[Roteiros de Célula] Tempo de Mudança

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TEMPO DE MUDANCA

outubro 2015

Roteiro para Celulas

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Sugestões

1. Material de Estudo Para facilitar o trabalho dos líderes das nossas células este roteiro foi preparado e planejado com cuidado e atenção. 2. Preparo A partir da apresentação, faça uma leitura de reconhecimento do material assim que recebe-lo, pois é importante você ter uma ideia de toda a proposta. Durante o preparo, anote as informações que vierem à sua mente. Procure respostas às perguntas que serão compartilhadas. Você pode acrescentar um quebra-gelo, ilustração ou o que preferir. Um bom líder não precisa receber todas as orientações para o encontro; já que busca ferramentas para dinamizar e marcar o tempo com o grupo. Só não deixe de compartilhar este material. 3. Oração Ore pedindo a Deus para que este estudo fale com você. Peça também pelo seu preparo e pelo grupo que pode ser transformado dia a dia conforme a imagem de Jesus. 4. Tempo do Encontro Planeje o tempo com a sua célula - início e términio. Algumas pessoas deixam de participar das células por conta deste problema. Organizar o horário faz parte de um bom planejamento, o que representa ao grupo cuidado e boa liderança.

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Encontro da Célula 1º Momento - Encontro (15 minutos) - É o momento para criar um ambiente informal. Deve concentrar todos os participantes em um assunto central. O foco são as pessoas. Comece perguntando como foi a semana. Termine com uma oração. 2º Momento - Exaltação (15 minutos) - Louvor e adoração - O foco agora é no Senhor. Escolha cânticos fáceis, se possível, providencie folhas com os cânticos impressos. 3º Momento - Edificação (20-30 minutos) - O foco é para as necessidades das pessoas. Nas células o alvo é colocar em prática as verdades bíblicas. Você líder deve ser um facilitador. Estimule a participação das pessoas. Obs.: Procure utilizar uma versão da Bíblia de fácil compreensão: Sugerimos a NVI ou a NTLH. 4º Momento - Compartilhamento (10 minutos) - O foco volta para as pessoas. É o momento para testemunhos, bênçãos recebidas ou para compartilhar problemas que estejam enfrentando ou ainda pedidos específicos. Observações É muito importante que ao final do encontro da célula, você líder atualize a frequência da célula no sistema de controle da célula (www.ipimachado.com.br/celula). Através dele poderemos fazer um acompanhamento melhor do andamento de cada uma das nossas células. Caso você tiver dificuldade com internet pode pedir para alguém da célula ajuda-lo.

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Apresentação Metamorfose é o processo de “Mudança de uma forma para outra”. Todos nós, que aceitamos e confessamos a Jesus como nosso Salvador passamos por essa metamorfose. Ela vai acontecendo em nossas vidas, não por influências externas, mas é uma mudança interior, começa dentro de nós e vai transformando a nossa vida e a nossa realidade; vai transformando nossos relacionamentos, nossa casa, família, nossa visão de igreja e de Reino de Deus. Precisamos dessa mudança em nossas vidas e as pessoas que estão sendo alcanças e transformadas em nossas células precisam também dessa metamorfose. Teremos 4 roteiros que visam uma mudança nas mais diversas áreas da nossa vida e uma tomada de decisão: 1ª - Uma Nova Atitude para Consigo - aceitar quem nós somos e que somos homens e mulheres em transformação e nos apropriarmos do amor de Deus. 2ª - Uma Nova Atitude para com os Relacionamentos - entender que nós precisamos nos relacionar com pessoas, aprender o valor do perdão como caminho para um bom relacionamento. 3ª - Uma Nova Atitude para com o Próximo - precisamos ser homens e mulheres pró ativos, dispostos a ajudar, a acolher as pessoas em suas necessidades e dificuldades. 4ª - Uma Nova Atitude para com o Reino - Como filhos amados de Deus em meio a uma cultura acelerada e geradora de demandas, precisamos assumir um compromisso sério para com o Reino de Deus e sua agência de proclamação, a igreja. Aqueles que firmemente creem que a realidade maior e excelente ainda está por vir devem viver uma agenda que demonstre claramente esta convicção. Que Deus nos ajude a sermos e fazermos essa mudança Tiago Nogueira de Souza

