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Ed i torial Pavilhão João Rocha, uma vitória da Torcida Verde! A inexistência de um pavilhão foi uma grave lacuna na historia do SCP, que se vinha arrastando desde 2003, pelo que a inauguração do novo Pavilhão João Rocha foi, indubitavelmente, o momento mais alto da vida do Sporting Clube de Portugal desde 1995! Nunca nos conformámos com a falta de um pavilhão e desde 2003 alertámos sempre para a necessidade da sua edificação. Fomos dos (muito) poucos, que estivemos sempre do outro lado da luta, fazendo por nunca deixar cair no esquecimento a necessidade de possuirmos um pavilhão, a fim de dar uma “nova vida” ao eclectismo verde e branco. É importante frisar que, nesta conjuntura desagregadora, ao longo destes anos, mobilizar os adeptos para o apoio às modali-
dades, foi incomparavelmente mais difícil. Na esmagadora maioria das vezes, em ocasiões em que teoricamente jogávamos em “casa”, na verdade todos os procedimentos revelavam o contrário. É também por isso que a Torcida Verde valoriza em muito a existência de um pavilhão. Estamos no terreno, como e com os adeptos, vamos aos jogos, sentimos as dificuldades na mobilização dos nossos adeptos verde e brancos, condicionados pelo factor transportes. Desta forma, a construção de um pavilhão foi uma prioridade sempre presente no imaginário dos verdadeiros adeptos do grande Sporting Clube de Portugal, retomando assim a história do nosso clube. Um Clube que queremos grande…tão grande como os maiores da Europa!
MUNDO ULTRA Jornada de convIvio com adeptos DO ST. PaulI No princípio de mês de Maio tivemos oportunidade de conviver com adeptos do um dos colossos da cidade de Hamburgo, o St. Pauli. O grupo de adeptos que nos visitou tem por hábito fazer uma viagem anual, variando sempre o seu destino, com vista a fazer uma futebolada com adeptos locais e, se for possível assistir a um jogo “in loco”. Neste contexto, foi organizada uma jornada de convívio, com uma partida de futebol no Clube de Rugby do Técnico,
nas Olaias (Lisboa), que opôs a Fußballmannschaft (equipa de futebol) do adeptos do St Pauli e a Torcida Verde. O resultado foi o que menos interessou, valeu sim o convívio entre adeptos de realidades tão diferentes. No dia seguinte os adeptos alemães assistiram na Curva ao derby com o Belenenses, jogo que, infelizmente, não foi propriamente o melhor “cartão de visita” do futebol leonino…
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torcida em florenca A Torcida Verde marcou mais uma presença em Florença no jogo da Fiorentina contra a Lázio, tendo, felizmente, a vitória sorrido aos Viola por 3-2. Tratou-se de mais um excelente momento de confraternização com os ultras locais, que aliás assinalaram a amizade com os adeptos leoninos com uma bandeira gigante com as cores de ambos os clubes. Refira-se que a Fiorentina acabou o campeonato italiano na oitava posição da tabela.
no topo de portugal e da europa! Grande…tão grande como os maiores da Europa! O Andebol leonino cumpriu, uma vez mais, o desígnio de José Alvalade ao conquistar, no dia 27 de Maio, pela segunda vez, a Taça Challenge e o consequentemente o 25º Título Europeu da história do grande Sporting Clube de Portugal Este grande feito do SCP teve por base um percurso imaculado nesta importante competição, somando por vitórias os dez jogos realizados na prova.
Na Roménia o SCP realizou, uma vez mais, uma exibição personalizada, controlando sempre as operações, ganhando o jogo por 30-24. Alguns dias após a vitória em Almada a Torcida Verde esteve presente em Cluj, neste grande momento do SCP, tendo aberto a curta mas sugestiva frase “Europa: 25”. De resto, a Torcida Verde também tinha igualmente estado presente, em 2010, na Polónia, aquando da primeira vitória da Taça Challenge, contra a equipa do MMTS Kwidzyn.
