ANO 01 EDIÇÃO 03 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Assim como no futebol, a automação residencial também é uma caixinha de surpresas. Através de pequenos, e cada vez mais populares, aparelhos é possível controlar iluminação, acesso e climatização. Tudo em nome da comodidade.
Entrevista: Elisa Volpato
Guia: Vinhos da Serra que você PRECISA provar
Estilo:
A loucura pelas unhas pintadas
Turismo: Férias na mansão
Futebol: O «fim» dos cariocas
tecnologia para a sa煤de, diagn贸sticos para a vida.
Bento Gon莽alves | Nova Prata | Veran贸polis (54) 3052 0606
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O CVD chegou a Bento Gonçalves trazendo uma moderna clínica de imagem, oferecendo serviços de ressonância magnética, mamografia digital e ecografia 4D. Contamos ainda com equipamentos de ponta, garantindo tecnologia na busca por resultados mais claros e precisos.
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ENTREVISTA / SPOTLIGHT
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Posso opinar no release?
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Novalle e Empório São João
Elisa Volpatto
MERCADO / MARKET ANATOMY
E a China? MÍDIA / MEDIA TALKING
NEGÓCIOS / BUSINESS
CAPA / FEATURED
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A bola da vez é a casa inteligente
Foto Vinícola Gheller Monte Azurro | Divulgação
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BONS VINHOS / GUIA 2011
Dicas para a sua adega TURISMO / GO THERE
Saint Andrews, Escócia Gramado QG DO ESTILO / STYLE
A moda das unhas IMIGRAÇÃO ITALIANA / SÉRIE PARTE II
A arquitetura da colônia CULTURA / !FKFK!
Cadê a cultura de quem faz a cultura?
Foto Samuel Ramos
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46 48 50
Foto Samuel Ramos
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TRENDLINE[MAG] . ANO01
SAÚDE / GOOD LIVING
Não deixe o frio congelar a sua forma
IMPEDIMENTO / FÚTBOL
O «fim» dos cariocas e dos uruguaios TELEFONE VERMELHO / CRT
Tempo demais, dinheiro demais
CAROS LEITORES Uma revista de tendências tem o dever de estar muito bem afinada com os temas que dominarão as pautas de domínio público. Assim, a cada três meses, tratamos de levantar assuntos que venham a pontuar o comportamento, o comércio e a economia em geral. Essa edição, a quarta que colocamos na rua (se somar a edição piloto, de número 0), chega com esse mesmo objetivo. Tentamos descobrir mais sobre a automação residencial e foi muito interessante verificar a grande quantidade de aplicações que a tecnologia oferece para nossos lares. Esse mercado, que está em amplo crescimento, deve se desenvolver bastante nos próximos anos, à medida em que os preços forem caindo e novos usos descobertos.
QUEM FAZ COLUNISTAS: Jarbas Gambogi e Alexandre Lattari - Mercado Financeiro Maria Cristina Frazon Telles - Fitness Marcos Beck Bohn - Crônicas Quéli Giuriatti - Estilo Janaína Silveira (Janajan.com) - Turismo Douglas Ceconello, Luís Felipe dos Santos e Iuri Müller (Impedimento.org) - Esporte Bretão André Luis Barros (MoinhoPub.com.br) - Cultura DIREÇÃO GERAL: Samuel Ramos - Reg. Prof. 11.388-RS
CONSELHO ADMINISTRATIVO: Caroline Boito Maurmann
Ainda não temos a menor ideia do que nos reserva a próxima edição, a de setembro. Só sabemos que comemoraremos, nessa data, nosso primeiro ano de Trendline. Não foi um ano fácil, como nenhum ano é fácil no começo de cada negócio, mas podemos nos orgulhar de ter alcançado uma resposta muito positiva junto aos nossos leitores e também de nossos parceiros comerciais. E na edição que antecede o aniversário de 1 aninho, só temos a agradecer a todos que contribuem para o nosso sucesso. Vem mais por aí. Samuel Ramos, o seu editor.
CONSELHO EDITORIAL: Marcos Beck Bohn
PROJETO GRÁFICO Diego Rigo (2tm.com.br)
DIAGRAMAÇÃO Samuel Ramos
REVISÃO Marcel Nogueira
Fale conosco: 54 3242 5793 contato@trendlinemag.com.br
PRÉ-IMPRESSÃO E IMPRESSÃO Coan Indústria Gráfica
PERIODICIDADE Trimestral
Próxima edição: Setembro 2011
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ENTREVISTA / SPOTLIGHT Por Marcos Beck Bohn *Jornalista, com Mestrado em Comunicação Transnacional e Mídia Global pelo Goldsmiths College, em Londres.
Elisa Volpatto, a mulher que é uma Graça Protagonista da série “Mulher de Fases”, exibida pelo canal por assinatura HBO, Elisa vive, na telinha, a personagem Graça. O papel que projetou a atriz para o cenário latinoamericano não mexeu com a sua simplicidade: a exclusiva que nos concedeu não teve fiscalização de assessor e nem restrição contratual. Aos 24 anos, a gaúcha de Nova Prata vive, em 2011, a sua primeira grande experiência na televisão. Não em escala nacional, mas continental: é a protagonista de um projeto que alcança toda a América Latina. Produzido pela Casa de Cinema de Porto Alegre e filmado integralmente na capital gaúcha, “Mulher de Fases” é o terceiro produto financiado pela HBO no Brasil, e o primeiro realizado fora do eixo Rio-São Paulo. O trabalho representa um momento de transição na vida de Elisa, registrado pela TL[mag] com exclusividade, em quase duas horas de conversa. O encontro aconteceu no café de uma livraria bacaninha de São Paulo. A única interrupção veio do garçom, perguntando se deveria trazer mais dois cafés. Daqui a algum tempo, no entanto, esse sossego provavelmente terá desaparecido. Não pela presença de um assessor a dosar perguntas e respostas (coisa que parece não combinar com ela), mas por pedidos de autógrafos e fotografias. Enquanto o principal objetivo de muitos é ficar famoso, isso é algo com que Elisa parece não se preocupar. Entende que o sucesso é uma consequência, que ela já administra com agradável maturidade, quase preferindo que um eventual momento de fama exacerbada demore um pouco mais a chegar. “Fiz uma publicidade aqui em São Paulo e até a caixa do supermercado me reconheceu! A televisão aberta é uma coisa muito louca, todo mundo vê.” Numa típica tarde de sexta-feira paulistana, com céu nublado, muito trânsito e temperatura indefinida, Elisa Volpatto revelou para os leitores da TL[mag] muito sobre a bela atriz que é – e que nunca teve dúvidas de que seu papel na vida é atuar.
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TRENDLINE[MAG] . ANO . 01
[mag] Você entrou no Instituto de Artes da UFRGS antes de ter experiência atuando para valer. De onde veio a certeza em ser atriz? Elisa Volpatto Queria fazer artes cênicas. Sabia disso há muito tempo. E meus pais sempre apoiaram. Eles não são artistas, mas são pessoas extremamente sensíveis. Meu pai é médico e minha mãe é professora, mas na minha casa sempre teve muita música, muito filme antigo, musicais. Nem sei bem como surgiu, mas eu tive essa idéia criança ainda: queria ser atriz. E nada me tirava da cabeça. Nunca tive essa dúvida que todo mundo tem, “o que eu vou fazer”? Esse dilema das pessoas eu nunca entendi, porque nunca passei por isso. [mag] A decisão foi bem aceita pela família? EV Meu pai apoiou totalmente, a mim e ao meu irmão [formado em música, também na UFRGS]. A partir do momento em que a gente escolheu, ele disse: “Então, vão a fundo nisso. Vocês sabem que é uma profissão não convencional e que vocês vão ter que batalhar muito”. Vivendo a profissão, a gente percebe. Não tem uma estabilidade o tempo inteiro. É difícil viver da arte. [mag] A mudança para Porto Alegre aconteceu naturalmente? EV Sim, fui para Porto Alegre para cursar a UFRGS. Minha irmã e meu irmão já estavam lá, e fui morar com eles. Em Nova Prata não tinha curso de teatro, mas eu fazia tudo que era relacionado à arte. Fazia balé, coral, flauta doce, piano, inglês também. Todo esse aparato, tudo que se podia fazer, eu fazia lá.
Aos 24 anos, Elisa Volpatto já é uma afirmação na cena cultural brasileira. O talento e a sagacidade da atriz devem fazer de «Mulher de Fases» o primeiro de muitos outros trabalhos de grande destaque.
FOTO FÁBIO REBELO
FOTO ARQUIVO PESSOAL
A participação no Centro de Tradições Gaúchas, o CTG, integra as atividades da família Volpatto. Na foto, Elisa, então com quatro anos, posa ao lado da irmã, Marina. Teatro fui fazer na faculdade. Piano... Se bem que fiz só um ano de piano, meio que abandonei. [risos]. [mag] Uma pergunta clichê, então. Se você não fosse atriz...? EV Sempre pensei em fazer outras coisas “também”. Ser atriz e também fazer alguma outra coisa. Se não fosse atriz, acho que seria cantora ou bailarina. Isso meio que anda junto... Cantei muito tempo em CTG (Centro de Tradições Gaúchas), fiz coral, aula de técnica vocal, investi na coisa do canto. E dançava, danço jazz até hoje.
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[mag] Por exemplo? EV A coisa da comunidade, do trabalho em grupo. Que também tem no teatro, mas no CTG é uma coisa muito bonita, um trabalho voluntário, porque ninguém ganha nada para estar lá. Tu vais dançar, tem ensaio. O CTG promove um churrasco? Vão todos os pais ajudarem a servir, a fazer a comida. E isso não existe mais hoje. As pessoas fazem uma coisa em troca de outra. E isso é uma coisa que perdura em todos os CTGs. Tem gente que nem acredita que as pessoas façam isso.
[mag] Fale mais sobre o CTG.
[mag] Você está há sete meses em São Paulo [a entrevista foi feita em abril]. Como é olhar para Nova Prata e Porto Alegre daqui?
