Tribo Skate Edição 229

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LUCAS XAPARRAL * VANS WARPED TOUR * VANS WAFFLE CUP * URB III

BRUNO AGUERO

QUEBRA TUDO EM NEW YORK

SK8 & FOTOGRAFIA ALLAN CARVALHO

SERGIO YUPPIE O QUEBRA BARREIRAS

TRÊS VEZES BARCELONA I. DJORGE OLIVEIRA II. VEGETAL EN LAS CALLES III. LUZ ESPECIAL

Bruno Aguero, flip Ano 24 • 2014 • # 229 • R$ 9,90

www.triboskate.com.br










índice // TRIBO SKATE - RESPEITO À CULTURA DO SKATE BRASILEIRO

NOVEMBRO 2014 // EDIÇÃO 229

ESPECIAIS> 38. FATORES COMBINADOS VEGETAL EN LAS CALLES DE BARCELONA (I)

42. SK8 E FOTOGRAFIA

ALLAN CARVALHO, DAS TRICKS ÀS PICS

52. DJORGE OLIVEIRA

ENTREVISTA AMADOR EM BARÇA (II)

58. SERGIO YUPPIE

SEMPRE QUEBRANDO BARREIRAS

62. LUZ ESPECIAL

SEMPRE RENDE EM BARCELONA (III)

68. ENTREVISTA PRO

BRUNO AGUERO EM NEW YORK

SEÇÕES>

EDITORIAL..................................................................... 14 ZAP ................................................................................. 20 CASA NOVA................................................................... 82 HOT STUFF .................................................................... 90 ÁUDIO (WARPED TOUR) .............................................. 92 O BOWLRIDER ............................................................... 94 + ZAP (VANS WAFFLE CUP) ........................................ 96 SKATEBOARDING MILITANT ...................................... 98 CAPA: As texturas das casas, do cimento, das tintas, são muito parecidas com as de São Paulo ou qualquer outra cidade antiga no Brasil. No entanto, a foto denuncia que o ambiente fala apenas inglês e isso dá uma boa dica do lugar onde Bruno Aguero está mandando esse seu flipão: New York. Foto: Ricardo Napoli ÍNDICE: Uma situação bem a cara do skate de rua de São Paulo. Orelhões quebrados nas imediações do Copan, no Centrão, viraram um pico instantâneo para a criatividade do destruidor das bordas, Marcelo Formiguinha. Tão fugaz quanto conveniente, Marcelo e Nilton Neves aproveitaram as poucas horas da situação como mestres que são. Crooked. Foto: Nilton Neves

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editorial //

TÁ APERTADO? MUDE O RUMO! POR CESAR GYRÃO // FOTO JERRI ROSSATO LIMA

U

m ollie, poucos metros, uma parede. É uma situação dura, um lugar apertado, sem ter pra onde correr, mas no final pode ter um final feliz. Sempre usamos metáforas para contextualizar momentos do skate, momentos próprios, momentos do coletivo. Muitas vezes me questiono sobre o sentido de determinadas manobras que exigem uma ejeção do skate após concluída. Drops que acabam numa carreira pelo barro, corrimãos que terminam em paredes, um flip em cima de um monumento que não tem saída. Por exemplo, esta foto do Sleiman com quase nada de escape depois que as quatro rodas tocam o chão. Dependendo do ponto de vista, o simples fato de vencer o desafio já está valendo a pena. Esse objetivo aqui foi atingido, foi legal, foi uma experiência. Se não foi legal, se passou rápido, também serviu de aprendizado. Levante a mão o skatista ou empresário do skate que nunca encontrou uma parede depois de realizar uma manobra? A barreira é enfrentada com as duas mãos, para absorver o impacto e não deixar bater a cabeça, o mais precioso bem que temos para saber escolher os caminhos certos, experimentar, nos fortalecer e começar tudo de novo. Outra situação corrente na vida do profissional do skate, é enfrentar desafios que precisam de muita persistência para serem vencidos. Como não vi ninguém levantando a mão com a pergunta acima, podemos dizer que estamos no caminho certo para um final feliz.

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Fez nome e história com despenques fabulosos. Fábio Sleiman, ollie master.



ANO 24 • NOVEMBRO DE 2014 • NÚMERO 229

Editores: Cesar Gyrão, Fabio “Bolota” Britto Araujo

Impressão: Intergraf

Conselho Editorial: Gyrão, Bolota, Jorge Kuge

Bancas: Distribuída pela Dinap Ltda. – Distribuidora Nacional de Publicações, Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, nº 1678, CEP 06045-39, Osasco/SP

Arte: Edilson Kato Redação: Junior Lemos Colaboradores: Texto: Antonio dos Passos Jr. “Thronn”, Pirikito Sem Asa Fotos: Antonio dos Passos Jr. “Thronn”, Daniel Souza, Diogo “Groselha” de Andrade, Fellipe Francisco, Fernando Gomes, João Brinhosa, João Paulo Ferreira, Julio Detefon, Leandro Moska, Mariana Rodrigues, Nilton Neves, Paulo Tavares, Ricardo Napoli Colunistas: Guto Jimenez, Léo Kakinho (participação especial de Pablo Daniel) Ilustracão: Pablo Daniel

Pátria Editora Ltda Presidente: Jaime Benutte Diretor: Iberê Benutte Administrativo/Financeiro: Ana Paula Circulação/Comercial: Patrícia Elize Della Torre Comercial: Cezar Toledo (cezar@patriaeditora.com.br) Fone: 55 (11) 2365-4123 www.patriaeditora.com.br www.facebook.com/PatriaEditora Empresa filiada à Associação Nacional dos Editores de Publicações - Anatec

Distribuição Portugal e Argentina: Malta Internacional Deus é grande! São Paulo/SP - Brasil www.triboskate.com.br E-mail: triboskate@triboskate.com.br A Revista Tribo Skate é uma publicação da Pátria Editora. As opiniões dos artigos assinados nem sempre representam as da revista. Dúvidas ou sugestões: triboskate@patriaeditora.com.br





zap //

O quintal do Genovesi // TEXTO E FOTOS JUNIOR LEMOS Por um longo período ouvi boatos e tinha visto apenas uma foto panorâmica que o Gian me mostrou, e nada disso foi suficiente pra ter noção exata do que realmente seria a pista construída pela Son Skateboards. Desta forma a curiosidade só aumentava, mas foi no final do primeiro dia da terceira edição da URB que eu conheci o paraíso construído pelo Andre Genovesi bem perto da capital (de São Paulo). Mesmo com todo o cansaço de um dia frenético de feira mais o trampo pra cobrir o desafio na borda, eu e alguns poucos privilegiados ainda pegamos meia hora de estrada pra ver de perto e andar de skate na área erguida em um sítio às beiras da rodovia Castelo Branco, cerca de 50 km de distância de SP. O espaço é coberto e conta com ¾ de sua área composta por obstáculos de street e a outra parte com generosas transições, agradando a streeteiros e verticaleiros. Contudo não se anime muito, porque a pista não é aberta ao público e foi construída apenas para uso da família Son.

Henrique Crobelatti, hurricane.

Daniel Mordzin, ss fs flip 180.

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zap //

Terceira edição da URB Projetando o skate em 2015 // TEXTO E FOTOS JUNIOR LEMOS

Dark Room. ATILLA CHOPA/URB

Kohe.

ATILLA CHOPA/URB

ATILLA CHOPA/URB

A última URB reuniu o melhor das três edições. O novo espaço, que trouxe mais comodidade à feira, conta com piso perfeito pro skate rodar, ar condicionado pra amenizar o forte calor dos dois dias, fácil acesso e a excelente localização, entre outros pontos positivos. O aumento no número não só de marcas (novas e tradicionais) expondo suas novidades para o ano que vem, mas também das áreas de mídia e de alimentação. Em nosso estande mostramos a nova coleção de camisetas, distribuímos muitos dos quatro novos modelos de adesivos e recebemos a visita de ilustres figuras do cenário nacional. E como é tradição, o skate também se fez presente com o Desafio Na Borda, evento oferecido pela Boulevard e URB que foi para muitos ali uma aula prática de skate profissional de rua e que também serviu de pausa momentânea nos negócios para ver o massacre da borda de mármore, que rendeu uma fatia maior do prêmio para Marcelo Formiga, Denis Silva e Rodrigo Maizena. Onde quer que se ia tinha alguém vendendo seu peixe, o pro model de sua marca, todo mundo querendo emplacar a mais nova aposta de boas vendas para 2015. Aquela última tentativa de captar algumas gotas da “chuva de likes” aconteceu com o duelo pessoal entre peitos à mostra em pelo menos dois estandes, e o skate brasileiro também revelando uma fase de maior profissionalização, que certamente foram ainda mais potencializadas pelas três edições da URB. Nos vemos na próxima!

Cisco.

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Vibe.

G-Shock.

ATILLA CHOPA/URB

Mary Jane. ATILLA CHOPA/URB

ATILLA CHOPA/URB

ATILLA CHOPA/URB

Arnette.

ATILLA CHOPA/URB

ATILLA CHOPA/URB

Marcelo Formiguinha, rei da borda.

Official.



zap //

DESTAQUES Kohe: Pro models Mureta, Finha, Glauber e Ricardinho de Carvalho, além das rodas feitas especialmente para video makers e que leva assinatura do Pela Rua Anderson Tuca. Urgh: Pro model de shape do rasta Flavio Lopes, selando sua entrada para o time de profissionais, além do pro model de tênis do Marcello Gouvea. Vibe: Collab com o projeto I Love XV (vem com um chaveiro/abridor de garrafas) e pro model do Murilo Romão. Spitfire: Formula Four coloridas e em pro models. Öus: Novos modelos inspirados no basquete. Kronik: Linha Classic de shapes do James Bambam e a nova linha musical. Drop Family: A entrada da Dark Room para a distribuidora e já com collab de shape, que também revelou o collab com a Social Skate. Mary Jane: As minas do skate estão cada vez mais bem servidas de produtos bem desenhados.

Pirikito e Bitão.

Fabio, Glauber, Ronaldo.

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ATILLA CHOPA/URB

ATILLA CHOPA/URB

> Terceira edição da URB Projetando o skate em 2015

Deivid, Fernando, Homero.

BamBam.

Sandro Dias.

Galera, Molocope, Crazy, Cezar.

Gyrão e Fellipe.

