Tribo Skate Edição 230

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DANIEL MARQUES * BRUNO MARANHÃO * SWELL 2014 * BANCO DO BRASIL

FREEDAY TOUR

CENÁRIOS DE TIRAR O FÔLEGO

PORTUGAL

DANIEL CRAZY NA TERRA DOS INVASORES

ENTREVISTAS

PRO: AS ANDANÇAS DE WILLIAM DAMASCENA AM: IGOR SMITH “ALUNO APLICADO”

RHEUMATIC HC SESSION

FORA DE CONTROLE

Daniel Crazy, bs nollie heel Ano 24 • 2014 • # 230 • R$ 9,90

www.triboskate.com.br










10 | TRIBO SKATE dezembro/2014


// índice

TRIBO SKATE 230 DEZEMBRO 2014

ESPECIAIS> 38. ENTREVISTA AM O APLICADO IGOR SMITH 48. INVADINDO PORTUGAL DANIEL CRAZY NA TERRA DOS INVASORES 58. ENTREVISTA PRO WILLIAM “TÉCNICO” DAMASCENA 68. FREEDAY TOUR CENÁRIOS DE TIRAR O FÔLEGO 94. RHEUMATIC HC SESSION QUASE FORA DE CONTROLE SEÇÕES> EDITORIAL........................................................................... 14 ZAP ........................................................................................ 20 CASA NOVA......................................................................... 82 O BOWLRIDER..................................................................... 90 SKATEBOARDING MILITANT........................................... 92

CAPA: Uma fatia de melancia com os caroços arrancados. Um estreito caminho pra percorrer e degustar o doce sabor de um backside nollie heelflip. Encaixar as rodas num destes buracos da volta é pedir para sentir o amargo gosto do ferro, porque a melancia era apenas imaginação. Daniel Crazy descobriu Portugal e desfrutou como poucos seus ótimos picos, incluindo este monumento de Lisboa. Foto: Diego Sarmento ÍNDICE: Raras são as sessões em picos abandonados. Quando se tornam mais frequentes, logo os donos dos locais acabam proibindo, o pouco que restou se deteriora e cansa ter que limpar o caminho pra andar de skate. Fabio Castilho aproveitou uma destas oportunidade neste secret spot, improvisou a rampinha e cravou este backside smith grind na antiga mesa. Foto: Robson Sakamoto

2014/dezembro TRIBO SKATE | 11




editorial //

2014/2015 POR CESAR GYRÃO // FOTO ALLAN CARVALHO

O

s conceitos de fácil e difícil são relativos. Dependem de vários fatores. Quando o Dexter me mostrou a foto que veio compor este editorial, contou sobre a dificuldade de vencer a serpente, ops, o corrimão curvo, com quebras na inclinação, redondo, nada amigável. Mas, ao ver a foto, você pode ter outra impressão. Para se equilibrar, você tem que “ter a manha”, a habilidade construída com tempo e dedicação. Os braços abertos, os olhos fixos na meta, o corpo ereto, todos estes elementos podem demonstrar o total controle da situação e parecer fácil. Finalizar o ano de 2014 com mais uma boa metáfora é mais um sinal que mandamos para anunciar novas e instigadoras mudanças na Tribo Skate em 2015. As transformações nunca são fáceis, pois requerem dedicação e tempo. A capacidade de se reinventar e voltar mais forte é uma das características do skate, com seus ciclos de aprendizado e crescimento. 2015 será um ano pra fortalecer a cena como nunca, pois nossas raízes são fortes e autênticas e a evolução uma consequência inevitável!

Ricardo Dexter expôs ao mundo sua enorme vontade de vencer grandes desafios alguns anos atrás, quando sua tentativa de descer um corrimão íngreme e gigantesco foi parar no site da revista norte-americana Transworld Skateboarding e até o fotógrafo Shin Shikuma pediu para ele parar de tentar. Anos depois, mais maduro e menos inconsequente, ele tem base para criar situações como esta. Frontside fifty, mais difícil do que parece.

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ANO 24 • DEZEMBRO DE 2014 • NÚMERO 230

Editores: Cesar Gyrão, Fabio “Bolota” Britto Araujo

Impressão: Intergraf

Conselho Editorial: Gyrão, Bolota, Jorge Kuge

Bancas: Distribuída pela Dinap Ltda. – Distribuidora Nacional de Publicações, Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, nº 1678, CEP 06045-39, Osasco/SP

Redação: Junior Lemos Colaboradores: Texto: Alex Monteiro, Daniel Crazy, Guto Jimenez, Léo Kakinho Fotos: Allan Carvalho, Cássia Ferreira, Diego Sarmento, Fellipe Francisco, Guto Jimenez, Heverton Ribeiro, João Brinhosa, Julio Detefon, Leandro Moska, Ramon Ribeiro, Robson Sakamoto, Rodrigo K-b-ça, Rodrigo Porogo Colunistas: Guto Jimenez, Léo Kakinho

Pátria Editora Ltda Presidente: Jaime Benutte Diretor: Iberê Benutte Administrativo/Financeiro: Ana Paula Circulação/Comercial: Patrícia Elize Della Torre Comercial: Cezar Toledo (cezar@patriaeditora.com.br) Fone: 55 (11) 2365-4123 www.patriaeditora.com.br www.facebook.com/PatriaEditora Empresa filiada à Associação Nacional dos Editores de Publicações - Anatec

Distribuição Portugal e Argentina: Malta Internacional Deus é grande! São Paulo/SP - Brasil www.triboskate.com.br E-mail: triboskate@triboskate.com.br A Revista Tribo Skate é uma publicação da Pátria Editora. As opiniões dos artigos assinados nem sempre representam as da revista. Dúvidas ou sugestões: triboskate@patriaeditora.com.br





zap // Circuito Banco do Brasil

Leo Ruiz é o campeão brasileiro POR CESAR GYRÃO // FOTOS JULIO DETEFON O novo nome do skate vertical brasileiro é Leonardo “Leo” Ruiz. Em seu primeiro ano como profissional, chega ao título de campeão brasileiro com uma ótima regularidade no Circuito Banco do Brasil. Certo que na etapa de São Paulo, o jogo virou a seu favor quando choveu na final e os finalistas foram avaliados apenas pela primeira volta completa antes da chuva. Mas não pense que a vitória em SP foi apenas golpe de sorte, pois na etapa do Rio, Leo liderou a eliminatória, mas a final foi do Marcelo Bastos. Rony Gomes buscava o segundo título de campeão brasileiro, mas errou logo na primeira volta da etapa de São Paulo e não conseguiria reverter o resultado. Ele tava embalado pelas várias vitórias de 2013 (títulos de campeão brasileiro e mundial), e vencera Brasília. Mas com o décimo em SP, saiu do páreo. A versão de 2014 do Circuito Banco do Brasil, com as etapas de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, foi equilibrada, reforçou a convicção de que o ranking CBSk (Confederação Brasileira de Skate) é uma referência mundial de circuito regional e juntou gerações do vertical como nunca. Bob Burnquist, Lincoln Ueda, Cris Mateus, Mizael Simão, Cleber Bicho, entre outros na faixa dos 30 e muitos e quarenta e poucos anos de idade, continuam (e bem) na ativa. E a renovação continua. Brasília 1º Rony Gomes 2º Dan Cezar Pardinho 3º Edgard Pereira 4º Raul Roger 5º Leo Ruiz São Paulo 1º Leo Ruiz 2º Ítalo Penarrubia

3º Felipe Foguinho 4º Raul Roger 5º Vitor Simão Rio de Janeiro 1º Marcelo Bastos 2º Rony Gomes 3º Bob Burnquist 4º Ítalo Penarrubia 5º Leo Ruiz

Leo Ruiz, bs 540.

RANKING BRASILEIRO 1º Leonardo Ruiz, 2.630 pontos 2º Rony Gomes, 2.580 pontos 3º Ítalo Penarrubia, 2.542 pontos 4º Dan Cezar Pardinho, 2.349 pontos 5º Martin André, 1.853 pontos 6º Edgard Pereira, 1.844 pontos 7º Raul Roger, 1.714 pontos 8º Marcelo Bastos, 1.599 pontos 9º Vitor Simão, 1.589 pontos 10º Felipe Caltabiano, 1.502 pontos

Felipe Foguinho, bs air.

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Pódio do ranking.



zap //

LEANDRO MOSKA

BRUNO MARANHÃO

Bs bluntslide.

Não importa o estilo musical se a trilha sonora serve de combustível pro rolê de skate. E no caso de Bruno Maranhão, as 20 mais tocadas no player do profissional ainda reforçam os ensinamentos emanados no culto. Jake Hamilton, Hallelujah Keith Green, No One Believes In Me Anymore Keith Green, Your Love Came Over Me Keith Green, He’ll Take Care Of The Rest Keith Green, You Put This Love In My Heart Keith Green, Because Of You Rend Collective, Come On My Soul Rend Collective, Build Your Kingdom Here Rend Collective, Movements Gungor, You Are Te Beauty *Bruno Maranhão (Skate Workshop e S3TA! Wheels)

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Jhon Mark McMillan, Borderland Crowder, My Beloved Needtobreathe, The Outsiders Bethel Music, Come To Me Bethel Music, Forever Os Arrais, Não Fale Os Arrais, A Voz Livres, Tudo Livres, Em Teus Ombros Livres, Ridículo



zap //

Swell Old Is Cool

Fluidez & persistência POR CESAR GYRÃO // FOTOS RODRIGO K-B-ÇA Na edição de número 9 do Swell Old Is Cool, é impressionante ver como a velha guarda está evoluindo. Por mais que a idade pese para alguns poucos, um volume grande de skatistas está aprimorando ano a ano seu domínio sobre o board. Tome-se como exemplo a categoria legends, os caras entre os 45 e 49 anos de idade. James Bigo saiu na frente mais uma vez, mas seguido de perto pelo Zunga. Tomate, que coleciona títulos no evento, ficou depois do Jeff Cocon. Entre os grand masters, pode-se apostar que finalmente Fernando Gomes será profissionalizado em 2015, depois dos 40! Tá andando melhor que nunca! Vai puxando os nomes lá no resultado: (www.swellskate.com.br e www.triboskate.com.br) e vai vendo quem aparece nas primeiras posições. Todos têm mostrado mais skate do que nos anos anteriores. O que dizer de Jorge Ladas? Um monstro master, seguido de outro de igual quilate: Affonso Muggiati. Novidade este ano foi a inclusão da categoria pro master, com vitória inconteste do Léo Kakinho. R$ 5.000,00 em jogo… A categoria dos mais antigos, grand legends, para os cinquentões, contou com uma história à parte. Dos 13 inscritos, um já se sabia que dominaria de cabo a rabo o campeonato. Depois de 35 anos de sua primeira competição na Swell, sem voltar um ano sequer para o sítio, Luis Roberto Formiga folgou. Linhas contínuas e um nível absurdo. Dr. Lucas estreou na categoria bem, ficando em segundo. E, Jorge Kuge, depois de fazer bonito em Madureira e Guará, ficou em terceiro e garantiu o título de campeão brasileiro do ano. É pouco?

