A HISTÓRIA DA MARCA
Rio de Janeiro | RJ 2013
Sumário MOBIL: TRADICIONALMENTE INOVADORA .................................... 8 A HISTÓRIA E O VALOR DE UMA MARCA ...................................... ORIGENS DA MARCA MOBIL ....................................................... Movendo o mundo ....................................................................... Sua majestade, o petróleo ............................................................. Diferenciada desde o nascimento ................................................... Elogios de Thomas Edison ............................................................. Nome próprio .............................................................................. Velocidade, imortalidade e força: o Pegasus ..................................... Sempre à frente .......................................................................... Simplesmente Mobil ....................................................................
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MOBIL NO BRASIL ..................................................................... Entre secos e molhados ................................................................ Fincando raízes ........................................................................... O papel dos distribuidores.............................................................. O mais antigo do Brasil ................................................................. Em boas mãos ............................................................................ A fábrica dos lubrificantes no Brasil ................................................ A Cosan ..................................................................................... Solução inteligente ......................................................................
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MARCA MOBIL: COMPROMISSO COM O DESENVOLVIMENTO DO BRASIL ................................................. 72 Inovação e tecnologia ................................................................. 74 NA INDÚSTRIA .......................................................................... Cidade Maravilhosa .................................................................... Energia para o Brasil ................................................................... Prevenir é melhor ....................................................................... Bons ventos ............................................................................... Indústria sucroenergética ............................................................ Papel e celulose: produção ininterrupta .......................................... Caminhos do desenvolvimento ............................................................ Muito além do motor ................................................................... Símbolo carioca .......................................................................... Soluções a granel ....................................................................... Até nas latas de alumínio ............................................................. Menos desgaste, mais economia ................................................... Serviços de ponta ....................................................................... Alimentos com segurança ............................................................
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NO AUTOMÓVEL ......................................................................... Fama reconhecida ....................................................................... Suporte ao cliente................................................................................. Lubrificação pós-guerra ............................................................... Dedicação à família ..................................................................... Cuidado é economia..................................................................... Apesar da crise ........................................................................... Sob medida para o Brasil .............................................................. Campanha premiada .................................................................... Formulação enriquecida ............................................................... Respostas à crise do petróleo......................................................... No calor e no frio ......................................................................... Mobil 1 ........................................................................................ Fase difícil .................................................................................... Da década perdida aos importados ................................................. Parcerias promissoras .................................................................. Por trás de grandes marcas ........................................................... Cem por cento Brasil .................................................................... Dois em um ................................................................................ Paixão antiga .............................................................................. Porsche: união de longa data .........................................................
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EM DUAS RODAS ....................................................................... 156 Quatro tempos ............................................................................ 160 Corridas patrocinadas .................................................................. 163 NA ESTRADA E NO CAMPO ......................................................... 164 Evolução constante ...................................................................... 168 Tecnologia e cuidado ambiental ..................................................... 170
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Usado pelo fabricante ................................................................... Para rodar, rodar, rodar e ir ainda mais longe ................................... Linguagem da estrada ................................................................. Atenção ao caminhoneiro ............................................................. Dia de festa ................................................................................ Qualidade e conforto nas viagens ................................................... Frota preservada, passageiros seguros ........................................... Presença no campo ..................................................................... Troca controlada ......................................................................... Sempre Mobil ..................................................................................... Escolha certa .............................................................................. Mobil Delvac Salvini Racing ........................................................... Fornecimento classe mundial ........................................................
172 174 175 176 177 178 180 182 184 185 186 188 190
NO CÉU E NO MAR ..................................................................... Na aviação brasileira desde o começo ............................................. Sintético: acima do normal.......................................................... E o Jumbo chega ao Brasil ............................................................ Agilidade nos portos ..................................................................... Rio-Niterói, além da ponte ............................................................. Em alto-mar ............................................................................... Água Grande e Horta Barbosa ........................................................ Oil & Gas .................................................................................... Responsabilidade acima de tudo ....................................................
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CONQUISTAS .............................................................................. 210 LINHA DO TEMPO MOBIL ............................................................ 212 FONTES .................................................................................... 222 EXPEDIENTE .............................................................................. 224
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Mobil: tradicionalmente inovadora É com muita honra que a Cosan Lubrificantes apresenta este trabalho de reconstituição da trajetória de mais de 110 anos da marca Mobil™ no Brasil. Desde 2008 a empresa detém o direito de uso da marca no país, ciente da importância de preservar a tradição que ela carrega. Por isso, a narrativa apresenta a história da marca Mobil no contexto da evolução industrial, demonstrando como produtos de alta tecnologia estiveram e estão intimamente ligados à nossa história. Durante esse tempo, muitos homens, mulheres, mentes jovens e experientes, de diferentes origens e com vivências extremamente inspiradoras, participaram do triunfo de um projeto que consagrou a marca Mobil no mercado brasileiro, como você lerá nas páginas a seguir. Sinônimo global de performance e inovação, esse patrimônio tecnológico originalmente norte-americano se tornou, desde o início do século XX, parte da cultura econômica nacional, como uma referência direta e clara do que há de melhor em lubrificação. Da produção à aplicação. Dos produtos e serviços ao respaldo notável que só uma marca vanguardista como a Mobil traz ao mercado. Para a Cosan, a conquista mais importante não se resumiu apenas ao crescimento consistente nesse cenário transformador. Integrar, de forma orgulhosa, toda a cultura centenária da marca Mobil, desde 2008, é um desafio que tem se apresentado ao mesmo tempo motivador e fundamentalmente valioso para a empresa, que se tornou uma das maiores corporações privadas do Brasil. Nesses cinco anos, a Cosan investiu de maneira consistente para reiterar a posição de liderança da marca Mobil no país, com foco franco e definido na busca por soluções cada vez mais inovadoras na produção, comercialização e distribuição de lubrificantes, gerando benefícios crescentes para clientes e parceiros. Sob essa prerrogativa econômica e produtiva, a marca postula pelo desenvolvimento sustentável nos setores em que se faz presente. São benefícios que se transformam em impactos positivos para o meio ambiente e para a sociedade brasileira. Dessa forma, a Cosan brinda a novas décadas dos mais sólidos valores, como pioneirismo e qualidade, com os quais só a marca Mobil pode continuar contemplando a nossa indústria, nossos mercados, clientes, cidades, cidadãos, esportes... Que essa história de mais de 110 anos seja apenas um prenúncio de como o Brasil ainda pode crescer muito mais. Com Mobil. Cosan Lubrificantes
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Origens da marca Mobil
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Movendo o mundo A palavra lubrificante vem do latim lubricans, que por sua vez deriva de lubricare, que significa “tornar escorregadio, liso”. Logo, tudo o que precisa “tornarse escorregadio” para melhor se movimentar depende dele: de uma simples engrenagem aos mais complexos mecanismos industriais. Na história da humanidade, as primeiras notícias que se tem sobre o uso de produtos lubrificantes datam de aproximadamente 2600 a.C. Arqueólogos descobriram vestígios de gordura animal nas rodas de bigas egípcias. Sebo de boi ou de carneiro também foi amplamente utilizado pelas civilizações greco-romanas e também na Idade Média para lubrificar rodas de veículos, engrenagens de portões e toda a sorte de maquinismos rudimentares. No final do século VIII os Vikings tornaram-se experts na construção de barcos, criando os famosos Drakkars, os compridos barcos à vela que utilizavam óleo de baleia para lubrificar o suporte de articulação das velas e o eixo do leme. Séculos depois, quando teve início a era das grandes navegações, o óleo de baleia teria papel fundamental como lubrificante para
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os moitões e timões dos navios. Mais adiante, na época da Renascença, entre os séculos XV e XVI, o gênio Leonardo da Vinci desenvolveria uma série de maquinismos – alguns precursores de setores importantes da indústria moderna, como a aviação e a balística – que tinham em comum a grande necessidade de lubrificação, o que teria colaborado para desenvolver novos tipos do insumo. Apesar de toda essa importância como coadjuvante na história das grandes invenções, o lubrificante só seria promovido a um produto nobre, protagonizando um desenvolvimento industrial à parte, a partir da era moderna, no período pós-Revolução Industrial. Afinal, a performance das máquinas que mecanizavam a indústria e os transportes dependia diretamente da boa lubrificação. Os óleos orgânicos, de origem vegetal ou animal, não resistiam à oxidação e não suportavam temperaturas elevadas.
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Lubrificação: uma necessidade muito antiga
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E também veio o automóvel. Desde 1771, quando o militar francês Nicolas Cugnot criou aquele que foi considerado o primeiro veículo autopropulsionado do mundo, o Fardier Cugnot, o desenvolvimento de automóveis se daria em saltos. Até que, em 1908, o norte-americano Henry Ford colocou a pedra fundamental na moderna indústria automobilística, com a fabricação do Modelo T, ou Ford T – ou ainda o simpático Ford Bigode para os brasileiros –, a partir de uma linha de produção em série.
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Do Fardier Cugnot ao Ford Bigode, o automóvel seria propulsor da indústria de lubrificantes
O automóvel impulsionaria sobremaneira a indústria de lubrificantes. Basta dizer que hoje, mais de um século depois, um único veículo tem em média mais de dois mil pontos de fricção que necessitam de lubrificação. E desenvolver produtos para atender a essa demanda foi fundamental para a evolução da indústria do setor.
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Importância fundamental para o desenvolvimento da era moderna
Sua majestade, o petróleo No entanto, a história das máquinas modernas, aí incluídos os automóveis, não pode ser compreendida sem o advento de outra e fundamental indústria: a do petróleo. No senso comum, costuma-se relacionar mais diretamente a indústria petrolífera apenas à produção dos combustíveis que movem as máquinas, e que representou uma nova era em termos de matriz energética entre os séculos XIX e XX, quando os derivados de petróleo passaram a substituir, com vantagem, o vapor de carvão que acionava máquinas e locomotivas. Antes que servisse a essa finalidade, o petróleo já era utilizado como lubrificante, em substituição às gorduras animais. Na verdade, esse foi um dos primeiros usos do produto. Na forma de betume, era usado desde a Antiguidade para pavimentar estradas e calafetar construções. Em estado aquoso, tinha importante função de iluminar e era conhecido até como remédio para aliviar dores reumáticas. Entre 1850 e 1875 foram realizadas inúmeras experiências com o petróleo, buscando novas aplicações, em especial para a iluminação – lembrando que apenas no final do século XIX Thomas Edison apresentaria ao mundo a lâmpada elétrica. Nesta época descobriu-se que a partir da destilação do petróleo bruto podia ser
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obtido um tipo de querosene que substituía, com grande vantagem, o que era extraído do carvão e do óleo de baleia e largamente utilizado até então para aquela finalidade. Embora
a primeira empresa petrolífera nos Estados Unidos, a
Pennsylvania Rock Oil Company, tenha surgido em 1854, o marco inicial da moderna indústria do petróleo é de 1859, quando o ferroviário norte-americano aposentado Edwin Laurentine Drake conseguiu fazer jorrar petróleo na Pensilvânia. Dois anos antes, Drake havia conhecido James Townsend, fundador da Seneca Oil Company, empresa voltada à exploração das ocorrências de petróleo em Titusville. Drake se interessou pelo negócio e comprou algumas ações e acabou contratado por Townsend para iniciar os trabalhos em Titusville. O feito de Drake abriu caminho para a chamada “corrida do ouro negro”. Surgiram grandes empresas petrolíferas que faziam prospecções em todo o território norte-americano e, logo, em várias outras partes do mundo. Ainda no final do século XIX, o petróleo era extraído em cerca de dez países, em vários continentes. No século seguinte, o interesse pelo petróleo teria ligação direta com a evolução da indústria automobilística. Se antes o querosene era o foco – a gasolina, como subproduto do refino, era descartada! –, abriu-se um leque imenso de derivados para as mais diversas finalidades, em vários segmentos da indústria, dos combustíveis à petroquímica moderna. No que se refere à evolução dos lubrificantes, a busca de soluções para as aplicações automotivas foi um marco importante para a criação de novos produtos. Mas seu desenvolvimento inicial antecede a era do automóvel. E coincide com o surgimento de uma marca que, mais de um século e meio depois, seria quase sinônimo de lubrificante: a marca Mobil.
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Diferenciada desde o nascimento Em meados do século XIX Matthew Ewing era um inventor que vivia em Rochester, Nova Iorque. Havia tentado a sorte em vários empreendimentos, sem sucesso, até que em 1859, certamente influenciado pela “corrida do ouro negro”, dedicou-se a criar um novo método de destilação do petróleo cru para obter querosene, usando um sistema a vácuo. Desta vez teve sucesso, mas relativo – ao menos em relação ao seu objetivo inicial, que era produzir querosene. A quantidade obtida não era satisfatória, tornando antieconômica sua produção. No entanto, Bond Hiram Everest, dono de mercearia, percebeu que o subproduto daquele processo, um resíduo oleoso e sem cheiro, era um excelente lubrificante, superior a todos os existentes, fossem os de origem animal ou o próprio petróleo bruto. E foi assim que o erro virou acerto. Ewing e Everest patentearam o método e constituíram, na Nova Iorque de 1866, a Vacuum Oil, empresa especializada em lubrificantes. Seu primeiro produto foi o Ewing’s Patent Vacuum Oil, ideal para a preservação de couros. Nos anos seguin-
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tes, apesar de Ewing ter deixado a sociedade – continuava tentando a produção de querosene – a empresa também desenvolveu óleos e graxas industriais, além de lubrificantes para carruagens, como o Vacuum Harness Oil. Curiosamente, os óleos Harness eram vendidos em latas de ostras de segunda mão, encontrados pelos restaurantes da cidade. Mas foram tão bem aceitos que em pouco tempo passaram a ser envasados em belas latas de aço parafusadas, artisticamente pintadas e envernizadas, com rótulo colorido e impressão em dourado. Praticamente uma embalagem de luxo. E a sofisticação do produto não parava aí: a “publicidade” incluía pôsteres artísticos estampados com a imagem de cavaleiros famosos e seus cavalos de corrida, como Ethan Allen, Judge Fullerton, Small Hopes & Lady Mac. Em 1869 a Vacuum lançou o Gargoyle 600w Steam Cylinder Oil, um óleo capaz de suportar melhor o calor e a pressão e minimizar o atrito em cilindros
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de máquinas a vapor. Era um sucedâneo muito vantajoso das gorduras animais que normalmente eram utilizadas para essa finalidade, que, além de se deteriorarem rapidamente, ainda provocavam inconvenientes um tanto desagradáveis, como a proliferação de larvas nos cilindros. Por isso, foi um grande sucesso que ajudou a impulsionar o negócio, que se tornava tão importante a ponto de as fórmulas dos produtos da empresa ficarem cercadas de mistério. Eram praticamente secretas. O Gargoyle tornou-se símbolo da empresa e rendeu-lhe, inclusive, a primeira logomarca estilizada. Com uma sonoridade que remete à palavra “óleo” em inglês, o nome provavelmente foi inspirado nas gárgulas – esculturas com imagens de seres fantásticos que ornamentavam os telhados dos prédios de Rochester e Nova Iorque, muito comuns nas construções da época. Em 1904 uma gárgula e a palavra Gargoyle passaram a ser usados como logomarca da empresa. Outra característica que ajudaria a Vacuum a rapidamente se transformar em líder de mercado era o que poderia ser chamado de “suporte técnico”. Quando necessário, Everest contratava especialistas que analisavam as necessidades específicas de um cliente e indicavam o óleo mais adequado àquela finalidade.
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Crescimento rápido e marca inusitada sinalizam os primeiros anos da Vacuum
Não demorou para que o sucesso da Vacuum chamasse a atenção de gigantes petrolíferas. Especificamente, da Standard Oil. Fundada em 1870, em Ohio, e liderada pelos irmãos Rockefeller, John e William, a Standard Oil rapidamente se transformaria na maior empresa de petróleo do mundo, absorvendo vários concorrentes e companhias do setor. Foi o que aconteceu com a Vacuum, em 1879: a Standard Oil adquiriu 75% da empresa e, a partir daí, transformaria por completo o negócio, embora a força do nome Vacuum tivesse sido mantida. Ao longo do tempo, porém, uma marca superaria o nome de seu criador, assumindo personalidade própria: a marca Mobil. Ela foi usada pela primeira vez em 1899, quando os óleos da Vacuum passaram a ser comercializados na Inglaterra com o nome de Mobiloil. Acredita-se que seja uma menção, justamente, ao início da era dos automóveis. Em latim, mobilis significa capaz de se mover – como as novas “carruagens” motorizadas.
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Elogios de Thomas Edison Um fio de metal, uma garrafa de vidro e componentes químicos. Quando Thomas Edison transformou a união destes elementos em luz elétrica, em 21 de outubro de 1879, abriu caminho para uma revolução social ainda mais importante do que a própria lâmpada incandescente. Depois da invenção, ele deu à humanidade meios de organizar a vida moderna, na medida em que descobriu uma forma acessível de utilizar a eletricidade para os mais diversos fins. Depois de criar a famosa lâmpada, Thomas Edison dedicou-se a um projeto para desenvolver sistemas de distribuição da eletricidade a pequenos usuários. E é aí que a história de Edison tangencia a da Mobil. Entre os arquivos da matriz da Mobil foram identificadas duas cartas de Thomas Edison elogiando o lubrificante Vacuum Oil, usado em sua primeira estação central pública. Em setembro de 1882 a Pearl Street Station instalou 400 lâmpadas para 85 consumidores. Graças à genialidade de Thomas Edison e à qualidade do lubrificante Mobil!
26 | Origens A história dada marca marca Mobil Mobil
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Raiz do nome Mobil surge no inĂcio do sĂŠculo XX
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Nome próprio A partir de 1911 o mundo do petróleo passaria por uma completa revolução. Já no fim do século XIX a Standard Oil Company of New York (Socony) concentrava mais de 30 corporações e influenciava quase a totalidade do refino de petróleo nos Estados Unidos. No entanto, a suprema corte norte-americana, considerando que essa situação caracterizava oligopólio, ordenou seu desmembramento em 34 empresas menores. Todas, porém, entre elas a Standard Oil of New York (Socony), continuaram sob o domínio de Rockefeller. Essa é uma longa e complexa história. Mas o que importa aqui é que, em 1931, a Socony adquiriu o restante das ações da Vacuum e, da fusão, nasceu a Socony-Vacuum Corporation. Pouco antes, em 1929, além do lubrificante Mobiloil™ havia sido criada a gasolina Mobilgas™, demonstrando a importância da “raiz” Mobil. Assim, em 1934, a marca comercial Mobil foi registrada nos Estados Unidos pela Socony-Vacuum. A partir daí, a história da marca teria, por assim dizer, uma trajetória própria marcada pela inovação constante, que construiu uma reputação singular.
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Velocidade, imortalidade e força: o Pegasus Quando a Socony adquiriu o controle da Vacuum, em 1931, a marca Mobil ganhou nova identidade visual, com a introdução da imagem do Pegasus, o grande e imortal corcel alado da mitologia grega. Na verdade, o ícone já era usado há décadas pela Standard Oil Trust para identificar seus produtos em várias partes do mundo. Foi registrado em 1911 como símbolo da gasolina Pegasus Motor Spirit, comercializada pela Vacuum Oil Company na África do Sul. Ao mesmo tempo, a Socony usava o cavalo alado vermelho para promover seus combustíveis na filial de Sekiyu, no Japão. O grande desenvolvimento da indústria automobilística a partir dos anos 1930 levou os produtos da Socony-Vacuum desse segmento a ganharem visibilidade. Assim, tanto as gasolinas Pegasus Motor Spirit e Mobilgas como o lubrificante Mobiloil adotaram a figura como logomarca. A simbologia não podia ser mais adequada: na mitologia grega, Pegasus era o cavalo alado do herói Belerofonte e teria nascido do sangue de Medusa para transportar o raio de Zeus. Para os estudiosos, portanto, esta é a representação de velocidade, as tempestades e a água – é ele quem traz o trovão e o raio. É também o símbolo da criatividade do espírito, dos poetas e da imortalidade. Esses “atributos” da marca seriam ainda intensificados quando o Pegasus ganhou a cor vermelha que remete à ideia de poder, vitalidade, ambição e coragem. Ainda na década de 1930 o ilustrador Robert “Rex” Elmer realizou mudanças no desenho, deixando o Pegasus mais limpo. A força desse símbolo é tão grande que, até hoje, mesmo que a logomarca Mobil já tenha passado por grandes transformações, a referência ao cavalo alado ainda está presente na publicidade, por meio das asas que ilustram várias campanhas.
