Tribo Skate Edição 228

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Don L * WiLLian Seco * Mauricio nava * rota PanaMericana * ceará Pro

Terra em Transe Com Glauber marques

KroniK Tour

a busCa da equipe perfeita

Campo Grande Hordem e desordem

diTChadema

Glauber Marques, bs tailslide. Ano 24 • 2014 • # 228 • R$ 9,90

Zion no esGoto de diadema www.triboskate.com.br










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// índice Tribo SkaTe ManTendo a chaMa aceSa

outubro 2014 // edição 228

especiais> 36. Hordem tour DesobeDiência em campo GranDe 50. KroniK tour a busca Da equipe perfeita 64. entrevista pro Glauber marques e a terra em transe 76. ditcHadema a Zion no piscinão De DiaDema seções>

eDitorial.....................................................14 Zap .................................................................20 casa nova...................................................82 Hot stuff ....................................................86 ÁuDio: Don l ...............................................90 o bowlriDer ...............................................92 skateboarDinG militant ......................94 saiDeira .......................................................96

Capa: Com uma câmera na mão, sempre haverá uma ideia na cabeça, se o personagem envolvido for Glauber Marques. Criativo ao extremo, ele filmou em Genebra para o Mad City e trouxe imagens com a sua cara. Segunda capa do Glauber na Tribo Skate. Bs tailslide. Foto: Iñaki Lopez Ratouis ÍndICe: O pico é clássico em aracaju e Juan Martinez colocou pra baixo em grande estilo. Ollie to bank. Foto: Carlos Taparelli

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editorial //

Bruno Brown vive! Por Cesar Gyrão // Foto Heverton ribeiro

O

skate foi criado nas primeiras décadas do século passado, mas foi entre os anos 1950 e 1960 que ele começou a ser produzido em escala comercial, tornando-se um brinquedo, um esporte, uma indústria e um estilo de vida. Depois deste período de cerca de 60 anos, era de se esperar que as primeiras gerações de skatistas estivessem partindo desta vida terrena, passando a fazer parte da história. No Brasil, por mais que se tenha andado de skate nos anos 60, o movimento era insignificante perto do que foi na década seguinte. Nossa primeira geração é do começo dos anos 70. Alguns poucos seguiram atuando no skate por toda a vida, o caso do paulista Bruno Brown. o autêntico Wave Boy, foi um exemplo de skate na veia. Lembro como se fosse hoje da equipe Wave Park no Campeonato Brasileiro de Skate em Pista, no Clube Doze de Agosto, em Jurerê, Floripa, em 1978. Entre eles, o Bruno, um dos mais radicais da equipe do skatepark de São Paulo. Um ano depois, encontraria novamente a figura no Brasileiro da Swell, no sítio de Viamão, rS. Estes são alguns dos momentos mais antigos de minhas lembranças desta figura ímpar do skate brasileiro, que nos deixou no dia 22 de setembro, vítima de câncer. João Bruno Leonardo Junior era um cara de riso fácil, mas também de posicionamentos críticos e uma referência para tantos e tantos skatistas no Brasil e no mundo. Bruno iniciou seus rolês nas ladeiras do Morumbi, por volta de 1974. Em 77, naturalmente foi convidado a integrar a equipe Wave Park, com a criação da primeira pista com snake run, bowl, bowlzinho e um bowlzão de 4,5 m de altura e muito vert na Avenida Santo Amaro, pelo amigo Charles Putz. Ao lado de personagens como Luis roberto Formiga, Jun Hashimoto, Jofa, ralph, Pedrão e Marcos puxou o bonde do bowlriding para padrões não imaginados. Foi capa da revista Brasil Skate, do Jornal do Skate e, mais tarde, mais de 10 anos depois, da overall. Bruno também foi dos primeiros brasileiros a andar de skate nos Estados Unidos, fazer intercâmbio, trazer marcas e se tornar amigo de alguns dos principais personagens do skate internacional. Junto com a família, licenciou marcas como a Hosoi e a thrasher no Brasil e foi um dos responsáveis por trazer pela primeira vez tony Alva e o Christian Hosoi para nosso país. De volta ao Brasil, em 2003, depois de longos anos nos EUA, Bruno criou a loja Wave Boys, fez tours memoráveis com a tribo Skate e amigos como o Shin Shikuma, o saudoso Williams Indião, Daniel Kim, Marcelo Kosake, Sergio Yuppie, Duzinho Braz; promoveu grandes eventos de slalom (inclusive conseguindo autorização para fazer o Grande Prêmio Brasil no Autódromo de Interlagos, por exemplo); venceu alguns eventos old School em Guaratinguetá. recentemente Bruno vinha investindo na retomada de sua marca Charger, além de participar de projetos como a 1968 do Ari Bason, sempre travando a luta contra o câncer e com a cabeça totalmente ativa. Foi assim, bravo e intenso, até o fim. Um cara que deixa saudades e um legado do mais puro skate, seja onde for, seja em que terreno for.

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Em agosto de 2010, Bruno passou uma breve temporada em Floripa e fez do RTMF a sua casa. Fs ollie over the channel de mestre.



Ano 24 • outubro DE 2014 • nÚmEro 228

Editores: Cesar Gyrão, Fabio “Bolota” Britto Araujo Conselho Editorial: Gyrão, Bolota, Jorge Kuge Arte: Edilson Kato Redação: Junior Lemos Colaboradores: Texto: Felipe Ventura, Fernando Gomes, Homero Telles, Pablo Groll Fotos: Alan Ferreira, Carlos Taparelli, Diogo Groselha, Heverton Ribeiro, Ignacio Aronovich, Iñaki Lopez Ratouis, João Brinhosa, Julio Detefon, La Main, Leonardo Avelino, Pablo Vaz, Pavel Derenkov, Robson Sakamoto, Rodrigo K-b-ça, Thomas Teixeira Colunistas: Guto Jimenez, Léo Kakinho

Pátria Editora Ltda Presidente: Jaime Benutte Diretor: Iberê Benutte Administrativo/Financeiro: Ana Paula Circulação/Comercial: Patrícia Elize Della Torre Comercial: Cezar Toledo (cezar@patriaeditora.com.br) Fone: 55 (11) 2365-4123 www.patriaeditora.com.br www.facebook.com/PatriaEditora Empresa filiada à Associação Nacional dos Editores de Publicações - Anatec

Impressão: Log & Print Gráfica e Logística Bancas: Distribuída pela Dinap Ltda. – Distribuidora Nacional de Publicações, Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, nº 1678, CEP 06045-39, Osasco/SP

Distribuição Portugal e Argentina: Malta Internacional

Deus é grande! São Paulo/SP - Brasil www.triboskate.com.br E-mail: triboskate@triboskate.com.br

A Revista Tribo Skate é uma publicação da Pátria Editora. As opiniões dos artigos assinados nem sempre representam as da revista. Dúvidas ou sugestões: triboskate@patriaeditora.com.br





zap //

Wilton Souza, switch fs crooked.

Primeiros quilômetros da Rota Panamericana // TexTo e foTos JunioR Lemos O Brasil foi o destino de uma das quatro paradas na América Latina da mais recente acão mundial da Nike SB. Aqui começou a Rota Panamericana, que reuniu sete dos skatistas globais da marca e alguns dos integrantes da equipe nacional (Fabio Cristiano, Cezar Gordo, Rodrigo Petersen, Felipe Foguinho e Yuri Facchini). Luan de Oliveira, Paul Rodriguez, Ishod Wair, Shane O’Neill, Youness Amrani, Theotis Beasley e Karsten Kleppan (mais novo integrante da equipe) passaram dois dias em São Paulo, atendendo à mídia especializada no Brasil Skate Camp, em ativação na Bless Skate Shop e por último em uma demo frenética no Campo de Marte, na qual esteve presente uma multidão de skatistas vindos das mais diversas cidades. Luan de Oliveira, bs flip.

