Centro de Formação de Associação de Escolas Braga/Sul
Caderno, Escola Formação
E
ducação para a Saúde: Da Sexualidade à Educação Sexual. - Conceções e Técnicas.
ntro de formação braga sul
Parte I
s Interfaces da Educação Sexual. - Da Teoria à Prática
Parte II
C
ontributos para a Implementação Sexual. - Projeto PRESSE
entro de formação braga sul
Parte III
Nível de Ensino: 1º Ciclo. Grupo de recrutamento: 1 10
Ana Margarida
Paula Fernandes
Olívia Mendes
Agrupamento de Escolas Braga Oeste
Programa Regional de Educação Sexual e da Saúde Escolar
ANO LECTIVO 2010/2011
Formadora: Enfermeira Sandra Maria Martins Duarte Mendes
Formandas: Ana Margarida, Paula Fernandes e Olívia Mendes
INTRODUÇÃO A questão da Educação Sexual em meio escolar, vem sendo objecto de debate em termos que obrigam todos os responsáveis a procurar quotidianamente, nas escolas e para além delas, os meios técnicos e operacionais para a concretizar. Desta forma, se na escola importa identificar os termos e os modos mais adequados da intervenção pedagógica, tal não se fará, sem a qualificação de professores, a inevitável partilha de informação e a tentativa de produção de consensos. Quando falamos de Educação Sexual, remetemo-nos para um conceito alargado de sexualidade entendida numa perspectiva humanista e personalista. A sexualidade humana integra componentes sensoriais e emotivo – afectivos, cognitivos, sociais, éticos e espirituais – somando sentido no contexto de um projecto de vida, fazendo parte de toda a educação. Ao iniciar a escolaridade, com cerca de seis anos, a criança terá adquirido as capacidades motoras fundamentais, estará habilitada para se relacionar com a realidade concreta e entende-la a seu modo. Terá já um bom desenvolvimento da linguagem e socialmente surgirá com uma relativa independência face aos pais, interiorizando normas sociais e morais do meio escolar e envolvente, controlando os seus comportamentos e abrindo-se a relações de amizade e cumplicidade relativamente aos seus pares. Entre os seis e os dez anos, as mudanças biológicas, intelectuais linguísticas e sociais continuam a processar-se, mas em geral, de forma gradual e menos reactiva do que até ai. Todavia, o conjunto de capacidades já existentes e a relativa estabilidade deste período constituem um terreno muito favorável para a educação geral básica e em especial para a Educação Sexual. Relativamente à evolução da sexualidade, neste período é importante referir que a sociedade exerce uma influência constante sobre as crianças atribuindo determinada identidade e papel a cada sexo ou moldando o comportamento das crianças através de prémios e castigos, do contacto com modelos de referência e do próprio processo de escolarização. Contudo, os pais e outros familiares, os professores, os colegas, o sistema educativo, os meios de comunicação social e os heróis da literatura infantil actuam através de práticas e normas que condicionam as condutas e as manifestações sexuais das crianças. Entre os 6 e os 10/12 anos a criança atravessa estádios de evolução importantes, no campo sexual, em que o seu pensamento ganha conhecimento e consistência. A partir dos seis anos, a criança admite que determinadas tarefas tipificadas podem, também, ser do género, uma vez que não faz depender a identidade sexual dos órgãos genitais. Mas a partir dos oito anos, a criança começa a dar prioridade as diferenças anatómicas o que solidifica o conceito de identidade sexual, distinguindo-a do género. A criança percebe que a identidade sexual não muda segundo a sua vontade e depende das suas características anatómicas. A identidade sexual enquadra uma problemática recente. A aquisição de uma identidade seja ela social ou psicológica e um processo complexo que se manifesta por uma relação de inclusão e de uma relação de exclusão, o que significa a “ Semelhança com uns e a diferença com outros”. A criança distingue a sua identidade sexual ao diferenciar-se das pessoas do sexo oposto e ao identificar-se com as pessoas do mesmo sexo. Podemos pois definir a identidade sexual, como a forma como cada pessoa sente a sua individualidade, pelo facto de pertencer a um determinado sexo e inclui a ambivalência inerente a percepção de cada um. Não e mais do que a capacidade que temos de nos definirmos como masculinos ou femininos. Este processo inicia-se na infância, e prolonga-se até ao final da adolescência. A primeira fase do processo da sexualização caracteriza-se pelo
desenvolvimento da sua identidade, enquanto pessoa que pertence a um determinado sexo – Homem ou Mulher. A identidade do género e a diferenciação de papéis podem ser observadas, naquilo que as crianças dizem e fazem, entre os dezoito e os vinte e quatro meses, mas a diferenciação continua a consolidar-se ate por volta dos cinco anos deidade. As figuras significativas e as normas, sócio - culturais dominantes dão, constantemente, as formas apropriadas de nos comportarmos pelo facto de pertencermos a um sexo ou a outro. Os papéis sexuais estão presentes ao longo de toda a vida e mudam de acordo com as mudanças sociais, e com as novas competências que vão sendo adquiridas, mas a identidade sexual não e susceptível de mudar. Não podemos deixar de realçar que, ate aos seis anos, as crianças acreditam que podem mudar de sexo, isto e, que a identidade sexual depende da sua vontade e que deriva mais das características do papel atribuído (vestidos, brinquedos) do que das características bio fisiológicas.
Contextualização. O termo sexo é usado para distinguir os indivíduos com base na sua pertença, a uma das categorias biológicas: sexo feminino e sexo masculino. O termo género é usado para descrever inferências e significações atribuídas aos indivíduos a partir do conhecimento da sua categoria sexual de pertença. Trata-se, neste caso, da construção de categorias sociais decorrentes das diferenças anatómicas e fisiológicas. O género é uma das primeiras categorias que a criança aprende, facto que exerce uma influência marcante na organização do seu mundo social e na forma como se avalia a si própria e como percepciona as pessoas que a rodeiam. Por isso, é fundamental o desenvolvimento de uma actuação pedagógica adequada e concertada – entre as várias fontes de influência, com seja a escola, a família, os media – que corrija as mensagens estereotipadas sobre o género que a criança vai aprendendo e solidificando nas suas redes cognitivas de informação. Os estereótipos constituem conjuntos bem organizados de crenças acerca das características das pessoas que pertencem a um grupo particular. No caso particular do género, os estereótipos a ele associados têm a ver com as crenças amplamente partilhadas pela sociedade sobre o que significa ser homem e ser mulher. Para além dos estereótipos relacionados com a aparência corporal, outros relativos às características da personalidade, aos papéis desempenhados e às ocupações profissionais preferidas por cada um dos sexos tendem, igualmente, a persistir nas imagens que são traçadas do homem e da mulher. Assim o inicio da escolaridade formal assume particular relevância para o trabalho em torno das questões de género pois assiste-se a um rápido desenvolvimento cognitivo e afectivo da criança, sendo este um período de excelência para a promoção de aspectos como a identificação e controlo das emoções, a assunção de perspectivas e o estabelecimento de empatia, ou mesmo a capacidade para efectuar a distinção entre a aparência e a realidade. Todas estas aprendizagens parecem-nos fundamentais para a desconstrução das estereotipias de género através de actividades que, embora levando em conta os seus contextos de vida e as suas idiossincrasias, façam uso da “plasticidade mental” das crianças nesta faixa etária.Com a intervenção que propomos, pretendemos promover o desenvolvimento de capacidades que facilitam a formação de indivíduos menos estereotipados em relação a categorias que se baseiam em discriminações infundadas. Este tipo de actuação estimula igualmente o sucesso académico e a diminuição dos problemas emocionais. Considerando a importância desta faixa etária na construção da identidade de género e na formação do conceito de género, esta intervenção educativa pretende promover uma atitude de equidade face ao género, numa acção pedagógica que articule positivamente com as questões curriculares.
Tema: O seu corpo e os papéis de género Questão geradora: Ser Menino ou Menina – que diferenças? Preâmbulo O meio social e, em particular, o próprio agregado familiar, assumem-se como factor preponderante no respeitante à estruturação dos papéis sexuais, podendo, eventualmente, constituir-se como elemento catalisador da discriminação pela diferença. Assim, a tipologia do agregado familiar e as relações que nele se estabelecem interagem com o desenvolvimento da sexualidade. Deste modo, importa que se promova o conhecimento das profissões, se afira o seu valor social, a interferência do género nessa valorização e se confira a devida importância ao trabalho doméstico. Objectivos Gerais: Estruturar o conhecimento de si próprio, desenvolvendo atitudes de auto-estima e de autoconfiança e valorizando a sua identidade e raízes. Estudo do Meio Objectivos específicos 1. À descoberta de si mesmo 1.1.
A sua identificação
Conhecer: nome(s), próprio(s), nome de família/apelido(s); sexo, idade; endereço 1.2.
Os seus gostos e preferências
Seleccionar jogos, brincadeiras, hábitos, associados ao género. Descrever lugares, actividades e momentos passados com amigos, com familiares, nos seus tempos livres… 1.3.
O seu corpo
Identificar características familiares (parecenças com o pai e com a mãe, cor do cabelo, dos olhos…). Reconhecer modificações do seu corpo (peso, altura…). Reconhecer a sua identidade sexual. Reconhecer partes constituintes do seu corpo (cabeça, tronco e membros). Representar o seu corpo (desenhos, pinturas, modelagem…). Comparar-se com os outros: • — com os colegas da escola (mais novo/mais velho, mais alto/mais baixo, louro/moreno…); • — com os pais e irmãos.
Língua Portuguesa
Objectivos específicos Comunicar oralmente, com progressiva autonomia e clareza Exprimir-se por iniciativa própria: — em momentos privilegiados de comunicação oral (conversas, diálogos); — em pequeno ou em grande grupo: — * para organização e avaliação do trabalho, do tempo e dos conteúdos das aprendizagens; — * na realização de projectos ou de actividades em curso (apresentar sugestões, pedir esclarecimentos, informar…). Relatar acontecimentos, vividos ou imaginados, desejos… Participar, em grupo, na elaboração de histórias e de relatos. Contar histórias inventadas. Completar histórias (imaginar o desenlace ou desenlaces de histórias). Apresentar e emitir opiniões sobre trabalhos individuais ou de grupo (estudos realizados, desenhos, pinturas…). Intervir, oralmente, tendo em conta a adequação progressiva a situações de comunicação (diálogo, conversa, apresentação de trabalhos…). Regular a participação nas diferentes situações comunicativas (aguardar a vez de falar, ouvir e respeitar a fala dos outros). Desenvolver o gosto pela Escrita e pela Leitura Ouvir ler histórias e livros de extensão e complexidade progressivamente alargadas que correspondam aos interesses dos alunos. Manifestar interesse por situações ou por personagens de histórias. Levantar hipóteses acerca do conteúdo de livros ou de textos a partir das suas ilustrações. Desenvolver as competências de Escrita e de Leitura Experimentar diferentes tipos de escrita requeridos pela organização da vida escolar e pela concretização de actividades e de projectos em curso
(escrita do nome próprio, nome completo, nomes dos companheiros, registo de presenças, de tarefas, de aniversários, etiquetas, avisos, recados, convites, correspondência, relatos de visitas de estudo). Reconstruir o texto com expressões ou com palavras recortadas, em presença do modelo, sem a presença do modelo. Matemática
Objectivos específicos
Números naturais Realizar contagens progressivas e regressivas, representando os números envolvidos. Compreender várias utilizações do número e identificar números em contextos do quotidiano. Representar números na recta numérica. Resolver problemas envolvendo relações numéricas.
Operações com números naturais Resolver problemas envolvendo adições, subtracções, multiplicações e divisões.
Representação e interpretação de dados Ler, explorar e interpretar informação (apresentada em listas, tabelas de frequências, gráficos de pontos e pictogramas) respondendo a questões e formulando novas questões. Formular questões e recolher dados registando-os através de esquemas de contagem gráfica (tally charts) e de gráficos de pontos. Construir e interpretar gráficos de barras.
Tema: O seu corpo e os papéis de género Questão geradora: Ser Menino ou Menina – que diferenças?
Actividades
Tarefas
1. Apresentação e exploração da História: “Será que a Joaninha tem uma pilinha?”
1.1. Apresentação da 1ª parte da história 1.2. Discussão oral sobre que outros papéis/tarefas podem ser exclusivos dos meninos /meninas. 1.3. Preenchimento dos cartões (doc. 1.1) 1.4. Leitura em voz alta de cada um dos cartões por cada uma das crianças e sua organização em dois grupos distintos num placard (sem fomentar excessivamente a discussão sobre as opções da criança). 1.5. Apresentação da 2ª parte da história. 1.6. Interrupção da história para a discussão em voz alta e em grande grupo da questão colocada: “O que vai ver o Max?” (antes da 3ª parte) 1.7. Apresentação da 3ª parte da história. 1.8. Exploração e reconto oral da história ouvida 1.9. Reconto escrito, com frases simples, reordenando as imagens (doc. 1.2). 1.10. Reapreciação dos conjuntos de cartões inicialmente organizados.
Avaliação
Objectivos Estudo do Meio . Os seus gostos e preferências Seleccionar jogos e brincadeiras, hábitos associados ao género. . O seu corpo Reconhecer a sua identidade sexual. Língua portuguesa . Comunicar oralmente, com progressiva autonomia e clareza Exprimir-se por iniciativa própria em pequeno ou em grande grupo. Completar histórias (imaginar o desenlace ou desenlaces de histórias). Apresentar e emitir opiniões sobre trabalhos individuais ou de grupo (estudos realizados, desenhos, pinturas…).
Observação da participação e das intervenções dos alunos. Apreciação dos produtos da actividade.
Tempo 90 m
Actividades 1. O que fazem os meninos e as meninas nos seus tempos livres?
Tarefas 1.1.A partir do conjunto de cartões resultantes da actividade anterior, organizam-se quatro grupos de trabalho que irão explorar respectivamente 4 temas: os tempos livres, as profissões, o vestuário, as tarefas. Cada grupo terá de preencher o documento 2.1., 2.2, 2.3 ou 2.4 respectivamente. 1.2.A partir dos documentos anteriores cada grupo constrói um gráfico para apresentar à turma (doc.2.5). 1.3.Apresentam os resultados do trabalho e os colegas comentam. 1.4.O professor incentiva a discussão e reflexão de todos, tentando clarificar alguns preconceitos que estejam mais explícitos.
Objectivos Estudo do Meio
. Os seus gostos e preferências
Seleccionar jogos e brincadeiras, hábitos associados ao género.
Matemática
Efectuar contagens. Praticar o cálculo mental Compreende o problema: identifica o objectivo e a informação relevante para a resolução de um dado problema. Representa e interpreta informação e ideias matemáticas de diversas formas, recorrendo a diversos tipos de representação (desenhos, palavras, símbolos, tabelas, esquemas e gráficos).
Avaliação
Observação da participação e das intervenções dos alunos. Apreciação dos produtos da actividade.
Tempo 90 m
Actividades 1. Os preconceitos existem há muitos anos ou são recentes? Podemos combate-los?
Tarefas 1.1. Exploração da história: “A princesa que queria ser rei”
Objectivos Estudo do Meio
. Os seus gostos e preferências
Seleccionar jogos e brincadeiras, hábitos associados ao género
Matemática
Efectuar contagens. Praticar o cálculo mental Compreende o problema: identifica o objectivo e a informação relevante para a resolução de um dado problema. Representa e interpreta informação e ideias matemáticas de diversas formas, recorrendo a diversos tipos de representação (desenhos, palavras, símbolos, tabelas, esquemas e gráficos).
Avaliação
Observação da participação e das intervenções dos alunos. Apreciação dos produtos da actividade.
Tempo 90 m
CONCLUSÃO Os papéis sexuais estão presentes ao longo de toda a vida e, ao contrário da identidade sexual, mudam de acordo com as mudanças sociais e com as competências que vão sendo adquiridas. É nas mudanças sociais que nós, professores, temos um papel importante, no sentido de questionar as características consideradas culturalmente como próprias de um ou outro sexo e procurar não as reforçar. Ao mesmo tempo, devemos procurar desenvolver actividades de compensação que contribuam para eliminar atitudes e comportamentos discriminatórios, transmitindo valores e atitudes igualitárias, de reconhecimento da importância das capacidades e qualidades pessoais, em detrimento do género.
Actividade 1 “Será que a Joaninha tem uma pilinha?”
Dantes, para o Max, tudo era simples. Primeiro: havia os Com-Pilinha. Segundo: havia os Sem-Pilinha. Terceiro: os Com-Pilinha eram mais fortes que os Sem-Pilinha. É óbvio, porque tinham pilinha!
Eh!... Nem vale a pena protestar. Era assim desde o princípio do mundo. Vejam, por exemplo, os mamutes.
No tempo dos mamutes havia os mamutes com pilinha e os mamutes sem pilinha. E quais eram os mais fortes?
Por isso, o Max estava mesmo muito feliz por fazer parte dos Com-pilinha. E quanto às meninas… paciência…
Se às meninas faltava qualquer coisa, a culpa também não era dele!
Mas isso tudo era dantes. Porque um dia, a Joaninha entrou para a turma do Max. - Meninos, apresento-vos a Joaninha – diz a Senhora Professora. Ao princípio, o Max nem quer saber da Joaninha. Ela é uma Sem-pilinha, ela que vá mas é brincar com as bonecas ou desenhar florzinhas patetas.
Olha, até estamos na aula de desenho e a Joanina está a desenhar. -Mas tu tens muito jeito! – Exclama a Senhora Professora, mostrando o trabalho da Joaninha.
Na folha, não estão florzinhas patetas. O que lá está é um enorme mamute! “Mas que raio de miúda é esta?”, pensa o Max para consigo.
Nos dias e nas semanas que se seguem, o Max pergunta-se muitas vezes: “Mas que raio de miúda é esta?” Porque, além de desenhar mamutes a Joaninha também joga à bola. E tem uma bicicleta de rapaz.
E não tem medo de subir às árvores (muito mais alto do que o Max). E quando a Joaninha luta, está sempre a ganhar. “Não, mas afinal, que raio de miúda é esta?”, torna a perguntar-se o Max, pela milésima vez.
Até que uma ideia se instala na sua cabeça: a Joaninha deve ser uma rapariga especial! Ele acha que a Joaninha deve ter alguma coisa a mais do que as outras raparigas… sim, é isso. A Joaninha é uma rapariga com pilinha… Mas isso é batota! O Max decide imediatamente abrir um inquérito para descobrir a verdade.
Assim que ele tiver a prova de que a Joaninha tem uma pilinha, irá denunciá-la a toda a gente. Nunca mais ninguém vai querer brincar com ela! Dito e feito. O Max nunca mais larga a Joaninha. Vai atrás dela para todo o lado para a espiar. Por baixo da porta da casa de banho, por exemplo, ele vê que ela faz chichi sentada e não de pé. Bom, mas isso também não prova nada. Toda a gente pode fazer chichi sentada.
De outra vez o Max vai dormir a casa da Joaninha. Mas… azar… ela despe-se na casa de banho e sai com um grande pijama cheio de mamutes. Nessa noite, o Max não consegue ver mais nada. Na verdade, nas outras noites e nos outros dias também não. É que este tipo de inquérito não é assim tão fácil… Dezenas de noites e dezenas de dias se passam assim, sem que nada se veja.
Até que chega o Verão. A Joaninha e o Max encontram-se num parque de campismo. Enquanto ao pais deles estão a montar as tendas eles gritam:
. Nós vamos tomar banho! De tão impacientes que estão por mergulhar nas ondas, esquecem-se de levar os fatos de banho.
E só se apercebem disso quando chegam à praia. - Que grande chatice! – resmunga a Joaninha. Temos de voltar para trás.
“Nem pensar!”, lembra-se o Max. “É agora ou nunca!” e diz: -E se tomássemos banho nus…? Ele está mesmo à espera que a Joaninha diga que não. Mas nada disso. Ela responde: -Está bem! E começa a despir-se. A princípio a única coisa que o Max consegue ver é o rabo da Joaninha.
Mas isso não chega. Só pelo rabo não se pode saber. Então, a Joaninha vira-se. E o Max fica de boca aberta e com os olhos esbugalhados.
O Max balbucia: - Mas tu… tu… tu não tens pilinha? Admirada, a Joaninha olha para baixo da sua barriga e responde: -Eu? Não… eu tenho pipi! E plof, mergulha numa onda.
Desde então, o mundo nunca mais voltou a ser o mesmo para Max.
Dantes, havia os Com-pilinha e os Sem-pilinha. Agora há os Com-pilinha e os Com-pipi. Pois é… afinal não falta nada às meninas!
EXERCICIO 1
Tarefa: Preenchimento individual de um ou mais cartões por cada um das crianças (serão azuis para os meninos e rosa para as meninas).