EV Tenho muitas saudades. É uma das coisas mais lindas que já vivi. Meu irmão tocava, minha irmã dançava e eu cantava. Íamos para os concursos, as invernadas, os festivais internacionais de folclore. Conhecemos gente de todo canto. Fazia tertúlia, um declamava, outro cantava, alguém dava uma trova, era riquíssimo! Passávamos noites ao redor do fogo de chão. E os meus pais acompanhavam muito. Dos doze aos dezessete anos participei disso, e tem valores que eu levo que vieram do CTG.
EV Tenho muito carinho por Nova Prata e Porto Alegre, são os lugares onde eu me fiz e onde tenho todas as minhas referências. Hoje não teria como viver lá por causa do meu trabalho, mas olho com respeito e com carinho.Nova Prata é uma cidade linda, do interior. Acho linda a maneira como as pessoas vivem lá, conseguem comer coisas orgânicas, coisas até que plantam nas suas casas. Minha avó planta alface até hoje. Eles vivem uma vida tranquila, não têm pressa para chegar nos lugares. E chegam rápido, se precisar.
TRENDLINE[MAG] . ANO . 01
[mag] E como você se sente enquanto gaúcha vivendo em São Paulo?
[mag] Conta um pouco dos primeiros tempos por aqui...
EV O gaúcho tem muito uma cultura de trabalhar, uma coisa parecida com São Paulo. E o italiano ainda mais. “Il lavoro” é uma dignidade. Nunca tive preguiça de trabalhar. Sempre fui atrás. E, com a educação que tive em Nova Prata, se eu nem passasse por Porto Alegre, já me sentiria com coragem e apta para vir para São Paulo. Nunca me faltou nada, mas sempre soubemos muito bem o valor das coisas. Essa visão de que temos as coisas porque a gente trabalha.
EV Logo que cheguei, senti um pouco de vazio. É uma cidade que oprime um pouco, é muito grande, muita gente, muitas coisas acontecendo. Tu ficas um pouco assim “o que estou fazendo aqui?”. Isso foi no começo, até eu entender bem onde estava, a geografia, que ônibus pegar. Depois, estabilizou, comecei a conhecer mais pessoas, o que me deixou mais tranquila, me senti mais acolhida. E, hoje em dia, já é o meu lugar. Gosto de voltar para cá. Porto Alegre já não é mais o meu lugar. Foi, mas por um momento bem específico. E foi muito legal. Mas, agora, é aqui. Tem a dificuldade de tudo levar mais tempo para chegar nos lugares, tu precisas te programar com uma hora de antecedência, ou mais, e tem o trânsito.
Tenho a lembrança da minha mãe falando, quando a gente voltava da praia, das férias: “Agora, é trabalhar de novo! É recuperar!” Tive uma educação muito linda em Nova Prata. Essa coisa da cidade pequena, todo mundo se conhece. É uma visão muito bonita. Quando cheguei em Porto Alegre, já senti um pouco a frieza da grande cidade, onde as pessoas são mais anônimas.
Sem falar na coisa da programação cultural, está sempre acontecendo muita coisa. E isso me dá uma ansiedade! Fico louca, tão ansiosa, que eu paraliso, e não faço nada às vezes.
E, aqui em São Paulo, mais ainda. Mas acho muito bom levar isso na essência, porque conheço pessoas que não tiveram esse tipo de educação e levam a vida de outra maneira, são mais duras.
[mag] O Zé Simão [colunista da Folha de S. Paulo] é que diz, o bom de São Paulo é ter três mil coisas para fazer, mas ficar em casa...
FOTO ARQUIVO PESSOAL
EV Realmente fico ansiosa, tu ficas querendo ver tudo, mas tu não vais ver nem a metade! Claro, ao mesmo tempo, isso é maravilhoso! Ter a opção de ir a todas essas coisas. Porque algumas só chegam a São Paulo, ou chegam primeiro a São Paulo. Acho fantástico estar na cidade onde tudo está acontecendo, a teu alcance. Sempre quis vir para São Paulo, a ideia era fazer isso logo que terminasse a faculdade, em busca de oportunidades melhores. Mas “Mulher de Fases” surgiu logo depois que me formei, em agosto de 2009. Primeiro, surgiram os testes, e deu tudo certo. A partir disso, tinha que fazer toda a preparação, e as gravações seriam de janeiro a abril de 2010. Então, fiquei em Porto Alegre até terminar a série. [mag] Vamos falar um pouco sobre a série. EV É uma co-produção com a Casa de Cinema. O financiamento vem da HBO, mas a Casa de Cinema montou a equipe. Além de ser a primeira vez fora de Rio e São Paulo, é a primeira vez que investem numa comédia. Queriam inicialmente lançar no final de 2010, mas tinha eleições, Copa do Mundo.
O balé foi uma das atividades artísticas de Elisa.
Eles acharam que seria perigoso lançar com tantas outras informações circulando. E aí resolveram lançar no primeiro semestre de 2011. TRENDLINEMAG . NO . 03
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O irmão Lucas fazia parceria com Elisa nas apresentações artísticas durante os festivais tradicionalistas.
FOTOS ARQUIVO PESSOAL
EV Para a gente é muito louco, porque faz um ano que a gente gravou. Vivemos muitas coisas depois disso.
[mag] Qual a técnica para tirar essa nossa oscilação da fala? EV Tu sabes que eu acho natural? Não é um problema. Eu não tento falar que nem paulista. O “bá” eu falo sempre. Aí, eu me denuncio. [Risos.]
[mag] Os atores são todos gaúchos?
[mag] E na interpretação, é ainda mais fácil?
EV Tem atores gaúchos, daqui de São Paulo e do Rio de Janeiro. A maioria vem do teatro, e é um pessoal muito talentoso. Acho que um dos trunfos da série é que não tem ninguém global, ninguém conhecido. Tem atores incríveis, novos rostos.
EV Vai ao natural. O fato de estar interpretando outra pessoa facilita. Para mim, não é uma dificuldade eliminar o sotaque. Tenho amigos atores que estão tendo mais dificuldade, estão se policiando muito. E eu não tenho sentido isso. Às vezes, me falam que nem parece que sou gaúcha.
[mag] Não é estranho ver o trabalho no ar tanto tempo depois de gravado?
[mag] Houve alguma preocupação em padronizar de alguma forma o jeito de falar de vocês?
[mag] Isso é uma vantagem profissional?
EV Foi mesmo uma misturança de sotaques! Mas não teve essa preocupação de universalizar.
EV Totalmente. Quero me policiar para não deixar isso [o sotaque] me atrapalhar.
Eu usei “você”, mas porque ficaria um pouco estranho, quase todo mundo falando “você”, e a personagem principal falando aquele “tu” meio gritado. Foi opção minha, ninguém me impôs.
[mag] No “making of” da série, um integrante da equipe de produção comenta sobre a personagem principal, que assume diferentes personalidades a partir da personalidade original dela. Como vocês chegavam a gravar cenas de três episódios no mesmo dia, ele se impressionou muito com as mudanças que você fazia como intérprete. Era sossegado fazer isso?
[mag] Já não se percebe muito o gauchês quando você fala... EV É que não gosto muito quando vejo uma coisa que não está localizada em Porto Alegre, ou no Sul, em que grita muito aquele sotaque. Isso porque, em tese, a história é universal. Amenizei um pouco, porque também não gostaria de fazer uma coisa que não gosto de ver.
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EV Não, é difícil. Requer uma energia. Como a Graça se modificava também de acordo com os caras com quem se envolvia, eu tinha que estar muito atenta ao que cada ator propunha, para fazer a mudança de acordo com eles. E a gente não teve tanto tempo de ensaio, então essa criação meio que aconteceu durante a filmagem.
É claro que a mudança física ajuda muito a dar essas nuances. Roupa, cabelo, maquiagem. Mas era um trabalho diário de muita concentração. E a gente realmente filmava cenas de três episódios diferentes no mesmo dia. Isso é coisa de cronograma, não tem o que fazer. Tem que ser feito. [mag] E quando caiu a ficha de ser protagonista de uma série exibida na América Latina inteira? EV É o maior projeto de que já participei. Quando caiu a ficha, comecei a perceber que tinha muitas pessoas, muito dinheiro envolvido. E aí pensei: e se acontecer alguma coisa, se eu ficar louca, ou se me der alguma coisa, algum “tilt”? Logo falei com a produtora, para ela ficar a par dessa minha preocupação. Isso foi antes de começarem as filmagens. Ela disse: “Tu vais ter tudo o que precisares.” Mas, realmente, meu trabalho é uma coisa antes e uma coisa depois de “Mulher de Fases”. Porque nem estreou e já surgiu um monte de coisa legal [a série estreou três dias depois da entrevista]. De alguma maneira, vai mudar. Muita gente vai ter acesso ao meu trabalho, é uma projeção grande. [mag] A impressão é que você não sente o peso da camisa... EV Olha, se eu estiver trabalhando num filme micro ou numa série da HBO, a minha postura vai ser a mesma. É trabalho igual. E, vale falar, é uma coisa que vem dos meus pais. É da educação, são as minhas referências. [mag] Nesse momento, você está justamente degustando esse processo de mudança na sua estatura como atriz. Como você se sente? EV Fico um pouco ansiosa. Já estou. Fico pensando no próximo trabalho que quero fazer. Gostaria de fazer cinema, um longa, coisa que não fiz ainda. E adoro cinema brasileiro. [mag] Vamos fazer uma projeção. Para daqui a três meses, quando a revista estiver na rua e a série estiver terminando, e também para daqui a um ano. O que você vê em termos de carreira? EV Espero trabalhar muito. Estou num momento de mostrar a cara, mostrar meu trabalho. Por isso também é que vim para São Paulo. Aqui o ritmo é alucinado, todo mundo tem um objetivo, e era o que eu queria. Não quero passar a vida inteira em São Paulo, mas agora é o melhor lugar em que eu poderia estar no Brasil. Quero trabalhar com diretores legais e, por mais que possa soar arrogante, quero poder escolher os trabalhos que quero fazer. Quero poder recusar uma coisa que eu ache que não vá acrescentar à minha carreira. Espero realmente sempre poder escolher projetos bacanas e coisas que valham a pena.
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MERCADOS / MARKET ANATOMY Por Jarbas Gambogi* mercadoemquatrodimensoes.blogspot.com * Diretor de mercado de capitais em diversos bancos de investimentos; Diretor de Finanças Internacionais da FIESP em 1999; atualmente Gestor Independente de Carteiras registrado na CVM.