James Bigo, fs air transfer.

Lucas Teixeira, estreia grand legend em alto astral. Fs grind no shallow.

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shops! // Elas mantêm a chama acesa O papel das skate shops não é apenas vender produtos. É oferecer um atendimento de qualidade, que satisfaça o cliente e alimente seu desejo de andar de skate, vestir-se bem, entender e viver esta cultura. Neste cenário, a informação é mais uma alavanca para o sucesso e é justamente aí que algumas lojas se sobressaem. Elas são pontos de convergência, investem no esporte e ajudam a construir a história do skate brasileiro. > MATO GROSSO DO SUL - Campo Grande Rema Boardhouse Rua Pedro Celestino, 1387, Centro (67) 3213-2504

> RIO GRANDE DO SUL - Porto Alegre Matriz (Total) Av. Cristovão Colombo, 545/1072,1073, Floresta (51) 3018-7072

> PARANÁ - Curitiba THC Skate Shop Pça Rui Barbosa, s/n - loja 196 (41) 9933-2865

Matriz (Wallig) Av Assis Brasil, 2611 - loja 248, Cristo Redentor (51) 3026-6083

- Guarapuava Atrito Board Shop Rua XV de Novembro, 7860, loja 1, Centro (42) 3623-6818 - Paranaguá XFactor Skt Rua Marechal Deodoro, 55, Centro (41) 3422-6044

> SANTA CATARINA - Joinville Grind Skate Shop Rua São Francisco, 40, Centro (47) 3026-3840 > SÃO PAULO - Ferraz de Vasconcelos Vinte Nove Skate Shop Rua Tio Patinhas, 59, Parque Dourado (11) 95861-0489

- Mogi Guaçu Alta Tensão Skate Punk Av. Nove de Abril, 168, Centro (19) 3019-6950 - Pompeia Exalt Skate Shop Rua Senador Rodolfo Miranda, 225, Centro (14) 9 8115-2318 / 9 8164-5397 - São Paulo All Store Boards Sports Av. do Cursino, 1.722, Saúde (11) 5058-1540 Almeida Sports Alameda dos Jurupis, 1348, Indianápolis (11) 4562-4430 RadicalDrop Skate Shop & Mini Ramp Rua Silva Bueno, 2496, Ipiranga (11) 2272 2359

MPVS SKATE SHOP Rua General Chagas Santos, 606 Saúde - São Paulo/SP Tel: 55 (11) 2532-1553 www.mpvsskateshop.com.br

- Sorocaba Xtreet Skateshop Rua Alfredo dos Santos, 166, Vila Carol (15) 3226-3011 / 99151-2511

Mantenha você também a chama do skate brasileiro acesa, leve a Tribo Skate para sua loja!

Faça parte desta lista: produtostriboskate@gmail.com

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zap //

Alysson Garcia Solé.

Teutônia 2014 POR GUTO JIMENEZ // FOTOS CÁSSIA FERREIRA Mais uma vez, o circuito mundial de downhill speed da IGSA foi encerrado na famosa estrada da Linha Harmonia, descida que incluiu a simpática cidade gaúcha de Teutônia no mapa mundial do skate. A fama e notoriedade do pico não são à toa: Teutônia é considerada a ladeira mais rápida de todo o planeta. Skatistas atingem velocidades de aproximadamente 120 km/h, luges chegam a 130 e sleds podem chegar a 140... tá bom pra você?! O trio responsável pela DHM Races (Alexandre Maia, Ivandro “Mano” Silveira e Claudio “Kaká” Verardi) mais uma vez conduziu a disputa com a competência que lhes é característica, e eu pude realizar o sonho de fazer a locução do último dia na ladeira que todo skatista sonha em dropar. Em meio a dias de muito sol e noites com várias cervejas artesanais, o evento contou com uma ótima presença do público local e de cidades vizinhas; no domingo, a galera não arredou o pé até o final, mesmo em dia de Gre-Nal rolando em Porto Alegre. Em se tratando da maior rivalidade de futebol no nosso país, pode-se dizer que foi uma façanha conseguir prender a atenção de tantos espectadores num domingão cheio de sol... Lesões tiraram alguns pesos pesados da disputa, como o bicampeão mundial Douglas Dalua e o sempre intenso Ricardo “Caco Ratos” Reis. Carlos Augusto Paixão, o “Guto Negrão”, venceu todas as suas baterias do início ao fim da disputa e não deixou dúvidas sobre quem está mandando na ladeira na atualidade; o resultado foi o bicampeonato da World Championship Race. O gaúcho Yan Bertinati foi outro que se sagrou bicampeão na categoria Junior, enquanto que Melissa Brogni levou a disputa feminina. Entre os masters, Silon “Mestre” Garcia não tomou conhecimento da concorrência e subiu ao lugar mais alto do pódio.

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Lucas Bontorin.

Guto Negrão.





zap //

DANIEL MARQUES DANIEL MARQUES É UM CARA QUE PENSA E SABE SE EXPRESSAR. EM POUCOS DIAS DESDE A CHAMADA NO SITE, CHOVERAM PERGUNTAS FILOSÓFICAS E MUITOS SKATISTAS CONHECIDOS RESOLVERAM MANDAR AS SUAS. SÓ PRA TER UMA BREVE IDEIA DO QUE ELE DESENVOLVE, PINCEI UMA LINHA DE PENSAMENTO EM UMA DAS BELAS RESPOSTAS ABAIXO: “O SKATISTA PROFISSIONAL É ALGUÉM QUE PODE TER ATINGIDO A ATENÇÃO DE MUITAS PESSOAS E AÍ QUE ENTRA COMO ENCARO O PROFISSIONALISMO: VEJO O SKATE COMO UM ÓTIMO INSTRUMENTO GERADOR DE ENERGIA BOA NESSE PLANETA E MINHA CONTRIBUIÇÃO PODE SER REFLETINDO LUZ ÀS PESSOAS QUE DÃO ALGUMA ATENÇÃO AO QUE FAÇO.” PODE CRER QUE O DANIEL TEM MUITO PRA EXPRESSAR E ESTÁ LEVANDO MUITOS A MUDAREM DE POSTURA, ATRAVÉS DE SEUS INSTRUMENTOS, SEJAM O SKATE, A MÚSICA E OUTRAS FORMAS E CONTEÚDOS. LEITURA OBRIGATÓRIA! (GYRÃO)

// DANIEL MARQUES MENDONÇA 27 ANOS, 16 DE SKATE PATRÔS: ADIDAS SKATEBOARDING, AGACÊ, CRAIL TRUCKS, MAZE SKATESHOP SÃO BERNARDO DO CAMPO

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características de uma cidade grande e caótica como SP, que é a movimentação urbana, cultural e estética, e isso se encaixa muito com o skate, claro. E também aprender o quanto de estrago uma cidade tão grande pode cometer no fluxo de vida da natureza (risos) e como podemos viver nela e contribuir o menos possível pra isso continuar. Abraço. • Salve Daniel, tudo bem? A Agacê acabou de soltar um full lenght em 2014 com parte sua e dos teammates. Na sua visão, qual a importância de ainda se fazer vídeos de marca, full lenght em uma era que os vídeos estão se tornando cada vez mais efêmeros e tem vídeos novos todos os dias, para todos os gostos? (Filipe Maia, São Paulo/SP) – Beleza Filipe! Raw skateboard até umas horas, hahaha! Ambos têm lado bom. E como você mesmo disse, os vídeos novos de internet de todos os dias são mais efêmeros. A maioria assistimos, achamos legal e já vamos pro próximo; por mais que tenha curtido, veremos poucas vezes novamente. E aí que está a importância de um full lenght, porque pode deixar uma marca de determinada época, fica como um registro mais forte de uma geração, de uma cena de um lugar ou apenas de uma banca de amigos mesmo. Não é pra ser assistido de forma efêmera. Você para e assiste. Lembra como era nas épocas das fitas? Parecia que aquele momento era infinito e não queria que acabasse logo, pra já ir para o próximo ou olhar o instagram (risos)! Você se lembra e assiste em várias épocas! Isso se o full lenght não for efêmero também (risos)... Porque hoje em dia tem cada um por aí, né? (risos) • Encontramos vários problemas no dia-a-dia que, às vezes, nos fazem refletir muito. Como seu trabalho é andar de skate, o que você faz para limpar sua mente antes das sessões? (Alexandre Veloso, São Paulo/SP) – Aê Alê! Você fez parte de muitas sessões e viu como somos problemáticos nelas (haha). O skate é uma ótima ferramenta pra limpar a mente, mas quando envolve um desafio do pico, do corpo, da manobra e imagem que quer fazer, aí às vezes o difícil é manter a mente limpa durante a sessão mesmo (risos). Pra mente estar limpa antes da sessão, é bom estar limpa antes do antes (risos). É uma atividade constante pra nossa vida no geral, e isso eu busco com meus hábitos: ouvir músicas que me fazem bem, tomar um sucão vivo, dar um salve no bolinha antes do rolê, meditar quando tenho oportunidade. Tento estar em positividade e no presente fazendo essas coisas. Abraço! • Salve Daniel, sou ligado nas leis do universo e isso interfere no meu skate e vida. Você também segue algum ritual ou “religião” para viver e andar de skate? (Rafael Soares, Passos/MG) – Salve Rafael, da hora. Me identifico com bastante coisa de algumas religiões orientais e conhecimentos xamânicos. Já fiz parte de alguns rituais bem fortes, mas não consigo seguir uma religião específica. Acredito que todas trouxeram ensinamentos e práticas muito importantes que juntas se somam e se complementam no inconsciente coletivo da nossa humanidade, assim como os homens criaram muitos dogmas através delas que já não nos servem mais nessa nova era; temos que deixar pra trás. Sigo dessa forma, a religião no sentido da palavra, de re-ligar, com nossa origem, com nossa comunicação com o Divino que temos dentro de nós mesmos e em todas as coisas, e religando com o exterior buscando com meus hábitos entrar de volta no fluxo de como funciona a vida da Natureza nesse planeta, que está precisando muito que acordemos pra isso. • Ainda que você concilie o skate e a música, você consegue dizer se tem uma preferência maior por algum deles? (Caroline Abreu, Brasília/DF) JUNIOR LEMOS

