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EQUIPAMENTOS LOGISTICOS


rav el how to t LOGISTICS INFRASTRUCTURES


1/3 Interface Fluvial do Terreiro do Paço

2/3 Interface do Cais do Sodré

3/3 Torre VTS



Interface Fluvial do Terreiro do Paço

Localização/Location Praça do Comércio. Lisboa Arquitectura/Architecture Ana Monteiro da Costa Colaboração/Collaboration Filipe Cardoso, Mafalda Lacerda, Maria Carvalho, Andreia Lima, Teresa Costa, João Paulo Martins Fotografia/Photography TURA

2009 Como chegar/Getting there

Carris 12E, 15E, 28E, 711, 728, 735, 736, 737, 759, 774, 781, 794, Aerobus Metro Terreiro do Paço TT Terreiro do Paço


A ESTAÇÃO SUL E SUESTE O núcleo inicial do Interface existente é constituído pela “Estação Fluvial do Terreiro do Paço” terminal urbano das linhas ferroviárias do Sul e Sueste que partem do Barreiro projectada pelo arquitecto José Ângelo Cottinelli Telmo (1928). À data da sua conclusão (1932), este era o primeiro equipamento de promoção oficial colocado à disposição do público com uma expressão de modernismo internacionalista. O crescimento do tráfego fluvial e as alterações entretanto introduzidas nos serviços deram lugar a um complexo de diferentes necessidades que conduziram à construção de sucessivas ampliações e adaptações, nem sempre em

articulação com esse edifício inicial e com uma qualidade arquitectónica e construtiva que lhe é bastante inferior. O PROJECTO A construção da estação do Metropolitano de Lisboa no Terreiro do Paço constituiu o pretexto fundamental para o lançamento deste Projecto de Alteração e Ampliação da estação existente. Os princípios de exploração foram reequacionados em função dos novos dados – sobretudo da escala dos fluxos previstos –, procurando assegurar-se os níveis de eficácia, de acessibilidade, de segurança e de conforto adequados a um equipamento deste tipo, de acordo com os padrões actuais. Foram


© Atelier Daciano da Costa

SOUTH AND SOUTHEAST STATION The nucleus of the existing Interface is the “Terreiro do Paco River Station” (the urban terminal for the south and southwest railway lines which start from Barreiro), which was designed by architect José Angelo Cottinelli Telmo in 1928. When work finished in 1932, this was the first official public facility in the international modernist style. The growth in river traffic and the subsequent alterations in services led to a complexity of different needs and a series of extensions and adaptations that did not always combine with the original construction and were considerably inferior in building and architectural quality.

THE PROJECT The construction of the Lisbon Underground station at Terreiro do Paço provided the basic pretext for the Alteration and Extension Project of the existing station. The principles behind the development were adjusted in the light of new data — particularly the scale of predicted passenger traffic — in an attempt to ensure levels of efficiency, accessibility, safety and comfort required for a facility of this type, in accordance with current standards. New requirements were defined regarding spaces for the flow and congregation of people, retail and support areas. There was a critical assessment of how far existing buildings and spaces met these new requirements in

a balanced way, in terms of their original purpose and architectural characteristics. The main part of the original Terreiro do Paço River Station building, which was designed by architect Cottinelli Telmo, is to be completely renovated, maintaining its function as the grand atrium/vestibule of the Interface and its character as a representational space. The east wing of the former Baggage Room of the original building will become the main passenger hall, reproducing the scale and dimension of the original building, being a large space suitable for handling the predicted increase in passenger numbers due to the opening of the new underground station exit.