A economia do Dragão e o mercado do samba Tem tudo para dar um samba um pouco desafinado. A China terá pela frente sérios problemas: um grande volume de empréstimos inadimplentes, bolha imobiliária e uma crescente insatisfação social. Enquanto o País mais capitalista dentre os comunistas tenta desenvolver seu mercado interno, deverá desafinar um tanto. Quem agradece (ou reclama) sobre a invasão dos manufaturados chineses no comércio global está, mesmo sem saber, falando da obra de Deng Xiaoping, sucessor de Mao Tsé-Tung. Afinal, foi ele quem iniciou a transformação da economia chinesa, fortemente centralizada até o fim da década de 70, em um modelo aberto às regras de mercado, mas que ainda se mantém sob rígida supervisão estatal.
A leste a chuva é mais abundante e ali se concentra 75% da população chinesa, em uma área que corresponde à metade dos EUA. Está aí também a pequena região agriculturável da China, país que possui a segunda menor área arável per capita do mundo (ganhando apenas do Japão). A oeste da isoieta chove menos, o padrão de vida é muito baixo e a presença da etnia Han é minoritária.
A estratégia de crescimento baseada em incentivos e subsídios à industrialização e em um modelo mercantilista elevou a China ao patamar de superpotência econômica. Em 2010 o país se tornou a segunda maior economia do mundo. Porém, por trás de números reluzentes, o DNA da China é marcado por instabilidades e convulsões sociais que acarretaram um elevado custo para a sua população.
Os surtos de crescimento na China ocorrem nas regiões próximas à costa, motivo de tensão social no interior. Atualmente não tem sido diferente. A etnia Han que habita o coração do país não tem colhido os benefícios de seus pares da costa: não existem programas de proteção social e o grau de insatisfação é enorme.
Os 1,3 bilhões de chineses que habitam a Terra do Dragão formam uma colcha de retalhos étnicos. A etnia dominante, Han, conhecida no Ocidente como os chineses, é identificada na figura ao lado pela cor marrom. Na região norte o idioma falado por essa etnia é o mandarim, no sul o cantonês. Embora apresentem a mesma escrita, a pronúncia é completamente diferente. Os dialetos das outras etnias são incompreensíveis para as demais. O mapa ao lado também demonstra um item de importante significado demográfico. A linha preta, que corta a China de cima a baixo, demarca a isoieta. Ao redor dela, se localizam os pontos de igual precipitação de chuvas (15 polegadas).
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STRATFOR CONSULTORIA A isoieta, representada pela linha preta, não apenas demarca os pontos de igual distribuição de chuva, mas também pontua as áreas de maior concentração da população chinesa.
Ciente de que os períodos de crescimento econômico sempre geraram tensões sociais, Mao Tsé-Tung, com o emprego do sedutor discurso do igualitarismo, optou pelo nivelamento da riqueza por baixo, ou seja, pela pobreza como maneira de reunificar um país fragmentado após a II Guerra. Seu sucessor, Deng Xiaoping, apostou no sentido inverso, opção que tem sido mantida até os dias atuais. O forte crescimento chinês, desde então, tem sido ancorado em investimentos massivos de capital bruto. Se no PIB brasileiro esse item raramente passa de 20%, na China tem sido mantido acima de 35%. Atualmente gira em torno de 50%. Esse alto valor de investimento ainda é reflexo da crise mundial de 2007/8, quando o governo chinês adotou uma política fiscal pró-ativa, uma política monetária frouxa, um pacote de estímulo econômico de quase U$ 600 bilhões para estimular o consumo doméstico, um pacote de redução de impostos em torno de U$ 75 bilhões e determinou aos bancos que abrissem as comportas do crédito.
Após uma breve pausa no 1º trimestre de 2010, quando a taxa de crescimento caiu para 6,2%, as medidas implementadas resultaram no retorno da taxa de dois dígitos um ano mais tarde. O que esses dados não mostram, contudo, é a dependência da economia chinesa em relação ao comércio exterior. Cerca de 60% do PIB chinês depende do comércio global – no Brasil e nos EUA esse percentual é de pouco mais de 20%. Os suntuosos investimentos, oriundos do pacote de re-estímulo, trouxeram consigo um número preocupante de empréstimos problemáticos (NPL´s – non performing loans), resultante da opção adotada após a crise em 2007/8. Há muita controvérsia sobre o tamanho da encrenca, entretanto diversas fontes indicam que o percentual não é distante do atingido no final da década de 90, quando os NPL´s chineses atingiram cerca de 50% do total dos empréstimos e 40% do PIB chinês. A crise foi evitada com subsídios ao setor bancário. Hoje, o quadro da economia mundial é muito diferente. A economia chinesa cresceu e é a segunda maior do planeta, e seus problemas aumentaram na mesma proporção, de maneira que será difícil esperar que a solução dos anos 90 obtenha o mesmo êxito. Para piorar, a purgação dos excessos deve pegar os Tesouros com as calças na mão, já sem bala na agulha para novos pacotes de salvação. Uma nova recessão mundial seria consequência natural, bem como a permanência de perspectivas negativas para a economia mundial por um longo período.
FOTO MICHAEL CHRISTOPHER BROWN FOTO CADRONEN
Acima, Ordos, a cidade projetada para um milhão de habitantes que se encontra vazia. Abaixo, o New South China Mall: com 892 mil m² e 2.350 lojas, possui cerca de 90% do espaço sem ocupação.
Sensível aos problemas citados, o governo chinês planeja a transição do modelo mercantilista para outro mais dependente do consumo interno. Contudo, para que haja a transição do modelo será necessário retirar os subsídios concedidos aos bancos e ao setor industrial e transferir renda para as famílias. Um futuro aumento do nível de consumo no mercado interno da China seria muito benéfico para o Brasil. A China já é uma grande parceira comercial, sobretudo na importação de alimentos e produtos in natura, e a ampliação do mercado consumidor dentro do País do Dragão deverá impulsionar ainda mais os nossos números, quem sabe evoluindo para bens com maior valor agregado. Esta é a notícia boa, mas ela se situa distante no tempo e a transição do modelo poderá não ser suave. A notícia ruim é que dificilmente a China escapará de uma recessão antes de completada a transição do modelo exportador para o consumidor.
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PAPO DE MÍDIA / COMUNICATE Por Lucinara Masiero* lucinara@conceitocom.com.br * Asessora de Comunicação e diretora da Conceito.com
Quando a pauta não «se vende» Você já trabalhou com um Assessor de Imprensa? Ele é o seu canal de contato com jornalistas que trabalham nas redações dos sites, jornais, revistas, canais de televisão e emissoras de rádio. É ele quem informa, direciona, sugere, instiga e responde para e sobre sua empresa perante os veículos de comunicação. Um trabalho nada fácil, mas que sempre pode ficar mais difícil. Quando uma empresa, entidade ou pessoa física quer divulgar um produto, um evento ou uma ação logo pensa em contratar uma assessoria de imprensa. O que nem todos sabem é que nesse tipo de serviço não existe fórmula mágica. Aliás, o assessor de imprensa depende de tudo e de todos, desde o próprio cliente - aquele que, pressupõe-se, deve fornecer todas as condições para que o trabalho seja desenvolvido satisfatoriamente, até o jornalista, de redação, que se interesse pelo fato. Jornalisticamente falando, dependemos da notícia, sua relevância, riqueza de conteúdo e abrangência e do jornalista em aceitar a sugestão de pauta. Assim, criamos uma rede de relacionamentos onde a confiança é o principal ingrediente. Apesar de não sermos repórteres, detemos acesso direto a informação e quando isso é levado a sério faz toda a diferença. Com relações abertas, sem entraves, fica muito mais fácil construir uma imagem positiva, saudável, forte e duradoura. Por outro lado, empresas fechadas, que não investem em relacionamento, são sempre vistas com desconfiança. E não basta comunicar, é preciso agregar valor à informação. Se o conteúdo não fizer sentido para o público alvo, então também não fará sentido manter uma estratégia de comunicação na organização. E como executar tudo isso? Técnica ou bom senso? Inteligência ou perspicácia? Sensibilidade ou padronização? Agilidade ou cautela? Diria que tudo isso e um pouco mais, tal como, por exemplo, força editorial. E, claro, sorte. Muita sorte. 20
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Poderíamos elencar outras atitudes e comportamentos que mesmo assim nunca chegaríamos a uma receita pronta. É também por isso que o papel do assessor de imprensa deixou de ser uma especialidade para se tornar multifuncional. A rapidez da informação, as novas necessidades, as mídias sociais, enfim, o mundo mudou e junto com ele as formas de se comunicar. Não basta redigir excelentes releases, é preciso saber conquistar credibilidade, trabalhar no acesso e preparar as fontes. Muitas vezes também precisamos redigir releases nada atrativos, sem novidade alguma. Nesta hora sabemos que o retorno será mínimo. Nem tudo é notícia, nem tudo rende uma bela reportagem. E ainda tem quem diga que pauta se “vende” sozinha. É preciso entender que mesmo que um jornalista participe de uma coletiva ou faça uma entrevista isso não significa que será algo publicado a respeito. O objetivo estratégico não é simplesmente sair em algum veículo de comunicação e sim divulgar corretamente sua empresa ou seu produto ao público que interessa. Boas notícias exigem, sim, estratégias. Ah, e, por favor, chega de pedir para ler a matéria antes da publicação ou ditar declarações ao jornalista. Cada macaco no seu galho! Vivemos cada dia gerenciando crises. E a primeira coisa que as empresas fazem nessa hora é cortar ‘comunicação’. É preciso repensar o modo de ser e agir, tarefa nada fácil, mas essencial. Hoje não há mais tolerância. É preciso se adequar a esta nova realidade para criar novas perspectivas e, quem sabe, maior visibilidade, empreitada que não dispensa o assessor de imprensa.
Se você NÃO gosta de ler sobre Fofoca Novelas / BBB Releases Material copiado da internet Horóscopo Imprensa rosa Imprensa marrom Sensacionalismo Fait Divers
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NOVOS NEGÓCIOS / BUSINESS TRENDS Por Redação Trendline [mag] redacao@trendlinemag.com.br
Novalle, no Vale!
