Damned#2

Page 1



CRUSADE • Livro DOIS

NANCY HOLDER & DEBBIE VIGUIÉ


Papyrus Traduções de Livros Tradução: Control Papyrus Revisão: Thammy Caroliny Diagramação: Shadow Hunters

“””Qui sait beaucoup ne craint rien.” “Do muito saber vem o nada a temer.”


HÁ UMA LINHA MUITO FINA entre o amor e o sacrifício – Antonio faria qualquer coisa por Jenn, a sua amada parceira de luta. Ele a protegeria, mesmo reprimindo o vampiro dentro de si para ficar com ela. Juntos, eles defendem a humanidade contra os Malditos. Mas, as tensões ameaçam à ruptura de sua equipe de caçadores e sua lealdade – seu amor – é posto em causa. Jenn, uma Caçadora recém-nomeada, quer obter vingança contra o Maldito que converteu sua irmã. E com uma força ainda mais sinistra em ascensão, ela deve superar sua vingança pessoal para liderar sua equipe para a batalha. Antonio e Jenn precisam um do outro para sobreviver, mas o mal se esconde em cada esquina. Com o destino da humanidade na balança, eles devem enfrentar a escuridão... Ou morrer tentando.


LIVRO UM APIS

Essa luz me guiou Mais segura que a luz do meio-dia Para o lugar onde ele (bem, eu sabia quem!). Esperava-me Um lugar onde ninguém apareceu. -St. João da Cruz do século XVI mística de Salamanca


Pelas duas últimas semanas eu tenho conduzido os caçadores de Salamanca. O que é um desastre. Eu não acredito nas orações e feitiços mágicos do Padre Juan e ele disse, que eu era a pessoa certa para o trabalho. Eu ri, se eu não chorasse primeiro. Às vezes eu sonho que eu acordo desse pesadelo e que não existem vampiros, que eu estou em casa, amada e segura com minha família, meus pais e avós. Então eu acordo. Os Malditos são reais. Meu avô está morto. Minha irmã foi convertida. Ela é um deles, e meu pai é o responsável. Ele a traiu. Ele me traiu. Mesmo se a guerra acabasse amanhã, nada ficaria bem. Mas, é claro, a guerra não terminara amanhã. A menos que nós perdêssemos. Eu estou começando a pensar que é inevitável. A humanidade está lutando uma batalha invencível, e cedo ou tarde não haverá outros caçadores para tomar nosso lugar quando cairmos. Eu não posso pensar dessa forma, não se eu sou a líder. Mas eu penso. Eu me matriculei na Academia Sagrado Coração contra Os Malditos, mais ou menos dois anos atrás para aprender como matar os vampiros. Eu venho de ações rebeldes – meu avós eram manifestantes radicais na década de 1960, lutando pela justiça social e pagando por suas ações. Esther e Charles “Che” Leitner são lendários pela sua bravura e sacrifício. Em homenagem a eles eu sonhava em me tornar um Caçador – um guerreiro que seria dado o elixir sagrado que iria me dotar com super-força e velocidade. Essa honra ficou para outro, Eriko Sakamoto. Mas, então, nosso mestre, Padre Juan, rompeu com a tradição e deu a Eriko uma equipe substituta. Há cinco de nós, também conhecido como Caçadores. Ela era o nosso líder, até New Orleans cair. Eriko nunca quis conduzir, um Caçador sempre lutava sozinho, e era isso que ela esperava. Ela pediu ao Padre Juan para deixar de comandar. Ele fez, e me deu o seu papel.


Mas de todos nós, eu tenho a menor quantidade de habilidades – não sou uma sobrenatural, e eu não tinha experiência de luta antes de vir para Salamanca. Penso em mim como “apenas Jenn,” e eu me sinto uma fraude. Os Malditos estão vindos com força até nós. Nenhum dos nossos aliados sobreviveu ao nosso ataque contra os vampiros de New Orleans. Durante o combate, New Orleans se levantou e se juntou à luta, mas eles foram massacrados. No noticiário, na Internet não houve uma palavra sobre isso. Mas as pessoas ouviram, pois eles sabiam: era inútil lutar contra Os Malditos. Os vampiros sempre ganham, e eles não mostram nenhuma misericórdia para com os perdedores. Melhor obedecê-los para sobreviver. Como os Caçadores de Salamanca, nós avançamos, nós lutamos e provocamos problemas. E assim, as pessoas aterrorizadas estão começando a achar que nós, e não os vampiros são o problema. A Espanha, onde nós vivemos, é uma das poucas nações que não assinou um tratado com Os Malditos. Os espanhóis têm muito orgulho de nós, nos convidando a salvar as suas cidades e aldeias dos vampiros que as brutalizam. Mas as pessoas nas ruas já começaram a zombar de nós. Eles nos chamam de pulgas – “moscas”, um incômodo, irritante. Se os combatentes da Resistência como nós perderem a confiança da humanidade, nós perderemos tudo. Os Caçadores de Salamanca precisam de uma vitória. Algo que possa fazer com que todos se sintam como se houvesse esperança. Nós precisamos disso para que as pessoas olhem para nós como a Salvação. Nós precisamos disso para nós mesmos, para nos lembrar que podemos lutar e vencer juntos como uma equipe. E eu preciso disso para mim, para que eu possa ser a líder que nós tanto desesperadamente precisamos. Meu parceiro de luta, Antonio De La Cruz, diz que eu preciso ter fé. Eu não tenho nenhuma ideia de como ele pode dizer isso depois de tudo o que aconteceu – com nós, e com ele. Eu gostaria de ter fé. Mas neste mundo de fé – como a esperança – está muito escasso. ―A partir do diário de Jenn Leitner, descoberto entre as cinzas Pamplona, Espanha.


Onde está o nosso contato? Antonio perguntou quando ele procurou as sombras do beco estreito de tijolos, formas e movimentos detectavam apenas seus olhos vermelhos. Ele viu alguns ratos nas pilhas entre as latas de lixo, e um grande gato preto os perseguindo. Os ratos guinchavam advertindo uns aos outros, mas nenhum deles fugiu. Eles estavam acostumados com os gatos, seres humanos e vampiros. Então, de repente os ratos guincharam e gritaram. No mesmo instante, o gato miou e enrijeceu e, em seguida, brilhou passando por Antonio. Antonio viu o que tinha assustado os animais da noite. No outro extremo do beco, Holgar vibrava sua silhueta em sua jaqueta e calça jeans sob um poste aquoso. O lobisomem dinamarquês grunhiu baixo em sua garganta, uma tingida saudação cautelosa. Holgar deve estar pensando a mesma coisa que seu colega vampiro: A Resistência local não foi capaz de chegar à nossa reunião. Alguma coisa deu errado? Antonio fez o sinal da cruz – gato preto, dá azar. Ele cresceu em uma pequena aldeia no interior da Espanha em 1930, quando a fé e a superstição eram mais fortemente ligadas. A ausência de Moncho era outro mau presságio. Eram dez horas da noite em Pamplona, e Antonio cheirava vampiros em toda parte. De todos os Seres Malditos, o cheiro da morte permaneceu mais levemente sobre Antonio, ou assim Holgar disse. Ser um lobisomem faz Holgar ter um senso altamente desenvolvido de cheiro, muito melhor do que um Maldito. Desde então Antonio fugiu de seu Sire em 1942, ele nunca havia sido tentado a voltar para o reduto do vampiro. Sua lealdade estava com a humanidade, sem esperança que a sua causa podia estar. Seu amor, embora destinado somente a Deus, estava com a garota


andando ao lado dele. Ela era Jenn Leitner, líder de sua equipe de caçavampiros, por quem ele tinha mantido vigília todas as noites durante mais de dois anos, e cuja irmã ele havia jurado salvar do fogo. Heather Leitner foi transformada em vampira por seu inimigo, Aurora Abregón, e pelas últimas duas semanas, Antonio tentou despertar a humanidade de Heather, se é que ainda estava lá. Ele estava começando a ter suas dúvidas. Ay1, Jenn você está tão bonita esta noite, pensou, admirando os emaranhados de cabelo vermelho escuro que estava escapando da capa preta de malha que gentilmente estava escovando a sua mandíbula. Petite2, enganosamente delicada na aparência, ela mesma poderia chutar um bando de Maldito. Ainda assim, cada instinto protetor dentro dele permanecia em alerta máximo. Durante seus dois anos de treinamento na Academia Sagrado Coração contra os Malditos – ele olhou para ela. Agora, ele servia como seu guardacostas não oficial, embora nenhum deles soubesse. Antonio nasceu em uma época em que homens lutavam nas batalhas e as mulheres preservavam tudo, para valer à pena: Tradições, culturas e crianças. Havia tantas coisas que ele não podia dar a Jenn, e isso o fez se sentir impotente e envergonhado. O mínimo que ele podia fazer era oferecer sua própria vida no lugar dela, se tal momento surgir. Talvez hoje à noite, será aquela noite. A pele de Jenn estava inundada com a luz brilhante de uma vitrine de loja. Seu rosto estava cheio de desejo, enquanto observava um casal jovem a poucos metros à frente deles apontando para a segunda janela da loja. A audição aguda de Antonio pegou um trecho da conversa - o aniversário da garota estava chegando, e seu namorado iria lhe comprar um anel. Eles eram dois espanhóis, tentando viver uma vida normal sob presas. Antonio seguiu o olhar de Jenn e viu o casal entrando no Pearl anéis. O homem pegou a joia que tinha um coração de rubi pendurados nas garras de ouro e prata do morcego – desde a guerra contra Os Malditos, era o ícone mais reconhecível no planeta, o símbolo das mulheres salvando-se para beijar um vampiro. Antonio pegou o reflexo de Jenn no vidro, seu rosto endurecido em seus olhos. 1 2

AY – sim PETITE – pequena.


Ele, é claro, não tinha nenhum reflexo. Melancolia misturou com sua tensão. Não havia chance para que eles fossem como esse casal; ele nunca iria jogar seu braço ao redor dela enquanto ela experimentava anéis e ele fingia estar consternado com os preços. Ela nunca iria rir e levantar-se na ponta dos pés para beijar sua bochecha por fazer um sacrifício financeiro. Eles eram caçadores, e ele era um vampiro. E ele há muito tempo, prometeu a si mesmo a Deus, enquanto era um humano para se tornar um sacerdote. Embora não fosse mais um humano, o seu voto permaneceu. O casal não era tão feliz como eles estavam fingindo ser. Antonio podia sentir o cheiro do medo deles, ver os seus olhos ansiosamente indo acima e abaixo da avenida. Mas eles estavam se esforçando muito para levar alegria onde poderiam encontrá-la. Jenn tinha apenas dezoito anos, ela não entendia como as pessoas podiam continuar a agir como se os vampiros não tivessem vencido a guerra. Como a Espanha poderia fingir que não estava capitulando. Mas Antonio conhecia o gosto de lutar contra uma verdade tão brutal que você tinha que encontrar uma maneira de esquecer, mesmo que apenas por alguns momentos, o horror do que tinha acontecido com você. Jenn olhou para Antonio, e ele deu uma rápida sacudida com a cabeça – nada lhe dizem a respeito. Ele forçou a própria sede de sangue, quando ela acenou de volta. Ela não tinha conhecimento da tentação que ela apresentava quando estava tão perto dele. Ele pegou o seu perfume, sentiu o seu calor. Ele a queria. Ele sempre a queria. Mas ele nunca a teria. Se ele tivesse o direito de se oferecer para ela, ele teria que confrontar com uma escolha terrível: quebrar seus votos de pobreza, obediência e castidade para que ele pudesse amá-la como um homem ama uma mulher, ou negar a verdade de sua existência – que ele tinha caído no amor por Jenn – e continuará a ser um filho obediente da Igreja? Talvez o próprio Deus, havia abençoado Antonio com o vampirismo, de modo que a escolha nunca teria que ser feita.


Ele cerrou seus punhos com a noção do absurdo. Não havia nada a ser abençoado sobre o que ele tinha se tornado. Havia uma razão para os vampiros serem chamados de Os Malditos. Uma centena de razões. E o Deus de sua compreensão não trabalhava dessa maneira. O Pai do Céu não era um espírito caprichoso, testava manipulando e torturando seus filhos para ver se eles mereciam o Seu amor. Deus queria ajudar. Mas ele tinha que ser solicitado. Antonio olhou para o coração vermelho refletindo um brilho escarlate contra as bochechas de Jenn. Não havia escolha a ser feita. E ainda assim ele não podia parar de virar a questão em sua cabeça. Ele era obcecado por isso. Vampiros eram conhecidos por seus poderes de mesmerismo, capazes de encantar suas vítimas como os homens cobras, que tinham charmes de mergulhar uma melodia de uma flauta. Os humanos fazem isso da sua maneira – o que tem de mais flertar? Para os vampiros era tão natural e automático. Ele lutou constantemente para não hipnotizar Jenn. Mas se ela tivesse conseguido hipnotizá-lo ao invés? ―Antonio? ― Jenn murmurou baixinho, como se detectasse o aumento da sua agitação. Havia uma distância cautelosa em sua voz, que anteriormente existia calor. Foi antes da irmã de Jenn ser transformada em um monstro devorador. Antonio viu algo semelhante acontecer novamente durante a guerra – Segunda Guerra Mundial, sua guerra – quando as atrocidades dos nazistas haviam se tornado tão horríveis que o povo da Europa e das Américas estavam na mesma categoria que os alemães. Para eles, todo alemão era nazista, o homem mal a ser odiado e temido. Agora que Heather tinha sido mudada ―convertida‖, na linguagem dos vampiros – tinha se tornado muito difícil para Jenn, distingui-la do resto dos Malditos – e olhar para ele como o vampiro bom, aquele que ela amava. New Orleans tinha feito isso para eles. Aurora Abregón, outro vampiro espanhol, havia sequestrado Heather para atrair Antonio para New Orleans, de modo que Aurora pudesse apresentar o vampiro traidor ao seu Sire. Antonio não apenas evitou ser capturado, mas ele tinha resgatado Heather também.


Quem era o Sire de Aurora, Antonio não sabia. Todos os vampiros odiavam Antonio por abandonar seu Sire e se juntar aos humanos patéticos. Sua simpatia o fez um alvo e ele viu atualmente o quão perigoso era estar em torno da equipe. Em torno de Jenn. ―Antonio, ― ela disse novamente. ―Estoy bien, ― ele respondeu, assegurando-lhe que estava tudo bem com ele. Mas não estava. Eles passaram pelo casal feliz. Antonio ouviu três batimentos cardíacos. Os humanos iam ter um bebê. Para um observador ocasional, ele e Jenn pareciam como qualquer outro casal adolescente que se aglomeravam nos bares de tapas e clubes, andando as ruas espanholas, embora talvez não tão na moda. Jenn usava um capuz cinza escuro sobre um suéter preto e uma calça jeans chamuscada. Antonio tinha suas botas arrastadas de cowboy debaixo do jeans, e uma camisa preta. Os batimentos cardíacos de Jenn aumentavam quando ele usava as botas. Então, ele as usava sempre que possível. Não era bom tentá-la. Ou eu mesmo, ele pensou, mas o que nesse mundo era perfeito? A posição de Holgar na extremidade do beco era contabilizada. Meio quarteirão acima, Jamie O‘Leary, outro companheiro de equipe, estava andando e fumando como uma chaminé, uma oferta aparentemente infinita de cigarros escondidos nos bolsos do seu suéter preto. Ele usava calça jeans preta também. Quase careca e tatuado, o lutador de rua irlandês parecia um ‗jogador‘, que ele sempre foi. Ele odiava ambos, Antonio e Holgar, e Antonio sabia que chegaria um dia em que Jamie os atacaria. Não esta noite, quando Jamie tinha necessidade de sobreviver, mas ele viria. A parceira de luta de Jamie, Eriko, tinha colocado uma peruca de cabelo espetado preto de cinco centímetros, e ela usava calça de couro preta e uma camiseta de seda preta com caractere chinês de ―morte‖ bordada em lantejoulas vermelhas. Os caçadores de Salamanca tinham fãs, assim como os inimigos, e eles poderiam ser reconhecidos. Eles optaram pelos disfarces ao invés de glamoures mágicos, para que o sexto membro da sua equipe, a bruxa inglesa Skye York, pudesse economizar energia em caso de uma emergência.


Skye tinha ido para Gades, um clube a dois quarteirões acima, procurando o seu contato, José Ramón, também conhecido como Moncho. Gades era a Base de Operações de Moncho, que estava uma hora atrasado. Padre Juan, o professor e mestre da equipe, havia enviados os Salamancans para Pamplona porque Os Malditos estavam realizando um festival em comemoração à Apis, um dos seus deuses da morte. Apis foi originalmente adorado no antigo Egito como o touro de Apis, símbolo do faraó ressuscitado, e Deus do submundo. O festival seria uma zombaria de uma corrida de Touros. A corrida real dos Touros era realizada em julho, e as pessoas – principalmente os homens – se vestiam com camisa branca e calças, cintos e lenços vermelhos, e corriam à frente dos touros como loucos em direção à arena de touros. Depois, à tarde, os touros seriam mortos pelos matadores em uma dança altamente estilizada da morte. Foi dito que a tradição surgiu a partir da prática de conduzir o gado para o mercado, mas segundo Padre Juan, os verdadeiros fundadores havia sido os saltadores de touros na Idade do Bronze em Creta. Ainda de acordo com Padre Juan, os cretenses antigos haviam sido atormentados por vampiros, também. Moncho tinha informado a Padre Juan que os vampiros estavam planejando uma execução dos humanos, talvez no dia da festa de São José, em 19 de março. Que era 16 de março, e a equipe tinha acabado de chegar. Antonio perguntou a si mesmo, se Aurora estava por trás do plano, ainda na esperança de capturar a si próprio. Antonio tocou na cruz de rubi que ele usava em sua orelha esquerda. Cinco pequenas pedras em uma linha vertical, duas de cada lado. Para ele, os sete rubis representavam o pior dos pecados mortais, muitos, ele tinha cometido como um Maldito. Sergio Almodóvar, seu Sire, o apresentou a eles com uma grande cerimônia, durante uma orgia de morte e devassidão – celebrando sua concretização inexperiente – os assassinatos de sete proeminentes clérigos católicos espanhóis. Sergio tinha dado para Antonio a lista de sete nomes. Cinco amados Párocos; um Bispo, e os mais exaltados e, portanto, o mais difícil de atacar, um Cardeal. Um por um, friamente e metodicamente, Antonio havia rastreado


esses pastores de Deus, rasgado as suas gargantas, e bebido até secar. Antonio não os transformava. Não haveria nenhuma conversão para o vampirismo para eles, como houve para Antonio. Deus havia escolhido, vamos levá-los a Deus. “Meu padre mal”, Sergio havia murmurado em adoração. O Sire de Antonio tinha o acompanhado a cada morte cruel, para observar, saborear e vangloriar. Na época, Antonio não sabia que todos os sete homens eram descendentes de católicos que foram efetivos durante a Inquisição Espanhola. Descendentes dos religiosos foram torturados e os hereges condenados na fogueira. Sergio tinha um rancor pessoal contra a Inquisição, os detalhes que ele nunca partilhou com Antonio, seu protegido. Ninguém lamentou as mortes, como Antonio. Ele se lembrava de seus rostos, e orava por suas almas. Antonio pegou os rubis quando ele fugiu, pensando em vendê-los para pagar hospedagem. Ao invés disso, ele encontrou abrigo na Universidade de Salamanca e teve os rubis, feito em um brinco, para lembrar que ele tinha caído - e podia cair novamente. Enquanto ele fazia o sinal da cruz, ele e Jenn caminharam após a entrada para outro beco. Holgar estava mantendo o ritmo. À frente, Jamie deixou cair o cigarro no chão. Antonio podia sentir o cheiro do tabaco queimando. A cebola, alho, pimentão cozinhando nas cozinhas dos clubes e bares, vinho, uma dezena de perfumes das mulheres. E vampiros. Então, Jamie olhou por cima do ombro, virou-se e endireitou. Skye estava voando pela rua em suas anáguas escarlate, botas pretas, e uma jaqueta de veludo preto. ―Eles estão vindos! ― Skye gritou, suas tranças rastafári loiras saltando como molas em espiral, enquanto ela corria em direção a eles, agitando os braços. ―Nós precisamos tirar as pessoas daqui! ―Oh, Deus, isso está acontecendo agora, ― disse Jenn. Deus, a proteja, Antonio pensou. Deixe-me morrer por ela, se for necessário. Mas a mantenha segura.


Porque está escrito que nos tempos de sangue vamos caminhar na luz com os nossos deuses, e tudo será como foi anunciado. Nós derrubaremos o flagelo da humanidade, e herdaremos a Terra. Esta é a nossa santa vocação, e nossa cruzada. ―A partir do diário de um Sire anônimo do Reino de um Vampiro


―Preparem-se para a batalha! Poupem todos os inocentes! ― Jenn gritou. O ar estava carregado com terror enquanto ondas dos humanos corriam em direção a Antonio e a ela, rostos contorcidos de medo. Jenn grunhiu quando a garota espanhola da joalheria fugiu por trás. O namorado agarrou a mão da garota e arrastou-a em direção ao beco escuro ao lado da joalheria, assim quando Holgar explodiu fora dele. Ele parecia humano, mas a garota começou a gritar, agarrando-se ao braço do namorado. Em seguida, Jenn viu o exército de ratos correndo diante de Holgar como se estivesse ansioso para entrar na briga. Eles colidiram contra os tornozelos de Jenn. ―Vai, vai, vai! ― Jenn gritou para o jovem casal. ―Vão para o beco! ― Holgar gritou para eles, os tirando do caos. Então, ele galopou a frente de Antonio e Jenn, agitando os braços. ―Fiquem nos portões! Fiquem longe da aglomeração! Para o inferno, amigos! ― Ele estava estressado, misturando o seu inglês, dinamarquês e espanhol. Na parte de trás da multidão, Os Malditos estavam rindo, gritando. “Touro! Touro!” Jenn sabia que eles deveriam ter movido com precisão para começar a histeria, invadindo os clubes e restaurantes, dirigindo os clientes para as ruas de Pamplona. Alguma coisa bateu na cabeça de Jenn, duramente, e ela cambaleou, então arrebatou para Antonio. Pingava sangue nos olhos dela, e ela balançou a cabeça ferozmente enquanto corria, tentando limpar a sua visão, gotas saíram voando, uma delas atingiu Antonio na bochecha. Ele rosnou, seus olhos subitamente inundados de vermelhos com sede de sangue. Isso é demais para ele, ela pensou freneticamente. Todos os vampiros, o sangue, e o medo.


Antonio se virou e examinou a multidão. Ele e Jenn moveram-se contra a corrente procurando sua equipe. ―Eu vejo Eriko e Jamie, ― ele relatou para ela. ―E Skye. ―É Holgar à nossa frente? ― Ela gritou. ―Eu não sei. Os dois foram arrastados no tumulto, com grande perigo de serem pisoteados pelos humanos quando eles estavam tratando a morte dos vampiros. Era um lugar estúpido para a líder de uma equipe estar. Sangue escorria em seu campo de visão, e ela já estava começando a ficar tonta com a perda de sangue. ―Eles estão nos levando para a Plaza de Toros, ― Antonio gritou para ela. A praça de touros. Uma vez trancados, os humanos seriam as vacas maduras para o abate, ao invés dos touros ferozes, que deu a Pamplona sua reputação de touradas. Jenn olhou para os edifícios dos dois lados da rua, procurando desesperadamente uma porta aberta. Elas estavam todas fechadas. Através das varandas, ela podia ver as pessoas assistindo, rostos brancos de medo e choque. Era New Orleans mais uma vez. A maioria da população local estava com muito medo de fazer qualquer coisa. Mais seguro era assistir ao abate de amigos e vizinhos do que a chance de uma morte brutal em si. Quando Os Malditos fizeram sua presença conhecida há seis anos, o mundo estava embalado pelas garantias dos vampiros de que eles queriam apenas a coexistência pacífica. Salomon, seu líder, era uma estrela de rock, bonito, carismático e suave. Mas logo o mundo ficou sabendo que alguns – vampiros eram monstros. Muito tarde, nações após nações, declararam guerra a eles. Mas os vampiros eram tão selvagens como eram astutos. Um por um, os países rapidamente se renderam adotando a ficção – a mentira - que a trégua tinha sido negociada. Não existia nenhuma trégua; isso era a rendição e era errado. A Espanha era o reduto final. Mas o governo espanhol estava mostrando sinais de rendição. Era inútil resistir a um inimigo tão poderoso, tão difícil de matar. Então, os caçadores caíram, os poucos que tinham foram especialmente treinados para combater vampiros, para salvar o mundo.


Enquanto Jenn corria ao lado de Antonio, ela percebeu que ficaria feliz se ela pudesse salvar a si mesma por mais uma hora, e muito menos qualquer outra pessoa. Na frente dela um homem tropeçou, caindo no chão e batendo em mais dois outros. Jenn pulou sobre os corpos na calçada, se odiando por não ter parado para ajudar. Mas com uma multidão parcialmente enlouquecida em volta dela e furiosos vampiros atrás, parar, seria pedir para morrer por atropelamento ou um derramamento de sangue. ―Nós temos que sair daqui, ― ela disse para Antonio. ―Sí! ― Ele gritou de volta. ―Estou procurando. ― O coração trovejava, e o ritmo duro de sangue enchia os seus ouvidos, mais alto até do que os pés batendo à sua volta. Antonio de repente agarrou-a pela cintura, olhou para uma varanda de suspensão baixa logo acima de suas cabeças, e gritou: ―Em três! Pule! Ela colocou suas mãos sobre seus ombros. ―Um, dois, três, ― ela gritou, dobrando os joelhos e empurrando para cima através das solas dos seus pés. Ela saltou; ele jogou-a para a varanda, pulando atrás dela. Jenn posou como um rolo de artes marciais, então se empurrou para cima para uma posição em pé. Ela se obrigou a tomar várias respirações profundas, lentas, enquanto examinava o mar de gente abaixo, em busca de seus companheiros de equipe. Ao menos trezentas pessoas passavam quase todas gritando. Não havia sinal de Holgar, mas depois de um momento Antonio apontou em direção à parte de trás da multidão. Lá, apenas à frente dos Malditos, Jamie e Eriko balançavam suas cabeças. Eriko, muito pequena, quase foi engolida. ―Ela está ferida, ― Antonio disse. O medo picou o coração de Jenn. Antonio se inclinou sobre o parapeito e assobiou. Milagrosamente, Jamie ouviu; sua cabeça girou em direção a eles, e ele colocou o seu parceiro no ombro. Jenn e Antonio se inclinaram no seu modo para eles. O braço esquerdo de Eriko estava pendurado em um ângulo estranho, com o osso saliente na pele. Embora ela tivesse bebido o elixir sagrado,


reservado para o Caçador de Salamanca, que dava velocidade, força e capacidade de se curar rapidamente, ela parecia estar com dores terríveis. Quando eles se aproximaram, Antonio se inclinou, estendendo ambas as mãos. Jamie e Eriko pularam, agarrando-se a cada uma de suas mãos. Ele os puxou para a varanda. Jenn se emocionou com a força de Antonio, que nunca deixou de surpreendê-la. Os Malditos eram, de longe, mais rápidos e mais fortes do que os humanos. ―O que Os Malditos estão esperando? ― Jamie colocou para fora, assim que seus pés atingiram o chão da varanda. ―Eles poderiam ter matado facilmente cem pessoas, agora. ―Eles estão se segurando, ― Eriko disse, incapaz de manter sua dor para fora de sua voz. ―Eles estão levando todos eles em direção à Praça de Touros, ― Jenn acrescentou. ―Eu acho que eles não estão pensando em matar ninguém, até chegar lá. ―Isso não estragaria seus apetites sangrentos. ― Jamie cerrou os punhos. Ele olhou como se quisesse saltar de volta da varanda e rasgar os vampiros à distância com as próprias mãos. Com os olhos brilhando como fogo do inferno, presas reluzentes, os vampiros gritavam e riam enquanto corriam por baixo da varanda. As ruas ficaram vazias por trás da legião do último Maldito. Poucos humanos curiosos começaram a colocar suas cabeças para fora das portas. Alguns tolos o bastante para seguir atrás, e Jenn fez uma careta de desgosto. ―Você está ferido também, ― Antonio disse para Jamie. ―Dê ao vampiro a porra do prêmio, ― Jamie chiou, segurando a varanda com as juntas dos dedos brancos. ―O Maldito quebrou duas das minhas costelas. Eu vejo que você não está em pior estado, ― ele acrescentou, olhando para Antonio. Jenn examinou a silhueta da Praça de Touros na distância. ―Nós temos que encontrar Holgar e Skye. Seja qual for o plano dos Malditos, não podemos deixá-los fugir impunes. ―Após você, destemida líder. ― Jamie fez um gesto para a rua.


Jenn odiava quando ele a chamava dessa maneira, mas ela não caiu na isca. ―Talvez você devesse ficar de fora, ― ela disse depreciativamente, ―Já que você conseguiu se machucar. ― Então ela acrescentou mais gentilmente: ―Você também, Eri. ―Sobre um dia frio no inferno, ― Jamie atirou de volta, olhando para Eriko, claramente não gostava que ele visse – que ela estava com dores terríveis. Ele marcou sua atenção de volta para Jenn. ―Talvez nós estejamos no inferno, mas eu estremeceria as portas do céu para estacar eu mesmo um otário. Eriko apontou para a testa de Jenn. ―Jenn, você perdeu muito sangue. Você parece muito pálida. Você está bem? ―O sangue deve estar deixando você louco, morcego, ― Jamie falou. Vampiros não se transformam em morcegos ou lobos, ou névoas. Mas Jamie gostava de insultar Antonio. E o sangue o deixa selvagem. ―Vamos, ― Jenn disse. ―Eu vou cobrir você, ― Antonio disse para ela. ―O mesmo aqui. Por um segundo as coisas estavam de volta ao normal entre Antonio e ela. Mas o seu surpreso sorriso o lembrou que o coração dela havia congelado. Ruborizando, ela pulou da varanda, pousando agachada como ela havia aprendido em seu treinamento na Universidade de Salamanca, onde todos tinham aprendido a caçar e matar vampiros. Não importa quantas vezes ela engajou o inimigo em uma batalha até a morte, isso ainda a sacudia e enviava ao seu coração o medo. Mas o medo, era um luxo que não podia pagar. Que diminuía o seu foco. E poderia levá-la a morte. Ela ouviu os outros atingir o chão atrás dela, mas ela não se virou para olhar. Jenn só correu. Na sua frente à Praça de Touros cresceu como um arranha-céu de pedra circular em direção ao céu estrelado. Um ruído incômodo de ―Olé‖ e ―Touro‖, emanado dentro dela, fez Jenn ranger seus dentes. Um carro azul escuro a um ângulo casual no meio da estrada conduziu a entrada da arena. As pessoas estavam desviando em torno dele, e a metade


delas estavam correndo para a esquerda, desaparecendo pela rua lateral. Atrás do carro o portão enorme da arena estava fechando. Duas figuras corriam em sua direção, e Jenn aumentou seu ritmo quando ela reconheceu Holgar e Skye. O corpete preto de Skye estava brilhante com a umidade, e havia sangue em suas tranças rastafári. A jaqueta de bombardeiro de Holgar estava rasgada na manga. ―O que aconteceu? ― Jenn perguntou quando ela chegou a um impasse na frente deles. ―Com a força de Holgar e um pouco de magia fomos capazes de empurrar o carro para a estrada um pouco antes de a multidão chegar aqui, ― explicou Skye, recuperando o fôlego. ―Assim como animais em demanda, eles se dividiram ao redor dele, ― Holgar disse. ―Esse era o nosso plano, já? Nós desviamos aproximadamente um quarto deles por aquela rua. Eles ainda estão correndo, mas eles estão seguros. Jenn assentiu. ―Bom trabalho. ―Quantos humanos foram para a Praça de Touros? ― Antonio perguntou atrás dela. ―Um par de centenas, tão próximo quanto podemos dizer, ― Skye respondeu com um suspiro de frustração. Os parceiros de luta se emparelharam e formaram uma linha. Embora Jenn fosse à líder, Eriko era uma Caçadora, então, ela e Jamie assumiram o ponto. Em seguida, Jenn e Antonio e depois Holgar e Skye. Agachados, eles correram para frente na sombra da arena. Quando se aproximaram da parede curvada de tijolos, o estômago de Jenn despencou. Ela podia ver através da entrada bloqueada a arena iluminada e, além disso, vinte vampiros e meia dúzia de humanos descansando em assentos. Luzes brilhavam em todos os lugares, lançando berrantes listras branco-azuladas nos rostos dos espectadores ansiosos. ―Não Aurora, ― disse Antonio, ― pelo menos o que eu posso ver. Nem o meu Sire. ―Sim, sobre ele, ― Jamie disse. ―Ele provavelmente deve vir também, agora que você falou que está lutando com agente?


Enquanto Jenn observava, uma dúzia de Malditos vestidos com ternos de toureiros pesadamente bordados com lantejoulas, com capas pretas sobre suas cabeças e capas vermelhas envoltas de seus antebraços, surgiram de um corredor sob o estande onde os espectadores estavam. Assim, que a plateia de vampiros e humanos coniventes avistou-os, eles começaram a aplaudir. Ao mesmo tempo, os humanos que estavam dentro da Praça de Touros andavam em pânico e confusos, empurrando uns aos outros e chorando. Os humanos eram os touros. Mas nenhum touro ficaria indefeso diante daqueles que os matariam. ―Não podemos deixar isso acontecer. Temos que entrar, ― disse Jenn. Jamie e Antonio, ambos, fizeram o sinal da cruz. ―Nós vamos ser abatidos também, ― Eriko respondeu. Não havia medo em sua voz, ela estava simplesmente afirmando o óbvio. ―Então, o que vamos fazer? ― Skye perguntou. Jenn respirou fundo. ―Nós vamos avançar. Mas primeiro precisamos de um plano de saída. ―Você honestamente acha que qualquer um de nós irá sair de lá vivo? ― Jamie perguntou, apertando as mãos contra o seu tórax e fazendo caretas. ―Mesmo se matar os toureiros, os vampiros nos assentos gostariam de nos derrubar, ― disse Holgar. ―E seus lacaios humanos, ― Jamie acrescentou com um grunhido. ―Eu não sei se algum de nós irá sobreviver, ― Jenn respondeu. ―Mas se não tivermos um plano, então nós definitivamente não iremos. Antonio inclinou a cabeça concordando. ―Diga-nos o que você quer fazer, ― Eriko disse. Todos olharam para Jenn. O fracasso de New Orleans pendurado pesadamente sobre os ombros. Seu estômago cerrou. E então ela começou a dar ordens. ―Skye, se você tecer um feitiço para que nós possamos fazer um buraco através desse muro, ninguém irá nos ver? A bruxa colocou as mãos em seu rosto enquanto pensava sobre isso. Depois de um momento ela concordou. ―Nós não seremos capazes de ver a


entrada também. Mas se todos nós marcarmos exatamente onde ela está, podemos encontrar o nosso caminho de volta à saída. ―Isso é bom o suficiente, bruxa, ― disse Antonio suavemente. Ele era gentil com Skye, ele gostava dela e acreditava nela. Jenn acreditava nela também. ―Vamos seguir em frente, ― disse Jenn. *** Skye esperava que sua magia de proteção fosse boa o suficiente para eles entrarem na arena. Ela mordeu o lábio. A magia tinha regras, e tecnicamente ela não quebrou nenhuma. Uma – não prejudique ninguém, a outra, faça o que queres fazer. Não havia nada sobre a criação do buraco que pudesse ser considerado qualquer coisa, mas era defensiva. Ainda assim, ela realmente havia ultrapassado dos limites sobre o uso de magia – que poderia ser ofensiva porque ela era uma Bruxa Branca somente por ter se tornado uma Caçadora. É claro, outros bruxos estavam envolvidos na guerra. Eu vejo você, Skye, uma voz sussurrou dentro de sua mente. Te veo, mi amor3. Ela balançou a cabeça, medo preenchendo enquanto ela ouvia as palavras. Ela não podia lidar com o seu ex, Estefan Montevidéu o Bruxo Escuro, quando ela estava prestes a ir para a batalha. Talvez nunca. Ela olhou para Eriko. Ela tinha estabelecido o outro braço da garota rapidamente. Foi uma correção desleixada, mas ela não teve tempo para fazer um feitiço de cura adequada. O mesmo para Jamie. Uma de suas costelas quebradas quase perfurou um pulmão. Ele poderia ter morrido. Uma onda de emoção tomou conta dela. Ele ainda podia. Todos nós poderíamos. Foco! Skye se virou e olhou para os seis toureiros vampíricos, que estavam desfraldando suas capas e caminhando em direção aos humanos, quando alguém, em algum lugar, estourou a fanfarra tradicional que era um trompete anunciando o início da tourada. No sinal de Jenn, Skye e seus companheiros se espalharam ligeiramente por isso não seria um grande alvo. 3

TE VEO, MI AMOR – te vejo, meu amor.


Até o momento parecia que Os Malditos não sabiam que os Caçadores de Salamanca tinham entrado na arena. Os outros humanos estavam completamente em pânico, derrubando uns aos outros para baixo em seus esforços para escapar. Na arquibancada os espectadores riam. Ela moveu o braço e sussurrou uma magia de dispersão, o povo se afastou para longe dela e Holgar, deixando o campo ao redor deles claro. Era mais seguro para todos dessa forma. Magia de proteção; mas tudo bem. Holgar lhe deu um sorriso torto quando ele puxou a cruz de madeira que o Padre Juan havia lhe dado na graduação. Pendurada em um cordão de couro em volta do pescoço, à cruz, um cordeiro esculpido em seu centro, e os braços da cruz terminava com a cabeça do lobo esculpida. ―Cristãos, bruxas, bestas – eu acho que mais cedo ou mais tarde nós tínhamos que acabar em um coliseu, ― Holgar disse. Skye não podia deixar de sorrir de volta. Não importa o quão ruim as coisas ficavam, Holgar sempre conseguia encontrar o lado mais leve de uma situação, ou pelo menos fingir. Não que houvesse um lado iluminado para o massacre, mas de alguma forma a sua atitude tornava mais fácil de lidar. Os toureiros estavam realizando uma espécie de balé de graça estilizado. Suas capas vermelhas tinham penduradas pequenas espadas afiadas, que brilhavam com os movimentos dos vampiros. ―Nós vamos ter que evitar aquelas espadas, ― disse Skye. ―Eu vou se você for, ― Holgar disse a ela. Discretamente eles se colocaram entre os vampiros e os prisioneiros histéricos. O plano era delicado pra entrar na arena dos toureiros, tanto quanto possível para os Caçadores começarem a agrupar os humanos em direção ao buraco invisível. Skye tinha certeza da presença dos Caçadores que ainda não, havia os detectados. Para o momento em que eles realizariam o elemento surpresa. Ela lançou um olhar maior na direção de Holgar quando os toureiros tiraram suas capas pretas e se inclinaram para as arquibancadas. Parecia ser o sinal de que a luta estava para começar. Um dos toureiros se dirigiu para o


caminho dela com um sorriso arrogante no rosto. Borlas de ouro, presa contra o cetim de seda escarlate e ébano, apareceram quando ele avançou. Skye se segurou no chão. Olhos brilhantes vermelhos, presas estendidas, ele brandiu sua capa e sacudiu para ela, participar do ritual antigo à dança da morte. “Olé”. Os vampiros aplaudiram. Os poucos humanos entre eles aplaudiam muito. Colaboradores, fraternizando. Skye tinha outras, palavras mais duras para eles. Talvez eles fossem simplesmente pessoas, com tanto medo de morrer que eles fariam qualquer coisa para sobreviver. Talvez fossem dignos de pena mais do que serem odiados, mas ainda Skye não tinha evoluído. O toureiro fechou o espaço entre si e colocou sua capa para frente, gritando: “Touro, touro!” Para ela. Ao invés de se esconder, como ele parecia esperar, ela girou para o lado, tentando agarrar a cruz que ela tinha enfiado em sua cintura. Quando ele avançou, ela puxou-a para fora e lhe cravou no rosto. A multidão começou a zombar e vaiar, como se ela estivesse trapaceando. O Maldito saltou para trás com um rosnado, elevando sua capa para proteger o rosto quando ele tropeçou, caindo à direita de Holgar que enfiava a sua estaca e depois correu para ajudar Skye. Com um silvo o vampiro se desintegrou, transformando em cinzas. ―Legal! ― Ela gritou para Holgar. Ele sorriu para ela, então examinou a arena para o próximo ataque. A multidão rugiu, mas sendo na aprovação ou desaprovação Skye não podia dizer. Alguns humanos na arena se viraram para ver o que tinha acontecido, sentindo uma mudança no equilíbrio de poder. Se ao menos eles fossem fáceis, Skye pensou. Um segundo toureiro se aproximou, mais alto e mais musculoso, e de seu comportamento arrogante, Skye sabia que este seria muito, muito mais difícil de matar. ―Eu pego este aqui. Pegue algumas dessas pessoas e saia daqui, ― Holgar disse, movendo-se para dentro. O pó do vampiro manchou o seu rosto. Skye hesitou, não querendo deixar o seu parceiro de luta desprotegido.


―Estou falando sério. ― Ele manteve os olhos sobre o toureiro, abaixou sua cabeça para evitar seu olhar hipnotizante. ―Salvar o máximo de pessoas quanto puder, antes que outros Malditos cheguem. ―Você tem certeza? ―Sim, vá. Skye correu em direção a um homem e uma mulher que tinham parado para ver o que aconteceu. Os dois pareciam atordoados. Ela agarrou seus braços e os puxou. ―Eu vou tirar vocês daqui. Venham comigo! Você e você, vamos lá! Skye rapidamente reuniu mais pessoas. Perplexos, quase paralisados de medo, eles fizeram como lhes foi dito, tropeçando à medida que a seguia em direção à parede. Como o Pied Piper4, ela os reuniu com magias, tentando chegar a eles durante a tentativa de passar despercebidos. Ela tinha reunido uns vinte. Quando eles foram passar pelo buraco escondido na parede, ela se virou e examinou a arena. Ninguém mais na arena estava olhando para eles, e aqueles nas arquibancadas pareciam fixados na luta. Eriko e Jamie estavam esquivando das capas com movimentos do Krav Maga, mas ela não conseguia localizar Antonio e Jenn. ―É uma parede, ― uma das mulheres protestou. ―É magia, ― disse Skye, empurrando os dois através do buraco. Ela se virou e se dirigiu para o grupo mais próximo de pessoas preparando para fazer o mesmo, então como o outro toureiro, Holgar decapitou o segundo com uma dessas espadas curtas. A cabeça explodiu em pó, e a multidão nas arquibancadas vaiou. Saudades de mim? Perguntou a voz em sua mente, voltando. Ela parou, seu próprio medo agora competindo com sua necessidade de levar as pessoas à segurança. Então, com gritos e vaias, Os Malditos na arquibancada pularam para dentro da arena, agarrando qualquer um que pudesse, afundando seus dentes em seus pescoços, drenando seu sangue rapidamente e soltando os corpos para o chão.

4

PIED PIPER - Um gênio da tecnologia sonora, até a idade de dezesseis Rathaway havia criado um sofisticado flauta capaz de hipnotizar qualquer um dentro do alcance de seu som. Ele pode fazer qualquer um fazer o que sempre ele quer deles, e pode mesmo tornar-se "invisível" para a percepção dos outros.


O dispositivo subiu. Era hora de ir. Antonio e Jenn correram em sua direção, agrupando muitas pessoas na frente deles. Eriko apareceu por trás de Jenn e Antonio, carregando o corpo de Jamie por cima do ombro. A visão dele, flácido e ensanguentado, fez Skye entrar em ação e ela saltou para frente. ―Dessa forma, ― ela gritou. ―Vocês não podem ver, mas está lá! Holgar trotava através da sujeira e ensanguentado, gritando em dinamarquês e apontando para o local do buraco. Vários espanhóis estavam completamente esparramados. Eriko disparou com Jamie. Antonio e Jenn estavam próximos, e depois Holgar estava arrastando Skye junto com ele. Quando o buraco começou a fechar, Skye olhou para trás. Dezenas de corpos estavam esparramados, com os membros em ângulos impossíveis, e pelo menos cinquenta dos vivos corriam, gritando, a equipe não poderia mais ajudar. O buraco fechou. Lágrimas escorriam do rosto de Skye quando a equipe recuou, desviando dos moradores, que estavam indo para suas casas ou outros locais de segurança. Vampiros enfurecidos negaram o seu esporte e surgiram a partir da Praça de Touros os perseguindo. Com apenas alguns segundos de vantagens, os caçadores feridos correram pelas ruas ladeadas por edifícios de torção dourados de pedra com janelas em arco, que correram para longe. Eles precisavam de uma casa segura. Moncho era para ter fornecido uma, mas ele ainda não tinha aparecido. Eles correram abaixo passando por becos como ratos fugindo. Vampiros gritavam para os outros, procurando por eles. Gritos humanos perfuravam a noite enquanto os Pamplonans foram arrastados de suas casas e interrogados: Vocês viram seis humanos que viajam juntos? Vocês estão os escondendo? Morte. Os caçadores continuaram correndo. Drapejado sobre as costas de Eriko, Jamie estava pálido como a morte. Skye deu a todos um impulso mágico de


energia, mas ela estava exausta. Ela não podia continuar por muito mais tempo. ―Deusa, nos ajude, ― Murmurou Skye. ―Eu sou sua filha fiel. Concedeme essa dádiva. E então, quando eles passaram por uma grande casa de tijolo desbotada com medalhões de concreto e um telhado inclinado de azulejos, Skye sentiu... Nada. ―Jenn, aqui, ― sussurrou Skye em voz baixa. Ela parou em seu caminho e apontou para a estrutura antiga. Jenn levantou a mão, e eles pararam também. Muito lentamente, uma porta larga de madeira afiada com ferro forjado se abriu. Liderando o caminho, Jenn cruzou o limiar, e os outros a seguiram. A porta se fechou atrás deles, que ficaram no interior de um saguão escuro. Em seguida, o saguão desapareceu, e eles estavam em uma sala, onde meia dúzia de homens e mulheres estavam sentados em cadeiras de madeira escura ao redor de uma mesa coberta com cartas de tarô e uma bola de cristal. O cheiro queimando de salva – uma purificação de ervas – flutuava no ar. Entre retratos a óleo e as paisagens nas paredes e no chão de pedra, dezenas de sinais e poderes ocultos, marcações de proteção, foi pintada ou esculpida. Skye lia-os e compreendia-os de uma só vez, como ela havia sido classificamente educada na arte. Estes eram símbolos medievais concebidos para garantir a segurança da casa e seus habitantes, tornando a casa aparentemente desinteressante. Foi esse vazio criado pelas marcações que ela havia sentido. A maioria dos lugares exalava a sua própria vibração, bem como as pessoas, mas esta casa estava neutra, ausente de sua ressonância de tempo e emoção. Apenas magia poderia fazer isso com uma casa tão velha como esta. ―Eu sou uma Bruxa Branca. ― Skye se dirigiu ao coven como um todo. Ela ergueu seu anel, uma lua crescente, e os espanhóis reagiram, murmurando uns aos outros. Uma mulher em um vestido preto decorado com lua crescente de prata idêntico ao anel de Skye levantou os braços. ―Bem vinda, hermana, ― disse ela em inglês com um forte sotaque. ―As bênçãos da Deusa sobre você. ―Jenn, estamos entre amigos, ― Skye disse a líder.


―Nós somos caçadores, ― Jenn disse, ofegante. ―Eu sou a líder, por favor, nos ajude. ―Os vampiros estão procurando por vocês, heim? ― Disse a mulher. ―Sí, ― respondeu Jenn. ―Nós estávamos na Praça de Touros. Nós ajudamos muitas pessoas a fugir, e agora Os Malditos sabem que estamos na cidade. Se você puder nos manter a salvo até eles irem embora, ficaríamos muito gratos. ―É claro, ― disse a mulher. ―Meus irmãos e irmãs, nós precisamos ajudar essas pessoas. Carlos, Amalia, por favor. Suas palavras galvanizaram o grupo. Um homem e uma mulher correram para o lado de Eriko. Eles a levaram a um sofá estofado, onde ela cuidadosamente definiu Jamie abaixo. ―Somos resis... ― Jenn começou, mas Skye cortou. Se essas bruxas estavam envolvidas na luta contra Os Malditos, eles não iriam participar de um grupo de Resistência. Eles seriam membros do Círculo, e ela, como um membro, prometeu nunca revelar a existência do grupo de bruxas dedicada à liberdade da humanidade. Claro, ela tinha quebrado esse voto, deixando escapar a verdade para Jenn. E depois de New Orleans, Skye havia confessado muito do Círculo, e eles tinham que bani-la, recusando-se a ajudá-la, mais. ―Eu sou a Sacerdotisa do coven, ― a mulher de vestido informou para Jenn. ―Nós vamos abrigá-los até que a perseguição seja interrompida e vocês possam sair com segurança de Pamplona. ―Bendito seja, ― Skye sussurrou. ―Preces atendidas, ― respondeu a mulher. ―Nem tanto, ― Jamie murmurou, suas pálpebras tremulando e o coração de Skye pulou. Jamie estava tão sarcástico como sempre, o que significava que ele iria viver. Ele se sentou no sofá e bocejou, como se sua próxima fuga de morte havia sido um insignificante fracasso. ―Suponho que você poderia ter um pouco de bebida? Uma cerveja, ou um pouco de uísque? ― Ele perguntou a Alta Sacerdotisa.


A boca da Alta Sacerdotisa se contraiu. ―Suponho, ― ela disse. ―Mas, por favor, todos se sentem antes que caiam. Todos vocês. Eva, Estrella, vejam as suas lesões. Vou pegar um pouco de bebida. ―Obrigada, ― disse Jenn, obtendo uma cadeira. Ela se afundou exausta. ―Não, nós agradecemos. Estamos em dívida com vocês, ― disse a Alta Sacerdotisa. ―Ao contrário de vocês, não podemos lutar. Mas podemos curar os lutadores. ― Seus olhos brilharam como uma pedra. ―E nós faremos.


Como um Caçador, você deve andar sozinho. Cuidado com as complicações. Você não consegue amar como os outros fazem. Você deve amar o dever. Não é possível ter amigos. Outros vão bater ao seu favor, apenas para atraí-lo em sua hora mais sombria. O seu dever sagrado não é para salvar, mas para caçar. Estacar vinte vampiros, e trinta almas irão amaldiçoar o seu nome porque uma criança foi tomada. Estacar centenas e você será caçado porque uma aldeia foi queimada. O Salvador é apropriadamente chamado, e você também.


As bruxas de Pamplona mantiveram os caçadores de Salamanca seguros enquanto os Malditos iam de casa em casa, procurando os humanos que ousaram vencer seus toureiros na arena. A Alta Sacerdotisa que era chamada de Maja, criou um feitiço para abafar os gritos que irrompia na noite enquanto os vampiros aterrorizavam o bairro. Mas Skye podia ouvi-los em seu coração dolorido. Quantos eles mataram por retaliação? Estavam alguns deles foragidos da Praça de Touros? Teria sido melhor para Pamplona, se os Caçadores não tivessem vindo? ―É por isso que não lutamos, ― Maja disse para Jenn. ―Nós só curamos. Skye olhou para o chão, e Jenn se moveu para o seu lado. Protetora, Jenn colocou uma mão no braço de Skye. ―Alguém tem que lutar, ― Jenn revidou. ―Eu não quero julgar você, ― disse Maja. ―Eu concordo. Alguém tem lutar. Se, talvez, nós tivéssemos lutado antes, não estaríamos nessa situação desesperadora agora. Duas das bruxas e Holgar passaram a reconstrução em um esforço para avaliar o quanto seria seguro para o grupo voltar para a van bem escondidos. Todos limpos, então, as bruxas deram aos caçadores roupas frescas. Cerca de três horas mais tarde, a própria Maja juntou uma escolta de quatro bruxas para magicamente proteger os caçadores enquanto eles escapavam de volta para a van. Antonio dirigia. Era uma distância de duzentos e cinquenta milhas, e eles estavam cortando próximo ao nascer do sol. Era verdade que os vampiros não podiam caminhar no sol. Se Antonio ficasse fora da luz solar diretamente, ele estaria a salvo, mas os raios solares cansariam os vampiros e tornava difícil para eles funcionarem. Eles sentiam uma atração para ir pelos subsolos – em caixões, catacumbas, porões, esgotos – isso era uma das razões que os deuses de suas crenças governavam o submundo: Hades, Samedi Baron, ou no caso o Sire de Antonio, Orcus. Durante a sua volta para casa, Jenn ligou para Padre Juan e lhe contou sobre seu fracasso via telefone celular. Assim, muitos tinham morrido, e eles


ainda não tinham ideia do que havia acontecido com os membros da Resistência que eles tinham ido encontrar. ―Sinto muito, ― concluiu Jenn. ―Tempo para lágrimas depois, ― Padre Juan respondeu. Skye realizou rodada após rodada de magias de cura na equipe, concentrando-se em Jamie, que começou a criticar ―a missão‖ tão logo que as portas foram fechadas da van. Ele não possuiu críticas específicas, ele estava apenas com raiva, e a ―inépcia‖ de Jenn foi um jogo justo, pelo menos na mente de Jamie. Skye fez algumas tentativas para defendê-la, lembrando que Jenn estava no comando, não ele, que o deixou ainda mais irritado. ―Sim, sobre isso, ― ele começou. Por fim Holgar rosnou incisivamente, e Jamie desceu alguns palavrões entre os dentes sobre as coisas que estavam desordenadas. Ainda estava escuro, quando eles chegaram aos portões da Universidade de Salamanca, mas Jenn podia ouvir o trilar dos pássaros cantando próximo ao amanhecer. Padre Juan os conduziu direto para a capela, onde ele colocou uma casula branca – roupa exterior de Padre – a opção da cor honra os mortos, e é realizada uma missa breve para o repouso dos inocentes assassinados e agradecer pelos caçadores de Salamanca de serem poupados. Jenn não era católica, mas ela respeitava, e ela se ajoelhou ao lado de Antonio no banco de oração. Frio emanava dele – ele não tinha calor no corpo – e ele se afastou ligeiramente, como se ele achasse que estava incomodando. As coisas estavam muito diferentes entre eles agora, tensas, desde... Heather. Tristeza inundou Jenn, e ela descansou o rosto nas costas das mãos. Ela estava exausta. Ela foi ferida no peito em New Orleans, e enquanto ela foi colocada de volta em conjunto e voltou para o campo de batalha, houve momentos em que sua lesão doeu. Ou talvez seu coração estivesse simplesmente quebrado. Ao lado dela, Antonio murmurou em latim e fez o sinal da cruz. O terço estava enrolado em torno de sua mão como uma bandagem. Nenhum outro vampiro que eles tinham encontrado poderia tocar uma cruz ou qualquer outra miríade de símbolos religiosos sem serem gravemente queimado. Isso significava que ele não era como os outros. Ele era diferente. Mas era difícil


para ela acreditar mais, agora que sua irmã mais nova tinha sido convertida. Heather foi a pessoa mais doce que Jenn já conhecera, e que sua doçura havia desaparecido. Se alguém como Heather ficou totalmente diferente, por que Antonio não? Talvez ele fosse apenas um grande farsante, fingindo ser bom para que ele pudesse um dia traí-los. Magia pode estar protegendo-o de cruzes e água benta. Não. Eu não acredito nisso. Eu não posso acreditar nisso. Mas a dúvida enfiou nela como a ponta de uma lâmina. ―Vão em paz. A missa está terminada, ― disse Padre Juan em inglês. Jenn se sacudiu um pouco; ela derivou durante o culto, como fazia muitas vezes. Talvez alguns dos outros encontravam conforto no ritual. Ela tendia a afinar isto a favor de se preocupar com as dezenas de coisas em sua longa, longa lista. Ela olhou para Antonio, cuja cabeça ainda estava abaixada em oração. À luz de velas cintilando pegou o preto azulado de seus cabelos. Ela queria correr os dedos por ele. Antes que ela soubesse que ele era um vampiro, ela havia passado horas olhando para Antonio, desejando que ele olhasse para trás. Praticamente todas as garotas em sua classe, tinha desmaiado em cima dele como se ele fosse um astro do rock, conversando e flertando com ele todas as chances que elas pudessem. Todo mundo tinha dito que ele era um estudante do seminário – estudando para se tornar um padre – que o fez um fruto proibido ainda mais doce. E depois, na noite de seu exame final, Antonio foi pareado com Jenn nesta capela. E ele havia confessado seus sentimentos por ela. E por que ele nunca poderia agir sobre eles. “Foi você, Jenn. você que conquistou meu coração” Sua voz ecoou em sua mente. Mas eu não sabia o que sei agora, ela pensou. Eu não sabia o que realmente significava se tornar um vampiro. Uma imagem de sua irmã se levantou em sua mente. ―Jenn? ― Antonio murmurou, olhando para ela.


Todos os outros estavam saindo da capela. Empurrando, ela ficou de pé e desviou para fora do banco. Antonio dobrou o joelho como um cortesão nobre, abaixou a cabeça na direção da grande cruz que pairava sobre o altar, e se benzeu. ―Venham à minha sala de estar. Vamos conversar. ― Padre Juan os convidou, liderando o caminho. A sala de estar privada era muito espaçosa, dominada por um crucifixo de madeira de oliveira grande que pendia atrás de um sofá de couro marrom. O padre passou por outra porta para pegar uma garrafa e algumas taças, e todos se sentaram cansados. Então todos nós lambemos as nossas feridas, Jenn pensou. Literalmente, no caso de Holgar. Jenn se afastou, incapaz de ver o lobisomem enquanto ele sorrateiramente limpava uma pequena ferida em seu pulso da maneira como os seus irmãos selvagens faziam. Ela preferiu se concentrar em um calendário acima de uma pequena mesa explorando uma chaleira elétrica, uma tigela de açúcar, e algumas xícaras e pires. O calendário apresentava os jardins e estátuas do parque El Retiro. Antonio hesitou, e então se sentou em uma cadeira de couro de frente para a TV, longe de Jenn. Skye se sentou ao lado dela. Em seguida, Jenn fez a pergunta que havia sido o plugue para ela. ―Moncho nunca se apresentou. Ele pediu ajuda, e nós fomos. Na mesma noite os vampiros atacaram, e nós fomos pegos de surpresa. ―Sim, coisa engraçada, ― disse Jamie, grunhindo de seu lugar caindo em uma cadeira. ―Continuamos indo em missões como nós fizemos antes de New Orleans, ― Jenn persistiu. ―Alguém pede ajuda e nós vamos. Mas não está funcionando. ―Sim, coisa engraçada, ― Jamie disse novamente. ―Mas enquanto a Resistência no mundo todo? ―Ela perguntou. ―Como grupos que existem como aqueles em New Orleans, que estavam tentando lutar com as habilidades e ferramentas que tinham. ―Por que, você quer matá-los também? ― Jamie falou lentamente enquanto puxava um cigarro do maço no bolso da camisa que uma das bruxas do sexo masculino lhe dera.


―Cale a boca, ― disse Skye, perdendo sua paciência incomum de pacificadora do grupo. ―Nós apenas começamos a sair como uma equipe por dois meses antes que Jenn tivesse ido para Califórnia. Pessoas por aqui nos descobriram e começaram a pedir ajuda. ―Seu ponto? ― Jamie disse. As bochechas de Skye ficaram rosadas. Jenn sabia que Skye tinha uma queda por Jamie. O gosto ruim de Skye por homens a surpreendeu. ―Portanto, faz sentindo que os Malditos ouviram falar de nós também, não é? Então mais deles estão aparecendo a cada missão. Eles estão mirando em nós. Nós estamos em desvantagens, ― disse Skye. ―Boas palavras, ― Holgar disse a ela, piscando-lhe um sorriso. Ele estava recostado em algumas almofadas decorativas no chão. Eriko não participou da conversa. Ela estava esfregando seu ombro e olhando cansada e pálida. Padre Juan reapareceu com uma bandeja de laca contendo uma garrafa de água, uma garrafa verde escuro de vinho, e sete copos. Jamie bateu o cigarro apagado contra o recipiente de papelão. Skye olhou para o irlandês, que suspirou e colocou o cigarro fora. ―O que vocês estão discutindo? ― Padre Juan perguntou. ―Jenn está querendo saber sobre outros grupos como o nosso, ― disse Antonio. ―Durante a guerra, havia células de Resistência por toda parte, lutando para sobreviver, para lutar. Quando Antonio falou sobre a guerra, ele quis dizer a Segunda Guerra Mundial. Adolf Hitler iniciou sua campanha de terror, e Antonio descaradamente foi embora do seminário em 1941 para se juntar ás Forças Francesas Livres. Ele tinha sido chamado de Maquis, após a escova filiforme com o mesmo nome, onde eles se esconderam nas florestas francesas. Em uma de suas primeiras missões, ele ficou para trás para oferecer a um compatriota que estava morrendo, os últimos sacramentos da Igreja, e ele tinha sido atacado e ―convertido‖ no campo de batalha. Mais do que isso, Jenn realmente não sabia. Ele não gostava de falar sobre isso. ―Então, é lógico que possa haver muitas células de Resistência hoje, ― Jenn colocou para fora. Padre Juan balançou a cabeça quando ele colocou a


bandeja. ―Talvez seja a hora de chegar a estes grupos. Ajudá-los, e talvez conseguir a sua ajuda em troca. Pelo menos podemos tentar coordenar os nossos esforços. Isto não é um problema local. E se um dia todos nós conseguíssemos levantar como um só corpo e assumir o inimigo, talvez ganharíamos. ―Amém, ― Antonio murmurou, fazendo o sinal da cruz. Os olhos do Padre Juan brilharam com a esperança perdida de Jenn. Ele decantou a garrafa e organizou os copos em um semicírculo, mas ele não os preencheu. Ele estava esperando o vinho respirar. O peito de Jenn estava tão apertado que ela não conseguia respirar. ―Ficar em pé? ― Jamie zombou. ―Nós não podemos confiar nem nos aliados que nós temos. ―Talvez precisamos de aliados melhores, ― Eriko aventurou. ―E mais deles, ― Holgar acrescentou, em seu sotaque cantante dinamarquês. Ele torceu um meio sorriso. ―De preferência os menos ranzinzas. ―Cala essa boca, lobo, ― Jamie disse, olhando. ―Não há nada de engraçado aqui. ― Ele deu uma olhada para Antonio e apontou. ―Alguém disse aos vampiros de Pamplona para pressionar a data. O olhar respondendo de Antonio foi gelado. ―É comum em tempos de guerra para espalhar desinformação. Eles podem ter planejado o tempo todo à ―execução dos humanos‖ na noite passada. Mas concordo. Muitas vezes os vampiros parecem saber sobre nossos planos. ―Imaginei, ― Jamie colocou para fora. ―E agora temos dois vampiros vivendo sob o nosso teto. ―Basta, ― Padre Juan os repreendeu quando ele começou a encher os copos. Ele acrescentou uma medida saudável de água em um deles, e entregou para Jenn. Ela ainda não era uma bebedora de vinho. ―Vamos procurar essas células de Resistência, ― Jenn disse. ―Nós não somos diplomatas, ― Jamie argumentou. ―Eu vim aqui para matar vampiros não, iniciar um clube.


Padre Juan o ignorou. ―Jenn é a sua líder e este é um movimento sábio. Eu e Skye, vamos trabalhar em magias e tentar discernir onde é seguro se aproximar. ―Nós não podemos mesmo confiar uns nos outros, Padre. ― A voz de Jamie aumentou. ―E sem nenhum desrespeito, mas você e Skye não estão encontrando o traidor que mantém o idiota dizendo os nossos planos. ―Jamie, Kun, ― Eriko murmurou. ―Por favor, não discuta com Padre Juan. Jamie fechou sua mandíbula apertada, a veia em sua testa saliente. Ele estava mal mantendo sua fúria sob controle. Padre Juan levantou. ―Vou pedir ao irmão Manuel para fazer a todos vocês algo para comer. Vocês devem está com fome. ―Tenho que certeza que Antonio está, ― disse Jamie. ―Todo aquele sangue em si, daria uma entrada para um grande jantar. ―Jamie, ― Padre Juan reprovou. O padre saiu e a equipe se sentou por um momento, olhando para uns aos outros, bebendo seu vinho. Depois de um minuto Jamie pegou o controle remoto da televisão pequena no canto e ligou. Um pouco de televisão iria ajudá-los a relaxar. E se estivessem assistindo alguma coisa, eles não teriam que falar sobre o que tinha acontecido. Um programa de notícias apareceu. ―Bienvenidos, España‖, ― disse a apresentadora linda loira. Seu colega, um homem com cabelo de pimentão, sentou ao lado dela e sorriu para câmera. “Hoje, o Ministério da Economia e das Finanças anunciou um programa de novos benefícios para os nossos idosos. Todas as pensões serão aumentadas em dez por cento, com vigência no dia quatorze de novembro. Esse objetivo será atingido sem aumento de imposto, devido à redução nos gastos com a Defesa Nacional.” ―Sim nós, ― disse Jamie. Mas o governo espanhol nunca tinha um pé para um projeto de lei para a Academia ou os Caçadores que se formavam. A Igreja Católica tinha, e na medida em que Jenn sabia, ela ainda estava pagando. “Em outras notícias” o colega da loira, disse, “há uma exposição de novas artes no Alhambra, chamado Irmãos. Que caracteriza óleos e aquarelas por alguns dos principais


artistas do mundo vampírico. A rainha vai participar da inauguração, e chefes políticos de Estado e celebridades do teatro e do cinema estarão voando para admirar as lindas telas, onde irão comemorar a relação especial entre a humanidade e aqueles que andam a noite. O grupo gritou em uníssono. ―Oh! Um segmento seguinte sobre uma queda na criminalidade violenta em Madrid. Muito da notícia era propaganda, mentiras sobre os Malditos ou banalidades no contexto de todos e lutas e mortes. ―Isso é uma merda, ― resmungou Jamie e Jenn teve de concordar. Ela olhou para Antonio, que estava assistindo, petrificado. Ele tinha visto isso antes – em outros tempos, durante outras guerras. Após esse tempo todo ele ainda era o homem idealista, muito mais que antes, há setenta anos. Dando a sua alma a Deus e sua vida para o povo? Isso é porque eu me apaixonei por ele, ela pensou com admiração. Ele é como meus avós, coloca tudo na linha para lutar pela justiça. Como o Papa Che. Deus, eu sinto tanta falta do Papa Che. Ela tinha saído de casa e se juntado a Academia por causa do Papa Che. Ela percebeu no início que Antonio tinha nascido na mesma época que o seu querido avô. ―Antonio, eu preciso ver você. ― Padre Juan chamou. ―Ya vengo5, ― disse Antonio em espanhol. Ele se levantou e começou a sair da sala. A apresentadora olhou melancolicamente para a câmera, e um logotipo de um morcego carregando um coração apareceu atrás dela. “Em notícia dos Estados Unidos, você pode recordar o conto trágico de Brooke Thompson e Simon Morton, os jovens amantes, que foram brutalmente assassinados na casa de Brooke, em Berkeley, Califórnia.” ―Oh, Deus, ― disse Jenn, sentindo-se doente. “Movido pelos seus sofrimentos, Salomon ergueu um belo monumento em homenagem, que, infelizmente, foi desfigurado na noite passada.” A fotografia apareceu na tela por trás da apresentadora. Mostrava um templo grego rodado com duas estátuas de mármore branca que estava dentro. 5

YA VENGO – estou indo.


―As impressões digitais e outras provas periciais apontaram para o autor dos seus homicídios, bem como a profanação da noite passada, como uma jovem humana chama Jennifer Leitner, uma antiga colega de escola da Señorita Thompson.” Uma imagem de Jenn piscou por trás da apresentadora. Era a imagem de calouro do ano do ensino médio. Jenn sentiu o seu estômago despencar. Depois que seu pai havia a traído com os vampiros, Jenn procurou refúgio na casa de sua amiga de infância Brooke, não percebendo que o noivo dela era um vampiro. Isso não tomou muito para o Maldito ligar as duas e arrancar a garganta de Brooke antes que Jenn fosse capaz de estacá-lo. Lágrimas quentes rolaram a memória de ver Brooke deitada sem vida no chão. Eu a matei, indo ajudá-la. Ele a matou. Isso não é amor. Simon a amou. Se tivesse, ele não teria feito isso. Seu olhar assinalou para Antonio, que estava perto da porta, observando atentamente, um músculo trabalhando em sua mandíbula. Por um momento agitou a dúvida nela. Houve muitas vezes em que Antonio teve que se conter para não machucá-la mesmo que ele a amasse. Sua natureza vampírica era tão poderosa que era quase impossível lutar, mesmo para ele. Ela ficou olhando quando ele se virou e saiu da sala para se juntar ao Padre Juan. ―Isto é um cavalo muito morto que eles estão batendo, ― comentou Jamie. ―Isso aconteceu, o que, um mês atrás? Quase? ―Eles estão usando isso como um símbolo, ― disse Holgar. ―Símbolos são muito poderosos. “Salomon afirmou que o vandalismo serve como um lembrete cruel que, apesar da coexistência pacífica entre os vampiros e da ignorância humana, o ódio ainda existe. E é no interesse de que a paz e a atitude do perdão genuíno que Salomon convidou a Sra. Leitner a se encontrar com ele.” ―O quê? ― Jenn chorou. Então lá estava ele na tela: Salomon, o vampiro que havia orquestrado a guerra contra a humanidade. Ruivo, com um nariz arrebitado e surpreendentes olhos azuis, ele estava vestido em um terno preto e uma camisa branca de gola alta. Seu rosto era sombrio. Em seguida, a câmera puxou para trás, revelando


uma segunda figura na tela. Jenn piscou com espanto quando ela reconheceu seu pai. A mão de Salomon estava em seu ombro. “Este é Paul Leitner, é o pai de Jenn. Ele perguntou se podia dizer algumas palavras à sua querida filha.” Todos os caçadores olharam para Jenn, então de volta para a tela. ―O que ele está fazendo com Salomon? ― Skye disse. ―Não foi Aurora quem atacou você? Jenn se inclinou para frente, com tonturas e doente ao ver o homem que havia tentado negociar a vida dele pela sua, sua mãe e Heather. ―Ele é um Fanger6? ― Jamie perguntou. ―Skye, você está recebendo vibrações? ―Eu só posso dizer se ele estivesse fisicamente presente, ― a bruxa respondeu. ―Eu também, ― disse Holgar. ―Até o cheiro. ―Se ele estivesse fisicamente presente, ele estaria morto, ― disse Jamie, segurando dois dedos na versão irlandesa da saudação de um dedo. ―Shh, por favor, ― Eriko murmurou. O rosto do pai de Jenn estava deformado. Jenn mal podia suportar olhar para ele. Seus olhos estavam se contorcendo, e ele lambeu os lábios uma vez, antes de começar a falar. “Minha filha é uma mulher muito doente e jovem. Eu não sei o que causou seu medo irracional e ódio pelos Malditos, mas eu sei que ela precisa de ajuda. Por favor, Jenn, se você estiver ouvindo, venha para casa. Tudo vai ficar bem. As autoridades me prometeram que você irá obter a ajuda necessária, e se você vier, nenhuma acusação será válida. Por favor, baby, volte para casa. Será melhor para todos.” ―Que diabos? ― Jamie gritou. ―Oh, Deusa, por que Salomon quer você? ― Skye deixou escapar em desânimo.

6

FANGER - Aquele que usa alguém para conseguir o que quer, e não oferece benefícios para a pessoa ficar presa; é dito que "cavar suas presas" em alguém.


―Talvez Aurora e Salomon estejam trabalhando juntos, ― Holgar aventurou. ―Sabemos que Aurora estava tentando chegar a Antonio. Então, talvez Salomon deseje Antonio, também. ―Odeio dizer isso, mas ele simplesmente não é tão importante, ― disse Jamie, alcançando a garrafa de vinho no tempo exato que Holgar. Jamie fez um show para deixá-lo pegar. Holgar entregou a Jenn. ―Beba, ― ele ordenou a ela. Olhando para a tela, que agora apresentava um comercial de uma loja de departamento, Jenn se levantou e saiu da sala. *** O peso familiarizado do sol puxou Antonio quando ele seguiu Padre Juan para baixo em um dos setores subterrâneos da universidade. Ele não sabia por que o lugar havia sido criado, mas ele sabia que tinha sido criada uma cela que mesmo um vampiro louco não poderia fugir. E recém convertida, arrancada de caçar, Heather era um vampiro louco. Depois de passar por uma série de portas trancadas, cada uma mais impressionante do que a outra, eles chegaram ao ambiente que continha a prisioneira. Heather estava chamuscada no canto mais distante de sua cela. Eles haviam a lavado, mas seu cabelo loiro estava emaranhado, e sangue seco estava emoldurado sob as unhas que ela rasgou. Assim que ele achou que ela poderia suportar ser tocada, Antonio garantiu que ela tivesse um banho e roupas limpas. Ele não tinha ideia de como iria realizar isso, mas seria um passo importante para tornar a sua aparência, e esperançosamente sentir, humana. Antonio suspirou de frustração por suas condições de vida. Quando ela tinha sido capturada por Aurora, Heather também havia sido mantida em uma jaula. Duas gaiolas, duas prisões – que dificultava para eles distinguirem-se como os bons, agora que as circunstâncias haviam mudado. Heather olhou para eles, os olhos cheios de sede de sangue, as presas estalando juntamente. O cheiro de sangue pendurado grosso no ar, mesmo


quando ele viu a prova de uma ferida no braço de Heather desaparecer lentamente. Antonio compartilhou um olhar rápido com Padre Juan. Heather estava bebendo de si mesma. Que não era bom. Padre Juan pareceu preocupado também, ele conduziu uma taça debaixo de suas vestes, junto com um pacote de sangue que parecia que tinha vindo de um hospital. ―Gracias, padre, ― Antonio murmurou enquanto ele pegou os itens. Padre Juan e um dos outros sacerdotes da Universidade se revezavam fornecendo sangue para Antonio o quanto ele precisava para sobreviver. Os Malditos só podiam beber sangue humano. Que era mais uma mentira que eles haviam dito a raça humana. Aqueles que afirmavam ser capazes de beber de animais disseram isso apenas para enganar a humanidade. Antonio era um vampiro de décadas, e ele treinou a si mesmo para sobreviver com muito pouco. Para Heather, recém convertida, a necessidade de abastecimento contínuo de sangue era grande demais para dois ou até mesmo quatro sacerdotes podem oferecer. Então, Padre Juan teve a necessidade de ir para outro lugar para garantir o abastecimento. Antonio desconfiou que lhe custou muito fazer isso, especialmente desde que a Universidade não desfruta os mesmo privilégios que costumava ter. Antonio abriu a bolsa e despejou o sangue no cálice. Não iria realmente saciar a fome dela. Sangue vivo iria nutri-la de forma bem mais satisfatório. Mas beber de um copo era apenas uma maneira que eles estavam tentando de Heather começar a se re conectar com a humanidade que foi arrancada dela. Mas fazendo com que ela tomasse o sangue em um copo, ele estava tentando fazer com que ela, lembrasse de todas as outras vezes, todos os outros líquidos, que ela havia bebido, e associar isso com a maneira correta de conseguir sua nutrição, não bebendo da garganta de alguém. Heather gemeu e se moveu para frente da gaiola, estendendo a mão em direção a ele quando o cheiro de sangue atingiu no ar. Ele andou na direção dela com cuidado, tentando não assustá-la. ―Como você está hoje, Heather? ― Ele perguntou. A luz do dia ia tirar a sua força, assim, torná-la um pouco sonolenta.


Ela piscou para ele. O processo de conversação era tão violento que muitas vezes deixava a vítima em choque, incapaz de falar ou até mesmo pensar, algumas vezes por tanto tempo, quanto dois ou três meses. Antonio orava com fervor para que ela se adaptasse em breve. Seria mais fácil de chegar até ela quando ela tivesse passado por essa fase. No momento, era como tentar conversar com um leão raivoso e esperar que ele entendesse você. ―Jenn está ansiosa para vê-la. Ela sente a sua falta, ― ele disse. Apertando seus olhos vermelhos e mostrando suas presas, Heather gemeu quando ela estendeu a mão para a taça. Ele consentiu, entregando a ela. Que a agarrou com grito vitorioso, em seguida, o conteúdo espirrou sobre seu rosto. ―Ay, ― Padre Juan disse, enquanto ele moveu suas mãos e começou a cantar em latim. Não era uma oração a Deus, mas um feitiço mágico para acalmar e acalmá-la. Antonio rezou para que desta vez funcionasse. Ele sempre orava, o tempo todo. Enquanto Padre Juan realizava seu encantamento, Antonio se agachou na frente da cela. Heather recuou voltando para o seu canto, ocupada tentando absorver o sangue em seu rosto e das mãos, ela se sentou sobre o cobertor e travesseiro que eles deram a ela. Seu urso de pelúcia cinza estava recheado de duas marcas de perfuração em seu pescoço. Ao lado do urso estava o inalador que ela precisou em sua vida humana para asma. Ela nunca iria precisar dele novamente, mas Antonio tinha esperança de que, como o urso, ele serviria para lhe recordar da ―garota‖, que ela tinha sido. ―Heather, nós podemos lhe dar mais sangue, se você apenas falar conosco, ― disse Antonio. ―Por favor, querida. Todos nós sentimos saudades sua. ― Ele ouviu passos atrás dele. Havia poucas pessoas que vinham para cá. Antonio se virou e viu Jenn se aproximando em pânico. ―Padre Juan, ― ela falou. ―Meu pai estava na TV com Salomon. ―O quê? ― Padre Juan e Antonio falou ao mesmo tempo. Eles olharam com horror um para o outro. Jenn tentou passar por eles até Heather, mas Antonio a bloqueou. Ele não queria que Jenn visse sua irmã com sangue


manchando todo o rosto. Sua mente correu. Salomon poderia ter matado seu inimigo?Havia o pai de Jenn fugido e procurado o refúgio de Salomon? Eles precisavam saber mais imediatamente. ―O que eles disseram? ― Padre Juan perguntou a Jenn. ―Eles disseram que existem provas me ligando ao assassinato de Brooke e Simon. E que eu vandalizei o seu monumento na noite passada. ― Ela segurou as lágrimas e tentou deslocar Antonio, mas ele permaneceu firme. ―Primeiro uma irmã, depois a outra, ― Padre Juan disse. ―Deve ser uma manobra para chegar até você, minha filha. Isso vai ser resolvido. Vou contatar os outros grupos de Resistência e ver se alguém sabe alguma coisa. Oh, Jenn, Jenn, Antonio pensou, sentindo a restritividade líquida em torno deles, mas não se importando com sua própria segurança. Somente a dela. ―Antonio, por favor, fique de fora, ― disse Jenn, seu rosto branco. ―Eu preciso da minha família. Antonio olhou em seus olhos e viu apenas a dor lá. Ela teve um choque terrível, e ele temia ver que Heather só faria tudo piorar. Ele começou a negar com a cabeça, mas ela colocou sua mão em seu braço. Ele podia sentir seu calor, então, ele fechou os olhos brevemente, saboreando a sensação. Atrás deles, houve um grito agudo repentino de Heather. Ela estava se jogando nas barras. ―Heather, sou eu, ― Jenn chamou. Jenn e Antonio viraram-se, de frente para Heather. Os olhos de Heather estavam brilhando, seus braços batendo descontroladamente, e ela se jogou contra as barras na tentativa de sair. ―Ela me conhece! ― Jenn chorou. ―Fique longe, Jenn. ― Padre Juan ordenou. Quando Jenn disparou em direção a Heather, Antonio passou os braços em volta da sua cintura para detê-la. Heather gritou, empurrou seus braços em direção a Jenn. Sangue fluiu do couro cabeludo de Heather onde ela tinha batido contra as grades. Ela agarrou o ar, na tentativa de chegar a Jenn. Não porque ela a ama. Porque ela sabe que ela é uma presa. ―Heather! ― Jenn gritou novamente.


Longe de se acalmar a criatura na gaiola, a voz de Jenn a enfureceu ainda mais, e ela começou a bater nas grades e no chão, gritando cada vez mais alto, espuma começou a manchar nos cantos de sua boca. ―Jenn, vou levar você daqui, ― disse Antonio. ―Me solte! ― Ela gritou com ele, levantando a mão como se quisesse agredi-lo. ―Você... Monstro. ―Jenn, ― Padre Juan disse. ―Você deve sair. O padre pegou o braço de Jenn e a puxou com firmeza em direção à porta. Ela gritou e chorou, Antonio percebeu a dor dela, mas suas palavras o cortaram profundamente. Ela estava certa. Ele era um monstro. Ele tinha aprendido a controlar os desejos de sangue para derrotá-lo, na maior parte, mas ele ainda esta lá. Somente a oração e a misericórdia de Deus haviam permitido que ele empurrasse a tentação para o fundo de sua mente. Olhando para Heather, ele olhou para si mesmo. Ele não tinha visto seu reflexo desde os anos setenta. Até agora. ―Padre, isso não vai funcionar, ― disse Jenn, quando ela cerrou os punhos e apertou-os contra a sua boca para construir uma barreira de gritos que estavam prestes a estourar para fora dela. ―Antonio não será capaz de trazê-la de volta. ―Nós não sabemos disso, ― ele disse a ela, enquanto ele colocou a mão no corrimão da escada que levava ao andar principal do edifício. ―Você está em perigo, eu sei, mas você deve ter fé. ― Ele fez o sinal da cruz sobre ela. ―Eu vou voltar para ela agora. Para orar e trabalhar a magia. Ela assentiu, e ele saiu. Náuseas varreram seu estômago. Ela cambaleou como uma mulher cega a escada escura, então ao longo dos corredores do prédio da Universidade, sugando a mistura de pó de tijolo e madeira velha que ela lutou para controlar. Ela não sabia o que era pior, ver o seu pai na TV, ver a sua irmã escarnecer como um demônio, ou perceber que Antonio havia sido assim. Que ele pode ser assim novamente.


Tropeçando até parar, ela baixou a cabeça contra os nós dos dedos. Nenhum dos vampiros que ela havia estacado parecia como pessoas para ela. Eles eram tão mal que eles eram quase alvos em algum jogo de vídeo surreal. ―Estacar vampiros, ganha mil pontos.‖ Ou talvez fosse seu coração que havia se recusado a reconhecer que Antonio era um vampiro plenamente desenvolvido, um Maldito, e não um tipo ―especial‖ de humano. Talvez ele não fosse um tipo especial de vampiro. Ele tinha matado brutalmente pessoas. Quando ele foi convertido, ele não foi capaz de parar. Parecendo com Heather, fora de controle, que fez Jenn ter mais dúvida sobre o passado de Antonio. Ela sabia que havia muito que ele mantinha fechado para ela, que estava oprimindo fardos que ele recusava a compartilhar. Ela tinha interpretado a sua reserva como uma tentativa de protegê-la. Mas agora ele não podia. Heather era o seu espelho, e seu segredo estava para fora. ―Oh Deus, ― Jenn sussurrou. Não era uma oração. Ela não podia imaginar alguém ouvindo. Seus joelhos dobraram, e ela caiu no chão. Se ela não tivesse ido com seu pai no dia que Aurora atacou; se ela nunca tivesse ido à Espanha para se tornar uma Caçadora; se apenas, se apenas, se apenas. Mas, então, haveria outro dia, uma traição diferente. Seu pai planejaria seu encontro com Aurora. Os vampiros venceriam a guerra. ―Heather, ― ela sussurrou. ― Volte. Ela se sentiu como se estivesse se desintegrando, como a espuma sobre as ondas. Abaixo, os tubarões nadavam profundamente. Ela realmente iria perder, e ela não sabia se podia juntar-se novamente. Então ela imaginou sua avó Esther no funeral do Papa Che – triste, mas composta, estóica, a matriarca da família segurando sua família desestruturada para dar conta. E então, depois Jenn teve que superar Aurora; sua avó, vindo para ela e mantendo a calma, dando-lhe força e apoio. Deve ter sido tão difícil para a sua avó saber que um filho da puta, seu filho era um covarde, sabendo que Heather estava em perigo mortal por causa dele, em seguida, deixando Jenn lidar com isso sozinha.


Nós precisamos dela, Jenn pensou. Eu preciso dela. Vovó havia enviado uma mensagem de texto desde que se separaram no Aeroporto de Oakland. Montana. Vovó tinha prometido levar sua mãe e levá-la para algum lugar seguro. Montana era muito grande. E muito longe. Jenn tinha esperança que ela mandasse o texto novamente, ou, ainda melhor, ligasse. Sua avó estava protegendo ambas, mantendo o seu silêncio. Mas Jenn desejava ter notícias delas. Sua família estava desmoronando, e Jenn precisava de um ombro, e braços fortes ao seu redor. Alguém que a conhecia, que a amava. Imagem de Antonio floresceu em sua mente. Ela sacudiu a cabeça. Que não podia ser ele. Meu pai está com Salomon. Ele é um traidor da raça humana. Será que vovó o viu na TV? O que está acontecendo conosco? Com a minha família? Tremendo, ela foi para o seu quarto e deitou na cama, ignorando a batida suave em sua porta. Tensa, ela pensou – esperança, temida – talvez fosse Antonio, mas era o irmão Manuel, o cozinheiro. ―Caçadora? ― Ele murmurou em inglês. ―O café da manhã está pronto. Ele era doce com ela por falar inglês, sempre que podia. Ela virou o rosto para a parede e ficou olhando para as sombras.


Malditos, assim nós somos chamados; Mas vocês são aqueles cujos corações estão mutilados, passando agora ao nosso lado; Enquanto o nosso amor queima profundamente; Tudo o que nós somos, trazemos para o trabalho; Tudo o que nós temos são de vocês, basta pedirem, para amarmos a humanidade por tudo o que são.


A missão está falhando, Noah Geller pensou, quando ele caiu de joelhos na neve enluarada. As costas curvadas, ele se inclinou nas mãos e arquejava como um animal moribundo. Criaturas horrendas gritavam enquanto o perseguia através da floresta – olhos humanos, dentes de vampiros e mandíbulas de lobo. Reunindo todas as suas forças, ele cambaleou para trás até seus pés. Ele estava suando dentro de seu casaco de inverno. Ele cambaleou à esquerda, tropeçando em um tronco de árvore esguio, ele agarrou-se a ele e depois deslizou para baixo, fazendo caretas enquanto lascas salpicavam sua ferida. Ele correu muito e duro como pôde, mas a lesão tinha vencido. Tonturas, ele se jogou para o lado. Mais sangue florescia de seu uniforme branco, espalhando-se por baixo dele, como um pára-quedas vermelho esvaziando contra a terra. Seu peito queimava como se alguém tivesse jogado brasas dentro de suas costelas, e somente quando ele pensou que não podia suportar a dor, ele foi estranhamente entorpecido. Apesar dos cinco anos que passou no Mossad, as forças israelenses especiais, ele nunca tinha sido baleado, e ele não sabia se era assim que deveria se sentir. Mas à medida que ele examinou a neve escurecida sob o luar, ele sabia que era ruim. E as equipes estavam correndo fora do tempo. Dantalion, um vampiro com séculos de existência, tinha comandado o palácio para suas experiências, para criar vampiros, humanos e lobisomens híbridos, super soldados para desencadear sobre a raça humana. E aqueles super soldados, estavam caçando Noah e as estrelas de David, a equipe árabes Taamir e os filhos Crescente. Algumas das criaturas foram caçadores, e seus treinamentos além de aprimorar suas proezas lhes davam uma vantagem mais terrível sobre Noah e seus companheiros de equipe.


Antes de Dantalion, cientistas do governo russo usaram o palácio como laboratório e criaram dezenas de cepas de vírus e pragas. As pessoas ficavam bem longe do palácio. Todas as plantas nos jardins uma vez exuberantes murcharam e secaram. Nenhum pássaro voava. Nenhum sapo coaxava. Bebês nascidos dentro de um raio de dez milhas saíam errados, e raramente sobreviviam. História do mal do palácio serviu como um impedimento para alguns combatentes da liberdade, mas não todos: foi por este motivo, sujo de neve que Noah Geller estava morrendo. ―Merda, ― ele murmurou. E tirou o rádio. Que não funcionava mais. Então ele pensou em Chayna, pegando seu grande pingente de Estrela de David que ele usava no pescoço. Chayna, sua jovem esposa, seu verdadeiro amor, com o seu cabelo vermelho e enormes olhos verdes, e as diferenças entre eles, eram os dois dentes da frente dela. Vê-la como ela era antes de ele a matar. Escutando passos pesados se aproximando.


