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Paradigmas e antecedentes ambientais Biblioteca de Babel
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ÁLBUM DE FIGURÕES
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coleção; álbum de figurinhas; referencial bibliográfico.
paradigmas e antecedentes ambientais biblioteca de babel
ÁLBUM DE FIGURÕES
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Depois de tanto percorrer livros, textos, discursos, palavras, pensamentos, objetos, lugares e desejos, construí uma relação peculiar com os autores percorridos. Eles se transformam em pequenos heróis, minúsculos totens de minha adoração e respeito. Afinal, todas aquelas coisas pelas quais caminho e convido o leitor a caminhar, foram criadas, transformadas, reconstruídas por alguém. Nada veio ao mundo por geração espontânea. Existe uma figura, ou mais de uma, por trás de cada coisa lida, pesquisada, estudada, recolhida, esgotada. Existem pessoas, homens e mulheres. Resgato delas, tomo emprestado o que lhes é mais próprio e identitário. Recolho seus retratos, imagens de seus rostos, e organizo-os a modo de uma coleção de figurinhas. Uma coleção. Retomo uma prática infantil, antes ingênua e agora já mais conceitual, dos álbuns de figurinhas de jogadores de futebol, modelos de carros e motos, fauna e flora nacionais, países do mundo, esportes olímpicos, personagens de desenhos animados e histórias para dormir e sonhar. Um território de pequenas representações, espaço de apropriações e dominação. Uma coleção de figurinhas dos figurões. Imagens de vidas, de caras, de figuras. Uns mais, outros menos e outros tantos difíceis de classificar. Todos estão ordenados por um critério superficial, mas talvez o único possível para que nenhum deles seja prevalecido com alguma tentativa de hierarquia de grandeza, superioridade, preferência ou intelectualidade. A ordenação mais neutra ou isenta de qualquer uma daquelas é a ordem alfabética de seus nomes “sociais”. Estão aí alinhados simplesmente de A a Z. Um alinhamento que pode, mesmo assim, ser destituído de sua geometria e percorrido de qualquer forma que for conveniente, por exemplo agrupando-as por nacionalidades, ou por especialidades, ou mesmo reconstruindo a linearidade através de uma linha do tempo a partir das datas de nascimento e morte. Uma ordenação que pode dar a impressão de um achatamento, um aplainamento, uma homogeneização, uma indiferenciação de autores tão diversos, contraditórios entre si, até mesmo antagônicos em alguns momentos. Coloca-los aqui lado a lado nos os iguala, não elimina suas peculiaridades. Não é possível, mesmo colecionando-os e colocando-os lado a lado, aplainar ou borrar suas diferenças, conflitos, divergências. Apesar da aproximação dos figurões realizada nesse álbum, muitas questões e particularidades os distinguem. Questões que criam tensões. Tensões que, apesar da tendência do “rompimento”, convidam quem as presencia e percebe a uma ação crítica e consciente: atravessar e investigar mais a fundo suas características mais peculiares e articulá-las em convergências ou divergências, dos níveis mais sutis aos mais explícitos e insinuados. Um convite a reagrupá-los em outras formações, tanto por semelhanças quanto por antagonismos: os que percorrem a Fenomenologia, os Marxistas, os existencialistas, os pessimistas, os político-panfletários, os conciliadores, os questionadores, os desbravadores; ou pequenos duelos como os Realistas versus os Românticos, os que partem para a ação efetiva versus os que preferem estabelecer primeiro as bases conceituais e reflexivas, os sensíveis versus os perceptivos, os pós-estruturalistas versus os semióticos...
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Por isso, acompanhando cada uma das figurinhas dos figurões, está apresentada uma pequena ficha biográfica com dados mínimos1, como nome de batismo, datas de nascimento e morte, idade (no momento da morte ou em 2016, para os ainda vivos), nacionalidade e possíveis naturalizações posteriores (com o respectivo ano do ocorrido), seus trabalhos mais significativos “recolhidos” por mim e algumas especificidades biográficas que possam constituir suas presenças como figurões nesta tese. Além disso, estão também apresentados indicadores de caminhos para possíveis aprofundamentos que se desejarem durante o colecionar e reagrupar. Quase todos os dados são reais e científicos, e um pequeno tanto imaginário e mítico, afinal estamos falando de figurinhas de pequenos heróis totêmicos de minha adoração. Um desvio subversivo e fantástico sempre é saudável e fértil.
1 Todos os dados foram retirados de biografias de orelhas de livros, sites pessoais e/ou dedicados, mas principalmente do banco de dados compartilhado do sistema Wikipedia.
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nome:
ABRAHAM MORITZ WARBURG nascimento:
13 de junho 1866 / 26 de outubro de 1929 (63 anos) nacionalidade:
Alemão. Viveu durante cinco anos em Florença, Itália especialidade:
Historiador de arte e Teórico da cultura trapo:
Atlas de imagens Mnemosine
. Homenageando a deusa grega da memória, Warburg organiza em sua biblioteca particular, entre 1927 e 1929, uma sala repleta de pranchas de madeira numeradas onde dispunha fotografias de obras de arte, recortes de jornais e revistas, cartões postais e outras formas gráficas e imagéticas, organizando-as de acordo com temas heterogêneos e heterodoxos aos estudos estéticos da história da arte: por exemplo “Coordenadas da memória”, “Astrologia e Mitologia”, “Re-emergência da Antiguidade”, “Dürer: os deuses vão ao Norte” etc. nome:
ANDRÉ BRETON nascimento:
19 de fevereiro de 1896 / 28 de setembro de 1966 (70 anos) nacionalidade:
Francês. Exilado em Nova York, EUA, no período da Segunda Grande Guerra especialidade:
Escritor, poeta e teórico artístico e cultural trapo:
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Os livros Nadja (1928), Les Pas Perdu (1924) e Manifeste du surréalisme (1924)
Formado em Medicina e Psiquiatria, prestou serviços médicos e militares durante a Primeira Guerra Mundial. Em 1919 lançou, em parceria com Phillipe Soupault e Louis Aragon, a revista Littérature onde publicaram textos próprios e de outros artistas, principalmente do grupo de Tristan Tzara, DADA. Mas tarde, transformaram várias das discussões e provocações artísticas do grupo DADA em um dos movimentos de vanguarda mais importantes do século XX, o Bureau de recherches Surrealistes, ou simplesmente Surrealismo. Neste grupo, propôs, entre outras coisas, a escrita automática, o Cadavre Exquis e as Deambulações Surrealistas.
nome:
CHARLES-PIERRE BAUDELAIRE nascimento:
9 de abril de 1821 / 31 de agosto de 1867 (46 anos) nacionalidade:
Francês
especialidade:
Poeta e Crítico de arte trapo:
Os livros Les Fleurs du mal (1857), Les paradis artificiels (1860), Le Peintre de la Vie Moderne (1863) e Le Spleen . de Paris (1869)
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Pai-poeta do Flâneur e do Trapeiro, Baudelaire viveu intensamente as banalidades e ordinárias relações sociais na Paris modernizada do Barão Haussmann. Herdeiro de uma modesta, mas satisfatória quantia, viveu como um dândi entre bordéis, cafés literários, círculos de artistas e boêmios. Além de poeta e crítico de arte – escreveu seminais artigos sobre seus amigos Victor Hugo, Eugène Delacroix, Édouart Manet, Théophile Gautier, Honoré Daumier, Honoré de Balzac, Gustave Flaubert etc – também se dedicou obsessivamente a traduzir alguns textos do americano Edgar Allan Poe, seu irmão/sósia filosófico. Entre 1847 a 1865 publicou as traduções para o francês dos textos de Poe Histoires extraordinaires (1852), Nouvelles histoires extraordinaires (1857), Aventures d’Arthur Gordon Pym, Eureka, e Histoires grotesques et sérieuses (1865).
nome:
CHARLES MARVILLE (NASCIDO CHARLES FRANÇOIS BOSSU) nascimento:
17 de julho de 1813 / 01 de junho de 1879 (65 anos) nacionalidade:
Francês
especialidade:
Ilustrador e Fotógrafo trapo:
Séries fotográficas intituladas Album du Vieux Paris e . Bois de Boulogne
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Entre 1850 e 1879 dedicou-se a fotografar obras de arte e edifícios e paisagens urbanas. Foi durante um tempo fotógrafo oficial do Museu do Louvre, registrou edifícios históricos comissionado pelo historiador de arquitetura Eugène ViolletLe-Duc. Em 1858 foi contratado pela municipalidade de Paris para documentar o recém reinaugurado e modernizado parque de lazer burguês Bois de Boulogne nos arredores da cidade. Mais tarde, já intitulado Fotógrafo Oficial de Paris pelo Barão Haussmann (1862), produziu, à pedido da agência de planejamento urbano, uma imensa e detalhada documentação fotográfica das antigas ruas de Paris antes da reformulação modernizadora proposta por Haussmann. Nos anos 1870 dedicou-se, sempre comissionado por órgãos municipais, a documentar as novas conveniências urbanas modernas, como os elegantes postes de iluminação a gás e os “vespasiennes”, grandes urinóis públicos portáteis.
nome:
CHARLES WILLARD MOORE nascimento:
31 de outubro de 1925 / 16 de dezembro de 1993 (68 anos) nacionalidade:
Norte-americano
especialidade:
Arquiteto e Professor universitário trapo:
Os livros Water and Architecture (1957) e Body, Memory and Architecture (1977)
.