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1. Uma Nova Atitude para Consigo (28/Setembro a 3/Outubro) [Encontro] Quebra-gelo 1- Numa escala de 0 a 10 qual nota você daria para: Sua aparência? Sua capacidade intelectual? Seu ambiente familiar? 2- Se você pudesse, o que você mudaria em: Sua aparência? Sua família? Seu jeito de ser? Sua inteligência? [Edificação] Texto base: Salmo 139 Introdução Tem muita gente insatisfeita consigo mesmo, insatisfeita com o trabalho que tem, com a família que construiu, com a vida que leva. Vivemos num tempo de grande insatisfação. Certa vez alguém escreveu a seguinte frase: “Deus nos ama da maneira que nós somos, mas nos ama tanto que não quer que fiquemos da mesma maneira”. Todo ser humano é especial aos olhos de Deus, por isso precisamos ter conhecimento de quem nós somos. Precisamos nos olhar a partir da ótica de Deus. Precisamos ter coragem para assumir quem nós somos, as nossas falhas. O nosso comportamento denuncia a saúde da nossa alma. Desenvolvimento Por isso precisamos tratar a nossa alma, mas não com qualquer pessoa, precisamos tratar a nossa alma com quem tenha sentimentos perfeitos. Precisamos tratar a nossa com alma com quem de fato nos

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conhece. Segundo o psicanalista Carl Jung, quanto mais íntegra a pessoa, mais “coisas boas” ela atrairá para si. Desta forma, precisamos cultivar: • Vida física: precisamos cuidar do corpo (alimentação, esportes, lazer) pois o nosso corpo é “templo do Espírito Santo”(1Co 6:19-20); • Vida emocional: evitando o negativismo e as críticas para cultivar a auto-estima em pensamentos bons; • Vida social: “Não deixemos de congregar, como é costume de alguns…”(Hb 10:25) O propósito básico de Deus em nos criar é que possamos ter comunhão com Ele por meio de Cristo e experimentar o POTENCIAL MÁXIMO em nós através de nossos corpos. Nossa realização na vida vem através de ser uma mensagem única de como desenvolver as características interiores de Jesus Cristo. “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (1ª Pedro: 2.9) Conclusão Toda pessoa tocada pelo amor de Deus, sensibilizada pôr ele, passa pôr uma significativa mudança em sua vida. Algo de novo começa acontecer em seu coração, ocasionando uma transformação radical, de dentro pra fora, pôr vezes, imediata, e em outras, de forma mais gradativa, mas sempre crescente e dinâmica, passa-se a viver uma vida segundo Deus e seus valores. Ao conhecer o amor de Deus e crermos nesse amor, deixando-nos tocar e ser transformados pôr Ele, nossas vidas jamais foram as mesmas, vai ser um caminho novo, cheio de surpresas que o amor divino prepara para os que nele confiam. Perguntas para Reflexão 1- Quais áreas da minha vida eu preciso aceitar o amor de Deus?

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2. Uma Nova Atitude para com os Relacionamentos (5 a 10/Outubro) [Encontro] Quebra-gelo 1- Quanto tempo por dia você passa conectado no mundo virtual? Quais são os meios que você usa? 2- Você tem mais facilidade para se relacionar no mundo virtual ou no mundo real? [Edificação] Texto: Gênesis 37:18-28,36 Introdução A Bíblia não esconde os problemas de relacionamento entre as pessoas do povo de Deus. Já começa apresentando o clássico conflito entre os irmãos Caim e Abel que resultou no primeiro assassinato da humanidade (Gn 4.1-16). Pais e filhos também tiveram seus problemas, como ilustra a revolta de Absalão contra seu pai Davi (2Sm 15-18). Absalão também teve problemas com seu irmão Amnom, que violentou sua meia-irmã Tamar (2Sm 13). Esposas de um mesmo marido entraram em conflito, tais como Ana e Penina (1Sm 1), ou ainda Raquel e Lia (Gn 29-30). Estes são apenas alguns exemplos de situações no contexto das famílias do Reino. Muitos outros conflitos aconteceram também entre amigos (como Paulo e Barnabé em At 15.36-39) e na incipiente igreja (At 15.1-35), e até mesmo entre os discípulos próximos de Jesus (Mt 20.2024; Lc 9.46-48). Os conflitos, pois, são inevitáveis. Desenvolvimento José sofreu muitos tipos de violência da parte de seus irmãos naquele momento: * Rejeição pela própria família: seus irmãos o rejeitavam