FOTOS EVANDRO SOARES
Uma boa ideia, em geral, é aquela tão óbvia, mas tão óbvia, que somente é enxergada (e executada) por alguém que enxerga mais longe. E foi exatamente isso que fizeram as gurias da Módulo Comunicação & Eventos, ao inaugurar, em pleno Vale dos Vinhedos, Bento Gonçalves, um espaço chiquérrimo para eventos: o Novalle. O local conta com salão principal, com capacidade para até 220 pessoas, acessibilidade completa, lounge, deck envidraçado - com uma vista para o Vale que é de chorar -, gazebo com pergolado para cerimônias externas, espaço aberto para colocação de toldos e cozinha estruturada para receber os buffets. A sacada do espaço foi tão bem aceita na região que o Novalle recém inaugurou e já está com agenda lotada para o fim do ano, além de já ter reservas para eventos sociais e corporativos em 2012 e 2013. Pa r a c o n s u l t a r i n f o r m a ç õ e s a d i c i o n a i s : Fone: (54) 3055 4032 www.espaconovalle.com.br
Vem aí o Empório São João É sábado. Ou domingo. Em Nova Prata. E você acorda tarde, louco para fazer um rango, e o único lugar aberto para fazer uma boquinha é a «crássica» lancheria da cidade, onde são servidos os melhores ovos em conserva que o dinheiro pode comprar. Não mais! No fim de julho abre o Empório São João. Misto de bistrô, wine bar, armazém e atelier de artesanato, pretende oferecer um lugar bacana para o happy hour sagrado de nosso dia (com espumante, cervejas especiais e artesanais) e também servir late brunchs e pequenas refeições. Assim, você que acorda às 14h no domingo, após um Moinho pegado, vai poder, finalmente, almoçar sem precisar sair da cama às 11 da madrugada. Outros diferenciais: um armazém, que se dedica exclusivamente aos produtos locais e regionais e o atelier de artesanato. Coisa colonial MESMO. Onde fica? Av Adolfo Schneider, 227 - Centro - Nova Prata - RS - Fones: (54) 3242.1331 - (54) 9908.5160
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ANEXO / MISSING POINT Por Redação Trendline [mag] redacao@trendlinemag.com.br
Complementando... Na edição passada, fizemos uma bela matéria sobre locais que oferecem degustação de cervejas artesanais. Lamentavelmente deixamos de citar dois lugares interessantíssimos, que com certeza valem uma visita. O primeiro deles é o Doppio Malto, em Bento Gonçalves. Localizado no bairro Planalto, bem atrás do Dall’Onder Grande Hotel, o pub conta com mais de 100 rótulos de cervejas artesanais, premium e importadas e dispõe de um ambiente muito descolado. Desde a inauguração, que ocorreu em abril, se tornou um ponto disputado para degustação de produtos especiais. No cardápio, além das cervejas, petiscos, salgados e trufas (para adoçar a vida). Visite: Rua 15 de Novembro, 122 B. Planalto - Bento Gonçalves - RS Fone: (54) 9917 6105 www.doppiomalto.com.br
Outro pub bastante disputado da Serra Gaúcha, especialista em cervejas especiais, é o Bier Haus Bar e Armazém, de Caxias do Sul. Localizado dentro do novo perímetro da boemia caxiense, a cerca de 5 minutos do agito noturno da Estação Férrea, no bairro São Pelegrino, o Bier Haus se orgulha por oferecer um impressionante número de rótulos de cerveja - cerca de 250 -, o que o coloca como provável número um no Estado na variedade oferecida. Além das boas brejas, o pub também conta com apresentações regulares de música ao vivo, em especial de rock e soul, sendo, inclusive, berço de lançamento de muitas bandas de destaque da região a Banda Disco é o exemplo mais recente. Passe por lá: Rua Tronca, 3068 B. Rio Branco - Caxias do Sul - RS Fone: (54) 3221.6769 www.bierhaus.com.br
TRENDLINEMAG . NO . 03 FOTOS SAMUEL RAMOS
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CAPA / FEATURED Texto e fotos de Samuel Ramos* samuel@trendlinemag.com.br * Jornalista e editor da TL[mag]
Em casa, tudo sob controle Automação das residências cresce ao oferecer conforto, comodidade e segurança. Para todos os gostos.
Então você chega em casa, cansado depois de um dia de labuta no escritório, afinal depois que as empresas adotaram a palavra meta como sinônimo de EMPREGO, acabou a moleza e os dias de cafezinho até às 18 horas ficaram para trás. Aí você entra na sua residência, colocando a impressão digital na fechadura da porta, e um oásis se revela: banheira de hidro cheia - no ponto ideal -, climatização do ambiente perfeita e persianas em meia luz. Tudo isso porque enquanto seus amigos mordiam a testa de raiva com o tráfego parado da hora do rush, você mandou um comando via SMS, através do seu celular, para que a sua casa estivesse pronta para tirar dos seus ombros a meia tonelada acumulada durante o dia. Parece interessante? Pois é esse o maior apelo oferecido pelos serviços de automação residencial: transformar a sua casa num templo sagrado de adoração ao ócio, em que a simples menção da palavra trabalho seja punida com sessões de chibatadas, com bambu embaixo das unhas e trilha sonora de música sertaneja.
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Tamanha sofisticação e comodidade está ganhando cada vez mais adeptos. E além de caber em diversos tipos de bolso, também envolvem uma gama cada vez mais complexa de possibilidades: vídeo, áudio, climatização e iluminação já viraram commodity. Ou, conforme resume Paulo Alves, gerente comercial da Home & Tech, de Caxias do Sul, «Qualquer equipamento que seja ligado na luz elétrica pode ser automatizado. Se você acorda todo dia às 7 da manhã e quer levantar com o café pronto e a torrada feita basta criar uma programação para que isso aconteça». Paulo Alves, da Home & Tech.
Sistemas de controle de iluminação e de persianas estão entre os mais populares, permitindo regular cada ambiente de acordo com diferentes cenårios e necessidades.
E quanto custa a brincadeira? Como em qualquer proposta comercial que envolva um grande número de possibilidades, a resposta para o investimento total da automatização é: depende. Existem diferentes sistemas, que executam diferentes tarefas e, obviamente, os preços acompanham o alcance de cada um. O módulo mais simples, que controla apenas a iluminação (até doze pontos), fica na faixa dos R$ 3 mil, mais o custo do projeto (em torno de R$ 2 mil). Já se você preferir colocar o controle das persianas junto com o da luz a conta sobe para uns R$ 7 mil + projeto. Se você quiser a experiência completa, que envolve automação de tomadas, acionamento de comandos via internet/SMS ou telefonia, com controle total de todas as funções da sua casa, prepare-se para investir entre R$ 20 e R$ 70 mil. O módulo mais completo possui muitos diferenciais, que vão além da simples automatização em busca de comodidade. Envolve opções de segurança, tais como acionar as luzes da casa via SMS, trancar determinados cômodos, avisar algum familiar se houver movimentação estranha for detectada no pátio e ainda obter relatórios completos de presença via email. «Você pode ganhar praticidade acionando equipamentos domésticos que estejam ligados à luz elétrica, mas também dispõe de importantes itens de segurança. É possível monitorar o nível do monóxido de carbono na garagem, o nível de água nos cômodos - para prevenir inundações -, controlar o portão de acesso através da leitura automática da placa do carro e também programar a fechadura biométrica para executar diferentes funções, de acordo com a impressão digital lida» explica. É possível, por exemplo, fazer com que ao passar um dos dedos a porta seja aberta ao mesmo tempo em que tranca o cômodo do cofre e aciona a polícia ou um grupo que preste serviços de segurança. E também é possível programar para que o outro dedo abra a porta, ligue as luzes, baixe as persianas e ligue o som, para os dias em que você chega bem acompanhado.
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O limite de combinações do sistema completo de automação é realmente surpreendente. «Ele trabalha com o que chamamos de pulsadores, tudo que funcione com motor elétrico pode ser controlado», reitera. Câmeras de segurança, ar condicionado, banheiras, calefação, cinema e som são apenas as opções mais simples. Os chamados pulsadores também podem funcionar como sensores que programam atividades de acordo com o horário ou através da identificação de movimento nos cômodos. «Se o seu filho costuma acordar à noite para ir ao banheiro, você programa o sensor para ligar automaticamente as luzes que estão no trajeto do quarto até o toalete. Assim que ele voltar para a cama, as luzes apagam. Da mesma maneira, você pode programar a cafeteira, a tostadeira ou a máquina de pão para deixar o café da manhã pronto, no horário desejado, e ao sair da cama encontrar tudo pronto para começar o dia», resume. E a conta de luz? Com tanta coisa ligada na rede elétrica, a questão direcionada ao Paulo foi: e a fatura da luz, sobe? Segundo ele, não! «Na verdade, monitoramos uma redução de até 30% no consumo de energia dos projetos instalados. Aconselhamos o uso de lâmpadas dicroicas e elas automatizadas usam, em média, apenas 70% da sua capacidade, e daí vem a economia», ensina. Paulo também explica que nos projetos de automação as lâmpadas são ligadas e desligadas de maneira progressiva, fazendo com que tenham uma durabilidade muito maior do que se estivessem ligadas em uma delas por um interruptor comum, sem o uso de um dimmer. No caso dos módulos automatizados, o dimmer é acionado de maneira suave, fazendo com que as lâmpadas durem muito mais. Os sensores de movimento também impedem que luzes acesas sejam esquecidas em cômodos vazios. Tá, mas e se faltar luz? Nesse caso, o Paulo nos explicou que existem condicionadores de energia que mantêm todo o sistema de inteligência residencial funcionando normalmente, pelo prazo de até 48 horas.