Na final coube-nos defrontar os romenos do Potaissa Turda. A primeira mão da final teve lugar no Pavilhão do Ginásio do Sul, em Almada, com uma significativa presença da Torcida Verde, num domingo em que o futebol do SCP jogava em casa com o Chaves. Um Jogo praticamente perfeito permitiu amealhar uma importante vantagem de nove golos , fruto do triunfo obtido por 37-28. Na Roménia o SCP realizou, uma vez mais, uma exibição personalizada, contro-
lando sempre as operações, ganhando o jogo por 30-24. Alguns dias após a vitória em Almada a Torcida Verde esteve presente em Cluj, neste grande momento do SCP, tendo aberto a curta mas sugestiva frase “Europa: 25”. De resto, a Torcida Verde também tinha igualmente estado presente, em 2010, na Polónia, aquando da primeira vitória da Taça Challenge, contra a equipa do MMTS Kwidzyn. A Torcida Verde saudou o sete verde e branco com uma megabandeira evocativa
Torcedores do Sao Paulo em Alvalade No último jogo do campeonato de futebol, contra o Chaves, tivemos o prazer de receber, uma vez mais, três integrantes da Torcida Dragões da Real, do histórico clube brasileiro São Paulo Futebol Clube. Desde há uns anos a esta parte que trocamos contactos e ideias com este excelente grupo organizado de adeptos, sendo esta a segunda vez que se deslocaram a Lisboa para conhecer a acção da Torcida Verde. Coincidentemente, tal como a Torcida Verde, os Dragões iniciaram a sua actividade em 1984, tratando-se de uma associação de adeptos que procura actuar de forma construtiva e original no complexo contexto das Torcidas brasileiras. Num dos próximos números desta fanzine ire4
mos publicar uma reportagem especial sobre os Dragões da Real.
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andebol no topo de portugal e da europa!
do 25º título europeu conquistado no último sábado na Roménia, com a vitória do andebol na Taça Challenge, enquanto no sector habitualmente ocupado pelo nosso grupo inúmeras bandeiras verde e brancas deram o mote para um apoio que seria incessante ao longo de todo o jogo, numa semana histórica para o Andebol leonino. Este foi um campeonato onde a presença da Torcida se fez sentir com muita regularidade, quer nos jogos “em casa”, quer em alguns jogos fora, como no ISMAI, Luz ou Aguas Santas.
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especial pavilhao A torcida verde e o eclectismo A Torcida Verde é, desde a primeira hora, inspirada nos valores do Sporting Clube de Portugal, instituição desportiva verdadeiramente ecléctica, que superava largamente o conceito de mero clube de Futebol. Modalidades como a Natação, a Ginástica e o Atletismo, encontravam uma forte expressão no Clube, que proporcionam, em 1984, a prática desportiva a, aproximadamente, 15.000 atletas. Procurar estar sempre presentes no apoio ao clube foi um princípio fundador da Torcida Verde. Por este facto, desde a primeira hora os pavilhões foram locais onde a presença da Torcida se destacava! As vitórias das modalidades funcionavam como um “escape” para as desilusões fute-
bolísticas. De resto, as conquistas europeias do Hóquei em Patins e a sucessão de títulos nacionais do Volley no príncipio do anos 90, foram grandes jornadas aos quais a Torcida Verde esteve invariavelmente associada.
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especial pavilhao
Nao acabem com o Hoquei
Com o Andebol
Contudo, no princípio de 1995 ecoavam os primeiros rumores de mudança, designadamente a suspensão do Hóquei. Incrédulos, com tal possibilidade cumprimos com o nosso dever pedindo numa Assembleia Geral do Clube que, uma modalidade histórica na vida do SCP, em circunstância nenhuma poderia acabar. Porém, os dirigentes de então foram insensíveis ao facto do SCP ser o único clube da Europa com todos os troféus europeus e, infelizmente, poucos meses depois, com o advento ao SCP dos novos ventos do “Projecto Roquette” a suspensão do Hóquei tornar-se-ia uma realidade.
Assim, na segunda metade dos anos 90, face ao desaparecimento de várias modalidades restou-nos apoiar (quase) exclusivamente o Andebol. Foram grandes momentos de puro sportinguismo aqueles que vivenciamos, durante esta fase, no apoio a esta histórica modalidade do SCP, quer na mítica Nave de Alvalade, quer em alguns jogos fora de casa. Já neste período negro do SCP não nos alinhamos com a ordem dominante da futebolização e decidimos em 1997, no jogo em casa com o Farense, lançar uma “pedra no charco” realizando um tifo ideológico para avivar mentes esquecidas da grandiosidade do SCP. Com o futebol em crises cíclicas, o povo verde e branco parecia conformado com o fraco desempenho de vedetas pagas a peso de ouro, “liderados” por incompetências desesperantes. O orgulho estava ferido com tanta frieza e insensibilidade.
