Tribo Skate Edição 197

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AGENDA • TOMMY GUERRERO • RAY BARBEE • ROGÉRIO MANCHA • BOB DREAMLAND

COMO ASSIM?

PEDRO BARROS NO STREET?

ISRAEL

UM MERGULHO ANCESTRAL

NORTE FORTE

FOR FUN PRO TOUR NO PARÁ Túlio Alberto, 360 flip Ano 21 • 2012 • # 197 • R$ 8,90

www.triboskate.com.br












12 | TRIBO SKATE marรงo/2012


// índice

março 2012

EspEciais> 038. agEnda TradE show Long BeacH/ca/eUa 044. como assim? PeDro Barros no sTreeT? 056. israEl Uma Viagem ancesTraL 70. For Fun pro Tour o Pará reVisiTaDo sEçõEs> Editorial..........................................................014 Zap .......................................................................020 Casa Nova .......................................................084 Hot stuff .........................................................086 Áudio ..................................................................090 skatEboardiNg MilitaNt........................092 MaNobra do bEM.........................................094 boa NooitE......................................................096 tai tai .................................................................098

CAPA: Túlio alberto se empenhou ao máximo pra voltar o 360 flip no gap da praça maestro Waldemar Henrique, em sua terra, Belém do Pará. Depois de uma primeira sessão de tentativas, antes da For Fun Pro Tour, em que saiu sequelado, desta vez ele não demorou a voltar. a motivação era forte. agora mais uma recompensa, sua primeira capa como profissional. Foto: Fellipe Francisco ÍNDICE: a comprovação da história acima. Volta perfeita para esticar os braços daquele jeito. Yeah! Fotos: Fellipe Francisco

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Marcelo Mug

Helge TscHarn

editorial //

Pablo, em frente à casa de seu pai, em Israel.

Simples e múltiplo

U

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Pedro Barros, bs flip, Brasília.

cézar gordo

ma das grandes características do skate é chamada de evolução. Isso pode significar cada vez mais a criação de novos movimentos, novas manobras, novos jeitos de andar sobre as mesmas superfícies. É um eterno descobrir, uma invenção contínua. Por outro lado, a busca da essência, do prazer de andar sem a obrigação de fazer os truques mais complicados, está sempre presente. Simplificar também é uma outra grande característica do skate. Nesta edição, você vai se deparar com estas realidades estampadas em notas do Zap, como por exemplo, do resgate dos skates de plástico e rodas moles dos anos 1970 e mesmo em nossos maiores artigos. Pedro Barros no street? Claro! O cara é skatista e procura explorar todos os tipos de skate que estiverem ao seu alcance. Todos os terrenos, todos os formatos. A esta altura, você já deve saber que ele arrebentou novamente no início do circuito mundial de bowl, na Nova Zelândia e Austrália. Só que, uma temporada antes disso, estava surfando e andando de skate com seu pai no Peru, depois foi para Brasília com o fotógrafo Helge Tscharn. Nas ruas, Pedro diversifica, simplifica e multiplica seu skate. A história da viagem de Pablo Groll para Israel, a terra de seu pai, envolve igualmente os conceitos de simplicidade e multiplicidade. Recebido em Jerusalém pelo brasileiro Homero Telles, Pablo Groll, Ricardo Pires e Marcelo Mug, tinham o melhor guia e uma tremenda oportunidade de conhecer esta cultura ímpar, criada à base de resistências, guerras e muita religiosidade. Com a faca e o queijo na mão, os caras aproveitaram cada momento dos 15 dias em território israelense. Logo de cara, Pablo torceu feio seu pé. Na parede do consultório do profissional de saúde que o atendeu, alguns elementos “conversavam” com os visitantes: fotos e decks de skate. A partir dali, Pablo teria que pegar leve nas sessions, mas foi recuperando energias para mandar um simples fs grind num parque aquático, antes de voltar ao Brasil. Outra grande viagem da edição, dedicou páginas duplas aos profissionais envolvidos numa tour no Pará. A ideia foi captar alguns dos melhores momentos das sessões, com participação de cada um dos convidados. O resultado, bate com os mesmos aspectos que sempre valorizamos na Tribo Skate: manter as raízes e o ciclo de evolução, ampliando os horizontes do skate. (Gyrão)

Fellipe Francisco, fifty-fifty, Belém.



ANO 21 • MARÇO DE 2012 • NÚMERO 197

Editores: Cesar Gyrão, Fabio “Bolota” Britto Araujo Conselho Editorial: Gyrão, Bolota, Jorge Kuge Direção de Arte: Edilson Kato Redação: Marcelo Durigan de Freitas Almeida “Mug”, Felipe Minozzi “Fel” e Guto Jimenez Site: Felipe Minozzi “Fel” Editor de fotografia: Shin Shikuma Staff: Caetano Oliveira e Marcelo Mug

Double de Sleiman (stale fish) e Kelvin (bs tailslide). Foto: Caetano Oliveira

INTERVENÇÃO

TRIBO SKATE Prestes a atingir os 21 anos, a Tribo Skate vai estar mais próxima ainda de você. Além das coberturas tradicionais e eventos especiais, todos os meses estaremos elegendo uma pista ou pico de street para festejar com os skatistas locais. A primeira Intervenção foi na pista pública do Parque Zilda Natel, em São Paulo, com participação de dois profissionais convidados: Fabio Sleiman e Kelvin Hoefler. O primeiro, skatista com longa experiência internacional e, o segundo, o atual campeão mundial de street. A presença deles no skate park deu aquela injetada de ânimo nos locais, que também receberam revistas para ler e levar para casa. Fique atento para as próximas baterias! Olho no www.triboskate.com.br. // INTERVENÇÃO # 1 Parque Zilda Natel Data: 4 de fevereiro Profissionais convidados: Fabio Sleiman (Stand Up, Vans, Conexxion, Power Balance, Till The End e Companhia Atlética) Kelvin Hoefler (HD, Qix, Rockstar, Moska, Power Balance, Broken, Theeve)

Colaboradores: Texto e fotos: Alexandre PoisÉ, Antonio dos Passos Jr. “Thronn” Texto: Sandro Soares “Testinha”, Gabriel Leão Fotos: Fellipe dos Santos Francisco, Cézar Gordo, André Barros, Helge Tscharn, Pedro Atala, Thomas Toddy Ilustração: Ernani Craveiro Warwick “Tai Tai”

JB Pátria Editora Ltda Presidente: Jaime Benutte Diretor: Iberê Benutte Administrativo/Financeiro: Gabriela S. Nascimento Circulação/Comercial: Patrícia Elize Della Torre Comercial: Daniela Ribeiro (danielaribeiro@triboskate.com.br) Fone: 55 (11) 3583 0097 www.patriaeditora.com.br Empresa filiada à Associação Nacional dos Editores de Publicações - Anatec

Impressão: Ibep Bancas: Fernando Chinaglia Distribuidora S.A. Rua Teodoro da Silva, 907, Grajaú Rio de Janeiro/RJ - 20563-900

Distribuição Portugal e Argentina: Malta Internacional

Deus é grande! São Paulo/SP - Brasil www.triboskate.com.br E-mail: triboskate@triboskate.com.br

A Revista Tribo Skate é uma publicação da JB Pátria Editora. As opiniões dos artigos assinados nem sempre representam as da revista. Dúvidas ou sugestões: triboskate@patriaeditora.com.br





Cara de Sapo

zap //

oakley global // por Fabio bolota Uma das marcas mais importantes do mundo, tanto no segmento de óculos e acessórios, quanto nos demais segmentos que abrangem confecção, calçados, etc, a Oakley realizou nesse começo de ano um meeting para reunir as equipes de marketing, desenvolvimento, comercial e etc, de todas os escritórios espalhados pelo mundo. A realização inédita que aconteceu na sede da empresa, na Califórnia, reuniu por volta de 1.200 pessoas. O Brasil marcou preseça com uma equipe de peso de aproximadamente 100 pessoas, entre outras Luiz Pinga, Ricardo Borges, Diogo Guimarães, e vários outros que fazem a marca acontecer aqui no Brasil, tanto no ponto de venda, no marketing, como no desenvolvimento da enorme equipe de várias modalidades, entre elas, o skate. Parabéns pela demonstração de profissionalismo.

Loja nova de Cara de Sapo, na Califa // por Fabio bolota Todos conhecem ele por aqui como Cara de Sapo, mas na América, seu nome é Fabrizio “The Breeze” Santos. Com essa localidade na cena do skate internacional e após encerrar a marca que tocava por lá, Brezze está com novos negócios. Trata-se da Programme Skate and Sound (www. programmeskateandsound.com), a loja que junto com outro sócio, é a nova empreitada além do skate, para Cara de Sapo. Boa sorte e se estiver na área, vale uma visita: 2495 E. Chapman Ave., Fullerton, CA 92831 – Fone: 714.798.7565

Stacy peralta: bones brigade: an autobiography // por Fabio bolota Desde quando assumiu a parte empresarial e de videomaker, o então skatista profissional americano Stacy Peralta, elevou em todos os sentidos o nível do skate. Na bagagem de um dos melhores skatistas do mundo dos anos 70, colocou seu nome na marca e foi um dos primeiros a desenvolver e assinar um model de tênis de skate. Sua notoriedade aumentou ainda mais, quando encabeçou e direcionou uma das melhores equipes de skate que já se teve conhecimento, a Bones Brigade, com nomes de peso como Tony Hawk, Steve Caballero, Tommy Guerrero, etc... Os vídeos de skate produzidos por ele na ocasião, como The Search of Animal Chin, Ban This, Future Primitive, etc, colocaram as filmagens em outro patamar e consequentemente, isso lhe rendeu no futuro, um prêmio no famoso Sundance Festival, com o aclamado filme “Dogtown and Z-Boys”. Agora, no mesmo festival, Stacy voltou em 2012 com o documentário da origem de toda essa história cinematográfica: “Bones Brigade: An Autobiography”. Desta vez, não foi pra competir, mas para apresentar aos participantes, na categoria Documentary Premieres. Com certeza, é mais um daqueles filmes que não podem faltar na sua videoteca de skate!

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// zap

Skate de plástico? a diversão está de volta! // texto e fotoS Fabio bolota Não, o skate nunca deixou de ser divertido desde a sua invenção, nos primórdios dos anos 50. Mesmo com a contínua evolução que sempre apresentou no decorrer desses aproximados 50 anos, quebrando limites tanto na parte técnica na execução de manobras, quanto na eterna evolução do melhor material para aprimorar e facilitar cada vez mais essa técnica, ainda traz no fundo da alma, uma forte essência que nunca vai se apagar: a diversão! Afinal, deslizar sobre rodas improvisadas, eixos de patins e madeiras cortadas para simular ondas sem fim, foi o grande pro-

pulsor para o skate ser um “brinquedo” desejado de várias gerações. Por outro lado, a brincadeira também ficou séria e se tornou um esporte competitivo, cobiçado e aclamado por praticantes e simpatizantes, se tornando um rentável mercado esportivo. Mesmo assim, nos últimos anos o skate vem buscando o resgate de valores, sentimentos e feelings de suas raízes na história. Com isso, a mais nova sensação que está invadindo as ruas da Califórnia e do mundo, são skates semelhantes aos da origem, onde shapes são produzidos com plástico no melhor formato “tubarão”, com rodas macias e desenhos semelhantes aos dos anos 70 e pequenos eixos. Pronto! A diversão

voltou às ruas de uma maneira apenas para se locomover, dar impulso sentir o vento na cara e fazer curvas rápidas e estilosas. Junto ao skate cruiser e o longboard, é um skate que resgata a descompromissada maneira de andar, onde manobras podem ser feitas, mas o aspecto de ir e vir, é o grande lance. Várias marcas estão investindo nesse “novo” conceito e cada um está lançando as suas versões dos carrinhos coloridos de plástico, e sem lixa (!), pra ficar no melhor aspecto “old school”. Não estranhe se começar a ver por aí, tanto nas ruas, quanto nas prateleira das lojas, coloridos skates de plástico… Relaxe e divirta-se! 2012/março TRIBO SKATE | 21




zap //

É realmente ‘‘triste ver que o

que a tática de ‘‘daracho coisas no twitter

“estrangeiro” se foi…

’’

oS GêMeoS, no Twitter, sobre sua famosa arte em um prédio de São Paulo que foi apagada devido a uma futura demolição

não funciona. dois unfollows com a promoção? Hahaha!

kaRen JoneS, no @karenjonz

’’

beach, bowls, and ‘‘bros.....

