Tribo Skate #241

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BLACK ALIEN * DANILO DO ROSÁRIO * CARLOS DE ANDRADE * ANDRÉ HIENA

A VOZ DE PAULINHO DAVI

VARSÓVIA CRIAÇÃO E DESTRUIÇÃO

OS FILHOS DE POUSO ALEGRE

MAIS PERTO DE LINDOLFO OLIVEIRA

JM, feeble, Floripa. Ano 25 • 2016 • # 241 • R$ 12,90

www.triboskate.com.br

BARCELONA EL CONDIMENTO DE LAS CALLES








Ă­ndice //

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TRIBO SKATE 241 FEVEREIRO 2016

ESPECIAIS

28. Motivadores

Paulinho Davi, a voz

32. Barcelona

O tempero das ruas

42. Pouso Alegre

A cidade e seus filhos

50. Entrevista Amador Lindolfo Oliveira

60. Varsóvia

Criação e destruição

SEÇÕES

Editorial............................................................... 10 Zap ..................................................................... 14 Casa Nova .......................................................... 70 Negócios e Tecnologia ........................................74 Playlist: Carlos de Andrade ................................ 76 Áudio: Black Alien ............................................... 78 Skateboarding Militant ........................................ 80

CAPA: Para compor o quadro com a Ponte Hercílio Luz ao fundo, uma árvore teve que ser retirada da parte de trás do local e esperou-se pela hora certa do cair do sol. Estes foram apenas alguns dos elementos para JM vencer a guerra de Varsóvia e deixar seu bs feeble registrado para a posteridade. No mês que completa 50 anos de idade, seu presente em forma de capa de revista. Foto: Adriano Rebelo ÍNDICE: Alguns skatistas espalham manobras como ventania onde passam. Alex Carolino não perdoa qualquer tamanho de obstáculo, seja numa rua, numa quadrinha, numa plaza ou num parque, o bicho avança pra cima com as mais cabreiras. Switch frontside heelflip na Praça Espanha, em Curitiba. Foto: Pablo Vaz

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// editorial

“Brazilian Storm” = o “Brazilian Crazy Style” do surf POR CESAR GYRÃO // FOTO RODRIGO K-B-ÇA

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epois da vitória de Adriano de Souza, o Mineirinho, no Mundial de Surf Profissional de 2015, não há mais do que duvidar do fenômeno estabelecido nos últimos anos como “The Brazilian Storm” (A Tempestade Brasileira). A atual geração conseguiu quebrar um tabu, vencendo mais do que apenas etapas do WSL (World Surf League), mas sim o ranking geral, a partir de Gabriel Medina em 2014. Todos os méritos devem ser atribuídos a estes dois, mas também ao Filipe Toledo e demais nomes que se encaixaram na elite do surf mundial, ao Caio Ibeli, campeão da divisão de acesso (WQS) e a tantos antecessores que guerreiramente conquistaram espaço em tempos mais difíceis de se acompanhar o tour, como Teco Padaratz, Fabio Gouveia e Victor Ribas. De tempos em tempos temos que lembrar o quanto o skate brasileiro já produziu seus campeões mundiais, em praticamente todas as modalidades. Desde 1995, para ser mais preciso, o Brasil pode ser orgulhar de ter levantado canecos pesados nos principais circuitos mundiais, sejam da WCS (World Cup Skateboarding), da IGSA (International Gravity Sports Association, ISA (International Skateboard Association), IDF (International Downhill Federation) ou a SLS (Street League Skateboarding). Lá no início da década de 90, o locutor da WCS, Dave Duncan, criou uma expressão para os brasucas que invadiam os eventos europeus que marcou toda uma geração: “The Brazilian crazy style”. Fazíamos barulho por onde passássemos, até Digo Menezes vencer no vert do Mundial da Alemanha, em 95 e depois o Bob levar a etapa WCS de Vancouver, no Canadá. No ano seguinte, Carlos de Andrade, abriu a porta para o streetskate nacional, sendo o primeiro brasileiro a vencer a modalidade no Canadá. Em 2000, Bob foi o primeiro a conquistar o título de um ranking mundial de vertical e Carlão foi o primeiro no street . A história seguiu com estes dois repetindo a façanha e as conquistas de Sandro Dias (vert - 6 vezes), Karen Jonz (vert – 4 vezes), Leticia Bufoni (street - 4 vezes), Pamela Rosa (street – 2 vezes), Sergio Yuppie (downhill slide – 5 vezes), Marcelo Bastos (vert), Rony Gomes (vert), Rodil Ferrugem (street – 2 vezes), Rodolfo Ramos (street), Douglas Dalua (speed – 2 vezes), Guto Negão (speed), Kelvin Hoefler (street – 5 vezes), Pedro Barros (bowl – 5 vezes) e pra finalizar, novamente Bob (megarrampa – 8 vezes). Nossa tempestade de campeões não se limita aos que levantaram a bandeira em circuitos e essa lista aumenta com nomes como o de Luan de Oliveira, matador de várias etapas da seleta Street League, por exemplo. Outro dia, vendo Pedro Barros responder uma entrevista para um canal de TV, ele lembrou para o repórter que a Brazilian Storm do skate já tem bastante tempo, muito antes da quebra da última barreira do surf profissional de competição pelo Gabriel Medina. Na verdade, mais de 20 anos que o Brazilian Crazy Style do carrinho domina o mundo. São muitas as diferenças entre o skate e o surf, mas somos esportes irmãos, com a base do equilíbrio no deslizar pelas ruas ou pelas ondas. Independentemente do estágio de evolução de cada um, um sempre vai servir de inspiração para o outro. Marcos Noveline, backside wallride no legítimo “louco estilo brasileiro”.

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ANO 25 • FEVEREIRO DE 2016 • NÚMERO 241

Editores: Cesar Gyrão e Fabio “Bolota” Britto Araujo Conselho Editorial: Gyrão, Bolota, Jorge Kuge Chefe de redação: Junior Lemos Arte: Edilson Kato Publicidade: Fabio Bolota Cezar Toledo Colaborararam nesta edição: Texto: Eduardo Ribeiro, Diogo Groselha, Guto Jimenez, João Batista JM e Pedro de Luna.

Próxima Edição

A temporada de bowl começou

Fotos: Adriano Rebelo, Alexandre Iung, Alexandre Moreira, Bruno Donato, Diogo Groselha, Ivan 13P, Jair Bortoloto, João Billy, Júlio Tio Verde, Leandro Moska, Marcelo Maragni, Pablo Vaz, Paulo Bico, Raphael Kumbrevicius, Ricardo Napoli, Rodrigo K-b-ça e Thomas Teixeira.

Norte Marketing Esportivo Diretor-Executivo e Publisher: Felipe Telles Gerente de Conteúdo: Rafael Spuldar Diretora de Criação: Ana Notte Diretor de Arte: Fernando Pires Editora de Arte: Renata Montanhana Editor de Fotografia: Ricardo Soares Produtora: Carol Medeiros Editora On-line: Anna Paula Lima Editor de Vídeo: Paulo Cotrim Distribuição: DINAP Assinaturas: www.assineesfera.com.br Telefone: (11) 3522-1008 Endereço: R. Estela Borges Morato, 336 – Limão – CEP 02722-000 – São Paulo – SP Impressão: Leograf

www.triboskate.com.br A revista Tribo Skate é uma publicação mensal da Norte Marketing Esportivo

Foto: Júlio Tio Verde

Oi Bowl Jam 2016 Edição 242 // Março de 2016

Tribo Skate 25 anos Alta performance e diversão

As opiniões dos artigos assinados nem sempre representam as da revista.



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André Hiena – Sorriso eterno * 1974 – 2016 * // TEXTO E FOTOS JUNIOR LEMOS André partiu desta vida. Um dos maiores ativistas do skate nacional, que defendia e valorizava a nossa cultura, uma pessoa iluminada e estimada por muitos deixou o sorriso como símbolo. Ele se recuperava de dois AVCs (Acidente Vascular Cerebral), possivelmente causados por fatores genéticos, com a força da família e amigos, mas na noite do dia primeiro de fevereiro o profissional subiu ao céu onde agora fará as melhores sessões de skate com Laurence Reali, Alexandre Chorão, entre outros, e continuará nos mandando sua luz de lá. André completaria 42 anos em 24 de março e sua despedida no Cemitério São Paulo foi acompanhada por dezenas de personalidades do skate, pela família e amigos. Sorriso e perseverança Local da escola da Pista da Saúde, mas que teve São Caetano como faculdade do skate, André deixa um legado de otimismo e perseverança que jamais será esquecido. Sempre atuou nas causas que envolviam o skate, sendo um dos únicos que o defendiam nas reuniões que tentaram barrar o esporte na nova Praça Roosevelt. Dentro da CBSk (Confederação Brasileira de Skate) atuava como juiz mas também cobrava da entidade mais atuação em prol do skate profissional. Com os amigos, sempre foi um cara de palavras fortes que deixavam bem claras suas posições de sempre querer defendê-los, em qualquer situação. Criador das marcas Vegetal, Metallum e Hordem Distribuidora, o profissional valorizava sua equipe de skatistas, além de sempre aplicar as melhores matérias primas em seus produtos, para oferecer material de qualidade. André era generoso com as crianças que iniciavam no skate, sempre reforçando a elas que deviam andar por diversão, acima de tudo. Isso sem contar as inúmeras peças que dava aos moleques que enxergava potencial. Ficamos nós aqui, relembrando cada momento ao lado desse ser iluminado que Deus nos mandou como exemplo vivo de que o skate é diversão e alegria. E agora André Hiena lança sua luz sobre a gente lá do céu, com a força e o brilho que ele sempre teve aqui na terra! Descanse em paz, meu amigo! Conosco ficam saudades e ótimas lembranças.

HOMENAGEM EM CONCRETO Em 1994 surgia no bairro da Saúde, em São Paulo, mais precisamente no Complexo Viário Maria Maluf, o skatepark que até hoje forma gerações de skatistas. André Hiena foi um deles, que a partir dali ganhou o país com sua arte de bem andar de skate. O espaço está sendo remodelado desde o ano passado, com modernização total de seus obstáculos e transições. Uma das pistas públicas clássicas da capital, pode agora ter o nome de André Ervolino Ribeiro, desde que uma petição pública surgiu entre os skatistas pre-

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sentes em sua despedida. É certo que o pessoal da Associação de Skateboard da Saúde, já havia protocolado o nome de Edivaldo Cunha para batizar o local, ele que foi um dos skatistas dos anos 80 que lutaram para a criação da pista. Um ajudou a criar, outro a divulgar e manter. Com certeza ambos merecem todo respeito e a homenagem, mas dificilmente um logradouro público pode ter dois nomes. Pelo alcance do trabalho do André, seu nome tem maior peso, mas o Ed também merece ser lembrado. (Cesar Gyrão)


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Assim que surgiu a ciclovia do Minhocão, André foi um dos primeiros a explorar sua extensão, cheia de câmeras e com pouco tempo pra sessão. Mais uma de suas marcas na cidade de São Paulo. Noseslide.

