D_1 | práticas pedagógicas (projetos integradores 1, 2 e 3)

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PRÁTICAS PEDAGÓGICAS (PROJETOS INTEGRADORES 1, 2 E 3)

D Dinâmica-Fim Incorporações

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experiências acadêmicas; experiências acadêmicas; planos de ensino; planos de ensino; subjetividade. subjetividade.

dinâmica-fim dinâmica-fim incorporações incorporações

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS (PROJETOS INTEGRADORES 1,E23)E 3) (PROJETOS INTEGRADORES 1, 2


INTRODUÇÃO Invertem-se os caminhos. Um dos desejos e perspectivas de qualquer investigação intelectual/científica que se leve a cabo no âmbito acadêmico, é de que as questões que foram levantadas, organizadas, consideradas e sintetizadas durante e ao fim de sua execução, sejam absorvidas pelo corpo intelectual/científico, composto de seus respectivos pares próximos e distantes. Talvez o objetivo mais enaltecido em qualquer pesquisa e investigação de qualquer gênero, seja exatamente o momento onde tudo o que foi pesquisado seja incorporado nas práticas e cotidianos de outros que também tratem, em algum nível, daquilo que foi pesquisado inicialmente. Ver uma descoberta, uma análise, uma maneira, uma reflexão, uma conclusão de qualquer espécie sendo utilizada pelos outros talvez seja o resultado mais satisfatório que um pesquisador que se propôs a manipulá-la possa esperar como “encerramento” do tempo dedicado àquilo.

Mas, pelo fato de, em determinado momento, ambas ocorrerem simultaneamente, prática pedagógica (“matriz”) e investigação científica (“filial”) contaminaram-se uma na outra, e vice-versa. A prática pedagógica originou a investigação científica, e depois a alimentava com questões diversas; e, ao mesmo tempo, a investigação científica,

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O que se apresentará aqui não só poderá ter o fim mencionado acima, mas se caracteriza especificamente por ter servido de ponto de partida para a investigação da hipótese deste doutorado. Com os papéis invertidos, as práticas pedagógicas que serão apresentadas a seguir formaram um campo seminal de especulações e experimentações para o que posteriormente se configurou como a hipótese deste trabalho: a incorporação do Trapeiro como forma de leitura e apropriação dos espaços urbanos contemporâneos. Uma prática pedagógica que resultou em uma intenção investigativa científica, teórica e conceitual.


conforme ia estruturando-se e aprofundando-se em questões teóricas e conceituais, também alimentava os procedimentos pedagógicos instalados em sala de aula. As práticas pedagógicas apresentadas e descritas abaixo foram, são e serão o começo, o meio e o fim das especulações e experimentações a que se propõe toda a investigação e o discurso colocados na hipótese desse trabalho. E, detalhe, nesse momento já não é possível distinguir de onde surgiram várias das questões percorridas nesse trabalho: nas práticas ou na investigação? O fato é que o que se exercita nas práticas pedagógicas está presente em algum dos fragmentos dessa tese, e vice versa. Um processo constante de retroalimentação, retrocontaminação. Tais práticas pedagógicas ocorrem em três disciplinas sequenciais do módulo introdutório do curso de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário SENAC, desde 2013: Projeto Integrador I: Teorias de Cidade, Projeto Integrador II: Cidade – Espaços Públicos, Projeto Integrador III: Metrópole – Leituras Urbanas. UM PRÓLOGO Uma das peculiaridades de todos os cursos de graduação no Centro Universitário SENAC é a existência de uma linha específica e contínua de disciplinas em suas grades curriculares regulares, chamadas “Projetos Integradores”. De acordo com as diretrizes da instituição, a existência dessa disciplina em todos os semestres letivos de todos os cursos, coloca em evidência a premissa de integração e experimentação de todos os conteúdos ministrados horizontalmente durante o semestre. Em outras palavras, o componente curricular “Projeto Integrador” se apresenta ao estudante como um campo de experimentações práticas dos conteúdos apreendidos nas demais disciplinas durante aquele semestre letivo. (...) visando garantir uma relação dialética entre a teoria e a prática, por intermédio da integração entre ensino-pesquisa-sociedade-mundo do trabalho (...) todos os cursos de graduação [do Centro Universitário Senac] contemplam os Projetos Integradores em seus currículos, que definem e orientam todos os demais componentes curriculares. (...) eles organizam os currículos, articulando os componentes de cada etapa/semestre, criando campo para construção de significados que favoreçam o desenvolvimento das competências correspondentes. São, portanto, desenvolvidos ao longo do curso, oportunizando espaços de aprendizagem fundamentada na articulação interdisciplinar e no trabalho colaborativo, além de materializar a integração das três dimensões formativas [aprendizado-crítica-sociedade] que orientam a organização curricular dos cursos de graduação. (GT Revisão Projeto Pedagógico, 2015, p. 25-6)

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Por exemplo, um estudante do curso de Publicidade e Propaganda do terceiro semestre que estuda “Ciência da linguagem”, “Criação publicitária”, “Comunicação e expressão”, “Teoria das mídias”, etc., aplica os conhecimentos apreendidos em cada uma delas no “Projeto Integrador: Mídias Impressas”, de forma prática na produção editorial completa de uma revista temática, numa simulação de um exercício real da profissão. Mas, como se sabe, esse espaço de integração e experimentação dos conteúdos apreendidos já ocorrem, ou espera-se que ocorram, “naturalmente” nos semestres de um curso de Arquitetura e Urbanismo. Esses espaços são as disciplinas de Projeto de Arquitetura e de Desenho/Planejamento Urbano. Em todos os semestres, pelo menos nas instituições que adotam o sistema semestral e de compartimentação do conhecimento disciplinar,


os estudantes de Arquitetura e Urbanismo experimentam e simulam o exercício da profissão em projetos arquitetônicos e urbanos, utilizando, consequentemente, os conhecimentos apreendidos nas demais disciplinas em curso e já cursadas. Por conta da eminente duplicação desse tipo de espaço pedagógico, a solução encontrada no projeto político-pedagógico do curso de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo (BAU), a fim de respeitar a diretriz institucional, foi transformar as disciplinas “Projeto Integrador” em (...) elementos centrais para a abordagem de temas transversais na medida em que promovem as interfaces com as questões sociais, culturais e ambientais emergentes, portanto, historicamente situados. (GT Revisão Projeto Pedagógico, 2015, p. 52) [O Projeto Integrador] Atua, ainda, como suporte teórico e metodológico aos demais componentes, fomentando a leitura, a troca de informações e a produção de conhecimento coletivo, promovendo atividades práticas, de vivência e experimentais. (GT Revisão Projeto Pedagógico, 2015, p. 30)

Consequentemente, os componentes curriculares “Projeto Integrador” (do I ao VIII), no curso de BAU, estão inseridas na unidade de conhecimento “Teoria e História”, o que faz delas campos pedagógicos híbridos: espaços na estrutura curricular dedicados à experimentações e reflexões teóricas, simultaneamente. Experimentar e Pensar, contaminados um pelo outro. Com essa diretriz interna, o Projeto Político-pedagógico do BAU propõe então a divisão das oito disciplinas de “Projeto Integrador” (PI) em quatro momentos: 1º Ano – Cidade, 2º Ano – Metrópole, 3º Ano – Patrimônio, 4º Ano – Fluxos (2015, p. 30-2). Além disso, por conta da complexidade inerente à progressão curricular, cada um dos oito PI’s foi batizado com uma especificidade; no caso das disciplinas apresentadas a seguir: PI 1 batizado de “Teorias de Cidade”, PI 2 como “Espaços Públicos” e PI 3 de “Leituras Urbanas”. De acordo com o Projeto Pedagógico do curso (GT Revisão Projeto Pedagógico, 2015), os PI’s 1 e 2 têm como desafio geral: A cidade como referência de estudo inicial no processo de construção do conhecimento aplicado a transformação do espaço, traz como experiência as relações entre os alunos na posição de habitantes e usuários das cidades com suas peculiaridades e características inerentes a cada exemplo pessoal e permite a ele compreender a dimensão e a importância do conceito de Urbanismo neste contexto. Esse desafio permite colocar como premissa para a elaboração do raciocínio de transformação espacial e necessidade de entendimento do urbano como espaço coletivo onde as relações entre as pessoas ocorrem independente do caráter pessoal ou de proximidade, onde todos os envolvidos no processo de transformação fazem parte do organismo vivo e em constante mutação de forma involuntária e muitas vezes imperceptível. A percepção do contexto da cidade permite uma postura crítica em relação à atuação do arquiteto e urbanista em todas as escalas do projeto e das consequências dessa atuação. (p. 30, grifos do autor) (...) um aprofundamento no tema do urbanismo e do espaço construído, aumentando a escala de abordagem no sentido em que passa a propor uma intervenção espacial, característica estrutural do desenvolvimento do curso. Após tratar de questões relativas ao conceito de cidade e cidadania, o panorama