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zap // > Primeiros quilômetros da Rota Panamericana Foi quando 50 dos mais expressivos amadores brasileiros tiveram a oportunidade de mostrar suas manobras na área montada em um hangar do Campo de Marte. A jam session rolou em 10 minutos por bateria, julgada pelos árbitros CBSk André Hiena, Rubens Sunab e Thiago Garcia, que definiram os três melhores, levando em consideração o rolê em meio à euforia do público, enquanto aguardava seus ídolos. Wilton Souza (1º), Kaue Cossa (2º) e Henrique Crobelatti (3º) receberam surpresos, cada um, das mãos de Shane e Paul, um shape assinado pelos intergrantes da Rota mais vale-compras. A demo feita pelos caras certamente foi o momento mais importante na vida de muitos ali. Trabalho extra para os seguranças, que tiveram que conter a vontade que cada um dos dois mil presentes tinha em chegar ainda mais perto de seus ídolos, seja pra fazer aquela foto, trocar uma ideia ou pedir um autógrafo. Terminado o evento, a Rota seguiu para a Argentina, Peru e México, finalizando em Los Angeles os 16.000 km percorridos, com os caras levando seu skate e recebendo em troca todo o carisma do público. Nossa cobertura completa está no triboskate.com.br e com a referência #sbpanam também é possível ver nas redes sociais muito mais sobre a Rota Panamericana Nike SB.

P-Rod., switch bs flip.

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Ishod, bs noseblunt no BSC Park.



zap //

Kelvin Hoefler, fs bluntslide, WCS.

Ceará street Pro: Dois na leva Brasileiro e Mundial // foTos JuLio Detefon Foram dois eventos na sequência: a primeira etapa do Brasil Skt Pro, Circuito Brasileiro da CBSK e a quinta etapa do Mundial WCS, em dois finais de semana agitados de setembro em Fortaleza. A brincadeira foi realmente séria na pista do Parque do Cocó, com skate afiado do começo ao fim destes eventos. Luan de Oliveira estreou o Brasileiro com vitória e Kelvin Hoefler venceu mais uma do Mundial, engatando mais uma vez a chance de levantar sem pausa o título de campeão do ranking WCS. Destaque no Brasileiro para Jefferson Bill, que em seu primeiro evento como profissional chegou ao pódio, com o terceiro lugar. No Mundial, domínio total de brasucas, sem chances para os gringos presentes. Vale a pena dar um look no site da CBSK e ver os vídeos, fotos, crônicas e resultados: www.cbsk.com.br.

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Jefferson Bill, bs ollie, CBSK. Brasileiro: 1º Luan Oliveira (RS) 2º Kelvin Hoefler (SP) 3º Jefferson “Bill” (MG) 4º Rogério “Febem” (PR) 5º Danilo do Rosário (PR) 6º Rodil Ferrugem (PR) 7º Denis Silva (SP)

Luan de Oliveira, fs flip, CBSK. 8º Samuel “Jimmy” (DF) 9º Mailton dos Santos (SP) 10º Diego Oliveira (SP) Mundial: 1º Kelvin Hoefler (SP) 2º Luan de Oliveira (RS) 3º Danilo do Rosário (PR)

4º Rodil de Araujo Jr. “Ferrugem” (PR) 5º Denis Silva (SP) 6º Lucas Carvalho “Xaparral” (PR) 7º Rogério Lopes “Febem” (PR) 8º Samuel “Jimmy” (DF) 9º Mailton dos Santos (SP) 10º Jefferson Bill (MG)



zap //

Leonardo aveLino

Mauricio Nava

Half cab rockslide to fakie saindo na grama, Volta Redonda/RJ.

Ele normalmente enxerga picos onde muitos não veem nada, com manobras que também não são tradicionais, muito antes desse estilo de skate ter virado a sensação do momento. Mauricio Nava revela aos nossos leitores as 20 músicas que tocariam facilmente na trilha sonora de sua vida. Common, The Light Easy Stars All Stars, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Novos Baianos, Mistério do Planeta Sizzla feat. Capleton, The Vibes The Roots, The Next Movement Augustus Pablo, Pablos at Studio One Mc Lelin, Cidade Natal (Remix) Rael da Rima, Causa e Efeito Rael da Rima, Só não Posso July, Jolly Mary

MC Thiago Elniño e Sapiência, Cidade Fumaça Pharrell, Happy Damian Marley, Land of Promise Amplexos, Leão Slim, Honra ao Meu Mérito 2081, MC Ralph Rancid, Time Bomb Dinosaur Jr, Creepies Cultura Profética, Inspiración Orquestra Brasileira de Música Jamaicana, Águas de Março

Mauricio Nava (Qix International, Skatismo, Viva Rodas, V8 Trucks, Overall Skate Shop e Chillax Inglês) * E fiquem ligados no Qix TV (qix.com.br); Nava vai lançar em breve uma vídeo parte inteira andando apenas na grama.

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zap //

MeNsageM eLes usam PaReDes aLheias PaRa manDaR seus ReCaDos; aLguns DeLes amistosos, outRos nem tanto. e Como skatista semPRe Leva seu oLhaR tReinaDo PaRa LugaRes inesPeRaDos, a CoLuna Deste mĂŞs tRaz fRases que PassaRam PeLo instagRam De aLguns DeLes.

@tiagomoraes

@pirikitosemasa

@bassildo

@linaldimarta

@Kamau_

@instahpsp

@igor_morozini

@gracisan

@delavy

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zap //

Willian Seco ElE é uma máquina do skatE técnico dE rua. é capaz dE fazEr linhas EnormEs variando as manobras, na basE E dE switch E Esta é uma imagEm quE bEm dEfinE o sEco: uma atrás da outra, sEm pausa. com a ExpEriência dos 30 anos dE idadE, mais tantos dE skatE E viagEns intErnacionais, é um dos rEprEsEntantEs do intErior dE são paulo com a maior bagagEm. fEz uma carrEira sólida Em campEonatos dEsdE a época dE amador, vEncEu bEst tricks intErnacionais E chEgou a batEr o rEcordE mundial dE high jump, com suas famosas pErnas dE molas. sEco sEmprE foi um cara atuantE, divulgando suas viagEns por todo o mundo Em sitEs dE sEus patrocinadorEs, dE rEvistas E Em suas rEdEs sociais, dEsdE quE surgiram as primEiras oportunidadEs. os lEitorEs pErguntaram, willian rEspondEu. atualizE-sE sobrE o linha vErmElha dE outubro dE 2014.

• Seco, na minha opinião sempre foi um atleta completo (anda bem na rua, nas pistas e sempre foi campeonateiro). Percebi que nesses dois últimos anos você está andando sem pressão. Minha pergunta é, o que levou você a andar desta forma? Você acha que hoje chegou à sua maturidade no skate? Abraço! (Rodil Jr. Ferrugem, Curitiba/PR) – Maturidade, sempre tive no skate, porque desde quando comecei a andar percebi e senti que era isso que queria para minha vida. Nunca andei pressionado, mas já fui um pouco mais competidor. Hoje prefiro estar produzindo vídeos, fotos para revistas e dando continuidade a outros projetos dentro do skate • Salve Seco, você é um dos skatistas mais considerados no Brasil e no mundo e tô ligado que teve que fazer vários corres pra chegar aonde está hoje. Quais foram os corres que mais marcaram e os mais engraçados? Valeu, abraço! (João Paulo Barbosa Ferreira, Barra Bonita/SP) – Todos os corres são marcantes, mas tem um especial que me lembro bem, que foi quando passei 24 horas dentro de um ônibus, indo para um campeonato em Novo Hamburgo/RS. Quando cheguei, comi algo que não me fez bem, passei dois dias doente, vomitando e de cama. Aí, no fim, consegui me recuperar, correr o campeonato e acabei ganhando. Engraçado foi chegar na Alemanha, na minha primeira viagem para outro país, sem saber falar nenhuma outra língua e precisar pedir informação. Usei a mímica e funcionou. • Você era da FLH e Qix, e ficou bastante tempo nestas marcas. Por que saiu delas? Onde é melhor para fazer umas sessions de skate, aqui no Brasil, ou em outros países? (Felipe Thiago de Albuquerque, Mogi/SP) - Tive uma boa coletividade com as duas marcas, mas chegou uma hora que já não estava mais legal e acabou surgindo outras oportunidades para ambas as partes e foi aí que acabaram as parcerias. • Opa, Willian? Gostaria de saber qual tipo de preparação física fora o skate que você faz pra manter a forma? – Hoje faço academia e alguns treinos funcionais. • Hoje em dia, o que te motiva a permanecer evoluindo? – Força de vontade e amigos encentivando. • Quais seus projetos futuros no skate? Loja, marca própria, eventos, etc?