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e conspiraram contra ele para o matar (v.18). Não parecia existir mais chance de reconciliação entre eles. * Zombaria: seus irmãos o ridicularizavam constantemente (v.19). Quem já passou por isso sabe que tais palavras machucam lá no fundo. * Agressão física: seus irmãos tiraram suas roupas (de forma agressiva, afirma o original) e o lançaram em uma cisterna vazia (vs.20-24). Na verdade queriam mesmo era matá-lo, mas Rúben conseguiu desviá-los temporariamente deste caminho. * Confinamento: na cisterna (v.24) José sofreu privação de água e comida, a humilhação de ter seus movimentos restritos, e o medo de estar preso em um pequeno espaço escuro e fundo. Isto sem considerar o pavor de não saber o que lhe aconteceria em seguida... * Desumanização: José foi vendido como escravo (vs.2528) e perdeu seus direitos como homem livre. Era agora propriedade de outros (v.36) e obrigado a lhes servir para o resto de sua vida. José facilmente poderia ter se tornado alguém ressentido com Deus por tê-lo deixado passar por tudo isto “sem necessidade” (do nosso ponto de vista). Deus certamente usou estas situações difíceis para trabalhar intensamente no caráter de José. Como filho preferido e mimado, ele não estava preparado para lidar com tais adversidades. É bem provável que ele tenha passado por um profundo questionamento da sua fé e por uma reformulação de sua autoimagem enquanto era arrastado como escravo até o Egito. Se isto não fosse o suficiente, nos anos subsequentes de servidão Deus permitiu que ele passasse por outras adversidades (tentação, calúnia e novo confinamento) por causa da mulher do seu dono (Gn 39:7-20). Você teria aguentado tudo isto? Conclusão José teria todos os motivos plausíveis para ter se tornado rancoroso para com os seus ir- mãos, diante de tudo o que lhe fizeram e da dor que lhe causaram. Mas ao longo dos longos anos como escravo, José aprendeu que “O SENHOR, porém, era com José, e lhe foi benigno” (Gn 39:20). Deus nunca o abandonou, mas estava atento a tudo que lhe acontecia. Ao compreender o amor gracioso de Deus por ele, José

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depositou sua total confiança no Senhor e conseguiu perceber, muitos anos depois, que tudo fazia parte de um plano maior de Deus para trazer salvação à sua família. Não deve ter sido fácil rever seus irmãos depois de tantos anos! José poderia facilmente aniquilá-los sem justificativa, pois era poderoso no Egito agora. Todavia, certamente por meio da ação do Espírito Santo em sua vida, ele concede nova chance ao relacionamento, testa seus irmãos quanto ao seu caráter, e se reconcilia com eles (Gn 42-45). O perdão se tornou uma força contrária à força da violência da qual ele foi vítima. Em resumo, perdoar é estender aos outros a graça de Deus que foi dada a mim, é imitar a Deus em sua essência. Ao compreendermos que fomos criados à imagem de Deus, ou seja, para sermos seus representantes, nossa autoimagem é reconstruída a partir do ponto de vista divino (co- mo vimos semana passada). Podemos então agir com os outros como ele age para conosco. Com esta compreensão baseada em nossa reflexão, podemos tomar a decisão de obedecer ao mandamento de perdoar e praticar a ação de perdoar. É reflexão —> decisão —> ação! Perdoar, pois, não é uma opção; é uma escolha obediente a um princípio de vida abundante ensinado por Deus. Quando você não perdoa, é você que se machuca e fica ferido ao armazenar dentro de você rancor e ressentimento. Quando você perdoa, você amadurece e Deus abençoa a sua vida. Quem irá determinar os rumos da sua vida? A cultura contemporânea ou os valores de Deus? É impossível construir relacionamentos consistentes e duradouros sem seguir este princípio bíblico do perdão. Sejam conflitos reais ou virtuais, perdoe! Você verá como isto transformará a sua vida e os seus relacionamentos. Perguntas para Reflexão 1- Por que você acha que Deus nos deu capacidade de ter sentimentos tão fortes pelas pessoas?