A era do “Projecto Roquette” e o esvaziamento do eclectismo Em Maio de 1995, numa original conferência de imprensa relâmpago, realizada em pleno Estádio José de Alvalade - liderada por José Roquette – inicia-se aquele que ficaria conhecido por “Projecto Roquette”, apresentando Santana Lopes como Presidente do Conselho Directivo. Nova onda de euforia percorreu os adeptos verde e brancos, seduzidos por mais milhões para o futebol e um “projecto imbatível”, capaz de colocar o clube no “topo da Europa em 5 ou 6 anos”, nas palavras do seu mentor. O modelo passou por constituir uma SAD que - de acordo comos seus criadores visava o reforço dos capitais para o futebol através de uma sociedade cotada em bolsa. Por outro lado a criação desta SAD visava também colocar o SCP “ a salvo 8
dos aventureiros”. O modelo apresentava-se como o arauto do rigor e da transparência, características da gestão empresarial. A nova conjuntura sacrificou modalidades como o Hóquei , o Basket e o Voley que foram extintas , com o argumento financeiro. Volvidos poucos meses é exigido aos sócios do Clube o pagamento de uma quota extraordinária superior a 100 euros (21.600 escudos), sob pena de exclusão de sócio aos “incumpridores”, medida que ditou o afastamento de dezenas de milhares de associados.
Relembrar a grandeza do SCP, muito para além das “proezas” do Futebol foi algo de imperioso. “20 Títulos Europeus. No Topo Da Europa” vociferava a coreografia com os anos dos títulos nas modalidades emblemáticas do nosso Clube. Uma coreografia cujo tema foram os títulos europeus do ecletismo - só o Barcelona conquistara até 1997 mais títulos. À época a reacção da ordem dominante no Clube não foi nada animadora…
especial pavilhao Com o Andebol
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Novo estadio de Alvalade...sem pavilhao Em 1998 seria apresentado o projecto do futuro estádio com a sugestiva afirmação: “trata-se de um centro comercial com um estádio de Futebol”… e sem pavilhão. O curso dos acontecimentos viria a revela o contínuo esvaziamento do ecletismo, com o futebol a devorar por completo os recursos humanos e patrimoniais do clube. O “detalhe” da inexistência do Pavilhão no novo projecto do Estádio passou entre
os “pingos da chuva” da grande maioria da associativa leonina, fruto da euforia dos episódicos títulos do Futebol de 1999/2000 e 2001/2002. Nesta fase o título nacional do Andebol da época 2000/2001 foi um grande momento, fazendo rejubilar todos aqueles que lutavam pelas modalidades do Clube, e em especial para a Torcida Verde que viu o Capitão Carlos Ferreira erguer a Taça de Campeão com o cachecol da Torcida.
O ressurgimento do Hoquei O retorno do Hóquei ao Clube no final dos anos 90, ainda que de forma autónoma e auto suficiente, tocou-nos no coração, sentíamo-nos identificados com a situação, pelo que o apoio a esta mítica modalidade a evoluir na 3ª divisão, seria um imperativo. Sem Pavilhão e apoios, o Hóquei era claramente uma modalidade “clandestina”, quase um “corpo estranho” perante a apatia generalizada dos notáveis do Clube.
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Desta forma abraçámos uma nova frente de luta, percorrendo muitas das dificuldades inerentes, com os militantes da causa do Hóquei no Clube, em nome duma história que não podia ser enterrada. Foram várias épocas nas divisões secundárias; porém, com episódios inolvidáveis, tendo uma deslocação a Estremoz no próprio autocarro da equipa sido o auge da originalidade do nosso apoio.
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Nunca nos deixámos derrotar com inevitabilidade do definhamento do ecletismo leonino, aproveitámos o mediatismo do jogos do Futebol para fazer passar a nossa mensagem. Neste particular realce na época 2001/2002 para o tifo contra o Leiria em que “gritámos” que o “ecletismo é uma questão de identidade!” e para especial referência ao Hóquei como modalidade histórica do SCP.
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Entretanto, paulatinamente, no princípio do século, o Futsal vai ganhando espaço como uma modalidade referência no seio do Clube, tornando-se o SCP a maior referência da modalidade em Portugal.
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A jogar sempre fora de casa
Do outro lado da luta
Em 4 de Janeiro de 2004, a mítica nave de Alvalade foi palco da última jornada das modalidades, com um jogo de Futsal, encerrando-se dessa forma qualquer jogo das diversas modalidades no novíssimo complexo desportivo denominado “Alvalade XXI”-inaugurado em Agosto de 2003. Enfrentámos e superámos as dificuldades provocadas pela ausência de um pavilhão que nos colocava invariavelmente na condição de “visitante”, uma vez que pulámos durante os últimos 13 anos de casa emprestada em casa emprestada.