Eram dez da manhã, e o sol estava cutucando através de uma camada de cobertura de nuvens escuras. A antiga ponte era bonita. O rio estava claro. Holgar tinha Jammin de Gackt, através dos alto-falantes, e ele estava cantando junto em dinamarquês. Skye estava olhando fixamente para a pedra de vidência, como se fosse um GPS. Depois que o pai de Jenn havia aparecido na TV com Salomon, Padre Juan foi a todo vapor para a Internet, enviar mensagens, buscando informações, tentando formar alianças. O mestre mandou Eriko e Jamie a Veneza para se encontrar com uma célula de Resistência na esperança de encontrar mais. Holgar e Skye tinham chegado a Toulouse, pela mesma razão. Holgar estava empolgado para acrescentar mais números para o seu lado da equação. Ele era um homem animal, depois de tudo. Sentido esperança, ele puxou sua van branca para um parque de estacionamento perto do centro da cidade temerosa universitária. Estampada em um poste, na frente da cidade antiga, braços caracterizavam o Cordeiro de Deus em pé no que parecia ser um pirulito gigante estampado com uma cruz estilizada dos Cruzados. Toulouse estava localizada na região Midi-Pyrénées na França, e o logotipo do Midi-Pyrénées era uma bandeira vermelha com uma cruz de ouro dos Cruzados decorada com doze pontos – para os Doze Apóstolos. Ele gostava de todos os Cruzados atravessando a cronicidade. Isso o fez se sentir com sorte. Sim, sorte de estar longe de Madrid, onde todos estavam perdendo suas mentes. Jenn estava confusa. Antonio passou a maior parte de seu tempo tentando ajudar sua irmã, e Skye foi até lá também. Mas a bruxinha não tem muitas esperanças para Heather.


Skye estava cansada e irritável, e Holgar sabia que algo estava acontecendo com ela. Ele só não sabia o que era. Eriko queria que as pessoas parassem de discutir. Jamie queria Heather estacada. Ele disse que ela era uma distração que eles não podiam pagar. Padre Juan rebateu que, se um vampiro podia ser puxado de volta para a luz – como Antonio – então, talvez, outros poderiam ser salvos. O que Jamie disse seguinte foi irreproduzível, Padre Juan o fez pagar penitência, trabalhando na cozinha com o irmão Manuel. Descascando cebola até que ele chorou como um bebê. Holgar não podia deixar isso passar. E quanto a Heather, ela simplesmente não o incomoda tanto quanto ela perturba todos os outros. Vampiros devoradores, lobisomem na lua cheia, não são tudo a mesma coisa? Ao seu lado Skye murmurava em latim. Ela cheirava extraordinariamente; eles pararam em uma doceira francesa na estrada, e ela cheirava a manteiga e a açúcar. As tranças rastafári dela estavam enroladas em um coque com alguns dreads soltos sobre os ombros. Grandes brincos brilhantes com penas tribais escovavam seu queixo, completando com maquiagem preta e espessa nos olhos e uns pontos de turquesa em suas têmporas, como se ela fosse uma princesa do antigo Egito. Kohl7 manchado sob seus olhos, e ele pensou que ela parecia um pouco demente, mas longe de lhe dizer, jamais. Ela poderia transformá-lo em um sapo. Ah, Skye como uma pessoa adorável é aterrorizante. Holgar não podia deixar de sorrir quando ele deslizou a van em uma vaga de estacionamento muito apertada. ―Hey, isso seria alguma coisa, ― ele disse em voz alta. ―Se você pudesse transformar os vampiros em sapos. ―O que você está falando? ― Ela perguntou, olhando da pedra para ele pelo pára-brisa. Ela se espantou. ―Caramba, Holgar, você vai bater na Mercedes. ―Não aconteceu. 7

KOHL - Kohl tem sido usado tradicionalmente desde a Idade do Bronze (3500 em diante BC) pelos egípcios, rainhas. Foi originalmente usado como proteção contra doenças oculares. Havia também uma crença de que o escurecimento ao redor dos olhos os protegeria a um dos raios ásperos do sol. Kohl é o mesmo que cosmético. Além disso, as mães aplicavam nos olhos de seus filhos logo após o nascimento. Alguns faziam isso para “fortalecer os olhos da criança”, e outros acreditavam que poderia impedir a criança de ser amaldiçoada pelo mau-olhado.


―Porque eu conjurei uma magia de segurança, ― ela informou a ele. ―Você só quer levar o crédito. Ela bufou, e ele riu. Eles saíram do carro. Que estava gelado: os alunos estavam agrupados em seus casacos e botas, ouvindo música com seus fones de ouvido, e enviando mensagens de texto como loucos. Quiosques anunciavam aulas de ioga, quartos para alugar e protestos de reuniões – mesmo aqueles para protestar contra a incursão dos Malditos. Que era difícil de acreditar que Toulouse era uma cidade cercada, uma sobre a capitulação do governo de vampiros. Os Malditos devem ser muito arrogantes, permitindo a liberdade de todos. Ele não podia sentir o cheiro de quaisquer vampiros ao redor. Simplesmente porque era dia, porém, não significa que eles não podem estar escondidos no interior de edifícios próximos. Ele olhou para Skye. ―Você sente a presença de qualquer Maldito? ― Ela balançou a cabeça e estudou sua pedra de vidência com toda atenção de um jogador, enquanto passeavam. Holgar gentilmente pegou seu antebraço para guiá-la em torno de um sinal de trânsito. ―Algo errado? ― Ele perguntou a ela. Ele cheirava o medo ondulando dela. Holgar agarrou a sua pedra. Que estava em branco. Ele sabia que qualquer um poderia ver em uma pedra de vidência – se houvesse alguma coisa para ver. ―Você acabou de apagar isso? ― Ele exigiu. Ela balançou a cabeça. Suas tranças viraram contra sua mandíbula. ―Não havia nada aí. ― Ela pegou a pedra de volta. ―É muito rude tocar o arcano de uma bruxa, ― ela o informou. ―Isso é sintonizado com minhas vibrações. ―Perdoe-me, ― ele disse, mas Holgar tinha a sensação de que ela havia apagado alguma coisa ao invés de deixá-lo ver. ―Eram apenas coisas de família. ― Sua voz estava apertada, nervosa. ―Padre Juan disse para passar do Falafel8 que fica ao lado da loja de tapetes. Você vê uma loja de tapete?

8

FALAFEL - é uma comida popular no Oriente médio. Consiste em bolinhos de grão-de-bico fritos, consumidos em pão sírio com homus (pasta de grão de bico), tahine (pasta de gergelim) e salada.


Holgar avistou uma cachorra pequena decorada com um toldo azul escuro. Uma frigideira estalou com gordura quando uma menina de pele clara em uma calça jeans vintage bordada que colocou o falafel para cozinhar. Ela tinha listras roxas em seu cabelo negro, e ela parecia extremamente entediada. ―Ela está sozinha? ― Holgar perguntou. ―Deixe-me ver, ― disse Skye, murmurando um encantamento enquanto ela segurava a pedra mais perto de seus olhos. Ela fez uma pausa, depois deu de ombros. ―Eu não sei. ―Eu não fiz nada para sua pedra, ― ele disse, sentindo-se irritado. A menina falafel olhou para eles e depois inclinou a cabeça. Ela puxou para cima a seção de malha da frigideira, permitindo que os bolinhos falafel começassem a drenar. ―Eu acho que ela é a única, ― disse Skye. ―Vamos nos apresentar. Holgar e Skye se aproximaram. ―As flores de cerejeira são lindas nesta época do ano, ― disse Holgar em espanhol, balançando as sobrancelhas para cima e para baixo. ―A águia pousou. O espião chegou do frio. A garota franziu o cenho. ―Perdon? ― Ela perguntou em francês. ―Bonjour, ― disse Skye, dando cotoveladas em Holgar. ―Ele está tentando ser engraçado. Nós somos de Salamanca. A garota sorriu. ―Bem-vindos à Toulouse, ― disse ela em inglês. ―Nós estamos esperando por vocês. ― Ela olhou interrogativamente para Holgar. ―Eu não sabia que havia um código. Ele suspirou. ―Eu vi filmes de espionagem demais. Eu pensei que isso era a minha grande chance de dizer algo como ―olá‖. Eu sou muito novo para o negócio de espionagem. A garota coçou o nariz. ―Esse é o nosso código, ― ela informou a ele. ―Alguém vai observar a carroça. Eu vou levar vocês para a reunião. Holgar imitou a maneira como ela tinha arranhado o nariz. ―Você não pretende verificar os nossos passaportes, ver as identidades? E se nós somos impostores? Ela deslizou seu olhar para a esquerda. Do outro lado da rua, no segundo andar de um edifício de pedra antigo, uma janela se abriu e um camarada carrancudo com mais ou menos a idade de Holgar olhou para eles.


―Nós já verificamos, ― ela disse. ―Vamos. A garota atravessou a rua. Holgar e Skye se arrastaram atrás dela. Skye murmurava em latim, e Holgar levantou uma sobrancelha, curioso. Ela estava soltando outra magia de segurança, ele adivinhou. Eles entraram no prédio e passaram por um hall de entrada sombrio repleto com bicicletas e com panfletos colados nas paredes, em seguida, passaram pela porta dos fundos. Havia uma pequena estufa de vinte metros detrás do edifício. Os suportes de madeira estavam pintados de verde, e as grandes placas de vidro estavam quebradas. Holgar viu seis ou sete pessoas no interior. O cheiro picante de café francês preencheu suas narinas. Que isso estava coberto com uma camada pesada de alho e algum perfume de rosa. Um toque de medo flutuava fora. Ele teria que descobrir quem eles eram, e ver se eles estavam simplesmente com medo de serem capturados conspirando contra os dominadores com presas, ou se eles estavam espionando para o inimigo. Cabeças se viraram quando eles entraram na estufa. Ficou claro que todos eles conheciam uns aos outros, muito bem. ―Pessoas da terra, nós enviamos os cumprimentos, ― Holgar continuou. Skye deu uma cotovelada nele. ―Holgar, desista disso. Você não está sendo engraçado. Um casal de namorado se desenrolou das cadeiras e estabeleceram para baixo dentro do círculo. Um homem – alto, pele lisa, talvez uns vinte anos – sorriu desequilibradamente para Holgar e estendeu a mão para Skye. Ele tinha longos cabelos louros cacheados, sobrancelhas brancas e olhos azuis. Ele parecia ser mais dinamarquês do que Holgar. ―Bienvenue, ― ele disse. ―Eu sou o líder desta célula. ―Olá, ― respondeu Skye, sacudindo a mão. ―Eu... ―Sem nomes, ― ele respondeu. ―Estamos felizes em ver vocês. ―Café? Chá? ―Chá seria adorável, ― disse Skye. ―Nós dois adoraríamos. Os outros começaram a tomar os seus lugares também. Holgar contou três mulheres além de Skye e a garota que os levou para dentro. Três caras: Senhor pastel dinamarquês, Holgar o próprio, e o cara que estava se


desdobrando da cadeira. O homem carrancudo na janela não tinha se juntado a eles. ―Então, ― Holgar disse, ―você sabe quem nós somos, mesmo nós não informando os nossos nomes. E porque estamos aqui. ―Oui, ― disse Senhor pastel, enquanto ele serviu duas xícaras de chá e as trouxe para os Salamancans. ―Nós temos algumas informações para vocês. Aqui em Toulouse, há um Maldito chamado Phillipe Gaudet. Seu irmão controla o Vieux Carré, em Nova Orleans. O Bairro Francês. Skye quase engasgou. ―Caramba, eu vi uma pequena Fanger ser estacada por dizer isso. Pela própria Aurora. ―Oh? ― Os olhos do pastel se arregalaram. ―Estamos certo de que Aurora matou Christian Gaudet. ― Holgar confirmou. ―Hmm. ― Pastel processou bem. ―Bem, Aurora e Phillipe Gaudet reuniram-se três noites atrás. Aqui, em Toulouse. E ela disse a ele que Salomon ‗não tem mais importância‘. Essas foram as palavras que ela usou. Holgar ficou chocado. Salomon era o líder mundial de todos os Malditos. Quando ele anunciou a sua existência para o mundo, ele havia descrito o seu papel ―como o presidente deles‖. Mas ele era mais como um ditador – como Hitler, todo sorrisos para a TV enquanto que, impiedosamente estava tomando conta do mundo humano. ―Caramba, ― Skye disse novamente, seus olhos arregalados. ―Se isso for verdade, se eles mataram Salomon, oh, isso é brilhante. ―Salomon não está morto, ― disse o pastel. ―Mas nós achamos que Aurora e Gaudet estão planejando algo. Talvez eles tenham um plano para assassiná-lo. Nós não sabemos. ―Como você sabe tudo isso? ― Holgar perguntou ao pastel. ―Nós temos olhos e ouvidos,― ele respondeu de forma neutra. ―Talvez Paul Leitner esteja agindo como um espião para ela. Talvez seja por isso que ele está no acampamento de Salomon. ―Quem é Paul Leitner? ― O pastel perguntou. Holgar e Skye ficaram em silêncio, o pastel fez uma careta. ―A confiança anda nos dois sentidos, meus amigos.


―Ele é pai de um membro da nossa equipe. Só que ele está do outro lado da equipe, Skye disse. ―Um colaborador. ― Pastel cerrou os maxilares. ―Quando a guerra acabar, todos eles vão morrer. Holgar sorriu para ele. Era bom ouvir essas palavras de outro lutador da Resistência. Mas não por nossas mãos, ― disse Skye, olhando ansiosa. ―Nós não matamos nossa própria gente. ―Se eles estão com os Malditos, eles não são ―nossa gente‖, ― respondeu pastel. Holgar estendeu a taça. ―Posso ter um pouco mais de chá, por favor? ―É claro, ― respondeu o pastel. ―Qualquer coisa para um de nossa gente. ―Ao seu lado, ―Skye falou.


Eles deveriam ter estacionado o carro na entrada de Veneza, mas por muito já estavam fechados. Então, Eriko e Jamie haviam deixado o carro duas milhas de distância do ponto de encontro com o contato veneziano, então foram a pé assumindo o risco de que eles não iriam. Mas a pequena Sofia, de apenas dez anos, tinha fielmente esperado. Jamie ficou chocado ao ver a pequena vagando em tal missão perigosa. Mesmo que Sofia não se parecia com Maeve, ela o colocou na mente de sua irmã morta. Maeve foi a sua garota querida, rasgada em pedaços por um bando de lobisomens irlandeses enquanto os Malditos observam rindo. A raiva queimou profunda e quente, isso nunca foi embora. Que era o que ele queria; sua raiva o mantinha vivo. Ele odiava essa guerra, odiava as pessoas covardes em posição de autoridade que não conseguiu entrar em posição. Eles deixaram isso para crianças, garotas samurai japonesas, e loucos irlandeses para fazerem o trabalho que deve ser feito. Ironicamente, muitos humanos haviam fugido para Veneza quando a guerra eclodiu com os Malditos. Eles tinham esperanças, e oraram para que as velhas histórias sobre vampiros, sendo incapaz de atravessar a água, fosse verdade, e as pessoas refugiaram em Veneza por causa de todos os canais. Eles estavam errados. Os Malditos tinham flutuado para cima e para baixo pelos canais em suas gôndolas na Noite do Terror. A lagoa de Veneza estava intoxicada com sangue humano. Sofia, que tinha apenas dez anos, disse a Jamie e Eriko tudo sobre isso em uma só cantada, voz ensaiada, embora ela mesma fosse muito jovem para realmente lembrar-se disso. Eles andaram por cerca de duas milhas mais, passando por igrejas e palácios grandiosos do passado em sua decadência elegante. Jamie não poupou tempo para idiotice. Quando Sofia


atravessou uma rua sem olhar, ele entrou um pouco em pânico, apesar de que não havia carros. ―Agora estamos aqui, ― disse Sofia, parando em frente a um palácio opulento privado. Três histórias de pedra e mosaicos elaborados brilhavam sob o sol abençoado. Mas isso havia chegado muito tarde, o sol estava afundando muito rapidamente. Sem hesitar, ela atravessou a soleira. ―Continue, ― disse Jamie, olhando ao seu redor. Através da arcada de mosaico, tudo estava escuro. Embora as células de Resistência, tinha muito cuidado para disfarçar seus pontos de encontros, este lugar gritava emboscada. ―Venha, ― disse Sofia enquanto ela andava na frente. ―Eu não gosto disso, ― ele sussurrou para Eriko, que colocou um dedo sobre os lábios para silenciá-lo. Ela seguiu após Sofia, mas ele podia ver que ela não estava feliz. Mas Padre Juan os ordenou para se encontrarem com Sofia e deixá-la escoltá-los para a reunião. Longe de Eri desobedecer ao bom padre – mesmo que o homem não tivesse tido em conta que uma criança de dez anos, não podia andar duas milhas mais rápido que dois lutadores podiam. Eles passaram pelo corredor sem incidentes. Jamie não estava aliviado. Havia algo estranho com a mansão em ruínas com suas janelas arqueadas. As vidraças há muito tempo foram estraçalhadas, e uma brisa levou o odor fétido do canal de água para o nariz de Jamie através dos quadros rendados. Ele não podia sentir o cheiro dos Malditos da mesma forma que Antonio e Holgar podiam. Nem Eriko podia. Sofia continuou andando. Sombras mudaram ao longo dos quadrados rachados de mármore branco e preto. Uma pilha de madeira podre e veludo parecia ser um sofá. Além disso, um piano estava desintegrado. Porque se encontram aqui? ―Eles trás, eles esperam, vocês, ― disse Sofia em inglês quebrado quando ela apontou para outro arco mourisco e enegrecido além da vastidão. ―Você não vem conosco? ― Eriko perguntou. Sofia apenas olhou para ela. ―Você vem? Sofia balançou a cabeça, olhando atrás dela para o sol poente. ―Noite, ela veio. ― Seu sorriso era angelical, como o de Maeve.


―Grazie, bella9 ― disse Jamie, lutando para manter a emoção súbita de sua voz. ―Vá para casa. Fique segura. ― Ele engoliu em seco, e limpou a garganta. ―Ciao10. ― Ela falou, rindo de seu sotaque miserável, que ele presumiu. Ele observou enquanto ela saltou pela porta da frente, desaparecendo como um fantasma no crepúsculo. Ele e Eriko entreolharam-se. Em uníssono eles puxaram as estacas a partir das alijavas em suas cinturas. Com um aceno de cabeça ele a deixou liderar o caminho. Eiko tinha bebido do elixir que Padre Juan lhe dera, que a dotou com força e velocidade, ele não poderia igualar. Mas Jamie muitas vezes a pegou esfregando os cotovelos e joelhos, rolando os ombros, como uma velha senhora. Toda vez que ele perguntou a ela sobre isso, ela insistiu que estava bem. Ela era a sua Caçadora, uma vez líder e sua lealdade estava com ela, em vez de Jenn, que havia assumido o papel de comandante. Má escolha, que, mesmo ele, Jamie, tivesse concordado com isso na época. Que tinha sido um erro. E em cima disto algo estava errado com Eri. Como se ela pudesse ler sua mente, Eriko acenou com a mão na frente do seu rosto, recusando-se a responder a quaisquer perguntas que ele pudesse perguntar, e penetrou na escuridão. O que sobrou da luz brilhava através das janelas mais arqueadas. Eles se aproximaram de uma escada queimada. Ela também era de mármore, mas ainda muito opulenta. Tinha uma aparência de que ninguém subia ou descia por um longo tempo, enquanto pó e teias de aranha revestiam as escadas como um tapete. À luz de velas tremeluziam através de um arco de frente para escada. A célula de Resistência deve estar lá dentro. Ele acenou para Eriko, e ela acenou de volta. Deslizando como sombras, eles chegaram à porta. Meia dúzia de pessoas sentada em um semicírculo nas cadeiras ornamentadas com estofamento desvanecido. Gotas de vela presa em um monte de cera derretida sobre uma cadeira semelhante cintilavam, lançando luz fraca em seus rostos. Dois eram 9

Obrigado, linda CIAO – tchau.

10


de meia-idade, três pareciam ter a idade de Jamie, um era uma mulher com idade avançada vestindo um suéter preto e um lenço. A velha mulher tinha algo branco preso ao seu suéter. Jamie olhou para isso. O que era isso, um pedaço de papel? Eriko lentamente aproximou-se da mulher velha e disse: ―Buon giorno? ― Ela bateu no ombro da mulher. ―Olá? A mulher não falou. Nem se moveu. Não estava viva. ―Inferno sangrento, Eri, ― Jamie jurou. ―Armadilha! Ele e Eriko voaram para fora da sala das pessoas mortas. Com um timing perfeito, um Maldito caiu da sacada acima da escada, de tal modo que Jamie e Eriko, o alcançou. Jamie mergulhou no otário quando ele pousou, enviando o vampiro sobre suas costas. Gritando, ele enfiou a estada no coração do Maldito. Algo caiu em cima de Jamie quando o vampiro virou pó abaixo dele. Ele ouviu o grito de batalha de Eriko enquanto ele tentou torcer a estaca no vampiro fodido, que havia pulado nele. Eriko arrancou a criatura de Jamie e arrancou sua cabeça em movimento suave. Pulando aos seus pés, Jamie correu ao lado dela até a porta, para a luz do sol e da segurança durante o tempo que restava. Outro Maldito fodido saltou para o seu caminho, e Jamie mergulhou a seus pés, enquanto Eriko pegava um frasco de água benta e jogava em nos olhos do Maldito. Enquanto o vampiro gritava e arranhava seu rosto, Jamie puxou outra estaca da cintura e o matou. Eriko agarrou a mão de Jamie, e juntos eles chegaram à porta da frente e saíram para a luz do sol, que estava diminuindo. Eles começaram a correr rapidamente pela ponte para o continente, competindo com o sol. Enquanto Jamie corria junto, ele olhou para Eriko. Ela estava mantendo o ritmo com ele, eles não iriam chegar ao carro antes do anoitecer. ―Vai! ― Jamie gritou. Ela franziu o cenho. ―Eu não vou deixar você para trás. ―Eu não estou pedindo para você. Vai buscar o carro e me pegue!


Ela assentiu com a cabeça e derramou sua velocidade, pulando à frente. Poucos minutos depois o carro guinchou em torno de um canto, na medida, que Eriko lutava para manter o controle dele na velocidade louca, ela estava dirigindo. Ela desacelerou; Jamie abriu a porta e pulou dentro. ―Dá-lhe! ― Ele gritou. Eriko atingiu o pedal até o chão, e eles voltaram para a estrada principal. ―Tanto para uma célula de Resistência veneziana, ― Jamie murmurou. ―Jamie, isso era um aviso, ― disse Eriko, segurando alguma coisa para ele. O pedaço de papel que estava preso na mulher velha. ―É de Aurora. Jamie o segurou pela janela. O borrão da iluminação pública iluminou contra as letras pretas elegante. “Antonio... ou todos vocês irão terminar como Heather.” “A.” ―Inferno sangrento, ― ele disse. ―Sim, eu concordo, ― Eriko respondeu. Então, quando Jamie moveu para rasgar a nota, ela estendeu a mão. ―Mestre Juan vai querer ver isso. ―Cristo. Esse Maldito sangrento não é nada além de problemas. Bem, eu sei o que devemos fazer. ― Ele olhou pela janela. ―Sobre isto, ― ele acrescentou, no caso de ela não pegar a sua deriva. Eriko ficou em silêncio. Em seguida, o telefone dela tocou e ela o pegou do bolso com uma mão enquanto tomava uma curva. ―Mestre, algo terrível, ― ela começou, então, ―O que é isso? ― Ela perguntou. Escutando. Jamie recuperou o fôlego e tomou conhecimento de suas armas, apenas para estar pronto. Ele gostaria de ter uma bazuca. Pensou sobre a arma que ele estava construindo, uma linda e elegante ―que iria atirar balas de prata‖. Ele vinha trabalhando nela há muito tempo. Ele veio de uma longa linhagem de armeiros. Um cara não pode deixar o conhecimento cair como lixo. ―Nós estamos voltando agora, ― Eriko disse ao telefone. ―A célula de Resistência estava morta quando chegamos lá. Aurora. Ela deixou um bilhete. Ela quer Antonio, ou ela irá converter todos nós.


Jamie contou os frascos de plástico de água benta no bolso de suas calças de pára-quedas. Seis. Ele testou a agudeza de uma estaca em sua ponta do polegar. Eriko escutava. ―Hai. Hai. ―O que está acontecendo? ― Jamie perguntou depois que ela desligou. ―Padre Juan quer ver a nota. E ele está planejando nos enviar a Moscou. ―Por mim tudo bem, ― ele disse, ―enquanto nós pudermos fazer alguma coisa. ― Ele testou outra estaca. ―Matar alguma coisa, eu quero dizer. Na janela ele imaginou o doce rosto da pequena Sofia e depois de Maeve. Que diabo, o que importa para onde eles vão? Nenhum lugar era seguro. Enquanto houver vampiros e lobisomens.


Os três caixões eram simples e rudes, quando o homem e o menino que respeitosamente jogavam terra sobre as tampas. Em pé ao lado de seu avô, Jamie que tinha dez anos, sabia que os homens não choravam. Eles tinham vinganças. Através de suas lágrimas não derramadas Jamie manteve Padre Patrick em sua mira. Ele apertou sua mandíbula com tanta força que um de seus molares quebrou. A dor o fez tremer da cabeça aos pés, mas ele estava feliz por isso. Ele cuspiu sobre a terra virada, ganhando um tapa em cima de sua cabeça de seu avô. Cuspir em solo sagrado não era permitido. Mas, lobisomens e vampiros eram permitidos matar a sua família. Maeve. Sua mãe. Sua avó. Sua família foi morta, e ele estava de pé ali. Jamie estava tão envergonhado. E com tanta raiva. Durante o velório, enquanto seu avô ficou bom e bêbado, Jamie foi até o porão onde eles mantiveram as armas que enviavam para o Exército Republicano Irlandês. Várias caixas de madeiras rotuladas de batatas e armamentos O‘Leary foram empurrados contra as paredes. Talvez fosse muito evidente que O‘Learys, os fabricantes de armas de fogo por três gerações, eram aqueles que arrumavam as armas ilegais para suas células locais IRA. Mas eles serviram a causa à liberdade do domínio inglês desde que o avô de Jamie tinha sido um pirralho, e jamais foi capturado nisso. Certamente os ingleses havia jurado à paz em 1998, mas nunca em sua história longa e sangrenta nenhum irlandês tendo qualquer motivo confiava em um inglês. Foi a violência que libertou a Irlanda do Norte – brigas, bombardeios e tiroteios – e os que disseram algo diferente, eram simpatizantes dos ingleses e covardes. Ora, havia vampiros e lobisomens lutando, e sem armas decentes contra eles.


Jamie pegou um pé de cabra para uma das grandes caixas de madeira e abriu-a. as batatas ainda estavam cobertas por terra; ele juntou um punhado e deixou cair no chão do porão, estremecendo com o som que fez. Jamie franziu a testa para a primeira peça escondida, uma metralhadora. Muito impessoal e, portanto, não adequada para o trabalho, ele precisava de uma arma adequada para fornecer três tiros, uma execução de estilo – dois nos olhos, um na testa – e ele precisava de um silenciador. Um pouco mais escavando e ele teve a sua arma – uma edição militar sem licença, que pode ser usada com um silenciador. ―Isso não vai servir, Jamie, ― disse uma voz atrás dele. Era seu avô, seus olhos vermelhos. Seu cabelo fino cinzentos empapados de suor. ―Eu vou matá-lo, ― Jamie insistiu. ―Padre Patrick ficou e assistiu enquanto eles, eles... Seu avô se aproximou, a mão estendida para a arma de Jamie. ―Nós somos católicos, Jamie. Não matamos sacerdotes. Tanto quanto queremos, ― acrescentou amargamente. ―Mas... ―Nada de mas, meu pequeno. Há certas coisas que não fazemos. Especialmente na sua idade. O avô de Jamie se virou e gesticulou para Jamie o segui-lo para sua bancada. Ele estendeu a mão e puxou por uma corrente fina, acendendo uma lâmpada nua que pendia sobre suas cabeças. Em sua visão, procedeu-a uma arma barril; havia brocas e prensas e pedaços de aço ao redor. Ninguém fazia mais armas à mão, exceto como um passatempo ou para show, mas todas as armas necessárias precisavam de reparos agora e depois. ―Nós somos os O‘Learys, ― disse o avô. ―Nós temos feito armas de fogo por mais de um século. Isso é o que fazemos. ― Ele pegou o lábio. ―Nós vamos fazer uma arma que dispara balas de prata, você e eu. Jamie balançou a cabeça, o ódio transbordando sua alma e escorrendo pelo rosto com as lágrimas. Envergonhado, ele tentou desviar, mas não antes de seu avô ver. Que lhe bateu ao lado da cabeça. Os ouvidos de Jamie ecoaram.


―Eu preciso de você forte, ― seu avô lhe ordenou. ―Agora feche a caixa de batata. Armando-se para não chorar de novo, Jamie fez como lhe foi dito. Ele seria forte. Colocando suas mãos contra sua boca, ele empurrou toda a tristeza para trás em sua alma. Ele era um homem agora, e ele tinha negócios de um homem para cuidar. “Maeve. Mãe. Avó” ele disse para o túmulo. “Nós vamos pagar de volta. Eu ia matar o padre Patrick, mas o vovô não deixou acontecer. Acho que eu não iria para o céu para ver vocês se eu fizesse uma coisa dessa. Mas nós teremos os Malditos e os Lobisomens. Eu juro.” Quando ele saiu, ele se sentiu melhor. Ele tinha um plano, um propósito. Sua mão estava na porta de seu apartamento quando sua tia a puxou abrindo. Seu rosto estava pálido, e ela estava com o agradável casaco, o que ela usava sempre no domingo da missa. ―Jamie, Jamie, ― ela disse, agarrando seus ombros. ―Padre Patrick foi morto a tiros. Ele estava no jardim da reitoria, molhando as plantas. Diz-se que ele não poderia viver. ― Ela fez o sinal da cruz. ―Eu vou à igreja para orar por ele. Venha comigo, querido. ― Ele estava atordoado. Por um momento, ele apenas olhou para ela. ―Eu preciso da minha jaqueta, ― ele disse, tão chateado quando parecia, e correu para dentro. Ele correu para o porão para a caixa de batatas. Ele jogou fora a tampa. A arma estava faltando. Padre Patrick morreu naquela noite. Dois dias depois, o avô de Jamie insistiu para que eles comparecessem ao funeral, e eles se ajoelharam juntos com suas cabeças inclinadas. O caixão estava fechado, porque quem tinha o matado atirou nos seus olhos. Jamie estava feliz, o sacerdote foi morto, mas ele não sentiu alívio. Nada dentro dele havia mudado. Ele ainda odiava o padre. Os vampiros e os lobisomens, até mesmo mais do que o inglês, que estava falando alguma coisa. Naquela noite ele sonhou com Maeve. Ela era um vampiro, branca como a porcelana, usando seu vestido de primeira comunhão com a sua pequena coroa e véu. Ela estava batendo na sua janela, chorando.


―Deixe-me entrar, Jamie, por favor, ― ela sussurrou. ―É tão frio aqui fora. Meus ossos estão congelados. Na parte da manhã, Jamie despertou com um sobressalto, para encontrar a sua janela aberta. Por um instante, a esperança deflagrou dentro de seu coração que ela tinha realmente vindo a ele. Mas ele tinha os visto despedaçála. Não sobrou nada de Maeve para ser convertido – e ele certamente lhe deseja morta e no céu do que eternamente chorando em sua janela. Será que ele deseja? Não era uma questão para solicitar. Não importa; ele aqueceria seus pobres ossos mortos com o calor de sua fúria. E, dessa forma, apenas isso, sua irmãzinha teria que viver. Veneza estava agora á quilômetros de distância e com ela todas as pessoas mortas. ―Jamie? ― Eriko disse enquanto seguia para o Aeroporto Marco Polo, ―você está chorando? ―Não seja boba, Eri, ― ele disse. ―Você nunca me viu chorar e nunca verá. ― Impassível, ele olhou pela janela. Postes de iluminação, arbustos, outros carros. Isso era tudo o que havia para ver.


Que isto seja o caminho certo, Juan orou mais uma vez, quando Jenn e Antonio entraram em seu escritório. Ele tinha lançado as runas e suplicou ao céu para que seu cristal mostrasse uma decisão clara. Mas, como muitas vezes aconteceu quando questões de vida e morte eram envolvidas, ele era chamado a exercer seu livre arbítrio, e exigir a sua equipe a fazerem o mesmo. Do lado de fora os alunos da Academia estavam alvoroçados a caminho de suas atividades – treinamentos, estudos, tarefas – e suas vozes jovens animadas o lembrou dos deveres que estavam em seus ombros. Ele tinha uma mão certa no futuro da humanidade. Ele pode não saber de tudo, mas ele estava certo disso. Jenn e Antonio mantiveram distância um do outro enquanto estavam em pé diante de sua mesa. Ele gesticulou para eles se sentarem. Eles obedeceram. Ele se lembrou de uma época em que Jenn pegava a mão de Antonio, e Antonio sorria feliz para ela. Aquele tempo se tornou memorável. A transformação de Heather havia prejudicado suas relações. Que era ruim. Eles eram parceiros de luta. Talvez eu fizesse sinais de mudança mais permanente, ele pensou. ―Nós fomos solicitados a ajudar duas equipes na Rússia, ― Padre Juan informou. ―Duas? ― Antonio disse. ―É um esforço conjunto de um israelita e uma equipe árabe. ― Padre Juan explicou. ―Várias forças especiais veteranas foram classificadas entre eles, e eles eram esperados para ganhar uma importante vitória para o nosso lado. Infelizmente, isso foi mal. Dos vinte membros, dois caçadores sobreviveram, talvez três. Jenn, você vai levar a equipe para a Rússia e reunirse com eles, e juntos, vocês vão parar o vampiro chamado Dentalion. Padre Juan se inclinou para frente nos cotovelos. ―Tivemos algumas informações desde que as equipes entraram. Dentalion está fazendo


experiências de manipulação genética. Ele vem testando os genes de lobisomem, humanos e vampiros para fazer super soldados. Outros combinam o DNA de humanos e Malditos na esperança de criar o vampiro perfeito. ―Vampiro perfeito? ― Jenn repetiu. ―Um que não seja afetado pela luz do sol, ― ele respondeu. Jenn empalideceu. ―Um Maldito que poderia andar de dia? ― Ela olhou para Antonio, e o Padre Juan viu o desejo ali. Ele adivinhou que ela estava imaginando que tipo de vida eles poderiam ter, juntos, se ele não fosse obrigado a se esconder do sol. Mas então ela desviou o olhar novamente, como se para lembrar a si mesma que ela e Antonio nunca teriam uma vida juntos. O vampiro deu a estranha expressão. ―Será que ele conseguiu, no entanto? ― Antonio perguntou. ―Não na medida quanto nós podemos dizer. Embora o que ele criou é mais assustador. ― Ele ficou em silêncio. ―Padre? ― Jenn pressionou. ―Bem. Alguns dos experimentos de Dentalion escaparam ou foram soltos. Eles foram matando tudo o que encontravam. É só uma questão de tempo para ele criar o suficiente dessas criaturas para eliminar toda a cidade de Moscou. Ambos, Jenn e Antonio pareciam atordoados com o conceito. ―Isso é milhões de pessoas, ― Antonio disse, encontrando sua voz em primeiro lugar. ―Como ele pode fazer isso? ― Ele é apenas um vampiro. ―Antonio, você estava na guerra quando os alemães desencadearam os tanques blindados. E as embarcações. Você viu o ataque relâmpago por si mesmo – milhares de bombas caindo do céu. Os aliados achavam que o mundo estava acabando. Antonio ficou pensativo. ―Isso é verdade. E nessa guerra houve também novas tecnologias. ―Vale, ― disse Padre Juan. ―E tal como os nazistas tentaram conquistar o mundo com sua raça superior, assim como os Malditos. ―Quando partimos? ― Antonio perguntou.


Padre Juan respirou fundo. ―Eu disse aos outros para retornar. Eriko e Jamie reservaram um vôo. Holgar e Skye já estão na estrada. Não ocorrendo nenhum imprevisto, a equipe vai partir pela manhã. ― Ele hesitou. ―Com uma exceção. Antonio, eu preciso que você fique aqui. Jenn sugou uma respiração. ―Mas por que, Padre? ― Antonio protestou. ―Minha equipe precisa de mim. ―Aurora fez contato em Veneza, ― Padre Juan disse. ―Ela deixou um bilhete com a Célula de Resistência que Eriko e Jamie planejaram reunir-se. ―Os corpos, ― Antonio se benzeu. ―Então... Ela matou todos eles? ―Sim. ― Padre Juan também fez o sinal da cruz. ―Ela quer você, Antonio. Jenn empalideceu, mas Antonio não esboçou nenhuma emoção, exceto para sua tristeza com a morte. ―Você está me mantendo aqui para me proteger, Padre? ―Não. Estou mantendo você aqui para proteger a equipe. ― Padre Juan se virou para Jenn, que parecia chocada. ―Você não precisa levar essa batalha para a Rússia. ―Mas... ― Ela engoliu em seco. ―Se ele estiver com a gente, então podemos protegê-lo. ―Não. ― Padre Juan colocou as palmas das mãos dele em sua mesa, um sinal de rejeição. ―Eu sou o mestre aqui, e esta é a minha decisão. Antonio abaixou a cabeça, e Padre Juan fez o sinal da cruz sobre ela. Sem outra palavra Antonio se levantou e saiu da sala. Jenn o assistiu ir, em seguida, se virou para o Padre Juan. ―Obrigada, ― ela disse. ―É a coisa certa a fazer. ―Vampiros poderosos como Aurora tem inimigos, ― ele respondeu. ―Vou continuar a investigar. ―E rezar para que alguém a estaque antes que ela alcance Antonio? ― Jenn perguntou. Ele deu de ombros. ―Ficaríamos muito felizes se assim fosse. ―Eu vou me preparar.


Depois que Jenn saiu, Padre Juan empurrou sua cadeira para trás e se ajoelhou no chão de pedra, humilhar-se perante Aquele que sabia todas as coisas. “Que isto seja o caminho certo,” ele orou. “Seus filhos clamam a Vós, Pai misericordioso.” Ele fez um punho fechado e apertou-o contra seu coração. “Proteja-nos do mal, peço a Vós. Peço a Vós, que consigam a estacar.” Em seguida, Juan levantou e saiu de seu escritório, e entrou no pequeno jardim murado. Chuva queria cair; ele sentiu isso em seus ossos e cheirou no ar. A lua estava envolta em nuvens de diáfanas, ele com o rosto velado de mistério e piedade. “Peço a você também, Senhora”, ele disse em voz alta. “Eu ainda sou seu filho. Conceda-me essa benção. Conceda-nos esse alívio.” “Bendito seja” *** Jenn caminhava para o seu quarto, perguntando onde tinha ido Antonio. Seu rosto estava paralisado, e suas mãos estavam frias, de medo. Sombra de Aurora pairava longa e escura. O vampiro tinha tomado Heather. Se ela tomasse Antonio também, Jenn não sabia como ela ia agüentar. Ela fechou a porta e encostou-se à madeira lisa por um momento, lutando com suas emoções. Desde a sua entrada na Academia, Antonio nunca havia ficado distante dela, exceto quando ela tinha ido para Berkeley para o funeral de seu avô. Foi quando o seu mundo inteiro desabou. O que iria acontecer em Moscou sem ele? Se as duas equipes de soldados foram derrotadas, qual a chance que os Salamancans têm? Apenas respire, ela disse a si mesma. Ela se empurrou para longe da porta e caminhou até a mesa, pequena e simples que servia como seu escritório. Estacas estavam empilhadas ordenadamente debaixo da mesa. A caixa de cedro rústica continha frascos de água benta e cruzes, que a igreja fornecia. Os caçadores eram autorizados a transportar qualquer símbolo religioso que quisessem desde que, fosse sua fé e não o próprio objeto que fornecesse o poder. Que a deixava confusa – ela não


tinha qualquer fé religiosa, então por que cruzes no trabalho? Porque ela sabia que os outros acreditavam que eles teriam? Tudo o que ela queria era pessoalmente caçar e matar Aurora. Ela não queria ir para Moscou. Se eu passar desta missão, eu vou pedir ao Padre Juan para nos enviar à Aurora. Ela nunca machucou ninguém, que eu ame novamente. Será que ela ama Antonio? Apesar de que Padre Juan havia dito a eles – que as runas insistiram que eles tinham um papel a desempenhar no futuro do mundo, e que eles devem trabalhar juntos – ela ainda se sentia tão segura, tão incerta dele. Ele tinha segredos, assuntos particulares que não iria compartilhar com ela. Mesmo antes da transformação de Heather, ele manteve-se sob controle, monitorando constantemente a si mesmo para que ele não a machucasse. Não a matasse. Ela agarrou sua mochila e seu diário. Após um momento de hesitação ela colocou o diário dentro. Padre Juan tinha dado a ela quando ele fez dela uma líder, obrigando-a escrever um manual de Caçador novo, que substituiria o manual secular que era a leitura obrigatória para os alunos da academia. Até agora o que ela conseguiu escrever eram tagarelice sobre as batalhas diárias e sua própria insegurança. Dificilmente o material inspiraria novas gerações. Mesmo que ela tivesse que protelar. Ela teria que viajar mais leve possível. Ela arrumou sua roupa de batalha, toda preta com algumas peças estratégicas de armadura. O brasão do Caçador de Salamanca era costurado no ombro: uma cruz vermelha com quatro braços compridos curvados – igual à cruz dos cruzados original. Um capacete azul do cavaleiro coroado com três penas brancas – a cor para a Virgem, as penas para honrar a Santíssima Trindade – empoleirada no braço superior da cruz. Abaixo, a palavra ―Salamanca‖ foi costurada em uma reminiscência da fonte de raízes Mourisca da Espanha. Uma vez que um único Caçador havia levado o brasão, agora todos os seis membros Salamancans usavam. Um capuz preto pendia com velcro sobre a roupa, para quando a equipe precisasse esconder sua identidade. Ela se lembrou orgulhosa quando ela recebeu na noite de seu exame final, apenas cinco meses atrás. Isso foi na mesma noite que ela descobriu que Antonio era um vampiro. Esse momento não foi bom.


Ela se sentiu estranha em não empacotar as estacas ou água benta, mas Padre Juan não queria levantar alarmes. Os Malditos estavam apertando a corda na Espanha. Segurança aumentou nos aeroportos espanhóis, e a equipe tinha que evitar a detecção. O mundo está indo para o inferno, e parece que estamos quase lá. Claro, Jenn não tinha certeza se acreditava no inferno, ou no céu. Ela queria, mas a fé não vinha tão fácil para ela como para Antonio, ou mesmo Jamie, para esse assunto. Ela andou até a janela e olhou para a lua, surpresa ao descobrir que Antonio estava de pé com certa distância, em frente de sua janela. Ele tinha dito a ela que montava guarda sobre ela todas as noites durante os dois anos de sua formação; aparentemente ele continuou mantendo sua vigília. Raios lunares enevoados dançavam em seus cabelos, e ele não parecia amaldiçoado. Ele parecia um anjo. Não morra, ela pediu em silêncio. Ele a viu. Um brilho vermelho penetrou em seus olhos, e ele se afastou, desaparecendo na escuridão. Não seja um vampiro, ela acrescentou, e recuou para a luz.


Os Malditos, isso é o que nós somos Afastados de vocês até o momento No entanto, nós temos esperança e oramos Isso nem sempre é o caminho Para que nós caminhemos com vocês De mãos dadas no orvalho da manhã Juntos, nós veremos o sol E todos os seus medos serão desfeitos


Aproximadamente uma hora depois, Antonio viu quando Jenn entrou na cozinha da Academia, onde o irmão Manuel estava preparando dois pratos grandes cheios de paella mista saboroso, um prato de arroz com açafrão carregado com frutos do mar e frango. Em deferência a Jenn, que era um americano escrúpulo, o cozinheiro gordinho tinha omitido os caracóis, que muitas vezes acompanha o prato. Antonio permaneceu em silêncio na porta, sem saber se ele deveria se aproximar dela. Ela tinha que se preparar para a missão, e ele não queria que ela perdesse o seu foco. Ambos sabiam que esta noite poderia ser a última vez que viam um ao outro. A luz profunda capturou o vinho tinto quando o cozinheiro pegou um dos decantadores e serviu duas taças, adicionando um pouco de água para Jenn. Ela nunca se acostumou com todos beberem vinho na Espanha. ―Salud11, ― Jenn disse ao irmão Manuel que lhe entregou a bebida aguada. ―Y dinero y amor12, ― irmão Manuel acrescentou. ―Y tiempo parágrafo disfrutarlos13. ―Qual o horário do seu vôo? ― Irmão Manuel perguntou. Então, como se tivesse que justificar a pergunta. ―Eu devo empacotar algo para o avião? ― Ele organizou alguns camarões cozidos sobre o arroz, recuando para apreciar sua obra. ―A comida na Rússia é terrível. ―Oh, você já foi? ― Jenn perguntou a ele. Irmão Manuel sacudiu a cabeça. 11 12

SALUD – para a saúde.

Y DINERO Y AMOR – dinheiro e amor 13 Y TIEMPO PARÁGRAFO DISFRUTARLOS – e tempo para desfrutá-los.


―Não, e nunca me importei para ir. Eles estão sem Deus. Um sorriso fugaz passou pelo rosto de Jenn, e Antonio saboreou. Ela não tinha sorrido nas últimas semanas. Seu rosto estava magro, e havia sombras debaixo de seus olhos. Ela não estava em forma para enfrentar um vampiro como Dentalion. As histórias de Dentalion faziam Aurora e Sergio parecerem gatinhos. A equipe de Salamanca falhou contra Aurora, Antonio estremeceu ao pensar o que aconteceria se Sergio os atacassem. Dantalion iria esmagá-los com a força de uma bomba caindo sobre suas cabeças. ―Nós estamos indo para o aeroporto por volta das cinco da manhã, ― ela disse. ―Então essa pode ser a nossa última ceia. ―Ay, Jenn, por favor, não diga isso, ― Antonio murmurou, entrando na cozinha. ―Hey, ― ela disse. Ela engoliu em seco. ―Eu não ouvi você entrar. ―Eu não queria assustar você, ― ele disse. ―Eu estava apenas... Ele olhou para ela. Ele estava com tanto medo por ela. ―Jenn, se você não se importa. Poderia vir comigo, por favor. Ele hesitou, depois estendeu a mão. Ele não sabia se ela seria capaz de ter coragem para tocá-lo. Mas ela bebeu até a metade do seu vinho, como se para criar coragem, então deslizou sua mão em seu alcance. Ela era quente como brasa contra sua pele fria. Grato, ele fechou os dedos ao redor da dela. Antonio caminhou através da sala onde a equipe tomava as refeições juntamente, balançando a cabeça para Holgar, que estava terminando um prato de carne de veado crua. Holgar preferia carne crua, mas ele nunca comia na frente dos outros. Mas Antonio abençoou – ou isso era amaldiçoado? – com uma sensação super-forte de cheiro, que ele sempre sabia quando Holgar estava jantando. Antonio nunca havia feito menção a isso. Holgar não corria anunciando quando Antonio bebia sangue humano, tampouco. Que já era tempo para Antonio se alimentar, e Padre Juan havia falado com ele sobre isso antes de Antonio ir em busca de Jenn. O Padre tinha dito a Antonio que dois estudantes se apresentaram, oferecendo-se para serem doadores do estimado vampiro que caçava vampiros. Antonio ficou ao mesmo tempo agradecido e mortificado. Ele odiava tomar sangue de alguém, ele


tentou esconder o fato de que era mais nutritivo beber diretamente da veia do que, digamos, das bolsas de sangue refrigeradas ou copos de vinhos, mesmo sofisticados. Ele não entendia por que deveria ser assim. Vale, vale; se alguém tentou aplicar a lógica para o vampirismo, esse alguém ficaria muito decepcionado. Como era que ele estava vivo há quase noventa anos, e ainda parecia ter dezenove anos, a mesma idade que ele foi transformado? Ele não tinha certeza de que até mesmo Deus tinha as respostas. Isso não significa que Antonio iria parar de perguntar a ele. Antonio levou Jenn para a capela. Eles caminharam pela porta lateral do santuário no cheiro do incenso e flores, o cheiro da parafina das velas votivas queimando na frente das estátuas da Virgem Maria e São João da Cruz o santo padroeiro, de Salamanca. A semelhança entre a figura e Padre Juan era declarada e muitos comentavam sobre isso. Antonio prometeu que antes de morrer a morte verdadeira, ele iria aprender quem e o que o sacerdote era realmente. As fontes de ambos os lados da entrada estavam cheias de água benta; Antonio mergulhou a ponta dos dedos e abençoou a si mesmo. A nãocatólica, Jenn, não participou. Flexionando seu joelho enquanto eles enfrentaram o altar e o crucifixo, fazendo o sinal da cruz novamente antes de deslizar em um banco. Antonio não deslizou no banco de oração. Ele se sentou no assento de almofada e pegou a mão esquerda de Jenn em ambas as suas quando ela se sentou ao seu lado. Mais uma vez ele estava preocupado por estar tomando liberdades que não era mais permitido, mas ele tinha que tocá-la tanto quanto podia, antes de ela partir – a menos que, em seu coração, ela já tinha ido. ―Ay, ― ele murmurou. Jenn ficou em silêncio. Ele não sabia como falar com ela mais, para lhe dizer às coisas que ele queria que ela soubesse antes de ela partir na nova missão. ―Eu acredito, ― ele começou, em busca de palavras. ―Jenn, eu acredito em um Deus que quer o melhor para nós.


―Como o da minha irmã? ― Ela perguntou amargamente. A raiva em sua voz o fez querer chorar por ela e pelo mundo. E até mesmo, nos recônditos de sua alma, para chorar algumas lágrimas pela sua própria traição há muitos anos. Não porque ele pensou que era lamentável, mas porque ele ainda lamentava o que ele poderia ter se tornado para Deus, a quem ele amava, o que ele poderia ter sido para a jovem que ele adorou. E, no entanto ele nunca teria conhecido Jeen se não tivesse sido transformado. Seu ânimo baixou. Esta não era a conversa que ele queria ter. Mas se fosse a que ela precisava, ele faria o seu melhor para mantê-la ao seu lado. ―Mas Deus a trouxe aqui, onde ela tem uma chance. ― Sua voz falhou na última palavra. ―A chance de que? ― Jenn perguntou, puxando a mão dela. Ele lamentou que ela se afastou, profundamente, enquanto ele procurava o que dizer. ―Deus nos dá a graça. ―Oh, isso é o que se chama quando você é transformado em um monstro – um Maldito, ― ela se corrigiu. Monstro. Era assim que ela o via agora, se ela o visse de forma diferente. Então, seu amor por ela era impossível. Bueno, então ele poderia amá-la como deveria ter amado em primeiro lugar: como o homem que tomou ordens sagradas e foi dedicado a Deus. A maneira como ele queria que ela o amasse corria ao contrário dos votos e só poderia trazer a eles dor de qualquer maneira. Pelo menos isto fez a sua escolha mais fácil. ―Jenn, ― ele sussurrou seu nome, a mais forte oração que ele conhecia. ―Jenn Leitner. Ela ficou em silêncio por um longo tempo. Ele olhou para o altar, para as chamas. Então, ao sentir o cheiro de suas lágrimas, percebeu que ela estava chorando silenciosamente. ―Antonio, ― ela sussurrou, e ele fechou os olhos com força contra a corrente da sua emoção. Seu nome nos lábios dela era a resposta à sua oração. ―Antonio. ― Ela inclinou a cabeça em seu ombro. Ele sentiu sua queda. Ele estava prestes a colocar o braço em volta dela, para beijar seu cabelo, seu templo, seu rosto. Humilhar-se como um homem. Sim, ele era um dos homens de Deus, mas ele era um homem, não um anjo.


Não, eu não sou, pensou. Eu não sou um homem. ―Se, ― ela começou, sufocando um soluço e limpando sua garganta. ―Se ela não melhorar, por favor, se você e Padre Juan não puderem... ― Jenn baixou a cabeça. ―Eu quero que Padre Juan decida, não você. E – eu quero que ele seja o único. ― Ela apertou a mão trêmula sobre os olhos. ―Então, eu não vou odiar você. ―Heather não fará nenhum mal enquanto você estiver fora. Eu juro. ― Antonio disse, fazendo o sinal da cruz, depois de beijar seu polegar, na maneira antiga da Espanha. ―Então eu nunca vou voltar. ―Não diga isso. Nunca diga isso. ― Ele se virou para ela, colocando a mão em seu queixo e favorecendo-a a encará-lo enquanto ele se virava no banco da igreja. ― Eu vou orar sem cessar – eu estou orando. Eu estive fazendo uma novena para Heather, você sabe o que é isso? Venho dizendo a Novena da Divina Misericórdia. Jenn engoliu seco e encolheu seus ombros. Ela não acreditava em oração. Se ele pudesse mostrar a ela. ―Os milagres já estão feitos, ― ele disse. ― ―Eles‖ estão todos ao nosso redor. Nós temos que ajustar nossa visão, para que possamos vê-los e aceitálos. Tipo quando você luta contra vampiros, Jenn. Você não pode vê-los passar, então você se concentra para saber de onde virá o próximo. É como dizemos na Igreja. ―Não tenha medo do amanhã. Deus já está lá.‖ ―Onde ele estava quando Aurora a sequestrou? ― Jenn exigiu. ―E quando ela – quando Aurora a destruiu? ―Deus quer que coisas boas aconteçam. Ele luta por isso, através de nós. E através de seus sacerdotes. E através de seus Cruzados. ―O que, você tem uma linha especial para ele? O seu número privado? ― Jenn estava tirando sarro, mas ele ouviu a fúria em sua voz. Ele entendeu isso. ―Quando eu fui chamado para ser sacerdote, era para que eu pudesse servi-lo melhor. Eu fico horas tentando aprender a ouvi-lo, não falando com ele. Ele já conhece o meu coração. Eu estou tentando aprender com ele. ―Então eu tenho a notícia realmente ruim para você, Antonio. Ele é impiedoso. ― Jenn deslizou para fora do banco e seguiu para a porta. ―Diga


ao Irmão Manuel que eu lamento, mas não estou com fome. Eu vou para a cama. ―Eu não posso deixar você seguir este caminho, ― insistiu, seguindo atrás dela. Ela se virou. ―Isso não depende de você. ― Ela apontou para a capela. ―Vá. Faça o que você faz de melhor. ―O que eu faço melhor, mi amor, é amar você, ― ele disse. Uma dúzia de expressões atravessou o rosto dela, um panorama de todas as emoções humanas. Mas no final um entorpecimento que machuca pior que tudo. ―Você é um vampiro. Você não pode amar ninguém. Então ela se virou e fugiu. Derrotado, ele a deixou ir. Antonio voltou para a capela, desabando no banco de oração, e se ajoelhou, alcançando o seu terço no bolso da calça jeans. Ele começou a contar as contas em latim, chegando até o seu cabelo em torno de sua orelha quando ele caiu para frente obscurecendo sua visão da estátua da Virgem. A unha do polegar roçou o brinco de cruz de rubis que ele usava em sua orelha. Seus sete pecados. Os sete assassinatos em sua consciência. Mas havia muitas outras mortes que ele tinha para contabilizar. Ele havia deixado sua mãe, irmão e irmãs para trás em sua aldeia. E Rosalita, que queria casar com ele. Ele havia dito que já estava tomado pela esposa de Deus, a Igreja, e seria fiel a ela. Lita tinha morrido no bombardeio. Rapidamente, ele foi informado. Ela não tinha sofrido. Mas ele tinha. Ele a deixou lá. Ele estava dentro de um seminário, estudando sobre o milagre das bodas de Caná – quando Cristo havia mudado a água em vinho – quando ela havia sido morta. Seu confessor lhe disse que o ódio e o desespero eram pecados. Naquela noite, chorando diante da cruz, Antonio jurou diante de Cristo que ele nunca, nunca mais deixaria de proteger uma mulher que ele amava. Por sim, ele amou Rosalita, e agora ele amava Jenn. E agora Jenn estava partindo para enfrentar Dentalion sem ele. ―Deus, dai-me força, ― ele implorou. ―Mostre-me o meu caminho. Ele voltou para o seu terço, e seus medos.


―Bem, isso foi divertido, ― Jamie disse, uma vez que eles passaram pela alfândega dentro do sombrio e sujo Aeroporto de Sheremetyevo. Abaixo estranhos tubos marrons decorativos que poderia ter sido imagem de algum burocrata de decoração de interiores, a equipe esperou em uma das duas linhas sinuosas. Como todos se arrastavam como zumbis, os guardas assustariam as pessoas normais, mas eles deixaram os russos ricos passar à frente, quando e como quiseram. Olhando para as pessoas importantes, e as outras também, vestindo seus disfarces. Jenn usava uma peruca preta; Skye usava uma boina verde-oliva, e Eriko usava um gorro de tricô, como Antonio, que não fazia nada para esconder sua pele bonita. As três, usavam roupas de inverno – blusas de gola rulê, casacos pesados, jeans, botas e luvas. Skye havia lançado glamours que foram projetados para desviar o interesse deles. Jamie não tinha certeza se Skye havia pegado o jeito adequado do mesmo. Parecia que todos estavam olhando para eles como se fossem estrelas da música pop. Ou Caçadores. Sua garota não parecia bem estes dias. Suas maçãs do rosto poderiam cortar blocos de cimento. Se ela o pegasse olhando, ela diria a ele que estava com frio. Um monte de merda, que estava. Todas as suas dores, e dores estavam piorando. Ele tinha planejado dizer algo a Padre Juan sobre isso antes de eles partirem, mas o bom Padre havia dito a eles após a missa, que voltaria para a reabilitação da pequena irmã demoníaca de Jenn. Armadilha mortal, encontrar uma fracassada completa e absoluta líder. Como os pequenos americanos dizem? Falha épica. Que era com certeza. A única razão pela qual Jenn usava essa coroa era porque Antonio a queria com ela.


―Eu tinha começado a pensar que íamos começar a namorar, o guarda e eu, ― Jamie continuou, principalmente para preencher o silêncio enquanto se dirigiam para a saída. Não é um fã disso. ―Ele não iria, ― Holgar falou. ―Eu li a sua linguagem corporal. Você não é bonito o suficiente. ―E o triste, é você achar que me dizendo isso me incomoda, ― Jamie atirou de volta, odiando Holgar mais do que o normal hoje. Ou talvez apenas no princípio. Ou talvez porque ele teve que deixar a sua arma quase terminada com balas de prata para trás em Salamanca. Ele pensou em trabalhar mais algumas horas – uma agradável, densa floresta russa, uma troca de tiros – e Holgar não viveria para se transformar em um bicho furioso na próxima lua cheia. Mas, por decreto, Padre Juan tinha dito a eles para deixar todos os equipamentos em casa, até mesmo a água benta. Marc Dupree, o líder da Resistência de New Orleans, havia dito que eles estavam apenas se enganando se pensavam que iriam lançar feitiços mágicos para proteger a suas bagagens de ser revistada pela segurança do aeroporto. Isso, ele havia trabalhado o suficiente voando para fora de Madrid pela última vez. Mas não. Sem preocupações: Jamie percebeu que na Rússia, com apenas dois caçadores dos vinte originais, eles deixaram de utilizar as armas que haviam contrabandeado, eles mentiram um monte para os Salamancans. Coisas para matar os Malditos também. ―A propósito, a um guarda mulher que quer namorar você, ― Holgar disse. ―A que está com o bigode. Jamie grunhiu. ―Então aquele maço de Euros que Skye deslizou, deve ter sido um pré-pagamento, e não um suborno. ― Ele olhou para Skye, que tinha na realidade, subornado o guarda para carimbar seus passaportes, ao mesmo tempo lançando um feitiço para que ele parasse de se interessar por eles, um pequeno truque que ela pegou de seus companheiros em Pamplona. ―Pessoal, por favor, ― Jenn sibilou e saiu para uma confusão louca de buzinas atrapalhando o tráfego. ―Comecem procurando pelo o nosso contato.


A noite estava negra e chuvosa. Um dos membros com característica do Oriente Médio – um muçulmano – de dezoito anos, chamado Taamir, chegou para buscá-los em um velho caminhão militar. Como Padre Juan mandou uma mensagem através do computador para Taamir em Gaza, isso era um mistério para Jamie. Se eles pudessem gerenciar tudo isso, por que não enviar mais alguns de seus próprios caras para limpar o problema? ―Lá, ― Jenn disse, apontando quando um caminhão baú camuflado que rugiu pela rua. ―Isso tem que ser ele. ―Hai, hai, ― Eriko disse. ―Nós devemos encontrar com ele ao virar a esquina, ― Jenn lembrou a eles. Jamie fez uma careta para ela. Que era uma ideia idiota, e que nunca deveria ter concordado em fazer isso. Eles ficariam passeando visivelmente sangrentos pela rua em direção a um veículo militar. Qualquer segundo, agora, alguns policias russos poderiam pedir seus documentos ou um suborno, seja qual for os seus disfarces. Talvez ambas as coisas. Mas antes que Jamie pudesse reclamar, eles se estabeleceram em um canto, codificando na área de carga do caminhão. Jenn emparelhou e subiu, e eles saltaram para o tráfego. Eriko estava esmagada ao lado de Jamie. Skye próxima a eles, abrindo espaço para Holgar, que puxou um iPod e colocou seus fones de ouvidos. Holgar piscou, tirou um dos fones, e colocou no ouvido de Skye. Eles compartilharam um sorriso. Da forma ―queridos‖. Jamie fechou os olhos e tentou dormir. Ele estava pensando sobre sua irmã morta e seu avô. Ele não tinha certeza do por que a raiva fervia dentro dele. Outra viagem maldita para salvar a bunda de alguém. Eles tinham ido para New Orleans para isso, que se transformou em um monte de merda. Veneza, outra confusão. Ele jurou em silêncio tão intensamente quanto possível e definiu sua mandíbula. Ele deveria apenas voltar e pegar um avião para Belfast e para o inferno com o fado. Exceto... Eriko. Ele abriu um olho para vê-la sorrateiramente esfregando um de seus tornozelos. Ele fechou rapidamente antes que ela pudesse olhar na sua direção. Ele teve uma ideia: se essa coisa toda de Caçadora estivesse tomando


uma porcentagem muito grande sobre ela, talvez ela desistisse e viesse para a Irlanda com ele. Ela ainda podia lutar – luta livre – se ela quisesse. Mas eles poderiam ficar longe de todos esses desajustados, e também poderiam ter uma vida semi-normal. Talvez, eventualmente, até ter um filho super bady. Se ela fosse uma menina, eles poderiam chamá-la de Maeve, em homenagem a sua irmã. Maeve Sofia.


O avião decolou. Jenn foi embora. Agora, Antonio sentado na frente da cela de Heather, vazio de oração, cheio de preocupação. Na academia perdido, ele pegou uma cópia do rascunho de um romance sobre uma garota que havia caído no amor por um vampiro. Existia um monte de tais novelas, mais do que nunca agora que os Malditos revelaram a sua presença para a humanidade, e ele sentiu uma estranha espécie de ternura furiosa quando ele virou as páginas. Isso não era a realidade deles, mas Salomon e os outros haviam explorado esse desejo romântico para suas vantagens. Tantas garotas usavam aquele colar – morcego com o coração – agora. Será que seus vampiros ―namorados‖ usam o pingente em algum sinal previamente combinado, para arrancar suas gargantas? Por que é o que fazemos, Antonio pensou. Nós estripamos. Nós não somos gentis em perfurar e beber. Nós atacamos. Nós drenamos. E, matamos. ―Este livro não está proibido? ― Padre Juan perguntou, rindo, sentado ao lado dele. ―Você acha que Jenn ler? ― Antonio ponderou. Ele olhou para Heather através das barras. Ela tinha puxado um cobertor sobre si mesma e jazia inerte, como se ela estivesse dormindo. Mas os vampiros não dormem. ―Se você está me perguntando se Jenn pensa que acrescenta ao seu fascínio, confie em mim, ela não pensa, ― Padre Juan disse sem rodeios. ―Ela deseja que você não fosse vampiro. ―Eu também. ― Antonio fechou o livro. ―Acho que as pessoas neste livro são muito doces. Ele luta todos os dias para ser digno dela. E ela espera isso dele.


―Vale, vale. ― Padre Juan colocou a mão em concha na bochecha de Antonio. ―Antonio, você está velho e ainda cheio de idealismo da juventude. Antonio levantou a cabeça. ―E quanto a você, padre? Quantos anos você tem? Um silêncio caiu entre eles. Antonio olhou duro para Padre Juan. Ele viu o mesmo rosto nas imagens de São João da Cruz – cujo nome em espanhol era o mesmo que o seu, De La Cruz. O Padre que olhou suas esferas de cristal e balançou os pêndulos sobre as cartas de tarô. Um filho que deixou flores na floresta pra a Deusa. Antonio o havia seguido, observou-o e honrou, chamando a si mesmo de seu filho devoto. ―Você é o santo? ― Antonio perguntou abruptamente. ―Você está aqui porque é o fim dos tempos? São os anjos que vem para nos ajudar? ―Melhor, talvez, perguntar a si mesmo o que você é, ― Padre Juan respondeu. Então Heather começou a gritar. Ela tirou o cobertor e saltou para seus pés, girando em um círculo com a cabeça atirada para trás. Seus gritos perfurando os tímpanos de Antonio, em seguida, ela correu para frente, atirando-se contra as grades, lamentando. ―Há! Sangue! Ela está lá! ― Heather gritou. Sua voz era desumana. Ela parecia estar possuída. Mas foram as suas primeiras palavras desde a sua conversão. ―Ela está lá! ―Heather, ― Antonio disse, quando ele e Padre Juan correram para frente. Antonio chegou às mãos de Heather, mas encostou-se para trás, pousando duro no chão. Ela continuou gritando. ―Um sonho ruim? ― Padre Juan disse. ―Nós não sonhamos, ― Antonio lembrou. ―Nós não dormimos. ―Não, não, não, não! ― Heather gritou, seus braços abertos mais uma vez, se afastando enquanto ela olhava para o teto. ―Dantalion! Padre Juan e Antonio entreolharam-se. ―E o que disse Dentalion, Heather? ― Padre Juan disse calmamente. ―Você pode nos dizer? Ela gritou.


Antonio abriu a cela e entrou, fechando a porta atrás dele. Cautelosamente, ele se aproximou dela. Ela parecia não notá-lo, apenas continuou gritando longe dele. ―Ouça a minha voz, ― ele disse. Agachando-se sobre ela, segurando seu queixo em um aperto suave. Os olhos dela agitaram-se da esquerda para a direita. Ele exerceu a sua influência, pressionando. ―Escute. ― Antonio pressionou de novo, e a voz dela caiu para um gemido horrível, choramingando. Ele colocou sua testa contra a dela, forçando-a a olhar em seus olhos. ―Antonio, cuidado, ―Padre Juan disse. ―Tenha cuidado. Ele não via nada em seus olhos, apenas o medo. Ele tentou superá-lo, murmurando baixinho. ―Está tudo bem. Você está segura comigo. Você está segura. ―Ela é... Lá, ― Heather disse. ―Dentalion! ― Ela começou a chorar e golpeou-o, batendo, chutando. Conforme ele tentou segurá-la, ele pressionou mais uma vez. ―Você está segura. Comigo, ― ele disse suavemente. ―Conte-me sobre Dentalion. Ela olhou para ele e suspirou pesadamente. Revirando seus olhos, e em seguida desabou em seus braços. ―Dios, ― Padre Juan disse. ―O que foi isso? ―Eu a hipnotizei, para acalmá-la, ― Antonio respondeu. Ele abriu um olhou. Heather parecia inconsciente. ―Mas foi ela quem desmaiou, talvez para evitar falar comigo. ―Será que outra pessoa a hipnotizou, talvez a partir de uma distância? ―Nós não podemos fazer isso, ― Antonio disse. ―Pelo menos eu não posso. Eu devo olhar nos olhos da pessoa. ― Ele abriu outro olho. Então ele levantou o braço e empurrou para trás a manga da camisa, se preparando para colocar o seu punho contra a boca dela. ―Talvez se ela se alimentasse, poderíamos acordá-la. Sangue humano seria melhor, mas ela pode se alimentar de mim. ―Não, não, ― Padre Juan disse rapidamente. ―Você não pode alimentála.


Antonio franziu o cenho. ―Por que não, padre? ―Vou pegar um pouco de sangue da geladeira para ela. Apenas... Não. ―Padre Juan fez um gesto para ele sair da cela. ―Beber de você é o mesmo que beber da carne, e poderia anular todo o esforço que nós fizemos. Antonio abriu e fechou os lábios quando Padre Juan destrancou a cela. Certamente evitando uma crise que poderia renunciar as sutilezas. No entanto, Antonio saiu e fechou a cela, certificando-se que estava trancada. Heather se mexeu. Então ela levantou a cabeça, farejando o ar. Ela rolou de quatro e segurou as barras de ferro. Balbuciando e gritando, ela chegou para o Padre Juan. ―Conte-nos sobre Dantalion, ― Padre Juan disse. Ela continuou delirando e balbuciando, não fazendo nenhum sentido. ―Foi uma visão que ela teve, ― disse Antonio. ―A partir de magia, talvez, ou de Deus. ― Ele olhou para Padre Juan. ―Eu estou indo para Rússia, Padre. ―Antonio, não. ― Padre Juan olhou para ele. ―Nós não sabemos o que isso significa. Eu o proíbo. ―Então, perdoe-me, Padre.


―Nós chegamos, ― Jenn anunciou, em pé na parte de trás do caminhão. A porta ainda estava fechada. Skye estava inclinada sobre Jamie e movendo os dedos de uma forma bastante suspeita; Jamie perguntou se ela os colocou – todos eles – para dormir com um feitiço. Ele bocejou e massageou o pescoço, em seguida, revirou os olhos quando Holgar latiu em seu sono. O lobo fez de novo. Jamie praguejou em irlandês, então disse a Skye. ―Você não pode calá-lo? Se o estrangeiro o escutar, nós estaremos ferrados. ―Eu o calei, ― disse Skye. ― Eu virei Holgar quase todo o caminho. ―E por que você não o fez todo o caminho, humm? ― Ele perguntou. Ela franziu os lábios. ―Por que eu estou cansada, Jamie. Magia custa, assim como todo o resto. ―Jamie, por favor, ― Eriko disse. A porta se abriu para um sombrio nevoeiro, e um rapaz de pele morena com orelhas grandes acenou com a cabeça uma saudação para Jamie e os demais. ―Olá. Eu sou Taamir, ― ele disse. Uma vez que todos, exceto Jenn, estavam na parte de trás e não foram apresentados, ninguém realmente o conhecia. ―Noah está no acampamento com a comida do meio-dia. ―Agradável, ― disse Jamie. ―Especialmente porque é hora do chá. ― Quatro horas após o meio-dia. Ele estava morrendo de fome. Irmão Manuel havia mandado alguns sanduíches, mas ele devorou o seu antes mesmo de chegar à região do Aeroporto de Madrid. ―O acampamento está cerca de dez quilômetros de distância, ― Taamir acrescentou. ― Vamos andando.


Jamie praguejou novamente. Não tanto porque estava cansado, mas porque ele não queria que Eriko se esforçasse. Mas ele sabia que se dissesse isso, ela provavelmente iria chutá-lo. ―Então vamos, ― Jamie disse. Jamie sabe, Eriko pensou. Ela lutou para não mancar enquanto eles andavam seu caminho através de densas, florestas cobertas. Uma e outra vez ela travou a bota nas raízes grossas torcendo seus ossos. Ele não podia saber exatamente o que estava errado com ela – ela tinha feito o seu melhor para esconder isso – mas ele ainda sabia que algo estava a incomodando. Na noite de sua graduação na Academia, depois que Padre Juan havia a escolhido para se tornar o Caçador, o sacerdote havia lhe dado um copo de elixir sagrado, destilado de ervas raras e preciosas de que ele só poderia fazer uma dose por ano. Naquele ano, ele havia escolhido dar a ela. Eriko amava suas habilidades melhoradas, mesmo que ela não merecesse. Ela era tão forte como Antonio e, como Holgar em suas noites de lobo. Mas ambos os seus corpos podiam acomodar suas fisiológicas diferenças. O dela não podia. Foi sendo literalmente dilacerado, e ela não sabia quanto tempo mais poderia suportar. Eu deveria ter dito a Padre Juan, ela pensou, quando Jamie olhou por cima do ombro para ela. Ela estava na retaguarda no caso dos vampiros estiverem nas sombras, preparando-se para lançar um ataque surpresa. Mas ela estava com medo, mas, se ela dissesse ao seu mestre, ele teria a feito ficar para trás em Salamanca. Já era ruim o suficiente que Antonio e Padre Juan tivessem permanecido na Espanha. Pelo que ela tinha ouvido sobre este Dentalion, eles precisavam de todo o seu poder de luta. Taamir havia distribuído estacas, águas bentas e metralhadoras de um esconderijo perto do caminhão, e os ensinou a usar a arma. Todos eles sabiam como usar isso, mas Jenn disse a eles para aproveitarem para revisar. Eriko odiava armas de fogo. Eles tinham perdido Lucky, um dos lutadores da Resistência de Marc Dupree, para o fogo amigável em New Orleans. Pegando seu lábio inferior entre os dentes, ela correu particularmente ruim com dores em sua parte superior das coxas. Holgar olhou para ela, franzindo ligeiramente a testa. Ele tinha um senso fenomenal de cheiro, e ele podia detectar mudanças na química do corpo. Ele


provavelmente sabia que ela estava sofrendo, mas ele não disse uma palavra. Holgar era discreto. Durante a sua formação na academia ele ocultou a identidade de Antonio, deles, bem como a sua própria. Talvez ela devesse falar com ele. Holgar entenderia por que ela estava escondendo. E ele honraria seu desejo de manter em segredo. Mas oh, se apenas a dor fosse embora. Em uma neblina de dor ela seguiu Jamie, olhando sorrateiramente sobre os ombros, em seguida, a neve salpicada nas árvores. Taamir assobiou baixo como uma coruja. Que foi respondido. Em seguida, uma seção inteira de folhagem foi empurrada para fora de seu caminho, revelando um rapaz vestido com uma camuflagem branca, seu braço esquerdo com uma tipóia cor de pele, o que parecia ser alimentos de campo em algumas chapas de metal. Curtos, cabelos castanhos encaracolados moldavam um rosto anguloso com sardas no nariz e grandes olhos castanhos. Seus lábios eram carnudos, e suas bochechas e queixo estavam com uma espessa barba castanha. Havia algo nele que Eriko gostou, muito, mas ela não podia dizer o que era. Confiança, postura? ―Olá, ― Jenn o cumprimentou. Nós viemos em paz pela humanidade, Eriko terminou, sentindo uma pequena bolha de humor escapar da panela de pressão de sua ansiedade. Skye lhe tinha dito sobre o código de Holgar na espionagem em Toulouse. Eriko, apenas com dezesseis anos, estava se sentindo um pouco pateta, que era melhor que o mundo tivesse acabado. ―Eu sou Noah Geller, Caçador, ― ele disse a Jenn. Ele parecia mais velho do que o resto deles, talvez uns vinte anos. Ele baixou a cabeça. ―Muito obrigado por terem vindo. ―Eu sou a líder, mas Eriko é o nosso Caçador, ― Jenn respondeu, e ela inclinou-se ligeiramente em direção a ele, como se ela também tivesse sido afetada por seu carisma. ―Olá, ― Eriko disse. Ela se curvou, mas com firmeza, por causa da dor. Noah e Taamir deslizaram a comida. Isso era algum tipo de alimento, que Noah teve o cuidado de mencionar que não era de porco, era um pão sírio,


acompanhado por passas e outros frutos secos e uma bebida. Eriko bebeu avidamente a bebida e aceitou outra. Os dois militares limparam-se depois. Noah se moveu com dificuldade por causa da lesão, mas Taamir o ajudou. Padre Juan disse que a Estrela de Davi e os filhos do Crescente haviam treinado juntos por apenas três semanas antes de chegarem a Moscou. Os Salamancans passaram quatro meses lutando como uma equipe e dois anos de treinamentos antes disso, e eles não chegaram nem perto do nível de familiaridade que Taamir e Noah demonstraram quando eles colocaram os recém-chegados à vontade. Após a refeição, quando todo mundo descansava sobre pilhas de folhas, Jamie disse: ―Não imagino que seria prudente fumar. Noah sorriu e tirou um maço de cigarros de dentro de sua bolsa. ―Eu sou um fumante também. Eu tenho um lugar. Jamie sorriu levemente. ―Graças a Deus. ―Vamos informar primeiro. ― Jenn disse. ―Padre Juan disse que não tinha certeza sobre um terceiro sobrevivente. Taamir estava jogando fora os restos de comida dentro de um saco plástico. Ele olhou para cima. ―Svika. Líder da parte do grupo de Noah. Os capangas de Dentalion o arrastaram para dentro do prédio. Nós acreditamos que ele ainda esteja vivo, e queremos que vocês nos ajudem a resgatá-lo. ―Espere. Espere um pouco. Tempo, ― disse Jamie. ―Estamos aqui por duas razões e duas únicas razões. Matar Dentalion, destruir, incapacitar ou tomar posse de suas experiências e todas as merdas. Noah e Taamir trocaram olhares desconfiados. ―Mas fomos informados que foi explicado para vocês, ― Noah disse. Jamie estendeu sua mandíbula e franziu o cenho. ―O nosso grande Kahuna14 não disse nada sobre resgatar qualquer um. Que é bom, porque, francamente, nós sempre estragamos tudo. ―Jamie, por favor, ― Eriko disse calmamente. ―Por favor, não diga essas coisas. Taamir fechou o saco. ―Nós nunca deixaríamos um homem para trás. Um irmão. 14

KAHUNA – espécie de Xamã.


―Seu irmão tem um nome judaico, companheiro, ― Jamie disse. ―Sim, e eu tenho orgulho de chamá-lo de irmão, ― Taamir disse. ―As coisas eram muito diferentes, antes da guerra, ― admitiu Noah. ―A guerra de vampiros, eu quero dizer. Um homem-bomba pegou toda a minha família. ―E os judeus demoliram nossa casa, ― acrescentou Taamir. ―Em Gaza. ―E ainda assim você adiou tudo isso, ― disse Skye incisivamente, olhando firme para Jamie. ―Não adiei. Esqueci, ― Taamir respondeu. ―Este mundo não tem espaço para batalhas entre humanos. Se não lutarmos juntos, nós vamos morrer. Todos nós. ―Sim, bem, isso é muito para falar, mas que é muito mais fácil falar do que fazer, ― Jamie insistiu. ―Seu governo não está tratando desse jeito. ―É por isso que estamos em casa, e nós estamos aqui. ― Noah deu a Taamir um aceno. ―Os mais velhos não podem odiar uns aos outros. Mas nós podemos. Houve silêncio. Então Jenn disse: ―Nós temos muito a aprender com vocês. ―Hai, hai, ― Eriko disse, soando forçado. Ela olhou esperançosa para Jamie. Não eu, Jamie pensou. Eu não, nunca.


É difícil ser uma caçadora. É uma vida solitária. Família, amigos – você deixa tantas pessoas para trás. Todos os seus entes queridos. Eles jamais podem preparar você para o treino. Mas até com seus colegas de equipe, com alguém que se preocupa profundamente, você ainda pode se sentir sozinho. Isso me apavora. Quando eu era criança, eu costumava pensar que a morte era algo que acontecia com as pessoas muito, muito velhas. Era como se eu pensasse que fosse invencível. Agora eu sei a verdade. A morte acontece com todos nós, na maioria das vezes quando não estamos nem mesmo olhando. ―A partir do diário de Jenn Leitner, descoberto nas cinzas


―E corta, ― Solomon disse a si mesmo, enquanto observava a equipe de filmagem filmar seu projeto favorito, um filme épico sobre a história secreta dos Malditos. Romance, drama, tragédia e triunfo que era certo, para encantar humanos e vampiros igualmente. A maioria dos vampiros não tinha ideia de sua própria linhagem. Era a sua piada para criar um para eles – e que a história era, mentiras do começo ao fim. Mas algo que lhes daria orgulho, e a convicção de que era o seu destino para colocar a humanidade nas cadeias. Isso redefiniu a verdade de sua realidade, e seria o seu coroamento – além de governar o mundo, é claro. Com certeza, o diretor gritou corta. Solomon tinha escolhido um bom. Salomon foi convertido em 1980, quando ele tinha apenas trinta e dois anos e era uma estrela em ascensão da indústria do entretenimento. Ele tinha sido Solomon Shapiro naquela época. Shapiro foi descartado bem antes de sua conversão – que era um nome maravilhoso. Todos em Hollywood falara dele como se fosse o seu melhor amigo, mas na realidade ele era o seu pior pesadelo, ele sorria para eles na frente, em seguida, os esfaqueava pelas costas. Seu caminho para o sucesso estava repleto de estrelas, diretores e produtores cujas vidas ele destruiu, fazendo promessas que ele nunca teve a intenção de cumprir. Ele fazia e dizia qualquer coisa para conseguir o que queria, e no final ninguém conseguia segurá-lo a prestar contas. Ele era muito inteligente para deixar evidências. O mais impressionante era que, muitos daqueles que ele tinha enganado não faziam ideia do que ele tinha feito. Apenas em poucos anos muitos vampiros haviam caído sob seu feitiço – o suficiente para consolidar sua posição de líder. Centenas de seus oponentes haviam sido estacados antes do Dia dos Namorados, onde ele trouxe os vampiros para a luz. Os expurgos continuaram, e os vampiros tremiam na sua presença. Ele nunca conheceu os antigos, no entanto – os antigos vampiros


como Aurora, Sergio e quem eles serviam. Ele conhecerá mais cedo ou mais tarde. De preferência mais cedo. Aurora era provavelmente mais perigosa do que Sergio. Ela era sábia para assumir Vegas. Era o paraíso de um vampiro. Havia um caminho para Las Vegas, e uma saída, e ela tinha que ser fortemente patrulhada. por isso, era um local de caça perfeito. Aurora deixou um pouco de luz na parte de trás adicionada em New Orleans. Solomon sabia que ela estava tramando algo, conspirando contra ele com Sergio. Os vampiros mais antigos, eram difíceis de descobrir, com as suas antigas, alianças torcidas, histórias empoeiradas, e a adoração dos deuses do inferno arcaico. Ela e Sergio, o amor e ódio de sua vida, tinham sido Duque e Duquesa durante séculos como se estivessem em uma nova versão do Drácula. E quanto a este super Sire deles, o que seja – o Grande Pai – como costumava dizer Buffy – ele vivaria pó. Deixe Aurora e companhia fazerem seus planos patéticos, regime de seus pequenos esquemas. Ele tinha espiões em todo o lugar. Ele sabia tudo o que eles estavam planejando praticamente antes que eles soubessem. E ele sabia algo que eles não: Solomon obteve a melhor notícia de seu parceiro na Rússia. O poder em Vampireland acabou de mudar. O futuro de Solomon parecia tão brilhante, ele ia ter que usar máscaras. Porque ele ia ter um futuro brilhante. Ele ia andar na luz do dia. E todo aquele que possuía o dom não precisaria de Vegas ou Nova Orleans, ou qualquer lugar. Porque ele teria o próprio mundo. ―Olhando bem, ― Solomon disse a sua assistente bonitinha, um ser humano Barbie – cabeça oca – que usava um plung-ing na camisa branca e jeans. Cintilando em sua garganta estava o colar que concebera e protegido por direitos autorais – um morcego segurando um coração. Talvez ele rasgasse alguma garganta hoje à noite. Ele gostava de fazer isso. Porque ele podia. Ele piscou para ela – qual era o nome dela? – E foi para fora do estúdio para a doce noite de Los Angeles. Solomon Produções alugou o espaço da


Paramount. Ele amava o lote de filme antigo. Foi onde ele começou sua escalada para a fama, trabalhando na sala de correspondência. Este foi Salomon – personagem em L.A. claro que, quando ele estava em Washington, ele era um diferente Solomon – mas grave, eficiente, mais velho. Ele caminhou para maquiagem e cabelo e virou na primeira porta à direita. Um homem estava sentado na cadeira e Solomon viu no espelho como a maquiagem aparecia no rosto do homem. A esponja emplastava sua testa, movendo-se como se fosse magia, algo fora de um filme de velho fantasma, mas a garota maquiadora era simplesmente um vampiro. Salomon fez uma demonstração na ponta dos pés para cima atrás do homem, então pegou seus ombros e gritou. ―Boo! ―Deus! ― O homem gritou. Solomon riu e deu uma tapinha nas costas dele, girando no banco de maquiagem para a esquerda e pisando na frente dele. ―Desculpe, Paul, não pude deixar essa chance passar. ― Ele avaliou o trabalho de maquiagem. ―Perfeito. Ele sorriu para a garota, depois de volta para Paul Leitner, o pai de Jenn, o caçador que Aurora estava atrás. Isso era uma coisa que Solomon não sabia – porque Aurora se importava tanto com esse caçador. Isso o incomodava. Muito. Então Paul Leitner realmente veio com surpresa para uma conversa com Solomon em seu escritório em Berkeley e pediu sua ajuda para trazer sua filha de volta. Disse-lhe toda a história sobre Aurora e Jenn. Será que realmente todos os problemas estão em uma bolsa pequena de uma garota guerreira? ―Você sabia que Annie aqui costumava trabalhar para um necrotério? Ela preparava até os cadáveres, ― declarou Solomon. ―Nunca tive qualquer reclamação dos clientes, ― Annie disse, sorrindo para Solomon. ―Se um deles não fosse cadáver. Ele era um vampiro sorrateiro olhando para o amor. ― Solomon deixou suas presas para fora um pouco, flertando. ―Melhor coisa que já aconteceu comigo. ― Annie largou o recipiente do pó e pegou o pincel.


―Então, você está pronto para a cena dois? ― Solomon perguntou a Leitner enquanto ele balançou a cadeira para trás ao redor para enfrentar o espelho. ―Tem suas falas novas memorizadas? Leitner hesitou apenas uma fração de segundo, e Solomon viu a sua ansiedade, medo, ressentimento, ódio. Solomon sentia por ele, ele realmente sentia. Aurora o tratou de forma abominável. Traiu a sua confiança, renegou sua barganha, o deixou para morrer no nevoeiro em São Francisco. Não admira que Leitner já não achava que ele tinha feito uma boa decisão, oferecendo a sua culpada, filha rebelde caçadora em troca da segurança de sua família. ―Vamos correr com isso, ― Solomon disse sem problemas. ―Eu começo a sua primeira fala. Eu memorizei tudo. Pronto? ― Ele limpou a garganta e assumiu a aparência de DC Washington. Ele colocou a mão no ombro do homem. “Nós ainda estamos procurando por ela, ― Solomon disse com tristeza. “Nós compreendemos a confusão que ela deve estar sentindo. Há tanta desinformação por aí, tantos falsos rumores. Jennifer Leitner, por favor, ouça o seu pai”. ― Ele sorriu para Leitner. ―Sua vez. O medo saiu de Leitner. Ambos Solomon e a garota da maquiagem sentiram o cheiro, ele os provocou. Solomon manteve seu olhar fixo em seu ator. Leitner claramente tinha dúvidas sobre sua decisão de pedir a Solomon, para ajudar. Não importa. Ele seria morto em breve. Talvez eu deva hipnotizar Leitner e acabar logo com isso. Mas este cara tem que apresentar um desempenho convincente por contra própria. Eu tenho certeza disso. ―Jenn‖, ― Leitner jogou para fora. Suas mãos começaram a tremer, o seu dedo tocando o joelho. ―Corta. ― Solomon sorriu para ele. ―Não toque em seu joelho. ―Desculpe. ―Está tudo bem, Paul. Vamos seguir em frente. Sua próxima fala? Leitner respirou, profundamente. “Solomon está certo. Nós só queremos ajudála, querida.” ―Perfeito. ― Solomon sorriu para ele. Nós nunca atiraríamos em você.