Qual a tradução ‘‘ pra GnaRlY? e pra descrever isso?’’

@australian open of Surfing.

’’

SidneY aRakaki, no Instagram, sobre a foto com Rafael Gomes

Rune GliFbeRG, no Instagram

o status de prodígio em Video days. Foi ‘‘o Ganhou garoto de ouro dos 90, com a parte revolucionária em Girl's Mouse. Precisou de uma década para adquirir sobriedade e voltou genial em Fully Flared. Guy Mariano, é claro. duro é vê-lo na 15ª posição do ranking da tWS.

HelGa SiMõeS, no Instagram

’’

o que vocês ‘‘acham que é? eggplant ou frontside invert?

’’

buCkY laSek, no Twitter

‘‘

i don't fuck with bitch ass muthafuckas!

’’

bRandon biebel, transpirando gangueragem no Twitter

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quer dar um ‘‘Quem wallride?’’

Foto da WaVe RoCk, que fica na Austrália, publicada no Facebook da Skate Kingdom





zap //

// por FeliPe Fel O que você faz na Red Beach? Sempre estive presente na Red Beach, desde a sua fundação. Hoje eu sou responsável pela pista e pela loja, que vende tudo relacionado a skate. O trabalho na pista envolve escolinha de skate, sessões alugadas e festas de aniversário. Na loja, trabalho com peças para street, vert, bowl e longboards, com suas variações. Como você conseguiu o emprego? Esse emprego veio com a ideia de fazer uma pista coberta com uma loja especializada. Fui consultado se estaria comprometido com esse projeto, e acho que meu know how no skate e caráter foram os pontos que me ligaram a esse trabalho. Tem alguém que bate cartão na Red Beach e tá evoluindo por causa disso? Todo mundo que frequenta a pista tem uma evolução, desde quem já sabia andar e começa a voltar umas manobras muito técnicas, até quem não sabia nem pisar no skate e hoje já faz um role. É muito bom acompanhar essa evolução de todos... A pista tem apoio de alguma marca? Ou já teve? Sim, claro! O projeto só saiu do papel pela cota com que a Oakley e a Vibe se comprometeram. Quem se juntou a este grupo, no fim de 2011, foi a Urgh! Mas o maior responsável por isso tudo é o Mussa (proprietário), um cara

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Shin Shikuma

CelSo RodRiGo Galani, ou CelSinHo, Cuida de uMa daS PouCaS PiStaS CobeRtaS Que exiSteM eM São Paulo, a Red beaCH. CoM uM boWl e uMa Mini RaMP, a PiSta Já Se toRnou uMa daS MelHoReS oPçõeS PRa QueM QueR andaR eM tRanSição na CaPital, eM diaS de CHuVa ou Sol. aoS 33 anoS e CoM 27 anoS de Skate (CoM alGuMaS PaRadaS, CoMo ele MeSMo diz), Cuida da PiSta e eStá Vendo VáRioS MoleQueS noVoS eVoluíReM e, inCluSiVe, leVaReM SeuS PaiS Pelo MeSMo CaMinHo. aliáS, anteS de leR a entReViSta, Já anota o endeReço e o teleFone da PiSta: Rua JoSÉ de alMeida, 1469, no baiRRo Vila GuStaVo. o teleFone É (11) 2201-4431.

Caetano oliveira

celSo GAlAnI

Fs air.

que, mesmo sem andar de skate, investiu na ideia e colocou o skate em destaque em sua loja! A Red Beach sempre teve pista de skate, desde sua inauguração! Vocês promovem eventos na pista? Sim. Em dois anos e meio, foram três eventos, incluindo sempre a categoria mirim! E dois desses eventos aconteceram com a parceria da Smith Grinders. Tem muito moleque novo sendo revelado aqui? Alguém que vai dar trabalho? Agora mesmo, o Nicolas Okubo, de oito anos, está voltando manobras novas e não tem nem quatro meses de skate. Mas andam aqui dois garotos que vão dar trabalho: o Pedro Quintas, de nove anos, já fez sua primeira temporada de Califórnia e voltou andando pesado em pistas de mais de 4m de altura; e o Victor Ikeda, que tem apenas seis anos e já distribui alguns aéreos na base e até frontside rock´n roll... Esses já estão dando trabalho! E os pais dos moleques também estão andando? Ou voltando a andar? Isso é uma coisa muito legal que está acontecendo. Os pais das crianças, que andavam ou que nunca pisaram num skate, estão fazendo aulas de skate aqui e se superando. Vão os nomes de alguns deles: Ari Santos da Costa, Wilson, Fabio Ikeda, Fabio P. Carvalho, Danilo A. Duarte, Alexandre, o Luizão, de 52 anos, e

o Mario Filho, que já manda seus rock to fakie na base. Muitos amadores e profissionais aparecem pra andar aqui? Vários! Amadores: Guilherme Okamoto, Alex Mendonça, Henrique Eduardo, Cinho, Renato Sales, Kauan Santana, Bruno Bilico, Emerson Bombeiro, Cristiano Indinho e muitos outros... Inclusive os amadores aposentados Adriano Mi e Luciano Ganso! Hahaha! Tem profissionais que alugam aqui para seu rolê semanal: Rubens Sunab, Cris Fernandes, Tiago Ribeiro, Ricardo Mikima. E por aqui já passaram caras como Alessandro Ramos, Rafael Índio, Juliano Cassemiro, Fabio Sleiman, Apelão, Xaparral, Rogério Mancha, Tarobinha, Caleb, Masterson Magrão, Maurício Cocão, Daniel Kim, Bitão, Rogério Troy, Laurence Reali, Otavio Neto, Arame e vários outros... Você acha que faltam pistas cobertas em São Paulo? Com certeza! Mas pra mim, que tenho uma das únicas de São Paulo, é legal porque a rapaziada cola em peso! Como faz pra andar aqui? Tem que marcar? Explica aí pra quem quiser! Pra andar na Red Beach é fácil... Tem horário pra sessão livre, dá pra fazer sessão alugada e também tem aulas para crianças e adultos. O capacete é obrigatório.



zap //

(1) Capa da última edição da revista Tribo Skate (ed. 196), o tomado streeteiro Marcelo Gouvea está com patrocínio da marca de óculos HB (Hot Buttered) • Família unida, permanence unida… O pai sempre detonou e o filho está detonando. Sergio Yuppie e Fernando Yuppie estão com models de shape assinado pela marca Americana Jet (vejam os models na seção Hot Stuff nessa edição) • O experiente skatista Fabio Luiz, também conhecido no mundo da música rap no Brasil, como Parteum, iniciou suas atividades de consultor de marketing e comunicação na marca de tênis Öus. • Outro skatista experiente, que sempre contribui muito para o desenvolvimento do skate, tanto produzindo seu programa de TV

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(Cidade Skate), quanto no direcionamento da sua loja (Matriz Skateshop), Marcus Cida também está na equipe de marketing da Freeday. • Há muito tempo, cobram uma reedição dos models dos skatistas da marca LifeStyle, que bombaram no anos 80. Isso parece que está acontecendo, com os models relançados de Beto Or Die, Rui Muleque, Fernandinho Batman, etc. Nessa empreitada da marca, estão lançando o model de Wilson Neguinho, que acaba de estrear sua participação como um dos apresentadores do programa Abusados Boards, da emissora AllTV. • (2) O bom e velho Chaerles Chaves está com responsabilidades novas na meta de sua vida. Depois de anos morando na Califórnia

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Couromoda 2012 // texto e fotoS Fabio bolota Uma das maiores e mais importantes feiras do segmento calçadista e de acessórios da América Latina, a Couromoda, levou, esse ano, cerca de 85 mil visitantes para conhecer os novos lançamentos. Nesse universo que acontece no Pavilhão de Exposições do Anhembi, onde expõem, durante quatro dias de janeiro, cerca de 3.000 expositores, o segmento dos boardsports esteve presente. Marcas como Converse, Ark, Maryjane, New Era, Mormaii Shoes, Red Nose Shoes, entre outras, estavam com seus devidos stands, apresentando o melhor das novas coleções. Os números de um evento como esse são sempre significantes para o setor calçadista, que chega a vender, apenas nessa ocasião, 30% da produção do ano. O brasileiro sempre teve uma enorme cultura de calçados no país e a Couromoda expressa bem essa paixão nacional. Os seus pés sempre bem vestidos!

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e uma rápida passada pelo Brasil, está morando na Alemanha com sua mulher e seu filho Gregory. Também, está lançando sua marca chamada Ciclo no Brasil, apoiando alguns skatistas. • (3) Como sempre, Cris Mateus está andando e também trabalhando a marca Ultra Skate. Ele acaba de inaugurar definitivamente seu showroom dos materiais que também estão disponíveis na skateshop on-line. • (4) O skatista Ricardo Dexter é um dos convidados entre vários esportistas de outras modalidades, a participar da nova temporada do programa MTVSports de verão… Ao melhor estilo Jackass! • Depois de um intensivo trabalho com a DLXSP na distribuidora Plimax, Ari Bason parte para novos rumos. Boa sorte!

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fotos fabiano yamada

bob e bobito.

a equipe brasileira que desenvolveu o game.

Bob Burnquist’s Dreamland O dia 7 de fevereiro marcou o lançamento do game para smartphones e tablets Bob Burnquist’s Dreamland, em São Paulo. Com produção 100% brasileira, o game roda nos sistemas iOS e Android e está disponível gratuitamente. O personagem Bobito faz um passeio no quintal da casa do brasileiro em Vista, CA, EUA, a sua “terra dos sonhos”. Sweet!, Rad! e Awesome! são as fases para você encararar de forma bem simples e intuitiva, levando em conta número de manobras, combos, coleta de sonhos e altura nos saltos. Para o download na App Store, o game vem com 1 pista e 5 fases gratuitas e o jogador pode adquirir mais 25 fases por 99 centavos de dólar para iPhone/iPod e por 1,99 dólares para iPad. No Android, o game é grátis. O produto foi desenvolvido pelo estúdio Doubleleft, a agência BLG e o próprio skatista. Outro grande lance é que os patrocinadores do Bob têm suas marcas expostas nos cenários do jogo, como a Hurley, Oakley e Urgh!, entre outros. Participaram do projeto também outros skatistas, como o Felipe Motta, do Petit-Pois Studio e o Edu Lopes, da banda A Filial e isso faz toda a diferença, com um traço muito bom e aquele sonzinho brasileiro maneiro. www.bbdreamland.com

thronn em casa.

Sergio Yuppie, drop.