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Primeiros automóveis utilizavam lubrificantes à base de petróleo cru
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Sempre à frente O desenvolvimento da indústria de lubrificantes, a proliferação de tipos e a sofisticação tecnológica de produtos teve relação direta com as aplicações industriais e também com o advento do automóvel. Nos milhares de componentes e peças dos veículos, óleos e graxas são necessários seja para lubrificar, limpar ou resfriar. Os primeiros veículos chegaram a utilizar petróleo cru como lubrificante. E sofriam não só com a fumaça decorrente da queima da grande quantidade de impurezas, como, principalmente, com a alta variação da viscosidade do produto, conforme as alterações climáticas. Quando estava frio, o óleo ficava tão espesso que era difícil bombeá-lo para o motor. No calor, ao contrário, ficava fino demais e evaporava facilmente, provocando pequenas explosões de vapor. Nos anos 1920 conseguiu-se chegar aos óleos minerais menos viscosos, por meio de processos de destilação do petróleo em baixas temperaturas. Mesmo assim, o problema persistia. Adotaram-se, então, lubrificantes específicos para uso no inverno ou no verão, desenvolvidos de forma composta a partir da mistura de óleos orgânicos e minerais. Também foram introduzidos aditivos, agentes químicos que conferem ao óleo determinadas propriedades ou melhoram suas características naturais. Aditivos antioxidantes, por
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exemplo, são usados para evitar, retardar ou modificar a oxidação que provoca a formação de compostos ácidos capazes de tornar o lubrificante corrosivo para alguns metais. Já os aditivos detergentes evitam a formação de depósitos de resíduos nos motores. A prova de fogo, literalmente, dos lubrificantes aditivados ocorreu durante a II Guerra Mundial (19391945). A performance de tanques de combate e outras máquinas de guerra ficava comprometida devido aos problemas de lubrificação, por isso, os lubrificantes aditivados passaram a ser considerados um insumo estratégico. Os produtos Mobiloil da SoconyVacuum, que já continham aditivos antioxidantes e detergentes em sua formulação, destacaram-se então como superiores nos campos de batalha. Tanto que grande parte da produção dos lubrificantes da Socony-Vacuum foi destinada ao abastecimento de
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exércitos, o que deu ainda mais representatividade ao nome Mobiloil. Esse reconhecimento teria levado, inclusive, à mudança do nome da empresa em 1955, que passou a ser Socony Mobil Oil. Isso até 1966, ano do centenário da empresa, quando se dispensou também o “Socony”, ficando “Mobil”. O desenvolvimento dos lubrificantes aditivados tornou possível criar uma gama imensa de produtos à base de petróleo para os mais diversos propósitos. E também abriu caminho para o óleo sintético, lubrificante “criado” em laboratório por processo de síntese de moléculas, apto a suportar as condições mais adversas. Enquanto nos óleos minerais algumas moléculas são frágeis e instáveis, nos sintéticos suas propriedades estão controladas, garantindo mais qualidade ao produto final. Por isso, os lubrificantes sintéticos possuem comportamento mais estável de viscosidade com as variações de temperatura, alta resistência à oxidação no calor, baixo ponto de fluidez no frio e maior resistência à degradação por outros agentes químicos. Os primeiros óleos sintéticos surgiram ainda na década de 1920, mas devido ao seu alto custo e falta de interesse comercial no período, a produção não evoluiu. Porém, durante a II Guerra Mundial os Estados Unidos
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Segunda Guerra Mundial: teste para aprimorar os sintĂŠticos
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enfrentaram uma real possibilidade da queda da produção do petróleo bruto. Como praticamente todos os motores e máquinas eram construídos a partir das características dos óleos convencionais, o país via-se em risco iminente de um colapso. Diante disso, o governo norte -americano desafiou as companhias de petróleo do país a buscarem alternativas para produção de lubrificantes. Paralelamente, a Alemanha também realizava experiências para transformar materiais sintéticos em lubrificantes, chegando a produtos que foram usados nos campos de batalha durante a guerra. No entanto, a relação custo-benefício ainda não era satisfatória para a comercialização junto à população. Apenas no pós-guerra, a popularização do avião a jato impulsionaria o desenvolvimento dos lubrificantes sintéticos. E, mais adiante, a produção destinada a automóveis e máquinas industriais consagraria definitivamente a marca Mobil, cada vez mais associada à inovação, à qualidade superior e à tecnologia agregada aos produtos.
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Simplesmente Mobil Em 1966, para comemorar seu 100° aniversário, a Socony Mobil Oil Company retirou a palavra “Socony” de sua razão social, passando a ser simplesmente ”Mobil Oil Corporation”. Na mesma ocasião, a empresa de design gráfico Chermayeff & Geismar, de Nova Iorque, desenhou uma nova logomarca. Escrita em uma tipologia moderna em azul, apenas com a letra “O” em vermelho, a palavra Mobil ganhou destaque e ficou separada do símbolo do Pegasus, que passou a voar para o lado direito. Com esse logotipo, a marca Mobil seria reconhecida em todo o mundo, sempre relacionada à alta performance, ao perfil inovador e à mais avançada tecnologia em lubrificantes e serviços. Uma marca tão forte que, mesmo tendo vários donos no futuro, manteve identidade própria e construiu sua história. Inclusive no Brasil.
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Mobil no Brasil 40 | A hist贸ria da marca Mobil
Embora os produtos da Mobil tenham sido fabricados no Brasil apenas a partir de 1955, os produtos que deram origem à marca estiveram presentes no país desde o início do século XX. Não se sabe ao certo quando o primeiro lubrificante Vacuum Oil aportou em terras brasileiras, nem quem teria sido responsável pelo feito. Mas existem registros de sua presença no mercado nacional a partir de 1900. São, em geral, pequenos anúncios publicados por importadores em jornais de grande circulação de São Paulo e Rio de Janeiro, que enfatizavam que os óleos e graxas da Vacuum Oil eram “mais lubrificantes”, “mais resistentes” e, por isso, “os preferidos por todos os principaes estabelecimentos industriaes do Brasil e do mundo”. Do Brasil, ressalva seja feita: a então jovem república brasileira ainda tinha na base uma economia predominantemente agrário-exportadora e os “estabelecimentos industriaes”, portanto, eram poucos se comparados a países da Europa e Estados Unidos. Apesar do ciclo de diversificação econômica das últimas décadas do século XIX, na virada do milênio o Brasil contava apenas com cerca de 600 indústrias, concentradas nos segmentos de tecidos, alimentos, produtos químicos, madeiras, vestuário e metalurgia. Eram, em geral, pequenos estabelecimentos, de propriedade familiar e com baixo nível técnico. Quanto à frota de automóveis, os números também não eram grandiosos. Entre 1891 e 1907 os brasileiros importaram cerca de 600 carros. Somente depois de 1908 – ano em que Henry Ford começou a produzir em série o Ford Bigode – as importações deram um salto: até 1913 quase 10 mil veículos foram trazidos do exterior.
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Entre secos e molhados Não se pode afirmar, portanto, que o mercado brasileiro fosse, naqueles primeiros anos do século XX, tão promissor a ponto de atrair o interesse das grandes marcas, como era então a Vacuum Oil, que deu origem à Mobil. O que ocorreu, possivelmente, foi o inverso. Para atender às demandas nacionais, de vários gêneros industrializados, aí inclusos os óleos e lubrificantes, proliferaram no Brasil as empresas de importação e exportação. De um lado, eram responsáveis por comercializar o café, o fumo, os minerais e outras matérias-primas produzidas no país. De outro, tornavam-se representantes de toda a sorte de produtos industrializados que o Brasil e os brasileiros demandavam – das finas louças e uísque ingleses à moda de Paris; do maquinário alemão e norte-americano aos lubrificantes que permitiam seu bom funcionamento. Foi assim que muitos desses importadores brasileiros tornaramse representantes atacadistas de lubrificantes Vacuum Oil, alguns
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tradicionalíssimos no segmento: a Zerrenner, Bülow & Cia, que atendia os mercados de São Paulo e Santos, a Theodor Wille & Cia, que atuava no Rio de Janeiro, a São Paulo Comissária, também na capital paulista, e a Cia. Mate Laranjeira, que englobava São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Goiás e Triângulo Mineiro. Apenas como curiosidade, a Zerrenner, Bülow & Cia, criada pelo dinamarquês Adam Ditrik Von Bülow e pelo alemão João Carlos Antônio Frederico Zerrenner, seria responsável pela criação, em 1891, da Companhia Antarctica Paulista, importante protagonista da história da indústria de bebidas no país. A estratégia de vender seus lubrificantes por meio de representantes atacadistas foi utilizada pela Socony em diversos países. No Brasil, a partir desses importadores, os produtos percorriam
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dois caminhos: seguiam direto para as indústrias que consumiam maior quantidade ou eram distribuídos aos estabelecimentos varejistas, em geral as lojas do tipo Secos & Molhados, que vendiam um pouco de tudo: vinhos, arames, motores, combustíveis e lubrificantes. Ainda não existia, pela pouca demanda, comércio específico para muitos desses itens. No segmento automotivo, por exemplo, o próprio abastecimento dos veículos era feito a partir de galões de 20 litros de gasolina importada, colocada nos carros através de um funil. Apenas em 1912, quando o presidente Hermes da Fonseca autorizou a instalação da primeira distribuidora de combustíveis no país – a Standard Oil do Brasil –, logo seguida por outras, começaram a surgir os postos de serviço, onde também eram comercializados os lubrificantes veiculares.
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Produtos Mobil chegavam ao Brasil por meio de representantes atacadistas
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Início do progresso: população urbana passa a dominar no país
Fincando raízes Como a propaganda do início do século XX sugere, os lubrificantes Mobil desde logo foram tidos como produtos superiores – a ponto de os importadores sempre alertarem o consumidor sobre o risco de falsificações. Apesar dessa imagem positiva, ainda demoraria algumas décadas para que a Socony-Vacuum se estabelecesse de forma efetiva no Brasil. Seria preciso que o país se industrializasse e o mercado automobilístico criasse corpo para ficar mais interessante. De fato, ainda que a indústria brasileira tivesse passado por um ciclo de grande expansão nos primeiros trinta anos do século XX, apenas após a Revolução de 1930, que empossou Getúlio Vargas, seriam criadas as bases para um processo de expansão industrial definitivo. O presidente, que em 1937 seria “promovido” a ditador durante o Estado Novo, fez do fortalecimento da indústria, sobretudo as de
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base, sua principal plataforma e programa de governo. Anunciou a redução da autonomia dos estados e municípios para integrar o mercado nacional, buscou ajustar as despesas públicas e, embora continuasse promovendo a defesa da renda do setor agroexportador, aplicou medidas protecionistas favoráveis à indústria. Como resultado, entre 1930 e 1940 surgiram no Brasil mais de 13 mil novos estabelecimentos industriais. A nova ordem política e econômica repercutiu no ambiente social e cultural. Um sentimento de euforia pelo crescimento passou a dominar a maioria da população, que acompanhava a mudança do capital, do
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ExperiĂŞncia amarga em Buenos Aires, antes de se instalar no Brasil
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campo para os emergentes centros urbanos. O “progresso” batia às portas dos brasileiros. Com a eclosão da II Guerra Mundial na Europa e o envolvimento direto dos Estados Unidos, em 1941, e do próprio Brasil no ano seguinte, essa ascensão industrial ainda seria beneficiada pelo processo de substituição de importações. Mesmo com as dificuldades intrínsecas geradas pela guerra, a impossibilidade de importar produtos manufaturados levou a indústria nacional a iniciar a produção interna de diversos itens. No pósguerra, com o pleno desenvolvimento dos setores de base, como a siderurgia, o processo de industrialização se acentuaria ainda mais, sobretudo na chamada Era JK, do presidente Juscelino Kubitschek. Antes disso, porém, a Socony-Vacuum daria o primeiro e definitivo passo para consolidar a marca Mobil no Brasil. Em 1949 foi criada em São Paulo (SP) a Socony-Vacuum Serviços Técnicos Ltda. Ao mesmo tempo, foi implantado o Laboratório de Análises de Óleos Usados, voltado ao atendimento de clientes de todo o país. A partir daí, começou a amadurecer a ideia de se instalar uma fábrica no Brasil, mas alguns acontecimentos lançariam dúvidas sobre a viabilidade da iniciativa e a protelariam por alguns anos. Em meados da década de 1940, uma refinaria da Socony-Vacuum em Buenos Aires, na Argentina, foi expropriada pelo governo do presidente Juan Domingo Perón. A empresa, no entanto, não aceitou o valor oferecido como compensação e o caso foi discutido durante anos em corte internacional. Na época, a Argentina era o país mais industrializado da América Latina, inclusive no setor de petróleo. Em 1922 havia criado a Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPF), uma das primeiras grandes empresas estatais petrolíferas do mundo, e várias multinacionais do setor também se instalaram no país. As operações latino-americanas relativas à comercialização dos produtos Mobil, inclusive, até então eram feitas a partir da Argentina. Portanto, havia o temor de que no Brasil viesse a ocorrer o mesmo
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tipo de expropriação, dada a similaridade do caráter populista dos governos do argentino Perón e do brasileiro Getúlio Vargas. No Brasil, por sua vez, vinha crescendo o debate em torno da questão do petróleo desde o final da década de 1940, gerando uma longa e polêmica campanha que ficou conhecida pelo slogan “O petróleo é nosso”. As opiniões polarizavam-se entre aqueles que defendiam o monopólio estatal do setor e os que desejavam a participação da iniciativa privada nacional e estrangeira. Mas em 3 de outubro de 1953 a polêmica chegou ao fim, quando o presidente Vargas sancionou a lei que criou a estatal Petróleo Brasileiro S.A., a Petrobras, que teria exclusividade sobre pesquisa, lavra, refino e transporte da produção nacional, marítimo e através de dutos, de petróleo e derivados. Apenas ficaram de fora as refinarias privadas já constituídas ou aprovadas, embora tenha sido vetada a ampliação de sua capacidade de produção. A execução do monopólio caberia à Petrobras, enquanto o Conselho Nacional do Petróleo (CNP), criado em 1938, ficava responsável pela orientação e fiscalização dessas atividades. Com o domínio da Petrobras, o cenário tornou-se incerto para as empresas petrolíferas estrangeiras, inclusive para a Socony-Vacuum. Porém, como logo se veria, ainda demoraria algum tempo para que as primeiras refinarias da Petrobras entrassem em funcionamento e, mesmo com elas operando, a produção nacional estava muito
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aquém do consumo interno, especialmente quanto a derivados especializados como os lubrificantes. Portanto, o mercado tinha de ser suprido por importações que ainda podiam ser realizadas pelas próprias empresas – o monopólio estatal para importação de derivados de petróleo só seria implantado em 1963, com a criação da Frota Nacional de Petroleiros (Fronape). No caso específico dos lubrificantes, o governo brasileiro até estimulava com isenção de impostos a instalação de empresas estrangeiras no país, tendo em vista que ainda não detínhamos know-how para a fabricação desses produtos. Assim, apesar de todas as incertezas, a SoconyVacuum decidiu instalar uma fábrica no Brasil, pautando-se pela grande reputação da marca Mobil no país. Em 1955 foi criada a Mobil Oil do Brasil Indústria e Comércio Ltda. O local escolhido para sediar a fábrica foi a cidade de Santos, no litoral paulista, por dois motivos: primeiro porque São Paulo era o maior centro consumidor dos produtos Mobil, e segundo pelo fato de Santos possuir o porto, o que facilitava sobremaneira as operações, tendo em vista que os óleos básicos ainda continuariam a ser importados da fábrica matriz, nos Estados Unidos. Ou seja, a fabricação nacional seria feita a partir dessa matéria-prima, à qual foram adicionados componentes para a produção final dos lubrificantes. Enquanto a fábrica era construída, a Socony-Vacuum fez um acordo com o governo brasileiro para
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ampliar as importações dos produtos prontos para que se estruturassem as áreas comerciais. Em 1956 uma decisão do Conselho Nacional do Petróleo (CNP) viria a reiterar o acerto da decisão de implantar a fábrica no Brasil. O órgão proibiu a importação de óleos lubrificantes envasados, permitindo exceções apenas de casos muito especiais, plenamente comprovados e em quantidades mínimas, passando a importação a ter de ser feita necessariamente a granel. A essa altura, no entanto, a nova planta era quase uma realidade: em julho de 1957 aportou em Santos o navio-tanque Buccanner, primeiro petroleiro carregado de óleos básicos para serem totalmente transformados em produtos Mobil em território brasileiro. Poucos meses depois, era inaugurada a Usina de Envasamento da Mobil Oil do Brasil, com capacidade para produção de 25 mil toneladas anuais. Depois de processados e acondicionados em latas, os lubrificantes Mobil seguiam de trem para São
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Paulo, de onde eram distribuídos para todo o país, permitindo que a empresa operasse diretamente em áreas geograficamente estratégicas por meio de escritórios regionais, praticamente sem intermediários. Isso colaborou para que a marca tivesse ainda mais presença e receptividade no mercado brasileiro, com a ampliação da clientela, principalmente no ramo empresarial. Desde então, os lubrificantes Mobil acompanharam a evolução do Brasil. Estiveram presentes em todos os segmentos: transportes ferroviário, marítimo e aeronáutico e em diversas áreas da indústria, na agricultura e também no setor automobilístico, no qual a marca teria mais visibilidade publicitária, devido ao contato direto com o consumidor final. Dos proprietários de veículos aos frotistas, a marca Mobil tornou-se referência de qualidade e padrão de atendimento, nos centros de lubrificação criados para oferecer serviços de manutenção, com total conforto e segurança.
Mobil acompanha a evolução do Brasil e passa a atuar em diversos setores
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O papel dos distribuidores Para fazer com que os lubrificantes chegassem a todos os cantos do país, em meados da década de 1970 a Mobil do Brasil estruturou um sistema de vendas baseado em distribuidores autônomos, que atuavam sob a supervisão da empresa. A maioria era representada por vendedores atacadistas multimarcas, que atendiam tanto indústrias como o segmento automotivo. Como, muitas vezes, esses distribuidores tinham pouca projeção no mercado, com o passar dos anos a Mobil decidiu também criar filiais nas suas principais praças. Em 1992, no entanto, foi realizada uma ampla reestruturação do sistema de vendas. Tomando por base o modelo adotado pela Mobil norte-americana, pelo qual cerca de 70% das vendas era feita via distribuidores, a Mobil no Brasil decidiu fechar suas filiais e substituir os vendedores autônomos, que trabalhavam com diversas marcas, por distribuidores exclusivos. Com a mudança foram organizados cerca de 70 distribuidores, para trabalhar principalmente no varejo, e criados programas especiais de venda. A iniciativa, inédita no setor, ainda aproveitava os antigos vendedores, inserindo -os no novo formato comercial. Pouco adiante, em meados da década de 1990, o Programa de Distribuidores foi aperfeiçoado e ainda mais profissionalizado, de forma a promover o alinhamento à cultura Mobil. A partir de um novo critério de seleção, a Mobil passou a contar com apenas 13 distribuidores especialmente treinados pela empresa para seguir um padrão de qualidade e excelência em lubrificação. Todos foram dotados de laboratório para o atendimento aos clientes, tornando-se canais mais eficientes de vendas.
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O mais antigo do Brasil Em 1855, como tantos outros imigrantes que vieram “fazer a América”, o alemão Ferdinand Schrader aportou em Blumenau (SC). Quatro anos depois ele fundava a Schrader, uma “casa colonial”, como era chamada na época. Tratava-se de uma empresa pequena, que vendia um pouco de tudo: roupas, ferramentas, remédios... E assim seguiu por vários anos até que, na década de 1930, a empresa – já sob o comando da terceira geração da família – passou a focar em ramos de atuação específicos. Naquele período, o Brasil estava começando a pavimentar suas estradas e a empresa viu aí uma grande oportunidade: importar caminhões dos Estados Unidos e Alemanha.
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O negócio, porém, levou à necessidade de suprir os compradores desses veículos com lubrificantes adequados, produtos então difíceis de encontrar no Brasil, principalmente na região Sul. Assim, em 1935 a empresa iniciou a distribuição de lubrificantes Mobil em Santa Catarina, junto com empresas locais que importavam os produtos Mobil, como a Companhia Mate Laranjeira, e posteriormente como importadora. Quando foi criada a fábrica da Mobil no Brasil, em 1955, várias das parcerias com distribuidores foram encerradas, uma vez que a Mobil passou a contar com escritórios próprios em diversos pontos do país. A Schrader, no entanto, foi a única a continuar, atuando no mercado de Santa Catarina. Dali em diante, a relação da Mobil com a Schrader foi ainda mais fortalecida e hoje este é distribuidor exclusivo de lubrificantes Mobil naquele estado.