• Beleza, Daniel? Referente a uma postagem que você fez em uma rede social onde tem escrito num shape “In Search of the Miraculous”. Essa frase tem algum significado especial para você? Bom rolê. (Caio Martins, São Paulo/SP) – Beleza Caio! Esse é o nome de um vídeo de skate feito pelo Pontus Alv, da Suécia, que curti e me inspirou muito na época; estava empolgado com o filme e escrevi na lixa por isso. Além disso, o skate é uma ótima ferramenta para essa busca que a frase se refere, não acha? :) • Daniel você almejava estar em um vídeo de skate produzido no Brasil e imaginava que esse vídeo ia estar em um patamar tão importante para o skate brasileiro, chegando ao ponto de ser realmente reconhecido como o melhor do ano? O Uni.Versus foi eleito o melhor longa de skate brasileiro em 2014. Como você se sente a respeito, sendo um dos protagonistas desse fato? (André Silva, São Paulo/SP) – Quando começamos o projeto do vídeo da Agacê, sabia que era um trabalho com um potencial muito grande em termos de poder nos expressar e criar algo com identidade, não por mim, mas pelo conjunto todo envolvido; dos skatistas que teriam parte aos skatistas trabalhando nas ideias e na produção pra acontecer, somando com a memória criativa contida na marca. Esse prêmio que você citou foi do MIMPI Festival. Acho legal esses prêmios como um símbolo de reconhecimento, mas não por ser escolhido como melhores que outros, que é o que prêmios fazem. O que me deixa mais satisfeito mesmo é de fazer parte de um vídeo que somou criando sua própria atmosfera e que diverte ou inspira as pessoas, de ter esse reconhecimento através de skatistas e simpatizantes no dia a dia, que vem trocar ideia ou mandam mensagens. Valeu André pela pergunta! • Seus models de shape têm umas artes bem diferentes, e vem com CD de músicas. Foi você mesmo que produziu as músicas? E qual é a ideia das artes e das músicas? Qual é o estilo musical que você segue? (Thiago Felipe de Albuquerque, Mogi/SP) – Tive um model que vinha com um EP com músicas que eu mesmo produzi. Era uma ideia que me passou na cabeça e quando passei pra profissional na Agacê, contribuiu muito pra acontecer. A arte foi desenvolvida com o Bruno Kurru, através da ideia que dei pra ele do Efeito Horizonte, que é o nome que assino nas músicas. Esse nome vem da busca do horizonte que a gente contempla e nunca alcança, porém é o que nos deixa no presente e motivados para dar cada passo em busca dele. Não sei dar um nome pro estilo que sigo, os sons são instrumentais eletrônicos (risos) e o que fez me dar vontade de começar foram os produtores e beatmakers que vieram do rap. Talvez seja mais isso que sigo. Valeu Thiago! • Cara, o que a cidade de São Paulo te proporcionou na vida? Quais benefícios você absorveu? Tipo amigos, patrocínios e vivência? (André Henrique da Silva, São Paulo/SP) – É o mesmo André dali de cima? (risos) Eu cresci e moro em São Bernardo do Campo. No começo, a maioria dos meus amigos e os primeiros patrocínios eram daqui do ABC, mas sempre fui muito pra São Paulo; fazendo amigos de várias áreas e andando e produzindo muito em SP, já que tem muita gente na cidade fazendo acontecer o skate. Esse é um dos benefícios. Outra foi absorver as coisas bem



zap //

FELLIPE FRANCISCO

DANIEL MARQUES

Switch wallie.

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// zap

– Oi Caroline, na verdade nem preciso conciliar porque nem sou músico. A música é só uma coisa que curto fazer dentre várias outras. Faz quase um ano que não termino um som (risos). A preferência está no que dá mais vontade no momento, tenho vontade de andar muito mais vezes do que fazer um som. Valeu! • Que Abec você usa? Sabe mandar varial “flipper”? Você tem patrocínio? (brincadeiras - risos) A pergunta é: se você não fosse skatista, e sei que você falaria que não se imaginaria fazendo outra coisa, pois faz o que gosta e merecidamente, mas já pensou algumas vez em ter feito algo diferente, ou traçado algo (plano B), caso nada tivesse sido como é? (Wellss Freitas, São Paulo/SP) – Haha! Aê Welss, pelo menos uma pergunta sua entrou! Haha... Eu me imagino sim, fazendo outra, e já imaginei muitas vezes por pressão de como a sociedade funciona; família e tal. Na real, uma época o skate que foi o plano b (risos). Fiz faculdade de marketing e tinha esse lado de arrumar um trampo e o skate começou a fluir muito bem ao mesmo tempo. No fundo, mesmo o coração dizia skate e eu não me encaixava muito nos propósitos da facul. O plano é não ter planos (risos) e sou muito grato pelo que vivo com o skate, porém eu tenho aproveitado muito o tempo e a vivência do skate pra aprender outras coisas que quem sabe eu possa trabalhar com isso algum dia, e que seja algo que ajude na cura de pessoas ou da cidade, do ambiente. • Daniel, você sabe chamar a bike no grau? Conta uma história engraçada da trip pra San Francisco? É nóis, abraço! (Renato Zani, São Paulo/SP) – (risos) Salve Xarope! Na real não sei mano, primeira vez que fui dar um grau quando era criança caí de costas e peguei trauma (hahaha). Em San Francisco, nos primeiros dias a gente reservou um hotel em San Bruno, uma cidade (ou bairro) um pouco distante do Centro e que era mais barato; o hotel era igual aqueles que a gente vê nos filmes; não é um prédio que você entra e passa pela recepção. Então reservamos para pagar duas pessoas e estávamos em quatro no quarto. Logo de começo a mulher do hotel falou que se pegasse mais gente ia descontar o dobro do valor no cartão de crédito (risos). Era uma missão na hora de sair do quarto: saiam dois, olhavam tudo e depois os outros dois saiam correndo direto para o carro, sempre de touca, capuz (risos). Até que um dia bateram na porta e eu e o Savino tivemos que nos esconder dentro do armário! Aquela vontade de segurar a risada dentro do armário e não podia fazer barulho (risos). Deu tudo certo, como sempre, no fim. • Qual o melhor lugar onde você já andou de skate? Por quê? (Klauss Magnum de Andrade e Silva, Belo Horizonte/MG) – O melhor lugar foi o que eu me diverti muito e aprendi estando ali, e foram muitos que isso aconteceu. Já respondi as duas perguntas (risos). Valeu Klauss, achamos mais um com esse nome no Brasil (haha). • O que te satisfaz mais: acertar uma manobra que vem pensando há tempos ou sexo? E por quê? (Jeorge Simas, São Paulo/SP) – Hahahah! Boa Jeorge. As sensações físicas são diferentes, mas é muito relativo. O sexo pode ser tipo uma trick que já vem pensando há tempos e uma manobra pode surgir espontaneamente durante o rolê, entende? Haha! Tem também manobra que imagina e quando acerta já fica de boa de mandar outras vezes, outras nem imaginou e quer mandar quase todo dia (hahah), e por aí vai... • O skate está cada vez mais espetacularizado. Grandes campeonatos, apoios de marcas de outros segmentos, premiações atrativas. Surge uma nova geração de praticantes influenciada pelos ídolos do momento, que geralmente são os competidores da Street League. Atingiu-se um grau de profissionalização jamais visto e, paralelo a isso, há uma cobrança cada vez maior em torno da eficácia técnica. Daniel, diante esse cenário do skate contemporâneo, considero você um skatista profissional diferenciado, sempre preocupado em buscar outras referências que estão além do nosso universo. E não só isso, percebo que você se distancia dessa vertente competitiva do skate, mas, mesmo assim, é muito respeitado em virtude do seu estilo e de sua pessoa. Levando em conta essas perspectivas, gostaria de saber como você encara o profissionalismo no skate. O que você considera importante para ter visibilidade e respeito? (Giancarlo Machado, São Paulo/SP)

– Muito agradecido pelas palavras Gian! E esses grandes ídolos do momento não são necessariamente só da Street League, tem os de tutoriais da internet, instagram e por aí vai (risos). Considero importante, primeiramente, eu ter o meu próprio respeito, e a visibilidade clara de quem eu sou e o que tenho pra oferecer como skatista. Só assim pra passar para os outros e ter respeito de volta. O skatista profissional é alguém que pode ter atingido a atenção de muitas pessoas e aí que entra como encaro o profissionalismo: vejo o skate como um ótimo instrumento gerador de energia boa nesse planeta e minha contribuição pode ser refletindo luz às pessoas que dão alguma atenção ao que faço. Sempre tive um pé atrás com essa coisa de grandes ídolos e as pessoas cegamente querendo ser como eles; o que mais me motiva é conseguir motivar alguém a descobrir quem ele é, como pode usar isso, e aprender mais sobre o que está a nossa volta. E que coisa boa que é o skate pra isso né?! • E aí Daniel, na paz irmão? Você é um cara de uma paz interior muito grande, uma concentração de luz e de energia positiva, sempre buscando a evolução nas manobras e como ser humano; mas o mundo está rodeado de pessoas que não são felizes com o que têm, não são felizes com o trabalho, e não conseguem ser felizes com elas mesmas. Consomem nossas energias reclamando de tudo, fazendo guerras, com falsidade, corrupção, e maldade no coração. Gostaria que você deixasse uma mensagem de luz para esse mundo de escuridão. Abração. Boas Sessões! (Diego Fiorese, Copenhagen/Dinamarca) – Na paz, Fiore! Espero que por aí também. Ô lugar! Haha! Fico feliz que você sente isso, até mesmo porque pelo mais que busco também me pego reclamando muito ainda e às vezes não me sinto feliz comigo mesmo. Acho que a mensagem já está aí, já tem muita gente sofrendo e sendo infeliz pra gente ser mais um infeliz colaborando com isso nesse planeta (risos). Se a gente for mais uns se concentrando mais nas coisas boas (que estão aí o tempo todo) e se mantendo mais positivos, a coisa cresce e vai que atinge quem está nessa escuridão?...! • O skate está em constante evolução e hoje em dia está dividido entre o de “nível” e o resgate do antigo, com as manobras mais simples, divertidas e mais “bonitas”. Qual sua opinião sobre essa fase do skate? Vemos essa diferença do skate técnico e mais “puro” no Uni.versus com a parte do Cotinz e do Fábio Cristiano. Muitos garotos, quando veem a parte do Cotinz, devem até ter uma confusão na mente (hahaha). (Luis Moschioni “Arroiz”, Tatuí/SP) – Ahahah! Tem uns que quando veem algo diferente apenas pensam que eles são doidos e é isso (risos). Acho legal essa pergunta, porque é um assunto muito presente hoje em dia, e eu acho que a gente está no momento mais legal do skate, em que está tudo acessível e tudo possível pra gente experimentar; assim como as outras coisas, não só skate. Alguns estão descobrindo até que altura um corpo humano consegue aguentar um despenco (risos). Outros descobrindo o quanto é possível deslizar com um pé na borda e o outro no chão. Claro que tem um certo lado perigoso na banalização e massificação da informação. Mas é isso, cada um pode fazer do jeito que quiser e vai ter amigos, oportunidades e lugares pra fazer isso, marcas e vídeos pra cada estilo. Vai de cada um se descobrir e escolher, essa é a nova era, está tudo aí, e em abundância, só espero que escolham pro lado mais próximo do seu verdadeiro Eu e não só do ego, senão vai atolar! Hahaha... * Pergunta escolhida para receber kit de produtos de patrocinadores do Daniel: Rafael Soares, Passos/MG