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Preços em queda, uso em ascenção A tendência de opção por sistemas de automação residencial, também conhecidos por ‘casas inteligentes’, tem crescido no país na mesma proporção em que os preços caem. «Nos últimos anos registramos uma redução de cerca de 30% nos produtos e módulos. A tendência é que continuem caindo», avalia. A evolução dos equipamentos também barateia o preço da comodidade, visto que muitos deles já dispensam obras no ambiente, pelo fato de virem sem tantos fios, como eram os das primeiras gerações. Com os preços em queda, abre-se o apetite para que mais e mais residências invistam em tecnologias de automação. «Nosso maior mercado hoje é o do residencial, é o que mais cresce. E não só aqui no Estado, de acordo com a Aureside (Associação Brasileira de Automação Residencial), mais de 200 mil casas passaram por algum tipo de instalação automatizada no ano passado, número que com certeza será superado em 2011", pondera. E engana-se quem pensa que tudo se resume a disponibilizar conforto e comodidade aos lares. «Há quem busque comodidade, há quem busque status, mas a maior motivação de quem nos procura é sempre gastar menos com energia e também trazer mais segurança para os seus familiares. Essas são as duas maiores preocupações de nossos clientes», explica Paulo. Quando perguntado sobre o que vem pela frente, e se, enfim, viveremos a utopia Jetson em nossas casas, Paulo diz que os avanços estão chegando: «A próxima geração irá integrar a Internet aos refrigeradores e televisores, além de permitir a troca de arquivos, tais Schumacher, um dos sócios como áudio, vídeo e imagem. Aplicativos para da RSW Abadessa, e o slogan smartphones também já são uma realidade e à da que marca.Abaixo, instalações medida os preços forem melhorando, terão maior alcance em comercial». Pareci Novo, RS. SejaINFORMAÇÕES como for, a automação e as casas DEresidencial CONTATO: inteligentes chegaram para ficar. A única dúvida que ficaRSW é quanto o preço cairá e que tipos de serviços ABADESSA serão oferecidos. www.abade.com.br
(51) 3026 6789
A resposta a essas duas perguntas, em especial a primeira, é que determinará o tamanho que esse mercado atingirá.
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Serra Gaucha 54 3242 1288 l Porto Alegre 51 3339 0008 l Litoral 51 3416 0800
VINHOS RECOMENDADOS 2011 / GOOD WINES Texto e fotos de Samuel Ramos samuel@trendlinemag.com.br
Vinhos que a sua adega MERECE
Você que cansou do vinho importado barato, daqueles que custam US$ 4 na fronteira - e chegam a R$ 30 na carta dos restaurantes -, pode expandir seu horizonte enófilo com as quatro indicações de vinhos gaúchos que separamos. Não é mais preciso ser um enófilo com ataques de xenofobia para não concordar com o clichê "Não se faz vinho bom no Brasil". No caso da nossa região, é preciso admitir que a imensa maioria dos vinhos acaba se rendendo à acidez da uva, ou então naufraga na tentativa de amenizar a má qualidade através do uso de açúcar, corretivos e aditivos (ação que deveria ser proibida!). Porém, daí a afirmar que a Serra Gaúcha não oferece bons vinhos é tratar injustamente aquelas vinícolas que trabalham sério para desenvolver um mercado legítimo de apreciadores. Temos, sim, bons vinhos. Alguns tão bem construídos que só carecem de melhores preços para tornar o consumo mais frequente (a exemplo do que ocorre na Europa).
O contato foi procedente, visto que o Canta Maria, assim como os demais restaurantes do Grupo Di Paolo, realiza um trabalho consistente com vinhos da região, oferecendo uma grande variedade de rótulos, sem abusar dos preços (os vinhos oferecidos custam praticamente o mesmo que você pagaria no varejo das vinícolas). Isso posto, vamos às indicações. A lista é sucinta, mas não poderia ter ficado melhor. Confira!
Porém, encontrar esses vinhos é uma tarefa complexa. Com mais de mil vinícolas na região, identificar o crème de la crème é algo que exigirá muito tempo, muita grana e um fígado 5.0, totalflex tricombustível. Foi para evitar esse trabalho todo que contatamos o pessoal do Canta Maria, de Bento Gonçalves, nas figuras de Emiliano Castaman e Ana Paula Bruscato, em busca de indicações e novidades para melhorar a nossa experiência enófila durante a corrente temporada do rigoroso inverno gaúcho. 36 22
TRENDLINE[MAG] 01 JAN/FEV 2011 TRENDLINE[MAG]. ANO . DEZ. 2010
Emiliano e Ana Paula
FOTO DIVULGAÇÃO GHELLER MONTE AZURRO
DAS RECÉM FUNDIDAS GHELLER / MONTE AZURRO [ACIMA], À ALMAÚNICA E À VIAPIANA, HÁ UMA AMOSTRA MUITO CONSISTENTE DE VINHOS BEM CONSTRUÍDOS DA REGIÃO DA SERRA GAÚCHA. TRENDLINEMAG . ANO01NO.01
Vitral Vinícola: Gheller Monte Azurro Origem: Guaporé - RS Safra: 2005 Varietais: 50% Cabernet Sauvignon, 30% Merlot e 20% Carménère Produção: 8.500 garrafas numeradas Barrica: doze meses em carvalho francês Graduação: 13% Faixa de preço: R$ 75
www.vinicolagheller.com.br
Teroldego Gran Reserva Vinícola: Don Guerino Origem: Alto Feliz - RS Safra: 2007 Varietais: 100% Teroldego Produção: n.d. Barrica: quatorze meses em barricas francesas Graduação:13% Faixa de preço: R$ 50
Reserva Syrah Vinícola: Almaúnica Origem: Bento Gonçalves - RS Safra: 2010 Varietais: 100% Syrah Produção: 7.900 garrafas numeradas Barrica: doze meses (50% carvalho francês e 50% carvalho americano) Graduação: 13,5% Faixa de preço: R$ 55 www.almaunicacom.br
Via 1986 Marselan Vinícola: Viapiana Origem: Flores da Cunha - RS Safra: 2009 Varietais: 100% Marselan Produção: 3.500 garrafas Barrica: dezoito meses em carvalho americano Graduação: 12,8% Faixa de preço: n.d. www.viapiana.com.br
www.donguerino.com.br
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Canta Maria, em Bento Gonçalves Sobre a indicação Os quatro vinhos apontados foram provados por nós informalmente. Não foram atribuídas notas, vencedores ou rankings, tampouco foram feitas anotações, o que significa que não promovemos uma «avaliação» no sentido restrito e técnico da palavra. Tratou-se muito mais de uma degustação, em que trocamos percepções sobre cada um dos vinhos, não nos preocupando em pontuar/ranquear os rótulos, mas sim em absorver as diferenças entre cada um e perceber as características de cada produtor. O que tiramos de conclusão nessa experiência de degustação, sempre bastante pessoal, é que os quatro rótulos indicados ao lado apresentam vinhos de personalidade bem definida, bem construídos e de grande evolução: o Viapiana Marselan, uma hora depois de aberto, viu o seu perfume inicial se transformar em um um aroma sensacional; o Vitral, da Gheller Monte Azurro, assim como o Teroldego, da Don Guerino, abriu um paladar muito macio depois de duas horas de «respiro» e o Almaúnica Syrah, o caçula da amostra, possui taninos curtos, muito agradáveis.
Para finalizar, não podemos deixar de mencionar o Suco de Uva Branco da Vistamontes. Produzido em lote piloto, de apenas 850 garrafas, é uma grata surpresa: leve, sem ser excessivamente doce e extremamente saboroso, sobretudo se consumido na temperatura certa - com um pouco de resfriação. A experiência deu tão certo que no ano que vem o produto entra, oficialmente, na linha da Vistamontes.
Suco de Uva Branco Vinícola: Vistamontes Origem: Bento Gonçalves - RS Safra: 2010 Varietais: 100% Uva Niágara Branca Produção: 850 garrafas Faixa de preço: R$ 7 (venda exclusiva no Canta Maria) www.vistamontes.com.br
O Vitral, por ser safra 2005, é o vinho de maior corpo dentre os quatro degustados (e nos deixou curiosos para provar o Cabanha e o Crepusculum, dois novos rótulos da vinícola). Assim como os outros três ele deve melhorar com mais alguns anos de guarda - isso para quem conseguir não abrir. Em resumo, são vinhos muito interessantes, e que merecem ser provados.
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TURISMO / GO THERE Texto e fotos de Samuel Ramos* samuel@trendlinemag.com.br * Jornalista, editor da TL[mag].
Saint Andrews, Gramado Hotel de Gramado é o primeiro Exclusive House do Brasil. A caminho do Saint Andrews, não estranhe se os habitantes locais da charmosa Gramado responderem qualquer pergunta sobre a localização do hotel com um «Ah, você está procurando o castelo?». É que o primeiro Exclusive House do Brasil instalou-se seguindo esse conceito internacional de transformar grandes e belas propriedades em hotéis exclusivos, a exemplo do que ocorreu com diversos castelos da Toscana. E o casarão em que está o Saint Andrews, na Serra Gaúcha, antiga residência de final de semana de uma abonadíssima família de Novo Hamburgo, apesar de ter sido construído no começo da década passada, ganhou o direito de ser chamado de castelo pelos moradores da cidade. Durante as diversas horas que caminhamos pelo hotel, a melhor definição do Saint Andrews veio através de um relato de uma jovem hóspede.
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De acordo com Miguel Becker, gerente de hospedagem, o relato de uma menina de 14 anos descreve a experiência: «Ela deixou escrito que a semana que esteve aqui foi como passar férias em uma mansão. Sentia como se estivesse invadindo a casa de alguém muito rico e que estava vivendo como uma milionária», enfatiza, com um sorriso. E foi realmente assim que nos sentimos lá. Tão logo cruzamos o portão do fim da Rua das Flores, dentro do loteamento Vale do Bosque, nos sentimos como se adentrássemos em uma das mansões do Tio Patinhas. O pátio - com um gramado impecável -, o lago, as fontes, gazebos, espaços de meditação, tudo conspira para que nos joguemos em alguma das áreas externas e esqueçamos da vida. É impossível cruzar o vão da porta sem perder alguns minutos observando a bela vista do Vale dos Quilombos, que dá para a parte de trás do Saint Andrews. Sobretudo se em um dos gazebos, convenientemente transformado em casa de pães e pizzas, estiver saindo o café da manhã ou o lanche da tarde.
NO SAINT ANDREWS, CADA SUÍTE É UM MUNDO. SÃO ONZE QUARTOS NO TOTAL, CADA UMA COM UMA CARACTERÍSTICA PRÓPRIA.
