Versos livres oito

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Repousar ? Não cogito. Tenho brio em confeitar com rimas meu cansaço Acendo tantas luzes no que faço Que até parece um fósforo bravio. Se galopo na insônia ?..sim, e faço Sendo de amor, o tema mais sadio (nunca destes que exaltem muito o cio) Vulgaridade em mim não tem espaço E tudo às claras,que sou fã da aurora, Sou fã do riso e da canção sonora.. Velhice ! ? Qual ?..não ouço seu recado Sinto que a vida é cada vez mais bela ! E a morte ?.. Amigos, nem me falem dela Morrer não posso. Estou muito ocupado.

MIGUEL RUSSOWSKY . SC

não vou pedir para ser l avado maquiado

ROSE DE ARRUDA.Cuiabá.MT.

cremado

VASO

não quero autográfos

Sou um vaso vaso Chinês brilhando sobre um altar Passo a ser notado admirado tocado e caro De repente flutuo no ar Antes mesmo de pensar viro cacos estilhaçados

só espero

ou embalsamento

ANTUNES SAVAS Página 12

que Deus seja gostoso ou o diabo tesudo estou farto de gente insípida neste mundo TOM. Tomzine.-R. Antonio Alves Benjamin,124Frei Gaspar-MG—39840-000. F. (33) 3512-1185 V E R S OS L I V R E S

nº 8

VERSOS LIVRES

Pensas que eu nasci assim ? Eu aprendi a ser forte ! Tive horas de treinos nas ruas, Nas embrulhadas que arrumava Nas teorias tolas das práticas Esmurradoras e castigantes. Eu aprendi a ser forte. Hoje, se as coisas engrossam Não uso o coração, e assim, evito morrer de um enfarto.. Sensibilidade é bom, dá diploma, Emoção é bom, nos sustenta. Medo é bom, nos impulsiona. Mas usar da razão nos mostra o caminho certo Viver do possível é ponderante Menos arriscado pouco perigoso Fortaleza ... Seja sempre uma E assim, eu aprendi a ser Forte.

Ano 1

INFORMATIVO DE POESIA

SONETO AOS 77 ANOS

CANTO PARA A MINHA MORTE Eu sei que determinada rua que eu já passei não tornará a ouvir os sons dos meus passos Tem uma revista que eu guardo há muitos anos e que nunca mais eu vou abrir..... Cada vez que eu me despeço de uma pessoa pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez A morte surda caminha ao meu lado e eu não sei em que esquina ela vai me beijar Com que gosto ela virá ? Será que vai deixar eu acabar o que tenho que fazer? Ou vai me pegar no meio de um copo de uísque Na música que eu deixei para compor amanhã ? Será que vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro ? Virá antes de eu encontrar a mulher que me foi destinada e que está em algum lugar me esperando ? Embora eu ainda não a conheça vou te encontrar vestida de cetim .. pois, em qualquer lugar espera só por mim.. E no beijo vou provar o gosto estranho que eu quero e não desejo mas tenho que encontrar.. Vem, mas demore a chegar .. Eu te detesto e amo .. morte, morte, morte.. Que talvez seja o segredo desta vida Qual será a forma da minha morte ? uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida.. Existem tantas : um acidente de carro, o coração que se recusa a bater no próximo minuto , anestesia mal aplicada, a vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida, o câncer já espalhado e ainda escondido .. Ou até quem sabe um escorregão idiota num dia de sol a cabeça no meio fio .. Ó morte, tu que és tão forte que matas o gato o rato o homem Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar.. Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimente a erva e que a erva alimente outro homem como eu .. Porque continuarei neste homem, nos meus filhos.. numa palavra rude que eu disse pra alguém que eu não gostava e até no uísque que eu não terminei de beber naquela noite.. Vou te encontrar vestida de cetim pois em qualquer lugar espera só por mim

( PAULO COELHO /RAUL SEIXAS) SEIXAS


EDITORIAL O nosso zine tem a intenção de divulgar o que acontece de novo na poesia. Abrir caminho para o desconhecido. Poesia é atitude. Arte é atitude.O descobrimento .O desvendar de novas linguagens e de novas idéias. O auto descobrimento. Normalmente o tema da poesia são as musas e o mundo ,com todas as suas contradições. As musas não deixam escapar os sentimentos e apostam no sonho e nos encontros imperfeitos. Peço desculpas às musas e ao mundo, se o meu zine tem um certo clima de morte. Mas há quem acredite em ressurreição.Há quem acredite que a morte não é o fim. A poesia está em tudo.