DUAS CAPAS HISTÓRICAS

André estampou duas grandes vitrines na Tribo Skate: as edições 41 e 86. A primeira, de 1999, foi um ss hardflip em Alphaville, foto de Fernando Moraes. A segunda, um bs tailslide transfer em Porto Alegre, de 2002, foto de Shin Shikuma.

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FOTOS FABIO BOLOTA

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Eduardo Revolback.

Connexion Skateboards Fagner, Victor Nocivo e Vanessa.

Blunt art fusion collab

Ninguém dorme com a Blaze Supply

FOTOS FABIO BOLOTA

A Blunt Brasil celebrou sua coleção inverno 2016, com uma série de collabs que funde artes de seis artistas. Numa festa no Soul Tattoo Art e Café, apresentou as obras produzidas em decks de skate que viraram camisetas, com a fusão dos artistas: Magoo Felix – versus – Nocivo Art Márcio Sick – versus – Revolback Danielone Presto – versus – Leandro Dexter Vale a pena conferir o resultado da festa e, principalmente, das obras originais e suas versões impressas nas camisetas.

O carro-chefe da Connexion são suas rodas. Apesar da marca ter em seu guia de estilo camisetas, parafusos, lixas, rolamentos e decks, são suas “wheels” que se tornaram referência de alta performance nas ruas e nas pistas. Edsinho Davi, irmão mais velho de nosso motivador desta edição (Paulinho Davi), foi um dos profissionais mais respeitados do half pipe brasileiro nos anos 80 e depois se mudou pros EUA para viver e trabalhar com skate. Sua conexão com o carrinho é compartilhada com um time de skatistas que representam muito bem o “Brazilian crazy style” citado no editorial. Fabio Sleiman, Lucio Mosquito, Wolnei dos Santos, Allan Mesquita, Augusto Formiga estão entre os mais antigos, mas a equipe tem Danilo do Rosário (Linha Vermelha desta edição) e Jefferson Bill entre os seus pros e uma garotada nova que quebra tudo. Na ilustração, o modelo Ruff – Rude Family Forever – que pra quem não sabe, trata-se de uma homenagem à extinta marca do Paulinho e Edsinho, a Rude Boy.

Da sincronia entre Lyon (França) e São Paulo, surgiu a marca Blaze Supply, que vem marcando território com bom gosto em seus produtos e no skate de rua. Recentemente a marca abriu uma loja na Galeria Ourofino, nos Jardins, e promoveu uma festa com uma pocket expo denominada “Ruologia”. Com o DJ Sleep nas pick ups e o Tuk Burger (Food Truck) estacionado em frente ao pico, o encontro reuniu os skatistas da marca e amigos, a banca do Haikaiss e fez juz ao nome. Durma-se com um barulho destes.

Tito e Maninho.

Blaze Supply/Honey Pot crew.

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Dj Sleep e o model de roda da banda Haikaiss.



zap // POR TRÁS DO FOCO // POR THOMAS TEIXEIRA FOTÓGRAFO QUE ESTÁ SEMPRE NAS RUAS DE SÃO PAULO, THOMAS TEIXEIRA TRAZ NA COLUNA DESTE MÊS INSTAS QUE FORAM FEITOS APENAS COM CELULAR, PARA MOSTRAR QUE NÃO PRECISA DE EQUIPAMENTO PESADO PRA SE FAZER BOAS FOTOS.

Da esquerda para a direita, de cima pra baixo: 1. Obrigado, Social Skate. 2. Galeria do Rock e do Skate. 3. Transporte público hard mode. 4. Final de tarde clássico da Love CT. 5. Aquela travada, só quem anda sabe. 6. GRU, aeroporto de Guarulhos. 7. Sorria. 8. Silhueta no Metrô São Bento. 9. Chega, fim de mais um dia.

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O reinado das ladeiras POR CESAR GYRÃO // FOTOS JOÃO BILLY Recebemos no dia 21 de janeiro um convite inusitado, da Subprefeitura de Santana, zona norte de São Paulo. Tratava-se de uma homenagem do Instituto Tribunow, do Marquinhos “Este Carrinho não Polui”, para o pentacampeão mundial de downhill slide Sergio Yuppie e os saudosos amigos de sessões Willians Indião e Marcos Ubaldo num evento especial na ladeira histórica da Av. Luiz Dumont Villares. Sergio, que recentemente teve o programa “Os Yuppies” lançado no Canal Off, estava acompanhado da lenda norte-americana Cliff Coleman e a sessão pegou fogo. Foi uma tarde memorável em Sampa, com vários dos atuais profissionais e amadores do downhill slide e longboard, além de antigos praticantes com os nomes cravados na história. A ZN de São Paulo costuma ser sinônimo de downhill e o evento deixou isso bem marcado. Curta as fotos. Yuppie, Marquinhos e Cliff Coleman.

Jefferson Du, campeão brasileiro pro CBSk de downhill slide.

Sergio Yuppie, o homenageado.

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Kaue Messaque, profissional DHS e criador da Slide Liga.



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Marcelo Maragni/Red Bull Illume.

Concurso de fotografia dos radicais // POR PEDRO DE LUNA Estão abertas até 31 de março as inscrições para o Red Bull Illume, um concurso mundial de fotografia de esportes radicais que acontece a cada três anos. Profissionais e amadores podem participar com até cinco imagens em cada uma das 11 categorias, incluindo a novíssima Mobile, para fotos tiradas pelo celular. As imagens serão avaliadas por um time internacional de 50 editores de fotografia de grandes publicações. Um dos jurados é o brasileiro Wiland Pinsdorf, diretor e dono da produtora de filmes Canvas 24p. Para ele a nossa marca é a criatividade. “Já vi ensaios incríveis de fotógrafos de ação brasileiros. Desde experimentações com LED, flashes e cores até enquadramentos, composições e ângulos inusitados. Dá pra dizer que o brasileiro tem um olhar diferente da galera do hemisfério norte (Europa e EUA). Mostram excelente domínio da técnica aliada a um jeito diferente de pensar a foto”.Para ele, a categoria mobile significa mais que a ausência de equipamentos profissionais. “É uma outra linguagem. A possibilidade de ter uma ‘máquina fotográfica’ no bolso o tempo todo cria novas oportunidades. Se engana quem pensa que fotografar com um celular é fácil. Na minha opinião, é muito mais difícil conseguir um resultado surpreendente sem os recursos das câmeras profissionais. E tem muita gente fazendo isso hoje. Depende de experimentação, tentativa e erro. Além de descobrir essa nova linguagem”.Independente de ganhar ou não, Wiland diz que prêmios são um cartão de visitas, mas o que conta mesmo é o portfólio. “Tem que bater o olho e se identificar com o trabalho do cara. Perceber algo de original, uma personalidade, que te surpreenda. Em tempos de grande dispersão visual não é uma tarefa fácil”.E deixa uma

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Jair Bortoleto/ Red Bull Illume.

dica para os leitores da Tribo Skate: “Você tem que se descobrir e transmitir isso através do seu trabalho. A fotografia é um recorte da realidade, sob a perspectiva de um fotógrafo. É um momento único e pode dizer muita coisa. No Red Bull Illume, vão se destacar aqueles que mostrarem um excelente domínio da técnica aliada a uma ideia original. Vale muita pesquisa para inspiração e depois trabalhar no conceito. Tem que ser algo pensado, com um propósito”. Então, vamos caçar boas imagens e participar. Mais informações em www.redbullillume.com



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DANILO DO ROSÁRIO ELE É DE UMA DAS BOAS SAFRAS DE SKATISTAS DE CURITIBA, NO PARANÁ. AOS 28 ANOS, JÁ TEM UMA BAGAGEM ENORME DE GRANDES MOMENTOS DO SKATE BRASILEIRO E MUNDIAL, DEPOIS DE SE MANDAR AOS 13 PARA COMPETIR NO TAMPA AM NA FLÓRIDA E FICAR ANOS MORANDO NOS ESTADOS UNIDOS, DOS 14 AOS 22. VIVER AQUELA CULTURA E A DISTÂNCIA DE SUAS ORIGENS MOLDOU SUA PERSONALIDADE, COM UMA VISÃO AMPLA DO SKATE, COM INCURSÕES AOS MELHORES PICOS DE RUA, GRANDES CAMPEONATOS COMO O DEW TOUR, ACESSO A MARCAS E NEGÓCIOS DO SKATE. NESTA ÁREA REPRESENTOU VÁRIAS, DA QIX À MILLY’S, FIRMANDO-SE COM PARCEIROS COMO A VANS BRASIL, CONEXXION, EVERLONG E OS ATUAIS APOIADORES FOREVER SKATE SHOP E HASHSKATETAG. A AMOUNT, É CRIA SUA, QUE JÁ DEU SEUS PRIMEIROS PASSOS COMO MARCA E PRODUTOS. MAS, ANTES DE MAIS NADA, DANILO DO ROSÁRIO É SKATISTA PRO ATUANTE E ESTÁ AFINADÍSSIMO COM SEUS ROLÊS NA RUA E NOS EVENTOS.