// Willian Henrique Batista Domingues 30 anos, 18 de skate Patrô: snoway Botucatu/sP

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– Projetos futuros são continuar participando dos principais eventos, continuar produzindo imagens para vídeo parte e trabalhar em cima de uma marca própria. • Quais skatistas te influenciaram no passado e os que influenciam hoje? Gringos e brasileiros? (Mario Lucena, Fortaleza/CE) – No passado um deles era Eric Koston, outro o Cezar Gordo. Hoje ainda é Eric Koston e os jovens talentos que vem surgindo. • E aí, Willian Seco? Tranquilo? Na verdade, gostaria de pedir uns conselhos. Gostaria de saber como faço para ter forças para andar de skate depois do trabalho? Trampo em um estoque de uma loja de informática, mas todos os dias fico triste porque não queria estar nessa função, queria estar andando de skate. Na cabeça, quero muito andar mas o corpo está cansado. Tenho um dvd de campeonato que você aparece e curto seu rolê, muito naipe. Um dia espero poder viver do skate igual a você! Abraço. Valeu! (Felipe Dias, São Paulo/SP) – Sempre digo que nunca é tarde para nossos sonhos, então continue acreditando que é possível e isso vai te levar longe em seus objetivos. Depois do trabalho, coloque um som em seu iPod e vai para o lugar que costuma andar de skate, direto do trabalho com motivação, nem que consiga andar pouco tempo e assim vai acostumando. • Seco, o que você mais prestigia no skate? – A liberdade de praticá-lo sem precisar e nem depender de companhia, diferente do futebol e outros esportes coletivos. • Qual a sua trick predileta? – Hoje em dia é switch flip • O que você faz no dia a dia que tem que ser de lei? (que envolva o skate) – Verificar meu email para estar sempre em contato com meus patrocinadores. • Um país que gostaria de conhecer para andar de skate? E por qual motivo? (Luiz Riciati Jr., São Paulo/SP) – China, porque os picos que vejo nos vídeos são muito legais e deve ser um lugar muito produtivo. • Como você se sente podendo realizar todas suas vontades por causa de uma escolha que você fez, que foi seguir o caminho do skate com todas as dificuldades que existem no interior de SP, podendo todo ano ir pra temporada europeia, fazendo viagens pelo skate? Você se sente totalmente realizado? (Thiago Garcia, Botucatu/SP) – Sim, me sinto realizado, graças a Deus, por estar até



zap //

WilliaN seco hoje podendo viver esse sonho de criança que era viajar o mundo com o skate, mas não estou totalmente realizado, porque ainda tem muito a sonhar e correr atrás. • O skate é muito competitivo. Na sua opinião, quais as maiores dificuldades para se tornar um profissional hoje em dia? Quais as dificuldades que um profissional encontra para se manter? – Dificuldade é que a cada dia aumentam os skatistas e com tanta informação, todos estão evoluindo e querendo um espaço para se tornar um profissional. E para se manter não tem muita dificuldade, se você trabalhar direto e tiver a confiança dos patrocinadores para manter o nível do seu skate lá no alto. • Por que as grandes marcas não divulgam ou investem em eventos nas cidades do interior, como por exemplo, aqui no Vale do Paraíba? Existem grandes talentos por aqui. – Creio que as marcas não investem porque não têm lojas que puxam a força para sua região. Sou do interior também e na minha região sempre foi muito fraco o incentivo das marcas. • Quais conselhos você daria para pessoas que se espelham em você, assim como eu, participando de eventos cada vez mais competitivos? Que conselhos você daria a mim e a todos que estão no mesmo caminho para chegar, talvez um dia, assim como você, no nível profissional? – Seus sonhos podem ser realizados, por mais difícil que pareçam. Não desanime porque o caminho é você quem faz; então acredite e siga em frente. • Em sua trajetória no skate, acaba viajando para muito lugares diferentes, e muitas vezes estas viagens acabam sendo inesperadas. Como você faz para conciliar isto com seu lado pessoal, com a sua família? – Procuro estar sempre em contato via telefone e internet com minha namorada, mãe, sócios e amigos; depende de que lugar do mundo que eu estiver. Isso me mantém próximo de todos, fico sabendo como as coisas estão caminhado e assim também mato um pouco da saudade que fico da minha namorada. • Gostaria de parabenizar você como ser humano, como skatista, para que você continue sempre assim, representando o skate, nosso esporte do coração, com muitas manobras pesadas, com muita humildade no coração. Desejo a você todo o sucesso do mundo, pois você realmente merece, sem dúvida alguma. Fique com Deus e sucesso, meu amigo! (Gabriel Martimiano de Siqueira, Taubaté/SP) – Não sei nem como agradecer suas palavras e também desejo tudo de bom na sua caminhada. Skate faz parte das nossas vidas e que Deus abençoe todos nós. • Salve Seco, na realidade não é nem uma pergunta, só gostaria que você comentasse sobre como é estar há mais de 10 anos como pro se mantendo no “moio”, nos campeonatos com boas colocações, todo ano lançando vídeo parte, sempre em fotos em revistas? – Apenas continuo correndo atrás dos meus objetivos, sem me acomodar com o que já plantei, sempre focado e determinado. • Quais seus planos após a fase de profissional do skate? Muitos viram artistas, fotógrafos, donos de marca… – Pretendo poder tocar uma marca para fortalecer a cena e continuar vivendo no meio do skate, sempre. • Com todas essas viagens no currículo, qual lugar mais te cativou? – Um dos lugares que mais me cativou foi Barcelona. • Qual sua próxima meta como atleta? (Danilo Dias, São Paulo/SP) – Continuar progredindo. • Quando chove você anda de skate ou só no tempo seco? (Douglas Novak, São Paulo/SP) – Pode estar acabando o mundo, mas se for possível andar eu ando. * Pergunta escolhida: Thiago Garcia, Botucatu. Próximo enfocado: lucas Xaparral envie suas Perguntas Para: triBoskate@ymail.com com o tema linHa VermelHa – lucas Xaparral coloque nome comPleto, cidade e estado Para concorrer ao Produto oferecido Pelo Profissional.

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aLan Ferreira

// zap

Switch heelflip.

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viagem // ms

Na desobediêNcia em campo GraNde Hordem distribuidora

Sempre achei que tour Separa criançaS doS adultoS! não porque oS maiS experienteS andam em todoS oS picoS apreSentadoS, depoiS de varar noiteS no churraSco, nem meSmo porque tem que Se paSSar o dia com aquela marmita canSada do almoço, maS Sim porque é preciSo eStar pronto para o ineSperado, que neSte caSo foi do tiozinho com a faca de paSSar manteiga até a tiazona do celular ultra-moderno. acreScente o detalhe de ter apenaS trêS diaS para produzir, encarando o calor extremo caracteríStico da capital Sul-mato-groSSenSe e aS piadaS infameS de um doS oito profiSSionaiS: thiago garcia, andré ribeiro, marcoS hiroShi, humberto beto, William damaScena, JameS bambam, gian naccarato e JackSon kleber. e Se de alguma forma tinha criança na barca, com certeza eSta virou adulto rapidinho. // texto e fotoS Junior Lemos

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Marcos Hiroshi abre a pauta com esse lindo bs tail na Orla Morena.

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ms // viagem

a

viagem a Campo Grande começou alguns meses antes do embarque, quando o Helmut Dente convidou a Hordem para participar do campeonato que a loja dele, a Toys, realizaria, com a possibilidade de passarmos alguns dias produzindo nas ruas, nos oferecendo toda a infra pra que isso fosse possível (leia-se carros, gerador e lâmpadas). E mesmo sem antes ter ido até Campo Grande, sempre ouvi dos que já estiveram por lá que é “a” cidade para se andar de skate. Picos novos e antigos, outros que alguns dos nossos tripulantes enxergaram possibilidade de manobra e isso aumentava ainda mais a expectativa da viagem. Com o campeonato marcado para acontecer no domingo, nosso desembarque na tarde de quinta-feira e nosso retorno a São Paulo na segunda, teríamos apenas quinta, sexta e sábado para produzir. Ou seja, muito trabalho para pouco tempo. E como estamos falando de oito profissionais, vai ser moleza conseguir isso; alguém pode pensar! Mas não foi bem isso que rolou, porque encaramos situações externas que por pouco não roubaram a nossa brisa.

Nós não saímos com pressa! O Thiago Garcia está com uma meia de cada cor porque ele sabia que ia constar a manobra neste dia, mas não imaginou que seria um fs noseslide da altura da cintura.