Arquiteto graduado na Universidade de Michigan em 1947, obteve o título de professor doutor em 1957 na Princeton University com a tese Water and Architecture, onde tratou da força fenomenológica da água nas percepções da arquitetura, baseando-se nos textos de Gaston Bachelard. Já na Universidade de Yale, em 1967, juntamente com o arquiteto Kent Bloomer, estrutura a disciplina de primeiro ano do curso de arquitetura, intitulada Yale Building Project, inserindo questões fenomenológicas, corporais, experiências perceptivas espaciais, que mais tarde foram mescladas às discussões pós-modernas arquitetônicas de Robert Venturi e Michael Graves. nome:
THORVALD CHRISTIAN NORBERGSCHULZ nascimento:
23 de maio de 1926 / 28 de março de 2000 (73 anos) nacionalidade:
Norueguês
especialidade:
Arquiteto, Professor e Teórico de arquitetura trapo:
Os livros Intentions in Architecture (1965) e Genius Loci: Towards a Phenomenology of Architecture (1979)
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Tendo uma formação acadêmica em diversas parte do mundo (Suiça, Itália, EUA), Norberg-Schulz dedicou-se muito mais à teoria do que à prática arquitetônica. Resgatou em seus textos várias das questões propostas pelo filósofo fenomenológico Martin Heidegger, principalmente as relacionadas com o Genius Loci, o Lugar, a presença do corpo como permanência no espaço e no tempo.
nome:
ERNST THEODOR AMADEUS HOFFMANN nascimento:
24 de janeiro de 1776 / 25 de junho de 1822 (46 anos) nacionalidade:
Prussiano (Atual Alemanha) especialidade:
Escritor e Compositor trapo:
O livro Des Vetters Eckfenster (1822)
. Nascido Ernst Theodor Wilheim Hoffmann, foi um dos escritores Românticos mais conhecidos e respeitados no mundo, com contos que misturam fantasia, realidade, macabro e uma ironia aguçada, lido tanto por Edgar Allan Poe quanto por Sigmund Freud, Hoffmann não poderia morrer antes de experimentar uma escrita protorealista e protosimbolista. Tão doente quanto seu personagem derradeiro, o primo que observa a cidade da sua janela de esquina, o escritor e compositor especulou uma forma de encarar a até então desdenhada multidão urbana nascente. O que seria do Homem da multidão ou do Flâneur se os meses finais de Hoffmann tivessem sido mais curtos? nome:
EADWEARD MUYBRIDGE (NASCIDO EDWARD JAMES MUGGERIDGE) nascimento:
09 de abril de 1830 / 08 de maio de 1904 (74 anos) nacionalidade:
Inglês. Viajou pelo oeste dos Estados Unidos durante alguns anos especialidade:
Fotógrafo
trapo:
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Inventor do Zoopraxiscope (1879), precursor do cinematógrafo.
O músico e compositor norte-americano Phillip Glass compôs em 1982 uma “ópera de câmara” chamada The Photographer, em homenagem a Muybridge. Composição dividida em três atos, baseia-se na vida e obra do fotógrafo inglês, principalmente sua passagem pelo oeste norte-americano na década de 1870, quando foi acusado de assassinar o suposto amante de sua esposa, o Major Harry Larkyns. O fotógrafo foi inocentado pelo júri sob justificativa de sua sanidade ter sido afetada por um acidente de carroça. Além de fatos da vida pessoal de Muybridge, seu trabalho com as fotografias sequenciais de animais em movimento também figuram no trabalho de Glass.
nome:
EDGAR ALLAN POE (NASCIDO EDGAR POE) nascimento:
19 de janeiro de 1809 / 07 de outubro de 1849 (40 anos) nacionalidade:
Norte-americano
especialidade:
Escritor e Crítico literário trapo:
O conto Man of the Crowd (1840)
. Charles Baudelaire (2013) escreveu sobre Poe no prefácio do livro “Contos de imaginação e mistério”: “Nesse caldeirão de mediocridades, nesse mundo que adora aperfeiçoamentos materiais – escândalo de um gênero novo que permite compreender a grandeza dos povos preguiçosos –, nessa sociedade ávida por assombramento, apaixonada pela vida, mas, sobretudo, por uma vida cheia de excitações, um homem foi grande não apenas por sua sutileza metafísica, pela beleza sinistra ou encantadora do que concebeu, pelo rigor de suas análises, mas também foi grande como caricatura. (...) Do seio de um mundo esfomeado por materialidades, Poe se jogou no sonho.” nome:
EDSON PINHEIRO CHAGAS nascimento:
24 de setembro de 1977 (39 anos) nacionalidade:
Angolano. Viveu alguns anos em Lisboa e Londres. especialidade:
Artista visual – Fotógrafo trapo:
Série fotográfica Found not taken (2008-em andamento)
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Luanda, Lisboa, Londres, Luanda...
nome:
EMMANUEL LEVINAS (NASCIDO EMMANUELIS LEVINAS) nascimento:
12 de janeiro de 1906 / 30 de dezembro de 1995 (89 anos) nacionalidade:
Lituano / Francês (1931) especialidade:
Filósofo Existencialista trapo:
Passagem da fenomenologia de Husserl e . Heidegger para uma preocupação com a Alteridade e a humanidade. Durante a invasão nazista na França, em 1940, Levinas e sua unidade militar foram cercados e feitos prisioneiro em um campo de concentração para judeus em Hannover. Fez diversas anotações que depois se tornaram livros e serviram de suporte para tantos pensamentos e discussões sobre a Alteridade, o Outro e a constituição do sujeito. Vários escritos são bastante pertinentes nestes assuntos e foram editados em um livro de 1948, Le Temps et l’Autre.
nome:
ÉTIENNE-JULES MAREY nascimento:
05 de março de 1830 / 15 de maio de 1904 (74 anos) nacionalidade:
Francês
especialidade:
Fisiologista e Cronofotógrafo trapo:
Inventor do aparelho cronofotográfico (1882)
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Cientista interessado, e fascinado, pelo funcionamento do corpo humano, desenvolveu diversos equipamentos para medição e visualização de sistemas corporais, desde circulação sanguínea ao movimento de músculos e ossos. Para isso, utilizou as técnicas fotográficas de registros sequenciais, gravando em uma única imagem parte do movimento de aves, cavalos e homens, com sua pistola cronofotográfica.
nome:
JEAN-EUGÈNE-AUGUSTE ATGET nascimento:
12 de fevereiro de 1857 / 04 de agosto de 1927 (60 anos) nacionalidade:
Francês
especialidade:
Fotógrafo
trapo:
Série fotográfica Les Petits Métiers
. “Não coloque meu nome nas fotos. Elas são apenas documentações e registros que eu faço.” Atget solicitando anonimato a Man Ray, seu vizinho em Paris, quando este último comprou algumas das fotografias de Atget e utilizou-as como capa da edição de 18 de junho de 1926 da revista surrealista La Révolution Surréaliste.