A garota da maquiagem riu. Solomon começou a sair, depois parou de novo. ―Talvez você deva tocar o joelho algumas vezes. Deixá-la ver que você está muito preocupado com ela. É uma ideia. Ele saiu, então, desceu um lance de escadas para o seu escritório. Apenas ele tinha a chave. Deixou-se cantarolar, e bateu a porta. O humano que ele teve no café da manhã ainda estava acorrentado à parede. E ainda vivo. Legal. ―Tome dois, ― disse Solomon. O humano sacudiu a cabeça. ―Não, ― ele sussurrou. Os olhos de Solomon no instante brilharam; suas presas estavam estendidas. Que olhou para ele. ―O que você disse? ― Ele gritou. Ele girou a cabeça do homem de modo que sua boca estava pressiona sobre a orelha do cara e gritou tão alto como pôde. ―O que você se atreve a me dizer? Não? ― O homem engasgou, e seus olhos passaram em sua cabeça. Ele estava perto da morte. Se Solomon iria ter mais sede, ele tinha que agir rápido. Ele nunca teve seus trinta e poucos anos como um vampiro de sangue caindo bêbado, e ele com certeza não ia começar agora. ―Ninguém diz não para mim. Então ele lentamente perfurou e devastou o pescoço do homem com suas presas, sabendo que seria torturante, quando o homem gemia e tentava, muito debilmente, protestar. Solomom riu e ainda extraiu a dor. Por um longo, longo, longo tempo. Finalmente o coração do homem parou; sua cabeça pendeu para o lado, e seus olhos olhando para o nada. ―E isso é um cobertor, ― disse Solomon alegremente. Seu telefone celular tocou, e ele o tirou do bolso. Era o seu parceiro novamente. ―Danny, ― disse ele. ―Dobraye utro, ― (bom dia em russo). Ele ouviu uma série de respostas em russo. Seu sorriso se tornou tão grande que ele ficou com medo de seu rosto rachar.


―Kruta, ― respondeu ele, (que era legal em russo). ―Claro que vou conseguir mais dinheiro. ― Ele franziu o cenho. ―Portanto, apenas restou dois, certo? Dois caçadores? Ele bufou com o cara do outro lado da linha e lamentou. ―Oh, por favor, você pode encontrar duas pessoas que se esconderam na floresta. Defina seus monstros atrás deles. Você pode fazer melhor. Eles são como acréscimos, descarte Dentalion. Sim? Ok, kruta, kruta. Até mais tarde. Solomon desligou. Dentalion estava perdendo sua mente, coitado. Talvez fosse hora de jogá-lo fora. Desencadeou o humano e o arrastou para o corredor. Chamou a manutenção. ―Híbridos, ― disse ele para si mesmo. ―Isso é o que nós iremos chamálos. Kruta. Voltou para o estúdio, sonhando com o protetor solar, e energia solar, e dizendo que iria surfar novamente. A vida era boa, baby. A menos que você estivesse vivo. E então sugado.


A comida estava arrumada, os pratos embalados longe. Jamie e Noah tinham saído para fumar. Jenn cochilava um pouco, então acordou quando os dois homens voltaram, conversando e rindo sobre algo. Jenn estava certa de que Noah tinha, pelo menos vinte e cinco. Sessenta e cinco anos, mais jovem do que Antonio. Noah estava verificando-a também. Isso a deixou nervosa, mas ela gostou. Era estranho estar em torno de um cara que não tinha bagagens importantes, como Antonio. Por isso que você continua pensando em Antonio? Ela se perguntou. Perguntando o que ele está fazendo a cada cinco minutos? Noah e Jamie sentaram-se. Eles estavam a uma distância significativa do seu objetivo, suficientemente longe para o perigo de uma fogueira. Jenn estava grata, mas estava muito frio. O chão estava nevado, e a respiração de todos se misturavam e se levantavam como fantasmas sobre as chamas. ―Antes de começarmos a discutir a nossa missão, quero informá-los sobre Dentalion, ― disse Noah, em sua voz profunda com seu sotaque interessante. ―Ele é muito perigoso, e muito antigo. Taamir sorriu para os Salamancans. ―Isso vai ser bom. Antes de ele se juntar ao Mossad, Noah era um escritor. Muito famoso em Israel. Jenn ficou impressionada. Ela nunca havia conhecido um escritor antes. ―Oh, isso é fascinante. ― Skye olhou para Jamie, que estava analisando sua metralhadora. ―Não é, Jamie? Jamie se mexeu. ―Desculpe, querida, o quê? Skye deu a metralhadora o mesmo olhar triste que ela muitas vezes dava aos cigarros de Jamie. ―Noah é um escritor famoso. ―Desculpe. Estamos ouvindo, ― Eriko assegurou a Noah. ―Sim, ― Jenn repetiu, e quando Noah sorriu para ela, seu rosto passou para quente. O que estava errado com ela? Eles estavam prestes a arriscar suas vidas, e ela estava flertando com um companheiro de equipe.


Então, novamente, por que não? Ela e Antonio estavam em uma confusão. Eu devo seguir em frente. E ficar sozinha, ela disse a si mesma. Agora não era a hora de se envolver com ninguém. Não que Noah fosse qualquer um. Eu nem sei se ele está disponível. Pare, Jenn! Noah começou. O povo russo disse que Dentalion é um demônio que escapou do inferno. Disseram que durante séculos ele se escondeu nas cavernas de gelo dos Montes Urais, onde crescia ervas aromáticas especiais que podem curar muitas doenças – gotas e dores de cabeça e problemas digestivos. Sabendo disso, Dantalion se escondeu na escuridão, atraindo os moradores para entrar com seus sussurros nos ecos da água pingando e a correria de roedores. Venha. Eu tenho o que você quer. O que você precisa. Basta ter coragem e venha para mim. Venha. Ele os atraia com sua voz melodiosa, e depois os atacava. Quando a neve estava alta, os aldeões ficavam dentro, fala-se que Dantalion rastejava ao longo dos lados de suas cabanas, à noite, murmurando para as meninas jovens para sair e dançar com ele. Venha. Eu tenho o que você quer. O que você precisa. Basta ter coragem e venha pra mim. Venha. Mães de suas filhas diziam: ―Vá para cama, e diga suas orações, ou Dantalion irá obter você! Mas meia-noite, as crianças deixavam seus leitos e rastejavam para fora de suas janelas. Venha. Eu tenho o que você quer. O que você precisa. Basta ter coragem e venha pra mim. Venha. Seus sacerdotes contrataram um caçador chamado Baradin de São Petersburgo. Ele caminhou em direção as montanhas, para desafiar Dantalion nas cavernas. Ele não voltou. Eles encontraram Baradin no início da


primavera, abaixo da superfície de derretimento de um lago congelado, o seu rosto contorcido no gelo azul, com dois grandes buracos em sua garganta. Se um Caçador não poderia destruir Dantalion, toda a esperança para o povo estava perdida. Os aldeões empacotaram tudo e correram para baixo das montanhas enquanto o sol brilhava intensamente. Os idosos e enfermos foram deixados para trás. Dantalion fez o trabalho deles. Então, morrendo de fome, Dantalion uivava como um lobo raivoso do topo das montanhas e enfurecia-se pela aldeia deserta. Ele incendiou as cabanas, as chamas laranja flamejaram durante sete dias e sete noites. Enquanto isso, dizia-se que o irmão santo chamado Rasputin, conhecido como Mad Monk, estava hospedado na Sibéria. Rasputin estava envolvido em uma competição de bebida na taberna quanto soube que a filha do hospedeiro tinha caído muito doente. A mãe da linda garota estava histérica. A linda garota estava ofegando e gemendo, a beira da morte. Muitas pessoas viraram as costas, para a senhora amorosa e sua filha linda, Rasputin ofereceu sua ajuda. A mãe olhou para ele com os olhos desamparados e refrescantes, e deu o seu consentimento. Rasputin tomou as mãos da donzela na sua, forçando ainda a mentira, e ordenou que ela olhasse nos olhos dele: Relaxe. Acalme-se. E então, como se por um milagre, ela conseguiu respirar. Ela não sentiu dor. Respirava, sem nenhuma dor. Viva. Viva. Viva. Sua mãe apavorada se benzeu quando a menina caiu desmaiada. Ajoelhada ao lado da cama, a mulher disse a Rasputin que ela lhe daria tudo o que tinha, se pudesse fazer sua criança viver. ―Ela se levantará, ― Rasputin prometeu. Na manhã seguinte, a menina acordou renovada e relaxada. Mas enquanto a mãe caía de joelhos e beijava as mãos de Rasputin, alguns dos seus conterrâneos se assustaram.


―Nós tivemos um demônio na nossa aldeia que podia sussurrar para a alma assim, ― um dos parceiros de Rasputin bebendo murmurou, segurando uma cruz. ―Ele podia atrair homens em sua caverna, e rasgar suas gargantas. Ele deslizava em nossa aldeia e atraía nossas crianças fora para encontrá-lo. E então ele bebia o seu sangue. Isso o fez imortal. Isso intrigou Rasputin. Ele começou a procurar por esta criatura imortal bebedora de sangue. Ele veio de ações supersticiosas, e ele tinha ouvido falar de vampiros. Para financiar a sua busca, ele continuou sua prática de cura psíquica. Seu dom, ele aprendeu com uma senhora encantadora cujas dores de cabeça ele curou, foi referido nas revistas cientificas do dia como mesmerismo, e foi uma forma de energia mental que poderia ser manipulada e usada. Mas poderia torná-lo imortal, como um vampiro? Ou a imortalidade era só provocada pela ingestão de sangue? Na esperança de alcançar a vida eterna, Rasputin começou a beber sangue. As histórias dizem que ele bebia em segredo, a partir das veias das esposas dispostas dos aristocratas russos em São Petersburgo. Um camponês em sua alma, ele odiava todos por sua riqueza e poder, enquanto que os camponeses estavam famintos, ele sugava seu sangue, jurando que chuparia suas riquezas com eles também. Eles não tinham ideia, é claro. Então ele criou uma sociedade secreta e lhes deu todas as posições importantes com títulos fantásticos como Filho do Amanhecer, em troca, é claro, ―doações de amor‖, em ouro e joias. Ainda assim, ele não achava que beber sangue havia lhe dado a imortalidade. Ele não sentiu nenhuma diferença antes e depois, e quando ele se olhou no espelho, viu rugas e manchas no fígado – sinais reveladores de envelhecimento. Ele ganhou uma reputação como vidente, místico, um homem santo que poderia curar os doentes – até mesmo a morte mais próxima. Alexandra, a czarina de toda a Rússia, ouviu falar de Rasputin, e suplicou-lhe para curar seu filho, o herdeiro do trono, o Grande Duque Alexei. A criança tinha hemofilia, o que significava que seu sangue não coagulava. Um simples risco, e ele podia


sangrar até a morte. Os médicos não conseguiam ajudá-lo e só falavam de uma morte precoce. Pensando na riqueza e status que ele ganharia, Rasputin se reuniu com a czarina em São Petersburgo. Ele fez sua promessa de manter os médicos afastados e começou seu programa de mesmerismo. Ajudando o garoto desfalecido dava para o seu pequeno corpo uma chance de se recuperar de cada episódio. E assim o czar e czarina acreditavam que Rasputin estava curando pouco a pouco Alexei, nenhum deles percebendo que o alívio do estresse pode parar o sangramento em hemofílicos, mas não curá-lo. Enquanto isso Dantalion vagara nas estepes em busca de sangue, e as histórias da cidade mágica de São Petersburgo chegaram a seus ouvidos. Eletricidade! Automóveis! Ele soprou com o vento doente, hipnotizado pela beleza da moderna, tecnologicamente avançada cidade. Cercado por tais maravilhas gloriosas, Dantalion foi superado com a auto-aversão. Ele viveu como um selvagem em suas cavernas de gelo. Envolto em peles, ele atacou camponeses imundos, e estrumes de vacas e lama haviam-se misturado com o sangue quando ele bebia. Por quantos séculos? Ele não sabia, não podia sequer lembrar seu próprio começo. E enquanto ele apreciava a sua imortalidade, ele não tinha ideia de como ele poderia permanecer na cidade brilhante sem ser detectado. Ele não podia sair durante o dia. O sol o destruía. Mas ele estava com tanta fome para viver, para se juntar ao redemoinho da humanidade. Ele deve ter o sol! Então, ele ouviu falar sobre Rasputin, o hipnotizador que estava curando o Grande Duque de sua doença de sangue fatal. Tal homem deve saber muito sobre a química do sangue. E se o sangue de Dantalion pudesse ser alterado, de modo que ele pudesse suportar a luz do sol? ―Eu me apresento, ― disse a Rasputin, aparecendo uma noite na porta do apartamento escasso do monge. Dantalion estava esplendidamente vestido com um casaco de pele enorme e chapéu e uma bengala. Ele gostaria de ver seu reflexo, mas ele sabia que era muito grandioso. ―Vampiro, ― Rasputin disse alegremente. ―Entre, venha para dentro.


Seja corajoso e venha comigo. Venha. Assim que começou. Cada um queria algo do outro, e ambos precisavam de dinheiro para atingir seus objetivos. Moeda Russa – rublos – eram as balas de seu dia, e os dois homens eram implacáveis em sua busca. O dinheiro fazia Rasputin poderoso, o dinheiro dava acesso a Dantalion para os cientistas e laboratórios. Mas a Rússia estava em ruínas da guerra desastrosa por mais território. Milhares dos filhos russos foram mortos e os sobreviventes estavam sem dinheiro e com fome. O czar e czarina realizavam seus bailes, usavam peles. As pessoas comuns os odiavam e seus associados – entre eles Rasputin. Rasputin tinha inimigos quase tanto como o czar, especialmente os maridos de suas nobres fãs do sexo feminino – eles o mataram em 1916. Primeiro, ele foi envenenado, então espancado, então baleado, depois espancado novamente, e finalmente amarrado e jogado no rio Neva semicongelado. Agora é conhecido que Rasputin foi muito difícil de matar, porque Dantalion estava fazendo experiência sobre ele. Rasputin foi sua primeira tentativa de fazer um novo tipo de vampiro. O czar e a czarina, todos os seus filhos foram executados pelos rebeldes em 1918. São Petersburgo deixou de ser segura para as pessoas não convencionais como Dantalion, que voltou para as sombras novamente. Ele não foi visto novamente até que Solomon fez a sua aparição no Dia dos Namorados e trouxe os vampiros de volta para a luz. ―E agora ele está de volta. E o que ele faz para as pessoas com seus experimentos sobre... ― Noah parou, e Jenn levantou. Ela havia se perdido em sua voz hipnótica enquanto ele tecera a história sobre o seu alvo. ―Nós temos que despontar fora de lá, ― concluiu Noah. Jamie pegou um cigarro e bateu-o contra a metralhadora. ―Bem, por que diabos não pegamos Dantalion pela força? Basta uma arma nuclear do inferno sobre ele? O governo está protegendo outro grande cientista Maldito, garoto. Isso é claro como o dia. ―Eu tenho que concordar, ― Holgar disse.


Jenn limpou sua garganta. ―Isso não importa. Noah olhou para ela e sorriu levemente. Então, ele inclinou a cabeça. Seu peito apertou e suas bochechas ruborizaram. Coisas boas começaram a acontecer com suas entranhas. ―Há muita coisa para lidar nesta guerra suja, ― Noah disse. ―Os políticos tentando ganhar o favor daqueles que estão no poder, como Rasputin fez. Na esperança de que se eles fizerem isso, o que os Malditos querem, eles serão poupados. Ou convertidos. ― Ele apontou para Jenn e Jamie. ―Eu acho que vocês dois estão certos. Dantalion está protegido, mas isso não importa. Estamos aqui em uma missão para destruí-lo. ―Inferno sangrento. ― A voz de Jamie era grossa com nojo. ―Jamie, ― Jenn reprovou, girando na direção de Jamie. Em seguida, ela seguiu sua linha de visão e viu o que – ou melhor, que – causou a reação dele. ―Buenas noches, ― Antonio disse, situando-se o perímetro do acampamento. A lua tocando o cabelo preto azulado com prata, o envelhecimento dele ligeiramente. Fazendo-o parecer diferente, não como o Antonio que ela conhecia. Que ela jamais conhecera. Seus escuros e profundos olhos voltados para ela, só ela, e o medo arrepiou seus ossos. Heather. Algo aconteceu. Eles a mataram. Ela saltou de seus pés, em seguida, cambaleou para trás. Skye levantou a mão em direção a ele em saudação; todos os outros ficaram onde estavam. O coração de Jenn parou. Tudo parou. Se ela não perguntar, se ele não disse nada... Ela oscilou. ―Jenn? ― Skye disse. ―Ay, não. ― A compreensão amanheceu, Antonio fez sua cabeça um movimento rápido. ―Ela está bem, Jenn. ― Mas havia um problema em sua voz. ―Então, o – o que você está fazendo aqui? ― Ela estava envergonhada pela forma como sua voz estava tímida. Ela era a líder desta equipe –sua líder – mas ela soou como uma menina de doze anos de idade. ―Quem é ele? ― Taamir perguntou atrás dela, sua voz perigosa, em alerta.


―Antonio é um de nós, ― Eriko disse rapidamente. ―Nosso outro companheiro de equipe. Ele não foi capaz de sair com a gente... Então ele arrebatou. ―Como ele nos encontrou? ― Noah exigiu, todos os músculos tensos. Ele e Taamir estavam em seus pés. Antonio estava em silêncio e calmo, desviando qualquer confronto. ―GPS. Eu coloquei um rastreador no meu celular para que ele pudesse encontrar-nos. ― Holgar soou completamente convincente. ―E você veio para o nosso acampamento sem nos dizer isso? ― A metade de Taamir gritou. Uma olhada de Noah, e ele baixou a voz. ―Este é o nosso acampamento. A nossa missão. Jenn pensou. Eles tinham falhado. Foi por isso que a equipe de Salamanca estava lá. Era sua missão agora, e ela estava no comando de tudo. ―Desculpe-me, mas acredito que nossos mestres discutiram tudo isso, ― Eriko respondeu encontrando-se através de seus belos dentes brancos. ―Antonio estava nos monitorando. ―Sim. Padre Juan disse que estava arranjado. ― A voz de Holgar era lisa como o vidro. Jenn silenciosamente abençoou cada um deles pelos os seus raciocínios rápidos. Se os seus novos amigos soubessem que Antonio não deveria estar lá e que ele era um Maldito, certamente seria um teste mortal para os limites de sua aliança frágil. Jamie, por um milagre, estava permanecendo em silêncio. Jenn olhou por cima do ombro e percebeu que provavelmente não era um milagre. Skye tinha a mão no ombro de Jamie. Ela teria que agradecer a bruxa mais tarde por isso. Mas ela poderia dizer pela postura de Antonio que algo ainda estava errado. ―Estamos indo a pé ao perímetro, ― ela falou, a voz mais profunda, mais firme. Ela era sua líder. Antonio caiu um passo ao lado dela à medida que, eles abriam caminho para fora da pequena clareira e na floresta. Seus pés triturados na neve. Sua respiração explodiu como fumaça. A dele não.


Assim que eles estavam fora dos ouvidos, Jenn girou sobre ele. ―O que você está fazendo aqui? Ele olhou para ela, olhos tão escuros como se eles fossem feitos de céu noturno. ―Sua irmã... Ela teve algum tipo de visão. Ela disse algo sobre ―ela‖ e ―sangue‖ e ―lá‖. E então ela gritou o nome de Dantalion. Um arrepio tomou a coluna de Jenn. ―Seu? Meu? ― Ela pensou por um momento. ―Aurora? Antonio balançou a cabeça. ―Eu não sei. Mas eu estava preocupado com você. Eu não podia deixar você fazer isso sozinha. Eu tentei, mas eu não consegui. ― Ele continuava olhando para ela, uma distância cortando entre eles. Tantas emoções misturadas dentro dela que ela tinha dificuldades para manter o próprio controle. Com ele aqui olhando por ela, que pôs Heather, e os outros na Universidade, em mais perigo. E ele também, talvez. Mas ela não podia negar o seu alívio. Ele estava aqui, com ela. ―Eu sei que nós nos separamos mal, ― ele começou. ―Foi minha culpa, Jenn, e eu sinto muito. A barragem rompeu dentro dela, e ela percebeu que, apesar de tudo o que tinha acontecido, ela precisava estar perto dele e sentir essa certeza. Ela jogou os braços ao redor de seu pescoço e enterrou a cabeça no peito dele, aspirando o seu perfume. Ele abaixou o queixo contra a coroa da cabeça dela, descansando seu rosto lá. Seus braços rodeavam nela, forte e gentil. ―Ay, Jenn, te quiero, mi corazón. ―Eu também amo você, ― ela sussurrou. Ela ainda podia aspirar em espanhol, mas sabia. ―Eu amo você, Antonio. Ele segurou-a pelo que pareceu ser uma eternidade, acariciando seus cabelos. ―Diga como ela está, ― Jenn disse. Antonio relatou o que aconteceu, e ela empalideceu. ―Mas ela estava falando em palavras? ―Somente durante a visão, ― admitiu. ―Mas isso nos dá esperança.


Sem palavras, ela balançou a cabeça. Então ela colocou uma mecha de seu cabelo atrás da orelha. Encostou a cabeça em seu peito. Sem calor, sem batimentos cardíacos. ―Noah nos contou sobre Dantalion, ― ela disse. ―Cara assustador. ―Noah? Ou Dantalion? ― Ele perguntou, parecendo divertido. ―Noah é um escritor. Ou era, antes de se juntar a Mossad. Antonio riu, como se fosse uma piada particular. Ela olhou para cima acentualmente e viu que ele estava sorrindo. Ela não pôde deixar de sorrir de volta. ―O quê? ―Eu estava pensando se você leu alguns livros recentemente. ―Eu não tenho tempo para ler. Seu sorriso ampliou, e ela franziu a testa, perplexa. Ele se inclinou para frente e roçou seus lábios com os dela. ―Eu nunca pensei que eu pudesse beijá-la novamente, ― ele disse. Sua voz estava cheia de saudades de tal forma que fez formigar. Ela pensou que nunca iria querer beijá-lo novamente. Ela não tinha realmente tido muito experiência com rapazes. A guerra tinha ficado no caminho. ―Buenos, nós deveríamos voltar, ― ele disse, traçando a boca dela com o dedo. A ponta do dedo estava muito fria. ―Um minuto mais não fará diferença, ― ela disse. ―Assim seja, ― ele a beijou novamente. Então era hora de voltar. Suas mãos atadas e caminharam de volta para os outros que estavam olhando para os dois com expectativa. Correção: Para ela. Jenn assumiu. ―Ok, vamos revezar patrulhando por duas horas cada um com equipes de dois. Noah, Taamir, eu vou colocá-los com membros da minha equipe para que possamos começar a aprender a trabalhar juntos. ― Ela virou os olhos para seus próprios companheiros de equipe. ―Eu vou com Noah, ― Skye voluntariou. ―Eu vou patrulhar com Taamir, ― Holgar acrescentou.


Os dois caçadores do Oriente Médio manifestaram o seu acordo, e Jenn teve que esconder um sorriso. Talvez ela estivesse pegando o jeito dessa coisa – líder. ―Obrigada, ― ela disse. ―Okay. Skye, você e Noah assumem a primeira patrulha. Skye se levantou e escovou para fora. Ela sorriu para Noah. ―Vamos? ― Ele atravessou até ela e os dois se misturaram à floresta. Skye estava inquieta. Ela caminhou lentamente do perímetro de seu acampamento base e tentou se acalmar. Ela havia concordado em aceitar patrulhar com Noah. Holgar iria patrulhar com Taamir. Ela entendeu a necessidade de conhecer os seus dois outros companheiros melhor. E ela e Holgar fizeram as escolhas óbvias. Taamir e Noah ainda não sabiam que Antonio era um vampiro, e ela tinha certeza que Jamie diria algo detestável e iniciaria uma luta. Ainda assim, ela perdeu seu parceiro. Ela suspirou. ―Tudo bem? ― Noah perguntou, sua voz quase um sussurro. Ela balançou a cabeça. ―Você é muito jovem, ― ele observou. Skye encurvou os ombros. Ela e Eriko tinham dezesseis anos, mas Skye era a caçula. Ela havia fugido para a Universidade, quando ela tinha quatorze anos. Todo mundo achava que era porque ela queria lutar com os Malditos. Que era, mas ela tinha motivos muito mais sombrios. Estefan, onde está você? Ela se perguntava. Em sua mente ela comparou Estefan a Jamie. Por que ela sempre era atraída por bad boys? Claro, Estefan e Jamie só compartilhavam uma borda escura e amor da violência em comum. Estefan era um feiticeiro que tinha do lado os Malditos. Jamie era um caçador humano que jurou destruir os vampiros. ―Ninguém é mais jovem, ― ela murmurou. Noah assentiu parecendo tomar isso como verdade.


Ela estava agradecida que Antonio tinha aparecido, embora ela não soubesse por que ele estava aqui. Claramente, houve uma mudança de planos, e que havia tomado de surpresa Jenn também. Enquanto caminhava, ela teceu quatro pequenas magias. Havia aquela que lhe daria uma visão melhorada. Havia outra, para manter suas raízes no caminho e livre de armadilhas. A terceira, uma audição reforçada. A quarta, fazia seus passos silenciosos. Havia outra magia que ela teria gostado de realizar, para mascarar seu cheiro ou para ajudar a localizar o perigo, mas ela já estava cansada por todas as magias que ela tinha feito para segurá-los através dos aeroportos mais cedo, e realizando as quatro estava levando tudo o que ela tinha. ―O que você está fazendo? ― Noah perguntou por fim. Skye hesitou por um momento. Na bruxaria não era comum expor a estranhos, mas nada sobre sua jornada desde que deixou a casa era comum. ―Estou fazendo magias para nos ajudar. Ele ficou em silêncio por um momento. ―Mágicas. ―Eu sou uma bruxa. Feiticeira branca, ― acrescentou ela rapidamente. ―A bruxa boa. ―Seu mestre disse ao meu sobre você, ― Noah disse. Então, Padre Juan tinha a revelado. Isso á preocupava um pouco, mas ela também percebeu que era uma boa estratégica. De volta à Nova Orleans, Marc Dupree e os Combatentes a liberdade ficaram muito zangados por não ter dito nada. Ela duvidou que Padre Juan tivesse informado a eles sobre Antonio, no entanto. Bruxas não era o inimigo. Os Malditos estavam amaldiçoados. ―É por isso que eu posso ver e ouvir melhor do que eu deveria? ―Sim. ―Dá para parar? Seu coração afundou. ―Você não aprova a bruxaria? Noah deu um meio sorriso. ―Eu... Aprovo qualquer coisa que possa ajudar a derrotar os Malditos. Mas eu estou em sintonia com meus próprios sentidos, e isto é, hmm, difícil de ajustar. Eu acho que prejudicará e não ajuda.


Ela estremeceu. ―Desculpe, ― ela murmurou quando lançou os dois feitiços. Infelizmente, ela não podia simplesmente soltá-los, ela teve que liberar a si mesma, e ela tropeçou em uma árvore com um grunhido. Ele estendeu a mão. ―Você está bem? Ela sacudiu a cabeça para limpá-la e depois tentou reformular o feitiço, mas apenas para si mesma. Ela estava muito cansada, no entanto. Ela precisava descansar. ―Eu... Ela parou. Algo estava errado. Ela virou a cabeça, esforçando-se para ouvir. Não havia nada. Nada. E ainda... ―Algo está aqui, ― ela sussurrou. Noah virou quando uma figura avançou para ele da escuridão, agarrandoo e jogando-o no ar. Terror galvanizou Skye, e a adrenalina fluía por seu corpo, dando-lhe a energia para tecer um feitiço para diminuir o impacto quando Noah foi arremessado ao chão. A criatura se virou para ela, e ela recuou. Que era horrível. Seus olhos eram excessivamente grandes em seu rosto, seu nariz pequeno e apertado, e sua boca com dentes eriçados e mais longos do que ela tinha visto em um Maldito. Parecia mais a boca de um lobo. Um lobisomem! Pensou. Mas o corpo não era de um lobisomem, era mais humanóide, e vestia calça preta e uma jaqueta acolchoada preta. Que também usava botas. Não era como qualquer coisa que ela já viu. Skye desviou fora de seu trajeto, surpresa que sua velocidade estava no mesmo nível da besta. Ele virou-se, lento como um humano, e derrubou suas mãos com garras curvadas. Noah surgiu por trás da criatura e tentou enfiar uma estaca nele. Ela ouviu o som de madeira rachando, e com um grito Noah recuou. ―A estaca não vai perfurar! ― Ele gritou para ela.


As mãos dela voaram para seu cinto, e Skye sacou uma garrafa de água benta e uma estaca. Ela destampou o frasco, correu para frente, e espirrou a água benta nos olhos da criatura. Ele parou com um berro e começou a agarrar seus próprios olhos com suas garras afiadas. Ele esculpia pedaços de sua carne de seu rosto até que o sangue estava fluindo livremente. Skye levou um segundo precioso extra quando ela inclinou a estaca para cima, pulou, e depois empurrou. A madeira parou menos de um quarto de centímetro na criatura. Os músculos eram muito fortes, muito poderosos, para perfurar. Ela pegou uma cruz próxima e bateu com ela contra a pele da criatura. Ele começou a fumaçar e queimar. E antes que ela pudesse se conter, ela sussurrou. ―Incêndio. A cauterização se transformou em chamas plenamente desenvolvida. A criatura caiu para neve, rolou, e extinguiu com um assobio e chiado. Skye deu um passo para trás, piscando, horrorizada, com o que ela tinha acabado de fazer. Magia era apenas para ser usada para defesa, nunca para ferir ou atacar. Usando apenas a sua mão livre, Noah desembainhou uma espada curta de debaixo da parte de trás do seu casaco e bateu a lâmina para baixo. Ele cortou no meio do pescoço da criatura e, em seguida, alojou-a entre as vértebras superiores de sua coluna vertebral. Grunhindo, ele se inclinou, colocando seu peso sobre isso, com a criatura abaixo dele uivando e se contorcendo. Uma das garras da criatura cortou todo o joelho de Noah, o derrubando instantaneamente. Noah esparramou no chão perto da cabeça da criatura, mas ele segurou desesperadamente a espada, ainda tentando cortar o pescoço. ―Ajude-me! ― Ele gritou. Galvanizada, Skye pulou para frente, agarrando o cabo da espada, tendo o cuidado de evitar os dentes e as garras balançando, e ela bateu para baixo a espada por tudo que valia a pena, soluçando com o esforço. No inicio, a lâmina não se moveu. E então ela deslizou. Devagar, devagar, e então de repente ela cortou todo o caminho, cortando a cabeça da criatura. Skye caiu na neve, ofegante, ao lado de Noah. Enquanto a adrenalina ainda estava correndo através de seu corpo, ela estendeu a mão e tocou na perna de Noah, enviando energia curativa através


dela. Em seguida, trabalhou a magia em seu braço. Agora que ele sabia que ela era uma Feiticeira Branca, ela poderia curá-lo sem medo de ser descoberta. ―O que é isso? ― Ela perguntou, estremecendo enquanto ela olhava para a cabeça decapitada. Os olhos vermelhos estavam fumaçando no rosto horrível, arruinado. ―Deve ser um dos experimentos de Dantalion, ― Noah disse lentamente enquanto cavava em um bolso de sua jaqueta. Sua voz chamou. ―Se é desa... Trabalhando o esforço e medo, skye fixou sobre o corpo quando partes lentamente transformaram em cinzas. Aconteceu tão lentamente que começou a debilitar. Depois de dois ou três minutos tudo o que restava era a cabeça, que estava em decomposição em um ritmo muito mais lento. Os olhos sem vida, olhando para ela. Então, quando pedaços monstruosos no rosto começaram a ruir, esta cabeça pareceu muito humana, isso não poderia ser negado. Calafrios voltaram para náuseas, e ela obrigou a se afastar. Ela tinha ferido algo que havia sido uma pessoa. ―É? ― Ela perguntou a ele com a voz rouca. Ela limpou a garganta. ―Foi? ―Eu – eu não sei, ― Noah murmurou. ―Mas eu não ficaria surpreso se Dantalion o libertou para zombar de nós.


Abaixo entre os mortos, como o poema passou. Sua mente corrida, Dantalion, havia pesquisado seu domínio de salas de cirurgia, esconderijos de equipamento cirúrgico, gaiolas, celas. O cheiro era horrível. Os gritos, irritante. Caçadores que ele ainda não tinha utilizado estavam acorrentados às paredes, e as cabeças mergulhadas em frente, inconsciente. Vampiros em gaiolas se enfureceram com ele quando varria o porão de sua sede, o Palácio Imperial da caça do último czar da Rússia. Ele estava fervendo de raiva e forçando a bordas irregulares de medo na baía. Seu cientista chefe, Vladimir Khrushchev, caminhava ao lado dele, ignorando a tempestade de dentro de seu superior. ―Nós podemos sair? ― Khrushcev perguntou. Suas presas estavam estendidas, e seus olhos brilhavam escarlates. Ele parecia um pouco mais magro que o normal. Ele fez um gesto para os seis vampiros com casacos brancos – sua equipe de cientistas. ―Precisamos caçar. ―Os últimos dois caçadores do Oriente Médio ainda estão lá fora, ― Dantalion disse, tentando parecer calmo e sob controle. ―Apenas dois? ― Khrshchev perguntou incisivamente. Dantalion não respondeu. Ele não tinha certeza, havia apenas dois. Era impossível que dois homens pudessem infligir muitos danos em seus híbridos. Mas ele não estava disposto a admitir isso. ―Talvez seja hora de enviar mais Matroyshkas? ― Khrushchev se aventurou. Matroyshkas era a sua palavra para os híbridos que haviam criado juntos, usando os caçadores que tinham capturados ousando a atacá-los; lobisomens tinham aprisionado vários bandos que haviam identificado; e vampiros alguns dos quais tinham oferecido. Dantalion e Khruschev haviam apelidado os híbridos de matroyshkas por causa da arte popular russa – uma boneca – que os turistas gostavam de comprar. Após assumir o controle do Palácio e da porra do laboratório que ele


e Khrushchev agora estavam, Dantalion tinha definido suas lembranças de seus dias de glória com Rasputin na Rússia. Um desses estava um conjunto de matroushkas do czar, czarina, Alexei e Rasputin. Uma piada interna de uma espécie, que tinha capturado a atenção de Khrushchev. Brincando com as bonecas do assentamento, Khrushchev imaginou como fazer os híbridos: colocando os genes de uma criatura como os genes de outra, depois os genes de um vampiro, terceiro: lobisomens e humanos, às vezes dois vampiros e um lobisomem, ou alguma outra combinação. Era um trabalho fascinante. Havia um monte de falhas, algumas bastante repulsivas, mas eles estavam fazendo um progresso esplêndido. Então, infelizmente, Solomon tinha ouvido falar dele e se ofereceu para pagar por isso em troca de alguns híbridos de sua autoria, e as informações sobre como fazer mais. Dantalion não queria um parceiro, especialmente o vampiro mais poderoso e conhecido no mundo. Dantalion queria ser o vampiro mais poderoso e conhecido no mundo, e enquanto ele tinha alguns truques na manga para conseguir isso, ele não queria dividir o segredo para fazer híbridos com um rival. Ele nem sequer sabia como Solomon descobriu sobre seus planos. Mas Solomon tinha, e agora Dantalion estava preso com ele. No lado positivo, Solomon tinha uma fonte inesgotável de dinheiro, e Dantalion alguns detalhes cruciais da criação da matroyshka, assim, mantendo o controle. Mas algo estava acontecendo. Algo estava errado. Ele tinha enviado uma dúzia de híbridos, e depois mais uma dúzia, e nenhum deles voltaram com sua vítima – apenas dois caçadores. Não adicionando. Ele teria que enviar reforços, mas quantos? Era hora de passar para o plano B? ―Enviar mais, ― disse ele a Khrushchev.


Antonio percebeu que ele deveria ter falado sobre o seu negócio com Jenn em primeiro lugar, enquanto eles estavam sozinhos, mas sua mente estava em outras coisas. Isso era ruim. Ela era seu líder, e ele não deveria surpreendê-la assim. E ele deveria tê-la trazido antes de Skye e Noah os assistissem juntos. Ele estava fora de si. Ele não queria que Jenn estivesse aqui. ―Há algo que precisamos discutir, ― ele disse. ―E agora? ― Jamie disse, gemendo. Antonio sentou ao seu lado, botas trituradas na neve. ―Você se lembra daqueles homens com as cruzes negras de Jerusalém? Os que nos enviaram para casa no jato de Nova Orleans? ―Os que agarraram o cientista, aquele que estava trabalhando sobre o vírus? ― Eriko perguntou. ―Sherman, ― Jamie colocou. ―Sim, esses caras explodiram depois que nós fizemos todo o trabalho pesado. ―O cientista? Qual vírus? ― Taamir perguntou. ―Era uma espécie de anemia, ― disse Jamie. ―Sherman queria infectar os Malditos com isso, mas o transformou em primeiro lugar. ―Desculpe-me, Jamie. Era a leucemia, ― Eriko corrigiu. ―Bem, foi a guerra bacteriológica, de qualquer forma, ― Jamie disse. ―Como estes rapazes russos estavam fazendo antes quando Dantalion assumiu. ―Vale, o mesmo, ― Antonio disse. ―Bem, eu vi mais três deles hoje. A equipe se mexeu. Taamir os observava, perplexo. ―Onde? ― Holgar perguntou.


―Um deles estava no aeroporto. Vi mais dois em um carro, então os segui. Eles estão acampados no raio de dezenas de quilômetros daqui, ― Jamie jurou. Taamir inclinou-se para dentro. ―Desculpe, mas quem? O quê? Dezenas de quilômetros? ―Isso é cerca de dezenove quilômetros, ― Jamie informou a ele. ―Você não é divertido, ― Taamir agarrou. Jenn respirou fundo. ―Os homens com as cruzes de Jerusalém estavam no funeral do meu avô, também. Pelo menos um deles trabalhava para o governo. ―O governo espanhol? ― Taamir perguntou, claramente não seguindo. Jenn balançou a cabeça. ―Americano. ―Ela é uma Ianque, ― Jamie disse, enchendo as mãos nos bolsos do casaco por causa do frio. ―Eu acho que eles poderiam ser parte de uma organização secreta, ― Antonio declarou. ―Além do oficial do governo americano. ―Você apareceu, e agora eles estão aqui? ― Taamir disse com raiva. ―E eles estavam atrás de você? ―Ele olhou para Jenn. ―Eu acho que eles são bons em ser secretos, ― Jenn disse rapidamente. ―Um deles, acho que foi um deles – disse algo para mim no funeral sobre o preenchimento do sapato do meu avô. Seu nome era Greg. Ele não era hostil. Eu deveria ter perguntado a vovó sobre ele, ela pensou. Ela desejava entrar em contato com sua avó. Jenn não foi capaz de responder à mensagem de texto de sua avó: Montana. O telefone que sua avó usou deve ter descarregado; Jenn obrigou a pensar. A mensagem havia chegado depois que elas se separaram, quando sua avó tinha colocado Jenn em um avião para que ela pudesse resgatar Heather. Então sua avó pegou a mãe de Jenn, e as duas fugiram de São Francisco. ―Dantalion, Eriko disse. ―Eles devem estar aqui para ele também. ―Sim, mas para matá-lo ou sequestrá-lo? Ou talvez eles queiram que ele trabalhe sobre o vírus. Eles, obviamente, têm uma coisa para os cientistas Malditos, ― Jamie disse.


Jenn balançou a cabeça. ―Dantalion está do lado errado para ajudar as pessoas usando cruzes. ―O que nós devemos fazer sobre eles? ― Eriko perguntou. Antonio olhou para Jenn. Ela era a líder, e ele precisava de sua decisão, mas algo lhe disse que esses homens eram muito, muito perigosos. Cada vez que os dois grupos havia cruzados os caminhos, os homens levavam os predadores. E que só poderia ser uma coisa boa. ―Nós devemos tentar fazer contato, ― Jenn disse. ―Amor, vamos convidá-los para o chá, ― Jamie bufou. ―De jeito nenhum, ― disse Taamir com raiva. ―Estamos em uma missão, e não conhecemos esses caras. Eles podem até estar trabalhando para Dantalion. ―Eu não penso assim, ― Holgar disse. ―Concordo com Jenn, ― Eriko acrescentou, balançando a cabeça, parecendo desconfortável quando o confronto se elevou. ―Jenn é a líder, ― disse Holgar rapidamente. ―Dantalion eliminou sua equipe, ― Jenn lembrou a Taamir. ―Se esses caras podem nos ajudar, devemos nos reunir com eles. ― Ela corou. ―Por assim dizer. ―Não. É um risco que não devemos tomar. ― Taamir cruzou os braços sobre o peito. Seu rosto estava vermelho. Antonio não tinha certeza se era do frio ou porque ele não gostava de ser lembrado da falha de sua equipe. ―Então, como nós iremos sobre isso, Jenn? ― Holgar perguntou incisivamente, afastando-se de Taamir. ―Antonio poderia levar você lá atrás. Nós temos uma van, e Antonio, você ter um carro. ―Eu tenho, ― Antonio confirmou. ―Ouça, Padre Juan falou com vários mestres. Eles querem montar mais equipes como a nossa. Você ficaria surpreso em alguns dos lugares onde os Caçadores têm lutado com Malditos. ―Então nos surpreenda, ― Jamie disse. Antonio não estava disposto a discutir mais na frente de um estranho. Além disso, ele estava ficando fora do assunto. ―Vamos para os agentes com cruzes pretas, ― Antonio disse. ―Nós vamos, ― disse Jenn. ―Agora.


―Hey, ― Taamir protestou. ―Noah e eu temos uma palavra a dizer nisso também. E eu não acho... Houve um ruído súbito na vegetação rasteira. Antonio olhou para cima quando Skye e Noah entraram no acampamento. Noah jogou algo no chão, o que rolou um pouco antes de parar na frente de todos eles. Era uma cabeça humana, apenas um pouco decadente e cheia de dentes. Eriko clicou de uma lanterna, visando o feixe na cabeça. ―O que é isso? ― Perguntou ela. ―Algo que morreu dez minutos atrás, ― Skye disse. ―Inferno sangrento, ― Jamie cuspiu, quando Holgar pegou para examinar. ―Como é que existe uma cabeça? ― Jenn perguntou, sua voz cheia de horror silenciosa. ―Um dos experimentos de Dantalion? ― Antonio adivinhou. Holgar jogou-a para ele, mas ele deixou cair na neve, não querendo tocar. Havia algo tão natural sobre isso que irritou até mesmo ele. Antonio forçou a olhar para as características torcidas. A mandíbula grande, muitos dentes caninos, mas faltando. Possivelmente os dentes que haviam sido presas de vampiro. Pele humana, em sua maioria, embora as cinzas avançaram sobre as bochechas e na testa. ―Sim, ― disse Skye. ―E nos atacou. O corpo se desintegrou, até que apenas restou a cabeça. ―Isto está decompondo também, ― Eriko observou quando ela se agachou para dar uma olhada. ―Sim, mas muito lentamente, ― Skye repetiu. ―O que isso significa? ― Taamir perguntou. ―Isso significa que não podemos dar mais tempo para Dantalion executar suas experiências, ― disse Jenn, rosto pálido, mas sua voz firme. ―Nós temos que nos mover contra ele agora. Esta noite. A onda de orgulho varreu Antonio. Jenn estava assumindo o comando. E de repente Antonio cheirou alguma coisa. O odor estava um pouco longe, mas


não havia dúvidas: o cheiro da morte dos Malditos. Ele balançou a seus pés, ao mesmo tempo que Holgar. Holgar rosnou, e Taamir e Noah sacudiu a cabeça em direção a ele. ―O quê? ― Jamie perguntou abruptamente. ―Nós não temos que se mover contra ele, ― Antonio rosnou. ―Ele está se movendo contra nós.


Na ocasião, um amigo ou uma pessoa que lhe oferecer ajuda será colocado em perigo. Seu impulso será para salvá-lo, mas você deve sempre escolher destruir um Maldito sobre salvar a vida de até mesmo a pessoa mais amável e mais abnegada. Quando uma pessoa boa morre, ela certamente irá se juntar a seu Pai Celestial. Mas se um Maldito não for devidamente controlado é um pecado grave, que cai sobre você. Assim, você sempre deve matar um vampiro, logo que você encontrá-lo, mesmo que isso custe à vida de inocentes.


Holgar rosnou quando todo mundo pulou e se espalharam na expectativa de um ataque. Então, para seu horror, o ronco se aprofundou em sua garganta, se transformando em um vigoroso, uivo violento amável de lobisomem. ―Para helvede! ― Ele murmurou – que significava ―maldição‖ em dinamarquês – piscando quando Taamir e Noah olharam para ele. Eles se separaram dos Caçadores de Salamanca em um flash, agarrando e apontando suas metralhadoras para ele. O coração de Holgar disparou. Ele não tinha a intenção de rosnar. Ele tinha acabado de explodir fora dele. ―Que diabos? ― Noah sussurrou. ―O que foi isso? ―O que ele é? ― Taamir disse baixinho. ―Ele está bem, ― Jenn sussurrou de volta enquanto ela examinava a escuridão. ―Ele apenas uiva! ―Isso não é humano! ― Noah replicou. ―Eu estou bem! ― Holgar ergueu a mão e acenou, tentando mostrar que ele era muito humano. Ele olhou para Antonio, Skye, Eriko e Jamie, que se posicionaram na defensiva, a sua atenção dividida entre o que estava se aproximando e os seus aliados, ex possivelmente. Ele rapidamente acrescentou em dinamarquês: ―Eu sou um lobisomem, mas eu sou um lobisomem bom. ― Mas é claro que os dois caras do Oriente Médio não entendiam dinamarquês, e ele estava assustado por que ele tinha esquecido como se diz isso em inglês. E embora o seu russo também fosse excelente, ele também havia abandonado. Ele não conseguia pensar. Seu cérebro estava chapinhado com adrenalina. Noah tinha uma metralhadora e Taamir um fuzil Kalashnikov, uma arma russa. Ja, talvez eles falassem russo. A raiva de Holgar tinha que fazê-lo


lembrar como dizer ‗Por favor, não atire em mim‘ em russo nos próximos dois segundos, e ele viveria. Isso tudo era tão absurdo que Holgar começou a rir. Os caras maus estavam vindo, e ele precisava parar de uivar, ele tinha que parar, ou aqueles caras iriam explodir a sua cabeça, mas era por isso que era tão engraçado de uma forma intensamente horrível. ―Nej15, ― ele gargalhou, impotente acenando com as mãos. Suas mãos humanas normais – Graças a Deus não era a lua-cheia – mas era ruim que Dantalion tinha conseguido usar partes de lobisomem que poderia mudar. Isso significava lobos totalmente maduros. Para helvere, ele tinha que se concentrar em seu dilema e manter isso junto. Mas ele continuou rindo. E então, desastrosamente, ele uivou de novo. Este mais alto ainda. Que foi respondido com um som vindo da floresta, um ruído integrado com metal contra metal ou metal no osso, em sua maneira. ―Ele está sinalizando-os! ― Taamir sussurrou. ―Nej, nej! ― Holgar disse, rindo horrorizado e terrivelmente divertido, tudo ao mesmo tempo. ―Você é forte? ― Skye arremessou para Holgar. ―Cala a boca! ―Você cala a boca, bruxa! ― Jamie disse a ela. Skye corou e moveu suas mãos. Taamir espalhou suas pernas largas para se preparar contra o recuo de sua arma enquanto ele se preparava para o serviço urgente. Holgar se apavorou. Deus, essas armas russas trabalham apenas metade do tempo; Holgar começou a preensão de si mesmo. Os gritos inumanos da floresta estavam mais altos. Mais próximo. E depois o feitiço de Skye entrou em vigor, e Holgar estava abençoadamente silencioso. ―Não atire! ― Jenn berrou. ―Chega!― Jamie gritou. Todas as preocupações de Holgar sobre Noah e Taamir evaporaram – aliviando como uma linha de fúria, coisas horríveis dispararam por entre 15

Nej – não em dinamarquês.


árvores, muito rápido para Holgar acompanhar. Ele foi jogado para trás na neve. Sua respiração saindo, seu coração batendo, ele grunhiu para o ar enquanto capturou olhos turvos vermelhos e dentes enormes brilhando como imagens captadas em luzes estroboscopicas. É meu rosto derretendo? Espere, é um lobisomem? Em um instante ele perdeu a histeria vertiginosa. A dor aguda de algo o atacando, alfinetando seu peito. Outro. Ele rugiu, e a capacitação retrocedeu, vendo o próximo movimento do adversário. Se você não pode ver o inimigo, ataque com o golpe mais provável para pousar. Ainda de costas, Holgar cerrou o punho e girou com a direita. Então ele girou com a esquerda. Ele bateu em algo, mas tão rapidamente que não estava lá. Presas ou garras invisíveis cortaram sua bochecha. Ele dobrou os joelhos e oscilou para trás, os bloqueando; enquanto um corpo indefinido abrangia seu peito. Gritos eclodiram ao redor dele; em seguida, a forma indefinida se foi. Holgar rolou para o lado e se levantou. No luar cintilante ele viu uma elevação de um vulto disforme acima da cabeça de Eriko. Com um grunhido ela o jogou em sua fogueira. Isso começou a gritar e debater. Taamir atirou nele com sua Kalashnikov, o rat—tat-tat-tat- um ruído do campo de batalha. Do outro lado do fogo algo anormalmente com longos cabelos cobertos com braços – não eram asas de morcegos, talvez? – que tinha Jenn pelos cabelos. Holgar se jogou no monstro, agarrando um dos apêndices semelhantes á asas e estremeceu quando suas mãos começaram a queimar. Holgar sussurrou, incapaz de gritar. Veneno defensivo. Ele segurou, puxando-o para soltar o seu domínio sobre Jenn, enquanto Jenn ofegava em agonia. Ele dobrou os joelhos, colocando todo o seu peso na asa. Isso não se moveu. Jenn então dobrou sua cabeça e rolou para frente, arrastando o monstro com ela. Holgar o libertou, para não impedir o momento, então pegou as pernas musculosas da criatura, coberto com longos, cabelos emaranhados, até o dedo do pé – enquanto ficava embaixo dele. Ele se debateu sobre as suas costas como um tubarão furioso enquanto Holgar o pegava pelas pernas. Jenn agarrou seus pulsos e olhou para Skye, gritando: ―Skye, estaca isso! ― Holgar deslizou a criatura acima dos joelhos, lutando para mantê-lo deitado enquanto


Jenn lutava com suas asas. Holgar cheirava a carne queimada. Jenn e ele. Por causa do Veneno. Skye se inclinou sobre o monstro e congelou. ―Skye! ― Jenn gritou para ela desesperada. Holgar poupando um olhar para sua parceira de luta. Com sua estaca em ambas as mãos, Skye caiu de joelhos, dirigindo o pico da madeira no peito da criatura. Ele engasgou. Vampiros não suspiram. Eles não precisam respirar. Chiando, ele lutou para se libertar. ―Mais uma vez, Skye! ― Jenn ordenou a ela. Vamos, min lille heks16, Holgar mentalmente insistiu enquanto ele se agarrou à criatura, segurando-o rapidamente. ―Mama, ― disse em uma ofensa gutural. ―Oh, Deus, ― Skye disse, empurrando para longe. ―Eu não posso! É um humano! ―Merda! ― Jenn chorou. Ela agarrou a estaca fora do peito do monstro. Suas mãos estavam realmente ardendo do toque venenoso do monstro. Desajeitada, ela tentou segurar a estaca alto o suficiente para usar o impulso para não matá-lo. Holgar soltou uma de suas pernas e agarrou a mão em torno delas. Em seguida, colocou a estaca para baixo com toda a sua força no peito da criatura. Que gemeu. Jenn saiu, espalhando os dedos na dor. Skye, vendo que Jenn estava ferida, começou a falar suas magias. Holgar estava ferido também, mas ele conseguiu. Ele ficou de pé e correu para ajudar Antonio, que estava empurrando uma cruz em um dos outros invasores. Que tinha uma cara de vampiro, apenas... Errado, com uma testa plana, orelhas de morcego e um focinho de lobo. Isso estava rosnando para ele, os olhos brilhando escarlate, presas estendidas – exatamente como as de Antonio. Inferno. Antonio sibilou de volta para a criatura como um Maldito e não o homem santo da equipe. Kablamkablamkablamkablam. Noah estava descarregando uma tempestade de munição como se ele tivesse desistido de tentar decidir quem era amigo e quem era inimigo. Holgar esquivou-se das munições. Antonio avançou para o monstro, que era uma mistura horrível com quadris de 16

MIN LILLE HEKS – minha bruxinha


lobisomem e pernas e braços humanos. Ele estava tão concentrado em chegar a Antonio, segundo o qual não percebeu que Holgar estava avançando para ele. De repente, a vibração incessante da metralhadora ficou em silêncio. Holgar esperava que não fosse má notícia – como que Noah pudesse estar morto – mas manteve seu foco. Ele não precisa ser um herói, apenas uma segurança, enquanto Antonio mantinha a criatura na baía. Holgar puxou uma cruz do bolso das calças, estendendo-a, preparando-se para entrar em ação se a coisa decidisse correr para ele. Que estendeu seus braços para frente, e começou a oscilar para frente e para trás ligeiramente, como um animal nervoso dentro de uma gaiola. Ou um touro, voltado para baixo para um toureiro. Holgar olhou para além dos dois, perguntando se eles tinham tempo para lutar com estas coisas, ou se eles devem apenas apressar ambos os lados. Eriko e Jamie estavam se revezando estacando um monstro enorme que eles tinham o atirado contra um tronco de árvore, então, eles não pareciam estar em perigo iminente. Skye estava ajoelhada sobre Jenn, com as mãos sobre a cabeça de Jenn, realizando magias de cura, ele supôs. Seus amigos do Oriente Médio não estavam em parte alguma. Antonio ainda permaneceu, preparado para saltar, e passou por Holgar que, a aparência espanhola de Antonio debaixo de sua característica vampírica, e seu porte tenso, ele parecia um toureiro – um matador de vampiros, assim como os Malditos em Pamplona. Holgar estabeleceu uma risada irônica de apreciação. Eles tinham uma coisa séria aqui, a vida e a morte. Ele era inútil e tudo o que ele fez foi agir como um bobo da corte. A criatura deu um solavanco e olhou por cima do seu ombro, Holgar detectou. ―Nas suas costas, ― Holgar disse a Antonio em espanhol. Ele poderia falar de novo! ―Mas Taamir e Noah fugiram. ―Cobardes, ― Antonio cuspiu. Então, em inglês, ― covardes. ―Inglês? ―O monstro saltou. Holgar piscou e se manteve firme. ―Sim, ― Antonio disse.


―Mate-me, ― a coisa disse, seus joelhos encurvados. Com seus braços estendidos. ― É bom, matar. Antonio permaneceu como estava. ―Quantos de vocês? Quantos mais vampiros com Dantalion? ―Dantalion! Não, não! ― Ele gritou, protegendo seu rosto enquanto ele cambaleava para trás. ―Quantos de vocês estão lá? ― Holgar perguntou em russo. Graças a Deus ele tinha estudado isso na escola. O monstro olhou para Holgar. Ele rosnou e avançou. Holgar estendeu a sua cruz e isso recuou com um gemido. ―Você vai morrer. Diga-me o que eu quero saber, e eu vou matá-lo rapidamente, ― Holgar continuou em russo. ―Mas Dantalion vai saber que eu o traí, ― a coisa protestou. Seu rosto estava cheio de desejo e desespero. ―Eu não posso ir para o céu. Eu aceito isso. Mas Dantalion irá me arrastar para o inferno. Ele jurou a qualquer um que o traísse. Qualquer um que falasse. Holgar zombou. ―Ele não pode arrastá-lo para o inferno. Ele é um vampiro, não o Diabo. Os olhos vermelhos da criatura ampliaram-se. ―Mas ele é. Ele é o Grande Duque do Inferno, com trinta e seis legiões de demônios sob seu comando. ―Nej, ― retorquiu Holgar em dinamarquês. ―E de qualquer maneira, o inferno é um mito. ―O que está acontecendo? ― Antonio exigiu. ―O que está dizendo? ―Dantalion é um Duque do Inferno, ― Holgar riu, então pensou por um momento. Antonio é um católico muito devoto. Poderia ele possivelmente acreditar em tal coisa? ― Dantalion disse-lhes que se eles contassem para nós, ele iria condená-los. ―Há um Duque do Inferno com esse nome, em um grimório antigo, ― Antonio disse. ―Me deparei com esse nome enquanto pesquisava magias para Skye. ―Então por que você não disse nada? ― Holgar explodiu, indignado.


―Eu falei das minhas preocupações ao Padre Juan, ― Antonio informou, arrogante. Como se ele achasse que Holgar estive questionando sua linha. ―Nós achávamos que ele estava simplesmente trocando o seu nome vampiro. ―Bem, você poderia ter mencionado isso ao resto de nós, ― Holgar agarrou. O russo explodiu em lágrimas, como se seus argumentos o houvesse enviado sobre a borda. Estranhamente, Holgar achou menos estranho escutar o pesadelo mal formado chorar do que ouvir espontaneamente a si próprio uivar. ―Eu não quero ir para o inferno, ― a criatura chorou. ―Eu sou um garoto, garoto, russo. Ya Russkiy pravoslavniy. ―Ele é ortodoxo russo, ― Holgar disse, ―e ele está assustado. O garoto extremamente ex-russo lamentou. Ele estendeu as mãos para chegar até Antonio, então recuou. ―Eu quero beijar o crucifixo! Devolva-me a alma, oh, por favor! O brilho infernal deixou os olhos de Antonio, e suas presas retraíram. Ele parecia muito mais como um homem com uma alma do que o pobre monstro jamais teria novamente. Antonio disse: ―Interrogue-o. Precisamos de informações. Rápido. ―Ele não vai me dizer. Dantalion disse que quem o traísse iria para o inferno. O monstro concordou avidamente. ―Inferno. Eu não sou Judas. Antonio não disse nada. Holgar sentiu sua boca contrair. Isso era realmente muito louco, não era? ―Devo dizer a ele que nós podemos fazer a vida dele um inferno? ― Holgar disse. Isso não soou muito bem. Ele começou tudo de novo em espanhol. ―Podemos hacer. Mas ninguém ouviu. A criatura olhou fixamente para Antonio. ―Ponimayete Vuy Vuy tozhe vampir, ― isso – ele – disse. ―Ele diz. Você entende, ― Holgar traduziu. ―Você é um vampiro também. ―Diga a ele que eu sou um padre, ― Antonio disse em espanhol, ―e eu vou ouvir a sua confissão. Depois que ele terminar, vou absolvê-lo. ― Ele


apontou para a cruz que ele mantinha em sua mão. ―Diga a ele que eu vou rezar por sua alma, e eu vou pedir a Mãe de Deus para interceder por ele. ―Bastante complicado, Antonio, ― Holgar disse, o que significa isso como um elogio. Mas o rosto de Antonio nublou. ―Vou pedir a Mãe Santíssima que interceda por ele, ― o espanhol disse friamente. Ah, esses católicos. Implicantes e loucos. No entanto Holgar retransmitiu rapidamente tudo o que Antonio tinha dito para a coisa vampiro. Holgar apontou para Antonio com a mão livre. ―Olha, ele é um vampiro e ele está segurando uma cruz. Ele está no lado bom de Deus. O vampiro soltou outro soluço. Ele estava tremendo, com medo. ―Não temos nada para comer, ― ele disse, que não era o que Holgar esperava. ―Dantalion retém a nossa... Ração. Passamos fome até ele nos libertar. Como cães de caça, nos tempo Viking. ―Quais são as suas rações? ― Holgar perguntou a ele. A criatura sacudiu a cabeça. ―Só me mate, tovarich. Meu amigo, me liberte. ―O que você come? ― Holgar repetiu com mais força, tentando obter alguma informação dele. Maldito não respondeu. ―Você pode andar a luz do dia? ― Holgar perguntou a ele. ―Dantalion diz que podemos. Uma maneira de descobrir. Holgar olhou para Antonio. ―Eu perguntei se ele pode andar na luz do sol. Podemos mantê-lo aqui até de manhã, ― ele disse em inglês. Tanto inglês e russo. Por que não tinha lembrado toda essa porcaria quando ele começou a uivar? A expressão de Antonio vacilou. Holgar percebeu que ele estava preocupado com o sol a si mesmo. ―Antonio, não será um problema, ― ele assegurou. ―Para você, eu quero dizer. Nós podemos... ―Inferno sangrento, o que vocês dois estão fazendo? ― Jamie gritou, enquanto ele e Eriko gritavam a um impasse ao lado de Antonio. ―Qualquer um sabe, que nós tivemos que estacar esse cara uma dúzia de vezes? Agora


temos que alcançar nossos garotos nas dunas de areia, e não tenho dúvida que Dantalion tem mais soldados andando no caminho deles. Holgar franziu a testa. ―O que quer dizer, alcançar? ―Noah e Taamir viraram seus amigos, ― Eriko informou. ―Svika. Ele foi mudado, mas ele não os atacou. Ele disse que eles escaparam. Eles vão tentar segui-los no palácio. Holgar e Antonio trocaram olhares de descrença. A criatura deslizou seu olhar de um para o outro, não entendendo claramente, mas ciente da mudança no ar. ―Então, precisamos ir, ― Jamie disse. Ele olhou para a cena. Começou a nevar, e ele arriscou um olhar para cima. Então ele arrancou uma estaca da aljava na cintura, andou para frente, e golpeou no peito do monstro. Golpeando-o duramente, e a criatura arfou, agarrando a mão de Jamie. Suas pernas cederam. Jamie deu uma rasteira no monstro, e ele caiu sobre seus joelhos. ―Inferno sangrento. Alguém acabe com ele. Nós estamos pedindo por isso, ficar aqui. ― Jamie colocou na sua aljava outra estaca e atirou para Antonio. ―Eri, vamos. Jamie trotou até seu estoque de metralhadoras e jogou uma para Eriko. De forma conjunta, eles começaram a seguir os seus caminhos através das árvores, na escuridão. Antonio estudou a estaca na mão. A criatura estava ofegante, com a cabeça balançando em direção ao seu joelho. Suas mãos penduradas ao seu lado. Ele estava murmurando, sussurrando. ―Ele está dizendo suas orações, ― Holgar disse a Antonio. ―Vá com eles, ― Antonio disse a Holgar. ―Eu chegarei lá. Holgar bufou, irritado, incrédulo. ―Antonio, não temos tempo para isso. Jamie está certo. Nós temos que sair daqui. Ignorando-o, Antonio largou a estaca no chão. Ele caminhou para frente, mudando a cruz para sua mão esquerda, colocando a mão direita sobre a cabeça balançando do monstro russo. Antonio começou a murmurar junto, o monstro em russo, o vampiro em latim, e Holgar ergueu as mãos em frustração.


Holgar trotou para longe, marchando até Skye e Jenn no perímetro do acampamento. As mãos de Jenn estavam estendidas, e Skye estava movendo suas mãos sobre elas. Ainda precisavam ser curadas, então. Holgar pegou três metralhadoras e levou-as até Skye e Jenn. ―Hora de ir embora? ― Holgar pediu, essencialmente, solicitando a sua permissão. ―Sim, ― Jenn disse, pegando uma metralhadora dele e girando sobre a sua cabeça. ―O que Antonio está fazendo? ―Enviando o garoto russo para o céu, ― Holgar respondeu. ―Ele irá nos alcançar. ―Talvez eu deva ficar com ele, ― Skye ofereceu, com a voz estrangulada enquanto observava Antonio com o monstro sofrendo. ―Parceira de luta, ― Holgar lembrou suavemente. ―Certo Holgar. Precisamos de você conosco. Eu gostaria que tivéssemos mais pessoas. ― Jenn baixou sua mão para o lado e verificou seu estojo de estacas. Então ela começou a andar. Holgar e Skye seguiram atrás. ―Você sabe que esta é provavelmente uma armadilha, ― Holgar ficou ao seu lado. ―A vida é uma armadilha, ― Jenn respondeu, e depois começou a correr. ―Bem, nós estamos alegres hoje, ― ele disse, sorrindo ironicamente. *** Skye costurou atrás de Holgar pela floresta escura, enjoada e horrorizada. Aquele monstro era mais humano do que qualquer outra coisa que eles haviam lutado. E ela tinha infligido um sofrimento terrível sobre ele. Um é não prejudique ninguém, faça o que tu queres. Ela tinha prejudicado gravemente. E ao fazer isso ela traiu tudo o que ela, como Feiticeira Branca, representava. Cada voto que ela fez, ela quebrou. Primeiro ela tinha confiado em Jenn sobre o Círculo, nunca sonhando que Jenn assumiria a posição de líder da


equipe. De volta à Nova Orleans, Jenn tinha dito a ela para revelar a existência do Círculo ao Padre Juan, e Skye não fez. Estes híbridos são pessoas. Ela tentou dizer a si mesma de que Antonio havia ficado para trás para servir a esse garoto miserável tanto físico quanto espiritualmente, mas ela realmente não achava que isso era verdade. Se fosse, ele teria pedido sua ajuda. Todas as suas magias tradicionais giravam em torno de bênção e cura – era o que seus pais haviam lhe ensinado, o que ela tinha crescido com o seu coven. Não havia outras Bruxas Brancas haviam tão publicamente se juntado na luta contra os Malditos por treinamento para se tornarem – Caçador. E mesmo assim seus motivos não eram puros. Ela havia fugido para a Espanha para se juntar a academia, na esperança de aprender a se proteger contra Estefan e tudo o que ele tinha se tornado. Ela ouvia-o em sua cabeça, e ela ainda não contou a ninguém. Estou fazendo isso errado. Está tudo errado! A sua direita, uma alta, montanha íngreme eles subiam. Era um lugar perfeito para uma emboscada. A frente dela, Holgar desapareceu entre as árvores. Skye ficou para trás, cansada por curar as queimaduras horríveis de Jenn. Ela também havia dado um incentivo a Jenn mágico de energia – ela havia tentado duplicar os efeitos do elixir do Padre Juan, ou pelo menos chegar perto disso – e ela mesma estava duplamente exausta do esforço. Sua mente correu. Holgar havia tocado aquela criatura também. Ele deve estar com dor. Eles precisavam dela para curá-los, não – não para ferir essa coisa ruim. Se eles se infiltraram no laboratório, que tipo de monstros torturados eles são? Um vento frio golpeou seu rosto, forçando-a a concentrar-se. Eles estavam no meio de uma missão. ―Skye? ― Holgar chamou suavemente enquanto ele saía de um bosque de carvalhos. Ela oscilou enquanto ela reflexivamente pegou uma estaca da aljava em sua cintura. ―Você está tão atrás, ― ele disse. Ele era uma sombra, alto poderoso. ― Temos um longo caminho a percorrer. Você está bem?


Muda, ela assentiu. Antes que ela percebesse o que ele estava fazendo, ele tomou sua metralhadora e a colocou no pescoço, em seguida, a recolheu nos braços. Ela queria protestar e dizer-lhe para colocá-la no chão, mas ele estava certo em fazer isso. Ela não conseguia acompanhar. Holgar galopou junto, parecendo mais um lobisomem que humano, esquivando-se dos galhos das árvores e pulando sobre as raízes. As armas em volta do pescoço chiavam. A neve caía mais pesadamente, e ela enfiou o seu queixo no ombro dele. Seu capuz branco estava em torno do pescoço, mas ela não queria se soltar para puxá-lo para cima. À medida que eles atravessaram um grupo de árvores, o luar brilhou em um abjeto pequeno e brilhante muito abaixo deles em um vale. Que era seus destinos, o laboratório de Dantalion, alojado dentro de um símbolo da Rússia Imperial. Grande e poderoso, tinha sido favorecido por Nicholas Romanov, último czar, que tinha usado para seu retiro de caça antes que ele e sua família fossem executados em 1918. Primeiro tiro, e depois seus corpos queimados. O que há lá agora? Noah e Taamir tinham acampado a uma distância razoável. Holgar grunhiu e se agachou, e Skye escorregou de seus braços. Ele pegou a mão dela e furtivamente rastejou para a direita. Últimos galhos nus gelado com neve, que disparou para baixo em uma pequena queda, onde o resto da equipe se reunia. Jamie tinha uma metralhadora apontada para a cabeça de Noah, e ele e Taamie tinham as mãos levantadas no ar. Conforme Skye crescia mais perto, viu que os dois homens estavam reunidos em torno de um estranho. Um homem. Ou talvez... Não um homem. Sua pele era osso branco, e seus olhos escuros parecendo buracos negros. Ele não parecia ser um vampiro, e ele não era monstruoso, como as outras criaturas que haviam encontrado. Mas ele não parecia ―certo‖. ―Este é Svika, ― Jenn disse a Skye. ―Deusa seja louvado, ― Skye disse sinceramente. ―Talvez. Talvez não, ― Jamie respondeu. ―Algo aconteceu com ele. ―É horrível, ― Svika disse, com um forte sotaque que Skye não conseguia deduzir. ―Dantalion... Ele está experimentando humanos,


vampiros, lobisomens. ― Ele olhou para Taamir e Noah. ―Sim, não há tal coisa como lobisomens. Jamie bufou. ―Há um túnel, ― Svika continuou. ―Cerca de cinco quilômetros daqui. É assim que eu saí. Ninguém me viu. ―Então, ele fala, ― Jamie colocou para fora. ―Podemos chegar à Dantalion. Eu juro. ― Svika trancou olhares com Jenn. ―Há mais deles à procura de Noah e Taamir. Mas ele não sabe sobre você. Sobre sua equipe. Ele só irá enviar reforços quanto ele perceber que há mais caçadores. Agora é a nossa chance de atacar. Jamie olhou para Jenn. ―Eu digo para matá-lo. ―Quão longe Antonio está? ― Jenn perguntou, olhando para trás pelo caminho que eles vieram. ―Quem dá à mínima? ― Jamie fez um show sacudindo a metralhadora em Svika. ―Que é um peso. Tão inconveniente como um destes dois querendo escapar. Ninguém sente falta dele lá no hospício? ―Acho que devemos partir, ― Eriko disse. ―Temos Svika. Nós podemos impulsionar para os homens com as cruzes pretas e unir forças. ―No meio da noite, ― Jamie disse. ―Com os vampiros à solta. ― Eriko olhou para Jenn e inclinou seu queixo. ―Mas é claro que a decisão é sua. ―Skye, você pode espionar alguma coisa? ― Jenn perguntou. ―Você tem alguma intuição que você possa compartilhar? ―Intuição? ― Ecoou Jamie, crepitante. ―Oh, isso é brilhante! Sim, Skye, por que você não gira em torno do círculo três vezes e consulta a porra do Oráculo do Delphi? ―Relaxa, ― bateu nele, cortando-o rápido. ―Tudo o que você pode fazer é, correr, ― Svika disse a ela. ―Se eu estou perdida... ―Correr duplamente. ― Holgar olhou para Taamir e Noah, que estavam ambos claramente muito desconfortáveis em torno dele. ―Ok, tudo bem, mas eu sou um lobisomem bom, ― ele disse em inglês. Eles olharam para ele. Depois de um momento Noah disse: ―O quê?


O coração batendo forte, Skye fechou os olhos e procurou acalmar-se. Ela estava tremendo. Perigo girava em torno deles. Era palpável. Ela pensou em refúgio e orou à sua Deusa: Conserva-me, conserva-me, conserva-me; Proteja-me. Ela não fazia esse tipo de coisa muitas vezes. O que ela esperava ver nos símbolos eram mensagens de alguma parte do seu ser que estava em sintonia com a maior tela do mundo mágico. Algo como um poço negro, que representava o túnel que Svika queria levá-los, ou uma tempestade de neve – que representa a necessidade de abandonar a missão – recuar e tentar algo diferente. Ou as cruzes negras de Jerusalém usada pelos agentes que Antonio havia mencionado, simbolizando... O quê? Ao invés disso, a tatuagem pequena nas suas costas começou a crescer quente, e ela caiu em uma memória longa e enterrada... Por magia negra.


Enquanto Estefan tomava vinho e ria com seus irmãos do clã Cádiz, Skye fechou e trancou a porta para o banheiro. Como os outros quartos na caverna, este servia como um ponto de encontro clandestino de bruxas e outras espécies que dançava perto da borda de perigo, o banheiro era iluminado por tochas e velas. Um espelho estriado de ouro estava sentado atrás de um vaso de cristal preto contendo cinco rosas vermelho-sangue. Com os dedos trêmulos Skye afrouxou os laços escarlates do seu espartilho preto e puxou a blusa de renda preta por baixo. Virando-se, ela esticou o pescoço e olhou para o espelho, movendo o vaso para uma melhor visão. Ela olhou para o seu reflexo. Ela prendeu a respiração. Ela não se lembra de ter recebido a tatuagem na base da sua espinha, razão pela qual Estefan a chamou de borachin. Um pouco bêbada. Mas lá estava isso, feio, uma gárgula disforme segurando um coração na boca. O coração tatuado estava sangrando. Como se fosse feito para sangrar. Mordendo o lábio, ela impregnou o coração com tecidos da melhor maneira possível, o cuidado de lavar todos os vestígios de seu sangue no vaso sanitário. Um usuário de magia que se apoderasse do sangue de uma bruxa poderia trabalhar feitiços poderosos. Mesmo com os cabelos, as unhas... E seu próprio coração – que estava batendo dentro do peito. Ele é ruim, ela pensou. Eu não deveria estar aqui com ele. ―Qual o problema? ― Estefan perguntou a ela, quando ela saiu do banheiro. Ele estava vestindo uma túnica negra forrada de vermelho do ritual, o capuz arremessado para trás, revelando a sua espessura, cabelos pretos azulado. Sobrancelhas negras malhadas sobre os olhos escuros. Sua boca – de lábios tão suave, tão quente – ondulada em um sorriso curioso.


Quem ele estava conversando que se moveu para as sombras, e ele estava fazendo um esforço para não olhar na direção desse alguém. Era outra garota? O coração de Skye deu um solavanco em seu peito enquanto um formigamento era jogado em seu rosto. Ela ouviu dentro de sua mente uma vibração estranha e baixa. Medo regou sua coluna, tão fria que ela imaginou que a tatuagem iria começar vaporizar. E então ela soube. Ela atravessou até ele e fez um gesto desesperado para ele vir com ela. Seus pés estavam dormentes dentro de suas botas pretas, e seu terror a fez desajeitada. ―Estefan, há um vampiro aqui, ― ela sussurrou. Ela olhou com medo para as sombras. Os olhos, rubi, brilharam de volta para ela. ―Deusa, ― ela agarrou o pulso de Estefan. ―Há! Lá está ele! ―Bobagem, mi amor, ― Estefan disse, movendo seus dedos diante de seu rosto. Murmurando um feitiço sob sua respiração. Ela lutava contra ele. Ele insistia. ―Estefan, ― ela sussurrou. ―Estamos todos em perigo terrível! Os Malditos estão caçando bruxas! Temos que sair daqui! Temos que avisar a todos! ―Está tudo bem! ― assegurou a ela. ―Pare com isso. Pare! ― Ela insistiu. ―Está tudo bem. ―Não. Há um... ―Não há nada lá. Ela piscou. A sala, que parecia rodar, era mais uma vez rocha firme sob suas botas de salto alto. O ar, perfumado de vinho com cera e vela. Risos macios. O murmúrio de vozes a preparando para o ritual. Não havia perigo, não? Não? Seus ouvidos vibraram. Ela colocou a mão na testa, depois a baixou para o seu lado.


―Agora, o que você estava dizendo? ― Ele perguntou-lhe agradavelmente. ―Eu – eu não sei, ― Skye murmurou, enquanto Estefan pegava as duas mãos na sua. Beijando sua testa, ele riu. ―Sente-se borachin. Você bebeu demasiadamente. Skye esfregou a parte de baixo das costas através das camadas de cetins e rendas. ―Algo parece engraçado. Espere, Estefan. Eu me lembro! Há um Maldito... Ele moveu a mão, e sussurrou em seu ouvido. ―Não há nada. Nada, mas meus olhos. ― Ele puxou uma máscara de meia preta repleta de rubis fora do bolso do robe. ―E os meus lábios. ― Ele pressionou sua boca sobre a dela, e ela esqueceu tudo. Sentia-se como a Bela Adormecida sendo despertada por um beijo. ―Te amo, mi amor, ― ele disse ao terminar o beijo. ―Eu sempre vou amar você. Sempre. ―Estefan, ― ela murmurou, fechando os olhos. ―Beije-me novamente. Nunca pare de me beijar. ― Nunca ― ele prometeu.


―Não, ― Skye murmurou horrorizada. Agora ela se sentia como a Bela Adormecida, despertando do sono. Estefan Montevidéu havia camuflado as memórias dela. Ela não se lembrava daquela noite nas cavernas, o vampiro nas sombras. Estefan tinha escondido o Maldito dela. Ele conspirou com isso. Os outros tinham feito isso também? O que mais havia acontecido? O que mais ele escondeu dela? Aproximadamente quase três anos desde que ela o viu pela última vez, ela cresceu como uma bruxa. Então, por que enquanto ela estava se concentrando em outro assunto, esta visão foi revelada? Houve um Maldito em suas festas selvagens na caverna do Senhor Dashwood do Fogo do Inferno. Talvez mais do que um. Ela dirá a Jenn sobre isso, e em breve, mas agora ela tinha negócios mais urgentes. Ela reorientou. E, na sua mente, ela viu três túneis profundos, um esquerdo, um direito e um central. O da direita brilhava com luz quente. Seus olhos se abriram. Ela disse urgentemente, ―Há túneis, como Svika disse. Pegamos o da direita. ―Sim. ― Svika considerou a sua gratidão. ―Há um anexo. Era uma casa de transportes. É para o Oeste. E há um túnel no seu interior que leva diretamente para o laboratório. ―Oh, certo, ― disse Jamie. ―E se ela tivesse dito que o túnel era do lado esquerdo, você teria uma dependência convenientemente diferente de salientar, para nos conduzir à nossas mortes nessa direção... ―Jamie, ― Eriko disse suavemente, ―Você sabe que Skye tem habilidades que nós não temos. ―Eri, ― Jamie disse, olhando irritado, ―eu tenho um cérebro. Então ele empalideceu quando Eriko franziu os lábios e mergulhou sua cabeça. ―Desculpe. Eriko acenou com a cabeça sem olhar para ele.


―Vamos entrar agora, ― declarou Jenn. ―São três quilômetros até a casa de transporte, e depois vamos entrar no túnel. ―Eu não vou, ― Jamie disse, sobressaindo o queixo. Jenn deu-lhe um olhar duro. Ele estava completamente imperturbável. ―Depois que voltei de Nova Orleans, você concordou em me seguir, ― Jenn disse-lhe. ―Você me nomeou para ser sua líder. Agora me deixe fazer o meu trabalho. Ela cresceu muito, Skye pensou, impressionada. E aliviada. ―Eu estou seguindo Jenn para o túnel, ― Eriko disse, e Skye sabia que Eriko estava falando com Jamie. A caçadora não sabia que Jamie estava apaixonado por ela. Assim como Jamie não sabia que ela, Skye, era apaixonada por ele. Eriko olhou fixamente para ele. Jamie bufou, e Skye sabia que Eriko tinha ganhado a guerra de vontades. ―Inferno sangrento. ― Jamie olhou para Jenn. ―O monstro entra primeiro, e você me dá permissão para atirar nele quando eu decidir que é melhor. ―Concluído. ― Jenn desviou o olhar para o Oriente Médio. ―Taamir, Noah, o que vocês têm? Algumas granadas? ―Jenn, ― Skye disse chocada. ―A semente da guerra. Há coisas dentro de nós que não devemos desencadear. E as pessoas que vivem aqui perto? Jenn fez uma pausa e assentiu. ―Temos uma missão para destruir Dantalion. Skye balançou a cabeça violentamente. ―Não. ―Sim, ― Jenn disse. ―Nós matamos vampiros, por qualquer meio necessário. Que inclui explodir suas tocas. ― Ainda assim, Skye podia ler a incerteza em seu rosto. O que eles liberariam se eles fizessem isso? ―Precisamos vencer esta guerra, ― Noah afirmou, e ela sentiu aquele calor em relação a ele como antes. Ele alcançou em seus bolsos e lhe entregou duas granadas. ―Nós somos caçadores, e não pacificadores. ―Eu deveria ir primeiro, ― Svika disse. ―Sigam-me. Há minas terrestres em todo o terreno. ―Então é melhor nós passarmos vivos, ― Jamie brincou.


―E formem uma linha. Andando na passada igual ao cara na frente de vocês, ― Jenn disse. ―A menos que ele exploda. Então eu ia tentar uma rota diferente. ― Jamie fez questão de plantar a sua metralhadora na parte de trás do Svika. Eles formaram uma linha. ―Noah disse: ―Vocês acham que nós temos o elemento surpresa do nosso lado? Será que Dantalion descobriu que há mais caçadores de fora aqui do que apenas eu e Taamir? ―Vamos supor que ele não sabe, ― Jenn disse. ―Então nós não queremos informá-lo de outra forma fazendo qualquer ruído. De acordo? ―Noah assentiu. ―Isso é como eu iria jogar. ―Ok, vamos cair fora no meu sinal, ― ela começou. ―Deusa, proteja todos nós, ― Skye disse, estendendo as mãos em benção. Só então Antonio explodiu das árvores e correu, rolando na vala. ―Vai, vai, vai! ― Ele gritou. ―Os bosques estão abarrotados com eles! Eles estão em toda parte! ―Sigam-me! ― Svika correu ladeira abaixo. Os caçadores seguiram. E a floresta estava sendo despedaçada por trás deles.


LIVRO DOIS VELES

Oh, noite que me guiou, Oh, noite mais linda do que a aurora, Oh, noite que se juntaram amado com amada, amante transformado no amado! -St. João da Cruz, Do Século XVI mística de Salamanca


Os humanos nos ajudam agora Lutam por nós com a lei e lâmina Há aqueles que ainda nos odeiam Eles são os únicos que você deve matar por causa da segurança, paz e o nosso objetivo comum Guerra toma uma porcentagem desagradável Agora vamos colocar o seu amor para testar Coloque todos os nossos inimigos para descansar


Padre Juan ignorou a dor em seus joelhos quando ele se ajoelhou na capela da universidade, orando. Foi assim durante a maior parte do dia, imóvel como estátuas de santos que mantinha vigília silenciosa com ele. Juan orou por sua equipe em campo, formação de estudantes na universidade, pela guerra, e pela a igreja. Na capela ele lutou com seus próprios demônios, lutando para encontrar a esperança de que ele precisava acreditar na forma que ele pudesse compartilhá-lo com os outros. Pela primeira vez desde que os Malditos haviam anunciado a sua presença para o mundo, Padre Juan se sentiu completamente oco. Talvez fosse o fim. Talvez o Anticristo caminhe entre eles. Talvez ele tivesse dentes e olhos vermelhos. E se Salomon, ou um dos outros, fosse à abominação, eles estariam sofrendo o fim dos tempos? Cultos apocalípticos subiram ao longo dos últimos anos; eles acreditaram. O fim não estava próximo – era aqui. Juan fez o seu melhor para ignorar tal histeria. Para admitir que a guerra pudesse ser o cumprimento da profecia que não faria nada de bom. As pessoas tendem a tonar-se complacente diante da profecia. A grande maioria do mundo já rolou e desistiu. Aqueles que ainda lutam não podem dar ao luxo de acreditar que os seus destinos estavam selados, o futuro já está em cima deles. Eles precisavam acreditar que havia um mundo melhor à espera do outro lado de suas lutas. Mesmo se não houvesse. Eles precisavam acreditar que tinham uma chance. Mesmo que não tivesse nenhuma. Eles precisavam acreditar que o amor e a fé ganhariam o dia. Mesmo que o dia já estivesse perdido. Padre Juan tomou uma respiração profunda, estremecendo. Ele orou para si mesmo, finalmente, renovando o espírito. Ele precisava manter o foco. Os anos pesavam mais duramente sobre ele do que o habitual. Ele sabia que os


alunos se perguntavam quem ele era. Era melhor deixá-los saber do que lhe dizer a verdade. Ele foi informado que a fé foi anulada. Ele foi um jovem na época e não tinha entendido o que aquilo significava. Ao longo dos anos, porém, ele chegou para ver a verdade. Duvidoso, Thomas foi abençoado por sua fé, porque no final ele não tinha fé, mas uma prova. Em 02 de dezembro de 1577, São João da Cruz foi detido pelos superiores hierárquicos de sua ordem, com quem teve problemas. Ele e Santa Tereza de Ávila afirmaram que a Ordem dos Carmelitas cresceu com os corruptos e reformas necessárias. Captores de São João o torturaram, açoitaram e colocaram em um quarto minúsculo apenas grande o suficiente para ele se esticar, sem janelas, sem portas. Ele sofreu por nove meses. A sombra escura passou rapidamente por sua mente, e uma doença surgiu dentro dele. Foi feito. Ele podia sentir. O inimaginável aconteceu. Ele tinha tantas magias e disse tantas orações para tentar impedir, mas no final só podia alerta-se ao momento em que aconteceu. Ele fechou os olhos e continuou orando, sabendo que todos estavam necessitando de oração mais do que nunca. Que tomou duas horas antes de Diego se juntar a ele, silenciosamente afundando de joelhos ao lado de Padre Juan. Diego era o bispo responsável pela Universidade, um velho amigo e o único ainda vivo a quem Juan confiava para ouvir sua confissão. Passou uma hora enquanto os dois oravam lado a lado. Finalmente Padre Juan sentou-se em um banco. Com um suspiro Diego se juntou a ele. ―Então, eles fizeram isso, ― Juan disse, não perguntando, porque ele já sabia. ―Nós temíamos que este dia chegasse, ― Diego disse, parecendo velho e cansado pelos seus sessenta anos. ―Roma está perto de fazer um acordo com os Malditos. Como um gesto de lealdade eles estão oficialmente fechando as academias de treinamento que supervisionam todo o mundo. Padre Juan sentiu cada sílaba como um golpe contra o peito. ―Isso é uma dúzia de escolas com adolescente que estão treinando para se tornarem caçadores.


―Eu sei. ―Não oficial? ― Juan perguntou, com lampejo de esperança. Diego apertou sua mão aos olhos. ―Eu ouvi do Arcebispo Malaquias. Ele tem sido meu amigo há anos, mas ele disse que se não fechar a escola, eles irão. Infelicidade liquidou em volta dos ombros de Juan, como uma estola. ―A igreja está declarando guerra contra nós. Diego concordou. ―Parece que sim. O que você quer fazer? O vazio diminuiu. Ele não estava sozinho. Ele tinha amigos. Padre Juan estudou a cruz suspensa por trás do altar. Amigos, e um protetor. ―Não podemos nos render. ―Eu concordo. Eu só não sei como podemos lutar tanto na Espanha quanto na Igreja. ―Nós não podemos, ― Juan respondeu. ―Mas podemos lutar contra os Malditos e alcançar às equipes de outros Caçadores e Células de Resistências. Se pudéssemos dar um golpe real, isso pode encorajar aqueles que ainda estão solidários com a nossa causa para surgir e se juntarem a nós. Diego olhou para ele. ―Sua ideia é intrigante, mas eu estou querendo saber o que você acha que pode fazer em uma escala grande o suficiente para recuperar o apoio do governo e da igreja. Enquanto estava preso, São João da Cruz escreveu seu Cântico Espiritual no papel encardido entregue para ele por um frade encarregado de guardá-lo. ―Se eles puderem acabar com Dantalion, será um começo. Diego balançou a cabeça. ―Mesmo que eles possam lidar com isso, é muito isolado uma vitória. Precisamos de algo um pouco mais público, mais teatral. Padre Juan pensou em Pamplona. ―Como os Malditos? Eles gostam de criar espetáculo. ―Exatamente como os Malditos, ― Diego disse. ―Precisamos criar um espetáculo. ―O que exatamente você tem em mente? ― Juan perguntou ao Bispo.


Diego levantou uma sobrancelha. Ele quase sorriu. ―Eles têm um portavoz, precisamos de um porta-voz. Precisamos de uma voz, que grite no deserto. Em voz alta. Com um alcance mais amplo. ―A internet? ―Também, ―Diego respondeu. ―Pense... Velho. Juan piscou para ele. ―Você está louco. Nenhuma estação de televisão irá rodar nossa transmissão. E se nós tentarmos tomar uma pela força, eles simplesmente rodam as imagens. E depois os Caçadores são jogados na prisão. Diego deu de ombros. ―Certamente você se lembra que antes não havia televisão, havia outros métodos de comunicação. Os lábios de Juan se separaram. ―Rádio. ―Exatamente. Juan considerou. ―Em Nova Orleans, ouvimos um programa de rádio, um homem chamado Kent, que disse que era a voz da Resistência. ―Como foi feito durante a Segunda Guerra Mundial, ― Diego destacou. ―Sí, vale, ― Juan disse pensativo. ―Precisamos de uma maneira de conseguir colocar a verdade para fora, para compartilhar informações. ―Nós também podemos usar isso para ajudar as pessoas a encontrar segurança e evitar cidades que estão às fortalezas dos Malditos. Juan se iluminou. ―E talvez nós dois possamos encontrar Células de Resistências e ajudar a aumentar em todo o mundo a Resistência. ― Ele ficou olhando para cruz. Em 15 de agosto de 1578, São João escapou por uma janela em uma cela adjacente. Com Santa Teresa ele reformou os mosteiros existentes e fundaram muitos outros. ―A vocação maior. Nós temos a experiência, o treinamento... Juan fechou os olhos em sinal de gratidão. ―E a fé, ― ele respondeu. Em 1726 ele foi nomeado santo. Diego concordou e bateu a mão em seu ombro. ―Agora você tem a ideia. ―Com a ajuda de Deus, ― Padre Juan disse. ―Com a ajuda de Deus, ― respondeu Diego.