SOMOS POETAS

VERSOS LIVRES INFORMATIVO PARA DIVULGAÇÃO DA POESIA ANO 1 - GUARULHOS - SP EDITOR - Antonio Luiz Lopes ( Touché ) CORRESPONDÊNCIA - R. Francisco Antunes, 687 Vila Augusta - Guarulhos - CEP 07040 010

Aceitamos colaboração, independente de solicitação . Acuse o recebimento para envio de novos exemplares . MANDE SELOS, DÊ UMA FORÇA ! DISTRIBUIÇÃO GRATUÍTA

livre ? para que a minha razão ande como um cachorro sem dono pelas ruas e eu atrás ? DROOS

para poeta angústia não é aquele lugar onde se põe um poema triste angústia de poeta é quando no vazio não cabe um poema nilza menezes.duas palavras) caixa postal 38 –78900-000“seja

qual for o lugar em que se ache ,o verdadeiro poeta ,jamais deve esquecer-se de sua missão, e acha sempre o segredo de encantar os sentidos, vibrar as cordas do coração, e elevar o pensamento nas asas da harmonia até as idéias arquétipas” ( Gonçalves de Magalhães ) Página 2

CARPE DIEM Andaime a andaime Tijolo a tijolo Passo a passo Massa à massa Construo a casa Da minha história O amanhã é depois : Eu sou agora, A vida me convoca E não demora Tudo que busco E não me basta Agendo para agora Mergulhado em alma Aproveito o dia Que o vento sopra, A vida passa

L A R I F R A N C E S C H E T T O V E R S OS L I V R E S

AMOSTRA GRÁTIS

Para Cecília Fidelli

Quase somos. Por ventura tu não és ? Irmã gêmea..Alma querida Companheira de caminhada Pelas poesias editadas Ou em que falamos. Quase somos... Dois rasgos no mar do Mediterrâneo Serás gêmea alma amada Poetisa de coração nobre Só querer ser o bem, E só plantar na fertilidade da eira. Colheremos louros ao longo da estrada... Poetisa mãe, mulher amada Vá de passos medidos Pára em qualquer parada Leitores, líricos, cantores Astros fulgurantes e atores Perdidos poetas pela estrada

DEVAGAR E SEMPRE Esfria a cabeça, aquece a alma .No cotidiano vicioso, entre o stress e a vitalidade, poucas pessoas vêm com claridade, as várias tonalidades de suas próprias imperfeições. ( PONTO DE VISTA.CECÍLIA FIDELLI.– R Francisco Andugar Espinosa, 21– Taboão da Serra-SP—06763-060 )

PARA GEANCARLO ROUQUIDÃO Às vezes me pego temendo, sabe ? Sabe que mesmo eu ,às vezes, temo Mas bato as janelas, estupefacto : E recomeço a gargalhar lá dentro ! (Pantomina-Guilherme Scalzilli CP 31– Campinas-SP-13001-970 )

O CAMPO Olho para dentro,o que vejo ? Um enorme campo florido.. Olho as flores, o que sinto ? Sento-me pequena...perdida.. Procuro-te junto delas.. CARLOS CERQUEIRA. (TUDO É POESIA.R.Pedro Celestino, 2152— Mas tu mesmo não as vês,, 079002-572– Campo Grande. MS ) Sei que estás neste campo, Estás, porque assim creio.. Como a flor é teu sorriso Antologia de Poetas de Paraty- O aroma delas é teu... R.Antonio de Oliveira,210-A— Cada uma delas é tu... Paraty Porque este campo sou eu !!! Novos Sonhos-Antologia(VIDA.GERTRUDES GRECO. R.Regente Feijó,03-85945-000-PR . Perfil 2001-APPERJ-R. Oscarito,61- 22743-730—RJ. RJ Oficina –Cadernos 25/26/28 / Portal do Milênio—R. Vieira da Silva,43/301– RJ/RJ—20961-090 www.oficinaeditores.com.br VIII Antologia-ALAP-a/c Edmar J. Maia—R. Maria Lacerda,119c/19—Estácio—RJ A NO 1

