Tribo Skate #245

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www.triboskate.com.br

Ano 25 • 2016 • # 245 • R$ 12,90

Fábio Castilho, fs bluntslide

PROJETONAVE • MAILTON DOS SANTOS • SECO • DAMON MICHELLEPIS

VALE DO ITAJAÍ REVISITADO

FÁBIO CASTILHO SOUL DA LESTE

JP OLIVEIRA

NA CAMINHADA CERTA

LORENA FERNANDA

A RIQUEZA DAS MINAS

CHILE X ARACAJU

CAMBIANDO SPOTS

TILT SHIFT

A TÉCNICA APLICADA




TRIBO SKATE 245 JUNHO 2016

ESPECIAIS 22. Tilt Shift

A técnica aplicada

30. Chile x Aracaju

JN Charles e Willy Munõz

36. Lorena Fernanda

Representa o skate feminino

42. Vale Europeu

O skate no Vale do Itajaí

52. JP Oliveira

Na caminhada certa

62. Fábio Castilho Soul da leste

SEÇÕES

Editorial...........................................................6 Zap...............................................................10 Casa Nova....................................................70 Tecnologia e Negócios.................................78 Playlist (William Seco)..................................79 Áudio (Projetonave)......................................80 Skateboarding Militant..................................82

CAPA: Fábio Castilho despreza a dificuldade do corredor estreito e deixa pra posteridade este cabreiro fs bluntslide em um pico roots da Zona Leste de SP. Foto: Thomas Teixeira ÍNDICE: Mario Marques vence de bs fifty a batalha com a borda curva e de superfície crespa de algum pico de rua da capital paulista. Foto: Carlos Henrique dos Santos


CARLOS HENRIQUE DOS SANTOS

// índice

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editorial //

Marcação de

território // POR CESAR GYRÃO

U

ma das leis mais antigas da humanidade é a preservação da espécie com o domínio sobre o território, reunindo seu clã e afastando os predadores. Não é de hoje que o skatista vem tomando conta das ruas, a despeito de toda a perseguição histórica que sofremos nos anos iniciais. Em 1966, por exemplo, um documentário canadense era batizado de “Skate – O Brinquedo do Diabo” (The Devil’s Toy”). Dirigido por Claude Jutra e filmado em Montreal, refletia um momento em que a sua prática era discriminada por pais e autoridades. Aqui no Brasa, nossa maior referência de repressão policial veio no final dos anos 80 com a proibição de se andar de skate nas ruas de São Paulo pelo então prefeito Jânio Quadros. Os resultados das ações repressoras apenas alimentaram a vontade de andar daqueles que descobriam a “mágica” do carrinho. No mês que veremos a invasão de muitas cidades ao redor do mundo por centenas ou milhares de skatistas no Go Skate Day (21 de junho, em alguns lugares transferido para o domingo, dia 26), o esporte está tão difundido que deve ser um dos escolhidos para fazer parte das Olimpíadas de Tóquio, em 2020. O mês de maio foi repleto de ações populares com nossa cultura, como por exemplo nas premières dos vídeos Away Days, da adidas, com centenas de pessoas acompanhando o filme no telão instalado no vão livre do Masp ou o título Holy Stokes, da Volcom, com mais de 3.500 pessoas na Praça Roosevelt, ambos em São Paulo. No Rio de Janeiro, o espaço já retratado aqui na Tribo Skate como ZNaikeside, a área DIY (Do It Yourself – Faça Você Mesmo), ao lado do snakerun público do Maracanã, tem mais um evento promovido pelo fotógrafo Pedro Macedo, o “Pula Caçamba”. O local não poderia ser mais enigmático do poder de marcação de território por parte do skate, com uma série de intervenções em obstáculos devidamente estilizados pelos artistas do meio. No ano passado o filme We Are Blood mostrou muito deste poder de integração do skate, com aquela final apoteótica das hordas que tomam as ruas e proclamam o lado positivo da vida sobre uma tábua com quatro rodinhas, dois eixos, oito rolamentos, parafusos e lixa. Tudo isso é ainda reforçado com a entrega recente de tantos skateparks públicos, como os do Parque Chácara do Jockey e Parque Dom Pedro, em São Paulo/SP, o do Parque da Cidade em Salvador/BA, o do Parque da Lagoa em João Pessoa/ PB e o do Parque Marcos Veiga Jardim, em Goiânia/GO, apenas para citar alguns exemplos. Como muitos apregoam, “a rua é nossa”. Vale a pena lançar no Google o nome do filme “The Devil’s Toy” para que se entenda mais ainda como evoluímos. Muitos se identificarão com as cenas de Montreal em 1966, que foram vividas nos mais diversos lugares muitos anos depois.

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Ainda existe repressão para nos tirar de alguns picos das cidades, mas as ruas são dominadas pelo menos por alguns minutos. Bruno Aguero, switchstance nosebluntslide transfer com o sabor de conquista.


BRUNO PARK

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zap //

ROBERTO ALEGRIA

triboskate.com.br

Tiago Lemos, Nollie fs crooks to fakie

Patrick Vidal agora conta com patrocínio da Nineclouds. Aproveite e veja no site a entrevista exclusiva do gaúcho falando sobre essa nova parceria. “Quando acabou a Son, eu tive umas oportunidades de entrar numas marcas nacionais. Mas é um procedimento difícil. A gente nunca quer voltar pra trás. A gente pretende caminhar pra frente. Não que esteja decaindo, mas sim, de já estar usando uma parada que tenha um certo resultado. Então eu preferi passar necessidade no momento, sem shapes, e esperar, com calma, uma proposta que me cairia bem pra continuar minha jornada.”

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Thyago Ribeiro fala sobre o projeto Mov Paralelo. “Fui vendo os HDs, tem muitas manobras. Então resolvi editar um vídeo. Eu sempre tive vontade de ter um vídeo como o Chiclé, Silly Society, 411VM, só que eu nunca tive condições pra isso. E aí, agora, quando eu tenho tempo quero editar essas manobras e fazer um vídeo, sem pretenção de ganhar dinheiro fazendo com isso.”

FOTOS: RICARDO SOARES

Exclusivas


ESSES SÃO ALGUNS DOS DESTAQUES DO TRIBOSKATE.COM.BR NO MÊS DE MAIO. ACESSE O SITE, LEIA AS NOTÍCIAS COMPLETAS, MANTENHA-SE INFORMADO E TENHA ARGUMENTOS PARA DISCUTIR NAS REDES SOCIAIS. Tiago Lemos é o quinto brasileiro confirmado para integrar a Street League. A vaga foi conquistada na Espanha, no Pro Open, junto ao sul-africano Tommy Fynn. O evento foi vencido pelo australiano Shane O’Neill. Tiago se juntou a Luan Oliveira, Carlos Ribeiro, Felipe Gustavo e Kelvin Hoefler na principal Liga de skate do mundo. A Independent Trucks agora conta com Tiago Lemos em seu time.

What’s up Leticia Bufoni venceu pela quarta vez o Far n’ High, na França.

JUNIOR LEMOS

Pedro Barros e Pamela Rosa conquistaram medalhas de ouro nos X Games de verão, que aconteceram em Austin, Texas no começo do mês de junho. Essa foi a sexta vitória de Pedro e a segunda de Pamela. A prova de Big Air, que tinha o maior número de brasileiros inscritos, não aconteceu por causa das fortes chuvas e vento. Gabriel Fortunato ficou em 10º no Street Amador, Leticia Bufoni em sétimo no Street Feminino, Bob Burnquist em 8º e Rony Gomes em 10º no Vertical.

São Paulo faz parte do roteiro global de lançamentos de vídeos de skate e em abril recebeu duas grandes premières. O Away Days da adidas Skateboarding foi exibido em grande estilo em plena avenida Paulista, no vão do MASP, e o Holy Stokes da Volcom lotou a praça Roosevelt numa gelada noite.

Pedro Barros venceu a 12ª edição do Pool Party, campeonato mais tradicional de bowl. Essa foi a terceira vitória de Pedro no Profissional. Bruno Passos ficou com a segunda colocação no Master, que teve Darren Navarette como campeão. Na categoria Legends, a primeira colocação ficou com Lance Mountain. Anderson Stevie foi oficialmente anunciado na Dealer Official com um vídeo de boas-vindas. A Nike SB Brasil contratou Pamela Rosa. O Comitê Olímpico Internacional (COI) se reuniu na Suíça e aprovou por unanimidade a indicação do skate para ser incluído nas Olimpíadas de Tóquio, em 2020. A votação final da Assembleia Geral do COI será referendada durante a 129ª sessão da entidade, marcada para agosto, no Rio de Janeiro. Tony Hawk promoveu um campeonato de ollie na sua rampa. A sessão foi transmitida ao vivo pela sua Fanpage no Facebook e Rony Gomes acertou o ollie to fakie mais alto, subindo 1,7m de altura. Os ollies mais altos da noite foram de Jimmy Wilkins. Seu frontside alcançou 2,43m e o backside 2,40. Tom Schaar acertou um fakie ollie de 1,5. O vídeo está disponível no site.

THOMAS TEIXEIRA

Vários skatistas foram convidados para conduzir a chama olímpica, que está percorrendo o território brasileiro de ponta a ponta. Sandro Soares, Bob Burnquist e Karen Jonz são alguns deles. Algumas horas antes da première no MASP, os skatistas da adidas Rodrigo TX, Klaus Bohms, Nestor Judkins, Benny Fairfax e Pete Eldridge conversaram com exclusividade com a Tribo Skate.

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zap // AO REDOR DO MUNDO, // POR GUIRI REYES

GUIRI REYES É UM DOS SKATISTAS DE SANTA CATARINA COM MAIS CARIMBOS NO PASSAPORTE. ISSO PORQUE ELE TEM PERCORRIDO O MUNDO, COM SEU SKATE E SUA CÂMERA, EM BUSCA DOS ROLÊS INUSITADOS E DE FOTOS IMPROVÁVEIS.

Da esquerda pra direita, de cima pra baixo: 1. #Streetlife @manolomaninhooficial @crystalgrip; 2. Photo by @cass.rod; 3. Of a distinct or particular kind or character: a Special Key; 4. O primeiro a gente nunca esquece, flip bs tail #AngélaCrew, foto @joaobrinhosa; 5. Meu Mundo @praiadorosa, foto realizada pelo projeto @panoplanet; 6. #miami #wynwoodwalls, foto @ germanochu; 7. Picos de locais abandonados com móveis velhos e entulhos são muito atraentes pra skatearte! Foto Tiago Pavan (2010) em algum lugar de Santa Catarina; 8. California Dreamzz with @crystalgrip; 9. In #miami old dayz #skatelife.