Ambos os homens se benzeram.


Horrível, a coisa deformada que uma vez foi homem ou vampiro ou talvez até mesmo lobisomem, ou todos os três – carregando os caçadores. Eriko congelou por um momento, enquanto Jamie gritou para Svika se mover; então Svika e Jamie começaram a correr, tecendo através do campo minado em direção à casa de transporte. O perigo da manobra tirou o fôlego de Eriko. Também a teimosia. Lutar a batalha que está à frente de você. Isso foi o que seu pai disse, depois que ela lhe contou que estava deixando o Japão para treinar, para lutar contra vampiros na Espanha. Ela não tinha completamente entendido o que ele quis dizer até agora. Apenas ela, Holgar e Antonio tinham a força para superar essas criaturas, mas, mesmo se pudessem, não significa que eles não seriam explodidos pelas minas terrestres pelos seus esforços. E os outros caçadores? Explodidos tão bem, ou dilacerados. Skye correu atrás dela, seguindo Jamie e gritando um feitiço de algum tipo. Conforme a adrenalina inundou o corpo de Eriko, ela desejou, apenas uma vez, que Skye fizesse algum tipo de feitiço para acabar com o inimigo. Uma bruxa não podia fazer isso? Era desonroso não lutar o seu melhor, fazer tudo o que podia para proteger seu próprio povo. Conforme Holgar correu atrás da sua parceira de luta, Jenn e Eriko se olharam. ―Siga-me, ― Jenn disse. Foi mais uma súplica, não uma ordem. ―Nós não vamos ultrapassá-los, ―Eriko disse, assim quando Antonio visualizou a primeira criatura a distância de um braço. ―Eu vou ficar, lutar. Vou me juntar a você no palácio, logo que eu puder. ―Você não vai saber o caminho, ― Jenn disse. ―Sim, ela vai. Eu vou ficar com ela. Eu posso ver suas pegadas na neve e segui-las até você, ― Antonio disse. As criaturas estavam a uma curta distância. Eriko chicoteou duas estacas de seu cinto e se preparou para a batalha.


―Corra, Jenn, depressa! E Jenn correu. Eriko e Antonio se posicionaram, e Eriko estava grata por ele estar lá. Ela não havia confiado nele quando eles formaram a primeira equipe. Mas agora não havia ninguém que ela preferia estar do seu lado quando ela estava fazendo a sua posição final, mesmo que ela odiava o fato de que ele, também, travava quando ele lutava. Ela fez isso pela dor, ele por medo de que revertesse para o mal monstruoso que o amaldiçoou. Os animais os atacaram como uma onda de choque, e Eriko girou em uma espiral, plantando estacas em dois corações diferentes e um vislumbre de Antonio fazendo o mesmo. Era uma espécie insana de balé. Espiral, pulando. Para matar. Antonio a agarrou e a girou em torno dela para enfrentar um inimigo se aproximando do seu lado direito, enquanto ele apunhalou outro de pé na frente dele. As criaturas que encheram a visão de Eriko eram mais musculosas do que quaisquer ser humano, e tomou mais força para perfurar a carne perto de seus corações. Esse era o ponto; seus próprios corpos serviam como uma espécie de armadura, os tornando mais invencíveis a um ser humano de força normal. Mas não havia nada normal sobre Eriko ou Antonio para essa matéria. Atrás dela, ela ouviu o rat-a-tat-tat de uma metralhadora, e seu estômago embrulhou. Não pense sobre o que está acontecendo com os outros. Apenas se concentre.

*** Noah estava preocupado com a linha correndo junto através do campo minado. Eles ziguezagueavam através disso, como uma cobra embriaga. A cada pisada ele esperava que fossem explodidos, mas nenhuma mina explodiu. Ele finalmente começou a se perguntar se o campo estava realmente cheio com as bombas em tudo. E então um pensamento mais arrepiante o atingiu. Como Svika sabe o caminho? Ele parou tão abruptamente que Jenn correndo atrás dele o atingiu


por trás, e por um momento eles se agarraram, tentando manter o equilíbrio e permanecer em seus pés. ―O quê? ― Ela sussurrou. ―Algo está errado. ―O quê? ― Ela perguntou novamente, olhando para trás enquanto os outros diminuíam, olhando-a ansiosamente. ―Como é que Svika sabe o caminho através deste campo? ― Ele perguntou para ela. Jenn piscou. ―Talvez Dantalion mostrou a ele. ―Mas ela franziu a testa. ―Ou... Ele é uma planta. ―Mas por que não nos explodir? Por que nos atrair? ― Noah pressionou. ―Dantalion quer realizar mais experimentos? Ele quer ter certeza que matou você e Taamir? Ele se aproximou. ―Ele nos guiou quase todo o caminho. Mas você o viu. Ele não é mais humano. Como nós podemos confiar nele? ―Vamos! ― O lobisomem gritou quando ele passou por eles, tendo diminuído o seu ritmo. Então, ele estava correndo atrás de um lobisomem. E havia uma bruxa. E sua Caçadora não era seu líder. Era um time louco. Que outros segredos que eles poderiam estar escondendo? Eles agiam como se tivessem muitos segredos. Especialmente Jenn Leitner. Ofegante, Jenn soltou um suspiro de alívio quando eles chegaram à casa de transporte. Seus pulmões estavam queimando. Conforme ela se inclinou para recuperar o fôlego, ela olhou por cima do ombro, esperando para ver Antonio e Eriko seguindo, e temendo que ela visse os monstros em seu lugar. Mas ela não via ninguém com os reflexos do luar caindo sobre a neve, apenas as florestas e as montanhas que tinham degradado, com uma montanha mais alta elevada ao longo, silhuetas escuras girando na brancura. Seu estômago fechou. Escovando o cabelo úmido longe de seu rosto, ela correu alcançando uma estrutura de madeira em ruínas que a fez lembrar-se de um celeiro. ―A entrada do túnel se encontra aqui, ― Svika disse, tocando uma porta de madeira inclinada, enquanto o grupo andava em direção a ele.


―Jamie? ― Taamir disse, quase sem fôlego. ―Sim? ― Jamie respondeu. ―O estaque no ombro. E antes que alguém pudesse mover ou pensar, Jamie chicoteou uma estaca fora e fez exatamente isso. Taamir bateu a mão sobre a boca de Svika quando ele caiu no chão. ―Que diabos? ― Holgar sussurrou. ―Diga-nos o plano de Dantalion, ― Taamir disse ao homem se contorcendo. Ele olhou para Noah. ―Ele não está sozinho. Noah assentiu com seriedade. ―Eu não posso – não posso – Svika protestou. Taamir o olhou sarcástico. ―Diga-nos, ou eu vou deixar Noah lhe perguntar. Jenn olhou fixamente para Noah, perguntando como ele iria fazer este tratamento de alguém que era, em essência, da família. ―Você não quer que ele o interrogue. Você sabe o que ele pode fazer, ― Taamir disse calmamente. ―Skye, há algo que você possa fazer? ― Jenn perguntou. ―Talvez trabalhar um feitiço de algum tipo? Skye apenas olhou atordoada. Então seus olhos assinalaram passando pelo ombro de Jenn, como se de repente ela visse alguém parado no bosque nevado. O olhar no rosto dela levantou o cabelo na parte de trás do pescoço de Jenn e Jenn virou rapidamente, as pernas em uma posição de luta, a estaca em sua mão. Não havia ninguém lá. Ela se virou para Skye. A bruxa inglesa ainda usava a mesma expressão horrorizada. ―Skye? ― Jenn perguntou, olhando dela para o espaço vazio e vice-versa. Skye não se moveu. Noah apertou sua mão no ombro ferido de Svika, o machucando. As coisas estavam rapidamente saindo do controle, e Jenn começou a suar, desejando que ela soubesse quando a armadilha ia ser arqueada. Ela avançou e estalou os dedos na frente dos olhos de Skye. Nada. Se forçando a não entrar em pânico, ela agarrou os ombros de Skye e balançou duramente.


―Skye! O que é isso? Skye se virou para ela, os lábios trêmulos. ―Ele está aqui. Eu não sei como, mas ele está aqui. ―Ela pegou uma cruz de seu cinto. ―Quem está aqui, Skye? Skye gritou em pânico total. ―Oh, Deus, ele me encontrou! ―Quem? ―Estefan! Oh, minha Deusa, ele está aqui! Jenn piscou e olhou para a neve caindo. ―Quem? E então, no silêncio repentino, Jenn ouviu os sons da batalha.


Do topo da montanha imponente, protegida por galhos de árvores, Aurora passou as mãos ao longo do seu fabuloso casaco e viu através da queda de neve como Antonio e a Caçadora lutavam contra os monstros de Dantalion. Ela estava caçando as criaturas repugnantes por dias, agora, diluindo-os – ela esperava que Dantalion dirigisse como louco – mas agora era hora de deixálos lutar contra os caçadores. Ao seu lado, Estefan estava com uma armadura preta e um casado de lã grosso – ele ainda sentia frio; Aurora só gostava de casacos de pele. O bruxo arrogante e muito sexy parecia extremamente presunçoso e auto-satisfeito. Ele a irritava, mas se ela teria um bruxo ao seu lado, ela podia agir pior do que Estefan Montevideo. ―Eu posso senti-la, ― ele gargalhou. ―O que significa que ela pode sentir você, também, sim? ― Aurora lembrou a ele. Ele hesitou, e ela levantou as sobrancelhas para ele. Os egos dos homens os tornam tão estúpidos. ―Talvez. Eu não sei, ― ele admitiu. Ela suspirou. A obsessão de Estefan com sua ex era inconveniente, mas compreensível. Ele ainda estava apaixonado pela bruxinha, embora ele também a odiasse. Era assim com ela e com Sergio. Ela estava cansada de ser uma escrava e de como ele a fazia sentir. Ele não valia à pena. Ela resolveu que ia matá-lo. Seu mestre iria agradecê-la por isso ou matá-la ele mesmo. Ele sempre amou Sergio mais do que ela. Assim como Sergio tinha sempre amado Antonio De La Cruz. Assistindo o sacerdote bonitão, ela se perguntou por que Sergio estava tão obcecado com ele. Ela imaginava que Sergio estava envergonhado pelo seu fracasso. Nenhum outro Maldito foi capaz de manter sua humanidade e, assim, tão completamente rejeitar seu Sire. Sergio odiava e temia Antonio por


causa disso. E ainda, em muitas ocasiões em que Sergio poderia ter matado Antonio, ele não teve coragem de fazer. Sim Antonio era a falha de Sergio, a sua fraqueza. Mas a força de vontade equivocada de Antonio, o fazia realmente um modelo solitário de rebelião entre os Malditos. Dantalion faria bem capturando e estudando Antonio, não criando monstruosidade em seu laboratório. Por tudo o que sabiam, Antonio queria um dia, andar no sol – e não mudar as coisas. Ela presumiu que Dantalion não tinha conhecimento de todo o drama que estava acontecendo fora de sua fortaleza. Do seu ponto de vista Aurora assistiu a batalha entre a Caçadora, o Maldito e as coisas hibridizadas que Dantalion tinha feito. Ela viu o brilho dos rubis no brinco de cruz que Antonio usava. Seus rubis, do crucifixo que ela levara quando era humana. O que seu mestre havia tirado dela na noite em que ele a converteu – naquela cela imunda. Sua família havia sido torturada e queimada, e o Grande Inquisidor, Tomás de Torquemada, tinha ameaçado fazer o mesmo com ela. Então, ele havia chegado... E a salvado. Condenando-a por toda a eternidade. Seu Sire tinha quebrado aquela cruz em pedaços e distribuiu as pedras para favorecer os membros de sua corte quando eles acabaram de cumprir uma tarefa particularmente notável. Sergio havia sido favorecido com mais de uma dúzia deles. Ela não estava ao redor durante o ano em que Antonio De La Cruz foi convertido. Ela e Sergio tinham as suas linhas freqüentes, e ela estava irritada no Rio de Janeiro. Ela realmente continuava irritada desde então. Por trás de Aurora duas dezenas de seus vampiros esperavam, em silêncio, olhando para ela e antecipando seu sinal. Eles obedeceriam a suas ordens sem questionar. Eles apenas representavam uma porção dos fiéis a ela. Alguns ela mesma converteu, outros eram mais velhos do que ela, mas todos vieram para confiar nela, para segui-la. Ela estava cansada de partilhar do poder e disputar posição com Sergio. Era hora de acabar com isso uma vez por todas. Ela se virou para Louis, seu tenente, que parecia estar em seus sessenta anos, com cabelo fino e grisalho.


Ela gostava de Louis. Ele não era um dos mais bonitos. Ele era resistente, fiel e totalmente sanguinário. ―Destrua essas coisas horríveis e me traga o vampiro, ― ela disse. ―E a Caçadora? ― Ele perguntou. Aurora deu de ombros. ―Mate-a se ela ficar no caminho, mas não desperdice esforço. Ela estava assistindo a Caçadora. A garota era boa, e o elixir especial – oh, sim – Aurora sabia tudo sobre isso – definitivamente melhorava suas habilidades de luta natural. Mas ela cheirava a dor a uma curta distância. Seu corpo estava se desgastando. Sem um milagre a garota não sobreviveria por muito tempo. Não fazia sentido arriscar as vidas de seus guerreiros. Quando Aurora tinha Sergio em sua mira. Louis assentiu, e os primeiros dozes Malditos olharam. Eles olharam para os híbridos que eram difíceis de matar com estacas. Mas eles estavam armados com armas feitas pelo homem que sabia usar com habilidade de matar e estavam com uma armadura para se protegerem de estacas. Ela olhou em direção ao palácio, acariciando sua longa trança preta, que estava enrolada por cima do ombro. Dantalion provavelmente não poderia ouvi-los desta distância e ela não tinha ideia do que estava lá. Seus experimentos com a luz solar eram intrigante e poderia ser colocado em bom uso. Que ela mesma tinha certeza, agora que ela tinha os visto, o mestre não iria aprovar. ―Quais são suas ordens? ― Louis perguntou. ―Vamos ver o que os Salamancans são capazes de fazer, ― ela respondeu. Ela levantou a mão. ―Vão, ― Louis disse para os vampiros. ―Traga-o para Aurora. Lançando fora de seus lugares seguros e escovando suas armas, seus combatentes desceram a colina enquanto a queda fraca de neve se transformava em uma grande tempestade. Ela levantou uma sobrancelha e olhou para Estefan, que balançou a cabeça, puxando o casaco mais confortavelmente em torno de si. ―Eu não fiz isso, ― ele disse. ―Você quer que eu pare? Ela negou. ―Guarde a sua força.


Abaixo, nas encostas, os seus guerreiros chegaram à batalha. Antonio e a Caçadora haviam lutado com as abominações de Dantalion bem. Mas ambos foram feridos, e ambos estavam exaustos, e ainda havia um monte de monstruosidades à esquerda. ―Vão a segunda fila, ― Louis disse. Mais vampiros juntaram-se a primeira categoria, e juntos eles atropelaram as criaturas com metralhadora. Sangue roxo e vermelho saía de ferimentos. Os monstros gritavam em russo e uivavam como lobos. Alguns morreram por metralhadoras. Mas as criaturas que continham partes de Maldito tiveram que ser estacados ou decapitados para serem destruídos. Em seguida, eles assobiaram e se desintegraram em pó. Os capangas de Aurora permitiram alguns sobreviventes feridos tropeçar em direção ao palácio. Deixar Dantalion descobrir quem havia matado seus monstros. O caminho aberto; os vampiros de Aurora voltaram suas atenções para o prêmio. Ela sorriu quando Antonio tarde demais atacou três de seus combatentes. Eles o deixaram inconsciente, enquanto a Caçadora conseguiu ao redor dar alguns socos e chutes. Um vampiro bateu nela na cabeça com uma pistola, a garota caiu na neve. O vampiro chutou a Caçadora na cabeça, enquanto os outros amarravam Antonio. Ela pulou para frente, agarrando seu tornozelo e derrubando-o. Tal como ele conseguiu, a chutou novamente, desta vez no rosto. Ela agarrou seu pé, saltando para seus pés, e movendo-se tão rápido quanto um vampiro, pegou uma estaca e colocou em seu peito. Não ultrapassando pela armadura. Aurora gargalhou, desfrutando do esporte. Ela tinha ouvido sobre Pamplona, e era uma pena que ela não esteve lá. Mas isto compensou mais do que tudo. Os outros quatros aglomeraram sobre a Caçadora, mantendo-a caída enquanto Antonio estava sendo amarrado como um porco selvagem fresco da caçada. Um dos vitoriosos ergueu um punho orgulhoso no ar, em seguida, ergueu o corpo mole de Antonio em suas costas como Quasimodo – o corcunda de Notre Dame. O vampiro ziguezagueou acima do declive, afundando até suas coxas na neve, enquanto os outros mantiveram a Caçadora se debatendo. Uma vez que Antonio estava uma distância segura, eles saíram fora do alcance da garota,


rindo e zombando dela. A Caçadora começou a persegui-los, mas vacilou, desabando sob seus joelhos, antes de tombar de cara no chão. ―Esses Salamancans não são tão especiais, eles são, Estefan? ― Aurora perguntou. Ele piscou. ―Lo Siento, Aurora, o quê? ― Ele disse distraidamente. Ela estreitou os olhos para ele. ―O que você está fazendo? ―Nada. ― Ele balançou a cabeça. Quando ele sentiu os olhos dela nele, ele falou. ―Eu não estou fazendo nada. Ela não estava convencida. Talvez ele estivesse se comunicando com sua bruxinha inglesa. Talvez ele estivesse mesmo alertando-a. Era hora de ir. Não porque ela temia o resto da equipe de Salamanca. Ela simplesmente não queria arriscar qualquer coisa acontecendo com Antonio. E caso Estefan estivesse sendo indiscreto, ela precisava colocar o tempo e a distância entre ambos. A Caçadora jazia inerte na neve. A partir dessa distância Aurora não podia dizer se ela estava morta. De qualquer maneira, não importa. Ela teve o que mereceu. Quando suas tropas retornaram a ela, Aurora abriu o caminho de volta para a floresta, onde tinha uma frota de veículos – jipes esperando por eles. Um olho em Estefan, outro sobre Antonio, ela puxou o casaco em torno de si e sorriu de forma brilhante. Foi uma noite ótima Aurora Abregón. Ele é tão bonito, ela pensou, olhando para Antonio enquanto ele estava deitado em um dos jipes. Muito mais bonito do que Sergio. Pensamento de blasfêmia, mas é verdade. ―Vamos, ― ela disse alegremente. ―Para onde nós vamos? ― Estefan lhe perguntou. Ela inclinou a cabeça. ―Onde você acha? *** Eriko soluçou de medo e frustração quando ela tentou empurrar-se para fora da neve, mas os seus torturados, membros torcidos cederam. Um dos monstros restante se arrastava em sua direção através da neve caindo, e ela


prendeu a respiração e apertou os olhos bem fechados, seus dedos ainda enrolados ao redor de uma estaca. Nada aconteceu. O mundo começou a se afastar. Ela flutuava numa névoa de dor e frio. Não. Acorde! Ela disse a si mesma. Ofegante, ela forçou abrir os olhos. As criaturas e os Malditos foram todos embora. Ela sentou-se lentamente, a dor enviando lágrimas escorrendo pelo seu rosto. Eles haviam sequestrado Antonio, e ela deixou. O que eles iriam fazer com ele? ―Jenn, ― ela resmungou com uma voz rouca. Ela tinha que alcançar os outros, procurar ajuda. Ela tentou se levantar, mas suas pernas desabaram novamente. Ela se perguntou como qualquer outro Caçador conseguiu sobreviver à torção de ossos e músculos. Talvez eles nunca chegaram a esse ponto, foram mortos dentro de dias ou semanas de graduação. Ela teve sorte, mas deitada na neve com o sangue escorrendo pelo seu queixo, ela não se sentia com sorte. Ela se sentia fraca e vulnerável. Duas coisas que ela jamais quis ser. Estou falhando, ela pensou, e então, com clareza súbita: Eu estou morrendo.


Ser um Caçador tem tanto a ver com instinto como qualquer outra coisa. Treinamento, conhecimento, apenas pode levar você até agora. Você tem que aprender a confiar em si mesmo, mesmo quando você não quer. A mente percebe milhares de detalhes minuciosos que nós nem sequer conscientemente registramos. Isto é o que as pessoas chamam de intuição. Às vezes, seu instinto sabe mais do que você, apenas preste atenção. Às vezes os detalhes que você esqueceu são minúsculos. Às vezes, eles são muito óbvios e você simplesmente não quer vê-los. Porque você está com medo. ―A partir do diário de Jenn Leitner, descoberto em meio às cinzas.


―Que diabos? ― Dantalion trovejou enquanto observava uma dúzia de híbridos esfarrapados tropeçarem de volta para o palácio. Ele estava em sua varanda, alisando Rasputin – seu cão de caça russo – e olhando para os híbridos enquanto eles se chocavam uns contra os outros como brinquedos de corda. Seus vampiros treinados, de forma cuidadosa os encurralaram e os conduziram de volta para suas celas. Os híbridos que ainda tinham bocas gritavam como chaleiras, rugindo como macacos. E Dantalion não viu o novo que havia sido enviado para fora com eles. Svika, que era suposto que ele atraísse seus dois amigos caçadores para o palácio. Dantalion pensou que ele estava completamente hipnotizado mas talvez ele tenha fugido. Talvez eles o mataram. Isso não pode ser o trabalho de dois caçadores, pode? Em seguida, Dantalion ouviu o rat-rat-rat de metralhadora. Os caçadores? O próprio Dantalion, protegendo suas fronteiras? As altas, janelas em arco, fortificadas com metros de espessura de acrílico inquebrável, estavam nebulosas com uma cascata de branco. Neve condenada. Ele não podia fazer nada. Rasputin choramingou. ―Calma, rapaz, ― Dantalion disse a ele. Ele pegou um controle remoto em uma bloqueada, caixa reforçada. Ele abriu, revelando um banco enorme de leituras. Minas terrestres, verificada. Eletricidade de perímetro, verificada. Talvez Svika tenha sido morto. Dantalion os ordenou a encontrar seus velhos amigos, para então os atrair de volta através de um túnel ―secreto‖. Em vez disso, eles foram seguidos.


Hora de declarar uma emergência. Ele empurrou o código de alarme. Buzinas gritaram. O cão estúpido entrou em pânico e saiu correndo. Seus cientistas, Malditos e humanos semelhantes, colocaram as cabeças para fora de seus escritórios, perguntando se eles estavam em treinamento. ―Agora o que está acontecendo? ― Khruschev perguntou, quando ele se juntou a Dantalion ao seu lado. ―Apenas desça para o porão, ― Dantalion irritado disse. ―Eu tenho a situação sob controle. Mas apenas no caso, havia outro botão no painel – um que iria jogar gás venenoso para os laboratórios subterrâneos. Todos os humanos e a maioria dos híbridos morreriam. Os Malditos, como ele não poderia ser envenenado de tal maneira. Então uma próxima bomba explodiria, com o restante e eliminando qualquer vestígio de seus experimentos. Enquanto ele, é claro, estaria muito longe. Dantalion pegou o telefone vermelho fixando dentro da caixa e apertou o botão primeiro. A conexão foi feita antes mesmo que ele ouvisse o badalar. ―As maçãs são vermelhas, ― ele relatou, falando russo. ―Os pomares são amarelos, ― veio o código correto, também em russo. ―Situação? ―Incerta. Eu preciso de você. ―Estamos prontos. Dantalion desligou e se dirigiu para o porão.


No perímetro do campo minado coberto de neve, Jamie virou lentamente em círculos, em busca de algum tipo de alvo. ―Skye, não há ninguém aqui! ― Jenn disse, quando ela cortou o ar com uma estaca, enquanto Holgar cortava em nada com uma faca especial das forças israelenses que Taamir lhe dera no seu esconderijo de armas. Vampiros se moviam rápido o suficiente para parecer invisível, mas a neve caindo lhes daria o formato se houvesse qualquer um presente. Apenas no caso, Jamie pegou sua metralhadora em sua mão. Quanto menos Dantalion pensasse que eles estivessem aqui, melhor. O silêncio caiu ao redor deles, salvando a histeria de Skye e o gemido de Svika. Dos dois, Skye estava pirando Jamie. E que estava falando muito, considerando o estado de Svika. ―Ele está nos observando! ― Skye disse, agarrando o braço de Jenn. ―Ele está em algum lugar alto! Jamie olhou para o palácio enorme. Isto era muito grande, mas as partes da decoração de especiarias tinham caído, e placas do que parecia ser de concreto havia sido colocado em seu lugar. ―É este, ―ele‖ lá dentro? ―Quem é ele? ― Holgar olhou para a escuridão. Por uma vez Jamie estava contente por ter um lobisomem ao redor. Holgar podia ver as coisas, cheirar as coisas, que ninguém mais, exceto Antonio podia. Skye permaneceu choramingando. ―Inferno sangrento, bruxa! Coloque para fora! ― Jamie gritou para ela. ―Ele é um bruxo, como eu, só não gosta de mim, ― Skye disse, sua voz embargada. ―Ele está com os Malditos.


―Com Dantalion? ― Jamie perguntou, olhando horrorizado. ―E isto é algum amigo seu? Seus olhos se arregalaram. ―Ele está com alguém. Jenn, eu acho que poderia ser Antonio! A boca de Jenn caiu, e ela ficou verde. Típico dela, ser a rainha do drama em vez de permanecer firme para liderar a equipe. ―Por que você não nos disse isso antes? ― Jamie exigiu. ―O fato de alguns dos seus amigos aqui e... ―Ele simplesmente apareceu na minha cabeça. Ele faz isso! ―O que? ― Jenn e Jamie disseram em uníssono. ―Mas, mas ele está realmente aqui. Eu posso sentir isso. ― Skye abraçou a si mesma. ―E eu acho que ele está com Antonio. ―Onde? ― Taamir perguntou, pintando na noite negra como o cano de sua metralhadora. Noah manteve um calcanhar em Svika enquanto ele se contorcia no chão. ―E quanto a Dantalion? ― Jenn perguntou. ―Ele está trabalhando com ele? ―E quanto a Eriko? ― Jamie perguntou a Skye. ―Eu não sei. Eu não tenho certeza. ― Skye estava tremendo. ―Ele é perigoso, Jenn. ―Então está com Dantalion. Olhe para aquele cara, ― Jamie disse, apontando para Svika, ―bancando uma larva. Já não se contorcendo, Svika olhava para frente, e por um segundo Jamie pensou que ele tinha morrido. Isso poderia ser bom ou ruim. Jamie passando por Jenn, bateu em seu ombro duramente, e apertou a metralhadora contra o centro da testa de Svika enquanto Noah o mantinha preso. O demônio estava perdendo muito sangue. ―Dantalion, ― Svika sussurrou. ―Da, ya pochinyus va... Tal como Svika engasgou, ele ficou em silêncio. ―Ele falou russo, ― Holgar disse. ―Tipo como – alguém obedecendo. ―Seu amigo, ― Jamie disse, olhando para Skye. ―Não, ele não é russo, ― Skye disse. Seu rosto branco. ―Ele é espanhol.


―Inferno Sangrento! ― Jamie gritou com ela. ―Todo esse tempo que estamos vivendo na Espanha, e você não pensou em mencioná-lo? ―Mantenha sua voz para baixo, ― Jenn disse entre os dentes cerrados. ―A luta acabou por agora, e... ―É bem sangrenta, ― Jamie respondeu com uma voz fria. ―Ela é a única na liga com os Malditos, você não vê? ‗O traidor‘. ―Não, Jamie. Caramba, eu não sou. ― Skye estendeu as mãos. ―Ele é um bruxo das trevas, e nós estávamos juntos antes da academia. Eu não o vi desde então. ―Você está mentindo, ― Jamie lançou para ela. ―Ouça-me, ― Jenn disse. ―Eles vão contar cabeças, e Svika ainda está aqui fora. Jamie mal pôde se conter. ―Sim, e graças a Skye, parece que nossos Caçadores estão lá. E talvez, o seu namorado. Fazendo uma experiência encantadora, agora, não é? Noah franziu a testa para Jamie. ―O que você quer dizer? ―Jamie, cale a boca, ― Holgar disse, rosnando. ―O galã, que sabe tanto sobre os Combatentes da Resistência? ― Jamie acrescentou. ―E se esse idiota de Dantalion quiser saber sobre isso, bem, então talvez ele apunhale Antonio no ombro. Ou dirija uma estaca ―bem afiada...‖ Holgar rosnou e saltou em Jamie, com tanta força que o irlandês caiu para trás na neve. Holgar arrancou a metralhadora dos braços de Jamie. Que ficou esparramado no chão, e Holgar pairando sobre ele, curvando-se, colocando o rosto perto do dele, imitando a forma que Jamie tinha feito sobre Svika. ―Saia, ― Jamie disse entre os dentes cerrados. ―Eu só estou dizendo o que deveria ser dito. ―Dantalion, ya privozhy inch k vam, ― Svika disse com uma voz monótona plana. Ele estava ofegante. ―O que isso significa? ― Taamir exigiu. ―Ele diz, ―Dantalion eu vou trazê-los para você, ― Holgar informou, sua metralhadora ainda apontada sobre Jamie. ―Ya vash rab.


―Eu sou seu escravo, ― Holgar traduziu. ―Ele está hipnotizado, ― Jamie disse. ―Filhote de animal de estimação. Eu disse, não disse? Jesus, Maria e José. Nós deveríamos arrancar a porra de sua cabeça! ―Mas ele não estava agindo assim antes. E vampiros não podem ser hipnotizados à distância, ― Jenn argumentou. ―Skye, isso é bruxaria? Jenn se moveu para frente de Holgar e estendeu a mão para Jamie. Olhando para ele, com a mão estendida. ―Levante, ― ela disse. ―Bem, Jenn, não precisa. ― Ignorando sua mão, ele se levantou por conta própria. Ela o fitou com um olhar duro. ―Precisamos avaliar a situação. ―Avaliar, o inferno! ― Jamie disse. ―É melhor pensar em algo rápido, ― Holgar rosnou. O som fez os cabelos na parte de trás do pescoço de Jamie eriçar. ―O túnel, ― Svika disse em inglês. ―Certo, em frente ao recinto do palácio está, ― Jamie disse. ―Você não pode, ― Noah protestou. ―Eles vão pegá-lo. ―Escuta, Israel, ― Jamie disse. ―A garota Berserker17 aqui diz que um cara os tem no palácio. Nós estávamos indo para o palácio de qualquer maneira, isso apenas me coloca em mente para chegar lá mais rápido. ―Não seja um idiota, ― Jenn lhe disse. Jamie não era um idiota. Ele estava apavorado. Medo de perder Eriko e medo de morrer lá por nada, quando ele deveria estar voltando para casa, para defender a Irlanda. ―Você tem uma ideia melhor, qualquer um de vocês? ― Ele perguntou, olhando para rostos que estavam tão tensos e cansados como ele se sentia. Holgar olhou para Jenn e Skye ainda estava trancada em seu próprio mundo pequeno de terror. Jamie puxou a arma das mãos de Holgar e apontou para Svika. ―Você! Você deve ter uma ideia melhor. Diga-me como entrar no palácio ou eu vou atirar em você no ombro. Melhor ainda, eu vou atirar em sua maldita cabeça. O suor escorria da testa de Svika e ele estava começando a tremer, embora seja de medo ou choque, Jamie não sabia. 17

BERSERKER - eram guerreiros nórdicos ferozes que haviam jurado fidelidade ao deus viking Odin.


Skye estava muito catatônica até mesmo para protestar, e que o assustou ainda mais. Seu ex poderia fazer o céu sabendo o que sua Eriko era, enquanto eles estavam perdendo tempo. ―Noah, ― Svika disse, então murmurou tão baixo que Jamie não podia ouvi-lo. Noah baixou a cabeça e escutou. ―Ele quer justiça para o que foi feito com ele. ―Noah disse. ―Ele diz que Dantalion o hipnotizou. Mas ele está lutando. Ele tem algo em seu bolso que vai nos ajudar. Taamir cavou nos bolsos de Svika. Ele tirou três objetos que se pareciam com as chaves de carro eletronicamente ativadas. ―Maldito inferno, ― Jamie disse, assobiando, enquanto Taamir mostrava a todos. ―Isto é o que eu acho que elas são? ―Isto desarma as minas? ― Taamir perguntou. Svika assentiu. ―Duas são iscas? ― Jamie sondou. ―Todas... Funcionam, ― Svika sussurrou. ―Como você sabe sobre isso? ― Jenn perguntou a Jamie. ―IRA. Mas eu nunca vi um, apenas ouvi falar deles. ―Eles são todas iguais, ― Svika respondeu. ―Brilhante. ― Ele olhou para Jenn. ―Eu vou pegar uma, e deixar as outras para vocês. ― Ele pegou uma das mãos de Taamir. Pegou uma metralhadora e voltou para o campo minado. ―Jamie, espere! ― Jenn gritou. ―Nós não sabemos se eles estão lá! ―Você está com medo por ele. Esta é a nossa missão, ― Jamie acusou. ―Mesmo que essa coisa leve você pelo campo minado, eles terão sentinelas. Você não vai conseguir em um quarto de milhas chegar naquele lugar sem se machucar, ― Insistiu Taamir. ―Nós vamos perder a vantagem. Um desses monstros dirá a Dantalion sobre nós. Talvez este monstro deu a Antonio os últimos sacramentos para não ir para o inferno. Talvez ele voltou para Dantalion. Talvez o enviou com suas bênçãos, ―Jamie terminou, irritado consigo mesmo por ali está discutindo com eles.


―Mas Dantalion não sabe sobre nós? ― Holgar argumentou. ―E se ele vê um estranho em suas terras? ―Então vamos embora agora. Nosso trabalho é derrubá-lo! Jamie gritou. Ele cerrou os maxilares. ―Dê-nos a ordem. ―Não. Ainda, ― Jenn cerrou. ―Noah, pergunte a Svika a direção. ―Agora, ― Jamie insistiu. Ele girou em sua direção, segurando à metralhadora. Ele podia ver o brilho nos olhos dela. Jenn estava pensando se ele iria forçá-la a fazer a coisa certa e conduzir a equipe adiante. Holgar rosnou; lágrimas deslizaram pelo rosto de Skye. Noah manteve apreensão em Svika enquanto Taamir cautelosamente observava o jogo do poder. Isso era o que era, puro e simples. ―Skye, eles estão dentro do palácio? ― Jenn disse. ―Nos fale tudo o que você tem. Por favor. ―Eu não sei, eu não sei, ― Skye chorou. ―Oh, Deus, eu estou tão assustada, Jenn. Sinto muito. É por isso que não devemos ser isso. Bruxas. ―Bem, você está aqui e você está fazendo isso, ― Jenn revisou. ―Vamos, Skye. Nós precisamos de você. Jenn olhou para Noah. ―Ok, então. Faça Svika dizer exatamente como chegar lá. Faça o que tiver que fazer. ―Não espere, por favor, ― Skye disse, finalmente. ―Eu posso tentar tirar o mesmerismo distante. ―Inferno sangrento, ― Jamie disse, cuspindo no chão. ―Melhor você ficar de fora. Jenn. Isso tudo é besteira. Deixe-me ir, eu sou bom nisso. Isto é como eu cresci. Ele esperou por um momento e estava a ponto de se retirar, quando ela lhe deu um aceno. ―Você pode ir, ― Jenn disse. ―No seu próprio país, Jamie. Isso era tudo que ele precisava, permissão. E então o golpeou. Por que ele precisa de sua permissão para fazer qualquer coisa sangrenta? Rebeldia e raiva o queimou, mas era melhor guardar para encontrar Eriko e matar os Malditos tanto quanto podia.


Jenn reconheceu a luta interna que se alastrava por Jamie – era a mesma fúria através dela. Ela sabia que, se ambos vivessem esta missão, um confronto entre eles era inevitável. Isso era bom, ela ficaria feliz em abraçar, porque isso significava que ambos haviam sobrevivido. ―Não, não o deixe ir, ― Skye chorou. ―Por favor, Jamie, não faça isso. Aguarde mais alguns minutos. Jamie não disse nada. Ele começou a correr para a escuridão. Jenn se perguntou se ela tinha acabado de lhe dar permissão para ir a uma missão suicida. Skye cerrou seus punhos contra o peito. Então, ela esticou os dedos e murmurou em latim. Provavelmente um feitiço de proteção. Em seguida, ela baixou os braços e franziu a testa para Jenn. ―Você não deveria ter o deixado ir. ―Dantalion, ― Svika murmurou em inglês. ―Eu o ouvi, eu o ouvi. ―Ele está caindo sob o feitiço, ―Taamir aventurou. ―Ou que você chama isso. ―Noah, faça o que você precisa fazer para chegar até ele, ― Jenn disse. Noah lambeu os lábios, balançou a cabeça, e se inclinou mais duro no ombro de Svika com sua bota. Svika gemeu. ―Não! Deixe-me tentar! ― Skye confessou. Então Svika gritou, um som estridente que não parecia poder vir de algo que jamais fosse humano. Noah, colocou sua mão em concha na boca de Svika; por trás de sua mão o som terminou em uma nota de lamento que agitou as terminações nervosas de Jenn e definiu seus dentes juntamente. Seu corpo inteiro tremeu. Svika respirou fundo e olhou para eles com os olhos nublados pela dor, mas vivo do que antes. Provisoriamente, Noah ergueu a mão. Svika sussurrou algo. ―O quê? ― Jenn perguntou, se aproximando. Noah se juntou a ela e, juntos se inclinaram sobre seu amigo. De repente, Noah agarrou a mão dela e apertou com força. Assustada, ela viu lágrimas nos olhos do saldado. Ela percebeu que isto era uma tortura para ele. Svika era o seu camarada e companheiro de equipe.


―Vá para a direita. Não é o túnel. O palácio. Há um ponto cego, câmera quebrada, ― Svika disse. ―Você tem certeza? ― Holgar perguntou. Svika assentiu. ―Nenhum truque. ―Skye? ― Jenn perguntou. Mas a garota pegou um dos dois dispositivos de desarme e correu atrás de Jamie. Holgar lamentou profundamente e ficou olhando para ela, então se voltou para Jenn. ―O que mais? ― Noah pediu. ―Não olhe nos olhos dele, ― Svika estremeceu. ―Seus olhos. Jenn olhou para Noah. ―Estamos indo, ― ela disse calmamente, dando em sua mão um aperto. ―Se você quer ficar aqui... Taamir se abaixou e pegou a mão de Svika. ―Meu amigo, ― Taamir disse em inglês. ―O que mais você pode nos dizer? ―Gás paralisante. Tortura, ― Svika disse. ―É melhor que todos eles morram. ― Ele rangeu os dentes. ―Deixe-me ir. ―Não. Não, Svika, ― Taamir insistiu, olhando para Noah. ―Podemos levá-lo. Conforme Noah olhava para Svika, ele largou a mão de Jenn. Um longo, tremor trabalhou seu caminho através do soldado israelense. Ele pegou a faca afiada que Taamir estava carregando e segurou-a pelo seu lado. ―Vão em frente, ― Noah disse para Jenn e Taamir. Seu olhar fixo em Svika, que estava olhando para ele. ―Vão em frente. ―Noah, ―Jenn disse, sua voz tensa. ―Eu já fiz isso antes. ―Sua voz estava rouca. Ele puxou um maço de cigarros e colocou um na boca de Svika. ―Vão agora. Com o último dispositivo restante em sua mão, Jenn liderou a corrida para alcançar Jamie e Skye. A cada passo ela estava com medo de que o dispositivo falhasse ou que fosse uma isca, e que uma bomba estivesse prestes a explodir. Ela também continuou correndo em direção ao palácio, esperando uma nova onda de monstros derramando através da neve. Em um ponto ela pensou ter ouvido o rugido do meio das criaturas mortas à distância, mas um momento depois, isso tinha ido embora. Uma


figura se aproximou de repente no escuro, e Jenn desacelerou a tempo de atingir Skye. A bruxa estava de pé, de costas para Jenn, as mãos se movendo como se pressionando contra uma caixa invisível. Ela virava a cabeça freneticamente de um lado para outro, suas tranças rastafári voando ao seu redor. ―Skye! ― Jenn gritou. Skye apenas bateu no muro que só ela podia ver. Skye estava no meio de uma casa de espelho. Terror tomou conta dela. Ela tinha chegado tão longe só para ser presa, seu reflexo refletido no infinito. Para todos os lugares que ela se virava, ela não conseguia fugir de si mesma ou a partir disso. Ela não conseguia encontrar uma saída, e ela tinha que salvar seus amigos. Ela viu o rosto de Estefan projetado na sua frente, e ela bateu nele em frustração. Para todos os lugares que ela se virava, ela só via mais espelhos, sem saída, sem salvação. E em toda parte estava o rosto de Estefan rindo. Se ela pudesse quebrar o espelho, então ela poderia lutar de sua maneira através do labirinto impossível. Skye uma vez se perdeu em um labirinto de espelhos, quando ela era uma criança em uma feira local. Ela insistiu para os seus pais a deixá-la ir com uma família que ela não tinha ideia que Yorks – eram bruxos. Então, ela ficou presa por duas horas até que uma espécie estranha teve pena dela e a levou para fora. Mas não havia bondade aqui, somente o mal. Ela contou essa história para Estefan. Ela se virou e correu para a esquerda, de repente, convencida de que havia uma saída lá. Ela tinha que seguir Jamie, detê-lo, salvá-lo. Ela correu de novo para a esquerda, e novamente. Em seguida, ela bateu em outra parede espelhada. O dispositivo de desarme que ela segurava em suas mãos deslizou longe, e o rosto de Estefan se aproximava cada vez mais e mais. ―Você não pode escapar de mim, borachin. Eu estou em todo lugar. ―Não! ― Ela gritou de medo e raiva. ―Sí. E meus amigos são muito mais poderosos do que os seus, então não há nenhuma proteção para você. Seu reflexo borrado, desapareceu, reapareceu. Ela puxou de volta. E ali, em um espelho no canto mais distante, uma imagem tremia brevemente e


Skye percebeu que ela estava vendo os pensamentos de Estefan, pensamentos que não queria que ela visse. Ela focou nas imagens, lutando para ignorar o rosto malicioso, que aparecia em todo o lugar. Eram difusas, mas ela empurrou, e lentamente tornaram-se mais claras, até que finalmente ela podia ver o vampiro – Aurora – curvando-se em um homem que parecia inconsciente. Skye murmurou um pouco, e então seu rosto também entrou em foco. Skye tremeu. Antonio. Aurora realmente o capturou. Era Antonio e não Eriko que tinha sido capturado. E não por Dantalion. E eles não estavam no palácio. Jamie estava prestes a sacrificar-se por nada. De repente, a imagem desapareceu. Estefan rindo ondulou de surpresa e rapidamente transformou em raiva. ―Eu vou ensinar você a chegar dentro da minha mente! ― Ele rugiu, sua voz chocalhando os espelhos. ―Skye! Uma voz diferente a chamou de longe. Quem era? Ela tinha que sair do labirinto. Por que Estefan queria brincar com ela ao invés de matá-la? Porque ele não pode, ela percebeu, finalmente. Porque ele não está realmente aqui. Ele está apenas dentro da minha cabeça. Skye olhou novamente em volta e percebeu que o labirinto de espelhos era exatamente aquele que ela tinha sido presa quando criança. Não era real. Era apenas uma memória. ―Skye! A voz estava mais alta desta vez, e Skye reconheceu que era Holgar. Ela se virou tentando ver Holgar, o campo minado e o escuro, ao invés de Estefan, os espelhos e a luz brilhante. Por um momento os espelhos cintilavam como se fossem cair, o que provocou um riso de Estefan antes de solidificar novamente. ―Então, você finalmente descobriu que este lugar não é real? ― Ele perguntou. ―Um pouco lenta, borachin. Skye gritou em frustração, e correndo, bateu sobre um espelho, desejando que desaparecesse. Isto começou a vibrar, como se desvanecendo dentro e


fora da realidade. Que chamou acima tudo o que estava dentro dela e atirou-se para frente mais rápido, até que sua bota esquerda pousasse sobre um pedaço de metal fazendo um clique alto. Uma mina! Petrificada, ela tentou se conter, seu pé direito deslizando distante da sua parte inferior, e ela começou a cair. Eu vou morrer. Então, algo a atingiu com uma força tremenda e veloz. Ela ouviu uma explosão e sentiu um vento passar por ela, dirigindo pedaços de sujeira em seus olhos e boca. Quando ela atingiu o chão duramente, algo pesado caiu em cima dela, tirando o seu fôlego e estalando uma de suas costelas. As pálpebras de Skye tremularam contra o ardor da sujeira em seus olhos. Quando sua visão finalmente clareou, Holgar estava deitado perto dela, lamentando-se em silêncio. ―Holgar! Você está bem? ― Ela perguntou, o medo passando sobre ela. ―Infelizmente, eu vou viver, ― ele gemeu, escorrendo, mas permanecendo de bruços. Ela se sentou e olhou ao seu redor uma confusão sangrenta, embutidos com pedaços de estilhaços. ―O que você fez? ― Ela perguntou, sua angústia tão grande que ela trouxe as mãos sobre suas costas, ela não conseguia pensar em um encantamento de cura. ―Ele a tirou de uma bomba que você pisou, ― Jenn disse em voz baixa a partir de alguns metros de distância. ―Você deixou cair isso enquanto você estava fora. ― Jenn levantou um dos dispositivos que ela estava segurando. ―Nenhum humano poderia ter feito isso com bastante velocidade e força para salvá-los, ― disse Noah brandamente. ―Sorte para nós que você não é. ―Eu sempre pensei assim, ― Holgar chiou. Ele tentou se levantar, então desmoronou para o chão com um grito estridente que soava como um animal ferido. ―Você quebrou o tornozelo, ― disse Taamir. ―Você não pode andar assim. ―Nunca subestime um lobisomem, ― Holgar disse entre dentes.


Skye mudou as mãos sobre seu tornozelo. Deusa, o ajude, ela orou silenciosamente. ―Ou uma bruxa, ― Holgar acrescentou. ―Ela vai me corrigir. ―Não temos uma oração para capturar Jamie, ― Jenn disse. ―Mas temos que ir atrás dele. ―Três minutos, ― Skye pediu trabalhando tão rápido quanto podia. Isto era culpa de Estefan. Ele havia feito isso com ela e colocado Holgar em perigo. Era ruim o suficiente que ele a machucasse, mas agora ele tinha ferido Holgar, e ela podia sentir a raiva lhe consumindo. Não era bom; isto a distraia para ajudar Holgar a curar. Ela respirou, tentando sentir a terra abaixo da camada de neve que estava sendo rapidamente transformada em vermelho ao redor deles. Cada segundo que ela perdia para sua raiva, era um segundo mais que Holgar sangrava e com dor, um segundo mais que Jamie estava sozinho e com problemas. Jamie estamos chegando. Não faça nada estúpido antes de chegarmos aí.

*** Jamie sabia que era estúpido, mas ele entrou pela porta da frente. Alarmes soavam, e o lugar parecia estar em alerta vermelho. Híbridos estúpidos nem sequer se preocuparam em fechar a porta quando eles estavam sob ataque. Talvez tenha sido a sua estratégia de saída. Ele fez o seu caminho em direção à escada e parou um momento para estudar um plano de evacuação montado na parede. Era em russo, e ele não conseguia ler nada, mas uma seta vermelha gigante apontava para a porta, que ele tinha acabado de entrar. Como ninguém parecia vir em sua direção, ele percebeu que eles estavam escondidos, em algum outro lugar ou usaram uma saída completamente diferente. Svika havia mencionado túneis subterrâneos que levam dentro e fora do palácio. E o porão era aonde ele iria se estivesse esperando um ataque. Ele chutou abrindo a porta para uma escadaria e desceu, tomando de dois em dois degraus de uma vez. A porta no patamar seguinte era feita de aço


reforçado e estava trancada. Jamie a chutou antes de prosseguir para baixo, encontrando uma porta selada após outra, para sua frustração. Na parte inferior da escada havia uma porta destrancada. Jamie correu através dela, agachado, com a arma em um lado, a estaca no outro. Luzes vermelhas iluminavam o corredor e ele viu poucas pessoas, ou talvez Malditos, em jalecos de laboratório, correndo ao redor na extremidade. Porque eu continuo acabando nos laboratórios de cientistas loucos? Ele se perguntou, dirigindo pelo corredor longe das pessoas. Os dois primeiros quartos eram escritórios com papéis espalhados. O terceiro tinha freezers e bancadas com microscópios de alta potência e copos e tubos de ensaio. Ao longo da parede, texto corria nas telas em um banco de computadores e uma impressora por perto cuspia papel á um ritmo impossível. Nenhum sinal de Eriko. Jamie se moveu para o próximo quarto. A porta estava fechada. Jamie se preparou, em seguida, abriu e entrou. O quarto parecia uma ala de hospital com pessoas nas camas, lençóis dobrados até seus queixos. Dormindo, mortos, ou em coma, Jamie não sabia dizer. Ele caminhou lentamente para baixo das camas, procurando o rosto de Eriko. Ou até mesmo Antonio. Os poucos humanos aparecem pela primeira vez, mas enquanto caminhava, as criaturas na cama começaram a se assemelhar àquelas que tinham lutado na floresta, todos os dentes e as características torcidas. Eles pareciam estar em coma, tubos rodando dentro e fora deles. Jamie ouviu um assobio estranho e acelerou, desesperado para encontrar Eriko para que eles pudessem explodir o lugar e saírem de lá. Ele se virou para a cama ao lado e congelou quando um par de olhos encontrou os seus. Era uma menina, não mais do que oito anos. Suas pupilas dilatadas de medo olhando para ele. Havia correias sobre o cobertor que a cobria, a prendendo à cama. IVs estavam ligadas a ambos os braços, e presas marcando acima e abaixo de sua garganta. Lágrimas deslizaram para fora de seus olhos e por suas bochechas. Ela abriu a boca, e ele podia ver que sua língua havia sido arrancada.


Ele praguejou e se moveu para o lado dela, rapidamente desafivelando as cintas que a seguravam. Quando ele alcançou à última, ele ouviu um barulho atrás dele, e girou para ver um homem no casaco de um médico, com as mãos levantadas acima da cabeça como se quisesse mostrar que ele estava desarmado. O homem falou em russo sobre o clamor dos alarmes, e Jamie sacudiu a cabeça. ―Inglês, rapaz, ― Jamie disse. ―Eu não faria isso se eu fosse você, ― o homem disse em inglês. Jamie o abrangeu com sua arma, tentando decidir se deveria ou não matálo. ―E por que não? ― Ele perguntou quando ele destravou a última fivela. Em um instante a menina saltou sobre ele, arranhando seu rosto. ―Hey! ― Jamie gritou, tentando erguê-la. Suas presas cresceram diante de seus olhos. Ela se esforçando para mordê-lo. Jamie gritou e saltou para trás. Em seguida, conseguiu acertá-la com um tiro. Ela caiu no chão de quatro e fez um som horrível – sem língua. Os joelhos dobrados de outra maneira, como um animal, e suas mãos e pés estavam com garras de quinze centímetros. A menina se virou, viu o médico, e atirou-se para ele, afundando seus dentes em sua garganta. Jamie abriu fogo contra os dois, matando o médico antes que ela pudesse. Então, enquanto ela estava se recuperando dos tiros, Jamie a estacou. Enquanto ela lentamente virava pó diante dos seus olhos, ela lhe deu um sorriso fantasmagórico. Enfermos para o fundo de sua alma, Jamie se virou e correu o resto do comprimento do quarto, verificando as camas para encontrar Eriko e Antonio até chegar a um conjunto de berços. Ele podia ouvir os gritos vindo dos recém-nascidos, mas ele fechou os olhos, não querendo ver o que estava dentro. Ele se virou e cambaleou para fora do quarto. Ele tinha que encontrar Eriko, matar este Dantalion, e explodir este lugar. Ninguém poderia ver isso. Ninguém poderia repetir isto. Tinha que acabar aqui e agora. Ela poderia ter sido sua irmã mais nova, ele pensou, o rosto da menina voltando para ele e se fundindo com a memória de Maeve. Jamie tentou empurrar a imagem longe, mas não conseguiu. Ele vacilou quando virou a


esquina e veio outro conjunto de portas. Ele não queria saber o que estava por trás de qualquer uma delas. Então, alguém o agarrou e o jogou na parede, apertando a mão sobre sua boca.


Rostos erguidos para o céu A lua prateada ouvindo o nosso clamor Rindo ou chorando não importa Morto agora aqueles a quem nós temos lutado – servos, mestres, todos os nomes Poder, política, apenas um jogo Por que estamos entrelaçados, todas as partes Espírito, mente, carne e coração.


Padre Juan acordou de repente de um sono profundo. Ele teve um sonho de sua infância, depois que seu pai morreu, quando ele e sua mãe e irmãos estavam vivendo nas ruas, procurando qualquer trabalho que eles pudessem encontrar, para não morrerem de fome. Aqueles tempos, o ensinou muito, o endureceu fisicamente e mentalmente, e lhe deu uma força espiritual que lhe servia bem. Ensinou também o valor da casa. Durante anos, a universidade foi o seu lar, o local que o acolheu quando ele lutou seus próprios medos e sonhos – que ainda eram proféticos e místicos como os de sua juventude. Ele se virou de lado, saboreando a sensação do travesseiro sob sua cabeça. Casa era onde estava seguro e confortável. Seu quarto era o menor de todos – que era apenas um lugar para descansar seu corpo, era um santuário para o espírito e mente. Ele respirou fundo, inalando o aroma do incenso, e sabia que, tão certo como que um anjo tivesse sussurrado em seu ouvido: Alguém invadiu o seu santuário. Alguém que queria matá-lo. Padre Juan se sentou e exatamente uma faca arqueou pelo ar em sua direção. Com um grito, ele agarrou o pulso que exercia ao seu lado. A pele era quente ao toque humano – Quem? Como? O agressor desequilibrou, e seu corpo seguiu enquanto Juan torcia o braço dele. O atacante caiu no chão duramente, grunhindo. Sem largar o pulso dele, Juan levantou-se e apertou seu pé no pescoço do agressor, pronto para quebrá-lo a qualquer momento. A faca caiu e deslizou debaixo da cama. ―Ajude-me! ― Padre Juan gritou alto o suficiente para que ele fosse ouvido por Diego, que estava hospedado durante a noite no quarto ao lado, mas esperando que nenhum outro ouvisse. Segundos depois Diego entrou no quarto. O Bispo apertou o interruptor de luz e ficou ali de pijama.


Padre Juan olhou contra a luz e olhou para o seu atacante. Ele engasgou consternado quando ele reconheceu as características normalmente joviais do irmão Manuel. Embora o cozinheiro estivesse gemendo sob o peso do pé de Juan, ele não fez nenhum esforço para fugir. Ele simplesmente estava lá passivamente, o tambor do peito arfando. ―O que está acontecendo? ― Diego explodiu. ―Ele tentou me matar, ― Padre Juan disse com os dentes cerrados. Ele empurrou seu pé um pouco, olhando para baixo, para o homem que havia cozinhado milhares de refeições que ele tinha consumido. ―Diga-me por que. ―Eu fui ordenado, ― Irmão Manuel sussurrou. ―Por quem? ― Diego pediu abruptamente, dando um passo a frente. ―Será que um Maldito o hipnotizou? O que eles prometeram a você – a imortalidade? Manuel balançou a cabeça, tanto quanto ele podia com o pé do Padre Juan ainda em sua garganta. ―Então o que eles prometeram a você? ― Diego exigiu. Mais uma vez Manuel balançou a cabeça. ―Não foi nenhum Maldito. ― Padre Juan disse calmamente. Manuel fechou os olhos. Diego se voltou ao Padre Juan. ―Você não pensa... ―Eu penso, ― Padre Juan disse, coração e voz pesada. ―Um de nós, alguém de Roma, o mais provável. ―Mas, eles não podem ter dito a ele para prejudicar você, ― Diego disse, incrédulo. ―Nos derrubar, sim. Forçar-nos a sair, provavelmente, mas matálo? Não foi a primeira vez que Padre Juan havia sido atacado por outros de sua espécie para defender o que era certo. ―É uma velha tática. ― Ele olhou para o irmão Manuel, e ele estava cheio de tristeza. Irmão Manuel era um homem bom, mas ele não sabia como questionar, como se levantar por si próprio. Ele estava na academia de Salamanca porque ele disse que era o seu dever, não porque ele acreditava que era o seu chamado sagrado, acima e além de até mesmo o chamando de sacerdote.


Padre Juan aliviou seu pé o suficiente para deixar o homem falar. ―Como muitos outros que você supostamente matou? ―Só você, ― Manuel disse, sua voz repleta de arrependimento. ―Eles acreditam que sem você o resto iria obedecer. Padre Juan fechou os olhos. Obedecer. Era uma palavra que havia escravizado inúmeras gerações. Uma que havia lutado em função do tempo e outras vezes. Era a antítese da responsabilidade, a individualidade, a consciência. ―O que fazemos com ele? ― Diego falou, adiando, como era seu costume em tempos de crise, para Padre Juan. ―Nós o enviamos de volta a Roma, ― Padre Juan disse com um suspiro. ―A compaixão também. Ele é um bom cozinheiro, e ele não se importava de alimentar o lobisomem. Era uma piada, uma má, mas uma piada, no entanto. Holgar teria ficado encantado. O lobisomem iria claramente se esfregar nele do lado de fora. Juan pensou em sua equipe em campo e fez uma oração por eles. Ele não iria dizer a eles sobre isso. Eles precisavam acreditar na academia, acreditar que era um santuário, como ele uma vez. Ele iria torná-lo seguro para eles, mesmo que nunca mais seria seguro para ele.


―O que você está fazendo aqui? ― O homem que agarrou Jamie sibilou. Falando inglês. Inglês americano, através de um distorcedor vocal de uma máscara de gás. Ele estava todo vestido de preto, e ele tinha um capacete de prata adornado com uma cruz preta de Jerusalém. ―Inferno, bem o mesmo que você, eu acho, ― Jamie atirou de volta. ―Eu duvido muito. Saia daqui antes que você estrague tudo. Vá! ―Não até eu encontrar a minha garota. ―A Caçadora? Ela não está aqui. ―Como você sabe? ―Os monstros de Dantalion não trouxeram ninguém com eles. Se isso fosse verdade, então talvez Eriko e Antonio havia os colocado para correr. ―Mas há um bruxo com ele, sim? ― Jamie perguntou. ―Não, nem bruxas aqui, exceto a sua, ― respondeu o homem. ―Venha comigo. Gás venenoso está chegando através dos dutos, e o local está definido para explodir. Acha que seus amigos estão a caminho. ―Dantalion pode saber onde ela está, ― Jamie disse. ―Ele vai estar morto em cinco minutos, ― o homem respondeu. ―Você também. Vamos embora. Jamie estava prestes a discutir com o homem quando eles ouviram passos correndo pelo corredor na mesma direção que Jamie havia chegado. Helmet o arrastou através de uma porta aberta. Três monstros – grandes presas, lábios elásticos, olhos vermelhos e corpos horrivelmente deformados – riscaram por eles. Antes que o outro cara pudesse dizer qualquer coisa, Jamie largou a sua mão e correu.


Seus olhos começaram a lacrimejar, seus pulmões queimarem. O cara tinha razão, havia algo no ar. Onde quer que os monstros fossem, eles estavam com tanta pressa que eles não perceberam que estavam sendo seguidos. Jamie arrastou uns passou para trás quando corria pelos corredores. Ele tentou manter o esquema em linha reta em sua cabeça, mas ele estava tendo dificuldade para se concentrar. Seus pulmões estavam em chamas, e seus olhos estavam ardendo que ele mal podia ver. Gás venenoso podia beijar sua bunda. Jamie correu quando o trio escorregou por um corredor escuro. Jamie os seguiu, então chegou a uma bifurcação. Luz derramada de uma porta à sua direita. Desacelerando, abraçando a parede, ele se aproximou. Atrás dele, ele podia ouvir passos tranquilos, e ele arriscou um olhar sobre seu ombro. Helmet estava vindo por trás dele. Jamie se virou, fixando-se na porta. Ele não ouvia mais os alarmes, e esgueirou mais perto. ― Diabos aconteceu? ― Era uma voz masculina com um forte sotaque russo. Ele estava falando em inglês. Golpe de sorte para Jamie. ―Onde estão todos os híbridos? ―Dois caçadores os levaram. ― Mais inglês, muito americano. ―Os dois homens do Oriente Médio? ― Disse a voz grossa russa. Antonio e Eriko! ―Onde eles foram? ― Perguntou o russo. Uma criatura pulou em Helmet. Os dois lutaram. Helmet estabeleceu uma posição vitoriosa, então Jamie ficou plantado, escutando. ―Desconheço. Eles não são mais um problema. Os outros vampiros – levaram o vampiro. ―Os outros vampiros? O que você está dizendo? ― o russo perguntou. ―O vampiro de cabelo preto, comprido? ― O americano respondeu. Aurora, Jamie pensou. Ela está aqui? Ela tem Antonio? Mas Eri, e sobre Eri? ―O quê? ― o russo disse. ―Quem? ―Sim, eu pensei que eles estavam com você. Bem, de qualquer maneira, depois que os vampiros o levaram, eles mataram a garota. Jamie piscou. Eriko. Sua respiração parou. Eriko. Eriko, morta?


Raiva arrancou seus olhos, seus pensamentos. ―Não! ― Ele gritou, não vendo nada, não sentindo nada enquanto seus reflexos assumiram. Se Eri estava morta, então todos os outros estavam. Jamie pulou para o quarto, e de repente viu tudo em foco. Um vampiro de cabelo branco, calça jeans e um suéter preto estava sentado em um terminal de computador. Um homem de casaco branco e uma máscara de gás estava parado na frente dele. Então, a partir de outra porta na parte de trás, os três monstros entraram no quarto. Eles seguiram direto para Jamie. Jamie pulverizou todos os três com sua metralhadora, mas eles continuaram avançando. Ele largou a arma e saltou para frente, estacando cada um deles, por sua vez. ―Tirem-me daqui! ― O russo – o vampiro gritou para o homem de casaco branco. ―Primeiro, envie os dados a Salomon. Todos os dados, ― o de casaco branco disse, se movendo para trás, colocando-se entre Jamie e o vampiro em sua linha de fogo. ―Não seja um idiota! ― O vampiro gritou. ―Agora! ― O homem gritou. O vampiro de cabelos brancos digitou freneticamente. O homem de casaco branco quase arrancou o pé esquerdo de Jamie. Jamie lançou-se atrás de uma prateleira de metal, ouvindo o ping de tiros quando o homem metralhou nele. ―Saia! ― Sussurrou Helmet enquanto ele se lançava atrás das prateleiras, agachando-se ao lado de Jamie. Ele entregou a Jamie a metralhadora que ele a deixou cair. ―Nós queremos o vampiro. Este Dantalion! O cara de casaco branco pulverizou balas em direção a Helmet e Jamie. ―Está enviado! ― O vampiro de cabelos brancos gritou. Em seguida, o veneno atingiu Jamie. Queimando seus olhos, seu rosto, seu nariz. Tudo desabou. Ele não podia sentir, não sabia se estava se movendo. Avançando, ele bateu nos bolsos da jaqueta. Granadas, ele pensou. No meu bolso. Eri.


Então, alguém gritou. ―Detonador! Eri, Jamie pensou. Escuridão. Dor. Frio. Um rosnado perfurou o zumbido no ouvido dele. Holgar? Jamie olhou para cima. Um cão de caça estava olhando para ele enquanto ele estava deitado na neve. Jamie baixou a cabeça para trás. Dane-se. Malditos todos. Malditos, guerra e lobisomens e apenas inferno sangrento. O cão agarrou a manga entre os dentes e tentou puxá-lo através da neve. Com um soluço duro, Jamie cambaleou e tropeçou após o cão para a noite. Jamie estava ensopado e coberto de cinzas. Ele orou a Virgem Santíssima que era tudo o que restava. Tinha ele puxado uma granada? Ele não conseguia se lembrar. Não importava. Porque Eri estava morta. O animal começou a latir e desviou bruscamente para a esquerda. Talvez o cão veio com pessoas à procura de sobreviventes. Jamie bateu em uma árvore, girando ao redor para ver fogo vermelho e fumaça preta para o ar. Gritos e explosões do palácio formavam uma parede de som. Ele caiu, incapaz de se mover. Não importava se ela estava morta. É claro que ela estava morta. Todo mundo que importava estava morto. Um minuto depois, o cão começou a latir em um frenesi. Ele sentiu o cheiro de algo. Uma silhueta contra o vermelho e preto, Holgar correu em direção a Jamie. O cão avançou com a visão dele, e por um momento Jamie pensou que ia tentar arrancar a garganta do lobisomem. Ao contrário, o cão começou a lamber as mãos e o rosto de Holgar, como – seja bem vindo. ―Jamie! ― Skye explodiu, saltando para frente atrás de uma árvore. ―Jamie, oh, meu Deus, o que aconteceu com você? ―Será que você o pegou? ― Noah falou, quando o resto da equipe – menos Antonio, menos Eriko – correram na direção dele. Por um momento, Jamie não conseguiu produzir sons saindo de sua garganta. E o primeiro som que ele fez foi um gemido de fúria. ―Eriko está morta. ― Ele não podia se mover, então, lágrimas e sangue escorria pelo seu rosto. ―Deus. Silêncio atônito seguia.


―O quê? ― Jenn perguntou finalmente. ―Os vampiros a mataram. ― Sua garganta estava ferida. Mais silêncio. ―Como você sabe? ― Noah perguntou. ―Alguns americanos contaram a Dantalion. Antes de o lugar explodir. ―Americanos? ― Jenn ecoou. ―Então você viu Dantalion? Ele está morto? ― Noah pressionou. ―Caramba, dê a ele um tempo, você pode? ― Skye cuspiu. ―Olhe para ele. Ele está meio morto. ―Ela começou a murmurar um feitiço de cura em latim. Ele queria dizer a ela para não se incomodar. ―Você não viu nenhum corpo? ― Holgar perguntou. ―O lugar explodiu! ― Jamie gritou. ―Sem Dantalion, Eriko está... ― Jenn disse suavemente. Jamie balançou a cabeça, tentando não desmoronar na frente deles. ―Eriko é forte, ― Jenn disse suavemente. ―Ela poderia ter os enganado. Nós temos que encontrá-la. Talvez ela esteja bem, depois de tudo. Ele odiava a si mesmo ter esperança delgada. Ele balançou a cabeça lentamente. ―Como você saiu? ― Noah perguntou a ele. ―Alguém lhe ajudou? Ignorando-o, Jamie se sentou. ―Alguém sabe o caminho de volta? ― Ele perguntou tomando uma respiração irregular. ―Eu sei, ― Holgar disse. Ele se inclinou e parecia sussurrar ao cão por um momento. O animal desapareceu na noite. ―O que você disse a ele? ― Skye perguntou a Holgar. ―Eu disse que ele estava livre para ir encontrar alguém que pudesse realmente amá-lo, ― Holgar finalizou. Então ele começou a se afastar trotando. Noah e Jenn estenderam a mão e cada um tomou um dos braços de Jamie. Lentamente, o aliviando a seus pés. Jamie começou a cambalear junto. E ele não podia ajudar, mas achando amargamente, pelo menos, o cão estava indo ter um final feliz. Era uma coisa simples de traçar seu caminho de volta para onde eles haviam deixado Antonio e Eriko. Como se viu, porém, era muito mais fácil do que ele mesmo havia previsto.


Holgar cheirou sangue, e em grande quantidade. Ele tomou uma respiração profunda e por baixo de tudo podia sentir o cheiro de Eriko. O cheiro dela ainda estava fresco, mas desaparecendo como se estivesse recuando ou... ―Skye, ― ele chamou. Sua parceira se esforçando para acompanhá-lo enquanto ele corria para frente. Holgar estava indo na direção certa, mas o cheiro estava desaparecendo, apenas para ser ultrapassado por outro, mais desagradável. ―O que é isso? ― Ela engasgou. ―Ela está morrendo. Nós temos um minuto ou menos. Ele podia correr muito mais rápido, mas Eriko precisava das habilidades de cura de Skye. Ele não disse nenhuma palavra quando a compreensão silenciosa passou entre eles. Holgar colocou Skye em suas costas. Ele sibilou em dor no contato com suas feridas, que ainda estavam curando, mas colocou uma explosão de velocidade enquanto se dirigia para um emaranhado de árvores cobertas de neve. ―Eriko! ― Skye gritou, apontando para frente. Holgar viu a forma de humano deitado na neve. Logo que chegou a seu lado, Skye pulou de suas costas se agachando ao lado da Caçadora morrendo. Suas mãos começaram a voar sobre cada corte, estancando o fluxo de sangue que estava levando a vida de Eriko com ele. Holgar tocou novamente em Skye, sabendo que as bruxas às vezes tinham maneira de extrair energia de outros seres – mágicos defensivos – mas não sabia se ela poderia ou iria, fazer isso. Ele podia sentir a hesitação momentânea de Skye, mas todo o seu corpo começou a formigar e o cansaço rastejou sobre ele. Seu próprio corpo protestou quando suas tentativas de cura foram colocadas em espera, a energia que está sendo desviada para Skye. Holgar poderia sentir o cheiro do medo sobre os outros enquanto eles se aproximavam. Com um grito angustiado, Jamie caiu de joelhos ao lado da cabeça de Eriko, mas sabiamente não a alcançando como ele tão obviamente queria. Em vez disso ele começou a orar, a voz embargada, pedindo a todos os santos, Buda e Allah e a qualquer outra deidade que Holgar nunca ouviu e,


em seguida, para intervir em nome da garota morrendo. Após um momento de hesitação Taamir e Noah se ajoelharam em cada lado de Jamie e começou a orar, assim, um a Deus, um a Adonai. As vozes dos três homens começaram a se fundir, as suas palavras diferentes, mas a fé forte e entrelaçada. Holgar olhou para Jenn, que estava ali, parecendo desamparada. Ele sabia que ela questionava a religião, e ele podia dizer naquele momento que ela desesperadamente desejava que ela pudesse se juntar a oração com os outros. Mas algo a segurou. Ela olhou para ele e viu o jeito que ele estava tocando Skye, e a compreensão iluminou seus olhos. Jenn se ajoelhou cuidadosamente ao lado dele colocando sua mão ao lado de Skye, ajudando a alimentar a jovem bruxa enquanto ela praticava as artes de cura de sua religião. Tudo isso para manter Eriko prematuramente experimentando um dos elementos chave de sua religião: A morte e a subseqüente reencarnação da alma. Novamente Skye se sentiu quente onde a mão de Holgar estava tocando, e a energia praticamente crepitava de seus dedos enquanto ela trabalhava. Jenn começou a oscilar, e ele gentilmente a empurrou para trás, quebrando a conexão. Skye encurvou os ombros um pouco, mas ele sabia que ela entendeu. Já era bom alguém se esforçar para salvar Eriko, mas não colocando Jenn em perigo. Isso afetava demais, mas ele tinha mais força para dar. Holgar deixou a cabeça cair contra o seu peito. Quando finalmente ele estava oscilando à beira de perder a consciência, os outros três homens o retiraram e ofereceram suas energias sem parar até mesmo um sopro em suas orações. Dez minutos depois, Skye retirou a mão de Eriko. Todo mundo parou, esperando por um sinal. ―Acho que ela recebeu isso, ― Skye disse, sua voz rouca. ―Nós precisamos ficar aqui por um tempo, porém, antes que possamos movê-la. ―Quanto tempo? ― Jenn perguntou, a voz tensa. ―Eu não sei, ― Skye disse. ―Vou trabalhar todo o dia, Jenn. Eu vou deixá-la melhor. ―Eu posso ficar com ela. Talvez você deva ir atrás de Aurora, ― Jamie ofereceu.


―Não, ― Jenn disse, sua voz calma, mas firme. ―Nós tivemos problemas quando nos separamos. Nós vamos ficar até que Eriko possa viajar. Além disso, ela não é a única que precisa ser curada. ― Ela olhou para Jamie. ―Então este é o nosso lugar. Nossa terra, ― Jamie disse. Ele estendeu a mão e puxou seu remendo de Salamanca esfarrapado de seu ombro, apontando-o na neve. ―Nós não colocamos a nossa bandeira em Nova Orleans, ― Skye disse. ―Nós falhamos em Nova Orleans, ― Jenn murmurou. ―Eu não sei o que aconteceu aqui, ― Jamie disse. Ele olhou para o céu esfumaçado. ―Me pergunto se há sobreviventes. Não vou olhar. Skye colocou o dedo na testa de Eriko. ―Nós precisamos cuidar um do outro. Holgar assentiu em seguida, com um suspiro estabeleceu, sua bochecha na neve, querendo que ele fosse um lobo e não um homem, mesmo que a propagação do amanhecer no leste e no reinado da noite chegasse ao fim. Jamie, sempre muito gentil, se deitou ao lado de Eriko e acariciou seus cabelos, enquanto Jenn, Taamir e Noah faziam planos. Skye se virou e olhou para Holgar, seus olhos cheios de dor, e levantou um braço. Ela hesitou por apenas um momento e depois deslizou próximo a ele antes de se deitar, usando seu braço como travesseiro. Seu corpo estava tenso, como se estivesse inseguro sobre o contato. ―Não os trouxe aqui, eu não, ― ela disse. Ele ouviu a contestação de compreensão e, talvez, para o perdão – em sua voz. ―Eu deveria ter falado sobre eles antes, mas eu não sabia que ele estava trabalhando com Aurora. ―Descanse um pouco, ― Holgar sussurrou e ela balançou a cabeça. ―Eu deveria ter... ―Shh. Todos nós temos segredos, min lile heks. ― Ele acariciou suas costas enquanto ela lentamente relaxava. Inclusive eu, ele pensou. Skye ficou imóvel, sentindo o calor de Holgar ao lado dela, desejando que ela tivesse força para curá-lo. Ele a salvou e Eriko, e ela sabia que ele estava com uma dor excruciante de suas feridas. Até mesmo seu tornozelo não estava


totalmente curado. Ela poderia dizer da forma como que ele tinha corrido quando ele a estava carregando. Quanto tudo isso era tão horrivelmente, terrivelmente errado? O laboratório foi destruído, que era uma coisa boa. Dantalion foi parado para o bem. Missão cumprida. Mas a que custo? Antonio sabia tudo sobre as Células de Resistências que tinham sido coleta de informações sobre todo o mundo. Pessoas já estavam arriscando suas vidas ficando, até os Malditos estava em perigo ainda maior agora que Aurora havia capturado Antonio. Os Caçadores de Salamanca tinham que o salvar antes que algo acontecesse. Até agora, porém, Aurora e Antonio estavam muito longe. E assim, estava Estefan. Ela não o sentia em sua mente desde que Holgar a salvou. Era um alivio, mas isso a preocupava porque ela tinha certeza que eles estavam agora muito longe. Onde eles estão levando Antonio? Ela pensou em olhar na mente de Estefan. Ela tentou se concentrar. A mente era uma coisa estranha. Poderia lhe mostrar réplicas perfeitas de certas lembranças, como a casa de espelhos. Outras vezes, lhe mostrar imagens que foram coloridas por emoções e contexto, quase como pinturas impressionistas. Ela olhou atentamente a visão de Aurora e Antonio realizado em sua memória, tentando dizer se havia alguma coisa que ela tinha visto na mente de Estefan naquela época. Deusa, ajude-me a lembrar, ela orou silenciosamente. Ela respirou profundamente, para limpar seu medo, raiva, incerteza, mesmo a sensação do braço quente de Holgar estando abaixo de sua bochecha. Ela tentou se concentrar nessa imagem, tentou se focar nisso. O que Estefan estava pensando de Aurora e Antonio naquele momento? Aurora estava de pé, enquanto que Antonio estava inconsciente em seus pés. Ela era claramente a vencedora. Ela era o mestre, e Antonio era o servo. E ali, por trás de Aurora, havia uma sombra. Era Estefan, rindo da situação de Antonio, se glorificando, porque Aurora era vitoriosa. Um mestre, porque ela era um mestre. Fascinante, mas isso não disse nada do que ela queria saber. Skye suspirou. Quando ela acordou, ela jogou as runas, para ver se ela podia ter


uma noção da direção que eles poderiam ter viajado. Embora, algo lhe disse que eles estavam voltando para a América. Por quê? Seria porque era ali que ela tinha visto Aurora antes, então ela associou a América? Por que não a Espanha, já que Aurora era espanhola? Ela poderia estar em qualquer lugar do planeta: China, Austrália, Alaska. Alaska. America. Aurora boreal. Turbilhão de luzes lindas. Luzes naturais. Não é como as luzes que estaria vendo. Não é como as luzes refletidas nos olhos de Aurora. Skye focou na imagem novamente. Havia luzes refletidas nos olhos de Aurora. Ela se concentrou tão duramente quanto podia, tentando esvaziar-se completamente, tentando decifrar a imagem. Havia uma palavra. A palavra soletrada para fora nas luzes. Que significava algo para Estefan. Era o que ele achava de Antonio e Aurora juntos. Onde eles estavam, não, para onde estavam indo. A palavra era...


―Mei, ― Solomon chamou à sua assistente enquanto ela ia para o seu escritório. Ele estava escrevendo um email em sua mesa. Solomon tinha muitas mesas em seu escritório. Este era feito de vidro – mesa de vidro, cadeira com almofadas de vidro preto, sofá de couro preto, uma lareira com blocos de vidros. Sobressalente. Muito Nova Hollywood. Ele também tinha muitos assistentes. Ele corria por eles tão rápido. Mas ele havia se interessado em uma gostosa chinesa. Mei. Suas presas um pouco alongadas, ele sorriu com aprovação para o seu colar de morcego com o coração. Todo mundo usava. Até mesmo vampiros. Enquanto ele clicava em enviar, ele gesticulou para ela sentar no sofá. ―Por favor. Ela obedeceu. ―Você disse que precisava falar comigo imediatamente? Embora ela estivesse sorrindo, ele podia ver que ela estava com medo. Que não o surpreendeu. Maioria dos humanos tinha medo dele. Os espertos, de qualquer maneira. Que o deixou com um dilema interessante: Será que ele e Danny começam os testes nos espertos ou nos tolos primeiro? ―Aqui está o negócio. Nós vamos começar a filmar uma parte da história russa. ―A Rússia? ― Ela cortou, mudando nervosamente. ―Eu não sabia que estávamos planejando uma parte russa. ―Foi abaixo... Do desenvolvimento. ― Ele sentou ao lado dela. Seu coração trovejando. ―Então é isso que eu estou ponderando – fundir as partes. Nós vamos ter certeza de usar um superstar internacional para liderar. É um vampiro chamado Dantalion. Ouviu falar dele? ― Ela balançou a cabeça. ―Você vai. Mas como nós estamos descendo da cadeia alimentar, por assim dizer, eu estou querendo saber quantos atores nós mandamos para lá, ao


redor da Rússia, talvez alguns desses outros países por lá, Lituânia, Mongólia. Compreendeu? Mei cruzou as penas e brincou com o seu colar. Ele a imaginou morrendo para ele transformá-la em um Maldito. ―Você pode-me dizer mais sobre Dantalion? Qual é a parte russa dele? ― Ela perguntou. ―Quero me informar para o roteiro agora. Ele não pôde deixar de rir. Ping. Ele olhou para sua caixa de entrada. Bem, bem, bem, falar do diabo. A nova mensagem era do laboratório de Dantalion. Seu filho Danny. Kruta. ―Segure esse pensamento, Mei. ― Ele clicou no ícone do anexo. A pasta abriu com dezenas e dezenas de anexos, e cada um era tão grande que eles provavelmente iriam encher com toda a memória. Ele olhou para os nomes de alguns dos arquivos, rotulado em inglês e russo, assim como todos os relatórios sobre o projeto hibrido de Dantalion. Os anexos fazendo download. Isto são todos os arquivos de Dantalion, como se ele tivesse enviado todo o conteúdo do seu computador para Solomon. Bem. Solomon prometeu ao seu pessoal resgatar Dantalion uma vez que ele clicasse no botão de pânico, e se somente ele enviasse a Solomon todos os dados. Promessa de resgate, mas não cumprindo a promessa. Seu telefone deverá tocar a qualquer momento. Exatamente. ―Mei, ― ele disse, olhando para cima. Ela estava educadamente olhando para a lareira. Ela estremeceu e deu um sorriso cauteloso para ele. ―Vá encontrar algo para fazer. ―Ok, Solomon, ― ela disse. ―Claro. Ele atendeu a chamada. ―Dantalion foi neutralizado, senhor, ― uma voz americana disse na outra extremidade da linha. ―Assassinado, ― Solomon confirmou. ―Sim, senhor. ―Não houve complicações? ―Cruzes negras tentaram se livrar ele. Mas, eles foram repelidos.


―Excelente. Eu quero um esclarecimento completo em uma hora. ―Muito bem, senhor. A linha ficou muda. Os arquivos continuaram baixando.


Noah achou uma – caverna – como abrigo temporário, Jenn estava verificando com Padre Juan por meio de um radiofonia de Noah, e o Padre confirmou que eles tinham que se distanciar, tanto quanto possível entre si e as ruínas fumegantes do palácio, logo que pudessem. Ela olhou ao redor para sua equipe dormindo e decidiu que no final da tarde, eles iriam levar o caminhão para o vilarejo mais próximo. Ela confessou a Padre Juan que não tinham qualquer ideia se Dantalion estava morto. Mesmo com Antonio. O final da tarde chegou, e Jenn era o primeiro membro da equipe acordada, pela simples razão de que ela não havia dormido. Ela repetiu o desastre mais e mais em sua mente, tentando descobrir como ela poderia ter feito as coisas de maneira diferente, tudo para que ela pudesse tentar evitar pensar sobre o fato de que Antonio foi capturado. Ela não podia pensar nisso ainda, não pensaria sobre isso ainda. Se ela pensasse, ela não seria boa para ninguém. E primeiro eles tinham que sair da Rússia. Dantalion está morto? Será que os caras com as cruzes negras apareceram porque estavam nos seguindo? Quem são eles? No final da noite ela caminhou cerca de um quarto de milha de seu acampamento e verificou novamente com Padre Juan. Ela conferiu os ferimentos de sua equipe, perguntando se ele tinha ouvido alguma coisa, ou teve uma visão que lhes diria o que fazer. Nada. ―Então, você ainda tem um plano? ― Ela perguntou. Ela foi pega de surpresa. Ela esperava que ele lhe dissesse um plano. Ela não esperava que ele a deixasse dar – o passo seguinte.


Ela respirou fundo. ―Nós temos que ir atrás de Antonio ou... Impedir que ele conte o que sabe à Aurora. ― Ela era uma covarde, ela não tinha coragem de dizer matá-lo. Ainda não. ―Bueno, ― ele disse. ―Agora a missão está definida. Se você precisar de alguma coisa, ligue para o meu celular. Não ligue para o meu número do escritório. ―Você está longe da universidade? ― Ela perguntou. ―Não exatamente, ― ele disse, após uma pausa. Sua resposta despertou sua curiosidade, mas ela aprendeu quando ela entrou na academia que não teria informações do Padre Juan até que ele estivesse pronto para compartilhar. Ela teria apenas que esperar. Depois que ela desligou, ela voltou para seu acampamento, e encontrou Noah tranquilamente aquecendo algumas rações e coberto com uma nuvem de fumaça. Ele estava fumando um cigarro. Sem pensar, ela acenou com a mão para dissipar a fumaça. Ele sorriu para ela e deixou cair o cigarro no fogo. Corando, ela se agachou ao lado dele e sorriu levemente para trás. Parecia um pouco de milagre, após a morte de Svika e a perda de Antonio, que qualquer um deles podia sorrir. Ela tomou isso como um bom presságio para o futuro. ―Estamos indo atrás de Antonio, ― ela disse baixinho, para não acordar os outros. ―Eu sei. ―O que você e Taamir irão fazer agora? ― Ela perguntou. ―Bem, Jenn, ― ele disse. ―Isso é com você. Ela levantou uma sobrancelha. ―Você não precisa voltar para casa? ―Todo mundo precisa voltar, ― ele disse. ―Mas estamos aqui. Com você. ― Ele olhou fixamente para ela. Um formigamento quente tocou abaixo de suas costas. Ela pensou que talvez ela devesse discutir a possibilidade com os outros. Noah e Taamir eram grandes lutadores e, embora ela sentisse uma dor momentânea em adicionar estranhos ao seu pequeno grupo, ela percebeu que não havia coesão para a equipe de Salamanca e mesmo assim a adição dos dois só poderia ajudá-los.


Talvez fosse dar a eles um pouco mais de disciplina, embora, quando seus olhos derivaram para Jamie, ela sinceramente duvidou disso. ―Nós poderíamos usar você, ― ela disse. ―Você já fez. Você deveria ter nos dito que Antonio era um vampiro, ― ele disse. Ela sentiu-se ficar branca. Ele deu a ela um pequeno aceno de cabeça confirmando. ―Sim, eu sei. Quando ele e Eriko se ofereceram para ficar para trás, eu vi um clarão de vermelho em seus olhos, e suas presas saíram, só um pouco, ― ele disse. ―Mas você não disse nada. Noah encolheu os ombros. ―Ele estava em sua equipe. Você é a líder dele. ―Sim. E ele foi capturado. Ele colocou a mão sob o queixo e levantou. Havia linhas em volta dos seus olhos. Este era um cara que passou muito tempo no sol. ―Nós vamos trazê-lo de volta. ― Ela estava ciente de seu toque. Ela estava sozinha e com medo, e ela precisava de braços ao seu redor, ombros de alguém para chorar. Ela podia dizer que ele sabia disso, e iria acolhê-la se ela fosse até ele. Ele era quente, e corajoso, e estava aqui. E ele era humano. ―Obrigada, ― ela disse, se afastando. ―Eu preciso verificar todos. ―Sempre. ― Ele olhou para ela de forma constante. ―Basta dizer a palavra. Ela se afastou e voltou para a caverna. Todos estavam embrulhados em sacos de dormir. Eriko estava respirando com mais facilidade do que ela tinha na noite anterior. Holgar para trás, embora de aparência horrendo à luz do sol, parecia estar curado também. A pele manchada de Jamie estava começando a curar. As pálpebras de Skye piscaram, e então ela se sentou, de repente, seus olhos concentrados em Jenn. ―Eu sei onde Aurora levou Antonio, ― ela disse. Jenn sentiu seu coração saltar. ―O quê? ―Eu vi isso.


―Onde? ―Sua nova fortaleza. Las Vegas.


―Você pode muito bem me matar, ― Antonio ofegou. ―Eu nunca vou te dizer nada. Aurora fez um som de cacarejar. ―Você realmente acha que é por isso que você está aqui? Informações? Não, eu tenho outras formas, maneiras mais fáceis de conseguir isso. ― Ela se recostou em sua cadeira de cetim branco. Tudo em sua suíte era branco – paredes, móveis, tapetes. ―Então o que você quer de mim? ― Antonio engasgou. ― Ele estava preso entre dois pilares no hall de entrada, pendurado acima de um piso de mármore branco. ―Você é um pequeno presente, ― ela disse, apoiando uma mão ao lado de sua cabeça. ―Sergio é um cordeirinho perdido, o que ele não consegue encontrar e trazer para casa. Antonio sentiu-se mal com a menção de seu Sire, o monstro que o fez um Maldito. Aurora estava usando um vestido apertado branco com detalhes dourados que a fazia parecer como uma deusa grega. Lentamente, sensualmente, ela puxou um punhal a partir de um coldre preso a coxa e o exibiu para que Antonio visse. ―Esta lâmina é tão afiada que pode cortar qualquer coisa, ― ela sussurrou. ―Eu a testei, tentando encontrar uma falha, mas até agora... Ela fez vários golpes rápidos, e sua camisa pendurou em farrapos. Ela pressionou a ponta da lâmina contra o seu peito um pouco acima do coração e traçou uma linha para baixo, então cruzou com outra, zombando dele e de suas crenças. ―Isso corta tudo, ― ela disse enquanto ela mergulhou no centro da cruz, perfurando os músculos e ossos para apunhalar o seu coração. Antonio gritou com a dor enquanto sentiu seu sangue podre fluindo ao longo da lâmina. A faca era de prata, não de madeira, o impacto não o matou, mas ele nunca sentiu uma dor tão intensa antes. Isso fez o seu corpo todo tremer.