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EXERCICIO 2
Recorta as imagens da história e ordena-as na sequência correcta. 1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
16
14
15
ATIVIDADE 2
EXERCICO 1 Os Tempos Livres Actividades
Teatro
Ballet
Música
Futebol
Natação
Leitura
Jogos
Televisão
Meninos
Meninas
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EXERCICO 2 As profissões Actividades
Professor(a)
Jogador(a) de futebol
Médico(a)
Cabeleireiro(a) Cozinheiro(a)
Meninos
Meninas
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EXERCICO 3 O vestuário Actividades
Calças
Calções
Saia
vestido
t-shirt
sapatilhas
Meninos
Meninas
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EXERCICO 4 As tarefas Actividades
Limpar a casa
Lavar o carro
Cozinhar
Passar a ferro
Tratar dos filhos
Trabalhar
Meninos
Meninas
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ATIVIDADE 3 HISTORIA: A PRINCESA QUE QUER SER REI. Não, não era bem a filha que os pais estavam à espera, longe disso. Quando nasceu era diferente de todas as outras crianças, era uma pequena bola de pelo. - Rainha – disseram os conselheiros – a princesa é um bocadinho peluda, mas, de resto, é perfeita com uma flor. A rainha é claro, apanhou um susto quando olhou para s sua pequena filha. Ninguém conseguiu explicar de onde saiu tanto pelo. A rainha era branca como um lírio e o rei tinha menos pêlo que o costume num homem. Com o tempo todos se foram habituando, até porque as preocupações começaram a ser outras. Era uma criança extraordinária: em vez de ficar quieta junto da sua mãe a aprender a bordar, a tocar piano, desde cedo revelou dores incríveis para não estar quieta. Na verdade andavam sempre à sua procura. Não fazia nada de mal: queria ver os campos, queria ver as flores, queria ver os lagos, queria ver as pessoas, queria fazer festas aos animais. A princesa queria ver todos s dias a mesma coisa. A rainha desesperava e dizia: - Mas é sempre igual! A vida é sempre a mesma! A princesa abraçava muito a mãe e dizia: - Lá fora é tudo muito mais bonito! E as flores, os campos, as pessoas e os animais são diferentes todos os dias. A princesa tinha muita pena da mãe, achava que ela também devia sair em vez de ficar sempre dentro de casa, ou antes, do enorme palácio. A unia distracção da rainha eram as flores pois ela encomendava bolbos e sementes de todas as partes do mundo. Mas, a princesa todos os dias fugia para ver o sol esparramado em todas as coisas. Quando começou a fugir de casa para ir ver o mundo as pessoas estranhavam uma menina tão peluda e logo adivinhavam que só podia ser a princesa guedelhuda. Além disso ela apresentava-se: - Eu sou a princesa, muito prazer! Os camponeses gostavam muito dela. Ela falava com as pessoas, gostava de ajudar os outros, era muito afável. À medida que foi crescendo foi apurando o seu sentido de justiça e pedia muitas vezes ajuda ao pai para resolver situações que identificava. Certo dia o pai disse-lhe: - Minha filha, que disparate é este de estares sempre a dar ordens? Eu sou o rei, eu é que mando. - Mas não mandas muito bem, papá. – disse a princesa – Além disso, daqui a três anos já posso ocupar o trono. O rei ficou espantado com a resposta da princesa. Ele adorava aquela filha mas preocupava-o o facto de ela ser tão boa e tão má ao mesmo tempo. Isto porque não era como as outras meninas: não era feminina mas era meiga e delicada; era de uma beleza tão pura como a natureza. O rei disse-lhe: -Minha filha não podes ocupar o trono Só um homem o poderá fazer. - Pai eu sou a tua única filha! Essa lei tem de ser mudada. – disse a princesa. Além disto o rei e a rainha tinham outra grande preocupação: com quem iria casar a princesa? Era feia e não gostava de se cuidar e, ainda por cima não se preocupava nada com isso.
O tempo passava e a princesa continuava a preocupar-se com os estudos e com as caminhadas e os assuntos do reino. Praticava muito exercício físico para ficar ainda mais musculada. Era muito organizada e trabalhadora. Chamavam-lhe “princesa cavalona”. As raparigas e rapazes da sua idade troçavam-na por ser assim. A rainha lamentava-se: - Tantas qualidades que não são próprias do seu sexo são defeitos. - E se as qualidades não fossem de nenhum sexo? – perguntava o rei. Quando fez dezassete anos a princesa voltou a falar da sucessão e o pai voltou a responder-lhe da mesma forma. A princesa ficou furiosa e muito triste. Depois de muito argumentar o rei disse-lhe que se provasse que era tão boa como um homem mudaria a lei. Ela respondeu-lhe: - Vou provar que sou melhor que um homem. – E saiu pela porta fora. No dia seguinte partiu. Os reis ficaram tristes e sentia a sua falta a cada minuto. Passaram meses, passaram anos. O rei soube que a sua filha se tinha alistado no exército e que combatia com bravura. O reino acabou por ser invadido pelo inimigo e as lutas sangrentas duraram muitos anos. Já faltava pouco para o rei perder o seu reino quando pediu ajuda a um exército aliado. Depois de algum tempo esse exército chegou e expulsou os invasores. O rei suspeitou que ele seria liderado pela sua filha mas ninguém lhe conseguiu dizer nada. O rei esperou pela filha cem noites sem dormir. Na centésima noite ela chegou. - Vem aí o cavaleiro que comandava o exército salvador – ouviu o rei. O rei, nem acreditava em tamanha alegria. Foi chamar a rainha e juntos com o povo concentraram-se na sala da coroação para homenagear o salvador da pátria. Souberam logo que era ela pelo som inconfundível dos seus passos. - Venho buscar o que é meu. O rei abriu os olhos e ficou estarrecido com a beleza da princesa: os cabelos fortes e negros, as sobrancelhas maiores e mais unidas, os olhos negros. Era uma rainha-guerreira. Debaixo da sua capa tirou um embrulho que aconchegava ao peito e de lá saiu uma cabeça. - Um neto! – Exclamou a rainha de braços abertos – É um menino ou uma menina? - Não sei – disse a princesa – isso não é importante. Nasceu há poucas horas e trouxe-o até vocês. Os reis estavam deliciados com o bebé. Abraçavam-no e não paravam de olhar para ele. De um salto a princesa tirou-lho dos braços e todos ficaram parados, não se ouvia uma mosca. A princesa olhou em volta e identificou alguns dos que lhe chamavam peluda e cavalona. Lembrava-se de estar sempre sozinha e de perder todos os seus amigos. Mas a princesa sentia que a todos conseguia perdoar. Sentia-se mais forte do que todos. Tinha provado ser forte como um homem mas melhor do que qualquer homem porque era mulher. Voltou a olhar para o embrulhinho que tinha ao colo, aconchegou-o e disse: - Estou pronta meu pai!
E assim tornou-se na rainha invencível que ficou conhecida pela sua força e coragem mas também pela sua sensibilidade, beleza e sentido de justiça.
ILUSTRAÇÃO: A PRINCESA QUE QUER SER REI.
Nível de Ensino: 1º Ciclo. Grupo de recrutamento: 1 10
Teresa Mª Mendes
Ana Margarida Costa
AÇÃO DE FORMAÇÃO F1C /2010 Centro de Formação Braga Sul
Atuação Docente na Educação para a Sexualidade na Aplicação do Programa PRESSE (1º Ciclo)
Paula C. Fernandes
TRABALHO PRÁTICO
Formando: Teresa Maria de Castro Vieira Mendes
Educação para a Sexualidade “ A sexualidade é uma energia que nos motiva a procurar amor, contacto, ternura e intimidade; que se integra no modo como nos sentimos, movemos, tocamos e somos tocados; é ser-se sensual e ao mesmo tempo sexual, ela influencia pensamentos, sentimentos, ações e interações e, por isso, influencia também a nossa saúde física e mental»
Organização Mundial de Saúde (OMS) - conceito de sexualidade
A sexualidade é parte integrante da vida, do corpo, das relações entre as pessoas, do crescimento pessoal e da vida em sociedade. A escola tem um papel importante na medida em que pode contribuir para que as crianças construam o seu “eu”, através de um conhecimento mais aprofundado do seu corpo, da compreensão da sua origem e da valorização dos afetos, em articulação com as famílias, que terá repercussões ao nível de uma vivência mais responsável e saudável da sexualidade.E como diz Isabel Renaud, “ a afetividade e a sexualidade educam-se e aprendem-se”.Neste contexto, todos os atores, pais, professores e educadores têm um papel muito importante na interiorização pela criança/ adolescente, de um conceito de sexualidade que englobe todas as suas dimensões: a dimensão biológica, psicológica, emocional, afetiva e social. Só assim, ela estará capaz para a tomada de decisões conscientes, responsáveis e construtivas. A sexualidade e a afetividade são componentes essenciais da intimidade e das relações interpessoais. Experiências com os familiares e com os pares, em que as características biológicas interagem com uma série de estímulos potenciam o desenvolvimento de competências sociais de integração e de relacionamento positivo com os outros. Como tal, deverão ser trabalhadas as relações interpessoais, ao mesmo tempo que se procura a valorização dos afetos e a expressão de sentimentos que ligam as crianças aos que a rodeiam.É importante que os alunos pensem nas suas relações com os outros, para aprenderem a comunicar os seus desejos e sentimentos, a dizer o que lhes agrada ou não.No âmbito deste projeto, será apresentado um conjunto de atividades que pretendem ajudar as crianças a obterem um reconhecimento positivo da sua identidade de género, a expressarem os seus sentimentos e emoções nos diversos tipos de relações interpessoais bem como a reconhecerem o papel e a importância das relações familiares. Ele terá como objetivos educacionais específicos, levar os alunos a:
Compreender a importância dos sentimentos e da afetividade na vivência da sexualidade;
Reconhecer e expressar emoções e os sentimentos;
Expressar de forma saudável a sua identidade de género;
Refletir face aos papéis de género;
Reconhecer o significado afetivo e social da família, das diferentes relações de parentesco e a existência de vários modelos familiares;
Valorizar das relações de cooperação e de interajuda;
Identificar os vários tipos de relações interpessoais em diferentes contextos de sociabilidade;
Trabalhar e desenvolver competências para:
Expressar opiniões e sentimentos pessoais;
Comunicar acerca de temas relacionados com a sexualidade
Envolver-se nas atividades escolares demonstrando empenho e motivação
Atuar de modo assertivo nas diversas interações sociais (com familiares, amigos, colegas e desconhecidos)
Adequar as várias formas de contacto físico aos diferentes contextos de sociabilidade
Foi também objetivo deste trabalho, promover a educação sexual através da leitura. Nesse sentido os conteúdos da educação sexual serão trabalhados a partir de obras recomendadas pelo Plano Nacional de Leitura (PNL), com conteúdos lúdicos e sugestivos, que, direta ou indiretamente, permitam abordar os temas identificados, conseguindo-se, deste modo, a contextualização e a articulação com diferentes áreas curriculares.
Trabalho de pesquisa O trabalho de pesquisa ajuda o aluno a clarificar ideias, levando-o a interrogar-se sobre os diferentes aspetos do tema em estudo. A pesquisa de informação pode ser feita com base em inúmeras e diversificadas fontes: livros, revistas, jornais, Internet, etc., sendo este um trabalho priveligiado de articulação com os pais. Brainstorming ou «Tempestade de ideias» Permitirá registar todos os “conheciementos prévios”, “ideias”, que os alunos ou a turma possuam sobre determinada questão ou problema. Ela será o ponto de partida para posteriormente se aprofundar a discussão, se esclarecerem as dúvidas e as ideias erradas. Resolução de problemas Mediante a utilização de histórias, videos, power points, situações concretas, incentiva-se a discussão para a resolução de problemas comuns, com os quais os alunos possam vir a ser confrontados. Jogos de clarificação de valores A partir destes jogos pretende-se promover o debate entre posições diferentes (podendo ou não chegar-se a consenso), através da utilização de pequenas frases que sejam opinativas e polémicas.
Utilização de questionários Os questionários poderão ser utilizados para recolher conhecimentos e opiniões existentes, bem como para avaliar conhecimentos. Role play ou dramatização É uma forma particularmente dinâmica de analisar uma situação ou provocar um debate. A partir de dramatizações far-se-à a simulação de pequenos casos ou histórias em que intervêm o número de personagens desejadas. O role play pode ser eficazmente aproveitado no treino de determinadas competências, tais como saber escutar o outro, desenvolver o relacionamento interpessoal ou saber expressar sentimentos. Produção de cartazes Permitirá organizar a informação recolhida, com recurso a (textos, fotografias, gráficos, esquemas, recortes, etc.). Pode ser apresentada ao grande grupo, ou pode ser uma forma de fomentar a discussão à volta de um tema. Caixa de perguntas Esta ficará à disposição dos alunos para que sempre que o entenderem aí coloquem perguntas, dúvidas, sugestões, com caráter anónimo, para que não haja nenhum tipo de constrangimento na exposição da situação. As perguntas serão posteriormente respondidas de forma clara e com correção científica.
Fichas de trabalho Estas serão elaboradas de acordo com os objetivos a alcançar: • recolha de informação; • exploração de informação; • síntese de informação; • avaliação; • autoavaliação. Exploração de vídeos e outros meios audiovisuais Estes materiais podem ser um auxiliar muito importante para o desenvolvimento das atividades. A construção de guiões de exploração de pré e pós visualização permitirá uma síntese dos conhecimentos adquiridos e a reflexão crítica sobre o material visionado. Ao longo do trabalho prático irá aparecer o símbolo documentos.
que indica uma hiperligação que remete para outros
Relações e afetos
TRABALHO PRÁTICO Nº1
Decidimos iniciar este trabalho pelas emoções e sentimentos por ser um tema presente e marcante no dia a dia dos nossos alunos. Através dele poderemos proporcionar-lhes o auto conhecimento, bem como a aquisição de valores cívicos, o reconhecimento da diversidade, bem como o desenvolvimento de relações interpessoais.Estamos de acordo com Paulo Moreira (2009) “As emoções dão-nos mensagens acerca do que se passa à nossa volta. Ajudam-nos a tomar decisões, orientam-nos e influenciam os nossos comportamentos. Ajudamnos a afastarmo-nos dos perigos e a aproximarmo-nos do bem.”
Promover a comunicação a a expressão de emoções e sentimentos positivos e negativos; Incentivar o autoconhecimento; Identificar, aceitar e valorizar diferentes emoções e sentimentos pessoais e dos outros;
Sessão 1– A partir do video “Livro dos sentimentos” de Todd Parr, serão diferenciados os momentos antes da projeção e após projeção. O momento antes da projeção servirá para estabelecer um debate com os alunos prevendo o seu conteúdo bem como questões suscitadas pela imagem inicial. Após a projecçaõ explorar-se-á a sua mensagem nele veiculada, promovendo a reflexão crítica sobre o material visionado, levando os alunos a identificar os diversos sentimentos e emoções, as situações que estiveram na sua origem, bem como a refletirem sobre ele, emitindo opiniões pessoais. Seguir-se-á a resolução da ficha de trabalho “Livro dos sentimentos”. Os alunos registarão também, no “Diário dos sentimentos”, os sentimentos/emoções que forem vivenciando ao longo da semana, que posteriormente serão partilhados com os colegas.
Video: Livro dos sentimentos Ficha de trabalho: Livro dos sentimentos Ficha de trabalho: Diário dos sentimentos Ficha de Autoavaliação Sessão 2 – A partir do video “ Vale dos sentimentos” promover-se-á um debate, em grande grupo, com o objetivo de apreender o seu conteúdo, constituído com base nos sentimentos. Como forma de consolidação e aplicação de conhecimentos os alunos serão convidados a construir o livro dos sentimentos, a partir de um power point.
Video: Vale dos sentimentos Power Point - O encantamento do vale dos sentimentos O meu livro dos sentimentos/emoções Ficha de Autoavaliação
Sessão 3 – Tendo por base todo o trabalho desenvolvido nas sessões anteriores, os alunos serão convidados a construir o livro dos seus próprios sentimentos, relembrando situações que lhes tenham proporcionado, alegria, tristeza, vergonha, medo,…etc.
Power Point – Sentimentos e Emoções O livro dos meus sentimentos/emoções Ficha de Autoavaliação
TRABALHO PRÁTICO Nº2
As aulas de Educação Sexual são um meio privilegiado para trabalhar a construção da cidadania, pois é importante que os alunos superem os preconceitos de todo o tipo: de cor, de sexo, de peso, de forma do corpo, de comportamento,…etc. Em suma, é importante que aprendam a lidar com os sentimentos, comportamentos e atitudes dos outros, e a perceber que cada um de nós é diferente e que são essas diferenças que nos fazem especiais e únicos.
Promover os valores de respeito pela diferença. Sensibilizar os alunos para os comportamentos discriminatórios e preconceituosos.
Sessão 1 – Pré-leitura da obra “ Não faz mal ser diferente “ de Tod Parr, a partir da ilustração da capa e respetivo título, como forma de fazer uma introdução à temática. Seguir-se-á a leitura da obra, associada à projeção multimédia, a partir do qual se promoverá o debate e a reflexão sobre os valores pessoais e sociais nela expressos, de modo a que o contributo coletivo alargue a perspetiva limitada do olhar individual. Depois, os alunos construirão uma poesia, a partir de um modelo, intitulada: “Não faz mal ser diferente”. Para concluir, a partir de recortes de jornais e revistas, de imagens da internet com pessoas de diferentes características, de diferentes lugares do mundo, de diversas raças, os alunos construirão um mural para afixar numa parede da escola. O seu objetivo é o de apelar à não discriminação.
Power point da obra: Não faz mal ser diferente Ficha de trabalho: Poesia: Não faz mal ser diferente Ficha de Autoavaliação Sessão 2 – Brainstorming ou «Tempestade de ideias» sobre a amizade. A partir da palavra amizade os alunos farão um brainstorming. Seguir-se-á um debate e reflexão tendo por base o power point: A cor dos amigos”.
Power point: A cor dos amigos Ficha de trabalho: A amizade: Tempestade de ideias
TRABALHO PRÁTICO Nº3
O cerne do desenvolvimento humano está nas relações sociais.Os seres humanos desenvolvem-se à medida que se relacionam, convivem e interagem com as pessoas que os rodeiam.As crianças constroem o seu mundo relacional, recorrendo aos afetos, que são parte integrante da sua vida, e que manifestam sempre através de emoções e sentimentos, sejam eles positivos ou negativos.
Verbalizar sentimentos e emoções em relação a outras pessoas; Aprofundar as diversas emoções associadas à amizade;
Sessão 1 – Pré-leitura da obra “Adivinha quanto eu gosto de ti”, a partir da qual se fará a exploração da capa e do título, como forma de efetuar a previsão do conteúdo textual. Os alunos poderão dar o seu testemunho acerca do que para eles significa a amizade bem como, outros sentimentos e emoções com ela relacionados.
Power point: “ Adivinha quanto eu gosto de ti” Ficha de Autoavaliação Sessão 2 – Leitura e exploração do conteúdo textual, caracterização das personagens, a partir do qual se lançará o debate, com base na seguinte questão: “ O que é a amizade?” Seguir-se-á a construção de um acróstico enquadrado na temática.Para finalizar, os alunos poderão dar largas à imaginação, participando num role-play, construído com base no tema “amizade”, e assumindo o papel de duas lebres, as personagens do texto trabalhado.
Ficha de trabalho: Acróstico sobre a amizade Origami - lebres Ficha de Autoavaliação
TRABALHO PRÁTICO Nº4
É inquestionável a importância da família na Educação Sexual das crianças; a vivência da sexualidade é um dos elementos do processo de desenvolvimento global da pessoa, no qual, a família, é o primeiro e um dos principais agentes. É nela que se realizam as primeiras relações afetivas, vinculativas e de sociabilidade que terão repercurssões nos ciclos de vida subsequentes. A influência da família nas crianças, a aprendizagem pela observação de comportamentos e pela integração de modelos que incorporam tanto o fazer, como o pensar e o julgar, vem reforçar a inevitabilidade da participação da família na Educação Sexual das crianças. Os vínculos afetivos mediatizam a sexualidade ao longo de toda a vida, mas sobretudo na primeira infância, em que a interação com a mãe, com o pai e com outras figuras afetivamente significativas têm um papel fundamental no desenvolvimento da criança.
Reconhecer a importância das relações afetivas na família; Definir e promover relações de cooperação, de interajuda e de responsabilidade na família; Identificar o significado afetivo e social da família, das diferentes relações de parentesco e da existência de vários modelos familiares; Desenvolver a capacidade para se confrontarem com os modelos socioculturais do masculino e do faminino. Promover a igualdade de género;
Sessão 1 – Pedir aos alunos que numa folha de papel em branco desenhem a sua família. Seguidamente cada um dos alunos apresentará o seu trabalho, falando um pouco sobre a sua família.Após este primeiro momento, a partir do qual os alunos mobilizarão alguns conhecimentos prévios sobre a família, proceder-se-á à projeção de um power point construído a partir da obra de Todd Parr, e intitulado “O Livro da Família”. Este será o ponto de partida para se promover um debate, em grande grupo, não só sobre a importância da família, como também para sensibilizar os alunos para a existência de diferentes estruturas e modelos de famílias e para a valorização de todas elas. Esta será também uma oportunidade para os preparar para apreciarem e aceitarem as diferenças que encontrarão ao longo da sua vida.Em seguida, ser-lhes-á solicitado, que construam a árvore genealógica da sua família. Paralelamente construirão, um acróstico sobre a mesma temática, que será afixado num placard intitulado “ Todas as famílias são especiais”.