R. Pe Geraldo Pires de Souza, 91– Pedregulho– Guaratinguetá– SP—12511– 190

Voz—Maria de Lourdes Piton—R. S. João,811 –Olimpia—SP—15400 –000 Da Palavra..-Dieter Roos –R. Júlio Nogueira,2591-36501-287-Divinópolis– MG Duas Palavras –Nilza Menezes/Carlos Moreira-CP 38 –78900-000—Porto Velho-RO

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INTERCÂMBIO

Aqui sobre vossos peitos, persistiremos . Como uma muralha em vossas goelas. Imperturbáveis. E em vossos olhos como tempestades de fogo . Aqui, sobre vossos peitos, persistiremos. Como uma muralha. Famintos . Nús. Provocadores. Declamando poemas. Somos os guardiões da sombra, das laranjeiras e das oliveiras. Semeamos idéias como fermentos na massa. Nossos nervos são de gelo,mas nossos corações vomitam fogo.

Tawfik Az - Zayad ( poesia palestina de combate) O Capital - R Laranjeiras, 996 - Aracaju - SE - 49010 - 000

Jornal Leco - Londrina - PR * O Patusco - Caucaia - CE * O Grilo - SP * Idas e Vindas - Santos SP * Contagia Poesia - São Gonçalo - RJ * A Teia - Jaguariuna SP * Tom Zine - Frei Gaspar MG * Revista Literatura - Brasília - DF * A Cigarra - Santo André - SP * O Capital - SE CONCURSOS - DCL - CP 2553 Santos - SP - 11021 - 970 * Jornal das Letras - R Willy Klein, 978 - S. Sebastão do Caí - RS - 95760– 000 Página 10

IMPRENSA ALTERNATIVA- Colabore com a imprensa alternativa. Escreva, incentive,assine, envie selos, reproduza com xerox,indique.Devido a falta de espaço, divulgaremos aos poucos ,os endereços das publicações que tão gentilmente recebemos. Agradecemos também a correspondência recebida,nos incentivando, inspirando e ensinando. Neste número, os endereços completo do Capital e do Tom Zine. No Suplemento “DOIS”,mais endereços. Os que se interessarem por mais informações sobre as publicações recebidas, por favor, nos escrevam. Aliás, nos escrevam sempre. O Editor RECEBEMOS E AGRADECEMOS : O Literário - RJ * Ane - Niterói– RJ * Fenestra - Poá - RS * Cultuai - Heliodora– MG * O Mensageiro - Porto Alegre - RS * O Mutiranense - Porto Alegre - RS * Aqui Literatura - Ferraz de Vasconcelos - SP * Navegando nas poesias - Irajá - RJ * O Radar - Apucarana - PR * Movimento Paz, Amor e Progresso ( coluna de Célia Lamounier ) Jornal Gazeta do Oeste - Itapecerica MG * Literarte - SP * Poesia e Arte - SP * Francis News - Goiânia - GO * Revista Brasília - Brasília - DF * Letras Santiaguenses Santiago - RS * O Altoense - Altos - PI * Jornal Gaúcho de Poesia e Prosa - Porto Alegre - RS * Grupo Metáfora - Porto Alegre - RS * Koisalinda - Ribeirão Preto - SP * Fanal - SP * Notícias da Corte do Solimões - Manaus - AM * Diversos Caminhos ( coluna de Zanoto ) jornal Correio do Sul - Varginha - MG * Praia Grande - São Luís - MA * Lítero Cultural ( coluna de Selmo Vasconcelos ) Jornal Alto Madeira - Porto Velho - RO * Jornal A Voz - Tejipió - PE * Boleversos Taubaté - SP * Boletim da UBT - Recife - PE * Poster e Perfil - APPERJ - RJ * Centro de Cultura Social - SP