nome:
PIERRE-FÉLIX GUATTARI nascimento:
30 de abril de 1930 / 29 de agosto de 1992 (62 anos) Francês
nacionalidade:
especialidade:
Filósofo e Psicanalista trapo:
Os livros Mille plateaux (1972-80) e Chaosmosis (1992)
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Parceiro de escrita e reflexões filosóficas de Gilles Deleuze, Guattari se formou como psicanalista sob a orientação e análise de Jacques Lacan. Investigou e desenvolveu estudos sobre a Esquizoanálise e a Caosmose, principalmente condicionado às reflexões sobre a subjetividade: “Como produzi-la, assumi-la, aprofunda-la, reinventala permanentemente a fim de torna-la compatível com os universos de valores tão mutantes?” (GUATTARI, 1992).
nome:
FRIEDENSREICH REGENTAG DUNKELBUNT HUNDERTWASSER nascimento:
15 de dezembro de 1928 / 19 de fevereiro de 2000 (71 anos) nacionalidade:
Austríaco
especialidade:
Arquiteto e Artista/ativista ambiental trapo:
Discurso proferido na Galeria Hartmann, Munique, . no dia 12 de dezembro de 1967: Nacktrede für das anrecht auf die dritte haut (Discurso nu pelo direito à terceira pele)
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Nascido Friedrich Stowasser, teve formação em Artes plásticas, desenvolveu em suas obras uma preocupação com a vida plena do ser humano, em harmonia com seu entorno natural, artificial e cultural, buscando a subjetivação do sujeito. Em seus discursos e manifestos, por vezes textuais mas também pictóricos, arquitetônicos, performativos, Hundertwasser estabeleceu uma teoria das cinco peles: 1. A epiderme; 2. O vestuário; 3. A arquitetura; 4. O meio social; e 5. O planeta Terra, sendo que todas estão interligadas e têm o indivíduo como centro de intervenção. A epiderme é considerada como um retorno ao corpo e às percepções sensíveis, abandonadas pela racionalidade tecnológica; o vestuário é entendido como uma primeira camada de interação deste corpo com o mundo exterior, onde se expressam proteções e desvelamentos, individualidade executada pelas próprias mãos do homem; a arquitetura, a casa, a morada do corpo como um elemento de direito à intervenções e modificações conforme as características do corpo. Aqui surgem a crítica à linha reta (1953) e o direito à janela (1972), tendo ambos o corpo como escala e dimensão. Já a quarta pele do homem, seu meio social, aparece representado no diagrama das cinco peles com sendo sua “Identidade, Família, Terra Natal, Natureza e Outras Pessoas”, ou seja, a união da identidade com a alteridade englobando todas suas nuances intermediárias. Por fim a última pele, A Terra, como sendo um momento onde o ser humano deve estabelecer relações e preocupações ambientais, ecológicas e harmônicas com a Natureza e o Meio Ambiente, em um ativismo construtivo e pedagógico.
nome:
FERNANDO ANTÓNIO NOGUEIRA PESSOA nascimento:
13 de junho de 1888 / 30 de novembro de 1935 (47 anos) nacionalidade:
Português
especialidade:
Poeta, Escritor, Crítico literário e Tradutor trapo:
O livro O Livro do Desassossego (1992), escrito como Bernardo Soares
.
Figurão que passa tangenciando esta coleção, não aparece concretamente em nenhum fragmento. Está aqui mais por conta de homenagem e referência aos mais (re)conhecidos Flâneurs modernos. Carrega consigo uma alta capacidade de observar a cidade, no caso dele Lsiboa, e ser todos os outros possíveis: Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos, Federico Reis, António Mora, Claude Pasteur, Bernardo Soares, Vicente Guedes, Gervasio Guedes, Alexander Search, Charles James Search, Jean-Méluret of Seoul, Rafael Baldaya, Barão de Teive, Charles Robert Anon, A. A. Crosse e pelo menos mais 60 outros. Traduziu, assim como Baudelaire, alguns contos de Edgar Allan Poe para o português. nome:
FRANCIS ALŸS (NASCIDO FRANCIS DE SMEDT) nascimento:
data desconhecida de 1959 (57 anos) nacionalidade:
Belga / Mexicano (1988) especialidade:
Artista conceitual trapo:
O conjunto de obras urbanas vinculadas ao corpo e ao caminhar, especialmente El colector (1991)
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Caminha pela superfície da Terra, incessantemente, repetindo um mantra “Máximo esforço, mínimo resultado.” (ALYS, 2011)
nome:
FLÁVIO DE REZENDE CARVALHO nascimento:
10 de agosto de 1899 / 04 de junho de 1973 (73 anos) nacionalidade:
Brasileiro
especialidade:
Arquiteto, cenógrafo, pintor, desenhista, escritor, filósofo e tantos outros rótulos. trapo:
Experiência nº 2 realizada sobre uma procissão de . Corpus Christi, de 1931
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Filho de uma família burguesa carioca, Flávio estuda e se forma em Engenharia e Belas Artes na Universidade de Durham, na Inglaterra, em 1922. Neste mesmo ano retorna ao Brasil e se muda para São Paulo, onde trabalha como engenheiro calculista no escritório de Ramos de Azevedo. Dentre sua produção as que mais interessam nesta tese são as suas experiências corporais e urbanas, registradas em textos, depoimentos e fotografias publicadas em jornais da época. Nas experiências nº 2 e nº 3 assumiu a postura de um novo homem tropical, um novo corpo em uma nova cidade e uma nova sociedade. “A cidade do homem nu será sem dúvida uma habitação própria para o homem antropofágico. Lá ele poderá sublimar os seus desejos organizadamente. Lá, ele poderá sentir em si a renovação constante do espírito; o movimento da vida aparecerá de um realismo estonteante e ele compreenderá que viver é raciocinar velozmente e dominar os tabus pela compreensão.” (CARVALHO, 2010, p. 24-5)
nome:
FRANCESCO CARERI nascimento:
17 de agosto de 1966 (50 anos) nacionalidade:
Italiano
especialidade:
Arquiteto e Professor, fundados do grupo Stalker trapo:
O livro Walkscapes. El Andar como práctica estética (2002)
.
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Desde o lançamento do seu livro, Careri vem conquistando cada vez mais adeptos do ato de caminhar como processo cognitivo e criativo. Apresenta com o livro uma cronologia do valor de colocar o corpo em deslocamento na paisagem para a constituição do homem em sociedade, desde o nômade primitivo até as vanguardas artísticas do século XX. Reconhece nos Dadaístas, Surrealistas, Situacionistas, Landartistas possíveis agentes da prática estética do caminhar como processo narrativo. Agora, já passados quase 15 anos, parece mais interessado nas “paradas” entre uma caminhada e outra. (CARERI, 2016). Convidado a falar na Festa Literária de Paraty, 14ª FLIP 2016, na mesa compartilhada com a prof. Lúcia Leitão, convidou todos “A caminhar (e pesquisar) com um olhar estrábico; um olho no caminho e o outro nas coisas que acontecem ao redor”, defendendo que “Perder tempo caminhando, e parando, é vantajoso, pois quem perde tempo, ganha o espaço.”
nome:
GABRIEL OROZCO nascimento:
27 de abril de 1962 (54 anos) nacionalidade:
Mexicano
especialidade:
Artista multimídia trapo:
Obra Yielding Stone (Piedra que cede) (1992)
. Saiu. Está nesse instante pelas ruas da cidade recolhendo algum tipo de inutilidade e resignificando-os. “El arte necesita generar el espacio del individuo percibiendo el tiempo y no el de la masa consumiendo el espacio institucional. El tiempo en el que el espectador desaparece como público de esa instituición y se convierte en persona.” (OROZCO, 2000)
nome:
GEORG SIMMEL nascimento:
01 de março de 1858 / 26 de setembro 1918 (60 anos) nacionalidade:
Alemão
especialidade:
Sociólogo e Professor trapo:
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O livro Die Großstädte und das Geistesleben (1903)
Com a pergunta “O que é a sociedade?” Simmel inaugurou a reflexão da sociologia moderna voltada para o espaço urbano. Em seus textos tratou da vida nas grandes cidades emergentes, das relações entre seres individuais, da validade e humanidade do dinheiro, do isolamento social e da distância e proximidade com os estranhos, desconhecidos. Fez nascer em seus textos, assim como aconteceu com Baudelaire, a figura do Blasê, homem que se refugia em sua própria subjetividade para garantir sua integridade física, emocional, intelectual. As questões não-positivistas levantadas por Simmel foram, posteriormente, aprofundadas e refletidas pelos integrantes da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt, principalmente Adorno e Marcuse.
nome:
GASTON LOUIS PIERRE BACHELARD nascimento:
27 de junho de 1884 / 16 de outubro de 1962 (78 anos) nacionalidade:
Francês
especialidade:
Filósofo da ciência e Poeta trapo:
O livro La poétique de l’espace (1958)
.