Power point: “O Livro da Família” Ficha de trabalho: A minha família Ficha de trabalho: A minha árvore genealógica Ficha de trabalho: Acróstico Ficha de Autoavaliação
Sessão 2 – Diálogo com os alunos sobre o pai e sobre a mãe com o intuito de que eles reconheçam o papel preponderante dos dois progenitores, identifiquem a importância das relações afetivas entre pais e filhos e assumam a sua quota parte nas suas tarefas e papéis de cada um, em contexto familiar. Visionamento e exploração de dois poiwer points construídos com base nas obras “O meu pai” e a “Minha mãe” de Anthony Browne. Diálogo vertical e horizontal a partir das imagens e do texto, com o objetivo de os alunos descobrirem os diferentes papéis que o pai e a mãe têm, no seio da família, e percebam o valor da responsabilidade que cada um assume. Uma vez que a sociedade exerce influência sobre as crianças, atribuindo determinada identidade e papel a cada sexo, é importante que estes conceitos progressivamente sejam relativizados. Nesse sentido promover-se-á um debate alargado de modo a que todos emitam a sua opinião acerca dos papéis de género. Este, terá como objetivo que a pouco e pouco os alunos vão estruturando o seu entendimento sobre os papéis masculino e feminino e sobre o estatuto social que lhes é atribuído. Ao longo desta sessão, os alunos irão construir um “mural” com recortes de jornais e de revistas relacionados com as várias profissões que tanto podem ser desempenhadas por homens como por mulheres: homem polícia/mulher polícia; educador/educadora; homem militar/mulher militar,… Para concluir os alunos vão construir uma “nuvem http://www.wordle.net/create , caracterizando o pai e a mãe. Exemplo:
Power point: “O meu pai” Power point: “Minha mãe” Ficha de Autoavaliação
de
poesia”
a
partir
do
site:
A educação em meio escolar, constitui uma dimensão essencial no percurso educativo e formativo dos alunos, o “andaime” que alicerça o seu desenvolvimento psicoafetivo e social. Daí que, no contexto educativo, faça todo o sentido que ela seja abordada numa perspetiva de interdisciplinaridade.
Na
dinâmica criança-família-sociedade a escola constitui o espaço privilegiado, pelo contributo que pode dar na aquisição e estruturação dos conhecimentos, na interiorização de valores e na implementação de práticas, que constituirão o suporte da cidadania. É fundamental que se encontrem formas de tornar efetiva a articulação escola-família, sobretudo dadas as características e necessidades das crianças, no primeiro Ciclo, para que o desenvolvimento da sexualidade possa ser integrado de forma harmoniosa, preparando deste modo uma vida adulta saudável.É com este enquadramento que de define uma das finalidades básicas da educação sexual para o 1º Ciclo do Ensino Básico:“Contribuir para que as crianças construam o seu «Eu em Relação», através de um melhor conhecimento do seu corpo, da compreensão da sua origem, da valorização dos afetos e da reflexão crítica acerca dos papeis sociais de ambos os sexos”.
A formanda
Power point: “O meu pai” Power point: “Minha mãe” Ficha de Autoavaliação
Atuação Don't Worry Be Happy Bobby Mc Ferrin [ smile ] http://www.youtube.com/watch?v=3o0ExGXfs2o
TRABALHO PRATICO Nº1 Sessão nº1
Todos nós sentimos as coisas de forma diferente.
Pree nche o teu diário pessoal de sentimentos todos os dias. Anota os sentimentos que vivencias ao longo da semana. Partilha as tuas ideias com os colegas. Segunda-feira
Terça-feira
Quarta-feira
Quinta-feira
Sexta-feira
No nosso dia-a-dia experimentamos sentimentos agradáveis e sentimentos desagradáveis. 1 - Para os identificares e construires o livro dos sentimentos preenche as tabelas seguintes:
Coisas que me fazem sentir... zangado
triste
alegre
amendrontado
surpreendido
ansioso
envergonhado
calma
2 – Expressa através da mímica situações que despertaram os diferentes sentimentos acima referidos. 3 – Dá exemplos de:
Sentimentos/emoções agradáveis
Sentimentos/emoções desagradáveis
Livro dos Sentimentos. http://www.youtube.com/watch?v=krwS2rdfkgQ
Sessão nº2
Vale dos Sentimentos
Vídeo: Vale dos Sentimentos http://www.youtube.com/watch?v=jXhreqt3RaA
Ilustração: Vale dos Sentimentos http://issuu.com/tiagolopess95/docs/vale_dos_sentimentos
Sessão nº3
TRISTEZ A AMOR
ALEGRIA
IRRITAÇÃO
ANSIEDADE
MEDO VERGONHA
Eu sinto-me feliz (quando;porque…) __________________________________________________________ ______________________________________ Situação
Eu sinto-me sozinho (quando;porque…) __________________________________________________________ ___________________________________
Situação
Eu sinto-me furiosa (quando;porque…) __________________________________________________________ ____________________________________ _______________________________ Situação __________________________________________________________ ____
Eu sinto-me assustado (quando;porque…) __________________________________________________________ _________________________________
Situação
Eu sinto-me deprimida (quando;porque…) __________________________________________________________ _________________________________ Situação
Eu sinto-mevitorioso (quando;porque…) __________________________________________________________ _________________________________ Situação
Eu sinto-me cheio de ternura (quando;porque…) __________________________________________________________ ____________________________ _______________________________ Situação __________________________________________________________ ____
Eu sinto-me preocupado (quando;porque…) __________________________________________________________ ________________________________ _______________________________ Situação __________________________________________________________ ____
Eu sinto-me envergonhada (quando;porque…) __________________________________________________________ ______________________________ _______________________________ Situação
Envergon
__________________________________________________________
hada
____
Eu sinto-me ……………………… (quando;porque…) _______________________________________________________ _____________________________
Situação
TRABALHO PRÁTICO Nº2 Sessão nº1
N達o faz mal ser diferente
Sessรฃo nยบ2
A Amizade-Tempestade de ideias
Pinta a AMIZADE da cor que aches mais bonita!
Nome _________________________________________________ Data __________________________________________________
AS CORES DOS AMIGOS
Trabalho Prรกtico nยบ3 Sessรฃo nยบ1
ADIVINHA QUANDO EU GOSTO DE TI
Sessรฃo nยบ2
Trabalho prático nº4 Sessão nº1
Família
Família
Sessão nº2
A minha Mãe
O meu Pai
Nível de Ensino: 1º Ciclo. Grupo de recrutamento: 1 10 Isaura Cerqueira
Maria Rosário M Sousa
CENTRO DE FORMAÇÃO DE ASSOCIAÇÃO DE ESCOLAS BRAGA /SUL
Agrupamento de Escolas de Celeirós
Promoção da Educação para a Saúde -
+Saúde
Actuação Docente na Educação para a Sexualidade na Aplicação do PRESSE 1º Ciclo
Formadora: Sandra Duarte Formandas: Isaura Dias Cerqueira Maria do Rosário Moreira de Mesquita e Sousa
Agrupamento de Escolas de Celeirós Promoção da Educação para a Saúde - +Saúde
TEMA - NOÇÃO DE CORPO 1. Introdução “A sexualidade é uma dimensão da vida humana demasiado importante para que se deixe ao sabor do acaso ou da crença de que tudo o que diz respeito à sexualidade se faz por aprendizagem intuitiva. Os professores, quer queiram quer não, têm uma pesada responsabilidade à qual não se podem furtar: têm de reflectir, de se preparar para criarem as condições necessárias a que as crianças cresçam em toda a sua plenitude e encarem de uma maneira sã tudo aquilo que diz respeito ao sexo para que se sintam bem consigo próprias, para que vão criando critérios e valores que lhes permitam viver uma vida com qualidade.” (Cortesão et al, 1989:41) O pequeno excerto acima transcrito é claro e elucidativo, pois reflecte, de forma clara e inequívoca, a importância da necessidade que os professores têm de se actualizarem e de se prepararem para uma nova abordagem de uma temática que, por si só, é alvo de alguma controvérsia e se encontra rodeada de alguns tabus e mitos. O envolvimento na Acção de Formação sobre a Educação Sexual, no âmbito do programa PRESSE (Programa Regional de Educação Sexual em Saúde Escolar) surge, precisamente, no sentido de apoiar e clarificar os docentes na estruturação de uma nova perspectiva face a esta temática, contribuindo para uma melhor formação da personalidade e desenvolvimento integral dos seus alunos e para uma vivência mais informada, mais gratificante, mais autónoma e, logo, mais responsável da sexualidade. A Educação Sexual incorpora-se no sistema educativo como um conteúdo transversal e pressupõe uma transformação a longo prazo do sistema educativo, fruto de um processo que englobe inovações qualitativas tais como: Envolvimento da comunidade educativa; Colaboração escola-família; Trabalho transdisciplinar dos professores; Desenvolvimento de projectos na aula; Desenvolvimento de atitudes e competências. Durante a planificação das aulas previstas, existiu sempre a preocupação, por parte das formandas, de propor actividades que permitissem a articulação entre as várias áreas disciplinares e também de alguma colaboração/interacção por parte da família. 2. Enquadramento teórico Ao iniciarem o seu percurso escolar, as crianças já revelam alguma independência relativamente aos pais, já adquiriram uma certa gramática social e estabelecem as primeiras verdadeiras relações de amizade. Nestas idades, já interiorizaram uma certa moral sexual, isto é, sabem o que os adultos que as rodeiam (pais e primeiros professores, naturais modelos de conduta) esperam delas e procuram exercer um certo controlo sobre si próprias. Esta moral sexual já existente (tal como preconiza a Teoria Evolutiva, adoptada pelo programa PRESSE, que explica a sexualidade infantil através do desenvolvimento psicossexual) e estes valores associados à sexualidade são transmitidos quotidianamente às crianças, através de comentários, exemplos, gestos e até castigos.
Quanto aos comportamentos sexuais, a partir dos seis anos e até por volta dos onze/doze anos, apenas são experimentados pelas crianças desta faixa etária, na vivência de um outro tipo de situações que se traduzem, sobretudo, na expressão de sentimentos, tais como a autoconfiança e a solidariedade (fase de maior autonomia da família e descoberta da socialização proporcionada pela escola). É a fase das amizades. Continua o interesse em observar o corpo das outras crianças, embora este interesse até agora associado à curiosidade, passe a manifestarse sob a forma de brincadeira, como por exemplo: “brincar aos médicos “,“eu mostro-te os meus órgãos genitais e tu mostras-me os teus “, “à cabra cega”, ao “jogo do anel”etc. As emoções associadas a este tipo de jogos sexuais são positivas. Não existe violência ou manipulação nestes comportamentos. Durante os anos pré-escolares a criança, que se encontra num processo de socialização/aculturação, desenvolve de forma acentuada o seu conceito a respeito da imagem corporal. Com um pensamento e uma linguagem mais abrangente, começa a reconhecer que a aparência das pessoas pode ser mais ou menos desejável e constata as diferenças de cor ou raça. Ela conhece o significado das palavras "bonito" e "feio" e reflecte a opinião que os outros têm a respeito de sua aparência. Aos cinco anos, por exemplo, a criança já compara a sua altura com a de seus pares e pode dar-se conta de ser alta ou baixa, especialmente quando as pessoas se referem a ela, chamando-a de "alta ou baixa para a idade". Apesar dos seus progressos no desenvolvimento da imagem corporal, a criança em idade pré-escolar ainda tem uma noção pouco definida a respeito dos limites do seu corpo, além de possuir escassos conhecimentos da sua anatomia interna. Em virtude disto, qualquer experiência invasiva a atemoriza, especialmente quando fere a pele com pequenos cortes ou escoriações. Em consequência de um corte na pele, poderá produzir o pensamento de que se vai esvair em sangue, de que “todo o sangue do seu corpo sairá”. Por isso, os curativos são tão importantes para “segurar tudo lá dentro”, e qualquer arranhão precisa de atenção e cuidados, de uma expressão que a acalme “não é nada, já vai passar”para que a interpretação da imagem corporal da criança seja atendida, evitando distúrbios que possam surgir posteriormente (segundo MONTARDO, 2002). A criança percebe o seu próprio corpo por meio de todos os sentidos, estando o seu corpo a ocupar um espaço no ambiente, em função do tempo, captando assim imagens, recebendo sons, sentindo cheiros e sabores, dor e calor, movimentando-se. O corpo é o seu centro, o seu referencial, para si mesmo, para o espaço que ocupa e na relação com o outro. Por volta dos 6 anos a criança permanece ávida de saber, absorvendo saberes como uma “esponja”. Porém, apercebe-se que, pelo menos no domínio da sexualidade, os adultos não estão receptivos às suas questões. Ela pressente o tormento, a timidez e um olhar culpabilizante. Como consequência, dirige-se para os seus pares na tentativa de alargar os seus conhecimentos. Observa então como as crianças do outro sexo urinam e “brinca aos médicos”, preferencialmente com amigos do sexo oposto. Entre os 7 e os 10 anos a curiosidade está sempre presente e assume uma vertente bastante científica em detrimento da relação afectiva e do prazer. Além de colocar questões neste campo, nomeadamente para que servem os órgãos genitais, a criança procura respostas em livros e na Internet, mas é essencialmente junto dos seus colegas que as encontra. Nestas conversas, partilham experiências de audição de discursos sexuais adultos e de visualização de corpos nus dos mais velhos, proferem termos grosseiros e emitem comentários até sobre a vida sexual dos professores. No entanto, sentem desconforto e ansiedade quando os adultos lhes falam de sexo (Hayes, 2004). Na idade em que frequenta o 1.º Ciclo, a criança está sujeita a grande pressão educativa no domínio sexual, a qual decorre do controlo do comportamento sexual exercido pelos pais, professores, colegas e protagonistas dos meios de comunicação social. Durante este processo ocorre a aquisição da identidade sexual e do papel sexual, assim como a interiorização da moral sexual. Mediante este último aspecto, a criança aprende que o cumprimento ou não das normas transmitidas pelos adultos pode resultar em prémio ou castigo, respectivamente. Deste modo, se não cumpre a moral sexual, além de ter medo do castigo, começa também a sentir-se culpada. É aí que assume grande importância o grupo de pares, onde num ambiente de cumplicidade, longe das punições dos adultos, se discutem questões de sexualidade e se realizam actividades que podem ser desviadas da sua atenção (Lopez & Furtes, 1999) É frequente as crianças continuarem a tocar e acariciar os seus órgãos genitais, acontecendo, por vezes, masturbar-se. Esta actividade já assume um carácter mais privado. Os rapazes começam a comparar o tamanho dos respectivos pénis, sob a forma de brincadeira. Por volta dos 10 anos, as crianças procuram informação sobre sexo e interessam-se em pesquisar sobre os seus órgãos e respectivas funções e gostam de aprender palavras sexualizantes e piadas “ditas obscenas”.
Papel da escola e do professor A escola constitui-se actualmente não só como um espaço de aprendizagens e de convivência social, mas essencialmente como um lugar de interacção, relação, cooperação e resolução de conflitos. A escola promove a dinamização do conhecimento e da informação para a compreensão da realidade procurando, no limite, educar cidadãos participativos, interventores e responsáveis, através do questionamento constante de comportamentos, atitudes e valores. As crianças e os jovens interiorizam em grande medida aquilo que acreditam ser a moral sexual dos seus pais, professores e mais tarde, grupos de pares. Por isso é tão relevante que a família e a escola, enquanto agentes privilegiados de intervenção no âmbito da sexualidade, sejam capazes de transmitir uma visão positiva da sexualidade humana, centrada em valores humanistas, tais como a igualdade de oportunidades de género, respeito pelos outros, pelas suas escolhas, pelo seu direito a dizer não, pelo seu direito a uma vivência saudável e feliz da sua orientação sexual… Para a condução das actividades em sala de aula, salientamos a importância de metodologias de acçãoreflexão, ou seja, assentes em estratégias activas, com base em dinâmicas de grupo. As sugestões para exploração da leitura incluem actividades que promovam o debate e a reflexão sobre os valores pessoais e sociais, assim como o desenvolvimento de competências específicas nesta matéria. Com os alunos em sala de aula, a leitura e exploração das histórias de ficção, ou a realização de actividades propostas nos guias que integram as obras de referência, devem obedecer a três princípios fundamentais: • A participação de cada criança deve ser livre. Ou seja, as crianças devem ser convidadas a ouvir uma história e a colaborar na realização das actividades propostas. Contudo, terão toda a legitimidade para recusar dar uma resposta, comentar ou debater em plenário. Esta situação deve ser inicialmente comunicada à turma no sentido de clarificar as regras para a realização das actividades após a leitura. • A linguagem utilizada para tratar os temas deverá ser simples e adaptada aos alunos de cada turma. Para além das rubricas incluídas no programa curricular de Estudo do Meio, o professor deve esclarecer questões e dúvidas que surjam naturalmente, respondendo de forma clara e precisa. É comum observarem-se diferenças quanto ao grau de conhecimento, capacidade de abstracção e de entendimento face às tarefas propostas a crianças de igual nível etário. Consequentemente, textos que apelem à descoberta e ao imaginário sobre os afectos, sobre as emoções, a relação com o outro, etc., podem ser rapidamente percepcionados por alguns e mais lentamente por outros. Neste sentido, a reflexão de cada criança sobre o tema analisado deve ser sempre respeitada. • No encerramento de cada actividade é essencial agradecer a participação e o envolvimento dos alunos de uma forma explícita e calorosa. Com alguma frequência, os alunos questionam o professor sobre a opinião que tem de um tema em particular, ou mesmo pedem que o professor expresse o que faria numa determinada situação. Neste contexto, a estratégia pedagógica deve ser centrada no aluno, partindo dos conhecimentos que já detém. O foco é o aluno, o que imagina, entende ou faria em determinada situação. A educação sexual: um direito de crianças e jovens A educação sexual pode ser definida como sendo um processo ao longo da vida através do qual se adquirem informações e se formam atitudes, crenças e valores. E integra diferentes dimensões como o desenvolvimento biopsico-sexual, a saúde sexual e reprodutiva, as relações interpessoais, os afectos, a intimidade, a imagem do corpo ou os papéis de género. A educação sexual nas escolas é uma necessidade e um direito das crianças, dos jovens e das famílias, previsto na legislação portuguesa desde 1984. Na Lei 3/84, definia-se o papel do Estado como garante do direito à educação sexual e preconizava--se a inclusão de conhecimentos científicos sobre anatomia, fisiologia, genética e sexualidade humana adequados aos vários níveis de ensino. Posteriormente, um conjunto de medidas legislativas veio reforçar estes princípios, destacando-se a evolução até à Lei nº 60/2009 que estabelece o regime de aplicação da educação sexual em meio escolar.
Agrupamento de Escolas de Celeirós Promoção da Educação para a Saúde - +Saúde
Celeirós, 21 de Fevereiro de 2011
As formandas
Isaura Cerqueira Rosário Mesquita e Sousa
Agrupamento de Escolas de Celeirós
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Roteiro para o Professor
Conteúdos Ano de Escolaridade Aulas Previstas 1º
2º
3º
Noção de corpo 1º Ano
2 x 60 minutos
Apoio ao Professor
AULA N.º 1
AULA N.º 2
Guião da actividade 1 Música Ficha de trabalho Jogo
Guião da actividade 2 Audição e visualização da obra digital: “O Banho e o duche” Cartões para jogo de dramatização Ficha de trabalho – “Livrinho da Higiene”
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Actividade 1 “O meu corpo- Como é? Como muda?” Duração
60 Minutos
Destinatários
Alunos do 1º ano
Objectivos da actividade
Ajudar cada aluno a: -aceitar as diferentes partes do corpo e da imagem corporal; -aceitar positivamente a sua identidade sexual e da dos outros. -constatar a evolução do corpo humano, em cada sexo, com a idade 1. Motivação – escutar e realizar a coreografia da canção “Panda vem à escola, vem que eu vou-te ensinar” -aceder ao link: http://www.youtube.com/watch?v=qkhjyOtIsEc (Articulação com Expressão Musical) 2. Diálogo com os alunos acerca das diferentes partes do corpo tendo em atenção a especificidade de cada sexo. (Articulação com Estudo do Meio e Língua Portuguesa). 3. Ficha de trabalho: completar uma figura do corpo humano, a qual inclui uma autoavaliação (ver anexo). (Articulação com Expressão Plástica) 4. Realização do jogo: “Quem é Quem?”. Com este jogo pretende-se que os alunos constatem algumas das alterações que o corpo vai sofrendo com a idade. Material: Fotografias que mostram os alunos quando eram bebés (pedidas antecipadamente) e
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fotografias actuais (podem ser utilizadas as existentes no livro de ponto);
Uma estrutura para colar as fotos (neste caso elaborou-se uma estrutura em forma de lagarta, mas poderá ser qualquer outra ao critério do professor). Ver anexo.
