram denominadas cenóbios. É em um cenóbio da Tebaida que se passa a primeira cena da ópera de Massenet. No romance de Anatole France há uma combinação de debate casuístico sobre questões morais, vinculado aos mais diversos modelos de formulação de argumentos presentes em tais escolas filosóficas. Entretanto, é a figura do monge tentado, da tentação maior do monge de abandonar sua própria condição monástica, que constitui um elemento comum às obras de France, Tolstoi e Flaubert. No caso da obra de Flaubert, Santo Antão é o modelo histórico e literário da figura do monge-ere-
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mita, que renuncia a tudo e foge para o deserto para viver exclusivamente dedicado à busca de Deus. Após lhe ser apresentado a um grande número de imagens vinculadas à luxúria, ao dinheiro ou ao poder, como a rainha de Sabá, será a sutileza da mais espiritual das tentações que assolará a alma do eremita e ameaçará sua perseverança na busca de Deus no deserto: afinal, qual seria a origem do nosso mundo, Deus ou a matéria? Há um sentido e uma finalidade de sua vida de renúncias? Estaria buscando a Deus ou seguindo uma ilusão? Questões intelectuais que abalam o mais íntimo da razão de sua fé e invadem o âmago de sua vida espiritual, mas Antão resiste. É assim que, não apenas em Flaubert, mas na obra de Anatole France, aparece essa verdadeira pandemia de questões e versões filosóficas e religiosas que refletem o clima espiritual do final da Antiguidade, sobretudo em relação a uma das capitais mais efervescentes da época, a Alexandria dos séculos 3 e 4 de nossa era, na qual transcorre o enredo da ópera. Recebendo um impulso decisivo na dinastia dos Ptolomeus, a cidade era um dos mais prestigiosos centros nos quais havia se concentrado todo o conjunto da cultura helênica. Basta recordar a célebre biblioteca de Alexandria, bem como as escolas filosóficas e de formação cultural ali presentes. Ao contrário do que ocorre no Padre Sérgio, de Tolstói, na ópera de Massenet, o universo conflituoso aparece veemente. Em Padre Sérgio, a situação de conflito e tentação do monge taumaturgo, personagem título do conto, dá lugar a uma conversão maior. Ou seja, após ceder à tentação, o monge abandona sua condição, mas vai em direção a uma vida de anonimato e simplicidade na qual o monaquismo é vivido de modo ainda mais profundo (retratado no belo filme dos irmãos Taviani, Noites com sol, baseado no conto de Tolstói). Já no caso da obra de Massenet, o monge Athanaël havia se retirado para o deserto após uma adolescência luxuosa e viciosa, mergulhada nos elegantes argumentos da filosofia cética e nos prazeres oferecidos pela metrópole alexandrina. Sente, então, após um sonho, a imperiosa necessidade de exortar a cortesã Thaïs a salvar sua alma e renunciar ao mundo. O sonho é tradicionalmente um canal de manifestação dos deuses ou do divino, um veículo oracular, mas, na tradição monástica, é também um plano em que a mente está aberta ao delírio e à tentação. Apesar da advertência de seu pai espiritual, Athanaël vai até Alexandria e dirige-se a Thaïs que, no cume das honras de cortesã e saciada de prazeres, mas agora repleta de tédio, converte-se. Lembremos que o tédio é um elemento marcante de várias obras do fin de siècle europeu. Ele resulta do luxo, da luxúria e das várias condições da vida moderna urbana emergente. A projeção dessas categorias para o ambiente urbano do final da Antiguidade é também uma característica de diversos autores. Recordem-se as diversas repre-
sentações poéticas nas Flores do mal, de Baudelaire ou o olhar de tédio em meio ao prazer do rei Sardanapalo, em A morte de Sardanapalo, de Delacroix. O tédio, por outro lado, aparece na literatura monástica primitiva, com ricas descrições, como um grande elemento de tentação que pode fazer com que o monge abandone sua vida no deserto. A polaridade entre a vida de luxúria e a conversão presente no enredo é marcada por uma dualidade entre carne e espírito, corpo e alma, paixão e bem-aventurança que está no coração do conflito trágico que se passa na alma do monge. Essa dualidade faz parte de uma moralidade típica do ambiente moral e literário em que a ópera é escrita. Na figura do monge, é marcante a figura da maceração física e da impossibilidade simultânea de livrar-se das imagens da amada. É um conflito que se projeta no passado, mas que pode encontrar referenciais em algumas correntes de pensamento presentes em Alexandria, das quais a mais forte nesse sentido foi o gnosticismo ou gnose. A gnose foi um grande movimento religioso e filosófico que possuiu muitas matrizes. Havia gnósticos que eram cristãos e que reelaboravam a fé do cristianismo primitivo, outras que mesclavam elementos da filosofia grega, como o platonismo, com diversas versões das religiões orientais, como as tradições religiosas persas e egípcias. Sendo um movimento de muitas versões, algumas delas possuíam uma grande elaboração acerca da gênese do mundo e do ser humano. Na cosmogonia de algumas escolas gnósticas há uma divisão entre o mundo que está para além da matéria, uma dimensão espiritual que possui diversos níveis, cujo princípio é o Bem, e o mundo material, no qual vivemos, e que possui um princípio Mal, enraizado na matéria, da qual também provém os corpos. Bem e Mal marcam a dualidade entre matéria e espírito. Há, portanto, um conflito permanente que é percebido pelo gnóstico, que possui consciência de sua condição de exilado num mundo material e busca fugir em direção ao plano além do sensível, o mundo do pneuma ou espírito. Logo, ele busca uma conversão que o liberte do mal da matéria e do mundo sensível e possa uni-lo ao inteligível. Assim, há pessoas que são materiais, marcadas por estarem voltadas para o mal e para a matéria, outras que são chamadas pelos gnósticos de psíquicas, ou seja, estão voltadas para o mundo prático, mas podem também se voltar para a alma, a psiquê. No entanto, são de gênero particular que tem condições de receber um ensinamento espiritual e alcançar a salvação é o gnóstico. Nesse quadro, noções como as de conversão e salvação, já presentes em algumas das escolas filosóficas greco-romanas, agora em confluência com o cristianismo, adquirem um sentido particular. Originalmente, converter-se significa uma mudança na direção do olhar, ou seja, voltar o olhar da alma, as aspirações mais profundas, para outra vida, outra realidade, que se apresenta como uma
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alternativa para uma vida mais feliz ou para um plano de transcendência ao qual o convertido volta-se por força de um movimento interior. A conversão filosófica, por exemplo, deve levar a outro modo de vida, à busca de uma forma prudente e sábia de viver de acordo com os princípios da escola filosófica à qual alguém se converte, por exemplo, ser epicurista ou estóico. Muitas vezes, é marcante da conversão uma grande decepção amorosa, um esgotamento de sentido, um vazio existencial. Isso pode ocorrer em diversos casos de conversão religiosa, como a conversão ao cristianismo. Mas tal coloração da conversão é acentuada na perspectiva romanceada do drama do monge que gravita em torno à figura de Thaïs. Note-se que Thaïs é uma pagã devota de Vênus, não apenas deusa do amor, mas da fertilidade e da vitalidade universais. É patrona das fontes da vida. De outro lado, a tensão marcante de sua figura de convertido de Athanaël é transferida para a personagem que ele ama e busca converter, mas que se reverte na negação e na outra forma de angústia ocorridas no desfecho do drama. Um dos trechos mais famosos da peça é o interlúdio intitulado Meditação. Na Antiguidade greco-romana, meditação pode significar a leitura em voz alta de uma obra ou a reflexão sobre seu conteúdo. Posteriormente, ela significa também o exame de si próprio e a reflexão sobre o modo como as variações das paixões se manifestam na alma, visando sua terapia. Não se trata de uma transposição imediata desses sentidos para o plano musical da ópera, mas eles adquirem uma intensidade interiorizada que marca tanto o quadro espiritual dos personagens quanto o núcleo trágico no qual estão agora envolvidos em meio à divisão entre a visão do transcendente, que se interpõe na figura de Thaïs no deserto a recitar a sapiência monástica que a buscava converter, e o abismo do desespero e da perda daquele que a amava.
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O RESGATE DE THAÏS ARTHUR DAPIEVI
Arthur Dapievi é jornalista, crítico musical e colunista do jornal O Globo.
Méditation é uma das melodias mais conhecidas no universo da música clássica. Pode ser ouvida como o ponto central da ópera Thaïs, de 1894, ou como uma peça isolada, no encore de apresentações de violinistas com orquestras. Segundo detratores, Méditation seria a prova mais contundente da suposta mediocridade de Jules Massenet (1842-1912). Juntamente com Manon e Werther, Méditation foi a única de suas obras a sobreviver firme no repertório fora da França depois de sua morte. Na ocasião, acusações que já o rondavam em vida – conservadorismo composicional, oportunismo comercial, excesso de sentimentalismo – ganharam status de estigmas. Não faz muito tempo que a posteridade passou a ser mais generosa com ele. Méditation, então, começou a ser encarada menos pelos preconceitos e mais pelo que de fato é. A peça para violino solo, orquestra e, opcionalmente, coro murmurante fora do palco, é central de várias formas, não apenas em e para Thaïs, mas para a própria apreciação do legado de Massenet. Na ópera, ela foi colocada entre a primeira e a segunda cena do segundo dos três atos – mais central impossível, estrutural e literalmente falando – que contam o reencontro e o desencontro entre a personagem-título, uma cortesã, e o monge cenobita Athanaël no Egito do século 4 d.C. Méditation também é ‘central’ porque marca o momento em que Thaïs, após ser instada por Athanaël, vê a luz da fé e decide abandonar os luxos materiais e os prazeres da carne em Alexandria para se isolar em um convento no meio do deserto. A indicação de Massenet, méditation religieuse, fala tanto do conteúdo quanto da forma. O solista e a orquestra devem tocar com o sentimento compatível. Quando o coro invisível é utilizado, potencializa o efeito ‘os céus se abrem’, digno de Cecil
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B. DeMille. Isso nem sempre acontece, por razões materiais ou intenções estéticas das diversas produções para palco ou estúdio de gravação. Entre os muitos arranjos para Méditation existe até um – primeiramente gravado em 2011, pela soprano francesa Nathalie Manfrino, com a Filarmônica de Monte Carlo sob a regência do grande Michel Plasson – que insere a letra em latim da Ave Maria sobre a melodia de Massenet. Esta necessidade de dotar Méditation de um significado verbal é sintoma de uma estranheza: a de que numa ópera, gênero onde convencionalmente os personagens cantam suas ideias e seus sentimentos para o público, um momento tão importante na trama quanto a conversão – ou reconversão – de Thaïs ao cristianismo tenha sido deixado a cargo de uma peça instrumental. Méditation costuma durar entre cinco e seis minutos. É um andante em Ré maior, de construção ardilosamente simples: exposição, repetição modulante, desenvolvimento, reexposição e coda. Essa estrutura reiterativa ajuda a fixar a melodia na consciência do ouvinte. Ainda que fosse ouvida uma única vez durante a ópera, ela o perseguiria pelas ruas. Não bastasse isso, fragmentos de Méditation são ouvidos outras vezes até o final de Thaïs, sempre que Massenet sente a necessidade de reafirmar a solidez da fé da personagem, inclusive na arrebatadora cena final, na qual ela está morrendo, sob uma figueira, cercada pelas irmãs de convento. Essa supressão da voz (interior, inclusive) em prol do instrumento solista e da orquestra torna-se ainda mais enigmática quando se sabe que o compositor tinha um ouvido excepcional para a prosódia francesa. Isso o tornava particularmente bom em casar letras e melodias de modo natural. Como anota Gottfried R. Marschall num ensaio publicado em uma edição da revista francesa L’Avant Scène Opéra dedicada a Thaïs em 1988: “Procuramos em vão qualquer erro de prosódia. Muito pelo contrário: com admirável minúcia, ele traça as finas inflexões da prosódia francesa; acentos naturais e acentos de ênfase são observados com precisão; a suspensão melódica ao final das frases, as sutilezas em matéria de durações e de pesos, as nuances que mostram as intenções comunicativas (questão, ordem, asserção) e os valores psíquicos (sonhos, medo, paixão...): tudo é feito musicalmente com uma correção e com um realce dramático que jamais são exagerados, nem mesmo nas árias.” Marschall aponta ainda que, em Massenet, o canto é sempre o modelo da melodia instrumental, nunca o contrário, como ocorria nas piruetas do bel canto. Isto explica parte do seu sucesso na França. Compatriotas se escutam em seus personagens, mesmo quando estes “vivem” no Egito do século 4 ou na Alemanha do século 18 (caso de Werther, cuja versão em francês estreou em 1893, ópera que compõe o trio de ouro de Massenet com Thaïs e Manon). Uma terceira maneira de considerar Méditation central para se entender o autor é que nela está exposto o seu enorme talento para a melodia pura e simples. Ele ocorre não apenas
em peças instrumentais como esta, claro, mas também e, sobretudo, em árias, duetos e conjuntos que casam tão bem melodia e texto – o que é ainda mais notável porque Massenet não era o autor dos próprios libretos, como o era Wagner, fantasma com que todos os compositores da segunda metade do século XIX tinham de se haver de uma forma ou de outra. Aqui, em Thaïs, há belas passagens em Toi, que mis la pitié dans nos âmes, cantada por Athanaël, ou em Qui te fait si sévère, pela personagem-título. Sem falar no tema dos cenobitas. Isso para ficarmos apenas no primeiro ato. As razões para o perene sucesso de Méditation, no entanto, não se esgotam na singela beleza de sua linha melódica, algo que, em aparente paradoxo, apenas um compositor altamente sofisticado estaria apto a alcançar. Sobretudo entre as audiências das primeiras apresentações de Thaïs, a peça para violino solo representava também uma passagem moralizante: o momento em que a cortesã que conhece todas as delícias do amor terreno se deixa tocar pelo amor celestial, o momento primordial de sua redenção, redenção que só se completará com sua morte, tão abrupta quanto a sua iluminação. A egípcia Thaïs é bastante diferente de outra protagonista ‘exótica’ da ópera francesa, a cigana Carmen, apresentada ao público parisiense quase vinte anos antes, em 1875. Se a personagem de Bizet morre fiel à convicção de que é dona do próprio nariz, Thaïs reconhece os seus pecados, se arrepende deles e resolutamente os deixa para trás, a ponto de sequer notar os apelos carnais do também transformado – mas em sentido inverso, do céu à terra – Athanaël à beira do seu leito de morte. Seja como for, como Carmen e tantas heroínas no mundo da ópera, Thaïs deve morrer. O libreto de Louis Gallet baseava-se no romance homônimo de Anatole France, mas fez o que pôde para filtrar as tintas anticlericais deste. A queda em tentação do monge Athanaël (no livro, o personagem se chama Paphnuce) não tem nada, ou ao menos bem pouco, do ridículo pretendido pelo original. Sua “troca de papéis” com a ex-cortesã, em vez de escarnecer de sua recém-assumida lascívia, tão somente valoriza a surpreendente beatitude dela. Aliás, pode ter havido uma verdadeira Thaïs, prostituta e dançarina arrependida naquele Egito então sob domínio romano. Por sua renúncia à mundanidade, ela foi canonizada pela Igreja católica, que a celebra a cada 8 de outubro. Um egiptólogo francês, Albert Gayet, chegou a anunciar a descoberta dos corpos mumificados de Thaïs e de São Serapião – candidato a ter sido o seu guia espiritual, assim como, sim, um São Paphnutius – nas cercanias de Antinoópolis. Os restos mortais e as demais descobertas arqueológicas seriam exibidos em 1908, no Museu Guimet. Porém, Gayet depois admitiria não poder estabelecer se as múmias de fato pertenciam aos dois santos. Seja
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como for, a exposição teve milhares de visitantes fervorosos. Segundo Jacques Bonnaure, em sua pequena biografia de Massenet, publicada em 2011, o compositor estava entre eles, muito embora sua relação com a religião fosse guiada, ela também, pelo espírito que sempre lhe valeu acusações de populismo. “Não levo a sério essas cantigas hipócritas, mas o público gosta e devemos sempre dar razão ao público”, disse ao colega Vincent d’Indy, horrorizando-o para sempre. Na ocasião, o jovem admirador estava elogiando o oratório Marie-Magdeleine (1873), cheio de belas melodias, o primeiro grande sucesso de Massenet. A despeito de seu libreto moralizante e de seus êxtases religiosos, Thaïs não escapou de ser uma ópera escandalosa. Massenet cultivava a fama de mulherengo. Outra das muitas acusações que sofreu, ainda em vida, era a de que escrevia “música para mulheres”. Há dois sentidos nisso. Ambos são misóginos. Ele escrevia para mulheres cantoras, fascinado pela voz da soprano, enquanto a maioria de seus antecessores franceses privilegiava o viril tenor. Ele escrevia para mulheres espectadoras, que ficavam enfeitiçadas pelo sentimentalismo e pela simplicidade de suas melodias. Uma cantora, em particular, seria para sempre associada à Thaïs: a jovem californiana Sybil Sanderson. Massenet já compusera para ela Esclarmonde, em 1889, ano da publicação do romance Thaïs, de Anatole France. A ópera de mesmo nome estava destinada à Opéra-Comique – o que não significava necessariamente ser uma comédia, mas sim apresentar diálogos falados. Entretanto, um desacerto financeiro entre miss Sanderson e o diretor do teatro levou-a para a Opéra Garnier, forçando Massenet a mudar a partitura, entre outras coisas incluindo o balé obrigatório nas obras montadas no novo destino. Thaïs afinal estreou na Opéra Garnier, em 16 de março de 1894. Nessa primeira apresentação, miss Sanderson exibiu os seios, aparentemente por acidente. Pode-se imaginar o escândalo. Sem jamais repetir os sucessos iniciais, ela morreria em 1903, aos 38 anos, de pneumonia. Massenet fez-lhe o elogio fúnebre, destacando “beleza, graça, generosidade e talento”. No século 20, a ópera Thaïs protagonizaria um verdadeiro concurso de figurinos exíguos e/ou transparentes, até que outra soprano californiana, Carol Neblett, numa produção de 1973 em Nova Orleans, se tornasse a primeira cantora importante a efetiva e brevemente ficar nua num palco.
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HISTÓRICO DE APRESENTAÇÕES
/ ESTREIA MUNDIAL
16 de março de 1894 Opéra Garnier, Paris Paul Taffanel Regente Sybil Sanderson Thaïs Jean-François Delmas Athanaël Albert Alvarez Nicias François Delpouget Palémon Jeanne Marcy Crobyle Laure Beauvais Albine Meyrianne Héglon Myrtale Euzet Servo
/ PRIMEIRA APRESENTAÇÃO NO BRASIL
21 de setembro de 1918 Theatro Municipal do Rio de Janeiro Henri Büsser Regente Yvonne Gall Thaïs Marcel Journet Athanaël Arthur Dubois Nicias
/ APRESENTAÇÕES NO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO 12 e 19 de outubro de 1918 Henri Büsser Regente Yvonne Gall Thaïs Marcel Journet Athanaël Arthur Dubois Nicias Giuseppe Menni Palémon Tina Dubois Crobyle Tina Dubois Albine Lucia Torelli Myrtale Corrado Rendano Servo
/ 1923 OUTUBRO Gino Marinuzzi Regente Mario Sammarco Diretor Cênico Ninon Vallin-Pardo Thaïs Marcel Journet Athanaël Luigi Nardi Nicias Gino de Vecchi Palémon Agnese Porter Crobyle Maria Lilloni Albine Maria Lilloni Myrtale Ciro Scafa Servo
/ 1925 OUTUBRO Alceo Toni Regente Ninon Vallin-Pardo Thaïs Armand Crabbé Athanaël Lamberto Bergamini Nicias Vincenzo Cassia Palémon Agnese Porter Crobyle Fernanda Denti Albine Fernanda Denti Myrtale
/ 1926 AGOSTO Edoardo Vitale Regente Guido Bartera Diretor Cênico Yvonne Gall Thaïs Vanni Marcoux Athanaël Georges Ovido Nicias Gustave Huberdeau Palémon Anita Apolloni Crobyle Olga di Franco Albine Olga di Franco Myrtale Raffaele Marcotto Servo
/ 1943 SETEMBRO Jean Morel Regente Mario Girotti Diretor Cênico Solange Petit-Renaux Thaïs Daniel Duno Athanaël Mario de Lorenzo Nicias Americo Basso Palémon Florence Fisher Crobyle
/ 1944 SETEMBRO Ernst Mehlich Regente Mario Girotti Diretor Cênico Solange Petit-Renaux Thaïs Daniel Duno Athanaël Mario de Lorenzo Nicias Alexandre de Lucchi Palémon Ghita Taghi Crobyle Ida Dertonio Albine Ida Dertonio Myrtale
/ 1951 ABRIL Armando Belardi Regente Solange Petiti-Renaux Diretora Cênica Nadir Figueiredo / Lena Monteiro de Barros Thaïs Luiz Nascimento Athanaël Edgard Lafourcade Nicias Americo Basso Palémon Wanda Bonfim Crobyle Kleuza de Pennafort Albine Kleuza de Pennafort Myrtale
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Vera Eltzova Albine Vera Eltzova Myrtale
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Gino Marinuzzi Regente Ninon Vallin-Pardo Thaïs Armand Crabbé Athanaël Carlo Rainier Nicias Umberto Arcelli Palémon Annita Giacomucci Crobyle Maria Carena Albine
Histórico de Apresentações
/ 1919 OUTUBRO
Lorin Maazel Regência Beverly Sills Thaïs Sherrill Milnes Athanaël Nicolai Gedda Nicias John Alldis Choir e New Philharmonia Orchestra EMI
Marcello Viotti Regência Eva Mei Thaïs Michele Pertusi Athanaël William Joyner Nicias Coro e Orquestra do Teatro La Fenice de Veneza Dynamic
Jésus Etcheverry Regência Renée Doria Thaïs Robert Massard Athanaël Michel Senechal Nicias Coro e Orquestra Sinfônica de Paris Accord
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GRAVAÇÕES DE REFERÊNCIA
Gianandrea Noseda Regência Stefano Poda Direção cênica Barbara Frittoli Thaïs Lado Ataneli Athanaël Alessandro Liberatore Nicias Orquestra e Coro do Teatro Regio de Turim Arthaus Musik
Jesús López-Cobos Regência John Cox Direção cênica Renée Fleming Thaïs Thomas Hampson Athanaël Michael Schade Nicias Orquestra e Coro do Metropolitan Opera Decca
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Montagem da 贸pera Tha茂s no Teatro Regio de Turim, em 2008.
Ópera em três atos, sete quadros Poema de Louis Gallet a partir do romance de Anatole France Música de Jules Massenet THAÏS atriz e cortesã ATHANAËL cenobita NICIAS jovem filósofo sibarita PALÉMON velho cenobita CROBYLE escrava MYRTALE escrava ALBINE abadessa LA CHARMEUSE UM SERVO CENOBITAS CORO
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LIBRETO THAÏS
PRIMEIRO ATO PRIMEIRO QUADRO ACTE PREMIER PREMIER TABLEAU
[A Tebaida. As cabanas dos cenobitas às margens do Nilo. O dia ainda não chegou ao fim; doze cenobitas e o velho Palémon estão sentados em volta de uma mesa longa. No meio, Palémon preside a refeição frugal e tranquila. Um lugar está vago, o de Athanaël.]
[La Thébaïde. Les cabanes des Cénobites aux bords du Nil. Ce n’est pas encore la fin du jour; douze Cénobites et le vieux Palémon sont assis autour d’une longue table. Au milieu, Palémon préside le frugal et paisible repas. Une place est vide, celle d’Athanaël.]
UM CENOBITA UN CÉNOBITE
Eis o pão.
Voici le pain.
UM OUTRO UN AUTRE
E o sal.
Et le sel.
UM OUTRO UN AUTRE
E o hissopo!
Et l’hysope!
UM OUTRO UN AUTRE
Eis o mel.
Voici le miel.
UM OUTRO UN AUTRE
E eis a água!
Et voici l’eau!
PALÉMON
[levantando-se, com unção.] Toda manhã o céu espalha sua graça no meu jardim, como um orvalho. Louvemos a Deus os bens que ele nos dá e oremos para que nos guarde em sua paz!
[se levant, avec onction.] Chaque matin le ciel répand sa grâce sur mon jardin, ainsi qu’une rosée. Bénissons Dieu dans les biens qu’il nous donne et prions-le qu’il nous garde en sa paix!
OS CENOBITAS LES CÉNOBITES
Que os demônios negros do abismo fiquem longe do nosso caminho! [Os cenobitas continuam sua refeição tranquilamente.]
Que les noirs démons de l’abîme s’écartent de notre chemin! [Paisiblement les Cénobites continuent leur repas.]