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Em boas mãos Em 1999 foi anunciada a fusão da Exxon e a Mobil em nível mundial, formando a Exxon Mobil Corporation, representada no Brasil pela Esso Brasileira de Petróleo, uma das maiores empresas do mundo em seus segmentos de atuação. Esse movimento foi um reflexo do contexto internacional de globalização, que passou a demandar aumento de escala em vários setores econômicos, especialmente petróleo e petroquímica. A mudança teria muito pouco impacto na trajetória da marca Mobil no Brasil. A mais relevante foi o fato de, sob o comando da Esso Brasileira de Petróleo, os lubrificantes da marca passarem também a ser produzidos na fábrica da empresa na Ilha do Governador (RJ), uma unidade moderna que dispunha de facilidades logísticas, como um píer independente do cais do porto. Em pouco tempo, a produção seria concentrada nessa fábrica, porque a antiga unidade de Santos, embora mais próxima do maior mercado consumidor, já não apresentava condições de crescimento. 58 | Mobil no Brasil
A Ilha do Governador (RJ) abriga unidade produtiva da marca Mobil
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A fábrica dos lubrificantes no Brasil Moderna e eficiente, a fábrica instalada na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, produz óleos e graxas lubrificantes da Mobil destinados aos mercados brasileiro, boliviano, uruguaio e paraguaio. A capacidade de produção atual é de mais de um milhão de barris de lubrificantes ao ano, o equivalente a cerca de 160 milhões de litros. Com localização estratégica, a fábrica conta com um píer próprio para recebimento de navios com até 20 mil toneladas e possui a maior capacidade de tancagem entre os produtores de lubrificantes no Brasil. No entanto, o que mais diferencia a unidade é o elevado padrão de segurança, cuidado com o meio ambiente, qualidade e eficiência, totalmente alinhados às diretrizes internacionais da marca Mobil. Desde 1993, quando as primeiras certificações padrão ISO ainda eram incipientes no Brasil, a Mobil conquistou a ISO 9001, atestando a qualidade da produção e instalações da fábrica. A partir daí, conquistou várias outras, como a ISO 14001, relativa à gestão ambiental, e a OHSAS 18001, referente à saúde e segurança operacional. O reconhecimento se deveu à implantação do sistema exclusivo da ExxonMobil™, denominado OIMS, sigla em inglês, que em português significa “Sistema de Gerenciamento da Integridade das Operações”, uma estrutura de gerenciamento disciplinada. Iniciada em 1992, a OIMS, estabelece expectativas mundiais comuns para o direcionamento dos riscos inerentes ao negócio e endereçamento de todos os aspectos que possam impactar na segurança pessoal, patrimonial e processual, na saúde e no desempenho ambiental. Em 2012, a equipe de Qualidade e Tecnologia da Cosan Lubrificantes conquistou a renovação da certificação QP&G (Quality Practices & Guidelines), a partir da auditoria realizada a cada três anos pela ExxonMobil. A pontuação obtida e a ausência de “não conformidades” (gaps) fizeram com que a estrutura da Cosan Lubrificantes na Ilha do Governador (RJ) permanecesse no seleto grupo dos melhores laboratórios de análise de lubrificantes Mobil do mundo.
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Cosan investe em qualidade para produtos Mobil
Até hoje os lubrificantes Mobil, de propriedade da Exxon Mobil Corporation, são produzidos ali, embora desde 2008 o uso da marca Mobil seja da Cosan, de acordo com os termos e condições do contrato de Licença de Usos de Marcas, firmado com a ExxonMobil. Em 24 de abril daquele ano, o Grupo Cosan adquiriu 100% do capital social da Esso Brasileira de Petróleo e, posteriormente, obteve a licença de uso da marca Mobil no Brasil. O acordo também inclui o acesso às tecnologias e às formulações dos produtos Mobil, inclusive as que vierem a ser desenvolvidas internacionalmente pela ExxonMobil. A distribuição e a comercialização dos lubrificantes passaram a ser realizadas por meio da empresa Cosan Lubrificantes. Nas mãos da Cosan, a marca Mobil ganhou ainda mais visibilidade, a partir de grandes investimentos em publicidade e patrocínios, como a Fórmula Indy, a Stock Car e a Suzuki Adventure. Além disso, patrocinou, entre 2011 e 2012, o quadro “Lata Velha” do programa Caldeirão do Huck, da TV Globo, no qual telespectadores concorrem à oportunidade de ter seus carros totalmente reformados, estética e funcionalmente – claro, com a ajuda dos lubrificantes Mobil. Um dos destaques da participação da Mobil no programa foi a doação de um ônibus adaptado para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Montes Claros (MG), em outubro de 2011, que beneficiou mais de 400 pessoas envolvidas com a instituição.
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A Cosan Como uma das maiores corporações empresariais do Brasil, a Cosan reúne negócios que contribuem para o fortalecimento de setores importantes para o desenvolvimento nacional, como infraestrutura e energia. Originária de uma usina de açúcar em 1936, a organização hoje integra várias empresas. A Cosan Lubrificantes atua na produção, comercialização e distribuição de óleos lubrificantes e especialidades de petróleo. Foi criada em 2008, quando a Cosan adquiriu o controle acionário da Esso Brasileira de Petróleo, mantendo o direito de uso da marca Mobil no Brasil nos termos do contrato firmado, e a partir de 2011, também no Uruguai, Paraguai e Bolívia. Além disso, a empresa atua na importação e distribuição de óleos básicos representando as marcas ExxonMobil Basestocks (Grupos I e II) e Ultra-S Series (Grupo III), oferecendo ao mercado brasileiro o mais completo portfólio dessa matéria-prima. Em 2012, ingressou no mercado europeu com a aquisição da Comma Oil & Chemicals Ltd., fabricante e distribuidora de óleos lubrificantes e outros produtos automotivos, sediada na Inglaterra. A produção da Comma é destinada ao mercado do Reino Unido e para alguns países da Europa e Ásia. Também faz parte da corporação a Rumo, empresa da Cosan Logística, que é líder mundial na logística de açúcar destinado à exportação. A Comgás, desde 2012 um negócio Cosan, é a maior distribuidora de gás natural encanado no país. A Radar, por sua vez, se dedica à gestão de terras com alto potencial de valorização. Já a Raízen foi criada a partir de uma joint venture com a Shell, dando origem à maior produtora de açúcar e etanol e uma das principais distribuidoras de combustíveis do Brasil.
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Solução inteligente A marca Mobil é reconhecida internacionalmente pela performance, perfil inovador e avançada tecnologia em lubrificantes e serviços. Seus produtos são desenvolvidos na ExxonMobil Research & Engineering (Emre), empresa de pesquisa da ExxonMobil localizada em Paulsboro, Nova Jersey, nos Estados Unidos. Ali, uma equipe de engenheiros e cientistas de alto nível dedica-se à melhoria contínua dos lubrificantes Mobil e à criação de novos produtos, de forma a acompanhar tendências do mercado e atender às necessidades específicas dos clientes. Com tecnologia de ponta e formulações de vanguarda, a criação de um novo lubrificante, seja para uso automotivo ou industrial, demanda uma variedade de conhecimentos em áreas como Química, Mecânica e Tribologia (parte da Física Aplicada que estuda o fenômeno do atrito em suas diversas manifestações), entre outras. Mas até que chegue à versão final, com as melhores características, o produto é submetido a exaustivos testes e avaliações. O mesmo cuidado também é observado em relação à prestação de serviços aos clientes. No Brasil, exemplo significativo nesse sentido foi o lançamento, em 2005,
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do “Projeto Granel”, voltado a redefinir os serviços de troca de lubrificantes Mobil Delvac MX 15W-40 para veículos movidos a diesel. Pelo sistema, o uso de embalagens de óleo era dispensado, uma vez que os estabelecimentos autorizados passaram a ser dotados de um minitanque, a partir do qual o óleo pode ser colocado diretamente no cárter do veículo. Além de evitar o descarte das embalagens pós-consumo, o sistema também proporcionou o uso na medida exata, evitando o desperdício. Numa primeira etapa, foi implantado um projeto piloto junto à West Brasil, distribuidor do interior de São Paulo, e, diante do sucesso do sistema granel, outros postos foram equipados com os minitanques, direcionados a frotas. Em 2011, já sob a Cosan, o “Projeto Granel” recebeu o nome de Programa Troca Inteligente Mobil e foi lançado nacionalmente, estendido também a automóveis particulares, algo inédito no Brasil. Para garantir a qualidade, são realizadas auditorias periódicas nos distribuidores, que recebem, no tanque, o selo de qualidade atestando a procedência do produto. Aos poucos os clientes, distribuidores e frotistas foram conquistados pelos benefícios da Troca Inteligente, que vão desde a economia para quem compra ao armazenamento do
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estoque de lubrificante, que ocupa menos espaço. Assim, a Mobil conseguiu quebrar o paradigma do consumidor brasileiro antes acostumado às embalagens individuais. Outra iniciativa importante da marca Mobil foi adequar-se às prerrogativas da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em 2010, para proceder à correta destinação das embalagens vazias de lubrificantes e do óleo usado, de forma a proteger o meio ambiente. Além de o recipiente plástico ser um resíduo de difícil degeneração, as eventuais sobras de produto são potencialmente poluentes se descartadas sem os devidos cuidados. Por isso, a Mobil fez parceria com o Programa Jogue Limpo, que organiza um sistema de logística reversa pós-consumo. As embalagens que são devolvidas pelos consumidores aos canais de revenda são entregues a centrais de recebimento do Programa espalhadas por vários pontos do país ou a caminhões itinerantes. Nas centrais, elas recebem um tratamento inicial de limpeza e separação, o que possibilita seu encaminhamento para empresas recicladoras licenciadas. Da mesma forma, o óleo usado é coletado nos postos de troca por empresas certificadas, que se responsabilizam por dar destinação adequada, de acordo com a legislação.
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Destino certo para embalagens usadas
Projetos como esses têm a capacidade de agregar ainda mais valor aos produtos da marca Mobil e de ampliar a percepção dos atributos que carrega, como performance, qualidade, inovação e, principalmente, o suporte dado ao cliente, da fábrica ao ponto de venda, das linhas de produção industrial para centenas de milhares de veículos. Ano após ano, em mais de um século de história, essa reputação vem sendo construída e se fortalece continuamente.
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Marca Mobil: compromisso com o desenvolvimento do Brasil A hist贸ria da marca Mobil | 73
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Inovação e tecnologia Há mais de 100 anos os lubrificantes que deram origem à marca Mobil fazem parte da vida dos brasileiros. Estão em seus veículos, nas indústrias, nas máquinas agrícolas, nos meios de transporte, nas plataformas de petróleo... Para o consumidor final, os lubrificantes automotivos estão mais em evidência. Estão presentes em seu dia a dia, na publicidade, em ações de marketing, no patrocínio aos eventos ligados ao automobilismo e ao motociclismo e também em ações voltadas a caminhoneiros e frotistas. Mas a marca Mobil vai muito além. Onde quer que seja necessário usar um lubrificante para movimentar uma máquina, a qualidade do produto Mobil e dos serviços prestados pelas equipes técnicas faz a maior diferença. E é aí que o valor da marca expressa toda a sua força: a estreita parceria com quem, literalmente, movimenta a economia do Brasil.
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Na ind煤stria 76 | A hist贸ria da marca Mobil
Não é por acaso que as primeiras notícias que se tem da presença dos produtos que deram origem à marca Mobil no Brasil datam do início do século XX. Naquele momento, o Brasil passava por um grande movimento de transição econômica, sociocultural e política. Pouco mais de uma década antes, ainda éramos uma monarquia escravista e a economia apoiava-se na exportação de insumos agrícolas, sobretudo o café. A partir da segunda metade do século XIX a própria cafeicultura geraria recursos para permitir um primeiro ciclo de diversificação econômica, com o surgimento de um relativo parque fabril. Nessa altura, as ideias liberais e a pressão industrializante que vinham do exterior impulsionavam o Brasil a mudar a mentalidade colonial que persistia, fazendo crescer a pressão abolicionista. Até que, em 1888, foi decretado o fim da escravidão, que, por sua vez, abriu caminho para o crescimento do número de imigrantes e de trabalhadores assalariados ligados às novas atividades manufatureiras, ao comércio, aos setores de serviços e à burocracia do Estado. Desse grupo que formava uma incipiente classe média, saíram muitos intelectuais positivistas e republicanos que estabeleceram importante aliança com núcleos rurais progressistas para proclamar a República, em 1889. Na primeira fase da República, embora ainda se mantivesse vivo o intenso debate entre industrialistas e ruralistas, o que ocorreu foi que a descentralização político-econômica abriu caminho para que os estados mais ricos, especialmente São Paulo, retivessem as ren-
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das obtidas com a cafeicultura e investissem em outros segmentos: na criação de estabelecimentos de importação e exportação, na associação com casas bancárias, companhias de seguro e com empresas de serviços públicos, que forneciam água, luz, transporte e telefonia... E também em manufaturas, muitas direta ou indiretamente relacionadas à agropecuária: de simples oficinas para conserto de maquinário a fábricas de carne enlatada, curtumes, moinhos de milho e mandioca, serrarias, olarias e, a mais importante entre elas, de fiação e tecelagem (nesse caso, lembrando a importância da produção de sacaria agrícola). Esse principiante empresariado industrial – muitos de seus membros imigrantes oriundos de atividades comerciais – seria, pouco adiante, responsável por investimentos nos primeiros grandes complexos industriais brasileiros. Nessa rápida síntese dos acontecimentos que marcaram a passagem do século XIX para o XX, percebe-se a importância da nova realidade brasileira para a criação das demandas por insumos estratégicos, como os lubrificantes industriais. E os da marca Mobil, diga-se, já eram muito conhecidos e respeitados no exterior, impulsionando as primeiras importações e representações. Desde aquele momento, os produtos Mobil ofereciam importantes diferenciais. Além da qualidade intrínseca dos lubrificantes, a então Socony-Vacuum prestava serviços de acom-
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panhamento para seus maiores clientes e publicava livros técnicos sobre lubrificação direcionados aos diversos setores industriais. O conteúdo das publicações visava garantir a qualidade da operação das máquinas. A partir dos anos de 1930, com os sucessivos ciclos de desenvolvimento da indústria nacional, esse tipo de serviço especializado viria a se consolidar. A instalação, em 1949, da Socony-Vacuum Serviços Técnicos Ltda. e do Laboratório de Análises de Óleos Usados na próspera metrópole industrial, São Paulo, não teve outro significado que não esse. Percebendo o grande potencial no Brasil, a empresa passaria a oferecer, aos clientes de todo o país, serviços de alta qualidade e assistência diferenciada, em uma época em que ainda não se pensava em manutenção preventiva no Brasil. Mais adiante, em 1955, com a instalação da fábrica da Mobil Oil do Brasil Indústria e Comércio Ltda., esse trabalho de suporte seria ainda mais intensificado, levando a Mobil a cumprir importante papel na estruturação do parque fabril brasileiro. Com notó-
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ria experiência e estrutura no campo da lubrificação industrial, desenvolvia programas de atuação preventiva e planejada, monitoramento e parcerias com fabricantes de máquinas, sugerindo melhorias no sistema de lubrificação para se chegar sempre à melhor performance. A ênfase no processo como um todo e não apenas no produto visava ao bom funcionamento do maquinário e, assim, à redução dos custos de manutenção. Essa era a estratégia de venda e de relacionamento defendida perante os clientes. Devido à eficiência dos programas, a Mobil formou um grande grupo de clientes fiéis, oferecendo assistência técnica para indústrias dos mais diversos segmentos – papel e celulose, mineração, sucroenergética, petróleo e gás, entre muitos outros, seja em parques industriais ou no setor de frotas. Equipes altamente capacitadas atuam no laboratório da fábrica da Ilha do Governador, verificando centenas de amostras de lubrificantes usados e fazendo análises preventivas que avaliam o comportamento do óleo e identificam as substâncias que ele contém. A concentração de determinados metais na amostra, por exemplo, indica falhas em peças específicas, permitindo antecipar e mitigar possíveis defeitos. Evitam-se, assim, paradas não planejadas e prejuízos indesejados. Esse trabalho contribui para transformar a tecnologia dos lubrificantes em resultados efetivos, como economia, aumento da produtividade e redução de custos para os clientes.
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AnĂĄlises preventivas nos lubrificantes contribuem para mitigar possĂveis problemas
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Cidade Maravilhosa Na década de 1930 o Brasil ainda era pouco conhecido no mundo, exceto uma cidade em especial. A “Paris das Américas” e suas praias paradisíacas, o clima de romance e a sensualidade do carnaval faziam a fama do Rio de Janeiro mundo afora e atraía um grande número de turistas. E, como capital da República, o Rio também tinha uma economia em franca expansão. Nessa época, a Mobil também marcava presença com produtos e serviços voltados à lubrificação das aeronaves militares, das maiores indústrias da Guanabara e não menos do que em 100% dos geradores de energia elétrica.
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Energia para o Brasil Nos anos 1930 o Brasil possuía 891 usinas, sendo 541 hidrelétricas, 337 térmicas e 13 mistas. A partir daquele momento, entretanto, a demanda por energia seria cada vez mais crescente diante do acelerado processo de industrialização e urbanização do país. Assim, na década seguinte a geração e a distribuição de energia elétrica – que até então estava nas mãos das corporações estrangeiras – se tornou uma das prioridades governamentais. Em 1945, foi criada a Companhia Hidrelétrica de São Francisco (Chesf), que imediatamente começou a construir a usina de Paulo Afonso, na Bahia. Em 1952 foram organizadas as Centrais Elétricas de Minas Gerais (Cemig) e em 1957, criou-se a Centrais Elétricas de Furnas, que comandou a construção das usinas nas regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste e Norte do Brasil. Desde então surgiram várias outras empresas de abrangência regional até a instituição da Eletrobras, em 1962, para coordenar todas as empresas do setor elétrico. A marca Mobil também fez parte do processo de evolução da energia no Brasil. Produtos da marca já eram usados nas usinas paulistas da São Paulo Tramway, Light and Power Company (ou simplesmente Light), empresa canadense fundada em 1899. Na époProdutos Mobil ajudaram a construir a história de grandes hidrelétricas
ca, os óleos básicos ainda eram importados e a tecnologia para essa indústria era restrita a poucos fabricantes. Mais tarde, o Turbine Oil™, da Mobil, foi o escolhido para lubrificar importantes hidrelétricas brasileiras, como o complexo de Paulo Afonso, na Bahia. Outra
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hidrelétrica atendida pela Mobil foi a primeira do Sistema Furnas, uma das maiores da América Latina, cuja construção se iniciou em 1958 e teve sua primeira unidade em operação em 1963. A efetivação dessa usina, localizada no Rio Grande, em Minas Gerais, permitiu que se evitasse o colapso energético do país na década de 1960.
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Prevenir é melhor Desde 1949, quando foi instalada a SoconyVacuum Serviços Técnicos Ltda., a marca Mobil carrega como um dos principais diferenciais a atenção com a manutenção preventiva, disponiConstrução de usinas na década de 1960 evitou colapso energético
bilizando programas específicos nesse sentido. Engenheiros especializados visitam os clientes, realizam o planejamento de serviços de assistência técnica e apresentam relatórios de benefícios. São muitos os casos de clientes Mobil em que esse tipo de manutenção preventiva evitou paradas de produção. Na década de 1970, por exemplo, a Mobil lubrificava os geradores diesel-elétricos (sistemas de transmissão de potência que usam motores movidos a diesel) da Central Elétrica do Pará (Celpa). Seus técnicos recolhiam amostras dos lubrificantes usados no maquinário para acompanhar o desempenho do produto e do próprio gerador. Em uma análise, foi detectada quantidade elevada de prata, incomum nos lubrificantes. Os engenheiros da Mobil recomendaram que os anéis do pistão fossem verificados, pois provavelmente estavam se desgastando. Após alguns dias, a Mobil recebeu retorno dos técnicos da Celpa agradecendo a recomendação, pois realmente havia problemas com o pistão. Complicações mais graves foram evitadas devido à manutenção preventiva.
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Bons ventos No início dos anos 2000 uma grande seca no Brasil diminuiu sensivelmente o nível de água das barragens que movimentam as usinas hidrelétricas, causando uma grave crise de energia, que levou ao racionamento e impactou seriamente a economia nacional. Desde então, entrou em pauta a necessidade premente de o país diversificar suas fontes de energia, o que levou o governo brasileiro a criar, em 2002, o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) para incentivar a utilização de outras fontes renováveis, como eólica, biomassa e as chamadas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Em relação à energia eólica, desde o início do programa, os investimentos nesse segmento aumentaram consideravelmente. E, com isso, entraram em cena as soluções oferecidas pela Mobil. Como as turbinas ficam a uma altura média de 20 metros do solo, é grande o desafio de manter adequadamente lubrificadas as caixas de engrenagens, sem muitas paradas para manutenção. Daí a necessidade de desenvolver linhas específicas como os óleos e as graxas sintéticas Mobil SHC™ e o Mobilgear SH XMP™. Este último, em especial, óleo sintético de excelência, foi concebido para proporcionar
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Linha específica lubrifica engrenagens que geram energia eólica
excelente desempenho, mesmo nas condições mais adversas: altas temperaturas, cargas pesadas e contaminação com água. O Mobilgear SH XMP lubrifica mais de 30 mil turbinas eólicas no mundo e é utilizado por vários dos maiores fabricantes de peças e componentes para este segmentos, como engrenagens, rolamentos e outros.
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Indústria sucroenergética A cultura de cana-de-açúcar está intimamente ligada à história nacional. Após o ciclo colonial, em que a cana era a principal cultura do Brasil, passou por vários outros momentos de expansão. Durante o Império, apesar do predomínio da cafeicultura, a produção de açúcar continuou sendo um dos esteios econômicos do país. Já no século XX, o cultivo de cana-de-açúcar entraria novamente em evidência após a I Guerra Mundial (1914-1918), com a devastação das plantações de beterraba na Europa. Vários fazendeiros migraram do café para a cana-de-açúcar e inúmeros engenhos se concentraram tanto no Nordeste, entre Pernambuco e Alagoas, como em São Paulo, nas regiões de Campinas, Itu, Moji-Guaçu e Piracicaba. Para controlar a produção, foi criado em 1933 o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), que impôs um regime de cotas, atribuindo a cada usina as quantidades de cana tanto para ser moída quanto para a produção de açúcar e de álcool.