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3. Uma Nova Atitude para com o Próximo (12 a 17/Outubro) Encontro] Quebra-gelo 1- Quem é o seu próximo? Além dos seus relacionamentos mais íntimos, com quem você cruza no seu cotidiano? 2- Até onde você se dispõe a caminhar para ajudar outra pessoa? [Edificação] Texto: Mateus 22:39 Introdução Uma dificuldade crescente em nossa sociedade contemporânea é a falta de disposição em ajudar o próximo. Cada vez se torna mais comum ignorarmos os apelos do nosso semelhante e nos voltarmos para os nossos próprios interesses. Por que acontece isto? Jesus deixa bem clara sua concordância de que o segundo maior mandamento de toda a lei de Deus é “ame o seu próximo” (Mt 22:39). Mas como na prática podemos amar o próximo? Desenvolvimento Há duas maneiras práticas principais de demonstrarmos amor aos que estão ao nosso redor: servindo aqueles que necessitam de ajuda e retribuindo com amor aos que nos fazem mal. A primeira maneira, demonstrar amor à pessoa que está em necessidade, se apresenta como um claro princípio bíblico. Desde o Antigo Testamento já havia a obrigação social de prover cuidado aos órfãos, viúvas e pobres, pois estes não tinham a quem mais recorrer. Veja, por exemplo, Isaías 58.1-8. A segunda maneira, demonstrar amor à pessoa que nos faz mal, é um princípio que se tornou mais claro no Novo Testamento, por meio do exemplo supremo de Jesus. O Deus encarnado nos amou, sendo nós ainda seus inimigos (Rm 5:6-10 - “De fato, no devido tempo, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu pelos ímpios. Dificilmente haverá al-

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guém que morra por um justo, embora pelo homem bom talvez alguém tenha coragem de morrer. Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores. Como agora fomos justificados por seu sangue, muito mais ainda, por meio dele, seremos salvos da ira de Deus! Se quando éramos inimigos de Deus fomos reconciliados com ele mediante a morte de seu Filho, quanto mais agora, tendo sido reconciliados, seremos salvos por sua vida!”). Baseado neste exemplo supremo, Paulo traz ordens claras a todos os cristãos: “Abençoem aqueles que os perseguem; abençoem, e não os amaldiçoem” (Rm 12:14). Mas Paulo não se contenta com nossa mera bênção. Ele desenvolve mais o tema nos versículos seguintes (Rm 12:17-21). Conclusão Você já passou por uma situação assim? Você já retribuiu o mal com o bem para alguém e Deus usou isto para quebrantar o coração da outra pessoa? Quando agimos assim, nada mais fazemos do que espelhar a graça de Deus, que se manifestou a nós primeiro. De fato, “nós amamos por- que ele nos amou primeiro” (1Jo 4:19). Só podemos amar deste jeito a alguém porque o amor de Deus age em nossos corações. É possível uma pessoa agir assim não sendo cristã? Sim, pois todos fomos criados à imagem e semelhança de Deus e, mesmo de forma distorcida, ainda refletimos os seus atributos divinos em nossas vidas. O amor é a essência de quem Deus é; portanto, deixar de amar é deixar de ser humano (uma vez que ser humano é refletir quem Deus é). Contudo, o amor ao semelhante acaba se confundindo com interesses pessoais fora da cosmovisão cristã. Apenas pela operação do Espírito Santo em nós é que o amor sacrificial e desinteressado demonstrado por Jesus é derramado em nossas vidas e transborda para os outros ao nosso redor (veja Rm 5:5 = “...porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu”).

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4. Uma Nova Atitude para com o Reino (19 a 24/Outubro) [Encontro] Quebra-gelo 1- Você busca o Reino de Deus em primeiro lugar na sua vida? 2- O que na sua agenda demonstra seu compromisso com o Rei e com o Reino? [Edificação] Texto: Mateus 6.33 Introdução Nossa cultura contemporânea nos leva a concentrarmos todos os nossos esforços em nossos próprios interesses e em nossa própria vida. O tempo passa muito rápido e precisamos nos esforçar para vencer na vida. Somos ensinados que não há tempo para “coisas secundárias” como atividades religiosas – isto é para quem não tem nada a fazer. Jesus claramente nos ensina que devemos buscar o Reino de Deus acima de todas as de- mais coisas (Mt 6:33). É a nossa prioridade principal na vida. Mas o que quer dizer “buscar o Reino em primeiro lugar”? Para responder isso, é preciso primeiro entender o que é o Reino de Deus. Vamos definir hoje o Reino de Deus de forma bem simples:1 esta expressão designa um governo ou domínio em que o Senhor Deus é o soberano, ou seja, o espaço e local onde o Criador tem controle de tudo. Fundamenta-se na soberania espiritual exercida por Jesus Cristo sobre o mundo por meio da pregação da sua Palavra e da operação do Espírito Santo. O Reino de Deus se manifesta visivelmente por meio de sua agência principal, a igreja, mas não está limitado a ela. Ele compreende toda iniciativa e ação que realiza a vontade de Deus aqui na terra assim como é realizada nos céus (Mt 6:10).