PRÓXIMO ENFOCADO: RENE SHIGUETO ENVIE SUAS PERGUNTAS PARA: TRIBOSKATE@YMAIL.COM COM O TEMA LINHA VERMELHA – RENE SHIGUETO COLOQUE NOME COMPLETO, CIDADE E ESTADO PARA CONCORRER AO PRODUTO OFERECIDO PELO PROFISSIONAL. 2014/dezembro TRIBO SKATE | 35




entrevista am // igor smith

UM ALUNO

APLICADO

ELE É FILHO DE PROFESSOR E SEMPRE FOI UM BOM ALUNO. É UM DOS MAIS ASSÍDUOS FREQUENTADORES DA CENA DE CAMPEONATOS DE SÃO PAULO, ALÉM DE COLECIONAR VIAGENS PARA COMPETIR EM MUITOS ESTADOS BRASILEIROS E ATÉ PORTUGAL. IGOR É FRUTO DE UMA GERAÇÃO QUE VÊ A DEDICAÇÃO AO SKATE COMO ALGO NATURAL, NECESSÁRIO, COMPULSIVO ATÉ. É QUASE INADMISSÍVEL PARA ELE E O SEU PAI, O ROGER TILSKATER, PERDER UM EVENTO AMADOR DE QUALQUER PORTE. ESSE MESMO EMPENHO EM RESULTADO E PRESENÇA, A FAMÍLIA TRANSFERE PARA AS AÇÕES DE MARKETING DE SEUS PATROCINADORES, QUANDO ROLAM CONVITES PARA APRESENTAÇÕES EM LOJAS, PISTAS OU PREFEITURAS DO INTERIOR E DISPARAM TUDO PARA O MAIOR NÚMERO DE REVISTAS, SITES, BLOGS E REDES SOCIAIS, QUASE SEM DESCANSO. QUANDO ROLOU A CAMPANHA PARA A CONSTRUÇÃO DO BELO SKATEPARK DE MOGI DAS CRUZES, MORADA DA FAMÍLIA, OS SMITHS ESTAVAM MARCANDO TERRITÓRIO. COM UMA CARREIRA DE AMADOR COMPARADA AO ALUNO MAIS APLICADO DA ESCOLA, IGOR ESTÁ SE DESPEDINDO DA CATEGORIA PARA ESTREAR UMA NOVA FASE DE SUA VIDA EM 2015. ESTA MERECIDA ENTREVISTA É UM RITO DE PASSAGEM. BOA SORTE, IGOR, VOCÊ FEZ POR MERECER! ENTREVISTA JUNIOR LEMOS // FOTOS ROBSON SAKAMOTO

V

ocê tem o skate influenciado pela família, é isso? Sim, desde o começo, quanto eu tinha uns quatro anos, meu pai sempre me levava pros eventos, andava na rua. Não só meu pai, como também meu tio e meus primos, que também andam de skate. É uma família skateboard! Fiquei sabendo que o Tilskater começou a andar por influência sua, já com barba na cara. Ele andava de leve, mas depois que eu comecei a andar, ele começou a me acompanhar nos rolês. Acho que ele já tinha uns 30 e poucos anos. Agora a sua influência também chegou ao Dylan, seu irmão mais novo. Sim, não só eu como meu pai também viemos passando as bases pra ele. É uma influência que vem de toda a família, também. Mas o Dylan vem numa pegada diferente. Ele é mais independente do que eu, na verdade; ele anda porque gosta mesmo. Dá pra ver! Isso é style porque ele anda de skate, se diverte. Com ele foi sem pressão, bem natural mesmo. Isso que foi o mais da hora. Vocês estão todo final de semana em eventos de skate, seja marcando presença ou competindo. O que você acha desse modelo brasileiro, de que é preciso se dar bem em eventos pra poder se destacar para o mercado? Acho da hora, porque no Brasil se tem que fazer essa correria mesmo. Independente se tem pai ou não que te influencia, como eu tive; isso é da hora porque todo final de semana estava em um evento e eu estou nessa pegada até hoje. Isso é bom para aparecer nas mídias, fazer seu nome. Mas nada disso dá resultado sozinho! O skatista precisa também ter seu blog, sua página no Face, porque foi esse conjunto que me fez aparecer, não só ir em eventos. É praticamente a base de tudo, foi a forma como construí minha carreira. Tem que ir aos poucos, começar de baixo, ir em eventos e aparecer, até chegar num ponto que chega a hora de passar pra pro! Você está há quanto tempo como amador? Sete anos, já. É um bom tempo, hein? Eu acho que é complicado falar disso. Às vezes uma marca quer, mas existe toda uma estrutura por trás que também precisa dar certo. Acredito

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que eu cheguei num ponto de amador que já não tem muito o que fazer, praticamente! E eu acho que sete anos é o tempo certo pra se ter experiências. Nesse tempo fui pra Europa, viajei bastante dentro do Brasil pra ir em eventos. Acho que é o tempo certo, pra mim. Você acha que a categoria profissional exige uma presença diferente? Quando eu passar, quero me destacar mais pelo skate de rua. Quero fazer vídeo parte, fazer uma entrevista, viajar pros EUA, porque ainda não tive a oportunidade. É uma parada que eu quero muito mesmo, fazer uma entrevista por lá. Isso vai ser importante pra mim. Campeonato também é bom, mas como profissional vai ser mais skate de rua mesmo. Lógico que vou correr os que tiverem; tem que estar presente e participar. O que mais muda quando o skatista passa de amador pra pro, no Brasil? Acho que quando você constrói um nome forte como amador, não só como eu fiz, mas toda uma galera que passou pra pro assim, é ter um model de shape, model de roda, de tênis. Isso aí, pro skatista, é muito style. É uma forma de valorizar seu nome, é uma satisfação imensa e espero poder conquistar o meu também. E pro amador que quer passar pra pro e não tem essa perspectiva? No Brasil é foda, principalmente se você não tiver patrocínio; caso da maioria dos amadores brasileiros, que estão andando muito, mas não tem a oportunidade. O que eu posso dizer neste caso é não desistir. Continuar fazendo o corre, vídeo parte que é o que dá bastante destaque hoje em dia. Você também filma skate. Isso veio de influência do seu pai? Então, vídeo eu comecei a produzir mesmo na minha região, com uma câmera simples, bem essência, no começo mesmo. Daí eu fui pegando gosto pela parada. Achei muito style não só filmar skate, curto também filmar outros tipos de eventos. Encaro meio que como um hobby, meio como profissão. Tanto que recentemente abri uma produtora com um amigo meu, que é lá de Mogi, e a gente vem crescendo. Acho que além do skate, também é preciso ter uma parada por fora pra você poder se sustentar. O skate é bom, mas chega uma hora na sua vida que você vai continuar andando, mas não igual antes. Aí você tem que ter uma parada paralela! Fez curso ou aprendeu com vídeo-aula no Youtube? Você aprende também no Youtube, porque é uma parada boa. Mas eu


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igor smith // entrevista am

Fakie tailslide flip out.

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entrevista am // igor smith

também fiz curso no Senac, fiz cursos de rádio e TV no SBT, comecei a fazer faculdade mas tranquei. É isso, vídeo é da hora, mas fotografia eu ainda estou aprendendo. Estou me aprofundando mesmo nos vídeos! Já está ganhando uma grana? Sim, tô conseguindo fazer umas viagens com essa grana. A p&b skateart é essa produtora ou uma ideia? Não, essa é uma parada minha, do Joviano, do meu pai e do Dylan. A gente quis desenvolver uma ideia que envolvesse skate, arte de rua e a essência da fotografia, que é a foto em preto e branco. Não só eu, como uma galera curte bastante foto em p&b; e aí a gente está produzindo um vídeo pra 2015! Isso é tipo uma marca? Sim, é uma marca. É uma parada pra skatista. Vamos fazer voltado pro skate mesmo. Acho da hora isso! Você acha que as mídias sociais estão criando bons skatistas? A rede social veio pra ajudar e muito a rapaziada que não tem acesso (à informação). A revista é importante, lógico, mas ter um Instagram, um canal no Youtube, uma crew, seja o que for, facilita muito hoje em dia. Só basta a galera pegar e se mover, sair pra rua, filmar, sei lá; é o que eu penso. A fórmula é essa então? A fórmula é você se mexer, parar de ver vídeos de skate e ir pra rua! Você já foi pra Portugal? Sim, fiquei lá no Thaynan. De lá eu fui visitar outros lugares da Europa, porque de outra forma não teria dinheiro pra isso. Chegou a andar de skate por lá? Andei, tem bastante picos mas são bem difíceis. Tem coisa pior que no Brasil, mas tem que andar de skate, né? Fiz imagens lá, em Barcelona, Amsterdã. Eu fui pra bastante outros lugares, também. Você conhece o Thaynan desde quando? Puts, eu não lembro a época, mas lembro que ele morava no Brasil, na zona norte de São Paulo, e foi bem quando o pai dele, o Rogério, construiu a marca Up Stream. Eu fui patrocinado, o (Felipe) Bochecha, o Thaynan, Miguelito e Sobral também, mas depois ele foi pra Europa, construir a vida dele por lá. Nossa amizade continua, logo mais ele estará no Brasil e a gente vai estar andando junto aí. 2015, o que estão nos planos do Igor? Meus planos são: passar pra pro, pretendo fazer mais uma entrevista em revista, fazer uma vídeo parte pela Urgh assinando um pro model, o vídeo da p&b também vai sair. Em relação à viagem, se tudo der certo quero ir pra Califórnia. Sempre quis e nunca consegui, justamente pela parte financeira. Agradecimentos: Primeiramente minha família (meus pais sempre estiveram juntos), meus amigos de Mogi, minha noiva também, que vem sempre dando uma força; isso é da hora. Meus patrocinadores que acreditaram e construíram uma carreira comigo. E é isso aí, o skate não para!

