Revista Tradetur edição 8

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Ano 3 • Nº 8 • 2015 | Distribuição Gratuita

É hora do balanço A temporada se foi. É o momento de avaliar e planejar a próxima

ENTREVISTA

Doreni Caramori Jr. o dono da festa

MERCADO

Hotéis investem em eventos para garantir rentabilidade

RH

Mão de obra qualificada fortalece imagem do destino


2


3

Das deliciosas comidinhas à beira-mar aos restaurantes de alta gastronomia. Das pousadas mais aconchegantes aos hotéis mais luxuosos. Das praias mais tranquilas às areias mais agitadas do país. Com tantas experiências de viagens incríveis, dá orgulho de vender o país. REVISTA

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EXPEDIENTE

EDITORIAL

Produção Fábrica de Comunicação Av. Madre Benvenuta, 1332 Florianópolis – SC Fone: (48) 3027-6000 www.fabricacom.com.br Idealizador do projeto e Diretor executivo Homero Gomes Diretor-geral Róger Bitencourt Editora-chefe Camila Latrova Repórteres Camilla Geiger Cristina Benetti Ellen Sezerino Giovana Kindlein Marcelo Passamai Penelope de Bortoli Tatiane Silva Diagramação Thiago Alan Moratelli Impressão Tipotil

Mais uma edição da Trade Tur chega trazendo uma das questões mais importantes para o empresariado do receptivo catarinense: a avaliação do nosso desempenho durante a última temporada de verão, com resultado extremamente positivo segundo a visão dos turistas, mas, por outro lado, com empresários cientes de que poderia ser melhor em faturamento e geração de renda. Enquanto as expectativas do trade não são atendidas por completo, a publicação continua na tentativa em oferecer aos leitores, matérias que contribuam para a melhoria dos serviços do receptivo, dicas de qualificação de profissionais, exemplos de gestão e o pensamento crítico de empresários de sucesso do estado. Neste número, trazemos uma entrevista com um dos maiores empresários de turismo de entretenimento, Doreni Caramori, e um perfil de Luciano Moura Pereira Oliveira, do Costa Norte Hotéis. Além disso, temos em primeira mão, uma conversa com Zena Becker, recém empossada na Secretaria de Turismo de Florianópolis, que nos conta sobre como será o trabalho na pasta. Uma boa leitura,

Para anunciar: (48) 9911 4086 comercial@revistatradetur.com.br

Homero Gomes

Para se corresponder com a redação: redacao@revistatradetur.com.br Para receber a revista: cadastre sua empresa ou instituição em: cadastro@revistatradetur.com.br Distribuição Cinco mil cópias gratuitas e dirigidas em todo o Estado de Santa Catarina Foto de Capa Marcos Schafer Secretaria de Turismo de Balneário Camboriú

“A revista não se responsabiliza pelo conteúdo de anúncio de terceiros e pelas opiniões contidas em artigos e entrevistas”

/revistatradetur

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www.revistatradetur.com.br

opinião do leitor

“Como leitora da Revista Tradetur, Diretora do Convention Bureau de Joinville e Gerente Comercial do mais novo Centro de Convenções e Exposições Expoville, gostaria de fazer uma observação em relação à última edição (nº7, pág. 48), destacando os centros de convençoes em Santa Catarina. Faltou mencionar o nosso espaço, que possui o maior pavilhão de eventos do estado e está funcionando a todo vapor, recebendo eventos das mais diversas atividades, principalmente em Congressos e Feiras. Faço esta manifestação, para que possamos ser lembrados nas próximas matérias.” - Vanessa Venzke Falk Resposta da redação: Em sua segunda edição a Revista Trade Tur publicou uma matéria especial sobre o novo Expoville. Confira em nosso portal: www.revistatradetur.com.br


SUMÁRIO

14 22 24 08 COLUNA Conexão Homero Gomes conta as novidades do setor

24 DESTINO SC Parceria alia esporte e turismo rural na Serra

10 ENTREVISTA A visão empreendedora de Doreni Caramori Júnior no turismo de entretenimento

28 PROMOÇÃO 1 º Vitrine Religiosa destaca roteiros de fé e espiritualidade

14 TEMPORADA Após veraneio, setor público e privado fazem balanço do período

32 Gastronomia Vinícolas apostam no enoturismo como catalisador de negócios

18 MUDANÇA Zena Becker quer a modernização do turismo na Capital

36 Sustentabilidade Arquitetura é ferramenta estratégica para valorização do empreendimento

22 QUALIFICAçÃO O papel da mão de obra no fortalecimento da imagem de um destino


7

42

46

48 54 40 NOVIDADE Rede Merriott aposta em Santa Catarina e constrói dois novos hotéis

50 FLORIPA CONVENTION Capital é mercado forte para o setor de eventos

42 mercado Oferecer infraestrutura para eventos sociais e de negócios é a alternativa do setor receptivo

54 EVENTO COCAL destaca o turismo como ferramenta de transformação social

44 INVESTIMENTO Equipamentos de qualidade fazem diferença na cozinha do hotel

56 FEIRA Fimar promove grandes oportunidades para o setor náutico

46 PERFIL Luciano Oliveira conta sua história como empresário à frente do Costa Norte Hotéis

58 ARTIGO Terceirização: regulamentação pode piorar relações trabalhistas

48 HOTELARIA Boa iluminação deve estar presente em todas as áreas do empreendimento

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Tcharles Barbosa

8 COLUNA

Conexão Joinville CVB mantém diretoria A Assembleia Geral do Joinville Região Convention & Visitors Bureau definiu a recondução por mais um mandado da atual presidente Aurea Raquel Pirmann (foto), bem como a composição da Diretoria Executiva, Conselho Superior e Conselho Fiscal. Além do foco na prospecção e captação de novos eventos, esta gestão pretende promover a integração regional, e potencializar ações, entre elas o projeto Viva Turismo em Joinville e o Aplicativo Visit Joinville.

Por: Homero Gomes homero@revistatradetur.com.br

Sob nova direção Se tem uma pessoa com perfil para comandar a Setur de Florianópolis, após a saída de Maria Cláudia, é Zena Becker. Extremamente articulada com o PIB local, Zena tem tudo para deixar sua marca. Resta saber se terá paciência com o ritmo lento do setor público.

André Kopsch

Intercity

Turismo de negócios Dados da Associação Latino Americana de Gestores de Eventos e Viagens Corporativas mostram que as viagens corporativas já representam 74,5% dos deslocamentos de turistas no país

A rede Intercity Hotels vai expandir sua atuação em Santa Catarina nos próximos dois anos. Fechou parceria com a empresa Beluga, de Balneário Camboriú para viabilizar hotéis em Blumenau, Itajaí, Brusque, Jaraguá do Sul, Joinville, Criciúma e Chapecó. Em SC, a Intercity tem apenas um hotel, em Florianópolis. O grupo possui 32 hotéis no Brasil e no exterior e a meta é chegar a 50 unidades até 2016.

Feriados estimulam economia do turismo ABEOC regionalizada Pegou bem no setor uma das metas anunciadas pela nova direção da ABEOC-SC comandada pelo jovem empresário Lucas Schweitzer. A ideia é criar diretorias regionais no Sul, Oeste e Norte do Estado.

Mais de 1,96 milhão de viagens são esperadas para destinos da região Sul do Brasil, durante os feriados de 2015, segundo o MTur. Santa Catarina deve registrar 670,5 mil viagens e R$ 1 bilhão em gastos de turistas brasileiros.


9

Convention se Encontra

Aline Wernke\BCCVB

A 3ª edição do “Convention se Encontra” realizada pelo Balneário Camboriú Convention & Visitors Bureau reuniu 40 associados. O evento teve como convidado especial o presidente do Observatório Social da cidade, Antônio Cotrim. Codeshare Acordo de codeshare entre a TAM e a Japan Airlines (JAL) beneficiará quatro destinos no Sul, Porto Alegre, Curitiba, Foz do Iguaçu e Londrina. E Santa Catarina? Representatividade

Divulga;áo\BCCVB

Balneário Camboriú foi único destino do sul do país presente no Evento Business Show – EBS, em São Paulo, realizado em março, garantindo uma visibilidade ímpar para a cidade. A feira é considerada a mais importante do segmento de eventos corporativos, incentivos, shows e gastronomia do Brasil e contou com a participação do Balneário Camboriú Convention & Visitors Bureau e da Secretária de Turismo do município.

Check-In •

Chris Meyer do Las Vegas CVB confirmou durante o Congresso Brasileiro de CVBs: a poderosa entidade que dirige não possui associados. O orçamento de US$ 152 milhões vem exclusivamente do Room Tax.

A 9ª Feira Internacional de Produtos e Serviços para Parques Temáticos, Buffets e Festas Infantis abre dia 30 de maio no Expo Center Norte em São Paulo.

Provocou mal-estar o vazamento de um documento cobrando a nomeação na SOL, supostamente elaborado por lideranças do trade. Fica a pergunta: de quem é mesmo a prerrogativa para nomeações em cargos públicos?

A partir de 1º de maio entra em vigor aa Lei nº 13.097/15, que altera a tributação do setor de bebidas.

MTur lançou plano estratégico para participação em feiras no Brasil. A primeira será no WTM Latin America, de acordo com a diretora de MKT, Luciana Fernandes.

A primeira ação, divulgada com exclusividade por Zena Becker da Setur para a coluna: o planejamento da próxima temporada será antecipado para junho. Bingo!

CHA forte A CHA Hotéis, de Joinville, sob o comando do competente Geraldo Linzmeyer, cresceu 100% de 2014 para 2015. A rede tem dez hotéis sendo avaliados, com previsão de chegar perto de 100 unidades associadas até final de 2020.

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ENTREVISTA

O dono da festa

Divulga;áo\Grupo All

Sócio-fundador de um dos maiores grupos de entretenimento do Brasil, Doreni Caramori Júnior fala sobre mercado e novas perspectivas do turismo

O perfil e a visão empreendedora de Doreni Caramori Júnior podem facilmente justificar o sucesso do Grupo All Entretenimento, empresa em que é sócio fundador. Graduado em Administração de Empresas e pós-graduado em Matemática Aplicada e Marketing Estratégico, Doreni é um dos maiores empresários do setor de turismo de entretenimento do Brasil. Nessa entrevista, ele fala sobre os desafios do turismo em Santa Catarina e conta um pouco sobre a sua trajetória de sucesso.

Penélope de Bortoli

Florianópolis, sendo uma cidade turística, não tinha um

Revista TradeTur - O Grupo All é, atualmente, um dos maiores empreendimentos de turismo de entretenimento do Brasil. Fale um pouco sobre a história do Grupo.

carnaval fora de época. Foi então que meus dois sócios e eu criamos um evento chamado Floripa Folia, que foi o nosso grande laboratório. Dois anos depois, a gente encorpou o Floripa Folia e criou o Folianópolis, que foi o primeiro grande evento do Grupo All. No início era apenas

Doreni Caramori - Eu morei alguns anos em São Paulo e

uma empresa de um evento só, mas identificamos que o

lá aprendi a gostar dos carnavais fora de época. Comecei

mercado carecia de profissionalização. Então, resolvemos

a viajar e conhecer esses eventos e não entendia como

desenhar uma empresa de eventos.


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A partir disso como foi conquistar o mercado?

turísticas, principalmente aqui no Sul, entenderem que elas vão continuar vivendo só da temporada, elas vão

A gente entendeu que o nosso projeto poderia ter êxito

perder muito espaço. A nossa temporada aqui é curta.

em Florianópolis e em Santa Catarina, por ser uma

O nosso estado tem vários diferenciais competitivos

alavanca do desenvolvimento do setor turístico. E isso

que deveríamos promover junto ao turismo de sol, mar

tudo porque acreditamos que o turismo é decorrência de ofertas turísticas e não da existência de hotéis e restaurantes. Hotéis e restaurantes, guias e empresas de receptivos existem porque existe a oferta turística. A grande mola propulsora do desenvolvimento do turismo são os produtos turísticos, que podem ser vários, desde a

Enquanto as cidades turísticas, principalmente aqui no Sul, entenderem que elas vão continuar vivendo só da temporada, elas vão perder muito espaço.

indústria das feiras e convenções,

e verão. Entre esses diferenciais está o entretimento.

O que a

gente vive é um problema sério de sazonalidade e a promoção de eventos é um bom caminho para mudar esse cenário. Por exemplo, um

congresso

de

medicina

é

importante sim, mas seria ainda mais ainda se conseguíssemos garantir que ele fosse realizado todo ano aqui, porque teremos

as praias e até mesmo um parque como o Beto Carrero.

previsibilidade para os operadores, para o trade e para

Apostamos nisso e criamos diversos eventos. Em 2009

outras empresas. É isso que o Folianópolis traz. O

fomos para a nossa segunda área de atuação, que são

Folianópolis garante para os operadores que naquele mês,

as casas noturnas. Com essa fusão, criou-se o Grupo All

naquele período vai existir um fluxo grande de turistas na

Entretenimento. Atualmente atuamos em sete áreas de

cidade. Isso faz com que esse tipo de evento seja muito

negócios.

mais impactante positivamente para o turismo do que um evento, ainda que muito grande, mas que só acontece em

Quais as novidades que os catarinenses podem esperar ao longo do ano?

determinado ano.

Existe uma receita de sucesso? No último ano tivemos muitas novidades no Grupo e esse ano será para consolidar essas novidades. Em

Sucesso é muito relativo porque a gente sempre quer mais.