Minha casa… Minha vida! rest in peace! por Fabio bolota // Fotos thronn Depois de morar aproximadamente 4 anos em sua van nas ruas da Califórnia e ficar famoso por essa sua convicção de liberdade sobre rodas, Antônio “moro-ali-mesmo-e-não-tô-nem-aí” Thronn, finalmente foi morar em um teto de verdade. Não teve skatista brasileiro ou amigo que foi até lá e não conheceu sua famosa “casa”, parecida com a da turma do desenho do Scooby-Doo. Agora, Thronn mora em um apartamento no bairro de Culver City. Mas o que talvez tenha sido mais bizarro nessa história, é que sua fiel casa móvel, que sempre o abrigou de chuvas, sol, frio e nunca o deixou na mão, resolveu pifar de vez e não mais funcionar… “Após eu ter conseguido um apartamento pra morar, ela parou de funcionar no primeiro dia que me mudei. Parece que tinha sentimento e me vendo seguro decidiu descansar…”. O ferro-velho a aguarda para nova amizades! Rest in Peace!


zap //

RoGéRIo mAnchA ao lonGo doS PouCo MaiS de 20 anoS da tRibo Skate, RoGÉRio ManCHa SeMPRe Foi uM PeRSonaGeM PReSente. deSde a ÉPoCa da PReStiGe, PiSta do baiRRo Vila leoPoldina, eM São Paulo, da eQuiPe liFeStYle, atÉ SuaS CaPaS no MuSeu do iPiRanGa, ou PaRQue do ibiRaPueRa, entReViStaS, entRe tantaS outRaS PaRtiCiPaçõeS. eM 1993, eStáVaMoS no Meio da GaleRa Que Foi PaRa o Mundial da aleManHa e o CiRCuito euRoPeu. ManCHa Se deStaCaVa CoM ManobRaS de SWitCH e double FliPS, CoMPliCando Seu StReet. atuou no VeRt PoR Muito teMPo CoM ManobRaS tÉCniCaS e CRiatiVaS, naS duaS baSeS. a Veia de aJudaR na eVolução do Skate SeMPRe aCoMPanHou Sua tRaJetÓRia e HoJe ManCHa PeRtenCe ao MaRketinG da eleMent, Sendo MaiS Que uM teaM ManaGeR. eStá À FRente de todoS oS PRoJetoS da MaRCa, e RePReSenta o bRaSil noS MeetinGS inteRnaCionaiS. eM buSCa de aPRiMoRaMento PRoFiSSional, Continua eStudando e É uM PRoFiSSional Que tenta leVaR o Skate de FoRMa diGna eM PaRCeRiaS CoM GRandeS eMPReSaS, PRoCuRando eleVaR o tRataMento do SkatiSta no MeRCado, enFiM É uM de noSSoS eMbaixadoReS. alÉM de tudo iSSo, RoGÉRio Continua andando de Skate CoMo nunCa e Foi uM doS FinaliStaS na FeSta de 10 anoS da MatRiz Skate SHoP, ao lado de noMeS MaiS “atuaiS” na Cena PRoFiSSional. (GYRÃO) • Essa parada de você mudar de nome várias vezes na carreira tem explicação? (Luciano Hermes, Rio de Janeiro - RJ) – Cara, eu não mudei de nome várias vezes, desde os 10 me acostumei com o Mancha. Meu pai tem tatuado no ombro “Mancha” e um skate, alguns camaradas me chamam de Mañosa. Quando morei nos EUA, para ficar mais fácil, abreviei o Rogério para Roger. Tenho usado Roger, mas na verdade o que prevalece é o Mancha.

• Mancha, você está à frente da equipe Element Brasil há alguns anos, e pelo que vemos em ações de marketing, são eventos e skatistas diferenciados; é de longe uma das equipes mais completas e com uma imagem muito boa, valorizando os skatistas e refletindo em boas coisas para a empresa - se todas as marcas fizessem isso seria ótimo. Porém tem um importante item que não acontece na Element Brasil: o fato de não ter pro models de shape. Por quê? Sei que teve

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Fellipe FranCiSCo

• Nos tempos que você estava na Citystars nos EUA, tinha outro estilo de ser e de fazer manobras. Depois você mudou totalmente seu lifestyle e voltou para o Brasil. Por que? (Tiago Felipe, Mogi das Cruzes - SP) – Tiago eu sempre estive antenado a diversas culturas, mas no Brasil sempre estivemos presos a um estilo de skate muito ligado às marcas que nos patrocinam. Você acabava tendo que usar roupas que nem gostava e quem geralmente desenhava estas roupas eram pessoas que não entendiam a cultura, resultando um monte de gente igual sem identidade. Vai tentar explicar isso para o dono da marca? Quando você aparecia sem a camiseta do patrocinador, sem chance! Foi sempre difícil se adaptar a este cenário; não concordava. O resultado era que acabava saindo de várias marcas. Quando morei nos EUA, encontrei um lugar sem preconceito, onde o que importava era o que você fazia com o skate e, mesmo sendo de uma equipe totalmente mais ligada à cena do hip hop, eu tinha um estilo diferente dos caras. Eles me curtiam. Sobre as manobras, acho que sempre quis que o skate fosse como hoje, um mix de tudo: street, transição. Curto muito andar de switch, mas também curto muito transição. Nasci andando em transição, vert. Hoje sou muito feliz com o rolê que dou. O skate evoluiu muito e é muito louco que já passei por todas estas fases do skate, do meio dos 80 até hoje. Decidi voltar para o Brasil porque acordei um dia e recebi uma ligação do team manager da Citystars, que a marca iria acabar. Uma boa parte da equipe, como o Paul (Rodriguez), Mike Taylor, (Kevin) Spanky, já tinham ido para outras marcas. Não estava vendo um horizonte favorável naquela época para o meu skate, então decidi voltar para o Brasil, para tentar mudar a cena no país, trazer tudo que eu havia aprendido lá fora e construir um mercado de skate melhor. Não foi fácil essa volta. Mas acho que hoje, vendo este trabalho que estou fazendo com o skate, valeu a pena.

uma breve coleção de camisetas e também uma blusa e calça suas - sei porque gosto de consumir marcas que investem no skate. Mas o fato é que você, com toda sua história, trajetória e respeito, não tem um pro model de shape pela Element! Por quê? Aliás, nem o Xapa nem o Klaus têm, e muito menos o Murilo, que acaba de passar para pro. Seria ótimo ter um model na minha parede dos meus ídolos nacionais! E a respeito do fenômeno Gabriel Fortunato? Onde encontraram esse mini monstro? O menino é muito style, a gente se emociona em ver ele andar nos vídeos. Será que ele terá a oportunidade de ter um pro model quando passar pra pro? Abraço Mancha! Muito respeito pelo seu trampo. (Leonardo Arruda, Campinas - SP). – Leonardo, valeu pelos elogios. O que mais luto desde que entrei na Element, é para ela ser uma marca verdadeira de skate, com uma identidade local, digo brasileira. E hoje, acredito que estou conseguindo montar este sonho. Temos uma bela equipe, somos uma família; os atletas são bem pagos, possuem uma estrutura; fazemos vídeos, ações diferenciadas, eventos, tours e, além de tudo, estamos fortalecendo o skate brasileiro. Quem já teve a chance de conversar comigo, sabe o quanto luto para este cenário. Estou sempre lutando. Fico feliz de ter conseguido, desde que entrei na Element, esta evolução, pois sei como uma marca tem que atuar. Vivo isso a minha vida inteira e o skate é minha vida. Sobre a minha coleção, ela está saindo agora em maio e é baseada na minha descendência espanhola. Eu sempre curti moda, este lifestyle e ficou muito legal. Sobre o meu model, quem sabe num futuro, um model “icon”. É difícil contar toda esta história minha do skate lá fora até aqui. Muita coisa fica esquecida, mas hoje não me preocupo com isso e sim, saber que o meu trabalho está sendo reconhecido no mercado. Sempre lutei para deixar um legado. Mas tenho uma boa notícia: este ano, depois de lutar muito explicando para a Element americana a força do skate no Brasil, consegui o pro model do Xaparral! Acredito que em novembro vai estar nas lojas. Serão dois models e, com certeza, no futuro teremos mais decks com temas do Brasil, feitos por artistas brasileiros e, quem sabe, outros pro models como o do Klaus? Quanto ao Gabriel, ele está no caminho certo e, com certeza, você vai usar um shape dele no futuro. • Beleza, Mancha? Podemos esperar por algum novo vídeo do time da Element do Brasil? Como você analisa o skate hoje em dia e daqui a alguns anos? Qual a sua visão dos skatistas que andam mais por competição, visando ganhar algo em troca, dos que andam por diversão? (Sidnei, Catanduva - SP) – Estamos soltando pequenos vídeos todas as semanas. O que está rolando agora é um mini documentário que estou fazendo com o Gema, que é o videomaker da Element, sobre minha história no skate e que vai ser lançado com a minha co-



zap //

RoGéRIo mAnchA

leção. Tem também uma parte do Xapa, só dele. Acredito que para circular em novembro. O Klaus também está querendo filmar uma parte; ele tá na pegada. Com certeza teremos um vídeo de tour para agosto. Para 2013 estou pensando num vídeo Element Brasil. Eu vejo o skate hoje em dia evoluindo muito. A minha geração ajudou muito contestando sempre. Eu sempre uso a frase “ande e entenda” e acredito que o skate no futuro estará muito grande, terá muitos praticantes e um mercado estrondoso. E, o mais importante, é que teremos mais skatistas com capacidade à frente de marcas, ou com marcas próprias. Uma coisa eu tenho certeza: eu não vou desistir desta luta.

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Dei minha vida ao skate e não vou admitir que oportunistas queiram estragar nosso mercado e sim que venha mais gente para somar. Curto muito a entrada destas grandes marcas que vieram com um pensamento mais “core”, como a Nike SB e a Adidas. Por isso estão tendo sucesso no nosso mercado. Também admiro o trabalho da Öus e este é o exemplo - não importa o tamanho da marca, quando ela é trabalhada com amor e com identidade, agrega muito ao nosso mercado. Sobre competição, bom, eu competi muito quando era pequeno; eram outros tempos. Hoje em dia faz parte. Sou muito fã do Street League. Acho um formato muito louco. A competição é uma maneira


Fellipe FranCiSCo

// zap

de o skatista fazer mais grana, mas não é nosso foco. O skate tem outras maneiras de divulgação ou meios de ganhar notoriedade. Não somos uma esporte tradicional, baseado em que lugar você está no ranking e sim estamos mais ligados ao lifestyle. • Conta a história direito: no começo dos anos 90 você foi proclamado por algumas mídias do skate brasileiro como o “campeão universal” de mini ramp... Como você encarou essa situação? Abraço. (Ruda Lopes, São Paulo - SP). – Mini ramp era uma febre no final dos 80 e começo dos 90. Comecei andando no QG, por volta de 87. Lembro dos rolês com o Geninho, outro cara importante quando se fala desta época de mini ramp. Tinha a mini ramp da Ultra, da Prestige, da Top Sport, da ZN. Nesta época não faltava mini ramp e eu curti andar. Ficava criando vários combos. Lembro que tinha uma meta de aprender cinco manobras por dia! Os vídeos da época tinham partes de mini ramp e, resumindo, eu curtia muito e ainda curto. Nesta época, só andava de vert e mini ramp e ganhei vários eventos da modalidade (risos). Acredito que quase todos da época... Acho que perdi uns dois (risos). Aí, a galera criou na época este título. Acho que tinha até um que era: campeão interplanetário também! Era moleque e queria somente evoluir, ganhar eventos, fazer o meu. Hoje em dia tenho orgulho desta fase. Eram divertidos os rolês com os amigos. Mas nunca competi na Lua, Marte...