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Já o PI 3 (seguido do PI 4), tem como desafio geral:


da complexidade que envolve a metrópole e os aspectos definidores do tema, os alunos passam a analisar e trabalhar com uma problematização em nova escala e velocidade. O tempo passa a ser menor tendo em vista aas constantes transformações, ao passo que as questões de deslocamento tendem a ser mais demoradas e difíceis. Nesse contexto, transformar o espaço desde a sua matriz mais simples até os grandes empreendimentos, comuns a essa escala de cidade, passa a ser o desafio de formação do arquiteto contemporâneo, para quem as transformações das grandes cidades não fazem parte de um futuro a ser analisado e sim de uma bagagem estudada e que carece, como sempre, de uma visão de médio e longo prazo, o que, no entanto, não impede a sua atuação imediata. A consciência da necessidade de entender a escala da cidade não exime o profissional da compreensão e da capacidade de atuação na escala mais imediata. (p. 30-1, grifos do autor)

Ao ser contratado pela instituição, no início de 2013, para atuar nas disciplinas de PI, recebi a orientação de estruturar as três disciplinas iniciais (1, 2 e 3), compreendendo a diretriz curricular da instituição, a estratégia adotada pelo curso e as premissas indicadas acima. Além disso, como mencionado acima, os componentes curriculares PI’s são híbridos, o que lhes fornece uma característica ímpar de abertura e subjetividade (entendida como possibilidade e não relativismo generalizado) na forma de atuação e aplicação daquelas diretrizes e premissas. Meu papel como professor dessas disciplinas, apoiado e amparado pela coordenação do curso, foi compreender tais dinâmicas e estabelecer um método pedagógico baseado em um tripé conceitual fundamental: reconhecer, entrar e incorporar a Cidade, tanto simbólica e conceitualmente quanto corporal e empiricamente. A partir daí, cada uma das três disciplinas foi estruturada tendo como ponto gerador uma das pontas desse tripé: PI 1 – reconhecer a Cidade, PI 2 – entrar na Cidade, PI 3 – incorporar a Cidade (Cidade será sempre grafada com “C” maiúsculo, como indicação da Cidade como noção abstrata, como A cidade). OS TRÊS PI’S, UMA ÚNICA DISCIPLINA

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Os “Projetos Integradores” em questão, ou simplesmente PI’s 1, 2 e 3, estão alocados nas grades dos três períodos iniciais do curso, momento considerado, por isso, introdutório e abrangente. Com carga horária semanal de 2 horas/aula (efetivamente uma hora e quarenta minutos) distribuídas em 18 semanas (totalizando 36 horas/aula), as três disciplinas foram entendidas e estruturadas como uma grande disciplina dividida em três momentos distintos, mas sempre amarradas. Se as três disciplinas tratam, gradativamente, da compreensão e envolvimento do estudante com a Cidade, não haveria motivos para elas não serem consideradas como uma única entidade, ainda mais elas sendo ministradas pelo mesmo professor. Por isso elas serão doravante chamadas simplesmente de “PI Cidade”. Essa disciplina foi estruturada a partir de algumas premissas e métodos pedagógicos fundamentais e desencadeadores de toda e qualquer ação pontual dentro dela: as pedagogias do oprimido (1987) e da autonomia (1996) de Paulo Freire; o entendimento do corpo como receptáculo, catalisador e agenciador de experiências; a preferência pelo “aprender do estudante” ao invés do “ensinado pelo professor”; o saber heterogêneo amparado na subjetividade da vida humana; uma aproximação exploratória entre arte, ciência e conhecimento; a construção de ambiente para amplo debate e reflexões; preocupação constante com a intersubjetividade entre os estudantes; um exercício


dialético entre o fazer e o pensar, sempre rebatidos em explorações de técnicas de representação tanto verbal como visual, sonora e/ou audiovisual. Enfim, mais do que um espaço de transmissão de um conhecimento técnico, histórico ou teórico, a disciplina “PI Cidade” se constitui como um ambiente propício para a formação do estudante/indivíduo como um sujeito. MAPAS DAS PRÁTICAS1 Para apresentar cada uma das partes da disciplina “PI Cidade”, consideradas dessa forma por conta da organização institucional, será necessário percorrer primeiramente cada um de seus respectivos mapas. Estruturados genericamente como um acordo, um contrato, uma divulgação das intenções pedagógicas e previsões das atividades diárias que o professor pretende assumir na disciplina com seus alunos, o plano de ensino pode também ser entendido como um “plano”, um mapa, uma cartografia pedagógica que revela os territórios e os percursos pelos quais se pretende caminhar durante as aulas e os semestres. Aqui em PI, tais mapas indicam o discurso, as características e os cuidados que deve-se ter durante a caminhada e são constantemente revisitados durante o transcorrer dos semestres como forma de situar e manter os estudantes conscientes dos “lugares” já percorridos e os ainda por percorrer. Por estes motivos serão aqui explicitados e comentados cada um dos três mapas que configuram e indicam os caminhos pedagógicos que podem levar aos objetivos pretendidos. Os mapas serão acompanhados por alguns exemplos de resultados obtidos com os estudantes nas atividades propostas. Estes resultados não são, e não deverão ser, analisados como um produto ou uma resposta às demandas colocadas durante o percurso, mas considerados como uma expressão congelada no tempo e em profunda constituição, que só poderia ser avaliada após um longo período de sedimentação, maturação e incorporação da experiência em cada um dos estudantes. E essa avaliação teria que considerar todas as características peculiares de cada indivíduo, e ser, em grande parte, subjetiva e parcial. Afinal, a construção autônoma e consciente de uma reflexão sobre qualquer assunto que seja já é, por si só, suficiente e satisfatória dentro do processo de constituição do sujeito que se pretende, não cabendo a um agente externo mensurar e quantificar tais reflexões. Por isso, as imagens que acompanham os mapas pedagógicos, são ilustrações do que vem sendo produzido nesses anos de aplicação da proposta. Ilustrações de qualidade, sem dúvida. Mas, insisto, ilustrações elaboradas por estudantes de arquitetura e urbanismo descobrindo caminhos pelo pensar, pelo refletir, pelo questionar-se e constituir-se. Espelhos de um processo. Processo de encarar a profissão, a sociedade, a cidade, a individualidade. Processos para deixar de ser um e tornar-se outro.

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Os planos de ensino inseridos aqui se referem às turmas do segundo semestre de 2016.

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Finalmente, o mais importante a ser compreendido nos três mapas seguintes, é perceber possíveis rebatimentos no âmbito pedagógico da experiência de incorporação do Trapeiro e, consequentemente, (re)encontrar todos os fragmentos presentes nesse território-tese, em maior ou menor grau, imersos ou submersos, reproduzidos ou apenas tangenciados.


PI 1 - Projeto Integrador I: Teorias de Cidade

CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC Diretoria de Graduação

PLANO DE ENSINO – MODALIDADE PRESENCIAL1 Ano 2016 - 2º Semestre Data 09/08/2016 Curso: Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo Disciplina/Componente curricular: PROJETO INTEGRADOR I: TEORIAS DE CIDADE Carga horária: 36 horas-aula Período: 1º Período Dia da semana:

Turma: BAUCAS1MA 3ª

Unidade: CAS

Sábado

Horário das aulas: 09:55h às 11:35h Docente responsável: Prof. Ricardo Luis Silva (ricardo.lsilva@sp.senac.br) Link para currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/5996607827204401 Ementa Apresenta e desenvolve pesquisa introdutória sobre os conceitos de cidade e suas diversas teorias, considerando a presença do homem (indivíduo) e do coletivo nos espaços urbanos. Desenvolve a percepção espacial no contexto da complexidade urbana. Aborda a compreensão do ambiente urbano, do lugar, do público x privado e as possibilidades de leitura que a paisagem oferece como referência para o desenho de intervenções, possibilitando uma apropriação contextualizada da cidade. Objetivos 1. Por se tratar de uma disciplina introdutória, constituir elementos fundamentais para a compreensão do papel do arquiteto dentro da vida urbana. 2. Desenvolver a percepção crítica e a reflexão aprofundada das noções de cidade, espaço público e privado, cidadão e vida urbana, lugar e território, cenário e personagem. 3. Construir referencial teórico e artístico sobre a Cidade, introduzindo questões de uso e apropriação das cidades contemporâneas e debatendo possíveis maneiras de representação desses elementos. 4. Iniciar um debate sobre as formas urbanas e modos de vida coletiva nas cidades. Este debate terá continuidade nas disciplinas de Projeto Integrador II e Projeto Integrador III. 5. Colaborar para a formação do arquiteto como sujeito. Bibliografia Básica (títulos, periódicos, etc.) CULLEN, Gordon. Paisagem Urbana. Lisboa: Edições 70, 2006. SECCHI, Bernardo. Primeira Lição de Urbanismo. São Paulo: Ed.Perspectiva, 2006. LYNCH , Kevin. A imagem da Cidade. Lisboa: Edições 70, 2008.

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Este plano está sujeito a alterações no decorrer do semestre em função do resultado da turma e outras necessidades que forem percebidas. Caso ocorram alterações a coordenação será comunicada.