Kaue Figueiredo, Sleiman, André Hiena.



zap //

JP Oliveira, amador de São José dos Campos radicado nos EUA, conquistou a quarta colocação na final do Red Bull Skate Arcade 2014, que aconteceu em Barcelona. JP passou pela seletiva e representou o Brasil na disputa, que ano passado tinha sido o fluminense Humberto Peres. • Falando em representar, o profissional Kelvin Hoefler conquista o quarto título mundial ininterrupto no ranking WCS (World Cup Skateboarding). Parabéns! • [01] E Kelvin também recebeu as boas-vindas como integrante do time de skatistas da G-Shock, que também passa a contar com o reforço do amador Gabriel Fortunato. • [02] Pablo Groll também veste camiseta de novo patrocinador. Ele é o novo pro rider da MPVS Skateshop, que vem fazendo um belo trabalho, tanto com a loja quanto com a marca AMais. • [03] Ricardo Tossi também está de novo patrocínio. O profissional de São Bernardo do Campo/SP entra para o time da Star Point. • [04] A pista da Saúde em SP passa por reformas e a primeira fase já está concluída. Já a Prafinha (a praça do Rafael “Finha” Felix) aguarda conclusão do processo de licitação para início das obras. Ambas as reformas estão sendo feitas pela prefeitura com emendas do vereador George Hato e acompanhamento de skatistas locais. • E por falar em nosso amigo Finha, que recentemente teve sua estreia na Kohe assinando pro models de rodas, ele abre em São Paulo as portas da Garaginha Skate Spot, com loja e minirrampa que fica na avenida Barão de Monte Mor, n.º 527, ali mesmo no Real Parque. (fb. com/garaginhaskatespot) • [05] Denis Silva chama a galera pra tomar uma gelada e jogar uma sinuca no vídeo que lança seu novo pro model de shapes pela Drama Original. Confira no fb.com/dramaoriginal. • Treer Skateboards e a nova marca que a Junk3 Distribuidora coloca no mercado depois de dois anos de exaustivos testes com fornecedores. • [06] A Drop Family realizou a edição de 2014 do Rei da Pista, em seu skate park em Curitiba/PR, e quem sagrou-se campeão foi o local Percy Jr., que veste a coroa pela terceira vez. • A marca de bonés Official está agora com representação oficial no Brasil (com o perdão da redundância). A MOP Dist., que desde 2013 distribui as marcas Monstra Maçã, On Skate Hardware e Posso! Skateboards, passa a atender também em todo o território nacional a conta da Official. (mopdist.com. br) • [07] Willian Seco passa a calçar os tênis Freedom Fog, sendo o novo reforço da equipe de profissionais da marca. (freedomfog.com.br) • Skate Life é o novo canal brasileiro de vídeos de skate na internet. Contando com um time de responsa composto por Carlinhos Zodi, Sidney Arakaki, Jeorge Simas e Creke Aires, entre demais colaboradores. O canal estreia com alguns nomes de peso compondo programas mensais, como Leticia Bufoni, Bob Burnquist e Marcelo Formiga. Vale curtir e assinar o canal. (youtube.com/skatelife) • [08] Seguindo na linha de vídeos de skate, o profissional carioca Raphael Índio também estreou na internet sua séria intitulada Vida de Índio, baseada nas histórias de viagens de moto para andar de skate em picos inusitados. (fb.com/avidadeindio) • Stey App é o nome do aplicativo desenvolvido pelos irmãos Fernando e Ricardo Whately que vem agradando vários skatistas. O aplicativo permite montar vídeos de até 15 segundos com várias opções de trilha sonora. (steyapp.com) • [09] O skate marcou presença mais uma vez no Salão Internacional do Automóvel, com Marcos Gabriel apresentando as novidades Suzuki/Mormai. • [10]A Liga Trucks lança dois novos pro models de eixos do Danilo Dandi, disponíveis nas cores preto com amarelo e verde com preto e com reformulação do logotipo, que faz referência à tatuagem que o skatista tem no braço esquerdo.

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QIX TV Contest 2 A disputa por um carro zero quilômetro no maior campeonato de vídeos de skate do Brasil chega a uma nova fase. Depois de classificar skatistas de diversas regiões do país e de ter passado todas as eliminatórias, a segunda edição do QIX TV Contest avança para as oitavas e quartas de final com vídeos de alto nível. No campeonato de vídeo, os últimos finalistas foram definidos. Destaque para os skatistas de São Paulo, Guilherme Godoy e Alexandre Calado (sexta eliminatória). Também de São Paulo, Sergio Nery foi outro que garantiu sua vaga durante a sétima eliminatória, junto com o cearense Lucas Rabelo. Os últimos a completar a lista foram Natã Golink e Marcelo Lopes (oitava eliminatória). Os skatistas do Rio Grande do Sul se somam aos demais na batalha pelo melhor vídeo e em busca, claro, do carro zero. Já as últimas vagas do best trick foram preenchidas por Felipe César de Pernambuco, Marcos Vinicius “Peninha” do Distrito Federal e Jailson “Café” representando a Bahia. Eles se juntaram a mais cinco finalistas e estão concorrendo ao prêmio de R$ 5.000,00. É válido lembrar que além dos skatistas, os videomakers também concorrem a um bom prêmio na segunda edição do QIX TV Contest. Neste caso, o videomaker do vídeo vencedor receberá R$ 5.000,00. Os 16 finalistas (vídeo) também estão na disputa pela melhor linha e edição, escolhidos pela comissão organizadora do evento. O prêmio para cada um é de R$ 2.000,00. Fique ligado nas próximas chaves e continue votando no site da QIX. A final está prevista para acontecer entre os dias 22 de novembro e 4 de dezembro. Participe!

FERNANDO GOMES

Chega à reta final

Jailson Café, bs feeble.

Lucas Rabelo, hardflip.

Marcelo Lopes, smith.

Felipe Cesar, ss bs noseslide.

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Alexandre Calado, wallie manual.



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PRETO & BRANCO NADA COMO VER AS TRADICIONAIS FOTOS EM PRETO E BRANCO, AQUELA VISÃO MAIS ARTÍSTICA, PRATICAMENTE UMA POESIA VISUAL. POR ISSO TRAZEMOS NA COLUNA DESTE MÊS UNS “PEBEZÕES” BONITOS, FEITOS ATRAVÉS DO PONTO DE VISTA DOS SKATISTAS.

@brunodox

@csikphotos

@eric.veloso

@fernandogomesft

@gorigiroto

@jovaniprochnov

@klausbohms

@parteum

@renejuniorfotografia

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LUCAS XAPARRAL ELE JÁ TEVE DUAS ENTREVISTAS E TRÊS CAPAS FODONAS NA TRIBO SKATE, SEMPRE COM O SKATE NO PÉ NAS SITUAÇÕES MAIS EXTREMAS. TEM UMA PÁ DE BOAS PARTES DE VÍDEOS, VITÓRIAS E FINAIS EM EVENTOS PROFISSIONAIS IMPORTANTES (INCLUINDO OS XGAMES BRASIL DE 2008), TÍTULO DE SKATISTA DO ANO E MAIS UMA SÉRIE DE REALIZAÇÕES. LIGAR NO OFF E SE DEPARAR COM O XAPARRAL EM SESSÕES EM NEW YORK É UMA SITUAÇÃO COMUM, POR EXEMPLO. NUMA RECENTE TEMPORADA DO PELA RUA, FOI ASSIM. ENTREVISTA NO EXTINTO SKATE PARADISE? TAMBÉM ROLOU, COM DIREITO A MUITAS CENAS INCRÍVEIS DE SUAS ANDANÇAS PELO MUNDO. ALÉM DO GOSTO PELO STREET SKATE, RENDE BASTANTE EM TRANSIÇÕES E TEM COMO UMA DE SUAS ARMAS, DESDE A ÉPOCA DE AMADOR, UM DOS MELHORES SWITCHSTANCE FRONTSIDE TAILSLIDES 270 OUT QUE JÁ VI NA VIDA. DIFÍCIL É SEPARAR APENAS UMA MANOBRA, UMA SESSÃO DE SKATE QUE DESCREVA O SKATE DO LUCAS XAPARRAL. COM GRANDE FREQUÊNCIA NA CALIFORNIA E SEMPRE EXPLORANDO SÃO PAULO, ESTE PARANAENSE FOI O ESCOLHIDO PARA AS PERGUNTAS DOS LEITORES DESTA EDIÇÃO. SUA FOTO DE AÇÃO FOI PRODUZIDA POR FELLIPE FRANCISCO E SEU RETRATO POR JUNIOR LEMOS, PARA MARCAR O LÁ E CÁ: ESTADOS UNIDOS E BRASIL. ATUALIZE-SE UM POUCO SOBRE O XAPA, MAS SE QUISER DAR UM LOOK PELO MENOS EM SUA ÚLTIMA ENTREVISTA AQUI NA TRIBO SKATE, VÁ ATÉ SUA COLEÇÃO E PUXE A EDIÇÃO 205, DE NOVEMBRO DE 2012, DOIS ANOS ATRÁS. (GYRÃO)

• Salve, Xapa! Você, Marcio Tarobinha e Lance Mountain obviamente pertencem a gerações diferentes do skate, no entanto, possuem características semelhantes, tais como: todos tiveram bons patrocínios, carreiras bem sucedidas, venceram campeonatos importantes e são cristãos. Quanto a este último item, você se sente feliz por ser reconhecido como um skatista de postura exemplar e cristão? (Eliézer Dantas, Porto Velho/RO) – Me sinto muito honrado de ser servo de Deus e de ter sido escolhido por Ele. Ter me concebido como skatista profissional e cristão é uma responsabilidade muito grande, mas ao mesmo, um grande privilégio. É inexplicável poder levar a palavra de Deus com o meu skate a lugares que nunca imaginei. Posso citar uma viagem que fui convidado a fazer, com o meu amigo Marcio Tarobinha, à Bósnia, um país de origem muçulmana aonde é proibido pregar o evangelho.

a melhoria da prática de skate em qualquer local, é quando ela é feita pelos próprios skatistas e foi desta forma que estive envolvido em alguns projetos. “Faça você mesmo!” • Vejo em suas mídias sociais que toda semana está em um lugar diferente, como fica a convivência com a família? (Marcelo Menezes, Rio Branco/AC) – Sim. Realmente viajo bastante e gosto de estar em lugares diferentes e conhecer pessoas novas. Mas também curto muito poder estar em casa, perto da família. A gente se vira como pode. Quando possível, minha esposa me acompanha nas viagens e estamos sempre nos esforçando para estar juntos. • O primeiro brasileiro a ter um pro model de shape no time da marca Element Skateboards foi você. O model era vendido na Element internacional também? A marca Skate Até Morrer é sua e de seus amigos? E quais são os produtos que vocês produzem? Vai ter vídeo novo da equipe SAM? (Felipe Thiago de Albuquerque, Mogi das Cruzes/SP) – Fala Felipe. Então mano, o meu pro model foi vendido somente aqui no Brasil. Temos projetos futuros para isso ir crescendo internacionalmente, começando pela América Latina. A Skate até Morrer é de um grande amigo meu, que conheço desde quando comecei a andar de skate. Sempre tive a oportunidade e liberdade de estar junto dando ideias e difundindo a marca. Eles fabricam tudo que envolve skate, além de que a loja vende produtos de outras marcas. Os próximos projetos da SAM são vídeos mais curtos para internet.