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@guirireyes



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Damon Michellepis EDILSON ALMEIDA

NUM DETERMINADO MOMENTO DOS ANOS 2000, DAMON SE DESTACOU NO SKATE VERTICAL BRASILEIRO. SUAS HABILIDADES O APONTARAM COMO O FUTURO DO SKATE EM HALFPIPES NA GRANDE MÍDIA, MAS ELE TAMBÉM TINHA LUGAR CATIVO NOS VEÍCULOS ESPECIALIZADOS. DEPOIS DE ADMINISTRAR PERDAS E GANHOS NA VIDA, ESTÁ MAIS ATIVO DO QUE NUNCA, SEJA SOBRE O CARRINHO OU SOBRE O COCKPIT DE UM AVIÃO. POR JUNIOR LEMOS // FOTOS FELIPE PUERTA Como começou sua história de skatista? No prédio e na rua onde eu morava, por volta 1985, tinha os amigos mais velhos que andavam e resolveram me colocar em cima do skate pra brincar, como todo adulto faz com criança. Só que no meu caso deu ruim, ou deu bom (risos), porque não consegui descer dele até hoje. Um outro fato significativo foi minha mãe, apesar da preocupação materna natural, me incentivar e achar legal eu andar. E por ironia do destino, em um certo período ela trabalhava no bairro do Morumbi, então ao chegar da escola, depois do almoço, ela ia trabalhar e me deixava no Ultra Skate Park, a pista que era do Cris Mateus, que ficava na Avenida Morumbi e tinha um halfão, que na época era gigante pra gente. E ela só me buscava lá pelas oito da noite, geralmente depois de a pista fechar, e muitas vezes eu tinha que ir pra casa do famoso “Cocada”, o cara que cuidava da pista, pra esperar ela chegar. Ou seja, deu bom de novo! Cresci andando com Cris Mateus, Bob, Valtinho, Renatinho, Daniel Baccaro, (Fabio) Anjinho, Bebel, Marcelo e Mauricio Campos, Murilo Beyruth e cia, todo o Santo dia. Quando foi que você se tornou profissional? Em determinado momento da minha vida, creio por volta de 16 ou 17 anos de idade, precisava decidir o que iria fazer profisssionalmente da vida e dentre as coisas que gostava de fazer, não tive dúvida em, dali pra frente, botar toda minha energia no skate e seguir esse caminho. Como era a cena brasileira do skate vertical naquela época? Em quem você se espelhava? Na época a distância entre Brasil e EUA já começava a diminuir, em questão de nível de skate e nos materiais também. Sempre gostei e até hoje gosto muito de ver o Rune Glifberg e o próprio amigo de todos os dias de skate na infância já atingia um nível incrível, que pra mim virou referência também, o Bob Burnquist; além do Lincoln Ueda. Esses três, pra mim, eram o limite, o ápice de três aspectos: um do estilo, outro da técnica e outro da velocidade e altura. Mas sempre soube admirar e curtir o que cada um tinha de bom, então adorava ver e me inspirar em tantos outros, inclusive meu amigo estiloso Geninho Amaral, o guerreiro e dedicado Sérgio Negão, entre outros. A televi-

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são aberta tinha recém-entrado para investir um pouco, o que era um passo muito grande e confuso na transição para todos do mercado e atletas. Já começavam a se formar instituições organizadoras, como a Confederação Brasileira e outras. E os campeonatos começaram a aumentar em quantidade, ainda confusos mas se organizando cada vez mais e com investimentos também de marcas grandes, do surf e de outras naturezas, que iniciavam seu investimento no skate pela tv e por outros fatores. Então, acabei pegando uma fase de crescimento muito grande, principalmente no vertical. Eu diria uma fase onde o skate foi mostrado em grande escala e dessa vez com aceitação maior de todo o país, por ser pela tv e também a nossa sociedade já estava mais pronta pra isso. Na época anterior da minha profisionalisação era bem complicado, mas divertido: o mercado era feito só por atletas apaixonados por skate, éramos vistos como marginais na rua e em muitos casos como “os perdidos” dentro da família. Por isso fico contente de ver o skate popular como é hoje e me sinto parte, junto com as gerações anteriores a minha, de ter sido parte da construção desse alicerce pra virar o que o skate é hoje. Quais foram os principais momentos que você lembra desta época? O looping no tubo de São Bernardo é um deles? Me lembro de ter ido bem e ter ficado em primeiro em um dos campeonatos mais legais que tinham, que era no Rio de Janeiro, o Vert Jam. E também de ter ficado em primeiro nas eliminatórias e o campeonato infelizmente não ocorrer no dia seguinte pela chuva, quando iriam entrar os cinco pré-classificados pra juntar conosco na fase seguinte. Um outro evento marcante foi uma etapa do mundial Crail World Cup, no Corinthians, no qual cheguei atrasado no ginásio e já chamavam meu nome. Subi correndo o half, só deu tempo de colocar a joelheira de qualquer jeito, dropei apertando o capacete e, sabe-se lá como, fiz uma volta super boa (risos). Quando terminei, olhei pro público e tava todo mundo maluco, gritando. Foi muito divertido, acabei me classificando bem pra final! E é claro, o looping foi sim muito especial porque foi algo diferente, perigoso e sem apoio nenhum, além de alguns poucos amigos que tinha comentado. Foi algo que surgiu da minha vontade de inovar; isso foi legal. Não tinha


DAMON MICHELLEPIS

Manutenção e evolução no RG Skatepark: ollie one foot to fakie

37 anos, 29 de skate De São Paulo Skatista e Piloto/Instrutor de Voos (Avião) Apoio: Kryptonics


zap // chance de treinar em lugar algum, só experimentei um pouco antes o looping do Guaraná Street Festival, que o Bob havia trazido para mostrar, mas era madeira e tinha um colchão enorme. O de SBC foi com uns colchões improvisados, ele é de concreto, grande, tinha as lâmpadas no teto e no fim foi um looping parafuso porque foi pra frente e eu fiquei mais tempo no teto. Além de tudo, quando comecei não tinha a menor ideia do que ia acontecer. E o que fez você dar um tempo com o skate? No melhor momento pra mim como profissional, quando cheguei até a ouvir de alguns que eu seria o próximo campeão mundial, os patrocinadores querendo me mandar pra fora e o Bob chegou a me apontar como possível sucessor dele, quando perguntado pela mídia, e etc, eu acabei perdendo minha mãe, que era uma base muito forte pra mim na época. E meu pai saiu de casa em seguida. Eu e meu irmão desmontamos, o que me custou uns anos para levantar novamente. Os patrocinadores não se importaram muito no sentido de ajudar. Então, como vi que a casa ia cair também de dinheiro, além do que já havia caído (risos), optei por começar meus estudos na aviação pra me tornar Piloto de Avião. O que fez no tempo em que ficou afastado do skate? Fiquei voando por aí, literalmente (risos). Levando passageiros pra lá e pra cá, cuidando de aviões como piloto particular de algumas pessoas, além de dar aulas e formar pilotos no Aeroclube de São Paulo, no aeroporto do Campo de Marte e em outros aeroportos no estado de São Paulo. Neste período, você manteve o skate no pé e o contato com os parceiros de rolê? Sempre! Eu nunca, de verdade, fiquei sem andar de skate. Estive sempre em contato com meus amigos, que são na verdade parte da minha família, do skate, Geninho, Chupeta (Fabio Cristiano), Negão e outros. Sempre que podia ía andar, algumas vezes com um outro amigo de aviação que era piloto antigo da Cia. Aérea, o Fernando, que andou em gerações anteriores a minha com o Anshovinhas, Cesinha Chaves e etc. E como foi sua volta? Foi fácil e simples (risos). Eu gosto de andar de skate, só isso! No momento em que decidi me dedicar mais ao skate novamente, o Geninho estava andando bastante na pista do Rony Gomes, que já estava tomando forma, e eu acabei me envolvendo com eles e todo pessoal da geração nova, e deu bom de novo. Como você vê a cena do skate hoje? Tudo tem os dois lados: fico contente por ver algo que era motivo de preconceito forte na sociedade e na família - até fugir da polícia eu já tive que fazer pra poder andar e que poucas pessoas tiveram a chance de sequer experimentar o skate por causa do preconceito - hoje estar no pé de todo mundo e visto de maneira leve, como tem que ser. Por outro lado ver a essência de algo criativo,

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Mais intimidade com o concreto, no QG. Stale fish contorcido espontâneo e de coração, que era o skate, virar algo um tanto repetitivo, um pouco por obrigação e ao mesmo tempo com mercados locais sem profundidade nenhuma, é o negócio de dinheiro a qualquer custo e a todo vapor. Cada geração de skatistas que vem, vem mais montada como atleta pelos pais, desde criança, faltando um tanto de rua pra eles. Super atletas com pouca experiência de vida, mas faz parte das mudanças; cada geração tem sua caminhada. As pistas estão interessantes e bem difíceis de andar, as manobras estratosféricas e eles naturalmente começam da manobra onde a geração anterior parou, e isso é bacana, adoro ver.

Como faz hoje pra conciliar sua profissão com os rolês de skate? Tá tranquilo, pois não tenho voado de aviões full time. Então, quando não estou voando lá no céu, procuro voar um pouco no halfpipe, mas estou sempre voando (risos). De que forma o skate está presente hoje no seu trampo? Acho que na seriedade, no bom sentido, na autoconfiança e no compromisso que se tem que ter em cima do skate, é algo que é super necessário dentro de um avião. Além da básica sensação de liberdade pelo movimento, pelo voo e a velocidade, que os dois têm.



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MAILTON DOS SANTOS

QUANDO VOCÊ ENFRENTA E VENCE OS PIORES FANTASMAS, SE FORTALECE AO PONTO DE CONTAMINAR MAIS PESSOAS COM SUAS RECONQUISTAS. SEJA NOS GRANDES CORRIMÃOS QUE DESCEU OU NA DELICADA CIRURGIA NO CÉREBRO QUE SE SUBMETEU, MAILTON CONTINUA NOS ESTIMULANDO A VENCER NOSSOS DESAFIOS. DEPOIS DE UMA CAPA ALUCINANTE NA EDIÇÃO 179 (SETEMBRO DE 2010), UM PRIMEIRO LINHA VERMELHA EM 2011 (EDIÇÃO 186), TEMOS NOVAMENTE MAILTON AQUI PARA ACALMAR SEUS AMIGOS E FÃS. (CESAR GYRÃO)

• Com sua trajetória de corrimãos grandes, campeonatos e até suas aventuras no halfpipe, como você vê estes novos profissionais que não andam nem em corrimãos pequenos e alguns nem em minirrampas? Você acredita que hoje em dia os profissionais de skate estão menos completos? (Edgar Gonçalves) - Primeiramente, não gosto de julgar ninguém se é certo ou errado, se é legal ou não. Mas isso acontece desde quando eu comecei a andar, pois tinha um corrimão e um palco no solo que nós mesmo construímos na minha rua. Depois, quando eu comecei a andar bem, inauguraram uma lan-house com uma microrrampa nas imediações e daí pra frente me apaixonei pelas transições. Sobre a sua segunda pergunta, só acho que é falta de oportunidades e falando dos profissionais, não vi nenhum ainda que tem esse perfil, só os novos amadores.