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Com formação inicial em Física, Bachelard, no decorrer de sua vida, foi estruturando um pensamento filosófico vinculando história da filosofia, literatura, física moderna, psicanálise. Tratou da relação entre imaginação (literatura e poesia) e racionalidade (ciência), como, por exemplo, na imagem do fogo e da eletricidade. Ampliou diversos discursos dentro da Filosofia, como o Polifilosofismo, a Ruptura Epistemológica, a Filosofia Poética. Na sua produção mais madura, e perto do fim da vida, dedicouse a tratar dos quatro domínios da imaginação e sonho psíquico, baseando-se nos elementos antigos dos alquimistas: fogo, água, ar e terra. Relacionou-os com os fantasmas dos sonhos junguianos: a salamandra, a ninfa d’água, a sílfide e o duende, respectivamente. Para cada um deles aproximou poetas e movimentos literários, como por exemplo, E. T. A. Hoffmann e o Romantismo com a salamandra (fogo), ou então Edgar Allan Poe com a ninfa d´água (água). Com sua “Fenomenologia da Imaginação” provocou alguns pensadores do final do século XX, como Paul Ricouer, Gilles Deleuze e Jacques Derrida.
nome:
GEORGES PEREC (SOBRENOME PERETZ MODIFICADO AO IMIGRAR) nascimento:
07 de março de 1936 / 03 de março de 1982 (45 anos) nacionalidade:
Francês
especialidade:
Escritor e Jogador de palavras trapo:
A trilogia de textos sobre o espaço: Espèces d’Espaces . (1974) Tentative d’épuisement d’un lieu parisien (1975) e L’Infra-ordinaire (1989)
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Experimentou e estressou a literatura, dentro e fora da OuLiPo, escrevendo um livro com mais de 300 páginas sem utilizar a letra “e” uma única vez, ou então um outro livro onde a única vogal utilizada é a letra “e”. Escreveu o maior palíndromo da história da literatura, com 1247 palavras, ou 5566 letras. Inventou um país, fantástico e cruelmente real, onde o esporte era a razão de vida dos habitantes. Fez livros de palavras-cruzadas e jogos para gastar simplesmente o tempo. Tentou esgotar os lugares e os espaços, descrevendo-os e categorizando-os. Colecionou as coisas que compramos, consumimos, tornamos. Criou histórias em fluxo contínuo, ora em tentativas de pedir um aumento salarial, ora observando uma pintura de uma pintura de uma pintura de uma pintura. Acompanhou um solitário em uma cidade solitária. Escreveu uma novela de novelas. Deixou de terminar outras tantas peças obsessivas porque lhe faltou tempo.
nome:
GILLES DELEUZE nascimento:
18 de janeiro de 1925 / 4 de novembro de 1995 (70 anos) nacionalidade:
Francês
especialidade:
Filósofo e Professor trapo:
O livro Mille Plateaux – Capitalisme et schizophrénie 2 (1980)
. “A vida dos acadêmicos raramente são interessantes” (Deleuze no livro de 1990, Pourparlers)
nome:
GILLES LIPOVETSKY nascimento:
24 de setembro de 1944 (72 anos) Francês
nacionalidade:
especialidade:
Filósofo e Professor trapo:
Esteve nas manifestações de Maio de 1968, enquanto iniciava carreira acadêmica como marxista. Decepcionado com os rumos da educação e das discussões acadêmicas nas universidades francesas pós maio ‘68, vai substituindo o pensamento marxista mais puro por uma espécie de “entrega” às lógicas filosóficas do capitalismo, tratando-o e reconhecendo-o como a forma de expressão da sociedade contemporânea, a qual vai chamar de hypermoderne, e considerar o homem dessa sociedade como um desenvolvimento do Homo Faber em direção ao Homo Consumericus. Trata da globalização do consumo, da cultura, do consumo da cultura, da estética do luxo e estabelece paralelos entre a moda e a democracia, considerando-as instáveis, efêmeras e superficiais.
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Os livros L’Empire de l’éphémère: la mode et son destin dans les sociétés modernes (1987) e Les temps hypermodernes (2004)
nome:
GORDON MATTA-CLARK (NASCIDO GORDON ROBERTO ECHAURREN MATTA) nascimento:
22 de junho de 1943 / 27 de agosto de 1978 (35 anos) nacionalidade:
Norte-americano
especialidade:
Artista
trapo:
Obra Reality Properties: Fake Estates (1973-4)
. Filho dos artistas Anne Clark e Roberto Matta, estudou arquitetura na Cornell University, em Nova York, com um breve intercâmbio na Sorbonne, em Paris, onde estudou literatura francesa. Ainda como estudante universitário iniciou suas explorações artísticas de ocupação, intervenção e transformação de espaços arquitetônicos e urbanos. Nomeou sua produção como Anarchitecure, onde criticava os paradigmas da arquitetura modernista e, consequentemente, da vida moderna. Suas matérias-primas fundamentais eram o vazio, a ausência, os espaços abandonados, o esquecimento, o desconforto e a tensão conceitual infligida ao corpo como resposta ao raciocínio mecanicista e tecnicista crescentes na sociedade dos anos 1970. nome:
GUILLERMO DAVID KUITCA nascimento:
22 de janeiro de 1961 (55 anos) nacionalidade:
Argentino Pintor
especialidade:
trapo:
Obra Le Sacre, (1992-em andamento) (Acrílica sobre colchão e pés de madeira e bronze, 72 unidades de 120 x 60 x 40 cm cada uma)
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Artista com uma vertiginosa forma de ver e expressar o mundo, constrói com suas obras uma provocação ao espectador para assuntos relacionados com a noção de perda e a exacerbação do anonimato e do isolamento urbano do indivíduo contemporâneo. Para isso utiliza mapas, cartas topográficas, plantas arquitetônicas, todos com uma mistura de elementos reais e fantásticos, ocupando um espaço em algum lugar entre a abstração e a representação.
nome:
GUILHERME DE ANDRADE DE ALMEIDA nascimento:
24 de julho de 1890 / 11 de julho de 1969 (78 anos) nacionalidade:
Brasileiro
especialidade:
Cronista e Tradutor trapo:
As crônicas para o jornal Diário Nacional – “Pela Cidade” (1927-8)
.
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Assim como Fernando Pessoa, esse figurão não será visto caminhando por nenhum fragmento desta tese; pelo menos não concretamente. Seu papel, e motivo da presença nessa coleção, é o de uma personificação nacional, ou mesmo paulistana, do observador urbano da vida cotidiana moderna. Uma espécie de respaldo local para uma tese com olhares muitas vezes distantes, além-mar, estrangeirados. A presença da figurinha de Guilherme de Almeida é uma lembrança ao pesquisador/ colecionador para uma investigação porvir: transformado em Urbano (Guilherme sendo um outro, da mesma forma que Pessoa), escreve crônicas sobre São Paulo na sessão de reclamações do leitor. “Definitivamente, as crônicas de Urbano são os flagrantes mais realistas, mais fiéis, engraçados e, às vezes, mais dramáticos de São Paulo no final da década de 20, quando a cidade começava a construir seus primeiros arranha-céus e dava os primeiros passos para se transformar na metrópole que é hoje.” (BARROS, 2004, p. XIV)
nome:
GUY-LOUIS DEBORD nascimento:
28 de dezembro de 1931 / 30 de novembro de 1994 (62 anos) nacionalidade:
Francês
especialidade:
Escritor e Teórico trapo:
O livro La Société du spectacle (1967) e diversos textos . nas revistas Potlach e Internationale Situationniste.