Bibliografia Complementar (títulos, periódicos, etc.) AYMONINO, C. O significado das cidades. Coleção Dimensões n° 15. Lisboa: Editorial Presença,1984. CHOAY, Françoise. O Urbanismo. São Paulo: Perspectiva, 2005. LYNCH, Kevin. A boa forma da cidade. Lisboa: Edições 70, 2007. MUNFORD, Lewis. A cidade na história. São Paulo: Martins Editora. 2001. ROSSI, Aldo. A arquitetura da cidade. São Paulo: Martins Editora. 2001.

Processo de avaliação Instrumento de avaliação

Período previsto para aplicação

Devolutivas

1. Caderno “quadradinho”

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2. Crônica visual de São Paulo

06/12

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Participação em aula

contínua

Composição da nota semestral A nota do aluno será o resultado da média aritmética, uma vez aplicados os pesos, das notas obtidas nos exercícios propostos. A distribuição dos pesos se dá pelo grau de dificuldade e importância do exercício. 1. O primeiro exercício é constituído de um caderno formato 21x21, encadernado com capa dura e produzido inteiramente à mão, onde serão produzidas colagens e fotografias (indicadas nas ADOs) sobre os debates realizados em sala e as visitas à cidade. Trabalho em duplas (peso 5,5). 2. O segundo exercício é uma produção de uma crônica visual sobre a cidade de São Paulo, podendo ser realizado com fotografias, vídeos, animações, etc. e apresentado em sala. Trabalho em grupo de 4 a 6 alunos (peso 4,0). Participação em sala de aula (0,5 pontos).

Metodologia As aulas serão dividias em 3 momentos distintos, mas permeáveis: NOÇÕES, CARNE E PEDRA e CIDADE E REPRESENTAÇÕES (Multidão x Solidão, Cenários, e Crônicas visuais). Serão realizadas leituras referenciais para posterior debate aberto em sala de aula, resultando em produção de elementos visuais. Visitas programadas ao centro de São Paulo para reconhecimento e percepção dos assuntos debatidos em sala de aula. Serão também utilizados elementos da literatura e do cinema para a compreensão dos conceitos levantados nos textos.

Recursos Previstos

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NOÇÕES

Programação das aulas e das ADOs (atividades discentes orientadas) * Data CH Conteúdo 1. Apresentação da disciplina, método, sistema de avaliação e conteúdo. Debate sobre o que cada aluno compreende por Cidade. 09/08 2 ADO: Produção do caderno “quadradinho” e COLAGEM (1) “O que é Cidade? I”. 2. Cidade como referência. Aula debate sobre as imagens produzidas pelos alunos e referenciais trazidos pelo professor. 16/08 2 ADO: leitura – ROLNIK, Raquel. O que é cidade. São Paulo: Brasiliense, 1995. (pg. 7 a 29). Produção de COLAGEM (2) “O que é Cidade? II”. 3. Noções de Cidade. Releitura do texto indicado na ADO e debate de conceitos. ADO: leitura – SENNET, Richard. Carne e pedra. O corpo e a 23/08 2 cidade na civilização ocidental. Rio de Janeiro: Record, 2001. (pg. 29 a 60). Produção de COLAGEM (3) “Carne e Pedra”.


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CARNE e PEDRA

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CIDADE e REPRESENTAÇÕES

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4. Polis e Civitas: a raiz étnica e o conceito dinâmico de cidade. ADO: leitura – SITTE, Camillo. A construção das cidades segundo seus princípios artísitcos. São Paulo: Ática, 1992. (pg. 25 a 46). Produção de COLAGEM (4) “Polis” e COLAGEM (5) “Civitas”. 5. A cidade europeia: entre lugar para morar e espaço de negotium. ADO: leitura – JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes, 2000. (pg. 59 a 79). Produção de COLAGEM (6) “Lugar do Ócio” e COLAGEM (7) “Espaço do Trabalho”. 6. O advento da metrópole. ADO: leitura – BUCCI, Angelo. São Paulo, razões de arquitetura: da dissolução dos edifícios e de como atravessar paredes. São Paulo: Romano Guerra, 2010. (pg. 51 a 63). Produção de COLAGEM (8) “Cidade-Mercado”. 7. São Paulo. FILME: Nina (BRA – dir.: Heitor Dhalia, 2004). ADO: Produção de COLAGEM (9) “Personagem” e COLAGEM (10) “Cenário”. 8. Cidades e seus mapas: Poder x Dúvida x Crise. ADO: Produção de COLAGEM (11) “Mapa CasaxSenac”. 9. Multidão x Solidão: E. T. A. Hoffmann e A janela de esquina do meu primo. O Fisiognomonista. ADO: Produção de ensaio FOTOGRÁFICO (1-5) “Fisionomias urbanas”. 10. Cenários urbanos. ADO: Produção de ensaio FOTOGRÁFICO (6-10) “Viela / Largo / Galeria / Terreno Baldio / Escadaria / Marquise / Calçadão”. 11. FILME: Medianeras (ARG – dir.: Gustavo Taretto, 2011). ADO: Produção de ensaio FOTOGRÁFICO (11-15) “Empenas”. 12. Crônicas visuais. Explicação do exercício final. Olhares sobre a Cidade. ADO: Produção de COLAGEM (12) para capa da crônica visual. 13. Crônicas visuais de São Paulo. Ênfase: TEMA ADO: Produção do exercício proposto. 14. Crônicas visuais de São Paulo. Ênfase: ROTEIRO ADO: Produção do exercício proposto.

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FERIADO NACIONAL: Proclamação da República 15. Crônicas visuais de São Paulo. Ênfase: MONTAGEM. ADO: Produção do exercício proposto e Finalização do “quadradinho” – capa COLAGEM (13) “eu/eu”. 16. Entrega e apresentação do caderno “quadradinho”. ADO: Produção de texto com resumo e temática da crônica visual. 17. Entrega das crônicas visuais. Debate e encerramento da disciplina.

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18. SEMANA TCCs.

* ADO: Tem como objetivo propiciar e estimular ao discente o processo de ensino-aprendizagem autônomo, criativo, inovador, responsável e ético, para além do ambiente de sala de aula, por meio de exercícios de fixação; da leitura de textos referentes aos conteúdos ministrados nas aulas; da pesquisa em base de dados científicas, bem como em campo ou no mundo do trabalho e; do desenvolvimento de projetos de produtos ou serviços, contribuindo assim, para a ampliação e o aprofundamento dos temas abordados e o desenvolvimento de competências profissionais alinhadas ao componente curricular. Estas atividades podem ser realizadas em grupo, ou de forma individual, conforme sua natureza e indicação docente, para o melhor aproveitamento das mesmas.

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Para tanto, o professor disponibilizará um instrumento de orientação para elaboração da atividade, os quais serão postados previamente via Blackboard ou apresentados em sala de aula. O processo de acompanhamento da ADO ocorrerá conforme programação das datas, via plano de ensino, tanto para aplicação da ADO, bem como sua respectiva devolutiva.".


Considerada a primeira parte da trilogia do PI Cidade, a disciplina PI 1 se configura como um momento introdutório, um espaço de acolhimento e convite. Os estudantes ingressantes se mostram bastante condicionados a um processo passivo de ensino, onde o funcionamento do aprendizado se restringe ao sentar e receber a informação/ conhecimento. Outro condicionamento importante é a noção generalizada e superficial sobre o “pensar sobre” como uma estrutura “chata”, “inútil”, “difícil”. O objetivo da disciplina é, portanto, (re)construir no cotidiano dos estudantes o questionar-se sobre o já conhecido, dos elementos mais ordinários e cotidianos aos mais paradigmáticos e “absolutos”. O “parar para pensar”, a dúvida colocada com o “por que é assim?”. A disciplina propõe uma ação constante do “pensar”, do desmontar e remontar as verdades tão enraizadas em cada um dos estudantes. Para isso, a Cidade é utilizada também como elemento magnético e experimental para o “fazer pensar”. Durante todo o semestre são colocados sobre a Cidade questionamentos ordinários e extraordinários; a mais interessante e repetida: “O que é a Cidade?”. A partir do que Cacciari (2010) considera sobre o conceito de Cidade, Uma vez que não faz muito sentido falar de cidade em sentido geral, é bom começar por fazer alguns esclarecimentos do ponto de vista históricoterminológico. A cidade enquanto tal não existe. Existem diferentes e distintas formas de vida urbana. Não é por acaso que o termo “cidade” pode ser dito de diferentes maneiras. (p. 09)

estabelecemos, professor e estudantes, tentativas de definir “cidade”. Tentativa sempre frustrada, “cidade” é, então, construída como noção. O que entende e se discute na sequências das aulas são os vários momentos da cidade na história e o que se apresenta como “cidade” vai sofrendo alterações, ajustes, subversões. “Cidade” é encarada de maneiras distintas por conta de momentos políticos, sociais e/ou culturais distintos no decorrer da história, principalmente no Ocidente (escolhido como recorte).