Luxuoso restaurante do Saint Andrews, sob o comando da chef Marina Fontes, é uma das atrações que também está aberta para não hóspedes (mediante reserva). O papel de antessala do pátio externo é um grande complemento do que vemos ao pisar o mármore marrom da entrada do hotel: ali o hóspede é recebido por um mordomo (vestindo casaca, sim, c-a-s-a-c-a), uma taça de champagne e um atencioso serviço de concièrge. A decoração é suntuosa: para onde você olha, percebe o brilho dos lustres, que rivalizam com a beleza e a textura da seda e do veludo que foram aplicados através de papeis de parede ingleses: «Mandamos vir da Europa esses materiais. Ao todo são 35 chandeliers tchecos, que chegaram aqui desmontados. Os técnicos levaram quase uma semana para colocar todos no lugar», resume Miguel. As demais peças do mobiliário e da decoração seguem o mesmo padrão de luxo: uma grande parte são móveis clássicos que foram replicados, outros foram recuperados, e os objetos que adornam os ambientes foram cuidadosamente garimpados ao longo de quase 2 anos. A riqueza de detalhes é tão ampla que precisaríamos de dias apenas para poder analisar cada peça e cada ambiente: «Assumimos o prédio em 2009 e levamos quase um ano e meio redecorando e reformando», explica. 36
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Na contramão das vagas Outra característica do Saint Andrews é o reduzido número de habitações disponíveis: a proposta não é para qualquer bolso. São apenas 11 suítes, cujas diárias variam entre R$ 1.200 e R$ 3.800. A opção por um número reduzido faz parte da estratégia do hotel: «As grandes cadeias investem em grandes prédios, com centenas de quartos. Nós preferimos seguir um caminho diverso. Queremos que os hóspedes se sintam em casa», avalia Miguel. E para tirar a cara de hotel, nada de número na porta ou cartões magnéticos na fechadura. «Não queremos que a experiência que oferecemos lembre a de hotéis convencionais. Mesmo quando estamos com a casa cheia, chamamos cada um dos hóspedes pelo nome», enfatiza. O padrão das suítes permite mesmo esse tipo de conexão: todas oferecem um espaço amplo (a maior tem mais de 120 m²), decoração única e muito, mas muito luxo. Além disso, as variações da decoração de cada suíte oferecem experiências diferentes: há desde o quarto mais rock’n’ roll, até aquele de «menininha», típico para casais apaixonados.
Outro grande destaque do Saint Andrews é o restaurante da casa. Com capacidade para até 33 comensais, e um menu de degustação completo (7 pratos) na faixa de R$ 260 por pessoa, oferece a hóspedes (e não hóspedes, mediante reserva prévia) uma verdadeira experiência gastronômica. A chef Marina Fontes, sempre presente, muito simpática e atenciosa, começa seu menu de predominância mediterrânea a partir da escolha dos ingredientes: «O que decide o cardápio é o que temos de mais fresco no dia. Eu mesma mantenho uma hortinha orgânica, aqui no hotel, para poder trabalhar com alguns alimentos e temperos recém-colhidos», comenta. Dentre as maravilhas preparadas pela chef, duas especialidades provocam água na boca: o bacalhau com cará e o sagu late harvest com sorbet de maracujá. São absolutamente imperdíveis. E o menu completo, de 7 pratos, é uma refeição mais do que completa (se não estiver com MUITA fome, peça um menu reduzido, pois a chef Marina não brinca em serviço e vai fazer cada centavo dos seus R$ 260 valer a pena). Para harmonizar as refeições, uma adega mais do que completa está a um andar de distância, e ela inclui mais de 250 rótulos, entre vinhos da região e importados, tais como Barolos, Chiantis, Valpolicellas, Brunellos, dentre outras maravilhas engarrafadas. A carta de vinhos foi cuidadosamente preparada pelo sommelier Gustavo Bertolucci. Na adega também são feitas degustações para grupos fechados, sempre com cardápio assinado pela chef Marina. E se tanto ócio e comilança não for o suficiente para relaxar, o Saint Andrews ainda oferece piscina térmica e serviço de spa: há duas salas de massagens e sauna úmida e seca. Além disso, os hóspedes também podem solicitar tratamentos faciais e corporais, terapias com pedras quentes e aromaterapia, tudo incluso no menu do Day Spa, que é realizado com cosméticos europeus da conceituada grife Germaine de Capuccini. Para finalizar, duas curiosidades sobre o Saint Andrews. A primeira: seu nome é inspirado nos castelos dessa região, na Escócia. E, a segunda: o seu diretor, José Eduardo Guinle, comandou por décadas o Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, luxuoso hotel da praia de Copacabana que figura entre os mais famosos do Brasil.
A MAIOR SUÍTE, A PISCINA, A ADEGA E O BACALHAU. TUDO COM A CARA DO SAINT ANDREWS.
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ESMALTEmania maniaESMALTE ESMALTEmania maniaESMALTE ESMALTEmania maniaESMALTE ESMALTEmania maniaESMALTE
As unhas s達o o novo foco do segmento de beleza.
E as mulheres est達o adorando se atualizar na moda com um investimento bem pequeno como o de um simples esmalte.
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QG DO ESTILO / STYLE Por Quéli Giuriatti* twitter.com/quelig *Jornalista e Professora de Moda
FOTO AGÊNCIA FOTOSITE / DIVULGAÇÃO
Você já reparou como as mulheres estão ligadas em esmaltes hoje em dia? Não que anos atrás nós não amássemos colorir as unhas, mas na verdade éramos mais conservadoras. Era um tal de Renda pra cá, Renda pra lá. O que havia de ousadia era um vermelho misturado com marrom e nada mais. Mas os tempos mudaram e as consumidoras transformaram o momento manicure em uma brincadeira de cor e efeito. Ficaram enterradas no passado as combinações de cor entre mão e pé, os tons de unha esbranquiçados e o medo de colorir as unhas dos pés.
Risqué O negócio da Risqué neste inverno é o rock. E a lindíssima top model Isabeli Fontana é a curadora da coleção chamada de Edição Especial Sweet Rock’n Roll. São cores fortes, algumas com um brilho especial e delicado, fazendo um contraponto bem feminino. Isabeli escolheu com a equipe da Risqué as cores e batizou os vidrinhos: royal, preto, roxo, prata, cinza e um glitter furtacor belíssimo, Star, fazem parte da linha.O valor médio de cada esmalte é de R$ 2,75.
De olho nesse movimento, dezenas de marcas nacionais de maquiagem passaram a lançar seus próprios esmaltes. Até marcas de calçados entraram nessa. E as empresas já tradicionais do ramo passaram a realizar lançamentos periódicos a cada temporada de moda, buscando sempre inovar, estar à frente. Quem saiu ganhando fomos nós, apaixonadas por unhas coloridas, festivas. Eis aqui uma seleção de novidades que, até o fim do inverno, irá deixar sua manicure louquinha!
M.A.C. A coleção Wonder Woman acaba de chegar ao Brasil e é coisa de colecionador. As embalagens dos itens de make estão incríveis. E não seria diferente com os esmaltes. Dois Nail Lacquers lindos de morrer vão fazer você se sentir superpoderosa mesmo. O vermelho chama-se Obey Me e o azul navy Spirit of Truth. Cada um custa, em média, R$ 52.
Sally Hansen A linha Xtreme é lançamento da marca diva de esmaltes Sally Hansen. Quem frequenta os free shops da fronteira ou viaja com frequência para a Europa ou Estados Unidos já conhece esses esmaltes, que têm uma cobertura incrível e duram um montão nas unhas, além de serem antialérgicos. O valor varia de R$ 20 a R$ 40 no Brasil, dependendo da cor e do acabamento. Mas lá fora sai bem mais barato e vale muito o investimento!
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Mundial Impala
Sancion Angel
A coleção de outono inverno Impala Novo 70 tem cores com nomes ripongas, como Love Story, Paz e Amor, Boca de Sino, Hippie Rua, Bata Rosa e Boho Chic.
Neste inverno, a Sancion Angel aposta em cores fechadas, mas sem deixar de lado o brilho, do qual a consumidora brasileira, pelo visto, não abre mão.
São oito tons que revelam a liberdade e a psicodelia setentista, com frascos custando cerca de R$ 3,50, para as cores cremosas e peroladas, e R$ 5,00, para as coberturas flocadas. Aliás, estas últimas contêm nanopartículas em diferentes tamanhos banhadas em cristal líquido, o que rende um efeito überbrilhante!
Na linha Premium, os esmaltes Beatrix, Dorothy e Neytiri – que fazem parte da coleção de holográficos da marca –, apresentam tons voltados para o dourado, azul-petróleo e o vermelho, todos com efeito 3D. Já na coleção Flakies, os destaques ficam por conta dos esmaltes Cassie, Evita e Sheila, que trazem verde, vermelho e o azul com um apelo dark. O grande diferencial desta última linha é a presença de flocos irregulares, produzidos a partir de nanopartículas banhadas em cristal líquido, que promovem diferentes efeitos conforme a incidência da luz. O valor médio deles é de R$ 10 cada.
Océane Femme Já pensou em tirar o esmalte com um lenço? Ou melhor, viajar e levar um removedor de esmalte que não vai vazar na nécessaire? Então você precisa conhecer os lenços Océane Femme, verdadeiros achados. A novidade da marca para esta temporada é a fragrância. Além da praticidade, agora os lencinhos têm cheirinhos gostosos – Strawberry e Acqua Breeze –, muito distantes dos antigos esmaltes fortes. Há também uma opção sem perfume. Todos disponíveis em embalagens de 25 lencinhos removedores, com preço médio de R$ 6.
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ESPECIAL / A IMIGRAÇÃO, PARTE
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Por Ângela Pomatti * angelapomatti@yahoo.com.br *Mestre em História das Sociedades Ibero-Americanas - PUC-RS.