―Antonio, o sacerdote, Antonio, o vampiro bom, Antonio o Caçador. Tudo isso que você é, e ainda acho que falta um título mais profundo. Acho que você é Antonio, o homem apaixonado por Jenn. Ele se contorceu com a menção do nome dela, e o sangue fluiu mais rapidamente ao longo da lâmina. ―Você sabe, isso é o que as pessoas não entendem. Claro, você optou por parar de matar anos antes de ela ter nascido, mas eu acho que ela sempre esteve aqui, em seu coração, ― Aurora disse. ―É por isso que você não quebra, é por isso que não se dobra, é por isso que você não sucumbe à sede de sangue que é a sua natureza, mesmo quando se lança uma magia sobre você. Seus pensamentos voaram para Nova Orleans, onde ele lutou para controlar seu desejo de matar Jenn, de beber o sangue dela. Ele pensou que era porque ela estava corroendo seu autocontrole. Tinha realmente sido um feitiço ao invés disso? Que era parte do motivo pelo qual ele se manteve distante dela. Ele estava com medo de que ele prejudicasse Jenn, quanto mais perto eles ficassem um do outro. Aurora retirou a faca do peito de Antonio, e doeu tanto quanto a apunhalou. Ele mordeu a língua em agonia. A ferida começou a curar rapidamente, mas Antonio se sentiu um pouco doente e fraco, mais do que a ferida em qualquer outro lugar. Aurora viu como a pele selava ao longo, até que ela estava inteira novamente. Quando a dor parou, Antonio cedeu contra suas restrições, alívio o inundando. ―Então, você resistiria qualquer coisa por ela, negando a sua natureza por ela, ser nada por ela, ― Aurora continuou. ―Eu morreria por Jenn, ― ele disse, erguendo a cabeça desafiadoramente. Que era algo que ninguém poderia tirar dele. Ele a amava, e ele daria tudo por ela, se sacrificaria sem pensar para salvá-la. ―Eu sei que você faria, ― Aurora disse, enquanto ela traçava a ponta da lâmina sobre o peito e para baixo de seu estômago. ―Eu não posso decidir se é romântico ou patético, para ser honesta.


―É o que me separa dos animais, a minha capacidade de auto-sacrifício. Ela riu. ―Falou como um bom padre. Apenas, você está se referindo quando você fala sobre os animais? Os olhos dela começaram a reluzir vermelho, seus caninos alongando. Ela parecia um animal, um animal selvagem, irracional, que iria matá-lo em um momento se ele dissesse ou fizesse algo, qualquer coisa, para perturbá-la, ou mesmo nada. ―Isto é inferior a um animal, ― ele disse. Ela sorriu. ―Sergio não entende como você se sente. Ele não entende a sua compaixão pela humanidade, o seu desejo de ser um deles. Ele não entende que Jenn está em seu coração. Ele acha que matá-la vai mudar tudo. Eu discordo. Você sabe o que digo? ―O quê? ― Antonio sussurrou, o medo por Jenn correndo através dele até que ele não conseguia pensar direito. ―Eu digo, já que ela está em seu coração, não matá-la. ― Aurora mergulhou a faca em seu coração e começou a torcê-la. ―Arrancá-la.


Às vezes a coisa mais difícil que você tem que fazer é lutar quando você prefere simplesmente desistir. Você não pode desistir. Não importa o que. Nem mesmo se seu coração estiver quebrando. Nem mesmo se tudo e todos que você ama foi tirado de você. Você deve continuar. Por que às vezes, a luta é tudo que você tem. ―A partir do diário de Jenn Leitner,descoberto entre as cinzas


Holgar não podia deixar de olhar. Ele nunca viu nada como Las Vegas em sua vida. Quando eles saíram do avião, exclamou com espanto para as brilhantes, máquinas de caça-níqueis que enchiam o aeroporto. Havia luzes de néon e poucas mulheres vestidas, tanto humanas como Maldito, em todos os lugares. Taamir parecia que ia desmaiar. Noah estava constantemente olhando tudo. ―E este é apenas o aeroporto? ― Jamie perguntou espantado. Holgar estava lá com ele. Ele tinha ouvido histórias da Cidade do Pecado, crescendo muito pecaminosa, agora que os Malditos tinham transformado em uma fortaleza, mas ele tinha um sentimento de que nada podia tê-los preparado da realidade. Misturas de casais – Malditos e humanos – de mãos dadas, beijando, tocando. Cabeças estavam jogadas para trás, e vampiros sugando. Os Salamancans e seus dois aliados trocaram olhares desconfiados. ―Todo mundo tem colares de morcego, ― Jenn murmurou, e ela estava certa. Para todo o lugar que ela olhava, havia todos os tipos de colares brilhantes em peitos latejando. ―Isso significa que você apenas está ligado a um Maldito, ― Noah disse. ―Ligado, ― Holgar ecoou. ―Isso é tão americano. ―Ligado, morto, o que seja, ― Jenn murmurou. ―O que... ― ele ouviu Jamie dizer, e então se virou para olhar. Havia uma barra de granito longa cheia de altos bancos de bar. Um barman vampiro com suas presas completamente estendidas estava rindo para duas mulheres jovens. Atrás dele, um espelho iluminado em vermelho, havia grandes cisternas claramente com líquido vermelho borbulhante.


―Caramba, é um bar de sangue, ― Skye disse, franzindo o nariz em desgosto. ―Um o quê? ― Taamir perguntou, tendo náuseas. ―Como qualquer outro tipo de bar, mas em vez de vender saquê ou cerveja, eles vendem diferentes tipos de sangue, ― Eriko disse. ―Eles começaram no Japão, eu acho. ―Olhe para as duas. Elas são humanas, ― Skye disse, horror enchendo sua voz enquanto ela apontava para as mulheres jovens no bar. ―Elas não vão realmente beber sangue, não é? ―As regras mudaram, ― Eriko murmurou. ―Ou talvez não, ― Taamir disse calmamente. Holgar percebeu que antes da guerra, Vegas era demais para a sensibilidade do homem conservador, não importa o estado atual da cidade de decadência. ―Vamos continuar andando, ― ele sugeriu. ―Sim. Passando despercebidos, ― Jenn disse secamente. Ela sentia falta de Antonio, e ela estava apavorada com o que poderia estar acontecendo com ele. Holgar entendeu isso e fez o seu melhor para apressar os demais. De todos, ele era o melhor para manipular não verbalmente as pessoas. Lobos tinham códigos complexos de gestos e linguagem corporal, e lobisomens usava-os para a sua vantagem nas suas relações com os humanos normais. Conformidade de suas exigências não ditas, que pegou o ritmo. Fora do aeroporto eles pegaram uma limusine que levariam todos eles. Mesmo Eriko, que ainda estava se recuperando, na avenida vastidão de sinais de néon piscavam e enormes efeitos estroboscópico para atrair as multidões. E os cassinos! Um castelo ostentava torres e flâmulas, o outro era uma lagoa de piratas, um terceiro parecia à cidade de Nova York. ―Tão extremo, ― Taamir disse. ―Então a América, ― Jamie acrescentou. Ele se virou para Skye. ―Você está absolutamente certa que seu namorado não está nos rastreando através de você?


―Sim, ― ela disse baixinho. Ela estava muito arrependida sobre o Bruxo Escuro chamado Estefan Montevideo. ―E eu criei alas mágicas em torno de mim e de todos vocês para ter certeza. ―Alas? ― Noah falou. ―Alas, ― ela explicou. ―Barreiras. ―Então porque você não as colocou antes...? ― Noah persistiu. ―Tenho, dentro e fora, ― ela disse na defensiva. ―Custa magia, Noah. ―O mesmo acontece como quase matou o seu companheiro de sua própria equipe, ― Jamie disse. ―Basta, ― Jenn disse. A van saiu do coração do distrito dos cassinos, piscando para o deserto mais calmo, o hotel onde eles iriam ficar. Eles teriam quartos adjacentes, um para as garotas e outro para os rapazes. Jenn o escolheu para mantê-los sob o radar. Holgar se perguntou se alguma coisa em Vegas podia ser considerada sob o radar. Como diabos eles iriam encontrar Antonio? Ele olhou para Jenn e podia dizer a partir de olhos arregalados e da expressão pálida que ela estava pensando a mesma coisa. Ele sentia por ela. Era difícil estar apaixonado, às vezes, mais difícil ainda quando você estava separado pela distância. Pior ainda, quando estava separado pela filosofia.


Holgar acordou no chão da floresta de uma forma suave, lenta nebulosa. Ele estava nu, exceto por uma pilha de folhas que haviam caído sobre ele enquanto dormia. Ao seu redor outros membros do seu bando estavam lentamente se mexendo ou choramingando nos últimos minutos de sono. A lua estava cheia na noite anterior, e o bando havia corrido junto. Holgar passou a língua sobre as gengivas, saboreando o sabor de cobre, que confirmou que ele tinha caçado e matado sua presa. ―Bom dia, ― uma jovem voz feminina disse a partir de alguns metros de distância. Holgar se virou. Kirstinne descansava no chão da floresta nas proximidades. Seus longos cabelos loiros em cascata estavam em torno de seu corpo nu, e ele ficou olhando enquanto ela se esticava e bocejava. Ela era linda e perfeita em todos os sentidos. Ele sentiu o desejo familiarizado mexendo dentro dele, e ele gemeu baixo em sua garganta. ―Bom dia, ― ele respondeu. ―Foi uma caçada fantástica noite passada, ― ela disse, enquanto se sentava lentamente. ―Foi, ― ele disse preguiçosamente. ―Como um sonho, um sonho maravilhoso, incrível, ― ela disse, pensativa. Ela rastejou até ele e sentou-se arranhando suas costas. Ele contraiu ligeiramente de modo que seu sangue incrustado em suas unhas arranhava suas omoplatas. Holgar suspirou com prazer. Ela se curvou e beijou, sua língua deslizando em sua boca para provocá-lo. Ele lambeu seu rosto ansiosamente. Lobisomens, como suas contrapartes selvagens, acasalavam para a vida. E Kirstinne era sua noiva. Eles haviam sido criados juntos, e eles se uniriam dentro de um ano. Eles teriam um casamento para o mundo mundano ver, assistir e gravar. Em seguida, eles teriam um ritual privado sobe a lua cheia,


com a participação de seu bando. Quando eles fizessem amor pela primeira vez, seria como lobos, como era a tradição. Ela era sua e ele era dela, e eles podiam esperar. Tanto o homem e o lobo nele ansiavam por este respeito, esta parceria, esta natureza eterna. A forma como Kirstinne sorriu para ele, Holgar sabia que ela ansiava por ele também. Aos dezesseis anos, eles ainda eram jovens demais para terem filhotes, embora não por muito. Em uma distância o pai de Holgar acordava lentamente, jogou a cabeça para trás e uivou. Os membros mais antigos do bando responderam por sua vez, enquanto os mais jovens, como Holgar e Kirstinne, conseguiram apenas uma resposta, pequenos latidos, embora em forma humana. Holgar e Kirstinne caminhavam de mãos dadas para os sacos de lona, onde tinham escondido as suas roupas antes da transformação. Um de seus primos mais novos atropelou e pisou no seu pé de brincadeira. Holgar grunhiu e virou para ele preguiçosamente. O menino correu para longe, rindo, e algumas das meninas mais jovens riram de sua brincadeira. A vida era boa no bando. Todo mundo sabia o seu lugar e o que era esperado deles. Daí vinha à liberdade de brincar, de rir, caçar. Holgar fechou os olhos, saboreando os cheiros da mata e os aromas dos outros habitantes que marcavam seu caminho através dela. ―Você vai para a festa de Elsa hoje à noite? ― Kirstinne perguntou de repente. Holgar torceu o nariz. Elsa era uma das melhores amigas de Kirstinne, mas ela não era um lobisomem. Nem ela sabe sobre eles. As festas de Elsa eram sempre lotadas, quentes, sons altos e muito cheia de cheiros. Que o fazia espirrar, e os seus ouvidos, muitas vezes zumbiam por dias. E o pior crime de todos? Não era divertido. ―Não sei, ― ele disse. ―Vamos lá, esta vai ser especial, ― Kirstinne disse e havia excitação na sua voz. ―Sério? Por quê? ―Sim. Ela convidou um Maldito. Holgar escorregou e se conteve. ―Malditos, aqui? ― ele perguntou.


―Sim. Aparentemente eles são novos na área. Não é excitante? Ele inclinou a cabeça. ―Mas Kirsti, eles saberão o que somos. Eles serão capazes de nos cheirar. ―Então? ― Ela perguntou com encolher de ombros. ―E se eles nos entregar? Ela puxou sua mão da dela e, em seguida, sacudiu um dedo em seu rosto. ―Você se preocupa demais, Holgar. ―Só porque eles querem ir a público não significa que nós queremos. Quero dizer, as pessoas são estúpidas o suficiente para encontrar sua sedução perigosa. E nós? Metade do mundo ainda teme os lobos normais sem razão. Você acha que eles vão nos achar sexy? Não, eles pensam que somo monstros. Eu, por exemplo, não quero morrer de uma bala de prata em meu coração. ―Isso não aconteceria, ― ela disse, revirando os olhos. ―Então por que você acha que lobisomens nunca fizeram uma festa de debutante? Eu não sou o único que se sente dessa maneira. ―Talvez porque não temos um líder internacional, como Solomon. Cada banco tem seu próprio líder, e nós não interagimos uns com os outros. ―O que torna ainda mais perigoso. Se as pessoas começarem a caçar o nosso bando, não há ninguém para ajudar. ― Ele odiava discutir com Kirstinne, mas sua atitude casual o alarmava. Eles tinham uma vida confortável, sem que ninguém na aldeia soubesse sobre o que eles eram. Durante séculos tinha sido assim. Por que mudar agora? Ele culpava os vampiros. Se eles tivessem presos nas sombras, ninguém teria pensado em fazer o contrário. Kirstinne inclinou a cabeça de um modo suplicante. Holgar suspirou. ―Eu vou para a festa, ― ele disse. ―Eu estou, afinal, curioso para conhecer um vampiro eu mesmo. Ela gritou e jogou os braços em volta do seu pescoço. ―Você não vai se arrepender! Mas Holgar iria se arrepender. Doze horas mais tarde, vestido casualmente com uma camiseta, jeans e sandálias, ele estava de pé com as costas pressionadas contra a parede na cozinha de Elsa, quando um Maldito vestido todo de preto entrou


caminhando. Camisa de seda preta, jeans preto, botas pretas, cabelos pretos, olhos pretos. Ele parecia um emo estranho. Holgar enrugou seu nariz no cheiro de sangue podre e morte que a criatura exalava, que piorou quando o vampiro se esgueirou para cima dele. ―Lobo? ― Ele perguntou. Holgar se encolheu, mas se recusou a dar sinal disso. ―Sim. O vampiro sorriu. ―Também atrás de uma presa? Holgar estreitou os olhos, não tendo certeza que ele assimilou o significado do vampiro. ―O quê? O vampiro acenou, apontando para a sala em geral. ―Qual desses, você vai se banquetear hoje à noite? ―Nenhum, ― Holgar disse, surpreso. O homem fez um som – tsc tsc. ―Você deveria. Eles são, afinal, o nosso jantar. Eu e você, poderíamos fazer uma carnificina, heim? Poderíamos repartir as garotas e depois torturar os rapazes para se divertir. Holgar se sentiu doente. Olhando nos olhos da criatura, ele sabia que o Maldito falava sério. Ele sabia que eles bebiam o sangue dos humanos, mas matar sem sentido era muito longe de se alimentar de doadores. O líder dos Malditos, Solomon, disse que os vampiros podiam beber sangue animal. Lobisomens comiam animais também, e não tinham que viver comendo humanos. Pelo menos essa era a maneira que era suposto para trabalhar. Ele ficou tenso, tentando não deixar a memória entrar. Ele a enterrou – ou tentou – durante anos. Ele e seu pai estavam perseguindo um cervo. Um caçador saiu de trás de uma árvore, a sua arma apontada na direção de Holgar. Talvez os dois lobos pudessem ter trajado pela segurança a tempo. Talvez o caçador estivesse apenas fingindo o tiro. Ninguém jamais saberia. O pai de Holgar tinha arrancado a garganta do caçador. Mas ele não parou aí. Em um frenesi ele rasgou o corpo, suas mandíbulas enormes afundaram em seu coração – talvez lobisomens não fossem tão diferentes dos vampiros. Não eu. Eu não mato pessoas. Eu gosto das pessoas.


O vampiro pesquisou avidamente a sala, seus olhos brilhando vermelho. Um bando de meninas acenaram e riram, e ele acenou de volta. ―Aquela, ― ele disse, apontando para Elsa, ―teve a gentileza de lançar essa festa e me convidar para sua casa. Eu vou matá-la por último. Raiva inundou Holgar. Ele nunca gostou particularmente de Elsa, ela era tão superficial, mas ela era a melhor amiga de Kirstinne, e ele não queria que nenhum mal acontecesse com ela. Para qualquer um deles. ―Está quente aqui. Vamos andar por um momento sob a lua e conversar, ― Holgar disse, se esforçando para colocar o seu braço sobre os ombros do vampiro. ―Tudo o que você disser, meu amigo peludo. A noite estava amena, o luar transparente atrás das nuvens. Assim que eles estavam fora de vista, Holgar deixou cair o braço. ―Eu não quero que você machuque alguém aqui esta noite, ― ele disse. ―Se alguém se oferecer para doar sangue, isso não é um problema, mas eu não quero que alguém morra. O vampiro riu como se tivesse acabado de ouvir a maior piada do mundo. ―Você é muito engraçado, meu amigo, ― ele disse finalmente. ―Eu não estou brincando, ― Holgar disse, olhando em seus olhos para mostrar seu compromisso. O vampiro olhou para trás por um momento, então parou de rir. ―Por que você se preocupa com estes humanos patéticos? ―Porque eles são meus amigos. Porque não há necessidade de derramamento de sangue, não agora, nem nunca. ―É aí que você se engana. Haverá sangue aqui, começando com o seu se você não ficar de fora. ― O vampiro deu um passo mais perto e ficando reto, tentando intimidar Holgar. Mas Holgar havia jogado demasiadamente jogos de lobisomens, visto lutas de poder demais, para deixar um Maldito vencer tão facilmente. Ele também ficou ereto, e cerrou os punhos assim seus músculos dos braços ondularam em uma demonstração de força.


O vampiro atacou Holgar, o pegando de surpresa. Unhas compridas roçaram sua bochecha, logo abaixo do olho esquerdo. Holgar se afastou com um grande estrondo e depois ele se lançou no vampiro, que facilmente desviou, como se estivesse esquivando-se de uma bola de tênis. Eles são mais rápidos do que as pessoas dizem. Como é que você mata um vampiro? Estaca no coração? Decapitação? Ele olhou ao redor procurando uma arma que ele pudesse usar. A única coisa que viu foi uma casa de passarinho. Ele agarrou-a, quebrando a caixa. Ele pegou um pedaço irregular do telhado e se virou para o vampiro. A criatura teve a audácia de parecer entediado, o que enfureceu Holgar ainda mais. Ele pulou, balançando a estaca no peito em direção da coisa. O vampiro deslizou fora do seu caminho, empurrando-o no processo. Holgar rolou de costas, e o Maldito se abaixou, pegando sua camisa, o içando. O vampiro o mordeu no pescoço. Terror disparou a adrenalina através do seu corpo. Ele pegou a criatura, rasgando suas presas, em seguida, levantou-o sobre sua cabeça e bateu com ele em cima do poste da casa de passarinho. Um momento depois, o vampiro desintegrou-se em cinzas. Gastando todos os seus esforços. Holgar perdeu o equilíbrio e caiu no chão. Enquanto ele estava lá, ele sabia que teve sorte, e ele estava grato. Ele poderia ter sido morto facilmente. Ele se arrastou para dentro. Kirstinne, que estava tirando fotos de si mesma com seu telefone, se aproximou quando o viu. Ela se moveu para longe da multidão, em um canto, e tocou seu rosto. ―Você está bem? ―Eu entrei em uma briga. Posso levar você para casa? ―Não, eu vou passar a noite aqui. Os pais de Elsa voltarão do cinema à meia-noite. Ele hesitou, querendo dizer a ela o que tinha acontecido, mas isso podia esperar. Só havia um vampiro na festa. ―Tenha cuidado, ― ele disse. ―Você também, ― ela disse, dando-lhe um beijo rápido e voltando para festa. Suas feridas começaram a cicatrizar e coçar enquanto ele fazia o seu caminho para casa. Quando ele finalmente chegou lá, viu um carro estranho na garagem. Ele deslizou calmamente pela porta traseira, com a intenção de chegar ao seu quarto antes que o seu pai visse o seu estado atual.


Ele não deu dez passos, quando ouviu seu nome. ―Bem, Holgar. Eu queria que você conhecesse alguém, ― Seu pai chamou da sala de estar. Holgar entrou na sala, que tinha uma bandeira da Dinamarca feita com pontos de cruz que a sua avó fez. O pai de Holgar e um estranho estavam sentados no sofá, segurando canecas de cerveja. O homem levantou. Ele era alto, mas não tão alto quanto Holgar, com cabelos pretos puxado para trás e um rabo de cavalo, e sobrancelhas grossas. Seu nariz era longo e fino, e seus olhos eram escuros. Não havia humor em sua expressão e nem calor. Ele o sentia perigoso. Ameaçador. Holgar percebeu que o cheiro de sangue podre não era o cheiro persistente do vampiro morto em seu jeans, mas era um novo e avassalador. O estranho não era um homem. Ele era um vampiro. ―O que é isso? ― Holgar perguntou sem rodeios em dinamarquês. ―Buenas tardes, ― o vampiro disse. ―Você é Holgar, si? O filho do meu novo amigo. ― Seu inglês era muito acentuado. Holgar franziu o cenho. ―Amigo, ― ele questionou, também em inglês. ―Eu estou forjando uma aliança entre o seu bando e eu. Nós vamos trabalhar juntos para fazer grandes negócios. ― disse o vampiro com um sorriso, piscando suas presas. Holgar podia sentir o mal rolando fora dele, e arrepios percorreram pelo seu corpo. Ele olhou para o seu pai para confirmar, e ele assentiu. Havia uma luz nos olhos de seu pai que ele não gostou. O olhar dele, o cheiro, lembrou Holgar da noite que seu pai tinha tirado a vida do caçador na floresta. ―Pai, eles matam pessoas, ― Holgar disse suavemente. ―Sim, ― seu pai disse, seu sorriso crescendo mais amplo. Seus olhos azuis escuros brilhavam em seu rosto bronzeado. ―E esta aliança vai garantir que não precisamos mais esconder o que somos do mundo. Holgar lamentou em sua garganta e encolheu os ombros. ―É errado, ― ele sussurrou. Rápido como um raio, seu pai o socou na boca, tanto que Holgar sentiu o gosto de sangue. Havia consequências se questionasse o seu alfa. Holgar nunca deu motivos para o seu pai agredi-lo. Ele sempre foi um lobo bom, o


único que sabia seu lugar, o único que seguia o seu líder. Mas em seu coração ele sabia que este era o caminho errado e que só poderia levar à destruição. Seu pai olhou para ele, e Holgar baixou os olhos submissamente, de pé como se tivesse enfiado o rabo inexistente entre as pernas. ―Melhor, ― seu pai disse. Depois que a criatura saiu, e eles ficaram sozinhos, seu pai o desafiou: ―O que você está pensando? ―É errado matar por esporte, e é isso que eles fazem, ― Holgar disse. ―Eu sei, eu vi seus corações. ―E ainda não viu o meu? ―Nós somos melhores do que isso, pai. Temos uma vida boa aqui, ― Holgar disse, estremecendo enquanto ele esperava outro golpe. Que não veio, no entanto, e quando Holgar levantou os olhos, viu que seu pai achava graça. ―Você é ingênuo, filho, e que provavelmente à culpa é minha. Esta não é uma boa vida. Isso é chato. Caçar veados por esporte? Isso está abaixo de nós. Temos uma chance para crescer, e nós vamos tomar o nosso lugar de direito na história. Os humanos são apenas outra forma de rapina. Por milênios os humanos nos permitiram pensar que, estavam no topo dessa escala evolucionária. Agora, não mais. ―Então, você vai ser o cachorrinho de colo dos Malditos? Seu pai mostrou os dentes e rosnou baixo em sua garganta. ―Não cachorrinho de colo; parceiros. Onde eles foram amaldiçoados, nós fomos abençoados. É o equilíbrio, a harmonia, que devemos nos unir. Iguais na nova ordem. Amanhã vou convocar uma reunião com o bando, e todos vão conhecer os nossos novos parceiros. Não parecia ele falando, Holgar poderia dizer. Ele baixou a cabeça e foi para o quarto, onde passou uma noite agitada. No dia seguinte, o bando se encontrou no celeiro que servia como sua capela. Kirstinne permaneceu com seus pais, flertando com Holgar do outro lado da sala. Mas ele estava distante e viu como seu pai entregou a notícia. Holgar observava, esperando ver sinais de dissidência. Ele não era forte o suficiente para se opor a seu pai, mas alguns dos outros eram. No entanto, nenhum deles desafiou seu pai. Todos concordaram com ele. Ele olhou para


os rostos de alguns dos outros mais perto de sua idade, e eles também pareciam ansiosos – animados – mesmo para seguir em frente com o plano. Ele não podia ver o rosto de Kirstinne, mas ele esperava que ela compartilhasse sua resistência. ―Agora, teremos a chance de conhecer os nossos parceiros em aproximadamente uma hora. Até então, apreciem a comida, ― seu pai disse, apontando para as mesas que foram criadas em torno do perímetro da sala. O cheiro de carne de veado sangrenta fez o estômago de Holgar rosnar, mas ele tinha necessidades mais urgentes do que comida. Enquanto ele ouvia a conversa animada, Kirstinne esgueirou-se a ele, esfregando o rosto e pegou uma posta de carne. Ela ofereceu a ele primeiro e quando ele assentiu, ela colocou em sua boca. Enquanto ela mastigava, sua expressão ficou pensativa, e que lhe deu esperança. Ele pegou o braço dela e a puxou para longe, longe de ouvidos indiscretos de lobisomens. ―O que você acha? ― ele perguntou. Ela tentou colocar outro pedaço de carne de veado em sua boca. Mas ele gentilmente recusou. ―Eu não tenho certeza. Parece... Interessante. Isso parece tão estranho, especialmente considerando o que nós estávamos falando sobre ontem. ―É errado, ― ele empurrou. Ela balançou a cabeça lentamente. ―Não é errado, apenas uma possibilidade. Frustração subiu nele. ―Os malditos são maus, e é errado se juntar a eles. Kirstinne pegou o pedaço de carne. ―O que você está dizendo? ―Eu não posso desafiá-lo. Eu não posso parar esta parceria. Mas eu não tenho que ficar aqui para ver isso acontecer. E nem você. Seus olhos se arregalaram. ―O quê? Holgar respirou fundo e agarrou a mão dela. ―Eu vou embora. Eu não sei para onde ainda, mas vou descobrir. Eu quero que você venha comigo. Ela olhou para ele por um momento antes de puxar sua mão e dar um passo para trás. ―Não posso abandonar o meu bando. E eu não posso acreditar que você, de todas as pessoas, me pediria isso.


―Nós podemos começar um novo bando, ― ele implorou, coração dolorido no olhar de rejeição em seus olhos. ―Não! Eu não posso. Aqui é onde eu pertenço. Eu sigo o meu alfa, não importa o que, ― ela disse. ―Mas Kirstinne! Ela pôs a mão sobre a dele. ―Fique, Holgar, por favor. Eu não vou contar a ninguém sobre isso. Atordoado, ele olhou para ela. ―Eu não posso ficar, ― ele sussurrou. ―Então não há mais nada para falar, ― ela disse, com um nó em sua garganta. Sem outra palavra, ela se virou e correu de volta para casa, passando pelo seu pai no caminho. Holgar manteve sua posição quando seu pai se aproximou. ―Ela parece triste. Holgar encolheu os ombros. ―Nós dois estamos. Os olhos azuis de seu pai se estreitaram. ―Assim são os nossos novos amigos. Eu apenas recebi um telefonema. Aparentemente, um deles desapareceu na noite passada. Eles pediram nossa ajuda para encontrá-lo. ―Você não tem coisas melhores para fazer como olhar para um de seus filhos pródigos? ―É um gesto de boa vontade e fé. Vamos começar uma caçada, descobrir quando e onde ele foi visto pela última vez. Com sorte, ele passou por um covil estranho na noite passada. Com mais sorte, ele não vai ficar ausente por muito tempo. Holgar sabia que esse era um momento que jamais esqueceria, não importa o resultado. Seu pai havia escolhido o caminho do bando. E Kirstinne decidiu o dela, ele pensou com tristeza genuína. Com as palavras seguintes, ele iria escolher o seu. Depois de um batimento, Holgar disse. ―Ele não está desaparecido. ―Ele não está? ― Seu pai perguntou, olhando perplexo. ―Não. ―Então para onde ele foi? ―Para onde quer que os vampiros mortos vão, eu suponho.


Seu pai piscou. ―Ele está morto? Como você sabe disso? ― Seu pai perguntou abruptamente. ―Fui eu quem o matou. Seu pai parecia que Holgar tinha batido nele. ―Deve ter havido algum engano, ― ele disse finalmente. ―Sem erro. Ele era um vampiro, e eu o matei. E eu não vou ficar e fazer bonito com os Malditos. Seu pai ficou branco de raiva. ―Você está me desafiando? ―Não pai, ― Holgar disse, seu coração quebrando. ―Eu estou deixando você. Todos vocês. ― Ele se virou e foi embora. Três meses depois, cansado, com fome, e coberto de cicatrizes recentes, Holgar estava nos portões da Universidade de Salamanca. Ele tinha ganhado uma dúzia de lutas com vampiros, principalmente através de pura sorte e estupidez. Mas ele queria lutar para que ele pudesse matá-los através da habilidade e prática. Agora, ele pretendia passar os próximos dois anos treinando, estudando, para tentar se tornar um Caçador. Pelo que ele entendeu, Caçador era um lobo solitário, como ele. Holgar havia cruzado os caminhos de dois bandos. Em nenhum dos casos ele pediu permissão para participar. Embora tivesse deixado fisicamente o seu bando, ele não poderia abandoná-los emocionalmente. Ele nunca imaginou uma vida sem eles. Quando ele dormia sozinho depois de uma caçada, ele sonhava que o cercavam, dizendo-lhe que eles estavam errados. E ele certo. Seu pai e Kirstinne alegremente reunidos com ele. Mas era apenas um sonho. Agora, ele olhando para os enormes portões, todo de especiarias, muito diferente das linhas simples e despojadas decorações preferido pelos dinamarqueses. Ele nunca viu algo tão ostensivo.


Até agora, Holgar pensou, enquanto olhava para o mar de luzes que o fazia apertar os olhos contra o brilho. Era tão intenso que doía. E os seus ouvidos pegavam os sons do tráfego, o ressoar de apitos, sirenes, moedas e os sinos que passavam por cada entrada dos cassinos. Era quase ensurdecedor, e ele se perguntou como os Malditos agüentavam. ―Onde você acha que nós vamos encontrá-lo? ― Ele ouviu Jenn perguntar. Ele olhou para o outro lado da rua e, em seguida, apontou. ―De alguma forma eu acho que é onde precisamos ir, ―Holgar disse. Arquitetura antiga romana do prédio extenso, com estátuas brancas ajardinada, era muito distinto. O letreiro para o hotel parecia ter sido alterado; as letras das primeiras palavras eram mais brilhantes e num tipo de letra um pouco diferente do que as da segunda. ―Você tem que estar brincando comigo, ― Jenn disse categoricamente. ―Corajosa, ― Jamie disse, sua voz admirando. ―Tem que ser uma armadilha, ― Eriko disse. ―Há um pouco de atrevimento, ― Skye gemeu, enquanto lia o letreiro em voz alta: ―Palácio de Aurora.


MANUAL DO CAÇADOR DE SALAMANCA: A alma do seu inimigo

Saibam disto: Os Malditos não têm alma. Nem piedade, nem a oração podem restaurar suas almas. Eles são verdadeiramente, irremediavelmente maus. Portanto, quando é o momento para atacar, não se movem por sua própria graça e bondade. Mercy é tão inútil quanto uma colher de chá cheia de buracos seria contra um mar avançando.


Ela se lembrou do seu nome. Ela piscou lentamente com a memória. Heather. Ela disse em voz alta, testando-o na sua língua. ―Heather. ― A palavra mal saiu como um sopro de ar minúsculo. Outra lembrança mexeu. Alguém tinha chamado por esse nome. Quando foi isso? Ela balançou a cabeça lentamente. Ela não conseguia se lembrar. Ela olhou para baixo e viu o seu inalador esmagado em sua mão, o plástico rachado e achatado como se tivesse sido atropelado por um caminhão. Ela levou-o devagar aos lábios e tentou inalar. E entrou em pânico. Não havia ar em seus pulmões. Na verdade ela não estava respirando. Ela ofegou, sugando o ar. Seus pulmões cauterizados. Aterrorizada, ela recuou, e sua cabeça bateu contra as barras de metal de sua cela. Ela tentou gritar, mas saiu como um grito sem fôlego que ela não poderia mesmo reconhecer. O que aconteceu comigo? Ela ouviu alguém chegando. Quando ela tentou respirar, ela o cheirou. A porta na parede distante retiniu abrindo, e ela tapou os ouvidos contra o som. ―Heather? ― Alguém perguntou em voz baixa. ―Sim, ― ela conseguiu sussurrar. Silhueta na porta, uma figura vestida com uma túnica correu para frente. Ele era um homem mais velho, e ele parecia familiar. Ele carregava uma taça na mão com algum tipo de líquido, e seu estômago embrulhou com fome e com o cheiro rico e picante. Ele parou na frente de sua cela, e ela deu mais uma tentativa farejando e cheirando o sangue. Sangue. Ela queria mais do que ela sempre quis qualquer outra coisa. Só que ela não queria do cálice – ela queria da fonte, a partir dele. Ela queria morder seu


pescoço, onde ela via a veia pulsando acima do colarinho sacerdotal. Eu sou um Maldito, ela percebeu com horror, uma súbita vertigem. Oh, Deus, não. Mas isso só podia significar uma coisa. Jenn não me salvou.


Jenn manteve a cabeça baixa enquanto verificava o deserto florescer. Mesmo ela estando disfarçada com uma peruca preta e óculos escuros, ela ainda se sentia completamente exposta. Ele tentou relaxar. Afinal, Skye também colocou um glamour em cima dela. Quando Jenn olhou para si mesma no espelho do banheiro no aeroporto de Moscou, porém, ela ainda se via. Ela queria perguntar a Skye se era normal ou se havia algo errado. Mas a bruxa estava tão perturbada que Jenn decidiu deixá-la sozinha por um tempo. Agora, ela lamentou profundamente a decisão. ―Você tem certeza que pareço bem? ― Ela sussurrou tão baixinho que Holgar podia ouvi-la. Ele se virou, olhou para cima e para baixo, e franziu o cenho. Jenn fez uma careta. ―O quê? ―Esse glamour faz sua bunda parecer grande, ― ele criticou. Ela sorriu fracamente. ―Eu sabia que podia contar com você. Alguns minutos mais tarde, depois de terem acertado todos os quartos adjacentes, eles se reuniram no de Jenn. Agradável, com móveis brancos, gravuras de arte de coiotes uivando e cactos, colchas azul-turquesa, isso era quase familiar. ―Como é que você sabe sobre este hotel? ― Eriko perguntou. ―É realmente fora do roteiro. ―Eu vim aqui com minha família para o aniversário do meu avô de sessenta anos, ― Jenn disse. ―Ele sempre quis ver Vegas, mas precisávamos manter a discrição. ―Discrição? ― Noah falou. Jenn percebeu que ela não havia realmente dito sobre sua equipe aos seus avós. ―Eles eram radicais na década de 1860, ― ela disse, e todos pararam para ouvir. ―Eles eram... Minha avó era... Oculta a minha vida toda.


―Oculta significa se esconder do governo, ― Skye explicou a Taamir e Noah. ― Então, ela corou. Jenn percebeu que depois que a guerra começou, as bruxas eram ocultas também, para se esconder dos vampiros. ―Impressionante, ― Noah disse. ―Então, eles eram a Resistência do seu dia? ―Eles acreditavam que estavam lutando por uma causa justa, ― Jenn disse. Ela ouviu a hesitação em sua própria voz. ―Este é o mesmo avô que você mencionou atrás na Rússia, ― Noah aventurou. Jenn assentiu. ―Havia três caras de terno e matrizes acima no funeral do meu avô; um deles Greg, estava usando uma cruz preta, e ele falou com a minha avó. ―E os outros dois estavam usando cruz? ― Taamir perguntou. ―Eu nunca cheguei perto o suficiente para saber, ― Jenn confessou. ―Mas isso foi quando Greg me disse que eu tinha grande espaço para preencher. E que havia pessoas que estavam esperando eu preencher-los. Sua voz era suave, e ela estava se sentindo tímida sobre sua posição de liderança. Parecia um sonho estranho que eles tinham decidido por unanimidade que ela deveria assumir a equipe. Mesmo Jamie tinha dito isso. Agora, ela se perguntava por que. Padre Juan lhe dissera que ela era especial. Mas ela não via isso. Não entendia nada disso. ―Então as cruzes negras estavam seguindo você a Moscou, ― Taamir disse firmemente. ―Eu não sei. ―Não faz sentido. Se eles estão tão interessados em você, por que eles realmente não falam com você? ― Jamie exigiu. Ele estava sentado em sua cama com as botas sobre a cama. Jenn lhe deu um olhar duro, ele ignorou ou não capturou. ―Veja, não importa onde nos deparamos com eles, apenas os empurramos para fora do caminho. ―Mas nós sabemos que eles sabem quem somos. E eles nos mandaram de volta para Madrid a partir de Nova Orleans, ― Holgar argumentou. ―E o garoto, enlouqueceu Padre Juan, ― Skye disse.


Ela olhou para pedra de vidência, em seguida, repousou-a em seu colo. ―Me assustou muito. Todos nós. ― Jamie moveu a cabeça, estalando seu pescoço. O alto encaixe dos seus ossos assustou Jenn. ―Eu não gosto disso. Nada disso. Vocês todos são muito irresponsáveis, ― Noah disse. ―E o Mossad... ―O Mossad não está aqui, companheiro, ― Jamie falou, estalando os dedos. ―E nós estamos. ―Com exceção de Antonio, ― Skye apontou. ―Sim, bem, ― Jamie disse, então murmurou algo que Jenn não podia ouvir. O silêncio encheu a sala. Jamie puxou um maço de cigarros e brincou com eles. Skye pegou e examinou uma das almofadas decorativas na cama de Jenn, e fez uma careta para Jamie, apontando para suas botas. As botas não se moveram. ―Então. Você veio a este hotel muito com seu avô, ― Skye pressionou diante. ―Sim, ― Jenn disse. Havia sido uma viagem feliz. Seus avós, seus pais, Heather. Heather. Ela se sentiu culpada ao pensar em sua irmã. Ela estava tão preocupada com Antonio que ela quase a esqueceu. Jenn esperava que Heather estivesse bem e que Padre Juan estava ajudando-a a se adaptar a sua nova vida – ainda como sendo Heather. Em seu coração, porém, ela não acreditava que houvesse muita esperança, especialmente sem Antonio lá para orientar Heather através da sede de sangue. Ela estremeceu. Jenn fechou as cortinas, então despejou sua bolsa em cima da cama, obrigando-se a concentrar-se sobre a situação presente. Devido a regulamentos da companhia aérea eles tiveram que deixar suas armas para trás, e todos eles pareceram infelizes. Eriko caiu em uma das camas com um gemido de ossos cansados. ―Você está bem? ― Jenn perguntou. Desde que tinha encontrado Eriko meio morta, a Caçadora não parecia certa. Ela tinha habilidades de super cura, mas em vez de ficar melhor, parecia


quase como se Eriko estivesse piorando. Talvez ela apenas estivesse escondendo sua condição. Talvez seja sempre ruim. Skye estudava sua pedra de vidência de novo. Ela ainda estava muito abalada pelo encontro com Estefan na Rússia. Jenn estava esperando até que ela se acalmasse para lhe perguntar mais sobre isso, sobre ele, mas ela estava começando a se preocupar que Skye não ia se acalmar. Nós estamos desmoronando. Estamos fracos. E agora, agora temos que resgatar Antonio. Palácio de Aurora. Não posso acreditar na minha coragem! Como é que vamos chegar lá para encontrá-lo, muito menos salvá-lo? Ela se lembrou andando pelo hotel original quando era criança. Era enorme, e da aérea comercial sozinha era uma maravilha, com um teto que espelhava o céu e alterava para refletir a hora do dia. Como era agora? Perpétua escuridão? Só havia uma maneira de descobrir. Eles tinham que entrar. Mas não até que todos eles estivessem descansados. ―Vamos dormir um pouco, ― Jenn disse. ―Nós vamos precisar disso. ―Melhor plano que você teve até agora, ― Jamie disse, se arrastando fora de sua cama e indo para o quarto ao lado. Holgar, Taamir e Noah o seguiu através da porta aberta, e ela viu Jamie cair sobre uma cama. Holgar enrolou no chão, como seus primos selvagens. Taamir tomou a outra cama, e Noah se sentou na cama extra. Noah olhou em sua direção, trancou o seu olhar e segurou-o. Ela não desviou o olhar. Ajude-me a encontrá-lo, ela pensou. Por favor. Skye começou a se levantar da cama e ir para a sua, mas Jenn a parou com uma mão no seu ombro. ―Eu não vou dormir tão cedo, ― ela disse. ―Você pega a cama. ―Skye assentiu com a cabeça sonolenta e se deitou, os olhos caídos. E só por um momento houve um silêncio absoluto. Era lindo. Mas então o barulho do lado de fora começou a interromper. Jenn ouviu as pessoas andando pelo quarto, e ela ficou tensa, relaxando apenas quando eles estavam fora dos ouvidos. Eriko começou a roncar, e do quarto ao lado, ela podia ouvir Holgar e Jamie fazendo o mesmo. Perguntou-se se Taamir estava orando a Deus. Ela


sabia que os mulçumanos rezavam em momentos especiais. Todas as coisas que tinham dividido a humanidade – crença religiosa, disputas de terra, parecia tão abstrato e ridículo agora. Ele pensou que diante de um inimigo tão terrível como os vampiros, todos se uniriam. Que a ameaça de aniquilação pelos Malditos faria o que outras ameaças – tipo holocausto nuclear – faria: tornar a raça humana uma só. Mas isso não tinha acontecido. Deixe que aconteça a nós, ela pensou. Faça-nos uma equipe. Precisamos trabalhar juntos. Não havia nada que pudesse fazer até que todos tivessem descansado algumas horas. Ela olhou para Skye. A bruxa ainda estava acordada. ―Você sente alguma coisa? ― Jenn perguntou em voz baixa. ―Eu – eu – não. ―Skye virou e olhou para Jenn, olhar vazio. ―Mas eu vou tentar com mais afinco. ― Ela tomou uma respiração profunda. ―Acho que todo mundo está tentando um pouco mais, sabe? Jamie não escolheu uma luta. Ele quase não criticou você. ― Ela sorriu tristemente. ―Não é possível manter suas botas sangrentas fora do mobiliário, no entanto. Jenn sorriu de volta para Skye. ―Pelo menos ele ainda não definiu o alarme de fumaça. ― Ela mudou de assunto. ―O que você acha dos caras novos? ―Taamir é doce. Emite uma vibração adorável. Noah. Bem. ― Ela limpou a garganta. ―Você sabe que ele está muito interessado em você, certo? Jenn assentiu. ―E ele não é um Maldito, de modo que é um humano. ― Então, ela se inclinou e apertou a mão de Jenn. ―Eu espero que você não pense que eu estou sendo fria, falando sobre isso, na ausência de Antonio. ―Estamos bem, ― Jenn prometeu a ela. ―Você deveria descansar um pouco. Todos os glamoures que você está criando, mais a vidência... Você vai desabar. Skye assentiu e se deitou, fechando os olhos. Um minuto depois, a respiração da bruxa mudou enquanto dormia. Jenn se levantou e atravessou pela porta de conexão aberta. Os caras estavam todos dormindo também. Noah estava atrás. Seu cabelo era muito escuro contra o travesseiro branco.


Ela tomou um banho quente, saboreando o tempo sozinha. Eles precisavam fazer algum reconhecimento. Aurora tinha visto ela e Skye antes, mas não os outros. Pelo menos quanto é do conhecimento de Jenn. Assim, ela deveria enviar um dos outros, ou deveria ela e Skye trabalhar em seus disfarces e todos eles irão como uma equipe? Vamos parecer uma multidão, ela pensou. Sete pessoas em um hotel cassino não iriam parecer desconfiado. Jenn se enxugou e colocou as roupas que ela tinha comprado antes de partir de Moscou. Então, ela se encolheu em uma cadeira na mesa. Uma pilha de revistas enaltecendo as virtudes do entretenimento em Las Vegas estava espalhada sobre a superfície da mesa, que a fez sorrir. Os Malditos estavam no controle, mas algumas coisas nunca mudam. Ela folheou uma revista, procurando anúncios de lojas e restaurantes de Las Vegas, na esperança de relaxar seu cérebro o suficiente para que ela pudesse ter uma chance de ir dormir também. Era dia, então ela não achava que eles precisavam se preocupar com um relógio ainda. Tudo o que tinham a temer eram os servos humanos dos vampiros. Antonio era o único vampiro que ela sabia que estava disposto a arriscar-se a luz do sol. Sua garganta apertou com o pensamento. Ansiedade lhe consumia, e então ela deixou o momento passar. Quando ela virou as brilhantes páginas, ela deixou a mente vagar. Ela pensou em Antonio, Heather, sua vida antes dos vampiros. Ela sorriu ao ouvir o som do ronco do outro quarto e tentou decidir qual cara estava roncando mais alto. Mesmo no sono, era como se eles estivessem tentando superar uns aos outros. Ela fechou a revista, não muito mais perto do sono, e retirou outra debaixo. Ela folheou, então olhou para um anúncio, percebendo que tinha acabado de encontrar a resposta imediata para os seus problemas. Ela pegou sua mochila e pegou o cartão de crédito que o Padre Juan lhe dera para as emergências. Então ela pegou o telefone do quarto e discou o número no anúncio. Quando um homem respondeu do outro lado, ela disse,


―Oi, eu gostaria de reservar sete assentos para o show de hoje à noite às 21h00min horas, para a Magia dos Mitos no Palácio de Aurora.


Antonio não se lembrava de ter se sentindo tão fraco antes. Ele tinha perdido a noção de quantas vezes Aurora tinha o cortado e o esfaqueado durante as últimas vinte e quatro horas. Ela tinha lhe oferecido sangue em uma taça, apenas para puxá-la de volta sempre que ele tentava beber. Sua sede de sangue era insuportável. Antonio estava em jejum, enquanto ele estava orando e trabalhando com Heather, então ele não se alimentava há duas semanas. O que era estúpido. Padre Juan havia o alertado contra isso. Sem se alimentar, a capacidade de um vampiro para se curar desacelerava mais e mais, até que a necessidade de se alimentar era completamente avassaladora, e o instinto de auto-preservação retrocedido. Antonio estava começando a fantasiar sobre Aurora o mordendo e drenando seu sangue, e que isso não era bom.


Quando o alarme de uma radiofrequência disparou, Jenn ficou imóvel por um momento, desejando dormir um pouco mais. A canção country tocada, foi cortada de repente em um chiado de estática e deu lugar a uma voz masculina. “Este é o nosso país e devemos lutar para tomá-lo de volta. Aqueles que não acreditam, agora devem compreender que a população humana de Nova Orleans foi devastada e que aqueles que permanecem, estão morrendo de fome.” Jenn sentou-se e aumentou o volume. A voz continuou. “A cidade está perdida, mas vamos tomar uma posição em outro lugar. Apelo a todos vocês, pois agora é à hora. Nós não vamos ganhar esta guerra e a nossa liberdade se nós não lutarmos. No Oeste, São Francisco, Las Vegas e Seattle já estão perdidas para nós. no Leste, Newark, Detroit, Boston, Charleston caíram. Ainda há tempo para parar, o mesmo acontecendo a San Diego, Portkand, Chigago e Nova Yorque. Resistir sempre. Os Malditos devem ser abatidos. Isto é a Resistência, e precisamos da sua ajuda.” Houve outro surto de estática e a música country voltou, terminando. Jenn sentou-se com o coração batendo forte. Então, ―Kent‖ ainda estava transmitindo. Ela tinha ouvido falar dele, quando ela estava em Nova Orleans. Tem que haver alguma maneira de chegar até ele. ―O que está acontecendo? ― Holgar perguntou, de pé na porta, bocejando e se espreguiçando. Ela respirou fundo. ―Acorde os outros. Estamos indo para um show de magia. Eriko não poderia deixar de sentir ondulações pequenas de emoção e nostalgia quando eles entraram no ―Templo do Mito‖, espaçoso, que era decorado como um templo grego. Ela estava saindo, como nos velhos tempos. Como quando ela era jovem e despreocupada. ―Olhe para isso, ― Skye murmurou. ―É incrível.


Colunas de mármores brancas desapareciam no ―céu‖ – nuvem em forma de objetos feitos de material diáfano que, periodicamente, estufava névoa perfumada com especiarias exóticas. A imensa lua estava pendurada por fios invisíveis. Mesas de mármores longas estavam decoradas com velas brancas gregas – estilo fogareiros. Nas paredes, máscaras de prata grande que tradicionalmente representavam a comédia e a tragédia dando um adicional de detalhes, ao longo presas salientes das bocas rindo e chorando. O palco era um semicírculo côncavo decorado com estátuas gregas em pé em várias poses sobre pedestais. No centro do palco estava uma tigela de alabastro tão grande como o ofurô familiar de um banho quente tradicional onde se podia derreter as preocupações. Ela pensou em como seria maravilhoso para descansar em um banho super quente e descansar a dor nas articulações e músculos doloridos. Ela pensou em Kyoto. Voltando, quando ela tinha quatorze anos, o seu plano era para treinar em casa, em Kyoto, para se tornar uma Caçadora lá. Em retrospecto, ela estava feliz que seu pai havia se recusado a deixá-la ir, insistindo que a honra é reservada para o seu único filho, não a sua filha. Se ela tivesse se tornado uma Caçadora de Kyoto, ela teria rapidamente percebido que suas motivações eram puramente pessoais, e seus pais costumavam ceder e estragá-la, poderia ter a encorajado a sair. Em Salamanca, ela tinha encontrado o seu verdadeiro propósito – não para vingar a sua melhor amiga, mas para livrar o mundo dos vampiros. Raiva e desejo de vingança havia empurrado para fora da porta da frente, e ela não tinha falado com seus pais – ou seu irmão, Kenji – em dois anos e meio. Ela nem sabia se Kenji, o Caçador, ainda estava vivo. Talvez seja a hora de descobrir, ela pensou. Era quase como se o Japão deixasse de existir para ela. Ela precisava de espaço de qualquer pessoa que havia conhecido. Depois do que tinha acontecido... Ela olhou às chamas, e lembrou.


― Os garotos vampiros são mais bonitos, ― As três cantavam em japonês. Eriko, Yuki e Mara estavam cantando sua mais recente canção para uma multidão admirada em Eigamura – aos domingos. Eigamura era uma combinação de filme japonês e parque temático – como a Universal Studio americana – apenas um pouco menor – ok, muito menor – aos domingos, porque os grupos pop cantavam em frente aos portões. Às vezes dentro, também. ―Garotos vampiros são doces! ― Elas cantavam alto, Eriko posando com as mãos cruzadas sobre o coração, Yuki apontando para sua boca, Mara tocando na mordida de vampiro falsa em seu pescoço. Todas as três balançando seus quadris para a esquerda na hora de suas partes gravadas. As três estavam vestidas como vampiro estudante anime – elegante, saias engomadas curtas com babados vermelhos, meias decoradas com pequenos corações vermelhos, e dois corações minúsculos em cada um dos seus pescoços ―presas‖ na altura dos ombros. Elas dançavam em um pequeno círculo e mostravam seus calções de cetim branco. Seu público – muitas garotas e rapazes, também – aplaudiam juntos. Havia pelo menos quinhentas pessoas lá, as três eram a grande atração. ―Eles são o coração de açúcar! ― Seus fãs gritavam e cantavam junto. ―O verdadeiro amor, amor verdadeiro, os garotos vampiros! ― As três vibravam. Os telefones celulares foram levantados enquanto as pessoas gravavam. As três eram tudo para eles. Eriko mandava beijos para a multidão. Vampiros vermelhos de plásticos brilhantes segurando corações prendiam em seus rabos de cavalo. Seus lábios estavam vermelhos, como as unhas, e elas tinham muita maquiagem, quase como uma gueixa. As três aprenderam a colocar seus vídeos no You Tube. Elas tinham sonhos de conseguir um


grande contrato de gravação, talvez até mesmo uma série de TV. Suas páginas de redes sociais estavam ficando com mais e mais sucessos. Juntamente com as suas próprias poesias – Eriko escreveu um monte de poesias vampíricas, elas postavam toneladas de fan art, tanto fotos de si mesmas e mandavam emails para vampiros bonitos. Na sexta-feira elas iriam finalmente conhecer um vampiro – um bonito – que se chamava Shell Ghost Shogun. E ele era bonito. Ele tinha longos cabelos negros puxados para cima e para trás como um samurai, olhos amendoados cor de cereja, e covinhas. Ele enviou uma limusine para o seu clube favorito, Sonhos Perdidos. Isso não era a coisa mais surpreendente, em todo o Japão? Morte. Mas na sexta-feira, Yuki não se apresentou para o encontro com Shell Ghost Shogun. Ela faltou. Ninguém estava se esforçando para encontrá-la. Morte. Eriko e Mara começaram a faltar às aulas, porque elas abandonaram para procurar por Yuki. Então os pais de Eriko a colocou de castigo. E Eriko não falava mais com eles. Ela escapou de qualquer maneira, procurando na chuva, indo até os portões do Eigamura. Morte. Seus fãs realizaram vigílias e enviaram cartas e poemas de esperança para o site. Eriko e Mara continuaram procurando, procurando, perguntando. Morte. Em seguida, Eriko encontrou Yuki. Eriko estava conversando com Mara, o que elas tinham que fazer já que elas tinham uma base, e ambas estavam em pânico porque alguém havia matado o gato da mãe de Eriko, Nekko. A mensagem era clara: Pare de fazer perguntas sobre Yuki. Eriko estava soluçando, Mara estava jurando vingança. Então, na webcam atrás de Mara, Yuki apareceu. Ela estava vestida de branco, e ela cambaleava para frente, com seu cabelo longo negro debruçado sobre seu rosto como um fantasma japonês. Ela oscilava quando andava – não, cambaleava. Então, ela olhou por cima do ombro de Mara para a câmera com seus brilhantes olhos vermelhos, e sorriu, revelando seus caninos.


―Mara! Mara! ― Eriko gritou, mas era tarde demais. Eriko assisti... Ninguém entrou na limusine que veio para elas. Eriko jamais olhou para o site delas novamente. Ingênua, crédula. Eriko odiou a si mesma por um longo tempo. Mas no começo ela, Yuki e Mara tiveram esse sonho...

***

―Essas estátuas estão vivas, ― Skye murmurou para Eriko. ―Bem, mais ou menos viva. Elas são vampiros. Eriko as estudou. Vestidos com túnicas gregas, cobrindo seus rostos humanos, elas estavam imóveis. É claro que eles não respiram, o que poderia ser uma dádiva para um humano ―estátua viva‖. ―Teremos que ter cuidado, então, ― Eriko sussurrou para ela. Vampiros tinham sentidos agudos, capazes de ouvir conversas que a maioria dos humanos não podia. Por causa do elixir, os sentidos de Eriko eram mais desenvolvidos do que a maioria dos seres humanos, e correspondia a alguns vampiros. Holgar era igualmente favorecido. Menos Jamie e Jenn. Nem Skye, a menos que ela usasse a pedra de vidência. Ambos se viraram casualmente em seus assentos, Jenn, que estava sentada com Holgar, e Jamie, que estava desligado, conversando com uma mulher sexy ao seu lado. Jamie vestia um suéter preto de decote em V e calça jeans preta. Ele e a mulher, que estava vestindo uma blusa vermelha e calça colada de couro preto, estavam rindo juntos, e Eriko foi surpreendida pela forma como Jamie parecia encantado. Ela sabia que ele tinha uma queda por ela, mas ele era como um... Um bárbaro. Áspero, sarcástico, cheio de raiva. Ela não poderia imaginar ser namorada de Jamie... Mesmo que isso há incomodasse um pouco, talvez, por vê-lo se divertindo com alguém. Ainda


assim, ela admirava o seu ódio pelos Malditos. Era simples. Puro. E este novo mundo não era nada. Ela começou a dizer algo a Skye, então piscou para ela uma expressão de saudade, destinada, em direção de Jamie. De jeito nenhum, Eriko pensou, e se alegrou pela distração quando uma garçonete apareceu para anotar seus pedidos. ―Cocas para nós duas, ― Eriko disse rapidamente, não querendo que a garçonete pedisse os documentos de qualquer um deles. Ela esperava que Jamie e Holgar, ambos europeus, pedissem bebidas alcoólicas, seria bom lembrar que nos Estados Unidos a idade legal para beber é vinte e um. Apesar de nenhum deles ter idade suficiente para beber, todos eles tinham matado vampiros. Taamir e Noah tinham optado por não ir ao show de magia, fazendo um reconhecimento por conta própria. Jenn não tinha lhes dado permissão nem objeções à sua decisão. Eriko compreendeu; Jenn não tinha realmente assumido o comando do grupo extenso. Era um lugar desconfortável de estar, e Eriko estava tão aliviada por estar livre disso. Noah parece gostar muito de Jenn. Seria muito melhor se ele ocupasse o lugar de Antonio em seu coração. Talvez Jenn se confortasse com ele, se não pudermos ficar com Antonio. O público era exótico. Eriko nunca esteve em Las Vegas, mas ela tinha visto no YouTube, e a vida noturna parecia ser muito mais extravagante desde que os vampiros tinham retomado. Talvez você tivesse que ser rico para ousar sair à noite. Talvez os humanos compraram algum tipo de proteção. Longe das luzes brilhantes que poderia ser uma história diferente. Enquanto ela examinava a multidão, Eriko observava algumas lindas garotas japonesas abrindo um espaço pequeno para um homem japonês que estava de costas para ela. Seu cabelo preto era longo, e ele estava vestido com uma jaqueta de seda e calças da moda muito bem cortada. As garotas estavam rindo e brindando sua chegada com o que parecia ser champanhe, e sentiu uma lavagem de saudade por tudo o que havia tirado dela. Ela já foi uma garota assim, despreocupada, com muito dinheiro para gastar e muitos amigos. Morte.


O gelo da cola estava derretendo. Eriko tentou segurar o copo com cuidado, para que ela não quebrasse com seu aperto forte. Ela estava à beira de uma enxaqueca, uma doença nova. Até o momento, dores musculares e dores articulares haviam servido como seus companheiros, mas não dores de cabeça. Ela se perguntou se isso significava que o elixir estava afetando o seu cérebro. Padre Juan sabia que a machucaria assim? E dado a ela de qualquer maneira? Quem é ele? Quem é ele, realmente? ―Senhoras e senhores, e tudo mais, ― uma voz explodiu. ―Bem-vindo ao nosso Templo Mágico do Mito! Flautas e cordas tocaram sobre o público como a grande lua e as nuvens brilhantes queimavam e novas estátuas brancas balançavam de um balanço de trapézio e cordas de seda preta. Enquanto os espectadores aplaudiam, cada figura abriu uma mão, e um pequeno pilar de fogo apareceu na palma da mão dele ou dela, e depois desapareceu. Em seguida, veio uma bolha de luz vermelha que explodiu, disparando líquido vermelho – sangue? Em direção a plateia. Gritos assustados explodiram dos lábios dos bem vestidos, em seguida, o líquido desapareceu. ―Deuses ou mágicos? Mágicos ou... Seres mágicos? ― A voz ponderou. O salão mergulhou na escuridão. Músicas inchavam. Então, não mais que cinco segundos depois, o palco foi iluminado por enormes, pilares de fogo ardente que estavam em blocos de vapor de gelo. As estátuas circulavam em uma dança majestosa. Uma figura apareceu, pronta no alto do palco, envolto em faixas brancas de seda, pousando seus braços estendidos para cada lado, como Cristo. Que usava um capuz, e seus olhos estavam fechados. Suas características eram lisas, e não havia nenhuma maneira de saber se era homem ou mulher, parecia estar usando algum tipo de macacão. ―Desde o início dos tempos andávamos. Imortais, invencíveis. Assistimos ao nascimento das estrelas. O salão cheio de pontos de luz ardente azulado, que dançavam sem nenhum meio aparente de apoio. Um ponto pousou no ombro de Skye, outro sobre o lábio no vidro da coca-cola. As duas se entreolharam, assustadas.


―Mágica, ― Skye murmurou, e Eriko sabia o que ela estava com medo, ou melhor, que: Estefan. ―Eu tenho que sair daqui. Eriko balançou a cabeça. ―Você vai ser notada. Fique. ―Nós assistimos ao nascimento dos oceanos. As luzes desapareceram. Nas paredes silhuetas de baleias ondulavam com graça lenta, majestosa. O lamento das baleias jubarte se misturou com as bandejas. Eriko sentiu o cheiro do mar. ―E vimos o nascimento da humanidade. Relâmpagos e trovão. No palco, a chuva começou a cair. Todas as figuras brancas caíram de joelhos, e uma máscara de comédia grega holográfica apareceu no teto, olhando para baixo sobre eles. O público aplaudiu. ―Mas o que é mito? ― Exigiu. ―Mito é a magia que não é real, ― responderam em cor: ―a magia vive em nós. Em seguida, fumaça e relâmpagos ondularam ao redor das mesas dos convidados, e quando clareou, alguns da plateia levantou-se, aparecendo com roupas diferentes: atores vampiros em traje vitoriano de noite formal – vestes chinesas e babados dos ciganos. ―Mágico humano. Harry Houdini! ― a voz anunciou, e um homem de smoking levantou, se curvou e seguiu para o palco. ―Doug Henning! ― Um homem com cabelos castanhos escuros e um bigode também se levantou, inclinou a cabeça e caminhou de sua mesa para o ―templo‖. ―Harry Blackstone! Fu Manchu! Cardini! Kuda Bux! Dedi! Katterfelto! Os mágicos subiram no palco, alguns de smoking, outros em togas gregas. Fu Manchu usava uma veste de seda e uma touca sobre seu longo cabelo branco. Eles direcionaram suas mãos as figuras brancas. De repente, as figuras estavam como blocos de gelo, em seguida, abriram fogo ao seu redor. Vapor rosa cobriu a visão de Eriko. À medida que o vapor se dissipava, mulheres vestidas em trajes de noite de 1950 entraram e saíram com vestidos glamorosos e os vampiros de moda


pós guerra apareceram. Eles se curvaram, e os magos se aproximaram deles. Eles formaram pares. ―Assistentes, ― Skye murmurou. ―De nossa tradição, apenas alguns se misturam. Estes não são usuários de magia real. Estes são atores no palco. O público começou a bater palmas à medida que cada mágico executava um truque de magia, auxiliado por seu assistente – coelhos apreciam em chapéus; lençóis tornaram-se papagaios ou gatos pretos. Árvores enormes cresceram a partir de sementes colocadas em palmas. Os assistentes agiam como manequins, mostrando as habilidades de seus mágicos. Mas três dos magos não tinham assistentes. ―Magos exigem o Yin e Yang, ― o holograma anunciou. ―A magia trabalha com macho e fêmea, positivo e negativo. Humanos e vampiros. Vampiros e verdadeiros mágicos. E naquele momento o rosto de Houdini se transformou em um vampiro – presas estendidas, olhos vermelhos brilhantes. Houve risos e aplausos da plateia. Sem medo algum. ―O que eles vão fazer? ― Eriko perguntou a Skye enquanto que ela entrava em alerta. ―O que isso significa? ―Eu não sei. Mas eu estou surtando, ― Skye sussurrou de volta. ―Isto não está me cheirando algo bom. Eu posso sentir isso. ―Houldini requer um assistente. Quem será o voluntário? Um humano, por favor. Uma senhora encantadora, hmmm? Com as mãos levantadas. O holograma olhou para baixo com luz vermelha reluzente de seus olhos, procurando na plateia até que uma cabeça vermelha foi escolhida. Então ―Fu Manchu‖ era vampiro, seu longo bigode ―chinês‖, e suas presas que pareciam ter sido cobertas com joias. ―E Fu Manchu também exige um humano adorável. Talvez... A beleza existe! Seus olhos vermelhos brilhavam sobre a plateia, então focou em Eriko. Houve um lamento daqueles que não foram escolhidos. Em seguida, aplausos. Eriko congelou. Isto era uma espécie de configuração? Armadilha? Ela olhou para Skye, que estava pálida. Então, cuidadosamente, olhou para Jenn. Ela não podia vê-la.


―Venha, não seja tímida! ― Exortando em sua cabeça. Eriko balançou a cabeça. O público começou a aplaudir no ritmo, e um ponto ardia sobre ela. Fu Manchu saiu do palco. Obviamente, ele estava indo buscá-la na plateia. Ele costurou o seu caminho através das mesas. Eriko ficou de pé assim que ele chegou a ela. Não havia como escapar. Ele pegou sua mão com firmeza, a beijou, e começou a conduzi-la para o palco. Gritos agudos, quase como leitões feridos, fez Eriko pular. Assustada, ela se virou ao som. As garotas japonesas na plateia pularam para seus pés. Elas estavam gritando e apontando para ela. ―As três vampiras! ― Uma delas gritou. ―As três vampiras! O homem sentado com elas lentamente tirou os óculos escuros. Seu sangue congelou. Seus olhos amendoados eram da cor de cerejas, e como ele sorriu para ela, ela viu suas covinhas. Ele era o vampiro que as três – ela, Yuki e Mara – haviam planejado o encontro na noite em que Yuki sumiu. Shell Ghost Shogun. Em Las Vegas? Agora? Em Las Vegas. Agora.


Tecemos um feitiço para que todos vejam; Com boatos da eternidade; Nós somos o passado, o futuro, também; Tudo o que você é e tudo que você faz; É por isso que estamos aqui hoje; Nós viemos em paz, e aqueles que não aceitarão a nossa mão; Descobrirá que eles vão fazer suas últimas paradas.


Antonio queria com toda a sua alma morrer. Não, isso era uma mentira. Ele queria afundar suas presas longas em Aurora, na estrutura do seu pescoço. Aurora, a rainha dos vampiros, cuja vez estava bela em um vestido salpicado de sangue. Alguns devem ser, mas ele tinha perdido a consciência muitas vezes, despertando com gritos – humanos, o seu próprio, que ele não tinha ideia do que estava acontecendo. Ele cheirava sangue humano, tanto fresco e envelhecido, e o perfume de morte realizado por todos os vampiros. Seu desejo por sangue era tão avassalador como o desejo de expirar seria para um humano prendendo a respiração. Se ele pudesse se livrar de suas correntes, ele iria rasgar o pescoço dela e beber até a última gota de seu sangue. O sangue dela era morto. Mas ainda era sangue. Então eu vou tomar sangue humano. Vou drenar um, depois dois e três. Oh, querido Deus, não por Dios. Eu nunca vou fazer isso. ―Acorde, ― Aurora disse, batendo em seu rosto, em seguida, segurou o seu queixo como uma mãe coruja. Seus olhos brilhavam como o fogo do inferno. ―Buenas noches, mi macho. Antonio permaneceu em silêncio. Aurora passou a unha ao longo de sua mandíbula, o cortando. Ele já estava com tanta dor que esta nova lesão mal seria registrada. ―Você tem sido muito forte, estóico, e sacerdotal, mas é hora de abandonar isso, Antonio. Com esse seu comportamento você está envergonhando o seu Sire, seu pai. E eu. O reino Vampiro inteiro. ―Isto é um reino agora? ― Ele conseguiu colocar para fora. ―Eu pensei que fosse uma nação de vampiros.


―Nação? Isso é ideia de Solomon. Não a nossa. ― Ela lhe mostrou a faca, a que ela estava usando para cortar seu peito. A nossa. Para quem ela trabalha? Quem ela era aliada? Ela parecia estar competindo com Sergio. Antonio lutou para manter a calma, embora o impulso reflexivo de autoproteção gritava para que ele resistisse e lutasse. ―Os humanos estão caindo porque eles estão divididos, ― ela disse. ―Em nações. Eles se iludiram a acreditar que seus pequenos pedaços de territórios não vale apenas lutar. Se eles estivessem unidos, eles poderiam ter nos derrotados. Uma vez que o Reino Vampiro se formou, nós vampiros nunca tivemos esse problema. Ela pressionou a faca contra o peito de Antonio. Ele se forçou a se concentrar no que ela estava dizendo. Isto era uma informação vital. ―Você é tão bonito, ― ela disse com um suspiro. ―É realmente uma pena que eu odeio você tanto. E você sabe por quê? Ela enfiou a faca, duramente. Mas Antonio não gritou. ―Eu não odeio você por deixar Sergio. Ou por trair nossa espécie. Eu odeio você por causa de sua lealdade à sua igreja. ― Ela empurrou novamente. Ele grunhiu de dor. ―A Igreja Católica condenou-me a uma morte horrível, ― ela disse a ele. A faca torceu. Ele envolveu seus dedos em torno de seu cabo, e agarrou, lutando através de sua agonia. O rosto de Aurora encheu seu campo de visão, olhos brilhando, suas presas afiadas e brancas. ―Minha família inteira foi torturada e queimada na fogueira, e por quê? Porque eram judeus. Porque possuía terras que os católicos queriam. E ele veio até mim e me ofereceu a vida eterna. E aqui eu estou. A faca torceu novamente. Ele gemeu, e detestava a si mesmo por isso. ―Não é isso que o Salvador ofereceu a você? ― Ela sussurrou. ―A vida eterna? Não é isso que o Papa fala de Deus na terra? Meu pai não tem portavoz. Ele é o próprio Diabo. ―O Diabo, ― ele respondeu para tranquilizá-la. ―Sim. O Diabo. ― Ela fez um som profundo na garganta, como o ronronar de um gato. ―Nós vampiros adoramos deuses – Sergio adora muito


Orcus, si? Deus do submundo, portador da luz, aquele que punem os que quebram seus votos. Estás preparado para isso? ― Ela ronronou novamente. ―Ou você estaria, se Orcus fosse mais um do que um mito? ―Os vampiros de Nova Orleans adoram Baron Samedi. Esse Dantanlion idiota? Talvez ele venere Veles, o Deus eslavo. Mas tudo isso vai desaparecer, todos os deuses falsos serão extintos, quando seu reinado for estabelecido. Então Dantalion ainda está vivo? Antonio se perguntou. O silêncio caiu. Ele percebeu que ela estava esperando por sua resposta. ―Deus não torturou você por ser um judeu, ― ele conseguiu dizer. ―Deus não tortura. Seu olhar vermelho fervilhava com ódio. ―Fui torturada em seu nome. Minha irmãzinha foi morta em seu nome. ―Não foi De... ―Meu Sire deu o livre arbítrio a todos nós, vítima de perseguição. Ninguém se atreve a levantar a mão para nós. Para tentar nos estacar. ― Sua voz aumentou, e ela jogou para trás os ombros, levantando o queixo. Seu cabelo preto azulado caiu para baixo dos ombros. ―O que você viu antes é o estado natural do vampiro. Desenfreado e apaixonado. ― Ela puxou a corrente em torno de seu pulso direito. O metal chiou e ele balançou a cabeça acima do chão, caindo para frente. ―Você é um sonho triste, Antonio. Você se mantém baixo. Você estava usando longas correntes antes de eu colocar essas em você. A sua crença restringindo você. ―Não, ― ele conseguiu. Ela falando de Deus, o fez pensar se essa era à noite, se ele iria morrer. Se de alguma forma isso era para a causa – se era por Jenn – ele de bom grado aceitaria a morte final. Ela puxou mais uma vez, mais duro. ―Eu vejo como duramente você lutou contra a sua verdadeira natureza, e eu não admiro você por isso. Tenho pena de você. E eu desprezo você. Mas você é o prêmio. ― Ela pegou um punhado de seus cabelos e puxou a cabeça para trás. ―Meu Sire quer estudar você, fazer de você um exemplo. Ela largou o seu cabelo e se inclinou sobre ele. ―Assim como eu vou fazer um exemplo de cada ser humano, em Salamanca. Dela. ―Não. ― Sua voz era profunda, alta, em comando.


Mas depois de outra torção da faca ele gritou. ―Há uma maneira de parar tudo isso, ― ela sussurrou. ―Deixe-me dizer como.


―Há uma maneira de parar isso, ― o vampiro tinha dito, quando ele chegou à Aurora na cela imunda. Seu manto com capuz escondia suas feições, ela tinha visto apenas a luz vermelha dos seus olhos. Era a luz do inferno e da fogueira, que esperava por ela na praça da cidade. ―Você tem que me dar o seu consentimento e, então, eu salvo você. Ela tinha consentido. Portões e portas permaneceram destravados enquanto ele carregava seu corpo sem vida da prisão. O treinador negro que a transportava para o seu castelo correndo contra a luz do sol, atingindo a grande levadiça enferrujada quando os primeiros raios do amanhecer passavam sobre as madeiras empilhadas na praça principal de Toledo, onde era para ela ter sido queimada. Nem uma palavra foi pronunciada nas ruas sobre o desaparecimento de Aurora Abregón. Ninguém jamais procurou por ela. Talvez os guardas soubessem o que tinha acontecido, e tinham se afastados por medo. Talvez o Salvador de Aurora fez um pacto com Tomás de Torquemada, o Grande Inquisidor, pela graça de Sua Real Majestade o Rei Fernando e Rainha Isabel da Espanha. Torquemada, o demônio sádico cujo nome iria ressoar através dos tempos como o destruidor de inocência, sob o pretexto de defender a igreja do pecado. ―Eu fui esquecida, ― ela disse para o seu Sire, enquanto as noites se tornavam meses, e, em seguida, anos, décadas. E depois as décadas se tornaram séculos.


―Ninguém na minha família sabe sobre mim, ― Aurora murmurou enquanto ela estava sentada aos pés do mestre. Eles estavam em sua vasta biblioteca. Muitos dos livros que ele havia coletado estavam destinados para queimar pela Igreja Católica. Ele também tinha um globo e um telescópio – coisas maravilhosas. Ela e ele jogavam vários jogos tradicionais de baralho espanhol. Então a mensagem de Paris chegou, e Aurora estava muito melancólica para se concentrar. Os franceses estavam cortando as cabeças da nobreza, e um Abregón havia morrido. Mas quem tinha pena de Aurora? ―Ninguém se lembra de mim, ― ela continuou. ―Seu nome vai ser apreciado por aqueles que importam, ― o mestre de Aurora respondeu. ―Como... Ele. Ele acenou para a figura à porta, e Sergio Almodóvar caminhou para a sala. Aurora ficou feliz por vê-lo, e ele inclinou-se sobre sua perna, como um cavalheiro cortês. Os três estavam vestindo a mais recente moda. Aurora estava em um vestido branco simples adornado com um colar vermelho e um cinto largo vermelho. Sergio usava calça apertada, botas de couro que vinha até os joelhos, e um casaco longo, cortado ao longo de uma simples camisa de gola alta. Seu mestre usava uma túnica de monge, como sempre, de veludo preto decorado com pequenos morcegos de cetim escarlate. Seu capuz jogando suas características na sombra, mas Aurora havia memorizado. Ela estava se admirando no espelho; e ele tinha que olhar pra ver como bela e perfeita ela era. Era 15 de outubro de 1793, e apenas no dia anterior, os revolucionários franceses haviam decapitado sua rainha, Marie Antoinette. As pessoas estavam aterrorizadas – a razão, a França se tornou no que eles chamavam de Reino de Terror. Infelizmente para a família Abregón: Uma empregada doméstica da


rainha francesa era uma Abregón, e ela morreu junto com seu amante. Mas ela não foi decapitada com a guilhotina. Sua morte foi por um machado enferrujado. ―Estou feliz que todos se esqueceram de mim, ― Sergio declarou, se inclinando profundamente ao seu mestre e plantando um beijo na boca de Aurora. Os lábios de Sergio eram quentes, embora, é claro que não poderia ser assim. Sergio era um vampiro, como ela era. No entanto, ela não podia negar o calor. A paixão. ―Ser esquecido é como estar morto, ― Aurora disse. ―Não, mi amor, não é, ― Sergio insistiu. ―Eu devia milhares em dívidas de jogo. Se alguém soubesse onde me procurar, eu estaria na prisão. ― Ele fez uma careta. ―Para a eternidade. Aurora riu. Esta noite ela adorava Sergio. Uma semana atrás, ela poderia ter conduzido uma estaca através do seu coração pela forma como ele tratava a bola anual do mestre mascarado. Mas Sergio a paquerou – de novo; fazendo serenata em sua varanda – de novo; trazendo homens bonitos para ela drenar – de novo. ―Então. Hoje meus dois filhos não estão brigando? ― O mestre perguntou. ―Hoje eles estão felizes um com o outro? ― Eufórico, ― Sergio declarou, levantando Aurora em seus braços. ―Tão feliz agora como estávamos furiosos um com o outro. ―Ah, você é um dos espanhóis, ― o mestre disse. ―Um espanhol conhece os caminhos do amor, ― Sergio sussurrou no ouvido de Aurora, que sorriu brilhantemente para Sergio. ―Com permiso, maestro? Seu mestre riu. ―Um momento, ― o mestre disse. Sergio e Aurora, ambos, olharam para ele. ―Existe uma coisa chamada Caçador, ― o mestre informou. ―Aquele que vai contra nós, com o propósito de nos assassinar. Os dois amantes olharam para ele. ―Aquele que sabe?


―Sí. Há um aqui em Madrid. ― Ele fez um show reunindo as cartas de baralho. ―Quem trouxer este Caçador para mim receberá uma grande recompensa. ―Então me coloque para baixo, Sergio, ― Aurora declarou. ―Eu tenho trabalho a fazer. Eles saíram da biblioteca rindo.


Já era tempo. Aurora podia sentir. Ela olhou para Estefan, que vinha desfrutando do sofrimento de Antonio quase tanto quanto ela. Enquanto ela estava trabalhando em Antonio, Estefan estava tecendo magias para quebrar a espirituosidade do vampiro, para aumentar a sua sede de sangue, para ajudá-lo a esquecer quem ele era e por que ele tinha escolhido esse caminho. E eles estavam à beira da vitória. Antonio estava morrendo de fome, meio louco de fome, e ele estava exausto e delirante. Estefan estava ajudando a raiva que ela gerou em Antonio, com mais magias. E agora, agora pra o toque final. ―Ela está pronta? ― Aurora perguntou, olhando para as costas da garota que Estefan tinha atraído para a suíte do hotel. Ele tinha a enfeitiçado, em todos os sentidos da palavra. ―Veja por si mesmo, ― Estefan disse presunçosamente, girando a garota de modo que Aurora pudesse vê-la. O glamour era perfeito. ―Eu acho que é a hora, ― Aurora ronronou. ―Antonio irá começar exatamente o que ele quer. Antonio existia em uma neblina de corte e cura. E sangue, sempre sangue. Ele não tinha certeza do seu nome, ou onde ele estava. Ele tinha perdido a noção, e ele só queria morrer. Mas de alguma forma ele sabia que não era uma opção. ―Antonio, ― uma voz sussurrou, e ele puxou duro em suas correntes ao som disso. Era a voz dela. Ele piscou, olhou. Era Jenn. Seu cabelo castanho escuro enrolado em torno do seu rosto – olhos escuros, boca pequena, lábios entreabertos. Sua respiração flutuava contra seus lábios, e ele sentiu o cheiro do sabonete de baunilha que ela usava. Os limões em seu cabelo.


Sangue fresco. Seu coração batia tão rápido como o de um beija-flor. ―Oh, Antonio, ― ela sussurrou. ―Eu sinto muito. Mas nós temos que sair. Você está seguro. ―Ay, amor, ― ele disse por entre os lábios rachados. Em seguida, o bater do seu coração lavou sobre ele como um tsunami, e ele estava se afogando no cheiro do sangue dela. Uma fragrância irresistível que ressuscitou essa necessidade nele que era como segurar um homem se afogando seis centímetros abaixo da superfície da água. Ele estava indefeso contra isso. ―Não, ― ele murmurou. ―Está tudo bem. ― Ela colocou os dedos sobre sua boca. ―Padre Juan está trabalhando magias para curá-lo. Assim como Skye. ―Não há tempo, ― ele disse. ―Reino. ―O quê? ― Ela inclinou o ouvido próximo a sua boca. Seu aroma era uma tempestade sobre ondas. Ela não podia lutar contra isso. Ele não queria. ―Jenn, fique longe de mim, ― ele sussurrou, as palavras saindo em espanhol. ―Você não está feliz em me ver? ― Ela perguntou em voz baixa. Ele se empurrou, de repente ciente de que ele estava sentado em uma sala escura e que ela estava agachada ao seu lado, sua visão vampírica traçando a camisola branca transparente que ela usava. Havia uma fita de cetim vermelha na garganta dela. Ela o lembrou dos mensageiros em Pamplona, os pobres humanos que fogem dos Malditos. De sua espécie. ―Você não pode acreditar no que eu passei para chegar até você, ― ela disse. ―Mas estamos juntos agora. Você está seguro. ― Ela estendeu os braços para ele, as mangas da camisola recuando a partir dos seus pulsos. Suas delicadas veias azuis pulsando logo abaixo da pele. ―Não. Corra, ― ele disse. ―Fique longe de mim. Seus olhos brilhando seu lábio inferior tremendo. ―Você está feliz em me ver?


―Por supuesto. Você precisa perguntar? ― Ele sussurrou. Suas presas alongadas. Ele colocou suas mãos na direção dela, desejando por suas correntes. Sorrindo, ela deslizou para o seu abraço. Ele virou a cabeça para longe dela, tentando fechar sua mandíbula. Suas presas furando o lábio inferior, e ele começou a sangrar. Tremendo, ele lambeu o sangue morto, mas era como dar água salgada a um homem que estava morrendo de sede. Inconsciente de seu desespero, Jenn estava com a cabeça em seu peito. Ele continuou lambendo o sangue de seus lábios, ordenando-se a se satisfazer com ele. Para deixá-lo ser o suficiente. Mas não era. ―Fique longe de mim! ― Ele gritou. Ainda assim, ela se agarrou a ele. Com um rugido de angustia ele a empurrou para longe. Ela caiu para trás, no chão. Antonio gritou, percebendo o que tinha feito, caindo de joelhos ao lado dela. ―Eu machuquei você? ― Ele perguntou, mas antes que ele soubesse o que estava fazendo, ele agarrou seus ombros e afundou suas presas no pescoço dela. Êxtase brilhou através dele. Mais. Ele tinha que parar. Mais. Uma alegria que nunca havia conhecido antes preencheu suas veias; arrebatamento apertou seu coração; lançando, espremido, liberado. Ele cresceu, vivo, dezenove anos de idade e sonhando com o futuro. Ele bebeu. Era doce, maravilhoso. Ele agarrou-se a Jenn, sentindo como se estivesse derramando dentro dele, como a água, assim como o vinho de sua comunhão. Unidos, na forma de vampiros. Grato, ele bebeu profundamente, vigorosamente. Então, seu batimento cardíaco foi diminuindo, e ele percebeu o que estava fazendo. O que ele tinha feito. E ele se afastou. Ou o que ele ia dizer a si mesmo mais tarde, se a garota debaixo de suas presas não morresse. Mas a verdade era que ele continuava bebendo. Ele bebeu até drená-la. E quando seu coração parou, ele afundou suas presas na garganta de outra garota, que apareceu ao lado da morta. Ele não conseguia parar de matar, qualquer um.


Com a chegada da terceira garota ele não se importava; pelo quarto ele estava feliz. Ele nunca havia se sentido tão solto em sua vida. Tão livre, tão novo. Ele jogou a cabeça para trás e riu. Ele não conseguia se lembrar de seu próprio nome, como ele chegou ao quarto das meninas mortas. O que isso importa? Tudo o que importava era sangue. E havia um mundo disso para tomar. ―Eu estou indo caçar, ― disse o vampiro com o cabelo preto. ―Eu vou matar. ―Bom, ― um vampiro disse a ele, enquanto ela o levava para a janela de sua suíte palaciana. Com o clique do controle remoto o vidro deslizou longe, e o ar fresco da noite do deserto lavou através de sua pele. ―Minha cidade é sua cidade, Antonio, ― ela o incentivou. Então esse era o meu nome? Ele gostou. ―Antes de você ir, ― disse uma voz atrás dele, ―você pode me dizer, como Skye está? Antonio virou. Um espanhol da sua altura o encarava. Ele tinha um coração batendo, mas ele não era exatamente humano. Quase um vampiro, mas de alguma forma não. ―Skye? ― O homem solicitou. ―Não a conheço, ― Antonio respondeu. Então ele saiu para caçar.


Jamie ficou boquiaberto com Eriko quando ela entrou no quarto do hotel que dividia com Jenn e Skye. Ela parecia incrível e ridícula, tudo ao mesmo tempo. Três dias se passaram desde que ela havia corrido de Shell Ghost Shogun no show de magia e ele insistiu em um show privado. Ele deixou claro que não, não era uma opção. Ele foi enganado no que iria desfrutar algum tempo com as ―Três Vampiras‖ antes. Que não seria negado em desfrutar da companhia de ―Uma vampira‖. Após se consultar Jenn, Eriko havia estabelecido um encontro – Sextafeira – e ela, Jenn e Sky tinham feitos compras por roupas adequadas. Se adequada pudesse ser chamado. Ela parecia uma personagem de desenho animado, o rosto revestido com maquiagem branca, os lábios desenhados em uma curva pequena e seus olhos delineados com lápis preto, com corações vermelhos reluzentes salpicados pelos cantos. Uma saia colada preta presa debaixo de uma mini-saia de cetim vermelho. Meias listradas, branca e preta até a coxa e saltos contemplando o seu figurino. ―O que você está vestindo? ― Jamie deixou escapar. ―O quê, tudo isso é fantasia de empregada doméstica francesa? ―Caramba, Jamie, onde você se meteu? ― Skye perguntou. ―Lutando por uma Irlanda livre, e então uma raça humana livre, ― ele atirou de volta. ―Você? ―Deixe-me ver o seu ingresso de novo, ― Jenn disse, cruzando até Eriko. Eriko alcançou em seu corpete e tirou um documento dobrado dizendo que o humano era um convidado VIP de Shell Ghost Shogun e deve ser mostrado como cortesia.


Skye se juntou a eles, movendo as mãos sobre a pedra de vidência, provavelmente dando o sumo de impulso. Jamie fitou ameaçadoramente. Eriko tinha que ir, mas ela tinha que ir parecendo assim? ―Isso é uma coisa boa. Ele pode saber sobre Aurora, ― Eriko lembrou a Jamie. ―Ele vai ficar no Palácio de Aurora. ―Ele pode saber que você é uma Caçadora. ― Ele apertou os dedos contra a testa e exalou lentamente. Então ele baixou as mãos para os lados e balançou a cabeça, os olhos fechados. ―É muito arriscado. ―Jamie, somos Caçadores. Tudo é arriscado. ―Eriko colocou luvas pequenas brancas aparadas com laço vermelho. ―Tudo. Jenn observava enquanto Eriko entrava na limusine que Shell Ghost Shogun enviou para ela. Eriko entrou no carro em direção a um hotel diferente a cerca de um quilômetro da Flor do Deserto. Jamie seguia em uma motocicleta. Jenn, Holgar e Skye estavam em um táxi; Taamir e Noah haviam alugado uma van preta. A separação foi ideia de Noah. Se alguma coisa acontecesse com o grupo seguindo Eriko, ela ainda teria vários olhando para ela. Eles tinham estacas e cruzes – feita facilmente por mãos. Eles esperavam comprar algumas armas, mas humanos não podiam portar armas de fogo em Las Vegas, e ninguém estava disposto a vender qualquer coisa ilegalmente para um bando de estranhos. Solicitações do Padre Juan para localizar uma Célula de Resistência foi vago. Pessoas tinham medo de resistir, ou assim parecia. Todos os seis mantinham o veículo de Eriko em sua mira. Jenn olhou para a pedra de vidência. Skye fez bem, ela podia ver Eriko dentro da limusine. Por trás da maquiagem branca de gueixa, Eriko parecia cansada. Então a limusine parou no Palácio de Aurora, e um Maldito em um terno preto ajudou-a. Ele estava acompanhado por outro. Eles acompanhavam Eriko enquanto ela entrava no edifício e entrava em um elevador especial. ―Para onde vamos? ― Eriko perguntou a um dos vampiros. ―Nós temos som? ― Jenn perguntou surpresa. Skye assentiu. ―Eu combinei duas magias de melhoria. Isso funcionou.