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Desenvolvimento Portanto, buscar o Reino de Deus em primeiro lugar é se dispor a fazer a vontade de Deus; é ter como prioridade na vida a realização dos sonhos de Deus por meio da nossa submissão voluntária ao seu governo sábio e amoroso. Considerando tantos exemplos diante de nós apresentados na Bíblia, quero convidá-lo a examinar um pequeno grupo de homens conhecidos como os “valentes de Davi”. Sua história se encontra em 2 Samuel 23:13-17: Sem entrar nos detalhes das façanhas heroicas destes três chefes, percebemos neste texto que Davi tinha um grupo de homens valentes ao seu lado, na época em que fugia do rei Saul. Enquanto a maior parte do país vivia debaixo do governo de Saul, que buscava seus próprios interesses e não os do Reino de Deus, estes homens valentes tinham percebido de alguma forma o mover de Deus na direção de Davi. E ao perceberem que Davi tinha recebido unção divina, colocaram-se ao seu serviço para juntos cumprirem a vontade de Deus. Esta é a primeira marca dos valentes de Deus, os heróis da fé: percepção do mover de Deus, daquilo que Deus deseja fazer entre seu povo. Dentre estes diversos homens valentes, havia três deles que eram os melhores, os que se sobressaí- am dentre os outros. No relato dos versos 13-17, identificamos esta marca neles facilmente. Tendo compreendido que Davi era o ungido de Deus, estes três estavam atentos aos desejos do representante do Senhor. Quando Davi manifestou em voz alta saudade das águas de Belém (sua cidade natal), eles rapidamente perceberam o que deviam fazer. Uma segunda marca destes homens valentes transparece no relato que lemos: iniciativa e responsabilidade. Davi não lhes deu ordem alguma. Eles mesmos se incumbiram da missão de satisfazer o desejo de seu líder. Não havia necessidade de serem exortados ou motivados a cumprirem suas tarefas. Ao perceberem uma situação problemática ou um desafio, eles se colocavam à disposição com todos os seus recursos para resolver a parada (veja algumas de suas façanhas nos versos 8-12). E venciam seus inimigos não por suas próprias forças, mas porque Deus honra esta tomada de posição, esta iniciativa responsável de arriscar sua própria vida pelo Reino. Muitos precisam de constante apoio e incentivo

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para seguirem em sua caminhada de fé. Mas estes tais valentes demonstraram sua grandeza por confiarem apenas no Senhor para cumprirem sua missão. Ainda uma terceira marca destes valentes é seu vigor e perseverança. Eles tinham por princípio terminar o que começaram. De um deles se diz que “manteve a sua posição e feriu os filisteus até a sua mão ficar dormente e grudar na espada” (2Sm 23:10). Ele se apegou tanto à sua missão que a mão chegou a “grudar” na espada, pois ele não se permitia uma paradinha para descanso. Muitos começam a servir ao Senhor com zelo, mas desistem no meio do caminho. Chega o tédio, o cansaço, o perigo – diversas são as justificativas para não prosseguir. Os valentes são pessoas de perseverança, são pessoas que, após uma boa reflexão, tomam uma decisão firme que gera ações contínuas e duradouras. Não agiram neste relato por mero impulso, mas conscientemente desceram ao acampamento inimigo para satisfazer o desejo de seu líder. Não desistiram até terem cumprido toda a missão a que tinham se proposto. Conclusão Estes mesmas marcas transparecem em outros textos bíblicos. Por exemplo, Paulo encorajou Timóteo a não ser um obreiro de segunda linha, mas a ser o melhor possível em suas habilidades (2Tm 2:15). Deus tem nos chamado para o servirmos com qualidade, com garra, com dedicação integral ao seu Reino. Para manifestarmos excelência em nosso serviço ao Rei e ao seu Reino, devemos buscar percepção do mover de Deus, iniciativa e responsabilidade, vigor e perseverança. Perguntas para Reflexão 1- Você está atento ao mover de Deus entre seu povo nestes dias? Você tem buscado discernir como você pode cooperar com o Reino de Deus hoje? 2- Você tem tido iniciativas para que o Reino de Deus se estabeleça aqui na terra assim como nos céus? Você tem sido responsável naquilo que o Rei lhe confiou a fazer? 3- Você tem resistido ao cansaço e ao desânimo em sua posição no Reino de Deus? Tem se mantido firme em sua missão?

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5. Livre (26 a 31/Outubro)

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Texto: Tiago Nogueira

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