2014 abrimos o Music Park de Balneário Camboriú,

Não sei se eu posso dizer que a gente já teve êxito, a gente

nos tornamos proprietários de 100% do Music Park de

trilhou um caminho para conseguir isso. Mas mesmo

Florianópolis e conquistamos o licenciamento para fazer

assim eu destacaria alguns pontos. O primeiro deles é

as corridas da Disney. A parceria com a Disney foi uma

perseverança, nunca desistir nos primeiros desafios. O

coisa muito grandiosa para a empresa, porque em nossa

segundo é a união, nós temos um espírito de cooperação

opinião a Disney é a maior marca de entretenimento do

mútua. Terceiro é profissionalismo. A gente nunca fez

mundo e para nós, que operamos nesse mercado, ter uma

as coisas de maneira amadora, sempre tentamos criar

ligação com a maior marca do mundo, com certeza, vai

uma estrutura empresarial. Por último, acho que somos

nos dar muito subsídio para crescer.

ousados em algumas apostas. Quem acreditaria em uma micareta no sul do Brasil? Poucos acreditavam em uma

O Grupo All organiza três dos maiores eventos do estado, o Folianópolis, Creamfields e Winterplay. Como você vê o turismo de entretenimento em Santa Catarina?

boate de super luxo em Florianópolis. Além disso, têm outros pontos que deveriam ser óbvios, mas que não custa reforçar. É a questão da ética, da responsabilidade REVISTA

com o entorno. Respeitar os direitos dos trabalhadores, O negócio do turismo

fornecedores, contratos, clientes. Isso garante que os Eu acredito que o turismo do entretenimento é uma

nossos negócios tenham mais longevidade e permite que

vertente

O negócioerguida. do turismo a gente consiga encarar os desafios com a cabeça

muito

promissora.

Enquanto

as

cidades

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Marco Cezar\Grupo All

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O Grupo All organiza três dos maiores eventos do estado: o Folianópolis, Creamfields (foto) e Winterplay

Quais os próximos investimentos do Grupo All? Nós temos um bom serviço turístico em termos de entrega, que ainda não é melhor por causa do fenômeno

De que maneira o Estado pode trabalhar?

da sazonalidade, mas nós entregamos bem o produto final. Contudo, há deficiências gravíssimas que nós

Nós temos uma secretaria que tem como modelo a

precisamos vencer e uma delas é a infraestrutura turística.

mistura de Turismo, Esporte e Cultura. Isso não funciona.

Não existe uma capital como Florianópolis ter o aeroporto

Esporte e Cultura são iniciativas muito focadas para dentro

que tem. Não existe uma capital turística ter problema de

do Estado e quando você estimula o turismo, você precisa

água, de luz, entre outras precariedades. Então a gente

pensar políticas para fora da fronteira. É outro viés, outro

tem deficiência com a infraestrutura. Mas, por trás disso

foco. Do jeito que funciona, ao discutir com o secretário

tudo, e que eu acho ainda mais relevante, é que o turismo

sobre um projeto turístico, no mesmo dia ele está com a

ainda não é prioridade para o estado. O grande desafio de

cabeça nos Jogos Abertos de Santa Catarina (JASC). Por

Santa Catarina é transformar o turismo em prioridade de

mais bem intencionado que o secretario seja, são coisas

desenvolvimento. A hora que isso acontecer, por cascata,

que não conversam entre si. Essa estrutura não foi feita

os outros problemas serão resolvidos.

para dar resultado. A partir do momento que você priorizar o turismo, por exemplo, teremos uma Secretaria só do Turismo. Uma ferramenta que a gente criou de maneira

“Tem coisas que não dá apenas para esperar o poder público realizar. A gente precisa se unir e fazer.”

pioneira em Santa Catarina, foi o Fundo do Turismo, que em função do mau uso do recurso público o governador restringiu. Então a ferramenta foi criada, os atores não souberam usar e foi recolhida. Quem é o prejudicado nesta história? O segmento turístico.


Daniel Oliveira\Grupo All

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No ano passado, Caramori assumiu totalmente a gestão do Music Park em Florianópolis e abriu

Quais os maiores desafios dos empresários do turismo?

outra unidade em Balneário Camboriú

Existem os desafios da porta para dentro da empresa e

Acredito que estes dois caminhos, olhar para o que está

há os desafios da porta para fora. Dos desafios internos,

dentro do negócio, mas também para as coisas que estão

o primeiro deles é o empresário entender que vivemos

fora do seu escopo, mas que precisam de contribuição.

do turismo e não do turista. Essa prática que se tinha

Infelizmente nós não podemos apenas prestar um bom

antigamente de exploração do turista, de subir o preço

serviço e pagar nossos impostos. A gente precisa fazer

e outras práticas abusivas, são ações individualistas que

tudo isso e garantir que os investimentos sejam feitos e

podem dar um resultado de curto prazo, mas que ao longo

ações externas sejam realizadas.

do tempo não se sustentam. Precisamos fazer com que o turista queira voltar e se ele for mal atendido ou se sentir explorado, toda a cadeia vai ser prejudicada. Esses são os principais desafios, além da capacitação, formação, etc. Fora isso, existe a necessidade do empreendedor se envolver mais com o mundo à sua volta. Toda vez que o empresário se omite, damos ao poder público o direito de não fazer. É preciso participar mais, estimulando e garantindo que o poder público cumpra sua missão de fazer os investimentos. E mais, o empresário também tem que participar de alguns investimentos. Tem coisa que não da só para a gente esperar pelo poder público, a gente precisa se unir e fazer.

“O grande desafio de Santa Catarina é transformar o turismo em prioridade de desenvolvimento no Estado. A hora que isso acontecer, por cascata, os outros problemas vão sendo resolvidos.” REVISTA

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14 Temporada

Hora do balanço Divulgação\PMF

Após a temporada de verão, setor público e trade turístico catarinense avaliam o ano e pontuam o que precisa mudar

Da Redação

M

Filipe Mello, os números são resultados da conclusão de

ais um verão se passou em Santa Catarina e o

algumas obras de melhoria de infraestrutura e segurança

momento para o trade e setor público avaliarem

pública nos principais balneários. “Foi uma das melhores

os erros e acertos desta temporada. O balanço

temporadas de todos os tempos”, declarou. “É evidente que

feito pelas entidades e pelos órgãos governamentais

ainda temos muito a fazer. A temporada nos serve como

mostrou que os principais destinos catarinenses receberam

uma forma de avaliação contínua de das nossas deficiências.

bem o turista, apesar das deficiências de infraestrutura

Destaco que uma das coisas que precisamos melhorar é o

e mobilidade. A principal diferença foi a redução dos

receptivo, na forma de receber o nosso turista e esse é um

problemas de fornecimento de água e luz, reflexo dos

trabalho que deve ser feito com muita atenção pela SOL,

investimentos feitos principalmente no sistema elétrico e de

pela Santur e por todos aqueles que estão interessados no

abastecimento da Casan. Em relação à segurança pública,

desenvolvimento turístico em Santa Catarina, inclusive o trade,

informações oficiais da Secretaria de Segurança Pública (SSP)

que tem participado de forma muito ativa”, ponderou Mello.

garantem que houve redução no número de afogamentos e ocorrências policiais. “Garantimos à sociedade catarinense e

No setor privado, alguns números são positivos outros nem

aos nossos visitantes os melhores recursos de que dispomos

tanto. Dados do Beto Carrero World indicam que nesta

para que tivessem uma experiência de valor marcante

última temporada, o número de visitantes aumentou 23%

e positiva”, defendeu o secretário da SSP, César Grubba.

entre dezembro e fim de fevereiro em comparação com o mesmo período 2013/2014. A Flecha Bus, maior empresa de

Os números da Secretaria de Turismo indicam que a

ônibus responsável pela vinda de turistas argentinos ao litoral

movimentação turística foi de 6,2 milhões de pessoas

catarinense apresentou crescimento de 10%, reduzindo o

(crescimento de 25% em relação à temporada passada).

impacto da diminuição do número de pessoas que pousaram

Segundo o secretário estadual de Turismo, Cultura e Esporte,

ou embarcaram no Aeroporto Internacional de Florianópolis.


15 Ao todo, mais de 589 mil passageiros passaram pelo terminal nos meses de temporada em comparação com Ascom\SOL

os 618 mil em 2013/2014. De acordo com a análise da ABIH-SC, os argentinos não vieram nessa temporada devido aos problemas econômicos e de câmbio. A conclusão da entidade hoteleira, é que entre os associados, a redução da taxa média de ocupação ficou em 3,5%. É importante destacar que menos de 10% dos turistas que estiveram na temporada de 2015 no estado tem origem de países de língua nativa hispânica de acordo com o levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio-SC). A pesquisa destacou que 94% dos turistas ouvidos pretendem voltar ao estado. Para o setor hoteleiro, o documento apresentou dois importantes pontos sobre o desempenho da temporada de 2015. O primeiro deles foi a percepção dos empreendedores em relação ao movimento, cuja impressão foi positiva (37% consideraram muito bom e outros 45% bom). O outro é relativo a variação do faturamento em relação à temporada do ano anterior. Os hotéis de Balneário Camboriú revelaram uma insignificante variação de apenas 0,2%. Por outro lado, em relação aos meses comuns do

“Evidente que temos muito a fazer. A temporada nos serve como uma forma de avaliação contínua das nossas deficiências” (Filipe Mello)

ano, o aumento percebido foi de 65,5%. Entre as cidades avaliadas, apenas o setor hoteleiro de São Francisco do Sul

Dados do Beto Carrero World indicam que nesta última temporada, o número de visitantes aumentou 23%

Divulgação\Beto Carrero

destacou queda no faturamento.

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Carnaval foi espetáculo à parte

adiantamos em 45 dias os repasses, que alcançaram a ordem de R$ 7 milhões. Por uma série de ações burocráticas,

No feriado de Carnaval, segundo dados do Sindicato de

nos anos anteriores não conseguimos fazer esse repasse

Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Florianópolis

previamente. Nós avançamos na desburocratização e isso

(SHRBS), a taxa de ocupação hoteleira registrada na Grande

fez com que o Carnaval em 2015 fosse realizado de forma

Florianópolis aumentou e chegou a 74%. Outra pesquisa

tranquila”, pondera. “Deu certo e vamos seguir no mesmo

da Fecomércio-SC indicou que a pretensão de retorno dos

esquema este ano, o objetivo e fortalecer a festa nos

turistas alcançou 90%. Este dado tem relação direta com a

municípios onde as comemorações atraem mais pessoas:

avaliação dos turistas sobre os serviços. Em 2015, os quesitos

Florianópolis, Joaçaba, São Francisco do Sul, Laguna e Itá

hospedagem, sensação de segurança, atendimento no comércio e serviços foram avaliados como “bom” por mais

Em Florianópolis, a pesquisa analisou as múltiplas

de 40% dos turistas. No entanto, o faturamento do comércio

facetas do turismo na capital catarinense. Os itens

e serviços, por sua vez, teve resultados negativos em

melhor avaliados foram à receptividade dos moradores

comparação com o ano passado devido às fortes chuvas que

e o comércio. Aqueles que merecem atenção foram os

afetaram algumas regiões catarinenses durante o período.

serviços de orientação ao turista, serviços de hospedagem e a infraestrutura viária. A média de gastos por cliente na

Para o Secretário Estadual de Turismo, esta percepção

temporada ficou em R$ 293,44, o tempo de permanência

positiva

ao

dos hospedes manteve-se em 5,1 dias e o percentual de

planejamento realizado em 2014 que antecipou o repasse

ocupação dos leitos alcançou 90%, segundo a Federação.

de recursos para as escolas de samba, ligas e prefeituras

Porém essa percepção otimista não evitou problemas pontuais.

dos municípios onde a festa tem tradição. “Em agosto

Na praia de Canasvieiras, empresários tiveram que lidar com

dos

turistas

está

diretamente

ligada

Taxa de ocupação hoteleira registrada na Grande

Martinho Ghizzo\Setur

Florianópolis aumentou e chegou a 74% no Carnaval.


Arcadiuš\CreativeCommons

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Na praia de Canasvieiras, empresários tiveram que lidar com ambulantes de outros estados que comercializavam produtos ilegais na orla.

ambulantes de outros estados que comercializavam produtos

temos um extenso calendário em execução, fazendo

ilegais na orla. Segundo o diretor da Associação Comercial e

com que tenhamos efetivamente uma linha equânime de

Industrial (Acif) de Canasvieiras, Luiz César Costa, a prefeitura

movimentação turística em todo o estado nos 12 meses do

só fez um dia de ação de fiscalização, no início da temporada.

ano. Além disso, estamos alinhando uma nova recolocação

“Depois houve uma redução dessa ação”, completou.

de Santa Catarina no mercado turístico nacional por meio de uma nova campanha, que lançaremos em breve”, afirma Mello..

Segundo o empresário, o principal problema foi a ação de vendedores que utilizaram sem restrição, máquinas automáticas de leitura de cartão de crédito na praia. “Essas máquinas eram utilizadas por ambulantes que não eram daqui. Certamente eram de outras regiões do país”, resume. Para ele, essas máquinas pertencem a alguma empresa, com registro de CNPJ de outros estados e não trazem nada de recursos para Florianópolis e Santa Catarina.

Quesitos hospedagem, sensação de segurança, atendimento no comércio e serviços foram avaliados como “bom” por mais de 40% dos turistas

O estado tem feito um esforço de divulgação de seus destinos turísticos em feiras nacionais e internacionais buscando

atrair

mais

visitantes.

Florianópolis é hoje o segundo destino brasileiro de lazer que mais recebe

estrangeiros.