• Oi Xaparral, qual foi o tombo mais feio que você levou? (Anderson Alves, São Paulo) – Salve Anderson! O tombo mais feio que tomei foi em um corrimão no bairro da Pompeia. Eu fui mandar um fs boardslide e meu pé escapou do shape um pouco antes de encaixar. Dei aquela famosa “ensacada”! • Que tipo de música você escuta? E qual foi o pico mais louco que você andou? (Jailson Costa, Marília/SP) – Ouço rock, rap, dub e uma variedade de músicas nacionais. Essa é minha playlist de todos os dias. Porém, curto e aprecio uma grande diversidade de músicas. • Você já participou de algum projeto pra reformar a pista de skate de algum bairro? Teria algum passo a passo pra compartilhar com os skatistas de uma maneira a melhorar as condições da pista de skate em seu bairro? Abraços. (Klauss Magnum de Andrade e Silva, Belo Horizonte/MG) – Nunca participei de um projeto que envolvesse a prefeitura. A melhor forma para

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JUNIOR LEMOS

// LUCAS CARVALHO 26 ANOS, 16 DE SKATE PATRÔS: ELEMENT, GLOBE, CIRCUIT, LOJAS SAM E INDEPENDENT TRUCKS NASCEU EM: LONDRINA/PR MORA EM: SÃO PAULO/SP

• Você tem mais medo em São Paulo, da falta de pistas de skate ou do trânsito para motociclistas? (Jailson Costa, Marília/SP) – (risos) Essa foi boa! O que mais me atrapalha, com certeza, é a falta de pistas boas de skate. Apesar do perigo, não tenho medo de andar de moto, nessa loucura, que é o trânsito de SP. Para te falar a verdade, até gosto desta “drena”. • Lucas, você tem patrocínios em sua maioria gringos. Na sua visão, as marcas de fora do país conseguem atingir o nosso mercado como as marcas nacionais, fazem mais que as nacionais ou isso é independente do local onde está no globo terrestre? (Seja como apoio aos skaters e circuitos profissio-



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LUCAS XAPARRAL nais/amadores ou como outros elementos de mercado). É isso aí, SKATE OR DIE! (Bruno de Araújo Lima, São Carlos/SP) – Olha Bruno, acho que tem algumas marcas internacionais que conseguem executar um ótimo trabalho por aqui. Independente da nacionalidade da empresa, o importante é saber enxergar o que se deve valorizar no mercado do skate. Como por exemplo: incentivar e patrocinar skatistas, impulsionar a mídia local, elaborar eventos para que o mercado continue cada vez mais “vivo”, ou seja, dar a devida importância de uma maneira geral a todos os inseridos no ramo. • Salve Xaparral! O que você pensa quando se fala em skate e religião? No caso, eu sou cristão, mas ando de skate há uns seis anos e na igreja que eu frequento existe algumas pessoas que ainda não aceitam bem nosso esporte. (Marcus Vinicius da Silva, São Paulo/SP) – O skate está muito popularizado hoje em dia e ainda não consigo acreditar que existem preconceitos como esse. Deus não faz acepção de pessoas (Rom 2:11). Está escrito na Bíblia. Como cristão, o que posso dizer é que fique em paz e ore para Deus lhe dar sabedoria sobre essa situação. • Se não fosse o Youtube, eu não teria aprendido tanto sobre skate em tão pouco tempo que ando. Mas tem muita gente que fica de tiração comigo por causa disso. Qual a sensação de voltar um ss flip na escadaria da Catedral da Sé? (Samir Fontes, São Paulo/SP) – Foi muito louco, porque, além da dificuldade da manobra, o maior obstáculo neste caso, era o pico, por ser grande (óbvio) e por ter um grande fluxo de pessoas no espaço. O dia que eu acertei, foi um dos piores, pois estava rolando um show e tinha um palco montado ao lado da escadaria. Como sabia que só teria aquele dia para filmar, por conta do fechamento do vídeo, eu me foquei e me doei além do meu limite físico. Graças a Deus, tive o êxito de acertar essa manobra. • Lucas, sua primeira vez numa revista foi na Tribo Skate, como Carne Nova, numa foto de um grind na praça do Alves Cruz. O que representou essa oportunidade pra você? (Tiago Fortes Abreu, Suzano/SP) – Nessa época eu andava na praça do Alves todos os dias. Foi uma grande oportunidade que me apareceu, graças ao Zikkzira e ao Otávio Neto. Foi um grande incentivo para mim e para a minha carreira como skatista. • Você venceu nos XGames de São Paulo em 2008, se não me engano. Este foi um dos eventos mais importantes na sua carreira? Que outros foram no mesmo nível? (Cristiano Marques Rebelo, Curitiba/PR) – Realmente foi um evento muito importante para mim, o qual alavancou a minha carreira. Também teve outros acontecimentos com o mesmo impacto, como ser considerado “O skatista do ano” em 2009 pela revista 100% Skate e o lançamento do meu pro model em 2012. * Pergunta escolhida: Eliézer Dantas, Porto Velho/RO PRÓXIMO ENFOCADO: DANIEL MARQUES ENVIE SUAS PERGUNTAS PARA: TRIBOSKATE@YMAIL.COM COM O TEMA LINHA VERMELHA – DANIEL MARQUES COLOQUE NOME COMPLETO, CIDADE E ESTADO PARA CONCORRER AO PRODUTO OFERECIDO PELO PROFISSIONAL.

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FELLIPE FRANCISCO

// zap

Fs wallride, New York.

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FATORES COMBINADOS CADA UM FEZ SEU CORRE PRA CONSEGUIR VIAJAR ATÉ BARCELONA, OS TRÊS PISANDO EM ‘SOLO SAGRADO’ PELA PRIMEIRA VEZ! E MESMO ALEXANDRE GRECCO, JUNEKA E ANDRÉ MANTO CONTANDO COM O SUPORTE DA VEGETAL, A ESTADA DOS TRÊS POR LÁ NO MESMO PERÍODO FOI PURO ACASO. A COINCIDÊNCIA FOI MAIOR AINDA PORQUE O NOSSO COLABORADOR PAULO TAVARES TAMBÉM ESTAVA NA ÁREA E FEZ ALGUMAS FOTOS DO ROLÊ DA EQUIPE. COMBINAÇÃO DE FATORES QUE VOCÊS CONFEREM AGORA. POR JUNIOR LEMOS // FOTOS PAULO TAVARES

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vegetal em barcelona // viagem

Antonio Juneka, bs feeble transfer flip out.

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Alexandre Grecco, fs heelflip.

// HOLA QUE TAL (ALEXANDRE GRECCO) Saindo da realidade de São Paulo e chegando em Barcelona o choque cultural é brutal. Quando cheguei aqui não sabia direito o que me esperava, só que estaria em um dos lugares mais perfeitos do mundo para se andar de skate; a cidade toda é um spot! Sempre tive sorte de estar com pessoas boas e aqui não foi diferente. Reencontrei amigos e fiz muitos outros. Atualmente vivo na Gunner’s House, La família. Em nossa casa passam pessoas de todos os lugares do mundo, algo que me agrada muito porque as trocas culturais são únicas. Encontrar o Manto e o Juneka sem combinar foi perfeito; tudo aconteceu naturalmente e a experiência nesses dias também foi muito boa; muito skate e risadas. Valeu, irmãos. Skateboard sempre! // OOHHHHH LUGAR (ANTÔNIO JUNEKA) Além de ter realizado um grande sonho, andar de skate pela arquitetura de Barcelona, que além de bonita, sem dúvida é uns dos melhores lugares do mundo para se andar de skate, também foi muito bom para conhecer outras culturas. O que mais me chamou atenção foi o fato de ninguém olhar os outros dos pés à cabeça, bem diferente do Brasil, um dos fatores que me fez sentir à vontade e tranquilo. Legal também foi ter a companhia de amigos de verdade como Alexandre Nicolau, que já estava lá quando cheguei, Rafael Favela, que é uma pessoa que cresci junto, e reencontrar o André Manto, que fazia um tempo que não via. A recepção das pessoas que vivem lá também foi muito boa. Conheci muita gente, pessoas de vários cantos do mundo, muita cultura e informação; realmente uma viagem inesquecível e um aprendizado imenso. Sem contar as sessões de skate que renderam muito e foram sempre muito divertidas. Só uma frase bem conhecida descreve tudo: “Oohhhhh lugar!”

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vegetal em barcelona // viagem

Alexandre Grecco, pole jam.

// VIVA BARCELOKA (ANDRÉ MANTO) Atualmente morando no Japão, com o foco e objetivo de juntar dinheiro pra viajar, Barcelona foi a minha primeira parada. Ter reencontrado grandes amigos, feito muitas amizades e vivido na loucura da Gunner’s House, desfrutar das praias, ter conhecido pessoas de todas as partes do mundo, várias culturas diferentes, ter andado de skate com vários caras que cresci assistindo andar e ter andado nos melhores picos; com certeza isso tudo vale aguentar a dura realidade do Japão, onde se trabalha muito e quase não se tem tempo pra andar de skate (risos). Viva Barceloka.

André Manto, ollie shifty.

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sk8 e fotografia // allan carvalho

Frontside rock’n’roll.

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ALLAN CARVALHO

DA MANOBRA AO CLIQUE COM O SKATE NOS PÉS ELE ENCARA DE TRANSIÇÃO À RAMPA RETA, JÁ COM A CÂMERA NA MÃO ELE FAZ FOTOS DESDE LENTE ZOOM À GRANDE ANGULAR. TEM SUA ASSINATURA EM IMAGENS QUE JÁ OCUPARAM DESDE O RECHEIO ATÉ A CAPA DAS PRINCIPAIS REVISTAS NACIONAIS DE SKATE E TAMBÉM EM ANÚNCIOS DAS PRINCIPAIS MARCAS DO MERCADO BRASILEIRO. BAN É UM AUTÊNTICO FILHO DO SKATE DE SÃO BERNARDO E FOI DURANTE A SUA EVOLUÇÃO NO CARRINHO QUE ELE TAMBÉM DESENVOLVEU A FOTOGRAFIA, PRATICANDO E VALORIZANDO O NOME DE MUITOS CONTERRÂNEOS EM SEUS TRABALHOS. DEDICAÇÃO QUE O LEVOU A SUPERAR TODAS AS DIFICULDADES COM O SKATE E A FOTOGRAFIA, EXEMPLO PARA A NOVA GERAÇÃO QUE PRETENDE SEGUIR UM DOS DOIS OFÍCIOS. CONHEÇA UM POUCO MAIS DE ALLAN CARVALHO, O SKATISTA QUE VAI DA MANOBRA AO CLIQUE, SEM PERDER O FOCO! POR JUNIOR LEMOS // FOTOS JOÃO PAULO FERREIRA

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sk8 e fotografia // allan carvalho