Das casinhas de madeira aos porões de pedra Na segunda parte da série sobre a imigração italiana na região da Serra Gaúcha, a historiadora Ângela Pomatti descreve as primeiras habitações dos colonos, e como a evolução da arquitetura levou à construção das belas casas que ainda resistem ao tempo. Os imigrantes italianos chegaram às colônias e ergueram suas casas seguindo preceitos de sua bagagem cultural arquitetônica, ou seja: o projeto das moradias procurava seguir habitações encontradas na Itália, havendo, claro, a necessidade de adaptação aos materiais e condições de construção disponíveis no Brasil. Assim, após a derrubada da mata, construíram as primeiras casas, muito rudimentares, que mediam cerca de 4,00m x 6,00m. Eram habitações de uma porta e uma ou duas janelas, com telhados feitos com tábuas lascadas, que depois de encaixadas davam caimento à água da chuva. A grande dimensão dos lotes rurais possibilitou que, após o período inicial, as habitações melhorassem e houvesse ampliações, envolvendo diversos cômodos, com finalidades distintas. A cozinha e o banheiro, por motivo de segurança e higiene, eram separados. A partir de então, as casas da colônia transformaram-se em um complexo que englobava, além do local de moradia, as instalações onde se realizavam as atividades cotidianas: estábulos, paióis, horta, tanque, forno, chiqueiro, pomar, parreiral e roça. Isso diferenciava as habitações daqui das italianas, porque lá, na maior parte dos casos, as atividades eram realizadas em uma única edificação. O material mais abundante para a construção das casas na Serra Gaúcha era a madeira, retirada das matas que os imigrantes derrubavam para o plantio.
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Fotos via Daniela Ketzer Milano: «Uma vila operária na colônia italiana: o caso Galópolis (1906-1941)» / PUC R. Porto Alegre, 2010.
Acima, registro de como eram as primeiras casas provisórias, feitas de taipa de mão. Abaixo, a transformação da colônia Caxias em cidade, processo que ocorreu com a aproximação das propriedades.
Apesar de não dominarem amplamente a técnica da construção em madeira, esta foi assimilada rapidamente. A região da Serra era também rica em basalto, o que originou um grande número de casas de pedra, bem como moradias mistas, compostas de porões de pedras irregulares e a parte superior de madeira. O uso do basalto era familiar aos imigrantes, visto que grande parte deles provinha da região do Vêneto, onde esta técnica era comum.
Na maioria dos casos, um desses quartos recebia a função de despensa e nele era instalada também, quando houvesse um sótão, a escada de acesso ao mesmo. O alto da casa era um local livre e ventilado, que podia ser utilizado para a secagem de cereais, bem como para abrigar dormitórios dos filhos homens, já que os dormitórios das filhas mulheres eram localizados no primeiro pavimento, próximo ao quarto dos pais, para facilitar a vigilância.
Os materiais de construção eram preparados pelos próprios colonos, devido ao difícil acesso aos centros urbanos. O imigrante costumava cortar as tábuas, talhar as pedras e produzir tijolos e telhas. Como a região também é rica em barro, foram construídas edificações com tijolos maciços, feitos inicialmente manualmente e depois produzidos nas olarias das colônias.
Com o passar do tempo e a transformação das áreas rurais em cidades os estábulos, roças, galinheiros deram espaço a construções de edifícios únicos, mais próximos uns dos outros, mas que ainda guardavam muitas das características arquitetônicas iniciais. Disso podemos ter certeza ao observarmos a parte mais antiga das nossas cidades.
Nas primeiras habitações, a cozinha era separada da casa principal e mais tarde era ligada a ela por uma espécie de varanda, que juntava o local onde era feito o fogo ao espaço em que os alimentos eram consumidos. A primeira forma de preparar os alimentos consistia no focolaro, que era uma caixa retangular de terra batida e revestida de madeira, onde era feito o fogo. No centro, uma panela era pendurada por correntes. Ali era cozido o alimento. Essa técnica trazia grande risco de incêndio e só após a invenção do fogão a lenha, ou de chapa, é que a cozinha passou a ser incorporada à casa principal. O banheiro, por sua vez, por muitos anos permaneceu afastado da moradia principal, pelo fato de não haver sistemas de despejos de dejetos. Havia também outros setores em que a casa era dividida: o terreno irregular da Serra fazia com que muitas habitações fossem construídas em declive, permitindo que uma parte do porão ficasse semienterrada. Este era o local utilizado para guardar ferramentas e ali faziam e armazenavam vinho e alimentos derivados da carne e do leite, pois se tratava da área mais fria da casa. O acesso à parte superior da habitação era feito, na maior parte das vezes, por uma escada externa de madeira ou de pedra e recebia a ala social e íntima da casa, composta, geralmente, por um salão principal – que servia para as festas familiares, bem como para os velórios – e os quartos de dormir.
Acima, casa de madeira elevada do solo pelo porão de pedras, onde funcionavam a cantina e o quintal, em uma das Colônias, entre1875 e 1900. Coleção Família Darsie. Abaixo, residência composta por dois volumes: casa principal e cozinha, unidas por varanda coberta também chamada de tabique. Veranópolis .
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NOITE É CULTURA / !FKFK! Por André Luis de Barros* twitter.com/Andreluisbarros * Empresário e Dj
Cidade cultura? Tá de piada! Vejo há um bom tempo André na entrada principal da cidade de Nova Prata uma placa com a seguinte frase: «Nova Prata, cidade cultura». Cidade Cultura? Tchê, quem é que foi o responsável por uma barbaridade dessas, diria o mais "gauchão" de todos. Onde é que está a cultura nessa terra? Quem trabalha e é o responsável por ela? Nova Prata cresce para todos os lados - seja em numero de prédios e residências ou na economia. Nem tanto no número de habitantes - que estagnou, conforme o último censo do IBGE. Porém, culturalmente, parece que anda para trás. É a típica cidade do tinha. Tinha uma feira anual? Tinha. Porém, uma provável briga politica enterrou tudo, e a mostra nunca mais aconteceu. Cidades vizinhas, algumas com menos de 3 mil habitantes, seguem realizando a cada dois anos as suas feiras, com várias atividades culturais e de visitação, mas por aqui, na "cidade cultura", nada. Tinha um Festival Internacional de Folclore, considerado o melhor da América Latina? Tinha. Parou por quase cinco anos. A boa notícia é que será retomado esse ano, e espero que possa continuar nos próximos. Seguindo a sina do tinha: aqui havia uma sala de cinema. Hoje o prédio está caindo e ninguém nunca se dedicou em lutar pela sua restauração. Propostas de reativação do espaço caíram por terra diante do alto valor (absurdamente irreal) que os donos queriam para alugar/vender. Parece que preferem ver o belo prédio, histórico, caindo aos pedaços.
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Aqui tinha um carnaval de qualidade. Atualmente está na mão de uma, duas ou três pessoas interessadas em lucrar o máximo possível com isso e elas ainda tem o apoio da Prefeitura Municipal. Aqui tinha uma festa de São João, que é o padroeiro da cidade, porém dias atrás me apavorei com a tal festa junina, promovida junto ao largo da prefeitura: a atração era uma lona gigante e a música era "tocada" (=assassinada) por um grupo de bandinha de bailão, sacrificando o real sentido das festas juninas. Para piorar, toda a barulheira bem na frente do hospital (!!!!) da cidade. Se houvesse alguém se recuperando nos quartos de frente, deveria ter ido parar na UTI, tamanha a fuzarca e a má qualidade das músicas. Aqui tínhamos atividades de cultura regional, contudo nem o rodeio acontece mais na cidade. Esses dias um tradicionalista comentou comigo, em tom de reclamação, que tiveram negativa do poder público para bancar uma ajuda de custo de R$ 300, que visava levar a bandeira de Nova Prata em uma cavalgada importante na cidade de Vacaria. O que nos resta é olhar para as cidades vizinhas e ver shows, feiras, manifestações populares atraindo turistas de outras localidades e regiões, que entram e saem dos municípios, movimentando o comércio, o setor de serviços, hotelaria, gastronomia e outros. Menos mal que no setor de cultura jovem e de noite temos quem cria e também quem copia. Isso faz com que a noite cresça e se destaque cada vez mais na região e no estado. Já disse outra vez e repito: cultura e diversão são investimentos e devem ser tratados de forma séria.
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EM FORMA / GOOD LIVING Por Maria Cristina Frazon Telles* mcritell@pressa.com.br * Personal Trainer, Pós Grad. em Fisiologia do Exercício – UGF/RJ
Não fique em casa por causa do frio! O frio chegou e sabemos muito bem o seu efeito em nossa “disposição”: ficamos muito mais aptos a passear e se enpanturrar do que com vontade e ânimo para ir à academia. Não há como negar: sair de casa para ir malhar com chuva, frio e serração é um exercício de superação maior do que o de erguer pesos. Não há dúvidas de que a vontade de se exercitar é muito maior nos dias quentes, porém não podemos permitir que o frio bote a perder todo o benefício que conseguimos no período de calor. É malhando duro no inverno que se chega ao verão com tudo em cima. Não podemos esperar para começar a treinar apenas depois de novembro, afinal de contas, a nossa região nem é assim tão quente. E por falar em região e frio, temos um agravante: a culinária típica da Serra Gaúcha é rica em gorduras e carboidratos. Junte a essa dieta, rica em calorias, uma dose extra de preguiça e o resultado são quilos extras, sedentarismo e moletons que deixam de servir. É justamente por isso que é muito importante não fugir da academia durante o inverno. Sem manter a rotina de atividade física, você terá dificuldades extremas para perder os quilos extras antes do próximo verão. Não existe milagre, o melhor momento para preparar o corpo é manter a regularidade de exercícios durante o inverno.
Para ajudar a manter o ritmo, atente para alguns truques que ajudam bastante a continuar cuidando do corpo e da saúde: - Ao chegar do trabalho, troque de roupa e nem pense em sentar! Coma alguma coisa (um sanduíche de pão integral com frios e verduras vai muito bem) e vá direto para a academia; - Exercícios físicos e frio podem ser parceiros. É natural sentir mais fome, então capriche nos treinos para utilizar a energia extra ingerida nas refeições; - Não gosta de musculação? Procure por alternativas que ajudam a espantar o frio, tais como treinos aeróbicos. Caso tenha oportunidade, não deixe de experimentar as aulas de “bike indoor”, uma ótima opção de condicionamento físico e emagrecimento. Este treinamento é muito agradável, e possui duração média de 50 min. A pedalada é também uma atividade que pode e deve ser adaptada para diferentes faixas etárias e de condicionamento físico. Mesmo para quem nunca praticou atividade física, a bike é uma ótima opção para dar o primeiro passo durante o frio do inverno gaúcho.