Descrição do jogo:
As fotografias dos alunos, enquanto bebés, são colocadas em cima de uma mesa, voltadas para baixo. Um dos alunos da turma terá de escolher uma delas, aleatoriamente, e identificar qual o colega que esta representa. Se acertar, terá de fazer o par com a outra foto mais actual do mesmo colega e colocá-la na lagarta, lado a lado. O jogo termina quando todos os pares de fotografias forem formados. A lagarta permanecerá afixada na sala de aula e, eventualmente, servirá para futuras explorações. No final do ano lectivo, o professor poderá tirar novas fotografias aos seus alunos que servirão para comprovar a constante mudança física que vão sofrendo. Além disso, poderá também ser utilizada no ano ou anos lectivos seguintes, com a mesma finalidade.
No final, pretende-se que os alunos constatem algumas alterações que ocorreram no seu corpo e que concluam que este continuará a sofrer modificações ao longo de toda a vida.
AVALIAÇÃO:
Avaliar se, para além da consecução dos objectivos, o aluno foi capaz de: - Comunicar, discutir e defender ideias e descobertas, dando espaço de intervenção aos seus parceiros; - Articular saberes e conhecimentos para compreender e
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resolver uma situação ou problema; - Prestar atenção a situações e problemas, manifestando envolvimento e curiosidade; - Avaliar a adequação de saberes e procedimentos mobilizados e proceder a ajustamentos necessários; Computador ou leitor de CDS; fichas; lápis e lápis de cor; estrutura para colocar as fotos.
Recursos
Fonte
“Educação Sexual e prevenção do abuso” – Pé de Página Editores Internet
Segue, em anexo, uma pasta com os anexos referenciados.
Nota: Todas estas tarefas devem ser realizadas: - Num clima de respeito, confiança e disciplina; - Com liberdade de opinião e respeito pela diferença; - Com uma linguagem clara, concreta e “não sexista”; - Com avaliação final para melhorar o que se trabalhou.
Aula nยบ1
O Panda vai a escola
Completa com as partes do corpo que faltam. Auto-avaliação Fui capaz de completar a figura humana:
Nome: _______________________________________ Data: ___/___/____
Completa com as partes do corpo que faltam.
Auto-avaliação Fui capaz de completar a figura humana:
Nome: _______________________________________ Data: ___/___/____
Agrupamento de Escolas de Celeirós
Promoção da Educação para a Saúde -
+Saúde
Actividade 2 "A higiene do meu corpo” Duração
60 Minutos
Destinatários
Alunos do 1º ano
Objectivos da actividade
Descrição da actividade
Ajudar cada aluno a: - Reconhecer a importância de hábitos de higiene do seu corpo e promover a sua autonomia; - Colocar em prática hábitos de higiene e de bem-estar corporal; .Leitura e exploração da obra do Plano Nacional de Leitura “ O banho e o duche”, acedendo ao link:
http://www.planonacionaldeleitura.gov.pt/bibliotecadigital/elivro.php?id=banhoeduche (Articulação com Língua Portuguesa e Estudo do Meio) 2. Diálogo com os alunos sobre a obra visualizada de modo a reflectirem acerca da importância da aquisição de bons hábitos de higiene, para a preservação e saúde do corpo. Que cuidados devemos ter com o nosso corpo e porquê? (os alunos terão de enumerar algumas regras de higiene). 3. Jogo -Dramatização de alguns hábitos de higiene: cada aluno terá de imitar gestos de higiene diária e os restantes terão de adivinhar. (Articulação com Expressão Dramática) Material: - Cartões com imagens de hábitos de higiene (tomar banho, pentear cabelo, cortar unhas…) 4. Pintura de um livrinho sobre hábitos de higiene. (ver anexo) (Articulação com Expressão Plástica) AVALIAÇÃO: Avaliar se, para além da consecução dos objectivos, o aluno foi capaz de: - Comunicar, discutir e defender ideias e descobertas, dando espaço de intervenção aos seus parceiros; - Participar em actividades interpessoais e de grupo, respeitando normas, regras e critérios de actuação, de convivência e de trabalho; - Ser capaz de enriquecer a comunicação através de formas de comunicação alternativas; - Identificar as finalidades da tarefa a executar; - Revelar e aumentar a autoconfiança nos seus diversos níveis de desempenho;
Recursos
Fonte
Vídeo:” O banho e o duche “ (Obs.: Para ser possível incluir no espaço dos anexos desta actividade, a gravação do livro digital, a qualidade da imagem do vídeo foi alterada. Contudo, caso algum docente o pretenda, as formandas poderão disponibilizar um CD com a reprodução adequada do referido livro); Livrinho da higiene; Cartões com imagens de hábitos de higiene;
Internet
Aula nยบ2
O Banho
Nível de Ensino: 1º Ciclo. Grupo de recrutamento: 1 10 Mª Cecília Soares
Senhorinha Esteves
A Identidade Sexual e os papéis de género
Trabalho de grupo realizado no âmbito da Formação N.ºF1G
Escola Secundária de Maximinos Braga, 20 de Maio de 2011
Formadora: Sandra Maria Martins Duarte Mendes
Formandas: Maria Cecília Soares Senhorinha Esteves
1. Introdução A escola é um local privilegiado à socialização e à construção da personalidade. Muitas vezes é lá que as crianças estabelecem as primeiras relações com parceiros da mesma idade e de sexos opostos. Assim sendo, o educador deverá preparar-se, cientificamente, para poder educar, convenientemente, os seus alunos, para a Educação Sexual. Deverá ter uma formação contínua e sólida nessa área e, desenvolver, em si mesmo, qualidades de tolerância, respeito, congruência e simpatia pela criança. A linguagem utilizada, nestas aulas, deverá ser simples e familiar. Serviu o presente trabalho para aplicar os conhecimentos adquiridos na formação contínua PRESS (Programa Regional de Educação Sexual em Saúde Escolar). Numa primeira fase refletiu-se sobre o enquadramento legal do tema, de seguida elaborou-se uma planificação de acordo com o projecto definido no agrupamento de escolas de Maximinos, para o segundo ano de escolaridade, de acordo com o n.º 1 do artigo 3º da Portaria n.º 196A/2010 de 9 de Abril. Por fim implementou-se nas turmas oito (2.º ano) e dez (1.º e 2.º ano) da EB1/JI de Estrada Ferreiros em Braga. 2. Enquadramento legal
Promoção da Educação Sexual em meio escolar 1. A organização curricular dos ensinos básico e secundário contempla obrigatoriamente a abordagem da promoção da saúde sexual e da sexualidade humana, quer numa perspectiva interdisciplinar, quer integrada em disciplinas curriculares cujos programas incluem a temática. 2. O projecto educativo de cada escola, a elaborar nos termos do artigo 3.º do regime de autonomia, administração e gestão das escolas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 115-A/98, de 4 de Maio, deve integrar estratégias de promoção da saúde sexual, tanto no desenvolvimento do currículo, como na organização de atividades de enriquecimento curricular, favorecendo a articulação escola-família, fomentando a participação da comunidade escolar e dinamizando parcerias com entidades externas à escola, nomeadamente com o centro desaúde da respectiva área, de acordo com o disposto no n.º 4 do artigo 2.º da Lei n.º 120/99, de 11 de Agosto. 3. O plano de trabalho de turma, a elaborar nos termos do artigo 36.º do regime de autonomia, administração e gestão das escolas referido no número anterior, deve ser harmonizado com os objetivos do projeto educativo da escola e compreender uma abordagem interdisciplinar da promoção da saúde sexual, por forma a garantir uma intervenção educativa integrada. A educação para a sexualidade em Portugal é um processo relativamente recente. Vilar (2002) refere que a década de 60 se caracterizava por uma forte contestação em relação à política repressiva imposta pela ditadura. Em 1971, foi criado por despacho do Ministro da Educação, Veiga Simão uma Comissão para o Estudo da educação e sexualidade que integrava elementos ligados à saúde pública e escolar. Em relação à sexualidade propunha-se uma compreensão alargada do conceito da sexualidade, não a reduzindo aos comportamentos genitais. Embora o texto produzido por esta Comissão tenha surpreendido pela sua ousadia e pelo seu caráter
ainda hoje é atual, a comissão interrompeu os seus trabalhos no início de 1973 e o seu texto base nunca foi concluído. No entanto, o Ministério da Educação foi alertado no sentido de não serem mais mutilados os mapas e esquemas do corpo humano nos livros escolares, no que se refere aos órgãos reprodutores masculinos e femininos (Vaz, 1996). As transformações ocorridas nos outros países europeus, o elevado número de adolescentes grávidas, o aparecimento de DSTs, como a SIDA e a Hepatite B, aumentou o reconhecimento da importância da educação sexual nas crianças e jovens, e fez com que alguns profissionais da educação e alguns elementos ligados à saúde escolar pressionassem o poder político a introduzir nas escolas públicas a educação sexual (Frade, 2003). A primeira lei que regulamenta a educação sexual e o planeamento familiar em Portugal foi aprovada pela Assembleia da República em Março de 1984. A Lei n.º 3/84 reforça as garantias do direito à saúde reprodutiva, fixando condições de promoção da educação sexual e de acesso dos jovens a cuidados de saúde no âmbito da sexualidade e do planeamento familiar. Entretanto, esta lei limitou-se apenas aos aspectos biológicos da sexualidade, deixando em esquecimento as outras dimensões. O Decreto-Lei nº 286/89, de 29 de Agosto, estabelece os princípios gerais da reestruturação curricular dos Ensinos Básico e Secundário, aprova os respectivos planos de estudo e cria a disciplina de Desenvolvimento Pessoal e Social (D.P.S) que inclui a vertente da Saúde, surgindo como opcional à disciplina de Religião Moral (Vaz., 1996; Frade, 2003, Silva, 2004). Como resposta às preocupações com a gravidez indesejada na adolescência e às DST`s, surge o Programa de Promoção e Educação para a Saúde (PPES) que desenvolve inúmeras ações para professores ao longo de todo o país. Em 1995, surge uma proposta, por parte da Associação para o Planeamento da Família, para o desenvolvimento de um projeto experimental de “Educação Sexual e Promoção da Saúde nas Escolas” promovido pelo PPES e APF em parceria com a Direção Geral de Saúde. O Decreto-Lei n.º 259/2000 consagrou medidas de promoção da educação sexual, da saúde reprodutiva, da prevenção de DSTs e da interrupção voluntária da gravidez nos casos que esta é legalmente admissível. Em 2001, a educação sexual é integrada no Currículo Nacional do Ensino Básico como temática transversal e remetido para o Ministério da Saúde a tutela da Saúde Escolar. A Lei n.º 60/2009 de 6 de Agosto estabelece o regime de aplicação da educação sexual nos estabelecimentos do Ensino Básico e secundário. Segundo esta lei, as finalidades da educação sexual prendem-se com a valorização da sexualidade e afetividade, com o desenvolvimento de competências que permitam escolhas informadas e seguras no campo da sexualidade, a melhoria dos relacionamentos afetivo-sexuais nos jovens, a compreensão científica do funcionamento dos mecanismos biológicos e reprodutivos, o respeito pela diferença, etc. Esta lei torna a educação sexual objeto de inclusão obrigatória nos projetos educativos das escolas. A mais recente medida política surge em 2010 pela Portaria 196-A /2010, segundo a qual a concretização da inclusão da educação sexual nos projetos educativos das escolas é definida pelo respectivo conselho pedagógico e depende do parecer do Conselho Geral, composto por professores da escola, representantes dos pais e, no ensino secundário, representantes dos estudantes. Neste processo deve-se assegurar que os pais e encarregados de educação sejam ouvidos em todas as fases da sua organização no respectivo agrupamento. Pela primeira vez na legislação portuguesa sobre a educação sexual, esta portaria dá ênfase à dimensão ética da sexualidade. Os resultados da investigação apontam para a existência de estereótipos bem definidos de feminilidade e masculinidade. Constatou-se que as concepções de corpo das crianças de 1º e 2º ano são essencialmente de cariz afetivo, enquanto no 3º e no 4º ano se verifica um aumento dos conhecimentos científicos acerca do corpo. A conceção de identidade sexual está ainda marcadamente associada à identidade de género, com actividades, vestuário, características, profissões e tarefas bem distintas para cada sexo. As variáveis independentes sexo e ano de escolaridade revelaram influências nestas concepções. (Fernandes, 2010). Os papéis e comportamentos masculinos e femininos tendem a esbater-se com a evolução da sociedade. Nas famílias a partilha nas tarefas e responsabilidades começam a sentir-se muito, resultado do tempo e dos modos de vida. É importante que as crianças e os jovens reflitam sobre os papéis masculinos e femininos e percebam que não é o sexo que define as capacidades de realização. Independentemente de elas serem meninas ou meninos temos que possibilitar que tenham os mesmos direitos, oportunidades e responsabilidades. Os educadores e os pais têm o desafio de educar as crianças para uma sociedade futura, estando abertos e atentos, contribuindo para um maior e melhor conhecimento dos factos e componentes que integrem a vivência da sexualidade. Devemos unir esforços para contribuir para uma informação mais responsável fomentando o uso de uma linguagem onde masculino e feminino estejam presentes e facilitar a ambos a capacidade de exprimir sentimento. Com as atividades propostas é nosso intuito desenvolver jogos cooperativos, criativos, facilitadores do espírito de interajuda e permitir que desde cedo as nossas crianças tomem consciência de que as tarefas domésticas são da responsabilidade de todas as pessoas que vivem na mesma casa.
5 Biografia 1. Lei nº 60/2009 de 6 de Agosto. Diário da República, 1.ª série — N.º 151. Estabelece o regime de aplicação da educação sexual em meio escolar. 2. Portaria n.º 196-A/2010 de 9 de Abril . Diário da República, 1.ª série — N.º 69 . Procede à regulamentação da Lei n.º 60/2009, de 6 de Agosto. 3. GTES. Grupo de Trabalho de Educação Sexual. (2007). Relatório final. 4. Ministérios da Educação e da Saúde, APF (2000). Educação Sexual em Meio Escolar – Linhas Orientadoras. Lisboa: Ministérios da Educação e da Saúde. 5. Frade, A.; Marques, A; Alverca, C..; Vilar, D. (2003). Educação Sexual na Escola. Guia para Professores e Formadores. Lisboa: Texto Editora. 6. Silva, M. (2004) – A Educação Sexual em contexto escolar – Da lei à realidade 7. Vaz, J. (1996) – Educação Sexual na Escola. Lisboa: Universidade Aberta.
6 Anexos
Será que a Joaninha tem uma pilinha
Formadora: Sandra Mendes
Nível de Ensino: 1º Ciclo. Grupo de recrutamento: 1 10
Formandos: Cláudia Coelho
Helena Silva
Mª Isabel Martins
Centro de Formação de Associação de Escolas Braga/Sul
ATUAÇÃO DOCENTE NA EDUCAÇÃO PARA A SEXUALIDADE NA APLICAÇÃO DO PROGRAMA PRESSE NO 1.º CICLO (AÇÃO DE FORMAÇÃO N.º F1J)
Formadora: Sandra Maria Martins Duarte Mendes Formandas: Cláudia Maria da Silva Mouta da Cunha Coelho Helena Maria Baptista Barbosa Gomes Silva Maria Isabel da Rocha Martins
EB23 de Tadim, setembro/novembro de 2011
1. INTRODUÇÃO Educação Sexual ou Educação para a Sexualidade é atualmente descrita como um processo através do qual crianças e jovens adquirem informação adequada à sua faixa etária, cientificamente correta, realista e imparcial, e formam atitudes e valores sobre sexo, identidade sexual, relações interpessoais e intimidade. Implica também o desenvolvimento de competências para que façam escolhas mais informadas sobre o seu comportamento e se sintam confiantes e competentes para atuar de acordo com essas escolhas. Os seus principais objetivos são reduzir o risco de potenciais consequências negativas do comportamento sexual e contribuir para que as crianças e jovens vivenciem positivamente a sua sexualidade, melhorando a qualidade das suas relações e a sua capacidade para tomar decisões informadas ao longo da vida (UNESCO, 2009; http://www.avert.org/sex-education.htm). Para que este processo seja eficaz é por isso necessário proporcionar oportunidades para que desenvolvam competências e não apenas esperar que atuem com base em informação que adquirem em meio escolar e à qual também estão frequentemente expostos de forma explícita através da Internet ou dos media (UNESCO, 2009). Estas competências estão muito interligadas a competências mais gerais para enfrentar a vida. Ser capaz de comunicar, ouvir, negociar com os outros, pedir e identificar fontes de ajuda ou aconselhamento são competências de vida que se podem aplicar às relações interpessoais e de intimidade (Unesco, 2009; http://www.avert.org/sexeducation.htm).Em Portugal, a Lei n.º 60/2009, aprovada a 6 de Agosto, reflete esta visão. Estabelece o regime de aplicação da Educação Sexual em meio escolar, integrando-a no âmbito da Educação para a Saúde, e, remete-nos para a necessidade de recorrer à metodologia do trabalho de projeto para melhor enquadrar e orientar aquele que é um dos imperativos expressos no Artigo 7.º: o Projeto de Educação Sexual da Turma. A Portaria n.º 196-A/2010 de 9 de Abril estabelece ainda os objetivos mínimos da área de Educação Sexual que devem contemplar conteúdos específicos a abordar nas áreas disciplinares ou nas áreas curriculares não disciplinares, sendo que no 1.º ciclo do Ensino Básico esses conteúdos se podem agrupar em três áreas temáticas fundamentais: Conhecimento e valorização do corpo; Identidade sexual e papel de género; e Relações interpessoais. É no âmbito desta última área que se enquadra o nosso trabalho. Começamos por apresentar um capítulo teórico, em que nos reportamos à atualidade científica desta temática, incidindo no tópico das relações interpessoais, e referenciamos estratégias recomendadas em contexto de sala de aula. As duas atividades que propomos são dirigidas ao 1.º ciclo do Ensino Básico e focam o desenvolvimento de competências sociais de integração e relacionamento positivo com os outros e o desenvolvimento de competências de resolução de conflitos. Pretendemos que constituam um pequeno contributo para a diminuição de conflitos e para a prática de comportamentos mais assertivos na sua resolução. 2. RELAÇÕES INTERPESSOAIS: A IMPORTÂNCIA DA ASSERTIVIDADE E DA AUTO-ESTIMA Uma Educação para a Sexualidade eficaz desenvolve competências como negociação, tomada de decisões, assertividade e saber escutar. Outra importante capacidade inclui saber procurar a ajuda de adultos. Além disso, também dotará os jovens da capacidade de diferenciar informação correta e incorreta e de discutir questões morais e sociais e perspetivas sobre o sexo e a sexualidade (Unesco, 2009; http://www.avert.org/sex-education.htm). Assumindo estes pressupostos, importa saber o que se entende por assertividade e qual o seu papel no desenvolvimento de boas relações interpessoais. Exploramos também a associação que pode existir entre autoconceito e a auto-estima e esse desenvolvimento. 2.1 ASSERTIVIDADE Ser assertivo é a capacidade de se auto-afirmar e expressar e defender os próprios direitos, sem se deixar manipular e sem manipular o outro, tentando chegar a um acordo mutuamente vantajoso. Em linguagem comum, assertividade pode ser entendida como a forma de ficar bem com toda a gente sem nos deixarmos pisar (Castanyer, referida em Sousa, 2010). A expressão dessa assertividade está associada a comportamentos exteriores e a uma postura bem definidos. “O comportamento assertivo caracteriza-se por ser ativo e não apenas reativo; ser honesto e direto, não recorrendo a artimanhas ou manipulações mas exprimindo-se sem rodeios ou justificações excessivas; ser capaz de comunicação alternada com o outro, atendendo tanto ao
próprio discurso como ao do outro e à forma como ele reage ao discurso do próprio. A postura assertiva caracteriza-se pelo olhar direto e seguro, a expressão facial concordante com o conteúdo verbal, o tom de voz médio, uniforme, bem modulado, a posição direita, próxima, segura e relaxada mas não invasiva” (Vagos, 2006, referindo Martins e Castanyer, p. 3). A assertividade é fundamental para o desenvolvimento de relações interpessoais saudáveis e é considerada como uma aptidão que pode ser aprendida, através do treino sistemático e estruturado. Quanto mais cedo se iniciar esse treino, preferencialmente desde o pré-escolar, mais e melhores resultados se obterão, no sentido de uma vivência saudável e responsável dos relacionamentos interpessoais. Ser assertivo é um estilo natural, que não é mais do que ser direto, honesto e respeitoso, ao interagir com os outros. Quando aprendemos a tornar-nos mais assertivos, podemos reduzir os nossos conflitos, as nossas falhas, as nossas insatisfações e as nossas tensões (Lloyd, 1988). No entanto, na prática, a assertividade pode ser comprometida por diversos fatores: o indivíduo pode não ter tido acesso a modelos assertivos adequados ou, tendo aprendido a ser assertivo e como fazê-lo, pode ainda assim não o fazer, por influência de processos cognitivos (por exemplo, se a comportamentos assertivos forem associados repetidamente estímulos negativos, o indivíduo deixa de saber como (re)agir de forma assertiva; ou, o indivíduo pode ter formulado crenças sobre si e sobre os outros que o levam a adotar estilos de comunicação não assertivos) (Vagos, 2006). Além disso, o mesmo indivíduo pode agir de forma assertiva em determinado contexto e ter dificuldade em fazê-lo noutro (Sousa, 2010). Na base desta comunicação não assertiva está sempre o desrespeito pelos direitos dos outros ou pelos direitos de cada um. Sousa (2010), referindo Gabriel e Castanyer, define direitos assertivos como um conjunto de direitos que permitem a cada indivíduo ser ele próprio, agir e expressar-se como ele próprio, perante os outros, sem distinções de cor, sexo, idade ou estatuto social. Ao mesmo tempo, pressupõem a aceitação de que, se identifica esses direitos como seus, tem também de concordar que os outros os reclamem para si.