// Danilo do Rosário 28 anos, 17 de skate Curitiba/PR Patrôs: Vans, Amount, Conexxion Wheels, Everlong Bearings, Forever Skateshop e Hashskatetag

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– Salve Tiago, acredito que o Drop Dead Skatepark tenha um papel muito importante nesse lance de revelar nomes de peso no skate! • Salve Danilo. Estou começando a andar de skate agora e queria saber se é mais fácil aprender a andar na pista e depois ir pra rua, ou o contrário? Como aconteceu com você? (Ricardo Amaral Sanchez)

– Ricardo, comecei na rua de casa! A gente colocava a mão na massa e construía os obstáculos. Mas no final de semana colava em alguma pista, geralmente na do Gaúcho. • Rosário, no começo de tudo qual foi a sua principal escolinha do skate em Curitiba? Foi o Drop Dead Skatepark? As pistas públicas foram importantes? (Cristiane Gonçalves)

RAPHAEL KUMBREVICIUS

• E aí Danilo, da hora? Você morou um tempo nos Estados Unidos. Por que voltou, não deu certo viver de skate por lá? Teve dificuldade em arrumar patrocínios ou voltou por causa da família no Brasil? (Alef Douglas dos Santos) – Fala Alef, beleza? Cara, morar nos EUA foi muito importante pra mim; lá me tornei pro, tive patrocínio de marcas reconhecidas e que, com certeza, me ajudaram a chegar onde estou hoje. Mas quando minha filha nasceu, optei por vir morar no Brasil. Fomos pais muito cedo, precisávamos de um suporte da família e, morando longe, ia ser difícil. Mas adoro aquele lugar e sempre que posso vou pra lá. • Conta pra firma o segredo de ser skatista profissional, fazendo muito bem toda a parte business que envolve o mercado, sem perder a humildade e tendo total dedicação à verdadeira essência do skate? Abraço no coração, meu aliado. Que Deus o mantenha sempre firme! (Raphael Kumbrevicius) – Saaaaalve Guribão, meu veio! Acho que o segredo é fazer o que a gente ama. Quando a parada é de coração, flui que a gente nem vê! • Danilo, de sua passagem pela Califa o que mais lhe impressionou e qual a experiência de vida que ficou? (Itaci Jr.) – Chão liso, pistas perfeitas, vários picos na rua... • Como é sua relação empresário x skatista, falando de sua marca? É mais difícil lidar com o mercado brasileiro ou com o skatista brasileiro? (Juan Silva) – Cara, vou te falar que é difícil (kkkk), mas para cuidar da Amount tenho pessoas por trás que fazem todo o corre para que eu possa fazer o meu trampo mesmo que é andar de skate. Difícil, pra mim, é não poder dar patrocínio e apoio pra toda galera que me pede. Tento ajudar sempre que posso, mas não tá fácil o mercado brasileiro; não só no skate, mas em geral está punk. É muito mais fácil lidar com skatistas, somos todos uma família! • Na sua opinião, por que Curitiba tem esse lance de revelar tantos nomes para o skate, nacional e mundial? (Tiago Meni)



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DANILO DO ROSÁRIO

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RAPHAEL KUMBREVICIUS

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Quando a parada é de coração, flui que a gente nem vê! – Cris, a primeira pista que andei foi a do Gaúcho. Lá eu peguei a base do skate e logo na sequência comecei a frequentar a pista da Drop. Tinha carteirinha da pista; meu pai me deixava lá na hora do almoço e me buscava à noite. Sim, foi uma grande escola. Gostava de andar na pista de São José dos Pinhais, a central, entre outras! Todos os finais de semana meu pai me levava para conhecer alguma pista. Com ele e com meu padrinho, com quem tive o primeiro contato com o skate. • Conta pra nós como foi ser o primeiro brasileiro a ter um pro model de rolamento no país? (Eduardo Reis) – Satisfação e gratidão! Ver que nosso trampo tá dando certo e que é reconhecido é a melhor coisa que pode acontecer, seja no skate ou em qualquer área da vida. • Lembro de sua vitória no campeonato de Sobral, no Ceará. Há dois anos não rolam mais os eventos profissionais em nosso estado e isso faz falta pra gente. O que mais lhe marcou nos champs no Ceará e no Nordeste, como um todo? (Wendell Mello) – A energia da galera. Sinto muita falta dos champs daí, também. Ter essa proximidade com a galera é sempre muito bom! • Você se tornou pro na Vans em 2012. Como é fazer parte de uma marca tão raiz do skate mundial? (Caique Cavalcante) – Sou muito feliz de fazer parte do time da Vans e mais feliz ainda por ela fazer parte da história do skate mundial. Esse ano a Vans esta completando 50 anos de puro skate. • No fim do ano passado você mandou muito no Matriz Skate Pro, chegando em terceiro depois do Luan e Dudu, parada duríssima. Qual é a melhor parte deste evento clássico do street brasileiro? (Carlos Almino Neto) – Ver os amigos, celebrar o aniversário de uma loja tão importante para o skate brasileiro e ainda por cima estar no pódio. Esperamos o final do ano para celebrar essa festa sempre! Cara, não tem como escolher uma parte, é sempre tudo muito bom.

Próximo enfocado: THIAGO PINGO

Esse crooked na casquinha do cano é um verdadeiro luxo! Muito style! Curitiba, terra natal.

Envie perguntas em nossas redes sociais (Instagram, Twitter e Facebook) com a referência #LinhaVermelhaTS. E se preferir, no site há um formulário para também enviar perguntas. Participe!

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motivadores // paulo davi

Paulinho Davi

A voz do skateboard ELE SE TORNOU MARCA REGISTRADA NA LOCUÇÃO DE EVENTOS DE SKATE NO BRASIL. SUA VOZ EMBALA AS BATERIAS NUM MISTO DE INFORMAÇÃO AOS COMPETIDORES OU DEMAIS PARTICIPANTES (DJS, JUÍZES, MÍDIA), MAS TAMBÉM PUXANDO O PÚBLICO, A GALERA, A INTERAGIR. NORMALMENTE O CIRCO PEGA FOGO, COMO UM BOM APRESENTADOR FAZ EM OUTROS TIPOS DE ESPETÁCULOS. A FÓRMULA TEM DADO CERTO DESDE A VIRADA DOS 80 PARA OS 90. POR TRÁS DA VOZ OFICIAL DO SKATEBOARD BRASILEIRO, ESTÁ UM PROFISSIONAL QUE ATUALMENTE GERENCIA O COMERCIAL DA DC SHOES NO PAÍS E TEM UMA EXTENSA FICHA CORRIDA DE REALIZAÇÕES COMO EMPRESÁRIO, GESTOR ESPORTIVO, CONSULTOR TÉCNICO E SKATISTA. POR CESAR GYRÃO // FOTOS THOMAS TEIXEIRA

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ntes de mais nada, gostaria de saber se criar a marca Rude Boy (1985/1995), foi sua primeira experiência profissional? Afinal, você devia ter na época uns 16 anos de idade. Minha primeira experiência de trabalho foi como contínuo no escritório de contabilidade de meu pai e a passagem como estagiário na Caixa Econômica Federal. Daí pra frente, fiquei totalmente integrado ao universo dos boardsports, sendo a Rude Boy Skates o início desta jornada de mais de 30 anos. Na época da comemoração dos 30 anos do skatepark público de São Bernardo, o Flavio Nascimento “Piuí” fez um bom levantamento das origens do skate no ABC. Quais são suas melhores lembranças do surgimento do “Polídromo”? São lembranças sensacionais! Desde a luta junto à prefeitura com envolvimento dos ativistas do skateboard de São Bernardo, que na carona de grandes nomes da modalidade como Álvaro Codevilla e Osmar Fossa, da primeira geração, clivaram o projeto do bowl. Este foi o pontapé inicial para o conglomerado começar a surgir. Muitos pensam que começou com a pista velha. O skatepark de São Bernardo foi um lugar onde fiz alguns dos maiores amigos de minha vida e onde forjei minha personalidade, pois ali não era para qualquer um. Tinha que ser verdadeiro!

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Você falou em seu FAQ, aqui na Tribo Skate, há três anos, que seu início na locução foi no circuito do interior de São Paulo promovido pelo Toshihiro Shibayama. Na primeira vez que pegou um microfone para dirigir um campeonato deu tudo certo? Sim, eu corria junto nos eventos do interior do Tosha, que sem dúvida formou os alicerces para que o skate do estado se tornasse uma potência. Ele me convidou e nem sei ao certo porque me confiou a tarefa. Talvez por saber do respeito que tinha junto à toda a comunidade. Por incrível que pareça, a primeira vez que eu peguei num microfone deu tudo certo, sim! Talvez por isto tenha me dedicado a melhorar a cada evento. Via de regra você é o mestre de cerimônias dos principais eventos, sejam do circuito profissional brasileiro, etapas do mundial, recentemente o Generation, o Bowl Jam, os DC Invitational, da marca que você representa atualmente. Quais são os segredos para ditar o ritmo e manter o astral, sem cansar o público e os participantes? Bem, a função do locutor é fazer a triangulação entre a comissão técnica, skaters e público. A energia rege a vibração do evento. Manter pessoas informadas, sabendo exatamente o que está acontecendo, fazer o público entender que a adrenalina do SKATISTA ou artista vem de como eles correspondem


às ações. Saber orientar também o DJ para dar a trilha sonora é fundamental, pois há momentos de diferentes energias e informações. Acredito que a sinergia de criar um vínculo de amizade com o público também auxilia no resultado do locutor Hoje em dia se costuma colocar um segundo locutor para dar um suporte. Quais são aqueles que a química funciona melhor? Bem, na verdade depende do evento. Isto tem a ver com budget, número de participantes e duração do evento. Serve para criar uma dinâmica maior. Eu, particularmente, gosto muito pois aprendemos uns com os outros. Vejo que o mais importante é cada um criar e manter seu estilo, pois aí está o segredo. Se houver dois locutores com a mesma forma de se expressar e ponto de vista, não fará sentido. Um tem de completar o trabalho do outro. Voltando um pouco no tempo, na Rude Boy e depois nas outras marcas que você atuou, você sempre teve um olhar clínico em cima de alguns skatistas que surgiam. Biano Bianchin, Marcio Tarobinha e Sandro Dias, por exemplo, vestiram a camiseta da Rude Boy e se tornaram alguns dos ícones do skate nacional. Como funcionava isso pra você? Vivemos o mundo do skate e aprendemos a criar uma leitura e percepção de skaters com talentos diferenciados. Outro ponto é que nem só de talento vive um grande profissional! Aprender a ter humildade, postura, se comunicar, ter coragem para enfrentar o desconhecido, como ir para outros países e se deparar com novos idiomas e culturas, ser determinado a ponto de vencer uma eventual falta de talento. Treino e determinação dão, sim, resultado. Nos atentávamos em todos os pontos positivos para suprir as dificuldades de cada um deles. Nossa lista de skaters que alcançaram a realização com o skate é extensa, bem como aqueles que através do skate se tornaram grandes profissionais em outras áreas. E nos orgulhamos de todos eles. Sua atuação não se limitava a cuidar da marca, com desenvolvimento de coleções, equipe, administrativo, marketing. Você sempre esteve nas iniciativas de organização do skate brasileiro, como as antigas ABS (Associação Brasileira de Skate), UBS (União Brasileira de Skate), USE (União dos Skatistas e Empresários) até o surgimento da CBSk (Confederação Brasileira de Skate). Qual era a maior motivação para participar disso tudo? O skate é mágico, algo que transcende o convencional. Mas nada tem progresso sem haver uma base de sustentação. Aprendi

A função do locutor é fazer a triangulação entre a comissão técnica, skaters e público. A energia rege a vibração do evento. fevereiro/2016

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com um grande amigo e conselheiro, o Boreu, algo que levo por toda vida “O skate (ou qualquer modalidade) cria os ídolos. Os ídolos movimentam a massa. A massa movimenta o mercado.” Se não nos envolvermos de forma que possamos mostrar o quanto forte nossa cultura é, viveremos de momentos e modas passageiras! E, definitivamente, um verdadeiro skater está acima disto. Hoje o skate aqui alcançou um grau de reconhecimento enorme e boa parte disto vem de movimentos organizacionais. Uns dão mais certo, outros não. Mas não podemos jamais desistir de progredir. A organização sendo feita por pessoas do próprio skate, jamais irá tirar o verdadeiro lifestyle! As entidades são a ponte. Se forem bem construídas, serão uma caminho eterno e para diferentes gerações.