// Mailton dos Santos 28 anos, 15 de skate Patrocínios: Vlcs Clothing, Klan-destina Apoios: Spitfire Brasil e Thunder Trucks Brasil

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RAPHAEL KUMBREVICIUS

• Mailton, qual o seu posicionamento sobre marcas de skate que lhe pagam para andar e de certa forma deixam de ajudar com peças de skate, para o seu desenvolvimento no dia a dia? (Felipe Procópio) - Primeiro, cada empresa tem o seu interesse de divulgação! Hoje tenho meu patrocínio de roupas, a Vlcs, e eles me fornecem roupas que escolho do meu gosto; é isso que foi fechado no começo do contrato. Mas já tive patrocínio de tênis e shapes, e assim sucessivamente cada patrocínio arca com o combinado e acho que não tem nada de errado. Agora, não posso falar de outros skatistas porque eu não participo dessas empresas e não sei como são. E os profis-



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sionais, antes de tudo, têm que fechar seu salário para que consigam andar de skate e se sustentar, como trabalhadores normais. • Mailton, você é um grande exemplo de superação. Ter passado por todo esse processo trouxe algum tipo de aprendizado ou mudou a maneira como você enxerga a vida? (Willian Oliveira) - Antes eu andava de skate e sabia que no outro dia eu ia andar de novo, hoje não! Eu aprendi a dar valor aos dias que tenho saúde para andar, às pessoas que estão do meu lado, independente de nível de skate. Hoje tenho noção de que sem o skate não sei o que iria fazer da minha vida; ele está dentro de mim e hoje sinto que é maior do imaginava. • Nesse tempo que você ficou se recuperando, pensou em parar com o skate? E os patrocínios continuaram apoiando? E agora que você voltou para as sessions, ainda tem confiança de se jogar em escadas, corrimãos e gaps como antes? Não fica meio travado nas manobras? (Felipe Thiago de Albuquerque) - No tempo em que fiquei parado, não via a hora de poder andar de skate. Queria muito saber como seria minha volta e quando voltei, achei que tinha perdido tudo que já tinha conquistado, porque não conseguia fazer nada. Isso me fez conhecer os treinos funcionais na fisioterapia, quando começou a voltar o que sabia desde que conheci o skate. Isso porque tinha perdido toda a força do lado direito do meu corpo, por causa da sequela da minha operação de biópsia. Mas depois das trinta sessões de fisio, voltei a andar de skate legal e hoje faço treino funcional duas vezes por semana. Agora minha meta é ser o skatista de antes, só que melhor e mais forte porque os resultados estão sendo ótimos e direcionados para que sejam melhores. Os treinos já me deram confiança e logo mais o Mailton dos Santos estará com suas fotos e vídeos melhores do que antes. Os

meus patrocínios arcaram com toda minha doença e a minha recuperação, com convênio médico e apoio moral; não tenho nada a reclamar do que eles fizeram por mim. • Boquita, explica pra firma como funciona a relação fotógrafo e skatista? Vejo que ao mesmo tempo em que brota skatista pelo mundo, surgem novos fotógrafos há todo momento e acho legal isso crescer juntamente com tudo que move o skate. (Raphael Kumbrevicius) - Hoje realmente não param de surgir fotógrafos; isso é bom mas vamos ver quantos vão permanecer, como aconteceu com você próprio! Antes eu fazia foto com o Homero Nogueira e o Átilla Chopa. Quando você chegou, eu apostei no seu trabalho e hoje trabalhamos juntos há cinco anos consecutivos e você está aí. É um ciclo, né? Nós somos skatistas. E o skateboard agradece tudo que vem pra somar! • Mailton, o skate atual por aqui mudou muito e a recente pesquisa Datafolha indica que a maioria dos skatistas no Brasil são adolescentes e crianças. O que você vê de positivo e negativo neste dado? (Ciro Novaes) - Sempre foi assim! Começamos a andar de skate crianças e muitos outros quando ainda eram adolescentes; só vejo positividade nisso. Tenho amigos homens já, que trabalham e andam de skate e que começaram a andar de skate porque surgiu uma pista perto da casa, ou porque me tornei profissional no esporte. E hoje, nessa mesma pista, eu os ensino a andar de skate e eles saem felizes como um adolescente ou até como uma criança, com aquele sorrisão no rosto, e no outro dia eles estão lá de novo. • Salve, Boca! A gente se conhece desde a época boa da pista de São Caetano e vivemos uma fase muito marcante, que foi quando começamos a filmar bastante na rua com o Thomas Losada e sempre algum fotógrafo também na sessão, na

época da Lixeira (Crew). Você foi o skatista que mais vi na sessão andando em corrimão e eram uns bem difíceis, ida ou volta bem complicadas além do tamanho dos corrimãos em si, as tentativas eram sempre com muita noção e você sempre acertava. Como você se sentia na época? Consegue lembrar pra contar pra gente qual era o sentimento que lhe motivava e impulsionava pra andar nesses picos? E outra pergunta, sobre o que está passando atualmente com sua saúde: Como tem sido andar de skate, no que ele tem ajudado? E o que mudou na sua relação com le? “Nóis”, Boquinha, você é cabuloso! (Daniel Marques) - Hoje somos homens já; nesta época éramos adolescentes e o que mais sinto falta é dessa galera junta, todos unidos nas sessões. Mesmo quando não íamos andar, estávamos lá pra incentivar o outro a andar. Vou contar um segredo, Dani! Será difícil me verem chorando, mas neste exato momento estou com as lágrimas caindo porque éramos skate puro de verdade, andávamos sem nada em troca e sim pelas manobras acertadas e os picos vencidos. O que me impulsionava a andar nos canos é a mesma coisa de hoje e será sempre. Meu skate sempre foi assim, a briga pela evolução é comigo mesmo e não com o skatista que está do lado. Isso me faz e sempre vai me fazer bem. O skate tem sido a maior força pra eu voltar a ser uma pessoa normal! O oncologista é um amigo bem próximo e disse que eu não seria o mesmo skatista e isso me deixou com essa dúvida na cabeça, e ele tem razão. Eu vou ser melhor, porque vi que hoje estou mais dedicado e enxerguei que sem o skate na minha vida eu não seria nada. E ele na minha vida mudou, sinto mais valor a cada manobra reaprendida. A cada amigo na sessão, cada irmão de longa data que me fez voltar a andar e também me fez dar menos valor aos bens materiais. O skate tem um valor que não tem preço. Deus é mais e agora entendi o que significa “Skate na veia!”

Os treinos já me deram confiança e logo mais o Mailton dos Santos estará com suas fotos e vídeos melhores do que antes.

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RAPHAEL KUMBREVICIUS

Fs lipslide

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fotografia // tilt-shift

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MINI SKATISTAS MANOBRANDO EM UMA CIDADE MINIATURA. ESSE É O EFEITO QUE CONSEGUIMOS COM A TÉCNICA TILT-SHIFT, NESTE CASO POSSÍVEL AO USAR A LENS BABY COM ÓTICA 80MM. SÓ QUE NÃO FOI PRECISO APENAS O PRINCIPAL (A LENTE) PRA REALIZAR MAIS ESTES ENSAIOS USANDO TÉCNICAS FOTOGRÁFICAS TRADICIONAIS. FOCALIZA AÍ! POR DIOGO ANDRADE

Alexandre Grilo, nollie fs heelflip

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A

explicação para o efeito é muito simples: o foco seletivo deste tipo de lente proporciona uma faixa de imagem focada e o resto em desfoque diferente das lentes comuns. E quando tiramos a foto de cima de um prédio, ou de algum lugar mais alto, o nosso cerébro se confunde e o mundo real fica parecendo uma maquete. Mas não adianta achar um pico perfeito pra se manobrar se não tem algum lugar próximo para subir e fazer a foto do alto, por isso a função para este ensaio girou em torno disso o tempo todo. Um prédio ainda em construção foi de onde uma das fotos foi feita. O segurança acreditou que eu estava participando de um concurso de fotografia de Belo Horizonte. Lógico que ralei pra subir 18 andares a pé, mas o moment do ollie bs 360, do João Gabriel com os dreads voando, valeu a subida. Teve também escalada em uma torre de metal. Porteiro gente boa, porteiro boca ruim. Teve foto molezinha na janela do apartamento do Alexandre Grilo, o fs nollie heelflip do próprio, no centrão de BH, antes dele quase atropelar uma moto de frontside flip. Mas o universo conspirou a nosso favor e foi na última que tivemos sucesso. O porteiro tinha barrado, já íamos embora quando pedi ao morador (Maurílio) quase que suplicando, e ele abriu as portas de seu apartamento para fotografar o bs flip do Akira Utida. Essa era a foto que eu mais queria fazer, pois a praça Raul Soares tem um mosaico lindo vista de cima.

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tilt-shift

// fotografia

Akira Utida, bs flip

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tilt-shift

// fotografia

JoĂŁo Gabriel, ollie bs 360

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fotografia // tilt-shift

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Gabriel Loureiro, nollie flip drop

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JN CHARLES

JN Charles, fs hurricane no Maipu Mall

30 anos, 17 e meio de skate De Aracaju, Sergipe (Freeday, Future, Crail, Viva, Ras Skateshop, Coco Caps e Cesar Prod.)


chile x aracaju

CA M B I A N D O

// conexão

S P OT S

JN FOI AO CHILE DUAS VEZES, WILLY DESEMBARCA ESTE MÊS POR AQUI PELA QUARTA VEZ, OS DOIS MOTIVADOS PELA VONTADE DE MANOBRAR EM LUGARES AINDA DESCONHECIDOS. E FOI EM UMA DESSAS IDAS E VINDAS QUE ELES CAMBIARAM OS SPOTS, RESULTADO QUE VOCÊ VÊ AGORA NAS PÁGINAS DA TRIBO SKATE. POR JUNIOR LEMOS // FOTOS RAMON RIBEIRO

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WILLY MUÑOZ Como você veio parar no Brasil? Fui pro Brasil na primera vez em 2013, com dois amigos, só por viajar e conhecer novos picos pra se andar de skate. O Brasil é muito respeitado na América do Sul o no mundo todo por sua qualidade de skaitistas e eu queria ver isso de perto.

Viajar e conhecer caras como o JN e o André Hiena é sempre uma experiência boa mais para o lado pessoal do que como skatista. (Willy Muñoz)

Quantas vezes já esteve por aqui? Já fui três vezes ao Brasil. A primera vez para Aracaju foi este ano e em poucos dias estou indo para Belo Horizonte, junto com o time da adidas Chile. Quais as diferenças dos picos daí com os daqui? Não tem muita diferença, eu acho. Talvez o Chile tenha o chão um pouquinho melhor, e isso agrada muito aos skatistas brasileiros que têm vindo pro Chile. O clima tem mais diferença; aqui no Chile é muito frio em comparação com o Brasil, não temos muita chuva mas é frio pra caralho. (risos) Qual a sensação de manobrar em lugares inéditos? Manobrar em picos novos é muito bom, você

fica com mais vontade de andar de skate do que quando se está em sua mesma cidade. Além de poder andar nos picos que você vê pela internet e imagina suas manobras ali, isso é o que eu mais curto. Nos motiva a conhecer novos lugares sempre! E como você conheceu o JN Charles? Conheci a meu irmão JN em 2013, quando viajei com meus amigos pro Brasil. Não conhecíamos ninguém, só vimos os picos na internet e fomos pra Praça Roosevelt, quando conheci o Charles, o Thiago Garcia e um cara que eu nunca esquecerei, o André Hiena. Fiz uma amizade muito boa com o JN, ele nos levou em vários picos pra gente andar de skate; quando comentou que morava em Aracaju e só viajava para SP para tratar de assuntos

com seu patrocínio e para andar de skate. Por que o skatista tem este espírito de viajar pra conhecer novos picos? Acho que os skatistas têm o espírito de viajar para voltar à sensação que sentiam quando começaram a andar de skate. É como sair da rua onde você começou a andar e fazer a primeira viagem como skatista para duas ruas à frente só pra pular uma escada, ou quando se pega o ônibus para ir até uma praça que tem um pico para manobrar. É essa sensação que os skatistas estão sempre procurando sentir! Como foi pra você apresentar os picos pra ele aí no Chile? Eu só queria retribuir o que ele fez por nós quando fomos para SP e quando eu fiquei

Willy Muñoz, transfer bs tail na ponte...