Junto dos dirigentes do SCP, inclusive com os mais altos representantes que testemunham de forma indesmentível a insistência da Torcida Verde na edificação de um pavilhão – tornamo-nos incómodos e nada politicamente correctos, uma vez que o “status quo” vigente não contemplava a construção do Pavilhão nem o reforço das modalidades. Foi assim com o Presidente António dias Da Cunha em 2005 e com o Presidente Filipe Soares Franco em 2006 e 2008. Em bom rigor nunca perdemos oportunidade para falar do Pavilhão, fossem quais fossem os interlocutores.
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No Hóquei em Patins desde as divisões inferiores em diversos pavilhões: do Sacavenense, da Escola Secundária da Parede, em São João da Talha, no Tojal, no Livramento ou em Alverca. No Futsal, desde Loures a Odivelas, passando pelo Entroncamento ,Sassoeiros, ou Rio Maior. No Andebol, desde o Casal Vistoso, ao Pavilhão do Ginásio do Sul (Almada) ao Complexo Desportivo Municipal de Almada, passando pelo Seixal e Loures, acabando em Mafra. Neste contexto, será fácil compreender que sentimos na pele o pesadelo da ausência de um pavilhão…
Nunca nos conformámos com o esvaziamento do ecletismo em que a “conveniente” ausência de um pavilhão, aumentava as dificuldades dos atletas, seccionistas e adeptos produzindo um efeito de bola de neve no definhamento da acção das modalidades. Ao ganharmos consciência desta realidade, percebemos que a presença no apoio às modalidades seria vital para a sobrevivência do ecletismo. Recomeçámos também a fazer “pressão” com os tifos e faixas no Estádio de Alvalade, o Pavilhão como “desejo do Natal de 2006” foi disso um bom exemplo.
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especial pavilhao Do outro lado da luta
Igualmente em 2007 com um tifo de intervenção, no jogo com o Paços de Ferreira, apelámos para que a Câmara Municipal de Lisboa libertasse os terrenos que permitissem a construção do Pavilhão. Posteriormente, já no decurso da presidência de Godinho Lopes voltámos à carga com tifos que vincaram qual era a nossa posição em relação ao ecletismo. Por fim seria o Presidente Bruno de Carvalho a conhecer a nossa “coacção” quando num dos primeiros jogos da sua presidência elaborámos um tifo com as localidades onde as modalidades jogavam, com a pergunta “Pavilhão, desde 2004 com a casa às costas, será desta?”
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janeiro 2015. anuncio da construcao do pavilhao Por ironia do destino foi um jogador de futebol (o argentino Marcos Rojo) a ficar umbilicalmente ligado ao pontapé de saída da edificação do Pavilhão, nos termos amplamente conhecidos. Quando a polémica rebentou não hesitamos e, em Setembro de 2014, fizemos questão de assinalar – se dúvidas existissem – que o Pavilhão vale mais que qualquer jogador, com mais um impactante tifo no Estádio de Alvalade.
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especial pavilhao
Quando em Janeiro de 2015 a direcção do SCP, na pessoa do Presidente Bruno de Carvalho em Assembleia Geral apresentou o projecto da construção do Pavilhão em Assembleia Geral, uma alegria imensa percorreu todos os militantes “da causa”. Tinha valido a pena o imenso esforço realizado ao longos de todos estes anos. Fizemos questão de assinalar isso mesmo com mais um tifo “pro pavilhão” no jogo com o Boavista.
Foi lançada pelo clube a campanha a “Missão Pavilhão” que visou a angariação de fundos, à qual os elementos da Torcida Verde aderiram de forma anónima e individual mas também de forma colectiva com a edição do cd musical “Sonho de Leão”, produzido pelo músico Fernando Girão, com 3000 unidades editadas cuja receita reverteu integralmente para a construção do novo Pavilhão.
O ponto de não retorno deu-se no dia 27 de Maio de 2015 com o lançamento da primeira pedra do Pavilhão João Rocha, numa cerimónia em que a Torcida Verde aderiu com incontido entusiasmo. 18
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Deslocacoes historicas Não podemos deixar de assinalar que, ao longo desta travessia de 13 anos, realizámos incontáveis deslocações de norte a sul do país no apoio as modalidades mas também pela Europa fora. Das quais destacamos a presença na Bélgica com o Andebol em 2003, na final da Taça Challenge em 2010 na Polónia e mais recentemente em Maio na reconquista da mesma competição na Roménia. (foto 22) Também com o Hóquei em Patins, destaque para as presenças na Final Four da Taça Cers em 2015 em Réus e em Barcelona para a Supertaça europeia, também em 2015 . No Futsal destaque para a presença na final ibérica de 2005 com o El Pozo, em Múrcia, em Moscovo com o Spartak, em 2007 na Final Four de Lleida em 2012 e em Abril último na mesma competição no Cazaquistão.
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