DIREITOS ASSERTIVOS (Sousa, 2010) O direito a ser tratado com respeito e dignidade. O direito a ter e expressar sentimentos e opiniões próprias. O direito a ser escutado e levado a sério. O direito a julgar necessidades, estabelecer prioridades e tomar as próprias decisões. O direito a dizer “NÃO” sem sentir culpa. O direito a pedir o que se quer, consciente de que também o interlocutor tem direito a dizer “não”. O direito de mudar. O direito de cometer erros. O direito de pedir informação e de ser informado. O direito a obter aquilo que se pagou. O direito a decidir não ser assertivo. O direito a ser independente. O direito a decidir o que fazer com os bens, corpo, tempo, etc., desde que não viole os direitos dos outros. O direito a ter êxito. O direito a gozar e a desfrutar. O direito ao descanso, isolamento, sendo assertivo. O direito a superar-se, ainda que superando os outros.
2.2 NÃO-ASSERTIVIDADE Quando não se é assertivo, as relações são dominadas por outras formas de comunicação: a passividade, a agressividade e a manipulação. A pessoa passiva assume “comportamentos de submissão, e aceitação total da opinião e poder do outro sobre si próprio, os próprios direitos, pensamentos e sentimentos. O indivíduo passivo não expressa os seus direitos ou opiniões, não luta por fazê-los valer, sendo facilmente dissuadido e fazendo na maioria das vezes não o que julga como correto e apropriado mas o que outrem lhe afirma como tal” (Vagos, 2006, p. 4). Evita ser julgada, abandonada, criticada pelo outro, anulando-se. A autoestima, o autorrespeito e a autoconfiança são progressivamente destruídos, em relações desgastantes, frustrantes e não gratificantes (ibidem). Do outro lado desta relação estará, provavelmente, uma pessoa agressiva que assume uma atitude de superioridade, impondo as suas ideias, opiniões, desejos, …, desprezando os direitos e os sentimentos dos outros. O seu objetivo principal é “ganhar sobre os outros, de dominar e de forçar os outros a perder. Muitas vezes ganha, humilhando e controlando os outros, de tal modo que não lhes dá a possibilidade de se defenderem. As pessoas que adotam este estilo não conseguem estabelecer relações íntimas e de segurança.” (Fachada, citada por Sousa, 2010). Para se fazer sobressair, a pessoa agressiva tende a: “Falar com voz muito alta e, por vezes, apresentar fala pouco fluida (por ser demasiado precipitada), expressões cortantes, interrupções, recurso a insultos e ameaças; Apresentar olhar desafiador, rosto tenso, mãos crispadas, postura invasiva do espaço do outro; Ter tendência para o contra-ataque. É importante salientar que nem todas as pessoas agressivas o são realmente no coração: o comportamento agressivo e desafiador é, muitas vezes, uma defesa de quem se sente excessivamente vulnerável perante os “ataques” dos outros, ou então é uma falta de competência para enfrentar situações de tensão” (Castanyer, referida por Sousa, 2010). Tal como a assertividade pode ser aprendida, também a agressividade de um indivíduo resultará da convivência com modelos agressivos em que esses comportamentos foram reforçados e/ou permitiram a obtenção de benefícios, para si mesmo ou para o modelo (Vagos, 2006).Uma terceira forma de comunicar é a manipulação. A pessoa manipuladora “considera-se hábil nas relações interpessoais, apresentando discursos diferentes consoante os interlocutores a quem se dirige” (Fachada, citada por Sousa, 2010). Tal como o agressivo, pretende obter benefícios para si próprio, mas consegue-o de forma dissimulada, desonesta, não revelando as suas verdadeiras intenções e o seu verdadeiro ser. “Sem confiança suficiente em si mesmo para se mostrar tal qual é, (…) apresenta-se com uma aparência de concordância, de apreço, sob a qual esconde ressentimentos, inveja, que transmite de forma desonesta, em pessoas ou contextos irrelevantes” (Vagos, 2006).
Fachada (referida por Sousa, 2010) apresenta vários exemplos de comportamento manipulativo: Apresenta uma relação tática com os outros. Tende a desvalorizar o outro através de frases que pretende que sejam humorísticas e que denotem inteligência e cultura. Exagera e caricatura algumas partes da informação emitida pelos outros. Repete a informação desfigurada e manipula-a. Utiliza a simulação como instrumento. Nega factos e inventa histórias para mostrar que as coisas não são da sua responsabilidade. Fala por meias palavras; é especialista em rumores e “diz-que-disse”.
É mais hábil em criar conflitos no momento oportuno do que reduzir as tensões existentes. Tira partido do sistema (das leis e das regras), adapta-o aos seus interesses e considera que, quem não o faz é estúpido. Oferece os seus talentos em presença de públicos difíceis. A sua arma preferida é a culpabilidade. Ele explora as tradições, convicções e os escrúpulos de cada um; faz chantagem moral. Emprega frequentemente o “nós” e não o “eu”: “falemos francamente”, “confiemos um no outro”... Apresenta-se sempre cheio de boas intenções.
2.3 AUTOCONCEITO E AUTOESTIMA Podemos dizer que o autoconceito “é a perceção que o indivíduo tem de si, é o que cada um pensa e conhece de si. É, também, a capacidade que cada pessoa tem de se descrever a si própria, capacidade esta que evolui com a idade. Com efeito, a descrição que uma criança de 6 anos faz de si é diferente da descrição de uma criança de 10 anos, e será necessariamente diferente da descrição que um adolescente ou um adulto fará de si.” (Sousa, 2010, referindo Fachada). “A capacidade de autoanálise vai evoluindo com o crescimento porque: Por um lado, a realidade interna do sujeito muda e, como sua consequência, muda também a descrição que o sujeito faz de si. No fundo, o próprio sujeito é diferente nos diferentes momentos do seu evoluir; Por outro lado, a capacidade que o sujeito tem para se autoanalisar e descrever, também muda” (Fachada, citada por Sousa, 2010, p. 73) A autoestima tem a ver com os aspetos avaliativos que um indivíduo elabora a seu próprio respeito (Sousa, 2010). Inclui: a avaliação que cada um faz de si e que revela uma atitude de aprovação ou desaprovação do ‘eu’; as crenças sobre o seu valor e competência; a avaliação que faz da sua competência em áreas valorizadas tanto pelos outros como por si. Tendo por base estes pressupostos, a autoestima representa um todo contínuo em cujos extremos o indivíduo é levado a fazer uma avaliação muito positiva ou muito negativa de si próprio, mas em que existem várias gradações intermediárias (ibidem). Esta dimensão está, de certo modo, relacionada com o autoconceito, porque a desvalorização deste contribui para uma auto-estima desfavorável ou negativa (Fachada, referida por Sousa, 2010). São conceitos dinâmicos, pois embora estáveis estão abertos à mudança. Desenvolvem-se ao longo da infância, são relativamente estáveis e informam as nossas perceções e o comportamento. As capacidades individuais, os interesses, e talentos no seio da família, o estatuto económico, a cultura… são variáveis que contribuem para a sua formação global. Por outro lado, são influenciados por novas situações e acontecimentos. Experiências positivas levam a avaliações superiores do eu, enquanto experiências de fracasso ou rejeição levam à desvalorização e menores autoconceito e auto-estima. As relações interpessoais são diretamente influenciadas pela avaliação que o indivíduo faz de si: “Só quem possui uma auto-estima elevada, quem se aprecia e valoriza a si mesmo, poderá relacionar-se com os outros no mesmo plano, reconhecendo aqueles que são melhores em determinada competência, mas não se sentindo inferior nem superior a ninguém” (Sousa, 2010, p. 75, referindo Castanyer). Um indivíduo com uma boa autoestima estará menos sujeito a pressões dos pares e desse modo a probabilidade de se envolver em atividades de risco, incluindo no campo da sexualidade, será menor (Sousa, 2010). Por outro lado, as “pessoas que têm uma baixa autoestima têm pensamentos negativos sobre si próprios, têm mais dificuldade de relacionamento em contextos sociais, laborais e sexuais. A voz que predomina dentro de si é uma voz acusadora” (ibidem, p. 76). Uma baixa auto-estima é considerada como preditora de diversos problemas de saúde, incluindo abuso de substâncias psicoativas, precocidade no início das relações sexuais, desordens alimentares…
3. PROPOSTA DE ATIVIDADES - PROBLEMAS E SOLUÇÕES As duas atividades que a seguir propomos focam o desenvolvimento de competências sociais de integração e relacionamento positivo com os outros e o desenvolvimento de competências de resolução de conflitos. Para as crianças, o apoio de um adulto é muitas vezes valioso quando se trata de exprimir os seus sentimentos e de compreender as suas experiências. A sondagem, de caráter anónimo, que propomos pede-lhes que reflitam sobre as suas experiências sociais, ajudando-as a perceber o que constitui comportamento antissocial/abusivo para que consigam travá-lo ou pedir ajuda a um adulto. Organizar a informação da sondagem, embora seja uma tarefa matemática simples, pode também ajudar as crianças a perceber que, se experienciam bullying, não estão sozinhas e que a culpa não é sua. Se as crianças verificam pelos dados que estão entre os agressores/manipuladores/provocadores, uma intervenção precoce pode ajudá-las a melhorar o seu comportamento. Crianças que ficam a ver (espetadores passivos) também se debatem sobre o que fazer quando presenciam atos de bullying. À medida que registam os dados da sondagem e se tornam mais capazes de identificar o problema, também se envolvem mais na definição de um plano de ação para a turma (http://www.tolerance.org/activity/bullying-survey). Esse compromisso pode sair clarificado e reforçado com atividades de role play. Dramatizando situações de conflito, a criança desenvolve o domínio da comunicação com o outro: habitua-se a ver e a ser vista, a ouvir e a responder, a compreender e a ser compreendida e alcança uma relação com a realidade e com os outros (Cardoso, N., 2009). “O objetivo deste tipo de ação é consciencializar os alunos para as problemáticas, ajudá-los a pensar ativamente em alternativas viáveis de resolução dos conflitos de forma não violenta… através de dinâmicas de grupo, jogo dramático (…) (ibidem, p. 9), (…) trabalhamos aspetos como, autoestima e autoconceito, imagem corporal, identificação e expressão de emoções, empatia, competências de comunicação e de resolução de conflitos.” (ibidem, p. 10). Através da hétero-atribuição de elogios, que propomos com a atividade “Dizer bem nas costas”, pretendemos que a avaliação que cada criança faz de si pelos olhos dos outros, ao mesmo tempo que reconhece qualidades nos outros, contribua para o desenvolvimento de uma autoestima positiva e favorável (Sousa, 2010).
3.1 PLANIFICAÇÕES DAS ATIVIDADES
Atividade n.º 1 Atividade:
Problemas e soluções (1.ª parte)
Área temática:
Relações interpessoais
1.º
2.º
3.º
4.º
•
•
•
Competências: Desenvolver competências sociais de integração e relacionamento positivo com os outros Desenvolver competências de resolução de conflitos Objetivos: Avaliar e refletir sobre as práticas do grupo Propor medidas para melhorar o ambiente da sala de aula Resultados esperados: Diminuição de conflitos Comportamentos mais assertivos na sua resolução Duração:
50 minutos
Recursos: Questionário 1 – sondagem sobre experiências sociais Tabela 1 para registo das respostas à sondagem
Passo a passo: 1. Distribuir o questionário número 1. 2. Solicitar aos alunos que reflitam individualmente sobre os conflitos que acontecem com maior frequência no seu grupo de pares. 3. Solicitar aos alunos o preenchimento do questionário (anónimo). 4. Recolher os questionários e registar na tabela 1 as respostas apresentadas pelos alunos, questão a questão (a tabela pode ser projetada ou fotocopiada em tamanho grande e exposta no quadro). 5. Analisar a tabela: identificar o conflito mais apresentado pelos alunos e possíveis soluções. Se estas não forem adequadas, apresentar outras soluções como alternativa. 6. Dramatizar a situação de conflito mais frequente e as possíveis soluções.
1. Já alguma vez te chamaram nomes? □ Sim □ Não 2. Já alguém te disse que não era teu amigo? □ Sim □ Não 3. Já alguma vez te impediram de entrar num jogo ou brincadeira por seres menino/menina? □ Sim □ Não 4. Já alguém te bateu, pontapeou ou empurrou? □ Sim □ Não 5. Já foste ameaçado por alguém? □ Sim □ Não 6. Já foram maus para ti por causa do teu aspeto? □ Sim □ Não 7. Contaste a alguém algum destes incidentes? Porquê ou porque não? ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________ 8. Já viste alguém a ser mal tratado? □ Sim □ Não 9. Já chamaste nomes, bateste, pontapeaste, ameaçaste ou foste mau para alguém?
□ Sim □ Não
Tabela 1 Pergunta: 1. Já alguma vez te chamaram nomes?
2. Já alguém te disse que não era teu
amigo? 3. Já alguma vez te impediram de
entrar num jogo ou brincadeira por seres menino/menina? 4. Já alguém te bateu, pontapeou ou
empurrou?
5. Já foste ameaçado por alguém?
6. Já foram maus para ti por causa do
teu aspeto?
7. Contaste a alguém algum destes
incidentes? Porquê ou porque não?
8. Já viste alguém a ser mal tratado?
9. Já chamaste nomes, bateste,
pontapeaste, ameaçaste ou foste mau para alguém?
SIM
NÃO
Atividade n.º 2 Atividade:
Problemas e soluções (2.ª parte)
Área temática:
Relações interpessoais
1.º
2.º
3.º
4.º
•
•
•
Competências: Desenvolver competências sociais de integração e relacionamento positivo com os outros Desenvolver competências de resolução de conflitos Desenvolver o autoconhecimento Objetivos: Refletir sobre as práticas do grupo, promovendo o comportamento assertivo Promover a autoestima individual, através da hetero-atribuição de elogios Desenvolver o espírito crítico Resultados esperados: Diminuição de conflitos Comportamentos mais assertivos na sua resolução Duração:
50 minutos
Recursos: Questionário 2 – reflexão sobre a sondagem Tabela 1 com o registo das respostas ao questionário 1 Folhas de papel A4 Fita-cola Marcadores
Passo a passo: 1. Distribuir o questionário número 2. 2. Solicitar aos alunos que reflitam individualmente sobre os resultados registados na tabela 1. 3. Solicitar aos alunos o preenchimento do questionário número 2. 4. Refletir em grande grupo sobre os resultados. 5. Convidar os alunos a ocuparem de pé o espaço da sala. 6. Distribuir uma folha de papel A4. 7. Com fita-cola prender a folha nas costas de cada aluno e distribuir marcadores (ao colar a folha nas costas de cada aluno, esta deve estar identificada com o nome de cada um).
8. Pedir que escrevam uma característica positiva nas costas dos colegas (dependendo do número de alunos da turma, o número de elogios pode ser estipulado).
9. No final, cada aluno retira a respetiva folha e poderá partilhar características assinaladas com as quais se identifica mais.
Questionário 2 De acordo com a tabela: 1. A quantas pessoas da turma já chamaram nomes? Isso é mais ou menos do que o total de pessoas a quem não chamaram nomes? __________________________________________________________________________________ 2. A quantas pessoas da turma já disseram que não eram amigos? Isso é mais ou menos do que o total de pessoas a quem nunca o disseram? __________________________________________________________________________________ 3. Quantas pessoas da turma disseram que já aconteceu não as deixarem entrar num jogo ou brincadeira por serem menino/menina? Isso é mais ou menos do que o total de pessoas a quem nunca aconteceu? _________________________________________________________________________________ 4. Quantas pessoas da turma disseram que já lhes bateram, foram pontapeadas ou empurradas? Isso é mais ou menos do que o total de pessoas que nunca o foram? _________________________________________________________________________________ 5. Quantas pessoas da turma disseram que já foram ameaçadas? Isso é mais ou menos do que o total de pessoas que nunca o foram? __________________________________________________________________________________ 6. Quantas pessoas da turma já foram maltratadas por causa do seu aspeto? Isso é mais ou menos do que o total de pessoas que nunca o foram? __________________________________________________________________________________ 7. Quantas pessoas da turma contam a um adulto quando alguém as trata mal? Isso é mais ou menos do que o total de pessoas que não conta a um adulto? __________________________________________________________________________________ 8. Achas que ajuda contar a um adulto? Porquê ou porque não? ___________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 9. Quantas pessoas da turma já viram alguém a ser maltratado? Isso é mais ou menos do que o total de pessoas que nunca viram? __________________________________________________________________________________ 10. Quantas pessoas da turma já maltrataram alguém? Isso é mais ou menos do que o total de pessoas que nunca o fizeram? __________________________________________________________________________________ 11. Há mais pessoas a maltratarem os outros ou a serem maltratadas? __________________________________________________________________________________ 12. O que é que cada um de nós pode fazer para parar com os maus-tratos? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Cardoso, N. (2009). O Jogo Dramático na Prevenção do Bullying – Algumas experiências de intervenção da APAV, in Revista Interacções N.º. 13, pp. 275-288. Recuperado da World Wide Web em 15 de outubro de 2011: nonio.eses.pt/interaccoes/verartigo.asp?cod=129 http://www.avert.org/sex-education.htm, acedido em 5 de outubro de 2011 INCM (2009). Lei n.º 60/2009, Diário da República, 1.ª série — N.º 151 — 6 de Agosto de 2009 (pp. 5097, 5098). Recuperado da World Wide Web em 5 de outubro: dre.pt/pdf1s/2009/08/15100/0509705098.pdf INCM (2010). Portaria n.º 196-A/2010, Diário da República, 1.ª série — N.º 69 — 9 de Abril de 2010 (pp. 1170 (2)(4)). Recuperado da World Wide Web em 5 de outubro: http://juventude.gov.pt/Legislacao/Dgocuments/Portaria%20n.%C2%BA%20196-A_2010.pdf Lloyd, L. Sam (1988). Desenvolvimento em Assertividade – Técnicas Práticas para o sucesso pessoal, Monitor – Edições para profissionais. Sousa, S. (2010). PRESSE: Guião de formação de professores. Porto: ARS NORTE, I.P. e Departamento de Saúde Pública. (documento fornecido pela formadora) UNESCO (2009). International Technical Guidance on Sexuality Education - An evidence-informed approach for schools, teachers and health educators: Topics and learning objectives, Volume II. França: autor. Recuperado da World Wide Web em 15 de Outubro de 2011: unesdoc.unesco.org/images/0018/001832/183281e.pdf Vagos, P. (2006). Assertividade e comportamento assertivo: a gestão do Eu, Tu, Nós. Aveiro: Departamento de Ciências da Educação, Universidade de Aveiro. Acedido em 5 de outubro de 2011: http://pt.scribd.com/doc/58294833/assertividade-Paula-Vagos Atividades adaptadas de: http://www.tolerance.org/activity/bullying-survey, acedido em 26 de setembro de 2011. Sousa, S. (2011). PRESSE: Caderno de Actividades para Alunos 1.º Ciclo (relações interpessoais). Porto: ARS NORTE, I.P. e Departamento de Saúde Pública. (documento fornecido pela formadora)
Educação para a Sexualidade http://issuu.com/tiagolopess95/docs/forma__o_presse_apresenta__o_cl_udia_helena__isabe
Nível de Ensino: 1º Ciclo. Grupo de recrutamento: 1 10 Ângela Recuero Rocha
Carla Luzio Monteiro
Mª Conceição Faria
Projecto: Planificação de seis aulas para a disciplina de Educação Sexual
2º Ano
Objectivos/Competências a desenvolver Noção de corpo: Identificar as diferentes anatomia e partes do corpo humano. fisiologia Distinguir o “eu” do “outro” Corpo, cuidados de higiene Aumentar as capacidades de comunicação
Actividades/Estratégias
Noção de família: aspectos biológicos e emocionais
Diálogo com os alunos sobre a imagem que consta da ficha “ A família e o bebé” – desafio de escrita.(anexo2)
Ficha Manual de Estudo do Meio
Diálogo com os alunos sobre a da família dos sentimentos.Realização de um cartaz.Leitura e interpretação oral da banda desenhada “Porque aparecem os sentimentos”
Material diverso de expressão plástica.Manual de E.M : Projecto “Crescer a Brincar”
Material diverso de expressão plástica. Livro: O Sapo apaixonado
O corpo em harmonia com a natureza: mente sã em corpo são.
Reforçar os laços familiares. Reconhecer os diferentes Papéis dos elementos da família. Desenvolver a capacidade de comunicação escrita. Reconhecer a necessidade de equilíbrio corporal e mental. Distinguir comportamentos positivos e negativos.