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chile x aracaju

// conexĂŁo

... e um flip bs wallride na praia do Abais

WILLY MUĂ‘OZ 27 anos, 15 de skate De Santiago, capital do Chile (Adidas Skateboarding, Lija La Negra e Pernos Metal)

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JN Charles encerra o turismo de skatista com um fakie flip em Enea, no Chile

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chile x aracaju

// conexão

com ele em Porto Alegre. Ele é muito sangue bom e sempre fica preocupado pelas pessoas que ama e pelas pessoas em geral. Então, quanto ele veio ao Chile foi bom pra mostrá-lo meus amigos, meus pais e a minha experiência como skatista do Chile. O que essa experiência trouxe de positivo pra sua carreira de skatista profissional? Viajar e conhecer caras como o JN e o André Hiena é sempre uma experiência boa mais para o lado pessoal do que como skatista. E conhecer caras assim é muito mais fácil pra sair de skate e conhecer as culturas locais que só o carrinho nos oferece. JN CHARLES Como você foi parar no Chile? Fui de avião mas queria ter ido por terra, pois sei que tem um visual muito bonito. Quantas vezes já foi pra lá? Já fui duas vezes. Quem foi com você? A primeira vez fui com toda equipe da Freeday (Adelmo Jr., Marcus Cida, Paulo Galera, Patrick Mazzuchini, Ricardo Porva, José Luiz e Heverton Ribeiro), pra fazer o vídeo Cenários. E a segunda vez fui com minha esposa, pra ela conhecer, e com Ramon Ribeiro, que fez as fotos da matéria. Quais as diferenças dos picos de lá com os de sua área? É bastante diferente, o clima em primeiro lugar e a diversidade de lugares pra se andar de skate em segundo. Como conheceu o Willy? Conheci Willy em 2011, eu acho, mas parecia que já nos conhecíamos há mais tempo. Ele estava em São Paulo com mais dois amigos que também são chilenos, o Enzo e o Claudio; eles estavam filmando e queriam conhecer lugares pra anda, sendo que eles não sabiam de nada. Aí eu estava andando na Roosevelt, quando os conheci, e andamos juntos por vários dias; apresentei vários lugares de SP pra eles. Por que o skatista tem este espírito de viajar pra conhecer novos picos? Acredito que pela mesma necessidade que cada skatista tem de querer ir ainda mais longe de que ele imagina que pode. Como foi pra você apresentar os picos pra ele aqui no Brasil? Pra mim é uma satisfação própria. Como foi com ele lá no Chile, pode ser com qualquer um e sei que se for comigo também vai ser style assim. O que essa experiência trouxe de positivo pra sua carreira de skatista profissional? Pra me é que temos que tratar todos com igualdade porque um dia foi ele e no outro dia fui eu. É isso que nos mantêm motivados todos os dias, sabemos que sempre terá um irmão à disposição do skate presente. junho/2016

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Skate feminino // Lorena Fernanda

A riqueza das Minas LORENA FERNANDA É UMA DAS PROMISSORAS SKATISTAS DO BRASIL. A MINEIRINHA MOSTRA QUE O SKATE É COISA SÉRIA, EXIGE MAIS RESPEITO AO SKATE FEMININO E REVELA O QUANTO MINAS GERAIS ESTÁ BEM REPRESENTADO. POR DIOGO GROSELHA

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Nollie bs tail

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Skate feminino // Lorena Fernanda

Como e quando você começou a andar de skate? Foi na época de Malhação que tinha skate. Tinha um casal que andava e uma turma. Ai, foi meio tosco (kkkk). Juntou uma galera lá na rua e começamos a andar. Era mais ou menos uns nove ou dez meninos e só eu de menina. Fizemos palco, corrimão e eu resolvi experimentar para ver como era e ter uma noção se eu gostava. Estou aí até hoje srsrs Quais as vantagens e desvantagens de ser mulher e andar de skate? A vantagem é que às vezes você manda uma manobra que pode nem ser tão difícil, mas é mais valorizada por eu ser menina. Uma desvantagem é nos campeonatos, que deveria ser tudo igual em todas as categorias; se vai ser 15 minutos tem que ser para todos, independente da quantidade de gente que tem. Igual na premiação: nego sai tacando coisa de homem para gente, umas coisas nada a ver. Outra coisa é que muita gente ainda não respeita, ainda tem aquela parada de pensar que aquela menina ali está andando por moda, não botam fé que muitas estão correndo atrás para viver do skate e ter um futuro. Acham que você é ninguém só porque você é uma menina. Como é o projeto Minas no Skate e qual a sua participação? Na verdade eu e uma amiga, a Catarina, começamos a andar e sempre tentamos unir as meninas. Sempre marcava encontro, sempre estava filmando, dando rolê e as meninas ficavam com medo de andar. Aí juntamos eu, a Catarina e mais duas meninas, a Andreza e a Stephane Brisa, e resolvemos formar o Minas no Skate. Hoje são mais de 15 meninas andando com a gente. Nós pretendemos mostrar que tem muitas meninas andando de skate, fizemos um Game of Skate no Mineirão para arrecadar dinheiro para ir para São Paulo. Estamos fazendo algumas roupas também para vender e arrecadar mais dinheiro para poder ir e ficar um tempo bom lá, para filmar e até mesmo fazer um Game of Skate lá em SP e tentar unir. O skate feminino precisa dessa união. Recebemos também uma homenagem na Câmara Municipal daqui de Belo Horizonte, um diploma de Honra ao Mérito por inserir o skate feminino na sociedade.

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O que o seu namoro influencia no seu rolê de skate? Bosta nenhuma, ele é muito chato (kkkkk). Brincadeira, vamos ser verdadeiras sem puxar saco, depois que eu comecei a namorar eu tive uma visão totalmente diferente do skate. Ele me ajudou bastante incentivando a aprender novas manobras e me falando o que eu estava errando, ele me filma, tira foto. A gente tá sempre juntos, um ajudando ao outro. Igual no começo mesmo, eu andava com meus amigos e mandava um flip todo errado, só depois que eu comecei a namorar com o Rafael que ele me filmava e mostrava, me dava dicas, essas coisas. Já viajamos juntos várias vezes e é uma experiência bem legal. Tipo, você ter uma pessoa que gosta da mesma coisa que você e está sempre junto fazendo o que você gosta. Às vezes brigamos, mas é normal (kkkkkk). Ele quer ensinar tal manobra e você não quer aceitar. Muita coisa que eu aprendi agradeço a ele, Rafael Araújo, lindo, maravilhoso (kkkk). É sempre bom ter alguém que gosta da mesma coisa que você e tá sempre te ajudando. Qual o momento mais marcante na sua vida de skatista? Acho que não existe só um momento, são vários. Desde aquele rolê com os amigos que junta todo mundo e fica todo mundo rindo ali, até o momento em que eu consegui evoluir no skate, consegui enxergar o que eu quero pra mim, o que eu quero para minha vida. Também consegui realizar meu sonho de sair numa revista, teve uma foto minha na

Tribo Skate; em campeonatos conheci vários lugares e agora consegui juntar as meninas para andar. São vários momentos e tá sendo muito bom, não tenho nada a reclamar não. O que você espera do skate pra sua vida? O sonho de todo mundo que começa a andar é viver do skate e se profissionalizar. Eu também tenho vontade de me profissionalizar e viver do skate, conhecer vários lugares e países, conhecer pessoas e fazer novas amizades. Se eu não conseguir me profissionalizar no skate, quero ter o skate sempre comigo, montar uma marca e ajudar as pessoas. Tem muita gente que anda bem e não é reconhecida, é muito difícil o skate aqui no Brasil. Quero tentar ajudar o máximo as pessoas. Quais são seus ídolos homens e mulheres no skate? Sou muito fã da Pipa, lá do Rio! Ela anda demais, eu sempre me inspirei nela, agora que eu estou na mesma equipe que ela é mais um sonho realizado, só falta eu conhecê-la pessoalmente. Tem a Eliana Sosco que eu acho muito style também. Meus ídolos são meus amigos que andam de skate comigo e o Rafael que sempre me ajuda. Você estuda, pretende fazer alguma faculdade? Eu me formei no ensino médio e no momento estou focada no skate. Pretendo fazer faculdade de Educação Física algum dia, mas teria que trampar para pagar faculdade e ia perder muito tempo pra andar.

Ainda tem aquela parada de pensar que aquela menina ali está andando por moda, não botam fé que muitas estão correndo atrás para viver do skate e ter um futuro. Acham que você é ninguém só porque você é uma menina.


Switch ollie

Lorena Fernanda Teixeira de Souza De Belo Horizonte, MG 21 anos, 8 de skate (Amee/Skate Arte e Pluart skateshop)

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Skate feminino // Lorena Fernanda

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Fs fifty to fs boardslide

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Vitor Vitoka, Jézer Souza, Gabriel Garcia, Henrique Kico, Cristiano Teatro, Thales Prates, Rodrigo Correa e Ruan Raul

A HERANÇA CULTURAL DESSA COLONIAL REGIÃO DO ESTADO DE SANTA CATARINA TEM FAMA EM TODO O BRASIL E A CENA LOCAL DO SKATE ALI TAMBÉM TEM SUAS REFERÊNCIAS CONHECIDAS EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL. POR ISSO PASSAMOS PELO VALE DO ITAJAÍ, PRA ATUALIZAR OS NOMES QUE ESTÃO TODOS OS DIAS NAS RUAS DA REGIÃO E TAMBÉM O PROJETO DE VÍDEO QUE VEM DESTACANDO ESSES SKATISTAS. TEXTO JUNIOR LEMOS FOTOS LEANDRO MOSKA

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E


Vale do ItajaĂ­

// viagem

Vale Europeu junho/2016

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Cristiano Teatro, nollie bigspin em ItajaĂ­


Vale do ItajaĂ­

// viagem

Carlos Narciso, fs tailslide

Gabriel Garcia, bs wallride em Brusque

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Vale do ItajaĂ­

// viagem

Vitor Vitoka ss crooked em Blumenau

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Rafael Melo, fs nollie ss crooked

Ruan Raul, bs boardslide

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Vale do ItajaĂ­

// viagem

Djalma Lopes, bs heelflip

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viagem // Vale do ItajaĂ­ Jazer Santos, nollie gap

Rodrigo Correa, nollie bs tailslide

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Henrique Carvalho ‘Kico’ 30 anos, 15 de skate De Itajubá, MG mora em Blumenau, SC

Por que você virou videomaker de skate? Houve um tempo que não tinha ninguém gravando na cidade e eu sempre curti esse lance de câmera, mas na época era muito difícil ter uma, também pelas condições financeiras. Certa vez, minha irmã comprou uma Sony Cyber Shot, isso em 2005, e eu pegava emprestada e muitas vezes escondido dela (risos). Somente fazia fotos com meus amigos Life, Teatro, Quiko, Bruno, Vitoka e Audiery, até um dia eu descobrir que ela gravava. Nossa, depois disso fiquei entusiasmado em querer gravar e nunca mais quis parar. Automaticamente decidi que iria fazer projetos de vídeos para mostrar os skatistas da minha região, isso foi outra coisa que me motivou a querer trabalhar e estudar nessa área. Quando o skate entrou na sua vida, foi antes das câmeras? As câmeras foram uma consequência do skate! Ganhei meu primeiro skate no final de 1999, mas meu bairro era muito afastado do centro e minha rua era de terra. Aí não rolava

de andar. Depois de um tempo, isso por volta de 2001, descolei uns lugares com o chão liso para andar no bairro, até eu ser chutado de todos eles. Mas isso foi bom para minha evolução pois comecei a andar com o pessoal da Prainha (pista local da época) e de lá aprendi muito sobre o skate. Quando percebeu que a parada de fazer vídeos ficou séria? Foi em 2010, quando havia feito umas viagens e meu trabalho principal, o Vale Skate Movie (valeskatetv.com.br), começou a ser reconhecido por algumas mídias e pessoas influentes. Assim decidi sair do trabalho normal, onde eu era fichado, estava em uma zona de conforto e decidi arriscar como vidoemaker. Logo entrei na faculdade de Publicidade e Propaganda do IBES Sociesc, quando conheci várias pessoas que me influenciam até hoje e recentemente a finalizei. Acredito que se eu queria estar nessa área, deveria fazer um curso superior para me profissionalizar e adquirir mais conhecimentos.

Qual equipamento usa hoje em dia? Estou utilizando as HDSLR, Canon 60d e uma T2I na reserva. As objetivas tenho 24105 f4, 50mm 1.8, 18-135 do kit e uma sigma 8mm. Como é a cena do skate na região? Há muitas pessoas querendo fazer acontecer, aqui nessa área do Vale. Temos lojistas, videomakers, associações, escolinhas de skate, estão rolando agora algumas plazas nas cidades vizinhas, assim vai melhorando a prática do skate e fazendo os locais evoluírem. Até lugares que estavam abandonados e viraram plaza, esse é o caso da quadra do Boa Vista aqui em Blumenau e da praça Ângelo Piazzera em Jaraguá do Sul, onde os próprios skatistas tomaram frente e botaram a mão na massa para ter um local ideal para prática do skate. Enfim, existe muitas pessoas de atitude fazendo por amor, dedicação e vários sanguessugas que trabalham com skate, mas não fazem nada ao não ser visar apenas dinheiro.