UM CENOBITA UN CÉNOBITE
[quebrando o silêncio.] Sobre Athanaël, nosso irmão, estenda, Senhor, a força do seu braço!
[rompant le silence.] Sur Athanaël, notre frère, étends, Seigneur, la force de ton bras!
VÁRIOS CENOBITAS PLUSIEURS CÉNOBITES
[com respeito.] Athanaël!…
[avec respect.] Athanaël!…
OUTROS CENOBITAS D’AUTRES CÉNOBITES
Bem longa é sua ausência!…
Bien longue est son absence!…
PALÉMON
[misteriosamente.] A hora de seu regresso está próxima. Em um sonho, nessa noite, o vi apressando sua marcha em nossa direção!
[mystérieusement.] L’heure de son retour est proche … Un songe, cette nuit, me l’a montré vraiment hâtant vers nous sa marche!
OS CENOBITAS LES CÉNOBITES
[com fé.] Athanaël é um eleito de Deus! [Piedosamente] Ele se revela em sonho!… [Athanaël aparece; avança lentamente, como extenuado pela fadiga e aflição.]
[avec foi.] Athanaël est un élu de Dieu!… [Pieusement] Il se révèle dans les songes!… [Athanaël paraît; il s’avance lentement comme épuisé de fatigue et de chagrin.]
OS CENOBITAS LES CÉNOBITES
[com respeito.] Ei-lo! Ei-lo!
[avec respect.] Le voici! Le voici!
ATHANAËL
[no meio deles; dolorosamente.] Que a paz esteja com vocês!
[au milieu d’eux; douloureusement.] La paix soit avec vous!
PALÉMON E OS CENOBITAS PALÉMON ET LES CÉNOBITES
Saudações, irmão! [Todos se juntam ao seu redor.] A fadiga o oprime! A poeira cobre a sua fronte… repouse!… retome o seu lugar entre nós!… coma, beba!
Frère, salut! [Tous s’empressent autour de lui.] La fatigue t’accable! la poussière couvre ton front… repose toi !… reprends ta place parmi nous!… mange, bois!
ATHANAËL
[senta-se, deprimido, e rejeita suavemente os alimentos que lhe são apresentados.] Não! Meu coração está repleto de amargura. Volto na dor e na aflição! [Sombrio, como que assombrado, e falando consigo mesmo] A cidade está entregue ao pecado! Uma mulher, Thaïs, enche-a de vergonha! E por meio dela o inferno governa os homens!
[il s’est assis avec accablement et repousse doucement les mets qu’on lui présente.] Non! Mon coeur est plein d’amertume… Je reviens dans le deuil et dans l’affliction!… [Sombre, comme hanté et se parlant à lui même] La ville est livrée au péché!… une femme, Thaïs, la remplit de scandale! Et par elle l’enfer y gouverne les hommes!
OS CENOBITAS LES CÉNOBITES
[com curiosidade calma e simples.] Quem é essa Thaïs?
[avec une curiosité calme et simple.] Quelle est cette Thaïs?
ATHANAËL
[saindo um pouco de seu torpor para logo recair.] Uma sacerdotisa infame do culto a Vênus!
[sortant un peu de sa torpeur, y retombant de suite.] Une prêtresse infâme du culte de Vénus!
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[avec intérêt.] Quand donc reviendra-t-il?…
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[com curiosidade.] Mas quando ele voltará?…
Libreto Thaïs
OUTROS D’AUTRES
[Athanaël se levanta lentamente antes das primeiras palavras que vai dizer. Humildemente, com encanto e como se recordasse um passado distante.] Ah! Ainda criança, antes que a graça me falasse ao coração, eu a conheci! [Gradativamente mais sombrio, mais agitado.] Um dia, admito, para minha vergonha, parei diante de sua porta maldita. Mas Deus me preservou dessa cortesã, e eu encontrei a calma no deserto, amaldiçoando o pecado que poderia ter cometido! Ah! Minha alma está perturbada. A vergonha de Thaïs e o mal que ela faz me causam uma dor amarga; eu queria ganhar essa alma para Deus! Sim, eu queria ganhar essa alma para Deus!
[Athamaël se lève lentement avant les premiers mots qu’il va dire. Humblement, avec charme et comme se souvenant d’un passé lointain.] Hélas! enfant encore avant qu’à mon coeur la grâce ait parlé, je l’ai connue!… [Peu à peu plus sombre, plus agité.] Un jour, je l’avoue a ma honte, devant son seuil maudit, je me suis arrêté… mais Dieu m’a préservé de cette courtisane et j’ai trouvé le calme en ce désert, maudissant le péché que j’aurais pu commettre!… Ah! mon âme est troublée… La honte de Thaïs et le mal qu’elle fait me causent une peine amère; et je voudrais gagner cette âme a Dieu! Oui, je voudrais gagner cette âme a Dieu!
PALÉMON
[simples, com sabedoria.] Jamais devemos nos misturar, meu filho, às pessoas mundanas; temamos as armadilhas do Espírito; é o que nos diz a sabedoria eterna. [Anoitece aos poucos.] Anoitece, oremos e durmamos!
[simplement, sagement.] Ne nous mêlons jamais, mon fils, aux gens du siècle; craignons les pièges de l’Esprit; voilà ce que nous dit la sagesse éternelle. [La nuit vient peu à peu.] La nuit vient, prions et dormons!
OS CENOBITAS LES CÉNOBITES
[Com devoção] Oremos. [Todos, com um medo misterioso, a fronte curvada e as mãos juntas.] Que os demônios negros do abismo fiquem longe de nosso caminho! [Na mesma postura, afastam-se e se separam, orando, para entrarem em suas cabanas.] Senhor, abençoe o pão e a água. Abençoe os frutos de nossos jardins. Dê-nos o sono sem sonhos e o repouso inabalável!
[Dévotement] Prions. [Touts, avec une crainte mystérieuse, le front courbé et les mains jointes.] Que les noirs démons de l’abîme s’écartent de notre chemin! [Dans la meme posture, ils s’éloignent et se séparent, tout en priant, pour se rendre dans leurs cabanes.] Seigneur, bénis le pain et l’eau. Bénis les fruits de nos jardins. Donne-nous le sommeil sans rêves et l’inaltérable repos!
[Athanaël se estende em uma esteira em frente à sua cabana, com a cabeça apoiada em um pequeno cavalete de madeira e as mãos juntas.]
[Athanaël s’est étendu sur une natte devant sa cabane, la tête appuyée sur un petit chevalet de bois, les mains jointes.]
ATHANAËL
[Noite quase negra. Após um instante de calma e beatitude, um clarão se faz entre as trevas;]
[Nuit presque noire. La terre semble endormie dans une douce beatitude.]
[VISÃO: em um nevoeiro, aparece o interior do teatro, em Alexandria; imensa multidão na arquibancada. Na frente se encontra o palco, no qual Thaïs (seminua, mas de rosto coberto) encena os amores de Afrodite. No teatro de Alexandria, imensas exclamações de entusiasmo, bastante prolongadas. Consegue-se distinguir, embora vagamente, o nome de Thaïs, gritado pela multidão. As aclamações aumentam até o fim da visão, com a mímica se acentuando cada vez mais. A visão desaparece subitamente. Volta a ser dia pouco a pouco.]
[VISION. Dans un brouillard apparaît l’intérieur du théâtre à Alexandrie. Fonle immense sur les gradins. En avant se trouve la scène sur laquelle Thaïs (a demi-vêtue, mais le visage voilé) mime les amours d’Aphrodite. Dans le théâtre d’Alexandrie: immenses exclamations d’enthousiasme très prolongées. On peut distinguer, mais vaguement cependant - le nom de Thaïs hurlé par la foule. Les acclamations cessent. Les acclamations reprennent et augmentent jusqu’à la fin. La mimique s’accentuant de plus en plus. La vision disparaît subitement. Le jour revient peu à peu.]
[que se despertou aos poucos, levanta-se completamente, com pavor e cólera.]
[qui s’est éveillé peu à peu, se lève complètement; avec épouvante et colère.]
Vergonha! horror! Trevas eternas! Senhor, acuda-me! [joga-se no chão e fica prosternado.] Você que colocou piedade em nossas almas, bom Deus, seja louvado! Entendi o ensinamento da sombra, levanto-me e parto! [Ergue-se com entusiasmo.] Pois quero libertar essa mulher das amarras da carne! No céu, vejo anjos desolados inclinados em sua direção. Não é ela, Senhor, o sopro da sua boca? Ah! Quanto mais culpada ela é, mais devo ter piedade! Mas vou salvá-la! Senhor! Entregue-a a mim, e eu lha darei para a vida
Honte! horreur! ténèbres éternelles! Seigneur, assiste-moi! [il s’est jeté à terre et y reste prosterné.] Toi qui mis la pitié dans nos âmes, Dieu bon, louange à toi! J’ai compris l’enseignement de l’ombre, Je me lève et je pars! [Il s’est relevé avec enthousiasme.] Car je veux délivrer cette femme des liens de la chair! Dans l’azur, je vois penchés vers elle les anges désolés! N’est-elle pas, Seigneur, le souffle de ta bouche? Ah! plus elle est coupable et plus je dois la plaindre! Mais je la sauverai!
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[seul, dans l’ombre.] Ô Seigneur, je remets mon âme entre tes mains. [Il s’endort]
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[sozinho, no escuro.] Oh, Senhor, deposito minha alma nas suas mãos. [Adormece.]
Libreto Thaïs
ATHANAËL
eterna! [Chama seus irmãos, que reaparecem e se apertam ao seu redor.] Irmãos, levantem-se! Venham! Minha missão me foi revelada! Devo regressar à cidade maldita. Deus impede Thaïs de se afundar ainda mais no abismo do mal! E foi a mim quem ele escolheu para trazê-la de volta! [Athanaël se inclina diante de Palémon.]
Seigneur! Donne-la-moi, et je te la rendrai pour la vie éternelle! [Il appelle ses frères qui reparaissent et se pressent autour de lui.] Frères, levez-vous tous! venez! ma mission m’est révélée! Dans la ville maudite, il faut que je retourne… Dieu défend que Thaïs s’enfonce davantage dans le gouffre du mal! et c’est moi qu’il choisit pour la lui ramener! [Athanaël s’incline devant Palémon.]
PALÉMON
[a Athanaël, com uma doce expressão de tranquilidade e de terna censura.] Jamais devemos nos misturar, filho, à gente do mundo. Eis a eterna sabedoria!… [Os cenobitas, que cercaram Athanaël, acompanham-no até a estrada. Depois, ajoelhando-se em grupos, respondem a Athanaël, cuja voz se perde na solidão do deserto de Tebaida.]
[à Athanaël, avec une douce expression de tranquillité et comme un tendre reproche.] Ne nous mêlons jamais, mon fils, aux gens du siècle. Voilà la sagesse éternelle!… [Les Cénobites qui ont entouré Athanaël l’accompagnent jusqu’à la route, puis, s’agenouillant par groupes, ils répondent à Athanaël dont la voix se perd dans les solitudes du désert de la Thébaïde.]
A VOZ DE ATHANAËL LA VOIX D’ATHANAËL
[já distante.] Espírito de luz e de graça, arme meu coração para o combate.
[déjà éloignée.] Esprit de lumière et de grâce, arme mon coeur pour le combat.
OS CENOBITAS LES CÉNOBITES
[de joelhos.] Arme seu coração para o combate.
[à genoux.] Arme son coeur pour le combat.
A VOZ DE ATHANAËL LA VOIX D’ATHANAËL
[ainda mais distente.] E faça-me forte como o arcanjo contra os encantos do demônio.
[encore plus éloignée.] Et fais-moi fort comme l’archange contre les charmes de démon.
OS CENOBITAS LES CÉNOBITES
E faça-me forte como o arcanjo contra os encantos do demônio!
Et fais-le fort comme l’archange contre les charmes du démon!
[A cortina baixa de forma lenta e silenciosa.]
[Le rideau s’abaisse lentement et silencieusement.]
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[Terraço da casa de Nicias em Alexandria. O terraço eleva-se acima da cidade e do mar; ele recebe a sombra de grandes árvores; à direita, uma vasta cortina, atrás da qual se encontra a sala preparada para o banquete. Lentamente, Athanaël aparece e para no fundo; ao vê-lo, surge um servo sob o pórtico, e vai a seu encontro.]
[La terrasse de la maison de Nicias à Alexandrie. Cette terrasse domine la ville et la mer; elle est ombragée de grands arbres; à droite, vaste tenture derrière laquelle se trouve la salle préparée pour le banquet. Lentement Athanaël paraît et s’arrête au fond; à sa vue, un serviteur se lève sous le portique, et marche à sa rencontre.]
O SERVO LE SERVITEUR
Vá, mendigo, ganhar a vida em outro lugar! Meu amo não recebe cães como você!
Va, mendiant, chercher ailleurs ta vie! Mon maître ne reçoit pas les chiens comme toi!
ATHANAËL
[delicadamente.] Meu filho, faça, por favor, o que lhe peço. Sou amigo de seu amo, e quero falar-lhe imediatamente.
[doucement.] Mon fils, fais, s’il te plaît, ce que je te commande. Je suis l’ami de ton maître, et je veux lui parler à l’instant.
O SERVO LE SERVITEUR
[Ergue seu bastão.] Fora daqui, mendigo!
[levant son bâton.] Hors d’ici, mendiant!
ATHANAËL
[com firmeza e calma.] Golpeie, se quiser, mas avise o seu amo. Vá. [Diante do olhar e da atitude de Athanaël, o servo recua, se inclina e desaparece dentro da casa.]
[fermement et avec calme.] Frappe, si tu le veux, mais avertis ton maître. Va. [Devant le regard et l’attitude d’Athanaël, le serviteur recule, s’incline et disparaît dans la maison.]
ATHANAËL
[sozinho, depois de ter contemplado a cidade do alto do terraço.] Eis então a terrível cidade! Alexandria, onde nasci, no pecado; o ar brilhante, onde respirei o perfume assustador da luxúria! Eis o mar voluptuoso, em que ouvi cantar a sereia de olhos de ouro! Sim, eis meu berço da carne, Alexandria! Meu berço, minha pátria! Desviei meu coração do seu amor! Odeio-a por sua riqueza, por sua ciência e sua beleza! Odeio-a! Odeio-a! E agora eu a amaldiçoo como a um templo
[seul, après avoir un instant contemplé la ville du haut de la terrasse.] Voilà donc la terrible cité! Alexandrie, où je suis né dans le péché; l’air brillant où j’ai respiré l’affreux parfum de la luxure! Voilà la mer voluptueuse où j’écoutais chanter la sirène aux yeux d’or! Oui, voilà mon berceau selon la chair, Alexandrie! Mon berceau, ma patrie!… De ton amour j’ai détourné mon coeur!… Pour ta richesse, je te hais! pour ta science et ta beauté. Je te hais! je te hais! Et maintenant je te maudis comme
Libreto Thaïs
SEGUNDO QUADRO DEUXIÈME TABLEAU
assombrado por espíritos impuros! Anjos do céu, sopros de Deus, venham! Perfumem, com as batidas de suas asas, o ar corrompido que vai me circundar!
un temple hanté par les esprits impurs! Anges du ciel, souffles de Dieu, venez! parfumez du battement de vos ailes l’air corrompu qui va m’environner!
[As vozes de Crobyle e Myrtale, de dentro da casa.]
[Les voix de Crobyle et de Myrtale, dans la maison.]
Ah! Ah!
Ah! Ah!
[Nicias aparece e avança, com os braços apoiados nas costas de Crobyle e Myrtale, duas belas escravas risonhas. Nicias percebe Athanaël, para e larga Crobyle e Myrtale. Depois, reconhecendo-o sem hesitações, corre na direção dele de braços abertos.]
[Nicias paraît et s’avance, les bras appuyés sur les épaules de Crobyle et de Myrtale, deux belles esclaves rieuses. Nicias aperçoit Athanaël, il s’arrête et quitte Crobyle et de Myrtale. Puis, n’hésitant plus à la reconnaître, il court à lui les bras ouverts.]
NICIAS
[com vivacidade.] Athanaël! É você! Meu condiscípulo, meu amigo, meu irmão! [Com leveza e bom humor.] Oh, veja! Eu o reconheço, ainda que, na verdade, você se pareça mais com um animal do que com uma pessoa! Abrace-me; seja bem-vindo. Está deixando o deserto? Voltando para nós?
[avec vivacité.] Athanaël! c’est toi! mon condisciple, mon ami, mon frère! [Avec légèreté et bonne humeur] Oh! va! je te reconnais, bien qu’à la vérité tu sois bien plus semblable à la bête qu’à l’homme! Embrasse-moi donc; sois le bienvenu. Tu quittes le désert? Tu nous reviens?
ATHANAËL
Oh, Nicias! Estou voltando só por um dia, só por uma hora!
O Nicias! je ne reviens que pour un jour, que pour une heure!
NICIAS
Diga-me o que quer!
Dis-moi tes voeux!
ATHANAËL
Nicias, você conhece essa atriz, Thaïs, a cortesã?
Nicias, tu connais cette comédienne, Thaïs, la courtisane?
NICIAS
[rindo.] Claro que a conheço! Melhor dizendo, ela é minha por mais um dia! Por ela vendi minhas vinhas, minhas últimas terras e meu último moinho, e compus três livros de elegias; e não serve para nada! Queria retê-la, mas é trabalho perdido: seu amor é fugaz e fugitivo como um sonho!
[riant.] Certes, je la connais! pour mieux dire, elle est mienne encore pour un jour! J’ai vendu pour elle mes vignes et ma dernière terre et mon dernier moulin, et composé trois livres d’élégies; et cela ne compte pour rien! Je voudrais la fixer que je perdrais ma peine: son amour est léger et fuyant
CROBYLE E MYRTALE CROBYLE ET MYRTALE
Quero levá-la a Deus!
Je veux la ramener à Dieu!
NICIAS
[estourando de rir.] Meu pobre amigo! Tema ofender Vênus, de quem ela é sacerdotisa.
[éclatant de rire.] Mon pauvre ami! Crains d’offenser Vénus dont elle est la prêtresse.
ATHANAËL
[com segurança.] Quero levá-la a Deus! Arrancarei Thaïs desses amores imundos e a entregarei a Jesus como esposa. Para entrar em um monastério, hoje Thaïs vai me seguir!
[avec assurance.] Je veux la ramener à Dieu! J’arracherai Thaïs à ces amours immondes et je la donnerai pour épouse à Jésus. Pour entrer dans un monastère Thaïs va me suivre aujourd’hui!
NICIAS
[baixo, ao ouvido de Athanaël e rindo.] Tema ofender Vênus, a poderosa deusa! Ela se vingará!
[bas, à l’oreille d’Athanaël et en riant.] Crains d’offenser Vénus, la puissante Déesse! Elle se vengera!
ATHANAËL
Deus me protegerá. Onde posso ver essa mulher?
Dieu me protègera. Où puis-je voir cette femme?
NICIAS
Aqui mesmo! Pela última vez, ela deve jantar comigo, em alegre companhia! Ela atua hoje; virá ao sair do teatro.
Ici même! Pour la dernière fois elle y doit souper avec moi en très joyeuse compagnie! Elle joue aujourd’hui; en sortant du théâtre, elle viendra.
ATHANAËL
Empreste-me então, amigo, alguma veste da Ásia, para que eu possa figurar com dignidade no festim que você vai lhe oferecer.
Prête-moi donc, ami, quelque robe d’Asie, afin que dignement je puisse figurer à ce festin que tu vas lui donner.
NICIAS
Crobyle e Myrtale, queridas, apressem-se a preparar meu bom Athanaël.
Crobyle et Myrtale, mes chères, hâtez-vous de parer mon bon Athanaël.
[Myrtale bate as mãos. Aparece o servo, a quem ela dá uma ordem. Ele sai e logo volta, com escravas trazendo uma caixa da qual Crobyle e Myrtale tiram os objetos que devem servir para a toalete de Athanaël, bem como um espelho de metal no qual, rindo, elas fazem com que ele contemple seu rosto.]
[Myrtale a frappé dans ses mains. Le serviteur parait auquel elle donne un ordre. Il sort et revient aussitôt avec des esclaves portant un coffret dont Crobyle et Myrtale tirent les objets qui doivent servir à la toilette d’Athanaël ainsi qu’un miroir de métal dans lequel, en riant, elles lui font voir son visage.]
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ATHANAËL
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comme un rêve! Athanaël, qu’attends-tu d’elle?
Libreto Thaïs
Athanaël, o que você espera dela?
CROBYLE E MYRTALE CROBYLE ET MYRTALE
[rindo] Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!
[riant.] Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!
[Nicias e Athanaël estão sentados, e conversam amigavelmente]
[Nicias et Athanaël se sont Assis, ils causent amicalement]
NICIAS
[a Athanaël] Então vou vê-lo brilhar novamente, como outrora!
[à Athanaël] Je vais donc te revoir brillant comme autrefois!
CROBYLE E MYRTALE CROBYLE ET MYRTALE
[rindo.] Ah! Ah!
[riant.] Ah! Ah!
[Enquanto Athanaël continua a conversar com Nicias, elas começam a verter perfumes sobre sua cabeça e a lhe arrumar os cabelos e a barba]
[Tandis qu’Athanaël continue à causer avec Nicias, commencent à lui verser sur la tetê des parfuns, à lui accomoder le cheveux et la barbe]
ATHANAËL
[a Nicias] Sim, tomo emprestadas do inferno as armas que usarei contra ele.
[à Nicias] Oui, j’emprunte à l’Enfer des armes contre lui.
NICIAS
[rindo.] Filósofo orgulhoso! A alma humana é frágil.
[en riant.] Philosophe orgueilleux! l’âme humaine est fragile.
CROBYLE E MYRTALE CROBYLE ET MYRTALE
[rindo.] Ah! Ah!
[riant.] Ah! Ah!
ATHANAËL
Não tenho medo do orgulho quando o céu me conduz.
Je ne crains pas l’orgueil quand le Ciel me conduit.
CROBYLE
[a Myrtale, à parte.] Ele é jovem!
[à Myrtale, à part.] Il est jeune!
MYRTALE
[a Crobyle, do mesmo jeito.] Ele é belo!
[à Crobyle, même jeu.] Il est beau!
CROBYLE
Sua barba é um pouco rude!
Sa barbe est un peu rude!
MYRTALE
Seus olhos estão cheios de fogo!
Ses yeux sont pleins de feu!
CROBYLE
Essa venda lhe cai bem!
Ce bandeau lui sied bien!
CROBYLE E MYRTALE CROBYLE ET MYRTALE
Querido sátrapa, eis os seus braceletes!
Cher Satrape, voici tes bracelets!
MYRTALE
Seus anéis.
Tes bagues.
Donne tes bras!
MYRTALE
Seus dedos!
Tes doigts!
CROBYLE E MYRTALE CROBYLE ET MYRTALE
[à parte.] Ele é jovem, ele é belo! Seus olhos são cheios de fogo!
[à part.] Il est jeune, il est beau! Ses yeux sont pleins de feu!
MYRTALE
[continuando a toalete.] Agora a toga!
[continuant la toilette.] La robe, maintenant!
CROBYLE
[bajuladora.] Tire esse cilício preto!
[avec câlinerie.] Quitte ce noir cilice!
ATHANAËL
[levantando como se fosse escapar.] Ah! Mulheres, isso jamais!
[se levant comme pour leur échapper.] Ah! femmes, pour cela, jamais!
CROBYLE E MYRTALE CROBYLE ET MYRTALE
[inicialmente enfurecidas pela brusca recusa de Athanaël, voltam docemente para perto dele.] Que seja! [passam uma toga bordada por cima de sua túnica.] Esconda o seu hábito debaixo dessa toga suave! [riant aux éclats.] Ah! Ah! Ah! Ah!
[d’abord effarouchées par le brusque refus d’Athanaël, reviennent doucement auprès de lui.] Soit! [lui passant une robe brodée par dessus sa tunique.] Cache tes rigueurs sous cette robe souple! [riant aux éclats.] Ah! Ah! Ah! Ah!
NICIAS
[a Athanaël, com familiaridade e sorrindo.] Não se ofenda com suas provocações, não abaixe os olhos diante delas! Pelo contrário, admire-as!
[à Athanaël, avec familiarité, em souriant.] Ne t’offense pas de leur raillerie, ne baisse pas devant elles les yeux! Admire-les plutôt!
CROBYLE E MYRTALE CROBYLE ET MYRTALE
[à parte, rindo.] Ele é belo como um jovem Deus! Se Dafne o encontrasse, sua selvagem divindade o humanizaria! [Elas continuam a toilette.]
[à part, en riant.] Il est beau comme un jeune Dieu! Et si Daphné le rencontrait, sa divinité farouche s’humaniserait! [Elles continuent la toilette.]