Recursos
Diálogo com os alunos Quadro e giz Leitura de um livro. Manual de Estudo do Meio Observa imagens, folhetos Livro: Lavar, Escovar, publicitários ou fotografias Esfregar! de revistas que representem cuidados ou objectos de higiene com o corpo. Resolução de uma ficha de trabalho (anexo 1)
Afectos: uma necessidade
Reconhecer sentimentos: - amor familiar(Dia do Pai e da Mãe). - amizade - amor pelo género oposto (dia dos namorados)
Diferenças entre rapazes e paparigas: natomia e fisiologia Protecção do corpo e noções dos limites, dizendo não às aproximações abusivas
Distinguir o corpo de acordo com o género.
- Diálogo com os alunos - Execução de lembranças para o Dia do Pai e da Mãe.Execução de um desenho alusivo ao dia dos namorados. Fichas fotocopias (anexo3) Exploração de um texto com imagens
Identificar e reconhecer comportamentos a tomar perante estranhos. Aplicar regras de auto - protecção
Diálogo com os alunos Computador Caderno diário Registo escrito Exploração de actividades no site SeguraNet.
Livro “Sexualidade Infantil”. Power point: Para onde vai o Zezinho.
TÍTULO: Lavar, Escovar, Esfregar! AUTOR: Mick Manning (texto) e Brita Granström (ilustração) EDIÇÃO: Caminho, 2ª ed., 2002 TEMA: Corpo, cuidados de higiene RESUMO: Lavar, Escovar, Esfregar! É um livro divertido, muito completo e informativo sobre os cuidados de higiene dos mais novos. Todos os conselhos de higiene e saúde são dados estabelecendo uma comparação com outros animais, permitindo às crianças aumentar os seus conhecimentos sobre o que as rodeia.
LIVROS:
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SUGESTÃO DE ACTIVIDADES Objectivos: • Desenvolver ou consolidar hábitos de higiene
TÍTULO: O Sapo Apaixonado AUTOR: Max Velthuijs EDIÇÃO: Caminho, 4ª ed., 2007 TEMAS: Paixão, amor, diferença RESUMO: Este é um pequeno conto que permite explorar sentimentos e emoções relacionados com a paixão ou o amor, mas também com a diferença. Trata-se da história de um sapo que um dia se sente muito estranho, não sabendo se está contente ou triste, se deve rir ou chorar e com o coração a bater muito. Vem depois a descobrir que está apaixonado por uma pata, não tendo porém coragem para confessar o seu amor.
SUGESTÃO DE ACTIVIDADES Objectivos: • Promover a comunicação e a expressão de sentimentos; • Identificar na história as diversas emoções; • Perceber e aceitar que podemos estar apaixonados por pessoas mais ou menos
TÍTULO: Para onde foi o Zezinho. AUTOR: Nicholas
Allan
Power point
Planificação realizada pelas formandas: Ângela Rocha Carla Monteiro Conceição Faria
Anexo 1
A Família e o bebé
Nome:_______________________________________ Data:___/___/____
Depois de colorires a imagem escreve algumas frases sobre a tua família.
_____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ ____________________________________ ____________________________________________________________________________________ ________________________________________________________
Anexo3 AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ANDRÉ SOARES EB1 de S. Lázaro Nome: ___________________________________________________________________ Data: ____/_____/_____
Como sou... 1- Faz o teu auto-retrato e ilustra-o.
2- Da lista de palavras que se segue escolhe seis que te caracterizem, pinta-as a teu gosto e escreve-as em volta da tua fotografia. Lista de palavras Bonito (a)
Compreensivo (a)
Honesto (a)
Gordo (a)
Tolerante
Magro (a)
Simpático (a)
Solidário (a)
Impaciente
Meigo (a)
Paciente
Nervoso (a)
Falador (a)
Vaidoso (a)
Antipático (a)
Tímido (a)
Mentiroso (a)
Inteligente
Auto-avaliação: Não gostei
Gostei
Gostei muito
Nível de Ensino: 1º Ciclo. Grupo de recrutamento: 1 10 Isabel C. Pereira
Mª Lurdes Fontes
Domingos V. Costa
Introdução
No início deste ano lectivo, o Agrupamento de Escolas André Soares convidou os docentes do 1º Ciclo para uma formação sobre a Educação sexual no âmbito do programa PRESSE (Programa Regional de Educação Sexual em Saúde Escolar) no sentido de sensibilizar os docentes para esta temática não vendo esta como um tabu, mas sim uma realidade do quotidiano que urge desmistificar valores que ainda teimam em se fazer sentir na sociedade. Desta forma, é importante que se crie nos alunos o sentimento de responsabilidade, amizade, afectividades, … A realidade mostra-nos que abordar temas como este nem sempre é fácil, uma vez que gera normalmente algumas controvérsias por estar relacionada com ideologias pessoais, convicções morais, religiosas e políticas. A sexualidade foi sempre um tema fundamental em todas as construções morais da humanidade, nomeadamente das religiões, dos costumes e das leis. A escola tem de assumir a sua responsabilidade na construção do currículo dos seus alunos e isso implica, que organize de uma forma coerente a oferta educativa dos alunos incluindo a educação sexual, e dando assim cumprimento ao disposto no artigo 6º da Lei nº 60/2009. Com este trabalho pretendemos a abordagem da educação sexual seja uma realidade na nossa escola. Desta forma, apresentamos algumas sugestões, no sentido de criar condições necessárias para que os nossos alunos se desenvolvam e se sintam bem com eles próprios e adquiram valores já atrás referidos. A aula aqui apresentada será desenvolvida em cada sala de aula do 3º ano de forma ajustada à metodologia de cada professora, bem como, às necessidades e interesses das crianças de cada grupo turma. “A afectividade está intimamente ligada à sexualidade ao longo da vida. Os afectos satisfazem necessidades profundas de segurança emocional, intimidade, entrega e satisfação que não podem ser encontradas fora deste tipo de relação (Lopez & Fuertes, 1999)”
Objectivos da Educação Sexual para o 1º Ciclo do Ensino Aumentar e consolidar os seus conhecimentos acerca: •
do significado afectivo e social da família, das diferentes relações de parentesco e da existência de vários
modelos familiares; •
da adequação dos diferentes contactos físicos nos diversos contextos de
Sociabilidade; •
da importância dos amigos no crescimento afectivo do indivíduo;
•
da valorização das relações de cooperação e de entreajuda;
•
do reconhecimento da importância das relações afectivas na família.
Temas das sessões 1ª – Leitura de um texto sobre a amizade, trabalhando o valor da amizade e desenvolvendo nos alunos a importância do convívio como manifestação de uma vida em sociedade. 2ª - As relações interpessoais, a valorização dos afectos e expressões de sentimentos que os ligam aos outros, procurando desenvolver competências sociais de integração e relacionamento positivo com os outros. 3ª – Avaliação, auto-avaliação das actividades e a realização de um trabalho individual de forma a realizar um trabalho colectivo (árvore com a área vocabular de amizade).
1ª Sessão: Leitura e exploração de um texto. Objectivo Geral: Aumentar e consolidar os seus conhecimentos acerca do significado afectivo e social da amizade entre colegas. Objectivos específicos
Actividades/Estratégias
Identificar diferentes tipos de sentimentos. Verbalizar acerca dos sentimentos.
Leitura do texto sobre a amizade; Compreensão oral do texto; Elaboração de um pequeno questionário; Realização de um texto escrito onde os alunos descrevem o melhor amigo.
2ª Sessão: Relações Interpessoais Objectivo Geral: Entender que o nosso corpo nos transmite sensações e sentimentos. Objectivos específicos
Actividades/Estratégias
Ser capaz de identificar e exprimir sensações e sentimentos; Importância dos afectos no relacionamento interpessoal;
Jogos de identificação de diferenças físicas: (Em si próprio e nos outros). Cada criança observa-se ao espelho e descreve-se oralmente. A criança a diz o que mais lhe agrada em si; Desenha o seu auto-retrato; Reconhece o amigo: Com os olhos tapados, uma criança tocará num companheiro e adivinhará quem é, dizendo como conseguiu. Identificação de sentimentos a partir do sangue situações do conhecimento geral de situações do quotidiano do aluno.
3ª Sessão – Avaliação Auto-avaliação; Conversação, diálogos e debates; Elaboração individual de uma palavra sucinta sobre a amizade; Composição colectiva de uma árvore com as respectivas palavras.
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ANDRÉ SOARES EB1 de ___________________________
Nome: ________________________________________________________________ Data: ____/_____/_____
Como sou...
1- Faz o teu auto-retrato e ilustra-o.
2- Da lista de palavras que se segue escolhe seis que te caracterizem, pinta-as a teu gosto e escreve-as em volta da tua fotografia. Lista de palavras Bonito (a)
Compreensivo (a)
Honesto (a)
Gordo (a)
Tolerante
Magro (a)
Simpático (a)
Solidário (a)
Impaciente
Meigo (a)
Paciente
Nervoso (a)
Falador (a)
Vaidoso (a)
Antipático (a)
Tímido (a)
Mentiroso (a)
Inteligente
Auto-avaliação:
Não gostei
Gostei
Gostei muito
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ANDRÉ SOARES EB1 de ___________________________
Nome: ____________________________________________________ Data: ____/_____/_____
Conheço as emoções...
Associa cada palavra da coluna da esquerda ao significado, que achares mais correcto, da coluna da direita.
Raiva
Quando me elogiam.
Medo
Quando um(a) amigo(a) está doente.
Tristeza
Quando ralham comigo.
Alegria
Quando faço algo errado.
Vergonha
Quando abraço alguém de quem gosto.
Surpresa
Quando recebo um presente.
Carinho
Quando não me dão o que eu quero.
Orgulho
Quando acontece algo que eu não esperava.
Auto-avaliação:
Não gostei
Gostei
Gostei muito
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ANDRÉ SOARES EB1 de ___________________________
Nome: __________________________________________________________
Data: ____/_____/____ _
Emoções que sinto muitas vezes... Assinala com um X as emoções que sentes muitas vezes.
Raiva
Solidariedade
Desespero
Vergonha
Alegria
Tristeza
Entusiasmo
Ressentimento
Tranquilidade
Optimismo
Emoções que nunca sinto... Com a mesma lista, assinala as emoções que nunca sentes.
Raiva
Solidariedade
Desespero
Vergonha
Alegria
Tristeza
Entusiasmo
Ressentimento
Tranquilidade
Optimismo
Auto-avaliação:
Não gostei
Gostei
Gostei muito
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ANDRÉ SOARES EB1 de ___________________________
Nome: ______________________________________________________
Data: ____/_____/____ _
Penso no que sinto... Preenche os espaços em branco. Sinto raiva quando alguém me estraga um brinquedo e também quando ___________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Sinto-me triste quando os (as) meus/minhas amigos (as) se afastam de mim e também _________________________________________________________ _______________________________________________________________ Sinto medo quando um(a) desconhecido(a) se aproxima de mim e também quando ___ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Sinto-me feliz quando aquilo que faço me sai bem e também quando _____________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Sinto-me decepcionado(a) quando perco um jogo e também quando ______________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Auto-avaliação:
Não gostei
Gostei
Gostei muito
quando
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ANDRÉ SOARES EB1 de ___________________________
Nome: ___________________________________________________
Data: ____/_____/____ _
Lê o texto com atenção: Ter amigos e amigas é importante. Porque é importante ter alguém em quem confiar e que confie em nós. Os amigos, se os preservarmos, são para toda a vida. Mas ter amigos também é importante porque muitas vezes precisamos que nos ajudem, tal como os outros podem precisar da nossa ajuda. Ajudamo-nos mutuamente e fazemo-nos companhia porque somos amigos e amamo-nos. Expressar os sentimentos é algo que ajuda a que as relações entre as pessoas sejam agradáveis. Por exemplo, quando dizemos a alguém que gostamos de brincar com ele, ou quando dizemos à nossa mãe ou pai que gostamos da comida que nos preparou. Também há muitas formas de os outros nos dizerem que nos amam: quando cuidam de nós, quando brincam connosco, quando nos rimos juntos, quando nos abraçam, quando se preocupam connosco, quando nos escutam com atenção, quando nos respeitam e nos valorizam... Há muitas formas de dizer aos outros que gostamos deles: escutá-los quando falam, contar-lhes coisas, abraçá-los, dar-lhes um beijo, brincar com ele... A vida compartilhada com os outros é muito mais agradável e divertida.
Actividades: 1 – Debate com os teus colegas as ideias principais do texto. 2- No teu caderno, e com base no texto, responde às questões seguintes: 2.1- Porque é importante ter amigos? 2.2- Como podemos dizer aos outros que gostamos deles? 2.3- Explica o significado da última frase do texto. 3- Escreve um texto sobre o teu/tua melhor amigo(a). Não te esqueças de contar como é, o que fazem juntos, como se divertem, etc.
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ANDRÉ SOARES
EB1 de ___________________________
Nome: ____________________________________________________________
Data: ____/_____/____ _
___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________ Auto-avaliação:
Não gostei
Gostei
Gostei muito
Formadora: Laura Barreiro
Nível de Ensino: 1º Ciclo. Grupo de recrutamento: 1 10
Formandos: Mª Celina Guimarães
Teresa J. Faria
Mª Conceição Araújo
José Afonso Sousa
Contextualização:
A abordagem da sexualidade na escola pode contribuir para o desenvolvimento de determinadas competências sociais fomentando também a capacidade de comunicação. Como a nossa sociedade precisa de estimulação no foro da afetividade, sentimentos, emoções… a atividade que decidimos desenvolver visa proporcionar um “hino” aos afetos. Com ela pretendemos que no quotidiano todas as crianças estejam mais conscientes dos afetos, desenvolvendo a sua autoestima e vivam em plena harmonia valorizando as relações interpessoais.
Atividade: Educação para os afetos e Educação sexual Área Temática: Afetividade Objetivos: Compreender a importância dos sentimentos e da afetividade; Enumerar alguns tipos de afetos; Reconhecer a importância da demonstração dos afetos; Desenvolver capacidades sociais que promovam os vínculos afetivos e o relacionamento interpessoal; Ser capaz de expressar sentimentos e opiniões e de as comunicar; Fomentar atitudes de partilha e comunicação; Promover atitudes e valores; Ser capaz de definir os seus sentimentos e entender as suas emoções, desenvolvendo o conhecimento sobre si e sobre os outros; Criar o gosto pela descoberta das suas emoções; Desenvolver atitudes de compreensão e respeito pelos sentimentos e emoções de cada um; Promover a autoestima. Ano de escolaridade: 1º Ano Duração: 2 x 1h 30m Recursos: Computador Projetor multimédia Internet Tela Caixa
Cartolina Cola Tesoura Material de escrita Papel
Passo a passo: Apresentar da história “Abraços e Beijinhos”, de Christophe Loupy, a partir de um PowerPoint Explorar oralmente a história, com incidência nas relações de afeto que nela se encontram; Dramatizar as sensações que cada beijo suscita no cão Abraços; Identificar as emoções e sentimentos positivos e negativos e comunicá-los verbalmente; Realizar o jogo dos afetos (imagens) Audição da canção: “Encosta-te a mim” de Jorge Palma e simultaneamente projeção de imagens sobre relações de afeto (recolhidas previamente junto da família); https://www.youtube.com/watch?v=ZfyAsj4_ZDI Diálogo sobre as ações de afeto retratadas nas imagenshttp://issuu.com/tiagolopess95/docs/imagens_jogo_dos_afetos Fazer um brainstorming sobre os afetos; Escrever as palavras em cartolina com a forma de folhas; Construir a árvore dos afetos com as folhas e com as imagens recolhidas (recortadas). Avaliação: Participação e envolvimento nas atividades. Formandos José Afonso Sousa Maria Celina Fernandes Silva Guimarães Maria da Conceição da Costa Araújo Teresa Jesus Gomes Faria
Formadora: Laura Barreiro
Plano de aula – proposta de sessões
Formandos: Formandos: Maria Elisabete Martins Bento Castro Sérgio Alberto de Freitas Teixeira Mª Elisabete Castro Docentes no Agrupamento de Escolas André Soares – Escola B. 1 do
Nível de Ensino: 1º Ciclo. Grupo de recrutamento: 1 10
Sérgio Teixeira
Carandá
ACTIVIDADE 1 Tema: Prevenção dos maus tratos e das aproximações abusivas – Prazeres e afectos
Ano de escolaridade: 2º ano Duração: 45 minutos
Objectivos da actividade Reconhecer três tipos de prazer: corporal, emocional e intelectual. Reconhecer várias formas de exprimir afectos. Material necessário: Ficha de trabalho
Desenvolvimento da actividade O professor distribui a ficha de trabalho pelos alunos. Os alunos podem realizar a ficha individualmente, em pequenos grupos ou em grupo/turma. Assinalam nas três colunas o tipo de sensações de prazer que cada situação lhes provoca, fisicamente (“corpo”), emocionalmente (“coração”) e/ou intelectualmente (“cabeça”). Pode-se assinalar mais do que um tipo de prazer para cada situação. Sugestões: Ampliação da actividade anterior. Construção de um painel com recortes de jornais e de revistas, no qual estão presentes vários modos de trocar afectos (beijos, saudações afectuosas, trocas de presentes, …).
Proposta de ficha de trabalho para a actividade Prazeres e Afectos Completa a tabela, colocando uma cruz (X) no tipo de prazer que a situação te provoca.
Situações Praticar desporto (aquele que mais gostas) Dançar Fazeres a tua higiene pessoal Coçarem-te as costas Darem-te beijos Ouvir música Ver televisão Comer Passear Apanhar sol Namorar Receber carícias Brincar Tirar boas notas Vestir roupa nova Ler Brincar Receber prendas Beber água
Corpo (físico)
Tipo de prazer Coração (emocional)
Cabeça (intelectual)
ACTIVIDADE 2 Tema: Prevenção dos maus tratos e das aproximações abusivas O que recebo? O que dou?
Ano de escolaridade: 2º ano Duração: 45 minutos
Objectivos da actividade Reflectir sobre a existência de diferentes relações interpessoais que demonstre as distintas necessidades de reconhecimento, valorização, inclusão, afecto, atenção e interesse. Material necessário: Ficha de Trabalho
Desenvolvimento da actividade O professor distribui a ficha, para ser respondida individualmente Cada aluno vai preencher os espaços em branco, com o nome de pessoas do seu relacionamento (pai - mãe - irmão - amigo namorado...) Na coluna perpendicular ao nome, marcar com "X" apenas os lugares onde são compartilhados aquele carinho com a pessoa indicada na linha de cima. Sugestões: O professor deve falar das facilidades e/ou dificuldades que sentiram no preenchimento da ficha. O professor deve propor o debate em torno das seguintes questões: - Como sabemos a quem devemos dar carinhos? - Como sabemos que existem carinhos/toques que não são apropriados? .
Proposta de ficha de trabalho para a actividade O que recebo? O que dou? Eu recebo: Beijos Carinhos Maus tratos Abraços Frases carinhosas Gritos Ajuda Pedidos de opinião …Informação Conversa Atenção Bofetadas Sorrisos
de:
Eu dou: Beijos Carinhos Maus tratos Abraços Frases carinhosas Gritos Ajuda Pedidos de opinião …Informação Conversa Atenção Bofetadas Sorrisos
a:
ACTIVIDADE 3 Tema: Dimensão ética da sexualidade humana - Porquê tanta diferença?
Ano de escolaridade: 2º ano Duração: 45 minutos
Objectivos da actividade Discutir como oso participantes o percebem os papéis sexuais o entre homens e o mulheres na sociedade. o o
Material necessário: Folhas, canetas
Desenvolvimento da actividade O professor divide a turma em 3 grupos: 1 grupo do sexo masculino. 1 grupo do sexo feminino. Solicita a grupo do sexo masculino a discussão sobre: As vantagens de ser mulher. As desvantagens de ser mulher. Solicita a grupo do sexo feminino a discussão sobre: As vantagens de ser homem. As desvantagens de ser homem. Após a discussão, os alunos deverão preparar uma lista com as referidas vantagens e desvantagens de ser homem ou mulher, para apresentarem à turma. Pretende-se que cada aluno/sexo se coloque no lugar do outro.
Sugestões: Em grande grupo, dão resposta às seguintes questões: - Qual a origem dessas diferenças? - Será que as diferenças encontradas são iguais em todas as sociedades e culturas? - Será que essas diferenças afectam a vida dos homens e das mulheres? - Quais das vantagens de ser homem ou mulher são reais e quais são estereotipadas? - É possível ser homem e exercer alguns dos tópicos listados em "mulher" e vice-versa?
ACTIVIDADE 4 Tema: Dimensão ética da sexualidade humana – Masculino ou Feminino
Ano de escolaridade: 2º ano Duração: 45 minutos
Objectivos da actividade Evidenciar as diferenças entre os papéis sexuais dentro do nosso contexto cultural.