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JP Oliveira

Entrevista am // JP Oliveira

A PAIXÃO PELO SKATE COMEÇOU CEDO E COM UM EMPURRÃOZINHO DOS AMIGOS COMEÇOU A VIAJAR, PRA SP E PRO RJ. NUM PASSO SEGUINTE ESTAVA NA EUROPA E NO OUTRO NOS ESTADOS UNIDOS, DIVIDINDO A CASA COM KELVIN HOEFLER. JP AGORA ESTÁ MAIS EM CASA DO QUE NUNCA, SOLIDIFICANDO UM LUGAR DE DESTAQUE, COM PRESENÇA NOS VÍDEOS, NOS DISPUTADOS EVENTOS AMADORES. ENFIM, NO CAMINHO CERTO. (GYRÃO) TEXTO JUNIOR LEMOS

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VINICIUS BRANCA

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Switch heelflip, São José dos Campos

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Como você conheceu a galera do skate? Comecei a andar com meus amigos, na rua mesmo. A gente brincava, andando pelo bairro. Foi passando um tempo, fizeram uma pista lá no bairro, a gente começou a andar lá e eu comecei a conhecer o pessoal. Comecei a ir bastante pro Vista Verde, pra andar lá. Aí eu conheci o Iago Carrasco e daí sempre o pai dele levava a gente pra viajar. Eu comecei a vir pra São Paulo, comecei a conhecer a galera. E eu tenho uma tia no Rio também, então vou pra lá desde pequeno. Foi quando conheci o Luquinhas e ia pra lá todo mês. Sempre andava com ele, com o Enxaqueca. E como está a cena hoje em São José, continua tendo um pai como o do Iago Carrasco levando a galera pros eventos? Igual ao Adilson, não tem mais. Tipo um pai que leva assim, não vejo muito. Mas a cena lá cresceu muito! Tem muito mais skatistas, desde quando eu comecei a andar de skate. Está bem melhor, porque teve uma época que eu comecei a andar sozinho, tipo uns dois anos andando assim. Você tem conquistas em eventos importantes, qual te deu a melhor repercussão? Esse último da Nike, o best trick. Depois desse evento parece que o pessoal começou a me tratar diferente, comecei a receber mais atenção. Mas você acha que isso é porque a galera não te conhecia? Talvez porque também fiquei muito tempo fora do Brasil. Nesse campeonato estava todo mundo lá, então todo mundo viu que eu voltei; que eu estava ali. Você prefere andar em pista ou na rua? Eu gosto de andar de skate, não importa onde; se é na pista ou na rua. Eu gosto de estar sempre andando e produzindo as coisas. Eu criei meio que um certo costume, de estar sempre andando na rua, lá nos EUA; filmando e tirando foto. Então eu procuro sempre fazer isso! Ando na pista dia de semana, final de semana é mais rua mesmo. Tem algum vídeo que está preparando? Tem sim, é um projeto que o pessoal do The Berrics me convidou chamado 'All Eyes On'. Tenho que finalizar ainda, a parte de rua está praticamente pronta, aí faltam algumas coisas.

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Fs lipslide em um Chapala, pico clássico de Los Angeles


// Entrevista am

ANA PAULA NEGRĂƒO

JP Oliveira

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Esse convite veio quando? Foi na verdade com um cara que filma pra eles, daí começamos a filmar bastante e me chamou pra fazer o vídeo. E como você foi parar nos EUA? Eu estava na Europa, tinha ido pra andar e ir nos campeonatos, aí encontrei com o Kelvin na Itália e eu já queria ir pros EUA. Daí ele me convidou pra ir e ficar na casa dele. Eu ia ficar 15 dias, quando cheguei lá recebi email do pessoal dos X-Games, antigamente tinha o Hometown Heroes, que era um evento amador. Eu participei deste evento e fiquei o resto do tempo filmando e conhecendo. Aí eu vi que queria muito morar lá e eu acabei dividindo apartamento com o Kelvin. Na época eu voltei pro Brasil, fiquei um tempo aqui e o dólar não estava tão alta assim, então dava pra ficar indo e voltando. Como tá sendo essa volta pro Brasil? Eu tô gostando muito de ficar por aqui, é uma coisa totalmente diferente do que eu achava. Tanto que até me perguntei por que fiquei

tanto tempo lá fora! Eu meio que fiz o contrário, fui pra lá mais novo e vim pra cá depois. Lá você tinha uma opção imensa de picos pra andar. O que você prefere: gap, corrimão, borda? No começo eu sempre ia andar em borda, ficava fazendo linha e tudo. Aí comecei a andar em escada, andava com o Kelvin, bastante também em corrimão, e vi que gostava bastante deste tipo de skate. De pular, descer corrimão! Sei lá, eu começava a andar em borda e não tinha mais paciência de ficar tentando uma manobra. Ainda mais hoje em dia, que você tem que entrar de manobra e sair de manobra. Você ficou quanto tempo por lá? Indo e voltando eu fiquei uns três anos. Se você não tivesse essa ajuda do Kelvin, as coisas seriam diferentes? O Kelvin foi um cara que me ajudou muito lá, toda vez que precisei ele estava lá. Tudo que eu precisava mesmo, não só no skate mas

LUIZ FERNANDO ROHOR

Flip crooked, na tour Ademafia em Vitória, ES

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// Entrevista am Bs flip no SumarĂŠ em SP e sĂł depois do acerto perceberam que tinha como soltar a corrente que dificultava a ida

VINICIUS BRANCA

JP Oliveira

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também com conselhos e trocando ideias. Ele me apresentou muitos lugares lá também! Vocês foram também da mesma equipe. Ouvi uma história que o dono da marca era seu vizinho e que por isso você entrou na equipe. É verdade? Não tem nada a ver. Eu andava para uma loja lá em São José, daí o dono dessa marca era amigo do dono e do gerente da loja. Já fazia um tempo que eu tinha essa parceria, foi inclusive o Otavio Neto que fez essa ponte com a loja. Começou como apoio e depois passaram a me ajudar, com esse contato eu acabei indo pra HD. Não tem nada a ver, eu não tenho essa proximidade com ele. Eu mesmo fiz uma confusão e muita gente também faz, entre você e o JP Souza, outro brasileiro que também está se dando bem nos EUA. O engraçado é que a gente é da mesma cidade, ele cresceu em São José até os 14 anos e depois foi pra Curitiba. E como é pra você ter esses apoios de marcas gringas e morar agora no Brasil? É mais um apoio mesmo, na verdade, porque eles me ajudam com mercadorias. É bom por um lado porque eu deixo de gastar com este tipo de coisa, mas agora no Brasil fica meio inviável. Então, no momento, meio que eu peço pra alguém que está vindo pra cá, pra trazer os materiais. Isso você não acha que te atrapalha caso alguma marca no Brasil queira te patrocinar? Acho que são algumas marcas e que não me atrapalhariam. Porque patrocínio de tênis e roupa eu não tenho, a Diamond me manda roupas mas ela é uma parada sem compromisso e é uma marca de parafusos. A Flypaper é uma marca de lixa e eles me ajudaram bastante me filmando. Acho que não interfere muito! Você apareceu recentemente nos vídeos do Ademafia e muita gente não sabe que é amigo do Luquinhas tem um tempo. É, tem muita gente. Até o pessoal que é do Ademafia não sabia! Daí eu fui na tour em Vitória, uma galera também não me conhecia. E como é a repercussão quando você aparece nos vídeos? Sim, eu fiquei surpreso mesmo. Não imaginava que fosse mudar tão rápido assim!

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// Entrevista am Flip fs noseslide na borda do Monumento, um dos picos mais clรกssicos de SJC

VINICIUS BRANCA

JP Oliveira

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VINICIUS BRANCA

Entrevista am // JP Oliveira

João Pedro Oliveira ‘JP’ De São José dos Campos, SP 22 anos, 10 de skate (Flypaper Grip, Diamond Supply, Theeve Trucks, Ademafia, Nixon e Footprint Insoles)

Uma galera agora me conhece, é legal. Essa nova fase de Youtube deixa a pessoa mais independente, a pessoa faz o que ela quer, expressa o que ela pensa. O que você acha das críticas que rolam aos vídeos de Youtube. A galera tem noção do que fala? A galera critica muito, acha que é facinho chegar lá e produzir um bom vídeo. Nesse tempo que eu fiquei com eles, vi que é muito trampo. Tinha que se fazer muita coisa, e como estava na tour tinha ainda que seguir o cronograma, os horários certinhos. Às vezes a gente ia dormir três horas da manhã e ia acordar às sete porque tem que acordar todo mundo, organizar tudo, o que se vai fazer. Eles estão fazendo também o Ademovie, que é um vídeo de rua. Então, além de ter que estar nas demos, tinha que filmar nas ruas também. O desgaste é muito grande! Tem o outro lado que entram as

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festas que o projeto realiza, então você imagina o quanto é desgastante. Isso tudo é encarado como trabalho, todo mundo acha que ele faz a festa pra curtir. O cara trabalha a festa inteira, é correria. Parece que é fácil, porque a pessoa só senta lá e assiste, mas ela não imagina o trabalho que tem por trás disso. E qual sua frequência de assistir vídeos no Youtube e quais tipos de vídeos você vê? Eu entro todo dia, praticamente. Só pra ver vídeo de skate, vídeo de pagadinha, pra dar risada um pouco. Como você encara seu próximo passo, na caminhada como skatista, que é a profissionalização? Acho que tudo tem a hora certa, né? O skatista sentir que está preparado, eu não me preocupo muito com isso. Independente de ser profissional ou não, tenho que fazer

minhas coisas, tenho minhas obrigações. Pra mim é isso, vou continuar fazendo as mesmas coisas, independente de ser profissional ou amador. Cheguei a conversar bastante sobre isso com o Kelvin, mas não tenho pressa porque vai ser na hora certa. Quando sentir que estou preparado, vai rolar! A única certeza que tenho é que quero andar de skate, é o que quero fazer pro resto da minha vida. E trabalhar com o skate no futuro, viver isso! A Tribo Skate completa 25 anos de vida. Qual sua relação com a revista? Foi a primeira revista que eu vi, assim. E também foi onde saiu minha primeira foto publicada. Sempre foi a que eu mais acompanhei, nem acreditei quando me disseram que teria entrevista com vocês. Muito obrigado, por abrir as portas pra mim. Não vou esquecer nunca isso!


VINICIUS BRANCA

Fs flip no corrimão maior da Igreja da Matriz de São Bernardo do Campo, acerto com o skate emprestado do fotógrafo


Entrevista Pro // Fรกbio Castilho

Flipo, logo existo!