Revela-se, então, a compreensão de que a resposta sempre será parcial (entendido como fragmento e como parte interessada) e sua forma de representação aceita também infinitas possibilidades. O espaço urbano pode ser “muito mais que carros, ruas, pessoas, edifícios e áreas verdes”. E para ampliar os olhares sobre tais possíveis representações, reforçando o caráter heterogêneo da ação, são apresentados alguns autores e artistas que tratam do assunto: a professora e arquiteta Raquel Rolnik, com seu texto “O que é Cidade” (1995); o sociólogo Richard Sennet, com o livro “Carne e Pedra” (2001); o historiador de arquitetura Camillo Sitte e seu texto “A construção das cidades segundo seus princípios artísticos” (1992); a jornalista Jane Jacobs, com “Morte e Vida nas grandes cidades” (2000); o arquiteto e professor Angelo Bucci, com “São Paulo, razões de arquitetura: da dissolução dos edifícios e de como atravessar paredes”; os filmes “Nina”, de Heitor Dhália (2004), e “Medianeras” de Gustavo Taretto (2011); os músicos Paulinho da Viola (Sinal Fechado, 1974) e Arnaldo Antunes (Na massa, 2001); os artistas Hermann

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Para dar sentido e resposta ao que se pretende na ementa da disciplina, especificamente a “percepção espacial da complexidade urbana”, a “possibilidade de leitura que a paisagem oferece como referência” e a “apropriação contextualizada”, os estudantes são convidados a transformar aquela pergunta inicial, “O que é Cidade?”, em uma outra questão aberta e indefinida, “O que pode ser Cidade?”, ou então “O que faz Cidade?”. Com essa mudança na pergunta, os estudantes abrem caminhos pela Cidade e reconhecem que existem várias possíveis maneiras de responder tal questão. E, melhor, respostas sempre certas, pois na noção de Cidade já não se consideram verdades absolutas.


Pitz (55 mil listas telefônicas, 2002), Jackson Pollock (Number eight, 1949, sob o olhar curioso, criativo e crítico de Giulio Carlo Argan), Madelon Vriesendorp (Object Archive. The city, 2008) e Rivane Neuenschwander (Continente-nuvem, 2008). Como construção narrativa dos debates ocorridos em sala, e se aproveitando das referências dos olhares heterogêneos, os estudantes elaboram um caderno feito manualmente, batizado de “quadradinho” (21 x 21 cm), onde inserem representações possíveis para cada questão levantada em sala, “traduções” livres e expressivas sobre temas muitas vezes profundos, como “semelhança/diferença”, “poderes sociais e políticos”, “trabalho/ócio”, “capital”, “mercado”, “valor”, “multidão”, “solidão”, “restos urbanos” (humanos e espaciais). As técnicas de representação disponíveis são condicionadas à fotografia e à colagem. A primeira por estabelecer um olhar instrumentalizado, exigindo do estudante, como ato mínimo, um “pensar” prévio. A colagem é resgatada como ferramenta importante de composição pois solicita do estudante a construção visual através de fragmentos, de pedaços de outras imagens, evitando as “fugas” e “bloqueios” gerados pela dificuldade do desenho. Mas a colagem resgata, indiretamente, a noção de repertório, de coleção, tão importantes na formação do arquiteto e urbanista. Além disso, a construção de imagens através de colagens que representem “Cidades”, faz pensar sobre a própria produção das cidades não mais em uma grande unidade, mas sim em fragmentos (aproximando Colin Rowe e sua Collage City). Aos poucos, os estudantes vão ampliando os olhares sobre a vida urbana, estabelecendo novas relações e equilíbrios entre valores, formas de percepção, sutilezas, tensões. A complexidade inerente à Cidade vai se revelando e sendo incorporada sensivelmente. A diversidade e heterogeneidade da vida urbana vai se configurando e fazendo sentido. Os “grandes” pensamentos sobre a Cidade vão se aproximando dos pensamentos “menores”, suas hierarquias se misturam, confundem. Uma viela, uma marquise, um escadão ganham a mesma dedicação reflexiva que um parque movimentado, uma rua comercial. As fisionomias urbanas se desprendem do meramente exótico ou ordinário, configuramse como material de interesse. Os trapos vão sendo reconhecidos e desmistificados, são aproximados. O uso urbano vai se reativando, o corpo resensibilizando.

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Como atividade final do semestre, os estudantes produzem um vídeo de até oito minutos, representando uma “nova cidade” de São Paulo, configurada agora por olhares mais sensíveis, atentos, críticos, desconfiados. Uma cidade (re)conhecida, onde se misturam medos e seduções, certezas e incertezas, meu e seu, violência e solidariedade, apatia e indignação. Contradições essenciais para pensar, desenhar, viver a Cidade.


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1. Leopoldo Alberto, Camila Brandão, Bruno Guimarães, Amanda Yamamoto, Henrik Scwarz e Marlon dos Santos. 2. Ana Beatriz Shimabuk e Thauany de Sousa. 3. Camila de Campos. 4. Angela Knijnik e Hiram Latorre. 10-11. Jorge Eduardo de Arruda e Gabriel Serra. 5. Andressa Rezende. 12-15-16. Larissa Tozo e Caroline de Assumpção. 6. Clarissa Moutella Vieira. 13-14. Natasha Venegas e Gabriela Caetano. 7. Henrique Reis. 8-9. Jessica Pelegrinelle.


PI 2 - Projeto Integrador II: Cidade – Espaços Públicos

CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC Diretoria de Graduação

PLANO DE ENSINO – MODALIDADE PRESENCIAL1 Ano 2016 - 2º Semestre Data 10/08/2016 Curso: Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo Disciplina/Componente curricular: PROJETO INTEGRADOR II: CIDADE - ESPAÇOS PÚBLICOS Carga horária: 36 horas-aula Período: 2º Período Dia da semana:

Turma: BAUCAS2MA/B 3ª

Unidade: CAS

6ª Sábado

Horário das aulas: 09h55 às 11h35 (Turmas unificadas A/B) Docente responsável: Prof. Ricardo Luis Silva (ricardo.lsilva@sp.senac.br) Link para currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/5996607827204401 Ementa Discute o conceito de espaço público, alteridade urbana e as relações entre os espaços urbanos levando em consideração as condicionantes e características das cidades. Aborda a questão da leitura e apropriação espaciais realizada pelo habitante e seus rebatimentos nos usos públicos destes espaços na cidade contemporânea, considerando as diferentes escalas dessas apropriações. Problematiza a relação entre os habitantes e os vazios urbanos, sua apropriação e os reflexos que causam na paisagem e nas condições do espaço. Visa abordar as possibilidades de intervenção a partir de uma postura crítica sobre o espaço público primordial – rua e praça - como primeiro contato entre o habitante e a cidade. Objetivos 1. Dando continuidade aos debates introdutórios sobre a complexidade conceitual na compreensão, definição e representação da Cidade (estabelecidos em Projeto Interativo I), esta disciplina dá um passo adiante na apresentação crítica e reflexiva sobre o primeiro local de contato direto e franco do ser humano com a Cidade: a rua, o espaço público; 2. Desenvolver a percepção crítica e a reflexão aprofundada das possibilidades de vida urbana, principalmente ao questionar a capacidade de reconhecimento tácito de experiências de alteridade e/ou do anestesiamento e empobrecimento das relações e experiências do indivíduo no contato com o outro; 3. Construir referencial teórico, artístico e especulativo sobre possíveis olhares, interações, apropriações e intervenções nos espaços públicos, introduzindo questões como “cotidiano”, “tempo”, “lentidão”, etc. 4. Dar espaço para reflexões e experimentações nos processos de representação de ideias, percepções e ações; 5. Colaborar para a formação do arquiteto como sujeito. Bibliografia Básica (títulos, periódicos, etc.) ALEX, S. Projeto da praça. São Paulo: Senac, 2008. BARRA, E. Paisagens úteis: escritos sobre paisagismo. São Paulo: Senac, 2006. MASCARO, J. L. Infraestrutura da paisagem. Porto Alegre: Masquatro, 2008.

1

D_1 ... 14

Este plano está sujeito a alterações no decorrer do semestre em função do resultado da turma e outras necessidades que forem percebidas. Caso ocorram alterações a coordenação será comunicada.


Bibliografia Complementar (títulos, periódicos, etc.) LAMAS, J. M. R. G. Morfologia urbana e desenho da cidade. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian / Fundação para Ciência e Tecnologia / Ministério da Ciência, 2000. MARIANO, C. Preservação e paisagismo em São Paulo. São Paulo: Annablume, 2006. MORRIS, A. E. J. Historia de la forma urbana, desde sus origenes hasta la Revolucion Industrial. Barcelona: Gustavo Gili, 1990. SIMÕES, J. G. Anhangabaú: história e urbanismo. São Paulo: Senac, 2004. ZEIN, R. V. Rosa Kliass: desenhando paisagens, moldando uma profissão. São Paulo: Senac, 2011.