Hurricane, ditch californiano, 2012.

// RogéRio SoaReS MañoSa 35 AnoS, 26 de SKATe PATRô: elemenT São PAulo, SP

• Eu acho que você não precisa de categoria, mas atuando no backstage, você ainda se vê como skatista profissional? (Tito, Santa Cruz de Minas - MG). – Eu sou skatista, mas como você disse, hoje em dia já nem me prendo a rótulos. Muitas vezes acho que não ando bem, sei lá, acordo cedo e vou para a pista colocar o skate no pé. Sempre lutei pela evolução e não consigo tirar de mim esta obrigação de evoluir. Algumas vezes até fico tímido - “caraca, vou andar com esta molecada com várias manobras fodas!”. Eu costumo acertar elas bem mais facilmente, mas estou aprendendo a lidar com isso, sendo muito sincero. Mas pelo skate, acredito que deixei meu legado para esta geração: a busca da evolução, o switch, o vert. Vou continuar andando de skate até sei lá quando; acredito que vou continuar querendo filmar uma linha, etc, por muito tempo. Mas penso em quanto eu posso trazer de legado para o skate também atuando no mercado. Como você disse, no backstage. Mas, no ano passado fiquei muitoooo feliz de estar no evento da Matriz; uma loja/marca feita por skatistas; um evento verdadeiro e ainda ir para a final, ao lado de vários caras que admiro, como o Luan (Oliveira), o (Rodrigo) TX, o (Cézar) Gordo e toda esta geração e também do Fabio Cristiano; que nos conhecemos na QG em 88 e em dezembro de 2011 estamos juntos na final do IAPI; uma pista feita por skatistas, foi muito style. Este ano vou continuar indo nos eventos, filmando e tentando evoluir. Tito quem anda de skate e tem ele no coração nunca

para. Não existe ex-skatista, ex-profissional. Para sempre, sempre será!!! • Eaê Mancha, total respeito! Você foi um dos caras que passou por várias gerações e estilos de skate, desde a época da Prestige e Dirty Money; andou em half, foi um revolucionário no switchstance, e ainda fez uma ótima parte em um vídeo gringo, numa época que era raríssimo ver brasileiros em vídeos internacionais. Viu P-Rod crescer e participou da entrada dele para a Citystars, na época. A minha pergunta se inicia da seguinte maneira: no Brasil, vemos um jovem menino que se percebe de longe um estilo avançado para sua época e pouca idade, um arsenal de manobras que deixa qualquer um deslumbrado com sua humildade, carisma e o prazer em que ele faz as manobras. Estou falando de Gabriel Fortunato, um nome novo, mas que rende muitas visualizações e buscas no Youtube. Da mesma forma que você viu P-Rod criança, você acha que podemos comparar Gabriel com ele? O menino é um fenômeno. Pois você também deve ter sido um dos responsáveis na entrada dele na Element Brasil. Qual o futuro que você vê para esse jovem prodígio? (Yuri Diniz, Curitiba - PR). – Valeu Yuri, fico feliz quando vejo que pessoas admiram toda esta minha história. Quando vi o Paul, lembro até hoje, sentado no escritório da Citystars vendo o promo dele, foi animal. A Citystars introduziu toda esta galera que hoje está à frente do skate: Paul, Devine (Calloway), Mike Taylor, (Kevin) Spanky. O Paul sempre me chamou atenção pela determinação dele e acima de tudo, humildade. Um cara que desde o primeiro dia que vi, falei “este vai ser o cara”, foi o Luan (Oliveira). Lembro que ele ficou em casa quando morava com o Fabio Cristiano e fomos andar na pista de São Caetano, só nós dois. Quando vi ele andar, falei para mim mesmo: “este é o cara”. Foi foda, toda vez que o vejo andar, ele me impressiona muito e hoje ele é um dos grandes nomes do skate. Sempre tive um bom olhar para saber quem é um bom skatista ou vai dar trabalho. Lembro que com 13 anos, quando andava com o Gian Naccarato, e ele não tinha patrocínio, agilizei um patrô da Narina para ele; o mesmo quando vi o Fabio Cristiano no QG, sem patrô e falei “cara, este moleque precisa de um patrô, ele é muito foda”. Com o Gabriel foi diferente - não é só andar bem, ele tem carisma, estilo. E ele tinha este pacote completo. Quando vi o promo dele falei “quero ele na equipe”. Liguei para ele e falei “irmão, agora você é da Element”. Tive algumas sacadas que o ajudaram a ganhar destaque, como passá-lo para amador, fazer anúncios, vídeos, construir uma imagem legal. Ele é um menino bem esperto, a família dá um suporte legal e tenho certeza que se tudo continuar do jeito que está, ele vai ter um destaque enorme. Tenho alguns planos para ele este ano, como ir para os EUA e, quem sabe, ele possa ser um Luan, Gustavo, Paul... Mas acredito que o Gabriel, além do nível de skate, vai trazer um lado de como se anda de skate se divertindo.

PRóxImo enFocAdo: diGo MenezeS envIe SuAS PeRGunTAS PARA tRiboSkate@tRiboSkate.CoM.bR, com o TemA linHa VeRMelHa – diGo MenezeS. coloque nome comPleTo, cIdAde e eSTAdo. AbRAço! 2012/março TRIBO SKATE | 35




gend A A bussiness // agenda ca

Trade Show Long Beach/ca – 05 e 06/01/12

Diferente Da antiga e extinta aSr traDe Show, feira eSSa que acontecia noS eStaDoS uniDoS com o melhor DoS eSporteS De prancha (Skate, Surf, Snow), a agenDa traDe Show Se moStrou eficiente, organizaDa e focaDa em reSultaDoS comerciaiS para oS expoSitoreS que participaram neSSe ano, no long Beach convention center. pOr faBio Bolota // FOtOs faBio Bolota e antonio DoS paSSoS “thronn”

O

s bons resultados apresentados nos negócios são primordiais para o sucesso da Agenda, principalmente depois que o país, assim também como o mercado dos boardsports, sentiram fortemente a crise de 2008. Essa crise derrubou a tradição de muitos anos da ASR, no final de 2010, por diversos motivos, mas o inchaço que a feira experimentava, com stands gigantes e caros, somado ao público que invadia a feira muito mais atrás de agito do que de negócios propriamente ditos, colocou a ASR em colapso, conforme reflexo do mercado no período, que caiu em torno de 40, 50 até 60%. Diferentemente dessa estrutura inchada, a Agenda Trade começou há 7 anos e em 2012, mais de 10.000 pessoas circularam nesses dois dias, de acordo com o fundador Aaron Levant, que lançou a feira de uma forma alternativa e despretensiosa em 2005. Desde então, o crescimento do conceito implantado e o retorno apresentado para os expositores, colocou a Agenda em uma posição de destaque no mercado de boardsports. Mais de 100 expositores com as novas tendências, participaram nesse mês de janeiro. Dominando a cena, o skate estava praticamente representado por todas as marcas gringas – “core”, no espaço chamado The Berrics, expondo suas novidades e produtos, contando também com a presença de vários skatistas profissionais e amadores da cena americana. No outro lado do pavilhão, marcas alternativas, dividiam espaço com outras do segmento de confecção tanto do skate, quanto do surf e snowboard. Os calçados (skateshoes), também marcaram presença, com diversas grifes expondo

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suas coleções e lançamentos, retomando a posição de destaque do segmento. Uma das maiores novidades e que ficou muito visível durante os dois dias, foi a presença forte dos skates de downhill, longboards e cruisers que fizeram barulho, sem falar nos skates manufaturados com shapes de plástico, fazendo uma releitura total dos anos 70. Várias marcas estão aderindo a essa “novidade” e lançando seu skate com esse formato e material. O piso liso e “espelhado” dos corredores do centro de convenções, se tornou uma enorme pista de testes para esses skates que circulavam livremente. Diversão total e garantida! Como não poderia deixar de acontecer, a noite teve uma extensão para uma festa/show com o rapper DMX. Antes, teve a apresentação do também rapper MGK que quase roubou a cena, pois além de ser um músico branco cheio de tatuagem pelo corpo, xingou, subiu em cima da mesa do DJ e fez mosh pulando em cima do público local. O DMX entrou no melhor estilo “eu e minha galera”. Cercado de gente, entrou como se estivesse num octágono de luta, mas logo na sequência a coisa ficou tensa, quando o skatista Andy Roy subiu no palco alucinado pra dar uma gravata no rapper… Foi pego também com uma gravata e expulso na hora pelos seguranças. Party times! A Agenda Show com certeza está no caminho certo para a nova realidade mundial, onde o “básico” e a eficiência substituiu a ostentação e custos elevados. Hoje a Agenda também acontece quase que simultaneamente em Nova York e Tokio (Japão). Há possibilidade de acontecer também no Brasil… É esperar pra ver.


cairo foster.

fellipe francisco, fabrizio Santos e fabio Bolota.

torreta.

Dmx.

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bussiness // agenda ca

fabrizio e Jake Brown.

rodrigo petersen.

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peter Smolik, nick Diamond e amigo.

HigHligHts: • Fabrizio Cara de Sapo, apareceu e divulgou seu novo negócio. É a abertura de sua loja, chamada Programme. www.programmehq.com; • A famosa marca de confecção dos anos 80 e conhecida pelo logo da caminhonete com a prancha, Jimmy’z, está de volta; • A nova marca de Lance Mountain em parceria com a Santa Cruz, aderiu aos skates old school e cruisers com shape de plástico. Trata-se da Banana Board; • Da mesma maneira, Mike Vallely lançou sua marca nova, Elephant, com vários shapes old school e relançamentos; • Os brasileiros Rodrigo “Gerdal” Petersen, Fellipe Francisco, Fabrizio “Cara de Sapo” Santos, Tiago Moraes, Renan Maurice, Marcio Torreta e Liza Grzeskowiak estavam na área; • No stand da marca Abec 11, além de passar direto as imagens da fa-

mília Yuppie detonando na ladeira, foram apresentados os models de Sergio Yuppie e seu filho Fernando; • A Baker, que tinha no stand os tops e donos Erik Ellington, Jim Greco, etc, disponibilizaram uma tela de silk screen para cada um estampar sua camiseta; • Duster é a nova marca lançada pela Dwindle (Almost, Blind, Tensor, etc), coordenada e dirigida pelo brasileiro Nano Nobrega; • A tradicional marca de jeans Levi’s, contratou o brasileiro Marcio Torreta pra ser um dos garotos propaganda na feira, com direito à foto estampada na parede do stand; • Muitas marcas de skateshoes aproveitaram pra reforçar o conceito “sapatênis” na suas coleções… Tênis com desenho de sapato; • A marca brasileira de sandálias, Havainas, estava presente com seu espaço.

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Ditch channel bs ollie, Peru.