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Nosegrind reverse.

// IGOR SMITH 24 anos, 16 de skate Nasceu em São Paulo, mora em Mogi das Cruzes Patrocínios: Urgh, Freedom Fog, loja Ecoboard e Plimax


Bs noseslide em Amparo, interior paulista.

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Inward heelflip, Av. Faria Lima.

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igor smith // entrevista am

Varial heel nosegrind reverse, Praรงa Roosevelt.

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Um big drop estreito e muito gás para chegar no topo da transição escondida de um monumento no Parque Eduardo VII. Mano Crazy e seu big nollie heel to fakie em um dia de sol escaldante.

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portugal // viagem

INVADINDO A TERRA DOS INVASORES SKATISTAS BRASILEIROS SEMPRE ESTIVERAM EM PORTUGAL, DESDE OS ANOS 80, MAS NUNCA FORAM UMA PRESENÇA OSTENSIVA. NOS ANOS 80, PARTE DA EQUIPE DA LIFESTYLE, ENTRE ELES O RUI MULEQUE E O FERNANDINHO BATMAN, FOI FAZER UMA SÉRIE DE APRESENTAÇÕES NO PAÍS E ELES ERAM CONHECIDOS PELAS REVISTAS BRASILEIRAS QUE POR LÁ CIRCULAVAM, COMO A OVERALL. NO COMEÇO DOS ANOS 90, O CELSO NOT DEAD FEZ NOME POR LÁ, E JÚLIO CESAR VASCONCELOS “FEIO”, DO RIO, CHEGOU A SER PROFISSIONAL POR MARCAS E DISTRIBUIDORAS NO PAÍS NA PRIMEIRA DÉCADA DO NOVO SÉCULO. ALGUNS OUTROS MAIS NOVOS FORAM ATÉ LÁ EM OCASIÕES PONTUAIS NOS ANOS 2000 E MESMO NESTA SEGUNDA DÉCADA DESTE SÉCULO, ENTRE ELES O RODRIGO TX (EM TOURS), O IGOR SMITH (EM EVENTOS). HOJE EM DIA O THAYNAN COSTA VIVE NO PAÍS, ONDE SE PROJETA PARA A EUROPA COMO SKATISTA. O CENÁRIO DO SKATE NO PAÍS NUNCA DECOLOU COMO EM OUTRAS NAÇÕES EUROPEIAS, TANTO QUE APENAS UM PRO CONSEGUIU ALGUMA NOTORIEDADE, O JORGE SIMÕES. AGORA EM 2014, NOSSOS SANGUINOLENTOS DANIEL CRAZY E DIEGO SARMENTO INVADEM PORTUGAL PARA NOS ATUALIZAR SOBRE ESTA CENA QUASE DESCONHECIDA. O RELATO DE DANIEL (COMO ANDOU NESTA TRIP!) E AS FOTOS DO DIEGO, SÃO UM PRENÚNCIO DE QUE AS COISAS PODEM MUDAR PARA MELHOR, CONTANDO SEMPRE COM O EMPURRÃO DOS BRASILEIROS. (GYRÃO)

POR DANIEL CRAZY // FOTOS DIEGO SARMENTO

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portugal // viagem

Ss flip nosesliiiiiiiiide foi a trick que Gallo escolheu para registrar, depois de horas de diversão na borda extensa que mais parecia um escorregador gigante.

Mesmo em dia chuvoso o skate não podia ficar parado, a vontade era tão grande que achamos esse pico nada fácil de pedra portuguesa e mármore embaixo de um viaduto. Bs five-0 to drop no mármore úmido e escorregadio, vindo da pedra portuguesa e passando um gap extenso, tudo isso com rodas macias usadas para filmar. Essa foi hard mano Crazy!

Alano Kefa, nesse ousado pop in bs lipslide pop out, nas presas. Poucas tentativas, repressão dos moradores locais e policiais a caminho. Depois a correria, equipamento, skate e tudo mais de qualquer jeito pra dentro do carro.

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viagem // portugal

P

or toda a vida sempre buscamos saber nossas origens e por que somos assim. Ficamos sabendo por livros o que aconteceu no passado, porque nossa língua é diferente do resto das Américas, por que isso, por que aquilo. Mas, andando pelas terras dos “invasores”, tive a percepção de que só a língua é parecida e mesmo assim diferente! Somos “zicas”, não “zucas” (são chamados assim os brasileiros que vivem por lá), invadindo quem quis invadir o mundo e ficaram com tão pouco. Somos tão diferentes que até o português do “Brasa” não é igual. Conhecendo as pessoas de lá, vi que somos muito diferentes, mas conhecendo os lugares, aí sim, somos parecidos. Mas, enfim, junto com meu mano Diego Sarmento, fizemos mais uma trip em busca da verdade, e com os brazicas verdadeiros que lá vivem: Wagner “Cabeça” Gallo, Alano Kefa - aka Penas Raras, Nadinho Digojango, e o mano Capicaco. Poderia contar um milhão de coisas que estes brazicas passaram pelas terras dos invasores, mas tem uma em especial que meu grande irmãozinho Cabeça me falou em um de seus grandes delírios de consciência. “Mano Crazy, olha as ruas, só têm pessoas velhas! Daqui 10, 15 anos todos vão morrer e aí, nós brazicas vamos dominar tudo por aqui! A gente que vai mandar nessa fita! O bagulho vai ser tudo nosso!” E, por assim dizendo, penso que os “brazicas” vão ficar por lá muito tempo. O skate em Portugal não é muito forte. Não existe trabalho de base, não se vê molequinhos andando nas ruas com seus skates. Eles estão um pouco fora do eixo, um pouco esquecidos perto de outras localidades europeias. Existe muita virgindade a ser desbravada naquelas terras. 15 dias foram poucos perante a imensa variedade de picos pelas ruas de Portugal. Penso que meus amigos que lá vivem, por lá ficarão, pois têm tudo que um skate de alma precisa: muita amizade, mármore e uma vida tranquila, longe deste caos que vivemos aqui. E por lá, como foi aqui em nossa colonização, eles também passaram situações adversas com sangue e suor e cravaram a bandeira do Brasa com força de vontade. Estão estabelecidos e confortáveis depois de passar por muitos perrengues, e continuam unidos e mais amigos do que nunca. Alguns voltaram, outros se foram pra outras bandas, mas as bases continuam fortes na “terra dos invasores”.

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Uma tempestade a caminho, um spot espancado por vários, mas para Daniel Crazy isso não seria problema. High jump to manual drop pra inovar.


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portugal // viagem

Pelas estradas de Portugal, entre uma cidade e outra foi onde paramos para manobrar um bump perfeito para a rua. Farol do carro apontado para o pico, flashes montados, Crazy no veneno e um bs flip estalado.

Invadimos a Vila de Sintra, distrito da Grande Lisboa em busca de novos picos e lá fizemos o moment desse big ollie do mano Crazy. Só que, essa é a última manobra de uma linha pesada filmada por Alano (na melhor hora, todos vão poder assistir a linha completa.)

Crazy escalando paredes? É, e bem escalada. Bs wallride ignorando os trancos e os seguranças da estação de metrô.

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portugal // viagem

Dois trens, um barco e algumas horas foram os meios de transporte e tempo usados para chegar à cidade de Almada, na região de Lisboa. Diferente de Wagner Gallo que com algumas tentativas e pouco tempo ignorou o gap com um ss fs flip na elegância.

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entrevista pro // william damascena

AS ANDANÇAS DO

DAMASCENA DE CARONA, A PÉ, DE ÔNIBUS OU AVIÃO. ATÉ REMANDO DE SKATE IRIA SE FOSSE PRECISO! AFINAL QUEM NÃO GOSTARIA DE PEGAR O SKATE E SAIR PRA CONHECER O MUNDÃO? SAIR DANDO IMPULSO COM SEU CARRINHO FOI O QUE FEZ WILLIAM DAMASCENA, CARIMBANDO SEU PASSAPORTE VÁRIAS VEZES, COMO PRA SE MANOBRAR FOSSE PRECISO DE DOCUMENTO. MAS DEPOIS DE EXPLORAR TERRAS ESTRANGEIRAS ELE ALTEROU SUA ROTA E PERCORREU NOS ÚLTIMOS MESES DIVERSAS REGIÕES DO BRASIL, COLETANDO FOTOS QUE ESTAMPAM ESSA ENTREVISTA. SKATISTA DO MUNDO, BRASILEIRO DE SÃO PAULO, DAMASCENA ACABA DE IR MORAR NO RIO, COMPONDO ASSIM UM MOSAICO DE PAISAGENS E CLIMAS QUE O FIZERAM TER CERTEZA DE QUE MESMO COM A NOÇÃO DO DESTINO, O MAIS INTERESSANTE DO TRAJETO É O QUE SE FAZ PRA CHEGAR LÁ. E PARA O DAMASCENA, OS CAMINHOS SÃO RECHEADOS DE COMBOS, SUA CARACTERÍSTICA MAIS MARCANTE. COM A PALAVRA O DAMASCENA. TEXTO JUNIOR LEMOS // FOTOS JUNIOR LEMOS, JULIO DETEFON, RODRIGO POROGO, DIOGO GROSELHA, RODRIGO K-B-ÇA