Balneário

Camboriú e Bombinhas também constam na lista das dez cidades brasileiras onde desembarcam mais pessoas de fora do país, segundo o estudo da Demanda Turística

A SOL pretende utilizar os dados coletados desta temporada

Internacional, do Ministério do Turismo. “A pesquisa mostra

e casar com outras informações relativas ao impacto

como a indústria do turismo movimenta a economia da região

econômico que a atividade gera no estado e promover

e os benefícios que ela gera nos empregos e na renda”, diz o

ações que equalizem a movimentação turística ao longo

secretário nacional de Políticas de Turismo, Vinicius Lummertz,

do ano. “Começamos agora a entrar em meses de baixa

lembrando que em Santa Catarina o turismo representa

movimentação e vamos focar nos eventos, festas e ações,

cerca de 12% do PIB do estado. Emp

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Divulgação\Setur

MUDANÇA

Novo ritmo na Setur Zena Becker quer a modernização do turismo na Capital Homero Gomes

A

nova Secretária do Turismo de Florianópolis é administradora com especialização em Marketing. Zena Becker

coordenava o Fórum de Planejamento Turístico da Grande Florianópolis (FORTUR) e presidia a ONG FloripAmanhã

quando surgiu o convite do prefeito municipal Cesar Souza Jr. para assumir o comando da Setur. Nesta entrevista, ela

deixa claro que, apesar da continuidade ao bom trabalho deixado por sua antecessora, vai imprimir novo ritmo ao seu estilo caracterizado pela articulação do trade e a buscar resultados concretos em favor do turismo e da cidade.


19 A Setur vem de uma gestão de perfil técnico, voltado

tecnologia. A tecnologia pode ser fundamental para

para a estruturação e políticas públicas. O que muda

ajudar a suprir esse tipo de deficiência. Os totens que

a partir de agora?

já existem lá no Sapiens Park me parecem adequados, podendo fornecer informações em diversos idiomas,

Zena Becker – Nunca se muda, diretamente, um trabalho

através de diversas mídias como imagens, vídeos e áudio.

que já vinha fluindo bem. O que muda é a sequência do trabalho com o objetivo de melhorar cada vez mais. A

Esses totens já estarão instalados nos principais pontos

missão que recebi do prefeito, e que já vinha trabalhando

turísticos de Florianópolis já na próxima temporada?

na FloripAmanhã, onde fizemos o Plano de Ordenamento Náutico, é focar na área náutica.

Acredito que seja possível, se não cobrindo toda a cidade, ao menos em lugares de grande fluxo, como o Mercado Público.

Como pretende marcar sua gestão à frente da Setur e do turismo de Florianopolis? Pela defesa da inovação no turismo. Pretendo ser uma articuladora pela modernização do turismo. Participei da criação do Centro de Inovação em Turismo, no Sapiens

“Não adianta querer inventar, tem que pegar o que já existe e melhorar, com inovação. ”

Park. Não adianta querer inventar, tem que pegar o que já existe e melhorar, com inovação. Estamos tomando pé da situação na Setur. Mais na frente, teremos condição

E o planejamento da próxima temporada?

de explorar melhor nossas idéias e projetos. O relatório da última temporada recém foi entregue. Qual seria o projeto prioritário para o segmento

E podemos afirmar que foi um sucesso essa última

náutico? Teria relação com o Píer de Canasvieiras e a

temporada. Poucas entidades deixaram de cumprir

marina na Avenida Beira-Mar Norte?

aquilo que prometeram. A Casan trabalhou muito bem, a Celesc também. A Abrasel coordenou um trabalho de

Nós ainda estamos avaliando. Quanto ao píer de

conscientização junto aos proprietários de restaurantes,

Canasvieiras, tanto a Acatmar quanto o GT Náutico da

objetivando a ampliação da capacidade das caixas de água

Secretaria de Estado do Turismo dizem que antes de falar

e a limpeza das caixas de gordura. Trabalho simples, mas

em cosntrução, é preciso fazer alguns estudos da área,

que se mostrou fundamental. Só a questão da mobilidade

como a batimetria, para avaliar as condições do vento,

é que ainda não está boa. A idéia é estudar algumas

maré e outros itens que interferem na escolha do melhor

ações pequenas como o funcionamento dos semáforos, a

local para esta estrutura. A marina, uma parceria público-

urgência para arrumar um local para estacionamento dos

privada (PPP), já está definida no Plano de Ordenamento

ônibus de turismo no centro da cidade. Quanto à próxima

Náutico e a Beira-Mar Norte é um local adequado.

temporada, pretendo antecipar o início do planejamento para maio ou junho. Achei muito bom o seminário realizado

Recentemente

tivemos

o

caso

dos

Centros

de

Atendimento ao Turista (CAT). Florianópolis foi piada na

anos atrás, reunindo entidades e os governos municipal e estadual. E, também o trabalho feito na última temporada.

mídia nacional e nas redes sociais em razão da falta de capacitação do pessoal para atender turistas estrangeiros.

O prefeito encaminhou para a Câmara Municipal um

O que pretende fazer para mudar esse quadro?

Projeto de reforma administrativa onde, ao que se sabe, extingue cargos. A Setur será afetada?

Na minha avaliação, nós temos poucos CAT’s. Certamente

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temos que investir na capacitação e na seleção criteriosa

Não saberia dizer neste momento. Pelo que foi falado,

de pessoal para esta função. Mas, devemos investir em

acredito que nada muda na estrutura da Secretaria.

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SEM ORIENTAÇÃO, TODO MUNDO FICA PERDIDO. USE AS PESQUISAS FECOMÉRCIO. A Fecomércio é uma referência em informações sobre a economia catarinense. Desde pesquisas econômicas, sazonais e de turismo a perfil e tendências de consumo, a Fecomércio fornece dados estatísticos e sondagens que auxiliam os empresários a tomarem decisões mais seguras e certeiras. Entre em contato e saiba mais: (48) 3229 1000 | fecomercio@fecomercio-sc.com.br | fecomercio-sc.com.br


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Qualificação

A qualificação profissional no turismo Mão de obra qualificada pode fortalecer destino turístico Cristina Benetti

U

m estado bem preparado para receber turistas conta com uma infraestrutura adequada,

sistemas de transporte eficientes, bons hotéis. Mas sem profissionais treinados para bem receber os visitantes, todo esse esforço será prejudicado. “A qualificação profissional é um dos itens mais necessários para que o destino tenha um retorno econômico para corresponder ao investimento público e privado realizados para este fim”, enfatiza o presidente da Santur, Valdir Rubens Walendowsky. Entretanto,

tal

exigência

de

qualificação não deve ser direcionada, apenas, para as bases operacionais. Gestores e autônomos devem tratar a educação como aparato essencial e precisam se capacitar, reforçando a lógica de que este é um dos caminhos para manter a empresa e/ou serviço competitivo frente à concorrência cada vez mais acirrada.

O turismo gera aproximadamente 500 mil postos de trabalho em Santa Catarina


23

Em Santa Catarina, o setor de turismo vem se consolidando

Outra demanda crescente está relacionada ao turismo

ano a ano. A consequência deste crescimento na

náutico. Trata-se de um tipo de turismo que permite ser

movimentação de pessoas resulta no aumento da procura

desenvolvido durante o ano todo, tanto por embarcações

por trabalhadores, muitos deles temporários, para atuar

destinadas ao fim turístico, como pelo turismo de esportes.

nos segmentos ligados a atividade turística, que gera

“O nosso litoral é reconhecido internacionalmente por ter

aproximadamente

500

mil

postos

de trabalho, diretos e indiretos. Estes números

reforçam

a

necessidade

de ações efetivas, inovadoras e que deixem a atividade cada vez melhor, por meio da da profissionalização do setor”, destaca Analista Estadual de Eixo Educacional Turismo, Hospitalidade e Lazer do Senac, Juliana Côco. “A nossa hospitalidade já é um diferencial, no entanto,

precisa

vir

Os segmentos que demonstram maior necessidade de contratação de novos profissionais são os de bares e restaurantes

acompanhada

praias atrativas, além de lagos, lagoas, rios, represas e esse potencial precisa ser aproveitado”, menciona a analista. Contudo o desenvolvimento desses segmentos esbarra na falta de mão de obra qualificada. As empresas têm dificuldades para encontrar candidatos que atendam os requisitos da função e para driblar essa escassez, muitas acabam

diminuindo

as

exigências

de um atendimento com qualidade, da profissionalização

na hora de contratar, o que se reverte em mão de obra

das técnicas, do domínio de línguas estrangeiras e do

pouco qualificada e comprometida e declínio na qualidade

conhecimento de tecnologias que auxiliam na solução de

dos serviços. “Grande parte das pessoas que iniciam suas

problemas para os turistas”, conclui.

atividades profissionais no mercado de trabalho nesta área

Oportunidade

x

não possui o conhecimento necessário do que é o turismo

Mão de obra qualificada

e da sua importância para o desenvolvimento econômico e social do estado. Logo, se deparam com um sistema

Os segmentos que demonstram maior necessidade

complexo, que exige disponibilidade, cortesia, dentre outras

de contratação de novos profissionais são os de bares

características que envolvem o servir”, avalia Côco.

e restaurantes, seguidos pelo ramo da hospedagem. Entretanto as áreas de Eventos e negócios têm despontado

Essa baixa retenção de bons profissionais não é uma

como grande nicho de oportunidades de trabalho na área

exclusividade do setor de turismo. Entretanto a dificuldade é

de turismo. “São festivais gastronômicos, festas populares,

intensificada no setor devido as características da profissão.

congressos, feiras, eventos culturais e esportivos, dentre

“No turismo todos os dias são de trabalho, sejam diurno ou

vários outros, que geram renda e empregos nos períodos

noturno ou ainda final de semana, e como há oportunidade

de baixa e média temporada”, relata Juliana

em outros segmentos industriais e comerciais com horários regulares, os profissionais optam por não trabalhar no turismo”, explica Walendowsky. Os desafios do turismo são grandes, mas muito de suas soluções está na qualificação profissional nos diversos níveis e para todos os segmentos da cadeia produtiva do turismo. Em setores que envolvem prestação de serviços o esforço precisa ser coletivo para que empresários, poder público e trabalhadores construam um legado de demandas contínuas e não apenas em períodos específicos. Ao apresentar uma REVISTA

mão de obra de qualidade poderá se construir um turismo O negócio do turismo

competitivo, sustentável e viável conquistando a satisfação do turista de lazer, de negócios, de esportes.

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Destino SC

Esporte como aliado Para incrementar turismo regional, Serra Catarinense aposta em grandes eventos esportivos Camilla Geiger

A

Serra Catarinense vive uma nova realidade no desenvolvimento turístico. O Serra Catarinense Convention & Visitors Bureau e a Braavos Eventos e Turismo, de Florianópolis, firmaram uma parceria para captação e organização de diversos eventos esportivos inéditos para a região.

O objetivo é fomentar o turismo regional ao atrair um público que ainda não está acostumado a visitar a serra, fazer com que ele tenha uma experiência diferenciada, como se fosse um morador local – e não apenas a contemplação – e ainda participe dos eventos esportivos. Pelo menos quatro provas já estão organizadas ao longo deste ano. Os municípios envolvidos são Rio Rufino, Urupema, Bom Jardim da Serra, Urubici, São Joaquim e Lages. A iniciativa teve início em 2014. “O esporte ajuda a potencializar, principalmente por meio de parcerias com empresas especializadas neste tipo de evento, pois você consegue promover em épocas de alta sazonalidade e beneficiar todo o trade. Serão pelo menos 2.000 atletas no total. Com ele, vem a equipe de apoio e a família, o que pode representar um incremento de 6 a 8 mil visitantes na

Prefeitura de Urubici/Divulgação

serra nas quatro provas”, explica o presidente do Serra Catarinense Convention & Visitors Bureau, Pedro Paulo Goulart.


25

Cenário exuberante No entanto, existe a preocupação de promover eventos

região reconhecida pelas paisagens, pela hospitalidade,

adequados ao tamanho da infraestrutura da cidade. Mas

pela gastronomia e pela temperatura. Além da prática

o objetivo é justamente fomentar o turismo em diferentes

esportiva, o atleta amador e sua família poderão vivenciar

épocas do ano para que o trade se sinta estimulado a

experiências únicas no meio rural, com trilhas, águas

investir. A empresária Amélia Pickler, da Pousada Amélia

límpidas, cachoeiras, observação de pássaros e paisagens

de Urubici, vê a parceria com bons olhos. “Achei ótimo.

de tirar o fôlego”, avalia o empresário Antonio Barbosa,

É muito importante para a região. Quando chega o

da Braavos Eventos e Turismo. “O esporte é uma grande

verão, a ocupação cai muito. Eventos consolidados

âncora entre a visita e o aumento da permanência na

desta natureza estimulam a criação de novos negócios”,

cidade”, complementa Barbosa.

comemora a empresária.

Caminhos dos Sertão Cicloturismo

Belezas naturais e receptividade não faltam. “Esta é uma

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Paisagens bucólicas e atrativos naturais podem O negócio do turismo ser apreciados nos roteiros de cicloturismo REVISTA

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Goulart explica que em Santa Catarina existem polos

Além da iniciativa da Braavos, outros grupos promovem a

turísticos consolidados,

como Balneário Camboriú e

vivência rural por meio do esporte. Entre eles, a Acolhida

Florianópolis. Na Serra Catarinense essa estrutura é mais

na Colônia, uma associação de agricultores familiares

reduzida, mas mesmo assim é possível receber bem com

que existe no Brasil desde 1999. O objetivo é compartilhar

eventos de pequeno e médio porte, que são o foco no

histórias, a cultura e o estilo de vida rural. Lá, o turista

momento. “Estamos abertos para qualquer empresa que se

encontra hospedagens simples e aconchegantes com

dispuser a realizar parcerias e ajudar no desenvolvimento

direito a conversas à beira do fogão a lenha, mesa farta,

do turismo local”, destaca. Os agentes de viagens e a rede

passeios pelo campo e agricultura orgânica.

hoteleira serão procurados para que possam oferecer a programação para os clientes, com transfers e guias.