Desenvolvimento da actividade O professor pede à turma que se sente em círculo. A seguir, coloca a música e entregue a caixa com comportamentos escritos em pequenos papéis aos participantes. Ao parar a música, quem tiver a caixa na mão deverá sortear um comportamento, sem olhar; deverá lê-lo e classificá-lo enquanto masculino ou feminino. Esta classificação deverá ser registada pelo professor no quadro (que deverá estar dividido em três partes: Comportamentos Masculinos, Material Comportamentos Femininos e Comportamentos de Ambos os necessário: Sexos). Uma caixa, frases Ao final, toda a turma analisa os registos no quadro e debatem sobre com a classificação dos comportamentos enquanto masculinos ou comportamentos, femininos. quadro, leitor de CD, CD de música ambiente
Formadora: Sandra Mendes
NĂvel de Ensino: 1Âş Ciclo. Grupo de recrutamento: 1 10
Formandos: Diana Reis
Maria Alberta Cunha
Maria Cristina Rodrigues
1 - ENQUADRAMENTO TEÓRICO A sexualidade sempre foi um tema de difícil discussão sobretudo para crianças. A curiosidade, a descoberta das diferenças no próprio corpo e no corpo do outro, a descoberta das carícias e a fonte incontestável de prazer que o sexo representa, fizeram do assunto um tabu e algo que ―não é conversa para crianças‖. Pelos motivos referidos e outros, torna-se necessário que a escola tenha educadores preparados para esclarecer as dúvidas dos alunos. É importante que o professor demonstre que as manifestações da sexualidade infantil são prazerosas e fazem parte do desenvolvimento saudável de todo o ser humano estando, desta forma, a contribuir para que o aluno reconheça as suas necessidades e desejos, ao mesmo tempo que aprende as normas de comportamento necessário para viver em sociedade. O desenvolvimento da sexualidade acontece durante toda a vida do indivíduo e depende da pessoa, das suas características genéticas, das interacções ambientais, condições socioculturais e outras, conhecendo diferentes etapas fisiológicas: a infância, adolescência, idade adulta e velhice. O interesse sobre sexualidade no contexto escolar mostra que o desenvolvimento cognitivo do indivíduo é estreitamente relacionado e influenciado pelo seu desenvolvimento pessoal, afetivo, emocional, intelectual e social, sendo, portanto, a sexualidade mais uma das dimensões fundamentais do ser humano que se desenvolve e apresenta sempre influenciada por sentimentos e valores. A sexualidade é inequivocamente inerente à vida do ser humano e manifesta-se desde o nascimento, construindo-se ao longo de toda a existência nas relações interpessoais e na forma como relacionamos o ―eu ― de cada um com os outros ―eus‖. Trabalhar a sexualidade como dimensão humana, é também abordar a identidade de género, reconhecendo o nosso corpo e identificarmo-nos com o sentimento de pertença; a orientação sexual; as relações interpessoais pois é aqui que nos definimos e construimos o nosso eu na relação com o outro; a vinculação afetiva é igualmente uma dimensão importante no sentido em que nos construímos de acordo com os modelos que nos influencia e marcam a nossa conduta; sentirmo-nos amados, saber que gostam de nós e que temos alguém que nos serve de âncora, que nos serve de porto seguro, dá-nos segurança, valorizando, em primeira instância, a família seja ela qual for e, valorizando, também, o grupo de amigos com quem nos identificamos. Trabalhar a sexualidade é também compreender o processo de construção da identidade que deverá caminhar naturalmente no sentido da construção do ―eu‖ para o ―tu‖/‖nós‖. Trabalhar a sexualidade é compreender as singularidades, as identificações com grupos ou modelos construídos; é trabalhar a autoestima e as relações interpessoais, envolvendo e respeitando as diferenças e escolhas de cada um. Trabalhar a sexualidade é alertar, elucidar, falar e prevenir das doenças sexualmente transmissíveis, epidemiologicamente e socialmente importantes na atualidade como a SIDA e outros comportamentos de risco. Considerando de grande importância a questão da transversalidade da Educação da Sexualidade, o Projecto de Educação para a Saúde/Educação Sexual no 1º ciclo procurará que, durante o ano letivo (2011/2012), as temáticas a trabalhar sejam integradas em diferentes áreas disciplinares, respeitando a sua articulação e integração com os conteúdos curriculares das mesmas no sentido de ajudar a construir uma atitude de cidadania ativa.
2 - TEMÁTICAS A DESENVOLVER NO 1º CICLO Os temas de educação sexual a desenvolver no 1º Ciclo do Ensino Básico devem ser abordados de forma global e natural, articulados entre as áreas de Língua Portuguesa, Estudo do Meio e Expressões como a Dramática, Expressão Plástica, Expressão Musical e Físico-Motora. Os temas devem ser trabalhados de forma adequada às várias idades e interesses das crianças, com uma linguagem clara, científica e simples. O grande objectivo da Educação Sexual no 1º Ciclo do Ensino Básico, de acordo com o ministério da Educação é o de contribuir para que as crianças construam o ―eu em relação‖, através de um melhor conhecimento do seu corpo, da compreensão da sua origem, da valorização dos afetos e da reflexão crítica acerca dos papéis sociais de ambos os sexos.‖ Deste modo, em Educação Sexual os temas fundamentais a abordar são os seguintes: Conhecimento e Valorização do Corpo – Neste contexto, explicam-se as diferentes partes do corpo humano, dando importância a todas elas, realçando os aspetos positivos de cada um, promovendo assim, a auto-estima. Identidade Sexual e papel de género - Trabalham-se as questões relacionadas com o género e o papel sexual igualitário e não discriminatório, os modelos sociais do feminino e do masculino e, ainda, a aceitação positiva da própria identidade sexual e da dos outros. Relações Interpessoais - Valorizam-se os afetos e a expressão dos sentimentos, desenvolvendo competências sociais de relacionamentos saudáveis e de integração grupal e ainda a proteção do corpo e noção dos limites, dizendo não às aproximações abusivas. Reprodução Humana - Estudam-se os mecanismos de reprodução humana, como a conceção/fecundação, a gravidez e o parto. O tema/conteúdo que iremos apresentar neste trabalho é a família uma vez que a nossa escola lida diariamente com um número significativo de alunos que estão institucionalizados no Centro Social Padre David e, por conseguinte, é um tema que suscita sempre dúvidas e constrangimentos a quem lá vive e aos demais alunos que, não vivendo nestas condições, revelam dificuldade aceitar ou compreender que existem crianças com modelos de famílias diferentes das suas.
3 - METODOLOGIA O projeto educação sexual na turma do 1º e 3º anos foi elaborado de acordo com o artigo 7º da Leinº60/2009 de 6 de Agosto e tendo em conta os temas/ conteúdos abordados para esse ano de escolaridade: a família; o seu corpo; sentimentos, gostos e emoções. Abordaremos, como já foi referido ―a família‖ com a apresentação/leitura ―O livro da família‖ e projeção das imagens seguidas de comentários no sentido de os alunos verificarem a existência de diferentes famílias. Como parte prática do tema faremos um brainstorming/tempestade de ideias sobre a importância da família com os alunos do 3ºano. Para este efeito ser-lhes-á distribuído um cartão com a frase ― A família é importante porque…‖que cada uma completará de acordo com o que a família representa para si. Aos alunos do 1ºano, será distribuída uma folha em branco, onde, cada um, representará a família com quem vive. Posteriormente, cada um nomeará as pessoas da sua família seguida de debate levando os alunos a constatar que a família é aquela que nos ama, educa, dá conselhos, cuida de nós e nos acarinha nos bons e maus momentos.
4 – PLANIFICAÇÃO DA AULA (alunos 1º e 3º anos) Obejetivos Conteúdos Estratégias/ Atividades
Recursos
Avalição
-Identificar dados
Noção de
- Apresentação/audição da história
O livro da
Observação
pessoais e
amília.
livro da família‖ (alunos do 1.º e 3.º
família;
direta:
familiares
anos);
- Folha branca
- Participação;
da criança;
- Projeção das imagens da história,
formatada para - Interesse;
-Desenvolver o
seguidas de comentários, no sentido de
representação
-Cumprimento
conceito de
os alunos verificarem a existência de
icónica da
de regras;
semelhança e
diferentes famílias
família;
- Capacidade de
diferença;
(alunos do 1.º e 3.º anos);
- Jornais;
atenção;
-Conhecer a
- Representação da sua família numa
- Revistas;
- Capacidade de
história
folha em branco (alunos do 1.º ano);
- Cartões com
realização das
da vida da criança;
- Identificação dos membros da sua
a
atividades;
- Identificar regras
família (alunos do 1.º ano);
frase: ―A
- Trabalho
de
- Recorte em jornais e/ou revistas de
família é
Colaborativo.
convivência;
figuras de famílias parecidas com a sua
importante
-Desenvolver
(alunos do 1.º ano);
porque …‖;
relacionamentos
- ―Brainstorming‖ sobre a importância
- Material de
sociais saudáveis;
da família, através do preenchimento
desgaste (lápis,
- Desenvolver a
individual de um cartão contendo a
…).
autoestima.
seguinte frase: ―A família é importante porque …‖ (alunos do 3.º ano); - Debate sobre a importância da família (alunos do 1.º e 3.º anos); - Construção de um mural da família com os trabalhos realizados pelos alunos (alunos do 1.º e 3.º anos).
5 - MATERIAL A UTILIZAR
Em algumas famílias todos são de cores diferentes
Em algumas famílias todos são da mesma cor
Algumas famílias são grandes
Algumas famílias são pequenas
Algumas famílias gostam de abraçar
Em algumas famílias uns moram dos outros
Em algumas famílias parecem-se uns com os outros
E todas as famílias ficam tristes quando perdem alguém que amam
Em algumas famílias uns moram perto dos outros
Em algumas famílias adotam filhos e diferentes uns dos outros
Algumas famílias têm duas mães ou dois pais
Algumas famílias só têm pai ou mãe
Algumas famílias tem padrasto ou madrasta,
Seja qual for a família todos gostam de celebrar dias especiais porque…………
A família é a nossa segurança! A família é quem nos do carinho e afeto! A família é quem cuida de nós e quem nos dá amor!
6 - CONCLUSÃO
Nas sessões realizadas tivemos oportunidade de perceber a importância da sexualidade na formação e na vida do ser humano. Desde que somos concebidos vivemos e somos sexualidade. Esta dimensão humana pode marcar positiva ou negativamente a nossa vida, a nossa conduta, as nossas relações e, neste sentido, devemos tratá-la com seriedade, honestidade, verdade, responsabilidade, respeitando as diferenças e tudo aquilo que faz de nós singulares, únicos e com identidade própria. Os primeiros vínculos afetivos, os primeiros modelos são referências de extrema importância para o desenvolvimento da sexualidade. Nas crianças em idade escolar, o professor é, sem dúvida, um modelo em que se apoiam e acreditam inquestionavelmente. Esta responsabilidade que ―carregamos‖, leva-nos a que sejamos com eles verdadeiros, honestos e assertivos e que os possamos ajudar a resolver as dúvidas e problemas pelo diálogo, pelo exemplo, pela compreensão, pelo consenso no sentido de fortalecer as relações interpessoais. A sexualidade assenta em manifestações de atitudes, comportamentos, gestos, ultrapassando, portanto, a dimensão biológica, pois envolve emoção, afeto e imaginário e pode ser vista como ―a base da curiosidade, a força que nos permite elaborar e ter ideias, bem como o desejo de ser amado e valorizado à medida que aprendemos a amar e a valorizar o outro‖ (Britzman,1998). A escola, os professores, a par da família, são sem margem de dúvida o lugar de vínculos afetivos, de construção de identidades, de relações interpessoais e de sexualidade. No tema que escolhemos para trabalhar na aula, sentiu-se, por parte dos alunos, uma predisposição natural e espontânea em participar e partilhar aquilo que cada um pensa sobre a família e os laços criados por cada um deles. Mesmo os que não estão diariamente com a família, é o caso de alguns alunos institucionalizados, tem a ideia de família definitivamente marcada. A família continua a ser aquela com quem criaram os primeiros vínculos afetivos independentemente de terem sido filhos que sofreram negligências de vária ordem. São filhos que amam e continuam a amar o pai, a mãe e os irmãos de quem foram temporariamente separados e, o desejo de os ver nos fins de semana (os que vão), no ―dia da visita‖( os que vem), ou nas férias (os que tem a sorte de ir alguns dias a casa) torna-se um momento de grande angustia e expetativa. Os trabalhos que realizámos na aula são ilustrativos do que pensam e sentem. Verifica-se pelas representações icónicas, feitas pelos dos alunos do 1º ano, que existem muitos tipos de 18 família, cada uma com as suas particularidades. Alguns incluem também os seus animais de estimação, porque ―são meus amigos, brinco com eles, fazem-me companhia e eles tambémgostam de mim‖, referem. No brainstorming sobre a família, realizado com os alunos do 3.º ano, constatámos que todas as crianças reconhecem a importância da família através das funções que nela estão implícitas, nomeadamente as funções primordiais de proteção, de satisfação das necessidades básicas e de apoio emocional.
8- Trabalhos realizados por alunos do 1ยบ ano na aula
8.1 Trabalhos realizados por alunos do 3ยบ ano realizados na aula
Formadora: Sandra Mendes
Nível de Ensino: 1º Ciclo. Grupo de recrutamento: 1 10
Formandos: Domingos Bacelar Oliveira
Mª José M. Ramos
Introdução.
A adolescência é uma etapa marcante na vida de todas as pessoas. É nela que através de uma série de mudanças físicas e emocionais cada um descobre a sua identidade e define a sua personalidade.
Estas mudanças permitem-nos descobrir o nosso corpo e ao mesmo tempo sentir urgência em explorar o corpo do sexo oposto. Começamos a namorar, deixamos-mos levar pelas sensações, até que... um belo dia... recebemos a notícia de que vamos ser pais. É então que o mundo parece desabar sobre nós... o o o
o o
Temos vergonha! Sentimo-nos tristes e infelizes por já não sermos crianças! Estamos apavorados por, de um dia para o outro, sermos abrigados a assumir responsabilidades de um mundo adulto, ao qual não pertencemos! Estamos sós! É o nosso fim! Mas será que tem que ser assim? Descobre a resposta seguindo para a Tarefa
Tarefa. Nesta webquest vocês vão ser Técnicos Especializados em Saúde Sexual exercendo funções numa área residencial onde a percentagem de mães adolescentes é relativamente elevada. A vossa tarefa consiste em elaborar e exibir à vossa turma uma apresentação eletrónica que sirva de base a Acções de Sensibilização a realizar em escolas dessa região.
Processo Para concretizarem a vossa tarefa serão divididos em 3 grupos e explorar os subtemas que a seguir se apresentam. Para exploração dos subtemas deverão consultar os recursos que vos são aconselhados, ou outros que considerem importantes. Não se esqueçam que os textos devem ser da vossa autoria e a linguagem deverá ser clara, adequada à vossa idade e cientificamente correcta. Uma apresentação eletrónica deve sempre conter o título do trabalho, a identificação de quem o realizou e, no final, um slide com a bibliografia/sites consultados. A vossa apresentação não deve ultrapassar os 10 min e todos os elementos do grupo devem falar.
GRUPO 1: Subtema: " COMPORTAMENTOS DE RISCO E GRAVIDEZ "
A vossa apresentação deve: o o o o
Explica r em que consiste um comportamento de risco. Dar exemplos de comportamentos de risco. Referir as principais consequências desses comportamentos. Explicar o que fazer para evitar a gravidez.
GRUPO 2: Subtema: " ESTOU GRÁVIDA! E AGORA??? " A vossa apresentação deve: o Explicar o que fazer para confirmar a suspeita de uma gravidez. o Referir como se deve agir no caso da suspeita se confirmar, indicando procedimentos a adoptar pela futura mamã, para que não se sinta sozinha e desesperada. o Dar exemplos de comportamentos a adoptar por uma jovem que decidiu ter o seu bebé. o Explicar que mudanças podem ocorrer no corpo de uma jovem, durante a gravidez.
GRUPO 3: Subtema: "A GRAVIDEZ: Cuidados e Direitos "
A vossa apresentação deve: o o o o
Explicar quais os cuidados a ter com a higiene e alimentação, durante a gravidez. Ter informação sobre o exercício físico se pode/deve fazer e que roupas usar, durante a gravidez. Indicar o que comprar para o enxoval do bebé e o que é necessário levar para a maternidade. Referir os Direitos que a jovem tem durante a sua gravidez.
Recursos. Grupo 1
Comportamento Sexual de Risco. Gravidez Indesejada-Causa. Portal da Saúde-Métodos Contraceptivos. Site do Público - Métodos Contraceptivos
Grupo 2 Portal da Juventude Gravidez na Adolescência DGS - A Gravidez da Adolescente PAV - Associação de Apoio às Grávidas
Grupo 3 DGS - A Gravidez da Adolescente Portal da Saúde Cuidados Durante a Gravidez PAV - Os Direitos; A Mala; O Enxoval Cuidados com a gravidez mês a mês
Itens para avaliar o vosso trabalho: Apresentação Eletrónica - 55 % Slide com título do trabalho e identificação dos elementos 5 % do grupo Existência de definição de informação relevante 10% Quantidade de texto adequada por slide
5%
Textos com linguagem clara e cientificamente correcta
10%
Utilização de imagens adequadas aos textos
10%
Criatividade e originalidade
10%
Slide com bibliografia / sites consultados
5%
Apresentação Oral - 45 % Linguagem clara e cientificamente correcta
10 %
Postura adequada e séria
10 %
Capacidade de explicar o que apresenta
10 % 15 %
Cumprimento do tempo estipulado
Conclusão. A Gravidez na Adolescência é uma situação problemática originada por uma série, a maioria das quais se prende com inexistência de prevenção e prática de sexo seguro. A Gravidez Precoce não deve, no entanto, constituir um "pesadelo" para os jovens, podendo ser encarada com tranquilidade e alegria, já que o resultado será o nascimento de um ser humano. Se este tema vos interessou, poderão prosseguir a vossa investigação, pesquisando informações sobre: - O Parto (acto mágico e único, na vida de uma mulher). - Como cuidar de um bebé - Como cuidar de um recém-nascido.
FIM
Formadora: Sandra Mendes
Nível de Ensino: 1º Ciclo. Grupo de recrutamento: 1 10
Formandos: Emília M. C. Pinto
Sara G.S.R.V.Borges
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ANDRÉ SOARES
Plano de unidade didática A- Levantamento de conhecimentos prévios. B- Projeção do Power Point “O autoconceito” Atividades
C- Projeção do Power Point do poema “Metade” de Oswaldo Montenegro D- Realização de uma composição visual
Área temática
AUTO-CONCEITO
9º ano 6º ano
Objetivos
Aprofundar e ampliar o conhecimento pessoal; Conhecer como se forma o autoconceito; Promover a reflexão de si próprio e dos outros; Desenvolver a auto-estima. Recursos
Computador e projetor multimédia;
Duração
Autoconceito (Power Point);
45min x 5
Poema de Oswaldo Montenegro - Metade;
Papel A3, revistas, tesoura, cola, lápis de grafite, lápis de cor (9º ano)
Programa de edição de vídeo (6º ano)
Passos 1ª Sessão 1- Apresentação de imagens projetadas para levar os alunos a descobrir o que é o autoconceito. Possíveis questões a colocar à turma:
a) O que vês nas imagens? b) Que relação existe entre o que observamos nas imagens e o comportamento humano? c) Em apenas uma ou duas palavras como descreveriam as imagens? 1.1- Depois de ouvir as respostas dos alunos, caso ainda não tenha sido referido, sugerir autoconceito como definição para a imagem. Projeção do Power Point “O auto-conceito” (ANEXO I) para clarificar o conceito. 1.2- Projeção de um vídeo do poema “Metade” de Oswaldo Montenegro (http://youtu.be/6rDKimlN6Dw), como motivação para a realização de composições visuais que descrevam a forma como cada aluno se vê a si próprio (letra do poema em Anexo II). 2ª e 3º Sessões 2 -Os alunos são convidados a realizar uma composição visual que reflicta a forma como se vêem a si próprios, com o objectivo de aprofundar e ampliar o seu conhecimento pessoal. 4º Sessão 4- Como forma de promover a reflexão de si próprio e dos outros, os alunos formam grupos de quatro elementos, onde cada aluno apresenta a sua composição e todos reflectem sobre as principais características positivas do aluno que a executou. 5ª Sessão 5- Em grande grupo, como forma de promover a auto-estima, cada aluno faz uma auto e hétero avaliação sobre as atividades desenvolvidas.
a) O que vês nas imagens? b) Que relação existe entre o que observamos nas imagens e o comportamento humano? c) Em apenas uma ou duas palavras como descreveriam as imagens? 1.1- Depois de ouvir as respostas dos alunos, caso ainda não tenha sido referido, sugerir autoconceito como definição para a imagem. Projeção do Power Point “O auto-conceito” (ANEXO I) para clarificar o conceito. 1.2- Projeção de um vídeo do poema “Metade” de Oswaldo Montenegro (http://youtu.be/6rDKimlN6Dw), como motivação para a realização de composições visuais que descrevam a forma como cada aluno se vê a si próprio (letra do poema em Anexo II). 2ª e 3º Sessões 2 -Os alunos são convidados a realizar uma composição visual que reflicta a forma como se vêem a si próprios, com o objectivo de aprofundar e ampliar o seu conhecimento pessoal. 4º Sessão 4- Como forma de promover a reflexão de si próprio e dos outros, os alunos formam grupos de quatro elementos, onde cada aluno apresenta a sua composição e todos reflectem sobre as principais características positivas do aluno que a executou. 5ª Sessão 5- Em grande grupo, como forma de promover a auto-estima, cada aluno faz uma auto e hétero avaliação sobre as atividades desenvolvidas.