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André BArros

bicampeão mundial de bowl // pedro barros

Com singelos 16 anos De iDaDe PeDro Barros já Provou De toDas as maneiras que é um Dos skatistas De transição mais imPressionantes De toDos os temPos, esPanCanDo half PiPes, Bowls, PisCinas e até a temiDa mega ramP. o que quase ninguém saBe é que Por trás Desse monstrinho Das transições existe um skatista overall, que tamBém Dá traBalho quanDo seu skate enContra as DifiCulDaDes De um Bom e velho PiCo De rua, Como voCê PoDe ver nas Próximas Páginas.

por marCelo mug // Fotos helge tsCharn, anDré Barros e PeDro atala

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Helge TscHArn

pedro barros // bicampeão mundial de bowl

Você praticamente nasceu com o carrinho debaixo do pé, qual a sua primeira memória com o skate? Ninguém começa andando na transição, todo mundo começa no flat pegando impulso. Eu comecei pegando impulso no chão de casa, e aos poucos foi indo. Eu tive uma mini ramp em casa, acho que eu tinha uns três anos. Até eu ter essa mini em casa eu andava mais de street, descia dois degraus de casa só levantando o skate, essas coisas, esse foi o começo mesmo. Você se lembra quando você começou a entender melhor o que era skate? A primeira memória forte mesmo que eu tenho, que eu acho que foi ali que eu estava começando a perceber o que era o skate, foi em uma pista em Brasília, uma pista de street. Eu estava tentando descer, só descer mesmo a rampinha da funbox, esse ia ser o primeiro drop da minha vida. Eu lembro do medo, mas lembro também

de querer muito descer aquela rampa. Até que eu decidi descer, só que eu escolhi o lado errado da rampa, que saia direto no parapeito da pista. Dropei, mas fui direto com a mão e quebrei o dedo, não esqueço disso, eu indo pra casa, chorando. Acho que eu tinha dois anos, foi antes de ter a mini ramp em casa. Ali eu entendi o que era skate. Quando você acha que a transição virou o seu foco? Eu sempre andei bem em tudo quando eu era mais novo, a transição virou foco quando eu voltei da Austrália; eu morei lá dos 6 aos 9 anos de idade. Na Austrália as pistas tinham transição e street juntos, então eu ficava andando em tudo. Com seis anos eu já descia corrimão de pista, coisas que às vezes eu não faço nem hoje! Acho que se eu tivesse morando lá hoje eu seria um skatista mais streeteiro. Quando eu voltei pro Brasil, as únicas opções que eu tinha para andar

eram a pista do Rafa (Hi Adventure) e o meu half, então foi nessa época que eu fiquei mais voltado para as transições. Na época não tinha a pista da Trindade em Florianópolis, só tinha uma pista que ficava longe, no continente, e uma outra pistinha zuada. Mas mesmo quando eu voltei, eu corri durante dois anos os campeonatos de street, ia nos campeonatos da Drop, eu andava com os moleques de street. Até eu focar mesmo no half eu ainda fiquei uns dois anos fazendo street. Como você acha que o street ajuda no vert e como o vert ajuda no street? Um verticaleiro geralmente tem mais base em velocidade, se acostuma mais com a altura, consegue adaptar as manobras de borda do half para o street. Se você sabe dar um smith de back no half vai ajudar na hora de dar um smith de back num palco. Mas eu acho que o street ajuda mais pro vertical, traz mais vantagens pro verticaleiro. É mais fácil puxar a base do street

“Na austrália as pistas tiNham traNsição e street juNtos, eNtão eu ficava aNdaNdo em tudo. com seis aNos eu já descia corrimão de pista, coisas que às vezes eu Não faço Nem hoje!” 46 | TRIBO SKATE março/2012


Pedro ATAlA

fs lipslide sobre 12 degraus. Peru.

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Helge TscHArn

fs smith grind, Brasília.

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Helge TscHArn

bicampeão mundial de bowl // pedro barros

Helge TscHArn

Bs boardslide, Brasília.

wall to fakie, Braília.

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André BArros

pedro barros // bicampeão mundial de bowl

fs ollie, Peru.

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“No street você volta pra casa depois de acertar uma maNobra, por mais simples que seja, você fica amarradão, porque foi Num lugar difereNte, de um jeito difereNte.”


Helge TscHArn

fs nose bluntslide, Brasília.

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pedro barros // bicampeão mundial de bowl

“um skatista Não pode ficar bitolado em uma coisa só, o que for skatável você tem que teNtar, mesmo que seja só um ollie Na escada, ou só um griNd Na traNsição.” pro vertical. O vertical tem uma coisa essencial, você tem que saber dar aéreo alto e manobra de borda. Se o verticaleiro pega uma base de street, aprende a dar uns flips, e consegue misturar isso com uns aéreos altos, isso vai agregar muito. Até então eu acredito que a maioria das pessoas enxergava você como um skatista de transições. Você acha que essa entrevista sua só na rua vai ser uma surpresa? Acho que algumas pessoas vão ficar surpresas sim, porque elas não sabem que eu ando de street, mas eu sei que o nível do que eu fiz é muito pouco comparado com o nível dos streeteiros de hoje. As vezes eu fazia uma parada e pensava: “pô, eu dei um rockslide só, um smith”. Mas tem outro lado. Quando eu vejo uma foto de um streeteiro em uma transição cabulosa eu fico amarradão, é legal ver que o cara tá ali se puxando. E eu sei que eu posso fazer muito mais ainda, na verdade eu fiz essas fotos em pouco tempo, estou pegando confiança e base aos poucos, acho que já desci uns oito corrimãos de rua só. Eu estou fazendo uma parte de vídeo, então eu quero fazer bastante coisa de street, aproveitar que eu vou pra Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, até aqui em Floripa quero filmar umas coisas na rua. Este ano quero fazer mais coisas na rua, mostrar esse lado overall, que é uma coisa que a galera não vê muito, principalmente porque as pessoas estão acostumadas a me ver muito nos campeonatos. E também porque eu gosto de street; às vezes você anda muito em half e bowl e chega uma hora que você quer fazer uma coisa diferente, é legal. No street você volta pra casa depois de acertar uma manobra, por mais simples que seja, você fica amarradão, porque foi num lugar diferente, de um jeito diferente. Quero fazer mais isso daqui pra frente, quero aproveitar enquanto ainda sou novo pra pegar mais essa base de street. Cite uns três skatistas de street que são fortes influências para você. Toda vez que eu quero me inspirar eu olho mais pro lado de caras como John Cardiel, Grant Taylor, que são pessoas que eu vejo dichavan-

do na transição, no palco, em qualquer lugar. Sempre à milhão, eles andam de street de um jeito totalmente diferente. Eu sei que eu não sou o cara de dar flip manual 360 flip, essas paradas mais técnicas, porque eu sei que esse não é o meu estilo. E o que eu vejo nesses caras é diferente, vejo eles vindo no pau descendo um corrimão, um estilo diferente, isso que eu quero buscar, que eu quero fazer mais. É foda ficar citando só esse ou aquele skatista, a cada hora que você olha tem alguém andando bem na sua frente, alguém fazendo alguma coisa diferente, mas posso citar o Grant Taylor, o John Cardiel, o Nilton Urina, que é um cara muito foda no street, também pelo estilo em andar na transição. Você acha que essa entrevista vai despertar o interesse pelo street nos caras que andam em transição? Eu espero, pô, uma das coisas que eu não gosto no skate é chegar num lugar e ver, por exemplo, um streeteiro só vendo a sessão porque ele tá com vergonha ou por ele não ser tão bom na transição. Às vezes eu vejo que o cara tá com vontade de andar, mas fica de fora, e eu não quero que isso aconteça pra mim. Eu quero poder chegar numa tour, e andar num pico de street junto com os caras. Um skatista não pode ficar bitolado em uma coisa só, o que for skatável você tem que tentar, mesmo que seja só um ollie na escada, ou só um grind na transição. Tem algum pico famoso de street que você ainda quer desbravar, pra fazer uma foto ou algo assim? Ainda não, porque eu sei que minha base no street ainda não está tão afiada, eu sei que eu não estou nem perto da base dos caras do street atual, eles andaram a vida inteira nisso. Eu quero aproveitar mais coisas que eu deixei passar em viagens anteriores, tipo ficar um mês no Estados Unidos e não fazer nenhuma imagem ou sessão na rua. Agora toda viagem quero aproveitar pra andar na rua também, isso é uma meta. Aqui em casa também, por exemplo, às vezes a gente fica direto no bowl, e tem horas que você pode tentar umas manobras de solo, brincar no caixote, isso

melhora muito a base no street, ajuda na hora que chegar num gap, é bom. Foi por isso que você fez esse corrimão na escada que dá acesso ao seu bowl? Meu pai que teve a ideia, quero fazer uma foto lá, não é um cano pra andar toda hora porque tem um abismo do lado! A gente tem um projeto de fazer uma plaza, ou vários sets descendo pra fazer umas linhas de street. Como eu quase nunca vou pra pista, eu não posso achar que vou chegar num corrimão de 13, 15 degraus e vou jogar pra baixo depois de um mês sem descer nenhum caninho de pista. É bom ter um lugar pra pegar a base e chegar mais confiante na rua. Manda um recado pra molecada que está começando a andar. Uma coisa que acho que é especial no skate é você ter ele debaixo do pé e poder andar no lugar que você quiser, no lugar que for skatável. Não fique bitolado em uma modalidade, em um tipo de skate, seja o mais overall possível. Uma das coisas mais legais é poder andar num bowl num dia, no street em outro, se divertir, skate é isso, tudo pela diversão, uma grande brincadeira. Divirta-se dando um ollie, um grind, um manual, faça o que te dá prazer. Tem muito moleque hoje em dia, principalmente lá nos Estados Unidos, que vê os caras ganhando campeonatos com um monte de 540, e é isso que ele quer. Moleques de 8 anos dando três 540 seguidos, e na hora de dar um smith grind, um tailslide, ele não sabe, porque ele procurou aprender o que ele viu na TV. Procure a essência do skate, de onde tudo começou, não é só aéreos girando e flips. O skate começou com a galera andando com velocidade, tentando ser o mais radical possível, fazendo curvas com os eixos, destruindo as bordas que aparecem pela frente. Quem tiver começando agora, veja esse lado, ande em tudo. Não faça as manobras para impressionar os outros, satisfaça você mesmo, o maior prazer que o skate vai dar é pra você mesmo. Você pode até dar prazer para outros quando eles te olham andando, acham legal, mas você em primeiro lugar tem que estar satisfeito com o seu skate.

// Pedro Barros 16 anos, 14 de skate Patrocínios: droP dead, Volcom, Vans, indePendent, red Bull, tyPe-s, Pocket Pistols, r.t.m.F., eVoke

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André BArros

é pista, mas é leitura de street. flip, no jardim ambiental, em Curitiba.

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viagem // israel

A históriA dA suA fAmíliA, umA AmizAde de infânciA, A vontAde de conhecer um lugAr distAnte e sAgrAdo. QuAndo PAblo groll Percebeu Que váriAs PeçAs estAvAm se encAixAndo PArA A viAgem dos seus sonhos, ele fez o Possível e o imPossível PArA viAbilizAr A emPreitAdA, convocou seu Amigo ricArdo Pires PArA cruzAr o oceAno PelA PrimeirA vez e PArtiu rumo A isrAel, A convite do brAsileiro homero telles, Que reside em tel Aviv desde 1995. o grAnde foco erA AndAr muito de skAte, voltAr PArA o brAsil com tonelAdAs de fotos e imAgens, mAs As surPresAs dA viAgem mostrArAm mAis umA vez Que skAte vAi muito Além do “AndAr de skAte”. PAblo conseguiu PisAr no skAte só no último diA, com os ligAmentos do tornozelo romPidos e, mesmo Assim, diz de bocA cheiA Que essA foi A melhor viAgem dA suA vidA. não é só o roteiro Que muitAs vezes mudA em umA viAgem; As PessoAs tAmbém, AindA mAis em um lugAr sAgrAdo como isrAel. // TexTos e foTos mArcelo mug // A ideiA Uma amizade de infância, que se iniciou justamente por causa do skateboard. Homero Telles comprou seu primeiro skate das mãos do seu vizinho Pablo Groll, no começo da década de 90, e por um bom tempo os dois andaram juntos pelo bairro do Paraíso, em São Paulo. Até o belo dia em que Homero se mudou com sua família para a cidade de Tel Aviv, em Israel, e durante anos perderam o contato. Nesse tempo, Pablo trilhou sua trajetória como skatista profissional no Brasil, enquanto Homero ajudava a construir as bases do skate em Israel, onde também se profissionalizou. Foi só em 2009, em

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uma das raras visitas de Homero ao Brasil, que eles sem querer se reencontraram na Marquise do Ibirapuera, ambos com o skate na mão. Contato refeito, amizade fortalecida novamente, e a intimação de Homero para Pablo conhecer Israel foi algo natural. Como se isso não bastasse, Pablo tinha mais um forte argumento para seguir rumo ao pedaço de Terra mais disputado de toda a história da humanidade. Desde pequeno, ele ouvia as histórias do seu pai sobre Israel, mais precisamente sobre a cidade de Tel Aviv, e conhecer o lugar onde seu pai nasceu e morou durante toda a infância sempre foi um sonho. Quando seu amigo e também skatista pro-

fissional Ricardo Pires aceitou a parceria para a viagem, a ficha caiu de vez para Pablo Groll: essa era a hora de conhecer Israel. // VisA “Todos os guias de viagem alertavam sobre a rigorosa revista que a polícia geralmente aplica para entrar em Israel, mas nós não imaginávamos que, mesmo antes de pisar no país, iríamos perceber na pele como a segurança é algo muito sério por lá”, relembra Pablo. Foi em Londres, ainda durante a conexão do voo, que as malas foram checadas pela primeira vez, e uma série de perguntas foram despejadas nos


homero telles, ollie.

