Capa e editorial

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EDIÇÃO N.º1 | OUTUBRO_MARÇO | 2012

REVISTA DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TRATAMENTO DE FERIDAS

EVIDÊNCIA ENSINO EM FERIDAS: FORMAÇÃO PRÉ-GRADUADA EM ENFERMAGEM ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE BIOFILMES EM FERIDAS CRÓNICAS: UMA REVISÃO DE LITERATURA A OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA E A PESSOA COM FERIDA POR QUEIMADURA TÉRMICA LIMPEZA DE FERIDAS: TÉCNICAS E SOLUÇÕES AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM IDOSOS DEPENDENTES: ESCALAS DE RASTREIO NUTRICIONAL O CONTROLO DO ODOR NA FERIDA MALIGNA

EVIDENCE WOUND EDUCATION: UNDERGRADUATION TRAINING IN NURSING BIOFILMS MANAGEMENT STRATEGIES IN CHRONIC WOUNDS: A LITERATURE REVIEW HYPERBARIC OXYGEN THERAPY AND THE PERSON WOUNDED WITH A THERMAL BURN WOUND CLEANSING: TECHNIQUES AND SOLUTIONS NUTRITIONAL ASSESSMENT IN FRAIL ELDERLY: NUTRITIONAL SCREENING SCALES THE ODOR CONTROL IN MALIGNANT WOUNDS

EVIDENCIA

ISBN: 0000-0000

LA ENSEÑANZA EN HERIDAS: FORMACIÓN DE PRE-GRADO EN ENFERMERÍA ESTRATEGIAS DE GESTIÓN DE BIOPELÍCULAS EN LAS HERIDAS CRÓNICAS: UNA REVISIÓN BIBLIOGRÁFICA LA TERAPIA CON OXÍGENO HIPERBÁRICO Y LA PERSONA CON QUEMADURA TÉRMICA LA LIMPIEZA DE HERIDAS: TÉCNICAS Y SOLUCIONES EVALUACIÓN NUTRICIONAL EN ANCIANOS FRÁGILES: LAS ESCALAS DE CRIBADO NUTRICIONAL EL CONTROL DE OLOR DE LA HERIDA MALIGNA


EDITORIAL

DOMINGOS MALTA EDITOR-CHEFE

O Journal of Tissue Regeneration & Healing é uma revista científica, com arbitragem por pares, que tem como objetivos difundir o conhecimento científico na área específica da prevenção e tratamento de feridas, assim como promover a reflexão e a compreensão de problemas do domínio específico da prevenção e tratamento de feridas/gestão de cuidados à pessoa com ferida, mediante a publicação de trabalhos científicos originais, de revisão, estudos de caso, artigos teóricos, comunicações e resenhas. A equipa editorial compromete-se a editar artigos que, pelo rigor metodológico e qualidade, possam auxiliar os profissionais de saúde, doentes e famílias, políticos e gestores, nas decisões sobre cuidados de saúde adequados na área da prevenção e tratamento da pessoa com feridas, procurando esbater as variações neste contexto assistencial específico. Este primeiro número surge numa época em que se verifica um contexto político, social e económico de crise, com repercussões, necessariamente, ao setor da saúde. Nos países economicamente mais desenvolvidos, os gastos no setor da saúde têm crescido exponencialmente devido, sobretudo, aos avanços científicos e tecnológicos, que se fazem acompanhar de fatores demográficos, onde a longevidade da população se faz acompanhar da inerente incidência de doenças próprias das pessoas idosas. Por outro lado, a população tem-se tornado mais exigente, o que constitui um estímulo para a inovação, mas um desafio constante para os profissionais de saúde, que se sentem pressionados pelos próprios, pelos pares, pelos doentes e famílias e pelos sistemas de saúde e legal, para fazerem uso dessa inovação, mesmo sem a evidência acerca da sua pertinência, segurança e custo-benefício. O estabelecimento de prioridades em saúde tem de ter em consideração, não apenas o legítimo interesse público, mas igualmente o bem-estar individual, uma vez que, por critérios deontológicos, os profissionais de saúde têm de considerar o melhor interesse da pessoa doente, e não o doente estatístico, potencial e desconhecido. Este é um grande desafio: decidir com base na evidência, conciliando a eficiência com a igualdade de oportunidades. O processo de tomada de decisão implícito à pres-

tação de cuidados implica a afetação de recursos a esses mesmos cuidados; para esta afetação de recursos tem de ser efetuada uma priorização e os cuidados têm de ser prestados tendo por base a melhor evidência científica disponível, sob pena de se comprometer a sustentabilidade do sistema e a equidade no acesso a cuidados de saúde. A decisão baseada na evidência tem como ponto central a justificação das opções e das decisões tomadas pelos responsáveis, seja a que nível estes se situem – prática clínica assistencial, gestão/administração e decisão política. A base científica da prática clínica, da gestão e de políticas, impôs-se porque existe muito mais evidência científica do que há escassos anos; os resultados dessa investigação são de muito melhor qualidade; toda essa informação pode ser rapidamente localizada e acedida através de meios informáticos; e as metodologias disponíveis de análise intrínseca dos estudos permitem selecionar os de mais alta qualidade. Para que todo este processo seja efetivo é premente o enfoque na formação dos profissionais de saúde. Como sublinha o artigo original, as boas práticas no tratamento de feridas implicam formação de base sólida e atualização constante de conhecimentos, mas o estudo sobre a formação pré-graduada sobre prevenção e tratamento de feridas dos cursos de Enfermagem em Portugal aponta para uma alteração dos curricula dos cursos, sugerindo o aumento do número de horas letivas, maior componente prática e promoção de investigação na área. O número inaugural do Journal of Tissue Regeneration & Healing destaca artigos de autores que, norteados pelas muitas das preocupações atrás expostas, partiram à busca da evidência: nas estratégias de gestão de biofilmes em feridas crónicas; na utilização da oxigenoterapia hiperbárica na pessoa com ferida por queimadura térmica; nas técnicas e soluções de limpeza de feridas; nas escalas de rastreio nutricional a utilizar em idosos dependentes; e no controlo do odor na ferida maligna.


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