ATHANAËL
[a si mesmo, com calma.] Espírito da luz! Arme meu coração para o combate! Arme meu coração para o combate contra os encantos do demônio!
[à lui-même, avec calme.] Esprit de lumière! Arme mon coeur pour le combat! Arme mon coeur pour le combat contre les charmes du démon!
MYRTALE
[a Athanaël.] Acredito! Deixe-nos calçá-lo com essas sandálias de ouro!
[à Athanaël.] Je le croix! Laisse-nous te chausser de ces sandales d’or!
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Dê-me seus braços!
Libreto Thaïs
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CROBYLE
CROBYLE
Deixe-nos derramar esse perfume em sua bochecha!
Laisse-nous te verser ce parfum sur les joues!
CROBYLE E MYRTALE CROBYLE ET MYRTALE
[à parte.] Ele é belo como um jovem deus!... Ele é belo! Como um deus! Ah! Ah! Ah! Ah!
[à part.] Il est beau comme un jeune Dieu!... Ile est beau! Comme un Dieu! Ah! Ah! Ah! Ah!
[Grandes aclamações distantes e prolongadas. Com o ruído das aclamações, Nicias sobe ao terraço; olha para a cidade.]
[Grandes acclamations lointaines et prolongées. Au bruit des acclamations, Nicias est remonté vers la terrasse, il a regardé du côté de la ville.]
NICIAS
[voltando na direção de Athanaël, sorrindo.] Cuide-se bem! Eis sua terrível inimiga! [Grupos de comediantes e de atores, misturados a filósofos amigos de Nicias, aparecem no terraço, antecedendo em alguns instantes a chegada de Thaïs.]
[revenant vers Athanaël, en souriant.] Garde-toi bien! Voici ta terrible ennemie! [Des groupes d’histrions et de comédiennes mêlés à des philosophes amis de Nicias, paraissent sur la terrasse, précédant de peu d’instants la venue de Thaïs.]
COMEDIANTES, ATORES, FILÓSOFOS HISTRIONS, COMÉDIENNES, PHILOSOPHES
[Todos com admiração e veneração.] Thaïs! Irmã das Carités! Rosa de Alexandria! Bela e silenciosa! Thaïs! Tão desejada! Thaïs! Thaïs! Thaïs!
[Tous avec admiration et vénération.] Thaïs! Soeur des Karites! Rose d’Alexandrie! Belle silencieuse! Thaïs! Tant désirée! Thaïs! Thaïs! Thaïs!
NICIAS
[a Thaïs] Querida Thaïs! [Nicias convida seus amigos à sala do banquete, cujas cortinas são erguidas pelas escravas.] Hermodore! Aristobule! Callicrate! Dorion! Meus hóspedes! Meus amigos! Que os deuses estejam com vocês!
[à Thaïs] Chère Thaïs!... [Nicias invite ses amis à se rendre dans la salle du banquet dont les esclaves soulèvent les tentures.] Hermodore! Aristobule! Callicrate! Dorion! Mes hôtes! Mes amis! les Dieux soient avec vous!
[Todos se encaminham para a sala cujas cortinas se fecham.]
[Tous se rendent dans la salle dont les tentures se referment.]
[Thaïs é docemente retida por Nicias no momento em que se dispõe a seguir os amigos à sala do banquete. Nicias se senta; Thaïs está perto dele; fica de pé, e responde com um sorriso
[Thaïs a été retenue doucement par Nicias au moment où elle se disposait à suivre ses amis dans la salle du banquet. Nicias tombe assis; Thaïs est près de lui; celle-ci reste debout et répond avec un
É Thaïs, o ídolo frágil que vem pela última vez se sentar a essa mesa florida. Amanhã, serei para você apenas um nome!…
C’est Thaïs, l’idole fragile qui vient pour la dernière fois s’asseoir à la table fleurie… Demain, je ne serai pour toi plus rien qu’un nom!…
NICIAS
Amamo-nos por uma longa semana… É muita constância, e não me queixo… e você vai partir, livre, longe dos meus braços…
Nous nous sommes aimés une longue semaine… C’est beaucoup de constance et je ne me plains pas… et tu vas t’en aller, libre, loin de mes bras…
THAÏS
Por esta noite, fique feliz. Deixemos as horas transcorrerem alegres, e não peçamos a essa noite nada além de um pouco de embriaguez louca e divino esquecimento. Amanhã, serei para você apenas um nome...
Pour ce soir, sois joyeux. Laissons s’épanouir les heures bienheureuses, et ne demandons rien, plus rien à cette nuit qu’un peu de folle ivresse et de divin oubli. Demain, je ne serai pour toi plus rien qu’un nom.…
[Alguns filósofos, dentre os quais se encontra Athanaël, saem da sala discutindo seriamente e se dirigem lentamente para o terraço, onde se detêm. Athanaël se separa do grupo; fica imóvel, em atitude severa, olhando para Thaïs.]
[Quelques philosophes, parmi lesquels se trouve Athanaël, sortent de la salle tout en discutant gravement et se dirigent lentement vers la terrasse où ils s’arrêtent. Athanaël s’est détaché du groupe; il demeure immobile dans une attitude sévère, en regardant Thaïs.]
THAÏS
[para Nicias.] Quem é esse estrangeiro cujo olhar selvagem se dirige a mim desse jeito? Nunca o vi em nossos festins. De onde vem? Quem é?
[à Nicias.] Quel est cet étranger dont le regard farouche s’attache ainsi sur moi? Je ne l’ai jamais vu paraître en nos festins. D’où vient-il? Quel est-il?
NICIAS
[bem baixo e negligentemente.] Um filósofo de alma rude! Um solitário do deserto! [Com ironia.] Tome cuidado! Veio aqui por sua causa!
[assez bas et négligemment.] Un philosophe à l’âme rude! un solitaire du désert! [Avec ironie.] Prends garde! Il est ici pour toi!
THAÏS
O que o traz? O amor?
Qu’apporte-t-il? L’amour?
NICIAS
Nenhuma fraqueza humana poderia amolecer seu coração. Ele veio convertê-la a sua santa doutrina.
Nulle faiblesse humaine ne saurait amollir son coeur. Il veut te convertir à sa sainte doctrine.
57
THAÏS
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sourire amèrement ironique au désir de Nicias qui la contemple amoureusement mais tristement.]
Libreto Thaïs
amargamente irônico ao desejo de Nicias, que a contempla de forma amorosa, porém triste.]
THAÏS
O que ele ensina?
Qu’enseigne-t-il?
ATHANAËL
[se aproximando.] O desprezo da carne, o amor pela dor, a penitência austera!
[s’avançant.] Le mépris de la chair, l’amour de la douleur, L’austère pénitence!
THAÏS
[depois de tê-lo olhado longamente.] Vá; siga o seu caminho! Creio apenas no amor, e nenhum outro poder conseguirá nada sobre mim!
[après l’avoir regardé longuement.] Va; passe ton chemin! Je ne crois qu’à l’amour et nulle autre puissance ne pourrait rien sur moi!
ATHANAËL
[que a escutou com cólera sombria, vai em sua direção e diz, com ímpeto:] Ah! Não blasfeme! Não! Não blasfeme!
[qui l’a écoutée avec une sombre colère, va vers elle et dit avec éclat:] Ah! ne blasphème pas! Non! Ne blasphème pas!
[Os filósofos param sua conversa e descem na direção de Thaïs. Todos os convidados, avisados pelos escravos, deixaram a sala do banquete, unido-se aos poucos, com um sentimento de assombro e curiosidade, a Thaïs e a Nicias.]
[Les Philosophes cessent leur entretien et descendent vers Thaïs. Tous les invités, prévenus par les esclaves, ont quitté la salle du banquet et peu à peu se joignent, avec un sentiment d’étonnement et de curiosité, à Thaïs et à Nicias.]
THAÏS
[a Athanaël, com um tipo de afago irônico.] O que o faz tão severo, e por que você desmente a chama dos seus olhos? Que triste loucura faz você fugir do seu destino? Homem feito para amar, que erro é o seu! Homem feito para saber, o que lhe cega a esse ponto? Você não tocou a taça da vida! Você nem soletrou a sabedoria amorosa! Sente-se conosco, coroe-se de rosas, só há verdade no amor, abra os braços para o amor!
[à Athanaël, avec un sorte de câlinerie ironique.] Qui te fait si sévère et pourquoi démens-tu la flamme de tes yeux? Quelle triste folie te fait manquer à ton destin? Homme fait pour aimer, quelle erreur est la tienne! Homme fait pour savoir, qui t’aveugle à ce point! Tu n’as pas effleuré la coupe de la vie! Tu n’as pas épelé l’amoureuse sagesse! Assieds-toi près de nous, couronne-toi de roses, rien n’est vrai que d’aimer, tends les bras à l’amour!
NICIAS E A MULTIDÃO NICIAS ET LA FOULE
Sente-se conosco, coroe-se de rosas, só há verdade no amor, abra os braços para o amor!
Assieds-toi près de nous, couronne-toi de roses, rien n’est vrai que d’aimer, tends les bras à l’amour!
ATHANAËL
[ardoroso.] Não! Odeio seus êxtases falsos! Não! Aqui eu me calo, mas eu irei, pecadora, irei ao seu palácio
[très ardemment.] Non! Je hais vos fausses ivresses! Non! ici, je me tais, mais j’irai, pécheresse, j’irai dans ton palais
te porter le salut et je vaincrai l’Enfer en triomphant de toi!
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THAÏS, NICIAS, A MULTIDÃO THAÏS, NICIAS, LA FOULE
Coroe-se de rosas, só há verdade no amor, abra os braços para o amor!
Couronne-toi de roses! rien n’est vrai que d’aimer, tends les bras à l’amour!
Libreto Thaïs
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levar-lhe a salvação, e vencerei o Inferno ao triunfar sobre você!
ATHANAËL
Irei ao seu palácio levar a salvação!
J’irai dans ton palais te porter le salut!
NICIAS, A MULTIDÃO NICIAS, LA FOULE
[com provocação.] Ouse vir, você que afronta Vênus!!…
[avec provocation.] Ose venir, toi qui braves Vénus!!…
THAÏS
[disposta a reproduzir a cena dos amores de Afrodite, a Athanaël, com provocação.] Ouse vir, você que afronta Vênus!…
[se disposant à reproduire la scène des amours d’Aphrodite, à Athanaël, avec provocation.] Ose venir, toi qui braves Vénus!!…
[Escravas se preparam para tirar as vestes de Thaïs. Athanaël foge, com um gesto de horror.]
[Des esclaves s’apprêtent à détacher les vêtements de Thaïs. Athanaël a fui avec un geste d’horreur.]
[Casa de Thaïs. Thaïs surge, acompanhada de alguns comediantes e um pequeno grupo de atores. Logo afasta a todos com um gesto.]
[Chez Thaïs. Thaïs paraît accompagnée de quelques histrions et d’un petit groupe de comédiennes. Bientôt, elle les éloigne tous d’un geste.]
[só, com lassidão e amargura.] Ah! Estou morta de cansaço! Todos esses homens são apenas indiferença e brutalidade. As mulheres são malvadas, e as horas pesadas! Tenho a alma vazia… Onde encontrar o repouso? E como reter a felicidade? [Sonhadora, pega um espelho.] Oh, meu espelho fiel, assegure-me, diga que ainda sou bela, que serei bela eternamente! Que nada murchará as rosas de meus lábios, que nada tornará opaco
[seule, avec lassitude et amertume.] Ah! je suis fatiguée à mourir!… Tous ces hommes ne sont qu’indifférence et que brutalité. Les femmes sont méchantes et les heures pesantes! J’ai l’âme vide… Où trouver le repos?… Et comment fixer le bonheur? [Rêveuse, elle prend un miroir.] Ô mon miroir fidèle, rassure-moi, dis-moi que je suis toujours belle, que je serai belle éternellement! Que rien ne flétrira les roses de mes lèvres, que rien ne ternira l’or
SEGUNDO ATO PRIMEIRO QUADRO ACTE DEUXIÈME PREMIER TABLEAU
THAÏS
o ouro puro de meus cabelos! Diga-me que sou bela e que serei bela eternamente! Eternamente! [Levantando-se, apurando o ouvido como se uma voz lhe falasse na sombra.] Ah! Cale-se, voz impiedosa, voz que me diz: Thaïs, você vai envelhecer! Thaïs, você vai envelhecer! Um dia também, Thaïs não será mais Thaïs!… Não! Não! Não posso crer. [Dirigindo-se a Vênus] Você, Vênus, responda-me sobre minha beleza! Vênus, responda-me sobre sua eternidade! [Murmurando e com devoção.] Vênus, invisível e presente! Vênus, encantamento da sombra! Responda-me! Diga-me que sou bela, e que serei bela eternamente! Que nada murchará as rosas de meus lábios, que nada tornará opaco o ouro puro de meus cabelos; diga-me que sou bela e que serei bela eternamente! Eternamente! Eternamente!
pur de mes cheveux! Dis-moi que je suis belle et que je serai belle éternellement! Eternellement! [Se dressant, prêtant l’oreille comme si une voix lui parlait dans l’ombre.] Ah! Tais-toi, voix impitoyable, voix que me dis: Thaïs, tu vieilliras! Thaïs, tu vieilliras! Un jour, ainsi, Thaïs ne serait plus Thaïs!… Non! Non! Je n’y puis croire. [S’adressant à Vénus] Toi, Vénus, réponds-moi de ma beauté! Vénus, réponds-moi de son éternité! [Comme un murmure et avec dévotion] Vénus, invisible et présente! Vénus, enchantement de l’ombre! Vénus, réponds-moi! Réponds-moi! Dis-moi que je suis belle et que je serai belle éternellement! Éternellement! Que rien ne flétrira les roses de mes lèvres, que rien ne ternira l’or pur de mes cheveux! Dis-le moi! Dis-le moi! Dis-moi que je suis belle et que je serai belle éternellement! éternellement! éternellement!
[Thaïs percebe Athanaël, que entrou silenciosamente e parou na porta.]
[Thaïs apercevant Athanaël qui est entré silencieusement et s’est arrêté sur le seuil.]
THAÏS
Estrangeiro, ei-lo, como disse!
Etranger, te voilà, comme tu l’avais dit!
ATHANAËL
[murmurando uma oração do fundo do coração. Palpitante.] Senhor, senhor! Faça com que seu rosto radiante esteja velado para mim! Faça com que a força de seus encantos não triunfe sobre minha vontade!
[murmurant une prière du fond du Coeur. Palpitant.] Seigneur, seigneur! Fais que son radieux visage soit comme voilé devant moi! fais que la force de ses charmes ne triomphe pas de ma volonté!
THAÏS
[com um sorriso.] Então, fale agora!
[avec un sourire.] Allons, parle, à présent!
ATHANAËL
Dizem que nenhuma mulher é igual a você! E é por isso que quis conhecê-la, e é por isso, ao vê-la, que entendi quanto me será glorioso vencê-la!
On dit qu’aucune femme ne t’égale! et c’est pour quoi j’ai voulu te connaître, et c’est pourquoi, te voyant, j’ai compris combien il me serait glorieux de te vaincre!
ATHANAËL
[com calor.] Ah! eu te amo, Thaïs, e te amo a ponto de dizê-lo, mas não te amo como você entende! Eu te amo em espírito, eu te amo em verdade, eu prometo mais do que a embriaguez florida e os sonhos de uma breve noite; a felicidade que trago hoje não acabará jamais!
[avec chaleur.] Ah! je t’aime, Thaïs, et j’aime à te le dire, mais je t’aime, non comme tu l’entends! moi, je t’aime en esprit, je t’aime en vérité, je te promets mieux qu’ivresse fleurie et songes d’une brève nuit; cette félicité qu’aujourd’hui je t’apporte ne finira jamais!…
THAÏS
[irônica.] Mostre-me então esse maravilhoso amor! Um amor de verdade só tem uma linguagem: os beijos.
[ironique.] Montre moi donc ce merveilleux amour! Un amour vrai n’a qu’un langage: les baisers.
ATHANAËL
Thaïs, não zombe! O amor que eu prego é o amor desconhecido!
Thaïs, ne raille pas! L’amour que je te prêche c’est l’amour inconnu!
THAÏS
Amigo, você chegou tarde; conheço todos os prazeres.
Ami, tu viens bien tard; je connais toutes les ivresses.
ATHANAËL
O amor que você conhece só engendra a vergonha. O que eu lhe trago é o único glorioso!
L’amour que tu connais n’enfante que la honte. Celui que je t’apporte est le seul glorieux!
THAÏS
Que audácia, ofender a sua anfitriã!
Je te trouve hardi d’offenser ton hôtesse!
ATHANAËL
Ofendê-la! Desejo apenas conquistá-la para a verdade! [Com entusiasmo crescente.] Ah! Quem me inspirará discursos ardentes para que, a um suspiro meu, oh, cortesã, o seu coração derreta como cera! Quem poderá entregá-la a mim, e transformar minha palavra em um Jordão, cujo curso transbordante prepararão a sua alma para a vida eterna?
T’offenser! Je ne songe qu’à te conquérir à la vérité! [Avec un enthousiasme croissant.] Ah! qui m’inspirera des discours embrasés pour qu’à mon souffle, ô courtisane, ton coeur fonde comme une cire! Qui pourra te livrer à moi et qui changera ma parole en un Jourdain dont les flots répandus prépareront ton âme à la vie éternelle.
THAÏS
[perturbada, ela lhe lança um olhar dissimulado, com vago sentimento de medo.] Para a vida eterna!
[troublée, elle le regarde à la dérobée avec un vague sentiment de crainte.] À la vie éternelle!…
ATHANAËL
Para a vida eterna!
À la vie éternelle!…
61
[en souriant.] Tes hommages sont hauts; ton orgueil les dépasse. Présomptueux, prends garde de m’aimer!
60
[sorrindo.] Sua estima é alta; seu orgulho a ultrapassa. Presunçoso, cuidado para não me amar!
Libreto Thaïs
THAÏS
THAÏS
[tomando uma resolução, porém completamente trêmula.] Pois bem, faça-me conhecer todo esse amor misterioso, eu o obedeço. Sou sua! [Thaïs, com uma espátula de ouro, tira de uma taça uns grãos de incenso, que coloca no queimador.]
[prenant une résolution, mais d’abord tout en tremblant.] Eh! bien, fais moi connaître tout cet amour mystérieux, je t’obéis… Je suis à toi!… [Thaïs, avec une spatule d’or, puise dans une coupe quelques grains d’encens qu’elle jette dans le brûle-parfums.]
ATHANAËL
[à parte, febril.] Um tumulto assustador surge em meu pensamento! Senhor, faça com que seu rosto radiante esteja como que velado para mim!
[à part, avec fièvre.] Un tumulte effrayant s’élève en ma pensée!… Seigneur, fais que son radieux visage soit comme voilé devant moi!…
[Uma fumaça leve envolve Thaïs ao mesmo tempo que a deusa e, enquanto Athanaël, perturbado, observa-a; ela murmura, sorrindo, como que instintivamente, uma espécie de encantamento misterioso.]
[Une fumée légère enveloppe Thaïs en même temps que la Déesse et tandis qu’Athanaël troublé, la regarde, elle murmure en souriant et comme instinctivement une sorte d’incantation mystérieuse.]
THAÏS
Vênus invisível e presente! Vênus, encantamento da sombra!
Vénus invisible et présente! Vénus, enchantement de l’ombre!
ATHANAËL
[à parte, rezando com ardor.] Faça com que a força de seus encantos não triunfe sobre minha vontade!
[à part, priant avec ardeur.] Fais que la force de ses charmes ne triomphe pas de ma volonté.
THAÏS
Vênus, brilho do céu e brancura da neve! Vênus, desça e reine! Esplendor! Volúpia! Doçura!
Vénus, éclat du ciel et blancheur de la neige! Vénus, descends et règne! Splendeur! Volupté! Douceur!…
ATHANAËL
Senhor! Piedade! [readquirindo violentamente controle de si mesmo, rasga, arranca sua toga emprestada, debaixo da qual manteve seu cilício.] Sou Athanaël, monge de Antinoé! Venho do santo deserto, amaldiçoo a carne e amaldiçoo a morte que a possui! Estou diante de você, mulher, como diante de uma tumba, e lhe digo: Thaïs, levante-se, levante-se!
Seigneur! Pitié! [reprenant violemment possession de lui même, déchire, arrache sa robe d’emprunt sous laquelle il à gardé son cilice.] Je suis Athanaël, moine d’Antinoé! Je viens du saint désert et je maudis la chair et je maudis la mort qui te possède! et me voici devant toi, femme comme devant un tombeau; et je te dis: Thaïs, lève-toi, lève-toi!
ATHANAËL
[com entusiasmo.] Não, você viverá a vida eterna; seja para sempre a bem-amada e esposa do Cristo, do qual foi a inimiga.
[avec enthousiasme.] Non, tu vivras de la vie éternelle; sois à jamais la bien aimée et l’épouse du Christ dont tu fus l’ennemie.
THAÏS
[com ardor e alegria.] Sinto um frescor em minha alma arrebatada! Estou arrepiada, continuo enfeitiçada!… Que poder é o seu?
[avec ardeur et joie.] Je sens une fraîcheur en mon âme ravie! Je frissonne et demeure charmée!… Quel pouvoir est le sien?
A VOZ DE NICIAS LA VOIX DE NICIAS
[faz-se ouvir ao longe, e se aproxima gradualmente.] Oh, Thaïs, ídolo frágil, desejo por uma última vez o amor de seus lábios floridos! Amanhã, não serei para você mais que um nome! Não serei mais que um nome!
[se fait entendre au loin et se rapproche graduellement.] Ô Thaïs, idole fragile, je veux une dernière fois l’amour de ta lèvre fleurie! Demain, je ne serai pour toi plus rien qu'un nom! Plus rien qu'un nom!
THAÏS
[escutando com um sentimento de repulsa.] Ah! Nicias!… ainda!… [como a si mesma, com perturbação] Minha alma não é mais minha. Amar-me! [desdenhosa e colérica.] Ele nunca amou ninguém… Ele só ama o amor!…
[écoutant avec un sentiment de répulsion.] Ah! Nicias!… encor!… [comme à elle-même, avec agitation] Mon âme n’est plus mienne. M’aimer! [avec dédain et colère.] Il n’a jamais aimé personne… il n’aime que l’amour!…
ATHANAËL
Você o escuta?
Tu l’entends?
THAÏS
[a Athanaël, energicamente.] Pois bem, vá! Diga-lhe que eu detesto todos os ricos, todos os felizes!… Que ele me esqueça, entendeu? Diga-lhe que eu o odeio!…
[à Athanaël, avec énergie.] Eh! bien, va! Dis-lui que je déteste tous les riches, tous les heureux!… qu’il m’oublie, entends-tu! Dis-lui que je le hais!…
63
[avec épouvante se jetant à ses pieds.] Ah! Pitié! Ne me fais pas de mal! Parle! que me veux-tu? Ah! Par pitié, tais-toi! Je n’ai pas plus choisi mon sort que ma nature! Et ce n’est pas ma faute à moi si je suis belle! Pitié! Ne me fais pas mourir! Ah! je crains tant la mort! Ne me fais pas mourir! Pitié!
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[aterrorizada, jogando-se aos seus pés.] Ah! Piedade! Não me faça mal! Diga! O que você quer? Ah! Por piedade, cale-se! Não escolhi minha sorte mais do que minha natureza! E não é minha culpa ser bela! Piedade!Não me faça morrer! Ah! Tenho tanto medo da morte! Não me faça morrer! Piedade!
Libreto Thaïs
THAÏS
ATHANAËL
[com autoridade.] À sua porta, até o amanhecer, esperarei a sua vinda!…
[avec autorité.] À ton seuil, jusqu’au jour, j’attendrai ta venue!…
THAÏS
[com resolução e firmeza.] Não! Continuo sendo Thaïs, Thaïs a cortesã. Não acredito mais em nada e não quero mais nada. Nem ele, nem você, nem o seu Deus! [Estourando de rir, com pranto e soluço.]
[avec résolution et fermeté.] Non!… je reste Thaïs, Thaïs la courtisane. Je ne crois plus à rien et je ne veux plus rien. Ni lui, ni toi, ni ton Dieu! [Éclatant de rire, avec des pleurs et des sanglots.]
[Antes do amanhecer. Uma praça em frente à casa de Thaïs. No pórtico, em primeiro plano, uma pequena estatueta de Eros; em frente à imagem, uma lâmpada acesa. A lua ainda ilumina a praça. Embaixo dos degraus do pórtico dorme Athanaël, deitado no chão. Ao fundo, à direita, uma casa na qual estão reunidos Nicias e seus convivas; as janelas estão iluminadas. Ouve-se vagamente uma música de festa. Depois de algum tempo, a porta da casa de Thaïs se abre. Thaïs aparece; pega a lâmpada, elevando-a sobre a cabeça para ver a praça. Então desce os degraus; vê Athanaël, deixa a lâmpada onde a pegou e se caminha em sua direção.]