C

omo surgiu o apelido Ban? Veio do skate ou é de infância? Ban foi na época de escola, nem sei porquê. Tipo, os moleques ficavam “e aí Allan, e aí Lan, Allan, Ban?”. Não sei porque pegou, mas foi na época da escola e aí a galera do skate foi na onda. Acha ruim que continuem lhe chamando pelo apelido? Não! É porque os moleques das antigas, que nem o (Vanderlei) Arame, eu conheço desde pequeno; então ele conheceu os amigos da minha vila e trouxe pro nosso ambiente. O que veio primeiro em sua vida, o skate ou a fotografia? O skate veio primeiro, a fotografia depois. E como foi o começo com a fotografia? Eu sempre gostei de foto. Minha mãe sempre ganhava umas máquinas descartáveis onde trabalhava. Acho que era em 1994, por aí! E ela gostava de tirar bastante fotografia. Aí eu sempre tirava com ela também; tinha umas fotos maiores, outras menores da era da fotografia analógica. Sempre tive este gosto! Quando o Arame ia fotografar com alguém, eu ia com ele. O Duzinho (Eduardo Braz) estava sempre fotografando, eu gostava de ver os caras trampando, ele, o Homero, Atila Chopa. Falei, “um dia vou comprar uma câmera, pra poder começar a fazer esse trampo também.”. Foi aí que comprei minha primeira câmera, e comecei a sair com os amigos pra fotografar. Meus amigos me incentivaram bastante, principalmente o Nascimento, dono da The House. Ele tinha a marca Lerros, a primeira para quem fiz os primeiros trabalhos. E você chegou a fazer faculdade? Sim, eu busquei conhecimento e um diploma porque fotografia em si eu aprendi mais com os camaradas. Eu sempre pedi umas dicas pro Otávio Neto, que é um cara que também me ajudou. Sempre estive pesquisando em livros, na internet, fuçava bastante pra aprender! A faculdade me ensinou mais a teoria em si e eu estudei muito também. Aprendi muito também com um amigo, o Ricardo que é fotógrafo do Jô Soares. Os pais dele moram do lado de casa, então ele estava lá sempre, praticamente. De alguma forma o diploma acrescentou algo a sua vida profissional? Acrescentou. Uma galera perguntava seu eu era formado, se já tinha feito curso. Daí eu vi que precisava estudar se quisesse ser fotógrafo. Teve que repetir alguma matéria? Não, não. Passei direto em todas! Você tem desenvolvido um longo trabalho com a Efa Tênis e a Live Skateboards. De que forma é sua atuação nas marcas? Na Live eu estou como skatista. Eles me dão tudo que preciso, um suporte pra eu poder andar de skate, e faço também o trampo de foto pra eles, imagem pra anúncio, look book. Todo trampo visual deles eu que fotografo. Na Efa Tênis é a mesma coisa, só que lá eu também cuido da equipe como manager. Você anda atuando como modelo também (no Insta da Live e no seu tem várias fotos neste sentido). Pretende seguir carreira na profissão ou é só um quebra-galho? Não, às vezes não tem ninguém pra fazer esse trampo, daí eu mesmo vou. Nada mais que isso. Mas e se algum dia pintar um convite pra

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Layback air, velha pista da Saúde.

Eu busquei conhecimento e um diploma, porque fotografia em si eu aprendi mais com os camaradas.


Ollie to nosepick bomb drop.

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sk8 e fotografia // allan carvalho fazer uma campanha, ganhar uma graninha, você não vai negar, né? De repente pode até ser, mas esse não é o meu foco. Hoje em dia os vídeos de skate dominam a internet. Você também se arrisca a trabalhar neste segmento? Então, eu até tenho uma câmera agora que filma. Comprei uma 6D (Canon), mas eu foco mais na fotografia mesmo. Eu procuro me especializar em fotos, mesmo. Tenho muitos amigos que filmam, acho que não preciso disso, porque senão eu acabo misturando. Acaba ficando muita coisa e pode ser que você não consiga fazer nenhum dos dois bem. Eu prefiro levar um videomaker às sessões: ele faz o filme eu faço a foto. Do que você tem hoje na mochila de equipamento, o que precisa melhorar? Na minha mochila está faltando umas lentes mais claras e flashs melhores, mas o principal são as lentes mais claras mesmo. Você sempre fotografou com Nikon e recentemente comprou uma Canon. Eu tentei começar a fotografar com a Canon, mas ainda não me adaptei. Todas as câmeras que eu tive foram Nikon, não pretendo mudar não! Então, se alguém lhe perguntar uma indicação? Eu indico Nikon, pra foto. Pra filmar, eu indico Canon. Muitos skatistas me perguntam como é pra marcar uma sessão de fotos com fotógrafos de skate. No seu caso, como funciona? Acontece muito isso, no Facebook principalmente. A galera não tem meu número, só que hoje em dia tá muito fácil. Me mandam mensagem, se apresentam e eu costumo agendar as sessões, na medida do possível. Não precisa ser meu amigo para isso, estou aberto a fazer amizades, principalmente se for do skate. Muita gente conversa comigo também pedindo informações de fotografia, equipamentos, manuseio, dicas e etc. Sempre ajudo também! Tem uma prática no mercado nacional que é as marcas quererem pagar o trabalho dos fotógrafos com material. O que você pensa sobre isso? No começo, é o que tinha, mesmo porque a gente tem que tentar sobreviver. Mas é difícil porque eles não enxergam que a gente não come roupa, tá ligado? Então, acho que a valorização do fotógrafo é uma forma da marca ajudá-lo, mas é difícil. Muitas marcas ainda têm esse pensamento até hoje, de querer pagar com roupa e eu não aceito mais. Já aceitei antes, é triste falar, mas já fiz isso! E a crew Pescoço Preto, você fez parte desde o começo ou entrou depois? Na verdade eu, o Arame, o (Willian) New e o Neguinho (Paulo) sempre andamos juntos, vamos pra praia, já fizemos vários rolês juntos, campeonatos; qualquer motivo pra gente viajar a gente ia junto. Daí rolou a crew, a gente ficava vários dias no rolê e o Arame não gostava muito de tomar banho, daí começou essa de Pescoço Preto. É uma crew que a gente criou juntos, pela amizade que a gente tem. Quais os novos nomes do skate de São Bernardo que você aposta? Tem o Ivan, que já está aparecendo bastante, o Kaue Cossa, o João Gabriel e tem o Leonardo Bodelazzi, moleque bom que está vindo também. Tem um nome que é da Colômbia e está morando em São Bernardo agora, o (Winie) John Alvarez.

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Bowl do bairro do Taboão, SBC. Hurricane.

Muitas marcas ainda têm esse pensamento até hoje, de querer pagar com roupa e eu não aceito mais.


Flip to fakie.

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sk8 e fotografia // allan carvalho

Blunt, Centrão de SP.

Esses são alguns dos nomes que eu aposto! O que você faria se ganhasse na Mega Sena, investiria no skate ou daria tchau para o skate? Investiria no skate, sim, de alguma forma. Daria uma estrutura melhor para minha família. Compraria uma casa. Mas acho difícil, pois não tenho costume de jogar. Eu tenho fé que consigo tudo isso trabalhando!

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Montaria uma marca? Eu já tenho uma marca, a Smog. De onde você tirou este nome? Significa poluição, tipo uma brisa de uma poluição boa, que é o skate. É um carrinho que não polui, mas a gente está em todos os lugares. De qualquer forma a gente é uma poluição, mas uma poluição boa.

Tem quanto tempo a marca? Vai fazer um ano. Na real, agora não estou tendo muita grana pra poder investir na marca, então ela fica como uma crew mesmo. Como você concilia o skate e a família? Hoje em dia eu trampo de segunda até sábado com skate e tiro pelo menos o domingo pra ficar com minha namorada, ir pra igreja e dar uma


THOMAS LOSADA

No comply pole jam, SBC.

atenção pra família. Mas eu tô quase que todo o tempo dedicado ao skate mesmo. Como é seguir a palavra cristã e ser skatista no mundo atual? Com o mundo do jeito que está é difícil, mas a gente tem que saber aceitar a diferença de cada um. A gente tem que respeitar as opções de cada um e eu separo certinho, não tenho problema com

isso. O legal é que eu tenho bastante gente pra falar de Jesus! O que você traz da religião para o mundo skate? Muitas coisas, mano! Quando eu vou andar, eu oro e não peço proteção só pra mim, mas pra todo mundo que está ali andando na pista. Vamos fazer uma sessão de fotos no corrimão, em um

É um carrinho que não polui, mas a gente está em todos os lugares. 2014/novembro TRIBO SKATE | 49


sk8 e fotografia // allan carvalho

Ollie to bank.

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gap, eu oro pelo cara. Se eu vou num lugar que é meio quebrada, eu oro pra ninguém me assaltar. Oro antes de fazer uma foto porque Deus está em todo lugar; então se você buscá-lo, melhor ainda, porque vai estar lhe protegendo o tempo todo e a proteção não é só pra mim, porque os moleques se arriscam mesmo na rua. Acho que tem alguma coisa que protege todos e, pra mim, é Deus. E o Ban skatista, quer vir a ser pro? Não, o skate pra mim é diversão; eu ando porque gosto mesmo. Não tenho pretensão de passar pra profissional. Mas encara qualquer terreno! O que tiver na frente eu ando, seja transição ou street. Recentemente a Live lançou um model de shape com seu nome. É o seu primeiro? É o primeiro, a Live me deu essa oportunidade. Eu já tinha feito com eles collab de camisetas com fotos minhas, algumas fotos artísticas, e agora vem o model de shapes, que tem o nome ‘no poser’. Falta algum sonho pra você realizar? Ainda falta ter minha família; é casar, ter a minha casa, ter filhos, acho que é isso! E ter aquela pistinha no quintal de casa também, né?

// ALLAN CARVALHO São Bernardo, SP 29 anos, 16 de skate Patrocínios: Live Skateboards, Efa Tênis, The House Skate Shop, Smog Skateboarding e John Lixas 2014/novembro TRIBO SKATE | 51


entrevista am // djorge oliveira

DJORGE OLIVEIRA EM BARÇA

DESDE QUE COMEÇOU NO SKATE, DJORGE TINHA UMA ÚNICA CERTEZA: NUNCA MAIS DEIXARIA DE MANOBRAR! JÁ SE PASSARAM 9 ANOS QUE O SKATISTA AMADOR DE PORTO ALEGRE ESTÁ NESSA PEGADA, COM MUITA DEDICAÇÃO E VONTADE DE EVOLUIR A CADA DIA. E FOI EM 2013 (AO VENCER A DISPUTA ‘DÁ AS TRICK VIDAL’ NO IAPI) QUE DJORGE RECEBEU DE SEU SKATE A VIAGEM DO SONHO PARA QUALQUER SKATISTA: BARCELONA. NOSSO COLABORADOR PAULO TAVARES TAMBÉM ESTEVE POR LÁ E TROUXE MANOBRAS QUE REVELAM COMO DJORGE OLIVEIRA PASSOU SEUS DIAS NA MECA DO SKATE MUNDIAL. TEXTO JUNIOR LEMOS // FOTOS PAULO TAVARES

A

presente-se, pra quem não o conhece! Meu nome é Djorge Oliveira, tenho 23 anos, moro em Porto Alegre/RS, tenho patrocínio das marcas Liga Trucks, Bastard Wear, Second Floor, Hanff Shoes, Flegma Produções e Donuts Shop. Ando de skate há 9 anos e desde que comecei a andar não tive vontade nenhuma de parar, só de evoluir cada vez mais! Foi sua primeira viagem internacional? Sim, foi, e espero que seja a primeira de muitas, ainda. Nunca tinha ido para Barcelona, mas desde que comecei a me en-

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volver no corre do skate mesmo, já era um sonho ir para lá... Foi uma experiência muito boa para mim essa viagem! A passagem veio pela Öus. Como foi todo o movimento no evento que lhe fez ganhar o prêmio? No dia do evento acordei ainda com mais vontade de andar, diferente dos outros dias. Então peguei meu skate e parti pra pista do IAPI, onde foi o evento, e lá já estava bombando demais. Isso era umas 10h00 da manhã ainda! Os manos da Öus estavam selecionando o pessoal para participar, e eram 50 vagas; deve ter sido uma correria pra eles escolherem os skatistas


Switch flip.