O cicloturismo foi implantado na Acolhida na Colônia em 2009 com o objetivo de ampliar e qualificar a oferta turística da região. Os roteiros são organizados pela empresa Caminhos do Sertão Cicloturismo e trazem como diferencial, o vínculo direto com o agroturismo. A estrutura existente de pousadas e quartos coloniais, serviços de alimentação ao longo de caminhos bucólicos e recheados de atrativos naturais são apreciados pelos turistas. Os roteiros fazem conexão entre os municípios de Santa Rosa de Lima e Anitápolis. O mais nova rota contempla também Rancho Queimado e Urubici. “O contato com o agroturismo, sem dúvida, é o maior diferencial dos passeios, aliado a paisagens impressionantes, como as escarpas de Urubici e os encantos da Serra Geral”, destaca Fernando Angioletto, jornalista e sócio da Caminhos do Sertão Cicloturismo. Existe um pacote especial com operadoras, em que o cliente conta com traslados, guias especializados e carro de apoio. Além disso oferecemos um pacote autônomo, no qual o viajante

Caminhos dos Sertão Cicloturismo

organiza a própria viagem, a partir de mapas.

O contato com a vida rural e com os hábitos dos agricultores, como a mesa sempre farta, são alguns diferenciais dos passeios ciclísticos pela Serra

Na serra, os turistas encontram hospedagem simples e aconchegantes, com direito à mesa farta e passeios pelo campo


Caminhos dos Sertão Cicloturismo

27

Eventos esportivos na serra catarinense Desafio nas Alturas, entre Urupema e Rio Rufino.

Meia Maratona em Lages

Ultramaratona de Revezamento Braavos da Serra cruza São Joaquim, Urubici e Bom Jardim da Serra.

Corrida Rústica dos Tropeiros em Lages

Mountain Bike Downhill na Escadaria do Morro da Cruz, em Lages

Mountain Bike Rústico entre Rio Rufino e Urubici

Saiba mais Para mais informações, entre em contato com: Acolhida na Colônia (48) 3654-0186 www.acolhida.com.br

Caminhos do Sertão Cicloturismo (48) 3234-7712 www.caminhosdosertao.com.br

Braavos Eventos e Turismo (48) 8408-4473 www.braavos.com.br

Serra Catarinense Convention & Visitors Bureau (49) 3233-3504 www.serracatarinense.com/convention/

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28 PROMOÇÃO

Santa Catarina: polo doTurismo de

Divulgação\Santur

Camila Latrova

S

anta

Catarina

apresenta

importantes polos de turismo

Estado precisa vencer principal desafio do segmento: incrementar valor aos produtos turísticos e aumentar o gasto médio dos visitantes

religioso, como Nova Trento,

com o Santuário Santa Paulina e Santuário Nossa Sra. do Bom Socorro,

Entre tantas opções, nada é mais natural que estes lugares

Brusque, com o Santuário Nossa Sra.

sagrados recebam diariamente romeiros de vários lugares

de Azambuja, Imaruí/São Martinho,

do estado e do Brasil. Com o intuito de fortalecer, em

com o Santuário da Bem Aventurada

âmbito nacional, o turismo religioso, promovendo os

Albertina, Angelina, com o Santuário

destinos turísticos e a produção religiosa do estado diversas

Mariano, Bom Retiro, com o Santuário

ações da iniciativa empresarial e setor público visam dar

Nossa

Nova

valor a este segmento de mercado, que atualmente é

Veneza, com a Festa de Nossa Senhora

Senhora

Aparecida,

ainda pequeno, mas muito promissor. O tempo médio que

de Caravaggio, Joaçaba com o Frei

o turista permanece na cidade é de apenas 8 horas e o

Bruno, entre outros locais, romarias e

tíquete gasto pelos romeiros alcança cerca de R$ 30 reais

manifestações religiosas oriundas da

diários, números bem abaixo de outros nichos de turismo

colonização cristã no estado.

vinculados ao verão e de eventos.


Lucas Bitsmuller\Sebrae-SC

“A região de Nova Trento recebe mensalmente 60 mil visitantes. Apesar disso, detectamos que a região precisa agregar valor aos seus produtos” (Sérgio Cardoso)

Vitrine Uma dessas ações foi a Primeira Vitrine Religiosa, promovida pelo Sebrae-SC, com o apoio do Ministério do Turismo, realizada no final de fevereiro no Santuário Santa Paulina em Nova Trento. Durante os três dias de evento, foram organizados o Congresso Catarinense de Turismo Religioso e a Feira de Roteiros Turísticos e Produtos Religiosos, onde foram abordados temas como o desenvolvimento de roteiros e produtos turísticos, comercialização, perfil do consumidor, tendências e empreendedorismo no segmento.

“Vitrine Religiosa é o primeiro passo para tornar a região referência nacional em turismo religioso”, destaca o Diretor de Administração e Finanças do Sebrae-SC, Sérgio Fernandes Cardoso.

Além disso, o evento foi espaço para a promoção do guia “Santa Catarina - Roteiros de Emoção, Fé e Espiritualidade”. O evento é resultado do Projeto de Turismo Cultural

Valor aos produtos

Religioso do Vale do Rio Tijucas, coordenado pelo Sebrae-

Na Feira, expositores de produtos e serviços ligados

SC, em parceria com o Santuário de Santa Paulina, o

ao turismo religioso demonstraram

Ministério do Turismo, a prefeitura de Nova Trento e

dez principais destinos religiosos do estado conhecido

municípios de São João Batista, Canelinha, Tijucas, Brusque

como o Vale Sagrado Catarinense para cerca de 10 mil

e Major Gercino, além do Grupo de Trabalho de Turismo

pessoas, envolvendo empresários do setor, profissionais e

Religioso da Secretaria de Turismo Cultura e Esporte e da

estudantes de turismo, empresas organizadoras de turismo

Santur. “O projeto iniciou em 2014 e atende 40 empresas

religioso, fieis e turistas.

as atrações dos

da região. Nosso trabalho é promover ações que ampliem o acesso ao mercado, gerar mais fluxo turístico, fomentar

“A região de Nova Trento recebe mensalmente 60 mil

práticas inovadoras nas empresas, auxiliar na construção e

visitantes. Apesar disso, detectamos que a região precisa

fortalecimentos de marcas por meio do design e readequação

agregar valor aos seus produtos, ampliar a permanência

de fachadas, além de fazer atendimentos focados na gestão

dos visitantes e diminuir a sazonalidade. As peregrinações

dos negócios, como consultorias, treinamentos e orientações

que atualmente são sazonais necessitam também de uma

técnicas”, explica Alan Claumann, coordenador estadual dos

divulgação dirigida para uma maior permanência dos

Projetos de Turismo do Sebrae-SC. Um dos palestrantes da

visitantes, aproveitando as estruturas e diferenciais turísticos

Vitrine foi Paulo César da Silva, diretor da Mark Travel, agência

dos municípios participantes. Essa Vitrine Religiosa é o

especializada em viagens desse tipo “Queremos melhorar o

primeiro passo para mudarmos esse cenário e tornar

serviço pro turista no Santuário. Temos bastante espaço para

a região referência nacional de

comercializar e a união de empresários e os municípios para

religioso”, destaca o Diretor de Administração e Finanças do

fazer o número de visitantes é muito importante”.

Sebrae-SC, Sérgio Fernandes Cardoso.

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excelência no turismo REVISTA

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Divulgação\Santur

30

“Temos um potencial de crescimento que precisa de atenção. Qual modelo de desenvolvimento queremos para salvaguardar a característica religiosa local e ao mesmo tempo trazer novidades?” (Vinícius Lummertz)

Profissionalização do setor Na

avaliação

do

Secretário

Nacional

de Políticas de Turismo do Ministério do

Turismo,

Vinicius

Lummertz,

este

é o caminho para o crescimento e profissionalização do setor. “Estamos em um momento de consolidação do turismo religioso. Aqui em Nova Trento temos como exemplo, não só apenas o Santuário, mas outras atrações, como o teleférico, restaurantes, pedalinho e infraestrutura básica de acesso. Ainda é pouco para quem recebe este volume de visitantes, a região carece de uma rede hoteleira mais estruturada, como existe em Fátima em Portugal e em Lourdes na França. Temos um potencial de crescimento que precisa de atenção. Que planejamento queremos para a região? Qual modelo de desenvolvimento precisamos

para

salvaguardar

a

característica religiosa local e ao mesmo tempo trazer novas possibilidades, como a

melhoria

infraestrutura

hoteleira

e

gastronômica. São estas questões que empresários locais e setor público juntos precisam pensar e agir”, conclui . Santuário Santa Paulina em Nova Trento foi palco da 1ª Vitrine Religiosa do Sebrae-SC


31

Divulgação\Santur

O tempo médio que o turista permanece na cidade é de apenas 8 horas e o tíquete gasto pelos romeiros alcança cerca de R$ 30 reais diários, números bem abaixo de outros nichos de turismo vinculados ao verão e de eventos

Município conta com outros atrativos turísticos além do Santuário mas precisa ampliar sua infraestrutura para que os visitantes permaneçam mais tempo

Reunião do GT Os integrantes do Grupo de Trabalho Divulgação\Santur

(GT) de Turismo Religioso da SOL e Santur aproveitaram o evento e se reuniram-se para discutir os desafios do segmento. Uma das principais pautas do encontro foi a tramitação na Assembleia do Projeto de Lei que incentiva o desenvolvimento do setor no Estado. Formado por representantes de 11 cidades catarinenses, o GT pretende encaminhar alterações e melhorias ao projeto buscando a consolidação das rotas turísticas já existentes. O grupo integra a política de segmentação turística da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e

Evento contou com a participação do Secretário Nacional de Políticas do Turismo, Vinícius Lummertz

Esporte (SOL) e possui representantes das cidades de de Angelina, Bom Retiro, Brusque, Imaruí, Jaraguá do Sul, Nova Trento, Nova Veneza e Tijucas. “Definimos muitos critérios, escolhemos os destinos e com todos esses encaminhamentos, agora temos que o GT tenha mais poder. O turismo religioso precisa ser visto de uma forma

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diferenciada e essas ações vão nos dar O negócio do turismo

ouvidos”, comenta o membro do Grupo e Secretário De Cultura e Turismo de

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Nova Trento, Eluisio Antônio Voltolini.

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Lucas Bitsmuller\Sebrae-SC

um regimento interno, fazendo com

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GASTRONOMIA

Sabores da Terra Oscar Beasley/divulgação

Vinícolas encontram no enoturismo uma nova estratégia para catalisar vendas

Ellen Sezerino

N

ão é de hoje que a região de São Joaquim, na Serra

(ACAVITIS). Cada uma com sua peculiaridade e estratégia

Catarinense, virou destaque com a produção de

própria para valorizar a experiência da degustação e

vinhos de altitude. Já conhecida pela produção

incentivar o consumo do vinho produzido a partir das

de maçãs e pela neve que aparece durante o inverno,

vinícolas locais. A Villa Francioni, uma das mais conhecidas

de uns anos para cá a região vem se reinventando. Aos

da região, aposta no profissionalismo para receber os turistas.

poucos, principalmente após o início dos anos 2000, uma

Oferece visitas guiadas por profissionais que apresentam

cultura forte na enogastronomia está sendo estruturada. Se

a estrutura arquitetônica com detalhes e o requinte das

antes o turismo estava voltado somente para o frio e para

etapas de produção do vinho a partir das uvas cultivadas ali

produção macieira, principalmente nos anos 70 e 80, hoje é

mesmo – os parreirais podem ser vistos das janelas imensas

a vitivinicultura a responsável por atrair a atenção de turistas

do prédio que abriga vinícola. Com cerca de 90 minutos de

para São Joaquim e cidades adjacentes como Urubici, Lages,

duração, o ponto alto da visita é a degustação de rótulos

Videira, Campo Belo, Treze Tílias e Água Doce.

ilustres das linhas VF e Joaquim. O agendamento das visitas à Villa Francioni pode ser feito online, pelo website da

São Joaquim abriga grande parte das vinícolas que fazem parte da Associação Catarinense de Vinhos Finos de Altitude

vinícola, um diferencial entre as outras.


33

Foco na experiência

Falta integração

A Vinhedos de Monte Agudo é outra opção no enoturismo

Apesar das vinícolas terem ganhado espaço no roteiro de

de São Joaquim. Com uma alternativa de degustação bem

muitos turistas, a infraestrutura das cidades que abrigam

mais pessoal, ainda não possui uma estrutura completa

as propriedades ainda tem muito a crescer. “A impressão

de vinícola, mas os vinhedos e o espaço para eventos e

do visitante é que as coisas ainda acontecem de forma

degustação dos rótulos próprios mantém seu foco na

um pouco desconectada do turismo local nas cidades,

experiência em provar o produto na própria vinícola. Patrícia

sem um planejamento específico”, opina o engenheiro

Ferraz, uma das gestoras do negócio, explica que a ideia de

e apreciador de rótulos Anderson Coral, que já visitou

abrir o espaço não estava formada até 2011 quando a primeira

São Joaquim algumas vezes em busca das experiências

safra do vinhedo (de 2008) foi engarrafada. “Percebemos que

enogastronômicas. “A disponibilidade de informações

tínhamos que levar as pessoas lá, porque o vinhedo é lindo,

a respeito dos locais e horários de visitas às vinícolas

então surgiu a ideia de trabalhar com o turismo ligado ao

nos hotéis e pousadas facilitaria incrementaria a atração

vinho. O espaço foi pensado para eventos também, como

turística. Também percebo a falta de serviços de transporte

casamentos, aniversário, festas e confraternizações”.

e receptivo entre as cidades até as propriedades, evitando que os visitantes precisem dirigir depois de uma tarde em uma degustação”, argumenta.

Enoturismo serve como vitrine não apenas para a comercialização de rótulos próprios, mas como atrativo turístico da região Para Patrícia, o enoturismo tem sido uma vitrine não só para a comercialização dos rótulos próprios, mas com o intuito de atrair cada vez mais turistas para a região. “Não temos os números estatísticos, mas com certeza a experiência promove a cidade como um todo, já que o enoturista geralmente tem alto poder aquisitivo movimentando hotéis, restaurantes, lojas, enfim tudo que pode ser oferecido.” Opinião semelhante tem Guilherme Grando, da Villaggio Grando, propriedade localizada em Água Doce que recebe mensalmente cerca de 2.500 pessoas de diversos lugares do Divulgação\Acavitis

Brasil e do exterior. De acordo com empresário, o papel do turismo na vitivinicultura é fundamental. “Representa uma parcela importante do negócio, principalmente pelo fato de que quem está viajando está disposto a gastar mais”, pondera. Os planos da vinícola incluem além de fortalecer o turismo e atração de visitantes, ampliar a presença da marca no mercado internacional. “A meta é produzir vinhos em outros países a exemplo do que já fazemos na Argentina”, explica.