[Avant le jour. Sur une place, devant la maison de Thaïs. Sous le portique, au premier plan, une petite statuette d’Éros; devant l’image, une lampe allumée. La lune éclaire encore la place. Au bas des degrés du portique dort Athanaël, couché sur le pavé. Au fond, à droite, une maison dans laquelle sont réunis Nicias et ses amis de plaisir; les baies sont éclairées. On entend vaguement une musique de fête. Après un temps, la porte de la maison de Thaïs s’ouvre. Thaïs paraît; elle prend la lampe, qu’elle élève au dessus de sa tête pour voir sur la place. Elle descend ainsi les degrés; elle aperçoit Athanaël, repose la lampe où elle l’a prise et revient vers lui.]
THAÏS
[inclinando-se na direção de Athanaël, misteriosamente, com voz baixa.] Pai, Deus me falou pela sua voz! Estou aqui!
[se penchant vers Athanaël, mystérieusement, à voix basse.] Père, Dieu m’a parlé par ta voix! Me voici!
ATHANAËL
[levantando-se, a Thaïs, com voz baixa.] Thaïs, Deus a esperava!
[se levant, à Thaïs, à voix basse.] Thaïs, Dieu t’attendait!
MEDITAÇÃO RELIGIOSA MÉDITATION RELIGIOUSE segundo QUADRO DEUXIÈME TABLEAU
ATHANAËL
Vamos, coragem, minha irmã! Eleva-se a alvorada do repouso!
Va, courage, ô ma soeur! l’aube du repos se lève!
THAÏS
[humilde.] O que devo fazer?
[humblement.] Que faut-il faire?
ATHANAËL
Não longe daqui, na direção do ocidente, há um monastério onde mulheres escolhidas vivem como anjos, em perfeito recolhimento: pobres, para que Jesus as ame, modestas, para que as olhe, e castas, para que as despose! Vou levá-la até lá. Vou consagrá-la à sua piedosa mãe, Albine!
Non loin d’ici, vers l’occident, il est un monastère où des femmes élues vivent pareilles à des anges dans un parfait recueillement: pauvres, pour que Jésus les aime, modestes, pour qu’il les regarde, et chastes pour qu’il les épouse! C’est là que je te conduirai. À leur pieuse mère, Albine, je te consacrerai!
THAÏS
Albine, filha dos Césares!
Albine, fille des Césars!
ATHANAËL
E a mais pura serva de Cristo! Lá, vou trancá-la em uma cela estreita, até o dia em que Jesus virá libertá-la! Vá! Não duvide! Virá ele mesmo — e que emoção profunda na sua alma quando você sentir aqueles dedos de luz pousarem sobre os seus olhos para enxugar as suas lágrimas!
Et la servante la plus pure du Christ! Là, je t’enfermerai dans l’étroite cellule jusqu’au jour où Jésus te viendra délivrer! Va! N’en doute pas! Il viendra lui-même — et quel tressaillement dans la chair de ton âme quand tu sentiras sur tes yeux se poser ses doigts de lumière, afin d’en essuyer les pleurs!
THAÏS
[com alegria.] Ah, meu pai, leve-me à casa de Albine!
[avec joie.] Ah, mène-moi, mon père, à la maison d’Albine!
ATHANAËL
Sim. Mas antes, aniquile o que foi a impura Thaïs: seu palácio, suas riquezas, tudo que proclama a sua vergonha! Queime tudo! Aniquile tudo!
Oui. Mais, d’abord, anéantis ce qui fut l’impure Thaïs: ton palais, tes richesses, tout ce qui proclame ta honte! Brûle tout! Anéantis tout!
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[toujours à voix basse; avec humilité.] Ta parole est restée en mon coeur comme un baume divin. J’ai prié, j’ai pleuré… il s’est fait en mon âme une grande lumière. Ayant vu le néant de toute volupté, vers toi je viens, ainsi que tu l’as commandé.
64
[sempre com voz baixa e humilde.] Sua palavra ficou em meu coração como um bálsamo divino. Orei, chorei… fez-se uma grande luz em minha alma. Depois de ver o vazio de toda a volúpia, venho em sua direção, como você ordenou.
Libreto Thaïs
THAÏS
THAÏS
[resignada.] Pai, que assim seja. [Ela vai em direção à casa, depois para com um sorriso diante da pequena imagem de Eros.] Não quero guardar nada do meu passado, nada além disso… [pegando e tomando nos braços a imagem que apresenta a Athanaël.] Essa imagem de marfim, essa criança, é uma obra antiga e maravilhosa, é Eros! É o amor! [Terna e casta.] Considere, meu pai, que não podemos tratá-lo cruelmente. O amor é uma virtude rara, eu pequei, não por ele, mas sim contra ele. Ah! Não choro por tê-lo tido como mestre, e sim por não ter reconhecido sua vontade! Ele proíbe que uma mulher se entregue a quem não vem em seu nome; e é por essa lei que devemos honrá-lo. Leve-o, para colocá-lo em algum monastério, e aqueles que o virem se voltarão para Deus, pois o amor nos eleva aos pensamentos celestiais. [Depois de algum tempo.] Quando Nicias me amava, ele me presenteou com essa imagem.
[résignée.] Père, qu’il en soit ainsi. [Elle se dirige vers la maison, puis s’arrête avec un sourire devant la petite image d’Éros.] Je ne veux rien garder de mon passé, rien que cela… [prenant et apportant dans ses bras l’image qu’elle présente à Athanaël.] Cette image d’ivoire, cet enfant, d’un travail antique et merveilleux, c’est Éros! C’est l’amour! [Tendre et chaste.] Considère, ô mon père, que nous ne le pouvons traiter cruellement. L’amour est une vertu rare, j’ai péché, non par lui, mais plutôt contre lui. Ah! Je ne pleure pas de l’avoir eu pour maître, mais d’avoir méconnu sa volonté! Il défend qu’une femme se donne, à qui ne vient point en son nom; et c’est pour cette loi qu’il convient qu’on l’honore. Prends-le, pour le placer dans quelque monastère, et ceux qui le verront se tourneront vers Dieu, car l’amour nous élève aux célestes pensées. [Après un temps.] Quand Nicias m’aimait, il m’offrit cette image.
ATHANAËL
[com uma explosão de cólera.] Nicias, ah! Maldita a fonte envenenada de onde vem esse presente! Que seja destruído! [Ele agarra a estátua, jogando-a violentamente no chão, onde se quebra; chuta seus pedaços com os pés.] E tudo que sobrar, às chamas, ao abismo! Vamos, Thaïs, e que tudo que foi seu retorne à poeira, ao esquecimento eterno!
[avec une explosion de colère.] Nicias! ah! maudis la source empoisonnée d’où te vient ce présent! Qu’il soit anéanti! [Il a saisi la statuette qu’il jette violemment sur le pavé où elle se brise; il en chasse les débris du pied.] Et tout le reste à la flamme, à l’abîme! Viens, Thaïs que tout ce qui fut toi retourne à la poussière, à l’éternel oubli!
THAÏS
[de cabeça baixa, tremendo toda.] Que tudo volte à poeira, ao esquecimento eterno! Vamos!
[la tête baissée, toute tremblante.] Que tout retourne à la poussière, à l’éternel oubli! Viens!
ATHANAËL
Vamos!
Viens!
Sigam-me todos, amigos! A noite não acabou! O jogo me rendeu trinta vezes o preço que paguei pela beleza de Thaïs! Então alegremo-nos ainda mais! Evoé! Chamem as dançarinas da Ásia, os encantadores de serpentes e os saltimbancos! Façamos durar até a aurora as danças, os jogos e os gritos! Evoé! Batamos nas portas das tavernas. Acendamos as tochas! Façamos o sol passar vergonha! Que sirvam vinhos à neve! Que grossos tapetes sejam estendidos! A meu lado, Crobyle, e você também, Myrtale! Evoé! Só a vida é verdadeira! Só a loucura é sábia! Evoé!
Suivez-moi tous, amis! La nuit n’est pas finie! Le jeu m’a rendu trente fois le prix dont je payais la beauté de Thaïs! Donc, rejouissons nous encore, encore, encore! Evohé! Appelez les danseuses d’Asie, le psylles et les baladins! Faisons durer jusqu’à l’aurore les danses, les jeux et les cris! Evohé! Frappons aux portes des tavernes. Allumons des flambeaux! Faisons honte au soleil! Qu’on serve des vins à la neige! Qu’on jette là d’épais tapis! À mes côtés, Crobyle, et toi, Myrtale! Evohé! Rien n’est vrai que la vie! Rien n’est sage que la folie! Evohé!
BALé BALLET
[Depois de muitas danças, surge a Charmeuse.]
[Après plusieurs danses, paraît la Charmeuse.]
NICIAS
[à aparição da Charmeuse.] Eis a incomparável! Pegue a lira, Crobyle, e você, Myrtale, pegue a cítara! E cantem as duas o cântico da Beleza!
[à l’apparition de la Charmeuse.] Voilà l’Incomparable! Prends la lyre, Crobyle, et toi, prends la cithare, Myrtale! Et toutes deux chantez le cantique de la Beauté!
[Crobyle e Myrtale cantam, acompanhando-se em seus instrumentos, enquanto La Charmeuse desenvolve poses lentas e formula passos ligeiros, lançando, através do canto das escravas, as expansões de sua voz.]
[Crobyle et Myrtale chantent en s’accompagnant de leurs instruments tandis que La Charmeuse développe ses poses lentes et formule ses pas légers, jetant à travers le chant des deux esclaves, les fusées de sa voix.]
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NICIAS E O CORO NICIAS ET LE CHOEUR
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[Quand Thaïs et Athanaël sont sortis, paraissent Nicias et tous les personnages du second tableau. Ils descendent joyeusement, en tumulte, de la maison du fond. Nicias les mène, très animé, comme un peu étourdi par l’ivresse.]
Libreto Thaïs
[Quando Thaïs e Athanaël saem, aparecem Nicias e todos os personagens do segundo quadro. Descem com alegria, em tumulto, da casa do fundo. Nicias os conduz, bastante animado e um pouco aturdido pela embriaguez.]
CROBYLE E MYRTALE CROBYLE ET MYRTALE
Essa que vem é mais bela Que a rainha de Sabá Que dançava sobre os espelhos! E da sombra de seus véus Vem a graça da sua voz Como flechas de fogo! Sua tez é de um âmbar pálido, Ela vem aérea! Como um ídolo impassível, ela vai! Ela seduz, ela acaricia. Seus olhares lançam correntes, Seus belos olhares lânguidos Que fazem cativos os homens. Sem nada saber de seu poder assustador, Ela seduz, ela acaricia, Ela tem o charme mortal,
Celle qui vient est plus belle Que la reine de Saba Qui dansait sur des miroirs! Et de l’ombre de ses voiles Partent les traits de sa voix Comme des flèches de feu! Elle a le teint d’ambre pâle, Elle vient aérienne! Comme une idole impassible, elle vá! Elle entraîne, elle caresse. Ses regards jettent des chaînes, Ses beaux regards alanguis Qui font les hommes captives. Sans rien savoir de son pourvoir, Elle entraîne, elle caresse, Elle a le charme mortel!
CORO CHOEUR
Evoé! Evoé!
Evohé! Evohé!
[Athanaël surge na porta da casa, com uma tocha acesa na mão.]
[Athanaël paraît au seuil de la maison, une torche allumé à la main.]
CROBYLE E MYRTALE CROBYLE ET MYRTALE
[com alegria e surpresa] Athanaël!
[avec surpise e gaîté] Athanaël!
NICIAS
com surpresa e alegria.] Eh! É ele! É Athanaël!
[avec surprise et gaîté.] Eh! c’est lui!… c’est Athanaël!
AMIGOS AMIS
Athanaël! Olá, sábio dos sábios! Então Thaïs desarmou a sua razão? [Rindo.] Ah, ah! Vejam sua face gloriosa!
Athanaël! Salut, sage des sages! Thaïs a donc désarmé ta raison? [En riant.] Ah! ah! voyez sa face glorieuse!
ATHANAËL
[jogando a tocha, que se apaga no chão.] Ah! Calem-se! Thaïs é a esposa de Deus, ela não é mais de vocês! A Thaïs infernal morreu para todo o sempre… e a nova Thaïs, ei-la aqui!
[jetant la torche qui s’éteint sur le sol.] Ah! taisez-vous! Thaïs est l’épouse de Dieu, elle n’est plus à vous! La Thaïs infernale est morte à tout jamais… et la Thaïs nouvelle, la voici!
[Aparece Thaïs, o penteado desfeito, vestida com uma túnica de lã. Seus escravos a seguem, entristecidos, olhando para a casa da qual, nessa hora, sobem fumaças leves as quais logo sucederão os clarões do incêndio e as chamas. Atraída pelos gritos
[Paraît Thaïs, les cheveux défaits, vêtue d’une tunique de laine. Ses esclaves la suivent attristés, regardant vers la maison d’où, dès ce moment, montent de légères fumées que vont bientôt suivre des lueurs d’incendie et des flammes. La foule attirée par
les cris et les rires envahit la place progressivement.]
68
ATHANAËL
[a Thaïs.] Venha, minha irmã, fujamos desta cidade para sempre!
[à Thaïs.] Viens, ma soeur, et fuyons à jamais cette ville!
Libreto Thaïs
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e os risos, a multidão invade progressivamente a praça.]
A MULTIDÃO LA FOULE
Ah, jamais! Não! Jamais!
Ah! jamais! non! jamais!
A MULTIDÃO E OS AMIGOS DE NICIAS LA FOULE ET LES AMIS DE NICIA
Levá-la! O que ele diz?
L’emmener! Que dit-il?
THAÏS
Ele diz a verdade!
Il dit vrai!
NICIAS
Thaïs! Você vai nos deixar! Será possível?
Thaïs! Tu nous quitterais! Est-ce possible?
[Nicias toma o braço de Thaïs.]
[Nicias a pris le bras de Thaïs.]
ATHANAËL
[tomando-a dele.] Ímpio! Tema a morte, se você a tocar! Ela é sagrada! Ela pertence a Deus! [Puxa Thaïs para si e tenta se afastar.] Dêem passagem!
[la lui arrachant.] Impie! crains de mourir, si tu touches à celle-ci! Elle est sacrée! elle est la part de Dieu! [Prenant Thaïs près de lui et voulant s’éloigner.] Passage!
A MULTIDÃO LA FOULE
[agitada.] Não! O que quer esse homem? Ele que volte para o deserto!
[excitée.] Non! Que lui veut donc cet homme! Qu’il retourne au désert!
PEQUENO GRUPO DE GENTE DO POVO UN PETIT GROUPE DE GENS DU PEUPLE
[ameaçando Athanaël.] Vá embora! Cinocéfalo!
[menaçant Athanaël.] Va-t-en! Cynocéphale!
A MULTIDÃO LA FOULE
Levar Thaïs de nós! Eh! De que viveremos? Minhas rosas, meus colares, minhas joias! Quem nos pagará? Para que então temos leis? Ele está raptando Thaïs!
Nous reprendre Thaïs! Eh! de qui vivronsnous! Mes roses! mes colliers! mes bijoux! qui nous paiera! Pour qui donc sont les lois! Il nous vole Thaïs!
MULHERES AGITADAS LES FEMMES AFFOLÉES
[designando a casa incendiada.] As chamas! O incêndio! O palácio queima!
[désignant la maison incendiée.] La flamme! l’incendie! le palais brûle!
A MULTIDÃO LA FOULE
[gritando.] Que ela fique! E que ele apanhe! Aos corvos! À forca! Ao esgoto!
[hurlante.] Qu’elle reste! et lui qu’on l’assomme! aux corbeaux! Au gibet! À l’égout!
UM HOMEM DO POVO UN HOMME DU PEUPLE
[jogando uma pedra em Athanaël e ferindo seu rosto.] Tome, seu sátiro!
[jetant une pierre à Athanaël qu’il blesse au front.] Tiens! satyre, à toi!
ATHANAËL, THAïs
[um perto do outro, de pé, bem calmos, olhando a multidão ameaçadora. O incêndio aumenta.] Ah! Morramos, se for nossa hora! Conquistemos em um instante a alegria eterna ao preço de todo nosso sangue!
[l’un près de l’autre, debout, très calmes, regardant la foule menaçante. L’incendie augmente.] Ah! Mourons, si c’est notre heure! Achetons-en un instant une éternelle allégresse au prix de tout notre sang!
A MULTIDÃO LA FOULE
[com furor.] À morte!
[avec fureur.] À mort!
NICIAS
[conseguindo se interpor.] Parem! Por todos os deuses! Eis o que pode aplacá-los! [Pega ouro em sua bolsa, jogando punhados].
[parvenant à s’interposer.] Arrêtez! de par tous les dieux! Voilà de quoi vous apaiser! [Il a puisé dans son escarcelle et jette de l’or à poignées.]
A MULTIDÃO LA FOULE
[Todos se precipitam sobre o ouro, disputado a grandes gritos.] Ouro!
[Tous se précipitent sur l’or qu’ils se disputent à grand cris]. De l’or!
NICIAS
[a Athanaël e Thaïs.] Vão! Adeus, Thaïs! Em vão me esquecerá; sua lembrança será o perfume de minha alma!…
[à Athanaël et à Thaïs.] Allez! Adieu, Thaïs! En vain tu m’oublieras; ton souvenir sera le parfum de mon âme!…
[Nicias volta a jogar ouro. Novos clamores da multidão. Athanaël e Thaïs fogem. O palácio arde.]
[Nicias jette de nouveau l’or. Nouvelles clameurs de la foule. Athanaël et Thaïs s’enfuient. Le palais brûle.]
[O oásis — Sob as palmeiras, um poço. Mais longe, para os viajantes, um abrigo em meio ao verde. Ainda mais longe, à borda da areia, incendiada pelo sol, as celas brancas do retiro de Albine. O sol está bem alto. Sob as palmeiras, uma a uma, mulheres vêm em silêncio, descem ao poço, voltam a subir e se
[L’Oasis — Sous les palmiers, un puits. Plus loin, pour les voyageurs, un abri dans la verdure. Plus loin encore, à la lisière du sable, incendié de soleil, les cellules blanches de la retraite d’Albine. Le soleil est très haut. Sous les palmiers, une à une, quelques femmes viennent en silence, descendent au puits, en
TERCEIRO ATO PRIMEIRO QUADRO ACTE TROISIÈME PREMIER TABLEAU
L’ardent soleil m’écrase, comme un fardeau trop lourd! Ah! je succombe au poids du jour! Arrêtons-nous!
Não! Continue andando! Machuque seu corpo, anule sua carne!
Non! Marche encore! Brise ton corps, anéantis ta chair!
[humilde.] Pai, você diz a verdade. Minha tortura, eu a ofereço ao divino redentor.
[humblement.] Père, tu dis vrai. Ma torture, je l’offre au divin rédempteur.
Por si só, o arrependimento nos purifica. Ande! Esse corpo perfeito que você entregava aos pagãos, aos infiéis, [com fúria repentina] a Nicias! Ah, Deus contudo o havia formado para que se tornasse seu tabernáculo! E agora que você conhece a verdade, não pode mais unir seus lábios, não pode mais juntar as mãos sem ter desgosto por si mesma.
Seul, le repentir nous épure. Marche! Ce corps parfait que tu livras aux païens, aux infidèles, [Avec une furie soudaine] à Nicias! Ah! Dieu l’avait pourtant formé pour qu’il devint son tabernacle! Et maintenant que tu connais la vérité, tu ne peux plus unir tes lèvres, tu ne peux plus joindre tes mains, sans concevoir le dégoût de toi-même.
THAÏS
[humilde.] Pai, você diz a verdade.
[humblement.] Père, tu dis vrai.
ATHANAËL
Ande! Expie!
Marche! Expie!
THAÏS
[apreensiva.] Ainda estamos longe da casa de Deus?
[craintive.] Sommes-nous loin encor de la maison de Dieu?
ATHANAËL
[rude.] Que importa? Ande!
[avec rudesse.] Qu’importe? Marche!
THAÏS
[vacilante.] Não consigo! Perdão, venerado pai!
[chancelante.] Je ne puis! Pardon, vénéré père!
[Como ela está prestes a desmaiar, ele a toma nos braços, depois faz com que se sente à sombra. Contempla-a
[Comme elle va défaillir, il la soutient dans ses bras, puis la fait asseoir à l’ombre. Il la contemple un instant
THAÏS
ATHANAËL
THAÏS
ATHANAËL
71
O sol ardente me esmaga, como um fardo pesado demais! Ah, sucumbo aos pés do dia! Paremos!
70
remontent et s’éloignent. Après un instant, Thaïs et Athanaël paraissent. Thaïs, accablée de fatigue, se soutient à peine.]
Libreto Thaïs
afastam. Depois de um instante, surgem Thaïs e Athanaël. Thaïs, esgotada pela fadiga, mal consegue se segurar.]
um instante, silenciosamente. De repente, então, a expressão de seu rosto fica doce.]
silencieusement. Tout à coup, alors, l’expression de son visage s’adoucit.]
ATHANAËL
Ah! Gotas de sangue escorrem de seus pés brancos. A piedade toca minha alma! Pobre criança, pobre mulher! Oh, santa Thaïs! Oh, minha irmã!… Prolonguei demais essa dura prova. Perdoe-me! [Prostra-se. Chora. Beija os pés ensanguentados de Thaïs. Com adoração.] Oh, santa, mui santa Thaïs!
Ah! des gouttes de sang coulent de ses pieds blancs. La pitié s’émeut en mon âme! Pauvre enfant, pauvre femme! O sainte Thaïs! O ma soeur!… J’ai trop prolongé cette dure épreuve. Pardonne-moi! [Il se prosterne. Il pleure. Il baise les pieds saignants de Thaïs. Avec adoration.] O sainte, très sainte Thaïs!
THAÏS
[fitando-o longamente.] Suas palavras têm a doçura de uma aurora. Andemos agora!
[le regardant longuement.] Ta parole a la douceur d’une aurore! Marchons maintenant!
ATHANAËL
[retendo-a com doçura.] Ainda não. Água fresca e frutas lhe darão alguma força. Espere-me descer até o poço e ir até a parada hospitaleira. Veja, lá embaixo, as celas brancas: é o convento de Albine, para onde vamos. O objetivo está próximo. Tenha esperança, reze! [Afasta-se lentamente, vai em direção a um abrigo sob a folhagem, traz frutos em uma cesta, depois desce para o poço com uma taça de madeira.]
[la retenant avec douceur.] Pas encore. De l’eau fraîche, des fruits te rendront quelque force. Attends que je descende vers le puits, que j’aille vers la halte hospitalière. Vois, là-bas, ces cellules blanches: c’est le couvent d’Albine où nous allons. Le but est proche. Espère, prie! [Il s’éloigne lentement, va vers l’abri sous le feuillage, rapporte des fruits dans une corbeille, puis descend vers le puits avec une coupe de bois.]
THAÏS
[só, por um instante.] Oh, mensageiro de Deus, tão bom em sua rudeza, seja bendito, você que me abriu o céu! Minha carne sangra, e minha alma está cheia de alegria. Um ar leve banha minha fronte ardente. Mais fresco que a água da fonte, mais doce que um fio de mel, seu pensamento está em mim, suave e salutar, e meu espírito já se liberta da terra plana nessa imensidão! Seja bendito, pai muito venerado!
[un instant seule.] O messager de Dieu, si bon dans ta rudesse, sois béni, toi qui m’as ouvert le ciel! Ma chair saigne, et mon âme est pleine d’allégresse. Un air léger baigne mon front brûlant. Plus fraîche que l’eau de la source, plus douce qu’un rayon de miel, ta pensée est en moi, suave et salutaire et mon esprit, dégagé de la terre plane déjà dans cette immensité! Sois béni, très vénéré père!
[Athanaël volta com água e frutas.]
[Athanaël revient, avec l’eau et les fruits.]
THAÏS
Banhe de água minhas mãos e meus lábios, dê-me essas frutas. Banhe de água minhas mãos e meus lábios. Minha vida é sua. Minha vida é sua. Deus a confiou a você. Eu pertenço a você. Minha vida é sua, Deus a confiou a você.
Baigne d’eau mes mains et mes lèvres, donne ces fruits. Baigne d’eau mes mains et mes lèvres. Ma vie est à toi. Ma vie est à toi, Dieu te la confie. Je t’appartiens. Ma vie est à toi, Dieu te la confie.
[Thaïs, depois de beber, ergue a taça, sorrindo, para Athanaël.]