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viagem // ms

Jackson Kleber estava na função de filmar, mas também manobrou: 360 flip.

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Gian Naccarato n達o perdoou a tinta fresca no cano, halfcab feeble reverse.

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viagem // ms

A primeira delas foi uma ferrenha defensora do patrimônio público, que sacou de seu celular para que alguém nos identificasse posteriormente. Passeou com o aparelho no rosto de todo mundo; filmou a sessão de perto, de longe; fez takes dos mais variados ângulos. A gente até tentou voltar outra hora pra concluir a missão, e novamente lá estava ela nos filmando, desta vez com o aparelho ligado mesmo antes do nosso desembarque do carro. Mas na terceira tentativa, na calada da madrugada, o switch crooked do Bambam deve ter constado no mais profundo pesadelo de alguém! Realmente algo inusitado que imaginei ter queimado nossa cota mensal de imprevistos, mas estava enganado. Isso porque a segunda desobediência em Campo Grande quase termina com sangue derramado. No segundo pico da sexta, um dia em que não conseguimos render tanto quanto rendemos na quinta, o embriagado ‘segurança’ da rua logo se postou em frente ao pico e exigiu R$ 400 para liberar o rolê. Logo um debate se iniciou, ao mesmo tempo em que as luzes eram montadas e o gerador ligado. Quinze minutos depois de conversa vai, conversa vem, o tiozão me sai por um momento do local, certamente tinha desencanado do pedágio.

Na terceira tentativa, na calada da madrugada, o switch crooked do Bambam deve ter constado no mais profundo pesadelo de alguém!

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James Bambam seguiu as coordenadas do Gian pra fazer a foto. Bs grind nos aparelhos de ginรกstica da Orla Morena.

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André Hiena comanda a Hordem e também marreta os picos! Switch bs noseslide.

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ms // viagem

Ainda bem que ninguém saiu ferido e a briga foi resolvida com R$ 5,00. Mas não é que ele me volta com uma faca, pronto pro ataque? A tensão foi então ao nível máximo quando tentaram desarmá-lo em um momento de distração. Ainda bem que ninguém saiu ferido e a briga foi resolvida com R$ 5,00, valor suficiente para meia hora de bebedeira. O tiozão ainda tentou mais uma multa, quando a cachaça terminou, mas a pausa no rolê desta vez não durou nem um minuto e não custou mais nenhum real. Duas histórias que ilustram muito bem como foi a breve passagem da Hordem Distribuidora por Campo Grande, um verdadeiro exercício de persistência para que os objetivos fossem alcançados, tendo como carrasco o curto prazo e os inúmeros imprevistos. Desobediências que comprovaram que tour realmente separa as crianças dos adultos!

Humberto Beto teve que esperar chegar mais combustível pro gerador, mas não deixou ninguém esperando ao voltar com perfeição o nollie bs flip.

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viagem // ms

William Damascena andou muito! Tanto que na primeira sess達o, na quadra do Jockey, garantiu esse bs flip.

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df e rj // kronik tour

A eternA buscA dA equipe perfeitA A contA PArece simPles: juntAr bons skAtistAs, lhes Fornecer mAteriAl e chAmAr o resultAdo de equiPe. Porém essA mAtemáticA é muito mAis comPlicAdA do que APArentA ser. PArA se montAr um equiPe é Preciso lidAr com diversos FAtores Alheios Ao skAte, como lidAr com egos, resPonsAbilidAde, educAção, resPeito, entre outros. Por Felipe Ventura // Fotos pablo Vaz

O Rio é mar legal. Ítalo Romano e toda a banca em perfeita sintonia, flip to fakie.

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E

m busca dessa equação perfeita, há exatos dois anos atrás assumi o desafio de montar o time da Kronik Skateboards. Como juntar skatistas de estilos, lugares, vivências e gerações diferentes e fazer a conta fechar? Algumas escolhas foram tiros certeiros, outras apostas cegas a longo prazo, que no final culminaram em uma missão de 10 dias pelas cidades do Rio de Janeiro e Brasília, quando pela primeira vez toda a equipe da Kronik estaria reunida.

Marcelo Formiguinha, rodas 49mm + pedra portuguesa = f/s ollie sem medo de travar. Rio.

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df e rj // kronik tour

Invasão sorrateira à pira acesa de Brasília. Renato de Souza, frontside grind.

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kronik tour // df e rj

Caminho estreito sobre o muro, prédios alinhados, madrugada bombando e Lehi Leite vai de ss bs tailslide no instinto. Rio.

Como juntar skatistas de estilos, lugares, vivências e gerações diferentes e fazer a conta fechar? // NeNhum soldado será deixado para trás Coordenar a chegada de 12 pessoas, vindas dos mais diversos lugares, no mesmo aeroporto e na mesma hora, não é das tarefas mais fáceis. Imprevistos sempre acontecem, e dessa vez ninguém menos que Ítalo Romano acabou ficando pra trás. Mistura de falta de atenção com falta de bom senso das companhias aéreas, Ítalo não conseguiu embarcar, pois seu bilhete aéreo não continha seu real sobrenome. Com um pouco de atraso e muito esforço ($$$), Ítalo se juntou a todos, os quais com muita paciência e bom humor mostraram desde cedo que a união já era o forte desse grupo e que nenhum skatista seria deixado para trás.

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“No Legs Big Balls”, a camiseta de Ítalo Romano diz tudo! Plant, Brasília.

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kronik tour // df e rj

O Monumento ao Zumbi dos Palmares assistiu ao nollie flip to fs tailslide do Wagner Ramos.Terremoto no Rio.

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Carlos de Andrade, ss flip enquanto os nossos governantes dormiam. BSB.

Bruno Melão, bs smith na perigosa avenida do “Perdeu”, RJ.

Sessão expressa no pico proibido. Nollie crooked, Lehi Leite, BSB.

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Ataque ao corrim達o, gap to fs lipslide, por Marcelo Formiga. BSB.

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df e rj // kronik tour

Muitos centímetros de vertical na área doida do Lago Paranoá. Bs smith, cravado no estilo Carlos de Andrade.

// missão dada é missão cumprida Durante 10 dias, a rotina diária seguia a velha fórmula de acordar cedo, pegar o skate e só parar de manobrar no final da noite, quando as pernas não aguentavam mais. Independente do pico, borda, escada, wallride, bowl, corrimão, etc., sempre todos estavam dispostos a andar ou incentivar quem estava andando; simples assim. Um bom exemplo foi o de Lucas Rabelo, que rompeu os ligamentos do joelho uma semana antes da tour, mas nem por isso abortou a missão; estava ali presente do primeiro ao último minuto das sessões, incentivando e ajudando com a alegria característica de sempre. Durante todo o tempo, esse foi o único foco: sem distrações, sem baladas, apenas skate e risadas entre os amigos. O resultado? Mais de 150 fotos de manobras!

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kronik tour // df e rj

A parede conta sua história e Renato de Souza escreve em cima. Bs wallride. Niterói.

Lidar com a alegria do acerto é fácil, mas saber transformar a frustração em motivação, essa sim é uma das chaves pro sucesso. // Nem só de maNobras é feita uma tour O sucesso de uma tour vai muito além do skate. A convivência tem que ser equilibrada não só entre os skatistas, mas também entre videomakers, fotógrafos e team manager antes, durante e depois da sessão. Trabalhar das 10 da manhã às 2 da madrugada, no sol e no frio e ainda manter o bom humor e o incentivo ao skatista no final do dia é para poucos; ainda mais numa tour de 10 dias, sem folga, sem descanso. Lidar com a alegria do acerto é fácil, mas saber transformar a frustração em motivação, essa sim é uma das chaves pro sucesso. No final das contas, a diversão tem de imperar e a satisfação de ver todos com o sorriso no rosto, independente de quem tenha acertado a manobra, faz com que o segredo de uma boa tour seja transformar uma equipe em família. Independente das dificuldades e obstáculos, família unida permanece unida e sai da missão sempre mais forte e pronta para a próxima sessão!

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Este cano de Brasília é mais longo do que parece neste ângulo. Bs feeble arrancando no meio, por Bruno Melão.

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kronik tour // df e rj Formiga, fs grind grabbing the board no novo Rio Sul.

Renato de Souza, crooked estilo Tropicalients. BSB.

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Pico complicado de BrasĂ­lia e um ss flip de Wagner Ramos, de plano a plano.