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Ss shovit nosegrind bigspin out.

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djorge oliveira // entrevista am

Switch heel.

Bs flip.

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no meio de tantos; mas depois que escolheram, foi que foi. Estava uma vibe muito da hora; no mesmo dia o rolê valia uma passagem, o pessoal estava se divertindo e muito feliz porque depois iria rolar o show do Del. Então foi só alegria. Depois, para mim, a alegria foi completa no final, pois ganhei a passagem! Obrigado Öus, por me proporcionar essa viagem. E como foi o corre pra conseguir a outra metade necessária para a viagem? O corre até que não foi tão difícil, porque algumas das marcas que me patrocinam me apoiaram em uma grana e as que não trincaram grana deram os materiais pra fazer o caixa dois, então foi de boa. O corre mesmo foi pra ganhar a passagem (risos). Você tinha combinado com o Paulo Tavares antes, pra fazer as fotos em Barça? Na verdade eu fui com o contato só do Pedro Dylon, que é videomaker da Red Bull, pois a Bastard Wear fechou com ele pra fazer minha vídeo parte. Graças a Deus rendeu essa vídeo parte e mais uma para o site da Red Bull, valeu Dylon! Foi só depois de um mês que eu estava lá que o Tavares chegou e ficou na mesma casa que eu estava. Era um pico que tinha eu e mais 15 skatistas, a casa do Gabriel Moreto, então começamos a sair juntos na sessão e foi rendendo naturalmente. Foi muito style sair na sessão com ele. Salve, Paulo Tavares - é nóis! Como foi receber a notícia de que a viagem teria destaque na revista? Estou muito feliz por isso. Pode ter certeza que eu nem esperava que fosse sair algo e sendo publicada na Tribo Skate, fico muito satisfeito, pois gosto bastante da revista. Muito obrigado pelo espaço!

Switch bs flip tailslide.

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djorge oliveira // entrevista am

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SUBVERSIVO, NO BOM SENTIDO Quando abraçamos o projeto “Disruptive Stories” com a Oakley , marca parceira da Tribo Skate e do skate brasileiro de longa data, logo pensamos no grande desafio de proporcionar aos nossos leitores a chance de mostrar suas experiências de transformação, de influenciar na evolução do esporte através de suas histórias desruptivas. POR CESAR GYRÃO // FOTOS JOÃO BRINHOSA

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SERGIO YUPPIE // OAKLEY DISRUPTIVE STORIES

Nose wheellie.

F

oram vários participantes que mandaram alguns de seus feitos para o hotsite da campanha – www.disruptivestories.com. br – divulgados em nossas plataformas. Histórias bem legais, que envolviam relacionamentos de pais e filhos, viagens, fotografia, vídeo, skate no museu, arte, reciclagem, desafios pessoais vencidos com garra e criatividade. Na hora de definir nossa melhor história, o nome do Sergio Yuppie saltou aos olhos e as equipes da Tribo Skate e da Oakley foram unânimes em apontá-lo como vencedor. Descrever o que representa Sergio Yuppie para o skate pode ser resumido na palavra principal deste concurso: ruptura. Remando contra a corrente, este paulista da Zona Norte da capital, foi um dos principais defensores da modalidade downhill slide quando “ninguém queria saber dela”, no início

dos anos 90. Lógico que essa expressão é forte demais, mas o fato é que nesta época os eventos minguaram e apoiar a modalidade não era regra no universo do skate, não havia frequência na cobertura pelas revistas (com exceção da Tribo Skate, modéstia à parte) e Yuppie foi um dos principais skatistas a não se abater com o enfraquecimento do skate de ladeiras. Os vídeos e pequenos extratos de sua história que foram enviados por Yuppie para o concurso, conseguiram de maneira precisa traduzir o que ele fez pelo skate brasileiro e mundial. Criador da marca Curva de Hill, com o fotógrafo Shin Shikuma e amigos como o saudoso Willians Indião, Sergio levou a técnica do downhill slide desenvolvida pelos brasileiros ao mundo, conquistando todos os campeonatos que participou (cinco vezes campeão mundial, sete como campeão brasileiro 2014/novembro TRIBO SKATE | 59


Spiderman, layback.

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SERGIO YUPPIE // OAKLEY DISRUPTIVE STORIES

e uma como campeão canadense), fazendo viagens de divulgação da modalidade por vários países, conturbando até em campeonatos de street skate, fazendo ensaios com fogo, de terno e sapatos, descendo por viadutos e monumentos (um deles virou capa da revista norte-americana Concrete Wave), incorporando personagens em eventos e filmagens (como o Homem-Aranha) e desbravando as serras e as descidas mais íngremes encontradas com muitas manobras. O documentário “The King of Downhill Slide” da Abec11 e Jet, estrelado por Sergio Yuppie chegou ao incrível número de 1.700.000 views em menos de um ano, sendo que o “Go Slide Ahead” tem cerca de 1.300.000 views. Para uma video part de skate é um número muito expressivo. Outro grande momento de ruptura do mestre das ladeiras, foi sua volta ao skate depois de operar o joelho esquerdo, numa apresentação no evento da colina mais rápida do circuito mundial da IGSA, Teutônia, quando ele botou pra baixo pela primeira vez depois da operação, mostrando o downhill slide para toda a banca dos maiores competidores de speed do planeta. Para fechar com chave de ouro sua seleção aqui para o Oakley Disruptive Stories, Yuppie fez uma sessão de fotos com o João Brinhosa em sua oficina, onde desenvolve a média de 24 modelos diferentes de shapes e fez questão de pegar um modelo da marca com seu filho Fernando para usar e agradecer a oportunidade.

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LUZ BARCELONA LEHI LEITE, SWITCH HEEL. FOTO PAULO TAVARES

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LUZ BARCELONA

RODRIGO PETERSEN “GERDAL”, NOLLIE FRONTSIDE NOSEGRIND. FOTO LEANDRO MOSKA

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LUZ BARCELONA RAFAEL RAMOS, FLIP TO FAKIE. MARIANA RODRIGUES 2014/novembro TRIBO SKATE | 67


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bruno aguero // entrevista pro

SEM DESCANSO NA BIG APPLE

ALGUMAS PESSOAS ESTÃO LIGADAS NA CENA DE NOVA IORQUE HÁ ANOS, CONHECEM MARCAS COMO A SHUT E RECENTEMENTE VIRAM VÍDEOS COMO O STATIC IV/V DO JOSH STEWART E O CHERRY DA FAMIGERADA SUPREME. PORÉM UMA COISA QUE SÓ AS PESSOAS QUE JÁ FORAM PARA LÁ ANDAR DE SKATE SABEM, É QUE A MAIORIA DOS PICOS NA GOTHAM CITY NÃO SÃO LÁ DOS MAIS CONVIDATIVOS QUE SE POSSA DESCREVÊ-LOS COMO TAIS. ALGUNS DELES CHEGAM A SER PIORES DO QUE MUITOS PICOS NO BRASIL, MAS COMO OS NOVA-IORQUINOS ADORAM DIZER, SE VOCÊ CONSEGUE SE ESTABELECER OU PROSPERAR POR LÁ (EM UMA LIVRE TRADUÇÃO POR MINHA PESSOA), NÃO HÁ OUTRO LUGAR NESTE MUNDÃO QUE NÃO CONSIGA. BRUNO AGUERO, COM BELOS REGISTROS FOTOGRÁFICOS DO RESIDENTE RICARDO NAPOLI, NOS MOSTRA QUE É POSSÍVEL SIM. ENTRE FATIAS DE PIZZA, RATOS, ESTAÇÕES DE METRÔ E POUCO MAIS DE OITO MILHÕES DE PESSOAS PARA BAIXO E PARA CIMA, A TAL DA CIDADE QUE NUNCA DORME, OS VAI ENCANTAR. ENTREVISTA PIRIKITO SEM ASA // FOTOS RICARDO NAPOLI

O improviso brasileiro de pegar emprestado a barreira de plástico e não deixar passar este belo bs tail com o skyline de New York ao fundo.

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entrevista pro // bruno aguero

Halfcab bs noseslide.

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P

or que você escolheu em fazer as fotografias desta sua entrevista em Nova Iorque? Com tantos picos bons em outros lugares/países/cidades... Na verdade, nem fui para fazer a entrevista, mas como já conhecia o Napoli das outras vezes que eu tinha ido, ficou mais fácil. No começo da trip, andávamos só ele e eu. Depois o Fabio Brandão chegou e ficou dez dias na missão conosco por lá. Qual foi a sua impressão quando você foi pela primeira vez? Mano, sempre curti os picos de Nova Iorque. Eles são um pouco diferentes dos de Los Angeles. Os picos são mais difíceis de se andar, parecem com os de São Paulo. Bom, se bem que os de lá são um pouco melhores (risos). Fora que também são mais fáceis de se chegar. Não precisa sempre do carro para ir até eles.

Quais dos Boroughs você mais gostou de Nova Iorque? Então, fiquei metade do tempo que passei por lá no Brooklyn, na casa de um camarada, o Paulinho da EVOD e o Leonardo Martins “Bebezão”. De lá, eu fiquei em Nova Jérsei, com o Du, camarada que foi comigo para NY. Desta última vez que você foi para lá, encontrou com o Fabio Brandão. Conseguiu filmar boas manobras para o vídeo que está por sair da Future? Foi da hora o Fabinho ter ido. Ele sabe filmar e anda também. Ficou uns dez dias no total, porque no começo do rolê, saíamos só o Ricardo e eu para as sessões. Fiz algumas sessões também com o meu camarada que mora lá, o Rodrigo Arendt “Casacão”, que me filmou alguns dias. Sabe mais ou menos quem é que fecha ou abre o vídeo? Já escolheu a música para a sua

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entrevista pro // bruno aguero

Localizada em Tribeca, um dos metros quadrados mais caros de NY, endereço de artistas e celebridades, a guia de metal não passou despercebida com este equilibrado bs ollie five-O grind.