Processo de avaliação Período previsto para aplicação

Devolutivas

Resenhas textos (5x)

Instrumento de avaliação

10/08 – 17/08 – 31/08 – 21/09 – 09/11

14/12

Álbuns fotográficos (5x)

24/08 – 27/08 – 14/09 –05/10 – 26/10

14/12

Exercício Esgotamento de um local

10/09

28/09

Intervenção urbana - ESCADÃO

19/10

14/12

Página de internet

30/11

14/12

Composição da nota semestral Será solicitada na disciplina, como produto esperado, a criação de uma página de internet que hospedará os conteúdos desenvolvidos nas atividades propostas durante as aulas. A página deverá ser produzida por um grupo composto de 6 a 8 alunos. O conteúdo da página deverá comtemplar, pelo menos, as resenhas dos textos indicados (trabalho individual); os álbuns temáticos de fotografias autorais; a documentação e levantamento para o projeto ESCADÃO; a apresentação do projeto e registros da intervenção proposta e executada. A participação em sala de aula contará como critério em todas as etapas da avaliação. A composição da nota final da disciplina se dará seguindo a seguinte fórmula, já considerados os pesos de cada atividade: N.F. = (0,5x(Produção da página) + 2,5x(Resenhas – 0,5 cada) + 2,5x(Álbuns fotográficos – 0,5 cada) + 1,5x(Exercício Esgotamento de um local) + 3,0x(Intervenção e documentação Escadão))/10

Metodologia Aulas expositivas com introdução de conceitos e referências sobre os assuntos pertinentes e provocações ao debate para aprofundamento de reflexões acerca da temática das aulas e da disciplina. Exercícios práticos e experimentais de apreensão dos conceitos debatidos previamente, como forma de apropriação e incorporação do conhecimento. Visitas a campo e uso de obra cinematográfica para construção de repertório crítico, conceitual, reflexivo e estético. As aulas serão divididas em 3 assuntos centrais da temática proposta na ementa: ALTERIDADE URBANA; ESPAÇOS PÚBLICOS e o COTIDIANO; INTERVENÇÃO URBANA.

Conteúdo

CH

10/08

2

17/08

2

24/08

2

27/08 (extra)

2

ALTERIDADE URBANA

Data

1. Apresentação da disciplina, leitura do plano de ensino com os alunos, metodologia de aula e critérios de avaliação. ADO: leitura e resenha (1) – SITTE, Camilo. A construção das cidades segundo seus princípios artísticos. São Paulo: Ática, 1992. (pg. 47 a 62). 2. FILME O Homem ao Lado (ARG) - dir.: Gastón Duprat, 2011). ADO: leitura e resenha (2) – KEHL, Maria Rita. Olhar no olho do outro. In. Piseagrama nº 7, Belo Horizonte: fevereiro de 2015. 3. Aula expositiva e debate sobre a presença do outro no espaço. O espaço do outro na Cidade. ADO: Álbum fotográfico (1) com registros autorais de alteridade e egocentrismo. 4. Visita ao Vale do Anhangabaú e entorno (Praça da Sé, Rua São Bento, Largo São Bento, Praça do Patriarca, Praça das Artes, Largo Paisandú, Praça da Reública e Praça Roosevelt. ADO: Álbum fotográfico (2) de registro da visita.

Recursos Previstos# Multimídia

Multimídia

Multimídia

Máquina fotográfica

D_1 ... 15

Programação das aulas e das atividades discentes orientadas *


2

5.

Aula expositiva e apresentação do método de experimentação e documentação “Tentativa de esgotamento de um lugar”. ADO: leitura e resenha (3) – PEREC, Georges. Tentativa de esgotamento de um local parisiense. São Paulo: GG, 2016.

07/09

0

FERIADO NACIONAL: Independência do Brasil

10/09 (extra)

2

14/09

2

21/09

2

28/09

2

05/10

2

12/10

0 2

26/10

2

02/11

0

09/11

2

16/11

2

23/11

2

30/11

2

07/12

2

14/12

2

6.

Visita e experimentação de um espaço urbano seguindo recomendações de Georges Perec: catalogação das coisas que acontecem enquanto nada acontece. ADO: produção e edição do material captado na catalogação. 7. Visita e documentação fotográfica da feira livre da rua Amoipira. ADO: Álbum fotográfico (3). 8. Aula expositiva: Formas de apropriação dos espaços urbanos: Noções de “Espaço Público”, “Espaço Livre”, “Espaço semipúblico”, “Espaço Coletivo”, “Meio Espaço”, “Espaço Privado”. ADO: leitura e resenha (4) – HERTZBERGER, Herman. Lições de Arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 12, 13, 48-73, 176189. 9. Apresentação e debate dos resultados da experimentação de tentativa de esgotamento de um local. ADO: Postagem do material apresentado e do debate. 10. Aula expositiva LandArt e Arte/Cidade. ADO: Álbum imagético (4) com pesquisa de referências de ocupações e intervenções urbanas.

Multimídia

Máquina fotográfica e tripé Máquina fotográfica

Multimídia

Multimídia Multimídia

FERIADO NACIONAL: Dia de Nossa Senhora Aparecida 11. Projeto ESCADÃO. Apresentação do exercício final. (Grupos de 6 alunos). ADO: Mapeamento e escolha do local a ser realizado o exercício, preferencialmente próximo ao campus do Centro Universitário. 12. Projeto ESCADÃO. Visita e documentação fotográfica do local escolhido para intervenção. ADO: Álbum fotográfico (5) com fotomontagens panorâmicas e demais registros. INTERVENÇÃO URBANA

19/10

ESPAÇOS PÚBLICOS e o COTIDIANO

31/08

Multimídia

Máquina fotográfica

FERIADO NACIONAL: Dia de Finados 13. Projeto ESCADÃO. Desenvolvimento do exercício em sala / atendimentos. ADO: leitura e resenha (5) – FONTES, Adriana Sansão. Intervenções temporárias, marcas permanentes. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013, p. 25-48. 14. Projeto ESCADÃO. Desenvolvimento do exercício em sala / atendimentos. ADO: Detalhamento e produção do material gráfico da proposta de intervenção. 15. Projeto ESCADÃO. Desenvolvimento do exercício em sala / atendimentos. ADO: Detalhamento e produção do material gráfico da proposta de intervenção. 16. Entrega e apresentação (parte 1) dos projeto de intervenção ESCADÃO. Debate dos trabalhos. 17. Apresentação (parte 2) dos projeto de intervenção ESCADÃO. Debate dos trabalhos e encerramento da disciplina.

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Multimídia

Multimídia Multimídia Multimídia

18. SEMANA TCCs.

* ADO: Tem como objetivo propiciar e estimular ao discente o processo de ensino-aprendizagem autônomo, criativo, inovador, responsável e ético, para além do ambiente de sala de aula, por meio de exercícios de fixação; da leitura de textos referentes aos conteúdos ministrados nas aulas; da pesquisa em base de dados científicas, bem como em campo ou no mundo do trabalho e; do desenvolvimento de projetos de produtos ou serviços, contribuindo assim, para a ampliação e o aprofundamento dos temas abordados e o desenvolvimento de competências profissionais alinhadas ao componente curricular. Estas atividades podem ser realizadas em grupo, ou de forma individual, conforme sua natureza e indicação docente, para o melhor aproveitamento das mesmas.

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Para tanto, o professor disponibilizará um instrumento de orientação para elaboração da atividade, os quais serão postados previamente via Blackboard ou apresentados em sala de aula. O processo de acompanhamento da ADO ocorrerá conforme programação das datas, via plano de ensino, tanto para aplicação da ADO, bem como sua respectiva devolutiva.


Disciplina ainda entendida como introdutória, continua o movimento estabelecido no PI anterior, apenas acrescentando elementos e dando profundidade à relação estabelecida entre o estudante e a Cidade. O PI 2 tem como função principal estabelecer um contraponto à perspectiva mais reflexiva e de (re)conhecimento da Cidade como ideia, gerando um movimento pendular onde o outro extremo é a experimentação corporal dos conceitos e noções apresentados. Neste PI solicita-se ao estudante que entre na Cidade, “atravesse a soleira”, como propôs Roberto DaMatta (1986), vá para a rua, lugar do contato primordial do público com o privado, do indivíduo doméstico e protegido com o vazio urbano, com o desconhecido, com o outro. O que se espera agora não á apenas a reflexão e o questionamento, mas a percepção em loco de alguns conceitos estruturadores do espaço urbano: a alteridade (ou falta dela), o cotidiano, o tempo. É importante salientar que a discussão sobre o que é, ou pode ser, considerado “espaço público” não está presente nesta disciplina, pois o assunto é tratado na disciplina do mesmo semestre “Teorias do Urbanismo”. O que se coloca como questão em PI 2 é a relação utópica que a sociedade capitalista estabeleceu com o conceito de “espaço público” e, como consequência, a dificuldade em estabelecer limites mínimos entre o que poderia ser público, ou coletivo, ou livre, ou semi-público, e o privado. O que presenciamos nesse início de século XXI é uma gradação de níveis de privatização do espaço, por isso nunca chegando àquilo que entendemos como público, plenamente. Essa opção pode parecer estranha numa disciplina que traz o “espaço público” como subtítulo, mas a postura assumida perante o termo é a da experimentação corporal dos espaços urbanos, da rua como morada do outro. A experimentação é colocada como instrumento empírico de constatação e construção do que podemos chamar de público. O que se propõe é uma prática pedagógica mais lenta que vai oscilando, portanto, entre debates em sala e experiências empíricas, com encontros semanais que agenciam nos estudantes uma construção crítica sobre leituras e apropriações espaciais do ser humano habitante das cidades. Dos debates sobre os conceitos de “o outro” e “alteridade”, a partir do filme “El Hombre de al lado” de Gastón Duprat (2011), segue-se para percepções empíricas, apoiadas em registros fotográficos, ao percorrer as diversas configurações espaciais coletivas do centro histórico de São Paulo. Das discussões sobre o cotidiano e a passagem do tempo como formadores dos espaços da vida urbana, parte-se para um exercício prático e experimental, baseado na “Tentativa de esgotamento de um local parisiense” de Georges Perec (2016), pelas esquinas da avenida Paulista num dia qualquer. Das calorosas discussões sobre as possibilidades de ocupação e apropriação dos espaços coletivos (via reivindicação de espaços abandonados ou segregação e privatização temporária dos espaços), parte-se para um exercício especulativo de intervenção e ocupação efêmeras em locais peculiares da cidade, normalmente associados aos registros fotográficos realizados no PI 1 (escadões, vielas, marquises, calçadões, etc.).