V E R S OS L I V R E S

... Não dá pra entender O limite deste disbunde QUERUBIM Tomar uma coca cola em qualquer bar da cidade.. Se puder Querubim, traz prá mim comer qualquer coisa no bob’s . aquele amor sem fim O orelhão comeu a única ficha Que venha do céu da gente y você com o dinheiro em forma de anjo certo da passagem do onibus Corajoso e valente Você olha sua mulher grávida Um cavalheiro existente. y acha q seu filho pode pintar Que o nosso abrigo numa podre.. Tenha como cortesã mais bela Q você não tem o direito A lua cheia, tão singela. de jogar com a vida Que acendem as velas Abrilhentando nossa festa como o poeta jogou com os dados Toquem os clarins ,querubins Você quer desabutinar de vez E anunciem aqui mas a faca está espetando o seu peito o amor sem fim ! Você veste sua velha calça lee A camisa surrada MERY SPECK THIESEN. SC Amarra a tira de couro no pulso Dá tres tapas no barato . Você anda na rua y tropeça no espigào Manda o sérgio dourado Pra puta q o pariu Q o sufoco é grande Q você respira concreto Y você precisa respirar a vida CARLOS MOREIRA Você senta na praça— não há praça Vai na casa do amigo —esta mais pirado q você. Você chega na kitinete Olha pra sua mulher Maravilha incontestável acariciando o ventre . Espetáculo indefinível Você dá o seu primeiro É a natureza que tenta sorriso do dia ....

à margem da margem imagem vira miragem

- Inutilmente - dar à luz Meu espírito ainda cansado

ADAUTO DE SOUZA SANTOS

A NO 1

RENATA PACCOLA .SP Página 3


NUMA MESMA PRAÇA Eu não quero sentir-me tão antítese Certo/errado, mocinho/bandido Feliz/infeliz Não...não quero . Quero sentir-me, apenas, um pleonasmo : Pleno de vida, cheio de vigor Sempre em busca de Paz Sempre em busca do Amor Eu quero ser a gradação constante: O Ínicio..o Meio.. o Fim Não quero o chão /eu quero o ar Não quero a terra/eu quero o mar Não quero o ódio/eu quero amar Não quero o mundo, vasto, imundo: - Eu quero Deus ! (ALMIR C FILHO. RJ)

Às vezes não sei o que é morrer Há uma planta que se chama Comigo-Ninguém-Pode Há uma planta etimoscópica Há um véu e seres antropofágicos Lógico que unhas sentem dores.. Terminalmente Carnes vivas e sangrentas

malvadas elevadas a certos nomes

Tempo voraz, ao leão cegas as garras E à terra fazes devorar Seus genes Ao tigre as presas hórridas Desgarras e ardes no próprio sangue a eterna fenix. Pelo caminho vão Teus pés ligeiros. Alegres Tristes estações deixando; Impões-te ao mundo E aos gozos passageiros Mas proíbo-te um crime mais nefando ; De meu amor Não vinques o semblante Nem nele imprimas O teu traço duro . Oh, permite que intacto siga avante Como padrão Do belo no futuro Ou antes, velho Tempo, Sê perverso : Pois jovem sempre Há de o manter meu verso (WILLIAM SHAKESPEARE )

caridades perdidas em animais mentes Mas torres caem Piratas nos corações de viagens

Enquanto as crianças Embalam seus sonhos Segredos e medos Em frenéticos balanços, Ressoa no ar uma nova sinfonia De choros, gritos e risadas Na busca de outros brinquedos Corre-se atrás da alegria Em meio a este mundo De fantasia, estamos nós Tão crianças quanto eles Com o mesmo ímpeto Embalando nossos sonhos Segredos e medos Em frenéticos olhares Como é excitante, bonito E encantador correr para os balanços, roda gigante gangorras e escorregador Fazendo da praça Gostoso espaço e imenso palco Como é excitante, bonito e encantador estarmos tão perto onde nossos gestos revelam amor na mão que acaricia Na lágrima que cai No sorriso que alivia No beijo trocado embalando corações apaixonados fazendo da praça gostoso espaço e imenso palco As buscas são iguais Brinquedos, corações Todos são especiais . Os que nos diferem são as razões. Brincar,correr,querer, e amar Flutuam na mesma praça Verdade e ilusão, na busca de espaço, fantasia de palcos Momentos de encanto e emoção (JOÃO CÉSAR FLORES.RS)