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bruno aguero // entrevista pro

parte? Falando na sua parte, tem manobras filmadas por onde? Eu já até escolhi a música junto com o Brandão e por enquanto não sei quem abre ou fecha o vídeo, mas estou ligado que tem bastante coisa boa. Tem imagens minhas em vários picos e cidades, tais como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Nova Iorque. Acho que tem umas em Barcelona também. Qual é a melhor cidade no Brasil para se filmar/fotografar, seja no sentido de picos, assim como nas pessoas em geral, na cena local, no clima? Puts mano, eu acho que é Brasília. Lá tem vários picos. Da última vez que nós fomos, rendeu bastante. Acho que lá é o melhor lugar em picos para se andar e tem uma galera considerável que anda bem também. Você é amigo do pessoal da Future desde moleque, por que não entrou antes na marca ao invés da Eleven? E qual é a grande diferença de estar em uma marca aonde você tem uma amizade de longa data com os donos? Bom, conheço os caras faz um tempão mesmo! Desde quando comecei a andar mais no Centro de São Paulo, eles já tinham a Future. Eu acho que tudo fluiu bem naturalmente. Se eu andava com eles, era como skateboarder mesmo. Íamos juntos para a sessão e eu já tinha outros patrocínios também, porém a Future é mais skateboard. Daí quando eles me chamaram, nem pensei duas vezes, porque a marca já tinha feito um vídeo, os donos andam de skate de verdade. É outra ideia.

Bs smith no bairro de Bushwick, no Brooklyn.

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Em New York os picos são mais difíceis de se andar, parecem com os de São Paulo. Falando em amizade, reparei que boa parte das suas manobras/partes em vídeos, o Fernando Granja é quem filma. Por que isto? Conheço também o Granja já faz um bom tempo. É meu amigo. Com ele é mesma coisa (como com o pessoal da Future). Damos um rolê de skate, às vezes juntos, e quando sai alguma manobra/linha nova, calha dele estar lá para registrá-la (risos). Já filmamos várias manobras juntos, mas filmo muito também com o Rodrigo Andrade “Bocão”, que trabalha para a DC. No vídeo da Future tem imagens do Guilherme Presa e do Felipe de Carvalho “Alastrão”. Como você encara as redes sociais? É a favor? Mano, não sou contra não. Hoje em dia é normal, todo mundo tem ou faz parte de alguma. Os moleques querem ver o que está pegando. Eles querem saber os seus rolês, seus amigos, seus picos... Eu vejo vários baratos nas minhas também e não só coisas relacionadas ao skateboard. O que você acha de marcas que obrigam os seus skatistas a colocar o adesivo no nose? Já pensou se a manobra for de switchstance, por exemplo, essa obrigação cai por terra... (risos) Acho meio estranho a obrigação de colocar “no nose”, ainda mais como você comentou, se a manobra for de ss não vai receber bonificação?! (risos) Mas é o business. Se você combinou isso com a marca, ok! Qual é a sua opinião sobre os skatistas que são tanto quanto ou às vezes mais famosos do que as próprias marcas que os patrocinam? São os tais dos novos tempos, nova geração ou o que é na sua opinião? Sei lá, a exposição que os caras têm hoje é muito maior, eles estão na TV, tem a Street League e tudo envolve dinheiro. Lógico que no skate não tem essa, é tudo mérito dos skatistas que andam de verdade.

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Bs noseblunt na pirâmide do Queens.


bruno aguero // entrevista pro

Switch fs crooked reverse drop, na cobiรงada borda da Suprema Corte.

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entrevista pro // bruno aguero

// BRUNO AGUERO 29 anos, 17 de skate São Paulo/SP Patrocínios: DC Shoes e Future Skateboards Apoio: Lixas Hood O bs 180 fakie nosegrind no banco de metal (que era de madeira) em downtown de Manhattan fecha essa skate trip à megalópole.

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casa nova //

Bs flip.

Dudu Neves // FOTOS JUNIOR LEMOS Skate e roupas atuais: Shape Flip, rodas Bones, rolamentos Reds e eixos Indy. Boné LRG, qualquer calça, camiseta Toys e tênis Nike. Manobra que não suporta mais ver: Manual. Manobra que ainda pretende acertar: Flip bs tail. O que o skate apresentou de mais style em sua vida: Amigos, humildade e lealdade. Principal dificuldade em ser skatista na sua

área: Poucas pistas e as que têm não recebem manutenção. Skatista profissional em quem se espelha: Luan de Oliveira. Marca fora do skate que gostaria de ter patrô: G-Shock. Atual melhor equipe de skate brasileira: Matriz. Amador que você gostaria de ver pro: Lucas Rabelo. // EDUARDO NEVES 12 anos, 4 de skate Campo Grande, MS Apoios: Toys Skate Shop e BRX Brands

O que se leva dessa vida é a vida que se leva!

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casa nova //

Halfcab noseslide.

Nicolas // FOTOS DIOGO GROSELHA Skate e roupas atuais: Shape Real, rodas Viva, trucks Independent e rolamentos Bones. Boné Freeday, camiseta Simple, calça Foton e tênis Öus. Manobra que não suporta mais ver: Curto todas. Manobra que ainda pretende acertar: Hard flip b/s board. O que o skate apresentou de mais style em sua vida: Respeito, humildade e determinação.

Principal dificuldade em ser skatista na sua área: Falta de reconhecimento das marcas. Um skatista profissional em quem se espelha: Luan (Oliveira), moleque humilde. Uma marca fora do skate que gostaria de ter patrô: Heineken. Atual melhor equipe de skate brasileira: Matriz. Amador que você gostaria de ver pro: Philippe Mosquito. // NICOLAS DE SOUZA PAVLOPOULOS 20 anos, 15 de skate Sem patrocínio Uberlândia/MG

Respeito é pra quem tem.

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casa nova //

Tavinho // FOTOS DANIEL SOUZA Skate e roupas atuais: Shape Guetto, rodas Autobahn, eixos Thunder e rolamentos Everlong. Tênis Etnies, boné, camiseta e calça Dyzen. Manobra que não suporta ver mais: Hardflip. Manobra que ainda pretende acertar: Fs crocked nollie flip out. O que o skate apresentou de mais style na sua vida: Lugares novos, perrengues inesquecíveis e principalmente irmãos de outras mães. Principal dificuldade em ser skatista na sua área: Poucas marcas do estado incentivando o skate. Um skatista profissional em quem se espelha: Alex Carolino. Uma marca fora do skate que gostaria de ter patrô: Naturalle. Atual melhor equipe de skate brasileira: Öus. Amador que gostaria de ver pro: Carlos Iqui. // OTAVIO MARTINS DA SILVA 17 anos, 4 e meio de skate De Porto Alegre/RS Patrocínio: Etnies, Guetto Skates, Skate Place Boardshop e Dyzen Brasil

Skate é arte e cada um de nós somos pequenos artistas.

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Switch flip.



casa nova //

Hard flip bs tail.

Wellington Pão // FOTOS JUNIOR LEMOS Skate e roupas atuais: Shape Future, rodas Bones e rolamentos Mystery. Boné Vegetal, camiseta Slide, calça New e tênis Célula. Manobra que não suporta ver mais: Gosto de todas. Manobra que ainda pretende acertar: Nollie hard flip nose. O que o skate apresentou de mais style na sua vida: Fazer novas amizades, várias vivências e viagens da hora. Principal dificuldade em ser skatista na sua

área: Falta de oportunidade e de tudo; cidade pequena não tem nada. Um skatista profissional em quem se espelha: Felipe Gustavo. Uma marca fora do skate que gostaria de ter patrô: Tam. Atual melhor equipe de skate brasileira: Öus. Amador que gostaria de ver pro: Tiago Lemos. // WELLINGTON HENRIQUE DE OLIVEIRA 19 anos, 9 de skate Nasceu em Campinas, mora em Pedregulho/SP Patrocínio: Célula Skate Apoio: Slide Skate Shop

Vou chegar onde eu quero, nada me para.

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SKATE PURO E VERDADEIRO

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// LRG A LRG (Lifted Research Group) apresenta a coleção Spring-Summer 2014/2015. As peças contrastam o ousado e o casual, misturando diversas paletas de cores, como laranja, amarelo e marinho. Nas estampas, a marca imprimiu sua personalidade investindo no xadrez, camuflado, listras, geometrias, florais e tropicais. (11) 3081 0660 / l-r-g.com

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// Oakley Sempre aliando inovação, tecnologia e design, a Oakley lança o moderno Sliver, com hastes dobráveis e fabricado com o material inédito, o NanOmatter™. É um modelo que reflete a excelência da marca em um design direcionado pela tendência, além de proporcionar diversas vantagens, como resistência, durabilidade e conforto. (11) 5189 4597 / oakley.com.br

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// shops! Elas mantêm a chama acesa O papel das skate shops não é apenas vender produtos. É oferecer um atendimento de qualidade, que satisfaça o cliente e alimente seu desejo de andar de skate, vestir-se bem, entender e viver esta cultura. Neste cenário, a informação é mais uma alavanca para o sucesso e é justamente aí que algumas lojas se sobressaem. Elas são pontos de convergência, investem no esporte e ajudam a construir a história do skate brasileiro. > MATO GROSSO DO SUL - Campo Grande Rema Boardhouse Rua Pedro Celestino, 1387, Centro (67) 3213-2504

> RIO GRANDE DO SUL - Porto Alegre Matriz (Total) Av. Cristovão Colombo, 545/1072,1073, Floresta (51) 3018-7072

> PARANÁ - Curitiba THC Skate Shop Pça Rui Barbosa, s/n - loja 196 (41) 9933-2865

Matriz (Wallig) Av Assis Brasil, 2611 - loja 248, Cristo Redentor (51) 3026-6083

- Guarapuava Atrito Board Shop Rua XV de Novembro, 7860, loja 1, Centro (42) 3623-6818 - Paranaguá XFactor Skt Rua Marechal Deodoro, 55, Centro (41) 3422-6044

> SANTA CATARINA - Joinville Grind Skate Shop Rua São Francisco, 40, Centro (47) 3026-3840 > SÃO PAULO - Ferraz de Vasconcelos Vinte Nove Skate Shop Rua Tio Patinhas, 59, Parque Dourado (11) 95861-0489

- Mogi Guaçu Alta Tensão Skate Punk Av. Nove de Abril, 168, Centro (19) 3019-6950 - Pompeia Exalt Skate Shop Rua Senador Rodolfo Miranda, 225, Centro (14) 9 8115-2318 / 9 8164-5397 - São Paulo All Store Boards Sports Av. do Cursino, 1.722, Saúde (11) 5058-1540 Almeida Sports Alameda dos Jurupis, 1348, Indianápolis (11) 4562-4430 Radical Drop Skate Shop Rua Silva Bueno, 2496 (11) 2272 2359

MPVS SKATE SHOP Rua General Chagas Santos, 606 Saúde - São Paulo/SP Tel: 55 (11) 2532-1553 www.mpvsskateshop.com.br

- Sorocaba Xtreet Skateshop Rua Alfredo dos Santos, 166, Vila Carol (15) 3226-3011 / 99151-2511

Mantenha você também a chama do skate brasileiro acesa, leve a Tribo Skate para sua loja!

Faça parte desta lista: produtostriboskate@gmail.com

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áudio // hc Beebs And Her Money Makers.

WARPED TOUR

Air Dubai.

We Are The In Crowd, Taylor Jardine.