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Terra em Transe Com Glauber marques É fácil ouvir expressões como “ele não É deste mundo”, quando se fala de Glauber marques. ele sempre foi sinistro, no bom sentido. um skate rebuscado e ao mesmo tempo simples, daquele jeito que os alieníGenas mandam. normalmente suas manobras são complicadas e sua leitura dos picos sempre puxa pontos a mais para a história do mobiliário urbano, como um streeteiro que faz a diferença. “uma câmera na mão, uma ideia na cabeça”, frase famosa do cineasta Glauber rocha, autor de terra em transe, filme icônico dos anos 1960, cai como uma luva para a produção do xará do skate. alÉm da habilidade de dominar um skate nas situações mais exdrúxulas, seu nível de criatividade nos vídeos e fotos sempre surpreende. Glauber marques É uma das Grandes expectativas do mad city, filme do suíço tristan zumbach que vai marcar 2014. por Junior Lemos // Fotos La main, PaveL Derenkov e Thomas Teixeira

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La Main

glauber marques // entrevista pro

Bs lipslide, Genebra. 2014/outubro TRIBO SKATE | 65


entrevista pro // glauber marques

V

amos ter que fazer a entrevista por que pintou uma viagem e não conseguimos nos encontrar. está indo pra onde? estou indo pra uma tour no rio de Janeiro com a equipe da Vibe. Vai rolar um evento em homenagem à praça XV, que a marca está promovendo. Vai ser style! sri vishnu, na identificação do seu What’s, está escrito em que língua? o que significa? está escrito em sânscrito, uma das línguas mais antigas da humanidade, vem da Índia. sri Vishnu é o senhor supremo que criou e mantém todo o universo material. Como você teve conhecimento desses ensinamentos? Conheci Krishna através do meu irmão mais velho, que tinha os livros Bhagavad-gita e o sri Caitanya Caritamrta. Aí comecei a ler, achei legal. passaram-se alguns anos, ganhei o livro de um amigo e comecei a ler novamente, até que tive o contato com os devotos do templo Vrinda, que fica na rua do parque da Aclimação, e nunca mais parei de ler os livros. te abre muito a mente! você agora é da kohe. o que representa pra você fazer parte da uma marca comandada por outro cara que também tem uma espiritualidade elevada? tenho muita satisfação em fazer parte da Kohe, uma marca de skatista pra skatista, com grandes talentos na equipe. Me sinto honrado e estar com o Fábio (Cristiano), é sempre muito style porque a gente conversa bastante sobre Vimanas, Universo, energias, Deus. Acho muito louco; ele é uma influência muito boa no meu skate desde quando comecei a andar e hoje ser amigo dele, ser da mesma equipe só me motiva a andar mais e mais de skate; sem esquecer a espiritualidade.

Andando bem de skate ou não, somos todos irmãos do Universo, somos filhos do pai celestial. 66 | TRIBO SKATE outubro/2014


La Main

Switch crooked, Genebra. 2014/outubro TRIBO SKATE | 67


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RodRigo Kbça

glauber marques // entrevista pro

Quando você faz alguma coisa que ama isso faz sua luz brilhar, acho que esse é o segredo: fazer por amor ao skate. Só tenho a agradecer ao skateboard, por momentos inesquecíveis nos ollies, flips e tailslides da vida.

Switch shovit to switch nosegrind, Barcelona. 2014/outubro TRIBO SKATE | 69


PaveL deRenKov

entrevista pro // glauber marques

e já vem com pro model de rodas, é isso? Quais são as últimas novidades? sim, eu entrei na equipe da Kohe já com o lançamento do meu pro model de rodas; na Vibe já estamos trabalhando para um lançamento em um futuro breve e na element também existe esta vontade de ambas as partes. Normalmente, todos sabemos que skatistas brasileiros conseguem lançar pro model de shape por marca gringa apenas morando fora do Brasil e no momento apenas Lucas Xaparral tem pro model de shape. Isso se dá pelo tempo de cada um na equipe. sendo assim, os demais skatistas da marca também terão essa oportunidade e isso é muito legal pois é uma marca global dando a atenção que o skate brasileiro merece, isso me motiva muito. a revista vem trazendo nos últimos meses imagens que estarão no mad City, próximo filme da Cesar Prod. o corre foi monstro para finalizar sua parte? todos sabem como e difícil fazer uma parte de vídeo, é preciso se dedicar bastante e eu tentei fazer algumas manobras pra fechar bem meu espaço. Consegui algumas, outras não, mas skate é assim mesmo, o importante é nunca desistir dos seus objetivos. tive uma lesão na costela em 2011 e acabou atrasando um pouco a minha parte, mas no fim deu tudo certo e espero que todos gostem. Filmar com o Tristan deve ser muito style! sim, filmar com o tristan é bem style. Faço as manobras tranquilo, sabendo que a imagem vai ser perfeita e vai valer a pena; ele é muito profissional no que faz e isso motiva a acertar as tricks.

Sim, filmar com o Tristan é bem style. Faço as manobras tranquilo, sabendo que a imagem vai ser perfeita e vai valer a pena; ele é muito profissional no que faz e isso motiva a acertar as tricks. 70 | TRIBO SKATE outubro/2014


Fakie 360 kickflip, Genebra. 2014/outubro TRIBO SKATE | 71


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PaveL deRenKov

glauber marques // entrevista pro

Fakie flip seguido de switch flip, Genebra. 2014/outubro TRIBO SKATE | 73


ThoMas TeixeiRa

Procuro andar de skate todos os dias da minha vida, sempre respeitando as pessoas, independente se são ricos ou pobres. Andando bem de skate ou não, somos todos irmãos do Universo, somos filhos do pai celestial. Tem mais vídeo por vir? Atualmente estou filmando com a Vibe, para lançar um pro model no futuro breve. Com a element também, o mesmo com a Kohe e tem o Fábrica de Monstros, que e um projeto entre amigos. É o kohe que não pode parar. o skate hoje gira muito em torno também da imagem do skatista. o que você faz pra cultivar a sua? procuro andar de skate todos os dias da minha vida, sempre filmando, buscando minha evolução, aparecendo em eventos e correndo pelo certo. sempre respeitando as pessoas, independente se são ricas ou pobres; andando bem de skate ou não, somos todos irmãos do Universo, somos filhos do pai celestial. e os poderes do skate do Glauber, qual o segredo? Acho que quando você faz alguma coisa que ama isso faz sua luz brilhar, acho que esse é o segredo: fazer por amor ao skate, satisfação pessoal. primeiro é muito bom andar de skate, sentir essa liberdade, as amizades que nunca mais vou me esquecer, os lugares por onde passei e o melhor de tudo são as manobras e poder se superar a cada dia que passa. só tenho a agradecer ao skateboard, por momentos inesquecíveis, nos ollies, flips e tailslides da vida.

// Glauber Marques 29 ANos, 19 De sKAte são pAULo, sp eLeMeNt, VIBe shoes, Kohe sKAteBoArD Bs grind, São Paulo.

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glauber marques // entrevista pro

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shit ditch // #2

CheCando o piCo

Ditch-aDema, paraíso esconDiDo Como sempre, a sessão de domingo estralando, eu (Junior) pig e Homero fomos andar em diadema, pois o pig Já ConHeCia vários piCos por lá. depois de andar em vários deles, Já quase anoiteCendo, ele me lembra de um inédito, mas proibido de andar. fomos dar um CHeCk! TexTo Pablo Groll e Homero Telles // foTos Carlos TaParelli

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NĂŁo importa o paĂ­s nem o lugar, Brasil, Israel, etc, Homero sempre representa! Aqui um perfeito crooked to fakie.

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shit ditch // #2

Foi muito style, toda a missรฃo! Arrumar o pico, as ideias e risadas, as tricks e a energia positiva que sรณ o skate nos oferece.

Pablo Groll

Junior Pig foi quem achou o ditch. Pigones sempre anda fรกcil, com muita leveza e fluidez. Frontside blunt no cano improvisado.

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Pablo Groll desceu de noseslide essa gigante borda, saindo no fino caminho improvisado no meio do esgoto.

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shit ditch // #2

Esse é daqueles picos que exigem vontade e massa plástica. O 5-0 do Muller Rafael saiu clean como se fosse borda de mármore!