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V E R S OS L I V R E S

A NO 1

Na vida amena que vai passando tudo se acaba Mas é em você que encontro a calma para o meu viver Quando acaso aborrecida Sem ter por quê, lembro você E meu pensamento Se descontrai.. Na tarde mansa que vai se pondo Alegremente diviso ao longe A sua imagem de semi Deus Na noite densa Tudo é mistério, tudo é magia Sua sombra chega E em sonhos canta Para eu dormir (DORONI HILGENBERG.-AM)

E U S O U D O E STRANHOMUNDODAPERVER SÃOSOUDOMUNDODOSMORT OSVIVONAESCURIDÃOVIVO ASFANTASIASMAISPROFUND ASESENTIMENTOSQUEVÊMD EUMLUGAROCULTODAMINH AALMAEEUNUNCAACONHEC INOMUNDODOSMORTOSASC ORESOFUSCAMAVISTATODO DIAÉFESTAPORQUEAVIDATE MQUESERVIVIDAEUSOUDOT EMPOLOUCODOUNIVERSO.P RIMEIRAVISÃO.mariadapaz /SP Página 9


VELUDO VINHO Lábios veludo Beijo paixão Vinho vermelho. Tenros lábios Vinho tinto Tinto sangue Pele quente Veludo Vinho Olhos negros Penetrantes. Hipnóticos Luar que embeleza O delirante sonhador O delírio do amor Veludo vinho .Palpitação Meu abismo Minha salvação

—Guarulhos.SP SARÉ— JOMONT SARÉ

( MARTA MARIA MARGARITELLI.)

AS CHAGAS DO AMOR Pintei um coração no universo Prá nunca esquecer de mim Mandei lhe escrever um verso Não em português, mas em latim.. Foi a única forma que encontrei Pra entregar-lhe meu coração Mas nunca irei esquecer Desta nossa louca paixão .... A paixão sentida vai à procura Das cálidas palavras de amor Que nas profundezas Do coração perdura... Nada nos separa desta paixão Tão pura Enquanto existir o amor Vale a pena. O amor nos cura.

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VOZ TAGARELA tua voz tagarela É como a espada do samurai Uma lâmina veloz feito a dor a morte e a solidão É como o ódio do machado no lenho Rachando, decepando A alma, magoando a mão Tua voz corta mais que a adaga É como o punhal que fere Mas estanca o sangue Jamais serás como o vento Que se renova no Outono Me lembras um toco De uma árvore decepada Um ladrão que espreita Na madrugada Uma estrada sem retorno (MARILENE A . ARAUJO)

Nuvem que brota qual flor luminosa De noturna montanha . Lua oculta na nuvem : Luz agasalhada no ninho. Pétalas celestes, retorcidas Pintadas sobre ramos retorcidos De árvore sombria Pétalas revoltas, luz dramática Imóvel tempestade Em tons claro-escuros De tormenta e bonança. (ANA LAURA. Novos Sonhos.) R. Henry Ford, 27/209-CQ -20520-150. Rio de Janeiro– RJ

V E R S OS L I V R E S

Zielona Gora Vestida de preto, perto de Oder Despia-se Zielona Gora os seus trajes Toda vida Zielona Gora fez núpcias Perto de Oder Onde os caminhos chegam À tarde, manhã, noite e madrugada Zielona Gora pôs suas mãos suaves Em mim, seu corpo nu Embriagava o Oder todo, Sugou o sangue dos cordeiros. Zielona Gora amava as rosas, Perto das margens do Oder A lembrança de Zielona Gora Pequena perto dos carvalhos A nudez de Zielona Gora era pura, Os prados a queriam aspergida o corpo Cheio de retóricas entusisamadas E aplausos eufóricos Trocamos sensações íntimas de gozo. Zielona Gora se equilibra fantástica Na arena olímpica, Abre-se e me cativa plenamente, Toques de ternura. Cicládes e Eubéia trouxeram Encantamento à minh’alma. (EMERSON.Cubatão.SP

por cima do abismo estende-se minh’alma tensa como um cabo onde me equilibro malabarista de palavras maiakóvski