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Pablo groll, fs grind.

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israel // viagem ouvidos dos skatistas brasileiros. “Então você é skatista profissional... Por acaso você já ganhou algum X Games?” perguntou o policial mais jovem, enquanto o mais velho não entendia que diabos nós iríamos fazer com nossos skates em Israel. Já em Tel Aviv, após longas horas de viagem, uma segunda, mais intensa, cansativa e sempre respeitosa revista da Polícia, e, enfim, o aguardado carimbo no passaporte. “Welcome to Israel”, disse a bela agente da Polícia, com a qual nós tivemos o prazer de dividir nossa primeira hora em Israel. // Tel AViV Chegamos e ficamos a maior parte do tempo em Tel Aviv, que é uma cidade moderna, a segunda maior de Israel, a capital financeira do país. Mesmo com a chuva que caiu nos primeiros dias, nós rodamos por todos os cantos da cidade para conhecer um pouco mais da comida, pessoas, costumes, língua, comércio, arquitetura e qualquer outra coisa que nos chamava a atenção. Apesar da constante presença do exército, a sensação de segurança predominou durante toda a trip. “Zero de stress, nenhum nervosismo sobre os lances de guerra, terrorismo, nada; é um país muito organizado. Caiu de vez aquela impressão que eu tinha que Israel era só deserto, povos brigando, atentados. Em Tel Aviv você não se sente um peixe fora d’água, é uma cidade grande como qualquer outra do mundo”, completa Pablo. // FAmíliA “Meu pai sempre me incentivou no skate; não só comigo, mas com meus amigos também. Ele construía rampas pra galera, a minha rua era um pico. Ir andar de skate na terra onde meu pai nasceu, onde ele sempre me contou as histórias da sua infância, é uma forma de homenageá-lo, de agradecer por tudo o que ele fez. Eu sempre quis conhecer onde ele nasceu, mas eu não sabia se isso iria rolar de fato algum dia. Foi um momento muito importante, fiz questão de conhecer a rua, o prédio onde meu pai viveu, de ir no jardim onde ele brincava, tudo. Essa era uma trip que eu sempre sonhei em fazer, então juntei a família e o skate em uma tacada só”, diz Pablo com os olhos mareados. // AnFiTrião Se muitas vezes o sucesso de uma trip depende do guia local, Ricardo Pires explica como a sorte estava a favor desta vez. “Homero foi o anfitrião perfeito. Primeiro, porque andou muito, em todos os picos que a gente passou; é um cara legal de compartilhar a sessão. Depois, porque ele agilizou para que tudo fluísse da melhor forma possível: sabia onde eram e os melhores horários dos picos, conseguiu um carro empresta-

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viagem // israel

do, abriu as portas da sua casa para nós, tínhamos uma filmadora HD à nossa disposição, sabia os caminhos certos, os pontos turísticos, fala o hebraico fluentemente, conhecia os melhores rangos pra comer. O Homero e todos da Zion, a maior marca de skate local, nos acolheram como se fôssemos parte da família há muito tempo. Foi legal que deu pra ver também como é o dia a dia das pessoas que moram lá, não só conhecer os lugares famosos e os picos de skate.” // Pé esquerdo Quando a chuva começou a parar, e tudo parecia clarear, Pablo Groll torce o pé feio, no que seria a primeira sessão de rua em Israel. “Na hora foi um pesadelo, foi foda. Foi uma torção séria, num lugar longe, bem no começo de uma viagem que eu esperei tanto pra fazer. Para falar a verdade, doeu mais na cabeça do que no pé, a dor psicológica foi bem maior que a física. Não poder andar nos picos foi muito foda. O que me salvou foi estar entre amigos, num pico animal. Depois do segundo dia de pé zuado, eu relaxei, entendi a situação, fiquei tranquilo e curti o país, a viagem, o rolê dos meus amigos. Eu me machuquei pra aprender alguma coisa, alguma lição eu tive que tirar de tudo isso. Foi bem pior chegar no Brasil, foi aí que a ficha caiu, que eu me liguei que tinha zuado mesmo. Eu rompi o ligamento e estirei um tendão, foi pesado. Eu aprendi a ter paciência, a ser um cara mais calmo. É tudo muito recente, não sei ainda o que eu vou tirar de lição de tudo isso, mas, com certeza, existe um porquê. Como eu tinha ido sem seguro de viagem, acabei optando pela medicina alternativa, praticada por um amigo do Homero, um dos primeiros skatistas profissionais de Israel. Eu tive que ter muita calma na hora, ter muita fé que aquilo ia dar certo, bem a ver com a vibe de Israel. Confiei no Yoni Etinger, ele era minha única saída. Foi essencial o tratamento que ele fez; não conseguiria caminhar sem a ajuda dele, muito menos sonhar em pisar no skate no último dia de viagem e dar aquele grind no parque aquático. Ele ajudou a irrigar o sangue no meu pé, liberou as veias, fez o sangue fluir. No dia seguinte da consulta, meu pé já ficou completamente roxo, o que normalmente demora dias para acontecer. Só quando cheguei no Brasil que percebi o que realmente tinha acontecido, mais de uma semana depois de zuar o pé.”

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ricardo Pires, 180 fakie nosegrind.

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viagem // israel

// CenA A cena do skate em Israel é pequena em números absolutos, ainda mais se usarmos o Brasil como base de comparação. Só para você ter uma ideia, a população de skatistas no Brasil, de acordo com o levantamento do Datafolha de 2011, é mais da metade de toda a população de Israel (3,8 milhões contra 7,1 milhões). Mas isso não quer dizer que o skate seja fraco e pouco desenvolvido por lá. O Homero conhece bem a história e a cena do skate de Israel, então deu pra ter uma noção de onde eles estão e em que pontos eles ainda vão amadurecer um pouco mais. Encontramos bons skatistas, materiais de qualidade, boas pistas, excelentes picos de rua, todo um cenário favorável para o skate continuar se fortalecendo por lá. // sPoTs Não foi à toa que a revista Transworld elegeu a cidade de Tel Aviv como uma das dez melhores do mundo para se andar de skate na rua. Tem picos de todos os sabores, cores, formatos, além de boas pistas. Muita borda, escada, chão bom, lugares bonitos, muitos dignos de filme. Mesmo sem pisar no skate nesse dia, Pablo jamais vai esquecer o pico das pirâmides, em um ponto privilegiado da cidade de Tel Aviv. “A pirâmide foi um lugar surreal, nunca imaginei que existisse um lugar daquele no mundo, parece um grande monumento no topo da cidade feito para andar de skate. Com exceção do segurança das pirâmides, as pessoas respeitam o skate no país, elas não olham aquilo como um insulto ou uma agressão a cidade. Muita gente perguntava, batia palma, ficava curiosa. A galera olhava, ficava na pilha, incentivava. Isso foi da hora; eu pude perceber isso muito mais, já que eu estava só assistindo todas as sessões na rua.” // JerusAlém Conhecer Jerusalém foi o momento mais emocionante para todos, e Pablo explica porque ele considera aquele lugar especial: “Conhecer o Muro das

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homero telles, crooked.

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homero, pivot to fakie.

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israel // viagem

Pako, bs nollie foot flip.

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ricardo Pires, bs ollie.

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israel // viagem

Lamentações foi uma experiência inesquecível; é um lugar carregado de energia positiva, caminhei o dia inteiro pra cima e pra baixo e não senti nenhuma dor no pé. Todo mundo feliz, focando coisas boas, um lugar totalmente energizado, bonito, completamente diferente de tudo o que eu já tinha visto na minha vida, com uma mistura de cultura árabe e judaica. A cidade é toda bege, ali você se sente em Israel mesmo. A cultura ali é mais forte, você vê coisas diferentes, ali é onde tudo começou. A arquitetura é animal, a energia da cidade é diferente, nem palavrão a gente falou lá!” // mAr morTo Depois de ver todos andarem durante todos os dias e não conseguir pôr o pé no skate, a última sessão da viagem guardava o grind mais prazeroso da vida de Pablo. “Essa sessão ficou na minha cabeça, nunca vou esquecer nenhum detalhe desse dia. Um dia antes, eu estava com a ideia fixa de dar um grind em algum lugar e, no último dia da viagem, a gente encanou em ir conhecer o Mar Morto. O Homero nos apresentou esse tesouro, um parque aquático desativado a poucos metros do Mar Morto, um pico de filme no meio do deserto. Foi uma verdadeira sessão de skate, pulamos o muro para entrar e passamos mais de três horas desbravando as transições azuis. Com certeza, aquele foi o grind da minha vida, mesmo com o pé todo dolorido e sem saber se ele estava quebrado, rompido, torcido. Quando eu disse que eu ia dar o grind todos ficaram apreensivos, pois eu não podia nem sonhar em tentar sair do skate e botar o pé no chão. Apesar de ter sido “apenas” um grind, foi como se eu tivesse dado uma puta manobra. Último dia, última sessão, e eu consegui andar, depois de tudo o que passei. Eu nem imaginava que ia botar o pé no chão, muito menos andar de skate. Acertar aquele grind, naquele lugar, naquele dia, naquele momento, foi inesquecível. E para completar tivemos o privilégio de nadar no Mar Morto na escuridão, iluminados apenas pela luz da lua. Confesso que fiquei triste no dia que me machuquei, mas depois eu percebi que por algum motivo não era pra eu andar de skate nessa viagem. Eu ainda vou descobrir com o tempo porque estava nos meus planos dar apenas um grind nessa minha primeira visita a essa terra sagrada. Por enquanto, o que eu sei é que esse primeiro capítulo só me deu mais vontade de voltar lá o quanto antes.”