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Empresários avaliam que o papel do turismo na O negócio do turismo vitivinicultura rep resenta uma parcela importante do negócio, principalmente pelo fato dos visitantes terem mais propensão para gastar. REVISTA

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Vindima

criando com o intuito de celebrar a colheita da uva, atrair visitantes e promover os produtos da região. A segunda edição foi realizada no final de março, com apresentações de música, dança, poesia e claro, muita enogastronomia. As vinícolas investiram em infraestrutura física para recepcionar

os

turistas

e

montaram

roteiros

Divulgação\Acavitis

Em 2014, foi realizado a 1º Vindima de Altitude, um evento

de

degustação, que incluem passeios pelos vinhedos, sunsets, almoços ao ar livre e visitas aos locais de produção. “A intenção foi criar um ambiente para que todos possam ter a ‘experiência do vinho’, percebendo como a bebida é um ótimo complemento em todas as ocasiões”, afirma Acari Amorim, presidente da Associação Catarinense dos Produtores de Vinhos Finos de Altitude (Acavitis), entidade promotora da Vindima, e proprietário da Vinícola Quinta da Neve. “Com a festa, promovemos a região, como um importante centro produtor de uvas e vinhos finos de altitude no país”. Amorim concedeu uma

Divulgação\Acavitis

entrevista à Revista Trade Tur sobre o evento:

A segunda edição da Vindima contou com apresentações de música, dança, poesia e degustações

O evento contou com mais de 20 apresentações de música instrumental e erudita, dança, poesia e outras atrações


Divulgação\Acavitis

35

Acari Amorim presidente da Associação Catarinense dos Produtores de Vinhos Finos de Altitude (Acavitis)

Qual o impacto do enoturismo no mercado?

muito de ir até uma vinícola, conhecer o vinhedo, a parte de vinificação e provar o vinho no local. E sempre quer

Hoje, em toda a região, são 35 projetos de plantio e

levar para casa algumas garrafas.

vinificação. Desses projetos, 20 já contam com vinificação,

vinícolas que contabilizam em vendas mais de 20% da

marca própria e vinhos distribuídos no mercado. A

sua produção no local para os visitantes e turistas.

Na região, existem

produção de vinho de altitude tem uma importância muito grande, pois engloba uma região carente de recursos e investimentos, com um índice de desenvolvimento humano muito baixo. E o vinho justamente tem um

Além da formação de público e mercado consumidor, quais as outras vantagens em se abrir uma vinícola para visitação?

poder muito grande de alavancar diferentes negócios ligados ao turismo como hotéis, pousadas, restaurantes, cafés, artesanato, comida típica regional, como ocorre em

A geração de receita é uma delas, com a venda direta

diferentes países do mundo. Isso tudo ativa a economia

aos visitantes, o que acaba gerando mais recursos para

local, com o surgimento de novas empresas, mais

ser investido na infraestrutura da própria vinícola. Outra

arrecadação de impostos, mais empregos e renda.

é a questão de marketing, pois vai se criando uma cadeia de consumo que envolve não apenas a questão

Existem pequenas vinícolas que vivem da visitação de turistas. É este o caminho?

individual de cada vinícola, mas toda a rede ligada ao enoturismo. O visitante se hospeda em um hotel ou pousada, consome em um restaurante ou bar, leva REVISTA

Com certeza. Hoje, pelo menos, seis vinícolas já recebem

artesanatos e, principalmente, divulga isso para a sua

diariamente turistas do país inteiro. É uma atividade

rede de relacionamento, criando um círculo virtuoso

muito importante para cada uma delas. O turista gosta

para o segmento.

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SUSTENTABILIDADE

Prática

Viável

Investir em sustentabilidade é ferramenta estratégica para valorização do negócio Cristina Benetti

construção civil responde hoje por 40% do consumo

A

ter apenas ações sociais ou ambientais e esquecer do

mundial de energia e por 16% da água utilizada no

controle na quantidade de resíduos gerados ou na energia

mundo. Sendo assim é natural que a sustentabilidade

e água consumida”, explica o consultor de sustentabilidade

assuma uma posição cada vez mais importante neste

do Portal EcoHospedagem, Thiago Cagna.

cenário. Além desse consumo, outra preocupação é emissão de gases e produção de resíduos nas obras.

Custa caro?

Neste sentido, um projeto arquitetônico sustentável é uma

Ainda que o preço de implementação de alguns sistemas

grande oportunidade de atuar de forma preventiva frente aos

ambientalmente sustentáveis em um hotel “verde” custe

possíveis impactos ambientais decorrentes das atividades

cerca de 5% mais do que um edifício convencional, a escolha

desenvolvidas em determinados empreendimentos. A

pode representar uma economia de 30% de recursos,

prioridade da obra é difundir maneiras de construir com

durante o uso e ocupação do imóvel. Um sistema de

menor impacto ambiental e maiores ganhos sociais,

aquecimento solar, por exemplo, se instalado corretamente,

sem, contudo, esquecer o viés econômico e mesmo

em apenas um ano de uso cobre o investimento. Edifícios

arquitetônico do empreendimento.

que reusam a água (vinda de chuveiros e lavatórios, que após tratamento, voltam para abastecer os sanitários e as

Uma estrutura ambientalmente sustentável é aquela

torneiras das áreas comuns) tem em média uma economia

que se preocupa com todos os processos contidos na

de 35% na conta.

obra e também no seu entorno. Ela busca conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação

Adaptações

ambiental, levando também em consideração os aspectos sociais. “O empreendimento precisa ter ações diversas

Quando se consegue pensar na sustentabilidade desde o

voltadas para o meio ambiente, sociedade e na gestão

projeto, a execução da obra acaba saindo mais viável do

da empresa. É o tripé da sustentabilidade. Não adianta

que a reforma, mas muitas adaptações podem ser feitas


Planet Art Design/Item6

37

Quando se inclui a sustentabilidade desde o início do projeto, a execução da obra acaba saindo mais viável

depois do imóvel pronto, tanto em iluminação quanto em

vantagens estéticas e arquitetônicas, valorizando o

ventilação. “Apesar de ser mais fácil quando a solução está

imóvel. “Em um hotel, por exemplo, o telhado verde

no projeto arquitetônico, painéis de vidro e clara-bóias nas

pode reduzir muito o consumo de energia, graças

coberturas podem ser instaladas em uma edificação antiga.

à minimização do uso do ar condicionado em suas

A luz natural é sempre a melhor solução para ambientes

dependências”, conclui Karla.

internos”, ressalta a arquiteta especialista em Gestão e Tecnologias Ambientais, Karla Cunha.

Para empresários que já possuem estruturas instaladas e querem torná-las sustentáveis a orientação é começar

Outra solução apontada pela arquiteta é a implantação de

com medidas simples como o reuso de toalhas, a

muros e telhados verdes. Além de contribuir para minimizar

secagem de roupas em varal e a substituição de ar

as emissões de CO2 a atmosfera, eles proporcionam

condicionado por ventilação. “O ideal é implementar

conforto térmico e acústico, atuam diretamente na

primeiro as ações que exija menos investimento e

proteção estrutural e pluvial da área implantada, e trazem

gerem mais economia”, informa Cagna.

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Planet Art Design/Item6

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Projetos arquitetônicos para a indústria hoteleira trazem um leque de vantagens econômicas

Responsabilidade

Apoio

A sustentabilidade traz aos empreendimentos hoteleiros

Para colaborar com a conscientização dos empresários e

um leque de vantagens em matéria de economia, qualidade

incentivar os hoteleiros a buscarem a melhoria da gestão

de vida, melhoria do meio ambiente, educação ambiental e

sustentável, a ABIH-SC firmou importantes parcerias. Uma

difusão da cultura local. Para a indústria hoteleira, significa

é a consultora em gestão sustentável, Roseli Capudi, que

que os empreendimentos reconhecem a responsabilidade

realiza palestras de sensibilização, nas quais são aplicados

e o compromisso que possuem com a preservação dos

diagnósticos de perfomance sustentável com todos os

recursos naturais, culturais e sociais de suas comunidades e

hoteleiros interessados. A outra, com a Mendes Gobbi Eco

que estão trabalhando fortemente pela sua sustentabilidade

Design, que oferece os serviços de arquitetura sustentável

unindo-se aos chamados mundiais ou tendências globais.

com desconto aos associados.

“Os hóspedes já estão procurando hotéis com boas práticas sustentáveis, só o conforto não basta. Temos que pensar em minimizar cada vez mais os impactos que nossos negócios provocam no meio social, cultural e ambiental”, comenta o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis Santa Catarina (ABIH-SC), Samuel Koch. Ele destaca, ainda, que existem atualmente poucas políticas públicas que valorizem esses empreendimentos hoteleiros. “Os incentivos fiscais existem em alguns

municípios, mas ainda muito incipientes. Porém, há bancos que apóiam esta causa, como o Santander e a Caixa Econômica Federal”, conclui.

Uma estrutura ambientalmente sustentável é aquela que se preocupa com todos os processos contidos no erguimento da obra e também no seu entorno


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Materiais sustentáveis Fibras vegetais

Tintas naturais

Feitas a base de plantas e vegetais como a juta, o sisal,

Tintas a base de água, ceras e óleos vegetais, resinas naturais,

o coco, a cana-de-açúcar, algodão, as fibras vegetais

com pigmentações minerais, muito mais recomendáveis

substituem as fibras de vidro e sintéticas.

para um equilíbrio sustentável nos ambientes, pois não têm odor e não utilizam metais pesados.

Óleos vegetais Telhas “ecológicas” Derivados de vegetais e sementes podem ser matéria prima para tintas, vernizes e solventes.

Feitas de placas prensadas de fibras naturais ou de materiais reciclados.

Solo Cimento Piso intertravado É um material homogêneo resultante da mistura de solo, cimento e água, ideal para construções de pequeno porte.

Comporto por peças de concreto modulares, com diversas formas e cores. São usados em calçadas, parques e grandes

Concreto reciclado

extensões de pisos externos. Eles possibilitam que a água da chuva permeie entre as juntas e encontre o solo,

Ele reaproveita materiais descartados como restos de

facilitando a drenagem.

tijolos e telhas, abrindo espaço para empresas que separam e comercializam materiais que sobram nos canteiros de

Equipamentos sanitários de baixo consumo e automáticos

obras e nas demolições. Torneiras com sensor de presença e vasos sanitários com

Madeiras alternativas

duplo acionamento.

Madeiras de reflorestamentos e certificadas.

Adobe Tijolo feito de uma mistura de argila, areia, água e até

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mesmo fibras. É eficaz na construção de alvenarias O negócio do turismo

estruturais externas, pois depois de secos adquirem uma alta resistência e ótimas propriedades acústicas

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NoVIDADE

aposta

em Santa Catarina

Uma das maiores redes hoteleiras do mundo investe em dois grandes hotéis no estado Da Redação

A

pós muitas especulações do mercado e do trade sobre a construção de um grande hotel no antigo terreno da Pizza Hut, na esquina da Avenida

Jornalista Rubens de Arruda Ramos com a Avenida Professor Othon Gama d’Eça, a informação finalmente foi confirmada: O Grupo Marriott está construindo um hotel no local. A confirmação foi feita pelo vice-presidente da empresa na América Latina, Guilherme Cesari e o projeto é resultado de uma parceria entre a rede de hotéis e a construtora catarinense Koerich Imóveis, que mantém sigilo absoluto

Divulgação\CreativeCommons

sobre os detalhes do empreendimento. Até o momento, a informação oficial confirmada pela rede americana, é que serão dois hotéis em Santa Catarina, os primeiros empreendimentos da marca no estado. Além do prédio da Avenida Beira-Mar que terá 175 quartos, está prevista a construção de um outro hotel em São José com 124 cômodos.

Estilos distintos

Em São José, a Fairfield Marriott vai implantar um hotel cujo conceito é oferecer uma estadia confortável, modelo semelhante à unidade no Estado americano da Virginia

Os dois empreendimentos terão perfis diferentes. Em

trabalho amplos, funcionários simpáticos e atentos às

Florianópolis, o hotel terá a bandeira AC Hotels by Marriott, que

necessidades dos hóspedes.

segundo a página da rede, traz um conceito de hospedagem de categoria superior, localizado em cidades cosmopolitas e

No Brasil, a Marrott possui apenas seis unidades, nos

sofisticadas. De acordo com informações da Marriott, os hotéis são

estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul

ideais para quem viaja a trabalho e lazer e deseja realmente desfrutar

e Pernambuco. Para Samuel Koch, diretor-presidente

todas as opções da cidade. A label está presente nos Estados Unidos,

da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Santa

Dinamarca, França, Itália, Portugal Espanha e Turquia.

Catarina – ABIH-SC, Santa Catarina ser escolhida para sediar dois novos empreendimentos da gigante hoteleira agrega

Em São José, a marca será da Fairfield by Marriott, cujo

valor ao estado. “A vinda dos hotéis nos coloca no mapa

conceito é oferecer uma estadia confortável e preços

dos melhores destinos turísticos do mundo, podendo atrair

atraentes e está presente em diversas cidades americanas,

ainda mais estrangeiros. Além de trazer mais visibilidade a

no Canadá e México. Segundo a rede, o estilo do hotel

Florianópolis e São José, os empreendimentos irão gerar

promete oferecer suítes e quartos modernos, espaços de

emprego e renda para as cidades”, comemora Koch.