[Thaïs aprés avoir bu élève, em souriant as coupe vers Athanaël.]
THAÏS
Beba também!
Bois à ton tour!
ATHANAËL
Não! Ao vê-la reviver, saboreio uma doçura melhor… Sinto seu mal ser aplacado! Oh, doçura inefável!
Non! à te voir revivre, je goûte une douceur meilleure… Je sens ton mal apaisé...! O douceur ineffable!
THAÏS
Oh, divina bondade!
O divine bonté!
AS VOZES LES VOIX
[à distância.] Pater noster, qui es in coelis… Panem nostrum quotidianum da nobis.
[à distance.] Pater noster, qui es in coelis… Panem nostrum quotidianum da nobis.
THAÏS
Quem vem?
Qui vient!
ATHANAËL
Ah, providência divina! É a venerável Albine e suas irmãs, trazendo o pão preto do convento. Elas vêm em nossa direção, e andam rezando.
Ah! providence divine! Voici la vénérable Albine et ses soeurs rapportant le pain noir du couvent. Elles viennent vers nous et marchent en priant.
AS VOZES LES VOIX
[bem próximas.] Et ne nos inducas in tentationem, sed libera nos a malo. [Albine e suas companheiras aparecem.]
[très proches.] Et ne nos inducas in tentationem, sed libera nos a malo. [Albine et ses compagnes paraissent.]
ATHANAËL
Amém! Que a paz do Senhor esteja com você, santa Albine. Trago à sua colmeia divina uma
Amen! La paix du Seigneur soit avec toi, sainte Albine. J’apporte à ta ruche divine une abeille que
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Baigne d’eau tes mains et tes lèvres, goûte à ces fruits. Baigne d’eau tes mains et tes lèvres. Ta vie est à moi. Ta vie est à moi, Dieu me la confie. Tu m’appartiens. Ta vie est à moi, Dieu me la confie.
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Banhe de água suas mãos e seus lábios, saboreie essas frutas. Banhe de água suas mãos e seus lábios. Sua vida é minha. Sua vida é minha, Deus a confiou a mim. Você me pertence. Sua vida é minha, Deus a confiou a mim.
Libreto Thaïs
ATHANAËL
abelha que, pela graça dos céus, encontrei um dia perdida, em um caminho sem flores. Trouxe-a no buraco da minha mão, muito frágil. Aqueci-a com meu sopro e agora a dou a você, para consagrá-la a Deus.
j’ai, par la grâce d’en haut, trouvée un jour perdue en un chemin sans fleurs. Dans le creux de ma main je l’ai prise, très frêle. De mon souffle je l’ai réchauffée et voici que pour la consacrer à Dieu je te la donne.
ALBINE
Assim seja! Venha, minha filha. [Ela toma Thaïs nos braços e a segura por um instante em abraço maternal.]
Ainsi soit-il! Venez, ma fille. [Elle prend Thaïs dans ses bras et la tient un instant maternellement embrassée.]
ATHANAËL
Não irei muito longe. Minha obra está concluída! Adeus, querida Thaïs, fique reclusa em sua cela estreita. Faça penitência e reze, a cada hora, por mim!
Je n’irai pas plus loin. Mon oeuvre est accomplie! Adieu, chère Thaïs, reste recluse en l’étroite cellule. Fais pénitence et prie, à chaque heure, pour moi!
THAÏS
[com uma expressão profunda.] Beijo suas mãos auxiliadoras, choro ao abandonar você, que me entregou a Deus!
[avec une profonde expression.] Je baise tes mains secourables je pleure à te quitter ô toi qui m’as rendue à Dieu!
ATHANAËL
Oh, palavra tocante! Oh, lágrimas adoráveis! Bem-aventurada a pecadora ganha para o amor eterno! [Com exaltação.] Que belo é seu rosto! Que raio de alegria emana de seus olhos!
O parole touchante! O larmes adorables! Bienheureuse la pécheresse gagnée à l’éternel amour! [Avec exaltation.] Que son visage est beau! Quel rayon d’allégresse émane de ses yeux!
THAÏS
Adeus, meu pai, adeus!… Para sempre!
Adieu, mon père, adieu!… Pour toujours!
ATHANAËL
[como golpeado.] Para sempre?
[comme frappé.] Pour toujours?
THAÏS
Na cidade celeste nos reencontraremos!
Dans la cité céleste, nous nous retrouverons!
ALBINE E AS Filles Blanches ALBINE ET LES FILLES BLANCHES
Amém!
Amen!
[Elas se afastam. Athanaël as segue um instante com o olhar, como em um sonho.]
[Elles s’éloignent. Athanaël les suit un instant du regard, comme dans un rêve.]
[só.] Ela vai lentamente entre as Filles
[seul.] Elle va lentement parmi les Filles
ATHANAËL
[Appuyé sur son bâton, il regarde encore ardemment vers le chemin qu’a pris Thaïs.]
[A Tebaida. As cabanas dos cenobitas à margem do Nilo. O céu está vermelho ao ocidente, há uma ameaça de tempestade. Os cenobitas acabam de terminar sua refeição da noite e fitam o céu com vago terror.]
[La Thébaïde. Les cabanes des Cénobites au bord du Nil. Le ciel est rouge à l’occident, il y a dans l’air des menaces d’orage. Les Cénobites viennent de terminer leurs repas du soir et regardent le ciel avec une vague terreur. ]
OS CENOBITAS LES CÉNOBITES
Como o céu está pesado! Que torpor esmaga os seres e as coisas! Escuta-se ao longe o grito do chacal! O vento vai desencadear suas matilhas a rugir com raios e trovões!
Que le ciel est pesant! Quelle torpeur accable les êtres et les choses! On entend au loin le cri du chacal! Le vent va déchaîner ses meutes rugissantes avec le tonnerre et l’éclair!
PALÉMON
[aos cenobitas, que se apressam ao trabalho seguindo sua indicação.] Coloquemos nossos grãos e frutos dentro das cabanas! Temamos uma noite de tempestade, que os espalharia!
[aux Cénobites qui s’empressent au travail selon son indication.] Rentrons dans nos cabanes et nos grains et nos fruits! Redoutons une nuit d’orage qui les disperserait!
UM CENOBITA UN CÉNOBITE
[caminhando.] Athanaël… Quem o viu?…
[en marchant.] Athanaël… Qui l’a vu?…
PALÉMON
Há vinte dias ele voltou, meus irmãos, e creio que nem comeu, nem bebeu! Parece que o seu triunfo sobre o inferno lhe destruiu o corpo e a alma!
Depuis vingt jours qu’il nous est revenu, mes frères, je crois bien qu’il n’a mangé, ni bu! Le triomphe qu’il a remporté sur l’enfer semble l’avoir brisé de corps et d’âme!
[Athanaël surge com os olhos fixos, um ar selvagem, o corpo destruído.]
[Athanaël paraît, les yeux fixes, l’air farouche, le corps comme brisé.]
SEGUNDO QUADRO DEUXIÈME TABLEAU
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[Apoiado em sua bengala, volta a olhar, ardente, para o caminho que Thaïs tomou.]
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Blanches. Les palmiers inclinent leurs branches. Comme pour rafraîchir son front. Et les jours, les ans passeront sans qu’elle m’apparaisse encore! [D’abord lentement, puis dans un cri d’angoisse.] Je ne la verrai plus! Je ne la verrai plus!
Libreto Thaïs
Blanches. As palmeiras inclinam seus ramos. Como para refrescar sua fronte. Os dias, os anos passarão sem que ela volte a aparecer para mim! [Primeiro lentamente, depois em um grito de angústia.] Não a verei mais! Não a verei mais!
OS CENOBITAS LES CÉNOBITES
[com respeito.] É ele que vem! [Athanaël passa no meio deles como se não os visse.]
[avec respect.] C’est lui qui vient! [Athanaël passe au milieu d’eux comme s’il ne les voyait pas.]
UM GRUPO UN GROUPE
Seu pensamento está ausente…
Sa pensée est absente…
OUTRO GRUPO UN AUTRE GROUPE
Ele está perto de Deus!
Elle est auprès de Dieu!
OS CENOBITAS LES CÉNOBITES
[afastando-se.] Respeitemos seu silêncio… deixemo-lo só!…
[en s’éloignant.] Respectons son silence… laissons-le seul!…
ATHANAËL
[a Palémon, com humildade.] Fique perto de mim; preciso confessar as tormentas de minha alma a sua alma serena. Você sabe, Palémon, que reconquistei a alma daquela que foi a impura Thaïs. Uma orgulhosa alegria se seguiu a esse triunfo — e eu voltei para esse deserto de paz!… Pois bem, em mim, a paz está morta!… Em vão flagelei minha carne, em vão a martirizei! Um demônio me possui! A beleza daquela mulher assombra minhas visões! Vejo apenas Thaïs, ou melhor, não é ela, é Helena e Frineia, é a Vênus Astarte, todos os esplendores e todas as volúpias em uma única criatura!
[à Palémon avec humilité.] Demeure auprès de moi; il faut que je confesse le trouble de mon âme à ton âme sereine. Tu sais, ô Palémon, que j’ai reconquis l’âme de celle qui fut l’impure Thaïs. Une orgueilleuse joie a suivi ce triomphe — et je suis revenu vers ce désert de paix!… Eh bien, en moi la paix est morte!… En vain j’ai flagellé ma chair en vain je l’ai meurtrié! Un démon me possède! La beauté de la femme hante mes visions! Je ne vois que Thaïs, ou mieux, ce n’est pas elle, c’est Hélène et Phryné c’est Vénus Astarté, toutes les splendeurs et toutes les voluptés en une seule créature!
[Cai aos pés de Palémon, esmagado pela vergonha.]
[Il tombe comme écrasé de honte aux pieds de Palémon.]
[doce e simplesmente.] Eu não lhe disse: “Jamais nos misturemos, meu filho, às pessoas do mundo, temamos as armadilhas do espírito”? Ah, por que você nos deixou?… Que Deus o socorra! Adeus!
[doucement et simplement.] Ne t’avais-je pas dit: “Ne nous mêlons jamais, mon fils, aux gens du siècle, craignons les pièges de l’esprit!” Ah! Pourquoi nous as-tu quittés?… Que Dieu t’assiste! Adieu!
[Athanaël se levanta. Palémon o abraça e se afasta. Athanaël, só, ajoelha-se em sua esteira, abrindo os braços para uma
[Athanaël se lève. Palémon l’embrasse et s’éloigne. Athanaël, seul, s’agenouille sur sa natte, étend les bras pour une muette
PALÉMON
[a Athanaël, com grande charme e sedução provocante.] O que o faz tão severo, e por que você desmente a chama dos seus olhos?
[à Athanaël, avec un grand charme et une séduction provocante.] Qui te fait si sévère, et pourquoi démens-tu la flamme de tes yeux?
ATHANAËL
[com voz abafada, como em sonho.] Thaïs!…
[d’une voix étouffée, comme en rêvant.] Thaïs!…
thaïs
Que triste loucura faz você renegar o seu destino? Homem feito para amar, que erro é o seu!
Quelle triste folie te fait manquer à ton destin? Homme fait pour aimer, quelle erreur est la tienne!
ATHANAËL
[sem fôlego, levantando-se.] Ah! Satã! Para trás! Minha carne arde!
[haletant, se levant.] Ah! Satan! arrière!… ma chair brûle!
thaïs
[com provocação.] Ouse vir, você que afronta Vênus!
[avec provocation.] Ose venir, toi qui braves Vénus!
ATHANAËL
[perturbado.] Morro! Thaïs!… Venha!…
[éperdu.] Je meurs! Thaïs!… Viens!…
[Risos estridentes de Thaïs, cuja imagem desaparece subitamente.]
[Rires stridents de Thaïs dont l’image disparaît subitement.]
ATHANAËL
[percebendo a visão com um grito de desespero, e retrocedendo.] Ah!…
[apercevant la vision avec un cri d’épouvante, et reculant.] Ah!…
AS VOZES LES VOIX
Uma santa está prestes a deixar a terra. Thaïs de Alexandria vai morrer! Thaïs vai morrer! [a visão se apaga.]
Une Sainte est près de quitter la terre. Thaïs d’Alexandrie va mourir! Thaïs va mourir! [La vision s'efface.]
ATHANAËL
[com desordem mental, repetindo as palavras ouvidas durante a visão.] Thaïs vai morrer! Thaïs vai morrer!… [Com paixão furiosa.] Então, para que o céu, as criaturas, a luz? Para que serve
[avec égarement répétant les paroles entendues pendant la vision.] Thaïs va mourir! Thaïs va mourir!… [Avec une passion furieuse.] Alors, pourquoi le ciel, les êtres, la lumière? À quoi bon
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thaïs
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et fervente oraison. Après quoi il s’allonge, les mains jointes et s’endort. Après un temps, la forme de Thaïs apparaît, lumineuse, dans l’ombre.]
Libreto Thaïs
oração muda e fervente. Em seguida, deita-se, junta as mãos e adormece. Após um tempo, a sombra de Thaïs aparece, luminosa, na sombra.]
o Universo? Thaïs vai morrer! Ah! Vê-la de novo, revê-la, abraçá-la, guardá-la! Eu a quero! Sim, louco, louco sou eu por não ter compreendido que apenas ela era tudo, que uma de suas carícias valia mais do que o céul! Oh, queria matar todos que a amaram! Não, Thaïs, não morra! Não! Vou recuperá-la! Seja minha! Seja minha!
l’univers? Thaïs va mourir! Ah! la voir encore! la revoir, la saisir, la garder!… Je la veux! Oui, fou, fou que je suis de n’avoir pas compris qu’elle seule était tout!… qu’une des ses caresses valait plus que le ciel! Oh! je voudrais tuer tous ceux qui l’ont aimée! Non, Thaïs, ne meurs pas! Non! je vais te reprendre! Sois à moi! sois à moi!
[Ele se precipita e desaparece na noite. Escuridão completa. Invasão de nuvens, relâmpagos sinistros. Trovões.]
[Il s’élance et disparaît dans la nuit. Obscurité complète. Nuages envahissants, éclairs sinistres. Tonnerre.]
[O jardim do monastério de Albine. À sombra de uma grande figueira, Thaïs jaz imóvel, quase morta. Suas companheiras e Albine estão ao seu redor.]
[Le jardin du monastère d’Albine. À l’ombre d’un grand figuier, Thaïs est étendue, immobile, comme morte. Ses compagnes et Albine sont autour d’elle.]
AS Filles Blanches DO MONASTÉRIO LES FILLES BLANCHES DU MONASTÈRE
[de joelhos, mãos juntas, em volta de Thaïs.] Senhor, tende piedade de mim segundo vossa mansuetude! Apagai minha iniquidade segundo vossa misericórdia!
[à genoux, les mains jointes, autour de Thaïs.] Seigneur, ayez pitié de moi selon votre mansuétude! effacez mon iniquité selon votre miséricorde!
ALBINE
[à parte, contemplando Thaïs.] Deus a chama e, essa noite, a brancura da mortalha terá coberto esse rosto puro! Durante três meses ela velou, orou, chorou; seu corpo foi destruído pela penitência, mas seus pecados foram apagados!
[à part, contemplant Thaïs.] Dieu l’appelle, et, ce soir, la blancheur du linceul aura voilé ce pur visage! Durant trois mois, elle a veillé, prié, pleuré; Son corps est détruit par la pénitence, mais ses péchés sont effacés!
AS Filles Blanches LES FILLES BLANCHES
Senhor, tende piedade de mim segundo vossa mansuetude!
Seigneur, ayez pitié de moi selon votre mansuétude!
[Athanaël, muito pálido e perturbado, surge à entrada do jardim. Albine percebe que ele contém sua emoção e se detém, humilde. Albine vai para a frente dele, com respeito. As Filles Blanches formam um grupo que
[Athanaël, très pâle, très troublé paraît à l’entrée du jardin. Ayant été aperçu par Albine, il contient son émotion et s’arrête humblement. Albine est allée au-devant de lui avec respect. Les Filles Blanches forment un
TERCEIRO QUADRO TROISIÈME TABLEAU
[a Athanaël, com simplicidade.] Seja bem-vindo a nossos tabernáculos, oh, pai venerado! Sem dúvida você vem abençoar essa santa que nos entregou...
[à Athanaël, simplement.] Sois le bienvenu dans nos tabernacles, ô père vénéré! car sans doute tu viens pour bénir cette sainte que tu nous as donnée…
ATHANAËL
[com uma perturbação mental que tenta conter.] Sim… Thaïs!…
[avec un trouble, un égarement qu’il essaie de contenir.] Oui… Thaïs!…
ALBINE
Depois de fazer o que seu espírito mandou que ela fizesse, agora vai contemplar a luz eterna!
Ayant fait ce que ton esprit pur lui commanda de faire, voici qu’elle va voir l’éternelle lumière!
[As companheiras de Thaïs se afastam, Athanaël a vê.]
[Les compagnes de Thaïs s’étant écartés, Athanaël l’aperçoit.]
[com angústia.] Thaïs!… Thaïs!… [Esmagado pela dor, cai prosternado.]
[avec angoisse.] Thaïs!… Thaïs!… [Écrasé de douleur, il est tombé prosterné.]
[Albine e as Filles Blanches se afastam alguns passos. Enquanto elas murmuram suas lamentações, Athanaël cai de joelhos e se encontra perto de Thaïs, a quem estende os braços.]
[Albine et les Filles Blanches s’éloignent de quelques pas. Pendant qu’elles murmurent leurs lamentations, Athanaël s’est trainé sur les genoux et se trouve près de Thaïs, à laquelle il tend les bras. ]
ATHANAËL
[em voz baixa, e dolorosamente.] Thaïs!…
[a voix basse et douloureusement.] Thaïs!…
thaïs
[abrindo os olhos e fitando Athanaël com dor.] É você, meu pai!… [Sempre no êxtase, e sem escutar o que Athanaël lhe responde.] Você se lembra da jornada luminosa pela qual me conduziu até aqui?
[ouvrant les yeux et regardant Athanaël avec douleur.] C’est toi, mon père!… [Toujours dans l’extase n’éntendant pas ce qu’Athanaël lui répond.] Te souvient-il du lumineux voyage, lorsque tu m’as conduite ici?…
ATHANAËL
[com ternura.] Lembro-me apenas da sua beleza mortal!
[avec attendrissement.] J’ai le seul souvenir de ta beauté mortelle!
thaïs
Você se lembra das horas de calma no frescor do oásis?
Te souvient-il de ces heures de calme dans la fraîcheur de l’oasis!…
ATHANAËL
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ALBINE
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groupe qui tout d’abord dérobe à Athanaël la vue de Thaïs.]
Libreto Thaïs
priva Athanaël da vista de Thaïs.]
ATHANAËL
[com ardor.] Ah! Lembro-me apenas dessa sede inaplacada, da qual você seria a calma…
[avec ardeur.] Ah! Je me souviens seulement de cette soif inapaisée dont tu seras l’apaisement…
thaïs
Sobretudo, você se lembra de suas palavras santas do dia em que, por você, conheci o único amor?
Surtout te souvient-il de tes saintes paroles en ce jour où par toi j’ai connu le seul amour!…
ATHANAËL
[com ansiedade.] Quando falei, menti para você…
[avec anxiété.] Quand j’ai parlé, je t’ai menti…
thaïs
E eis a aurora! E eis as rosas da eterna manhã!
Et la voilà l’aurore! et les voilà les roses de l’éternel matin!
ATHANAËL
Não! O céu… nada existe… só é verdadeira a vida e o amor das criaturas. Eu te amo!
Non! le ciel… rien n’existe… rien n’est vrai que la vie et que l’amour des êtres je t’aime!
thaïs
O céu se abre! Eis os anjos, os profetas… e os santos!… Eles vêm com um sorriso, as mãos cheias de flores!
Le ciel s’ouvre! Voici les anges, les prophètes… et les saints!… ils viennent avec un sourire les mains toutes pleines de fleurs!
ATHANAËL
Escute-me então, minha bem amada!…
Entends-moi donc, ma toute aimée!…
thaïs
[levanta-se completamente.] Dois serafins de asas brancas planam no azul e, como você disse, o doce consolador coloca em meus olhos seus dedos de luz e enxuga as lágrimas para sempre!…
[Elle se léve tout à fait.] Deux séraphins aux blanches ailes planent dans l’azur! et comme tu l’as dit, le doux consolateur posant sur mes yeux ses doigts de lumière en essuie à jamais les pleurs!…
ATHANAËL
Venha! Diga-me: eu viverei! Eu viverei! Oh, minha Thaïs, você me pertence!
Viens! Dis-moi: je vivrai! Je vivrai! Oh ma Thaïs, tu m'appertiens!
thaïs
O som das harpas de ouro me encanta! Suaves perfumes me penetram! Sinto uma beatitude saborosa, todos meus males a adormecer! Ah, o céu! Eu vejo Deus!… [Ela morre.]
Le son des harpes d’or m’enchante! De suaves parfums me pénètrent! Je sens une exquise béatitude, endormir tous mes maux! Ah! le ciel!… Je voix Dieu!… [Elle meurt]
ATHANAËL
[com inflexão dilacerante.] Morte! Piedade!
[avec un accent déchirant.] Morte! Pitié!
FIM
FIN
Libreto Tha誰s
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Montagem da 贸pera Tha茂s no Teatro Regio de Turim, em 2008.
No início do século 20, havia em São Paulo conjuntos orquestrais mantidos por associações e colégios, mas não uma orquestra profissional especializada em ópera. As companhias líricas internacionais que se apresentavam no Theatro Municipal traziam, além dos solistas, músicos e corais completos. Na década de 1920, uma orquestra profissional foi montada e passou a realizar apresentações esporádicas no Theatro Municipal, mas somente em 1939 o grupo tornou–se permanente e passou a se apresentar com maior frequência sob o nome de Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal de São Paulo. Em 1949, um projeto de lei oficializou o conjunto, que passou a se chamar Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e a fazer parte das temporadas líricas e de dança do Theatro. Com atuações de destaque em todos esses anos, em 1940 a orquestra inaugurou o estádio do Pacaembu e, em 1955, tocou na reabertura de Theatro Municipal a ópera Pedro Malazarte, de Camargo Guarnieri, regida pelo próprio autor. Realizou ainda concerto em homenagem aos participantes dos Jogos Pan–Americanos de 1963, em São Paulo, e fez sua primeira excursão ao exterior em 1971 com todo o elenco para apresentação da ópera II Guarany, de Carlos Gomes, no Teatro San Carlo, na Itália. Muitos mestres da música contribuíram para o crescimento da Orquestra Sinfônica Municipal, entre eles, Arturo de Angelis, Zacharias Autuori, Edoardo Guarnieri, Lion Kasniefski, Souza Lima, Eleazar de Carvalho e Armando Belardi. Atualmente, John Neschling é o Diretor Artístico do Theatro Municipal de São Paulo e regente da Orquestra Sinfônica Municipal.
83 82 Biografias dos artistas
ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL DE SÃO PAULO
CORO LÍRICO MUNICIPAL DE SÃO PAULO Formado por cantores que se apresentam regularmente como solistas nos principais teatros do país, o Coro Lírico Municipal de São Paulo atua nas montagens de óperas das temporadas do Theatro Municipal, em concertos com a Orquestra Sinfônica Municipal, com o Balé da Cidade e em apresentações próprias. Desde 2013 sob o comando de Bruno Greco Facio, o grupo passou por um aprimoramento técnico e vocal e hoje conta com mais de 80 integrantes, prontos a interpretar diferentes papeis, em óperas cantadas em idiomas como o italiano, alemão, francês, russo e espanhol, como acontece na atual temporada. O Coro Lírico foi criado em 1939, e teve como primeiro diretor o maestro Fidélio Finzi, que preparou o grupo para a estreia em Turandot, em 13 de junho de 1939. Em 1947, Sisto Mechetti assumiu o posto de maestro titular, e somente em 1951 o coro foi oficializado, sendo dirigido posteriormente por Tullio Serafin, Olivero De Fabritis, Eleazar de Carvalho, Armando Belardi, Francisco Mignone, Heitor Villa-Lobos, Roberto Schnorremberg, Marcello Mechetti, Fábio Mechetti e Mário Zaccaro. O Coro Lírico Municipal recebeu os prêmios de Melhor Conjunto Coral de 1996, pela APCA, e o prêmio Carlos Gomes 1997 na categoria Ópera.