DIVERSIDADE ESTRONDOSA O WARPED TOUR É UM FESTIVAL DE MÚSICA ITINERANTE DA VANS. ESSAS TURNÊS ACONTECERAM INICIALMENTE EM ESTACIONAMENTOS OU CAMPOS DE FUTEBOL, BEISEBOL, AO LONGO DOS ESTADOS UNIDOS. DESDE 1995 ESTE FESTIVAL VEM SENDO CHAMADO DE VANS WARPED TOUR. A PUNK ROCK MUSIC CONTRIBUIU PARA QUE ESSES EVENTOS SE TORNASSEM CONHECIDOS. MUITAS BANDAS QUE TOCARAM NELES EMBALARAM SUAS CARREIRAS E HOJE TEMOS CENTENAS DELAS TOCANDO PELO MUNDO COM ÊXITO E SUCESSO. ATÉ QUE ENFIM EU CONSEGUI IR NO WARPED TOUR, NA CIDADE DE LAS VEGAS. PELA PRIMEIRA VEZ NA GRANDE FESTA, QUE FOI PESADA E DE ALUCINAÇÃO TOTAL, CONFIRA AQUI A MINHA BALADA. // TEXTO E FOTOS ANTONIO DOS PASSOS JR. “THRONN”

O

Warped Tour continua fiel às suas origens, trazendo um concerto underground, no sentido da seleção das bandas direcionadas a um público muito específico. Para essa data de 19 de junho, a estrutura dos quatro palcos foi montada num campo de futebol da Universidade de Las Vegas, localizado no coração da cidade. Ao chegar no espaço, vi um palco apenas e achei que fosse tudo acontecer ali. Estavam se apresentando os “Bad Rabitts”, com um som que mesclava um groove poderoso numa mistura de funk, soul, rock e hip hop. Com essa fusão, eles lembram demais as bandas dos anos 90. O público cantava junto algumas canções. Bad Rabitts, com esse groove todo, só pode ser uma banda americana. Eles são da cidade de Boston, Massachusetts, no lado leste do país. Arrazaram. No mesmo minuto que terminou o show, ouço soar guitarras distorcidas e percebo que havia outro palco separado por alguns metros desse primeiro e corri pra lá. Nesse local estava tocando uma das bandas mais malucas que já vi. Tão malucos e músicos excelentes, misturando ska, psychodelic rock, funk, blues e hip hop cantados por uma vocalista carismática, com pitadas cômicas de bom humor fazendo o público participar e rir com eles. O nome

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também era muito estranho: “Beebs And Her Money Makers”. Estavam com uma energia impactante pro festival. Depois desse, ouço um som estrondoso vindo de um outro palco. Pra minha ignorância, eram quatro palcos com bandas excelentes. Não vai dar pra falar de todas, mas o que eu realmente estava afim de sacar, eram as bandas hardcore, metal, progressive metal, metalcore, melodic, mathcore, deathcore… O mundo parecia que estava desabando na minha cabeça, quando eu vi a banda “Volumes”. Os caras gritavam muito em todas as músicas; eu fiquei parado sem conseguir tirar foto, ouvindo os berros dos vocalistas chegarem até o extremo e, atrás de mim, o público muito jovem, que não passava de média de 20 anos, cantando todas as músicas e berrando junto. Volumes é de Los Angeles, California, uma banda de progressive metal. Percebe-se ali que os tempos musicais são outros e que a molecada está em outra vibe, agora. Volumes tocam todas as músicas no contratempo das notas, da bateria ao vocal. O guitarrista Diego Farias é muito bom. Ele leva sozinho a banda, tocando no extremo da paulada, cavalgadas brutais e solos cibernéticos. Os vocalistas eram Michael Barr e Gus Farias, que é irmão do guitarra animal Diego. Fez tremer o Warped Tour, logo no começo.


Beebs And Her Money Makers, Eric ‘E-Money’ Christian.

Nathan Young.

Falling in Reverse.

Bad Rabbits.

Bahmm and hot dog.

Christian McAlhaney.

Stephen Christian, Anberlin.

Brutalmente gritante, a banda “For Today”, de Sioux, Iowa, me deixou quase surdo, com o peso aliado à rapidez do baterista, que trilintava seu pedal duplo hidráulico fazendo barulho como se fossem hélices de helicópteros. A terra tremendo - terremoto era a sensação. Era de impressionar ver os caras ali mostrando um trabalho de alta qualidade, eu diria, explosivo o trabalhado bem musicalmente. Uma multidão de adolescentes gritando junto com eles no maior estilo das grande bandas de rock. É de impressionar quando você é pego de surpresa. Não me lembro qual, mas um desses vocalistas estava dizendo que as bandas de punk, hardcore “tiravam” o movimento deles e que agora ninguém segura mais, porque tem um imenso público que não é do skate, não é do punk, nem bem do metal: é outra geração que se formou, fundindo o mais pesado dos estilos com garra, personalidade e técnicas bem apuradas e sujas. “Ghost Inside’’, nossa, olha o nome da banda dos caras! Nascida em Los Angeles, veio para arrasar, com berros, gritos e um ignorante barulho. Muitas vezes parecia até um “Sick of All” bem mais avassalador. Olhando a molecada cantado todas as músicas com faces de anjos demoníacos e 80% menores de idade, ao contrário da banda que eram caras já na faixa de mais de 30. Formada em 2004 a banda já tem seis álbuns nos quais o vocalista Jonathan Virgil relembrou porradas desse trabalho mais antigo, e minha cara caiu: todas músicas a molecada estava cantando e as meninas choravam. Segurança trabalhando em cima da galera do “mosh” sem dar trégua. Realmente o “Ghost Inside” era o demônio na terra e eles ainda se intitulam “melodic hardcore”, hehehehehehe. Essa banda, eu não posso deixar de citar aqui, porque foi muito esperada e é uma das responsáveis por esse movimento que se alastrou aqui no Estados Unidos. A Falling Reverse é chamada de “post-hardcore” (ou pós-hardcore). Com uma potência exacerbada na voz de adolescente, mas com agudos estridentes, o vocal Ronney Radke é um dos símbolos dessa nova safra de jovens com cabelos “emo stylish”, tatuagem no rosto, piercings e alargadores. Com a massa bem a seu favor, ele estava muito à vontade no palco, como se fosse sua casa. Todas músicas que ele começava, o público cantava até o final. E não eram fáceis não; muito estranhas pra mim. Mostrando um punk rock pop, a banda “We are in the Crowd” veio com rock levinho. Foram os mais leves do show. Com a vocalista Taylor Tay Jardine, que era uma gatinha linda no comando, colocaram a molecadinha para pular; afinal é tudo uma festa aqui no Warped Tour de Las Vegas. Num estilo punk do anos 80, lembrando um pouco bandas como “Minor Threat”, “Agnostic Front” a “The Story So Far” é daqui de Walnut Creek, California. Seu vocalist, Parker Cannon é um cara com muito punk rock no palco. Excelentes as suas canções. Eles também tinham um público fiel cantando na ponta da língua suas canções. O curioso é que o tórax dele era demasiado afundado, uma coisa não comum de se ver, mas mesmo assim um vocal forte. A “Real friends” foi uma banda de skate punk no estilo Blink 182 que tocou um hardcore que eu sou acostumado a ouvir e tinha um bom público. Eram esperados. Já tem um trabalho conhecido na cena punk, mas depois de ouvir as outras bandas me soava uma coisa do século 20; antigas as levadas, o timbre das guitarras parecia uma caixinha de músicas chiando. Ao final do evento percebi que a maior parte dessas bandas de vocal selvagem e brutal toca sempre no contratempo, com músicas intercaladas em divisões que jamais pensei, mas não chegam a ser groove. Foi emocionante o Warped Tour. Assistir bandas de um movimento que cresceu muito aqui nos EUA e está reciclando a música pesada, fazendo a molecada muito nova escutar esse tipo de música, mas ainda tentam deixá-la no underground, porque a divulgação ainda não chegou nas grandes gravadoras. Essa é a geração das redes sociais, pode acreditar. Fiquem ligados nessas bandas. Foram mais de 15 bandas que eu tive prazer de assistir e fotografar em nome da Tribo Skate, nesse meu primeiro Warped Tour. Bom, até a próxima! Skate encravado na alma até depois do fim. 2014/novembro TRIBO SKATE | 93


o bowlrider // por léo kakinho*

Opção pessoal

N

Acredito que pelas imagens disseminadas na internet, após o Rheumatic (campeonato/pogo punk skate) realizado mais uma vez na cidade de Piracicaba, voltou, mais uma vez, aquela velha estúpida discussão em torno do usar ou não usar equipamentos de segurança para andar de skate. Eu sou skatista e também uso equipamentos. Claro, quando julgo necessário usar. Acredito que crianças ou não, quando se está aprendendo a andar em transições, principalmente as maiores em tamanho e ainda mais quando de concreto, o uso de equipamentos é uma garantia óbvia que pode evitar consideravelmente possíveis lesões, fraturas, torções e coisas do tipo e recomendo para esses, em aprendizado inicial, o uso, para não se ferirem ou até mesmo criarem um trauma com o skate. Acredito muito, que em determinada hora ao longo desse mesmo aprendizado, será vital para um skatista que quer ter estilo, aprender a se livrar desses mesmos equipamentos e dos vícios oriundos deles, tais como se jogar de joelhos a qualquer indício de hang-up ou o mais infame de todos que é o de se apoiar de quatro (usando também as cotoveleiras) que eu prefiro nem comentar. Isso, também, além de ser óbvio, é físico. O uso de equipamentos limita a total liberdade de movimentos, além de ser feio na maioria das situações e horrível numa foto. Quando se está andando num bowl de grandes transições, onde os riscos são mais extremos, faço o uso de equipamentos sem problema algum. Não quero me fraturar, tanto mandando um smith quanto mandando um puta aéreo. Os moleques mais novos, que andam muito nesse tipo de pista, na mesma sessão optam muitas vezes por não usar e não há nada de mau nisso, pelo contrário, saber se safar de manobras que não deram certo em grandes bowls é de uma sagacidade que enaltece o skatista e o torna de fato e estabelecido como mais completo. Eu surfo há anos também e onde moro, uma das características principais é a baixa temperatura da água, o que faz com que seja impraticável não usar uma roupa de borracha para manter o corpo aquecido. Por melhor que seja a roupa de borracha, mesmo com toda a tecnologia dos dias de hoje envolvida, surfar “no pelo”, ou seja, sem a roupa, é a melhor forma de surfar, a melhor sensação e que permite uma facilidade única desde a remada, o drop, o carve, até a execução de qualquer manobra. Com os equipamentos é o mesmo. Os argumentos contra a OPÇÃO de não usar, geralmente partem de pessoas mais velhas que usam desde o princípio os “equipas” e que acham imprescindível para eles o uso. Não entendo muito bem eles imporem isso aos outros, já que a princípio a opção é desses outros e ela deve ser respeitada tanto quanto a dos primeiros citados. Quanto à noção infantil de criar uma atmosfera inexistente e dizer a besteira que andar sem equipas é modinha, só tenho a entender que tal ignorância é uma uma bela oportunidade para se entender mais o skate e suas verdadeiras possibilidades. Ser um skatista overall é uma das coisas mais legais e fodas que tem no skate e o não uso dos equipas é que permitem um skatista se tornar completo. Eu não imagino, como a maioria das pessoas em sã estado de consciência, um streeteiro andando com uma armadura nas ruas. Tento imaginar a