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Esse exercício final se configura como um momento síntese onde todos os conceitos discutidos são tensionados e “estressados” empiricamente pelos estudantes. Ao propor e executar no local escolhido uma intervenção efêmera coloca-se em questão, em dúvida, as noções de alteridade, cotidiano, tempo, uso ou consumo do espaço, etc.


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Dir. - “Olhos Baixos” – Catherine Luzie, Jessica Pelegrinelle, Lorena Souza e Mariana Mosca. Esq. - “O esgotamento do tempo no espaço” – Gabriela Ventura, Jaqueline Amine, Luiza Azevedo, Stefano Melica, Thalita Salvioli e Natalice Nunes.


PI 3 - Projeto Integrador III: Metrópole – Leituras Urbanas

CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC Diretoria de Graduação

PLANO DE ENSINO – MODALIDADE PRESENCIAL1 Ano 2016 - 2º Semestre Data 09/08/2016 Curso: Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo Disciplina/Componente curricular: PROJETO INTEGRADOR III: METRÓPOLE - LEITURAS URBANAS Carga horária: 36 horas-aula Período: 3º Período Dia da semana:

Turma: BAUCAS3MA 3ª

Unidade: CAS

Sábado

Horário das aulas: 09h55 às 11h35 Docente responsável: Prof. Ricardo Luis Silva (ricardo.lsilva@sp.senac.br) Link para currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/5996607827204401

Ementa Promove a investigação urbana por meio da abordagem de textos e experiências relativos à leitura da metrópole como fenômeno expressivo das alterações no espaço construído e suas consequências na vida cotidiana. Busca estabelecer relações de proximidade entre as diferentes escalas de percepção do espaço público e as possibilidades de apropriação. Desenvolve pesquisa bibliográfica e de campo sobre o tema e os rebatimentos na prática projetual. Trabalha as questões contemporâneas da cidade desde a sua imagem e o impacto de suas dimensões para o cidadão e para o meio ambiente, resultando em uma postura crítica sobre as ações públicas ou privadas e seu desdobramento na qualidade de vida na metrópole.

Objetivos 1. Partindo do pressuposto da leitura da Metrópole e seus habitantes/agentes, a disciplina levanta e debate novas, ou nem tanto, maneiras de se fazer uma leitura profunda e diagonal do espaço metropolitano, indo além das tradicionais maneiras de leitura arquitetônica e urbanística, dando grande ênfase ao cotidiano, à cultura, ao ordinário, ao “homem sem qualidades”; 2. Novas maneiras de leitura requerem maneiras peculiares de representação e documentação; 3. Construção de repertório conceitual e estético transversal à Arquitetura e ao Urbanismo, tais como cinema, poesia, música, artes visuais, sociologia, filosofia, antropologia, política, etc...; 4. Quanto maior for o repertório e a vivência do aluno em áreas diversas fora da Arquitetura, maior será sua possibilidade de compreensão do mundo e das possíveis intervenções propostas nos espaços da Metrópole; 5. Colaborar para a formação do arquiteto como sujeito.

1

D_1 ... 19

Este plano está sujeito a alterações no decorrer do semestre em função do resultado da turma e outras necessidades que forem percebidas. Caso ocorram alterações a coordenação será comunicada.


Bibliografia Básica (títulos, periódicos, etc.) CAMPOS, C. M. São Paulo: metrópole em trânsito. São Paulo: Senac, 2004. CAMPOS, C. M. Os rumos da cidade: urbanismo e modernização em São Paulo. São Paulo: Senac, 2002. PESSOA, D. F. Utopia e Cidades: Proposições. São Paulo: Annablume, 2006.

Bibliografia Complementar (títulos, periódicos, etc.) DIAS, M.O.L. A interiorização da metrópole e outros estudos. São Paulo: Alameda, 2009. FREIRE, D. G.; OLIVEIRA, F. J. G.; SILVA, C. A. Metrópole: governo, sociedade e território. São Paulo: DP&A Editora, 2006. KOOLHAAS, R.; BOTTMANN, D. Nova York Delirante. São Paulo: Cosac Naify, 2008. PASSOS, M. L. P. Desenhando São Paulo: mapas e Literatura (1877/1954). São Paulo: Senac, 2009. SEGAWA, H. Prelúdio da Metrópole: arquitetura e urbanismo. São Paulo: Ateliê Editorial, 2004.

Processo de avaliação Instrumento de avaliação Documentação Territorialidade: Vídeo/Diagramas - Grupo Documentação Perambulação: Mapas Psicogeográficos - Grupo

Período previsto para aplicação

Devolutivas

06/09

06/09

11 e 18/10

11 e 18/10

Documentação Deriva: Vídeo/Ação - Grupo

22/11

22/11

Documentação Flanagem: Caixa de Trapos - Grupo

29/11

29/11

Texto crítico – Individual Caderno “Quadradão” e fichamentos gráficos – Grupo

06/12

13/12

Composição da nota semestral A nota do aluno será o resultado da média aritmética, uma vez aplicados os pesos, das notas obtidas nos cinco exercícios propostos. A distribuição dos pesos se dá pelo grau de dificuldade e importância do exercício. O produto “Quadradão” é um volume encadernado (30 x 30 cm) contendo as documentações e representações de todas as experiências realizadas no semestre, os fichamentos gráficos, os textos críticos e quaisquer outras expressões gráficas pertinentes aos debates e conceitos colocados em sala de aula. A participação em sala de aula será um critério embutido nas avaliações dos exercícios. N. F. = (0,5x(Territorialidade) + 2,5x(Caixa de Trapos) + 2,5x(Mapas) + 2,0x(Deriva) + 1,5x(Texto) + 1,0x(Composição do Quadradão e fichamentos gráficos))/10

Metodologia

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As aulas serão divididas em 3 módulos conceituais: PARADIGMAS, EXPERIÊNCIAS e REFLEXÃO. Todos os módulos terão textos referenciais para apresentação e aprofundamento do tema de cada aula. Serão realizadas aulas expositivas, seguidas de debate em sala baseado na leitura prévia de texto selecionado. No primeiro módulo, PARADIGMAS, serão levantados e debatidos alguns conceitos centrais que servirão de estrutura de pensamento e ação constituidores das leituras do próximo módulo. Ao final desta etapa, os alunos deverão sintetizar tais conceitos em fichamentos gráficos. No módulo EXPERIÊNCIAS serão apresentadas estratégias de percepção, leitura, apropriação e escritura do espaço urbano cotidiano na metrópole, seguido de documentação do mesmo. Estas aulas terão um caráter aberto, onde o envolvimento do aluno é primordial para o desenvolvimento da disciplina. Para finalizar, o módulo REFLEXÃO tratará do fechamento crítico de todos os assuntos discutidos em sala, que deverão ser transformados em um texto individual e reflexivo.