O Balé da Cidade de São Paulo foi criado em sete de fevereiro de 1968, com o nome de Corpo de Baile Municipal. Inicialmente com a proposta de acompanhar as óperas do Theatro Municipal e se apresentar com obras do repertório clássico, teve Johnny Franklin como seu primeiro diretor artístico. Em 1974, sob a direção Antonio Carlos Cardoso, a companhia assumiu o perfil de dança contemporânea, que mantém até hoje. A partir daí tornou-se presença destacada no cenário da dança sul-americana, marcando época por inovar a linguagem e mostrar ao público um elenco afinado. Em 25 de Setembro de 1981 passou a se chamar Balé da Cidade de São Paulo. Nos anos 80, o experimentalismo marcou a trajetória da companhia. Os bailarinos eram encorajados a contribuir com suas próprias ideias coreográficas que resultaram em trabalhos marcantes. A bem sucedida carreira internacional da companhia teve início com a participação na Bienal de Dança de Lyon, França, em 1996. Desde então suas turnês europeias têm sido aclamadas tanto pela crítica especializada quanto pelo público de todos os grandes teatros onde se apresenta, consagrando-a no cenário mundial da dança. Desde 2001, a atuação do Balé da Cidade de São Paulo se estende também em programas de formação de plateia e de ações culturais paralelas, principalmente em mostras didáticas pela cidade de São Paulo, partilhando seu patrimônio artístico com a população da cidade. A longevidade do Balé da Cidade de São Paulo, o rigor e padrão técnico de seu elenco e equipe artística atraem os mais importantes coreógrafos brasileiros e internacionais interessados em criar obras para seus bailarinos e artistas. O conjunto de suas conquistas demonstra a importância da sua atuação na cultura da cidade de São Paulo, capaz de produzir arte de qualidade para a população.
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BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO
ALAIN GUINGAL
direção musical e regência Alain Guingal rege regularmente nas casas de ópera mais importantes da França. Foi Diretor Musical da Ópera de Avignon, de 1975 a 1981, onde regeu O Navio Fantasma, Thaïs, Simon Boccanegra e La Traviata, entre outros títulos. É convidado frequente de prestigiados palcos internacionais, incluindo Opéra National de Paris, Wiener Staatsoper, Deutsche Oper em Berlim, Bayerisches Staatsoper, Washington Opera, Teatro Real de Madrid e Liceu de Barcelona, Teatro Comunale de Bolonha, Teatro Carlo Felice de Gênova, Teatro Regio de Turim, Teatro del Maggio Musicale Fiorentino, Teatro dell'Opera de Roma e Teatro San Carlo de Nápoles. Os seus compromissos recentes incluem Manon na Deutsche Oper de Berlim, La forza del Destino, La Gioconda e Aida no Théâtre Royal de Wallonie de Liège, La Traviata e Roberto Devereux na Opéra de Marseille, Werther em Las Palmas, Les contes d'Hoffmann em Bilbao, Mireille na Opéra de Toulon; Don Quichotte e Werther, de Massenet, em Tóquio; Thaïs em Oviedo, Lakmé na Ópera de Nice, Os Pescadores de Pérolas no Teatro Municipal de Santiago do Chile, Manon no Teatro dell'Opera de Roma, Carmen no Teatro San Carlo de Nápoles e em Avignon. Durante a temporada 2013/14, regeu produções aclamadas de Poliuto de Donizetti na Ópera de Marselha, La Muette de Portici de Auber no Teatro Petruzelli de Bari e uma versão de concerto Maria Stuarda de Donizetti no Maggio Musicale Fiorentino, Madama Butterfly em Avignon, Lucia di Lammermoor na Opéra de Marseille e Carmen no Festival d'Opéra de Avenches. Guingal abriu a temporada 2014/15 realizando Rigoletto em Antibes, seguido por Mireille, Simon Boccanegra e Carmen no Théâtre Municipal de Avignon.
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regente assistente
Coordenador do recém-iniciado Ópera Studio da Escola de Música de São Paulo da Fundação do Theatro Municipal de São Paulo, Gabriel Rhein-Schirato foi, entre 2011 e 2014, maestro-assistente da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte. Fez seu bacharelado em piano com especialização em regência no Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, sob a orientação de Gilberto Tinetti, Aylton Escobar e Marco Antônio da Silva Ramos. Ao final do curso, recebeu uma Láurea por Excelência Acadêmica, concedida pelo reitor aos melhores alunos da universidade, dentre todos os cursos. Fez sua especialização e pósgraduação nas cidades de Stuttgart e Bremen, sob orientação de Patrick O’Byrne, concluindo seu mestrado com as notas máximas. Em 2007, foi aceito no Corso di Alto Perfezionamento Musicale da Accademia Superiore Città della Musica e del Teatro em Pescara. Com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, apresentou diversas obras do repertório sinfônico, operístico e, eventualmente, popular. Em 2012 e 2013, regeu Madama Butterfly no Jardim Japonês de Belo Horizonte. Em 2013, regeu Un Ballo in Maschera no Grande Teatro do Palácio das Artes. Realizou, também, a preparação da OSMG para outros regentes, em obras como Giselle, Die Lustige Witwe, Carmina Burana, Fedra e Hipólito – em estreia mundial –, entre outras, além ter comandado a série de concertos didáticos. Entre 2009 e 2011, foi maestro-preparador do Coral do Amazonas, no Festival Amazonas de Ópera. Regeu a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo em uma das récitas comemorativas dos 45 anos de fundação do Balé da Cidade, em setembro de 2013, e na ópera Il Trovatore, em 2014, ambas no Theatro Municipal de São Paulo.
Biografias dos artistas
GABRIEL RHEIN-SCHIRATO
STEFANO PODA
direção cênica, cenografia, figurinos, iluminação e coreografia Stefano Poda conta com uma centena de montagens, marcadas por um estilo único, original e contemporâneo. Para dar à interpretação operística a unidade estética e conceitual de um teatro fundado na totalidade das artes e visando uma percepção integral, plástica e rica de imagens, Stefano Poda se ocupa das diversas dimensões de suas montagens: direção, cenografia, figurino, iluminação e coreografia. Em 2014, Stefano Poda assinou a inauguração do 77° Festival do Maggio Musicale Fiorentino, com a nova produção de Tristão e Isolda de Richard Wagner, sob a regência de Zubin Mehta. Em 2015, concebeu Fausto no Teatro Regio de Turim (numa coprodução com a Israeli Opera de Tel Aviv e da Ópera de Lausanne), Otello na Ópera de Budapeste, Nabucco no Teatro Verdi em Trieste, Andrea Chénier na Ópera Nacional da Coréia. Entre suas muitas produções, destacam-se Thaïs no Teatro Regio de Turim, em 2008, gravada pela RAI/Arthaus; Falstaff na Opéra Royal de Wallonie-Liège, em 2009, transmitido ao vivo em 200 cinemas nos EUA e na Europa (RAI/ Dynamic); Il Concilio dei Pianeti de Albinoni com o Solisti Veneti (Unitel); La Forza del Destino, abertura da temporada do Teatro Regio de Parma, em 2011, (Unitel) e do Festival Verdi de 2014; Il Trittico de Puccini, no Teatro Colón de Buenos Aires, em 2011; Leggenda no Teatro Regio de Turim e festival MITO, em 2011; Maria Stuarda na Ópera de Graz, em 2012, e na ABAO de Bilbao, em 2013; Il Trovatore para abertura do Festival Herodes Atticus em Atenas, em 2012; Atilla no St.Galler Festspiele, em 2013; Don Carlo na abertura da temporada 2013/14 do Theater Erfurt.
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regente do coro lírico
Paulistano, graduado em composição e regência pelas Faculdades de Artes Alcântara Machado, estudou sob a orientação dos mestres Abel Rocha, Isabel Maresca e Naomi Munakata. No ano de 2011, assumiu a regência do Collegium Musicum de São Paulo, tradicional coro da capital, dando continuidade ao trabalho musical do maestro Abel Rocha. Por 11 anos, dirigiu o Madrigal Souza Lima, trabalho responsável pela formação musical de jovens cantores e regentes. Em 2010, foi preparador do coro da Cia. Brasileira de Ópera, projeto pioneiro do maestro John Neschling que percorreu mais de 20 cidades brasileiras com a ópera O Barbeiro de Sevilha, de Gioachino Rossini. A convite do maestro Neschling, tornou–se regente titular do Coral Paulistano em fevereiro de 2013 e, em dezembro do mesmo ano, assumiu a direção do Coro Lírico do Theatro Municipal de São Paulo.
Biografias dos artistas
BRUNO GRECO FACIO
IRACITY CARDOSO
diretora artística do balé da cidade de são paulo
Formada pela Escola de Dança de São Paulo, teve sua primeira experiência internacional como bailarina em 1964/67, na Alemanha, França e México. Foi professora do Ballet Stagium e diretora do Balé da Cidade de São Paulo. Em 1980 foi assistente de direção e bailarina no Ballet Du Grand Theatre de Genebra, até que em 1988 se tornou Diretora Artística Adjunta. Depois de 1996 passou a trabalhar como Diretora Artística do Ballet Gulbenkian em Portugal. De volta ao Brasil, em 2006/07 foi Assessora de Dança da SMC de SP, onde reativa o Centro de Dança da Galeria Olido. Promove a publicação do Primeiro Edital de Fomento à Dança e inicia um projeto de dança vocacional. De 2008 a 2012 torna-se Diretora Artística Fundadora da São Paulo Companhia de Dança. Foi Jurada no Concurso Internacional de Dança do Prix de Lausanne, na Suíça em 2010. Em 2013 foi convidada pelo Maestro John Neschling para assumir a Direção Artística do Balé da Cidade de São Paulo.
91 90
soprano
Nascida na Albânia, Ermonela Jaho fez seu debut aos 17 anos como Violetta em La Traviata. Estudou em Tirana e na Accademia di Santa Cecilia em Roma. Venceu diversos prêmios como o da Competição Giacomo Puccini em Milão, o da Competição de Canto Spontini em Ancona e o da Competição Zandonai em Rovereto. Nas últimas temporadas, atuou em Anna Bolena em Moscou e Toulon; O Diálogo das Carmelitas no Teatro Petruzzelli em Bari e na Opéra de Toulon; La Traviata em Madri, Viena, Munique, Bilbao, Bayerische Staatsoper, Arena di Verona, Ópera de Estocolmo, Royal Opera House, Wiener Staatsoper e Deutsche Oper Berlin; fez seu debut no Teatro alla Scala em Manon de Massenet; Madama Butterfly no Gran Teatre del Liceu em Barcelona, La Rondine no Royal Opera House; Simon Boccanegra na Opéra de Lyon; La Vestale, de Gasparo Spontini, no Théâtre des Champs Elysées, La Bohème no Royal Opera House e Guilherme Tell no Théâtre Royale de la Monnaie. Seu repertório também inclui papéis em Maria Stuarda, Thaïs, Fausto, Luisa Miller, Suor Angelica, As Bodas de Fígaro, Carmen, O Elixir de Amor, Don Pasquale, L’Incoronazione di Poppea; Sadko e Uma Noite de Maio de Rimsky-Korsakov; La Bella Dormente nel Bosco de Ottorino Respighi e Maddalena de Prokofiev, entre outos. Colaborou com maestros como Christoph Rousset, Valery Gergiev, Antonio Pappano, Carlo Rizzi, Daniele Gatti, Corrado Rovaris, Vladimir Jurowski e Aldo Sisillo; e diretores como Hugo De Ana e Richard Jones, e contracenou com Daniela Barcellona e Juan Diego Flórez, entre outros. Suas próximas apresentações incluem Manon Lescaut em Munique, Desdemona em Otello no Liceo de Barcelona, Cio-Cio San em Madama Butterfly no Royal Opera House, Opéra de Paris, Metropolitan Opera, Teatro Real de Madrid e no Festival Choregies d’Orange.
Biografias dos artistas
ERMONELA JAHO
SARA ROSSI DALDOSS
soprano
Sara Rossi Daldoss estudou no Conservatório Arrigo Boito e estreou em A Danação de Fausto, de Berlioz, e em Così Fan Tutte no Teatro Regio de Parma. Foi Marchesa del Poggio em Un Giorno di Regno no Festival Verdi. Em 2008, venceu o Prêmio Primo Palcoscenico, estreou no Teatro Bonci de Cesena em Gianni Schicchi e fez sua estreia no circuito Aslico em Hansel und Gretel, de Humperdick. Destacou-se em vários prêmios: no Spiros Argirisi de Sarzana; no Zandonai; no Pavarotti da competição Viotti de Vercelli; no Concurso de Ópera do Teatro São Carlos; no Ritorna Vincitor em Ercolano; no Martini em Mantua; no Barbieri International de Reggio Emilia; e no Città Lirica de Ferrara. Foi convidada a participar do curso de Aperfeiçoamento de Cantores Líricos do Palau de les Arts, em Valência, onde atuou em Amelia al Ballo, com regência de Plácido Domingo e direção de J.L. Grinda, e em As Bodas de Fígaro, com regência de Andrea Battistoni e direção de Ruggiero Raimondi. Cantou as Folks Songs de Berio na Casa della Musica de Parma, com regência de Pierpaolo Maurizzi; se apresentou com a Italienska Kulturinstutet de Estocolmo, fez um recital de árias no Regio de Parma e cantou Stabat Mater, de Pergolesi, em Garda. No início do ano, cantou o Stabat Mater, de Rossini, na Catedral de Reggio Emilia, com regência de Paul Barbacini, e colaborou com a Banda Osiris em concerto, com direção musical de Jader Bignamini. Desde 2013, é solista soprano no Teatro de Muenster, onde foi Leonora em Il Trovatore e Teresa em Benvenuto Cellini, de Berlioz . Entre seus compromissos recentes, destacam-se Micaëla em Carmen, Marie em Die verkaufte Braut, de Smetana, Mimì em La Bohème; em Muenster, será Juliette em Os Contos de Hoffmann, Fiordiligi em Così Fan Tutte e Nedda em I Pagliacci.
93 92
barítono
Nascido em Tbilisi, Geórgia, Lado Ataneli estudou no conservatório de sua cidade natal. Estreou, em 1989, interpretando o papel de Renato em Un Ballo in Maschera no Teatro de Tbilisi. Participou de competições internacionais, conquistando diversos primeiros prêmios. Seu repertório inclui papéis em produções de Macbeth, La Traviata, Aida, Nabucco, Rigoletto, Otello, Don Carlo, La Forza del Destino, La Gioconda, Tosca, Il Tabarro, I Pagliacci, Thaïs. Se apresentou em importantes teatros, como a Wiener Staatsoper, Deutsche Oper em Berlim, Bayerische Staatsoper, La Scala, Opéra Bastille, Metropolitan, Royal Opera House, e em Zurique, Barcelona, Washington, Los Angeles. Colaborou com regentes como James Levine, Riccardo Muti, Marcello Viotti, Giuseppe Sinopoli e Daniel Oren, e diretores cênicos como Hugo De Ana e Götz Friedrich. Contracenou com Plácido Domingo em uma produção de I Pagliacci, no Royal Opera House, e numa montagem de Franco Zeffirelli. Lado Ataneli gravou o papel de Barnaba em La Gioconda, com Plácido Domingo e Violeta Urmana, com regência de Marcello Viotti; Otello, com José Cura e Krassimira Stoyanova, com regência de Antoni Ros-Marbà. Como solista, gravou dois CD com árias, um para a Oehms, em 2005, e com a Naxos, em 2009; em 2012, gravou um CD de Canções Napolitanas e Georgianas; atuou na gravação do DVD de Thaïs (dessa produção que está sendo remontada no Theatro Municipal) e em A Dama de Espada, de Tchaikovsky, em Barcelona. Em 2011, por sua carreira e pelas obras de caridade, recebeu do governo georgiano o prêmio Shota-Rustaveli, honraria concedida a destaques no campo da literatura, arte e arquitetura; no mesmo ano, recebeu prêmio de Cavaleiro da Caridade da Academia de Letras da Geórgia. Em 2013, recebeu a Ordem Presidencial de Excelência do governo georgiano.
Biografias dos artistas
LADO ATANELI
ANDRÉ HEYBOER
barítono
André Heyboer fez sua estreia, em 2005, no Capitole de Toulouse, em montagens de Boris Godunov, Don Carlo; Le Roi d'Ys, de Édouard Lalo, e Fausto de Gounod; na Opéra de Marseille em La Traviata, Manon, Salammbô; Tristão e Isolda em Montpellier; na Opéra de Dijon, foi o papel título em Macbeth, Enrico em Lucia di Lammermoor, Valentin in Fausto; Rigoletto no Festival Sédières; Lescaut em Manon em Hong Kong. Fez seu debut na Opéra de Paris e na Ópera de Amsterdã em La Juive, de Halévy; atuou em Andrea Chénier em Monte Carlo, Paris, Toulouse e Marselha, e em Un Ballo in Maschera em Monte Carlo. Em 2011, foi o Pai em La Métamorphose, de Michaël Levinas, na Opéra de Lille, obra que recebeu o Grand Prix de L'Académie Charles Cros em 2012. Nos últimos anos, participou de montagens de La Navarraise, de Massenet, em St. Etienne; Manon na Opéra de Paris; Fausto em Avignon e Reims. Colaborou com vários regentes, como Yves Abel, Marco Armiliato, Paolo Arrivabeni, Daniele Callegari, Laurent Campellone, Fabrizio Maria Carminati, Alain Guingal, Leo Hussain, Georges-Elis Octors, Daniel Oren, Carlo Rizzi, Conrad Schnitzler e Dominique Trottein, e diretores cênicos como Pierre Audi, Renée Auphan, Jean-Claude Auvray, G. Del Monaco, Nadine Duffaut, Jean-Louis Grinda e Georges Lavaudant. Seus compromissos recentes incluem Fanciulla del West na Opéra de Paris; Nilakantha em St Etienne; Cavalleria Rusticana no Capitole de Toulouse; Tosca em Paris e Simon Boccanegra em Toulon e Monte Carlo; Cinq-Mars, de Gounod, com a Bayerischer Rundfunk Orchestra em Munique e Versailles; Samson et Dalila em Monte Carlo e no no Palau de les Arts de Valência. Gravou, em 2012, Les Bayadères, de Charles-Simon Catel, em Sofia, com a Palazzetto Bru Zane. Desde 2009, se aperfeiçoa com Michelle Wegwart.
95 94
tenor
Jean-François Borras estudou na Académie de Musique Rainier III de Mônaco, com Marie-Anne Losco, e, em seguida, se aperfeiçoou com Michèle Command e Gabriel Bacquier. Fez seu debut cantando Alfredo em La Traviata em Mannheim; Edgardo em Lucia di Lammermoor em Graz; Des Grieux em Manon Lescaut em Roma e no Palau de les Arts de Valência; o duque em Rigoletto em Rouen, Caracalla, Atenas e Gênova. Foi Roméo em Roméo et Juliette de Gounod em Trieste, Verona e Gênova; Rodolfo em La Bohàme em Trieste, Aachen e Graz. Cantou sob a batuta de Alain Guingal, Evelino Pido, Daniel Oren, Patrick Fournillier, Daniele Calegari, Fabrizio Carminati, Michel Plasson, Alain Altinoglu e Stéphne Denève. Durante os últimos anos, interpretou Des Grieux em Manon Lescaut na Opéra Bastille e no Wiener Staatsoper; Raimbaut em Robert le Diable, de Meyerbeer, no Royal Opera House, Alfredo em La Traviata em Monte Carlo, Le Chevalier de la Force em O Diálogo das Carmelitas, na Accademia di Santa Cecilia; fez sua estreia no Metropolitan Opera, substituindo Jonas Kaufmann, em Werther, e obteve grande sucesso de público e crítica. Entre os seus compromissos futuros, estão La Bohème, Werther e Thaïs no Metropolitan Opera, Lucia di Lammermoor em Avignon e Manon Lescaut em Monte Carlo e na Wiener Staatsoper.
Biografias dos artistas
JEAN-FRANÇOIS BORRAS
LUC ROBERT
tenor
Luc Robert estudou no Conservatoire de Musique de Québec, em Montreal, com Claudette Denys e Louise-Andrée Baril, e entrou para a Canadian Opera Company Ensemble Studio, em Toronto, em 2002. Na temporada 2002/03, fez sua estréia com a Canadian Opera em A Dama de Espadas e Un Ballo in Maschera. Desde então, interpretou vários papéis com a companhia, como Arturo Edgardo em Lucia di Lammermoor, o papel-título de Albert Herring, Pang em Turandot, Rodolfo em La Bohème, Steva Burya em Jenufa, Pinkerton em Madama Butterfly, Cavaradossi em Tosca, Alfredo em La Traviata e o Duque de Mantua em Rigoletto. Foi Nemorino em L'Elisir d'Amore, na Opéra de Québec, Rennes e Nantes; Duque de Mantua na Pacific Opera; Dr. Falke em O Morcego; Frederic em The Pirates of Penzance; Malcolm em Macbeth, com a Vancouver Opera e em Montreal; Mylio em Le Roi d’Ys, de Lalo, na Ópera de Rennes; Nicias em Thais na Pacific Opera e na Ópera Nacional da Finlândia; Rodolfo em La Bohème na Pacific Opera e na Ópera de Malmö; Faust em A Danação de Fausto em Angers, Nantes e Rennes, e com a Orquestra Sinfônica de Gotemburgo, com direção musical de Marc Soustrot; Steuermann em O Navio Fantasma no Metropolitan e na Opéra de Lyon; Fausto de Gounod na Ópera Nacional da Estónia; Rodolfo em Luisa Miller na Ópera Malmö; Cavaradossi na Pacific Opera; papel-título em Don Carlo na Ópera de Dortmund; Don José em Carmen no Festival de Ópera de Savonlinna e na Ópera de Frankfurt; Ernani no Metropolitan, com Angela Meade e Plácido Domingo. De seu repertório sinfônico, destacam-se, o Réquiem, de Verdi, no Berkshire Choral Festival em Vancouver, em 2007; Messa di Gloria, de Puccini, com o Vancouver Chamber Choir e o Salmo 13, de Liszt, em Rennes. Entre seus próximos compromissos, cantará Don José em Carmen na Ópera de Frankfurt, em 2016.
97 96
barítono
Nascido em Budapeste, Károly Szemerédy estudou no coro infantil da Ópera Nacional de Budapeste, com Margit Laszlo. Posteriormente, estudou na Escuela Superior de Canto de Madrid, onde participou de masterclasses dadas por Teresa Berganza, Roberto Scandiuzzi e Raul Jimenez. Em 2007, fez seu debut no Teatro Real de Madri como Lavitski em Boris Godunov. Na sequência, cantou Don Basilio em O Barbeiro de Sevilha no Opera Studio de Madri, com Raul Jimenez e direção cênica de Emilio Sagi. Venceu, em 2008, a Competição Internacional de Canto Maestro Guerrero em Madri e o terceiro prêmio na Competição Internacional de Canto Operalia no Québec, sob a direção de Plácido Domingo. Nos últimos anos, foi Giorgio Germont em La Traviata, no Teatro Segura em Lima; Starek em Jenufa e Schmidt em Andrea Chénier, no Teatro Real de Madri, e Villoto em La Vera Costanza, de Joseph Haydn, com regência de Jesús López Cobos; Almaviva em As Bodas de Fígaro e Escamillo em Carmen no Teatro Nacional de Varsóvia; Andrea Cornaro em Caterina Cornaro no Concertgebouw de Amsterdã; o segundo soldado em Salomé no Palau de les Arts em Valência, com regência de Zubin Mehta. Recentemente, atuou em Ivan, O Terrível, com a Orquestra de Navarra em Pamplona. Entre seus compromissos recentes, destacam-se Almaviva em As Bodas de Fígaro em Varsóvia, Escamillo em Carmen em Veneza, Budapeste e Turim; Nikitich em Boris Godunov em Madri e na Bayerische Staatsoper; Michele em Il Tabarro e o papel título em Gianni Schicchi em Maribor; Swallow em Peter Grimes e Vodnik em Rusalka em Lion; Orestes em Elektra em Antuérpia; Riff em West Side Story em Budapeste; Adorno em Benjamin, dernière nuit, estreia da nova criação de Michel Tabachnik na Opéra de Lyon.
Biografias dos artistas
KÁROLY SZEMERÉDY
SAULO JAVAN
baixo
Reconhecido pela crítica especializada como um dos principais artistas de ópera do Brasil, Saulo Javan é presença constante em casas de concerto e ópera, como a Sala São Paulo, Theatro Municipal de São Paulo, Theatro da Paz de Belém, Theatro São Pedro, Tobias Barreto e Santa Isabel. Foi solista nas óperas Magdalena de Villa-Lobos, O Rouxinol de Stravinsky, Aida de Verdi, O Elixir do Amor e Don Pasquale de Donizetti, Gianni Schicchi e La Bohème de Puccini, Don Giovanni, As Bodas de Fígaro e A Flauta Mágica de Mozart, entre outras. Integrou o elenco da Companhia Brasileira de Ópera como Don Bartolo em O Barbeiro de Sevilha, de Rossini, e cantou a estreia mundial da ópera Dulcineia e Trancoso de Eli-Eri Moura. Entre 2013 e 2015, apresentou-se nas óperas The Rake’s Progress, Don Giovanni, La Bohème, Falstaff, Salomé, Tosca, Um Homem Só e Eugene Onegin, em montagens do Theatro Municipal de São Paulo. Faz parte do Trio Cantares com Rosana Lamosa e Sonia Rubinsky. Gravou a Sinfonia N. 10 – Ameríndia de Heitor Villa-Lobos com a Osesp, sob a regência do Maestro Isaac Karabtchevsky. Em 2002, venceu o Concurso de Canto Villa-Lobos. Estudou canto com Carmo Barbosa e hoje é orientado por Marconi Araújo. Prepara-se com renomados coaches brasileiros, como Rafael Andrade, Anderson Brenner e Marcos Aragoni.