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Soul da Leste FÁBIO CASTILHO

FÁBIO CASTILHO É UMA DAS FORÇAS DA ZONA LESTE DE SP QUE TEM A CAPACIDADE DE EMANAR ENERGIA POSITIVAMENTE PARA AS CENAS DO SKATE (LOCAL E NACIONAL), SENDO O ATUAL EXPOENTE DOS ENSINAMENTOS QUE A LESTE PROPICIA: A CONSCIÊNCIA, HUMILDADE E O RESPEITO. CASTILHO É CORPO, ALMA E CORAÇÃO DA LESTE! TEXTO JUNIOR LEMOS FOTOS ANDRE CALVÃO

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“Estive algumas vezes pela zona leste de São Paulo e com certeza é um local que tem uma energia singular, algo como corações que pulsam em suas manhãs uma força descomunal, que ao baixar da tarde retornam quase que como uma procissão para o conforto dos seus lares.” Andre Calvão “Quando me perguntam sobre minha área e o que sinto ao falar sobre a Zona Leste, tenho um enorme prazer e orgulho de saber que hoje em dia a quebrada tem todo um conceito no skate, rap, grafitti, projetos sociais e toda cultura urbana que é necessária para se viver em qualquer lugar. No início éramos muito criticados pela vizinhança, amigos e até familiares, mas agora temos voz ativa e mostramos que através de nosso amor em andar de skate, nas ruas e praças, servimos de exemplo para a nova e a futura geração que ainda está por vir. Costumo dizer: ‘Podemos até ir para longe, frequentar outros ares, mas a ZL sempre estará presente nas atitudes, na forma de enxergar e enfrentar as dificuldades’. Resumindo, obrigado a todos que nos respeitam e acreditam em nosso potencial. Muitas coisas boas estão por vir, sintam-se bem-vindos a esse enorme coração de São Paulo.” Fábio Castilho

Você tem uma carreira sólida como skatista profissional. Quais seus comprometimentos para se manter assim? Acho que primeiro você tem que ter um foco sempre positivo naquilo que você faz e continuar na missão, que no caso não é só andar de skate. É o comprometimento com as marcas, com os eventos; onde tiver skate e seu nome envolvidos, você tem que estar presente. É isso, é não parar independente da dificuldade ou das lesões, porque isso aí sempre vai ter no dia a dia do skatista. E se acontecer, é voltar com a cabeça no lugar, buscando a evolução. É evoluir com a nova geração, sempre respeitando a antiga geração. Pelo sucesso de seus promodels, esta fórmula vem dando resultado! Também tem o lance de você ter bastante liberdade para expor suas ideias, dentro da

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empresa que te patrocina. Tipo, os caras têm que aceitar o seu gosto, suas ideias. Tem que ser um casamento entre o skatista e a marca. E o mercado é sorte, cara! Você pode lançar um puta promodel e ele chegar na loja e não vender porque você gosta daquela cor, daquele material, daquele modelo, só que o público ali não curtiu. A culpa não vai ser sua, nem da empresa; não é de ninguém, é do mercado mesmo. Não digo que é sorte, tem que bater, atingir a galera pra poder engrenar a parada. Você sempre acertou então, porque tem vários promodels circulando? Sim, é um sonho pra qualquer skatista; começar a andar de skate, evoluir e lançar produtos assinados com seu nome. E você se sente mais realizando quando vê a galera usando. Você vai no pico ou na pista, pra

fazer um rolê ou uma demo, e vê a galera usando o produto e falando bem. Sabe, você acaba tendo um feedback da própria galera. Esse sonho aí, não tenho nem como distinguir tamanho ou valor. Coincidiu de estar em uma fase que estou com a cabeça mais estruturada, que tenho que ter uma coisa mais certa na vida. As marcas abraçaram a causa e a gente chegou em um conceito, estou na fase que só tenho a agradecer. Eu discordo quando você fala que o pro precisa ter sorte pra emplacar o promodel. Aí tem que ser um cara responsa igual a você. (Sidney Arakaki) Acho que antes de você vender um produto, tem que adquirir um conceito e não pode se vender por qualquer coisa. Às vezes vale a pena você esperar mais um tempo, aguardar pra ter um material da hora, ter mais paciência. Igual meu primeiro tênis pela Red Nose, foi um negócio que emplacou de vender. Você é um cara positivo, traz credibilidade. Não adianta só o cara andar de skate pra caralho que não vai vender. Fica na Roosevelt o dia todo, não vai adiantar nada! (Sidney Arakaki) Sim, porque é aquela coisa: manobra está em vários sentidos. Acho que você não tem só que andar de skate, manobrar, fritar todos os picos, porque a evolução nunca vai parar. Mas você tem que evoluir como ser humano, porque vai chegar uma hora que você não vai mais dar manobra fácil igual você dá quando é novo. Vai restar o que, quando isso acontecer? O seu conceito, o seu carisma e toda aquela caminhada sem tropeço que você fez durante a sua carreira. Na sua área surgiu a praça Brasil e a gente está vendo a explosão de novas pistas por SP, mas e os picos clássicos que não existem mais; qual você sente mais saudade? Aí que tá! Hoje em dia, pro moleque começar a andar de skate, é fácil porque tem vários lugares pra andar, não tá tão difícil igual quando comecei a andar, 24 anos atrás. Mas ainda dá saudades, cara! Eu mesmo, lembro que era muito pequeno, mas fui duas vezes pra Prestige. Lembro que os caras de hoje e que são meus heróis, que são o Gian, Anjinho, Bambam, o Kamau, entre outros, eu via os caras


Fรกbio Castilho

// Entrevista Pro

Pico roots, bem de rua; fs noseslide ao estilo Safra 90

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Entrevista Pro // Fรกbio Castilho

A Praรงa Brasil foi moldada pelos skatistas. Fakie hardflip aos olhos dos pedreiros

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Fรกbio Castilho 34 anos, 24 de skate De Sรฃo Paulo (Urgh, Red Nose, Crail, Official, Livstorm e Moog)

Bs flip

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Entrevista Pro // Fábio Castilho

lá e curti pra caramba. A ZN também, fui uma vez só e mesmo assim teve aquela memória fotográfica que ficou. Mas o pico que eu tenho mais saudades, que a gente sempre encontrava a galera, estava sempre evoluindo e muita gente é grata a esse lugar é a pista de São Caetano. Foi onde eu evolui bastante! Ia com o dinheiro da condução mais dois reais, ficava feliz o dia inteiro, evoluía, manobrava; chegava cedo e só voltava à noitão pra casa. Ali foi escola pra muitos e acho que boa parte tem saudade daquele espaço ali. A Leste é como uma outra cidade, tem uma cena própria. Quem são os parceiros de rolê por lá? O lado Leste tem uma cena forte do skate, hoje em dia então tem muito moleque surgindo. O moleque começou a andar agora, quando você vai ver ele já evoluiu bastante. Meus parceiros, os caras que são meus aliados, os de milianos são o Glauber Marques, o Vinicius (dos Santos), o Marcelo Black, Denis Silva, Anderson Nego, Celo, o Elton Melônio e estão vindo mais, com a geração nova que são o Renan Espinha e uma galera que tem vários nomes, se eu for citar não cabe aqui. A gente pode dizer que você consegue desenvolver seu skate sem sair da Leste? Sim, porque ali proporciona né! No caso dessa praça que construíram agora, o engenheiro se comunicava direto com a gente e perguntava a altura ideal das paradas, qual material tem que usar, como tem que implantar a cantoneira, as escadas, então isso daí proporcionou um pico que ao mesmo tempo se tornou um laboratório também. Você coloca a manobra em dia na praça, onde você for andar tem aquela manobra no pé. Você treinou no quintal de casa, praticamente! E é super acessível o lugar e tem outros, mas lá proporciona bastante coisa. Ela não foi reformada pra ser pista de skate então. Eles mudaram o projeto no meio do caminho? É, eles iam revitalizar a praça pra ficar um clima mais família, porque estava um pouco degradado o espaço, que é bom pra caramba. Aí se tornou esse pico, uma skate plaza animal que todo mundo que cola fala bem. Às vezes também tem a questão financeira, você não está com condição de se deslocar até o centro. Então ali tem várias coisas que são acessíveis.

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É aquela coisa: manobra está em vários sentidos. Acho que você não tem só que andar de skate, manobrar, fritar todos os picos, porque a evolução nunca vai parar. Mas você tem que evoluir como ser humano, porque vai chegar uma hora que não vai mais dar manobra fácil igual você dá quando é novo.

Não precisa sair dali pra andar de skate mais. É bom né, estar nos lugares pra galera tá te vendo. Ainda mais quando você tem promodel, a galera quer ver, né? Você se considera a alma da Leste, a referência atual do skate ali? A escola ali tem os professores já. Fabio Sleiman, Leandrinho Gringo, Charles Pereira, o Formiguinha mesmo é Leste, entendeu? O Jailson Siqueira também, então tem uma galera boa com o nome forte e que se consolidou ali. Uns continuam lá até hoje, outros criaram asas e saíram para outros lugares, outros nem andam mais de skate. Tem alguma característica própria da Leste, comparando com os outros lugares? (Sidney Arakaki) Quem vai pra Zona Leste, no caso o fundão

ali - Itaquera, Cidade Tiradentes e Guainazes - é um lugar bem hospitaleiro. Quem vai, às vezes não dá vontade de sair fora. Porque você vai chegar lá, vai ter diversão, vai ter skate, bastante descontração e a galera respeita pra caramba. Pode vir de onde for, de qualquer parte. Tanto que um skater que tem o maior conceito e eu tenho muito respeito, que é o Jani Latiaia, ele não queria sair da Leste nunca. Ia pra lá, ficava uns dias na casa do Glauber, ou colava em casa e tal. O cara se enraizou ali! O James Bambam também, que era de Guarulhos, mora na Leste também, um nome forte e aliado que mora ali na região. O Tristan também, sem esquecer ainda o Diego Oliveira, o corre dele é pesado, até teve várias propostas de morar fora mas ele tá lá, se consolidou, tem a família e os corres dele lá. Sem palavras! Já pensou em morar em outra região ou outra cidade? Eu não penso em sair de lá, já pensei em morar fora, fiquei um tempo com minha mãe em Bertioga, mas eu não consigo ficar muito longe da minha raiz. Ali não falta nada pra gente, só depende de você, é uma questão de esforço pessoal, tanto que você vê que hoje é moda falar que mora em Itaquera. Porque tem a Arena, o Corinthians tá ali. Só que a um tempo atrás, quantas vezes os fotógrafos não colavam porque não tinha essa visibilidade ainda! Passava da Radial, passou de Arthur Alvim era como se estivesse entrando nas favelas do Rio. Hoje é diferente, até agradeço por essa valorização porque quem vai lá hoje vê o que a gente vive há muito tempo. Eu vivo a Zona Leste todos os dias, os 34 anos da minha vida! E dentro dos 25 anos da revista, qual sua relação com a história da Tribo Skate? Eu tenho um grande conceito pela Tribo Skate, foi a primeira revista que me abriu as portas; o Gyrão foi o primeiro cara que sentou comigo, há quase vinte anos, fazendo a mesma coisa que estamos fazendo hoje. Eu era da Lifestyle na época, agradeço muito ao Maurão e o Mancha, foi ele que me colocou ali na linha de frente, pra eu fazer meu Carne Nova na época. Foi a primeira oportunidade de expor minhas ideias e tenho um grande respeito pela revista, também por tudo que ela fez e vem fazendo pelo skate brasileiro.


Fecha a conta, passa a rĂŠgua e chama no halfcab flip

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casa nova //

Gabriel Vieira // FOTOS JUNIOR LEMOS Skate e roupas atuais: Shape Biscoito, trucks Independent, rodas e rolamentos Bones. Boné e camiseta Tupode, calça Element e tênis adidas. Manobra que ainda pretende acertar: Bs ollie fakie pivot. Principal rede social que usa ultimamente: Instagram (@gabrielvieira_skt). Maior dificuldade em ser skatista na sua área: Falta de pistas de qualidade. Skatista profissional em quem se espelha: Evan Smith. Marca fora do skate que gostaria de ter patrô: Apple. Atual melhor equipe de skate brasileira: Öus. Amador que gostaria de ver pro: Rodrigo Jaba. // Gabriel Vieira 17 anos, 4 de skate Guarulhos, SP (Tupode)

Skate por amor e diversão!