A2_1 ... 24
Como líder dos Letristas e, posteriormente, também dos Situacionistas, Debord era extremamente controlador e meticuloso. Sua aversão e crítica à imagem-espetáculo fez com que pouco se registrasse de sua vida e de seu grupo, com exceção dos textos críticos e panfletários. Num momento de extremo egocentrismo e auto-promoção escreve um pequeno livro chamado Panegírico, que significa “(...) algo mais que elogio. O elogio contém, sem dúvida, o louvor do personagem, mas não exclui uma ponta de crítica, uma certa censura. O panegírico não comporta nem censura nem crítica.” (DEBORD, 2002, p. 07) “Devo admitir da mesma forma – porque nada pode permanecer puramente inalterável no decurso do tempo -, que cerca de vinte anos depois, ou pouco mais, uma fração avançada de um público especializado pareceu começar a não mais rejeitar a ideia de que eu bem pudesse ter vários talentos verdadeiros, que se sobressaíam, sobretudo, em comparação com a grande pobreza das descobertas e das repetições enfadonhas que por muito tempo eles acreditaram ter a obrigação de admirar.” (DEBORD, 2002, p. 26)
nome:
HÉLIO OITICICA nascimento:
26 de julho de 1937 / 22 de março de 1980 (42 anos) nacionalidade:
Brasileiro
especialidade:
Artista
trapo:
Toda sua obra artística e teórica que culminou e se desenvolveu a partir da experiência total chamada . Parangolé (1964).
A2_1 ... 25
Lygia Pape um dia (04/03/1997) foi entrevistada por Paola Berenstein, enquanto esta escrevia sobre a estética da ginga (JACQUES, 2001) das favelas cariocas atravessadas pela vida de Hélio Oiticica, amigo muito próximo daquela primeira: “Hélio era um jovem apolíneo, até um pouco pedante, que trabalhava com o seu pai na documentação do Museu Nacional, onde aprendeu uma metodologia: era muito organizado, disciplinado [...] Em 1964, seu pai morreu; um amigo nosso, o Jackson, então, levou o Hélio para a Mangueira, para pintar os carros, foi aí que ele descobriu um espaço dionisíaco, que não conhecia, não tinha a menor experiência. Parecia uma virgem que caiu do outro lado; ele não tinha mais o pai que poderia ser um super-ego. Descobriu, aí, o ritmo, a música. Ficou tão entusiasmado que começou a aprender a dançar, para poder participar dos desfiles, dos ensaios; se integrou na escola de samba, fez grandes amigos, ele descobriu o sexo, aí então foi uma esbórnia total na vida do Hélio, tanto que o Jackson dizia assim: ‘Nada como se perder o pai!’. Hélio virou uma outra pessoa [...] Isso começa a interferir na obra dele, em 1964. A morte do pai coincidiu com o fim do movimento neoconcreto, já não havia aqueles compromissos mais ortodoxos. Aí ele começou a incorporar essa experiência do morro [L.P. conta em detalhes como era a Mangueira na época], aquilo começa a fazer parte dos conceitos dele, da vivência dele [L.P. cita longamente os Parangolés e a obra Tropicália como exemplos dessa incorporação da nova experiência]. Ele muda radicalmente, até eticamente; ele era um apolíneo e passa a ser dionisíaco [L.P. discorre sobre a descoberta do sexo e da homossexualidade por H.O.] Essas barreiras da cultura burguesa se rompem lá, é como se ele vestisse um outro Hélio, um Hélio do ‘morro’, que passou a invadir tudo: sua casa, sua vida e sua obra.” (JACQUES, 2001, p. 27)
nome:
HENRI LEFEBVRE nascimento:
16 de junho de 1901 / 29 de junho de 1991 (90 anos) nacionalidade:
Francês
especialidade:
Filósofo e Sociólogo trapo:
Os três livros Critique de la vie quotidienne I, II e III . (1947, 1961 e 1981). Talvez o mais evocado nas atuais rodas de discussões, reais e virtuais, sobre a produção e uso da Cidade, principalmente em/sobre São Paulo, o nome de Lefebvre vem acompanhado de uma ladainha monotemática: “o direito à cidade de Lefebvre...”. Ironicamente, os principais evocadores desse termo, os arquitetos e urbanistas, são os agentes que Lefebvre, em vários momentos de seus textos, aponta como os causadores da falácia das cidades do século XX; o autor propõe, inclusive, em seus textos mais próximos dos Situacionistas, que o cidadão comum deveria suplantar e extinguir os agentes exclusivistas do desenho e construção dos espaços urbanos. nome:
HERMAN MELVILLE (NASCIDO HERMAN MELVILL) nascimento:
01 de agosto de 1819 / 28 de setembro de 1891 (72 anos) nacionalidade:
Norte-americano
especialidade:
Escritor
trapo:
O livro Bartleby, the Scrivener: A Story of Wall Street (1853)
A2_1 ... 26
Com uma escrita barroca, ritmada e pitadas sutis de elementos filosóficos, saiu mar afora como marinheiro de navio baleeiro e escreveu sobre perseguições, baleias, marujos... mas preferiria não.
nome:
HERBERT MARCUSE nascimento:
19 de julho de 1898 / 29 de junho de 1979 (81 anos) nacionalidade:
Alemão / Norte-americano (1940) especialidade:
Filósofo e Sociólogo trapo:
O livro One-Dimensional Man: Studies in the Ideology of Advanced industrial Society (1964)
.
A2_1 ... 27
Integrante desde 1932 do Institut Für Sozialforschung (Instituto de Pesquisas Sociais), conhecido popularmente como Escola de Frankfurt, juntamente com Max Horkheimer, Theodor W. Adorno e Walter Benjamin. Emigrou da Alemanha no incío da dominação Nazista em direção aos Estados Unidos, onde se naturalizou e dedicou parte da vida como consultor da agência de inteligência americana. Como professor, ministrou cursos na Universidade de Columbia, então na Harvard, na Universidade de Brandeis e por fim na Universidade da Califórnia, em San Diego, até sua aposentadoria. Enquanto membro do Instituto de Pesquisa Social, Marcuse desenvolveu um modelo de teoria crítica, aprofundando uma teoria da nova etapa do capitalismo de Estado, onde descreveu as relações entre a filosofia, a teoria social e crítica cultural, fornecendo uma análise crítica do fascismo alemão e, indiretamente, de toda sociedade capitalista em avanço crescente em todo ocidente.
nome:
IAIN SINCLAIR nascimento:
11 de junho de 1943 (73 anos) Galês
nacionalidade:
especialidade:
Escritor e Roteirista trapo:
Os livros Lud Heat (1975), Lights out for the territory: 9 . Excursions in the secret history of London (1997) e London Orbital (2002) Escritor da língua inglesa que vem resgatando discussões primordiais, anteriores aos feitos pelos Situacionistas de Debord, sobre a Psicogeografia, buscando referenciar-se nos novelistas proto-psicogeógrafos ingleses, tais como Wiliam Blake e Daniel Defoe. Se apropria do ocultismo, das percepções do cotidiano e das histórias locais menores da cidade (no caso específico de seus livros, Londres) para construir personagens, muitas vezes espelhos dele próprio, que desenvolvem e materializam, em discursos e narrativas, uma outra topografia urbana e existencial na metrópole contemporânea. nome:
JACQUES CARELMAN nascimento:
01 de novembro de 1929 / 28 de março de 2012 (82 anos) nacionalidade:
Francês
especialidade:
Ilustrador
trapo:
O livro Catalogue d’objets introuvables (1969)
A2_1 ... 28
Amigo dos membros do OuLiPo, transformou, em 1966, o texto de Raymond Queneau, Zazie dans le métro, em livro ilustrado. Participou dos movimentos de Maio de ’68, produzindo e imprimindo cartazes e panfletos com palavras de ordem e jogos irônicos de imagens. Ocupou grande parte de sua vida criativa inventando e detalhando objetos improváveis.
nome:
ITALO GIOVANNI CALVINO MAMELI nascimento:
15 de outro de 1923 / 19 de setembro de 1985 (61 anos) nacionalidade:
Cubano / Italiano (1925) especialidade:
Escritor
trapo:
Os livros Marcovaldo ovvero le stagioni in città (1963) e Le città invisibili (1972)
.