41

A Marriott International é uma empresa líder no setor de hotelaria com mais de 3.800 propriedades em 74 países e territórios. O Grupo opera e franqueia hotéis sob 18 marcas e conta com mais de 300 mil colabroadores. Na foto, uma dos empreendimentos em Dubai

Divulgação\CreativeCommons

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42 MERCADO

Casa cheia o ano inteiro Oferecer infraestrutura para eventos sociais e de negócios é a alternativa do setor hoteleiro para fugir da sazonalidade.

O

s hotéis deixaram de ser apenas um local de

O evento de negócios passou a ser uma alavanca valiosa

hospedagem, para se tornar um espaço polivalente

para fazer com que o cliente retorne ao local a fim de

e adaptado, que recebe eventos de negócios e

usufruir da infraestrutura também em momentos de lazer.

sociais. O segmento hoteleiro se adaptou à demanda do

Esse comércio promissor já responde por metade da receita

mercado e, principalmente, a necessidade de ter uma boa

dos hotéis, que estão investindo pesado no segmento, como

ocupação ao longo do ano e combater a sazonalidade.

é o caso do Il Campanário Villagio Resort, em Florianópolis,

Em 2013, a ABEOC (Associação Brasileira de Empresas de

e o hotel Renar, em Fraiburgo.

Eventos) realizou um estudo para coletar informações sobre o impacto econômico da indústria de eventos na economia

A gerente de marketing do Il Campanário, Camilla Galo,

brasileira. Somente naquele ano foram contabilizados 590

afirma que 50% do faturamento vêm dos eventos que o resort

mil eventos no país, o que resultou na movimentação R$

realiza durante o ano inteiro. O setor de eventos existe desde

562,9 bilhões, representando 13,5% do PIB.

a sua implantação e há estudos para ampliação dos espaços.

Divulgação\Il Campanario

Tatiane Silva


Divulgação\Il Campanario

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Serviços personalizados

“Há uma grande demanda por

Os espaços devem ser adaptados para cada tipo de necessidade, desde feiras internacionais até formaturas

Os hotéis têm se especializado e investido para oferecer uma estrutura completa para qualquer tipo de evento, sejam feiras nacionais e internacionais, palestras, casamentos ou

formaturas.

Os

espaços

são

eventos maiores, por isso estamos

adaptados para cada necessidade,

avaliando esta possibilidade”, declara.

é o que eles chamam de “serviços personalizados”, uma estratégia para

Localizado no Meio-Oeste do estado, o

não ficar atrás da concorrência.

Hotel Renar precisou se adaptar à procura por eventos corporativos. Sua estrutura

O Il Campanário, por exemplo, conta

antiga comportava eventos sociais, mas

com cinco salas que atendem desde

a busca por locais para sediar encontros de

coffee-breaks,

negócios pediu uma grande ampliação e novos

personalização de ambientes e até

investimentos em equipamentos. “Hoje temos

mesmo a exclusividade total do hotel.

diversas salas, de acordo com a necessidade de

Já o Renar aposta na programação

cada evento, além de uma estrutura com acesso para

especial para as horas de lazer, que

portadores de necessidades especiais”, afirma Natália

inclui o contato com a natureza nas

Mendes, gerente comercial do Renar.

áreas verdes do hotel.

jantares

exclusivos,

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44 INVESTIMENTO

Além do fogão e da coifa Equipamentos de qualidade na cozinha fazem diferença no serviço prestado pelo hotel Cristina Benetti

A

s cozinhas industriais, ou seja, cozinhas com

Os hotéis também precisam adequar o projeto de suas

funcionalidade de atendimento profissional são

cozinhas às normas sanitárias e de segurança e que ao

projetadas de acordo com a definição de como

mesmo tempo deixá-lo economicamente funcional e

serão servidas as refeições e observando o seu porte. Em

viável gastronomicamente. Para isso contar com o apoio

pequenos espaços, os projetos contam com uma estrutura

de um chef é fundamental, pois ele conhece a realidade

mais simples que buscam maior racionalização com o

de uma cozinha e cada tipo de operação. Ao consultá-lo

intuito de funcionarem com eficiência.

haverá menos necessidade de ajustes ou reformas depois do projeto finalizado.

Por

outro

lado,

grandes

empreendimentos

exigem

sofisticação, encarecendo custos de manutenção dos

Além disso, para que uma empreendimento receptivo

equipamentos e instalações. Entretanto, mesmo com

aumente

algumas especificações, todas as cozinhas industriais

imprescindível que os colaboradores sejam qualificados

precisam de equipamentos básicos essenciais, como fogões

para terem multifacetadas. “A qualificação é o que diferencia

com quatro bocas médias e duas altas, além de fornos,

profissionais de amadores”, enfatiza a Analista Estadual de

câmaras de refrigeração, chapa para grelhar e fritadeiras. Além

Eixo Educacional Turismo, Hospitalidade e Lazer/ Idiomas/

disso, sua estrutura deve ser organizada com equipamentos

Produção Alimentícia/ Infraestrutura do Senac, Maria

e materiais que facilitam o cotidiano dos funcionários.

Angélica Vieira.

Espaço planejado

Diferença

Uma cozinha bem projetada é aquela em que o profissional

Outro detalhe que precisa ser pensado é que muitas vezes

se locomove o menos possível para concluir a produção

hotéis recebem eventos e devem atender a demanda.

proposta. “O espaço é um fator limitante para o pré-

“Para que se atendam eventos de médio/grande porte

preparo, produção e montagem dos pratos. A melhor

com eficiência e qualidade, é necessário que as brigadas

maneira de assegurar a qualidade é combater o espaço

da cozinha e do salão sejam preparadas e bem treinadas,

limitado com planejamento e logística”, explica o chef e

assim como que se possuam equipamentos que dêem

professor nos curso de gastronomia da Faculdade Senac

suporte para os eventos”, comenta o Supervisor de A&B -

em Florianopolis, Felipe Figueiredo Martins.

Slaviero Executive Florianópoli, Lucas Firmino.

sua

produtividade

e

competitividade

é


45

Segundo ele, no caso dos eventos, as refeições precisam

Foco no cliente

ser preparadas de forma rápida e atendendo a vários clientes ao mesmo tempo por isso questões relativas a

Para ter uma experiência positiva no empreendimento

estrutura das cozinhas não podem ser ignoradas pensando

hoteleiro, além de equipamentos de qualidade, é preciso

na economia. “Equipamentos de qualidade são verdadeiros

ficar atento ao perfil do cliente. O hóspede de lazer está

trunfos para que se obtenha agilidade e qualidade nos

muito mais preocupado com o momento, ou seja, está

pratos servidos aos comensais” conclui.

fugindo do cotidiano e se conectando com as experiências gastronômicas e de lazer. “Para ele o tempo no preparo e

Com a evolução tecnológica, os equipamentos de

na entrega do prato/bebida não importa tanto quanto a

cozinha ficaram mais compactos, robustos e produtivos,

qualidade, a criatividade e o prazer que o prato apresentado

garantindo aos projetistas mais opções na hora de planejar

será degustado”, salienta Lucas. Diferentemente, o hóspede

uma cozinha moderna, que atenda às necessidades do

de convenção também preza pela qualidade, ao mesmo

empreendimento, seja ele dedicado ao turismo, eventos,

tempo em que está preocupado com o tempo. “No caso da

ou aos dois ao mesmo tempo. “Antigamente as cozinhas

convenção o cardápio tende a ser mais enxuto e corriqueiro,

eram artesanais, cada preparo precisava de uma atenção

possibilitando agilidade da cozinha”, conclui o supervisor.

maior para não perder o ponto certo, existiam diversos equipamentos, uma verdadeira multidão de pessoas cada

Porém, independente do objetivo da hospedagem, todos

um com a sua função. Hoje conseguimos diminuir o número

os clientes querem uma boa refeição, seja a família que

de pessoas nas cozinhas, aumentar a produtividade e

está aproveitando suas férias e pode usufruir mais tempo

também a qualidade dos alimentos oferecidos”, argumenta

nos restaurantes, tanto quanto os executivos que estão

o Gerente de Food Service da Prática Produtos, Éder Urbino.

participando de uma convenção e precisam de uma refeição rápida e de qualidade. “Os equipamentos existem para ajudar os chefs e suas equipes a cumprirem todas as

Divulgação Prática Produtos SA

expectativas e vontades dos hóspedes”, conclui Éder.

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Com a evolução tecnológica, os equipamentos de cozinha ficaram mais compactos e produtivos REVISTA

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PERFIL

Experiência na prática De um terreno na praia até a consolidação do Costa Norte Hotéis, Luciano Pereira Oliveira conta sua história como empresário. Camilla Geiger

Luciano tem 46 anos e mestrado em Administração Hoteleira. O empreendimento da família começou a crescer quando ele era calouro do curso do Administração, na década de 80.

T

udo

começou

grande

fluxo

devido de

ao

turistas

argentinos em Florianópolis

Costa Norte Hotéis/Divulgação

que chamou a atenção da família Oliveira há 30 anos. Ao invés de construir uma casa de praia no terreno, localizado no bairro dos Ingleses, no Norte da Ilha, que era o projeto inicial, Luciano Moura Pereira Oliveira decidiu fazer um hotel. Assim começa a história do Costa Norte Hotéis, que começou com 18 apartamentos e a carreira empreendedora do então calouro do curso de Administração de Empresas. A experiência em gestão foi adquirida na prática, ao longo dos anos. Os pais, que tocaram diretamente o empreendimento no início, também não tinham conhecimento na área. Mas isso não impediu o crescimento da rede. Atualmente, são mais de 50 apartamentos, uma segunda unidade em Ponta das Canas, inaugurada em 2002, além de dois restaurantes e 140 funcionários, número que dobra na alta temporada.


47

Os hotéis são frequentados, principalmente, por paulistas,

O segredo é investir sempre”. Outro fator preponderante é

paranaenses, gaúchos e catarinenses. Na sequência, os

relativo à infraestrutura. “Um hotel não deve ter a aparência

vizinhos do Mercosul. Os turistas argentinos, que chamaram

“antiga”. Mesmo que um aparelho de televisão esteja

a atenção antes da construção do primeiro hotel, ainda são os

funcionando, ele precisa ser trocado por um modelo mais

principais visitantes estrangeiros, mas a política econômica

moderno, assim como os aparelhos de ar condicionado.

do país tem reduzido o fluxo e o tempo de permanência na região. “A maior dificuldade ainda é a sazonalidade, mas

Mas só uma boa estrutura não basta. Ele acredita que a

ela vem diminuindo ao longo dos anos. Está melhorando

qualidade do atendimento equivale a 50% do negócio.

aos poucos”, comenta Luciano, que hoje é o diretor geral

Por isso, procura manter a equipe sempre treinada e

da rede. Segundo ele, o aumento no número de turistas na

comprometida, além de repassar valores como ética e

baixa temporada é atribuído ao turismo de eventos. “Essa é

honestidade. “A família continua na gestão. O pai está na

a melhor forma de combater a sazonalidade. A construção

presidência do conselho e a mãe é diretora operacional.

de espaços próprios para eventos é muito importante para

A maior preocupação hoje é com o futuro do país. “As

atrair visitantes fora da temporada”, pondera.

perspectivas para o setor não são ruins. A hotelaria em Florianópolis tem se fortalecido. Mas, como brasileiro,

Para Oliveira, quem quer se arriscar no ramo, deve seguir

tenho receio do futuro”, avalia. Por enquanto, não há

algumas dicas, entre elas, a importância de ter um capital

planos de expansão em curto prazo, mas a possibilidade

próprio, não depender exclusivamente de financiamentos

existe para o futuro. O foco é o aprimoramento dos

bancários e ter um planejamento financeiro. “Não é fácil.

processos e da gestão.

Costa Norte Hotéis/Divulgação

“Qualidade do atendimento equivale a 50% do negócio”

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Hotéis Benidorm/Divulgação

HOTELARIA

Sob a luz dos

holofotes Tecnologia, criatividade e inovação definem um bom projeto luminotécnico para o seu hotel Giovana Kindlein

E

xplorar os efeitos estéticos da luz, criando apelos

Quando a iluminação dos hotéis é feita de forma

emocionais e sensações diferenciadas em cada

correta e harmônica, segundo ela, os ambientes

ambiente de um hotel podem gerar um marco sensorial

ficam

completos,

os

detalhes

são

valorizados,

de bem estar e conforto na memória de cada novo hóspede

os ânimos dos hóspedes e colaboradores ficam

que chega. “O conceito dinâmico das luminárias na hotelaria

favorecidos. “O hotel, como um todo, se enche de

envolve muito mais aspectos do que somente utilizar

personalidade e identidade própria”, observa. Isto

lâmpadas e pontos de luz de forma técnica e funcional”,

acontece quando a gestão hoteleira se preocupa

afirma a arquiteta Maria Pilar Martins Diez Arantes, fundadora

com os efeitos lumínicos e os tipos de lâmpadas e

do Centro de Artes e Design, sediado em Florianópolis.

luminárias utilizadas no empreendimento.


49

arquitetura ou no design de interiores, com luminárias impactantes ou ainda com efeitos obtidos com o posicionamento das luminárias. “A importância desta

Luminárias atuam tanto como elemento estético do hotel, quanto como componente imprescindível à definição do Sistema de Iluminação

estratégia é de mexer com a percepção do cliente, fazer com que ele se surpreenda com elementos ainda não vistos, que se emocione com efeitos de luz claro-escuro que fazem suas pupilas trabalharem mais, e principalmente criar um marco sensorial na memória do cliente”, explica.