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RODRIGO POROGO

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JUNIOR LEMOS

william damascena // entrevista pro

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ocê acabou de fazer a ponte aérea, estamos aqui aproveitando uma passada rápida sua por São Paulo. Você é um cara que vive viajando? O skate proporciona isso pra gente, poder viajar. E é das partes que eu mais gosto: viajar, conhecer as pessoas e novos lugares, sempre. Você acaba aprendendo muitas coisas com isso! Você aprende manobras novas, entra em contato com pensamentos e estilos de vida diferentes, então isso que é da hora de estar sempre viajando; é estar sempre na conexão com as pessoas, em vários lugares; é poder se divertir e fazer o trabalho, que também é importante. E isso você vem fazendo bastante, viajar com o skate! Esse ano eu foquei mais em viajar pelo Brasil, porque nos dois anos anteriores eu viajei pra fora, fui pra Europa. Em 2014 eu tentei focar mais aqui, que tem muitos picos, lugares para se conhecer. As fotos da entrevista foram feitas em lugares diferentes, como foi isso? No intervalo que eu tive de viagens para campeonato, em tours, aproveitei pra tentar fazer pelo menos uma imagem em cada cidade. Fiz fotos durante a Hordem Tour em Campo Grande, teve foto em Minas quando fui pro Circuito Banco do Brasil em Belo Horizonte, no CBSk e no Mundial em Fortaleza já fiz outra e em Floripa também, onde é o QG da Qix. Em cada pico que eu colei, tentei registrar uma diferente. Sul, Centro do Brasil, Sudeste e Nordeste. O legal dessa entrevista é que os fotógrafos também foram diferentes, cada sessão foi especial. Como você faz pra conhecer os picos dos locais visitados? Muitos desses lugares você não conhece. É ficar de olho, quando se passa no centro da cidade você fica olhando os picos pra se andar, sente o clima diferente de cada lugar. Tipo em Floripa, um lugar totalmente de paisagem, praias, tá ligado? As pessoas pensam que não tem pico, mas tem bastante, é só procurar. Na época que eu passei lá foi assim, a gente não conhecia nenhum. Fomos ‘caçando’ até achar, alguns tiveram que receber massa plástica pra poder andar. Vai andando de carro e tentando! E apesar de toda essa disposição em conhecer novos lugares com o skate, não tem hora que dá vontade de voltar pra casa? É, tem sim. Eu sou um cara que ama andar de skate e também curto as coisas simples, como chegar em casa e ficar de boa, ligar a TV e jogar um videogame. Descansar, trocar ideia com a mulher, andar de skate com ela.

Fakie flip em Campo Grande, durante a Hordem Tour.

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A gente não pode deixar de perguntar, como é ter uma noiva skatista? É da hora, eu não procurava isso (mulher skatista) na época mas ela veio me completar. Não é só o skate, as ideias batem bastante e o que faltava em mim ela veio pra somar! É da hora, a gente faz sessão juntos, se diverte e vê vídeos; um indica coisa pro outro ver. É um bagulho da hora, bem sadio porque normalmente quando um cara vai andar de skate com a namorada que não anda de skate, a mina fica lá bicuda, não fica nem 10 minutos e já quer sair fora. Comigo é diferente, a gente sai pro rolê juntos, tem dia que ela escolhe onde andar. Ou até ela tem os rolês independentes dela, com as amigas. É um bagulho bem skate, a gente se diverte juntos ou estando com os amigos, e assim vai! E o sobrenome parecido, é coincidência? É coincidência sim, já veio meio que no nome. Você nasceu e morou em Cotia? Não, eu nasci em São Paulo mas fui morar com 5 anos de idade em Cotia. E agora, faz poucas

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semanas, que me mudei e estou morando no Rio de Janeiro. Qual é a história da pista de Cotia? A gente sempre esteve na correria de fazer picos de skate. Lá tem um ginásio que a gente sempre andou de skate, só que a quadra era muito zoada e a gente parou de andar. Depois de um tempo viajando, resolvi ficar um pouco mais em Cotia, porque tinha que fazer umas coisas lá também e a gente estava sem lugar pra andar, a galera manobrava muito no Centro, que é sempre muito movimentado. Foi quando conversei no ginásio pra poder voltar a andar na quadra, chamei os moleques, pedi pra não alastrar e começamos a construir os obstáculos. Foi criando meio que uma família. Os moleques da nova geração de Cotia estão na pegada. A gente fazia vaquinha; até zoava dizendo que tem que dar o dízimo pra ajudar nos obstáculos. Até incentivava com peças pra quem doasse mais durante o mês, pra manter o pico sempre skatável. Agora a gente está com a nova briga da pista de skate. Conseguimos verba com uma deputada


JUNIOR LEMOS

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Fs flip tailslide to switch crooked, no coração de SP.

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JULIO DETEFON

Nollie bs heel em Fortaleza.

federal e o Fernando Jão está ajudando a gente a fazer a pista, junto com o Marcelo da Compacta. A verba já foi liberada, eu fiz o desenho da área e está encaminhado pro ano que vem. Se Deus quiser, vai sair uma pista de skate boa lá em Cotia. E a antiga cidade cenográfica de lá, ainda existe? É o Parque Cemucam, já andei lá há um tempo. É um pico diferente, existe ainda, na verdade, só que o chão é meio roots. Cola uma galera diferente lá também pra andar! Mas na verdade o que concentra o skate de Cotia é lá no ginásio mesmo. Você foi finalista do primeiro Qix TV Contest? Acha importante a iniciativa? Muito importante. Vários moleques andando de skate todo dia, a maioria tem acesso à câmera. Eles começam por diversão e depois pode vir a ser a profissão deles. É da hora também, porque tem moleque que não está acostumado ou não gosta dos campeonatos tradicionais, de um minuto valendo, e o Contest quebra um pouco isso. O moleque pode mostrar seu skate real, fazer aquele que ele sabe fazer! É pegar um minuto com as melhores manobras que ele conseguiu render e concorrer a um carro zero km. Sem contar que é

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um oportunidade boa pra mostrar seu skate, todo mundo está de olho no seu vídeo. Pra mim, posso dizer que uma das coisas que ajudou a entrar na Qix foi ter sido finalista do primeiro Qix Contest. Você já tem promodel de rodas e eixos. Quando virão os demais? O shape estamos no projeto, que vai sair pela Form. A Prosk8 vai mudar de nome, agora vai ser Form Skateboards. O meu shape vai sair no começo do ano que vem, junto com o do (Rodrigo) Maizena e do Jani Latiaia, usando a tecnologia Tip Technology. Sobre o tênis, estamos trabalhando, é meu primeiro ano na Qix. Vou trabalhar pra conquistar isso, tem que se empenhar muito. É uma coisa natural, não adianta querer forçar nada agora. Deixo na mão deles que sabem direitinho o que se precisa fazer e eu confio no trabalho deles. Sem esquecer que das marcas que estou atualmente, a Hordem, Gobby, Remake Sunglass e a Black Sheep é a que estou há mais tempo. Lá é família; a equipe é da hora, o (Guilherme) Rocha toma conta, os donos também, o (Eduardo) Brutão, o Júlio. Lá eu me sinto em casa e estamos trabalhando também pra lançar collabs de confecção. Estamos firmes e fortes! Essa inovação faz diferença mesmo?


william damascena // entrevista pro acaba ficando mais afastado dos amigos, da família. Tem várias festas que queria ir com os amigos ou eventos com a família que acabam não rolando por causa da agenda de compromissos. A coisa mais importante pra mim são os amigos e a família, então é uma coisa que eu fico meio assim; é o único lado negativo de ficar viajando direto. E as roubadas, você acha que skatista está mais preparado pra se livrar delas? Depende do skatista e do contexto da situação porque tem bote errado que a gente cai que pode ser o cara mais experiente do mundo que vai cair sem querer. Tipo, vai viajar esquece alguma coisa, esquece o handle ou a bateria e lembra no meio da viagem. Ou pega o busão errado, é taxista que quer meter a marreta. Ou até mesmo na rua, os caras apontando faca pra impedir a gente de andar no pico, então tem várias situações que você viajando vai aprendendo a lidar. Trocando ideia, principalmente, já consegue se livrar de algumas situações desagradáveis. É inevitável, mas faz parte do skate porque ele é improviso. A gente tem que se sobressair pra continuar andando!

// WILLIAN DAMASCENA 28 anos, 14 de skate De São Paulo, mora no Rio Patrocínios: Qix Internacional, Prosk8 Scandinavia, Hordem Wheels, Gobby Trucks, Remake Sunglass e Black Sheep

RODRIGO K-B-ÇA

Faz sim. Na primeira sessão que já fiz sai manobrando, normal, não teve nada de mais, não estranhei nada. É uma tecnologia que vem pra somar aqui no Brasil porque eu ando sem preocupação. Se o skate vai bater em uma quina ou em uma mureta, sei que não vai sair lasca. É uma preocupação a menos! Quando vou pular um gap, não fico mais encanado se ele vai cair de bico. O barato foi feito pra isso, andar de skate sem preocupação porque a durabilidade do shape vai ser maior. Estou bem satisfeito. E qual será a sua próxima viagem? A missão não para, seja para os eventos que ainda faltam rolar, seja para os compromissos profissionais. E o que aparecer de oportunidade a gente também está colando. Agenda de skatista é meio que uma incógnita, uma hora a gente está aqui, em outra estamos em outro lugar. Tem que aproveitar sempre! A gente falou até agora das coisas boas, mas e o lado ruim de se viajar direto, qual é? Tem um lado ruim porque você está viajando direto, andando de skate e trabalhando, mas você

Fs flip em Florianópolis.

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DIOGO GROSELHA

william damascena // entrevista pro

Flip nose manual nollie flip out no coração de BH.