O skate é mágico, algo que transcende o convencional. Mas nada tem progresso sem haver uma base de sustentação. Seu irmão Edsinho, depois de se destacar como profissional de half pipe, mudou-se pros EUA em 1986, mas voltou a passar uma temporada no Brasa para cuidar da marca com você. Recentemente, outro parceiro de trabalhos de vocês dois, o Marcos Fracchetta, criou uma homenagem de nome RUFF (Rude Boy Family Forever). O que representam estes personagens para a sua vida? Irmãos, parceiros, professores e ídolos! Aprendemos uns com os outros. Completamos as habilidades e conhecimentos uns dos outros. Marcos, um gênio da criação e simpatia. Edsinho, talento do skate, revolucionário e um cara de tremenda coragem e carisma. Eu só precisava estar perto deles e aprender. E foi isto que eu fiz! Lógico, o ponto principal foi o AMOR pelo SKATE! Isto nos uniu com o propósito de só fazer o melhor pelo carrinho e seus praticantes. Incrível termos frutos de tudo que plantamos pela eternidade! RUFF!!

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Depois de trabalhar na Bad Boy, inclusive vendendo a Rude Boy para o grupo, você seguiu para a Stand Up. Em ambas você desenvolveu uma aproximação com o universo do skate, montando equipes, fazendo ações culturais, inclusive envolvendo bandas e artistas. Como foi essa transição na sua vida? Na verdade, nossa conexão com música e produção vem desde o início. A Rude Boy, desde sua concepção, apoiou e promoveu a música. Charlie Brown Junior, DMN, Xis, De Menos Crime, bandas de reggae do Maranhão, MV Bill, apoios a vários shows de punk rock no ABC, festas e eventos já faziam parte de nosso metier desde o princípio! São incontáveis eventos! A escola de DJs que seguiram os passos do Wagner Alemão, um dos primeiros e verdadeiros DJs de skate no Brasil. Na verdade, nestas empresas aprimoramos conhecimentos e aprendemos sobre produção e licenciamento. Você me falou que depois da Stand Up montou um escritório para atender marcas como private label, com direcionamento comercial e posicionamento. Quanto tempo durou essa empreitada e como foi? Fui convidado a me juntar ao Léo na Ar Livre Private Label. Aprendizado aplicado e adquirido. Com o conhecimento que adquirimos com nossas próprias empresas ou em outras onde trabalhamos em diferentes posições, ficamos aptos a fazer conexão entre o produtor de alta escala e marcas sem produção própria. Outro ponto é que prestávamos também a assessoria de perfil X produto. Pesquisa internacional de tendências e matérias primas e técnicas de lavagem, silk, modelos etc. Na verdade, logo após encerrarmos a primeira fase da Rude Boy foi quando tive a primeira experiência de “private label”. Mais precisamante em calçados. Fomos responsáveis pelos primeiros calçados da Cavalera, Crime, Dekton e várias outras. Depois dessa fase, seu amigo Chorão o chamou pra dirigir a distribuidora Green Goes, tendo como principais marcas a Plata e Doce. A proposta era ousada, com grandes equipes, marcas internacionais e todo o showbizz que envolvia o líder da banda Charlie Brown Junior. O conceito era um pouco avançado pra época? Definitivamente sim! Além das marcas próprias, tínhamos a distribuição de marcas da Kayo Corp - Gold Wheels, Expedition One, Organika e DGK! Marcas que hoje estão entre as mais concentuais


paulo davi

forma o principal pico de street de São Paulo, a Praça Roosevelt, numa enorme arena. O que se pode esperar para a versão de 2016? O Invitational é fruto das versões do King of São Paulo (evento amador da DC Shoes). Em minha opinião, foi o evento que elevou a classe amadora ao real reconhecimento. A fórmula da arte, música e lógico, skate, foi levada a sua essência. E quando o palco passou a ser o mais tradicional e icônico pico do street skate nacional, a festa foi completa. Na Roosevelt o street skate está em seu habitat natural, a RUA. A edição de abertura do Invitational se tornou um ponto de referência para eventos de skate. Premiação, branding, o espaço, e acima de tudo, o respeito aos skatistas! Não houve demo de gringo, houve participação deles. Por sinal, ter o “skater of the year” conosco foi animal. O Wes Kremmer é um cara iluminado. Quanto à nova versão de 2016, temos muito o que fazer, mas sempre preocupados com a raiz. Sentiremos falta de nosso grande mentor e apoiador André Hiena, que nos brindou com seu conhecimento e solidariedade na primeira edição. Esperamos que as novidades se traduzam em felicidade da comunidade do skate de São Paulo e do Brasil. Pra encerrar, você criou uma escola de como se faz locução de skate no Brasil, sendo a voz desejada para os principais eventos. Na CBSk você ajuda na formação de novos locutores. O que faz um evento de skate ser legal, além do nível técnico dos competidores e da pista? Sim, ministramos cursos voltados a todas as áreas que envolvem um evento ou campeonato de skate. Particularmente, já ministrei vários cursos Brasil afora. Junto à CBSk formatamos uma cartilha de instrução, orientação e conduta de um locutor. Além de praticarmos em eventos simulados as situações reais, que eventuais locutores estarão expostos. Definitivamente o que faz um envento ser um evento de sucesso é ser dinâmico, com trilha sonora adequada, informação e estrutura a serviço de skaters e público. Ninguém gosta de estar num ambiente onde não sabe o que está acontecendo ou não se sente à vontade. E o locutor é parte importante do todo. Enaltecer skaters, artistas e convidados, contar fatos e curiosidaes e acima de tudo não quebrar a vibe. Como disse, a alma de um evento e a energia e vibração de todos os presentes, sejam skaters ou não! * Na conversa prévia que tive com o Paulinho, perguntei sobre seus cursos e ele me disse que fez vários na área de marketing, vendas e mercado, mas ele considera muito os sete anos de Aikido 1º Kiu (faixa marrom).“Esse foi um dos cursos que até hoje mais me ajudam, pois aprendemos a lidar com uma série de fatores que se assimilam à vida corporativa e aos negócios.”

ARQUIVO PESSOAL

e desejadas. Também a Connexion Wheels, uma marca americana de brasileiros. Qualidade gringa com alma do Brasil. E as “own brands” Plata (punk e rock) e a Doce (movimento Hip Hop). Cada uma com seu conceito conversavam com o público e praticantes através da música, arte, eventos, showbizz e o principal, um time que tinha a cara das marcas. Sem pressão de resultados e com muito lifestyle. Além de termos o Chorão Skate Park como nosso “head quarter”. Hoje se fala de collabs entre skate e arte. Tivemos linhas da Doce com collabs do Chivits e da Plata com Fabiano Loquinho. Conceito que também tiramos experiência da Rude Boy, com a Taro Style (marca do Marcio Tarobinha); da linha Rude Boy Style e conectadas às bandas de reggae do Maranhão, Bahia e Sergipe. E várias outras ações. Depois disso você foi chamado pra encarar o comercial da DC Shoes no Brasil. De onde partiu o convite? O Robson Reco foi decisivo nesta mudança? Há quanto tempo você está na marca e como tem sido trabalhar em seus padrões? O chamado veio por parte do próprio Robson Reco, que também passou pela Rude Boy, embora poucos saibam! (risos) O Reco já era gerente de marketing da DC Shoes Brasil, quando a QSBR buscava um novo gerente nacional de vendas. Meu contato foi passado ao Felipe Mota e Alfio, dois mestres do mercado de boardsports. Após algumas entrevistas, fomos agregados ao time. Mas, sem dúvida, se hoje estou na DC foi por ter convicção de contar com a parceria do Reco como caminho para a marca sedimentar sua notoriedade e alcançarmos os resultados. Os pensamentos e ações, bem como o amor ao skate são algo que ambos, Reco e eu levamos no coração e nas veias! Além dos vários eventos que você é convidado para fazer a locução, tem os da DC Shoes, como o Invitational, que você participa desde a concepção até o balanço. O DC Invitational trans-

// motivadores

// Paulo Rogério Davi 47 anos, 37 de skate Gerente nacional de vendas na DC e locutor de esportes de ação Casado com Cris Pai de Gabriela e Gustavo São Caetano do Sul/SP fevereiro/2016

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viagem // barcelona

El condimento

de las calles É DESNECESSÁRIO DIZER NOVAMENTE O QUANTO BARCELONA É PROPÍCIA PARA O SKATEBOARDING. SEU MOBILIÁRIO URBANO É UMA VERDADEIRA FESTA PARA QUALQUER SKATISTA DE RUA. DIFICILMENTE OUTRA CIDADE NO MUNDO VAI TIRAR O POSTO DE MECA DO STREET SKATE, PORQUE SUAS RUAS SÃO PRATOS CHEIOS PARA TODOS OS TIPOS DE MISSÕES E DESAFIOS. INCLUSIVE, PARA QUEM QUISER APENAS DEGUSTAR O SKATE SEM COMPROMISSO, APENAS POR DIVERSÃO. CURTA O SABOR DA BOA CULINÁRIA ESPANHOLA, NAS FOTOS DE LEANDRO MOSKA. // FOTOS LEANDRO MOSKA

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Stanley Inรกcio, ss crooked, porto de Barcelona. fevereiro/2016

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barcelona

// viagem

Danilo Cerezini, bs flip, El Prat. fevereiro/2016

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viagem // barcelona

KauĂŞ Cossa, bs tailslide bs flip out, Sants.

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Bruno Maranhão, fs fifty, estação Llefià. fevereiro/2016

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barcelona

// viagem

Rafael Favela, nollie bs tail, Mercado das Flores. fevereiro/2016

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viagem // barcelona

Wilton Souza, nollie heel, Montbau.