Personal Trainer Ginástica
Bike Indoor Pilates
Musculação
Rua Pinheiro Machado, 770 Galeria da SOAL, Veranópolis-RS Fone: (54) 3441-7237
"Cães não precisam de carros luxuosos, casas grandes ou de roupas chiques. Água e alimentos já são o bastante. Um cachorro não liga se você é rico ou pobre. Esperto ou não. Inteligente ou não. Dê o seu coração e ele lhe dará o dele. De quantas pessoas podemos dizer o mesmo?" John Grogan
Todos os dias, o trabalho voluntário incansável de associações de proteção permite a sobrevivência de animais inocentes, a maior parte abandonados pelo descaso de seres que sequer merecem serem chamados de humanos. Você pode ajudar essas instituições e tornar essa tarefa menos árdua colaborando com ração, medicamentos, cobertores, casinhas, roupinhas, material de limpeza e até jornais velhos.
E se a sua casa anda meio vazia, sem graça, você também pode praticar a adoção consciente, garantindo um lar para um desses muitos animais que precisam de uma família para lhe dispensar carinho e atenção. Entre em contato, se engaje e ajude! Em Caxias do Sul: Soama - Central de Doações Rua Marcílio Dias, atrás da Prefeitura. Fone (54) 3025 5935 www.soama.org.br Em Bento Gonçalves: APABG | www.apabg.net Em Nova Prata: APANP | (54) 3242 1781 Central de Doações: Supermercado Porta, na Rua Borges de Medeiros Em Veranópolis: APAVE | (54) 3441 1268
realização:
IMPEDIMENTO / FUERADEJUEGO por Luís Felipe dos Santos* www.impedimento.org * Jornalista e editor do Impedimento
A vez dos underdogs Durante anos, os programas esportivos brasileiros lamentaram as decadências do futebol carioca e do futebol uruguaio, que tanto contribuíram para a tradição do desporto na América Latina. Hoje, vemos o Uruguai semifinalista da última copa, o Peñarol finalista da Libertadores, o Flamengo e o Fluminense levando o campeonato brasileiro - em sequência - e o Vasco levando a Copa do Brasil. O que mudou? No futebol carioca, é possível dizer que houve um avanço em relação à organização. O Flamengo, depois de desconstituída a grande geração de Zico, teve aportes financeiros gigantes devido à sua imensa torcida e ao potencial de TV que possui - porém, durante os anos 90, não soube aproveitar esse potencial para se afirmar como o clube mais importante do Brasil, ou ganhar títulos significativos. Mesmo com dinheiro e atração suficientes para contratar o melhor jogador do mundo na época Romário, em 1995 - o Flamengo de Kléber Leite era uma bagunça, na qual a falta de comando imperava.
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Com a gestão de Edmundo Santos Silva e a grana da ISL, o Flamengo conseguiu construir um Centro de Treinamento (CT) para tirar os jogadores da balbúrdia diária da Gávea - o Fla-Barra - mas a falência da ISL por questões de lavagem de dinheiro provocou um baque gigante. O Grêmio, também associado à parceira, se viu mergulhado em dívidas impagáveis durante anos - o mesmo aconteceu com o Flamengo, que inclusive perdeu o seu CT na Barra devido a isso. Após flertes constantes com o rebaixamento, como no ano de 2004, o Flamengo se reorganizou através de um investimento forte nas categorias de base. Mesmo sem a organização necessária para um clube do seu tamanho, o rubronegro passou a revelar - e vender jogadores de boa qualidade, e intercalar essas vendas com contratações pontuais. Com Petkovic e Adriano (formado no próprio clube e voltando da Europa) e uma base de jogadores jovens e cumpridores (Juan, Toró, Aírton, Willians, entre outros), o Flamengo levou o Brasileiro de 2009.
Com o Fluminense, a profissionalização do departamento de futebol teve seus prós e contras - e os prós foram vistos na vitória no Campeonato Brasileiro de 2010. O clube passou a perder revelações com grande frequência (os laterais Fábio e Rafael, que foram ao Manchester United por preço de banana, e o meia Thiago Neves são exemplos), porém o seu orçamento do futebol, administrado por Roberto Horcades e financiado pela Unimed, passou a ficar alheio às vicissitudes de um clube com sérios problemas estruturais e financeiros. Se é verdade que as Laranjeiras são um local inadequado para um time de futebol profissional atualmente - briga que levou à demissão de Muricy Ramalho - também é verdade que o clube tem dinheiro para manter nomes como Fred e Conca, expoentes na conquista do último campeonato. O Vasco, porém, avança mais em relação à profissionalização. Após a queda para a segundona e a troca da diretoria, o clube investiu em profissionais para o futebol, como Rodrigo Caetano, e organizou-se financeiramente para buscar mais investimentos e atletas de maior qualidade, como Diego Souza e Alecsandro. Intercalado com um bom aproveitamento de jogadores da base, como Dedé, Fagner e Bernardo, o trabalho tem se mostrado bem sucedido. No Uruguai, a diferença entre a crise administrativa do Peñarol dos últimos anos e o Peñarol finalista da Libertadores está em um nome: Juan Pedro Damiani. O economista, filho do 'El Contador' Damiani, expresidente do clube que morreu aos 88 anos em 2007, é um notório conquistador de fortunas no pequeno país. Aproveitando a crise de transações financeiras na Argentina no ínício da década passada, construiu um pequeno império financeiro, através de um banco de crédito que possibilita investimentos em empresas.
Essa sua habilidade somou-se à tolerância política. O seu pai, 'El Contador', brigara com a Federação, com a Tenfield (dona dos direitos de TV) e com o dono da emissora, Paco Casal, maior empresário do futebol uruguaio, vinculado a sérios problemas com a Receita Federal Uruguaia por lavagem de dinheiro. Ao reatar laços com Casal, Damiani filho ganhou três jogadores de presente: Carlos Bueno, Lolo Estoyanoff e Rúben Olivera, ainda no ano de 2009. Com esses jogadores e sob o comando de Diego Aguirre, o Peñarol voltou a ser campeão uruguaio naquele ano - o que não acontecia desde 2003. Entre percalços, como a perda de revelações e as eliminações precoces em competições internacionais, Diego Aguirre, revelação como treinador, voltou ao Peñarol. Aguirre, lenda do clube desde o gol do título da Libertadores de 1987, é um treinador que sabe lidar com jogadores jovens e tem comando suficiente para apagar a arrogância de estrelas. Com isso, conseguiu dar confiança ao jovem goleiro Sosa, ao incipiente meia Martinuccio e à exrevelação do Rentistas, Matías Mier, três expoentes do time finalista da Libertadores - e ao mesmo tempo, colocar jogadores rodados como Diego Alonso e Lolo Estoyanoff a esperar por um lugar no time. A reedição do protagonismo de times cariocas e uruguaios não tem tanto a ver com organizações de clubes e com futebol empresa. Tem mais a ver com aproveitar boas oportunidades com parcos recursos. Esperamos que persista por muitos anos esse retorno dos clubes tradicionais a lugares de destaque no futebol mundial.
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TELEFONE VERMELHO / CRT Por Marcos Beck Bohn* * Jornalista, com Mestrado em Comunicação Transnacional e Mídia Global pelo Goldsmiths College, em Londres.
O CCB (Custo Cotidiano Brasil) Sair de casa é perder tempo e dinheiro. Falta pouco para as cinco da tarde. Escrevo em uma lanchonete do aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Acabo de tomar um café espresso (razoável) e um copo de água mineral, pelos quais paguei R$ 6,50. Vim até aqui com o ônibus oferecido pelas companhias aéreas aos passageiros que se deslocam de Guarulhos a Congonhas, e vice-versa. O trajeto foi pouco agradável. O motorista, provavelmente preocupado em cumprir horário diante do trânsito sempre intenso, guiou de forma bastante brusca. Os menos de trinta quilômetros são cumpridos em uma hora e cinco minutos. Pousamos em Guarulhos por volta das duas da tarde. Dentro do avião parado, os passageiros são orientados a aguardar sentados o acoplamento do túnel de desembarque, o que toma aproximadamente dez minutos.
O avião que efetuaria o voo até São Paulo está atrasado. Deixei São Leopoldo, dirigindo, às nove e vinte da manhã. A idéia era estar com folga em Porto Alegre, onde deixo o carro. O trânsito na BR-116, no entanto, amplia a duração deste trecho da jornada. São onze horas quando alcanço a capital. Desisto do café com minha irmã, perco a carona e pulo no táxi que me leva ao aeroporto – R$ 20,00. Na sala de embarque, o inesperado tempo extra sugeriu momento apropriado para o café que não tomei. Antecipando a frugalidade do voo, peço também alguma coisa para comer. Aposto e invisto numa pequenina torrada de presunto e queijo. Mesmo quente, o gosto é de pão de queijo amanhecido e frio. A conta fica em R$ 8,00. Custo parcial do dia: R$ 59,50.
Durante o vôo, alguma turbulência retarda o serviço de bordo. O sabor do suco servido lembra o gosto químico de uma laranja artificial. Uma imitação da imitação. A bolachinha crocante de ervas finas tem aroma de manjericão, mas quando colocado em excesso no molho ao pesto. Efetuado o desembarque, as bagagens levam cerca de quinze minutos para surgir nas esteiras. Com a posse de minha mala, e já fora da área restrita do aeroporto, encontro facilidade para sacar dinheiro e pôr créditos no celular. Sem ter almoçado, mas igualmente sem fome para uma refeição completa, opto por um lanche qualquer. Meio sanduíche de peito de peru (ruim), um suco de laranja (natural) e um café grande (bom) saem por R$ 25. Ainda em Porto Alegre, cheguei apressado ao Salgado Filho. Feito o check-in e transposto o controle dos pertences de mão, descubro-me surpreendentemente adiantado. 50
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No conjunto, esse itinerário de São Leopoldo a São Paulo foi tranquilo. Fora um problema no Trensurb, que pode ter provocado mais trânsito entre a Grande Porto Alegre e a capital gaúcha, nada de extraordinário aconteceu. Levei oito horas para chegar ao destino. Também me parece que não cometi exorbitâncias, exceto talvez pelos muitos cafés. Mas tenho a sincera impressão que, pelo pouco que consumi e pela pequena distância que percorri, gastei tempo demais e dinheiro demais. Problema meu, é verdade. Não estou reclamando, só quis comentar e dividir.
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