Bs smith

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Willams George da Silva ‘Lili’ // FOTOS CESAR MATOS Skate e roupas atuais: Shape Platinum Goods, rodas Baker, rolamentos Everlong e eixos Independent. Boné John Roger, camiseta Platinum Goods ou John Roger e tênis adidas. Manobra que não suporta mais ver: 360 flip. Manobra que ainda pretende acertar: Nollie heel fs rockslide. Principal rede social que usa ultimamente: Instagram (@willams.george). Maior dificuldade em ser skatista na sua área: Órgãos públicos descompromissados, mercado do skate ainda considerado fraco no nosso estado e o preconceito que sofremos diariamente. Skatista profissional em quem se espelha: Og de Souza. Marca fora do skate que gostaria de ter patrô: GoPro. Atual melhor equipe de skate brasileira: Nike SB. Amador que gostaria de ver pro: Vitor Bob, de Olinda. // Willams George da Silva ‘Lili’ 29 anos, 15 de skate João Pessoa, PB (Texas Skate Shop e All for Life Prod; apoios: John Roger e Platinum Goods)

Que o skate te traga amor, paz, saúde e gentileza.

Fs rockslide

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Vicenzo Damasio ‘Vi’ // FOTO HELGE TSCHARN Skate e roupas atuais: Shape Flip, eixos Independent, rodas e rolamentos Bones. Camiseta e boné Flip, bermuda Hurley e tênis Nike SB. Manobra que não suporta mais ver: Roast beef. Manobra que ainda pretende acertar: Mc twist. Principal rede social que usa ultimamente: Instagram (@vicenzodamasiosk8). Maior dificuldade em ser skatista na sua área: Poucas pistas. Skatista profissional em quem se espelha: Cory Juneau. Marca fora do skate que gostaria de ter patrô: Hurley. Atual melhor equipe de skate brasileira: Drop Dead. Amador que gostaria de ver pro: Jonny Gasparotto. // Vicenzo Damasio ‘Vi’ 10 anos, 4 de skate Nasceu em Caxias do Sul, RS, mora em Garopaba, SC (apoios: Flip, Deadless, Grizzly e Stance)

Missão dada é missão cumprida!

Transfer fs nosebone

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PAIQUE DAMASIO

casa nova //


Filipe Mota // FOTOS DIOGO GROSELHA Skate e roupas atuais: Shape e rodas Connexion, trucks Pipe, rolamentos e lixa Deemers. Camiseta e touca 5upero, tênis Nike SB. Manobra que ainda pretende acertar: Nollie heel bs nose blunt. Principal rede social: Instagram (@filipemotaskate). Maior dificuldade em ser skatista na sua área: O preconceito. Skatista profissional em quem se espelha: Nyjah Huston. Marca fora do skate que gostaria de ter patrô: Xbox. Atual melhor equipe de skate brasileira: Deemers. Amador que gostaria de ver pro: Tiago Antunes. // Filipe Mota 9 anos, 3 de skate Patos de Minas, MG (Deemers, 5upero, Açaí Patos, Connexion Skateboards e Pipe Trucks; apoio: Local Skatepark)

Skate todo santo dia! Heelflip

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hot stuff //

DIVULGAÇÃO

Yerbah Marca original de Porto Alegre, a Yerbah vem se consolidando no mercado nacional com toda experiência de skatistas tradicionais que criaram e conduzem a marca. A identidade está em misturar matérias-primas e construções de alta qualidade com a mais pura demência gráfica, como eles fazem questão de frisar. Usadas e aprovadas por vários skatistas, como Luciano Peixoto, Maurício Boff e Alexandre Poupa, assim como Marlon da Silva, Leo Nego, Pedro Volpi, Gabriel Granja, Lucas Marra e Thiago Pingo. As tábuas Yerbah são fabricadas na Wayback e fazem parte do catálogo de distribuição da Drop Dead. Yerbah: yerbah.blogspot.com (51) 3391.0188

Vulcanize A cidade de Franca é um dos principais pólos de calçados do Brasil, local na qual a Vulcanezi tem sede e fábrica próprias. Com tecnologia e desenvolvimento, a marca coloca no mercado a linha de skate shoes e conta com skatistas profissionais e amadores na sua equipe. Pra agregar ao mercado, estreou com o pro model assinado do experiente skater Rogério Troy e outros modelos que podem ser conferidos no site (vulcanezi.com.br). Facebook: facebook.com/Vulcanezi

X-trax A câmera digital Xtrax EVO traz uma maior conectividade e comodidade para você, sendo opção perfeita para quem pratica esportes radicais. O modelo conta com 12MP, 4x de zoom óptico, foto panorâmica, LCD de 1,5”, é compacta e versátil, ideal para registrar seus momentos em full HD. E ainda vem com Wi-fi integrado e utilização do aplicativo! X-trax: (11) 3003.0638 / comercial5@xtrax.com.br

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FOTOS: RICARDO SOARES

Urgh O pro model de calça do skatista profissional Fábio Castilho foi confeccionado em jeans com lavagem mais clara, cadarço embutido na parte interna do cós para amarração frontal, costuras reforçadas, modelagem mais solta e elastano na composição do tecido, para dar mais liberdade aos movimentos. Urgh: (11) 3226.2233

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negócios e tecnologia //

Franquia em SP e novo som na Bahia QUIKSILVER INAUGURA A QUARTA FRANQUIA E BAIANASYSTEM LANÇA NOVO DISCO // POR PEDRO DE LUNA

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onhecido pela marcante presença no ambiente digital e apresentações memoráveis ao vivo, o BaianaSystem ganha fama Bahia afora. Ao lançar o novo disco, Duas Cidades, o vocalista Russo Passapusso falou à coluna sobre discriminação, especulação imobiliária e coletividade. “Me lembro bem o quanto ficava assustado com a velocidade que a cidade crescia ao meu redor e como ela espremia ou expulsava as pessoas da periferia. Perceber como a cidade se transformava para o carnaval ou como ela maquiava pontos turísticos sempre foi algo assustador pra mim. Daí a busca pra entender a geografia social da cidade e suas alterações no nosso comportamento”. Uma das ações mais contundentes da banda é justamente não se vender aos camarotes particulares e fazer um show gratuito na orla durante o pré−carnaval de Salvador. “Gostamos muito de tocar no centro da cidade, o Pelourinho tem muito suor desse trabalho. Todo nosso processo de criação nos mantém afastados das formas de trabalho que não se encaixam no nosso jeito de produzir e das ferramentas que possam deturpar ou confundir o público. Hoje eu percebo que o filtro está no próprio meio de produção”. Tarefa ingrata é definir o som. Uma mistura de batidas eletrônicas, rap, reggae e a tradicional guitarra baiana. “Isso sempre foi algo muito natural pro (guitarrista) Beto, mas eu tive meu tempo de adaptação. Entender que ela funciona como uma voz tem me despertado novos processos de composição”, explica Russo, fã confesso dos primeiros Djs, toasters e engenheiros de som da Jamaica. Outro diferencial tão forte como a música é a identidade visual, conceituada com cores, fontes e a máscara criada por Felipe Cartaxo.

“Somos uma eterna colagem e produzimos muito material que descartamos ou reinventamos. A produção no BaianaSystem é muito colaborativa. Uma imagem vira guitarra ou os beats de SeKo, do Mahal ou do João, que por sua vez ganham corpo com a percussão de Japa”, diz o vocalista. “Tenho muita sorte, pois todos são meus amigos e eu tenho sempre meu quartinho na casa deles (risos). Menos ego, mais visão”. Franquia A Quiksilver inaugurou a sua primeira franquia em São Paulo, no Mooca Plaza Shopping. A loja também vende produtos da Roxy e DC Shoes. As demais franqueadas estão no shopping Barra Sul em Porto Alegre, Nova América e Norte Shopping no Rio de Janeiro. A próxima será na praia de Copacabana. A Quiksilver também possui três lojas próprias, no Shopping Iguatemi em São Paulo, Barra Shopping e Ipanema no Rio de Janeiro. Segundo o Diretor Geral do grupo Quiksilver no Brasil, Gustavo Belloc, “O objetivo do projeto de franquias é consolidar a imagem das marcas do grupo no mercado, através de lojas padronizadas ao modelo global da empresa, com um mix completo de produtos e uma experiência de consumo diferenciada. Porém, nosso principal foco de trabalho é o cliente multimarcas e faremos de tudo para continuarmos sendo muito bem representados dentro deles”. Em relação ao skate, onde a DC Shoes patrocina três atletas profissionais e dois amadores, Belloc conta que conseguiu junto à prefeitura de São Paulo a concessão da Praça Roosevelt. “Ela passará por uma grande reforma e será reinaugurada junto com o já consagrado evento DC Invitational com a presença de atletas globais da marca”.

Gustavo Belloc e a primeira franquia em São Paulo na Mooca (acima).

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FELIPE CARTAXO

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Russo Passapusso (de barba) e a banda.

FELIPE CARTAXO

A capa do novo disco do BaianaSystem.


// áudio WASHINGTON TEIXEIRA

playlist

Fs feeble em Barcelona

NÃO SABEMOS QUAIS SÃO OS MÚSICOS FAMOSOS DE BOTUCATU, MAS O SKATISTA MAIS CONHECIDO DE LÁ ESTÁ AQUI PARA MOSTRAR QUAIS SÃO AS 10 MÚSICAS QUE ELE MAIS CURTE OUVIR, ANDANDO DE SKATE OU NÃO. Racionais, Homem na Estrada Soja, True Love Green Day, Jesus of Suburbia Red Hot Chili Peppers, Scar Tissue Rick Ross, Hustlin' Projota, Enquanto Você Dormia Tubaína, Lembrei do Meu Carrinho Kamau, Vida Charlie Brown Jr., Meu Novo Mundo Legião Urbana, Faroeste Caboclo

Escuta som andando de skate? ESCUTO MÚSICA ANDANDO EM SESSÕES DE PISTA, NAS SESSÕES DE RUA NÃO Qual aparelho usa para isso? IPOD Usa algum fone especial para isso? O QUE VEM NO APARELHO MESMO William Seco (Freedom Fog, Make Skateboards, Gobby Trucks, Footprint Insoles; apoios: Limité, Lionroots Cap e Studio 360 Academia)

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áudio // mixtape

Projetonave: Tempestade de Ritmos

ABRINDO OS TRABALHOS COMEMORATIVOS AOS SEUS 20 ANOS, A BANDA EXPERIMENTAL LANÇA, EM UMA MIXTAPE DE DOIS VOLUMES, 48 VERSÕES DE SUAS MÚSICAS DESCONSTRUÍDAS POR 45 CONVIDADOS. POR EDUARDO RIBEIRO // FOTO ÊNIO CÉSAR

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Projetonave é um dos rebentos musicais mais instigantes vindos do underground paulista. Suas músicas nascem da ideia de fluxo livre, tomando forma a partir de vibes ocasionais, improvisadas, coladas, texturizadas e poetizadas em sessões interativas. A exploração dos timbres e beats também se faz presente, para garantir a cadência que fisga os ouvintes. É uma tempestade de ritmos que inclui rock, jazz, rap, dub, funk, punk, MPB e eletrônica. Akilez (voz, escaleta e MPC), Marco Pablo (guitarra), Alex Dias (baixo), DJ B8 (toca-discos e samples), Flavio Lazzarin (bateria) e Willian Aleixo (teclas) conheceram-se andando de skate e jogando fliperama. Eram caras que se encontravam no fliper de Santa Terezinha, em Santo André, faziam uma session e tiravam um som. O Projetonave é, portanto, fruto desse movimento de rua dos anos 1990 no ABC. O som da banda amadureceu, mas preserva em seu substrato aquele espírito de skate, pixo, punk, rap e o grito do garoto suburbano da cidade industrial, filho de metalúrgicos. Daí a sua graça. Enquanto respira e se concentra na produção de um álbum de inéditas em comemoração às duas décadas na ativa, o grupo promove a mixtape Projetonave Remix, que chega em dois volumes, em k7 e em digital, que podem ser baixados gratuitamente no site da banda (projetonave.com). São 48 faixas, repaginadas por 45 convidados. Entre eles Emicida, Seixlack, Cybass, SPVic, Grassmass, Elo da Corrente, Síntese, Sants e Cesrv. Troquei uma ideia com o vocalista Akilez sobre a fita mixada, o que vem pela frente e o que se tira de lição em 20 anos de vivência no meio alternativo. Sente a brisa: Vinte anos de Projetonave. Qual a vibe, referências ou proposta que norteavam as construções musicais nas antigas e no que isso se difere da sonoridade de agora? O conceito sempre foi o mesmo desde o início, em 1997. Montamos a banda já com a proposta de misturar linguagens, sem uma ideia fechada na questão de sonoridade. Até por isso trabalhamos muito em cima dos singles nos últimos tempos, pois eles permitem experimentar composições e estéticas diferentes. O que eu sinto que evoluiu foi a nossa aproximação com o que idealizávamos lá atrás, e as condições de poder gravar em estúdios melhores com mais experiência. Agora em 2017, ao completar 20 anos, vamos focar no nosso disco solo e estamos muito na febre de pôr em prática todas essas parcerias vividas. Dessa vez, dentro do nosso trabalho, que é mais abrangente do que o que fazemos com os MC’s. O Asunzion, de 2012, foi a introdução do que seria o nosso som se não tivéssemos essa pausa de seis anos para viver as experiências e parcerias no rap, que sempre foi um elemento presente na banda.