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CENÁRIOS CENÁRIO É O ESPAÇO ONDE A HISTÓRIA, REALIDADE OU FICÇÃO SE PASSA. PARA A FREEDAY, CONHECIDA POR GARANTIR SEMPRE INOVAÇÃO PARA MUITAS E MUITAS HISTÓRIAS, ESTE É O TEMA DA CAMPANHA DA COLEÇÃO QUE ESTARÁ CIRCULANDO EM 2015. AFINAL, TODA CAMPANHA DE SUCESSO PRECISA DE UM BELO CENÁRIO. PLANEJADA PARA PERCORRER O PAÍS E ALGUNS CENÁRIOS DO MUNDO, A TOUR QUE LEVA O NOME DA COLEÇÃO, PROCUROU MOSTRAR PICOS CONHECIDOS E DESCONHECIDOS DO SKATE. “CENÁRIOS”, A TOUR, REÚNE SKATE, MÚSICA, SONHOS, REALIDADE, PICOS, NOVOS EFEITOS VISUAIS E MUITA COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO. COM TRADIÇÃO EM GRANDES PRODUÇÕES, MAIS UMA VEZ A FREEDAY ASSUME A VANGUARDA DO STREET, DANDO NOVOS PASSOS NA CRIAÇÃO DE UM GRANDE ESPETÁCULO, OLHANDO ALÉM. A GRANDE PROPOSTA DA CAMPANHA É MOSTRAR A REALIDADE DOS CENÁRIOS POR ONDE OS ATLETAS PASSARAM, FAZENDO DOS PICOS UMA EXPERIÊNCIA DIFERENTE, ALÉM DE ACOMPANHAR O UNIVERSO ONDE OS ATLETAS ESTÃO INSERIDOS. TEXTO ALEX MONTEIRO // FOTOS HEVERTON RIBEIRO

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freeday // tour

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freeday // tour

Q

ual o cenário predileto da sua vida? Um galpão abandonado no mais absurdo silêncio? O pôr do sol? Sob as luzes da noite de um local proibido, onde o barulho dos carros passando e a agitação de grandes metrópoles tornam-se música de inspiração para uma grande manobra? Como carro-chefe da campanha, teremos este documentário, onde a Freeday apresenta alguns cenários para a prática do skate, marcados por picos consagrados, alguns desconhecidos, cores, locais incomuns e manobras pesadas de nossa equipe de skatistas. Os grandes vídeos, como tradição da marca, chegam com tudo para fazer barulho nos mais diferentes planos de fundo percorridos, soltando muitas manobras!

“Essa viagem foi muito boa, por poder fazer parte de uma equipe astral demais, que motiva muito uns aos outros, sempre inspirando as sessões! Também, pela irmandade local muito acolhedora. Fizeram com que nos sentíssemos em casa, mesmo estando fora do nosso país. Obrigado a todos que proporcionaram essa energia boa pra todos nós!” JN CHARLES JN Charles, fakie flip, Montevideo.

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“Acredito muito em ‘destino’. Ele conduz a vida de acordo com uma ordem natural, da qual nada que existe pode escapar. A partir do momento em que se aproxima skatistas com uma mesma sintonia e um mesmo objetivo, coisas incríveis acontecem. A energia positiva predominou e nos levou a picos alucinantes, verdadeiros cenários de filmes. Quero agradecer a todos os locais que nos ajudaram a encontrar esses lugares também; sem palavras! Um fator muito importante foi que o Heverton (fotógrafo) e o Zezé (videomaker) interpretaram muito bem a proposta da campanha desde o começo, facilitando muito a captação de imagens e chegando a um resultado além do esperado. Nunca me senti tão bem andando de skate como nessa tour. Muita risada, equilíbrio e irmandade entre todos. Uma verdadeira família. Keep skating!” RICARDO PORVA Ricardo Porva, fs noseslide, Brasília.

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freeday // tour

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“Para mim, poder fazer parte de um projeto como foi o da Tour Cenários, foi algo incrível. Ter a oportunidade de viajar por cidades e países que ainda não conhecia, foi especial demais. Acho que conseguimos absorver grandes coisas dos lugares por onde passamos, tanto como novas culturas, amizades, imagens, fotos e conhecimentos. Estou bastante feliz; só tenho a agradecer por fazer parte de tudo isso e por esses dias na estrada com meus amigos e companheiros de equipe! Obrigado! Já estou ansioso pelas próximas tours.” PATRICK MAZZUCHINI

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Patrick Mazzuchini, crooked, Niterói.


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“Cenários da vida, cenários do mundo, cenários da mente, cenários vividos, cenários passados, cenários presentes. Freeday Cenários - sempre haverá um novo… Busque o seu! Cést la vie…” PAULO GALERA

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Paulo Galera, crooked transfer, Santiago.


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“Cenários é uma daquelas campanhas que se têm uma alegria imensa de fazer parte. Primeiro por ser uma viagem com um grupo que, além de companheiros de equipe, são amigos e brincalhões, o que torna a vibração sempre especial. Segundo que, como o próprio nome já sugere, estaríamos viajando pra locais que além de ter bons picos pra andar, têm toda uma beleza natural, uma cultura arquitetônica peculiar, o que fez todos ficarem muito empolgados. Vários dos lugares seria a primeira vez pra todos, o que tornou ainda mais encantador.” ADELMO JR Adelmo Junior, mayday, Punta Del Este.

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“Quando o Alex (gerente Freeday) comentou sobre fazer uma tour e produzir um vídeo eu pensei, ‘meu Deus, que coisa boa ouvir isso do gerente da empresa!’ Rapidamente convocamos para uma reunião toda a equipe profissional: Adelmo Jr, Paulo Galera, eu, JN Charles, Patrik Mazzuchini e Ricardo Porva, mais o Zezé (videomaker) e o Heverton Ribeiro (fotógrafo). Todos muito felizes por estarmos planejando mais uma Freeday Tour! Depois de muitas ideias e referências, definimos as cidades, as datas e o tema Cenários, que foi ideia do Alex. Chegamos em Montevideo, uma cidade que eu já havia visitado algumas vezes e que mudou muito desde a última ida. Muitos picos de mármore, fácil acesso para andar e chegar nos picos, muitos amigos uruguaios nos acompanhando nas sessões e uma energia muito boa da equipe; aquela euforia da primeira cidade a ser visitada pela Tour Cenários, que mostrava que renderia bastante material para toda a campanha. Algumas semanas antes de ir para o Uruguai, eu havia acabado de sofrer uma lesão andando numa Skate Plaza em Los Angeles em meu ombro e não estava fácil para andar, mal conseguia levantar o braço; fiquei bastante preocupado com meu rendimento. Há uma semana das viagens para o Rio e Brasília, acabei lesionando novamente o braço e infelizmente tive que ficar de molho, fazendo um intensivo de fisioterapia para me recuperar a tempo para a última viagem, que seria para o Chile. Consegui melhorar o suficiente para poder andar e fiquei muito feliz novamente por poder participar da tour! Eu ainda não conhecia Santiago; sempre acompanhava nos vídeos e revistas e sabia que era um lugar bonito e tinha muita vontade de conhecer! Acho que foi um dos picos que mais rendeu. Na verdade, todas cidades renderam muito. A equipe toda estava com muita sintonia; o Zezé e o Heverton também absorveram muito bem a ideia da campanha! Foi muito legal conseguirmos andar muito de skate, fazer novas amizades, dar muitas risadas e registrar tudo que vocês irão acompanhar na campanha Freeday Cenários! Só tenho a agradecer a todos que fizeram a tour acontecer; especialmente ao Daniel Freitas, Alex Monteiro e equipe interna da Freeday, por acreditarem em nosso trabalho. No último meeting da Freeday que eu participei, deu pra ver que todos os representantes e a empresa estão em uma grande sintonia, absorveram e curtiram muito a nova campanha e estamos numa ótima fase! Quero agradecer também ao PG, que contribuiu bastante desde o início, ao Adelmo Jr, JN, Patrik, Porva, Zezé e Heverton, que foram muito profissionais e dedicados em todos momentos e à equipe Tribo Skate por estar junto com a gente mais uma vez! Essa energia é o que movimenta o skate, dando exemplo para outras marcas trabalharem com suas equipes continuando a desbravar os picos de rua!” MARCUS CIDA

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Marcus Cida, ss crooked, El Cuadrado, Montevideo.


freeday // tour

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casa nova //

Jesus // FOTOS RAMON RIBEIRO Skate e roupas atuais: Shape Myllys, rodas Spitfire, rolamentos FKD e trucks Thunder. Camiseta, calça e tênis Myllys. Manobra que não suporta mais ver: Melancollie. Manobra que ainda pretende acertar: Fs flip noseblunt. O que o skate apresentou de mais style em sua vida: Amizades e respeito ao próximo. Principal dificuldade em ser skatista na sua área: Falta de investimento do nosso governo. Um skatista profissional em quem se espelha: Adelmo Jr. Uma marca fora do skate que gostaria de ter patrô: Harley-Davidson. Atual melhor equipe de skate brasileira: Myllys. Amador que você gostaria de ver pro: Yuri Deyvison, da Paraíba. // JESUS HENRIQUE Recife/PE 17 anos, 10 de skate Apoio: Myllys Skate

Se a vida é um jogo, então vamos ganhar.

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Flip.



casa nova //

Ss heelflip.

Willian // FOTOS JUNIOR LEMOS Skate e roupas atuais: Shape Boulevard, rodas Chocolate, rolamentos Red Bones, e trucks Independent Koston. Boné Simple, camiseta Vans, calça Hocks e tênis Öus. Manobra que não suporta mais ver: 360 flip. Manobra que ainda pretende acertar: Swith heel 270 fs rockslide. O que o skate apresentou de mais style em sua vida: Conhecer cidades e lugares que ainda não tinha conhecido, ajudar outras pessoas através de um projeto social que desenvolvo (Skate Luz) e em meio a tudo isto

ter feito várias amizades. Principal dificuldade em ser skatista na sua área: Falta de apoio das marcas nacionais. Um skatista profissional em quem se espelha: Felipe Gustavo. Uma marca fora do skate que gostaria de ter patrô: Gatorade. Atual melhor equipe de skate brasileira: EFA tênis. Amador que gostaria de ver pro: Jonathan Mentex. // WILLIAN BENITES MILLIAN 25 anos, 12 de skate Campo Grande/MS Apoio: Toys Skate Shop

Se você tiver fé em Jesus, Ele te levará em lugares que você nunca foi.