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Produtos Mobil presentes na expansão da indústria do açúcar
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Mas foi a partir de 1975, com a criação do Proálcool, resposta brasileira às crises do petróleo que se seguiram a partir de 1973, que a produção de cana-de-açúcar encontrou seu maior desenvolvimento, alavancando-se nas áreas tradicionais e em novas regiões, como o Paraná, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Nesse período surgiram grandes usinas que se tornaram as principais companhias da indústria sucroenergética do Brasil, em um novo patamar de profissionalização. A história desse importante segmento da agroindústria brasileira também teve a marca Mobil como indis-
Expertise para lubrificação correta faz da Mobil referência no setor sucroenergético. Ao lado, usina Costa Pinto
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pensável coadjuvante. Como suas atividades são sazonais, as usinas precisam manter o maquinário sempre em ordem para não comprometer as safras. Por isso, desde meados do século XX a Socony-Vacuum passou a prestar assistência técnica às principais usinas brasileiras, recomendando a lubrificação correta e garantindo o funcionamento de todos os equipamentos – quebradores, moendas, veículos de transporte e esteiras, além das máquinas de clarificação do açúcar. Na década de 1970, por exemplo, muito antes de a Cosan adquirir os direitos de uso da marca Mobil, a usina Costa Pinto (hoje integrante da Raízen) era lubrificada pela equipe Mobil, o que voltou a acontecer em 2009. A usina São Martinho, situada em Pradópolis (SP), parte do grupo empresarial de mesmo nome, é outra que historicamente conta com os serviços Mobil. Durante a década de 1960 a usina recebia lubrificantes e assistência técnica permanente, para acompanhamento de todo o trabalho de lubrificação do maquinário. Até hoje a Mobil é referência para lubrificação de usinas sucroenergéticas no Brasil, desenvolvendo nacionalmente produtos específicos para esse mercado. A linha de lubrificantes Mobil Industrial Lubricants™ está presente na Feira Internacional da Indústria Sucroalcooleira (Fenasucro), que exibe as tecnologias de lubrificantes para todo o setor. O grande diferencial da Mobil está na gama de produtos e serviços apresentados a seus clientes.
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Papel e celulose: produção ininterrupta Há muito tempo a Mobil oferece soluções para lubrificação da indústria de papel e celulose. Atualmente, cerca de 70% dos equipamentos de produção desse setor no Brasil utilizam produtos da marca, em especial o Mobil DTE PM 220™, feito a partir de óleos básicos especiais, de alta qualidade e quimicamente estáveis. A linha protege os componentes dos sistemas contra a ferrugem e corrosão e garante máxima proteção para as engrenagens e rolamentos expostos a condições severas. Com aditivos balanceados para a aplicação em máquinas de papel, o Mobil DTE PM 220 atende às especificações de todos os principais fabricantes desse tipo de maquinário, como a Voith Paper e Metso Paper, que recomendam seu uso no Brasil e em todo o mundo. Entre as muitas empresas atendidas pela Mobil no Brasil, destaca-se a Suzano Papel e Celulose, uma relação que já dura muitos anos. Na unidade
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Equipamentos expostos a condições severas recebem lubrificação balanceada
da Suzano localizada em Mucuri (BA) a máquina de papel da marca Voith é o principal equipamento de produção e, portanto, para que tenha eficiência adequada, é necessária a utilização de um lubrificante de altíssimo desempenho. Em acréscimo à disponibilidade do óleo, a Mobil oferece suporte técnico e treinamentos à equipe de manutenção e lubrificação da Suzano. Como é um produto de qualidade que rende por mais tempo, a quantidade de trocas recomendadas é menor, o que gera economia na compra de lubrificantes. A capacidade volumétrica do sistema é de 25 mil litros, com indicações para troca total a cada dois anos. Porém, o Mobil DTE PM 220 da Suzano Mucuri está há oito anos em uso sem a troca da carga. O acompanhamento é realizado através do laboratório central de análises de óleos usados da Mobil. A economia proporcionada pelo uso do lubrificante Mobil, porém, não é apenas atribuída à diminuição da necessidade de troca, mas principalmente pela não interrupção da produção, que demandaria uma parada de 45 horas.
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Mais carros nas ruas e novas estradas: oportunidades para a Mobil
Caminhos do desenvolvimento A partir dos anos 1920 os automóveis já estavam presentes no cotidiano das grandes cidades brasileiras, sobretudo em São Paulo. Além das mudanças na geografia urbana, os veículos também demandavam a abertura e pavimentação de estradas. Não à toa, Washington Luís, governador de São Paulo entre 1920 e 1924, cunhou como lema de sua campanha para o cargo a célebre frase “Governar é abrir estradas”. De fato, depois de eleito ele projetou e modernizou estradas no interior do estado e em direção ao porto de Santos. Após assumir a presidência da República, inaugurou em 1928 a Rodovia Rio-Petrópolis – a primeira asfaltada do Brasil – e a Rodovia Rio-São Paulo. Foi, contudo, a partir do governo do presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961) que o estímulo à indústria automobilística impulsionou definitivamente a abertura
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das estradas brasileiras. Um processo de expansão contínua que também teve a participação da marca Mobil, seja lubrificando as máquinas pesadas usadas para abrir e pavimentar as rodovias, seja oferecendo treinamento técnico e instruções de segurança de trabalho para os operários das empreiteiras. Entre as novas estradas, o destaque foi a Rodovia dos Imigrantes, hoje a principal via de ligação entre a capital Papel fundamental da Mobil para garantir maquinário em funcionamento na abertura e pavimentação de estradas brasileiras
de São Paulo e a Baixada Santista, litoral sul do estado. Prevendo a saturação da Via Anchieta, que havia sido inaugurada em 1947, em meados da década de 1960 teve início o projeto da autopista que, para vencer a íngreme Serra do Mar sem a necessidade de muitas curvas, foi concebida de acordo com o que existia de tecnologicamente mais avançado em termos de engenharia. Parte das obras foi realizada pela empresa S. A. Paulista, cliente Mobil que empregou maquinário moderno: moto-scrapers, tratores de esteira e guindastes de última geração, tudo devidamente lubrificado de acordo com a assistência prestada pelos técnicos da Mobil. A inauguração do primeiro trecho da Imigrantes, considerada na época a “rodovia do século”, ocorreu em 1974.
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Muito além do motor Se a lubrificação é fundamental para que os veículos funcionem bem, também é essencial para que sejam fabricados. O complexo maquinário que produz de motores a acessórios de veículos demanda lubrificação sob medida. Por isso, o desenvolvimento da Mobil sempre acompanhou muito de perto a evolução da indústria automobilística, inclusive no Brasil. Um dos casos mais notórios nesse segmento foi o serviço prestado à Karmann-Ghia do Brasil.
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Em 1959 foi proposto ao grupo Alemão Karmann AG a criação de uma companhia brasileira para fornecer peças estampadas e ferramentaria para outras empresas. Também era objetivo lançar no país o charmoso veículo produzido quase de forma artesanal, o Karmann-Ghia Coupê. A fábrica foi instalada na Rodovia Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP). Inaugurada em maio de 1960, os primeiros veículos nacionais da Karmann-Ghia saíram da linha de montagem sete meses depois. Todo esse processo contou com total apoio da Mobil para a correta lubrificação dos equipamentos da fábrica.
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Graxas e óleos Mobil permitem o funcionamento do bondinho durante todo o ano
Símbolo carioca Entre os mais emblemáticos símbolos do Rio de Janeiro, o Bondinho do Pão de Açúcar foi inaugurado em 27 de outubro de 1912. Na época, o teleférico só subia da Praia Vermelha até o morro da Urca. O trecho até o alto do morro do Pão de Açúcar começou a funcionar três meses depois, em 18 de janeiro de 1913. Construído, operado e mantido pela Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar, o complexo turístico Pão de Açúcar é visitado por mais de um milhão de turistas por ano, atraídos pela beleza panorâmica da “Cidade Maravilhosa”. Uma responsabilidade e tanto funcionar 365 dias por ano, com total segurança e o maior intervalo possível entre as ações de manutenção para manter esse ritmo de funcionamento. Além de diminuir o atrito entre as engrenagens do teleférico, é preciso garantir proteção total do equipamento contra a maresia, já que o Pão de Açúcar é cercado pela Baía de
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Guanabara. Um desafio que, desde a inauguração, foi enfrentado, e vencido, com as graxas e óleos especiais Mobil. Em meados da década de 1960 a Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar realizou longa pesquisa para definir um programa especial de lubrificação. Assim, em 1968 a Mobil foi contratada não só para fornecer lubrificantes para os cabos de aço, motores elétricos, rolamentos, compressores de ar e sistemas de freio do Bondinho e da casa de máquinas, como passou a dar suporte às ações de manutenção, por meio do departamento técnico. Esse serviço teve especial importância em 1972, quando o antigo bonde foi trocado por uma máquina mais moderna, importada da Europa, em operação até hoje. Na mudança, foram necessárias diversas adaptações em relação à viscosidade do produto aplicado para adequá-lo ao clima do Rio de Janeiro, o que impõe condições de operação muito diferentes das originais. Ainda hoje esse é um dos grandes desafios da Mobil, que realiza análises periódicas, garantindo que, em todo esse tempo, jamais tenham ocorrido problemas mecânicos relacionados à lubrificação.
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CSN Usina Presidente Vargas, Volta Redonda (RJ)
Soluções a granel A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), fundada em 1941 como estatal e que seria privatizada em 1993, foi sempre uma grande consumidora de graxas e lubrificantes Mobil. Entre os anos de 1970 e 1980 foram implementados grandes projetos de expansão na Usina Presidente Vargas – até hoje a principal siderúrgica da Companhia, em Volta Redonda (RJ) – o que estimulou o desenvolvimento de um projeto especial para a gestão dos insumos lubrificantes. Diante do alto consumo, foram estudadas formas de reduzir gastos com transporte e embalagem, chegando-se a um sistema de venda a granel, criado exclusivamente para as condições do cliente. A partir de então, os produtos destinados à CSN passaram a ser transportados em contêineres dotados de um sistema especial de aquecimento, de modo a facilitar o bombeamento do conteúdo aos tanques de armazenagem da usina, com segurança e sem perda da qualidade dos produtos. A Mobil foi pioneira nesse tipo de entrega, que, de fato, reduziu significativamente os custos.
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Até nas latas de alumínio A ideia de usar embalagens metálicas para acondicionar bebidas gaseificadas surgiu ainda na década de 1940 e partiu dos próprios produtores de latas, até então destinadas a alimentos processados, como sardinhas. Para que isso fosse viável, porém, a lata deveria ser capaz de suportar pressões internas elevadas ocasionadas pela gaseificação. Confeccionadas em aço, as primeiras latas para bebidas eram feitas em três partes: tampa, corpo e fundo. Foram aprimoradas, de forma que a quantidade de camadas de aço fosse reduzida.
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Na década de 1960, no entanto, o alumínio demonstrou ser um sucedâneo vantajoso para utilização em latas de bebidas. O material tinha como principal vantagem – adicionada à maior leveza, maleabilidade e resistência à corrosão – o fato de possibilitar a fabricação das latas em apenas duas partes, o corpo e a tampa, um processo deÓleo especial lubrifica chapas que vão se transformar em latas
nominado two-pieces can. Isso possibilitou a impressão em 360° no corpo da lata, o que a tornava mais atraente. Em 1985 as latas de alumínio já dominavam o mercado internacional de cervejas e refrigerantes. No Brasil, porém, as primeiras unidades surgiram apenas em 1988, e ainda eram feitas de folhasde-flandres – material composto por ferro e aço de baixo teor de carbono, revestido com estanho –, apesar de o país já ser autossuficiente na fabricação de alumínio primário desde 1982. Somente no final da década de 1980 começaram os investimentos que tornaram possível a fabricação brasileira da versão two-pieces can. Nesse processo, os lubrificantes Mobil representaram um papel essencial. Era necessário um óleo especial para a lubrificação das chapas de alumínio que são expandidas no momento de ganhar a forma de lata e, para tanto, a equipe da Mobil forneceu o Mobil Prosol 44™ e deu toda assistência técnica necessária. No início da década de 1990 o consumidor brasileiro já podia contar com as novas latas de alumínio, mais leves, mais econômicas e atraentes, além de altamente recicláveis. Até hoje a Mobil fornece o Prosol 44 para a maioria dos produtores de latas para bebidas e para outras indústrias que trabalham com laminação de alumínio.
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Menos desgaste, mais economia Fundada em 1969, a Cooperativa Central Oeste Catarinense Aurora é hoje um dos maiores conglomerados industriais do Brasil e referência mundial na tecnologia de processamento de carnes. Como toda grande indústria, a Aurora sempre entendeu que a aplicação de novas tecnologias em lubrificação proporciona menores desgastes dos componentes e permite uma operação mais segura dos equipamentos. Por isso, desde a década de 1990 tornou-se parceira da Mobil, utilizando o Gargoyle Artic SHC 226E™. Estudos realizados pela Mobil demonstraram que o lubrificante superou as expectativas de qualidade e desempenho, proporcionando a redução drástica no volume de trocas de lubrificantes. Após quase duas décadas em uso e sem trocas, os resultados não deixam dúvidas: os lubrificantes industriais e a assistência do departamento técnico da Mobil contribuem para reduzir custos.
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Serviços de ponta Desde a década de 1970 a Mobil utiliza programas computadorizados para acompanhar a lubrificação do maquinário de seus clientes. Inicialmente, os dados eram armazenados em disquetes e verificados em computadores mainframe. Hoje, com a evolução de softwares e hardwares, foi possível simplificar esse serviço, tornando-o mais ágil e assertivo. Um dos principais destaques nesse sentido é o OilXplorer, plataforma de serviços destinada ao planejamento, execução e acompanhamento da manutenção de máquinas e equipamentos. O OilXplorer Analysis, avançado sistema de análise de óleo em uso, contribui para melhorar cada vez mais o desempenho da lubrificação.
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Alimentos com segurança Um dos grandes desafios para a lubrificação na indústria alimentícia é minimizar os riscos de contaminação, mesmo em prejuízo do desempenho do maquinário. Em 2010 a Mobil apresentou então a solução definitiva para que segurança e performance pudessem caminhar juntas. Durante a Feira Internacional de Embalagens, Processos e Logística para as Indústrias de Alimentos e Bebidas (Fispal), foi apresentada uma linha inédita de produtos destinados à indústria alimentícia, o Mobil SHC Cibus™. A família é composta por lubrificantes 100% sintéticos, incolores e com odor reduzido, com formulação livre de materiais de origem animal e alérgenos de nozes, trigo ou glúten. Em conformidade com as exigências do Food and Drug Administration (FDA), órgão norte-americano reconhecido internacionalmente na regulamentação das atividades da indústria alimentícia e de medicamentos, o Mobil SHC Cibus reduz os riscos de contaminação e oferece estabilidade contra a oxidação em longo prazo, protegendo contra a ferrugem, a corrosão e o desgaste de equipamentos.
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No autom贸vel
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“E, subitamente, é a era do Automóvel. O monstro transformador irrompeu, bufando, por entre os descombros da cidade velha, e como nas mágicas e na natureza, aspérrima educadora, tudo transformou com aparências novas e novas aspirações. (...). Só pelas ruas esguias dois pequenos e lamentáveis corredores tinham tido a ousadia de aparecer. Um, o primeiro, de Patrocínio, quando chegou, foi motivo de escandalosa atenção. Gente de guarda-chuva debaixo do braço parava estarrecida como se estivesse vendo um bicho de Marte ou um aparelho de morte imediata. Oito dias depois, o jornalista e alguns amigos, acreditando voar com três quilômetros por hora, rebentavam a máquina de encontro às árvores da Rua da Passagem. (...) Quem poderia pensar na influência futura do automóvel diante da máquina quebrada de Patrocínio? (...) Ninguém! absolutamente ninguém (...).” “A era do automóvel”, in João do Rio, Vida vertigi-
nosa, 1911, p. 14-16. A crônica de João do Rio (pseudônimo do jornalista Paulo Barreto) comenta, com certo escárnio, o primeiro acidente automobilístico do Brasil, envolvendo o abolicionista José do Patrocínio e seu amigo Olavo Bilac. Em 1903, no Rio de Janeiro, Bilac dirigia o Serporllet a vapor de Patrocínio, que ia no banco do carona, e depois de realizar uma sucessão de manobras chocou-se contra uma árvore. Indignada, a população via com espanto a proliferação daquelas estranhas “carruagens” que dispensavam animais e podiam se mover sozinhas, a velocidades “incríveis”.
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O primeiro carro que o Brasil conheceu foi o que Alberto Santos Dumont, o “pai da aviação”, trouxe de Paris, em 1890: um Peugeot com motor Daimler e dois cilindros em “V”, com 3,5 cavalos de potência. Dumont acompanhava com fascínio o desenvolvimento dos motores a explosão, principalmente porque via neles uma possibilidade de resolver os problemas técnicos para criar suas “máquinas de voar”. Mais tarde, Dumont adquiriu muitos outros veículos para que servissem de laboratório a seus inventos. Ainda nos primeiros anos do século XX, os “monstros bufantes” começaram a se tornar mais comuns, embora ainda como um luxo ou excentricidade de poucos. Tanto que, em 1900, o então prefeito de São Paulo, Antônio Prado, instituiu leis e taxas para regulamentar o uso do automóvel. Três anos depois, a prefeitura tornaria obrigatória a inspeção dos veículos para fornecer uma placa de identificação, que seria afixada na parte traseira do automóvel. Em 1904 tornou-se obrigatório o exame para motoristas e a emissão das carteiras de habilitação. Na época, a cidade de São Paulo possuía uma “frota” de 16 veículos, dez a mais do que a capital, Rio de Janeiro. Em todo o Brasil já eram mais de 80.
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A partir daí, o fascínio do brasileiro por essas máquinas só fez crescer. Em 1907 foi criado o Automóvel Club do Brasil, no Rio de Janeiro, que passou a promover feiras e exposições. Naquele mesmo ano era lançada uma revista que marcaria época, ao nascer com o objetivo de apresentar um panorama da nova sociedade. A publicação adotou como nome uma onomatopeia ligada ao automóvel: Fon Fon. Não tardaria para que aqui também fossem produzidos carros. Ou, melhor dizendo, fossem montados. Como o estágio tecnológico do Brasil não permitia produção autônoma da grande maioria dos componentes, as primeiras montadoras que se instalaram no Brasil faziam exatamente isso: montavam os automóveis que eram importados em lotes de peças.
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Chegada de montadoras amplia oferta e inaugura a era do automóvel no país
Esse sistema produtivo foi chamado CKD, abreviatura do inglês completely knocked-down (“completamente desmontado”). Ao lado da importação de automóveis prontos, o sistema CKD aumentou a oferta de veículos de passeio e de pequenos caminhões no mercado brasileiro. A Ford Motors Company foi a primeira a chegar ao Brasil, em 1919, para a montagem do Ford Bigode e de caminhões. Em 1925 foi a vez da General Motors, que produzia os furgões Chevrolet. O mundo de quatro rodas e da velocidade tinha vindo para ficar. Estava inaugurada a era do automóvel e do automobilismo brasileiro. E, com ela, abria-se ainda mais o mercado para os lubrificantes da marca Mobil, que, desde os primeiros anos do século, eram os preferidos entre as indústrias brasileiras.
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Fama reconhecida Os lubrificantes automotivos da Vacuum eram produzidos nos Estados Unidos desde 1877. No Brasil, embora não existam notícias oficiais sobre quando começaram a ser importados, sabe-se que desde os primeiros anos do século XX eles já eram famosos e reconhecidos por aqui como os mais duráveis e econômicos, como o Gargoyle Mobiloil™. Entre os anúncios mais antigos disponíveis, o do distribuidor Zerrener Büllow & Comp., de 1909, apresentava o Mobiloil B™ como os “mais lubrificantes” para automóveis.
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Suporte ao cliente Os primeiros automóveis no Brasil eram privilégio de uma pequena elite e, para servir às famílias, logo surgiu a figura do chauffer. O termo deriva de chauffage e a sua tradução literal é “aquecimento”. A associação do termo ao condutor deu-se porque o calor produzido pelas caldeiras dos primeiros veículos elevava a temperatura do motor às alturas. Apenas em 1886, para alegria dos suados motoristas, o radiador foi inventado por Karl Benz, que o instalou no primeiro carro que construiu. Mesmo assim, o termo persistiu e acabou sendo “abrasileirado”: chofer. O chofer, em geral, além de dirigir o automóvel, também era responsável por sua manutenção. Tratava de mantê-lo limpo, abastecido e lubrificado. Por isso, mais do que divulgar anúncios e matérias em jornais voltados a esse público, em 1924 a Vacuum Oil Company lançou um folheto chamado Lubrificação Scientífica de Automóveis, endereçada a todos os dedicados choferes.
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Lubrificação pós-guerra Em 1938 já trafegavam pelas ruas e estradas do Brasil mais de 170 mil automóveis. Mas logo viria a II Guerra Mundial e a diminuição do ritmo de crescimento da frota nacional diante da dificuldade de importar tanto os veículos e peças, como combustíveis e lubrificantes, itens destinados quase exclusivamente para uso militar. Foram adotadas então medidas de contenção de consumo – racionamento de alimentos, álcool e combustíveis, por exemplo – este último, afetando diretamente a indústria automobilística e o novo estilo de vida urbano. Em 1942 foi criada a Comissão de Racionamento de Combustíveis, que autorizava a compra de pequenas quantidades de gasolina, com a recomendação de que os automóveis deveriam ser usados apenas em caso de extrema necessidade e em baixa velocidade. Para driblar o problema, muitos dos veículos foram adaptados para usar outros tipos de combustíveis, como o carvão, a partir de um equipamento um tanto desengonçado que criava uma verdadeira “fogueira” no porta-malas do carro, o gasogênio. O jeito para a maioria, no entanto, foi mesmo deixar os carros parados. E, quando o racionamento terminou, ao final da guerra, em 1945, a Socony-Vacuum tratou de aconselhar: lubrifique corretamente seu automóvel antes de sair com ele.