Quando cheguei no pico, fiquei de cara porque era muito mais style que imaginava, mas vi também que não ia ser nada fácil andar de skate ali. Fernando Vinicius

De pedreiro e engenheiro, todo skatista tem um pouco. Homero Telles

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C

hegando lá, pulamos o muro e nos deparamos com um paraíso escondido no meio de são Paulo. Mas daquele jeito Brasa: muito sujo, cheio de mato, lama e um chão muito tosco. Não sabíamos se era um sonho ou muita vontade de andar. Logo em seguida fomos recepcionados por três dogs, que o Pig já conhecia da outra vez que ele havia colado. Daí foi um salve-se quem puder! Com o alerta dos cachorros, o responsável colou. Conversa vem, conversa vai, conseguimos o aval para uma única sessão e nada mais. Na real foi uma sessão só de talento no spot, pra torná-lo skatável. Depois de muito trampo como pedreiros, chegou a hora do skateboarding rolar. Convocamos a Zion Gang do Brasa completa (Pablo, Homero, Muller, Pig e fernando Vinicius) para marretar o ditch.


Fernando Vinicius, o mais novo da Zion Gang, achou a borda e marretou com um noseslide 270 out.

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casa nova //

Iago Pavan // fotos João BrInhosa skate e roupas atuais: shape Evolution, trucks Independent, rodas Gosma e rolamentos Everlong. Camiseta Bastard ou Aesthtetic, calça Bastard e tênis Converse. Manobra que não suporta mais ver: Gosto de todas as manobras. Manobra que ainda pretende acertar: flip fs smith flip out. o que o skate apresentou de mais style em sua vida: A maioria das coisas que sei e o que eu sou hoje. Principal dificuldade em ser skatista na sua área: A falta de pistas e o abandono do poder público. Promessas são feitas mas nada acontece. Um skatista profissional em quem se espelha: thales Prates. Uma marca fora do skate que gostaria de ter patrô: tam. atual melhor equipe de skate brasileira: Bastard. // Iago henrique rosa Pavan 17 anos, 4 de skate Apoio: Bastard, Aesthetic Art. De Porto Alegre/Rs, mora em florianópolis/sC

Bs crooked.

É a alegria que faz o coração bater mais forte. 82 | TRIBO SKATE outubro/2014


// casa nova

Fs bluntslide.

Marquinho // fotos JUnIor LeMos skate e roupas atuais: shape Kronik, trucks Metallum, rodas Hordem e rolamentos Rush. Boné Vegetal, camiseta DGK, calça Urgh e tênis DC. Manobra que não suporta mais ver: Hard flip. Manobra que ainda pretende acertar: fs blunt flip big spin out. o que o skate apresentou de mais style em sua vida: As viagens. Principal dificuldade em ser skatista na sua

área: o skate em Campo Grande não é muito visto. Um skatista profissional em quem se espelha: Brandon Biebel. Uma marca fora do skate que gostaria de ter patrô: G-shock. atual melhor equipe de skate brasileira: Öus. amador que você gostaria de ver pro: Dwayne fagundes. // Marco antonio skittberg Bicalho 20 anos, 7 de skate Patrocínio: toys skate shop Campo Grande/Ms

Tente de novo. 2014/outubro TRIBO SKATE | 83


casa nova //

Igor Morozini // fotos CarLos TaPareLLI skate e roupas atuais: shape Zion 8.0, rodas Bones stf 52, trucks Independent 139 e rolamentos Red Bones. Boné supreme, camiseta Palace, calça Levi’s e tênis Nike Project BA. Manobra que não suporta mais ver: Hard board de back. Manobra que ainda pretende acertar: Bs fakie pivot. o que o skate apresentou de mais style em sua vida: o lifestyle de viajar e de me relacionar com as pessoas. Principal dificuldade em ser skatista na sua área: Não ter chão liso pra sair por aí remando. Um skatista profissional em quem se espelha: Gino Iannucci. Uma marca fora do skate que gostaria de ter patrô: La Coste. atual melhor equipe de skate brasileira: Agacê. amador que você gostaria de ver pro: Vinicius santos. aquele salve: salve pra minha mãe Ivete pra sempre em meu coração; pros irmãos da AE/Águas Espraiadas, pra firma da Roosevelt, família EDG Barcelona (muito obrigado), Peu frias, thomas Chavinho, Vinicius santos e pra todo mundo que fecha comigo! // Igor Morozini 21 anos, 10 de skate sem patrocínio são Paulo/sP

Bs nollie heel.

O impossível é só questão de opinião. 84 | TRIBO SKATE outubro/2014



hot stuff // outubro

// g-shoCk A padronagem de tigre, usada por exércitos do mundo todo, hoje ganha as ruas com você. Disponíveis em cinco variações de cores, os novos modelos de relógios G-Shock “Camouflage” chegam para reviver a famosa estampa das décadas de 50 e 70. (11) 3335-6266 / newlooktime.com.br

// Wood Light A Wood Light abre ainda mais o leque de opções para lojistas e distribuidores com o lançamento de sua linha de rodas. Feitas na dureza 100a, em dois tamanhos diferentes (51 e 53 mm), são seis estampas distintas. (19) 3841-2953 / woodlight.com.br

// CLassiC sinCe ever Marca do skatista da zona sul de SP, o sangue bom Junior Pereira “Boy”, a Classic mantém a oferta de uma boa variedade de shapes. Com duas das sete lâminas tingidas, a nova remessa está disponível em quatro tamanhos (7.65, 7.75, 8.25 e 8.75) e em seis desenhos diferentes. (11) 97239-8015 / fb.com/familiaclassic

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shops! // Elas mantêm a chama acesa O papel das skate shops não é apenas vender produtos. É oferecer um atendimento de qualidade, que satisfaça o cliente e alimente seu desejo de andar de skate, vestir-se bem, entender e viver esta cultura. Neste cenário, a informação é mais uma alavanca para o sucesso e é justamente aí que algumas lojas se sobressaem. Elas são pontos de convergência, investem no esporte e ajudam a construir a história do skate brasileiro. > Mato Grosso do sul - Campo Grande Rema Boardhouse Rua Pedro Celestino, 1387, Centro (67) 3213-2504 > Paraná - Curitiba THC Skate Shop Pça Rui Barbosa, s/n - loja 196 (41) 9933-2865 - Guarapuava Atrito Board Shop Rua XV de Novembro, 7860, loja 1, Centro (42) 3623-6818 - Paranaguá XFactor Skt Rua Marechal Deodoro, 55, Centro (41) 3422-6044 > rIo de janeIro - Armação dos Búzios

Geribá Skate Shop Rua Maria Rodrigues Letina, 8, Geribá (22) 9 9843-1020 / 9 9796-6764 > rIo Grande do sul - Porto Alegre Matriz (Total) Av. Cristovão Colombo, 545/1072,1073, Floresta (51) 3018-7072 Matriz (Wallig) Av Assis Brasil, 2611 - loja 248, Cristo Redentor (51) 3026-6083 > santa CatarIna - Joinville Grind Skate Shop Rua São Francisco, 40, Centro (47) 3026-3840 > são Paulo - Ferraz de Vasconcelos Vinte Nove Skate Shop Rua Tio Patinhas, 59, Parque

Dourado (11) 95861-0489 - Mogi Guaçu Alta Tensão Skate Punk Av. Nove de Abril, 168, Centro (19) 3019-6950 - Pompeia Exalt Skate Shop Rua Senador Rodolfo Miranda, 225, Centro (14) 9 8115-2318 / 9 8164-5397 - São Paulo All Store Boards Sports Av. do Cursino, 1.722, Saúde (11) 5058-1540

MPVS SKATE SHOP Rua General Chagas Santos, 606 Saúde - São Paulo/SP Tel: 55 (11) 2532-1553 www.mpvsskateshop.com.br

- Sorocaba Xtreet Skateshop Rua Alfredo dos Santos, 166, Vila Carol (15) 3226-3011 / 99151-2511

Almeida Sports Alameda dos Jurupis, 1348, Indianápolis (11) 4562-4430

Mantenha você também a chama do skate brasileiro acesa, leve a Tribo Skate para sua loja!