A2_1 ... 29
Filho de botânicos, nasce em Cuba mas logo a família se muda para a Itália. Lá, ainda jovem, escreve para várias revistas e jornais vinculados ao Partido Comunista Italiano. Desiludido com as questões ideológicas e suas transposições ruidosas às práticas sociais e políticas, abandona o partido em 1957. Cinco anos mais tarde casa-se com a tradutora argentina Esther Singer e viaja a Cuba, onde conhece e se torna amigo de Che Guevara, pouco antes da morte do revolucionário. De volta à Europa, muda-se com a família para Paris em 1967, onde é convidado a integrar o grupo OuLiPo, de Raymond Queneau. No grupo se aproxima pessoal e linguisticamente de Georges Perec, constituindo uma intensa parceria de intercâmbio de leituras e debates sobre os textos de ambos, coisa que nunca se converteu em escrita conjunta concretamente. Todas essas experiências estabeleceram e amplificaram sua visão de mundo, convertendo sua escrita em um dos grandes exemplos da literatura fantástica e irônico-melancólica da segunda metade do século XX. Seus textos ainda são mapas não-acadêmicos para navegarmos pela condição moderna e industrial do homem urbano ocidental.
nome:
JEAN BAUDRILLARD nascimento:
27 de julho de 1929 / 06 de março de 2007 (77 anos) nacionalidade:
Francês
especialidade:
Sociólogo e Filósofo trapo:
Os livros Le Système des objets : la consommation des . signes (1968), La Société de consommation (1970) e Simulacres et simulation (1981).
A2_1 ... 30
Imagine uma cena, uma imagem: Baudrillard sentado em frente a sua mesa de jantar, acompanhado dos colegas Henri Lefebvre, Roland Barthes e Pierre Bourdieu (na verdade seus avaliadores da defesa de doutorado), garrafas de vinho sobre a mesa e um cigarro pendurado nos lábios. Sobre a mesa várias ampliações de fotografias realizadas por Baudrillard nos últimos 20 anos. Fotografias de muros descascados, reflexos de cidades em poças d’água, detalhes urbanos enquadrados através de tecidos finos e névoas da manhã. Imagens intituladas apenas com os nomes das cidades que foram cenários; cada uma das imagens mostrando cruamente o confronto direto entre a lente e o objeto fotografado. O sociólogo-fotógrafo coloca a mão sobre a mesa e resmunga por entre os dentes que seguram o cigarro quase no fim: “São nestes momentos que a realidade, meu principal objeto de investigação semiótica e filosófica, se mostra mais presumível”.
nome:
JOÃO DO RIO (NASCIDO JOÃO PAULO EMÍLIO CRISTÓVÃO DOS SANTOS COELHO BARRETO) nascimento:
05 de agosto de 1881 / 23 de junho de 1921 (39 anos) nacionalidade:
Brasileiro
especialidade:
Cronista e Jornalista trapo:
O livro A Alma encantadora das ruas (1910)
. Último do trio aurático de ausentes, acompanhando Fernando Pessoa e Guilherme de Almeida, formam uma triangulação de tempos e cidades – Lisboa, São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente – onde percorrem as ruas como observadores apaixonados recolhendo trapos e vestígios de um espaço urbano que se moderniza rapidamente, convertendo estas coleções em narrativas urbanas sensíveis. “Eu fui um pouco esse tipo complexo [flâneur], e, talvez por isso, rua é para mim um ser vivo e imóvel. Balzac dizia que as ruas de Paris nos dão impressões humanas. São assim as ruas de todas as cidades, com vida e destinos iguais aos do homem.” (RIO, 2008, p. 33) nome:
JORGE FRANCISCO ISIDORO LUIS BORGES ACEVEDO nascimento:
24 de agosto de 1899 / 14 de junho de 1986 (86 anos) nacionalidade:
Argentino
especialidade:
Escritor e Tradutor trapo:
Escritor compulsivo, experimentou quase todos os assuntos, de religião à filosofia, de eternidade ao cotidiano, em contos, poemas e pequenas prosas. Fundou e contribuiu com muitas revistas e encartes literários na Argentina e na Europa, traduziu textos de tantos escritores clássicos e contemporâneos, entre eles os também figurões Poe, Kafka, Joyce, Woolf, Melville. Apesar da doença congênita nos olhos, que começou a afetar sua visão na infância e deixou-lhe praticamente cego na sua maturidade intelectual, conseguia enxergar uma realidade sensível e torná-la fantástica, poética e extraordinária.
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Os contos La Biblioteca de Babel (1944), Del rigor en la ciencia (1935) e tantos outros que vão aos rastros.
nome:
JORGE MACCHI nascimento:
data desconhecida de 1963 (53 anos) nacionalidade:
Argentino
especialidade:
Artista multimídia trapo:
A obra Buenos Aires Tour (2003) e tantas outras . relacionadas às cartografias e ao território urbano. Faz parte de uma escola que não existe concretamente na Argentina, mas mostra evidências claras de consciência e transformação do conto de Borges sobre o rigor na ciência. Junto com Guillermo Kuitca, sem uma conversa oficial, estabelece um profundo envolvimento com representações cartográficas e apropriações espaciais e simbólicas da cidade e do cotidiano do ser urbano ordinário.
nome:
LINA BO BARDI (NASCIDA ACHILLINA BO) nascimento:
05 de dezembro de 1914 / 20 de março de 1992 (77 anos) nacionalidade:
Italiana / Brasileira (1951) especialidade:
Arquiteta
trapo:
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A obra Sesc Fábrica da Pompéia (1977-1982)
“Existem sociedades abertas e sociedades; a América é uma sociedade aberta, com prados floridos e o vento que limpa e ajuda. Assim, numa cidade entulhada e ofendida pode, de repente, surgir uma lasca de luz, um sopro de vento. E aí está hoje, a Fábrica da Pompéia, com seus milhares de frequentadores, as filas na choperia, o ‘Solarium-Índio’ do Deck, o Bloco Esportivo, a alegria da fábrica destelhada que continua: pequena alegria numa triste cidade.” (Lina Bo Bardi sobre o Sesc Pompéia, em 1986. Texto publicado em LATORRACA, 1999, p. 27)
nome:
LOUIS ARAGON (NASCIDO LOUIS ANDRIEUX) nascimento:
03 de outubro de 1897 / 24 de dezembro de 1982 (85 anos) nacionalidade:
Francês
especialidade:
Escritor e Poeta trapo:
O livro Le Paysan de Paris (1926)
.
A2_1 ... 33
Colega de André Breton na faculdade de medicina, foi à Primeira Guerra Mundial e, ao retornar a Paris, abandona a profissão e inicia, junto com Breton e Philippe Soupault, uma carreira intensa como escritor e editor de diversas revistas, principalmente de vanguarda artística, como as relacionadas com o Dada e o Surrealismo, e próximas ao Partido Comunista Francês. Vagava pelas ruas de Paris, principalmente a noite, em busca de encantamentos e maravilhas no meio da vulgaridade e do cotidiano “subterrâneo”, das Passagens, Cabarés, Teatros marginais, Cafés e Prostíbulos.
nome:
HENRI-ROBERT-MARCEL DUCHAMP nascimento:
28 de julho de 1887 / 02 de outubro de 1968 (81 anos) nacionalidade:
Francês / Norte-americano (1955) especialidade:
Artista e Jogador de Xadrez trapo:
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As séries Boîte (1914), La .Boîte Verte (1934), Boîte-em-valise (1941) e The White Box <À l’infinitif> (1966).