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Racionamento leva brasileiros a utilizar combust铆veis alternativos
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Dedicação à família A partir das décadas de 1930 e 1940, favorecido pela conjuntura econômica mundial e estimulado pela política econômica do Estado, o parque fabril brasileiro se diversificou, especialmente na produção de matérias-primas básicas, entre as quais o aço, o cimento e a celulose. Além das profundas transformações na estrutura econômica, a implantação da indústria de base acabaria por se refletir também na cultura do país. Para a construção da usina siderúrgica de Volta Redonda, o presidente Getúlio Vargas contou com significativa ajuda dos Estados Unidos. Em troca, o Brasil abriu suas portas aos produtos e à cultura norte-americanos. O
American Way of Life – o novo modo de vida pautado pela liberdade de consumo – chegava para ficar. Os anos 1950 trariam a consolidação desse processo, com a instalação de diversas empresas estrangeiras, dando significativo impulso à produção de bens de consumo, antes restritos a uma minoria privilegiada. De carros a liquidificadores e aparelhos de TV, esses produtos passaram a ser acessíveis à nascente faixa da população: a “classe média”. Nessa nova realidade, o chofer saía de cena – agora, quem cuida do automóvel é a família. Para acompanhar o novo estilo de vida é lançada a campanha Economia Mobiloil. A qualidade do produto Mobil permite seu uso prolongado e, assim, sobra mais tempo para a convivência com a família e mais dinheiro para aquisição de outros itens de consumo: roupas, férias, escola para os filhos, casa de campo...
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Mais acess铆veis, carros se tornam populares e Mobil faz campanha para cliente direto
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Cuidado é economia Apesar dos grandes avanços do setor automobilístico brasileiro, até meados dos anos 1950 apenas 1% da população possuía carro, embora os automóveis representassem 15% do total das importações, o maior índice da pauta. A sua popularização só se daria no governo Juscelino Kubitschek, a partir de um ambicioso plano que pretendia levar o país a crescer “50 anos em 5”, o Programa de Metas. Em 1956 JK criou o Grupo Executivo da Indústria Automobilística (Geia), órgão responsável por coordenar a implantação do segmento no Brasil e que estabeleceu para as empresas aqui instaladas a fabricação de automóveis integralmente nacionais num prazo de cinco anos. No final dos anos 1950 várias companhias já produziam veículos no Brasil, entre automóveis, caminhões e utilitários: DKW-Vemag, FNM, Ford, General Motors, Mercedes-Benz, Romi, Volkswagen, Willys Overland, Simca e Toyota. Na época, eram montados cerca de 60 mil veículos por ano e a frota nacional já ultrapassava 800 mil, embora a maioria ainda fosse importada. Entre 1957 e 1961 a produção anual multiplicou, com índices progressivos de nacionalização dos veículos e autopeças. Com mais acesso ao automóvel, dos mais luxuosos aos populares, o cliente Mobil não era mais apenas o chofer ou o chefe de família. Homens, mulheres e jovens, todos podiam ter seus próprios veículos. Mas mesmo os populares, como o fusca, requeriam cuidados que não eram “luxo”. Por isso, a Mobil lançou a campanha “Qualidade não é luxo – é até economia”.
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Apesar da crise Ao final do governo JK os objetivos principais do Geia já estavam conquistados. Mas a partir da década de 1960 a indústria automobilística brasileira sofreria os reveses da difícil situação econômica e política do país, a partir da renúncia do presidente Jânio Quadros, em 1961, e que culminaria com o golpe militar, em 1964. A nova realidade impôs ao setor uma reorganização, envolvendo grandes processos de fusões, entre as quais a incorporação da Simca pela Chrysler e a Willys pela Ford. Apesar disso, os lubrificantes Mobil, que ainda eram comercializados com o nome Mobiloil, continuavam fazendo sucesso junto aos proprietários de veículos de todas as marcas. Em 1966 era lançado um novo produto dotado de multiviscosidade: Mobiloil Special™, voltado para motores a gasolina.
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Sob medida para o Brasil Entre 1968 e 1974 a economia brasileira deu claros sinais de expansão. O PIB cresceu 4,8% em 1967 e 8,4% no ano seguinte e chegaria a impressionantes 14% em 1973, índice só alcançado até então por países altamente desenvolvidos. A inflação se estabilizou na casa dos 20 a 25% ao ano, considerada razoável. E tudo isso num cenário externo extremamente favorável, com o crescimento das principais economias capitalistas e a expansão do comércio internacional. Era o chamado “milagre econômico”. O carro-chefe desse movimento de expansão foi a indústria, embora a agricultura e o setor terciário também atingissem níveis excelentes de crescimento. Na parte de infraestrutura o milagre mostrou seu lado mais espetacular: o Brasil ganhou novas feições, das telecomunicações às grandes usinas hidrelétricas, pontes, estradas e metrôs. Um país tão pujante e com uma indústria automobilística de porte e acelerado processo de urbanização merecia um produto sob medida para suas condições climáticas e viárias. Foi nesse cenário que, em 1969 surgiu, o Mobiloil Super™, o primeiro lubrificante SAE 10W-50 do Brasil. Sua propriedade multiviscosa era adequada a baixas e altas temperaturas, trazendo proteção ao motor tanto no inverno como no verão, no tráfego lento das cidades ou nas altas velocidades das estradas.
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Mobiloil Super surge para acompanhar pujan莽a do cen谩rio econ么mico
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Campanha premiada O crescimento acelerado do Brasil durante o período do “milagre econômico” também consolidou a indústria cultural no país. Do ponto de vista de criação e originalidade, as décadas de 1970 e 1980 representam a fase áurea da publicidade brasileira, com a multiplicação das agências e o reconhecimento desse campo como um dos melhores do mundo. E a Mobil também teve nesse período campanhas premiadas, como a do Mobiloil Super, de 1970, criada pela agência DPZ. Nela, o motorista era convidado a “seduzir” seu automóvel, a partir de máximas como “Suborne seu carro”, “Amor em latas de um litro”, “Conquiste seu carro. Pelo estômago”, “Um bom motorista começa pelo cárter”. Em 1971 a campanha ganhou o primeiro prêmio da Revista Propaganda, que enfatizava: “A Campanha enobreceu o óleo, glamourizando o produto através de peças criativas e elevado bom gosto dos layouts realizados”.
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Formulação enriquecida O lançamento do Mobiloil Super não foi inovador só na propaganda. Enquanto muitos concorrentes ofereciam aditivos para serem acrescentados ao lubrificante, e assim melhorar a sua performance, o produto Mobil já vinha pronto, com 12 aditivos em sua formulação. Claro que tanta qualidade se refletia no preço, um pouco superior em relação aos óleos comuns, embora, se fossem somados os preços dos aditivos, o custo seria equivalente ou até menor . Por isso, a campanha de 1972-1973 mostrava belos carros importados e sugeria: para quem compra um carro como esses, não custa nada gastar mais um pouco com lubrificantes de qualidade!
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Respostas à crise do petróleo “Carro a álcool: você ainda vai ter um”: a campanha publicitária lançada pela Copersucar em 1983 não poderia soar mais profética. O desafio de encontrar um substituto à altura da gasolina acabou se convertendo em um dos mais bem-sucedidos programas de combustíveis renováveis do planeta, o Proálcool, lançado em 1975. Foi uma resposta às crises do petróleo da década de 1970, que levaram a economia global à recessão. No setor automobilístico, este momento significou basicamente o fim da era dos “carrões”, grandes e gastadores. Em
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Propriedades superiores do Mobil Super surpreendem o mercado
seu lugar, no mundo e também no Brasil, surgiram veículos compactos e econômicos, de duas portas. A dificuldade, no entanto, transformou-se em oportunidade para a Mobil do Brasil. Em 1977 a empresa iniciava pesquisas com apoio internacional sobre os efeitos que o uso de três tipos não convencionais de combustíveis poderia ter sobre os lubrificantes para motores: álcool hidratado, gasolina misturada com álcool anidro e gasolina pura. A partir daí, surgiram novas formulações, testadas por equipes de rally pelo interior de São Paulo. Os carros, identificados com a marca Mobil, não podiam parar e as equipes se revezavam ininterruptamente. Os estudos também visavam obter produtos que proporcionassem maior economia de lubrificantes minerais, a partir de petróleo, uma vez que os motoristas brasileiros costumavam trocar o óleo em períodos bem menores do que o indicado pelos fabricantes de automóveis. O tempo mínimo recomendado na época era de 5.000 quilômetros, mas era comum serem substituídos a cada 3.600 quilômetros. Como resultado, em novembro de 1979 o Mobiloil Super deu lugar ao Mobil Super™ 20.000km, inédito para uso durante 20 mil quilômetros sem troca, e pioneiro no país em atender às especificações API-SF – lançada em 1980, no lugar da versão anterior, de 1945 – a mais rigorosa do mundo para lubrificantes de motores a gasolina. O produto trazia outras inovações: era um dos primeiros óleos brasileiros desenvolvidos para atender às exigências de motores a álcool, suprindo, igualmente, os de gasolina e os de combustíveis misturados.
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Embalagem em forma de Apollo 11 e ação com pedras da lua promovem o Mobil SHC
No calor e no frio Em 1974 a Volkswagen lançou no Brasil o Passat, carro inovador com refrigeração líquida. O carro alemão tinha uma especificidade: com a grande variação climática do país de origem, era preciso colocar um aditivo no radiador, de forma que a temperatura da água fosse reduzida no verão e não congelasse no inverno. O Mobil Permazone™ foi então desenvolvido para solucionar o problema. Era um aditivo anticongelante para água do radiador, produto considerado “especialidade”, fora da linha tradicional de lubrificantes. Devido
à
especificação
da
Volkswagen, o produto passou a ser fabricado pela Mobil no Brasil, sendo o único indicado pela montadora por cerca de dez anos. Diante da grande aceitação do produto, em 1981 o Permazone foi lançado no para ser utilizado em outros automóveis.
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Mobil 1™ Em 1958 a Mobil havia lançado o Mobil Oil Jet Engine Oil™, seu primeiro lubrificante sintético para aviões a jato. O sucesso comprovou a viabilidade da relação custo-benefício para a criação de versões sintéticas destinadas a outros mercados. Pesquisas foram realizadas para encontrar aplicações possíveis: motor de carros e caminhões, usos industriais, submarinos e sistemas de orientação de foguetes. Em 1973 a Mobil desenvolveu um novo lubrificante sintético para automóveis e a Europa foi escolhida para o teste piloto. Ainda no período experimental o produto foi aprovado com entusiasmo, especialmente entre os donos de automóveis de alto desempenho. No mesmo ano, diante da crise internacional de petróleo, novamente foi necessário reduzir o consumo da matéria-prima. A essa altura a Mobil já dominava a tecnologia para produzir o primeiro lubrificante sintético automobilístico em grande escala. Assim, em 1974 foi lançado oficialmente o Mobil SHC
(Synthetic Hydro-Carbon). Em alusão às viagens espaciais em curso na época, a embalagem tinha o formato da cápsula da Apollo 11, nave que havia feito a primeira aterrissagem na Lua em 1969 utilizando lubrificante sintético. Amostras de pedras lunares estudadas pela Mobil Internacional foram doadas para a equipe da Mobil do Brasil e usadas em diversas ações pelo país para promover o Mobil SHC. Como a linha de produtos sintéticos para aplicações industriais e de aviação trazia a denominação
A história da marca Mobil | 135
“SHC”, ainda no final da década de 1970, o lubrificante sintético para automóveis foi rebatizado e passou a se chamar Mobil 1. Para a divulgação do produto, a Mobil iniciou o patrocínio de pilotos de corridas de diversas modalidades, como Fórmula 1, Hotcar e Stock Car. Até hoje, o Mobil 1 é referência em lubrificante sintético automotivo. Tanto que grandes marcas ao redor do mundo usam e recomendam Mobil 1 em seus veículos, em alianças globais voltadas para proteger e otimizar a alta performance dos motores dessas máquinas. A Porsche, por exemplo, mantém parceria com a Mobil desde a década de 1990, no mundo todo.
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Mais de um milhão desses luxuosos veículos já saíram da fábrica com o lubrificante Mobil 1. A empresa, inclusive, recomenda o uso exclusivo de Mobil 1 no manual do proprietário e em todas as concessionárias da montadora. Com a Chevrolet, a parceria mundial com a Mobil existe desde 1993. Os carros esportivos Corvette saem da fábrica com Mobil 1 e a fábrica recomenda o uso do produto nas trocas. Outros modelos e marcas de alta performance que utilizam produtos Mobil no primeiro enchimento são Aston Martin DB9, DB9 Volante, Rapide S, V12 Vantage Coupé e Roadster, V12 Zagato e Vanquish, Bentley Continental Flying Spur, Continental GT, Continental GTC e Mulsanne, Camaro Copo, Lexus LFA 2013, McLaren MP4-12C e Nissan GT-R.
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Fase difícil Ainda como reflexo das dificuldades geradas pelas crises do petróleo, em 1977 o governo brasileiro impôs restrições severas às importações e ao consumo de derivados de petróleo. Ninguém podia andar a mais de 80 quilômetros por hora nas estradas, os postos de serviço tinham que fechar, obrigatoriamente, à noite e nos finais de semana. Além disso, foi proibido qualquer tipo de publicidade que estimulasse o consumo. Em relação aos lubrificantes, foi determinado que todas as empresas do setor que operavam no Brasil, incluindo as multinacionais, comprassem matérias-primas nacionais. Ou seja, os óleos básicos deveriam ser exclusivamente adquiridos da Petrobras e os preços do produto final passaram a ser tabelados, independente da qualidade. A decisão foi prejudicial à Mobil, uma vez que os produtos da marca possuíam diferenciais de qualidade que se refletiam nos preços, um pouco acima da concorrência. Com a venda tabelada, não era possível fazer essa distinção, o que criou situações insólitas, como em 1988, quando a Mobil tentou lançar no Brasil o óleo multiviscoso Mobil Super XHP™, que trazia a nova especificação de viscosidade API-SG, lançada mundialmente no mesmo ano. Por não se enquadrar em nenhuma categoria dos lubrificantes existentes no mercado, não era possível haver um preço predefinido. Ou seja, o óleo simplesmente não pôde ser comercializado no país até que fosse criada uma nova categoria oficial.
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Da década perdida aos importados Em 1981 a produção da indústria automobilística brasileira teve a menor produção desde 1973. Era o resultado do grande mal que assolaria o país durante toda aquela década: a recessão. A alta dos juros internacionais impactou diretamente na dívida externa – levando-a a níveis estratosféricos – e na inflação, ocasionando, por consequência, queda do PIB, do nível de emprego e da atividade econômica. Era o
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fim do “milagre”, que abriu caminho para a década considerada por muitos analistas como “perdida” no âmbito econômico. No setor automobilístico, os resultados foram desastrosos, especialmente após o fracasso do Plano Cruzado, lançado em 1986 na tentativa de conter a inflação que chegava aos 300% ao ano. Comprar carro novo ficava cada vez mais difícil para a maioria da população e o setor encolheu, junto com os níveis de investimento. Com isso, a indústria brasileira ficou muito defasada em relação aos principais países produtores. Isso entrou em evidência no último ano da década de 1980, quando Fernando Collor de Mello, primeiro presidente brasileiro eleito de forma direta depois de mais de 20 anos, declarou sua opinião sobre os carros nacionais numa entrevista logo após a eleição: “São carroças”, disse ele. A principal plataforma de Collor era a modernização da economia e a abertura do país ao mercado externo. E a indústria automobilística tornou-se símbolo dessas mudanças. Assim que tomou posse, em março de 1990, entre suas principais iniciativas estava o fim Crise econômica que atingiu o cidadão comum abre caminho para os produtos Mobil no Brasil
das reservas de mercado – em relação aos automóveis, inclusive. Para incentivar a volta dos importados, os impostos foram reduzidos e as barreiras alfandegárias retiradas. Também caiu o tabelamento de preços de lubrificantes, tornando possível a distribuição do óleo multiviscoso Mobil Super XHP dois anos após seu pré-lançamento, além de outros produtos especiais para os carros vindos de fora. O Brasil entrava na era do mundo globalizado.
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Parcerias promissoras A partir de meados da década de 1990, com os bons resultados obtidos após o Plano Real, o Brasil assistiu a uma nova onda de implantação de modernas indústrias de automóveis. Em 1997 o país quebrava recordes na produção anual de veículos, ultrapassando dois milhões de unidades, muitos destinados à exportação, tanto para os países do Mercosul como para outros continentes. Uma das empresas que implantou fábricas no Brasil a partir desse período foi a francesa Peugeot Citroën, que passou a produzir veículos nacionais em Porto Real (RJ) em 2001. Desde o início a empresa estabeleceu uma aliança estratégica com a Mobil, pela qual foi possível desenvolver novas tecnologias de lubrificantes. Além disso, o primeiro enchimento para lubrificação dos motores e sistemas de transmissão dos veículos produzidos no Brasil pela Peugeot Citroën utiliza produtos Mobil.
Aliança estratégica com a Peugeot Citroën desde sua chegada ao Brasil
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Por trás de grandes marcas Alguns grandes fabricantes de máquinas optam por comercializar lubrificantes de marca própria, com especificações particulares. No entanto, como o desenvolvimento e a fabricação desses produtos ficam a cargo de especialistas, a Mobil foi escolhida para produzir os lubrificantes de diversas empresas. Com a Toyota, um dos maiores fabricantes mundiais de veículos, a parceria com a marca Mobil teve início ainda quando a empresa produzia o emblemático jipe Bandeirante na fábrica de São Bernardo do Campo (SP). A unidade se instalou ali em 1961, embora desde a década anterior a Toyota já montasse o veículo no Brasil, com peças importadas. Bem mais adiante, com a abertura econômica do inicio da década de 1990, a empresa voltaria a focar o país, primeiro trazendo veículos importados e, a partir de 1998, implantando uma moderna fábrica em Indaiatuba (SP) voltada à produção nacional do Corolla. Nesse momento, a parceria com a Mobil consolidou-se, com o desenvolvimento do Toyota Genuino Motor Oil. Des-
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de então, mais de 25 milhões de litros do lubrificante já foram comercializados nas concessionárias da montadora no país. Trata-se de uma aliança sólida e de longo prazo, que inclui o desenvolvimento conjunto de tecnologias capaz de render, até mesmo, premiações de excelência à marca Mobil. É o caso do “Toyota Technical R&R Award”, conquistado em 1997 e 2011. A General Motors também está no rol de parceiros Mobil. Desde outubro de 2012, a Mobil produz o lubrificante Peças Genuínas GM Dexos 1, uma especificação de lubrificante da GM criada para padronizar globalmente o atendimento aos requerimentos dos veículos produzidos pela montadora. O lubrificante sintético de última geração é destinado a veículos com motores a gasolina e a Mobil fornece tanto para o primeiro enchimento na fábrica como para o pós-venda.
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Primeiro óleo sintético totalmente nacional completa a família “Super”
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Cem por cento Brasil A grande inovação dos lubrificantes Mobil para veículos de passeio ocorreu em 2009, com o lançamento da família Mobil Super, resultado de pesquisas intensivas para compreender a necessidade do consumidor. Testados na Stock Car brasileira, os novos produtos têm uma identidade jovem e adequada a cada perfil de uso. O Mobil Super Original™ e o Mobil Super Protection™ oferecem elevados níveis de proteção para o motor. O Mobil Super Ecopower™ é um lubrificante de baixa viscosidade que, comparado aos lubrificantes de viscosidade mais utilizada (20w-50), é capaz de reduzir até 4% o consumo de combustível. Já o Mobil Super Flex™ distinguese por ser uma solução para os veículos bicombustíveis. E, completando a família, em 2011 e 2012 foram lançados, respectivamente, o Mobil Super Sintético™ – primeiro óleo automotivo 100% sintético da marca totalmente produzido no Brasil – e o Mobil Super Pick-up & SUV™.
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Dois em um Em 1986, durante o auge do Proálcool, cerca de 90% dos veículos comercializados no país eram equipados com motor a álcool hidratado. A produção do combustível recebeu importantes subsídios governamentais, o que o tornou competitivo em relação à gasolina. Por isso, a demanda por álcool acabou maior que a oferta, gerando uma crise de desabastecimento que fez com que os consumidores deixassem de comprar carros a álcool. Ao mesmo tempo, aquela primeira geração apresentava problemas: o motor demorava a pegar, especialmente em dias frios, obrigando o motorista a “esquentar” o carro antes de sair, com o afogador acionado. E não era raro o motor falhar quando era mais demandado. Essas dificuldades fizeram com que na década de 1990 praticamente deixassem de ser produzidos no Brasil veículos movidos exclusivamente a álcool. A crise levou uma equipe de engenheiros da filial brasileira da Robert Bosch a considerar o flex fuel – ou bicombustível – uma opção para reativar o mercado brasileiro de álcool hidratado. Essa tecnologia havia sido desenvolvida e patenteada pela filial norte-americana da Bosch, a partir de um sistema de detecção de combustível por meio de uma sonda que media a condutividade elétrica do ar e estabelecia uma correlação com a quantidade de oxigênio presente no reservatório. Até o final da década de 1990, porém, nenhuma montadora havia se interessado pelo novo sistema. Mas, diante do contexto brasileiro naquele momento, o carro flex parecia ser a redenção do sistema implantado pelo Proálcool. E, de fato, foi. Em abril de 2003, a Volkswagen lançou o primeiro, o Gol Total Flex 1.6. Cerca de dez anos depois, salvo algumas exceções, todas as montadoras instaladas no Brasil produzem carros bicombustíveis – cerca de 85% das vendas de automóveis zero no país, colocando novamente o Brasil na vanguarda do chamado combustível verde.