Faça parte desta lista: produtostriboskate@gmail.com

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áudio // rap

Don L No melhor estilo Com apenas uma mixtape lançada em 2007, seu grupo Costa a Costa fez história e se tornou referênCia, fortaleCendo o nome do nordeste no Cenário do rap naCional. em 2013, esse artista Cearense lançou a mixtape Caro Vapor - Vida e Veneno de don l, material que foi apontado entre os melhores registros musiCais do ano por diVersos VeíCulos espeCializados e ColoCou seu nome definitiVamente entre os mais talentosos do gênero. dona de riqueza ímpar, a mixtape se destaCa pela ousadia e qualidade na temátiCa, leVada, instrumentais e Cuidado espeCial na Construção das letras. além desse lançamento, don l já ColoCou na rua alguns singles, quatro VideoClipes e, Como ele mesmo afirma, parar por aí é que não Vai. esse grande artista ConVersou Com a tribo skate sobre Vida, Veneno, êxodo, êxito, sangue, Champanhe e dias melhores. // texto e fotos FErnanDO GOMEs

P

ode-se dizer que Caro Vapor é um trabalho conceitual? Minha percepção é que todas as temáticas giram em torno de um tema mais amplo, o seu estilo de vida. É isso mesmo? Isso. Na real, é um disco sobre minha busca. Eu não tenho ideias definitivas nesse disco e nem é a minha intenção tê-las. A minha intenção é que você tem que buscar suas próprias verdades e não acreditar em verdades pré-fabricadas. A principal ideia gira em torno disso e do preço que isso tem. Às vezes, você buscar seu próprio caminho é caro e o Caro Vapor é isso aí, o preço da vida que você almeja viver com liberdade.

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Depois do marco que foi a mixtape do Costa a Costa e agora toda essa repercussão da sua, a expectativa só cresce em torno do seu nome. Você sente alguma pressão para os próximos trabalhos? Eu estou querendo muito lançar logo os bagulhos que já tenho, porque acho que tão mais loucos ainda. Quero muito lançar coisas novas e muito em breve deve rolar algo. Também tô muito ansioso pra gravar um álbum, porque esse foi uma mixtape. Quero gravar um álbum com a condição que eu acho que eu mereço, trabalhar com os produtores que eu quero, mixar com tranquilidade, fazer tudo do jeito certo.

Então, o próximo registro será um álbum? Não posso afirmar que vou lançar um álbum agora, porque pra que eu chame um registro de “álbum”, preciso ter certeza de que aquilo ali foi feito na condição que eu gostaria de trabalhar. Enquanto não for isso, vou lançar singles, EPs, mixtapes... Parar é que eu não vou. O Costa a Costa lançou uma mixtape que é um marco no rap nacional e gerou uma expectativa monstra pra outros lançamentos. Por que o grupo deu um tempo e o que vai ser dele agora? Parou mesmo ou está só em stand by? É isso, está em stand by. Eu pretendo fazer ainda trampos do Costa a Costa. No momento, eu


estou focado no meu trabalho solo. Mas quanto mais eu andar com meu solo, mais fácil vai ser trazer o Costa a Costa de novo pro jogo. O que nos levou a optar por essa pausa foi a vida pessoal de cada um, a busca do trabalho solo de cada um, foi mais isso mesmo. Precisava e preciso fazer meu trampo solo e o Gallo também está fazendo o corre dele. Em qualquer momento aí a gente se tromba pra fazer um disco junto; mas tamos juntos, sim. Ele participa de alguns shows meus, também cantamos algumas do Costa a Costa e é isso. Tamos juntos! Como é a cena musical no Ceará? O que mais você indicaria da música de lá? Cearense se espalha pelo mundo, né? Tem em todo lugar. Uma coisa muito comum no Ceará é o êxodo. As pessoas muitas vezes vão embora de lá e é isso que aconteceu comigo e acontece com grandes artistas. O Cidadão Instigado é uma banda das minhas preferidas do Brasil, com certeza eu indicaria. Meu parceiro Gallo tá lá e tem muito coisa boa. Mas o Brasil tem um mercado de música limitado e regionalizado. Tipo, no Ceará o que rola como indústria? O forró. Na Bahia? O axé, a suingueira... Mas em outros tipos de música que não têm um espaço regionalizado você precisa ser nacional. Não que você tenha que ir pro Sudeste fazer sucesso em São Paulo, não é isso. Mas, às vezes, você estar em São Paulo te põe em contato com uma gama maior de produtores pra você trabalhar. O fato é que você tem que ser nacional, não adianta ser só regional. O que você vê de mais complicado e de vantagem em ser um artista do nordeste em êxodo, em busca do êxito? Tem muitas coisas ligadas a isso. Depende das pessoas que você está lidando. Às vezes, as pessoas têm medo do nordestino ou da concorrência. Isso é natural, esse é um mundo de concorrência. As pessoas veem você chegando e, enquanto você não ameaça o lugar delas, você não inco-

moda. A partir do momento em que você começa a ameaçar, você começa a ser um problema. Aí, elas têm duas opções: ou colam com você porque acham que é inevitável ou vão ficar contra, odiar e tentar derrubar o bagulho. Mas não vai adiantar, porque nós vamos continuar na luta. A parada é essa: depende das pessoas com quem você está lidando. Em que momento “sangue é champanhe”? Quando um se torna o outro? Isso é uma parada que tá por trás do nosso sistema, do nosso estilo de vida. Pra você chegar ao ponto de provar da vida como você deseja, isso tem um preço. Esse preço é pago com sangue. Se não for o seu, tem sangue de alguém ali. Por isso que nessa música Sangue é Champanhe eu falo “quem lembra do sangue derramado admirado com a pirâmide de Quéops?”, porque aquilo ali foi sangue escravo derramado, muita gente carregou pedra nas costas pra construir aquilo; deve ter morrido muita gente ali. E a gente vive num sistema que aliena como as coisas são produzidas e o resultado final delas. As pessoas às vezes não se ligam no preço das coisas. O preço é muito maior que o dinheiro que você paga, até porque o dinheiro também tem um preço. Comente o diálogo da música Denso. Quem seria a voz feminina e a masculina? Aquilo ali é meu subconsciente, é um inferno astral. Trata-se de um diálogo de dois lados meus e não é nem de um lado bom, com um lado mau, é de um lado mau com um lado pior. Não se trata nem de ruindade em si, mas de um lado dizer “Má, vamos buscar porque é isso que você quer viver” e vem o outro e diz “é, mas isso tem um preço, você tá disposto a pagar?”. O que foi que rolou com a primeira versão da música Cafetina seu Mundo? A primeira versão eu fiz em cima de um sample do Black Keys. E a Warner Brasil tirou a música do ar na internet, por causa dos direitos autorais

do Black Keys, sem os caras saberem, é lógico. Isso nem chega nos caras da banda. As grandes gravadoras brasileiras ainda não sabem lidar com samples. Na verdade, elas faliram porque estão cheias de pessoas velhas que não estão ligadas nisso; os caras estão nos anos 80 ainda. E o que rolou foi isso. Só que a música do Black Keys também era sampleada, eu me liguei que eles samplearam uns caras dos anos 70, então eu peguei a original do Black Keys, fiz uma outra versão dela, adicionei outras coisas e fiz a minha. Fiz o que o Black Keys fez também. Desde o Costa a Costa, minha impressão é que sua visão quanto ao futuro é um tanto cética. Mas é um cético que ao mesmo tem uma mensagem positiva tipo “vamos aproveitar ao máximo isso aqui porque vai acabar”. Você acredita que “dias melhores virão” ou algo do tipo? Eu geralmente me defino como uma pessoa que não acredita em nada. Por isso, eu tenho espaço pra acreditar em qualquer coisa. Porque quando você acredita em coisas que tenham ideias já formadas sobre tudo, você acaba se tornando preso a elas. Todo dia eu estou aprendendo e buscando soluções, só que eu não vou poder esperar o mundo mudar, porque isso vai demorar gerações. Então, acho que a ideia é ser feliz na luta. É buscar dias melhores sim, é acreditar em dias melhores sim. Mas fazer acontecer dias melhores pra você agora, porque você precisa aproveitar o fato de você estar aqui e “aproveitar” também é uma parada que está aberta. O que é aproveitar? Aproveitar é ganhar muito dinheiro, beber muito champanhe e ter os carros mais fodas? Pode ser, depende. Aproveitar pra alguém pode ser também se isolar no mato, plantar sua própria comida e criar seus filhos lá isolado do mundo; isso aí pode ser aproveitar a vida pra alguém e pra outra pessoa pode ser diferente. Então, cada um tem que buscar o seu caminho.