© Claudia Freitas

definidas as novas necessidades programáticas quanto a espaços de circulação e de permanência de público, dos serviços de exploração e serviços de apoio. Foi criticamente avaliada a capacidade de as construções e os espaços existentes poderem corresponder às novas necessidades de um modo equilibrado e em respeito pela sua vocação e caracterização arquitectónica originais. O corpo principal do edifício original da Estação Fluvial do Terreiro do Paço, projectada pelo arquitecto Cottinelli Telmo será integralmente recuperado, mantendo as suas funções de grande átrio/ vestíbulo do Interface e a sua qualidade de espaço de representação. Já o corpo nascente, da antiga Sala de Bagagens do

edifício original, passará a funcionar como átrio principal de passageiros, reproduzindo a escala e dimensão do Edifício principal, sendo um espaço generoso destinado à previsível pressão dos grandes fluxos de passageiros originados pela nova saída de metropolitano. A nova construção do edifício contíguo ao novo átrio, destinado a áreas de serviços e comércio, será caracterizado como edifício de acompanhamento, de expressão despojada. Entre o plano da fachada da Estação Fluvial (lado rio) e o bordo do cais, no espaço actualmente ocupado por um conjunto heterogéneo de construções dissonantes e degradadas, será construída uma estrutura longitudinal de dominante horizontal destinada a conter as


salas de espera e a estabelecer a articulação entre os pontões de embarque e os átrios, bilheteiras e demais áreas funcionais. Pretende-se que este corpo constitua uma frente unitária à aproximação a partir do rio e que apresente uma expressão autónoma em relação ao edifício original da Estação Fluvial. A volumetria desta nova estrutura garante a franca visibilidade do edifício da Estação Fluvial a partir do rio. Neste projecto, os materiais assumem grande importância, pondo em relevo alguns dos aspectos conceptuais da solução arquitectónica. Na Frente Terra, a constituição dos novos edifícios remete para uma reinterpretação da volumetria e das proporções do edifício de Cottinelli Telmo. No

The new construction adjacent to the new hall, designed for service and commercial use, will function as a support building and be spartan in character. Between the façade area of the River Station (on the river side) and the edge of the quay, in an area currently occupied by a mixed bag of dissonant and run-down buildings, a longitudinal and mainly horizontal structure will be erected. This structure will contain the waiting areas and link the embarkation pontoons and the halls, ticket offices and other functional areas. The idea is for this structure to provide a uniform approach from the river and be autonomous in relation to the original River Station building. The dimensions

of this building guarantee clear visibility of the River Station complex from the river. Materials assume an important role in this project, high lighting some of the conceptual aspects of the architcctural solution. On the Land Side, the construction of new buildings means a reinterpretation of the dimensions and proportions of the Cottinelli Telmo building. However, while in this building prevails an interplay of light and shade modeling of surfaces resulting in a single finishing material (the white plaster), the new building we tried to use a palette of materials that in their combination, reveal subtle color changes and texture, thus preserving the abstract nature


Š Ana Antunes


entanto, onde naquele edifício prevalece o jogo de claro-escuro decorrente da modelação das superfícies num único material de acabamento (o reboco branco), na nova construção procurou-se utilizar uma paleta de materiais que na sua conjugação, revelasse discretas mudanças de cor e textura, preservando assim o carácter abstracto e depurado da nova construção, reforçando mais uma vez, a ideia de uma “arquitectura de acompanhamento”. Assim, na solução proposta, toda a construção nova voltada à praça será revestida a azulejo Viúva Lamego. Este azulejo “em onda” foi concebido especialmente para o projecto, criando uma superfície reverberante e texturada, que “desmaterializa” a construção nova, procurando uma integração harmoniosa com a envolvente pombalina e uma relação equilibrada com o edifício principal existente.

Corte longitudinal/Longitudinal section

and purged of new construction, again reinforcing the idea of a ‘tracking architecture. “ Thus, the proposed solution, all new construction facing the square is lined with tile Widow Lamego. This tile “in wave” was designed especially for the project, creating a textured surface and reverberant, that “dematerialized” new construction, looking for a smooth integration with the surrounding Pombal and a balanced relationship with the existing main building.