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Paixão antiga Desde os primeiros anos do século XX, o automobilismo ganhou a atenção do grande público, por meio de competições de rua como a de Le Mans, na França. No Brasil, a primeira corrida oficial aconteceu em São Paulo, no ano de 1902, no Hipódromo da Mooca. A segunda, no Rio de Janeiro, em 1905, teria sido organizada pelo prefeito Pereira Passos para comemorar as obras de remodelação do Largo do Machado. Três anos depois o público assistiu à primeira corrida de automóveis mais estruturada do Brasil: o Circuito de Itapecerica. Na década de 1920 as “corridas de carro” eram praticadas em várias cidades do país, sobretudo em São Paulo e Rio, atraindo um grande número de pessoas, especial-
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Do passado até hoje, corridas automobilísticas atraem grande público
mente os apaixonados pela velocidade. Tanto que em 1936 a Companhia City, responsável pela urbanização do Jardim América, um dos primeiros bairros planejados de São Paulo, chegou a promover uma corrida de automóveis nas ruas próximas. Mas naquele mesmo ano as competições automobilísticas foram proibidas em todo o estado de São Paulo, a menos que fossem realizadas em locais especialmente destinados para esse fim. A lei daria o impulso final à ideia de construir um autódromo na capital paulista. Em 12 de maio de 1940 era inaugurado o Autódromo de Interlagos, o primeiro do país. Em 1972 o lugar passaria a sediar as corridas de Fórmula 1, campeonato internacional de automobilismo que desde 1950 era promovido pela Federação Internacional do Automóvel (FIA), entidade criada em 1904.
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Além da Fórmula 1, outros campeonatos tradicionalíssimos caíram no gosto do brasileiro. A Fórmula Indy, por exemplo, foi trazida para o Brasil em 1996. As provas aconteciam no circuito oval de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, que também sediou provas da Fórmula 1 entre 1978 e 1989. Em 2010 a prova se mudou para São Paulo, acontecendo num circuito de rua montado próximo à Marginal Tietê.
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Competições: campo de teste para motores, combustíveis e lubrificantes
Outra categoria de sucesso no Brasil é a Stock Car, que utiliza automóveis de passeio modificados. Quando foi implantada no Brasil, em 1979, a Stock Car Brasil (também chamada de Campeonato Brasileiro de Stock Car) era monomarca, tendo o apoio da Chevrolet. Com o passar dos anos, outras marcas entraram e saíram da categoria. Além de alimentar a paixão, as competições automobilísticas prestam um grande serviço à indústria automobilística. Servem para divulgar suas “máquinas” e também para testar motores, pneus, combustíveis e lubrificantes. Não por acaso, desde a década de 1950 a Mobil patrocina corridas de automobilismo em nível internacional. No Brasil, desde os anos 1980 apoia diversas equipes de rallies. A partir dos anos 2000 as corridas de Fórmula Indy e da Stock Car passaram a ser prestigiadas pela marca.
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Porsche: união de longa data O primeiro campeonato monomarca da Porsche foi disputado na Alemanha, em 1986. O sucesso da iniciativa motivou a criação, em 1993, de uma competição internacional denominada Porsche Supercup, corridas disputadas como preliminares dos Grandes Prêmios de Fórmula 1, em especial na Europa e nos Estados Unidos. Em 2005 foi organizado o primeiro campeonato Porsche GT3 Cup Challenge Brasil, que, desde então tem o patrocínio da Mobil, reafirmando a longa parceria internacional entre as duas marcas. O Mobil 1 foi escolhido para lubrificar os mais de 40 carros do campeonato, de forma a extrair o máximo de performance dos Porsche 911 de competição em nove etapas ao longo do ano. É um verdadeiro laboratório de desenvolvimento para a Porsche e um teste rigoroso para os lubrificantes Mobil 1.
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Em duas rodas
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As primeiras motocicletas foram inventadas por um norte-americano e um francês, que não se conheciam, cada um em seu país de origem. Em 1869 Sylvester Roper, nos Estados Unidos, e Louis Perreaux, do outro lado do Atlântico, fabricaram um tipo de bicicleta equipada com motor a vapor. Mas as dificuldades para adaptar um motor a vapor em um veículo tão leve inviabilizaram a produção de ambos. Somente em 1885 o alemão Gottlieb Daimler criaria a motocicleta com motor de combustão interna. Na verdade, era uma bicicleta de madeira adaptada, criada para testar o novo propulsor, mas como o objetivo de Daimler era mesmo fabricar automóveis, a ideia não passou desse protótipo. A primeira fábrica de motocicletas só surgiria em 1894, na Alemanha, a Hildebrandt & Wolfmüller, e o crescimento do setor seria rápido: em 1910 já existiam quase 400 fabricantes de motocicletas no mundo, entre pequenas oficinas artesanais e grandes empresas. Nessa mesma época, 19 marcas rodavam no Brasil, entre elas as norte-americanas Indian e Harley-Davidson, a belga FN, a inglesa Henderson e a alemã NSU.
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Mais adiante, no final da década de 1930 começaram a chegar as máquinas japonesas. Durante a guerra as importações de motos foram suspensas, mas retornaram com força após o final do conflito, trazendo uma multiplicidade de marcas e modelos ainda maior. Acompanhando o ritmo da indústria automobilística, em 1951 foi fabricada no Brasil a primeira motocicleta, a Monark. Na mesma década apareceram em São Paulo as motonetas Lambreta, Saci e Moskito e no Rio de Janeiro a Iso, que vinha com um motor italiano, além da Vespa e do Gulliver, um ciclomotor. Porém, durante muitos anos as motos eram vistas como um meio de transporte para exóticos e aventureiros. Especialmente na década de 1960, diante do crescimento da indústria automobilística no Brasil e das facilidades para adquirir um carro, essa indústria praticamente paralisou suas atividades. Seria retomada somente no início da década de 1970, com a importação de motocicletas japonesas e italianas. Esse ciclo, entretanto, foi breve. No contexto que unia,
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Parceria com a Honda vai muito além do lubrificante
de um lado, a crise do petróleo e, de outro, o estímulo à indústria nacional, em 1975 o governo brasileiro proibiu a importação de motos, estimulando os fabricantes a se instalarem no Brasil, especificamente na Zona Franca de Manaus (AM), onde podiam desfrutar de incentivos fiscais. Uma das primeiras a vir foi a Honda, que se associou à Moto Importadora, já presente em Manaus, e formou a Moto Honda da Amazônia. Em 1976 foi iniciada a construção de sua unidade no Brasil, inaugurada ainda naquele ano, com o início da produção da Honda CG 125, com motor de quatro tempos. Como até a década de 1970 havia relativamente poucas motocicletas no Brasil, não se justificava a criação de um segmento de lubrificantes específico. Para as motonetas, como as lambretas, eram utilizados óleos para motores de dois tempos que, no entanto, continham, em sua formulação, solventes inflamáveis para facilitar a diluição em gasolina. Isso exigia instalações e licenças especiais de fabricação. Assim, o óleo automotivo monograu era o mais usado.
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Quatro tempos Quando, em 1971, a Honda começou a trazer motocicletas importadas, criando a Honda Motor do Brasil, a empresa se associou à Mobil para implantar programas técnicos e promocionais. Gincanas, com finais transmitidas pela TV Tupi, principal emissora de televisão da época, se tornaram famosas em São Paulo. Entre as premiações, sacolas com óleo Mobil Super, até então o único lubrificante recomendado para motocicletas. Porém, quando começou a fabricar motocicletas na região Amazônica, a Honda do Japão firmou parceria com a Mobil do Brasil para o desenvolvimento de um novo produto que atendesse às suas especificidades. Com o apoio da Mobil internacional, em 1977 foi lançado o Mobil Super Moto 4T™, para motores de quatro tempos e recomendado pela própria Honda. Um produto que teve grande sucesso de aceitação e ainda hoje é o lubrificante para motocicletas mais vendido do mercado. A parceria foi além e a Honda criou um centro de treinamento para habilitar motociclistas, já que poucas pessoas sabiam pilotar naquela época. Inicialmente localizado no bairro da Pompéia, em São Paulo, e em 1978 transferido para o Morumbi, o centro possuía uma pista de pilotagem de segurança. Juntas, as duas marcas adquiriram um caminhão e um ônibus para circular pelo Brasil com o curso Mobil-Honda de Pilotagem com Segurança, em concessionárias, unidades do Detran, nas Forças Armadas, em empresas e outras áreas relacionadas ao motociclismo. Ainda em 1978 a Mobil lançou outro produto específico para esse mercado: o Mobil Super Moto Chain Lube, lubrificante para corrente de transmissão de motocicletas, feito à base de grafite coloidal. Devido aos excelentes resultados obtidos em testes, a Honda passou a recomendar o seu uso. Com o lançamento da moto Honda XL 250, em 1982, surgiram novas exigências para lubrificantes, devido à temperatura diferenciada gerada
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pelos novos motores. A Mobil foi consultada e novamente se formou um grupo de trabalho para atender às necessidades da Honda. Após diversos testes em dinamômetro, na fábrica, e em provas de velocidade no autódromo de Interlagos, foi apresentada uma nova formulação para o lubrificante, com moléculas mais resistentes. Surgiu, então, a segunda geração do Mobil Super Moto 4T. Depois de mais de 30 anos de parceria, seguindo uma tendência mundial, a Honda decidiu investir em lubrificantes de marca própria, como o óleo Genuíno Honda. A Mobil foi escolhida como uma das fornecedoras do lubrificante e permaneceu exclusiva no abastecimento do primeiro enchimento para as motocicletas na fábrica em Manaus. Nos períodos de maior produção, cerca de quatro mil motocicletas são fabricadas por dia, o que exige um trabalho de logística inteligente e eficaz para assegurar o suprimento do lubrificante, fazendo da Honda o maior cliente Mobil da região, em volume. A Mobil, porém, também atende o mercado de motocicletas de médias e altas cilindradas, com o óleo semissintético Mobil Super Moto 4T MX 15W-50, lançado em 2011. Uma publicidade, com animações em 3D, rodada no deserto do Atacama, no Chile, divulgou o produto. Foi o primeiro filme de lubrificantes de motos já veiculado no Brasil.
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Novas formulações testadas nas pistas
Corridas patrocinadas Da mesma forma como ocorreu em relação aos carros, desde o começo do século XX os lubrificantes Mobil eram usados nas corridas de motocicleta. Em 1916, durante a primeira semana esportiva organizada pelo 1º Congresso Nacional de Estradas de Rodagem, o Rio de Janeiro foi cenário para uma corrida de “motocycletes”, na qual concorreram pilotos com Harley-Davidson, Indian, Henderson e Excelsior, hoje consideradas marcas clássicas do motociclismo. Entre os prêmios estavam medalhas, equipamentos de proteção e medição e galões de Gargoyle Mobiloil. Com a criação do Mobil Super Moto 4T e a chegada da Honda, foi possível profissionalizar as corridas de motociclismo no Brasil na década de 1980, que passaram a contar com o patrocínio da Mobil, em diversas modalidades.
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Na estrada e no campo
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Pode-se dizer que a indústria automobilística brasileira nasceu com o caminhão. Ainda nos primeiros anos do século XX, várias montadoras instalaram-se no país para produzi-los pelo sistema CKD. A Ford veio em 1919, a General Motors em 1925 e, no ano seguinte, chegou a primeira companhia especializada na montagem de caminhões, a International Harvester. Em 1928 foi a vez da Fiat. No entanto, as dificuldades do final da década, com a quebra da Bolsa de Nova Iorque e seu impacto sobre o principal esteio econômico do Brasil, a cafeicultura, fizeram desacelerar a produção de caminhões. Apenas a partir de meados dos anos 1940 outras montadoras se interessariam em se instalar no país, como a Vemag. Também teriam início as atividades da Fábrica Nacional de Motores (FNM), a primeira brasileira a produzir caminhões. A história da FNM (ou Fenemê, como passou a ser chamada) remonta a 1939, no período do Estado Novo. Na época, pela política industrializante de Getúlio Vargas, foram criadas várias empresas estatais, como a Companhia Siderúrgica Nacional (1941), a Companhia Vale do Rio Doce (1942), a Companhia Nacional de Álcalis (1943) e a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (1945). A indústria aeronáutica também era um segmento visado por Getúlio e, assim, em 1942, com o apoio de entusiastas do setor, como o então coronel Antônio Guedes Muniz, foi criada a Fábrica Nacional de Motores, empresa estatal inicialmente destinada à fabricação de motores aeronáuticos para atender à aviação militar e à nascente produção nacional de aviões para uso civil. Construída em Xerém (RJ) em plena guerra, a fábrica tinha grandes e modernas instalações.
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No entanto, a produção só teve início em 1946, quando a guerra já havia acabado e os Estados Unidos vendiam a preços muito convidativos os excedentes militares, inclusive aviões, o que tornava a produção nacional antieconômica. Por isso, o presidente Eurico Gaspar Dutra suspendeu a produção de motores aeronáuticos e a FNM passou a fabricar desde peças para máquinas industriais a eletrodomésticos. Em 1949 foi feito um acordo com a italiana Isotta Fraschini para que a FNM passasse a fabricar caminhões no Brasil. O primeiro foi o D-7.300 e chegaram a ser produzidas cerca de 200 unidades desse exemplar. Mas a Isotta enfrentava má situação financeira na Europa e interrompeu o envio de peças. Apenas em 1951 a produção foi retomada, desta vez a partir de um novo acordo com a estatal italiana Alfa Romeo, que passou a fabricar o modelo “cara chata” FNM D-9.500. Em 1958 foi lançado o lendário D-11.000, com aparência bruta e ronco inconfundível do motor a diesel de seis cilindros, todo em alumínio. Enfrentando a concorrência das montadoras estrangeiras, a FNM foi gradativamente perdendo mercado, até que em 1976 foi adquirida pela Fiat Diesel. A Fiat FNM ficou na ativa até 1985. Nesse meio tempo, ocorreu o grande salto da indústria automobilística brasileira, com a nacionalização promovida por Juscelino Kubitschek a partir dos anos 1950. Passaram a ser produzidos caminhões da Chevrolet, Mercedes-Benz e Scania-Vabis. Em 1978 chegou a Volvo, inicialmente para montar ônibus e, dois anos depois, caminhões. Já a Volkswagen começaria a fabricar em 1981, depois de assumir o controle da Chrysler.
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Os caminhões compõem um mercado de peso
Hoje o Brasil detém um dos maiores parques industriais de produção de caminhões do mundo e exporta para todos os continentes. O modal rodoviário é o principal sistema logístico do país, com uma rede de mais de 1,7 milhão de quilômetros de estradas e rodovias nacionais, a quarta maior do mundo, por onde trafega uma frota próxima dos dois milhões de caminhões. A malha rodoviária brasileira recebe seis de cada dez quilos do volume transportado e representa o principal meio de transporte de cargas e passageiros. Sem dúvida, um mercado literalmente de peso para a Mobil. E que, portanto, tem sido um dos principais focos da marca ao longo da história.
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Evolução constante O lubrificante para veículos a diesel Mobil Delvac™
(Diesel Engine Lubricant Vacuum) começou a ser desenvolvido ainda em 1913 e foi lançado no mercado internacional em 1925. No mesmo ano, a Vacuum Oil entrou com pedido de registro do produto no Brasil, embora o óleo só começasse a ser comercializado no país final da década de 1940, quando a malha rodoviária estava em processo de expansão e estruturação. Como um setor de alta tecnologia aplicada, o de lubrificantes tem de estar em constante evolução, seja para se adaptar às novas tecnologias de produtos e equipamentos, seja para atender às legislações que surgem de tempos em tempos. O Mobil Delvac pas-
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Multiviscosidade para todos os tipos de caminhões
sou por muitas mudanças desde então: em 1966, por exemplo, foi lançado o Delvac Special™, dotado de multiviscosidade. Em 1984 foi desenvolvido o Mobil Delvac Super 1400™ (15W-40), indicado tanto para motores de tecnologia moderna como para os menos atuais, em boas condições de manutenção, operando em serviço moderado ou severo. No entanto, na época, os preços dos lubrificantes automotivos eram tabelados a partir de critérios que consideravam os produtos existentes no mercado. Havia quatro classes de lubrificantes para motores a diesel, mas o Mobil Delvac Super 1400 não se enquadrava em nenhuma, tornando impossível fixar um valor para ele. Por isso, por sugestão da Mobil, o Conselho Nacional do Petróleo (CNP) implantou uma comissão para estudar o óleo e a possível revisão das categorias. Somente em 1988 o CNP editou uma portaria determinando uma nova base de classificação de óleos lubrificantes, extinguindo produtos ultrapassados e criando novas categorias. Enfim, em julho de 1988 foi lançado o Mobil Delvac Super 1400, primeiro lubrificante de 5ª classe diesel do Brasil. Embora com preço acima da média, o produto teve boa aceitação, já que, entre os caminhoneiros, a qualidade é muito relevante na hora da compra.
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Tecnologia e cuidado ambiental Em 2012 o Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), instituído pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), determinou que todos os motores a diesel do Brasil passassem a seguir uma nova legislação, visando diminuir sensivelmente a emissão de gases nocivos. A nova regra foi inspirada no Euro V, já implantada na Europa e em outros países. A entrada em vigor do Proconve mobilizou o segmento de caminhões. As montadoras passaram a comercializar apenas motores com padrão de emissão de gases Euro V, o que exige um veículo abastecido exclusivamente com diesel S-10 ou S-50. Este último possui 50 partes por milhão (ppm) de enxofre, o que corresponde a um adensamento de 0,005% desse componente no combustível, bem menor que o diesel anterior, que tinha 500 partes por milhão e concentração de 0,05%. O Diesel S-10 reúne apenas 10 partes por milhão. Com isso, a manutenção preventiva sofreu alterações, uma vez que o uso
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de combustível com menor teor de enxofre permite um período maior entre as trocas de lubrificante. O aumento dos intervalos de manutenção preventiva gera menos paradas na oficina, fazendo com que os caminhões com tecnologia Euro V sejam menos poluentes e mais econômicos. Em 2011, adiantando-se à legislação, a Mobil lançou um lubrificante específico para esse segmento, o Mobil Delvac MX ESP™. O óleo atende aos novos modelos de motores a diesel para veículos leves a extrapesados, que possuem sistemas de tratamento de gases poluentes. Embora tenha sido formulado para este tipo de motor, o Mobil Delvac MX ESP beneficia, igualmente, caminhões de tecnologias mais antigas. É um produto de alta resistência à oxidação e à degradação, evita depósitos de sujeira no motor, prolongando sua vida útil, além de conservar suas propriedades lubrificantes por mais tempo. Por consequência, proporciona maior proteção a motores de frotistas e operadores independentes do Brasil.
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Usado pelo fabricante A Mercedes-Benz está presente no Brasil desde 1956, ano em que lançou o primeiro caminhão diesel brasileiro, o “Torpedo” L312. Hoje, a empresa está entre as líderes no segmento de caminhões e de ônibus no país e também comercializa seus carros de luxo, importados da matriz, na Alemanha. Durante a década de 1990 a Mobil forneceu lubrificantes para o primeiro enchimento dos caminhões produzidos pela Mercedes-Benz no Brasil e, em 2011, a parceria foi retomada. Outro compromisso importante foi assumido com a Sinotruk, marca internacional da China National Heavy Duty Truck Group Corporation (CNHTC), maior fabricante de veículos pesados da China. A empresa
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começou a operar no Brasil em 2012 importando caminhões e está em processo de instalação de uma fábrica, prevista para iniciar as operações em 2015. Desde o início a Sinotruk decidiu usar no Brasil os lubrificantes Mobil para assegurar a durabilidade dos seus motores, adotando a linha de produtos Mobil Delvac. Com relação à tecnologia de lubrificantes, Do “Torpedo” a diesel aos novos fabricantes, os caminhões estão no foco da Mobil
os produtos Mobil foram homologados e ajustados às condições brasileiras para proporcionar maior desempenho e proteção aos caminhões Sinotruk. Além da garantia de ser uma marca global, fez diferença na escolha a reputação dos serviços e o suporte ao pós-venda oferecido pela Mobil. A também chinesa Foton Aumark do Brasil mantém laços comerciais com a Mobil. A empresa iniciou suas atividades em 2010 e é responsável pela importação e distribuição dos caminhões da marca Foton no país. Fundada em 28 de agosto de 1996, o Beiqi Foton Motor Group exporta para mais de 90 países, mantendo 156 concessionárias espalhadas pelo mundo. A empresa planeja iniciar a produção de caminhões no Brasil até 2016, mas desde já é parceira da Mobil, recomendando o uso dos lubrificantes da marca para assegurar o rendimento dos motores de seus veículos. No acordo, que já dura mais de três anos, a Mobil também oferece treinamento técnico aos concessionários e mecânicos, para aperfeiçoamento da equipe e da rede de distribuição Foton em fase de implantação.