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o bowlrider // por léo kakinho*

O

skate é muito interessante. Ele consegue se reinventar inúmeras vezes em sua história. São mudanças bruscas de tendências, desde o próprio skateboard até o seu jeito de praticar; o aparecimento de modalidades, evolução de pistas - tudo muda no skate em sua evolução constante. Quando vejo vídeos mais antigos, penso como era praticado daquela forma anos atrás? Suas manobras, tão diferentes das de hoje. O carrinho em si, sem nose, com tail gigante. Os tênis de basquete do final dos 80... e se for pra ver antes disso, aí você observa uma diferença que chega a ser bizarra de como é e como era praticado! O mais interessante é que ele sempre foi radical ao máximo, mesmo naquela época. É isso que sinto, quando vejo vídeos da história do skate. Como era radical e fascinava todos. Hoje o sentimento é o mesmo, quando vejo vídeos novos. A mesma vibração, a mesma radicalidade. É evoluído nos dias de hoje, como para nós era evoluído naquela época, também. Isso é uma característica forte no skate! Ele está sempre um passo à frente em todos os sentidos. Em todas essas épocas sempre foi um esporte futurista, surpreendente para quem assiste e pratica, e nunca parou no tempo. Escuta isso: nunca parou de evoluir! De repente foi isso que o faz se perpetuar e cada vez aumentar o número de adeptos. O skate é o esporte do futuro, definitivamente. E qual seria a nova tendência? No momento, o que eu observo é a tendência de um skate overall, onde se anda em tudo, todos elementos, alavancado a criatividade extrema com um toque forte de dificuldade nas manobras, e uma pegada final no estilo. Isso sempre foi muito importante. Acho que o que mais chama atenção é o estilo. Ué, mas o skate sempre foi assim! Isso mesmo, sempre. Dentro de sua histórica evolução, com o passar do tempo essa seria a alma do skate e é também a alma do skatista. São poucos esportes que ditam tendências neste nível. O skate tem isso como uma nova expectativa para quem o vive. Isso é muito empolgante. Tento imaginar pra onde iremos em termos de evolução. Já vimos quase de tudo em cima do skate, o que mais será feito? Pode acreditar, logo mais nos surpreenderemos de novo com algo inédito ou novos caminhos; pode ter certeza, isso é o que vai acontecer. Eu acho que uma das bandas de skate que mais conseguiu resumir isso tudo que escrevi é a que nasceu no coração do skate mundial, original de Venice Beach. Me inspirei neles para colocar o título desse texto, mas acho que eles já viam isso há muitos anos atrás. Eles descreveram o “skate feeling” da melhor forma: SUICIDAL TENDENCIES.

APOIO CULTURAL * Leonardo Godoy Barbosa, Léo Kakinho, 40 anos, 33 de skate (Drop Dead, Evoke, Vans)

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˜ Luan de OLiveira ˜

respeitO à cuLtura

dO skate FOtO Henrique OLsen/Matriz

brasiLeirO

Onde Encontrar: B.O.C.A. (Circo Voador): rua dos arcos, s/n, Lapa - rio de Janeiro/rJ - (21) 99902.0335 Dropp Surf: rua afonso vergueiro, 1583, centro - sorocaba/sp - (15) 3033.0063 Feeble Skate Shop: av. santos Ferreira, 89 - canoas/rs - (51) 3031.8557 Grind Skate Shop: rua são Francisco, 40 - Joinville/sc - (47) 3026.3840 Hi Adventure: rua sotero de Faria, 610, rio tavares - Floripa/sc - (48) 3338-1030 Matriz Skate Shop: Online - matrizskateshop.com.br shopping total - av. cristóvão colombo, 454 - porto alegre/rs - (51) 3018.7072 shopping Wallig bourbon - av. assis brasil, 2611, LJ 248 - porto alegre/rs - (51) 3026.6083 Roots Skate Shop: rua Leopoldo de bulhões, 166, centro - anápolis/GO - (62) 3311.2012 Sagaz Skate Shop: rua Ferreira pena, 120, centro - Manaus/aM - (92) 3233.2588 Switch Skate Shop: rua comandante Marcondes salgado, 619 - centro - ribeirão preto/sp - (16) 3235.6867

produtostriboskate@gmail.com

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skateboarding militant // por guto jimenez*

Bruno Brown 1962 / 2014

Ivan ShupIkov

IgnacIo aronovIch (www.loSt.art.br)

L

ogo no primeiro dia de primavera, o skate brasileiro perdeu um dos seus maiores ícones de todos os tempos. João Bruno Leonardo Jr, o Bruno Brown, foi o guerreiro de sempre até o último dia, quando decidiu partir no último dia 22 de setembro pra algum lugar por aí. Ele pode ter deixado os pais, uma filha e o mundo do uretano, mas também deixa uma história de amor e envolvimento incontestáveis em tudo o que se envolveu. Um dos pioneiros do skate de ladeira no Brasil, Bruno tinha registros andando na então mítica descida da Circular do Bosque do Morumbi ainda em 1974. Alguns anos mais tarde, foi local e um dos símbolos da Wave Park, a melhor pista da América Latina em 1977. Ele integrou a equipe Wave Boys, que era composta por Jun Hashimoto, Luis “Formiga”, Kao Chi Tai, Ralph e Jofa, alguns dos ídolos da garotada que acompanhava o esporte nas páginas da revista Brasil Skate. Bruno sempre fez a integração entre o Brasil e os EUA através do skate, após ter morado por lá no final dos anos 70. No início da década seguinte, publicou algumas matérias sobre campeonatos nas pistas norte-americanas nas páginas da Visual Esportivo, e não sossegou enquanto não trouxe ao Brasil um dos maiores nomes do skate mundial em todos os tempos: Tony Alva. Muitos e muitos outros se seguiram: Christian Hosoi (algumas vezes), Eddie Reategui, Micke Alba, Dave Duncan, Jake Phelps, John Cardiel, Julian Stranger... graças à interferência de caras como o Bruno, o país foi colocado no mapa do skate mundial. Inquieto, empreendeu parcerias com alguns desses caras (Alva e Hosoi Skates, Thrasher), ousou lançar uma marca de rodas essencialmente pra vert no auge da era do street (as Charger), acreditou e arriscou muito só porque tinha a ver com o skate. O slalom brasileiro continuaria inerte se não fosse o Bruno, que firmou parcerias inacreditáveis que levaram a modalidade a lugares como a Vila Madalena e o Autódromo de Interlagos, só pra citar dois deles. Outros campeonatos em outras cidades se seguiram, mas se alguém tinha que ser o primeiro, esse alguém teria que ser o Bruno – como em tantas vezes na vida, aliás. Skatista e surfista de alma, o pai da Lana deixa uma marca indelével na história do skate brasileiro e em todos os que tiveram o prazer, a honra e o privilégio de conviver com ele. Eu e Bolota fomos dois desses sortudos e, mesmo sabendo da longa e dolorosa batalha que o Bruno estava travando, achávamos que o guerreiro venceria mais essa vez. Eu estava planejando visitá-lo uns dias depois, quando regressaria a SP, mas infelizmente não deu tempo. Como é que um cara desses pode morrer? O skate brasileiro, repito, perdeu um dos seus maiores ícones. É uma perda irreparável, insubstituível. Eu perdi um amigo de mais de 30 anos, um tremendo companheiro de sessions, viagens e eventos, e o contato com um dos seres humanos mais autênticos que já conheci. Vai na PAZ, Bruno. Entra na sessão pesada com o Indião, Marquinhos, Jay Adams, Bola 7, Rebbelix, Sinistinho e tantos e tantos outros; manda o seu tradicional “puta bosta” e dá um snake como só você sabia fazer. Um dia, a gente se encontra por aí na Grande Ladeira.

Momento do 1º Grande Prêmio Brasil de Slalom em 2007 - a primeira vez na história que rodas de uretano tocaram o solo sagrado do automobilismo nacional, o Autódromo de Interlagos.

APOIO CULTURAL * Guto Jimenez está no planeta desde 1962, sobre o skate desde 1975.

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No boteco ele pediria uma coca-cola, de preferêNcia de 2 litros! mas aqui Na coluNa que celebra com maNobra o fim da edição, flavio lopes apreseNta um preciso switch fs crooked, eNcaraNdo o bueiro Na saída deste tradicioNal pico da faria lima em sp, para briNdar com refrigeraNte sua mais Nova coNquista, que é represeNtar o iNterior paulista agora como skatista profissioNal. cheers! foto: robsoN sakamoto

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