Interface do Cais do Sodré

Localização/Location Cais do Sodré. Lisboa Arquitectura/Architecture Pedro Viana Botelho, Nuno Teotónio Pereira Fotografia/Photography TURA

2004 Como chegar/Getting there

Carris 706, 735, 736, 758, 781, Aerobus CP/Metro/TT Cais do Sodré


Trata-se de um complexo de transportes, que articula de uma forma singular as redes de comboio, metro, barco e autocarro, no qual se confirma a vocação cívica do atelier NTP e a procura incessante de dignificação do espaço público. De facto, a unidade resulta de fragmentos articulados com mestria que têm o seu ponto fulcral na praça coberta, pensada como gerador espacial. Este núcleo central do interface, que terá uma área comercial e de serviços, procura valorizar a antiga estação de Pardal Monteiro, mantendo-a como entrada principal e ordenando os percursos a partir daí. A ligação

entre o barco e o metro foi pensada com circuitos de modo a revitalizar a antiga estação, conduzindo as pessoas para esse átrio central. Tanto assim é que a ligação definitiva ao metro será feita por uma grande escada mecânica com uma «boca» que vai emergir justamente nesse espaço de praça coberta. A estação do metro, constituída por uma nave de dimensões consideráveis (224x23x12 m), a mais extensa de toda a rede do metro, dispõe de um cais lateral de chegada e um outro, central, de partida, e ainda de um passadiço suspenso, equipado com passadeiras rolantes. Dois extensos painéis de azulejo ao


longo dos cais e a toda a altura da nave reproduzem a figura de um coelho em corrida, segundo desenho de António Dacosta em arranjo do pintor Pedro Morais. É um trabalho exemplar pela força da intervenção e pela qualidade posta na construção, com destaque para o exemplar trabalho feito sobre o betão descofrado a que Byrne chamou «a distinção numa caverna tectónica». A estação fluvial organizase com grande depuração e austeridade na frente de rio. Concebida com grande largueza de vistas, responde à vontade de intensificar as relações entre as duas margens. Organiza-

This transport infrastructure articulates train, subway, bus and metro networks in a unique way, confirming the civic vocation of atelier NTP and its endless quest for dignity of public space. The unit results on masterfully articulated fragments that have their focal point in the plaza, designed as a space generator. The core of the interface containing a shopping and services area, intents to valorize Pardal Monteiro former station, keeping it as the main entrance and articulating buildings functions. The connection between the boat and subway

was designed according to the paths so as to revitalize the old station, leading people to this central atrium. Emphasising this intention, the grand staircase – main access to the subway station - emerges precisely in this square. The subway station, consisting of a spacious nave (224x23x12 m), the longest of the entire metro network, has a side platform for arrivals, a central platform for departures, and a suspended walkway, equipped with treadmills. Two large tile panels over the platform and with the nave entire height reproduce

the figure of a rabbit in the race, according to design António Dacosta in arrangement of the painter Pedro Morais. It is an exemplary work by the strength of the intervention and the quality put into the building, highlighting the exemplary concrete work that Byrne called «the distinction on a tectonic cave». The river station is organized with great depuration and rigour in the riverfront. Designed with great breadth of view, it responds to the determination of intensifying relations between the two shores. Organized from three mooring pontoons


se a partir de três pontões de acostagem e de um quarto destinado a ferries, permitindo assim multiplicar as carreiras para vários destinos (Cacilhas, Barreiro e Trafaria). As instalações da Transtejo desenvolvem-se no primeiro piso, com grande independência de funcionamento, a partir de uma grande galeria longitudinal de distribuição dos vários espaços. Esta situação permitiu tirar partido de variações volumétricas, com duplos pisos e mezanines de que resulta uma ordenação espacial muito rica sem ceder a um rigor e um sentido de cânone firme patente na articulação dos volumes. Finalmente, o conjunto termina-se no exterior com a reconstituição do cais entendido como espaço de uso colectivo e de lazer gozando da proximidade do rio. O molhe foi reposto com a extremidade emergindo da água e com uma série escultórica de ilhas-arquipélagos concebidas por Irene Buarque, utilizando pedras especialmente escolhidas e trabalhadas para serem utilizadas como mobiliário urbano.


and a forth for the ferries, the station allows the multiplication of trips to multiple destinations [Cacilhas, Barreiro and Trafaria]. Transtejo facilities are located in the first floor, with great operational independence, on large longitudinal gallery distributing the various spaces. This situation allowed the creation of mezzanines and double floors, resulting in a rich spatial ordering without yielding to a rigor and a sense of canon

patent firm in the articulation of volumes. Finally, the set ends up outdoors with the rebuilding of the pier understood as a space for collective use and leisure, taking advantage from the proximity to the river. The edge of the jetty emerges from the water with a sculptural serie of island archipelagos designed by Irene Buarque, using specially chosen and worked stones to be used as furniture.