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for fun pro tour // parรก

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SKATISTAS PROFISSIONAIS DO PARÁ RECEBEM COLEGAS DE OUTRAS REGIÕES DO BRASIL PARA UMA FORÇA-TAREFA, COM DIREITO A UMA EXPLORAÇÃO PARA ALÉM DE BELÉM. TUDO REGISTRADO COM FOTOS E FILMES, PRA ENTRAR PARA A HISTÓRIA NA PEGADA DO SKATE FORTE DO NORTE. POR GABRIEL LEÃO // FOTOS FELLIPE FRANCISCO

C

omo sequência à série de acontecimentos surpreendentes em 2011 no Norte, relacionados ao skate, após a inédita vinda da revista Skateboarder à Amazônia, foi a vez da revista Tribo Skate e a ESPN Brasil virem a Belém. Com direção de Helga Simões e participação do skater profissional Thyago Ribeiro, o programa Skate Paradise atinge de maneira eficaz seu público, pois tem formato e linguagem totalmente originais. E Thyago não veio sozinho para cumprir sua missão. Veio acompanhado por um time de peso, o que com certeza colaborou muito para o êxito da matéria. Os profissionais Adelmo Junior (SE), Cézar Gordo (RS) e Wolnei dos Santos (SP), juntamente com o fotógrafo Fellipe Francisco (PA), compuseram o time para desbravar os picos do Pará. Devidamente guiados pelos pros locais Augusto Formiga, Joelcio Batman e Túlio Alberto, além do amador Maicon Amaral e o presidente da Associação Paraense de Skateboard (APAS), Dudu Sardo, um dos articuladores desta ação. Foi uma agenda cheia em relação ao pouco tempo da tour. Logo na chegada, de noite, social e autógrafos na For Fun Skate Shop, aonde se encontraram os pros de fora com os daqui. No dia seguinte, sessão na rua, no mons-

truoso gap da praça Maestro Waldemar Henrique, onde Wolnei dos Santos e Túlio Alberto dominaram, um com ollie e bs ollie e outro com um potente kick flip 360˚, respectivamente, seguidos por Maicon Amaral, que após quebrar seu shape num belo ollie, acertou a manobra com o skate emprestado de Cézar Gordo. O detalhe é que o garoto é fã do pro gaúcho e acertou na primeira tentativa com seu skate. Na manhã seguinte, era dia de praia. Fomos a Mosqueiro, ilha próxima de Belém, a uma hora de carro. Depois de 70 km, chega-se a uma extensão tão grande de praia de água doce, que o vento chega a fazer ondas de até um metro e meio... Isso mesmo, ondas em um rio de água doce, aonde os caras, principalmente o Adelmo, surfaram. Já na metade do caminho para este pequeno paraíso fluvial, encontramos no município de Pau D’arco, uma mini ramp alta, extremamente mal acabada e sem coping; o que não impediu que a galera debulhasse o pico com may days, fs nollies e ss grinds (Adelmo); um estratosférico fs nose bone (Wolnei) e um madonna (Gordo). Depois era só relaxar tomando uma água de coco, surfando e fazendo skinboard na praia do Maraú, em Mosqueiro, pois logo na manhã seguinte iria rolar um campeonato. Este evento foi

sob o Sol escaldante do skatepark da cidade, situado no bairro do Marex, com demo dos pros de fora junto com os pros locais e durou o dia inteiro, com a “colaboração” da chuva, é claro. Para o último dia foi programada uma despedida na casa do George, um pequeno sítio com mini ramp e half pipe onde rolou uma festa com direito a churrasco, brejas e bandas, além de um campeonatinho para os locais. Neste dia o destaque na mini ramp foi o próprio videomaker Thyago Ribeiro, dominando as transições com perfeição e estilo, fazendo com que eu me sentasse para assistir a uma session memorável, que na minha experiência pessoal limitada, só posso comparar às sessões que vi dos pés de Rodil Ferrugem, Carlos Piolho e do local Marcos Robô, em se tratando de mini ramps. A ESPN está de parabéns pela iniciativa pioneira e pela escolha desse corpo técnico de alto nível que conta com a Helga e o Thyago. Da revista Tribo Skate nem precisa se falar quando se trata da palavra “pioneirismo” - todo skater sabe. Fica o nosso agradecimento de coração, em nome de todos os skaters e articuladores da cena local à Tribo Skate e à ESPN, por respeitarem seu público e passarem a informação da maneira que tem que ser: real! 2012/março TRIBO SKATE | 71


for fun pro tour // pará

A presença de Adelmo nas sessions é sempre muito forte. Seu carisma desperta orgulho em quem faz parte da barca e seu skate aparece vibrante nas situações mais corriqueiras, como na pequena transição da parada de ônibus em Belém. Frontside grind extendido ao ponto mais alto, evitando bater a cabeça.

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for fun pro tour // pará

Ele descreveu com muita propriedade as imperfeições dos picos de rua do Pará: “muitos parecem perfeitos para andar, mas o chão, a entrada ou saída são ásperos devido à quantidade das rotineiras chuvas pesadas.” Backside smith grind.

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for fun pro tour // pará

Depois que voltou a morar no Brasil, Wolnei está aproveitando todas as oportunidades para conhecer mais ainda o país. Na praça Maestro Waldemar Henrique, invocou um backside ollie pra voltar nas quatro rodas e abrir o sorrisão.

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for fun pro tour // parรก

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Responsรกvel por garantir um programa Skate Paradise inteiro sobre a regiรฃo, Thyago andou menos, mas foi presenteado com este belo 360 flip no tapete de entulho e calรงada.

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for fun pro tour // parรก

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Formiga é o primeiro paraense a se tornar profissional. É o criador da marca Menem Skateboards e patrocinador do novo pro local, Túlio Alberto. Muita base pra continuar representando. Backside nose pick.

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for fun pro tour // pará

Depois de concluir o 360 flip animal no gap da praça Maestro Waldemar Henrique, Túlio Alberto teve pernas para finalizar este flipão em outra das praças de Belém. O novo pro do Pará mostra a que veio.

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casanova //

Renzo HoRta // Fotos MaRcelo Mug Onde nasceu: São Paulo, SP. Onde mora atualmente: São Paulo, SP. Primeiro skate: shape Eleven, rodas Moska, trucks Crail e rolamentos NMB. Skate atual: shape Slave, rodas Bones, trucks Independent e rolamentos Reds. Som pra ouvir na sessão: Criolo Doido. Uma parte de vídeo de skate: Kevin Romar, no This is Not a Test da Blind. Três amigos pra compartilhar a sessão: meu pai Guilherme, meu irmão Ruan e o João Lucas. Comida: lasanha da mamãe. Bebida: Guaraná Antártica. Balada: Av. Paulista à noite no rolê suave de skate com meu pai e meu irmão. Melhor pista: São Bernardo do Campo. Sonho: andar de skate até não ter mais perna. Para ler: revistas de skate. Viagem: Califórnia. Um salve: para todos da Sumaca! // Renzo HoRta 14 anos, 3 de skate apoio: Mad Rats

Melon.

“Skate para tudo e para todos.” 84 | TRIBO SKATE março/2012



hot stuff // março // Evoke Model Biano A guerreiragem do skate de Biano Bianchin ganhou recentemente mais um grande reconhecimento: um model de edição limitada pela Evoke. Na divulgação do produto, um dos primeiros vídeos do fotógrafo Fabio Bitão reforça o conceito de uma peça rara, feita para poucos. Evoke – (11) 3034 3690 www.evoke.com.br

// Zoo York Excelsior Mais um produto personalizado da Zoo York Watches. O Excelsior ZYE1003 é 100% genuíno e vem com garantia do fabricante, com documentos de certificação de origem e manuais. Plimax – (11) 3251 0633 www.plimax.com

// Speed Demons Abec 5 O slogan “diabolicamente veloz” é a cara deste rolamento para quem busca alta performance, durabilidade e velocidade. Corpo e esferas em aço de alta resistência com protetores laterais em alumínio. Lubrificado, é indicado para todas as modalidades. Plimax – (11) 3251 0633 www.plimax.com

// Paul Rodriguez V Não é necessário dizer que este é um tênis desenhado especialmente para o street, por se tratar de um model do PRod. Leve e dinâmico, o amortecimento lunar tem máxima absorção de impacto para seus pés. Outras características desta versão, são o suede reforçado em TPU, solado diamond flex e palmilha anatômica. Nike SB – (11) 5504-6644 / 0800 703 6453 www.nikevoce.com.br

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// Qix Simple Fácil de se compreender, básico, simples. Estas são algumas das traduções para o português da palavra Simple, e elas se encaixam perfeitamente para este modelo da Qix. Tênis para as sessions de skate ou baladas com os amigos. Qix – (51) 3524 0808

// Jet Decks Esta não é uma situação muito comum: pai e filho terem pro models lançados ao mesmo tempo. Este é o caso da marca americana Jet Skateboards, que há cerca de um ano já trabalha com o Sergio e o Fernando Yuppie. Os caras são reconhecidos por seus rolês no downhill slide, mas seus decks podem ser muito bem aproveitados em outros terrenos e modalidades. É a bandeira brasileira tremulando no mercado internacional. www.jetskateboards.com

// Mochila Myllys MX Com versões em lona ou jeans, a MX vem com suporte externo para encaixar seu skate, mas também um compartimento interno para seu laptop. Produzida em diversas cores, é super reforçada para aguentar seu vai e vem para as sessões. Myllys – (11) 3229 3406 www.myllys.com.br

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Huf X Deluxe X Haroshi Show: Tommy Guerrero + ray BarBee + convidadoS TexTo e foTos Fabio bolota // ColAborou antonio dos Passos “thronn”

A

cultura do skate é impressionantemente rica em todos os aspectos. Imagine colocar em um único galpão, uma exposição de arte, onde objetos de diversos formatos são feitos com shapes as paredes forradas com enormes fotos de skate ampliadas em preto e branco, no formato lambe-lambe. Junte a isso tudo música, muita música. Foi isso que rolou no coração de Los Angeles, em pleno Downtown LA, no galpão do skatista profissional Keith Hufnagel, que inaugurou a exposição HUF + HAROSHI + DELUXE. Haroshi é um famoso artista japonês que desenvolveu uma técnica alucinante de utilizar shapes usados de skate e através de cortes perfeitos e precisos, transformar em peças únicas com diversos formatos, que podem ir do corpo inteiro de uma guitarra, à cabeça de um cachorro, um braço

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com a mão no melhor estilo “fuck you”, à uma enorme roda de skate, com outras rodas na parte de dentro. As cores dos tingimentos das laminações de cada shape, são o toque final pra dar vida e cor à cada peça. Pra ficar a exposição ainda mais com a pura alma e energia do skate, um hidrante também foi moldado pelo artista, no tamanho original, que foi utilizado para uma session de ollie antes da abertura oficial da exposição. Vários skatistas da cena americana estavam presentes para celebrar esse grande acontecimento, regado a muita cerveja e energéticos grátis. O enorme púlbico que estava no local, que diga-se de passagem, fica localizado em uma área de cultura e arte em Los Angeles chamada Arts District, aguardavam a atração musical que estava programada para encerrar o evento. Os lendários Tommy Guerrero e Ray Barbee seriam


// áudio os responsáveis pela trilha sonora ao vivo, que juntamente a convidados ilustres, detonariam os instrumentos. Além dos dois skatistas bem conhecidos pelo universo do skate, contaram também com a participação de “Money Mark” nos teclados, que já tocou com os Beastie Boys por exemplo e Fred Ortiz, que foi o responsável de cuidar da “cozinha”, segurando a onda dos improvisos na bateria. Segurar a onda pode ser o termo certo pra definir o que tocaram, pois improvisadas e longas músicas do tipo experimental, na melhor mistura jazz, funk, soul e rock’n’roll, é o que apresentaram, com Ray Barbee na guitarra e Tommy Guerrero no baixo. Os caras estavam tão entrosados, que parecia que tocam durante anos na mesma formação. Pode-se dizer que Tommy Guerrero além de ser um bem sucedido skatista tanto pelo que representou na evolução do street skate profissional, quanto pela participação efetiva no desenvolvimento do skate em marcas e na distribuidora Deluxe, é também um músico profissional com diversos cds lançados no decorrer de sua carreria, sem falar na sua participação na banda mais skate-rock que existiu nos anos 80, a Free Beer. Tocou em duas oportunidades no Brasil, mostrando seu lado alternativo de suas músicas por aqui e já foi indicado pela revista Rolling Stone, como o “best of list” com o cd lançado em 2003, Soul Food Taqueria. Por outro lado, Ray Barbee e seu famoso carisma é um dos estilos mais fluidos já apresentados no skate, também tem a música como uma extensão de sua carreira. Com alguns cds lançados, abusa dos pedais e distorções que a sua guitarra oferece, tanto que é patrocinado pelas famosas guitarras Fender. Totalmente épico ver uma dupla como essa tocando, sendo que ganharam o mundo com suas sessions nos filmes da Powell Peralta, com os memoráveis Public Domain, Ban This, etc… e isso por volta de 1987! Talvez naquela época, eles não imaginariam nem por sonho, que estariam fazendo parte de uma cultura tão particular, como é a do skate nos dias de hoje, onde arte, música e todo um estilo de vida e comportamento jovem, é uma realidade, como foi presenciado nesse dia da exposição. Como se dizia algumas décadas atrás, a frase era obrigatória: SKATE AND CREATE!