―Bom, ― Jenn disse apreciativamente. ―Cobertura, ― ele respondeu. ―Suíte da senhorita Aurora. Jenn prendeu a respiração. Holgar estendeu a mão e apertou a mão dela. ―Sabíamos que o Shell Ghost Shogun conhecia Aurora, ― Holgar disse. ―Eu coloquei um glamour forte em Eriko para que ela não fosse reconhecida, ― Skye a lembrou. ―Isso é bom. Ela pode tentar contato com Antonio, ― Holgar acrescentou. O telefone celular de Jenn tocou. Era Noah. ―Jenn, eu estou aqui. Estamos aqui, ― ele emendou. ―Obrigada. ―Eu tenho suas costas. ― Sua voz era baixa e firme. Na pedra de vidência a porta do elevador se abriu. Agora Eriko estava enfrentando uma porta ornamentada branca decorada com relevos de figuras gregas com presas. Isso a porta se abriu. Um cara alto, moreno e muito sexy estava parado na porta. Foi à vez de Skye ofegar. ―Estefan? ― Jenn adivinhou. Skye assentiu. Ela parecia pálida. ―Ela está com Estefan, ― Jenn disse em seu telefone celular. ―Jamie vai adorar isso, ― Noah demorou. ―Nós devemos desligar. Eles podem ser capazes de escutar. Nós poderíamos, voltar a Israel. ―Okay. ― Ela não queria que ele fosse. Depois que ela e Noah desconectaram, Jenn manteve os olhos fixos na pedra de vidência enquanto eles saíam do táxi, balançando a cabeça uma única vez para a van preta quando rolou para a estrutura de estacionamento. Ela, Holgar e Skye andavam tranquilamente junto na frente do enorme complexo, Holgar estudando o piso mais alto do edifício mais alto. Taamir e Noah apareceram. ―Hey, ssssssexy, ― uma mulher vestida com um top prateado e uma mini saia vermelha disparou para Noah, andando com ousadia para cima dele. Ela era um Maldito, seus caninos estendidos. ―Quer festa? Noah piscou para ela. ―Talvez mais tarde, baby. A vampira andou para longe. ―Por favor, entre, ― Estefan convidou Eriko.


Eriko passou através do limiar, atuando um pouco incerta e animada. Ela olhou ao redor da sala. As luzes eram suaves, e cerca de uma dúzia de figuras estavam sentadas em cadeiras. Apenas seus olhos eram visíveis, brilhando nas sombras. Uma figura falou com ela em japonês. Jenn estava bastante certa que era Shell Ghost Shogun. Eriko inclinou várias vezes, falando em japonês. Shell Ghost Shogun riu. Música tocava, estilo pop entre os japoneses, e Eriko começou a rotina. Ela esticou sua bunda e apontou para seu rosto. Ela pulava em círculos pequenos. ―Isso não é Eriko. ― Jamie disse, olhando sobre o ombro de Jenn. Ela não havia o escutado andar. Que era ruim. Caçadores tinham que estar em guarda. ―Bom. O glamour está trabalhando, ― Skye disse feliz. ―Quero dizer, dançando ao redor como um idiota. ― Sua voz estava apertada. ―Esta foi mais uma joia de uma ideia. Jenn absteve em falar que Jamie não protestou quando Skye havia se infiltrado de volta no ninho de Aurora em Nova Orleans. Ele amava Eriko, e isso estava atrapalhando. E ele odiava Antonio, e que estava atrapalhando também. Eriko terminou, o grupo aplaudiu. Ela pulou e se inclinou. Shell Ghost Shogun disse mais algumas palavras em japonês. Eriko riu e acenou com as mãos na frente do rosto. Então a música iniciou novamente. ―Você não pode fazer um feitiço para entender japonês? ―Jamie perguntou a Skye. ―Ou fazê-la cantar outra coisa? Skye balançou a cabeça. A música terminou e Jenn ouviu um estourar de uma rolha de champanhe. Uma jovem mulher com dois furos no pescoço apareceu em seu campo de visão. Ela estava usando um vestido de noite branco, e sua palidez quase correspondia ao tecido cremoso. Suas mãos tremiam enquanto ela segurava uma bandeja de copos de champanhe para Eriko. Ajude-me, ela murmurou.


Então Aurora apareceu, e Jenn e os outros se enrijeceram. ―Nós vamos matar você, puta, ― Jamie murmurou sombriamente. ―Eu gostaria que Antonio estivesse aqui para conhecê-la, ― Aurora continuou. Quando ela disse o seu nome, a garota segurando a bandeja oscilou. Eriko estendeu a mão para ajudá-la. Monstro, a garota murmurou. Ajude-me. ―Staci, nós estamos todos sedentos, e não apenas os nossos hóspedes. Staci embaralhou para longe de Eriko, estendendo a bandeja enquanto ela se movia entre as figuras sentadas. Cada um pegando uma taça de champanhe. ―Bueno, Staci. Você pode retornar ao quarto de Antonio e esperar por ele lá. ―Oh, por favor, não, ―Staci soluçou. ―Por favor, apenas me mate agora. Enquanto ele não está. ―Não, ― Jenn sussurrou, atordoada. ―Não. ―Oh, Deus, Jenn, ― Skye disse, agarrando a mão dela. Ele vai voltar, Jenn pensou, ao que ele era. Ao que ele sempre foi. Ela teria derrubado a pedra de vidência se Skye não tivesse tomado dela. Ela teria que chorar se ela pudesse ter se lembrado de como chorar. Ou como respirar. ―Talvez seja um truque, ― Holgar disse, colocando a mão para firmá-la, tanto quanto Eriko tinha firmado a garota. ―Talvez eles saibam que estamos assistindo. Eles estão dizendo isso, para nos provocar. ―Bem, eu estou sangrando de provocação. Eu digo para Eri voltar por aquela porta, nós atacamos. Pegamos Aurora agora, ― Jamie disse. ―Com o quê? ― Skye perguntou. ―Que tal Antonio? ― Taamir acrescentou. ―Devemos esperar até que ele volte. Fazer uma limpeza. Noah gentilmente superou Holgar, que cedeu seu lugar ao lado de Jenn. ―Sinto muito, ― ele disse, envolvendo sua mão em torno da sua enquanto ela segurava a pedra de vidência. ―Eu sei como é perder um companheiro de equipe. ―Nós não perdemos ninguém ainda, ― ela conseguiu dizer.


―Deveríamos ter sido mais agressivos sobre encontrar armas e pessoas, ― Jamie disse, estimulando. ―Se ele passou para o lado negro, ele contou tudo. ―Talvez ele esteja fingindo, ― Skye disse. ―Você viu os buracos no pescoço da garota? E como ela estava aterrorizada com ele? ― Taamir assegurou. ―Talvez ela seja parte do plano, ― Skye argumentou. Taamir franziu a testa com ceticismo. ―Aurora, obviamente, confia nele o suficiente para deixá-lo ir por conta própria. ―Então nós estamos supondo, ― Skye anulou. ―Talvez seja apenas um show para nós. Talvez eles saibam que estamos aqui. ― Jenn sabia que ela estava tentando suavizar o choque, e ela estava grata pela tentativa. Mas não funcionou. ―Você disse que Estefan não seria capaz de detectar sua presença, ― Jamie disse. ―Eu disse que esperava que ele não fosse capaz disso, ― Skye respondeu. ―Bem, você sabe, há talvez demais para o meu gosto. ― Ele revirou os ombros, soltando-os. ―Eu digo que é à hora de atacar. Ninguém mais falou. De algum lugar em sem cérebro girando, Jenn sabia que eles estavam esperando por ela para responder. Mas ela não podia. Antonio, pensou desesperadamente. Antonio. ―Venha aqui um momento, ― Noah disse a ela. Eles caminharam um pouco distante. Noah colocou as mãos nos ombros dela e posicionou-a para que ela o encarasse. Correndo as mãos pelos braços dela, ele pegou suas mãos. ―Eles tinham que desabafar, ― ele disse em voz baixa. ―Agora eles vão ouvila. O que você vai dizer a eles? ―Eu não posso fazer isso, ― ela sussurrou. ―Noah, você realmente não me conhece. ―Eu conheço, ― ele respondeu, apertando as mãos. ―Eu estou com você. E você pode fazer isso. ―Não... ―Eu fui uma criança com medo. Eu não tinha certeza se eu podia prosseguir quando chegasse o momento. Mas eu descobri que tinha força,


bem no fundo, mais profundo do que a maioria das pessoas tem. Você tem isso. Eu posso ver. É por isso que você está aqui. E é por isso que você meio que gosta de mim. ― Ele não sorriu. Ele quis dizer cada palavra. ―E é por isso que você tem que ir até eles e dar a palavra. Assim como você fez na Rússia.


Nós somos os Caçadores de vampiros. Nossa causa é santa. A partir da Espanha nós viemos salvar o mundo. Correndo de nós para a luz do sol, demônios do inferno! Melhor que você morra nas chamas do que por nossas mãos! Quando ela estava na gelada capela sobre os fundamentos da Universidade de Salamanca, Jenn cantava junto com os sobreviventes de sua classe – abaixo uma curta distância estava –Antonio De La Cruz. Enquanto os outros cantavam, ele orava. Abaixo de seu manto negro cerimonial, seu cabelo preto enrolado ao longo do seu queixo. Ele tinha cílios incrivelmente longos, e ele estava ajoelhado em uma almofada. Jenn havia o crucificado por dois anos. Então tinha toda a outra garota Eriko Skamoto – que era todo negócio – e Skye York, que tinha uma queda por um estudante irlandês chamado Jamie O‘Leary. Esta noite era seu exame final. Após dois anos de treinamento, um deles se tornaria o Caçador. O que seria dos outros? Ninguém tinha certeza. Padre Juan, o diretor da Academia Sagrado Coração contra os Malditos, sinalizou para eles saírem para a noite de nevoeiro. Os sinos tocavam da universidade; os vampiros estavam esperando para pegá-los, um por um. ―Dessa forma, ― Antonio disse em seu inglês com forte sotaque, enquanto Skye e Eriko acenaram para eles. Eles faziam parte de um grupo, com Skye e Eriko, Jamie o cara louco irlandês, e Holgar, da Dinamarca. Holgar era um lobisomem. Jenn ainda não podia acreditar. Um lobisomem real.


E Antonio? Ele era profundamente religioso, e ele era espanhol, e que era tudo que sabia sobre ele. Como todas as outras garotas, ela disse a si mesma que o motivo de Antonio não ter sucumbido a suas habilidades de paquerar era porque ele está estudando para ser Padre. Ela estava feliz que ele teve sua noite de volta. Ele era um grande lutador e estrategista. Seus avós se encontraram na clandestinidade, lutando por justiça. Não admira que ela achasse que ele fosse tão maravilhoso. Quando ela pensou sobre o que estava por vir, ela ficou espantada que ela chegou até aqui. Ela não era a melhor lutadora, ou a corredora mais rápida. Ela não tinha as melhores notas em sabedoria e estratégia. Ela era apenas Jenn. Mas de alguma forma ela sobreviveu quando mais de uma centena de outros não tiveram. ―Dessa forma, ― Antonio disse, assumindo a liderança. Jamie estava prestes a discutir com ele quando Holgar trotou passando. Jenn caiu para trás. Eles se moviam silenciosamente, como ninjas. ―Eu os sinto, ― Holgar murmurou. Eles retardaram. A escuridão cobriu. Nevoeiro rolou dentro. Vento soprava. Jenn começou a ficar com muito, muito medo. Era isso. A lua piscou através das camadas de neblina quando Antonio apareceu diante dela. O capuz de seu manto jogado para trás, e a luz prateada capturando os ângulos e os planos de seu rosto. Seus olhos eram profundos, seus cílios incrivelmente longos. Seu nariz era muito afilado, acima de lábios macios que ela sonhava beijar um milhão de vezes. Se ele morrer esta noite. Ela não seria capaz de suportar. Ele olhou para ela, e ela não conseguia desviar o olhar. Era como se ele estivesse conjurando uma magia nela. Ele deu um passo em sua direção. Seu coração disparou. ―Jenn, esta noite, ― ele começou. Ele ficou em silêncio. Então, ele levantou a mão em concha em seu rosto. Sua pele estava gelada, e ela estremeceu, assustada. Ele começou a retirar a mão. ―Não, ― ela disse rapidamente, e ele sorriu. Mas era um sorriso triste, de tempestade, e ele moveu suas mãos para colocar seus dedos no cabelo dela. Seu olhar varreu suas feições, como se ele fosse memorizá-las.


―Jenn, se algo acontecer hoje à noite, eu quero que você saiba o porquê... ― Ele parou, inclinando a cabeça, segurando-a em seu olhar como um hipnotizador. ―Por que eu não fiz... Agir. Foi você, Jenn, estes últimos dois anos. Você que capturou meu coração. Mas eu não podia. Sua mão escorregou de seu cabelo para seu ombro. Seu toque fez os joelhos dela oscilarem. Ela não podia acreditar que isso estava acontecendo. Aqui, agora. Antonio De La Cruz. Ele limpou a garganta. ―Eu não posso. ―Porque você está estudando para ser Padre, ― ela disse. ―Mas agora, quando nós lutarmos contra eles, você provavelmente vai entender o porquê. Eu não vou ser capaz de parar. E eu quero que você saiba que isso não muda nada sobre como me sinto. O que eu desejo que eu pudesse ser. Por você. Então Holgar uivou. ―Vamos lá, companheiros! ―Jamie gritou. ―Lobo em movimento! ―Antes de ir, ― Antonio sussurrou. Então, ele inclinou a cabeça sobre a dela, e a beijou. Sua boca estava fria, mas ela sentia quente. Formigamentos correndo até sua espinha. Seu coração estava correndo um milhão de quilômetros por minuto. ―Mi luz, ― ele disse. Seu espanhol era ruim, mas ela sabia que ele tinha acabado de chamá-la de ―minha luz. ―Mi alma. ―minha alma‖. ―Oh, Antonio, ― ela murmurou, os olhos fechados enquanto ele esfregava em seu rosto, com sua boca e nariz. ―Você sabia todo esse tempo, que eu... Como eu me senti? ―Sí. E agradeço a Deus por isso. Mas, Jenn, você precisa saber. ― Uma pausa. ―Abra seus olhos. ― E ela fez.


―Vamos trabalhar em algo, Jenn, ― Skye disse. Foi só então que Jenn percebeu que estava sentada na calçada fora do Palácio de Aurora. Ela não se lembrava de se sentar. ―Oh, Skye, ― Jenn sussurrou, seu coração quebrando. ―Skye. Jamie plantou seus pés na frente dela. ―Você não vai fazer isso. Não vai chorar, inferno! Você é nossa líder. Vamos conseguir juntos. ― Ele olhou para ela. ―Então, qual é o plano? Seu corpo tremia, na medida em que, ela olhava para eles. Holgar, Skye, Jamie, Taamir e Noah, também estavam esperando para ouvir sua grande decisão, gloriosa. Noah lhe deu um aceno rápido. E algo nela... Mudou. Ele está certo. Eu posso fazer isso. ―Nós precisamos causar o maior dano, ― ela disse com voz rouca. ―O que vai nos ajudar a vencer essa guerra. Precisamos entrar, agora. ―Gostei disso, ― Jamie disse. ―Boa garota.


É difícil de abandonar. É a lição mais difícil de aprender, independentemente de ser ou não, você é um Caçador. Nós gastamos toda a nossa vida procurando e construindo conexões – familiares, amigos, mentores, amantes – e depois, em um momento, eles podem ser tirados de nós. Estas relações podem acabar com uma vida humana, ou essas relações podem desmoronar, até que estejam como mortos para você como se essa pessoa estivesse em seu túmulo, apesar de ainda andar. Podem ser mortes de tantas maneiras, as mortes de milhares de pequenos insultos ou omissões. Você acorda um dia e percebe que a pessoa que você contava simplesmente não está lá para você. Pior ainda, você pode até não importar. Este é o verdadeiro horror. A morte física é fácil de compreender, e ninguém culpa você quando você chora. Morte intangível é tão inexplicável, e quando você percebe que perdeu, parece que o tempo para chorar já passou e você tem que esconder a sua dor de todos. Até de você mesmo. ―A partir do diário de Jenn Leitner, descoberto das cinzas


Sergio Almodóvar, o rei dos vampiros da Espanha, sentado no seu trono e sorrindo para Antonio De La Cruz enquanto ele caminhava em sua sala com um humano sem vida em seus braços. Vampiros aglomerados nas paredes, a maioria vestida no estilo de época – mulheres em vestidos de baile preto com ombreiras, e os homens em smokings. Alguns haviam se agarrado aos tempos em que foram convertidos, usando vestidos de corte refeitos – saias rodadas e perucas empoadas e casacos. Sergio tinha muitos filhos. Mas nenhum deles lhe agradava tanto como Antonio De La Cruz. O jovem de cabelos negros fez chover destruição sobre os descendentes dos homens que tinham assassinado os familiares de Aurora e planejado queimar Aurora na fogueira. Sergio tinha planejado a morte como um presente para ela, mas, infelizmente, eles tiveram uma briga de amantes e ele não tinha ideia de onde ela estava. Sergio desejava que ela pudesse ter visto Antonio em ação. Na opinião de Sergio, o garoto era um assassino nato. Antonio um Padre? Que tragédia teria sido. Como recompensa dos sete assassinatos, Sergio presenteou sete dos doze rubis requintado que seu Sire havia dado como pagamento pelos seus vários atos de serviço. Sergio teve mais do que prazer em dar essas pedras cintilantes para sua joia rara – Antonio. Sergio esta noite tinha planejado uma festa grande em honra de Antonio. E, aparentemente, seu protegido trouxe um favor partido. Intrigado, Sergio se inclinou para frente. ―Buenas tardes, Antonio, ― ele disse. ―O que você me trouxe? ―Meu senhor, ― Antonio disse, deixando cair o corpo para o chão. Quando ela caiu, uma estaca de madeira caiu de uma corda em sua cintura e tiniu na pedra. ―Um Caçador. Sergio ficou sem palavras, todo orgulhoso. ―Bravo! ― Alguém na reunião chorou. Todos começaram a aplaudir Antonio, Sergio quem tinha encontrado o Padre na floresta, orando por um


francês morrendo. Sergio de pé, braços estendidos. Mas ela estava em um de seu humor, e eles não estavam falando. E eles não se falavam durante os últimos trinta e seis anos. ―Antonio, você é um príncipe entre os vampiros, ― Sergio declarou. ―De agora em diante você é Duke Antonio De La Cruz. ―Bravo! Sergio varreu para baixo da plataforma e abraçou Antonio. Apertando as mãos de Antonio, Sergio levou o garoto ao ponto focal da sala real, não ao o trono de Sergio, mas a estátua de Orcus, com a cabeça de cabra. Sua boca estava aberta com presas, e um fogo gigantesco ardia dentro. Servos vampíricos de Sergio alimentavam as chamas. ―Orcus, eu apresento a você o meu servo, Antonio, Duque dos vampiros da Espanha. Ele é o meu melhor, meu orgulho, minha alegria. Como eu sou vinculado a você, assim é ele, e eu te dou o meu vínculo que ele irá atendê-lo fielmente. Jure fidelidade e lealdade, Duke Antonio. Para a eternidade. ―Eu juro fidelidade e lealdade, ― Antonio repetiu. ―Para eternidade. Sergio sorriu para ele, mas naquele momento uma sombra passou pelo rosto do vampiro bonito. Ele piscou, e Sergio franziu o cenho. ―Antonio? Antonio piscou novamente, e olhou ao redor, então para Sergio, como um homem que havia despertado de um torpor. Sua boca se moveu, mas ele não falou. ―Há algo errado? ― Sergio pressionou. ―Não, não, ― Antonio disse. Ele tocou na testa. ―Perdoe-me ―Então, vamos continuar, ― Sergio disse. Mas Sergio deveria ter prestado mais atenção. Naquela noite, Antonio De La Cruz deixou a corte e se juntou ao inimigo. O Sire de Sergio quase o matou, espancando-o por vergonha e humilhação. Sergio abandonou a corte. ―Vou trazê-lo de volta, ― Sergio prometeu.


São João da Cruz estava em um caixote em um quarto claro e simples, em dezembro de 1591, e todos lhe deram como morto. Ele segurava seu rosário, e fez uma oração: A alma toma o vôo, para reparar o mundo. Oh, minha alma, faça o bem desta longa jornada, para que eu possa alcançar meus verdadeiros propósitos e terminar minha vida em felicidade. Orações são como magia, movendo-se através dos éteres do tempo e espaço. Como encontra como, a necessidade encontra necessidade. Destino encontra destino. Uma oração encontrou o vampiro Antonio De La Crus. Em 1942.


Eriko cantava. Ela continuou tendo que lutar contra o seu impulso de lançarse em Aurora e tentar estacá-la agora. Mas ela seria morta antes que sua equipe chegasse. No entanto, em alguns aspectos, morrer seria preferível a cantar e fazer caretas bonitinhas para Shell Ghost Shogun. Ela sempre suspeitou que ele fosse o vampiro que converteu Yuki. E agora ele está aqui. A garota, Staci, estava servindo uma segunda rodada de bebidas, com as mãos trêmulas. O que Antonio fez com ela? E olhando para a linha dos Malditos tão atentamente, Eriko se perguntou o que eles iam fazer com ela. Ela escondeu estacas em sua parte superior e uma pequena cruz enfiada no sutiã. Não muito na maneira de defesa, e ela percebeu que não pensou o que fazer se não houvesse saída fácil. Ela riu e sorriu e desejou que ela que estava indo fazer um show no Palácio de Aurora. Em um lugar em tempo real. Dessa forma, se ela acabasse morta, a equipe poderia ao menos usá-la para sensibilizar o fato de que os vampiros não são os amantes da paz, como eles fingiam. Tantas coisas. E alguns arrependimentos: Ela se arrependeu de não ter beijado Jamie. Ela nunca beijou um garoto, e ele estava tão na dela que pareceu uma pena ela não ter tentado isso. Ela terminou de cantar e fez uma reverência elaborada, obrigando-se a sorrir e dar risadas. Os Malditos aplaudiram, e Aurora se levantou, aproximando-se dela, presas claramente visíveis. ―Maravilhoso! Muito obrigado por nos entreter esta noite. ― Aurora colocou a bochecha de Eriko em sua mão. ―Essa criança bonita, é tão


talentosa. ―Eriko não conseguia decidir se Aurora estava prestes a comê-la ou transformá-la em um animal de estimação. Eriko deslizou a mão até sua cintura, pronta para alcançar uma estaca, se necessário. Mate ela agora! Sua voz interior insistiu. Você nunca terá uma chance maior. Uma explosão sacudiu o edifício, e Aurora se virou rapidamente. ―O que foi isso? ― A vampira exigiu. Eriko sorriu. Ela sabia exatamente o que era. Era Jamie, vindo resgatá-la.


Eles se reuniram na capela da Universidade: Estudantes, professores, sacerdotes. Padre Juan se levantou à frente e examinou suas classes. Eles lutaram uma boa luta, tinham guardado a fé. Mas agora era hora de tomar decisões difíceis. Diego estava ao lado dele, oferecendo apoio. Ele respirou fundo e começou. ―Eu chamei todos vocês hoje aqui, porque é hora de vocês saberem o que está acontecendo, e cada um de vocês deve decidir seu futuro. Houve murmuração como pessoas se deslocando em seus assentos e olhando para outros. ―A igreja tem uma paz negociada com os vampiros. Eles ordenaram para nós abandonar as atividades de treinamentos dos Caçadores e fecharmos as nossas portas. Suspiros e coros de ―não‖ ecoou pela sala. Ele ergueu a mão para silenciá-los. ―Eu não sinto que esta é a coisa certa a fazer. Decidi, portanto, manter a escola aberta, desafiando as ordens de Roma. ―Aplausos espontâneos e aplausos eclodiram. Padre Juan, em seguida, mais uma vez levantou a mão para trazer a ordem. ―Aqueles professores que ficam podem continuar treinando quem quiser aprender. Mas, por favor, todos vocês, estejam ciente de que qualquer católico que permanecer terá o risco de excomunhão. E o governo poderá enviar tropas para nos força a sair. Estamos completamente sozinhos, sem ajuda ou ajuda virá de qualquer parte. Esta escola vai ficar contra as forças das trevas até o fim – esperamos até o final desta terrível guerra. Todos vocês foram treinados e ensinados do que há de melhor. Vocês estão agora numa encruzilhada. Qualquer pessoa que queira deixar este lugar deve fazer isso dentro das próximas vinte e quatro horas. Nenhum


ressentimento será guardado. Aqueles que vão fazer isso as minhas bênçãos. Aqueles que permanecem fazendo isso á minha gratidão. Agora, todos devem se retirar para os seus quartos durante o resto do dia para pensar, orar, meditar e decidir o seu caminho. Obrigado. Padre Juan desceu do palco e saiu por uma porta lateral. Ele foi para seu escritório, seguido por Diego, que caminhou ao lado dele. Depois de alguns minutos de silêncio Padre Juan finalmente se virou para o Bispo. ―Quantos, você acha que irão ficar? Diego deu de ombros. ―Acho que a maioria dos alunos vai ficar. Eles estão comprometidos com o que defendemos. ―E o que dizer dos professores, os sacerdotes? Os olhos de Diego nublaram. ―Isso é uma questão muito diferente. Muitos dos professores têm famílias para cuidar. Excomunhão é uma terrível ameaça para os sacerdotes. Para ser cortado espiritualmente pelo Papa é um castigo terrível. Juan de um suspiro. ―Eu sei. É por isso que eu acho que você deve ir. Diego começou, com os olhos piscando com raiva. ―Você me acha um covarde? Juan colocou a mão no ombro do homem. ―Ninguém que passou algum tempo com você jamais poderia pensar assim. Mas você tem servido a causa, e eu acho que você pode continuar fazer isso em Roma. Eu preciso saber o que eles estão planejando. ―Eu posso fazer isso, ― Diego disse. ―Eu vou fazer isso. Mas os estudantes... ―Vou velar por aqueles que permaneceram. Eu não posso ver o que está acontecendo fora destas paredes, no entanto. ―Se eu sair, isso vai ser o impulso para os outros sacerdotes irem também. ―Eu sei. E isso me dói, mas se eu tenho que continuar sozinho, eu vou. ―Você não tem que me proteger, ― Diego disse teimosamente. Padre Juan riu da ideia. ―Eu sei, meu amigo, mas enviando você à cova dos leões, eu temo que esteja colocando você em perigo muito maior do que se você ficar.


Eles ficaram frente a frente, possivelmente pela última vez. Padre Juan viu que Diego lutava com suas emoções quase o dominando. Finalmente o Bispo estendeu a mão, e Juan apertou-a. ―Eu vou sair no final do horário estipulado, ― Diego disse. ―Eu não vou tomar minha decisão agora, de modo a não influenciar os outros que estão fazendo suas próprias escolhas. ―Aprovado, ― Juan disse. Os dois se abraçaram. Em seguida, Diego correu pelo corredor, e Juan o assistiu ir. Mandando-o embora era a coisa certa a fazer, mas seria mais difícil de enfrentar as lutas diárias sem o seu companheirismo e sabedoria. Padre Juan olhou para a porta fechada de seu escritório e não queria ir para dentro. Depois de pensar um momento, ele se afastou. Hora de fazer outra visita a Heather, para lembrar a si mesmo o que todos eles estavam lutando por – e contra. Diante de sua cela, ele a encontrou encolhida em um canto, chorando baixinho. ―Heather, ― ele chamou suavemente. ―O que você quer? ― Ela gritou de volta. ―Falar, ― ele disse, puxando uma cadeira, mantendo-a a vários metros da cela. ―Eu não quero falar. Eu quero matar você. ―Por quê? ―Por que. ―Por quê? Ela riu, um som oco, zombando que fez seu cabelo arrepiar. ―Porque você é comida, e eu estou com fome. ―Você não precisa matar para comer. Antonio não faz. Heather riu, meio que soluçando. ―Jenn nunca me disse que seu namorado era um precioso Maldito. ―Eu imagino que ela não contou. ―Por quê? ― Heather gritou e atirou-se nas barras. Padre Juan não respondeu.


―Vou lhe dizer por quê. Porque ela é uma hipócrita! Ela era a minha heroína, salvando o mundo dos vampiros. Ela não me salvou! E você sabe o quê? Eu vou matá-la por isso, ― Heather assobiou. Não havia raciocínio com ela; Padre Juan podia ver isso. Ela não estava programada para comer durante várias horas, então depois de estar com ela mais alguns minutos ele se levantou e saiu. Ele caminhou, vagando pelas salas de aula e corredores abaixo. Jenn ia ficar arrasada quando ela voltasse e descobrisse que Heather tinha encontrado sua voz, mas que tudo o que ela poderia fazer com isso era expressar seu ódio para ela. Antonio, como você supera o que você é? Ele se perguntou. Pensou nas garras de Aurora, e seu estômago se revirou. Ele orou para que a equipe o encontrasse e o salvasse. Eles precisavam, porque em seu coração ele não achava que eles pudessem salvar Heather. Fora dos dormitórios dos estudantes, andando, Padre Juan levantou o rosto para o sol sentindo o calor o inundar. Quando ele adorava a Deusa, ele abraçava a lua. Seu trabalho atual o mantinha durante a noite. Às vezes, ele esquecia os poderes curativos do sol. Ele respirou profundamente o ar dourado, desejando que pudesse beber a luz e iluminar a escuridão, curvas sombreadas de sua própria mente e coração. Com os olhos fechados, ele percebeu vozes conversando calmamente. Ele seguiu o som até que encontrou um banco debaixo de uma árvore e viu que duas alunas, Maria e Marta, quinze anos de idade, as gêmeas da Argentina, estavam sentadas juntas, se abraçando e chorando. Elas não viram Padre Juan, e ele permaneceu por um momento. ―Eles podem nos excomungar, ― Maria disse. ―Mas Padre Juan é um sacerdote. Ele pode nos absolver, ― Marta respondeu. ―Não se excomungá-lo também. Então ele não é mais um Padre de verdade. ― Maria falou. ―Algumas coisas valem à pena lutar. E se sobrevivermos, se vencermos, com certeza seremos perdoados, ― Marta respondeu. ―Eu vou embora. Por favor, venha comigo, ― Maria disse.


―Eu não posso ir, ― Marta respondeu. As duas garotas se abraçaram, e o coração de Juan rompeu com elas. Que era o inferno desta guerra, a forma como as famílias partia em pedaços. E agora as ações da igreja estavam fazendo o mesmo. Raiva queimava em seu peito, e ele lutou para manter o controle de si mesmo. Finalmente, ele avançou, assustando as garotas. Ele caiu de joelhos ao lado delas e abraçou as duas. Elas agarraram a ele e entre si e choraram quando ele orou por ambos, por suas almas e por suas vidas. Ele ficou com elas por quase meia hora. Em seguida, voltou para o seu escritório, ainda não inteiramente preparado para lidar com as consequências daquela declaração. Quando ele se aproximava da porta, seu coração caiu um pouco quando viu alguém esperando por ele. Mestre Molina estava com, a mochila na mão, e Padre Juan não ficou surpreso. Seu especialista em artes macias também era um membro do exército espanhol. Caso Mestre Molina não saísse, ele iria desobedecer às ordens. ―Eu entendo, mas eu estou muito triste por perder você, ― Juan disse, estendendo a mão para apertar o outro homem no ombro. O guerreiro balançou a cabeça. ―Você não me perdeu. Eu acho que nós precisamos consolidar nossas forças, estamos muito distante também, vulneráveis a ataques. Padre Juan inclinou a cabeça para o lado. ―O que você está dizendo? ―Eu acho que nós precisamos mover os professores, caçadores e sacerdotes para o dormitório estudantil de modo que fiquemos todos juntos. Padre Juan sentiu uma onda de emoção quase vencê-lo, e ele piscou para conter as lágrimas de gratidão. ―Obrigado, meu amigo. E você é, como sempre, claro. Mestre Molina concordou. ―Eu estou indo encontrar uma sala vazia. Padre Juan assentiu. ―Eu terei os outros que estão ficando e fazendo o mesmo. Mestre Molina concordou e virou para ir embora. Era um milagre, nada menos, que permitiria que Molina atendesse uma chamada que o colasse em desacordo com tudo o que ele acreditava. Ele orou por vários milagres que


eles ainda precisavam. Eles precisam deles para ter alguma chance de sobrevivĂŞncia.


Noah teve que admitir que o conhecimento de Jamie sobre bebidas alcoólicas se suas inflamabilidade era impressionante. Eles conseguiram estourar o vidro de todas as janelas no piso imediatamente abaixo do que estava Eriko com os Malditos. Pelo menos dois guardas vampiros foram apanhados na explosão e viraram cinzas. A prostituta vampira que Noah tinha convencido a levá-los lá em cima conseguiu uma estaca no coração de seus problemas. Jenn levou a carga até a escada, e Noah seguiu sobre os calcanhares, orgulhosa de si mesma por puxar-los juntos. Os sete caçadores entraram na sala que tinham visto na pedra de vidência. A camisa de Eriko pendia em farrapos, e ela dirigiu uma estaca em Shell Ghost Shogun, que se desintegrou bem no momento do impacto. A garota de bebidas, Stacy, gritava em um canto. Noah se virou para o vampiro à sua direita. O caçador sorriu, saboreando a ironia. Noah se encontrou enfrentando um vampiro enorme, provavelmente um guarda-costas. Pelo canto do olho, ele viu a líder dos vampiros, Aurora, andando para direita através de todo o caos e saindo pela porta da frente.


Antonio ouviu uma luta quando ele voltou de sua caçada. O elevador estava fora de ordem, e ele subiu as escadas, praticamente voando acima delas e entrou com tal rapidez. Por fim, ele pôs os pés na sala pública de Aurora, apenas para encontrar os vampiros lutando com os humanos. Ele franziu a testa, não vendo Aurora. Havia algo que ele queria, precisava dizer a ela, mas ele não conseguia se lembrar o que era. Ele pensou em se juntar a luta, mas não havia ninguém lá que ele quisesse proteger ou matar. Os vampiros podem cuidar de si, e se não, eles merecem morrer por serem fracos. Ele se virou e saiu, para procurar Aurora. Ele ouviu alguém chamar seu nome, mas não era ela, então ele não se virou. Sua orelha esquerda estava começando a coçar. Antonio chegou até tocála, e algo sussurrou quando seu dedo escovou o brinco de cruz. Muito rápido, ele se obrigou a arrancar o brinco repleto de rubi e soltá-lo na escada. A coceira parou. Ele voltou para o ar do deserto. Que cheirava a suor humano, medo, luxúria, perfumes e exaustão entrelaçados com areia do deserto no calor da noite seca. Antonio olhou para cima e para baixo para uma boate de strip, apertando os olhos contra todas as luzes. Onde ela estaria? Se ela estava caçando, talvez ela tivesse ido a algum lugar mais calmo, com menos distrações para se alimentar. Ele fez o seu caminho pelas diversas ruas colocando distâncias entre ele a boate de strip, até que finalmente as luzes e ruídos assumiram um caráter mais razoável. Os perfumes também eram diferentes, mais sutis e ainda assim mais rico. Ele parou e inclinou a cabeça. Antonio podia sentir o cheiro de uma mistura de incenso, o fumo da vela e algo intangível. Ele seguiu o cheiro por quase um quarteirão até que encontrou um pequeno edifício de paredes brancas. Em


uma cidade conhecida por sua extravagância ostensiva, o edifício era austero em contraste, com apenas uma única janela de vidro colorido visível da rua. Que tinha um cartaz que dizia PECADORES BEM VINDOS. Um convite, se alguma vez houve um. Antonio sorriu e entrou. Ele contou trinta corações batendo, pessoas reunidas, orando. Ele reconheceu as palavras de uma novena católica. Aparentemente, a sua preocupação especial era para cidade em si. Ele sorriu quando ele ouviu seus murmúrios patéticos. Um casal de idosos segurava um bebê na frente do pequeno santuário, diante de um Padre em um casulo e estola. O trio trocou algumas palavras sussurradas, que Antonio podia ouvir de onde ele estava. Eles eram os avós, apresentando seu neto para o batismo, na esperança de que a menina iria ajudar a trazer uma nova esperança para a cidade. Eles não poderiam estar mais errados. No banco da igreja para trás uma jovem mulher se sentou. Os braços em torno de si mesma, balançando para frente e para trás. Ela estava vestida com uma saia curta e uma túnica de pirata, aparentemente funcionava fora em um dos cassinos. Antonio a matou antes que ela soubesse que ele estava lá. Ele colocou seu corpo flácido para baixo no banco e limpou o sangue de seus lábios. Ninguém sequer se virou, então a intenção deles estavam em suas orações. Era fantástico. Ele matou mais três, em silêncio. Depois ficou mais complicado. O povo o viu, e gritaram. ―Maldito! ― Eles se espalharam, correndo, gritando. Ele pegou um adolescente quando ele estava na metade da porta para a liberdade. O casal de idosos morreu defendendo o seu neto. Antonio abateu todos, e o padre seria o próximo. O homem morreu com o nome de seu Deus em seus lábios e as presas de Antonio em seu pescoço. Que deixou o melhor para o final. Antonio pegou a criança berrando e sorriu para ela, imaginando como seria o seu gosto. Ele mostrou as presas. Seus pequenos punhos cerraram, e ela soltou um gemido alto. Ele ficou encantado. Ela cheirava limpa e fresca. Uma delícia, como sobremesa.


Então, algo caiu no chão atrás do altar. Ele pulou, assustado. Era um crucifixo. Por que não havia o incomodado? Simplesmente porque ele não tinha notado isso? Primeiro, ele desviou os olhos, mas então ele olhou para isso. Ele não conseguia parar de olhar para a coroa de espinhos, os olhos tristes de Jesus, as madeiras marrom lisa, o fascinava e repelia. Gritos externos chegaram aos seus ouvidos. Ele colocou o bebê no chão e girou para enfrentar a parte de trás da igreja. Humanos irromperam pela porta, estacas e cruzes impulsionando antes deles, incrustando o leão no seu covil. Ele deve ter perdido um paroquiano, que havia corrido para fora e pedido ajuda. Doía olhar para as cruzes, mas ele não conseguia desviar o olhar com os humanos correndo para ele. Um homem tatuado com uma cabeça quase raspada liderava a corrida. Caçadores, pensou, a julgar pela maneira, organizada que eles avançavam. Assassinos treinados. Antonio esperou pelo caçador tatuado chegar nele. Então no último momento, Antonio deu um passo para o lado e serpenteou para fora seu braço, agarrando o homem ao redor do pescoço. Houve um grito estrangulado seguido de chutes, mas Antonio sabia cada movimento, cada tática, e ele facilmente subjugou sua presa. O sangue tinha gosto de fumaça, e metal. Fez Antonio tremer com prazer. Ele se alimentou rapidamente. Mas algo o apunhalou e liberou o homem, o sangue estava fluindo das feridas gêmeas no pescoço do tatuado. Antonio se virou para ver uma garota japonesa em pé, saia com sangue endurecido, seu rosto contorcido em fúria. Ele torceu o braço para trás, arrancando a estaca que havia colocado em suas costas, quase acertando o seu coração, e conduziu através do ombro dela. Ela rosnou. Não foi um golpe mortífero. Então girou simplesmente para ver um homem alto e louro bater nele, e os dois caíram ao chão. Antonio mordeu o homem no braço. O homem rolou por um momento para recuperar uma estaca no chão e Antonio ficou em pé. Ele estava ficando entediado.


Havia muitos deles para matar rapidamente, especialmente em uma igreja, que lhes oferecia tantas armas – agora que ele olhou para o crucifixo caído, ele se encolheu. Ele sorriu para a garota ruiva que parecia estar no comando. Ela parecia muito, muito familiar para ele. Ele soprou-lhe um beijo e sorriu quando seus olhos se ampliaram. Então ele correu para fora da porta lateral, correndo para noite. Ar fresco beijou seu rosto, e ele continuou correndo, aproveitando a velocidade e rindo ao som de seus passos. Se eles fossem idiotas, eles enviariam alguns para ser mortos rapidamente, deixando o resto muito vulnerável. Ele estava levemente desapontado quando os sons da perseguição desapareceram, mas ele não considerou voltar para lutar. A noite estava chamando. À noite, e o horizonte. Ele queria matar pessoas orando. Isso era tão agradável, experimentar mais de alguma forma, mais saborosos, as poucas ovelhas abatidas. Ele franziu o cenho. Onde ele encontraria um número suficiente deles para satisfazer suas necessidades? Utah. Utah era o estado mais próximo, e ele não ouviu falar que Utah era um país Mórmon? Delicioso. Mais inocente. Aurora entenderia. Ele voltaria em breve, assim que ele descobrisse isso. *** Jenn caiu de joelhos ao lado de Jamie ao mesmo tempo em que Holgar, Noah e Taamir foram atrás de Antonio. Skye já tinha puxado a estaca do ombro de Eriko e estava fazendo o que podia pelo seu ombro. ―Você está bem? ― Ela perguntou a Jamie, tentando bloquear a imagem de Antonio soprando um beijo para ela. ―Não, ― ele disse, olhando para ela, os olhos arregalados e o rosto pálido. Ela ficou surpresa. Este não era Jamie. Onde estava à grosseria, os


palavrões, as acusações? Ele estava seriamente ferido. Quanto sangue Antonio havia tomado? Quanta perda de sangue um homem pode sobreviver? ―Skye! Precisamos levar Jamie a um hospital, ele precisa de transfusão de sangue, ― Jenn disse, tentando manter o pânico de sua voz. Skye se virou, ainda trabalhando em Eriko. ―Não há nenhuma maneira de fazermos isso sem ser pegos. ―Tem que haver uma maneira, ― Jenn disse, lutando para manter sua voz, mesmo apesar do fato de que Jamie estava caindo de volta para o chão. Ela se contorceu para que ela pudesse colocar a cabeça de Jamie no colo, e algo arranhou sua coxa através do seu bolso. O brinco de rubi de Antonio. Ela tinha encontrado na escada do hotel e o recuperou. Jamie, Eriko e agora ela haviam sangrado por Antonio. Não mais. Ela tinha visto os seus brilhantes olhos vermelhos. O solene, cauteloso cara que ela conhecia se foi, e um monstro ocupou o seu lugar. Sem esperança. Seu coração despedaçado. ―Jamie, incline, ― ela ordenou. Jamie tentou formular um sim com a cabeça, mas mesmo esse esforço parecia demais para ele. ―Temos que sair daqui, ― Eriko disse, fazendo careta. ―Aurora nos viu. O aeroporto não é uma opção. ―Há apenas uma estrada que sai deste lugar; aquela que você nos disse, ― Skye lembrou a Jenn. ―Então nós vamos encontrar um caminho através do deserto, ― Jenn disse, definindo sua mandíbula. ―Primeiro temos que buscar ajudar para Jamie. E então temos que... Temos que matar Antonio. ― Ela tomou uma respiração profunda, longa. ―Nós podemos deixar Vegas, até que seja feito. Oh, Deus, por favor, não. Seu estômago embrulhou, e a sala começou a girar. Tentou ignorar o fato de que o pulso de Jamie parecia estar diminuindo. ―Na verdade, eu acho que temos que deixar Vegas para conseguir esse feito, ― Skye disse. ―O que você quer dizer? ― Jenn perguntou. Ela hesitou. ―Penso, mesmo antes de sair, ele estava pensando em Utah.


Jenn olhou para ela. ―Como você sabe? ―Eu não tenho certeza. Eu apenas o ouvi na minha cabeça. ― Skye começou a chorar. ―Ele não poderia ter feito isso. Eu o conheço. Ele não é um assassino. Isto não é ele, Jenn. A garganta de Jenn apertou, mas ela não respondeu. Conforme Skye chorava, ela apertou a mão à testa de Eriko e murmurou um encantamento. Então ela se levantou e sentou ao lado de Jamie. Ela chorou mais duramente quando ela começou a trabalhar suas magias. ―Ele precisa de sangue, ― Skye sussurrou, se empalidecendo. ―Eu sou uma doadora universal, ― Jenn disse. ―Se nós apenas encontrarmos em algum lugar, alguém que tenha o equipamento, eu poderia doar meu sangue. ―Nós podemos ajudar com isso, ― disse uma voz esguia na porta. Lá na entrada estava Greg, o homem do funeral do seu avô, ladeado por dois outros homens ostentados nos mesmos ternos e idênticas cruzes negras de Jerusalém. Greg passou por cima de meia dúzia de corpos enquanto caminhava na sua direção, mas ele não olhou para baixo em uma única vez. Ele se inclinou e deu uma boa olhada em Jamie, em seguida, fez sinal aos outros dois homens. Sem dizer nada, eles gentilmente pegaram Jamie. ―Ei, espere um minuto, ― Jenn disse, indo atrás deles. Greg andava em sua forma constante. ―Podemos salvar a vida dele. Nós o faremos. ―Onde você vai levá-lo? ― Ela exigiu. Seus óculos escuros refletindo a sua aflição, seu rosto manchado de sangue. Ela não podia ver os olhos dele, não conseguia ler sua expressão neutra. Ela marcou um olhar por ele até a porta. ―Não só ele, você também, ― Greg respondeu. ―Ele ainda precisa de um doador. Jenn se levantou e virou para olhar para Skye, que estava segurando suas mãos em frente de si mesma, os dedos abertos, muito concentrada. Ela deu a Skye um rápido, aceno acentuado. ―Vá, ― Skye disse. ―Eu sinto vibrações. Acho que eles são amigos. ―Bem, certamente não somos inimigos, ― Greg respondeu.


E Jamie não tinha tempo para eles discutirem o assunto. ―Skye, vem? ― Jenn perguntou. Skye balançou a cabeça. ―Vou esperar pelos outros. Eles podem voltar aqui. ―Nós nos veremos amanhã. Nove horas da manhã, um quilômetro do posto da fronteira norte, entendeu? Greg perguntou a Skye. ―Você sabe onde é? Skye assentiu, mordendo o lábio enquanto mais lágrimas escorriam pelo seu rosto. Ela era tão jovem. Apenas dezesseis anos. No mundo em que Jenn sabia, ela queria desesperadamente ir com Jamie, talvez pudesse ser melhor, para que ela pudesse continuar trabalhando suas magias sobre ele. ―Você quer trocar de lugar? ― Jenn ofereceu. Skye balançou a cabeça. ―Eu não sou uma doadora universal. ―Além disso, ― Greg disse, ―é você, senhorita Leitner, a quem nós precisamos falar, ― Jenn assentiu e, se virou, saiu da igreja passando por eles, e não olhando para os corpos também.


Era hora de dizer adeus. Padre Juan abraçou Diego com força, orando silenciosamente por sua segurança. O Bispo se afastou por último, enxugando seus olhos. Suas malas estavam ao lado dele. Ele estendeu um pedaço de papel para Juan com uma lista de nomes. ―Noventa alunos optaram por ficar. Aqueles que optaram por ir já foram. ―E os instrutores? ―Apenas Mestre Molina e dois policiais militares espanhóis. Juan balançou a cabeça. ―É demais esperar que eles iriam contra seu governo e sua igreja. Diego concordou. ―Os três instrutores civis estão hospedados. ―Todos eles? ― Juan perguntou, espantado. ―Sim. ―Isso é uma bênção inesperada. ―Um está extremamente necessitado e o outro com medo, ― Diego disse severamente. ―Juan não queria fazer a pergunta final. ―Os sacerdotes? ―Partiram. ―Todos eles? Diego assentiu tristemente. ―Eu posso ficar, ― arriscou. ―Não, eu ainda preciso de você lá fora, olhando por nós. ―Eu vou fazer tudo que posso. ―Faça tudo no poder de Deus e então estaremos bem, ― Juan disse, tentando sorrir. ―Eu sei que algumas pessoas não vêem isso, mas você está fazendo o trabalho de Deus. Ele vai cuidar de você. Ele sempre fez. Ele não vai deixar você morrer, até você terminar com o seu trabalho aqui.


Juan riu amargamente. Diego falou palavras verdadeiras que ele sabia. Diego continuou. ―Eu não acredito que o Papa sabe o que está acontecendo aqui. Eu não posso acreditar que ele está tolerando tudo isso. Eu acho que a aliança, o fechamento da academia, tudo está sendo orquestrado por outros. Como já aconteceu antes, em outras guerras. ―Se isso for verdade, então reforça a necessidade para você ir. Talvez você possa chegar a Sua Santidade e dizer a ele o que está acontecendo, ― Juan disse. ―Faça-o ver que precisamos de seu apoio. ―Vou tentar. Até então, adeus, meu velho amigo. ― Juan assistiu Diego dirigir o carro fora de vista e, em seguida, se virou e entrou na capela, a necessidade de orar e estar por ele mesmo. Mas uma figura solitária estava ajoelhada na frente do altar, aparentemente tendo a mesma necessidade. Juan se aproximou lentamente, não querendo interromper, mas atraído para ver quem era e se precisava dele para rezar junto. Ele ficou surpreso quando viu que era um dos sacerdotes mais jovens, um jovem italiano com cabelo escuro e não ao contrário de Antonio. Seus ombros estavam curvados, e ele segurava seu colarinho clerical em suas mãos. ―Padre Giovanni, ― Padre Juan disse. ―Eu pensei que você tivesse ido embora. Padre Giovanni olhou para ele. ―Eu fui embora. ―E? O Padre tentou rir. ―Eu voltei. ―Eu estou feliz, ― Juan disse, ajoelhando ao lado dele. ―Eu apenas não estou certo porque você fez. Padre Giovanni olhou para Padre Juan com um olhar estranho e distante em seu rosto. ―Eu – eu tive uma visão. Deus me disse que eu seria necessário aqui. Que eu tinha um propósito. ― Ele respirou. ―Acho que vou morrer aqui. Juan olhou para o Padre em alarme. ―Você tem certeza? ―Tão certo como se pode estar quando se está tendo uma visão. ― Padre Giovanni respondeu, ―pela primeira vez na minha vida. ―Por isso você voltou?


Padre Giovanni olhou para o crucifixo próximo na parede. ―Deus me disse que ele precisava de mim, mas que era a minha escolha. ―Para morrer a serviço de Deus é a melhor morte que alguém pode ter, ― Juan assegurou-lhe, não tendo certeza o que mais ele poderia dizer. ―E todos nós morremos. Padre Giovanni concordou e então ofereceu o seu colarinho para Juan. ―Eu sou excomungado, então, Padre. Juan balançou a cabeça. ―Roma cometeu um erro. Você usa isso com orgulho. Você está servindo a Deus. Você é um Padre. Os estudantes fiéis precisam vê-lo usando o seu colarinho, saber que você ainda tem fé. Isso dará a eles coragem. Padre Giovanni concordou. A raiva subiu novamente em Juan. O povo de Deus estava morrendo para o que era certo, e eles estavam sendo ameaçados por isso pelas próprias pessoas que deveriam estar apoiando e os canonizando. Por que tem que ser sempre dessa maneira? Ele ouviu um passo na parte de trás da capela, e rapidamente Mestre Molina estava ajoelhado ao lado deles, inclinando a cabeça em oração. Em seguida, os outros três instrutores entraram e se juntaram a eles. Tão poucos deles ficaram para cuidar dos noventa alunos. Ele ouviu vários passos então os alunos vieram e se juntaram a eles, reunindo em torno dos professores em vez de sentar nos bancos da igreja como normalmente fariam. Juan fechou os olhos. Eu não estou sozinho. Não estamos sozinhos.


LIVRO TRÊS Seeker

Sobre o meu peito florido, Mantido integralmente por si só, Lá ele ficou dormindo, e eu o acariciava, e o abanar dos cedros fez uma brisa. ―St. João da Cruz Do século XVI Salamanca

mística

de


Você acha que nós não estávamos lá? Você acha que nós não nos importamos? Nós vimos todas as lágrimas que você chorou Caçador, cada respiração que você suspirou Nós queremos habitar o seu coração Sempre juntos, jamais por parte E quando você provar a nossa sede eterna Você vai sentir como nós somos amaldiçoados.


Jenn se sentou na parte de trás da van perto de uma janela com os braços cruzados sobre o peito, dividindo sua atenção entre Greg, que estava sentado em frente a ela, e Jamie, que estava inconsciente no chão do veiculo. ―Quem é você? ― Ela perguntou por fim. Greg lhe deu um fantasma de um sorriso. ―Nós somos os mocinhos. Um minuto depois, a van estacionou, e Greg abriu a porta. Eles estavam em uma garagem. Onde, ela não tinha certeza, mas não poderia ter sido muito longe da igreja. Os dois homens com as cruzes negras que estavam com Greg estavam fora da van carregando Jamie e próximos a um elevador. Jenn seguiu Greg. Eles saíram em uma suíte na cobertura, e Jenn ficou maravilhada com a vista da cidade com todas as luzes brilhando. Um homem de camiseta preta, que também estava usando uma cruz de Jerusalém com uma corrente em volta do pescoço, acenou para os homens levar Jamie para uma mesa de jantar, e o colocar nela. ―Não se preocupe, ele é um médico, ― Greg disse. Enquanto o homem começou a configurar a IV para a transfusão, Jenn percebeu que ela estava há muito tempo tão estressada e cansada que ela tinha passado além de preocupada. Afundando na cadeira, ela considerou seriamente o que aconteceria se Jamie e suas posições fossem invertidas. A morte seria uma bênção, uma libertação do medo e do conflito. Houve um momento em que Jenn apenas lutou para se lembrar por que ela estava lutando em vez de desistir, aceitar o mundo do jeito que era, e tentando sobreviver nele até que alguém a reconhecesse como uma ex-caçadora e a matasse.


Ela sacudiu a cabeça. Era o esgotamento e o horror sobre o que Antonio estava fazendo. Ela precisava colocar esses pensamentos para fora de sua mente. Ela não desejava assistir o trabalho médico, então ela se virou para Greg e limpou sua garganta. ―Agora, me diga exatamente quem você é e o que vem acontecendo, ― ela disse. Ele puxou uma cadeira e se sentou. ―Nós somos parte de uma organização das sombras trabalhando no interior do governo dos Estados Unidos. Nós nunca desistimos de ganhar esta guerra. Nós estamos trabalhando para criar uma arma que irá mudar o equilíbrio do poder. ―Como a doença que o cientista estava trabalhando em Madrid? ― Jenn foi aos Estados Unidos, quando sua equipe fora enviada para ajudar e proteger Dr. Sherman e tinha falhado. Ela disse, no entanto, que, depois que o cientista foi transformado em um vampiro, comandos usando cruzes negras de Jerusalém tinha o agarrado por debaixo do nariz de ambos – Malditos e a equipe Salamanca. ―Exatamente como isso, ― Greg disse. ―E... Você estava na Rússia? Ele fez uma careta. ―Medo que um de vocês caísse fora. Nós não conseguimos Dantalion ou seus dados. Tudo sumiu. ―Nós estávamos indo bem, ― ela disse. ―Poderíamos ter feito isso. Você estava no nosso caminho. ―Ele balançou a cabeça. ―Então, teria sido a sua equipe a ficar em pedacinhos ao invés da nossa. Ela fechou os olhos. ―Jamie ouviu alguém falar com Dantalion em inglês. Um americano, ele disse: De Solomon. Para Dantalion. ―O quê? ―Disse sobre Aurora. E nós. Ele disse que Eriko estava morta. Greg se inclinou para frente. ―Será que Jamie o descreveria? ― Ele olhou para o caçador caído como se quisesse o acordar. ―O homem estava usando uma máscara de gás e camuflagem branca, ― ela disse.


―Isso não ajuda muito. Mas não é nenhuma surpresa para nós que ele e Solomon estavam trabalhando juntos. Solomon tem metade do mundo trabalhando para ele. ―Você deveria ter nos dito que você estava lá. E o que você estava fazendo. ―Desculpe. Não podemos nos mover tão livremente quando você pode. Este encontro não é exatamente sancionado, ― ele disse, ―e que lhe está dizendo mais do que devia. Ela suspirou. ―Apenas a nossa sorte por vocês terem aliados fracotes. ―Nós vamos ganhar esta guerra, ― Greg disse. ―Nós só precisamos de tempo. ―Nós deveríamos voltar. Uma cadeira confortável foi trazida e Jenn se sentou cautelosamente, sem tirar os olhos de Greg enquanto o médico envolveu um toniquete em torno de seu braço e tocou uma veia em seu antebraço. O rosto de Greg estava sério. ―Eu tenho medo que seja verdade, ― Greg disse. ―Aqui vamos nós, ― o médico disse. Jenn estremeceu quando a agulha entrou. ―Por que não se junta a nós? Você poderia nos ajudar nessa forma como você faz? ― Ela lhe perguntou. Ele balançou a cabeça. ―Nós não estamos prontos para sermos exposto assim. A melhor coisa que você está fazendo por essa guerra é atuar como inspiração para aqueles convocados. E manter os Malditos distraídos, então eles olham o seu caminho ao invés do nosso. ―Somos iscas? ― Ela perguntou com raiva. Suas vidas valiam mais do que isso. Sua expressão nunca vacilou. ―Sim e não. Você é uma força poderosa a ser considerada, e com o tempo eu acho que todos vocês irão descobrir isso. Mas a palavra sobre é se locomover. Você também pode se tornar um rosto público para este conflito. ―Você está indo muito bem, ― o médico disse a ela. Jenn nunca havia pensado nisso dessa forma antes, mas quando suas pálpebras cederam, ela conseguiu se lembrar da excitação de volta a


Salamanca, quando ela andava pelos alunos. Eles olhavam para ela e para os outros, precisando deles, e aspiravam serem eles. E logo os alunos provavelmente substituíam os Caçadores de Salamanca. Ela virou a cabeça para que pudesse olhar para Jamie. O ritmo de terem sofrido ferimentos, era apenas uma questão de tempo antes que todos eles fossem mortos. ―Devemos ao menos ter uma maneira de entrar em contato com você, ― ela insistiu. ―É muito perigoso. Eventos de hoje à noite foi apenas um destaque. Não se preocupe, porém. Estamos sempre mantendo um controle rígido sobre a Equipe de Salamanca. E nós não somos os únicos. ―O que você quer dizer? ― Ela perguntou, começando a se sentir um pouco tonta. Seu rosto esticado e embaçado na frente dela. ―Você vai encontrar a resposta para isso, no tempo. Greg não contou mais nada para Jenn, e ela dormiu ajustada totalmente em um sofá, preocupada com Jamie e Antonio, lutando para conciliar o monstro que ela tinha visto naquela igreja com o cara que a beijou ternamente. Que manteve um olha sobre ela durando dois anos de treinamento. Ela pensou em algo que seu avô costumava dizer. “Engane-me uma vez, vergonha para você. Engane-me duas vezes, vergonha para mim.” Antonio tinha a enganado todo esse tempo? Padre Juan deu a Eriko o elixir, então ―rebaixou‖ a líder da equipe. Se ele tivesse dado o elixir para a pessoa errada? E se ele tivesse sido igualmente equivocado sobre dar para Antonio uma posição na equipe? Se eu fosse contra o que o Padre Juan me mandou fazer, eu teria coragem? Amanheceu, e ela realmente não tinha dormido. Ela, Greg e um inconsciente Jamie estavam esperando no ponto de encontro quando os outros se apresentaram. Um olhar para as suas expressões sombrias disse tudo o que ela precisava saber. Antonio ainda estava vivo. Seu coração cantou por um momento antes de despencar. Se ele ainda estava correndo solto, havia uma possibilidade muito real de que ela mesma o estacasse. O tempo topo que ela havia se preocupado com Antonio, ela nunca se viu nesta posição. Nunca um, acabaria com a vida do outro. Será que ela tem a força, lá no fundo, que


Noah havia falado? Ou ela hesitaria no momento crucial? Será que ele a mataria, então? Os outros a saudou e se preocuparam com Jamie, que ainda estava inconsciente. Skye contou a Jenn que após o retorno de Eriko e Holgar, ela levou o bebê para um hospital próximo, enfaixando-o com cobertores quentes e então o deixou na entrada. Em seguida, ela lançou um feitiço de invocação e esperou nas sombras até que um membro da equipe do hospital veio para fora e encontrou a criança. Todos eles entraram na van, que Greg havia equipado com algumas estacas, duas cruzes e um fraco com água benta. Eles se amontoaram no chão, e Greg jogou uma lona por cima deles. Ele explicou que uma nota de cem dólares bem colocada e adequada poderia garantir que o interior da van não fosse visto com muito cuidado no ponto de verificação, mas eles tinham que permanecer assim, no entanto. ―E manter essas armas arrumadas, ― ele acrescentou. Jenn se viu segurando o fôlego, encravada entre Noah e Jamie quando a van rolou até parar. Noah pegou a mão dela, e ela deixou. O tempo passou, ela não tinha certeza quanto tempo, mas ela tinha certeza de que haviam sido descobertos. Então a van rolou para frente, devagar, e pegou velocidade na estrada. Sob a lona era quente e escuro, e alguns minutos mais tarde, quando Greg puxou, ela sentou enjoada. Meia hora adiante, a van parou ao lado da estrada. Uma picape estava sentada lá. ―Aqui está à volta de vocês, ― Greg disse. ―Já ouvi falar de Antonio escondido durante o dia cerca de trezentas milhas ao norte. Pequena cidade chamada Ridgeback. População é praticamente nula. Eles têm um motel, um posto de gasolina, algumas lojas, e isso é tudo. ―Obrigada, ― Jenn disse saindo da van. ―Não me agradeça. Basta continuar fazendo o que você está fazendo, ― Greg disse sério. ―Nós vamos, ― ela assegurou-lhe.


Ela estendeu a mão, lembrando da sua avó no funeral do seu Papa. Ela tinha sacudido a mão para Greg também. Talvez ele pensou na vovó também, como ele calorosamente apertou sua mão. Atrás deles, o resto de sua equipe saiu da van e pularam na picape. ―Diga a sua avó Olá, ― ele disse enquanto pulava de volta para a van. Jenn acenou e se virou para sua equipe, não tendo coragem para lhe dizer que ela não tinha como entrar em contato com Esther Leitner.

***

Skye se sentiu drenada, e ela se deitou na picape com Holgar. Ela se ofereceu na esperança de que a sensação do vento e do sol em seu rosto pudesse ajudar a refrescá-la e recarregá-la. Ela ansiava por tirar os sapatos e sentir a terra entre seus dedos, e realizar um ritual restaurativo. Ela precisava cuidar de si mesma, logo que ela esperava cuidar de alguém. Jamie entrou também, mas ele estava grogue e reservado – não em tudo. Skye tinha que dizer a Jenn que estava preocupada com ele também. Ela se inclinou metade contra a cabine metade contra o lobisomem. Ela poderia dizer pelo jeito que ele tinha a cabeça levantada e que suas narinas queimadas que ele havia corrido pela floresta. Perdido por estar na natureza. Ela também estava. Embora para Holgar fosse uma experiência muito mais primordial e intensa. Às vezes, Skye o invejava, embora não com motivo. Ela descansou a cabeça no ombro de Holgar, e ele não pareceu se importar. Quando o seu parceiro de luta havia voltado com Taamir e Noah ilesos, ela ficou tão intensamente aliviada que tinha momentaneamente aliviado o seu desespero sobre Jamie e Antonio. Como se viu, cada membro da Equipe de Salamanca ainda estava vivo. Isso era Padre Juan chamando um milagre. E se eles pudessem matar Antonio, que provavelmente seria um milagre também. Ela tinha visto Antonio naquela igreja, porém, sentiu seus pensamentos e então literalmente leu sua mente. Isso realmente aconteceu? Ele pensou em


―Utah‖, e agora eles estavam indo dessa maneira atrás dele. Ela deve ter lido, mas como? Talvez fosse um sinal. Talvez Skye devesse alcançá-lo, trazê-lo de volta para os seus sentidos. Antonio havia superado sua natureza vampírica antes. Ele poderia fazer isso de novo? Se ele pudesse, então, talvez houvesse esperança para Heather, ou para todos os vampiros. Seus pensamentos se voltaram para Estefan e o que fosse que ele havia se tornado. Inferior a vampiro, mais do que bruxa. Ele tinha conduzido loucamente no palácio, mesmo que apenas por alguns momentos, e ela quase morreu por causa disso. Aterrorizante. Ela estremeceu. Confundindo sua ação de desconforto físico, Holgar passou os braços em volta dela para aquecê-la. Ela fechou os olhos, saboreando seu calor, sentindo a mundanidade que vinha dele. Tanto poder, tanta força. E tão bom. Ele era o que deveria ter sido Estefan. Mas Estefan amava sua própria natureza e ficou pior tentando arduamente cultivá-la. Tinha que haver um inferno especial para aqueles que optaram de se tornar como os Malditos – se tal lugar existisse. Noah dirigiu toda a distância – mais de quatro horas – antes de parar. Eles estacionaram em um motel empoeirado na periferia de Ridgeback. Skye pulou da caminhonete e entrou no hall de entrada com Jenn para se certificar de que ela não fosse reconhecida e que nenhuma identificação fosse solicitada. Ela murmurou as magias tão suavemente quanto ela podia enquanto a transação foi realizada. Dois quartos foram obtidos, e a equipe cambaleou para dentro, seus ossos cansados. Skye se afundou na cama e olhou para Eriko. Ela parecia um personagem de anime louca com sua rigidez, o sangue revestido na saia e sutiã. A blusa de Eriko retalhada havia sido perdida em algum lugar. Skye começou a rir. ―Não é engraçado, ― Eriko disse, corando. Jenn se virou para olhar, e depois ela também começou a rir. ―É, um pouco, ― ela disse. Tudo o que elas trouxeram para o Estado ainda estava em seu quarto de hotel em Las Vegas. Jenn estava feliz que ela deixou seu diário de volta em Salamanca. Movendo-se lentamente, ela retirou a blusa gola rulê. Ela estava


vestindo uma camiseta preta por baixo, e ela jogou a gola para Eriko que, saiu correndo para o banheiro e fechou a porta. Um minuto depois, Skye podia ouvir a água correndo, e Eriko reapareceu poucos minutos depois, o cabelo molhado. A gola era incompatível com a bagunça de uma saia, e Skye desejou que ela tivesse algumas roupas para compartilhar com Eriko. Com sorte elas poderiam encontrar um brechó perto. Com o sono, que estava. Skye se deixou desmoronar na cama. Quando ela fechou os olhos, seu estômago roncou. E após a refeição. Sono, comida, roupas. Tudo parecia certo.

***

Jamie dormiu durante a maior parte do passeio na picape. Agora, ele estava deitado de costas, olhando para o teto e sonhando com quantas maneiras diferentes ele podia matar esse Maldito Antonio. As feridas da mordida em seu pescoço doíam como o diabo e estavam começando a coçar. Ele ainda estava frágil desde a perda de sangue e transfusão. Mas ele iria encontrar alguma maneira para matar vampiros, nem que fosse a última coisa que ele fizesse. Pensar que ele havia o treinado, lutado com ele, confiava nele. Ok, ele nunca confiou em Antonio. No chão Holgar roncava em seu sono, e Jamie virou a cabeça para olhar para o lobisomem. E você está próximo de um animal sangrento. Eles dormiram quatro horas. Holgar esticou os músculos. Eles precisavam encontrar e derrubar Antonio quando ainda tinha luz solar, assim eles tinham a chance de encurralá-lo. Era uma vergonha. O velho Antonio que foi um cara bom, merecia algo melhor. Mas este novo Antonio era insano. Holgar se levantou enquanto os outros dormiam, com o pensamento de ir atrás dele por ele mesmo. Ele queria proteger os outros, particularmente Jenn e Skye. Jenn não precisa ter Antonio fazendo jogos mentais com ela. E Skye precisava de um descanso. Além disso, sua parceira era tão terna de coração,


que ele tinha uma sensação de que ela iria tentar chegar a Antonio, em um esforço para trazê-lo de volta para o lado bom. Mesmo se fosse possível, Holgar acreditava que levaria tempo e recursos que eles simplesmente não tinham que lidar com um vampiro renegado. Em última análise, porém, Holgar esperou. Em uma luta justa entre ele e Antonio ele não tinha certeza se ganharia. Se ele saísse sozinho e fosse morto, seria muito mais difícil de todos acreditarem que ele estava tentando protegêlos. Jamie balançou ligeiramente em seus pés. ―Você está bem? ― Holgar perguntou. ―Tudo bem, ― Jamie disse. Holgar sentiu a ascensão polêmica. Não era o Jamie de antes, ele não tomaria tanto tempo para ser altiloqüente. Não era um bom sinal. ―Tudo bem, tudo está trancado e pesado, ― Jenn disse severamente. Era muito engraçado. Nenhum deles tinha armas. Holgar havia tomado conta, e entre eles tinham oito estacas, duas cruzes e um frasco de água benta. Eles compraram um machado na loja de armazenamento de alimentos. Ele já foi para a batalha com menos, mas não por sua vontade. O mapa no compartimento da caminhonete mostrou a cidade e uma fazenda abandonada nos arredores. Eles pararam em uma combinação de ferragem e um armazenamento de alimentos por algumas correntes e um saco de estopa grande, e Eriko vasculhou uma prateleira por camiseta e calça de moletom. Enquanto dirigiam para a fazenda, Holgar esperava que tudo isso logo acabasse. Ele parecia como se estivesse indo para uma execução, e todo o seu bom humor desapareceu. A situação era trágica. Ele pensou em seu pai, que matou o caçador humano muito anos antes. Holgar sempre pensou que foi culpa dele, que ele correu para a linha de tiro daquele homem, porque ele era um filhote de cachorro – que ele não conhecia nada melhor. O pai de Holgar deve ter sofrido uma culpa ao longo dos anos por ter tirado uma vida humana. Mas ele aliou o bando com os Malditos tão facilmente. Insistiu que os lobisomens precisavam matar e expressar sua verdadeira natureza. O pai de Holgar estava errado. Nada nele queria estar aqui ou fazer isso.


Logo que estacionaram no exterior da fazenda, ele sabia que Greg forneceu boas informações. Ele podia sentir o cheiro de vampiros. E não apenas qualquer vampiro. Antonio De La Cruz era o seu amigo. E se ele estava em seu perfeito juízo, ele queria que eu fizesse isso. ―Ele está aqui, ― Holgar disse suavemente, embora, por que ele se preocupou quando o motor da caminhonete poderia acordar os mortos-vivos, ele não sabia. Skye assentiu. Havia duas estruturas, uma casa e um celeiro. Eles invadiram a casa primeiro, metade deles indo à frente, ao mesmo tempo a outra metade passando por trás. Em dois minutos, ficou claro que Antonio não estava aqui. Ele estava no celeiro. ―Nós podíamos queimar tudo isso, ― Taamir sugeriu, olhando para a estrutura. Jenn balançou a cabeça. ―Precisamos saber ao certo se ele está aqui, e se fizermos isso, não saberemos. Esse sentindo estratégico fazia sentido, mas Holgar não podia ajudar, se perguntou se a sua líder estava sob a ilusão de que ela falava no sentido de seu ―namorado‖. ―E precisamos questioná-lo, descobrir o que ele disse a Aurora sobre as Células de Resistências, ― Skye disse. ―Eu concordo, ― Jamie disse calmamente. Holgar olhou para ele com desconfiança, perturbado pela posição de Jamie sobre o assunto. Será que o irlandês teria prazer de torturar Antonio para obter informações? ―Ok, então vamos, mas não há necessidade de sermos estúpidos sobre isso, ― Jenn disse, sua voz firme, seu rosto duro como granito. Ela lembrava uma Operação Valquíria Viking, preparada para lutar a última batalha. ―Ele não pode ficar na luz do sol, então vamos encher esse celeiro com máximo que pudermos. Se movendo tão rápido como podiam, eles derrubaram as portas e arrancaram as persianas. Holgar ouviu um assobio de dentro.


Antonio estava ali, tudo bem. Holgar se posicionou apenas em uma das janelas abertas, e ao lado dele Taamir fez o mesmo. Os outros se reuniram na luz do sol, ao lado da porta do celeiro, e esperaram. O coração de Jenn se apresentando em sua garganta como ela estava na luz do sol e meia a escuridão. Ela sentiu como se tivesse estado aqui nos últimos dois anos e meio. Tudo foi um sonho turvo, e esta era a realidade de sua vida. ―O que você quer? ― Era a voz de Antonio, mas profunda, mais dura. ―Você, ― ela disse simplesmente. Suas mãos tremiam quando ela pegou uma estaca e uma cruz, se preparando para atacar. Eu não quero matar você. Por favor, por favor, meu Antonio volte. Ela tentou respirar. Ela não podia. As sombras e a luz do sol teceram um padrão de cruzes. Então, nada além de linhas. Não. É uma arma, ela lembrou a si mesma. Após uma longa pausa Antonio deu um passo adiante para que ela pudesse ver seu rosto. Seus olhos estavam brilhando, e suas presas eram brancas e afiadas. Estava a avaliando, passando o seu olhar além dela para Eriko, Skye, Jamie e Noah. ―Aqui estou. ― Ele sussurrou. ―O que você disse a Aurora sobre a Resistência? Ela podia jurar que ele parecia quase confuso. ―O que é a Resistência? ― Ele perguntou, finalmente. Jamie praguejou silenciosamente, e Antonio se virou para olhar para ele. ―Eu conheço você? ― Ele perguntou. ―Você conhece todos nós, ― Jenn disse, assustada. ―Eu não acho que ele conhece, ― Skye sussurrou. ―Talvez seja um feitiço. Ou o que acontece quando os vampiros... Voltam no tempo. E de alguma forma que o fez pior. Jenn estava prestes a matar seu namorado, e ele nem sabia o que ia custá-la. Ela começou a tremer de raiva. Aurora. Aurora tinha feito isso. Aurora havia tomado tudo dela. Antonio deu um passo adiante, parecendo que ele estava tentando descobrir alguma coisa.


―Eu? ― Ele murmurou. ―Eu conheço você? Foi quando Holgar e Taamir esgueiraram em cima dele por trás. Com o lado sem a lâmina do machado, Holgar atingiu com força na cabeça de Antonio. Antonio caiu no chão, e Holgar o acertou novamente. Jenn estremeceu com cada golpe enquanto ela e os outros circulavam Holgar, Taamir e Antonio, prontos para oferecer assistência. Taamir amarrou suas pernas e braços com as correntes, e então os dois empurraram Antonio no saco de estopa da loja de ração. Eles o arrastaram para fora e jogou o saco ao sol. Mesmo Antonio acordado, não haveria nenhuma maneira para ele escapar com vida. ―E agora? ― Eriko perguntou. Ela não parecia bem. Na verdade ela parecia pior do que Jamie. ―Agora nós realmente o interrogamos, ― Noah disse severamente. Holgar inclinou a cabeça como se ouvindo alguma coisa. Alguns segundos depois Jenn ouviu isso também. Dois ônibus Volkswagen adernaram acima da estrada e deslizaram até parar ao lado deles. Jenn e sua equipe preparam suas armas. A porta do motorista de um ônibus abriu, e uma mulher saiu e entrou na cena. Era vovó Esther. A metralhadora estava pendurada no pescoço. Com seus cabelos grisalhos aninhados sob um boné militar verde-oliva, vestindo uma jaqueta marrom, com bege e branco e sobre um jeans, sua avó era um eco da idade idealista radical que Jenn vira em fotos da década de 1960. Com um grito Jenn correu e jogou os braços em torno de sua avó, nunca tão feliz de ver alguém em sua vida. Sua avó a abraçou fortemente, batendo em suas costas. ―Hey, baby, ― Esther disse suavemente. ― Um velho amigo disse que você poderia querer alguma ajuda, por isso passamos o dia todo até chegar a você. Agora parece que você não precisa de muita ajuda. Apertando seus olhos fechados, Jenn manteve os braços em torno da sua avó. Ela queria parar o tempo nesse momento em que ela se sentia segura e resgatada. E não ter que encarar o que deve ser feito em seguida. ―Você está bem? ― Vovó Esther sussurrou. Jenn forçou o assentimento. ―Você?


―Levando. Eu prometi a sua mãe que assim que eu encontrasse você, eu levaria todos para o nosso acampamento para dizer – Olá. Mãe, Jenn pensou, atordoada. Oh, mãe. Quando terminaram, vovó Esther fez um gesto para o saco. ―O que tem lá dentro? Ela hesitou. ―Você se lembra quando eu disse a você sobre Antonio? ― Mas tudo o que ela disse a sua avó foi que ela gostava de um garoto da Espanha, chamado Antonio. ―Sim. ― Ela olhou levemente para Jenn. ―Greg me contou a verdade sobre ele. Você não fez. Jenn engoliu em seco, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, sua avó continuou. ―Existe uma razão para ele ainda estar vivo? Jenn sentiu o mundo mudando e inclinando novamente. ―Ele está, ― Skye falou. ―Nós precisamos dele, e eu acho que posso chegar até ele. Eu... Esther levantou a mão para detê-la. ―Você me ganhou no ―Ele está‖. ― Ela olhou para Jenn. ―Você é a líder de sua equipe, e eu sou a líder do Posto. Se você precisa dele vivo, nós vamos mantê-lo vivo. Você pode me contar tudo sobre isso mais tarde. Por enquanto é melhor irmos andando para casa. Para casa. Com sua avó e sua mãe juntos, parecia quase. Quase. Vovó Esther tomou o restou da equipe. ―Parece que você está coletando alguns aliados, ― ela disse. ―Onde é esta casa? ― Jamie disse. Vovó Esther inclinou a cabeça. ―Você deve ser Jamie. ―O que tem isso? ― Ele perguntou. ―Eu sou Eriko, ―Ela disse, curvando-se. ―E este é Holgar, Taamir e... ―Eu odeio interromper, mas nós precisamos sair daqui, ― Esther disse. ―A casa é bem escondida, melhor do que uma picape no meio do nada. ― Ela levantou uma sobrancelha para Jamie. ―Tudo bem com você? Eles abandonaram a picape e dividiram-se entre os dois ônibus. Skye foi com Antonio para vigiar e ter certeza que ele permanecia inconsciente. Holgar e Eriko ficaram eles. Jamie, Taamir e Noah foram no ônibus com Jenn e sua avó.


Conforme Jenn subiu no banco da frente ao lado de Esther, ela deu a sua avó um sorriso cansado. ―Da próxima vez que você falar com Greg, por favor, agradeça a ele por mim. Esther afagou Jenn. ―Já está feito, querida.


Solomon ligou para sua nova assistente, Marti. Ele batia com os dedos na sua mesa de vidro, impaciente pela chamada. Claro, esperando o presidente dos Estados Unidos, um homem ocupado, de fato. Mas ele era Solomom. E ele era Solomom com todas as pesquisas de Dantalion a sua disposição, que estava pronto para empurrar a guerra para o próximo nível. ―Sim, Solomon? ― O presidente soou cauteloso. ―Jack, como vai? ― Perguntou alegremente. ―Olha, eu tive essa ideia maluca. Você quer ouvir? Houve uma pausa. ― Claro que sim.


Juan sentiu a tensão do fio ao vivo da crise, tanto na academia, como com sua equipe nos Estados Unidos. Três dias se passaram desde a captura de Antonio, e sua condição não apresentava melhora. A equipe de Jenn não foi tão bem-vinda como teriam sido se tivessem aparecido sem Antonio. Metade do grupo de combatentes pela liberdade de Esther Leitner queria o Maldito morto. A outra metade concordou que Antonio precisava ser mantido vivo, mas apenas até descobrir exatamente o que ele disse a Aurora. Os pontos de vistas do grupo se dividiram, e Jenn implorou a padre Juan para vir a Montana. Ele aceitou que seus caçadores não iam ser capazes de trazer de volta os sentidos de Antonio sem sua ajuda. Dada a sua falta de sucesso com Heather, ele se perguntou se sua presença iria realmente adiantar alguma coisa. Mas ele poderia tentar. Ele tinha que tentar. Ele iria orar por Antonio e lançar magias com Skye. Mas como ele poderia deixar o seu pequeno grupo de rebeldes sozinhos em Salamanca, sozinhos após o êxodo em massa? Ele não sabia se os alunos ouviriam Giovanni e os quatros instrutores. Mas seriam bem protegidos. Padre Juan era necessário em dois lugares ao mesmo tempo. Pela primeira vez, ele se arrependeu de ter mandando Diego embora. ―Você queria me ver, ― Giovanni disse, entrando no escritório de Padre Juan. Novamente seu cabelo e olhos escuros lembrava Antonio, e ele sentiu uma pontada terrível. Compondo-se, Juan lhe disse o que estava acontecendo. Quando ele concluiu, Giovanni concordou. ―Você deve ir. Podemos sobreviver alguns dias sem você. ―E se vocês não puderem? ― Juan perguntou sem rodeios, pensando sobre a visão de Giovanni morrer na Universidade.


―Então se você estivesse aqui apenas iria matá-lo também. Por favor, Padre, vá. Tenho a sensação de que você será capaz de fazer a diferença. ―Você teve outra visão, meu filho? ― Juan perguntou abruptamente. Giovanni balançou a cabeça. ―Não, mas é uma sensação. ―Ok, então eu vou. Vou trazer a equipe de volta comigo. Precisamos estar unidos. Você pode lidar com a... Garota? ― O vampiro? O monstro devorador que arrancaria a garganta de todos aqui, se pudesse? O padre levantou o queixo. ―Eu acredito que sim. ―Bom. Faça o que precisar, ― Juan hesitou. Ele não queria dizer o que ele tinha para dizer em seguida. ―Se... ―Vou mantê-la viva. Mas eu não vou permitir que ela escape, não importa o custo. ―Juan fechou os olhos. Ele balançou a cabeça. Ele estava prestes a enfrentar uma luta similar com Antonio. Ele orou para que ele e Giovanni tivessem a força de fazer a escolha mais difícil, caso chegasse a esse ponto – destruir Heather e Antonio. E, talvez, ele pensou com medo, enviá-los para o inferno.


meus ossos se envelheceram pelos meus constantes gemidos todos os dias. Porque de dia e de noite a tua m達o pesava sobre mim: Meu orvalho ficou seco do ver達o de Selah. Confessei o meu pecado a ti, e a minha maldade n達o mais ocultei. Eu disse: confessarei meus pecados ao SENHOR, e tu perdoaste a maldade do meu pecado. Selah. Salmos 32:3-5


Os sacrifícios para Deus é o espírito quebrado; um coração quebrado e arrependido, o teu Deus não despreza. Que era o Salmo 51, versículo 17, e estava na cabeça de Juan, desde que o avião pousou nos Estados Unidos. Juan estava com a mala no terminal rodoviário, ao redor de Jordan, Montana. Ele era o único que havia descido na cidade, e se sentia bem visível. O céu estava claro e azul; além da rodoviária havia uma elevação coberta por pinheiros. Um carro o esperava. Ele fechou o casado em torno de seu suéter de gola alta preta. Para desviar a atenção indesejada, ele optou por não usar o colarinho clerical. Juan acredita que tanto Deus e Deusa queriam que ele chegasse ao enclave da Resistência em Montana. Ele orou e conjurou a mais forte das magias para facilitar sua jornada, e foi um milagre que ele chegou tão longe sem incidentes. O número de humanos e vampiros armados nos aeroportos e nos postos de controle dobraram, triplicaram, talvez, desde os últimos vôos para os Estados Unidos. Em todos os lugares havia imagens de Solomon posando com os governadores e prefeitos das cidades que Juan percorreu, e com o presidente dos Estados Unidos. Noticiários da TV mostrando histórias sobre ele, com oportunidades de fotos cuidadosamente dispostas na frente de bandeiras americanas, cumprimentando trabalhadores nas fábricas, e beijando bebês. Era como se ele estivesse concorrendo a um cargo. Com Juan, supostamente estava. O coração de Juan estava tão pesado. Ele acreditava na fé. A fé pode mover montanhas, fazer milagres. Era por isso que as orações dos fiéis – não importa qual religião – eram tão poderosas, em seus olhos, como balas. Que era também por isso que ele podia justificar e desculpar o fato de que Bruxos


Brancos no mundo, com exceção de alguns, continuavam a usar suas magias de cura, e não para lutar contra os Malditos. Usar magias era como a oração. Mas estes eram tempos difíceis, e até mesmo ele se viu cada vez mais irritado que as devoções de milhões pareciam ter nenhum efeito. Foram às palavras de conforto que ele ofereceu a outras pessoas por tanto tempo, muito tempo, como ocas e vazias, como ele mesmo se sentia? ―Hey, John, ― uma voz disse casualmente. Ele se virou para ver uma mulher mais velha de pé dentro da rodoviária. Seus traços fortes se assemelhavam a Jenn. Ela era Esther Leitner, então. Seu cabelo grisalho estava puxado para trás, estava em jeans, botas e um casaco azul marinho curto, ela parecia uma fazendeira a caminho de comprar ração. Ele assentiu e pegou a pequena mala preta. Ele a seguiu pelos fundos da rodoviária. Uma picape enferrujada estava em marcha, e ela deu a volta para o lado do motorista enquanto ele colocava a sua mala na caçamba da caminhonete. Então ele subiu, e eles partiram. ―Como estão as coisas? ― Ele perguntou, enquanto se afastavam da rodoviária. ―Padre, ruim, ― Esther disse, enquanto ela verificava o espelho retrovisor. ―Ele é mau. Acho que vamos ter que estacá-lo. ― Estudando-o pelo espelho, como se para avaliar sua reação. Então, ela perguntou. ―Por que você realmente elegeu a minha neta para ser sua líder? Ele ficou surpreso. ―Você não tem fé em sua liderança? Ela esperou. Quando ele não respondeu, ela disse. ―Quem disse para você fazer isso, sua cabeça ou seu coração? ―Minha alma, ― ele respondeu. Se sua resposta a surpreendeu, ela não demonstrou. Ambos ficaram em silêncio, por um tempo e, em seguida, ele fez muitas perguntas. A situação era o que Jenn havia dito a ele – como um barril de pólvora. Depois de duas horas eles chegaram ao acampamento dos Defensores. A caminhonete parou, e uma dúzia de homens armados e mulheres de todas as idades se espalhavam ao redor. Holgar e Jenn estavam entre eles, e ele sorriu ao vê-los. Os dois sorriram de volta, embora Jenn parecesse que estava prestes


a romper em lágrimas quando ela se aproximou da caminhonete. Ele abriu a janela e segurou o seu rosto. ―Padre Juan, ― Jenn começou. ―Você tem que ajudá-lo. Ele se virou para Esther. ―Posso ir a pé daqui? Ela assentiu, e Jenn abriu a porta. Jenn o abraçou, em seguida, se moveu para trás rapidamente, como se ela fosse ultrapassada. O acampamento estava situado nas ruínas de uma fazenda abandonada recentemente, pontuados por várias dependências de blocos de concreto, um grande celeiro, e uma grande casa de tijolos, uma vez bela, de três andares que foi parcialmente incendiada. Havia três vacas magras no celeiro, e um bando de galinhas. O grupo havia se alimentado, e agora tinha ovos e leite fresco. Borrifado com spray na parede externa do celeiro estava U SUK CO‘S! – riqueza de profanação. Uma flâmula artesanal pregada com algumas tintas de spray proclamava o território do acampamento. Contando os Salamancans, havia vinte e seis pessoas no acampamento. Juan contou vinte e sete. A maioria deles morava em tendas verde-oliva. Esther e seis de seus compatriotas antigos do submundo construíam o grupo central e o órgão dos Defensores. Todos tinham estado no funeral de Charles Leitner. A mãe de Jenn, Leslie, se juntou a eles, e eles reuniram mais quatorze defensores. Os Defensores variavam de treze anos de idade – que viu toda a sua família ser massacrada pelos Malditos – A uma mulher na casa dos setenta, cujo marido de cinqüenta anos, a denunciou ao soberano vampírico de sua cidade no Wyoming. Ela teve que correr por sua vida. Padre Juan observou a fotografia em tamanho real de Solomon cheia de buracos de bala em um campo inculto. Um vampiro pendia em estátua. Muitos sorriram para Juan. Outros apenas olharam. O menino de treze anos pisou duro até ele e disse: ―Cara, se você não puder consertar esse otário, eu vou mandá-lo para o inferno eu mesmo. ―Se eu não conseguir consertá-lo, vou levá-lo para fora, ― Padre Juan respondeu, para a surpresa do menino. O padre retirou do bolso e entregou para a criança um frasco de água benta e uma cruz. Essas coisas eram autorizadas, se fosse de um Padre.