99 98
soprano
Vencedora do Prêmio Revelação no 10º Concurso de Canto Maria Callas da cidade de Jacareí, em 2011, Carla Cottini tem se destacado por integrar em suas performances apurada técnica, belo timbre e marcante presença cênica. Estreou no Theatro Municipal de São Paulo, em dezembro de 2011, como Ida em O Morcego de Johann Strauss, e como Musetta em La Bohème, com a Orquestra Sinfônica do Sergipe, com grande sucesso. Em 2012, cantou a primeira audição mundial da obra Fantasia Gabriela de André Mehmari, escrita por encomenda da Orquestra Sinfônica da Bahia para as comemorações do centenário de Jorge Amado, e estreou no Palácio das Artes de Belo Horizonte como Valencienne, na opereta A Viúva Alegre, de Lehár, sob a direção de Jorge Takla. Em 2013, Carla interpretou Gretel em Hänsel und Gretel de Humperdinck no Palau de la Música de Valência, na produção espanhola de Amparo Urieta; foi Zerlina no Theatro Municipal de São Paulo, na produção de Don Giovanni dirigida por Pier Francesco Maestrini, ao lado de artistas como Andrea Rost, Monica Bacelli e Nicola Uliveri. Em 2014, interpretou Armida em Rinaldo de Händel, no Auditorio de Ribarroja, e debutou como Susanna em As Bodas de Fígaro, papel que interpretou também no Teatro São Pedro, em São Paulo, sob a direção musical de Luiz Fernando Malheiro e direção cênica de Livia Sabag. Terminou, em 2014, seu mestrado em interpretação operística no Conservatório Superior de Música Joaquín Rodrigo de Valência, sob a orientação de Ana Luisa Chova. Desde 2012, estuda com a soprano Eliane Coelho. Seu preparador de repertório é Rafael Andrade. Recentemente, participou da montagem de Ainadamar, de Osvaldo Golijov, no Theatro Municipal de São Paulo.
Biografias dos artistas
CARLA COTTINI
MALENA DAYEN
mezzo-soprano
Reconhecida pelo New York Times como memorável pela performance no Carnegie Hall em Nova York, em março de 2013, a mezzo-soprano argentina Malena Dayen fez sua estreia como Carmen com a Natchez Opera Festival, repetindo o papel com a New York Lyric Opera e o International Vocal Arts Institute. Em junho de 2013, Malena cantou o papel da Aia na estreia mundial de Fedra e Hipólito, de Christopher Park, no Palácio das Artes em Belo Horizonte. Em 2014, cantou Mercedes em Carmen no Theatro Municipal de São Paulo, onde retorna, em 2015, para cantar em Thaïs e em Manon Lescaut. Em seu repertório, destacam-se Romeo em I Capuleti e i Montecchi, Adalgisa em Norma, Rosina em O Barbeiro de Sevilha, Dorabella em Cosí fan tutte, Sesto em La Clemenza di Tito e María em María de Buenos Aires, com várias companhias nos Estados Unidos. Muito requisitada por compositores contemporâneos, Dayen recentemente atuou como solista na estreia de The Blizzard Voices de Paul Moravec e do Requiem de Bradley Ellingboe, no Carnegie Hall, em Nova York. Ela se apresentou com a Oratorio Society of New York nos Estados Unidos e em turnê pela Hungria, Itália e Brasil, inclusive em concerto no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Apresentou-se também com a Orquestra do Teatro Colón, a Orquestra de Câmara Israelita e a Orquestra Sinfônica de Porto Rico. Dayen é especialista em música espanhola e tango, e integra o grupo New Aires Tango. Malena vive em Nova York, onde completou seus estudos na Mannes College of Music.
100 101
mezzo-soprano
Vencedora do 1º lugar no 9º Concurso de Canto Maria Callas de 2009, do prêmio Melhor Voz Feminina no IV Concurso Estímulo para Cantores Líricos Carlos Gomes de 2011, do 3º lugar no Concurso Internacional de Canto Bidu Sayão de 2011 e finalista do VI Concurso de Interpretação da Canção de Câmara Brasileira de 2004, Ana Lucia Benedetti estreou como Lola em Cavalleria Rusticana no Theatro São Pedro, em 2009. Em 2013, foi Ulrica em Un Ballo in Maschera no Palácio das Artes de Belo Horizonte. Atuou no grupo Ópera Estúdio da EMESP e nas produções do Núcleo Universitário de Ópera da UNESP. Cantou na Série TUCCA de Concertos, na Sinfonia N.9 de Beethoven e no Oratório de Natal de Camille Saint-Säens, ambos na Sala São Paulo, e na Homenagem a Maria Callas no Theatro São Pedro, entre outros eventos. Estudou piano no Conservatório Ars et Scientia e é bacharel em Canto pela Faculdade Mozarteum, na classe de Francisco Campos Neto. Estudou também com Hildaléa Gaidzakian, Marcos Thadeu e Regina Elena Mesquita. Atualmente é orientada por Isabel Maresca. Entre 2014 e 2015, foi Inês em Il Trovatore, Emilia em Otello e Olga em Eugene Onegin, em produções do Theatro Municipal de São Paulo.
Biografias dos artistas
ANA LUCIA BENEDETTI
LINA MENDES
soprano
Nascida em Niterói, Lina Mendes, ainda criança, foi solista no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, nas óperas Tosca, Rigoletto e A Flauta Mágica. Venceu o prêmio da Revista Concerto 2014 na categoria Jovem Talento pelo júri popular. Em 2011, foi Gilda em Rigoletto, com grande sucesso, no centenário do Theatro Municipal de São Paulo, e Ninette em O Amor das Três Laranjas, de Prokofiev, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Em 2013, foi Liberty em Ça Ira, de Roger Waters, Blonde em O Rapto do Serralho, de Mozart, Marzeline em Fidelio, Oscar em Un Ballo in Maschera, Cunegunde em Candide, de Berstein. Foi solista na Carmina Burana, de Carl Orff, e no oratorio Die Schöpfung, de Haydn. Apresentou-se sob a regência de maestros como Abel Rocha, Marcelo Ramos, Alejo Perez, Isaac karabtchevsky, Jamil Maluf, Luciano Camargo, Ricardo Bologna, John Neschling, Carlos Spierer, Marin Alsop e Rick Wentworth, e sob direção cênica de Andre Heller-Lopes, Fernando Bicudo e Jorge Takla. Em 2014, foi Nannetta em Falstaff no Theatro Municipal de São Paulo, sob direção de Davide Livermore. Interpretou Cunegonde com a Osesp e Gilda no Palácio das Artes em Belo Horizonte. Atualmente, integra o Centre de Perfeccionament Plácido Domingo, na Espanha. Foi Abra no oratório Judita Triumphans, de Vivaldi, e, recentecemente, Cefalo em Narciso, de Scarlatti, sob direção musical de Federico Maria Sardelli, no Palau de les Arts em Valência.
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tenor
O tenor Eduardo Trindade é bacharel em canto pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), sob a orientação de Martha Herr. Cursou a Escola Municipal de Música de São Paulo, com a professora Elenís Guimarães, e estudou também com o renomado tenor Benito Maresca, com Ricardo Ballestero, na Universidade de São Paulo, e com Juvenal de Moura. Participou das montagens de Salomé, Il Trovatore, La Traviata, Aida e Rigoletto no Theatro Municipal de São Paulo, e La Bohème no Theatro São Pedro. Atuou como solista do Coro de Câmara da Unesp no oratório Lobgesang de Mendelssohn e no Oratório de Natal de Camille Saint-Saëns. Atualmente, integra o Coro Lírico do Theatro Municipal de São Paulo.
Biografias dos artistas
EDUARDO TRINDADE
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Montagem da 贸pera Tha茂s no Teatro Regio de Turim, em 2008.
Paolo Giani Cei
Pianistas Correpetidores Anderson Brenner Paulo Almeida
ATORES, BAILARINOS e ACROBATAS Anderson Dy Souza André Dallan Andreza Aguida Bruno de Castro Caio Vini Cesar Nunes Cynthya Diniz Danilo Alves Diogo de Carvalho Erick Pimentel Gabriel Cândido Giballin Gilberto Gustavo Lopes Hugo Zanardi João Augusto Guilherme Jorge Bascuñan Junior Gadelha Lukkas Martins Marcelo Mameh Nathan Ranhel Reginaldo Costa Rubens Silva Ruy Brissac Sidnei Araújo Tônia Grecco (Visão de Thaïs)
Produção Teatro Regio Torino
Restauro de cenário
Bruna Priscilla Saraiva Roberto Casal de Rey Caio Hirabara
Figurino Sartoria Tirelli, Roma
Modelista
Judite G. de Lima
Costureiras
Edméia Evaristo
Visagista Simone Batata
Visagista assistente Tiça Camargo
Maquiadores Sheila Campos Marcela Costa Isabel Vieira Elisani Souza Biah Bombom Giulia Piantino Mari Souza Gabriela Schembeck Eduardo Mansu Luma Rossi
INDICADORES DE SALA Adryane dos Reis Alyne Cristina dos Reis Andrea Barbosa da Silva Andressa Severa Romero Danielle Bambace Jessica Dias Jonas Silva de Sousa Jorge Ramiro da Silva Santos Marcela Costa Marcelo Souza Ferreira Maria dos Remédios Mariana Ferreira da Silva Marilivia Fazolo Patricia de Moura Mesquita Pedro Henrique Oliveira Roseli Deatchuk Rosimeire Pontes Carvalho Sandra Marisa Peracini Suely Guimarães Sousa Sylvia Carolina S A Caetano Tatiane Lima da Costa Vilma Aparecida Carneiro
Tradução do Libreto, sinopse e gravações de referência
ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL DE SÃO PAULO
Irineu Franco Perpetuo
Diretor Artístico
MP Legendas
Primeirosviolinos
Legendas
Revisor Gabriel Rath Kolinyak
Fotos da montagem de 2008 do Teatro Regio de Turim Foto Ramella
John Neschling
Michelangelo Mazza (spalla) Pablo De León (spalla) Martin Tuksa Adriano Mello Fabian Figueiredo Fábio Brucoli Fábio Chamma Fernando Travassos Francisco Krug Heitor Fujinami John Spindler Liliana Chiriac Mizael da Silva Júnior Paulo Calligopoulos Rafael Bion Loro Sílvio Balaz Victor Bigai Wellington Rebouças
Segundosviolinos Andréa Campos* Maria Fernanda Krug*
Nadilson Gama André Luccas Djavan Caetano Edgar Leite Evelyn Carmo Helena Piccazio Oxana Dragos Ricardo Bem-Haja Ugo Kageyama
Violas
Alexandre De León* Silvio Catto* Tânia Campos Abrahão Saraiva Adriana Schincariol Bruno de Luna Cindy Folly Eduardo Cordeiro Eric Schafer Licciardi Jessica Wyatt Pedro Visockas Roberta Marcinkowski
Tiago Vieira
Violoncelos Mauro Brucoli* Raïff Dantas Barreto* Mariana Amaral Alberto Kanji Charles Brooks Cristina Manescu Joel de Souza Maria Eduarda Canabarro Moisés Ferreira Teresa Catto Milena Salvatti**
Contrabaixos
Sanderson Cortez Paz*** Taís Gomes*** Adriano Costa Chaves André Teruo Miguel Dombrowski Ricardo Busatto Vinicius Paranhos Walter Müller
Flautas
Cássia Carrascoza* Marcelo Barboza* Andrea Vilella Cristina Poles Renan Mendes
Oboés
Alexandre Ficarelli* Rodrigo Nagamori* Marcos Mincov Victor Astorga**
Clarinetes
Camila Barrientos Ossio* Tiago Francisco Naguel* Diogo Maia Santos Domingos Elias Marta Vidigal
Fagotes
Fábio Cury* Matthew Taylor* Marcelo Toni Marcos Fokin Osvanilson Castro
Trompas
André Ficarelli* Thiago Ariel* Eric Gomes da Silva Rafael Fróes Rogério Martinez Vagner Rebouças Daniel Filho**
Trompetes
Fernando Lopez*
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Assistente de direção cênica, cenografia, figurinos e iluminação
Célia Rocha Elisângela Dally
Ficha Técnica
THAÏS
Marcos Motta* Breno Fleury Eduardo Madeira Thiago Araújo
Coro Lírico Municipal de São Paulo
Trombones
Regente Titular
Eduardo Machado* Roney Stella* Hugo Ksenhuk Luiz Cruz Marim Meira
Bruno Greco Facio
Harpa
Jennifer Campbell* Paola Baron*
Piano
Cecília Moita*
Percussão
Marcelo Camargo* César Simão Magno Bissoli Sérgio Ricardo Silva Coutinho Thiago Lamattina
Tímpanos
Danilo Valle* Márcia Fernandes*
Gerente da Orquestra Manuela Cirigliano
Assistente
Mariana Bonzani
Inspetor
Carlos Nunes
Montadores Alexandre Greganyck Paulo Broda Rafael de Sá
Aprendiz
Regente Assistente
Sergio Wernec
Pianistas
Marcos Aragoni Marizilda Hein Ribeiro
Sopranos Adriana Magalhães Angélica Feital Antonieta Bastos Berenice Barreira Cláudia Neves Elayne Caser Elaine Moraes Elisabeth Ratzersdorf Graziela Sanchez Jacy Guarany Juliana Starling Laryssa Alvarazi Marcia Costa Marivone Caetano Marta Mauler Milena Tarasiuk Monique Corado Nadja Sousa Rita Marques Rosana Barakat Sandra Félix Sarah Chen Viviane Rocha
Wesley da Silva
Mezzo-Sopranos
*Chefe de Naipe **Músico Convidado ***Chefe de Naipe Interino
Carla Campinas Cláudia Arcos Erika Belmonte Juliana Valadares Keila de Moraes Marilu Figueiredo Mônica Martins
Contraltos
Celeste Moraes Clarice Rodrigues Elaine Martorano Lidia Schäffer Ligia Monteiro Magda Painno Maria Favoinni Vera Ritter
Tenores
Alex Flores Alexandre Bialecki Antonio Carlos Britto
Dimas do Carmo Eduardo Góes Eduardo Pinho Eduardo Trindade Fernando de Castro Gilmar Ayres Joaquim Rollemberg Luciano Silveira Luiz Doné Marcello Vannucci Márcio Valle Miguel Geraldi Paulo ChamiéQueiroz Renato Tenreiro Rubens Medina Rúben de Oliveira Sérgio Macedo Valter Estefano Walter Fawcett
Barítonos
Alessandro Gismano Daniel Lee David Marcondes Diógenes Gomes Eduardo Paniza Guilherme Rosa Jang Ho Joo Jessé Vieira Marcio Marangon Miguel Csuzlinovics Roberto Fabel Sandro Bodilon Sebastião Teixeira
Baixos
Claudio Guimarães Fernando Gazoni Leonardo Pace Marcos Carvalho Matheus França Orlando Marcos Rafael Thomas Rogério Guedes Sérgio Righini
BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO
Leandro Lima
Diretora Artística
Assistente de Coordenação de Figurino
Iracity Cardoso
Assistente de Direção Raymundo Costa
Coordenação de Ensaios Suzana Mafra
Assistentes de Coreografia Kênia Genaro Roberta Botta Suzana Mafra
Professores de Balé Clássico Liliane Benevento Milton Kennedy
Pianista
Wirley Francini
Bailarinas Bia Nunes Camila Ribeiro Erika Ishimaru Eugênia Granha Fernanda Bueno Marina Giunti Rebeca Ferreira Simone Camargo Shamara Bacellar Victoria Oggiam
Bailarinos
Elisabeth De Pieri Eugenia Sansone
Bruno Rodrigues Cleber Fantinatti Fabio Pinheiro Joaquim Tomé Leonardo Hoene Polato Luiz Oliveira Malcolm Matheus Victor Hugo Vila Nova Yasser Diaz
Juliana Tondin Mengardo
Produção Executiva
Bruno Silva Farias
Joana Meirelles Giannella
Assistente Administrativo Inspetoria Montador
Coordenação técnica Melissa Guimarães
Iluminador
Marcelo Esteves
Sonoplasta
Coordenação de Figurino Juliana Andrade
Cláudia Bezerra
Maquinista
Alessander Rodrigues José Hilton Jr.
Secretaria
Doralice de Queiroz
Coordenação do acervo Raymundo Costa
Fisioterapia Reactive
Prefeito
Diretoria Geral Assessora
Fernando Haddad
Secretário Municipal de Cultura
Nabil Bonduki
FUNDAÇÃO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO Conselho Deliberativo Nabil Bonduki – Presidente Manoel Carlos Guerreiro Cardoso Marcos de Barros Cruz Mauro Wrona Pablo Zappelini De León Wladimir Pinheiro Safatle
Direção Geral José Luiz Herencia
Diretora de Gestão
Carolina Paes Simão
Diretor de Formação
Leonardo Martinelli
INSTITUTO BRASILEIRO DE GESTÃO CULTURAL Presidente do Conselho
Ana Paula S. Monteiro Marcia de Medeiros Silva Monica Propato
Fernanda Câmara
Arquivo Artístico Coordenadora
Egberto Cunha
Maria Elisa P. Pasqualini
Secretárias
Cerimonial Bilheteria
Nelson F. de Oliveira
Diretoria Artística Assessoria de Direção Artística Eduardo Strausser Thomas Yaksic Clarisse De Conti
Secretária
Eni Tenório dos Santos
Assistente Administrativa Luana Pirondi
Aprendiz
Carolyni Amorim Marques da Silva
Coordenação de Programação Artística
John Neschling
Diretora de Produção
Cristiane Santos
Direitos Autorais
Milton Tadashi Nakamoto
Copistas e Arquivistas
Ariel Oliveira Cássio Mendes Guilherme Prioli Jonatas Ribeiro Karen Feldman Leandro José Silva Paulo César Codato Roberto Dorigatti
Ação Educativa Alana dos Santos Schambacler
Centro de Documentação Chefe de seção Mauricio Stocco
Equipe
Juan Guillermo Nova
Diretoria de Produção Produção Executiva
Assistente de Direção Técnica Daniela Gogoni
Ronaldo Zero
Diretor Artístico
Assistente de Coordenação
Lumena A. de M. Day
Diretor Técnico
William Nacked
Neil Amereno
Produção de Figurinos
João Malatian
Diretor Executivo
Diretor Financeiro
Figurinista Residente Imme Moller
Diretor de Palco Cênico
Isabela Galvez
Sérgio Spina
Maria Carolina G. de Freitas
Cláudio Jorge Willer
Diretora Técnica
Assistente de Direção Cênica e Casting
Assistente de Direção de Palco Cênico Caroline Vieira
Assistente de Direção Cênica Residente Julianna Santos Segunda Assistente de Direção Cênica Ana Vanessa
Anna Patrícia Nathália Costa Rosa Casalli
Produtores
Aelson Lima Pedro Guida Nivaldo Silvino
Assistente de Produção Arthur Costa
APRENDIZ
Laysa Padilha de Souza Oliveira
Palco Chefe da
Cenotécnica Aníbal Marques (Pelé)
Chefe de Maquinária
Thiago dos S. Panfieti
Subchefe de Maquinária
Paulo M. de Souza Filho
Chefe de
Contrarregragem Carlos Bessa
Técnicos de Palco Maquinistas
Lindinalva M. Celestino Maria Auxiliadora Maria Gabriel Martins Marlene Collé Nina de Mello Regiane Bierrenbach Tonia Grecco
CENTRAL DE PRODUÇÃO “CHICO GIACCHIERI” Coordenação de Costura
Aristide da Costa Neto Everton Dávida Cândido Lorival F. Conceição Marcelo Luiz Frosino Peter Silva Mendes de Oliveira Uiller Ulisses Silva
Emília Reily
Alex Sandro N. Pinheiro Anderson Simões de Assis Antonio Carlos da Silva
José Carlos Souza José Lourenço Paulo Henrique Souza
Aloísio Sales de Souza Eneas R. Leite Neto João Paulo Gonçalves Paloma Neves da Costa Sandra Satomi Yamamoto
Lais Gabriele Weber Cristina Gonçalves Nunes João Paulo Alves Souza Juçara A. de Oliveira Juliana do Amaral Torres Oziene O. dos Santos Paula Melissa Nhan Carlos Alberto De Cicco Ferreira Filho Catarina Elói de Oliveira
Mecânica cênica
Contrarregras
Aprendiz
Carlos Eduardo Santos
Chefe de Som
Sérgio Luis Ferreira
Operadores de Som
Daniel Botelho Kelly Cristina da Silva Sergio Nogueira
Chefe de Iluminação
Valéria Lovato
Iluminadores Alexandre Bafe Fernando Azambuja Igor Augusto F. de Oliveira Lelo Cardoso Ubiratan Nunes Camareiras Alzira Campiolo Isabel Rodrigues Martins Katia Souza
Acervo de Figurinos Assistente Ivani Rodrigues Umberto
Acervo de Cenário Ermelindo Terribele
Expediente
Diretoria de Gestão
Estagiários
Guilherme Telles Andressa P. de Almeida
Diretoria de Formação Assessora Helen Gallo
Assistente Tiago Gati
Escola Municipal de Música de São Paulo Diretor Antonio Tavares
108 109
Olivieri Advogados Associados
Ficha Técnica
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
Ribeiro
Assistente de Direção Valdemir Aparecido da Silva
Assistente Técnica
Jéssica Elias Secco
Equipe
Maria Aparecida Malcher Grazieli Araujo Guerra
Montadores
José Roberto Silva Ricardo Farão
Estagiárias
Gabriela Carolina Assunção Souza Aline Roberta de Souza Lucas Agostinho
Escola de Dança de São Paulo Coordenadora Artística Susana Yamauchi
Assistente Artístico Luis Ribeiro
Projetos Especiais
Daniela Stasi
Assistência Administrativa Roberto Quaresma Adriana Menezes Ana Paula Sgobi
Camareira
Maria do Carmo
equipe
Irinéia da Cruz Marilene Santos
Estagiários
Alexandre Malerba Angélica da Silva João Amaro Marina Oliveira Danieli da Silva Vanessa Reis
Assistência Administrativa Alexandre R. Bertoncini
Seção de Pessoal Cleide C. da Mota José Luiz P. Nocito Tarcísio Bueno Costa
Parcerias Suzel Maria P. Godinho
Contabilidade Alberto Carmona Alexandre Quintino Ananias Diego Silva Luciana Cadastra Marcio Aurélio O. Cameirão Meire Lauri
Compras e Contratos
George Augusto Rodrigues Marina Aparecida Augusto
Infraestrutura Marly da Silva dos Santos Antonio Teixera Lima Eva Ribeiro Israel Pereira de Sá Luiz Antonio de Mattos Maria Apa da C. Lima Pedro Bento Nascimento Rita de Cássia S. Banchi Wagner Cruz
Almoxarifado
Nelsa A.Feitosa da Silva Bens Patrimoniais José Pires Vargas
Informática
Ricardo Martins da Silva Renato Duarte
Estagiários
Victor Hugo A. Lemos Yudji A. Otta
Arquitetura Lilian Jaha
Seção Técnica de Manutenção Narciso Martins Leme
Estagiário Vinícius Leal
Comunicação Editor e Coordenador Marcos Fecchio
Editor assistente Gabriel Navarro
Colasso
Mídias Eletrônicas Desirée Furoni
Assessora de Imprensa Amanda Sena Caroline Zeferino
REVISÃO MUSICAL Paschoal Roma
Estagiários
Beatriz Cunha
Design Gráfico Kiko Farkas/ Máquina Estúdio
Designer Assistente Ana Lobo
Atendimento Michele Alves
Impressão Formags Gráfica e Editora LTDA
Agradecimento Escarlate
AMIGOS DO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO O Programa Amigos do Theatro Municipal de São Paulo (TMSP) permite que pessoas físicas façam contribuições ao Theatro Municipal, sendo que o valor da doação pode ser deduzido em 100% na sua próxima declaração de Imposto de Renda, respeitando-se o limite de 6% do total devido. Contribua com o aprimoramento do trabalho artístico do Theatro, com a realização de ações de sensibilização de novos públicos e com as Escolas de Música e de Dança do Theatro Municipal. Ao participar, você recebe um cartão de Amigo do Theatro e desfruta de benefícios, de acordo com o valor doado, como descontos em ingressos e assinaturas, programas das óperas, ingressos para concertos, convites para eventos especiais, dentre várias outras vantagens.