Economia de energia O baixo consumo de energia tem sido um objetivo buscado por muitos empreendedores na hotelaria. “O uso de lâmpadas de alta eficiência e grande vida útil, a exemplo dos LEDs, estão hoje substituindo as demais tecnologias de iluminação”, aponta Gilberto Vieira Filho. “Com isso”, continua o engenheiro “o custo de energia elétrica diminui em aproximadamente 50% e também dos custos de mão

Mas o que é preciso observar com muito critério em

de obra na troca das lâmpadas”. Segundo ele, outro grande

um projeto de iluminação de hotéis? Maria Pilar diz

aliado para reduzir o consumo é o uso de placas fotovoltaicas,

que inovação, qualidade, criatividade e tecnologia na

que podem inclusive zerar a conta de energia dos hotéis.

iluminação devem estar presentes em todas as áreas do hotel, desde fachadas, lobbys, dormitórios, até os bares,

Indústria especializada em produtos para iluminação, a

restaurantes e recepção.

catarinense Taschibra produz em LED luminárias, spots, plafons e abajures, entre outros. Hoje, de acordo com o

Para o engenheiro eletricista Gilberto Vieira Filho, diretor-

analista de desenvolvimento de produtos B2B da empresa,

presidente da Quantum Engenharia, um bom projeto leva

Alberto Mertens Júnior, o LED consome em torno de 90%

em conta as características de cada ambiente. “Áreas de

menos energia e possui uma vida 20 vezes maior, além de

descanso e relaxamento, onde as pessoas procuram ficar

uma qualidade extremamente alta do Índice de Reprodução

tranquilas, a iluminação deve ter temperaturas de cor mais

de Cores. “O LED não é o futuro, é o presente”, reforça.

quentes e baixa intensidade. Já as áreas de atividades físicas e ao ar livre, como salas de ginástica, devem ter

Para Mertens Júnior, o bom projeto é aquele feito pensando

temperaturas de cor mais frias e de intensidade maior.

no futuro e nas tecnologias disponíveis atualmente. “Hoje

Além disso, segundo ele, as luminárias devem ser de LED,

vivemos uma revolução no crescimento das soluções dos

para economia de energia, com alto fator de potência e

produtos em LED (lâmpadas e luminárias), já disponíveis no

pouca distorção harmônica”.

mercado e a preços muito atrativos”, conclui. Há três anos, REVISTA

o empreendedor que quisesse utilizar produtos em LED O negócio do turismo

A iluminação pode garantir elementos marcantes aos

seria considerado extremamente arrojado pelo alto custo,

ambientes de um hotel. De acordo com a especialista,

pelas limitadas opções em soluções e pela desconfiança

os efeitos com a luz podem ser obtidos com detalhes na

desta tecnologia. Isto já é passado.

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50 publieditorial

Grande Florianópolis: forte mercado para eventos

Uma rede de serviços e equipamentos de infraestrutura, associada ao trabalho de captação realizado por entidades como o Floripa e Região Convention & Visitors Bureau, favorecem a vinda de eventos de pequeno, médio e grande porte para o município e repercutem positivamente na economia regional.

O

setor de eventos representa 4,3% do PIB brasileiro e cresce aproximadamente 14% ao ano. Estes são os números revelados por recente pesquisa da ABEOC (Associação Brasileira de Empresas de

Eventos) e o Sebrae Nacional. Em Santa Catarina, o segmento também é bastante representativo, graças aos atrativos naturais do Estado e à forte cultura de promoção regional. Já a modernização da rede hoteleira, de serviços e a construção de novos centros de convenções são pilares para o crescimento sustentável do setor. Além disso, as entidades de classe são fundamentais. Na Grande Florianópolis, um grande propulsor para a captação de eventos e promoção do destino local é o Floripa e Região Convention & Visitors Bureau. Criada há mais de uma década, a organização hoje reúne empresas e instituições ligadas ao Trade turístico da Grande Florianópolis voltadas a planejar, promover o destino e apoiar a captação de eventos, incentivando a quebra da sazonalidade e fortalecendo a rede local de serviços. Com este intenso trabalho, o Floripa Convention conseguiu incrementar o número de congressos, seminários e workshops para o destino – que subiu de nove, em 2005, para 32, em 2013, um crescimento de mais de 300%, e fechou o ano de 2014 com 22 eventos. A entidade também já participou diretamente na captação de 26 eventos científicos e técnicos a serem realizados neste ano, além de estar programando a participação em dez feiras, sendo uma internacional. O Convention ainda apoiou a realização de grandes eventos de entretenimento e esportivos, como o Iron Man, o Revezamento Volta à Ilha e o Folianópolis. Marco Aurélio Floriani


51 Expectativa positiva Para este ano, as perspectivas são excelentes para o turismo de negócios, eventos científicos e técnicos. Entre os captados para 2015, destacam-se no primeiro semestre o XIX Congresso Sul Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia e a V Bienal de Design. Para a segunda metade do ano, vale ressaltar iniciativas de porte como o XXXIV Congresso Brasileiro de Psiquiatria, XXXVIII Congresso Brasileiro de Oftalmologia e 62º Congresso Brasileiro de Anestesiologia. A entidade também vai marcar presença em dez feiras, entre elas a WTM Latin America, em São Paulo, e a FIT (Feira Internacional de Turismo), em Buenos Aires, Argentina. Pensando nos próximos anos, o Convention já auxiliou na captação do 54º Congresso Brasileiro de Cirurgia Plástica, que será realizado em Florianópolis no ano de 2017 – resultado de uma disputa de cinco anos consecutivos com outros destinos nacionais. Ele adianta que o Convention também dará continuidade ao projeto MICE (sigla em português:

Promoção estratégica

Encontro, Incentivo, Conferência e Feira), com destaque para o turismo de incentivo, gerando novas oportunidades

Para apresentar e mostrar o destino durante as reuniões

para o setor. “Esperamos poder contar com o apoio do poder

técnicas para captação dos eventos, o Floripa Convention

público municipal, estadual e federal, fazendo cada um a sua

é engajado e parceiro das Secretarias de Estado e Municipal

parte”, conclui Floriani.

de Turismo, além de estar presente no Fortur (Fórum de Turismo), grupo criado recentemente que reúne entidades

Diferenciais

que pensam no futuro da cidade. Ainda tem assento e representação junto à Federação Catarinense de Convention

Santa Catarina é um Estado estratégico no Sul do País. Apesar

& Visitors Bureaux e também no Conselho Municipal de

de ter pouco mais de seis milhões de habitantes, reúne uma

Turismo de Florianópolis.

diversidade de cenários que surpreende pela variedade das paisagens naturais. Na Grande Florianópolis, a infraestrutura

“O setor está organizado, cada entidade cumprindo o seu

e uma boa rede de serviços são aliadas no momento da

papel. O Convention tem fortalecido as ações de captação

captação de um evento.

de eventos e as ações de visitors com a participação em diversas feiras e a realização de workshops em diversas

Qualidade de vida também conta. Estudo realizado pela

cidades do País, além da aproximação com as operadoras de

Delta Economics & Finance encomendado pelo revista de

turismo on-line”, comenta Marco Aurélio Floriani, presidente

circulação nacional Exame, por exemplo, elegeu a capital

do Floripa Convention.

como a melhor cidade brasileira – com mais de 160 mil habitantes – com boas oportunidades para criar os filhos.

Além desses pontos positivos, Floriani destaca que a região

O estudo levou em conta critérios como educação, saúde,

possui diferenciais na estrutura, como os Centros de

segurança e o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).

Convenções de pequeno médio e grande porte, boa rede

Além disso, a capital já é o quarto maior destino dos eventos

hoteleira, um segmento de gastronomia profissionalizado e

internacionais, segundo o ranking ICCA 2013 (a principal

uma enorme gama de operadoras, agências e fornecedores

entidade mundial de eventos) e responde pelos 65 destinos

de todos os ramos. “Um dos grandes desafios do setor é a

indutores do turismo, segundo a Embratur. De acordo com

qualificação da mão de obra, embora haja um grande esforço

a pesquisa da Urban Systems, é também uma das cinco

de entidades e de institutos técnicos.”

melhores cidades para negócios.

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52 Na Grande Florianópolis, o Convention reúne, além da capital, mais 12 cidades, que têm em comum a natureza exuberante e podem completar os roteiros de turistas de negócios e lazer. Os municípios ficam muito próximos entre si, o que permite explorar deliciosos roteiros de um ou dois dias e descobrir vários lugares. Em toda a região, a herança dos açorianos convive com as tradições germânicas. Centro de Eventos ACM Florianópolis

A região São José, Palhoça, Biguaçu e Governador Celso Ramos: São José destaca-se pelo comércio, além de possuir importante

distrito

industrial.

Biguaçu

também

tem

indústrias, mas preserva a natureza e o passado, tendo como cartão postal o conjunto arquitetônico luso-açoriano. Palhoça possui características rurais e lindas praias, entre

Majestic Palace Hotel

elas a famosa Guarda do Embaú. Governador Celso Ramos, ocupa grande península, com 23 praias paradisíacas. Águas Mornas e Santo Amaro da Imperatriz: Localizadas nas encostas da Serra do Tabuleiro, são estâncias de águas termais com ótima infraestrutura hoteleira. As fontes hidrotermais, que brotam nas duas cidades com temperatura média de 39ºC, possuem propriedades terapêuticas, estéticas e relaxantes. Costão do Santinho Resort & Spa São Pedro de Alcântara, Angelina e Rancho Queimado: em direção à Serra do Mar, estes munícipios possuem características rurais e natureza bastante preservada. São Pedro de Alcântara foi o centro irradiador da colonização alemã em Santa Catarina e ainda é umas das mais autênticas comunidades germânicas existentes no Estado. Em Angelina, conhecida como Vale das Graças por seu forte

Hotel SESC Cacupé

apelo religioso, o Santuário Nossa Senhora de Angelina é considerado um dos mais belos de Santa Catarina. Já com clima de serra, Rancho Queimado concentra grande número de atrativos turísticos, com destaque para o bem conservado Museu Casa de Campo Hercílio Luz. Anitápolis, Antônio Carlos e São Bonifácio: As três cidades, de colonização germânica, oferecem oportunidade de convívio com a natureza com paisagens belíssimas. Antônio Carlos é a área mais próxima do litoral que apresenta incidência natural de araucárias. Ao Sul, estão Anitápolis e São Bonifácio, famosa por suas belas cachoeiras. Ambas oferecem oportunidade de conhecer as tradições dos imigrantes europeus, percorrer trilhas em meio à mata preservada com cachoeiras e rios de águas límpidas.

Oceania Convention Center


Os Centros de Convenções e Eventos

53

Florianópolis reúne espaços para a realização de eventos de todos os portes. Conheça os empreendimentos associados ao Floripa Convention & Visitors Bureau.

Centro de Eventos ACM Florianópolis

Majestic Palace Hotel

Em posição estratégica, junto à Rodovia SC-401, que dá

Junto à Avenida Beira Mar Norte, na região central de

acesso às praias do Norte da Ilha de Santa Catarina, oferece

Florianópolis, o Majestic Palace Hotel oferece estrutura

oito salas modulares dispostas em dois pisos. No inferior,

completa para hóspedes de turismo e lazer. Além de

há uma área de 1.400 m² com capacidade para até 2 mil

business center, dispõe de piscina, spa, fitness center e

pessoas, divididas em seis auditórios com paredes divisórias

restaurante com vista panorâmica. O Centro de Eventos

e termoacústicas e mais 450m² para exposições e feiras, além

possui uma área de 1750 m² com estrutura para receber

de seis salas multifuncionais para apoio, foyer de entrada e

eventos de pequeno e médio porte em sete salas e mais

sala VIP. No andar superior, mais duas salas modulares têm a

um Centro de Exposição. O maior espaço do hotel é o

capacidade para até 250 pessoas cada. Além disso, três salões

Salão Ritz, com capacidade para até 400 pessoas.

multifuncionais anexos servem de área de alimentação e festas corporativas. O estacionamento comporta até 600 vagas.

http://www.majesticpalace.com.br/

www.centrodeeventosacm.com.br

Costão do Santinho Resort & Spa

Centro de Eventos SESC Cacupé Localizado na praia de Cacupé, o Hotel integra o Sistema

Situado na Praia do Santinho, no Norte da Ilha, o Costão

FIESC e oferece uma programação completa de atividades

do Santinho Resort ocupa uma área de quase 1 milhão

esportivas, ecológicas, culturais e recreativas. O Centro

de m², sendo 80% da área de Mata Atlântica preservada.

Multiuso de Eventos tem dois auditórios principais que,

O empreendimento proporciona aos hóspedes um

somados, abrigam mais de 500 pessoas. Também podem

atendimento de padrão internacional, alta gastronomia

ser utilizadas pelos organizadores quatro salas menores e

e lazer diversificado, com campo de golpe e piscinas

dois salões para confraternizações.

internas e externas aquecidas. O Centro Internacional de Eventos do resort é ideal para grandes eventos e dispõe

www.portal.sesc-sc.com.br/hotelsescemcacupe

de infraestrutura e logística modernas para até 3.600 pessoas, além de salas de imprensa, locadora de veículos

Oceania Convention Center

e heliponto. O Pavilhão Tuguá, maior espaço, ocupa uma área de 1.800 m², acomodando até 2.650 pessoas em

Situado na Praia dos Ingleses, no Norte da Ilha, atende até

auditório. Ainda há o Salão Cascaes, o Salão Açores e Salão

3.200 pessoas simultaneamente. Possui auditório principal

Tupi-Guarani para diferentes públicos, dependendo da

para até 2 mil pessoas, três salas com capacidade para 300

necessidade do organizador. O resort conta também com

pessoas cada, moduláveis para seis salas. O Centro ainda

14 salas de 25 a 100 lugares e um restaurante exclusivos

conta com cozinha equipada, praça de alimentação e

para os clientes dos eventos.

estacionamento para 400 veículos.

www.costao.com.br/eventos.html

www.oceaniaparkhotel.com.br

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Inovação e

criatividade em eventos

Florianópolis sediou o maior Congresso do setor de eventos da América Latina, a 32ª edição do COCAL

Redação

N

Transformação Social

os dias 5 e 7, a capital catarinense recebeu durante a 32ª

Antes da abertura foi realizada a Assembleia Geral da COCAL,

edição do COCAL - Congresso da Federação de Entidades

da qual participaram representantes de 17 países que

Organizadoras de Congressos e Afins da América Latina, 553

integram Federação. Durante cerca de cinco horas, foram

pessoas envolvidas, sendo 385 congressistas, 84 expositores,

compartilhadas experiências positivas e traçadas estratégias

70 jornalistas e 14 integrantes da equipe organizadora no

de promoção do turismo de eventos na América Latina, que

Costão do Santinho Resort, Golf & Spa, para participar do

cresce a cada ano. “Somos representantes de uma indústria

evento que trouxe como tema “Inovação e Criatividade em

que gera riquezas e empregos”, reforçou a presidente da

Eventos”.