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Os filhos de

Pouso Alegre

POUSO ALEGRE, NO SUL DE MINAS, É CELEIRO DE GRANDES SKATISTAS QUE SE DESTACAM NO CENÁRIO NACIONAL E ATÉ INTERNACIONAL. DIOGO ANDRADE PASSOU ALGUNS DIAS CONHECENDO AS RUAS DE BLOCOS, AS PRAÇAS E PICOS DESTA PACATA CIDADE E AMPLIFICA O BARULHO QUE OS SKATISTAS DE LÁ VEM FAZENDO! // TEXTO E FOTOS DIOGO GROSELHA

Bulldog, pop shovit na transitolândia.

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// skate city

RODRIGO K-B-ÇA

pouso alegre

Marco Savino é Pouso Alegre pelo mundo: fs crooked em Barcelona.

Representatividade Nomes como Marco Savino, Diego Stephan e William Arrelaro representam o skate mineiro de alto nível, tanto no Brasa quanto lá fora. Savino, hoje residente em Barcelona, é idealizador do programa Olho de Peixe, que teve início em meados de 2007 sendo veiculado pelo canal Woohoo e conta com a participação dos principais videomakers de skate do país. E foi produzindo o programa que conheceu o mundo todo, tendo viajado por diversos países como EUA, França, Alemanha, República Tcheca, Ucrânia, Finlândia, Suécia, Polônia, entre outros. Reconhecido internacionalmente e videomaker de grandes nomes do skate mundial, suas imagens já figuraram em grandes mídias como a Thrasher Magazine, Ride Channel, Red Bull e Gravidad Zero. Diego e William também realizaram o sonho de colar em Barcelona e outros países europeus e puderam vivenciar por um longo período o sonho de andar de skate na gringa. Skate Trip No final de semana que registramos as fotos dessa matéria, tiramos leite de pedra porque a chuva praticamente não deu trégua. Logo no começo da sessão, no sábado, o céu desabou e conseguimos produzir somente duas fotos, a primeira do skater local das antigas, Fernando Gumito. Colamos no Caic da cidade (espécie de escola), onde achamos um gap que estava todo molhado. Demos aquele trato com rodo e pano de chão, improvisados na hora. “Vamos pra reta, parça!” foi o jargão dessa trip e significa “vamos em frente, vamos que vamos com tudo.”

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Flip bem de interior, do caรงula Gabriel Silva.

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pouso alegre

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Diego Stephan, saca o boardslide ‘ganha-pão’ no caixa eletrônico. William Arrelaro, wallie com a cidade ao fundo.

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Levou esporro do tio mas voltou! Bs flip de Gabriel Custódio.

Gumito ‘foi pra reta’ com um flipão no gap quando já escurecia e mal dava pra ver onde ia voltar a trick. Chuva de novo! Partimos então pro sítio do skater local Gabriel Custódio. Sitiozinho bala, com uma mini perfeita, totó, sinuca e um gap particular que ele varou de bs flip com tranquilidade. Ao errar algumas tentativas acabou fazendo um estrago na beirada de pedra e tomou esporro do tio, mas tudo vale a pena pelo moment sagrado. Domingo era tudo ou nada! Aí São Pedro deu uma folguinha e renderam várias. Diego Stephan tá com o skate no pé e tem muito estilo. Rockslide no corrimão do Itaú só pra aquecer e começar o dia, na sequência mandou um wallride passando uma calçada e varando pra rua. Streeteiro nato. Seu primo, Gabriel Silva, mostrou que vem seguindo

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os passos e se inspirando no rolê do primo mais velho. Flip esticado no gap com jardim, em minha opinião o pico mais bonito de PA. Na hora do registro, passou um carroceiro, daqueles que te cumprimentam com um sorrisão no rosto e fala: “Ôa, bão? Firme?”. Isso é MG ‘purim’. Outro skatista local, que atualmente reside em SP, é o Paulo Alexandre “Bulldog”. Gente finíssima, deixou um fs pop shovit colado num dos picos clássicos de PA, a transitolândia na rodoviária, do lado da pista. Pra finalizar o dia, William Arrelaro ignorou a mureta de uma ponte de wallie, com a cidade ao fundo. Pouso Alegre é uma cidade que representa bem a cara do skate brasileiro. A evolução só depende da sua vontade de andar de skate, mesmo que você viva em um povoado com poucas condições de dar um rolê.


pouso alegre

Tirando um lazer.

// skate city

Gumito, flip no gap molhado. fevereiro/2016

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skate city // pouso alegre

Preto no amarelo! Diego Stephan risca a parede de wallie e vara a calรงada direto pro asfalto.

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entrevista am // lindolfo oliveira

Mais perto de

Lindolfo Oliveira CONTIDO NAS PALAVRAS E EXPRESSIVO QUANDO O ASSUNTO É MANOBRAR O SKATE! OLHANDO DE LONGE LINDOLFO OLIVEIRA PODE PARECER MAIS UM SIMPLES CIDADÃO PARANAENSE, MAS BASTA UMA BREVE PASSADA DE OLHO NA ENTREVISTA A SEGUIR (OU EM QUALQUER VÍDEO DELE) PARA CONFIRMAR QUE A SUA ESCOLA SÃO AS RUAS DE MARINGÁ E A APLICAÇÃO DE SEUS CONHECIMENTOS SÃO AS RUAS DO MUNDO. POR JUNIOR LEMOS // FOTOS RICARDO NAPOLI, BRUNO DONATO, THOMAS TEIXEIRA E ALEXANDRE IUNG

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RICARDO NAPOLI

Fs flip, ponte do Brooklyn, New York, brother. fevereiro/2016

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C

omo você conheceu o skate e quando viu que seria muito mais que um simples brinquedo? Conheci o skate mais ou menos em 2002, quando tinha acabado de me mudar do Mato Grosso para Maringá, na casa da minha tia. Meu primo já andava de skate há algum tempo, até então eu só olhava e não sabia ao certo como aquilo funcionava. Comecei a observar meu primo andar e de início não tive nenhum interesse. Mas o primeiro contato foi quando peguei o skate dele escondido e comecei a tentar andar dentro de casa ou na calçada. Levei alguns tombos; normal! Pegava o skate todas as vezes escondido, senão dava briga. Na época eu e minha mãe não tínhamos dinheiro para comprar um. No bairro tinha uma quadra onde os

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moleques andavam, foi lá onde perdi o medo e fui me interessando cada vez mais. Um dia conheci um mano, Carlos Barbato (Eré). Foi ele quem me mostrou vídeos, me deu algumas peças, me mostrou também alguns nomes da época, como Rafael Gomes, Erison Trakinas e William Truta. A partir daí fui me apaixonando pelo skate, aprendendo novas manobras, conhecendo novos amigos e buscando ver de perto as pessoas que eu assistia nos vídeos, indo atrás de querer saber mais até hoje. Seu nome tem origem germânica e é bem distinto. Você tem alguma descendência alemã? Já rolou alguma zoeira dos amigos por causa do seu nome? Não tenho descendência. Mas teve muita zoeira no tempo de es-


Ss fs tail, com a skyline de NY ao fundo.

// entrevista am

RICARDO NAPOLI

RICARDO NAPOLI

lindolfo oliveira

Fs crooked ilegal em uma placa da polícia.

cola, na chamada. Muitos me perguntavam se era nome ou apelido. (risos) Tem alguma coisa na água de Maringá, pra cidade revelar excelentes skatistas com tanta frequência? Se tem alguma coisa na água eu não sei, mas muitas das minhas inspirações são daqui. Não dá pra negar que o skate de Maringá tem muita história. Qual o seu dia a dia quando está em sua terra natal? Durante a semana, o tempo que não estou andando de skate faço algumas correrias e trabalhos para levantar algum dinheiro. E nos finais de semana, além do skate, também tem balada com os amigos e família.

Quais nomes de Maringá serviram de inspiração para o seu skate? Rafael Gomes, Erison Trakinas, Pedro Biagio, Cayo Corbello, Gustavo Gomes, Hilblaynner (irmão), Eduardo Gomes e outros amigos da época. Você executa manobras bem complexas, com velocidade e sem perder o estilo. Como foi esse processo de chegar ao alto nível de skate que você apresenta atualmente? Eu gosto muito de assistir vídeos de skate dos anos 90. Também costumo fazer exercícios para melhorar o condicionamento físico e procuro sempre estar exercitando

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// entrevista am

BRUNO DONATO

ALEXANDRE IUNG

lindolfo oliveira

Infelizmente o skate mudou muito hoje, não se faz mais tantas vídeo partes como antigamente!

Halfcab monstro sobre a arquibancada em Maringá.

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entrevista am // lindolfo oliveira

BRUNO DONATO

Não dá pra negar que o skate de Maringá tem muita história.

Big ollie.

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ao máximo o skate, seja na rua ou em pistas. Você está há quanto tempo como amador? Pretende passar pra profissional quando? Estou no amador há mais ou menos 11 anos. Pretendo passar pra profissional no fim deste ano. Dentro do processo de profissionalização pela CBSk todo amador tem que preencher certos requisitos, entre eles ter entrevista em mídia impressa. Essa é sua primeira entrevista em revista? Qual a importância em ter sua entrevista impressa na Tribo Skate? Não, já tive entrevista em outras revistas. Pra mim é muito importante ter uma entrevista na Tribo Skate, não apenas pelo fato de ser uma exigência da CBSk, mas para marcar um momento da minha carreira e também por ser uma revista renomada no skate com mais de 20 anos de história. E os trabalhos com vídeo parte, já

lançou alguma? Tem planos para lançar algo esse ano? Tenho alguns promos e vídeo partes lançadas em quase todos os anos, como amador. Antes de 2005 participava de projetos aqui da região e alguns de fora, como Dejavu, Fast Grind e Select 7. Em 2005 gravei um promo, para buscar entrar em alguma marca; foi uma das primeiras que fiz, com poucos recursos. Na época as filmadoras eram bem antigas! Em 2008 lancei vários promo videos, com mais recursos e evolução nas filmagens e nos picos. Um ano depois, eu, Cayo Corbelo e Pedro Biagio fizemos um vídeo que se chamava Secret Tape, que tem uma das minhas participações mais importantes. Em 2014 entrei pro flow team da Crail e foi mais uma vídeo parte e também tive participação no Simplesmente. Fechei 2015 com uma pela Red Nose. Infelizmente o skate mudou muito hoje, não se faz mais tantas vídeo partes como antiga-