Data

CH

Conteúdo Apresentação da disciplina. Resgate dos conteúdos discutidos na disciplina PI 2, principalmente: Espaço Público, Apropriação, Tempo, Alteridade, Cotidiano e Infra ordinário. Novas questões: Cidade/Metrópole; Leituras Urbanas; Percepção; Documentação. ADO: leitura – NORBERG-SCHULZ, Christian. O Fenômeno do Lugar. In NESBITT, Kate (org.). Uma nova agenda para a arquitetura. São Paulo: Cosac Naify, 2006. (pág. 444 a 461). 2. Fenômeno / Corpo / Espaço x Lugar /.Sensação. Autor: Chistian Norberg-Schulz; Basilar: Martin Heidegger; Comensal: Lygia Clark. Aula expositiva e debate em sala do texto lido. ADO: leitura – BLOOMER, Kent. Cuerpo, memoria y arquitectura. Madrid: H. Blume, 1982. (cap. 4 e 5, pág. 43 a 56). 3. Percepção / Eu x Mundo / Háptico. Autores: Charles Moore e Kent Bloomer; Basilar: James J. Gibson; Comensal: Alejandro Ahmed e Cia Cena 11. Aula expositiva e debate em sala do texto lido. ADO: leitura – HOLL, Steven. Cuestiones de percepción, fenomenologia de la arquitectura. Barcelona: Gustavo Gili, 2011. (cap. 1, pág. 6 a 12). 4. Eu x Outros / Corporeidade / Território / Experiência / Incorporação. Autor: Steven Holl; Basilar: Richard Buckmister Fuller e Edward T. Hall; Comensais: Lygia Pape e Spencer Tunick. Aula expositiva, debate em sala do texto lido. Explicação do Experimento/Ação “TERRITORIALIDADE”. ADO: Execução da Ação TERRITORIALIDADE. 5. Entrega da documentação e debate da Ação TERRITORIALIDADE. Distribuição das zonas urbanas a serem narradas. ADO: primeira caminhada pela zona urbana determinada. Leitura – CARERI, Francesco. Walkscapes: O caminhar como prática estética. São Paulo: Gustavo Gili, 2013. (pág. 18 a 27). 6. Psicogeografia / Caminhar como processo de apreensão do espaço / Menir / Caminhar como narrativa. Autor: Francesco Careri. Aula expositiva e debate em sala de aula. ADO: leitura – BAUDELAIRE, Charles. O Pintor da vida Moderna. Belo Horizonte: Autêntica, 2010. (pág. 21 a 39 / 91 a 102). Reconhecimento e delimitação da zona urbana escolhida. 7. FLANAGEM: Cidade Banal / Afetar-se / Flâneur / Homem na Multidão / Trapeiro / Colecionador. Referencial: Charles Baudelaire / Walter Benjamin / Georg Simmel. Ação: Coleção de fragmentos urbanos / Caixa de Trapos. Aula de debate sobre os conceitos. ADO: Execução da Ação do Trapeiro / Colecionador. Leitura – CARVALHO, Flávio de. Experiência nº 2. Rio de Janeiro: NAU, 2001. (pág. 15 a 31). 8. PERAMBULAÇÃO: Cidade Inconsciente e Onírica / Perder-se / Estranhamento / Etnógrafo. Referencial: DADA / Surrealismo. Ação: Mapas Psicogeográficos. Aula expositiva e debate sobre os conceitos. ADO: Execução da Ação: Mapas Psicogeográficos. 9. PERAMBULAÇÃO. Mais possibilidades de representação de mapas Psicogeográficos. ADO: Execução da Ação: Mapas Psicogeográficos. 10. PERAMBULAÇÃO. Apresentação dos Mapas Psicogeográficos. ADO: leitura – JACQUES, Paola Berenstein (org.). Apologia da deriva: Escritos situacionistas sobre a cidade. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003. (pág. 62 a 66 / 87 a 91).

2

16/08

2

23/08

2

30/08

2

06/09

2

13/09

2

20/09

2

27/09

2

04/10

2

11/10

2

EXPERIÊNCIAS

09/08

PARADIGMAS

1.

Recursos Previstos#

Multimídia

Multimídia

Multimídia

Multimídia

Multimídia

Multimídia

Multimídia

Multimídia

Multimídia

Multimídia

D_1 ... 21

Programação das aulas e das atividades discentes orientadas*


25/10

2

01/11

2

08/11

2

15/11

0

22/11

2

29/11

2

06/12

2

13/12

2

EXPERIÊNCIAS

2

Multimídia

Multimídia

Multimídia Multimídia

FERIADO NACIONAL: Proclamação da República

REFLEXÃO

18/10

11. PERAMBULAÇÃO. Apresentação dos Mapas Psicogeográficos. ADO: leitura – JACQUES, Paola Berenstein (org.). Apologia da deriva: Escritos situacionistas sobre a cidade. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003. (pág. 62 a 66 / 87 a 91). 12. DERIVA: Cidade Lúdica / Jogar / Espetáculo / Situações e ambiências. Referencial: Internacional Situacionista e Guy Debord. Ação Projeto de Deriva e jogos. Aula expositiva e debate dos conceitos. ADO: Execução da Ação Deriva e jogos. 13. DERIVA. Apresentação das propostas dos jogos e situações. ADO: Execução da Ação Deriva e jogos. 14. DERIVA. Construção do Arquipélago Urbano de São Paulo (Naked City) na parede da sala. ADO: Edição e finalização do audiovisual da Ação Deriva e jogos. 15. DERIVA. Apresentação da Ação: Deriva e jogos. ADO: Finalização da caixa de trapos. 16. FLANAGEM. Apresentação da Ação: Caixa de trapos. ADO: Preparação do texto crítico e montagem e finalização do QUADRADÃO. 17. Apresentação e entrega dos textos críticos e do Quadradão. Encerramento da disciplina com finalização dos debates das três disciplinas de Projeto Integrado I, II e III.

Multimídia Multimídia Multimídia

18. SEMANA TCCs.

* ADO: Tem como objetivo propiciar e estimular ao discente o processo de ensino-aprendizagem autônomo, criativo, inovador, responsável e ético, para além do ambiente de sala de aula, por meio de exercícios de fixação; da leitura de textos referentes aos conteúdos ministrados nas aulas; da pesquisa em base de dados científicas, bem como em campo ou no mundo do trabalho e; do desenvolvimento de projetos de produtos ou serviços, contribuindo assim, para a ampliação e o aprofundamento dos temas abordados e o desenvolvimento de competências profissionais alinhadas ao componente curricular. Estas atividades podem ser realizadas em grupo, ou de forma individual, conforme sua natureza e indicação docente, para o melhor aproveitamento das mesmas.

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Para tanto, o professor disponibilizará um instrumento de orientação para elaboração da atividade, os quais serão postados previamente via Blackboard ou apresentados em sala de aula. O processo de acompanhamento da ADO ocorrerá conforme programação das datas, via plano de ensino, tanto para aplicação da ADO, bem como sua respectiva devolutiva.


Terceira parte e disciplina que encerra a trilogia “PI Cidade”, o PI 3, que tem como subtítulo “Leituras Urbanas”, é o momento de provocar os estudantes, após (re)conhecerem e entrarem na Cidade, simbólica e corporeamente, a elaborarem narrativas urbanas, narrativas fruto de uma incorporação da Cidade. Após o movimento pendular em PI 1 e PI 2 (reflexão e experimentação, respectivamente), este PI 3 condensa tal movimento dentro da própria disciplina. Refletir e experimentar, pensar e agir, ler e escrever. Narrar. Um campo propositadamente intenso de práticas pedagógicas que se preocupa com a “apreensão e compreensão do espaço urbano” (JACQUES, 2012) intimamente ligadas à presença e participação do corpo dos estudantes. Corpos distanciados das experiências urbanas, das leituras urbanas. Por isso, o objetivo da disciplina é cristalino: “Promover a investigação urbana por meio da abordagem de textos e experiências relativos à leitura da metrópole como fenômeno expressivo das alterações no espaço construído e suas consequências na vida cotidiana.” (Ementa da disciplina). Mas, quando se pensa em “Leituras Urbanas”, o mecanismo tradicionalmente relacionado a essa atividade é a análise2 do território urbano concretizada na forma de um “diagnóstico”, método “baseado majoritariamente em bases de dados estatísticos, objetivos e genéricos” (JACQUES, 2012, p. 34). Essa prática pressupõe que a cidade é um organismo vivo que está doente e precisa de um diagnóstico para ser tratada de forma eficiente. O diagnóstico tradicional é visto como uma análise prévia ao planejamento ou ao projeto urbano, e não já como parte deste, o que pode ser consequência do lema “Survey before the plan”, de Patrick Gueddes, um dos pioneiros a tratar do tema em “Cities in evolution”, de 1915. A análise diagnóstica se distanciou cada vez mais do planejamento, do projeto urbano e da própria ideia de Gueddes, extremamente complexa, de valorização da observação da cidade existente, com a criação dos primeiros observatórios de cidades e com as suas fantásticas exposições itinerantes de cidades. (JACQUES, 2012, p. 309-10)

Ou seja, a Cidade é observada, vista, lida de cima e de fora, a partir de mapas e tabelas cheios de números e cores, com informações filtradas e esterilizadas de quaisquer experiência concreta do corpo. O diagnóstico constrói uma imagem idealizada (apesar de revelar muitos dos “problemas”) da cidade, muito distante dos espaços praticados concretos da realidade (CERTEAU, 1994). O que se estabelece, então, no PI 3 é um campo de contrapartida a essa forma objetiva e acelerada (mesmo demorada) de ler a Cidade. A proposta é apresentar um caminho alternativo a esse processo hegemônico, anestesiador e pacificador dos dissensos típicos da presença do corpo que é empreendido pela estratégia diagnóstica do Urbanismo contemporâneo, tão preocupado com a transformação da cidade em algo inteligente, eficiente, espetacular, veloz, como um produto, uma marca. O que se quer é indicar o caminhar como um instrumento estético capaz de descrever e modificar os espaços metropolitanos que muitas vezes apresentam uma natureza que ainda deve ser compreendida e preenchida de significados, antes que projetada e preenchida de coisas. (CARERI, 2013, p. 32)

2 Mecanismo que os estudantes começam a se familiarizar através da disciplina de Desenho Urbano, linha formativa inaugurada neste momento do curso (3º período).