Contatos para doações T +55 (11) 4571 0454 - Seg. a Sex. / 10 às 17h e amigos@theatromunicipal.org.br Mais informações no site www.theatromuinicipal.org.br
/ PLANO 1
R$ 100 a 499,99
· Cartão de associado · Divulgação do nome no site e no relatório anual do TMSP1 · Retirada gratuita de um Programa de cada ópera na Temporada Lírica 20152 · 10% de desconto no valor de uma assinatura anual para a Temporada Lírica 2016 · 10% de desconto na compra de até quatro ingressos avulsos para qualquer evento da Fundação TMSP na Temporada 20153
/ PLANO 2
R$ 500 a 1.999,99
Benefícios do Plano 1 + · Ampliação do desconto para 20% no valor de uma assinatura anual para a Temporada Lírica 2016 · Ampliação do desconto para 20% na compra de até quatro ingressos avulsos para qualquer evento da Fundação TMSP na Temporada 20153 · Um par de ingressos para um concerto na Sala do Conservatório4
/ PLANO 3
R$ 2 MIL a 9.999,99
Benefícios do Plano 2 + · Ampliação do desconto para 30% no valor de uma assinatura anual para a Temporada Lírica 2016 · Ampliação do desconto para 30% na compra de até quatro ingressos avulsos para qualquer evento da Fundação TMSP na Temporada 20153 · Um par de ingressos para dois concertos na Sala do Conservatório4 · Uma visita exclusiva ao edifício histórico do TMSP para o doador e sua família5
/ PLANO 4
R$ 10 MIL a 24.999,99
Benefícios do Plano 3 + · Ampliação do desconto para 40% no valor de uma assinatura anual para a Temporada Lírica 2016 · Ampliação do desconto para 40% na compra de até quatro ingressos avulsos para qualquer evento da Fundação TMSP na Temporada 20153 · Um par de ingressos para um concerto no TMSP4
/ PLANO 5
CONSELHO DE AMIGOS DO THEATRO a partir de R$ 25 MIL
Benefícios do Plano 4 + · Ampliação do desconto para 50% no valor de uma assinatura anual para a Temporada Lírica 2016 · Ampliação do desconto para 50% na compra de até quatro ingressos avulsos para qualquer evento da Fundação TMSP na Temporada 20153 · Um par de ingressos para dois concertos no Theatro Municipal4 · Acesso ao camarim do TMSP para cumprimentos ao maestro e solistas6 · Uma visita monitorada ao edifício histórico do TMSP para programas e/ou instituições sociais indicados pelo doador7 · 10% de desconto nas refeições realizadas no restaurante do TMSP8 · Convite para integrar o Conselho de Amigos do TMSP9
1 A divulgação do nome do doador é opcional. // 2 Válido para um Programa por ópera, apresentando o cartão de associado nas mesas de compra dentro do Theatro. // 3 Válido para produções da Fundação Theatro Municipal do São Paulo, apresentando o cartão de associado diretamente na bilheteria, de acordo com a disponibilidade de assentos. // 4 Válido para produções do Theatro Municipal do São Paulo, exceto óperas, de acordo com a disponibilidade de assentos. Os ingressos devem ser solicitados com até 3 dias úteis de antecedência à apresentação. // 5 Máximo de 10 pessoas. // 6 O acesso ao camarim deve ser solicitado com até 3 dias úteis de antecedência à apresentação. // 7 Máximo de 30 pessoas. // 8 Desconto válido para até 4 pessoas, não incluindo bebidas, mediante apresentação do cartão de associado, durante o ano de 2015. // 9 A participação no Conselho de Amigos do Theatro Municipal de São Paulo é opcional.
113 112
FUNDAÇÃO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO TEMPORADA 2015
THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO ÓPERAS
/ MANON LESCAUT Giacomo Puccini
/ LOHENGRIN Richard Wagner
AGOSTO 29 Sáb 20h / 30 Dom 18h SETEMBRO 01 Ter 20h / 03 Qui 20h 05 Sáb 20h / 06 Dom 18h 8 Ter 20h / 10 Qui 20h
OUTUBRO 08 Qui 20h / 10 Sáb 20h 11 Dom 18h / 13 Ter 20h 15 Qui 20h / 17 Sáb 20h 18 Dom 18h / 20 Ter 20h
Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo Coro Lírico Municipal de São Paulo John Neschling Direção musical e regência
Michelangelo Mazza REGENTE ASSISTENTE
Cesare Lievi Direção cênica Juan Guillermo Nova Cenografia Marina Luxardo Figurinos Luigi Saccomandi Desenho de luz
Maria José Siri / Adriane Queiroz Manon Lescaut Marcello Giordani / Martin Muehle Des Grieux Paulo Szot / Guilherme Rosa
Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo Coro Lírico Municipal de São Paulo John Neschling Direção musical e regência Eduardo Strausser REGENTE ASSISTENTE Henning Brockhaus Direção cênica Valentina Escobar Assistência de Direção cênica e Coreografia Yannis Kounellis Coreografia Patricia Toffolutti Figurinos Guido Levi Desenho de luz Tomislav Muzek / Peter Seiffert Lohengrin Petra-Maria Schnitzer / Nathalie Bergeron Elsa von
Lescaut
Brabant
Saulo Javan Geronte Valentino Buzza / Miguel Geraldi Edmondo Walter Fawcett Um acendedor
Marianne Cornetti / Jacqueline Dark Ortrud Tomas Tomasson / Johmi Steinberg Friedrich von
de lampiões
Telramund
Mattheus Pompeu Professor
Luiz–Ottavio Faria Heinrich
de dança
der Vogler
Malena Dayen Um músico Leonardo Pace Um taberneiro
Carlos Eduardo Marcos Heerrufer
CONCERTOS
Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo Coro Lírico Municipal de São Paulo Rinaldo Alessandrini DIREÇÃO MUSICAL
Michelangelo Mazza REGENTE ASSISTENTE
Pier Francesco Maestrini Direção cênica
Juan Guillermo Nova Cenografia Luca Dall’Alpi Figurinos Fábio Retti Desenho de Luz Miah Persson / Elena Monti Fiordiligi
Paola Gardina / Luisa Francesconi Dorabella Maxim Mironov / Giorgio Misseri Ferrando Mattia Olivieri / Guilherme Rosa Guglielmo Lina Mendes / Andrea Aguilar Despina
Omar Montanari / Saulo Javan Don Alfonso
05 Qua 20h / 06 Qui 20h Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo Christian Arming Regente Tatjana Vassiljeva Violoncelo GUILLAUME LEKEU Adagio para Orquestra de Cordas EDWARD ELGAR Concerto para Violoncelo e Orquestra, Op. 85 CÉSAR FRANCK Sinfonia em Ré Menor
/ NOVEMBRO
03 Ter 20h / 04 Qua 20h 05 Qui 20h / 06 Sex 20h 07 sáb 20h Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo La Fura dels Baus John Neschling Regência Carles Padrissa Direção Pol Jimenez Coreografia EL AMOR BRUJO: EL FUEGO Y LA PALABRA MANUEL DE FALLA Noche en los Jardines de España El Sombrero de Tres Picos - introdução La Vida Breve - Danza Española Canção popular: Amor Gitano – a cappella El Amor Brujo - versão 1915
/ DEZEMBRO
19 Sáb 20h / 20 Dom 18h Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo John Neschling Regente GIUSEPPE MARTUCCI Noturno Op. 70 GUSTAV MAHLER Sinfonia N. 5
115
NOVEMBRO 28 Sáb 20h / 29 Dom 18h DEZEMBRO 01 Ter 20h / 03 Qui 20h 05 Sáb 20h / 06 Dom 18h 08 Ter 20h
/ AGOSTO
114
THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO
Temporada 2015
/ COSÌ FAN TUTTE Wolfgang Amadeus Mozart
A Globo é Mantenedora do Theatro Muncipal de São Paulo e apresenta a Série Domingos II da Temporada Lírica 2015.
BALÉS BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO
16 Qui 20h / 17 Sex 20h 18 Sáb 20h / 19 Dom 19h 23 Qui 20h / 24 Sex 20h 25 Sáb 20h / 26 Dom 19h Galeria Olido – Sala Paissandu Balé da Cidade de São Paulo DANÇOGRAPHISMUS III (estreia) Mostra de coreografias dos intérpretes do BCSP e um convidado internacional NÃO HÁ NADA DE NOVO DEBAIXO DO SOL DE BRUNO GREGÓRIO VERSOS INCOMPLETOS DE IGOR VIEIRA HERMOSURA DE IRUPÉ SARMIENTO DIORAMA III DE JARUAM MIGUEZ VEROSSÍMIL DE MANUEL GOMES CONTRA-PONTO! DE WAGNER VARELA INSTANTE DE ALESSANDRO SOUSA PEREIRA
/ AGOSTO
08 Sab 21h / 09 Dom 18h 12ª Mostra Brasileira de Dança de Recife Balé da Cidade de São Paulo UNEVEN DE CAYETANO SOTO David Lang Música Cayetano Soto Desenho de Palco e Luz
O BALCÃO DO AMOR (DUO) DE ITZIK GALILI Pérez Prado Música Itzik Galili Figurino e Desenho de Luz
CANTATA DE MAURO BIGONZETTI Assurd Música Carlo Cerri Desenho de Luz Helena de Medeiros Figurino
14 seg 21h / 15 ter 21h Auditorio Nacional del Sodre – Dra. Adela Reta Montevideo – Uruguai Balé da Cidade de São Paulo UNEVEN DE CAYETANO SOTO David Lang Música Cayetano Soto Desenho de Palco e Luz
ABRUPTO. DE ALEX SOARES Arvo Pärt Música Alex Soares Desenho de Luz Cassiano Grandi Figurino CANTATA DE MAURO BIGONZETTI Assurd Música Carlo Cerri Desenho de Luz Helena de Medeiros Figurino 24 qui 21h / 25 sex 21:30h/ 26 sáb 20h / 27 dom 18h Teatro Alfa Balé da Cidade de São Paulo Orquestra Experimental de Repertório Quarteto de Cordas da OER Carlos Eduardo Moreno Regente ADASTRA DE CAYETANO SOTO (Estreia Mundial) Ezio Bosso Música Cayetano Soto Desenho de Luz e Figurino
CACTI DE ALEXANDER EKMAN Joseph Haydn, Ludwig Von Beethoven, Franz Schubert Música
Alexander Ekman e Tom Visser Cenário
Alexander Ekman Figurino Tom Visser Desenho de Luz
117
/ SETEMBRO
116
/ JULHO
Temporada 2015
THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO
/ OUTUBRO
27 ter 20h / 28 qua 20h 29 qui 20h/ 30 sex 20h 31 sáb 20h | Theatro Municipal de São PauloBalé da Cidade de São Paulo Orquestra Experimental de Repertório Daniel Binelli Bandoneón Carlos Eduardo Moreno Regente
ANTICHEDANZE DE MAURO BIGONZETTI OttorinoRespighi Música Carlo Cerri Desenho de Luz Geraldo Lima Figurino BANDONEÓN DE LUISARRIETA AstorPiazzolla Música Silviane Ticher Desenho de Luz Lino Villaventura Figurino O BALCÃO DE AMOR DE ITZIKGALILI Pérez Prado Música ItzikGalili Figurino e Desenho de Luz
/ NOVEMBRO
27 sex 21h / 28 sáb 21h / 29 dom 20h Centro Cultural São Paulo Sala Jardel Filho Semanas de Dança Balé da Cidade de São Paulo ABRUPTO. DE ALEX SOARES Arvo Pärt Música Alex Soares Desenho de Luz Cassiano Grandi Figurino O BALCÃO DE AMOR (DUO) DE ITZIK GALILI Pérez Prado Música Itzik Galili Figurino e Desenho de Luz
CANTARES DE OSCAR ARAIZ Maurice Ravel Música Oscar Araiz Desenho de Luz Carlos Cytrynowski Figurino
/ DEZEMBRO
03 Qui 20h / 04 Sex 20h 05 Sáb 20h / 06 Dom 19h Teatro Paulo Eiró Balé da Cidade de São Paulo Programa a definir
QUARTETO NO CONSERVATÓRIO 80 ANOS DO QUARTETO DE CORDAS DA CIDADE DE SÃO PAULO
Quintas às 20h
01 Qui 20h COMEMORAÇÃO AOS 150 ANOS DE NASCIMENTO DE JEAN SIBELIUS Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo Rúbia Santos Piano JEAN SIBELIUS Quarteto Op. 56 – Vozes Intimas Quinteto em Sol Menor para Piano e Cordas
20 Qui 20h Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo JOSEPH HAYDN Quarteto Op. 33, N. 4, em Si Bemol Maior WOLFGANG A. MOZART Quarteto N. 17, em Si Bemol Maior, K. 458 ‘A Caça’
15 Qui 20h Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo JOSEPH HAYDN Quarteto Op. 33, N. 5, em Sol Maior WOLFGANG A. MOZART Quarteto N. 14, em Sol Maior, K. 387
/ SETEMBRO
/ NOVEMBRO
03 Qui 20h Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo Gaetano Nasillo Violoncelo LUIGI BOCCHERINI Quinteto Op. 29, N. 4 em Lá Maior Quinteto Op. 18, N. 5 em Ré Menor LUDWIG VAN BEETHOVEN Sonata para Violoncelo Op. 5, N. 1 (versão para quinteto de Ferdinand Ries) 17 Qui 20h Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo FELIX MENDELSSOHN– BARTHOLDY Quarteto N. 1, Op. 12 em Mi Bemol Maior ROBERT SCHUMANN Quarteto N. 1, Op. 41 em Lá Menor
19 Qui 20h Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo JOSEPH HAYDN Quarteto Op. 33, N. 6, em Ré Maior WOLFGANG A. MOZART Quarteto N. 18 em Lá Maior, K. 464
/ DEZEMBRO
10 Qui 20h Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo ANDRÉ MEHMARI Obra Encomendada [estreia mundial] BÉLA BARTÓK Quarteto de Cordas N. 5, Sz. 102
119
/ OUTUBRO
06 Qui 20h Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo Flávio Augusto Piano FRÉDÉRIC CHOPIN Concerto para Piano N. 1, em Mi Menor, Op. 11 (transcricao para piano e quarteto de cordas) Concerto para Piano N. 2, em Fá Menor, Op. 21 (transcrição para piano e quarteto de cordas)
118
/ AGOSTO
Temporada 2015
PRAÇA DAS ARTES SALA DO CONSERVATÓRIO
O Santander é Patrocinador-Mantenedor do Theatro Muncipal de São Paulo e apresenta a Série Terças da Temporada Lírica 2015
MÚSICA DE CÂMARA NO CONSERVATÓRIO
Quintas às 20h
13 Qui 20h Quinteto de Sopros Brasilis Ensemble Cristina Poles Flauta Rodrigo Nagamori Oboé Domingos Elias Clarinete Marcos Fokin Fagote Vagner Rebouças Trompa ADRIEN BARTHE Passacaille PAUL TAFFANEL Quintette pour Instruments à Vent CLAUDE DEBUSSY Petite Suite GABRIEL PIERNÉ Pastorale Op. 14 MAURICE RAVEL Pièce en Forme de Habanera
/ SETEMBRO
10 qui 20h Música de Câmara na Europa do século XX – Quatro pontos de vista Paulo Calligopoulos Violino Pedro Visockas Viola Mariana Amaral Violoncelo Taís Gomes Contrabaixo Rodrigo Nagamori Oboé Diogo Maia Clarinete Matthew Taylor Fagote Eric Gomes Trompa BENJAMIN BRITTEN Phantasy Quartet, Op. 2 SERGEI PROKOFIEV Quinteto Op. 39 CARL NIELSEN Serenata in Vano – Allegro non troppo ma brioso RICHARD STRAUSS Till Eulenspiegel, einmal anders! (arr. Franz Hasenöhrl, 1954)
/ OUTUBRO
29 Qui 20h Octeto Franz Schubert Pablo de León Violino Maria Fernanda Krug Violino Alexandre de León Viola Raïff Dantas Barreto Violoncelo
Sanderson Cortez Paz Contrabaixo
Domingos Elias Clarinete Marcos Fokin Fagote André Ficarelli Trompa FRANZ SCHUBERT Octeto em Fá Maior, D. 803
/ NOVEMBRO
26 qui 20h Trio Ceresio (Suíça) Anthony Flint VIOLINO Johann Sebastian Paetsch VIOLONCELO
Sylviane Deferne PIANO LUDWIG VAN BEETHOVEN Trio Op. 1, N. 2 FELIX MENDELSSOHN BARTHOLDY Trio N.2 Op. 66 JOHANNES BRAHMS Trio N. 1 Op. 8
/ DEZEMBRO
03 Qui 20h Ensemble OSM Victor Bigai Violino Tiago Vieira Viola Moises Ferreira dos Santos Violoncelo
Sanderson Cortez Contrabaixo Cecilia Moita Piano FRANZ SCHUBERT Quinteto em Lá Maior D. 667, Op. 114 ‘A Truta’
120 121
/ AGOSTO
Temporada 2015
PRAÇA DAS ARTES SALA DO CONSERVATÓRIO
PRAÇA DAS ARTES SALA DO CONSERVATÓRIO
/ AGOSTO
MÚSICA CONTEMPORÂNEA NO CONSERVATÓRIO
Rogério Wolf Flauta Leonardo Labrada e Fábio Oliveira Percussão Daniel Avilez Técnico de Som RODRIGO SIGAL Rimbarimba, para marimba e sons eletroacústicos BRUNO MADERNA Musica su due dimensioni, para flauta e sons eletrônicos FERNANDO RIEDERER Estreia de obra inédita para 1 percussionista (Obra encomendada) FLO MENEZES L’Itinéraire des Résonances, para 1 flautista, 2 percussionistas e eletrônica
Quintas às 20h
27 Qui 20h Música em duas dimensões Flo Menezes Eletrônica e Difusão Eletroacústica
/ SETEMBRO 24 Qui 20h Piap
MARIO BERTANCINI Tune CARLOS STASI Triplun a 2 ALISSON AMADOR Atenção sem escolha ARTHUR RINALDI Digressões... Ionisation HERI BRANDINO Caos vs Ego
/ OUTUBRO 22 Qui 20h A definir
/ NOVEMBRO
12 Qui 20h LEONARDO MARTINELLI As canções do mendigo que sabia de cor os adágios de Erasmo de Rotterdam, para Voz, Narrador, Viola, Clarinete e Piano [Estreia mundial da versão integral]
INSTRUMENTAL NO CONSERVATÓRIO
26 Qua 20h Hércules Gomes Piano Rodrigo y Castro Flauta
Quartas às 20h
12 Qua 20h Paulo Braga Piano Lupa Santiago Guitarra
/ SETEMBRO
09 Qua 20h 3 na Manga Mané Silveira Sax e Flautas Tiago Costa Piano Fernando De Marco Baixo acústico
23 qua 20h Aeromosca Quarteto de Choro Gian Correa Violão de 7 Cordas
Messias Brito Cavaquinho Rafael Toledo Pandeiro Henrique Araújo Bandolim
/ OUTUBRO
07 Qua 20h / 08 qui 20h Yamandu Costa Violão solo 21 Qua 20h Laércio de Freitas Piano Shen Ribeiro Flautas e Shakuhachi
/ NOVEMBRO
11 Qua 20h Chico Pinheiro e Swami Jr. Violões
122 123
/ AGOSTO
Temporada 2015
PRAÇA DAS ARTES SALA DO CONSERVATÓRIO
apresenta
Série Sábados Temporada Lírica 2015 do Theatro Municipal de São Paulo
CORAL PAULISTANO MÁRIO DE ANDRADE CICLO INTEGRAL DAS MISSAS DE WOLFGANG AMADEUS MOZART Sextas às 20h - Salão Nobre do Theatro Municipal Domingos - Igrejas
07 Sex 20h – Salão Nobre 09 Dom – Igreja Santa Teresinha em Higienópolis* Coral Paulistano Mário de Andrade WOLFGANG A. MOZART Missa Trinitatis em Dó Maior K. 167 e Missa Órgão em Dó Maior K. 259*
/ SETEMBRO
11 Sex 20h – Salão Nobre 13 Dom – Capela do Colégio Sion no Higienópolis* Coral Paulistano Mário de Andrade WOLFGANG A. MOZART Missa Spaur em Dó Maior K. 258 e Missa Spatzen em Dó Maior K. 220*
/ OUTUBRO
23 Sex 20h – Salão Nobre 25 Dom – Igreja Imaculada Conceição no Ipiranga Coral Paulistano Mário de Andrade WOLFGANG A. MOZART Missa da Coroação em Dó Maior K. 317
/ NOVEMBRO
06 Sex 20h – Salão Nobre 08 Dom – Paróquia do Santíssimo Sacramento no Paraíso* Coral Paulistano Mário de Andrade WOLFGANG A. MOZART Missa em Sol Maior K. 49* e Missa em Si bemol Maior K. 275
/ DEZEMBRO
11 Sex 20h – Salão Nobre Coral Paulistano Mário de Andrade WOLFGANG A. MOZART Missa em Dó Menor K. 427
PRAÇA DAS ARTES SALA DO CONSERVATÓRIO CORAL PAULISTANO MÁRIO DE ANDRADE: ENCONTROS COM A DANÇA Sábados às 17h 8/8 - Flamenco 19/9 - Danças Latino– americanas 17/10 - Gigas 21/11 - Maracatus e Afros 5/12 - Valsas
124 125
/ AGOSTO
Temporada 2015
THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO
CEUs CORAL PAULISTANO MÁRIO DE ANDRADE VAI AOS CEUs 01/8 Sáb 17h CEU Aricanduva 12/9 Sáb 17h CEU Perus 24/10 Sáb 17h CEU Jaguaré 07/11 Sáb 17h CEU Butantã 06/12 Dom 17h CEU Uirapuru
ORQUESTRA EXPERIMENTAL DE REPERTÓRIO
/ AGOSTO
16 Dom 12h Igreja São Geraldo dos Perdizes Orquestra Experimental de Repertório Carlos Moreno – Regente JOSÉ ANTONIO DE ALMEIDA PRADO Arcos Sonoros da Catedral Anton Bruckner ANTON BRUCKNER Sinfonia N. 4 30 Dom 11h Teatro Paulo Eiró Orquestra Experimental de Repertório Carlos Moreno Regente Solistas vencedoras do concurso Rainha Elisabeth Sumi Hwang Soprano Jodie Devos Soprano Canções e árias
/ SETEMBRO
06 Dom 11h Sala São Paulo Orquestra Experimental de Repertório CARLOS GOMES Abertura Il Guarany NIKOLAI RIMSKYKORSAKOV Sheherazade FRANZ VON SUPPÉ Cavalleria Leggera
07 Seg 19h Sala do Conservatório Praça das Artes Orquestra Experimental de Repertório Carlos Moreno Regente André Vidal Tenor Marcelo Coutinho Barítono GUSTAV MAHLER/RIEHM A Canção da Terra
/ SETEMBRO &OUTUBRO
30 Qua 17h 02 Sex 17h Sala do Conservatório Praça das Artes Concurso Jovens Solistas OER 2015
/ NOVEMBRO
11 Qua 17h 13 Sex 17h Sala do Conservatório Praça das Artes Concurso Regente Assistente OER 2016 22 Dom 11h Sala São Paulo Orquestra Experimental de Repertório Coral Paulistano Mário de Andrade Carlos Moreno Regente HEITOR VILLA LOBOS Uirapuru ARAM KHACHATURIAN Suíte Masquerade EDMUNDO VILLANI–CÔRTES Te Deum Programações sujeitas a alterações.
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/ DEZEMBRO
Temporada 2015
21 Seg 19h Sala do Conservatório Praça das Artes Orquestra Experimental de Repertório / Intercâmbio Universidade de Música de Zurique Dominic Limburg Regente Hani Song Violino CLAUDE DEBUSSY Prélude à L’après–midi d’un faune WOLFGANG A. MOZART Concerto para Violino em Lá Maior FRANZ SCHUBERT Sinfonia N. 5
O IRB Brasil RE, maior ressegurador latino-americano, é patrocinador da Série Mista II da Temporada Lírica de 2015 do Theatro Municipal de São Paulo.
mantenedor - série domingos II
patrocinador mantenedor - série terças
patrocinador - série sábados
patrocinador
patrocinador - série mista II
copatrocinador
agência de negócios e relações institucionais
execução
realização
apoiador