BRUNO DONATO

Bs ollie fakie nosegrind no tradicional pico de Maringรก. fevereiro/2016

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// entrevista am

THOMAS TEIXEIRA

lindolfo oliveira

Skate é o ar que respiramos no dia a dia! mente! Nesse ano pretendo lançar uma já como profissional. Como é ser parceiro de equipe de profissionais que têm anos de estrada, como o Fábio Castilho na Red Nose e o Gian Naccarato na John Roger? Pra mim é um aprendizado muito grande e também uma satisfação poder trabalhar com grandes inspirações de quando comecei andar de skate e hoje, além de parceiros de equipe somos amigos. Pra quais cidade e países o skate já lhe levou e os que mais marcaram? NY foi sua primeira viagem internacional? Como foi conhecer a Big Apple? Fiz muitas viagens em cidades brasileiras, como São Paulo, Porto Alegre e outras do interior. Antes de NY estive em Barcelona. Conhecer Nova York a foi realização de um sonho, não só de skate, mas também pela cultura. Foi muito louco andar pelas ruas do Brooklyn, Bronx, Queens, coisas que só via em clipes de rap americano, os quais gosto muito. (risos) Hoje em dia o skatista tem a internet para mostrar seu skate e se manter no game. Como você trabalha a sua imagem no mundo virtual? Eu acredito que a internet veio pra somar e como todo skatista atualizado (risos) procuro sempre estar mostrando um pouco do meu trabalho em minhas redes sociais. Para muitos skate é esporte, para outros é estilo de vida, para terceiros é religião. E para você, o que é o skate? Eu vejo como um estilo de vida porque quase tudo que eu faço, eu penso em skate. Pra mim, além de esporte é meu estilo de vida. Skate é o ar que respiramos no dia a dia! // Lindolfo Oliveira 28 anos, 14 de skate Nasceu em Campo Mourão, PR Mora em Maringá, PR Patrocínio: Red Nose Shoes, Quas4uatro Skate Shop, Cappu, Naturallys e John Roger Cap Apoio: Crail Trucks Ss crooked para o registro de São Paulo. fevereiro/2016

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Varsóvia

Criação e destruição POR JOÃO BATISTA MACHADO RODRIGUES “JM” FOTOS ADRIANO REBELO

Eles não são da Luftwaffe, mas o ataque à parede de Varsóvia foi maciço. Ronaldo Jefer Silva “Jamaica” e JM, fs kiwi rock’n’roll, na versão de frente.

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floripa

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artigo // floripa

U

ma das grandes diversões da infância é fazer castelos de areia, na beira da praia. Via de regra, ao final de várias horas erguendo torres e barreiras para o mar não derrubar sua obra, os mesmos que a levantaram, a derrubam impiedosamente na hora de ir embora. Na maior parte das vezes, apenas pela bagunça, em outras ocasiões, a destruição é para não deixar a estrutura para outros brincarem. Com a nossa Varsóvia, a história não foi diferente: para não expor outros skatistas a riscos desnecessários e para garantir a exclusividade dos autores, o pico de skate erguido num dos grandes aterros da Ilha de Santa Catarina, teve sua criação e destruição programados desde a concepção, com data para começar, dias para usufruir sem chamar atenção, e depois a demolição. Uma diferença gritante entre a brincadeira de criança e a inspiração para o nome deste artigo é um tributo sombrio a uma batalha sangrenta da Segunda Guerra Mundial, que fez grandes estragos na cidade polonesa de Varsóvia. Abaixo o relato de um dos mentores desta criação/destruição, o Original Dagger JM: “Batizamos o pico de Varsóvia, por causa dos escombros que lembram um bombardeio. Foi um puta trampo de remoção de entulhos, carregar cimento, areia e água para construir as rampas em um lugar condenado para ruir de vez. Animal: tudo muito podre e nada skateável, alucinante. Removemos mais ou menos duas toneladas

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de entulho para abrir os caminhos para tomar impulso. Foi da hora, altos trampos. Acabei convidando o Ragueb para participar das sessions, depois do espaço já estar formatado. Jamaica e Alceu foram os que construiram o pico comigo. Carregamos 250 kg de cimento, muitos litros d’água, 250 kg de areia. Tivemos que alugar uma escada para cortar as árvores de trás da parede, de forma que pudesse aparecer nas fotos e no vídeo o mar e a ponte Hercílio Luz ao fundo. O place era muito perigoso, com aranhas, cobras e escorpiões. Foram dias de diversão, perigo e arrojo, pois o local era totalmente condenado e sua estrutura está prestes a desabar. Por esses e outros motivos eu, o Jamaica, o Alceu e o Ragueb decidimos demolir todos os obstáculos D.I.Y. (Do It Yourself) que construímos. Quando coloquei meus olhos no lugar já falei para o Jamaica e o Alceu que era a cara da cidade de Varsóvia, na Polônia, após o bombardeio da Segunda Guerra Mundial, e assim batizamos o place. A batalha de Varsóvia foi a maior ocorrida durante a invasão da Polônia pela Alemanha Nazista, na Segunda Guerra Mundial. Ela envolveu, de um lado, as tropas da Alemanha e, do outro, o exército polonês. Em primeiro de setembro de 1939, a região começou a ser bombardeada pelos aviões da Luftwaffe. Entre a população civil, houve 25.800 mortos e aproximadamente 50.000 feridos. Como resultado dos bombardeios, 12% das edificações da cidade ficaram destruídas.”


Entendeu agora como funciona? JM e Jamaica, comendo kiwi e arrotando p贸lvora. fevereiro/2016

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A tradução literal de bomb drop é queda da bomba. Ragueb Rogerio, conforme o figurino, joga pra transição, pra dificultar ainda mais a reação dos inimigos.

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Tudo em volta parece muito calmo, enquanto Jamaica crava um bs smith sem perdĂŁo.

Foram dias de diversĂŁo, perigo e arrojo, pois o local era totalmente condenado e sua estrutura estĂĄ prestes a desabar.

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No pared達o de fuzilamento, Alceu Oliveira se despede de olhos abertos. Fs wallride.

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A batalha de Vars贸via foi a maior ocorrida durante a invas茫o da Pol么nia pela Alemanha Nazista, na Segunda Guerra Mundial. fevereiro/2016

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Sk8art 4 life show

FOTOS DIVULGAÇÃO

+ zap //

A Mostra Sk8Art4Life nasceu em fevereiro de 2014 na junção de duas empresas: A Familyart Br Tattoo e a Seed produções, com a intenção valorizar a skate art e seus artistas no Brasil. Realizaram juntas a primeira edição no Piola Jardins, em São Paulo, com a presença de 32 artistas, entre tatuadores, desenhistas, ilustradores e fanzineiros. Nomes como Ratónes, William Ferramosca, Fabio Gava, Kin Jin, Flávio Sponton, compuseram essa edição. Já a segunda versão foi realizada em outubro do mesmo ano com a participação de 75 artistas. Nomes como Helô Mayumi, Danielone, Maumeks, Fedos, Capovila, Thiago Império, Ignoto, Ranzini, Mônica Moraes. Esta edição teve um destaque maior na mídia, atingindo o canal Woohoo e a TVI (Itapetininga). A terceira versão já se tornou internacional, realizada durante um mês inteiro de 2015 no mesmo local. Artistas internacionais deram as caras, como Jimbo Phillips (Santa Cruz Skateboards/EUA), Jason Chalker (EUA), Dustin Graham (Garbage Pail Kids, EUA), Corey Best (Tailândia), Don Pollock (The Board of Arts, Canadá) e Mariano Molinari (Nêmesis Arts, Argentina) e mais 74 artistas nacionais, dentre eles Família Cowboy Tattoo, Eliana D’Alessandro, Fred Raph, Derek Castro, Art Graziani, Edu Machado, Lelin Alves, Lola Cauchik, San Dinarte, Cyrackz, Cléo e John (Tamojunto) e muitos outros. Esta edição ainda contou com uma edição especial na Loja Aovivo.TV em parceria com a Crew da Arteria PontaPonta na Vila Madalena, com Live Painting com os artistas Carla Ruiz (FamilyArt Br Crew), Décio Ramirez (Arteria PontaPonta), Jae Alves (FamilyArt Br Crew), Berg (Arteria PontaPonta). Além de contar com apoios de marcas e da mídia do skate, a expo apoiou três causas sociais. Em 2016, aguarde a nova versão da expo após o Go-Skateboarding Day, no meio do ano. Mais no Facebook: Mostra Internacional Sk8Art4Life.

Aquino.

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Caique.

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Derek Castro.

Galvani Galo.

Jimbo Phillips.

Kaseone.

Marco Pinheiro. Mariano Molinari.

Mary D.



casa nova //

Fs air transfer no Guaíba Skate Park.

Artur Dyno // FOTOS JUNIOR LEMOS Skate e roupas atuais: Shape Flip, rodas e rolamentos Bones e trucks Silver. Boné e camiseta Flip, tênis Nike SB. Manobra que não suporta mais ver: Rock’n’roll to fakie. Manobra que ainda pretende acertar: Stale fish disaster. Principal rede social que usa ultimamente: Facebook. Maior dificuldade em ser skatista na sua área: Poucas pistas de bowl, que são baixas e lentas. Skatista profissional em quem se espelha: Pedro Barros e Luan de Oliveira, que é meu amigo. Marca fora do skate que gostaria de ter patrô: Free Surf. Atual melhor equipe de skate brasileira: Flip Brasil. // Artur Gonçalves Agostini 10 anos, 3 de skate Porto Alegre, RS Apoio: Flip, Grizzly, Bones, Nike SB teen e The Box Skate Shop

I love skateboard.

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// casa nova

Gabriel Sampaio // FOTOS DIOGO GROSELHA Skate e roupas atuais: Shape Aspecto, rodas Moana, rolamentos Mini Logo e trucks Liga. Boné Aspecto, blusa Liga Trucks e tênis DC Shoes. Manobra que não suporta mais ver: Gosto de todas. Manobra que ainda pretende acertar: Halfcab nose nollie heel bigger spin out. Principal rede social que usa ultimamente: Instagram e Facebook. Maior dificuldade em ser skatista na sua área: Falta de apoio e investimentos no skate. Skatista profissional em quem se espelha: Carlos Iqui. Marca fora do skate que gostaria de ter patrô: Red Bull. Atual melhor equipe de skate brasileira: DC Shoes Brasil. // Gabriel Almeida Géa Sampaio 18 anos, 15 de skate Belo Horizonte, MG Patrocínio: Aspecto Decks Apoio: Blunt Skate Park, Liga Trucks e Popeye Pilates

Flip sobre a placa em BH.