PABLO DANIEL

a coluna desse mês, dou a palavra a um amigo com grande conhecimento no skate. Ele esteve em Piracicaba, para o Rheumatic Hardcore Session e vai falar sobre um assunto polêmico no meio do skate: uso do equipamento de proteção. Com a palavra, Pablo Daniel “Bizarte”.

seguinte cena: “...Hoje eu vou usar os equipas pra tentar varar aquele gap sinistro que tem no pico tal” e começo a dar risada sozinho. Não existe, e se existir, não cola na minha. O evento organizado pelo Lemos cria a oportunidade de raciocinarmos mais a respeito a partir da limitação de outros. Usar equipamentos é limitação mas também tem seu lado bom e necessário. Para treinar uma manobra num lugar mais difícil, cuja confiança não esteja alta num determinado dia e como disse antes, para andar no dia a dia num bowl grande. Também quando o skatista tem uma idade já mais avançada, é uma segurança que ajuda muito, pois muitos têm outras responsabilidades que não só andar de skate e nossa capacidade regenerativa já não é mais como a de quando tínhamos 18/20 anos. Se um jovem skatista opta por usar - geralmente são os campeonateiros natos - não há problema algum, mesmo esteticamente feio, a opção é dele e cada um sabe o que é melhor para si. Só não pode existir uma imposição, seja de quem quer que seja, pessoas, federações, entidades e esses tipos de coisas, para que se use. E outra, se um cara tá acertando várias numa bateria de campeonato blindado de equipamentos e na mesma tem um outro andando no mesmo nível só que sem equipas, esse segundo passa na frente do que tá usando equipamento. O importante aqui é entendermos, todos nós, que - mais uma vez - é uma opção PESSOAL, quem quiser usar usa, quem não o quiser, não usa. Corremos riscos todos os dias, andando de skate ou não. Não tenho amigos que morreram andando de skate, mesmo sabendo ser possível acontecer, mas conheci pessoas que morreram no trânsito, dentro de seus carros e com cinto de segurança. Outra coisa, equipamento é fedido pra caralho e impregna todas as roupas.

APOIO CULTURAL * Leonardo Godoy Barbosa, Léo Kakinho, 40 anos, 33 de skate (Drop Dead, Evoke, Vans)

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zap //

Vans Waffle Cup Circuito latino-americano de street pro // TEXTO E FOTOS JUNIOR LEMOS Faz tempo que não se via um circuito latino-americano de street skate pro até que a Vans começou em 2013 com o Royal Side Stripe, que teve a final aqui no Brasil e consagrou Paulo Galera campeão da América Latina. Esse ano a marca repetiu a fórmula, agora como Waffle Cup, com Argentina, Brasil e Colômbia recebendo eliminatórias, nas quais saíram três representantes de cada país, e o Chile realizando sua seletiva e a grande final em uma tacada só. E além de reunir representantes do street skate profissional dos principais países americanos que estão abaixo da Linha do Equador, o Waffle Cup também distribuiu uma grana com Kelvin, Apelão e Rodil conquistando boa parte dos R$ 30 mil da etapa brasileira, que rolou no Ginásio de Barueri, e também as três vagas para a final. Já os R$ 5 mil do best trick ficaram para Samuel Jimmy, enquanto o Marlon acertou a melhor manobra. Jimmy foi pro Chile na vaga do Kelvin (priorizou a etapa do mundial WCS em Moscou), tendo desta vez como campeão da final o argentino Sandro Moral, seguido do compatriota Matias Dell Olio (em 2º) e o Apelão (3º) como os três melhores da grande final. Os demais brasileiros também se destacaram na final 2014 com Rodil em 4º e Jimmy em 8º. Agora é aguardar 2015 pra conferir quem será o próximo skatista a escrever seu nome no seleto grupo de campeões latino-americanos, por enquanto composto por Paulo Galera (2013) e Sandro Moral (2014). Vai Brasil!

Apelão, fs ollie 360.

Alex Carolino, nollie hard flip.

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Jimmy, switch flip.


// zap

Kelvin, switch bluntslide.

Maizena, switch flip bs tail.

Marlon Silva, wallie 180.

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skateboarding militant // por guto jimenez*

Hippies, punks, maloqueiros, hipsters... e skatistas

O

IVAN SHUPIKOV

skate é e sempre foi um estilo de vida pra quem é skatista, a despeito do que o restante da população possa imaginar. Na maior parte dos casos, não nos importamos como os outros nos veem já que estamos mais concentrados em como iremos gastar nossos decks, eixos e rodas por aí. Seja na modalidade que for, andar de skate envolve tantas habilidades mentais e físicas ao mesmo tempo que não nos resta tempo pra sermos incomodados com aquilo que falam de nós por aí. Porém, analisando as formas que o público leigo enxerga o skate, é curioso observar uma característica bastante peculiar: ao mesmo tempo em que a imagem externa do skate e seus praticantes é bastante limitada, pode-se dizer que essa mesma imagem é um reflexo da forma que os próprios skatistas agem. Desde que subi num carrinho pela primeira vez, em meados dos anos 70, já foram usados vários termos usados pelos leigos pra tentar definir essa legião de pessoas que andam de skate. Naquela época, muitos de nós éramos cabeludos, e a associação que se fazia era com os hippies. Mesmo que nossas roupas refletissem o estilo “surfista” – especialmente no litoral, onde a maioria dos skatistas estava envolvida com o surf de um jeito ou de outro -, com nossas camisas Hang Ten listradas, nossos jeans US Top ou Gledson e nossos tênis Rainha Yatch, o fato de termos cabelos grandes já bastava pra que muitos achassem que tínhamos alguma ligação com os bichos-grilos. Uma coisa era fato: cabelo grande era coisa de “rebelde”, e isso nós sempre o fomos de um jeito ou de outro. Quando o skate “morreu” na virada pros anos 80, teve de voltar às suas origens de rua. A identificação com o punk rock já existia praticamente desde que os primeiros discos começaram a tocar nas rádios e aparecer nas revistas musicais da época; como o ritmo unia o rock de garagem com as mazelas da sociedade, ganhou logo o título de “música das ruas”. O fato de nós estarmos nas ruas nos aproximou mais ainda do punk rock; no Rio, por exemplo, a sinergia foi tanta que o próprio movimento punk nasceu na pista de skate de Campo Grande. Junte-se a isso o fato de nunca nos importarmos muito se nossas bermudas estavam rasgadas ou não, de colocarmos silver tape nos nossos tênis pra que eles durassem mais e de quase sempre estarmos usando camisetas de bandas, e os leigos chegaram a uma conclusão: skatista era punk e pronto. Ainda que as roupas coloridas influenciadas pelo new wave fossem uma característica dos praticantes de nosso país por alguns anos, ser skatista era sinônimo de ser punk, “marginal” ou “vagabundo” – e, como sempre, “rebelde”. A outra “morte” do skate também trouxe uma nova mudança na imagem externa que faziam de nós, pouco após a virada pros anos 90. Num período de ostracismo de competições de vert e street, o skate voltou às ruas e praticamente casou-se com o hip hop, um ritmo nascido alguns anos antes que, da mesma forma, logo fora adotado pelos skatistas. As roupas largas usadas pelos rappers e b-boys mostraram-se adequadas pras manobras cada vez mais técnicas executadas em quaisquer obstáculos que aparecessem, e também trouxeram aos skatistas a alcunha de “maloqueiros”. Quando se analisa a mudança de hábitos do próprio skate em si, indo das músicas usa-

das nos vídeos às artes dos pro models de shapes, percebe-se que o termo podia ser bastante pejorativo, mas não era de todo impreciso. Triste é ver que ainda tem gente que usa esse termo pra nos definir até os dias de hoje, um sinal claro de alienação e falta de percepção da realidade, mas isso não é nosso problema... Junto com o novo século, veio a aceitação cada vez maior do skate pela sociedade. Alguns daqueles caras, que eram da mesma tribo dos que já foram chamados de “hippies”, “punks” e “maloqueiros”, agora estavam aparecendo cada vez mais na grande mídia, passaram a ganhar uma boa grana e terem fama por serem skatistas. O skate passou a ser mais bem digerido pela sociedade de um modo geral, que finalmente passou a admirar a notável habilidade que o ato de andar de skate exige de nós. Isso bastou pra que homens e mulheres de todas as idades e condições sociais passassem também a andar de skate, descobrindo a forma mais divertida que existe pra ir de um lugar a outro. Não foi a primeira vez que o skate ficou “na moda”, mas dessa foi diferente: a modinha passou e os tais leigos continuaram a andar de skate. Infelizmente, isso também bastou pra que alguns skatistas que se julgam “de raiz” passassem a discriminar essas mesmas pessoas que trouxeram uma atmosfera diferente ao skate. Chamar essas mesmas pessoas de “hipsters” só porque estão se lixando pro modelo de tênis mais usado do momento, ou porque não viram o pé da frente depois de darem impulso, é de uma mediocridade sem tamanho e não é típico de gente com mente tão aberta quanto nós costumamos ser. Quem disse que precisa ser skatista pra se andar de skate? Só mesmo quem não se adapta às mudanças que o tempo traz ou quem tem algum interesse sendo contrariado; seja como for, é ridículo. Durante mais de 15 anos, o cenário de skate ficou centrado em um único tipo de skatista: o garoto de até 18 anos que praticava street. Os veteranos, as mulheres e os verticaleiros, downhillzeiros e freestylers eram tratados como exceções à regra, mesmo sendo tão ou mais skatistas que os streeteiros. Foi preciso que pessoas de fora do cenário trouxessem um novo vigor ao skate em si, pessoas essas que não ligam a mínima pros códigos com os quais estávamos acostumados em nosso universo. Até entendo o caso de empresas que não souberam se adequar aos novos tempos e que, por culpa de sua própria cegueira, procuram fazer a política do contra; como se sabe, a parte mais sensível do corpo humano é o bolso. Agora quando sei de skatistas que adotam essa mesma atitude preconceituosa, depois de termos sido tão incompreendidos e rotulados pela sociedade ao longo dos tempos, só posso defini-los como sendo ridículos. Não importa como a sociedade nos enxergue, o fato continua sendo um só: é preciso andar de skate pra se entender o que o skate significa. Da mesma forma, não importa a roupa, o tênis ou o estilo que se tem sobre um skate, mas sim o fato de se andar de skate em si. O skate não tem dono, é de todos e não é de ninguém ao mesmo tempo. Não se ligue a essas babaquices, simplesmente ande de skate. Ande e deixe quem quiser andar do jeito que for; afinal, tudo é skate!

APOIO CULTURAL * Guto Jimenez está no planeta desde 1962, sobre o skate desde 1975.

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