A NO 1

AGORA EU SEI _____________ Pensei que eu sentia apenas uma paixão Mas se fosse acabaria.. e você está no meu coração Adoro quando ficamos abraçados trocando beijos apaixonados e compartilhando os nossos instantes de imensa felicidade ADRIANA R. VIEIRA. /RS

Aqui me dói tanto poder relembrar tudo aquilo Saber que um dia fomos felizes E o mais inacreditável era saber Que você realmente me amava. Não podia me encontrar E teus olhos brilhavam . Podia sentir o teu coração Acelerando o pulsar... Ah ! Se você soubesse Como sinto tanta saudade de você ! Fico olhando o orvalho Na madrugada caindo Fazendo-me sentir ainda mais A falta do teu calor ... Como outras vezes, gritei ao relento Eu preciso do teu amor ! ( ÉLMANTOS.Embu das Artes.SP)

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SONETO Um canto ainda, antes que A noite desça . E este sol, que é o da vida, apague e suma ! A árvore, antiga embora, Inda ressuma Cheiroso bálsamo, e talvez floresça Que importa já me alveje na cabeça Neve dos anos, Como em cerro a bruma ? A alma me vai no canto, Como a espuma Na vaga, até que ao sol desapareça Ainda um canto ! E vá no canto a vida Vão os meus sonhos mortos E a perdida, morta esperança , A flutuar dispersos ! Como cansado arbusto os ares olha Sem mais ver primavera, e folha A folha se esfaz em folhas Eu me esfaço em versos. ( ALBERTO DE OLIVEIRA

O MELHOR DE MIM Trago o melhor de mim Na essência do meu desejo .. No que sonho No que engendro No que invento Nas horas silenciosas .. Quando me introspecto Tenho o melhor de mim No desejo etéreo Que não tem realidade, No esóterico sonho Sem comparação.. Tenho o melhor de mim No que não sou No que as circunstancias Não me prepararam ( TOUCHÉ.Guarulhos)

Pedra, só tu viravas pó ? Pé ante pé. Quedavas só. Figuras de néon. Respiravas dentro da vitrine. Andavas sòzinha. Estavas por ventura Entre o mar e o céu ? REGINA MARIA DE MELLO/SP

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A expressão facial de criança É natural . E nos transfere Paz e carinho A criança é sempre sincera E não esconde duas faces No seu bonito e inocente rostinho ! No sorriso da criança Reside um encanto profundo Que traz diferente emoção Razão de ser . E luz divina para este mundo ! A presença da criança Nos transfere esperança e alegria E melhora o nosso relacionamento No dia a dia .. Quem é mãe, Quem é pai de verdade , cuida, cria , ama com total devoção , Com determinação , sem cansaço

Porto Inseguro No caminho há pedras Pedras demais para contá-las A vida é assim : uma Imensa Estrada Tortuosa : eu bem sei ... Sangram os meus pés .. São tantos os espinhos Que a Dor não me cala, nem tampouco a Solidão que invade minh’alma e corrói todo o meu Ser Na caminhada sem fim Não há Porto e nem o Tempo para chorar o que se foi ... Sim, não posso parar.. Não posso.. Não posso.. Jamais...

Desobediência civil ronaldo azevedo

FEDRA

Criança

... Vamos plantar Para depois colher Onde andamos E só depois perguntar : De onde viemos ? E para onde vamos ? LEDA B.S.FIGUEIRÓ/RS V E R S OS L I V R E S

Chuva rima com mãe Se forra de nuvens cheias Cheias de veias De água que depois pingam Gota a gota se tornando um caudaloso rio que fecunda toda a terra Minha mãe cantava no caos No incêndio de estrelas A NO 1

Meu pai me queria lavrador Semente no adubo de seu chão Minha mãe me queria doutor De pincenê e anelão . E eu crescendo desatento aceso solto Eu queria era ser o vento Pra bolinar o teu corpo Página 7


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