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Para isso, assume-se a questão trazida por Paola Berenstein Jacques, em seu livro “Elogio aos errantes”, de 2012, ao formular o “errante urbano”, o “urbanismo incorporado” e a “errantologia” como maneiras possíveis de encarar as leituras urbanas.


Ao vislumbrar as possibilidades e a potência de uma errantologia, poderíamos até mesmo pensar na figura de um urbanista errante, que se inspiraria em outros errantes urbanos e, em particular, em suas experiências narradas. Como vimos, essas pequenas narrativas errantes funcionam como um tipo de contraprodução de subjetividades, que embaralha um pouco algumas certezas, preconceitos e estereótipos de pensamento urbanístico. A experiência errática da cidade, como possibilidade de experiência de alteridade urbana, e as narrativas errantes, como sua forma de transmissão, podem, como já sugerimos, ser uma potente ferramenta de apreensão da cidade, mas também de ação urbana, na medida em que, ao tornar o lugar praticado, possibilita microrresistências dissensuais, capazes tanto de atuar na desestabilização de partilhas hegemônicas e homogêneas do sensível e das atuais configurações anestesiadas dos desejos, quanto de apontar para a prática de um urbanismo incorporado, que se insinua através da possibilidade de constituir uma outra forma de apreensão urbana, e, assim, um outro tipo de produção de subjetividade e de desejos, levando a uma reinvenção mais lúdica, sensorial e apaixonada das cidades. Contra o urbanismo espetacular hoje hegemônico, poderíamos pensar, a partir da ideia de incorporação, em uma prática mais incorporada do urbanismo, que consideraria as relações inevitáveis entre corpo e cidade, e cujo foco incorporaria também a carne, além da pedra e, principalmente, um engendramento entre ambas. A apreensão e compreensão da cidade pelos urbanistas errantes, ‘errantólogos’, tentaria ir além das cartografias censitárias, quantitativas e estatísticas, para seguir os passos e as práticas dos errantes urbanos, esses amantes encarnados das cidades, através de suas micronarrativas. Buscaria, assim, outras cartografias das experiências de alteridade corporais e mnemônicas, das práticas dos percursos, com suas táticas e ações, dos desejos e sensações que movem as construções de subjetividade. A apreensão e compreensão da cidade seriam então mais qualitativas, subjetivas, sensíveis, obviamente, mais corporais e incorporadas. O provocar e valorizar a experiência da alteridade na cidade, através da prática de errâncias – desorientadas, lentas e incorporadas, microdesvios da lógica espetacular dominante – e, sobretudo, das narrativas errantes (micronarrativas) e das cartografias corporificadas (corpografias) delas resultantes, pensadas como potências transformadoras, poderia nos ensinar, a nós, urbanistas e amantes das cidades, outra forma de apreensão e de compreensão urbanas, que buscaria instaurar um processo de incorporação – incorporação do corpo na cidade e da cidade no corpo – o que efetivamente nos levaria a uma reflexão e a uma prática mais incorporada do urbanismo, ou seja, a um urbanismo incorporado. (JACQUES, 2012, p. 307-9)

O livro, lançado no momento exato da formulação dessa disciplina, serviu, e ainda serve, como estrutura fundamental e acompanhante durante as caminhadas teóricas com os estudantes. Caminhadas que se iniciaram lá durante o PI 1, mesmo que de forma indireta, quase clandestina, e continuaram durante o PI 2.

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As práticas de experiências errantes apresentadas pela professora Paola coincidiam muito bem com as questões estruturadoras daquela alternativa subjetiva e corporal pretendida para as leituras urbanas. Resgatar os errantes elogiados por ela funcionou muito bem para apresentar aos estudantes algumas maneiras de constituir narrativas urbanas coerentes com as discussões iniciadas há um ano, no início da trilogia “PI Cidade”. A partir dessas questões fundamentais, a disciplina foi organizada em três momentos:


os paradigmas para a leitura urbana, as experiências de leitura urbana e a reflexão (narrativas) sobre as leituras urbanas. A cada uma delas, novos elementos conceituais são acrescentados, estabelecendo aquele movimento pendular mencionado anteriormente. No primeiro momento são apresentados e discutidos alguns exemplos conceituais que servirão para “modelar” o corpo anestesiado dos estudantes. Os paradigmas discutidos dão corpo e sentido ao discurso experimental que virá na sequência. É preciso estar com o corpo atento, preparado conceitualmente, para ir à Cidade e incorporá-la. Vários autores são apresentados e deles tomados alguns conceitos e explicações para se tornarem os ditos “paradigmas”. Para exemplificar tais dinâmicas, são apresentados ainda alguns artistas-antropofágicos e suas obras onde se percebem aplicações possíveis dos paradigmas. Tendo como resultado o corpo do estudante abalado e questionado, o segundo momento da disciplina provoca e solicita a experimentação de leituras urbanas “desorientadas, lentas e incorporadas”. A primeira experiência corporal do espaço urbano é a “territorialidade”, onde os estudantes se colocam imóveis, durante um determinado tempo, numa área movimentada do centro da cidade de São Paulo. Ficam lá, estáticos, vendo o tempo e a Cidade passar. Percebendo e sendo percebidos. Com essa experiência, cada grupo de estudantes recebe a incumbência de construir narrativas urbanas, via leituras propostas pelos “errantes de Paola”, de uma determinada área da cidade, mais tarde estabelecidas como os conhecidos arquipélagos situacionistas (Naked City, 1957, de Guy Debord). São flanagens, perambulações e derivas pelas ruas da região central de São Paulo. São leituras urbanas subjetivas, agenciadas por incorporações momentâneas de personas urbanas que condicionam ações lúdicas de: coleta e coleção de trapos urbanos (Caixa de Trapos), como O Trapeiro; a perambulação e o levantamento psicogeográfico do espaço e do tempo urbanos (Mapas psicogeográficos), como O Etnógrafo; e o enfrentamento lúdico às espetacularizações urbanas nos jogos e situações construídas (Deriva), como O Jogador. Leituras que são entendidas também como ação de elaboração dos espaços urbanos. Ao percorrer a Cidade, o estudante lê e escreve o território percorrido (CARERI, 2013). Experiências de narrativas urbanas. Narrativas urbanas, ou como prefere a professora Paola, micronarrativas (2012, p. 20) que são depois registradas e ilustradas livremente em um caderno artesanal, batizado de “quadradão” (30 x 30 cm), que é compartilhado, apresentado e debatido no terceiro e final momento da disciplina, como instante de reflexão (metaforicamente anunciado para os estudantes como um “olhar-se no espelho”).

Mapa “Arquipélagos Urbanos São Paulo” – turma 2014-01.

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Ao final do PI 3, particularmente, e do “PI Cidade”, como a grande disciplina, o estudante coloca-se perante todo o restante da turma e lê em voz alta um pequeno texto (média de 400 palavras) onde reflete(-se) sobre todas as experiências vividas perante a Cidade, desde o PI 1 até aquele instante. Vê-se perante a turma como um corpo incorporado de Cidade. Vê-se uma Cidade incorporada.


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QuadradĂŁo Camila de Campos, Jessica Pelegrinelle, LetĂ­cia Falco, Lorena Souza, Michelle Kamijo e Tatiana Moschetta


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FIM? Apesar de várias turmas já terem passado por esse processo “tripartido”, e as aulas já se converterem em “tradições” do curso de Arquitetura do Centro Universitário Senac, pouquíssimo se pode concluir dessas práticas pedagógicas que têm o Trapeiro como aura e rastro, quase que simultaneamente. Sim, percebe-se um amadurecimento sensível em cada um dos estudantes que assumiram as propostas3 dos PI’s. Percebe-se uma preocupação e atenção ao corpo nos exercícios de Projeto, tanto os arquitetônicos (PA’s) quanto os urbanos (DU’s). Percebe-se uma alegria na lentidão, nas pequenas ações, nas diferenças. Percebe-se um engajamento em discussões conceituais e reflexivas. Mas essas percepções são traiçoeiras, pois quem as percebe está buscando percebê-las, desejando-as. Além disso, muito pouco se conhece desses estudantes antes de iniciarem o curso, então seria muita pretensão condicionar todas essas mudanças exclusivamente à passagem pelas experiências propostas. Sem contar que estes estudantes não se dedicam unicamente aos PI’s, pois são várias disciplinas concomitantes no semestre letivo. O que poderíamos avaliar é a atuação destes estudantes perante a Cidade. Mas teríamos que esperar algumas décadas para constatar se esses indivíduos que passaram pelas experiências de leituras urbanas errantes (JACQUES, 2012) abririam caminhos na produção dos espaços urbanos para a execução e implementação de um urbanismo incorporado. Tempo.

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O que fica é o desejo e a semente.

3 Grande parte das práticas pedagógicas apresentadas e seus “resultados” podem ser vistos no projeto de documentação dos trabalhos dos estudantes, agrupados na página EMENUC (Experiências metodológicas e narrativas urbanas corporais), criada pelos estudantes Vitória Lacerda de Sousa Queiroz, Beatriz Prete Ramos, Jéssica Pelegrinelle Alves, Henrique Florentino Reis e Sabrina Ramos Silva, todos do programa de monitoria do Centro Universitário Senac. http://www.emenuc.tumblr.com/


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