Para Pierre Cabanne, que o entrevistou em 1966 e lhe deu o título de Engenheiro do Tempo Perdido, “Ele fala com uma voz calma, pausada, sem sobressaltos; a sua memória é prodigiosa, as palavras que emprega não são automatizadas ou habituais como quando se responde pela enésima vez a uma entrevista, mas sim fruto de uma escolha. (...) Notar-se-á que utiliza com bastante frequência as palavras <coisa> para nomear as suas próprias criações e <fazer> para evocar os seus actos criadores. Os termos <jogo> ou <é divertido>, <eu queria divertir-me> aparecem frequentemente; são as marcas irónicas da demonstração da sua não-atividade. Marcel Duchamp usa sempre uma camisa rosa com finas riscas verdes, fuma sem parar os seus havanos (mais ou menos dez por dia), sai pouco, não vê muito os amigos e não vai a exposições nem a museus. (...) <Eu sou um protótipo>, diz, <todas as gerações tiveram um>. A tudo aquilo que o rodeia contrapõe a serenidade inabalável do seu desprendimento.” (CABANNE, 2002, p. 9-10)
nome:
MARIA RITA KEHL nascimento:
10 de dezembro de 1951 (65 anos) nacionalidade:
Brasileira
especialidade:
Psicanalista e Cronista trapo:
O livro O Tempo e o Cão – A atualidade das Depressões (2010) e o texto Olhar no olho do outro . (2008)
A2_1 ... 35
Psicanalista e ensaísta, fala das depressões e dos desalentos do homem do século XXI, coisas que acontecem e percebemos dentro das cidades, do espaço urbano, do lugar onde habita o outro. Por isso suas falas são carregadas de reflexões sobre o viver – e o sobreviver – nas metrópoles contemporâneas. Em uma pequena resenha, intitulada “Os sem-cidade” e publicada na edição de 06 de outubro de 2010 do Estadão, por conta do lançamento do filme “Os Inquilinos”, de Sérgio Bianchi, ela reflete: “O espectador percebe então que ali [a casa dos protagonistas], onde o esforço individual parece capaz de garantir algum futuro, ali onde não falta o necessário para o que se costuma chamar de uma vida decente, falta o essencial: uma cidade. A casa vai cair porque ao redor dela não existe uma cidade. Existem outras casas, muita gente, ruas e ruelas sem calçadas, ônibus passando, motoqueiros a zombar e apavorar os pedestres – mas não uma cidade.” (KEHL, 2011, p. 21)
nome:
MARTIN HEIDEGGER nascimento:
26 de setembro de 1889 / 26 de maio de 1976 (86 anos) nacionalidade:
Alemão
especialidade:
Filósofo e Professor trapo:
O texto Bauen - Wohnen - Pense (1951)
. “Semanas depois da chegada de Hitler ao poder (1933), o filósofo alemão mais célebre da época, Martin Heidegger, assume as funções de reitor da Universidade de Freiburg e torna-se, nessa ocasião, membro do NSDAP – Partido Nacional-Socialista. Heidegger tem 44 anos quando adere ao partido. (...) Continuará como membro até 1945. Não se trata, pois, de um engajamento efêmero. (...) Esse cargo não é nem neutro nem puramente honorífico. Confere ao seu titular um poder real. Requer dele uma total submissão política. No esforço que os nazistas fazem para controlar a sociedade civil, a tarefa de tornar dócil o setor universitário é um fator essencial. Seria impensável confiá-la a personalidades rebeldes ou indecisas.” (DELACAMPAGNE, 1997, P. 143) nome:
MAURICE MERLEAU-PONTY nascimento:
14 de março de 1908 / 03 de maio de 1961 (53 anos) nacionalidade:
Francês
especialidade:
Filósofo e Professor trapo:
O livro Phénoménologie de la perception (1944)
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Amigo próximo de Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, foi editor político da revista, fundada por Sartre, Les temps modernes entre 1945 e 1952. Ministrou aulas em vários liceus franceses, na Escola Normal Superior e em cursos de Psicologia e Educação da criança na Sorbonne e na Universidade de Lion. Estabeleceu novos paradigmas filosóficos contrapondo as “sensações” de John Locke, apresentando a noção de “percepção” como algo ativo na ordem do sujeito.
nome:
MICHEL JEAN EMMANUEL DE LA BARGE DE CERTEAU nascimento:
17 de maio de 1925 / 09 de janeiro de 1986 (60 anos) nacionalidade:
Francês
especialidade:
Historiador e Professor trapo:
Os livros La Culture au Pluriel (1974) e L’Invention du Quotidien. Vol. 1, Arts de Faire (1980)
.
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Com um interesse e visão de mundo contaminado pela Fenomenologia e pela Psicanálise francesa (Freud e Lacan), investiga questões do cotidiano e das ações humanas na vida diária e como tais elementos são constituidores e empoderadores das relações contemporâneas, principalmente na vida urbana, e como todos eles se dão, majoritariamente, de forma inconsciente. Ao atualizar, pelo menos cronologicamente, a discussão colocada criticamente por Lefebvre nos anos 1950 sobre a potência, e latência, da vida cotidiana, de Certeau introduz uma outra leitura do fenômeno, com uma distinção entre “estratégias” e “táticas” nos movimentos de ação rotineiras da vida urbana, onde as estratégias pretendem unificadoras e unificantes, exemplificadas pelas ações institucionais e governamentais, enquanto as táticas pretendem indeterminações e inconclusões, exemplificadas pelos pedestres anônimos e vendedores urbanos.
nome:
NELSON BRISSAC PEIXOTO nascimento:
data desconhecida de 1951 (65 anos) nacionalidade:
Brasileiro
especialidade:
Sociólogo e Filósofo trapo:
Os livros Cenário em Ruínas (1987) e Paisagens . Urbanas (2003), e a concepção, organização e produção do evento urbano Arte/Cidade (1994-2002). Brissac por Brissac: “Nasci em 1951, sou formado em Ciências Sociais e Filosofia e doutor pela Universidade de Paris. Publiquei A Sedução da Barbárie (Brasiliense), tentativa não só de acertar contas com a frustrada militância passada e o exílio mas sobre tudo de resgatar o que poderia haver de mais contemporâneo no marxismo. Depois disso, passei cinco anos em Nova Iorque e Paris. Mudando várias vezes de uma cidade para outra, viajando sem parar. Até pelo cinema, sem sair do lugar.” (PEIXOTO, 1987, p. 263) nome:
PAOLA BERENSTEIN JACQUES nascimento:
14 de outubro de 1968 (48 anos) nacionalidade:
Brasileira
especialidade:
Professora e Pesquisadora de Urbanismo trapo:
Os livros Estética da Ginga (2001), Corpos e Cenários Urbanos (2006) e Elogio aos Errantes (2012).
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Dela sabemos pouco, é reservada. Algumas coisas, apesar disso, são evidentes: Rio de Janeiro, Paris, Salvador. A inquietação perante as favelas do Rio, um olhar atravessado pela arte de Oiticica, os textos e conceitos de Deleuze-Guattari e Internacional Situacionista como “guias cegos”. Está às voltas com Warburg, os corpos e os cenários urbanos, a espetacularização e homogeneização da cidade e do homem, alguns procedimentos metodológicos, os errantes.
nome:
PELLE CASS nascimento:
20 de agosto de 1954 (62 anos) nacionalidade:
Norte-americano
especialidade:
Cronofotógrafo trapo:
A série cronofotográfica Selected People (2008-andamento)
. Segue selecionando pessoas, ainda.
nome:
PETER FUNCH nascimento:
data desconhecida de 1974 (42 anos) nacionalidade:
Dinamarquês
especialidade:
Fotógrafo
trapo:
A série fotográfica Babel Tales (2006)
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Sentou nas esquinas novaiorquinas e fotografou o tempo passar, assim como Perec fez, em 1974, escrevendo sobre a Place Saint Sulpice em Paris.