COCAL Alisson Batres. Utilizando os recursos de tecnologia e

a primeira semana de março, a Capital sediou o maior congresso do setor de eventos da América Latina. Entre

atividade de integração, Batres fez questão de reforçar “que a A abertura do evento foi feita pela a presidente do Congresso

indústria de turismo deve lutar para melhorar a qualidade de

e vice-presidente de Relações Institucionais da Associação

vida das pessoas e da sociedade”.

Brasileira de Empresas de Eventos (ABEOC Brasil), entidade realizadora do evento, Anita Pires, que agradeceu a

O

oportunidade de Florianópolis em receber um evento deste

e Hospitalidade (Cetur) e da Federação Brasileira de

presidente

do

Conselho

Empresarial

de

Turismo

porte internacional. “Um evento que reúne mais de 20 países

Hospedagem e Alimentação (FBHA) Alexandre Sampaio

para debater especificamente o segmento MICE é muito

afirmou que a entidade está comprometida com a busca de

positivo para a cidade. O fato de sermos escolhidos mostra o

soluções para o desenvolvimento da indústria do turismo no

diferencial que temos, garante visibilidade, qualifica o destino,

país. “Por isso, apoiamos eventos importantes como esse”.

gerando mídia espontânea e criando um estimulo do setor de

Para ele, comércio e turismo são processos absolutamente

busca na busca de outras captações”, argumenta.

intrínsecos e vinculados. “Quando nós fazemos a compra de

Fotos: Fabrício Almeida / Imagem e Arte

CONGRESSO


55

uma passagem aérea, quando vamos organizar um evento

turismo e uma a posição de destaque no setor de eventos do

ou um congresso, quando usufruímos de uma agência de

país. Porém, ainda há um grande potencial a ser explorado”.

viagens para organizar o nosso lazer, nós fazemos atividades comerciais. Por isso, o nosso mote para 2015 será ‘Comércio

Uma das empresas fornecedoras e organizadoras do evento

e Turismo viajam juntos’. E não poderia ser de outra maneira.

foi a Attitude Promo e na avaliação de Marco Aurélio Floriani,

A CNC, como uma das maiores entidades patronais do país

diretor da empresa, este desafio foi especial. “Estávamos

e, com certeza, a maior na área de turismo, entende como

organizando um evento para organizadores de eventos,

uma missão apoiar congressos, seminários ou atividades que

tivemos que dar o nosso melhor, pois estávamos sendo

se propõem a discutir, agregar valor e mostrar caminhos e

observados por pessoas que sabem o que estão fazendo. Foi

diretrizes a serem seguidas, para que possamos aprimorar o

muito importante participar.”

nosso expertise e o nosso trabalho.” O tom do discurso de Sampaio foi repetido nas declarações que seguiram, principalmente do Secretário Nacional de Políticas de Turismo do Ministério do Turismo Vinicius Lummertz. “A indústria do Turismo não para de crescer no país, aumentou em 400% nos últimos dez anos e pode ser a forma que vai ajudar o Brasil a sair da crise econômica que está atravessando”, resumiu.

Retorno Durante os três dias do COCAL, a perspectiva da ABEOC

Autoridades do setor público e privado se reuniram durante o evento

Brasil é de que cerca de R$1 milhão foram movimentados na economia da cidade. De acordo com o II Dimensionamento Econômico da Indústria de Eventos no Brasil, pesquisa lançada no final do ano pela ABEOC Brasil em parceria com o SEBRAE Nacional, o gasto médio diário dos participantes de eventos foi estimado em R$ 437,16 para não residentes e R$ 69,22 para participantes que residem no local de um evento.

“Podemos somar ainda a movimentação

econômica do evento, como aluguel do espaço, contratação de fornecedores e aporte dos patrocinadores. O total deve ficar em torno de um milhão de reais”, explica Ana Cláudia Bitencourt, a presidente da ABEOC Brasil.

Presidente da COCAL na América Latina, Alisson Batres discursa na abertura

Sobre a escolha de Florianópolis como sede, Ana Cláudia ressalta que além das belezas naturais, a cidade possui a infraestrutura necessária e registra qualidade nos serviços prestados. “Florianópolis é a quarta cidade brasileira que mais recebe eventos internacionais”, comenta. E quando

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questionada se Capital se enquadra no perfil de cidade criativa, O negócio do turismo

Ana Paula é enfática: “Acredito que a cidade se enquadra sim no perfil de uma cidade criativa, com um pólo tecnológico

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desenvolvido, diferentes universidades, forte indústria do

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Fotos: Saul Oliveira / SOL

EVENTO

Florianópolis sedia Feira Internacional do Mar

O lançamento da feira, no início de março, contou com a presença de representantes da Itália e do Brasil

Evento realizado nos dias 4 a 7 de junho atrai negócios e oportunidades no setor náutico

A

capital catarinense receberá pela primeira vez, entre 4 a 7 de junho, a Feira Internacional do Mar de Tecnologia, Inovação e Design Itália-

Brasil (FIMAR), evento que reunirá os principais players nacionais e internacionais do setor náutico, promovendo a prospecção de negócios entre Itália e Brasil e fomentando o intercâmbio de empresas da indústria náutica dos dois países. Estão confirmadas a presença de mais de 15 empresas italianas do setor náutico das regiões de Toscana, Piemonte, Marche e Liguria. Durante o lançamento da feira, no início de março, A feira é organizada pela BrazilPlanet, em colaboração

diversos representantes de entidades governamentais

com Assonautica (Associação Italiana para a Náutica) e a

e empresariais do Brasil e da Itália, entre eles o analista

Associação Náutica Catarinense para o Brasil (ACATMAR).

Antonio Monge, do ITA – Italian Trade Agency, articuladora

“Esta feira é o resultado concreto das relações bilaterais

da internacionalização das empresas italianas. “Estamos

entre o Estado de Santa Catarina e o governo italiano, o que

lançando uma ação que começou em 2012, no maior Salão

nos permitiu nestes chegar juntos nesse objetivo comum,

Náutico do Mundo em Gênova. Saímos do campo das

que combina o melhor de nossas habilidades: design,

ideias e fomos para a prática. Esta é uma feira desenvolvida

tecnologia e fabricação italiana”, declara Domenico Calabria,

e articulada para trazer tudo o que envolve inovação,

representante da organizadora do evento.

tecnologia e design náutico italiano.”


57

Oportunidades

Competitividade

Para Mané Ferrari, Presidente da ACATMAR e membro do GT

O Sebrae-SC participa do evento com ações em dois projetos

Náutico de Santa Catarina, a FIMAR é um evento inédito no

de desenvolvimento sustentável do polo náutico catarinense:

Brasil “Estamos trabalhando um outro lado da economia do

“São realizadas uma série de atividades de apoio técnico

mar, que vai muito além da exposição e da venda de barcos.

e financeiro, ações de governança, promoção de políticas

O estado saiu na frente, mostrando que podemos crescer em

públicas, capacitação consultoria e orientação de acesso

toda a cadeia produtiva náutica”. Na mesma semana, após a

ao mercado, que estimulam este segmento econômico. A

FIMAR, será realizada a Marina Boat Show, consolidando a

FIMAR é uma excelente chance de aproximar empresários

Semana do Mar. “A Itália é referência mundial na tecnologia,

e adequar a demanda italiana com a nossa oferta, promover

inovação e design do mar e a disposição deles para vir para cá

rodadas de negócios e destacar o debate sobre o Turismo

com o seu know-how e se aliar com empresas catarinenses e

Náutico e os marcos legais, que são importantes para esta

brasileiras para fazer negócios, gerar emprego e renda é muito

cadeia de desenvolvimento. Apoiando a feira, estamos

significativo”. O presidente também pontuou as ações do GT

ajudando os pequenos e micro empresários do setor a serem

Náutico. “Além da participação na FIMAR, as ações do Grupo

competitivos”, avalia Soraya Tonelli, coordenadora do Sebrae-

não param. Estamos 24 horas trabalhando pelo setor junto

SC da Região Grande Florianópolis.

com a Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte. É importante destacar que somos uma associação de iniciativa privada liderando um GT dentro do governo. Tem tudo para dar certo.”

A FIMAR promove um outro lado da economia do mar, muito além da exposição e da venda de barcos (Mané Ferrari) De acordo com o Secretário de Turismo, Filipe Mello, o

“Temos um polo náutico em desenvolvimento e somos destaque na costrução de barcos”, pontua Secretário Filipe Mello.

evento é um marco em Santa Catarina não apenas por reunir todo o setor produtivo, mas por fortalecer a parceira com a indústria italiana, líderes na produção de tecnologia e design do mar. “Santa Catarina conta com um polo náutico em desenvolvimento, é destaque nacional na construção de embarcações e possui um recorte geográfico apto para o desenvolvimento.” Ele pontua que a feira criará condições para fomentar a indústria da tecnologia embarcada, trazendo inteligência e expertise das principais empresas do mundo que estarão aqui. “O evento abre espaço para a troca de ideias e aprendizado. “É uma oportunidade de colher frutos, de fazer negócios e movimentar a economia. A FIMAR é o início de

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um novo ciclo para o polo náutico e virá para concretizar O negócio do turismo

negócios tanto no turismo quando na indústria”, explicou. REVISTA

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ARTIGO

Terceirização: regulamentação pode piorar relações trabalhistas Por Ricardo Pereira de Freitas Guimarães. Ricardo é doutor e mestre em Direito do Trabalho pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), professor de Direito e Processo do Trabalho da pós-graduação da PUC-SP e sócio fundador do escritório Freitas Guimarães Advogados Associados –ricardo@freitasguimaraes.com.br

Já com relação a impossibilidade da declaração da relação de emprego, vale recordar que outro milagre como esse foi vendido aos empregadores quando se inseriu na CLT a mesma impossibilidade de reconhecimento da relação de

A

emprego entre cooperados e a empresa que os contratava.

terceirização das relações trabalhistas deverá ganhar

Quase a totalidade desses empregados que ingressaram

novos rumos nos próximos dias. O Projeto de Lei

com a ação buscando a relação de emprego, mesmo sendo

4330/2004, aprovado pela Câmara dos Deputados

cooperados, viram seu vínculo declarado. Isso ocorre, porque

no último dia 8 de abril, mas que ainda possivelmente sofrerá

a lei trabalhista (CLT), em seu artigo 9º, dita: “Serão nulos de

algumas alterações, simplesmente piora o que já estava ruim.

pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar,

E piora para ambos os lados: empresas e trabalhadores.

impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação”. É a regra legal de imperatividade da

Na verdade os empregadores foram atraídos pelo canto da

norma, se aplicando o princípio da realidade da relação. Ou

sereia, contudo, estão absolutamente equivocados. Explique-

seja, caso se demonstre os elementos da relação de emprego

se. Dois pontos do projeto atraem a crença dos empregadores

ente um terceiro e o tomador de serviços, não obstante seja

de que o projeto lhes favorece: o poder terceirizar qualquer

permitida a terceirização, a declaração de emprego será

atividade e a impossibilidade de vínculo de emprego entre os

reconhecida pela Justiça do Trabalho, e disso não há dúvida.

empregados do prestador e o tomador. Importante deixar claro que o trabalhador poderá continuar O primeiro ponto, se observado com calma, é atrativo apenas

buscando seus direitos junto a Justiça do Trabalho, mas não há

na questão financeira. Ou seja, para uma inicial economia da

dúvida que a regra inserida no texto da lei irá realmente precarizar

empresa na contratação. Contudo, se ela contratar empresas

o salário e outros direitos do trabalhador no seu cotidiano.

que cobram muito barato e, portanto, não remuneram corretamente seus empregados, esses tomadores, na forma

Vale destacar também que no caso de subcontratação de uma

do projeto aprovado, continuam a ter responsabilidade

empresa de prestação por outra de prestação, responsabilizando

subsidiaria. E pior, caso esse terceirizado subcontrate outra

ambas solidariamente não resolve, tendo em vista que

empresa, o que é possível na forma do projeto, certamente

geralmente ambas são pequenas e não conseguirão responder

se a prestação de serviços continuar sendo em favor do

pelos débitos do empregado. Nessa hipótese, o empregado

tomador desse subcontratado, a responsabilidade irá ser

tentará receber de duas empresas que não terão patrimônio

declarada pela Justiça do Trabalho.

suficiente, o que apenas reafirma a precarização.

Vale observar ainda que com essas sub das sub das

Por fim, entendo que a regulamentação dessa forma não é o

subcontratações, cada vez mais se afasta o tomador de

melhor caminho. Seria conveniente que se mantivesse com

serviços e o contratante, inviabilizando, assim, que o próprio

clareza a questão de “atividade-fim” com impedimento para

tomador controle se verbas e direitos trabalhistas estão sendo

terceirizar, e permissão para terceirizar a “atividade-meio”. Esse

pagos corretamente. Em outras palavras, adia-se a dívida do

formato aprovado talvez favoreça apenas uma instituição,

tomador, mas não resolve o problema.

que pouco tem feito pelos empregados, chamada sindicato.

C

M

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CM

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