DC

Planta. Sem Escala /Plan. Unscaled

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INTERFACE DO CAIS DO SODRÉ


© GB Arquitectos


Torre VTS

Localização/Location Passeio Marítimo de Algés Arquitectura/Architecture Gonçalo Byrne Arquitectos

2001 Como chegar/Getting there

Carris 15E, 729, 750, 751, 776, CP Cais do Sodré - Cascais


TO CONTROL YOU MUST DOMINATE

Este edifício, em virtude da função e da posição geográfica que ocupa, assume uma presença de excepção na relação entre a cidade de Lisboa e o Tejo. Arrisca ritualizar a entrada na cidade pelo rio, onde a sua vertical dominante sugere o próprio tema de controlo que a origina. Essa relação pretende a conquista da dimensão horizontal, a dimensão do horizonte e do mar, da água que lhe está intimamente ligada, local das acções a controlar. A sua vertical dominante ritualiza também a relação entre a terra e o ar, a dimensão vertical da terra que se eleva ao céu. A dimensão intermédia é a do movimento, representando a dinâmica da forma, a tensão das relações entre a terra e o mar. Elemento enraizado, a torre inscreve-se na matriz simbólica de outras construções congéneres que, ao longo da história, se foram sedimentando na frente ribeirinha, entre as fortalezas da barra do Tejo e a Ponte Vasco da Gama.

Due to its function and the geographic position it occupies, this building assumes an exceptional presence in the relationship between the city of Lisbon and the River Tagus. It risks ritualizing the entrance to the city via the river, where its dominant verticality is suggestive of the theme of control that gave rise to it. That relationship aims at dominating the horizontal dimension, the dimension of the horizon and the sea, and of the water with which it is intimately connected, which is indeed the site of the activities to be controlled. It’s dominating vertical line also ritualizes the relationship between the land and the air – the vertical dimension of the land that rises up to the sky. The intermediate dimension is that of movement, representing the dynamics of the form, the tension of the relationship between the land and the sea. A rooted element, the tower assertively joins the ranks of other symbolic constructions which, down through the centuries, have occupied the river front in Lisbon, from the mouth of the Tagus to the Vasco da Gama Bridge.

© Carl Lang

PARA CONTROLAR É NECESSÁRIO DOMINAR



© Daniel Malhão

À semelhança dessas e delas colhendo a herança, ousa representar o tempo e fixá-lo nessa margem. A sua natureza será sempre a de um elemento de terra, de um objecto que progressivamente se desmaterializa, nascendo na solidez da pedra, vestindose do revestimento de cobre, para se concluir na ligeireza e transparência do vidro, e finalmente nas ondas hertezianas que só as antenas percebem.

Similar to these works, and indeed assuming its inheritance from them, the Traffic Control Tower dares to represent its time, leaving its mark on the river bank. Its nature will always be that of an earth element, an object that progressively dematerializes, born out of the solidity of the stone, clad in its copper covering, to be finished off in the lightness and transparency of the glass and, finally, the Hertzian waves that only the antennas understand.


Sem escala/Unscaled


Coordenação TURA - Architecture Tourism www.tura.pt

Colaboração Ordem dos Arquitectos - Secção Regional do Sul

Agradecimentos Atelier Ana Costa Gonçalo Byrne Arquitectos Pedro Botelho, Arquitecto Administração do Porto de Lisboa Metropolitano de Lisboa REFER Transtejo

Design Marta Correia

50 exemplares 2013


an 達 mu o per d st see er

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