nome:
REBECCA SOLNIT nascimento:
24 de junho de 1961 (55 anos) nacionalidade:
Norte-americana
especialidade:
Escritora
trapo:
Os livros Wanderlust: A History of Walking (2001) e . Infinite City: A San Francisco Atlas (2010) Formada em jornalismo, é ativista dos direitos humanos, voz importante nas discussões sobre gênero e proteção à mulher. Escreve em diversos meios de comunicação, de jornais tradicionais a blogs na internet, além de ter publicado mais de 15 livros de assuntos variados, de ensaios, romances a crítica de arte. Em 2010 convidou designers e artistas gráficos para cartografar a região da baía de São Francisco, construindo um atlas psicogeográfico da cidade, misturando fatos históricos, moradores peculiares, borboletas, lembranças cotidianas que se transmitem oralmente. nome:
REMMENT LUCAS KOOLHAAS nascimento:
17 de novembro de 1944 (72 anos) nacionalidade:
Holandês
especialidade:
Arquiteto
trapo:
A quadrilogia sobre a Cidade Contemporânea Whatever happened to Urbanism? (1995), Bigness, or the problem of the Large (1994), Generic City (1994) e Junkspace (2002)
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Figurinha que deu início a esta coleção. Figura que figurou como herói na minha dissertação de mestrado, Uma odisseia paulistana: uma documentação retroativa sobre o São Vito. Para mais informações sobre Koolhaas, incluindo uma linha do tempo, ver os capítulos K (de Koolhaas, Rem) e L (de Linha do Tempo), no endereço http://tede.mackenzie.br/jspui/handle/tede/2642
nome:
RICHARD LONG nascimento:
02 de junho de 1945 (71 anos) Galês
nacionalidade:
especialidade:
Artista escultor trapo:
Seu conjunto de obras de LandArt, principalmente as obras A Line Made by Walking (1967) e Walking a . Straight 10 mile line forward and back shooting every half mile (1969)
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“A natureza sempre foi registrada por artistas, desde pinturas rupestres pré-históricas até a fotografia de paisagem do século XX. Eu também queria fazer da natureza o tema do meu trabalho, mas de novas maneiras. Eu comecei a trabalhar em áreas externas utilizando materiais naturais como grama e água, e isso evoluiu para a ideia de fazer uma escultura ao caminhar. Meu primeiro trabalho realizado caminhando, em 1967, era uma linha reta em um campo de grama, que também era meu próprio percurso, indo a ‘lugar nenhum’. Nas obras subsequentes dos primeiros mapas, registrando caminhadas muito simples mas precisas por Exmoor e Dartmoor, minha intenção era fazer uma nova arte e que era também uma nova maneira de caminhar: caminhar como arte.” (Richard Long citado em ALFREY, 2013, p. 95)
nome:
RICHARD SENNETT nascimento:
01 de janeiro de 1943 (73 anos) nacionalidade:
Norte-americano
especialidade:
Sociólogo e Professor trapo:
Os livros The Fall of Public Man (1977) e Flesh and Stone: . the Body and the City in Western Civilization (1994)
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Professor de Sociologia na London School of Economics e Professor de Humanidades na Universidade de Nova York, Sennett foi convidado a escrever sobre Smart Cities no jornal The Guardian, de 04 de dezembro de 2012. Com o título No one likes a city that’s too smart: “Cidades inteligentes estão sendo construídas no Oriente Médio e na Coréia; elas se tornaram um modelo para os desenvolvedores chineses e para a reconstrução da Europa. Graças à revolução digital, finalmente a vida nas cidades pode ser colocada sob controle. Mas isso é uma coisa boa? (...) Não há nada de mau na conferência do Urban Age sobre a Cidades Inteligentes que Londres está hospedando esta semana. A tecnologia é uma grande ferramenta, quando é usada responsavelmente, como no Rio de Janeiro. Mas uma cidade não é uma máquina; como em Masdar e Songdo, esta versão de cidade pode amortecer e entorpecer as pessoas que vivem em seu abraço supereficiente. Queremos cidades que funcionem bem o suficiente, mas que estejam abertas para as mudanças, incertezas e confusões que são próprias da vida real.” (SENNETT, 2012)
nome:
SIGMUND FREUD (NASCIDO SIGISMUND SCHLOMO FREUD) nascimento:
06 de maio de 1856 / 23 de setembro de 1939 (83 anos) nacionalidade:
Austríaco
especialidade:
1º psicanalista trapo:
Os textos Das Unheimlich (1919) e Das Unbehagen in der Kultur (1930)
.
“<Os biógrafos>, observou Freud em 1910 em seu artigo sobre Leonardo da Vinci, <fixam-se em seu herói de um modo muito particular.> Eles escolhem esse herói, achava Freud, em primeiro lugar porque sentem grande afeto por ele; por conseguinte, sua obra está quase fadada a ser um exercício de idealização. Um quarto de século depois, sob o cunho da velhice, da doença e da ameaça nazista, ele foi ainda mais cáustico. <Quem quer que se torne biógrafo (...) entrega-se a mentiras, a ocultamentos, à hipocrisia, a embelezamentos, e mesmo à dissimulação de sua própria falta de compreensão, pois não se alcança a verdade biográfica e, mesmo que alguém a alcançasse, não poderia usá-la.>” (GAY, 2012, p. 13) nome:
THEODOR WIESENGRUND ADORNO (NASCIDO THEODOR LUDWIG WIESENGRUND) nascimento:
11 de setembro de 1903 / 06 de agosto de 1969 (65 anos) nacionalidade:
Alemão / Norte-americano (1952) especialidade:
Filósofo e Professor trapo:
“Figura maior no panorama filosófico do século XX, Theodor W. Adorno foi responsável por uma experiência intelectual gerada pela confrontação incessante da filosofia com o ‘campo da empíria’, em especial a Teoria Social, a Crítica Literária, a Estética Musical e a Psicologia. Nessa desconsideração soberana pelas fronteiras intelectuais, estava em jogo a constituição de um conceito renovado de reflexão filosófica que visava livrá-la da condição de discurso que se restringe à tematização insular de seus próprios textos.” (Comissão editorial na introdução à coleção Adorno da editora UNESP. In. ADORNO, 2012, p. 11)
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O livro em parceria com Max Horkheimer Dialektik der Aufklärung. Philosophische Fragmente (1947)
nome:
WALTER BENDIX SCHOENFLIES BENJAMIN nascimento:
15 de julho de 1892 / 26 de setembro de 1940 (48 anos) Alemão
nacionalidade:
especialidade:
Filósofo e Crítico literário trapo:
Os textos Passagenwerk (1927-1940), Einbahnstraße (1928) Das . Kunstwerk im Zeitalter seiner technischen Reproduzierbarkeit (1936), Berliner Kindheit um 1900 (1932) e Das Paris des Second Empire bei Baudelaire (1938)
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“O problema foi que tudo quanto Benjamin escreveu se revelou sui generis. (...) A sociedade tem uma extrema dificuldade em lidar com estas figuras, e uma grande relutância tem em lhes conceder o selo da sua aprovação. Para falar claro, seria hoje tão enganador apresentar Benjamin como crítico literário e ensaísta como teria sido enganador apresentar Kafka, em 1924, como autor de contos e romancistas. Para descrever adequadamente a sua obra, e para o descrever a ele próprio como autor, no nosso quadro de referências habituais, teríamos que fazer um grande número de afirmações negativas, como por exemplo: a sua erudição era grande, mas ele não foi um erudito; o seu trabalho tinha a ver com os textos e a sua interpretação, mas não era filólogo; sentia-se extremamente atraído, não pela religião, mas pela teologia e pelo tipo de interpretação teológica segundo o qual o próprio texto é sagrado, mas não era teólogo e não manifestou especial interesse pela Bíblia; era um escritor nato, mas a sua maior ambição foi criar uma obra exclusivamente composta de citações; foi o primeiro alemão a traduzir Proust e Saint-John Perse, e já antes disso traduzira os Tableaux Parisiens, de Baudelaire, mas não era tradutor; fazia recensões críticas de livros e escreveu um certo número de ensaios sobre escritores vivos e mortos, mas não era crítico literário; escreveu um livro acerca do barroco alemão e deixou inacabado um enorme estudo sobre o século XIX francês, mas não era historiador nem historiador de literatura; tentarei mostrar aqui que ele pensava poeticamente, mas não era poeta nem filósofo.” (ARENDT, 1991, p. 180)
nome:
WILLIAM WOODARD SELF nascimento:
26 de setembro de 1961 (55 anos) Inglês
nacionalidade:
especialidade:
Escritor e Jornalista trapo:
O livro Psychogeography (2007)
. Caminhante obsessivo, organiza e empreende caminhadas solitárias pelas ruas de Londres, e periferias das grandes cidades inglesas, sempre registrando os acontecimentos em cadernos de anotações, que são transformados posteriormente em livros e artigos para sua coluna no jornal britânico The Independent. Algumas das mais conhecidas caminhadas foram a de dezembro de 2006, onde caminhou cerca de 26 milhas saindo da sua casa até o aeroporto Heathrow de Londres, voando até Nova York e caminhando do aeroporto JFK até o centro de Manhattan mais 20 milhas. Outra caminhada foi a de agosto de 2013, quando cruzou todo o bairro na companhia do filho pequeno. nome:
ZYGMUNT BAUMAN nascimento:
19 de novembro de 1925 (91 anos) Polonês
nacionalidade:
especialidade:
Sociólogo
trapo:
Os livros Liquid Modernity (2000) e Fiducia e paura nella città (2005)
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“Quando a solidariedade é substituída pela competição, os indivíduos se sentem abandonados a si mesmos, entregues a seus próprios recursos – escassos e claramente inadequados. A corrosão e a dissolução dos laços comunitários nos transformam, sem pedir nossa aprovação, em indivíduos de jure (de direito); mas circunstâncias opressivas e persistentes dificultam que alcancemos o status implícito de indivíduos de facto (de fato).” (BAUMAN, 2009,p. 21)
nome:
nascimento:
nacionalidade:
especialidade:
trapo:
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nome:
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nacionalidade:
especialidade:
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trapo:
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