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skateboarding militant // por guto jimenez*

Use a cabeça: use capacete MARCELO MUG

É

incrível como alguns temas conseguem ser recorrentes no meio do skate, mesmo com o passar dos anos e com toda a informação disponível da forma mais variada possível. O uso dos capacetes, por exemplo, parece ser um desses que jamais saem de pauta. Vira e mexe, é preciso que alguém toque no assunto pra lembrar a importância desse equipamento de segurança vital pra vida dos skatistas. Infelizmente, chegou a minha vez de abordar o tema. Digo "infelizmente" porque alguns incidentes ocorridos nos últimos tempos praticamente forçaram a abordagem da questão, por menos que eu quisesse e por mais inútil que possa parecer. Insistir no uso de capacetes em pleno ano de 2012 pode parecer algo do tipo "enxugar gelo", mas eu não me importo; é algo que precisa ser conversado, debatido e definitivamente incluído nas cabeças dos skatistas das mais variadas modalidades. No apagar das luzes de 2011, um garoto de apenas 15 anos morreu no Rio em decorrência de uma queda numa ladeira. Ele bateu a cabeça no meio-fio e ficou inconsciente, e mesmo com o pronto atendimento médico que lhe foi prestado, nada pôde ser feito pra que essa tragédia pudesse ter sido evitada. A comunidade de skate de ladeira da cidade entrou em luto e mostrou solidariedade à família do jovem, através de depoimentos emocionados nas redes sociais. Nada disso apagará o sentimento de perda dessa família, pra qual 2012 será marcado pra sempre como o ano do fim do mundo pra eles. Uma semana depois, quase que o mesmo incidente ocorreu de novo, só que dessa vez em São Paulo. Outro skatista (dessa vez um trintão) sofreu o que chamaram de uma "queda boba" num dos picos mais estilosos e suaves do país, batendo a cabeça no chão e sendo acometido de convulsões. Não fosse o pronto atendimento prestado no local, e a presença de um médico nas proximidades, e talvez outro incidente lamentável tivesse ocorrido em tão pouco tempo. Você já deve ter ouvido falar em outros casos similares, de gente que caiu e se machucou feio por não ter usado capacete. Eu mesmo já rachei um capacete Pro-Tec quase novinho numa queda no bowl do Rio Sul, e inutilizei outro da mesma marca após um capote numa ladeira que me deixou tonto por alguns minutos. A dor de cabeça que me acompanhou por 2 ou 3 dias foi até celebrada, pois eu sabia o que poderia ter acontecido caso não tivesse me protegido de maneira apropriada. Não se deixe enganar: todos os que estão envolvidos no cenário são responsáveis, de uma maneira ou de outra. Promotores de eventos devem obrigar o uso do equipamento de segurança, em qualquer competição de qualquer nível em todas as modalidades, com a possível exceção do freestyle. As entidades (associações e federações) devem exigir o uso do equipamento para oficializar competições. Alguns pros precisam parar de ser imaturos e incentivar o uso pela molecada, que os vê como ídolos e tende a copiar tudo o que eles fazem. As marcas têm a obrigação de produzir peças de mídia mais coerentes com a segurança dos skatistas, e a mídia precisa bater na mesma tecla sem descanso, pelo tempo que for necessário. E possível mudar? Sim, claro. É fácil? De forma alguma, e exige comprometimento integral à causa, sem vacilar em nenhum momento. Um exemplo é a Concrete Wave, que não costuma publicar muitos anúncios nos quais os skatistas aparecem andando sem capacete. Nenhum competidor que entre numa prova

O bowl de Urussanga/SC guarda a lembrança do Cauê Damiani, homenageado em eventos. Mauricio Boff, fs tucknee, com muito concreto no caminho.

oficial de speed, slalom ou push race sequer sonha em comparecer se não tiver levado seu capacete, e ponto final. Além disso, o uso é obrigatório em quase todas as pistas de skate públicas norte-americanas que são gerenciadas pelas prefeituras das cidades onde são localizadas. Portanto, é uma questão de querer - e FAZER, principalmente. Não interessa o que os outros digam, o que aparece nos vídeos ou na internet. Se você cair do skate e bater a cabeça, pode parar no hospital ou no cemitério. Não será o seu ídolo, seu amigo ou ninguém mais a sofrer as consequências. Será você, e mais ninguém. Simples assim. Não dê mole: quem usa a cabeça, usa capacete.

APOIO CULTURAL * Guto Jimenez está no planeta desde 1962, sobre o skate desde 1975.

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manobra do bem // por sandro soares "testinha"*

D

izer que todo skatista enxerga a vida e o mundo de forma diferenciada não é nenhuma novidade. Digo até que skatista opina por natureza, talvez pelo período pré-comercial do skate, quando a sua raiz era muito ligada e em muitos casos ainda influenciada pelo que muitos chamam de “atitude punk”. Eu prefiro chamar de atitude contestadora e, apesar de 90 por cento de nós agirmos assim, eu vejo que cada vez mais nossas opiniões contestadoras nem sempre compartilham o mesmo ponto de vista, ou seja, mesmo na hora de reclamar de algo que somos contra, meu motivo pode ser um e o de algum amigo skatista pode ser outro. Teremos opiniões diferentes. Eu mesmo posso afirmar que é difícil reverter uma situação dessas, e que em alguns casos nós acabamos nos afastando de tal amigo por conta de divergirmos nas opiniões sobre determinado assunto. Hoje podemos considerar como um erro essa postura, que acredito que muitos de nós já tivemos. Ao invés de se evitar outra pessoa que anda, trabalha ou simplesmente incentiva o skate por ela não concordar com nossa opinião em algum assunto, principalmente se for algo relacionado ao skate, melhor seria se as duas opiniões divergentes chegassem a um consenso e todos ficassem satisfeitos com o resultado final. Recentemente eu pude ver mais uma vez o desperdício de verbas públicas na reforma (ou construção) de um local para a prática do skate, ou seja, uma pista. Veículos de comunicação divulgaram que após reformas feitas com um investimento público na casa dos R$ 600.000,00, o skate park reformado apresentou falhas logo na primeira semana de uso após a entrega da obra. Logo após a divulgação nessa mídia, um reboliço sobre o assunto começou a tomar conta das redes sociais e micro blogs na internet. Afinal, nos dias de hoje isso não poderia acontecer de outra forma. Muitas vezes, uma simples foto, seja ela denunciando algo ou não, gera diversos comentários, alguns prós e outros contras. Alguns compartilham das mesmas ideias, outros não. Na postagem sobre o mau uso da verba pública na reforma de uma pista em São Paulo, eu mesmo comentei e deixei minha opinião; pois apesar de centenas de opiniões diferentes, só participar de discussões no mundo virtual, chega um momento que temos que resolver situações em comum juntos e estando nas ações de corpo presente e não somente nas redes sociais. Comentei na postagem sobre a pista que um grupo de usuários do local pode apresentar denúncia no Ministério Público e no Tribunal de Contas solicitando esclarecimentos sobre como

* Sandro Soares “Testinha”, agora com 34 anos de idade e 20 junto do skate.

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THOMAS TODDY

Intervenção útil

Ver o Fabio Crisitiano na midia ou nas redes sociais é bom, mas andar com ele pessoalmente é melhor ainda, na opinião das crianças do Social Skate.

a verba da reforma da pista foi utilizada. Outra forma, seria procurar o vereador ou deputado estadual que você ajudou a eleger, se for o caso. E mesmo se o candidato que votamos (será que lembramos quem foi?) não conseguiu se eleger, é o dever do legislador fiscalizar e questionar onde o dinheiro público foi empregado e de que forma se deu isso. O problema é que os milhões de internautas brasileiros até comentam sobre política na rede, o que já é uma maneira de fazer política, mas na prática o nosso internauta não participa de ações públicas pessoalmente. Digo mais uma vez aqui que não sou contra as manifestações públicas na internet, mas temos que ir um pouco mais além disso de achar que dando um “gostei” em algum assunto já estamos fazendo muito para mudar uma situação. Reafirmo que se um grupo de pessoas resolvesse denunciar da forma legal e correta o absurdo de reforma que fizeram na pista, teria êxito mais rápido do que com milhões de comentários deixados em uma postagem na internet. Galera, amigos, skatistas, e amantes do skate, temos que nos levantar da internet para intervir melhor por nossos interesses, colocando as mãos na massa.

APOIO CULTURAL



O QUEEE???

Pohesia: “Em boca fechada não entra bafômetro!”

POR POIS É*

Este ano o Carnaval de São Paulo não terminou com aquela glória de sempre. Com brigas entre membros e diretores das escolas de samba e um maluco que roubou as notas dos jurados, as coisas descambaram para um lado, digamos, nada bonito de se ver. Por mais que tantos se dedicaram para fazer uma bela festa, sempre tem uns “urucas” pra zoar o barraco. Bom, agora que o ano vai começar de verdade no Brasil, é hora de relembrar alguns dos bons momentos desde início de ano, seja nas sessions de skate, seja nas baladas em picos como o Gloria, em SP, ou a conexão aberta com a galera do RTMF, em Floripa. Entre outras festividades, o Planeta Atlântida, na capital de Santa Catarina, contou com um evento de mini ramp organizado pelo Allan Mesquita. Neste evento, o DJ Zegon tava mandando no som. Legal também a festa mais fechada que marcou o aniversário da Ju Barbosa. Como a minha câmera pifou, tô contando com o apoio do meu mano, aquele Álvaro Porque? Tá ligado? Acelera 2012, que nós vamos que vamos. Abrah!

Camarote Brahma 2012.

Gaviões, Carnaval 2012.

Porque e André Barros.

Alex Atala.

Gugu, Hi Adventure.

Porque, SBC.


Gabriela Lanzellotti e Leticia Abellan.

Carol Macedo.

Niver Ju Barbosa.

Julia Petit. SPFW.

Jana, Costanza Pascolato e eu, SPFW.

Sapopemba, SBC.

Dj Zegon, Planeta Atlântida Floripa.

Xeroso, Planeta Atlântida Floripa.

Ciaoo e Neymar.

Dj King.

*Alexandre Biondi Miranda “Pois É”, 30 anos de skate (Careca e barba by Marquinhos Barone - Ouro Fino)


tai tai // carnaval

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