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Para rodar, rodar, rodar e ir ainda mais longe Para manter caminhoneiros e frotistas como clientes fidelizados, uma marca de lubrificantes tem como grande desafio garantir a presença do produto em qualquer estrada do Brasil, mesmo nas regiões mais inóspitas. Portanto, para que os lubrificantes Delvac estejam sempre ao alcance desse público, a Mobil lançou em 2009 o programa Revendedor Autorizado Mobil Delvac, após identificar boas oficinas mecânicas, lojas de autopeças, postos de serviços e centros de lubrificação para disponibilizar o produto por onde passam o caminhoneiro ou o transportador. Os revendedores autorizados, que somam cerca de mil em todo o país, dispõem de identificação na fachada, uniformes, treinamentos e materiais promocionais. O programa conta ainda com um portal na internet, com canais de acesso exclusivo aos distribuidores, para que conheçam e façam uso de campanhas e promoções especiais e diversas informações úteis aos caminhoneiros.
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Produtos disponíveis por onde o caminhoneiro passar
Linguagem da estrada Nada melhor do que falar com o consumidor em seu próprio universo. Por isso, desde 2010 a Mobil mantém parceria com Pedro Trucão para participação em ações de marketing do Mobil Delvac. Velho conhecido do público caminhoneiro, o jornalista e publicitário iniciou a carreira de estradeiro ainda na década de 1970, quando decidiu estudar o comportamento dos caminhoneiros e motoristas. Foi então que se deu conta de que queria rodar o país inteiro como um “repórter das estradas”. Foi assim que criou o programa de rádio Trucão e os Caminhoneiros do Brasil, o primeiro dirigido ao segmento, veiculado pela rádio Iguatemi, de Osasco (SP). Desde então, não parou mais. Atuou em inúmeras emissoras: Rádio Aparecida, Rádio Tupi, Rádio Terra FM, sempre com programas que visam levar informação e entretenimento aos profissionais da estrada. A fórmula deu tão certo que, a partir de 1991, Trucão também começou a apresentar programas na TV. Passou pelo Roda Brasil, da Rede Record, e, entre 1995 e 2004, integrou a equipe de repórteres do Siga Bem, Caminhoneiro, do SBT. Atualmente, apresenta o Pé na Estrada, na Band, que é veiculado aos domingos e conta com o quadro Rodando pelo Brasil com Mobil Delvac. Trucão ainda apresenta o Globo Estrada, pelo Sistema Globo de Rádio, transmitido ao vivo e ouvido diariamente por mais de 80 mil caminhoneiros. Pedro Trucão, o “repórter das estradas”
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Atenção ao caminhoneiro Além de garantir a lubrificação de alta qualidade, desde a década de 1980 a Mobil cultiva de maneira especial o relacionamento com os caminhoneiros, promovendo eventos e ações para esse público. Durante a Copa do Mundo de 1986, por exemplo, a Mobil disponibilizou 220 televisores nos principais postos de combustíveis das rodovias do Brasil, colocados sobre uma pirâmide de Mobil Delvac 1400™, recém-lançado pela companhia. A campanha incluía a distribuição de prêmios aos caminhoneiros. A partir de intervenções como essa foi possível criar o maior cadastro de caminhoneiros do Brasil, dando origem ao Clube Mobil Delvac, um dos primeiros do ramo. Entre suas iniciativas, está um show do cantor Sérgio Reis para mais de vinte mil caminhoneiros em Joinville (SC), ainda na década de 1980.
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Dia de festa
Brincadeiras e prêmios em um evento muito especial
Após várias ações promovidas pela marca Mobil Delvac para os caminhoneiros entre as décadas de 1980 e 1990, nos anos 2000 foi criado o Dia do Caminhoneiro. Realizado em concessionárias de caminhões, revendedores autorizados Mobil Delvac, postos de abastecimento e oficinas localizadas em grandes rodovias de vários estados, o evento tem como objetivo proporcionar um dia diferenciado para os profissionais da estrada e, claro, aproximá-los dos produtos e da marca Mobil. Na data são oferecidos vários serviços sociais, que incluem desde higiene e saúde, como corte de cabelo e aferição de pressão arterial, a prestação de serviços como postos de esclarecimento de dúvidas sobre declaração de Imposto de Renda. Também é disponibilizado um carro-escola, equipado com estrutura de treinamento, que oferece informações sobre cuidados com lubrificação. Mas não param por aí. O dia prossegue cheio de atrações para os caminhoneiros, com apresentação de bandas, comidas típicas de várias regiões do país e distribuição de brindes, como baldes de lubrificante Mobil Delvac e lona personalizada para carreta. O Dia do Caminhoneiro conta ainda com a participação do apresentador Pedro Trucão, que divulga o evento em seus programas de rádio e TV e entrevista os participantes. Apenas em 2012, o Dia do Caminhoneiro Mobil Delvac reuniu mais de 4.500 caminhoneiros.
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Qualidade e conforto nas viagens Entre os clientes da Mobil estão muitas das mais importantes empresas de transporte rodoviário. A já extinta Viação Minuano, criada em 1959, por exemplo, sempre foi atendida pela Mobil. Foi ela a responsável pela introdução no Brasil dos ônibus leito com toalete a bordo, numa época em que havia poucas estradas pavimentadas no país. Naquele tempo, os passageiros em viagens entre São Paulo e Porto Alegre enfrentavam até 50 horas de estradas em péssimas condições – atualmente o trajeto é feito em cerca de 19 horas. A Minuano contava
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Melhor lubrificação e menos manutenção significam mais tranquilidade a bordo
com acompanhamento da equipe Mobil, que realizava boletins para controle de manutenção de peças e lubrificação, o que garantia a qualidade das viagens e o conforto dos passageiros, apesar de todas as adversidades. Já a Pluma Internacional foi cliente da Mobil na segunda metade da década de 1960, com atendimento que fez toda a diferença ao longo do tempo. Em dezembro de 1965, por exemplo, antes de a viação ser atendida pela Mobil, após 417 viagens foram necessários 65 socorros na estrada por defeito mecânico. Em dezembro de 1969, já no período pós-Mobil, após 1.350 viagens ocorreram somente 16 atendimentos.
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Frota preservada, passageiros seguros Fundada em 1961, a Expresso Rio Guaíba inicialmente possuía apenas dois veículos que interligavam as cidades de Guaíba a Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Hoje a frota ultrapassa 180 ônibus, todos lubrificados com produtos Mobil. O compromisso teve início em 1998, quando a troca dos lubrificantes era feita, em média, a cada 450 mil quilômetros. Com o apoio técnico da Mobil, atualmente o procedimento acontece a cada 800 mil quilômetros e, e em alguns casos, já foi possível superar um milhão de quilômetros. Com a Troca Inteligente, a Rio Guaíba também teve ganhos com a redução de estoques.
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Outra gaúcha, a Lopestur, criada em 1968, iniciou suas operações com transporte rural em uma caminhonete. Em meados dos anos 1970 adquiriu o primeiro ônibus a gasolina, para percorrer municípios do interior do estado. Em 1978 veio o primeiro ônibus a diesel, a expansão do negócio para o ramo turístico e a ampliação do mercado para os estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Goiás e Maranhão. Hoje, a frota de 15 ônibus atende também os estados de Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais. Com viagens que chegam a ultrapassar os 13 mil quilômetros, a empresa necessita manter seus veículos em ótimo estado de conservação. Por isso, preserva a parceria com a Mobil desde 1981. Da mesma forma, a Verde Transportes, desde 2011 Sob medida, atendimento e programas de manutenção respeitam perfil e trajeto
conta com os produtos e serviços de lubrificação Mobil. Com experiência de mais de 45 anos, a empresa foi uma das pioneiras nas viagens pelo interior do Centro-Oeste, em uma época em que poucas estradas da região eram asfaltadas. Hoje, com administração moderna, a empresa preza pela boa qualidade técnica de seus 83 veículos, de modo a garantir conforto e segurança aos clientes. Já a Viação Piraquara opera entre as paranaenses Curitiba e Piraquara e existe desde 1974. Há dois anos a empresa usa lubrificantes Mobil em sua frota de mais de 130 veículos, seguindo um programa de manutenção para cada um, de acordo com suas características técnicas e roteiros realizados. Novas empresas que também se preocupam com a qualidade técnica de sua frota já optaram pela Mobil, como a Transportes Blanco, criada em 2009.
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Presença no campo Há mais de 80 anos a Mobil desenvolve lubrificantes e graxas para maximizar a performance e a durabilidade dos caminhões e equipamentos pesados utilizados na agricultura. A Fazenda Girassol do Prata, no Mato Grosso do Sul, criada pelo engenheiro agrônomo gaúcho Gilberto Flávio Goellner, possui número de maquinário que impressiona e ilustra bem como a união com a Mobil pode se tornar exemplo de boa gestão de manutenção. A frota da fazenda é composta por 50 colheitadeiras de soja e de milho e 15 de algodão, 110 tratores, 20 máquinas pulverizadoras, três aviões agrícolas, caminhonetes, caminhões de apoio, motores estacionários e geradores que, juntos, somam mais de 200 motores. Foi da necessidade do acompanhamento adequado de toda essa frota que derivou a parceria com a Mobil. Quando Goellner chegou à região, praticamente só existia pecuária, mas a fazenda introduziu soja, depois algodão e milho, em um trabalho totalmente apoiado na agricultura mecanizada. Hoje, são cerca de 30 mil hectares de área agríco-
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la, sete mil de reflorestamento de eucalipto, cinco mil de pecuária, além de diversas áreas de plantio nos municípios de Rondonópolis, Jaciara, Ribeirãozinho e Primavera do Leste, no estado do Mato Grosso. Nos últimos dez anos, a fazenda conseguiu diminuir os custos de manutenção, melhorando o uso do lubrificante, utilizando o sistema de Troca Inteligente, que elimina a necessidade de embalagens e facilita o manuseio. Toda a frota é acompanhada pelos técnicos da Mobil, de modo a evitar a troca desnecessária de lubrificantes e a proceder à análise detalhada dos equipamentos para proporcionar o uso mais adequado e aumentar a vida útil dos motores.
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Troca controlada Durante muito tempo a gestão de frotas empresariais, em especial nas pequenas empresas, baseava-se principalmente no uso de combustível, o óleo diesel. Poucos gestores estavam atentos à lubrificação e muitos a consideravam um item secundário. No entanto, o surgimento de novos (e caros) equipamentos e a própria evolução dos motores levaram os frotistas a repensar seus métodos de gestão. Perceberam que era necessário profissionalizá-los e adotar novas práticas de manutenção para melhorar sua performance no mercado e preservar seus equipamentos. A gestão das frotas passou então a considerar o veículo como um centro de custos, com diversos itens a serem contemplados além do combustível: pneus, reposição de peças e, claro, lubrificação. Para esses clientes a Mobil passou a oferecer como diferencial a troca planejada, assim como realiza nas indústrias. Ou seja, a proposta é fornecer não apenas lubrificante, mas programas completos de lubrificação e estudos de melhorias. É o caso, por exemplo, da solução desenvolvida para empresas de cimento, que utilizam caminhões betoneiras. Embora estejam em funcionamento, esses caminhões não estão em movimento enquanto realizam suas atividades. Por isso a troca do lubrificante passou a ser realizada de modo diferente: ao invés da quilometragem rodada, o parâmetro para avaliar a necessidade de lubrificação é a partir do consumo de óleo diesel. Isso garantiu a qualidade do funcionamento dos motores desses veículos.
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Sempre Mobil Em 1983 o então operador de máquinas Moacir José da Silva criou a Salseiros, empresa de concreto e mineração. Desde então, traz na memória o conselho de um antigo patrão que, acredita, foi em grande parte responsável pelo sucesso de seu negócio: “Use o melhor óleo lubrificante do mercado, Moacir. Use sempre Mobil”. De fato, Moacir seguiu à risca o conselho e se orgulha de, graças a isso, jamais ter perdido um motor. Hoje, a frota da Salseiros tem 42 caminhões e 12 De item secundário, lubrificação torna-se fundamental para frotistas
retroescavadeiras. Para manter todos esses veículos em perfeito funcionamento, a empresa conta com a parceria da Mobil, que inclui a instalação de um minitanque do sistema Troca Inteligente.
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Escolha certa A história do grupo Max Mohr teve início em 1969, quando o pai do atual presidente trabalhava informalmente como freteiro de pequenos caminhões. Na década de 1980 a empresa se tornou um grande distribuidor de cimento do estado de Santa Catarina. De gestão familiar, é formado pelas empresas ConcreMohr (concreto dosado em central), ConstruMohr (materiais de construção), Sistema Mormix (argamassa estabilizada),
ConcreMohr
Express
(agilidade para construção) e a TransMohr (transportes de insumos). Em uma parceria sólida, os lubrificantes Mobil fazem parte dos últimos 25 anos dessa evolução. No início a empresa comprava “por simpatia”, cativada pelo atendimento prestado pela Mobil na região. Com o tempo, porém, principalmente depois que cresceu e se profissionalizou, a escolha passou a ser feita pela relação custo-benefício. O perfeito sistema de manutenção, aliado à tecnologia das análises de óleo e aos treinamentos para os profissionais de lubrificação, é considerado fundamental para um grupo de ativi-
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Mobil oferece a segurança que requerem os segmentos de atividade intensa
dade intensa. Os mais de 100 veículos rodam, no segmento de concreto, em torno de 2,5 mil quilômetros por mês. Na área de transporte, o deslocamento fica entre 15 mil e 20 mil quilômetros. Outro exemplo de sucesso é a parceria com a Supricel, empresa de logística criada em 1982 e que atende as regiões Norte e Nordeste do Brasil. Uma das preocupações básicas da companhia é a qualidade da frota e a manutenção preventiva. Até 2004 utilizava um lubrificante de marca concorrente em seus veículos, com troca prevista para cada 10 mil quilômetros rodados. Com rotas longas, no entanto, esta troca era feita mensalmente. Mas, com a Mobil no lugar do antigo fornecedor, foi possível ampliar os procedimentos de substituição do óleo para até 60 mil quilômetros.
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Mobil Delvac Salvini Racing Em junho de 2011 a Mobil estabeleceu parceria de esporte a motor na categoria de caminhões. O patrocínio à equipe Salvini Racing foi o primeiro grande investimento da marca Mobil no segmento de rally. E a estreia da parceria em competições oficiais trouxe a primeira vitória: correndo com o lubrificante Mobil Delvac, a Salvini Racing foi campeã da 1ª etapa do Sertões Series, realizado em Botucatu (SP). O trio, formado
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pelo piloto Guido Salvini, o navegador Flavio Bisi e o mecânico Fernando Chwaigert, completou os 106 quilômetros do trajeto com o melhor tempo, na categoria caminhões. Além das participações no Sertões Series e nos campeonatos paulista e brasileiro de Cross Country, a Salvini Racing disputa a principal competição nacional: o Rally dos Sertões. Em 2012 a equipe conquistou o hexacampeonato do mais tradicional evento de rally do Brasil e o segundo maior do mundo, atrás apenas do Rally Dakar.
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Fornecimento classe mundial Fabricante de motores diesel desde o início do século XX e que até hoje se mantém na vanguarda das tecnologias desse tipo de motor de combustão, a Caterpillar® é a maior produtora mundial de equipamentos para construção e mineração. Presente no Brasil desde 1954, a empresa também é consumidora dos lubrificantes da marca em suas unidades fabris de todo o mundo. Em 1987 a Caterpillar® decidiu introduzir no Brasil sua própria marca de óleo e escolheu a Mobil como parceira. A colaboração mútua levou à criação de uma tecnologia de lubrificantes de alta performance que contribuem para reduzir custos operacionais. Até hoje a ExxonMobil fornece exclusivamente 33 lubrificantes da marca CAT®. Os produtos, de classe mundial, contemplam soluções de lubrificação de alta performance, destinadas às fábricas e aos revendedores da Caterpillar® em mais de 150 países.
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No c茅u e no mar
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Entre todos os equipamentos que necessitam funcionar bem, talvez o avião seja um dos mais evidentes. Diferente dos veículos e das máquinas industriais, nos quais a lubrificação inadequada pode interferir na performance, provocando paradas indesejadas e consequentemente prejuízos, o mau funcionamento de aeronaves pode ser uma questão de vida ou morte. Por isso, é necessário trabalhar com níveis altos de segurança, o que faz com que o domínio da tecnologia de lubrificação desse tipo de veículo seja considerado um grande diferencial de excelência. A Mobil e os produtos que deram origem à marca têm acompanhado a evolução da aviação desde os primórdios desse setor, quando foram usados pelos famosos Irmãos Wright, Wilbur e Orville, norte-americanos que “disputam” com o brasileiro Santos Dumont o reconhecimento pelo mérito de ter feito o primeiro aparelho mais pesado que o ar alçar voo. Em dezembro de 1903 os até então desconhecidos fabricantes de bicicletas usaram lubrificante Mobiloil no Flyer 1 em Kitty Hawk, Carolina do Norte, considerado pela Federação Aeronáutica Internacional como primeiro voo da história. Depois disso, os seus produtos estiveram presentes em várias das famosas façanhas aeronáuticas pelo mundo: no primeiro avião que chegou ao Polo Norte, com o Almirante Byrd, em 1926; no primeiro que cruzou o Atlântico, no voo solitário de Charles Lindbergh, em 1927; com Amelia Earhart, a primeira mulher a pilotar sozinha sobre o oceano Atlântico, em 1928; no primeiro voo transatlântico com o Boeing 707, em 1958, e no primeiro do Jumbo 747, em 1970.
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A partir da década de 1940 a Mobil passou a desenvolver lubrificantes para a aviação com referências da indústria bélica norte-americana, que traz os padrões mais rígidos do mundo. Essa aproximação, inclusive, deu origem a uma das maiores inovações na área de lubrificantes, em todos os tempos: a criação do lubrificante sintético. Além do uso aeronáutico, o desenvolvimento do lubrificante sintético também seria um divisor de águas na navegação. Mais antiga forma de transporte para vencer grandes distâncias, essa área está intrinsecamente ligada à história do mundo. Porém, com as grandes conquistas tecnológicas do século XX, como o próprio avião a jato, perdeu importância como meio de transporte de passageiros, atividade que passou a ser muito mais associada ao turismo, em luxuosos cruzeiros. Em contrapartida, para o transporte de cargas, seja interoceânico ou de cabotagem, marítimo ou fluvial, a navegação ainda é a opção mais econômica e logisticamente viável. Com a globalização econômica e a disseminação do uso dos contêineres – uma invenção norte-americana dos anos 1950 – este modal entrou novamente em evidência, em nível mundial, como o mais adequado para o desenvolvimento do comércio internacional. Em setores relacionados, como o de exploração de petróleo offshore, a navegação também ganhou relevância ao longo do século XX. A exploração e a produção petrolífera em alto-mar tiveram início ainda na última década do século XIX, nas costas marítimas da Califórnia, nos Estados Unidos. No Brasil, o grande marco dessa atividade foi a descoberta, em 1974, da Bacia de Campos, entre a costa norte do estado do Rio de Janeiro e
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o sul do Espírito Santo, então considerada a maior província petrolífera já encontrada no país. E, em 2006, a Petrobras anunciava a identificação da Província do PréSal em águas ultraprofundas, entre mil e dois mil metros abaixo da lâmina d’água, estendendo-se do litoral do Espírito Santo até Santa Catarina. O imenso potencial das reservas marítimas, em águas cada vez mais profundas, vem impulsionando o desenvolvimento tecnológico offshore, com a construção de plataformas e embarcações de apoio logístico de diversos tipos, além de transporte de toda a sorte de itens entre o continente e as plataformas. Todos esses equipamentos demandam também excelentes padrões de lubrificação para que sejam operados de forma segura e eficiente. Por isso, a Mobil também está presente nesse importante setor, oferecendo produtos e serviços de ponta.
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Na aviação brasileira desde o começo Um dos primeiros clientes da Mobil no Brasil foi o Syndicato Condor, uma das mais antigas companhias de aviação do mundo, responsável pelo primeiro voo comercial do Brasil. A empresa originou-se do Condor Syndikat, consórcio aéreo experimental alemão fundado em 1924 que tinha como objetivo promover a venda de aviões e equipamentos no exterior, devendo, para isso, estudar as possibilidades de tráfego aéreo civil na América do Sul e na América Central. Em 1927 o governo brasileiro autorizou a empresa a operar no Brasil para estabelecer o tráfego aéreo, por meio de hidroaviões. O Syndicato Condor atendeu diversas cidades do país, criando as primeiras rotas. Porém, ainda em 1927 o Condor Syndikat foi dissolvido e absorvido pela Lufthansa, criada um ano antes. No Brasil, o Sindicato Condor continuou existindo, embora durante a II Guerra Mundial, diante da posição brasileira ao lado dos aliados, tenha mudado a razão social para Serviços Aéreos Condor. Em 1943, já sem a administração alemã, a empresa alterou novamente o nome para Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul, que seria incorporada pela Varig na década de 1990. Em 2007, a Varig foi comprada pela Gol Linhas Aéreas, e até hoje sua frota é lubrificada pela Mobil.