Corra atrás de seus sonhos! fevereiro/2016

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casa nova //

Iuri Martins // FOTOS JUNIOR LEMOS Skate e roupas atuais: Shape e rodas Flag, rolamentos Red Bones e trucks Independent. Boné Honey Pot, camiseta Switch e tênis Freedom Fog. Manobra que não suporta mais ver: Feeble. Manobra que ainda pretende acertar: Ss bs tail to ss flip bigspin out. Principal rede social que usa ultimamente: Instagram. Maior dificuldade em ser skatista na sua área: Falta de incentivo do poder público. Skatista profissional em quem se espelha: Léo Spanghero. Marca fora do skate que gostaria de ter patrô: Coca-Cola. Atual melhor equipe de skate brasileira: DC Shoes Brasil. // Iuri Silva Martins 20 anos, 5 de skate Ribeirão Preto, SP Patrocínio: Switch Skate Shop

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Bs ollie fakie nosegrind na Caixa de Ribeirão Preto, SP.

Não se limite!



negócios e tecnologia //

O palco (e pista) nosso de cada dia nos dai hoje

1. Alexandre Carlo, do Natiruts, também já foi skatista. 2 e 3. Cenário do novo show conta com painel gigante de LED. 4. A igreja espanhola que virou pista de skate.

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PAULO BICO

2 IVAN 13P

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DIVULGAÇÃO

Todos os anos o Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos realiza uma pesquisa para identificar quais são os objetos mais desejados pelas pessoas. Para 2016, o smartphone é o líder disparado, com 25% da preferência. Entre os mais jovens este número sobe e 35% citam o produto. Na mesma lista aparecem os tablets (18%), notebooks (15%), drones (15%) e impressoras 3D (12%). Ainda que seja uma amostragem – o Datafolha realizou 2.074 entrevistas em mais de 120 municípios do Brasil – é curioso observar a pesquisa dos supérfluos, cuja lista começa pelas câmeras digitais (17% das opiniões) e aparelhos digitais de música ou aparelhos digitais sonoros (12%), já que estas funções também podem ser executadas pelos smartphones. Ainda que a tecnologia esteja evoluindo, muitos profissionais de foto, música e vídeo abririam mão de produtos específicos para realizar o seu trabalho? No caso de show ao vivo, tecnologia significa espetáculo. Na turnê do recém lançado DVD “Natiruts Reggae Brasil” (Sony), a banda criou um cenário utilizando um painel de LED gigante concebida através de uma parceria entre a galeria de street art A7MA e os VJs do coletivo Embolex, com telas exclusivas para cada artista participante - Gilberto Gil, Edson Gomes, Marceleza (Maskavo) e Sine Calmon, entre outros. Em entrevista à coluna, o vocalista do Natiruts, Alexandre Carlo diz que em termos artísticos a cena reggae do país está ótima. “Mas continuamos carecendo de apoio à cultura como um todo.” Ele conta que na década de 80 também teve um skate, mas daqueles pesadões. “Quase uma tábua de passar. Mas apesar de não chegar ao nível de manobras, lembro de me divertir bastante nas descidas do planalto central”. E se despede com uma boa notícia: “O disco autoral é uma necessidade dos fãs e da banda. O último foi lançado em 2009. Então achamos que está na hora. Em 2017 ele estará na área.” Também neste início de ano repercutiu a notícia do grupo Church Brigade, que através de financiamento coletivo, arrecadou 24.000 euros e transformou uma igreja abandonada na Espanha em pista pública de skate, a Kaos Temple. Mas graças a

IVAN 13P

// POR PEDRO DE LUNA

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FOTOS: ALEXANDRE MOREIRA

// negócios e tecnologia

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Deus também temos bons exemplos aqui no Brasil. É o caso do banks construído no Ajuntamento das Tribos, no bairro de Marambaia, em São Gonçalo (RJ). A iniciativa começou há 15 anos, quando uma galera da Comunidade S8 começou a construir mini ramp e obstáculos de street em galpões, acreditando que através da arte e do esporte seria possível desviar os jovens da droga e da violência. Mas foi em abril de 2014 que Ayrton Moreira, seu irmão Alexandre, Rodrigo Gugui e outros parceiros começaram a fazer um banks irado. “Começamos a cavar e preparar a contenção do terreno com concreto. O local era bem complicado. Pegávamos firmes todos os sábados. Raramente aparecia alguém para ajudar, essa fase durou mais de um ano.” A partir de maio de 2015 é que começaram de fato a modelar a pista. “Primeiro fazendo as marcações com os moldes cortados no compensado, depois shapeando a transição. Em junho começamos a concretar e terminamos no final de julho. A mão de obra foi 100% amadora, a única pessoa contratada, e só na reta final, foi um servente de pedreiro que era bom em dar o liso no concreto. Ou seja, trabalho totalmente voluntário”, conta Ayrton. Antes de colocar a mão na massa, ele passou quatro anos juntando o dinheiro arrecadado com o show mensal do projeto Skate Colaborativo. “Outra parte foram doações de pessoas do Ajuntamento das Tribos. Eu doei através da minha estamparia, vendendo uma máquina que estava sem uso. Acredito que os gastos tenham chegado aos R$ 20.000. Claro que se fôssemos pagar mão de obra esse valor teria triplicado”. Ele destaca ainda o apoio de Zé Carlos, 70 anos, e sua esposa Lurdinha, que providenciaram almoço e materiais, e André Viana, presidente da FASERJ, que ajudou com o projeto. “Durante mais de um ano trabalhamos sem nem ao menos ter noção de como ficaria a pista, pois ela só pegou o formato nos últimos quatro ou cinco meses”, lembra o skatista. “Essa pista foi a nossa primeira experiência com obra, sempre fiz rampas de madeiras, sempre tive medo de concreto, mas ficou muito boa”. Nós da Tribo Skate torcemos para que a atitude deles inspire tantos outros nesse país tão carente de tudo.

5, 6, 7 e 8. Etapas de construção do banks em São Gonçalo. Ayrton Moreira (de boné) ralando e depois colhendo os frutos.

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AO LER EM PRIMEIRA MÃO A SELEÇÃO DE MÚSICAS DO CARLÃO, NO ATO PENSEI NUM VÍDEO INTEIRO COM ESTE MONSTRO DO SKATE BRASUCA. O CARA MANJA TANTO DO CARRINHO, QUE É CAPAZ DE FAZER UM RIFF DE GUITARRAS DE UM METALLICA, POR EXEMPLO, EMENDAR NUM GINGADO DE UM CRIOLO, SEGUIR AÇOITANDO RUAS E PISTAS COM MANOBRAS CABREIRAS COM OS DEMAIS TEMPEROS MUSICAIS E DEPOIS FECHAR UFANISTICAMENTE COM SLY E THE FAMILY AFFAIR. UFA, QUE SELEÇÃO! (GYRÃO)

PABLO VAZ

áudio // playlist

The Offspring, Session Beastie Boys, Sabotage Charlie Brown Jr., Tudo que Ela Gosta de Escutar Deep Purple, Highway Star Souls of Mischief, 93’ Til Infinity Otis Redding, Sitting on the Dock of the Bay Mos Def, Travelling Man Criolo, Subirusdoistiozin Metallica, Fade to Black Sly e the Family Stone, A Family Affair

Escuta som andando de skate? Sim Não Em qual aparelho? APPLE SHUFFLE. Usa algum fone especial para isso? NÃO, OS DA APPLE MESMO.

Madonna na Hi-Adventure.

Carlos de Andrade ‘Piolho’ (Kronik, Code, Independent trucks e Enygma Skateshop)

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áudio // rap

Atravessando o fogo

com Black Alien

DEPOIS DE VENCER UMA FASE TENSA, RAPPER CHEGA PESADO COM SEU NOVO ÁLBUM, O AGUARDADO ‘BABYLON BY GUS VOL. II: NO PRINCÍPIO ERA O VERBO’, E INTERROMPE HIATO DE 11 ANOS. POR EDUARDO RIBEIRO // FOTO GABRIEL ROGICH

F Música é mágica, às vezes pode parecer simples a equação instrumental, letra e flow, mas não é. 78 |

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oram 11 anos entre o Babylon by Gus Vol. I: O Ano do Macaco e o Babylon by Gus Vol. II: No Princípio Era o Verbo, recém-lançado álbum do rapper Gustavo de Almeida Ribeiro, o Black Alien. O intervalo entre os dois, conta ele nesta entrevista, pouco teve a ver com o preciosismo que por vezes acomete alguns artistas mais apegados. Na real, a parada foi tensa: ele atravessou uma fase brava, com percalços amargos que incluem problemas com bebida e a depressão. Essas e outras batalhas estão representadas no som do novo repertório, mas também na ilustração da capa, que faz menção a dois filmes que marcaram a vida do artista: O Sétimo Selo, do Ingmar Bergman, e O Selvagem da Motocicleta, do Francis Ford Coppola. Duas das 12 faixas que dão corpo à obra foram criadas na clínica, enquanto ele se recuperava. São elas “Somos o Mundo” e

“Terra”, dona de um refrão que martela: “Eu vou ficar bem”. Mas ao contrário do que se possa supor, o disco passa longe de qualquer atmosfera soturna, revelando-se puro astral. O aguardado segundo volume deste clássico do rap nacional conta com participações da Céu, Edi Rock, Parteum, Kamau e Luiz Melodia. Já a produção, ficou na responsa do Alexandre Basa, parceiro do Black Alien também no trabalho anterior, enquanto as letras versam sobre temas que vão de aspectos sociais à sua paixão pelo skate (“Skate no Pé”). Esse longo hiato entre um álbum e outro foi de caso pensado, ou ocorreram percalços ao longo do caminho que contribuíram para que o disco demorasse um pouco para tomar forma? Não, o hiato não foi de caso pensado. Eu pretendia lançar um disco em 2007 de modo independente, havia rescindido contrato com a gravadora em 2006 e, devido à minha