O menino cruzou os braços sobre o peito. ―Essa merda não ajudou meus pais. Você provavelmente sabe que nós temos um cara lobo também. ―Sí, mas ele não vai machucar você. Eu vou celebrar uma missa em uma hora. ―Padre Juan disse a ele e a Jenn. ―Vocês vêm? ―Não, ― o menino disse. ―É só levar todos esses malucos daqui. ― Ele se virou e pisou duro para longe, em seguida, acelerou e traçou um meio circulo longe de Holgar. Que ronronou baixo ao ver Padre Juan. ―Goddag18, ― Holgar disse, cumprimentando-o. ―Como vai, Holgar? ― Juan lhe perguntou. Holgar hesitou. ―Bem, até agora. Pedi uma jaula. Tomei um monte de pílulas para dormir e tranquilizantes. Eu não quero uivar e assustar os outros. ― Seu rosto estava tenso, sombrio. ―A lua cheia está chegando. Eu não quero sair por aí. Juan balançou a cabeça, mas ele estava preocupado. O que essas pessoas fariam para Holgar se ele saísse? ―Vale, ― Juan disse, parando a discussão. Antonio era sua preocupação mais imediata. ―Onde estão Eriko e Jamie? ― Ele perguntou. ―Eriko descansando, ― Holgar disse. ―Jamie está sentado com ela. ―Ela está bem, embora? ― Juan arriscou. ―Bem o suficiente. Ela está tendo problemas para dormir. Taamir e Noah se encaixaram aqui perfeitamente. ―Holgar olhou para Jenn. ―Isso deixa... Dois. Jenn respirou fundo. ―Skye está com Antonio. Ela tem estado com ele muito e... ― Ela parou de falar e sufocou um soluço. Holgar colocou seu braço ao redor dela, e ela abaixou a cabeça, pressionando sua cabeça contra o seu peito. ―Shh, shh, ― Holgar sussurrou. Havia uma ternura entre eles que intrigou Padre Juan. Ele não tinha visto esse lado de Holgar antes. Ele sabia que os lobos, embora temido por muitos, eram companheiros solícitos e leais do bando, enquanto constantemente cientes de que havia uma 18

GODDAG – é bom ver você, em dinamarquês.


hierarquia que deve ser mantida. Mas o que houve para o lobisomem dinamarquês pensar em seu alfa, exibindo tal fraqueza? ―Eu estava prestes a conseguir algo para comer. Regra número um quando você está vivendo com os animais: não o deixe com fome. ― Holgar sorriu para eles, retomando sua brincadeira. ―Isso é uma piada. A avó de Jenn roubou uma caminhonete inteira de comida, e uma equipe apenas trouxe de volta aproximadamente cem maçãs. Você Padre Juan, está com fome? ―Não obrigado, Holgar. ― Se ele iria celebrar uma missa, em seguida, ele jejuava. Holgar se afastou, deixando Jenn e Padre Juan e foi andar sozinho. Padre Juan tomou nota de Esther enquanto ela dirigia a caminhonete ao redor de uma tenda. Ela lhe deu um aceno. As sombras estavam se estendendo. O dia estava morrendo, e a noite traria novos desafios. ―Leve-me até ele, ― ele disse calmamente. Jenn abaixou a cabeça, e ele fez o sinal da cruz sobre ela. Ou ela não percebeu ou fingiu que não viu. Ela não tinha nenhuma razão para ter fé em Deus, ele espera que lhe dê uma melhor contabilidade de si mesmo nos dias que virão. Não que Deus nos deve qualquer explicação, ele pensou. Padre Juan e Jenn entraram em uma mata com árvores raquíticas que pareciam ser os restos de um pomar. Seu pé bateu com força em uma pedra. Finalmente chegaram a um edifício feito de blocos de concreto, onde um jovem militar estava guardando a entrada. Ele tinha cabelos escuros e encaracolados como Antonio, e ele usava uma estrela de Davi no pescoço. Ele estava segurando uma metralhadora. A porta metálica sem pintura atrás dele exibia as palavras: CUIDADO ENTRADA PROIBIDA, escrita a mão com um marcador preto. ―Noah, ― Padre Juan adivinhou. Ele estendeu a mão. ―É bom conhecer você. Meu amigo. ―Padre Juan. Eu gostaria que fosse em circunstâncias melhores, ― Noah respondeu. Ele olhou para Jenn. ―Eu tenho que avisá-lo. Ele está pior. ― Então, ele marcou o seu olhar para o céu. ―Quando escurece, é mais difícil para ele... ― Como antes, Jenn não conseguiu terminar a frase.


Noah tirou as chaves do bolso e abriu a porta. Jenn entrou primeiro e Padre Juan seguiu. A luz era fraca. Uma cortina de lona foi puxada atrás do quarto vazio. Uma luz elétrica lançou a silhueta de uma jaula sobre o tecido. Era semelhante à parte de trás de Salamanca que aprisionava a irmã de Jenn. O coração de Padre Juan disparou por Jenn de novo. Sua irmã convertida, seu pai um traidor, e agora Antonio. No entanto, ela estava aqui, razoavelmente composta. Havia um milagre – a força do espírito humano. Ele não respondeu à pergunta de Esther sobre o estado de Jenn como líder, porque ele não sabia a resposta. Como ele guiava os caçadores, ele orava por eles constantemente. Ele também realizava as mesmas magias antigas que, desconhecidas para a maioria, havia cercado os Cruzados originais, que andava por volta de Jerusalém na Idade Média. Ele invocava a sabedoria da Deusa e o poder de Deus para as partes mais úteis para que cada um dos caçadores pudesse jogar. E a resposta que continuava vindo era que Jenn Leitner, dos seis, deve conduzir. Padre Juan não queria assustar seus jovens guerreiros, admitindo-lhes que sua própria sabedoria não governou a sua escolha. Eles não tinham ideia de quem é, e o que realmente ele era, e ele sabia que, não podia dizer a eles. Mas ele tinha a fé de quando ele jogava as runas e as novenas que realizava em seu nome eram boas e certas. Que as respostas que recebeu eram verdadeiras. Isso sempre voltava à fé. O perfil de Skye estava delineado por trás da cortina, e ela estava murmurando uma oração de cura antiga em latim. Jenn e Padre Juan pararam e esperaram até Skye terminar. Quando Skye respirou um sincero ―assim seja‖, Padre Juan se benzeu. ―Não! ― Veio um rugido de fúria de dentro da jaula. Metal agitando. Ao lado dele Jenn prendeu a respiração. ―Será que ele está possuído? ― Jenn lhe perguntou em voz baixa. ―Eu sei que você realizou o exorcismo no passado. ―Você...? ― Ele percebeu. Essa parte de sua vida terminou há muito tempo, antes de ele vir para a Academia. ―Então você acha que se você o exorcizar, talvez pudesse ajudar? ― Ela insistiu.


―Nós teremos que ver, ― ele disse honestamente. Ele não tinha ideia. Ele não sabia como ajudar Antonio. Ele realmente não sabia o que tinha acontecido com ele. ―Nós teremos que ver, ― ele disse novamente, mas vamos fazer alguma coisa. Aparentemente satisfeito com a resposta, Jenn puxou a cortina para longe. A jaula, feita de aço inoxidável, foi empurrada para o canto do quarto, e Skye estava sentada em uma cadeira de acampamento. Ela se virou ao som, e seu rosto se iluminou. Livros, velas acesas, e os objetos sagrados do ofício – ervas, cristais, flores, estavam sentados sobre uma pequena mesa de madeira ao lado de sua cadeira. Padre Juan podia ver os olhos vermelhos de Antonio, brilhando na escuridão, como chamas de velas. Além das ondas de fúria que irradia do vampiro, tão poderosa como as marés oceânicas. Eram as mesmas ondas mágicas e orações. O corpo inteiro de Antonio expulsou as paixões de seus demônios pessoais – as forças que levavam mesmo os homens comuns para o mal e para o pecado. O quanto deve ser para um homem mudar forçadamente em um vampiro? Padre Juan fez o sinal da cruz. ―Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ― ele começou, ―a paz esteja com você. ―Vete al diablo19, ― Antonio respondeu em espanhol. Skye se levantou e abraçou Padre Juan. Ela estava tremendo. Padre Juan colocou a mão na coroa de sua cabeça, abençoando-a. Quando ela se afastou, ele ficou chocado com a sua aparência. Seu rosto estava magro, e olheiras profundas rodeavam seus olhos. Ele se virou para Jenn. ―Por que você não disse a ela para descansar? Ela está exausta. Jenn corou, e ela sabia o porquê. Ela estava desesperada para ter Antonio de volta. ―Oh, ela tentou que eu parasse, ― Skye disse rapidamente. ―Eu simplesmente não quis ouvi-la. Além disso, eu acho que eu... Eu estou chegando a algum lugar. ― Ela olhou para baixo. Ela estava mentindo. Tudo sobre postura inútil soletrava. Ela estava colocando açúcar na sua opinião para poupar Jenn? Padre Juan não podia dizer. 19

VETE AL DIABLO – vá para o diabo.


―Bem, eu estou aqui agora. Você pode ir. ―Realmente, eu estou bem, ― Skye insistiu. ―Eu não vou machucá-lo. Vá e descanse. Eu vou celebrar uma missa em uma hora. Deixe que os outros saibam. ―Sim, Padre Juan. ― O lábio inferior de Skye tremeu. ―Estou feliz por você estar aqui. ―Eu não estou ― Antonio disse, quando a bruxinha deixou o edifício. Sua voz era grave. Mal soando como ele. Padre Juan olhou para ele. ―E por que isso, Antonio? ―Não diga esse nome! Esse não é o meu nome! Eu me converti, e eu tenho um novo nome. O nome de um demônio! ―E que nome é esse? ― Padre Juan perguntou calmamente. ―Legion, ― Antonio disse. ―Eu sou um dos milhões. Vamos cair sobre a terra, e nós vamos limpá-la e infectá-la com os vermes. ― Seus olhos brilhando. Suas presas parecendo mais longas. Não havia nada do Padre gentil que pediu a Deus para acabar com a maldição do vampirismo horrível dele. Juan puxou o livro de orações do bolso e abriu o lecionário do dia. ―Você se lembra de quando nós dizíamos nossas orações juntas, meu filho? Muitas vezes você iniciava o seu tempo de vigília na véspera. ―Fique longe de mim! ― Antonio vociferou. Ele se lançou o mais longe possível de Padre Juan. ―Você! ― Ele gritou com Jenn. ―Deixe-me sair daqui ou eu vou rasgar sua garganta. ―Deixe-me sozinho um pouco com ele, ― Padre Juan disse. ―Envie Holgar aqui, talvez haja algo que você possa fazer para ajudar a sua mãe ou sua avó. ―Minha mãe saiu com uma equipe para resgatar um espião em companhia do filme de Solomon. ―Oh? Isso é muito bom. ― Ele conseguiu dar um sorriso. ―Sim. ― Ela tentou sorrir de volta. ―Minha mãe é tão corajosa. ―Tal filha, tal mãe. ― Ele tentou manter seu tom leve, embora ele estivesse à beira do desespero. Antonio estava tão longe. Doeu o coração de ver que o mal mudou este vampiro. Ou será que ele mudou, afinal? Isso estava escondido sob sua humanidade todo esse tempo?


Jenn saiu. Ele se virou para Antonio. Os olhos de Antonio queimados. Suas presas brilhando. ―Estamos chegando, ― Antonio sussurrou. ―Você não será capaz de nos parar. ―É isso que Aurora lhe disse? Antonio virou de costas. ―Eu não falo com humanos. Eu os mato. ―Mesmo Jenn? ―Eu não conheço ninguém com esse nome. ― Sua voz era gelada. ―É um nome estúpido de qualquer maneira. *** Padre Juan chegou em uma noite difícil, e Eriko estava feliz que ele estava aqui. Mesmo que ele tivesse drogado a si próprio, Holgar uivava e gritava toda a noite. Com sua audição forte ela detectou Antonio arremessando-se contra as grades de sua jaula, tentando sair. Eriko estava com medo dos Defensores se revoltassem contra os caçadores e mandassem eles embora. E ela, por exemplo, não estava em condições de sair. Ela tinha medo de que ela estivesse morrendo. A dor se tornou quase insuportável, um latejar profundo dentro de seus ossos. Seu corpo todo ferido, constantemente, e como Holgar e Antonio ela não conseguia descansar. No terceiro dia do Padre Juan no acampamento. Eriko foi até ele e lhe disse que ela não estava se sentido bem. Ela não queria dizer a ele o quão ruim estava. Ela tinha vergonha, como se fosse culpa dela, e ela não queria que ele sentisse que era culpa dele de alguma forma, para dar a ela o elixir. Na cultura japonesa, era muito importante ter certeza de esconder o rosto de seus superiores. Então, ela minimizou o quão ruim estava. Padre Juan e Skye conjurou magias de cura que trabalhou por pouco tempo, mas depois a dor voltou com uma vingança. Eriko viu que o esforçou tomou muito deles, e ela sabia que eles estavam tentando ajudar Antonio. Então, ela mentiu, anunciando que se sentia muito melhor e não precisava de mais ajuda. Eu sou uma Caçadora. Eu sou necessária, lembrou a si mesma. Mas


ela podia esperar, até que Antonio fosse ajudado. Pelo menos era o que Eriko dizia a si mesma. *** ―Vamos ver como Antonio está indo hoje à noite, ― Padre Juan sugeriu a Jenn. ―Talvez houve alguma melhora. Jenn engoliu em seco, e ele sentiu muita pena dela. Se ele estivesse errado para trazer Antonio de volta? As runas insistiam que Jenn e Antonio compartilhavam um destino. Mas o que na terra pode a natureza de tal destino ser? Eles entraram em sua prisão juntos. Skye estava sentada em sua cadeira habitual. Havia uma cesta simples de tecido ao lado dela no chão. Antonio estava na parte de trás da jaula. Mas Padre Juan ainda podia ver os seus olhos vermelhos brilhando. Podia ouvi-lo assobiando como uma cobra. ―Mi hijo – meu filho – como você está? A resposta de Antonio foi outro rugido de indignação. Então ele correu por toda a jaula e se atirou contra as grades. Padre Juan se sacudiu, mas manteve sua posição, e o mesmo aconteceu a Jenn. Skye cavou as mãos na cesta, e depois jogou algo branco e cristalino em Antonio. Sal, Padre Juan percebeu, para feitiços. ―Com a Tríplice Mãe e seu consorte, o Deus chifrudo, eu te liberto das cadeias da escravidão! ― Ela gritou. ―Eu te liberto dos teus tormentos! Eu retorno a tua vontade de liberdade! ―Eu tenho o meu livre arbítrio! ― Antonio gritou, agarrando as barras de sua jaula e sacudindo-as. ―Eu finalmente o tenho de volta! Eu sou um vampiro! Por meio século, eu neguei o que eu era. Eu tentei agir como um de vocês. Mas eu não sou como vocês. Vocês são a minha comida, e eu sou um Deus para vocês. ―Ele começou a lembrar, ― Juan disse murmurando para Jenn. ―Isso é um bom sinal. ―É? ― Ela sussurrou. ―Antonio, ― ela disse em voz alta. ―Isto não é você falando.


Seus brilhantes olhos vermelhos viraram na direção dela. Fúria brilhava ali. E nada mais – sem amor, apenas um predador desejando a sua presa. ―Sí, idiota, sou eu. Finalmente sou eu. ―Não. Porque você não me chama assim. ― A voz de Jenn tremia. ―Aurora me libertou, idiota. Toda a infelicidade, me transformando em algo que eu não sou. Para satisfazer um mito. ―O Deus que você acredita não é um mito, ― Padre Juan disse calmamente. ―O Deus que eu acreditava torturou Aurora e sua família. Seu Sire a livrou. Eu contenho multidões! Eu conheço os pecados, que o teu Deus, praticou contra nós. E é tempo de todos nós lutarmos. Nós vamos esmagar vocês. Todos vocês! Juan fez outro sinal da cruz. Antonio recuou. ―Se o meu Deus é um mito, por que a cruz incomoda você? ― Juan perguntou. ―Não comece com isso! Todos os símbolos da fé humana nos perturbam igualmente. Mas os nossos símbolos de fé estão chegando. Você vai ficar impotente diante deles. Juan manteve a voz firme. ―O que os símbolos podem ser? Antonio zombou dele. ―Nós não somos tolos. Ou traidores. Você pode me jogar ao sol, e mesmo assim eu não vou dizer. ―Por que você não sabe. Aurora não disse a você, não é? Ela não confia em você com a informação. Porque ela o colocou sob um feitiço. Isso vai sair de moda, e você vai voltar para nós. ― Ele não sabia disso, mas ele queria sacudir o porão dos demônios sobre Antonio. ―Não tente seus truques em nós. ― Os olhos de Antonio se estreitaram. ―Nós não nos importamos se vocês acreditam em nós ou não. Aurora vai voltar. Com um exército. ―E se ela não voltar? ― Juan perguntou. ―Se ela deixar você aqui para apodrecer? Antonio levantou o queixo. Suas presas estendidas sobre o seu lábio inferior. Seus olhos ardiam. ―Eu não vou apodrecer. Eu sou um vampiro. Eu sou imortal.


Padre Juan ouviu a mudança na escolha da palavra de Antonio. Não, ao invés de ―nós‖, mas ao invés de ―eu‖, quase um progresso? ―Eu sei que você está atormentado pelo que você fez, ― Padre Juan disse. ―Eu sei que você quer o perdão. E no fundo do seu coração, você sabe disso também. A resposta de Antonio foi um sorriso frio. ―Não há profundidade em meu coração, vós, os pobres, homem iludido. Meu coração está morto. Juan colocou a mão no ombro de Jenn. Ele podia sentir a sua agitação. ―Seu coração bate por esta garota. ―Minhas presas estendem-se por ela, isso é tudo. Padre Juan sentiu um calafrio horrível. Talvez Antonio não pudesse ser recuperado. Jamie teria o maior prazer em estacá-lo, se ele visse isso. Apenas ele poderia reviver o profundo sentimento de Antonio por Jenn. Certamente o traria de volta. O amor é a força mais poderosa do universo. Era hora de tentar uma maneira diferente de expressar essa força. ―Skye, ― Juan disse, sem tirar os olhos de Antonio. ―É lua cheia. Depois que você tirar uma soneca, tiver um bom tempo para comer, nós vamos atrair a lua juntos. ―Oh, Padre, verdade? ― Skye chorou. ―Eu nunca aceitei a Deusa em meu ser. ―Hoje é dia, então, ― Padre Juan disse. ―Vou agir como o seu sumo Padre, com sua permissão. Seu fino, rosto cansado adquiriu luz. ―Obrigada, Padre. ―Vá e descanse. ― Juan fez um show de se sentar casualmente na cadeira desocupada de Skye. ―Eu vou ficar com Antonio um pouco. ―Sí, sente mais perto, ― Antonio sussurrou, rindo, como se tivesse acabado de fazer uma piada excelente. ―Tome cuidado, ― Skye disse. ―Ele vem tentando me hipnotizar. ―Ele não será capaz de me hipnotizar, ― Juan respondeu. ―Venha, chegue mais perto, ― Antonio murmurou, apontando com os dedos. ―Venha, pequeno touro, para o matador. ―Antonio, ― Jenn disse. ―Por favor.


―Você tem mais perguntas, senhorita? ― Ele falou. Virando-se, ele concentrou o seu olhar sobre ela. ―Venha a mim, Jenn. ―Vai, Jenn. Agora, ― Juan ordenou para ela. Entorpecida da cabeça aos pés, Jenn saiu com Skye. Noah estava como sentinela. Jenn tentou cavar e encontrar a força que ele alegou que ela tinha, mas ela não tinha nada. ―As coisas vão melhorar, ― Noah disse para Jenn, e ela tentou responder. Mas as coisas estavam piores. Ela vira Antonio através de novos olhos. Ele era um Maldito, e nada mais. O que quer que o fez especial foi embora. ―Jenn, ― Noah disse, e ela queria enterrar a cabeça contra o seu peito e chorar. Mas se ela fizesse, ela temia que nunca fosse parar. ―Padre Juan e eu vamos realizar um ritual muito especial, ― Skye lembrou a ela. ―Isso pode funcionar. ― Os olhos dela brilharam. ―Isso vai funcionar. ―Obrigada, Skye. Agora vá descansar, ― Jenn disse, envergonhada por não ter sido mais persistente sobre como fazer Skye cuidar de si mesma. A necessidade de Antonio era maior. Mas todos da equipe tinham necessidades. Skye beijou a bochecha de Jenn e saiu. Jenn ficou ao lado de Noah. Ele cheirava a sabonete e um pouco de suor. Ela sentiu o calor do seu corpo. Não importa o quanto ela queria se sentir quente ao lado de Antonio, ela nunca iria. Ele não tinha temperatura corporal, e sua pele era fria ao toque. Talvez tivesse sido uma coisa louca para fazer, deixar-se apaixonar por ele. Mas ela não tinha que ―deixar‖ a si mesma. Ela simplesmente não foi capaz de se conter. ―Eu não gosto que ele fique sozinho, ― ela disse, se referindo a Padre Juan, mas pensando em Antonio. ―Nem eu, ― Noah disse. Sua voz estava tensa, e quando ela olhou para ele, havia um olhar distante em seus olhos, como se ele estivesse pensando em outra coisa. As pessoas estavam andando na direção deles nas sombras. Jenn apertou os olhos, vendo as figuras de sua avó e Jamie, e ela enrijeceu. ―Jamie está aqui para me substituir de sentinela, ― Noah lembrou a ela. ―Eu vou sentar com o Padre Juan por um tempo. ―Obrigada, ― ela murmurou, grata a ele.


―Jenn. ― A voz de Noah travou e ela olhou para ele. Suas feições suavizaram, e ele estendeu a mão, colocando um fio errante de cabelo castanho escuro ao redor de sua orelha. Quando ele baixou a mão, seu batimento cardíaco gaguejou, e ela sentiu uma onda de rubor subir. ―O quê? ― Ela perguntou, a voz embargada. Ele torceu um meio sorriso para ela, então se virou quando sua avó e Jamie se aproximaram. ―Padre Juan está lá dentro? ― Jamie disse, sua voz gelada. Seu pescoço ainda estava enfaixado. ―Sim. ―Eri precisa falar com ele. ―Eu vou dizer a ele, ― Jenn disse. Jamie balançou sua cabeça forte. ―Eu vou. Medo disparou através dela, mas ela se lembrou que Noah estaria lá também, e ele iria parar Jamie se fizesse qualquer coisa louca. Ela não tinha certeza do que Jamie poderia fazer. Era muito mais fácil lidar com ele quando ele estava fora de seu jogo. ―Você está na obrigação de guarda, Jamie, ― vovó Esther lembrou. ―Você não pode abandonar o seu posto. Vamos lá, Jenn. Vamos caminhar. ―Eu vou dizer a ele, ― Noah disse para Jamie, acenando para Jenn enquanto destrancou a porta e deslizou para dentro, deixando Jamie em pé na porta, furioso. Antes que Jenn pudesse dizer qualquer coisa, Esther se virou e caminhou rapidamente para longe. Jenn a seguiu. ―Você vai ter que vê-lo, ―vovó Esther disse. ―Nós não somos muito uma equipe, ― Jenn murmurou. Sua avó resmungou. ―Oh, filha, as lutas que usamos para ter de volta o dia. ― Ela balançou a cabeça. ―Isso costumava me levar à loucura. Quero dizer, nós estávamos lutando ―o homem‖. ― Ela fez aspas no ar. ―Será que temos que lutar entre si, também? ―É isso que eu continuo pensando, ― Jenn disse. ―Os Malditos ameaçam nos aniquilar. Não podemos apenas fazer a coisa certa?


―Por cuja definição? ― Sua avó pegou a mão de Jenn e atou os dedos com ela. ―Precisamos falar sobre o que fazer a seguir. Greg contactou nós duas. O que ele quer dizer? Será que ele quer falar do Projeto Cruzada? As sobrancelhas de Jenn dispararam. ―Projeto o quê? ―Cruzada. O povo de Greg vem sistematicamente contactando Células de Resistência. Eles estão criando uma base de dados de informações para ajudar a causa. ―Como o quê? ― Jenn perguntou. ―O que eles descobriram? ―Ele não me disse. Talvez não haja nada a dizer, ainda. ―Bem, qual é o tipo de banco de dados? Para fabricar uma arma? Dantalion estava tentando criar super soldados e vampiros que podem andar a luz do dia. Será que eles finalmente recuperaram alguns desses dados? ―Como eu disse, eu não sei, Jenn. Mas aqui está uma coisa que eu aprendi. Uma pessoa pode fazer a diferença. Mas nenhum individuo é mais importante do que o outro. ―Vovó Esther olhou para ela duramente. ―Nossa missão não é apenas vencer a guerra. É para limpar os vampiros da face da terra. Você como uma caçadora deve concordar com isso. ―Sim, ― Jenn disse. ―E era por isso que Antonio estava lutando, quando ele era Antonio, ― vovó Esther acrescentou. ―Ele ainda é Antonio, ― Jenn disse, fechando suas mãos em punhos. ―Eu sei disso. Sua avó parou. O sol poente lançando um halo em torno dos seus cabelos grisalhos. ―Eu pensei que eu entendesse do coração humano. Antes de você e Heather nascer, havia duas pessoas neste mundo que eu amava mais que tudo. Seu avô e seu pai. ― Seu olhar férreo cresceu. ―Mas Papa Che se foi, e depois seu pai fez, bem, digamos que eu nunca vou deixar meu coração ignorar minha cabeça de novo. A garganta de Jenn apertou. ―O que você está tentando me dizer? ―Nós precisamos vencer essa guerra por todos os meios necessários. Nossos lideres serão confrontados com escolhas difíceis. ― Ela olhou para a neta, com determinação. ―E você, minha querida, é um dos lideres.


*** O arrastar de uivos feria o coração de Skye enquanto esperava o Padre Juan para se juntar a ela para o seu ritual. A lua estava cheia, e Holgar estava tão cheio de tranquilizantes que ele não seria capaz de escapar de sua jaula – uma pena, ironicamente, que havia sido usado para conter o gado, o mesmo que Antonio. Skye jogou uma lona por cima para que ninguém pudesse vê-lo durante a sua transformação. Skye passou horas só arranjando galhos e pedras para fazer um altar para o ritual de Extração Baixo a Lua. Então, ela criou um pentagrama sagrado com sal e pétalas de rosa espalhadas que o Padre Juan trouxe da Espanha. Ela se emocionou ao ver que ele também trouxe ervas – uma faca de ritual – bem como um manto, óleos e cristais que poderiam ser usados para uma variedade de rituais. Quando ela lhe perguntou se ele teve dificuldades com essas coisas ao passar pela segurança do aeroporto, ele simplesmente sorriu e agitou sua cabeça. Agora, em seu roupão de seda azul escuro com capuz, Skye não podia imaginar um Padre católico participando desde sagrado ritual bruxo, em que a Sacerdotisa designaria um elevado ritual de bruxas em que seria preenchido com a própria Deusa. Crescendo como Bruxa Branca, Skye testemunhou dezenas de milagres, pois cada mulher adulta do clã assumia o papel. Ela sonhava com o dia em que ela ficaria no centro do pentagrama do coven e cumprimentaria cada membro pelo nome, na voz de sua reverenciada Mãe Sagrada. Era um ritual de passagem para as Bruxas Brancas. A homenagem nunca antes havia acontecido com Skye. Isso só acontecia se todos os que participavam do ritual prometia sua lealdade para com a Deusa. Mas padre Juan havia dedicado sua vida ao Deus cristão. Além disso, Padre Juan estaria servindo a Skye como um braço longo – o homem que iria garantir a segurança da Sacerdotisa enquanto ela invocava as forças da magia. Implicava uma relação baseada na confiança profunda. Ela não voltou com confiança para Salamanca. Quando ela pediu para entrar na Academia, Padre Juan pediu a ela para ser verdadeira, se ela tinha inimigos que poderiam revelar uma ameaça. Toda a razão de que ela foi para Salamanca era para


aprender e a se proteger de Estefan, mas Skye mentiu para Padre Juan, e continuou mentindo cada vez mais quando ela ouvia a voz de Estefan em sua cabeça e não contou a ninguém. Por causa de sua deslealdade, Eriko e Jamie quase morreram, e Antonio foi capturado por Aurora e fez o que ele é agora. ―Bendito seja, ― Padre Juan disse, dando um passo das sombras e para o luar. Ele também vestia um roupão azul escuro. Ele carregava um galho de árvore longo na sua mão esquerda. ―Alegremente atendidas, ― ela respondeu. ―Por favor, venha e participe do círculo. ― Ele levantou seu capuz sobre sua cabeça. Ela não conseguia mais ver seu rosto. Ela limpou a garganta. ―Padre Juan, eu tenho que perguntar a você – pode deixar o seu Deus cristão de lado para fazer isso? ―Sí, ― ele respondeu com firmeza. ―E se concentrar apenas sobre a Trindade da Deusa? ―Mãe, virgem, idosa, ― ele respondeu. ―E você vai servir como o meu sumo sacerdote e fazer todas as coisas que eu pedi a você, ao serviço da Senhora? ―Eu vou. ―Bendito seja, ― ela disse. ―Bendito seja, ― ele entoou. ―E não prejudicaremos ninguém. ―Sem prejudicar alguém, faça o que tu queres, ― ela assegurou. ―E eu vou deixar você segura. ―Tudo bem então. Estamos aqui para trazer a Deusa ao nosso meio para que ela possa curar Antonio De La Cruz. ―Assim seja, ― Padre Juan disse. ―Estamos aqui para oferecer-lhe amor e proteção para Antonio De La Cruz, para que seu espírito não seja mais incomodado. ―Assim seja, ― Padre Juan disse novamente. Então ele foi para o seu lado e estendeu o ramo, movendo-se em um círculo e tocando cada um dos pontos de seu pentagrama com a ponta. ―Eu sou o braço longo da lei. Nenhum mal entra nesse círculo. Nenhum diabo, nenhum succubus, nenhum incubus, nenhum demônio. Eu sou o protetor da Deusa e todos os que amam. Um vento nas pétalas de rosa. Padre Juan bateu com o ramo.


―Tudo está clamo, ― ele proclamou. Tudo está brilhante. O vento se acalmou. Skye respirou fundo e sentiu a toda noite em volta dela, na noite em que se tornou tão aterrorizante para os humanos. A lua pertencia a Deusa, mas os Malditos haviam roubado dela. As bruxas não tinham medo de adorar, sob as estrelas, mas temendo que os Malditos as matassem, elas se reuniam em edifícios ao invés. Imaginando o luar sobre seu cabelo, ela largou de seus ressentimentos, seus medos, suas angústias e o seu melhor quanto podia. O princípio vigente da Deusa era o amor, como foi dito, o grande amor expulsa um grande medo. ―Eu chamo o nome, três, três, três, ― ela murmurou, usando as palavras da tradição de sua família. Ela viu os raios do luar viajando pela sua cabeça e descendo para o seu corpo, enchendo seu coração com a luz. Descendo através de sua parte inferior do corpo, através de suas pernas e depois os dedos dos pés, e na terra fria debaixo de seus pés descalços. Em seguida para o solo e as raízes, e a alma do mundo. ―Rainha de toda luz, toda a noite, de todos os direitos. ―Bendito seja, ― Padre Juan disse. Mudaram-se os passos, invocando a Deusa. Skye ficou esperando um sinal de que ela estava fazendo os rituais corretamente, mas ela não deve ter qualquer pensamento negativo. Ela não deve manter qualquer pensamento. Ela deve se purificar, purificar seu coração, e fazer um recipiente para a Deusa habitar. Ela deve livremente desistir de sua própria vontade e ego para que a Deusa possa viver através dela. ―Não tente, Skye, ― Padre Juan disse suavemente. ―Basta deixar acontecer. Ela quase podia ouvir Holgar imitar Yoda. ―Faça e não fale. Não há nenhuma tentativa. ― Riso nervoso ameaçou estourar sua bolha. E então os raios da lua se tornaram mais brilhante, e ela sentiu a descida da Deusa da lua, a Lua, pelos caminhos prateados de luz para o campo, e para a estrela de pétalas de rosa e sal, e para ela. ―Hécate, Selene, Diana, ― uma voz rolou fora dela. ―Eu sou sábia, mas pouco conhecida. Conheça-me agora.


A Deusa estava envolta em uma luz incandescente. Levantou-se lentamente nas brumas diáfanas das luzes do norte, as cores rolando seus cobertores tal como de veludo cintilante. O céu brilhou quando ela subiu de volta para sua esfera até que, olhando para baixo – a pobre terra – compaixão transmitiu de seus olhos e se tornaram estrelas. Amor preenchido nela. O amor era dela. E então a Deusa dissolveu em Sua essência vital, a partícula verdadeira que formou toda a criação: amor. Isso ondulou, transmitiu, preencheu e dançou. Amor... Amado. Eu estive com você no começo. Eu estarei com você sempre na dança espiral sem fim. Oh, alma, o amor em mim. ―O amor para Antonio, eu Vos suplico, ― Padre Juan murmurou, quando ele caiu de joelhos diante de Skye. ―Liberte-o com o teu amor, minha Senhora. ―Antonio De La Cruz, ― A Deusa disse através de Skye. ―Tu és meu filho amado. *** Dentro da prisão de Antonio, Esther e Jenn terminaram o seu jantar simples e foram comer biscoitos e beber chá. Era a sua vez de se sentar com Antonio, que estava preso o dia todo. Padre Juan e Skye estavam realizando um ritual, e Noah andava o perímetro do acampamento com Jamie e alguns dos Defensores. Ninguém sabia como era difícil para Jenn sentar aqui. Ou talvez eles soubessem, e isso simplesmente não importa. Antonio teve que ser enjaulado. Jenn era uma das pessoas que tinha que protegê-lo. Era a missão. Ela lançou um olhar para a sua avó. Duro como pregos, sim, mas ela sempre foi acolhedora e amorosa com ela e Heather. No entanto, Esther falou de sacrifícios e escolhas difíceis. A sua vida na clandestinidade realmente era assim? Vovó Esther havia confiscado uma TV alimentada por bateria, e elas estavam assistindo um canal de surf. Não havia nada que valesse a pene assistir. No momento as duas estavam olhando para um seriado idiota sobre uma família humana vivendo


em Las Vegas e trabalhava gerenciando um cassino vampírico. Que era chamado de Sol e Jogos. ―Alguém realmente assiste isso? ― Jenn resmungou. ―Ouvir dizer que as classificações são altíssimas, ― vovó Esther respondeu. ―Deixe-me sair, ― Antonio sussurrou. ―Pare com isso, ― Jenn disse em voz alta, o seu estômago se contorcendo. ―Nós não estamos ouvindo. Vovó Esther mudou o canal. ―Publicidade, informerciais, outro seriado, ― ela disse, gemendo. Ela mudou novamente. ―Vovó, ― Jenn disse, ferida. O rosto do seu pai, encheu a tela. ―Mude isso, ― Jenn implorou, mas Esther se sentou em frente e aumentou o som. ―Deixe-me sair, ― Antonio insistiu. A câmera puxou para trás para revelar em pé ao lado de Salomon o pai de Jenn. O cabelo de Solomon era vermelho, como o de Jenn. Mesmo ela odiando a visão dele, Jenn não podia negar que ele parecia uma estrela de rock sexy. Ele estava vestindo um terno preto e uma camisa branca sem gravata, e uma corrente de prata com um pingente de sinal da paz. ―Nós ainda estamos procurando por ela, ― Solomon disse, com tristeza. Sua mão estava sobre o ombro do seu pai. ― Nós entendemos a confusão que ela deve ter sentido. Há tanta desinformação por aí, tantos falsos rumores. Jennifer Leitner, por favor, ouça o seu pai. A câmera pegou o seu pai. Ele parecia impaciente, com os braços cruzados no peito, o dedo indicador direito batendo quase continuamente contra o seu braço esquerdo. ―Jenn, ― seu pai começou. ―Solomon está certo. Nós só queremos ajudá-la, querida. Certos fatos vieram à tona. Compreendemos agora que você não estava sozinha naquela noite terrível. Alguém forçou você a fazer essa coisa terrível. ―Sua voz era dura e plana. ―Ele está hipnotizado, ― Jenn disse. ―Espere, ― Esther, caminhando para TV. ―Oh, meu Deus.


―É o código Morse, ― Antonio disse. ―Ele está se comunicando em código Morse. Jenn pulou de seus pés e olhou para Antonio. Mas sua atenção estava fixada na TV. ―Não venha, ― ele disse em uníssono com vovó Esther. ―É uma armadilha. Eu amo você, eu amo você, eu amo você. Os joelhos de Jenn cederam. Vovó Esther colocou os braços em volta dela e a segurou. Jenn estava com medo de que ela fosse desmaiar. Antonio. ―Papai, ― Jenn disse, esticando o pescoço por cima do ombro de sua avó para olhar a TV. O pai se sentou estoicamente, não se comunicando, em seguida, fez como se enxugasse os olhos. ―Oh, vovó. ―Obrigado por escutar, ― Solomon disse na TV. ―Se alguém tiver qualquer informação sobre essa pobre jovem, por favor, me comunique. Nós sabemos agora o que aconteceu não foi sua culpa, Jenn. Seu pai está esperando para se reunir com você. Se você vê esta mensagem, por favor, entre em contato conosco. Estamos esperando por você de braços abertos. Em seguida, o seriado retornou. As duas mulheres se abraçaram fortemente. Nenhuma das duas falou. Meu pai, Jenn pensou, de repente, tão enjoada que ela pensou que fosse desmaiar. Papai. Ele traiu, literalmente, jogando-a para os vampiros. Para Aurora, que havia destruído Antonio. Ela tinha arrancado o seu pai de seu coração. Seu ódio por ele era quente. Mas isto... Ele estava alertando-a, dizendo que a amava. Ela não sabia o que pensar, como sentir. ―Ele ama você, ele precisa do seu perdão, ― Antonio disse em sua jaula. Jenn engoliu em seco e olhou para ele. Seus olhos estavam castanho escuro, não vermelho. E suas presas recolhidas. ―Fique longe dele, ― sua avó ordenou. Jenn beijou a bochecha de vovó Esther, e foi até a jaula. Antonio virou de lado e olhou para o chão. ―Ele precisa do seu perdão, ― ele disse. Em seguida, ele enterrou o rosto nas mãos e caiu de joelhos.


Jenn não conseguia respirar. Ela olhou para a cabeça baixa, os ombros caídos. Será que o monstro na jaula foi embora também? Ocorreram dois milagres? ―Primeiro ele precisa de seu próprio perdão, ― Vovó Esther disse, tomando a sua mão e segurando-a firmemente, como se Jenn pudesse confiar demais e chegar muito perto. ―Antonio, é realmente você? ― Jenn disse. Ele deixou suas mãos caírem, e ela viu a angústia em seu rosto, a necessidade bruta para a liberação, quando ele jogou a cabeça para trás e olhou para cima, como que ao próprio Deus. Ao longe Holgar uivou, longo e baixo, e melancolicamente. ―Eu não sei, Jenn, ― ele disse, enquanto as lágrimas deslizavam pelo seu rosto. ―Quem eu sou.


Esta noite vou sair. Eu orei de joelhos na capela por horas, ouvindo a palavra de Deus. Padre Francisco me mandou ficar aqui no seminário da Universidade de Salamanca. Eu quero ir para o campo de batalha. Eu quero lutar como um soldado e reduzir os exércitos de Hitler. Mas Padre Francisco me lembrou que Deus está lutando as batalhas para as almas, e eu estou perto de tomar as minhas ordens sagradas – apenas algumas semanas. Ele disse uma vez que eu vou rugir, que eu me tornarei um leão de Deus, como São Miguel. Eu vou lutar contra Satanás e seus demônios. Voltar na minha aldeia, onde eu fui tão apaixonado por Lita. Ela era linda e engraçada, ela queria se casar – que nós casássemos e tivéssemos muitos filhos. Era o que ela queria, e parte de mim queria isso também. Mas eu acreditava que o plano de Deus era para eu me tornar um sacerdote. Quando as bombas caíram, ela morreu junto com toda a minha família. E eu fiquei seguro dentro de Salamanca, cantando cânticos com meus irmãos. Intocado. Ileso. Eu estava tão envergonhado. Descanse em paz, querida Lita. Adolf Hitler está conquistando o mundo, enviando os impotentes para os campos de morte. Não apenas os judeus, mas ciganos, deficientes e enfermos. Isso não pode acontecer. Isso não vai acontecer. Bons homens estão se juntando a Cruzada contra o mal e tirania. E eu sou um bom homem.


Mais uma vez o mundo além dos muros da minha igreja me chama para a batalha. Desta vez eu vou. E eu juro pela minha alma que eu nunca vou deixar que outra pessoa que eu amo se machuque. ― Do diário de Antonio De La Cruz, encontrado apodrecendo nas catacumbas.


Lavados com o sucesso aparente do seu ritual, Skye e Padre Juan sentaram nas cadeiras fora da cela de Antonio. Sua própria cadeira, com segurança atrás das grades, formava a base do seu triângulo. No centro, um círculo de cominho, cravo e bagas de zimbro, uma bola de cristal capturando as luzes das velas que Skye colocou ao norte, sul, leste e oeste. A vela branca queimando para invocar contato puro com o espírito. Uma vela preta queimando, para repelir o mal e estabelecer a mente inconsciente livre de Antonio. Havia turquesas, para a humanidade, cinzas, para neutralizar o mal. Padre Juan adicionou um missal, o terço e um frasco de água benta para o altar. Antonio usava algemas de prata, que Skye havia exposto ao luar enquanto orava por ele. Em torno de sua cabeça, ela teceu um diadema de fita de prata. Ele estava sem camisa, e ela desenhou um pentagrama no peito com as cinzas da madeira de carvalho. Ele pressionou seu corpo contra as grades, os olhos fechados, enquanto ela tocava as cinzas da sua pele gelada. À Esquerda de Skye, Padre Juan esticou os braços entre as barras da cela. Eles deram as mãos, em seguida, pegaram as mãos de Antonio, e Skye deu um pequeno empurrão. Porque ela ainda estava com medo dele, ele sabia, e porque suas mãos estavam frias. Porque o seu sangue não circula. Porque ele era um Maldito. Era uma maldição que poderia ser levantada? Ou há uma parte de mim que realmente não quer ajudar? Que parte dele relevou a maldição do vampirismo? Quando garoto, Antonio havia observado a existência solitária do Padre Pablo, o Padre católico em sua pequena aldeia – negou uma esposa e familiares, compartilhando as alegrias e tristezas de seus ‗rebanhos‘, sem tomar parte delas. Quando Antonio perguntou ao Padre Pablo sobre isso, o Padre


lhe disse que Deus aprovou tal sacrifício e enviou outros, presentes muito mais maravilhosos e compensadores. Antonio ainda não entendia, e como ele era apenas um menino, era um pecado que ele não esperava. Mas ele se tornaria um sacerdote como Padre Pablo, e ele receberia esses presentes maravilhosos. Seria como o Natal. Anos se passaram, e todos na aldeia sabiam que Antonio De La Cruz estava destinado para o sacerdócio. Mas quando Rosalita Hernandez chegou do México para viver em uma casa abaixo de sua família, Antonio foi tentado a negar a sua vocação ao sacerdócio e casar com ela. Então ele se lembrou das palavras de Padre Pablo. Ele olhou em volta para todos os rostos orgulhosos dos aldeões – um deles se tornaria um Padre! Ele ouviu as orações de sua mãe de agradecimento a Mãe Maria pelo dom maravilhoso de seu filho, Antonio. Ele não podia trair a sua confiança. Assim, ele permaneceu fiel a Deus e partiu para o seminário em Salamanca. Logo depois, as bombas da guerra civil espanhola caíram, em sua aldeia, matando Rosalita, sua mãe e toda sua família. Na segurança do seu mosteiro Antonio estava triste, e sua comunidade religiosa se reuniu em torno dele, orando com ele. As garotas que vieram à missa desmaiaram em cima dele – tão bonito, trágico e não disponível! Ele cresceu perto de Deus, consolador de todos, e mesmo que Antonio ainda estivesse muito solitário, ele não se sentia sozinho. Mas, o escuro Antonio se perguntava: Será que Deus fez as bombas começarem a cair para se certificar de que eu iria permanecer fiel a Ele? ―Sim, ele fez, ― Sergio o informou, na noite em que o encontrou em uma floresta na França, em 1941, na guerra. ―Ele fez isso para você, Antonio. Porque ele é um Deus do sofrimento. Eu lhe ofereço outro caminho. Em seguida, Sergio converteu Antonio, e ele perdeu Deus, ou isso era o que ele acreditava. Quando a mudança veio pela primeira vez sobre ele, Antonio perdeu a consciência e sua humanidade. Ele correu, livre, dominado pelas paixões que havia negado a vida inteira. Ele encontrou alegria em luxúria, ódio e crueldade. Sergio o amava por isso, declarando-o como melhor vampiro, mais cruel que já executou.


―Você é magnífico, ― Sergio lhe disse, quando eles aterrorizaram Madrid, e Antonio matou os sacerdotes na lista de Sergio. ―Uma inspiração! O que trouxe a humanidade de volta para ele, de volta em 1942? Ele lembrou o seu orgulho de trazer um Caçador morto à corte de Sergio na noite do baile ao qual seria realizado em sua honra. Antonio tinha acabado de deixar o rapaz no chão quando algo aconteceu com ele. Então, ali ficou horrorizado com o que fez. Foi como acordar de um pesado. Mas como? Por quê? Antonio soube quando ele virou as costas para o seu Sire que tinha envergonhado e humilhado Sergio – e que ele seria marcado para a Morte Final. Depois que ele deixou a corte de Sergio e encontrou abrigo mais uma vez na universidade, o Padre bondoso responsável pela capela lhe permitiu viver no porão ou o que eles se referiam naqueles tempos como porão. Houve um mal-entendido, porque ele era um vampiro e não um homem mortal, ele abriu uma porta pesada fechada há séculos e desceu praticamente voando pelas escadas do que os atuais habitantes sabia. Considerando que ele chegou ao porão, Antonio vivia nas profundezas das catacumbas – salas dos mortos, onde os ossos dos fiéis foram empilhados ao longo de séculos, em vez de enterrados nos cemitérios. Talvez Salamanca sofreu uma praga ou o cemitério havia atingindo o limite. Essas foram os motivos das catacumbas de outras cidades. Crânios forrados nas paredes; ossos de pernas e ossos de braços marcavam o caminho que ele ia a pé para ouvir missa, confessar-se e beber o sangue de seu amigo. Ele estava agoniado para ser o melhor católico que podia. Tudo o que ele fazia para salvar sua alma ele tinha que continuar fazendo, ou ele seria condenado. Mas sentado na jaula enfrentando Skye e Padre Juan, Antonio se perguntou se de fato ele tinha alguma coisa a ver com o seu próprio despertar. Havia bruxas levantando a Lua naquela época? Teriam as orações de homens e mulheres que ele nem sabia alterado a energia de sua vida, e o salvado do inferno? Skye levantou e Padre Juan preparava cuidadosamente os preparativos através das grades de sua cela, a vergonha, correu sobre ele. Eu não mereço ser


resgatado, não desta vez. Eu teria matado o bebê. Eles não achavam que eu teria, mas nenhum deles é um vampiro, como eu. ―Não há outro vampiro como você. ― Skye disse, o assustando. Os lábios de Antonio se abriram em espanto, e ele soltou ambas as mãos. ―Você acabou de ler minha mente? Skye pareceu surpresa. ―Caramba, eu acho que fiz. ―O quê? ― Padre Juan disse. ―Hum, bem, ele pensou em como não existem outros vampiros como ele, ― Skye disse. Ela estava mentindo para Padre Juan, talvez para proteger Antonio. ―Você leu os pensamentos dele, ―Padre Juan disse. ―Os ouvi. Claro como o dia, ― Skye respondeu. ―Tente novamente, ― Padre Juan disse a eles. A luz das chamas das velas refletiu na testa de Skye enquanto ela fechou os olhos. Antonio e Padre Juan a observava em silêncio por alguns segundos. Em seguida, Antonio fechou os olhos, e se concentrou. Estou pensando em sol. ―Skye? ― Padre Juan pressionou. Skye abriu os olhos e balançou a cabeça. ―Nada. Você está fazendo algo diferente, Antonio? ―Não, ― ele respondeu. ―O que você estava pensando? ― Padre Juan lhe perguntou. ―O sol. ―Talvez tenha que ser algo mais emocional para você. Talvez uma memória. ― Ela estudou o layout das velas e ervas, a bola de cristal no centro. ―Eu me pergunto se eu adicionar alecrim, para recordação... ― Ela voltou sua atenção para ele. ―Tente pensar sobre Jenn. Tente não pensar nela, ele pensou, e Skye inclinou a cabeça. ―Heh, como eu disse para você pensar sobre ela, talvez eu esteja apenas supondo que você está. Mas uma foto de seu rosto apareceu na minha mente. ―O que exatamente ele estava pensando quando você leu pela primeira vez seus pensamentos? ― Padre Juan perguntou, e Antonio se moveu, desconfortável. ―Diga-me a verdade desta vez? ― acrescentou.


―Ele tinha medo de que fosse ma – machucar o bebê, se ele não tivesse se assustado. ― Ela limpou a garganta e mudou uma das velas uma fração de uma polegada, evitando contato visual com os dois. Antonio sorriu tristemente. ―Eu estava com medo que eu pudesse ter matado o bebê. Skye, Brujita, é gentil de sua parte tentar me proteger, mas neste caso a honestidade é definitivamente a melhor política. Ela mexeu os ombros. ―Não é o modo da minha tradição causar qualquer tipo de dano. E isso é doloroso para você. Outro tipo de bruxa pode ser capaz de fazer isso, ― uma nuvem passou sobre suas características, ―mas, eu sou sua amiga. ―Então, sendo sua amiga, ― Padre Juan disse. ―Aurora torturou e o matou de fome, então podemos supor que ela o quebrou. Mas precisamos saber o lhe edificou voltar para o Antonio que conhecemos. Essa é a segunda vez que Antonio superou a condição natural do vampiro. ―Ele tem uma namorada pela primeira vez? ― Skye perguntou, e Antonio trocou um olhar com Padre Juan. ―Jenn não é minha namorada, ― Antonio disse. Skye levantou uma sobrancelha. ―Tanta coisa para honestidade. Os dois homens ficaram em silêncio. Em seguida, Padre Juan disse: ―Nossa tradição é muito diferente da sua Skye. Para você, negar seus apetites humanos é uma afronta a Deusa. Para nós, oferecemos esses apetites como um sacrifício a Deus, para que possamos canalizar nossas energias em serviço a Ele e ao seu rebanho. ―Bem, então talvez ele foi ao fundo do poço por causa disso, ― ela disse. ―Se ele parou de tentar tão duramente, você sabe... Talvez Antonio precise comer, beber e ser feliz. Ele é bastante sisudo, você não acha? Antonio deu um sorriso torto. ―É assim que você me ver? ―Estamos em guerra, Skye, ― Padre Juan disse. ―Antonio foi um soldado durante décadas. Endurece qualquer um. ―Mas ele não quer o seu Deus. ― Ela parecia confusa. ―E o seu Deus não gosta que seus homens santos matem pessoas. ―Ele não gosta, mas às vezes é necessário. Às vezes, para o bem maior, tem que fazer a guerra, ― Padre Juan disse.


―Mas em seu mundo ‗bom‘ – bem, isso é um alvo em movimento, não é? As Cruzadas da Idade Média – você matou pessoas como Taamir muitas vezes. ―Essa é uma forma de encarar isso. ― Padre Juan disse. ―No meu mundo as coisas são boas apenas enquanto ninguém se machucar. ― Ela suspirou pesadamente. ―Por isso eu sou uma Bruxa Branca e só eu sei lutar contra os Malditos. ―Talvez se você me dissesse como chegou a essa decisão, poderia ajudar a iluminar a decisão de Antonio também. ― Padre Juan pegou o terço, o beijou e colocou de volta no altar. Imediatamente as chamas da vela saltaram e queimaram mais brilhante, enchendo a jaula de Antonio com a luz. Skye olhou para o pentagrama no peito. A cinza estava suavemente brilhante em um tom prateado. ―Prata, a cor da Deusa. É possível que ela esteja clamando a ele? ― Skye deslizou sua cadeira e ficou de joelhos. ― Ela estendeu os braços. ―Hécate, Rainha do Universo, isto é um sinal? Alarmado, Antonio fez o sinal da cruz. ―Eu sou católico, quase um sacerdote. ―Vamos unir as mãos, ― Padre Juan insistiu, ―e ver o que aqueles do ‗Mais Alto‘ deseja de nós. ― Ele pegou a mão de Antonio. Skye exclamou baixinho quando ela entrelaçou os dedos nas de Antonio. ―O quê? ― Antonio disse. ―Por um momento, sua pele estava quente, ― ela disse. Padre Juan arregalou os olhos. ―Eu não senti nada. Antonio soltou as mãos e tocou seu rosto. Fria. ―Deve ter sido o calor das velas. ― Ele fez uma careta de desculpa, como se ele estivesse de alguma forma precipitando as esperanças de Skye. ―Ou mágica, ― ela respondeu. ―Eu acredito nisso, você sabe. E nós estamos aqui em um cenário de ritual, com, você sabe um altar e tudo. Assim era de se esperar que algo acontecesse um pouco, eu não sei, especial! ― Determinada, ela agarrou a mão de Antonio de novo, então bufou e se inclinou para o lado, tendo Padre Juan. ―E gostaria de lembrar senhores que


eu sou a Sacerdotisa aqui, e eu sirvo uma Mãe que iria aquecer as mãos de um filho, se estivesse com frio. Por favor, fechem os olhos. Antonio fez o que ela pediu, se sentindo inexplicavelmente alegre. Havia muito trabalho aqui que ele não entendia. Talvez se ele pudesse relaxar, então – eu não parei porque eu queria. Eu parei porque eu estava assustado. Como eu poderia ter deixado isso acontecer? Eu sou um príncipe entre os vampiros. Meu Sire é um rei! Seus olhos se abriram, assim fez Skye. Seu peito arfava quando ela olhou para ele com horror. Antonio olhou para baixo, buscando o terço de Padre Juan para permanecer firme, em vez disso, viu a bola de crista. Fumaça cinca escura girava dentro dela. ―O que é isso? ― Padre Juan murmurou. ―Sua aura. Seus pensamentos. Eles ainda estão muito escuros. ― A voz de Skye apertou. ―Ele não está totalmente de volta conosco. Nem mesmo a metade. Morda o pulso dela, uma voz sussurrando na mente de Antonio. Beba o sangue dela. Skye gritou e puxou a sua mão. Ela recuou em sua cadeira, derrubando-a e Padre Juan de imediato, se colocou entre Skye e Antonio. ―Lute contra isso, Antonio. ― Padre Juan estendeu a mão e agarrou o seu terço. Ele balançou na frente de Antonio, que recuou dele. ―Eu só quero um pouco, ― Antonio disse calmamente. ―Pelo amor de Deus, você se alimentou de mim. Você foi alimentado esta noite, ― Padre Juan rebateu. ―Antes de Skye chegar. ― Ele empurrou a manga do casaco, revelando seu pulso enfaixado. ―Mas o seu sangue é fino, velho. O dela é jovem. Fresco. ― Antonio riu para ela. ―Seus olhos, ― Skye chorou. ―Padre Juan, mantenha-se longe dele! ―Você pode ler seus pensamentos? ― Padre Juan perguntou, os olhos fixos em Antonio. ―Sim. Ele quer matar nós dois, e dizer a Aurora onde ele está. ―Eu não! ― Antonio gritou. ―Você uma pequena mentirosa! ― Então, Antonio treinou sua atenção sobre ela. ―Skye, me perdoe, ― ele disse docemente. ―Eu – eu perdi a calma, mas eu estou bem agora. Venha, deixeme provar isso a você.


―Ele está tentando hipnotizar você. ― Padre Juan segurou os ombros de Skye. Antonio se lançou nas barras da jaula. Elas ressoaram e agitaram. Será que eles acham que poderia mantê-lo trancafiado como um humano? ―Vocês não sabem quem eu sou? Quem nós somos? Legião! Legião! Legião! Estamos vindo das profundezas do inferno! ― Ele gritou. ―Nossos exércitos cairão sobre vocês! Vamos arrancar suas gargantas! Vocês ousam nos transformar em pó? Vocês vão ser menores que poeira! Vocês não são nada! Nada! ― Ele agarrou as barras e puxou. Enfurecido, ele gritou os nomes dos deuses do inferno. ―Orcus! Samedi! Hel! Baal! ―São Miguel! São Gabriel! São Raphael! Todos os santos, anjos e arcanjos! ― Padre Juan gritou. ―Todas as ordens sagradas de espíritos abençoados! ―Não tente nos exorcizar! ― Antonio gritou. Ele falou por todos eles, muito dentro de si, os Malditos chegando e esmagaria... ―Jenn! ― Skye gritou com ele. ―Jenn! Jenn! Jenn! Ele engasgou. ―Jenn! ― Ela gritou de novo. ―Você a ama. Você pode fazer! ―Não, ― ele sussurrou. De repente, ele sentiu-se tonto e vazio. E detestável. E apenas. ―Não. ―Ela ama você. Ela ama você, ― Skye disse. ―Você é amado. Ele escorregou de joelhos. ―Oh, Skye, oh, Dios. Ajude-me, Padre, ― ele pediu, abaixando a cabeça. ―Sinto muito. Lo siento. Mea culpa, mea maxima culpa. *** Jenn ouviu tudo. Antonio falando tão seriamente, e então, como alguém em um filme de terror. O filme de terror que toda a sua vida tinha se tornado. Forçando as lágrimas, ela fez um gesto para Taamir. Ela se juntou a ele de sentinela para que ela pudesse escutar, e agora ela desejava que não tivesse. ―Você está bem? ― Ele perguntou a ela, mastigando uma maçã, como se estivesse habituado a ouvir a raiva de Antonio.


A porta se abriu, e Skye despencou por ela. Que olhou para Jenn, em seguida, colocou os braços em torno dela com força. Jenn ficou rígida. Ela não poderia se desfazer. Ela não faria isso. ―Taamir, por favor, entre e permaneça com Padre Juan, ― Skye disse. ―Ninguém deve estar a sós com Antonio. Você está como sentinela, Jenn? Eu faço isso a partir daqui. ― Ela pegou a metralhadora dela e atirou-a sobre seu ombro. ―Vá em frente. Você sabe que é melhor encontrar outro lugar para estar. Jenn tomou uma respiração profunda, irregular e assentiu. Girando longe, ela meio que passou correndo das barracas e outros edifícios para o campo aberto, onde a fotografia em tamanho real de Solomon havia sido destruída. Apenas restos do cartaz estavam agarrados aos fardos de feno. ―Eu odeio você. Eu odeio você, ― ela disse, chutando. ―Eu vou matar você. ― Ela bateu nele com os punhos, um de cada vez, e então ambos, os dois. Ela continuou batendo e chutando, finalmente, chorando, socando-o até que os pedaços de palha se encontraram em suas mãos. Então ela se livrou deles, exausta, ainda chorando. Ela estava enrolada na lama gelada quando as lágrimas quase congelaram no rosto. ―Querida, ― uma voz disse, quando alguém gentilmente sacudiu Jenn. Ela se assustou. Ela não estava dormindo, exatamente – agora ela esta tão insensível e fria, ela não conseguia se mover. Um cobertor veio ao redor de seus ombros. Jenn abriu os olhos lentamente, e por um momento ela estava tão atordoada que não conseguia se concentrar. Sua mãe estava ajoelhada na lama fria, banhando o seu rosto com beijos. Segura, viva, aqui. ―Oh, meu bebê, ― sua mãe disse. ―Oh, Jenn. ― Elas se abraçaram por um longo tempo. A mãe de Jenn alisou o seu cabelo e tentou ajudá-la a se levantar. A perna de Jenn estava dormente. ―Quando você chegou aqui? ― Jenn perguntou. ―Como? ―Apenas alguns minutos atrás. Vovó trouxe você aqui, sim? Estive procurando por você em toda parte. ― Ela levantou a mão. ―Aqui! Eu a encontrei. Noah se aproximou. ―Bom, ― ele disse. Então ele deslizou o braço sob o ombro de Jenn e a firmou. Ele era sólido e forte ao lado dela. E quente.


Timidamente, ela apertou o peso no seu pé formigando. ―Mãe, eu não matei Brooke. ―Eu sei. Nós tomos sabemos. ― Sua mãe beijou suas bochechas, então ela fungou e beijou sua testa uma, duas, uma dúzia de vezes, e abraçou-a novamente, sorrindo timidamente quando seu braço esbarrou em Noah. ―Mamãe, papai estava na TV, ― ela disse. ―Ele estava tentando me enviar uma mensagem. ―Jenn, ― sua mãe disse, franzindo os lábios. ―Eu não sei sobre ele. Eu... Eu não estou pronta para acreditar em qualquer coisa, que venha dele. Como está Heather? ― Sua mãe perguntou, mudando de assunto. ―Quando você a viu pela última vez? Padre Juan disse que ela está em uma casa segura, mas não pode ligar, e uma vez que ele está aqui, está sendo mais cauteloso. Eu estou morrendo de vontade de falar com ela. Ela está bem? Ela tem conversado com alguém sobre isso? Um terapeuta, talvez? ―Oh. ― Jenn arriscou um olhar para Noah, que estava muito neutro. Ele sabia sobre Heather. Isso matou Jenn por mentir para ela, mas ela e o Padre Juan, ambos, concordaram que ninguém fora da equipe – Noah e Taamir faziam parte da equipe – poderia saber sobre Heather, nem mesmo a sua mãe. A melhor maneira de proteger a vida de sua irmã era mentir sobre sua condição. ―Eu quero estar com ela. Padre Juan está tentando organizar isso, ― a mãe acrescentou. Jenn ficou surpresa, e também muito feliz. Essa era uma ótima ideia, se sua mãe pudesse receber a verdade. Ajudaria Heather a reconectar, e iria reunir sua família. Como parte de sua família restava, de qualquer maneira. Será que seu pai se juntaria a elas novamente? Jenn não sabia. Sob o luar sua mãe parecia mais jovem do que Jenn se lembrava. Era como se sua nova vida concordasse com ela. Jenn pensou em todas as coisas que sua mãe fez para tentar ser útil no pós-guerra em São Francisco, como levar as refeições para os haviam sido feridos lutando contra os Malditos. As autoridades locais fecharam sua galeria de arte, porque algumas das peças que eram exibidas se viam como ―inflamatório‖ e ―prejudicial para o processo de


trégua‖. Mesmo que ela fosse filha de vovó Esther na lei e não sua parenta de sangue, elas eram do mesmo tipo. ―Sua mãe trouxe alguém que estava espionando Solomom, para a Resistência, ― Noah disse a Jenn. ―Sua avó convocou uma reunião, e nós estivemos à sua procura. ―Vamos, ― Jenn disse. Mas, quando ela tentou andar, ela oscilou por causa de sua perna formigando. Noah a segurou, o seu lado pressionando contra o dela. Seu bem-vindo calor do corpo penetrou. Depois do que ela havia visto e ouvido, era bom se apoiar sobre ele. ―Não podemos parar para que você pegue um casaco? Você está congelando, ― protestou sua mãe, se arrastando atrás deles. ―Você está bem? ― Noah perguntou a Jenn calmamente. ―É tão bom vê-la, ― Jenn respondeu. ―Eu odeio mentir para ela sobre a minha irmã. ―A vida é assim. O doce com o amargo. ― Ele deu um sorriso triste. ―Portanto, é preciso lembrar-se de provar o doce quando estiver disponível. A alegria de Jenn começava a azedar. Talvez a reunião também fosse sobre Antonio. A emoção do medo profundo fez seu estômago apertar, e ela retardou, à espera de sua mãe. Jenn pegou sua mão e apertou com força. ―Obrigada. Eu posso andar agora, ― Jenn disse a Noah. ―Eu não tenho certeza... ― ele começou. ―Eu estou bem. ― Ela lambeu os lábios e mudou seu peso. Formigamentos correndo para cima e para baixo de sua perna. Ela caminhou ombro a ombro com sua mãe para o celeiro. Havia cerca de vinte pessoas, todos os rosto familiares, muitos sorrisos brilhantes e gestos de saudação para sua mãe. Sua avó e seus dois tenentes, Sam e Bo, estavam sentados em uma mesa bamba de madeira. Alguns outros estavam sentados em cadeiras de madeira, outros em fardos de feno. Padre Juan, Skye, Eriko e Jamie estavam sobre os fardos. Skye murmurou, ―Holgar está com Antonio. Padre Juan sorriu gentilmente, vendo ela e sua mãe juntas. Uma mulher loira, muito bonita, estava ao pé da mesa, como se ela estivesse indo pedir a vovó Esther um favor. Ela estava vestindo calça jeans


skinny, botas e uma jaqueta do exército com uma cruz de Jerusalém presa na lapela. Mas, enquanto os agentes do governo usavam cruzes negras, esta era branca. ―Jenn Leitner, ― a mulher disse, estendendo a mão quando Jenn e sua mãe foram até a mesa. ―Eu sou filha de Marti Swan. Estou com a Resistência. Um pouco confusa, Jenn apertou a mão da mulher. Parecia que havia um número de ―resistência‖ nesta guerra. Padre Juan e Antonio explicou que na Segunda Guerra Mundial foi da mesma maneira. Mas durante a guerra a maioria dos grupos tinha trabalhado dentro das fronteiras de seus países, lutando contra os exércitos invasores. Jenn era a única pessoa em sua equipe dos Estados Unidos, e ela foi à Espanha para a sua formação. A mãe de Jenn puxou duas cadeiras vazias da mesa, gesticulando para Jenn sentar-se com ela. Jenn olhou para sua equipe, em seguida, tomou o assento ao lado de sua mãe. Noah se inclinou contra um poste e cruzou os braços. ―Alguns de vocês sabem que Solomon está planejando um filme sobre a história dos Malditos, titulado, simplesmente, história. Duas semanas atrás, Solomon disse a um agente nosso, uma mulher chamada Mei Lao, que ele estava planejando filmar uma seção definida na Rússia sobre super soldados vampiros. Ele estava conversando com alguém chamado Danny sobre isso. Mas achamos que é um disfarce para outra coisa. Todos os Salamancans olharam para ela. Em seguida, eles se entreolharam. ―Dantalion? ― Jenn disse. ―Talvez? Quem é esse? ― Ela perguntou. ―Dantalion estava fazendo híbridos humanos, lobisomens, monstros vampiros. Muito forte. Super soldados vampiros, apenas para o real. Que poderia mudar durante o dia, ― Jenn disse a ela. Houve um rebuliço em torno da sala, e Jenn percebeu, tardiamente, que essa era uma novidade para todos, apenas para um grupo seleto. Tanta coisa tinha acontecido tão rápido. ―Isso foi bem sucedido? Eles podem andar na luz do dia? ― A avó de Jenn perguntou.


―Nós não sabemos, ― Jenn respondeu, tentando manter a voz firme. Marti lambeu os lábios. ―Eu tenho mais. ―Vá em frente, ― Jenn disse. ―Nós todos usamos esses colares de coração, ― ela retirou do pescoço, ―com morcego neles. Até agora Solomon não suspeita do que nós estamos fazendo. Eu tenho isso próximo a mim. Ele ama a sua voz, ― acrescentou secamente. “Os campos são definitivamente o caminho a percorrer”. ― A voz de Solomon ecoou nos alto-falantes portáteis posicionados em torno da sala. “Podemos reunir todas as pessoas indesejáveis e mantê-los em um só lugar. Seus pensamentos, Jack?” Campos? Jenn pensou, olhando para a preocupação no rosto das pessoas. ―Indesejável seria... Que, Solomon? ― Choque registrado nos rostos de todos. ―Jack, ― era Jack Kiburn, o presidente dos Estados Unidos. “Eu vou tomar a minha sugestão a Segunda Guerra Mundial. As pessoas que ficaram no caminho. Os desordeiros. E os fracos. Inferno, seu lado preso a quaisquer descendentes de japoneses. Você pode fazer sua própria lista, se quiser. Você tem todos os inimigos que você deseja bloquear?” Expressões de horror nascendo, deu lugar a murmúrios de alarme. Apelos para a calma e um monte de silêncio quando as pessoas se inclinaram para frente para ouvir. “Você está falando sobre os campos de concentração. Como os nazistas”, ― disse o presidente. “Bingo. E eu tenho uma sensação pequena de vocês humanos, fazendo uma nova casa atrás do arame farpado.” Houve uma pausa. “Mas há bilhões de nós, Solomon. Quão muitos desses campos você está falando?” “Há bilhões agora”, respondeu Solomon. “Mas podemos cuidar disso. Em tempo recorde.” A sala ficou em silêncio mortal. Os rostos das pessoas sem cor. A mãe de Jenn pegou a mão dela. Houve uma longa pausa. Os alto-falantes sibilaram com ruído. ―Isso é tudo o que temos, ― Martí disse. ―Se Solomon contou a Kiburn o que ele estava planejando, eu não peguei.


―Oh Deusa, ― Skye, enterrou o rosto nas mãos. Jamie permaneceu no silêncio. Seu pescoço ainda estava enfaixado da mordida de Antonio. ―Porque qualquer um de vocês está surpreso? Isto é o que os governos fazem. Joguam as pessoas para baixo na frente dos tanques. Esse pedaço de merda está fazendo um acordo para salvar a sua própria bunda, apenas como a Jenn aqui. São vocês e eu contra os Malditos, sem ajuda deles. Sempre foi, sempre será, até que os destruam. Vovó Esther e seus amigos antigos defensores acenaram em concordância. ―Certo Jamie. ―Sabemos que Solomon está planejando uma conferência de imprensa no Mall em Washington, DC, em uma semana. Alguém na Casa Branca nos disse que o presidente vai estar lá também, ― Martí disse. ―Ótimo. Nós podemos destruir ambos ao mesmo tempo, ― Jamie disse. ―Jamie, não há nenhuma maneira, ― Jenn disse. ―Nós não seremos capazes de chegar perto deles. ―Ela está certa, ― Esther disse. ―Oh, Deus! Vocês são um bando de covardes! ― Jamie olhou ao redor, então pegou um regador de metal e o atirou tão duro quanto podia. Isso bateu em um poste. ―A Jenn está certa, ― Noah disse. ―Eu tentei ―derrubar‖ alguns políticos no meu tempo, e leva meses, anos de planejamentos. E mão de obra bem mais do que nós temos. Em seguida, Padre Juan falou. Seu rosto estava quase brilhante. ―Mas podemos fazer outra coisa. Nós poderíamos jogar essa gravação para o mundo. ―Quando Solomon e o presidente se encontrarem no shopping. O mundo vai ouvir, ― Esther disse. ―Deus e o Diabo também, ― Jamie disse. Ele encolheu os ombros. ―É melhor que nada. E eu acho que é tudo que vocês irão conseguir. ―Vamos tentar fazer melhor, ― Esther disse maliciosamente. ―Veja o que você faz, ― Jamie atirou de volta, muito sério. O planejamento começou ao mesmo tempo. Jenn estava no meio disse, mas ela deixou Jamie fazer um monte de elaboração de estratégias, porque,


como ele dizia, ―meu povo costumava fazer esse tipo de coisa‖. A noite avançava dentro do celeiro, e mesmo que ela e os outros ficassem para manter as mesmas horas que o inimigo, sua cabeça começou a doer. Algo lhe chamou a atenção em sua visão periférica. Perto das portas abertas duplas do celeiro, Padre Juan estava gesticulando para ela. Skye estava ao lado dele, seu rosto pálido e abatido. Jenn se afastou da mesa, e foi ver o que estava acontecendo. Padre Juan colocou o braço sobre os ombros como se, preparando-a para um golpe. ―Eu estou voltando para a Espanha, e eu vou levar Antonio comigo, ― ele disse.


Às vezes, não importa o que você faz, não importa o quão duro você luta, você ainda perde. Esse é um dos segredos mais terríveis da vida. Às vezes não há vitoria, não bate as probabilidades, não emerge triunfo. O convés pode ser empilhado contra você. O destino pode decretar o seu fracasso. Eu só sei que, às vezes, mesmo quando você acha que ganhou, você perdeu. Eu odeio isso. Eu estou cansada de perder. Estou cansada de perder amigos, família, a guerra. Como você muda isso, embora? Como você troca o convés ou muda o seu destino? Porque eu preciso. Se eu não conseguir, todos que eu conheço irão morrer. E vai ser por minha culpa. Eu ouvi dizer que a vitória está ganha em centímetros. Isso pode ser verdade, mas não tempos tempo. Se vencermos em centímetros, ainda vamos perder, porque a cada dia que passa, centenas morrem. Como faço para parar isso? Como faço meu próprio destino? Como devo começar? ―A partir do diário de Jenn Leitner, descoberto nas cinzas.


―Mestre? ― A garganta de Jenn fechou em torno da palavra. Pensamentos confusos em sua cabeça – Padre Juan não desistiu de Antonio, Padre Juan não estaria lá na missão de Washington. E Skye também tinha algo a dizer. ―Meu coração está me dizendo que eu devo parar de lutar. Mas eu posso ajudar Padre Juan com Antonio e Heather. ― Skye falou com pressa, nervosa e ansiosa. ―Antonio está melhor por causa do que Padre Juan e eu fizemos. ―Antonio vai conseguir o seu caminho, ― Padre Juan disse a Jenn. ―E eu preciso voltar à academia. E se Skye foi capaz de ajudar Antonio, ela pode ser capaz de ajudar Heather. Jenn mordeu o lábio inferior, e balançou a cabeça. ―Skye, não posso deixar você ir. ―Jenn, ― Padre Juan começou, mas ela balançou a cabeça novamente. ―Skye pode alcançar as mentes dos nossos inimigos. Ela pode ser capaz de coletar informações que precisamos. ― Jenn olhou para bruxa gótica. ―E se nos ferirmos, você pode nos ajudar. ― Skye franziu a testa. Jenn percebeu sua confusão, e lhe deu um abraço rápido. ―Por favor, Skye, não nos abandone. Isso seria um prejuízo. ― Ela olhou para Padre Juan. ―Não concorda? Seu mestre permaneceu em silêncio. Então ele se virou para Skye. ―Como você destacou, na fé, muitas vezes as pessoas boas fazem coisas más. Elas pegam o pecado sobre elas, para o bem maior. Mas se você souber o que fazer, então que assim seja. ―Eu não sei, ― Skye murmurou. ―Quando é que você vai embora? ― Jenn perguntou.


―Dez minutos, ― ele respondeu. ―Sua mãe me deu a van para que eu possa manter o sol longe dele. Ela vai ficar aqui. Eu lhe disse que enviaria para ela mais tarde. Dez minutos. Que não dava tempo suficiente para se preparar. Mas dez horas não seria tempo o suficiente. ―Por que esta noite? Por que agora? ― Jenn perguntou. ―Enquanto você estava elaborando estratégias, lancei as runas, ― ele disse simplesmente. ―E eu orava. ―Mas... ― A garganta de Jenn apertou. Ele atraiu-a em seus braços e beijou a coroa de sua cabeça. ― Você já teve tantas decepções, Jenn. Ela congelou. Você vai levá-lo embora por isso, não vou ficar desapontada? ―Eu quero dizer a deus a ele, ― ela disse. Padre Juan hesitou. ―Seria melhor se você não o visse agora. ―Não, ― Jenn desabou. ―Oh, não. ―Jenn, seja forte, ― Skye disse, pegando suas mãos. ―Padre Juan, deixa vê-lo. Acredito que isso irá ajudá-lo como fez antes. Os três estavam em silêncio enquanto eles chegaram ao edifício. Um dos defensores de vovó Esther estalou a atenção ao ver Jenn, saudando-a. ―Eu ouvi dizer que vamos matar Solomon, ― o soldado disse. ―Bem, esse é o plano final, ― Jenn estalou. ―Roger, senhorita, ― ele destrancou a porta. Jenn olhou para Padre Juan e Skye. ―Eu quero ir sozinha. ―Holgar está lá. ― Padre Juan disse. ―Eu quero que ele fique com você. ―Tudo bem, ― Jenn disse. A sala estava escura. Holgar já estava de pé, ele andou em sua direção e olhou para ela. Ele parecia muito triste. ―Ele não está bem, ― Holgar murmurou. ―Isso não deveria ser sua última memória dele. ―Não é a minha última, ― ela disse, queimando, não tanto com raiva, mas com um medo horrível de que ele pudesse estar certo.


Ela caminhou para frente, forçando Holgar sair de seu caminho. Ele, permaneceu atrás das sombras. Antonio estava sentado de pernas cruzadas no chão, fazendo um gesto com as mãos e sussurrando. Ela ficou em silêncio. ―Antonio. Eu vim me despedir. Suas mãos pararam de se mover. Sua cabeça se levantou. Seus olhos estavam vermelhos, mas no segundo seguinte, eles voltaram ao marrom. Ele parecia no seu dezenove anos. Como o cara que ela tinha triturado por dois anos, antes de ela descobrir que ele era um vampiro. Este era o cara que ela ainda estava apaixonada. ―Jenn, ― Antonio disse. ―Bueno. ― Ele passou as mãos pelos cabelos como um gesto humano que deu a ela esperança de que tudo ficaria bem, em algum lugar, algum dia. ―Você deve ficar longe de mim. ― Ele fez uma pausa. ―E de Heather, também. Até nós melhorarmos. Ela se perguntou se Padre Juan ia levar sua mãe com ele. O que ela iria dizer se visse Heather? Olhando para ela, Antonio enfiou os dedos por entre as barras. Então ele pareceu pensar melhor, e baixou as mãos no colo. A luz lançou um círculo em seu cabelo preto azulado que parecia um halo. ―Eu estive pensando. ― A voz de Antonio era silenciosa e tranqüila. ―Estou deixando o sacerdócio. Eu não posso ser Padre, mas eu posso colocar meu foco onde deve ser. De onde isso... Vagueando. Sua respiração ficou presa como se ela tivesse tomado um soco no estômago. Seu coração gaguejou. ―O que você está dizendo? ―Você sabe o que estou dizendo. ― Seus olhos brilharam. ―Você precisa ter uma vida com um homem. Essa é a sua vocação. Eu não sou um homem, Jenn. E eu nunca vou ser. ―Não, ― ela sufocou. Ela caiu de joelhos na frente da jaula e colocou as mãos por entre as barras. Ele assobiou e retirou-se para longe dela. Seus olhos brilhavam com vermelho, e suas presas estendidas. ―Tire ela daqui! ― Antonio gritou. ―Holgar, por favor! Braços fortes agarraram-na e a levou, colocando distância entre ela e a prisão de Antonio. Holgar. Ela lutou contra ele, mas ele a segurou firmemente.


―Antonio! ― Jenn gritou, estendendo a mão para ele. Antonio virou de costas para ela. ―Vá, ― ele gritou. Holgar forçou Jenn a andar até a porta, abriu e a empurrou completamente. Ela começou a chorar. Em seguida, vieram braços em torno dela, Padre Juan e Skye. Chorando, ela cambaleou enquanto Skye a levava embora. Ela tentou voltar, mas Skye a segurou firmemente. ―Não olhe para trás, meu anjo, ― Skye disse. ―Venha comigo. Eu não deixarei você. Qualquer um de vocês. Quando terminarmos em Washington, vou trabalhar dia e noite para descobrir como ajudar a trazer Antonio de volta para nós. ― Ele está de volta, ― Jenn disse. Mas ela sabia que não era verdade. Ela chorou mais, e quando ela pensou que não podia mais chorar, lágrimas frescas deslizaram pelo seu rosto. Jenn começou a sentir filetes de calma dentro do rio selvagem da sua mágoa. A bruxa estava lançando feitiços para acalmá-la. ―Jenn, ― Skye sussurrou. ―Vou trazer o Círculo de encontro sobre tudo isso. As comunidades de bruxaria terão que saber que elas devem se envolver. ―E quanto Estefan? ― Jenn perguntou a ela. ―Será que ele tem um Círculo, também? Skye hesitou. ―Eu não sei. Estas são coisas que precisamos descobrir. As coisas aconteceram muito rápido. A van movia devagar por elas. Skye apertou a mão de Jenn e Jenn sabia que Padre Juan e Antonio estavam lá dentro. Jenn baixou a cabeça enquanto Skye murmurava sobre ela em latim. Adeus, Antonio. Vaya con Dios20. Ela colocou os pensamentos dele para longe, como se estivesse em uma caixa, para ser aberta mais tarde. Então, ela limpou o rosto e voltou para o celeiro, onde a sessão de planejamento ainda estava em pleno andamento. A figura estava de pé em frente à entrada da dupla porta, uma metralhadora por cima do ombro. Noah. Quando ela se aproximou, ele colocou a mão no bolso

20

VAYA COM DIOS – vá com Deus.


e tirou alguma coisa. Era um pacote de chicletes. Com a mão trêmula, ela pegou um, desembrulhando-o, e colocando-o na boca. Era de canela, o seu favorito. ―Estou parando de fumar, ― ele disse a ela. Ele torceu um sorriso torto. ―Eu notei que você não é uma grande fã. Ela tentou sorrir, sentindo-se lisonjeada. O melhor que podia fazer foi um aceno de cabeça. ―Jenn? Bom, ― vovó disse, quando ele e ela entraram. Esther ergueu um telefone celular. ―Marti simplesmente recebeu um telefonema. A conferência de imprensa será realizada na próxima sexta. São seis dias e mil e oitocentos quilômetros. ―Tempo de sobra, tiramos de letra, ― Jamie disse. ―Não há tempo suficiente, ― Noah murmurou. ―Não importa, ― Jenn disse baixinho, e foi se juntar aos outros.


Aurora descansava no sofá, apreciando a vista de Paris à noite. Ela gostava de quartos de hotel. Não importa o quão ruim era a bagunça, que ela não precisa limpar. Ela gostou da lavagem de vermelho neste tapete. Ele deu um toque de cor ao ouro e marfim projetado da enorme suíte. Louis, seu tenente, entrou em sua sala de estar. O homem se curvou, e ao contrário de alguns, ele quis fazer o gesto cortês. ―Onde estamos? ― Ela perguntou, cruzando as pernas quando ela inclinou a cabeça para trás. ―Nossas tropas estão reunindo, ― Louis disse. ―E a Resistência está voltando para os Estados Unidos, perseguindo Solomon. ―E Antonio De La Cruz voltou para a universidade? ―O nosso amigo, vigia do aeroporto confirmou isso, ― Louis lhe garantiu. Ela suprimiu qualquer reação de alívio. Eles tinham que acreditar que ela estava com controle total. Na verdade, porém, ela estava petrificada que seu Sire descobrisse que tivera Antonio De La Cruz – e que ela o perdeu. Foi estúpido da parte dela levá-lo para Las Vegas. Mas ela não tem ligações na Rússia, e ela estava nervosa com o que aconteceu com Dantalion. Ela pensou em amedrontar Dantalion um pouco, derrubando alguns de seus monstros antes de capturar Antonio. Mas depois que saiu do palácio, o quartel-general inteiro dele foi explodido. Ela enviou alguns vampiros de volta para dar uma olhada. Eles enviaram fotos para o seu telefone. Os destroços eram incríveis. Não havia nenhum sinal de Dantalion, mas era bem possível que ele ainda estivesse ‗lá‘.


―Há algo mais, ― Estefan disse quando ele casualmente entrou na sala. Aurora ficou irritada com o Bruxo Escuro por não bater e pedir permissão para entrar. Estefan era agressivo e presunçoso. O que a feiticeira Branca viu nele? ―Vá em frente Estefan, ― ela disse imperiosamente. Estefan fez uma pausa, como se para o efeito dramático. Ele parecia tão presunçoso. Aurora já teve o suficiente. Louis parecia irritado também. Talvez fosse hora de se livrar de Estefan. ―Sergio Almodóvar está em Madrid, ― Estefan anunciou. Ela e Louis, ambos, piscaram em surpresa. ―Madrid? ―Sí. E ele está se preparando para ir para Salamanca. Alarmada, ela saltou a seus pés. Sergio não levaria seu prêmio. ―Vamos, ― ela disse.


Enquanto Philippe Gaudet olhava, Sergio sentou no trono manchado de sangue na sala e se lembrou de todos os detalhes da última vez que ele colocou os olhos em Antonio De La Cruz. Em 1942. No centro desta sala, rodeado por indivíduos de Sergio. Em uma noite destinada a homenagear Antonio, o jovem vampiro presenteou Sergio com um Caçador. E, em seguida, Antonio fugiu. Por quê? O que aconteceu com ele naquela noite? Sergio queria saber. Tinha que saber. E assim o fez o Sire de Sergio, que neste momento estava à beira de criar o Reino Vampiro aqui na terra. Seu Sire estava muito interessado em Antonio. Se um vampiro poderia perder o seu caminho tão completamente como Antonio fez, poderia acontecer para outro. Para muitos. Tal catástrofe não podia suportar. O Sire de Sergio queria estudar Antonio e Sergio faria qualquer coisa para levar Antonio até ele. ―Você está firme em sua determinação, ― Sergio disse a Philippe Gaudet. Philippe era um vampiro como o seu irmão, Christian Gaudet, que governou o Bairro Francês de Nova Orleans. Depois que Aurora assassinou Christian, Philippe veio em segrego para Sergio para se vingar dela. ―Você vai juntar-se comigo para capturar Antonio antes que Aurora faça. Philippe assentiu. ―Se você me deixar estacá-la. Aurora matou meu irmão. Ela é inferior ao pó das minhas botas. ―Feito, ― Sergio disse. Sergio queria acreditar em Philippe, mas ele o traiu antes. ―E você tem certeza que ela está em Paris? ―Philippe assentiu. ―Eu tenho excelentes espiões. A Resistência recapturou Antonio, e eles o levaram a Universidade de Salamanca. Ele está lá agora. E Aurora planeja ir atrás dele. Sergio sorriu. ―Mas ela ainda não está lá. ―Ela ainda não está lá, ― Philippe respondeu. Sergio tamborilou os dedos sobre os braços do trono. ―Ela irá até mim. Ela sempre foi tão competitiva. Eu já disse ao nosso Sire o que ela fez. Ela


teve Antonio, Philippe. Mas ao invés de trazê-lo para mim, ou para o nosso Sire, ela brincou com ele. ― Sergio não acrescentou que, aparentemente, Aurora conseguiu trazer Antonio ao seu estado vampírico natural. Ele forçaria Aurora a dizer-lhe como ela fez isso, antes de morrer. Philippe encolheu os ombros. ―Então, ela merece o que virá para ela. ―Concordo, ― Sergio disse, mas seu coração ficou pequeno e frio em seu peito. A história de Aurora Abregón e Sergio Almodóvar era um material de lendas. Talvez eu não o deixe matá-la. O amor é tão complicado. E inconveniente. ―Então você tem o meu apoio. Os vampiros de Gaudet estarão lá, ― Philippe disse. ―Vale, ― Sergio disse, se levantando. Ele olhou para o local exato onde Antonio deixou cair o Caçador. Tanto orgulho. Como um vampiro. Ele foi um príncipe. Em seguida, ele se tornou nada mais que o cãozinho dos humanos. Já que Aurora o trouxe de volta, Sergio deveria recompensá-la, não matá-la. Depois de capturar Antonio ele mesmo. ―Devemos se preparar, ― Philippe disse. Conforme as botas de Sergio ecoavam no chão de pedra, ele ouvia: Vou matá-la, eu não. Eu vou, eu não. Ele simplesmente não conseguia decidir.