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Sintético: acima do normal O lubrificante sintético começou a ser desenvolvido durante a II Guerra Mundial, mas, devido ao seu alto custo, ainda demoraria algum tempo para ser disponibilizado nos mercados. Apenas com a popularização do avião a jato, no pós-guerra, é que se criaram as condições para que esses óleos passassem a ser produzidos em larga escala. Os possantes jatos enfrentavam problemas com os lubrificantes convencionais, que não tinham estabilidade térmica para altas temperaturas, podendo oxidar e danificar o motor. Além disso, como alcançam altitudes maiores, ficam sujeitos a menor pressão, o que faz com que o lubrificante mineral evapore e crie um vapor inflamável. A solução passava, portanto, por desenvolver um lubrificante sintético específico para jatos. Ainda no final dos anos 1940 os pesquisadores da Mobil estudaram o potencial de alto desempenho dos lubrificantes sintéticos e em 1958 era patenteado o Mobil Jet Engine Oil. O sucesso foi tão grande que, pouco menos de uma década depois, em 1966, era patenteada a segunda geração do produto, o Mobil Jet Oil II™. Antes de sua introdução, era necessário rever a lubrificação dos motores a jato a cada ciclo de 500 a 3.000 horas de voo. Com o Mobil Jet Oil II essas aeronaves podem operar sequencialmente 20 mil horas, de forma segura. A confiança no produto é tão grande que, depois de 47 anos, ainda é o lubrificante escolhido pela maioria das empresas aéreas e aviadores.
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E o Jumbo chega ao brasil Em 1971 o Boeing 747 – o Jumbo – pousou no Brasil pela primeira vez. Era duas vezes maior do que o Boeing 707, considerado até então o maior e mais pesado avião comercial construído no mundo para viagens de longo alcance. Cerca de 15 mil pessoas foram ao aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), ver a sua chegada. A aeronave utilizava Mobil Jet Oil II e a equipe brasileira da Mobil realizou sua manutenção. Atualmente, a Mobil é a marca que oferece a mais completa linha de graxas e lubrificantes para atender aeronaves no Brasil. Por isso, as principais companhias aéreas do país são lubrificadas pela Mobil, como Gol, TAM, Passaredo, Trip, Azul e Avianca.
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Agilidade nos portos Atualmente a Mobil atende empresas marítimas que fazem linhas de cabotagem pela costa brasileira e também as de longo curso. O contrato da Cosan Lubrificantes com a ExxonMobil garante que os clientes internacionais sejam atendidos com a mesma qualidade no Brasil. Desde a proliferação do uso dos contêineres, as operações portuárias tornaram-se muito mais rápidas. Se antes era necessário que os navios ficassem dias a fio atracados para embarque e desembarque de mercadorias, nos modernos portos são necessárias apenas algumas horas – muitas vezes, a tripulação sequer vai à terra. Gigantescos equipamentos fazem a movimentação dos contêineres entre os navios e o cais, a partir de controles informatizados pelos quais é possível saber, com precisão, qual carga será movimentada e como. Se isso, claro, beneficia as operações de comércio internacional por um lado, de outro traz um grande desafio logístico para a manutenção das embarcações, que tem de ser realizada durante as poucas horas em que o navio está atracado. Por conta disso, a Mobil oferece serviços logísticos com precisão, para que o lubrificante chegue no momento exato, usando, se necessário, até mesmo serviços de entrega por avião ou helicóptero.
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Precisão nos serviços de manutenção de navios
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Rio-Niterói, além da ponte A “cidade sorriso” Niterói foi capital da Província do Rio de Janeiro de 1834 a 1893, quando perdeu o título para Petrópolis por conta da Revolta da Armada. Porém, em 1903 retomaria o status de capital, permanecendo nessa condição até 1975, quando se deu a fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, ficando a cidade do Rio como capital. Ainda no século XIX, a condição de capital trouxe a Niterói uma série de equipamentos urbanos, como iluminação pública, abastecimento de água e novos meios de transporte, entre bondes elétricos, estradas de ferro e também companhias de navegação para ligar a cidade ao interior da província, fazendo a transposição da Baía de Guanabara por meio de barcas a vapor. Em 1853 foi criada a Companhia de Navegação de Nichteroy, empresa privada que conduzia passageiros entre o Rio de Janeiro e Niterói utilizando três embarcações. Até a década de 1950 o controle da frota passaria por diversas empresas privadas, até ser estatizada em 1959 por Juscelino Kubitschek. Em 1967 o Governo Federal criou o Serviço de Transportes da Baía de Guanabara (STBG S.A.), sociedade de economia mista que comandaria o sistema de transporte aquaviário na Baía. Com a criação da STBG, a lubrificação da frota passou a ser feita pela Mobil, garantindo a segurança e a qualidade técnica das embarcações, que transportam diariamente milhares de pessoas. Além do leva e traz de passageiros, a empresa também
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Passageiros e cargas: travessia com segurança
operava com cargas e veículos, serviço que foi extinto em 1974, com a inauguração da ponte Presidente Costa e Silva, a ponte Rio-Niterói. Em 1977, após a construção da ponte e a fusão do estado da Guanabara com o estado do Rio de Janeiro, o controle passou a ser do Governo Estadual, com o nome de Companhia de Navegação do Estado do Rio de Janeiro (Conerj). Em fevereiro de 1998 um consórcio de empresas privadas obteve a concessão da Conerj, dando origem à Barcas S/A. Em 1999, cerca de 70% da frota herdada passou por revisões e reformas, além de contar com mais cinco embarcações. Hoje, a Mobil ainda fornece alguns produtos especiais para a empresa.
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Em alto-mar A operação de navios sísmicos requer lubrificantes de alta performance, o que levou a Mobil a desenvolver produtos sintéticos específicos para o segmento de Marinha. Em meados da década de 1990 esses produtos passaram a ser usados também em diversas aplicações na área industrial, impulsionando o desenvolvimento tecnológico de outras linhas de lubrificantes.
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Água Grande e Horta Barbosa No início dos anos de 1960, diante do aumento da produção de petróleo e derivados pelas refinarias nacionais, a Petrobras encomendou a estaleiros dinamarqueses um conjunto de seis unidades de naviostanque (NT). O quarto da série a chegar ao Brasil em 1961, foi o Água Grande, totalmente lubrificado com produtos Mobil. Em janeiro de 1970 a Petrobras recebeu o navio-tanque Horta Barbosa. Um dos maiores da América Latina, a embarcação, com 270 metros e capacidade de 115 mil toneladas, também foi lubrificada pela Mobil. Dotado dos então mais modernos sistemas de automação, o petroleiro operava com uma tripulação reduzida, apenas 36 pessoas, número considerado baixo para os padrões da época. O NT Horta Barbosa ficou em operação até 1998.
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Oil & Gas Os altíssimos custos de operação de uma plataforma de petróleo requerem planejamento logístico cuidadoso a prova de falhas. No Brasil, as principais operações estão em alto-mar, em um ambiente com restrições de espaço, o que requer otimização do estoque de lubrificantes. Por isso, a Mobil realiza um trabalho de gestão junto às empresas que operam em plataformas de perfuração ou produção, verificando suas necessidades exatas e oferecendo produtos de qualidade que atendam a várias finalidades, sem que seja preciso manter armazenados vários produtos diferentes.
208 | No céu e no mar
Responsabilidade acima de tudo A linha Mobil EAL™ (Environmental
Awareness Lubricants) – é composta por produtos 100% sintéticos, desenvolvidos especificamente
para equi-
pamentos que exigem desempenho excepcional com a máxima segurança. São biodegradáveis e atóxicos, usados em aplicações onde possíveis vazamentos ou derramamentos de óleos convencionais poderiam resultar em danos ao meio ambiente. Por isso, são especialmente voltados à área de Oil &
Gas, que utiliza equipamentos que têm contato direto com a água do mar.
A história da marca Mobil | 209
Conquistas Reconhecimento da marca Mobil pelo mercado Um estudo realizado pela Rede Brasileira de Manutenção (RBM) em 2011 apontou as empresas mais lembradas na área de manutenção, em 53 segmentos diferentes. No de lubrificantes – além de ser a única marca presente entre as dez melhores, considerando todas as categorias – a Mobil obteve a melhor colocação. No ano seguinte, a Mobil liderou cinco itens do ranking das Marcas Mais Conhecidas da Manutenção Brasileira, destacando a Cosan como melhor fabricante de lubrificantes automotivos (28,04%) e industriais (26,63%). O reconhecimento veio também nas classes de Serviço de Análise de Óleos Lubrificantes Automotivos (25,3%), Serviço de Análise de Óleos Lubrificantes Industriais (23,31%) e Serviço de Análise de Óleos Lubrificantes (25,03%). Em 2013, a marca repetiu o bom desempenho na premiação. Ainda em 2012, de acordo com pesquisa realizada pelo instituto Ibope Inteligência por encomenda da Cosan Lubrificantes, a Mobil foi Top of Mind no segmento de motos, com 55% das menções. Uma larga vantagem em relação 210 | Conquistas
à segunda colocação, com 17%. O estudo também apontou a Mobil como a mais comercializada entre todas as marcas. No quesito caminhões, alcançou o segundo lugar, por uma pequena diferença frente ao primeiro colocado. Em 2013, em outra pesquisa realizada pelo Ibope, a Mobil saltou da quinta à segunda posição na lista de lubrificantes para automóveis. Essas conquistas e resultados positivos são, sem dúvida, efeito da força e da união entre Cosan Lubrificantes, parceiros, fornecedores e clientes da marca Mobil. Essa relação bem estruturada vem consolidando cada vez mais a Mobil no mercado brasileiro de lubrificantes, com bases firmes de operação nas diversas áreas. Com o DNA da inovação e do pioneirismo, a marca demonstra a extrema capacidade de se reinventar, desenvolvendo produtos e serviços cada vez melhores. Da fábrica aos pontos de venda, das linhas de produção industriais às centenas de milhares de veículos, a qualidade dos produtos, a experiência da ExxonMobil no mundo e o trabalho das equipes de atendimento são os ingredientes que fazem da trajetória da Mobil no Brasil uma referência. À frente estão possibilidades imensas. Acompanhando o ritmo de crescimento do Brasil, em especial nos mercados de grande importância para a área de lubrificantes, como o automotivo, o agrícola, de caminhões e offshore, a marca Mobil está pronta para continuar construindo uma história de inovação e pioneirismo. Seguimos adiante, contando com a dedicação dos milhares de profissionais que construíram a imagem de uma marca parceira do Brasil e dos brasileiros há mais de cem anos. A história da marca Mobil | 211
1975
19811
2000 212 | A hist贸ria da marca Mobil
1990 199 1994
1985
0
Linha do tempo Mobil
1975
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1866 Fundação da Vacuum Oil, em Nova Iorque (EUA), que desenvolveu novo método de destilação de querosene de petróleo usando vácuo.
214 | A história da marca Mobil
1870 Criada nos Estados Unidos por John D. Rockefeller a Standard Oil Company. A empresa controlava 10% do refino de petróleo naquele país.
1879 Standard Oil of New York adquire 75% da Vacuum Oil. Os óleos e lubrificantes da Vacuum, feitos a partir de fórmulas secretas, eram líderes no mercado.
1899
Década de
Vacuum comercializa óleos lubrificantes na Inglaterra com o nome de Mobiloil, inspirado na palavra latina mobilis, capaz de se mover.
1931 1920
Marca Mobiloil é registrada nos Estados Unidos pela Socony (Standard Oil Company of New York).
1900
Lubrificantes e graxas da Vacuum Oil são vendidos no Brasil por representantes atacadistas, estratégia utilizada pela Socony em diversos países.
Socony (Standard Oil of New York) compra o restante dos ativos da Vacuum e a empresa passa a se chamar Socony-Vacuum. O Pegasus é oficialmente adotado como logomarca da Socony-Vacuum.
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1955 Socony-Vacuum muda seu nome para Socony Mobil Oil Company. No Brasil, é criada a Mobil Oil do Brasil Indústria e Comércio Ltda.
216 | A história da marca Mobil
1957 Inaugurada a Usina de Envasamento da Mobil Oil do Brasil na cidade de Santos (SP).
1966 Para comemorar seu 100° aniversário, a Socony Mobil Oil Company muda o nome. A palavra “Socony” é retirada, e passa a se chamar apenas “Mobil”. É introduzido um novo logotipo, criado por Chermayeff & Geismar, empresa de designer gráfico de Nova Iorque.
1969 Lançado o Mobil Super, lubrificante destinado a automóveis, cuja linha permanece até hoje, com variações que atendem às necessidades atuais.
1974 Lançamento mundial do Mobil SHC (Synthetic Hydro-Carbon), o primeiro lubrificante sintético para automóveis do mundo. Posteriormente, o produto foi chamado de Mobil 1.
1977 Com o início das atividades da fábrica da Honda no Brasil, Mobil passa a trabalhar na criação de um lubrificante específico para motocicletas, o Mobil Super Moto 4T, fruto da parceria entre a Mobil do Brasil e Honda do Japão, com apoio da Mobil internacional.
A história da marca Mobil | 217
1979 Mobil cria novo modelo de negócio, com a implantação de centros de lubrificação com layout diferenciado, chamados Mobil Super Troca de Óleo.
218 | A história da marca Mobil
1989 Implantado o Express Lube, projeto de instalação de postos de troca de óleo.
1990 Com a extinção do tabelamento dos preços de lubrificantes automotivos que unificava os produtos por categoria, a Mobil opta por investir em segmentos específicos, lançando, por exemplo, o Mobil XHP, óleo especial para carros importados.
1992 Mobil inicia Programa de Distribuidores, uma modalidade que então representa cerca de 70% das vendas nos Estados Unidos.
Meados da década de
1990
Segmento de Marinha da Mobil passa a contar com produtos sintéticos de alta tecnologia.
2000 A fusão internacional da Exxon com a Mobil dá origem à Exxon Mobil Corporation, empresa líder mundial na área de petróleo e petroquímica. A empresa é reestruturada e as operações de combustíveis e lubrificantes são separadas.
2001 Fechada a fábrica da Mobil em Santos (SP), uma vez que a unidade que antes pertencia à Esso na Ilha do Governador, agora integrada à empresa, apresenta facilidades logísticas e potencial de crescimento.
A história da marca Mobil | 219
2005 Início do “Projeto Granel”, para troca de lubrificantes Mobil Delvac MX 15W-40.
220 | A história da marca Mobil
Abril
2008
A Cosan adquire 100% do capital social da Esso Brasileira de Petróleo, subsidiária da ExxonMobil. Com isso, obtém licença de uso da marca Mobil, além do acesso à tecnologia e às formulações de lubrificantes, incluindo os que vierem a ser desenvolvidos internacionalmente. Para a gestão dos lubrificantes foi criada a Cosan Lubrificantes.
A partir de
2008
Para dar mais visibilidade à marca, Mobil passa a receber investimentos em marketing, em ações como o patrocínio à Stock Car e o lançamento do Programa Revendedor Autorizado Mobil Delvac, em 2009, destinado a atender caminhoneiros.
2009 Lançado o OilXplorer Analysis, um avançado sistema de análise de óleo que permite avaliar o estado dos equipamentos e a vida útil das cargas dos lubrificantes aplicados na indústria.
2010 2011 Mobil faz parceria com o jornalista e publicitário Pedro Trucão para ações de marketing promovendo a linha de produtos para caminhões Mobil Delvac.
Cosan Lubrificantes adquire negócio de distribuição de lubrificantes da ExxonMobil na Bolívia, Paraguai e Uruguai, assumindo com exclusividade a distribuição dos produtos Mobil naqueles países. Inaugurado o projeto Mobil 1 Center, com duas lojas piloto em Campinas (SP). Lançamento, em caráter nacional, do Projeto Granel, agora com o nome “Programa Troca Inteligente Mobil”, estendendo-se também a automóveis.
A história da marca Mobil | 221
Fontes Bibliográficas BERTOLLI FILHO, Claudio. A construção midiática da biografia na era Vargas: Vital Brazil na Rádio Nacional. Cadernos de História da Ciência/Instituto Butantan (2 II Ciclo de Seminários), 9-45, jan.-jun. 2006. CASTILHO, Marcio de Souza. A presença da Esso na imprensa brasileira. Trabalho selecionado para o GT História do Jornalismo do VI Congresso Nacional de História da Mídia. Rede Alçar, 2008. GONÇALVES, Raphael Pazzaetto. O valor da empresa e a informação contábil: um estudo nas empresas petrolíferas listadas na bolsa de valores de Nova York (NYSE). Ribeirão Preto, Dissertação de Mestrado da Universidade de São Paulo, 2006. HAZOFF JR, Waldemar e SAUAIA, Antonio Carlos Aidar. O inimigo silencioso das lojas de conveniência em postos de serviços: um levantamento na zona centro-oeste da cidade de São Paulo. XIII Seminário de administração, setembro de 2010. KLAMLOT, Daniel. Comportamento dos caminhoneiros em postos rodoviários de combustíveis. Belo Horizonte: Pretexto, 2011. v. 12, n. 4, p. 105 – 132. REIS, Valdir. Satisfação dos consumidores em postos de combustíveis da cidade de Blumenau- SC. Dissertação apresentada ao Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGAd do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Regional de Blumenau, 2003. SANTOS, Ricardo José dos e AVELLAR, Ana Paula Macedo de. Da criação do Conselho Nacional do Petróleo ao Prominp: a trajetória histórica das políticas para a indústria do petróleo no Brasil. IV Conferência Internacional de História Econômica & VI Encontro de Pós-Graduação em História Econômica. SOUZA, Fernando Rocha. Impacto do preço do petróleo na política energética mundial. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio de Janeiro, novembro de 2006. SUNSTAR, Michael. Oil History. 2008 WLASIUK, Jonathan Joseph. Refining nature: standard oil and the limits of efficiency, 1863-1920. Tese de doutorado em Filosofia. Case Western Reserve University, 2012. Fundamentos da Lubrificação. São Paulo: Mobil Oil do Brasil, 1979. 125 years of history. ExxonMobil, 2007.
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222 | Fontes
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Depoimentos Aldo Campos, 15 de julho de 2013. Álvaro Ferreira, 10 de outubro de 2012. Álvaro Massari, 10 de outubro de 2012. Carlos Dalsenter, 31 de julho de 2013. Celso Cavallini, 23 de agosto de 2013. Domingos Spina, 03 de julho de 2013. Evergisto Galeno Garão, 24 de setembro de 2012. Loilhana Gonzales, 05 de julho de 2013. Maximino Varella, 27 de setembro de 2012. Renato Nogueira, 13 de dezembro de 2012. Renato Fontalva, 11 de julho de 2013. Roberto Iunes, 05 de agosto de 2013. Roland Gemperle, 02 de agosto de 2013. Ruben Banks, 27 de novembro de 2012. Ruy Ricci, 28 de novembro de 2012. Rodolfo Ebel, 04 de dezembro de 2012. Sérgio Campos, 02 de agosto de 2013 Sidnei Bincoletto, 16 de agosto de 2013. Wilson Martins, 05 de dezembro de 2012.
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São Paulo, 06 de setembro de 2013 Memória e Identidade Consultoria
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Expediente A HISTÓRIA DA MARCA MOBIL Cosan Lubrificantes Presidente: Nelson Gomes Diretor de Lubrificantes: Renato Fontalva Realização: Equipe de Marketing - Milena Brito (Gerente), Taisa Prado (Supervisora de Suporte), Nathália Hauch (Coordenadora) Comunicação Corporativa: Pedro Pessôa (Analista) mobil.cosan.com.br Outono Editora Ltda Diretora Executiva: Maria Carmen Lopes Diretora de Publicações: Roselena Nicolau Edição: Maria Carmen Lopes Assistente de edição e iconografia: Ione Maria Nascimento Projeto gráfico e editoração eletrônica: Érika Tonetti e Esdras Diniz Revisão: Beto Arreguy outonocomunicacao.com.br Memória e Identidade Consultoria Pesquisa histórica e textos: Supervisão Geral: Beth Totini Pesquisa e iconografia: Sandra Oliveira (coord.) e Liliane Nozella Texto base: Sandra Oliveira Texto final: Élida Gagete memoriaeidentidade.com.br Fotografia: Acervos: Mobil, Ford, Schrader, Programa Jogue Limpo, Complexo Hidrelétrico de Paulo Afonso (S.Silva), Furnas, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Honda, Osvaldo Strada, Lufthansa, Mercedes Benz, Centro de Documentação e Memória Suzano. Bancos de imagens: Wikimedia, Freepik, Shutterstock, Folha Press, O Globo, SXC.hu e Airline timetable images
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Mobil Super, ExxonMobil, Mobil Delvac, Mobil SHC, Mobil, Mobil 1, Mobiloil, Mobilgas, Mobil Delvac MX, Turbine Oil, Mobilgear SH XMP, Mobil Industrial Lubricants, Mobil DTE PM 220, Mobil Prosol 44, Gargoyle Artic SHC 226E, Mobil SHC Cibus, Gargoyle Mobiloil, Mobiloil B, Mobiloil Special, Mobiloil Super, Mobil Oil Jet Engine Oil, Mobil Permazone, Mobil Super XHP, Mobil Super Original, Mobil Super Protection, Mobil Super Ecopower, Mobil Super Flex, Mobil Super Sintético, Mobil Super Pick-up & SUV, Mobil Super Moto 4T, Mobil Delvac Super 1400, Mobil Delvac MX ESP, Mobil Delvac 1400, Mobil Jet Oil II, Mobil EAL são marcas ou marcas registradas da Exxon Mobil Corporation ou uma de suas subsidiárias, utilizadas por Cosan Lubrificantes e Especialidades S.A., ou uma de suas subsidiárias, sob licença. Outras marcas ou nomes de produtos utilizados neste material são de propriedade de seus respectivos donos.
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