rap

vida desregrada, não tive disciplina e organização suficiente para realizá-lo. Entrei em estúdio em 2010 para mais uma tentativa, e tinha acabado de gravar duas músicas quando perdemos o Speed. Dali em diante perdi o encanto pelas coisas e fui entrando em um processo de depressão muito agressivo, do qual só vim a me levantar em 2014, quando, então, reuni algumas anotações e comecei a escrever o disco durante uma internação de seis meses. A capa do álbum ficou ótima. Queria saber o que mais lhe marcou nesses dois filmes que inspiram a ilustração. Você enxerga uma lição filosófica, existencial ou de valores em cada um deles? Onde você acha que o discurso do Coppola se converge com Bergman? Eu gosto muito de filmes em preto e branco, e dentre eles esses dois me marcaram muito. Usei os peixes Beta de Coppola para simbolizar alguém que quer brigar com seu próprio reflexo, que no caso era como eu estava. E me vesti como a morte de Bergman, pois durante todo esse tempo eu estava jogando com a minha própria vida. Então a capa representa o Gustavo que quer viver pondo em xeque o Gustavo que causa sua própria morte. Ambos os filmes se convergem em um significado muito pessoal que linkei e sinkei na concepção dessa capa, que foi cuidadosamente executada pelos meus amigos do Petit Pois Studio. O que mudou musicalmente e tematicamente do álbum anterior para o atual? É possível traçar um paralelo? Musicalmente, eu e o Basa tivemos o mesmo diálogo: eu dizia a ele o que eu gostaria na música, como a gaita de blues de “Rolo Compressor”, e ele vinha com o resultado. Assim, fomos construindo os instrumentais. Sobre a temática, eu canto o que eu vivo, o que eu vejo, o que eu penso, e o que eu quero e não quero. Em 2004 minha vida e o mundo eram diferentes, beeem diferentes. O paralelo é a minha essência que continua a mesma. Eu parei de beber, mas não virei santo. Mesma abordagem, porém, por um novo ângulo e intensidade. Dois meses depois de lançar No Princípio Era o Verbo você teve que relançar a faixa “Quem É Você?” por conta do uso de um sample. Como foi o processo de reconstrução da faixa a fim de que ela não perdesse a essência? Eu amo Frank Sinatra, é uma voz que me é familiar, pois meus pais escutam em casa desde que eu era bem pequeno. Usar aquele sample foi manter viva a memória de um sentimento. Quando o sample foi negado, fiquei chateado pelo valor sentimental dele, mas segui em frente, pois é um risco que corremos: quando usamos um sample temos que estar preparados para o “não”, é assim que as coisas funcionam, não só neste exemplo como na vida em si. Reconstruímos sem medo e ficou excelente! O volume I marcou uma nova fase do hip hop nacional, virou um clássico. Agora que já passou um tempo desde o lançamento, avaliando o resultado deste segundo, você acha que pode-se dizer o mesmo? Você procurou focar no quesito inovação, ou apenas deixou as coisas rolarem?

Se as pessoas consideram o primeiro disco um clássico, fico muito feliz. Mas nunca trabalhei e não trabalho com essa ou qualquer outra pretensão. Acho que isso dilui o resultado natural. Sigo meu instinto e deixo a música tomar forma. Música é mágica, às vezes pode parecer simples a equação instrumental, letra e flow, mas não é. Claro que tenho as minhas intenções para a música, mas respeito a mesma. O que você já ouviu do público, que aguardava ansiosamente por este trabalho? As mensagens direcionadas a mim são todas positivas e muito carinhosas, incluindo as de um novo público que vem se formando nos meus shows e redes sociais. Jovens que só agora estão me conhecendo. Já o que falam pelas minhas costas, eu não sei, nem Jesus Cristo agradou a todos. Mas posso lhe afirmar que esse disco é sinônimo da minha superação e evolução pessoal. Digo às vezes até que o mesmo poderia se chamar: Babylon by Gus Vol II: A Vitória. Quais são as suas principais influências de todos os tempos, não só musicais, mas de ideias, pensadores, livros, filmes, que acabam somando e sendo filtradas ou reverberadas no seu trabalho pessoal? As trilhas sonoras dos filmes de skate e sua linguagem visual, Scorsese, Tarantino, Bergman, Sergio Leone (e suas trilhas assinadas por Morricone), KrsOne, Jimmy Hendrix, Bobby Dylan, Fellinni, Gil Scott Heron, o Jazz, o Blues, o Punk Rock Inglês, Nova Yorkino, Californiano e Brasileiro, Jorge Amado, Agatha Christie e Public Enemy, minha maior influência de flow e conteúdo lírico. Enfim, sempre vão faltar muitos nomes nesta lista, mas aí está um pequeno apanhado do que consegui lembrar de pronto. No processo de composição e produção deste álbum, você lapidou ideias durante esse tempo todo, ou pegou um período para compor, gravar e produzir em estúdio? Peguei um período para compor, gravar e produzir em estúdio. Não tive muito tempo de lapidar ideias, pois além do deadline para entregar o disco, tinha minha recuperação, e a necessidade de evitar um “dead line“ da minha vida. Conta um pouco sobre como rolaram as participações deste álbum. Com o Parteum e o Kamau eu já vinha conversando há anos sobre fazer um som juntos, e finalmente agora pude concretizar. Três artistas que têm em comum o amor pelo skate e o rap. Sobre Céu e Luiz Melodia, a vontade veio através da minha admiração por suas vozes e personalidades artísticas inigualáveis. E Edi Rock é a realização de um sonho de menino. Pra terminar: existe a proposta de lançar um terceiro Babylon by Gus para, de certa forma, fechar um ciclo? Ou este ciclo se fecha aqui e, depois, você partirá para novos experimentos? Agora a minha onda é fazer o que eu ainda não fiz, e são tantas coisas que nem sei por onde começar. Isso me deixa bastante motivado, no apetite.

// áudio

Então a capa representa o Gustavo que quer viver pondo em xeque o Gustavo que causa sua própria morte.

+ info: blackalien.net

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FOTOS JÚLIO TIO VERDE

skateboarding militant // por guto jimenez*

No Engenhão, o pequeno espaço foi muito bem aproveitado com um bom bowlzinho/banks e uma área de street. Osmar Lattuca, bs nosegrind no banks e Pablo André, crooked na mureta.

Não fabriquem robozinhos: criem skatistas

N

IVAN SHUPIKOV

a primeira semana de 2016, recebi um email de um amigo de longa data que está morando há alguns anos numa cidade do interior do país. Com muita empolgação, ele me contava que a prefeitura local havia finalmente concordado em construir uma pista de skate na cidade, numa praça local que seria reformada, e que o projeto precisaria ser apresentado até o final do mês para a aprovação e consequente liberação da verba necessária pra obra. Eu já acompanhava à distância a verdadeira saga dele e dos skatistas locais em conquistar um espaço adequado, e foi com curiosidade que cliquei no anexo pra ver o tal projeto de pista. Pra minha decepção, era o desenho de uma daquelas pistas ultrapassadas do estilo “área de street com uma minirrampa ao fundo”, bastante populares na época que a Tribo Skate ainda usava fraldas. Isso mesmo, o mesmo tipo de projeto ultrapassado há pelo menos 15 anos ainda estava sendo cogitado em pleno ano de 2016. Antes de chamar esse meu amigo pra conversar via rede social, fiz uma reflexão sobre aquele fato em si no atual cenário de skate em todo o mundo. Atualmente, difícil é o dia em que alguém não posta um vídeo com um skatista bem jovem (menino ou menina) simplesmente quebrando tudo sobre o seu skate. Só nessa semana que escrevo esse texto, vi um menino de 10 anos mandando uma sequência de 540s na Combi Pool da gringa e uma menina da mesma faixa etária colocando a área de street da pista de São Bernardo do Campo no bolso, fazendo uma linha de manobras que encabularia vários amadores por aí. A nova geração é assim, começa a andar de skate muito cedo, aprende as manobras mais complicadas com muita facilidade e costuma andar em vários tipos de terreno. Taí o próprio Pedro Barros que não me deixa mentir, um skatista desde sempre que é pentacampeão mundial de bowl aos 20 anos de idade e que é capaz de demolir uma área de street como poucos. Outro exemplo é o Luan de Oliveira, um dos “monstros sagrados” da Street League, a quem eu já vi destruindo tudo nas transições da Complex em Porto Alegre. É justamente na questão do terreno que entra o principal problema. É preciso que se construam pistas de skate versáteis e de qualidade, pra que os jovens praticantes sejam capazes de fluir com naturalidade nos vários ambientes que encontrarão em suas trajetórias como skatistas. Basta ver o tipo de pista que tem sido construído ao redor do mundo desde o início desse século: os resultados podem ser vistos

APOIO CULTURAL * Guto Jimenez está no planeta desde 1962, sobre o skate desde 1975.

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no nível dessas novas gerações, que surgiram pra modificar completamente os paradigmas já conhecidos até agora. Imagine você se os formatos de pistas continuassem a seguir o modelo de 1992, época que o monumento do Vale do Anhangabaú era o máximo, tempo dos pressure flips executados a 2 km/h após 258 tentativas... Eu particularmente nem gosto de imaginar o cenário medíocre que teríamos. A construção de pistas de skate é algo muito mais sério do que simplesmente fornecer um espaço pra prática de uma atividade esportiva. Normalmente, as pistas logo se transformam em pontos de encontro dos jovens daquele bairro ou daquela cidade, que se juntam pra trocar ideias, trazer informações novas ao grupo, compartilhar experiências - e, claro, andar de skate. É preciso que se tenha a noção exata do caráter aglutinador que um skatepark tem na atualidade, com o potencial de transformar as vidas não só dos skatistas que usam os seus obstáculos e transições como também dos outros que o frequentam. Pense em caras como o Sandro Testinha e seu projeto Social Skate, ou no Bruno Funil e seu Núcleo Escola de Skate, e veja o quanto o skate pode modificar vidas muito além do universo do uretano em si. Há décadas, nós skatistas somos um dos maiores referenciais para a música, a moda e até mesmo algumas formas de arte. Somos assim porque o próprio skate é variado, podendo-se andar nas ruas, em pistas, em ladeiras e até mesmo em quadras. Somos obrigados a observar tudo o que existe ao nosso redor, seja pra passarmos por cima ou pra utilizarmos em nossas sessões. Pois bem: construir pistas ultrapassadas do estilo “fábrica de robozinhos” traz limites indesejados que vão além do tipo de skate que se pratica. Limitar essa amplitude cultural e social que pode atingir a qualquer skatista é matar a diversidade e, por consequência, matar um pouco do próprio skate em si. Se você se envolver com a construção de alguma pista de skate, procure ignorar a sua preferência pessoal e tenha em mente aquilo que será melhor ao próprio cenário de skate. Não fabrique robozinhos, crie skatistas. O skate e o mundo agradecem. ___________ Em tempo: após enviar algumas fotos da pista de skate da Vila Olímpica do Encantado, aqui no Rio - que tem um banks conectado a uma plaza e permite a conexão entre as duas partes -, o meu amigo refez o projeto após verificar que os custos seriam praticamente os mesmos. Tomara que dê certo... Fica a torcida!


FOTO: FELIPE PUERTA

˜ RONY GOMES ˜

RESPEITO

À CULTURA

DO SKATE

BRASILEIRO

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