Heather ficava sempre na jaula no porão escuro e úmido da universidade. Ela ouvira ruído, movimento – que revelou ser ratos – e ela não conseguia que Padre Giovanni lhe dissesse alguma coisa sobre o que estava acontecendo. Ele tinha medo dela. Ela gostava disso. Quando a porta se abriu, Heather ficou surpresa ao ver que outro Padre e um vampiro estavam ambos, lá. Ela se lembrou de ambos vagamente, como um sonho há muito esquecido. Este Maldito parecia de alguma forma diferente para ela do que as lembranças fragmentadas dele, apesar de tudo. Mais como... Ela. ―Heather, como você está? ― O vampiro perguntou muito lentamente. Ela sibilou para ele. O Padre arriscou mais perto do que o vampiro fez, e ele falou baixo, suavemente. ―Lamentamos ter ficado ausente muito tempo. ―Jenn, ― Heather disse. ―O quê? ― O Padre perguntou, olhando para ela. Heather se lembrou agora: Seu nome era Padre Juan. ―Sinto o cheiro de Jenn. ― Ela fechou os olhos. O cheiro de sua irmã estava próximo, muito vagamente, de ambos. Eles tinham estado com ela. Eles haviam visto. ―Ela está bem, ― Padre Juan assegurou-lhe. Heather sibilou novamente. ―Eu sinto medo em você. Eu cheiro terror. Padre Juan inclinou a cabeça. ―É verdade. Eu estou com medo. ―Não é sobre você. Por você, ― ela disse ao vampiro. ―E eu cheiro outra coisa. Ela se afastou dele. ―O quê? ― O vampiro perguntou-lhe. Antonio. Esse era o seu nome. Ele amava sua irmã. Sua irmã, que era humana. Enquanto ela, Heather, não era ―A morte, ― ela disse a ele. ―Você cheira a isso.


Nossa missão mudou demais, Jenn pensou. Fomos treinados para matar vampiros, não seqüestrar as ondas de rádio. Isto é mais para Noah. E Antonio, quando ele lutou contra os alemães na Segunda Guerra Mundial. Três dezenas de pessoas em oito vans e carros estavam dirigindo em direção a Washigton, DC. A mãe de Jenn ficou para trás em Montana. Jenn e Noah estavam sentados no chão da van, cujo painel com os assentos de passageiros foram retirados para dar mais espaço. Noah estava tentando explicar como ―a operação‖ iria funcionar. Ele tinha diagramas e esboços de telefones celulares, torres de celular, torres de rádio e satélites, e seus olhos estavam ao longo dos vidros. Aparentemente, era mais complicado do que segurar uma caixa explosiva. Ela tinha grandes dúvidas sobre o plano, e ela tentou expressá-las. Mas ninguém prestou atenção. As pessoas estavam cansadas de ficar sentadas ao redor de Montana. Noah, Jamie, Eriko, Skye e Holgar estavam em sacos de dormir no chão. Taamir foi em um veículo diferente. Jenn e Noah eram os únicos acordados. Eles estavam mastigando chicletes de canela e olhando para os documentos juntos. Ela não tinha ideia de quantos anos ele tinha. Se ele estava nas forças especiais israelenses, ele deve ter uns vinte e tantos anos. Mais jovem do que Antonio por pouco. Ele suspirou e olhou para ela. ―Isso é loucura, essa coisa toda, ― ele disse. ―Washington vai estar cheio de vampiros e humanos leais. Leais ao regime estabelecido, ― acrescentou. ―Precisamos de mais tempo. Grandes mentes pensam da mesma forma, ela pensou. ―Nosso tempo acabou, ― ela disse, lembrando sua última conversa com Greg. ―talvez haja um milagre. ―Eu sou muito pragmático, ― ele disse a ela.


―Ei, Israel, fale baixo. Alguns de nós estão querendo dormir, ― Jamie reclamou. ―Jamie, ― Eriko reprovou. ―A voz da Resistência disse que ia ajudar, ― Noah lembrou a Jenn. Através dos esforços de Padre Juan para localizar e unir as Células de Resistência, ―Kent‖ o procurou e ofereceu ajuda. Ele disse que iria colocá-los no ar. Noah verificou duas e três vezes para ver se Kent iria cumprir essa promessa. O telefone celular de Jenn tocou. Era Padre Juan. Seu coração pulou quando ela atendeu. Noah se afastou muito educadamente da melhor maneira possível, pegou um mapa do Nationall Mall, onde Solomon e o Presidente Kiburn iriam realizar a conferência de imprensa. ―Jenn, ― Padre Juan disse. ―Como estão as coisas? Ela baixou a voz. ―Eu estou meia... ―Tem dúvidas? ― Ele preencheu. ―Kent me ligou diretamente. Ele confirmou tudo. Ele quer se encontrar em um cybercafé em Maryland. Ele vai me dar mais detalhes se você concordar. ―Bom, ― ela disse. ―Mas eu vou ter que explicar para os outros. Noah olhou para ela, e Jenn ergueu um dedo para indicar que falaria mais tarde. Ele assentiu e desembrulhou outro chiclete. ―Muito bem, ― Padre Juan disse. ―Sua avó ainda tem muito desses celulares pré-pagos, si? Nós vamos configurar uma chamada com um desses. ―Okay. ― Ela tomou uma respiração profunda. ―Como está Antonio? ―Hmm. É difícil dizer, Jenn. Ele me pediu para colocá-lo em uma cela ao lado de Heather. Ele diz que tem maus momentos e bons momentos. Eu usei a arcana de Skye para lançar um feitiço forte de proteção. Por favor, agradeça a ela por me permitir usar. E o Círculo concordou em ajudar. As bruxas vão vir para Universidade para trabalhar comigo. ―Oh, isso é ótimo. ― Ela sorriu esperançosa. ―Gracias. ―De nada, Jenn. Ah. Padre Giovanni está sinalizando comigo. Temos um novo sistema de segurança, muito chique. Ele está me ensinando como usá-lo.


―Então eu vou deixar você ir, ― ela disse, sem querer. Ela queria ouviu mais sobre Antonio. ―Eu vou dizer a todos sobre a reunião, e eu vou dar a você um número para o telefone pré-pago. ―Bueno. Vá com Deus, Jenn. ―O mesmo para você, ― ela respondeu um pouco sem jeito. Então ele ficou na linha um momento. Ela podia ouvi-lo respirar. ―Padre? ― Ela perguntou. ―Não é nada, ― ele respondeu. ―Apenas... Tenha cuidado. Ele desligou o telefone. Assustada, ela fez o mesmo. Noah levantou uma sobrancelha. ―Como está Antonio? Ela corou. ―Melhor, eu acho. ―Alguns de nós estão tentando dormir, ― Jamie disse em voz alta. ―Devemos dormir também, ― Noah disse a ela. Ele entregou a ela um travesseiro. Jenn se deitou de costas para ele, hiper consciente de como ele se deitou também. Sua respiração estava quente contra as costas da sua cabeça. Jenn começou a cochilar, imaginando o sol brilhando no rosto de Antonio. Eles iriam salvar seu pai, e Heather seria humana novamente... Muitos sonhos... Holgar e Jamie roncavam. Atrás de Jenn, Noah gemeu em seu sono. ―Chayna, ― ele murmurou. Ele virou a cabeça, e ela notou um pingente da estrela de David grande de prata em seu pescoço. De repente, a van parou, jogando Jenn contra Noah, que a agarrou. Empurrando os cabelos dos olhos dela, Jenn se sentou. Noah enfiou uma metralhadora em seus braços. ―Que diabos? ― Jamie gritou. Gritos e tiros entraram em erupção, e a porta do painel se abriu. Uma dúzia de soldados em coletes e capacetes tinham metralhadoras sobre eles. Jenn manteve sua arma para cima. Noah fez o mesmo, e pelo som de estalido, o resto dos Salamancans também. O coração de Jenn trovejava. ―Quem é você? ― Ela gritou. Os soldados se separaram, e Greg ficou diante dela. Terno preto, sem óculos escuros. ―Está tudo bem, Jenn. Abaixem suas armas.


―Inferno sangrento, ― Jamie disse. ―Essa é a voz, Jenn. O homem com Dantalion. Jaleco branco. ―O quê? ― Holgar e Skye disseram em uníssono. Jenn olhou para Greg, que parecia confuso. ―Desculpe-me? ― Ele perguntou. ―É, ― Jamie insistiu. ―Atirem! Como se na sua sugestão, os soldados de Greg deram um passo adiante. Noah resmungou. Jenn colocou sua arma diretamente para o rosto de Greg. ―Interessante, ― Holgar disse. ―Posso garantir a você, eu não fui para a Rússia, e eu nunca conheci Dantalion, ― Greg disse. ―Mentiroso! ― Jamie gritou. ―Jamie, facilite, por favor, ― Skye disse. ―Não queremos começar nada. ―Uh, sim, nós queremos, ― Jamie atirou de volta. ―Jenn, ouça. Nós temos a sua operação, e estamos jogando para baixo. Precisamos da fita, ― Greg disse. ―Aquela que você vai jogar na conferência. ―Fita? Qual século você está vivendo? ― Jamie disse, bufando. ―Estamos na era digital. Temos backups daqui para County Cork. Temos pessoas de todo o lugar. Que fita você vai jogar naquela conferência de imprensa, seu fodido traidor. ―Jamie, por favor, fique calmo, ― Eriko murmurou. ―Por favor. ―Anote, então. Vai ser uma distorção por um homem velho, ― Greg disse. ―Você vai desperdiçar isso, Jenn. ― Greg falou diretamente com ela. ―Ninguém vai acreditar em você. Vai causar um pequeno alvoroço, e, em seguida, Solomon e o presidente passará por cima. Eles vão dizer que era uma farsa. E você vai morrer por nada. ―Nós não estamos pensando em morrer, muito obrigada, ― Jamie disse. ―Ele está certo, ― Noah interveio. ―Este homem. ― Ele fez um gesto pra Greg com o queixo. ―Mas não é isso que você quer? ― Jenn perguntou para Greg. ―Para nós, para distrair todos, enquanto você faz tudo o que você está fazendo?


―Jenn, pense, ― Greg disse. ―Levamos o Dr. Sherman. Ele estava trabalhando sobre o vírus. Dantalion enviou para Solomon seus dados sobre os super vampiros. ―Como você sabe disso? ― Jamie exigiu. Greg apenas sorriu tristemente. ―Filho, ― ele disse, ―nós estamos do mesmo lado. ―Vá em frente, ― Jenn disse. ―Estamos no processo de roubar os arquivos de Solomon, ― Greg disse. ―Mas nós não precisamos de todas as bandeiras do nosso jogo. ―Eu ouvi você, ― Jamie cortou. ―Ele estava no laboratório, Jenn. Nós não podemos confiar nele. ―Não importa se nós confiamos ou não, ― Noah anulou. ―Eles têm mais armas do que nós. Greg marcou um olhar para Noah. Apreciando-o. Assentindo. ―Ele é um soldado, ― Jenn disse. Apesar de tudo, ela corou. Ela não conseguia decidir se ela deveria dizer a ele que a Voz da Resistência ia ajudálos. E se Jamie estivesse certo? E se Greg fosse um dos bandidos? Por tudo o que ela sabia, Greg pode usá-los de isca para Kent. O que devo fazer? Nesse momento, vovó Esther aproximou-se da van. Seu rosto estava sombrio, e ela estava desarmada. Seu cabelo cinza despenteado estava em torno de seus ombros. Greg a viu. Ela levantou a mão e passou por Greg para ela. Jenn abaixou a arma. Noah não o fez. Vovó Esther deu um tapinha no ombro de Jenn. ―Greg e eu conversávamos, ― Esther disse. ―Eu discuti a situação com os outros defensores. Nós vamos fazer do jeito dele. ―Mas você não discutiu comigo, ― Jenn argumentou. ―Com nós, ― Jamie a corrigiu. Noah limpou a garganta. Ele encolheu os ombros e fez uma careta como se para indicar que Jenn deveria ouvir sua avó. Vovó Esther se virou para Greg. ―Você disse a ela? Greg balançou a cabeça. Esther exalou e deu outro aperto no ombro de Jenn.


―Querida, as pessoas de Greg falaram sobre sua academia. Enquanto você esteve aqui, a Igreja Católica dispensou Padre Juan. Ele se recusou. Ele e um grupo de estudantes estão ocupando os edifícios, mas algo vai acontecer de uma forma ou de outra. Eu não sei quando, mas eu acho que você precisava saber. ―Não, ― Jenn disse. ―Eu falei com ele há pouco tempo. Agora há pouco. ―Então ele está evitando isso de você, ― Esther disse. ―Houve muito movimento em torno da Universidade, ― Greg cortou. ―Nós estamos pensando que eles podem tentar expulsá-los a força. ―Oh, Deus, não, ― Jenn respirou. O que vai acontecer com Antonio, então? E Heather? ―Isto é tudo uma mentira, ― Jamie disse. ―Eles estão mentindo para nós abandonar a missão. Houve um longo silêncio. Outro. Então Jenn disse: ―Isso é porque esta não é a nossa missão. Nós estamos indo para casa.


―Encontre a paz, meu filho, ― Padre Juan disse a Antonio, que estava rezando em sua cela fortificada. Ele deu a Antonio um rosário e um missal. O arcano da Igreja. Na cela ao longo, Heather havia puxado um cobertor sobre si mesma novamente. ―Gracias, Padre, ― Antonio respondeu. Animado, Padre Juan subiu as escadas para o andar térreo do edifício. Antonio parecia muito melhor. Jenn ligou de volta, dizendo que estava triste por ele ter escondido a terrível situação da universidade, e disse-lhe que a missão de Washington foi cancelada. Jenn e a equipe – além dos dois homens do Oriente Médio – já estavam em um vôo para casa. Obrigada, Deus, por todas estas bênçãos. Juan caminhou para fora, o ar fresco da noite batendo em seu rosto. Antonio estava melhor. Se ele e Skye fizesse algo permanente para ele com suas magias? Algo que poderíamos fazer para os outros vampiros? Quando Skye voltar, eles poderiam tentar os mesmos rituais e magias em Heather. Ele estava certo que o Círculo provaria ser uma grande ajuda. Estátuas de santos olhavam para baixo sobre ele, enquanto ele puxava um conjunto de pedras cobertas com runas antigas do bolso e mostrava isso para lua. Eram três quartos cheios, grande e amarelo. Quando ele ajudou Skye na Extração abaixo da Lua, ele ficou cheio com o amor da Deusa. Com um gesto para a senhora, além do senhor, ele entrou na capela e levou lírios destinados a Santíssima Virgem e espalhou-os nos degraus da capela, sob o luar. Quem era ela, porém a Deusa, de outra forma? Em seguida, acendeu uma vela branca e definiu entre os lírios. ―Você está comigo? ― ele perguntou à senhora. Um vento para cima, e a chama da vela branca queimou. ―Bendito seja, ― ele disse.


Ele orou sobre as runas em latim e as lançou. Seu coração apertou quando ele começou a ler os sinais. Tudo indicava algo escuro no horizonte – este horizonte, Salamanca. Mais do que isso ele não poderia discernir. Ele não podia sequer dizer de qual direção vinha o perigo, ou quem era o alvo. Talvez fosse o problema que já estavam – o fechamento da universidade, a guerra. ―Jenn, ― ele murmurou em voz alta, como se a chamando. ―Tenha cuidado, minha filha. Ele reuniu as pedras e as colocou no bolso.


Como era o hábito durante o vôo, a equipe de Jenn se espalhou pelo avião. Skye lançou feitiços sobre cada um deles para torná-los menos interessante, o glamour não estava funcionando para Jenn. Noah estava sentado ao seu lado, lendo um livro em hebraico, e ela ficava olhando para suas mãos sem querer. O que Antonio disse a cortou profundamente. Redimindo-se ao sacerdócio? Dando-me o fora, ela traduziu. Como se tivessem realmente estado juntos. Isso era apenas algum sonho louco que ela estava tendo sozinha. Mas ele disse que me ama. Mas ele é um vampiro. Ela percebeu que Noah estava olhando para ela, e marcou seu olhar para ele. ―Lendo sobre meu ombro? ― Ele perguntou a ela, rindo. ―Sim, me desculpe. ― Ela começou a se afastar. Ele fez um show de mover o livro mais próximo. ―Esta é uma das partes boas, ― ele disse. ―Eu sei. Eu li isso antes. ― Claro que ela estava brincando. Ele riu novamente. ―Onde é que você conseguiu um livro em hebraico? ― Ela perguntou a ele. ―Sua avó, curiosamente. Ela disse que achou ‗durante suas viagens‘. É um Best-seller, também. ―Interessante. ―Concordo. ― Então, ele inclinou a cabeça. ―Você está bem? ―Defina os seus termos. Ele balançou a cabeça. ―Mundo louco. Estou ansioso para ver a sua casa. ―Isso não – ela começou, então percebeu que é claro que era. Ela fez uma careta. ―Meu quarto é uma bagunça. ―Tenho certeza que vou gostar. ― O sorriso dele fez um traço em suas costas quente e formigando. Noah voltou à leitura. ―Uma hora a mais para nós aterrissarmos. ― acrescentou. ―Não canse seus olhos olhando por cima do meu ombro.


―Vou esperar até você terminar, depois eu leio. ―É um livro longo, ― ele advertiu. ―Eu sou uma pessoa paciente. ―Assim eu sou, Jenn, ― ele respondeu sorrindo, enquanto ele retomou a sua leitura.


Padre Juan passou da capela para o edifício que se tornou o dormitório. Em sua ausência concluíram o movimento de modo que todos no campus estavam instalados na mesma área. Ele construiu um vínculo ainda mais forte de respeito e companheirismo entre os alunos e os professores. Ele também dificultou ter conversas privadas. Excluindo os quartos. Os temperamentos estavam quentes. Os estudantes se queixavam. Alguns com razão: Aparentemente, havia uma jovem estudante chamada Sade, da África, que tomava banho com bálsamo de alho para se proteger dos Malditos. Literalmente revestia-se com ele. Uma vez que ficou claro para o resto dos alunos que se aplicassem o bálsamo, assim, ninguém seria capaz de sentir o cheiro do alho mais, eles usavam como filtro solar. Quando as tropas de guarnição da universidade foram ordenadas a irem embora, poucos que são leais a causa, montaram um sistema de segurança com sensores de movimento na academia. Padre Giovanni, que estudou já estudou para ser um engenheiro elétrico, estava no céu. Padre Juan disse a si mesmo que os alarmes dariam a eles o aviso justo, mas ele ainda tinha a sensação de que iriam ser surpreendidos a qualquer momento. As runas foram atiradas. Padre Juan colocou os lírios de volta no altar da capela e definiu sua vela votiva na frente da estátua de São João da Cruz. Agora, sua mão estava sobre a porta do edifício do dormitório quando o seu cabelo da nuca eriçou. Alguma coisa estava errada. Antes de ele abrir a porta, ela foi escancarada pelo Padre Giovanni. O rosto do jovem Padre estava pálido fantasmagórico. ―O que foi? ― Padre Juan perguntou. ―Padre, os alarmes estão enlouquecendo. Temos dezenas de sinais dos sensores. ―Dezenas? ― Juan perguntou. Isso não pode ser seus caçadores, então. Eles devem estar no ar.


Juan passou por Giovanni e entrou no corredor. Ele começou a bater nas portas do lado esquerdo. ―Levantem-se! Invasores! Giovanni correu ao longo do lado direito do corredor fazendo a mesma coisa. Até que os dois sacerdotes chegaram ao fim do corredor, os estudantes já estavam preparados para a batalha. O corredor estava cheio. Todo mundo diante de suas portas, mais ou menos vestidos, cintos com estacas e frascos de água benta e armados com cruzes. Tão jovens. Tão ferozes. O rosto pálido de Giovanni se transformou para cinza. ―Você viu isso na sua visão? ― Juan perguntou baixinho. Giovanni assentiu. ―Algo está vindo, ― Juan disse, levantando a voz o suficiente para ser ouvido por todos. ―Nós não sabemos quem ou o que está lá fora, mas é uma boa aposta que não são amigáveis. ― Ele fez o sinal da cruz sobre cada linha, em seguida, sobre Giovanni, em seguida, sobre si mesmo. ―Deus abençoe vocês, meus filhos, ― ele disse. Então ele se virou para Giovanni. ―Eu tenho que descer para verificar Antonio e Heather. ―Padre, não vá a lugar nenhum, ― Giovanni implorou. Juan hesitou. Então ele assentiu. Não havia tempo. Juan correu de volta pelo corredor, seus estudantes caçadores e instrutores caindo atrás dele. Eles irromperam para a noite, e o ar estava elétrico. Giovanni manteve o ritmo. ―É uma boa ideia deixar o prédio? ― Ele perguntou. ―Nós não estamos preparados para lidar com o assédio lá, ― Juan respondeu. ―Devíamos ter sido mais bem preparados, ― Giovanni disse. Um rugido cresceu durante a noite como a maré chegando e batendo contra as pedras. Isso esbofeteou os tímpanos de Padre Juan e sacudiu sua espinha. Deus pai. Bendita Mãe, Juan pensou, fazendo o sinal da cruz. ―Eu não acho que poderíamos estar preparado para isso, ― Padre Juan respondeu.


―O que você...? ― Uma onda de Malditos veio por cima do muro, caindo dentro dos muros da universidade. Havia uma dúzia de vampiros vestidos como soldados em roupa preta, os olhos rubis fundidos, presas estendidas como estiletes. Uma dúzia mais apareceu no topo da parede. E eles continuavam vindo. Não havia dezenas de invasores, Juan percebeu. Havia centenas. Apenas no outro lado da porta, Padre Juan ouviu o uivo do lobisomem. Acima e abaixo os alunos da linha engasgaram. ―Holgar? ― Ele disse em voz alta. São os lobisomens vindo para nos ajudar? Próximo a ele, uma garota da Etiópia com pele de ébano, passava mais bálsamo de alho pelo rosto, em seguida, estalou uma bala de hortelã de alho na boca. O fedor era esmagador, mesmo ao nariz humano. Garota inteligente. ―Usem seus alhos, ― Ele gritou a linha. E então, em seguida, os vampiros correram sobre eles como uma inundação. *** Em sua cela, Heather sibilava e gritava. Os olhos escarlate, presas brilhando, ela se arremessou nas barras em um frenesi descontrolado. Gritos de cima perfurando os tímpanos de Antonio, e explosões abalaram os alicerces do edifício antigo. Fumaça e o cheiro de sangue jorravam no espaço apertado. Suas presas saltaram. Ele assobiou. Vampiros, atacando. Deve ser Aurora, pensou. Aqui por mim. Antonio agarrou as barras e balançou duramente, lutando para se libertar. Aurora não tem que fazer isso. Ele iria com ela, se ela poupasse os outros. Mas ele não podia sair. Ele e Padre Juan tiveram o cuidado de certificar que ele não podia escapar de seu confinamento. ―Eles estão vindo! ― Heather gritou, em pânico. Então, Heather estava com medo dos Malditos invasores. Ela não os via como libertadores. Essa foi boa... Se ele pudesse fazer com que ela ficasse quieta. Seus gritos iriam alertar


os vampiros ao seu local. Se ele estivesse sozinho, ele teria gritado para os vampiros. Ele teria exigido que eles o levassem para Aurora. Mas Heather era irmã de Jenn, e ele morreria para protegê-la. ―Olhe para mim, olhe, ― Antonio disse. Ele tinha que acalmá-la. ―Heather. Quando eu disser para você fazer uma coisa, você deve fazer. A sala tremeu duramente e tijolos e gesso caíram sobre ele. Por alguns momentos Antonio ficou atordoado no chão de madeira de sua cela, enquanto Heather gritava e gritava. Ao longo pelo chão, fumaça rolava como um tapete cinza escuro. Um incêndio irrompeu nas catacumbas. Ele sentiu o calor em seu rosto. ―Tirem-me daqui! ― Heather gritou. Lobisomens uivavam, criando um crescimento de som selvagem. Ele pensou em Jamie, cuja sua família foi assassinada por lobisomens. Ele pensou em Padre Juan e os outros na superfície. Preocupação com Heather. ―Heather, ― ele disse suavemente, acalmando, quando ele levou suas mãos aos joelhos. Ele empurrou para cima dos escombros, assim como ele fez, mais fragmentos caíram como cascata do teto. ―Eu posso ajudar você, mi luz. Eu vou salvar você. Ouça-me, eu vou dizer exatamente o que fazer. ―Não! ― Ela gritou, mas quando ela se virou para olhar para ele, Antonio chamou a atenção dela. Pressionada. Ela debateu e desviou o olhar. Em seguida, olhou para trás. Outro uivar de lobo irrompeu entre eles. Um rat-rat-rat de tiros. ―Heather. ― Ele baixou a voz para um sussurro. Ela era um vampiro, ela seria capaz de ouvi-lo. Ele empurrou o calor em sua voz. Sedução. Sedução. ―Eu estou aqui, e eu vou manter você em segurança. Ele ouviu os gritos de humanos morrendo. O riso cruel dos vampiros à caça. Mais gritos. A fumaça crescia mais espessa. Gesso polvilhado nos seus ombros. Eles foram trancados dentro. Vampiros podem queimar até a morte. ―Escúchame, ― ele disse distraidamente, depois passou para o inglês. ―Ouça-me, Heather. Focando, ele finalmente conseguiu que ela se deitasse no canto e puxasse o cobertor sobre si mesma. Ele desejou que pudesse hipnotizar de longe.


Então, ele poderia chamar alguém para libertá-los. O prédio balançou novamente. Dios, será que vai cair em cima de nós? Essa era uma maneira de sair daqui. A madeira sob seus sapatos começou a queimar. Acima dele havia poucos gritos. Nenhum tiroteio. Um uivo de lobo simples. E um vampiro estava descendo as escadas. Sim, estamos aqui, ele pensou. Eu não vou deixar que eles me levem vivo novamente. Não vou voltar ao que eu era. Não houve nenhum movimento na cela de Heather. Ele tinha que tirá-la daqui. Ele enfiou a mão no bolso pelo terço dado a ele pelo Padre Juan após o seu retorno. Então fumaça ondulava em torno de uma figura alta, escura, e Antonio deixou a cruz no bolso. Chamas alaranjadas dançavam por trás da figura. Dois olhos vermelhos olhando diretamente para ele. Então a figura deu um passo adiante, e Antonio sacudiu de surpresa. Não era Aurora. Era Sergio, seu Sire. Sergio Almodóvar, a quem havia humilhado diante de sua corte. Sergio, cujo anônimo Sire queria o renegado Antonio De La Cruz de volta para ele. Sergio, a quem Antonio temia mais do que Aurora, apesar de tudo o que ela lhe fez. Antonio sentiu um puxão horrível, como se fosse sua própria alma. Uma chamada das trevas, onde era legal e onde não havia fogo furioso em torno de sua cela. Nas sombras, onde Antonio poderia ser invencível, imortal. Ai, não, ele pensou com medo. Não, eu não vou voltar. A escuridão puxou. Ele é meu Sire. Eu devo a ele minha existência. Não! Eu não vou ser condenado. Sergio olhou duro para Antonio, e depois sorriu quando Antonio caiu de joelhos e inclinou a cabeça. ―Antonio, ― Sergio disse. Ele sentiu o cheiro do medo saindo. O que deixou Antonio com medo, ele mesmo ou as chamas? Este porão era uma armadilha mortal. Ele pensou simplesmente em capturar Antonio, não resgatálo. ―Muito tempo.


―Meu senhor, ― Antonio sussurrou. ―Orcus me trouxe para você no passado. ―Você não me engana, ― Sergio respondeu, o testando. Ele viu a fumaça subindo do chão na cela de Antonio. Havia outra cela ao lado, aparentemente vazia. ―Você é um traidor. ―Eu era. E por isso eu aceito qualquer punição que você ofereça. Mas eu estava... Recentemente, me encontrei novamente. Eu não sei o que aconteceu comigo, Sergio. Mas qualquer que fosse, se foi. Antonio De La Cruz ergueu a cabeça. Brilhantes olhos vermelhos, maçãs do rosto esculpidas. Presas perfeitas. Sergio sentiu uma dor. O jovem vampiro era tão bonito. Ele era um assassino excelente. Aurora realmente o trouxe de volta ao redil? Fumaça subia do chão debaixo de suas próprias botas. Ele tinha que fazer isso rápido. ―Por que você está preso aqui? ― Sergio perguntou a ele. Antonio sorriu amargamente. ―Por que você acha? Sergio cobriu sua cabeça quando restos de fogo caíram do teto. Por Orcus, havia muito disso! Vigas de madeira, uma mesa, livros em um incêndio. Ironicamente, o jovem de Sergio era mais seguro dentro da cela, pelo menos por enquanto. ―Por que estas pessoas não mataram você? ― Sergio perguntou, esquivando-se uma chuva de brasas. Antonio sorriu preguiçosamente. ―Eles queriam me tornar bom de novo. ―Isso pode acontecer? Chamas lamberam o chão e começou a devorá-lo. Sergio se aproximou da cela e da seção que ele estava de pé e quebrou. Brasas voaram. Ele olhou ao redor, avaliando o perigo. Seu Sire queria Antonio vivo. ―Eu não sei se isso pode acontecer. Mas se você vai me levar de volta, talvez possamos impedir que aconteça aos outros. ― Antonio disse. Cauteloso. ―Deixe-me sair. Deixe-me acompanhá-lo na luta, ― Antonio disse. ―Eu sei que eu preciso provar para você. Mas estou de volta, Sergio.


A parede atrás da cela de Antonio explodiu em chamas. Antonio disparou para frente, colocando as mãos nas barras, e assobiou. Ele soltou, e Sergio viu as marcas de queimadura em suas palmas. ―Sergio, ― Antonio disse. Seus olhos eram compatíveis com as chamas lambendo suas costas. Suas presas brilhavam a luz. ―Sergio, por favor. ―Por que você partiu? O que aconteceu com você? ― Sergio perguntou. Antonio avançou tão próximo quanto o que podia para frente da cela sem segurar nas barras de novo. Ele sibilava e pulava de um pé para outro. ―Diga-me, ― Sergio exigiu. ―Eu não sei, ― Antonio disse. ―Foi como... Acordar de um sonho. De repente eu estava revoltado com o que eu fiz. ―Ele balançou a cabeça. ―Eu não posso explicar isso. ― Ele escovou a barra com a mão, e isso chiou contra sua pele novamente. ―Sergio, por favor. ―Repudia o seu Deus, ― Sergio disse, ―e posso começar a acreditar em você. ― Ele sorriu, lembrando a história do seu Sire resgatando Aurora das mãos da Inquisição espanhola. Aqueles homens de Deus barbaramente torturaram toda a família dela e queimaram todos vivos, deixado-a para último. Antonio matou seus descendentes. Agora Antonio foi ameaçado com a fogueira, a menos que ele renunciasse à sua heresia. ―Ele não é meu Deus. Eu cuspo sobre ele, ― Antonio disse ferozmente. E quando cuspiu, Sergio ouviu um chiar. A sala estava muito quente. Antonio pode ter apenas segundos, antes de as chamas agarrarem. Sergio fez o seu ponto. ―Bueno. Bom, ― Sergio disse. Em seguida, a parede atrás de Sergio explodiu em chamas. Surpreso, ele saltou para fora do caminho de um surto de fogo. Movendo para trás, tropeçou contra o metal quente da cela de Antonio. Se Sergio não agisse rápido, ele e Antonio brevemente estariam entre duas paredes de fogo. ―Antonio, ― uma voz gritou. Era de uma garota, que veio da cela vazia – não tão vazia depois de tudo. Um vampiro estava escondido ali. ―Antonio! ―Quem é essa? ― Sergio perguntou.


―Uma nova convertida, ― Antonio respondeu. ―Eu não tenho certeza o quanto você sabe sobre o que está acontecendo. Sergio se abaixou quando um grande pedaço de gesso caiu queimando do teto. Antonio não se abalou. ―Tente, ― Sergio disse. ―O nome dela é Heather, ― Antonio respondeu em inglês, de modo que Heather saberia o que estava acontecendo. ―Aurora a converteu para usar como isca para os Caçadores de Salamanca, para que ela pudesse chegar a mim. A irmã dela é Jenn Leitner, a líder. ―Seu filho da puta! Cale a boca! ― A garota – Heather – gritou. ―Funcionou, ― Sergio disse, também em inglês. ―Aurora chegou até você. ―Aurora tem um Bruxo Escuro com ela. Acho que ele ajudou a me trazer de volta. ―Antonio, você é mau! ― Heather começou a gritar. ―Tire-me daqui! Ajude-me! Um Bruxo Escuro? Sergio ficou fascinado. O que Aurora andou fazendo? Ele tinha que saber. Assim... Eu não vou matá-la. E é melhor eu dizer a Philippe o negócio, antes que ele faça isso por mim. ―Muito bem. Eu aceito você, Antonio, ― Sergio disse em espanhol, curvando-se e pegando um pedaço afiado de madeira carbonizada. ―Um movimento em falso e eu mato você. ―Eu mereço a morte para o que eu fiz, ― Antonio respondeu, em seguida, mostrou suas presas. ―Mas eu prefiro viver mais de noventa anos, pelo menos. ―Deve haver uma chave para isso, ― Sergio disse, examinando a fechadura da cela. ―Não. Ela pode ser facilmente desbloqueada do lado de fora. Só não por dentro, ― Antonio disse. Ele imitou torcendo um trinco primeiro, e depois o outro. ―Esta cela foi reforçada, modo que eu... ― Ele parou quando uma rodada de uivos ecoaram dos prédios em chamas acima deles. ―Sergio, você tem lobisomens na sua equipe?


―Venha e veja, ― Sergio disse, quando ele começou a trabalhar libertando Antonio. Ele olhou para Heather. ―Vamos deixá-la aqui. Antonio hesitou, então deu de ombros. ―Como quiser, Sergio. ―A menos que ela seja especial para você. ―Eu gosto dela, mas seria uma bagagem extra, ter a irmã de uma Caçadora ao redor. Resposta perfeita, Sergio pensou. Mas Antonio não era tolo. ―Ela é ‗boa‘, como você era? Antonio balançou a mão. ―No limite, talvez. ―Então talvez devêssemos levá-la conosco. ―Tudo que você decidir. Sergio de repente não estava tão certo sobre Antonio. O vampiro estava sendo muito passivo, e não o sugador de sangue, violento que aterrorizou Madrid. Era um truque? ―Eu estou queimando! ― Heather gritou. Muito lentamente, Sergio abriu a porta da cela de Antonio. Ele deu alguns passos para trás para dar espaço para Antonio sair, mas manteve a madeira carbonizada pressionando contra o peito de Antonio, de forma direta, onde o seu coração pulsava. Um movimento em falso, e ele cravava no peito de Antonio, que viraria pó. Antonio era da sua altura. Eles poderiam ter sido irmãos – eram irmãos de presa. Ele procurou por armas e não encontrou nada. ―Ok, agora liberte a garota, ― Sergio mandou. Quando Antonio se virou, Sergio pressionou o pedaço de madeira nas costas de Antonio. Era longo o suficiente para atingir o seu coração, caso Sergio empurrasse. Acima deles gritos e mortes continuavam. Os lobisomens soltaram outra rodada de uivos. ―Tirem-me daqui, me tire daqui! ― Heather gritou. Antonio deslizou o fecho. ―Fique calma, ― ele disse em inglês. Ela voou para cima dele. Antonio fechou o punho e bateu em seu rosto tão forte quanto podia. A cabeça dela caiu para trás. Ele fez de novo, e ela caiu no chão.


Antonio deu um passo dentro da cela. Em seguida, outro pedaço do teto queimando deslocou, batendo contra o topo da cela. Antonio tropeçou e estendeu uma mão para se firmar. Ele se virou, empurrando Sergio para longe enquanto ele segurava o final da cruz de um rosário na mão. Ele mostrou para Sergio, que foi forçado a desviar o olhar. ―Eu sabia, ― Sergio disse, cabisbaixo, enfurecido. ―Não. Você não sabia, ― Antonio respondeu. Rápido como raio, Antonio bateu o punho no rosto de Sergio, em seguida, em seu estômago. Sergio se dobrou, então empurrou Antonio. Que voltou pressionado contra as barras superaquecidas, ele gritou de dor. Cerrando sua mandíbula, Antonio pegou nas barras. Sua pele estalou e chiou. Seu cabelo pegou fogo. Ele trouxe os joelhos contra o peito, e chutou Sergio duramente, em direção as chamas. Sergio cambaleou para trás. ―Traidor! ― Sergio berrou. Sergio pulou sobre Antonio. Que o chutou novamente, levando-o mais perto das chamas. ―Eu amei você! ― Sergio gritou. Em seguida, o chão cedeu sob Sergio, e ele caiu. ―Antonio! ― Foi um grito de incredulidade, um apelo ferido, e uma promessa de forte ódio. Abaixo, no fogo. Chamas o engolfaram. Sua pele despencando, carbonizada. Flocos à distância. Seus ossos calcinados. Ele gritando de agonia. Por cima dele, Antonio fez o sinal da cruz. Abominável! Monstro! Traidor! Pai, Filho, Espírito Santo, como os sacerdotes fizeram na Inquisição espanhola, como os monges fizeram para insultar suas vítimas... ―Descanse em paz, Sergio, ― Antonio falou. Meu Sire! Sergio gritava em sua agonia. Meu Sire! Ele já não adorava Orcus. Ele adorava o verdadeiro Deus, seu Sire, cujo nome era – Sergio foi embora. Antonio matou seu Sire. Ele poupou um momento de vitória e remorso. Em seguida, Antonio correu para a cela de Heather e recolheu-a. Ele voou através do porão que desmoronava como um castelo de cartas.


―Por favor, Virgem, ― ele orava, tomando dois degraus, três ao mesmo tempo enquanto a escadaria queimava. ―Por favor, deixe-me tirá-la daqui. Por favor, deixe-me salvá-la. Mas uma vez ele chegou ao exterior do edifício, viu que ele deveria ter orado para muito mais do que isso.


Esta noite o meu contato irá me encontrar na taverna chamada El Cocrodilo, e me juntarei as Forças Francesas Livres. Eu vou me tornar um Maquis, e eu provavelmente vou morrer. Eu estou pronto.

―A partir do diário de Antonio De La Cruz, encontrado apodrecendo nas catacumbas.


Holgar olhou para Jenn quando ela desligou o celular. Eles estavam ao lado da N-630, cerca de um quilômetro da universidade. O ar estava impregnado com fumaça oleosa. Holgar se perguntou onde o fogo era e se alguém havia se machucado. ―Ainda sem resposta, ― Jenn disse, quando seus dois táxis arrancaram. Dado o estado precário da escola, eles decidiram que não era seguro pedir aos motoristas para levá-los todo o caminho até os portões. Cansados, içaram as suas bagagens e começaram a andar. ―Talvez eles estejam arrumando o lugar para nos receber, ― Skye disse. Apesar da incapacidade de Jenn não conseguir falar com Padre Juan, Holgar não podia evitar sentir uma sensação de alívio. Era bom estar de volta na Espanha. Ele, por exemplo, estava ansioso por um banho quente e um pouco de carne crua. ―Vocês estão sentindo cheiro de fumaça? ― Holgar perguntou aos outros. ―Há também silêncio. ―Sim, eu sinto, ― Noah disse. ―Você não tem que ser um maldito lobisomem para ‗cheirar isso‘, Jamie disse. ―Quando chegarmos em casa, eu vou falar com Padre Juan sobre aquele bastardo de cruz negra, Greg. ―Jamie, por favor, deixe isso, ― Skye disse cansada. ―Você está falando sobre isso em parar. ―Hai, ― Eriko murmurou. ―Eu acho que você precisa se acalmar. ― Ela parecia terrível. Holgar estava muito preocupado com ela. Todos vieram estacar Antonio, mas pelo menos quando o vampiro estivesse garantido de boa saúde. Taamir andava sozinho, parecendo um pouco solitário. Holgar retardou até que eles estavam caminhando lado a lado, Holgar dando-lhe um sorriso agradável. ―Pronta para ver sua irmã? ― Noah perguntou a Jenn. Ele pegou a mãe dela. ―E Antonio?


Holgar olhou para suas mãos entrelaçadas, e a expressão preocupada no rosto de Jenn. A vida em casa seria interessante, isso era certo. Eles fizeram a curva da estrada. Holgar olhou na direção da universidade, a espera de ver os portões e, por trás deles, as belas construções. Ele parou no meio do caminho. A universidade não estava lá. ―Que diabos? ― Jamie gritou. ―Eu estou tendo alucinações? ― Jenn chorou. ―Não, ― Skye disse lentamente, sua voz cheia de dor. ―É... Desapareceu. Eles correram. Os edifícios eram pilhas de escombros e cinzas, como se tivessem sido derrubados e queimados. Algumas paredes permaneceram em meio à destruição, mas não muitas. Corpos espalhados pelo chão em todos os lugares para onde se olhava. ―O que aconteceu aqui? ― Eriko perguntou, sua voz tremendo. ―Oh, minha Deusa, querida Deusa, ― Skye sussurrou, oscilando. ―Faça alguma coisa, ― Jenn gritou para ela quando ela caiu sob seus joelhos diante de um amontoado de tijolos e madeiras. ―Heather! Antonio! Padre Juan! Um uivo escapou de Holgar conforme ele pegou um tijolo queimado e jogou sobre os ombros. ―Vampiros, ― Noah disse, quando ele se juntou a Jenn. Ele apontou para vários montes próximos de cinzas. Eles começaram a cavar juntos, entre os escombros, em busca de sobrevivente. ―E lobisomens, ― Holgar acrescentou, um profundo sentimento de raiva e vergonha o encheu. Ele podia sentir o cheiro dos lobos, seu almíscar persistente no ar logo abaixo do cheiro da morte. Jamie praguejou por tanto tempo que Holgar começou a pensar que ele não iria parar. Suspiros de Skye cobrindo a terrível destruição. Estacas, cruzes e frascos intactos de água benta espalhados pelo chão. ―Eu não os vejo, ― Jenn disse, abrindo caminho através das madeiras queimadas e tijolos quebrados. Suas mãos estavam sangrando. ―Heather, ― ela gritou. ―Antonio!


―Padre! ― Jamie gritou. ―Os alunos, os professores – todos eles estão mortos? ― Skye perguntou, a voz um lamento de alta freqüência. ―Padre Juan? ―Apenas uma maneira de descobrir, ― Jenn disse, sua voz embargada. ―Nós temos que fazer uma checagem. Um por um. Avançando como uma onda. Sem correr. Ela moveu mais para perto de um corpo. A garota estava deitada de barriga para baixo. Jenn a virou. Seus olhos em branco olhando para cima, marcas de mordidas sangrentas proporcionando a única cor em sua garganta pálida. ―Maldito inferno, ― Jamie disse, se benzendo. Lentamente, eles se espalharam e começaram a verificar os corpos por sinais de vida, ou por rostos de amigos ou mentores. Holgar se ajoelhou ao lado de um corpo e sentiu um profundo pesar quando ele viu que era Mestre Molina. O instrutor de artes marciais lhe ensinou tanto sobre a luta na forma humana e não teve medo de treinar com ele. Outro grito involuntário escapou de Holgar. Percebendo o movimento a sua esquerda, ele inalou o cheiro de alho tão forte que quase engasgou. O cheiro vinha de um corpo deitado debaixo de uma coluna de pedra. Suas pernas estavam começando a se mover. Holgar pegou a coluna e a jogou fora de uma menina de pele escura que estava presa debaixo disso. Ele não conseguia lembrar o nome dela, mas ele a reconheceu. Ela gemeu e mexeu o braço até a cabeça, em seguida, lentamente abriu os olhos. ―Aqui! ― Holgar gritou. ―Sobrevivente! Momentos depois os outros se reuniram em volta. ―Eu acho que ela é um dos novos alunos, ― Jenn murmurou. Holgar ajudou a menina a se sentar enquanto Skye começou a trabalhar um pouco de sua magia de cura. Quando a menina caiu para frente, ela olhou para eles, o reconhecimento iluminando seu rosto. Então seus olhos voltaram para a destruição ao seu redor, e as lágrimas cortaram um caminho pelo seu rosto através da sujeira e das cinzas.


―Qual é o seu nome? ― Jenn perguntou. ―Sade, ― a garota disse com voz rouca, pronunciando. ―Sa-de. ―O que aconteceu aqui? ― Jenn delicadamente limpou a cinza da testa de Sade. ―Fomos atacados. Vampiros, lobisomens. Alguns dos lobisomens pareciam lobos e algumas pessoas. Eles nos atacaram. ― A voz de Sade estaca oca. ―Havia muitas pessoas. ―Não era lua cheia. Como podem se transformar em lobisomens? ― Jenn exigiu. Virando-se para olhar para Holgar. Ele limpou a garganta. Havia tanta coisa a respeito de sua espécie que ele nunca se preocupou em partilhar, nunca pensou sobre isso. Antes que Holgar pudesse responder, Eriko perguntou: ―Há outros sobreviventes? Você acha que pode, Sade? Sade pegou em sua cabeça como se estivesse com uma grande dor. ―Eu não sei. Muita gente morreu antes que o vampiro me atingisse com a coluna, ― ela disse. ―Mas eu não vi... Tudo isso. Eles olharam para ela em silêncio por um momento. Algo ainda está errado aqui, Holgar pensou. Ele cheirou o ar e podia sentir o cheiro... ―Vamos terminar de verificar os outros, ― Jenn disse, sua voz trêmula, enquanto olhava ao redor. ―Eu receio que não seja necessário, ― uma voz falou ironicamente. O coração de Holgar despencou. Em seguida, ele rosnou profundo e baixo. ―Oh, Deusa, ― Skye murmurou ao lado dele. ―Proteja-nos. Vestida com um macacão preto, armadura cobrindo o peito, botas pesadas que, protegiam as pernas e pés, Aurora estava nos portões de entrada. Estefan estava a seu lado, vestido para a batalha. Atrás deles, uma dúzia de vampiros, espalhados. E... Lobisomens. Havia pelo menos dez, a maioria em forma de lobo, alguns dos mais jovens em forma humana. Holgar reconheceu Acton e Balduin, seus excolegas. Falentin, que ficou bêbado quando ele tinha apenas doze anos. Era o


seu bando, da Dinamarca. Eles estavam com o seu alfa: Um enorme lobo, pele dourada ondulando ao vento. Dois olhos de ouro, dentes à mostra, lábios queimados. Orelhas para trás. Quadris firmes, em preparação para derrubar a presa. Era o pai de Holgar. Traindo sem humanidade, sem reconhecimento, sem piedade. Holgar lutou contra o impulso de submeter, para se esconder. Ou deixar que seu coração quebrasse. Ele tremeu, mas permaneceu firme. O lobo rosnou. Os Salamancans espalharam em uma linha, protegendo Sade. Como um relógio, eles levantaram as estacas e água benta que haviam reunidos do chão. ―Nós tomamos a nossa posição, agora, ― Jenn disse. ―Mantenham-se firmes. ―Salamanca, ― todos eles em coro. Aurora riu enquanto ela e sua gangue avançavam. Na escuridão atrás deles Holgar viu mais formas e mudanças. ―Você voltou para se vangloriar, sua puta? ― Jamie gritou. ―Onde está Antonio? Onde está minha irmã? ― Jenn gritou para ela. Ignorando eles, a vampira se aproximou, pisando através dos destroços. ―Oh, Sergio. Isto é tão como ele. ―Sergio é o Sire de Antonio, ― Skye disse, em algum lugar atrás de Holgar. ―Sim, eu sei. ― Noah respondeu. ―Seu Sire, humilhado mortificado, ― Aurora confirmou. ―Eu ia fazer isso... Com muito bom gosto. ― Ela mostrou as presas. ―Mas Sergio é tão machista. Ele fica confuso quanto ele está com raiva. ― Ela apontou para os escombros. ―E ele gosta de explosões, não? ―Antonio! ― Jenn chamou desesperadamente. ―Heather! Aurora fez um som ‗tsk-tsk‘. ―Esta era uma universidade tão bonita. Foi fundada três séculos antes de eu nascer. Eu tinha parentes que estudaram aqui. Eu nunca teria a destruído. ―Diga-nos onde estão, ― Noah disse, ―ou vamos abrir fogo.


―Realmente. ― Os olhos vermelhos de Aurora centraram-se sobre ele. ―E você seria? ―Um judeu, ― Noah disse. Ela riu. ―Boa tentativa. Você é machista demais. Talvez hoje à noite você viva... Mais tempo. ―Ninguém aqui vai morrer estar noite, ― Taamir disse. Aurora riu. ―Oh, querido. Isto é muito, muito triste. Sergio deve estar batendo a cabeça contra uma parede em frustração. Você não estava aqui, você estava? Ele apareceu e ele não conseguiu matar qualquer um de vocês. ― Ela hesitou. ―Será que ele conseguiu Antonio? ―Nós lutamos com Sergio, ― Eriko disse. ―Nós o matamos. ― Então, ela tossiu. ―Ay, ― Aurora caiu na gargalhada. Estefan, os vampiros e amigos antigos de Holgar se juntaram dentro. ―Ele parece estar muito longe. Mas ele deixou seus lobos para trás, para limpar, por assim dizer. Surpreendentemente, eles são fáceis de seduzir também. ― Ela sorriu para Acton, que sorriu de volta, ignorando Holgar. ―Seus animais de estimação, ― Aurora demorou, divertindo, quando Falentin andou até ela e baixou a cabeça, um gesto de submissão de lobo. Animais de estimação. Holgar olhou para seu pai, esperando que a palavra penetrasse em seu cérebro de lobo. Mas seu pai parecia estar perdido para a sede de sangue, como foi na noite, que ele matou o homem da floresta na Dinamarca. ―Vale, ― Aurora disse. ―Tudo bem. Sergio pode fazer seus gestos grandiosos. Eu sei quem o nosso Sire mais ama. O pai de Holgar olhou para ele. A mãe de Holgar morreu quando ele era um filhote. Seu pai o criou, ensinou-lhe tudo. Seu pai foi duro para Holgar quando ele precisava. Ele matou um homem para salvar Holgar. Agora os olhos de seu pai lobo estavam queimando, olhando para ele e através dele com desdém. Seu focinho estava revestido com sangue dos estudantes. Holgar puxou os lábios para trás de seus dentes e sentiu o começo do estrondo no fundo do seu peito. Seu pai lambeu o sangue.


Holgar saltou para frente, fechando a lacuna do limite, ansioso para rasgar a garganta de seu pai. Mas Holgar era um homem, e ele não podia fazer isso. Ele ficaria feliz quebrando o pescoço dele. Um rugido subiu quando os outros no campo juntaram-se a batalha. Eriko correu passando por Holgar e foi direto para Aurora. Os vampiros e lobisomens avançavam. Holgar estacou um vampiro... E, em seguida, ele enfrentou o seu pai. ―Onde está minha irmã? ― Jenn gritou, quando ela saltou para frente e jogou água benta no rosto de um vampiro que se aproximava. A criatura caiu, agarrando os olhos. Ao lado dela Taamir pegou um pedaço de madeira e estacou a abominação. ―Noah! ― Taamir gritou. Jenn se virou. Um lobo tinha imobilizado Noah e estava o rasgando com o focinho. Prata através do coração mata um lobisomem, mas Jenn não tinha nada de prata. Ela se atirou para frente e pulou nas costas da criatura, golpeando-a uma e outra vez com o mesmo pedaço de madeira. Taamir chutou violentamente em seu rosto. A criatura finalmente se virou para eles, e Noah estendeu a mão e puxou o pingente grande da estrela de Davi de prata em seu pescoço. Ele cortou a criatura, e a prata, evidentemente, queimou, porque o lobo rugiu e voltou sua atenção de volta para Noah, que encravou uma ponta da estrela no olho do animal. O lobisomem arqueou para trás na dor. Jenn saltou para fora do caminho, mas Taamir foi mais lento. A criatura caiu em cima dele. Taamir se debateu, tentando sair debaixo dele. ―Taamir! ― Jenn gritou, jogando os braços em volta da cabeça maciça do lobo. Noah tentou dirigir a Estrela de Davi mais profunda em seu olho. ―Jenn, Noah, vão, ― Taamir disse, ofegante. Com um uivo, o lobo levantou uma pata poderosa e abriu o estômago de Taamir com um golpe. ―Taamir! ― Jenn chorou. Taamir estendeu a mão para a Estrela de Davi, e Noah colocou-a em sua mão. E então Noah entregou a mesma faca que Taamir lhe dera na Rússia, quando ele foi deixado sozinho com Svika. Taamir angulou a faca para cima


por baixo da costela da criatura, cortando-a. conforme a criatura rugia e sangrava, Taamir empurrou sua mão através da ferida. ―Vá para o coração! ― Holgar gritou. Lentamente, com sua força minguante, Taamir empurrou a mão mais profundamente. O lobo uivou e se debateu. O bando uivou. O lobo mordeu Taamir com suas enormes mandíbulas. Ele ofegou e lutou. ―Allah... ― Taamir murmurou. Sangue revestindo seu braço. Com um uivo final, o lobo caiu em cima dele. ―Ah... ― Taamir respirou. Então ele ficou flácido, e seus olhos se tornaram vidrados e vagos. ―Taamir, ― Noah disse, sua voz estrangulada. ―Taamir não! ―Jenn! ― Uma voz gritou. Era Antonio. *** Skye engasgou com o próprio terror quando Estefan se aproximou dela. Ela tentou envolver os vampiros, mas eles esquivaram-se dela, como se soubessem que ela era marcada para Estefan. Cabelos escuros, olhos mais negros, ele sorriu um sorriso que era fácil e médio. ―Eu não quero lutar com você, ― ela disse a ele, levantando as mãos para afastar suas magias. Ele suspirou. ―Você não quer, borachin, mas você vai. Ele arremessou uma bola de fogo para ela, e Skye a extinguiu no ar. ―Muito bom, ― ele disse com um sorriso. ―Mas isso é tudo? Ele levantou as mãos em sua direção, e bolas de fogo saíram das pontas dos seus dedos com a velocidade de balas de uma metralhadora. Skye gritou e jogou um escudo. As três primeiras dissolveram contra isso, mas seu escudo brilhou no ar, enfraquecendo, e as próximas três bolas de fogo, apresentaramse por um momento antes de dissolverem. Ela tentou desesperadamente consertar o seu escudo protetor, mas uma bola veio em seguida a sua direita, zumbindo em sua cabeça e pegando fogo uma de suas tranças rastafári.


Quando ela apagou, Estefan se aproximou. ―Você sabe, Skye, se você não quer lutar comigo, eu só posso concluir que você ainda me ama. Você me quer. ―Isso é uma mentira sangrenta. Ela não o amava mais. Ela o odiava. Mas seu juramento de não prejudicar ninguém a impedia de ferir até mesmo ele. E toda a sua magia era defensiva. Mas ele está me atacando. Eu devo ser capaz de me defender, ela pensou. Ela olhou para Holgar na esperança de que ele visse a sua aflição e viesse em seu auxilio. Talvez ele matasse Estefan, e ela estaria livre. Mas Holgar estava lutando contra um lobisomem, com as mãos nuas contra as presas e garras da criatura. E mesmo que fosse em forma humana, Holgar estava mordendo de volta, estalando os dentes com tanta força que ela podia ouvir o som carregado pelo ar. ―Ay, Skye, ― Estefan disse. Ele estava sorrindo de orelha a orelha, e de repente ele se moveu super rápido, e ficou ao seu lado. ―Minha senhorita? ― Ele sussurrou em seu ouvido enquanto ele colocou um pano molhado sobre sua boca. Pânico surgiu através dela quando ela percebeu que ele estava a drogando. O rosto dele derretido como cera. Então, um momento depois, o mundo ficou escuro. *** ―Jenn, ― Antonio disse, lutando no seu caminho em direção a ela. A lua variava ao longo de suas feições, e cabelo, esbofeteando com a sombra, inundando-o com a luz. Então ele se tornou um borrão enquanto ele se movia mais rápido do que seus olhos pudessem rastreá-lo. Quando ela o viu novamente, um vampiro estava se desintegrando em uma chuva de pó a sua frente. ―Heather está segura. ―Antonio, ― ela disse, lágrimas e suor voando. ―Deus, Deus, o que está acontecendo? Antonio embaçou novamente, ela tentou lutar contra o seu caminho em direção a Aurora, mas os Malditos estavam a bloqueando. Seguranças; Eles


eram arrogantes, mas ela simplesmente continuou em movimento, girando, girando, girando, estacas voando fora das extremidades de seus dedos. Jenn tentou manter Aurora e Eriko em sua mira, mas, assim como Antonio, a dupla estava se movendo a uma velocidade impressionante, não mais do que um borrão. Jenn ainda se mantinha em movimento, trabalhando o seu caminho em direção a eles. Ela veria Aurora morta nem que fosse a última coisa que ela fizesse. *** Antonio levou Heather ao Padre Juan, que estava dizendo os últimos sacramentos nos degraus da capela para os estudantes mortos. Ela estava inconsciente, e Antonio lhe disse que ela deveria permanecer desta maneira. Padre Juan colocou um cobertor sobre ela e a deixou lá, pegando estacas e água benta para se juntar a batalha. A única coisa que Juan sabia, foi que ele fugiu da cena de destruição da universidade, indo na direção oposta, para as montanhas rochosas fora da escola. ―Heather! ― ele gritou. Ele foi atrás, mas ela corria em uma velocidade fora do normal. Então ela acenou com as mãos sobre sua cabeça, e as trevas a devorou. ―Padre, ― Holgar gritou, desesperado, quando ele jogou o corpo de seu pai fora. Então, alguém bateu em suas costas e o mordeu com dentes humanos, arrancando um pedaço de carne. Ele gritou e girou, vendo só um flash de longos cabelos loiros enquanto ele dirigia uma estaca no peito da pessoa que o tinha atacado. Não era um vampiro, era um lobisomem na forma humana. E quando ela caiu no chão, o sangue jorrando do peito, Holgar reconheceu – Kirstinne. O coração de Holgar gaguejou quando viu seu rosto contorcido de dor e surpresa. Ele caiu de joelhos ao lado dela. ―Por quê? ― Ele sussurrou. ―Por que você fez isso?


Ela olhou para ele. ―Você é meu inimigo, ― ela disse, borbulhando sangue dos lábios. ―Eu sou a companheira do bando. Prometeram-nos uns aos outros. ―Não mais. Sua cabeça caiu para o lado, e a luz deixou seus olhos. Ele ouviu um rugido de raiva e tristeza por trás dele, e em seu coração ele sabia que era o companheiro de Kirstinne. O homem bateu por trás, atingindo sua cabeça, rasgando-o com unhas e dentes quando Holgar caiu. Ele caiu em quatro patas e virou-se, rosnando e estalando os maxilares. O perfume de Kirstinne estava em todo o lugar enquanto eles faziam círculos procurando uma abertura. Holgar desejava que ele pudesse mudar, tudo nele queria rasgar a garganta do outro homem. E então ele percebeu que não era preciso ser um lobo para fazer isso. Ele pulou para frente, mergulhando para baixo como se estivesse tentando quebrar o braço do outro. O homem o golpeou com uma mão, unhas puxando sangue da bochecha de Holgar. E então, Holgar contorceu no chão, empurrando fora do chão, e trancou os dentes na garganta do outro homem, que era mais do que dentes humanos, cortando a pele até a punção da veia jugular. Sangue derramando sobre os dois. O outro foi para trás, rasgando sua garganta ainda mais no processo. Ele choramingou, uma, duas, e caiu em cima de Kirstinne. Juntos na morte, como na vida. Holgar cuspiu na sujeira e limpou a boca sobre o que restava de sua camisa. Ele se levantou devagar, membros tremendo, querendo saber quem tinha visto o que aconteceu. Os outros estavam engajados em suas próprias lutas de vida ou morte – e não estavam prestando atenção nele. Ele jogou a cabeça para trás e uivou. Ele matou o seu pai. E matou o lobo que ele havia amado. Holgar cambaleou, embriagado com tristeza. Então, o seu coração começou bater ainda mais duramente do que havia quando ele matou Kirstinne. Onde estava a sua parceira de luta? Onde estava Skye? ***


Jamie estacou outro Maldito. Seus olhos brilharam para Eriko. Seis vampiros estavam entre Jamie e ela. Eriko e Jamie ainda estavam lutando com Aurora, Jenn e Antonio estavam batendo através dos otários para fechar-se sobre eles. Jamie registrou brevemente que Antonio parecia estar lutando do lado bom de novo. Eriko empurrou uma estaca na porção torácica de Aurora, mas a vampira bloqueou com facilidade jogando a estaca no chão. Rápido como um pensamento, Eriko puxou outra estaca e brandiu-a a sua frente, fintando a esquerda e a direita. Aurora correu para frente, derrubando Eriko, e Jamie gritou quando viu Aurora afundar suas presas no pescoço de Eriko. Ele correu para frente, chutando a perna de alguém fora do caminho. Em seguida, uma mão agarrou seu tornozelo, que lhe enviou esparramado ao chão. Era um Maldito. Ele bateu no fodido bastardo até que ele o soltou, então Jamie o estacou. Limpando a poeira do vampiro de seus olhos, Jamie se levantou e viu Eriko e Aurora lutando, rolando para trás e para frente, como um rolo compressor. Eriko jogou Aurora fora e saltou para seus pés. Sua aljava estava vazia, e com um grito de alerta Jamie se preparou para lançar-lhe uma estaca. Mas ela se movia muito rápido que Jamie não podia vê-la. Calculando seu percurso, ele atirou a estaca no ar; Eriko reapareceu pulando no ar e Aurora saltou depois dela, que caiu deitada de costas. Como em câmera lenta, Jamie viu Aurora colocar a mão em torno de uma das estacas caídas no chão e trazer acima, assim como Eriko levando a sua. ―Não! ― Ele gritou. ―Deus, Eri, não! Tarde demais. O tempo se arrastou à beira da estagnação. Seu grito ecoou em sua mente. Aurora afundou sua estaca no peito de Eriko. Que grunhiu, baixou sua estaca, e desabou. O tempo parou. Ele parou. ― Eri, ― ele sussurrou, lançando pelo ar.


Aurora empurrou Eriko como uma pluma e correu para o muro alto em torno da universidade. Em um flash, ela estava em cima do muro, rindo histericamente. Jamie bateu contra o chão. Ele se arrastou para Eriko. O sangue bombeando em volta da estaca embutida no peito de Eriko. O peito dela se levantou. Ela estava viva. ―Skye! Nós precisamos de você agora! ― Jamie gritou. ―Skye? ― Jenn ecoou, caindo de joelhos ao lado de Jamie. ―Skye? Jenn agarrou a mão de Eriko, e disse: ―Eriko, me escute, você pode lidar com isso. Basta se concentrar e deixar o seu corpo se curar. ―Que inferno, Eri, maldita, você não pode me deixar, ― Jamie gritou. Eriko sorriu – realmente sorriu. Ela nunca fez isso. Ela olhou para ambos e olhou com algo que poderia ter sido amor, se houvesse mais tempo, para Jamie. ―Hai. E então ela se foi. *** ―Sergio? ― Aurora chamou. ―Mi amor? Hora de ir, você não acha? ―Ele está morto! ― Antonio gritou com ela, empurrando e estacando através de seu caminho vampiros e pulando recém lobisomens mortos. Holgar estava uivando. Jenn e Jamie estavam agachados sobre alguém no chão. Skye, onde ela estava? E Heather? ―Ele está morto! ― Antonio gritou novamente. Chutes, socos, estacas. Vampiros após vampiros caindo em seu rastro. Ele nunca havia lutado tanto, nem tão selvagemente. A mente de Antonio correu de volta no tempo para Madrid, quando ele e Sergio brutalizaram os humanos; eles eram um furacão de destruição. Ele se movia dessa forma novamente, focado em um objetivo: Matar Aurora. Aurora parou de rir. ―Mentira! ― Ela finalmente gritou. ― Mentira. ―Eu mesmo o matei, ― Antonio disse. ―E eu vou matar você!


A expressão no rosto dela era de surpresa. Ela estava realmente assustada. ―Estefan! ― Ela gritou. Então, ela desviou o olhar para a esquerda e direita. ―Louis! Algo atingiu Antonio na parte de trás da cabeça. Ele não se intimidou, chicoteou o braço em volta e arremessou uma estaca no peito de um vampiro, em seguida, rastejou em direção a Aurora, a sede de sangue lavando sobre ele. Ele iria rasgá-la. Ele beberia seu sangue sujo até ela virar pó. ―Não! ― Ela gritou. ―Fique longe! Meu Sire! Meu Sire! Ajude-me! Suas mãos cavaram na terra quando ele se arrastou para frente. Ele levantou as pernas, se preparando para saltar... ―Lúcifer, ― ela gritou. Uma parede de chamas disparou entre os dois. Era o porão novamente, só que desta vez o fogo o separava de seu alvo. Ele sentiu o calor lamber sobre ele, sua pele arrepiou, então doeu, a dor se intensificou a um nível quase insuportável quando ele continuou avançando, continuou. Através das chamas ele podia ver a sua perplexidade. ―Morra. Você, ― ele conseguiu, e então o fogo o lavou mais. Ele estava em chamas. Antonio pensou em Jenn, ele estava falhando com ela. Deus, ele estava queimando. ―Antonio, Antonio, pare, ― Jenn disse. O fogo enfurecido em torno dele. Queimando-o. Ele gritou para isso parar. Então ele se tornou ciente de que Padre Juan estava falando em latim sobre ele. Ele estava chamando os anjos, sobre os arcanjos. Eu estou seguro, Antonio pensou. Ele ficou imóvel. ―Oh, meu Deus, Antonio, ― Jenn chorou. Ela jogou os braços ao redor dele, mas Padre Juan a puxou para trás. ―Fique longe dele, ― Padre Juan disse em voz alta e com medo. ―Eu estou o exorcizando. Aurora apelou ao Diabo, e a próxima coisa que sabemos, que ele estará fora de sua mente. ―Oh, Deus, oh, Deus, Antonio, ― Jenn disse. Antonio estava na posição vertical, em seguida, se levantou. Ele virou-se, em seguida, olhou para suas mãos.


Então, Jenn. Ele estava desnorteado. ―Eu estava queimando, ― ele disse. ―Eu estava em chamas. Ela balançou a cabeça. ―Não. ―Ela chamou o nome de Lúcifer, ― Padre Juan disse, fazendo o sinal da cruz. Depois de um batimento Antonio fez também. Então a verdade amanheceu sobre Antonio. ―Ela estava chamando o seu Sire. Ela o chamou de Luxei. ―Pode ser o nome de um vampiro? ― Padre Juan perguntou. ―Nós – eles – adoram os deuses da morte, ― Antonio explicou. ―Lúcifer é um anjo caído. Uma criatura de luz, ―Padre Juan disse. ―Muitos dos deuses das trevas prometem a seus seguidores luz, ― Antonio respondeu. ―Dizem que através deles vampiros irão andar na luz. ―Seus lábios separaram. ―Ela o chamou, e eu senti as chamas. ―Ela hipnotizou você, ― Jenn aventurou. Ele estendeu a mão para tocá-la. Padre Juan segurou-a firmemente. O que mais posso fazer, enquanto eu estiver tendo alucinações? Ele se perguntou, preocupado e envergonhado. ―Eu não penso assim. Talvez seu Sire possa hipnotizar de longe. Ou... Eu estava enfeitiçado. Antonio ouviu um uivo selvagem, irregular, e seus olhos procuraram a fonte. Holgar estava de pé, segurando um pedaço de pano preto, com a cabeça jogada para trás. A poucos metros deles, um dos estudantes do primeiro ano que Antonio viu durante a luta estava sentado de pernas cruzadas no chão. Vinte metros de distância, Noah estava ajoelhado sobre o corpo de Taamir, sussurrando orações a Adonai e Alá para o seu amigo. Antonio tornou-se ciente do silêncio soluçando e, em seguida, ao lado dele Padre Juan praguejou. Antonio seguiu o olhar do Padre. Lá, um caminho à parte dos outros, Jamie estava estendido sobre Eriko, chorando, rezando e xingando. ―Não, ― Antonio sussurrou, assim como seus sentidos lhe disse que ele não queria saber. ―Ela está morta, ― Padre Juan disse calmamente.


Antonio começou a avançar, mas Padre Juan colocou a mão restritiva em seu ombro. ―Não faça isso. Ele vai matar você. ―Onde está Skye? ― Antonio perguntou. O rosto de Jenn contorcido. Ela estava tremendo. ―Eles a levaram, ― Jenn disse. ―Aurora e Estefan. Então, Aurora escapou. Emoções colidiram com: Tristeza, raiva, medo, e, o mais terrível, o alívio. Aurora ainda tinha um domínio sobre ele. O diabo tinha uma mão nisso. Antonio se afastou para que ninguém visse sua luta, mesmo quando suas presas cortaram o lábio inferior e ele pensou em matar os outros em seu nome. ―Antonio, ― Jenn disse, puxando-se para longe de Padre Juan. Antonio lutou para controlar a si mesmo, quando braços vieram em torno dele. Ele tentou permanecer em silêncio e depois de um momento ele se virou para encará-la. Soluçando, ela cobriu o seu queixo e lábio inferior com beijos. Ele não retornou os seus beijos, e ela não pareceu notar. ―Eu pensei que você tivesse morrido. Eu pensei que eu tivesse perdido você, ― ela disse, chorando. ―Minha irmã, Antonio. Heather! ―Sim, nós temos que olhar para Heather, ― Padre Juan disse urgentemente. ―Vai ter luz em breve. Antonio balançou a cabeça lentamente. ―Mas todos os outros alunos, os professores, mortos? ―Temo que sim, ― Padre Juan confirmou. Ele fez um gesto com a mão. ―Padre Giovanni caiu. Ele teve uma visão que ele morreria defendendo a academia, e que se tornou realidade. Somos o que resta de Salamanca. Antonio esperava que Jenn chorasse novamente, mas ela o surpreendeu, limpou seus olhos e levantou o queixo. Sua voz estava calma. Ela tinha que estar em estado de choque. Ele gostaria de confortá-la, mas não podia tocá-la novamente. Ele estava embriagado pelo cheiro de seu sangue. Ele não estava em pleno controle. Ele cruzou os braços sobre o peito e manteve distância. O que devo fazer? Ele pensou.


Estefan e Aurora eram inteligentes. Jenn não fazia ideia cujas magias Estefan havia usado, quais ervas, mas ele conseguiu encobrir sua fuga – mesmo de um lobisomem. Eles não podiam segui-los e Skye. Não havia absolutamente nenhum sinal de Heather. Jenn mal podia funcionar. Ela tinha o perdido novamente. Ela se virou para Antonio, mas ele estava distante. Talvez ele estivesse se culpando. Talvez... Outra coisa o estava incomodando. ―Precisamos descansar e reagrupar, então nós vamos agir, ― Padre Juan disse. ―E devemos honrar aqueles que caíram. Eles empilharam mais pedras sobre os locais de repouso dos alunos e professores, e cavaram valas para Eriko, Taamir e Padre Giovanni. Eles não podiam permanecer nas ruínas por tempo suficiente para enterrar todos os seus mortos corretamente. Holgar tirou a cruz de madeira decorada com cabeças de lobo e colocou em uma pilha de escombros em cima de Kirstinne e seu companheiro. Padre Juan falou sobre as três sepulturas, em seguida, sobre o cemitério, em geral, e, em seguida, todos eles se retiraram em uma das cavernas do campo, para descansar, e Antonio para se esconder do sol nascente. Eles ficaram ou sentaram em círculos, todos eles cansados, com fome, e não conseguiram dormir. A cozinha e a despensa, foram destruídas. Jamie rondava ao redor das extremidades do grupo, a sua dor irradiando, enquanto discutiam o que fazer a seguir. Ele estava deixando todos ainda mais tensos. ―Jamie, sente-se, ― Jenn disse por fim. ―Não! ― Ele gritou em cima dela. ―Isso é culpa sua! ―Pare com isso, Jamie, ― Padre Juan disse. ―Por que deveria? Eri morta, Taamir está morto, Skye se foi, e ela é muito fraca para estacar o vampiro que está na frente dela. ― Ele apontou uma mão trêmula para Antonio. Então, Jamie encarou. ―Isso é besteira, e eu não vou aguentar mais, sua puta, idiota incompetente. Naquele momento Jenn Leitner teve o suficiente. Ela se levantou devagar e virou-se, cada músculo rodando, e ela olhou para Jamie. Ela se aproximou dele. Sua respiração saindo em jatos fantasmagóricos no ar gelado.


―Ok, Jamie, você quer ir, vamos lá, ― ela disse suavemente. Seus olhos dilataram um pouco, e ela pôde ver a hesitação neles quando ele olhou rapidamente para os outros. ―Jenn, ― Antonio disse, em um tom de alerta. ―Só você e eu, ― ela disse. ―Isto vem acontecendo há muito tempo, e termina agora. De acordo? Ele cuspiu no chão e depois encontrou os olhos dela. ―Concordo. Ela balançou a cabeça e depois o atacou. O nariz de Jamie fez um crunch satisfatório sob os nós dos seus dedos. Jamie cambaleou para trás. Ela o seguiu com um pontapé no joelho dele, na esperança de derrubá-lo rápido, mas ele girou para fora do caminho. Jenn ficou fora de equilíbrio, e quando ela lutou para se recuperar, ele quebrou o punho na sua mandíbula. Sua cabeça caindo para trás dolorosamente, e dor queimou por ela. Ele deslocou meu maxilar, Jenn pensou. Mas ela sabia que quebrou o nariz. A questão era, agora isso estava indo longe demais? Ou até onde iria o suficiente? Jamie respondeu isso para ela, quando ele saltou para frente, derrubandoa de bunda. Ele caiu sobre ela, abrangendo e fixando-a no chão. Ele ergueu a mão para bater nela de novo, buscando o queixo. Ela cuspiu em seus olhos e, em seguida, bateu com o punho em sua virilha. Enquanto ele ficou incapacitado, ela o retirou de cima dela e pulou para seus pés, chutando-lhe as costelas, até que ela realmente pôde ouvir as quebrando. Sade gritou, e Holgar pulou para frente e agarrou Jenn, arrastando-a para trás. Ela mordeu sua mão, e quando ele gritou de surpresa, ela se virou e o socou no olho. O lobisomem cambaleou para trás, seus olhos arregalados em choque. ―Solte-a! ― Jamie disse ofegante. Holgar hesitou, e Jenn ergueu o queixo, olhando para ele. Ela mostrou os dentes e fez o seu melhor para imitar um dos seus grunhidos. Holgar gemeu baixo em sua garganta, abaixou a cabeça e recuou alguns passos, reconhecendo-a como alfa. Jenn girou apenas em tempo de se abaixar quando Jamie deu um soco nela. Ela caiu no chão, pegou um punhado de terra, e atirou nos olhos dele.


Ele resmungou e outro punhado o atingiu. Jenn bateu as mãos contra as orelhas dele antes de esmurrá-lo no olho também. Ele rugiu de fúria e girou cegamente para ela. E foi então que ela sabia que o tinha. Ela seguiu em frente, chutando no tórax, e terminou com um direto no queixo que o derrubou como uma árvore. Ele ficou deitado no chão por um minuto, imóvel. Ela se agachou, tentando recuperar o fôlego, desafiando a esperança de que tudo estivesse terminado. O que, evidentemente, não estava. Jamie explodiu do chão com um rugido e chutou antes que ela pudesse sair do caminho. Ela cambaleou e caiu, mas surpreendeu-se e Jenn pulou para cima. Ela o socou duas vezes no estômago antes de sair do seu alcance. Ela se moveu novamente para socar no queixo. Os ouvidos dele tiniram, mas a mandíbula não quebrou. Ela fez um ataque simulado a sua esquerda, e quando ele se moveu para bloquear, ela o derrubou. Jenn, conseguiu pousar em cima dele, chovendo para baixo, golpes no rosto. Ela mirou cuidadosamente em sua garganta e apertou, Jamie tossiu e agarrou a garganta dela. Ela deu um soco duramente em sua bochecha, socou em seu lado, fazendo mais danos em suas costelas quebradas. O sangue começou a escorrer pelo canto da boca dele, e ela se inclinou mais perto dele até que seus rostos ficaram uma polegada de distância. ―Você se rende? ― Ela disse, mordendo cada palavra enquanto ela continuava olhando para ele. Jamie hesitou, depois assentiu. ―Você reconhece a minha liderança, e para com a sua choradeira e sua putaria? ― Ela exigiu. Ele queria dizer não, ela podia ver isso em seus olhos, mas a garganta dele estava começando a inchar, e ele tinha pouco tempo antes de perder a capacidade de respirar. Ele finalmente baixou os olhos e assentiu. Ela se levantou. ―Padre Juan, ― Jenn disse, ―ele vai precisar de doação e magia se ele vai sobreviver.


O Padre correu para frente e trabalhou com ele enquanto que ela se virou para Holgar, Sade, Noah e Antonio. Eles estavam de frente para ela, suas expressões misturadas. ―Você vai me seguir? ― Ela questionou a Antonio. Ele assentiu, olhando para ela quase como se ele não soubesse quem ela era. Jenn se virou para Sade. A menina cheirava a alho e medo, mas ela ainda estava de pé, ainda estava lá, ainda estava disposta a fazer sua parte. Eles precisavam de alguém para substituir Eriko como parceiro de luta de Jamie, e ela era a única candidata. ―Você vai me seguir? ― Jenn perguntou. ―Sim. ― Ela assentiu, aterrorizada e de olhos arregalados. Jenn se virou para estudar Noah. Ele havia provado a si mesmo uma e outra vez, e mesmo agora, após a perda de Taamir, ele estava estóico, forte. Ele era um homem bom. Ele era um bom Caçador. ―Você vai me seguir? ― Ela exigiu. ―Até o fim do mundo, ― ele disse, olhos claros e intensos. Ela limpou a garganta. ―Você vai ser meu parceiro. ― Ela evitou olhar para Antonio. ―Por enquanto. ―Bom, Jenn, ― Antonio murmurou. Finalmente, ela se virou para Holgar. O lobisomem matou seu pai e sua destinada, e sua parceira de luta foi sequestrada. Suas feridas eram profundas. Assim era sua culpa. E o olhar de vingança em seus olhos. ―Você vai me seguir? ― Ela sussurrou. ―Você não precisa perguntar, ― ele disse. Ele estava certo. Ela não deveria. De todos eles, Holgar nunca a questionou, sempre a apoiou. Ela confia nele para ser o parceiro de Antonio até que pudessem o salvar. De todos eles, ele saberia quando, se, Antonio precisava estar... Não. Ela não podia sequer pensar nisso. Padre Juan estava trabalhando febrilmente sobre Jamie. Seria mais fácil se o irlandês morresse. Mais fácil, mas não melhor. ―O que fazemos agora? ― Sade perguntou baixinho.


Jenn colocou as mãos nos quadris. ―Nós vamos caçar Aurora. Tomar Estefan, que ele jamais vai pôr os olhos em Skye. Nós o levamos deste mundo. ―Nós não temos muitas pessoas, ― Antonio disse. ―Nós não precisamos de muitas. Nós só precisamos de algumas almas corajosas que se levantem, para dizer a eles que não vão mais seguir. E eles não vão ter a coragem de fazer isso a não ser que lhes mostrem o caminho. ―Para lutar contra o demônio? ― Padre Juan perguntou. ―Sim, ― Jenn respondeu. ―E quanto a Heather? ― Holgar perguntou. Jenn balançou a cabeça. ―Se encontrá-la, vamos encontrá-la. Mas isso não é a nossa missão imediata. ― Ela ignorou os olhares de surpresa no rosto de seus companheiros de equipe. Era verdade. Isso quebrou seu coração, mas não sabia se sua irmã estava viva ou morta, enfurnada em algum lugar ou correndo com os outros Malditos. Eles tinham um mundo para salvar. Com alguma sorte, quando o fizessem, sua irmã ainda estaria nele. ―Precisamos encontrar um lugar onde podemos planejar, ― ela disse. Padre Juan fez uma pausa em suas ministrações sobre Jamie, o suficiente para olhar para ela. ―Eu posso ter um lugar. Venho me preparando para algo parecido com isso por um tempo agora. ―Ótimo. Assim que Jamie puder se mover, nós iremos. ―Você precisa de ajuda também, ― Noah disse calmamente. Jenn vinha lutando para ignorar a dor que devastava através dela. Falar era uma agonia especial. Ela encolheu os ombros. Jamie estava pior. Noah se aproximou. ―Eu tenho algum treinamento na área médica. Posso? Ela assentiu e tentou não chorar, enquanto ele empurrou o queixo o seu volta no lugar. O alívio foi quase instantâneo, produzindo uma espécie de euforia em todo o seu corpo que lhe permitiu, pelo menos temporariamente, ignorar o outro dano. Ela se virou e olhou para o monte – para a pilha de pedra que costumava ser sua universidade. O dano era assustador. Algumas paredes do dormitório


ainda estavam de pé, precária, embora, o telhado foi embora. Pensou em seu diário – o Manual do Caçador novo – que ela não se arriscou em levá-lo. ―Vocês acham que podemos encontrar alguma coisa? ― Ela perguntou a ninguém em particular. ―Eu vou entrar, ― Antonio disse. ―Você entra primeiro, ― Padre Juan o corrigiu. Naquela noite, eles descansaram. No dia seguinte, e a noite eles fizeram incursões nas terras. Eles se revezavam entrando nas ruínas, encontrando tesouros – algumas maçãs, uma dúzia de proteínas. Estátua de Padre Juan de Santa Tereza de Ávila, que desmaiou em êxtase religioso, enquanto um cupido a espetava. Jenn ficou aliviada que seu diário – Manual do Caçador – estava seguro sob os restos carbonizados de sua cama. Antonio também encontrou um livro de sua autoria, bem dentro das catacumbas. Jamie pediu a Noah para recuperar uma caixa de debaixo da sua cama e, em seguida, agarrou-a como um homem se afogando. Jenn suspeitou que fosse a arma que ele estava construindo, aquela que usa balas de prata. Ela fez uma careta, mas eles poderiam ter usado aquelas balas contra os lobisomens. Padre Juan usou seu telefone celular para fazer algumas chamadas. Um Padre em Toledo ofereceu-lhes refúgio, mesmo que Roma tivesse proibido qualquer um de ajudar e amparar os Caçadores. Eles entraram em duas vans universitárias que ainda funcionava e levou quatros horas para chegar em Toledo. Era uma cidade bonita, antiga, apesar de que a beleza era marcada pela presença das tropas espanholas armadas em todos os lugares. Espanhóis nervosos os evitavam. Vampiros pavoneavam como nobres arrogantes. ―Toledo tem um passado violento, ― Padre Juan disse. ―O grande Inquisidor Torquemada, queimou os hereges e judeus na praça central. Ele foi alvo do nosso santo padroeiro, São João da Cruz. ― Padre Juan acariciou a estátua de Santa Teresa de Ávila em seu colo. ―E Santa Teresa Também. O sacerdote, o Padre Sebastião, lhes ofereceu refúgio no mosteiro gótico. Com ajuda das governantas do Padre Sebastião, eles tinham camas. Jenn e Sade ficaram em outro quarto, juntas. A pobre menina estava em estado de


choque. Ela não queria tirar o alho, mas Jenn observou que eles estavam em uma igreja, e os vampiros não podiam entrar. ―Exceto ele, ― Sade disse, apontando para Antonio, enquanto a governanta do Padre levava Sade longe para tomar um bom banho quente. Com exceção de Antonio. Isso deu a Jenn esperança de que ele realmente estava voltando para eles. Os Salamancans estavam na sala de refeição comendo omeletes simples e tomando chá. Todos estavam em silêncio, desanimados. Então Jenn falou. ―Holgar, ― ela disse. ―Eu pensei que os lobisomens, apenas mudassem durante a lua cheia. Talheres retiniam contra pratos enquanto todos esperavam ouvir a sua resposta. Holgar balançou a cabeça lentamente. ―Somos forçados a mudar depois, mas os lobos maduros aprendem como fazer isso à vontade. ―Como maduro? ― Jenn pressionou. Holgar encolheu os ombros. ―Isso varia de lobo para lobo. Às vezes quando você alcança seus trinta anos, mas pode ocorrer muito mais velho do que isso. Jenn ficou decepcionada. Ela esperava que Holgar pudesse ser capaz de mudar mais cedo. Seria uma grande ajuda para eles na batalha. ―Que tal mais jovem? ― Jamie perguntou, sua voz rouca. Holgar encolheu os ombros. ―Pode acontecer, embora seja incomum. Como eu disse, isso varia, de lobo para lobo. ―Como a puberdade? ― Padre Juan perguntou. ―Algo parecido com isso. ― Holgar parecia desconfortável, como se fosse muito pessoal um tema para discutir. ―E você não tem a capacidade de mudar a vontade? ― Jenn perguntou. ―Ainda não, ― ele disse. ―Isso é muito ruim, ― ela disse com seriedade. ―Isso poderia ser útil. ―Eu sei, ― ele respondeu suavemente. ―E a coisa de prata. Isso é apenas quando você está em lobo, ― Jamie disse. ―Caso contrário, quando você se parece como nós, você pode ser morto como nós.


Este seria à hora para Eriko dizer a Jamie para ficar quieto, Jenn pensou tristemente. Ou Skye gritaria com ele para sair fora. Ela quase podia ouvi-las. ―Sim. Quando estou em forma humana, eu posso ser morto como um humano, ― Holgar respondeu, como se ele precisava para se punir por dizer em voz alta. ―Como eu disse, ― Jamie disse. ―Eu gostaria de celebrar uma missa, ― Padre Juan disse a eles. ―Eu sei que vocês estão muito cansados, e nem todos são católicos, mas temos que lamentar e reconhecer nossas perdas. ― Padre Juan olhou para Antonio. ―Você me ajuda? ―Com prazer, ― Antonio disse, inclinando a cabeça. Jenn engoliu em seco. Antonio disse que ele estava redimindo a si mesmo a Deus. Talvez isso o ajudasse a permanecer fiel ao seu caminho. Mas ela sentiu uma perda terrível e dolorosa quando ela, Holgar, Jamie, Noah e Sede sentaram em um banco, enquanto Antonio colocava uma estola e se ajoelhava com o Padre Juan diante do altar. Noah se comportava com dignidade serena, e quando Padre Juan convidou a todos a orar, ele se ajoelhou no banco de oração ao lado de Jenn e abaixou a cabeça. Ela sentiu lágrimas. Noah colocou a sua mão sobre a dela, quente e forte. Antonio passou pelo ritual facilmente, curvando-se, fazendo o sinal da cruz, segurando um missal grande para Padre Juan. Jamie tomou comunhão. Assim fez Padre Juan. E depois de uma longa hesitação Antonio colocou a hóstia na boca e se benzeu. ―Vão em paz. A missa terminou, ― Padre Juan disse. Noah ergueu a cabeça. ― Foi lindo, ― ele disse a Jenn. Ela assentiu, perguntando se Antonio viu Noah pegar a mão dela. ―Eu sugiro que nós dormíssemos um pouco, ― Padre Juan disse. ―Concordo, ― Jenn disse. ―Posso falar com você, Padre? ― Sade perguntou. ―Estou muito assustada. ―Claro, ― Padre Juan disse, embora ele parecesse exausto. ―Vamos sentar aqui por enquanto, certo?


Tanto Noah e Antonio olharam para Jenn quando ela saiu rapidamente da capela e entrou no quarto, compartilhando com Sade. Ela estava profundamente triste. Eriko estava morta, e Skye e sua própria pequena irmã poderiam se juntar a ela em breve. Se houvesse uma chance de nunca mais vê-las novamente, ela teria dito a Heather o quanto a amava, e ela agradeceria a seus companheiros, dizendo o quanto ela valorizava suas amizades. Ela nunca pensou neles como amigos, mas isso é o que eles são. Você não pode viver, lutar e arriscar sua vida por anos com alguém sem formação de um vínculo. Seu coração doía por eles e por Heather. Tanta dor. Ela se enrolou na cama estreita e abriu o Manual de Caçador. Ela pegou uma caneta. Eles tinham que matar todos os outros Malditos. Ela respirou fundo e começou a escrever. “Eu sei quem eu sou agora. Sou Jenn Leitner. Eu sou a líder da equipe Salamanca. Nós somos os Cruzados deste mundo, e esta é a nossa missão. Permanecemos onde os outros caem. Lutamos onde outros correm. Nós triunfamos onde outros se acovardam na derrota. E eu lidero o caminho. Juntos, vamos salvar o mundo, porque podemos. Mesmo na noite mais escura, há esperança. Eu vou salvar o mundo, porque eu sou Jenn. E eu não gostaria ser outra pessoa.” Nuvens ondularam contra a lua, então se afastaram. Feixes prateados batendo nas páginas de seu diário, transformando-as lágrimas de prata em filigrana. Lá fora, um lobo uivava em luto profundo. Um soldado endurecido israelense patrulhava. E os olhos de rubi para além de sua janela queimando de saudade.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.