Alex Dias, Marcopablo, Akilez, Dj B8, Willian Aleixo, Flávio Lazzarin.

Vocês vão lançar essa parada só em digital e k7? Não vai rolar CD e vinil? O k7 entra no quesito da nossa geração. Quando penso em mixtape, demo tape, a fitinha já vem na cabeça automaticamente. Quantas fitinhas de amor já não foram feitas! [risos]. Não consigo pensar numa mixtape no CD [risos]. É natural. E é um dos itens comemorativos de 20 anos que iniciaremos agora até o lançamento oficial do nosso disco, no ano que vem. É um trabalho que não pode ser veiculado comercialmente também. Acho mais democrático deixar digitalmente acessível pra todos, e a k7, pra quem tem apreço por esse item. Rolou uma parada muito inusitada, acima das expectativas, pela qual vocês não esperavam, e que os surpreendeu positivamente? Tiveram várias. É muito legal ver algo feito pela banda ganhando nova vida ou se tornado completamente outra coisa. Eu gosto mais das desconstruções completas. Teve casos da música se diluir completamente, sendo impossível reconhecê-las. Vou deixar para os ouvintes escolherem as preferidas. Todas as faixas estarão nomeadas com o título da original, aí dá pra tirar as próprias conclusões. A galera em geral levou a releitura para o lado do rap? Ou os beats assumiram outros andamentos, mais próximos de outros gêneros, também? Chamei pessoas de referências e plataformas diferentes. Gente do rap, do techno, beatmakers, DJs, MCs, produtores, enfim. Sem muita preocupação com o resultado final. A divisão em duas tapes se deu depois das mixagens. Ficou nítido que tínhamos dois tipos de flow rolando, um mais boom bap, com rimas, e outro mais trip, com faixas mais experimentais… Devido à quantidade de faixas, rolou de dividir, assim as pessoas podem escolher o clima da viagem.

Vocês aprovaram e acompanharam a produção de cada uma dessas 48 faixas remixadas? Ou largaram tudo na mão dos convidados? Não. Foi totalmente livre para que o convidado imprimisse sua visão em cima do nosso soundbank. Houve um critério na escolha justamente para não ficarmos dando pitaco no trampo dos caras. Na real em quase todos os nossos trabalhos funcionou dessa forma. Esse é um tipo de disco que possibilita muito mais essa experiência, pois a característica é totalmente assinada por quem produz. Acho que faz mais sentido a liberdade.

A ideia agora é ficar uma cara promovendo essas tapes, ou vocês estão produzindo, planejando outras coisas para este ano? Temos muitos lançamentos prontos na gaveta, além do remix. Temos um EP de instrumentais (out takes), um disco de dub com o Victor Rice e alguns singles do Nasbase. Vamos soltando esse material enquanto nos enfurnamos na caverna para criar o nosso disco para 2017. A nave voa rápido, bate algumas vezes, mas não para!

Foi muito embaçado coordenar 45 convidados nessa jornada, desde o convite até o recebimento e finalização de cada trampo? Qual foi o crivo de vocês para a seleção? Eu fiquei surpreso com a facilidade com que tudo aconteceu. É um trabalho colaborativo, sem financiamento ou patrocínio, punk mesmo. Ele ficou até grande para o que imaginava, pois 99% dos envolvidos entregou a faixa no prazo. Tivemos que estabelecer uma data limite e é lógico que ficou muita gente de fora, das quais gostamos ou admiramos, mas, diante da dimensão do projeto, estamos mais que satisfeitos. É um trabalho comemorativo, feito por amigos e guerreiros que nos auxiliam. Quero deixar aqui registrada a nossa grande admiração pelo Cesinha (Cesrv), que sempre compra nossas viagens. O mano ficou trancado por mais de oito horas por dia no Red Bull Station mixando as faixas com sorriso no rosto. Mais de 25 faixas em três dias, coisa de guerreiro mesmo, que compra nossa relação com a música. Isso não tem preço. Sem toda essa rapaziada, não seria possível fazer um trampo desse tamanho. É um trabalho de todos nós.

Quais foram as melhores coisas que a vida te trouxe por meio do Projetonave? Grande parte da minha experiência de vida. São 20 anos dividindo sonhos com meus companheiros, dividindo tristezas, frustrações, tudo! A banda forçou todos a crescerem. Nos conhecemos adolescentes, crescemos, viramos pais, criamos famílias. É muito profundo para conseguir expressar aqui. Arriscaria dizer que a banda trouxe 90% do que sou hoje, e até hoje questões profundas vêm à tona partindo da nossa relação e o que temos que melhorar como pessoas. Creio que esse é um sentimento comum entre nós, temos os mesmos valores olhando para pontos diferentes. Respeito é um dos maiores bens que essa banda me trouxe.

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skateboarding militant // por guto jimenez*

Valores e valore$

IVAN SHUPIKOV

JUNIOR LEMOS

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ecentemente, o cenário do skate foi meio que obrigado a rediscutir os seus próprios valores. Duas movimentações bastante significativas no mercado de tênis, envolvendo nomes de peso no cenário do street, mais um protesto de um dos skatistas mais legendários do vert, ecoaram pelo mundo afora causando repercussões nos mais variados tons. Ao mesmo tempo, serviram pra que nós, skatistas, fôssemos obrigados a debater sobre o presente e o futuro de nosso estilo de vida. A essa altura, todos já se informaram e têm uma opinião sobre o encerramento das atividades da marca de tênis de Jamie Thomas. Por um lado, ele acusa as táticas de marketing agressivas das corporações fabricantes de artigos esportivos, que atraem os melhores skatistas e agregam os pontos de venda mais eficientes. No entanto, o próprio JT revelou o outro lado da moeda, na qual assume que teve problemas de fabricação, distribuição e renovação do design de seus produtos. Ele ainda citou o caso de um amador promissor, que estava no flow de sua marca há três anos e que foi recrutado por uma corporação, que passou a patrociná-lo e a levá-lo a tours pelos EUA junto com os pros da mesma marca. Sem o perceber, Thomas acabou entregando que não estava preparado pra concorrência feroz que existe no mercado de tênis de skate atualmente, envolvido num caso típico de não saber interpretar a perspectiva de mercado que acabou por levá-lo a sair do ramo. Pouco tempo depois, foi o anúncio da entrada de Marc Johnson e Daewon Song na equipe de outra corporação de materiais esportivos que causaram grande polêmica entre os skatistas. São dois nomes que dispensam quaisquer apresentações: um é mestre no flow, o outro é referência obrigatória em manobras complicadas e criativas. Johnson foi quase que jogado numa fogueira, sendo cobrado por ter declarado numa entrevista há alguns anos que “jamais andaria pra uma marca corporativa” - esse, aliás, é um karma que o acompanhará pra sempre. Já Daewon foi chamado de “traidor” pra baixo, pelo fato de estar com seu antigo patrocinador há quase 20 anos. Ao mesmo tempo, MJ alegou que tinha projetos que não foram levados adiante por seu antigo patrocinador, fato que o levou a buscar outra marca que o patrocinasse; Song, por sua vez, declarou que os novos donos de sua antiga “casa” não entendiam nada de skate e estavam indo por um rumo que não o agradava. Agora responda com toda a sinceridade: você teria feito diferente caso tivesse na mesma situação do que eles? Mais uns dias e outra polêmica veio agitar a cena do vertical. O eterno Duane Peters soltou os cachorros contra aquilo que chamou de “trapaça” durante o recente Pool Party na nova Combi Pool, esbravejando contra os organizadores que teriam passado algum lubrificante no coping pra torná-lo mais deslizante, além de terem marcado algumas sugestões de linhas com adesivos. O Master of Disaster considerou que os adesivos seriam até “aceitáveis” numa competição de carvings, jamais num evento profissional de bowl, mas nada o fez aceitar a tal lubrificação do coping, que prejudicou competidores old school que usam grabbers, como ele e vários outros. Exagero do porra-louca?! Bem, a pista é conhecida por ser perfeita e também bastante lisa, dois fatores que ajudam a dar um gás no rolé; sendo assim, é bom que os organizadores reflitam se realmente é necessário passar qualquer coisa na borda da pista. Se não precisa, pra que fazer? Os três casos acima provocaram reações apaixonadas e exagera-

Ser patrocinado é muito bom, mas dar um rolé é muito melhor: Bila, fs noseslide!

das, como não poderia deixar de ser, mas têm um ponto em comum: todos tratam a respeito dos valores do skate. Aqueles mesmos pelos quais nos apaixonamos assim que nos damos conta do quanto que é bom nos deslocarmos sobre nossos carrinhos e carrões, de tudo que é necessário pra que executemos a mais simples das manobras, da satisfação que os rolés e sessões nos trazem. Andamos de skate porque gostamos e nos divertimos, acima de tudo, e todo o resto que aparece no caminho é consequência de nossa dedicação e talento. Só que os tempos mudam e, com isso, mudam também os valores. Atualmente, existe toda uma geração que começou a andar motivada por eventos televisivos como os X-Games ou a Street League, por exemplo, e que se mantém conectados em tudo o que diz respeito ao skate. Ao mesmo tempo, existe ainda uma legião de homens e mulheres de todas as idades que resolveram montar longboards e cruisers simplesmente porque é divertido, e que não estão nem aí pras modas e pros códigos que existem entre alguns skatistas. Esperar que todos eles tenham os mesmos valores de 20 ou 30 anos atrás é de uma ingenuidade sem tamanho. O skate é dinâmico por si só, é movimento constante, é evolução sem parar; naturalmente, os novos skatistas são o reflexo dos novos tempos, criando e respeitando os seus próprios valores. Isso quer dizer que devemos aceitar que os valores sejam substituídos por “valore$”?! Nada disso, muito pelo contrário. Todos os que amam o skate devem repassar não só a sua paixão, mas também informar sobre toda a cultura que nos cerca. Revelar o nosso olhar diferenciado, que enxerga possibilidades onde os outros não conseguem ver mais nada. Mostrar que existem várias modalidades, que somos gente de ambos os sexos e várias idades que curte andar de skate a sua maneira e que todos devem ser respeitados por igual. Ensinar que ser patrocinado ou ficar famoso é pra muito poucos, jamais o objetivo de todos. Respeite, preserve e repasse os valores que importam. Enquanto isso acontecer, o skate será imortal. Que seja eterno e que dure pra sempre!

APOIO CULTURAL * Guto Jimenez está no planeta desde 1962, sobre o skate desde 1975.

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