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FOTO: OCTAVIO SCHOLZ/VERDI SKATE SHOP

˜ RENE SHIGUETO ˜

RESPEITO À CULTURA

DO SKATE

BRASILEIRO

• TRIBO SKATE 2015 * ESPECIAL FOTOS * MARLON SILVA, FS OLLIE, POR FELLIPE FRANCISCO •

VOCÊ ENCONTRA OS PRODUTOS TRIBO SKATE NAS SEGUINTES LOJAS: B.O.C.A. (Circo Voador): Rua dos Arcos, S/N, Lapa - Rio de Janeiro/RJ - (21) 99902.0335 Dropp Surf: Rua Afonso Vergueiro, 1583, Centro - Sorocaba/SP - (15) 3033.0063 Fomo Vertical Distribuidora: Rua Fernão de Magalhães, 41, qd G lt 2 - Campo Grande, Rio de Janeiro/RJ - (21) 3426-5912 Grind Skate Shop: Rua São Francisco, 40 - Joinville/SC - (47) 3026.3840 Hi Adventure: Rua Sotero de Faria, 610, Rio Tavares - Floripa/SC - (48) 3338-1030 Matriz Skate Shop: Online - matrizskateshop.com.br Shopping Total - Av. Cristóvão Colombo, 454 - Porto Alegre/RS - (51) 3018.7072 Shopping Wallig Bourbon - Av. Assis Brasil, 2611, LJ 248 - Porto Alegre/RS - (51) 3026.6083 Roots Skate Shop: Rua Leopoldo de Bulhões, 166, Centro - Anápolis/GO - (62) 3311.2012 produtostriboskate@gmail.com Sagaz Skate Shop: Rua Ferreira Pena, 120, Centro - Manaus/AM - (92) 3233.2588 www.triboskate.com.br Switch Skate Shop: Rua Comandante Marcondes Salgado, 619 - Centro - Ribeirão Preto/SP - (16) 3235.6867 facebook.com/triboskate Faça parte desta lista: produtostriboskate@gmail.com

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JOÃO BRINHOSA

o bowlrider // por léo kakinho*

Estilo levado às últimas consequências, num dos melhores eventos do mundo do bowl. Pedro Barros serve um lien air no Red Bull Generation.

O crescimento do bowlriding

P

ara os bowlriders, o ano de 2014 foi muito positivo. Parece que estamos finalmente indo no caminho certo. Primeiro foi em relação aos bowls que estão surgindo: este foi o ano que mais vi saindo bowls de qualidade no Brasil. A evolução em relação a esse ponto é primordial para a modalidade, pois construí-los não é uma tarefa fácil. Finalmente parece que as pessoas estão melhor informadas sobre o que realmente vai funcionar, os raios das paredes estão mais rápidos, quebrando aquela lenda que é muito difícil de andar. O skate evoluiu tanto que, quanto mais adversa o formato da pista, mais interessante fica. Outra coisa que pude reparar é em relação ao nível dos amadores de bowl: está muito alto e muito legal de assistí-los. Se, antes, assistir a categoria amadora era chato, agora está muito insano. Os moleques agora são bowlriders de verdade e não vert riders disfarçados de bowlriders, misturando manobras técnicas e old school e, o mais importante, muitos têm estilo muito bom. Pra mim isso é uma das coisas mais importantes, pois o estilo é o que

faz as pessoas que entendem do assunto se identificarem e se tornarem fãs dos caras que andam bonito. A tendência que tenho observado é um skate despojado, com técnica e velocidade; nada de linha muito montada ou só uma manobra de peso e o resto meio “fraco”, principalmente em carvings e longos grinds. Os eventos também foram decisivos para a consolidação da modalidade, com destaque para o de Madureira (Rio), o Red Bull Generation (Floripa), a Pool Day em Caçapava, Osklen Rio Sul (Rio), Swell Old Is Cool (Viamão) e Number One of RTMF (que estará acontecendo na Hi Adventure no início de dezembro). Para mim esses são os eventos que marcaram e já estão com suas datas confirmadas para 2015. O próximo objetivo será termos um circuito profissional de bowl, pois a nossa base já está feita, com essa nova galera que está vindo e os novos bowls que se multiplicam. Um circuito profissional vai dar um horizonte pra quem está acreditando exclusivamente em ser bowlrider e conseguir ser profissional exclusivamente dessa modalidade.

APOIO CULTURAL * Leonardo Godoy Barbosa, Léo Kakinho, 40 anos, 33 de skate (Drop Dead, Evoke, Vans)

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skateboarding militant // por guto jimenez*

Teutônia: o maior desafio do skate

IVAN SHUPIKOV

GUTO JIMENEZ

V

ocê já deve ter parado pra pensar em qual é o maior desafio que um skatista comum pode ter a oportunidade de enfrentar. Deslizar um corrimão numa escada com 50 degraus? Varar um gap da largura de uma rua? Fazer uma linha numa backyard pool sinistra? Executar aéreos acima dos 3 metros num bowl de concreto? Eu também tinha essa dúvida – até conhecer Teutônia. Pra quem não sabe, a simpática cidade gaúcha está incluída no mapa mundial do skate de velocidade, o downhill speed. A estrada da Linha Harmonia é considerada a descida mais rápida de todo o circuito mundial, na qual skatistas atingem velocidades médias de 120 km/h. Veja bem, eu falei em “velocidades médias”, o que quer dizer que é possível ir até mais rápido do que isso... Esse fato em si já seria o bastante pra impressionar a qualquer um, inclusive ao tiozinho aqui. Sou um skatista de ladeira de alma, pois sempre foi o meu terreno favorito pra dar meus rolés de skate mesmo já tendo praticado e competido em todas as modalidades do skate. O downhill em si te ensina a manter o foco o tempo todo e, principalmente, a respeitar o pico, aos outros e a si mesmo, já que os erros são pagos com pele e sangue derramados no asfalto. Já o speed exige uma espécie de “meditação sobre rodas”: é preciso que você se esqueça do mundo ao seu redor e se concentre única e exclusivamente na ladeira que você está dropando cada vez mais rápido. Além disso, veteranos de ladeiras como eu têm a mesma opinião: o desenvolvimento dos equipamentos e das técnicas de controle da velocidade em curvas faz com que, atualmente, tenha-se a impressão de que não exista mais um pico impossível de ser dominado. Mesmo considerando-se tudo isso, Teutônia impressiona pela “grosseria”. Assistir no YouTube a um dos muitos vídeos gravados no local te dá uma ideia da intensidade do pico, mas só mesmo estando ali pra conhecer os detalhes que fazem dessa descida um lugar tão único. O início é suave, como em várias ladeiras ao redor do mundo; porém, a partir de uma curva acentuada à direita, o bicho pega como em nenhum local no planeta. Você entra numa espécie de tobogã sem volta, no qual a velocidade crescente tem de conviver com asfalto imperfeito, fendas cobertas com piche, remendos de asfalto aqui e ali... Como diz uma música antiga, “é onde o filho chora e a mãe não vê”. Certo está o Douglas Dalua, bicampeão mundial de speed: “é preciso respeitar muito uma ladeira que começa numa igreja e termina num cemitério”. Todos esses fatores me dão a certeza em afirmar: dropar Teutônia do início ao fim é o maior desafio que um skatista comum pode enfrentar. Você pode se perguntar, “ué, e a megarrampa?! Vai dizer que é pior do que aquilo?” Bem, eu já estive no alto do canyon de uma megarrampa e confesso que fiquei impressionado com um fato assustador: olhando de cima, o gap não parece ter 15 metros de largura e nem o quarter parece ser tão alto. A noção de perspectiva mudou tanto que concluí que é preciso sim muita habilidade e uma dose igual de coragem pra encarar o desafio, mas que é possível de ser feito por qualquer um que consiga unir os dois pré-requisitos básicos. O problema da mega é a oportunidade que um skatista comum, mesmo com muita habilidade e toda a coragem necessárias, tem de andar numa estrutura como aquela; somente a elite das elites dos competidores tops de vert têm a chance de andar ali, enquanto que o resto só assiste e sonha. Não estou dizendo aqui que dropar em Teutônia é pra qualquer um, longe disso. Todos os que conseguem fazer a ladeira do início ao fim recebem um upgrade no quesito “consideração”, justamente por ser um pico único no planeta. A despeito disso, não é preciso fazer parte de nenhuma elite privilegiada pra conseguir se dar bem ali; é preciso sim ter muita técnica de speed, uma dose imensa de coragem e concentrar-se a nível de meditação pra sair inteiro do local. O maior desafio do skate na atualidade está no Brasil e chama-se Teutônia.

“Teutônia, onde o filho chora e a mãe não vê.”

APOIO CULTURAL * Guto Jimenez está no planeta desde 1962, sobre o skate desde 1975.

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evento // core

RHEUMATIC 2014

ESTRAÇALHANDO A ROTINA // TEXTO E FOTOS JUNIOR LEMOS

N

ão é novidade nenhuma voltar de uma sessão de skate com canelas, ossos e articulações doendo! Mas chegar em casa desta forma, mais os tímpanos zumbindo e encarando a maior ressaca dos últimos anos são sintomas de que você esteve em alguma edição do Rheumatic. E não é só isso que se leva pra casa, todo mundo que se inscreve volta também com algum prêmio e os profissionais recheiam bolsos e carteiras. Mas não se assuste, o mais alto grau de loucura do Rheumatic não deixa feridos graves, apenas cicatrizes que vão contar uma das melhores histórias de sua vida. Ainda mais se ela foi feita no evento deste ano, em que a Drop Family esteve presente em peso e com o coffin’ (caixão mortuário) em homenagem à lenda Bruno Brown, o show foda do Garage Fuzz que arrebentou com tudo o que ainda estava em pé depois de ouvir DJ Crypton e as bandas Esdras, Mullet Monster Máfia e Drakula.

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Pedro Barros, stale fish.

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Filipe Barbosa, crail air.

Miguel de Oliveira, noseblunt.

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core // evento

Até a prefeitura de Piracicaba entrou na roda de hardcore e gostou, tanto que o evento passa a constar na agenda oficial do município a partir de 2015, o que significa que o Rheumatic é tão importante quanto as festas do Carnaval e da virada de ano. E nem mesmo São Pedro conseguiu colocar água na Lay Back da galera este ano já que até quando a garoa começava (rolaram umas três interrupções por causa da chuva) o rolê de skate dava um tempo e a rapaziada tomava a pista pra se divertir, seja praquela roda de pogo entre amigos ou inventando algo ainda mais perigoso, como dropar do caixão em pé na borda e com a pista ainda molhada; com certeza a cena que fixou na mente de todo mundo e que representará a edição 2014 do evento mais imprevisível e autêntico de todo o território nacional.

Vi Kakinho, fs nosegrind.

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