A avaliação dos alunos será observada / realizada com baseada nos seguintes aspectos (Anexo III): - Interesse e empenho demonstrado durante a aula; - Participação na exploração das actividades; - Colaboração com o professor e com os colegas na realização da actividade proposta; - Capacidade de interpretação, síntese e análise das actividades na aula; - Comportamento na sala de aula. As formandas Emília Pinto Sara Borges Apresentação dos resultados: 6ºano- http://www.youtube.com/watch?v=7qRBeN0V9Kc 9º Ano- Anexo IV
Anexo I
Auto-Conceito
Anexo II METADE Que a força do medo que tenho Não me impeça de ver o que anseio; Que a morte de tudo em que acredito Não me tape os ouvidos e a boca; Porque metade de mim é o que eu grito, Mas a outra metade é silêncio... Que a música que eu ouço ao longe Seja linda, ainda que tristeza; Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada Mesmo que distante; Porque metade de mim é partida Mas a outra metade é saudade... Que as palavras que eu falo Não sejam ouvidas como prece E nem repetidas com fervor, Apenas respeitadas como a única coisa que resta A um homem inundado de sentimentos; Porque metade de mim é o que ouço Mas a outra metade é o que calo... Que essa minha vontade de ir embora Se transforme na calma e na paz que eu mereço; E que essa tensão que me corrói por dentro Seja um dia recompensada; Porque metade de mim é o que penso Mas a outra metade é um vulcão...
Que o medo da solidão se afaste E que o convívio comigo mesmo Se torne ao menos suportável; Que o espelho reflita em meu rosto Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância; Porque metade de mim é a lembrança do que fui, A outra metade eu não sei... Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito E que o teu silêncio me fale cada vez mais; Porque metade de mim é abrigo Mas a outra metade é cansaço... Que a arte nos aponte uma resposta Mesmo que ela não saiba E que ninguém a tente complicar Porque é preciso simplicidade para faze-la florescer; Porque metade de mim é platéia E a outra metade é canção... E que a minha loucura seja perdoada Porque metade de mim é amor E a outra metade... também. Oswaldo Montenegro Oswaldo Montenegro
Anexo III
Ficha de avaliação contínua
-
Nº e nome do aluno
AUTOCONCEITO
Revelou empenho e interesse pelas atividades Participou na exploração das atividades Colaborou com o professor Interpretou corretamente a ideia de autoconceito Colaborou com os colegas Teve uma boa atitude na sala de aula Refletiu sobre o trabalho desenvolvido Atribuir a cada um dos parâmetros um valor qualitativo. Legenda: NS- Não Satisfaz S- Satisfaz SB- Satisfaz Bastante
Anexo IV
Auto-Conceito Trabalhos realizados por alunos do 9 ยบ ano
Formadora: Sandra Mendes
Nível de Ensino: 1º Ciclo. Grupo de recrutamento: 1 10
Formandos: Mª Fátima Queirogas
Virginia Carvalho
Centro de Formação da Associação de Escolas Braga /Sul
Actuação Docente na Educação para a Sexualidade na Aplicação do Programa PRESSE nos 2ºe3ºCiclos
Sexualidade e Género
Centro de Formação de Associação de Escolas Braga /Sul
Actuação Docente na Educação para a Sexualidade na Aplicação do Programa PRESSE nos 2ºe3ºCiclos
Formadora: Enfermeira Laura Alexandra Barreira
Trabalho realizado por: Fátima Queirogas Virgínia Carvalho
15 de Março de 2012
“… a prática preconceituosa de raça, de classe, de género ofende a substantividade do ser humano e nega radicalmente a democracia” (Paulo Freire)
Introdução Numa sociedade onde cada vez mais são notórias as diferenças de opinião quanto à questão da sexualidade, tornou-se imperioso legislar sobre a educação sexual. Surge, assim, a Lei n.º 60/2009, de 6 de Agosto que estabelece o regime de aplicação da educação sexual em meio escolar. É de realçar que a criação do próprio diploma legal poderá, por um lado, promover e desenvolver a formação sexual dos estudantes e, por outro lado, garantir a protecção dos docentes na abordagem de um tema que até há bem pouco tempo era considerado de” trato delicado”. O aludido diploma legal previu, expressamente, no seu artigo 2.º as finalidades da educação sexual, competindo às escolas portuguesas em articulação com o Ministério da Educação e o Ministério da Saúde a sua concretização. Desta forma, foi instituído um regime jurídico que permitiu a aplicação da educação sexual nos estabelecimentos de ensino. Este diploma obriga à inclusão da Educação Sexual nos projectos educativos (artigo 7.º da Lei n.º 60/2009, de 6 de Agosto) e à criação de Gabinetes de Informação e de Apoio aos alunos (artigo 10.º da Lei n.º 60/2009, de 6 de Agosto), constatando-se, deste modo, a força e a importância que o legislador atribui à integração da educação sexual nas escolas. Alguns estudos relatam que ao longo da história ocorreram mudanças de comportamentos e crenças relacionadas com sexualidade. E em diferentes culturas essa foi se tornando questionável em todos os campos de conhecimentos, que inicialmente eram encarados como natural e posteriormente certos relacionamentos eram tidos como anomalias e inclusive com tratamentos clínicos, como a homossexualidade que era considerada doença. Assim sendo, a escola deve agir, de forma a produzir mudanças de paradigmas através da produção de conhecimentos que nos leve a uma vida digna, sem desigualdades sociais. Pois segundo Meirelles (1997, p. 83) “o professor é mediador e organizador do processo pedagógico, favorece a visão de conjunto sobre a situação, e propõe outras fontes de informação, colocando o aluno em contato com outras formas de pensar” O trabalho que, a seguir, se apresenta é constituído de duas partes: na primeira tentamos fazer uma abordagem teórica ao tema sexualidade e género, de seguida, porque consideramos importante uma aplicação prática daquilo que aprendemos nesta formação, apresentamos uma planificação de aula e os respetivos resultados.
Género e sexualidade Há alguns estudos sobre género, como o da autora brasileira Louro (2010a), que nos mostra que as diferenças biológicas estabeleceram desigualdades sociais nos diferentes espaços, que ambos ocupam na sociedade, constituindo um constante carater de oposições dicotómicas sobre o feminino e o masculino e que, portanto, diante dessas oposições binárias, essas relações de género foram se construindo. As referências sobre género como instrumento político – que trouxe à tona a visibilidade da mulher e, sua especificidade como sujeito de sua própria história na sociedade. Desde o século XIV, nos idiomas alemão, francês, espanhol e inglês, a palavra género aludia apenas a conjuntos gramaticais. Género na sua definição mais genérica significa classe, espécie e família. Entretanto, atualmente, os estudos sobre género se associaram aos conceitos de sexo, sexualidade e diferença sexual, tornando-se o eixo central na edificação de uma classificação de sistemas de diferenças, apoiando-se em oposições dicotómicas como sexo e género. Sexualidade é um aspecto central do ser humano durante sua vida e compreende o sexo, identidades e papéis de género, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução. A sexualidade é vivenciada e expressa em pensamentos, fantasias, desejos, crenças, atitudes, valores, comportamentos, práticas, papéis e relações. Género refere-se às relações sociais desiguais de poder entre homens e mulheres que são o resultado de uma construção social do papel do homem e da mulher a partir das diferenças sexuais. As relações de género são produto de um processo pedagógico que se inicia no nascimento e continua ao longo de toda a vida, reforçando a desigualdade existente entre homens e mulheres. O papel do homem e da mulher é constituído culturalmente e muda conforme a sociedade e o tempo. Esse papel começa a ser construído desde que o(a) bebé está na barriga da mãe, quando a família segundo as expectativas, começa a preparar o enxoval de acordo com o sexo. Dessa forma, cor-de-rosa para as meninas e azul para os meninos. Depois que nasce um bebé, a primeira coisa que se identifica é o sexo: “menina ou menino” e a partir desse momento começará a receber mensagens sobre o que a sociedade espera desta menina ou menino. Ou seja, por ter genitais femininos ou masculinos, eles são ensinados pelo pai, mãe, família, escola, média, sociedade em geral, diferentes modos de pensar, de sentir, de atuar. Por exemplo, as meninas são incentivadas a serem passivas, sensíveis, frágeis, dependentes e todos os brinquedos e jogos infantis reforçam o seu papel de mãe, dona de casa, e consequentemente responsável por todas as tarefas relacionadas ao cuidado dos filhos e da casa. Ou seja, as meninas brincam com as boneca, às casinhas, a fazer comida, a limpar a casa, tudo isto dentro do lar. Pelo contrário, os meninos brincam em espaços abertos, na rua. Eles jogam à bola, brincam com carrinhos, à guerra, etc. Ou seja, desde pequenos eles dão conta que pertencem ao grupo que tem poder. Até nos jogos os meninos comandam. Ninguém os manda fazer a cama, ou lavarem a louça, eles são incentivados a serem fortes, independentes, valentes. A sexualidade na mulher tem sido relacionada com a reprodução, ou seja, para a mulher o centro da sexualidade é a reprodução e não o prazer. Os homens, ao contrário das mulheres, recebem mensagens e são preparados para viver o prazer da sexualidade através do seu corpo, já que socialmente o exercício da sexualidade no homem é sinal de masculinidade. De um modo geral podemos dizer que as mulheres desde que nascem são educadas para serem mães, para cuidar dos outros, para “dar prazer ao outro”. A sua sexualidade é negada, reprimida e temida. Outro dos eixos onde se constrói e se concretiza a desigualdade entre homens e mulheres é a reprodução. A mulher pode gerar um filho, e isto que em si é uma fonte de poder tem sido controlado e tem determinado outros papéis diminuindo as possibilidades e limitando a vida das mulheres noutros âmbitos, como por exemplo, no mundo do trabalho. Pelo fato biológico que a mulher é quem engravida e dá de mamar, tem sido atribuído a ela a totalidade do trabalho reprodutivo. Às mulheres, portanto, se atribui o ficar em casa, cuidar dos filhos e realizar o trabalho doméstico, desvalorizado pela sociedade e que deixa as mulheres “donas de casas” limitadas ao mundo do lar; com menos possibilidade de educação, menos acesso à informação, menos acesso à formação profissional, etc. A situação nos últimos tempos tem mudado e cada vez mais um número maior de mulheres está saindo do lar e estão ingressando no mercado de trabalho, no entanto, as desigualdades ainda permanecem. Diferentes estudos mostram que em geral as mulheres ganham menos que os homens em todos os campos, e que as mulheres têm menos possibilidades de obter um cargo diretivo. Em geral, é muito difícil ter mulheres nos lugares de tomada de decisões. Isto explica - se pelo processo de socialização que ao determinar o trabalho
reprodutivo (casa e filhos) para a mulher, cria condições que a marginalizam do espaço público, e pelo contrário, o homem é quem assume o trabalho produtivo e as decisões da sociedade. A desigualdade de género, como outras formas de diferenciação social, trata-se de um fenómeno estrutural com raízes complexas e instituído social e culturalmente de tal forma, que se processa quotidianamente de maneira quase imperceptível e com isso é disseminada deliberadamente, ou não, por certas instituições sociais como escola, família, sistema de saúde, igreja, etc. Sem dúvida alguma os sistemas de diferenciação social como classe, raça, etnia, geração, além de género, têm como objetivo o exercício e manutenção de poder implicando sempre em relações desiguais e de submissão com consequências importantes para a autonomia individual e coletiva, e para o exercício pleno da cidadania, quando se considera o ser humano como agente protagonista de sua própria transformação num contexto bio psico social. Na verdade, mesmo considerando que os indivíduos ou grupos não são meros depositários de valores, normas e condutas que determinam comportamentos e atitudes institucionais e portanto normativas, mas que também refletem e reagem, modificam ou mesmo interpretam essas regras, não nos podemos esquecer que grupos e indivíduos inseridos nesse contexto estão sob mecanismos estruturados de coerção como os contextos sócio político, económico, cultural etc, que não só criam a desigualdade entre segmentos sociais, como as mantém como processo de garantia dos privilégios dos que exercem o poder. Todavia, ao pensarmos em género vamos encontrar um sistema disciplinário, normativo que define as bases do papel da mulher e que tem determinado a sua posição na sociedade ao longo da história humana, à raiz de uma consequência biológica, a capacidade de gerar filhos. A partir disto, estabelece-se um dos mais importantes mecanismos de controle e poder, o controle da reprodução, que não podendo ser desvinculada da mulher, determina “esse seu lugar social”. A reprodução processa-se no corpo e, portanto este será o território onde serão travadas as batalhas para seu controle. Evidentemente incorporar género de maneira transversal na escola, é a possibilidade de ampliar o debate, conhecer e reconhecer que existem relações desiguais entre homens e mulheres e poder com isso refletir e visualizar a possibilidade de construção de novas relações. Todavia, trabalhar género, num espaço específico junto à sexualidade, é a possibilidade de garantir ações mais efetivas na desconstrução desse modelo tão arraigado, construído e estruturado no desenvolvimento sexual que tanto tem prejudicado as mulheres e consequentemente os homens também. Os indivíduos aprendem desde muito cedo a reconhecer os seus lugares sociais e aprendem isso através de estratégias muito difíceis de reconhecer. Referir-se a meninos e meninas ou homens e mulheres sempre na forma masculina favorece uma superioridade de um género sobre o outro. A linguagem no masculino não é um reflexo do real, ou seja, a escolha do homem serviu para denominar a única espécie do planeta que se raciocina que tem inteligência. Sabat (2007, p. 149) argumenta que “A educação, compreendida de maneira ampla, é um dos processos mais eficientes na constituição das identidades género e sexual. Em qualquer sociedade, os inúmeros artefatos educativos existentes têm como principal função com/formar os sujeitos, moldando-os de acordo com as normas sociais”. Assim, facilmente poderemos dizer que tanto as questões de género como de sexualidade são social e historicamente construídas e, portanto, podem ser transformadas. As mudanças ao longo da história refletem-se na sociedade e na cultura, mas ainda existem preconceitos com relação a obesidade, ser homem ou mulher, negro/a ou branca/o, homossexual ou heterossexual são construções sociais ideológicas para legitimar o poder. A mulher não deixou de ser mulher e sim acumulou tarefas e responsabilidades do lar, as formas pelas quais se reconhece e se distinguem as desigualdades de género exercidas pela sociedade.
Sexualidade e Género na Arte Os filmes, tal como a literatura, a música, as artes em geral e todas as expressões culturais de uma determinada época revelam a mentalidade prevalente da mesma e dão coerência ao mundo. Picasso (por exemplo) representou as mulheres e o feminino em todas as fases de sua obra e de diferentes maneiras. Na pintura moderna, na arte moderna em geral, várias são as representações dadas às mulheres e ao feminino. Podemos dizer que estas obras refletem: a visão do artista sobre o feminino, sobre a mulher, o momento social e o posicionamento social das mulheres em cada época e a relação estabelecida entre o artista e o feminino. Nas famosas fases Rosa e Azul, o desenho predomina com maestria e autoridade, elegante, é harmonizado com tons suaves. Seus temas enfocam o casal e o abraço, assim como o circo. As carícias são delicadas, quase tímidas, repletas de um abandono em um mundo de miséria. Os sentimentos contidos, do homem e da mulher, não conseguem brotar e os dois se entregam a um enfrentamento na busca de uma comunicação real que nunca é atingida. A obra La vie, pintada em 1903, faz parte do período Azul em que os tons melancólicos dominam sua obra. Os quadros desta fase expressam o pessimismo social, a desolação e o desespero. La vie é um resumo da visão do artista naquele tempo. Um homem e uma mulher nus estão de pé à esquerda de frente para uma mulher vestida, no lado direito da tela segurando uma criança nas dobras de uma túnica. Entre eles, dois desenhos pairam: um casal aconchegado no mais sombrio abatimento e uma mulher encolhida. Esta obra é perturbadora, há uma ausência de esperança de vida, a mulher parece apoiada ao homem pedindo proteção e aconchego, enquanto a outra, sozinha se encolhe. Parece não haver comunicação entre as pessoas e é este, um retrato das relações da época. Homem e mulher se apoiavam em relações em que não existia diálogo e a supremacia do masculino era algo inquestionável, era ao homem a quem cabia a proteção, era ele o ser supremo da relação. Há também a representação da mãe com seu filho, sinalizando que a posição social da mulher era ligada a maternidade, ou seja, a posição social da mãe. Em 1904, Picasso pinta o La repasseuse, o que poderíamos chamar de uma pintura de Género. Uma mulher bocejando e passando a ferro. A figura se eleva acima da esfera da vida quotidiana como a imagem de uma santa. Ela simboliza todo o trabalho incessante da mulher, e retrata também a posição da mulher no contexto familiar e social da época, a quem cabia o cuidado com a casa, com os filhos, ou seja, os afazeres domésticos. A mulher passando é encarado como uma mártir da sociedade humana. “Picasso, um adorador do corpo feminino e das mulheres, pinta a representação do nu, em uma cena de bordel e leva-nos a pensar também na representação do corpo e no silêncio em que vive o corpo feminino. Silêncio que não permite a expressão do prazer, em que o prazer feminino é negado e muitas vezes associado a “coisas de prostitutas”. O corpo feminino é lugar apenas de reprodução e toda sua beleza retratada pelas pinturas é algo que deve ser escondido e silenciado, censurados.” É importante ressaltar que as mudanças no papel da mulher e na construção de sua identidade ocorrerem a partir de um processo, em que a mudança de valores está atrelada a uma mudança nos papéis, na família, na feminilidade e na masculinidade. Mudanças políticas que possibilitam um novo olhar sobre as relações de género e sobre as construções de identidade na nossa sociedade. Este processo é lento e angustiante e não linear em todos os aspectos, o passado não é totalmente deixado para trás e é ele que concretiza o presente e dá alicerce para o futuro. Estas mudanças refletem em todos os setores da sociedade e assim também na arte, na visão que os artistas tem sobre as mulheres e na representação do feminino para os artistas de cada época, como pudemos perceber nas maravilhosas obras de Pablo Picasso.
Exposição do tema “Sexualidade e género” em contexto de sala de aula.
Plano de Aula Agrupamento de Escolas André Soares | Braga
ACTUAÇÃO DOCENTE NA EDUCAÇÃO PARA A SEXUALIDADE NA APLICAÇÃO DO PROGRAMA PRESSE NOS 2ºe3ºCICLOS Atividade:
Desenho e pintura (sexualidade e género na arte)
Área temática:
Sexualidade e género
Objetivo: Representar em papel através de desenho e pintura a sexualidade e género de forma artística. Duração: 45’ + 45’
Recursos: - Papel; lápis de grafite; Lápis pastel a óleo - Computador / projector multimédia; - Quadro; - Material de divulgação em suporte informático.
Passo a passo: Breve abordagem ao tema sexualidade e género; Projeção de um PowerPoint sobre ”Sexualidade e género na Arte ( obras de vários pintores). 1. É solicitado aos alunos que: Façam um desenho e pintem a lápis de pastel a óleo a sexualidade e género na sua visão artística.
Escola E.B. 2,3 André Soares, 7 de Março de 2012.
As Formandas:
______________________________ (Fátima Queirogas)
______________________________ (Virgínia Carvalho)
Sexualidade e GĂŠnero na Arte (vista por vĂĄrios alunos)
Conclusão O ser humano é um todo formado pelo biológico, psicológico e social, conceitos muitas vezes não lembrados. Mesmo na era de avanços tecnológicos e o acesso a inúmeros veículos de comunicação, pode-se observar, a ausência da participação da escola e da família no processo de educação sexual. A saúde sexual deve ser pensada de forma contextualizada para que possa acontecer uma desconstrução continuada das questões de género, dos modelos opressores de corpos, como também a hierarquia entre eles. Acreditando na parceria com as políticas públicas, e estas por sua vez, sejam criadas não somente para o atendimento das necessidades, mas que tenham uma visão mais ampla, proporcionando o conhecimento e a formação da consciência crítica entre os indivíduos da sociedade, assim, como uma sociedade mais justa e igualitária. Nesta perspectiva seria necessário que os professores repensassem a forma de produzir, veicular, pensar, dizer, agir e viver a realidade diversa e complexa que envolve os sujeitos da educação e também contribuírem como profissionais da educação na construção de uma sociedade igualitária em todos os níveis das relações humanas. Seria importante que os/as educadores/as procurassem conhecimento científico sobre a referida matéria, pois sabe-se que o processo de ensino aprendizagem é muito complexo e requer um preparação prévia do profissional da educação, e acima de tudo não deixar de reconhecer o seu papel como cidadão que leva a uma sociedade a sua contribuição. Discutindo assim a sua função social no tratamento pedagógico de questões de género e diversidade sexual.
_____________________________________________ Maria de Fátima Silva Queirogas
______________________________________________ Virgínia Costa Carvalho